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II SeminrioInternacional
Frotas & FretesVerdes
www.frotasefretesverdes.com.br
Realizao Participao
Patrocnio Carga Pesada
Apoio
10 e 11 de
dezembro
de 2013
Instituto Besc de Humanidades e EconomiaRua Almirante Barroso, 14, Conjunto 202, Bairro Nova Sua
CEP 30421-034 - Belo Horizonte - MGTel. (31) 2104-0999
AU TO
Patrocnio Carga Mdia
A segunda edio do Seminrio Interna-cional Frotas & Fretes Verdes chega com o desafio de fortalecer a discusso so-bre eficincia energtica, com vistas a reduzir o custo do transporte de cargas e de passageiros, alm de utilizar a tecnologia a servio do meio ambiente. Reunindo represen-tantes de diversos segmentos envolvidos com a cadeia de logstica, o evento uma oportunidade para se examinar tecnologias e prticas que contribuam para ampliar o de-sempenho da frota existente, discutindo e propondo aes que induzam a esses resultados em curto e longo prazo.
A logstica um custo cada vez mais representativo para empresas dos mais variados segmentos. A primeira edi-o deste evento, em dezembro de 2012, aconteceu num momento de grandes expectativas, com o anncio de um pacote de investimentos em rodovias, ferrovias e aero-portos, a partir do modelo de concesso iniciativa priva-da. Os resultados desses investimentos, entretanto, ain-da vo levar tempo. At l, fruns como este contribuem para que as empresas do setor debatam e compartilhem informaes em busca de fortalecer a competitividade.
Entre os temas abordados, o II Seminrio Internacional Frotas & Fretes Verdes examina aes focadas na reduo do consumo no transporte rodovirio, tais como: melhoria na aerodinmi-ca dos veculos; uso de pneus com menor resistncia de rola-mento; emprego de novos materiais que reduzam o peso dos
veculos; monitoramento do desempenho dos veculos; treina-mento de motoristas e coordenao de transportes para pro-piciar a obteno de fretes de retorno e transferncia modal.
No tocante ao combustvel, um dos itens mais importan-tes na planilha de custos das empresas, o Frotas & Fretes Verdes aborda as inovaes nos diversos modais. A deman-da por combustveis derivados do petrleo no Brasil cres-ce a um ritmo superior ao da economia e o desafio equi-librar demanda e oferta. A sada, pelo lado da oferta, passa pela prospeco de novas fontes e, pelo lado da demanda, pela ampliao da eficincia energtica nos transportes.
O transporte de longa distncia no Brasil ainda prioriza o mo-dal rodovirio, em que o consumo de combustvel por tonelada transportada est entre os mais elevados. E nas cidades, tam-bm h o predomnio do transporte individual sobre o pblico. Essas situaes criam um cenrio desafiador para as empre-sas, setor pblico, instituies e demais organismos envolvidos com logstica no Pas. O II Seminrio Internacional Frotas & Fretes Verdes pretende contribuir com a proposio de aes para vencer os desafios neste campo, ampliando a competi-tividade do transporte de cargas e de passageiros no Brasil.
Jussara RibeiroCoordenadora-geral do Seminrio Frotas & Fretes Verdes
Presidente do Instituto Besc de Humanidades e Economia
Apresentao
Papel produzidoa partir de fontes
responsveis
FSC C105525
Conselheiros
ConselhoPResidente JoRge Luiz Macedo Bastos Diretor-geral da Agncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
Coordenadora-geral
JussaRa RiBeiRo Presidente do Instituto Besc de Humanidades e Economia
cooRdenadoR teMtico
JayMe BuaRque de HoLLanda Diretor-geral do Instituto Nacional de Eficincia Energtica (INEE)
Tcnico e Empresarial
alex Barbosa Messias gerente de Marketing de transportes da BR distribuidora
alfredo Peres da silvaPresidente da associao das administradoras de Meios de Pagamento eletrnico de Frete
alusio Paiva gomeschefe do departamento de administrao de Frotas dos correios
Bernardo Hauch Ribeiro de castrogerente do departamento de indstria Pesada do Bndes
carlos cesar Meireles Vieira Filhodiretor executivo da associao Brasileira dos operadores Logsticos
carlos eduardo tavaresassessor da Presidncia da companhia nacional de abastecimento
dalmo dos santos Marchettigerente do departamento de transportes e Logstica do Bndes
eduardo Fleck diefenthaelerdiretor de Marketing e inovao da ecofrotas
Fbio Vellosodiretor executivo de desenvolvimento de novos negcios da JsL
Flvio BenattiPresidente da associao nacional do transporte de cargas e Logstica
Flavio Bettiol Juniordiretor de Marketing truck e agro da Pirelli
gilberto de souza Pinheirodiretor de sustentabilidade e Meio ambiente da ccR nova dutra
guilherme ebelingPresidente da international caminhes
Jos Hlio FernandesPresidente da Federao interestadual das empresasde transporte de cargas
Jos Lima de andrade netoPresidente da BR distribuidora
Jos Roberto aguera tranjan Jniordiretor de transportes da JBs
Julio Fontana netoPresidente da Rumo Logstica
Luis afonso durgante PasquottoPresidente da cummins Brasil
Lus Fernando ResanoVice-presidente executivo da syndarma
Ktia Matsumoto tanconchefe da assessoria socioambiental do Ministrio dos transportes
Marcelo Perrupato e silvaconselheiro snior para amrica da dB international Brasil Ltda.
Mrcio almeida dagostocoordenador do Programa de engenharia de transportes da coppe/uFRJ
Marco antonio saltinidiretor de Relaes governamentais e institucionais da Man Latin america
Marcus Moutinhogerente de Pesquisa e desenvolvimento da LanXess
Mrcio Furlandiretor de Marketing da scania
Marina Freitas gonalves de arajo grossiPresidente do conselho empresarial Brasileiro para o desenvolvimento sustentvel
nelson negreiros Filhosecretrio de aeroportos da secretaria nacional de aviao civil da Presidncia da Repblica Ricardo MirandaPresidente da Pamcary
Ricardo Ruiz Rodriguesdiretor de Logstica do Magazine Luiza
Roberto dexheimerPresidente do grupo deX
Vicente abatePresidente da associao Brasileira da indstria Ferroviria
Virglio coelhodiretor executivo da confederao nacional de transportes
Reunio do Conselho Tcnico e Empresarial do Seminrio Internacional Frotas & Fretes Verdes 2013, na sede da ANTT, em Braslia.
Sem deliberao, os projetos fracassam, com amplo aconselhamento se concretizam.
Provrbios 15:22
Foto: Arquivo Instituto Besc
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SumrioPersonalidades fortes do transporte no Brasil Homenagem a Csar BorgerClsio Soares de Andrade
Eficincia energtica, inovao e meio ambiente Bernardo Hauch Ribeiro de Castro
Eficincia energtica: prioridade na agenda da BR Distribuidora BR Petrobras
Um transporte mais verde da cana crua usando a soluo de Porche Jayme Buarque de Hollanda
Motores diesel, inovao com sustentabilidade! Luis Afonso Pasquotto
O papel dos Operadores Logsticos na gesto da cadeia de suprimentos Dalmo dos Santos Marchetti Edson Jos Dalto
A hora e a vez dos veculos eltricos Jos Evaldo Gonalo
De olho no uso eficiente Ricardo Ruiz Rodrigues
Logstica em benefcio do meio ambiente Roberto Dexheimer
Cummis amplia pesquisas para solues tecnolgicas mais verdes Cummins
Medidas mitigatrias para os impactos ambientais da mobilidade urbana Jorge Bastos
O desafio de fazer transporte sustentvel no Brasil Alusio Paiva Gomes
Nova tecnologia de pneus modifica os processos industriais, economiza combustvel e melhora o meio ambientes Compet
Gesto de riscos e sustentabilidade na logstica Darcio Centoducato
Alternativas energticas ao diesel Jilmar Tatto
Terminal de Itirapina: modernidade e tecnologia para o agrobusiness Julio Fontana Neto
Operador logstico: importncia e perspectiva futura Carlos Cesar Meireles Vieira Filho
Transporte a menor custo e mais verde Lus Fernando Resano
ExpedientePublicao editada por instituto Besc de HuManidades e econoMia | www.institutobesc.orgProjeto grfico, diagramao, edio, tratamento de imagens e organizao de contedo Pauta 6 coMunicao | www.pauta6.com.brProduo e reviso de textos RiVeR oF JanuaRy PRoJetos cuLtuRais Impresso gRaFitusa | www.grafitusa.com.br
Este material possui o selo FSC certificao flo-restal que atesta que o papel utilizado prove-niente de madeira oriunda de processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, so-cialmente justa e economicamente vivel, e cum-prindo todas as leis vigentes.
A publicao tambm impressa utilizando tintas com base vegetal, no sendo utilizados produtos qumicos para revelao de matrizes (chapas sensi-bilizadas), apenas gua reaproveitada, alm da uti-lizao da tecnologia Prinect Inpress Control, que elimina a gerao de resduos durante a impresso.
Publicao sustentvel
Instituto Besc de Humanidades e Economia || Instituto Besc de Humanidades e Economia 98
O Seminrio Internacional Fro-tas & Fretes Verdes 2013 pres-ta homenagem a duas perso-nalidades fortes do setor de transportes no Brasil: o baiano Csar Borges, que tomou posse em abril de 2013 como ministro dos Transportes, e o mineiro Clsio Soares de Andrade, senador da Repblica por Minas Gerais desde 2011.
As histrias de ambos so diferentes. O ministro Csar Borges construiu sua carreira na poltica da Bahia, onde foi deputado estadual por dois mandatos, secretrio de Recursos Hdricos no Go-verno de Antonio Carlos Magalhes, vi-ce-governador na gesto Paulo Souto e governador eleito em 1998. Em 2002, elegeu-se senador. Da em diante C-sar Borges ocupou alguns cargos em mbito federal, como a vice-presidn-cia do Banco do Brasil e, este ano, foi nomeado ministro dos Transportes.
O senador Clsio Soares de Andrade construiu sua carreira no setor privado, exercendo diversas atividades em ins-tituies ligadas ao setor de transpor-tes. Comeou presidindo o Conselho Fiscal da Cooperativa de Transportes Coletivos de Belo Horizonte, presidiu o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da capital mineira, lide-rou a fundao da Associao Nacional das Empresas de Transportes Urba-nos, foi presidente da Confederao Nacional do Transporte. Durante sua gesto na CNT, criou o Servio Social do Transporte/Sest e o Servio Nacio-
Personalidades fortes do transporte no Brasil
nal de Aprendizagem do Transporte (Senat), que atendem mais de 2 mi-lhes de trabalhadores em todo o Pas. Foi vice-governador de Minas Gerais e, em 2011, assumiu uma ca-deira no Senado Federal.
