57
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL Pós-graduando: Antonio Carlos Cunha Lacreta Junior Orientador: Prof. Dr. Júlio Carlos Canola Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Cirurgia Veterinária. JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Julho de 2008 IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA OSTECTOMIA PARCIAL DO RÁDIO EM COELHOS

IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS DE JABOTICABAL

Pós-graduando: Antonio Carlos Cunha Lacreta Junior

Orientador: Prof. Dr. Júlio Carlos Canola

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Cirurgia Veterinária.

JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL

Julho de 2008

IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA

OSTECTOMIA PARCIAL DO RÁDIO EM COELHOS

Page 2: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

2

1. INTRODUÇÃO

O retardamento ou a ausência do processo de consolidação óssea nas

correções cirúrgicas das fraturas são situações indesejadas por cirurgiões, haja

vista que às vezes se tornam um problema de difícil resolução na cirurgia

ortopédica. Infelizmente, ocorrem com freqüência significativa, em virtude da

existência de inúmeros fatores físico-químicos, tanto locais quanto sistêmicos, que

são responsáveis por estas condições. Muitas pesquisas foram e vêm sendo

realizadas com intuito de evitar ou ao menos minimizar a ocorrência de falhas na

consolidação óssea e, a partir delas, introduziu-se várias técnicas cirúrgicas com o

uso de enxertos, ou a utilização de produtos biológicos e sintéticos que estimulam

a osteogênese.

A união óssea inicia-se imediatamente após a fratura por meio de

mecanismos fisiológicos com fases bem definidas (HUNSE & HYMAN, 1998).

Cada uma dessas fases é mediada por substâncias biológicas distintas

específicas e indispensáveis no processo completo da neofomação óssea

(FOSSUM, 1997). Essas substâncias biológicas podem ativar ou impedir a

osteogênese dependendo da sua presença, quantidade ou qualidade em cada

fase da consolidação óssea. Sendo assim, a utilização racional de tais substâncias

de forma exógena, ou, de estimulantes que promovam a produção endógena

delas, chamados de osteoindutores, vêm ganhando espaço nos procedimentos

cirúrgicos das correções de fraturas, com o intuito de acelerar o processo de

consolidação.

Dentre os inúmeros osteoindutores biológicos e sintéticos existentes, a

próstata do cão, recentemente testada mostrou-se efetiva na estimulação da

osteogênese. A teoria da possibilidade da próstata do cão ser um osteoindutor

biológico partiu da observação de ocorrências repetitivas de metástase óssea

(lesões osteoblásticas) em casos de neoplasias prostáticas malignas. Por esta

razão, LeRoy, et al. (2002) testaram a capacidade osteoindutora da próstata,

utilizando-a in vivo nos ossos chatos do crânio de ratos e notaram sua eficácia

pela observação de neoformação óssea periosteal nos locais de implante.

Page 3: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

3

A eficiência osteoindutora da próstata do cão, comprovada por LeRoy, et al.

(2002), ensejou a oportunidade de verificar se este fato ocorre em outras

situações, mais especificamente na cirurgia ortopédica, onde muitas vezes há

necessidade de estimular a osteogênese. O presente estudo consiste em avaliar a

capacidade osteindutora da próstata do cão em ossos longos, utilizando-a na

ostectomia parcial do rádio em coelhos, tendo como importância a possível

utilização como um coadjuvante nas intervenções cirúrgicas corretivas das fraturas

para estimular o processo de consolidação óssea.

Page 4: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. OSSIFICAÇÃO

O tecido ósseo é formado ou por um processo chamado de ossificação

intramembranosa, que ocorre no interior de uma membrana conjuntiva, ou pelo

processo de ossificação endocondral, que se inicia sobre um molde cartilaginoso,

o qual é destruído gradualmente e substituído por tecido ósseo que se forma a

partir de células vindas do tecido conjuntivo adjacente (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 1995; WEISBRODE, 1995). Durante o crescimento ósseo e o

crescimento ósseo remodelado em vertebrados adultos, o novo osso formado

sempre é depositado em uma matriz óssea pré-existente, enquanto a deposição

óssea inicial na embriogênese, ocorre em tecido não mineralizado (WEISBRODE,

1995; CANCEDDA et al., 2000).

A ossificação intramembranosa é assim chamada por surgir no interior de

membranas de natureza conjuntiva, em um local chamado centro de ossificação

primário. O processo tem início pela diferenciação de células mesenquimatosas

que se transformam em grupos de osteoblastos. Estes sintetizam o osteóide que

logo se mineraliza englobando alguns osteoblastos que se transformam em

osteócitos. Como vários destes grupos surgem quase simultaneamente no centro

de ossificação, há confluência das traves ósseas formadas, dando ao osso

aspecto esponjoso. Entre as traves formam-se cavidades que são penetradas por

vasos sangüíneos, e por estes penetram células mesenquimatosas

indiferenciadas, que irão dar origem à medula óssea (JUNQUEIRA & CARNEIRO,

1995; WEISBRODE, 1995; REMEDIOS, 1999). A parte da membrana conjuntiva

que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo

(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1995; CANCEDDA et al., 2000).

A maior parte do crescimento e da formação se dá por meio da

transformação de cartilagem numa estrutura ossificada. A ossificação endocondral

tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, de forma parecida à do osso que

vai se formar, porém de tamanho menor. Consiste essencialmente em dois

processos. Primeiro, a cartilagem hialina sofre modificações, com hipertrofia dos

Page 5: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

5

condrócitos, redução da matriz cartilaginosa, sua mineralização e morte dos

condrócitos. Segundo, as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são

invadidas por capilares sangüíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo

adjacente. Essas células diferenciam-se em osteoblastos, que depositarão matriz

óssea sobre a cartilagem calcificada e, desse modo, aparece tecido ósseo onde

antes havia tecido cartilaginoso, sem que ocorra a transformação deste naquele

(ALSBERG et al., 2002).

Tanto na ossificação intramembranosa quanto na endocondral, o primeiro

tecido ósseo formado é do tipo primário. Este, pouco a pouco, é substituído por

tecido secundário ou lamelar. Portanto, durante o crescimento dos ossos, pode-se

ver, lado a lado, áreas de tecido primário, áreas de reabsorção e de tecido

secundário (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1995).

2.2. REPARAÇÃO ÓSSEA

A fratura é a quebra de um osso ou cartilagem, onde ocorre sempre

hemorragia local, pela lesão de vasos sangüíneos do osso, do periósteo e dos

tecidos moles adjacentes. Nota-se também destruição da matriz e morte de

células ósseas junto ao local fraturado (WEISBRODE, 1995; BRADDOCK et al.,

2001).

A reparação de uma fratura é variável e depende de fatores biológicos e

mecânicos, que influenciam a seqüência de eventos celulares que ocorre durante

a consolidação (FOSSUM, 1997; MENDES et al., 2001; FIALKOV et al., 2003).

Esses fatores associados da violação dos princípios da cirurgia ortopédica podem

alterar a marcha normal da consolidação óssea, protelando-a ou impedindo-a de

completar-se, e produzindo, respectivamente, retardo de consolidação e

pseudoartrose (BARROS & BARBIERI, 1994; MORAES, 2006).

Todos os processos fisiológicos que ocorrem dentro do osso, incluindo o

processo de reparação durante a consolidação da fratura, são dependentes de

suporte vascular adequado (FOSSUM, 1997). Os estágios de reparação após a

fratura ou ostectomia e sua relação com o suprimento sangüíneo são

fundamentais. Os leitos circulatórios, tanto medulares quanto periosteais,

Page 6: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

6

proliferam muito, mas o sistema arterial medular desempenha um papel

fundamental no suprimento sangüíneo para a formação do calo ósseo. O

predomínio desse suprimento medular aumenta à medida que progride a fase de

reparação (MORAES, 2006).

A consolidação de uma fratura ou falha óssea é um dos processos mais

notáveis de reparação do organismo, porque dele resulta reconstituição do tecido

lesado em outro semelhante ao original (GIORDANO et al., 2001; MENDES et al.,

2001; HERNÁNDEZ-GIL et al., 2006) e ocorre por meio de uma série de eventos

iniciais, que culminam em regeneração óssea (REMEDIOS, 1999).

Esta é um processo extremamente complicado, que pode ser dividido em

três fases seqüenciais: inflamatória, durante a qual o tecido necrótico é removido;

reparatória, quando a síntese rápida de nova matriz ocorre; e remodelatória, na

qual a matriz desorganizada da fase de reparo sofre processo de maturação,

transformando-se em estrutura compacta e funcionalmente eficiente. Essas fases

são inter-relacionadas e ocorrem temporariamente (MENDES et al., 2001;

BRADDOCK et al., 2001; ASPENBERG, 2005; MORAES, 2006).

Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso

fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema canalicular resulta em morte

dos osteócitos localizados nas bordas da fratura dos fragmentos ósseos. Enzimas

lisossomais liberadas pela morte dos osteócitos disparam um processo de

destruição da matriz óssea. Nesta fase aguda ocorre um intenso afluxo de

citocinas para o local da fratura. Essas proteínas como as linfocinas ativam uma

cascata de enzimas proteolíticas, resultando em coagulação e inflamação.

Plaquetas locais liberam fatores de crescimento derivado das plaquetas (PDGF),

TGFβ (fator de crescimento de transformação β) e de crescimento epidermal, que

são mediadores moleculares requeridos para a consolidação (REMEDIOS, 1999).

A fase inflamatória começa imediatamente após a fratura (MORAES, 2006).

