Imagens da Guerra: os conflitos da Guerra do Vietnã no Telejornal “O Seu Repórter Ess

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    SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

    12º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo

    Santa Cruz do Sul – UNISC – Novembro de 2014

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    Imagens da Guerra: os conflitos da Guerra do Vietnã no Tele-

     jornal “O Seu Repórter Esso” da TV Tupi de São Paulo 

    Edna de Mello Silva1 

    Resumo: O programa “O Seu Repórter Esso” foi um dos mais importantes do jornalismo brasi-leiro. A pesquisa utiliza os filmes disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais2 da CinematecaBrasileira que reúne o acervo de telejornalismo da TV Tupi de São Paulo na tentativa de inferirqual foi o cenário sócio-político que permeou a cobertura da Guerra do Vietnã pelas lentes dotelejornal “O Seu Repórter Esso”. Os resultados da pesquisa revelaram um indicativo de apoio à presença norte-americana no conflito, que podem sinalizar uma linha editorial alinhada com osinteresses dos EUA, além de registrar as imagens que confirmam a presença de repórterestransmitindo as notícias direto das zonas de combate, o que norteia até hoje o trabalho dos cor-respondentes de guerra.

    Palavras-chave:  telejornalismo; reportagem de guerra; telejornal “O Seu Repórter Esso”;Guerra do Vietnã; TV Tupi de São Paulo.

    1.  Introdução

    A televisão motivou uma grande transformação nas relações das pessoas com o

    mundo que as cercava. As imagens do cinema e o som do rádio foram sintetizados numúnico aparelho capaz de propiciar momentos de entretenimento e cultura para toda a

    família. Uma característica marcante da televisão brasileira é pautada pela sua origem

    no modelo comercial. O empresário Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados

    1Jornalista, professora Adjunta do Colegiado de Comunicação Social da Universidade Federal do Tocantins, membro

    do NEPJOR/CNPq/UFT –  Grupo de Estudos de Jornalismo Multimídia, coordenadora da Rede de Pesquisadores deTelejornalismo da SBPJor e vice-coordenadora do Grupo de Telejornalismo da Intercom. Este artigo é um dos resul-tados de pesquisa do projeto “Imagens da memória: a produção telejornalística da Tv Tupi de São Paulo e do Rio deJaneiro dos acervos recuperados”, em nível de pós doutorado junto à UFRJ com financiamento da FAPERJ, orientado

     pela Profa. Marialva Barbosa. E-mail:  [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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     –  um dos mais importantes grupos de comunicação do país à época  –  investiu 5 milhões

    de dólares na compra de equipamentos da RCA Victor , empresa americana associada ao

    canal  NBC . A 18 de Setembro de 1950, ocorreu a primeira transmissão da  PRF-3-TV

    Tupi de São Paulo. A televisão brasileira iniciava a sua programação com uma impor-

    tante vocação para o entretenimento.

    Figura 1 –  Anúncio Jornal Folha da Manhã (SP) –  17/09/1950

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    Quatro meses depois da inauguração da emissora em São Paulo, a TV Tupi che-

    gava ao Rio de Janeiro. O estúdio foi montado no quarto andar do prédio da Avenida

    Venezuela, 43, onde já estavam instalados as Rádios Tamoio e Tupi e o auditório da

    Rádio Tupi, considerado um dos maiores da época. A inauguração que ocorreu no dia

    20 de janeiro de 1951, dia do aniversário da cidade, contou com a presença do presiden-

    te Eurico Gaspar Dutra e várias personalidades locais.

    Devido à falta de condições técnicas e de pessoal especializado, a televisão her-

    dou a tradição do espetáculo ao vivo, presente no rádio e no teatro. Segundo Avancini

    (2001, p.318), o formato dos programas radiofônicos foi o primeiro modelo para a pro-

    gramação da televisão: “o rádio era a forma mais importante de produção de entreteni-

    mento. Houve uma reciclagem da experiência radiofônica para as primeiras experiên-

    cias na televisão brasileira”. 

