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Igreja abre braços - Agência ECCLESIA · A nota da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé recorda o “contributo fundamental da fé” para o desenvolvimento

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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional22 - Opinião D. Manuel Linda24 - Semana de.. Sónia Neves26 - Dossier Visita Ad Limina

58- Estante60 - Concílio Vaticano II62- Agenda64 - Por estes dias66 - Programação Religiosa67 - Minuto Positivo68 - Liturgia70 - Família72 - Ano da Vida Consagrada76 - Fundação AIS78 - LusoFonias

Foto da capa: ORFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Francisco desafiaIgreja em Portugal[ver+]

Igreja abre braçosaos refugiados[ver+]

Novidades nanulidadematrimonial[ver+]

D. Manuel Linda | Octávio Carmo |Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony

Neves | Sónia Neves

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A nossa vez

Octávio Carmo Agência Ecclesia

O Papa Francisco tem manifestado a suapreocupação por ver uma Igreja “com as mãosna massa”, por assim dizer. O Cristianismoanuncia o amor a Deus e o amor ao próximo, quesó são verdadeiramente inteligíveis em atosconcretos e não em meras palavras, por maisbonitas que sejam.Este rumo ganha particular relevo num momentoem que a Europa se vê confrontada com apossibilidade de ter de sofrer as dores de partodo nascimento de uma nova sociedade, face àchegada em massa de refugiados e migrantes devárias zonas do planeta marcadas pela pobrezae a guerra.A resposta da Igreja é só uma, por mais quepossa parecer ingénua, desprevenida ou mesmo,para alguns, irresponsável: o amor. Sem olhar acredo ou cor. A civilização cristã, que muitosdizem estar agora ameaçada, é a civilização doamor, não a do medo, do racismo e da xenofobia,da discriminação ou do choque de religiões.O preço a pagar por esta opção inegociável éalto, tem sido alto ao longo da história, e podevoltar a sê-lo. Francisco recordou, a respeito dosmártires de hoje, que ninguém pode saber se aEuropa voltará a ser terra de martírio, como já foino passado, mas a isso respondeu apenas coma necessidade de testemunhar a fé comcoragem. Sempre. Porque ser cristão é mesmoisso: amar o outro até as últimas consequênciase estar disposto a derramar o próprio sangue emnome de Deus.

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«Qual deles vai ocupar o trono democrático?»

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- «O nosso país tem recusado nosúltimos quatro anos um futurominimamente decente aos jovensem cuja formação investiufortemente» (Carlos Fiolhais; IN:Jornal «Público», 9 setembro 2015) - «Se nos anos de chumbo de1966 a emigração era de meiarota e mala de cartão, nestesnovos anos de chumbo aemigração vai de ténis emochila, com portátil lá dentro»(Carlos Fiolhais; IN: Jornal«Público», 9 setembro 2015) - «Para minha grande mágoa, nãotivemos nos últimos quatro anosgovernantes a trabalhar com o fitono bem comum, procurandomelhorar a ciência, a educação e acultura tentando dar futuro aosjovens e ao país» (Carlos Fiolhais;IN: Jornal «Público», 9 setembro2015) - «Tivemos um líder, PedroPassos Coelho, para quem aciência, a educação e a culturanão significam praticamentenada e que, por isso, não temnenhum futuro a dar-nos.»(Carlos Fiolhais; IN: Jornal«Público», 9 setembro 2015)

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Plataforma de Apoio mobilizaportugueses no acolhimento eintegração de famíliasUm conjunto de organizações dasociedade civil portuguesa lançou aPAR – Plataforma de Apoio aosRefugiados, que visa ajudar aminimizar o impacto da “grave crisehumana” que se vive a nívelmundial. O objetivo desta plataformaé focar-se no acolhimento eintegração de famílias refugiadas eno apoio aos refugiados no seu paísde origem.A apresentação à imprensa contoucom a presença de SabinaKaramehmedovic, que chegou aPortugal do Leste da Europa com oestatuto de refugiada em 1992, commais 100 pessoas que o paísprotegeu, a qual recordou que “foiessencial o acolhimento” querecebeu de uma família e darestante comunidade de Soure,Coimbra. “Esse acontecimento foidecisivo para a nossa integraçãoneste país e penso que os meuspais decidiram ficar cá porque acomunidade que nos recebeu foimuito acolhedora”, assinalou.Os pais tiveram ajuda paraencontrar trabalho e Sabina e airmã começaram a frequentar aescola, “a partir daí a vidadesenvolveu-se de forma natural”,tendo-se formado em

Arquitetura. A partir da sua própriarealidade, incentiva os portugueses,que ainda não estão recetivos e têmreceio, a receber refugiados emPortugal: “As pessoas pura esimplesmente precisam de um sítiopara viver porque onde estavamnão lhes é permitido continuar.Ninguém precisa de ter medo, aspessoas não se querem aproveitar”.O presidente do Instituto PadreAntónio Vieira, um dos mentores daPlataforma de Apoio aosRefugiados, revela que asinstituições da sociedade civil“reconhecendo a liderança aoEstado” no acolhimento e integraçãode refugiados, “não quiseram”deixar de estar presentes. “Acapacidade de propor que umainstituição anfitriã acolha uma famíliade refugiados e que lhes garantanão só o alojamento e alimentaçãomas também o acesso à educação,saúde, ao trabalho e aprendizagemde português”, explicou RuiMarques, sobre o “movimento quenasceu hoje” de preparação paraacolher com “dignidade e comsentido de solidariedade” osrefugiados que vão chegar aPortugal.O antigo Alto Comissário Adjunto

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para a Imigração e Minorias Étnicassugeriu ainda a qualquer portuguêsque tenha “alguma hesitação ouduvide” desta iniciativa de acolherquem “foge da guerra” se coloquenesta posição.A PAR conta com mais de 30instituições e entre as organizaçõesconta-se a Cáritas Portuguesa,Conselho Português dosRefugiados, Confederação Nacionalde Instituições de Solidariedade(CNIS), Comissão Nacional Justiça ePaz, Fundação

Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), ObraCatólica Portuguesa das Migrações(OCPM) e Serviço Jesuíta aosRefugiados (JRS, sigla em inglês).A conferência de imprensa foi omomento escolhido para lançar osítio online da Plataforma de Apoioaos Refugiados - www.refugiados.pt– que na página principal tem umafrase da escritora Sophia de MelloBreyner: “Vemos, ouvimos e lemos.Não podemos ignorar”.

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Igreja alerta para sinais de violênciana escola e nas famíliasA Igreja Católica alertou para os“crescentes sinais” de violência quese encontram na vida nas escolas efamílias em Portugal, apelando auma cultura de “misericórdia”, nalinha das propostas do PapaFrancisco. “Se olharmos para aatual realidade, para o ambientesocial que nos envolve e para acultura que nos influencia,deparamo-nos com crescentessinais de violência nas escolas, nasfamílias e entre grupos”, assinala aComissão Episcopal da EducaçãoCristã e Doutrina da Fé, numa notaintitulada ‘Felizes os misericordiososporque alcançarão misericórdia’.O documento, enviado à AgênciaECCLESIA, destina-se à celebraçãoda Semana Nacional da EducaçãoCristã, que este ano decorre entreos dias 20 e 27 de setembro.“Deparamo-nos igualmente comgestos de agressividade, deintolerância e de indiferença quedestroem as relações entre aspessoas”, alertam os bispos, paraquem a sociedade não pode ficarentregue a estas formas decomportamento. Nesse sentido,sustentam que “é o estilo de

misericórdia e não o de violênciaque vai ao encontro dos anseios edesejos profundos do coraçãohumano”.A nota da Comissão Episcopal daEducação Cristã e Doutrina da Férecorda o “contributo fundamentalda fé” para o desenvolvimento“harmonioso” das pessoas e para apromoção da “paz e do amor” nafamília e na sociedade. “Amisericórdia gera no cristão ummodo diferente de ser e de agir nocontexto da cultura atual: face a umclima de indiferença, a fé cristãpropõe a atenção, o cuidado e oserviço mútuos; perante oindividualismo, a relação cordial e aajuda fraterna; contra aagressividade, a bondade; diante dadiscriminação, o acolhimento semdistinção de pessoas”, pode ler-se.

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Cáritas Portuguesa pede respostaglobal para crise dos refugiadosO presidente da Cáritas Portuguesaanunciou que a instituição está apreparar recursos para apoiar osmigrantes e refugiados quechegarem ao país, na sequência dafuga de milhares de pessoas asituações de conflito e pobreza.Eugénio Fonseca alerta para asituação dos que estão a ser“chacinados pela loucura dos seusgovernantes e pela indiferença deuma boa parte da humanidade”.“A Europa tem uma missão crucial adesempenhar na resposta a estedrama que não pode passar apenaspelo apelo ao controlo de fronteirasterrestres, marítimas ou aéreas.Adiantam pouco medidassecuritárias, pois o ‘estômago’ e omedo são mais fortes que qualqueroutra estratégia”, refere, na suamensagem para o Dia Internacionalda Caridade, criado pela ONU em2013 e que se celebra anualmentea 5 de setembro (data da morte deMadre Teresa de Calcutá.Segundo o responsável daorganização católica, a data tem deser assinalada com o “olhar ecoração indignados para a chacinaque o mundo está a permitir”,tornando-se “cúmplice da morte detantas vidas que mais não

querem do que refugiar-se do medoda morte, de torturas várias, de faltade condições mínimas desubsistência”.“Neste dia, e sempre, deveriaressoar na consciência dosindiferentes, dos ‘estrategaspolíticos’, dos escravizados pelasregras financeiras, dos maispoderosos deste mundo, a perguntade Deus a Caim: ‘Que fizeste?Ouve! Da terra, o sangue do teuirmão clama a mim’”, refere amensagem, citando o livro doGénesis, o primeiro da Bíblia.A Cáritas Portuguesa acredita que aresposta “não pode estar sópendente de um continente”, peloque defende que se dê mais forçaàs Nações Unidas, a fim de que“possa haver uma intervençãoadequada nos países de origem euma solidariedade mais abrangentede todos os outros”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Bispo de Lamego presidiu a Festa de Nossa Senhora dos Remédios

Crise dos refugiados exige «desenvolvimento social e económico» naorigem, alerta Fundação Fé e Cooperação

