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A HISTÓRIA DAS MARMORARIAS ITALIANAS NO ESTADO DE SÃO PAULO IMPRESSA EM ANÚNCIOS DE JORNAIS (1890-1930)maria elizia borges*

* Historiadora de Arte/Arte funerária no Brasil; ministra aulas nos Programas de Pós-graduação em História da Universidade

Federal de Goiás (PPGH- UFG/CNPq). E-mail: [email protected]

resumo Este artigo foi elaborado com base em anúncios de antigas marmorarias italianas instaladas no interior do estado de São Paulo. A leitura visual dessas peças de publicidade evidencia o modelo de sociedade constituído dentro de uma marmoraria, o tipo de serviço prestado por ela e a abrangência territorial do produto artístico que lhe era encomendado. São imagens intencionais que explicam o tempo que lhe deu origem. O estudo propicia observar a transformação desse tipo de ofício, uma trajetória que acompanha a expansão da economia cafeeira baseada na simbiose café x imigração x Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Trata-se, portanto, da análise de um período áureo da instalação de cemitérios secularizados no Brasil (1890-1930). palavras-chave Marmorarias. Migração. Publicidade.

abstract This is the result of the survey of ads on old Italian marble shops established in small towns of the State of São Paulo. The visual interpretation and reading of these pieces of publicity show how society was founded on the marble factory, their type of service provision, and the territorial scope of the artistic product requested. They are intentional images that explain their own time. This study shows the transformation of this trade, a trajectory that follows the expansion of the coffee economy based on the symbiosis of coffee and immigration x Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, or the Railway Company of Mogi das Cruzes. It is, therefore, the analysis of the golden age of the installation of secularized cemeteries in Brazil (1890-1930).keywords Marble shops. Migration. Publicity.

THE HISTORY OF ITALIAN MARBLE SHOPS IN THE STATE OF SÃO PAULO PRINTED IN NEWSPA-PER ADVERTISEMENTS (1890-1930)

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Multiplicidade de origens e destinos das marmorarias

Ao ler publicações como o Almanach do Amparo (apud GODOY, 1902-), o li-

vro Il Brasile e gli Italiani (ROTELLINI, 1906), o Annuário do Amparo (apud

FERNANDES; MIELE, 1914), o Almanach Illustrado de Ribeirão Preto (apud COMER-

CIAL SA MANAIA, 1913) e o álbum O estado de São Paulo e seus municípios (apud CA-

PRI,1922), observa-se que as suas seções de Artes e Ofícios são destinadas a anunciar

os ofícios de alfaiates, serralheiros, funileiros, marceneiros, ourives e marmoristas em

suas respectivas marmorarias. Assim, a sociedade da época tinha acesso a informações

sobre a disponibilidade de oferta de cada tipo de ofício e a multiplicidade do mercado

das profissões no estado de São Paulo.

Como exemplo da trajetória de uma firma industrial, comercial e de importa-

ção do fim do século XIX e início do século XX, selecionou-se a Grande Marmoraria

Amparense, instalada na cidade de Amparo (SP), que veiculava anúncios nesses meios

de comunicação (FIG. 1, 2 e 3). Pelo nome dos marmoristas, vê-se que se tratava de

uma empresa comercial de propriedade de imigrantes italianos, e seus anúncios espe-

cificam a origem da matéria-prima que utilizavam – mármore de Carrara –, realçando,

assim, o valor “supremo” do material empregado na feitura de túmulos, altares, cape-

las, escadas e “todos os trabalhos concernentes a esse ramo” (FIG. 1).

Figura 1 - Fac-símile do anúncio da

Grande Marmoraria Amparense. Fonte:

Godoy (1902).

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Os dois primeiros anúncios des-

tacam a aceitação de encomendas

“no Estado ou Fora”, o que demons-

tra sua disponibilidade e predisposi-

ção de enviar as peças confeccionadas

em Amparo para lugares distantes,

que é também uma maneira de pro-

pagar os seus serviços, apresentados

como de “preços módicos e trabalho

garantido”, concorrendo, dessa for-

ma, com as demais firmas do ramo.