Csar Borges e Clsio Andrade exer-cem papel importante no cenrio da logstica brasileira. Com desafios que passam pela busca de solues para os gargalos que dificultam o escoamen-to da produo do Pas, ambos tm a oportunidade de contribuir com pro-postas e aes que ajudem a tornar o transporte no Brasil um diferencial competitivo para as empresas do se-tor. Ao homenagear essas duas perso-nalidades, o Seminrio Internacional Frotas & Fretes Verdes manifesta o desejo de que Borges e Andrade per-petuem seus nomes como aqueles que contriburam para aumentar a eficin-cia e a competitividade do transporte de cargas e de passageiros no Brasil.
Csar Borges
Fotos: Divulgao
Clsio Soares de Andrade
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Medidas mitigatrias para os impactos ambientais da mobilidade urbana
O s atuais padres de mobilida-de urbana tm sido marcados pelo avano da motorizao individual, gerando elevao dos custos ambientais, econmicos e sociais em todo o mundo. Todavia, as estratgias que privilegiam a diminuio dos gases de efeito estufa (GEE) na mobilidade urbana no se incluem nas polticas efe-tivas da maioria dos pases, mesmo que os discursos polticos, principalmente dos pases desenvolvidos, estejam car-regados dessas intenes.
De acordo com apreciaes da socie-dade cientfica, h consenso de que a diminuio dos percursos motorizados e o estabelecimento de mudanas em prol de modais ambientalmente corre-tos, sobretudo o transporte coletivo e
os no motorizados, constituiriam as aes primordiais para a diminuio do consumo energtico e da mitigao das emisses de GEE.
Desta forma, medidas eficientes para diminuir o impacto ambiental da mo-torizao e, em contrapartida, elevar a qualidade e eficincia dos transpor-tes urbanos, segundo os estudiosos da rea, seriam possveis somente mediante a combinao de elementos que permeiam o melhoramento tecno-lgico dos motores e o planejamento urbano e de transportes.
H, portanto, uma proposta composta por cinco conjuntos de medidas para mitigar a reduo das emisses de GEE: medidas econmico-fiscais e fi-
Jorge Bastos diretor-geral da agncia nacional de transportes terrestres (antt)
Campanhas educativas e de sensibilizao so medidas especialmente importantes para pases em desenvolvimento.
Foto: Divulgao
Instituto Besc de Humanidades e Economia || Instituto Besc de Humanidades e Economia 1312
nanceiras; regulatrias; informao e comunicao; planejamento urbano e de transportes; e tecnolgicas.
Medidas econmico-fiscais e financeirasUm dos meios mais eficazes de promo-ver uma mudana no comportamento da sociedade em relao preservao do meio ambiente o estabelecimen-to de instrumentos econmico-fiscais. As principais medidas aplicadas mo-bilidade urbana seguem por duas ver-tentes: as que penalizam o usurio do transporte motorizado individual, e as que incentivam o usurio do trans-porte no motorizado ou transporte pblico. Entre as medidas que pena-lizam o transporte motorizado indivi-dual esto os impostos ou taxas sobre combustveis, as taxas de registro e licenciamento de veculos, os impos-tos sobre a circulao de veculos, a taxao para circulao viria (como pedgio urbano) e as taxas de conges-tionamento e sobre estacionamentos pblicos. Entre as medidas que incenti-vam o uso de transporte pblico esto os subsdios ou incentivos financeiros
infraestrutura e servios, ou medidas como os certificados de emisso.
Medidas regulatriasAs medidas regulatrias tm por ob-jetivo fundamental a determinao de especificaes, normas e padres, vi-sando proibio ou restrio de ativi-dades potencialmente poluidoras. Em se tratando de uma poltica de reduo das emisses de CO2 na mobilidade urbana, essas medidas direcionam tanto ao desestmulo de deslocamen-tos motorizados como ao impedimen-to completo de acesso a determinados meios de transporte. Entre as prin-cipais esto a regulao do consumo de combustveis, o estabelecimento de padres e limites de emisso para combustveis e veculos, medidas de restrio fsica e de regulao de esta-cionamentos, de gesto e controle de trfego e limites de velocidade, e de manuteno e inspeo veicular.
Medidas de informaoe comunicaoGerar um processo de conscientizao que levar a uma mudana gradual de
comportamento e coparticipao de-mocrtica da sociedade na discusso dos problemas de trnsito, por meio de medidas de comunicao, informa-o e educao que atuam, portanto, diretamente na mudana de hbitos e comportamento das pessoas, auxilian-do na efetividade de outras medidas, mais rigorosas, que objetivam a miti-gao de problemas relacionados aos atuais padres de mobilidade neste caso, as emisses de CO2.
Campanhas educativas e de sensibili-zao so medidas especialmente im-portantes para cidades de pases em desenvolvimento, pelo baixo custo de implementao, alto impacto na di-vulgao dos assuntos relacionados ao transporte sustentvel e, pela possibi-lidade de formao de alianas entre a populao e os atores engajados na formulao das polticas pblicas.
Medidas de planejamentoe desenho urbanoA ocupao intensiva, e muitas vezes descontrolada, do solo urbano tem aumentado a presso na demanda por
recursos naturais e materiais. O novo urbanismo visto como um estgio para a sustentabilidade urbana e a con-tribuio para a reduo do consumo de energia, aos baixos nveis de poluio e produo de lixo, a reduo do uso do automvel, a preservao dos ecossis-temas e a orientao para ambientes de convivncia e contato social.
Esforos em resgatar formas urbanas mais compactas, que privilegiam o caminhar e o contato entre as pesso-as, esto associados necessidade de construir o senso de comunidade nas cidades, reforando a identidade local e o sentido de pertencimento da popula-o como o primeiro passo para se al-canar a sustentabilidade. Para conter a expanso do automvel e recuperar a qualidade de vida urbana, a cidade deve ser redesenhada escala do pedestre, ou seja, fomentar a micromobilidade (distncias curtas a p ou em bicicleta) e minimizar a macromobilidade (grandes distncias percorridas em automveis).
Medidas tecnolgicasA Agncia Internacional de Energia (IEA), em cooperao com o plano de ao do G8 sobre o futuro energtico, publicou
associao nacionaL de tRansPoRtes PBLicos antP. Relatrio geral de mobilidade urbana 2007. Sistema de informaes da mobilidade urbana. So Paulo: ANTP, 2011. Disponvel em: . Acesso em: 25out. 2013.
BaRczaK, R. Estratgias de mitigao e compensao das emisses de CO2 na mobilidade urbana: uma anlise da produo cientfica internacional. 2009. 289 f. Dissertao (Mestrado em Gesto Urbana) Pontifcia Universidade Catlica do Paran, Curitiba, 2009.
inteRgoVeRnMentaL PaneL on cLiMate cHange iPcc. Summary for policymakers. In: INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHAN-GE IPCC. Climate Change 2007: the physical science basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. New York: Cambridge University Press, 2007.
WoRLd Business counciL FoR sustainaBLe deVeLoPMent WBcsd. Mobility for development: facts and trends. Geneva: WBCSD, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 25out. 2013.
Consideraes finaisLamentavelmente, entre os princi-pais agentes emissores de gases po-luentes destaca-se o setor de trans-portes, agravando sobremaneira a problemtica ambiental em todo o mundo, devido excessiva emisso de gases de efeito estufa. Alm dis-so, temos a elevao do consumo das reas urbanas e a substituio das reas verdes por reas concreta-das, para disponibilizao de espaos necessrios motorizao, que exige novas vias de circulao para veculos e novas reas para estacionamento, deflagrando a diminuio da qualida-de de vida urbana.
Assim, cabe retomar a bvia con-cluso de que apenas a combi-nao entre esses conjuntos de medidas, com destaque para as de planejamento urbano pois al-teram a distribuio e articulao das atividades na cidade que ser capaz de favorecer uma mo-bilidade urbana de qualidade que tenha menos impactos negativos no meio ambiente.
Referncias
em 2006 o relatrio Energy Technology Perspectives: ScenariosandStrategiesto 2050. Esse relatrio traz projees que apontam a prevalncia dos combustveis fsseis como a matriz energtica domi-nante para o ano de 2050, suprindo em torno de 70% das necessidades energ-ticas globais, bem como o aumento de 137% nas emisses de CO2 em relao aos nveis atuais.
O uso de biocombustveis e o melhora-mento nas tecnologias veiculares exis-tentes o que inclui a reduo do carre-gamento e peso do veculo, alteraes no design e aerodinmica e componentes internos como os sistemas de calefao e refrigerao so as estratgias mais promissoras para incrementar a eficincia energtica em curto prazo e auxiliar na re-duo das emisses de GEE.
Para tanto, ser necessrio que essas diferentes estratgias tecnolgicas con-tinuem na segunda metade do sculo XXI, especialmente para o setor de trans-portes, mas contando com o auxlio e concordncia do setor pblico e privado, a interveno de polticas adicionais e a cooperao mtua entre os pases desen-volvidos e os pases em desenvolvimento.
12 | Instituto Besc de Humanidades e Economia
Foto: Divulgao
Instituto Besc de Humanidades e Economia || Instituto Besc de Humanidades e Economia 1514
A logstica de cargas fundamental para a economia de um pas. O gerenciamento competitivo do fluxo de insumos e dos bens acabados per-passa praticamente todos os setores da atividade econmica, influenciando a competitividade das empresas.
Em muitos setores, a logstica ele-mento crucial na composio do custo final do produto ou servio, o que acaba por determinar prioridade ao equacio-namento das ineficincias logsticas,
O papel dos Operadores Logsticos na gesto da cadeia de suprimentos
entre elas, mas no somente, a escas-sez e os gargalos de infraestrutura, de forma a no restringir ou tornar menos competitivo o desenvolvimento das empresas e negcios no Pas.
Num mundo onde o mercado de atuao das firmas ampliou rpida e bruscamen-te e a competio passou a ser global em funo da maior abertura comercial, a logstica assumiu um papel de destaque nas empresas, de forma a preservar sua capacidade de se inserir, manter, ou am-pliar seu mercado de atuao.
a Logstica se toRnou iMPoRtante PaRa:
O aumento da competitividade das empresas.
O atendimento s novas fronteiras econmicas.
O aumento do fluxo de comrcio.
