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Reflexões bíblicas sobre a missão da Igreja de Cristo 3º TRIMESTRE • 2018 • Nº 324 COMENTÁRIOS ADICIONAIS

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Reflexões bíblicas sobre a missão da Igreja de Cristo

3º TRIMESTRE • 2018 • Nº 324

IDENTIDADE MISSIONAL

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

2 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. A origem da palavra missão

“A palavra ‘missão’ vem originalmente da doutrina da Trindade. Deriva--se do vocábulo latino missio, que significa ‘enviar’. Era a palavra que os cristãos usavam para se referir ao envio do Filho e do Espírito ao mundo. Somente no Século XVI é que os cristãos começaram a usar o termo para descrever o ato de enviar pessoas para difundir o evangelho. A missão da igreja tem suas raízes no caráter missionário do Deus trino [...] Criou um mundo. Amou-o e continua amando-o, mesmo depois que esse mundo o rejeitou. Deus veio redimir seu mundo na pessoa de seu Filho e mediante o envio de seu Espírito”. (Chester, Tim. Conhecendo o Deus trino: porque Pai, Filho e Espírito Santo são boas novas. Tradução: Elizabeth Gomes. São José dos Campos, SP: Fiel, 2016. p. 167-168).

2. O tema fundamental da Bíblia

“A missão é o tema fundamental da Bíblia; faz tanto sentido falar da base missional da Bíblia quanto da base bíblica da missão [...] Afirmar que ‘o tema fundamental da Bíblia é a missão’ não quer dizer que devemos buscar algum significado evangelístico em cada versículo. Estamos nos re-ferindo a algo mais profundo e amplo em relação à Bíblia como um todo”. (Wright, Christopher J. H. A missão de Deus: desvendando a grande nar-rativa da Bíblia. Tradução de Daniel Hubert Kroker, Thomas de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.27, 29).

Hinos – Inicial: HBJ 6 • Final: HBJ 412

1 A missão nasceu em Deus

7 DE JULHO DE 2018

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3. Hermenêutica missional

“Uma hermenêutica missional da Bíblia começa com a própria existên-cia da Bíblia [...] o cânon inteiro das Escrituras é um fenômeno missional, no sentido de que é testemunha do movimento desse Deus que se doa à própria criação, bem como de nós, seres humanos criados à imagem de Deus, mas errantes e iníquos. Os próprios livros que gora compõe a nossa Bíblia são o resultado e o testemunho dessa missão suprema de Deus”. (Wright, Christopher J. H. A missão de Deus: desvendando a grande nar-rativa da Bíblia. Tradução de Daniel Hubert Kroker, Thomas de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.47).

4. Deus missionário

“A missão cristã tem suas raízes na natureza do próprio Deus. A Bíblia o revela como um Deus missionário (Pai, Filho e Espírito Santo), que cria um povo missionário e que está trabalhando para a consumação missio-nária. [...] Nós dizemos que temos fé em Deus? Ele é um Deus missioná-rio. Dizemos que estamos comprometidos com Cristo? Ele é um Cristo missionário. Declaramos estar cheios do Espírito Santo? Ele é um Espírito missionário. Nós nos deleitamos em pertencer à igreja? Ela é uma socie-dade missionária”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp. 363,375).

4 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. O Rei e seu Reino

“Gênesis 1 e 2 apresentam Deus como o Rei da criação. Esse Rei é tão poderoso e sua palavra possui tamanha autoridade que ele tem apenas de falar para chamar as coisas à existência. Gênesis 1 e 2 descrevem o Rei criando um reino sobre o qual ele governará. No jardim do Éden, tudo fun-cionava em perfeita harmonia e em perfeita submissão ao domínio do Rei. Nas primeiras páginas da Bíblia, encontramos um belo retrato de como funciona o mundo quando todos e tudo abraçam com alegria a autoridade do Rei”. (Chan, Francis. Multiplique: discípulos que fazem discípulos; tra-duzido por Daniel Faria. São Paulo: Mundo Cristão, 2015, p. 180).

2. A dádiva e as responsabilidades do Reino

“O poder dinâmico do reino de Deus evidente no ministério de Jesus capacitará igualmente essa comunidade para ser luz para as nações. [...] Uma dádiva sempre envolve responsabilidade, e o privilégio conduz à obrigação. A dádiva do reino de Deus exige uma vida que encarne a boa notícia de que chegou o poder divino de renovação do fim dos tempos. Jesus gasta uma porção considerável do seu tempo ensinando às sua comunidade de discípulos um modo de vida diferente que servirá como contraste para a cultura ao seu redor e tornará evidente que o reino de Deus já despontou”. (Gohee, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp.113,114).

2 O reino de Deuse a missão

14 DE JULHO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 11 • Final: HBJ 414

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3. O que é o Reino de Deus?

“Não é exagero dizer que o Reino de Deus foi o principal pensamento de Jesus. A palavra é usada mais de cem vezes nos Evangelhos, em com-paração com apernas três referências à Igreja [..] O Reino não é um domí-nio, um território, mas o governo de Deus como Rei [...] Mais exatamente, o Reino é o governo do soberano (Deus expressando a Sua vontade e presença poderosa) mais a resposta dos súditos (quando se submetem ao controle do soberano) Governo sem resposta é menos do que Reino [...] Muitos que se dizem cristãos se submetem à posição de Deus como Go-vernante Supremo, mas na verdade não reagem como súditos. O Reino envolve tanto o governo como a resposta”. (Stevens, R. Paul. Os outros seis dias. Tradução Neyd Siqueira. Viçosa: Ultimato, 2005, pp.152, 153).

4. A vida que testemunha do Reino por vir

“A instrução de Jesus dada a seus discípulos em relação ao correto modo de vida é mais bem entendida no contexto [...] de escatologia. [...] Ela é escatológica: o anúncio do reino é uma mensagem sobre a restau-ração da vida humana como um todo sob o governo de Deus. A vida dos seguidores de Jesus deve servir como sinal do reino, do poder curador e libertador de Deus que irrompe na história. Como restauração da vida humana, o reino se volta ao plano original que Deus tinha para a huma-nidade na criação. Uma vez que o reino está por vir no futuro, ele tam-bém aponta para frente como um sinal do que está vindo. [...] O ensino de Jesus também possui uma firme ênfase comunitária, buscando formar uma comunidade visível e que pode ser reconhecida como um corpo sob o governo de Deus”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.114).

