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Ilustrador usa gagueira como inspiração para criar personagem infantil

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O ilustrador francês Jean-Jacques Sempé inspirou-se no jeito como as pessoas se portavam em face de sua gagueira e no isolamento que isso trazia para criar o herói da literatura infantil Marcelino Pedregulho. O personagem veio com uma mensagem tão simples quanto o traço de Sempé: o planeta precisa aprender a respeitar as diferenças. Se não consegue conviver com o diferente, tem de ao menos saber aceitá-lo.

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Page 1: Ilustrador usa gagueira como inspiração para criar personagem infantil

Aamizadeévermelha

Jotabê Medeiros

O garoto tem a cara vermelha,mas não está ruborizado. Tam-bém não está resfriado. Tam-bém não pegou friagem no ros-to.Nãohánadadeerradocomomenino; ele apenas tem a caravermelha,assimcomoseume-lhoramigoespirraotempoto-do semexplicação razoável.

O garoto de cara verme-lha éMarcelinCaillou, umheróidaliteraturainfan-til francesa criado há40 anos e que só ago-ra chega ao Brasil.VirouMarcelino Pe-dregulho em ediçãoda Cosac Naify (R$45, 124 págs.), comtradução de MarioSérgio Conti.Quatro décadas

atrás, quando o dese-nhista Jean-JacquesSempé, hoje com 77anos, criou Marceli-

no Pedregulho, ohomem pisava naLua, os hippiesdançavam sob achuva e a lama em

Woodstock, e os ame-ricanos jogavam na-

palmsobreosvietnamitas.O que podia fazer, nesse cená-rio, ummodesto herói infantil?Marcelino Pedregulho veio

com uma resposta tão simplesquantoo traçodeSempé:opla-netaprecisaaprenderarespei-tarasdiferenças.Senãoconse-gue conviver com o diferente,tem de ao menos aceitá-lo. Eprecisa valorizar e manter-sefiel àquela genuína pulsão pri-mária dos afetos, dos cari-nhos, da amizade.

“Marcelino Pedregulho foiinspirado em mim mesmo.Quando eu era jovem, eu erabègue. Sabe o que é bègue?”,pergunta Sempé, em entrevis-ta exclusiva aoEstado, por te-lefone, de sua casa nos arredo-resdeParis (leiaosmelhorestre-chos da conversa na página 2).Não, o repórter não se lembracomotraduzir “bègue”dofran-cês. “Eeee-u fa-fa-fa-la-vaa-aos so-so-so-qui-qui-nhos,en-ten-ten-ten-deu?”Sim, agora está claro: Sem-

péeragago. “Tinhaumaenfer-midadedadicção,queeuresol-vi com o tempo. Mas era bas-tante desagradável na época,o jeito como as pessoas se por-tavam em face daquela dife-rença, o isolamento que issotrazia.Marcelino Pedregulho éuma história contada a partirdo ponto de vista dos que são

diferentes. É uma metáforaque serve para o racismo, porexemplo”, explicou o artista.Antes de Marcelino Pedregu-

lho, Sempé já tinha criado seumaisfamosopersonagem,OPe-quenoNicolau, em 1956 – publi-cado em 1959. Havia acabadode chegar a Paris, e já estreavanuma colaboração com outralenda do traço, René Goscinny(coautor de Asterix). “Quandofaçomeuslivros,nãopensones-sa questão, se é para criançasou para adultos. Não faço essadistinção”, afirma o cartunista.Depois de criar capas e car-

tuns para publicações comoParisMatch, Sempé foi contra-tado em 1978 pelaNew Yorker,oque impulsionousua famapa-raalémdasfronteirasdaEuro-pa (fezmais de 100 capas paraa revista).

