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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO Karina Aparecida de Abreu Tonani Ribeirão Preto 2008 Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas e bactérias em esgoto bruto e tratado da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto – SP.

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

Karina Aparecida de Abreu Tonani

Ribeirão Preto 2008

Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas e bactérias em esgoto bruto e tratado da Estação de Tratamento de Esgoto de

Ribeirão Preto – SP.

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KARINA APARECIDA DE ABREU TONANI

Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas e bactérias em esgoto bruto e tratado da Estação de Tratamento de Esgoto de

Ribeirão Preto – SP.

Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Enfermagem em Saúde Pública. Área de Concentração: Enfermagem em Saúde Pública. Inserida na linha de pesquisa: Saúde Ambiental

Orientador: Susana Inés Segura-Muñoz

Ribeirão Preto 2008

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Catalogação na Publicação Serviço de Documentação da Enfermagem

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Tonani, Karina Aparecida de Abreu

Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas e bactérias em esgoto bruto e tratado da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto / Karina Aparecida de Abreu Tonani; orientadora Susana Inés Segura Muñoz. -- Ribeirão Preto, 2008. 179f.

Dissertação (Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde Pública. Área de Concentração: Saúde Ambiental) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

1. Metais Pesados. 2. Parasitas. 3. Bactérias. 4.Tratamento biológico de esgoto. 5.Ribeirão Preto

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FOLHA DE APROVAÇÃO Karina Aparecida de Abreu Tonani

Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre.

Área de Concentração: Saúde Ambiental Aprovado em: ___/___/_______

Banca Examinadora Prof. Dr.____________________________________________________________________

Instituição:______________________________________Assinatura:__________________ Prof. Dr.____________________________________________________________________

Instituição:______________________________________Assinatura:__________________ Prof. Dr.____________________________________________________________________

Instituição:_______________________________________Assinatura:_________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais (Clésio e Neide) e ao meu marido Fabiano que lutaram no dia-dia para

tornar real o meu sonho. Sabemos que não foi fácil, mas eu espero conseguir retribuir no passar dos anos

todo o investimento que em mim foi confiado.

A ajuda de vocês também se fez presente no decorrer deste trabalho, muitas vezes numa torcida tímida, mas

que escapava em um sorriso de incentivo, pois o grande auxílio às vezes está presente em um pequeno gesto,

mas o suficiente para me encorajar a não desistir da luta.

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é, essencialmente, reconhecer que precisamos sempre de alguém, em algum momento de nossas vidas. Todas as pessoas abaixo descritas participaram da confecção deste trabalho, de uma forma ou de outra. Sem a ajuda de cada um deles, simplesmente tudo teria sido muito mais difícil.

• Agradeço em primeiro lugar a Deus por possibilitar que eu esteja nesse mundo, e tendo a oportunidade de obter uma pós-graduação e conseqüentemente realização deste trabalho.

• À toda a minha família, meu pai, minha mãe, meu irmão, minha irmã e meu marido, pelo apoio

prestado em todas as horas, principalmente naquelas mais difíceis onde passou em minha cabeça a vontade de desistir, mas para minha felicidade vocês estavam por perto para me incentivar, e me fazer perceber que os obstáculos são presentes em todas as fases de nossa vida, e são mais visíveis naquelas de maior importância, onde vencer essas barreiras resulta em uma grande conquista;

• À Fundação de Aparo à Pesquisa (FAPESP), pela bolsa de mestrado e apoio financeiro concedido

para a realização deste estudo;

• À minha orientadora Profa. Dra. Susana Inés Segura- Muñoz, pessoa especial que é, por ter me aceitado como sua orientanda, por ter paciência, tolerância, calma e sabedoria ao lidar comigo em situações que me foram muito provadoras, por me atender sempre que precisei e por compartilhar sua sabedoria, conhecimento e me feito ver a grandiosidade do mundo cientifico que nos rodeia. Você passou de mestre a grande amiga, e que sempre soube através de um sorriso amigo e palavras acolhedoras me incentivar nos momentos de maior dificuldade; sua ajuda foi importante não só para o aprendizado, mas também para o meu crescimento como pessoa, por elevar a minha auto-estima todas as vezes que pensei não ser capaz;

• Aos professores doutores Angela Maria Magosso Takayanagui e Gutemberg Neto Rocha,

componentes da Banca do Exame de Qualificação, por enriquecer esta pesquisa com sábias contribuições;

• À professora Dra. Angela Maria Magosso Takayanagui, por toda dedicação e atenção prestada, por

todo o carinho e paciência para guiar meus passos em todo esse longo caminho. Após esse trabalho ganhei uma grande amiga que certamente estará pronta a me auxiliar em todos os momentos que eu precisar durante a trajetória de minha vida profissional;

• À Biomédica Tânia Maria Beltramine Trevilato, do Laboratório de Pediatria Setor de Metais do

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a quem tenho muita admiração, respeito e carinho. Agradeço toda sua ajuda tanto no sentido moral, emocional quanto pela imensa ajuda nas análises de metais pesados.

• À amiga Márcia, pelos ensinamentos, conselhos, carinhos e estímulos em mais esta grande jornada

que hoje se finda; • Às aprimorandas Priscila e Vânia, pela colaboração, pelo companheirismo e pelo grande apoio nas

horas de desalento; • Às engenheiras Karina e Thaís, pelo apoio durante as coletas, pela dedicação, carinho, amizade,

paciência e ajuda nos momentos tão necessários em todo o decorrer de minha jornada até esta conquista;

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• Ao engenheiro Carlos, responsável pela operação da ETE-Ribeirão Preto pela confiança e pela

ajuda prestada; • À todos funcionários da ETE-Ribeirão Preto, que diretamente ou indiretamente colaboraram nos

dias de coleta;

• À grande amiga Meire Nikaido, pelo companheirismo em toda essa jornada, pelo carinho, amizade e pelos muitos momentos de alegria em que passamos juntas;

• À Fabiana Julião, pela ajuda, mesmo sem me conhecer teve a disponibilidade, paciência e carinho

na leitura da dissertação; • Ao Professor Dr. Moacyr Lobo Júnior, que contribuiu na decisão dos períodos das coletas, por toda

dedicação, ajuda e atitudes certas em horas incertas; • Aos bolsistas do Laboratório de Saúde Ambiental, Pricilla, Kamila, Geórgia, Ariane, Renato,

Victor, Osmar, Glauco, Bárbara, Jamyle, Eliana, Claudia, Janaina, Juliana; grandes companheiros nos momentos difíceis, pelos momentos compartilhados e por tornarem um ambiente de trabalho mais agradável;

• À todos os professores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, que contribuíram para o meu

crescimento intelectual e pessoal. E a todos os técnicos e demais profissionais dessa entidade que direta ou indiretamente ajudam os alunos nessa grande jornada pela colaboração e apoio;

• À Sirley, Rosana e Augusto, pela ajuda e por toda colaboração em todos os momentos em que

precisei; • Às funcionárias da Seção de Pós-Graduação da EERP-USP; • Ao pessoal do Laboratório de Fisiologia da EERP-USP pela amizade, compreensão e ajuda

prestadas para que eu pudesse desenvolver as técnicas; • À Adelina e Pedro, do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto pela

amizade e por serem prestativos em todos os momentos que precisei; • Agradeço a todas as grandes e verdadeiras amizades que conquistei nessa etapa de minha vida. É

certo que conhecemos muitas pessoas, algumas com o tempo nos esquecemos, pois não nos marcou o suficiente para serem lembradas, outras pelo contrário nunca caem no esquecimento por terem feito parte de cada grande momento, por estarem presente em cada riso e em cada lágrima.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

RESUMEN

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS

LISTA DE SIMBOLO

APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 36

1.1 Saneamento básico: histórico......................................................................................... 39

1.2 Evolução histórica do saneamento básico no Brasil e no estado de São

Paulo.....................................................................................................................................

43

1.3 Saneamento básico em Ribeirão Preto - SP................................................................... 52

1.4 Caracterização dos metais pesados, parasitológica e bacteriológica do

esgoto...................................................................................................................................

55

1.4.1 Metais pesados............................................................................................................ 55

1.4.2 Principais parasitas patogênicos em água e esgoto..................................................... 65

1.4.3 Principais bactérias em água e esgoto......................................................................... 70

1.5 Esgoto sanitário e seu tratamento................................................................................... 71

1.6 Funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto –

SP………………………………………………………………………….........................

76

2. OBJETIVOS................................................................................................................... 82

2.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 83

2.2 Objetivos Específicos..................................................................................................... 83

3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 84

3.1 Delineamento da Pesquisa............................................................................................ 85

3.2 Procedimento Metodológico.......................................................................................... 85

a) Local de Estudo............................................................................................................ 85

b) Coleta das amostras..................................................................................................... 88

3.3 Preparação das amostras e dosagem.............................................................................. 89

a) Leitura de pH e temperatura......................................................................................... 89

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b) Análise de metais pesados............................................................................................... 89

b1) Curva de calibração................................................................................................... 90

b2) Validação dos métodos.............................................................................................. 91

b3) Análise de dados........................................................................................................ 91

c) Destino final do resíduo gerado................................................................................... 92

d) Análise Parasitológica..................................................................................................... 93

d1) Coleta das amostras................................................................................................... 93

d2) Preparo das amostras................................................................................................. 93

e) Análise de coliformes totais e fecais................................................................................ 95

e1) Coleta das amostras.................................................................................................... 95

e2) Preparação das amostras............................................................................................ 95

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 99

4.1 Metais pesados............................................................................................................... 99

4.2 Concentração Parasitológica.......................................................................................... 114

4.3 Coliformes Totais e Fecais............................................................................................. 121

5. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 127

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 130

7. REFERÊNCIAS............................................................................................................. 133

8. ANEXOS......................................................................................................................... 152

Anexo A - Autorização da empresa Ambient – Serviços Ambientais de Ribeirão Preto

S/A

Anexo B – Exemplos dos controles da Austrália utilizados (validação do método) na

análise de metais pesados

9. APÊNDICES...................................................................................................................

Apêndice A – Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas na

entrada e saída da ETE-Ribeirão Preto/SP, 2006-2007

Apêndice B - Valores do pH e temperatura do esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão

Preto, de acordo com seus respectivos dias durante 2006 a 2007

Apêndice C - Valores da vazão da ETE-Ribeirão Preto, de acordo com seus respectivos

dias, durante outubro2006/outubro 2007

Apêndice D – Valores do índice pluviométrico do período de um ano (10/2006 –

10/2007)

157

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Apêndice E - Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de

entrada e saída, no mês de outubro de 2006 a fevereiro de 2007, segundo os dias de

coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto - SP

Apêndice F - Resultados da análise de coliformes totais e coliformes fecais no ponto de

entrada e saída da ETE-Ribeirão Preto (2006-2007)

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RESUMO

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RESUMO Tonani, K.A.A. Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas e bactérias em esgoto bruto e tratado da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto, SP. 2008.179 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

Nos países em desenvolvimento, onde podemos encontrar áreas urbanas densamente povoadas com precárias condições de saneamento básico, o esgoto sem tratamento é responsável por um grande número de doenças de veiculação hídrica. Além da carga microbiológica (bactérias, vírus, ovos/larvas de helmintos e protozoários), pode também conter diversos poluentes químicos que afetam a saúde humana, dentre eles os metais pesados. Este estudo teve como objetivo avaliar os níveis de metais pesados, bem como identificar e quantificar parasitas e coliformes totais e fecais em efluentes urbanos, antes e após o tratamento de esgoto pelo sistema lodos ativados da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto (ETE-RP). A ETE-RP recebe e trata cerca de 57% do esgoto gerado no município de Ribeirão Preto, desde novembro de 2002. O presente estudo foi desenvolvido no Laboratório de Saúde Ambiental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, com a colaboração do Laboratório de Pediatria Setor de Metais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/FMRP/USP. As amostras foram coletadas durante um ano (de outubro de 2006 a outubro de 2007). No esgoto bruto e tratado foram analisados os seguintes metais: Cd, Cu, Cr, Mn, Pb e Zn, utilizando técnicas de espectrofotometria, como: Espectrofotometria de Absorção Atômica acoplado a Forno de Grafite (EAA-FG) e Espectrofotometria de Absorção Atômica de Chama (EAA-Chama). A análise parasitológica foi realizada em câmara de Sedgwick-Rafter. Já as análises bacteriológicas foram realizadas utilizando-se o método Colilert® (Tubos Múltiplos). Com os dados obtidos verificou-se que os níveis de metais pesados presentes nas amostras de esgoto tratado estão dentro dos valores estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 357/2005 que estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e pelo Decreto Estadual (SP) nº. 8468/76. Verifica-se que o processo promove a remoção parcial dos parasitas considerados como possíveis indicadores nas diretrizes da OMS. Observou-se que houve uma remoção de 90 % na concentração de coliformes totais e fecais, conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº 8468 (SP), de 8 de setembro de 1976 e pela Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 do Conama (SÃO PAULO. CETESB, 1974; BRASIL. CONAMA, 2005). Este estudo representa a primeira caracterização parasitária e bacteriológica do esgoto coletado na ETE-RP e uma avaliação da remoção mediante o referido sistema de tratamento de esgoto, visando à geração de informações que contribuam com a gestão ambiental não só no nível municipal, e sim, no âmbito regional, nacional e internacional, sob a ótica da saúde pública.

Palavras-chave: Metais pesados, parasitas, bactérias, tratamento biológico de esgoto, Ribeirão Preto.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

Tonani, K.A.A. Identification and quantification of heavy metals, parasites and bacteria in urban wastewater before and after treatment in the Sewage Treatment Station of Ribeirão Preto, S.P. 2008. 179 f. Master’s Thesis – University of São Paulo at Ribeirão Preto, College of Nursing in Ribeirão Preto. In developing countries there are densely populated urban areas with fragile public sanitation systems where urban effluents without treatment are responsible for several waterborne diseases. Effluents do not only carry a microbiological load (bacteria, virus, eggs/larvae of helminthes and protozoa), but their constituent elements can contain various kinds of chemical pollutants that affect human health, among them heavy metals. This study aimed to evaluate heavy metals levels and identify and quantify parasites and coliforms in urban wastewater before and after treatments by means of the activated sludge system at the Sewage Treatment Station of Ribeirão Preto (STS-RP). The STS-RP receives and treats almost 57% of total sewage generated in Ribeirão Preto city, since November 2002. This study was developed in the Environmental Health Laboratory at the College of Nursing/USP, with the Metals Sector at the Pediatrics Laboratory of the Ribeirão Preto Medical School University Hospital/USP. The samples were collected October 2006 until October, 2007. Cd, Cu, Cr, Mn, Pb and Zn were analyzed in untreated and treated effluents, user Spectrophotometer Techniques, Graphite Furnace Atomic Absorption Spectrophotometer/GF-AAS and Acetylene Flame Atomic Absorption Spectrophotometer/AF-AAS. Parasitological analysis was performed using Sedgwick-rafter Chamber, was used the Colilert Technique and for bacteriological analysis. The data showed that heavy metals levels in treated effluents remain within the levels established by national resolutions (Res. CONAMA nº357/2005 and Decreto Estadual nº8468/1976). The process promotes the partial removal of parasites considered as possible incators in WHO guidelires. A removal observed in total and fecal coliforms levels, in conformiry with Decreto Estadual nº 8468/76 (SP), issued on September 8th 1976, and with Conama, Resolution nº 357/2005, issued on March 17th 2005. This study represent the first characterization of parasites and bacteria in effluent collected at STS-RP and an initial evaluation of the chemical and microbiological removal capacity of the biological treatment system, aiming to gencrate information for the authorities responsible for environmental management at municipal, regional, national and international level, wthin a public health. Key words: Heavy metals, parasites, bacteria, biological treatment of wastewater, Ribeirão Preto

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RESUMEN

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RESUMEN Tonani, K.A.A. Identificación y cuantificación de metales pesados, parásitos y bactérias en aguas residuales de la Estación de Tratamiento de Efluentes de Ribeirão Preto, SP. 2008. 179 f. Tesis (Maestría) – Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto, Universidad de São Paulo, Ribeirão Preto.

En los países en desarrollo, donde podemos encontrar áreas urbanas densamente

pobladas con condiciones precarias de saneamiento básico, las aguas residuales sin tratamiento son responsables por un gran número de enfermedades de transmisión hídrica. Además, de la carga microbiológica (bacterias, virus, huevos/larvas de helmintos y protozoarios), pueden contener también, diversos poluentes químicos que afectan la salud humana, como los metales pesados. Este estudio tuvo como objetivo evaluar los niveles de metales pesados, la identificación y cuantificación de parásitos y coliformes fecales en efluentes urbanos antes y después del tratamiento por el sistema de lodos activados de la Estación de Tratamiento de Efluentes de Ribeirão Preto (ETE-RP). La ETE-RP recibe y trata cerca de 57% de las aguas residuales generadas en el municipio de Ribeirão Preto, desde noviembre de 2002. El presente estudio fue desarrollado en el Laboratorio de Salud Ambiental de la Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto/USP, con a colaboración del Sector de Metales del Laboratorio de Pediatría- del Hospital de Clínicas de la Facultad de Medicina de Ribeirão Preto/FMRP/USP. Las muestras fueron colectadas durante un año (octubre/2006 a octubre de 2007). En el efluente bruto y tratado fueron analizados los siguientes metales: Cd, Cu, Cr, Mn, Pb y Zn, utilizando técnicas de espectrofotometría, como: Espectrofotometría de Absorción Atómica acoplado a Horno de Grafito (EAA-FG), Espectrofotometría de Absorción Atómica de Llama (EAA-Llama). El análisis parasitológico fue realizado en la cámara de Sedgwick-Rafter. El análisis bacteriológico fue realizado utilizando el método de Colilert (Tubos Múltiples). Con los datos obtenidos se verificó que los niveles de metales pesados presentes en las muestras del efluente tratado están dentro de los valores establecidos por la Resolución del Consejo Nacional do Medio Ambiente (CONAMA) nº. 357/2005 que establece las condiciones y padrones de lanzamiento de efluentes y por el Decreto Estadual nº. 8468/76 (SP). Se verifica que el proceso promueve la remoción parcial de los parásitas consideredos como posibles indicadores en las directivas de la OMS. Se observó de coniformes totales e fecales, conforme estabelecido por el Resolución Decreto Estadual nº. 8468/76 (SP), de 8 de Septiembre de 1976 y por la Resolución CONAMA, de 17 de marzo de 2005. Este estudio representa la primera caracterización parasitaria y bacteriológica de agua residual colectada en la ETE-RP y una evaluación de la remoción mediante el referido sistema de tratamiento de efluentes, visando la generación de informaciones que contribuyan con la gestión ambiental no solo a nivel municipal sino también, en el ámbito regional, nacional e internacional, bajo la óptica de la salud pública.

Palabras claves: Metales pesados, parásitos, bactérias, tratamiento biológico de agua residual, Ribeirão Preto.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estimativas do percentual de cobertura de água e saneamento no Brasil

para o ano 2015.......................................................................................................... 46

Figura 2 – Total de esgoto tratado e coletado – Brasil 2000...................................... 48

Figura 3 – Tempo previsto para se atingir as metas de água e saneamento básico.... 49

Figura 4 – Estação de Tratamento de Esgoto Caiçara-Ribeirão Preto/SP.................. 53

Figura 5 - Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto/SP........................... 54

Figura 6 – Localização e fotografia aérea da Estação de Tratamento de Esgoto de

Ribeirão Preto/SP (ETE-RP)..................................................................................... 52

Figura 7 – Sólidos nos esgotos................................................................................... 72

Figura 8 – Fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto/SP

SP................................................................................................................................ 76

Figura 9 – Poço de chegada da ETE-Ribeirão Preto................................................. 77

Figura 10 – Vista parcial do gradeamento intermediário e fino da ETE-Ribeirão

Preto............................................................................................................................ 78

Figura 11 – Vista parcial do desarenador e desengordurador da ETE-Ribeirão

Preto............................................................................................................................ 78

Figura 12 – Vista parcial dos decantadores primários da ETE-Ribeirão Preto.......... 79

Figura 13 – Vista parcial dos reatores biológicos da ETE-Ribeirão Preto................ 79

Figura 14 – Vista parcial do decantador secundário da ETE-Ribeirão Preto............ 80

Figura 15 – Fonte de Saída da ETE-Ribeirão Preto .................................................. 80

Figura 16 – Silo de estocagem da ETE-Ribeirão Preto.............................................. 81

Figura 17 – Localização do município de Ribeirão Preto.......................................... 86

Figura 18 - Localização da ETE-Ribeirão Preto................................................... 87

Figura 19 – Coleta de esgoto bruto e tratado na obra de chegada e saída da ETE-

Ribeirão Preto/SP....................................................................................................... 88

Figura 20 – Espectrofotômetro de Absorção Atômica do Laboratório de Pediatria-

Setor de Metais do Hospital das Clínicas da FMRP/USP......................................... 90

Figura 21 – Exemplo do traçado da curva de calibração para dosagem dos

diferentes metais......................................................................................................... 91

Figura 22 – Câmara de Sedgwick-Rafter................................................................... 94

Figura 23 – Preparo das diluições decimais............................................................... 96

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Figura 24 – Leitura dos coliformes totais e fecais pelo Método Colilert após 24

horas de incubação..................................................................................................... 96

Figura 25 – Variações das concentrações de Cu e Cr no esgoto bruto e tratado da

ETE-Ribeirão Preto 2006/2007................................................................................. 102

Figura 26 – Variações das concentrações de Cd e Mn no esgoto bruto e tratado da

ETE-Ribeirão Preto 2006/2007.................................................................................. 103

Figura 27 – Variações das concentrações de Zn e Pb no esgoto bruto e tratado da

ETE-Ribeirão Preto 2006/2007.................................................................................. 104

Figura 28 – Porcentagem de remoção dos níveis médios de metais da entrada

esaída da ETE-Ribeirão Preto.................................................................................... 105

Figura 29 – Comparação de concentração de metais pesados obtidos por Oliveira

(2006) e concentrações obtidas no presente estudo, ambas realizadas na ETE-

Ribeirão Preto............................................................................................................. 108

Figura 30 – Representação gráfica da correlação entre pH e concentração de

metais pesados na entrada e saída da ETE-Ribeirão Preto......................................... 109

Figura 31 – Representação gráfica da correlação entre vazão e concentração de

metais pesados na entrada e saída da ETE-Ribeirão Preto......................................... 111

Figura 32 – Níveis de metais pesados detectados no esgoto bruto e tratado da ETE-

Caiçara e ETE-Ribeirão Preto................................................................................................

113

Figura 33 - Parasitas prevalentes no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto 115

Figura 34 – Frequência parasitária total (nº de organismo/ml) e densidade

parasitária (nº de organismos/L) no efluente não tratado e tratado da ETE-Ribeirão

Preto no período de um ano........................................................................................ 117

Figura 35 – Porcentagem da remoção parasitária pelo sistema lodos ativados da

ETE-Ribeirão Preto.................................................................................................... 120

Figura 36 – Avaliação do número mais provável de coliformes totais e fecais

detectados nas amostras de esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto no

período de um ano...................................................................................................... 123

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Evolução histórica dos aspectos de saúde pública e meio ambiente no

setor de saneamento no Brasil.................................................................................. 44

Tabela 2 – Déficit na oferta de saneamento básico no Brasil (2003)....................... 46

Tabela 3 – Evolução do acesso de água potável.................................................... 47

Tabela 4 – Evolução do acesso ao saneamento adequado................. ..................... 48

Tabela 5 – Sobrevivência dos helmintos intestinais nas águas residuárias, solo e

plantações................................................................................................................. 65

Tabela 6 – Agentes infecciosos presentes em águas residuárias domésticas sem

tratamento................................................................................................................. 73

Tabela 7 – Concentração média de alguns microrganismos no esgoto bruto dos

Estados Unidos......................................................................................................... 74

Tabela 8 – Limitações de descarga para estações de tratamento de esgoto............. 92

Tabela 9 – Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas na

entrada do efluente bruto na ETE-Ribeirão Preto – SP............................................ 100

Tabela 10 - Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas na

saída do esgoto tratado na ETE-Ribeirão Preto – SP............................................... 100

Tabela 11 – Percentual da remoção de metais no efluente não tratado e tratado de

várias ETEs e do presente estudo............................................................................. 106

Tabela 12 – Comparação dos níveis de metais do corpo de água pertencente à

classe 4 da Resolução CONAMA 357/05 e os valores médios obtidos no efluente

não tratado e tratado por Oliveira (2006) e no presente estudo............................... 107

Tabela 13 – Níveis de metais pesados (mg L-1) detectados no efluente não

tratado e tratado da ETE Caiçara e ETE-Ribeirão Preto.......................................... 112

Tabela 14 – Valor médio (ml e L) dos parasitas encontrados no efluente tratado e

não tratado da ETE-Ribeirão Preto no período de um ano...................................... 116

Tabela 15 – Resultados da análise de coliformes totais e fecais no efluente não

tratado e tratado da ETE-Ribeirão Preto de uma ano (2006/2007).......................... 122

Tabela 16 – Número de coliformes totais e fecais na água do Córrego Ribeirão

Preto na estação seca expresso em NMP/100ml...................................................... 124

Tabela 17 - Número de coliformes totais e fecais na água do Córrego Ribeirão

Preto na estação chuvosa expresso em NMP/100ml................................................ 125

Page 23: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APHA American Public Health Association

ATSDR Agency for Toxic Substances and Disease Registry

CBVA Curso Básico de Vigilância em Saúde

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CETERP Central Telefônica de Ribeirão Preto

COMASP Companhia Metropolitana de Água de São Paulo

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DAE Departamento de Água e Esgoto

DAERP Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto

DAET Departamento de Água, Esgotos e Telefonia

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

ETEs Estações de Tratamento de Esgotos

ETE-RP Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto

ETE-CAIÇARA Estação de Tratamento de Esgoto Caiçara

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FESB Fomento Estadual de Saneamento Básico

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

HCFMRP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

HSDB Hazardous Substances Data Bank

HAZARDTEXT Hazard Management

IBGE

IDH

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Índice de Desenvolvimento Humano

ILO International Labour Organization

LP Laboratório de Pediatria

MEDITEX Medical Management

OMS Organização Mundial da Saúde

PLANASA Plano Nacional de Saneamento

PNAD Programa Nacional por Amostra de Domicílios

PNSB

PNUD

Pesquisa Nacional de Saneamento

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Page 25: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

RAE Repartição de Águas e Esgotos

RDH

RMSP

Relatório de Desenvolvimento Humano

Região Metropolitana de São Paulo

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SAE Serviço de Água e Esgoto

SANESP

SANEBASE

SANEVALE

SEMA

SBS

Companhia Metropolitana de Saneamento de São Paulo

Secretaria de saneamento e Energia

Saneamento do Vale do Paraíba

Secretaria Especial de Meio Ambiente

Saneamento da Baixada Santista

SNIS Sistema Nacional de Informações em Saneamento

RMSP Região metropolitana de São Paulo

WHO World Health Organization

Page 26: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

LISTA DE SÍMBOLOS

Page 27: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

LISTA DE SÍMBOLOS

Ag Prata

As Arsênio

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO Demanda Química de Oxigênio

EAA-Chama Espectrofotômetro de Absorção Atômica com Chama

EAA-FG Espectrofotômetro de Absorção Atômica com Forno de Grafite

Cd Cádmio

Co Cobalto

Cr Cromo

Cu Cobre

Fe Ferro

ha Hectares

I2 Iodo

Hg Mercúrio

KH2PO4 Fosfato de Monopotássio

KI Iodeto de potássio

MgCl26H2O Cloreto de Magnésio

Mn Manganês

MUG 4-metil-umbeliferil

Ni Níquel

ONPG O-Nitrofenil

Pb Chumbo

q.s.p Quantidade Suficiente para

Sb Antimônio

SST Sólidos suspensos totais

Zn Zinco

Page 28: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

APRESENTAÇÃO

Page 29: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

APRESENTAÇÃO O presente estudo é sobre o Tratamento de Esgoto pelo Sistema de lodos ativados no

município de Ribeirão Preto-SP, avaliando a remoção dos metais pesados, parasitas e

bactérias. A idéia de realização do projeto partiu dos estudos da Linha de Pesquisa em Saúde

Ambiental, pela Profa. Dra. Susana Inés Segura Muñoz, que liderava um projeto intitulado:

“Distribuição espacial e variação temporal de metais pesados na área de influência do

aterro sanitário e antigo incinerador de resíduos sólidos de Ribeirão Preto, SP”. Colaborei

neste projeto desde 2005, ano em que realizei o aprimoramento no Laboratório de Pediatria,

onde passei por diferentes treinamentos: Coleta de Amostras, Laboratório de Toxicologia,

Laboratório de Urgência e o Setor de Metais onde desenvolvi as atividades por maior tempo.

Uma vez finalizado o referido projeto, foi estruturado o estudo intitulado: “Remoção

de parasitas, bactérias e metais pesados em esgoto submetido a tratamento por lodos

ativados”, o qual obteve financiamento pela FAPESP, no Programa de Apoio a Jovem

Pesquisador (Processo nº 06/55788-8).

A partir desse projeto foi elaborado o presente estudo de mestrado, estruturado em seis

partes: introdução, objetivos, material e métodos, resultados e discussão, conclusão e

considerações finais.

Na introdução são apresentados no contexto da saúde pública os seguintes conceitos:

qualidade de vida, saúde, promoção de saúde, saneamento, esgoto sanitário, situação do

saneamento básico e tratamento de esgoto no Brasil, no estado de São Paulo e Ribeirão Preto,

o foco do estudo.

No presente estudo é apresentado a infra-estrutura de uma estação de tratamento de

esgoto, abordando aspectos relacionados aos constituintes químicos, os metais pesados e os

constituintes parasitológicos e bacteriológicos. No final da introdução é enfatizado a realidade

do Município de Ribeirão Preto, tendo descrito a evolução histórica e a situação atual. Em

seguida são apresentados os objetivos do trabalho.