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Papa simplifica procedimentosde nulidade matrimonialO Papa Francisco decidiu reformaro processo canónico para ascausas de declaração de nulidadede matrimónios celebrados na IgrejaCatólica, tornando-se mais simplese breves, com maior poder dedecisão para os bispos diocesanos.A alteração é feita através de doisdocumentos, ‘Mitis Iudex DominusIesus’ (Senhor Jesus, juiz clemente)e ‘Mitis et misericors Iesus’ (Jesus,manso e misericordioso),apresentados esta terça-feira peloVaticano.O Papa explica que a sua intençãoé “favorecer não a nulidade dosmatrimónios, mas a celeridade dosprocessos”.Francisco acolheu algumaspropostas que estiveram em debatena assembleia extraordinária doSínodo de 2014, como o reforço dopapel dos bispos ou a criação detribunais diocesanos e, sobretudo, ofim da chamada “dupla sentençaconforme”. Até hoje, após a primeiradecisão do tribunal havia um apelofeito ‘ex officio’ (sem a necessidadede iniciativa ou participação deterceiros).Segundo o Papa, é suficiente

a “certeza moral” resultante doprimeiro juízo, sobre a nulidade,para que as pessoas em causapossam ter a sua situação definida,do ponto de vista canónico.Nestes casos, não se trata de anularo vínculo matrimonial, mas dedeclarar a ‘nulidade’, ou seja, dereconhecer que este vínculo nuncaexistiu. A declaração de nulidadepermite aos noivos casarvalidamente pela Igreja Católica, nofuturo.O Papa coloca sob aresponsabilidade de cada bispodiocesano a nomeação do chamado“juiz único”, que tem de ser umclérigo, e pede ofereçam “um sinalde conversão das estruturaseclesiásticas”, sem deixar estaquestão “completamente delegadaaos ofícios da cúria”. Os bispos sãomesmo chamados a assumirpessoalmente uma “função judicial”em matéria matrimonial, com acriação de uma forma de processo“mais breve” para julgar osprocessos de causas de nulidadeem que existam “argumentosparticularmente evidentes”, como,por exemplo, quando a questão écolocada pelos dois cônjuges oucom

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o consentimento do outro.Francisco admite que esta decisãopoderia colocar em risco o princípioda “indissolubilidade”, pelo quedetermina que neste tipo deprocesso “mais breve” seja opróprio bispo diocesano a ser“constituído juiz”, como “garante daunidade católica na fé e nadisciplina”.O chamado 'processus brevior' temde ser celebrado num prazo máximode 30 dias após a convocação detodos os participantes, a que sesomam 15 dias para outrasobservações.

O Papa rejeitou, por outro lado, aproposta que vários participantes doSínodo de 2014 tinham deixadosobre um recurso à ‘viaadministrativa’ para resolver osprocessos de nulidade matrimonial,como forma de complementar a vidajudicial.Francisco reforça a intenção depromover processos “gratuitos”nesta matéria.As novas regras entram em vigor nodia 8 de dezembro, início do Jubileuda Misericórdia.

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Papa desafia novos bisposa ir ao encontro de quem se afastou O Papa encontrou-se hoje com osbispos nomeados no último ano,incluindo D. José Ornelas Carvalho(Diocese de Setúbal), que desafioua ir ao encontro de quem se afastouda Igreja ou “sempre rejeitou” Jesus.“Não é verdade que possamosprescindir destes irmãos afastados.Não nos é consentido eliminar ainquietação com a sua sorte”, disse.Francisco pediu que os bispos nãose “escandalizem” com as “dores”ou “desilusões” de quemabandonou a comunidade católica.O Papa apresentou depois umconjunto de “desafios dramáticos”para a humanidade, como a“globalização que aproxima o queestá longe e, por outro lado, separao que está próximo”.A intervenção aludiu ainda aofenómeno das migrações que“perturba” a atualidade, àexploração dos recursos naturais,às preocupações com o “futuro edignidade do trabalho humano” e àsgerações de desempregados quesão “reduzidos a estatísticas”.Francisco alertou para a

“desertificação das relações”, a“desresponsabilização generalizada”e ao “desinteresse pelo amanhã”,com jovens desanimados e idososisolados. “Não tenhais medo de ir atodo o lado e de encontrar-vos comquantos o Senhor vos confiou”,apelou aos novos bispos.O Papa convidou os presentes apassar uma mensagem de “alegria”que contraste com as “palavrasvazias” que alienam as pessoas,“esquecidas da eternidade”,“relegadas ao efémero e limitadasao provisório”. Segundo o pontíficeargentino, a primeira missão dosbispos é ser “testemunhas doRessuscitado”, uma mensagem quenão é “óbvia nem fácil”.

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Refugiados: Bispos da UniãoEuropeia pedem solução comum

A Comissão dos Episcopados daUnião Europeia (COMECE) apelou auma “solução comum” para a atual“crise dos refugiados” nocontinente, com mudanças napolítica comunitária de imigração easilo. “O problema dos refugiados éum desafio comum que precisa,consequentemente, de uma soluçãoeuropeia comum”, realça o ComitéPermanente da COMECE, em notaenviada hoje à Agência ECCLESIA.Segundo estes responsáveis, oafluxo de refugiados à Europacoloca “enormes desafios” quepodem ser superados se houveruma “responsabilidade comum” etrabalho de conjunto para a suasolução. “O facto de certos paísesprocurarem demitir-se totalmente dasua responsabilidade é inaceitável.A União Europeia não está fundadana solidariedade dos europeusentre eles?”, questionam osepiscopados

católicos da UE.A COMECE sustenta que impedir aentrada de refugiados na Europa,com “arame farpado e muros” não é“uma solução”. “Para os cristãos, éum dever ir em auxílio dosrefugiados, qualquer que seja a suaorigem ou a sua religião”, pode ler-se.Os bispos consideram “chocante”que se assista a “assédio ehostilidade” em relação aosrefugiados. “A questão de umasolução comum para a crise dosrefugiados é também uma questãoque toca diretamente os valores e ofuturo da Europa”, conclui a nota.O Parlamento Europeu apoiou hojeas novas medidas apresentadas naquarta-feira pelo presidente daComissão Europeia, Jean-ClaudeJuncker, que preveem distribuiçãopelos Estados-membros de mais120 mil refugiados atualmente naItália, Grécia e Hungria.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

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Francisco foi a ótica no centro de Roma

Papa pede portas abertas aos refugiados nas paróquias europeias

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«Visita ad sacra limina»e nova evangelização

D. Manuel Linda Bispos das Forças Armadas e Segurança

Conheço dois sacerdotes zelosos ededicadíssimos. Trabalham na mesma zona, emparóquias sociologicamente parecidas. Um delespassa o dia (e parte da noite…) no Cartório.Prepara o boletim paroquial; faz folhinhas comintroduções, textos e cânticos para a Missa doDomingo; cria específicas orações universais,etc. Todo este material é, depois, introduzidonuma capa própria a que ele chama «missalete».E nisso passa muitas, muitas horas. É um moirode trabalho, como se costuma dizer. E um«mártir», pois a frequência religiosa dosparoquianos não corresponde ao seuinvestimento.O outro pároco usa o missal e os lecionáriosoficiais. Por isso, senta-se menos na cadeira docartório. Em contrapartida, passa pelos grupos,quando se reúnem; programa retiros, formação,viagens e convívios; mete conversa com quemronda a igreja; é visita assídua de doentes eidosos, hospitais e prisões. Se sabe de umnascimento ou aniversário, há sempre umtelefonema de felicitações. E o que mais ocaracteriza é ser dos primeiros a visitar asfamílias enlutadas. Resultado: as criançasprocuram-no, os jovens adoram-no, as famíliasaproximam-se e a prática religiosa é elevada.Quem destes sacerdotes é mais «padre», mais«pai» gerador da vida divina nos fiéis? Éevidente que os estilos sãos distintos: o primeiroé mais «conventual», típico representante deuma

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Igreja que celebra e acolhe quandoé abordada; o segundo é mais«secular», um «missionário» da“Igreja em saída”. E neste início doterceiro milénio, qual será o quemais urge para a Igreja?Enquanto o leitor passa os olhospor este texto, os bisposportugueses estão em Roma, para achamada «visita ad limina». É ummomento peculiar em muitosaspetos: no fortalecimento da fé, emcontacto com as suas fontes; nacomunhão com a Igreja de Roma,primeira em dignidade; namanifestação da afetividade paracom a pessoa do Santo Padre,“presidente universal na caridade”;na aprendizagem a partir daexperiência dos organismos daSanta Sé.Mas a grande importância da visitareside na palavra orientadora doPapa Francisco. Ele confronta-nos

com esta questão: Igreja que estásem Portugal, qual o teu «figurino»pastoral? O do pastor zeloso, bom eacolhedor, mas um tanto burocrata,que não se ausenta do seu lugar detrabalho; ou o do missionário que se«mundaniza» -no sentido positivo dapalavra-, circula, convive e faz festaou chora, conforme a circunstância,para ser presença salvífica de JesusCristo na cidade dos homens? Oprimeiro modelo denomina-se«pastoral tradicional»; o segundochama-se «nova evangelização».Igreja que estás em Portugal: paraqual destas vias é que o Espírito teimpele? Para mim, não há dúvida deque o Papa opta pela segunda, aodizer-nos: há “necessidade deconversão pessoal e pastoral depastores e fiéis, até que todospossam dizer com verdade ealegria: a Igreja é a nossa casa”.

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Hoje quem manda és Tu!

Sónia Neves Agência ECCLESIA

Eis o mês de setembro… trinta dias deregressos: volta-se de férias, entra-se nasrotinas; deixam-se as tardes quentes de verão edá-se as boas-vindas às noites frias quereclamam por uma manta; rejeita-se a frutafresca de verão e acolhe-se as uvas dasvindimas. A memória traz-me a vivência destemês olhando o novo ano letivo, num misto decadernos novos, encapar manuais, ler algumaspáginas e voltar aos casacos e à escola.Neste ano uma grande cadeia de hipermercadoslançou uma publicidade cujo mote é “hoje quemmanda és tu”. Uma frase que me pôs a pensar noseu verdadeiro sentido e objetivo; o poder quetodos anseiam é agora passado às crianças ejovens como algo fácil e acessível a todos. Overbo ‘mandar’ entra na banalidade e oseducandos revertem as regras…Anseia-se para que a sociedade forme a suajuventude com valores e regras para queamanhã possa haver a harmonia esperada e ocivismo seja base. Foi também no ponto daeducação e juventude que o Papa Franciscotocou no seu primeiro discurso aos bisposportugueses em visita Ad Limina no Vaticano,agora citadas:“Não pode deixar de nos preocupar a todos estadebandada da juventude, que tem lugarprecisamente na idade em que lhe é dado tomaras rédeas da vida nas suas mãos”.Dá que pensar nesta juventude que tem tudo,aparentemente, do conhecimento à tecnologia, edepois lhes falta muitas vezes saber olhar o

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exemplo, olhar para o alto,agradecer e valorizar. Como sechega então aos jovens?Dizia o Papa: “Penso que, nosguiões preparados para ossucessivos anos de catequese,esteja bem apresentada a figura e avida de Jesus; talvez mais difícil setorne encontrá-lo no testemunho devida do catequista e da comunidadeinteira que o envia e sustenta”.Falta os cristãos adultos na fédarem o seu testemunho e exemplo,serem

diferentes, saberem acolher nas“portas” da Igreja e cativar para anotícia de há 2000 anos, nestetempo atual. Falta a humildade dechegar aos jovens, através da sualinguagem, sendo e estando comeles na fé; falta o tempo para osescutar; falta olhar para eles comopessoas, dando-lhes a alegria deviver com as coisas mais simples;ensinando-os a sonhar; caminhandoao ritmo do seu coração…Porque não podemos esquecer que“quem manda és Tu”!

