108
IMPERMEABILIZAÇÕES Condições Técnicas de Execução Série MATERIAIS joão guerra martins Versão provisória (não revista)

Imper Me Abi Liza Coes

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Imper Me Abi Liza Coes

IMPERMEABILIZAÇÕES

Condições Técnicas de Execução

Série MATERIAIS

joão guerra martins Versão provisória (não revista)

Page 2: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

2

Impermeabilidade

Principais causas para o seu aparecimento

Humidade ascendente

Na maior parte dos casos não se pode evitar que o solo seja húmido. Pode estar saturadi

ou não de humidade, ou seja, os seus poros podem ou não estar cheios de água líquida,

Grande parte do solo encontra-se sempre saturado de água, formando a camada de água

subterrânea ou freática.

Na realidade, o solo está saturado de água até um nível superiora dita camada devido às

forças capilares, subindo tanto mais quanto mais finos sejam os seus poros – geralmente

20 a 30,0cm sobre o nível de água freática. A um nível superior, os poros, sem estarem

saturados de água, absorverem quantidades mais ou menos importantes. Finalmente, só

muito perto da superfície do terreno, o conteúdo de água do solo pode ser bastante

baixo, graças à absorção pelas raízes das plantas ou à evaporação por contacto com a

atmosfera e a acção dos raios solares.

Deve então fazer-se a distinção entre o que sucede por baixo e por cima da camada

freática. Na primeira zona o solo encontra-se saturado e a água está sob pressão e, no

segundo caso, a água só penetra nas paredes sob efeito de capilaridade, ou seja, dentro

da camada saturada, fá-lo-á sob a acção de forças muito mais significativas, tanto mais

significativas quanto mais se desça na referida camada.

Page 3: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

3

Figura 1 .- Distribuição da água nas camadas do solo.

Assim para que possam ocorrer manifestações de humidade proveniente do terreno,

sejam de origem capilar ou freática, é necessário que as paredes se encontrem em

contacto com a água do solos, o que pode acontecer nas seguintes situações:

Fundações das paredes situadas abaixo do nível freático;

Fundações das paredes situadas acima do nível freático em zonas cujo

terreno possua elevada capilaridade, provocando a ascensão da água

existente a uma cota inferior;

Paredes implantadas em terrenos poço permeáveis ou com pendentes

viradas

Fenómeno de capilaridade

A capilaridade é um fenómeno que é posto em evidência quando se mergulha um tubo

fino de vidro – designado por tubo capilar – num recipiente com água. Verifica-se que o

nível de água sobe imediatamente no interior do tubo, destacando-se do nível de água

do recipiente. Esta evidência revela que existir necessariamente uma força que, nas

condições da experiência, se instala e produz o efeito observado. esta força toma o nome

de força capilar e a sua acção designa-se por capilaridade.

Page 4: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

4

O fenómeno de capilaridade, por sua vez ocorre em resultado de uma outra propriedade

dos fluidos – tensão superficial.

Entre as partículas ou moléculas constituintes de um líquido exercem-se forças de

atracção. Estas forças de atracção entre moléculas do mesmo material designa-se por

coesão.

Figura 2 - Tensão superficial.

Uma molécula no interior de um líquido, será igualmente atraída em todas as direcções

pelas moléculas vizinhas, pelo que as forças de coesão se equilibram. Contudo para as

moléculas próximas da superfície, as forças de coesão não estão equilibradas e, em

resultado, a superfície do líquido fica tensionada (figura…).

Page 5: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

5

Figura 3 – Tubo capilar.

Num tubo capilar, um líquido molhante sobe até que o peso da coluna de água (F)

equilibre a acção da tensão superficial (σ). De acordo com o esquema apresentado na

figura……, pode assim escrever-se:

rhrgF .2.cos.... 2 πθπρ ==

A pressão hidrostática correspondente à altura do líquido no tubo, equilibra a

subpressão ou sucção capilar (pc):

rPc

θσ cos2=

Nesta expressão a tensão superficial (σ) vem expressa em N/m, o raio capilar em m e o

ângulo de contacto (θ) em graus (º).

A altura da ascensão capilar também será:

σ θ

h F

r σ

θ

Ar

Líquido

Page 6: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

6

grh

⋅⋅⋅⋅

θσ cos2

pelo que se conclui que, tanto a sucção capilar, como a altura de ascensão capilar são

inversamente proporcionais ao raio capilar. Estão assim intimamente relacionados com

a estrutura interna do material. Verificando-se que a tensão superficial diminui com a

temperatura, também aqueles parâmetros são funções decrescentes da temperatura.

Analisando qualquer das duas últimas expressões, verifica-se que a acção da penetração

de um líquido por capilaridade num material pode ser contrariada de duas formas:

Reduzindo a adesão, que é representada pelo ângulo de molhagem;

Reduzindo a tensão superficial.

Humidade ascendente – Descrição do fenómeno

A humidade ascendente pode ser definida como o fluxo vertical de água que consegue

ascender do solo – através do fenómeno de capilaridade – para uma estrutura permeável.

A ascensão de água nas paredes, que pode ocorrer até alturas significativas, é função de:

• condições de evaporação de água que para aí tenha migrado;

• porosidade do material;

• permeabilidade do material;

• quantidade de água que se encontra em contacto com a parede.

no caso das paredes de edifícios antigos – de alvenaria – os “caminhos” mais fáceis

pelos quais a àgua poderá ascender são as juntas ou ligantes de argamassa. Geralmente,

para a água ascender por um tijolo, terá de percorrer primeiro as juntas de argamassa à

sua volta. De facto, elas constituem o único “caminho” contínuo para a sua ascensão. Se

os tijolos de alvenaria possuírem um tratamento repelente à água, e a argamassa for

comum, a ascensão far-se-á do mesmo modo. Mas se, pelo contrário, o ligante possuir

características, hidrófugas, o fenómeno, de forma geral, não acontecerá. Constata-se

Page 7: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

7

assim que as argamassas utilizadas nas alvenarias formam uma parte importante do

tratamento desta patologia.

Figura 4 - Ascensão da água pelas juntas de argamassa.

Tanto nas paredes de tijolo, como nas de pedra, são geralmente identificáveis os

sintomas de humidade ascensional – através de uma “linha” horizontal na parede, ou

seja, pela diferença de tonalidade do paramento, de uma zona mais escura para uma

mais clara. Esta linha forma-se no ponto onde o equilíbrio entre capilaridade e

evaporação é atingido, deixando muitas vezes acumulações visíveis de sais

cristalizados, usualmente designados de “eflurescências”. Para baixo da “linha”, a

humidade ascende por capilaridade. As eflorescências não aparecem nesta zona, pois a

humidade mantém os sais em solução. Acima da “linha”, a humidade varia de acordo

com as condições climatéricas. Nesta área que, poder-se-á chamar de “transição”, a

humidade, por vezes é alta, de modo a suportar a capilaridade, outras vezes è baixa e só

existe vapor de água. Quando a água se evapora, os sais cristalizam e ficam aí

depositados. De facto, a banda de sais poderá ser um dos mais importantes indicadores

de uma possível humidade ascensional.

Page 8: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

8

Figura 5 - Esquematização geral da ascensão de água por capilaridade.

Tal como foi referido anteriormente, a humidade pode ser proveniente das águas

freáticas ou superficiais. A cada um destes dois tipos de alimentação corresponderá um

conjunto de sintomas específicos.

Nas situações em que a humidade é proveniente das águas freáticas, os fenómenos

apresentam-se sensivelmente inalterados ao longo do ano, verificando-se que a altura

das manchas correspondentes às zonas húmidas, é aproximadamente constante em cada

parede, sendo maior nas paredes interiores, comparativamente às exteriores – o grau de

evaporação é menor.

Quando a humidade é proveniente das águas superficiais, os fenómenos apresentam

durante o ano, sendo em geral mais gravosos no Inverno do que no Verão, e a altura das

zonas húmidas pode variar consideravelmente ao longo das paredes interiores do que

exteriores. Em consequência de tais variações, as zonas erodidas das paredes

apresentam grande amplitude em altura.

A influência de sais higroscópicos – tipos mais frequentes

Page 9: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

9

Os sais existentes no solo e nos materiais de construção dissolvem-se na água, sendo

arrastados por esta até à superfície da parede, onde cristalizam quando ocorre a

evaporação da água, dando origem às eflorescências e criptoeflorescências atrás

referidas.

Os sais provenientes do solo e dos materiais de construção mais frequentes de se

manifestarem são:

NITRATOS – Sais de origem orgânica, por isso mais frequentes em zonas rurais. O

mais corrente é o nitrato de cálcio, que cristaliza a 25ºC e a uma humidade relativa de

50%.

SULFATOS – Sais bastante higroscópicos e solúveis. Cristalizam com grande aumento

de volume – o Sulfato de cálcio, aumenta em 40% do seu volume.

CLORETOS – Provenientes essencialmente dos materiais de construção, da água e de

ambientes marinhos. Absorvem grandes quantidades de água quando combinados com

outros sais, particularmente com os sulfatos.

CARBONATOS – Estão também presentes nos materiais de construção,

transformando-se em bicarbonatos sob a acção da água e do dióxido de carbono.

Seguidamente enumeram-se os sais mais frequentemente encontrados nos diversos

materiais de construção:

Page 10: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

10

Entende-se por impermeabilidade como sendo; resistência que um revestimento

oferece à penetração da água líquida que pode ser proveniente da agua das chuvas ou de

águas subterrâneas existentes.

Não há dúvida de que os materiais empregues em barreiras contra o vapor de

água – papeis laminados com asfalto, películas de poliestireno e outros podem ser

considerados como impermeabilizantes.

Camadas de misturas asfálticas são largamente utilizadas como

impermeabilizantes em edificações, postes e docas, para protegê-los das água e do

apodrecimento.

Impermeabilização contra humidade – é a aplicação de asfalto sem reforço a

uma superfície de concreto ou de alvenaria, geralmente abaixo do nível do solo e pouco

exposta à acção da água.

Impermeabilização a água - é a aplicação, em tais superfícies de asfalto

misturado com fibra, para prevenir a penetração de humidade sob condições de pressão

hidrostática. Estes impermeabilizantes asfálticos para tais fins são aplicados com brocha

ou revolver.

Podem ser utilizadas como reforço, de 3 a 6 mantas de fibras de vidro em

condições de elevada pressão de água subterrânea.

Impermeabilizantes transparentes – são feitos de silicones e empregados em

alvenaria no combate à humidade e não mudam a aparência das paredes. O hypalon tem

a mesma utilização fornece uma camada impermeabilizante flexível, decorativa e

protectora, aplicada em superfícies metálicas, de madeira ou alvenaria.

Dentre os impermeabilizantes de superfícies metálicas estão os demãos de

vinil, epóxi, hypalon, borracha clorada, borracha butílica e tintas de alumínio. A

borracha clorada, produzida por reacção da borracha com cloro ,protege contra muitos

agentes corrosivos, além de proteger contra a água. Pode também ser usada em

alvenaria e concreto.

Quando se aplica uma membrana líquida que endurece por liberação do

solvente, são necessárias duas demãos no mínimo. A segunda é aplicada para fechar

Page 11: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

11

pequenos orifícios que podem desenvolver-se na primeira devido à evaporação do

solvente.

A tinta de alumínio é uma dispersão de minúsculos flocos de alumínio num

asfalto. É dotada de excelente aderência do asfalto à quase totalidade dos tipos de

superfícies. Os flocos de alumínio formam lamelas que oferecem elevada resistência á

penetração da água , mesmo que a camada de tinta seja fina.

Fases de diagnóstico

As várias fases que constituem uma intervenção com vista à resolução de um problema

de humidade ascendente podem esquematizar-se do seguinte modo:

A fase de diagnóstico envolve dois processos:

• A identificação do problema, incluindo a sua natureza e extensão - ex: elevado

grau de eflorescências na parede exterior da fachada norte ao nível do piso

térreo. Área aproximada de 4,0m2.

• A previsão de uma possível causa do problema - ex: o exame executado na base

da parede acima referida revelou que esta se encontra fendilhada o que constitui

um ponto de entrada de água.

• O diagnóstico idêntica a causa e o efeito do problema, usualmente começando

com a identificação deste último.

Determinação das causas

Eliminação da fonte

Intercepção da água

Criação de uma barreira

contra a subida da humidade

Desumidificação da parede

Eliminação dos

defeitos

Page 12: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

12

Figura 6 - Chekup de routina a executar ao edifício na fase de diagnóstico

Exame Externo

a) Coberturas, algerozes, caleiras, etc.;

b) Estado das alvenarias, argamassas, rebocos e pinturas;

c) Verificação de possível fendilhação junto a pontos fracos da construção;

d) Estado das portas e janelas;

e) Verificação de grelhas de ventilação e outras aberturas em fachadas;

f) Verificação de chaminés e outros elementos emergentes nas coberturas;

g) Detecção de uma possível barreira anti huidade existente, incluindo a

identificação do produto e sistema utilizados.

Exame Interno

a) Verificação da existência de fungos, manchas e bolores;

b) Verificação da desagregação de pinturas e rebocos;

c) Verificação da existência de eflorescências.

Exame Seundário interno (pressupõe o uso de aparelhos de medição de teores de

humidade)

Page 13: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

13

a) Verificação dos teores de humidade no perímetro e centro dos pavimentos;

b) Determinação dos teores de humidade dentro e fora das paredes;

c) Verificação das juntas entre pavimentos/paramentos;

d) Detecção de uma possível barreira anti humidade existente, incluindo a

identificação do produto e sistema utilizados (se instalada no interior do

edifício);

e) Verificação dos teores de humidade nas superfícies das paredes sob uma linha

vertical e sob uma linha horizontal;

f) Verificação da existência de criptoeflurescências;

g) Verificação da utilização de folhas de polietileno ou metálicas em paredes;

h) Listagem do tipo de materiais utilizados em rebocos, pinturas, estuques, etc.

Exemplos de manifestações frequentes

a) b)

c) d)

Page 14: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

14

e)

Figura 7 .- Manifestações frequentes.

Factores a considerar

Os materiais de construção comuns diferem bastante entre si relativamente à sua

resistência à humidade. Este facto encontra-se relacionado com o grau da mesma

existente no ar e com a capacidade que o material possui para a atrair. Para isto concorre

a sua composição química e a presença de sais que se encontram nas paredes – seja por

ascensão capilar, seja por integrarem os componentes estruturais do material empregue.

A presença de uma ascensão capilar “activa” é indicada por quantidades excessivas de

humidade na base das paredes, que vão diminuindo na razão inversa da sua altura. Este

gradiente é, geralmente, observado até alturas de 1,5m. Contudo, este valor depende

directamente da estrutura e condições das alvenarias, podendo assim ascender a valores

mais altos.

A contaminação das alvenarias por uma banda de sais higroscópicos poderá confirmar a

existência de um problema deste tipo, mas não possibilitará a distinção entre uma

ascensão activa ou passada. Para a verificação de tais situações será necessária a recolha

a) Caso de humidade ascendente de águas freáticas em paredes interiores.

b) Caso de humidade ascendente de águas superficiais numa parede exterior. A “linha” é aqui perfeitamente visível.

c) A drenagem de um tubo de queda feita directamente no solo é um dos motivos mais frequentes de patologia.

d) Manifestação de eflorecências na base de uma parede.

e) Manifestação extrema de sais numa parede de alvenaria.

Page 15: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

15

– numa faixa vertical – de amostras in situ e a posterior determinação dos teores de

humidade e higorspicidade de cada uma. De facto, a altura onde os sais estão presentes

revelará a “história” da humidade – eles maracarão sempre a altura máxima a que ela

ascendeu. Assim poder-se-á também utilizar este método para testar a eficiência de

eventuais barreiras instaladas.

É também essencial, nesta fase, proceder à eliminação de outras potenciais fontes de

humidade – especialmente de condensações em meses frios - bem como à verificação

de possíveis tratamentos anteriores nas paredes em causa, de modo a que diagnóstico se

possa executar a mais correctamente possível já que a relação causa/efeito se poderá

tornar um processo extremamente complicado.

Proposta de soluções

A humidade nos elementos de construção deve ser corrigida por secagem, através de

ventilação, aquecimento ou utilização de um aparelho desumidificador, antes de ser

efectuada qualquer reparação.

Quanto à possível reposição da situação inicial, poder-se-á optar por distintos caminhos:

Realização de pequenas obras de conservação, quando as patologias não

estão muito agravadas, apesar de muitas vezes não ser possível a

recuperação total das condições iniciais.

Realização de obras de restauro, em que se recuperam totalmente as

condições de serviço iniciais, através de avultadas reparações;

Outra hipótese consiste em aproveitar parte da situação inicial e

considerar uma nova solução técnica, em conformidade com a existente. Revestimentos de impermeabilização.

