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1 ISSN 1679-0189 Ano CXV Edição 18 Domingo, 01.05.2016 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Idosos acolhidos pelo poder transformador do Reino de Deus Páginas 08 e 09 Primeiro domingo de maio: Dia Batista de Ação Social Missões Nacionais Missões Mundiais Juventude Batista Brasileira Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Viver: Movimento de prevenção ao uso de drogas é lançado na 96 a Assembleia da CBB com caminhada histórica Página 07 Veja como foi o “Juventude, Fé e Teologia” edição Santos - SP Página 10 Confira os momentos que marcaram a participação de Missões Mundiais na CBB 2016 Página 11 AMBB realiza Congresso em São Vicente - SP Página 13 ADBB realiza 17 a Assembleia e elege novo Conselho em Santos - SP Página 12

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1o jornal batista – domingo, 01/05/16?????ISSN 1679-0189

Ano CXVEdição 18 Domingo, 01.05.2016R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Idosos acolhidos pelo poder transformador do Reino de Deus

Páginas 08 e 09

Primeiro domingo de maio: Dia Batista de Ação Social

Missões Nacionais

Missões Mundiais

Juventude Batista Brasileira

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Viver: Movimento de prevenção ao uso de drogas é lançado na

96a Assembleia da CBB com caminhada histórica

Página 07

Veja como foi o “Juventude, Fé e Teologia”

edição Santos - SPPágina 10

Confira os momentos que marcaram a participação

de Missões Mundiais na CBB 2016

Página 11

AMBB realiza Congresso em São Vicente - SP

Página 13

ADBB realiza 17a Assembleia e elege novo Conselho em Santos - SP

Página 12

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2 o jornal batista – domingo, 01/05/16 reflexão

E D I T O R I A L

Impactos do Reino de Deus na condição do idoso

Para nós, cristãos, Jesus Cristo é a pessoa mais importante em nossa vida. Essa realidade

se dá por alguns motivos. Pri-meiro, Ele é o nosso Salvador. Foi por meio do Seu sacrifício na cruz que nossos peca-dos foram expiados, abrindo a porta da salvação a todo aquele que crer nEle. Além de Salvador, Ele revela Deus. Nada mais natural, afinal, Ele é Deus-homem. Como diz Paulo, em Colossenses 1.15: “Ele é a imagem do Deus in-visível”. O meio mais natural de conhecer Deus será conhe-cendo Jesus. Mas vai além, Ele também é nosso senhor. A Ele devemos obediência e submissão.

Sendo Ele nosso Senhor, a quem devemos nos subme-ter e obedecer, precisamos saber quais as bases desta obediência. Aí surge outra faceta de Jesus em nossas vidas: Ele é o nosso Mestre, Aquele a quem devemos imitar. Ele colocou-se como exemplo de vida para cada

um de nós. João escreve: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos” (Jo 13.34). O projeto de vida de um cristão será necessariamente alinhar a vida aos ensinos do Mestre, bem como imitar o modo como Jesus se relacionou com as pessoas e com Deus. Paulo esclarece o propósito maior de Deus para a vida de cada cristão: “Aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29).

Essa realidade nos confronta e liberta. Liberta-nos de exi-gências religiosas destituídas de sentido, de complicadas argumentações sobre os va-lores que devem fundamentar nossas ações, do modo como tratar nossos amigos e adver-sários. Liberta-nos do pecado

e da pretensão de sermos justos por nossas próprias forças – é Cristo quem nos justifica. Com isso, liberta-nos de uma religiosidade marcada pela culpa.

Mas também nos confronta. Jesus nos lança com força na vida. Diante dEle, não dá para estabelecer regras que definam o papel da Igreja, ou mesmo hierarquizar as ações, afinal, o que define o que fazer em determinada situação concreta é o amor. Somos conclama-dos a amar como Jesus amou. E quando se ama, busca-se atender com coerência a ne-cessidade da pessoa amada, não cumprir uma determinada regra de procedimentos pre-viamente estabelecida.

Neste Dia Batista de Ação Social convido você a pensar como Jesus trataria os idosos da sua Igreja, da sua família, da sua vizinhança. Antes de pensar com regras que só protegem você, busque olhar para as pessoas em suas necessidades, sofrimentos, potencialidades e sonhos.

Pense como você e sua Igreja podem amar essas pessoas queridas de Deus.

Jesus conviveu com pes-soas e as abençoou. Jesus olhou para elas e percebeu as suas dores e necessidades. Ele nos convida a andarmos próximos, a encararmos a realidade e agirmos na cer-teza do poder restaurador e salvador do Espírito Santo. Ser cristão pressupõe buscar conviver com as pessoas do modo como Jesus fez: Com muito amor.

Como sua Igreja expressa o amor de Jesus aos idosos? Como você tem imitado Je-sus no modo como trata os idosos que conhece? Que Deus nos ensine e capacite para que haja contundentes impactos do Reino de Deus na condição do idoso com quem convivemos.

Remy Damasceno, cooordenador do

departamento de Ação Social da Convenção

Batista Brasileira

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 01/05/16reflexão

(Em memória do pastor Éber Vasconcelos)

Em 02 de agosto de 2015, dei início ao meu propósito de ou-vir todas as cantatas

sacras de Bach; das centenas existentes na discoteca, já ouvi 40.

Nos tumultuados idos de março em Brasília e no res-to do país, recebi cópia de uma comparação entre os verdadeiros e os falsos pas-tores, feita pelo pensador Osmar Ludovico da Silva. Mas, para apaziguar meu in-telecto, poupar meu corpo da violência urbana e alimentar meu espírito, preferi ouvir a gravação, realizada na dé-cada de 70, em disco elepê, da cantata BWV 104, “Du Hirte Israel, höre” (Ouve, Pastor de Israel), de J.S.Bach com o coro de Heilbronn e a orquestra da cidade vizinha, Pforzheim, sob a regência de Fritz Werner.

A audição, que durou ape-nas 20 minutos, fez esquecer as horas de tumulto que se-guiram aquela mesma tarde.

Para o musicólogo Schweit-zer (1875-1965), esta cantata “É útil para conquistar um pú-blico musicalmente culto, mas ainda não íntimo com a obra sacra de Bach” (Ver: Schweit-

zer, Albert. J.S.Bach, Vol.2. New York: Dover, 1966).

No dizer do musicólogo Karl Geiringer (Ver: Bach Jahr Buch, 1957, p. 57), a cantata “Transmite uma atmosfera pastoral impregnada de pro-funda seriedade”.

Na opinião do musicólo-go Carl de Nys, a cantata “É a mais bela e a mais ex-pressiva”, entre as cantatas compostas para o domin-go “Misericordias Domini”, porque seu “Gênio musical encontrou uma atmosfera espiritual que era a de sua própria vida interior”.

Em seu primeiro ano em Lepzig (Alemanha oriental, que visitamos em maio de 2012), Bach compôs esta cantata para o dia 23 de abril de 1724, baseada no Evan-gelho de João 10.11-16 e na Primeira Epístola de Pedro 2. 21-25. Bach usa uma uni-dade temática: Jesus, o Bom Pastor.

A introdução, baseada no Salmo 80, é uma sinfonia; os instrumentos sugerem a ideia de um pastor conduzindo seu rebanho; as ovelhas ne-cessitam da condução firme do pastor.

A palavra mais repetida é “Erscheine” (revela-Te); é o apelo fervente das almas: Elas querem a presença do pastor.

O segundo trecho é um reci-tativo para tenor; há uma sen-sação de ansiedade; o rebanho está muito preocupado.

O terceiro é uma ária des-tinada ao tenor solista; tom nostálgico, raro em Bach; o rebanho tem medo do deser-to espiritual deste mundo; o pastor vai se esconder por muito tempo?

O quarto é um recitativo em que o baixo confessa que a Palavra de Deus, exposta pelo pastor, consola as ovelhas; elas expressam sua felicidade por terem adquirido um guia: “leva-nos para o Teu curral”.

No quinto, a ária do baixo conclui que a morte reunirá a alma ao Senhor, e que esta terra é um experimento do Reino de Deus, onde estare-mos eternamente na presen-ça de Jesus

No sexto, o coro declara que Jesus é o fiel Pastor, em uma paráfrase de Bach para o Salmo 23.

Em nossa apreciação, Bach ensina que Jesus, o Bom Pas-tor, apazigua, abriga, enco-raja e alimenta Suas ovelhas.

Na introdução, a primeira coisa que o rebanho deve fazer, de acordo com Bach, é procurar reconhecer o ver-dadeiro pastor: “Revela-Te”.

No recitativo, o tenor can-ta: “O Pastor cuida de mim;

para que as minhas preo-cupações?, pois se todas as manhãs a bondade do Pastor se renova?”.

Na ária, admite que o Pas-tor possa se esconder por muito tempo; Bach adverte a congregação de que ela deve insistir: “Revela-te!”.

No recitativo destinado ao baixo, ele mostra seu bom--humor alemão: “Sim, a Pala-vra é um refresco para mim, leva-nos logo para o Teu curral”.

Na ária, ele pede a compre-ensão e paciência das ove-lhas; encoraja-as, enfatizan-do: sereis recompensados.

No final, Bach diz que o pastor cumprirá o que prome-te: Ele conduz ao pasto, onde há água fresca.

