25
IDENTIDADE SOCIAL Sociologia – Prof. Gildo Júnior

IDENTIDADE SOCIAL Sociologia – Prof. Gildo Júnior

Embed Size (px)

Citation preview

IDENTIDADE SOCIALSociologia – Prof. Gildo Júnior

1. A máscara Os xamãs, indivíduos

com função sacerdotal, aos quais são atribuídos o dom de invocar ou controlar divindades, ao colocarem uma máscara, permitiam que o espírito da divindade assumisse o seu corpo e as suas ações.

O ator do teatro, como o xamã, sem a máscara, são apenas membros do grupo; com a máscara, o xamã dá vida à divindade e o ator transforma-se na personagem.

Nossa vida pessoal e social está cheia desses momentos em que incorporamos personagens. São os chamados papéis sociais, que nos ajudam a desenvolver nossa individualidade.

2. Os papéis sociais A noção de papel social tem sua origem

no teatro, onde atores encenam características e os hábitos de determinada personagem.

Como no teatro, entretanto, percebe-se certa distância entre o que a pessoa é em essência e as atitudes que assume no desempenho de seus papéis sociais.

Criança, socialização e padrão cultural.

Em cada tempo e lugar, haverá um conjunto de papéis sociais destinados aos membros do grupo.

Talcott Parsons – papéis são unidades das estruturas sociais organizadas como um sistema recíproco que orienta comportamentos e expectativas.

Erving Goffman entendia o papel como mediação das relações interpessoais.

Muitos desses papéis são involuntários, pois já se encontram estruturados quando o indivíduo nasce. O sucesso depende da sua adequação a eles.

O cenário e a fachada

O cenário compreende os elementos que complementam a situação de interação – o lugar, os objetos, a mobília, o horário, a comunicação visual que orientam os que estão em interação. O cenário faz parte do ritual e garante a legitimidade.

A fachada é constituída de elementos que o indivíduo mobiliza para, consciente ou inconscientemente, compor, dar forma e auxiliar na execução de sua ação.

A complexidade dos papéis sociais A criança paulatinamente aprende a ser

filho, irmão, neto, vizinho, sobrinho, amigo, etc. À medida que cresce, passará a interagir em grupos maiores, com os quais se relacionará de forma mais esporádica e impessoal. Passará a ser pedestre, morador do campo ou da cidade, membro de uma religião.

Esses papéis são, na maioria das vezes, involuntários e decorrem das condições do seu nascimento e da situação que a família desfruta na sociedade.

O grau de liberdade de uma pessoa depende do nível de abrangência da sociedade à qual o indivíduo pertence.

Nas sociedades mais simples e homogêneas, há poucas opções; nas mais complexas, a possibilidade de escolha é maior.

Ex: um morador de uma comunidade de pescadores e um que nasceu numa cidade grande.

A própria necessidade de sobrevivência leva o indivíduo a aceitar as regras do jogo e a assumir os papéis que dele se espera.

Uns papéis serão assumidos com seriedade, convicção e sinceridade; outros apenas para corresponder às expectativas dos outros e para não sofrer punições. Goffman o classificou como desempenho cínico.

A comunicação e o desempenho dos papéis sociais A comunicação é o elemento básico das

interações e do desempenho dos papéis sociais em todas as suas linguagens – verbal, gestual, corporal, facial. Há falas que constituem verdadeiros atos.

“O réu foi considerado culpado” “Declaro-vos marido e mulher” John Austin – são expressões perfomáticas

Outras têm menos poder – se um paciente recebe a orientação médica para tomar determinado remédio, ele seguirá a recomendação, com receio de que venha a ficar doente. É isso que dá credibilidade à fala do médico.

A forma como o médio lê o nosso exame pode ser mais tranquilizadora do que o diagnóstico em si. Por isso que em nossas comunicações damos valor à comunicação emitida.

SINAL FECHADO Olá, como vai ?

Eu vou indo e você, tudo bem ?Tudo bem eu vou indo correndoPegar meu lugar no futuro, E você ?Tudo bem, eu vou indo em buscaDe um sono tranquilo, quem sabe ...Quanto tempo... pois é...Quanto tempo...Me perdoe a pressaÉ a alma dos nossos negóciosOh! Não tem de quêEu também só ando a cemQuando é que você telefona ?Precisamos nos ver por aíPra semana, prometo talvez nos vejamosQuem sabe ?

Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)Tanta coisa que eu tinha a dizerMas eu sumi na poeira das ruasEu também tenho algo a dizerMas me foge a lembrançaPor favor, telefone, eu precisoBeber alguma coisa, rapidamentePra semanaO sinal ...Eu espero vocêVai abrir! Vai abrir!Por favor, não esqueça, Adeus...

Papéis sociais e status As escolhas permitem sempre um grau

maior de identificação do sujeito com seus papéis.

Quanto mais aberta a sociedade, maior a gama de opções, havendo ainda a possibilidade de criação de novas instituições e novos papéis, o que chamamos de sociedades progressistas, ou não tradicionalistas.

Assistimos constantemente ao surgimento de novas profissões, serviços e papéis sociais dependendo do desenvolvimento tecnológico, das necessidades e da inventividade da sociedade.

Todo papel implica determinada posição num sistema hierarquizado, e a cada posição correspondem determinados deveres, direitos, autoridade e poder, além de acesso a bens e recursos materiais.

Os papéis sociais mais almejados são aqueles que estão no topo da pirâmide, cujo status é mais elevado. Aqueles que dependem de processos seletivos em que a qualificação do indivíduo é avaliada são chamados de papéis conquistados.

Sucesso profissional – prestígio, poder e riqueza

A possibilidade de ascensão ou descida de um indivíduo em determinado sistema de posições social é chamada de mobilidade social.

A mobilidade individual e a possibilidade de ascensão social promovem a rotatividade dos indivíduos nos diferentes cargos, mas não afetam a estrutura social. Seria necessária uma profunda revolução.

Conflitos nos papéis sociais Durante a nossa existência, assumimos

papéis involuntários, voluntários ou mesmo conquistados.

Muitas vezes existe coerência e reciprocidade entre os diversos papéis. Mas nem sempre é possível manter uma integração de condutas, obrigações e deveres, gerando conflito entre os papéis que assumimos.