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II Conferência de Segurança Privada PROTEGER 2016 – 5ª Conferência de Segurança 1

II Conferência de Segurança Privada - proteger.pt · satisfação da necessidade coletiva de segurança, abrindo, por isso, a implementação de algumas medidas de segurança dos

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II Conferência de Segurança Privada

PROTEGER 2016 –5ª Conferência de

Segurança

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Segurança pública e segurança privada: subsidiariedade e

complementaridade

Major Diogo DoresComando Operacional da GNR

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GUARDA NACIONAL REPUBLICANA

Agenda

1. A Guarda Nacional Republicana

2. Competências

3. O Sentimento de Segurança

4. Segurança Pública e Segurança Privada

5. Subsidiariedade e Complementaridade

6. Considerações finais

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A GUARDA NACIONAL REPUBLICANA

ZONA DE RESPONSABILIDADE:

Guarda Nacional Republicana

Polícia de Segurança Pública

Em todo o território nacional e mar territorial

ÁREA: 86 600 Km2 (~94%)POPULAÇÃO: 5 580 187 (~54%)CIDADES: 40 %VILAS: 96%CONCELHOS: Presente em 270 dos 278 (PortugalContinental)REDE ITINERÁRIA: 98 500 Km (~98%)COSTA: 1850 Km

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• Comando Operacional• 5 Unidades (Intervenção, Representação, Controlo Costeiro, Ação

Fiscal e de Trânsito)• 20 Comandos Territoriais• 142 Destacamentos (Territoriais, de Trânsito, de Intervenção, Fiscais e

de Controlo Costeiro)• 26 Subdestacamentos (Territoriais, Fiscais e de Controlo Costeiro )• 531 Postos (Territoriais, de Trânsito e Fiscais)

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GNR – PILARES DE ATUAÇÃO

Prevenção

Intervenção e fiscalização Investigação

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GNR – INDICADORES MÉDIOS DIÁRIOSJAN – JUN 2016

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PATRULHAMENTOS 2969EFECTIVOS EMPENHADOS 6035

ACÇÕESPOLICIAMENTO GERAL 813

TRÂNSITO 517

FISCAL E ADUANEIRO 166

PROTECÇÃO NATUREZA AMBIENTE 193

ESCOLA SEGURA 111

DETENÇÕESTOTAL 65

APREENSÕESARMAMENTO 3

VIATURAS 7

172.172 Km/dia

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GNR – COMPETÊNCIAS

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• Competências da GNR no âmbito da SP:

– Fiscalizar a execução da atividade de segurançaprivada de acordo com a lei;

– Levantar os autos de notícia porcrime/contraordenação;

– Proceder à instrução dos processos decontraordenação;

– Integrar o Conselho de Segurança Privada naqualidade de membro permanente.

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SENTIMENTO DE (IN)SEGURANÇA

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O sentimento de insegurança é essencialmente “omedo e a angústia, refletidos no Crime (em sentidolato, incluindo os seus autores), e tem um efeitodesestruturante sobre as relações sociais na maioriadas cidades dos países industrializados.” (Nélson Lourenço)

Dever do governo – Preservar o bem público que é osentimento de segurança dos cidadãos através do livreexercício dos seus direitos, liberdades e garantias.A segurança tem de ser vista como condição fundamental daliberdade.

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SEGURANÇA E LIBERDADE EM DEMOCRACIA

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O pressuposto deverá ser o de que a (in)segurança, sendo uma

questão de Estado, não é, exclusivamente, um problema de polícia,

mas antes um problema da sociedade e da civilização.

Sem segurança não há desenvolvimento económico

nem Democracia porque, contrariamente ao

pensamento tradicional que defendia que mais

segurança era igual a menos liberdade, é claro, hoje,

que a segurança é um fator da liberdade (…) como a

liberdade é condição da democracia. (Severiano Teixeira,

2002)

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SEGURANÇA

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“Segurança é a condição que seestabelece num determinado ambiente,através da utilização de medidasadequadas, com vista à sua preservação eà conduta de atividades, no seu interiorou em seu proveito, sem ruturas.” (Cor.Armando Carlos Alves)

Segurança interna – Atividade desenvolvida pelo Estado paragarantir a ordem, a segurança e a tranquilidade públicas,proteger pessoas e bens, prevenir e reprimir a criminalidade econtribuir para assegurar o normal funcionamento dasinstituições democráticas, o regular exercício dos direitos,liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos e o respeitopela legalidade democrática (Art.º 1º da LSI)

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SEGURANÇA PÚBLICA E SEGURANÇA PRIVADA

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Embora o Estado detenha o monopólio do uso da força, não possui a exclusividade da

satisfação da necessidade coletiva de segurança, abrindo, por isso, a implementação de

algumas medidas de segurança dos seus cidadãos à iniciativa privada, nomeadamente nos

casos em que a segurança pública apresenta menos capacidade de resposta.

O Estado assume assim que existem outros atores para assegurar na sua totalidade a

dimensão positiva do direito à segurança e promoção do sentimento de segurança, através da

prevenção da criminalidade.

Segurança privada – Conjunto de atividades, serviços, medidas e dispositivosdestinados à proteção de pessoas e bens e prevenção da prática de crimes,de forma complementar e subsidiária da segurança pública, regulada econtrolada pelo Estado, e que funciona numa lógica de mercado (adaptado deMinistère de la Sécurité Publique, Canadá).