    A primeira exibição de um telejornal no Brasil aconteceu no dia seguinte à es-

    treia da televisão no país, em 19 de setembro de 1950, quando o telejornal  Imagens do

     Dia noticiou o desfile cívico-militar pelas ruas de São Paulo. O programa tinha notícias

    locais lidas pelo locutor Ruy Rezende, que era também produtor e redator do jornal. Asimagens eram produzidas em filme preto e branco pelos cinegrafistas Jorge Kurkjian,

    Paulo Salomão e Alfonso Zibas. Na época, a programação da TV Tupi  de São Paulo

    começava a partir das 20 horas e o telejornal não tinha um horário certo para ser veicu-

    lado, pois dependia da programação a ser exibida antes. Todos os programas eram feitos

    ao vivo.

    Os relatos de memória dos pioneiros da televisão brasileira dão conta de que o

    telejornal Imagens do Dia reproduzia em grande parte o modelo de noticiar herdado darádio. O locutor lia as notícias em quadro e as reportagens seguiam o formato do que a

    hoje chamamos nota ao vivo, ou seja, eram exibidas as imagens filmadas pelos cinegra-

    fistas e, o locutor, ao vivo, narrava os acontecimentos (Alves, 2008; Lorêdo, 2000). Na

     programação da TV Tupi do Rio, o primeiro noticiário televisivo foi o Telejornal Brah-

    ma, apresentado por Luiz Jatobá até o início de 1952, quando foi substituído pelo O

    Seu Repórter Esso (LIMA E SILVA, 2010, p. 30).

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    Infelizmente, restaram poucos registros da televisão nacional e em especial, da

    TV Tupi. Isto se deve, em parte, pelo hábito das próprias emissoras reutilizarem suas

    fitas para diminuir os custos da produção e também devido aos incêndios que atingiram

    algumas delas. No caso da TV Tupi, sabe-se que muitos técnicos e artistas levaram con-

    sigo grande parte do acervo antes do fechamento da rede de televisão. A tecnologia di-

    gital veio trazer um sopro de alento a este cenário. Uma parte do acervo jornalístico da

    TV Tupi de São Paulo foi restaurada e digitalizada pela Cinemateca Brasileira, que for-

    mou uma base de dados e o disponibilizou para consulta via internet. O acervo da TV

    Tupi do Rio de Janeiro está em poder do  Arquivo Nacional, ainda não foi digitalizado,

    mas pode ser consultado mediante agendamento prévio.

    É nesse cenário que este trabalho se insere. A proposta deste estudo é pesquisar

    os acervos da TV Tupi de São Paulo , com o propósito de mapear a produção jornalística

    da emissora na tentativa de inferir qual foi o cenário sócio-político que permeou a co-

     bertura da Guerra do Vietnã pelas lentes da Tv Tupi. A pesquisa utiliza os filmes dispo-

    níveis no Banco de Conteúdos Culturais3 da Cinemateca Brasileira que reúne o acervo

    de telejornalismo da TV Tupi de São Paulo. Como método de análise elegeu-se a Análi-se de Conteúdo, Bardin (1977) considera que o processo organiza-se em três fases: a

     pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados (inferência e inter-

     pretação).

    2. O modelo teleradiofônico do “O Seu Repórter Esso” 

    O noticiário radiofônico,  Repórter Esso, estreou no dia 28 de agosto de 1941.

    Foi o primeiro programa de radiojornalismo do Brasil, veiculado pela Rádio Nacional

    do Rio de Janeiro. Produzido pela agência de publicidade McCann-Erickson e patroci-

    nado pela empresa norte-americana sediada no Brasil, Standard Oil Company of Brazil,

    o Repórter Esso se especializou em divulgar o “american way of life” e principalmente,

    fazer propaganda das políticas interna e externa dos Estados Unidos para todo o mundo.

