II FÓRUM DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NA UFMT 8 a 10 de maio de 2014

O II Fórum de Assistência Estudantil na UFMT, realizado no campus Cuiabá de 8 a 10 de maio de 2014, teve como objetivo discutir, propor e encaminhar as políticas de assistência estudantil na Universidade, inclusive o orçamento de 2014, no sentido de redefinir e implementar ações para a garantia de acesso, permanência e sucesso acadêmico dos estudantes. O Fórum foi proposto pela Pró­Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) logo no início de suas atividades, em dezembro de 2012, considerando a necessidade de construção de um espaço de diálogo sobre o novo contexto da assistência estudantil na Universidade entre a gestão, estudantes e comunidade. Com a finalidade de atender aos seus propósitos, o Fórum da Assistência Estudantil foi organizado em duas etapas, sendo que a primeira foi específica para discutir a reformulação da Resolução CONSUNI Nº 06 de 04 de maio de 2005 que trata do Regimento Geral da Moradia Estudantil da UFMT. As deliberações sobre as modificações na respectiva resolução serão encaminhadas pela PRAE para a aprovação do CONSUNI juntamente com os Regimentos das casas de estudantes aprovados pelos seus respectivos moradores em assembleia própria. Na segunda etapa do Fórum, houve a apresentação da Assessoria de Gestão de Dados sobre os “Indicadores preliminares sobre vagas, ingressos, trajetória acadêmica dos cursos de graduação presenciais”, apresentação da PRAE sobre o “Relatório de atividades de 2013” e a proposta de orçamento para 2014. Em seguida, iniciou­se a discussão sobre os principais temas relacionados à Assistência Estudantil no formato de Grupos de Trabalho definidos pelo próprio fórum:

Ações afirmativas e inclusão social, Políticas afirmativas indígena, Moradia, permanência e Programa de Acolhimento Imediato (PAI), Apoio pedagógico, tutoria, saúde, auxílio evento e transporte, Gênero, diversidade, trote, calourada, estudante trabalhador, creche.

Das discussões resultaram as propostas e os encaminhamentos descritos a seguir.

GT 1 ­ Ação afirmativa e inclusão social Implementar a regulamentação da sobrevaga conforme os critérios das cotas

também para as vagas remanescentes.

A partir do Programa INCLUIR, criar uma bolsa específica que atenda a necessidade do estudante com deficiência.

Adaptação dos serviços de transporte da UFMT (aulas de campo, eventos, intra e intercampus) para atender os estudantes com deficiência.

Criar uma comissão para encaminhamento da acessibilidade na UFMT. Tratar da questão da acessibilidade como prioridade em toda a instituição. Consolidação das ações afirmativas. Discutir e utilizar os recursos do ‘Programa INCLUIR’ sob a ótica dos

estudantes deficientes. Que os estudantes ingressantes por ação afirmativa de baixa renda ao

pleitearem auxílios junto à PRAE não necessitem apresentar os documentos de sua renda, que já foram entregues e comprovados na matrícula. Caso seja necessário, a PRAE deverá especificar em edital a documentação complementar.

Que seja uma pauta prioritária para a discussão do conselho de ações de politicas afirmativas o rigor ao acompanhamento das questões étnico­raciais.

GT 2 ­ Políticas Afirmativas Indígenas Os estudantes indígenas presentes neste Fórum de Assistência Estudantil

apresentam as seguintes propostas de acesso e permanência dos povos indígenas

de Mato Grosso na UFMT:

1. O Programa ­ Considerando que a lei de Cotas 12.711/2012, não contempla em

sua essência as especificidades e a diversidade cultural, dos estudantes indígenas,

propomos que:

O PROGRAMA DE INCLUSÃO INDÍGENA – PROIND, que tem como

parâmetro SOBREVAGAS seja mantido, ofertando vagas para estudantes

indígenas. O PROIND passará por avaliação pelo CONSEPE, pois as 100

vagas criadas pela UFMT foram efetivadas em processos seletivos

específicos e diferenciados.