Segurança pública = Segurança Interna (Art.º 1º da LSI)

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PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE“A prevenção da criminalidade abrange todas as medidasdestinadas a reduzir ou a contribuir para a redução dacriminalidade e dos sentimentos de insegurança dos cidadãos,tanto quantitativa como qualitativamente, quer através demedidas diretas de dissuasão de atividades criminosas, queratravés de políticas e intervenções destinadas a reduzir aspotencialidades do crime e as suas causas.Inclui o contributo dos governos, das autoridades competentes,dos serviços de justiça criminal, das autoridades locais e deassociações especializadas, de sectores privados e voluntários(...).” (Decisão do Conselho de 28 de Maio de 2001 que cria uma RedeEuropeia de Prevenção da Criminalidade)

O INCIDENTE EXISTE ONDE A PREVENÇÃO FALHA!

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SEGURANÇA PÚBLICA E SEGURANÇA PRIVADA

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Ambas têm em comum a centralidade do fator sentimento de(in)segurança.Além do sentido objetivo ou material da segurança, referenteao número de crimes contabilizados importa também atender àforma como as pessoas, individuais e coletivas, percecionam asameaças que as rodeiam e a disponibilidade e credibilidade dosmeios para as prevenir ou controlar (Nélson Lourenço, 2009)

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SUBSIDIARIEDADE E COMPLEMENTARIDADE

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• Nova Era da Segurança, pós Westfália (monopólio do uso daforça por parte do Estado), pós-Guerra Fria e pós “11 desetembro”;

• Os Estados procuram novas respostas, abrindo mão dotradicional monopólio da segurança, por incapacidade de,isoladamente, fazerem face às ameaças e riscospercecionados pelos cidadãos.

• Este novo paradigma vê assim alargados os domínios dasegurança, chamando um conjunto de novos atores queassumem, de forma subsidiária e complementar ao Estado,responsabilidades na produção e distribuição da segurança.(Fonseca, 2010, in "A evolução das políticas públicas de segurança interna em Portugal".ISCSP)

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SUBSIDIARIEDADE

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Subsídio – Aquilo que concorre para um fim determinado; Vem em apoio de; Quereforça.Subsidiar – Fornecer ajuda ou contributo.

Assim a função subsidiária da SP edifica:• A atividade de segurança privada a partir da atividade das Forças de Segurança,

no que diz respeito a competências partilhadas no domínio da prevençãosituacional e de forma supletiva;

• Respeitando sempre os princípios da necessidade e proporcionalidade (atuaçãoessencial e na forma adequada, implicando competências bem definidas,coordenação e hierarquia de emprego dos meios);

• Um dar espaço ao sector privado sempre que, face à natureza do serviço, esteseja considerado o mais adequado;

• Uma hierarquia de emprego de meios que privilegia a resolução do problema aonível mais baixo, seguindo a lógica constitucional e governamental dedescentralização administrativa (Art.º 267º n.º 5 da CRP).

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Ac = X\A = {x : x ∈ A} sendo que x ∈ XO conjunto complementar de A é o conjunto dos elementos do universo X que não pertencem a A

COMPLEMENTARIDADE

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Complemento – Parte que se junta a outra, para esta formar um todocompleto.Complementar – Tornar completo; Atuação que completa a ação de outraentidade.

A função complementar da SP:• Reforça que a SP concorre para o mesmo fim que a Segurança Pública;• Abre espaço à atuação do sector privado segundo uma lógica de

competências bem definidas e diferenciadas do sector público;• Reforça também que fica impedida de exercer competências exclusivas

das entidades públicas (x não pertence a A);• Evidencia-a como mais um ator de pleno direito, cooperando com os

demais, no garante da segurança dos cidadãos.

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Para Manuel Valente (2013) assistimos a uma espécie de encruzilhada entrea esfera da segurança pública e privada, onde importa distinguir asegurança fornecida pelas estruturas do Estado e três áreas de atuaçãoprincipais da segurança privada:• O domínio restrito, promovida pelo cidadão de forma individualizada

(Segurança às suas atividades e espaço pessoal);• O domínio condicionado (Segurança em meios de transporte coletivo de

passageiros, restaurantes ou espaços empresariais);• E o domínio de livre acesso, em que o titular do espaço procura meios

humanos próprios ou contratados para promover a segurança a benspessoais ou de terceiros (Contratação de serviços de segurança pessoalou segurança física à sua residência).

SEGURANÇA PÚBLICA E SEGURANÇA PRIVADA

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

• O Estado tem como uma das funções principais promover o sentimento de segurançados cidadãos assegurando o livre exercício dos seus direitos, liberdades e garantias;

• A segurança é um fator da liberdade, como a liberdade é condição da democracia.• É fundamental uma congregação de esforços entre a segurança pública e a segurança

privada – questão cultural;• É também fundamental uma clara definição de espaços entre a segurança pública e a

segurança privada, sendo certo que esta última desempenha um papel muitoimportante na prevenção criminal;

• O estado final desejado (segurança dos cidadãos = segurança pública + segurançaprivada)

• As atividades de segurança privada (…) contribuem, subsidiaria ecomplementarmente, “para uma prevenção eficaz da criminalidade, sem entravar aação da polícia pública, dos demais organismos de prevenção, proteção e emergênciacivil.” (adaptado de Bayley, 1997).

• Pensar que segurança privada queremos, com que meios, com que capacidades e comque limites?

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2020

CONSIDERAÇÕES FINAISA atuação da Segurança Privada deve ser subsidiária ecomplementar da Segurança Pública.• SUBSIDIÁRIA no sentido de apoio e reforço, na prevenção

criminal, respeitando os princípios da necessidade eproporcionalidade e numa óptica de emprego progressivo demeios.

• COMPLEMENTAR no sentido de tornar completo,concorrendo para o mesmo fim, sendo um ator de plenodireito mas com competências supletivas, diferenciadas ebem definidas.

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