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Os bispos portugueses realizam a esta semana a visita ‘adLimina’, ao Papa e às instituições da Santa Sé, um momentohistórico particularmente marcado pelo encontro de segunda-feira com Francisco, no Vaticano.O Semanário ECCCLESIA apresenta a reportagem realizada apartir do Vaticano, com depoimentos de vários responsáveis,após reuniões de trabalho e momentos de celebração que vãoajudando a definir os planos de ação para o futuro da IgrejaCatólica em Portugal.

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Discurso do Papa Franciscoà Conferência Episcopal PortuguesaVenerado Cardeal Patriarca,Amados Irmãos no Episcopado!Com fraterna alegria, vos acolho esaúdo neste vosso encontro colegialcom o Sucessor de Pedro, pedindo-vos que leveis a todos os membrosdas vossas circunscriçõeseclesiásticas as minhas saudaçõesmais cordiais, com votos de grandeserenidade e confiança no Senhor.Quando as dificuldades parecemofuscar as perspetivas de um futuromelhor, quando se experimenta ofalhanço e o vazio à nossa volta, é omomento da esperança cristã,fundada no Senhor ressuscitado eacompanhada por um amplo esforçocaritativo em favor dos maisnecessitados. Muito me alegra ver a Igreja emPortugal solidária e solícita com asorte do seu povo, como aliásacaba de referir o vosso presidente,cardeal Manuel Clemente, nasamáveis palavras de saudação queme dirigiu e que lhe agradeço,convidando-vos por minha vez aprosseguir juntos no caminho doanúncio da salvação de JesusCristo.

Vejo, com esperança, crescer asinodalidade como opção de vidapastoral nas vossas Igrejasparticulares, procurando envolver omaior número possível de seusmembros na obra incessante deevangelização e santificação doshomens. Desejo exprimir-vos o meuapreço pelo zelo pastoral e pelasmúltiplas iniciativas empreendidas,individualmente e comoConferência, nos anos transcorridosdesde a visita ad Limina de 2007,com momento alto no acolhimentoque reservastes ao Papa Bento XVIem maio de 2010. De grandeutilidade pelo seu realismointerpelador, se revelou a sucessivaauscultação geral da fé e dascrenças do vosso povo, que teveuma primeira resposta geral na NotaPastoral Promover a Renovação daPastoral da Igreja em Portugal (Abrilde 2013), com os «caminhos –escrevíeis vós – que agora nospropomos percorrer para sabermosmelhor levar Cristo aos nossosirmãos e os nossos irmãos a Cristo». Dos vossos relatórios quinquenaispude deduzir, com verdadeirasatisfação,

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que as luzes ultrapassam assombras: a Igreja que vive emPortugal é uma Igreja serena,guiada pelo bom senso, escutadapela maioria da população e pelasinstituições nacionais, embora nemsempre seja seguida a sua voz; opovo português é bom, hospitaleiro,generoso e religioso, ama a paz equer a justiça; há um episcopadofraternalmente unido; hásacerdotes, preparados espiritual eculturalmente, que desejam dar umtestemunho cada vez mais coerentede vida interior realizada de modoevangélico, enquanto enraizada naoração e na caridade; háconsagrados e

consagradas que, fiéis ao carismados respetivos fundadores,manifestam à sociedadecontemporânea o valor perene dasua entrega total a Deus medianteos conselhos evangélicos dapobreza, da castidade e daobediência, e colaboram na pastoralde conjunto de cada uma dasIgrejas particulares, segundo asdiretrizes do documento ‘Mutuaerelationes’; há leigos que exprimem,com a sua vida no mundo, apresença eficaz da Igreja para aautêntica promoção humana e socialda Nação, lembrados destaindicação do Concílio Vaticano II: «Oapostolado no meio social, isto é, oempenho

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em informar de espírito cristão amentalidade e os costumes, as leise as estruturas da comunidade emque se vive, são incumbência eencargo de tal modo próprios dosleigos que nunca poderão serplenamente desempenhados poroutros. Neste campo, podem osleigos exercer um apostolado desemelhante para com semelhante.Aí completam o testemunho da vidapelo testemunho da palavra. Nessecampo do trabalho, da profissão, doestudo, da residência, do tempolivre ou da associação,

são eles os mais aptos para ajudaros seus irmãos» (‘Apostolicamactuositatem’, 13). Nestaconsonância de intenções de viver acomunhão na Igreja e de contribuirpara a sua presença no mundo,abrem-se múltiplos espaços parainiciativas apropriadas, em particularpara quantos desejam viver aexperiência do voluntariado nosâmbitos da catequese, da cultura,da assistência amorosa a seusirmãos pobres, marginalizados,deficientes, idosos.

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Ao regozijar-me vivamente com tudoisto, exorto-vos a prosseguir noempenho duma constante emetódica evangelização, bemconvictos de que uma formaçãoautenticamente cristã daconsciência é de extrema eindispensável ajuda também para oamadurecimento social e para overdadeiro e equilibrado bem-estarde Portugal. Com viva confiança emDeus, não percais a coragemperante situações que suscitamperplexidade e vos causamamargura, tais como certasparóquias estagnadas

e necessitadas de reavivar a fébatismal, que acorde no indivíduo ena comunidade um autênticoespírito de missão; paróquias porvezes centradas e fechadas no«seu» pároco às quais a carênciade sacerdotes, para além do mais,impõe abertura a uma lógica maisdinâmica e eclesial na comunhão;alguns sacerdotes que, tentadospelo ativismo pastoral, não cultivama oração e a profundidadeespiritual, essenciais para aevangelização; um grande númerode adolescentes e jovens que

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abandonam a prática cristã, depoisdo sacramento do Crisma; um vaziona oferta paroquial de formaçãocristã juvenil pós-Crisma, que muitopoderia obstar a futuras situaçõesfamiliares irregulares; enfim,necessidade de conversão pessoale pastoral de pastores e fiéis atéque todos possam dizer comverdade e alegria: a Igreja é anossa casa. Meus amados irmãos, não podedeixar de nos preocupar a todosesta debandada da juventude, quetem lugar precisamente na idade emque lhe é dado tomar as rédeas davida nas suas mãos. Perguntemo-nos: A juventude deixa, porqueassim o decide? Decide assim,porque não lhe interessa a ofertarecebida? Não lhe interessa aoferta, porque não dá resposta àsquestões e interrogativos que hoje ainquietam? Não será simplesmenteporque, há muito, deixou de lheservir o fato da Primeira Comunhão,e o mudou? É possível que acomunidade cristã insista em vestir-lho? O seu Amigo de então, Jesus,também cresceu, tomou a vida emsuas mãos no meio dalgumaincompreensão dos pais (cf. Lc 2,48-52) e abraçou os desígnios doCéu

a seu respeito, tendo-os levado acumprimento com abandonocompleto nas mãos do Pai (cf. Lc23, 46). Recordo que, num momentode crise e hesitação que envolveuos seus amigos e seguidoresacabando muitos deles pordesertarem, Jesus perguntou aosdoze apóstolos: «“Também vósquereis ir embora?” Respondeu-LheSimão Pedro: “A quem iremos nós,Senhor? Tu tens palavras de vidaeterna! Por isso, nós cremos esabemos que Tu és o Santo deDeus”» (Jo 6, 67-69).A proposta de Jesus tinha-osconvencido; hoje a nossa propostade Jesus não convence. Eu pensoque, nos guiões preparados para ossucessivos anos de catequese, estábem apresentada a figura e a vidade Jesus; talvez mais difícil se torneencontrá-Lo no testemunho de vidado catequista e da comunidadeinteira que o envia e sustenta,apoiada nas palavras de Jesus: «Euestarei sempre convosco até ao fimdos tempos» (Mt 28, 20). Que Eleestá, não há dúvida; mas onde éque O escondemos? Porque, se aproposta é Jesus Cristo crucificadoe redivivo no catequista e nacomunidade, se este Jesus se põe acaminho com o jovem e lhe fala aocoração, este seguramente abrasa-se (cf. Lc 22, 15.32).

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Jesus caminha com o jovem…Infelizmente o pensamentodominante atual, que vê o serhumano como aprendiz-criador de simesmo e totalmente embriagado deliberdade, tem dificuldade emaceitar o conceito de vocação, nosentido alto de um chamamento quechega à pessoa vindo do Criador doseu próprio ser e vida. A verdade,porém, é que Deus, ao criar-nos,sem dúvida livres na existência,predispôs de certo modo a nossaessência ao pensá-la e dotá-la dascapacidades requeridas para umamissão concreta ao serviço destahumanidade que Ele ama. E ama-nos demais, para nos abandonar aoacaso e à míngua de bem.

Deste modo, a nossa felicidadedepende absolutamente deindividuarmos e seguirmos ochamamento para tal missão. A talliberdade predisposta do mais íntimodo nosso ser para um bemdeterminado, o mundo define-a umacontradição e, no seu cálculodas probabilidades, não vê qualquerpossibilidade de irmos parar noposto exato que um Ser infinito nosteria atribuído. Mas o mundo estáenganado, pois «o Senhor põe osolhos na humildade desta sua ínfimacriatura e nela faz maravilhas».Estas palavras traduzem a certezaduma jovem abençoada, mas quevia a mesma misericórdia que Deususara

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para com ela «estender-se degeração em geração sobre aquelesque O temem» (cf. Lc 1, 48-50). E não há motivo algum para umapessoa, seja ela quem for, seautoexcluir deste terno olhar deDeus sobre a sua humilde criatura.«Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinhopelo fruto das suas entranhas?Ainda que ela se esquecesse dele,Eu nunca te esqueceria» (Is 49, 15).Jesus caminha com o jovem... Aocatequista e à comunidade inteira épedido para passar do modeloescolar ao catecumenal: nãoapenas conhecimentos cerebrais,mas encontro pessoal com JesusCristo, vivido em dinâmicavocacional

segundo a qual Deus chama e o serhumano responde. «Quandoainda estava no ventre materno, oSenhor chamou-me (…), para ser oseu servo, para Lhe reconduzirJacob e para Lhe congregar Israel.Assim me honrou o Senhor. O meuDeus tornou-Se a minha força» (Is49, 1.5). A Igreja em Portugalprecisa de jovens capazes de darresposta a Deus que os chama,para voltar a haver famílias cristãsestáveis e fecundas, para voltar ahaver consagrados e consagradasque trocam tudo pelo tesouro doReino de Deus, para voltar a haversacerdotes imolados com Cristopelos seus irmãos e irmãs. Temostantos jovens desocupados e oReino dos Céus à míngua deoperários e servidores… Deus nãopode querer isto. Que se

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passa então? «É que ninguém noscontratou» (Mt 20, 7). Precisamosde conferir dimensão vocacional aum percurso catequético global quepossa cobrir as várias idades do serhumano, de modo que todas elassejam uma resposta ao bom Deusque chama: ainda no seio da mãe,chamou à vida e o nosso serassomou à vida; e, ao findar a suaetapa terrena, há de responder comtodo o seu ser a esta chamada:«Servo bom e fiel, entra no gozo doteu Senhor» (Mt 25, 21).Não vos falta, amados irmãos, zeloapostólico nem espírito de iniciativapara alcançardes este objetivo, como emprego do esforço humanoligado à eficácia do auxílio divino.Jesus disse: «Quem crê em Mimtambém fará as obras que Eurealizo» (Jo 14, 12), não obstante anossa total indignidade, apesar danossa fraqueza humana. Tambémos Apóstolos eram homens

fracos. Também Pedro era homemfraco. Seja, portanto, um esforço decolaboração, isto é, da Igreja inteira,porque foi à Igreja que o Senhorassegurou a sua constantepresença e a sua infalívelassistência. Depois desta visita adLimina, retomai com empenhorenovado o vosso caminho, levandoa todos a certeza da minha fraternasolidariedade e empatia.Compartilho as vossas ânsias e asvossas esperanças, as vossaspreocupações e as vossas alegrias;convosco e por vós invoco a VirgemSantíssima, para a Qual não cessemde tender os vossos corações comamor filial. E não vos esqueçais derezar por mim. Confirmo-vos o meuafeto fraterno e dou-vos a BênçãoApostólica, com a qual pretendoabraçar também os fiéis confiadosaos vossos cuidados pastorais.