Ao leitor desavisado, pode parecer que Bach era um sonhador romântico. Mas Alfred Dürr explica (Ver: As cantatas de Bach, p. 446. Bauru, SP: Editora da Univer-sidade do Sagrado Coração – EDUSC, 2014): “A pintura, a poesia e a música do Barroco têm predileção especial pela representação da vida cam-pestre, e principalmente pelo ambiente pastoril, que lhe pa-recia pacífico e calmo (longe das disputas dos regentes ab-solutistas, arbitrários), como sendo algo almejável para a

realização de sentimentos e ideais, como amor, fidelida-de, inocência, amizade, entre outros. Por isso, não espanta que a fé cristã da época se in-vestia de especial ardor com a imagem de Jesus enquanto Bom Pastor”.

Bach era ministro de mú-sica, mas envolveu-se com disputas na hierarquia eclesi-ástica. Em 1723, aos 38 anos de idade, tinha alguma expe-riência em lidar com proble-mas teológicos e dogmáticos em Muhlhausen (Igreja da Turíngia), mas faltava-lhe passar por querelas artísticas e administrativas em Leipzig (Igreja da Saxônia) (Ver: Can-dé, Roland de. Jean-Sébastien Bach. Paris: Seuil, 1984).

É surpreendente que Bach conseguia produzir tão gran-de volume de música, e ainda se preocupar com problemas nas Igrejas e nos colégios!

Certamente, ele queria que os pastores colaborassem com sua obra de instrução e educação musical. Por isso, seu lema era: “Dem höchsten Gott allein zu Ehren, dem Nächstem, draus sich zu be-lehren” (Ao Deus Altíssimo tudo seja para honrar e, ao próximo, para instruir).

Bach via em Jesus “der höchste Hirte” (o Supremo Pastor).

MÚSICAROLANDO DE NASSAU

O Bom Pastor

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4 o jornal batista – domingo, 01/05/16

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Dívida do amor recíproco

reflexão

“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8).

À primeira vista, pa-rece que o texto bíblico misturou as coisas. Afinal, qual

a relação entre dívida finan-ceira e ajuda mútua? Paulo, entretanto, é enfático, quan-do escreve: “A ninguém de-vais coisa alguma, a não ser o amor recíproco” (Rm 13.8).

A história das civilizações ensina claramente uma coisa: Comunidades que não prati-caram ajuda mútua se auto-destruíram. O endividamento material dos membros de uma sociedade produz a insolvên-cia e abre as portas para várias formas de desestruturação quando todos querem pos-suir e quase ninguém pensa em honrar compromissos, os contratos sociais perdem seu poder agregador. Consumis-mo sem poupança é receita certa para a recessão.

Por que a Bíblia descreve o “amor recíproco” como

um mandamento, como uma “dívida”? Porque a natureza essencial do amor é a postura da doação. Em mais de um contexto Cristo Jesus associa a atividade de amar com o cumprimento dos desígnios divinos. “Se Me amardes, obedecereis os meus man-damentos”. “E o Meu man-damento é que vos ameis uns aos outros” (…) “como Eu vos amei.”. O amor recíproco garante a estabilidade das comunidades, tanto quanto o egocentrismo garante a dissolução das instituições humanas. Dizer que o amor recíproco deve depender da “boa vontade” de cada indiví-duo é quase tão grave quanto propor uma política finan-ceira pública que dependa da veneta dos contribuintes. Amar é a grande dívida que assumimos com o Senhor. Ele nos “amou quando éra-mos ainda pecadores”. Por isso, diz a Bíblia, “O amor de Cristo nos constrange” e deve sempre nos constranger a compartilhar com o próxi-mo o instrumento divino que nos capacita a sermos “filhos de Deus”.

Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

Jesus nos ensinou que Deus, o Pai, cuida dos pardais. Não me esqueci dessa lição do Evange-

lho, mas decidi participar do que Deus está fazendo no mundo. Decidi “ajudar” Deus a cuidar dos pardais. Toda manhã vou ao quin-tal, após tomar meu café matinal, abanar a toalha da mesa. Com o balanço da toalha, os farelos dos pães, bolos e biscoitos caem no chão. Logo, como em uma mágica, surgem os pardais. Eles comem as migalhas e me ajudam com a limpeza. Olhando os pardais muitos pensamentos cruzam minha mente.

Penso que Deus cuidaria dos pardais independente-mente das minhas migalhas. Isso me levou a pensar na minha missão de vida e na minha vocação, e me redu-zi. Deus faz tudo e eu sou apenas instrumento dEle. Eu já sabia disso, mas os pardais me lembraram que nada sou e que o poder de Deus é que salva as pessoas através da minha vida. Os pardais me ensinaram humildade. Os

pardais também me levaram a pensar na multidão de per-didos que esperam as Boas Novas do Evangelho, mas como há muito banquete religioso, não há migalhas do Evangelho, porque ele não está nas religiões. As pessoas, à semelhança dos pardais, estão sedentas de migalhas. As pessoas precisam do Evan-gelho. Quando o mesmo é ensinado de forma integral e com um olhar humano e sincero, as pessoas virão se saciar dessa boa notícia de Deus. Os pardais me ensi-naram a pregar e ensinar as belas lições do Evangelho e não a perpetuação das carti-lhas religiosas.

Os pardais acordam e voam a procura de alimen-to. Eles não se preocupam, não sofrem com a ansiedade que nos rodeia todo dia. Os pardais são cuidados por Deus e, nós, também mas nós ficamos apreensi-vos se teremos pão e água, se teremos roupas, se tere-mos calçados. O problema é que entramos na correria contemporânea à procura de mais dinheiro, afinal de contas, mais dinheiro é mais poder de consumo, e as ne-cessidades básicas deixam

de ser prioritárias, pois o dinheiro as supre, e o supér-fluo e o luxo são foco. Os pardais me ensinaram que Deus cuida dos detalhes, inclusive do mantimento, do vestuário. A vida é cuidada e preservada pelo Pai, Dono e Criador da Vida. Os pardais me levaram a constatar que tudo depende do Deus Pai, o Sustentador, que Ele vê e sabe de todas as minhas ne-cessidades. Minhas orações não são lembretes ao Senhor do que estou precisando, e sim, uma conversa de filho que deseja receber as orien-tações do Pai. Os pardais me ensinam a ser menos ansioso e mais confiante. Menos an-sioso e mais livre para voar. Menos preocupado e mais atento aos cuidados do Pai amoroso, misericordioso e bondoso.

Acabei de ler a passagem que Jesus disse que Deus cuida das nossas necessida-des, e Ele ainda pergunta: “Não valei mais do que os pardais?” (Mt 6:26). Acabei de tomar meu café e escrevi esse texto e esqueci de balan-çar a toalha, acho que meus professores pardais estão me esperando. Vou lá aprender mais um pouco.

Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB

O Salmo 23.1 diz: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”. O

problema é que muitos inter-pretam errado esse versículo.

Com base nesse verso da Bíblia, alguns dizem: “Tome posse da benção”, “Aceite a palavra de prosperidade na

sua vida”. Só que este ver-sículo não está prometendo prosperidade material, é um equívoco pensar assim.

O Salmista expressa uma grande verdade dizendo que o Senhor é o seu pas-tor. Ter Deus como pastor faz toda a diferença. Ter Deus como nosso pastor significa que nada irá nos faltar? A ênfase deste Salmo é nas bênçãos materiais? O

que significa ter Deus como nosso pastor?

O pastor apascenta as ove-lhas, alimenta, protege, dá pastos verdejantes. Agora, concluir que nada irá nos faltar (bênçãos materiais) por-que Deus é o nosso pastor é desconhecer a interpretação deste Salmo.

Certa vez ouvi um pregador dizendo assim: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará,

não faltarão problemas, não faltarão doenças, não faltarão dificuldades, não faltarão trai-ções, enfim, e tantas outras coisas negativas.

Mesmo acontecendo tan-tas adversidades, Deus con-tinua sendo o nosso Pastor. A nossa confiança está em nosso Deus, não nas coisas desta vida. Quando Deus é o nosso pastor não falta esperança, não falta con-

fiança, não falta certeza de uma vida melhor, não falta justiça.

Precisamos confiar inteira-mente em Deus, Ele é o nos-so Pastor. Eem todos os mo-mentos da vida Ele cuida de nós. O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará; aprenda esta grande verdade, inde-pendentemente de qualquer coisa, Ele continuará sendo o nosso Pastor.

Cuidando dos pardais

O Senhor é o meu Pastor

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5o jornal batista – domingo, 01/05/16

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vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 01/05/16 reflexão

O Brasil está viven-do, já alguns me-ses, um conflito político sem pre-

cedentes na história recente. Como brasileiros ficamos a perguntar, quando será o fim desta crise que assola o país desde o ano passado? Como em uma Nação, a família e o casamento também enfren-tam conflitos e crises. Então, a pergunta que se coloca é a seguinte: Como superar uma crise?

Na Bíblia também encon-tramos casos de conflitos conjugais e familiares. Os princípios para resolução de conflitos, seja para uma Nação, entre casais, pais e filhos, sogras e noras, irmãos e parentes de um modo geral, são os mesmos.

O primeiro passo é reco-nhecer a existência do confli-to. Enquanto as pessoas não reconhecem que uma crise se instalou no relacionamento não haverá início para a re-solução do conflito.

O segundo passo é estar disposto e aberto ao diálo-go. Conflitos em uma Na-ção, entre casais e familiares jamais serão resolvidos se não houver uma disposição para se sentar, conversar, dialogar, objetivando a busca das soluções. As partes de-vem dar passos iguais para a aproximação. E isso só se dá quando os envolvidos estão dispostos a deporem as armas e, sem blefes, dialogarem.

Qual seria, então, o tercei-ro passo? O terceiro passo é negociar.

