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IF^^^eS*!^ rw V / l^^^^^l^^^^^^^i^l^^^^^i^^^á^^^^^^p *¦+ íi ítr Não temaes, ó pequenino rebanho, pois que foi do agrado de vosso Pae dar-vos o seu Reino. S. Lucas, XII: 32. Comtanto que Christo em todas as maneiras seja annunciado .... nisto me alegro e ainda me alegrarei. S. Paulo aos Fil., I: IS. Anno XXVIII Rev. Miguel Gonçalves Torres Ouve-se, um pranto, amargo na terra e um sorriso iiieffave» no Céu ! Que facto ingente é esse que proyaca uma tamanha e tão singu- lar antithese entre esses dois ele- mentos ?... Porque chora a teíra ? porque e?sas lagrimas que se deslizam pe- Ia,face angélica da egrejanacional « E'que o Rev. Miguei Gonçal- ves Torres, um dos astros de pri- meira grandeza no céu da egreja brazileira, um dos vultos proemi- nentes na historia do christianismo em nossa pátria, o denodado e en- signe polemista, o escriptor primo- roso, o orador sympathico e attra- hente, no dia 12 de maio corren- te baixou á campa funerea... Porque o Céu sorri % porque os anjos, arcanjos, seraphins e- re- mídos afflnam suas harpas áureas e desferem sons festivos e iubilo- sos "J E'que ouve-se no coro celeste uma voz terna e maviosa cantan- do esse cântico novo de que nos fala o propheta ; é que o Rev. Mi- guel Gr. Torres ministra hoje no sanctuario augusto da egreja trium- phante e compridas a seu res- peito aquellas consoladoras pala- vras do Apocalypse : " Bemaven- turados os mortos que morem no Senhor. _ De hoje em. diante, diz o Espirito, que descansem de seus trabalhos, p o r q u e suas obras os seguem. Apõe, 14:13. S. PAULO JíãDE MAIO !>E 18»8 Numero 21 | Mas esse gemido pungente que irrompe da terra, longe de ser uma nota discordante nas harmonias celestes, é a ultima prova de nos- sa gratidão e de nossa perpetua saudade. No meio desses gemi- dos ha üm laço que une a terra ao Céu num amplexo sublime : é a re- signação evangélica com que sof- fremos este golpe immenso e que nos faz dizer cheios de humildade e de* acatamento : " O Senhor o deu, o Senhor o tirou, como foi do agrado do Senhor assim succedeu, bemdito seja o nome do Senhor Job., 1:21. Morreu!... eis a expressão sem- pre pungente, sempre dolorosa balbuciada pelos lábios da huma- nidade... Nao morreu responde a evangélica com a eloqüência in contrasta vel da eterna verdade : como o sol, teve seu occaso, apóz uma breve, mas fulgurante passa- gem pelo nosso planeta. Hoje, ra- diante de luz, rasgando sobrancei- ro o horisonte do infinito, elle bri- lha numa aurora eternamente no- va, para nunca mais encontrar oc- caso ! Porque então os nossos olhos der- ramam lagrimas, os nossos cora- ções vertem sangue 1 Choramos o desapparecimento desse sol que nos aqueceu com seu calor fecun- do, que nos illuminou com sua vi- vificante luz , choramos a ausen- cia do amigo sincero e dedicado que sabia soffrer com nosco as nos- sas amarguras. Para cada rcvez que encontrávamos na lucta pela vida ; para cada dissabor que cru- ciava os nossos corações, elle ti- nha sempre um balsamo mitigante, tinha sempre uma palavra de cou- forto e de consolação. Tendo a juba do leão sabia enfrentar com sobranceria e coragem as vicissitu- des da vida ; tendo a mansuetude do cordeiro, supportava com uma paciência Jobiua o pungir dos car- dos e espinhos que foram o seu pão quotidiano neste valle de lagri- mas. Durante os vinte annos que vi- veu nesta cidade soube como nin- guem, captará sympathia de todos e de todas as classes desta socieda- de. A cidade de Caldas em peso, julgamos podel-o dizer, acha-se en- lutada com a morte deste distin- ctissimo quão prestimoso cidadão. Consola-nos entretanto, a certeza inabalável de que hoje, ao lado d'Aquelle por quem luetou durante a vida, elle frue o que o olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem ja- mais veiu ao coração do homem, mas ([uo Deus tem preparado para aquelles que o amam. Sim, víamos na sua physionomia serena e risonha em quanto vivo, o reflexo da consciência tranquilla e escrupulosa no cumprimento exacto de seu dever ; vimos no seu rosto angélico, depois do morto,' a espressão muda porém eloqüente do que disse o grande Paulo ao terminar o seu apostolado : " Eu pelejei uma boa peleja, acabei a minha carreira, guardei a fé. Pelo mais me esta reservada a coroa de Justiça (pie o Senhor Justo Juiz me dará naquelle dia" 2. Fim; 4:78.

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Não temaes, ó pequenino rebanho,pois que foi do agrado de vosso Pae dar-voso seu Reino.

S. Lucas, XII: 32.

Comtanto que Christo em todas asmaneiras seja annunciado .... nisto mealegro e ainda me alegrarei.

S. Paulo aos Fil., I: IS.

Anno XXVIII

Rev. Miguel Gonçalves TorresOuve-se, um pranto, amargo na

terra e um sorriso iiieffave» noCéu !

Que facto ingente é esse queproyaca uma tamanha e tão singu-lar antithese entre esses dois ele-mentos ?...

Porque chora a teíra ? porquee?sas lagrimas que se deslizam pe-Ia,face angélica da egrejanacional «E'que o Rev. Miguei Gonçal-

ves Torres, um dos astros de pri-meira grandeza no céu da egrejabrazileira, um dos vultos proemi-nentes na historia do christianismoem nossa pátria, o denodado e en-signe polemista, o escriptor primo-roso, o orador sympathico e attra-hente, no dia 12 de maio corren-te baixou á campa funerea...

Porque o Céu sorri % porqueos anjos, arcanjos, seraphins e- re-mídos afflnam suas harpas áurease desferem sons festivos e iubilo-sos J

E'que ouve-se no coro celesteuma voz terna e maviosa cantan-do esse cântico novo de que nosfala o propheta ; é que o Rev. Mi-guel Gr. Torres ministra hoje nosanctuario augusto da egreja trium-phante e vê compridas a seu res-peito aquellas consoladoras pala-vras do Apocalypse : " Bemaven-turados os mortos que morem noSenhor. _ De hoje em. diante, dizo Espirito, que descansem de seustrabalhos, p o r q u e suas obrasos seguem. Apõe, 14:13.

S. PAULOJíãDE MAIO !>E 18»8 Numero 21

| Mas esse gemido pungente queirrompe da terra, longe de ser umanota discordante nas harmoniascelestes, é a ultima prova de nos-sa gratidão e de nossa perpetuasaudade. No meio desses gemi-dos ha üm laço que une a terra aoCéu num amplexo sublime : é a re-signação evangélica com que sof-fremos este golpe immenso e quenos faz dizer cheios de humildadee de* acatamento : " O Senhor odeu, o Senhor o tirou, como foi doagrado do Senhor assim succedeu,bemdito seja o nome do SenhorJob., 1:21.

Morreu!... eis a expressão sem-pre pungente, sempre dolorosabalbuciada pelos lábios da huma-nidade... Nao morreu respondea fé evangélica com a eloqüênciain contrasta vel da eterna verdade :como o sol, teve seu occaso, apózuma breve, mas fulgurante passa-gem pelo nosso planeta. Hoje, ra-diante de luz, rasgando sobrancei-ro o horisonte do infinito, elle bri-lha numa aurora eternamente no-va, para nunca mais encontrar oc-caso !Porque então os nossos olhos der-

ramam lagrimas, os nossos cora-ções vertem sangue 1 Choramoso desapparecimento desse sol quenos aqueceu com seu calor fecun-do, que nos illuminou com sua vi-vificante luz , choramos a ausen-cia do amigo sincero e dedicadoque sabia soffrer com nosco as nos-sas amarguras. Para cada rcvezque encontrávamos na lucta pelavida ; para cada dissabor que cru-

ciava os nossos corações, elle ti-nha sempre um balsamo mitigante,tinha sempre uma palavra de cou-forto e de consolação. Tendo ajuba do leão sabia enfrentar comsobranceria e coragem as vicissitu-des da vida ; tendo a mansuetudedo cordeiro, supportava com umapaciência Jobiua o pungir dos car-dos e espinhos que foram o seu pãoquotidiano neste valle de lagri-mas.

