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NOSSA MISSÃO: PROMOVER A CIDADANIA DEMOCRATIZANDO O ACESSO À INFORMAÇÃO
ANO L - Nº 17.261 EXEMPLAR AVULSO R$ 3,00 BAURU, DOMINGO, 16 DE JULHO DE 2017
POUPANÇA DÓLAR COMPRA VENDA
http://www.jcnet.com.br e-mail: [email protected]
COTAÇÃO 14/7
17°C
Tempo claro a parcialmente nublado, com névoa seca. PÁG. 22
EM BAURUOS RESULTADOS
DAS LOTERIAS
ESTÃO NO SITE DO
JORNAL DA CIDADE:
WWW.JCNET.COM.BR
27°C
SELIC - 10,25%
OPINIÃO 2DESTAQUES 6 ESPORTES 13
REGIONAL 18BRASIL 22TRIBUNA DO LEITOR 26
INTERNACIONAL 27RESUMO 28CLASSIFICADOS 29
16/7 - 0,5369%17/7 - 0,5172%
3,183 3,185
3,137 3,330
3,260 3,360
76
NESTA EDIÇÃO, 1.692 CLASSIFICADOS COM MAIS DE 3,4 MIL OFERTAS
Ambiente com mesa, sofá e poltronas italianas valorizam o cenário do jardim e a luz natural
Romulo Ferrari/Divulgação
CORES DO INVERNO
Blogueira Maria Luiza Canedo dá dicas para curtir os sabores do inverno sem culpa.
Coma sem culpa no frio
‘Rejuvenescimento’ do ovário pode salvar sonho de ser mãe
•SER - PÁG. 4 •PÁGINA 10•JC SAÚDE •JC SAÚDE
ENTREVISTADA SEMANA
O professor Carlos Alberto Alves Neves completou 47 anos de carreira exercendo o ofício de ensinar e motivar.
A matemática da felicidade
Carlos Alberto Alves Neves
Sam
anth
a Ci
uffa
Espécies que florescem no inverno dão cores à cidadelJC NOS BAIRROS
Avós buscam fôlego e ajustam a casa para receber netos durante as férias
•SER
Para ‘turbinar’a memória
Malavolta Jr.
Jogos de tabuleiro são como “academia para o cérebro”.
A Igreja Católica de Bau-
ru viverá hoje um dos
dias mais importantes
de sua história. A partir das
15h, será ordenado primeiro
bispo de Bauru o monsenhor
Luiz Antonio Lopes Ricci,
51 anos. O rito será realizado
no Santuário Diocesano do
Sagrado Coração de Jesus e
contará com a presença de di-
versas autoridades religiosas
de Bauru e Niterói (RJ), ci-
dade onde Ricci exercerá seu
ministério como bispo auxi-
liar daquela Arquidiocese.
A expectativa é de que mais
de duas mil pessoas partici-
pem do evento, que deve ter
aproximadamente três horas
de duração. PÁGS. 8 E 9
Igreja ordena hoje 1o bispo de BauruCerimônia, marcada para 15h, no Santuário do Sagrado Coração, deverá reunir cerca de 2 mil fiéis para a posse de Luiz Antonio Lopes Ricci
Samantha Ciuffa
Saiba como será feita a cerimônia no Santuário
PÁGS. 8 E 9Monsenhor Luiz Antonio Ricci ora na Igreja São Cristóvão, onde coordenava a paróquia
.
Padilha tinha 84 anos
O ex-vereador e ex-presi-
dente da Câmara Municipal
de Bauru Alonso Campoi
Padilha morreu no início da
noite de ontem, aos 84 anos.
Advogado, ele atuou tam-
bém como radialista e na
antiga TV Bauru. PÁG. 7
Morre o ex-vereador Alonso C. Padilha
Luto
O arquiteto bauruense
Marcos Caracho topou o de-
safio proposto pela CasaCor
2017 e transformou um es-
paço de 200 metros quadra-
dos em um ambiente acon-
chegante com novos olhares
para arquitetura, paisagis-
mo e decoração. PÁG. 4
Arquiteto bauruense e seu Bar do Jardim
CasaCor
PÁG. 12
3 jovens morremem capotamento
PÁG. 12
Próximo a Abadiaé preso em Jaú
PÁG. 23
Tragédia aérea 10 anos depois
PÁGS. 18, 19 E 20
Região: união para tratar o lixo
Esportes
PÁG. 15
Corinthians para no Atlético-PR
PÁG. 14
Palmeiras joga para barrar crise
PÁG. 14
São Paulo tenta sair do Z4 hoje
PÁG. 15
Brasileiro vence em Wimbledon
Faltou o gol para o No-
roeste obter sua primeira
vitória na Copa Paulista.