Seja ampliado o número de vagas considerando a demanda reprimida, visto

que o Ensino Médio existente nas aldeias é crescente;

Que o número de cursos ofertados nos vestibulares sejam ampliados

conforme as demandas dos povos indígenas de Mato Grosso a exemplo do

que já ocorre;

Que sejam garantidos e destinados recursos financeiros por parte do MEC à

UFMT para a realização do processo seletivo específico e diferenciado para

os povos indígenas de Mato Grosso.

2. Permanência ­ Considerando que um dos recortes do sistema de cotas é a

renda e o indígena não se enquadra nesse recorte. Considerando ainda as

especificidades socioculturais, na qual, quando aprovados no vestibular, o(a)

estudante indígena casado(a), vive com a sua família (esposo(a) e filhos(as);

propomos que:

As condições de permanência dos estudantes indígenas sejam garantidas,

revistas e corrigidas de acordo com o nosso perfil socioeconômico e cultural

uma vez que: O valor da bolsa para os indígenas foi pensado, pela FUNASA

e FUNAI, no ano de 2007, em R$ 900,00. Neste mesmo ano, a UFMT

oferecia somente o auxílio permanência para os estudantes não indígenas no

valor de R$ 180,00. Atualmente, no ano de 2014, os auxílios oferecidos e

corrigidos cresceram 500% na permanência do não indígena. No entanto, o

valor de nossa bolsa continua o mesmo para nos mantermos nos cursos,

junto com nossas famílias. Mesmo que moremos em bairros distantes, tendo

o passe livre, entre outros, o valor não é suficiente. A diferença regional

também deve ser considerada na permanência, pois temos estudantes

indígenas nos campus de Barra do Garças, Rondonópolis, Sinop e Cuiabá,

cidades que possuem diferentes custos de vida. É necessário o reajuste

urgente das bolsas dos indígenas indígenas da UFMT.

Lembramos aos colegas não indígenas que a comparação feita não tem o

objetivo de desvalorizar essas conquistas, e sim mostrar que o auxílio

recebido pelos acadêmicos indígenas não sofreu nenhum reajuste nesses

sete anos de existência do Programa.

Que a PRAE, junto com a Reitoria, emitam esforços no sentido de que o

MEC/FNDE estabeleça uma data fixa para o pagamento de nossas bolsas

permanência, pois temos compromissos a cumprir e que acabam

inviabilizados em função dos atrasos e datas irregulares de pagamento.

Esses atrasos resultam em preocupações que prejudicam nosso rendimento

acadêmico, além de gerar outros preconceitos, como o de que somos maus

pagadores, e a bolsa que mal tem dado para nos manter acaba mais

reduzida pelo pagamento de multas.

Que a PRAE dê continuidade à assistência aos calouros indígenas pelo

Programa de Acolhimento Imediato (PAI), a exemplo do que vem fazendo em

2014/1;

Que a PRAE dê continuidade à assistência estudantil que vem

proporcionando aos acadêmicos indígenas, sempre que necessitam e

buscam;

Que se destine, ou se crie um espaço físico de discussões de políticas

públicas e socioculturais relacionadas à realidade indígena; que esse

espaço seja de sociabilidade, convivência e troca de experiências entre os

indígenas e não indígenas na UFMT.

3. Apoio a eventos indígenas

Contar com o apoio da PRAE para que possamos sediar em 2015 o III

Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), uma vez que a UFMT

possui um programa de Ação Afirmativa modelo para as demais

universidades do Brasil.

Por fim, e não menos importante, apesar de não terem representantes no Fórum e

também por esta ausência gerada pela falta de oportunidades, propomos que a

PRAE inicie a discussão em conjunto com os Quilombolas sobre a criação de um

programa de inclusão para a inserção de quilombolas no ensino superior, uma vez

que estes se encontram em posição de grupos vulneráveis e também possuem suas

especificidades socioculturais, assemelhando­se a realidade indígena.