São vários os sistemas para a impermeabilização de lajes sob telhados:

Manta asfáltica auto-protegida com filme de alumínio e manta asfáltica com

acabamento em polietileno e estruturada com geotêxtil de poliéster;

Page 16: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

16

Asfalto elastômero;

Argamassa polimérica;

Cristalizante hidráulico;

Resinas acrílicas;

Hidro-repelente;

Membrana polimérica acrílica - geocompósito.

Estas soluções, podem representar de 1,5% a 3,5% do custo total da obra, são sistemas

de grande durabilidade – a sua vida útil varia de 15 a 18 anos – e de fácil manutenção.

Se houver ausência de laje sob o telhado, será necessário instalar um sistema menos

robusto. Neste caso, uma opção para garantir a estanquidade é a subcobertura. O

mercado apresenta várias opções, com destaque para três:

subcoberturas simples, formadas por estruturante (papel kraft, tecido de

polipropileno etc.) e laminado com filme de alumínio em uma ou ambas as

faces;

subcoberturas de alumínio reforçado para resistir a pequeno peso;

subcoberturas compostas por espuma de polietileno com filme de alumínio em

uma ou ambas as faces.

Os dois primeiros tipos de subcobertura são sistemas estanques no caso de vazamento

de água pelo telhado e também oferecem conforto térmico; já a subcobertura composta

de espuma de polietileno e filme de alumínio, além de garantir estanquidade e conforto

térmico, apresenta características de isolamento acústico, dadas pela espessura da

espuma.

Manta Elastômera

Embora este seja o sistema de maior longevidade, exige mão-de-obra muito melhor

qualificada. A sua espessura mínima de 0,8mm, exige este grande cuidado, chegando a

ponto da necessidade de isolamento da área até que já tenha sido aplicada a protecção

mecânica.

Page 17: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

17

A manta elastômera é aplicada solta sobre a laje. Este sistema é chamado de sistema

flutuante de impermeabilização. Tem o inconveniente de, no caso de uma infiltração, a

água "caminhar" por baixo da manta por longas distâncias, dificultando a localização da

infiltração.

A sua aplicação é feita da seguinte forma:

1 – Regularização

Limpeza da laje na área a ser impermeabilizada;

Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização;

Verificação de corpos estranhos na superfície da laje - ex: restos de madeira

incrustações de cimento, arames e outros;

Aplicação de argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com espessura mínima

de 3,0cm;

Arredondamento dos cantos;

Regularizar a superfície.

2 - Aplicação do “primer”

O “primer” é uma pintura de base asfáltica

A superfície deve estar totalmente seca;

O “primer” é aplicado a rolo de lã numa única demão;

Aguardar 24 horas após a aplicação do “primer” para a aplicação da manta.

3 – Aplicação da manta

Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização;

Verificar as especificações de projecto;

Dispor os rolos de manta no sentido longitudinal da aplicação;

Fazer arremates nos ralos e outros elementos;

Page 18: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

18

Inserir dentro dos ralos uma secção de tubo de PVC de 3,0cm com um corte

vertical. Este anel tem a finalidade de não deixar a manta descolar do cano.

Manta Asfáltica

As mantas asfálticas podem ser aplicadas em diversos tipos de substrato, cimento,

zinco, alumínio, cimento amianto, madeira, etc.

Depois de finalizados os trabalhos prévios a aplicação da manta, se começara o pré

tratamento dos ralos e pontos emergentes.

Estes deverão ser perfeitamente isolados com manta sendo um ponto crucial na

impermeabilização, muitos dos casos de infiltrações são erros nestes pontos.

Abrir o rolo totalmente para o alinhamento e seguida bobinar novamente. Queimar com

o maçarico o polietileno protector de alta densidade e também a tinta de imprimação

para promover uma perfeita aderência.

Nossa recomendação e que a manta seja totalmente aderida, já que se ela é soldada

somente nas juntas( manta flutuante ) e tiver qualquer vazamento é muito difícil achar o

ponto exacto já que a água pode correr entre o concreto e a argamassa de regularização

aparecendo o vazamento em outro ponto completamente diferente ao da infiltração na

manta.

A manta deverá ser colocada no sentido contrário ao caimento começando da parte mais

baixa para a mais alta até cobrir toda a área inclusive a platibanda se for necessário.

Entre uma manta e outra devera ter uma sobreposição de no mínimo 10,0cm.

Completar a aplicação até cobrir com a manta toda a área a impermeabilizar.

Depois de coberta toda a superfície se deverá fazer o arremate de todas as juntas

passando uma colher de pedreiro.

As juntas deverão ser pintadas com tinta alumínio de base asfáltica para protecção do

asfalto dos raios U.V, dando um acabamento perfeito.

Com a manta asfáltica podem ser impermeabilizadas diversos tipos de obras, garantindo

uma perfeita impermeabilização.

Page 19: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

19

Aplicação de Manta Asfáltica.

Figura 8 - Aplicação com maçarico

Figura 9 - Teste de estanqueidade após a aplicação

Figura 10.- Detalhe visual

Page 20: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

20

Figura 11.- Laje com Manta Asfáltica Alumínio

Figura 12- Telhado fibro-cimento revestido com Manta

Argamassa Polimérica

A argamassa polimérica é um revestimento Impermeabilizante Semi-flexível.

Constituída de resinas sintéticas, cimentos e aditivos especiais, produz revestimentos

impermeáveis com execelente aderência e resistência mecânica.

Aplicação em piscinas enterradas e caixas de água subterrâneas, muros de

contenção, pisos frios em contanto com o solo e estruturas sujeitas a infiltração

de lençol freático;

Resistente a pressões hidrostáticas positivas ou negativas;

Não altera a potabilidade da água. Pode ser reforçado com tela de poliéster.

Page 21: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

21

Cristalizante Hidráulico

Constitui uma barreira contra a humidade ascendente proveniente do solo, que, em

geral, é absorvida por tijolos maciços.

Impermeabilizante líquido à base de sais minerais e hidrorepelentes que "injectado"

nos tijolos, percola por capilaridade e reage com a água existente na parede,

transformando-se em cristais que selam os poros da cerâmica, bloqueando o

caminho de subida da água.

Resinas Acrílicas:

As resinas acrílicas sintéticas tem grande aplicação em acabamento de grande efeito

estético em pedras, tijolos, blocos, betão e telhas.

Aplicação em pisos de pedra (ardósia), granito e telhas (cerâmicas ou de cimento

de cor escura);

Hidro-repelente

Trata-se de um tipo de silicone de base solvente.

Aplicação de em paredes de pedra ou tijolos aparentes e telhas cerâmicas ou de

cimento, em especial as de cor clara.

Membrana Polimérica Acrílica

Impermeabilizante constituído de Resinas acrílicas de alto desempenho, moldado

“in loco" formando uma membrana impermeável, de alta resistência e elasticidade.

Aplicação de em lajes planas sem tráfego ou abobadadas e telhados, em especial

de telhas metálicas e de fibro-cimento.

Page 22: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

22

Figura 13- Telhado com Membrana Acrílica.

Figura 14 - Membrana Acrílica em laje abobadada

Figura 15- Detalhe de aplicação da membrana acrílica.

Page 23: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

23

Tipos de revestimentos impermeabilizantes

Mantas

Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados com polímeros de APP (polipropileno atático) e armada com um não tecido de filamentos de poliéster agulhados, previamente estabilizado com resina termofixada. Assim, caracteriza-se pela sua alta resistência à tração, à punção e ao rasgamento, qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda a manta, reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização. Campo de aplicação • Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de boa dimensão,

planas e que estejam expostas às intempéries, acompanhando a grande

trabalhabilidade da estrutura. Asfálticas

Tipos

Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados com

polímeros de SBS (copolímero estireno-butadieno-estireno) e armada com um não

tecido de filamentos de poliéster agulhados, previamente estabilizado com resina

termofixada. Assim, caracteriza-se pela sua alta resistência à tração, à punção e ao

rasgamento, qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda a manta,

reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização.

Campo de aplicação

• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de boa dimensão,

planas e que estejam expostas às intempéries, acompanhando a grande

trabalhabilidade da estrutura.

Page 24: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

24

Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados

(oxidados) e armada com um não tecido de filamentos de poliéster agulhados,

previamente estabilizado com resina termofixada. Assim, caracteriza-se pela sua

alta resistência à tração, à punção e ao rasgamento, qualidades que se apresentam de

forma homogênea por toda a manta, reduzindo os riscos de falhas localizadas na

impermeabilização. Da mesma forma sua aplicação fica bastante facilitada,

permitindo que se mantenha um bom ritmo de obra.

Campos de aplicação

• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de boa dimensão,

planas e que estejam expostas às intempéries, acompanhando a grande

trabalhabilidade da estrutura.

Manta impermeabilizante industrializada feita à base de asfaltos modificados com

polímeros, tendo como acabamento na face exposta um filme de alumínio,

caracterizando-se assim pela sua alta resistência ao ozônio e alta reflexão dos raios

solares.

Campos de aplicação

• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas com transito leve,

não necessitando, portanto, de proteção mecânica, tais como sheds, cúpulas,

etc... É altamente recomendado para recuperação de telhados, garantindo-lhes

estanqueidade e alta reflexão térmica.

Page 25: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

25

Manta impermeabilizante industrializada feita a base de asfaltos modificados com

polímeros e armada com uma armadura de véu de fibra de vidro, caracterizando-se

assim pela sua alta estabilidade dimensional e grande durabilidade.

Campos de aplicação

• Trata-se de um sistema altamente recomendado para áreas de reduzida dimensão

tais como piso frio, terraços, floreiras, baldrames, etc...

Pinturas

Solução

asfáltica para

imprimação

É uma solução asfáltica composta de asfaltos especiais com solventes orgânicos.

Possui baixa viscosidade e alto teor de sólidos que, pela suas características,

garantem secagem rápida. Garante uma superfície perfeita, proporcionando

ótima aderência para o sistema impermeabilizante de base asfáltica.

Campos de aplicação

• Lajes, caixas d'água, tanques e qualquer superfície que se utilize de um

sistema impermeabilizante a base asfáltica.

Asfalto

elastomérico

moldado “in

loco” e a frio

Trata-se de um asfalto modificado solubilizado com solventes voláteis e que

recebe cargas de elastômero. Dessa forma, o material apresenta excelente

memória elástica e tem a capacidade de formar uma boa camada

impermeabilizante com um número reduzido de demãos. É solubilizado com

solventes de boa volatilidade, o que reduz drasticamente seu tempo de secagem,

principalmente em áreas fechadas ou quando a umidade relativa do ar está muito

elevada .

Page 26: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

26

Campos de aplicação

• A aplicação é a frio e moldado "in loco", o que facilita na impermeabilização

de áreas de dimensões reduzidas que apresentem muitos recortes, pois se

molda perfeitamente a todas as irregularidades do substrato como em

sanitários e áreas molhadas.

Emulsão

asfáltica

É uma emulsão asfáltica para aplicação a frio. Possui baixa viscosidade e alto

teor de sólidos que garantem uma membrana de alta impermeabilidade.

Campos de aplicação

• Impermeabilização de pisos frios, lajes de pequena dimensão, baldrames,

etc.. Também indicado para mástique de calafetação de juntas de piso.

Tinta

alumínio

protetora

É uma tinta a base de alumínio que apresenta um excelente coeficiente de

elasticidade e, portanto, acompanha naturalmente os movimentos da base de

aplicação. Paralelamente, trata-se de elemento refletivo, de modo a proteger o

substrato dos ressecamentos impostos pelos raios infra-vermelho. Utiliza-se

como acabamento em sistemas de impermeabilização, substituindo-se as

argamassas de proteção quando estas não são possíveis ou recomendáveis.

Campos de aplicação

• Destina-se a proteção da impermeabilização em lajes expostas às

intempéries.

Elastômero a

base de

Neoprene

Solução de elastômeros à base de borracha sintética de NEOPRENE (polímero

de cloro-butadieno e policloroprene) que possui ótima elasticidade. É fornecido

nas cores vermelha e preta. Por ser um produto à base de solventes inflamáveis e

tóxicos, deve-se evitar contato com fogo e faíscas, sendo indicado para ser

aplicado em local ventilado. Após a evaporação do solvente, a película

vulcaniza, formando um lençol monolítico de borracha impermeável e altamente

aderente ao substrato.

Campos de aplicação

• Indicado para impermeabilização em lajes inclinadas, telhados de madeira,

calhas, pré moldados, sheds, cúpulas e áreas de difícil acesso.

Elastômero à

base de

Hypalon

Solução de eslatômeros à base de borracha sintética de HYPALON (polietileno

clorosulfonado). Produto para isolamentos e impermeabilizações em superfícies

expostas às intempéries. Suas camadas resistem através dos anos, sem perder a

elasticidade interna. Por ser produto à base de solventes inflamáveis e tóxicos,

Page 27: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

27

deve-se evitar o contato com fogo, devendo ser aplicado em local ventilado. Sua

resiste a ácidos oxidantes, em baixa e alta concentração, bem como a álcalis.

Suporta temperaturas acima de 30oC sem que suas principais características

sejam alteradas. Produto fornecido na cor branca.

Campos de aplicação

• Aplicado como acabamento das impermeabilizações de DRYKOPRENE em

lajes inclinadas, calhas, pré-moldados, etc..., dispensando a proteção

mecânica.

Elastomérico

a base de

PBLH a frio

Trata-se de asfalto modificado com poliuretano (PBLH). Produto bi-componente,

com excepcional característica elástica e cura rápida.

Campos de aplicação

• Aplicação a frio e moldado 'in loco', o que facilita na impermeabilização de

áreas que apresentam muitos recortes, pois se molda perfeitamente a todas as

irregularidades do substrato

CIMENTOS

Cimento

impermeabilizante

para pressão positiva

Trata-se de uma impermeabilização estrutural cujo material, um cimento

impermeabilizante, penetra por capilaridade na estrutura do concreto.

Dessa forma, esse processo requer que a superfície a ser

impermeabilizada esteja isenta de impurezas e, de preferência, seja o

próprio concreto. Esse sistema tem a vantagem de dispensar a

regularização, formando uma camada pouco espessa (não ultrapassando

2mm), além de ser aplicado a frio. Produto não tóxico, permitindo o

trabalho em locais fechados.

Campos de aplicação

• Aplicado em impermeabilizações tipicamente estruturais, tais como

piscinas, reservatórios enterrados, cortinas e pisos de subsolos

sujeitos a umidade, baldrames, embasamento e muros de arrimo. Sua

aplicação deve ser evitada em áreas sujeitas a movimentações

estruturais constantes, uma vez que pela sua própria característica

estrutural pode vir a sofrer fissurações.

Cimento Polimérico Consiste na combinação de uma impermeabilização estrutural e resina

Page 28: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

28

semi-flexível à base de dispersão acrílica. Produto bi-componente e semi-

flexível, tem a vantagem de dispensar a regularização e formar uma

camada pouco espessa além de ser aplicado a frio.

Campos de apliacação

• Recomendado para áreas sujeitas a movimentações estruturais, tais

como reservatórios, piscinas e tanques, uma vez que suas principais

características são sua boa memória de alongamento,

impermeabilidade a pressões positivas e negativas, durabilidade e

resistência, além de ser inodoro e atóxico.

Resina termoplástica

Consiste na combinação de uma impermeabilização estrutural

(um cimento impermeabilizante que penetra por capilaridade na estrutura

do concreto) e a aplicação de um impermeabilizante à base de resina

termoplástica em composição com cargas ativas. Dessa forma, esse

processo requer que a superfície a ser impermeabilizada esteja isenta de

impurezas e, de preferência, seja o próprio concreto. Esse sistema tem a

vantagem de, alem de ser flexível, dispensar a regularização e formar

uma camada pouco espessa, além de ser aplicado a frio. Produto inodoro

e atóxico que mantém sua aderência e flexibilidade a temperaturas de até

0oC.

Campos de aplicação

• O sistema é recomendado para áreas sujeitas a movimentações

estruturais constantes, tais como reservatórios superiores e

reservatórios em torres, uma vez que suas principais características

são sua boa memória de alongamento, impermeabilidade,

durabilidade e resistência.

Sistema

impermeabilizante

para pressão negativa

Trata-se de uma impermeabilização estrutural cujo material, uma

combinação de cimento impermeabilizante, cimento de pega ultra rápida

e líquido selador, penetra por capilaridade na estrutura do concreto e

forma depósitos cristalinos quando em contato com a água ali existente.

Irá apresentar, portanto, a mesma resistência hidrostática que a estrutura

a que se incorporou, quer seja ela positiva ou negativa. Esse sistema não

é tóxico e não requerer o rebaixamento do lençol freático.