Ontem, pela terceira rodada,
a equipe bauruense empatou
novamente, desta vez contra
o XV de Piracicaba, em 0 a
0. O Norusca teve mais vo-
lume de jogo e pressionou
o visitante. Também jogou
melhor do que nas duas pri-
meiras rodadas. PÁG. 13
Noroeste empata a 3a na Copa Paulista
OPINIÃO
2 BAURU, domingo, 16 de julho de 2017
João Jabbour Diretor de Redação
Giselle Hilário Jornalista Responsável
João Pedro Feza Editor Executivo
Márcia Duran Editora Multimídia
POLÍTICA & ENTRELINHA http://www.jcnet.com.br email: [email protected]
DIRETORIA
ATENDIMENTO AO LEITOR: (14) 3104- 3144 - (14) 3104-3100 PABX: (14) 3104- 3104 OU 3366-1000 - REDAÇÃO: (14) 3104-3110 SITE: WWW.JCNET.COM.BR
Renato Delicato ZaidenDiretor Administrativo e de Marketing
João Carlos P. do AmaralGerente de Marketing/Comercial
Welber Augusto PintoGerente de Vendas
Célio M. da SilvaGerente Industrial
Marco Antonio C. OliveiraDiretor Industrial e de Tecnologia
REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO REDAÇÃO COMERCIAL GRÁFICA FILIADO ÀRua Xingu, 4-44 - CEP 17013-510
UMA PUBLICAÇÃO DO
JORNAL DA CIDADE DE BAURU LTDACNPJ: 45.012.218/0001-02
Bauru e Grande Região
“Promover a cidadania democratizando a informação” SUCURSAL - SÃO PAULO
Tel: (14) 3104-3104
Rua Tabapuã, 627 - Cj. 92/94 - Ed. Manhattan - Itaim BibiCEP 04533-012 Tel: (11) 3546 - 0300 Fax: (11) 3031 5119
Mais Tribuna do Leitor na página 26 http://www.jcnet.com.br email: [email protected]
ENTRELINHASDa Redação
PRESIDENTEO PPS de Bauru realizou conven-
ção na manhã de ontem, na Câmara Municipal, mantendo o presidente Arnaldo Ribeiro no cargo, agora como Diretório Municipal, e não mais Co-missão Provisória. O dirigente nacio-nal do PPS Arnaldo Jardim prestigiou o evento. A mudança, inclusive, aten-de a determinação do TSE que exige diretórios municipais e estaduais em todos os partidos, acabando com as comissões. As legendas têm que fazer isso até o dia 3 de agosto deste ano.
PRESENTESAlém dos vereadores Roger Ba-
rude e Ricardo Cabelo, que são do PPS, o evento recebeu os vereadores Miltinho Sardin (PTB), Manoel Losila (PDT), Sandro Bussola (PDT) e Pastor Luiz Barbosa (PRB). O prefeito Clo-doaldo Gazzetta (PSD) e o vice Toninho Gimenez (PTB) também marcaram presença, além do ex-vereador Raul Gonçalves Paula (atual presidente do PV local), da ex-titular da Sebes Dar-lene Tendolo e o deputado estadual Fernando Cury, do próprio PPS.
EMENDASLosila aproveitou a vinda de Ar-
naldo Jardim, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, para entregar dois pedidos de emenda parlamentar. Uma é a implementação do Programa Melhor Caminho em tre-cho de cerca de 3,8 km entre Bauru e Agudos, em estrada rural, e a outra para a compra de equipamentos para a Secretaria Municipal de Agricultura (Sagra). O vereador já tinha feito ainda outros quatro pedidos ao Orçamento do Estado de 2018, em audiência pública na semana passada.
MATERIALO Departamento de Água e Esgoto
(DAE) concluiu o processo licitatório para compra de 500 varetas usadas no trabalho de desobstrução de rede de esgoto. O material será distribuí-do nas cinco unidades regionais da autarquia. O produto estava em falta no estoque e agora será possível realizar o serviço sem problemas por pelo menos um ano, estima o presidente Eric Fabris.