Durante os vinte annos que vi-veu nesta cidade soube como nin-guem, captará sympathia de todose de todas as classes desta socieda-de. A cidade de Caldas em peso,julgamos podel-o dizer, acha-se en-lutada com a morte deste distin-ctissimo quão prestimoso cidadão.

Consola-nos entretanto, a certezainabalável de que hoje, ao ladod'Aquelle por quem luetou durantea vida, elle frue o que o olho nãoviu, nem o ouvido ouviu, nem ja-mais veiu ao coração do homem,mas ([uo Deus tem preparado paraaquelles que o amam.

Sim, víamos na sua physionomiaserena e risonha em quanto vivo,o reflexo da consciência tranquillae escrupulosa no cumprimentoexacto de seu dever ; vimos no seurosto angélico, depois do morto,' aespressão muda porém eloqüentedo que disse o grande Paulo aoterminar o seu apostolado : " Eupelejei uma boa peleja, acabei aminha carreira, guardei a fé. Pelomais me esta reservada a coroa deJustiça (pie o Senhor Justo Juizme dará naquelle dia" 2. Fim; 4:78.

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162 IMPRENSA EVANGÉLICA

Fiel até a morte, ja recebeu acoroa da vida. Apoc, 2;10.

A'sua esposa mergulhada emdor e justamente entristecida envia-mos nossas sinceras condolências.

Caldas, 14 de maio de 1892.

Bento Ferraz.

Rev. Miguel e. Torres

E"" muitas vezes bem dolorosa a mis-são dó jornalista. Si algumas vezesnos é dado trasmittir aos leitores noti-cias que nos enchem o coração de gozo,novas festivaes de mais uma victoria ga-nha nas santas pugnas do bem, de maisum suecesso feliz em nosso batalharconstante ; vezes ha também em quesomos obrigados a transmittir-lhes asmais pungentes novas, noticias as maistristes e acabrunhadoras. E' este o nos-so caso nesta occasiâo, p«ra nós comopara toda a Egreja Prerbyteriana noBrazil, bem acerba, bem lancinante.

Com profundo quão sincero pezar—no cumprimento imperioso de nossamissão—-somos hoje obrigados a regis-trar o passamento de mais um batalha-dor denodado que, ferido cruel e mor-talmente pela mão da Parca, tombou ecahiu no campo da batalha como umbom soldado de Jesus, que não se en-vergonhava do Evangelho e que com ogrande Apóstolo pode repetir :

«Pelejei uma boa peleja, guardei a fé,e pelo mais me está reservada a coroada justiça que o Senhor Justo Juiz medará n'aquelle dia.»

—A 12 do corrente, na cidade deCaldas, Minas, partiu para as moradaseternas aquelle que entre nós chamou-se Miguel G. Torres !

Tristíssima é certamente esta nova ;mas, ó irmãos,lembremo-nos,que assimfoi porque assim era do agrado do Pae.Jesus o chamou, e elle como um bomdissipulo, correu pressuroso au chama-do do Mestre.

O illustre finado nasceu na Villa deCaminha, extremo norte de Portugal.Ainda creança deixou sua terra natalem demanda do Brazil, a quem muitoamou e a quem prestou grandes e assi-gnalados serviços. Veiu com destinoao commercio e aqui, na rua do com-mercio desta cidade, empregou-se em

um estabelecimento de fazendas doqual era sócio interessado seu irmãoLuiz Gonçalves Torres.

Então, era tembem empregado emum estabelecimento commercial que fi-cava vis-avis ao em que se achava Mi-guel Torres, o actual pastor da EgrejaPresbyteriana da Capital Federal, rev.Antônio B. Trajano. Informam-nosque ambos os estabelecimentos eram deum só proprietário, e que os dous mo-ços, apartados durante o iiia, tinhamum só dormitório.

Trajano como Miguel, eram amigosda leitura e a este útil mister dedicavamalgumas horas da noite. Succedeu que,no correr do anno de 1864, alguém of-fereceu ao sr. Trajano um exemplar daBiblia, e que este a comprou com o in-tento de lel-a, posto que o livro gozas-se então de muito má fama.

Trajano e Miguel entregaram-se áleitura da Palavra de Deus. Aquelle,coagido pela sua consciência deixou empouco o emprego em que era obr gadoa violar o da do Senhor e commelteroutros peccados condemnados na Bi-»blia, no que foi pouco depois segui-do pelo seu companheiro de dormitório.

Informam-nos que a retirada de Mi-guel, da casa em que era empregado,deu-se do seguinte modo :

Achavam-se um dia perto do balcão,Miguel e um de seus patrões, quandochegou um «freguez» para comprar al-guraas «varas» de panno. Miguelapresentou ao «freguez» algumas peçasde fazenda, escolhendo este, por inex-periente, uma que não estava em bomestado. Então disse lhe Migu -1 : «O sr.faria melhor em comprar outra, por-que esta está deteriorada.» Assim fezo «freguez.»

O patrão que tal observara,— logoque o «freguez» se retirou, chamou oseu caxjiro e lhe perguntou a razão deseu extranho proceder.—"A razão deeu assim proceder é, senhor, respondeuMiguel, que estou disposto a não men-tir mais » O p itrão, um pouco infu-ricido, lançou mão do espanador e ten-tou bater em Miguel, que neste mesmodia se despediu da casa, indo procurarabrigo em casa de um seu patrício, ami-go do Evangelho, que o levou para acasa do rev. dr. BI ckford.

Depois entrou Miguel para uma offi-cina de carpinteria, de onde sahiu umanno depois para ir para o Rio de Ja-neiro estudar com os revs. Schneider eSimonton.

O rev. Miguel Torres foi uma daa

premissas do Evangelho em S. Paulo.Elle pertenceu á pequena turma' dosseis que a 5 de Março de 1865, consti-tuiram, por assim dizer, os fundamèn-tos da Egreja Presbyteriana de S. Pau-lo.

Não sabemos ao certo a sua idade.Informa-nos um seu amigo de juventu-de: que elle, em 1864, tinha poucomais ou menos dezeseis annos.

Não podemos encontrar a data dasua licenciatura para a pregação da pa-lavra ; sabemos entretanto que, reu-.nindo-se o Presbyterio do Rio de Ja=neiro em S. João do Rio Claro, a 4 deAgosto de 1875, ordenou para o santoministério, Antônio B. Trajano e Mi-guel Gnçalves Torres, este como evan-gelista para trabalhar na então provin- .cia de Minas Geraes, campo em que tra-balhou proveitosamente até que na Pro-videncia de Deus foi chamado para oCéu.

Trabalhou muito, e o seu nome, quese acha intimamente ligado á historiada Egreja Brazileira, é vantajosamenteconhecido, pelas importantes obras quepublicou . Era pregador emérito, sym-pathico e attrahente.

A sua perda é grande, e a lacuna quecom a sua morte acaba de abrir-se noseio da Egreja Brazileira, d- difficil pre-henchimento. ';

A' sua exm? familia, aos seus colle-gas e á Egreja Brazileira em geral, osn os-."sos pêsames."Bemaventurados os mortos, quemorrem no Senhor. De hoje em dian- ..te, diz o Espirito, que descancem dosseus trabalhos, porque suas obras osseguem.—Apoc. XIV: 13.

Rev. James Dick

A 21 de Abril p. p. falleceu ni Cea-rá o '.ev. James Dick.nodia em que com-pletava 31 annos de edade. Finou-se no'dia de seu anniversario natalicio. !

Era natural da Escossia. Matricu-lou-se na Universidade de Edimburgocom o fim de estudar direito. Tinha,poderosas experiencis religiosas, e len- ;

j do a vida de Livengstone abandonou oestudo de direito para se preparar para .ir ao Congo. Por motivos que igno-ramos, mudou de resolução e se enca-minhou para a nossa pátria, sem subsi-diode missão alguma. Dous annos de-pois foi recebido pelo Presbyterio de

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Pernambuco, entrando tambem para amissão do Sul.