O jornalista Mario SérgioConti parece ter se divertidotraduzindoostextosdeMarceli-no Pedregulho. Batizou perso-nagens comnomes comoDonaFlorilégia, Rolando Barco, Pe-droPedrosa,sr.Benezura.Con-ti viveu seis anos em Paris. NaFrança, habituou-se a ler (emfrancês, conta) os trabalhos deSempé para a filha, Lina, quetinha na época 2 anos. Levou amenina até a Galeria MartineGossieaux, na Rue de l’Univer-sité, para ver uma mostra deoriginais da obra SentimentsDistingués, de Sempé.Ao final, a filha, hoje com 9

anos,acaboudandopalpitesnatradução. Conti, fã e editor doartista (publica seus trabalhosna revista que pilota, a piauí),avalia que a demora em publi-car Sempé por aqui talvez sedeva ao fato de que o francêstrabalha com um humor maissutilealusivo. “NoBrasil impe-ra o cartum político direto, e oSempé émais umcrítico socialedecostumes”.Contiseconfes-sa impressionado com o dese-nho econômico e o uso farto deespaços em branco. “As figu-ras respiram, estão soltas. Co-moanarrativaélenta,seuscar-tunsparecemumelogioà liber-dade. Desde os anos 60, seustrabalhoscriticamaamericani-zaçãodavidafrancesa.Eleper-cebeumuito cedo o impacto damundialização à americana. Asua abordagem não é nostálgi-ca. Sempé investiga o que seperde quando a identidade so-cial é abalada.” ●

† Continua na pág. 2

Épossívelacreditaremfotosàprimeiravista?

OSoldadoCaindo,deRobertCapa, reabredebatesobreaveracidadedasimagens.qPÁG.12

Oremédiodaescritaparaostranstornosdamente

AllenShawn(foto)eMichaelGreenbergusamapalavracontraexperiênciasdolorosas.qPÁG.6e7

O ESTADO DE S. PAULO

OilustradorfrancêsSempé,colaboradordaNewYorker,falacomexclusividadesobreseulivroinfantilMarcelinoPedregulho,lançadoagoranoBrasil:pormeiodahistóriadeummeninocoradodenascença,eleabordaaaceitaçãodadiferençaeasinceridade

DOMINGO, 30DEAGOSTODE2009ANOXXX,NÚMERO 1.505

VISUAISPSICANÁLISE

REPRODUÇÕES

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‘Sou sóumpreguiçosoque trabalhademasiado’DaFrança, artista de77anosdiz queéobsessivo e tambémdesorganizado

Mais famosopersonagemestreia na telaemsetembro

O alegrebestiário deumcriador subversivoSimultaneamente, chegamàs livrarias cinco títulos infantis deShel Silverstein, quedesorientaramaAméricados anos 1960

IlustraçãoPersonalidades:

Jotabê Medeiros

Ao longodessas últimas cincodécadas, sempre fazendoseus desenhos de forma arte-sanal, à mão (nunca adotou ocomputador), o ilustradorfrancês Jean-Jacques Sempése tornou uma instituição deseu país tão admirada quantoum Charles Aznavour, umSerge Gainsbourg, uma Bri-gitte Bardot.No final dos anos 1970, che-

gouatéoseletomundodoscar-tunistas americanos, dese-nhando capas e cartuns para aNew Yorker. “Sempé é um ta-lento ímpar.Combinaasofisti-cação de (Saul) Steinberg, oolhar certeiro de (James Gro-ver) Thurber e o senso de luz ecor de ummestre da pintura”,escreveuumredatordapresti-giosa revista sobre o artista.Sempé começou na profis-

sãoaos18anos,e logodesenha-va para Paris Match, Punch eL’Express. Nos anos 1950, es-touroucomOPequenoNicolau,feitoemparceriacomseumes-treRenéGoscinny,que inicial-mente usava um pseudônimo,Agostini (curiosamente,nomede um dos pioneiros dos qua-drinhos nomundo todo, o bra-sileiro Ângelo Agostini).Há alguns anos, Sempé teve

um derrame e evita viajar pa-ra muito longe, mas continuacriando.Hoje emdia, seus tra-balhossãopublicadosnaFran-ça pela Éditions Denöel, e umdos livrinhosmais recentes desuaautoriaéParAvion (2008).Sempé diz que não parte de

ideiaspreconcebidaspara for-jar seus personagens. Apenasnão admite que eles sejam de-masiado didáticos, ou que nãosejam capazes de transportaralguma poesia em seu trajeto.O que chamam de “leveza” emseu traço, ele pondera, podeser a buscade uma certapure-za. “Não são meus persona-gensque ficampequeninos, éomundo que se tornou grande

demais”, analisa o artista.