Disponibilidade de bens e servios a preos competitivos aos cidados.
daLMo dos santos MaRcHettiGerente do Departamento de Transportes e Logstica do BNDES
edson Jos daLtoEngenheiro do Departamento de Transportes e Logstica do BNDES
A competio global no se d ape-nas na produo, mas ao longo da cadeia de abastecimento, desde o fornecimento de insumos e o fluxo interno, at a produo e a distri-buio de bens ao consumidor final. Enfim, a eficincia desta cadeia que est sob o desafio da aprovao do mercado consumidor. E essa efici-ncia medida, entre outros fatores, pela capacidade de se relacionar com fornecedores e clientes de forma in-tegrada e competitiva.
a onde se localiza a grande opor-tunidade dos Operadores Logsticos (OLs)1 no Brasil. Num mercado que, nos ltimos 13 anos, apresentou for-te crescimento da receita mdia bru-ta (30% a.a.), que numeroso (mais de 140 empresas, R. Tecnologstica, 2012), composto por empresas, em muitos casos, oriundas de transpor-tadores, com capacidades diversas de prestao de servios especiali-
a cadeia de distribuio que est em competio. Da a importncia da logstica e dos Prestadores de Servio Logstico PSLs no Pas.
Transporte e gesto de transportes
B2C e carga expressa Distribuio de produtos Montagem de kits Desenvolvimento e gesto de
embalagens Desenvolvimento de projetos
(consultoria) City logistics (abastecimento) Rastreamento de veculos Gerenciamento intermodal Logstica reversa Milk Run e JIT Armazenagem e WMS
Gerenciamento de estoques Abastecimento de linhas de
produo Freight forwarding (porta-a-
porta global) Gesto da cadeia de
suprimentos Interfaces com ERP de clientes Consultas on-line para
monitoramento de cargas Suporte documental/fiscal Importao/exportao/
despacho aduaneiro Gesto de frotas
Funes das oLs na cadeia de distRiBuio:
zados (por exemplo, os servios de consultoria e de gesto integrada de ativos) e com porte e nveis de governana variados, h uma gran-de chance de desenvolvimento para aqueles PSLs que possam crescer com uma carteira de clientes diver-sificada, que detenham capacidade tcnica e tecnolgica na tomada de decises, que utilizem processos certificados e sustentveis e que tenham capacidade de atender de forma flexvel, e ao mesmo tem-po colaborativa, os interesses dos clientes e do mercado consumidor 2.
Assim, os OLs assumem posio de-terminante na competitividade das empresas e vm se tornando par-ceiros do setor produtivo, possibili-tando exercer funes cada vez mais fundamentais na cadeia de distribui-o de diversos setores da economia.
Para os OLs, importante o cres-
cimento da disponibilidade de in-fraestrutura de transportes mais econmica (ferrovias e hidrovias) e da infraestrutura intermodal (ter-minais de integrao), a estabili-dade e organizao competitiva do marco regulatrio, o acesso aos aperfeioamentos tecnolgicos e a capacidade para enfrentar os desa-fios endgenos do setor, tais como obter competncia operacional para dar solues logsticas espe-cficas, ou mesmo dedicadas, fa-zendo-se valer de uso intensivo de tecnologia e dos mais atualizados conceitos de gesto de ativos.
importante destacar que os OLs bra-sileiros se encontram em fases distin-tas do ponto de vista empresarial e de maturidade na relao com os clien-tes. Segundo Hertz e Alfredsson (2003), h uma segmentao dos OLs, apresentada sucintamente, conforme a seguir:
Foto
s: D
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ga
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Instituto Besc de Humanidades e Economia || Instituto Besc de Humanidades e Economia 1716
H uma grande oportunidade para os OLs nacionais: atender a uma demanda crescente por servios logsticos eficientes em custo e qualidade, de forma sustentvel.
Alguns OLs no Brasil j integram suas operaes com os clientes em ope-raes de longo prazo e, at mesmo, desenvolvem e ampliam a atuao dos mesmos no Pas. Pelo ponto de vista da governana, j h diversos OLs lis-tados no novo mercado da Bovespa.
tecnologia a servio da eficincia e do meio ambienteUm OL altamente qualificado caracte-riza-se por ser capaz de prestar servi-os logsticos integrados, atendendo s mltiplas necessidades logsticas dos seus clientes de forma persona-lizada, na perspectiva de apresentar solues one stop shop 3 . Seu trabalho apoia-se fundamentalmente na inteli-gncia e na capacitao tecnolgica, visando gerar valor atividade dos embarcadores, nos aspectos de redu-o de custos, melhoria dos servios e aprimoramento da sustentabilidade na prestao dos servios.
Neste sentido, os operadores melhor qualificados empregam recursos dispo-nveis de hardware, software e sistemas de gesto. Naturalmente, tais recursos no so dissociveis na prtica, nem tampouco facilmente enumerveis. Porm, a ttulo de exemplo, entre as tecnologias com nfase em hardware, podem ser mencionados os sistemas de comunicao diversos, equipamentos RFID (Radio Frequency Identity), asso-ciados a smart tags (etiquetas inteligen-tes), mobile devices (tais como celulares, tablets, notebooks etc), GPS, picking eletrnico (sistema de montagem de pedidos), dentre outros.
No conjunto dos recursos com nfase em software, podem ser citados sis-temas ERP (Enterprise Resource Plan-
ning), WMS4 , TMS5 , sistemas de rote-amento e rastreabilidade de veculos ou de previso de demanda e de gesto de estoques, entre outros. Finalmente, entre os sistemas com nfase em ges-to, podem ser lembrados o just in time, S&OP6, custeio ABC, Balanced Score-card, alm de sistemas colaborativos na cadeia de suprimentos, conhecidos como Programas de Resposta Rpida7, tais como CPFR e ECR (colaborao), QR (reabastecimento), VMI e JIT II (re-posio de produto), entre outros.
Cabe destacar, ainda, as tecnologias utilizadas nos servios sustentveis, com grande potencial de reduo de custos, na medida em que geram efi-cincia energtica e contribuem para a reduo da emisso de gases de efei-to estufa (GEE), tais como: telemetria, uso de combustveis renovveis, moto-res mais eficientes, equipamentos com estruturas de ao leve que reduzem o peso morto nos transportes, pneus verdes que melhoram o rolamento na pista, defletores para reduo do arras-to aerodinmico dos veculos, pelculas de revestimento que reduzem o atrito com o meio externo, entre outros.
Solues pensadas no mbito da ca-deia de suprimentos, com uso intensi-vo de tecnologia e sistemas de gesto, tm potencial de gerao de muitos ganhos e eficincia para todo o sistema logstico. Deste modo, a estruturao de redes logsticas, com encurtamen-to de distncias, utilizao de modais mais eficientes para cada ligao, mi-nimizao dos estoques ao longo da rede, com elevado nvel de disponibili-dade dos bens, relaes colaborativas nos transportes visando minimizao de espaos de carga vazios, estrat-
oL tradicional: aquele que fornece servios padronizados, tais como ar-mazenagem, distribuio, coleta e embalagem;
oL desenvolvedor de servios: aquele que oferece pacotes de ser-vios de valor agregado de forma diferenciada para cada cliente: tais como cross-docking, rastreamento e acompanhamento de fretes e siste-mas de segurana;
oL adaptador a clientes: aquele que se distingue por absorver as ativida-des existentes dos clientes e melhorar o nvel de eficincia das operaes, sem necessariamente investir muito no desenvolvimento dos servios; e
oL 4PL (integrador logstico ou desenvolvedor de clientes): que divide o risco e os retornos do ge-renciamento logstico com o clien-te. Assim como o adaptador, ele se integra fortemente com os clientes ao absorver a totalidade das opera-es logsticas.
gias de postergao logstica8, pro-gramao de entregas com janelas de atendimento aos fornecedores, entre-gas noturnas ou em horrios alternati-vos visando evitar o trfego em hor-rios de pico de trnsito, manuteno e renovao programada dos ativos logsticos visando atualizao tecno-lgica, podem contribuir eficazmente na racionalizao e sustentabilidade logstica. Tais atividades podem ser desempenhadas por OLs qualificados.
o desafio brasileiro de crescimento da capacidade de ofertar servios logsticos eficientesAlm do desafio de ampliar a oferta de infraestrutura de transportes, reequili-brar a matriz modal e reduzir os custos de transporte, o Pas tambm enfrenta o desafio de eliminar os gargalos para o aperfeioamento das cadeias de dis-tribuio dos diversos setores econ-micos, de forma a reduzir os custos de estoques atualmente necessrios.
As perdas de fluxo devidas, por um lado, pelos congestionamentos urba-nos, pela baixa integrao modal, pelo tempo consumido com a burocracia
do despacho aduaneiro, pela limitao de oferta dos acessos porturios e pela barreira entrada implantao de novos portos secos capazes de reduzir a presso nos portos e, por outro lado, pelas dificuldades de desenvolvimen-to empresarial em um mercado forte-mente competitivo, acabam impondo limitaes aos OLs na execuo de suas atividades.
Numa viso prospectiva, alm de dar equacionamento s dificuldades im-postas pela infraestrutura e pelo trn-sito urbano nas cidades brasileiras de diversos portes e dinamismo econmi-co, tambm temos que nos preocupar com o desenvolvimento de OLs inte-gradores no pas, viabilizando capital e crdito para o investimento em ativos e sistemas, as aquisies e fuses seto-riais e o aumento das capacitaes tc-nicas, de maneira que servios logsti-cos eficientes sejam ofertados de forma irrestrita, com processos sustentveis no transporte e na movimentao de cargas, com o objeto de reduzir o custo logstico nacional e as emisses de GEE e de aumentar a competitividade das empresas brasileiras
1 Soluo one stop shop: refere-se a soluo completa para as necessidades logsticas de um cliente, no apenas a venda de atividades logsticas isoladas, como o transporte entre dois pontos, ou o armazenamento de bens, ou o desembarao aduaneiro.
2 WMS (Warehouse Management System): so sistemas para gesto de armazns, que auxiliam no endereamento dos estoques, no processamento dos pedidos, balanceamentos das reas alto, mdio e baixo giro de estoques, otimizao da ocupao dos espaos do armazm, entre outros.
3 TMS (Transport Management System): so sistemas para gesto de transportes que auxiliam na operao dos transportes, controle e manuteno da frota, emisso da documentao de transportes, suprimentos, controle de utilizao de frotas prpria e contratada, entre outros.
4 Sales & Operation Planning: sistema de planejamento de operaes que visa conciliar as previses de demanda com as restries de recursos de operao e financeiros da organizao.
5 Programas de Resposta Rpida: so sistemas colaborativos de reposio de estoques, visando agilizar o ressuprimento frequente em pequenos lotes.6 Sales & Operation Planning: sistema de planejamento de operaes que visa conciliar as previses de demanda com as restries de recursos de operao
e financeiros da organizao.
7 Programas de Resposta Rpida: so sistemas colaborativos de reposio de estoques, visando agilizar o ressuprimento frequente em pequenos lotes.8 A postergao logstica consiste em adiar a deciso de alocao de estoques ao longo da rede de distribuio com o propsito de minimizar a dependncia
de previso de demanda. Neste sentido, os estoques ficam centralizados e sua alocao prxima ao ponto de consumo fica postergada para o momento em que haja maior certeza sobre seu consumo, minimizando o custo do capital associado aos estoques. Os programas de resposta rpida e sincronizao na conexo das transferncias de carga so fundamentais para o rpido atendimento de pedidos j colocados.