Page 29: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

29

Campos de aplicação

• Aplicado em impermeabilizações tipicamente estruturais, tais como

piscinas, reservatórios enterrados, cortinas e pisos de subsolos. Deve-

se evitar em áreas sujeitas a movimentações estruturais constantes,

uma vez que pela sua própria característica estrutural pode vir a

sofrer fissurações.

Outros

Sistema de

vedação /

isolação de

telhados

Sistema de isolação térmica, impermeabilização e acabamento, com elevado

abatimento acústico para sons de impacto e aéreo, que pode ser aplicado em

telhados de fibrocimento, metálicos, pré-moldados ou sobre lajes sem acesso

habitual de pessoas. Fabricado em poliestireno expandido (EPS), classe F II,

atende plenamente os detalhes construtivos das coberturas. É composto por uma

placa de EPS, tendo uma das faces lisas e que recebe uma manta asfáltica

acoplada de 3 mm estruturada com véu de poliéster . A outra face tem o formato

da telha ou superfície onde vai ser aplicada . É o único em sua categoria que

permite o uso de diversos tipos de acabamento, tais como: revestimentos acrílicos,

revestimentos epóxi base neutra quando pintados, pinturas refletivas com base

neutra (mesmo com elevado teor de sólidos) tipo aluminizadas ou cerâmicas,

mantas asfálticas auto-protegidas do tipo ardosiada ou com capa de alumínio.

Campos de aplicação

• Sobre coberturas com telha em fibrocimento, metálica, alumínio ou pré-

moldados;

• Locais onde haja necessidade de isolação térmica concomitante com a

formação de barreira de vapor;

• Locais onde haja necessidade de absorção acústica para sons aéreos ou de

impacto.

Epóxi

alcatrão para

subsolos e

estações de

tratamento

Produto bi-componente à base de resina epóxi e alcatrão, formando uma

película flexível de ótima resistência mecânica e química. Apresenta facilidade e

rapidez de aplicação em locais de difícil acesso e tem total compatibilidade com

estruturas de concretos.

Campos de aplicação

• Destina-se a revestimentos de concretos, impermeabilização de subsolos

Page 30: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

30

contra pressão negativa, box de banheiros, casas de máquinas, casas de

bombas, jardineiras e floreiras, impermeabilização de estações de tratamento

de efluentes, tubos de concreto, canais, etc...

Epóxi isento

de solvente

para tanques

e

reservatórios

Produto bi-componente à base de resinas epóxi e isento de solventes.

Possui ótima resistência mecânica, química e estabilidade térmica, pois a cura do

produto se faz por meio da reação química de polimerização por ligações com o

agente endurecedor, tornando-a irreversível e estável.

Campos de aplicação

• Destina-se às impermeabilizações em tanques armazenadores, reservatório de

água potável, cisternas, poços de elevador, subsolos, jardineiras, etc...

Aditivo

hidrófugo

para

concretos e

argamassas

Aditivo utilizado para impermeabilizar concretos e argamassas por

hidrofugação do sistema capilar, sem impedir a respiração dos materiais. Por ser

emulsão pastosa de densidade igual a 1,00 g/cm3, não altera a pega da argamassa a

qual é adicionado.

Vantagens

• Excelente nos revestimentos impermeáveis de reservatórios, piscinas e

canalizações de estruturas estáveis, bem como superfícies frias que sofrem

ação de água, pois dispensa mão de obra especializada durante a execução.

Indicado também para revestimentos de superfícies em contacto com a

umidade do solo e para assentamento da alvenaria de alicerces.

Page 31: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

31

Guia para escolha do sistema de impermeabilização

Expostas

Protegidas

Aplicação a maçarico: Manta asfáltica de polímeros APP

Aplicação com asfalto oxidado: Manta asfáltica de polímeros SBS

Manta à base de asfaltos oxidados

Sem proteção mecânica

Manta asfáltica aluminizada

Elastômero a base de Neoprene + Elastômero a base de Hypalon

Lajes

Sob telhado

Rígida

Cimento impermeabilizante

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada : Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Enterrados

Rígida

Com pressão negativa: Sistema impermeabilizante para pressão negativa

Com umidade de solo: Cimento impermeabilizante

Semi-flexível

Cimento polimérico Reservatórios

Elevados

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de polímeros APP

Moldado "in loco": Resina termoplástica

Piscinas Enterradas

Rígida

Cristalização: Cimento impermeabilizante

Argamassa Impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de polímeros APP

Page 32: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

32

Elevadas

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de polímeros APP

Internamente

Rígida

Cristalização: Cimento impermeabilizante

Argamassa Impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas

Com pressão negativa: Sistema Impermeabilizante p/ pressão negativa

Semi-flexível

Cimento polimérico

Cortinas

Externamente

Rígida

Cristalização: Cimento impermeabilizante

Argamassa impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Manta pré-moldada: Manta asfáltica à base de APP

Piso frio

Rígida

Cimento impermeabilizante

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Sacadas e floreiras

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Estacionamentos cobertos

Flexível Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Manta asfáltica de polímeros APP

Telhados

Com isolação térmica

Sistema de vedação / isolação de telhados

Com camada refletiva

Manta de face externa aluminizada

Page 33: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

33

Tanques de efluentes

Com ventilação

Epóxi alcatrão para subsolos e estações de tratamento

Sem ventilação

Epóxi isento de solvente para tanques e reservatórios

2. Coberturas em terraço

- A boa protecção contra incêndios, pois proporcionam um piso de manobra fácil

para o seu ataque;

- A relativa estabilidade e coesão do conjunto da cobertura, mesmo sob

solicitações excepcionais, com interesse no comportamento da cobertura aquando da

acção dos sismos;

- Uma maior inércia térmica que pode influir decisivamente no conforto dos

espaços cobertos.

Algumas destas características podem também ser reivindicadas por outros tipos de

coberturas, contudo, as vantagens a que correspondam podem satisfeitas de modo

diferente.

2.1.Constituição de uma cobertura em terraço

Enquanto a investigação tecnológica não for capaz de desenvolver um único

material ou elemento que possa satisfazer simultaneamente todas as exigências básicas,

vemo-nos obrigados a empregar complicados sistemas construtivos.

Estes sistemas são eficazes se a colocação das diversas camadas é oportuna,

embora o resultado possa ser nefasto quando a ordem entre elas se alteram, ou quando

são criadas descontinuidades, ou simplesmente se assiste a uma precipitação durante o

processo de execução.

Page 34: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

34

No projecto da cobertura plana deve-se ter especial cuidado em cada um dos

elementos ou camadas que integram o sistema construtivo, que estão designados pela

função que levam a cabo. Na figura seguinte pode-se observar a disposição das diversas

camadas de uma cobertura em terraço.

Legenda:

1- Protecção do revestimento de impermeabilização

2- Camada de dessolidarização

3- Revestimento de impermeabilização

4- Camada de isolamento térmico

5- Barreira pára-vapor

6- Camada de forma

7- Camada de regularização

8- Estrutura resistente

2.1.1.Estrutura resistente

O suporte resistente é constituído pelas lajes e demais elementos da estrutura.

É uma parte da cobertura que está estritamente ligada a exigências mecânicas. Este deve

calcular-se tendo em conta, essencialmente, as sobrecargas devidas à acumulação de

neve ou água, as necessidades de manutenção e o peso próprio da cobertura.

A superfície do suporte deve apresentar-se limpa e rugosa devendo ser

convenientemente molhada para evitar a absorção da água do betão da camada

seguinte.

2.1.2.Camada de regularização

Fig. 16 – Disposição das camadas de uma cobertura em Terraço (Fonte: Lopes, 1994)

Page 35: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

35

A camada de regularização é uma camada de pequena espessura que permite

regularizar a superfície da estrutura resistente, tornando-a lisa e, assim, dando-lhe

condições para receber a camada seguinte.

2.1.3.Camada de forma

Camada de espessura variável destinada a dar uma inclinação à cobertura para

assegurar a evacuação das águas pluviais. Quando se quer inclinações superiores a 5%,

procurar-se-á que esta se obtenha por inclinação da própria da estrutura resistente. Nos

restantes casos, as inclinações podem-se formar com betão leve de argila expandida,

betão leve de granulado de cortiça ou betão celular.

A espessura mínima será determinada de forma a garantir uma inclinação não

inferior a 0,5% às caleiras que encaminham as águas para as quedas e nunca será

inferior a 3 cm. A superfície deve ser afagada, não apresentar depressões que permitam

empolamentos e ter uma inclinação mínima de 1% (Imperalum, 2001, p.2).

As betonagens devem ser executadas em painéis com as dimensões máximas

de 3,00 x 3,00m, feitas alternadamente de modo a evitar a sua fissuração por retracção.

2.1.4.Barreira pára-vapor

A barreira pára-vapor é aplicada em certos casos quando existe uma camada

de isolamento térmico, e tem como função criar um obstáculo ao fluxo de vapor de água

para as camadas sobrejacentes, nomeadamente para o de isolamento térmico, onde a

eventual condensação desse vapor reduziria a capacidade isolante.

2.1.5.Isolamento térmico

A principal função da camada de isolamento térmico é contribuir para a

satisfação das exigências de conforto térmico dos espaços subjacentes através da

redução das trocas de calor entre o ambiente exterior e esses espaços.

Page 36: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

36

O isolamento térmico pode ser colocado em três zonas diferentes: numa

camada intermédia, sobre o sistema de impermeabilização ou sob a estrutura resistente.

2.1.6.Revestimento de impermeabilização

É o elemento essencial de toda a cobertura plana e o que confere a qualidade

de não permitir a passagem de água.

A indústria oferece duas opções de pôr em obra: lâminas pré-fabricadas

(Fig.5), que vêm enroladas e que uma vez estendidas devem ser soldadas até conseguir

uma total continuidade da cobertura; e lâminas e películas impermeáveis realizadas in

situ, mediante protecção do rolo.

2.1.7.Camada de dessolidarização

Camada colocada entre a protecção e a impermeabilização destinada a proteger

o revestimento da impermeabilização de certas acções de protecção.

Antes da colocação destes separadores deve-se certificar que não existem

vestígios de pedras ou qualquer elemento perfurante.

Fig. 17 – Revestimentos de impermeabilização (Fonte: Imperalum)

Page 37: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

37

2.1.8.Camada de protecção do revestimento de impermeabilização

Uma ou várias camadas colocadas em obra ou aplicadas sobre a superfície da

impermeabilização, com a função principal de a proteger dos efeitos da radiação solar e

das solicitações mecânicas.

Muitos materiais sintéticos, antes da acção prolongada do sol, sofrem a perda da

sua flexibilidade e, por migração dos seus plastificantes, desagregam-se e degradam-se.

Além disso, correm o risco de haver sucção por parte do vento, visto que apresentam

grande superfície e pouco peso.

2.1.9.Camada de independência

Camada eventualmente colocada entre a impermeabilização e o seu suporte por

forma a evitar a sua aderência, permitir os movimentos diferenciais ou para impedir que

reacções químicas se produzam entre eles. Existe um tipo de capa apropriado para cada

uma das funções que realizam.

Como caso especial, poderiam incluir-se entre as camadas separadoras as que

controlam a difusão do vapor de água que se produz em espaços habitáveis situados

abaixo da cobertura, com as quais se alcança um ambiente interior são e confortável.

Devem-se colocar sempre por baixo do isolante térmico e da impermeabilização, e têm

de estar em comunicação com o exterior mediante pequenas chaminés de ventilação ou

orifícios situados nos extremos.

2.2. Exigências funcionais

2.2.1. Generalidades

O estabelecimento de exigências funcionais para os edifícios decorre da asserção

de que os edifícios devem possuir características que permitam a satisfação das

necessidades dos seus utentes.

Page 38: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

38

Essa satisfação deve ser conseguida em condições económicas, isto é, de modo a

que o custo global dos edifícios – integrando os respectivos custos iniciais, bem como

os de funcionamento e manutenção – seja mantido num nível aceitável.

Os elementos de construção, em que se subdividem os edifícios, concorrem para

a satisfação global daquelas necessidades, contribuindo cada um com a sua quota-parte

para esse objectivo.

As exigências funcionais traduzem os requisitos a impor, independentemente

dos materiais e soluções construtivas utilizadas, para que os edifícios, os seus órgãos e

os elementos de construção estejam aptos a desempenhar as suas diversas funções,

constituindo assim a resposta técnica às necessidades dos utilizadores.

2.2.2. Exigências funcionais das coberturas em terraço

As coberturas dos edifícios têm como função principal assegurar a vedação e

estanquidade superior do espaço habitável, garantindo a protecção daqueles espaços dos

agentes atmosféricos.

A posição aproximadamente horizontal da generalidade das coberturas em

terraço, sob o ponto de vista das acções a que está sujeita (especialmente a dos agentes

atmosféricos), torna-as mais susceptíveis aos efeitos desses agentes, já que a sua

incidência é feita de forma mais directa e intensa que nos outros elementos da

construção.

O correcto desenho de uma cobertura deve considerar todas as necessidades

básicas e tratar de as satisfazer em conjunto.

A manutenção de níveis adequados de desempenho das camadas que

constituem a cobertura é garantida através da satisfação das seguintes exigências

funcionais, propostas pela UEAtc (cit. in Lopes 1994). Estas podem-se agrupar em três

classes fundamentais: exigências de segurança, exigências de habitabilidade e

exigências de durabilidade.

Page 39: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

39

- Exigências de segurança

A nível de exigências de segurança, as coberturas subdividem-se em segurança

estrutural (o dimensionamento para combinações de acções), segurança contra os riscos

de incêndio, segurança contra os riscos inerentes ao uso normal (como acções de

punçoamento, acções de choques acidentais, etc.), resistência das camadas não

estruturais da cobertura a outras acções, como as acções dos agentes atmosféricos,

variações das condições de ambientes interiores, etc.

A estrutura resistente da cobertura deve dar satisfação às exigências de

segurança.

- Exigências de habitabilidade

As exigências de habitabilidade podem ser divididas em exigências de

estanquidade (à água, neve, às poeiras, ao ar, etc.), de conforto térmico tanto de Inverno

(isolamento térmico, riscos de condensações) como de Verão (isolamento térmico,

protecção solar), de conforto acústico (sons aéreos, sons de percussão), de conforto

visual (iluminação natural, reflectividade da camada de protecção) de disposição de

acessórios e equipamento e de aspecto exterior e interior.

O revestimento de impermeabilização e seu suporte contribuem para que a

maioria das exigências de habitabilidade sejam satisfatórias, devendo-se também

garantir que a chuva que cai sobre a cobertura se escoe, criando pendentes e caleiras

perimetrais com dispositivos de saída de água.

- Exigências de durabilidade

As exigências funcionais de durabilidade de coberturas são expressas em

termos de conservação das qualidades, tais como conservação das resistências

mecânicas, conservação das propriedades dos materiais (como por exemplo a

elasticidade), resistência a acções decorrentes do uso normal, facilidade de limpeza,

manutenção e reparação.

Page 40: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

40

A camada de protecção da impermeabilização garante níveis adequados de

durabilidade.

2.2.3. Exigências funcionais dos revestimentos de impermeabilização

Segundo as “Directivas Gerais UEAtc para a homologação de revestimentos

de impermeabilização de coberturas” (1982), as exigências funcionais dos revestimentos

de impermeabilização agrupam-se em quatro classes distintas: exigências de segurança,

exigências de aptidão ao uso, exigências relativas à conservação das qualidades e

exigências relativas à manutenção e reparação.

- Exigências de segurança

O revestimento de impermeabilização com a protecção adequada, não deve apresentar

risco de levantamento, arrancamento ou de rotura aquando da acção das sucções devidas

ao vento. Estas acções na cobertura são determinadas de acordo com a regulamentação

nacional em vigor (RSA, 1983, cap. V), tendo em conta as características da construção, a

sua localização e as características do vento.

Os materiais utilizados não devem favorecer a propagação do fogo nem originar o

desprendimento de gotas inflamadas. Por outro lado, em caso de incêndio, não devem

libertar produtos tóxicos em quantidade susceptível de afectar gravemente os utentes.

- Exigências de aptidão ao uso

Dentro das exigências de aptidão ao uso podemos encontrar: exigências sobre

o aspecto do revestimento de impermeabilização, que deve ser aceitável; exigências

relativas à ocorrência de manchas, deve-se evitar componentes que possam dar origem

ao aparecimento destas na parede da fachada sob a cobertura; exigências de conservação

da resistência mecânica, além da exigência do revestimento ser capaz de se opor à

passagem de água do exterior para a camada subjacente.