Posteriormente é apresentada a metodologia que compreende a descrição do local de

estudo, a amostragem, as dosagens de metais, as análises parasitológica e bacteriológica em

amostras de esgoto bruto e tratado; mediante as diferentes técnicas utilizadas.

Na seguinte seção são apresentados os resultados obtidos e a discussão. Os resultados

obtidos da análise dos metais pesados, parasitas e bactérias presentes nas amostras de esgoto

não tratado e tratado, possibilitaram uma análise da remoção destes agentes na estação de

tratamento de esgoto de Ribeirão Preto. A discussão dos resultados obtidos é baseada nas

Page 30: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

recomendações nacionais e internacionais dos valores permitidos de metais pesados, parasitas

e bactérias, no esgoto tratado para descarga nos rios.

A conclusão é feita em tópicos enfatizando os principais resultados da remoção de

metais, parasitas e bactérias, dos valores de acordo com as normas nacionais e internacionais

e também a grande importância em apresentar as informações às autoridades responsáveis

pelo tratamento de esgoto de Ribeirão Preto.

Destaca-se de grande importância o apoio recebido da Fundação de Apoio à Pesquisa

do Estado de São Paulo (FAPESP), do Laboratório de Saúde Ambiental da Escola de

Enfermagem de Ribeirão Preto, do Setor de Metais do Laboratório de Pediatria e Puericultura

do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, do Laboratório de

Fisiologia da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP e da Estação de Tratamento de

Esgoto de Ribeirão Preto, juntamente com o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão

Preto (DAERP).

A partir deste estudo e de trabalhos relacionados foram elaborados artigos para sua

divulgação em revistas científicas. Também foram apresentados resultados de alguns

trabalhos oriundos dessa linha de investigação e de outras correlacionadas em congressos

nacionais e internacionais, tais como:

Artigos publicados em periódicos científicos:

DEVECCHI, GCR; FERREIRA, PC; ABREU, KA; TREVILATO, T.M.B.; SEGURA-

MUÑOZ, SI. “Níveis de alumínio e zinco em água residencial coletada em dois municípios

que possuem diferentes fontes de captação e tratamento no estado de São Paulo”. Rev. O

Mundo da Saúde. v. 30, n. 4, p. 619 out.-dez., 2006.

Artigos encaminhados para publicação:

ANÉCIMO SILVA, R.; SEGURA-MUÑOZ, S. I.; ABREU, K. A.; RODRIGUES, R. B.;

FERRASSINO, M. D. B.; TREVILATO, T. M. B. Adaptation of Ritchie’s Method for

Diagnosing Parasitoses with Minimization of Chemical Products. Parasitology

International. Data de envio: 17 de set. de 2007.

Page 31: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

FERREIRA, P.C.; DEVECCHI, G.C.R.; ABREU, K.A.; CUPO, P.; SEGURA-MUÑOZ, S.I.

Analysis of heavy metal in the water of retirement homes and its relation with elderly health.

Environment International. Data de envio: 24 de set. de 2007.

FERREIRA, M.D.; ABREU, K.A.; FERREIRA, P. C.; ALVES, R.I.S.; SEGURA-MUÑOZ,

S.I. Parasitas e bactérias prevalentes no Córrego Monte Alegre localizado na área de

influência do Aterro Sanitário de Ribeirão Preto. Rev. O Mundo da Saúde. Data de Envio:

20 de set. de 2007.

Artigos resumidos publicados em congressos nacionais e internacionais:

NIKAIDO, M.; ABREU, K.A.; SEGURA-MUÑOZ, S.I. Uso de água residuária tratada na

agricultura: perspectivas no município de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Conferência

Internacional em Saneamento Sustentável: Segurança alimentar e hídrica para a América

Latina. Fortaleza-CE. Realizado no dia 25/10 a 28/11/2007.

FERREIRA, PC; ABREU, KA; SEGURA-MUÑOZ, SI. Apresentação como colaboradora

do trabalho científico: “Pesquisa de parasitas em amostras de água do córrego Ribeirão Preto

no município de Ribeirão Preto-SP”. Trabalho apresentado no 15º Simpósio Internacional de

Iniciação Científica da USP – SIICUSP, de 22 a 23 de Novembro de 2007.

PIAI, KA; NIKAIDO, M; ABREU, KA; TREVILATO, TMB; SEGURA-MUÑOZ, SI.

Apresentação como colaboradora do trabalho científico: “Análise dos níveis de metais em

água subterrânea coletada à montante e à jusante do Aterro Sanitário de Ribeirão Preto, SP,

Brasil”. Trabalho apresentado no 15º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP –

SIICUSP, de 22 a 23 de Novembro de 2007.

DEVICCHI, GCR; ABREU, KA; TREVILATO, TMB; SEGURA-MUÑOZ, SI.

Apresentação como colaboradora do trabalho científico: “Análise de metais em água potável

coletada em casa de repouso de duas cidades do estado de São Paulo”. Trabalho apresentado

no 15º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP – SIICUSP, de 22 a 23 de

Novembro de 2007.

RIBEIRO DE ARAÚJO, GF; ABREU, KA; TAKAYANAGUI, AMM; SEGURA-MUÑOZ,

SI. Apresentação como colaboradora do trabalho científico: “Avaliação do processo de

Page 32: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

abastecimento da água para consumo humano em uma comunidade rural e sua relação com a

saúde”. Trabalho apresentado no 15º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP –

SIICUSP, de 22 a 23 de Novembro de 2007.

FERREIRA, P.C.; ABREU, K. A.; SEGURA-MUÑOZ, S.I. Pesquisa de parasitas em

amostras de água do córrego ribeirão preto no município de Ribeirão Preto – SP. XX

Congresso Brasileiro de Parasitologia. Recife-PE. Realizado nos dias 28/10 a 01/11/2007.

ABREU, K.A.; NIKAIDO, M.; SEGURA-MUÑOZ, S. I. Caracterização parasitológica do

esgoto gerado no município de Ribeirão Preto – SP. XX Congresso Brasileiro de

Parasitologia. Recife-PE. Realizado nos dias 28/10 a 01/11/2007.

ABREU, K. A.; NIKAIDO, M.; TAKAYANAGUI, A. M. M.; SEGURA-MUÑOZ, S.I.

“Importância da Avaliação Parasitológica do Esgoto para a Saúde Pública”.

Apresentação na forma de painel. III Congresso Brasileiro: ICTR 2006 – Gestão Ambiental e

Desenvolvimento Sustentável. Resíduo: Desafio Brasileiro, realizado entre 06 a 09 de agosto

de 2006.

ANÉCIMO SILVA, R.; SEGURA-MUÑOZ, S. I.; ABREU, K. A.; RODRIGUES, R. B.;

FERRASSINO, M. D. B.; TREVILATO, T. M. B. “Adaptação do Método de Ritchie para

o Diagnóstico de Parasitoses com Minimização de Produtos Químicos”. Apresentação em

forma de painel. Joint Event – 3rd International Symposium on Residue Management in

Universities – ISRMU e 4º ENSEQUI – Encontro Nacional de Segurança em Química, de 05

a 08 de novembro de 2006, na USP de São Carlos/SP.

ANÉCIMO SILVA, R.; SEGURA-MUÑOZ, S. I.; ABREU, K. A.; RODRIGUES, R. B.;

FERRASSINO, M. D. B.; TREVILATO, T. M. B. “Adaptación de um Método Analítico

para Diagnóstico de Parasitosis com Minimización de Productos Químicos”.

Apresentação em forma de aula. 13 Convención Científica de Ingenieria y Arquitectura,

realizada entre os dias 28 de novembro a 01 de dezembro de 2006 em La Habana, Cuba. In:

CD Memórias (ISBN: 959-261-248-x).

ABREU, K. A.; NIKAIDO, M.; TAKAYANAGUI, A. M. M.; SEGURA-MUÑOZ, S.I.

“Importancia de la evaluación parasitológica de aguas residuales para la salud pública”.

Page 33: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

Apresentação em forma de painel. 13 Convención Científica de Ingenieria y Arquitectura,

realizada entre os dias 28 de novembro a 01 de dezembro de 2006 em La Habana, Cuba. In:

CD Memórias (ISBN: 959-261-248-x).

FERREIRA, PC; DEVECCHI, GCR; PIAI, KA; ABREU, KA; SEGURA-MUÑOZ, SI.

Apresentação como colaboradora do trabalho científico: “Análise de metais pesados em água

de residências e casas de repouso no município de Ribeirão Preto/SP e sua relação com a

saúde do idoso”. Trabalho apresentado no 14º Simpósio Internacional de Iniciação Científica

da USP – SIICUSP, de 13 a 14 de Novembro de 2006, Centro de Convenções de Ribeirão

Preto, SP.

PIAI, KA; FERREIRA, PC; ABREU, KA; TREVILATO, TMB; SEGURA-MUÑOZ, SI.

Apresentação como colaboradora do trabalho científico: “Aterro Sanitário de Ribeirão Preto,

SP: uma área de risco potencial para poluição dos corpos de água subterrânea”. Trabalho

apresentado no 14º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP – SIICUSP, de 13

a 14 de Novembro de 2006, Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP.

DEVECCHI, GCR; FERREIRA, PC; ABREU, KA; SEGURA-MUÑOZ, SI. Apresentação

como colaboradora do trabalho científico: “Níveis de alumínio e zinco em água residencial

coletada em dois municípios que possuem diferentes fontes de captação e tratamento no

estado de São Paulo”. Trabalho apresentado no 14º Simpósio Internacional de Iniciação

Científica da USP – SIICUSP, de 13 a 14 de Novembro de 2006, Centro de Convenções de

Ribeirão Preto, SP.

FERREIRA, MD; ABREU, KA; SEGURA-MUÑOZ, SI. Apresentação como colaboradora

do trabalho científico: “Parasitas presentes em águas superficiais: Enfoque para a Saúde

Pública”. Trabalho apresentado no 14º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP

– SIICUSP, de 13 a 14 de Novembro de 2006, Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP.

Page 34: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

INTRODUÇÃO

Page 35: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

Introdução____________________________________________________________________ 36

1.0 INTRODUÇÃO

A qualidade de vida de uma população depende do acesso a certos bens de serviços

econômicos e sociais, tais como: emprego e renda, educação básica, alimentação adequada,

bons serviços de saúde, saneamento básico, habitação e transporte de boa qualidade, entre

outros. Além disso, os conceitos de bem-estar e de qualidade de vida variam também de

sociedade para sociedade e de acordo com cada cultura (ADRIANO et al., 2000).

[...] Qualidade de vida e saúde são conceitos que estão muito relacionados. Saúde é o resultado de um processo de produção social que expressa a qualidade de vida de uma população. Assim, a saúde é considerada produto social, isto é, resultado das relações entre os processos biológicos, ecológicos, culturais e econômico-sociais que acontecem em determinada sociedade e que geram as condições de vida das populações (MENDES, 1996, p. 234).

Segundo Adriano et al. (2000, p. 2)

[...] Esse novo conceito de saúde foi reforçado pela Carta de Ottawa, elaborada na I Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada no Canadá, em 1986, quando afirma que as condições e os requisitos para a saúde são a paz, a educação, a moradia, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, a justiça social e a eqüidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946) define saúde como, mais do que

ausência de doença, ou seja, um estado adequado de bem-estar físico, mental e social,

permitindo aos indivíduos identificar e realizar suas aspirações e satisfazer suas necessidades.

Portanto, a idéia de assistência e de cura passa a ser incorporada como um aspecto da

promoção da saúde.

A promoção da saúde é “um processo, através do qual a população se capacita e busca

os meios para conseguir controlar os fatores que favorecem seu bem-estar e o da comunidade

ou que podem estar pondo em risco, tornando-a vulnerável ao adoecimento e prejudicando

sua qualidade de vida” (CARTA DE OTTAWA, 1986, p. 19). Com ações de promoção da

saúde as pessoas passam a ser potencialmente capazes de vir a controlar os fatores

determinantes de sua saúde.

Page 36: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

Introdução____________________________________________________________________ 37

Desta maneira, a construção de indicadores que possibilitem a visão e a integralidade

da relação saúde e ambiente, contribui para o desenvolvimento de ações de promoção e

prevenção, que visem o controle dos riscos ambientais e a melhoria nas condições do meio

ambiente e da saúde da população (SÃO PAULO. SECRETARIA DE ESTADO DA

SAÚDE. CURSO BÁSICO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE. CBVA, 2001).

Esses indicadores fornecem a avaliação das fontes de emissão de poluentes como poluição do

ar e da água, contaminação de solos e alimentos.

A importância da implantação dos serviços de saneamento básico deve ser tratada

como prioridade, sob quaisquer aspectos, na infra-estrutura pública das comunidades. O bom

funcionamento desses serviços implica numa existência com mais dignidade para a

população, pois melhora as condições de higiene, saúde, segurança e conforto

(FERNANDES, 1997).

Saneamento é o conjunto de medidas adotadas para modificar as condições do meio,

prevenir doenças e promover a saúde. Para obter um saneamento adequado é necessário

contemplar uma ampla variedade de atividades básicas, tais como: abastecimento de água,

destino das águas servidas e dos dejetos, destino do lixo, controle de animais vetores

(mosquitos, caramujos, entre outros) de doenças e saneamento de alimentos, habitação, local

de trabalho, escolas, locais de banho e em épocas de emergência (VIEL, 1994).

Uma outra definição de saneamento explicita ser essa ação “o conjunto de medidas

que visam modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e

promover a saúde” (MENEZES, 1984, p.26). Porém, Moraes (1993) descreve uma definição

mais precisa, onde passa a introduzir o conceito de salubridade ambiental. Assim, para esse

autor, saneamento é o conjunto de ações e medidas que visam à melhoria da salubridade

ambiental, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Nesse sentido, a noção

de saneamento está ligada à higiene, uma vez que a palavra higiene significa algo relativo à

saúde (FERREIRA, 2000). De fato, a noção de saneamento relaciona-se, também, à noção de

saúde.

Moraes (1993), também complementa como definição de saneamento básico:

[...] O conjunto de ações, entendidas fundamentalmente como de saúde pública, compreendendo o abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e o conforto, com qualidade compatível com os padrões de potabilidade; coleta, tratamento e disposição adequada dos esgotos e dos resíduos sólidos; drenagem urbana de águas pluviais e controle ambiental de roedores, insetos, helmintos e outros vetores e reservatórios de doenças.

Page 37: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

Introdução____________________________________________________________________ 38

Desse modo, podemos dizer que o saneamento é um dos meios mais importantes de

prevenção de doenças, uma vez que o mesmo está diretamente relacionado à saúde.

Segundo Silva (2005), o conjunto operacional da Saúde Ambiental, sejam ações

isoladas ou em conjunto, descreve o que é saneamento do ambiente, possibilitando assim,

assegurar a saúde no contexto ambiental.

Menezes (1984) faz uma distinção entre “saneamento básico”, que seria uma restrição

do conceito para designar as ações direcionadas ao controle dos patogênicos e seus vetores, e

“saneamento ambiental” que teria um sentido mais amplo, para alcançar a administração do

equilíbrio ecológico, relacionando-se, também, com os aspectos culturais, econômicos e

administrativos e medidas de uso e ocupação do solo.

O acelerado avanço tecnológico, associado a um intenso processo de urbanização,

tem causado sérios problemas ambientais ao planeta, sobretudo em países não desenvolvidos

ou em desenvolvimento. As agressões ambientais são decorrentes da exploração dos recursos

naturais e da falta de medidas de controle para o lançamento de resíduos sólidos, líquidos e

gasosos.

Em 1960 a população urbana representava 34% da população mundial; em 1992 esse

percentual saltou para 44%, e estima-se que em 2025 61,01% de toda a população mundial

esteja vivendo nas cidades (ZUQUIM; BENEDICTIS, 2006).

Concentrando-se em uma centena de grandes cidades, a população urbana passou a

demandar serviços cada vez maiores e mais complexos em relação ao conjunto de atividades

de abastecimento/tratamento de água e escoamento/tratamento de esgoto (CHAGAS, 2000).

A necessidade de água para o abastecimento das aglomerações urbanas tornou-se um

problema tão importante quanto o fenômeno econômico responsável pela concentração cada

vez mais densa de populações nas cidades, que foi a industrialização.

Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que o aumento dos despejos urbanos e industriais

tem gerado um comprometimento dos recursos hídricos disponíveis para o consumo humano,

principalmente quando os sistemas de abastecimento de água e esgoto são precários,

aumentando a propagação de doenças com origem e/ou veiculação hídrica (CHAGAS, 2000).

Do ponto de vista econômico, há estimativas que apontam que investimentos entre R$

1,00 e R$ 4,00 em saneamento básico podem representar uma economia entre R$ 5,00 e R$

10,00 em saúde, respectivamente (MORAES; JORDÃO, 2002).

“A contaminação das águas naturais representa um dos principais riscos à saúde

pública, sendo amplamente conhecida a estreita relação entre a qualidade de água e inúmeras

Page 38: Identificação e quantificação de metais pesados, parasitas ... · LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS LISTA DE SIMBOLO APRESENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ... Esgoto de Ribeirão Preto,

Introdução____________________________________________________________________ 39

enfermidades que acometem as populações, especialmente naquelas não atendidas por

serviços de saneamento” (LIBÂNIO et al., 2005, p. 2). Heller (1997) destaca que os estudos já

realizados sobre saneamento e saúde permitem atestar uma melhoria dos indicadores de saúde

pública, através de intervenções em abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Com base nesse princípio, vem sendo estruturados programa e projeto para o

desenvolvimento de Sistemas de Esgotos Sanitários em alguns municípios no Brasil,

reiterando sua importância na promoção da saúde pública. (MIGUEL et al., 2004).

1.1 Saneamento Básico: histórico

“A importância do saneamento básico e sua associação à saúde humana é um tema

reconhecido desde os primórdios da humanidade, tendo-se registro na história de avanços e

recuos do conhecimento, seguindo a evolução e a decadência das civilizações. O saneamento

desenvolveu-se de acordo coma evolução de cada civilização ora retrocedendo com a queda

das mesmas, ora renascendo com o aparecimento de outras” (ALMEIDA; ALMEIDA, 2005,

p. 308).

O Velho Testamento apresenta diversas abordagens vinculadas às práticas sanitárias

do povo judeu, como, por exemplo, sobre a importância do uso da água para limpeza:

“roupas sujas podem levar a doenças como a escabiose”; “sujeira pode levar à insanidade”.

Em função desta visão, cuidados como a garantia de que os poços fossem mantidos

tampados, limpos e distantes de possíveis fontes de poluição e de árvores, são mencionados

naquela época (KOTTEK, 1995). Porém, conquistas alcançadas em épocas remotas ficaram

esquecidas durante séculos, pois não chegaram a fazer parte do povo em geral, uma vez que

tal conhecimento era privilégio para homens de maior cultura (BRASIL, 2004).

Os primeiros sistemas de esgotamento foram desenvolvidos em 3.750 a.C. na Índia e

na Babilônia. Em 3.100 a.C. foram empregadas manilhas de cerâmica para a canalização dos

esgotos, com o objetivo de proteger o homem das vazões pluviais. (AZEVEDO NETO,

1984; ROSEN, 1994; FERNANDES, 1997; NUVOLARI, 2003).

O aparecimento da água encanada e das peças sanitárias com descarga hídrica fez

com que a água passasse a ser utilizada para afastar dejetos e outras impurezas indesejáveis

do ambiente de vivência através da condução da vazão para galerias de águas pluviais

existentes, originando o Sistema Unitário de Esgoto, em 3.000 a.C. no Paquistão

(FERNANDES, 1997).

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Introdução____________________________________________________________________ 40

Na Idade Média, houve um grande retrocesso no conhecimento construído, ocorrendo

o “esmagamento da minoria que detinha os atributos do conhecimento” (MENEZES, 1984,

p. 56), o que gerou insalubridade ambiental e epidemias, pois os hábitos higiênicos eram

poucos adotados. Foi um período marcado por grandes epidemias ocasionadas devido à falta

de medidas sanitárias. Nesta época foi criado por uma instituição o “Sai de Baixo”, a qual

estipulava um horário para que as pessoas despejassem os dejetos na rua (ROSEN, 1994).

Do século V d.C. ao século XV d.C., maior parte da população escavava poços no

interior das casas, mas a presença de fossas e estercos animais em suas proximidades

contaminava quase todas essas fontes de água, contribuindo para o avanço das doenças (SÃO

PAULO. SABESP, 2006).

Ao estudar as origens da medicina social e da medicina urbana no mundo ocidental,

Foucault (1979), destacou que, no século XVII, tanto na França como na Inglaterra, as

estatísticas de saúde eram a única preocupação sanitária do Estado, não havendo, portanto,

intervenções efetivas para elevar o nível de saúde da população, ao contrário do que ocorria

na Alemanha. O autor também registrou que na França a medicina social só aparece no

século XVIII, quando passa a ocorrer o que ele chamou de “pânico urbano”, causado pelo

estado de degradação das cidades. A partir daí surge a noção de higiene pública e o sonho

político-médico da boa organização sanitária das cidades.

No final da Idade Média, já existia uma relação, mesmo que intuitiva entre

saneamento do meio e processo de doença, concepção que se manteve no século XVII, com

a Teoria dos Miasmas. No início do século XVIII, a construção de sistemas unitários

propagou-se pelas principais cidades do mundo. Todavia, a adoção desse sistema tornou-se

inviável, pois as regiões tropicais e equatoriais começaram a apresentar um índice pluvial

muito maior que a média européia, e o sistema apresentava um elevado custo

(FERNANDES, 1997). Ainda no século XVIII, a causa das enfermidades era entendida pelas

condições de vida e trabalho das populações e, com o advento da microbiologia, a concepção

“ambiental” foi substituída pela “biológica”, subestimando-se a importância do ambiente

físico e social (LIMA, 2001).

No final do século XVIII e na primeira metade do século XIX, o processo de

urbanização e industrialização na Europa provocou transformações sociais, levando à

deterioração das condições de vida e de trabalho, aumentando a ocorrência de epidemias.

O movimento social desse período demonstrou a importância da relação entre doença e

meio ambiente, sendo identificados vários fatores de influência (a fome, a miséria, a

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Introdução____________________________________________________________________ 41

exploração e a opressão social) como determinantes no desencadeamento das doenças

(ROSEN, 1994).

Os desconhecimentos da microbiologia até o séc. XIX e a grande despreocupação

com os efluentes domiciliares fizeram com que ocorressem grandes epidemias na Europa no

período entre os séculos XVI e XIX, coincidindo com o crescimento das populações e o

início do aglomeramento urbano em algumas cidades (SAWYER; McCARTY, 1978).

Segundo Reichardt (1985), estima-se que, por volta de 6.000 a.C., a população da

Terra era de cinco milhões de habitantes. Em 1.850 d.C. esse número era de 1 bilhão; em

1930 - 2 bilhões; por volta de 1980 - 4 bilhões. Uma estimativa para o ano 2007 é de que a

população da Terra represente o montante de 7 bilhões de habitantes. Partindo do princípio

de que esse crescimento na grande maioria dos países é desordenado temos um quadro

caótico no ponto de vista sanitário e do meio ambiente, onde não há rede de abastecimento

de água, tratamento de esgotos ou disposição de resíduos sólidos sendo que isto acarreta um

meio propício para a propagação de doenças de veiculação hídrica e outras correlacionadas a

este crescimento sem infra-estrutura.

A Revolução Industrial, no século XIX, gerou uma série de transformações na cidade.

Os subúrbios são ocupados pela classe média e operária e os arredores pelas indústrias. A

condição de vida do proletariado passa a ser uma preocupação, devido à insalubridade do

meio. A nova ordem e a nova cidade passam a ser objeto de observação e reflexão. É

justamente nesse momento que surge o pré-urbanismo como disciplina (CHOAY, 1979).

Engels (1975), ao fazer uma descrição detalhada das condições materiais e sociais da

classe operária na Inglaterra no século XIX, desnuda a situação de saneamento da época,

revelando os seus vínculos com o processo de acumulação capitalista, que se dava por meio

de um intenso processo de industrialização e exploração da força de trabalho. Segundo a

mesma referência, naquele momento, a Inglaterra efetuava a sua segunda Revolução

Industrial e o autor procurava retratar a problemática das cidades por meio da condição de

vida da classe trabalhadora.

Com o grande desenvolvimento das cidades, ocorrido a partir do século XIX e início

do século XX, outros países seguiram o exemplo inglês e começaram a se preocupar com o

tratamento de seus esgotos, e como resultado em 1887 foi construída a Estação Experimental

Lawrence, em Massachusetts, nos EUA (METCALF; EDDY, 1977).

Pode-se afirmar que, a partir daí, os países desenvolvidos, em especial a Inglaterra, a

maioria dos outros países europeus, os EUA, o Canadá, a extinta União Soviética e o Japão,

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Introdução____________________________________________________________________ 42

começaram a tratar os esgotos de suas cidades. Nas cidades brasileiras, salvo alguns casos

isolados, somente a partir da década de 70 começou a ocorrer certo avanço nesta área,

embora ainda em poucas cidades (METCALF; EDDY, 1977).

A poluição dos rios é fenômeno conhecido desde a antiga Macedônia, quando

Aristóteles estudou com interesse alguns organismos que se desenvolviam nas águas

poluídas (BRANCO, 1983); problema que se intensificou com a introdução dos sistemas de

esgotos nas cidades, técnica que, no Império Romano já era largamente utilizada com os

canais de esgoto destinados ao afastamento dos dejetos.

Entretanto, esses conhecimentos parecem ter sido esquecidos, pois em 1848 o

marinheiro John Harnold, recém chegado de Hamburgo onde a cólera avançava, trazia para

Londres essa enfermidade descrita por SNOW (1967). Esse primeiro caso descrito reavivou

os antigos ensinamentos, provando-se pela primeira vez, a vinculação da ingestão de água

contaminada e a transmissão, por meio de estudo e raciocínio epidemiológico que se tornou

clássico na literatura médica (CZERESNIA, 1997).

Na trajetória mais recente da saúde pública, Snow; Costa (1992), em sua histórica

pesquisa concluída em 1854, já comprovavam cientificamente a associação entre a fonte de

água consumida pela população de Londres e a incidência de cólera. A despeito dessa

demonstração, influentes sanitaristas, como Chadwick, já defendiam a importância do

saneamento, fundamentados na teoria miasmática. A investigação de Snow ocorreu cerca de

20 anos antes do início da Era Bacteriológica, com Pasteur, Koch e outros cientistas

(ROSEN, 1994).

Esse país, devido a pouca extensão de seus rios e ao crescimento acelerado de

algumas cidades, foi um dos primeiros a sofrer as conseqüências da poluição hídrica,

decorrente do lançamento dos esgotos (sem tratamento), nos corpos d'água. Foi também

pioneiro na promulgação das primeiras leis de saneamento e Saúde Pública (METCALF;

EDDY, 1977).

Até o momento a maioria das cidades brasileiras não coletam e nem fazem tratamento

de seus esgotos, porém, terão fatalmente que fazê-lo, devido a grande chance de ficarem sem

mananciais de água apropriada para o abastecimento público.

Dando um salto na história, verifica-se que, atualmente, o abastecimento de água

deficiente e pouco seguro representa nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, um

problema permanente à saúde pública.

Segundo a Sabesp (2006), cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à

água potável, e cerca 2 bilhões de pessoas em todo o mundo (de um total de 9,3 bilhões)

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Introdução____________________________________________________________________ 43

sofrerão com a escassez de água potável até meados do século, caso persista a "inércia dos

dirigentes" em adotar políticas para preservar e recuperar os recursos hídricos. Segundo

Wrege (2000) “a cada 14 segundos, morre uma criança vítima de doenças hídricas”, onde

estima-se que mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento sejam causados

pelo consumo de água contaminada.

Em países onde ainda persistem grandes desigualdades sociais e regionais, como é a

situação do Brasil, observa-se que o perfil de causas de morte, peculiar às sociedades mais

avançadas, com predominância nas faixas etárias mais elevadas, coexiste com um padrão em

que as causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias continuam a ter um peso

relativo importante em determinadas áreas do espaço nacional, embora em processo de

redução. Nestas condições, a implementação de ações médico-hospitalares, embora resulte

em efeitos positivos sobre os níveis de mortalidade, é insuficiente para superar algumas

barreiras levantadas pelas precárias condições de vida de alguns segmentos populacionais.

Por exemplo, a capacidade de resistência humana às agressões dos agentes infecciosos, em

alguma medida depende do estado nutricional das crianças (OLIVEIRA; SIMÕES, 2006).

1.2 Evolução histórica do saneamento básico no Brasil e no Estado de São Paulo

A responsabilidade pela prestação dos serviços de saneamento básico sempre se

situou na esfera municipal, mesmo antes da Constituição Federal de 1988, que reafirmou tal

competência.

A Tabela 1 apresenta um enfoque eminentemente sanitarista, em que o saneamento é

uma ação de saúde pública, prevalecendo durante vários anos; demonstrando que não há um

consenso científico quanto aos benefícios advindos da implementação dos sistemas de água e

esgotos no Brasil (CAIRNCROSS, 1989; HELLER, 1997).

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Introdução____________________________________________________________________ 44

Tabela 1 - Evolução histórica dos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de saneamento no Brasil

Período Principais características Início do século XX até a década de 30

• Intensa agitação política em torno da questão sanitária, com a saúde ocupando lugar central na agencia pública: saúde pública em bases científicas modernas a partir das pesquisas de Oswaldo Cruz;

• Incremento do número de cidades com abastecimento de água e da mudança da orientação do uso da tecnologia em sistemas de esgotos, com a opção pelo sistema separador absoluto, em um processo marcado pelo trabalho de Saturnino Brito, que defendia planos estritamente relacionados com as exigências sanitárias.