ReFeRncias:ReVista tecnoLogstica. so Paulo. Publicare editora Ltda. ano XVii. n 196, mar/2012.HeRtz, s.; aLFRedson, M. strategic develop-ment of third Party Logistics Providers. industrial Marketing Management, v. 32, pp. 139-149, 2003.
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Os Correios tm um compromisso com o maior servio de entrega do mundo: a natureza.Atitudes sustentveis como a Coleta Seletiva Solidria, o EcoPostal, os veculos eltricos, e muitas outras, so atitudes dos Correios para preservar a natureza e permitir que ela continue fazendo seu trabalho. E com o Sistema de Gesto Ambiental, o compromisso com o meio ambiente se tornou ainda maior e mais efetivo.
r e m e t e n t e
d e s t i n a t r i o
/vamaislonge
Servio de Informao ao Cidado - SIC: correios.com.br/acessoainformacaoFale Conosco: correios.com.br/falecomoscorreios. Ouvidoria: correios.com.br/ouvidoriacorreios.com.br/sustentabilidade
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Eficincia energtica, inovao e meio ambiente
A eficincia energtica dos veculos tem, cada vez mais, feito parte da pauta de investimentos das empre-sas do setor automotivo. visvel, nas conversas com as empresas, que a pre-ocupao tem tomado propores de uma revoluo na indstria nacional.
Eficincia energtica significa me-nos consumo de combustvel. O que j faz parte do dia a dia dos ope-radores de transporte, onde essa conta bastante elevada, comea
a aparecer tambm na cabea dos consumidores.
Mais do que saber se seu carro novo consome menos (referncia na qual o Inmetro tem um papel importan-tssimo com a etiquetagem veicu-lar), h uma tendncia de que o impacto no meio ambiente seja um atributo na compra de produtos e servios. o consumo sustentvel, que vem reforando ainda mais a busca pela eficincia na produo e no transporte de mercadorias.
A busca da eficincia frequentemente passa pelo desenvolvimento tecnol-gico e pela incorporao de inovaes nas frotas brasileiras. Atento a esse movimento, o BNDES tem capitane-ado algumas iniciativas em prol da melhoria da eficincia energtica dos veculos, desde linhas especiais de fi-nanciamento, como o BNDES Fundo Clima, at planos de fomento estrutu-rado, como o Inova Energia.
No caso do Inova Energia, que par-te do Inova Empresa, uma das linhas temticas busca fomentar a eficin-cia energtica veicular e os veculos hbridos e eltricos. A criao desse plano visa justamente prover finan-ciamento a iniciativas que acelerem o desenvolvimento de solues na-cionais no tema. A quantidade de propostas recebida foi bastante alm
BeRnaRdo HaucH RiBeiRo de castRoGerente da rea Industrial do BNDES
o consumo sustentvel que vem reforando ainda mais a busca pela eficincia na produo e no transporte de mercadorias. Bernardo Hauch Ribeiro de Castro
do projetado inicialmente, mostran-do a inteno da indstria brasileira em melhorar continuamente a efici-ncia dos veculos aqui produzidos. Somente nessa linha temtica, 93 empresas haviam se inscrito.
Assim, vislumbra-se uma oportunida-de para as empresas brasileiras que mais rapidamente se posicionarem nesse novo paradigma, em que a efi-cincia e o impacto ambiental tornam-se fatores decisivos para o sucesso.
E o Brasil ganha, pois, alm da ge-rao de riqueza decorrente desses investimentos, nos tornamos mais sustentveis, com uma populao com mais sade e com uma imagem reforada em uma rea em que o Pas natural protagonista, o meio ambiente.
Fotos: Divulgao
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O desafio de fazer transporte sustentvel no Brasil
H alguns anos, o Brasil descobriu a sustenta-bilidade como uma bandeira a ser defendida, especial-mente aquela voltada para as emisses de poluentes provenientes de veculos automotores. Afinal, os carros e cami-nhes so responsveis por despejar anualmente na atmosfera toneladas de CO2.
Mas trabalhar a reduo de poluen-tes no Brasil no uma tarefa fcil. O primeiro complicador est na opo adotada pelo Pas em cortar o territ-rio com estradas, em detrimento das ferrovias ou mesmo aquavias.
O segundo ponto, tambm de grande relevncia, o fato de o Brasil ser um pas com fluxos de inter-relacionamento econmico desequilibrados, ou seja, as transaes comerciais no so igualit-rias entre as diversas regies. Isso fcil de ser observado quando consultamos uma tela do aplicativo flightradar24.com, onde observa-se claramente que o fluxo
aLusio PaiVa goMesChefe do Departamento de Encaminhamento e Administrao de Frotas dos Correios
O desafio do Brasil vai muito alm, passa por desenvolver as diversas regies do Pas, fazendo com que o transporte seja mais eficiente.
de voos no Brasil est concentrado nas regies Sudeste, Sul e Centro-oeste e na costa leste.
Por analogia, meu entendimento que esse fenmeno pode ser extra-polado, com algumas reservas, para o modal rodovirio. Nesse cenrio, observa-se na mesma tela que os Es-tados Unidos e a Europa tm suas re-laes equilibradas, ou seja, todos os pontos geram, transferem e recebem riquezas, possibilitando a otimizao do frete retorno e ganhos de escala no custo geral do transporte.
Onde entra a sustentabilidade em tudo isso? Est no fato de que, por aqui, faze-
mos menos com mais recursos, ou seja, para as trocas de carga entre estados com perfis bastante diferentes, por ve-zes consegue-se um frete para a ida, mas no para a volta, fazendo com que os ca-minhes retornem com baixa ocupao. Evidentemente, isso se traduz em consu-mo de combustvel e, consequentemen-te, em maiores emisses de poluentes.
O desafio do Brasil vai muito alm de me-lhorar as estradas ou mesmo melhorar a qualidade e a tecnologia dos combustveis e dos veculos. Passa pela necessidade de de-senvolver as diversas regies do Pas, de for-ma que as trocas de mercadorias e riquezas ocorram de forma mais equilibrada, fazen-do com que o transporte seja mais eficiente e ajude a reduzir o custo Brasil.
Alusio Paiva Gomes
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Fotos: Divulgao
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L der nacional na distri-buio de derivados de petrleo, estampando sua bandeira em cerca de 7.500 pos-tos de servios e em mais de 10.000 grandes clientes em todo o Pas, a Pe-trobras Distribuidora definiu a eficin-cia energtica como uma prioridade em sua agenda corporativa, especial-mente no que toca s operaes de transporte.
O foco se justifica pela enormidade do desafio. A BR gerencia uma comple-xa logstica de coleta, recebimento, transferncia e entrega de produtos, pelos modais rodovirio, ferrovirio e fluvial, com 8.000 embarques por dia de produtos, percorrendo mais de 379 milhes de km/ano.
Esse panorama gerou o seguinte ques-tionamento: possvel identificar oportunidades para reduzir o consu-mo de energia e as emisses de CO2 nas rotinas? Da surgia o programa de Eficincia Energtica no Transporte da BR. O diagnstico abrangeu as frotas de servio, o transporte de pessoal e as unidades de abastecimento de ae-ronaves (UAAs), que operam em mais de cem aeroportos.
Apenas em 2012, foram 38,3 milhes de metros cbicos de produtos movimenta-dos, ou 38,3 bilhes de litros. Mais ainda: essas atividades per si consumiram 174,2
Eficincia energtica: prioridade na agenda da BR Distribuidora
milhes de litros de combustveis princi-palmente leo diesel e emitiram o equi-valente a 464,3 mil toneladas de CO2.
A Petrobras Distribuidora definiu trs eixos de iniciativas: Transporte de Produto (dividido em Otimiza-o/Melhoria Logstica e Mudana de Modal); Frota/Transporte de Pes-soal; e Aeronaves (UAAs). As aes incluem desde a maior utilizao de modais de transporte mais efi-cientes, passando pelo treinamento dos motoristas em conduo eco-nmica, at a renovao da frota, o aumento do tamanho mdio dos caminhes-tanques, melhor roteiri-zao de percursos e a substituio de UAAs por servidores.
Em seu Plano Diretor de Logstica Transporte (PDL-T), a BR j exige das transportadoras contratadas a reno-vao das frotas e a melhoria da infra-estrutura. Como resultado, e conside-rando uma projeo de crescimento at 2020, a BR tem possibilidade de economizar, em mdia, cerca de 18 mil metros cbicos de combustvel por ano em suas atividades, e potencial de evitar emisses anuais de CO2 em cer-ca de 50 mil toneladas.
A Petrobras Distribuidora acredita que est reforando, com esta expe-rincia, seu papel de empresa social-mente responsvel.
A BR gerencia uma complexa logstica de coleta, recebimento, transferncia e entrega de produtos.
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P romover a eficincia no uso dos deri-vados de petrleo e do gs natural e melhorar o meio ambiente tem sido o desafio permanente na atuao do Conpet, desde a sua criao pelo Governo Federal, em 1991. A secre-taria executiva do Conpet exercida pela Petrobras.
Para atender a esses objetivos, o Conpet Programa Nacional da Racionalizao do Uso de Derivados do Petrleo e Gs Natural promove o desenvolvimento tecnolgico de equipamentos e combustveis, a par-tir de pesquisas, testes, normatizao, divulgao e conscientizao dos fabricantes e consumidores.
A parceria entre o Conpet e o Inmetro, no Programa
Nova tecnologia de pneus modifica os processos industriais, economiza combustvel e melhora o meio ambiente
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Brasileiro de Etiquetagem (PBE), pro-move a comparao entre produtos similares quanto ao uso de energia, segurana, impacto sobre o meio am-biente e outros aspectos, alm de fa-cilitar a participao dos consumidores na evoluo tecnolgica.
Essa parceria desenvolveu, recente-mente, o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Pneus (PBE-Pneus), em conjunto com os fabricantes, cuja meta introduzir no mercado nacio-nal, at outubro de 2016, as novas tecnologias utilizadas na fabricao de pneus para todos os veculos rodo-virios. Caminhes, nibus, autom-veis e motocicletas vo reduzir o con-sumo de combustvel, gerar menos rudo e emisses de CO2. Alm dis-so, o aumento da aderncia em pista molhada trar mais segurana para os motoristas.
A etiqueta permitir ao consumidor comparar os nveis de consumo e ade-
rncia, classificados em sete nveis, de A a G, sendo informado tambm o nvel de rudo, limitado a 75 decibis (dB), e atestada a sua segurana. Com a implantao desse programa, a efici-ncia energtica veicular aumentar, gerando economia mdia de R$ 1,6 bi-lho/ano nos primeiros seis anos.
