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IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO Nome (em letra de forma) Nº da turma Assinatura INSTRUÇÕES 1 Identifique-se na parte inferior desta capa. Caso se identifique em qualquer outro local deste caderno, você será eliminado do Processo Seletivo. 2 Este Caderno contém, respectivamente, uma questão discursiva e vinte questões de múltipla escolha . Não destaque nenhuma folha. 3 Na questão discursiva, você será avaliado exclusivamente por aquilo que escrever dentro do espaço destinado à resposta, não devendo, portanto, ultrapassá-lo. 4 Cada questão de múltipla escolha apresenta apenas uma opção de resposta correta . 5 Verifique se o caderno está completo e sem imperfeições gráficas que possam dificultar a leitura. Detectado algum problema, comunique- o, imediatamente, ao fiscal. 6 Escreva de modo legível. Dúvida gerada por grafia, sinal ou rasura implicará redução de pontos durante a correção. 7 Você dispõe de, no máximo, três horas para responder às questões (múltipla escolha e discursiva) e preencher a Folha de Respostas. 8 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade. 9 Antes de retirar-se definitivamente da sala, devolva ao fiscal este Caderno e a Folha de Respostas.

IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO - comperve.ufrn.br · No livro primeiro da Metafísica, Aristóteles afirma que “é preciso adquirir a ciência das primeiras causas (dissemos, com

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IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO

Nome (em letra de forma)

Nº da turma Assinatura

INSTRUÇÕES

1 Identifique-se na parte inferior desta capa. Caso se identifique em qualquer outro local deste caderno, você será eliminado do Processo Seletivo.

2 Este Caderno contém, respectivamente, uma questão discurs iva e vinte questões de múltipla escolha. Não destaque nenhuma folha.

3 Na questão discursiva, você será avaliado exclusivamente por aquilo que escrever dentro do espaço destinado à resposta, não devendo, portanto, ultrapassá-lo.

4 Cada questão de múltipla escolha apresenta apenas uma opção de resposta correta .

5

Verifique se o caderno está completo e sem imperfeições gráficas que possam dificultar a leitura. Detectado algum problema, comunique-o, imediatamente, ao fiscal.

6 Escreva de modo legível. Dúvida gerada por grafia, sinal ou rasura implicará redução de pontos durante a correção.

7 Você dispõe de, no máximo, três horas para responder às questões (múlt ipla escolha e discurs iva) e preencher a Folha de Respostas.

8 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade.

9 Antes de retirar -se definitivamente da sala, devolva ao fiscal este Caderno e a Folha de Respostas.

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Questão Discursiva

Elabore a distinção conceitual entre autocracia e democracia e analise como essas duas formas de regime político se fizeram presentes ao longo da história do moderno Estado republicano no Brasil.

Para rascunho da questão, utilize o verso da capa.

RESPOSTA

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Questões de Múltipla Escolha 01 a 20

Para rascunho, utilize a página 2 e qualquer espaço em branco, a partir desta folha.

01. Assinale a opção que melhor expressa uma visão consensual sobre as funções

gerais de um Estado:

A) impor a ordem interna, defender o território, reprimir o crime e expandir o poder da nação.

B) promover o progresso material da nação e garantir seu lugar na arena internacional.

C) garantir a paz interna, a segurança e o bem-estar da população e a integridade do território nacional.

D) prover bem-estar ao povo, defender as fronteiras, prestar serviços e se inserir na ordem política mundial.

02. Ao estudar o Estado moderno, Max Weber define o poder como a “probabilidade de

impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências”, e a dominação como “a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo”. Segundo Weber, pode-se afirmar como verdadeiro que poder e dominação são fenômenos

A) políticos mutuamente excludentes.

B) político e social, respectivamente.

C) políticos idênticos.

D) políticos distintos, mas complementares. 03. Jean Bodin, Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau definem soberania de

variadas maneiras. Há, porém, semelhanças e diferenças na forma como esses pensadores conceberam a natureza do poder soberano, sua extensão e seus limites. Identifique a opção que melhor expressa uma visão comum aos três autores com relação ao poder soberano:

A) Deve respeitar os limites das leis naturais e divinas.

