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23 Artigo original/Original Article Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais Impact of food complement supplied by a food bank on the nutritional status of children aged 1 to 6 years in a daycare center in Ibirité/Minas Gerais BRUNA CARLA SILVEIRA 1 ; SANDRA APARECIDA VIEIRA NEIVA NOLASCO 1 ; VALÉRIA APARECIDA ALVES LOPES 1 ; MICHELE PEREIRA NETTO 2 ; FABIANA MARIA DA COSTA 3 1 Nutricionista pelo Centro Universitário UNA. 2 Nutricionista e Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais, Docente do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora. 3 Nutricionista, Coordenadora do Prodal Banco de Alimentos. Endereço para correspondência: Bruna Carla Silveira Rua Vesta, Bairro Alto dos Pinheiros, nº 50, Belo Horizonte - MG. E-mail: [email protected] Instituição vinculada ao trabalho: Centro Universitário UNA – Belo Horizonte/MG. SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impact of food complement supplied by a food bank on the nutritional status of children aged 1 to 6 years in a daycare center in Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011. Among the existing food and nutrition programs, an outstanding one is Prodal Food Bank, which aims to take food and redistribute it to registered philanthropic entities. The objectives of this study are to study the availability of food and the impact of the Food Bank donations on the nutritional status of children aged 1 to 6 years at a daycare center in the city of Ibirité, State of Minas Gerais, Brazil. The research was carried out in a cohort with 45 children. The following parameters were evaluated during three consecutive days: weight, height, and control of the menu given to the children. The indices assessed – weight/height, weight/age, body mass index/age, height/ age – were influenced by food donations, even as in menu, since there was an expressive improvement in the supply of nutrients. The conclusion is that the Food Bank has emphasized the menu variety, making it possible to reach micro- and macronutrient adequacy. In fact, this is very relevant, since it is believed that in the long term, a positive impact on the nutritional status of the children will be rendered. Keywords: Child. Feeding. Nutritional Status. Nutrients. ABSTRACT

Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco ...sban.cloudpainel.com.br/files/revistas_publicacoes/311.pdf · das populações mais vulneráveis, ... 2005; VASCONCELOS,

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Artigo original/Original Article

Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas GeraisImpact of food complement supplied by a food bank on the nutritional status of children aged 1 to 6 years in a daycare center in Ibirité/Minas Gerais

BRUNA CARLA SILVEIRA1; SANDRA APARECIDA

VIEIRA NEIVA NOLASCO1; VALÉRIA APARECIDA

ALVES LOPES1; MICHELE PEREIRA NETTO2; FABIANA

MARIA DA COSTA3

1Nutricionista pelo Centro Universitário UNA.

2Nutricionista e Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, Doutora

em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais, Docente

do Curso de Nutrição da Universidade Federal de

Juiz de Fora. 3Nutricionista,

Coordenadora do Prodal Banco de Alimentos.

Endereço para correspondência:

Bruna Carla SilveiraRua Vesta, Bairro Alto dos

Pinheiros, nº 50, Belo Horizonte - MG.

E-mail: [email protected]

Instituição vinculada ao trabalho:

Centro Universitário UNA – Belo Horizonte/MG.

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO,

M. P.; COSTA, F. M. Impact of food complement supplied by a food bank on the nutritional status of children aged 1 to 6 years in a daycare center in Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

Among the existing food and nutrition programs, an outstanding one is Prodal Food Bank, which aims to take food and redistribute it to registered philanthropic entities. The objectives of this study are to study the availability of food and the impact of the Food Bank donations on the nutritional status of children aged 1 to 6 years at a daycare center in the city of Ibirité, State of Minas Gerais, Brazil. The research was carried out in a cohort with 45 children. The following parameters were evaluated during three consecutive days: weight, height, and control of the menu given to the children. The indices assessed – weight/height, weight/age, body mass index/age, height/age – were infl uenced by food donations, even as in menu, since there was an expressive improvement in the supply of nutrients. The conclusion is that the Food Bank has emphasized the menu variety, making it possible to reach micro- and macronutrient adequacy. In fact, this is very relevant, since it is believed that in the long term, a positive impact on the nutritional status of the children will be rendered.

Keywords: Child. Feeding. Nutritional Status. Nutrients.