Décadas de 30 e 40 • Elaboração do Código das Águas (1934), que representou o primeiro instrumento de controle de uso de recurso hídricos no Brasil, estabelecendo o abastecimento público como prioritário;

• Coordenação das ações de saneamento (sem prioridade) e assistência médica (predominante) essencialmente pelo setor de saúde.

Décadas de 50 e 60 • Surgimento de iniciativas para estabelecer as primeiras classificações e os primeiros parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos definidores da qualidade das águas, por meio de legislações estaduais e em âmbito federal;

• Permanência da dificuldade em relacionar os benefícios do saneamento com a saúde, restando dúvidas inclusive quanto à sua existência efetiva.

Década de 70

• Predomínio da visão de que avanços nas áreas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos países em desenvolvimento, resultariam na redução das taxas de mortalidade, embora ausentes dos programas de atenção primária à saúde;

• Consolidação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), com ênfase no incremento dos índices de atendimento por sistemas de abastecimento de água;

• Inserção da preocupação ambiental na agenda política brasileira, com a consolidação dos conceitos de ecologia e meio ambiente e a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA) em 1973.

continua

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Introdução____________________________________________________________________ 45

Década de 80 • Formulação mais rigorosa dos mecanismos responsáveis pelo comprometimento das condições de saúde da população, na ausência de condições adequadas de saneamento (água e esgotos);

• Instauração de uma série de instrumentos legais de âmbito nacional, definidores de políticas e ações do governo brasileiro, como a Política Nacional do Meio Ambiente (1981); Revisão técnica das legislações pertinentes aos padrões de qualidade das águas.

Década de 90 até o início do século XXI

• Ênfase no conceito de desenvolvimento sustentável e de preservação e conservação do meio ambiente e particularmente dos recursos hídricos, refletindo diretamente no planejamento das ações de saneamento;

• Instituição da Política e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97);

• Incremento da avaliação dos efeitos e conseqüências de atividades de saneamento que importem impacto ao meio ambiente.

Fonte – SOARES, et al., 2002

“Atualmente, o Brasil não conta com políticas públicas nacionais para o saneamento

básico, o que leva estados e municípios a definições próprias de suas políticas públicas,

podendo provavelmente estar desarticuladas, tanto em âmbito de governo como entre setores

de planejamento” (OGERA; PHILIPPI JR, 2005, p.2).

Embora quase 90% da população urbana do país já tenham acesso à água encanada,

de acordo com dados do Censo 2000, cerca de 15 milhões de pessoas ainda estão

desprovidas deste serviço nas cidades brasileiras (IBGE, 2000). Trata-se basicamente de

populações de baixa renda que moram em assentamentos irregulares concentrados na

periferia das grandes cidades, capitais e metrópoles, ou espalhadas em diversos municípios

pobres de pequeno porte no interior. Além da necessidade de estender esse serviço a tais

populações, é preciso investir muito para melhorar a sua qualidade, que apresenta notáveis

deficiências: de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada

pelo IBGE em 2000, cerca de 20% dos distritos abastecidos com água potável apresentavam

intermitência no abastecimento, o que provoca riscos à saúde e contribui para a deterioração

precoce das redes (IBGE, 2000). Por outro lado, segundo dados do SNIS (Sistema Nacional

de Informações em Saneamento), o índice médio de perdas de faturamento nos sistemas

continuação

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Introdução____________________________________________________________________ 46

urbanos de água (vazamentos e fraudes) permaneceu em torno de 40% em 2001, o que

expressa um padrão ineficiente e perdulário de uso de um recurso natural estratégico em

desacordo com os princípios do desenvolvimento sustentável (VARGAS; LIMA, 2004). Na

Tabela 2 pode-se observar o déficit do Saneamento Básico no Brasil em 2003.

Tabela 2 - Déficit na oferta de Saneamento Básico no Brasil (2003)

Domicílios não atendidos por Rede Geral de Água

Domicílios não atendidos com Coleta de Esgoto Sanitário Área

Nº de domicílios (unidades)

Unidades % Unidades % Urbana 42.107.183 3.368.575 8,0 18.821.91 44,7 Rural 7.034.988 5.231.305 74,4 6.754.491 96,0 Total 49.142.171 8.599.880 17,5 25.576.40 52,0

Fonte - PNAD, 2003 (1) Na área rural, o déficit em esgoto é determinado pela inexistência de rede coletora e fossa séptica. (2) Os dados não incluem os domicílios da área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2006, elaborado pela

Organização das Nações Unidas (ONU) (PNUD, 2006) aponta que a proporção de brasileiros

com acesso a água potável aumentou 8% entre 1990 e 2004, ou seja: de 83% para 90%. O

avanço deixou o país perto da meta de elevar o indicador para 91,5%, estabelecida pelos

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que se constituem numa série de metas

socioeconômicas, sanitárias e ambientais que os países-membros da ONU se

comprometeram a atingir até 2015, conforme visualizado na Figura 1 (PNUD, 2006).

Figura 1. Estimativas do percentual de cobertura de água e saneamento no Brasil para o ano

de 2015 Fonte- PNUD, 2006

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Introdução____________________________________________________________________ 47

Cerca de 90% da população tem acesso à água potável no Brasil, proporção

semelhante à de países com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), como Coréia do

Sul (92%) e Cuba (91%) (Tabela 3). Na coleta de esgoto, no entanto, o Brasil possui uma

taxa de atendimento de 75%, inferior à do Paraguai (80%) e à do México (79%). Apesar da

distância entre os indicadores brasileiros, ambos evoluíram entre 1990 e 2004 (Tabela 4),

segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006.

Tabela 3 – Evolução do acesso de água potável

Água País 1990 2004 Avanço

100 100 0% Estados Unidos Argentina 94 96 2% Chile 90 95 6% Coréia do Sul - 92 - Cuba - 91 - México 82 97 14% Brasil 83 90 8% Paraguai 62 86 39% Eritréia 43 60 40% Haiti 47 54 15%

Fonte - PNUD, 2006

Os efeitos prováveis decorrentes de um sistema de abastecimento de água são

geralmente positivos, por se constituir num serviço que assegura melhoria e bem-estar da

população (CAIRNCROSS, 1989; VANDERSLICE; BRISCOE, 1995).

Os progressos em saneamento foram mais lentos. O percentual da população que

conta com saneamento adequado subiu 6% entre 1990 e 2004, de 71% para 75%. Para atingir

a meta de 85,5% almejada, o Brasil precisará intensificar o ritmo atual de expansão dos

serviços e ampliar a cobertura em 14% até 2015 (PNUD, 2006).

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Introdução____________________________________________________________________ 48

Tabela 4 – Evolução do acesso ao saneamento adequado

Saneamento País 1990 2004 Avanço

100 100 0% Estados Unidos Cuba 98 98 0% Argentina 81 91 12% Chile 84 91 8% México 58 79 27% Paraguai 58 80 38% Brasil 71 75 6% Haiti 24 30 25% Eritréia 7 9 29% Coréia do Sul - - -

Fonte - PNUD, 2006

Nesse passo, projeções para 2020, estimam que 42,3% da população ainda estariam

sem acesso a esgoto (e não 30,8%, como determinam a meta). O relatório frisa que a

cobertura da rede de esgotos não significa que o que está sendo coletado está passando por

tratamento. Em 2000, diariamente eram coletados 14,6 milhões de metros cúbicos de esgoto,

mas apenas 5,1 milhões eram tratados (Figura 2) (PNUD, 2006).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Volume Coletado Volume Tratado

Milh

ões

Figura 2. Total de esgoto tratado e coletado – Brasil 2000 Fonte - IBGE, 2000

As projeções do RDH 2006 apontam que, no ritmo atual, somente em 2016 serão

atingidas as metas de água e em 2022 de saneamento. Esses números gerais, porém, não

revelam as dificuldades ainda mais agudas em algumas regiões, sobretudo na África

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Introdução____________________________________________________________________ 49

Subsaariana. A América Latina já cumpriu a meta da água e deve cumprir a de saneamento

(Figura 3).

Figura 3. Tempo previsto para se atingir as metas de água e saneamento básico Fonte - PNUD, 2006

Mesmo dentro das regiões, o desempenho é desigual. Mantida a atual tendência, 55

países não cumprirão a meta de reduzir pela metade a proporção da população com acesso a

água potável e 74 não alcançarão a meta de saneamento. Mas os Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio, “devem ser encarados como um patamar mínimo de

abastecimento, não como um teto”. Mesmo que as metas sejam atingidas, ainda haverá 800

milhões de pessoas sem acesso à água e 1,8 bilhões sem saneamento em 2015 (PNUD,

2006).

Os problemas precisam ser solucionados rapidamente porque a demanda por água e

saneamento vai aumentar nos próximos anos. Em 2030, prevê o relatório, dois terços da

população mundial estará vivendo em cidades, e perto de 2 bilhões residirão em favelas ou

assentamentos irregulares, configurando-se, assim, a parte da população urbana que

geralmente sofre com a falta de água potável e saneamento (PNUD, 2006).

No Estado de São Paulo, a necessidade de implantação de infra-estrutura de

saneamento surge como uma das principais preocupações da administração pública, a partir

de meados do século XIX, quando tem início um processo acelerado de crescimento das

aglomerações urbanas, em especial o da capital da Província. Desde então, os sistemas de

saneamento têm evoluído de forma estreitamente ligada com o seu processo de

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Introdução____________________________________________________________________ 50

desenvolvimento econômico e de urbanização, conforme visualizado a seguir (SÃO PAULO.

SECRETARIA DE ESTADO DE ENERGIA, 2007).

Evolução do sistema de saneamento do Estado de São Paulo

• 1711 - São Paulo passaria à categoria de cidade e a população abastecia-se de fontes.

• 1791 – construído o primeiro chafariz de “água de boa qualidade” para a população,

no largo da Misericórdia.

• 1842 – elaborado o primeiro projeto oficial para adução e distribuição de água, não

aprovado pelo tenente José Joaquim Henriques.

• 1858 – operários alemães edificam a primeira caixa d′ água da rua Cruz Preta, atual

Quintino Bocaiúva.

• 1877 – em 25 de julho, na rua São José, 19, era organizada a primeira companhia de

abastecimento, a Companhia Cantareira de Água e Esgotos.

• 1881 – em setembro, começa a funcionar o primeiro reservatório de água da cidade, o

reservatório da Consolação.

• 1893 – criada a RAE (Repartição de Águas e Esgotos) com a tomada da Companhia

Cantareira pelo governo da província. É inaugurada a adutora do Guaraú (Cantareira-

Consolação).

• 1898 – é feita captação do Engordador (na ala esquerda do Cantareira) e o

aproveitamento do Tanque Velho (no Ipiranga). Inicia-se também a captação de águas do

Tietê.

• 1903 – grave crise de abastecimento durante estiagem, com os primeiros estudos para

aproveitamento da bacia do rio Claro, pelo engenheiro Euclides da Cunha.

• 1907 – construção do reservatório do Araçá, aproveitando a canalização antiga da

Cantareira.

• 1914 – Primeira Guerra Mundial, imenso déficit de água em São Paulo. A cidade

enfrenta a primeira epidemia de febre tifóide, provocada pelas águas poluídas do rio

Tietê. Começa a execução da adutora Cotia-Água Branca, com aproveitamento do rio

Cotia.

• 1925 – início da construção da adutora Rio Claro.

• 1928 – começa a adução de quatro metros cúbicos por segundo de água da represa

Guarapiranga.

• 1930 – extinta a Comissão de Saneamento da Capital, com a finalização das obras da

adutora Rio Claro.

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Introdução____________________________________________________________________ 51

• 1937 – já deficiente, começa a funcionar o reservatório da Mooca.

• 1940 – criada a primeira legislação brasileira específica contra a poluição das águas:

o decreto 10.890, o que não impediu a morte do rio Tietê.

• 1954 – criação do Departamento de Águas e Esgotos – DAE, extinguindo a antiga

RAE, vislumbrava a futura RMSP (Região Metropolitana de São Paulo). Com a explosão

demográfica causada pelo processo de industrialização, havia necessidade de medidas

urgentes no reforço do abastecimento de água da capital.

• 1968 – somente no final da década de 1960 o cenário do abastecimento de água na

Região Metropolitana de São Paulo começa a mudar. É criada a COMASP – Companhia

Metropolitana de Água de São Paulo.

• 1970 – criada a SANESP – Companhia Metropolitana de Saneamento de São Paulo,

responsável pelos esgotos e o FESB – Fomento Estadual de Saneamento Básico, para

levantar fontes internas e externas de recursos necessários para execução de programas

de melhoria.

• 1973 – A unificação da empresas de saneamento básico no Estado resultou na criação

da SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, com a fusão

da COMASP e SANESP, mais a absorção da SAEC e parte dos patrimônios do FESB,

SBS e SANEVALE. Estabeleceu-se o PLANASA – Plano Nacional de Saneamento.

• 1974 – o Sistema Cantareira entra em operação, com capacidade de 4,5 mil

litros/segundo e a meta de abastecer 87% da população da RMSP. É inaugurado o

sistema de esgotos da Baixada Santista.

• 1976 – inauguração do Sistema Rio Claro, que serviria toda a Região Metropolitana.

Delimitadas as áreas de proteção aos mananciais.

• 1980 - década de investimentos em coleta e tratamento de esgoto.

• 1985 – inicia-se o programa de fluoretação da água da Grande São Paulo.

• 1990 – definição do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

• 1992 – início da primeira etapa do Projeto Tietê.

• 1995 – novo modelo de gestão para a SABESP em unidades de negócio.

• 1998 – recuperação financeira e reinício de investimentos em obras e tecnologia:

100% da população abastecida com água, 80% de esgoto coletado e 60% de esgoto

tratado.

• 2002 – SABESP no Novo Mercado da Bovespa e início de segunda etapa do Projeto

Tietê.

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Introdução____________________________________________________________________ 52

• 2003 – Empregados da SABESP comemoram os trinta anos da empresa.

• 2004 – SABESP assume os serviços de água e coleta de esgotos de São Bernardo do

Campo e Itapira. São 368 municípios atendidos pela empresa.

No Estado, como em todo o país, o modelo centralizador, se por um lado, possibilitou

um crescimento significativo nos índices de cobertura dos serviços de abastecimento de água

e de coleta de esgotos, por outro, dificultou o desenvolvimento de sistemas municipais

autônomos de saneamento básico. Para fazer face a essa situação, o Governo do Estado de

São Paulo criou o Programa SANEBASE, voltado ao financiamento de obras e serviços de

água e esgotos em Municípios que não tinham aderido ao PLANASA.

No caso específico do Estado de São Paulo, atualmente pode-se dizer que 100% da

população urbana está atendida com redes de abastecimento de água. No entanto é imenso o

desafio para manter esse nível de atendimento, com qualidade e regularidade, bem como,

universalizar o atendimento dos demais serviços de saneamento.

1.3 Saneamento básico em Ribeirão Preto - SP

O serviço de abastecimento de água em Ribeirão Preto teve início em 1903, realizado

por uma empresa privada, a Empresa de Água e Esgotos de Ribeirão Preto S/A, que obteve

junto ao município a concessão para explorar o serviço (RIBEIRÃO PRETO. DAERP,

2006).

Mais tarde começaram a surgir problemas entre a Prefeitura e a empresa, que alegava

prejuízo. Naquela época, pagava-se apenas a taxa de água; os serviços de extensão de rede

não eram cobrados. Em 1955, a empresa rompeu o contrato de concessão e a Prefeitura

encampou os serviços, passando a gerenciá-los. Assim, nasceu o SAE (Serviço de Água e

Esgoto). Em 1960, a Lei municipal nº 968 criou o DAET (Departamento de Água, Esgotos e

Telefonia). Em 1969, o DAET foi desmembrado, sendo criado o DAERP - Departamento de

Água e Esgotos de Ribeirão Preto e a CETERP - Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto. A

partir de 1999, o DAERP passou a ser responsável também pelo gerenciamento e a execução

de serviços de limpeza pública, coleta, tratamento e destinação final do lixo no município

(DAERP, 2006).

Segundo essa mesma fonte, até o ano de 2000, quase todo o esgoto da cidade era

jogado in natura no Rio Pardo, sendo a principal causa da poluição de suas águas. Apenas

2% do esgoto do município eram tratados em duas lagoas de tratamento existentes no

Distrito de Bonfim Paulista.

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Introdução____________________________________________________________________ 53

Em 1995, a Prefeitura fez uma parceria com a empresa brasileira Rek Construtora

Ltda de Kurwziel e com a empresa espanhola OHL (Obrascón Huarte Lain S.A.) e Inima;

uma iniciativa privada para a construção de duas Estações de Tratamento de Esgotos e

implantação de 25 km de interceptores (tubulações que conduzem o esgoto até às Estações)

em regime de concessão (DAERP, 2006; SERVIÇOS AMBIENTAIS DE RIBEIRÃO

PRETO. AMBIENT, 2006).

Em outubro de 2000, entrou em funcionamento a Estação de Tratamento de Esgotos

Caiçara – ETE Caiçara (Figura 4), a qual passou a tratar o esgoto proveniente dos bairros

situados na bacia do córrego Palmeiras (bairros da zona leste de Ribeirão Preto), atendendo,

portanto, cerca de 14% da população urbana do município (AMBIENT, 2005; DAERP,

2006).

Figura 4. Estação de Tratamento de Esgoto Caiçara – Ribeirão Preto/SP

Em novembro de 2002, a ETE-Ribeirão Preto (Figura 5), entrou em funcionamento,

com capacidade de tratar os 84% restantes do esgoto coletado da cidade.

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Introdução____________________________________________________________________ 54

Figura 5. Estação de Tratamento de esgoto Ribeirão Preto/SP

A localização do município de Ribeirão Preto e da ETE-Ribeirão Preto pode ser

observada no mapa do enquadramento geográfico regional, na Figura 6.

Figura 6. Localização e fotografia aérea da Estação de Tratamento de Esgoto Ribeirão Preto/SP (ETE-RP)

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Introdução____________________________________________________________________ 55

A cidade produz, em média, 82 milhões de litros de esgoto todos os dias até o presente

momento. A ETE - Ribeirão Preto trata aproximadamente 60% do esgoto gerado no

município, com uma vazão média diária de 130.000 m3/dia. Ou seja, dos 70 litros de esgoto

gerado por habitante diariamente, 24 litros são lançados no córrego Ribeirão Preto (REIS,

2007). O Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (DAERP) e a Ambient-Serviços

Ambientais de Ribeirão Preto S. A. chegaram a um acordo para a conclusão das obras de

interceptação na rede de esgoto da cidade. Para atingir a meta de 100%, é preciso instalar

cerca de 40 quilômetros de interceptores e emissários; estando o projeto previsto para

terminar em seis anos, ou seja, provavelmente a cidade apresentará 100% de esgoto tratado

até 2015 (TORNATORE, 2007).

Manter a disponibilidade de recursos hídricos tem sido a preocupação em muitos

países. O mesmo pode ser observado no município de Ribeirão Preto.

No entanto, os riscos epidemiológicos potenciais e reais devem ser considerados,

procurando-se avaliar a implantação de tecnologias apropriadas à nossa realidade econômica,

para a minimização e erradicação de agentes patógenos, que são eliminados pelos excretas de

pessoas doentes ou portadoras de agentes parasitários, lançados nos cursos d’ água, bem

como de metais pesados, substâncias tóxicas, carcinogênicas, entre outras.

1.4 Caracterização dos metais pesados, parasitológica e bacteriológica do esgoto

1.4.1 Metais Pesados

São definidos como metais, os elementos químicos que apresentam uma boa

condução de eletricidade e cuja resistência elétrica é diretamente proporcional à temperatura

absoluta (FORSTNER; WITTMANN, 1983).

Com relação ao termo “metais pesados”, embora muito usado, não é facilmente

definido, resultando em vários critérios de classificação.

Do ponto de vista ambiental, o metal pesado é aquele que, em determinadas

concentrações e tempo de exposição, oferece risco à saúde humana e ao meio ambiente,

prejudicando a atividade dos organismos vivos (DAMASCENO, 1996).

Os principais elementos químicos enquadrados neste conceito são: Prata (Ag),

Arsênio (As), Cádmio (Cd), Cobalto (Co), Cromo (Cr), Cobre (Cu), Mercúrio (Hg), Níquel

(Ni), Chumbo (Pb), Antimônio (Sb), Selênio (Se), Ferro (Fe) e Zinco (Zn). Alguns desses

metais são necessários aos organismos vivos, como As, Co, Cr, Cu, Se, Zn. Porém, essa

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Introdução____________________________________________________________________ 56

necessidade se restringe a pequenas doses; daí o conceito de micronutrientes, como Zn, Mg,

Co e Fe. Acima de determinadas concentrações-limites, esses elementos tornam-se tóxicos

(COSTA, 1998; HARADA et al., 1999; IREGREN, 1999; KELLEY, 1999; LAI et al., 1999;

STAESSEN et al., 1999). Já os elementos como Pb, Hg, Cd não existem naturalmente em

nenhum organismo, sendo sua presença prejudicial em qualquer concentração (CESÁRIO

SILVA et al., 2001).

Os metais pesados apresentam uma propriedade de toxidade e de acumulação no

organismo, o que pode causar inúmeras doenças, devido ao seu efeito acumulativo. Sendo

assim, os metais pesados geralmente são associados aos problemas de poluição e

contaminação ambiental (BENJAMIN; HONEYMAN, 1992).

A presença de metais no esgoto está associada principalmente ao lançamento de

despejos nas redes coletoras públicas por parte das indústrias, formulação de compostos

orgânicos e inorgânicos, curtumes, farmacêuticos, fundição, lavanderias, petróleo, e

formulação de corantes e pigmentos (CESÁRIO SILVA et al., 2001).

Em geral, os metais pesados encontrados no esgoto são Cádmio (Cd), Cromo (Cr),

Cobre (Cu), Níquel (Ni), Chumbo (Pb), Ferro (Fe), Cobalto (Co), Manganês (Mn),

Magnésio (Mg), Mercúrio (Hg), Selênio (Se) e Zinco (Zn), considerados os metais de maior

interesse em termos de saúde pública (PEIRANO, 2003).

Cádmio (Cd): apresenta propriedades físicas e químicas semelhantes ao zinco, sendo

encontrado na natureza quase sempre juntos, em proporções que variam de 1:100 a 1:1000,

na maioria dos minérios e solos (ITERNATIONAL LABOUR OFFICE. ILO, 1997).

O Cd é extremamente distribuído na crosta terrestre, apresentando uma concentração

média de 0,1 mg/Kg (WHO, 1992). A principal fonte natural de Cd na atmosfera é a

atividade vulcânica, tanto em episódios de erupção como também nos períodos de baixa

atividade vulcânica (WHO, 1992).

O Cd existente na atmosfera é precipitado e depositado no solo agrícola na relação

aproximada de 3 g/ha/ano. Rejeitos não-ferrosos e artigos que contêm cádmio contribuem

significativamente para a poluição ambiental. Outra forma de contaminação do solo é através

dos resíduos de fabricação de cimento, da queima de combustíveis fósseis e lixo urbano e de

sedimentos de esgotos (TREVORS; STRATDON; GADD, 1986).

Na agricultura, uma fonte direta de contaminação pelo cádmio é a utilização de

fertilizantes fosfatados. Sabe-se que a captação de cádmio pelas plantas é maior quanto

menor for o pH do solo. Nesse aspecto, as chuvas ácidas representam um fator determinante

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Introdução____________________________________________________________________ 57

no aumento da concentração do metal nos produtos agrícolas. A água é outra fonte de

contaminação e deve ser considerada não somente pelo seu consumo como água potável,

mas também pelo seu uso na fabricação de bebidas e no preparo de alimentos. Sabe-se que a

água potável possui baixos teores de cádmio (cerca de 1 mg L-1), o que é representativo para

cada localidade (LAMY; BOURGEOIS; BERMOND, 1993; SALGADO, 1996).

O Cd é um elemento de vida biológica longa (10 a 30 anos) e de lenta excreção pelo

organismo humano. O órgão alvo primário nas exposições ao cádmio em longo prazo é o

rim. Os efeitos tóxicos provocados por ele compreendem principalmente distúrbios

gastrintestinais, após a ingestão do agente químico. A inalação de doses elevadas produz

intoxicação aguda, caracterizada por pneumonite e edema pulmonar (LAMY; BOURGEOIS;

BERMOND, 1993; SALGADO, 1996).

Os alimentos fornecem 40% do cádmio absorvido pelo homem, e a vida média

biológica deste elemento químico (19-38 anos) acarreta sua acumulação no corpo humano,

especialmente nos rins e no fígado. Altos teores podem trazer disfunções em pessoas com

mais de 50 anos de idade (GREENPEACE, 2007).

Cromo(Cr): é um metal cinza-aço, com forma cristalina cúbica, sem odor e muito

resistente à corrosão. O cromo é o sétimo mais abundante metal na Terra, porém, não é

encontrado livre na natureza (SILVA, 2003).

Entre as principais fontes de contaminação ambiental estão os incêndios florestais e

as erupções vulcânicas. As principais atividades humanas na qual o Cr e seus componentes

são liberados para o meio ambiente são: na fabricação de cimento, construção civil (devido

aos resíduos do cimento), soldagem de liga metálica, fundições, lâmpadas, minas, lixos

urbano e industrial, incineração de lixo, curtumes, fertilizantes, preservativos de madeira.

Nesses processos ou fontes de contaminação, o cromo aparece nas formas trivalente,

hexavalente e elementar (WHO, 1988; HAZARDOUS SUBSTANCE DATA BANK.

HSDB, 2000). O Cr ocorre nos estados de oxidação +2 a +6, mas o estado elementar (Crº),

Cr (II), Cr (III) e Cr (VI) são os mais comuns. A forma bivalente é facilmente oxidada à

forma trivalente pelo ar. Com relação à toxicidade para o homem, somente as formas tri e

hexavalente são importantes para a saúde humana (WHO, 1988).

É um elemento essencial para os animais e o homem. Uma deficiência de cromo faz

aparecer sinais e sintomas semelhantes aos da diabete e das doenças cardiovasculares.

Crianças malnutridas, os diabéticos e os idosos reagem à uma alimentação enriquecida em

cromo (EPA, 2002). Uma alimentação composta de alimentos muito refinados não só abaixa

a taxa de cromo, como ainda aumenta suas perdas no organismo. A absorção de Cr por via

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Introdução____________________________________________________________________ 58

cutânea depende do tipo de composto, de sua concentração e do tempo de contato. O Cr

absorvido permanece por longo tempo retido na junção dermo-epidérmica e no estrato

superior da mesoderme. A maior parte do cromo é eliminada através da urina, sendo

excretada após as primeiras horas de exposição (COPI, 2001).

Os compostos de Cr, se em concentrações acima dos limites permitidos, podem

produzir efeitos cutâneos, nasais, bronco-pulmonares, renais, gastrintestinais e

carcinogênicos (COPI, 2001). Os efeitos cutâneos são caracterizados por irritação no dorso

das mãos e dos dedos, podendo transformar-se em úlceras. As lesões nasais iniciam-se com

um quadro irritativo inflamatório, supuração e formação crostosa. Em níveis bronco-

pulmonares e gastrintestinais produzem irritação bronquial, alteração da função respiratória e

úlceras gastroduodenais.

Cobre (Cu): é um metal marrom avermelhado e nobre como o ouro e a prata.

Apresenta quatro estado de oxidação: metálico (Cuº), íon cuproso (Cu+), íon cúprico (Cu++) e

o íon trivalente (Cu+++). É encontrado em vários sais minerais e compostos orgânicos, e na

natureza pode ser encontrado tanto na forma elementar como metálica (PEDROZO, 2003a).

A exposição ambiental ao Cu é inevitável, onde mais de 75 mil toneladas são

liberadas para a atmosfera anualmente, sendo que um quarto decorre de fontes naturais e o

restante de atividades antropogênicas (MOORE et al., 1997). Estas incluem a emissão pelas

atividades de mineração e fundição, pela queima de carvão como fonte de energia e pelos

incineradores de resíduos municipais. Outras fontes de menor relevância é o seu uso como

agente antiaderente em pinturas, na agricultura (fertilizantes) e esgotos (AGENCY FOR

TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY. ATSDR, 1990; WHO, 1998).

O Cu é um elemento essencial ao homem e animal, desempenhando um importante

papel no metabolismo das plantas. Para elementos essenciais como o cobre, há riscos

associados ao ingresso corpóreo tanto baixo como de concentrações elevadas do metal

(PEDROZO, 2003a).

É um elemento que está diretamente ligado à formação da hemoglobina, maturação

da hemácia e ao funcionamento do sistema enzimático. Participa da formação do tecido

ósseo e conjuntivo e do sistema imunológico. Ele é importante para a integridade do sistema

nervoso central e da musculatura cardíaca. Encontra-se distribuído em todos os tecidos do

organismo, principalmente sob a forma de metaloproteínas, funcionando como enzima

(WHO, 1998).

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Introdução____________________________________________________________________ 59

Níveis excessivos de Cu inibem os grupos sulfidrilas das enzimas, como glicose-6-

fosfatase e glutation-redutase, as quais são responsáveis em proteger o organismo contra os

danos provocados pelos radicais livres (WHO, 1998; BARCELOUX, 1999a).

A exposição aguda a poeiras e a fumo de cobre pode irritar os olhos, o nariz e a

garganta. A exposição crônica pode levar a um espessamento e esverdeamento da pele,

dentes e cabelo (WHO, 1998; BARCELOUX, 1999a).

Sendo um elemento essencial, há várias desordens no seu mecanismo de homeostase

que resultam na sua deficiência ou toxicidade. Dentre elas, destacam-se os distúrbios

genéticos de Menkes e de Wilson. A doença de Wilson promove uma toxicidade crônica ao

cobre por causar um defeito no transporte do metal. Ou seja, as baixas concentrações de

ceruloplasmina promovem o acúmulo de altas concentrações do metal primeiramente no

fígado, seguido do cérebro e dos demais órgãos. Este acúmulo provoca a inabilidade de

excreção do Cu via bile (WHO, 1998; BREWER, 1998; BARCELOUX, 1999a; PEDROZO,

2003a).