A formação do hematoma que envolve o foco de fratura faz com que os

segmentos lesados fiquem, em suas extremidades, desprovidos de nutrição e

evoluam para necrose (MENDES et al., 2001). Os tecidos moles, o periósteo e a

medula danificados, contendo grande quantidade de material necrótico

Page 7: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

7

desencadeiam reação inflamatória intensa (REMEDIOS, 1999; MENDES et al.,

2001). No período de 48 horas, o exsudato do hematoma contém vários

mediadores inflamatórios, fatores angiogênicos e fatores de crescimento liberados

pelas plaquetas, células locais, mastócitos, macrófagos, neutrófilos e linfócitos

(MORAES, 2006). O hematoma promove a formação da primeira população de

células no foco da fratura, incluindo granulócitos, macrófagos, linfócitos e

mastócitos. Os granulócitos têm função bacteriostática e bactericida, entretanto

não participam diretamente do processo de consolidação óssea. Macrófagos

destroem bactérias e juntamente com linfócitos, liberam fatores angiogênicos e de

crescimento celular. Osteoclastos são achados precocemente na fase inflamatória,

e iniciam o processo de reabsorção e remoção do tecido ósseo morto (BARROS &

BARBIERI, 1994).

Na fase de reparo, o hematoma começa a organizar-se por meio da

chegada de plaquetas e deposição de fibrina (CANCEDDA et al., 2000). O

periósteo e o endósteo, próximo à área fraturada, respondem à imensa

proliferação, formando um tecido muito rico em células osteogênicas que

constituem um colar em torno da fratura, que penetra as extremidades ósseas

rompidas (BRADDOCK et al., 2001).

Macrófagos são especialmente importantes iniciando a fibroplasia. Nesta,

ocorre a migração de células osteoprogenitoras do endósteo, cavidade medular,

periósteo e também do endotélio para dentro do sítio de fratura. As células do

endotélio também contém fatores de crescimento que promovem proliferação

óssea. Associadas a fibroblastos, macrófagos e capilares, essas células

mesenquimais pluripotenciais formarão o calo periosteal externo (REMEDIOS,

1999). Os fibroblastos possuem pré-requisitos indispensáveis para a ossificação

na consolidação das fraturas, transformando-se em osteócitos ou se degenerando,

sendo eventualmente substituídos por tecido ósseo (CHAI et al., 1997). Os

macrófagos também são responsáveis pela angiogênese, por meio da produção

de fatores angiogênicos que atuam localmente no calo da fratura frente a

condições de hipóxia. Esses vasos sangüíneos novos representam o suprimento

extra-ósseo, originado dos tecidos moles ao redor da fratura. O suprimento extra-

Page 8: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

8

ósseo manterá o calo nutrido até 10 dias após a injúria, e com a progressão da

consolidação, sua contribuição será diminuída (CHAI et al., 1997).

O calo periosteal indiferenciado inicia-se ao sofrer uma rápida proliferação e

transformação condrogênica. Essas células precursoras originam-se

provavelmente do periósteo ou da organização do hematoma e diferenciam-se em

condroblastos, fibroblastos e osteoblastos. Variações da tensão de oxigênio local

determinam a diferenciação das células pluripotenciais, ou em cartilagem

produzindo condroblastos; quando a tensão de oxigênio é baixa, ou em osso

produzindo osteoblastos (REMEDIOS, 1999).

O tecido ósseo imaturo que surge nas extremidades ósseas fraturadas é

fruto da ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se

formam, como também por ossificação intramembranosa. Podem ser encontradas

no local da reparação, ao mesmo tempo, áreas de cartilagem, áreas de

ossificação intramembranosa e áreas de ossificação endocondral (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 1995).

Inicialmente há deposição de colágenos I, II e III, mas, com o decorrer do

processo o tipo I predomina. Ocorre deposição de hidroxiapatita de cálcio na

matriz óssea. Desta forma, o calo cartilaginoso se mineraliza envolvendo as

extremidades dos fragmentos da fratura, estabilizando-a (BRADDOCK et al.,

2001). Durante esse processo, partes do calo cartilaginoso são invadidas por

capilares, e um novo osso começa a se formar na região central da cartilagem não

reabsorvida (SCAMMELL & ROACH, 1996). Com a estabilidade, o suporte

sangüíneo medular se restabelece e inicia-se a formação do calo

fibrocartilaginoso, onde a cartilagem gradualmente é substituída por osso por meio

de um processo idêntico ao da ossificação endocondral (REMEDIOS, 1999).

Osteoblastos são sistematicamente mobilizados e recrutados para o local da

fratura (SHIRLEY et al., 2005) e fazem a osteo-orientação para formação dos

canais capilares. Nesse estágio, a união óssea é concluída, porém a estrutura

óssea do foco da fratura é diferente do osso original (REMEDIOS, 1999). Esse

calo ósseo que envolve as extremidades dos ossos fraturados é constituído por

tecido ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une

Page 9: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

9

provisoriamente as extremidades ósseas fraturadas (JUNQUEIRA & CARNEIRO,

1995).

O processo de remodelação começa quando a fratura está unida por meio

do calo e o osso volta a sofrer forças devido ao movimento. Nessa fase, a

cartilagem mineralizada ou o tecido ósseo primário vão sendo absorvidos e

substituídos por osso estruturado, o qual será modificado em osso lamelar para a

organização do sistema harvesiano. Neste árduo processo, os osteoclastos

removem o osso estrutural e os osteoblastos depositam osso lamelar ao redor do

canal capilar central, essas células são conhecidas como Unidade Óssea

Multicelular (BMU- Bone Multicellular Unit). O processo de remodelação óssea, ou

seja, a transformação do calo na forma original do osso é lento e possui como

principal guia a atividade óssea piezoelétrica, fenômeno de geração de polaridade

elétrica pela pressão exercida no ambiente cristalino (inorgânico) (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 1995; REMEDIOS, 1999; MORAES, 2006).

A união óssea pode ocorrer por meio de dois mecanismos de reparo

diferentes, seja a consolidação direta ou reconstrução osteonal primária por

contato ou por lacuna e consolidação indireta ou reconstrução osteonal secundária

por formação de calo intermediário (WEISBRODE, 1995; FOSSUM, 1997; HULSE

& HYMAN, 1998; REMEDIOS, 1999).

A reconstrução osteonal primária ocorre sem formação de cartilagem

(REMEDIOS, 1999) por meio do perfeito alinhamento anatômico das extremidades

fraturadas e absoluta estabilidade dos fragmentos. Ocorre apenas em fraturas

onde a falha é menor que um milímetro (HULSE & HYMAN, 1998; FOSSUM,

2007). Ocorre reabsorção direta da linha de fratura, seguida por deposição de

osso lamelar pelos osteoblastos (REMEDIOS, 1999). O aspecto morfológico das

extremidades fraturadas se caracteriza por áreas de contato e outras onde estão

presentes lacunas pequenas de diferentes larguras. A reconstrução osteonal

primária ainda é subdividida em consolidações por contato e lacunar (HULSE &

HYMAN, 1998).

Na consolidação por contato, primeiro, a falha é preenchida por osso

fibroso, seguida de reconstrução óssea longitudinal e remodelação Haversiana de

Page 10: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

10

forma simultânea, por fim, em arranjo de osso lamelar ao longo do eixo

longitudinal do osso (FOSSUM, 1997; HULSE & HYMAN, 1998). Já na

consolidação por lacunas, o processo é muito semelhante ao da consolidação por

contato, com a diferença do osso lamelar arranjar-se primeiramente perpendicular

ao eixo do osso e depois, com o passar do tempo, o osso lamelar novo na lacuna

torna-se longitudinalmente orientado, e restabelece a integridade anatômica e

mecânica do córtex (HULSE & HYMAN, 1998).

A consolidação indireta ou reconstrução osteonal secundária por calo

intermediário ocorre quando as fraturas possuem um ambiente mecânico instável

(FOSSUM, 1997). Neste tipo de consolidação é necessário um ambiente com

micromovimentação para estimular a formação do calo ósseo, já que é dividida em

quatro estágios já descritos, inflamação, calo mole, calo duro e remodelação.

(HULSE & HYMAN, 1998; REMEDIOS, 1999) Essa pequena instabilidade produz

alterações piezoelétricas que aceleram a união óssea (REMEDIOS, 1999).

2.3. FATORES DE CRESCIMENTO ÓSSEO

O termo fator de crescimento define um grupo de polipeptídeos que está

envolvido na proliferação e diferenciação celular e na morfogênese de tecidos e

órgãos da embriogênese até a vida adulta. Estes podem agir como agentes

mitogênicos, melhorando a proliferação de certos tipos de células, ou serem

morfogênicos, alterando, assim, o fenótipo celular (URIST et al., 1983; LIND, 1998;

REMEDIOS, 1999; PEREIRA FILHO et al., 2004). Esses fatores são sintetizados

por vários tecidos e tipos celulares e podem afetar células da mesma classe (ação

autócrina) ou de uma classe diferente (ação parácrina) (MOHAN & BAYLINK,

1991; BAYLINK et al.,1993; REMEDIOS, 1999).

As aplicações terapêuticas dos fatores de crescimento após o nascimento

envolvem o reparo de tecidos e órgãos danificados, e também regeneração ou

gênese de tecidos, induzindo novamente o processo de desenvolvimento que

possibilitou a criação do tecido ou órgão durante o desenvolvimento fetal ou pós-

natal (PEREIRA FILHO et al., 2004).

Page 11: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

11

A formação óssea é um processo regulado pela replicação celular óssea e

sua função diferenciada, a qual é representada por mudanças na síntese de

colágeno ósseo (CANALIS, 1985). Durante a consolidação óssea ocorre

expressão de diversos fatores de crescimento, sugerindo um forte envolvimento

dos mesmos com os processos de formação óssea e cartilaginosa (OREFFO,

2004). Modelos experimentais utilizando cultura celular de osteoblastos e modelos

clínicos revelam que os fatores de crescimento ósseo influenciam na atividade

celular, tornando-se ferramentas poderosas para a consolidação de fraturas e

aplicação de enxertos (LIND, 1998; KHAN et al., 2000). Os osteoblastos são

produtores de diversos fatores de crescimento ósseo. A produção desses fatores é

regulada por hormônios sistêmicos e mecanismos locais de estresse (BAYLINK et

al., 1993).