Na publicidade, a firma faz também

questão de ressaltar que é fornecedo-

ra de obras para a Matriz do Amparo.

Vê-se, então, que os anúncios são portadores do pensamento cultural de um tipo de

empreendimento artístico específico. Sabe-se que a Matriz de Nossa Senhora do Amparo

foi iniciada em 1839, sob a custódia de D. Anna Cintra, esposa do Barão de Campinas,

mas que a bênção do padre só foi concebida em 1878. Estima-se que foi provavelmente

a partir de 1891 que Luiz Fazzi passou a prestar serviços para a diocese da cidade.

Note-se que os desenhos estampados nos anúncios são referências que envolvem

a produção funerária, pois eram as encomendas mais solicitadas. No primeiro deles

(FIG. 1), que foi repetido nos anos de 1902 e 1903, aparece o clichê de um túmulo

simples com a cruz latina na cabeceira; no segundo, uma alegoria da ressurreição,

um anjo toca a trombeta com a mão esquerda, anunciando a chegada do falecido ao

céu, e, na mão direita, leva um ramo de palma, símbolo da ascensão e da imortalidade

(FIG. 2). São imagens fixas que remetem a outras estratificações e a outras imagens,

no caso, aos símbolos do cristianismo.

Segundo o escultor Vicente Alberto Crosera (1987), a Grande Marmoraria

Amparense é originária da região de Carrara e se instalou na cidade de Amparo antes

de 1891. Registrada com o nome de Luiz Fazzi & Filho, atendia seus clientes no fun-

do da casa dos proprietários. Seus primeiros proprietários foram Luigi Fazzi (?, Itá-

lia,1839- Amparo, SP, 1902) e o filho Aldamiro Fazzi (Massa, Carrara, 1875- Amparo,

Figura 2- Fac-símile do anúncio da Grande Marmoraria Amparense.Fonte: Fernandes e Miele (1913).

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SP, 1950). Conforme Crosera, o jornal O Correio Amparense divulgou, em 20 de janeiro

de 1891, informação sobre a sociedade da família Fazzi com o escultor Orlando Car-

lo Francisco Barberi (Forte dei Marmi, Pietrasanta, 1865- Ribeirão Preto, 1943), cuja

firma passou a ser denominada Luiz Fazzi & Co. Essa sociedade perdurou por pouco

tempo, uma vez que Carlo Barberi se transferiu para a cidade de Ribeirão Preto em

1892 e lá fundou a Marmoraria Ítalo-Brazileira.

Com o falecimento de Luiz Fazzi, coube à sua esposa Carlota Fazzi administrar a

marmoraria e a nova sede adquirida por eles – situada na rua 13 de Maio, no 76 –, con-

forme consta no anúncio mostrado na Figura 2. A firma procurou se expandir abrindo

uma filial em São Carlos de Pinhal, cidade próxima de Amparo, como anunciado pelo

O Correio Amparense (30/07/1893). Ao mesmo tempo, representantes da marmoraria

realizavam viagens pelo interior de Minas Gerais em busca de encomendas, e uma

nova firma foi registrada no nome do filho de Luiz Fazzi, Aldamiro Fazzi, considerado

na época um grande escultor de mármore (BORGES, 2007).

Pode-se deduzir que, quando o anúncio de 1913 foi colocado na imprensa, a Gran-

de Marmoraria Amparense encontrava-se em processo de expansão, pois contava com

o trabalho de alguns artistas-artesãos reconhecidos na área, tais como Afonso Novelli

(scarpelino), Vicente Murano (escultor), Humberto Frediani (escultor) e Francisco

Belloni (scarpelino), genro de Luiz Fazzi. Aldamiro Fazzi, por sua vez, ensinou o ofício

de escultor a seu sobrinho Amleto Belloni (Amparo, 1900- Ribeirão Preto, 1989) e a

seu genro Vicente Alberto Crosera (Amparo, 1897- São Paulo, 1989).

Em 1918, a firma Fazzi abriu outra filial na cidade de Ribeirão Preto, a Marmoraria

Progresso, tendo como sócio Vicente Franceschini (Itália, 1865- Ribeirão Preto, 1931).