B) É ilimitado e absoluto, mas necessita do reconhecimento ou consentimento dos súditos ou cidadãos.

C) Não reconhece nenhum limite, exercendo-se sem restrições.

D) Deve respeitar as leis naturais e os contratos privados entre os cidadãos. 04. No estado de natureza, “os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a

todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens.” Há, contudo, uma “única maneira de instituir um tal poder comum (...): Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembléia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado (...).” Essas idéias polít icas correspondem ao pensamento do seguinte filósofo:

A) Marx C) Hobbes

B) Maquiavel D) Rousseau

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05. Na história das idéias políticas, foram elaboradas diversas concepções sobre o

significado da soberania do poder político. A teoria política associou, de forma diferenciada, a soberania com o monopólio da coação física do Estado absolutista, a representação política do poder legislativo e a vontade geral do povo. Marque a opção que indica os pensadores que, respectivamente , defendem as concepções de soberania acima referidas:

A) Rousseau, Bodin e Hobbes

B) Bodin, Hobbes e Locke

C) Montesquieu, Rousseau e Hobbes

D) Hobbes, Locke e Rousseau 06. Assinale a opção que expõe adequadamente o pensamento de Nicolau Maquiavel e

do Barão de Montesquieu acerca das relações entre o poder político e os súditos ou cidadãos de um Estado:

A) Maquiavel aponta o governo misto e os conflitos entre os aristocratas e o povo como o elemento capaz de promover a liberdade política; em Montesquieu, tal elemento é representado pela existência de “poderes intermediários” e pela separação entre as três funções do poder político.

B) Enquanto Maquiavel recomenda o uso da violência e dos meios disponíveis para preservar o poder em qualquer circunstância, Montesquieu preocupa-se com as paixões virtuosas que preservam a liberdade política e previnem o despotismo.

C) Maquiavel aprecia o governante forte, a utilização da violência e do ardil político para conquistar e preservar o poder; Montesquieu valoriza a limitação do poder, os métodos parlamentares e a igualdade social como fundamentos de um Estado equilibrado.

D) Segundo Maquiavel, o bom governo é o governo forte, sob a autoridade de um príncipe despótico; de acordo com Montesquieu, o bom governo é o governo de um monarca com poderes limitados.

07. As democracias se diferenciam das autocracias, entre outras coisas, pela forma como

tratam as chamadas liberdades cívicas. Nas democracias, exceto na vigência do Estado de Sítio ou em caso de guerra civil ou externa, as liberdades cívicas são garantidas:

A) em algumas circunstâncias, limitadamente, enquanto nas autocracias elas são limitadas em todas as circunstâncias.

B) quando os cidadãos as exercem responsavelmente, enquanto nas autocracias esse exercício depende da vontade do governante.

C) em quaisquer circunstâncias, enquanto nas autocracias tais liberdades podem ser exercidas apenas em certas circunstâncias.

D) pelas leis e respeitadas pelo governo, enquanto nas autocracias essas liberdades não têm garantias.

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08. O processo de mundialização do capitalismo, também conhecido por “globalização”,

ensejou a configuração de um mercado mundial e a existência de atores e centros de poder supranacionais. Essas transformações afetaram o papel do Estado moderno como centro de poder e como protagonista da política internacional. Com base nisso, é correto afirmar que:

A) A “globalização” não eliminou a atuação dos Estados nacionais, porém impôs uma redefinição do seu papel frente às suas respectivas sociedades e às relações políticas internacionais.

B) O Estado moderno perdeu por completo a sua soberania diante da “globalização”, nada podendo fazer em relação ao mercado mundial e aos centros de poder mundiais.

C) O Estado moderno manteve integralmente sua soberania diante dos resultados da chamada “globalização”, tendo apenas que fazer adaptações na orientação política adotada pelos seus governantes.

D) A “globalização” trouxe, como uma das suas conseqüências imprevistas, o revigoramento do papel do Estado moderno e a reafirmação do seu poder soberano e da sua primazia política nas relações internacionais.

