21
II. Def. termodinâmica de calor Num processo não-adiabático, o trabalho realizado sobre um sistema termodinâmico fechado é diferente do trabalho adiabático realizado entre os mesmos estados inicial e final. A diferença entre ambos é o calor trocado durante o processo: Q W U W U Q W W Q adia + = Δ - Δ = - = Formulação matemática da 1ª Lei

II. Def. termodinâmica de calorfisica.uc.pt/data/20062007/apontamentos/apnt_100_22.pdf · II. Def. termodinâmica de calor Num processo não-adiabático, o trabalho realizado sobre

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II. Def. termodinâmica de calor

Num processo não-adiabático, o trabalho realizado sobre um sistema termodinâmico fechado é diferente do trabalho adiabático realizado entre os mesmos estados inicial e final. A diferença entre ambos é o calor trocado durante o processo:

QWUWUQWWQ adia +=∆⇔−∆=⇔−=

Formulação matemática da 1ª Lei

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Calor e Trabalho

� por trocas de trabalho com a vizinhança (processos redutíveis a um processo mecânico: a subida ou descida de uma massa no campo gravítico)

� por trocas de calor com a vizinhança (processos não redutíveis a um processo mecânico)

A energia interna de um sistema fechado pode variar:

Calor (Q) e trabalho (W) são funções de processo às quaiscorrespondem diferenciais inexactas. Já a energia interna, U, éuma função de estado (ou de ponto) à qual corresponde umadiferencial exacta.

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Princípio de Equivalência entre Calor e Trabalho� A partir do trabalho experimental de Joule:

(caloria: calor transferido para 1g de água, num processo em que a suatemperatura aumenta de 1ºC (e não é realizado trabalho, claro!)

� Para 2 processos diferentes (I e II) , não adiabáticos, que levem o sistema do mesmo estado i ao mesmoestado f:

Jcal 19,41 =

IIIIII

IIIIIIif

WWQQ

WQWQUUU

−=−⇔

+=+=−=∆

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QWdU δδ +=

Forma diferencial da 1ª Lei (processo infinitesimal):

QPdVdU δ+−=

Processo infinitesimal quase-estático, trabalho de configuração e sistema PVT:

QPdVUUdU

f

i

if

f

i

+−=−= ∫∫

Processo finito quase-estático, trabalho de configuração e sistema PVT:

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Coeficientes térmicos e capacidades térmicasPodem determinar-se experimentalmente. Por integração das equaçõesde definição dos coefs. térmicos podemos determinar a equação de estado térmica, P = P(V,T). Por integração das equações de definição das capacidades térmicas podemos determinar a equação de estado energética, U = U(V,T).

Coeficientes térmicos (aula 6)

Coeficiente de dilatação volumétrica, ββββ

T → T+∆T

PP

P

P

P

T T

V

VdT

dV

VT

VV

∂==

∆=

→∆

11/lim

0βSistema

P const.

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Coeficiente de dilatação linear, αααα

T → T+∆T Γ const

ΓΓ

Γ

Γ

Γ

→∆

∂==

∆=

T

L

LdT

dL

LT

LL

T

11/lim

Coeficiente de compressibilidade isotérmica, κκκκT

SistemaP → P+∆P T const

TT

T

T

T

PT

P

V

VdP

dV

VP

VV

∂−=−=

∆−=

→∆

11/lim

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Sistema

Q

T → T+∆T

dT

Q

T

QC

T

δ=

∆=

→∆ 0lim

Mas a quantidade de calor fornecida é uma função do processo (ou caminho) ...

PP

PP

dT

Q

dT

QC

==

δδ

VV

VV

dT

Q

dT

QC

==

δδ

→ capacidade térmica a pressão constante

→ capacidade térmica a volume constante

V

P

C

C=γ → coeficiente adiabático

Capacidades térmicas

Capacidadetérmica

Quantidade de calor que é necessário fornecer ao sistema (de forma quase-estática), para que a temperatura do sistema aumente de 1 kelvin.

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C é uma grandeza extensiva. Define-se também:

n

Cc =

Capacidade térmica molar

e m

Cc =

Capacidade térmica mássica(ou calor específico)

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Ferramentas matemáticasRelações entre derivadas parciais

( )

dPP

VdT

T

VdV

PTVV

TP

∂+

∂=

= ,

( )

dVV

PdT

T

PdP

TVPP

TV

∂+

∂=

= ,

dTT

P

P

V

T

VdV

V

P

P

V

VTPTT

∂+

∂=

∂−1

Relação válida, quaisquer que sejam os 2 estados de equilíbrio de coordenadas termodinâmicas (P,V,T) e (P+dP,V+dV,T+dT).