A síndrome de Menkes promove uma deficiência do metal, caracterizada por

anomalias ósseas, retardo mental severo, degeneração neurológica e óbito na infância. Isso

ocorre devido ao acúmulo de cobre em algumas células como os fibroblastos, células renais e

placentárias, impossibilitando a incorporação do metal às enzimas cobre específicas

(CORDANO, 1998; KEEN et al., 1998; WHO, 1998).

Níquel (Ni): é um metal prateado, que ocorre naturalmente na crosta terrestre

(SNOW; COSTA, 1992; OLIVEIRA, 2003).

O Ni é também utilizado como uma das camadas-base nas galvanoplastias do cromo

(para que o cromo se adira ao ferro). Também pode ser usado como catalisador em certas

reações de hidrogenação, como na fabricação da margarina e manteiga a partir de gorduras

liquidas (OLIVEIRA, 2003). Os compostos inorgânicos apresentam outras utilizações, tais

como: produção de ligas de níquel, produção de níquel fundido com ferro, manufatura de

baterias alcalinas, manufatura de moedas, próteses clínicas e dentárias, na eletrônica

(MUSHAK, 1980).

Nos locais de trabalho, a via respiratória é a principal porta de entrada dos compostos

de níquel no organismo. Uma outra importante via de exposição ao Ni é o tabaco.

Exposições não ocupacionais, especialmente pela via dérmica, podem provocar uma

dermatite (ZHU; MING, 1985).

Em relação a sua carcinogenicidade ainda é extremamente debatida na literatura

(DOLL et al., 1970; TORJUNSSEN et al., 1979; BOYSEN et al., 1982).

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Introdução____________________________________________________________________ 60

Os efeitos relacionados à exposição ocupacional ao Ni são: alergia, rinite e sinusite,

câncer nas cavidades nasais, do pulmão e de outros órgãos (SUNDERMAN JR et al., 1988;

PETERS; GAMMELGAARD; MENNÉ, 1991; SNOW; COSTA, 1992). Investigações

relatam que o Ni parece exercer ação no desenvolvimento do feto, através do desequilíbrio

hormonal no organismo materno (SNOW; COSTA, 1992).

Chumbo (Pb): é um metal cinza-azulado, sem odor, maleável, sensível ao ar

(PAOLIELLO; CAPITANI, 2003). O chumbo é um elemento de ocorrência natural,

encontrado com abundância na crosta terrestre (ATSDR, 1999).

Sempre ocorre numa variedade de minérios, sendo galena (Sulfeto de chumbo) a mais

importante fonte primária de chumbo e a principal fonte comercial (WHO, 1995; ATSDR,

1999).

Geralmente apresenta-se associado a um outro minério, principalmente os que

contêm zinco, podendo ser consumido na forma de metal, puro ou ligado a outros metais, ou

como compostos químicos, ou seja, na forma de óxidos (ATSDR, 1999).

O chumbo metálico é muito usado na fabricação de lâmina ou canos nas indústrias

químicas e de construção, por apresentarem flexibilidade e resistência. É também usado

como ingrediente de solda, protetor contra radiações ionizantes; é empregado como

metalizante para coberturas protetoras, na manufatura de baterias, em revestimentos de cabos

e está presente numa variedade de ligas (PARMEGGIANI, 1983; ATSDR, 1999).

Os óxidos de chumbo são usados nas placas de bateria elétricas e acumuladores, na

manufatura de borracha, nas tintas e como constituintes de vitrificação, esmaltes e vidros

(ATSDR, 1999).

O arsenito de chumbo pode ser usado como inseticida; na borracha é usado o sulfato

de chumbo, entre outras aplicações (ATSDR, 1999).

Em exposições ocupacionais, o Pb resulta em intoxicação, o que pode levar a vários

efeitos, tais como: a medula óssea e os rins são considerados órgãos críticos para o chumbo,

que interfere nos processos genéticos ou cromossômicos e produz alterações na estabilidade

da cromatina em cobaias, inibindo reparo de DNA e agindo como promotor do câncer.

“A relação chumbo - síndrome associada ao sistema nervoso central depende do

tempo e da especificidade das manifestações. Destaca-se a síndrome encéfalo-polineurítica

(alterações sensoriais, perceptuais, e psicomotoras), síndrome astênica (fadiga, dor de

cabeça, insônia, distúrbios durante o sono e dores musculares), síndrome hematológica

(anemia hipocrômica moderada e aumento de pontuações basófilas nos eritrócitos), síndrome

renal (nefropatia não específica, proteinúria, aminoacidúria, uricacidúria, diminuição da

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Introdução____________________________________________________________________ 61

depuração da uréia e do ácido úrico), síndrome do trato gastrointestinal (cólicas, anorexia,

desconforto gástrico, constipação ou diarréia), síndrome cardiovascular (miocardite crônica,

alterações no eletrocardiograma, hipotonia ou hipertonia, palidez facial ou retinal,

arteriosclerose precoce com alterações cerebrovasculares e hipertensão) e síndrome hepática

(interferência de biotransformação)” (CAMPOS 2005, p.2).

Ferro (Fe): é um metal branco-prateado, maleável, muito reativo, facilmente

oxidável (HSDB, 2000; KROSCHWITZ, 1995; LIMA, 2003).

Os compostos de Fe mais importantes e usados na indústria são os óxidos, carbonatos

e sulfetos; e os de menor importância industrial são os compostos de cianeto, nitratos,

fosfetos, fosfatos e os compostos orgânicos de ferro, como o pentacarbonil e o ferroceno

(ILO, 1997; MEDICAL MANAGEMENT - MEDITEX, 2000).

O Fe é usado nas indústrias, metalúrgica (atuando como catalisador em reações

químicas), siderúrgica (na fabricação de ligas metálicas), na fabricação de imãs, tintas,

pigmentos, abrasivos e compostos para polimento, soldagem de metais (mistura de ferro e

perclorato de potássio) (ILO, 1997; HAZARD MANAGEMENT. HAZARDTEXT, 2000).

O Fe é o quarto elemento em abundância na crosta terrestre e com depósitos de

minérios distribuídos por todos os continentes, sendo liberado dessas fontes para o ar, água,

solo e sedimento (SIENKO; PLANE, 1977; COX, 1997). Portanto, a contaminação

ambiental do Fe por fontes naturais ocorre através do desgaste das rochas contendo minérios

de ferro, meteoritos e o escoamento superficial do metal (KROSCHWITZ, 1995). As

contaminações por fontes antropogênicas de Fe são de origem industrial, pelas emissões das

atividades de mineração, fundição, soldagem, polimento de metais, efluentes de esgotos

municipais e industriais e o uso de fertilizantes na agricultura (ILO, 1997, SHARMA et al.,

2000).

Sendo um elemento essencial, há várias desordens no seu mecanismo de homeostase

que resultam na sua deficiência ou toxicidade. A deficiência de Fe no organismo provoca

anemia hipocrômica microcítica, alteração do metabolismo muscular (GANONG, 1993;

HILLMAN, 1995) e disfunção do sistema imunológico (OMARA et al., 1998). Já um

excesso de Fe no organismo promove um acúmulo de hemossiderina nos tecidos produzindo

hemossiderose e hemocromatose, que é caracterizada pela pigmentação da pele, cirrose

hepática, incidência elevada de carcinoma hepático e atrofia das gônadas (GANONG, 1993).

Manganês (Mn): é um pó branco-acinzentado, que pode apresentar-se como um

sólido, frágil, quebradiço ou lustroso (WHO, 1981; BARCELOUX, 1999b; MARTINS,

2003).

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Introdução____________________________________________________________________ 62

O Mn é um elemento amplamente distribuído na crosta terrestre, água e atmosfera, na

forma particulada. Foi muito usado pelos romanos na fabricação de vidro (MENA, 1980).

A contaminação no ambiente de trabalho pode ocorrer em todas as indústrias que

utilizam o manganês. Assim, a exposição do trabalhador ao ambiente contaminado pode

ocasionar o aparecimento de alterações orgânicas e, em algumas circunstâncias, de moléstia

profissional irreversível, conhecida como manganismo (SIQUEIRA, 1984). O manganismo é

caracterizado por provocar uma doença neuropsíquica caracterizada por irritação, dificuldade

de caminhar, alteração na fala, entre outros (GOYER, 1996).

O aparelho respiratório é de importância primordial como via de introdução do

manganês. O mecanismo da absorção no nível do epitélio alveolar é pouco conhecido

(WHO, 1981).

O Mn é um elemento essencial para o homem e para os animais, estando presente nas

células dos organismos vivos. A toxicidade oral e dérmica do manganês é reduzida devido à

baixa solubilidade do metal. A exposição a altas concentrações ambientais de óxidos de Mn

pode originar inflamação nos pulmões (pneumonia química), tosse seca, náusea, dor de

cabeça, fadiga, dispnéia (BARCELOUX, 1999b). Após exposição crônica ao Mn e seus

compostos, os alvos atingidos são os pulmões (surgimento de tosse e bronquite) e o sistema

nervoso central (anorexia, apatia, astenia, dor de cabeça, irritabilidade, fraqueza nas

extremidades; onde gradualmente surge a disfunção do gânglio basal; que se caracteriza por

tremores, mudança na expressão facial distúrbios na comunicação) (MARTINS, 2003).

Um distúrbio psiquiátrico conhecido como “loucura mangânica” pode proceder ou

acompanhar os sinais neurológicos (BARCELOUX, 1999b).

O Mn influencia e participa na formação de tecidos ósseos e sanguíneos, sendo

permeável à barreira placentária de roedores e seres humanos onde irá concentrar

principalmente no fígado e cérebro dos fetos (MERIAN, 1991; SILVA, 2006).

Mercúrio (Hg): é um metal pesado de aspecto argênteo, inodoro e na sua forma

elementar, é um líquido denso e prateado, nas condições normais de temperatura e pressão.

(HULTMAN; ENESTRON, 1986). As formas nas quais pode ser encontrado, além da

elementar, são: mercúrio metálico (Hgº), mercúrio I e mercúrio II (AZEVEDO;

NASCIMENTO; CHASIN, 2003).

A progressiva utilização do Hg para fins industriais e o emprego de compostos

mercuriais durante décadas na agricultura resultaram no aumento significativo da

contaminação ambiental, especialmente da água e dos alimentos (AZEVEDO;

NASCIMENTO; CHASIN, 2003).

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Introdução____________________________________________________________________ 63

Nos processos de extração, o mercúrio é liberado no ambiente principalmente a

partir do sulfeto de mercúrio. O Hg e seus compostos são encontrados na produção de cloro e

soda caustica (eletrólise), em equipamentos elétricos e eletrônicos (baterias, retificadores,

relés, interruptores), aparelhos de controle (termômetros, barômetros, esfingnomanômetros),

tintas (pigmentos), amálgamas dentárias, fungicidas (preservação de madeira, papel,

plásticos), lâmpadas de mercúrio, laboratórios químicos, preparações farmacêuticas,

detonadores, óleos lubrificantes, catalisadores e na extração de ouro. O trato respiratório é a

via mais importante de introdução do mercúrio. Esse metal demonstra afinidade por tecidos

como células da pele, cabelo, glândulas sudoríparas, glândulas salivares, tireóide, trato

gastrintestinal, fígado, pulmões, pâncreas, rins, testículos, próstata e cérebro (GRANDJEAN

et al., 1994; CRANMER et al., 1996).

A exposição a elevadas concentrações desse metal pode provocar febre, calafrios,

dispnéia e cefaléia, durante algumas horas. Sintomas adicionais envolvem diarréia, cãibras

abdominais e diminuição da visão. Casos severos progridem para edema pulmonar, dispnéia

e cianose. As complicações incluem enfisema, pneumomediastino e morte; raramente ocorre

falência renal aguda (WHO, 1989).

Pode ser destacado também o envolvimento da cavidade oral (gengivite, salivação e

estomatite), tremor e alterações psicológicas. A síndrome é caracterizada pelo eretismo

(insônia, perda de apetite, perda da memória, timidez excessiva, instabilidade emocional).

Além desses sintomas, pode ocorrer disfunção renal.

Entre 1920 e 1960, uma indústria japonesa usou mercúrio como catalisador na

produção de acetaldeído e cloreto de vinila, lançando metilmercúrio nos efluentes que

atingiam a baia de Minamata. Estes compostos se concentraram no mar, dando inicio à

contaminação da cadeia alimentar aquática. O impacto desta contaminação foi

compreendido, pois, na época, a capacidade de ultrapassar as barreiras placentárias e

hematencefálica não era muito conhecida. Distúrbios metabólicos, retardo mental, distúrbios

no desenvolvimento, danos hepáticos, ataxia, tremores e convulsões, foram cada vez mais

observados em filhos de mães que ingeriam peixes contaminados (HARADA, 1999).

Zinco (Zn): é um metal branco-azulado brilhante, estável ao ar seco, porém é

recoberto por um revestimento branco de carbono básico quando exposto ao ar úmido

(BUDAVANI, 1996).

O Zn é um dos elementos mais comuns, pode ser encontrado no ar, no solo, na água e

está naturalmente presente nos alimentos. O Zn se distribui pelo ar, pela água e pelo solo

através de processos naturais e atividades humanas (ATSDR, 1994).

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Introdução____________________________________________________________________ 64

Os compostos de zinco têm muitas aplicações na indústria e não são explosivos ou

inflamáveis. São utilizados na produção de tintas brancas, de cerâmicas e de vários outros

produtos. O óxido de zinco é usado para produzir borracha. Outros compostos, como acetato

de zinco, cloreto de zinco e sulfato de zinco, são usados na preservação de madeira e no

tingimento de tecidos. São usados também, na indústria de medicamentos na produção de

bloqueadores solares, desodorantes, preparações para tratamento de micoses, acne, e xampus

anticaspa (ATSDR, 1994).

Esse elemento químico confirma sua importância crucial em nutrição humana e suas

funções múltiplas, que foram desprezadas durante muito tempo. Sua ação bioquímica é

considerável: está presente em mais de 100 enzimas; intervém no funcionamento de certos

hormônios; é indispensável à síntese das proteínas, à reprodução e ao funcionamento normal

do sistema imunitário. É encontrado em todos os órgãos, mas sua concentração é

particularmente elevada no pâncreas, fígado, pele e fâneros. No sangue, ele está ligado às

proteínas e aos aminoácidos (HALSTED et al., 1972).

Os produtos mais ricos em Zn provêm do mar: água do mar, ostras e as conchas.

Depois vêm as carnes, gema do ovo, nozes e o feijão. Parece que a qualidade das proteínas

influi na utilização do zinco contido no alimento: por exemplo, o zinco é mais facilmente

disponível no leite da mulher que no da vaca. São as proteínas de origem animal (ao lado de

alimentos de origem marinha), as suscetíveis de prevenir a carência de zinco. Pode se

perceber que junto a uma má nutrição em proteínas existe sempre uma carência em zinco que

é responsável, em grande parte, por certos sintomas que se atribuíam, outrora, à carência em

proteínas (HALSTED et al., 1972).

Carências freqüentes de zinco são notadas na alimentação parenteral (alimentação

artificial em reanimação e nos doentes de diálise renal). Mas carências mais moderadas

podem ser devidas à insuficiência no aporte de zinco (alcoólicas, anorexias) ou à sua má

absorção (doenças intestinais, mucoviscidose). Um aumento na eliminação de zinco pode

ocorrer pós-estados patológicos (doenças dos rins, cirrose), de suor demasiado e também,

devido ao uso de certos medicamentos, como a penicilina ou os corticóides. Uma carência

severa em zinco, devida a um defeito em sua absorção no intestino, é encontrada na

acrodermatite enteropática, uma doença genética caracterizada pela tríade dermatite, alopécia

(desaparecimento dos pelos e dos cabelos) e diarréia. A erupção da pele é quase eritematosa,

quase papuloescamosa. As unhas são modificadas, pelo aparecimento de um sulco

transversal, sinalizando a parada do crescimento ungueal, ou pelo espessamento da cutícula

que se torna escura (HALSTED et al., 1972).

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Introdução____________________________________________________________________ 65

É interessante lembrar que a carência de zinco, segundo alguns autores, provocaria

diminuição da defesa imunitária (contra vírus, notadamente o do herpes) e devido a estes

distúrbios de imunidade, poderia favorecer certos tipos de neoplasias (LEHNINGER, 1985).

1.4.2 Principais parasitas patogênicos em água e esgoto

Desde as civilizações mais remotas observa-se a existência da preocupação constante

do homem em relação à qualidade da água e à transmissão de doenças. De acordo com

Branco (1986), os seres patógenos são lançados nos despejos de origem doméstica,

fundamentalmente formados por matéria fecal humana e animal, existentes nos ambientes

aquáticos. Esses organismos são incapazes de reproduzir-se ou mesmo sobreviver por muito

tempo. Embora constituam um indício seguro de contaminação, apresentam curta duração

fora do organismo humano e há dificuldade dos processos para sua identificação.

Entretanto, quanto à duração fora do organismo humano, sabe-se que alguns vírus

(Enterovírus) resistem no ambiente por até três meses. Alguns protozoários como Entamoeba

histolytica e Giardia lamblia sobrevivem durante 25 dias; e os helmintos subsistem por dias

ou meses. Por exemplo, Ascaris lumbricoides apresentam uma resistência média de um ano e

as tênias de nove meses (Tabela 5) (ROWE; ABDEL-MAGID, 1995).

Tabela 5 - Sobrevivência dos helmintos intestinais nas águas residuárias, solo e plantações Helmintos Meio Tipo de aplicação Tempo

sobrevivência Ascaris lumbricoides Solo

Vegetais Não determinado Contaminação artificial

Acima de 7 anos 27-35 dias

Necator americanus Águas residuárias Solo arenoso Solo

Não determinado Não determinado Fezes infectadas

< 18 dias < 10 dias 6 semanas

Taenia saginata Águas residuárias Solo arenoso

Não determinado Não determinado

> 16 dias < 210 dias (no inverno) (poucos dias no verão)

Fonte - ROWE; ABDEL-MAGID, 1995

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Introdução____________________________________________________________________ 66

Portanto, as enfermidades causadas pelos nematóides intestinais através de águas

residuárias são um dos principais focos desse estudo. Segundo Cutolo (2002), os ovos destes

parasitas necessitam de um período de latência para se desenvolverem no ambiente antes de

causarem a infecção. A OMS (1989) classifica o Ascaris lumbricoides, Ancilostoma, Necator

e Trichuris trichiura como os principais nematóides intestinais, porém, deve-se levar em

consideração a endemicidade de cada agente. Estes parasitas são transmitidos através do

reuso de águas residuárias na agricultura ou pela falta e ineficiência de tratamento de

esgotos; sendo os agentes patógenos de maior preocupação para a saúde pública, nos países

em desenvolvimento.

De acordo com a OMS (1992), os helmintos de grande importância médica estão

divididos em três grupos: nematódeos (áscaris), cestodos (tênias) e trematódeos (distomas).

Para a saúde pública os nematódeos de grande importância são: Ascaris lumbricoides,

Ancilostomas (Ancylostoma duodenale e Necator americanus), Strongyloides stercoralis,

Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis e outros; já os cestodos são: Teníases humanas

(Taenia saginata e Taenia solium), Diphillobothrium, Echinococcus e, Hymenolepis. Entre

os trematódeos estão os esquistossomas como Schistosoma mansoni, S. haematobium, S.

japonicum e S. intercalatum.

As infecções por helmintos e protozoários estão entre os mais freqüentes agravos do

mundo. As enteroparasitoses podem afetar o equilíbrio nutricional, pois interferem na

absorção de nutrientes, induzem sangramento intestinal, reduzem a ingestão alimentar e

ainda podem causar complicações significativas, como obstrução intestinal, prolapso retal e

formação de abscessos (ROQUE, 1997).

Grande parte das doenças registradas decorre da falta de saneamento, como diarréias,

cólera, dengue, hepatite tipo A, leptospirose, esquistossomose e várias parasitoses. Em

conseqüência, uma alta taxa de mortalidade infantil é encontrada nesses países (TEIXEIRA;

PUNGIRUM, 2005).

Uma das principais causas de morte de menores de um ano é a diarréia, que provoca a

desidratação e morte em um curto espaço de tempo.

Em 1999, as doenças diarréicas nos países em desenvolvimento acometeram em

torno de 1,5 bilhões de crianças com até cinco anos de idade a cada ano, tendo como grande

causa a intensa urbanização e a falta de acompanhamento de melhorias dos serviços de

saneamento básico, de abastecimento de água, coleta de lixo e tratamento de esgotos (WHO,

1999).

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Introdução____________________________________________________________________ 67

A falta de acesso à água e saneamento mata uma criança a cada 19 segundos, em

decorrência de diarréia, afirma o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2006. As

estimativas do relatório apontam que há 1,1 bilhão de pessoas sem acesso à água limpa, e

que, dessas, quase duas em cada três vivem com menos de dois dólares por dia. Cerca de 2,6

bilhões de habitantes moram em domicílio sem esgoto, dos quais 660 milhões sobrevivem

com menos de dois dólares por dia. “A crise da água e do saneamento é, acima de tudo, uma

crise dos pobres”, resume o relatório (PNUD, 2006).

Segundo dados do Banco Mundial, 2,2 milhões de pessoas morrem todos os anos, e

metade dos leitos hospitalares em todo o mundo estão ocupados por pacientes com doenças

causadas devido à deficiência de saneamento (BORGES, 2006).

No Brasil, atualmente, dada a desigualdade na distribuição de saneamento básico,

observa-se um quadro de persistência de doenças transmissíveis e o ressurgimento de

doenças já erradicadas.

Existe uma preocupação mundial com o controle das doenças diarréicas, agravando-

se principalmente países em desenvolvimento, cuja carência de saneamento básico, limita a

prevenção e o controle da morbidade e mortalidade associadas a estas doenças.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,5 bilhões de pessoas estão

infectadas por helmintos e enteroprotozoários, das quais 450 milhões, a maior parte crianças,

estejam doentes. A cada ano acontecem cerca de 65.000 óbitos decorrentes de infecções por

ancilostomídeos, 60.000 associados às infecções por Ascaris lumbricoides e 70.000 em razão

das infecções por Entamoeba histolytica (WHO, 2000).

O Cryptosporidium tem sido considerado em vários países o mais importante

protozoário intestinal, superando a ocorrência de Giardia e Entamoeba (ROSE, 1990), sendo

descrito em mais de 60 países distribuídos pelos seis continentes (UNGAR, 1995).

No distrito de Perus em São Paulo, Tomps (1998) encontrou prevalência de

Cryptosporidium ssp sobre os demais parasitas intestinais pesquisados em fezes, seguido de

Ascaris lumbricoides, Endolimax nana, Giardia lamblia e Trichuris trichiura.

A esquistossomose é uma endemia parasitária típica das Américas, Ásia e África.

Originou-se provavelmente no Egito (ALMEIDA MACHADO, 1977) em 1852, através da

descrição de Theodor Bilharz (KATZ; ALMEIDA, 2003), e espalhou-se por vasta área do

território africano, seguindo o curso dos grandes rios. Em 1892, Patrick Manson levantou a

hipótese da existência de duas espécies de Schistosoma parasitas do homem. Hoje, sabe-se

que são muitas: S. japonicum (esquistossomose japonesa), S. haematobium,

(esquistossomose hematóbia, vesical ou urinária), S. interacalatum (esquistossomose

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Introdução____________________________________________________________________ 68

intestinal, típicade países da África Central), S. mekongi (esquistossomose intestinal, comum

no vale do rio Mekongi, no Laos e Camboja), S. bovis, S. mattheei e S. rodhaini

(esquistossomoses de animais que, eventualmente, parasitam o homem na África) e S.

mansoni (esquistossomose mansoni, única espécie para a saúde pública brasileira) (KATZ;

ALMEIDA, 2003).

Em 1907, o inglês Sambon descreveu a única espécie existente no Brasil, que em

homenagem a Manson, a nomeou de Schistosoma mansoni.

Vários autores que estudaram o assunto acreditam que a esquistossomose tenha sido

introduzida no Brasil através de escravos (KATZ; ALMEIDA, 2003) originários da costa da

Guiné, Angola e antigo Congo, na África Ocidental e de Moçambique, na parte oriental do

continente africano, estabelecendo-se inicialmente nas áreas de produção canavieira do

Nordeste brasileiro, para onde drenava a maior parte da mão-de-obra escrava e onde existiam

condições bioecológicas para que se completasse o ciclo evolutivo do parasita (ALMEIDA

MACHADO, 1977).

No século XVII, surge movimento migratório para o interior dos Estados da Paraíba,

Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Sergipe e Bahia (SOUZA, 1980; CHIEFFI;

WALDIMAN, 1988), com o destino de implantar a criação de gado (CHIEFFI;

WALDIMAN, 1988).

Já no século XVIII, criaram-se condições para que a esquistossomose viesse a atingir

áreas no interior de Minas Gerais e Bahia, através de deslocamentos populacionais para essas

regiões, atraídos pela descoberta de jazidas auríferas e de outros minerais preciosos cuja

exploração, no correr do século, constituiu a principal atividade econômica do país

(CHIEFFI; WALDIMAN, 1988).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a esquistossomose acometa 200

milhões de pessoas em 74 países, sendo considerado um grave problema para a saúde

pública em pleno século XXI (KATZ; ALMEIDA, 2003). No Brasil, principalmente, nos

estados do Nordeste e em Minas Gerais, são cerca de seis milhões de infectados.

“A esquistossomose passou a ser vista como problema de Saúde Pública no Brasil,

muito mais por ter assumido a aparência de uma ameaça ao Sudeste, refletindo nitidamente a

relação colonialista que existe entre essa região e o Nordeste. A partir do momento que o

Sudeste recorre ao excedente de mão-de-obra existente no Nordeste para promover a sua

industrialização, surge a preocupação, tanto do meio científico, concentrado no Sudeste,

como do Estado, de encarar o controle da esquistossomose como sinônimo de controle da

migração interna” (SILVA, 1985, p. 2).

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Introdução____________________________________________________________________ 69

Em Minas Gerais, por exemplo, a esquistossomose passou a ser formalmente

considerado problema de Saúde Pública, em um programa de controle da endemia pela

decisão política do então governo de Tancredo Neves (MARTINS et al., 1982; RCEMG,

1983). Assim, a implantação dos cuidados primários de saúde através de ações integradas

entre comunidade, poder local e regional, apareceu como proposta a ser viabilizada com

coordenação, planejamento e supervisão do Estado (SILVA, 1985).

Em relação à cisticercose e à teníase; hoje em dia, ainda é possível observar-se um

evidente preconceito em relação ao consumo de carne suína, principalmente em regiões onde

a doença chamada cisticercose apresenta alta freqüência (GANC et al., 2006). Muitas vezes a

doença está relacionada somente às condições precárias de saneamento e ao baixo nível

socioeconômico, o que propicia à população um acesso ao consumo de carnes de má

procedência, assim como verduras e água contaminadas (MENDES et al., 2005).

A cisticercose foi descrita pela primeira vez em suínos pelo pensador grego

Aristóteles (CARVALHO et al., 1998). No ano 300 a.C. já havia proibição do consumo da

carne suína, sob pena de prisão, gerando assim, um conceito que considerava o porco como

transmissor da tão temida doença (ROPPA, 2006).

O primeiro caso de cisticercose humana foi descrito no século XVI, sendo

desconhecida à origem da doença. Somente na segunda metade do século XIX,

pesquisadores alemães demonstraram que a responsável pela doença era a Taenia solium,

ficando claro que a doença é transmitida pelo homem e não pelos animais infectados (LINO

JÚNIOR et al., 2004).

Machado et al. (1988) descreveram que a cisticercose humana apresenta distribuição

mundial, sendo uma característica de países em desenvolvimento, principalmente Índia,

costa setentrional da África, Egito e países da América do Sul. A endemicidade da doença

está nitidamente relacionada às más condições de saneamento básico, higiene, falta de água

potável, desconhecimento da população sobre a doença, contaminação do meio ambiente,

irrigação de hortaliças com água contaminada e venda de carne com cisticerco, popularmente

conhecido como “canjica” (LINO JÚNIOR et al., 2004).

Em 1987, a América Latina apresentava uma estimativa de 300.000 casos, com

grande incidência principalmente no Brasil (Região Sul, Sudeste e Centro-Oeste)

(LONARDONI et al., 1996).

Em 1996, Lonardoni et al., realizaram estudos em cinco municípios do Paraná, e

encontraram 3,2% de pacientes positivos para Cysticercus cellulosae das 2.180 amostras de

soros coletadas.

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Introdução____________________________________________________________________ 70

Segundo Lino Júnior et al. (2004), para indivíduos entre 21 e 40 anos, o Brasil

apresentou uma prevalência de neurocisticercose entre 0,12 e 19% nas necrópsias; 0,03 a

7,5% nos diagnósticos clínicos e 0,68 a 5,2% nos estudos soroepidemiológicos.

A cidade de Ribeirão Preto apresentou o primeiro programa de notificação

compulsória da doença, que foi implantado no município em 1992 e serviu de modelo para o

Ministério da Saúde, que recomendou a notificação compulsória da doença, segundo a

portaria 1100, de 24/maio/96, o que não é seguida rigorosamente no país. Porém, apenas os

estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, além da cidade de Ribeirão

Preto (SP) (pioneira na implantação), implantaram o programa de combate e controle

(AGAPEJEV, 2003). Segundo a mesma referência, “a doença deveria ser inserida nos

programas de educação em saúde, uma vez que as conseqüências dessa neuroparasitose na

saúde da população economicamente ativa é bastante importante” (AGAPEJEV, 2003, p.

825).