Page 41: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

41

- Exigências relativas à conservação de qualidades

O revestimento de impermeabilização deve conservar satisfatoriamente as suas

qualidades durante um determinado período de tempo sob a acção dos principais agentes

susceptíveis de alterar as suas características, principalmente sob o ponto de vista da

estanquidade da água.

O sistema de impermeabilização deve resistir aos efeitos e agressões dos

agentes do meio ambiente, assim:

- Deve resistir sem deterioração às rajadas de vento de maior intensidade,

bem como ao efeito de fadiga nos materiais causados pelos ventos de velocidade

menos intensa. Esta acção manifesta-se por forças de arrancamento;

- O revestimento deve resistir aos efeitos da temperatura, variando

gradualmente entre valores baixos e valores elevados e das alternâncias bruscas de

temperatura;

- O revestimento deve resistir à radiação solar, nomeadamente, à acção da

radiação ultravioleta e infravermelha, sem que haja uma degradação das suas

propriedades essenciais. Distinguem, neste caso, os revestimentos que se encontram

directamente expostos à acção da radiação solar, e que devem apresentar resistência

intrínseca a esta acção, e os que dispõem de uma protecção suplementar contra a

actuação deste tipo de radiação. Os efeitos mais significativos da radiação solar

traduzem-se no envelhecimento precoce dos materiais e na evolução rápida da

alteração das cores;

- Os revestimentos de impermeabilização deverão resistir à acção da água

de precipitação, sob a forma de chuva, neve ou granizo, de água estagnada,

incluindo a acção do gelo, e da humidade que se forme na face interior do

revestimento, resultante de condensações ou da humidade retida durante a fase de

construção. As principais consequências da acção da água podem resumir-se na

alteração das características do revestimento e particularmente das suas armaduras,

na influência nos movimentos de origem higrotérmica do suporte, na influência da

Page 42: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

42

aderência do revestimento ao suporte, na erosão da camada superficial e na actuação

de solicitações mecânicas resultantes da formação de gelo, ou do movimento da

água com materiais sólidos.

- Os materiais utilizados nos revestimentos devem resistir ao ataque dos

agentes químicos que alterem as suas características mais acentuadamente. Entre

estes podemos encontrar os agentes atmosféricos correntes em condições de

exposição normal ( O2, O3, CO2, H2S, SO2), e agentes atmosféricos habituais na

zona de natureza marítima e industrial e agentes químicos específicos relacionados

com os locais de aplicação, como é o caso das acções dos ácidos orgânicos em

coberturas ajardinadas, ou de óleos em terraços de parques de estacionamento.

Os materiais devem ser compatíveis entre si e com as outras camadas da

cobertura e não devem favorecer o desenvolvimento de organismos vegetais (Fig.6) ou

animais (bactéria, líquens, etc.), devendo também resistir às eventuais acções de

insectos, pássaros e pequenos roedores.

O sistema de impermeabilização deve comportar-se satisfatoriamente sob a

acção dos movimentos transmitidos pelo suporte ou outros elementos do edifício a e

ainda deve resistir à acção das cargas de serviço (que são função da acessibilidade da

cobertura), as quais não devem perfurar o revestimento ou causar outros danos.

- Exigências relativas à manutenção e reparação

No que concerne à manutenção é importante frisar que se deve proceder a uma

manutenção periódica, de modo a evitar a degradação prematura das camadas que

constituem o revestimento de impermeabilização.

Fig. 18 – Exemplo de penetração de raízes num revestimento de impermeabilização. (Fonte: Veritas, B.)

Page 43: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

43

No tocante à reparação, deve ser possível a reparação do sistema de

impermeabilização onde ocorram deteriorações ou anomalias de difícil controlo, por

forma a que nessa zona seja evitado o envelhecimento prematuro dos materiais que

constituem o sistema de impermeabilização, ou mesmo evitar a passagem de água para

as camadas subjacente ou para os espaços interiores.

2.3 Classificação das coberturas em terraço

São várias as classificações possíveis para caracterizar as coberturas em

terraço. A seguinte classificação é baseada em estudos publicados pelo LNEC (Lopes,

1994), onde são apresentados vários parâmetros a ter em conta na concepção e execução

das mesmas.

2.3.1 Classificação quanto à acessibilidade

- Terraços acessíveis

Terraço acessível de uso privado ou público (Fig. 4).

Este tipo de terraço é adequado para climas quentes e temperados. Em geral,

não se devem armazenar materiais no terraço. Deve evitar-se o derrame de produtos

Fig. 19 – Terraço acessível privado. (Fonte: Ferreira L)

Page 44: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

44

químicos agressivos e vigiar-se a instalação de elementos como antenas, mastros, etc.,

para que não danifiquem nenhum ponto do terraço.

- Terraços não acessíveis

São terraços acessíveis só para efeitos de conservação (Fig.8). Este tipo de

terraço não é adequado para zonas com neve.

Fig. 20 – Cobertura plana não-acessível – FEUP (Fonte: Ferreira L)

Page 45: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

45

- Terraços aparcamento

A cobertura aparcamento é uma solução adequada para edifícios, que precisam

de um tratamento especial da cobertura, com o objectivo de suportar grandes cargas pontuais, cargas dinâmicas e, em geral, solicitações derivadas ao tráfego em

movimento.

São terraços acessíveis à circulação lenta de veículos ligeiros (Fig.9). Terraço

adequado para todas as zonas climáticas. Deve ter-se especial cuidado para que os

veículos circulem a velocidade moderada e que o peso dos mesmos não exceda o

estipulado.

Fig.21– Cobertura aparcamento do Maiashopping, Maia (Fonte: Ferreira L.)

Page 46: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

46

- Terraços ajardinados

São terraços para o uso de superfícies destinadas a jardim (Fig.10), para

plantações que necessitem de uma espessura de terra vegetal entre 20 e 50cm.

Adequado para clima temperado, podendo projectar-se em todas as zonas climáticas,

tendo em conta o grau de isolamento térmico e, em especial, o tipo de plantação.

Escolhem-se de preferência espécies de crescimento lento. Pode-se dispor árvores ou

arbustos nas superfícies ajardinadas com profundidade de solo insuficiente e/ou

expostos ao vento quando para isso se modifique a sua forma e altura através de podas

ou produtos de controle adequados para o efeito.

Deve ter-se em conta a criação de circuitos pedonais e as instalações de rega do terraço.

Fig. 22 – Terraço ajardinado em fase de acabamentos (Fonte: Texsa)

Page 47: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

47

2.3.2.Classificação quanto à camada de protecção da impermeabilização

- Coberturas sem protecção

São consideradas coberturas sem protecção aquelas em que o revestimento de

impermeabilização fica aparente, ou seja, não tem qualquer camada aplicada sobre este

ou integrada neste mesmo revestimento.

- Coberturas com protecção leve

As coberturas classificadas como coberturas com protecção leve podem ser de

dois tipos distintos: aquelas que são executadas em obra sobre o revestimento de

impermeabilização, constituída por uma pintura ou por materiais granulares; e as que

são aplicadas em fábrica sobre a superfície superior do revestimento de

impermeabilização, também chamada de auto-protecção.

- Coberturas com protecção pesada

Podem-se distinguir nas coberturas com protecção pesada as coberturas cuja

protecção do revestimento de impermeabilização é formada por uma camada rígida

(betonilha de argamassa, ladrilhos sobre betonilha, placas pré-fabricadas de betão, de

material cerâmico, de madeira, etc.) e as que são constituídas por materiais soltos, tais

como godos ou materiais britados.

Todos os materiais que formam a protecção pesada são aplicados em obra,

embora possam ser constituídos por elementos pré-fabricados.

2.3.3.Classificação quanto ao tipo de revestimento de impermeabilização

- Revestimentos tradicionais

Pertencem a este tipo de revestimentos aqueles que se conhecem

suficientemente bem as suas características e existe prática suficiente da sua utilização.

Page 48: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

48

Estes revestimentos podem ser constituídos por materiais aplicados “in situ” ou

produtos pré-fabricados.

- Revestimentos não-tradicionais

Quanto aos revestimentos não-tradicionais, podem-se considerar como tal

aqueles que, ao contrário dos tradicionais, não se conhecem bem as suas características

assim como não há prática na sua aplicação. Nestes casos, são feitos estudos que

envolvem não só o campo experimental em laboratório, mas também visitas a obras

onde o material irá ou esteja a ser aplicado.

Estes estudos são traduzidos num Documento de Homologação do LNEC quando os

resultados destas acções são favoráveis. O artigo 17º do RGEU obriga à necessidade

dum prévio parecer do LNEC sobre a aplicação de novos materiais ou processos de

construção.

Também este tipo de revestimentos podem ser constituídos por materiais aplicados “in

situ” como pré-fabricados.

2.3.4.Classificação quanto à localização da camada de isolamento térmico

A classificação sob este ponto de vista é importante, já que, consoante a sua

posição relativa, assim se faz sentir de forma diferente sobre as restantes camadas da

cobertura, e especialmente sobre a impermeabilização, o efeito das acções correntes a

que estão sujeitas as coberturas em terraço (acções térmicas, mecânicas, etc.).

A camada de isolamento térmico pode ser disposta ou executada,

relativamente às restantes camadas da cobertura em terraço, em três zonas distintas.

- Isolamento térmico intermédio

Page 49: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

49

Esta solução consiste em colocar o isolamento térmico em camada intermédia

como suporte da impermeabilização, ou como suporte da camada de forma (Fig.8).

A – Isolamento térmico suporte B – Isolamento térmico suporte

da impermeabilização duma camada de forma

- Cobertura invertida

- Isolamento térmico sobre o sistema de impermeabilização

Neste caso, o isolamento térmico é aplicado sobre o sistema de

impermeabilização (Fig. 9). Esta solução é correntemente designada por “cobertura

invertida” uma vez que estamos perante uma inversão do posicionamento das

camadas de isolamento térmico e de impermeabilização, relativamente a uma solução

dita “normal”.

Fig. 23 –Esquemas de posicionamento do isolamento térmico em camada intermédia (Fonte: Lopes, 1994) Legenda: 1 – Impermeabilização 3 – Camada de forma 2 – Isolamento térmico 4 – Estrutura resistente

Fig. 24 – Esquemas de posicionamento do isolamento térmico sobre a impermeabilização (Fonte: Lopes, 1994) Legenda: 1 – Protecção pesada com materiais soltos 4 – Impermeabilização 2 – Protecção pesada rígida 5 – Camada de forma 3 – Isolamento térmico 6 – Estrutura resistente

Page 50: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

50

- Cobertura com o isolamento térmico sob a estrutura resistente

A cobertura classificada como cobertura com isolamento térmico sob a estrutura

resistente resulta, como o próprio nome indica, da aplicação do referido isolamento pela

face inferior da estrutura resistente. Pode ser aplicada em tectos falsos e como camada

ou revestimento aderente a essa estrutura.

Note-se, ainda, que esta solução deve ser evitada uma vez que conduz a uma

redução significativa da inércia térmica, especialmente se a estrutura resistente da

cobertura é pesada, como é o caso das lajes de betão armado.

2.3.5.Classificação quanto à pendente

O valor da pendente abaixo do qual as coberturas podem ser consideradas em

terraço, varia de país para país, embora na maior parte dos casos estas diferenças sejam

pequenas.

Em Portugal, para as coberturas em terraço de edifícios, segundo o RGEU

(artigo 43.2), estabelece-se em 1% o limite inferior das suas pendentes, em superfície

corrente.

A classificação das coberturas em terraço, segundo o valor da pendente, está

intimamente relacionado com a sua constituição e acessibilidade. É óbvio que em

coberturas acessíveis à circulação de pessoas, as pendentes não deverão exceder

determinados limites que ponham em causa a facilidade dessa circulação. Em relação à

sua constituição, por exemplo, soluções de protecção pesada, especialmente as que são

constituídas por materiais soltos, são restringidas a coberturas de baixa pendente.

Uma das formas de classificar as coberturas quanto à pendente pode ser feita

indirectamente, tendo em conta a facilidade de escoamento da água e a possibilidade de

aplicação de determinados tipos de protecção sobre a mesma. Este critério é adoptado

por Directivas da União Europeia para a UEAtc (1982), que pode ser aplicada tanto a

sistemas de impermeabilização tradicionais como não-tradicionais.

Page 51: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

51

Estas Directivas UEAtc (cit. in Lopes, 1994) especificam quatro classes de coberturas,

que são descritas da seguinte forma:

- Classe I: cuja pendente provoca estagnação das águas e permite a aplicação de

protecção pesada;

- Classe II: a pendente permite o escoamento das águas e a aplicação de

protecção pesada;

- Classe III: permite o escoamento das águas mas não aceitam a aplicação de

protecção pesada;

- Classe IV: a pendente impões medidas especiais na aplicação das suas camadas.

2.3.6.Classificação quanto à estrutura resistente

- Estrutura rígida

São consideradas como estruturas rígidas aquelas cuja deformabilidade da estrutura

resistente não é significativa para o vão e solução corrente dessa mesma estrutura.

As estruturas rígidas podem ainda ser subdivididas em contínuas e descontínuas,

conforme sejam executadas sem juntas ou com juntas distribuídas de forma regular e

com espaçamento reduzido.

- Estrutura flexível

As estruturas resistentes flexíveis são aquelas que relativamente à sua deformabilidade

apresentam deformações significativas para o vão e soluções que apresentam. As

estruturas flexíveis são, geralmente, descontínuas.

2.4. Materiais isolantes

Page 52: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

52

Matérias Isolantes podem ser do tipo:

- Esquematização dos tipos de materiais existentes:

Betuminoso

Betume asfáltico

Asfalto

Alcatrão

Materiais auxiliares

Armaduras

Matérias minerais

Materiais metálicos

Feltros Telas Folhas

Produtos elaborados

Emulsões betuminosas

Pinturas betuminosas

Produtos betuminosos modificados

Cimento vulcânico

Page 53: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

53

:

Figura 25 – Tipos de materiais tradicionais

Nos materiais de impermeabilização não-tradicionais distinguem-se

Fig 10.2 – Tipos de materiais não tradicionais

- Descrição de tipos de matérias isolantes existentes:

Produtos pré-fabricados

Armaduras com misturas betuminosas Membranas betuminosas com ou sem armaduras

Apresentados

Emulsões

Materiais

Resinas

termoendur termoplasti

Poliureta Poliester AcrílicosProdutos pré-

fabricados

Membranas de betumes modificados

Membranas termoplásticas

Membranas elastoméricas

Page 54: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

54

1. Matérias Betuminosos:

- Matérias primas:

- Alcatrão : procedente da destilação da hulha, lignite ou madeira;

- Breu : resíduo da destilação do alcatrão;

- Betume asiático : procedente da destilação da petróleo;

- Asfalto natural : mistura natural de betumes asfálticos como os de Trinidad;

Classificação dos produtos betuminosos segundo NBE QB – 90:

• Imprimações:

- Emulsões asfálticas (E);

- Pinturas betuminosas de imprimação (PI);

• Colas betuminosas e adesivas:

- Oxiasfaltos (AO);

- Mástiques betuminosos (M);

• Mástiques betuminosos de alcatrão de aplicação in situ (MM);

• Materiais betuminosos de selagem para juntas de betão (BH);

• Armaduras betuminosas (AB);

• Membranas:

- membranas betuminosas de oxiasfalto (LO);

- membrana de oxiasfalto modificado (LOM);

- membrana de betume modificado com elastómeros (LBM + tipo de

eslastómero);

- membrana de betume modificado com plastómeros (LMB + tipo de

plastómero);

- membranas extrudidas de betume modificado com polímeros (LBME);

- membranas de alcatrão modificado com polímeros;

• Placas asfálticas (PA);

Os ploimeros modificados que são utilisados no fabrico de materiais isolantes têm

dois tipos de qualidades:

Page 55: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

55

- Termoplásticas – plastómeras : com a temperatura fundem, e ao arrefecer

recuperam as propriedades iniciais; e com tensão deformam-se, mas não recuperam a

forma ao cessar a pressão;

- Termoestáveis – elastómeras : com a temperatura fundem convertendo-se em outro

produto; e sob tensão deformam-se, mas recuperam ao cessar;

- Termoestáveis – elastómeros : com a temperatura fundem convertendo-se em outro

produto, e sob tensão deformam-se, mas recuperam ai cessar.

- SBS ( estireno butadieno estireno) : polímero elastómero que lhe confere as

propriedades da borracha como a elasticidade dos elastómeros: quando se lhe aplica

uma força de tracção o produto alarga-se, e quando cessa a força, o material recupera a

forma inicial.

- APP (polipropileno atáctico): polímero plastómero que lhe acrescenta plasticidade,

depois de cessas a força que o deforma, não recupera a forma inicial.