GT 3 ­ Moradia, permanência, PAI 1. Auxilio Moradia Proposta de aumento do valor do auxílio Moradia (que atualmente é

R$360,00 + Adicional de R$40,00 de alimentação) para R$ 400,00 + adicional de R$ 40,00 de alimentação, e quando houver necessidade o valor

adicional (do custo da refeição no contrato de cada Campus) nos feriados e nas situações em que o Restaurante Universitário não abrir.

Fazer um estudo do caso especifico do Campus de Sinop em relação às dificuldades de moradia e outras especificidades dos estudantes da região.

Promover Pré­Foruns para trazer as necessidades levantadas pelos estudantes de cada Campus.

2. Programa de Acolhimento Imediato (PAI) Rever a regulamentação do PAI para garantir o processo de acolhimento

enquanto uma política da Universidade. Construção de uma proposta para se pensar locais para acolhimentos

imediatos, preferencialmente que sejam próximos à Universidade atendendo a necessidade de cada Campus.

3. Casa do Estudante Universitário Parceria entre a PRAE­PROPLAN­Moradores/estudantes dos campus na

elaboração do projeto de construção da Casa dos Estudantes. Ampliação do programa de moradia da UFMT: Ampliação das CEUs nos

Campus de Rondonópolis e de Cuiabá e construção da CEU, Campus de Sinop.

GT 4 ­ Apoio pedagógico, tutoria, saúde, auxílio evento, transporte 1. Apoio Pedagógico

Sensibilizar ainda mais o apoio pedagógico da PRAE, aproximando­se mais dos estudantes assistidos, visando maior eficiência na identificação das necessidades individuais, avançando em relação a metodologia de diagnóstico.

Repensar a coleta de informações a partir de relatórios mensais. Fortalecer a prática do diálogo e de entrevistas.

2. Tutoria Flexibilizar a quantidade de vagas na tutoria de acordo com a demanda, não

se restringindo a uma quantidade pré­determinada. Que o sistema permita a inscrição além do limites de vagas gerando uma lista de espera e, quando houver demanda, solicitar à PROEG o atendimento desta, seja em nível individual ou coletivo.

3. Saúde

Criação de um programa de promoção a saúde que atenda a todos os estudantes da UFMT. Considerar as necessidades dos estudantes do Programa de Moradia: CEUs e Auxílio Moradia.

Promover espaços, criar campanhas etc. que atendam as especificidades da Saúde da Mulher.

Oferecer atendimento psicológico que contemplem a demanda dos estudantes.

4. Auxílio Evento

Ampliar a cobertura do auxílio evento para além da alimentação e transporte. Atender também os custos de inscrição em eventos relevantes para os interesses dos estudantes e da universidade, que em determinadas ocasiões tem valores elevados que não condizem com a realidade econômica dos assistidos.

5. Transporte

Tornar público pelo portal da UFMT, o cronograma atualizado de reserva dos veículos, do auditório do Centro Cultural e outros espaços de uso coletivo, com o objetivo de facilitar a programação para solicitação destes, tornando mais transparente e evitando acúmulo de processos burocráticos, pois assim não serão feitas solicitações de veículo para datas que não há disponibilidade.

GT 5 ­ Gênero, diversidade, trote, calourada, estudante trabalhador, creche

1. Gênero e Diversidade: Sempre levar em consideração na escolha das representações (Casa de

Estudante, Moradia etc.) a paridade de gênero, uma mulher e um homem. Instituir uma política permanente de combate à discriminação que promova

oficinas, fóruns etc., com o objetivo de educar sobre as questões de gênero, os servidores (professores e técnicos administrativos), técnicos terceirizados e estudantes de todos os cursos de graduação, principalmente daqueles que apresentam mais manifestações de homofobia, machismo, racismo etc.

Fomentar a discussão sobre o estupro como prática intolerável e criminosa. 2. Trote e Calourada: Criar uma Comissão na PRAE com representação de estudantes,

coordenadores de curso e técnicos com o objetivo de acompanhar o cumprimento da Resolução CONSUNI nº 18 de 15 de dezembro de 2005 que trata da proibição do trote.