ABSTRACT

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RESUMORESUMEN

Entre los programas de alimentación y nutrición existentes sobresale el Prodal, Banco de Alimentos, que tiene como objetivo aprovechar alimentos y distribuirlos entre instituciones fi lantrópicas registradas. El objetivo del estudio fue evaluar la disponibilidad de alimentos y el impacto de la distribución de alimentos por el Banco de Alimentos en el estado nutricional de niños de 1 a 6 años de un jardín infantil en Ibirité, MG, Brasil. La investigación fue conducida con un grupo de 45 niños; los datos utilizados fueron peso, altura y registro de los alimentos ofrecidos a los niños de la institución durante tres días consecutivos. Los índices evaluados: peso/estatura, peso/edad, IMC/edad, estatura/edad se modifi caron por la distribución de alimentos y también el menú ofrecido, ya que la oferta de nutrientes sufrió una mejoría signifi cativa. La conclusión es que el Banco de Alimentos permitió variar el menú posibilitando el alcance de niveles adecuados de macro y micronutrientes. Esta observación es de extrema relevancia, puesto que se espera que a largo plazo provoque un impacto positivo en el estado nutricional de los niños.

Palabras clave: Niños. Alimentación. Estado nutricional. Nutrimentos.

Dentre os programas de alimentação e nutrição existentes, ressalta-se o Prodal Banco de Alimentos, que tem como objetivo aproveitar alimentos e distribuí-los às entidades filantrópicas cadastradas. O objetivo desse estudo foi avaliar a disponibilidade dos alimentos e o impacto das doações fornecidas pelo Banco de Alimentos, no estado nutricional das crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/MG. A pesquisa foi realizada em uma coorte de 45 crianças. Foram utilizados peso, altura e averiguação do cardápio oferecido às crianças da creche durante três dias consecutivos. Os índices avaliados peso/estatura, peso/idade, índice de massa corporal/idade, estatura/idade sofreram interferência após as doações de alimentos, assim como no cardápio, uma vez que houve expressiva melhora de oferta de nutrientes. Conclui-se que o Banco de Alimentos promoveu um cardápio variado, possibilitando atingir a adequação de micro e macronutrientes. Tal fato é de extrema relevância, pois acredita-se que, a longo prazo, seja constatado um impacto positivo no estado nutricional das crianças.

Palavras-chave: Criança. Alimentação. Estado nutricional. Nutrientes.

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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INTRODUÇÃO

Os programas de alimentação e nutrição são extremamente relevantes, pois visam

à prevenção de defi ciências alimentares, que por sua vez determinam agravos à saúde

das populações mais vulneráveis, principalmente na faixa etária infantil (MARTINS et

al., 2007). Nesta idade, a alimentação equilibrada possui um papel expressivo para o

crescimento e desenvolvimento adequados (GIUGLIANI; VICTORA, 2000). Diante da

magnitude das defi ciências nutricionais e da importância da alimentação adequada na

infância, os programas de alimentação do Governo Federal destinados ao grupo infantil,

visam oferecer alimentos seguros e acessíveis em quantidade e qualidade sufi cientes

(BRASIL, 2005; VASCONCELOS, 2005).

De acordo com o Tribunal de Contas da União, Betto (2003) e Brasil (2005), o

Banco de Alimentos é um dos programas de alimentação e nutrição existentes, que tem

como objetivo aproveitar os alimentos sem valor comercial, mas que ainda são próprios

para o consumo. Para tal, estes são selecionados, higienizados, embalados e distribuídos

gratuitamente às entidades fi lantrópicas cadastradas.

Na infância, assim como em todo o ciclo vital, além de uma alimentação segura, é

importante que esta seja adequada tanto do ponto de vista energético quanto na quantidade

de macronutrientes e micronutrientes. A adequação do estado nutricional é refl exo do

equilíbrio da alimentação e para que seja avaliada necessita-se conduzir uma investigação

nutricional (ARAÚJO; CAMPOS, 2008; VELHO et al., 2008). Cabe destacar ainda que, o

estado nutricional também está relacionado com as características socioeconômicas,

presença ou ausência de enfermidades, condições ambientais, entre outras.