Os sistemas de colocação das membranas betuminosas, segundo indica a NBE QB-

90 são:

• Sistema aderido:

- monocapa;

- multicapa com membranas;

- multicapa in situ;

• Sistema semiaderido:

- multicapa;

• Sistema não aderido ou flutuante:

- monocapa;

- multicapa com membranas;

• Sistema cravdo;

- monocapa com placas asfálticas;

- multicapa com membranas e placas asfálticas;

1. Matérias Sintéticos:

- Principais Produtos sintéticos segundo classificação europeia:

Page 56: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

56

• Plásticos:

o CMS – clorosulfato de polietileno;

o EEA – etileno acetato de etilo;

o EBA – etileno acetato de butilo;

o ECB – copolímero de etileno e betume;

o EVAC – etileno acetato de vinilo;

o FPP – polipropileno flexível;

o PE – polietileno;

o PE – C _ polietileno clorado;

o PIB – poliisobutileno;

o PP – polipropileno

o PVC policloruro de vinilo

- Borrachas:

- BR – borracha butadieno;

- CR – borracha cloropreno;

- CSM – borracha polietileno clorosulfomato;

- EPDM – termopolímero de etileno propileno e dieno, com uma parte

residual insaturada de dieno na cadeia;

- IIR – caucho isobutileno – isopreno (borracha butilica);

- NBR – caucho acrilonitrilo – butadieno ( borracha nitrilica).

- Borrachas Termoplásticas :

- EA – aleação elastomérica;

- MPR – dissolução de caucho processável;

- SEBS – estireno etileno butileno estireno;

- TPE – O – elastómeros termoplásticos com ligação não cruzadas;

- TPE – V - elastómeros termoplásticos com ligação cruzadas;

Page 57: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

57

3. Principais anomalias em impermeabilizações de coberturas em

terraço.

3.1 Generalidades

Os revestimentos de impermeabilização de edifícios têm como função

primordial garantir a satisfação das exigências de estanquidade à água, evitando a

ocorrência de patologias. O comportamento satisfatório destes, em condições normais

de utilização, exige uma intervenção a quatro níveis: ao nível da concepção do projecto,

da qualidades dos materiais utilizados, da colocação em obra desses materiais, assim

como as técnicas usadas, e da manutenção.

Dos defeitos manifestados resultam quase sempre infiltrações de água para as

camadas inferiores, provocando prejuízos mais ou menos significativos. Estes prejuízos

traduzem-se sempre em custos que não são só devidos aos trabalhos de reparação mas

também, eventualmente, à impossibilidade de utilização dos espaços referidos por um

período de tempo muitas vezes prolongado.

Bureau Securitas, em França em 1979 (cit. in Arte & Construção, 1999),

efectuou um estudo em que foram analisadas dez mil situações de sinistros, ou seja,

deficiências construtivas em edifícios. Informações obtidas por esta via serviram de

base a vários estudos estatísticos, um dos quais correspondente à distribuição dos

sinistros em função das causas fundamentais que lhes deram origem. Os resultados

obtidos deste estudo foram os que se apresentam no gráfico que se segue.

Projecto43%

Execução43%

Materiais6%

Utilização8%

Fig. 27 - Percentagem de custos e causas de sinistros, segundo Securitas. (Fonte: Arte & Construção 1999)

Page 58: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

58

Segundo os resultados de Bureau Securitas, verifica-se que 43% dos custos

incorridos em reparações tiveram a sua origem fundamental em deficiências de projecto,

e igual percentagem (43%) em deficiências na fase de execução.

Um outro estudo semelhante levado a cabo pelo CSTC (Centre Scientifique et

Technique de la Constrution) na Bélgica, na segunda metade da década de 80,

analisando as causas de situações de patologias em edifícios. O resultado deste estudo

pode-se observar no gráfico de barras seguinte.

Verifica-se uma singular semelhança entre os resultados obtidos na década de 70

por Securitas em França, e os recolhidos pelo CSTC, na Bélgica, ao atribuir 46% a

deficiências de projecto nas situações de falta de qualidade, apesar da percentagem de

anomalias resultante da fase de execução ter sido mais baixa, mas mesmo assim sendo a

segunda maior causa de patologias.

A preocupação com a qualidade na construção baseia-se, sobretudo, sob ponto

de vista do controlo da qualidade da execução dos trabalhos e certificação dos materiais

de construção. As contribuições que analisam o que se passa a montante, durante a fase

de idealização do empreendimento e da elaboração do projecto são mais raras. E, no

entanto, verifica-se que uma apreciável parcela da qualidade final do empreendimento é

definida na fase de projecto.

46%

22%

15%

8% 9%

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%45%50%

Pro

ject

o

Exe

cuçã

o

Mat

eria

is

Util

izaç

ão

Out

ros Fig. 28 - Causas de patologias segundo

o CSTC. (Fonte: Arte & Construção 1999)

Page 59: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

59

Um outro estudo, abordando uma temática diferente, elaborada pelo Institute

Technique du Bâtiment et des Travaux Publics (ITBTP) (cit. in Lopes 1998), num

levantamento realizado em França por Fichtencwejg em 1982, revela que da globalidade

das anomalias registadas nos edifícios, 22% manifestaram-se em coberturas, e, dessas,

cerca de 37% ocorreram em coberturas em terraço.

Pode concluir-se que a principal contribuição para a ocorrência de anomalias ao

nível das coberturas em terraço parece estar, efectivamente, na falta duma intervenção

mais cuidada ou conscienciosa ao nível da concepção e execução dos sistemas de

impermeabilização. Aliás, os pontos singulares da cobertura em terraço são onde mais

se fazem notar os defeitos que ocorrem neste tipo de coberturas, como refere o mesmo

levantamento em França, em que 76% das anomalias verificadas nos terraços

manifestavam-se precisamente em pontos singulares.

Note-se que em certos casos, as infiltrações de água dão-se, não pela cobertura,

mas através das paredes exteriores em zonas adjacentes da mesma. No entanto, as

anomalias que ocorrem nessas zonas têm frequentemente a sua origem na concepção da

cobertura em terraço.

Os principais casos de patologias podem ser enquadrados em classes de acordo

com critérios diversos: segundo a causa dessa patologia, segundo a importância das

consequências que daí advêm, segundo a facilidade de reparação da zona afectada,

segundo a natureza dos materiais das camadas da cobertura, etc. (Lopes, 1998, p.5).

Neste capítulo procurar-se-á incluir as situações anómalas em três grandes

classes: anomalias referentes à concepção de projecto, anomalias resultantes da

deficiente execução e/ou colocação em obra dos revestimentos de impermeabilização e

anomalias de funcionamento e manutenção das coberturas em terraço.

Note-se que, muitas patologias verificadas em coberturas em terraço não são

apenas resultado de um factor, mas de um conjunto de factores. No entanto existem

casos, evidentemente, em que um destes factores é preponderante relativamente aos

restantes.

Page 60: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

60

A interpretação das anomalias a seguir descritas baseiam-se em estudos

realizados pelo LNEC, sendo estes fruto da análise dos processos de fabrico dos

materiais de impermeabilização, da observação de coberturas onde esses materiais

foram aplicados, e por outro lado, da concepção dos sistemas formados pelos materiais

em questão.

3.2 Anomalias de projecto

3.2.1 Fissuração do revestimento de impermeabilização

As principais causas da manifestação de fissuração do revestimento de

impermeabilização (Fig.24) são, geralmente, transmitidas pelas camadas subjacentes ou

sobrejacentes à impermeabilização.

A inexistência de uma camada de dessolidarização entre a protecção pesada

rígida e o revestimento de impermeabilização é dos casos mais verificados na

ocorrência deste tipo de anomalia. Por este facto, devido ao atrito entre essas duas

camadas, os movimentos da protecção, que são originados por retracções dos materiais

que a constituem ou por variações de temperatura, são transmitidos directamente à

impermeabilização cuja capacidade de deformação vem a ser excedida.

O envelhecimento prematuro do revestimento de impermeabilização resultante

do deslocamento, por acção do vento, dos elementos soltos, no caso de protecção pesada

com elementos soltos, leva à ocorrência de uma eventual fissuração no mesmo, ficando

o revestimento de impermeabilização aparente e sujeito portanto à acção directa da

radiação solar. A substituição dos materiais soltos por protecção pesada em camada

Fig. 29 – Exemplo de fissuração num revestimento de impermeabilização (Fonte: Veritas, B)

Page 61: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

61

rígida é uma solução para limitar esta possibilidade de deslocamento dos elementos

soltos, especialmente em coberturas de edifícios localizados em regiões muito expostas

à acção do vento.

No caso de revestimentos de impermeabilização autoprotegidos por granulado

mineral, a deficiente aderência desta à membrana betuminosa é geralmente a causa

fundamental do seu desprendimento dessa membrana, pondo assim aparentes os

produtos betuminosos.

Uma outra camada que contribui frequentemente para o aparecimento de

fissuração no sistema de impermeabilização é o suporte. A sua intervenção neste

fenómeno patológico pode dever-se à natureza do material que o constitui, ao processo

de ligação ao revestimento de impermeabilização e à camada subjacente, e às

disposições construtivas adoptadas em zonas particulares do suporte em questão.

Relativamente à natureza do suporte, há que ter em conta a compatibilidade

química entre o material que o constitui e os materiais de revestimento de

impermeabilização. Também o tipo de ligação do revestimento de impermeabilização

ao suporte tem influência acentuada na possibilidade de ocorrência de fissuração nesse

revestimento. É compreensível a necessidade de dessolidarizar o revestimento de

suportes com deformações significativas. Devem adoptar--se nestes casos sistemas de

impermeabilização independentes, em detrimento de sistemas aderentes. As

deformações do suporte são devidas, geralmente, ou a retracções por secagem, no caso

de suportes com base em argamassas de ligantes hidráulicos, ou a alongamentos ou

contracções originadas por variações de temperatura e humidade dos materiais.

A ocorrência de fissuras em sistemas de impermeabilização aderentes, deve-se,

sobretudo, à facilidade de transmissão das deformações do suporte a esse sistema. Essas

fissuras manifestam-se fundamentalmente nas zonas fendilhadas, no caso dos suportes

moldados “in situ”, ou nas juntas entre painéis isolantes, no caso de suportes com base

nestes elementos.

Desde já, constata-se a vantagem, sob ponto de vista do comportamento a

fenómenos de fissuração, da utilização de sistemas independentes relativamente aos

Page 62: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

62

aderentes. No entanto, também podem ser apontadas algumas desvantagens no seu uso.

Uma delas está relacionada com a necessidade de se aplicar sempre uma protecção

pesada, com os consequentes custos de material e de mão-de-obra, e a outra, com a

maior dificuldade em detectar, no caso de ocorrência de repasses de água para o interior

do edifício, as zonas da impermeabilização afectadas. Note-se que a água infiltrada por

uma zona fissurada do sistema de impermeabilização independente é encaminhada sob

este, manifestando-se no interior do edifício em zonas, em geral, distintas daquelas por

onde ocorreu a infiltração.

Para minimizar o aparecimento e desenvolvimento de fissuras no revestimento

de impermeabilização, pelo menos nas zonas mais críticas – juntas entre placas de

certos tipos de suportes isolantes - devem adoptar-se disposições construtivas tais que

permitam o livre movimento do revestimento nessas zonas. Com esse objectivo são

aplicadas, sobre aquelas juntas, bandas de dessolidarização, constituídas, por exemplo,

por um feltro de fibra de vidro ou de poliester (Lopes, 1998, p. 12).

3.2.2 Anomalias devidas à acção do vento

A acção do vento sobre as coberturas em terraço é associada ao efeito de forças de

sucção uniformemente distribuídas sobre a superfície corrente. As principais anomalias

que se podem manifestar nas coberturas em terraço, e que têm como origem a acção do

vento, são, essencialmente, o arrastamento da protecção pesada quando realizada com

elementos soltos e o arrancamento do revestimento de impermeabilização.

O arrastamento dos elementos soltos da protecção pesada (Fig.13) pode ser

devido, ou a uma insuficiente espessura da respectiva camada, ou a dimensões

diminutas desses elementos, facilmente arrastáveis pela acção do vento.

Fig. 30 – Arrastamento dos elementos soltos da protecção pesada por acção do vento (Fonte: Lopes, 1998)

Page 63: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

63

O arrastamento dos elementos começa, geralmente, por dar-se nas zonas

periféricas da cobertura, locais onde a acção do vento se faz sentir com maior

intensidade. Nessas zonas é muitas vezes preferível aplicar uma protecção pesada em

camada rígida (por exemplo, lajetas de betão) em vez de aumentar a espessura da

camada com elementos soltos.

3.2.3 Presença prolongada da água

Devido à reduzida pendente da cobertura ou à conformação insatisfatória da

camada de forma, ou ainda, devido a obstruções de caleiras ou de embocaduras das

saídas das águas pluviais a água permanece, muitas vezes por períodos prolongados, na

cobertura (Fig.14). A retenção de água é também muitas vezes motivada por

inadequadas disposições construtivas nas zonas das embocaduras, ou por deformações

acentuadas de suportes muito compressíveis.

Os sistemas de impermeabilização tradicionais com base em camadas duplas de

telas ou feltros betuminosos são um dos revestimentos mais sensíveis à acção

prolongada da água, especialmente quando a armadura dos feltros é de natureza

orgânica.

Fig.31 - Acumulação de água junto a uma platibanda por deficiente conformação da camada de forma (Fonte: Lopes, 1998)

Page 64: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

64

3.2.4 Fissuração de remates em platibandas ou paredes emergentes

Entre as principais causas de ocorrência de fissuração nos remates da

impermeabilização com platibandas ou paredes emergentes, podem ser consideradas a

inexistência duma junta ao longo desses elementos, a inexistência duma protecção

vertical do remate, a inexistência (no caso de elementos emergentes pré-fabricados) de

bandas de dessolidarização do remate na zona das juntas entre as respectivas peças

(Lopes, 1998, p. 43).

3.2.5 Outras anomalias em platibandas e paredes emergentes

Uma das vias de penetração da água para o tardoz do revestimento de

impermeabilização e para as camadas subjacentes, é através do coroamento da

platibanda, especialmente quando constituídas por alvenaria de tijolo furado ou por

blocos de betão, sem disporem de capeamento adequado (Lopes, 1998, p. 46).

Para prevenir este tipo de anomalias devem utilizar-se, evidentemente,

capeamentos apropriados, constituídos, por exemplo, por membranas de

impermeabilização autoprotegidas, por chapas metálicas ou de fibrocimento ou por

elementos pré-fabricados de pedra ou de betão bem compactado. Além disso, a

superfície superior desses elementos deve ter uma certa pendente, preferivelmente no

sentido do terraço.

3.2.6 Anomalias em juntas de dilatação

As principais anomalias que ocorrem em juntas de dilatação revelam-se,

geralmente, ou em deslocamentos das juntas de sobreposição dos remates, ou em

fissuração ou enrugamento desses remates. As suas causas estão fundamentalmente

relacionadas com defeitos de concepção (Lopes, 1994, p. 48).

A realização dos remates das juntas de dilatação ao nível da superfície corrente da

cobertura, especialmente se esta é acessível à circulação e permanência de pessoas, é

uma solução a evitar, dada a maior probabilidade de ficarem sujeitos a acções

Page 65: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

65

mecânicas resultantes da respectiva utilização do que os remates sobreelevados

relativamente àquela superfície.

Mas, ainda no caso das cobertura acessíveis, a realização da camada de

protecção pesada rígida sem interrupção sobre a junta de dilatação (através da execução

duma junta de largura idêntica àquela), é motivo para a eventual ocorrência de

fissuração nos remates em questão. Esta fissuração resulta de movimentos diferenciais

dos dois corpos do edifício, ou dos dois edifícios que definem essa junta. Esses

movimentos, transmitindo-se aos remates de impermeabilização através da camada de

protecção, podem conduzir á fissuração dos mesmos quando a sua capacidade de

deformação é excedida. Para ir de encontro a estes fenómenos, devem, portanto,

interpor-se uma camada dessolidarizadora entre essas peças ou elementos e o remate.

Outra situação de possível ocorrência de anomalias em juntas de dilatação ocorre

entre edifícios com alturas diferentes. O movimento dum edifício relativamente ao outro

faz com que o remate fissure, ou as suas juntas se descolem, ou se manifestem

enrugamentos acentuados. Estes últimos são devidos a movimentos diferenciais na

direcção horizontal.

3.2.7 Outras anomalias em pontos singulares

Os pontos singulares da cobertura tais como chaminés, tubos de ventilação e

guardas de platibandas, são elementos onde é corrente haver manifestações de

deficiências nos remates da impermeabilização.

As patologias em remates com chaminés são, geralmente, do mesmo tipo das

indicadas a propósito das paredes emergentes ou platibandas.