    Acrescentando-se a isso a preocupação da nação norte-americana em estabelecer uma

    3 Disponível em www.bcc.org.br . Acesso em 20 jul 2014.

    http://www.bcc.org.br/http://www.bcc.org.br/http://www.bcc.org.br/http://www.bcc.org.br/

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     política de boa vizinhança com países da América Latina, em especial, com o Brasil,

    tem-se o cenário de atuação de sucesso nos anos 50.

    Antes de ir ao ar no Brasil, o programa já era veiculado em várias partes dos

    EUA e no Chile (Santiago), Cuba (Havana), Peru (Lima) e Argentina (Buenos Aires),

    com notícias da Agência United Press (UPI –  United Press International). Para Klöckner

    (2008), o Repórter Esso criou um modelo diferenciado na apresentação de notícias radi-

    ofônicas, porém as informações veiculadas tinham também o propósito político-

    ideológico.

    Com o Esso, foram implantadas no País as técnicas da síntese noticio-sa, transmitida pela pontualidade, com o texto sucinto, direto, vibran-te, aparentando imparcialidade, contrapondo-se aos longos jornais fa-lados, característicos da época. Com um formato inovador, ele não te-ve influência somente no estilo do radiojornalismo brasileiro, mastambém nas disputas políticas, ideológicas e culturais. (KLÖCKNER,2008, p.6)

    Várias gerações nasceram, cresceram e formaram suas famílias ouvindo as notí-

    cias do  Repórter Esso  pelo rádio ou as assistindo pela televisão. No rádio, o noticiário

    ficou por quase 30 anos no ar e presenciou os principais eventos históricos –  e as conse-

    quentes transformações sociais e políticas - do país e do mundo entre os anos 40, 50 e

    60. É claro que o compromisso editorial do programa era marcado pela ideologia políti-

    ca e pelos interesses comerciais do país de origem da empresa, bem como os da própria

    empresa. No entanto, para o ouvinte comum a credibilidade do radiojornal era muito

    grande, tornando-o uma referência de informativo jornalístico por muitas décadas, com

    elevados níveis de audiência. Na televisão, o “O Seu Repórter Esso” foi transmitido por

    quase 18 anos, mantendo a influência do primogênito radiofônico e instaurando um mo-delo de apresentação de notícias para os telejornais brasileiros.

     Na televisão, o programa foi chamado O seu Repórter Esso e estreou em 04 de

    maio de 1952, na TV Tupi do Rio de Janeiro (canal 6), sempre com transmissões ao

    vivo. Em dezembro de 1970, após mais de 18 anos de exibição, o programa deixou de ir

    ao ar. É possível localizar referências à presença do programa na TV Tupi de São Paulo,

    a partir de 1953, e na TV Paulista.

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    A vinheta de abertura de programa na TV reproduzia o áudio dos acordes dos

    clarins e tambores que identificavam o programa  Repórter Esso do rádio, enquanto era

    exibida a imagem de um globo terrestre rodeado por nuvens, em tons de cinza, preto e

     branco. O cenário do estúdio era simples, formado por bancada, cortina ao fundo com a

    logomarca do patrocinador e um microfone. O enquadramento era fechado no locutor-

    apresentador, figura principal da cena, quando este apresentava as notícias em tom sole-

    ne. No Rio de Janeiro, o apresentador Gontijo Teodoro esteve à frente do telejornal e se

    tornou seu símbolo principal. Na apresentação do programa em São Paulo, a liderança

    foi de Kalil Filho, muito embora outros locutores tenham passado pela bancada paulista.

    O patrocínio direto de empresas para os programas de televisão não era algo

    incomum no início da TV. Era o caso deste telejornal que recebia o nome do patrocina-

    dor e era produzido por uma agência de publicidade.