Negociar é uma arte. Quan-do as partes envolvidas em um conflito, o mesmo jamais será resolvido adequadamen-te se não houve, de ambos os lados, o desejo e a disposição para negociar. Em uma nego-ciação tem que haver, sem-pre, espaço para ceder. Se não houver esta disposição para ceder, a negociação emperra e volta tudo a estaca zero.

O quarto passo é adotar a filosofia vencedor/vencedor e nunca perdedor/perdedor. As partes envolvidas em um

conflito sempre devem ter uma visão superior, a causa maior que deve ser vitoriosa. Seja a Nação como um todo, o casamento ou a própria harmonia familiar.

Para ilustrar os passos aci-ma expostos recordemos de um exemplo bíblico de um relacionamento conflituoso na Bíblia. Refiro-me a Abrão e seu sobrinho Ló. O texto está registrado em Gênesis 13. O conflito entre Abrão e Ló se instalou no relaciona-mento devido a uma disputa pelas campinas mais verdes (Gn 13.7).

Da parte de Abrão encon-tramos o exemplo de alguém dando passos importantes: Reconhecimento do conflito e busca do diálogo (Gn 13.8). Mais adiante, a fala de Abrão ilustra o princípio da impor-tância de ceder (Gn 13.9).

Quando Abrão disse: “Não haja desentendimento entre mim e ti, entre meus pastores e teus pastores, pois somos irmãos” (Gn 13.8), o patriarca estava, nestas palavras, ado-tando a filosofia de vencer/vencer. Ele viu que a família, o relacionamento familiar (somos irmãos) era superior a gados e terceiros que esta-vam envolvidos no episódio.

Portanto, para concluir, quando um conflito se ins-talar na relação conjugal e familiar, não se apavore. So-mente pessoas próximas têm conflitos. O que vai dizer se o conflito foi ou não preju-dicial para a relação será a maneira como o mesmo for resolvido.

Quando a Bíblia diz: “O quão bom e suave é que os irmãos vivam em união”(Sl 133.1), não está se referindo a ausência de conflitos. A união de uma Nação, de um casamento ou uma família, não isenta dos conflitos, mas como os mesmos são resol-vidos. Quando os conflitos são resolvidos de maneira saudável, a harmonia e a união ficam mais sólidas e resistentes aos rompimentos.

www.ministeriooikos.org.br

Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

Muitas vezes fico em dúvida se minha ação ou atitude foi ab-

solutamente acertada. De Adão herdamos, no dizer de Agostinho e do calvinismo, depravação total. Mesmo querendo praticar uma boa ação ficamos em dificulda-des de descobrir se fizemos a vontade de Deus, se fomos obedientes, se ajudamos ou prejudicamos.

O texto de Lucas 18.43, a f i rma que “Quando o povo viu isso, deu louvores a Deus”. O que é o que o povo tinha visto? Tinha visto um cego ser repreendido por clamar que Jesus tivesse misericórdia dele. Cabe-nos

Natanael Menezes Cruz, pastor, colaborador de OJB

“Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contami-nados” (Hb 12.15).

Ser portador da raiz de amargura é como se tornar um copo de veneno pensando que

o outro é quem vai morrer. A amargura produz efeitos desastrosos e deletérios para quem a nutre, e contamina-ção para os que estão em volta. Uma pessoa amargu-rada está de mal com a vida, é capaz de transformar um

fazer uma pergunta: Quem estava certo? Ele, ao gritar: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”, ou os que lhe mandavam calar-se?

O interessante é que pode-mos considerar que ambas as partes tinham certa razão. Por causa de uma pessoa, a mul-tidão teria que parar, Jesus teria que parar, e, de hábito, os mendigos não costumam despertar muita simpatia. Ve-jam! Outra vez estou corren-do o risco de errar, afirmando tal coisa.

A regra em que podemos nos firmar para termos cer-teza de que agimos certo, ao afirmar, ao agir, ao pensar, ao sentir, ao decidir, está em uma pequena frase. Essa regra sempre funcionará. O texto termina dizendo: “O povo deu louvores a Deus”.

ambiente de amor em ódio, de paz em guerra, de perdão em mágoa.

Tem raízes que brotam, crescem e devastam todo o ambiente, que antes residia tranquilidade, fé, amor, har-monia. Diante disso, duas medidas devem ser tomadas:

Primeira: Evitar nos alinhar com aqueles que a plantam. Uma coisa é colher o proble-ma, a outra é encontrar o remé-dio para sua cura. “Quem sabe fazer o bem e não faz, comete pecado” (Tg 4.17; I Co 11.16).

Segunda: Fazer um trata-mento alopático. O princípio da alopatia é os contrários curando-se com os contrá-rios. Isto é, o amor cura o ódio, o perdão cura a mágoa; a alegria cura a tristeza. A verdade cura a mentira.

Se resultou em louvores a Deus, nossa ação foi cor-reta, irrepreensível, nunca pecaminosa, nunca digna de crítica ou condenações, embora os outros a vejam como repreensível. Doutor Jonas Madureira afirmou, em um de seus sermões: “A escolha dos homens sempre resulta em duas atitudes; ou pretendemos que Deus se ajoelhe diante de nós, ou nos ajoelhamos diante de Deus”. Quão difícil é chegarmos a uma conclusão como essa, mas é, sem dúvi-da, a escolha que está sem-pre diante de nós. Oxalá, ouçamos sempre o Espírito e a Palavra de Deus, nos ajoelhando diante daquele que, “Dele, por Ele, e para Ele são todas as coisas” (Rm 11.36a).

Um remédio eficaz para curar a amargura é o perdão. A amargura tem potencial para consumir uma pessoa e destruir a sua espiritualidade, enquanto o perdão cura a ferida que a mágoa abriu, o perdão restaura o relaciona-mento que a mágoa adoeceu, o perdão traz vida onde a má-goa produziu morte. O per-dão é essencial àqueles que alimentam o coração com a raiz do amor puro e tem den-tro de si mal-estar constante, uma insatisfação crônica, uma infelicidade permanente, uma tristeza incontida. É assim que se corta o mal pela raiz. No caso da raiz da amargura, Paulo mostra o remédio eficaz em Romanos 12.21: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.

Quando os conflitos

aparecem

Ações irrepreensíveis

Raiz da amargura

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7o jornal batista – domingo, 01/05/16missões nacionais

Por meio da Junta de Missões Nacionais, os Batistas brasilei-ros foram às ruas de

Santos - SP proclamar que o Brasil pode ser livre das dro-gas. A Caminhada foi o ponto de partida do Movimento Viver que, coordenado pela Gerência de Ação Social da JMN, visa fortalecer a identi-dade de jovens e adolescen-tes dentro e fora das Igrejas quanto à prevenção do uso de drogas.

O trajeto saiu do Mendes Convention Center, local onde acontecia a 96ª Assem-bleia, e seguiu rumo à Praça das Bandeiras. Foi um dia que marcou os Batistas para sempre. Histórico e impac-tante. “Estamos aqui dizendo que os Batistas brasileiros são pela vida. Não podemos dei-xar que as drogas dominem essa Nação. Viver, junte--se a nós e participe disso!”, desafiou o pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN.

Ao longo da caminhada, alunos da Cristolândia con-

duziram um lindo coral de louvores e frases de incen-tivo. “Viver é prevenção, verdadeira proteção” foram as palavras que marcaram a caminhada, proferidas por esses homens que um dia estiveram presos no mundo das drogas, mas hoje foram libertos pelo Sangue de Jesus.

Esse é o maior movimen-to de prevenção ao uso de drogas que está sendo orga-nizado no Brasil hoje. “Deus está com a gente e nós vamos livrar muitos jovens, adoles-centes e crianças de entrarem no mundo das drogas. Fique com a gente neste movimen-to. Viver, um ato pela vida”, declarou Anair Bragança, gerente executiva de Ação Social da JMN.

O pastor Samuel Moutta, gerente-executivo de Mis-sões da JMN, que também participava do evento, estava emocionado com a caminha-da. “É o grande lançamento do programa contra as dro-gas. Por um Brasil livre das drogas. Vamos avançar!”, conclamou.

Alinhado à Visão da Igre-ja Multiplicadora, o Viver também será um trabalho de discipulado com crianças e adolescentes. “Hoje é um dia muito precioso para os ba-tistas brasileiros. Queremos andar lado a lado, mostran-do que verdadeiramente é possível, a partir das nossas igrejas, formar uma geração de discípulos que não estão envolvidos com as drogas e que não vão se envolver com o mal”, explica pastor. Fabrí-cio Freitas, gerente-executivo de Evangelismo da JMN.

Ao final da caminhada, testemunhos como do pastor Wellington Amorim ressal-taram a importância de um movimento de prevenção. Para ele, esse movimento impactará a nossa nação e trará um avivamento bíblico teológico para nossa deno-minação. “Estou livre das drogas há seis anos, mas se eu tivesse um contato com o Evangelho antes, se eu ti-vesse essa oportunidade de encontrar pessoas engajadas na Obra do Senhor, eu nunca

teria entrado nas drogas. Eu creio que estamos plantando uma semente e que iremos colher milhares de frutos para a Glória de Deus”, afirma Wellington, que é o primeiro pastor Batista proveniente de uma Cristolândia. “Estamos aqui, na cidade de Santos para impactar essa cidade. Para mostrar ao Brasil que podemos viver sem drogas. Venha você também fazer parte deste movimento que impactará todas as crianças, jovens e adolescentes do nosso país. Venha viver sem drogas”.