Oqueosr.achadeMarcelinoPedre-gulhoserpublicadonoBrasildepoisde40anosdesuacriação?Estoumuitocontente.Marceli-noéumahistóriaquesecontra-põe ao discurso racista, queparte do debate sobre a aceita-ção das diferenças. Quando eufiz o livro, não pensei nessaquestão de se é para criançasou para adultos. Não faço essadiferenciação.

Comoosr.sedefine?Pode-sedizerqueéumescritor queescrevecomdesenhos?Souumdesenhistaqueé, forço-samente, muito ligado à litera-tura.Então,considerooquefa-ço comoumamistura das duasformas,emeupontodepartidaésempreaminhaprópria vida,o meu próprio cotidiano.

O sr. disse de simesmo, certa vez,queéumpreguiçoso.Masproduziucompulsivamente nos últimosanos.Comoexplicaesseparadoxo?Mas não é justamente essa acaracterística de todos os pre-guiçosos, trabalhar enorme-mente? Como eu não me orga-nizomuitobem,produzodefor-ma compulsiva para às vezesfazer o mesmo trabalho. Dese-nho omesmo desenho obsessi-vamente, às vezes duranteanos, como um psicanalistaque fica mudando o divã de lu-gar, tentandoverque efeito es-samudança terá no comporta-mentode seuspacientes. LeveiquatroanosparafinalizarMar-celino Pedregulho.

O sr. poderia dizer que seus livrostêmumfortecomponentepolítico?Sim, meus livros são políticos,na medida em que são uma re-flexão pessoal. Mostrar o inte-rior, a angústia e asdivisões deumapessoasãoumaaçãopolíti-ca. Eu sou muito próximo dosmeus personagens, eles são fa-cetas de mim, pedaços de mi-nha personalidade.

mquemedidaMarcelinoPedregu-lhoéinspiradonosenhormesmo?Quando criança, eu era gago.Tinha essa enfermidade dadicção, que eu resolvi com otempo.Maserabastantedesa-gradável , na época, o jeito co-mo as pessoas se portavamem face daquela diferença, oisolamento que isso trazia.Marcelino Pedregulho é umahistória contada a partir dopontodevistadosquesãodife-rentes. É , por isso, umametá-fora que serve para o racis-mo, por exemplo.

Osr.começoudesenhandoparaór-gãosdagrandeimprensa,coisaquefazatéhoje.Achaqueaimprensaes-critaestámesmomorrendo?Nãopenso assim.Creio que to-dodia,durantemuitosanosain-da, as pessoas vão precisar lerumjornalpelamanhã.Avanta-gem do jornal, do livro e da re-vista é que você os transportacom você. Eles se moldam àsua rotina, ao seu dia a dia. É adiferençaaindaentrecarregarumpianoeumpequeno instru-mento. Carregar o piano podedeixá-lo extenuado, é melhorvocê levarumpequeno tamborpara fazer o seu tum-tum.Algo

quevocê pode deixar depoisem qualquer lugar.

O sr. viu o filme sobre o livro OPequenoNicolau?Sim, eu já o vi. Se eu disserpara você que gostei, vouser impreciso. Se falar paravocê que não gostei, tam-bém não estarei dizendo averdade. Então, eu prefiroesperarparaver oquedirãodesse filme os leitores quese acostumaramcomashis-tórias do Pequeno Nicolauao longo desses anos.