Cidade do Vaticano,07 de setembro de 2015

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Saudação ao Santo Padrena audiência aos bispos portugueses

Santo PadreÉ com muita alegria e adesãoministerial e afetiva que os Bisposportugueses se apresentam emRoma, para estar com o Sucessorde Pedro e os serviços centrais daIgreja. O modo como VossaSantidade exerce o ministériopetrino, as palavras, gestos eatitudes com que constantemente ofaz, são para nós e para oscatólicos de Portugal um estímuloforte e seguro para servirmosevangelicamente os nossosconcidadãos e estarmos cada

vez mais presentes ao mundo e aosgrandes problemas que o afetam.Da última visita ad limina levámos aconfirmação do Papa Bento XVI,para avançarmos sempre mais nainiciação cristã autêntica dos nossosfiéis, quer quanto à conversãoevangélica quer quanto à inserçãocomunitária e ao dinamismoapostólico. Suscitámos,consequentemente, a reflexão dasdioceses e institutos sobre estespontos, tendo obtido um grandenúmero de respostas e sugestões,que fomos integrando nos nossos

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programas diocesanos. A própriaConferência Episcopal Portuguesapublicou em 11 de abril de 2013uma Nota Pastoral, intitulada“Promover a Renovação Pastoral daIgreja em Portugal”, que resume areferida reflexão eclesial e propõeum conjunto de “rumos” para aconcretizar. Rumos em que avultama conversão, a comunhão e amissão, como insistências maiorespara o nosso trabalho diocesano.Santo Padre: O magistério de VossaSantidade reforça-nos a decisão e omodo de prosseguirmos assim, emcomunhão e missão.Concretamente, a exortaçãoapostólica Evangelii Gaudium, coma sua exigência de “conversãomissionária” das comunidades e ogrande “sonho

missionário de chegar a todos”,tornou-se no paradigma dos nossosprogramas e desígnios. Maisproximamente, a encíclica Laudato‘Si trouxe-nos a urgência doutrinal eprática duma “ecologia integral” quenão deixaremos de ter em conta.Aqui estamos, pois, Santo Padre,para acolhermos de coraçãodisponível e espírito atento tudoquanto nos queira dizer e indicarpara o trabalho pastoral nas nossasdioceses portuguesas, integradasque estão na grande comunhãoeclesial, em torno do Sucessor dePedro e para o serviço evangélicodo mundo. – Conte connosco, SantoPadre!

D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente daConferência Episcopal Portuguesa

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Papa falou aos bispos sobrenecessidadede acolher refugiadosO cardeal-patriarca de Lisboarevelou no Vaticano que o Papa eos bispos portugueses falaram danecessidade de acolher osrefugiados que chegam à Europa,numa coordenação de “esforços ede boas vontades”. D. ManuelClemente falava aos jornalistas nofinal da série de encontros entre osmembros do episcopado católico eFrancisco, no âmbito da visita ‘adLimina’.Segundo o presidente daConferência Episcopal Portuguesa(CEP), a hierarquia católicamostrou-se “completamentedisponível” para responder aodesafio lançado pelo Papa, paraque haja pelo menos “uma família”em cada paróquia que se disponhaa acolher “uma família refugiada”.“O Papa teve a ocasião de explicaro que é que pretende com oenvolvimento das paróquias noacolhimento”, precisou D. ManuelClemente.Segundo este responsável, “nadamelhor do que envolver diretamenteas famílias nesse acolhimento eacompanhamento, com o apoiodepois de todas as estruturas”, uma

ajuda que não passanecessariamente por receber estaspopulações em casa, mas por“garantir condições de alojamento eacompanhamento”. “Trata-se dealgo a médio e a longo prazo”,acrescentou o presidente da CEP.O cardeal-patriarca de Lisboainsistiu na necessidade de “boacoordenação com todas as outrasinstâncias”, políticas e da sociedadecivil, a todos os níveis. “No que dizrespeito às nossas famíliascatólicas, faremos todos ospossíveis para estarmos com elasnesse sentido”, acrescentou.D. Manuel Clemente sustenta queeste fenómeno vai originaralterações de fundo na sociedadeportuguesa, bem como na europeia.“A afluência à Europa de milhares emilhares e milhares de pessoas deum outro continente, de outrasculturas, de outras civilizações vaiprovocar uma profunda mudança namaneira como vemos econvivemos”, explicou.Em relação ao discurso entreguepelo Papa aos bispos portugueses,o presidente da CEP admitiu quedele resulta a urgência de criar

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“itinerários juvenis” para oacompanhamento das novasgerações, num contexto em que asinstituições estão “bastanteenfraquecidas”. Isso exige um“acompanhamento muito maispróximo” e propostas “mais

entusiasmantes”, que não se limitema grandes eventos.A “profunda mutação” da realidadesocial e religiosa em Portugal,acrescentou, desafia a IgrejaCatólica a encontrar “mecanismosde acompanhamento”.

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Bispos de Portugal valorizamconfiança e diálogo do PapaD. José Cordeiro, bispo deBragança-Miranda, afirmou que oencontro da Conferência EpiscopalPortuguesa com o Papa Franciscoaconteceu numa “atmosferafraterna”, “serena” e “de confiança”.“Foi um encontro muito fraterno, deum irmão entre os irmãos. Ele Pedrono centro e nós tratados comogrupo dos apóstolos e sucessoresdos apóstolos, numa articulação enuma atmosfera tão fraterna, tãoserena e de confiança que foiextraordinário”, disse D. JoséCordeiro aos jornalistas após o

encontro com o Papa, queaconteceu hoje.O bispo de Bragança-Miranda, queparticipa pela primeira vez numavisita “ad Limina” como membro daCEP, adiantou que os temas da“oração” e da “pregação” foram“centrais” nas conversas com oPapaPara D. Jorge Ortiga, o facto de oPapa sublinhar as preocupaçõesque pessoalmente tem afirmado, emBraga, nos últimos anos, foi motivode “grande alegria”. “Nos últimosanos temos vindo a trabalhar uma fémais

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pessoal, com mais convicções, maisreflexão”, referiu o arcebispo deBraga.D. Jorge Ortiga considera que oencontro com o Papa deixoudesafios aos bispos, aossacerdotes, aos que “se fecham noseu mundo e nas suascomunidades”, aos “leigos que sóolham par aos seus interesses”, eveio dizer que “o caminho é olharpara a juventude”.Para D. António Francisco dosSantos, o encontro com o Papaficou marcado por um “diálogoprolongado” que “contagiou atodos”. “Pudemos partilhar asnossas questões, os nossospedidos e ouvir o Papa num diálogotão próximo e tão fraterno, que noscontagiou a todos”, afirmou o bispodo Porto aos jornalistas.D. Manuel Felício, bispo daGuarda,

valorizou também o diálogo com oPapa. “Ele começou por nos dizerque estamos aqui para o diálogoaberto, para críticas que tenham deser feitas, quer aos organismos doVaticano quer a mim próprio”,adiantou.D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto,disse aos jornalistas que o encontrocom o Papa foi “excelente”. “Fiqueicom a nítida impressão de alguémque tem uma plena consciência dosgrandes problemas mundiais e é umhomem que sente sobre si o pesodo mundo, consciente de que, aonível internacional, as grandesinstâncias falham e a Igreja e oPapa com toda a relevância que asociedade lhe dá, tem consciênciadesse peso”, disse D. Pio Alves.

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Cultura e EcumenismoOs bispos da Conferência EpiscopalPortuguesa realizaram reuniões detrabalho com o Conselho Pontifíciopara a Cultura e o ConselhoPontifício para a Unidade dosCristãos. D. Pio Alves, presidente daComissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e ComunicaçõesSociais, referiu o trabalho que dossetores culturais que é dinamizadoem Portugal, adiantando àcomunicação social que oresponsável no vaticano “ficou muitoagradado”.“O cardeal Ravasi [presidente doConselho Pontifício para a Cultura,ndr] ficou muito agradado com otrabalho que tem vindo a ser feitopelos Secretariados dos BensCulturais e da Cultura”, afirmou otambém bispo auxiliar do Porto aosjornalistas, hoje no Vaticano.D. Pio Alves recordou o “diálogoprogressivo” com “instânciasgovernamentais” e com “pessoasdos mais variados âmbitos” que ossetores culturais da ConferênciaEpiscopal Portuguesa têmdesenvolvido. “Ao longoparticularmente dos últimos dezanos, tem sido privilegiada a relaçãopessoal com pessoas dos mais

variados âmbitos, da comunicaçãosocial, das artes, da literatura.Espelho disso são os prémios quetêm vindo a ser dados ao longodestes últimos dez anos, o PrémioÁrvore da Vida, que reflete essavariedade e é o resultado dessediálogo”, referiu o presidente daComissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e ComunicaçõesSociais.O diálogo “é fruto do prestígio e doempenho das pessoas que ao nívelda Comissão e dos Secretariadostêm estado à frente destasestruturas da Igreja”, sustentou D.Pio Alves.D. Manuel Felício, bispo da Guardae vogal da Comissão EpiscopalMissões e Nova Evangelização(CEMNE), apresentou ao presidentedo Conselho Pontifício para aUnidade dos Cristãos, cardeal KurtKoch, o trabalho realizado na IgrejaCatólica em Portugal neste âmbito.“O cardeal Koch ficou contente coma informação que lhe demos, insistiuem alguns pontos principais”, disseD. Manuel Felício.Para o vogal da CEMNE, há “pontosconcretos” que a Comissãodinamiza, no setor do ecumenismo,em ordem a “dar resultados”,abrindo-se agora

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um novo âmbito com a encíclica doPapa sobre a defesa da natureza.“Temos a carta ‘Laudato Si’ do PapaFrancisco que é um âmbito onde asoutras igrejas com as quaisdialogamos habitualmentemanifestaram interesse

em participar connosco numareflexão para aplicar as orientaçõesmuito concretas que Francisco nosdá nesta encíclica”, afirmou D.Manuel Felício.“Vamos daqui animados a continuaro nosso trabalho”, referiu.