Na região de Ribeirão Preto, a neurocisticercose mostra-se endêmica, sendo

responsável por 7,5% ( 71,4 casos/100 mil habitantes em Ribeirão Preto) das internações do

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Em 1996,

Takayanagui et al. demonstraram que a doença não está controlada, pois 21% dos casos

notificados apresentavam a forma ativa, isto é, cisticercos vivos no parênquima cerebral;

porém, atualmente tem diminuído muito o número de casos no município de Ribeirão Preto

(TAKAYANAGUI et al., 1996; TAKAYANAGUI; LEITE, 2001).

A parasitologia tornou-se uma importante área de pesquisa para a hidrologia sanitária

no Brasil, principalmente, para o monitoramento, controle e avaliação de parasitoses

intestinais transmitidas por veiculação hídrica.

Diversos estudos comprovam que a análise microbiológica de esgotos com a pesquisa

de patógenos tem se constituído em um excelente instrumento epidemiológico para

determinar quais doenças estão ocorrendo na comunidade no momento de estudo e quais os

patógenos presentes e que podem se constituir em um risco potencial quando lançados ou

despejados, sem tratamento prévio, em ecossistemas aquáticos.

1.4.3 Principais bactérias em água e esgoto

As fezes de uma pessoa sadia contêm um grande número de bactérias comensais de

várias espécies que variam em quantidade e tipo de acordo com hábitos e costumes da

população. Estas grandes variações de espécies levaram os estudiosos a estabelecer

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Introdução____________________________________________________________________ 71

indicadores de presença de contaminação como o Escherichia coli, Pseudomonas

aeruginosas, Enterococcus faecalis. As bactérias penetram no corpo humano normalmente

por ingestão de alimentos ou água contaminada, e muitas vezes através das próprias mãos.

Todas as infecções levam as bactérias a serem eliminadas pelas fezes, com a probabilidade

de atingir outro ser humano, fechando um novo ciclo (ROQUE, 1997).

A contaminação do sistema público de abastecimento de água por esgotos,

geralmente é detectada pela presença de coliformes na água; trata-se de um grupo de

bactérias, pertencentes à família Enterobacteriaceae, a qual representa a maior e mais

heterogênea coleção de bacilos Gram-negativos de importância clinica. O gênero

Escherichia consiste em cinco espécies, sendo que a Escherichia coli é a mais comum e de

grande importância clinica, por se tratar de uma bactéria termo-tolerante, utilizada como um

indicador de contaminação da água por fezes de animais ectotérmicos (HELLER, 1997).

Na Bolívia, Quick et al. (1999) observaram que doenças diarréicas continuam sendo

as causas de morbidade e mortalidade infantil nos países em desenvolvimento, devido à

transmissão de coliformes fecais através da água. A intervenção para a melhoria deste

quadro consistiria em três elementos: tratamento da água com adição de cloro,

armazenamento apropriado, e educação ambiental. Estas são ações que não envolvem muito

custo e podem reduzir em 20% ou mais a incidência de diarréia.

1.5 Esgoto sanitário e seu tratamento

As águas residuárias, independentes de serem tratadas e/ou não geralmente são

despejadas em sistemas aquáticos superficiais (rios, lagos, represas, etc), sendo uma solução

normalmente adotada em muitas comunidades do mundo para o afastamento dos resíduos

líquidos. Em várias comunidades, esses sistemas são utilizados como fonte de abastecimento,

existindo casos em que a cidade lança o esgoto no mesmo sistema.

De modo geral, o lançamento do esgoto bruto nos rios provoca degradação ambiental,

pela disseminação de doenças e comprometimento da qualidade da água, que pode se tornar

imprópria para certos usos (CHAGAS, 2000).

O uso das águas residuárias para a irrigação, especialmente em regiões semi-áridas

nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, deve-se a alguns aspectos: escassez de

águas para a irrigação devido à crescente demanda urbana de recursos hídricos, ao custo

elevado dos fertilizantes artificiais, ao reconhecimento que o uso dos nutrientes das águas

residuárias contribui para o aumento da produção agrícola (os riscos à saúde e os danos para

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Introdução____________________________________________________________________ 72

o solo são mínimos se adotadas as precauções necessárias) e a aceitação sociocultural desta

prática (CUTOLO, 2002).

As residuárias podem ser definidas como águas de origem doméstica e da rede

municipal de esgotos que não contém quantidades apreciáveis de efluentes industriais

(CUTOLO, 2002).

Os esgotos domésticos são procedentes da atividade humana, onde contêm

aproximadamente 99,95% de água e a fração restante, 0,1% inclui sólidos orgânicos e

inorgânicos em suspensão e dissolvidos (Figura 7).

Figura 7. Sólidos nos esgotos Fonte - VON SPERLING, 1996

As águas residuárias podem ser caracterizadas quanto à sua composição física,

química e biológica. Dentre as propriedades físicas tem-se a cor, odor, sólidos e temperatura.

Os constituintes químicos podem ser divididos em orgânicos (carboidratos, óleos e graxas,

pesticidas, fenóis, proteínas, surfactantes, compostos orgânicos voláteis e outros);

inorgânicos (alcalinidade, cloretos, metais pesados, nitrogênio, pH, fosfatos, sulfetos e

outros); e, gases (gás sulfídrico, metano, oxigênio, etc) (CUTOLO, 2002).

No esgoto são encontrados vírus, fungos, bactérias e parasitas (protozoários e

helmintos) (Tabela 6); embora a grande maioria destes organismos seja inofensiva, alguns

grupos de patogênicos são considerados perigosos pelo risco que representam à saúde

humana e animal (TCHOBANOGLOUS; BURTON, 1991; AYRES; MARA, 1997).

Água

Sólidos orgânicos e inorgânicos em suspensão e dissolvidos.

Poluição

Tratamento

99,95%

0,1%

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Introdução____________________________________________________________________ 73

Tabela 6 – Agentes infecciosos presentes em águas residuárias domésticas sem tratamento

ORGANISMO DOENÇAS OBSERVAÇÕES Bactéria Escherichia coli Gastroenterites Diarréia Legionella pneumophila Legionelloses Doença respiratória aguda Leptospira (150 spp.) Salmonella typhi Salmonella (~1700 spp.)

Leptospiroses Febre tifóide Salmonelloses

Icterícia, febre de Well’s Febre elevada, diarréia e ulceração intestinal Intoxicação alimentar

Shigella (4 spp.) Vibrio cholerae

Shigelloses Cólera

Disenteria bacilar Diarréia extremamente forte, desidratação

Yersinia enterolitica Yersinoses Diarréia Vírus Adenovirus (31 tipos) Doença respiratória Complicações pulmonares Enterovirus (67 tipos, ex. pólio, echo, Virose Coxsackie)

Gastorenterites, anomalias coração e meningites

Hepatite A Hepatite infecciosa Icterícia, febre Reovirus Gastroenterites Diarréia Rotavirus Gastroenterites Diarréia Protozoários Balantidium coli Balantidiases Diarréia, disenteria Cryptosporidium Cryptosporidioses Diarréia Entamoeba histolytica Amebiases

(Disenteria amoebica) Disenteria sanguinolenta prolongada, abscesso no fígado e intestino

Giardia lamblia Giardiases Diarréia severa, náusea, indigestão

Helmintos Ascaris lumbricoides Ascariases Infestações por helmintos Enterobius vermiculares Enterobiases Oxiúro Fasciola hepatica Fasciolases Obstrução de canais

linfáticos Hymenolepsis nana Hymenolepiases Taenia saginata Taeniases Carne bovina Taenia solium Taeniases Carne suína Trichuris trichiura Trichuriasis Prurido anal

Fontes – TCHOBANOGLOUS; BURTON, 1991; AYRES; MARA, 1997

O conteúdo microbiológico das fezes geralmente apresenta-se diluído no esgoto,

assim, sua determinação é feita através do estudo de organismos indicadores de

contaminação fecal, como pode ser visto na Tabela 7, que mostra valores médios observados

nos Estados Unidos (METCALF; EDDY, 1977).

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Introdução____________________________________________________________________ 74

Tabela 7 – Concentração média de alguns microrganismos no esgoto bruto dos Estados Unidos

Microrganismo Concentração Coliformes totais 105 a 106 /mL Coliformes fecais 104 a 105 /mL Estreptococos 103 a 104 /mL Salmonella 0 a 102 /mL Cistos de protozoários 10 a 103 /mL Ovos de helmintos 10-2 a 10 /mL Vírus entéricos 10 a 102 /mL

Fonte - METCALF; EDDY (1977)

Os sistemas de tratamento de esgotos domésticos foram originalmente concebidos

para remover matéria orgânica e sólidos. Posteriormente surgiu a preocupação em reduzir

outros constituintes, como nutrientes e organismos patogênicos (GASI; ROSSIN, 1993).

Atualmente, considera-se que as estações de tratamento devem atuar como

verdadeiras barreiras à disseminação de diversas enfermidades, principalmente em países em

que os padrões de saúde pública são precários e os índices de morbidade e mortalidade

elevados.

Quando se planeja o tratamento de esgotos, é importante antecipar as características

do efluente por diversos motivos; prever se o mesmo atenderá aos limites legais, dimensionar

unidades de pós-tratamento e prever impactos ambientais, entre outros.

Isto é particularmente interessante no caso de coliformes fecais, uma vez que estes

são comumente utilizados como padrão de qualidade para lançamento em corpos receptores

e como variáveis para o dimensionamento de unidades de desinfecção.

A escolha do tratamento depende das condições mínimas estabelecidas para a

qualidade da água dos mananciais receptores e a função de sua utilização. Em qualquer

projeto é fundamental o estudo das características do esgoto a ser tratado e da qualidade do

efluente que se deseja lançar no corpo receptor. Os principais aspectos a serem estudados são

vazão, pH e temperatura, demanda bioquímica de oxigênio - DBO, demanda química de

oxigênio - DQO, toxicidade e teor de sólidos em suspensão ou sólidos suspensos totais -

SST.

Conceitualmente, a estação de tratamento preliminar abrange a remoção de sólidos

grosseiros (no gradeamento), da areia (na caixa de areia) e dos sólidos sedimentáveis (no

decantador primário), bem como a digestão e a remoção da umidade desse lodo no digestor e

no leito de secagem, respectivamente (CHAGAS, 2000).

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Introdução____________________________________________________________________ 75

Ao definir um processo deve-se considerar sua eficiência na remoção de DBO e

coliformes, a disponibilidade de área para sua instalação, os custos operacionais,

especialmente energia elétrica, e a quantidade de lodo gerado. Alguns processos exigem

maior escala (maior população atendida) para apresentarem custos per capita compatíveis.

Na implantação de um sistema de esgotamento sanitário, compreendendo também a rede

coletora, a estação de tratamento representa cerca de 20% do custo total.

Dentre os diferentes sistemas de tratamento de esgoto (Sistema Tanque Séptico e

Filtro Anaeróbico, Filtro Biológico, Lagoas de Estabilização, Disposição e Tratamento de

Águas residuárias no solo), temos os sistemas de lodos ativados. Esse sistema promove uma

eficiência de remoção de DBO de 80-90% e não exige grandes requisitos de áreas como, por

exemplo, as lagoas (RAMALHO, 1991). No entanto, há um alto grau de mecanização e um

elevado consumo de energia elétrica. O tanque de aeração ou reator, o tanque de decantação

e a recirculação de lodo são partes integrantes deste sistema. O efluente passa pelo reator,

onde ocorre a remoção da matéria orgânica e depois pelo decantador, de onde sai clarificado

após a sedimentação dos sólidos (biomassa) que formam o lodo de fundo. Este é formado por

bactérias ainda ávidas por matéria orgânica que são enviadas novamente para o reator

(através da recirculação de lodo). Com isso há um aumento da concentração de bactérias em

suspensão no tanque de aeração. Para se ter uma idéia, esta é 10 vezes ou mais superior que

a concentração de bactérias em uma lagoa aerada de mistura completa sem recirculação.

Porém, uma taxa equivalente ao crescimento das bactérias (lodo biológico excedente) deve

ser retirada, pois se fosse permitido que as bactérias se reproduzissem continuamente,

alguns problemas poderiam ocorrer. Um exemplo disso é a presença de biomassa no

efluente final devido à dificuldade de sedimentar em um decantador secundário

sobrecarregado e a dificuldade de transferência de oxigênio para todas as células no reator. A

alta eficiência desse sistema é, em grande parte, devido à recirculação do lodo. Esta permite

que o tempo de detenção hidráulico seja pequeno e, conseqüentemente, também o reator

possua pequenas dimensões. A recirculação de sólidos também permite que os sólidos

permaneçam mais tempo no sistema, que a massa líquida. Esse tempo de permanência da

biomassa no sistema é chamado de Idade do Lodo (VON SPERLING, 1996).

Além da matéria orgânica carbonácea o sistema de lodos ativados pode remover

também nitrogênio e fósforo; porém, a remoção de coliformes é geralmente baixa devido ao

pequeno tempo de detenção hidráulico e normalmente insuficiente para o lançamento no

corpo receptor.

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Introdução____________________________________________________________________ 76

A ETE-Ribeirão Preto apresenta uma tecnologia de lodos ativados convencionais,

aerados por tubos-compressores e difusores de membrana e sistema de digestão anaeróbica

de lodos de alta carga (AMBIENT, 2005).

O sistema de lodos ativados convencional é constituído por reator e decantadores

primário e secundário. Esse sistema possui decantador primário, para que a matéria

orgânica em suspensão sedimentável seja retirada antes do tanque de aeração, gerando,

assim, uma economia no consumo de energia. O tempo de detenção hidráulico é bem

baixo, da ordem de 6 a 8 horas e a idade do lodo em torno de 4 a 10 dias. Como o lodo

retirado ainda é jovem e possui grande quantidade de matéria orgânica em suas células, há

necessidade de uma etapa de estabilização do lodo (VON SPERLING,1997).

1.6 Funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto - SP

O Funcionamento da E.T.E. pode ser dividido em três linhas: linha de água, linha de

lodo e linha de gás; onde será detalhado cada um deles (Figura 8).

Figura 8. Fluxograma da ETE – Ribeirão Preto-SP Fonte – SERVIÇOS AMBIENTAIS DE RIBEIRÃO PRETO. AMBIENT, 2005

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Introdução____________________________________________________________________ 77

O esgoto coletado na cidade é levado por gravidade, através de interceptores, até o

Poço de Grossos da estação de tratamento.

Ao chegar à Estação, o esgoto passa por um tratamento preliminar, em que os

materiais grosseiros, areias e gorduras são retirados. Somente nesta etapa do tratamento

possui uma elevatória que bombeia o esgoto bruto (sem sólidos maiores) até o tratamento

(Figura 9) (AMBIENT, 2006).

Figura 9. Poço de chegada da ETE – Ribeirão Preto

O Pré-Tratamento é composto pelas seguintes fases (Figura 10):

• Gradeamento Intermediário e Fino: remove os sólidos intermediários e finos

(plásticos, cigarros, cotonetes, etc.) encaminhando-os a um contêiner;

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Introdução____________________________________________________________________ 78

Figura 10. Vista parcial do Gradeamento Intermediário e Fino da ETE-Ribeirão Preto

• Desarenador e Desengordurador (Figura 11): nesta fase são extraídos e separados

toda areia e gordura presentes no esgoto, através de um sistema composto de uma

ponte móvel/bomba vertical/separadores, sendo encaminhados a um contêiner.

Figura 11. Vista parcial do desarenador e desengordurador da ETE-Ribeirão Preto

Todo resíduo retirado no Pré-Tratamento é transportado para disposição final no

Aterro Sanitário do Município (AMBIENT, 2006).

O esgoto isento de sólidos, areia e gordura segue o tratamento indo para o Decantador

Primário (Figura 12).

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Introdução____________________________________________________________________ 79

Figura 12. Vista parcial dos decantadores primários da ETE-Ribeirão Preto

No Decantador Primário o esgoto flui vagarosamente, permitindo que os sólidos em

suspensão, que apresentam maior densidade, sedimentem gradualmente no fundo. O esgoto

isento de sólidos, porém ainda com uma grande concentração de matéria orgânica, segue

para os Reatores Biológicos (AMBIENT, 2006).

No Reator Biológico (Figura 13) se processa a limpeza do esgoto, através de um

tratamento biológico, que consiste basicamente em ativar com aeração os microrganismos

presentes no esgoto, para que eles se proliferem de modo controlado e assim possam se

alimentar de cargas orgânicas (impurezas), efetuando a limpeza.

Figura 13. Vista parcial dos reatores biológicos da ETE-Ribeirão Preto

A próxima etapa consiste em separar a massa de microrganismos, conhecidos como

Lodos Ativados, do esgoto tratado.

Esta separação é realizada no Decantador Secundário (Figura 14), onde uma parcela

da massa sólida que decanta, denominada lodo secundário retorna ao Reator Biológico para

manter o equilíbrio do processo de tratamento. A outra parcela será encaminhada aos

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Introdução____________________________________________________________________ 80

Biodigestores, juntamente com os sólidos sedimentáveis que foram separados no Decantador

Primário.

Figura 14. Vista parcial do Decantador secundário da ETE-Ribeirão Preto

Após todo o trajeto a água sai limpa, porém não pode ser consumida pelos humanos;

ela volta para o Córrego Ribeirão Preto podendo ser reaproveitada para muitas finalidades

(Figura 15).

Figura 15. Fonte de saída da ETE–Ribeirão Preto

O esgoto tratado passa pela Câmara de Cloração, por medida de segurança, somente

quando existir uma epidemia de hepatite A na cidade, sendo então lançado no Ribeirão Preto.

O Lodo que foi encaminhado aos biodigestores passa por um processo de

homogeneização e estabilização através de um tratamento biológico anaeróbico. Neste

processo de tratamento ocorre a redução substancial dos sólidos voláteis, redução

significativa do número de organismos patogênicos, redução do volume do lodo através dos

fenômenos de liquefação, gaseificação e adensamento. Após o tratamento o lodo passa por

um processo de desidratação por centrífugas dando origem a um biossólido, que segue para o

silo de estocagem (Figura 16) e posteriormente é transportado para o aterro sanitário.

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Introdução____________________________________________________________________ 81

Existem diversos estudos que comprovam a possibilidade de utilizar o biossólido com adubo

orgânico, principalmente em plantações de cana de açúcar, mais ainda não foi autorizada sua

utilização.

Figura 16. Silo de estocagem da ETE-Ribeirão Preto

Durante o processo de Digestão Anaeróbica no Biodigestor é gerado um gás, que

apresenta em sua composição uma grande quantidade de gás metano. Parte desse gás é

reutilizado no próprio processo de digestão anaeróbica do lodo no Digestor e o excedente

segue para o queimador.

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OBJETIVOS

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Objetivos__________________________________________________________________ 83

2.0 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

-Avaliar a qualidade da remoção microbiológica, parasitológica e de metais pesados

após o tratamento de esgoto sanitário pelo sistema de lodos ativados, em Ribeirão Preto-SP.

2.2 Objetivos Específicos

-Avaliar a concentração de metais (Cu, Cr, Cd, Zn, Mn e Pb) no esgoto bruto e

tratado pelo Sistema de Lodos Ativados, na ETE Ribeirão Preto-SP.

-Caracterizar e quantificar parasitas intestinais prevalentes nos esgotos coletados e

tratados na ETE Ribeirão Preto-SP.

-Avaliar a presença/ausência de coliformes totais e fecais, assim como quantificar

esses elementos no esgoto coletado e tratado na ETE Ribeirão Preto-SP.

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MATERIAL E MÉTODO

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Material e Método________________________________________________________________ 85

3.0 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Delineamento da Pesquisa

O estudo constitui-se em uma pesquisa experimental do tipo transversal, onde as

mensurações das variáveis de interesse da situação ocorrem instantaneamente, ou seja, o

fator e o efeito ocorrem ao mesmo momento histórico (ROUQUAYROL; ALMEIDA

FILHO, 1993). Trata especificamente da identificação e quantificação de metais pesados,

parasitas e bactérias no esgoto bruto e tratado da Estação de Tratamento de Esgoto de

Ribeirão Preto, SP; nos anos de 2006 e 2007.

O estudo conta com a autorização da AMBIENT – Serviços Ambientais de Ribeirão

Preto S.A., empresa responsável pela estação de tratamento de esgoto no município de

Ribeirão Preto (ANEXO A).

O projeto realizou-se com o apoio financeiro da Fundação de Aparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo (FAPESP), através do auxílio à pesquisa no Programa de Apoio Jovem

Pesquisador com o estudo intitulado: “Remoção de parasitas, bactérias e metais pesados

em esgoto submetido a tratamento por lodos ativados”, processo nº 06/55788-8 da Profa

Dra Susana Inês Segura Muñoz. Assim como, da bolsa de mestrado, processo nº 05/58036-4

da mesma instituição.

Apresenta-se a seguir, a metodologia adotada para o trabalho:

3.2 Procedimento Metodológico

a) Local de Estudo

O município de Ribeirão Preto está localizado na região Nordeste do Estado de São

Paulo, onde atualmente, possui uma população de cerca de 547.417 habitantes e uma área de

650 Km2 (IBGE, 2007).

A região de Ribeirão Preto é uma das mais ricas do Estado de São Paulo

apresentando elevado padrão de vida (renda, consumo, longevidade). Além disso, possui

bons indicadores sociais (saúde, educação e saneamento), uma localização privilegiada,

próxima a importantes centros consumidores, e acesso facilitado, devido à boa qualidade da

infra-estrutura de transportes e comunicação (DAERP, 2006).

A região ficou conhecida como "Califórnia Brasileira", devido ao número de

migrantes que foram atraídos para trabalhar com a cana-de-açúcar e com a construção civil; a

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Material e Método________________________________________________________________ 86

qual apresentou um "boom" de crescimento no mesmo período. A renda per capita,

realmente, era considerada uma das mais altas do país, impulsionando a cidade a ser um dos

maiores centros comerciais do estado, com a construção de shoppings centers e o

desenvolvimento do setor de serviços (DAERP, 2006).

A localização do município pode ser observada na Figura 17.

Figura 17. Localização do Município de Ribeirão Preto

Fonte – WIKIPÉDIA, 2007

O presente estudo foi desenvolvido na Estação de Tratamento de Ribeirão Preto

(ETE-RP), que trata o esgoto doméstico proveniente dos bairros situados na bacia do

Ribeirão Preto, Retiro Saudoso, Tanquinho, Laureano, Antártica, Campos e córrego dos

Catetos (AMBIENT, 2005).

A localização do município e da ETE-Ribeirão Preto, pode ser observada no mapa do

enquadramento geográfico regional, na Figura 18.

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Material e Método________________________________________________________________ 87

Figura 18. Localização da ETE-Ribeirão Preto Fonte – OLIVEIRA, 2006

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Material e Método________________________________________________________________ 88

b) Coleta das Amostras

Foi realizado um levantamento da vazão diária da Estação, considerando-se os últimos

seis meses, com a finalidade de verificar a possibilidade da variação no volume de esgoto

relacionado aos dias da semana.

Após esse levantamento, determinou-se que a coleta seria realizada em dias diferentes

da semana, ou seja, uma semana coletou-se na segunda-feira, na próxima semana no sábado;

lembrando que a coleta foi realizada em todos os dias da semana, com exceção do domingo.

A partir daí foram definidos os locais de coleta no ponto de chegada para a coleta do esgoto

bruto, e na fonte de saída para a coleta do esgoto tratado.

A coleta foi iniciada a partir do outubro de 2006 e finalizada em outubro de 2007,

completando um total de 54 amostras de esgoto bruto e 54 amostras de esgoto tratado. Cada

uma dessas amostras foi composta de uma aliquota de 50 ml, produto da mistura de amostras

coletadas em três momentos, com intervalos de uma hora; assim, cada dia, a coleta da

primeira sub amostra foi iniciada às 8:00 horas, a segunda sub amostra foi coletada às 9:00

horas e a terceira sub amostra foi coletada às 10:00 horas.

Figura 19. Coleta de esgoto bruto e tratado, no ponto de entrada e fonte de saída da ETE- Ribeirão Preto-SP

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Material e Método________________________________________________________________ 89

A ETE-Ribeirão Preto forneceu os instrumentos para a coleta de amostras, na fonte de

chegada e saída, constituídos por baldes tipo PVC, identificados para a entrada e saída, em

cuja haste foi fixada uma corda, conforme visualizado na Figura 19.

3.3 Preparação das amostras e dosagem

a) Leitura do pH e Temperatura

No momento da coleta foi realizada a leitura dos valores de pH e temperatura das

amostras de esgoto bruto e tratado, utilizando o pHmetro UltraBasic Benchtop (Denver

Instrument) Modelo UB 10; que determina a atividade do íon hidrogênio, usando a medida

potenciométrica através do eletrodo combinado.

b) Análise de Metais Pesados

Todos os materiais que foram utilizados para coleta e acondicionamento das amostras

são de polietileno, previamente submergidos em solução de ácido nítrico a 30%, por 24 horas,

para eliminação de metais interferentes (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION.

APHA, 1998; VOEGBORLO; EL-METHNANI; ABEDIN, 1999) e, posteriormente,

enxaguados com água tratada pelo sistema Milli-Q no Setor de Metais do Laboratório de

Pediatria (LP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

(HCFMRP/USP).

Todas as amostras foram preservadas com ácido nítrico de alta pureza (65% Suprapur-

Merk, Germany), concentrado a um pH < 2, para fixação dos metais, de acordo com a

CETESB (1987), e reservadas a uma temperatura de 18ºC até o momento da leitura. No

momento da análise, as amostras foram centrifugadas durante 3 minutos, separando assim o

sobrenadante que foi então encaminhado para a leitura de metais (APHA, 1998).

As dosagens de Cd, Cr, Mn e Pb foram realizadas por Espectrofotometria de Absorção

Atômica com Forno de Grafite (EAA-FG), modelo 640-Z da VARIAN-ZEEMAN (VARIAN,

1988). As dosagens de Zn, Cu foram realizados por Espectrofotometria de Absorção Atômica

de Chama (EAA-Chama), modelo AA-200, do Laboratório de Pediatria –Setor de Metais do

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP).

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Material e Método________________________________________________________________ 90

Figura 20. Espectrofotômetro de Absorção Atômica do Laboratório de Pediatria-Setor de Metais do Hospital das Clínicas da FMRP/USP

Os limites de quantificação dos métodos utilizados para análise dos metais pesados no

esgoto bruto e no esgoto tratado são 5,0 µg L-1 para Cr e Hg; 0,5 µg L-1 para Cd; 2,5 µg L-1

para Mn; 0,5 µg/ml para Zn; 10,0 µg L-1 para Pb; 15,0 µg/% para Se; 20,0 µg L-1 para Ba;

10,0 mg -1L para Fe; 1,0 MEQ L-1 para Mg e 1,0 mg L-1 para o Cu.

b1) Curva de Calibração

A partir de uma solução estoque de cada metal, cuja concentração exata é de 1000

mg L-1, foi preparada uma solução-padrão para cada metal em concentrações específicas. A

partir da solução padrão o próprio aparelho dilui em outras concentrações, estas determinadas

de acordo com metal analisado, permitindo assim, o traçado automático da curva de

calibração para cada elemento, dentro das diferentes faixas de linearidade, conforme pode ser

visualizado na Figura 21.

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Material e Método________________________________________________________________ 91

Figura 21. Exemplo do traçado da curva de calibração para dosagem dos diferentes metais

b2) Validação dos métodos

Foram utilizados padrões certificantes de água potável e não potável (NW 455, NW

515, NW 503, NW 513, NW 514, NW 515) do Instituto Quality Control Technologies Pty

Ltd., Queensland, Austrália, para as amostras de esgoto bruto e tratado (ANEXO B).

Os resultados foram considerados de boa qualidade quando os padrões apresentaram

uma margem de erro sistemático de até 20%. O cálculo do erro sistemático (%BIAS) foi

realizado através da seguinte expressão, segundo Causon (1997):

% BIAS = [(valor estimado – valor real) / valor real] x 100

b3) Análise de Dados

Para a análise dos níveis de metais presentes no esgoto foram utilizidos os valores

máximos permitidos no Decreto Estadual (SP) n° 8468/76, que dispõe sobre a prevenção e o

controle da poluição de meio ambiente (SÃO PAULO. CETESB, 1976), e pela Resolução do

CONAMA no 357 de 17 de março de 2005, que dispõem sobre a classificação dos corpos de

água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e

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Material e Método________________________________________________________________ 92

padrões de lançamento de efluentes (Tabela 8) (BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO

MEIO AMBIENTE – CONAMA, 2005).

Tabela 8 - Limitações de descarga para estações de tratamento de esgoto

Parâmetro

Unidades DEC. 8468/76 CONAMA 20/86

CONAMA357/05 Arsênio mg L-1 0,2 0,5 Bário mg L-1 5,0 5,0 Boro mg L-1 5,0 5,0 Cádmio mg L-1 0,2 0,2 Chumbo mg L-1 0,5 0,5 Cobre mg L-1 1,0 1,0 Cromo Hexavalente mg L-1 0,1 0,5 Cromo Total mg L-1 5,0 --- Cromo Trivalente mg L-1 --- 2,0 Estanho mg L-1 4,0 4,0 Ferro Solúvel mg L-1 15,0 15,0 Manganês Solúvel mg L-1 1,0 1,0 Mercúrio mg L-1 0,01 0,01 Níquel mg L-1 2,0 2,0 Prata mg L-1 0,02 0,1 Selênio mg L-1 0,02 0,05 Zinco mg L-1 5,0 5,0 Temperatura ºC < 40 < 40 pH -- Entre 5,0 e 9,0 Entre 5,0 e 9,0

Fontes - Tabela adaptada da Resolução CONAMA no20/86 (BRASIL. CONAMA, 1986), Resolução CONAMA no357/05 (BRASIL. CONAMA, 2005) e do Decreto Estadual n° 8468/76 (SÃO PAULO. CETESB, 1976).