Como complemento a essa iniciativa, j est sendo desenvolvido o Pro-grama de Normatizao da Reforma de Pneus, que implicar a introduo de novas tecnologias e materiais cer-tificados para recuperao desses no-vos pneus.
O Conpet participa tambm do PBE Veicular, que orienta os consumidores quanto ao consumo de combustvel e s emisses em 435 modelos de 36 fa-bricantes de automveis e veculos co-merciais leves, disponibilizando tabela de consulta no endereo www.conpet.gov.br. Motores e veculos pesados te-ro programa semelhante.
O Conpet um Programa do Governo Federal, vinculado ao Ministrio de Minas e Energia (MME) e executado com o apoio tcnico e administrativo da Petrobras.
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Um transporte mais verde da cana crua usando a soluo de Porsche
O s motores a etanol, que ope-ram muito bem em veculos leves, so inadequados para acionar diretamente os veculos pe-sados, tarefa mais adequada para os motores diesel ou eltrico. Assim, o setor sucroalcooleiro, embora produ-za um combustvel renovvel, depen-de do leo diesel na plantao, colhei-ta e, sobretudo, no transporte da cana crua entre o campo e as usinas. Em 2013 dever usar cerca de 2 bilhes
de litros de diesel comum contedo energtico equivalente a 10% de todo o etanol produzido no Brasil. Essa re-alidade, no entanto pode ser mudada.
O transporte da cana feito com variados sistemas (Combinao Ve-culo Carga CVC) que carregam at 40 toneladas de cana por viagem e pesam at 70 toneladas. So compos-tos, como na figura abaixo, de uma unidade tratora (cavalo mecnico)
JayMe BuaRque de HoLLandaDiretor-geral do Instituto Nacional de Eficincia Energtica (INEE)
RODAS COM TRAO
RODAS COM TRAO
RODAS SEM TRAO
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Energia eltrica
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Foto: Divulgao
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que arrasta um ou mais reboques.
Nessa configurao, a unidade que segue frente (cavalo eltrico) direciona, porm, no arrasta os re-boques. Opera como uma platafor-ma onde so instalados um ou dois geradores eltricos, bem como os sistemas de baterias e os controles dos motores. Descentralizar o acionamento para os reboques tem inmeras vanta-gens para a operao do CVC, so-bretudo em estradas irregulares do campo. No CVC convencional ela se restringe ao acionamento de dois ei-xos, pois a transmisso da fora mo-tora para os reboques, embora pos-svel, pouco prtica e ineficiente. Ela se torna vivel no CVC proposto graas forma simples para trans-mitir a corrente eltrica, atravs de cabos, e de operar todos os motores de forma coordenada.
A soluo incorpora as vantagens de elevada eficincia dos veculos eltrico- hbridos que prescinde de uma complexa caixa de marcha, no usa energia quando o veculo fica parado, usa freio regenerativo e o motor ou fica desligado ou opera apenas na rotao e torque mais adequados. Alm disso, a potncia do motor de combusto interna de apenas metade a um tero da neces-sria ao CVC convencional, pois os picos de potncia so supridos pelas baterias. Por essas razes, possvel usar motores a etanol para acionar.
Muito embora o poder calorfico do etanol seja equivalente a 60% do
poder do diesel, a proposta de CVC economicamente mais atraente por diversos fatores. Primeiro, o peso morto do CVC menor, pois o cavalo eltrico mais leve que o mecnico, o que aumenta em at 20% a capa-cidade de transporte de cana por viagem. Alm disso, o combustvel sai para a usina pelo custo de produ-o, no incluindo impostos e taxas, custos de transporte e a margem do distribuidor incidentes sobre o die-sel. A viabilidade econmica do CVC no considera a monetizao de ex-ternalidades ambientais positivas, que lhe podem ser atribudas.
A soluo pode ser desenvolvida com tecnologia brasileira j usada h qua-se uma dcada em nibus urbanos. No , necessariamente, uma novi-dade: usada no transporte de mi-nrios e j foi empregada h mais de um sculo por Ferdinand Porsche.
Com apenas 21 anos, o genial inven-tor foi contratado pela Lhoner, fabri-cante de carruagens da ustria, para criar um carro eltrico. Seu primei-ro carro, no lugar de usar um motor central, usou motores embutidos nas rodas e, com isso, aumentou a potncia do carro e a sua eficincia.
Para aumentar a autonomia do carro e a sua potncia, Porsche lanou, em 1901, o primeiro carro eltrico hbrido da histria (tinha um gerador a bor-do). Foi, tambm, o primeiro carro 4x4 da histria, com acionamento in-dependente em cada uma das rodas.
Em 1913, trabalhando para a Sko-da, estendeu a soluo hbrida para
um caminho militar para transpor-tar um canho de 100 toneladas (o peso bruto total chegava a 150 t). Desmontado, o canho era trans-portado em quatro reboques, cada um deles acionado por dois moto-res eltricos embutidos nas rodas. A unidade frente levava o gerador cujo acionador era um motor com 150 HP de potncia. Menor, portan-to, do que de muitos carros de pas-seio atuais.
Muito embora o poder calorfico do etanol seja equivalente a 60% do poder do diesel, a proposta de CVC economicamente mais atraente.
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V ender fcil, o dif-cil entregar. Cer-tamente, esta frase resume bem os desafios dos gestores de logstica das organizaes, pois alm de cumprir a misso de entregar o produto certo, na quantidade certa, no lugar certo, na hora certa e no me-nor custo possvel, eles tm que ven-cer os desafios de um ambiente de ris-co caracterizado por alta incidncia de roubos e acidentes durante o transpor-te. Recentemente, com o sucesso das empresas sendo medido pelos 3Ps (em ingls, as iniciais de Lucro, Pes-soas e Planeta), foram incorporados a essa misso os objetivos de preservar o meio ambiente e a prpria sociedade.
O indicador de desempenho (habitu-almente o OTIF On Time In Full, isto , o pedido completo no prazo acor-dado), passa agora a considerar duas cores: o verde e a ausncia de outra, o vermelho. O verde demonstra o compromisso de que os processos logsticos, tanto de compra de mat-rias-primas quanto de entrega de pro-dutos acabados, tm a capacidade de inventariar para depois neutralizar, ou melhor, ser superavitrio na emisso de CO2. O no-vermelho, expres-sa a responsabilidade com os ndices de acidentes no transporte, em que a preocupao para que o produto pos-sa chegar prateleira no prazo, sem ningum morrer na estrada.
Gesto de riscos e sustentabilidade na logstica
Darcio Centoducato
daRcio centoducatoDiretor de Gerenciamento de Risco da Pamcary
ncia do veculo em termos de consu-mo de combustvel.
Ao passo que os processos e tecnologias aplicadas no gerenciamento de riscos ajudam a prevenir acidentes e roubos, nunca demais lembrar que tambm po-dem ajudar na deteco instantnea da ocorrncia de um acidente, permitindo o rpido acionamento do plano de contin-gncia e remediao da situao de crise, em especial nos eventos com potenciais danos ambientais. No caso de um aciden-te com produtos perigosos, temos com-provado a veracidade da mxima de que o que se faz nas primeiras duas horas muito mais importante do que se faz nas prximas duas semanas.
Alm do aspecto de segurana na preveno de acidentes e roubos (em ingls temos duas palavras distintas para definir esses dois tipos de se-gurana, a saber, safety e security), o Gerenciamento de Riscos pode ajudar
Gestores de logstica tm que
vencer os desafios de um ambiente de risco caracterizado por alta incidncia
de roubos e acidentes durante o
transporte.
H bons motivos para esta preocupa-o, tanto com as emisses de dixido de carbono (CO2), estimadas em 64,6 milhes de toneladas anuais para a frota nacional de caminhes, quanto com as mortes causadas por aciden-tes no transporte de cargas. Para se ter noo da dimenso dos riscos do transporte de cargas no Brasil, anual-mente so registrados 14.400 eventos de roubos e mais de 90 mil acidentes. Estes ltimos, alm de prejuzos da ordem de R$ 9 bilhes, resultam na morte estimada de 8.500 pessoas por ano, o equivalente a um acidente fatal com um Boeing 747 por semana, de acordo com a pesquisa publicada pela Pamcary e disponvel para consulta no portal www.gps-pamcary.com.br.
possvel o Gerenciamento de Riscos aju-dar o gestor da logstica a cumprir esta misso ampliada? Sim, posso afirmar que esta ajuda perfeitamente possvel pela explorao das sinergias existentes entre os processos e tecnologias empregadas para a execuo e controle da logstica e seus riscos inerentes.
Um exemplo disso o uso que o mer-cado de Gerenciamento de Riscos vem fazendo dos equipamentos de Teleme-tria para gesto do comportamento dos condutores, visando controlar o tempo de direo e descanso, bem como sua velocidade, em especial em trechos de alto risco. A boa notcia que ao fomen-tar um comportamento seguro, o modo de dirigir do motorista torna-se mais econmico e menos poluidor. Quando a tecnologia utilizada permite tambm a medio de consumo, rotaes por mi-nuto (RPM) e velocidade instantneas, torna-se possvel ainda saber se o mo-torista est dirigindo na faixa verde, aquela na qual se obtm a maior efici-
para uma logstica sustentvel de ou-tra forma: fornecer a necessria visi-bilidade do que acontece do porto para fora, permitindo a gesto de eventos e a resoluo de problemas durante o transporte. Explicando: uma das melhores prticas para o au-mento da eficincia do transporte a aplicao do conceito de Movimento Contnuo Carregado, que de forma simples pode ser entendido pela ana-logia com o transporte comercial a-reo. Assim como o avio, que para dar rentabilidade precisa estar o maior tempo no ar com os assentos ocupa-dos, a maior eficincia de um cami-nho tambm obtida quando ele est cheio e em movimento.
Especialistas em logstica procuram incessantemente encontrar oportuni-dades de fluxos de transporte em que o veculo no volte vazio ou batendo lata, as chamadas viagens redon-das. Outras iniciativas similares, como por exemplo os Circuitos Estticos, exploram os fluxos cruzados entre f-bricas e centros de distribuio, otimi-zando a capacidade de carga de carre-tas, cavalos mecnicos e motoristas. Estes projetos demandam a criao de uma nova atividade: o gerenciamen-to do trfego por uma central, cuja funo identificar se as misses de transporte esto sendo executadas de acordo com o planejado e, em caso de desvios, atuar nas excees identifica-das de acordo com um script pr-defi-nido. Essas iniciativas tm registrado diminuio significativa da conta fre-te em funo da reduo do tamanho da frota empregada pelo aumento da produtividade unitria dos veculos. Os trs pilares para obteno do alto desempenho em transporte so repre-sentados na figura que segue:
Foto: Divulgao
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Como resultado, se menos veculos so necessrios para o transporte da mes-ma quantidade de carga, menos CO2 emitido, o que contribui para o verde. E se os motoristas dirigirem na faixa verde, melhor ainda: agora s falta neutralizar as emisses de CO2!
E quanto cor vermelha? Ser que o aumento da produtividade da frota com adoo destes modelos de alto desempenho no transporte acarre-taria aumento dos acidentes? Tenho observado na prtica que exatamen-te o oposto que acontece. Motoristas conscientes e treinados a enfrentar os riscos de uma determinada rota, tendo seu comportamento e pontualidade medidos e gerenciados em tempo real por uma central e, principalmente, se forem recompensados com base nes-ses indicadores, esto trs vezes me-nos propensos a se envolverem em acidente, conforme observado nos programas de preveno de acidentes que a Pamcary tem implementado nos ltimos 10 anos.
Pelo exposto at o momento, a chave
para o aproveitamento das sinergias entre o gerenciamento de riscos e a logstica a visibilidade e gesto pro-ativa do ciclo de transporte. Como obter essa visibilidade para a central de trfego atuar e fazer as opera-es de transporte mais eficientes: mais verdes e menos vermelhas? Como utilizar os rastreadores que foram empregados no Brasil para a preveno de roubos e que so hoje fornecidos por mais de 46 diferentes provedores tecnolgicos?
infolog Web O Infolog foi concebido para capturar informaes do ciclo de transporte de cargas, desde a chegada para o carrega-mento at a entrega da mercadoria, e disponibiliz-las via web em tempo real. A visibilidade obtida propicia identificar oportunidades de melhoria no nvel de servio e aumento da produtividade dos recursos empregados, apoiando a tomada de decises em busca de uma operao enxuta e sustentvel.
Em razo da utilizao de um sistema denominado Coletor de Dados Univer-
sal, a captura das informaes da via-gem independe da tecnologia de ras-treamento adotada no veculo.
Utilizando um plano de viagem como parmetro, o sistema envia alertas e notificaes sobre desvios deste padro aos responsveis para o devido tratamento.
Em virtude da grande preocupao da Pamcary e do setor de logstica em reduzir as emisses de gases de efeito estufa na atmosfera, em 2012, o Info-log Web passou a oferecer mais uma funcionalidade aos seus clientes: o cl-culo das emisses de CO2 de cada via-gem, estimado de acordo com regras estabelecidas internacionalmente.
Conhecendo seu inventrio de CO2, os clientes podero tomar medidas para a reduo ou neutralizao das suas emisses, contribuindo para melhorar as estatsticas do setor. A Pamcary est fazendo a sua parte contribuindo para a conscientizao e diminuio do agravamento do aque-cimento global.
Padro de alto desempenho:Nvel de servio, custos, ativos, cir-cuitos, tempos, ocupao, utilizao, segurana e emisses de CO2
Execuo Padro:(ex. atraso, reprogramao, acidente)
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Motores diesel, inovao com sustentabilidade!
A Cummins uma em-presa global, for-mada por unidades de negcios complementares, que projetam, fabricam e distribuem mo-tores (diesel e gs), grupos geradores e sistemas correlatos (filtros, turbos, sistemas de combustvel, eletrnicos etc.), com ampla prestao de servios e tecnologias relacionadas.
Continuamente priorizando seus esfor-os para colaborar de forma ativa com os mais diferentes governos e grupos sociais, a Cummins busca, na maior ce-leridade possvel, a reduo do nvel de emisses de poluentes. Entre os princi-pais elementos de sua misso empresa-rial, a Cummins entende que tudo o que fizer deve colaborar com a sustentabili-dade, ou seja, um ambiente mais limpo e mais seguro.
Ressalte-se que a pesquisa e o de-senvolvimento de produtos movidos a combustveis no fsseis e outras fontes fazem parte dos atuais investi-mentos da Cummins. Ao mesmo tem-po, seus estudos levam a crer que, por ter o melhor equilbrio entre meio ambiente, custos de aquisio e ope-rao e benefcios socioeconmicos, a tecnologia diesel ainda ocupar lugar de destaque na matriz energtica do transporte global por alguns anos.
O Brasil, nos ltimos 20 anos, passou por significativa reduo de emisses de poluentes dos motores diesel, com destaque para reduo de 95% do ma-terial particulado (PM) e de 78% dos xidos de nitrognio (NOx) para vecu-los automotivos comerciais.
A Cummins desenvolveu tecnologia para atender a estes requisitos e, ao mesmo tempo, buscou melhoria da eficincia energtica e rendimento trmico dos motores. Na prtica, isso proporcionou um consumo de combustvel menor, re-duzindo o custo de operao dos equipa-mentos, ao mesmo tempo em que redu-ziu a emisso de poluentes, ou seja, uma soluo integrada e sustentvel.
Investimentos em tecnologia, produto, fabricao e engenharia de integrao garantem que a tecnologia diesel continue demonstrando confiabilidade e sustentabilidade.
No Brasil, atualmente estamos na fase P7, iniciada em janeiro de 2012, por meio da qual se tornou necessria a utilizao de novas tecnologias de tratamento dos gases de escape, em complemento tecnologia disponvel para motores diesel. Assim, os esca-pamentos incorporaram sistemas in-teligentes de ps-tratamento, com-postos de componentes mecnicos, qumicos e eletrnicos com capaci-dade de medir a concentrao de po-luentes nos gases de escape e, a partir disto, ajustar eletronicamente a ope-rao do motor, alm de promover reaes qumicas (nos gases) reduzin-do a concentrao de seus poluentes conforme a legislao.
Luis aFonso PasquottoPresidente da Cummins Amrica do Sul e vice-presidente da Cummins Inc.
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Para desenvolver esses produtos, a Cummins investiu em avanados cen-tros tcnicos de engenharia no exterior e no Brasil. Com foco em sustentabili-dade total, e no apenas em meio am-biente, com a inovao de ser a nica empresa na regio que se dedica si-multaneamente s tecnologias, quais sejam: motores e sistema de ps-tra-tamento incluindo componentes crti-cos como turbos e filtros.
Todos esses investimentos em tecnologia, produto, fabricao e engenharia de inte-grao garantem que a tecnologia diesel continue demonstrando maior confiabilida-de e sustentabilidade, o que assegura a en-trega do melhor valor para nossos clientes.
Luis Afonso Pasquotto
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A Prefeitura de So Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) e a So Paulo Transporte (SPTrans), vem realizando estudos e pesquisas com vrias alter-nativas energticas em substituio ao diesel de petrleo. Essa iniciativa integra as polticas pblicas voltadas reduo dos nveis de emisso de poluentes pela frota de coletivos.
Nossa cidade possui uma frota de 15 mil nibus operando 1.300 linhas. So 9,8 milhes de embarques dirios. Esses nmeros so um bom exemplo da diversidade de situaes que so colocadas para o funcionamento do sistema. Essa circunstncia tambm aponta as vrias alternativas que pre-cisamos considerar para tornar esse complexo eficaz.
A SMT e a SPTrans tm efetuado v-rios contatos e reunies com diversos fabricantes, inclusive em mbito mun-dial. O objetivo analisar as tecnolo-gias veiculares existentes, sempre ten-do como foco o impacto ambiental e a eficincia operacional.
Nossa atividade est sendo orientada de maneira a identificar as tecnologias veiculares de transporte diferenciadas
N a era da sustentabili-dade, a proteo aos recursos naturais va-lorizada de forma intensa. A utilizao de veculos eltricos apontada como uma das melhores contribuies para a dimi-nuio da emisso de gases poluentes.
Em particular na cidade de So Paulo, a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) e a So Paulo Transporte (SP-Trans), em conjunto com as empresas operadoras, no tm medido esforos para fomentar a utilizao desse tipo de coletivos.
Recentes pesquisas realizadas em mbito mundial, e que vm sendo acompanhadas pela SMT e SPTrans, apontam que vrios pases j esto utilizando nibus eltricos. Os estu-
e que podero ser promissoras em re-lao s utilizadas nos dias de hoje.
Um estudo preliminar para avaliar as diversas tecnologias de transporte e determinar quais seriam as mais ade-quadas estabeleceu como premissas: as vantagens operacionais, o baixo impacto ambiental, o conforto e se-gurana para os passageiros e ope-radores. Assim, foram identificadas as seguintes tecnologias: biodiesel, etanol, veculos ou sistemas movi-dos a energia eltrica (como trle-bus, veculos eltricos hbridos e os eltricos a bateria) e diesel prove-niente da cana-de-acar.
Atualmente, na cidade de So Paulo esto em avaliao 60 veculos mo-vidos com 100% de etanol, outros 295 com adio de 10% de diesel de cana-de-acar. Temos, ainda, 192 trlebus. Essa uma tecnologia bem desenvolvida e j consagrada pelos paulistanos.
Quanto ao desenvolvimento de vecu-los com trao eltrica, recentemen-te tivemos um contato mais prximo com a tecnologia dos nibus eltricos hbridos. Tambm esto sendo realiza-das prospeces com os veculos pura-mente eltricos movidos a bateria.
dos abordam a alimentao externa, no caso os trlebus; os eltricos hbri-dos, que geram a energia eltrica para trao por meio de um gerador insta-lado no prprio veculo; e os pura-mente eltricos, movidos a bateria.
Nesse sentido, foram renovados 192 trlebus. So veculos do tipo Padron, com 15 metros de compri-mento, com piso baixo, agregando sustentabilidade ambiental com acessibilidade s pessoas com mo-bilidade reduzida.
Um dos gargalos para a operao da frota trlebus em So Paulo seria a rede area. Porm, todo o circuito est sendo modernizado e conservado.
Outro fator de grande destaque a
Alternativas energticas ao diesel
A hora e a vez dos veculos eltricos
introduo do sistema autnomo de baterias instalado nos novos trlebus. Por esse dispositivo, em caso de inter-rupo do trecho a ser percorrido, seja pela quebra da rede ou qualquer outro obstculo, o veculo tem uma autono-mia de 10 quilmetros.
Em relao aos veculos eltricos hbri-dos, recentemente alguns fabricantes j apresentaram seus modelos. Con-forme testes efetuados pelas monta-doras, essa tecnologia reduz o consu-mo de combustvel em torno de 20%.
No caso dos nibus totalmente eltricos movidos a baterias, tcnicos da SPTrans estiveram na China com o objetivo de buscar informaes quanto a essa tecno-logia. Nos interessam, por exemplo, da-dos sobre autonomia e tempo de recarga.
JiLMaR tattoSecretrio Municipal de Transportes de So Paulo
Jos eVaLdo gonaLoSecretrio Municipal Adjunto de Transportes de So Paulo
Jilmar Tatto
Jos Evaldo Gonalo
A hora e a vez dos
Foto: Divulgao
Foto: Divulgao
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C om um investimento de R$ 100 milhes de reais na primeira fase, o novo com-plexo logstico de Itirapina (SP) prev uma movimentao de 12 milhes de toneladas de acar e gros por ano com destino ao Porto de Santos.