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Bispos querem transformarmodelo da catequeseO presidente da ComissãoEpiscopal da Educação Cristã disseque em Portugal há “muitossintomas” de que a catequese éentendida apenas como uma“aprendizagem da doutrina”. Naapresentação do trabalho feito nosetor, D. Manuel Pelino realçou, naCongregação para a EducaçãoCatólica (Santa Sé) que existe uma“preocupação” permanente nestaárea e que os bispos pretendem“passar do modelo de escola aomodelo de iniciação ao mistério dafé”.Apesar dos esforços feitos desde oII Concílio do Vaticano, o prelado deSantarém e presidente daqueleorganismo da ConferênciaEpiscopal Portuguesa sublinha queeste trabalho “demora décadas” atéaparecerem os resultados.No diálogo sobre as escolasuniversitárias, mas concretamentesobre os vários polos daUniversidade Católica Portuguesa(UCP), a Congregação para aEducação Católica pediu aos bispospara chegarem a um entendimento,

porque os centros “devem ter umcorpo completo de docentesdevidamente habilitados”, frisou.O Papa Francisco disse estasegunda-feira aos bisposportugueses que os “catecismoseram bons” e “apresentam bem afigura de Cristo”, no entanto “falta otestemunho das comunidades”,observou D. Manuel Pelino.Em relação à “debandada dosjovens”, de que o Papa falou, opresidente da Comissão Episcopalda Educação Cristã entende queisso acontece porque “lhes faltauma experiência interior, umaconvicção e o gosto de viver a fé”,algo que vem do “encontro com omistério de Deus e não apenas doconhecimento cognitivo”.

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Atenção na aprovaçãonovas congregações religiosasO delegado da ConferênciaEpiscopal Portuguesa para a VidaConsagrada afirmou no Vaticanoque os episcopados devem estaralertados para o “cuidado” a ter naaprovação de novas congregaçõesreligiosas. O tema das “novascomunidades” esteve em análise noencontro dos bispos de Portugalcom a Congregação para a VidaConsagrada e Sociedades de VidaApostólica.“Verificam que com muita facilidadeos episcopados, sobretudo nospaíses de África, aprovam novosinstitutos e às vezes não há ocuidado que seria de ter nestascircunstâncias”, afirmou D. ManuelQuintas.O delegado da CEP disse aosjornalistas, em Roma, que aCongregação da Santa Sé do setorda Vida Consagrada alertou osbispos portugueses e disponibilizou-se para os ajudar sobre “o quefazer” no caso de se depararem aproposta de aprovação diocesanade novos institutos religiosos. D.Manuel Quintas referiu também queo encontro foi uma reafirmação damissão que os

consagrados têm de “despertar omundo”.“É preciso que os consagradosdespertem o mundo, não pelaradicalidade do seguimento deCristo, que diz respeito a todos osbatizados, mas pela sua maneira deser, de estar de fazer. O que éespecífico dos consagrados é aforma de despertar o mundo”,sublinhou.O delegado da CEP para a VidaConsagrada disse também que oencontro com a Congregação paraa Vida Consagrada e Sociedades deVida Apostólica foi “muito familiar, degrande proximidade” e dereconhecimento dos consagrados,"não apenas por aquilo que fazem,mas por aquilo são”.

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Portugal deverá ter novos bisposeste ano

O presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa (CEP) afirmouà Agência ECCLESIA que o PapaFrancisco “insiste” na necessidadede tratar os processos denomeação de bispos “comceleridade”. “Quando todo oprocesso cá chega, geralmente étratado com celeridade, até porqueo Papa Francisco insiste nisso”,referiu D. Manuel Clemente após oencontro dos bispos de Portugalcom a Congregação para os Bispos(Santa Sé).

O cardeal-patriarca de Lisboalembrou que o Papa foi bispodiocesano e quer que no seupontificado exista “proximidade eprontidão” nas respostas às igrejaslocais. “Ele foi durante muitos anosbispo diocesano e por isso traz parao pontificado e para estes serviçoscentrais da Igreja a preocupação deapoio ao que acontece nas igrejaslocais e a necessidade deceleridade e prontidão dasrespostas, quer nesta congregação,quer das outras”,

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sublinhou D. Manuel Clemente.O encontro com a Congregaçãopara os Bispos foi uma “reunião deinformação” sobre “o trabalhoepiscopal”, a forma de o exercer ede ultrapassar “as dificuldades quese levantam e os desafios dasociedade, da cultura”. O presidenteda CEP lembrou que os “casosparticulares” relacionados com estaCongregação “não se tratam a estenível”, mas foram colocadasquestões sobre as nomeações debispos para Portugal.“Um ou outro bispo, que está emprocesso de escolha do novo bispopela idade do atual fez as suasperguntas e foram dadasinformações sobre a maneira detratar desses assuntos. Julgo que apartir de

outubro, novembro dezembrohaverá alguma novidade”, adiantouD. Manuel Clemente. (CAIXA)O Papa Francisco cumprimentouesta quarta-feira no Vaticano osbispos portugueses, que seencontram em visita ‘ad Limina’, edeixou um apelo ao acolhimento e àfraternidade na Igreja, com “portasabertas”.“Caríssimos peregrinos de línguaportuguesa, saúdo-vos a todos, emparticular os bispos de Portugal, quevieram em visita ad Limina.Obrigado por terem vindo àaudiência”, disse.

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32 portugueses com processos decanonização no VaticanoO presidente da ComissãoEpiscopal da Liturgia disse àAgência ECCLESIA que há 32processos de canonização adecorrer no Vaticano, provenientesde 11 dioceses de Portugal. pós oencontro dos bispos portuguesescom a Congregação para asCausas dos Santos (Santa Sé), D.José Cordeiro referiu que foraminformados sobre “todas as causas”que estão a decorrer no Vaticano,como as do Beato Bartolomeu dosMártires, dos Pastorinhos deFátima, de D. António Barroso ou daIrmã Maria do Divino Coração.O presidente da ComissãoEpiscopal da Liturgia, que faz aligação com o Vaticano para estesprocessos, embora o trabalho sejasobretudo em cada diocese,adiantou que os vários processossão “gradativos” e estão emdiferentes fases.D. José Cordeiro referiu-se àconclusão do processo decanonização do Beato Bartolomeudos Mártires, afirmando que osbispos de Portugal esperam “paramuito breve” que o Papa decidapela

“canonização equipolente” nestecaso.A conclusão dos processos decanonização dependem derealização de um milagre atribuído àintercessão do candidato ou podetambém acontecer por decisão doPapa, num processo em que estereconhece a santidade sem anecessidade de um novo milagre,como aconteceu com São José Vaz(1651-1711), missionário no SriLanka que nasceu em Goa, entãoterritório português.“Depois da fama de santidade, doreconhecimento pastoral e espiritualcomo é o caso do Beato Bartolomeudos Mártires, o Papa Franciscopode decidir sobre isso eesperamos muito em breve essa suadecisão”, afirmou D. José Cordeiro.D. Virgílio Antunes, Bispo deCoimbra, que falou na Congregaçãopara as Causas dos Santos sobre oandamento do processo decanonização da Irmã Lúcia, disse àAgência ECCLESIA que “está aandar a bom ritmo”. “O processoteve um desenvolvimento muitogrande sobretudo nestes últimosdois anos. Há uma

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Comissão Histórica a trabalhar, quetem nas mãos muitos milhares dedocumentos, tanto as cartas da IrmãLúcia como o Diário, há um tribunalpara ouvir as testemunhas, e jáouviu cerca de 40, e esperamos queno próximo ano a fase diocesanaesteja concluída”, disse o bispo deCoimbra.

Para D. Virgílio Antunes, o processode canonização da Irmã Lúcia é omais importante, “com granderelevância para Coimbra, paraPortugal e para o mundo”, porquehá muita gente, em todo o mundo,que pergunta “em que fase está oprocesso”.

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Bispos nas Basílicas Papais

D. José Alves afirmou que acelebração da Missa na Basílica deSão Paulo pelos bispos de Portugaldesafia ao cumprimento do convitedo Papa Francisco de anunciar nosgentios, nas periferias. Para oarcebispo de Évora, que presidiu àMissa esta tarde, estar junto aotúmulo de São Paulo é"desinstalador" e motiva a mudaratitudes, a "substituir a atitude deespera e acolhimento" pela atitudede "partida", de ir ao encontro dosoutros".

D. José Alves afirmou que estar naBasílica de São Paulo "é muitodesistalador, porque "obriga a cortarcom as rotinas de cada dia", a"deixar o ambiente" e "e ir aoencontro". “Vir aqui, rezar diante doseu túmulo é meditar na sua entregatotal a Jesus Cristo, no seu anúnciodo Evangelho e também na suagrande preocupação em viver emcomunhão com a Igreja”, sublinhouo arcebispo de Évora."É preciso ir às periferias, não sógeográficas, mas tambémexistenciais.

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E foi o que S. Paulo fez: deixouJerusalém e foi para as periferias dotempo", acrescentou.D. Teodoro de Faria, bispo eméritodo Funchal, referiu-se a São Paulocomo "o grande maratonista daIgreja primitiva", referindo-se àsviagens do "apóstolo dos gentios" eaos locais onde anunciou. "Isto aquidá força. Ir ali, ao túmulo, é muitoimportante. Mas ler as cartas dele eestudá-las ainda é mais belo e aí éque vemos a grande força daquelehomem", sublinhou.Já na Basílica de São João deLatrão, D. Jorge Ortiga afirmou queo trabalho dos bispos deve sercaraterizado pela criatividade,unidade e alegria e sugeriu umaaposta colegial na “pastoral dainiciação cristã”.

“Repetir é cómodo. Urge olhar comverdade para os resultados ereconhecer que muita coisa devemudar”, disse o arcebispo de Braga,na homilia da Missa a que presidiu.“Só com paradigmas novos nosencontramos com os desafios domundo oferecendo-lhe a mensagemde sempre através de novasatitudes. Encontramo-nos numanova cultura e civilização. Não éigual ao passado”, sustentou.Para D. Jorge Ortiga, “importa umacriatividade alicerçada no Espíritoque cria caminhos novos e maisaudazes”. O arcebispo de Bragasugeriu ao episcopado uma apostana “pastoral da iniciação cristã”, aconcretizar com um trabalhodesenvolvido em “unidade”.

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Bispos portugueses falaram sobre«ideologia do género»Os bispos portugueses realizaramhoje um encontro na Congregaçãopara a Doutrina da Fé, no Vaticano,onde um dos temas em debate foi a“ideologia do género”, disse àAgencia ECCLESIA D. Nuno Brás.Para o vogal da Comissão Episcopalda Educação e Doutrina da Fé, aideologia do género é o “grandeproblema” em debate nestemomento em Portugal em relaçãoao pensamento da Igreja Católica.“A Conferência EpiscopalPortuguesa pronunciou-se em 2013sobre isso, com uma Nota Pastoral”,recordou D. Nuno Brás, indicando arelevância do tema por tudo o que oenvolve e “está a perpassar nasescolas, na comunicação social e namaneira de viver”.