Na avaliação nutricional de determinada população ou grupo social, o método

mais utilizado é a antropometria, pela facilidade e baixo custo (SIGULEM; DEVINCENZI;

LESSA, 2000). Atualmente, emprega-se a referência da Organização Mundial de Saúde

(OMS) (2006/2007), utilizando-se os índices peso/idade, estatura/idade, peso/estatura e

IMC/idade na avaliação de crianças e IMC/idade e estatura/idade para adolescentes

(LEONE; BERTOLI; SCHOEPS, 2009). Dentre os demais métodos de avaliação

nutricional, ressalta-se a avaliação dietética que pode revelar as inadequações de micro

e macronutrientes (CRUZ et al., 2001).

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a disponibilidade dos alimentos e o

impacto da complementação alimentar fornecida por um Banco de Alimentos no estado

nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/MG.

METODOLOGIA

Realizou-se um estudo experimental do tipo coorte em uma creche fi lantrópica

em Ibirité, Minas Gerais, Brasil, no ano de 2009; instituição selecionada para receber

doações pelo Prodal Banco de Alimentos.

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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Todas as crianças de um a seis anos presentes no dia da avaliação antropométrica

foram avaliadas, correspondendo a um total de 45 crianças. Os dados antropométricos

coletados foram peso e altura. As crianças foram pesadas descalças (com o mínimo

de roupa possível) por meio de uma balança digital, marca Welmy®. A estatura foi

medida através da fi ta inextensível, marca Sanny® com as crianças em pé, encostadas

na parede e com a postura ereta. As medidas das crianças menores de dois anos

foram obtidas com a mesma na posição horizontal (BRASIL, 2004). Na avaliação

dos dados antropométricos, foram utilizados os parâmetros da OMS 2006/2007,

por meio do programa WHO ANTRHO versão 3.0.1. Os dados antropométricos foram

apresentados em escore-z. Para os parâmetros peso/idade, peso/estatura e IMC/idade,

consideraram-se inadequados os valores inferiores a -2 ou superiores a +2 escore-z; já

para estatura/idade, a inadequação foi caracterizada quando os valores eram inferiores

a -2 escore-z.

Para análise dietética, acompanharam-se em período integral, durante três

dias consecutivos e com registro fotográfi co, por meio da câmera digital, marca

Sony®, no momento em que eram servidas as porções em medidas caseiras, de todas

as refeições (desjejum, almoço, lanche e jantar) oferecidas às crianças da creche.

O registro fotográfi co das porções foi realizado com objetivo de facilitar, em momento

posterior, a conversão da porção de medidas caseiras para os valores em gramas ou

mililitros de alimentos.

Para a análise dos dados dietéticos, foi utilizado o Software Avanutri® para

quantifi car vitamina A, vitamina C, ferro, cálcio, proteínas, carboidratos, lipídios e energia

de todas as refeições presentes no cardápio. Na verifi cação da melhoria do cardápio

após a doação do Banco de Alimentos, foram determinados os percentuais de aumento

dos nutrientes entre o primeiro e último dia de avaliação. Utilizou-se as DRIs como

referência (INSTITUTE OF MEDICINE, 1997, 2000, 2001, 2002). Cabe destacar que

foram feitas avaliações de disponibilidade e não consumo de alimentos pelas crianças,

visto que não se procedeu à avaliação individual da dieta e sim a avaliação do cardápio

da creche.

O levantamento de dados ocorreu em duas etapas, sendo a primeira antecedente

às doações de alimentos e a segunda, aproximadamente, quarenta dias após o início das

doações.

Utilizou-se o teste de Wilcoxon para verifi car as diferenças antes e após as doações

de alimentos e o teste de Qui-Quadrado para avaliar mudanças nas frequências de

inadequação do estado nutricional nos diferentes momentos do estudo. As análises

estatísticas foram feitas nos programas Epi Info 6 e Sigma Stat.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário UNA

– União de Negócios e Administração. A participação das crianças, no estudo, ocorreu

após autorização e consentimento dos pais ou responsáveis, por meio da assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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RESULTADOS

As doações fornecidas pelo Prodal Banco de Alimentos são baseadas em alimentos não

perecíveis e perecíveis. Por se tratar de um Banco de Alimentos da Central de Abastecimento

de Minas Gerais - CEASAMINAS, as principais categorias de gêneros recebidas pelo banco

são as doações de frutas e hortaliças − recebidas em sua maioria dos doadores do entreposto

da CEASAMINAS, com boa qualidade, mas sem valor comercial – posteriormente distribuídas

às entidades cadastradas, após todo processo de higienização. O recebimento e distribuição

das doações são realizados diariamente pelo Banco de Alimentos.