Localizado em um terreno de apro-ximadamente 230 hectares e com 15 mil metros quadrados de rea construda, o terminal abriga um armazm, com capacidade esttica para 110 mil toneladas; uma moega rodoviria, capaz de receber 11 mil toneladas por dia, e uma tulha fer-roviria, com capacidade de expedi-o de 44 mil toneladas por dia.
O local conta tambm com uma pra ferroviria de 5,6 quilmetros de ex-tenso, capaz de suportar aproxi-madamente 250 vages. Este local possibilitar que os vages faam o carregamento em movimento, ga-rantindo mais agilidade na opera-o, j que cada vago ser carrega-do em aproximadamente 3 minutos. Alm disso, essa estrutura permitir que todas as manobras dos trens se-jam realizadas dentro do terminal,
Terminal de Itirapina: modernidade e tecnologia para o agrobusiness
sem ocupar as vias da cidade. Esse tipo de carregamento indito no agronegcio.
Situado em uma regio estratgica, prxima de todas as linhas ferrovi-rias do estado de So Paulo, o termi-nal tem fcil acesso a importantes rodovias, facilitando o escoamento de acar proveniente de usinas do interior paulista. Essa localizao privilegiada d, ainda, outra im-portante vantagem competitiva ao complexo, que se tornar um porto seco para as cargas recebidas e que sero destinadas exportao via Porto de Santos.
O aporte total do projeto de R$ 200 milhes com financiamento do BNDES. Quando todas as etapas estiverem concludas, em 2014, o terminal contar com mais trs ar-mazns com capacidade de 110 mil toneladas cada um, mais uma moe-
Julio Fontana Neto, presidente da Cosan Logstica
ga rodoviria capaz de receber 30 mil toneladas por dia, uma tulha ferrovi-ria com capacidade de expedio de 44 mil toneladas por dia, alm de mais 5 km de extenso de pra fer-roviria. Toda esta infraestrutura ga-rantir uma capacidade de movimen-tao de at 12 milhes de toneladas de acar e gros por ano.
A implantao do terminal funda-mental para a reduo do fluxo de ca-minhes que circulam entre o interior paulista e a cidade de Santos, j que o local ser um concentrador de cargas e formador de grandes composies ferrovirias. A operao deste termi-nal, somada aos investimentos desti-nados duplicao da malha frrea, ser decisiva para consolidar o projeto de reverso de modal da Rumo, que j est sendo responsvel por melhorias visveis na estrutura logstica do pas, diz Julio Fontana Neto, presidente da Rumo Logstica.
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De olho no uso eficiente
indiscutvel o impacto po-sitivo das polticas e aes voltadas para fomentar o emprego de tecnologias mais eficien-tes nos veculos de transporte e no sis-tema virio, mas gostaria de destacar aqui uma poderosa alavanca comple-mentar para a reduo das emisses: o uso eficiente da capacidade e recur-sos de transporte. Trago aqui alguns exemplos e reflexes.
Alm de transportar a carga, todo ve-culo tem que transportar a si mesmo e no se trata de pouco peso, no mes-mo?! Toda vez que um veculo de trans-porte inicia sua jornada com, digamos, 40% de ociosidade em seu comparti-mento de carga, tem-se diretamen-te uma situao de uso ineficiente do combustvel para desloc-lo.
Isso mais comum do que se imagina,
RicaRdo Ruiz RodRiguesDiretor de Logstica e Servios de Campo da rede varejista Magazine Luiza
Ricardo Ruiz Rodrigues
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A dcada de 90 foi para o mundo, assim como para o Brasil, um mo-mento de mudanas picas. No mun-do, vivamos o fim da Guerra Fria e, em consequncia, a abertura dos merca-dos. No Brasil, aps duas dcadas de regime militar, retomvamos gradual-mente a democracia, promulgando, em 1988, a Constituio Federal, que nos colocaria irreversivelmente em rota de modernizao.
Em meados dos anos 90, mais precisa-mente em 1994, estabilizvamos a eco-nomia, livrando o pas de uma inflao descontrolada que chegara casa dos inacreditveis 4.854% ao ano.
At ento qualidade e custo eram, efeti-vamente, temas de pouca importncia. Somente com o fim da inflao, progra-mas de qualidade aterrissam no Brasil, como a certificao nas normas ISO e o Total Quality Control (TQC), trazido para o pas pelo professor Vicente Falconi, da ento Fundao Christiano Ottoni (FCO), que passam a fazer sentido, tornando-se, ao longo das dcadas seguintes, impres-cindveis para a gesto focada em quali-dade e reduo de custos.
Naquela poca, vivamos os movimen-tos de reengenharia e reduo de qua-dros (downsizing), logo traduzidos em terceirizao de processos e servios
de atividades no principais (core busi-ness) da indstria em geral. Isso reper-cutiu sobremaneira na dcada seguin-te, principalmente na terceirizao de mo de obra, bem como das ativida-des logsticas.
Durante dcadas tivemos no transporte rodovirio e na armazenagem geral os dois nicos servios explorados pelo setor privado. Os chamados servios essenciais (essencial facilities), como portos, rodo-vias, ferrovias, aeroportos, assim como energia e telecomunicaes, eram opera-dos pelo setor pblico.
Com o beneplcito da Constituio Fe-deral de 1988, os servios essenciais pas-sam, mediante certames pblicos, a ser explorados, em regime de concesso, pelo setor privado. Note-se que o primei-ro marco regulatrio dos portos, a Lei n 8.630, recentemente revogada pela Lei n 12.815/13 (Lei dos Portos), data de 1993.
Como efeito da globalizao, com o comrcio mundial em rampa de cresci-mento, por um lado encurtam-se os ci-clos de produo e comercializao, e por outro, em decorrncia, amplia-se a complexidade das operaes de trans-porte, movimentao e armazenagem de mercadoria ao redor do mundo e tambm no Brasil.
O fenmeno da globalizao, portanto,
caRLos cesaR MeiReLes VieiRa FiLHo Diretor executivo da Associao Brasileira de Operadores Logsticos (ABOL)
Operador logstico: importncia e perspectiva futura
bastando observar os milhares de ca-minhes quase vazios que retornam todos os dias das regies consumido-ras s produtoras para o prximo car-regamento. Chamo a isso de ineficin-cia no uso da capacidade.
Junta-se ao tpico acima o uso do tempo. Realizar entregas em vrios pontos sem otimizar o roteiro para evitar excessivo deslocamento en-tre cada etapa aumenta o total de quilmetros rodados e, consequen-temente, as emisses por entrega realizada. Analogamente, se o cro-nograma dos roteiros e o apoio ao motorista no minimiza situaes de trnsito ou filas, o consumo na operao chega a ser mais de 20% superior.
E como garantir uma eficincia cres-cente no uso? Com Planejamento, Comunicao e Criatividade. Pla-nejar alinhar sua operao para reduzir a quantidade de viagens e aumentar a ocupao de carga. Comunicar melhor demonstrar a clientes e fornecedores que uma al-terao nos prazos e horrios pode significar uma grande economia por quilo transportado. Ser criativo e buscar formas mais eficientes de aproveitar a capacidade e o tempo, mantendo-se competitivo. Tecnologia, infraestrutura e uso efi-ciente precisam andar lado a lado para que os impactos ao meio am-biente se reduzam de fato. Este l-timo, porm, est muito mais na mo de quem gerencia a cadeia de distribuio. No se deve, portanto, esquecer dos investimentos e proje-tos que tambm precisam ser reali-zados nesta frente.
Tecnologia, infraestrutura e uso eficiente precisam andar lado a lado para que os impactos ao meio ambiente se reduzam de fato.
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Carlos Cesar Vieira Filho
Foto: Divulgao
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suprimentos de seus clientes produto-res e embarcadores, agregando valor e utilidade aos seus processos e produtos, com capacidade e competncia para, no mnimo e simultaneamente, prestar servios em trs atividades bsicas: (a) gesto de transportes, em qualquer dos seus modais; (b) armazenagem, quer seja geral, alfandegada e/ou frigorifica-da; e (c) controle de estoques, com tec-nologia especfica para cada situao.
Sem embargo de este PSL estar aca-demicamente definido, estar presente em todos os setores da economia, atu-ando em todo o territrio nacional, ge-rando emprego, renda, e ser relevante arrecadador de impostos e tributos, ainda no regulamentado, navegan-do em mares de insegurana jurdica.
Segundo o Instituto de Logstica e Su-pply Chain (ILOS) do Rio de Janeiro, em
O fenmeno da globalizao, portanto, vem demandar maior integrao dos elos da cadeia de valor, exigindo melhor qualificao dos prestadores de servios das atividades logsticas.
vem demandar maior integrao dos elos da cadeia de valor, exigindo melhor qualificao dos prestadores de servios das atividades logsticas que passam a ser vistos como diferencial competitivo. Fortalece-se nesse perodo a figura do in-tegrador das atividades logsticas.
tambm na metade da dcada de 90 que cai a distino entre empresa estran-geira e nacional, despertando nas em-presas operadoras das atividades logsti-cas de fora o interesse pelo Brasil. Com a vinda dessas empresas, que aportam elevados investimentos em moderniza-o de processos e sistemas, transfere-se tecnologia de ponta, conformam-se novas prticas gerenciais de movimen-tao e controle de estoques.
Destarte, a terceirizao que antes sig-nificava insegurana indstria, passa a ser vista como soluo para a reduo de custos, melhoria da qualidade e efici-ncia operacional. D-se, ento, a trans-formao da tradicional empresa de transporte rodovirio de carga e de ar-mazns gerais. Dessas so demandados servios com maior grau de sofisticao, ampliando escopo em toda a cadeia de valor das atividades econmicas.
Ao longo da primeira dcada des-te sculo, a insero das classes C e D no mercado consumidor, dina-mizando a atividade econmica, demanda ainda maior capacidade e competncia dos prestadores de servio das atividades logsticas.
Operador logstico, portanto, constitui-se em um Prestador de Servios Logs-ticos (PSL) especializado em gerenciar e operar, de modo integrado, as atividades logsticas, nas vrias etapas da cadeia de
trabalho recente deu conta de que h em atividade no Pas cerca de 300 PSL, dos quais 142 OLs de mdio e grande porte, com receita bruta anual de R$ 48 bilhes. O setor cresce a taxas superio-res a 5% ao ano e movimenta mais de R$ 400 bilhes em gastos logsticos, cerca de 11% do PIB.
Com o propsito de representar os OLs junto aos rgos governamentais, aos setores da economia, ao meio acad-mico e sociedade civil em geral, no Brasil e no exterior, zelando pela ima-gem do setor, na defesa do marco re-gulatrio das suas atividades, indo ao encontro de maior segurana jurdica, buscando atualizaes constantes quanto s melhores prticas e tecno-logias disponveis, em 17 de julho de 2012, dezoito dos maiores operadores logsticos em atividade no Brasil fun-dam a Associao Brasileira de Opera-dores Logsticos (ABOL).