E o seu parceiro no livro, RenéGoscinny,oquediriadofilme?Bom,elenãoestámaisentrenós, não me permito daruma opinião no lugar dele.

OcartunistaargentinoQuinodis-se,sobreoseudesenho,quenãofaz rir da primeira vez que o ve-mos, mas vai nos conquistandoaospoucos.Osr.concorda?Conheço Quino, conheço aMafalda. O trabalho dele émuitoagradável,muitosim-pático,muito irônico.SeQui-no diz isso, deve estar comarazão. Ele entende comopoucos do desenho. ●

Antonio Gonçalves Filho

Contemporâneo do ilustradorfrancês Sempé, o poeta, dese-nhista, compositor e dramatur-go norte-americano Shel Sil-verstein (1930-1999) não foi ex-pulso de tantos colégios como ocolegaeuropeu,masincomodouumbocado a alamais conserva-dora da sociedade dos EUA.Al-guns de seus livros infantis che-garam, inclusive, a ser banidosde bibliotecas de seu país. Sil-verstein era, de fato, um outsi-der. Sua célebre canção TheBallad of Lucy Jordan (1975) ex-plica emparte as razões da rai-vosa antipatia despertada porseus temas.Nela, o poeta contaa patética vida de uma dona decasa de 37 anos, que um diaacorda para constatar a falên-ciadeseucasamentoeruminara frustração de nunca ter pas-seadoporParis de carro espor-te.Oscinco livros infantisqueaeditoraCosacNaify reedita pa-ra homenagear os dez anos damorte de Silverstein começamonde terminam os sonhos deLucy Jordan.Neles, tudo éper-mitido, da subversão sintáticaà incorreção política, passandopela ambivalênciamoral.

Silverstein foi umrenascen-tista na década mais criativadoséculo20,ade1960.Oscinco

lançamentosdaCosacNaifyfo-ram escritos e desenhados jus-tamentequandoacontracultu-ra nascia. O primeiro é de 1963,OLeão QueMandavaBala (tra-dução de Antonio Guimarães,112 págs., R$ 42), fábula amoralsobre um jovem leão que adoramarshmallow e tenta negociarsua vida com um caçador irre-dutível, disposto a usar sua pe-lepara fazerumtapete.Confir-mando a suspeita do filósofoalemão Walter Benjamin(1892-1940), de que criançasnãogostamdefábulasedifican-tes, Silverstein subverte a lógi-caerecuperaatradiçãodonon-

sense vitoriano de escritorescomoEdwardLear(1812-1888).

Nesse seu primeiro livro in-fantil, o leão não só desiste dedialogar como caçador comooengole com chapéu e tudo,guardando como lembrançasua espingarda, que aprende amanejar.Treinandodiariamen-te, vira um caçador de caçado-res, vai para a cidade grande a

convite de umdono de circo, fi-ca famoso, conhece tio Shelby(o alter ego de Shel Silvers-tein), conquista as mais lindasgarotas e acaba sozinho, apósuma crise de identidade defla-gradaporumgrupodecaçado-res e leões, que exigem deleumadefinição sobre sua condi-ção animal – afinal, Leocádio éumhomem ou um felino?

ComoSilverstein nãoveio aomundo para explicar, mas con-fundir, seus outros livros se-guem a mesma cartilha: são fá-bulas construídas com o traçododesenhistaqueconquistouosleitores da Playboy – ele iniciousua colaboração em 1956, dese-nhandocartuns,eaconcluiuem1998, escrevendo a peçaHamletasTold on theStreet. Ela tratadeamor não correspondido (o fan-tasma do pai traz tatuado numdosbraços“Gertrudeparasem-pre”), tema também presentenolivroinfantilAÁrvoreGenero-sa (tradução de Fernando Sabi-no, 60 págs., R$ 42), que consa-grouo escritor em 1964.