Dentre as 51 crianças matriculadas, 45 (88,2%) participaram da pesquisa, sendo 19

(42,2%) do gênero feminino e 26 (57,8%) do gênero masculino, na faixa etária de um a

seis anos. A participação das crianças na pesquisa não foi integral, pois, nem todos os

pais assinaram o Termo de Livre Consentimento.

A tabela 1 mostra que as médias e medianas encontram-se na faixa de eutrofi a (valores

entre -2 e +2 escore-z) dos índices peso/estatura, peso/idade, índice de massa corpórea

(IMC)/idade, embora os valores mínimo e máximo tenham apresentado desvios nutricionais

como: baixo peso e sobrepeso. Ao analisar os indicadores peso/estatura, peso/idade, IMC/

idade e estatura/idade após o recebimento das doações e compará-los com os valores

iniciais, evidenciou-se que houve melhoria das médias, inclusive nos valores mínimos e

máximos de escore-z, apesar da permanência dos desvios nutricionais.

Tabela 1 – Medidas de tendências centrais dos índices antropométricos estabelecidos em escore-z nas crianças de 1 a 6 anos, antes e após o recebimento de doações pelo Banco de alimentos

ÍndiceMédia Mediana DP Min Máx

Antes Após Antes Após Antes Após Antes Após Antes Após

P/E* 0,26 0,27 0,55 0,47 0,53 0,21 -1,84 -1,43 2,05 1,54

P/I 0,10 0,28 0,18 0,32 1,10 1,01 -3,65 -1,4 2,6 2,6

IMC/I 0,15 0,16 0,14 0,42 0,90 0,88 -2,17 -1,4 1,93 1,7

E/I -0,08a 0,09b -0,23 0,02 1,42 1,28 -5,12 -2,26 5,16 5,38

DP = Desvio padrão, Min = Valor mínimo, Máx = Valor máximo, Antes = valores antes do recebimento das doações, Após = valores após recebimento das doações do Banco de Alimentos. *Apenas para as crianças menores de 5 anos. a≠b: teste de Wilcoxon.

Comparando a evolução das medianas entre a primeira e a segunda avaliação pelo teste

de Wilcoxon, percebeu-se que houve uma mudança signifi cativa no índice estatura/idade

(p = 0,008), entretanto, para os demais índices não se encontraram diferenças estatísticas.

Na tabela 2, pode-se observar as frequências de inadequação encontradas, de acordo

com os índices peso/idade, peso/estatura e IMC/idade. Já a baixa estatura esteve presente

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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em 4,4% (n=2) das crianças tanto antes quanto após a doação de alimentos. A inadequação

do estado nutricional não diferiu estatisticamente entre as duas avaliações e nem entre os

sexos, para todos os índices antropométricos.

Tabela 2 – Estado nutricional segundo índices antropométricos das crianças de 1 a 6 anos antes e após o recebimento das doações pelo Banco de Alimentos

Estado nutricional

Peso/idade Peso/estatura IMC/idade

Antes Após Antes Após Antes Após

Baixo peso (%) 2,2 0 0 0 2,2 0

Eutrofi a (%) 95,6 93,4 97 100 97,8 100

Sobrepeso (%) 2,2 6,6 3 0 0 0

Antes = valores antes do recebimento das doações; Após = valores após recebimento das doações do Banco de Alimentos.

A tabela 3 evidencia que houve uma melhora expressiva no percentual de adequação,

após o recebimento das doações de alimentos. Verifi cou-se que o percentual de adequação de

vitamina C passou de 114,3% para 726,3%, o ferro de 143,3% para 204,3% e proteínas de 220,8%

para 275,5%, permanecendo acima das recomendações da Necessidade Média Estimada - EAR

após as doações de alimentos. Em relação ao percentual de adequação de vitamina A, constatou-se

uma mudança de 91,1% para 291,3%, o que confi rma que, após o recebimento das doações de

alimentos, a adequação ultrapassou satisfatoriamente as recomendações estabelecidas pela EAR.