Nos casos das tubagens emergentes, os problemas são, essencialmente, ao nível

dos processos de fixação dos remates da impermeabilização a essas tubagens. As

Page 66: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

66

anomalias que correntemente se verificam são descolamentos ou fissurações desses

remates, motivados, ou por acentuados deslocamentos na direcção vertical das

respectivas tubagens, ou por deficientes soluções de protecção dos bordos superiores

dos remates (Lopes, 1994, p. 58).

Para fazer frente aos deslocamentos referidos deve adoptar-se, na base do

remate, uma disposição construtiva que o permita dessolidarizar da superfície corrente

do revestimento de impermeabilização. Esta medida pode ser realizada através da

aplicação, na extensão adequada nessa zona, dum cordão flexível contornando a

respectiva tubagem.

Relativamente às guardas das platibandas, a maioria das anomalias surge quando

as mesmas são realizadas com base em elementos metálicos, cujos montantes, ou são

aplicados posteriormente à execução do sistema de impermeabilização, ou são

rematados com soluções de impermeabilização de execução deficiente. No primeiro

caso é corrente não se refazer a zona de impermeabilização afectada, ou, quando tal é

feito, sê-lo apressadamente sem os cuidados necessários que os pontos singulares

sempre exigem.

3.3 Anomalias resultantes da execução em obra

3.3.1 Perfurações do revestimento de impermeabilização

Segundo Schild (cit in Lopes, 1998), uma estudo de casos de patologia de

coberturas em terraço, ocorridos na Alemanha, mostra que 20% das infiltrações de água

pela cobertura são devidas a perfurações localizadas no respectivo revestimento de

impermeabilização.

A perfuração do revestimento pode resultar da acção de cargas pontuais de

natureza dinâmica ou de natureza estática. As acções mais frequentes de acções

dinâmicas são resultado de quedas de objectos diversos de acção cortante durante a

Page 67: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

67

execução do revestimento. Isto acontece porque é normal realizarem-se trabalhos sobre

a cobertura, posteriormente à aplicação do respectivo revestimento de

impermeabilização, sem se tomarem medidas de protecção do mesmo.

São ainda causa de perfurações dos revestimentos de impermeabilização as

cargas resultantes da aplicação de cavaletes, andaimes, ou ainda da circulação de carros

de mão de transporte de materiais.

As medidas que impeçam ou minimizem os riscos apontados consistem

naaplicação de camadas de distribuição uniforme das cargas pontuais em questão.

3.3.2 Anomalias resultantes da acção do calor

A ocorrência de anomalias resultantes, da modificação das principais

características de alguns revestimentos devida ao efeito do calor, traduzem-se, em geral,

em fissurações do revestimento.

Um dos nefastos efeitos da elevação da temperatura sobre os materiais

betuminosos consiste na perda progressiva das matérias voláteis que entram na

constituição da maioria desses materiais, a qual provoca o seu endurecimento, retracção

e consequente fissuração. Estes fenómenos são naturalmente agravados por efeito da

radiação ultravioleta.

Outro efeito da elevação da temperatura é a possibilidade da formação de pregas

no revestimento. A formação de pregas é devida, essencialmente, à impossibilidade do

revestimento acompanhar a deformação da abertura e fecho das juntas ou fissuras.

A acção do calor pode ainda manifestar-se na técnica de aplicação em obra das

membranas de impermeabilização, quer na ligação das mesmas ao suporte, quer na

ligação das membranas entre si. Duas técnicas de realização dessas ligações consistem

na utilização do calor como processos de ligação: uma delas recorrendo à acção da

chama de maçarico (para o caso das membranas betuminosas), e a outra à acção de ar

quente de pistolas apropriadas (ligações em membranas de PVC plastificado).

Page 68: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

68

3.3.3 Empolamentos

Os empolamentos são sobreelevações do revestimento de impermeabilização em

superfície corrente, visíveis à superfície e são o resultado da formação de bolsas de ar e

vapor de água sob pressão, quer entre as camadas dum sistema de impermeabilização,

quer entre este e o seu suporte (Lopes, 1998, p. 32).

Estas bolsas de ar são bastante susceptíveis à perfuração ou à rotura quando

sujeitas à acção de pressões exteriores, tais como as que resultam da circulação de

pessoas, da queda de equipamentos ou objectos cortantes.

Algumas das principais causas da ocorrência de vazios são, nomeadamente, a

inexistência de colagem das camadas do sistema, em zonas localizadas; a falta de

planeza do suporte quando constituído por painéis isolantes, ou encurvamento

acentuado do mesmo; o uso de membranas de rolos achatados, devido ao

armazenamento incorrecto dos rolos, dificultando assim o seu posicionamento plano

sobre o suporte; materiais estranhos confinados entre a impermeabilização e o suporte

(gravilha, pedaços de papel, etc.).

A qualidade de execução é um factor essencial para minimizar a ocorrência dos

vazios em questão, os quais possam vir a possibilitar a formação de empolamentos

significativos.

Se nestes vazios existir, além de vapor de água e ar, humidade sob a forma

líquida, então evidentemente que o crescimento da bolsa se processa com maior rapidez.

Esta humidade pode ter origem não só nos materiais do suporte do sistema de

impermeabilização (são mais susceptíveis sob este ponto de vista, por exemplo, as

camadas de forma moldadas “in situ”) mas também nos próprios materiais do sistema e,

entre estes, os feltros betuminosos, especialmente os de armaduras orgânicas, são os que

contêm teores de humidade mais significativos. É também importante referir a

propósito, a influência das condições ambientes dos locais de armazenamento dos

feltros betuminosos deste tipo, nomeadamente em termos da humidade relativa do ar.

Page 69: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

69

Para evitar ou minimizar a formação de bolsas ou empolamentos deve-se usar

materiais com características apropriadas, tais como materiais com baixos teores de

água, suportes resistentes desempenados, etc. Outras medidas preventivas que podem

ser tomadas estão relacionadas com a protecção dos revestimentos de

impermeabilização, especialmente os de base betuminosa, com vista a evitarem-se

variações acentuadas de temperatura nesses revestimentos (Lopes, 1994, p.35).

3.3.4 Descolamento de remates em platibandas ou paredes emergentes

O descolamento dos remates do revestimento de impermeabilização dos

paramentos dos elementos emergentes da cobertura pode estar relacionado com a

superfície de aplicação ou com a configuração do elemento emergentes, ou com as

condições de realização da colagem.

No primeiro caso, a irregularidade dos paramentos, nomeadamente devido à

inexistência dum reboco satisfatório, o teor de humidade demasiado elevados dos

mesmos, ou a dificuldade de acesso a esses paramentos por deficiente concepção da

solução de remate, são as razões que geralmente estão na base do deslocamento

referido. A falta de disposições construtivas de protecção do bordo superior do remate,

contra a acção do escorrimento da água da chuva pelo paramento de elementos

emergentes de desenvolvimento significativo em altura, poderá ser uma razão para o

início do descolamento desse remate.

3.3.5 Fluência ou deslizamento dos remates

A fluência ou deslizamento de revestimentos de impermeabilização em

elementos emergentes da cobertura, é particularmente importante quando esses

revestimentos são de base betuminosa, e entre estes, quando se trata de revestimentos

com base em betumes insuflados.

A ocorrência deste fenómeno dever-se, geralmente, ao facto da inexistência

duma fixação mecânica complementar do remate da impermeabilização, cujo

desenvolvimento em altura é demasiado elevado. Esta fixação é geralmente realizada

junto ao bordo superior do remate.

Page 70: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

70

altura dos remates

Sob o ponto de vista da altura dos remates da impermeabilização, acima da

superfície aparente da última camada da cobertura, torna-se necessário garantir que ela

não seja demasiadamente baixa, para não pôr em risco a possibilidade de infiltrações de

água por essas zonas. Como ordem de grandeza da altura mínima admissível, para a

generalidade dos revestimentos de impermeabilização, pode indicar-se o valor de 0,15

m.

A não realização desta disposição construtiva, deve-se geralmente a uma falta de

definição das camadas a aplicar sobre a impermeabilização, ou a alterações que se

venham a verificar posteriormente. É exemplo deste caso, a modificação da

acessibilidade da cobertura, de não-acessível para acessível à circulação frequente de

pessoas, a qual torna necessária a aplicação de camadas suplementares que não estavam

previstas na solução de cobertura não-acessível. No caso de terraços-jardins, a reduzida

altura do remate pode ter resultado da necessidade de aumentar a espessura da camada

de terra vegetal, devida, por exemplo, à alteração do tipo de vegetação a plantar.

Os remates com paredes emergentes sob soleiras de portas são também, em

geral, pontos críticos, quer ao nível de projecto, quer de execução. É tendência corrente

não sobreelevar demasiado a soleira das portas, relativamente à superfície corrente da

cobertura, resultando portanto, necessariamente um remate com altura não superior á

cota da soleira. Torna-se evidentemente sempre indispensável prolongar o remate da

impermeabilização sob essa soleira, protegendo-o superiormente com, por exemplo,

uma argamassa, sobre a qual assentará então a referida soleira. Com frequentemente a

coordenação dos trabalhos em obra leva a que seja montada em primeiro lugar a

caixilharia e respectivas soleiras de portas, o remate da impermeabilização nessa zona já

não é executado conforme referido.

As exigências relativas à altura dos remates da impermeabilização resultam da

necessidade de garantir uma resistência satisfatória aos esforços que tendem a provocar

o deslocamento ou deslizamento desses remates ao paramento da parede ou platibanda.

Page 71: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

71

3.3.7 Anomalias em caleiras

As principais anomalias que se podem apontar nestes elementos singulares das

coberturas quando realizadas com revestimentos de impermeabilização são o

descolamento de juntas de sobreposição das respectivas membranas e fissuração dessas

membrana.

As manifestações de humidade resultantes podem detectar-se no interior do

edifício e também pelo exterior quando as caleiras são periféricas.

Para o descolamento das juntas de sobreposição contribuem vários factores, dos

quais são mais importantes a reduzida largura dessas juntas, o sentido segundo o qual

foram aplicadas as membranas, a reduzida pendente da cobertura, senão quando nula ou

mesmo invertida, ou, evidentemente, a utilização de produtos de colagem insatisfatórios

ou a deficiente execução da colagem.

A fissuração ocorre no revestimento de impermeabilização das caleiras devido,

ou a um envelhecimento mais acentuado dos materiais que o constituem, ou a

disposições construtivas insatisfatórias.

3.4 Anomalias de funcionamento

3.4.1 Perfurações do revestimento de impermeabilização

As acções de natureza estática de longa duração, podem apontar-se como

principais causas de perfuração, a colocação, sobre o revestimento, de suportes de

instalações ou de equipamentos diversos (por exemplo, suportes de depósitos de água,

estendais, antenas, etc.).

Da mesma maneira que as acções de pequena duração, mencionadas atrás, as

medidas que impeçam ou minimizem os riscos apontados consistem na aplicação de

camadas de distribuição uniforme das cargas pontuais em questão.

Page 72: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

72

3.4.2 Anomalias em pontos de evacuação de águas pluviais

Os principais casos de anomalias nestas zonas singulares da cobertura são as

obstruções criadas à evacuação da água e os defeitos de ligação da impermeabilização

em superfície corrente com os dispositivos de evacuação de água.

A acumulação de detritos diversos junto às embocaduras dos tubos de queda, a

conformação inadequada das pendentes nas zonas circundantes das embocaduras e a

obstrução das próprias embocaduras, são factores que dificultam a descarga normal das

águas pluviais da cobertura, fazendo assim com que ela se acumule e permaneça durante

períodos mais ou menos prolongados sobre o revestimento de impermeabilização.

Externamente

Rígida

Cristalização: Cimento impermeabilizante

Argamassa impermeável: Aditivo hidrófugo para concretos e argamassas

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Manta pré-moldada: Manta asfáltica à base de APP

Piso frio

Rígida

Cimento impermeabilizante

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Sacadas e floreiras

Semi-flexível

Cimento polimérico

Flexível

Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Page 73: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

73

Estacionamentos cobertos

Flexível Moldado "in loco": Asfalto elastomérico moldado 'in loco' e a frio

Elastomérico a base de PBLH a frio

Manta pré-moldada: Manta asfáltica de véu de fibra de vidro

Manta asfáltica de polímeros APP

Telhados

Com isolação térmica

Sistema de vedação / isolação de telhados

Com camada refletiva

Manta de face externa aluminizada

Tanques de efluentes

Com ventilação

Epóxi alcatrão para subsolos e estações de tratamento

Sem ventilação

Epóxi isento de solvente para tanques e reservatórios

Impermeabilização para telhados já existentes - Caso prático

A cobertura da edificação é uma área bastante susceptível a infiltrações. Mas existem

soluções que, previstas em projecto, podem evitar muitos problemas.

Telhas mal colocadas, um vento mais forte ou mesmo a inclinação errada podem

provocar infiltrações de água na cobertura. Os cuidados começam pela qualidade da

telha e pela montagem bem-feita do telhado. Este deve ter inclinação mínima de 18% e

um perfeito encaixe das áreas de sobreposição das telhas. A integridade do telhado

também resulta da estrutura de cobertura. Mas tudo isso pode não ser suficiente para

evitar problemas futuros. O ideal é incluir a impermeabilização na fase de projecto.

Projecto e Execução

Ao projetar o sistema de impermeabilização, os detalhes mais importantes são os

rodapés, calhas, encaixes, coletores e sobreposições. Essas são as áreas críticas, onde

qualquer desatenção pode representar futuros pontos de vazamento. A laje a ser

impermeabilizada deveria ter inclusive um ponto de escoamento de água (ralo), para o

caso de infiltrações.

Em caso de telhados já prontos com problemas de infiltração recomenda-se a

impermeabilização com manta asfáltica auto-protegida com alumínio. Ela evita a

Page 74: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

74

remoção do telhado. O sistema oferece não só estanquidade à água, mas também

conforto térmico, devido à reflexão dos raios solares pelo alumínio. Deve-se tomar

cuidado com a espessura da manta nessas situações - espessuras menores terão a

preferência de uso. A manutenção do sistema é simples: qualquer pedaço de manta

danificado pode ser substituído por outro sem uso. A vida útil do sistema oscila entre 15

e 18 anos.

Em geral, os sistemas externos conjugam isolamento térmico e impermeabilização.

Alguns deles se destinam a coberturas com telhas de fibrocimento ou telhas metálicas,

geralmente em indústrias. Esta manta é constituída de um painel em poliestireno

expandido retardante à chama, tendo numa das faces a forma do telhado ao qual será

aplicado (ondulado, trapezoidal etc.) e na outra uma superfície plana, revestida com

manta asfáltica estruturada com véu de fibra de vidro, que servirá de base para a

aplicação de uma manta auto-protegida.

Figura 32 – Pormenor da aplicação da manta em polietino.

Page 75: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

75

Figura 33. – Colocação da manta.

Figura 34 – Aspecto final.

Figura 35.- Aspecto visual.

Page 76: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

76

Por ser aplicada do lado externo da cobertura, permite sua recuperação e elimina gastos

com a remoção, substituição e montagem de um novo telhado, o que pode ser muito

vantajoso conforme as condições da cobertura.

Protecção mecânica

Se o sistema impermeabilizante for instalado na laje do telhado, recomenda-se que a

protecção seja feita com argamassa de cimento e areia, no traço volumétrico de 1:4.

Caso o sistema instalado escolhido seja o de manta de alumínio, dispensa-se a protecção

mecânica - a aplicação exige apenas que a superfície esteja limpa e seca. Se for outro

tipo de manta, a protecção pode ser feita com argamassa de cimento e areia.

Impermeabilização de áreas frias – Caso prático

Os cuidados para uma perfeita proteção de banheiros, cozinhas e áreas de serviço devem

ser tomados antes mesmo da construção dos ambientes.

Projeto

Durante a elaboração do projecto de arquitectura é

necessário programar quais áreas estarão sujeitas à

presença constante de água e verificar a

localização dos lençóis freáticos e dos muros de

contenção.

É importante definir as cotas internas e externas, prevendo os enchimentos e os

caimentos necessário para os ralos.

Os diâmetros dos ralos devem ter 25,0mm a mais do que o previsto em cálculo

hidráulico e deve-se fazer o rebaixamento de 1,0cm ao redor dos ralos com diâmetro de

40,0cm.

Preparo da superfície

Page 77: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

77

Para a regularização do pavimento pode-se utilizar uma argamassa de cimento e areia,

traço 1:3 em volume com uma espessura mínima de 2,0cm e caimento mínimo de 1%

em direção aos coletores de água. Todos os cantos vivos e arestas devem ser

arredondados com raio mínimo de 5,0cm.