Deixou viúva' e dous filhos. Nosé summamente doloroso o ter de reig-"tài-afactbs como este ; mas si esta e a' vontade dê Deus, seja em tudo feita a¦sua santa vontade.

." AEgreja Presbyteriana no Braziltem sido" dolorosamente ferida nestes

;ultimo tempos. Como que a mão daProvidencia pesa sobre nós—castigan-~ do "nos,

provocando-nos o zelo, exitan-do-nos a dedicação. "O Senhor castiga'"Sos"qüe ama", diz a Palavra.¦r Conformando-nos com a vontade de"Deus saibamos tirar destes tristes acon-te.cimentos, lições praticas e proveito-ksásé: ¦ "¦

",è;,"''A''exm? familia do morto, ao Pres-"byterio de Pernambuco, nossos since-ros pêsames.

jMFRENgA EVANGÉLICA

'•; ,Kev?. Miffuel orres

tivesse um corpo frágil e doentio, comtu-do, o Rev. Miguel Torres era um ora-dor de alto quilate, um pregadoroe uma eloqüência attrahente, um po-Iemista de primeira força.Causava extranheza aos incrédulos

o contemplarem a tranquillidade e co-ragem peculiares do valente campeãodo Evangelho, porque não compre-hendiam o que animava tão frágil cor-po ! porem nós, os seus irmãos na fé,estamos convictos do Autor de seme-Ihante animação : é ao Senhor Jesus,que se deve essa coragem sobrenatural'que sobre puja a todos os verdadeiroscrentes, e que dominou oR.v. Miguel.

Basta. Que mais é necessário dizersobre o illustre morto ? Não seriasufficiente dizer : «Morreu o Rev. Mi- !guel Torres » para ficar comprehendida !a idéa da gravidade do facto e seus por- Imenores ?

Diremos mais apen as que a Egreja Bra-zil.eira cobre-se de lueto, a oraincessan-temente ao Senhor da Seara para quedepare logo outro para preencher olugar vago pela retirada do nosso illus-tre irmão, nüe hoje se acha em com-panhia do nosso Amigo por Excellen-cia—Jesus Chdsto.—

S. Paulo—1892—

Laudelino Oliveira.

163

Procedendo-se então a eleição dos of-_ ficiaes deu esta o seguinte resultado :I Presidente : o sr. Dr. W. L. Strain!| Vice-presidente: sr. Dr. Fernando Al-

buquerque.E Vanordem.Modesto de

Dr. Antônio

Tiago Lom-

Mais um chamado para o descanço¦'doSenhci- ! Mais um combatente demenos ha grande arena do Evangelho !E. quão esforçado não era este para to-das' as cireumstancias da lucta !' 'ORdv. Miguel Torres deixando es-te'mundo abriu uma lacuna, no grande'.duadrOido

exercito do Senhor, difficili-má de preençher-se.

." Prompto'sempre para entrar em luc-,ta,. o illustre morto não desaminou ja- I.mais'erri quaesquer emergências da sor- Ite... .Ora era a perseguição acerrima, te- Aos doze de Maio de 1802 pelas 2naz do jesu.tismo, que não ousando a- horas e 40 minutos da tarde! n£ta ei-tacal-o corpo a corpo, combatendo com dade de São Paulo, no escriptorio dòa razão e provas, procurava írustar os sr. Wm. Speers, reuniram-se a conviplanos que o illustre morto rnra n«. I t« j» .. t-,_ -,^'t r-. - i-oiivi

Hospital Samaritaoo

1° Secretario29

Carvalhosa.Thesoureiro

Paes de Barros.Procurador

bardi.Auxiliares : os srs. Wm. Speers, Gas-

parSchlittler, e Geo. Krug.Determinou-se pedir ao sr. Geo. Krug

que fizesse um orçamento para o edi-ficio do hospital segundo a planta ja

I apresentada.Os secretários foram autorizados a

redigir um cabeçalho para lista de subs-cripção, em que se mencione a inten-çao da directoria de abrir um consulto-rio central com botica para os sócios,logo que seja possivel, o qual cabeça-lho deverá ser submettido á directoriaem sua próxima sessão.

Determinou-se que a próxima sessãodesta directoria tenha-lugar em umadas salas do Banco União de São Pau-lo, a 23 do corrente, ás 2 ij2 horas datarde.

Nada mais havendo a tratar levantou-se a sessão.

Lavrou a presente acta o segundo Se-cretario.

Modesto P. B. de Carvalhosa.

planos que o illustre morto corajosamente executava, em cumprimento como mandato do Mestre ; ora eram o. ma-terialismo, o positivismo e todas essasscienciasphilosophicasqu jíêmporfimcontra porem ao Christianismo a lescrençae a desmorahsação ; ora era o indifteren-tismojnopportuno que o incommoda

te do sr. Dr. W. L. Strain, os srs. Drs.W. L. Strain, Antônio Paes de Barrose Fernando de Albuquerque, e GeorgeKrug, Emanuel Vanordem, Gaspar 'Schlittler, Wm Speers, Modesto de Car- \valhosa e Tiago Lombardi. j

Assumindo a presidência o sr. Dr. j>¦ * *" " *"'—"".".-.a- l Strain declarou que as oessoas arima \

vrdo°s'°nhaomentea P°nt° d°,zelosos- —cionadas haviam sido^leTta em ™

íôdoset in?r°Mr 3 dlSCUSsã°!p^bléa geral da Sodedade Hospital!Todos entes in.m.gos encontraram no Samaritano, que teve lugar a 4 do cor j

ouso m^aTeSoURev To5"'0 ''"^ ° rente' Pa~ constitui em a directoriaouso mar . o Rev 1 orres nunca cur- j da dita Sociedade devendo servir as

custar31393 —d0em <l™^«- ^s-

j três primeiras por três annos, Ttrel

Dotado de um espirito forte, uma co- ™?Z?o£^

^J^g? >deg^sí^!?da q*Uand,° tr.ataVa-Se miL^° da ref-ida assembléa ge a !poramohoCLTjí"3

d°S 1homens> Para ^gerem os-officiaes da Diretoria |por amor ao Evangelho, e se bem que j

e darem começo aos trabalhos. *

Á GRAVURâA nossa gravura representa uma me-nina christã, meiga e boa. Está fazen-

do uma boa acção. Ella já jantara comseus pães, já dera graças a Deus, e ago-ra reparte com o seu amiguinho algumasmigalhas de pão.

Ella não é má como algumas meni-nasqus conhecemos, que gostam demaltratar os animaes. Ella é discipu-Ia do meigo Jesus, o. protector dos fra-cos, e como tal obra caridadosa-mente para com os que lhe são in ferio-res. " - ¦ .

O pássaro que se vê na estampa é jámuito seu amiguinho. Outriora elletemia-se delia ; mas pouco a poucocomprehendeu que ella não lhe deseja-va fazer mal, mas sim bem.

Os meninos devem aprender -a serbons para com os irracionaes. Um

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164 IMPRENSA EVANGÉLICAmenino christão deve sempre dar umbom testemunho, e nunca se deixar con-fundir com ps outros meninos malfazejos.

A destruição dos pássaros é um factotristíssimo que não pode deixar de cha-mar a attenção dos homens de coraçãobem formados.

« E'bastante pensar no extermíniodiário que a ganância inconsciente faz,reduzindo momento a momento, e emplena liberdade, em todas as épocas—"todos os nossos pássaros, grandes e pe-quenos, alma canora dos nossos cam-pos, barbaramente condemnados, e semrepressão, ao recheio de algibeiras va-dias e ao luxo quasi criminoso de umagastronomia adoentada.

Os animaes merecem a protecção dohomem, e não ha nação verdadeiramen-te civilizada em que o Governo não le-isle e nãò execute as suas leis sobreesse assumpto.»