Muito antes de abrir essa marmoraria, Fazzi já executava monumentos funerários nas

cidades vizinhas de Batatais, Cravinhos e Bonfim Paulista. Por volta de 1920, ele enca-

minhou os jovens Amleto e Vicente para a marmoraria de Ribeirão Preto (BORGES,

2017). Provavelmente ele concorria com as demais marmorarias da região oeste do Es-

tado de São Paulo, como a Marmoraria de Natale Frateschi e Irmãos Dinelli, da cidade

de Franca, a Marmoraria de Salvador Suzano, de Batatais, e a marmoraria de Vicente

Bernesconi e Fagnani em Bauru.

No anúncio de 1922 (FIG. 3), a marmoraria fez questão de mostrar que havia esten-

dido seu atendimento a cidades dos estados de Minas Gerais e Goiás.

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Neste terceiro anúncio, os clichês apresentam um modelo de “trabalho artístico”

realizado pela firma: um jazigo-capela e um altar de igreja. São “imagens pensantes”

(SAMAIN, 2012) que conduziam o espectador a fazer escolhas do tipo: será que quero

um jazigo-capela neogótico para o meu ente querido?

A Marmoraria Progresso passou por sucessivas sociedades. Fazzi e Franceschini

permaneceram sócios por quatro anos (1918-1921); Fazzi, Belloni e Crozera continuam

parceiros por mais quatro anos

(1922-1925), e, nesse ínterim,

Aldamiro Fazzi transferiu sua

parte da sociedade para esses pa-

rentes; Belloni e Crozera mantêm

a sociedade por dois anos (1926-

1927) e, por último, Belloni tor-

nou-se dono unitário até 1978,

quando a firma foi desativada,

conforme Capitanini (1987).

Aproximadamente em 1922,

Aldamiro Fazzi vendeu a Gran-

de Marmoraria Amparense, da

cidade de Amparo, para seu en-

tão empregado Afonso Novelli,

que teve como sócio o scarpelino

Nardini. Com isso, afastou-se de todos os empreendimentos conquistados por sua fa-

mília. Novelle e Nardini adquiriram a formação do ofício com o próprio Aldamiro

Fazzi. Atualmente a marmoraria chama-se D. Novelli & Cia Ltda. e pertence ao filho de

Novelli, Dinivaldo Novelli (BORGES, 2017).

Pelo número de filiais que a Grande Marmoraria Amparense conseguiu abrir e

administrar, pode-se dizer que o exemplo aqui selecionado especifica uma trajetória de

sucesso comercial na época. Assim, levanta-se uma questão pertinente a esse ofício no

estado de São Paulo que será explicitado no subtítulo seguinte: por que os imigrantes

marmoristas, de profissão consolidada na Itália, vieram para o Brasil, mais especifica-

mente para cidades do interior do estado de São Paulo?

Figura 3 - Fac-símile do anúncio da Marmoraria Progresso. Fonte: Capri (1922).

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Marmoraria italiana: um empreendimento artístico-migratório

A escassez de mão de obra especializada fez as primeiras marmorarias de São

Paulo convidar seus patrícios, inclusive parentes, para trabalhar no Brasil, pois eram

considerados “escultores” de grande teor artístico. Além disso, a crise política e econô-

mica da Itália motivou a imigração italiana para a América do Norte e do Sul no fim

do século XIX e começo do século XX. A Marmoraria Carrara, de Nicodemo Roselli &

Comp., instalada em São Paulo no fim do século XIX, é um modelo de empreendimen-

to que buscou parentes na terra natal para agregar ao trabalho de marmorista.

Segundo Antonio de Ruggiero (2017), essa marmoraria era considerada o maior

estabelecimento de depósito de mármore de Carrara da região. Por volta de 1903,

Nicodemo Roselli trouxe seus sobrinhos, os irmãos Alfonso e Antônio Rosselli, que

tinham interesse em se tornar sócios da referida empresa, já que toda a família atuava

no ramo marmóreo em Arezzo, Itália.