REDUÇÃOCom a compra das varetas, a
autarquia não dependerá apenas dos caminhões hidrojato para desobstruir redes de esgoto e espera reduzir bastante o tempo de resposta às reclamações. Outra meta é diminuir ainda mais o período entre o pedido de reparo de redes de água, o que já evoluiu desde o começo do ano, e também a reposição de asfalto. O DAE trabalha com um período ideal de um a dois dias para repor o asfalto após o conserto de vazamentos.
APOSENTADORIASO presidente da Funprev, Donizete
do Carmo dos Santos, publicou Instru-ção Normativa na edição de ontem do Diário Oficial a respeito do trâmite de pedidos de aposentadoria. O docu-mento vai ao encontro do decreto do prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSD), do mês passado, que dá mais agilidade aos processos de aposentadoria.
DETERMINAÇÃOA aceleração das aposentadorias,
já prevista no decreto de Gazzetta que o JC antecipou em junho, visa reduzir a folha salarial da prefeitura e assim adequar o munícipio ao novo cálculo do TCE para o limite fiscal com pes-soal. Atualmente, a prefeitura e ad-ministração indireta gastam 52,04% da Receita Corrente Líquida com o funcionalismo, e o limite prudencial é 51,3%, pela LRF.
O QUE ELES DIZEM
“Cadê as panelas? Cadê os heróis deles?” - (Lula, em evento no ABC, ontem - página 22)
TRIBUNA DO LEITOR
Por uma segunda manhã aos domingos
Acordar, ler o jornal, ir pra feira. Pastel e vi-nagrete no copinho de café. Ao lado, frasco com pimenta decorando a mesa. Suco de caju
(o néctar, na verdade) produzido no interior do in-terior de um Estado que esqueci o nome. E sentir, na proteção da barraca coberta, o fluxo de pedestres ao lado (pra lá e pra cá, gente que se vê da cintura pra baixo).
Gente apressada no dia sem pressa: só faz sen-tido na feira. Se for com criança, prepare-se: os spinners brotam em cada canto. Há uma criação de spinners que passa a semana sendo preparada para ganhar vida no domingo e atacar o seu bolso. Isso quando o carregamento não é interceptado numa estrada qualquer. Um rolo na feira.
Mas isso tudo é antes das 10h. Porque, dali, par-tiu Padilhão. Melhor que spinner: tem coisa menos estressante do que chegar com o primeiro do jogo do Amador em andamento e sequer saber o nome dos times? Se sai gol pra um lado, vale comemorar. Se sai pro outro, também.
Mais um pastel está ali ao lado para servir de tentação, mas já estamos abastecidos, não é mes-mo? E quando a bola vai parar na Bernardino é o momento para espiar o celular – talvez o maior in-tervalo de tempo sem consultá-lo desde a segunda (sem feira e sem Padilhão).
O fim da manhã ainda reserva a fila cheia de vida da comida, vejam só, perto do cemitério. Onde se petisca antes de comprar. E até caipirinha (em copinho de café) chega de brinde. Torresmo atenta, a conversa aumenta, mas a tarde ensaia sua pressão.
Comprovado: precisamos de duas manhãs num mesmo domingo. Não dá para fazer tudo com uma só. Bela troca: sai uma tarde arrastada, entra a se-gunda manhã ativada. Porque ainda falta a cami-nhada, o café, outro suco. O pão, a TV, o passeio com o cão. A missa, o bosque, o Zoo. O Botânico, a volta no Vitória, o Aeroclube... Lançada a campa-nha “Por Uma Segunda Manhã aos Domingos”. Só ela poderá unir Centro e Zona Sul. Saúde e exagero. Bate-perna e pernas pro ar. Acorda. Concorda?...
NO autor é editor executivo do JC
JOÃO PEDRO FEZA
IHERING E AS HIENAS
NBenedito José Almeida Falcão
“Dizem que bicho idiota é a hiena: se alimenta de carniça, entra no cio uma vez por ano, é perseguida pelos leões e vive rindo”. Segundo o filósofo do direito Rudolf Von Ihering, “a justiça tem numa das mãos a balança em que pesa o direi-to, e na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal, a balança sem a espada é a impotência do direito”.
A frase do direito alemão, fonte do di-reito brasileiro, reflete diretamente em vários princípios constitucionais e infra constitucionais, entre eles o de que todos são iguais perante a lei, bem como no di-reito do Estado ao persecutio criminis (di-reito a investigar um crime) e o “jus puni-tionis” (direito de punir)...
Mas, por ora, vamos deixar de fora o direito... Voltemos as hienas...
Tem muita gente rindo, comemorando a condenação do Lula. Pois bem, a Dil-ma foi tirada da presidência, o Lula foi condenado... Mas tirando meia dúzia de “sortudos” que ainda estão presos, Ged-del está solto, Loures está solto, Padilha e Moreira Franco continuam ministros, Aécio voltou ao Senado e nem vai ser in-vestigado... Temer não vai cair e nem vai ser investigado...
Todos são iguais perante a Lei?O procurador geral vai ser substituído
pela procuradora que perdeu a eleição pa-ra o cargo... A CCJ teve mais de metade dos parlamentares substituídos para votar a favor de Temer... Trocou-se o ministro da Justiça e estão desmontando a força tarefa da Polícia Federal que atuava na Lava Ja-to... Tudo isso na nossa cara. E eu pergun-to: todos são iguais perante a lei?
A reforma trabalhista, que retira direi-tos dos trabalhadores, foi aprovada. A re-forma política não sai do papel. A reforma da previdência, que tornará a aposentado-ria quase impossível, será aprovada, mas a reforma tributária que atingiria as grandes fortunas vai continuar na gaveta...
E tem gente rindo... Rindo com motivo... Gente graúda que a lei e a justiça não al-cançam... Verdadeiros leões... Mas tam-bém tem gente miúda que só tem a perder e está rindo...
Lembrei das hienas... Afinal, estão rindo de quê?
QUE PEÇA ASILO
NTania Tavares
Se Lula se diz “preso político”, que peça asilo nos países que têm ideologias iguais à que ele admira: Cuba, Venezuela, Equa-dor e até Coréia do Norte.
REALIDADE ATUAL
NJosé Carlos Felix de Abreu
Há um livro apócrifo proibido no Brasil, porém, todos deveriam conhecer o seu conteúdo. Trata-se do livro ‘O Protocolo dos Sábios de Sião’. Muitos acreditam ser uma fraude, por ser um “suposto pla-no judeus para dominar o mundo”, sen-do utilizado por Hitler para “justificar” o Holocausto.
Não sei se tudo isso é verdade ou não, ou se é plano dos globalistas (clube de Bilderberg), comunista ou do califado is-lâmico. Mas se compararmos o que diz esta obra com a realidade atual, é es-tarrecedor. Cito aqui alguns exemplos: “Constitui objetivo: corromper a juventu-de através de estudo subversivo; envile-cer as artes e prostituir a literatura. Der-rubar as monarquias e por toda a parte estabelecer repúblicas”.
Opa! “Derrubar monarquias e estabele-cer repúblicas”? A república no Brasil não nasceu da alma e do sentimento do povo brasileiro. É um projeto alienígena, merece repúdio de todos os cidadãos.
Jamais devemos esquecer a lição de Eduardo Prado: “As sociedades devem ser regidas por leis emanadas de sua estirpe, da sua histórias, de seu caráter, de seu de-senvolvimento natural!”.
Lula e as ilusões perdidas
A jararaca está viva. Lula rejeita o papel histó-rico de primeiro ex-presidente da República condenado por crime de corrupção. Ele sabe
se defender, no papel de herói injustiçado. O juiz Sérgio Moro, ao condenar Lula a nove anos e meio de reclusão, justificou não decretar sua prisão por “cautela”. Quis evitar um trauma com a prisão do ex-presidente, deixando essa tarefa para a se-gunda instância, se assim entenderem os desem-bargadores do TRF. Soou incoerente o magistra-do reafirmar que “todos são iguais perante a lei”, e tratar Lula de forma desigual. Mesmo assim, o réu prefere o discurso da vitimização. Promete voltar às ruas como candidato, no ano que vem. O bote da jararaca pode se perder no vazio. Se a sentença for confirmada em segunda instância, Lula se tornará inelegível por oito anos, como es-tabelecido na Lei de Ficha Limpa. O Supremo Tribunal Federal já decidiu no ano passado, que réus não podem ocupar a linha sucessória da Pre-sidência da República. Lula como réu, em tese, não poderia ser empossado como presidente. Ob-servam os juristas que, por enquanto, o único ca-minho seguro para Lula é o Senado. Lá, ele não enfrentaria essa questão. Para fugir da prisão e subir a rampa do Palácio do Planalto, Lula ainda terá que responder por duas ações tocadas pelo próprio Moro, no Paraná, e outros três processos sob responsabilidade da Justiça do Distrito Federal. Lula sustenta sua inocência mediante uma dis-cussão semântica. Diz que não há uma “única pro-va” nas duzentas e trinta páginas da sentença de Moro. O magistrado sustenta que a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro está embasada em documentos, laudos periciais, em depoimentos de testemunhas sem acordo de delação premiada e de delatores, mensagens telefônicas de executivos da OAS e documentos da Bancoop onde Lula e a fale-cida esposa figuram como donos do tríplex do Gua-rujá – o réu alega que os papeis não estão assinados. “Se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Eu ficaria muito mais feliz se eu fosse con-denado com base numa prova” – discursou Lula. Com 30% das intenções de votos nas pesquisas eleitorais, e 45% de rejeição, a estratégia é vocife-rar contra a sentença acusando-a de conter “um alto
componente político”. Os desdobramentos previsí-veis da condenação podem mandar para a cadeia aquele que já foi chamado de o maior líder popular vivo da América Latina. Enquanto isso, o clássico truque da vitimização deve ser usado à exaustão. Vem aí a delação de Eike Batista, que deve abrir o bico sobre o lobby exercido pelo ex-presidente para que o empresário arcasse com despesas da campa-nha de Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo. Eike, cedeu às pressões e pagou R$ 5 milhões ao mar-queteiro João Santana. Mais um caso de caixa dois. A candidatura de Lula à Presidência da Repúbli-ca tem forte componente ilusório. Quase impossí-vel desembaraçar todos os óbices legais. O curioso é que o PT não tem um Plano B. Nenhum outro candidato além de Lula. A campanha eleitoral de 2018 bate às portas e poucos sabem em quem vo-tar. O PSDB perdeu a chance de desembarcar do governo Temer. Deixou de ser imprescindível à salvação do atual governo e corre o risco de ser rejeitado, e até humilhado, pelo próprio Temer. Aécio Neves voltou para o Senado. Virou zumbi. Serra está enredado com os R$ 23 milhões dela-tados por Joesley Batista, dinheiro de caixa dois para a campanha presidencial tucana. Alckmin, marca passo nas pesquisas e impede Doria de to-mar o seu lugar. Não há como esquentar o clima entre coxinhas e mortadelas. Restaria o deputa-do Jair Bolsonaro (PSC-RJ), para desempenhar o mesmo papel de Trump, na eleição dos EUA. Ele também é réu. Vai ser julgado por incitar o estu-pro da deputada federal Maria do Rosário, do PT. O mesmo princípio pode embasar pedidos de impug-nação de candidatos que respondam a ações penais. O outro lado da tragédia política brasileira: a equa-ção que prevê um Lula condenado (e inelegível) não combina com a de um Temer livre, leve, solto e pre-sidindo o país com seus ministros também acusados. O presidente respira à custa do dinheiro público - R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. Incógnita cruel: quando é que o povo vai sair de casa? A apatia das ruas vem salvando Temer e dificulta o caminho da oposição que precisa de 342 votos na Câmara para afastá-lo do poder. A repulsa da sociedade manifes-tada com ruídos é que vai pôr fim à corrupção e ao patrimonialismo que nos envergonham.
NO autor é jornalista e articulista do JC
ZARCILLO BARBOSA
BAURU, domingo, 16 de julho de 2017 3
POLÍTICA
Baterias
Seplan não fiscaliza mais fila de bancoLeis municipais criadas na década passada foram consideradas inválidas pela Justiça e prefeitura “abriu mão” da tarefa, na semana passada
Lei estadual prevê espera de até 15 minutos em dias normais
A Secretaria de Planeja-mento (Seplan) afirma que não possui instru-
mentos legais para fiscalizar, efetivamente, o tempo de es-pera em filas de banco. Des-de a semana passada, a pas-ta suspendeu o trabalho em Bauru. Com os serviços das instituições financeiras dire-cionados aos caixas eletrô-nicos e transações on-lines, as queixas à administração municipal relativas ao tem-po de demora caíram, sendo as fiscalizações ainda mais esporádicas.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz que os bancos procuram fazer o aten-dimento dentro de um tempo máximo, como rege a lei es-tadual ainda em vigor e como preconizava as leis municipais
em diversos pontos do País (leia nesta página).
A Câmara Municipal criou duas leis, na década passada, para disciplinar o tempo em até 15 minutos, em dias normais, e 30 minutos em vésperas de feriado e da-tas de pagamento. Contudo, as normas foram revogadas posteriormente pela Justiça. Com apenas uma lei esta-dual em vigor, a Prefeitura de Bauru entende que não tem a atribuição de fazer esta fiscalização.
As reclamações, então, deverão ser direcionadas ao Procon e não ao município, informaram. Na prática, a pre-feitura fez poucas fiscalizações do gênero enquanto as leis mu-nicipais vigoraram e, agora, a Seplan entende, de maneira definitiva, não ser de sua alça-da este serviço.
THIAGO NAVARRO
HISTÓRICOA primeira lei em Bauru
é de 2000 e foi declarada ile-gal pelo Poder Judiciário. Em 2001, 2003 e 2004, outras leis complementaram a legislação e também perderam a valida-de. A última é de 2008. Ela também ficou inválida, após a Justiça acatar Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin).
Curiosamente, a Seplan ainda fez vistorias recentes e notifi-cou duas agências bancárias da cidade, conforme publicação no Diário Oficial da última ter-ça-feira (11 de julho), tomando por base uma lei estadual de 2001 com teor bastante seme-lhante às leis de Bauru consi-deradas inválidas.
Contudo, a Divisão de Fis-
calização da Seplan informou que, desde a semana passada, deixou de realizar esse tipo de autuação justamente pela ausência de amparo legal, não sendo de competência da pre-feitura a fiscalização.
“Até a data de hoje (terça-feira, 11/07) estávamos aten-dendo reclamação fazendo contagem de tempo, porém após feito este levantamento, não mais atenderemos essa demanda aos munícipes, pois não há respaldo legal”, disse a pasta, em resposta encaminha-da pela assessoria de imprensa da prefeitura após questiona-mento da reportagem.
BAIXOO índice de reclama-
ções por parte da população também é baixo, segundo a Seplan. A Divisão de Fisca-lização recebeu seis queixas
em todo o primeiro semes-tre de 2016 (ou seja, apenas uma por mês, em média). No primeiro semestre deste ano, o número foi ainda menor: apenas uma. O secretário interino de Planejamento, Maurício Porto, explica que o entendimento jurídico é de que os municípios não tem competência para fiscalizar a espera em fila de banco.
“Foi uma decisão judicial não apenas para Bauru, mas no Brasil inteiro. A Febraban contestou as leis municipais criadas na década passada e, atualmente, são legislações sem validade”, enfatiza Por-to. “No caso, o munícipe que se sentir prejudicado pelo tempo de espera pode pro-curar seus diretos enquanto consumidor sim, recorrendo ao Procon, mas não cabe à prefeitura”, enfatiza.
Agências procuram atender dentro do tempo máximo, informa Febraban A Federação Brasileira de
Bancos (Febraban) diz que os bancos procuram fazer o aten-dimento dentro de um tempo máximo de 15 minutos, e de 30 minutos em datas específi-cas, como rege a lei estadual ainda em vigor e como pre-conizava as leis municipais em diversos pontos do País.
Também informa que o uso dos caixas convencionais caiu bastante nos últimos 15 anos, pois mais clientes estão utili-zando caixas eletrônicos (ter-minais de autoatendimento) e fazendo transações on-line.
“Anualmente, os ban-cos investem cerca de R$ 20 bilhões em tecnologia. Os
esforços dos bancos se esten-dem também a melhorias de eficiência no atendimento das agências bancárias, bem como dos PABs (postos de aten-dimento bancários) e PAEs (postos de atendimento eletrô-nico)”, diz a nota enviada pela entidade ao JC.