Propor a reformulação da Resolução CONSUNI nº 18 de 15 de dezembro de 2005.

Incentivar e promover a Calourada. Lembrando que esta se difere dos trotes, pois visa o acolhimento, a integração, a humanização etc.

Instituir o Termo de Compromisso a quem planeja a Calourada, como uma das formas de garantir a integridade física e moral dos(as) calouros(as).

Fiscalizar e penalizar o/as responsáveis pelas opressões e agressões que ocorrem na semana do calouro(a).

Criar um espaço de troca de experiência (orientações) entre estudantes assistidos com os interessados, com direito a certificado.

Incentivar os CAs, os DCE, as comissões de recepção de calouros(as) e todas as representações estudantis a orientar os(as) calouros(as) a respeito do processo de seleção da PRAE. Ficando esta responsável em fornecer as informações necessárias.

Ouvidoria da PRAE por Campus, de forma a atender a especificidade de cada Campus. Divulgação da ouvidoria, de como funciona a denúncia e a ‘garantia de sigilo’.

3. Estudante trabalhador Horário de funcionamento em fluxo contínuo dos setores prioritários para

estudantes trabalhadores e noturno, conforme Decreto 4836 da Presidência da República. Ex: Protocolo, Registro Escolar, SAE, Departamentos, Restaurante Universitário (que no horário noturno muitas vezes está lotado, falta comida e o estudante deixa de jantar para ir para a aula).

Repensar o valor do auxílio de forma que atenda a necessidade do estudante trabalhador que provém o lar (aluguel, energia, comida, água). Visto que o acesso ao Projeto de Pesquisa/Extensão/Ensino não é acessível a todxs, e não são todxs os editais/professorxs que aceitam alunos de primeiro semestre. Sendo que 400 reais não garantem ao jovem trabalhador acesso e permanência na Instituição.

Garantir o ingresso do estudante trabalhador em situação de vulnerabilidade por politicas afirmativas.

Oferecer moradia, auxílio, ‘flexibilizar’ o edital ou criar uma forma de atendimento para o estudante morador da cidade seja de bairros distantes ou das localidades vizinhas como sítios e chácaras que apresentam dificuldades em permanecer na Universidade.

4. Creche Discutir, na UFMT, a proposta de criação do auxílio creche, de forma a

assegurar a permanência da estudante mãe/pai. Oferecer espaço de discussão com as estudantes mães/pais para conhecer

suas reais necessidades. Considerar o valor específico para cada filha/o.

Fazer uma articulação com o governo federal e a prefeitura criando parcerias para viabilizar a construção/instalação de creches que atendam a necessidade das estudantes mães/pais.

Garantir as mães e pais o auxílio moradia de acordo com suas necessidades.

5. Outros encaminhamentos Construção coletiva do Formulário Socioeconômico utilizado nos Editais da

PRAE. Criar um espaço de discussão a respeito da segurança do estudante na

UFMT. Pensar que a mobilidade na escolha do curso no período da inscrição do

SISU pode facilitar a escolha de um curso que o estudante não se identifica. Entretanto, é preciso fazer um acompanhamento com o estudante que evade para entender o real motivo.

Garantir que o estudante de segunda graduação possa concorrer ao auxílio da PRAE.

Oferecer apoio jurídico/institucional para os estudantes com as Imobiliárias/locatários.

Criar um espaço para discutir a limitação do acesso à internet na universidade.

Proposta de minuta do Regimento Geral da Moradia Estudantil aprovada pelo Fórum que será enviada para aprovação do CONSUNI

Regimento Geral da Moradia Estudantil da Universidade Federal de Mato Grosso

Capítulo I

Da Denominação e Objetivos. Artigo 1º ­ Denomina­se Moradia Estudantil os espaços de residência temporária de estudantes da graduação e de pós­graduação scricto sensu, dos sexos masculino e feminino, da Universidade Federal de Mato Grosso, devendo sua utilização estar associada às políticas acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão. Artigo 2º ­ A Moradia Estudantil tem como objetivos: I – contribuir com a democratização da educação, permitindo a Educação Superior mais acessível aos estudantes em condição de vulnerabilidade sócio econômica, conforme inciso I do Artigo 206 da Constituição Federal do Brasil que assegura “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”;