Para os nutrientes: vitamina A, vitamina C e ferro, as diferenças nos valores oferecidos antes e após

a doação do Banco de Alimentos foi estatisticamente signifi cante, demonstrando claramente que

a inclusão dos alimentos doados obtiveram impacto positivo.

A tabela 4 demonstra que os valores referentes à vitamina A passou de 83,8% para

229,9%, vitamina C de 97,7% para 567,4%, ferro de 105,6% para 131,7%, proteína de 123,13%

para 165,6%, apontando uma melhora signifi cativa; destaca-se que para os nutrientes

vitamina A e C, as diferenças foram estatisticamente signifi cantes. Já os nutrientes, cálcio,

carboidrato e aporte energético, apresentaram valores abaixo do recomendado, segundo

Ingestão Adequada - AI, Necessidade Média Estimada - EAR e Estimativa da Necessidade

Energética - EER, respectivamente, tanto antes quanto após as doações. Tais resultados são

semelhantes aos representados na tabela 3, pois os alimentos oferecidos são os mesmos

para ambas as faixas etárias, porém para as crianças de 1 a 3 anos é acrescida a mamadeira.

Observou-se também que o VCT do cardápio das crianças de 1 a 3 anos apresenta valor

superior em relação ao cardápio das crianças de 4 a 6 anos, como demonstrado na tabela 4.

É importante ressaltar que as recomendações nutricionais estabelecem valores diários

de referência, já a alimentação oferecida na creche não objetiva atender ao mesmo período;

desta forma, espera-se que a criança tenha sua alimentação complementada em casa.

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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Tabela 3 – Análise do valor nutricional do cardápio oferecido às crianças de1 a 3 anos referente à média de três dias consecutivos, antes e após orecebimento das doações de alimentos

NutrientesMédia Antes

Média Após

EAR%Adequação

Antes%Adequação

Após

Vit. A (µg/d) 191,4a 611,93b 210 91,1** 291,3

Vit. C (mg) 14,86c 94,43d 13 114,3 726,3

Ca (mg) 250,43 293,36 500* 50,08** 58,67**

Fe (mg) 4,3e 6,13f 3 143,3 204,3

PTN (g) 24,29 30,31 11 220,8 275,5

CHO (g) 88,64 103.05 130 68,1** 79,26**

LIP (g) 26,07 25,46 ND ND ND

VCT (Kcal) 686,42 762,52 1.000,46# 68,6** 76,2**

Antes = valores antes do recebimento das doações; Após = valores após recebimento das doações do Banco de Alimentos. * = AI (Ingestão Adequada), ND = Não determinado; # = EER- Estimativa da necessidade energética (obtido com os valores médios de idade, peso e altura); ** = % de Adequação abaixo da EAR. a≠b, c≠d, e≠f: teste de Wilcoxon.

Tabela 4 – Análise do valor nutricional do cardápio oferecido às crianças de 4 a 6 anos referente a média de três dias consecutivos, antes e após o recebimento das doações de alimentos

NutrientesMédia Antes

Média Após

EAR%Adequação

Antes%Adequação

Após

Vit. A (µg/d) 230,53a 632,26b 275 83,8** 229,9

Vit. C (mg) 21,5c 124,83d 22 97,7 567,4

Ca (mg) 238,46 300,83 800* 29,80** 37,60**

Fe (mg) 4,33 5,4 4,1 105,6 131,7

PTN (g) 18,47 24,84 15 123,13 165,6**

CHO (g) 81,3 102,89 130 62,5** 79,14

LIP (g) 19,86 20,39 ND ND ND

VCT (Kcal) 577,66 694,44 1.378,8# 41,89** 50,36**

Antes = valores antes do recebimento das doações; Após = valores após recebimento das doações do Banco de Alimentos. * = AI (Ingestão Adequada); ND = Não determinado; # = EER- Estimativa da necessidade energética (obtido com os valores médios de idade, peso e altura); ** = % de Adequação abaixo da EAR. a≠b, c≠d: teste de Wilcoxon.

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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DISCUSSÃO

De acordo com Batista Filho (2003), apesar de o crescimento mundial da produção

de alimentos, no Brasil, esse fato não assegurou o desaparecimento da fome e da

desnutrição.

