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___________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 07 Nmero 01 2012
__________________________________________________________________________________________ 1Docente da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Campina Grande, Paraba, Brasil,
[email protected] ;2Mestrando em Recursos Naturais pela UFCG (Universidade Federal de Campina Grande),
Campina Grande, Paraba, Brasil, [email protected];3Mestrando em Recursos Naturais pela UFCG
(Universidade Federal de Campina Grande), Campina Grande, Paraba, Brasil, [email protected]t.com.br;4Mestrando
em Recursos Naturais pela UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Campina Grande, Paraba, Brasil,
[email protected];5Mestrando em Recursos Naturais pela UFCG (Universidade Federal de Campina
Grande), Campina Grande, Paraba, Brasil, [email protected] ;6Graduanda em Administrao pela UFCG
(Universidade Federal de Campina Grande), Campina Grande, Paraba, Brasil,[email protected]
IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELAS SACOLAS PLSTICAS: O CASO
CAMPINA GRANDE PB
1Luzibnia Leal de Oliveira;2Ccero de Sousa Lacerda;3Isabel Joselita Barbosa da Rocha
Alves;4Edilene Dias Santos;
5Sanuyla de Albuquerque Oliveira;
6Tatyane Sales de Arajo Batista
RESUMO:No Brasil, so produzidas 210 mil toneladas anuais de plstico filme, que tem como
destino os aterros, impedindo a decomposio dos materiais biodegradveis. No Brasil so
produzidos cerca de 3 milhes de toneladas de plstico. Atualmente, 10% do lixo brasileiro so
compostos por sacolas plsticas e cada brasileiro utiliza 19 quilos de sacolas por ano. Para se
dimensionar a gravidade da situao ora vivenciada no pas, o estado do Rio de Janeiro consome
um bilho de sacos plsticos por ano e gasta R$ 15 milhes todo ano para dragar rios e tentar retirar
os plsticos que provocam danos natureza. No caso especfico das sacolas de supermercado, a
matria-prima o plstico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa
densidade (PEBD). Abandonados em aterros, esses sacos plsticos impedem a passagem da gua
retardando a decomposio dos materiais biodegradveis e dificultando a compactao dos detritos.
Nesse sentido o objetivo da pesquisa identificar a relao do uso de sacolas plsticas e seus
impactos ambientais. Para tanto, foi realizado um estudo de caso atravs de pesquisa bibliogrfica.
O resultado mostra que a utilizao das sacolas plsticas acontece por uma questo cultural e de
comodidade, porm a maioria ciente dos impactos que so causados.
Unitermos: Plsticos, Biodegradao, Sacolas retornveis.
ENVIRONMENTAL IMPACTS CAUSED BYPLASTIC BAGS: THE CASE CAMPINA
GRANDE - PB
ABSTRACT: In Brazil, are produced 210.000 tons of plastic film per year, which goes to landfills,
preventing the decomposition of biodegradable materials. In Brazil are produced about 3million
tons of plastic. Currently, 10% of Brazilian garbage bags are made of plastic and every Brazilian
uses 19 kilos of bags a year. According to recent research as a way to scale the severity of the
situation now experienced in the country, the state of Rio de Janeiro consumes one billion plastic
bags a year and spends $ 15 million each year to dredge rivers and try to remove the plastics that
causes damage to nature. In the specific case of carrier bags, the raw material is plastic film,
produced from a resin called low density polyethylene - LDPE. Abandoned in landfills, these plastic
bag stop revent passage of water by slowing the breakdown of biodegradable material sand
hindering the compaction of waste. In this sense the goal is to identify the relation of the use of
plastic bags and their environmental impacts. To this end, we performed a case based on
bibliographic studies. The result shows that the use of plastic bags happens for a cultural trace and
convenience, but most of people are aware of the impacts that are caused.
Uniterms: Plastics, Biodegradation, Returnable bags.
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INTRODUO
A disposio dos resduos slidos urbanos apresenta problemas relacionados instalao
adequada, ao espao fsico ocupado pelos rejeitos e proliferao de doenas para a populao que
mora prxima e sobrevive da comercializao desses resduos. Uma boa parte dos resduos
formada por embalagens de diferentes gneros como papelo, plstico, vidro, alumnio entre outros,
que dependendo do seu destino ir causar vrios impactos.