Os fatores de crescimento ósseo mais pesquisados recentemente são o

PDGF (Fator de crescimento derivado de plaqueta), IGFs (Fatores de crescimento

similar a insulina), TGFβ (Fator de crescimento transformador β), BMPs (Proteínas

ósseas morfogênicas), FGF (Fator de crescimento de fibroblastos) (MOHAN &

BAYLINK, 1991; REMEDIOS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004; PEREIRA

FILHO et al., 2004), EGF (Fator de crescimento epidérmico), Somatotropina

(hormônio de crescimento) (CANALIS, 1985; MASTROCINQUE et al., 2004), ETs

(Endotelinas) (STERN et al., 1995; LeROY et al., 2004), VEGF (Fator de

crescimento vascular endotelial) (STREET et al., 2002) e OGP (Peptídeo de

crescimento osteogênico) (SUN & ASHHURST, 1998).

2.3.1. Fator De Crescimento Derivado de Plaqueta (PDGF)

O PDGF foi um dos primeiros fatores de crescimento a ser identificado. O

caminho para o seu isolamento teve início com a descoberta de que fibroblastos

cultivados proliferavam somente quando completados com soro, mas o mesmo

ocorria quando se utilizava o plasma (PEREIRA FILHO et al., 2004). Sintetizado

nas plaquetas e armazenado em grânulos, também é produzido por monócitos,

macrófagos, células endoteliais, fibroblastos e células musculares, sendo

armazenado nas plaquetas (REMEDIOS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004),

Page 12: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

12

também são achados na matriz óssea (MOHAN & BAYLINK, 1991), em

leiomiócitos e nos capilares (BARBIERE & COSTA, 2004).

O PDGF apresenta três isoformas, PDGF-AA, PDGF-BB e PDGF-AB, essas

exercem seus efeitos sobre células alvo pela ativação de dois receptores, α e β.

Estes receptores são estruturalmente relacionados à proteína tirosinaquinase

(BARBIERE & COSTA, 2004).

Possuem atividade mitogênica potente para células mesenquimais incluindo

fibroblastos, leiomiócitos e osteoblastos e estimulam a expressão de TGFsβ

proveniente de macrófagos (MASTROCINQUE, et al., 2004). Atua indiretamente,

sobre a neovascularização, a síntese de colágeno e a reparação óssea. Estimula

a produção de várias moléculas da matriz extracelular, como fibronectina,

colágeno, colagenase, proteoglicanos e ácido hialurônico (BARBIERE & COSTA,

2004).

Após a fratura, PDGF é liberado pelas plaquetas e depositado no sitio de

fratura. Desta forma, promove proliferação fibroblástica, quimiotaxia para células

inflamatórias e mesenquimais e aumento da síntese de colágeno e cartilagem

(REMEDIOS, 1999). A atividade osteogênica aumentada já foi descrita em

osteotomia de tíbia em ratos e defeitos da calota craniana em coelhos

(MASTROCINQUE et al., 2004). A isoforma PDGF-BB é a que apresenta maior

efeito quimiotáxico sobre os osteoblastos (LIND, 1998).

2.3.2. Fator De Crescimento Similar a Insulina (IGF)

As IGFs são fatores secretados pelos osteoblastos durante a formação

óssea para aumentar a osteogênese e acelerar a deposição óssea (PEREIRA

FILHO et al., 2004), portanto, são reguladores do crescimento ósseo, estimulando

a replicação e a diferenciação celular (REMEDIOS, 1999).

Existem dois tipos, IGF-I e IGF-II. Cada um deles se liga a um receptor de

membrana IGF específico, que resulta em atividade de quinase, levando a mitose

de células formadoras de osso (PEREIRA FILHO et al., 2004). O IGF-II tem menor

efeito quimiotáxico em osteoblastos (LIND, 1998). O IGF-I chamado de

Page 13: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

13

somatomedina C, é sintetizado por hepatócitos sob a influência da somatotropina,

bem como de fibroblastos e osso (MILLIS, 1999).

O IGF-I é estocado na matriz óssea e possui efeito proliferativo dose

dependente em fibroblastos, precursores de osteoblastos e na síntese

osteoblástica de colágeno. Os IGFs inibem a degradação de colágeno por inibição

da expressão de colagenase, sendo o IGF-I, o inibidor mais potente (MILLIS,

1999). Proporcionam proliferação e aumento da atividade metabólica de

osteoblastos, estimulando a mitogênese, resultando em maior produção de

osteocalcina com grande especificidade para atividade osteoclástica, regulando a

maturação óssea e a mineralização da matriz óssea (MASTROCINQUE et al.,

2004). Também é responsável por anabolismo ósseo, atuando de forma autócrina

ou parácrina para os osteoblastos (PEREIRA FILHO et al., 2004). Causa aumento

na expressão de outros fatores de crescimento com os BMP-2 e BMP-4

(MASTROCINQUE et al, 2004).

2.3.3. Fator De Crescimento Transformador ββββ (TGF-ββββ)

Os TGFs-β constituem uma superfamília de mediadores locais que regulam

a proliferação e as funções da maioria das células dos vertebrados (PEREIRA

FILHO et al., 2004). Chamado de fator de crescimento multifuncional atua como

mediador da fisiologia celular normal e da embriogênese dos tecidos

(MASTROCINQUE et al., 2004). Também é considerado o maior regulador do

metabolismo ósseo (REMEDIOS, 1999).

A superfamília dos TGFs-β possui cinco mediadores (TGF-β1 a β5)

(REMEDIOS, 1999; PEREIRA FILHO et al., 2004). São produzidos por plaquetas,

macrófagos, osteoblastos e osteócitos, sendo encontrados em maior quantidade

na matriz óssea e nas plaquetas (MILLIS, 1999; REMEDIOS, 1999;

MASTROCINQUE et al., 2004; PEREIRA FILHO et al., 2004).

Muitas células normais possuem receptores para estes polipeptídeos, que

são ativados pela serina-tironina proteinoquinase. Osteoblastos e plaquetas

apresentam grande número destes, referidos como receptores I e II (MILLIS, 1999;

REMEDIOS, 1999; PEREIRA FILHO et al., 2004).

Page 14: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

14

Os TGFs-β participam dos processos inflamatório e de reparação

(MASTROCINQUE et al., 2004) e são liberados a partir da degradação de

plaquetas no local da lesão, possibilitando e ajudando o início dos eventos de

reparação (MILLIS, 1999). Também são liberados por macrófagos e matriz óssea

e, adicionalmente, apresentam quimiotaxia para macrófagos, fibroblastos,

condrócitos e osteoblastos (MILLIS, 1999; REMEDIOS, 1999; PEREIRA FILHO et

al., 2004). O tipo TGF-β1 tem forte quimiotaxia para osteoblastos (LIND, 1998,

PEREIRA FILHO et al., 2004) e quando atuam sobre osteoclastos, inibem a

reabsorção óssea (MILLIS, 1999; PEREIRA FILHO et al., 2004).

Regulam a proliferação e diferenciação de células mesenquimais em

condroblastos, osteoblastos e osteoclastos, direcionado a consolidação óssea

(MILLIS, 1999; REMEDIOS, 1999), sendo mitogênicos para fibroblastos e

estimuladores potentes de colágeno, fibronectina e na produção de proteoglicanos

pelos osteoblastos (MILLIS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004).

Verifica-se em trabalhos realizados em ratos que sua aplicação

subperiosteal nos ossos do crânio e no fêmur ou em sítios de fratura resultam em

formação óssea, por proliferação periosteal, condrogênese e formação de osso

intramembranoso, mediante em ossificação endocondral (MILLIS, 1999;

REMEDIOS, 1999).

2.3.4. Proteínas Morfogênicas Ósseas (BMPs)

As BMPs são glicoproteínas e foram descritas por URIST (1962) como

substâncias que induzem a formação de osso e cartilagem em sítios extra-

esqueléticos. Desde então, cerca de 20 substâncias foram identificadas (MILLIS,

1999; GRANJEIRO et al., 2004; PEREIRA FILHO et al., 2004; GRANJEIRO et al.,

2005). Pertencem à superfamília de proteínas denominadas de fator de

crescimento transformador, da qual fazem parte pelo menos 43 membros

(MASTROCINQUE et al., 2004). Essas proteínas são tidas atualmente como as

mais promissoras em relação à osteoindução e apresentam potencial na

reparação de defeitos ósseos, conforme inúmeros experimentos animais,

Page 15: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

15

principalmente a BMP2, BMP4 e BMP7 (PEREIRA FILHO et al., 2004). Estão

presentes na matriz óssea (MASTROCINQUE et al., 2004).

Há uma alta afinidade dessas proteínas por receptores específicos,

encontrados principalmente nas superfícies de membranas dos osteoblastos e

células semelhantes a fibroblastos, e como as BMPs agem nas células, elas

aumentam a expressão de marcadores associados a estas, como fosfatase

alcalina, receptores do paratormônio, osteocalcina e outras BMPs, e diminuem a

expressão de achados miogênicos para certas células (MILLIS, 1999;

GRANJEIRO et al., 2004). Células mesenquimais pluripotentes, progenitoras de

osteoblastos, mioblastos, fibroblastos e células neurais, respondem às BMPs

(GRANJEIRO et al., 2004).

Participam de muitas funções biológicas, incluindo crescimento e

diferenciação celular na embriogênese (MASTROCINQUE et al., 2004). BMPs

induzem irreversivelmente a diferenciação celular e a geração e regeneração

óssea são atribuídas a um coeficiente destas associadas a fatores de crescimento

derivados de osso (URIST et al., 1983). Sua atividade no processo de

osteoindução envolve a diferenciação de células mesenquimais pluripotenciais em

células osteogênicas (REMEDIOS, 1999), por exemplo, condroblastos e

osteoblastos, possuindo quimiotaxia pelas células mesenquimais, entretanto,

apesar de serem osteoindutores potentes, não possuem atividade mitogênica

(MILLIS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004; GRANJEIRO et al., 2005).

Dentre os tipos de BMPs, a dois, quatro, cinco, seis e sete, possuem

importância fundamental na regulação da formação do tecido esquelético e

reparação, e estas proteínas têm diferentes potenciais osteoindutores

(MASTROCINQUE et al., 2004). Células osteoprogenitoras da medula óssea são

mais responsivas à estimulação pelo tipo BMP2 (LIND, 1998). Induzem

principalmente a ossificação endocondral (GRANJEIRO et al., 2004).