As políticas públicas de combate à fome, existentes no Brasil, visam à segurança

alimentar e nutricional das pessoas que vivem em situação de maior vulnerabilidade social,

garantindo-se, por lei, o direito humano à alimentação. O Banco de Alimentos é um dos

programas de alimentação que tem por fi nalidade evitar o desperdício e combater a fome

(BELIK; SILVA; TAKAGI; 2001; COUTINHO; LUCATELLI, 2006; HIRAI; ANJOS, 2007; SOARES

et al., 2006), contribuindo para a melhoria da alimentação e do estado nutricional e de

saúde da população benefi ciada.

O conjunto de ações de tais políticas implica também a melhoria do aspecto social,

conduzindo ao bem estar. É importante ressaltar que todos os programas voltados para a

segurança alimentar do país devem estar interligados devido à alta complexidade destas

ações (PESSANHA, 2004).

A acessibilidade alimentar deve ser baseada em três pilares: quantidade, qualidade e

a regularidade, a fi m de obter resultados satisfatórios para os benefi ciários (BELIK, 2003).

Os resultados obtidos no estudo mostram que os índices antropométricos, peso/

estatura, peso/idade, IMC/idade e estatura/idade, sofreram pouca interferência após as

doações de alimentos, provavelmente devido ao curto tempo entre as avaliações; sendo

as mudanças ponderais mais signifi cativas que as estaturais, fato esperado, pois a primeira

ocorre mais precocemente que a segunda. Apesar da pouca interferência, é importante

lembrar que os índices antropométricos podem ser considerados indicadores benéfi cos

para a saúde, pois possibilitam analisar a evolução física alcançada (FERNANDES; GALLO;

ADVÍNCULA, 2006).

Embora não tenham sido notados valores estatisticamente signifi cativos para todos

os índices antropométricos, perceberam-se pequenas diferenças como a melhora nos

percentuais de inadequação e das médias de escore-z.

Já na avaliação do cardápio oferecido pela creche, houve um aumento signifi cativo

tanto de macro e micronutrientes, o que pode impactar positivamente no estado nutricional

das crianças e diminuição dos problemas nutricionais. Destaca-se a importância da

avaliação dietética na detecção de situações de risco alimentar e nutricional para grupos

populacionais (TUMA; COSTA; SCHIMITZ, 2005). Outros estudos também relatam o papel

relevante da averiguação do consumo dietético na infância, pois a alimentação infl uencia

de forma expressiva na promoção da saúde e na prevenção de doenças (BARBOSA et al.,

2006; MELNIK et al., 1998; SUBAR, et al., 1992).

Apesar de não terem sido avaliados os parâmetros bioquímicos nas crianças da creche,

é de extrema importância estudos que versem sobre a ingestão de nutrientes adequados e

SILVEIRA, B. C.; NOLASCO, S. A. V. N.; LOPES, V. A. A.; NETTO, M. P.; COSTA, F. M. Impacto da complementação alimentar fornecida por um banco de alimentos, no estado nutricional de crianças de 1 a 6 anos de uma creche em Ibirité/Minas Gerais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 1, p. 23-35, abr. 2011.

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os benefícios que estes representam à infância, a fi m de prevenir defi ciências nutricionais.

Conforme revelado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF (1998) e Tonete,

Carvalhaes e Trezza (2003), a defi ciência, em longo prazo, implica a imunossupressão do

sistema imunológico e limita a capacidade de aprendizagem e a socialização. Além disso,

a alimentação, nesta fase da vida, consiste em fornecer inovações ao paladar (BARBOSA

et al., 2005).

Com o recebimento das doações, houve uma variabilidade na ingestão de frutas

e hortaliças no cardápio da creche, fato que contribuiu para o aumento signifi cativo de

vitamina A e vitamina C e que pode acarretar um papel relevante para o desenvolvimento

das crianças. Tal afi rmativa é demonstrada no estudo de Silva et al. (2000) no qual se aponta,

que o fornecimento de uma alimentação adequada na infância, tanto em quantidade quanto

em qualidade, auxilia no crescimento, desenvolvimento cognitivo e fi siológico, além de

favorecer o sistema imunológico promovendo a saúde nesta faixa etária.