Na Marmoraria Carrara, Antônio Roselli (Cortona, Província de Arezzo, Itália

1885- Ribeirão Preto, SP, 1969) conheceu Alfredo Gelli (Pisa, Itália, 1868 - Ribeirão

Preto, SP, 1956), e ambos resolveram abrir a Marmoraria Italiana na cidade de Ribei-

rão Preto em 1914, sociedade que perdu-

rou até 1944 (BORGES, 2017).

Os textos do anúncio da Marmora-

ria Italiana trazem dizeres similares aos

apresentados anteriormente, entretanto

especificam nas legendas das imagens

os locais onde os monumentos ilustra-

tivos foram instalados: um na cidade de

Ribeirão Preto – jazigo-capela neogótico;

e outro na cidade de Uberaba – um túmu-

lo que ostenta uma cabeceira rica de orna-

mentos e de anjos (FIG. 4). Essas imagens

demonstram uma eclosão de significados

cristãos que se nutrem de um tempo ana-Figura 4- Fac-símile do anúncio da Marmoraria Italiana. Fonte: Capri (1922).

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crônico. Mais uma vez, esse quarto anúncio também registra a abrangência geográfica

dos serviços prestados aos enlutados.

Devem existir muitos casos similares desse tipo de família de imigrantes italianos que

instalaram marmorarias nas grandes cidades no Brasil. Trouxeram patrícios e parentes,

que logo em seguida migraram para locais considerados promissores e ali ramificaram

seus empreendimentos e tornaram-se “trabalhadores incansáveis, hábeis comerciantes,

empreendedores industriais”, conforme atesta o Almanacco Illustrato dela Tribuna Italiana

(1905), referindo-se aos imigrantes italianos da região de Lucca (apud RUGGIERO, 2017).

Provavelmente, Luigi Fazzi, tal como a família Roselli, também chegou inicialmen-

te à cidade de São Paulo, mas escolheu abrir seu comércio em Amparo, fundada em

1829. O progresso da região teve início em 1850, marcado pelo plantio do café trazido do

Vale do Paraíba. Inicia-se, então, o crescimento do ciclo econômico, impulsionado pela

simbiose café x imigração x ferrovia. A freguesia de Amparo torna-se vila em 1863 e, co-

marca, em 1873. Em 1878, era considerada a maior produtora de café do Brasil Imperial.

Em 1875, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro ligava Campinas à cidade de

Jaguariúna, e esta a Amparo, direcionando-se depois para Pirassununga, Casa Branca,

até chegar a Ribeirão Preto. A linha férrea da Companhia Paulista já seguiu outro tra-

jeto, expandindo-se para as cidades de São Carlos, Araraquara e Catanduva (FAUSTO,

1975). Nesse percurso, as marmorarias instalavam-se na cidade que mais lhes conviesse.

A cidade de Amparo estava adquirindo ares urbanos quando Luiz Fazzi abriu sua

marmoraria. O Cemitério Municipal de Amparo só foi inaugurado em 1901, um indício

de que a cidade crescia. Mas a crise do café em 1929 causou a estagnação econômica da

cidade, que só veio a se recuperar em 1940, com a atividade industrial. Quanto à região

de Ribeirão Preto, a cultura do café do tipo Bourbon teve início em 1876 com os irmãos

Pereira Barreto, que estavam deslumbrados com a fertilidade da terra roxa e quase deserta.

Essa região paulista é marcada pela presença massiva de imigrantes italianos, que

para ali acorriam para trabalhar na agricultura, subsidiados pelo governo, ou como pro-

fissionais qualificados, no caso os marmoristas, que vinham para o estado por iniciativa

própria e se instalavam nas cidades “promissoras”. Antônio Roselli, Aldamiro Fazzi

e Carlo Barberi – este o primeiro sócio de Fazzi, conforme visto anteriormente – se-

guiram então a rota cafeeira x Mogiana, saindo de Amparo e de São Paulo e indo para

Ribeirão Preto em busca de crescimento empresarial.