Para a realização dos testes estatísticos foi utilizado o Programa Estatístico GraphPad

Prism (Version 3.02 for Windows, GraphPad Software, San Diego, CA, USA), através do

teste estatístico não-paramétrico Mann-Whitney. O nível de significância utilizado foi de

α=0,05 (ZAR, 1999).

c) Destino final do resíduo gerado

A presença de metais no solo e em águas pode representar um risco significativo à

saúde humana e ao sistema ecológico. Para minimizar estes impactos, deve-se proceder ao

correto gerenciamento dos resíduos gerados, bem como à remediação dos locais

contaminados (PEDROZO, 2003b). Assim, todo resíduo gerado durante este estudo, foi

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Material e Método________________________________________________________________ 93

armazenado em recipiente apropriado e encaminhado para o setor responsável pelo

gerenciamento de resíduos do Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto,

para o seu devido tratamento.

d) Análise Parasitológica

d1) Coleta das amostras

A coleta de amostras foi efetuada conforme o Guia de Coleta e Preservação de

Amostras de Água (CETESB, 1987), o qual recomenda o volume mínimo de 1000 ml. No

entanto, foram coletados 3 litros de cada amostra, de acordo com Ayres (1989) e Ayres; Mara

(1996), para uma concentração maior de parasitas.

As amostras foram devidamente identificadas e imediatamente transportadas ao

laboratório, em caixa de isopor contendo gelo a uma temperatura de 4ºC, observando-se que o

tempo de coleta e análise não excedesse a 24 horas, conforme a CETESB (1987).

Para a verificação da presença de ovos, cistos e larvas de helmintos e protozoários

patogênicos no esgoto foi realizado o método de sedimentação, proposto pela CETESB

(1989).

Todas as amostras foram consideradas suspeitas de contaminação, sendo, portanto,

manipuladas com uso de pipetadores de segurança, luvas, máscaras, pinças, obedecendo-se a

todas as técnicas de assepsia e biossegurança.

d2) Preparo das amostras

Após a coleta, as amostras foram homogeneizadas lentamente e filtradas a 1000 mL

com o auxílio de um funil e uma gaze cirúrgica, dobrada quatro vezes, para um cálice de

sedimentação de 500 ml. A amostra foi deixada em repouso para sedimentação durante um

período de 2 a 24 horas. Após o período de sedimentação, foi coletada uma porção de 1 ml do

material sedimentado com o auxílio de uma pipeta Pasteur, o qual foi depositado sobre uma

lâmina e corado com uma gota de solução lugol [Iodeto de potássio cristalizado (KI)(4,0 g);

Iodo em pó (I2) (2,0 g); Água destilada q.s.p (100,0 ml)]. Em seguida, o material foi

examinado ao microscópico direto para a contagem em câmara de Sedgwick – Rafter (Figura

22).

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Material e Método________________________________________________________________ 94

Após o preenchimento da câmara com a amostra, a lamínula foi recolocada na posição

adequada e a câmara agitada com movimentos desordenados para uma distribuição

homogênea do material.

Em seguida, a câmara ficou em repouso durante alguns minutos para sedimentação do

material; a leitura foi efetuada percorrendo toda a área da câmara, em sentido horizontal ou

vertical, utilizando-se inicialmente, ocular e objetivas de pequeno aumento e, em seguida,

objetivas de aumentos maiores.

Devido à baixa densidade de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários, a

leitura foi realizada em toda a área da câmara, segundo recomendado pela Norma L5.550 da

CETESB (1989).

A densidade de cada espécie ou gênero identificado (nº de organismos por ml) é o

próprio número de organismos de cada espécie ou gênero identificados/ml, visto que o

volume da câmara é de 1 ml.

Figura 22. Câmara de Sedgwick – Rafter Fonte – CETESB, 1989

Para saber o número de ovos por litro foi utilizada a seguinte fórmula:

N= A X Onde: N= número de ovos por litro de amostra

PV A= número de ovos contados na câmara

X= volume do produto final (ml)

P= volume da câmara de Sedgwick-Rafter (1,0 ml)

V= volume da amostra original

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Material e Método________________________________________________________________ 95

Para a identificação dos parasitas presentes, registrando as espécies identificadas e a

quantidade das mesmas, foi consultado o Atlas de Parasitologia – Artrópodes, Protozoários e

Helmintos (CINERMAN; FRANCO, 2001).

e) Análise de Coliformes Totais e Fecais

A coleta e análise laboratorial das amostras para avaliação de coliformes foram

realizadas de acordo com os procedimentos do “Standard Methods for the Examination of

Water ands Wastewater” (APHA, 1998) e da Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental – CETESB (1993).

e1) Coleta das amostras

A coleta das amostras de coliformes totais e E. coli, foram coletadas em frascos de

polietileno esterilizados, com aproximadamente 100 ml. As amostras, quando não analisadas

imediatamente, permaneceram em refrigeração a 4º C ± 2º C por 24 horas.

e2) Preparação das amostras

Com uma pipeta esterilizada foi transferido 10 ml da amostra para um frasco contendo

90 ± 2 ml de água de diluição tamponada (Solução A: 34 g de KH2PO4 p.a em 1000ml de

água deionizada; Solução B: 81,1 g de MgCl26H2O p.a em 1000 ml de água deionizada; em

1000 ml de água deionizada, adicionar 1,25 ml da Solução A e 5 ml da Solução B). Preparou-

se, assim, a primeira diluição decimal (10-1), sendo que 1 ml da mesma corresponde a 0,1 ml

da amostra; procedendo nesta seqüência de diluições até que fossem obtidas as diluições

desejadas (10-3, 10-4, 10-5......) (Figura 23).

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Material e Método________________________________________________________________ 96

Figura 23. Preparo das diluições decimais Fonte - CETESB, 1993

Com uma pipeta de 5 ml foi inoculado 1 ml da amostra em cada um dos tubos

correspondentes a essa quantidade de inóculo. Após a inoculação de todos os volumes da

amostra e/ou das diluições requeridas para o exame, a estante contendo os tubos inoculados

foi armazenada em estufa de cultura 35 ± 0,5ºC, durante 24 ± 2 horas.

Após esse período foi realizada a leitura dos resultados, observando-se coloração

amarela, indicativa do desenvolvimento de Coliformes Totais e para a observação de

Escherichia coli foi utilizado uma lâmpada UV de 6W de potência e 365 nm de comprimento

de onda para a confirmação da fluorescência (Figura 24).

Figura 24. Leitura dos coliformes totais e fecais pelo Método Colilert® após 24 horas de incubação

Negativo

PositivoPositivo

Negativo

Positivo

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Material e Método________________________________________________________________ 97

Este método é empregado para detectar as bactérias coliformes totais e E. coli (em

águas brutas, tratadas e residuárias, ou seja, o método Colilert® (Método Substrato

Cromogênio) é utilizado para determinar a presença de poluição fecal.

Seu princípio baseia-se na Tecnologia do Substrato Definido, no qual, o produto

possui nutrientes indicadores que desenvolvem coloração e/ou fluorescência quando o meio

de cultura é metabolizado pelas bactérias.

À medida que os coliformes se reproduzem no Colilert®, eles utilizam ß-galactosidase

para metabolizar o indicador de nutriente ONPG (o-nitrofenil) e alterá-lo de incolor para

coloração amarela.

A Escherichia coli utiliza ß-glucuronidase para metabolizar MUG (4- metil-

umbeliferil) e criar fluorescência, sendo que a maioria dos não coliforme não apresenta estas

enzimas, portanto, não podem se reproduzir e interferir. Os poucos não coliformes que têm

estas enzimas são seletivamente suprimidos pela matriz especificamente formulada do

Colilert®. Esta abordagem diminui a incidência de falso-positivos e falso-negativos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 99

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou os níveis de metais pesados, os parasitas e coliformes totais

e fecais no esgoto antes e depois do tratamento biológico por lodos ativados da Estação de

Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto – SP.

Em relação aos metais pesados, foram quantificados os níveis de Cu, Cd, Cr, Mn, Zn e

Pb. Para a análise parasitológica foi realizada a Técnica de Sedimentação e; para a análise de

coliformes foi utilizado o Método Colilert®.

A seguir são apresentados os níveis de metais, a quantificação e caracterização

parasitológica e bacteriológica das amostras de esgoto bruto e tratado da ETE-RP, seguidos

pela discussão.

4.1 Metais Pesados

Nos efluentes de esgoto, as concentrações de metais pesados variam constantemente;

concentrações elevadas podem representar um potencial risco ao meio ambiente e à saúde

pública, como resultado de sua acumulação no meio ambiente (US. ASTDR, 1997; WHO,

1998).

Os resultados obtidos das análises de metais nas amostras de esgoto bruto e tratado

coletadas na ETE-RP, são apresentados no APÊNDICE A. Nas Tabelas 9 e 10, apresentam-se

os respectivos valores médios, desvio padrão, valor mínimo e máximo.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 100

Tabela 9 - Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas na entrada do efluente bruto na ETE-Ribeirão Preto/SP, 2006-2007

Concentração expressa em mg L-1

Cu** Cr* Cd* Mn* Zn** Pb*

Média 0,0362 0,0072 0,000052 0,0950 0,074 0,0715

DP 0,1121 0,0135 0,000040 0,1409 0,064 0,0462

Mínimo 0,0011 0,0015 0,000013 0,0150 0,0179 0,0060

Máximo 0,8220 0,0972 0,000200 1,2140 0,4200 0,2540

♣Valor Máximo

para efluentes

1,0 ---/5,0 0,2 1,0 5,0 0,5

Amostras determinadas por EEAA-FG*, EAA-Chama** ♣ Resolução Estadual de 1976 (SÃO PAULO.CETESB, 1976) e Resolução CONAMA 357/05 (BRASIL. CONAMA, 2005) Fonte – Apêndice A

Tabela 10 - Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas no local de saída do esgoto tratado na ETE-Ribeirão Preto/SP, 2006-2007

Concentração expressa em mg L-1

Cu** Cr* Cd* Mn* Zn** Pb*

Média 0,0123 0,0022 0,000028 0,0848 0,0337 0,0268

DP 0,0619 0,0013 0,00002 0,1198 0,0121 0,0228

Mínimo 0,0005 0,0005 0,000011 0,0170 0,0102 0,0032

Máximo 0,4530 0,0076 0,000074 0,7323 0,0611 0,1463

♣Valor

Máximo para

efluentes

1,0 ---/5,0 0,2 1,0 5,0 0,5

Amostras determinadas por EEAA-FG*, EAA-Chama** ♣ Resolução Estadual de 1976 (SÃO PAULO. CETESB, 1976) e Resolução CONAMA 357/05 (BRASIL. CONAMA, 2005) Fonte – Apêndice A

Analisando as Tabelas 9 e 10 pode-se observar que, de maneira geral, as

concentrações de metais pesados no esgoto bruto foram maiores que nas amostras de esgoto

tratado.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 101

Os níveis de metais detectados nos pontos de coleta (entrada e saída) foram

comparados utilizando-se a análise estatística não paramétrica, mediante o Teste Mann

Whitney.

Os níveis de cobre, cromo, cádmio, zinco e chumbo detectados na entrada e na saída

apresentaram uma diferença estatisticamente significante (p<0,0001), sendo as concentrações

do esgoto bruto superiores aos níveis detectados no esgoto tratado. Os níveis de manganês da

entrada e da saída, não apresentaram diferença estatística significante (p= 0,0809).

Nas Figuras 25, 26 e 27 podem-se observar as variações das concentrações de cada

metal nas amostras de esgoto bruto e tratado, segundo os dias de coleta.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 102

Cu

Cu Entrada Cu Saída0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Cu EntradaCu Saída0.6

0.7

0.8

0.9

Amostra

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Cr

Cr Entrada Cr Saída0.000

0.015

0.030

0.045

Cr EntradaCr Saída

0.060

0.075

0.090

Amostra

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Figura 25. Variações das concentrações de Cu e Cr no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão

Preto/2006-2007

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 103

Cd

Cd Entrada Cd Saída0.00000

0.00005

0.00010

0.00015

Cd EntradaCd Saída

0.000167

0.000192

0.000217

0.000242

Amostra

Con

cent

ação

mg

L-1

Mn

Mn Entrada Mn Saída0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Mn EntradaMn Saída

1.0

1.1

1.2

Amostra

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Figura 26. Variações da concentração de Cd e Mn no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto/2006-2007

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 104

Zn

Zn Entrada Zn Saída0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

Zn EntradaZn Saída

0.3

0.4

Amostra

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Pb

Pb Entrada Pb Saída0.00

0.05

0.10

0.15

Pb EntradaPb Saída

0.16

0.21

Amostra

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Figura 27. Variações da concentração de Zn e Pb no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão

Preto/2006-2007

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 105

Avaliando as Figuras 25, 26 e 27, pode-se observar que as variações das concentrações

de metais pesados no esgoto bruto apresentaram-se mais pronunciadas. Já as variações das

concentrações de metais pesados no esgoto tratado foram mais estáveis, com exceção Cd, Mn

e Pb, que apresentaram aumentos irregulares em suas concentrações.

Essa variação de metais pesados no processo de lodos ativados pode ser afetada por

diversos fatores, tais como: fatores operacionais (índice volumétrico de lodo, tempo de

retenção celular, remoção de sólidos suspensos totais, concentração de sólidos suspensos

totais na mistura líquida concentração de oxigênio dissolvido), fatores físicos e químicos

(temperatura, pH, concentração do metal, solubilidade do metal, concentração de agentes

complexantes e tamanho das partículas) e fatores biológicos (concentração de polímeros

extracelulares das bactérias), de acordo com Brown; Lester (1979).

A porcentagem de remoção dos metais é apresentada na Figura 28. Devemos destacar

que, os parâmetros operacionais podem afetar a remoção de metal por influenciarem na

remoção de sólidos suspensos ou na afinidade do metal para a fase líquida. Já os parâmetros

físicos e químicos têm uma função importante na determinação da afinidade do metal para os

sólidos biológicos (LESTER, 1983).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Cu Cr Cd Mn Zn Pb

Metais

% d

e Re

moç

ão

Figura 28. Porcentagem de remoção dos níveis médios da entrada e saída

da ETE-Ribeirão Preto

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 106

Pode-se observar na Tabela 11, a representação de trabalhos publicados na literatura,

os quais demonstram que o percentual de remoção varia, mesmo, para sistemas de tratamento

semelhantes (lodos ativados); destacando que essas variações são determinadas por diversos

fatores já citados, dentre eles o tipo de esgoto tratado.

Tabela 11 - Percentual da remoção de metais no esgoto bruto e tratado de várias ETEs e do presente estudo

Cu Cr Cd Mn Zn Pb Referências 73 79 80 37 77 93 OLIVER; COSGROVE, 1974 96 -- 89 -- -- 92 LESTER et al., 1979 80 46 62 39 63 88 PETRASEK; KUGELMAN, 1983 49 33 48 -- 31 55 PATTERSON, KODULULA, 1984 76,5 95,8 88,4 67,2 92,5 86,1 DAMASCENO, 1996 44,2 16,45 60 10,45 44,89 39,68 OLIVEIRA, 2006 66 69,44 46,15 10,74 54,46 62,52 Presente estudo Fonte – Adaptada por DAMASCENO, 1996, apud OLIVEIRA, 2006

No ano de 2006, Oliveira realizou um estudo sobre os metais no esgoto bruto e tratado

da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto. Nesse estudo os metais apresentaram

concentrações inferiores aos limites estabelecidos pelo CONAMA 357/05. Na Tabela 12, são

comparadas as concentrações de metais encontrados por Oliveira (2006) (coleta de dois

meses) e os níveis de metais encontrados no presente estudo (coleta de um ano). Os níveis

encontrados em ambos os estudos estão dentro dos níveis máximos permitidos pelos padrões

de qualidade de corpos de água pertencentes à Classe 4 da Resolução do CONAMA 357/05

(BRASIL. CONAMA, 2005). Porém, verificou-se que em termos gerais a porcentagem de

remoção foi superior no presente estudo quando comparado com os resultados obtidos por

Oliveira (2006). Essas diferenças podem estar fundamentadas no período de coleta dos

referidos estudos. Oliveira (2006); realizou uma coleta na época seca, que se estendeu por

dois meses. O presente estudo foi realizado com coletas semanais ao longo de um ano,

otimizando dessa forma a avaliação das porcentagens médias de remoção dos metais (Tabela

11).

Devemos lembrar, que o efluente tratado na ETE-Ribeirão Preto é lançado no Ribeirão

Preto, classificado como corpo de água pertencente à Classe 4, segundo o Decreto Estadual

Nº8468, de 8 de setembro de 1976 da CETESB que dispõe sobre o enquadramento dos corpos

de água e receptores no Estado de São Paulo e com a Resolução CONAMA 357/05, que

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 107

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes; as águas doces de Classe 4

podem ser destinadas à navegação e à harmonia paisagística. Portanto, podemos destacar que

os níveis de metais encontrados no efluente final da ETE-Ribeirão Preto estão dentro dos

limites estabelecidos aos corpos de água pertencentes à Classe 4 da Resolução CONAMA

357/05 (SÃO PAULO, CETESB, 1974, BRASIL. CONAMA, 2005).

O Ribeirão Preto segue até o deságüe no Rio Pardo, que pertence à Classe 2; ou seja,

essas águas podem ser destinadas ao abastecimento humano, recreação do contato aquático,

tais como natação e outros, irrigação de hortaliças e plantas em geral, aqüicultura e atividade

de pesca; após o tratamento convencional assim como estabelecido aos padrões de Classe 1.

Na Tabela 12, podemos observar que em ambos os estudos, os níveis de metais

detectados encontram-se abaixo dos limites estabelecidos pelas resoluções.

Tabela 12 - Comparação dos níveis de metais do corpo de água pertencente à Classe 4 da Resolução CONAMA 357/05 e os valores médios obtidos no esgoto tratado por OLIVEIRA (2006) e no presente estudo

Metais Classe 4* mg L-1

Média dos valores obtidos por OLIVEIRA (2006) mg L-1

Média dos valores obtidos no estudo mg L-1

Cu 0,013 0,00966 0,0123 Cr 0,05 0,00574 0,0022 Cd 0,01 0,00006 0,000028 Mn 0,5 0,04704 0,0848 Zn 5,0 0,04364 0,0337 Pb 0,033 0,02257 0,0268

*Resolução CONAMA 357/05

Através da análise da Tabela 12, pode-se observar que os níveis de metais pesados do

presente estudo, apresentaram-se semelhantes aos níveis observados por Oliveira (2006). Foi

realizado o teste estatístico não paramétrico Mann Whitney, o qual constatou que os dados

obtidos por Oliveira (2006) e os resultados obtidos no presente estudo não apresentaram

diferenças significativas (p=1,000).

Na Figura 29 é apresentada a visualização da comparação da concentração dos metais

analisados no estudo realizado por Oliveira (2006) e no presente estudo.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 108

Cu Cr Cd Mn Zn Pb0.000000

0.000025

0.000050

0.000075

Oliveira (2006)Presente estudo

0.001

0.026

0.051

0.076

Metais

Con

cent

raçã

o m

g L-1

Figura 29. Comparação da concentração de metais pesados da entrada e saída obtidos por OLIVEIRA

(2006) e concentrações obtidas no presente estudo, ambas realizadas na ETE-Ribeirão Preto

De acordo com os padrões estipulados pela Resolução da CETESB (SÃO PAULO.

CETESB, 1976) e pela Resolução CONAMA 357/05 (BRASIL. CONAMA, 2005), o efluente

final gerado na ETE-Ribeirão Preto apresenta-se com concentrações abaixo das permitidas.

Normalmente, os metais pesados encontram-se dissolvidos em meio ácido e

precipitam em meio alcalino. Assim a elevação do pH de uma solução contendo metais deve

induzir a sua precipitação. Sendo assim, o pH é um fator fundamental na remoção de metais

(PEDROZO, 2003b). Neste estudo os valores de pH para as amostras de esgoto bruto

variaram de 6,45 a 7,26 sob temperaturas de 20.1 a 23.1ºC e de esgoto tratado variaram de 5,8

a 7,01 sob temperaturas de 20.1 a 22.9°C (APÊNDICE B).

Na Figura 30, pode ser visualizado que pH não interferiu na remoção de metais,

observando que a concentração de metais pesados permaneceu estável em um pH de 6 a 7.

Através do teste estatístico de Correlação observou-se que não houve uma correlação

significante entre o pH da entrada para todos os metais detectados no efluente bruto (Cu r= -

0,2187, Cr r= 0,03800, Cd r= 0,1407, Mn r= -0,1996, Zn r= -0,1448 e Pb r= -0,001489) e na

saída, os níveis de metais detectados não apresentaram correlação significante para Cu (r= -

0,21760, Cr (r= -0,1805) e Pb (r= -0,2221); no entanto, para os níveis de Cd (r= 0,3566), Mn

(r= -0,4834) e Zn (-0,2978), indiciaram-se baixos níveis de correlação com as variações de pH

que foram estatisticamente significantes.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 109

Cu

6.00 6.25 6.50 6.75 7.00 7.25 7.50 7.750.00

0.25

0.50

0.75

1.00Cu EntradaCu Saída

pH

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Cr

6.00 6.25 6.50 6.75 7.00 7.25 7.50 7.750.00

0.05

0.10

0.15 Cr EntradaCr Saída

pH

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Cd

6.00 6.25 6.50 6.75 7.00 7.25 7.50 7.750.0000

0.0001

0.0002

0.0003Cd EntradaCd Saída

pH

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Mn

6.00 6.25 6.50 6.75 7.00 7.25 7.50 7.750.0

0.5

1.0

1.5Mn EntradaMn Saída

pH

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Zn

6.00 6.25 6.50 6.75 7.00 7.25 7.50 7.750.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5Zn EntradaZn Saída

pH

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Pb

6.00 6.25 6.50 6.75 7.00 7.25 7.50 7.750.0

0.1

0.2

0.3Pb EntradaPb Saída

pH

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Figura 30. Representação gráfica da correlação entre pH e concentração de metais pesados na entrada

e saída da ETE-Ribeirão Preto

As coletas foram realizadas durante o período de um ano, o que nos motivou a

verificar as variações de vazão da Estação de Tratamento de Esgoto durante esse período

(ANEXO E); variação esta, relacionada aos períodos de chuva (APÊNDICE C), dias da

semana e horários de coleta.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 110

De acordo com a Figura 31, podemos observar os seguintes valores de Correlação (r

Pearson); Cu (entrada/r= 0,006687, saída/r= -0,1276), Cr (entrada/r= -0,09066, saída/r= -

0,1300), Cd (entrada/r= -0,2567, saída/r= -0,51930), Mn (entrada/r= 0,01206, saída/r= -

0,022820, Zn (entrada/r= 0,01841, saída/r= 0,3907) e Pb (entrada/r= -0,01967, saída/r= -

0,02204). Pode-se observar que não houve correlação significativa entre vazão e concentração

de metais pesados, com exceção do Cd e Zn, que apresentaram correlações estatisticamente

significantes, mesmo com um nível baixo de correlação.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 111

Cu

0 1000 2000 3000 40000.00

0.25

0.50

0.75

1.00 Cu EntradaCu Saída

Vazão m3/h

Con

cent

raçã

o m

g L

-1Cr

0 1000 2000 3000 40000.00

0.05

0.10

0.15Cr EntradaCr Saída

Vazão m3/h

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Cd

0 1000 2000 3000 40000.0000

0.0001

0.0002

0.0003Cd EntradaCd Saída

Vazão m3/h

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Mn

0 1000 2000 3000 40000.0

0.5

1.0

1.5Mn EntradaMn Saída

Vazão m3/h

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Pb

0 1000 2000 3000 40000.0

0.1

0.2

0.3Pb EntradaPb Saída

Vazão m3/h

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Zn

0 1000 2000 3000 40000.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5Zn EntradaZn Saída

Vazão m3/h

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Figura 31. Representação gráfica da correlação entre vazão e concentração de metais pesados na

entrada e saída da ETE-Ribeirão Preto

Observa-se nos gráficos que os níveis de metais detectados tanto na entrada quanto na

saída apresentaram-se estáveis entre 1000-2000 m3/h de vazão.

Conforme mencionado anteriormente, Ribeirão Preto apresenta duas estações de

tratamento de esgoto, a ETE-Ribeirão Preto e a Caiçara. A escolha da ETE-Ribeirão Preto

para o desenvolvimento do estudo foi devido à quantidade de esgoto que é tratado pela

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 112

mesma. Porém, foram coletadas duas amostras na ETE Caiçara para avaliar a concentração de

metais encontrados. A ETE Caiçara trata o esgoto proveniente dos bairros situados na bacia do

Córrego Palmeiras (bairros da zona leste), bairros diferentes da ETE-Ribeirão Preto (Tabela

13).

Assim, podemos observar os seguintes resultados:

Tabela 13 – Níveis de metais pesados (mg L-1) detectados no esgoto bruto e tratado da ETE-Caiçara e da ETE-Ribeirão Preto

Amostras Entrada Cu Cr Cd Mn Zn Pb 01 0,0150 0,0325 0,00017 0,047 0,214 0,1074 02 0,1167 0,0180 0,00011 0,094 0,142 0,1317 03 0,0362 0,0072 0,000052 0,0950 0,074 0,0715 Saída 01 0,0060 0,0017 0,000051 0,0351 0,0102 0,0179 02 0,0080 0,0014 0,000074 0,0275 0,0233 0,0151 03 0,0123 0,0022 0,000028 0,0848 0,0337 0,0268

Nota – 01 e 02: ETE-Caiçara 03: ETE-Ribeirão Preto

Através da análise da Tabela 13, podemos verificar que os níveis de metais detectados

no esgoto bruto da ETE-Caiçara apresentaram-se maiores (Cu, Cr, Cd, Zn e Pb) quando

comparados com os níveis detectados na ETE-Ribeirão Preto. Porém, a remoção de metais

pesados na ETE-Caiçara foi maior (Cu, Cr, Mn, Zn e Pb) para as duas amostras analisadas,

requerendo um estudo mais aprofundado para a comparação desses achados, devendo

apresentar a inclusão do mesmo número de amostras e período de coleta de modo que

possibilite uma comparação entre as duas estações de tratamento.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 113

Entrada

Cu Cr Cd Mn Zn Pb0.0000

0.0001

0.0002

Ribeirão PretoCaiçara

0.051

0.151

Metais

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Saída

Cu Cr Cd Mn Zn Pb0.00000

0.00004

0.00008

Ribeirão PretoCaiçara

0.00552

0.04552

0.08552

Metais

Con

cent

raçã

o m

g L

-1

Figura 32. Níveis de metais pesados detectados no esgoto bruto e tratado da ETE-Caiçara e ETE-

Ribeirão Preto

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 114

4.2 Concentração Parasitológica

A presença de parasitas nas amostras demonstra a importância do monitoramento e

controle mais rigoroso do efluente final, indicando a necessidade do estabelecimento de

padrões de qualidade para as águas residuárias após o tratamento e a finalidade do reuso

dessas águas na área urbana (CUTOLO, 2002).

Nas amostras de esgoto analisadas, os parasitas que apresentaram maior prevalência

foram: Ancilostomideo sp, Ascaris sp, Hymenolepis sp, Larva de nematóide, Enterobius

vermicularis, Fasciola hepática, Entamoeba coli, Entamoeba hystolitica, Isospora belli,

Endolimax nana, Iodamoeba butschlii, Giardia sp, Balantidium coli.

Na Figura 33 podemos observar a morfologia de alguns parasitas detectados nas

amostras da entrada e saída.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 115

Figura 33. Parasitas prevalentes no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto

Pode-se verificar a presença de ovos fertilizados de Ascaris sp com uma larva no

interior com camada de albumina, demonstrando a possibilidade do ovo ser viável em

algumas amostras.

Ascaris sp Enterobius vermicularis

Larva de Nematóide Hymenolepis sp

Entamoeba coli Ascaris sp

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 116

Os resultados da quantificação dos parasitas estão apresentados no APÊNDICE D. O

valor médio obtido da contagem total dos parasitas observados no período de um ano é

apresentado na Tabela 14.

Tabela 14 – Valor médio (ml e L) dos parasitas encontrados no efluente tratado e não tratado da ETE-Ribeirão Preto no período de um ano

Na Figura 34, é apresentada a freqüência parasitária total (nº de organismos/ml) e

densidade parasitária (nº de organismos /L) no esgoto coletado na entrada e na saída da ETE-

Ribeirão Preto no período de um ano.

Parasitas Freqüência Parasitária/ml

Densidade Parasitária/L

Entrada/Saída Entrada/Saída Ancilostomideo sp 16 / 7 2666 / 1166 Ascaris sp 37 / 27 6166 / 4500 Hymenolepis sp 24 / 330 4000 / 55000 Larva de nematóide 347 / 162 57830 / 27000 Enterobius vermicularis 14 / 55 2333 / 9166 Fasciola hepatica 7 / 0 1166 / 0 Entamoeba coli 11 / 9 1833 / 1500 Entamoeba hystolitica 7 / 3 1167 / 500 Isospora belli 1 / 5 166 / 833 Endolimax nana 5 / 4 833 / 666 Iodamoeba butschlii 1 / 3 166 / 500 Giardia sp 31 / 10 5166 / 1666 Balantidium coli 0 / 1 0 / 166

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 117

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Entrada SaídaPontos de coleta

Freq

uênc

ia p

aras

itári

a/ m

lAncilostomideo spAscaris spHymenolepis spLarva de NematóideEnterobius vermicularisFasciola hepáticaEntamoeba coliEntamoeba hystoliticaIsospora belliEndolimax nanaIodamoeba butschliiGiardia spBalantidium coli

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Entrada Saída

Pontos de coleta

Den

sida

de p

aras

itária

/L

Ancilostomideo spAscaris spHymenolepis spLarva de NematóideEnterobius vermicularisFasciola hepáticaEntamoeba coliEntamoeba hystoliticaIsospora belliEndolimax nanaIodamoeba butschliiGiardia spBalantidium coli

Figura 34. Freqüência parasitária total (n° de organismos/ ml) e densidade parasitária (nº de

organismos/L) no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto no período de um ano

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 118

Através da análise da Figura 34, observa-se que houve uma grande freqüência de

parasitas tanto na entrada quanto na saída. Para melhor comparação dos resultados obtidos

com os dados da literatura; calculou-se a densidade de parasitas em litros.