Quando ocorre uma fratura, BMPs difusas pela reabsorção da matriz óssea,

ativam células osteoprogenitoras, resultando em mais produção de BMPs pelos

osteoblastos, induzindo a formação óssea no sítio da fratura (MILLIS, 1999). Em

experimentos com animais (macacos, ratos, coelhos, cães e carneiros) foram

Page 16: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

16

observados resultados efetivos para consolidação de fraturas e formação de osso

lamelar (MILLIS, 1999; REMEDIOS, 1999).

2.3.5. Fator De Crescimento de Fibroblastos (FGF)

O FGF é liberado por fibroblastos, osteoblastos, condrócitos, macrófagos,

ossos e células endoteliais no calo da fratura e armazenado na matriz óssea

(REMEDIOS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004).

Seus efeitos são mais pronunciados na neovascularização e formação de

tecido de granulação no foco da fratura do que na função osteoblástica

(REMEDIOS, 1999). São mitogênicos para células endoteliais, fibroblastos,

condrócitos e osteoblastos. Estimula matriz óssea, deposição de colágeno e

angiogênese (MILLIS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004).

Existem duas formas distintas de FGF: FGF ácido e FGF básico (MILLIS,

1999). Estudo mostra que injeção de FGF básico imediatamente após formação

do calo fibroso da fratura, depois de quatro dias da lesão, causou efeito

significativo na consolidação da fratura (REMEDIOS, 1999).

2.3.6. Fator De Crescimento Epidérmico (EGF)

O EGF é encontrado em muitos tecidos e é liberado por plaquetas durante

sua degradação (MILLIS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004). Embora muitas

células possuam receptores para EGF, células endoteliais, fibroblastos e células

epiteliais são as que possuem os receptores em maior quantidade, por isso existe

quimiotaxia maior por estes tipos celulares, estimulando a angiogênese e a

atividade da colagenase (MILLIS, 1999).

2.3.7. Somatotropina (STH) – Hormônio de Crescimento

A STH é um hormônio de crescimento produzido na hipófise anterior

(MILLIS, 1999; MASTROCINQUE et al., 2004) que possui efeitos anabólicos

generalizados. Possui ação importante no desenvolvimento de animais jovens,

particularmente no crescimento longitudinal dos ossos (MILLIS, 1999). Também

estimula a proliferação e função dos osteoblastos, eleva o crescimento de células

Page 17: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

17

imaturas e a produção de IGF pelo fígado e osteoblastos, além de estimular a

produção de outros fatores de crescimento (MILLIS, 1999; MASTROCINQUE et

al., 2004). Podem afetar os osteoclastos, estimulando a reabsorção (MILLIS,

1999).

A STH atua diretamente em receptores próprios, produzindo efeito

anabólico em osteoblastos ou indiretamente, mediante estimulação parácrina dos

IGFs (MASTROCINQUE et al., 2004).

A STH aumenta em duas a cinco vezes a área óssea, o conteúdo mineral e

a densidade ósseas. Em cães foi testada uma STH recombinante com bons

resultados. Experimento realizado com animais, utilizando a STH sistêmica e local

em técnicas de osteotomia, apresentaram bons resultados na consolidação óssea

(MILLIS, 1999).

2.3.8. Endotelinas (ETs)

As ETs são polipeptídeos vasoativos produzidos por vários tecidos e que

também atuam em muitos deles (STERN et al., 1995). Modulam o metabolismo

ósseo regulando, osteoblastos, condrócitos e osteoclastos (KITTEN & ANDREWS,

2001). Existem dois tipos: ET-1 e ET-2 que, respectivamente, agem em receptores

ET-A e ET-B, existentes principalmente nos osteoblastos. Também podem

estimular a síntese de proteínas colágenas e não colágenas, afetar o metabolismo

do cálcio por meio de ações inibitórias da secreção do paratormônio e estimular a

reabsorção dependente de prostaglandinas. Especificamente a ET-1 pode

aumentar os níveis de interleucina – 1, induzindo o aumento de interleucina – 6

(STERN et al., 1995).

2.3.9. Fator de Crescimento Vascular Endotelial (VEGF)

Sua principal habilidade é a neovascularização (angiogênese), interferindo

diretamente na formação do calo e posterior ossificação, endocondral e

intramembranosa (STREET et al., 2002).

Page 18: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

18

2.3.10. Peptídeo de Crescimento Osteogênico (OGP)

OGP estimula a formação óssea e pode acelerar a consolidação da fratura.

Em um experimento, a administração sistêmica de OGP acelerou a formação do

calo ósseo por meio de ossificação endocondral, resultando em diminuição no

tempo de consolidação, principalmente nos casos de instabilidade mecânica da

fratura (SUN & ASHHURST, 1998).

2.4. A PRÓSTATA DO CÃO

Segundo BARSANTI (1995) e BASINGER et al. (1998), a próstata é a única

glândula sexual anexa presente no cão, sendo relativamente grande, com

estrutura densa e compacta, apresentando coloração amarela (ELLENPORT,

1986). No cão é ovóide, bilobada, constituída por cápsula e estroma, ambos

formados por tecido muscular liso, fibroblastos e colágeno. Possui septos

irregulares na região dorsal, que se estendem até o tecido conjuntivo periuretral,

dividindo-a em dois lobos (STABENFELDT & EDQVIST, 1988). Apresenta, na

porção ventral quantidade variável de tecido adiposo (BARSANTI, 1995).

Nos cães adultos, as células epiteliais predominam e o estroma ocupa 10%

do volume, decorrente do aumento das concentrações plasmáticas de

testosterona (BARSANTI, 1995), ao contrário da fase pré-púbere onde o estroma

é predominante (ELLENPORT, 1986).

Embora grande parte das células epiteliais (90 a 95%) produza secreções,

o material secretório fica geralmente armazenado no interior do citoplasma celular

e não nos alvéolos. As células secretoras apresentam forma colunar e cubóide,

possuem citoplasma intensamente eosinofílico e, freqüentemente, formam

pregueamentos alveolares característicos (BASINGER et al., 1998). Estas células

constituem o epitélio colunar secretor (BARSANTI, 1995). Células basais

indiferenciadas localizadas ao longo da membrana basal constituem as células

epiteliais restantes (BASINGER et al., 1998), que se acredita serem as

precursoras do epitélio secretório (BARSANTI, 1995). O epitélio glandular colunar

muda para epitélio transicional na região dos ductos secretórios, em sua porção

distal, onde se abrem no interior da uretra (BARSANTI, 1995).

Page 19: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

19

Após o nascimento, a glândula situa-se no interior do abdômen, até que

ocorra a degeneração do úraco remanescente, por volta dos dois meses de idade,

quando migra para a cavidade pélvica (BASINGER et al., 1998).

Em animais pré-púberes a próstata normalmente é observada como um

pequeno aumento de volume nodular na porção proximal da uretra, não atingindo

mais que 1cm de diâmetro na raça Beagle. Durante a puberdade, a próstata

cresce (BASINGER et al., 1998), limitando-se ao espaço retroperitonial caudal à

bexiga urinária, ventral ao reto e dorsal à sínfise púbica e parede abdominal

(GREEN & HONCO, 1996). A bexiga urinária repleta desloca cranialmente a

próstata, e quando a glândula está vazia, pode ser visibilizada a aproximadamente

2,5cm ou mais da borda cranial do púbis (ELLENPORT, 1986).

Fisiologicamente, a função secretória da próstata parece estar associada

ao transporte e manutenção dos espermatozóides, não interferindo na fertilidade.

Basicamente, o fluido prostático é composto por sódio, potássio, cloreto, zinco e

proteína, sendo esta última de concentração baixa quando a secreção não é

induzida pela ejaculação (BASINGER et al., 1998).

A arginina-esterase, uma protease também conhecida como proteína

específica prostática canina (PEPC), foi identificada no plasma seminal do cão,

sendo considerada marcador imunológico específico da glândula normal e

hiperplásica (SOUZA & TONIOLLO, 2001).

Por fim, o antígeno prostático específico (APE), completa a lista dos

marcadores prostáticos, porém há controvérsias quanto à sua produção e

secreção pela próstata canina (SOUZA & TONIOLLO, 2001).

Células prostáticas normais são encontradas em grupos ou blocos,

possuem núcleo redondo e citoplasma acidofílico (BURKHARD & MEYER, 1996).

O núcleo, pequeno e pouco destacado (MUZZI, 1998), possui padrão reticular ou

pontilhado e o citoplasma discretamente granular. Essa conformação é chamada

de padrão em favo de mel (MUZZI, 1998; ZINKL, 1999).

Page 20: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

20

2.5. METÁSTASE ÓSSEA NA NEOPLASIA PROSTÁTICA

A incidência de neoplasias prostáticas em cães é baixa (GADELHA, 2003).

BARSANTI (1995) e JOHNSTON et al. (1991) relatam ocorrência de 5% e 0,2 a

0,6%, respectivamente, entre todas as prostatopatias. Os adenocarcinomas são

os mais freqüentes e, com maior incidência, em cães apresentando 10 anos de

idade em média (DI SANTIS et al., 2001). Um estudo realizado com 52 cães na

região de Ribeirão Preto demonstrou 2,63% de ocorrência das neoplasias

prostáticas, 100% delas adenocarcinoma. As ocorrências de hiperplasia próstatica

benigna e de hiperplasia prostática benigna cística foram de 35,53% e 19,74%

respectivamente, mostrando alta prevalência em cães (LACRETA JUNIOR, 2004).

O câncer prostático em cães é clinicamente agressivo e altamente invasivo,

provocando metástases através dos linfonodos ilíacos externos e internos ou dos

plexos venosos vertebrais e, sistêmico, para as vértebras e pulmões. Pode ainda

expandir, invadindo a bexiga urinária e ureteres, assim como a musculatura da

pelve e do cólon. Há também, a possibilidade de ocorrência da metástase para o

coração, rins, mesentério e omento (BARSANTI & FINCO, 1984; JOHNSTON et

al. 1991; DI SANTIS et al. 2001; GADELHA, 2003).