Na análise do cardápio oferecido às crianças da creche, observou-se um aumento

relevante de vitamina A, após o recebimento das doações de alimentos. A vitamina A

é um nutriente essencial, importante para o sistema imunológico, visão, reprodução,

metabolismo, crescimento, formação dos ossos e dentes (GERMANO; CANNIATTI;

BRAZACA, 2004; RAMALHO et al., 2004). A defi ciência desse nutriente é considerada um

dos principais distúrbios nutricionais presentes em grande parte da população dos países

subdesenvolvidos, atingindo principalmente crianças (ODORIZZI; MATOS; HENN, 2008;

PAIVA et al., 2006). Segundo Ramalho (2008), estima-se que existam 2,2 milhões de crianças

brasileiras, em idade pré-escolar, com níveis inadequados de vitamina A.

No Brasil, mesmo sendo um país rico em frutas, vegetais e hortaliças, evidenciam-se

consideráveis desigualdades sociais e econômicas, levando a inacessibilidade a

estes alimentos, fato que pode justifi car a ocorrência da defi ciência da vitamina C

(COSTA et al., 2001). A distribuição de frutas e hortaliças é foco principal do Banco

de Alimentos relatado neste estudo, e a partir desta evidenciou-se aumento no

aporte de vitamina C, o que contribui, além de outros benefícios, para uma melhor

biodisponibilidade de ferro.

No presente estudo, verifi cou-se que, na faixa etária de 1 a 3 anos, houve uma melhora

expressiva na disponibilidade média de ferro, ao comparar a primeira avaliação com a

segunda. As crianças em idade pré-escolar estão entre as populações de risco com mais

probabilidade de defi ciência de ferro, o que contribui para prejuízos no seu desenvolvimento

e propicia um problema de saúde pública (CASTRO et al., 2005; SCHIMITZ et al., 1998).

Diante da importância do ferro na alimentação das crianças, sua defi ciência, mesmo em

quantidade moderada, é preocupante porque poderá ter como consequência a anemia,

acarretando prejuízos ao crescimento e desenvolvimento cognitivo (BARBOSA; SOARES;

LANZILLOTTI, 2007). E mais, a defi ciência de ferro é considerada de maior prevalência

entre as carências nutricionais existentes, sendo assim, torna-se importante a presença desse

nutriente na alimentação da população (BRUNKEN; SZARFARC, 1999).

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Na análise do cálcio oferecido às crianças, evidenciou-se que não houve um aumento

entre as avaliações, já que os alimentos doados pelo Prodal Banco Alimentos não são fontes

ricas desse componente; constatou-se assim, a manutenção dos níveis de cálcio abaixo do

recomendado. Outro estudo, que avaliou a oferta desse mediador celular em seis creches,

também demonstrou que as crianças ingerem quantidades inadequadas do mineral, o que

prejudica a formação de sua massa óssea (SANTOS et al., 2001). Porém, o pequeno aumento

proporciona benefício para essas crianças, uma vez que o cálcio é um mineral essencial

para o organismo, devido ao seu papel no fortalecimento de ossos e dentes, além de ser

importante para o funcionamento correto do sistema nervoso e imunológico, bem como

para a contração muscular, coagulação sanguínea e pressão arterial (FELIPE et al., 2006).

A ingestão de proteína, na dieta das crianças menores de dois anos no Brasil, é

superior à recomendada, como mostrado no estudo multicêntrico de consumo alimentar

(BRASIL, 2002; BRIGHENTI; FERNANDEZ; SALADO, 2003). Isso confi rma os dados

obtidos neste estudo, em que se observou um consumo proteico acima das necessidades

recomendadas, para todas as faixas etárias. De acordo com Fidelis e Osório (2007) e o

Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (1977) esses valores de proteína acima do

recomendado, reforçam os dados do Brasil que apontam a defi ciência de energia mais

constante do que a defi ciência proteica.

CONCLUSÃO

O Banco de Alimentos teve um papel relevante na alimentação oferecida às crianças

da creche, visto que, no início da pesquisa, a creche disponibilizava pouca variedade de

alimentos no cardápio; e, após as doações de frutas e hortaliças houve uma melhora nos

valores dietéticos. Do ponto de vista antropométrico, a evolução foi pequena, entretanto

percebeu-se diminuição nos índices de distrofi a, corroborando, assim, com o impacto

positivo no estado nutricional das crianças assistidas.

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Recebido para publicação em 15/12/09.Aprovado em 03/03/11.

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