Observa-se na Figura 34, que a freqüência parasitária no ponto de entrada é maior

quando comparada com a freqüência da saída; com exceção do Hymenolepis sp, Enterobius

vermicularis,Iodamoeba butschlii, Isospora belli e Balantidium coli. O aumento desses

parasitas pode estar relacionado com uma melhor clarificação do efluente final.

As águas residuárias sem tratamento apresentam frequentemente uma densidade

elevada de ovos de parasitas intestinais humanos. Ayres et al. (1992), observaram que em

Calcutá (Índia) esse número apresentou uma variação de 200 a 2130 ovos por litro; já no

Marrocos essa variação foi de 18 a 840 ovos por litro, enquanto que no Nordeste do Brasil

essa densidade foi de 38 a 840 ovos por litro. Em 1991, Gasi em um estudo observou que

houve uma predominância das formas helmínticas, com valores variando entre zero e 18 ovos

por litro no afluente do reator e zero a 3 ovos por litro no esgoto tratado.

No presente estudo, as águas residuárias sem tratamento apresentaram um densidade

elevada, com uma variação de 0 a 347000 parasitas por litro. Já as águas residuárias tratadas

apresentaram uma variação de 0 a 330000. No entanto, verifica-se que o processo promove a

remoção parcial dos parasitas considerados como possíveis indicadores nas diretrizes da

OMS. No entanto, Mara; Cairncross (1990) destacam que em casos concretos, essas diretrizes

devem ser modificadas de acordo com os fatores epidemiológicos, socioculturais e

hidrogeológicos locais.

As águas residuárias podem ser consideradas como um nicho artificial na transmissão

dos agentes parasitários encontrados ao longo do período do estudo, uma vez que os ovos de

Ascaris sp, Enterobius sp, Hymenolepis sp e Larva de Nematóides (Strongyloides stercoralis)

sobrevivem em condições extremas de poluição hídrica. Além disso, tais parasitas possuem

distribuição geográfica cosmopolita, acompanhando o homem e outros possíveis hospedeiros

em todos os locais de temperatura suficiente para assegurar a evolução desses parasitas. Alia-

se a esse fator, a insalubridade ambiental (PÊSSOA; MARTINS, 1988).

A presença constante de Ascaris sp, Larvas de Nematóide, Isospora belli, Enterobius

sp, Hymenolepis sp e Iodamoeba butschlii no efluente final, embora com uma concentração

maior dos três últimos parasitas, demonstra que o mesmo apresenta um ambiente favorável à

evolução, com temperatura de 20 a 23° C, próprias de países tropicais.

Em relação ao Hymenolepis sp, este foi encontrado com maior freqüência no efluente

tratado, fato que pode estar relacionado com a menor concentração de sólidos em suspensão

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 119

no esgoto tratado, por serem ovos mais leves e também, devido ao seu ciclo. Ou seja, o

Hymenolepis sp, na sua fase adulta apresenta-se na forma de tênia (proglotes repletas de

ovos); de modo que o esgoto passa pelo reator biológico recebe oxigênio, que faz essas

proglotes se romperem e liberarem os ovos; aumentando sua densidade no esgoto após o

tratamento.

Na identificação dos parasitas foram encontradas formas semelhantes de

Diphyllobothrium, embora na literatura, tal parasita não é encontrada na população brasileira

e em nosso ambiente, motivo pelo qual não foi descrito nos resultados. Também foi

encontrada forma semelhante de Fasciola hepática, embora não seja encontrado em nosso

estado, considerou-se importante descrever nos resultados devido à concentração detectada e

a possibilidade de variações nas comunidades parasitárias de um estado para o outro,

considerando os processos migratórios e comerciais no país como um todo.

Um outro fator que pode ter influenciado na observação de maior número de parasitas

no efluente tratado quando comparado com o esgoto bruto é a profundidade da coleta das

amostras no tanque de coleta do esgoto. As amostras foram coletadas a uma profundidade que

não excedia a 10 cm, podendo ocorrer perdas na coleta de parasitas presentes a maiores

profundidades ou em sedimentação. Já o ponto de saída é um local onde o efluente é corrente,

não havendo necessidade de preocupação com a profundidade de coleta.

Quando se estuda um parasita isoladamente, geralmente, não são levadas em

consideração suas relações com o meio ambiente. Nos estudos ambientais, nos quais são

isolados do meio várias espécies de parasitas humanos, devem ser levados em conta os fatores

como temperatura, pH, umidade, sazonalidade, poluição e a resistência ao estresse ambiental.

Entretanto em tal estudo é difícil estabelecer a especificidade parasitária, propagação do

parasitismo, distribuição geográfica, prevalência, métodos de controle e erradicação do

parasita (REY, 1991).

Na Figura 35 podemos visualizar a eficiência da remoção de algumas formas

parasitárias da ETE-Ribeirão Preto. Observou-se que o sistema conseguiu reduzir a

concentração parasitária dos seguintes gêneros: Ancilostomideo sp, Ascaris sp, Larva de

nematóide, Fasciola hepatica, Entamoeba coli, Entamoeba hystolitica, Endolimax nana e

Giardia sp.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 120

0

20

40

60

80

100

120

Parasitas

Efic

iênc

ia d

e Re

moç

ãoAncilostomideo spAscaris spLarva de NematóideFasciola hepáticaEntamoeba coliEntamoeba hystoliticaEndolimax nanaGiardia sp

Figura 35. Porcentagem da remoção parasitária pelo sistema lodos ativados da ETE-

Ribeirão Preto

Através da análise da Figura 35, pode-se observar que o sistema lodos ativados da

ETE-Ribeirão Preto não removeu alguns parasitas, tais como: Hymenolepis sp, Enterobius

vermicularis, Iodamoeba butschlii, Isospora belli e Balantidium coli. Segundo Mara; Silva

(1986) o tratamento adequado para a remoção de parasitas seria pelo processo das lagoas de

estabilização com tempo de detenção elevado. Em Napur (Índia), onde as lagoas de

estabilização com tempo de detenção de 6 a 7 dias, foi observado que a maioria dos ovos era

removida na primeira lagoa, e somente as larvas de ancilostomídeo estavam presentes no

efluente final.

As diretrizes ressaltam a necessidade de reduzir o número de ovos de helmintos,

especialmente Ascaris sp, Trichuris sp e Ancilostomídeo sp em efluentes a uma concentração

de um ou menos ovos viáveis/L. Isso significa que é necessário eliminar 99,9% ovos de

helmintos, mediante processos de tratamento apropriados às áreas onde as helmintíases são

endêmicas e representam riscos à saúde pública.

A elevada incidência de doenças parasitárias é um permanente problema para a saúde

pública pelo fato de apresentarem uma ampla distribuição geográfica em todo o mundo, mas

principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 121

4.3 Coliformes Totais e Fecais

Para a avaliação das condições sanitárias da água, utilizam-se bactérias do grupo

coliforme, que atuam como indicadores de poluição fecal, pois estão sempre presentes no

trato intestinal humano e de outros animais; sendo eliminadas em grande número pelas fezes.

A presença de coliformes na água indica poluição, com o risco potencial da presença de

organismos patogênicos, e sua ausência é evidência de uma água bacteriologicamente potável,

uma vez que são mais resistentes na água que as bactérias patogênicas de origem intestinal

(SÃO PAULO. CETESB, 1993).

Como o grupo dos coliformes totais inclui gêneros que não são de origem

exclusivamente fecal, isto limita sua aplicação como indicador específico de contaminação

fecal. Embora os coliformes fecais tenham uma melhor significância na detecção da

contaminação fecal, logo se tornou evidente a existência de outros coliformes termotolerantes

(capacidade de fermentar a lactose em temperatura elevada – 44,5°C) além de E. coli

(principalmente Klebsiella); que não são de origem exclusivamente fecal. A tendência atual se

direciona para a detecção especifica de E. coli, que é o único componente do grupo coliforme

de origem exclusivamente fecal (SÃO PAULO. CETESB, 1993).

Como já mencionado, o grupo de bactérias coliformes é empregado universalmente no

estabelecimento do padrão de qualidade de água e na determinação da presença ou ausência

de agentes patogênicos na água. Entretanto, principalmente em países de clima tropical,

predizer os riscos de infecção através do uso de resíduos humanos, de animais ou de águas

residuárias, baseado em dados de indicadores não patogênicos tem provado não ser muito

confiável (CROSS; PART, 1985).

Na Tabela 15 podem-se observar as concentrações de coliformes totais e fecais

encontrados no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 122

Tabela 15 - Resultados da análise de coliformes totais e coliformes fecais no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto

Entrada Saída

Coliformes Totais (CT)

Coliformes Fecais (CF)

Coliformes Totais (CT)

Coliformes Fecais (CF)

Média 28740909 7455727 3879486 19070145 Máximo 220000000 70000000 80000000 800000000 Mínimo 500000 22000 1700 0 DP 38676688 11420820 13366832 120520386

Fonte – APÊNDICE E

Através da análise da Tabela 15, podemos verificar a partir dos valores obtidos no

esgoto tratado da ETE-Ribeirão Preto, que houve uma eficiência na remoção de coliformes

totais e fecais. Observamos que as legislações vigentes do tratamento Decreto Estadual nº

8468 (SP), de 8 de setembro de 1976 e pela Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 do

Conama (SÃO PAULO. CETESB, 1974; BRASIL. CONAMA, 2005) não estabelecem

limites para Coliformes Totais e Fecais (SÃO PAULO. CETESB, 1974; BRASIL.

CONAMA, 2005). O esgoto tratado pela ETE-Ribeirão Preto é lançado no Corpo d’ água

Ribeirão Preto, este considerado de Classe 4. Nos casos das águas de Classe 4 possuírem

índices de coliformes superiores aos valores máximos estabelecidos para a Classe 3 (número

mais provável de coliformes até 20.000, sendo 4.000 o limite para os de origem fecal, em 100

ml, para 80% de, pelo menos, 5 amostras colhidas num período de até 5 semanas

consecutivas), poderão elas serem utilizadas para o abastecimento público, somente se

métodos especiais de tratamento forem utilizados, a fim de garantir a sua potabilização (SÃO

PAULO. CETESB, 1974). Cabe destacar, que após o lançamento de esgoto tratado, o corpo

de água poderá se recuperar por mecanismos essencialmente naturais, constituindo o

fenômeno da autodepuração; tendo a capacidade de assimilar os despejos sem apresentar

problemas no ponto de vista ambiental.

Foi realizado o Teste Estatístico de Mann Whitney, onde se verificou que há uma

diferença significativa (p<0.0001) entre o número mais provável de coliformes totais e fecais

no esgoto bruto e tratado, visualizado na Figura 36.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 123

Coliformes Totais

0 10 20 30 40 500

100000000

200000000

300000000Coliformes Totais EColiformes Totais S

Amostra

Núm

ero

mai

s pr

ováv

el e

m10

0 m

l

Coliformes Fecais

0 10 20 30 40 500

10000000

20000000

30000000

Coliformes Fecais EColiformes Fecais S

5.0×10 08

7.0×10 08

9.0×10 08

Amostra

Núm

ero

mai

s pr

ováv

elem

100

ml

Figura 36. Avaliação do número mais provável de coliformes totais e fecais detectados nas amostras

de esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto no período de um ano

Ferreira (2007) realizou um trabalho no Ribeirão Preto na montante à ETE, na saída da

ETE e na jusante a ETE, em duas épocas do ano (estação da seca e chuvosa), encontrando os

resultados demonstrados nas Tabela 16 e 17.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 124

Tabela 16 - Número de coliformes totais fecais na água do Córrego Ribeirão Preto na estação seca, expresso em NMP/100 ml

Coliformes totais Coliformes fecais P5 1000 9,0 x 105 7,0 x 104

P4 850 1,6 x 106 5,0 x 104

P3 600 5,0 x 105 2,2 x 105

P2 400 3,0 x 105 8,0 x 104

Montante

P1 200 1,7 x 105 5,0 x 104

ETE P0 1,7 x 105 5,0.104 P1 200 3,0 x 105 5,0 x 104

P2 400 9,0 x 105 8,0 x 104

P3 600 1,1 x 105 1,7 x 105

P4 800 1,7 x 105 1,3 x 105

Jusante

P5 1000 2,0 x 105 1,7 x 105

Fonte – FERREIRA, 2007

_____________________ FERREIRA, P. C. Pesquisa de parasitas no córrego Ribeirão Preto receptor dos efluentes de uma Estação de Tratamento de Esgoto no município de Ribeirão Preto - SP. Projeto de Iniciação Científica 2007. Agência de fomento FAPESP. Artigo não publicado.

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 125

Tabela 17 - Número de coliformes totais e fecais na água do Córrego Ribeirão Preto na estação chuvosa, expresso em NMP/100 ml

Coliformes totais Coliformes fecais P5 1000 8,0 x 105 1,1.104

P4 850 8,0 x 105 2,2 x 105

P3 600 3,0 x 105 2,2 x 105

P2 400 2,3 x 105 2,3 x 104

Montante

P1 200 2,3 x 105 1,1 x 106

ETE P0 1,7 x 105 7,0.106 P1 200 1,3 x 105 2,7 x 104

P2 400 3,0 x 105 2,3 x 105

P3 600 7,0 x 105 1,7 x 105

P4 800 5,0 x 105 1,1 x 105

Jusante

P5 1000 8,0 x 105 3,3 x 105

Fonte – FERREIA , 2007

Uma preocupação permanente das instituições públicas e privadas em torno da

presença de coliformes totais e fecais é o uso impróprio dessa água por parte da população

para irrigação de hortas, o que tornaria a população consumidora das hortaliças expostas a

contaminação por esses agentes.

Estudos recentes sobre a transmissão de doenças através do uso de águas residuárias

na agricultura (SHUVAL et al., 1986) mostraram que os padrões microbiológicos adotados no

Estado da Califórnia eram mais rígidos do que o necessário para se evitar riscos à saúde

pública, provocando gastos desnecessários no tratamento dos esgotos.

Shuval et al. (1997) demonstraram que o risco anual de se contrair uma doença

virótica ao se consumirem vegetais irrigados com águas residuárias tratadas até o padrão

determinado pela OMS para irrigação irrestrita, é da ordem de 10-6 – 10-7, ou seja, a

ocorrência de uma infecção a cada 1.000.000 – 10.000.000 de anos, em média. É válido

salientar que entre os dois padrões sugeridos pela OMS para a irrigação irrestrita, menos que

1 ovo de nematóides intestinais por litro e menos que 1000 coliformes fecais por 100mL, o

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Resultados e Discussão_____________________________________________________ 126

segundo é mais rigoroso, sendo comum a ausência de nematóides intestinais quando o número

de coliformes fecais é de 1000 ufc/100mL (ATHAYDE JÚNIOR, 1999).

As bactérias do grupo coliformes fecais apresentam um valor limitado no uso de

dejetos na agricultura e aquacultura, onde a matéria fecal está no foco da atividade. Mas,

mesmo com as limitações no emprego e na interpretação das análises de coliformes fecais, os

testes continuam sendo empregados devido à simplicidade e facilidade na rotina laboratorial

(CROSS; PART, 1985).

A necessidade de novos indicadores sanitários, como os parasitas, deve-se ao fato de

não existir relação entre a presença desses e a presença de coliformes fecais. No caso de águas

residuárias tem sido necessário o uso de indicadores de patogenicidade como o caso de

bactérias, vírus e outros agentes.

A eliminação desses patógenos nas águas residuárias tratadas resultaria na reutilização

das mesmas. O reuso de águas residuárias pode ser uma possibilidade para o município de

Ribeirão Preto, fazendo com que ocorra uma melhoria econômica, ambiental e social,

diminuindo o uso de água potável para fins menos nobres do que o abastecimento

populacional.

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CONCLUSÕES

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Conclusões________________________________________________________________ 128

5.0 CONCLUSÕES

Nesta pesquisa, foi possível alcançar os objetivos traçados inicialmente, sendo

caracterizados os níveis de cobre (Cu), cromo (Cr), cádmio (Cd), manganês (Mn), zinco (Zn),

chumbo no esgoto bruto e tratado. Assim como, analisar e quantificar parasitas e coliformes

totais e fecais no esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto.

Especificamente, pode-se concluir que:

- O sistema de tratamento por lodos ativados da ETE-RP, apresentou a partir da

análise das amostras coletadas, elevada capacidade de remoção de metais pesados, quando

comparados com os dados apresentados na literatura, sendo essa remoção de 66,0 % para o

Cu; 69,44% para o Cr; 46,15% para o Cd; 10,74% para o Mn; 54,46% para o Zn e 62,52%

para o Pb.

- As concentrações médias de metais pesados no efluente da ETE-Ribeirão Preto,

expressas em mg L-1, que são: 0,0123 para o Cu; 0,0022 para o Cr; 0,000028 para o Cd;

0,0848 para o Mn; 0,0337 para o Zn e 0,0268 para o Pb, tais níveis apresentam-se abaixo dos

limites permitidos pelo CONAMA, Resolução n° 357 de 17 de março de 2005 e da CETESB,

que estabelecem as condições e padrões de lançamentos de efluentes. O efluente tratado da

ETE-Ribeirão Preto é lançado no Ribeirão Preto, classificado como Classe 4 pelo Decreto n°

10.755, de 22 de novembro de 1977, da CETESB. Portanto, os níveis médios de Cu, Cr, Cd,

Mn, Zn e Pb analisados encontrara-se dentro dos níveis máximos permitidos pelo padrão de

qualidade de água Classe 4.

- A análise parasitológica evidenciou as seguintes concentrações (nº de parasitas/ml):

7 ovos de Ancilostomídeo sp, 27 ovos de Ascaris sp; 330 ovos de Hymenolepis sp; 162 larvas

de nematóides; 55 ovos de Enterobius vermicularis; 9 cistos de Entamoeba coli; 3 cistos de

Entamoeba hystolitica; 5 cistos de Isospora belli; 4 cistos de Endolimax nana; 3 cistos de

Iodamoeba butschlii; 10 cistos de Giardia sp e 1 cisto de Balantidium coli. Foi evidenciada a

remoção parcial dos parasitas patogênicos presentes no esgoto bruto, causadores de

parasitoses intestinais. A referida remoção é compatível com o tempo de retenção do esgoto

no reator na ETE-Ribeirão Preto, durante o tratamento biológico por lodos ativados.

Observamos que as legislações vigentes, Decreto Estadual nº 8468 (SP), de 8 de setembro de

1976 e Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 do Conama (SÃO PAULO. CETESB,

1974; BRASIL. CONAMA, 2005), não estabelecem limites parasitológicos para nenhuma

classe.

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Conclusões________________________________________________________________ 129

- A análise bacteriológica apresenta concentrações elevadas de coliformes totais e

fecais, porém, o esgoto tratado pela ETE-Ribeirão Preto é lançado no Ribeirão Preto, este

considerado de Classe 4. Os corpos d’água Classe 4 possuem índices de coliformes superiores

aos valores máximos estabelecidos para a Classe 3 (número mais provável de coliformes até

20.000, sendo 4.000 o limite para os de origem fecal, em 100 ml, para 80% de, pelo menos, 5

amostras colhidas num período de até 5 semanas consecutivas), poderão elas serem utilizadas

para o abastecimento público, somente se métodos especiais de tratamento forem utilizados, a

fim de garantir a sua potabilização (SÃO PAULO. CETESB, 1974). Observamos que as

legislações vigentes, Decreto Estadual nº 8468 (SP), de 8 de setembro de 1976 e pela

Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 do Conama (SÃO PAULO. CETESB, 1974;

BRASIL. CONAMA, 2005) não estabelecem limites para Coliformes Totais e Fecais. Após o

lançamento de esgoto tratado, o corpo de água poderá se recuperar por mecanismos

essencialmente naturais, constituindo o fenômeno da autodepuração; tendo a capacidade de

assimilar os despejos sem apresentar problemas do ponto de vista ambiental.

As informações geradas trazem novos conhecimentos sobre a situação ambiental da

ETE estudada, no que se refere à presença de metais, parasitas e bactérias, com subsídios para

ações político-administrativo municipais num momento significativo, haja vista que até o

presente momento a ETE-Ribeirão Preto trata somente uma parte do esgoto gerado no

município, tendo como meta o tratamento de 100% desses efluentes. Assim, subentende-se a

necessidade de continuar pesquisas nessa área, estudos; levando em consideração o aumento

gradual do percentual de captação de esgoto da ETE-Ribeirão Preto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Considerações Finais________________________________________________________ 131

6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda há muito que se fazer em termos de tratamento de esgotos.

O reuso de águas residuárias é uma alternativa para muitos municípios, com

regulamentação necessária para minimizar possíveis riscos à saúde pública e ao ambiente. A

adoção de barreiras múltiplas constitui-se no único meio de assegurar a qualidade de águas

residuárias para sua reutilização sem risco, assim como, para proteção dos sistemas aquáticos

e dos mananciais destinados ao abastecimento público, visando-se garantir a proteção da

saúde pública.

Os benefícios da aplicação suplementar das águas residuárias tratadas estão associados

à preservação da qualidade dos recursos hídricos, proteção ambiental e as vantagens

econômicas, além de caracterizar estes contaminantes no meio ambiente, que servirão de

instrumentos para a avaliação do risco que estes contaminantes representam para a saúde

pública.

O presente trabalho gera temas para outros estudos, visando um aprofundamento para

a geração de novos conhecimentos nessa linha de pesquisa, dentre os quais podemos citar:

1. “Uso de águas residuais tratadas na cultura de hortaliças: avaliação de

metais pesados e enteroparasitas e seu impacto na saúde”, avaliando se os parasitas e

metais pesados presentes no efluente da ETE-Ribeirão Preto estão contaminando as hortaliças

irrigadas com o mesmo; visando uma possibilidade futura de reutilização desse efluente após

um tratamento adequado. Estudo que vem sendo desenvolvido pela aluna de mestrado Meire

Nikaido, sob orientação da Profa. Dra. Susana Inês Segura-Muñoz.

2. “Avaliação de Cryptosporidium spp., Giardia spp. e vírus patogênicos em

esgoto e lodo gerado pela ETE-Ribeirão Preto”, verificando-se a remoção desses parasitas

através do sistema de lodos ativados, além de vírus patogênicos, tanto no esgoto bruto e

tratado quanto no lodo de esgoto; dado seu potencial uso como adubo orgânico.

No mês de novembro fui aprovada no processo de doutorado do programa de Pós-

Graduação em Saúde Pública. Sendo o referido estudo aprovado como projeto de doutorado,

dando continuidade ao trabalho de mestrado.

3. Avaliação de metais pesados, parasitas e bactérias no Córrego Ribeirão

Preto, desde sua nascente até a confluência com o Rio Pardo, avaliando se as

características microbiológicas e físico-químicas de suas águas estão sendo afetadas pelo

lançamento de efluentes da ETE-Ribeirão Preto e de diversas atividades locais. Projeto

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Considerações Finais________________________________________________________ 132

aprovado para mestrado, que será realizado pelo aluno Renato Igor da Silva Alves, sob a

orientação da Prof. Dra. Susana Inês Segura-Muñoz.

4. Avaliação de metais pesados, parasitas e bactérias no esgoto coletado e tratado

na ETE-Caiçara, para comparação da eficiência de sua remoção com a ETE-Ribeirão Preto.

Com esta pesquisa foi possível a geração de importantes conhecimentos relativos à

questão do tratamento de esgoto, não apenas no âmbito municipal, mas também, para o

próprio país, pela possibilidade de se conhecer a problemática da coleta e tratamento de

esgoto no Brasil, parte de uma realidade ainda preocupante em nosso meio. Espera-se que as

informações obtidas com esta investigação contribuam também, para a tomada de decisões

político-administrativo municipais no tratamento de esgotos.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXO A

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ANEXO B

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Quality Control Technologies QAP18/06/2007Issued:

Round No: Element: Laboratory No:139 Pb ug/L

Trace Metals in Water - Non Potable

160

Sample Your Dist'n Dist'n Your YourResult Mean MAD SD BPI LPI

ConcAddedNumber

515 103.1 -103.1 23.1 32.7 3.9

516 153.2 -153.2 59.3 254.3 159.7

Your Round Average

Your Running Average

Number Participating

All Participants Round Average*

All Participants Running Average*

-128.1 128.1

-96.3 96.3

5

64.3

65.7

8.5

3.6

Precision Estimate for last 6 months

0.9868

19.7

Correlation Coefficient

(* Excluding Outliers)

Round Report Version 2.2 This document may not be reproduced except in full Page 1 of 1

Previous Rnds Current RndYour LineIdeal Line95% Limits

Round Summary

Round Concensus Result1.0 E38.0 E26.0 E24.0 E22.0 E20.0 E0

Par

ticip

ant R

esul

t

1.0 E3

8.0 E2

6.0 E2

4.0 E2

2.0 E2

0.0 E0

Sample No 515

[Pb] ug/L926946230

Num

ber

of L

abor

ator

ies

2

1

0

Your Result

Sample No 516

[Pb] ug/L415356296237178119

Num

ber

of L

abor

ator

ies

2

1

0

Your Result

Laboratory Performance Index

Round Number139138137136135134133132131130129128

Rou

nd L

PI

140

120

100

80

60

40

20

0 nr nr

200 nr nr nr nr nr

nr

Bias Performance Index

Round Number139138137136135134133132131130129128

6 M

onth

Mov

ing

Avg

BP

I

80

60

40

20

0

-20

-40

-60

-80

nr nr

nr nr nr nr nr

-106 nr -80 -96

Laboratory Actions/Comments:

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157

APÊNDICES

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158

APÊNDICE A

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159

Apêndice A

Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas na entrada do

efluente bruto na ETE-Ribeirão Preto/SP, 2006-2007

Concentração expressa em mg/L Data da coleta Cu Cr Cd Mn Zn Pb

24/10/2006 0,0290 0,0066 0,00007 0,071 0,065 0,0990 30/10/2006 0,0180 0,0036 0,00003 0,058 0,063 0,0612 4/11/2006 0,0190 0,0050 0,00003 0,095 0,053 0,1110 10/11/2006 0,0190 0,0054 0,00003 0,080 0,066 0,0603 16/11/2006 0,0190 0,0049 0,00002 0,070 0,047 0,0650 21/11/2006 0,0130 0,0058 0,00002 0,133 0,049 0,0295 2/12/2006 0,0110 0,0031 0,00003 0,108 0,036 0,0321 4/12/2006 0,0360 0,0025 0,00008 0,964 0,239 0,1360 15/12/2006 0,0350 0,0069 0,00004 0,142 0,160 0,0650 21/12/2006 0,0160 0,0127 0,00002 0,075 0,053 0,0470 27/12/2006 0,0260 0,0027 0,00005 0,159 0,101 0,1190 3/1/2007 0,0110 0,0063 0,00002 0,129 0,055 0,0640 8/1/2007 0,0160 0,0028 0,00002 0,115 0,056 0,0380 13/1/2007 0,0130 0,0050 0,00002 0,139 0,041 0,0480 19/1/2007 0,0170 0,0028 0,00003 0,091 0,080 0,0480 25/1/2007 0,0200 0,0073 0,00003 0,096 0,064 0,0420 31/1/2007 0,0170 0,0073 0,00005 0,087 0,068 0,0860 6/2/2007 0,8220 0,0044 0,00024 0,077 0,420 0,2100 12/2/2007 0,0190 0,0070 0,00002 0,076 0,050 0,0370 1/3/2007 0,0230 0,0205 0,00003 0,096 0,057 0,0460 7/3/2007 0,0140 0,0022 0,00002 0,059 0,055 0,0390 13/3/2007 0,0100 0,0018 0,00002 0,098 0,040 0,0450 19/3/2007 0,0130 0,0015 0,00002 0,095 0,042 0,0280 24/3/2007 0,0190 0,0018 0,00003 0,069 0,064 0,0540 30/3/2007 0,0580 0,0053 0,00008 0,029 0,146 0,2540 5/4/2007 0,0220 0,0181 0,00005 0,051 0,088 0,0980 12/4/2007 0,0180 0,0047 0,00002 0,089 0,077 0,0500 17/4/2007 0,0140 0,0041 0,00002 0,058 0,044 0,0500 23/4/2007 0,0190 0,0025 0,00008 0,064 0,054 0,0670 30/4/2007 0,0130 0,0026 0,00003 0,055 0,047 0,0410 4/5/2007 0,0200 0,0026 0,00002 0,049 0,056 0,0540 10/5/2007 0,0070 0,0112 0,00001 0,015 0,018 0,0060 16/5/2007 0,0300 0,0087 0,00004 0,073 0,083 0,1470 29/5/2007 0,0160 0,0972 0,00002 0,044 0,056 0,0470 6/6/2007 0,0150 0,0023 0,00002 0,052 0,062 0,1290 14/6/2007 0,0240 0,0023 0,00003 0,041 0,072 0,0440 20/6/2007 0,1620 0,0041 0,00008 0,076 0,078 0,0990 26/6/2007 0,0360 0,0229 0,00010 0,034 0,114 0,1054

continua

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160

3/7/2007 0,0310 0,0059 0,00012 0,528 0,077 0,1180 7/7/2007 0,0180 0,0019 0,00008 0,037 0,040 0,0443 13/7/2007 0,0200 0,0053 0,00009 0,058 0,059 0,0831 19/7/2007 0,0011 0,0018 0,00003 0,047 0,035 0,0671 31/7/2007 0,0190 0,0035 0,00008 0,040 0,060 0,0804 6/8/2007 0,0140 0,0032 0,00008 0,040 0,033 0,1055 10/8/2007 0,0180 0,0032 0,00008 0,050 0,042 0,0544 18/8/2007 0,0160 0,0027 0,00007 0,022 0,039 0,0735 29/8/2007 0,0130 0,0030 0,00007 0,025 0,033 0,0615 4/9/2007 0,0130 0,0024 0,00007 0,028 0,044 0,0111 10/9/2007 0,0100 0,0045 0,00006 0,071 0,073 0,1303 15/9/2007 0,0090 0,0189 0,00014 0,028 0,222 0,0644 20/9/2007 0,0130 0,0026 0,00007 0,036 0,045 0,0335 28/9/2007 0,0075 0,0026 0,00007 0,061 0,048 0,0345 3/10/2007 0,0070 0,0018 0,00008 0,053 0,046 0,0245