T

T

V

PP

VdVdT

∂=

∂⇒≠=

10;0

10;0 −=

∂⇒=≠

PVT V

T

T

P

P

VdVdT

Teorema de Teorema de ReciprocidadeReciprocidade

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PT

P

P TV κ

β=

∂1Coef. relativo de pressão:

Ex:

1−=

PVT V

T

T

P

P

V

-kTV1/βV

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( )

dPP

FdT

T

FdF

PTFF

TP

∂+

∂=

= ,

PPP

PPP

P

PP

P

P

P

P

V

T

T

F

V

F

V

T

T

F

dV

dT

T

F

dV

dF

dTT

FdF

∂=

∂=

∂=

∂=

Seja a função de estado F:

Regra da CadeiaRegra da Cadeia

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Num processo infinitesimal quase estáticode um sistema hidrostático PdVdUQ +=δ

Relações gerais entre capacidades térmicas e funçõesde estado (sistemas PVT)

I. T,V → variáveis independentes

VV

VV

TV

TV

T

U

dT

QC

dVPV

UdT

T

UQ

dVV

UdT

T

UdU

VTUU

∂==

+

∂+

∂=

∂+

∂=

=

δ

δ

),(

Teorema Fundamental

da Diferenciação

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II. T,P → variáveis independentes

PPP

PP

TTPP

TPTP

T

VP

T

U

dT

QC

dPP

VP

P

UdT

T

VP

T

UQ

dPP

VdT

T

VdVdP

P

UdT

T

UdU

PTVVPTUU

∂+

∂==

∂+

∂+

∂+

∂=

∂+

∂=

∂+

∂=

==

δ

δ

;

),();,(

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Num processo infinitesimal quase estáticode um sistema hidrostático PdVdUQ +=δ

Relações gerais entre capacidades térmicas e funçõesde estado (sistemas PVT)

I. T,V → variáveis independentes

VV

VV

TV

TV

T

U

dT

QC

dVPV

UdT

T

UQ

dVV

UdT

T

UdU

VTUU

∂==

+

∂+

∂=

∂+

∂=

=

δ

δ

),(

Teorema Fundamental

da Diferenciação

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II. T,P → variáveis independentes

PPP

PP

TTPP

TPTP

T

VP

T

U

dT

QC

dPP

VP

P

UdT

T

VP

T

UQ

dPP

VdT

T

VdVdP

P

UdT

T

UdU

PTVVPTUU

∂+

∂==

∂+

∂+

∂+

∂=

∂+

∂=

∂+

∂=

==

δ

δ

;

),();,(

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Entalpia, H

PP

P

P

PP

PP

T

H

dT

dH

dT

QC

QdH

VdPQ

VdPPdVdUdH

∂===

=

+=

++=

δ

δ

δ

PVUH += (função de estado)

1ª Lei na forma diferencial

processos isobáricos

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Método das misturas (utilizado para determinar calores específicos, em calorimetria)

Joseph Black (sec. XVIII)

AB

( ) ( ) ( ) ( )BABAB

i

A

i

B

f

A

f

BBB

i

B

f

AAA

i

A

f

WWQQUUUU

WQUU

WQUU

+++=+−+

+=−

+=−

1ª Lei aplicada a cada um dos subsistemas:

No interior de uma parede adiabática (calorímetro), o calor que o sistema A ganha (ou perde) é igual ao calor que o sistema B perde (ou ganha).

Algumas consequências do Primeiro Princípio

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1ª Lei aplicada ao sistema A+B:

( ) ( )

BA

BABA

WW

BABA

UUUU

BA

i

BA

f

QQ

QQQ

WQUUBA

Bi

Ai

Bf

Af

−=

+==

+=−

+

+

++

+−+

++

0

3214434421

A pressão constante, desde que CP varie muito pouco com T:

∫∫ −=f

i

B

P

f

i

A

P dTCdTC ( ) ( )B

if

B

P

A

if

A

P TTCTTC −−=−

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CP - CV para um sistema hidrostático ideal

Sistemas ideais → U=U(T)

dTCdUdT

dU

T

UC V

V

V =⇒=

∂=

Gás ideal

nRCCP

nR

T

VVP

P

+=→=

Sistemas hidrostáticos ideais

P

V

P

PPPPVP

V

T

VPC

dT

QCPdVdTCQ

PdVdTC

PdVdUQ

∂+==⇒+=

+=

+=

δδ

δ

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Equação da adiabática para um gás ideal

Processo quase-estático dum gás ideal

dVV

nRTdTC

PdVdTC

PdVdUQ

V

V

+=

+=

+=δ

Processo adiabático quase-estático dum gás ideal

constPVconstTV

constVT

constVT

constVCCTC

V

dVnR

T

dTC

VPV

V

=⇒=⇔

=+⇔

=−+⇔

=−+

+=

γγ

γ

γ

1

1lnln

ln)1(ln

ln)(ln

0

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V

PVVconst

V

PVconstP

adia

γγ γγ −=−=

∂⇒= −−− 1

..

:Adiabática

V

PVconst

V

PVconstP

T

−=−=

∂⇒= −− 21

..

:Isotérmica

O declive da adiabática num ponto (P,V) é γ vezes o declive da isotérmica que passa nesse ponto.