Para o bispo auxiliar de Lisboa, o“mais importante é apoiar aintervenção dos leigos” sobre otema. “Trata-se sobretudo de apoiaras intervenções de leigos, o que é omais importante, no sentido demostrar com o é desumanizadortoda esta conceção da pessoahumana”, referiu.O encontro foi uma oportunidadepara fazer “o ponto da situaçãodaquilo que é a doutrina da fé emPortugal”, onde “não hápropriamente grandes problemasem relação à ortodoxia”, sublinhou.“Existem problemas pontuais eexiste sobretudo o subjetivismo,fruto da cultura contemporânea, quefaz com que cada um julgue que asua opinião é a que deveprevalecer”, referiu.

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Uniformizar liturgia em línguaportuguesa

O presidente da ComissãoEpiscopal da Liturgia eEspiritualidade (CELE) afirmou hoje,no Vaticano, que “esta em curso” apossibilidade de uniformizar “tantoquanto possível” a liturgia em línguaportuguesa. Há a proposta de ummaior entendimento, naquilo que forpossível, no que é substancial naliturgia da Igreja, tanto para aEucaristia, o ordinário da Missa,como para todos os outrossacramentos”, disse à AgenciaECCLESIA D. José Cordeiro, após oencontro do episcopado portuguêscom a Congregação para a Liturgiae Disciplina dos Sacramentos.Para o presidente da CELE, énecessário que “algumas respostas”se aproximem “o mais possível” dodocumento original da liturgia,

em latim. “Que seja o mais fiel àSagrada Escritura e àcorrespondência com a cultura dosnossos povos”, sublinhou D. JoséCordeiro.O bispo de Bragança-Mirandarecordou que “esta em curso”também a tradução da Bíblia oficialem português da ConferenciaEpiscopal Portuguesa e do MissalRomano, tendo em conta o novoacordo ortográfico.No encontro com a Congregaçãopara o Culto Divino e Disciplina dosSacramentos foram referidas as“boas práticas” em Portugal nocampo da liturgia, nomeadamentepela relevância do EncontroNacional da Pastoral Litúrgica e asiniciativas editoriais e de formaçãodesenvolvidas pela ComissãoEpiscopal e pelo SecretariadoNacional da Liturgia.

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Media: Presença católica «nas redes»e trabalho em parceriaD. Pio Alves, presidente daComissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e ComunicaçõesSociais, encontrou-se hoje com oresponsável pelo setor no Vaticano,no âmbito da visita dos bisposportugueses a Roma.Em entrevista à Agência ECCLESIA,o bispo auxiliar do Porto destacou aoportunidade de dar conta a D.Cláudio Maria Celli da “atividade” dacomissão no contexto da IgrejaCatólica em Portugal, e deperspetivar desafios atuais,particularmente o da “presençacristã nas redes”, na internet e nasnovas plataformas de comunicação.“Estas novas realidades têmenormes possibilidades pastorais,uma vez que são habitadas por todaa gente e na estatística que omonsenhor Cláudio Celli recordou,com particularíssima incidência emtodo o mundo da juventude”, referiuD. Pio Alves.Para o prelado português, estedesafio vai ao encontro do primeirorepto que o Papa Francisco deixouao episcopado nacional, no contextodesta visita ‘ad limina’, para queeles “estejam muito mais atentos àjuventude, que aparece edesaparece

da Igreja quando menos se espera”.O trabalho da Agência ECCLESIA eda Rádio Renascença, no plano dapresença católica nos media,também foi tema de conversa nasede do Conselho Pontifício para asComunicações Sociais.No contexto da Agência ECCLESIA,da Conferência EpiscopalPortuguesa, a prioridade deve sercada vez mais o trabalho emparceria com as dioceses.Para D. Pio Alves, “há aqui umadispersão de energias que é precisosaber juntar” para que a informaçãocatólica possa “chegar mais longe, amais pessoas e se calhar commenos meios”.Atualmente, é essa a “estratégia”que está a ser implementada com aSanta Sé, ou seja, de “junção oureorganização dos diferentes meiosde comunicação” que existem,porque no fim de contas “a filosofiaé a mesma”.O fundamental é que “não estejamquatro a fazer a mesma coisa e adispersar-se, com tudo o que issosignifica em termos de desperdíciode energias humanas e de recursosfinanceiros”, concluiu.

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Católicos no mundo digitalO presidente do Conselho Pontifíciodas Comunicações Sociais (CPCS)disse hoje no Vaticano que a IgrejaCatólica tem de valorizar a presençano mundo digital. “No ambientedigital, nas redes sociais, a Igrejapode anunciar Jesus Cristo”,sublinhou D. Cláudio Celli, emdeclarações à Agência ECCLESIA.O responsável falava após ter-seencontrado com um grupo de bisposportugueses, no âmbito da visita ‘adLimina’ que está a decorrer estasemana. Segundo o arcebispoitaliano, a Igreja em Portugal tem osmesmos desafios que enfrentam asoutras Igrejas dos outros grandespaíses europeus, por exemplo”.“Sei de um pároco em Espanha, porexemplo, que abriu um lindíssimosite, da paróquia. Foi muitointeligente o pároco e o site tambémera. Ele dizia-me, a sorrir, que o sítioonline tinha mais visitas do que aMissa do domingo”, observou.Para o presidente do CPCS, asComunicações Sociais podem ser“um ambiente onde, quem recorreàs grandes autoestradas digitaisdeste mundo, pode encontrartambém Jesus Cristo”, considerandograve

“se não houver alguém que ali dêtestemunho”.“O Papa di-lo de uma maneira muitoprovocadora, mas autêntica: não sebombardeia a rede social commensagens religiosas. Nós nãofazemos publicidade, não fazemosuma ação de proselitismo, oimportante é que os discípulos doSenhor que moram no continentedigital deem testemunho com o queescrevem, com o que colocamdentro dos seus sites, dos seusperfis”, explica.“Tem de ser algo positivo”, assinalaainda.Desta forma, acredita D. ClaudioCelli, muitas pessoas poderãodescobrir o Senhor e tudo o que depositivo, de belo, é Jesus Cristo nasua vida, através do testemunho detantos discípulos que vivem nomesmo continente digital”.Esta presença nas plataformasdigitais exige um duplo dinamismo,de “testemunho” e de“profissionalismo”.“De um lado há a exigência detestemunho - o homem de hojeescuta com maior gosto umatestemunha do que um mestre -,mas também, nas redes sociais, aIgreja deveria

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estar presente com grandeprofissionalismo”, refere oresponsável da Santa Sé.“Não estamos a anunciar

um produto, anunciamos o Senhorda vida e temos de o fazer com osmelhores meios que tivermos”,acrescentou.

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Iluminai o futuroUma conversa narrada por Antonio Spadaro

Quando o Papa Franciscoconcedeu uma audiência à Uniãodos Superiores-Gerais dascongregações religiosas, não queriaouvir discursos, como também nãoos queria fazer. Escreve AntonioSpadaro: «Eu encontrava-me alipara registar a conversa e podercontá-la por escrito. Foi umaexperiência que eu definiria como“fontal”: o diálogo foi de tal

maneira e, do confronto, osconteúdos jorraram de forma tãoespontânea, natural, que deixaramnos presentes o sentimento de umencontro verdadeiro e consolador.Neste pequeno volume, o leitorencontrará a narrativa daquelaconversa.»

Paulinas Editora

FICHA TÉCNICAEncadernação: Capa MoleEdição: 1Ano: 2015Editora: PaulinasISBN: 978-989-673-477-0Código de barras: 5603658174601Páginas: 64Peso (gr.): 100Formato (cm.): 14 x 21 x 0,5Autor/es: Papa Francisco

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II Concílio do Vaticano: Urgeretornarà teologia do episcopado

No projeto de renovação e aggiornamento da Igreja,que o Papa João XXIII propôs como primeiro objetivodo II Concílio do Vaticano (1962-65), a hierarquiaeclesiástica e o seu exercício “deviam merecer, talcomo de fato aconteceu, uma especial atenção”. Numartigo escrito na revista Communio (julho/setembro de2012), D. António Marcelino, bispo falecido emoutubro de 2013, realça que a teologia do episcopadotem sido “esquecida ou menosprezada”. Para oprelado que foi bispo de Aveiro, os bispos “não sãoexecutores das ordens do Papa, nem seus servidoresou ajudantes. São seus irmãos, como insistia Paulo VIem proclamar”.No artigo «Episcopado e missão Pastoral.Interrogações e Missão Pastoral», D. AntónioMarcelino sublinha que vale a pena, em clima dejubileu conciliar, “tomar consciência das contradiçõese desgarramentos em que se foi caindo, voltando atempos idos que o II Concílio do Vaticano quis e querpurificar, fazendo-os esquecer”.Quando os bispos portugueses realizam a sua visita«Ad Limina» convém recordar algumas palavras doprelado português. Em relação à escolha doscandidatos ao episcopado, D. António Marcelino disseque esta é “cada vez mais comandada de Roma eposta nas mãos dos núncios apostólicos, por vezesdeixando de lado, em matéria de tanta importância, oparecer de bispos locais”.No mesmo artigo, o bispo de Aveiro critica também opapel desempenhado pelas conferências episcopais.Apesar de estarem “mais próximas das pessoas e dasrealidades”, as conferências episcopais “pouco maisfazem que distribuir papéis vindos de Roma,

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ficando cada vez mais, por culpa oupor inércia, vazias de uma açãoeclesial concreta”. Ainda estasemana, o Papa Francisco deu umexemplo concreto quando decidiureformar o processo canónico paraas causas de declaração denulidade de matrimónios celebradosna Igreja Católica, tornando-se maissimples e breves, com maior poderde decisão para os bisposdiocesanos.Atualmente, parece “estar tudo ouquase nas mãos dos núnciosapostólicos, que muitas vezes, nãoconhecem as dioceses, a suahistória, possibilidades e problemas,e nem parecem dispostos a alargaro seu

círculo de conselheiros”, escreveuD. António Marcelino. E acrescenta:“Está-se introduzindo, agora, ocostume de ser o núncio a ler, nomomento da ordenação, a BulaPapal, e até, em países conhecidos,diz-se, a quererem ou insinuaremque gostavam de ser eles a ordenaros novos bispos…”. Segundo o prelado português, estesjuízos críticos “não pretendemsenão constituir material de reflexão,também a nível de povo de Deus,que não se deve considerar alheio aestes problemas”. O II Concílio doVaticano continua interpelador, mashá muito caminho a fazer decriatividade pastoral.

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setembro 2015 Dia 11 setembro* Lisboa - Conferência sobre osdesafios da nova encíclica do PapaFrancisco, intitulada «Cuidar daCasa Comum».

* Vaticano - O Papa Franciscorecebe os participantes do encontrointernacional «Justiça Ambiental eMudanças Climáticas».

* Lisboa – Benedita - A comunidadede jovens da paróquia da Benedita(Alcobaça) organiza 24 horas defutsal para angariar fundos para asjornadas mundiais da juventude (11e 12).