09. Para alguns sociólogos brasileiros, em especial Florestan Fernandes, a revolução

burguesa no Brasil não seguiu o padrão clássico, porque o desenvolvimento de um capitalismo dependente conferiu certas especificidades à forma política assumida pelo Estado moderno. A partir dessa afirmativa, pode-se dizer que:

A) Ao longo da história brasileira, houve o predomínio da autocracia sobre a democracia, devido à incapacidade das classes dominantes em se tornarem hegemônicas no processo político nacional.

B) As dificuldades de consolidação da democracia no Brasil devem-se à falta de firmeza com que as classes dominantes defendem e aplicam o liberalismo.

C) Nas sociedades em que vigora o sistema capitalista, como a brasileira, o processo de modernização conduz à consolidação da democracia como forma do seu sistema político.

D) O desenvolvimento do capitalismo dependente no Brasil conduz necessariamente a formas autocráticas de governo.

10. Sobre o pluralismo, é correto afirmar:

A) Opõe-se ao liberalismo clássico, que defende a plena liberdade dos indivíduos como condição para limitar o poder absoluto do Estado moderno.

B) É uma concepção política desenvolvida a partir das idéias de Hobbes sobre o contratualismo, que está na origem do Estado moderno.

C) É uma concepção política oposta à concentração e à unificação do poder, que são características da formação do Estado moderno.

D) Iguala-se ao liberalismo, pois ambos se opõem à defesa da soberania absoluta do Estado moderno.

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11. Na obra “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”, Popper afirma que:

A) A teoria platônica, embora afirmando a noção racional de uma República democrática ideal, na qual o líder seria escolhido pelos cidadãos, é, na verdade, a continuação de teses aristotélicas sobre repúblicas democráticas livres.

B) A apropriação do patrimônio aristotélico e platônico realizada por filósofos árabes medievais constitui-se o primeiro grande sinal do avanço totalitário do domínio da consciência rumo ao ocidente livre aberto.

C) A análise econômica e social feita por Marx, embora pertinente em alguns aspectos, torna-se uma apologia do totalitarismo, do historicismo determinista e da crença escatológica e pseudo-religiosa de um paraíso terrestre.

D) O Contrato Social, nos moldes defendidos por Thomas Hobbes, no qual a liberdade é vista como um direito inalienável do indivíduo, torna-se o principal antídoto contra o domínio social de sistemas totalitários atuais.

12. Na Hermenêutica Filosófica de Gadamer, o autor de um texto aparece como um

elemento ocasional. Isso significa que, para aquele filósofo:

A) O hermeneuta deve intencionar reproduzir mentalmente a motivação e a ocasião da produção do texto, no intuito de captar o real sentido do mesmo, realizando uma espécie de "encarnação" textual.

B) O texto, uma vez produzido e publicado, liberta-se de seu autor, possuindo uma vida autônoma, um desenvolvimento posterior inimaginável para o seu criador.

C) O autor de um texto deve ser visto em uma perspectiva temporal, historicamente determinada. Essa compreensão do "aqui e agora" do autor permite ao hermeneuta a exata compreensão do texto dado.

D) O autor é apenas um dos elementos envolvidos na ocasião da produção textual, embora seja o mais importante, pois é a fonte do texto.

13. No livro "Ética a Nicômaco", a distância conceitual, no que se refere à noção de bem,

entre Platão e Aristóteles torna-se visível para o leitor no seguinte aspecto:

A) O Bem moral, para Aristóteles, aparece como a realização plena do homem honrado; para Platão, o Bem é a participação pública do sábio.

B) O Bem aristotélico possui um sentido essencial e formal, ao contrário da noção esboçada de maneira puramente formal por Platão.

C) O Bem, para Aristóteles, possui um sentido polívoco, imanente e realizável, ao contrário do sentido unívoco e transcendental platônico.

D) O Bem, visto na sua forma plena, é, para Aristóteles, a realização de todas as partes da alma e não apenas de sua parte formal, como pregava Platão.

14. Na obra "Metafísica" (livro I, cap. VI), Aristóteles mostra que, semelhantemente aos

filósofos pré-socráticos na busca pelos princípios das coisas, Platão também possui uma limitação teórica. Essa limitação torna-se visível no seguinte aspecto:

A) Platão tenta harmonizar o pensamento de Parmênides e o de Heráclito.