II – Assegurar alojamentos diferenciados a estudantes de ambos os sexos, obedecendo­se critérios contidos neste Regimento Geral; III – Estimular e oportunizar aos universitários, na convivência grupal, o fortalecimento do espírito cooperativo e solidário, a compreensão dos seus direitos e deveres no ambiente comunitário; IV – Incentivar os aspectos sócio­educativos no ambiente universitário, evitando assim, o caráter assistencialista, paternalista e clientelista; V – Ser um canal de Extensão Universitária, no sentido de integrar a Universidade com a sociedade.

Capítulo II Da Administração.

Artigo 3º ­ A Moradia Estudantil será administrada por um Conselho denominado Conselho de Moradia, ao qual compete tomar todas as medidas necessárias à organização e funcionamento dos espaços de residência (Casas) previstos neste Regimento. §1° ­ O gerenciamento das Moradias Estudantis é de responsabilidade da Coordenação de Articulação Intercampus e Moradia Estudantil (CARIM), junto à Pró­Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE). §2º ­ Nos campus do interior a CARIM fará a co­gestão com a Pró­reitoria do campus específico. §3° ­ Os moradores têm autonomia para organizar a administração e direção da moradia de cada campus. Artigo 4º ­ Cada campus terá seu Conselho de Moradia Estudantil. Artigo 5º ­ O Conselho de Moradia Estudantil de Cuiabá terá a seguinte composição: a) Um(a) representante da PRAE; b) Um(a) representante da equipe técnica da PRAE; c) Um(a) representante do CONSUNI; d) Um(a) representante dos coordenadores de curso; e) Um(a) representante dos Estudantes, indicado pela Diretório Central dos Estudantes, preferencialmente morador da CEU; f) Três representantes dos moradores, sendo dois representantes da CEU Campus, um masculino e um feminino, e um representante da CEU do Jardim Itália. Parágrafo 1º – Excetuando­se os membros referidos nas alíneas “a” e “b”, os demais componentes do Conselho de Moradia Estudantil terão mandato de 1 (um) ano, permitida uma recondução. Artigo 6º ­ O Conselho de Moradia Estudantil de Rondonópolis terá a seguinte composição:

a) Um(a) representante da SAE; b) Um(a) representante do CONSUNI de Rondonópolis; c) Um(a) representante dos coordenadores de curso de Rondonópolis; d) Um(a) representante dos Estudantes, indicado pelo Diretório Central dos Estudantes, preferencialmente morador da CEU; e) Dois representantes dos moradores, sendo um masculino e um feminino. Parágrafo único – Excetuando­se os membros referidos nas alíneas “a”, os demais componentes do Conselho de Moradia Estudantil terão mandato de 1 (um) ano, permitida uma recondução. Art ­ A presidência do Conselho será eleita entre os Conselheiros e terá mandato de 1 (um) ano, permitida uma recondução. Artigo 7º ­ Compete ao Conselho de Moradia: a) Estabelecer e fazer cumprir as Normas de Funcionamento do Conselho da Moradia Estudantil; b) Manifestar­se, perante a PRAE e ao CONSUNI, sobre a necessidade de modificação no Programa de Moradia Estudantil. c) Homologar a concessão de moradia aos candidatos em edital realizado pela PRAE, conforme o critério desse Regimento. d) Homologar o desligamento do morador encaminhado pelo PRAE e pelos Conselhos das CEUs. e) Determinar as providências destinadas a prevenir ou a corrigir atos de indisciplina de algum morador, conforme o presente Regimento. f) Buscar qualquer tipo de assessoria que considerar necessário; g) Comunicar à PRAE, por escrito e em até 48 horas, todos os casos de irregularidades ocorridos na Moradia que comprometam o patrimônio da UFMT e o bem estar dos estudante com as responsabilidades cabíveis; Artigo 8º ­ O Conselho reunir­se­á, somente em período letivo, ordinariamente uma vez por semestre letivo e, extraordinariamente, quando convocado pelo Presidente ou pela maioria de seus membros. Artigo 9º ­ O Conselho instalar­se­á validamente com a presença da maioria dos seus membros e deliberará com a maioria dos presentes. Artigo 10º ­ Das sessões lavrar­se­ão atas, que serão assinadas pelos membros presentes, emitindo­se as resoluções necessárias, assinadas pelo presidente. Artigo 11° ­ A PRAE dará posse aos membros do Conselho.

