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O impacto do ruído ambiental na saúde e qualidade de vida Dirlene Moreira Fonoaudióloga da Clinimed Contagem Contato: Tel.: 2567-1077 [email protected] O ar condicionado, o telefone que toca, a conversa entre os colegas de trabalho, a televisão ligada, o rádio do carro, o barulho do trânsito, a obra no prédio ao lado, o comércio... Seja em casa, no escritório, no trânsito, o tempo todo estamos expostos ao ruído ambiental, principalmente quando vivemos nos grandes centros urbanos. O grande problema da exposição ao ruído é que as pessoas ainda não percebem o impacto deste (que é considerado a terceira maior causa de poluição ambiental) em sua qualidade de vida. Elevação das taxas de colesterol e da pressão arterial, insônia, vertigens, tremores, irritabilidade, baixa concentração, menor desempenho em atividades físicas e intelectuais, ansiedade, depressão, cansaço, dores de cabeça, intolerância a sons de forte intensidade, zumbido, dificuldade de compreender o que as pessoas dizem, perda auditiva. Estes são alguns sintomas que podem surgir quando estamos continuamente expostos ao ruído. O ruído é um agente potencialmente estressor e seu impacto será variável de um indivíduo para outro, assim, determinadas pessoas terão como impacto dessa exposição o menor rendimento no trabalho e atividades escolares por exemplo, enquanto outros apresentarão complicações clínicas o aumento das chances de desenvolver quadros crônicos como a hipertensão, diabetes, elevação do colesterol, aumentando as chances de derrame cerebral e infartos por exemplo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, quando estamos expostos a intensidades de até 50dB nosso organismo é capaz de se adaptar a este estímulo. A partir de 55db já se inicia a situação de estresse auditivo e a partir dos 65dB tem início um desequilíbrio bioquímico com elevação de

Impacto do ruído ambiental na saúde qualidade de vida

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O impacto do ruído ambiental na saúde e qualidade de vida

Dirlene MoreiraFonoaudióloga da Clinimed Contagem

Contato: Tel.: [email protected]

O ar condicionado, o telefone que toca, a conversa entre os colegas de trabalho, a televisão ligada, o rádio do carro, o barulho do trânsito, a obra no prédio ao lado, o comércio... Seja em casa, no escritório, no trânsito, o tempo todo estamos expostos ao ruído ambiental, principalmente quando vivemos nos grandes centros urbanos. O grande problema da exposição ao ruído é que as pessoas ainda não percebem o impacto deste (que é considerado a terceira maior causa de poluição ambiental) em sua qualidade de vida.

Elevação das taxas de colesterol e da pressão arterial, insônia, vertigens, tremores, irritabilidade, baixa concentração, menor desempenho em atividades físicas e intelectuais, ansiedade, depressão, cansaço, dores de cabeça, intolerância a sons de forte intensidade, zumbido, dificuldade de compreender o que as pessoas dizem, perda auditiva. Estes são alguns sintomas que podem surgir quando estamos continuamente expostos ao ruído.

O ruído é um agente potencialmente estressor e seu impacto será variável de um indivíduo para outro, assim, determinadas pessoas terão como impacto dessa exposição o menor rendimento no trabalho e atividades escolares por exemplo, enquanto outros apresentarão complicações clínicas o aumento das chances de desenvolver quadros crônicos como a hipertensão, diabetes, elevação do colesterol, aumentando as chances de derrame cerebral e infartos por exemplo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, quando estamos expostos a intensidades de até 50dB nosso organismo é capaz de se adaptar a este estímulo. A partir de 55db já se inicia a situação de estresse auditivo e a partir dos 65dB tem início um desequilíbrio bioquímico com elevação de taxas hormonais relacionadas ao estresse (reação de fuga ou luta, reação do organismo a uma situação de perigo) que acarretarão o aumento da pressão sanguínea, da frequencia cardíaca e respiratória, elevando os riscos de infarto, derrame cerebral, infecções, osteoporose, entre outros... Quando esta exposição é duradoura, ocorre a segunda fase do estresse, a reação de resistência, caracterizada pelo cansaço, ansiedade, problemas de memória e surgimento de doenças agudas como as gripes. A terceira fase representa o estresse crônico, é a exaustão, quando surgem os quadros de insônia, erros de julgamento, mudança de personalidade, doenças crônicas coronarianas, respiratórias, digestivas, mentais entre outras. Estas alterações surgem lentamente e dependem do tempo de exposição, da susceptibilidade deste indivíduo a estas alterações e da continuidade desta exposição.

A exposição frequente da população a ruídos de aparelhos eletrônicos como celulares e tocadores de MP3, sons de carro, trios elétricos, shows, bares, ou mesmo em casa e no escritório podem acarretar, além dos sintomas acima, perdas auditivas induzidas por ruído e vem se caracterizando como um importante problema de saúde pública.