* Leiria – Ourém - Encontro sobre«vocação e ao sentido de missão»promovido pela JOC (11 a 13)

* Israel - Assembleia anual doConselho das ConferênciasEpiscopais da Europa (CCEE). (11 a16) Dia 12 setembro* Évora - Festa anual dasinstituições particulares desolidariedade social

* Coimbra - Auditório do Colégio deSão Teotónio - AssembleiaDiocesana de Catequistas

* Porto - Arouca (Auditório da LojaInterativa de Turismo) - Conferênciasobre «A Escola do futuro será bemdiferente terá coração e rostohumano» por Joaquim Azevedo.

* Lisboa - Mosteiro de São Vicente -Concerto «non stop» no Mosteiro deSão Vicente integrado nascomemorações dos 250 anos daconstrução daquele órgão.

* Fátima - O bispo brasileiro, D.Wilmar Santin, de Itaituba, preside àperegrinação aniversária desetembro (12 e 13)

* Itália - Viagem pelo roteiromonástico de Santo António (12 a17)

Dia 13 Setembro* Fátima - Peregrinação nacional daFundação Ajuda à Igreja que Sofre(AIS).

* Aveiro – Sé - Celebração do 1ºaniversário da tomada de posse deD. António Moiteiro na Diocese deAveiro.

* Coimbra - Imagem peregrina deFátima visita a Diocese de Coimbra(13 a 27)

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Dia 14 Setembro* Évora - Seminário maior -Jornada para preparar o próximoano pastoral

Dia 15 setembro* Setúbal - D. Gilberto CanavarroReis recebe medalha de prata dacidade de Setúbal

Dia 16 setembro* Porto - Convento de Cristo Rei -Conferência sobre «Igrejaperegrina: Ao serviço do evangelho,nas periferias do mundo e em des-instalação permanente» por frei RuiGrácio, OP. Dia 17 setembro* Porto - Convento de Cristo Rei -Conferência sobre «O serviço: aalma interior da Igreja» por frei JoséNunes, OP

* Fátima - Curso de formação deresponsáveis de serviço daAssociação Católica Internacionalao Serviço da Juventude Feminina(ACISJF) (17 a 20) * Bélgica – Lovaina - Conferênciainternacional «A alma da Teologia.O papel da escritura na Teologia»promovida pela AssociaçãoEuropeia de Teologia Católica. (17 a20)

Dia 18 setembro* Porto - Convento de Cristo Rei -Conferência sobre «Uma Igrejapobre ao serviço dos pobres» porfrei Gonçalo Diniz, OP Dia 19 setembro* Guarda – sabugal - Encontro dosconsagrados naturais do Sabugal(Diocese da Guarda) com o tema«Ano da Vida Consagrada – Olharcom gratidão o passado...Viver compaixão o presente... Abraçar comesperança o futuro».

* Fátima - Encontro nacional daFamília Salesiana

* Lisboa - Cascais (HipódromoManuel Possolo) - Iniciativa «FamilyLand» promovida pela AssociaçãoPortuguesa de Famílias Numerosas(19 e 20).

* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI -Jornadas Missionárias 2015 com otema «Missão Sempre e em todasas frentes. AdGentes e Igrejasparticulares». (19 e 20)

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A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vaiacolher esta sexta-feira a conferência ‘Cuidar da CasaComum: que ecologia? Os desafios da nova Encíclicado Papa Francisco’. A iniciativa reúne especialistascomo o jesuíta Michael Czerny, que integra o gabinetedo presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz(Santa Sé), organismo que auxiliou o Papa naelaboração da ‘Laudato Si’, ou Elena Lasida,professora do Instituto Católico de Paris. A Juventude Operária Católica promove de 11 a 13 desetembro, em Ourém, uma jornada de estudosdedicada aos jovens comprometidos com o movimentosobre “vocação e ao sentido de missão”. O Conselho das Conferências Episcopais da Europavai realizar pela “primeira vez” a sua assembleia anualna Terra Santa, em Israel, entre 11 e 16 de setembro.Portugal vai marcar presença através do bispo doPorto, D. António Francisco dos Santos, e dosecretário da CEP, padre Manuel Barbosa. O bispo de Itaituba, no Brasil, vai presidir àperegrinação internacional de setembro ao Santuáriode Fátima, que tem como tema ‘Felizes os convidadospara a Ceia do Senhor”, nos próximos dias 12 e 13.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h30Domingos, 13 de setembro- Educar na era digital RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 14 - Osnovos programas e manuaisde EMRCTerça-feira, dia 15 - Osmanuais do 2º ciclo de EMRCQuarta-feira, dia 16 - Osmanuais do 3º ciclo de EMRCQuinta-feira, dia 17 - Osmanuais do secundário de EMRCSex-feira, dia 18 - Análise às leituras bíblicas dasmissas de domingo com P. Armindo Vaz e Fr. JoséNunes Antena 1Domingo, dia 13 de setembro - 06h00 - A ImagemPeregrina de Nossa Senhora de Fátima em Vila Real eBragança-Miranda: testemunhos e ondas de fégeradas. Análise à liturgia pelo P. Manuel Barbosa. Segunda a sexta-feira, 14 a 18 de setembro - 22h45 - O arranque do ano escolar, perspetivas etestemunhos dos professores Neuza Pedro, JoséMorais, Paula Cristina, Paulo Silva e Maria Helena.

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Ano B - 24.º Domingo do tempoComum Seguir Jesus,dar a vida

O Evangelho deste 24.º Domingo do Tempo Comumcoloca-nos face a face com Jesus. As suas perguntasprovocam uma resposta radical, de adesão ou derejeição.Primeira questão: Quem é Jesus? O que é que oshomens dizem de Jesus? Muitos dos nossosconterrâneos veem em Jesus um homem bom,generoso, atento aos sofrimentos dos outros, quesonhou com um mundo diferente, um admirável mestrede moral, um admirável condutor de massas, umrevolucionário ingénuo e inconsequente. São visõesque apresentam Jesus como um homem excecional eadmirável, que marcou a história. Mas Jesus é maisque isso: é um Deus adorável.Segunda questão, também decisiva: “E vós, quemdizeis que Eu sou?” É uma pergunta que deve, deforma constante, ecoar nos nossos ouvidos e nonosso coração. Responder a esta questão nãosignifica papaguear lições de catequese ou tratadosde teologia, mas sim interrogar o nosso coração etentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa nanossa existência.Responder a esta questão obriga-nos a pensar nosignificado que Cristo tem na nossa vida, na atençãoque damos às suas propostas, na importância que osseus valores assumem nas nossas opções, no esforçoque fazemos ou que não fazemos para o seguir.Quem é Cristo para mim? A nossa resposta dediscípulos só pode ser como a de Pedro: «Tu és oMessias». O Messias libertador, que o Pai enviou aomeu encontro com uma proposta de salvação e devida plena.A identidade cristã do verdadeiro discípulo de Jesusconstrói-se à volta de Jesus e da sua proposta devida.

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Que nenhum de nós tenha dúvidas:ser cristão é bem mais do que serbatizado, ter casado na igreja,organizar a festa do santo padroeiroda paróquia, ou dar-se bem com opadre.Ser cristão é, essencialmente,seguir Jesus no caminho do amor edo dom da vida. O cristão é aqueleque faz de Jesus a referênciafundamental à volta da qual constróitoda a sua existência; e é aqueleque renuncia a si mesmo e quetoma a mesma cruz de Jesus.O seguidor de Jesus não vivefechado no seu cantinho, a olharpara si mesmo, indiferente aosdramas que se passam à sua volta,insensível às

necessidades dos irmãos, alheadodas lutas e reivindicações dosoutros homens; mas vive para Deuse na solidariedade, na partilha e noserviço aos irmãos.Tomar a cruz é amar até às últimasconsequências, até à morte. Ocristão não tem medo de lutar contraa injustiça, a exploração, a miséria eo pecado. O seguidor de Jesus éaquele que está disposto a dar avida para que os seus irmãos sejammais livres e mais felizes.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.pt

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Papa antecipa preocupaçõesdo próximo Sínodo dos BisposO Papa apresentou hoje noVaticano preocupações com asameaças “ideológicas” em relação àfamília e lembrou as “feridas” navida dos casais, que exigem“misericórdia” da Igreja. Perante osparticipantes do encontro mundialpromovido pelas Equipas de NossaSenhora, Francisco antecipou umconjunto de temas que devemdominar a próxima assembleia geralordinária do Sínodo dos Bispos,com início marcado para 4 deoutubro, no Vaticano.“A imagem da família - como Deus aquer, composta por um homem euma mulher em vista do bem doscônjuges e também da geração e daeducação dos filhos - é deformadaatravés de poderosos projetoscontrários, sustentados porcolonizações ideológicas”,denunciou.Francisco pediu ainda aos membrosdas Equipas de Nossa Senhora,presentes em vários países,incluindo Portugal, que sejam“instrumento da misericórdia deCristo e da Igreja” para as pessoascujo casamento “falhou”. “Um casalunido e feliz pode compreendermelhor do que

qualquer outra pessoa, desdedentro, a ferida e o sofrimento queum abandono, uma traição, umfalhanço do amor provocam”, disse.Nesse contexto, o Papa recordou o“sofrimento indizível” dos filhos quevivem estas situações. A intervençãoaludiu às “numerosas” famíliasferidas pela “falta de trabalho, apobreza, problemas de saúde, luto”ou um “clima de violência”.As Equipas de Nossa Senhora,nascidas em França em 1938, sãoum movimento de espiritualidadeconjugal cujo objetivo é ajudar oscasais a viver plenamente osacramento do Matrimónio.Francisco manifestou a sua alegriapor poder encontrar-se com osparticipantes do encontro mundial apoucos semanas do Sínodo dosBispos. A reunião deste organismoconsultivo, a segunda sobre afamília em anos consecutivos,procura que “a Igreja reflita comcada vez maior atenção sobre aquiloque as famílias vivem”, nummomento em que, segundo o Papa,estas se encontram “ameaçadasnum atual contexto cultural difícil”.

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O discurso elogiou o trabalho dequem promove o “amadurecimentodos casais” e sublinhou aimportância de acompanhar “comcriatividade sempre renovada” osmais jovens, “antes e depois doMatrimónio”.Francisco realçou a importância daoração e do diálogo em família -

"a obrigação de 'sentar-se', que vaimuito contra a corrente dos hábitosde um mundo apressado e agitado"-, propostas centrais no itineráriodas Equipas de Nossa Senhora,cujo fundador, padre EnricoCaffarel, está em processo debeatificação.