Os 18 associados que compem a ABOL representam cerca de 20% do grupo dos maiores OLs levantados pelo ILOS em 2013. Esto em todos os estados brasileiros, operam em todos os setores da economia, prestando todo o elenco de servios logsticos e empregam mais de 50 mil pessoas, tanto nas grandes cidades quanto nos rinces mais distantes do Pas.
Os OLs tornam-se, de modo efetivo e definitivo, parceiros fundamental-mente importantes para a atividade econmica, estabelecendo nveis de servios cada vez mais consistentes e confiveis, sendo essenciais inds-tria, agroindstria, e ao comrcio em geral, por proverem com agilidade solues com alto padro tecnolgi-co e mo de obra qualificada.
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te seja feito de forma responsvel.O Grupo Dex acredita muito na impor-tncia de que cada um faa sua parte e, nesse contexto, por menor que seja a ao tomada, podemos ter algo significa-tivo se somado a aes de outras empre-sas e da sociedade em geral.
Entendemos que muitas dessas aes de-pendem de recursos financeiros e somos sabedores das dificuldades que o em-presariado brasileiro tem de enfrentar, tanto pela carga tributria pesada a que estamos expostos e a busca por melhor qualificao de mo de obra, quanto pelo desafio de repassar os custos envolvidos na prtica de nossas atividades para os clientes, que certa-mente tambm esto lidando com es-ses mesmos problemas.
Entretanto, somos movidos pela von-tade de que nosso Pas se desenvolva cada vez mais e por isso no desisti-mos. Mesmo diante dessas situaes, nos comprometemos com a gerao de novos empregos e o desenvolvi-mento da capacitao de nossos cola-boradores. Dessa forma, sempre que possvel investimos em solues que nos possibilitam otimizar recursos e em treinamentos, para que nosso pes-soal esteja sempre atualizado e cons-ciente sobre o impacto de suas aes no meio ambiente.
A partir de uma postura ambiental correta, toda empresa pode influenciar a relao com os clientes
e a sociedade, de forma positiva.
Para cumprir essa meta, estamos nes-se momento com nossa ateno volta-da para consolidar nossas operaes em um nico armazm mais amplo e moderno, visando no somente uma ampliao da estrutura fsica, mas tambm a otimizao do uso de equi-pamentos e de recursos naturais, j que esse novo espao conta com amplas aberturas para entrada de luz natural tanto na rea do escritrio quanto do armazm, diminuindo drasticamente o uso de energia eltrica. Alm de estar estrategicamente localizado, facilitan-do o acesso aos nossos colaboradores que podero cumprir o trajeto casa-trabalho com menor tempo de uso de veculos prprios ou transporte pbli-co. Assim contribumos indiretamente com a reduo do uso de combustveis e emisso de gases txicos.
A partir de uma postura ambiental corre-ta, toda empresa pode influenciar a rela-o com os clientes e a sociedade, de for-ma positiva, e agregar valor sua imagem corporativa, pois os clientes buscam cada vez mais por empresas ambientalmente responsveis no momento do consumo. Esperamos que num futuro prximo essas aes no sejam uma exceo e nem um diferencial, mas que se tor-nem efetivamente parte do cotidiano de todas as empresas comprometidas com um futuro melhor.
U mas das maiores contri-buies que um operador logstico pode oferecer ao meio ambiente a logstica reversa, processo que promove a reduo da degradao ambiental e a conserva-o do meio ambiente. Isso porque as empresas esto implementando sistemas de gesto ambiental, utili-zando processos logsticos que esta-belecem o fluxo contrrio ao produ-tivo, por meio do recolhimento dos resduos resultantes dos processos de fabricao e, posteriormente, do con-sumo.
O objetivo o reaproveitamento e a reciclagem de produtos e materiais evitando uma nova busca por recur-sos na natureza, alm de fazer o des-
carte ambientalmente correto dos resduos gerados na produo. Uma medida simples que, se bem feita, gera grandes benefcios para todos e as vantagens no se resumem s questes ambientais. Com os ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos e a constante busca do desen-volvimento sustentvel, ter proces-sos de logstica reversa um diferen-cial em relao concorrncia.
Alguns de nossos clientes praticam essa mxima e ns, alm das opera-es de logstica reversa que oferece-mos, contamos com a parceria de uma empresa de gesto de resduos que atende nossos armazns, coletando os mais diversos tipos de materiais. Assim podemos assegurar que nosso descar-
Logstica em benefcio do meio ambiente
RoBeRto deXHeiMeRPresidente do Grupo Dex
Fotos: Divulgao
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um bem de alto valor, o navio tem lon-go perodo de uso, sendo usual o seu emprego em boas condies de opera-o at a idade de 25 anos. Portanto, a renovao existe na velocidade em que a demanda ocorre. Os navios que esto entrando em servio so equi-pados com moderna tecnologia para a segurana da tripulao e da carga, bem como com equipamentos que re-duzem o consumo de combustvel e, consequentemente, emitem menos gases de efeito estufa (GEE).
Hoje, existe uma presso enorme para reduo da emisso de gases de efeito estufa. O transporte martimo tem participao reduzida na emis-so de GEE (menos de 3%, segundo dados de 2007), o que no significa que esforos para sua reduo no sejam adotados. importante re-petir que o transporte martimo o modal onde se obtm a melhor efici-ncia energtica, ou seja, transpor-ta-se maiores volumes com menor consumo de combustvel, portanto, com menos emisses.
Recentemente, no mbito da Organiza-o Martima Internacional, foi adotado um novo captulo ao Anexo VI da Con-
veno Internacional para Preveno da Poluio Marinha por Navios (Marpol), que aborda a emisso de gases de efeito estufa, em especial com Regulamento sobre a Eficincia Energtica dos Navios. As medidas operacionais estabelecem a necessidade de os navios possurem um SEEMP Plano de Gesto de Eficin-cia Energtica para Navios. As medidas tcnicas estabelecem o EEDI ndice de Projeto de Eficincia Energtica para Navios e as MBM Medidas de Mercado, que so preocupantes.
As medidas de mercado, para o Brasil, po-dero ser impactantes, pois somos expor-tadores de commodities que possuem baixo valor agregado. Caso essas medidas esta-beleam, por exemplo, taxao no preo do combustvel, a medida ser nefasta para nossas exportaes, pois estamos longe dos mercados consumidores e o preo do frete certamente aumentar e haver difi-culdade de ser absorvido pelo exportador, com perda de competitividade.
A preocupao mundial com as mu-danas climticas um fato relevante do qual nenhuma instituio pode se omitir. Obviamente, isso tem um cus-to, e o transporte martimo deve con-tribuir com a sua parte.
A preocupao mundial com as mudanas climticas um fato relevante do qual nenhuma instituio pode se
omitir. Obviamente, isso tem um custo, e o transporte martimo deve contribuir com a sua parte.
O cenrio brasileiro triste. Para um pas de dimenses continentais, no absurdo pensar que a sua matriz de transporte domstico precisa ser eficiente. Levar produtos do ponto A para o ponto B parece bastante simples quando esta-mos dispostos a pagar qualquer preo (seja pela ineficincia do transporte, seja pela sua insegurana) e despreza-mos o quanto polumos.
O retrato da nossa matriz de transporte mostra grande desequilbrio quando ve-rificamos, no Plano Nacional de Logstica de Transportes 2011, que 52% das car-gas so movimentadas no modal rodo-virio, contra apenas 8% na cabotagem.
Ter a oportunidade de participar do evento Frotas & Fretes Verdes 2013 soa como msica, pois atuamos na-quele modal de transporte que se obri-ga a cumprir legislaes internacionais cada vez mais rigorosas quanto emis-so de gases, e que consegue atender ao pblico proporcionando uma opo de transportar grandes volumes a bai-xo custo e mnimas emisses.
A frota brasileira de navios que atuam na cabotagem vem sendo renovada continuamente. Entretanto, diferente-mente de outros modais, alm de ser
Transporte a menor custo e mais verde
Lus Fernando Resano
Lus FeRnando ResanoVice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Navegao Martima (Syndarma)
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Entre essas direes, ressaltamos o foco na melhoria da eficincia trmi-ca a partir de nossas pesquisas com a tecnologia Waste Heat Recovery, ou seja, a recuperao da energia per-dida que transformada em calor e que no reaproveitada. Os estudos buscam forma eficiente de recuperar essa energia perdida em forma de ca-lor, que desperdiada no sistema de escape e refrigerao, para transfor-m-la novamente em energia e auxi-liar na gerao de parte da potncia necessria, promovendo maiores re-dues no consumo de combustvel.
Todas as demais tecnologias que
esto sendo estudadas, avaliadas e testadas pela Cummins tambm le-vam a uma reduo da emisso de CO2, como consequncia da eficin-cia energtica. Destacamos tambm a integrao de solues hbridas, turbos com maior eficincia e a re-duo de cargas parasticas, aquelas que utilizam parte da potncia, como ventiladores, ar-condicionado, com-pressores, atritos nos cilindros, como parte da otimizao operacional e energtica e que atualmente passam por aperfeioamentos, mas que em nossa viso levaro os motores diesel para um futuro cada vez mais econ-mico e limpo.
Motor com tecnologia Euro 5: menos emisses
C om a chegada das normas de emisses Euro 5/Pro-conve P-7, em janeiro de 2012, a Cummins no mediu esforos ao colocar no mercado a tecnologia de reduo de emisses mais moderna e completa para atender a seus clientes, sem perder o foco na reduo do custo operacional, principalmente no quesi-to economia no consumo de combus-tvel. O resultado foi a insero do mo-tor Euro 5 mais econmico do mercado e o mais vendido atualmente.
Os motores Euro 5 possuem a tecno-logia de ps-tratamento SCR, esco-lhida pela Cummins Brasil para aten-der s normas de emisses vigentes, desenvolvida e integrada por todas as unidades de negcios da empresa, como Motores, turbos sistemas de emisses e filtrao.
A empresa se destacou no mercado ao apresentar uma gama completa de pro-dutos para o segmento, que vai de 150 cv a 440 cv, em motores de 2.8 at 11 litros. Foi a nica empresa no mercado brasilei-ro a oferecer a soluo completa e inte-grada, que vai desde a entrada de ar at a sada dos gases de escape, para aten-der s normas vigentes no Pas, sempre com foco em sustentabilidade. Isso prova que possvel desenvolver tecnologias mais limpas e viveis economicamente. Ao migrar para o Euro 5, a Cummins Bra-sil manteve as mesmas caractersticas de robustez e desempenho, agregando preocupao ambiental com economia
Cummins amplia pesquisas para solues tecnolgicas mais verdes
de combustvel. Para se ter uma ideia, em termos de emisses de gases a evoluo conseg