Na chegada à Praça das Bandeiras, o coro da Cris-tolândia cantou sua liberda-de, com o louvor ‘Nada além do sangue’ e emocionou todos os presentes. Crianças das escolas santistas recebe-ram uma blusa do Viver, por terem se destacado durante o mês em que o Programa foi aplicado nas escolas munici-pais. A secretária de educa-ção de Santos (SP), Venuzia Fernandes do Nascimento, subiu ao palco montado na

Praça para agradecer a JMN pela iniciativa. “Temos que agradecer a disponibilidade da JMN de estar conosco nas escolas. Nós sabemos do desafio que é a formação integral das nossas crianças. Deus nos deu livre arbítrio e nós devemos passar para eles que devem fazer es-colhas acertadas para uma vida plena”. O vice-prefeito de Santos, Eustázio Alves Pereira Filho, fez alguns agradecimentos em nome da Prefeitura e ressaltou a importância do Viver na ci-dade de Santos e para todo o país. “Estamos alegres por receber a Assembleia da CBB em nossa cidade. Manifestar a gratidão por termos nos-sos irmãos Batistas conosco construindo uma cidade me-lhor. Agradecemos por esses missionários que vão às ruas em busca dos que estão caí-dos. A prevenção deixou há muito tempo de ser apenas o melhor caminho, pois, na verdade, é o único caminho que pode garantir a felicida-de”, declarou.

Viver: Movimento de prevenção ao uso de drogas é lançado na 96a Assembleia

da CBB com caminhada histórica

Centenas de pessoas na Caminhada de lançamento do Movimento Viver (2)

Cristolândia marca presença na Caminhada Viver Alunos da Cristolândia oram por um morador de rua durante Caminhada de Lançamento do Movimento Viver

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8 o jornal batista – domingo, 01/05/16 notícias do brasil batista

Erich Luiz Leidner, capelão da Sociedade Batista de Beneficência Tabea e Faculdade Batista Pioneira

Existe um paradoxo marcante no mundo. De um lado, há avan-ços extraordinários

na ciência, em pesquisas, incluindo a exploração do universo, com descobertas que podem ser considera-das fantásticas. Na medicina, constantemente são desco-bertos novos medicamentos e novas formas de diagnosticar doenças e a cura das mesmas. Na comunicação, é deslum-brante a velocidade com que as informações chegam de um lado a outro do globo terrestre, com imagens e sons.

A despeito disto, de outro lado, nas relações humanas, existem muitas lacunas a serem preenchidas. Ainda que todas as tecnologias de comunicação, mídias e pro-gramas de redes sociais, es-tejam à disposição da maio-ria, as pessoas encontram-se sozinhas. Famílias desfeitas, divórcios, crianças abando-nadas em todas as camadas

Yclea Cervino, professora, membro da Associação Batista de Ação Social da Convenção Batista de Pernambuco (ABAS)

Severina Borges da Silva nasceu em Goiana – PE no ano de 1924. Sua conversão se deu

através do evangelismo do pastor Conrado Paulino de Souza, quando ela era funcio-nária do Hospital Getúlio Var-gas. Durante 17 anos falou do Evangelho para ela. O pastor era médico. Severina, auxiliar de enfermagem e, na época, muito católica, pertencente ao Apostolado Coração de Maria. Certo dia, ouvindo um hino, tocado na Rádio Conti-nental, lhe chamou a atenção o anúncio de que haveria um encontro no Ginásio Geraldo Magalhães e o pregador tinha o dom de cura. Curiosa, Seve-rina foi com o doutor Conra-do. Lá, no momento da ora-ção, por uma força maior, ela

sociais, adolescentes e jovens deixados a seu bel prazer, e o mais triste, os idosos sem amparo, são alguns exemplos desta realidade.

Ainda que existam leis, conselhos municipais e ou-tros órgãos, tanto públicos como privados, as neces-sidades não são supridas a contento. Muitas vezes não conseguem levar a alcançar o que é o básico para uma vida digna na velhice. O Brasil tem em torno de 15 milhões de idosos. Cerca de um terço deste contingen-te continua no mercado de trabalho, a sua maioria pela extrema necessidade para a sobrevivência, dele próprio e de seus familiares.

No contexto da Igreja, esse quadro também é refletido, com algumas nuances. Há idosos nas Igrejas e famílias nas Igrejas que estão com ido-sos em seus lares ou sob sua responsabilidade. A Palavra de Deus afirma em Provérbios 20.29: “O orgulho dos jovens é a força, e a beleza dos ido-sos são os cabelos brancos.” De fato os mais novos têm a força e energia, além da dis-

e sua irmã Antonia levantaram a mão aceitando Jesus. Esse fato se deu em abril de 1976. O pastor Conrado levou-as à Igreja Batista do Feitosa e no mesmo ano foram batizadas nas águas.

Severina recebeu o dom de Deus de evangelizar e falava de Jesus em tempo e fora de tempo. Como a mais velha da família, sendo solteira, dedicou sua vida trabalhan-do para Jesus na Igreja e fora dela. Evangelizou todos os membros da família, ganhan-do cerca de 40 pessoas atra-vés da sua vida, suas palavras e suas orações. Hoje, muitas delas são, também, obrei-ras, ganhadoras de almas, multiplicando o trabalho da tia. Foi professora da Escola Bíblica Dominical (EBD), participou da MCA, do Cír-culo de Oração, da visitação aos lares, foi dizimista fiel e participou do sustento de dez missionários durante a sua vida de crente.

posição para realizar, se dis-põe a agir e trabalhar, buscam alcançar novas metas, com metas e alvos muitos louvá-veis. Ao mesmo tempo, existe um outro grupo, do qual por vezes se passa de largo, mas são justamente as pessoas deste grupo que poderia, com sua experiência e sabedoria, auxiliar na condução de vá-rios processos. Aqueles que se destacam pela coloração de seus cabelos, que indica vivência e anos acumulados de prática.

A Igreja tem a oportunida-de de reagir a situações de exclusão de idosos de forma muito positiva, quando obser-var alguns princípios básicos. Em agindo assim auxiliará os próprios idosos, suas famílias, a Igreja em si, bem como dando à sociedade uma visão de como poder tratar esta questão tão importante.

Primeiramente, é impres-cindível que a Igreja, ao cum-prir o Ide de Cristo, tenha em mente também alcançar as pessoas idosas para o Evange-lho. Levar uma pessoa que já viveu a maioria de seus dias a Cristo, é uma experiência

Tendo boa condição fi-nanceira, viajou muito pelo Brasil e no exterior, sempre falando de Cristo. Evange-lizou um casal de católicos espanhóis, senhor Emílio, esposa e filhos, que se con-verteram e tornaram-se mem-bros da Igreja Batista.

“Tia Nina”, como gostava de ser chamada, faleceu, em boa velhice, aos 92 anos, no dia 11 de janeiro de 2016, deixando toda a família salva e um exemplo de velhice útil na Igreja, no lar, na vizinhan-ça, muito querida por todos, sempre lúcida, disposta para o trabalho de Deus. Exem-plo para a Igreja Batista do Feitosa, onde foi membro durante 40 anos, esteve sem-pre presente, ajudando os pastores, os missionários e, especialmente, levando pes-soas a conhecerem o Amor de Cristo.

*Testemunho compartilha-do pelas sobrinhas Maria das Graças e Fátima.

extremamente singular. É levar esperança a alguém que passou pela vida sem ter a certeza do que virá após a morte. Quantas famílias da Igreja têm idosos ainda não salvos por Jesus? Envidar esforços para ganhá-los para Jesus é tarefa conjunta das famílias e da Igreja.

É de suma importância tra-balhar com as famílias da Igreja, preparando-as para conviver e lidar com aqueles que vão envelhecendo em seu meio. É muito comum, por exemplo, que avós to-mem conta de netos, en-quanto os pais destes estão no trabalho, em viagens, ou outras situações. Atitude mui-to louvável quando acordado em paz e para benefício de todos. Na medida que o tem-po passa, os netos cresceram e os avós envelheceram, che-gando novos desafios. Estes é que passam a ter a necessida-de de receberem cuidados. A questão é se as famílias estão preparadas para ter em seu meio alguém que apresenta limitações as mais diversas. Locomoção, visão, deglutição, sem contar a pos-

sibilidade de enfermidades como Alzheimer, Parkinson, as quais aparecem sem avisar e nem haver preparo prévio. A comunidade cristã tem uma oportunidade ímpar de auxiliar e preparar as famílias para esta tão desafiadora fase da vida, tornando as famílias um lugar acolhedor.

A parte que deve ser con-siderada com muita atenção com relação ao envelheci-mento é quando o idoso per-cebe ou sente que não tem mais valor. A sua experiên-cia, tanto de vida como es-piritual, é pouco valorizada. Em parte isto é cultural em nossa sociedade. A igreja, porém, poderá contribuir muito para a mudança de pensamento, envolvendo pri-meiramente os seus idosos, e indo além, buscando con-versar com eles, realizando visitações, consultando-os em momentos de decisões. A Bíblia valoriza esta atitude, reconhecendo nos “anciãos” a fonte de sabedoria.

Alcançar a pessoa como um todo, inclusive o idoso, e torná-lo parte integrante da Igreja, é a missão da mesma.