A histria dos povos antigos revela que os produtos eram embalados e transportados por
cestos, samburs, nforas, caixas, potes, barris, barricas, tonis, balaios, bas, garrafas, tambores e,
tambm, bujes, bolsas e sacolas; tais objetos teis para acondicionar produtos passaram a ser
designados por embalagens. Os produtos, incluindo os perecveis, eram pesados no balco e
vendidos a granel, sendo o comrcio, o propulsor do desenvolvimento das embalagens, tanto no
Brasil como no resto do mundo. O sistema de compra era muito pobre e as pessoas que iam fazer
suas compras nos armazns, pesavam os produtos e usavam um saquinho para levar o alimento para
casa (Cavalcanti; Chagas, 2006; Fabro; Lindemann; Vieira, 2007)
A revoluo na indstria da embalagem com os saquinhos ocorreu com a expanso do
varejo. A partir da Segunda Guerra Mundial, os supermercados se instalaram nas grandes cidades e
com eles surgiram inmeras inovaes na produo de embalagens; estas deveriam permitir que os
produtos fossem transportados dos locais onde eram fabricados ou colhidos, para os grandes centros
consumidores, mantendo-os estveis por longos perodos de estocagem. A embalagem comeou,
ento, a proteger a mercadoria no transporte, e da nasceram s funes de proteo, bem como de
distribuio, venda e promoo. Atualmente, tem havido no varejo larga oferta de sacolas plsticas
aos clientes, para acondicionamento dos produtos vendidos(Almeida ,2008).
Introduzidos nos anos 70, os sacos de plsticos rapidamente se tornaram muito populares,
em especial atravs da sua distribuio gratuita nos supermercados e lojas, que embalam em
saquinhos tudo o que passa pelo caixa, no importando o tamanho do produto que se tenha mo.
Esse hbito j foi incorporado na rotina do consumidor, como se o destino de cada produto
comprado fosse mesmo um saco plstico. O plstico vem tomando conta do planeta desde 1862,
quando foi inventado pelo ingls Alexander Parkes, reduzindo os custos comerciais e alimentando
os impulsos consumistas da civilizao moderna. Mas os estragos causados pelo derrame
indiscriminado de plsticos na natureza tornaram o consumidor um colaborador passivo de um
desastre ambiental de grandes propores (Fernandes, 2007).
No Brasil so produzidos cerca de 3 milhes de toneladas de plstico. Atualmente, 10% do
lixo brasileiro so compostos por sacolas plsticas e cada brasileiro utiliza 19 quilos de sacolas por
ano. Para se dimensionar a gravidade da situao ora vivenciada no pas, o estado do Rio de Janeiro
consome um bilho de sacos plsticos por ano e gasta R$ 15 milhes todo ano para dragar rios e
tentar retirar os plsticos que provocam danos natureza (Revista Meio Ambiente, 2010). No caso
especfico das sacolas de supermercado, a matria-prima o plstico filme, produzido a partir de
uma resina chamada polietileno de baixa densidade (pebd). No Brasil, so produzidas 210 mil
toneladas anuais de plstico filme, o que j representa 9,7% de todo o lixo do pas. Abandonados
em aterros, esses sacos plsticos impedem a passagem da gua retardando a decomposio dos
materiais biodegradveis e dificultando a compactao dos detritos (Agenda Ambiental, 2010).
Estas sacolas constituem-se no objeto de estudo desse trabalho, em funo do grande
impacto que elas proporcionam. Seu descarte tem sido apontado como responsvel por inundaes
decorrentes do entupimento de sistemas de drenagem e de escoamento de guas. O plstico, por ser
fabricado a partir de resina derivada do petrleo, pode causar severos danos ao meio ambiente, pois
entram em sua composio, metais pesados, que so prejudiciais ao lenol fretico. Esses danos
ambientais so potencializados quando se considera a durabilidade do plstico, pois, luz de Fabro,
Lindemann e Vieira (2007), este um material que, mesmo existindo h apenas um sculo, ainda
no se tem com preciso o tempo de sua decomposio; sabe-se, porm, que superior a 100 anos.
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Com os dados to alarmantes, em todo o mundo, est em curso um movimento para
diminuir ou mesmo erradicar o uso de sacolas plsticas, a partir de medidas que vo desde a
conscientizao para a importncia do uso de sacolas feitas com materiais alternativos at a
punio, a exemplo da lei brasileira n.9605, de 12/02/1998, denominada Lei de Crimes
Ambientais, que dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente (Constantino, 2001) e das leis 8855 e 8856/2009 do Estado da
Paraba que probem o uso das sacolas plsticas em estabelecimentos comerciais.
Diante da problemtica exposta, o presente trabalho tem como objetivo identificar a
relao do uso das sacolas plsticas e seus impactos ambientais sob a percepo dos clientes de
supermercados no municpio de Campina Grande, Paraba.
Para reali