Nele, Silverstein conta a his-tória de uma árvore que atendegenerosamentetodasasnecessi-dades de um garoto egoísta. Àmedidaque ambos crescem, eleexigecadavezmaisdela.Aárvo-re começa dando seus frutos etermina, num ritual de autossa-

crifício, oferecendo seu troncopara que o garoto construa umbarco. No final da vida dos dois,cede o toco que lhe resta para oancião sentar. E fica feliz por is-so. Haverá quem leia A ÁrvoreGenerosacomoumaparábolaso-bre o amor incondicional, mas,em se tratando de Silverstein, épossível que se trate, antes, deuma fábula sobre codependên-cia e amor abusivo.

Ainstrumentalizaçãodosrei-nosanimalevegetalpeloshuma-nos está presente também emQuem Quer Este Rinoceronte?(tradução de Alípio Correia deFranca Neto, 64 págs., R$ 42 ).Uma placa, colocada na primei-rapágina,ofereceumrinoceron-te e desfia as inúmeras utilida-des do animal: servir de cabide,abrir latas ouceder seus chifrespara lavrar a terra. Enfim, umbicho muito fácil de amar, masnem tanto como a girafa “safa”deUmaGirafaeTanto(traduçãode IvoBarroso, 48págs.,R$42),surrealista fábula que só perdeparaofellinianoFujadoGarabu-ja (tradução de Alípio Correiade Franca Neto, 64 págs., R$45), o bestiário de Silversteincombichosestranhoscomoobi-beli, que adora “encher a pançacomcarnedecriança”.MoraldoTioShelby:chiquititossemtrau-manão sobrevivem. ●

Tornado um dosmais célebrespersonagens da literatura in-fantil na França,O Pequeno Ni-colau,deSempé(desenho)eRe-né Goscinny (texto), chegou avender10milhõesdecópiasemmais de 30 países, ao longo de50anos.Após amortedeRené,em1977,AnneGoscinny, sua fi-lha, encontrou histórias origi-nais que ele escrevera para opersonagem, que foram publi-cadasem2004e2006.Sucessoabsurdo: 1 milhão de cópias fo-ram vendidas na França.

Agora, é a vez da tela gran-de.OPequenoNicolau virou fil-me com atores de carne e ossoeestreianodia 30desetembrona Europa. O longa é dirigidoporLaurentTirard, que curio-samente tem um currículo aoreverso do que costuma ser ocinema francês. Estudou cine-maamericano, sobreoqual es-creveuumlivro, e foi roteiristada Warner em Hollywood. Játinha dirigido, em 2007,Moliè-re, na França.

No elenco do longa, que temuma hora e meia de duração,estãoveteranosdocinemafran-cês, como Valérie Lemercier eKad Merad, além de SandrineKiberlain,François-XavierDe-maison, Michel Duchaussoy,Daniel Prévost, Michel Gala-bru, Anémone, François Da-miens e Louise Bourgoin.

Segundoasprimeiras rese-nhas publicadas na França, ofilme faz ummergulho nostál-gico nos anos 60, um universoanterior aos iPod e à internet,alémdeserumelogioao traba-lho de cineastas célebres, co-mo Jacques Tati (a seu filmeMeuTio) e Truffaut (Os Incom-preendidos).

No Brasil, O Pequeno Nico-lau nunca fez tanto sucessoquanto na França. Sempre foirecomendado por professo-res de francês e teve algunslivros lançados pela editoraMartins Fontes. ● J.M.

PROCURA-SEUMAMIGO–MarcelinoPedregulho tomaumchoqueaochegaràcasadochapaRenêRocha

PROVOCADOR–Poetaecompositor comduascriações controversas

FÁBULAS RENEGAMAMORAL EDIFICANTEDE LA FONTAINE EABRAÇAMNONSENSE

NICOLAU–Dezmilhõesdecópias

SEMPÉ–“Embuscadapureza”

REPRODUÇÕES

FOTOSDIVULG

AÇÃO

D2 CULTURA DOMINGO, 30 DE AGOSTO DE 2009O ESTADO DE S.PAULO