Os sinais clínicos mais comuns de neoplasia são hemorragia uretral,

estrangúria, tenesmo, hematúria, anorexia e perda de peso, dor a palpação do

abdome caudal, dor lombar, dificuldade de locomoção e distúrbios gastrintestinais

(JOHNSTON et al., 1991; KRAWIEC & HEFLIN, 1992; BARSANTI, 1995).

O prognóstico ruim associado ao câncer de próstata no cão pode, em parte,

ser atribuído ao diagnóstico tardio da afecção (GADELHA, 2003).

Há uma importante interação entre os tumores prostáticos e o osso

(BENTLEY et al., 1992). Muitos mecanismos moleculares regulam a patogênese

do carcinoma prostático, sua proliferação e progressão para metástases ósseas

(DEFTOS, 2000). Metástases ósseas são manifestações comuns em pacientes

com câncer prostático avançado. A principal característica destas é a habilidade

em induzir lesões osteoblásticas, que são observadas por neoformação óssea na

trabeculação medular e por diversos graus de reabsorção óssea osteoclástica. As

lesões metastáticas de outros carcinomas, como do cólon, mama e pulmão,

Page 21: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

21

normalmente manifestam-se de forma osteolítica, embora uma pequena

porcentagem de carcinomas mamários possa conter também um componente

osteoblástico (GOLTZMAN, 1997; KELLER et al., 2001; LeROY et al., 2002). O

mecanismo tecido específico responsável pela aparência osteoesclerótica do

carcinoma prostático não é totalmente conhecido. Numerosos fatores produzidos

pelas células prostáticas, normais e neoplásicas, têm potencial para estimular a

neoformação óssea, agindo sobre os osteoblastos e osteoclastos (LeROY et al.,

2004). Essas interrelações entre fatores de crescimento, neoplasia prostática e

metastáse osteoblástica são mediadas tanto por ações celulares autócrinas

quanto parácrinas (KOUSTSILIERIS, 1993).

A próstata pode expressar fatores de crescimento ósseo, em particular,

BMPs. Esta situação sugere que as BMPs podem participar da atividade

osteoindutiva das metástases ósseas nas neoplasias prostáticas e que o padrão

de expressão destas proteínas pode ser importante na patogênese de metástase

osteoblástica associada com o adenocarcinoma prostático (BENTLEY et al., 1992;

BOYCE et al., 1999). Outros fatores de crescimento conhecidamente produzidos

pelas células do câncer de próstata e que podem eventualmente contribuir com a

capacidade dessas células estimularem metástases por neoformação óssea são

os TGFs e os FGFs (HARRIS et al., 1994; GUISE & MUNDY, 1998; BOYCE et al.,

1999; DEFTOS, 2000). Interleucinas (IL -1β, IL –6) e fator de necrose tumoral

(TNF - α) também já foram implicados no desenvolvimento de metástases

osteoblásticas (RITCHIE et al., 1997; BOYCE et al., 1999; DEFTOS, 2000). A

expressão de osteoprotegerin (OPG) aumenta em pacientes com câncer de

próstata com metástase óssea, sugerindo sua participação na característica

osteoblástica dessas metástases (BOYCE et al., 1999; COREY et al., 2005).

Dentre todos os fatores de crescimento que desenvolvem resposta

osteoblástica nas metástases do câncer de próstata, a ET-1 e o PTHrP tem sido

identificados como fatores de neoformação óssea potenciais (GUISE & MUNDY,

1998; NELSON et al., 1999; CHIAO et al., 2000; DEFTOS, 2000). Guise et al.

(2003) sugeriram que a formação de metástases ósseas osteoblásticas por

estimulação da proliferação de osteoblastos e neoformação óssea podem ser

Page 22: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

22

mediadas por ETs-1 produzidas pelo tumor. Células tumorais localizadas nos

ossos produzem fatores, como as ET-1, que estimulam a atividade osteoblástica,

resultando em neoformação óssea abundante e desorganizada, características

das metástases osteoblásticas (GUISE & MOHAMMAD, 2004). Experimento

realizado por LeROY et al. (2004) apresentou resultados indicando que a ativação

osteoblástica pela próstata ocorre por mecanismo endotelina dependente. As

células prostáticas contém significativa quantidade de ET-1 imunorreativa e

também possuem expressão de receptores específicos para ET-1 (ISHIZAKA et

al., 1999).

LeROY et al. (2002) realizaram experimento utilizando ratos, onde

comprovaram que a implantação de fragmento de próstata com algum grau de

hiperplasia benigna, na região do calvário de ratos, foi capaz de induzir

neoformação óssea. Na avaliação histológica observaram que a neoformação

óssea apresentava hipercelularidade, comparada ao osso pré-existente, aparência

desorganizada, aumento do número de espaços vasculares, osteólise do calvário

e aumento significativo no número de osteoclastos. Havia também um grau

moderado de proliferação celular ao redor do tecido prostático implantado, que

exibia vários graus de degeneração. Ao contrário da próstata, fragmentos de

outros orgãos, como músculo, rim, bexiga e baço, implantados nos animais do

grupo controle e também a escarificação do periósteo no calvário dos animais do

mesmo grupo, não desenvolveram neoformação óssea, assim como proliferação

celular ao redor do implante.

LeROY et al. (2004) observaram que existem mecanismos na próstata livre

de neoplasia, mediados por fatores de crescimento, como as ETs, que influenciam

diretamente esse processo de neoformação óssea.

Page 23: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

23

3. OBJETIVOS

3.1. Avaliar a eficácia osteoindutora por meio da implantação de fragmentos da

próstata do cão em falhas ósseas experimentalmente provocadas em rádio de

coelhos.

3.2. Avaliar se há diferenças radiográficas e histológicas da neoformação óssea

dentro das falhas ósseas entre os grupos controle e tratado.

Page 24: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

24

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. ANIMAIS

Foram utilizados 28 animais da espécie leporina, machos, adultos jovens,

da raça Nova Zelândia branca, não castrados, com peso variando entre três e

quatro quilogramas. Os coelhos foram obtidos biotério do Hospital Veterinário

Halim Atique, da Universidade de Rio Preto (UNIRP), mantidos em gaiolas

individuais e alimentados com água potável e ração apropriada1 ad libitum.

A próstata foi obtida de três cães adultos jovens atendidos no Hospital

Veterinário da Universidade de Rio Preto (UNIRP) que vieram a óbito ou foram

eutanasiados, excluindo aqueles de causa infecciosa. Esses animais foram

utilizados mediante autorização dos proprietários. A próstata foi removida durante

a necropsia e conservada em meio de cultura refrigerado2 a 4°C. Todos os

animais apresentavam algum grau de hiperplasia prostática benigna ou hiperplasia

prostática benigna cística.

4.2. GRUPOS EXPERIMENTAIS

Foram utilizados 28 coelhos distribuídos em dois grupos, cada um com 14

indivíduos, denominados grupo tratado (GT) e grupo controle (GC). Cada grupo foi

subdividido em dois outros grupos com sete animais cada (GT1 e GT2 – GC1 e

GC2), de acordo com o tempo de avaliação histológica de 30 (GC1 e GT1) e 60

(GC2 e GT2) dias, respectivamente.

4.2.1. Grupos Tratados (GT1 e GT2)

Nos animais destes grupos foi implantado o fragmento da próstata do cão,

previamente preparado, no terço distal da diáfise do osso rádio direito, após a

ostectomia parcial (falha óssea).

4.2.2. Grupos Controle (GC1 e GC2)

Os animais destes grupos foram submetidos ao mesmo procedimento

cirúrgico do grupo tratado, porém sem o implante do fragmento da próstata. 1 Ração para coelhos Linha Natural - PURINA 2 Dulbecco’s Modified Eagle’s Médium/Nutrient Mixture F-12 Ham – SIGMA-ALDRICH

Page 25: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

25

4.3. PREPARAÇÃO DOS FRAGMENTOS DA PRÓSTATA DE CÃO

Em princípio foi realizada a restituição do meio de cultura, base para o

experimento. Para esta restituição foram usadas 22g de meio de cultura em pó,

diluídas em 900 mL de água destilada. A diluição foi realizada, adicionando

lentamente o meio de cultura em pó à água destilada e misturado-o com auxílio de

agitador automático, para que a mistura ficasse homogênea. Após a diluição, o pH

foi aferido (5,9) e corrigido (6,8), com uso de hidróxido de sódio3, a fim de

tamponar o meio de cultura. Em seguida completou-se a diluição com a adição de

mais 100mL de água destilada. O meio então foi submetido à filtração, utilizando

filtro de membrana de 22 micras4 e armazenado em recipiente de vidro estéril sob

refrigeração a 4°C.

Os fragmentos da próstata de cão foram obtidos de animais sexualmente

adultos, dois sem raça definida (SRD) e um da raça Boxer, imediatamente após o

óbito ou eutanásia. O tempo entre a morte do animal e a extração da próstata não

ultrapassou 20 minutos. A próstata foi removida em bloco após exteriorização da

bexiga urinária seguida de ligadura da uretra. Ato contínuo à remoção, a mesma

foi armazenada em solução refrigerada de meio de cultura contendo 10µg/mL de

sulfato de gentamicina5 apenas para o transporte até o laboratório. Depois de

retirada do meio refrigerado, foi lavada três vezes, utilizando o mesmo meio de

cultura, porém sem o sulfato de gentamicina. Foram retirados o tecido conectivo

periprostático, a cápsula fibrosa e a uretra e, em seguida, a próstata foi

seccionada em fragmentos com 0,8cm de comprimento e 0,2cm de largura, que

foram colocados em solução de meio de cultura base contendo 100mg/mL de

colagenase6. Imersos na solução os fragmentos ficaram acondicionados em

estufa7 a 37°C durante três horas, onde sofreram digestão enzimática. Após

digestão enzimática os fragmentos foram lavados uma vez na solução de meio de

cultura base enriquecido com 5% de soro fetal bovino8 e três vezes apenas em

3 Sodium hydroxide solution - SIGMA-ALDRICH 4 Filtro de membrana - MILLEX 5 Gentatec (40mg/ml) – CHEMITEC AGRO-VETERINÁRIA LTDA 6 Collagenase, Crude: Type IA – SIGMA-ALDRICH 7 Estufa de cultura Mod 502 - FANEM 8 Soro fetal bovino (inativado, estéril, isento de Mycoplasma) – CULTILAB MAT. CULT. LTDA

Page 26: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

26

meio de cultura base, só então foram levados ao centro cirúrgico para serem

implantados nos animais.