Estudo Bíblico

Idosos acolhidos pelo poder transformador do Reino de Deus

Ordem de culto

Culto para o Dia Batista de Ação Social 2016

Rosana Lucas, ministra de música da Igreja Batista Central em Niterói - RJ

Anúncios e comunicaçõesBoas vindas!Prelúdio Oração InicialIdosos Impactados pelo Reino de Deus produzem frutos de AlegriaLeitura Bíblica Uníssona: Salmos 32.11“Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração” (Sl 32.11).Cântico espiritual: “Agora Estou Contente” 319 HCCUma Igreja Impactada Pelo Reino de Deus Produz Frutos de JustiçaLeitura Bíblica Responsiva: Salmos 92.12-15Dirigente: O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Congregação: Plantados na Casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus.Dirigente: Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, Todos: Para anunciar que o Senhor reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça. Cânticos Espirituais: “Justo É o Senhor” 22 HCC “Ele Exaltado” Adhemar de CamposOração de LouvorDedicação de Bens e Vida: “Usa-Senhor” 433 HCCOração ConsagratóriaMensagemOração finalPoslúdio

Estudo de caso

A grande evangelista

Primeiro domingo de maio: Dia Batista de Ação Social

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9o jornal batista – domingo, 01/05/16notícias do brasil batista

IntroduçãoO idoso encontra-se sob

condições adversas na socie-dade brasileira. Os exemplos, lamentavelmente, são vários: O ritmo das cidades não é o mesmo que o do idoso, público preferencial para assaltos, calçamento que dificulta a locomoção nas cidades, transporte público que dificulta sua utilização, a saúde pública, etc.

Além das condições so-ciais, há outros enfrenta-mentos que deixam o idoso fragilizado. Há a perda pro-gressiva da força física e sua beleza, há a perda de pessoas amadas, há a dificuldade de aproximar-se da mentalidade reinante no tempo atual.

Se não bastassem tais fa-tores, a Igreja muitas vezes dificulta. Afinal, o modo do culto já não é aquele que o idoso se habituou e aprecia, muitas atividades pouco o in-clui e ele já não consegue ter o papel de protagonismo que experimentou no passado.

Todos esses fatores são ine-vitáveis, mas certamente a mensagem das Boas Novas de Jesus alcança todas as pessoas. E isso inclui neces-sariamente o idoso.

1) - Valor que a Bíblia confere ao idoso

A Bíblia confere um papel de dignidade e importância ao idoso que precisa ser res-gatada pela Igreja.

Para o povo judeu, a sa-bedoria estava vinculada ao avançar da idade. Exatamen-te por isso os idosos eram valorizados e reverencia-dos, como lemos em Levítico

Inicie a aula cantando uma música sobre o cuidado que devemos ter uns pelos outros.

Atividade 1Explique que idosos são

pessoas mais velhas. Per-gunte a elas se conhecem algum idoso. Deixe que elas falem quem são e sua proximidade com ele.

Atividade 2Proponha às c r i anças

que elas e laborem uma

19.32: “Levantem-se na pre-sença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor”.

Como decorrência do valor do idoso, os sinais do enve-lhecimento eram revestidos de dignidade. Assim, é pos-sível ler que “A beleza dos jovens está na sua força; e a glória dos idosos, nos seus cabelos brancos” (Lv 20.29). Percebe-se que somente com o desvalor do envelhecer surgem as estratégias para ocultar suas marcas.

Essa valorização do ido-so chega à Igreja Primitiva. Paulo atrela a liderança da Igreja aos anciãos (Presbíte-ros. Presbys = “Pessoa mais velha”). Ele afirma que “Os presbíteros que lideram bem a Igreja são dignos de dupla honra” (I Tm 5.17). Quando orienta Tito para estabelecer líderes em Creta, Paulo pensa nos anciãos: “A razão de tê--lo deixado em Creta foi para que você pusesse em ordem o que ainda faltava e cons-tituísse presbíteros em cada cidade, como eu o instruí” (Tt 1.5)

O Evangelho de Jesus traz a proposta de vida e dignidade a todos. Com os idosos não seria diferente. O fato de haver nos evangelhos relatos que resgatam a dignidade de crianças, mulheres, leprosos, mas não de idosos, revela o fato de que esses eram respeitados e valorizados. Esse silêncio demonstra que Jesus não precisou atravessar nenhuma barreira social para acolher os idosos em Sua mensagem. No ponto em que os idosos estavam sendo des-

história que envolva ao menos um idoso e uma criança. Se surgirem ou-tros personagens, não ha-verá problema. Deixe que as crianças proponham a situação. Se o idoso ficar esquecido, apenas pergun-te sobre ele.

Nesse primeiro momento, não fique preocupado em corrigir eventuais compre-ensões erradas, pois poderá inibir a criat ividade. Se as crianças não consegui-rem completar a história,

respeitados, Jesus denunciou a religiosidade oficial que descumpria o mandamento de Deus visando favorecer práticas religiosas sem vida em detrimento do cuidado aos idosos, de acordo com Mateus 15.1-6.

2) - Destaque dado ao idoso na dinâmica familiarComo instituição integrante

da sociedade judaica, a famí-lia valorizava o idoso. Essa valorização familiar encontra respaldo no mandamento divino. Entre os dez manda-mentos, Deus ensinou aos filhos: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá.” (Êxodo 20.12)

A honra devida aos pais em sua velhice constitui um ato de fidelidade necessária, tanto que Paulo, em Efésios 6.2, reafirma a necessidade dessa postura.

Em que consiste essa hon-ra dada aos pais em sua velhice?

Certamente, essa honra en-volve o cuidado financeiro. Aos filhos cabe o sustento dos pais que se encontram incapacitados de prover suas necessidades essenciais. Numa fase da vida de altos gastos, a maioria dos idosos não consegue suprir suas despesas apenas com suas aposentadorias, demandando a ajuda dos filhos.

Também envolve a digni-dade da sabedoria. Os pais detêm saberes que os mais novos não possuem, adqui-ridos pela experiência. Sa-ber ouvi-los e valorizar seus

ajude na construção. Mas somente se as crianças não conseguirem.

Depois que o enredo es-tiver pronto, converse ra-pidamente sobre o que foi pensado. Tente falar sobre a importância dos idosos, sobre a necessidade de res-peito e de sua sabedoria.

Atividade 3Convide antecipadamen-

te um idoso para participar dessa terceira atividade. Ele precisa ter tido alguma ex-

ensinamentos constitui um caminho de honra.

Faz-se necessário reconhe-cer, inclusive por meio de palavras, a influência positiva que os pais tiveram em tudo que os filhos conquistaram. Todos somos modulados pelo convívio com aqueles que cuidaram de nós. Nossos pais foram importantes em tudo que somos hoje.

Honrar pai e mãe na famí-lia constitui um mandamen-to permanente na vida do cristão.

3) - Caminhos de resgate do idoso na Igreja

A concepção sobre a vida cristã que tem sido desenvol-vida nas Igrejas evangélicas passa por vivências espeta-culares e provisórias. Em uma ênfase estética marcada pela repetição de novos eventos. Desenvolve-se uma espiri-tualidade apressada, ansiosa por novidades e satisfação dos desejos.

Em contraposição a essa enxurrada de superficialida-des que nos envolve, a expe-riência dos idosos constitui um antídoto ao esvaziamento da fé. Sendo assim, repensar o papel do idoso constitui uma questão que passa tanto pelo resgate da dignidade dos idosos na Igreja, quanto pelo resgate da serenidade da Igreja por meio do auxílio dos idosos.

Para tanto, faz-se neces-sário incluir os idosos nas atividades da Igreja. É preciso incentivá-los a resgatar seu papel de instruir os mais jo-vens, como era a expectativa expressa em Salmo 71.18:

periência positiva com al-gum idoso que tenha falado para ele sobre as verdades do Evangelho quando era criança.

Peça para uma ou duas crianças contarem a histó-ria elaborada. Nesse mo-mento peça para o idoso entrar. Ele ouvirá a história, fará alguns comentários e dirá que também conta-rá uma história. O idoso contará como quando era criança houve um adulto que o ajudou na fé. Ele lerá

“Agora que estou velho, de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que eu possa falar da tua força aos nossos filhos, e do teu poder às futuras gerações”.

Isso só poderá ocorrer se o próprio idoso conseguir enxergar seu valor e suas possibilidades. Se ele acolher sua idade com a dignidade que Deus confere ao nosso envelhecer. Mas também só ocorrerá se a liderança da Igreja reconhecer que o idoso possui um papel essencial no desenvolvimento de uma espiritualidade saudável.

ConclusãoA valorização do idoso não

constitui uma ação apenas humanitária. Vai muito além de acolher o seu sofrimento e necessidades. Passa por um repensar sobre a espirituali-dade que desenvolvemos, se nela encontramos tempo para o envolvimento tranquilo e silencioso diante da experi-ência de quem viveu mais que nós.

A valorização do idoso envolve um repensar sobre prioridades na vida pessoal e eclesiástica, bem como sobre modelos de espiritualidade. Assim como aprender com a criança liberta das amarras da arrogância, o mesmo ocorre quando abrimos nossas almas aos ensinos que extravasam no convívio com idosos.

Que Deus nos ensine a sermos amáveis e humildes, acolhedores e interessados em aprender dos extraor-dinários caminhos divinos impressos na história de vida de tantos irmãos nossos.

II Timóteo 1.5 e explicará como as crianças precisam estar dispostas a aprender com os mais velhos.

ConclusãoTermine a aula lendo Êxo-

do 20.12 e explique que precisamos sempre honrar os idosos. Pergunte como podemos honrá-los. Caso não digam, fale que passa por respeitá-los, ouvi-los, obedecê-los, abraçá-los, beijá-los, dizer-lhes boas palavras.

Sermão

Impactos do Reino de Deus na condição do idoso

Estudo infantil

Primeiro domingo de maio: Dia Batista de Ação Social

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10 o jornal batista – domingo, 01/05/16 JBB

Kátia Braz Souza, Coordenadora de liderança da JBB

Juventude, Fé e Teologia é um projeto da Juventu-de Batista Brasileira (JBB) que une boa música, boa

palavra e bons amigos, pro-porcionando reflexão, ado-ração e um bom bate papo sobre o Rei, sobre o Reino, envolvendo temas que estão na cabeça da galera como arte, música, sociologia, poe-sia e teologia. Vários estados do país já sediaram o Projeto. No dia 14 de abril foi a vez de Santos - SP, por ocasião da Assembleia da CBB. Cerca de 300 jovens de todas as idades e estados do Brasil se reuniram para ouvir e de-bater sobre um tema muito atual: Refugiados.

A questão dos Refugiados está em pauta em todo o mundo com a delicada si-tuação de alguns países do Oriente Médio, e tem muita gente a fim de se aprofundar mais no assunto. Eles não param de chegar, inclusive (em escala muito pequena) no Brasil. O mundo não viu tantos refugiados e desloca-dos desde os primeiros anos do pós-guerra. A ONU os estima em 60 milhões, ou uma em cada 122 pessoas no mundo. A guerra civil da Síria responde por boa parte do aumento recente: Mais de 12 milhões de pessoas, quase metade da população, teve que fugir dos seus lares, a maior catástrofe humanitária do nosso tempo. Destes 12 milhões, mais de 4 milhões saíram da Síria, tornando-se refugiados em outros países.

“Jovens do mundo inteiro têm se mobilizado para aju-dar e contribuir com aqueles que estão em busca de es-perança para recomeçarem suas vidas e nós, brasileiros, não ficaremos de fora. A JBB considera este tema impor-tante e estratégico para nossa pastoral contemporânea. Por isso, o tema foi escolhido para contribuir com os jo-vens cristãos brasileiros em seu processo de formação de pensamento e influência dessa geração a amar a Deus e o outro profundamente”, destaca Gilciane Oliveira, diretora executiva da JBB.

O ambiente foi preparado para isso; as músicas exal-taram o nome de Deus e convidaram os presentes a

refletir sobre nossa missão. O missionário Caleb falou sobre Josué e Calebe, que eram dotados de um Espíri-to Diferente (Números 13 e 14) e que precisamos estar atentos ao momento que

vivemos para fazer a diferen-ça neste mundo e impactar a vida de tantos que estão clamando por socorro. Ele compartilhou experiências vivenciadas no campo mis-sionário. Alguns participan-

tes saíam dispostos não só a ajudar os refugiados no nos-so país, mas também a reali-zar viagens missionárias.

O missionário Moussa, da Junta de Missões Mundiais (JMM), que também parti-

cipou do debate, enfatizou: “A questão dos refugiados árabes sírios não é algo ex-clusivo da Europa, mas é uma realidade no solo brasi-leiro e eles estão instalados em nossos bairros, nas es-colas dos nossos filhos, e as Escrituras Sagradas deixam claro que não devemos agir com imparcialidade em re-lação a essas vidas, mas sim, defendermos a causa não só dos órfãos e das viúvas, mas também amar o estrangeiro (Deuteronômio 10.18). Nós somos a resposta que essas vidas estão procurando, pois muitos perderam tudo, todos os seus bens, sua his-tória, familiares, esposa, filhos, mas ao chegarem ao Brasil precisam ser amados e cuidados por nós. A Igreja Batista Brasileira levará essa Esperança, pois essa é a oportunidade que temos de alcançar a Janela 10x40 sem sair do Brasil e de enviar futuros missionários para sua terra natal”, afirma o missionário.

“Participar do Juventude Fé e Teologia, com certeza, é uma oportunidade muito úni-ca de refletir profundamente sobre questões que estão em nossa pauta no dia a dia. É uma oportunidade de parar por alguns instantes e ver que não estamos ‘à toa’ neste mundo e que temos sim mui-tas oportunidades para con-tribuir com esta construção linda de um reino de amor e justiça como o Reino de Deus” comenta Ilson Junior, de São Paulo, membro da diretoria e coordenador da região Sudeste da JBB.

Para ajudar os refugiados, mais especificamente as crianças sírias refugiadas, a JBB em parceria com a JU-BESP, fez uma entrada soli-dária arrecadando leite e fral-das. Estas foram destinadas a famílias Sírias que tem filhos e não estão em condições de oferecer coisas que as crian-ças precisam. Uma das alcan-çadas agradeceu da seguinte forma: “Os brasileiros são muito bonzinhos, não tenho palavras para agradecer”.

Louvo a Deus por esta ini-ciativa da JBB, pois ao entre-gar as doações e ver o sorriso das crianças sírias, percebi Jesus dizendo que fazendo a estes pequeninos, fizemos pra Ele, como está escrito em Mateus 25.40. A Ele toda honra e glória!

Juventude, Fé e Teologia: Um olhar voltado

para os refugiados

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11o jornal batista – domingo, 01/05/16missões mundiais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Os momentos de oração marcaram a participação de Missões Mun-

diais na Noite Missionária e levaram as mais de duas mil pessoas que compareceram ao Mendes Convention Cen-ter, na cidade de Santos - SP, na noite do dia 16 de abril, a refletirem sobre o caos que atinge o planeta.

O culto começou com um coral formado por 60 cola-boradores, pastores e mis-sionários das duas agências da Convenção Batista Brasi-leira. Juntos, eles cantaram a música “Rei Meu” e, com muita emoção, enfatizaram o refrão: “Deus me cha-mou, eu disse eis-me aqui!”. Dois vídeos pontuaram o culto, o de abertura mos-trou as principais tragédias que têm atingido o mundo, e o segundo desafiou os convencionais a levanta-rem um grande clamor ao Pai pela salvação daqueles que anseiam por esperança. O momento de oração foi conduzido pela irmã Lú-cia Margarida, executiva da UFMBB, que, de joelhos, pediu ao Senhor por Igrejas mais comprometidas em le-var o Evangelho ao mundo. Ao som de “Leve Esperança”,

música tema de nossa Cam-panha, cantada por Mônica Coropos, irmãos de todas as idades ergueram suas mãos ao céu em sinal de rendi-ção, de entrega total de suas vidas à obra missionária. E quando ouviram o tes-temunho do pastor Caleb Mubarak, chamando a Igreja a um maior envolvimento e expondo todo o drama dos 4 milhões de refugiados sírios no mundo, muitos não con-tiveram as lágrimas. Caleb chamou ao palco os mis-sionários de Missões Mun-diais caracterizados com as vestimentas dos países onde atuam. E pediu aos conven-cionais que orassem por eles que estavam ali representan-do os mais de 1.600 missio-nários de Missões Mundiais. O pastor João Marcos Barre-to Soares, nosso diretor exe-cutivo, encerrou o momen-to com um apelo por mais vocacionados, mais pessoas dispostas a dedicarem suas vidas a levar esperança às Nações.

Esperança aos povos árabesDurante a 96ª Assembleia

da CBB muitos testemunhos fizeram lágrimas caírem dos olhos dos convencionais que participaram dos cul-tos e plenárias. Um deles é o do missionário Caleb Mubarak (pseudônimo),

que serve aos povos árabes no Oriente Médio e Norte da África com sua esposa Rebeca há mais de 10 anos. Por estarem em uma área considerada de risco à pre-gação do Evangelho de Cris-to, eles não podem ter suas fotos e nomes verdadeiros publicados. Acompanhe a seguir trechos desta linda história contada pelo pró-prio Caleb:

“Temos vivido no mun-do árabe trabalhando com um projeto chamado Oá-sis de Esperança, dedicado especialmente a cuidar e abençoar a população vi-vendo em estado de cala-midade e situações difíceis. E um dos nossos focos atu-almente são os refugiados. Só em um campo de refu-giados no Oriente Médio vivem 1,2 milhão de pessoas que perderam absolutamente tudo o que tinham. A gente costuma reclamar da nossa vida, mas até ouvir histórias dessas pessoas, a gente sabe que não tem razão nenhuma para reclamar. Eles vivem em tendas de lona em que no ve-rão a temperatura pode che-gar a 50ºC fora da lona, mas dentro dela fica ainda pior. Mas no Hemisfério Norte, de dezembro até março, tem neve, e a situação fica crítica, com temperaturas baixíssi-mas. Muita lama, muita deso-

lação. E, infelizmente, no ano passado, em um desses cam-pos de refugiados, especial-mente na Turquia, onde estão 2 milhões de sírios morreram 80 pessoas de frio, congela-das. A pior parte: Muitos dos mortos eram idosos, mulhe-res e crianças, que são os menos resistentes a tudo isso. A gente queria, como Junta de Missões Mundiais, moti-var você a pensar no drama dos refugiados. Talvez perto da sua igreja já tenha um re-fugiados sírio chegando por aí. O Brasil já recebeu 7 mil deles, e a sua Igreja também pode se envolver com isso solicitando à JMM que você receba um seminário Movi.mente, sobre como ser ca-pacitado para trabalhar com um sírio que está no Brasil. Mas você também pode ir lá. Desafio você a, nas próximas férias, ir abençoar a gente no campo de refugiados. Em novembro de 2015, rece-bemos um grupo de volun-tários. Nem todos eram da saúde. Não falavam inglês, não falavam árabe. Mas era gente que sabia servir. Era gente que sabia sorrir. Eram pessoas que sabiam tocar em uma criança de maneira diferente e foram justamente essas pessoas que tiveram mais contato com meninas e meninos sem esperança. Nosso desejo é ver a igreja

do Senhor envolvida nisso também, visitando o campo missionário, campo de refu-giados por cinco dias, por 10 dias, pelo tempo que desejar. Você também pode nos aju-dar ofertando e orando pelo projeto Oásis de Esperança. Tenho tido a oportunidade de levar a Palavra de Deus, em aparelhos de MP3, por-que a Bíblia muitas vezes não pode entrar em certos lugares. Mas em aparelhos como esse a gente leva a Palavra em formato de áu-dio. Nesse aparelho a gente consegue colocar o áudio da Bíblia inteira em árabe. A gente coloca estudos da Palavra de Deus em árabe, canções em árabe, e em uma parceria que a gente tem com o doutor Luiz Sayão coloca-mos também o livro Rota 66 em árabe. A família que não tem energia elétrica não tem problema, porque o aparelho é recarregado com energia solar. Com apenas R$ 30,00 você nos ajuda a comprar um destes aparelhos e leva espe-rança a mais árabes. Entre em contato com a nossa central de atendimento e faça parte desta missão.

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Missões Mundiais na CBB 2016

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12 o jornal batista – domingo, 01/05/16 notícias do brasil batista

Cilas Alves, presidente da Associação dos Diáconos Batistas do Brasil (ADBB)

Nós, os diáconos e diaconisas Batistas de todo o Brasil, estivemos reuni-

dos em Assembleia no dia 13 de abril de 2016 na cidade de Santos, no litoral paulista. Pela Graça de Deus tivemos um bom número de diáconos e diaconisas participando na nossa 17ª Assembleia.

Como já estava previsto, o número não foi o que esperá-vamos, mas todo os que estive-mos ali pudemos sentir a pre-sença de nosso Deus através dos cânticos e das mensagens dos pastores convidados para este evento. Pastor Edmílson de Moraes Lara, da Primeira Igreja Batista de Peruíbe, e pas-tor Adilson Sousa Brandão, da Primeira Igreja Batista de Vila Formosa, foram usados por Deus e nos trouxeram mensa-gens que precisávamos ouvir. Na parte musical tivemos a presença do diácono Marcelo Perez Viana, da Primeira Igre-ja Batista de Vila Ramos em São Paulo. O diácono Miguel

Matos Filho, da Igreja Batista de Vila Mariana, recitou vá-rias poesias de seu repertó-rio. Podemos dizer, com toda certeza, que foi um dia muito abençoado. Também tivemos a presença do presidente da CBB, pastor Vanderlei Batis-ta Marins, saudando-nos em nome da Convenção Batista Brasileira. A Junta de Missões Mundiais (JMM), através do pastor João Marcos, e a Junta de Missões Nacionais (JMN), que se fez representar pelo pastor Valdir Soares, também marcaram presença. Gostaría-mos de agradecer a todos os representantes que estiveram presentes na assembleia da ADBB.

Tivemos também a renova-ção do Conselho Executivo, que ficou assim constituído: Por três anos: (Bernadino Rodrigues de Anchieta – RJ; José Almeida dos Santos – RJ; Raimundo Gomes do Nascimento – PA; Nadir dos Santos Belém - RJ). Por dois anos: (Antonio Soares Sil-va – RJ; Lyncon Pereira de Araujo – PE; José Octávio dos Santos – RJ; Gilberto Nunes Silva – MG). Por um ano:

(Talita Horvath- SP; Arthur Castro Nascimento – AM; Maria da Natividade Gomes Costa – BA; Valquíria Alves de Almeida – PA). Quanto aos suplentes, em breve di-vulgaremos.

Quero, em nome de to-dos os diáconos e diaconi-sas do Brasil, agradecer aos membros do Conselho que venceram seus mandatos e souberam honrar com muita alegria o tempo que fizeram parte do Conselho. Que a to-dos Deus os recompense por tudo que os irmãos fizeram, e saudamos os novos membros que estão chegando. Espera-mos que os queridos não me-çam esforços para participar das reuniões do Conselho e as diversas atividades que teremos durante o ano con-vencional. Portanto, a Deus toda a honra e glória por tudo o que aconteceu em nossa assembleia. Esperamos que em Belém seja muito melhor, e que os queridos diáconos e diaconisas já estejam orando, pois ali, se Deus permitir, elegeremos a nova diretoria. Obrigado por tudo, e que Deus nos abençoe!

ADBB realiza 17a Assembleia e elege novo Conselho em Santos - SP

Fotos: Selio Morais

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13o jornal batista – domingo, 01/05/16ponto de vista

Rubens Oliveira, vice-presidente da AMBB

O g r a n d e a c o n -t e c i m e n t o d o Cong re s so da Associação dos

Músicos Batistas do Brasil (AMBB) não é um momento, uma oficina, ou um prele-tor, é a grande oportunida-de que temos de viver dois dias intensos em comunhão com colegas que se fazem amigos, porquanto fomos feitos irmãos. Sim, esse é o mote deste evento e seu ponto alto. É lógico que mui-ta coisa coopera para que isso aconteça. Dentre elas, destacou-se a hospitalidade da Primeira Igreja Batista de São Vicente - SP, sob a lide-rança do pastor Dener Maia (que já foi ministro de músi-ca), e acolheu-nos com muito amor e empenho. Por isso, agradecemos a Deus pela existência desta Igreja, seu prédio e principalmente seu povo adorável e acolhedor.

O conteúdo do Congresso, o cognoscível, se assim pode-mos dizer, foi garantido pelas reflexões sempre pujantes e espirituais do pastor Irland Pereira de Azevedo, que nos instrui, inspira e desafia a pautar todas as nossas ações ministeriais e escolhas pesso-ais, de forma que o nome do nosso Deus seja glorificado em tudo, tanto na postura,

quanto na performance do ministro de música, cujo mi-nistério extrapola os limites da arte, tecendo liames com a vida, devoção, pastoreio e pregação evangélica.

O Congresso é comumente dividido em outros momen-tos onde ensaiamos reper-tório musical sacro, em um tempo onde nossos colegas compartilham voluntaria-mente seus conhecimentos e experiências ministeriais, o que chamamos de oficinas e nos aprazíveis recitais.

Nossos ensaios este ano foram sob a batuta do MM Sidney Chiabai, do Espírito Santo, que com peculiar es-pontaneidade e competência, nos fez cantar bem e com jú-bilo, expressões de fé e con-fiança no Senhor. As oficinas, nas áreas de gestão (Rubens Oliveira - SP), arte e missões (Élcio Portugal -MG), comu-nicação visual (Alexandre Abreu - SP), regência (Donal-do Guedes - SP), belting (Fael Magalhães - RJ), técnica vocal (Ana Flávia - GO), produção musical (Thiago Balbino - RJ), culto (Martha Keila - RJ) e prática de banda (Mário César - SP) constituem-se em acervo para nosso dia a dia nas Igrejas. Na tarde do primeiro dia nos deleitamos com o Brassuka, grupo de metais da Igreja Batista da Li-berdade, com sua sonoridade marcante e bela.

Como diferencial, com-parado aos últimos anos, realizamos nossas noites artísticas no belo Teatro Coliseu, com suas colunas toscanas na marquise e colu-nas dóricas no salão nobre, sustentando com beleza e requinte, um belo foyer para recepção de nossos convi-dados.

Na primeira noite, tradicio-nalmente coordenada pela liderança local, celebramos os 25 anos do Hinário para o Culto Cristão com uma canta-ta exclusivamente composta por Ralph Manuel para a solenidade, executada pelos coros e orquestra de cinco Igrejas Batistas de São Paulo (Betel, Graça, Liberdade, Alto da Mooca e PIB Penha) com o madrigal da AMBB, presenteando-nos com uma noite memorável, reconhe-cendo o nosso Deus como Senhor da arte, da música e das nossas vidas.

Na segunda noite, o coro do 32º Congresso exaltou o nome do Senhor com belas músicas sacras contempo-râneas, deixando-nos com saudades de tudo o que vi-vemos nesses dias. A Deus rendemos honra e glória por tudo, reconhecendo que o grande acontecimento de Santos “aconteceu” somente porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. Gló-ria, pois, a Ele.

AMBB realiza Congresso em São Vicente - SP

Fotos: Selio Morais

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14 o jornal batista – domingo, 01/05/16 ponto de vista

Samuel Rodrigues de Souza, gerontólogo, pastor dos Idosos da Igreja Batista em Água Santa - RJ

O sistema atual sa-crifica os idosos, que pagam de-terminado piso e

a cada ano vão vendo seus préstimos diminuídos. Um leitor da seção de cartas do Jornal “O Globo”, José Car-los Moreira, testemunha ter contribuído quase toda a sua carreira sobre 20 salários--mínimos e hoje ganha o equivalente a seis mínimos. Afirma gastar uma fortuna com remédios, pois trabalha-va com engenharia química, área insalubre.

Estas realidades obrigam a população idosa a buscar novos proventos, que aju-dem, complementando seu sustento.

Pode-se destacar a existên-cia em pessoas idosas de uma forte vinculação entre “senti-do da vida” e o trabalho pro-fissional. Mesmo com a mu-lher já disputando o mercado de trabalho com o homem, esta cultura de trabalho fun-ciona mais para os homens, pois a definição feminina não passa exclusivamente pelo trabalho remunerado e inclui outros elementos como o trabalho caseiro e as relações familiares.

Pesquisas com trabalha-dores mais velhos (Jacques, 1993; Doll, 2002) demons-traram que, para a grande maioria dos homens, o tra-balho assume um valor de tal tamanho que eles quase

não conseguem enxergar a sua vida sem alguma forma de trabalho.

Segundo o doutor Johannes Doll, “É preciso providen-ciar para os homens idosos, uma educação permanente, que vise abrir os horizontes além do mundo do trabalho durante a vida inteira e for-mas de ajuda no processo de ressignificar as suas vidas na velhice”.

Os idosos do Brasil pros-seguem trabalhando mesmo após a aposentadoria? Sim, a cada idoso é conveniente oferecer uma nova responsa-bilidade, mas, nesse ponto da vida sem preocupação exces-siva para a saúde, quer dizer, sem trabalho estressante, podendo continuar em uma especialidade já conhecida, por exemplo, em um traba-lho em escritório, etc., ou se aplica em outra atividade, o que renovará o desejo e a paixão.

Devido o aumento da pro-porção de idosos na popula-ção brasileira, está aumen-tando a participação deles na força de trabalho. A mão de obra idosa deve ser valoriza-da, pois possui o mais belo diploma, o da experiência da vida.

O grupo de idosos pressio-nará o mercado de trabalho, com um incremento da or-dem de aproximadamente 300 mil idosos sendo soma-dos cada ano.

Necessitamos ter um ex-pressivo número de novos postos de trabalho para a camada de população ido-sa, mesmo com níveis de

escolaridade inferiores ao da média populacional, de qualificação muitas vezes de-fasada, de difícil reciclagem, mas aproveitando-se, em contrapartida, as vantagens comparativas oferecidas pela maturidade.

À medida que as pesso-as envelhecem as melhores chances de permanecer ati-vos pertencem aos mais bem qualificados, aos de melhor escolaridade e, sobretudo, aos que não estão envolvidos em atividades manuais.

Pesquisadores preveem um intenso crescimento da par-ticipação de idosos na PEA (População Economicamente Ativa). Projeta-se em duas décadas que a proporção de homens idosos na PEA mas-culina estará perto de 10% (Quase o dobro das 5,9% atuais) e a de mulheres idosas em torno de 6% (atualmente são 3,4%).

É bem interessante quan-do o idoso passa a se em-penhar em algo diferente, que ainda não tenha feito, isto é, pode se debruçar em algo que seja uma novidade para si, e isso vai exigir mais dele, vindo a lhe trazer mais contribuições do que se permanecesse naquilo que sempre fez. Em qualquer idade, e, sobretudo na ter-ceira idade, chega o tempo onde é preciso dar espaço à descoberta de livros, de idéias, de viagens, etc., alar-gando os horizontes.

Navegar é preciso, já di-ziam os descobridores:• Ir à universidade pode ser

um emprego. As univer-

sidades da terceira idade começaram a se desen-volver no Brasil nos anos 80, e hoje temos cerca de 200 Unatis em todo o país;

• Cuidar de filhos próprios é considerado um trabalho tão nobre quanto cuidar dos filhos de outros. O sistema de filhos é uma obra inaugurada pelo in-divíduo. O idoso pode dizer: Ele é meu filho, portanto, tem uma obra sua. Conquistas e reali-zações do filho o fazem feliz. Acompanhar o filho, estimulá-lo, apoiá-lo, eis um trabalho para o qual alguns velhos necessitam despertar;

• Tornar-se professor nas horas de folga pode criar “outro” sobrenome e en-riquecer a experiência profissional. O papel dos professores é às vezes di-fícil, mas sempre muito rico. É como o que um treinador em uma equipe esportiva pode fazer por seus jogadores;

• Dedicar-se ao gerencia-mento de alguma ONG ou entidades sem fins lu-crativos;

• Auxiliar parceiro (a) na estruturação de projeto alternativo.

• Escrever artigos ou até ousar um livro para com-partilhar experiências. Um dos capítulos do livro “Terceira Idade Dinâmi-ca - Como Organizar o Grupo de Idosos”, (de nos-sa autoria, editado pela UFMBB), desenvolve a

técnica de James Birren, pioneiro da Gerontologia, sobre como escrever um livro de memórias. Em cinco décadas estudando o desenvolvimento do adulto, diz Birren: “Des-cobri que escrever sobre as experiências de nossas vidas e compartilhar com outros é um dos melhores meios disponíveis para dar um novo significado a elas, compreendendo o passado mais inteira-mente”;

• Estruturar de forma mais profissional alguma ativi-dade. O importante é que a atividade não seja mero passatempo. A atividade deve exigir algum compo-nente de poder e desafio para tornar-se nova iden-tidade e reduzir grau de dependência do sobreno-me organizacional;

• Fazer palestras dentro da especialidade profissional para grupos. Conservan-do um espírito crítico, de julgamento livre, é pos-sível atingir cumes onde todos podem se encontrar para dividir a chama que, sobretudo, não pode se apagar.

Conforme disse o doutor Louis Bourgeois, presidente da Associação Internacional das Universidades da Ter-ceira Idade, “O futuro dos idosos não será jamais um caminho sem esperança, pois a velhice, na medida do pos-sível, bem-entendido, deve recusar suas limitações e uma nova educação cria para os idosos novos papéis”.

Grande bênção da longevidade

produtiva

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15o jornal batista – domingo, 01/05/16ponto de vista

Joílton Oliveira, membro da Igreja Batista do Méier - RJ, bacharel em Teologia, fisioterapeuta, mestre em Gerontologia

A Bíblia nos torna conscientes da falta de tempo e a fragi-lidade da existência

humana. No meio de todas as mensagens que recebemos daqueles que querem o nos-so dinheiro e nossa atenção, ao desviar-nos, a Bíblia fala--nos com calma, majestade e clareza sobre as coisas que realmente importam. Veja, por exemplo, o Salmo 90. O envelhecimento é inevitável, a vida é curta, o tempo é ao mesmo tempo muito curto e muito longo. Como podemos lidar com essa parte da nossa vida com a dignidade que vem da graça?

Creio que muita gente hoje vive mais de 80 anos e com muita saúde e vitalidade. Temos algumas pessoas da Bíblia que também viveram mais de 80 anos, como o caso de Calebe, descrito em Josué 14. 6-12.

Todo o problema está em isolar do contexto o texto: “Os anos de nossa vida che-gam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis

e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos!” (Sl 90.10 – NVI).

Se formos analisar o ver-sículo anterior a esse texto, veremos que esse tempo (se-tenta a oitenta anos) e tipo de vida (canseira e enfado) é reservado para aqueles que estão debaixo do desconten-tamento de Deus. O salmista fala de indignação, ira, furor de Deus por causa das ini-quidades e pecados ocultos dessas pessoas.

Alguém certa vez pergun-tou Billy Graham, “Qual foi a maior surpresa da sua vida?”. Ele respondeu: “A brevidade do mesmo”. Isso é tão verda-deiro. É por isso que a cada dia precisamos contar. O tempo está passando, e nós não queremos desperdiçar esta coisa preciosa que Deus nos deu chamada vida. Não é o suficiente para fazer o bem para os primeiros cinco anos ou nos próximos 20 anos nes-ta corrida da vida. Temos de terminar bem também.

Em seu discurso de partida para os anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo disse: “To-davia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mes-mo, se tão somente puder ter-minar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus

me confiou, de testemunhar do Evangelho da Graça de Deus” (At 20.24 -NVI). Essa é a mesma meta que todos nós devemos ter. Este não é o momento de abrandar. Este é o momento para pegar o ritmo.

É pela graça, e somente pela graça, que seremos ca-pacitados a superar o pecado. O caminho para a vitória sobre o pecado é pavimenta-do com graça. Lembre-se, a graça que você recebeu não te inspira a querer guardar a Lei de Deus, essa graça não é graça, porque a graça do Antigo Testamento da Lei de Moisés foi dada aos israelitas e os prosélitos do judaísmo para que eles desejassem a manifestação da graça. De-pois que chegou o tempo previamente determinado pelo Pai, a graça se mani-festou para que pudéssemos cumprir o coração da lei. Deus não é contrário as suas ordens, suas regras, as suas regulamentações, e a lei que se cumpriu em Cristo é a Lei de Moisés .

Entendendo o que é a Graça de Deus e as diversas maneiras pelas quais ela se manifesta, teremos em mãos uma poderosa arma contra as astutas ciladas do diabo. Ele tem interesse em que fi-

quemos ignorantes acerca de quem somos e o que temos, por intermédio de Cristo, nas regiões celestiais.

Semelhantemente, pela graça, a Misericórdia de Deus se manifesta em nossas vidas, por isso nos acheguemos com confiança ao Trono da Graça sem nunca nos esque-cer de que, apesar de não ser-mos merecedores, o Senhor nos honrou com Sua Graça e, melhor ainda: De graça!

A vida é muito agitada, e você acabará exausto se ten-tar fazer tudo sozinho. Cor-rer e lutar para fazer todas as coisas com sua própria força o esgotará física, men-tal, emocional e espiritual-mente. Mas você pode fazer algumas mudanças. Primei-ramente, examine todas suas atividades e permita que o Espírito Santo lhe mostre as coisas que tiram sua energia e não produzem qualquer fruto. Então, resolva desistir delas. Talvez você tenha que escolher entre o bom e o melhor. Em segundo lu-gar, aprenda a receber mais da Graça de Deus. Graça é poder. Isso significa Deus envolvendo-se em sua vida e fazendo por seu intermédio o que você nunca poderia fazer sozinho. O Poder de Deus pode ajudá-lo a reali-

zar mais do que você pode imaginar; assim, aceite a aju-da dEle e comece a desfrutar a vida.

Deus nos chama para uma renovação no espírito, na alma e no corpo, para que venhamos testemunhar de Sua grandeza, de Seu amor e glória.

Como em Isaías 61.3, a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado.

Deus te chama hoje para viver o ciclo de renovação que Ele tem para você. “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subi-rão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatiga-rão” ((Is 40.31). Ouça a voz do Senhor e escolha atender ao Seu chamado.

Aqui está uma chave es-sencial para a longevidade espiritual: Você está sempre se movendo para frente, bus-cando sempre crescer espi-ritualmente, e nunca olhar para trás. Vamos seguir em frente espiritualmente nesta corrida da vida.

Longevidade com graça

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