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CTT celebram nascimento de SantaTeresa de Ávila com emissãofilatélicaOs CTT – Correios de Portugal vãocomemorar os 500 anos donascimento de Santa Teresa deJesus com o lançamento de umaemissão filatélica, esta sexta-feira.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, o gabinete decomunicação dos CTT informa queesta emissão é composta por umselo com ‘Santa Teresa entregandoa Regra’, uma obra presente noMuseu de São Roque em Lisboa.A emissão que comemora o quintocentenário do nascimento da santaespanhola é composta ainda por umbloco com um selo. “O fundo dobloco mostra-nos Santa Teresa,‘Doutora Mística’, inspirada peloEspírito Santo; e o selo do blocoretrata o momento em que SantaTeresa de Jesus escreveu umacarta ao Padre Pablo Hernandez”,explica o comunicado.O selo tem um formato de 40X30,6mm, o valor facial de 0,45€ e umatiragem de 155 mil exemplares,enquanto o bloco tem o valor de2,50€, o formato é 95X125 mm euma tiragem de 40 mil exemplares.Santa Teresa de Jesus, que nasceu

a 28 de março de 1515, iniciou areforma da família Carmelita; morreuem Alba de Tormes, Salamanca, noano de 1582 e foi proclamadadoutora da Igreja pelo Papa PauloVI, em 1970.As celebrações do 5.º centenário donascimento de Santa Teresa deÁvila continuam até outubro. EmPortugal, o programa ainda vaiincluir atividades como umcongresso intitulado “Às voltas comDeus”, em Fátima, de 16 a 18 deoutubro, e uma peregrinaçãonacional teresiana, a 18 de outubro,que culminará com um musical noCentro Paulo VI, em Fátima.No dia do 5.º centenário do seunascimento, o Papa destacou a“entrega total a Deus” quecaraterizou a vida de Santa Teresade Ávila, considerando o legado damística espanhola essencial para aatual vivência cristã.Numa carta enviada ao superiorgeral da Ordem dos CarmelitasDescalços, publicada pela sala deimprensa da Santa Sé, Franciscorefere que Santa Teresa deixou “umgrande tesouro”, sobretudo no quediz respeito à “renovação da vidaconsagrada”,

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dos religiosos e religiosas destetempo. Uma herança “cheia depropostas concretas, meios emétodos para rezar” que conduzemas pessoas a Cristo e que “ensinam

a crescer no amor a Deus e aopróximo”.“Ela foi a grande professora daoração”, salientou o Papa argentino,na mensagem remetida ao padreXavier Cannistrà.

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Dominismissio – Campo de TrabalhoDesde o dia 30 de Agosto até ao dia5 de Setembro houve Dominismissiona cidade da Guarda. O nossogrupo era composto por 14 pessoasque vinham de vários lugares(Leiria, Albergaria, Braga, Aveiro,Guimarães…). Esta atividadeacontece pela quarta vez e éorganizada pelas Irmãs Dominicanasde Santa Catarina de Sena.Trabalhámos com o Lar da SagradaFamília (CATL e internato), CEFAD(Lar, Centro de Dia e CATL), Aldeiado Bispo e Centro de Dia daparóquia de São Vicente, situado noPasso do Biu.Diz-nos a Bruna: “Apesar de terestado no Centro de Dia do Passodo Biu, do CEFAD e da Aldeia doBispo, passei a maior parte do meutempo com as crianças do Lar daSagrada Família. Com elas, vimosum filme do Tintin, brincámos nopátio à apanhada, saltámos à corda,jogámos matraquilhos, fizemostrabalhos manuais e no dia 4 deSetembro demos especialimportância à vida de Teresa deSaldanha, fundadora daCongregação das IrmãsDominicanas de Santa Catarina deSena. Vimos um filme de desenhosanimados sobre ela, fizeram-seperguntas no fim e as meninas dointernato prepararam uma peça deteatro para apresentar

no fim da vigília dessa mesma noite.Deste campo de trabalho, tragomuito boas recordações, tanto demomentos passados com o grupoem si, como de momentos passadoscom quem me cruzei. E apenaspassado poucos dias do fim destecampo de trabalho confesso que játenho saudades dos sorrisosdaquelas crianças. “A Sandra partilha: “Foi uma semanade trabalho em que hesitei emparticipar, mas depois de lá estarnunca pensei em desistir. Umasemana repleta de emoções quenos marcaram muito e tambémpessoas que nos ficam para sempreno nosso coração.Todas as atividades realizadas pelogrupo de trabalho foram feitas coma nossa dedicação e empenho. Foi-nos fácil conseguir um ambientepropício para as atividades quetínhamos planeado. O que maisgostei neste campo de trabalho foida cumplicidade que existia em cadaum de nós.(…) Os momentos quemais me custaram foram osmomentos de reflexão, pois foi-medifícil expressar o que sinto peranteo grupo(…)Em relação àsinstituições, receberam-nos debraços abertos. Tive o privilégio deir a todas e reparei na cumplicidadeque existia entre funcionários,utentes

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e familiares. No lar do CEFAD,estivemos à conversa com idososmais debilitados, ao princípiocustou-me interagir com os mesmos,mas no final vim com a sensação demissão cumprida. No centro de dia,cantamos músicas tradicionais,dançamos e jogamos às cartas. NoCentro de Dia da Paróquia, no“Passo do Bio”, fizemos uns bolosque comemos ao lanche. Claro queos idosos nos ajudaram. Enquantofazíamos os bolos, cantávamos fadoe

contávamos anedotas. Na aldeia doBispo, fomos dar um passeio a pécom os idosos que nos mostraramum pouco da sua aldeiamaravilhosa. No CATL fomos para oparque apanhar folhas paracolecionar e jogamos ao jogo dolenço e com as crianças do CATL eLIJ da Sagrada Família, fizemosjogos tradicionais, brincámos eanimamos.”Só nos resta dizer: até ao próximoDominismissio.

Bruna Pereira e Sandra Guimarães

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Fundação AIS lança corrente de oração pela paz pelaSíria

A última esperançaA guerra na Síria está maisencarniçada do que nunca. EmAgosto, os ataques jihadistastomaram um novo alento.Mosteiros bombardeados,aldeias ocupadas, milhares depessoas em fuga. Os cristãos daSíria voltam-se agora para NossaSenhora de Fátima, a quempedem as nossas orações. É aúltima esperança para a paz. Damasco é uma cidade sitiada. Nofinal de Agosto, uma chuva demorteiros provenientes das áreascontroladas pelas milíciasdestruíram parcialmente duasigrejas. Só nesse ataque morreramnove pessoas e mais de meiacentena tiveram de recebertratamento hospitalar. Numa cartaenviada à Fundação AIS, poucashoras depois, o Arcebispo maronitaSamir Nassar, disse que os síriosvivem, nos dias de hoje, “numaespécie de roleta russa”. Ninguémsabe quando chegará a sua vez. A365 quilómetros a norte deDamasco fica Aleppo, uma cidademártir. Estes quatro anos de guerradestruíram ruas e prédios. Hámarcas

de tiros em todo o lado. Adevastação é enorme. Os que não morreram ou nãoconseguiram fugir vivem agoraquase como fantasmas. Falta tudo.A começar pela água. No final deAgosto, os Médicos Sem Fronteiradenunciaram que os jihadistas doauto-proclamado “Estado Islâmico”usaram armas químicas num ataquecontra uma aldeia. Tudo vale parasemear o terror. Dias antes desseataque, o mundo ficou horrorizadocom a publicação de fotos, naInternet, de mulheres cristãs queexibiam cartazes com os respectivosnomes e a data em que a foto teriasido tirada: 27 de Junho. São 3mulheres, duas delas estão com osfilhos. Todas foram capturadas pelosjihadistas. Se ninguém pagar oresgate exigido pela sua libertação,serão vendidas como escravassexuais num mercado local. Nasegunda semana de Agosto, 230aldeões que viviam em al-Qaryatain,no nordeste da Síria, foram tambémraptados. Destes, mais 60 sãocristãos.

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Rezar pela pazA vida na Síria tornou-seimpossível. Resta a oração. Noinício de Agosto, o Patriarcamelquita greco-católico Gregório IIIpediu expressamente ao Santuáriode Fátima a imagem Peregrina deNossa Senhora para ser levada aDamasco para que os síriospudessem implorar à Senhora doCéu o fim da guerra. Rezar pela pazé o que resta nestes dias deapocalipse. A deslocação daimagem estava prevista para os dias7, 8 e 9 de Setembro. Tudo estavapreparado até que chegou umtelefonema urgente a cancelar a

deslocação. Já não é possívelgarantir a segurança. Até a imagemde Nossa Senhora de Fátima estáameaçada pela guerra na Síria. Oscristãos estão encurralados. Nãotêm como fugir. Só lhes resta rezar eesperar. Os portugueses não podemficar indiferentes a este drama.Vamos confiar à Virgem de Fátimaas nossas orações pelo povo sírio.Foi para pedir as nossas oraçõespela paz que Nossa Senhoraapareceu aos pastorinhos em 1917.Quase um século depois, temos odever de cumprir essas palavras.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Regresso à Escola…ou talvez não!

Tony Neves Espiritano

Crianças, jovens, professores, funcionários,famílias da Europa andam todos stressados apreparar o regresso ás aulas, após férias deverão. Os mais ricos e remediados levarão paraescolas lindas histórias de sol e areia, demontanha e cultura. Talvez as narrativas nãotragam grande novidade porque as redes sociaisforam mostrando ao mundo dos amigos asaventuras e desventuras deste tempo decarregar baterias. Os mais pobres andampreocupados com a maneira de arranjar livros emateriais que lhes permitam enfrentar mais umano escolar que se apresenta como um enormedesafio á falta de meios da família. Mas, commais ou menos meios, todas as crianças e jovensregressam à Escola para um ano que tem tudopara ser um sucesso.Noutras paragens do mundo, falar de regresso áescola é uma miragem. Em muitos contextos, nãohá escola, não há professores, não há condiçõespara uma escolaridade normal. Encontrei muitasdestas situações em missões que visitei emÁfrica e na América Latina. Há que criarcondições mínimas para que todos beneficiem dodireito humano á Educação. Esta é uma batalhaque está longe de ser ganha.Mas, nos últimos tempos, uma outra dor, bemmais profunda, me assalta o coração quando mefalam do regresso ás aulas. Basta olhar paraaquelas barcarolas que trazem milhares deimigrantes a partir do norte de África … Basta verimagens dos que tentam entrar na Europa porterra firme!

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São tantos os pais e mães que alivêm, tentando chegar à Europa!São muitas as crianças que osacompanham. Algumas até morrem,como a que encheu televisões,jornais e sites de internet e redessociais.A esperança de um regresso detodas as crianças e jovens às aulasnão deve morrer. Para tal, todostemos que nos dar as mãos. Éurgente assumir que as portas dasnossas casas e dos

nossos corações têm de se abriraos imigrantes que procuramsobreviver. Temos de dar ouvidosaos gritos do Papa Francisco nestesentido.Quando, nos próximos dias, passaràs portas de uma escola, voulembrar-me dos milhões de criançase jovens que aguardam pelo nossoapoio para aprender a ler, aescrever e a rasgar novoshorizontes ao seu futuro.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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Page 41: Igreja abre braços - Agência ECCLESIA · A nota da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé recorda o “contributo fundamental da fé” para o desenvolvimento

“A Igreja sem fronteiras, mãe de todos, propaga no mundo acultura do acolhimento e da solidariedade, segundo a qual

ninguém deve ser considerado inútil, intruso ou descartável”

Mensagem do Papa Francisco,Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2015

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