Capítulo III Do Gerenciamento das Moradias Estudantis

Artigo 12º ­ As Moradias Estudantis serão gerenciadas pela CARIM/PRAE, à qual competirá: a) Conceder moradia após a seleção; b) Cumprir e fazer cumprir este Regimento e as Normas de Funcionamento Interno estabelecidas pelo Conselho de Moradia; c) Divulgar semestralmente, juntamente com o Conselho de Moradia, o número de vagas oferecidas, data e local de inscrição dos candidatos; d) Expedir Termo de Ocupação, acompanhar seu cumprimento, renová­lo e/ou cancelá­lo de acordo com o previsto nos Artigos 14 e 16 deste Regimento; e) Tomar todas as providências necessárias à manutenção e ao funcionamento das diversas unidades da Moradia Estudantil. f) Encaminhar ao Conselho de Moradia os recursos impetrados.

Capítulo IV Dos Usuários.

Artigo 13º – Serão considerados usuários os estudantes de graduação e pós graduação stricto sensu da Universidade Federal de Mato Grosso, de ambos os sexos, regularmente matriculados e comprovadamente de baixa renda, mediante estudo de sua situação sócio­econômica realizado pela Coordenação de Assistência Social (CAS)da PRAE. § 1° ­ Para serem admitidos nas moradias, os estudantes deverão requerer suas inscrições na época oportuna e submeter­se a um processo de seleção, sob a Coordenação da CAS/PRAE. § 2° – Os formulários, a relação de documentos e critérios de seleção serão amplamente divulgados e organizados pela CAS/PRAE. Artigo 14º – Observados os critérios de ocupação referidos no Artigo 10 deste Regimento, terão prioridade para obtenção de vagas na respectiva Moradia Estudantil, pela ordem: a) Não possuir domicílio em Cuiabá ou Várzea Grande para estudantes do Campus de Cuiabá e em Rondonópolis para os do respectivo Campus; b) Alunos matriculados no seu primeiro curso de graduação.

Capítulo V Do Ingresso, da Permanência e da Exclusão.

Artigo 15º – Nenhum estudante será admitido nas Moradias Estudantis sem que tenha sido aprovado pelo processo de seleção. Parágrafo segundo ­ O estudante do Programa de Acolhimento Imediato poderá permanecer na casa até o resultado final do processo de seleção. Artigo 16º – Ao ingressar na Moradia Estudantil, o morador assinará um Termo de Ocupação e receberá cópia das Normas que regulamentam seu funcionamento.