ESTUDOS" BÍBLICOSLição 2. — 5 cie -Junho «le 181*3:a. Inspiração, b. Peccado. c. Como marcar

a Biblia. -

a. A inspiração da Biblia : provas in-teiras, ou O que diz ella a este respeito.

1. Inspiração djrectamente reclama-da : 2 Ped.l, 20-21. 2 Tima.3, 16.

2. Inspiração definida : o EspiritoSanto falando por bocca de David:Act. 1,16 ; de Isaias :.Act. 28,25 ; dePaulo : 1 cor. 2,13.

Deus falando por bocca dos Prophe-tas : Heb. 1,1.

O Espirito Santo mencionado comofalando em vez de David : Heb. $,7 •vede Psa. 94, 8.

3. Inspiração illustrada n'uma figu-ra : Eph. 6,17. Heb. 4,12. .

b. Peccado ; a sua universalidade, il-lustrada na Historia Sagrada.

1. O homem em innocencia ; o seupeccado e queda : Gen. 1, 26-28 Gen.2,15-17. Gen. 3.

2. O peccado continuado até -o dilu-vio : Gen. 6, 5. 6,11-12.

3 . O peccado depois do dilúvio, e adispersão conseqüente : Gen. 11,3-9.

4. Depois d'esta falta, tiveram a ou-sadia de dizer: «Tudo o que o Senhordisse, faremos.» Ex. 19, 8. O pecca-do e a falta debaixo da lei; Ex. 32.

5.O peccado e a falta sob a dispen-sação dos juizes, depois de terem chega-do na terra promettida: Juiz. 2,11-13e 19, também sob o governo dos reis:4 Rei. 17,7-23. 2 Paral. 36,15-16. esob a direcção dos prophetas: Jer. 7.25-28.

6. Afinal mandou Deus o seu Filhounigenito, ao qual o homem peccadorrejeitou e matou : Marc. 12,1-8. Act.2,22-24. João 15, 22-25.

7. A cultura e a sabedoria Grega ; opoder e a pompa Romana, tiveramtambém, como resultado, o peccadoe as faltas; mais profundos pezares doque nunca : Rom. 1, 14 32.8. Mesmo sob a dispensação do Es-pirito Santo o homem natural é umafalha«absoluta. Um peccador.por na-tureza e por pratica. Vede a lição pre-cedente.

c. Como marcar a Biblia para o usopratico.

1. Marcai textos e passagens, tal co-nio textos de provas, promessas ou avi-sos notáveis, apresentações fortes deverdades fundamentaes, themas dosimples Evangelho e textos para usarcom inquiridores da salvação. Subli-nhais-os com tinta preta ou vermelha,de modo que não manche nem ap-pareça na outra pagina.

2. Marcai pensamentos ligados nomesmo capitulo ou livro ; por exemplo,no Apocalypse, cap. 2, sublinhai «aovencedor» no verso 7 ; » o que sahirvencedor» no verso 11, «ao vencedor»no verso 17 ; «aquelle que vencer» noverso 26; no cap. 3, verso 5, «aquelleque vencer». Então ligai todos estescom linha; leves e tereis um estudo beminteressante das recompensas de «ven-cer» na vida christã.

3. Marcai na mBrgem as referenciasquetendes examinado ; e ae vez cmquando, ajuntai outras que vós mesmoachastes.

4. Marcai textos em diversos lugares,illustrando ou provando o mesmo as-sumpto. Por exemplo : sublinhai João3, 16., ligando com elle versos 18 e 36:então ponde na margem «veja cap. 5versos 24», sublinhando este verso :continuai na mesma m .neira, ajuntandoversos semelhantes, como João 6, 40 e47.D'este modo podeis, quando conver-sardes com um incrédulo, «começandopor Moysés e discorrendo por todos osoutros prophetas, explicar-lhe o que deChristo se achava dito em todas as Es-cripturas.» Luc. 24,27.

Lição providencialApenas dezesete annos eram passa-dos depois da horrível matança de S.

Bartholomeu e já todos os autores |detao monstruosa tragédia eram mortos.Todos, com uma única excepção, mor-reram violentamente.

Carlos IX, atacado por uma enfermi-dade terrível, expirou em tormentosaagonia.

O duque de Guise foi assassinado nocastello de Blois ; e o povo deu ponta-pés em seu cadáver, como elle os haviadado no de Coligny.

O cardeal de Lorraine foi assassina-do no cárcere. Henrique III em suaptopri tenda pelas mãos de um mon-ge.

Catharina de Medicis- morreu no cas-tello de Blois, dous dias depois do as-sassiuato do duque de Guise, tão des-prezada como se fora a mais miserávelcamponeza da França ; "e quando mor-reu não fizemos mais caso d'ella, dizEstoile, do que de uma cabra morta."

Viveu para vêr o fracasso de todos osseus projectos, o castigo de todos osseus companheiros no crime : epara vêra sua dynastia, que havia procuradocimentar por meio dè tantas intrigas ecrimes sangrentos, em véspera de serextinguida. E afinal desceu ao sepul-chro, no meio das execrações de todos."Achamo-nos, disse um sacerdote ro-mano quando annunciou a sua morte ásua congregação, em grande difficulda-de a respeito d'esta mulher, porém, sialgum de vós outro deseja por carida-de dedicar-lhe uns padre-nossos ou ave-marias, poderá fazel-o.

Jesus lembuaòoDeste mundo a formosura

Graças nem doçura tem,Si n meus olhos não figura

Jesus, fonte de meu bem.

Quando tinge ao céu a aurora,Quando o sol lhe dá rubor,

Lembra qu'o Sol da minha almaE' Jesus, meu Salvador.

Quando a lua vacillante,Quando a estrella já reluz,

Lembro-me qu' émais brilhantaiQuem lhes deu a ana luz.

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IMPUENSA EVANGÉLICA 165

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,166

Coppfpndencia de Portugal'A ' Conclusão

Este f^f-to despertou a attenção "dos

crentes ê interessados, os quaes, emlio-ra não f^nhaní^fóite^tófissao publicapor falt^-lhes fca^oppdrtunidáde, sãocrentes |6 Evangelho, ecoiíio taes to-maram <ò'-expediente de procurar umacasa conf maior capacidade, a qual jáencontraram. :-..»-

Concl|e-se porta'ritò dàqui^ que a obrade Deu;' não depende' do numero dostrabalhadores, n ym.tãopyúcp da sua ca-pacidadtf, mas .sini-de estar Deus còmelles, e c^ estarmos todos em obedieri-cia á suapanta Palavra, .'.

« Vós |sem mim não podeis fazer na-da. » Jdao 15:5.Porque Deus não precisou de empre-

Rar muitos neri; fortes instrumentos;mas scn|ü-se mesmo dos manejos dosreaccionaíjoá para derramar a luz do seuEvangelho e o. conhecimento do seuGrande Some .sobre o povo daquella ei-'dade, seíido a bordem do dia hoje allimuito semelhante á dos b reenses eathenienie-;, no tempo dc> apóstolo Pau-lO. ?¦,

Estas persuasões dc Paulo não podiamlimitar-se aos daquelle tempo, porquesendo impèilidaspelo Espirito Santo ti-tiham de chegar, até nós, que estamosnas mesmas condições, como.os factos oprovam, e comoíiojá se está vendo.Damosi muitas graças a Deus pelo seugrande Poder e infinita misericórdia quetem feitofexercüàra ho.ssoTavor, fazen-do-nos participantes do S;u Santo Pacto,feito com, Abraharh, s,eü servo, na Pessoa d" Nosso Senhor Jesus ChristoEm nome dCNoâsO; Senhor JesusChristo peço e requeirò ,à todos que pro-fessam a Sua Santa Palavra/que oremospelos nossos adversários, afim de quetodos seífaçam christãos, não só de rio-me, mas íambem-de coração. »

Oremos também ao Senhor, para quemande trlbalh.dorês para annunciai-ema sua Santa Palavra, porque «Elle querque todos os homens se salvem e che-ga^ a ^ ° conhecimento da verdade*1? Timoth. 2,4. ! - --• -

Em Lisboa temos,actuálíriente 4 ca-sas de-oração • rio Cascão, na rua Áf-f°"™.Íc,f Ibuq«erque, Santa Catharinae ühellats. Temos também 6 escolasgratuitas,, porque todos os alumnos sãomuito pobres. Estas escolas são, 4 dia-aasJ para creanças de ambos os sexos

IMPRENSA EVANCTJJHAuma nòcturna para adultos e uma domi-nical para todas as classes. São ellasmuito concorridas.