    A área comercial da TV foi desbravada pelas agências de propagandaestrangeiras instaladas no Brasil, que já tinham experiência com o veí-culo em seus países de origem. Aqui, os patrocinadores eram senhores

    absolutos dos programas, escolhendo e contratando diretamente os ar-tistas e produtores. [...] Esta é a razão porque, naquele período, os programas tivessem seus nomes associados diretamente ao do patroci-nador. (PRIOLLI, 1985, p.24)

    Um dos segredos do programa que cativou o público e conquistou a credibilida-

    de foi o compromisso com a pontualidade. O programa começava sempre no mesmo

    horário, tinha sempre a mesma duração, com o mesmo tipo de organização de reporta-

    gens e apresentação. Souza (1984, p. 38) analisa que “na televisão, o esquema do “R e-

     pórter Esso” não diferia muito do modelo radiofônico. Havia um locutor só, matérias

    afins reunidas em blocos, ou segmentos, e a principal notícia do dia, a “manchetona”,

    lida em tom vibrante, quase dramático, no encerramento do programa.”

    Para ilustrar as notícias do programa “O seu Repórter Esso” eram produzidas

    reportagens em película preto e branco, 35 mm, com duração média de 40 segundos,

    sobre assuntos locais ou exibidas produções recebidas da Agência de Notícias United

     Press International . Rezende (2000) avalia que este era um dos diferenciais do telejor-

    nal:

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    Por causa da demora na revelação e montagem dos filmes, a transmis-

    são de imagens dos fatos sofria um atraso de até doze horas entre oacontecimento e sua divulgação nos telejornais. E essa situação só sealterou com o  Repórter Esso, em que o apoio de um anunciante degrande porte e o acordo com a agência de notícias norte-americanaUnited Press International (UPI) proporcionou a libertação da narra-ção exclusivamente oral e o uso mais frequente de matérias ilustradas.(REZENDE, 2000, p. 107)

    Durante os anos 60, a TV Tupi de São Paulo se manteve na liderança ou muito

     próxima dela, graças à sua programação diferenciada. O telejornal “O seu Repórter Es-

     so” foi uma presença constante neste período, tendo sido a fonte de informação de mi-

    lhares de brasileiros. Destaca-se também a presença das emissoras Record e Excelsior

    que, em alguns momentos, superaram a audiência da TV Tupi de São Paulo.

    3. O noticiário de guerra

    A Guerra do Vietnã foi um dos mais sangrentos conflitos da segunda metade do

    século XX. Teve início em 1959 e terminou em 1975, com mais de quatro milhões de

    vietnamitas e 58 mil soldados norte-americanos mortos. O conflito que se originou com

    a luta entre o Vietnã do Norte de influência socialista e o Vietnã do Sul ligada ao gover-

    no francês e influenciado pela política pró-ocidente. O imperador Bao Dai do Vietnã do

    Sul era bastante impopular e os EUA apoiaram um golpe militar que depôs Bao Dai e

    levou Ngo Dinh Diem ao poder. Diem instalou uma ditadura militar e perseguiu violen-

    tamente seus opositores. Neste contexto formou-se a Frente Nacional de Libertação

    (FNL) no Vietnã do Sul com o apoio do Vietnã do Norte. Os EUA voltaram a apoiar umdos lados do conflito com o envio de armas e apoio militar. Houve um ataque a duas

    embarcações norte-americanas já no governo de Lyndon Johnson (sucessor de Ken-

    nedy) e em 1965, os EUA entram oficialmente na guerra, com participação efetiva no

    conflito até janeiro de 1973.

    Uma característica marcante desta guerra foi a cobertura jornalística. Diversos

    meios de comunicação de várias partes do mundo enviaram seus correspondentes para

    dar notícias dos combates. Não havia a possibilidade da transmissão ao vivo do conflito,

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    mas a tecnologia já permitia a gravação de reportagens de televisão, por videoteipe. As

    imagens das batalhas chegaram ao mundo e provocaram reações nas pessoas contra o

    conflito. A violência das imagens, a exposição do número de mortos de ambos os lados,

    em especial, do alto número de jovens soldados norte-americanos comoveu a todos. Os

     brasileiros acompanharam de perto o conflito pelos jornais, pelo rádio e também pela

    TV. A Revista Realidade, editada pela Editora Abril, enviou correspondentes para co-

     brir o conflito e um de seus repórteres, José Hamilton Ribeiro, teve sua perna amputada

    ao pisar acidentalmente em uma mina, em 1968 (figura 2).