Sistemas de impermeabilização para áreas frias

Produto Vantagens Desvantagens Consumo

Membrana

asfáltica

» Não necessita de

mão-de-obra

especializada

» Sistema a frio e

sem emendas

» Maior facilidade de

aplicação em áreas

com muitas

interferências.

» Tempo de

execução maior

» Espessura não

homogênea

Aproximadamente

1,0kg/m² (por 2

demãos)

Manta

asfáltica

» Maior velocidade

de aplicação

» Espessura

constante

» Requer mão-de-

obra especializada.

» Sistema com

emendas

» Dificuldade de

aplicação em áreas

com muitas

interferências

Aproximadamente

1,15m²/m²

Cimento

polimérico

» Não necessita de

mão-de-obra

especializada

» Sistema monolítico

» Maior facilidade de

aplicação em áreas

» Aplicação a quente

» Inconstância na

espessura

Aproximadamente

2 a 4,0kg/m²

Page 78: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

78

com muitas

interferências

Proteçãomecânica

Esta protecção é executada com uma argamassa de areia e cimento, traço 1:5 (em

volume), com espessura mínima de 1,5cm, o que pode variar, dependendo da cota final

para execução do acabamento.

Detalhes de execução

Os ralos devem ser instalados em uma caixa de diâmetro 40,0cm com 1,0cm de

rebaixamento em relação ao nível da regularização. Os diâmetros dos ralos devem ter

25,0mm a mais do que o previsto em cálculo e a tubulação deverá ficar 10,0 cm afastada

das paredes e outras interferências. Colocar nos ralos impermeabilizados uma protecção

mecânica (anel de PVC) para evitar eventuais danos

Figura 36 - Banheira – pormenor.

Todo o piso da casa de banho, bem como a base onde será instalada a banheira deve ser

impermeabilizada. As paredes adjacentes da banheira deverão ser impermeabilizadas a

uma altura de 1,0m.

É importante fixar rigidamente as tubulações de eléctrica e hidráulica reforçando esses

pontos com cimento asfáltico elastômero.

No caso de impermeabilização com manta asfáltica,é importante verificar que a manta

tenha altura suficiente para proteger a água que sobrepõe a altura da banheira.

Page 79: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

79

Figura 37 – pormenor construtivo.

Quando a impermeabilização for executada com membrana moldada in loco, deve-se

aspergir areia de granulometria média seca e peneirada sobre a última demão do produto

para aumentar a aderência entre a impermeabilização e a argamassa de assentamento do

revestimento.

Para os sistemas de manta pré-fabricada, deve-se tomar o cuidado estruturar a protecção

mecânica a colocação de uma tela galvanizada ou plástica.

Figura 38 - Gesso cartonado.

Para ambientes vedados com dry wall – resina acrílica, a camada de regularização deve

ser aplicada apenas no piso, pois a superfície vertical já está pronta para receber a

impermeabilização. Os procedimentos de impermeabilização e proteção mecânica

seguem os mesmos requisitos da execução em ambientes com paredes de alvenaria.

Page 80: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

80

Figura 39.- Pormenor da aplicação.

::Dicas

• Nos rodapés, recomenda-se ancorar a impermeabilização 30,0cm no sentido

vertical, prendendo a ponta da manta asfáltica a uma profundidade de 3,0cm.

Deve-se, ainda, utilizar uma tela galvanizada ou plástica para aplicar o

acabamento

• Para uma limpeza mais eficiente da superfície a ser impermeabilizada, utilizar

vassoura de pêlo

• Usar aguarrás ou querosene para a limpeza de ferramentas

• Executar bizelamento de emendas de mantas, apenas após o teste de

estanquidade, evitando que defeitos de aplicação sejam encobertos pelo

bizelamento.

• A superfície a ser impermeabilizada deve estar curada e seca.

Page 81: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

81

4. Estudo de um caso – fissuração do revestimento de

impermeabilização

4.1 Introdução

Existe uma grande diversidade de patologias da construção que podem afectar os

diversos elementos que constituem os edifícios. A sua origem poderá dever-se a uma

má concepção, à deficiente execução ou simplesmente ao “envelhecimento” dos

materiais e componentes. Apesar do crescente investimento na qualidade de construção,

nem sempre o produto final apresenta um desempenho desejável pelo facto de não

existir uma conveniente pormenorização construtiva e a compatibilização entre as várias

exigências. Em Portugal não é possível conhecer a verdadeira dimensão do problema,

uma vez que não existem estudos estatísticos.

A cada anomalia poderão corresponder diferentes acções a desenvolver para

restabelecer as características funcionais ou estéticas dos elementos degradados, sendo

necessário consulta de uma vasta bibliografia, que deverá incluir documentos de ordem

normativa e tecnológica.

Daqui se compreende a dificuldade que existe em fazer a análise de uma

patologia de um elemento construtivo para a resolução dos problemas detectados, sem

que se proceda a uma demorada procura de informação. Existe ainda a possibilidade de

não se ter acesso a toda a documentação necessária.

Para o tratamento das patologias da construção é necessário um profundo

conhecimento dos diversos mecanismos associados ao comportamento das construções.

A descrição da patologia deve ser sintética, privilegiando-se a informação

gráfica. Deve, ainda, incluir imagens que permitam identificar, de forma inequívoca, a

anomalia em causa. É também importante obter testemunhos dos utilizadores do

Page 82: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

82

edifício, bem como, se possível, aqueles que tenham estado envolvidos na sua

concepção, construção ou em posteriores intervenções.

Então, com base nos dados recolhidos é possível fazer um diagnóstico definindo

as causas e finalmente apresentar algumas soluções de reparação. Nos trabalhos de

reparação a efectuar, interessa adoptar procedimentos que assegurem resultados

satisfatórios a longo prazo, muito embora seja sempre difícil uma resolução total dos

problemas associados ao comportamento dos elementos do edifício sem uma

intervenção global.

4.2 Estudo de um caso

Para enquadrar a temática apresentada, segue-se uma aplicação prática de uma

patologia muito comum em coberturas em terraço.

4.2.1 Descrição da patologia

Cobertura em terraço de um edifício antigo com fissuração generalizada do

revestimento de impermeabilização (Fig.35).

A cobertura em terraço é constituída por:

Fig. 40– Fissuração generalizada dum revestimento betuminoso. (Fonte: Lopes, 1998)

Page 83: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

83

- Laje horizontal de betão;

- Camada de forma em betão;

- Várias camadas de membranas betuminosas;

- Revestimento autoprotegido com granulado mineral.

A cobertura em sistema tradicional de camadas múltiplas é do tipo acessível à

circulação e permanência de pessoas e está colocada em sistema de impermeabilização

aderido.

4.2.2 Análise da patologia, possíveis causas e soluções

Como qualquer outra anomalia de um elemento de construção, este caso de

estudo pode ter origem em diversos factores. Atendendo que o caso proposto é um caso

imaginário, mas que ocorre frequentemente, depois de detectada a anomalia no

revestimento de impermeabilização da cobertura em terraço, deveriam ser feitos exames

mais detalhados da anomalia, nomeadamente exames físicos, para que com base nesses

exames fosse possível um diagnóstico exacto. Sendo este um caso imaginário, como

referido, são apresentadas neste capítulo algumas possíveis causas da patologia em

questão, assim como algumas propostas de reparação.

A presença de qualquer fissura pode ser indicadora do início do

“desfalecimento” generalizado do revestimento. Neste caso, refazer completamente é a

solução mais indicada, doutro modo, se apenas efectuar a reparação, a fissuração poderá

tomar novas proporções posteriormente.

Uma reparação localizada é oportuna se se tratar de uma fissura ou perfuração

acidental e se a sua caracterização for clara e precisa. Para a reparação deve-se remover

as partes degradadas e proceder, normalmente, à colocação de várias camadas destas

membranas, em perfeito estado. Este procedimento só deverá ser adoptado se o conjunto

do revestimento se encontrar em bom estado.

4.2.2.1 Patologia devido ao suporte do revestimento

Page 84: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

84

A fissuração pode ser devida ao suporte do revestimento, uma vez que este pode

ser incompatível quimicamente com o revestimento aplicado. Neste caso, não se

conhecem incompatibilidades químicas entre o suporte de betão e o revestimento

utilizado (membranas betuminosas), ou seja, esta causa está descartada (Lopes, 1994,

p.109).

O tipo de ligação do revestimento ao suporte de impermeabilização pode ter

influência na ocorrência de fissuração, sendo uma cobertura com sistema de

impermeabilização aderente. A necessidade de uma camada de dessolidarização é

indiscutível, uma vez que o suporte admite deformações devidas, geralmente, a

contracções originadas por variações de temperaturas e humidades dos materiais. Nestes

casos, devem adoptar-se sistemas de impermeabilização independentes, em detrimento

de sistemas aderentes (Lopes, 1998, p.10).

A acção do calor sobre alguns revestimentos de impermeabilização aquando a

sua ligação ao suporte pode produzir efeitos, mais ou menos significativos, de acordo

com a natureza e as condições de aplicação. Neste tipo de membranas, a ligação ao

suporte de impermeabilização deverá ser feita com betume insuflado a quente ou a

soldadura por meio de chama (Lopes, 1994, p.109). Depois de analisar o caso em

questão e verificar que a fissuração poderá resultar de um tipo de ligação inadequado, a

reparação é uma hipótese a rejeitar. A substituição completa do revestimento de

impermeabilização com a ligação adequada ao suporte é o recomendado nestes casos.

4.2.2.2 Patologia devido ao próprio revestimento

Em casos de envelhecimento do próprio revestimento de impermeabilização, ou

porventura, o mesmo não tenha sido o adequado para o objectivo da cobertura em

terraço, não haverá outra solução credível a não ser a substituição por um novo

revestimento.

4.2.2.3 Patologia devido à camada de protecção

Page 85: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

85

Neste caso, com o revestimento de impermeabilização autoprotegido por granulado

mineral, a deficiente aderência deste à membrana betuminosa é, geralmente, a causa

fundamental do seu desprendimento dessa membrana (Lopes, 1998, p.9), pondo assim

aparentes os produtos betuminosos. A dessolidarização pode ser motivada ou por acção

do vento ou pelo escoamento da água na superfície corrente da cobertura. Desta forma o

envelhecimento do revestimento de impermeabilização processa-se mais rapidamente,

facilitando assim a fissuração. Uma maneira de resolver esta questão, será a substituição

desta protecção por, por exemplo, uma protecção pesada ou em camada rígida.

4.3 Prevenção na fase de projecto

Como se pode constatar, a fissuração do revestimento de impermeabilização é

uma patologia de difícil reparação, excepto em casos de fissurações localizadas e/ou

acidentais. Quando a fissuração é generalizada, a opção a tomar é a total substituição do

revestimento de impermeabilização.

Contudo, a fase do projecto é essencial, pode prevenir muitos casos de

anomalias. Para este caso de fissuração generalizada do revestimento de

impermeabilização, apresenta-se, de seguida, uma proposta de um esquema de

disposição de camadas constituintes do sistema de impermeabilização (Fig.36) que

pode, também, ser utilizada aquando a substituição do revestimento por outro.

A aplicação da protecção pesada em detrimento do revestimento autoprotegido

com granulado mineral, deve-se, como já foi referido, à deficiente aderência deste à

membrana betuminosa, e que pode ser causa de fissuração. A camada de protecção

aplicada será esquartelada e com preenchimento das juntas por mastique, uma vez que,

também este factor, poderia ser motivo de fissuração ou descolamento do revestimento

de impermeabilização.

Por uma questão de conforto, economia de energia e aumento da vida útil dos

componentes do sistema de impermeabilização recorreu-se a uma solução com

isolamento térmico. Este isolamento que poderá ser, por exemplo, com placas isolantes

de poliestireno extrudido.

Page 86: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

86

Optou-se por um sistema de cobertura invertida, ou seja, as membranas de

impermeabilização são colocadas sob o isolamento térmico. Este sistema apresenta

algumas vantagens relativamente ao tradicional: durante a construção as membranas não

ficam expostas a esforços mecânicos, o risco de condensação é menor, reduz o risco de

envelhecimento precoce da camada impermeável devido ao impacte das variações

térmicas bruscas, etc.

A utilização de um sistema independente, relativamente ao sistema aderente, é

vantajoso sob ponto de vista do comportamento a fenómenos de fissuração (vd. 4.2.2.1).

4.4 Recomendações de carácter geral

Ao executar o sistema de impermeabilização da cobertura em terraço, deverá

ter em consideração algumas recomendações, que são, aliás, de carácter geral. Estas

recomendações, por vezes, podem eliminar o risco de ocorrência de futuras patologias.

As membranas a utilizar devem ser manuseadas com cuidado, sobretudo

quando a temperatura do ar for inferior a 5ºC. A sua aplicação não deve fazer-se em

tempo de chuva, neve ou de nevoeiro intenso, nem quando a temperatura do ar for

inferior a 0ºC.

A pendente nominal não deve ser, em princípio, inferior a 1% de modo a

permitir o escoamento adequado das águas à sua superfície.

Antes da aplicação das membranas, a concordância da superfície da cobertura

com os paramentos verticais deve ser arredondada ou chanfrada, de forma a permitir um

ajustamento contínuo das membranas, sem dobragem em ângulo.

4.4.1 Processo de aplicação

4.4.1.1 Colocação dos rolos

Page 87: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

87

Os rolos devem ser desenrolados sem ficarem sujeitos a tensões, e alinhados

sobre o suporte de maneira a que a largura de sobreposição dos mesmos nas juntas não

seja inferior a 0,10m.

4.4.1.2 Ligação das membranas

Estes sistemas são formados por camadas múltiplas de telas betuminosas

coladas entre si com betume insuflado ou por soldadura por meio de chama. A ligação

entre membranas faz-se ao longo das juntas de sobreposição, em toda a sua largura.

4.4.1.3 Camada de dessolidarização

Previamente à aplicação do revestimento de impermeabilização desenrolam-se

sobre o suporte os rolos que constituem a camada de dessolidarização da

impermeabilização, com uma sobreposição de 0,10 m dos seus bordos. Esta camada

pode ser constituída por diversos materiais, tais como: papel “Kraft”, papel siliconado,

mantas de geotêxtil, etc.

4.4.1.4 Zonas ou pontos singulares

O tratamento das zonas singulares (juntas de dilatação, platibandas, chaminés,

tubos de queda, etc.) é de suma importância para a satisfação das exigências funcionais

de uma cobertura em terraço. Todavia, a influência da generalidade destes parâmetros

foi já referida no capítulo anterior deste trabalho.

4.4.2 Cuidados de execução

Na execução das impermeabilizações deverão ser tomadas as seguintes

condições:

- Durante ou após a aplicação do revestimento de impermeabilização, deve

evitar-se a utilização ou o manuseamento de certas substâncias químicas,

Page 88: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

88

nomeadamente, gasolina, petróleo, solventes orgânicos e produtos oxidantes

concentrados;

- Evitar a perfuração das impermeabilizações por deficiente colocação de

andaimes e equipamentos electromecânicos nas coberturas, bem como evitar a

presença de pessoas estranhas aos trabalhos e garantir a limpeza inferior do calçado

(ausência de britas, areia, etc);

- O manuseamento dos produtos auxiliares de colagem ou de acabamento

deve ser efectuado utilizando equipamento individual de protecção adequada,

nomeadamente luvas e fatos de trabalho;

- Evitar o aparecimento de humidades na face interior dos tectos e mesmo

apodrecimento do material de isolamento em consequência de humidade retida

quando os trabalhos de impermeabilização são realizados em tempos de chuva;

- Dotar as coberturas de uma inclinação mínima para permitir a fácil

evacuação das águas pluviais;

- Evitar ângulos vivos na ligação pavimento-parede e realizar uma

conveniente ligação de impermeabilização com o elemento vertical;

- Adoptar um tratamento especial sem que a impermeabilização cubra

juntas de dilatação.

Page 89: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

89

5. Processos construtivos

5.1. Impermeabilizar caves em betão

Nos parques subterrâneos e caixas de elevador, constituídos em betão armado,

podem aparecer problemas de humidade ou aparecimento de água.

Às vezes o betão original não é totalmente impermeável ou a

impermeabilização exterior é insuficiente.

Fig. 41– Sapata em betão

Page 90: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

90

Noutras ocasiões o betão apresenta defeitos localizados, como fissuras ou

uniões defeituosas.

...ou ainda corrosão das armaduras na presença da água e do ar;

A resistência das paredes à água em contra pressão pode não ser suficiente,

sobretudo quando o nível é alto

Assim a superfície interior das paredes e do pavimento saturam-se de água. Os

revestimentos degradam-se, aparecem sais, desenvolvem-se microorganismos

Page 91: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

91

Para eliminar estes fenómenos é necessário efectuar um tratamento pelo interior com uma argamassa que resista á força da água em contra pressão e assegure a impermeabilização.