No dia 16 do corrente regressei de- Castello de "Vide- é-Por tãlegrèrondéexiste uma Egreja Evangélica e uma cs-cola. .-»;-. ...-:-:.,..-.,., ' 'No mez de Novembro do anno findovisitei algumas das principaes ciilades evillas da provincia do Algarve, annun-ciando o Evangelho a muitas pessoas edistribui 86 B.blias, 2 Testamentos e3470 folhetos, sendo também introduzi-do o ensino das Santas: Escripturas nu-ma escola de meninos, na villa de Lou-le, no Algarve, :ohde estive, a qual émuito concorrida. -

A Deu.s seja dada toda Honra, Poder,Império e Glória, por todos os séculosdos séculos. Arnen.Cumprindo com o meu dever de chris-tão, envio-vos esta humilde exposiçãodás misericórdias que o nosso bondosoDeus terri usado par.t comnosco aqui.Para que Elle seja glorificado por todos

que amam o Seu Santo Nome. Peço aoirmão que faça chegar esta ao conheci-mento dos» filhos de Deus ahi, aquémentranhavelmente amo, e envio recom-mendaçoes de fraternidade da parte detodos os irmãos portuguezes.

2Õ—2—92.Manoel S. Carvalho.

O REVERENDOS-. Redactor.

Ainda que não seja authoridade paradiscutir matéria desta ord m,peço licen-ça para dizer o que tenho aprendid > p*elaleitura do sagrado Livro e pela expe-riencia.

Disse um dos illustres campeões queo titulo de kcidadão» é muito meninoperante o velho Reverendo, diante decujas cãs devemos nos levantar com ochapeo ria mão, «ao que outro campeãonão menos illustre r^pplicou lembrandoque ja muito antes de dar-seaos prega-dores do Evangelho o titulo de revend >

S. Paulo dizia ser «cidadão romano»(Actos 16:37,3822:25—29.)

Peço aos dois denodadós irmãos queleiam no lirro de Levitico, traduccãode Figueiredo, as passagens seguintes :

Levitico 19:18. Não busques ocea-siao dete vingares, nem te Lmbres dainjuria de teus «concidadãos.»

Levit. 24:16. Eo que blasphemaro Nome do Senhor, morra de morte.

Todo o povo o apedrejará^ ou elle seja¦«cidadão,» ou seja forasteiro.Le.it, 25:14. Quandqí»tu venderes

4u3lq.uer_co^sa.-a,algu.qi , tíQs.,teits,«eon-cidadãos» .. Destas passagens vê-seque ja muito antes»do grande apóstolo,Moysés tinha dado' aos setís compatrio-tas o.titulo de ((Cidadãol (e de «'pa-triola» tamb.;m,» piois no Imesmo livrodeL-vitico 2i:I'Mê-se: D Sacerdotenas mortes de seus, "compatriotas...")

E, por tanto, o titulo dj}« cidadão »muito mais antigo que o |e "reveren-«o" ; é mencionado na Efecriptura nãocou,o titulo eçclesiastico, |nas civil oupolítico, em quantoque o |;iiulo de re-verendo riãò è mencionada nem uma sóvez na Escrip; ura, como tijiilo humano,mas é mencionádo|(como Mostraram osillustres irmãso Joaòdos Sájntos e MiguelDickie) como titulo diviijjb..

Disse tarnbem.Qirmão.idversario docidadão, "queTyqjuico já í^o conhecidopelos dorminhocps d s nossas egrejasvae.se tornar agora mais íçánbra :o pornão ter sido, oprimeiro rt."«erendo "Eugostaria de saber onde o |rmão soubeque Tiquico »fa dqrmiuhoájo, pois Pau-Io fala bem delle. .' O dorminhoco queencontramos chamava se Btityco. (Ac-tos 20:7—10), v, .;

Afinal como não,'sou theilogo, é pos-sivel estar errado !; ';Maceió. ."-A :¦'

\ MizaólBorges.

0;Mn p^j Missões Eifenjeirasi

¦•

D. Maria das Dores, Fartura 5$,.>ooD. Jesuina-dos Santos, Voto,Fartura

D. Maria Francisca dos áamos,2$»2S000

2$2S000Fartura ;Sr. Manuel Justino dos Santos,

arroz, Fartura:» 5$oooCollebta da Egreja de Fartura, 5$ 00

f Collecta da Egj-eja de São Pau-lo- A-U í i6S$Soo

Os livros são os melhorei conselhei-I ros, qüe. os Príncipes devêm escutar;; por que nem o temor, nemj a esperan-

ça os embaraça de lhes dizerem..*at ver-dade, e dc lhes ensinarem : os seus de-veres. Ü

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IMPRENSA EVANGÉLICANOTICIÁRIO

16^

França:-^0-actual- ministro de cultosem França—M. Ricard—casou-se em umaegreja'protestante, è. seus filheis estão sendoeducados segundo a fé evangélica.

^í->..ri'\inÍierG dè periódicos protestantesem Paris é maior, em relação á sua popula-. ção, que os que se publicam pelos catholicos

romanos ou1 os judeus. Em Paris ha actual-mente 93 periódicos religiosos, dos quaes 67,são catholicos romanos,.-3 ; judaicos, e nadamenos de 23 são protestantes.

E'.,q;ue; ,aaPalavra de Deus vae ganhandoterreno, até no ceio d'uma nação que tantotem perdido por causa do fanatismo romanonos últimos quatro' séculos.

— Ogoverno...francez declarou ao. papaque desconhece o direito de intervir na sus-pensão de congruas aos bispos da republi-ca. ' ' ..¦.¦¦¦'• - ¦ • ¦ ¦

Conseliio Triinensal%-No dia 7 domez ..(passado realisou-se uma sessão do Con-selho Trimerisal da. Egreja Methodista Epis-copai no Pará. , ..

Prorogouse poi- mais um anno a licençade exf^rt^d.Qr^roprpfessor. George B- Nind,nosso missionário em Pernambuco.- ''• eleitos ¦Cf.mmissionarios .:

Guilherme G. EToepinerFi-anciscc.dos Santps Paixão •Cyjpriairo J.oaquim LemosAnna Maria LemosOlaria NindFrancisca B. Nelson.Foi approvado o relatório do Thesourei-

ro, ejetou-se a verba- .de, 50$000 .mensaespara alugúfl da sala do culto.—Apologista.

O raio artificial.—A Electrical Re-wier, do Londres, relata as experiências fei-tas por Lepel sobre a formação artificial doraio gldbülarpor meio da e.íectricídade esta-tica. ¦ ¦ '. ¦ .. -

Prendem-se dous pequenos fios de cobrenumsiapoderosa machina de inducção, com asextremidades çollocadas a certa distanciadas faces opppstas de; uma .chapa de mica,de ebonite ou"de viflíó; ' ¦¦ ¦''

Com essa disposição, Lépel conseguiu ef-feitos muito interessantes.

Quando a; machina começa, a funcionar,vêem-se pequenos balões vermelhos lumino-sos, movemdo-sé nos dous sentidüá, bra len-tamente, orá rapidamente, ficando mesmoalgumas vezes estacionariós.

Parece que o phenomeno depende da f ra-ca tensão,' porque, desde qué ella augmente,tambemelle, cessa de manifestar-se, appa-1-ecendó'èntã'd asceritelha cia descarga com-mum. .

MciüliÓS Winantes.—Emquanto queha 20 annos era raro-ver fumar um peralta,as estatísticas escolares attestam que acimade 12 annos a metade dos meninos são fii-

mantese que abaixo mesmo de 12, nota se jáum grande numero. Em Fi-iburgo e Unttir-walden na Suissa, nenhum menino, sob penade multa de 1 a 9 francos, pôde fuTar an-tes de 16 annos completos ; na AUemanha,em Tréves. Coblents e em toda a Alsacia-Lorena, os meninos que fumam em publico,soffrem uma multa. Na America os meno-res de 16 annos, apanhados em fragante de-licto, incorrem n'uma multa de. 50 a 250francos pela qual é responsável o pae ou pa-rente.