Todos os procedimentos laboratoriais foram realizados em câmara de fluxo

laminar vertical9.

4.4. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

Os coelhos foram submetidos a jejum alimentar de oito horas, com água a

vontade, previamente às condutas operatórias. No pré-operatório imediato (30

minutos antes do ato cirúrgico) receberam antibioticoterapia à base de

enrofloxacina a 5%10, na dose de 5mg/Kg, por via subcutânea.

Os animais foram pré-medicados com 0,06 mg/kg de sulfato de atropina11

via subcutânea e 1mg/kg de cloridrato de tramadol12, via intramuscular. Após

quinze minutos foi realizada a indução anestésica com cloridratos de cetamina13

(30mg/kg) e xilazina14 (2mg/kg), na mesma seringa, via intramuscular. A

manutenção anestésica foi realizada em aparelho de anestesia inalatória15 com

uma mistura de oxigênio16 (O2) e isoflurano17, por meio de vaporizador universal18,

com máscara, em sistema aberto tipo Baraka. Após o procedimento cirúrgico os

animais foram medicados, por via intramuscular com, flunixin meglumina19 na dose

de 1mg/kg e ioimbina20 na dose de 0,8mg/kg.

O ato cirúrgico foi realizado no membro torácico direito de cada parcela

experimental, que foi tricotomizado e preparado adequadamente com a devida

anti-sepsia. Para o acesso cirúrgico do osso rádio foi realizada uma incisão

longitudinal com aproximadamente quatro centímetros incluindo pele e tecido

subcutâneo na face dorso-medial do antebraço, a cinco centímetros proximal do

carpo (Figura 1A), até a localização do periósteo, que também foi incisado

9 Bio Seg 09 – GRUPO VECO 10 Enrotec 50 (50mg/ml) – FATEC S/A 11 Sulfato de atropina (0,5mg/ml) - ARISTON 12 Cloridrato de tramadol (50mg/ml) genérico – UNIÃO QUÍMICA 13 Dopalen (100mg/ml) - VETBRANDS 14Dopaser (20mg/ml) - CALIER 15 Aparelho de anestesia 2605 serie Origami - TAKAOKA 16 Oxigênio comprimido medicinal – WHITE MARTINS 17 Forane - ABBOTT 18 Multiagente Modular 1410 - TAKAOKA 19 Meflosyl (50mg/ml) – FORT DODGE 20 Ioimbina (0,5%) - FARMÉDICA

Page 27: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

27

longitudinalmente, afastado e mantido afastado junto à musculatura adjacente,

assim sendo, expondo a diáfise do rádio (Figura 1B).

A ostectomia parcial, com aproximadamente um centímetro (Figura 1C) foi

realizada no terço distal da diáfise do rádio, perpendicularmente ao eixo

longitudinal, a quatro centímetros da articulação do carpo, com auxílio de uma

serra oscilante21 (Figura 1D), umedecendo o local constantemente com solução de

cloreto de sódio a 0,9%22, evitando assim o aquecimento e a conseqüente necrose

do tecido ósseo. Com intuito de preservar a ulna e os tecidos moles adjacentes ao

local da ostectomia, foram utilizadas lâminas metálicas e curetas odontológicas

entre o rádio e a ulna, através do ligamento interósseo, que também foi excisado.

Este procedimento proporcionou uma falha óssea de aproximadamente um

centímetro de extensão (Figuras 1E e 1F). No grupo tratado, depois de

inspecionar e lavar a falha óssea (sítio do implante) com solução de cloreto de

sódio a 0,9%, foram implantados dois fragmentos da próstata de cão previamente

preparados, com aproximadamente 0,8cm de comprimento e 0,2cm de largura, de

maneira que ficassem justapostos ao periósteo nas porções proximais e distais da

falha (Figuras 1G e 1H). Ato contínuo foi realizada a sutura da fáscia muscular e

da pele com pontos simples separados utilizando mononylon 3-023 (Figuras 1I e

1J).

O mesmo procedimento foi realizado no grupo controle, porém sem a

implantação dos fragmentos da próstata do cão.

No pós-operatório, os animais foram medicados durante cinco dias com

enrofloxacina a 5% na dose de 5mg/Kg, por via subcutânea uma vez ao dia e, por

três dias, flunixin meglumina na dose única diária de 1mg/kg, por via subcutânea.

21 Gison pneumatic tools – Modelo NO. GP-931 22 JP indústria farmacêutica S.A. 23 Mononylon 3-0 ETHICON

Page 28: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

28

A B

C D

E F

Figura 1. Imagens fotográficas ilustrando o procedimento cirúrgico de ostectomia do rádio de coelhos. Em A, incisão da pele; em B, exposição da porção distal da diáfise do osso rádio e colocação das curetas entre o rádio e a ulna; em C, mensuração da região da ostectomia do rádio; em D, corte do osso com serra oscilante; em E, retirada do fragmento ósseo; em F, falha óssea produzida no rádio.

Page 29: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

29

4.5. AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA

4.5.1. Avaliação clínico-cirúrgica

Os animais foram acompanhados e observados, a fim de se verificar

qualquer alteração de comportamento, reação tecidual na ferida cirúrgica,

claudicação e sensibilidade no apoio, ingestão alimentar e deambulação.

4.5.2. Avaliação radiográfica

Os animais dos grupo GC1 e GT1 foram submetidos a exame radiográfico

do membro torácico em dois momentos: no pós-operatório imediato e 30 dias após

o procedimento cirúrgico. Foram confeccionadas radiografias em projeções

mediolaterais dos membros operados.

Figura 1. (continuação) Imagens fotográficas ilustrando o procedimento cirúrgico de ostectomia do rádio de coelhos. Em G e H, colocação do implante prostático com auxílio de cânula plástica; em I, sutura das fáscias musculares e em J, sutura de pele.

J

G H

I

Page 30: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

30

Os animais dos grupos GC2 e GT2 também foram avaliados

radiograficamente, em três momentos: no pós-operatório imediato, 30 e 60 dias

após a cirurgia.

Os exames radiográficos foram realizados em aparelho de Raios-X24, sobre

a mesa, utilizando filmes radiográficos Kodak25, montados em chassi metálico26

com écrans intensificadores27. As radiografias foram confeccionadas utilizando

técnica radiográfica com 30Kvp e três mAs.

Os filmes foram identificados com auxílio de um identificador luminoso28 e

processados automaticamente29.

A avaliação da reparação óssea foi feita mediante a visibilização de reação

proliferativa periosteal observada durante a interpretação radiográfica.

4.5.3. Avaliação das preparações histológicas

Os animais dos grupos GC1 e GT1 foram sacrificados conforme

recomendações do Institute of Laboratory Resources, 1996, no 30˚ dia do pós-

operatório. A ulna e o rádio direitos dos animais foram retirados em bloco durante

a necropsia e os tecidos moles removidos. Os fragmentos ósseos foram fixados

em formol tamponado (pH 7,4) com fosfatos a 10% por 48 horas em temperatura

ambiente. Depois de fixados foram descalcificados em solução de ácido nítrico a

5% por cinco dias em temperatura ambiente. Após a descalcificação, os

fragmentos distal e proximal à falha foram serrados e inseridos em bloco de

parafina30. Os blocos prontos foram levados ao micrótomo31 e cortados

transversalmente com espessura de 4µm, em ato contínuo, dispostos em lâminas

de vidro, corados com hematoxilina32 e eosina33 e recobertos com lamínulas. As

preparações foram avaliadas por microscopia de luz34 em aumentos de 4x e 10x.

Durante a avaliação histológica foram observadas a espessura do córtex, a 24 Raicenter modelo RC 600 plus 25 Kodak MXG 18X24 26 Metaltronica 18x24 27 Kodak Lanex 28 Metaltronica 29 Macrotec MX-2 30 Erv-plast - ERVIEGAS 31 Leitz mod 1512 32 Hematoxilina-Harris - INBRALAB 33 Eosina amarela - VETEC 34 Microscópio Leica mod DMLS

Page 31: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

31

arquitetura tecidual, ocorrência de necrose ou apoptose, interações das interfaces

osso/implante, como reação periosteal proliferativa, osteolítica e formação de

cápsula fibrosa ao redor do implante (rejeição) e suas diferenças entre os grupos

tratados e não tratados.

O mesmo procedimento foi realizado nos grupos GC2 e GT2, sacrificados

aos 60 dias do pós-operatório.

Page 32: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

32

5. RESULTADOS

Nas avaliações radiográficas dos ossos rádio e ulna no pós-operatório

imediato, para ambos os grupos, controle (GC) e tratado (GT), visibilizou-se que

as falhas ósseas foram bem confeccionadas, mantendo um centímetro de

comprimento, com as bordas dos fragmentos sem anfractuosidades ou esquírolas

ósseas (Figuras 2A e 2B).

Nas radiografias confeccionadas aos 30 dias do pós-operatório do grupo

controle (GC1), foi visibilizado preenchimento da mesma por material radiopaco, e

discreta proliferação periosteal regular na cortical da ulna adjacente à falha óssea

Figura 2. Imagem radiográfica em projeções mediolateral da falha óssea (setas) em terço distal da diáfise do osso rádio de coelho no pós-operatório imediato. Em A, grupo controle (sem implante de fragmentos da próstata) e em B, grupo tratado (com implante de fragmentos da próstata).

A B

Page 33: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

33

produzida no rádio (Figura 3A). Já nas radiografias aos 60 dias (GC2), os

fragmentos da ostectomia apresentaram-se arredondados com proliferações

ósseas periosteais discretas partindo dos fragmentos distal e proximal da falha

óssea (pontes) e preenchimento da mesma por material radiopaco homogêneo

(Figura 3B), não apresentando alterações radiográficas mais intensas quando

comparadas às imagens obtidas aos 30 dias do pós-operatório.