    Figura 2  –  Capa Revista Realidade (maio 1968)

    Em pesquisas anteriores4, já sinalizamos que a cobertura Internacional ocupava

    destaque nas pautas do telejornal “O Seu Repórter Esso”. Na ocasião, pesquisamos 244

    reportagens no período de 1961 a 1968 e os resultados apontaram que a maioria das

    reportagens era sobre notícias internacionais e de esportes.

    4 Artigo “O Seu Repórter Esso: as imagens do mundo no país do futebol” apresentado no 9º. Encontro Nacional de História da Mídia, UFOP, Ouro Preto –  MG, de 30 de maio a 01 de junho de 2013.

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    Gráfico 1 –  Categorias de Reportagens –  1961 a 1968

    Fonte: Elaborado pela autora

    A pesquisa indicou que a categoria “Internacional” foi a mais representativa,

    com 83 reportagens. Uma das possibilidades de explicação desse resultado pode ser o

    fato de que a Agência de Notícias United Press International tenha sido uma das parcei-

    ras do telejornal. É possível também inferir que o contexto histórico vivido na época,

    marcado pelos conflitos ideológicos da Guerra Fria e mais tarde pelo conflito bélico no

    Vietnã, possa ter contribuído para este número.

    A segunda categoria com maior abrangência foi a de Esportes. Foram encontra-

    das 62 reportagens que faziam referência a jogos de Futebol da seleção brasileira ou do

    Santos Futebol Clube cuja estrela ,Pelé, vivia seu período áureo. São inúmeros desta-

    ques de embarques e desembarques de aeroportos, flashes de jogos, e entrevistas com

    técnicos e jogadores, o que pode sinalizar a importância deste tema no cenário noticioso

    local.

    Foram encontradas 43 reportagens que fazem referência a temas relacionados à

    Política, terceira categoria de maior relevância. As reportagens retratam com cuidado

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    um período difícil da história política nacional, que inclui o golpe militar. Os filmes

    mostram os presidentes da República, em especial João Goulart, e também os prefeitos

    e governadores paulistas. É possível perceber a posição política de defesa da sociedade

    contra a ameaça comunista em alguns momentos. As categorias “Factual” e “Eventos”

    tiveram o total de 37 e 19 ocorrências, respectivamente. Na categoria Factual são encon-

    tradas reportagens que falam do dia-a-dia da cidade como uma que apresenta imagens

    sobre cães que vagam pelas ruas, sem donos, abandonados. Pode-se supor que fizesse

    alusão à campanha de vacinação antirrábica ou ao recolhimento destes cães para abri-

    gos. No caso de “Eventos”, registrou-se desde exposições de automóveis a homenagens

    ao Dia do Professor, com direito a desfile cívico pelas ruas da capital, o que sinaliza a

    cobertura do jornalismo televisivo das pautas locais.

     Neste artigo passamos a discutir com mais detalhamento um recorte da cobertu-

    ra jornalística do telejornal “O Seu Repórter Esso” em relação à Guerra do Vietnã. No

    Banco de Conteúdos Culturais foram encontrados 14 filmes referentes a este evento

    (Quadro 1) que se referem todos ao ano de 1968, provavelmente devido ao recrudesci-

    mento do conflito.