Média 0,0362 0,0072 0,000052 0,0950 0,074 0,0715 DP 0,1121 0,0135 0,000040 0,1409 0,064 0,0462

Mínimo 0,0011 0,0015 0,000013 0,0150 0,0179 0,0060 Máximo 0,8220 0,0972 0,0002 1,2140 0,4200 0,2540 ♣Valor

Máximo para efluentes

1,0 ---/5,0 0,2 1,0 5,0 0,5

continuação

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161

Concentração média de metais em amostras de esgoto coletadas no local de saída do

esgoto tratado da ETE-Ribeirão Preto/SP, 2006-2007

Concentração expressa em mg/L Data da coleta Cu Cr Cd Mn Zn Pb

24/10/2006 0,0005 0,0038 0,000021 0,0725 0,0256 0,052330/10/2006 0,0005 0,0042 0,000013 0,5590 0,0421 0,03044/11/2006 0,0005 0,0029 0,000016 0,1846 0,0400 0,146310/11/2006 0,0005 0,0047 0,000017 0,1341 0,0321 0,017516/11/2006 0,0005 0,0012 0,000016 0,0930 0,0371 0,040521/11/2006 0,4530 0,0023 0,000011 0,7323 0,0254 0,02432/12/2006 0,0005 0,0017 0,000023 0,0694 0,0449 0,04694/12/2006 0,0020 0,0005 0,000014 0,1650 0,0447 0,014915/12/2006 0,0005 0,0019 0,000012 0,1049 0,0600 0,017521/12/2006 0,0005 0,0014 0,000013 0,1482 0,0387 0,023227/12/2006 0,0005 0,0013 0,000014 0,0711 0,0337 0,03823/1/2007 0,0130 0,0005 0,000017 0,0891 0,0478 0,02018/1/2007 0,0070 0,0005 0,000015 0,0595 0,0448 0,010513/1/2007 0,0030 0,0024 0,000015 0,1059 0,0452 0,033519/1/2007 0,0270 0,0021 0,000012 0,0889 0,0389 0,022825/1/2007 0,0005 0,0076 0,000012 0,0798 0,0417 0,029531/1/2007 0,0005 0,0039 0,000031 0,1146 0,0506 0,04606/2/2007 0,0020 0,0016 0,000020 0,0615 0,0395 0,009212/2/2007 0,0010 0,0006 0,000016 0,0745 0,0378 0,006523/2/2007 0,0120 0,0016 0,000020 0,0462 0,0357 0,01541/3/2007 0,0010 0,0007 0,000015 0,1057 0,0452 0,01327/3/2007 0,0010 0,0006 0,000023 0,0841 0,0389 0,007113/3/2007 0,0040 0,0016 0,000013 0,0641 0,0294 0,026119/3/2007 0,0005 0,0024 0,000012 0,0525 0,0363 0,007324/3/2007 0,0005 0,0010 0,000014 0,0713 0,0367 0,023230/3/2007 0,0005 0,0022 0,000011 0,0518 0,0343 0,05835/4/2007 0,0005 0,0028 0,000012 0,0605 0,0289 0,025512/4/2007 0,0005 0,0022 0,000025 0,0464 0,0379 0,020017/4/2007 0,0005 0,0040 0,000015 0,0544 0,0332 0,022623/4/2007 0,0005 0,0013 0,000016 0,0744 0,0449 0,031030/4/2007 0,0005 0,0018 0,000019 0,0952 0,0611 0,02134/5/2007 0,0005 0,0039 0,000014 0,0384 0,0461 0,031810/5/2007 0,0005 0,0021 0,000012 0,0563 0,0365 0,033016/5/2007 0,0005 0,0019 0,000017 0,0189 0,0330 0,003229/5/2007 0,0060 0,0030 0,000028 0,0541 0,0538 0,03536/6/2007 0,0010 0,0023 0,000014 0,0566 0,0367 0,094514/6/2007 0,0005 0,0025 0,000015 0,0460 0,0411 0,016320/6/2007 0,0005 0,0013 0,000013 0,0319 0,0343 0,013026/6/2007 0,0070 0,0019 0,000061 0,0236 0,0177 0,01873/7/2007 0,0070 0,0018 0,000073 0,0207 0,0188 0,01547/7/2007 0,0070 0,0026 0,000062 0,0199 0,0224 0,017313/7/2007 0,0080 0,0025 0,000059 0,0268 0,0153 0,027519/7/2007 0,0070 0,0023 0,000032 0,0243 0,0199 0,039431/7/2007 0,0050 0,0019 0,000052 0,0243 0,0176 0,02516/8/2007 0,0050 0,0013 0,000059 0,0357 0,0153 0,0256

continua

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162

10/8/2007 0,0050 0,0027 0,000056 0,0405 0,0157 0,013518/8/2007 0,0060 0,0019 0,000051 0,0208 0,0170 0,023329/8/2007 0,0170 0,0042 0,000070 0,0466 0,0386 0,01514/9/2007 0,0080 0,0025 0,000057 0,0223 0,0180 0,015910/9/2007 0,0070 0,0010 0,000045 0,0175 0,0196 0,008615/9/2007 0,0060 0,0019 0,000061 0,0217 0,0163 0,025520/9/2007 0,0080 0,0023 0,000055 0,0214 0,0161 0,011028/9/2007 0,0080 0,0020 0,000053 0,0170 0,0204 0,01203/10/2007 0,0060 0,0023 0,000056 0,0425 0,0195 0,0148

Média 0,0123 0,0022 0,000028 0,0848 0,0337 0,0268DP 0,0619 0,0013 0,00002 0,1198 0,0121 0,0228

Mínimo 0,0005 0,0005 0,000011 0,0170 0,0102 0,0032Máximo 0,4530 0,0076 0,000074 0,7323 0,0611 0,1463

♣Valor Máximo para efluentes

1,0 ---/5,0 0,2 1,0 5,0 0,5

continuação

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163

APÊNDICE B

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164

Apêndice B

Valores do pH e temperatura do esgoto bruto e tratado da ETE-Ribeirão Preto, de acordo com seus respectivos dias durante 2006 a 2007.

Dias Dias da Semana

pH Entrada /

Saída

Tº(C) Entrada /

Saída Dias Dias da

Semana

pH Entrada /

Saída

Tº(C) Entrada /

Saída 24/10/2006 Terça-feira 6,76 / 6,59 22.3º / 22.3º 12/4/2007 Quinta-feira 6,81 / 6,71 23.2º / 23.1º 30/10/2006 Segunda-feira 6,53 / 6,31 21.3º / 21.2º 17/4/2007 Quarta-feira 6,98 / 6,64 22.3º / 22.1º 4/11/2006 Sábado 6,58 / 6,24 22.1º / 22.0º 23/4/2007 Terça-feira 7,18 / 6,88 22.5º / 22.3º 10/11/2006 Sexta-feira 6,45 / 6,26 22.2º / 22.1º 30/4/2007 Segunda-feira 7,26 / 6,55 22.3º / 22.3º 16/11/2006 Quinta-feira 6,49 / 6,27 22.1º / 22.1º 4/5/2007 Sábado 7,11 / 6,54 22.0º / 22.0º 21/11/2006 Quarta-feira 6,57 / 6,43 22,3º / 22.2º 10/5/2007 Sexta-feira 6,97 / 6,41 22.0º / 21.9º 2/12/2006 Terça-feira 6,67 / 6,42 22.1° / 20.1° 16/5/2007 Quinta-feira 7,08 / 6,45 21.7º / 21.6º 4/12/2006 Sábado 6,76 / 6,85 22.3º / 22.1º 29/5/2007 Quarta-feira 7,13 / 6,41 22.0º / 21.8º 15/12/2006 Sexta-feira 6,57 / 6,48 22.0º / 22.1º 6/6/2007 Terça-feira 7,02 / 6,27 21.3º / 21.1º 21/12/2006 Quinta-feira 6,86 / 6,66 22.3º / 22.3º 14/6/2007 Quarta-feira 7,02/ 6,54 20.7º / 20.6º 27/12/2006 Quarta-feira 6,78 / 6,69 22.8º / 22.7º 20/6/2007 Quinta-feira 7,06 / 6,25 21.4º / 21.3º 3/1/2007 Terça-feira 6,63 / 6,58 22.5º / 22.5º 26/6/2007 Quarta-feira 7,08 / 6,57 21.5º / 21.4º 8/1/2007 Segunda-feira 6,75 / 6,34 22.1º / 22.0º 3/7/2007 Terça-feira 6,98 / 6,48 21.3º / 21.2º

13/1/2007 Sábado 6,65 / 6,52 22.0º / 22.0º 7/7/2007 Segunda-feira 6,97 / 6,49 21.1º / 21.1º 19/1/2007 Sexta-feira 6,58 / 5,80 22.0º / 22.0º 13/7/2007 Sábado 6,97 / 6,55 21.7º / 21.6º 25/1/2007 Quinta-feira 6,62 / 6,43 22.2º / 22.1º 19/7/2007 Sexta-feira 6,93 / 6,79 21.9º / 21.8º 31/1/2007 Quarta-feira 7,12 / 6,95 22.7º / 22.6º 31/7/2007 Quinta-feira 7,07 / 6,95 21.3º / 21.3º 6/2/2007 Terça-feira 6,56 / 6,57 20.1º / 20.1º 6/8/2007 Terça-feira 7,16 / 6,81 20.9º / 20.9º

12/2/2007 Segunda-feira 7,08 / 6,75 22.4º / 22.4º 10/8/2007 Segunda-feira 7,18 / 6,60 21.5º / 21.4º 23/2/2007 Sábado** - - 18/8/2007 Sexta-feira 7,10 / 6,82 21.6º / 21.6º 1/3/2007 Sexta-feira 7,17 / 6,78 22.9º / 22.8º 29/8/2007 Sábado 6,97 / 6,58 21.8º / 21.5º 7/3/2007 Quinta-feira 7,02 / 6,90 22.8º / 22.7º 4/9/2007 Quarta-feira 7,07 / 6,68 21.9º / 21.9º

13/3/2007 Quarta-feira 6,99 / 6,60 22.7º / 22.7º 10/9/2007 Terça-feira 7,08 / 6,80 22.3º / 22.2º 19/3/2007 Terça-feira 7,05 / 6,72 23.0º / 22.9º 15/9/2007 Segunda-feira 7,17 / 6,59 22.1º / 22.1º 24/3/2007 Segunda-feira 7,03 / 6,66 22.6º / 22.5º 20/9/2007 Sábado 6,95 / 6,67 21.5º / 21.4º 30/3/2007 Sábado 6,93 / 6,61 22.9º / 22.9º 28/9/2007 Sexta-feira 7,05 / 6,82 22.4º / 22.3º 5/4/2007 Sexta-feira 7,10 / 6,76 23.1º / 23.1º 3/10/2007 Quarta-feira 7,26 / 7,01 21.4º / 21.3º

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165

APÊNDICE C

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166

Apêndice C Valores da vazão da ETE-Ribeirão Preto, de acordo com seus respectivos dias, durante

outubro de 2006/outubro de 2007.

Data Média da Vazão m³/h

Data Média da Vazão m³/h

24/10/2006 1360 23/4/2007 2252 30/10/2006 1439 30/4/2007 1578

4/11/2006 1581 4/5/2007 1660 10/11/2006 1454 10/5/2007 1519 16/11/2006 1504 16/5/2007 1544 21/11/2006 1197 29/5/2007 1176

2/12/2006 1902 6/6/2007 1242 4/12/2006 1477 14/6/2007 1283

15/12/2006 1430 20/6/2007 1490 21/12/2006 1729 26/6/2007 1385 27/12/2006 1504 3/7/2007 1440

3/1/2007 1540 7/7/2007 1360 8/1/2007 1870 13/7/2007 1359

13/1/2007 1566 19/7/2007 1316 19/1/2007 3239 31/7/2007 1369 25/1/2007 1778 6/8/2007 1063 31/1/2007 1934 10/8/2007 1126 6/2/2007 1576 18/8/2007 1114

12/2/2007 2614 29/8/2007 1040 23/2/2007 1577 4/9/2007 1118 1/3/2007 1988 10/9/2007 1403 7/3/2007 1823 15/9/2007 1243

13/3/2007 1762 20/9/2007 1410 19/3/2007 2023 28/9/2007 1120 24/3/2007 1727 3/10/2007 1233 30/3/2007 1999 Média 1577,037 5/4/2007 2221 Máximo 3239

12/4/2007 1840 Mínimo 1040 17/4/2007 1663 DV 398,523

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167

APÊNDICE D

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168

Balanço Hídrico Semanal: Ribeirão Preto no período de 24/10/2006 até 24/10/2007

Preciptação Armazenamento EvapotranspiraçãoReal

Déficit Hídrico

Excedente Hídrico Período

(Semana)

Temperatura Média ( ºC)

(mm)

Manejodo

Solo

DesenvolvimentoVegetal

30/10/2006 a 05/11/2006 25,4 93,0 125 31 0 37 D O

06/11/2006 a 12/11/2006 21,6 11,8 112 25 0 0 F F

13/11/2006 a 19/11/2006 24,8 0,0 87 25 7 0 F R

20/11/2006 a 26/11/2006 25,7 52,7 105 35 0 0 F F

27/11/2006 a 03/12/2006 25,1 60,2 125 32 0 8 D O

04/12/2006 a 10/12/2006 24,3 134,4 125 31 0 104 D O

11/12/2006 a 17/12/2006 25,2 3,8 99 30 3 0 F F

18/12/2006 a 24/12/2006 26,0 97,0 125 36 0 35 D O

25/12/2006 a 31/12/2006 24,7 51,7 125 33 0 19 D O

01/01/2007 a 07/01/2007 22,0 194,7 125 26 0 168 D O

08/01/2007 a 14/01/2007 25,5 54,6 125 33 0 21 D O

15/01/2007 a 21/01/2007 25,1 138,7 125 33 0 106 D O

22/01/2007 a 28/01/2007 24,8 45,1 125 32 0 13 D O

29/01/2007 a 04/02/2007 26,3 54,2 125 36 0 18 D O

05/02/2007 a 11/02/2007 26,3 5,6 99 31 3 0 F F

12/02/2007 a 18/02/2007 25,1 31,0 100 0 31 0 F F

19/02/2007 a 25/02/2007 26,2 26,0 94 32 2 0 F F

26/02/2007 a 04/03/2007 24,8 48,6 112 31 0 0 F F

05/03/2007 a 11/03/2007 26,1 2,5 89 25 6 0 F F

12/03/2007 a 18/03/2007 25,1 63,6 124 28 0 0 D O

19/03/2007 a 25/03/2007 24,5 8,4 107 25 1 0 F F

26/03/2007 a 01/04/2007 26,6 1,8 84 25 8 0 F R

02/04/2007 a 08/04/2007 25,1 1,3 37 9 15 0 D D

09/04/2007 a 15/04/2007 24,5 6,1 44 13 11 0 D D

16/04/2007 a 22/04/2007 24,6 2,8 37 10 14 0 D D

23/04/2007 a 29/04/2007 24,3 5,0 21 9 13 0 D D

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169

30/04/2007 a 06/05/2007 22,2 0,0 18 3 16 0 D D

07/05/2007 a 13/05/2007 20,7 1,3 16 3 12 0 D D

14/05/2007 a 20/05/2007 23,2 0,0 14 2 15 0 D D

21/05/2007 a 27/05/2007 17,2 89,0 90 13 0 0 F F

28/05/2007 a 03/06/2007 17,7 10,0 88 12 1 0 F F

04/06/2007 a 10/06/2007 18,9 0,0 80 8 5 0 F R

11/06/2007 a 17/06/2007 21,7 0,0 71 9 5 0 R R

18/06/2007 a 24/06/2007 21,0 0,0 64 7 7 0 R R

25/06/2007 a 01/07/2007 20,2 0,0 57 7 6 0 R D

02/07/2007 a 08/07/2007 20,4 0,0 51 6 8 0 R D

09/07/2007 a 15/07/2007 22,0 0,0 45 6 9 0 D D

16/07/2007 a 22/07/2007 18,5 11,4 45 12 1 0 D D

23/07/2007 a 29/07/2007 17,6 54,3 87 12 0 0 F R

30/07/2007 a 05/08/2007 19,3 0,0 78 9 4 0 F R

06/08/2007 a 12/08/2007 22,1 0,0 68 10 8 0 R R

13/08/2007 a 19/08/2007 21,0 0,0 59 9 8 0 R D

20/08/2007 a 26/08/2007 22,8 0,0 51 8 11 0 R D

27/08/2007 a 02/09/2007 23,4 0,0 44 7 12 0 D D

03/09/2007 a 09/09/2007 24,1 0,0 36 8 16 0 D D

10/09/2007 a 16/09/2007 24,1 2,0 30 8 16 0 D D

17/09/2007 a 23/09/2007 27,0 1,0 24 7 24 0 D D

24/09/2007 a 30/09/2007 24,4 0,0 19 5 20 0 D D

01/10/2007 a 07/10/2007 25,6 0,0 15 4 28 0 D D

08/10/2007 a 14/10/2007 26,8 3,0 12 6 29 0 C C

15/10/2007 a 21/10/2007 27,1 7,8 9 11 25 0 C C

22/10/2007 a 28/10/2007 23,7 33,5 15 27 0 0 D D

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APÊNDICE E

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171

Apêndice E

Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de entrada, no mês de outubro de 2006 a fevereiro de 2007, segundo os dias de coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto - SP .

Ovos, larvas de helmintos

e cistos de protozoários Data

Out.- 2006

24 30

Novembro – 2006

04 10 16 21 Dezembro. -2006 02 04 15 21 27

Janeiro -2007 03 08 13 19 25 31

Fevereiro -2007

06 12 23

Ancylostoma sp 1 1 1 1 1 2

Ascaris sp 2 3 2 2 1 2 1 1 2

Hymenolepis sp 5 1 2 3 2 1

Larva de Nematóide 4 1 1 2 6 2 3 1 1 1 3

Enterobius vermicularis 1 2 3 2 1 2 2

Fasciola hepática 3 1

Entamoeba coli 5 3 3

Entamoeba histolytica 2 2 1 2

Endolimax nana 3 1 1

Isospora belli 1 1

Iodamoeba butschlii 1 1

Giardia lamblia 2 3 5 1 1

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172

Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de entrada, no mês de março de 2007 a junho de 2007, segundo os dias de coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto - SP .

Ovos, larvas de helmintos

e cistos de protozoários Data Março. -2007 01 07 13 19 24 30

Abril – 2007

05 12 17 23 30

Maio – 2007

04 10 16 29

Junho – 2007

06 14 20 26

Ancylostoma sp 1 1 1 1 1 1

Ascaris sp 1 1 1 1 2 1 1 1

Hymenolepis sp 3 1 1 1

Larva de Nematóide 2 10 13 2 5 6 4 2 3 7 10 2 8 2 14 11 15 13 16

Enterobius vermicularis 1

Fasciola hepática 1

Entamoeba coli

Entamoeba histolytica

Endolimax nana

Isospora belli

Iodamoeba butschlii

Giardia lamblia 1 1 3 2 4 2 1

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173

Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de entrada, no mês de julho de 2007 a outubro de 2007, segundo os dias de coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto - SP .

Ovos, larvas de helmintos

e cistos de protozoários Data Julho -2007

03 07 13 19 31

Agosto. – 2007

06 10 18 29

Setembro – 2007

04 10 15 20

Outubro. – 2007

03

Ancylostoma sp 1 1 1

Ascaris sp 1 2 2 1 1 2 1 1 2

Hymenolepis sp 2 1 1

Larva de Nematóide 5 5 26 9 21 9 10 11 16 16 22 8 10 5

Enterobius vermicularis 1

Fasciola hepática 1 1

Entamoeba coli 1

Entamoeba histolytica

Endolimax nana

Isospora belli

Iodamoeba butschlii

Giardia lamblia 1 1 1

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174

Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de saída, no mês de outubro de 2006 a fevereiro de 2007, segundo os dias de coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto – SP

Ovos, larvas de helmintos

e cistos de protozoários Data

Out.- 2006

24 30

Nov. - 2006

04 10 16 21

Dez. -2006 02 04 15 21 27

Jan. -2007 03 08 13 19 25 31

Fev. -2007

06 12 17 23

Ancylostoma duodenale 1

Ascaris sp 2 1 1 1 1 3

Hymenolepis sp 3 10 4 8 4 14 12 6 1 20 12

Larva de Nematóide 1 1 2 1 4 1 5 5 5 8 7 6 6 1 1

Enterobius vermicularis 1 1 1 3 2 3 1 2 1 1 1

Fasciola hepática

Entamoeba coli 1 2

Entamoeba histolytica 1 1 1

Endolimax nana 2 1 1

Isospora belli 3 2

Iodamoeba butschlii 1 1 1

Giardia lamblia 1 2 1

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175

Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de saída, no mês de março de 2007 a junho de 2007, segundo os dias de coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto - SP

Ovos, larvas de helmintos

e cistos de protozoários Data Março. -2007 01 07 13 19 24 30

Abril – 2007

05 12 17 23 30

Maio – 2007

04 10 16 29

Junho – 2007 06 14 20 26

Ancylostoma sp 1 1 1

Ascaris sp 1 1 1 2 2 1 2 1 1 1 1

Hymenolepis sp 14 25 15 1 3 4 4 9 3 5 6 5 3 3 19 4 3 15 7

Larva de Nematóide 4 2 5 2 4 1 4 3 6 4 7 3 5 3 2

Enterobius vermicularis 2 1 2 2 2 2 6 5

Fasciola hepática

Entamoeba coli 1

Entamoeba histolytica

Endolimax nana 1

Isospora belli

Iodamoeba butschlii

Balantidium coli 1

Giardia lamblia 1

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176

Relação dos parasitas (nº de organismos por ml) encontrados no ponto de saída, no mês de julho de 2007 a outubro de 2007, segundo os dias de coleta da Estação de Tratamento de Ribeirão Preto - SP

Ovos, larvas de helmintos

e cistos de protozoários Data Julho -2007

03 07 13 19 31

Agosto. – 2007

06 10 18 29

Setembro – 2007

04 10 15 21 Outubro. – 2007 03

Ancylostoma sp 1 1 1

Ascaris sp 1 1 1 1

Hymenolepis sp 19 4 8 12 4 2 3 1 1 1 3 12 18

Larva de Nematóide 8 6 2 6 3 2 2 3 5 2 2 1 7 1

Enterobius vermicularis 5 2 3 2 1 1 2

Fasciola hepática

Entamoeba coli

Entamoeba histolytica

Endolimax nana

Isospora belli

Iodamoeba butschlii

Giardia lamblia 3

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APÊNDICE F

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Apêndice F

Resultados da análise de coliformes totais e coliformes fecais no ponto de entrada e saída da ETE-RP (2006-2007) Entrada Saída Amostra Dias da

Semana Dia Coliformes Totais

(CT) Coliformes Fecais

(CF) Coliformes Totais

(CT) Coliformes Fecais

(CF) 1 Terça-feira 24/10/2006 2,2 x 107 3,0 x 106 5,0 x 104 3,0 x 104 2 Segunda-feira 30/10/2006 8,8 x 107 7,0 x 106 6,0 x 104 3,0 x 104 3 Sábado* 4/11/2006 8,0 x 106 8,0 x 106 1,7 x 105 8,0 x 103 4 Sexta-feira 10/11/2006 1,1 x 107 7,0 x 106 7,0 x 104 2,2 x 104 5 Quinta-feira 16/11/2006 5,0 x 107 4,0 x 106 5,0 x 104 4,0 x 104 6 Quarta-feira 21/11/2006 2,2 x 106 7,0 x 105 2,2 x 105 7,0 x 103 7 Segunda-feira 2/12/2006 1,6 x 107 1,1 x 106 1,6 x 105 1,1 x 104 8 Sábado 4/12/2006 -- -- - - 9 Sexta-feira 15/12/2006 6,0 x 107 3,0 x 106 1,7 x 105 7,0 x 103

10 Quinta-feira 21/12/2006 9,0 x 106 1,7 x 105 1,7 x 104 2,0 x 103 11 Quarta-feira 27/12/2006 3,0 x 107 5,0 x 106 3,0 x 107 8,0 x 108 12 Quarta-feira 3/1/2007 3,0 x 107 1,7 x 107 3,0 x 107 1,7 x 107 13 Segunda-feira 8/1/2007 2,2 x 107 8,0 x 106 1,4 x 105 2,0 x 104 14 Sábado 13/1/2007 -- -- - - 15 Sexta-feira 19/1/2007 2,7 x 107 6,0 x 106 2,7 x 103 5,0 x 104 16 Quinta-feira 25/1/2007 1,7 x 107 8,0 x 106 8,0 x 104 8,0 x 104 17 Quarta-feira 31/1/2007 5,0 x 107 1,1 x 107 7,0 x 105 2,0 x 104 18 Terça-feira 6/2/2007 3,0 x 107 8,0 x 106 5,0 x 106 5,0 x 104 19 Segunda-feira 12/2/2007 4,0 x 106 7,0 x 105 4,0 x 106 7,0 x 105 20 Sábado 17/2/2007 -- -- - - 21 Sexta-feira 23/2/2007 8,0 x 107 1,7 x 107 8,0 x 107 1,7 x 107

continua

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22 Quinta-feira 1/3/2007 6,0 x 107 4,0 x 106 2,3 x 104 1,4 x 104 23 Quarta-feira 7/3/2007 3,0 x 107 2,6 x 105 5,0 x 104 1,1 x 104 24 Terça-feira 13/3/2007 8,0 x 106 8,0 x 106 8,0 x 106 5,0 x 104 25 Segunda-feira 19/3/2004 6,0 x 107 5,0 x 106 2,7 x 105 2,0 x 104 26 Sábado 24/3/2007 -- -- -- -- 27 Sexta-feira 30/3/2007 7,5 x 107 7,0 x 107 3,0 x 105 1,1 x 104 28 Quinta-feira 5/4/2007 5,0 x 105 2,2 x 104 1,7 x 105 5,0 x 104 29 Quarta-feira 11/4/2007 1,6 x 107 1,4 x 106 8,0 x 104 2,0 x 104 30 Terça-feira 17/4/2007 1,7 x 107 8,0 x 106 8,0 x 104 1,3 x 105 31 Segunda-feira 23/4/2007 -- -- -- -- 32 Sábado 28/4/2007 -- -- -- -- 33 Sexta-feira 4/5/2007 3,0 x 106 8,0 x 106 2,7 x 105 2,0 x 104 34 Quinta-feira 10/5/2007 2,2 x 108 2,8 x 107 8,0 x 104 2,0 x 104 35 Quarta-feira 16/5/2007 5,0 x 106 3,0 x 105 2,3 x 104 8,0 x 103 36 Terça-feira 29/5/2007 8,0 x 106 1,7 x 107 1,3 x 106 7,0 x 104 37 Quarta-feira 6/6/2007 -- -- -- -- 38 Quinta-feira 14/6/2007 5,0 x 106 5,0 x 106 2,3 x 105 4,0 x 104 39 Quarta-feira 20/6/2007 6,0 x 106 2,5 x 106 2,2 x 105 1,8 x 106 40 Terça-feira 26/6/2007 9,0 x 107 3,0 x 106 3,0 x 105 8,0 x 104 41 Segunda-feira 2/7/2007 5,0 x 106 8,0 x 105 1,3 x 105 5,0 x 103 42 Sábado 7/7/2007 -- -- -- -- 43 Sexta-feira 13/7/2007 8,0 x 106 8,0 x 106 5,0 x 104 2,0 x 103 44 Quinta-feira 19/7/2007 1,1 x 107 2,3 x 106 2,4 x 105 5,0 x 104 45 Terça-feira 31/7/2007 1,3 x 107 5,0 x 105 1,7 x 105 8,0 x 103 46 Segunda-feira 6/8/2007 5,0 x 106 2,2 x 107 2,3 x 105 4,0 x 104 47 Sexta-feira 10/8/2007 2,4 x 107 8,0 x 105 8,0 x 105 4,0 x 104 48 Sábado 18/8/2007 -- -- -- -- 49 Quarta-feira 29/8/2007 8,0 x 106 8,0 x 106 7,0 x 105 4,0 x 104 50 Terça-feira 4/9/2007 2,7 x 107 1,4 x 106 6,0 x 106 2,6 x 105

continua

continuação

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180

51 Segunda-feira 10/9/2007 2,3 x 106 3,0 x 106 4,0 x 104 < 2 52 Sábado 15/9/2007 -- -- -- --

20/9/2007 8,0 x 105 5,0 x 106 5,0 x 104 5,0 x 104 53 54

Quinta-feira Quarta-feira 3/10/2007 2,8 x 106 1,1 x 106 1,7 x 103 4,0 x 10²

Média 28740909,09 7455727,273 3879486,364 19070145,45 Máximo 220000000 70000000 80000000 800000000 Mínimo 500000 22000 1700 0 DP 38676688 11420820,18 13366832,45 120520386,6

continuação