Recolhimento de notas.—Foi pro-rogado até 30 de junho do corrente anno oprazo para a substituição sem desconto dasseguintes notas do Tliesouro Nacional, ao-'tualmente em circulação carimbadas por. di-versos Bancos cFemisisão.

200í£000 da 6. estampa, séries 3. 4. e 5.100S000 da 5. estampa, séries S. e 9.50$000 da 6. estampa, séries 5. e 9.20$000 da S. estampa, séries 10. 12. e 19.10$000 da 8. estampa, séries 22. 23. 24.Também foi prorogado até á mesma data í

o prazo para a substituição sem desconto detodas as notas do Tliesouro Nacional nãocarimbadas, da 5. estampa, de todos os va-lores, das quaes as de ligOOOe 5000 réis jáestão sujeitas a desconto. '

Sletallurgia.-O Iron noticia que a casaalleman Abler, Haas & Argerstein obteveuma nova liga. de cobre, nickel e manganez.

Tem a nova liga o nome de manganina eé dotada de grande resistência elect.-ica.

A resistência espicifica é com effeito de42 microhms centímetros, isto é, superiormesmo a da nickelina, e pouco se altera comas altas temperaturas.

A manganina parece pois estar destinadaa importantíssimo papel na construcção dosinstrumentos de medida e dos apparelhoselectricos em geral, cuja resistência deve teras menores.variações possíveis com a tempe-ratura.;

_ A nova estrella.—Afinal está conhe-cido o auctor da descoberto da nova estrellaa que já nos referimos.

E' um cidadão inglez, de Edimburgo, denome Thomaz Anderson.

Foi elle quem dirigiu carta postal anony-ma ao Observatório daquella cidade e quemchamou a attenção dos astrônomos para anova estrella.

_ A Nova Aurigee (è o nome delia) era vi-sivel como estrella de quinta grandeza, tai- .vez uma semana antes que o director do ob-servatorio estivesse de posse da carta revela-dora.

A nova descoberta foi pois feita por umastrônomo amador e com meios excessiva-mente simples :—uma lu neta de algibeira eum pequeno athalas celeste bastaram paraAnderson assignalar aos observatórios umfacto astromico tão raro e que talvez seja umdos mais importantes da época, si os estudos

espectroscopicos da nova estrella continua-rem a fornecer, como parece verosil, indica-ções sobre a natureza dos seus elementos edo seu modo deformação. .

Collegio SorocabailO.—De uma cir-cular que recebemos, do Rev. Zacharias de"Miranda, tomamos a liberdade de transcrè-ver o seguinte :"O

programma de nosso estabelécimen-to abrange as seguintes matérias, divididas'em dous cursos : Curso Primário : primei-ras leituras, calligraphias, noções de grani-matica portugueza, geographia physióá évarithmetica, comprehendendo as quatro ope-rações, fracções ordinárias é systema dé ei-'mal;— Curso Secundário : grammatica por-;tugueza, arithmetica, álgebra, geographia'physica e político, cosmographia, ! historia "universal e pátria, physica, francez, inglez'e':'latim, podendo, de futuro, ser amplificadoeste programma, á proporção que o 'apoiodos amigos da instrucção nos habilite á ope- :rar sobre bases mais largas. '¦¦¦'-, *;-

No intuito de habilitar aos p'aes;pú ttito- ;res que riskliiem em logares distantes a !gò-zar das vantagens que bfferece o nosso --,esta, 'belecimento, resolvemos receber um numerolimitado de alumnos internos,'dó sexo' mas1'culino. ... .. ; ,M

As condicções para a matricula são : 'Cuiiso primário...158000 por trimestre" secundário... 15^000 ,":'''- 'Pensionistas.. :... 225§!000 ¦¦-"' »¦.

Pagos adiantadaiiente ¦ -

Os pensionistas pagarão mais, na-occasião •da matricula, uma jóia de 40$00O. '•¦ -': '

O estabelecimento poderá encarregar-se ;lde fornecei- roupa lavada e engommada;'"mediante preço convencionado.-"a .-¦ . ; ..-.m

SU{>l)lenientO.—Damos hqje: comosupplemento dá " Imprensa" o n. ;1 a ào'Bo- -letim Mensal dá Commissão Synòdal : para >edificação de templos, chamando paraellea..attenção dos leitores. . >

A electricidadt'.—A electí-icidade foicausa da morte de um indivíduo em. ( New-.-Biighton, Staten Irland, de um modo 'verda-.e,deiramente extraordinário. . ¦•¦¦.-.

Achava-se a viotinia deste accidente, um.joven de 16 annos, chamado Tarry William,com uns amigos, e machinalmente entretidoa bater com um annel de ferro que tinha namão n'um dos postas que sustentam as iam-.-.-padas electricas. a ¦. •. ¦

De repente William soltou um grito; di-mzendo : " recebi |um choque", e em seguida -cahio. ¦¦ , ¦.' :r-

Os amigos, que foram em seu soecorro. en- ;contrararam apenas um cadáver- ¦

O desgraçado morreu como se tivesse sidoferido por um raio, sem qua o fluido electrbco deixasse outro vestígio da sua passagemalém de uma queimadura na mão que tinhao aro de ferro. ...

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8 Imprensa evangélicaO Romanismo na Grâ Bretanha.—

Refere A Luz do Mundo :O Directorio Catholico de 1892, publica-

do na Inglaterra, apresenta alguns dadosestatísticos muito interessante á cerca do ro-manismo na Grã-Bretanha. O total de pa-dres existentes na. Inglaterra é de 2: 573, ena Escossia ha só 356. A população romanado Reino Unido é reputada pelo \DirectorioCatholico em 5 l/i milhões de almas incluiu-ão 3.549:956 na Irlanda e 343:000 na Escos-si». A jerarchia na Inglaterra tem 17 mem-bj-os e na Escossia 6. Dos 58 cardeaes deRoma apenas 1/. são subditos britannicos. ACâmara dos communs se bem que conta 72membros romanos irlandezes, só conta 5membros romanos de círculos inglezes.

Tudo isto, principalmente tendo em vistao oi gão romano que o publica, mostra comeloqüência que a Grã-Bretanha é um paizessencialmente protsstante, e que o romã-nismo pouco ou nada tem progredido n'ellenos últimos 100 annos, durante os quaes aIrlanda tem diminuído muito de população,havendo emigrado muita gente d'ella paraa própria Inglaterra e para a America.

E ainda ha poucos dias lemos n'um jor-nal do Porto, de certo pessimamente infor-mado, que apopulação catholica romana doReiho AfJnido já é de, 10 milhões de almasfórá os irlandezes !

O próprio Directorio Catholico demonstraa falsidade de semelhante asserção.

Cremos bem que os paizes que já experi-mentaram o pezo do jugo do papismo, nuncajamais, tornarão a submetter-se a elle.

Tendo um arcebispo romano na Alie-manha observado a Bismark—que antes im-portava obedecer a Deus do que aos homens—Bismark respondeu : De accôrdo, mas opapa não é Deus !

Parahyba do Norte. -Escreve-nos umdos presbyteros da egreja da Parahyba :

" Honte fomos, eu, o sr. Coelho e o Pas-tor dirigir culto em Cabedello. Tivemosuma congregação de mais de 60 pessoas. Fo-ram báptisadas duas irmãs e examinada umaoutra, que será recebida.

Deus, de dia em dia, tem abençoado anossa egreja. Cabedello com especialidade.lia alli culto regular todas 5a feiras. Umacongregação que comessou em Janeiro des-te anno, já tem 9 membros professos e vaeem augmento !

Nós os presbyteros, e os diaconos, ligadosem amor, fé e boa vontade ao Pastor, nostemos esforçado no trabalho de Deus, afimdé qne a alegria continue em nossa egreja—progredindo sempre.—, e Deus nos temabençoado. A nossa egreja é hoje comouma florida roseira cheia de garbo pelas bel-leza das suas rosas, em cujas petula a vira-ção vem de mancinho sorver o mais suaveodor. Permita o nosso bom Deus que nun-ca maus e pecaminosos ventos lhe venhamperturbar a paz e a alegria.