A solução para este casos cinge-se num impermeabilizante mineral mais

precisamente “motex dry capa fina” que é usado nas impermeabilizações de construções enterradas como é o caso dos depósitos ,tanques piscinas, lagos, caves, parques subterrâneos... e tem como revestimento associado rebocos minerais, revestimentos orgânicos espessos., este material não resiste à fissuração do suporte, em pavimentos ou em caso de tráfego intenso, deve ser revestido, não utilizar em meios ácidos.

Temperatura de aplicação 5 a 35 ºC , não aplicar em gelo, não se deve aplicar com pleno sol, em subterrâneo, garantir uma boa ventilação para evitar condensações, a espessura final deve ser de 2 mm em qualquer ponto, limpar a ferramenta com água e tratar sempre os pontos singulares .Os suportes devem estar sãos, limpos, resistentes, sem descofrantes ( recomenda-se lavagem a alta pressão ou com jacto de areia), o betão novo deve estar estabilizado (28 dias), encher todos os buracos e irregularidade do betão com motex, encher também as juntas entre blocos, molhar bem o suporte antes da aplicação.

Assim procede-se a eliminar todos os restos de sujidade , pó e gorduras, se possível com água a alta pressão ( 80 bar),tratar o betão degradado:

Abrir as zonas com entrada de água formando arestas e tapar com o referido

material;

Page 92: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

92

Tratar fissuras e esquinas

Amassar o material com 6 a 7 litros de água limpa por saco num batedor

eléctrico lento até obter uma mistura homogénea com a consistência da tinta.

aplicar a primeira camada do referido material e deixar secar 4 horas no

mínimo, humedecer a primeira camada e aplicar a segunda prependicular à primeira, realizar o acabamento com uma talocha ou esponja.

5.2. Como Impermeabilizar uma Cave pelo Interior

- Preparação do suporte; Picar os salitres bem como os revestimentos antigos, lavar ou raspar para obter

uma superfície limpa e dura

Page 93: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

93

Em casos de infiltrações de água, formando arestas rectas, e tapar com motex

dry obturador ( argamassa para selagem de vias de água)

Eliminar as juntas defeituosas até 2 cm de profundidade, encher com motex dur

ou motex obturador

Amassar motex dry capa grossa (argamassa anti-humidade) manualmente ou

mecanicamente com 3.5 litros de água limpa por saco

Page 94: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

94

Humedecer o suporte e estender o produto com uma talocha até conseguir uma espessura de 10 mm, no caso de grande espessura aplicar camadas sucessivas de 5 a 10 mm.

Por fim regularizar o acabamento com uma talocha para obter uma superfície

plana e regular

5.3. Como Impermeabilizar Caves pelo Exterior

- Preparação do suporte Esperar que as paredes estabilizem ( 28 dias ), eliminar a sujidade, leitadas e

resíduos com lavagem de alta pressão( 80 bar)

Encher todos os buracos do betão com motex dur

Page 95: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

95

Em alvenaria, encher as juntas com motex dur, nivelando-as para obter uma

superfície o mais plana possivel

Aplicação: Amassar motex dry capa fina ( impermeabilizante mineral) com 6 a 7 litros de

água limpa por saco, num batedor eléctrico lento ( 500 rpm ) até obter uma mistura homogénea e fluída com a consistência da tinta.

Molhar com água limpa o suporte, aplicar motex dry capa fina no minimo 2

kg/m2. Deixar secar 3 a 8 horas

Page 96: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

96

Humedecer a primeira camada e aplicar uma segunda perpendicularmente à primeira. Realizar o acabamento com uma talocha ou esponja.

5.4. Como Impermeabilizar uma Piscina ou Tanque

Preparação do Suporte: Sondar as superfícies, eliminar nas zonas defeituosas, eliminar os

revestimentos antigos e limpar

Se existem fugas evidentes de água , abrir formando arestas rectas e tapar com

motex obturador

Tratar as armaduras de betão armado com ibofer, encher os buracos do betão

com motex dur

Page 97: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

97

Tratar adequadamente todos os pontos singulares ; fissuras, esquinas

Aplicar uma camada de motex dry capa fina sobre o betão ou reboco plano.

Uma vez seca (2 a 4 horas ) aplicar uma segunda camada. A espessura minima final deve ser de 2mm

No caso de ser necessário regularizar o suporte , aplicar motex dry capa grossa

5.5. Como Garantir a Estanquidade de um Depósito de Água Potável

Preparação do Suporte

Page 98: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

98

Limpar bem o suporte de modo a obter uma superfície limpa e dura, lavar se

possível.

Tratar os pontos singulares ( fissuras, esquinas..)

A capacidade dos depósitos deve ser pelo menos 4 vezes superior á superfície a

impermeabilizar (relação superfície - volume inferior a 0.25)

Sobre o suporte em alvenaria humedecer e aplicar motex dry capa grossa. A

espessura final deverá ser, no mínimo, 10 mm em todos os pontos

Page 99: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

99

Sobre betão ou reboco aplicar duas camadas de 1mm cada e perpendiculares entre si, de motex dry capa fina

Lavar com água limpa a superfície impermeabilizada com motex dry 24 horas a aplicação. Repetir a operação pelo menos duas vezes antes de encher o depósito.

5.6. Como Garantir a Impermeabilização de uma Caixa de Elevador

Preparação Pontos Singulares Nos ângulos e arestas, colocar uma junta estanque, selá-la com mastique

elástico e realizar uma meia cana com motex dur.

As selagens da estrutura metálica devem ser feitas verificando a profundidade

(P) e largura (A) em função do diâmetro da peça a selar, selar com motex dur

As penetrações directas da água devem ser abertas formando arestas rectas

numa largura mínima de 2 cm, tapar com motex dry obturador

Page 100: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

100

Limpar bem, eliminar as zonas degradadas do suporte

Sobre as superfícies irregulares aplicar duas camadas sucessivas de motex dry

capa grossa até uma espessura total mínima de 1 cm

Sobre as superfícies lisas aplicar duas de mão perpendiculares de motex dry

capa fina até uma espessura máxima de 2 mm

Page 101: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

101

Índice Geral

1. Introdução...............................................................................................................................2

2. Coberturas em terraço...........................................................................................................33

2.1. Constituição de uma cobertura em terraço...............................................................33

2.1.1. Estrutura resistente .......................................................................................34

2.1.2. Camada de regularização .............................................................................35

2.1.3. Camada de forma .........................................................................................35

2.1.4. Barreira pára-vapor .....................................................................................35

2.1.5. Isolamento térmico.......................................................................................35

2.1.6. Revestimento de impermeabilização ...........................................................36

2.1.7. Camada de dessolidarização ........................................................................36

2.1.8. Camada de protecção do revestimento de impermeabilização ....................37

2.1.9. Camada de independência...........................................................................37

2.2. Exigências funcionais. .............................................................................................37

2.2.1. Generalidades...............................................................................................37

2.2.2. Exigências funcionais das coberturas em terraço.........................................38

2.2.3. Exigências funcionais dos revestimentos de impermeabilização.................40

2.3. Classificação das coberturas em terraço...................................................................43

2.3.1. Classificação quanto à acessibilidade...........................................................43

2.3.2. Classificação quanto à camada de protecção da impermeabilização ...........47

2.3.3. Classificação quanto ao tipo de revestimento................................................47

2.3.4. Classificação quanto à localização da camada de isolamento térmico ........48

2.3.5. Classificação quanto à pendente ..................................................................50

2.3.6. Classificação quanto à estrutura resistente...................................................51

2.4. Materiais isolantes ...................................................................................................52

- Esquematização………………………………………………………....…52 - Descrição dos Materiais……………………………………………………53 3. Principais anomalias em impermeabilizações de coberturas em terraço..............................56

3.1. Generalidades ...........................................................................................................57

3.2. Anomalias de projecto .............................................................................................60

3.2.1. Fissuração do revestimento de impermeabilização......................................60

3.2.2. Anomalias devidas à acção do vento ...........................................................62

Page 102: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

102

3.2.3. Presença prolongada de água .......................................................................63

3.2.4. Fissuração de remates em platibandas ou paredes emergentes....................64

3.2.5. Outras anomalias em platibandas e paredes emergentes .............................64

3.2.6. Anomalias em juntas de dilatação................................................................64

3.2.7. Outras anomalias em pontos singulares .......................................................65

3.3. Anomalias resultantes da execução em obra .............................................................66

3.3.1. Perfurações do revestimento de impermeabilizações ..................................66

3.3.2. Anomalias resultantes da acção do calor .....................................................67

3.3.3. Empolamentos..............................................................................................68

3.3.4. Descolamentos de remates em platibandas ..................................................69

3.3.5. Fluência ou deslizamento dos remates.........................................................69

3.3.6. Insuficiente altura dos remates.....................................................................69

3.3.7. Anomalias em caleiras .................................................................................71

3.4. Anomalias de funcionamento ...................................................................................71

3.4.1. Perfurações do revestimento de impermeabilização ....................................71

3.4.2. Anomalias em pontos de evacuação de águas pluviais ................................71

4. Estudo de um caso prático – Fissuração do revestimento de impermeabilização ................80

4.1. Introdução.................................................................................................................81

4.2. Estudo de um caso ....................................................................................................82

4.2.1. Descrição da patologia....................................................................................82

4.2.2. Análise da patologia, possíveis causas e soluções....................................83

4.2.2.1 Patologia devido ao suporte de revestimento ......................................83

4.2.2.2 Patologia devido ao próprio revestimento...........................................84

4.2.2.3 Patologia devido à camada de protecção.............................................84

4.3. Prevenção na fase de projecto .................................................................................85

4.4. Recomendações de carácter geral............................................................................86

4.4.1. Processo de aplicação .....................................................................................86

4.4.1.1. Colocação dos rolos............................................................................87

4.4.1.2. Ligação das membranas......................................................................87

4.4.1.3. Camada de dessolidarização...............................................................87

4.4.1.4. Zonas ou pontos singulares .............................................................87

4.4.2. Cuidados de execução ...................................................................................87

Page 103: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

103

5. Processos construtivos..........................................................................................................89

5.1. Impermeabilizar caves em betão ..........................................................................89

5.2. Como Impermeabilizar uma Cave pelo Interior ...................................................92

5.3. Como Impermeabilizar Caves pelo Exterior ........................................................94

5.4. Como Impermeabilizar uma Piscina ou Tanque...................................................96

5.5. Como Garantir a Estanquidade de um Depósito de Água Potável .......................97

5.6. Como Garantir a Impermeabilização de uma Caixa de Elevador ........................99

Page 104: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

104

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição da água nas camadas do solo…………….……………………..3

Figura 2 – Tensão superficial…………………………………………………………....4

Figura 3 - Tubo capilar………………………………………………………………….5

Figura 4 – Ascensão da água pelas juntas de argamassa………………………………...7

Figura 5 – Esquematização geral da ascensão da água por capilaridade………………...8

Figura 6 – Chekup de rotina a executar ao edifício na fase do diagnostico……………12

Figura 7 – Manifestações frequentes…………………………………………………...14

Figura 8 – Aplicação com maçarico……………………………………………………19

Figura 9 – Teste de estanquidade apos aplicação……………………………………....19

Figura 10 – Detalhe visual…………………………………………………………...…19

Figura 11 – Laje com manta asfáltica alumínio………………………………………..20

Figura 12 – Telhado fibro-cimento revestido com manta……………………………...20

Figura 13 – Telhado com membrana acrílica…………………………………………..22

Figura 14 – Membrana acrílica em laje abobadada…………………………………….22

Figura 15 – Detalhe de aplicação da membrana acrílica……………………………….22

Figura 16 – Disposição das camadas de uma cobertura em Terraço………………...…34

Figura 17 – Revestimentos de impermeabilização…………………………………..…36

Figura 18–Exemplo de penetração de raízes num revestimento de impermeabilização.42

Figura 19– terraço acessível privado…………………………………………………...43

Figura 20 – cobertura plana não acessível……………………………………………...44

Figura 21 – Cobertura aparcamento do Maiashopping, Maia………………………….45

Figura 22 – Terraço ajardinado em fase de acabamentos………………………………46

Figura 23 – Esquemas de posicionamento do isolamento térmico …………………….48

Figura 24 – Esquemas de posicionamento do isolamento térmico………………..……49

Figura 25 – Tipos de materiais tradicionais ……………………………………...…….53

Figura 26 – Tipos de materiais não tradicionais …………………...…………………..53

Figura 27 – Percentagem de custos e causas de sinistros, segundo Securitas……….....57

Figura 28 - Causas de patologias segundo o CSTC………………………………….....58

Figura 29 – Exemplo de fissuração num revestimento de impermeabilização………...60

Figura 30 – Arrastamento dos elementos soltos ……………………………………….62

Figura 31 – Acumulação de água junto a uma platibanda por deficiente conformação..63

Figura 32 - Detalhe da aplicação da manta em poliestireno numa cobertura………...74

Page 105: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

105

Figura 32 – Pormenor da aplicação da manta em polietino……………………………75

Figura 34 – Aspecto final………………………………………………………...…….75

Figura 35.- Aspecto visual……………………………………………………………...76

Figura 36 – Banheira pormenor……………………………………………………...…78

Figura 37 – pormenor construtivo…………………………...…………………………79

Figura 38 - Gesso cartonado………………………………………………..………….79

Figura 39.- Pormenor da aplicação……………………………………………………..80

Figura 40 – Fissuração generalizada dum revestimento betuminoso……………...…..82

Figura 41 – Sapata em betão……………………………………………………………89

Bibliografia

• Ferreira. L. (2002) Monografia – Impermeabilizações de coberturas em terraço

• Bauer, L. (2000). Materiais de Construção. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e

Científicos Editora, S.A.

• Blasco, A. (1991). Materiales Basicos de Construccion. Lima, Coleccion del

Inginiero Civil.

• Freitas, V. (1999). Patologia da construção, Comunicações das 7as Jornadas de

Construções Civis FEUP – Inovação e desenvolvimento na construção de

edifícios. Porto, Edições FEUP.

• Gomes, R. (1968). Coberturas em Terraço. Lisboa, Laboratório Nacional de

Engenharia Civil.

• Imperalum. (2001). Projecto de Impermeabilização e Isolamento Térmico.

Montijo, Imperalum Sociedade Comercial de Revestimentos e

Impermeabilizações, S.A.

Page 106: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

106

• Impermeabilizaciones Espanolas, S.A. (2000). Catálogo Técnico

Impermeabilizaciones Espanolas, S.A. Madrid.

• Irmãos Romeiras, Lda (2002). Catálogo Técnico Irmãos Romeiras, Lda. Porto.

• Lopes, J. (1998). Anomalias em Impermeabilizações de Coberturas em Terraço.

Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

• Lopes, J. (1994). Revestimentos de impermeabilização de cobertura em terraço.

Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

• Madrid, J. (2000). La cubierta plana, Tectonica, 6,

• Martins, P. (1999). Impermeabilizações e Isolamentos – Contra o tempo, Arte &

Construção, Julho/Agosto

• Martins, P. (2001). Impermeabilizações – Combater patologias, Arte &

Construção, Abril

• Martins, P. (2002). Isolamentos e Impermeabilizações – Melhorar a construção,

Arte & Construção, Julho/Agosto

• Paiva (1999). Curso de especialização sobre revestimentos de paredes. Lisboa,

Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

• Petrucci, E. (1975). Materiais de construção. Porto Alegre, Globo.

• Ramos, F. (2000). Pequena historia de urgencia de la cubierta plana, Tectonica,

6

Page 107: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

107

• Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes.

(Decreto-Lei nº 235/83, de 31 de Maio). Lisboa, Imprensa Nacional.

• Regulamento Geral das Edificações Urbanas. (Decreto-Lei nº 38 282, de 7 de

Agosto de 1951). Lisboa, Imprensa Nacional.

• Salvador, F. (1993). Réhabiliter et entretenir un immeuble ancien point par

point. Paris, Publication du Moniteur.

• Soares, F. (1999). Francisco Sousa Soares – Engenheiro, Materiais de

Construção, Maio/Junho 1999

• Texsa. [Em linha]. Disponível em <http://www.texsa.pt>. [Consultado em

06/10/2002].

• Veritas, B. (1992). Couvertures, toitures-terrasses. Paris, Edition du Moniteur.

• Veritas, B. (1993). Guide technique du patrimoine réhabilitation et

maintenance. Paris, Edition du Moniteur.

Page 108: Imper Me Abi Liza Coes

Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II

108

GLOSSÁRIO

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

UEAtc – Union Européenne pour l’Agrément Technique dans la Construction

RSA – Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes

RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas

CSTC – Centre Scientifique et Technique de la Construction

FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto