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#05 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA MARÇO 2010 POPCULT+WEB2.0

IGUAL #05 - Março2010

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#05DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

MARÇO 2010

POPCULT+WEB2.0

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FOTOGRAFIA DE CAPA PORAysia StiebCalifornia,EUA

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EDITORIALOlá,

já é 2010 e estamos de regresso. Houve alguns contratempos técnicos, alguns atrasos imprevistos e os meses de Janeiro e Fevereiro esfumaram-se. Não faz mal. Agora

que voltamos, trouxemos connosco um dos melhores números da IGUAL. E começa logo pela cor de 2010 da Pantone, o turquesa. Para já, acompanha-nos em Março, mas quem sabe não

ficará por cá ao longo destes próximos meses e números? Na capa está uma fotografia da Aysia Stieb e o Centrão é ocupado por um mini-portefólio da Zoe Hypatia, ambas

descobertas no Flickr. Ainda nas fotografias, os separadores deste mês são fotografias minhas tiradas em Berlim, onde fui passar o Ano Novo com a Ana.

Editorialmente, o destaque vai para a entrevista que fiz com o Pedro ao Matt Mondanile - aka Ducktails (e mais uns quantos nomes) -, autor do meu álbum preferido de 2009 e de mais

alguns finalistas da mesma lista. Inauguramos dois espaços novos: O Especialista, em que conversamos com um guru de um nicho particular e que este mês é do Daniel na área da BD;

e As Minhas Coisas Preferidas, onde um colaborador ou não-colaborador da IGUAL escolhe uma pequena lista de items preferidos e que o Francisco inaugura com música. O Daniel

foi ao Japão recentemente e isso tinha que dar em artigo, o Pedro Rios Recomenda regressa em formato Top 2009 e eu próprio, na qualidade de editor, escolho os meus tops de

2009 em várias áreas. Mais novidades: este mês, é a nossa amiga Sofia da revista Zero Nove quem toma as rédeas da paginação e o vídeo promocional é da

autoria de outro amigo, o Ricardo Fortunato.

Enfim, argumentos de peso para uma revista cheia de coisas boas. Tudo isto depois de virar a página!

Miguel Carvalho

Paginação & Design: Sofia de Eça e Miguel CarvalhoContacto: [email protected]/Edição: Eufaçooquequero PRESS

Tiragem: só para os amigos/onlinePeriodicidade: errática (distribuição gratuita)

Site: http://issuu.com/miguelc

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FICHA TÉCNICA

Paginação & Design: Sofia de Eça e Miguel CarvalhoContacto: [email protected]/Edição: Eufaçooquequero PRESS

Tiragem: só para os amigos/onlinePeriodicidade: errática (distribuição gratuita)

Site: http://issuu.com/miguelc

Disclaimer: Esta revista é um trabalho académico. As imagens e fotografias que não são da autoria do Director Vitalício, além de estarem devidamente creditadas, estão aqui presentes sem qualquer fim lucrativo e são contempladas pelo uso justo, ou seja, de total boa fé no contexto académico/não-lucrativo inerente à IGUAL.

Director Vitalício & Editor: Miguel CarvalhoTop-Ajudante: Ana Maria Henriques

Colaboradores: Daniel Sylvester, Pedro Rios, Francisco Dias, Zoe Hypatia

Capa: Aysia Stieb

Conteúdo: todos os textos, fotografias e ilustrações são da autoria de Miguel

Carvalho excepto se creditados

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ÍNDICE

o especialista: Chris Sims_10

as minhas coisas preferidas_12

uma viagem por Namco Namja Town_16

centrão: Zoe Hypatia_18

Pedro Rios recomenda (especial 2009)_29

editor’s pick

(TOPs 2009)_30

entrevista: Ducktails_26

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ANEWSLETTERDOMIGUEL.TUMBLR.

COMANEWSLETTERDOMIGUEL.TUMBLR.COM

Jason Adam Baker

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Pedro RiosVive na Vergada, onde se pavoneia ao volante do seu citadino azul. Quando veste de cabedal as pessoas tendem a dar-lhe razão. No Twitter, já são mais

as pessoas que o seguem do que as seguidas. Já foi chefe de quase toda a redacção desta revista e até tocou em bandas. Gosta de listas.

Daniel SylvesterNasceu em Hamburgo e cedo causou polémica ao dizer que era tão conhecido

como os Beatles. Tem dois gatos e é frequentemente gozado no círculo de amigos pelas posições humanistas e razoáveis que teima em defender. Se fosse

ele a mandar o Presidente do Mundo era Sonic, o ouriço radical.

COLABORADORES

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Francisco DiasNascido no Porto, passou a infância entre o Casão Militar e a montra da Brinca Brincalhão no C.C. Brasília. Nubca se refez do fecho da Roma Megastore na Baixa. Recorda com carinho o entusiasmo com que participou pela primeira vez numa rede social. O seu lema de vida é “tem pai que é cego”.

Zoe Hypatiahttp://www.flickr.com/photos/zoehypatiap

Sofia de EçaTem caracóis loiros. É designer, mas gostava de ser DJ de pacotilha. Se pudesse escolher, a Fanny Ardant era a sua governanta e a Catherine Deneuve o seu animal de estimação. Responde pelo nome de afmboesa e é viciada em cinema Gosta de fazer colagens e de praguejar.

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O ESPECIALISTA: Chris Sims

Todos os meses (ler: “sempre que possível”) a IGUAL consulta

um perito de um dos cantos menos conhecidos do universo

pop-cultural, a fim de obter esclarecimentos e elucidações.

Este mês: Chris Sims, uma figura maior da comunidade online de

banda desenhada, conhecido pelo seu projecto pessoal Chris’s

Invincible Super-Blog bem como pela sua colaboração no

ComicsAlliance e no Heavy.com, fala connosco acerca de Robert Kanigher, um dos guionistas de

culto da “era prateada” da banda desenhada de super-heróis.

“Há uma edição mesmo fixe” diz Sims no início da nossa conversa,

referindo-se à clássica série soldados-vs-dinossauros “The

War That Time Forgot”, “que tem um painel com um tipo a saltar

com esquis e ao mesmo tempo está a disparar uma caçadeira

contra um t-rex. It’s pretty awesome.” Rapazes e raparigas, sejam bem-vindos ao mundo de

Robert Kanigherm, um dos muitos guionistas a trabalhar para a DC Comics durante a famosa silver

age dos anos 60 (a era em que a editora revitalizou muitos dos seus

heróis mais icónicos). O próprio Sims admite que já deve ter lido

Kanigher antes de ter reparado no nome. “Ele fez tanta

coisa para a DC que tenho certeza que devo ter lido algo dele quando

era miúdo”, comenta.

Entre os apreciadores de BD actuais, o nome de Kanigher vem associadoo as comics militares e ao clássico “Sgt.Rock”, no qual a escrita de Kanigher era auxiliada

pelos desenhos de Joe Kubert. “O Kubert fazia capas incríveis,

desenhava histórias incríveis”, nota Sims, “e os guiões de Kanigher

eram escritos naquele estilo altamente de durão, hard boiled,

que acho bastante agradável”.

Mas para Sims, não é no trabalho militar que se encontram as

melhores obras de Kanigher, mas sim na equipa de super-heróis

Metal Men, um grupo de robôs construídos pelo cientista Will Magnus. “Os Metal Men têm

personalidades distintas, o que é algo com que ele não tinha lidado

antes. Há mais interacções entre as personagens”. Mas não é só

a caracterização que atrai Sims: “Metal Men é completamente

estranho, completamente maluco e é um daqueles livros em que não

consegues ler uma página sem acontecer algo completamente maluco, tanto a nível do que se

pode chamar comic book insanity, por exemplo há a história ‘The

Rain Of The Missile Men’ em que há uns robôs que também são

mísseis a cair do céu; mas também a nível das interacções. O Will

Magnus cria essa mulher perfeita (N.R.: Platinum, uma dos Metal

Men) que está apaixonada por ele e depois passa o seu tempo a dar-

lhe cortes, chegando ao cúmulo de ameaçar vendê-la para o museu das ciências, coisa que ele acaba por fazer! Mas eles devolvem-na porque ela não pára de chorar”.

E se isto ainda não soa psicótico o suficiente, Sims avança com a

sua história favorita dos Metal Men. “Por alguma razão mandam

o Tin, outro membro do grupo, para o espaço e depois tentam

reencontrá-lo e acabam por ir parar a um planeta maluco

povoado por robôs. Há uma rainha robô com doze metros que se

apaixona pelo Tin, sendo que ele tem para aí um metro e vinte.

Os restantes Metal Men têm que o salvar de se tornar rei desse

planeta de robôs, mas acabam por ser transformados numa pulseira

e colocados numa daquelas máquinas para sacar brinquedos.

E isso tudo acontece nas primeiras

10

‘ o desejo de tornar a banda

desenhada séria e para adultos tem ido longe

demais

por Daniel Sylvester

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DR

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dez páginas, o resto do enredo só fica mais e mais maluco”.

Mas Robert Kanigher não era nenhum beatnick drogado ou

surrealista artístico: “ninguém é mais corporate que o Kanigher”,

nota Sims, “era um daqueles tipos que estavam lá para ganhar

dinheiro e isso dava-lhe uma certa disciplina”. Uma história que ilustra a produtividade do

escritor: “houve uma vez em que um editor da DC estava a verificar

a arte de capa de uma edição, e notou que estava alta demais, iria

ser obscurecida pelo logótipo,

então escreveu “drop an edge” por cima. Mas houve um mal-

entendido, acabaram por pensar que aquilo seria um balão para por

na capa, então o resultado final veio com uma caixinha a dizer “in

this issue: drop an edge!”. Ora, os tipos estavam a trabalhar para

uma deadline, não havia tempo para mudar e acabaram por pedir

ao Kanigher para escrever uma história chamada Drop an Edge.

E ele fê-lo, no seu intervalo de almoço, pegou numa sandes e

escreveu uma história!”As qualidades de Kanigher - “o seu

absurdismo, estas cenas selvagens e mesmo à banda desenhada, sem

quaisquer filtros” - são algo que Sims teme faltar ao cenário da

banda desenhada actual.

O blogger lamenta ainda que a maioria das bandas desenhadas

de super heróis actualmente são “maduras no sentido em que

um rapaz de 15 anos tenta ser maduro. Ninguém adora mais o

‘The Dark Knight Returns’ que eu, mas o desejo de tornar a banda desenhada séria e para adultos

tem ido longe demais”.

DR

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Ber

lim: à

ent

rada

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aler

ie.

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As Minhas Coisas PreferidasAS CAPAS DO FRANCISCO

Este é um daqueles álbuns em que a capa falou mais alto que a gravação. A fotografia, da autoria de John Kippen, mostra a

carcaça de um jacto inglês abandonada num campo militar de Otterburn, no Norte de Inglaterra, utilizado para treinamento

dos caloiros da RAF. Motivado pela imagem, trouxe o disco para casa sem direito a uma prévia paragem no listening

booth da Fnac (numa altura em que tínhamos de estar numa fila e pedir a um empregado para ouvir o CD). O conteúdo do

disco não desiludiu. Este duplo CD inclui os lados B dos singles produzidos pela banda no seu pico de criatividade, entre 1992

e 1997, e conseguiu que um crítico do NME considerasse a primeira metade da colectânea superior ao contemporâneo “OK Computer” dos Radiohead, candidato a “melhor álbum de sempre”. A capa foi idealizada para o formato CD e nem

existe edição em vinil. Resta-nos esperar os Suede apanhem a febre dos re-issues e das edições especiais e re-editem a sua

discografia, para que o avião alvejado no countryside inglês seja admirado em todo o seu esplendor nuns merecidos 30x30 cm.

Suede“Sci-Fi Lullabies”

O primeiro álbum de Depeche Mode que comprei é, curiosamente, o mais detestado pela banda. É relativamente fácil de perceber porquê. Em 1982, os DM encontravam-se numa fase tumultuosa depois da saída do seu principal compositor, Vince Clarke, tendo a dura tarefa de escrever canções sido reencaminhada para Martin Gore. Fruto dessa época de mudança, será possível encontrar nas

faixas do albúm alguns elementos algo deslocados comparativamente aos discos mais tardios da banda. Mas o grande apelo deste disco encontrava-se para mim em duas coisas: no single “See You”,

com a sua bassline analógica icónica e um vídeo cheesy e noir em partes iguais, e na capa, uma espantosa fotografia de Brian Griffin (não, não é o cão do Family Guy): um campo de trigo ocupado

apenas por uma ceifeira. Os efeitos aplicados na foto (prodigiosamente obtidos todos através da própria câmara) produziram uma imagem que facilmente seria uma pintura romântica do séc. XVIII.

Numa época em que a iconografia russa, da qual Griffin era fã, se encontrava popular no circuito de música undergound, o resultado final da obra conferiu a imagem perfeita para o som sintetizado

dos DM. Assim, aliando estas duas razões aos preços então praticados pela recém-chegada Fnac (mal sabia eu que estava a matar as minhas lojas favoritas) decidi trazer para casa o primeiro de

(mesmo) muitos discos dos DM.

Depeche Mode“A Broken Frame”

12

por Francisco Dias

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Ainda que não seja o álbum mais emblemático dos Kraftwerk (é conhecido pelo facto de ter sido o último a ser lançado antes

do hiato discográfico de 13 anos que se seguiu) tem na sua capa uma imagem exemplificativa do grande passo dado pela banda para se manter na crista da onda. Se nos anos 70 os Kraftwerk arranjaram robots para tocar nos seus concertos, nos 80 deu-

se o avanço para o digital com as versões virtuais do membros da banda, que podem ser vistas em acção no vídeo de “Music

Non Stop”. Ainda que muito poligonais e primitivos quando comparados com os Avatares dos nossos dias, estes Kraftwerk foram obtidos através de um software exclusivo desenvolvido

por Rebbeca Allen num processo demorado e dispendioso. O facto desta ser uma capa que documenta os primórdios da animação digital, bem como a clara parecênça dos Kraftwerk

com personagens do Virtua Fighter, são mais que boas razões para ela figuar nesta lista.

Kraftwerk“Electric Caffe”

Estamos em 1987 e para mim ver um robot japonês na capa, num artwork de fazer inveja ao das ultra fixes caixas de Transformers, tornava este álbum quase num brinquedo merecedor da minha atenção de criança

pré-escolar. Como se tal não bastasse, o inlay imitava as intruções de um robot semelhante aos Shogun Warriors da Mattel. Anos mais tarde, ao apanhar este álbum num flea market, pude recordar a minha fixação no que na altura me parecia ser um disco com música para “meninos grandes que deviam andar nas drogas e ver filmes de terror”. O conteúdo não podia estar mais de acordo com a capa: riffs de guitarra e arpejos de

sintetizador conjugados com letras futuristas em toada cyberpunk. Havia ainda espaço para incluir entre faixas publicidade a produtos da moda (alô i-D Magazine!). A imagem vísual forte e excessíva da banda não caiu bem

perante muitos críticos, que condenaram o disco. Imune a críticas, o álbum tornou-se num clássico de culto como produto de uma geração obececada com os avanços tecnológicos. A banda tentou um comeback na

altura do electroclash e visitou o Teatro Sá da Bandeira. Eu não fui, mas lembro-me de ver na televisão um tipo com bigode e chapéu de cowboy, bem diferente dos cyberpunks andrógenos com óculos de Terminator que

estavam na capa do disco. Ainda bem que fiquei em casa.

Sigue Sigue Sputink“Flaunt It”

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Seja o leitor um entendido em música, ou um mero “sacador” de discografias completas e possivelmente reconhece que, tal como Iron Maiden, também os Smiths exibem um padrão característico e consistente

nas capas dos seus álbuns, apresentando uma selecção eclética, mas esteticamente consistente de imagens saídas mundo do cinema e da arte. A capa de “Meat is Murder” até chegou a ser incluída numa colecção de

camisetas na Pull&Bear (infelizmente, por uma mescla de desleixo e “não quero andar com roupa igual à dos outros manos”, não a comprei). A t-shirt foi mais tarde avistada no bargain bin da loja a ser vendida por

cinco euros - os Smiths não são definitivamente uma banda popular entre os clientes da P&B. Apesar de muito apreciar essa capa, o facto de não possuir o disco facilita a minha decisão tendo a escolha recaído assim nos

“...Best” I e II e no seu gimmick de completar a fotografia de um casal de bikers dos 60s. Quem sabe se no próximo S. Valentim a P&B não decide criar, a partir destas capas,

duas t-shirts complementares para o casal apaixonado?

Smiths “...Best” I e II

COLABORA !COLABORA !Pub

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UMA VIAGEM POR NAMCO NAMJA TOWN

Adventure! Comedy! Emotional!

Ao entrar no centro comercial Sunshine City (ou “Sunshine

Shitty”, como os habitantes locais invariavelmente o pronunciam)

dirijo-me na direcção da Namco Namja Town, o parque de

diversões indoors criado pela empresa de vídeo-jogos que nos

deu franchises como Pac-Man, Ridge Racer, Tekken e Katamari. As minhas expectativas iam no

sentido de encontrar um pedaço do Japão maluco e hiperactivo que

tanto nos é transmitido através de animes e programas como o

saudoso “Takeshi’s Castle”. À saída, a experiência assemelhava-se

mais às visitas que fiz a templos e jardins zen. Namja Town é uma construção surpreendentemente calma, mais interessada em jogos

imersivos do que nas cores e ruídos que costumamos associar

aos parques temáticos.

Localizado ao pé de um infantário com muitas imagens do Doraemon

(só Buda sabe o quão doloroso deve ser para os meninos locais

irem todos os dias à creche quando têm um parque de

diversões à porta), a fachada de Namja Town é decorada por

vários cartazes de filmes vintage japoneses. O gatinho cavalheiro

que serve de mascote ao parque, emoldurado por um símbolo que

remete para o leão da MGM, promete “adventure!”, “comedy!”, “romance!”, “memory!”, “thrills!”

e - como se houvesse dúvidas - “emotional!”.

À entrada, recebi um folhetim em inglês de uma simpática

recepcionista com um chapéu que parecia saído de um jogo Katamari.

É só mesmo semelhança: as propriedades de vídeo-jogos da

Namco não vivem em Namja Town. Em vez disso, há um stock

de mascotes próprias, bem como colaborações pontuais com outras

franchises - na altura em que lá estive anunciava-se, com muita pompa e circunstância, sessões

de um filme de “One Piece”. Nem se pode dizer que o parque tenha fartura de arcades, sendo que as

máquinas existentes se aproximam mais de uma corrente Wii-esca

(tambores para bater e cenas assim). Mas a grande maioria das máquinas disponíveis são à moda antiga: é deitar a moeda, mostrar

perícia e ganhar um brinde. É quase estonteante a monotonia de

16

texto e fotografias por Daniel Sylvester

Page 19: IGUAL #05 - Março2010

passar por incontáveis máquinas desse tipo, mas para os japoneses

não deve ser um problema. Uma nação que gasta tanto dinheiro em

pachinko a cada dia claramente tem uma tolerância maior para

este tipo de jogos. Quais JRPGs!Para além dessas máquinas,

a maioria das atracções de

Namja Town não funciona para forasteiros. Há um ênfase

surpreendente em contacto humano, interactividade e diálogo.

Para além disso, a maioria dos jogos exige que os participantes saibam ler japonês. A actividade

mais popular era uma espécie de jogo de detectives, anunciado pelo gatinho Namja vestido de Sherlock

Holmes. Volta e meia, passava eu por pais e filhos munidos de estranhos equipamentos

detectores que piscavam em certos lugares. Uma variante

estilizada e hi-tech de rally paper, pelo que consegui perceber.

A impossibilidade de participar em muitas actividades condicionou

certamente a minha visita a Namja Town. Outro factor a ter em conta

é que lá fui pela hora de almoço, que não é propriamente a altura

em que há mais movimento. Mas

a impressão geral com que fiquei foi a de um lugar muito mais

adulto do que estava à espera. Uma iniciativa marcada mais pela

beleza das suas construções, do que pelos jogos que as povoam.

As diferentes partes de Namja Town estão construídas com um

sentido de completismo apurado

e, por vezes, as temáticas parecem dirigidas aos adultos quase mais

que às crianças - é o caso da extensa parte “relaxante” que

oferece massagens de todo o tipo, ou das reconstruções meticulosas de cenários como um velho teatro

abandonado ou das ruas de uma Nova Iorque anos 70 e estilo

“Taxi Driver”, com cartazes semi-rasgadaos de filmes grindhouse

nas paredes.

E como o fetish nipónico pela Itália é quase tão grande como o dos alemães (hmm, curioso, o que é que essas três nações terão em comum hein, Hein,

HEIN?!), claro que não podia faltar a secção italiana, reminiscente

dos fundos da versão Disney do “Corcunda de Notre Dame” e

com um audio de alguém a contar histórias de encantar - em italiano,

naturalmente. O ponto alto é um

pequeno cabinete com a estátua de um demónio. A ideia é as

pessoas sentarem-se no seu colo e confessarem os seus pecados.

Uma lembrança pertinente que, da mesma forma que os

exploradores europeus andavam pelos sete cantos do mundo e regressavam com histórias de

povos que veneravam demónios, a nossa religião católica também

foi vista como “coisa do demo” por olhos orientais. Mas a secção

mais entusiasmante para este ocidental fetichizador será sem

dúvida a parte asssombrada, um lugar escuro com ruelas à moda da

velha Edo e um insistente coro de gatinhos-fantasma.

A minha visita pode soar a fracasso, uma vez que não

participei em muito mais que algumas tristes tentativas de

apanhar prémios nas máquinas. Mas a verdade é que o charme de

Namco Namja Town, correndo o risco de soar pretensioso, é uma

simples questão de ambiente. Gostei de passear pelos caminhos

artificiais do parque como gostei de andar pelos bosques de Nikko

ou pelos jardins de Kyoto. E se não experienciei o “romance!”,

“thrills!” e “comedy!” prometidos pelo gatinho, não tem mal - Namja

Town merece uma visita.

MEOW!=Ô.Ô=

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Zoe Hypatiahttp://www.flickr.com/photos/zoehypatiap

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Pub

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Entrevista

Quantos clichés de Verão se conseguem enfiar num lead?

Vamos tentar: praia, sol, calor, miúdas, palmeiras, refrescos

exóticos. E Matthew Mondanile, o norte-americano de 23 anos

que é Ducktails e mais umas quantas bandas que vale a pena

ouvir. Artesão da pop em calções com guitarra a tiracolo e autor de

alguns dos melhores álbuns de 2009, Matt ainda tem tempo para

ser um tipo porreiro à procura de sair de casa dos pais. A IGUAL

entrevistou-o por e-mail e, no fim do concerto dos Real Estate no

Porto, foi apertar-lhe a mão. Ele promete que volta.

Let’s rock the beach.

IGUAL - Onde estás agora e o que fizeste ontem à noite?

Matt Mondanile (MM) - Estou deitado na minha cama em New

Jersey. Ontem fui jantar fora com o Dan Lopatin do Oneothrix Point

Never. Depois fomos a um bar e bebemos cerveja. Levei-o a casa e

fumámos uns cigarros.

IGUAL - Ainda vives com os teus pais ou estás a gravar os teus improvisos na cave de outra

pessoa?

MM - Ainda vivo com os meus pais. É deprimente. Tenho 24, quase 25 anos. Preciso de sair

daqui. Alguém me ajude.IGUAL - Quem é que vem falar

contigo depois de um concerto?

MM - Os meus amigos, na maioria das vezes.

IGUAL - Eras o tipo de puto que ia falar com as bandas?

MM - Sempre gostei de tentar falar com as bandas, mas muitas vezes

é difícil. Sou um tipo bastante tímido.

IGUAL - Como descreverias o teu som enquanto Ducktails: Nostalgic

Tropicalia, Lo-Fi Blog Rock, Bedroom Drone, Hypnagogic Pop?

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HOJE É MAIS UM DIA BOMDUCKTAILS

por Miguel Carvalho e Pedro Rios

Page 29: IGUAL #05 - Março2010

MM - Detesto mesmo o facto da palavra “blogue” aparecer como descrição de género. Não gosto

quando as pessoas usam a palavra “blogue” como forma de descrever

um som ou música. Quer dizer, actualmente tudo está a ser escrito em blogues, mesmo, por isso mais

vale deixar a palavra de fora. A minha música é pop.

IGUAL - Já agora: o que é que achas do termo cunhado pela

Wire de “hypnagogic pop”?

MM - Acho realmente interessante que isto tenha vindo a ser descrito

de alguma maneira porque é muito comum os putos nos EUA fazerem

música muito nostálgica porque a nostalgia é uma parte enorme

da cultura que consumimos hoje em dia. É uma grande parte de

Ducktails, é debruçar-me na memória e criar sons que se

assemelhem a essa memória. Acho que o Ariel Pink deveria ter sido mais mencionado no artigo [de David Keenan na Wire, em que é referido, pela primeira vez, o

género “hypnagogic pop”] porque ele é o rei, pelo menos para mim.

IGUAL - Os teus flyers são óptimos. Quem é que faz o

trabalho gráfico para o Ducktails?

MM - Eu faço todo o artwork nos álbuns, ou pelo menos combino-o.

No primeiro álbum na Not Not Fun a capa é uma pintura do Jan

Anderzen (Tomutonttu e membro dos Kemialliset Ystävät). A capa do

segundo álbum é uma foto que o Todd da Olde English Spelling Bee tinha pendurada numa parede do

apartamento dele. Eu gosto de ser responsável pelo design. Muitas

das fotos nos álbuns são minhas. A foto da palmeira, as mulheres

na contra-capa do Landscapes são fotos da minha mãe.

IGUAL - Estás surpreendido pela

maneira calorosa como as pessoas receberam o Ducktails?

MM - É realmente surpreendente que tanta gente goste. Estou

estarrecido por ter tantos ouvintes com apenas dois álbuns editados.

IGUAL - Durante o último Verão estive a trabalhar e ouvir Ducktails

foi o mais próximo que estive de ter férias. Foi como uma obsessão escapista. Isto faz sentido para ti?

MM - Sim, acho que a minha música é de natureza escapista

porque sou eu na minha cave a brincar e a tentar fazer sons

que me envolvam e que me transportem para um lugar

diferente, algo extraterrestre. Por isso, por natureza, a música está a

tentar chegar à saída para algum lugar diferente.

IGUAL - Quando é que o Ducktails começou?

MM - Nasceu no Verão de 2007 em Northampton, no estado de

Massachussettes. Gravei uma cassete de 15 minutos num

4-pistas e ofereci-a a amigos num concerto. E continuei a partir daí.

IGUAL - Tiveste alguns projectos musicais anteriores?

MM - Na faculdade fiz parte de um duo de free rock chamado

Miami Heat. Fizémos uma tour pelos EUA. O outro membro era

o Etienne Duguay, o baterista dos Real Estate.

IGUAL - Enquanto Ducktails qual é o teu método criativo?

MM - Normalmente começo uma canção com um riff ou linha de

baixo ou a parte da guitarra por cima de uma drum machine e

continuo a partir daí. No futuro gostaria de trabalhá-la mais para

que possa soar um pouco mais complexo e pensado. Nem tenho

gravado de todo, ultimamente. 2009 está quase a acabar e eu

estou num fosso criativo, sentado o dia todo e a ver episódios do

Seinfeld, a sair demasiado com os amigos.

IGUAL - Qual é a diferença entre o Ducktails dos concertos e das

improvisações caseiras?

MM - Completamente diferente. Os concertos têm muito que ver

com loops e com a construção de sons diferentes. Uso um sampler e

faço muitos espectáculos baseados na colagem. É divertido quando

corre bem e embaraçoso quando corre mal.

IGUAL - A tua discografia tem muitas cassetes. Parece um

formato revitalizado. Porque o usas?

MM - As cassetes são bonitas, soam bem e fazem parte da

tecnologia ultrapassada, o que é fixe para mim. Muitos putos

nos EUA e Europa têm editoras de cassetes e eu ainda leio a

Tomentosa [Distribution, site que distribui lançamentos

independentes em cassete, cdr e vinill] a toda a hora para encontrar

novidades nos lançamentos em cassete. Isto é uma coisa

que já me interessava antes de começar a gravar em cassete, mas

é realmente uma comunidade incrível de pessoas da qual espero

fazer parte para sempre.

IGUAL - A cena lo-fi sempre esteve presente no rock, contudo parece

ser a estética que prevalece em alguns círculos underground.

Concordas?

MM - O lo-fi é algo que soa orgânico, caseiro, punk, real.

Todos estes aspectos éticos de

Page 30: IGUAL #05 - Março2010

arte honesta estão associados ao lo-fi. É uma forma da tua música chegar aos ouvidos certos, uma

maneira fácil e acessível de criar e produzir jams, mas, acima de tudo,

é aconchegante e dá um efeito quente.

IGUAL - Também cresci com compilações do estilo greatest hits dos Beach Boys. Qual é o

teu álbum preferido dos irmãos Wilson?

MM - Gosto imenso do Surf’s Up e do Friends. Esses são os meus

álbuns preferidos deles. A música

“Anna the Healer”, em especial.

IGUAL - Quais são os teus planos para 2010 a nível musical e

pessoal? Para lá de sair de casa dos pais, claro.

MM - O meu plano para 2010 é lançar outro álbum do Ducktails,

ir em tour com os Real Estate e tentar fazer outra tour pela Europa

como Ducktails. Possivelmente ir ao Japão, Coreia do Sul,

talvez voltar à Nova Zelândia. O objectivo derradeiro é sair de casa

dos meus pais.

IGUAL - Os nossos leitores querem que lhes dês algumas sugestões

musicais. E acabou.

MM - O Ducktails recomenda: Tomutonttu do Jan Anderzen da

Finlândia; os Fabulous Diamonds de Melbourne, Austrália;

Oneothrix Point Never do Dan Lopatin de Boston; Buffle, um

trio da Bélgica; Dolphins Into The Future, mais um belga, o Lieven

Martens conduz cassetes induzidas pelos sonhos; Big Troubles de Ridgewood, New Jersey; e os

Pumice da Nova Zelândia. Muito obrigado pelo teu tempo.

‘ Não gosto quando as pessoas usam a palavra blogue como forma de descrever um som ou música.

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Pedro Rios RECOMENDA

1. Animal Collective – Merriweather Post Pavilion

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Já passou mais de um ano desde que “Merriweather Post Pavillion” viu a luz do dia e, porra, o disco continua para lá de soberbo. Álbum fundamental na fundamental discografia dos Animal Collective, prossegue o passeio pela pop iniciado em “Sung Tongs”, mas desvia-se do rumo mais hiperactivo de

“Strawberry Jam”, o seu antecessor. Com a mudança subtil de rota, os Animal Collective atingem uma música líquida, tecida nos interstícios da pop radiofónica, a house (“My Girls”, hino 2009 da actual

geração indie, é uma homenagem a Frankie Knuckles), a estranheza versão comunal, como Brian Wilson e a Incredible String Band a ensinaram, mas transposta para um mundo digital. Esquecendo a

sociologia da algibeira, é apenas o melhor conjunto de canções de 2009.

2. Sunn O))) - Monoliths & Dimensions 3. Emeralds – Emeralds 4. Blues Control – Local Flavor

5. Ben Frost – By The Throat 6. Richard Youngs - Beyond the Valley of Ultrahits 7. Ducktails

- Ducktails 8. Major Lazer - Guns Don’t Kill People... Lazers Do 9. Morrissey - Years of Refusal 10.

Dizzee Rascal - Tongue N’ Cheek 11. Richard Youngs - Under Stellar Stream 12. The XX – XX

13. Norberto Lobo - Pata Lenta 14. Sun Araw – Heavy Deeds 15. Ducktails – Landscapes 16. Sir

Richard Bishop - The Freak of Araby 17. Tropa Macaca - Sensação do Princípio 18. Real Estate

– Real Estate 19. Evangelista - Prince of Truth 20. Six Organs of Admittance – Luminous Night

Especial TOP 2009

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Editor’s Pick

Vai com um mês de atraso, mas vai. Não esquecer nunca que estas coisas das listas valem o que valem, por isso entendo que é escusado defender todas as minhas escolhas e hierarquizações. Este ano diminui as categorias para poder garantir a mim mesmo que estava confortável com

as listas que compilava e respectivas sugestões dadas.

Musicalmente falando, 2009 tratou-me bem melhor do que 2008 e, por isso

mesmo, escolhi 25 álbuns no lugar da habitual dezena.

01 Ducktails_Landscapes 02 Dâm-Funk_Toeachizown

03 Animal Collective_Merriweather Post Pavilion04 Mark McGuire_Losing Sleep

05 Peaking Lights_Imaginary Falcon06 Norberto Lobo_Pata Lenta

07 Emeralds_Emeralds08 Ganglians_Monster Head Room

09 Odawas_The Blue Depths10 Real Estate_Real Estate

11 Oneohtrix Point Never_Rifts12 Dan Deacon_Bromst

13 Zu_Carboniferous14 Mountains_Choral15 Wavves_Wavvves

16 Lily Allen_It’s Not Me, It’s You17 Nosaj Thing_Drift

18 Woods_Songs Of Shame19 Girls_Album

20 Dan Auerbach_Keep It Hid21 Black Dice_Repo

22 Kurt Vile_Childish Prodigy23 Japandroids_Post-Nothing

24 Ty Segall_Lemons25 Doom_Born Like This

Ducktails | Landscapes

1 - Avatar

Disclaimer: não, não sou indefectível do James Cameron ou de aparato técnico, mas

dificilmente o filme mais rentável de sempre não seria o filme do ano. Tem os melhores

diálogos e planos? Longe disso. O enredo é intrincado e imprevisível? Nunca. A banda-

sonora e o desempenho dos actores destacam-se? Nem por isso. Mas o primeiro filme de

Cameron em 12 anos tem o condão de mudar as regras do jogo. Ou tentar, pelo menos.

Caso a indústria não tenha salvação todos nos iremos rir do pedantismo digital de Avatar, mas

se vier a ter sucesso nunca nada será como antes. Quantos filmes podem dizer o mesmo?

2 - The Hurt Locker

O filme de Kathryn Bigelow é um assombro. Passou injustamente despercebido no circuito

FILMES

MÚSICA

30

TOPS 2009

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comercial até às nomeações para os Óscares, mas recentemente teve direito a reposição em sala.

Há muito que não via um filme tão sentado na ponta da cadeira.

3 - Inglourious BasterdsAborrece-me um pouco incluir um filme do

Tarantino na lista, mas a verdade é que o devaneio western-revisionista do realizador norte-

americano é demasiado bom para ser perdido. Promete discussões sobre linguagem gestual

numeral à saída.

4 - Das weisse BandUuh, intelectual! O novo filme de Michael Haneke, Palma de Ouro em Cannes e a concorrer ao Óscar

de Melhor Filme Estrangeiro, surpreende pelo ascetismo do preto-e-branco e pelo tratado sobre

violência, maldade e vileza que mostra no ecrã.

5 - PonyoTalvez não seja o melhor filme que Miyazaki já fez, mas foi o melhor filme de animação que vi este ano. Visualmente evoluído, comovente e divertido. Alguns filmes são para todos e são

óptimos mesmo assim.

TV 1- Portugal, Meu Amor (SIC R)Hugo Gonçalves pegou em nove ideias e

foi filmar cada uma delas em outros tantos episódios deste objecto estranho na televisão

portuguesa. Algures entre o documentário pessoal e a reportagem, o jornalista e escritor

foi para as ruas pensar Portugal com os portugueses: dos bairros problemáticos a

ser famoso. Num país com pouca memória colectiva este exercício de coragem na primeira

pessoa só podia ser bem-vindo.

2- A Guerra (RTP1)E, por falar em memória colectiva, a série

documental do também jornalista Joaquim Furtado continua irrepreensível. Agora

também em DVD.

3- Mad Men (RTP2)Outro repetente. Totalmente irresistível,

o ponto alto de qualquer sexta-feira televisiva que se preze. Só me divirto mais no sofá

se for sem cuecas.

Hugo Gonçalves, uma anti-estrela na televisão por cabo

Um já está. Venham as sequelas e o Xmas Special

DR

DR

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4- FM Radical (SIC R)Desde que o “N” em NTV queria dizer “Norte” que eu

simpatizo com o Francisco Menezes. Depois de um programa falhado no late night da televisão pública,

o humorista regressa com um programa só dele, mas no cabo. Apesar do hit-and-miss, sobressaem bons

cromos. Segunda temporada à vista, espero.

5- Shin Chan (Animax)Não é uma novidade, mas não resisti a puxar para o topo o puto japonês mais ordinário da televisão. Sobretudo porque o Animax foi buscar Shin Chan à

prateleira (e eu não podia estar mais contente), mas também porque o seu autor, Yoshito Usui,

morreu em finais de 2009.

1- AnaTodas as estações numa pessoa só.

2- Jorge JesusSim, futebol. Para um benfiquista o ano de 2009 foi meigo. Benfica a jogar bem e a marcar muito, lá em

cima na classificação. Assim, sim.

3- James CameronPelas razões que já enunciei. Cinema + 2009 = JC

4- Biz Stone & Evan WilliamsUma das invenções mais irritantes da web2.0.

Fundado há alguns anos, o Twitter, micro-rede social dos 140 caracteres e bláblá, explodiu em 2009 e de

repente o Snoop Dogg ficava tão próximo como a miúda do 10.ºB com mamas grandes.

5- Martim Avillez FigueiredoÉ o director do i, o diário que nasceu na primeira

metade do ano envolto em dúvidas e que, uns meses depois, vencia o prémio de jornal europeu do ano.

Visualmente irrepreensível (online e no papel) e com a melhor secção desportiva de todos os diários

generalistas, o i destaca-se ainda pela linguagem e pela concepção original da revista de fim-de-semana.

Os melhores amigos do mundo!(e ver o Benfica campeão, caramba)

RAZÕES PARA VIVER EM 2010

PESSOAS

Carrega Benfica !

A Ana na neve de Berlim

DR

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