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Urge lembrar que o Cemitério da Saudade de Ribeirão Preto foi fundado em 1892,

enquanto a marmoraria Ítalo-Brazileira, de Carlo Barberi, foi a primeira a se instalar na

cidade no mesmo ano, seguida pela Marmoraria Italiana, de Antônio Roselli e Alfredo

Gelli (1914), e posteriormente pela Marmoraria Progresso, de Aldamiro Fazzi e Vicente

Franceschin (1918). Já a Marmoraria Paulista foi fundada em 1926 por Renato Bulgarelli

(Mântua, 1908- Ribeirão Preto?) e João De Bortoli (São Simão, 1898 - Ribeirão Preto,

1982). Esses proprietários foram aprendizes de Roselli e de Fazzi, e depois resolveram

montar seu próprio negócio, que passou por ramificações sucessivas dentro da família

De Bortoli, segundo depoimento de Bortoli Filho (1989).

Conforme Warren Dean (1977), era comum o estabelecimento de sociedade entre

duas famílias de imigrantes de classe média e com capital restrito. No caso das marmo-

rarias, as sociedades procuravam estabelecer funções específicas entre os sócios: um

ficava responsável pelo setor de vendas, e o outro, pelo de produção na oficina. No caso

de Roselli e Gelli, o primeiro cuidava das vendas, e o segundo, da oficina, enquanto no

empreendimento da família Fazzi, Aldamiro era o responsável pelo setor da criação,

tanto em Amparo como em Ribeirão Preto, e Franceschini, pela parte comercial. Era

comum, no entanto, uma sociedade desfazer-se em pouco tempo, afinal, o gênio ex-

plosivo de muitos artistas artesãos italianos não ajudava na convivência diária de uma

firma (BORGES, 2017).

No livro Il Brasile e gli Italiani, Rotellini (1906) faz uma relação de marmorarias

importadoras de mármore de Carrara para a cidade de São Paulo, produto que chegava

pelo porto de Santos (SP). A maioria delas era originária de sociedades anônimas, como

a Compagnia Ítalo-Paulista, que, em 1902, era presidida pelo arquiteto Giulio Micheli

(RUGGIERO, 2017); a Luciano Figliolia & Co e a Giuseppe Tomagnini, Gratello e Co.

Essa última se dizia filial da Casa Italiana D’sportazione, de mármore residencial de

Pietrasanta, Itália. Outras foram fundadas segundo o sistema empresarial familiar ou

individual, como as de Domenico Larocca, Pietro Larocca, Emilio Peragallo, Michele

Tavolaro, Salvador Cantarella e a de Giuseppe Borrelli.

A pesquisadora Halima Alves de Lima Elusta (2008) faz uma análise minuciosa

dos monumentos funerários produzidos pela firma de Giuseppe Tomagnini no Cemi-

tério da Saudade, na cidade de Campinas (SP). A pesquisadora afirma que a Marmora-

ria Vélez, de Patrício Vélez e seu filho Marcellino Vélez, tinha filiais em Campinas e em

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São Paulo, com a denominação de P. Vélez & Guerra S. Paulo, conforme consta em al-

gumas inscrições de túmulos no cemitério da primeira cidade. Ao pesquisar o Arquivo

Histórico Municipal de Campinas, Elusta (2008) constatou 24 pedidos de autorização

para a construção de túmulos no Cemitério da Saudade assinados por Marcellino Vélez

no período de 1922 a 1935. Percebe-se, assim, a importância dessa marmoraria para a

cidade de Campinas.

Uma grande concorrente da Marmoraria Vélez foi certamente a Grande Marmo-

raria Internacional, de V. Lazzeri, pois, ainda conforme Elustra (2008), constam no

Arquivo Histórico Municipal de Campinas o registro de 38 pedidos autorizados para a

construção de túmulos no período de 1924 a 1929. A autora ainda destaca a presença

no cemitério de peças da Marmoraria Irmãos Coluccini, fundada na década de 1910 por

Alfredo, Giuseppe e Pietro Coluccini. Em 1936, a firma passa a ser denominada Alfredo

Coluccini &Cia. Nessa nova fase da marmoraria, o filho de Alfredo, Lélio ( Valdicastello,