    Quadro 1 –  Cobertura do telejornal “O Seu Repórter Esso” –  Guerra do Vietnã

    Data Retranca Tempo

    28/02/1968 SAIGON: TANQUES NAS RUAS, SOLDADOS ATIRANDO, MOR-

    TOS, FERIDOS, ETC 1’25’’ 

    02/03/1968US ARMY - CANH ES NAS RUAS DE SAIGON 

    1’21’’ 02/03/1968 US ARMY - EM KHE SAHN, BOMBARDEIOS FUSTI-

    GAM "VIETCONGS"1’07’’ 

    04/03/1968 TROPAS VIETCONGS ATACAM AMERICANOS ESUL-VIETNAMITAS EM TON SON NHU

    1’08’’ 

    06/03/1968 HUÉ - CIDADE DESTRUÍDA 0’48’’ 

    20/03/1968 MANIFESTAÇÃO PRÓ-USA EM HAIA "PEACE BUT NOT AT ANY PRICE"

    0’57’’ 

    26/03/1968 KHE SAHN 1’57’’ 

    13/04/1968 US ARMY FURA BLOQUEIO E PENETRA NA BASE DE

    KHE SAHN

    1’27’’ 

    08/05/1968 US ARMY NO VIETNÃ - TIROS, FERIDOS E MORTOS, 1’28’’ 

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    COMBATES, ETC

    09/05/1968 PARIS SE PREPARA PARA SER A SEDE DA CONFE-RÊNCIA DE PAZ ENTRE VIETNAMITAS E NORTEAMERICANOS

    0’41 

    09/05/1968 BATALHA NAS RUAS DE SAIGON, ANTIGA PARISDO ORIENTE

    1’51’’ 

    10/03/1968 SAIGON - RECONSTRUÇÄO DA CIDADE, APÓS OSATAQUES "VIETCONGS"

    1’06’’ 

    11/05/1968 XUAN THUY, CHEFE DA DELEGAÇÃO VIETNAMITAÀ CONFERÊNCIA DE PAZ

    1’07’’ 

    23/05/1968 MANIFESTAÇÃO ESTUDANTIL EM NOVA YORKCONTRA O GENOCÍDIO NO VIETNÃ

    1’11’’ 

    Fonte: Elaborado pela autora

    As imagens dos filmes em 16 mm analisados são todas em preto e branco e pos-

    suem o tempo médio de 1’15’’. Todos os filmes trazem o registro do local do aconteci-

    mento, sugerindo a presença do repórter cinematográfico, do repórter e em alguns casos,

    do técnico de som, ao lado dos soldados, direto do front.

    O material encontrado também revela a valorização do som dos combates. Três

    reportagens trazem som direto dos bombardeios e a artilharia em plena atividade. Essarotina produtiva de cobertura de guerra no telejornalismo vai se tornar um modelo a ser

    seguido nos conflitos posteriores, inclusive com o risco de morte dos membros da equi-

     pe de jornalistas.

    Como exemplo desta prática, destaca-se o filme de 04 de março de 1968, no qual

    aparece um repórter norte-americano narrando um ataque de vietcongues aos soldados ame-

    ricanos. É um dos poucos filmes com som que impressiona pelo realismo provocado pelos

    sons de tiros a poucos metros de distância e a presença do repórter numa trincheira junto

    aos soldados (Figuras 3,4 e 5).

    Figuras 3, 4 e 5 –  Repórter na trincheira –  04/03/1968

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     Não é possível ouvir com clareza o relato do repórter, mas a presença dele numa das

    trincheiras confere veracidade e legitimidade ao seu relato. É possível perceber a tensão na voz

    e na postura do corpo do profissional que se curva como se estivesse se afastando das balas que

     parecem passar próximas a seu corpo. As imagens provocam a sensação de medo e de insegu-

    rança e revelam a coragem dos profissionais em estarem no ápice da cobertura de uma guerra

    que deixou milhões de mortos.

    Essa presença de espírito do repórter da UPI é comentada pelo apresentador do telejor-

    nal “O Seu Repórter Esso”:

    AQUI ESTÁ A EXPERIÊNCIA VIVIDA PELO REPÓRTER ALAN

    BATES, DA UNITED PRESS. ISTO É JORNALISMO, HOJE, NO

    VIETNAM.