No grupo tratado (GT1), visibilizou-se nas imagens radiográficas aos 30

dias do pós-operatório, proliferação periosteal regular nos fragmentos da

A

Figura 3. Imagem radiográfica em projeções mediolaterais da falha óssea (setas pequenas) em terço distal da diáfise do osso rádio de coelho. Em A, grupo controle (sem implante de fragmentos da próstata) após 30 dias do procedimento cirúrgico e em B, grupo controle após 60 dias do procedimento cirúrgico. Notar em A e B, o preenchimento da falha óssea por material radiopaco, reação periosteal regular da cortical da ulna adjacente à falha óssea do rádio e formação de ponte óssea (seta grande).

B A

Page 34: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

34

ostectomia e no córtex do osso ulna, adjacente à falha óssea produzida no osso

rádio com bom preenchimento da mesma por material radiopaco homogêneo

(Figura 4A). Nas imagens radiográficas do grupo tratado (GT2) aos 60 dias do

pós-operatório, a proliferação periosteal dos fragmentos foi mais evidente e

juntamente com a proliferação periosteal e aumento de espessura cortical da face

cranial da ulna, preencheram quase toda a falha (Figura 4B).

Figura 4. Imagem radiográfica em projeções médio lateral da falha óssea (setas) em terço distal da diáfise do osso rádio de coelho. Em A, grupo tratado (com implante de fragmentos do tecido prostático) após 30 dias do procedimento cirúrgico. Em B, grupo tratado (com implante de fragmentos do tecido prostático) após 60 dias do procedimento cirúrgico. Notar em A e B, o preenchimento da falha óssea por material radiopaco, a reação periosteal regular cortical da ulna adjacente a falha óssea do rádio e espessamento cortical da ulna (seta grande).

B A

Page 35: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

35

Ao se avaliar comparativamente as radiografias dos animais aos 60 dias de

pós-operatório, notou-se que, o preenchimento da falha por neoformação óssea foi

mais intenso e mais rápido no grupo tratado (GT2) quando comparado aos

animais do grupo controle (GC2) (Figuras 5A e 5B).

Figura 5. Imagem radiográfica em projeções mediolaterais da falha óssea em terço distal da diáfise do osso rádio de coelho. Em A, grupo controle (sem implante de fragmentos do tecido prostático) após 60 dias do procedimento cirúrgico e em B, grupo tratado (com implante de fragmentos do tecido prostático) após 60 dias do procedimento cirúrgico. Notar que o preenchimento da falha óssea é mais evidente em B no grupo tratado.

B A

Page 36: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

36

Na avaliação histológica dos fragmentos distal e proximal do rádio realizada

a partir de material coletado após sacrifício dos animais do grupo controle (GC1) e

tratado (GT1) aos 30 dias de pós-operatório, foram encontradas as seguintes

alterações: nas preparações histológicas do grupo controle (GC1) havia

neoformação óssea ao redor dos fragmentos da ostectomia, sem alterações na

espessura cortical e das superfícies periosteal e endosteal. O tecido ósseo

neoformado mostrou-se organizado e com crescimento regular (Figuras 6A, 6B,

7A e 7B). Foram observados osteoblastos nas bordas ósseas e concentração

discreta de osteoclastos.

Nas preparações histológicas do grupo tratado (GT1), foi possível observar

tecido prostático íntegro assim como células endoteliais (Figura 6D). A

neoformação óssea mostrou-se mais desorganizada (Figuras 6C, 6D, 8A e 8B) em

comparação ao grupo controle e localizada adjacente ao implante de tecido

prostático. O córtex apresentou-se mais delgado com superfície periosteal

irregular (Figura 6C). Também foram observados osteoblastos nas bordas ósseas

e maior concentração de osteoclastos. Tecido fibronecrótico sugerindo a formação

de cápsula membranosa foi observado ao redor do implante (Figura 6D).

Page 37: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

37

Na avaliação das preparações histológicas dos animais do grupo controle

(GC2) e tratado (GT2), ambos com 60 dias pós-operatório, notou-se neoformação

óssea mais intensa e com maior espessura nos animais do GT2 (Figuras 8C, 8D,

8E e 8F) comparados aos animais do GC2 (Figuras 7C e 7D). Nas preparações

histológicas do GT2 também notou-se maior irregularidade do córtex ósseo e

maior quantidade de lacunas na neoformação óssea quando comparado ao GC2

(Figuras 7C, 8D e 8F).

Figura 6. Fotomicrografias de cortes histológicos das áreas de falhas ósseas confeccionadas por meio de cirurgia, no terço distal da diáfise do osso rádio de coelhos. Em A (4x) e B (10x), grupo controle (GC1). Notar neoformação óssea organizada (NO) adjacente ao córtex ósseo do rádio (CT) sem alterações; em C (4x) e D (10x), grupo tratado (GT1). Notar neoformação óssea desorganizada (NOD) adjacente ao córtex ósseo do rádio caracterizando irregularidade e lise (CTL) e fragmento prostático (FP) envolvido por tecido fibronecrótico (FN). HE

NO

NO

CT

NOD

NOD

CTL

FP

FN

A B

C D

Page 38: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

38

A B

C D

Figura 7. Fotomicrografias de cortes histológicos das áreas de falhas ósseas confeccionadas por meio de cirurgia, no terço distal da diáfise do osso rádio de coelhos. Grupos controle (4x), A e B (GC1) e, C e D (GC2). Notar neoformação óssea organizada (NO) adjacente ao córtex ósseo do rádio (ct) sem alterações. Em B (GC1) e D (GC2) nota-se desorganização discreta da neoformação óssea (NOD). HE

NO NO

NO NOD

ct ct

ct

ct

Page 39: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

39

B A

C D

E F

Figura 8. Fotomicrografias de cortes histológicos das áreas de falhas ósseas confeccionadas por meio de cirurgia, no terço distal da diáfise do osso rádio de coelhos. Grupos tratados (4x), A e B (GT1) e, C, D, E e F (GT2). Notar em todas as figuras extensa neoformação óssea desorganizada (NOD) com a formação de lacunas em vários graus. A córtex do rádio (ct) apresentou adelgaçamento em vários graus. HE

NOD

NOD

NOD

NOD

NOD NOD

ct

ct

ct

ct

ct ct

Page 40: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

40

Nas preparações histológicas dos animais do grupo tratado (GT2) a partir

do terço distal da ulna, adjacente à falha óssea obtida por meio de procedimento

cirúrgico, notou-se neoformação óssea com as mesmas características e

intensidade das encontradas nos fragmentos proximal e distal do rádio, com

exceção do córtex que efetivamente não apresentava o mesmo grau de

adelgaçamento (Figuras 9 A e 9B).

A B

Figura 9. Fotomicrografias de cortes histológicos das áreas de falhas ósseas confeccionadas por meio de cirurgia, no terço distal da diáfise do osso ulna de coelhos. Em A e B (4x), grupo tratado (GT2). Neoformação óssea desorganizada (NOD) com a formação de lacunas em vários graus. A córtex da ulna (ctu) evidenciou adelgaçamento discreto. HE

NOD NOD

ctu ctu

Page 41: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

41

6. Discussão

A colheita e preparação dos fragmentos da próstata deste estudo seguiram

a mesma metodologia empregada por LeRoy et al. (2002), entretanto, os

fragmentos produzidos, não eram suficientemente firmes, e acabavam se

desfazendo com a manipulação constante. Desta maneira, foram realizados

ajustes na dose da colagenase de 200mg/mL para 100mg/mL e no tempo de

digestão enzimática em estufa, de quatro para três horas. Esses ajustes

permitiram a confecção de um fragmento de 0,8cm x 0,2cm, considerado

suficientemente resistente para manipulação até o momento do implante. Acredita-

se que as condições morfológicas das próstatas utilizadas, possam ter interferido,

pois com doses e tempos maiores, LeRoy et al. (2002), obtiveram fragmentos

ideais com aproximadamente 1mm3. A finalidade da preparação dos fragmentos

prostáticos foi manter as células próstaticas viáveis e remover o colágeno dos

fragmentos, a fim de obter maior contato entre as células endoteliais prostáticas e

o osso, permitindo que os fatores crescimento ósseo que estão na membrana

celular interagissem com o mesmo.

O coelho é um modelo experimental muito usado nos estudos que

envolvem a fisiopatologia óssea frente às fraturas e seus diferentes tipos de

tratamento. Muitos modelos experimentais são utilizados para estudar o processo

de consolidação de fraturas, o problema é que devido às diferenças anatômicas,

biológicas e técnicas, nem sempre esses modelos possuem parâmetros

adequados para a espécie de interesse final, para qual se realiza o experimento.

Independente de vantagens e desvantagens próprias de cada modelo, o ideal será

aquele que melhor se adeqüar ao estudo proposto (MATOS et al., 2001).

Aproximadamente 35% de todos os estudos científicos do sistema músculo-

esquelético são realizados em coelhos (PEARCE et al., 2007). Já foram descritos

estudos ortopédicos usando coelhos como modelos experimentais com diversas

finalidades, dentre elas, o uso de enxertos, comportamento da consolidação de

fraturas, técnicas cirúrgicas ortopédicas, uso de fatores de crescimento, utilização

de materiais biológicos e sintéticos como indutores de crescimento ósseo, entre

outras. Algumas vantagens do uso desses animais são a facilidade de manuseá-

Page 42: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

42

los, o porte (tamanho), baixo custo de manutenção, não requer muito espaço para

mantê-los durante o período experimental e especialmente a curta maturidade

esquelética, cerca de seis meses após a maturidade sexual (MATOS et al., 2001;

PEARCE et al., 2007). Em comparação com outras espécies, as alterações ou

mudanças no esqueleto do coelho são mais rápidas, assim como a fase de

remodelação óssea (PEARCE et al., 2007), desta forma, otimiza e diminui o tempo

do experimento. TAVARES et al. (1994), BARROS et al. (2001), DEL CARLO et al.