Itália, 1910 - Campinas, 1983), torna-se referência como escultor neoclássico e moder-

nista, realizando obras públicas, nas cidades de São Paulo e Campinas, e esculturas de

temáticas cristãs para o Cemitério da Saudade de Campinas (ELUSTRA, 2008). Possi-

velmente, Lélio tinha como concorrente na região o escultor Fernando Furnaletto (São

João da Boa Vista, 1897 - São Jõao da Boa Vista, 1975), que adotou tanto o estilo realista

como o “Floreale” italiano, filho do marmorista Antonio Furnaletto, que instalou a

Marmoraria Sanjoanense (1896) na cidade de São João da Boa Vista.

A marmoraria João Santini, Corsi & Co. foi constituída mediante sociedade do

escultor João Santini com o arquiteto Corsi e o ornamentista Felix La Torre. A sede

ficava em Campinas, e uma filial, na cidade de São Simão, bem distante da primeira

(CAPRI, 1922). Não existem dados para explicar os motivos dessa expansão comercial,

mas pode-se aventar que talvez fosse em razão de alguma relação de parentesco entre

sócios e os moradores da referida localidade ou devido aos vários surtos de doenças

epidêmicas ocorridos em São Simão, o que provocou muitas mortes na região e a ins-

talação de cemitérios emergenciais.

Pode-se observar no anúncio da Figura 5 a seguir que os dizeres seguem os mes-

mos propósitos dos que foram analisados anteriormente neste artigo.

A imagem do túmulo que serve como ilustração do anúncio suscita debates sobre

a beleza e a representação estética do anjo. Provavelmente, Santini e Corsi tinham

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como concorrente comercial as marmorarias de Piro Cima e de Natale Maffei, também

instaladas em São Simão.

Os pesquisadores Elio Moroni Filho e Oswaldo M. Truzzi (2004) discorrem sobre

o processo de trabalho nas marmorarias da cidade de São Carlos no período de 1890

a 1950, que se desenvolveu também em função da economia cafeeira e da linha fér-

rea da Companhia Paulista. Os autores mencionam que o Cemitério Municipal Nossa

Senhora do Carmo foi instalado em 1890 e, no início, recebia artefatos funerários

feitos por vários marmoristas instalados em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. Na

pesquisa de campo, eles detectaram no cemitério obras de F. Martinelli & Irmãos (São

Paulo), 1890; Fazzi (Amparo), 1893; S. H. Peragallo (Rio Claro), 1903; A. Ventura & Cia

(São Paulo), 1919, e M. Tavolaro & Cia Ltda. (São Paulo) ,1925.

Moroni Filho e Truzzi (2004) citam também o caso da Marmoraria Carrara, de Luiz

Leonardi, marmorista proveniente da Toscana e com firma na cidade de Araras, onde

se iniciou no ofício em 1893. A marmora-

ria possuía filiais nas cidades de Piracica-

ba e Lençóis Paulista e chegou a construir

artefatos funerários no Cemitério de São

Carlos, em 1926. Paulo Renato Tot Pin-

to (2008) realizou um primeiro levanta-

mento das obras de Luiz Leonardi (Quer-

cela, Lucca, Itália, 1879 - Araras, 1956)

no Cemitério da Saudade em Piracicaba

(1878) e constatou que ele tinha sociedade com o filho Ovídio e com o seu genro, tendo

a firma Luiz Leonardi & Cia perdurado até 1974, nas mãos de seus descendentes.

Mais uma vez fica comprovado, no transcorrer deste texto, o quanto as primeiras

marmorarias italianas estabelecidas no estado de São Paulo prestaram serviços a vários

locais ao mesmo tempo. Provavelmente a Marmoraria Sancarlense, fundada em 1890

pelos sócios Manoel Sanchez e Secchiari em São Carlos, também compartilhava seu

trabalho artístico funerário nos cemitérios da sua região.

Diferentes cidades do estado de São Paulo receberam, portanto, a instalação de mar-

morarias de cunho familiar, como as que pertenciam aos marmoristas já citados: Irmãos

Coluccini e Família Vélez instalaram-se em Campinas, Luiz Leonardi, em Araras, Pira-

FIGURA 5- Fac-símile do anúncio das Marmorarias de João Santini, Corsi & Co. Fonte: Capri (1922).