6 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. O Deus do Antigo Testamento é Missionário

“A ideia de que o Antigo Testamento é um livro missionário e de que Deus é um Deus missionário é uma surpresa para muita gente. Afinal, sem-pre se pensa no Deus do Antigo Testamento como sendo exclusivamente o Deus de Israel. Todos recordam como Deus chamou Abraão e fez uma aliança com ele e seus descendentes; como ele renovou a sua aliança com Isaque e Jacó e, posteriormente, com as doze tribos que ele resgatara da escravidão no Egito e trouxera para o Monte Sinai, onde prometeu que seria o seu Deus e que faria deles o seu povo; como ele os estabeleceu na terra prometida e os abençoou com reis, sacerdotes e profetas, preparan-do-os para a vinda do Messias”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mun-do. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, p.364).

2. Um povo que antecederia o Messias

“[...] o Antigo Testamento começa, não com Abraão, mas com Adão; não com a aliança, mas com a criação; não com a raça escolhida, mas com a raça humana. Ele declara enfaticamente que Javé, o Deus de Israel, não era um deusinho tribal de estimação como Camos, o Deus dos moabitas, ou Mil-com, o deus dos amonitas, mas o criador dos céus e da terra, o Senhor das nações, o “Autor e Conservador de toda vida”. Esta é a perspectiva de todo o Antigo Testamento. [...] Javé dissera a Abraão que deixasse “a sua terra, a sua parentela e a casa do seu pai” e fosse para uma outra terra que ele lhe haveria de mostrar. [...] Não seria exagero dizer que Gênesis 12.1-4 é o texto mais unificador da Bíblia inteira, pois nele se encerra o propósito salvífico de Deus, ou seja, de abençoar o mundo inteiro através de Cristo, que seria se-mente de Abraão”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.364,365).

Hinos – Inicial: HBJ 15 • Final: HBJ 419

3 Israel, o povoda missão

21 DE JULHO DE 2018

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3. Por meio de Israel, os gentios deveriam ser abençoados

“Gênesis 12.1-4 é o texto mais unificador da Bíblia inteira. [...] O resto da Bíblia é um desdobramento disso e a história subsequente tem sido um cumprimento disso. Primeiro Deus preparou Israel para a vinda de Cristo; e depois, através da sua vinda, tem abençoado o mundo desde então. Nós mesmos não seríamos seguidores de Jesus, hoje, se não fos-se por este texto: nós somos beneficiários da promessa de Deus feita a Abraão há cerca de quatro mil anos. “Se sois de Cristo”, escreveu Paulo, “também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promes-sa.” Uma vez mais, se compartilhamos da sua fé, “Abraão é pai de todos nós”. Pois a promessa divina foi um anúncio prévio do evangelho feito a Abraão, a saber, que Deus “justificaria pela fé os gentios”’. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.365,366).

4. Israel vivia se esquecendo da missão

“O trágico no Antigo Testamento é que Israel vivia se esquecendo do escopo universal da promessa de Deus. Eles negligenciavam o fato de que Deus havia escolhido uma família a fim de abençoar todas as famílias. Passaram a preocupar-se consigo mesmos e com sua própria história. Che-garam ao ponto de perverter a verdade da eleição divina, interpretando-a erroneamente como favoritismo divino, o que os levou a se vangloriarem de seu status privilegiado e a pressuporem que eram imunes ao juízo de Deus. Assim, os profetas tinham que viver tentando ampliar a visão deles, lembrando-os de que o propósito de Deus através dos descendentes de Abraão era abençoar as nações. Por exemplo, Deus iria fazer das nações a “herança” e a “possessão” do Messias; todas as nações iriam servi-lo; ele haveria de ser uma luz para as nações gentias; e, naquele dia, todas as nações e povos afluiriam para o templo do monte do Senhor”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunar-gel. São Paulo: ABU, 2005, p.366).

8 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. Definindo o termo missional

“Na sua melhor definição, ‘missional’ descreve não uma atividade es-pecifica da igreja, mas a própria essência e identidade da igreja à medida que ela assume seu papel na história de Deus no contexto de sua cultura e participa na missão de Deus para o mundo. [...] Missão nos faz lembrar que a igreja deve ser orientada para o mundo, existindo em favor dos ou-tros. [...] Desse modo, descrever uma igreja como ‘missional’ significa de-finir a comunidade cristã inteira como um corpo enviado ao mundo e que existe não para si mesmo, mas para levar as boas novas ao mundo [..]”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tra-dução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp.20,21).

2. Orientada ao mundo

“O termo missional, portanto lembra a igreja de que ela deve estar orientada para o mundo e permanecer fiel à sua identidade como uma agenda da missão de Deus e participante na história de Deus. [...] A pa-lavra ‘missão’ encontrou ressonância em cristãos hoje porque ela desafia a igreja a assumir seu papel e deixar para trás sua preocupação com seus próprios interesses e sua acomodação pecaminosa à sua história cultural”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tra-dução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp.20,21).

3. A ação da igreja missional

“Em vez de simplesmente convidar a cidade para ir à igreja, os mem-bros estão comprometidos em levar a igreja à cidade”. [...] A igreja “tem de ser o missionário capaz de penetrar nas suas complexas realidades

4 O que é igreja missional?

28 DE JULHO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 26 • Final: HBJ 427

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culturais para construir pontes. Estar inserido na cultura local para mostrar Cristo na vida diária é fundamental. Se a igreja estiver posicionada na cultura como se fosse um missionário, os membros deverão aprender a viver como tal. [...] A obra do cristão é conversar sobre aquilo que está no coração de Deus, a saber, a redenção do homem”. (Stetzer, Ed. Igre-jas que transformam o Brasil: sinais de um movimento revolucionário e inspirador. Ed Stetzer, Sérgio Queiroz. São Paulo: Mundo Cristão, 2017, pp.200,202,214).

4. A igreja local é enviada com uma missão

“Com essa única ordem [João 20:19-21], Jesus anunciou dois mil anos de direcionamento para a igreja, ainda em vigor para as igrejas de hoje – incluindo a sua igreja. Ele asseverou que somos enviados. A igreja é, e você individualmente também, o missionário de Deus para o mundo. Sua igreja é o instrumento de Deus para alcançar o mundo, e isso inclui alcan-çar as pessoas de sua localidade”. (Stetzer, Ed. Desvendando o código missional: tornando-se uma igreja missionária na comunidade. Tradução de A. G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2018, pp.48,49).

“Uma Igreja missional não vê as pessoas e a cultura como inimigos, mas como tesouros perdidos que Deus está restaurando. A restauração só é feita completa e abertamente, através do Evangelho, sendo comunica-do pelo povo enviado por Deus, a Igreja. Isso é ser missional. Nós temos um remetente (Jesus), uma mensagem (o Evangelho), e os destinatários (pessoas reais inseridas na cultura)”. (Costa, João. Missional: Uma jornada da devoção à missão. Interferência Editora, Rio de Janeiro: 2012. p.116).

10 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. A importância da cruz

“Na cruz, o reino de Deus vence o mal, não por meio de uma fora supe-rior, mas porque Jesus toma sobre si mesmo todo o impacto do pecado e esvazia o seu poder. [...] O que domina e derrota o mal e o pecado que corrompem o mundo é a força do amor sacrificial pelo qual o Cordeiro de Deus leva sobre si mesmo o pecado do mundo, inclusive sua culpa e seu poder de destruição. Nisso vemos o ápice do relato bíblico: a morte de Jesus alcança para o reino de Deus a vitória decisiva sobre o mal e o pecado, pondo fim à era antiga e alcançando o objetivo da história da redenção. A cruz tem importância cósmica. A igreja compartilha e parti-cipa dessa salvação cósmica”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.134)

2. A comunidade da cruz

“A morte de Jesus cria uma comunidade restaurada, reempossada na sua vocação como um canal de salvação para as nações. A cruz é um evento que cria um povo redimido e transformado; ela tem um signifi-cado comunitário. [...] Embora o Israel do Antigo Testamento tenha fra-cassado no seu chamado por causa de seu pecado – uma vez que a Torá não pôde fazer de Israel uma comunidade missionária fiel – a morte de Jesus indica o fim do poder do pecado. [...] Agora o povo de Deus recém--reunido está capacitado a cumprir o seu chamado. A cruz liberta o poder necessário para transforma-lo em um povo que pode viver como luz para o mundo”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp. 136, 138,139).

5 A centralidade da cruz

4 DE AGOSTO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 75 • Final: HBJ 74

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3. O desprezo do mundo à cruz

“Ainda hoje a mensagem da cruz é profundamente desprezada. A dou-trina bíblica evangélica da expiação de Jesus (que diz ter Cristo padecido em nosso lugar, como nosso substituto, a morte que merecíamos morrer) é rejeitada e até ridicularizada. É considerada “primitiva”, “retórica”, “in-justa”, “imoral” e “bárbara”. A. J. Ayer chamou as doutrinas relacionadas ao pecado e à expiação de “intelectualmente desprezíveis e moralmente ultrajantes”. [...] Daí a tentação de retocar o evangelho do Cristo crucifi-cado, de eliminar seus aspectos que causam mais objeções e de tentar adaptá-lo ao gosto dos sensíveis paladares modernos. Não é de admirar que o apóstolo [Paulo] pareça quase violento ao expressar sua decisão de “saber somente a Jesus Cristo”, e especialmente a sua cruz [em 1 Co 2:2-12]. Ele teve de optar entre fidelidade e popularidade”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, p.69).

4. A singularidade de Jesus e sua cruz

“A situação religiosa do mundo não mudou muito desde aqueles dias. E verdade que os velhos deuses da Grécia e de Roma já foram desa-creditados e descartados há muito tempo. Mas em lugar deles surgiram novos deuses, assim como ressurgiram outras crenças antigas. Um dos resultados dos meios modernos de comunicação e da facilidade de viajar é que muitos países vêm se tornando cada vez mais pluralistas. O que as pessoas querem é um sincretismo fácil, uma trégua para a competição in-terreligiosa, uma mistura do que há de melhor em todas as religiões. Mas nós, cristãos, não podemos abrir mão, nem da supremacia, nem da unici-dade de Jesus Cristo. Simplesmente não existe ninguém que seja igual a ele; sua encarnação, sua redenção e ressurreição não têm paralelos. Por-tanto, ele é o Mediador — aliás, o único — entre Deus e a raça humana. Esta afirmação da exclusividade de Jesus tem produzido ressentimentos amargos e profundos. Muitos a consideram “intoleravelmente intoleran-te”. Mas, por amor à verdade, nós temos que mantê-la, por mais ofensa que possa causar”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, p.71).

12 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. Cristãos missionais revelam Jesus com suas vidas

“O viver missional que constrói relacionamentos por causa do Evangelho tem que ser experimentado pela comunidade de discípulos, onde encara-mos pessoas como amigas e não como projetos. O grande mandamento de Jesus é amar a Deus e amar ao próximo. A grande comissão de Jesus é fazer discípulos. Por vezes, nosso discipulado se pulveriza na procura por fazer dis-cípulos. Como isso acontece? Quando por vezes procuramos fazer discípulos nas florestas ou no sudeste da Ásia, sem ao menos compartilhar nossa fé com o vizinho ao lado. Os seguidores de Jesus proclamam o Evangelho, à medida que revelam Jesus em suas próprias vidas pautadas pelas boas novas. Pode-mos experimentar nos encontrar regularmente com 3 ou 5 pessoas que não seguem a Jesus, incluindo-as amorosamente na nossa vida, orando por elas e convivendo com elas”. (Costa, João. Missional: Uma jornada da devoção à missão. Interferência Editora, Rio de Janeiro: 2012. p.58).

2. Cristãos missionais evangelizam e servem

“Uma proposta missional nesse tempo encontrará seu impacto evan-gelizador, à medida que buscar na palavra do Senhor a espiritualidade capaz de permitir um surgimento de comunidades que saibam conjugar esses dois eixos: evangelização e serviço. Ou seja, redescobrir uma vi-vência de comunhão plena, koinonia que abarca todas as necessidades da pessoa e da cidade. Ao longo de todos os tempos a comunidade é tentada a fechar-se em torno de uma mentalidade auto-preservativa, um grupo de mentalidade voltada para si mesma. Sempre que isso ocorrer, ela precisa ser exortada a se abrir para ser oikos, abrigo, lar para aqueles que não tem casa”. (Costa, João. Missional: Uma jornada da devoção à missão. Interferência Editora, Rio de Janeiro: 2012. p.85).

6 Os cristãos missionais

11 DE AGOSTO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 341 • Final: HBJ 361

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3. Cristãos missionais influenciam

“Deus já está agindo na sociedade humana, é o que nós dizemos. Isto se dá, em parte, pela sua graça comum, quando dá ao mundo a benção da família e do governo, através dos quais o mal é restringindo e os re-lacionamentos controlados. Mas acontece também através dos membros de sua comunidade redimida, que zela pelos valores do seu reino, sem comprometê-los. Jesus disse que o seu povo deveria impregnar a socie-dade como sal e luz. A partir destes modelos, pode-se deduzir que Jesus esperava que os seus seguidores influenciassem o mundo para o bem. Afi-nal, ambas as cosias refletem cousas práticas e efetivas na vida. Elas fazem diferença no contexto em que são colocadas: o sal previne a deterioração e a luz expulsa as trevas”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, p.435).

4. Missionais no dia-a-dia

“Jonathan Dodson, da igreja Austin City Life, no Texas, dá oito suges-tões para sermos missionais. Ele comenta que ‘ser missional não significa adicionar um evento à nossa vida que é corrida. O evento é a nossa vida. Missões devem ser uma maneira de viver, não algo que adicionamos às nossas vidas...Podemos ser missionais diariamente sem sobrecarregarmos nossa rotina. Aqui estão algumas sugestões [...] : 1. Faça refeições com não-cristãos. [...] Por que não fazer um hábito de partilhar uma das refei-ções com um não-cristão ou com uma família de não-cristãos? [...] 2. Não dirija, caminhe. [...] 3. Seja um cliente fiel. Em vez de cada hora ir a um lugar diferente na cidade para abastecer, fazer compras, cortar o cabelo, comer fora ou tomar café, vá sempre aos mesmos lugares, nos mesmos horários. [...] 4.Pratique atividades com os incrédulos [...] 5. Converse com seus colegas de trabalho [...] 6. Seja voluntário [...] 7. Participe de eventos realizados na cidade. [...] 8. Sirva seus vizinhos [...]”. (Chester, Tim e Tim-mis, Steve. Igreja diária: comunidades do evangelho em missão. Tradução Vanessa Braganholo. Niterói, RJ: Tempo de Colheita, 2013, p.109).

14 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. Jesus nos ensina a viver em missão no mundo

“Há, na oração de Jesus [em João 17], quinze referências a “o mundo”, o que indica que uma das suas maiores preocupações era como o seu povo haveria de se relacionar com o mundo, ou seja, à sociedade não--cristã ou ao secularismo sem Deus. Ele apontou para o fato de que eles lhe haviam sido dados “do mundo” (v. 6), mas que não deveriam ser tira-dos do mundo (v. 15); que eles ainda estavam vivendo no mundo (v. 11), mas não deviam ser do mundo (v. 14b); que seriam odiados pelo mundo (v. 14a), mas que, mesmo assim, eram enviados ao mundo (v. 18). Este é o re-lacionamento multifacético da igreja com o mundo: viver nele, não perten-cendo a ele, odiada por ele e enviada a ele. Quem sabe a melhor maneira de se compreender isto seja que, ao invés de “afastamento” e “conforma-ção”, que são atitudes erradas em relação ao mundo, a atitude correta é a “missão”. Com efeito, a igreja só poderá fazer missão no mundo se ela evitar as duas trilhas falsas. Se nós nos retirarmos do mundo, a missão se fará obviamente impossível, já que perdemos contato com ele. Da mesma forma, se nos amoldarmos ao mundo, será impossível fazer missão, já que perdemos o nosso limite”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.292,293)

2. Separados do mundo para servi-lo, como Jesus fez.

“O mais impressionante [em João 17] é que, embora nós vivamos «no» mundo (v. 11), somos, no entanto, enviados «para» o mundo (v. 18). Mas é isso mesmo. É completamente possível haver cristãos que vivem no mundo sem que tenham a mínima participação na missão de Cristo. A oração de Cristo por seu povo aqui é que o Pai nos “santifique” pela sua palavra da verdade (v. 17), ou melhor, que nós sejamos “verdadeiramente

7 Jesus, o nosso paradigma

18 DE AGOSTO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 109 • Final: HBJ 115

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santificados”, assim como Cristo, que santificou-se a si mesmo por nós (v. 19). Mas que santificação é essa, poderíamos nos perguntar, se ela é uma santificação em que o próprio Cristo participou? Como é que se pode di-zer que o Cristo sem pecado santificou-se a si mesmo? A resposta está cer-tamente no fato de que a santificação tem dois aspectos complementares, um negativo e outro positivo. Ser santificado é ser separado do mal em todas as suas formas. É isto que nós costumamos pensar quando usamos a palavra “santificação”. Mas ser santificado é também ser separado para o ministério específico para o qual Deus nos chamou. É neste sentido que Jesus separou-se a si mesmo por nós, a saber, para vir ao mundo a fim de nos buscar e salvar”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradu-ção de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, p.293)

3. Jesus: Exemplo de missão

“Nós também fomos “santificados”, ou separados para a nossa missão no mundo. De fato, nós podemos ser descritos como ‘separados do mun-do para estar a serviço do mundo’. No versículo 18 [de João 17] (assim como em João 20.21) Jesus traça deliberadamente um paralelo entre sua missão e a nossa: ‘Assim como tu me enviaste ao inundo, também eu os enviei ao mundo’. Em que sentido, pois, Jesus pretendia que sua missão fosse o modelo para a nossa? Existem, evidentemente, diferenças subs-tanciais. O fato de ele ser enviado ao mundo requer tanto a encarnação quanto a expiação, embora nenhum de nós seja Deus para se ‘tornar car-ne’ ou morrer pelos pecadores. Não obstante, o fato de sermos enviados ao mundo, assim como ele, haverá de moldar a nossa compreensão de missão”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.293,294).

4. Ir para o mundo como fez Jesus

“Ele [Jesus] nos diz que fazer missão implica entender-se sob a autori-dade de Cristo (nós somos enviados, não nos voluntariamos); renunciar a privilégios, segurança, conforto e distância, à medida que mergulhamos no mundo de outras pessoas, assim como ele veio fazer parte do nosso mundo; humilhar-nos e tornar-nos servos, tal como ele fez; suportar a dor de sermos odiados pelo mundo hostil para o qual somos enviados (v. 14); e compartilhar as boas novas com as pessoas lá onde elas se en-

16 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2018

contram. [...] Nada é mais importante para a redescoberta da missão da igreja (onde ela se perdeu) ou para o seu desenvolvimento (onde ela está enfraquecida) do que uma visão renovada, clara e abrangente a respeito de Jesus Cristo. Quando ele é aviltado e especialmente quando é negado na plenitude de sua incomparável pessoa e obra, a igreja fica sem motiva-ção e sem direção, nossa moral se esfacela e nossa missão se desintegra. Mas quando vemos Jesus, isto nos basta. Nós temos toda a inspiração, incentivo, autoridade e poder de que necessitamos”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.294, 398).

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1. O Espírito Santo e a missão

“A identidade e a natureza do povo escatológico de Deus são vistas sem eu relacionamento não apenas com Cristo, mas também com o Es-pírito. Hendrikus Berkhof faz a audaciosa afirmação de que não podemos compreender o ensino multiforme e diversificado das Escrituras sobre o Espírito a não ser que compreendamos sua obra no contexto de missão. Nos relatos da ressurreição (Mt 28:19,20; Lc 24:49; Jo 20:21,22; At 1:8), o Espírito é prometido no contexto de missão. visto que o poderoso ato divino de salvação foi realizado por meio de Cristo, essa notícia deve ser espalhada desse Um (Jesus) para os muitos (toda a humanidade), do centro (Jerusalém) para os confins da terra, e do centro da história (os eventos da cruz e da ressurreição) para a consumação da história (a volta de Jesus)”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradu-ção de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp.209,210 ).

2. O Espírito Santo age na igreja e através dela

“No entanto, missão não é apenas o processo pela qual os feitos de Deus propagados; antes, a própria missão é um dos feitos poderosos de Deus, a atividade divina culminante por meio da qual todos os atos po-derosos procedentes são revelados e pessoas são incorporadas neles. É o trabalho do Espírito Santo fazer exatamente isto; todas as outras ações do Espírito registradas no Novo Testamento estão contidas nesse traba-lho: Há dois aspectos importantes no relacionamento entre o Espírito e a igreja aqui: a igreja é tanto um instrumento da missão do Espírito como o resultado provisório dessa missão. a igreja é o local ou locus onde o Espí-rito desenvolve a salvação realizada por Jesus, e também o meio ou canal pelo qual essa salvação se move para outros. Ambos os aspectos desse

8 O Espírito Santo na missão

25 DE AGOSTO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 113 • Final: HBJ 171

18 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2018

relacionamento são essenciais”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp.210).

3. O Espírito Santo missionário, em Atos dos Apóstolos

“O Espírito Santo é o ator principal em Atos. O livro começa com os cento e vinte discípulos esperando. No cenáculo, em sua última noite com os Doze, Jesus havia prometido a vinda do Espírito o descrevera o futuro ministério do Espírito, de convencer, ensinar e testemunhar. Durante os quarenta dias que se passaram entre a ressurreição e a ascensão, a repeti-da mensagem foi que o Espírito lhes daria ‘poder’ para testemunhar e que eles deveriam esperar pela sua vinda. O Pentecostes foi, pois, um evento missionário. Foi o cumprimento da promessa de Deus dada por inter-médio do profeta Joel, de derramar o seu Espírito “sobre toda a carne”, independentemente de raça, sexo, idade ou classe social. [...] Por todo o livro de Atos Lucas deixa claro que o impulso missionário veio do Espírito Santo. É este o tema de Harry R. Boer em seu livro Pentecoste e Missões. O livro de Atos, escreve ele, ‘é regido por uma motivação única, que o controla e domina totalmente. Esta motivação é a expansão da fé através do testemunho missionário no poder do Espírito... Incansavelmente, o Es-pírito Santo leva a igreja a testemunhar, e continuamente nascem igrejas a partir desse testemunho’”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.369,370).

4. O Espírito Santo como impulso para a missão

“Nós assistimos [no livro de Atos], fascinados, o Espírito missionário criando um povo missionário e impulsionando-os a saírem em sua tarefa missionária. Eles começaram a testemunhar aos seus companheiros ju-deus em Jerusalém e ao redor desta, nos quartéis-generais judaicos. En-tão Filipe tomou a corajosa iniciativa de testificar aos samaritanos, que estavam a meio caminho entre os judeus e os gentios. A seguir veio a conversão do centurião Cornélio, um daqueles gentios ‘tementes a Deus’, que havia aceitado o monoteísmo e os padrões éticos dos judeus, mas continuara sendo gentio, vivendo à margem da sinagoga, mas sem acei-tar a plena conversão. O Espírito Santo deu a evidência mais clara possí-vel de que agora Cornélio era um membro com plenos direitos na igreja.

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Logo depois, alguns crentes anônimos aproveitaram a brecha e ‘falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus’. Se-guiram-se as três viagens missionárias do apóstolo Paulo aos gentios, em que ele evangelizou as províncias da Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia e nas quais o Espírito Santo tanto o impedia como o guiava. O livro termina com Paulo em Roma, a capital do mundo e a cidade dos seus sonhos, não como homem livre, mas como prisioneiro; mesmo assim, porém, um evangelista infatigável, anunciando Jesus e o reino a quem quer que o visite, ‘com toda a intrepidez, sem impedimento algum’”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.369,370).

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1. Missão é a tarefa integral

“Missão é a tarefa integral da igreja que é enviada ao mundo para tes-temunhar das boas novas. Como tal, missão é literalmente uma perspec-tiva de vida como um todo: a vida inteira do povo de Deus, tanto como uma comunidade reunida quanto como uma comunidade espalhada, que testemunha do senhorio de Jesus Cristo em todas as situações da vida hu-mana. Missões é uma parte desse papel maior que a igreja desempenha na história de Deus. Sua tarefa é estabelecer um testemunho em lugares onde ele não existe. Em geral, missões é um empreendimento transcultu-ral. Porém, missões não apenas uma parte essencial da missão da igreja; também é uma perspectiva final. A missão do povo de Deus de tornar co-nhecidas as boas-novas tem como sua perspectiva final os confins da ter-ra”. (Goheen, Michael W. A igreja missional na Bíblia: luz para as nações. Tradução de Ingrid Neufeld de Lima. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 260).

2. Engajamento em missões

“À medida que a igreja assume sua tarefa de engajar-se em missões, haverá um efeito reflexivo. Quando a igreja desenvolve uma visão para missões e começa a se envolver em missões até os confins da terá, ela também se torna mais propensa a ser uma igreja missional no lugar onde está inserida. Missões tem o potencial de revitalizar a visão missional para o mundo inteiro, incluindo a própria vizinhança.” (Stetzer, Ed. Desvendan-do o código missional: tornando-se uma igreja missionária na comunida-de. Tradução de A. G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2018, p.261).

“Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não apenas impossí-vel, mas também inconcebível. A Bíblia impõe-nos a responsabilidade de evangelizar o mundo, dá-nos um evangelho a proclamar, diz-nos como

9 Sejamos luz para os povos

1 DE SETEMBRO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 242 • Final: HBJ 366

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fazê-lo e declara-se o poder de Deus para a salvação de cada crente. Além disso, é fato notável, na história passada e contemporânea, que o grau de compromisso da Igreja com a evangelização do mundo é propor-cional ao grau de sua convicção da autoridade da Bíblia. Sempre que o cristão perde a confiança na Bíblia, seu zelo pela evangelização acaba se esvaindo. Inversamente, se ele estiver convencido acerca da Bíblia, estará também determinado a evangelizar”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p.19).

3. Evangelização mundial: nosso mandato

“Nosso mandato para a evangelização do mundo, portanto, é a Bíblia inteira. Deve ser encontrado na criação de Deus, porque todos os seres humanos são responsáveis diante dele; no caráter de Deus, transcenden-te, amoroso, compassivo, não desejando que ninguém pereça, mas que todos venham ao arrependimento; nas promessas de Deus, que todas as nações sejam benditas por meio da semente de Abraão e venham a ser a herança do Messias; no Cristo de Deus, agora exaltado com autorida-de universal, para receber aclamação universal; no Espírito de Deus, que convence do pecado, dá testemunho de Cristo e impele a Igreja a evan-gelizar; na Igreja de Deus, que é uma comunidade missionária multinacio-nal, com ordens de evangelizar até que Cristo volte. A dimensão global da missão cristã é irresistível. O cristão individual e as igrejas locais que não se comprometem com a evangelização do mundo estão contradizen-do, por cegueira ou por desobediência, uma parte essencial de sua iden-tidade, a qual provém de Deus. O mandato bíblico para a evangelização do mundo não pode ser ignorado”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p.20).

4. A igreja e as missões

“Uma igreja como a de Antioquia [descrita em Atos dos Apóstolos] é uma missão em sua própria localidade, que cresce por meio de ex-pansão espontânea à medida que seu povo encarna e anuncia as boas novas. Uma igreja missional como a de Antioquia também tem em vista os confins da terra e, portanto, anseie participar da tarefa de levar o evan-

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gelho a lugares onde ele ainda não conhecido. [...] Uma igreja missional de ocupa com ambos [...] o evangelho é anunciado em cada local por meio da vida vibrante e radiante de uma igreja acompanhada do testemu-nho evangelístico espontâneo. No entanto, mais dessas igrejas precisam ser instituídas em lugares nos quais esse testemunho não está presente. O ‘modo de envio’ ou ‘missões’ será fundamental para toda igreja mis-sional”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p.183).

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1. Uma definição de contextualização

“A contextualização da mensagem, linguística e culturalmente, é um ins-trumento para uma boa comunicação, que transmita o evangelho de forma clara e compreensível, e Paulo a utilizava abundantemente ao falar distin-tamente a judeus e gentios, escravos e livres, senhores e servos. Também Jesus, ao propor transformar pescadores em pescadores de homens, ao utilizar em seus sermões a candeia que ilumina, a semente lançada em di-ferentes solos, o joio e o trigo no mesmo campo, a dracma que se perdeu, as redes abarrotadas de peixes, fez isso para que o essencial da Palavra chegue de maneira inteligível para a pessoa, sociedade e cultura que o ouve”. (Lidório, Ronaldo. Contextualização missionária, desafios, questões e diretrizes. Barbara Helen Burns, ed — São Paulo: Vida Nova, 2011, p.29).

2. O que é cultura e cosmovisão?

“O termo ‘cultura’ é o rótulo que os antropólogos atribuem aos costu-mes estruturados e pressuposições de cosmovisão que os povos utilizam para governar sua vida. Cultura (incluindo a cosmovisão) é o modo de vida de um povo, seu planejamento de vida, seu modo de lidar com o am-biente biológico, físico e social. Consiste em pressuposições apreendidas e padronizadas (cosmovisão), em conceitos e comportamentos e na arte resultante (cultura material). A cosmovisão, o nível profundo da cultura, é o conjunto culturalmente estruturado de pressuposições (incluindo va-lores e compromissos/ alianças) que serve como base para que um povo perceba e responda à realidade. A cosmovisão não está separada da cul-tura. Ela está incluída na cultura como o nível mais profundo de pressu-posições nas quais um povo baseia sua vida (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Ke-vin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. p.393).

10 É preciso contextualizar

8 DE SETEMBRO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 351 • Final: HBJ 391

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3. Contextualizar é facilitar o acesso a igreja

“[...] contextualizar é facilitar ao máximo o acesso à igreja sem com-prometer a verdade da crença cristã. Assim, o que se busca é uma verda-de atemporal e métodos modernos [...] Jesus é relevante para todas as pessoas, todos os tempos, todos os lugares, todas as culturas e todas as circunstâncias. Eles estão comprometidos em transpor quaisquer barreiras culturais [...] para que as pessoas possam claramente ouvir a mensagem de Jesus [...] toda a igreja e cercada de culturas, subculturas e tribos de pesso-as que estão tão perdidas e são tão culturalmente diferentes do cristianis-mo evangélico ocidental quanto um morador vilarejo indiano”’. (Driscoll, Mark. Igreja Vintage: questões atemporais e métodos atuais. Tradução Érica Silveira Campos. Niterói: Tempo de Colheita, 2011, pp.207, 208).

4. Contextualização no primeiro século

“A contextualização do cristianismo faz parte do registro do Novo Testa-mento. É o processo no qual os apóstolos se envolveram ao comunicar aos de fala grega a mensagem cristã que chegou a eles na língua e na cultura aramaica. A fim de contextualizar o cristianismo aos que falavam grego, os apóstolos expressaram a verdade cristã no padrão de pensamento de seus receptores. Palavras e conceitos de cada cultura foram usados para explicar temas como Deus, igreja, pecado, conversão, arrependimento, iniciação, ‘palavra’ (logos) e outras áreas importantes da vida e da prática cristãs. As igrejas gregas primitivas corriam o risco de serem dominadas pelas práticas religiosas judaicas, porque seus líderes eram judeus. Contudo, Deus enviou o apóstolo Paulo e outros, que enfrentaram os cristãos judeus e lutaram pela implantação de um cristianismo contextualizado para os gentios de fala grega. Para isso, Paulo teve de travar uma batalha contra muitos líde-res judeus que achavam ser a tarefa dos pregadores cristãos simplesmente impor conceitos teológicos judaicos aos novos convertidos (v. At 15). Os judeus conservadores eram os heréticos contra os quais Paulo lutou, pelo direito dos cristãos de fala grega, a fim de que estes pudessem ter o evan-gelho em sua língua e cultura. Concluímos, com base nas passagens de Atos 10 e 15, que é plano de Deus que o cristianismo bíblico seja “reencar-nado” em cada língua e em cada cultura ao longo da História”. (Perspec-tivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 398).

1115 DE SETEMBRO DE 2018

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1. O inimigo da missão do Reino de Deus

“O inimigo do Reino de Deus é Satanás. Cristo deve reinar até que te-nha colocado Satanás sob seus pés. Essa vitória também aguarda a vinda de Cristo. Durante o Milênio, Satanás será amarrado no abismo. Só no final do Milênio ele será lançado no lago de fogo. Contudo, descobri-mos que Cristo já derrotou Satanás. A vitória do Reino de Deus não é apenas futura: uma grande vitória inicial já aconteceu. Cristo participou da carne e do sangue. Ele encarnou ‘para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida’ (Hb 2.14,15). A palavra traduzida por ‘destruir’ é a mesma encontrada em 2Ti-móteo 1.10 e I Coríntios 15.24,26. Cristo anulou o poder da morte. Ele anulou também o poder de Satanás”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p.90).

2. A vitória sobre os opositores é certa

“Satanás ainda anda ao redor como um leão que ruge em perseguição ao povo de Deus (I Pe 5.8) e se insinua como um anjo de luz nos círcu-los religiosos (2 Co 11.14). Entretanto, ele é um inimigo derrotado. Seu poder, isto é, seu domínio foi desfeito. Seu destino é certo. Uma vitória decisiva, ou melhor, a vitória decisiva foi ganha. Cristo expulsa demônios, libertando os homens da escravidão satânica, demonstrando que o Reino de Deus liberta os homens da escravidão de Satanás. O Reino tira-os das trevas e os conduz à luz salvadora e restauradora do evangelho. Estas são as boas novas acerca do Reino de Deus: Satanás está derrotado e pode-mos ser libertados do temor demoníaco e do mal satânico para conhecer

11 Os opositores da missão

15 DE SETEMBRO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 321 • Final: HBJ 377

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a gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Ke-vin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 90, 91).

3. A igreja em sua missão luta contra Satanás

“[...] temos uma mensagem de poder para levar ao mundo. E o evan-gelho do Reino. Durante o desenrolar desta era, duas forças estão ope-rando: o poder do mal e o Reino de Deus. O mundo é o cenário de um conflito. As forças do mal estão investindo contra o povo de Deus, mas o evangelho do Reino está investindo contra o reino de Satanás [...] Cristo despojou Satanás da autoridade que este possuía. O Reino de Deus tem investido contra o reino de Satanás. Apresente era tem sido atacada pela era vindoura, na pessoa de Cristo. Toda a autoridade agora é de Cristo, mas ele só demonstrará essa autoridade, naquela gloriosa vitória final, quando regressar a esta terra. No entanto, a autoridade já pertence a ele. Satanás foi derrotado e está sob ataque. A morte foi vencida. O pecado foi lançado por terra. Cristo detém ‘toda a autoridade’. ‘Ide, portanto...’ Por quê? Porque toda a autoridade e todo o poder pertencem a ele e por-que ele está esperando que terminemos nossa tarefa. Dele é o Reino. Ele reina no céu e manifesta seu Reino na terra, em sua Igreja e por meio dela. Quando concluirmos nossa tarefa, ele voltará para estabelecer seu Reino em glória. A nós foi dado não apenas aguardar, mas também apressar ‘a vinda do Dia de Deus’ (2 Pe 3.12). Essa é a missão do evangelho do Reino. Essa é nossa missão”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Edita-do por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, pp. 95,97).

4. Missão e batalha espiritual

“Devemos entender que estamos numa batalha espiritual. Fazer a obra de evangelista, querer ver o mundo todo salvo, servir a cristo, é atacar diretamente o inimigo, Satanás. De acordo com a Bíblia, quem não tem Cristo pertence a Satanás (Mt 13.38), e, logicamente, quando você co-meça a orar pela salvação de alguém, e depois começa a evangelizá-lo, o inimigo não vai gostar e fará tudo para não perder a vida que está sob o seu domínio. Você já tentou tirar um osso da boca de um cão faminto? Que tal tirar a carne de um leão esfomeado? Saiba, então, que quando

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você decidiu servir a Cristo, fez uma declaração de guerra contra Satanás; mas a vitória já está garantida por Jesus. Aleluia! A Bíblia apresenta alguns aspectos desta batalha. Em Colossenses 1.13, ela diz: ‘Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor’. Veja a obra maravilhosa que Cristo fez por nós: outrora estávamos no império das trevas, cegos espiritualmente, longe de Deus, sem esperan-ça, escravizados, cheios de medo, sem saber nada sobre o futuro, sob o domínio de Satanás. Mas Deus, por Sua grande misericórdia, libertou-nos do império das trevas e transportou-nos para o reino de Cristo. Que gran-diosa salvação! Aleluia! Mas, como isto se deu? Foi quando alguém orou por nós e mostrou-nos a verdade do evangelho. Portanto, quando saímos para pregar ou desejamos fazer a obra missionária, devemos entender que estamos resgatando vidas do reino de Satanás, levando-as para o reino de Cristo.” (Queiroz, Edson. A igreja local e missões. Vida Nova: São Paulo, 1987.p.25).

28 | Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2018

1. A vinda do Espírito e a missão

“Primeira: a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes correspondeu à chegada de um Espírito missionário que colocou no coração dos discípulos um grande desejo de divulgar o que receberam; capacitou-os a transmitir aos outros aquilo que receberam; revelou-lhes uma necessidade dos seres huma-nos que somente ele poderia suprir; guiou-os para alcançar cada vez mais o mundo gentílico, quebrando qualquer barreira de preconceito que pudesse impedir seu testemunho. Segunda: os que receberam o Espírito Santo torna-ram-se testemunhas (At 1.8; 8.4; 16.5; l Ts 1.8). Terceira: o Espírito, o Espírito missionário, foi dado a todos. Quem recebeu o Espírito também expressava aquele anseio pela conversão do mundo que o Espírito inspirou, mesmo que fosse apenas por aprovação e apoio aos esforços dos outros. O que era des-conhecido — até mesmo inconcebível na Igreja primitiva — era que os cris-tãos pudessem se opor, desvalorizar ou deixar de apoiar os que trabalhavam na promoção do conhecimento de Cristo nas regiões além”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthor-ne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 378).

2. O Espírito Santo: o fundamento da missão!

“[...] um princípio bíblico fundamental ao labor missionário: missão e aviva-mento relaciona-se como o calor e a combustão. Isto é, os dois fazem parte do mesmo fenômeno. O fogo esquenta somente à medida que queima, e a intensidade do calor é diretamente proporcional ao volume da combustão. [...] A igreja avivada nada mais é que uma igreja missionária. O Pentecostes segue necessariamente a Grande Comissão. Eis alguns exemplos: Paulo, o apóstolo (que corresponde a “missionário”) entre os gentios (G12.8), prontamente con-fessou a dependência do Espírito para o exercício de sua missão. Recordou e

12 Avivamento missionário

22 DE SETEMBRO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 172 • Final: HBJ 175

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sintetizou que o amplo percurso de todo o seu ministério se realizava ‘por pa-lavra e por obras, por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo’ (Rm 15.18,19; v. ICo 2.4). Lucas confirma que o evangelho atingiu ‘todos os habitantes da Ásia [...], tanto judeus como gregos’, quando ‘Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários’ (At 19.10,11)”. (Perspectivas no mo-vimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 379).

3. Uma história de avivamento missionário

“Considere também Columba, apóstolo aos escoceses, os antigos pictos do século VI. Um historiador relatou que ele ‘estava tão incessantemente empenhado, dia e noite, nos exercícios incansáveis de oração e jejum que o peso desses exercícios parecia mais do que poderia tolerar. Em tudo isso, ele foi amado por todos, pois uma alegria santa, radiante em seu rosto, revelava a alegria e a felicidade com as quais o Espírito Santo enchera seu coração’. Quando o rei Brude dos Pictos impediu que Columba entrasse na cidade, o missionário, fora dos portões da cidade, orou até que o rei cedesse, e o rei também se rendeu a Cristo! Os movimentos missionários sempre nasciam de um avivamento espiritual poderoso”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Ha-wthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 379).

4. Missão e avivamento

“[...] missão e avivamento relacionam-se como o calor e a combustão. Os dois fazem parte do mesmo fenômeno. Tal relação é evidência de que a vida cristã não se reduz nem a um misticismo que escapa do envolvi-mento neste mundo, nem se reduz a um mero ativismo sem a direção his-tórica que somente o projeto do Reino de Deus pode oferecer. Uma visão sem uma tarefa gera um sonhador, Uma tarefa sem uma visão gera traba-lho penoso, Uma visão com uma tarefa gera um missionário. A verdadeira espiritualidade é uma Espiritualidade, fruto do Espírito Santo e nascida de um avivamento genuíno. O verdadeiro ativismo nasce naturalmente dessa Espiritualidade e se orienta pelo Reino de Deus. O ativismo e a espirituali-dade cristãos são duas dimensões da mesma realidade”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Ha-wthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, pp. 380,381).

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1. Multidões salvas como fruto da missão

“No livro de Apocalipse, há outra referência à promessa de Deus a Abraão (7.9ss). João vê numa visão uma ‘grande multidão que ninguém podia enumerar’. É uma multidão internacional, vinda ‘de todas as na-ções, tribos, povos e línguas’. Ela está ‘em pé diante do trono’, o símbolo do Reino de Deus. Isto é, seu Reino chegou finalmente, e a multidão está desfrutando todas as bênçãos de seu afável governo. Ela está abrigada em sua presença. Seus dias de fome, sede e calor no deserto se acaba-ram. Finalmente, ela entrou na terra prometida, descrita agora não como ‘uma terra que mana leite e mel’, mas como uma terra irrigada com fontes de ‘água viva’, que jamais secarão. Mas como a multidão herdou essas bênçãos? Em parte, porque veio ‘da grande tribulação’ (evidentemente uma referência à vida cristã com todas as suas provações e sofrimentos), mas principalmente porque ‘lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro’, isto é, foram purificados do pecado e vestidos de justiça pelos méritos da morte de Jesus Cristo, ‘razão por que se acham diante do trono de Deus’”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, pp. 38,39).

2. O Apocalipse mostra o resultado final da missão

“É comovente vislumbrar na eternidade futura o cumprimento final dessa antiga promessa de Deus a Abraão. Todos os elementos essenciais da promessa podem ser identificados. Aí estão os descendentes espiri-tuais de Abraão, uma ‘grande multidão que ninguém podia enumerar’, incontáveis como os grãos de areia da praia e as estrelas do céu. Estão aí também ‘todas as famílias da terra’ sendo abençoadas, pois a multidão

13 A missão foi realizada

29 DE SETEMBRO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 387 • Final: HBJ 470

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inumerável é composta de pessoas de todas as nações. Aí está ainda a terra prometida, a saber, todas as ricas bênçãos que fluem do governo cheio da graça de Deus. E, acima de tudo, está Jesus Cristo, a semente de Abraão, que derramou seu sangue por nossa redenção e concede suas bênçãos a todos os que o invocam para serem salvos”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Ha-wthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 39).

3. Um olhar para a eternidade

“O apóstolo João, quando lhe foi dada a chance de dar uma espiadi-nha pela ‘porta aberta no céu’, viu uma grande multidão em pé diante do trono de Deus. Todos estavam vestidos com vestes brancas (o símbolo da justiça), seguravam palmas nas mãos (o símbolo da vitória) e juntavam-se a um poderoso coro de adoração, atribuindo a sua salvação a Deus e ao Cordeiro. João descreve também essa grande multidão como vindo ‘de todas as nações, tribos, povos e línguas’. Portanto, a missão da igreja não será em vão. Pelo contrário, resultará em um enorme ajuntamento de pes-soas, uma multidão multi-racial e multinacional, cujas diferentes línguas e culturas, ao invés de impedir, irão enriquecer sua incessante celebração da graça de Deus. A multidão redimida será também incontável. Somen-te então a antiga promessa de Deus a Abraão se cumprirá totalmente. Para enfatizar que não haveria limites para o número de descendentes de Abraão, tanto física (os judeus) como espiritualmente (os crentes, quer judeus ou gentios), Deus prometeu que eles seriam mais numerosos do que o pó da terra, as estrelas do céu e a areia na praia do mar. Cada uma destas metáforas simboliza incontabilidade”. (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.147).

4. O Apocalipse é o clímax da missão

“‘Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se al-guém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descen-dência’. ‘Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes’. Com o conhecimento que nós temos acerca do universo, neste século XX, parece que as miríades de miríades de estrelas dos bilhões de galáxias realmen-te chegam a somar tanto quanto todos os grãos de areia e as partículas

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de pó do mundo todo. Mesmo que tenhamos que continuar sem saber como é que Deus vai conseguir fazer isso, entrementes nós podemos nos regozijar com o fato de que a obra missionária da igreja irá chegar a esse clímax, para honra e glória de Deus. Nós acabamos de ver, a partir deste breve panorama da Escritura, que o Deus do Antigo Testamento é um Deus missionário (ele chamou uma família a fim de abençoar todas as fa-mílias da terra); que o Cristo dos Evangelhos é um Cristo missionário (ele comissionou a igreja para ir e fazer discípulos de todas as nações); que o Espírito Santo dos Atos dos Apóstolos é um Espírito missionário (ele im-pulsionou a igreja a fim de testemunhar); que a igreja das Epístolas é uma igreja missionária (uma comunidade mundial com uma vocação mundial); e que o clímax do Apocalipse será um clímax missionário (uma incontável multidão internacional). (Stott, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tra-dução de Silêda Silva Steunargel. São Paulo: ABU, 2005, pp.148).