Ha, além do que já noticiei, culto regu-lar as 3a feiras em nossa casa —A. O.

Indicações úteisLugares de culto:

S. PauloEGREJA PRESBYTERIANA—Rua 24

de Maio;—Bairro da Bella Vista: Nos domingos,

Escola Dominical ás 10 horas da manhã. Cul-to e pregação ás 7 1t2 da noite.

EGREJA METHODISTA—Rua da Con-ceição, 85.

Capital FederalEGREJA PRESBYTERIANA — Rua

do Club Gymnastico, 15 :EGREJA EVANGÉLICA ELUMINEN

SE—Rua Larga de S. Joaquim, 179;EGREJA METHODISTA—Largo do

Catette.

Bahia

EGREJA PRESBYTERIANA.

EGREJA BAPTISTA—Rua do Collegion. 35. Nas quartas-feiras ás 7 horas da noi-te. Nos domingos ás 11 horas da manhã eas 7 da noite, estudo bíblico, nos domingosás 10 da manhã ¦

—Valença : Praça Regis e Eerreira, n. 28]Todos os domingos ás 11 horas e ás 7 e to-das as quartas-feiras ás 7 da noite.

PernambucoEGREJA PRESBYTERIANA—Rua do

Imperador n.71 (Io andar). Aos domingos,pregação ás 11 da manhã e ás 7 da noite.Escola Dominical ás 10 da manhã. Quintas-feiras pregação ás 7 da noite.

EGREJA EVANGÉLICA PERNAM-BUCANA— Rua da Roda n. 62. (Io andar).

EGREJA EVANGÉLICA RECIEEN-SE —Rua do Marquez de Herval n. 31. (1°andar.)

EGREJA METHODISTA EPISCOPAL—Rua da Conquista n. 20.

EGREJA BAPTISTA—Rua Imperial n.288.

Alagoas (Maceió)EGREJA PRESBYTERIANA— Rua

15 de Novembro (antiga do Sol) n. 80.EGREJA BAPTISTA — Rua da Boa-

Vista n. 31. Todos os domingos e quartas-feiras.

Parahyba do NorteEGREJA PRESBYTERIANA — Rua

Nova.

ParáEGREJA METHODISTA EPISCOPAL

Rua de Santo Antônio n. 64.

Pedimos aos srs. Pastores o obséquio de nosmandarem indicações para completar esta sec-ção.

ANNUNCIOSLIVRARIA EVANGÉLICA

(SOCIEDADE BÍBLICA BRITANHICÀ)RUA SETE DE SETEMBRO, No. 71

RIO DE JANEIBOTem á venda as Escripturaa Sagrados em di-

versas línguas ; em Portuguez a ediç3o de Figuei-redo e a de Almeida corrigida.

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Nosso Senhor Jesus Christo u„. 2$0001 Mappa ijlustrando o Velho Testa-mento 1$00

1 Mappa illustrando o Novo Testa-mento • ... 1$000

1 Mappa illu strardo as viagens doapóstolo Paulo e as Igrejas da Ásia. 1$00

1 Mappa illustrando o tabernaculo nodeserto do Sinai. 3$000

1 Mappa illustrando o Caminho Es-treito e o Largo — 6$000

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O grande Sermão do celebre pregador C. HASpurgeon :

A Efficacia do Espirito Santo"Por ventura estreitou-se o Espirito de

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Livraria EvangélicaRUA 7 DE SETEMBRO N. 71

EIO DS JANEEBOonde encontram-se á, venda : Livros e Trata-dos Evangélicos, Hymnos Evangélicos, Es-cripturas Sagradas em di irsas línguas e tam-bem o Syllabario Portug íz de Galvào, Qu»dros Infantis, Cartilhas im estampas.

(Publicados nos Estai is-Unidos da Ame-rica.)

Não remettemos livros á pessoas dosco-nhecidaa sem a importância.

Os pedidos devem ser dirigidos ao agente,João M. G. dos Santos.

Typ. de Vanorden & Cia.—S. Pamlo.

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SUPPLEMENTO DA IMPRENSA EVANGÉLICA

Boletim MensalDA

Commissão Synodal para Edificação de Templos

São Paulo-Maio de 1892 - N. 1a Elle mesmo nos fundou uma Synagoga"

Lucas 7:5.

Commissão SynodalPresidente—F. ,1. C. Sclineiilci'.Secretario—E. Vanorden.Thesoureiro—T. 15. tle Camargo.

(1. W. Cliamuerlaiii.Álvaro È, Reis.W. A. Wadilell.

O Syuodo da Egreja Presbyteriana nomeou cmcommissão os senhores acima mencionados, parapromoverem a edificação de templos.

Esta commissão celebrou sua primeira sessãoa 10 do corrente. Por falta da imrrressão dasactas do Synodo, devida á epidemia reinante emCampinas, ;e ignorar-se os nomes dos membrose as bases,.adoptadas pelo Synodo, para serviremde guia, não foi possivel convocal-a mais cedo.

O Secretario permanente do Synodo, achando-se nesta capital, obsequiosamente forneceu a lis-ta dos membros; porém ainda faltam as basesindispensáveis para a incorporação da commis-são.

Em outra columna publicamos a acta da Iasessão, donde se vè que foi resolvido publicarum boletim mensal para distribuição gratuita,afim dc que a importante causa que em nomedo Synodo representamos, se torne bem conheci-da, seja devidamente apreciada e generosamentesustentada.

A esplendida recepção que teve o plano dasMissões Nacionaes—sonho dourado dos corajososservos de Jesus que iniciaram e continuaram a

obra da evangelisação no Brazil, ha 30 annos,e mesmo qnando tinham de lutar coin difncul-dades quasi insuperáveis, esperavam o dia doSenhor, para vêr surgir uma Egreja dirigida porpastores brazileiros, e os crentes adorando aDeus em templos erigidos por elles mesmos—épenhor de bênçãos ainda maiores.

Daremos graças a Deus pela sua infinita mi-sericordia, abençoando os trabalhos dos seus ser-vos, de maneira tal, que não sabemos o que maisadmirar: si o poder divino, em remover monta-nhas de obstáculos, si a sua longauimidadc emsoffrer tantas e tantas vezes a nossa falta de fé.

A nossa Egreja ainda é nova: em breve ai-cançará a edade madura ; o que precisa é depaciência e moderação.

Ha no reino de Deus um desenvolvimento gra-duai e normal, que se deve observar e respeitar." Primeiramente a herva, depois a espiga e porultimo o grão grado na espiga. "

(Marc. IV: 28)Não se deve sobrecarregar as egrejas com ap-

pellos para sustentar causas que, embora muitouteis e desejáveis, podem todavia ser adiadas ai-guns annos mais.

A sustentação e educação de pastores e aedilicação de templos devem por ora oecupartoda a nossa attençao. São duas cousas de tão ¦grande necessidade para a Egreja, como o ali-mento e o vestuário o são para a familia.

Os nossos queridos irmãos nos Estados Uni-dos da America do Norte, porém, estão bempromptos para nos ajudarem na educação dosnossos futuros ministros e em outras causas si-milhantes; dc nossa parte façamos, pois, o pos-sivel para edificar casas ao Senhor.

Apresentando-nos, portanto, aos pastores eseus rebanhos, esperamos que a caiisa da edifi.-cação de templos ache logar affectuoso nos seuscorações.

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Casas de culto

¦'Ido. pois, o- cnsinuc todas us sentes, bnjiti-sando-as em nome do Pae, edo Filho c do Es-pirito Santo: ensinando-as u observar todas ascousas «iiio vos tenho mandado: e estao certosdc que en estou comvoseo todos os dias até áconsuinniacão dos séculos". Eis o ultimo manda-mento e a ultima promessa nue Jesus deu a seusdiscipulos na ultima entrevista «4110 teve comelles antes da sua ascençâo ao céu, e nadadisse elle nessa occasiâo, c tão pouco, (pie nosconste, em nenhuma oulra, a respeito do deverdos "ensinados" de cdiiicar casas de oração eniqueadorem

"ao Pae em espirito e verdade". Masa iiuicu conclusão (pie se pude tirar desse silen-cio de nosso Senhor é que o "ensino" é levermais importante do que o da edificação dc tem-pios: de modo algum, porém, authorisa-nos essesilencio a concluir que isso não seja também umdever.

A observância da lei moral contida resumida-mente nos dez mandamentos é para nós o foipara os israelitas, cousa de muito maior impor-tancia, e dever muito mais imperioso, do que aconstrucção de casas de culto. Nem por isso,porém, Deus, depois de fazer soar do alto domonte Sinai os dez mandamentos, deixou dc dara Moysés iusrracçòes minuciosas a respeito daconstrucção do Tubernaculo e do fabrico de to-dos os seus utensílios, dando ainda a Boselecl oOoliab "espirito de Deus. de sabedoria, intclli-gencia e sciencia para toda a casta de obras,para inventarem tudo o que so pôde fabricar deouro, prata e cobre, dc mármore, o do pedras

¦ preciosas e dc toda a diversidade dc madeira".Poz também "a sabedoria no coração dc todosos artífices babeis, para fazerem tudo" o que ellehavia ordenado a Moysés (Ex. XXXI: 2—8).

Por aqui so podo avaliar qual o apreço cm queDeus tem a edificação dc casas para o culto di-vino.

B nem é este o único exemplo que encontra-mos na Santa Escripturn a este respeito. Quaii-to não agradou a Deus a resolução que Davidtinha tomado de edifiear um templo esplendidoem que o culto divino, cheio das ceremouias csacrifícios synibolicos da antiga dispeusação, pu-desse ser feito com maior fausto e do uma ma-neira mais digna do que era possível no estrei-to recinto do" Tabernaculo ! E dopois, quandoSalamão tinha levado a effeito essa tarefa queseu pai lhe havia imposto, Deus manifestou seuagrado enchendo o templo da sua gloria de uma

maneira visível o fazendo descer "fogo do céu,que consumio os holocaustos o victimas". (2 Pa-rai. VII: 1).

E por ventura Jesus, o nosso divino Mestre eexemplo, não manifestou de uma maneira bom

patente o frisante quanto ora grande o respeitoem que elle tinha o templo quo no seu tempoexistia cm .Jerusalém quando lho appliwm aspalavras que Deus fallára por bocca do Isaias-."A minha casa será chamada casa de oração'e lançou tora delle todos os que nelle vendiamc compravam, pervertendo assim para lisos pro-fanos uma casa que Deus chamara "minha"?

(Matt. XXI : 13).

lí as synagogas que no tempo dc Christo soachavam' espalhadas não somente por toda aJudéa, como vemos pelas muitas noticias qnedellas temos nos quatro evangelhos, mas aténos paizes estrangeiros, como se vê por diver-sas noticias nos Actos dos Apóstolos o quo eramellas sinão casas de eulto ? Em Salamina, cidadena ilha de Chyprc, havia mais de uma (AetosXIII: 4, 5). Em Antiochia, a cidade om (pieos discipulos de Christo primeiro receberam onome de christãos, havia synagoga (Actos, XI:2tí;XII 1:14): o cm muitas outras cidades estrangei-ras, como vemos pela leitura dos Actos dos Após-tolos, havia synagogas cm quo os israelitas, notempo do Christo c dos apóstolos, costumavamreunir-se para o culto divino.

E isso nâo é tudo; vemos também que Jesuso os apóstolos aproveitavam esse facto a bem dacausa do Evangelho, pois costumavam entrarnas synagogas e aimunciar ahi as boas novasda salvação.

Em todo o Novo Testamento não se acha ninasó palavra cm desabono do pio costume dos ju-deus, de dedicarem cm toda a parte onde algunspoucos delles residissem, nma ou mais casas, con-sagradas ao eulto dc Deus, sob o nome de sy-nagogas.

E mais ainda vemos que em uma occasiâo,alguns amigos do uni eenturião, cujo creado, muiestimado delle, achava-se gravemente enfermo,pediram a Jesus que o fosse ourar; reforçaramo seu pedido, referindo-Ihe o facto do liavcr-lhosesse eenturião fundado nma synagoga (Lnc.VII; 2-5.)

Não consta, e é do todo improvável, que Je-sus houvesse annuido ao pedido do eenturião,sarando-lho o creado por causa dessa boa obraqne fizera; mas é certo que isso não lhe dos-agradou, porque louvou-lhe a fé e fez-lhe segun-do o seu pedido (vv. 9 e 10.)

Vemos, pois, que tudo quanto achamos na

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Genial e alegre por disposição, ama-vel e benevolo, prompto para perdoar etardio para offender-se, cheio de entliu-siasmo pelo progresso do Evangelho,parecia elle outro discípulo amado, cos-tumado a reclinar a cabeça no seio deJesus.

Seus sermões, proferidos embora emvoz fraca, eram sempre ouvidos comgosto e proveito; era orador por natu-reza, pelos estudos e pela practica.

Seus escriptos são importantes e re-velam conhecimentos Íntimos com os as-sumptos que discutiu. A sua obra "Eo-ma perante a barra do Evangelho" deuque fazer aos bispos dessa egreja e fezpensar seriamente os seus leitores.

E' uma obra que pode collocar-se aolado das "Noites com os romanistas".Escreveu também a "Vida de Jesus".

A sua ultima obra 6 um commenta-rio sobre as Parábolas, que concluiu dezdias antes de fallecer, e que esperamosdentro em pouco ver publicada.

Nas ultimas reuniões do nosso syno-do achava-se já bastante doente, porempresidiu-o com dignidade e firmeza.

Como moderador, as suas ultimas pa-lavras foram cm prol da paz e do amorfraternal."Eu, disse elle, não tenho queixa ai-guma contra meus companheiros do estiangeiro, que sempre me tractarambem ; não desejo mudança qualquer emminhas relações com esses irmãos queestimo e cuja amizade eu prezo".

Ministro de paz, companheiro leal,servo devotado do Evangelho, cumpriubem a sua missão; residindo por 20annos na pequena cidade de Caldas, dahiextendeu-se a sua influencia por todo opaiz ; e, quando o seu corpo foi levadoao logar dos mortos, o commercio dessacidade fechou, e suspendeu-se o espec-taculo annunciado; os seus amigos e ir-mãos na fé o sepultaram na firme es-perança de encontral-o nos céos, mais

cedo ou mais tarde, com Jesus e os re-midos pelo sangue do Cordeiro. .

Os nossos pezames á sua viuva, aquem sirva-se Deus consolar, com a do-ce promessa da resurreição dos fieisque dormem no Senhor.

EXPEDIENTEToda a correspondência para a com-

missão deve ser dirigida ao Eev. E.Vanorden, Caixa 143, S. Paulo.

—Os donativos de fora da capital de-vem ser remettidos por meio de valepostal ou em carta registrada, á ordemdo sr. Isidro Bueno de Camargo.

— Os pedidos para auxilio pecuniáriodeverão ser acompanhados de uma re-commendação do Presbyterio, sob cujocuidado estiver a Egreja.

-Pedimos outrosim aos irmãos quenos enviem noticias a respeito dc templosprojectados ou já em construcção. dandomiuuciosamento as dimensões do ediíi-cio, o seu custo approximado, as quau-tias já recebidas ou promettidas e a im-portancia precisa para completal-o.

—Ninguém deve constranger-se porenviar-nos pequenas offcrtas, que rece-beremos em nome do Senhor com amesma gratidão e alegria como si fos-sem sommas avultadas.

—Em muitos logares a causa doEvangelho soffre por falta de um logarde culto decente; ajudemos, pois, a cau-sa do Senhor nessas localidades.

—O Eev. "W. A. Waddell escreveu-

nos dizendo ter já em mão 60,f000 paraas despezas com a incorporação da com-missão ; e que, si fosse necessário, an-gariaria mais 100$000. E'esta uma boanoticia, e este o primeiro donativo:quem nos enviará o segundo ?

O nosso thesoureiro.tem o livro cai-xa aberto para nelle fazer as respec-tivas entradas.