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cicaba e Lençóis Paulista, e Carlo Barberi, em Ribeirão Preto. Este teve como primeiros

aprendizes seus filhos Vladimiro, Múzio, Américo, Ovídio e Urano Barberi, cabendo

ao penúltimo acompanhar toda a trajetória da Marmoraria Ítalo-Brazileira (BORGES,

2017). Independentemente de ser de cunho familiar ou não, as marmorarias tiveram de

desenvolver, em suas próprias instalações, o ensino informal dos aprendizes que con-

tratavam, para aprimorar seu trabalho artístico e levá-los a concorrer entre si.

Os anúncios não deixam de ser um meio de comunicação de massa necessário na

época. Enfim, o motivo preponderante dos anúncios era, sem dúvida, a necessidade de

o imigrante italiano ter condições econômicas de sustentar a família com o empreen-

dimento de pequeno porte que instalara. Em atenção a seus clientes, as marmorarias

também utilizavam malas diretas para enviar mensagens de pêsames aos familiares do

morto por ocasião da missa de sétimo dia, conforme relata Ester Belloni (1987).

Considerações finaisProvavelmente existem muitas marmorarias de origem italiana no estado de São

Paulo cujas razões sociais ainda não foram pesquisadas e cujos anúncios também não

foram catalogados. Para este artigo, partiu-se de registros dispersos, que contribuíram

para a compreensão de uma parcela minuciosa dessa firma de pouco capital mantida

por marmoristas italianos, que, em um primeiro momento, realizaram eles próprios

os artefatos funerários em mármore de Carrara e, em um segundo momento, transfe-

riram essa tarefa para seus descendentes e patrícios, que com eles aprenderam o ofício

de artesão. As marmorarias ramificaram-se pelo interior do estado de São Paulo no

período analisado, ou seja, de 1890 a 1930.

O clima de efervescência econômica fez com que os marmoristas italianos trou-

xessem para o estado de São Paulo um comércio étnico, que importava o mármore de

Carrara e o gosto europeizado, que atendia aos interesses da alta burguesia urbana que

se estruturava. “Executaram uma produção artística grupal, dotada eventualmente de

criatividade estética” (BORGES, 2017).

Em meados da década de 1920, no entanto, as marmorarias italianas do estado de

São Paulo sofreram um movimento de influxo: a burguesia cafeeira restringiu seus

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gastos com os monumentos funerários, a importação do mármore de Carrara passou

por restrições, e o gosto estético da sociedade se modificou, surgindo a preferência por

túmulos mais simples e revestidos com materiais nacionais, como o granito.

Em outros estados brasileiros, a dinâmica das marmorarias ocorreu de modo simi-

lar, conforme demonstram os estudos de Harry Rodrigues Bellomo (2000) e de Elaine

Maria Tonini Bastianello (2016). Ambos os pesquisadores detectaram a instalação de

firmas e ateliers de marmoristas de origem italiana, alemã e espanhola no estado do

Rio Grande do Sul. Bastianello analisa também a inclusão de artefatos funerários de

marmorarias italianas atuantes nas cidades de Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires

(Argentina), que concorreram com o mercado marmóreo da cidade de Bagé (RS).

Grossi (2005) também discorre sobre a confecção de artefatos funerários, em mármo-

re de Carrara, por imigrantes radicados na capital mineira.

A somatória dessas pesquisas vai demonstrando prosseguimentos comuns a esse

tipo de firma, que teve seu período de ascensão com a multiplicação de cemitérios

secularizados no país. Todavia, a crise de 1929 causou grandes danos às marmorarias,

remetendo-as a uma nova trajetória de trabalho e de propagação de seu negócio. As

marmorarias que sobreviveram adaptaram-se às novas exigências do mercado, em um

ritmo de produção industrial que atendia, sobretudo, à demanda da construção civil.

No entanto, elas continuaram com a mesma denominação – marmoraria –, vincula-

das, assim, ao seu primeiro material de uso.

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