“Esse investimento na
otimização da rede bancária ocorre mesmo com o forte crescimento das operações por meio eletrônico em de-trimento das agências, que vêm perdendo participação como canal de atendimento. Em 2002, o total de transa-ções realizadas na “boca do caixa” representavam 22,8%
das operações bancárias. Em 2016, essa participação re-cuou para 5,3%, segundo da-dos da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2017”, completa. “A Febraban e seus bancos associados realizam um trabalho constante para re-duzir o tempo de espera para atendimento nas agências
bancárias. Seja se adequando às leis municipais que deter-minam o tempo de atendi-mento ou estipulando tempos máximos para atendimento por meio de seu programa de autorregulação, nos municí-pios onde não há lei específica para o tema”, conclui a nota da Febraban.
GERAL
4 BAURU, domingo, 16 de julho de 2017
Bar do Jardim é destaque de Caracho na CasaCor, em SPProjeto do arquiteto bauruense, que fica em exposição no Jockey Club até o próximo domingo, une também sustentabilidade e funcionalidade
O desafio proposto pela CasaCor 217 era transformar um
ambiente de 200 metros quadrados, com caracte-rística vertical e repleto de pilares, localizado no interior do Jockey Club de São Paulo, em um bar aconchegante e que trou-xesse novos olhares para arquitetura, paisagismo e decoração.
Convidado pela direto-ria da CasaCor para com-por o quadro de exposito-res da maior mostra das Américas do setor, o ar-quiteto bauruense Marcos Caracho trabalhou por três incansáveis meses com sua equipe para tirar do papel um projeto que ganhou o nome de Bar do Jardim.
O espaço, que pode ser visitado até o dia 23 de julho, funciona realmen-te como um bar lounge e compõe um dos cenários da mostra, que reúne pro-fissionais e personalidades do Brasil afora.
TRANSITÓRIOCaracho conta que um
dos principais obstáculos era o de pensar o espaço com um caráter transitório. “Até os pilares do Jockey Club são tombados como patrimônio cultural, por-tanto, tudo foi feito sem intervenção civil, ou seja, não parafusamos nada na parede”, comenta Caracho.
O que não impediu a qualidade estética e luxo na decoração. Pelo con-trário, com criatividade e conhecimento sobre mate-riais e formas de trabalho, o arquiteto deu uma nova “cara” e um novo conceito ao local.
TÉCNICASCom estética original
vertical, o ambiente pas-sou para horizontal, após a aplicação de uma técnica com uma espécie de corti-na à base de cordas feitas de garrafa pet, presas em gravatas metálicas.
O espaço foi nivelado
MARCELE TONELLI
Arquiteto Marcos Caracho e Cris Ferraz, diretora da CasaCor
Caio Galluci/Divulgação
Fachada do Bar do Jardim, decorada com cortina de alumínio
Estúdio MCA/Divulgação
Ambiente com característica vertical tornou-se horizontal
Casa Cor/ Divulgação
Sofás e poltronas foram alocados de formas variadas
Romulo Ferrari/Divulgação
Decoração utilizou cortina de cordas feitas de garrafa pet
Romulo Ferrari/Divulgação
Sofá e poltronas italianas compõem o ambiente, que foi projetado para ter múltiplas funções
Romulo Ferrari/Divulgação
Balcão suspenso feito com sustentação de peça em concreto
Caio Galluci/Divulgação
com piso em madeira de reflorestamento crua e li-xada e os pilares ganharam revestimento de chapa de aço carbono “in natura”. “Demos um caráter indus-trial e criamos um con-traponto com a madeira”, pontua.
O conceito do balcão do bar também se destaca: é suspenso, feito com sus-tentação de peça em con-creto e apoio em superfí-cie plástica espelhada, que lembra aço inoxidável.
O arquiteto também apostou na diversidade de mobiliários para criar um ambiente descontraído. “Com isso, criamos novas perspectivas para um mes-mo espaço e demos múl-tiplas funções à mobília”, finaliza Caracho.
“Até os pilares do Jockey Club são tombados como patrimônio cultural, portanto, tudo foi feito sem intervenção civil, ou seja, não parafusamos nada na parede”
Marcos Caracho,arquiteto
A mostra Casa-Cor ocorre desde
maio e vai até 23 de julho de 2017, sempre de terça a domingo, das 12h às 21h, no Jockey Club de São Paulo, av. Lineu de Paula Machado, nº 1075, Cidade Jardim. É cobrada entrada no evento.
Serviço