Artigo 17º – Os candidatos selecionados deverão se apresentar no máximo dez (10) dias após terem sido comunicados oficialmente pela CAS/PRAE. Artigo 18º – O período de permanência na respectiva Moradia Estudantil será definido no Termo de Ocupação, observados os seguintes critérios: a) O tempo máximo de permanência será igual ao tempo mínimo de integralização curricular previsto no Projeto Pedagógico do Curso em que se encontre matriculado. § 1º – Respeitados os limites previstos neste Artigo, a autorização de permanência na Moradia Estudantil poderá ser renovada semestralmente, através de solicitação feita pelo usuário à CAS, procedendo­se, após o deferimento do pedido, à assinatura do novo Termo de Ocupação. § 2º – A continuidade do benefício será feita a partir da revisão da situação do(a) aluno(a) em relação aos critérios exigidos na seleção e atualização dos seus dados, observando­se o desempenho acadêmico e a obediência ao presente Regimento e ao Regimento Interno de Funcionamento da respectiva Moradia Estudantil. § 3º ­ O desempenho acadêmico exigido será: a) Aprovação num total mínimo de 70% do número médio dos componentes curriculares (disciplinas, módulos, créditos, outros) do seu curso, por semestre/ano letivo; b) Matrícula semestral/anual em número de disciplinas que permita o término do curso dentro do período previsto; salvo plano de estudos aprovado pelo colegiado de curso; c) Ausência de reprovação por falta, salvo casos de força maior devidamente justificados e aprovados pela PRAE. § 4º ­ Diante da impossibilidade do término do curso no prazo médio previsto em cada currículo, pode o(a) presidente solicitar ao Conselho de Moradia, no período anterior ao término do prazo, a sua permanência por prazo definido, argüida a excepcionalidade e justificada pelo Coordenador(a) de Ensino. § 5º ­ O(a) morador(a) perderá o direito à vaga quando: a) Deixar de solicitar a renovação do Termo de Ocupação; b) Obtiver indeferimento do seu pedido de renovação do Termo de Ocupação; c) Ultrapassar o prazo máximo de permanência estabelecido no Artigo 16 e não ter obtido extensão do prazo solicitado à PRAE; d) For constatada falsidade nas informações prestadas para ingresso na da Moradia Estudantil. e) Abandonar a vaga; f) Transgredir o Regimento Interno das casas, da Moradia Estudantil ou da UFMT; g) Admitir como morador(a), na unidade em que reside, pessoa não autorizada pela administração da Moradia; h) Causar perdas ou danos aos bens móveis e imóveis colocados sob sua guarda, relacionados no Termo de Ocupação;

i) Passar a receber renda significativa, a ponto de não mais necessitar da Moradia Estudantil. Parágrafo Único – Os(as) estudantes da UFMT, residentes na Moradia Estudantil, perderão direito à vaga nos casos de trancamento de matrícula sem justificativa, conclusão do curso ou desligamento da Universidade. Artigo 19º – Poder­se­á permitir a presença de estudantes universitários em trânsito, por um prazo de dez (10) dias, desde que sua estada seja autorizada pela CARIM, através do Termo de Compromisso.

Capítulo VI

Dos Direitos, Deveres e Sanções Disciplinares dos Moradores

Seção 1 Dos Direitos e Garantias Individuais.

Artigo 20º – São direitos dos moradores: I – Utilizar as instalações de uso comum das casas; II – Dispor de um prazo de trinta (30) dias para desocupar seus quartos quando ficar assim decidido pelos critérios adotados neste Regimento; III – No caso previsto no Artigo 16, § 6°, letra f, o(a) morador(a) disporá de 7 dias úteis para desocupar seu quarto; IV ­ Propor e desenvolver projetos ou atividades culturais que promovam a integração dos moradores; V ­ Ter apoio da PRAE para o encaminhamento à rede pública de saúde em casos urgentes; VI ­ Ter alimentação garantida quando o Restaurante Universitário estiver fechado; VII ­ Dispor de apoio pedagógico por parte da PRAE; VII – Obter um exemplar do presente Regimento. Parágrafo Único ­ Em casos de repasse de valor pecuniário para garantia de alimentação do morador, a PRAE utilizará como referência o custo da refeição diária constante no contrato vigente dos Restaurantes Universitários de cada campus.

Seção II Dos Deveres

Artigo 21º – São deveres dos moradores: I – Zelar pela conservação das instalações imóveis, bem como dos móveis e utensílios, com o cuidado de higienização e limpeza; II – Zelar pela saúde dos demais moradores se contrair doenças transmissíveis; III – Cumprir e fazer cumprir o que dispõe este Regimento, assim como outras normas estabelecidas pela maioria dos moradores; IV – Manter harmonia e boa convivência com os demais moradores;

V – Comunicar aos moradores quando for ausentar­se da casa por mais de 15 (quinze) dias; VI – Comunicar imediatamente à CARIM qualquer irregularidade verificada nas dependências internas e externas da casa, sob pena de omissão. Parágrafo Único ­ É vedado os casos de: a) Guarda ou uso ilegal de entorpecentes; b) Conservar em poder arma de qualquer tipo; c) Levar ou manter animais na casa. d) Fumar no interior da casa. e) Uso de bebida alcoólica.

Capítulo VII Do Espaço Físico e Conservação do Patrimônio

Artigo 22º – A Moradia Estudantil é patrimônio da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, enquanto órgão público. Artigo 23º – Cada quarto será ocupado pelo número de moradores(as) anteriormente estabelecido no projeto e aprovado pelo Conselho de Moradia. Artigo 24º – Os(as) moradores(as) que causarem danos ou extravios dos bens patrimoniais deverão ressarci­los. Artigo 25º – Quando não for identificado o responsável, a indenização será rateada entre todos os ocupantes do quarto ou da casa. Artigo 26º – Qualquer alteração no espaço físico da casa, áreas internas ou externas, deverá ser construída por moradores da respectiva CEU, pela PRAE e pela Prefeitura, e então submetida à aprovação da PREFEITURA/PROPLAN. Artigo 27º – Os bens móveis existentes nos quartos e demais dependências das casas, por serem bens públicos, não pertencem aos moradores enquanto indivíduos e não devem, portanto, serem transferidos ou trocados de um lugar para outro. Artigo 28º – Ao(à) morador(a) ou ex­morador(a) considerado devedor financeiro ou patrimonial, não será fornecido o “Nada Consta” junto ao CAE quando da sua saída da Universidade, bem como na matrícula do próximo semestre. Artigo 29º – Não é permitido emprestar ou ceder sob qualquer pretexto, utensílios e móveis pertencentes à casa.

Capítulo VIII Da Manutenção

Artigo 30º – A manutenção e a conservação das casas ficarão a cargo da PRAE, Prefeitura do Campus e dos Moradores. § 1º ­ Compete à CARIM:

a) Receber as solicitações de serviços de manutenção das casas encaminhadas pelos moradores através de e­mail e encaminhar o número da respectiva Ordem de Serviço ao morador solicitante. b) Visita mensal nas casas para averiguação dos reparos necessários; c) Comunicar ao morador, com antecedência de pelo menos 24 horas, os serviços que afetam de forma significativa a rotina da casa, a exemplo da dedetização. § 2º ­ Compete à prefeitura do Campus: a) Reparos elétricos, hidráulicos e de alvenaria, quando necessários; b) Pintura das casas uma vez por ano; c) Manutenção da área verde no início de cada semestre; d) Dedetização das casas; e) Visita mensal nas casas para averiguação dos reparos necessários; f) Prover meios para a segurança de todos os moradores das CEUs; f) Limpeza das áreas coletivas e externas. § 3º ­ Compete ao(à) morador(a): a) Fornecimento de roupa de cama e demais pertences de uso pessoal; b) Cada morador será responsável pela ordem e asseio de seu quarto e pertences; c) Manter a limpeza da área de uso comum e demais ambientes conforme o Regimento Interno das casas. d) Acompanhamento da visita mensal realizada pela Prefeitura e CARIM nas casas para averiguação dos reparos necessários. § 4º ­ Compete ao Almoxarifado: a) Fornecimento de água e gás. § 5º ­ Compete à STI: a) Reparos e consertos nos computadores e na rede de internet.

Capítulo IX Das Disposições Gerais

Artigo 31º – Este Regimento poderá sofrer alterações mediante as deliberações dos fóruns de assistência estudantil subsequentes para posterior apreciação e aprovação pelo CONSUNI. Artigo ­ Cabe recurso ao CONSUNI das decisões do Conselho de Moradia. Artigo 32º – Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho de Moradia Estudantil e, quando necessário, pelo CONSUNI.

Capítulo X Das Disposições Transitórias

Artigo 33º – Este Regimento entrara em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Participaram do fórum estudantes, representantes da gestão, dos estudantes e dos

DCEs dos campus de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Araguaia.

Cuiabá, 10 de maio de 2014.