B) Platão recorre apenas à causa material e formal como princípios absolutos.

C) Platão tenta harmonizar a teoria do demiurgo com a da eternidade da matéria.

D) Platão admite a tese do monismo universal e de uma natureza única material.

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15. “E, com efeito, aquilo que antigamente, agora e sempre temos buscado e sempre tem

sido objeto de dúvida: o que é o Ser?” (Aristóteles, Metafísica , VII, 1028b) equivale:

A) à substância

B) à essência

C) ao divino

D) ao saber 16. No livro primeiro da Metafísica, Aristóteles afirma que “é preciso adquirir a ciência

das primeiras causas (dissemos, com efeito, que sabemos uma coisa quando cremos conhecer sua causa primeira)”. Em seguida, Aristóteles afirma que as causas se dividem em quatro. São elas:

A) essencial, acidental, necessária, universal

B) física, metafísica, lógica, política

C) material, formal, eficiente, final

D) atual, potencial, real, ideal 17. “Para Hegel um outro pressuposto que tem necessariamente de presidir à empresa

da filosofia é o conceito de absoluto, colhido inicialmente em Schelling. Com ele pode a filosofia assegurar desde logo o seu propósito de apresentar a razão como poder unificador. A razão irá certamente vencer o estado de bipartição para a qual o princípio da subjetividade arrastou não só a própria razão como “todo o sistema das condições de vida”. Com a sua crítica, apontada diretamente aos sistemas filosóficos de Kant e Fichte, pretende Hegel atingir igualmente a autocompreensão da modernidade que se exprime naqueles sistemas. Ao criticar as oposições filosóficas de natureza e espírito, sensibilidade e entendimento, entendimento e razão, razão teórica e razão prática, faculdade de julgar e imaginação, eu e não-eu, finito e infinito, saber e crença, ele pretende encontrar uma resposta para a crise da bipartição da própria vida.” (J. Habermas, O Discurso Filosófico da Modernidade , p. 31)

Na filosofia de Hegel, idealismo e razão são, respectivamente :

A) subjetivo, ontológico

B) objetivo, gnoseológico

C) absoluto, gnoseológico

D) absoluto, ontológico 18. Segundo H. G. Gadamer, a hermenêutica é:

A) método das ciências do espírito

B) aspecto universal de filosofia

C) instrumento de interpretação filológico-filosófico

D) modo de pensar “originariamente” todo o “dito” num “dizer”

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19. Em “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos” (volume I), Karl Popper distingue as

“primitivas sociedades tribais” das “sociedades democráticas”. Para o autor, a maioria das sociedades tribais tem como características:

A) a atitude mágica ou irracional para com os costumes da vida social e a rigidez desses costumes.

B) o funcionamento das instituições é baseado na responsabilidade pessoal e a relação entre seus membros é despersonalizada.

C) as relações interpessoais são biológicas e os costumes e tradições se alteram segundo os interesses individuais de seus dirigentes.

D) o caráter sempre abstrato dos costumes da vida social e a correspondente necessidade de justificações universais desses costumes.

20. Em “Uma Teoria da Justiça”, John Rawls distingue o conceito de justiça e as

concepções de justiça. Ao se reportar a instituições sociais, Rawls afirma que: uma instituição é justa quando

A) garante que a distribuição de riquezas seja produto de transações voluntárias, não coercitivas, entre indivíduos que têm, cada um, direito igual de dispor livremente de seu próprio corpo e de sua propriedade legitimamente adquirida.

B) estabelece que cada um pode apropriar-se legitimamente de alguma coisa não pertencente anteriormente a ninguém, desde que o bem-estar de nenhum outro indivíduo não seja diminuído por isso.

C) opera segundo a fórmula “a maior felicidade do maior número de pessoas”, ou seja, quando trata de maximizar o bem-estar coletivo, definido como a soma do bem-estar dos indivíduos que compõem a coletividade considerada.

D) não opera nenhuma distinção arbitrária entre pessoas na atribuição dos direitos e deveres e quando determina um equilíbrio adequado entre as reivindicações conflitantes referentes às vantagens da vida social.

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