     No roteiro do telejornal, foi possível detectar que o filme foi exibido na íntegra, inclusi-

    ve com  sobe som, ou seja, os telespectadores puderam ouvir também o som dos combates e a

    narração do repórter.

    Figura 6 –  Trecho do roteiro do telejornal –  04/03/1968

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    Ainda no roteiro (script) do telejornal da edição de 04 de março de 1968, durante a

    apresentação da cabeça de uma notícia sobre a Guerra do Vietnã foi percebida a orientação de

    movimentação do apresentador em direção ao globo terrestre, algo diferenciado no modelo tra-

    dicional de apresentação de noticiários na época, visto que o mais comum era o apresentador

     permanecer sentado durante toda a locução das notícias. A presença de um globo terrestre no

    cenário do telejornal também é interessante (fig.7).

    Figura 7 –  Roteiro (script) do telejornal “O Seu Repórter Esso”  –  04/03/1968

    A análise demonstrou que os filmes enviados pela UPI eram prioritariamenteexibidos no telejornal “O Seu Repórter Esso”. Outros telejornais como o Ultranotícias5 

    e o  Edição Extra trouxeram informações sobre a Guerra do Vietnã, porém no formato

    de nota ao vivo, sem o uso de imagens.

    5 “Ultranotícias” foi o telejornal patrocinado pelas empresas Ultragás e Ultralar. Foi ao ar entre janeiro

    de 1966 a fevereiro de 1967, de segunda a sábado, com edições as 15h00 e às 19h45. Edição Extra” foi o primeiro telejornal vespertino. Era apresentado por Maurício Loureiro Gama, na TV Tupi de São Paulo.Lançou o primeiro repórter de vídeo da TV brasileira: José Carlos de Morais, o Tico-tico.

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    Considerações finais

    Produzido por uma agência de publicidade, patrocinado por uma multinacional

    de petróleo e amparado no modelo radiofônico, o telejornal “O seu Repórter Esso” é a

    síntese dos anos iniciais da televisão brasileira.

    Apesar de seu comprometimento ideológico e político, o noticiário implantou

    um projeto organizado de apresentação de notícias baseado no compromisso com o te-

    lespectador. Pontualmente, de segunda a sábado, às 19h45, soavam os clarins e tambo-

    res da vinheta do programa e as notícias desfilavam diante dos olhos curiosos de famí-

    lias inteiras.

    Foi possível pontuar neste recorte da pesquisa que o telejornal, representado por

    sua equipe de repórteres, esteve presente nas principais movimentações políticas da

    Guerra do Vietnã. É possível inferir a importância dada a esse acontecimento pela ex-

    tensa cobertura em edições de telejornais da emissora. O registro do avanço das tropas

    americanas no conflito foi uma tônica bastante presente nos relatos da guerra. A presen-

    ça de correspondentes de guerra transmitindo a notícia direto da área de combate fez a prática jornalística equiparar-se a uma atividade militar, o que norteia até hoje o trabalho

    dos correspondentes de guerra.

    Pontua-se o contexto de compromisso ideológico dado à causa tanto na divulga-

    ção das informações quanto no conteúdo das imagens selecionadas. Infere-se o apoio à

     presença norte-americana no conflito, emprestando ao noticiário o papel de porta-voz

    dos interesses dos EUA, muito embora haja também o registro das manifestações con-

    trárias à guerra.Ressalta-se com a pesquisa, a necessidade de preservação do acervo de progra-

    mas de televisão, em especial, o de noticiários e sua importância para a investigação

    histórica. Salientamos que os dados apresentados neste artigo são ainda leituras prelimi-

    nares. Em pesquisas futuras, pretendemos aprofundar as análises iniciais com o contexto

    histórico apresentado em jornais impressos e revistas, a fim de evidenciar com maior

    clareza as pautas que foram relatadas pelo telejornal.

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    Gabriel; MACHADO, Arlindo. Televisão & Vídeo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1985.

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    REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo:Summus, 2000.

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