(2003), LIMA et al. (2004), MORAES et al. (2004), MIRANDA et al. (2005) e CIANI

et al. (2006) utilizaram a ostectomia do osso rádio em coelhos com sucesso. Por

esses motivos o coelho foi escolhido como modelo experimental para essa

pesquisa, assim como a ostectomia do osso rádio como a sede da lesão

experimental.

TAVARES et al. (1994), MORAES et al. (2004) e MIRANDA et al. (2005),

utilizaram técnica anestésica fixa com cetamina e cloridrato de xilazina em

coelhos. Tentou-se reproduzir as técnicas descritas por estes autores e não

obtêve-se êxito. A analgesia foi pobre e os animais apresentavam dor quando o

periósteo era pinçado. Isto pode ser explicado pela extensa gama de

medicamentos com mesmo princípio farmacológico, porém produzidos por

empresas diferentes, portanto com suas particularidades em relação à ação dos

princípios, ou ainda, por conta do tipo de ambiente que pode oferecer estímulos

diferentes, mais ou menos intensos. A modalidade anestésica, utilizando derivado

opióide na medicação pré-anestésica (cloridrato de tramadol), um agonista α2-

adrenérgico (cloridrato de xilazina) associado à anestésico dissociativo (cloridrato

de cetamina) na indução e o isofluorano na manutenção anestésica, promoveram

analgesia adequada, durante a monitorização não houve oscilações dignas de

nota nos parâmetros dos pacientes, que também obtiveram retorno anestésico

sem excitações.

Com relação à avaliação clínica, alguns animais restringiram-se se

alimentar no pós-operatório imediato e outros diminuíram a ingestão do alimento.

Não demonstraram qualquer alteração da marcha ou claudicação. Não houve

contaminação da ferida cirúrgica e a cicatrização ocorreu entre o sétimo e o 10°

Page 43: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

43

dia de pós-operatório, corroborando os achados de BARROS et al. (2001), DEL

CARLO et al. (2003), LIMA et al. (2004), MORAES (2006) e LIMA et al. (2007).

Radiograficamente houve discreta diferença entre os animais dos grupos

controle GC1 (30 pós-operatório) e GC2 (60 dias pós-operatório). O GC1

apresentou preenchimento da falha óssea por material radiopaco, e discreta

proliferação periosteal regular na cortical do osso ulna adjacente à falha óssea

produzida no osso rádio. Já nas radiografias aos 60 dias (GC2), os fragmentos da

ostectomia apresentaram-se arredondados com discretas proliferações ósseas

periosteais partindo dos fragmentos distal e proximal da falha óssea (pontes) e

preenchimento da mesma por material radiopaco homogêneo, características

também observadas nos animais do grupo tratado GT1 (30 dias pós-operatório).

Nas imagens radiográficas do grupo tratado (GT2) aos 60 dias do pós-operatório,

a proliferação periosteal dos fragmentos foi mais evidente e juntamente com a

proliferação periosteal e o aumento de espessura cortical da face cranial da ulna,

preencheram quase toda a falha. Em experimentos com coelhos, MATOS et al.

(2001), LIMA et al. (2004), MORAES et al. (2004), CIANE et al. (2006), MORAES

(2006) também preenchimento da falha óssea por material radiopaco durante a

avaliação pós-operatória.

Os achados radiográficos do GT1 semelhante ao GC2 e o preenchimento

mais evidente e acentuado da falha óssea observado no GT2 corroboram com as

análises realizadas por LeROY et al. (2002) no que diz respeito à osteoindução

mediada por fatores de crescimento liberados por fragmentos da próstata do cão.

Segundo REMEDIOS (1999), na primeira fase da consolidação óssea, a fase

inflamatória, plaquetas locais liberam fatores de crescimento derivado das

plaquetas (PDGF), TGFβ (fator de crescimento de transformação β) e de

crescimento epidermal, que são mediadores moleculares requeridos para a

consolidação. GUISE & MUNDY (1998), NELSON et al. (1999), CHIAO et al.

(2000), DEFTOS (2000) e LeROY et al. (2004) citaram a expressão desses fatores

pelas células da próstata, assim como de BMPs, ETs e PTHrP, todos

considerados fatores de crescimento ósseo.

Page 44: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

44

As preparações histológicas do grupo controle (GC1), exibiram pouca

formação de tecido ósseo, havia neoformação óssea ao redor dos fragmentos da

ostectomia, sem alterações na espessura cortical, e nas superfícies periosteal e

endosteal. O tecido ósseo neoformado mostrou-se organizado e com crescimento

regular. Foram observados osteoblastos nas bordas ósseas e concentração

discreta de osteoclastos. Essas características também já haviam sido relatadas

por MATOS et al. (2001), LeROY et al. (2002), LIMA et al. (2007) e MONTEIRO et

al. (2007)

Assim como LeROY et al. (2002) notaram em seu experimento, nas

preparações histológicas do grupo tratado (GT1) a neoformação óssea mostrou-se

mais desorganizada em comparação ao grupo controle e localizada adjacente ao

implante de tecido prostático. O córtex apresentou-se mais delgado com superfície

periosteal irregular. Também foram observados osteoblastos nas bordas ósseas e

maior concentração de osteoclastos.

No GT1, foi possível observar, à histologia, o implante do fragmento da

próstata, assim como células endoteliais adjacente à neoformação óssea, fato

esse observado por LeROY et al. (2002). Entretanto, neste estudo, notou-se a

ocorrência de tecido fibronecrótico sugerindo formação de cápsula membranosa

ao redor do implante, fato esse, que pode ser explicado por um reconhecimento

“not self” pelo sistema imunológico dos coelhos, resultando em rejeição.

Na avaliação das preparações dos animais do grupo controle (GC2) e

tratado (GT2), ambos com 60 dias pós-operatório, notou-se neoformação óssea

mais intensa e com maior espessura nos animais do GT2 quando comparados aos

animais do GC2. Também notou-se maior irregularidade do córtex ósseo,

sugerindo atividade de remodelação por ação dos osteoclastos, e maior

quantidade de lacunas na neoformação óssea no GT2 comparado ao GC2 . Por

esta análise pode-se dizer que o tecido ósseo neoformado no GT2 é imaturo, ao

contrário do tecido ósseo maduro observado no GC2. Segundo MARTINEZ &

WALKER (1999) e REMEDIOS (1999), citados por PAGLIOSA & ALVES (2007),

as células mesenquimais indiferenciadas encontradas na medula óssea, atuam na

Page 45: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

45

recuperação óssea, produzindo formação de calo ósseo por meio de osteindução

mediada por fatores de crescimento.

Notou-se neoformação óssea na face cranial da ulna, na região da falha

óssea do rádio dos animais do GT2, com as mesmas características e intensidade

das encontradas nos fragmentos proximal e distal do rádio, com exceção do córtex

que efetivamente não apresentava o mesmo grau de adelgaçamento. A

proliferação óssea pode ter ocorrido por intermédio de contato do implante do

fragmento da próstata com a ulna, e o menor grau de adelgaçamento, frente à

menor ação dos osteoclastos, já que a ulna não sofreu ostectomia, portanto não

havia áreas de desvitalização ou necrose. LeROY et al. (2002), que trabalharam

com ossos íntegros do crânio de coelhos, fizeram a mesma observação.

Page 46: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

46

7. CONCLUSÕES

Implantes de fragmentos da próstata do cão são capazes de induzir

osteogênese em falhas ósseas produzidas nos ossos rádio de coelhos.

O preenchimento das falhas ósseas por material radiopaco, mais evidente

nos animais que receberam implante, está diretamente relacionado à neoformação

óssea observada no exame histológico, e que é pertinente à estimulação

osteogênica mediada por fatores de crescimento expressados pela próstata.

A partir deste estudo, outros modelos experimentais poderão ser realizados

para determinar formas de manutenção dos fragmentos de próstata em bancos,

assim como, a quantificação do volume a ser implantado em diferentes espécies

animais.

Page 47: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

47

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALSBERG, E.; ANDERSON, K. W.; ALBEIRUTI, A.; ROWLEY, J.A.; MOONEY,

D.J. Engineering growing tissues. PNAS, v.99, n.19, p.12025-30, 2002.

ASPENBERG, P. Drugs and fracture repair. Acta Orthopaedica, v.76, n.6, p.741-

748, 2005.

BARBIERI, C.M.O.; COSTA, P.I. Fator de crescimento derivado das plaquetas

humanas (PDGF) – Obtenção e perspectiva de aplicação clínica in: PONTUAL,

M.A.B.; MAGINI, R.S. Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e Fatores de

Crescimento das Pesquisas Científicas à Clínica Odontológica. 1.ed. São

Paulo: Livraria Santos, p.119-44, 2004.

BARROS, J.W.; BARBIERI, C.H. Anomalias de consolidação óssea. Revista

Brasileira de Ortopedia, v.29, n.1/2, p.73-77, 1994.

BARROS, S.V.S.G.; DEL CARLO, R.J.; VILORIA, M.I.; GALVÃO, S.R.; MAIA

FILHO, A.; OLIVEIRA, D.R. Auto-enxerto percutâneo de medula óssea. II.

Reparação de falhas segmentares produzidas no rádio de coelhos. Ciência Rural,

v.31, n.4, p.627-632, 2001.

BARSANTI, J.A. Diseases of the prostate gland. In: OSBORNE, C.A.; FINCO, D.R.

Canine and Feline Nephrology and Urology, Philadelphia : Williams & Wilkins.

1995, p.726-55.

BARSANTI, J.A.; FINCO, D.R. Evaluation of techniques for diagnosis of canine

prostatic diseases. Journal of American Veterinary Medical Association, v.185,

n.2, p.198-200, 1984.

Page 48: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

48

BASINGER, R.R.; ROBINETTE, C.L; HARDLE, E.M.; SPAULDING, K.A. Próstata.

In: SLATTER, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais, 2.ed, São Paulo :

Editora Manole. 1998, p.1607-28.

BAYLINK, D.J..; FINKELMAN, R.D.; MOHAN, S. Growth factors to stimulate bone

formation. Journal of Bone Mineral Research, v.2, p.565-72, 1993.

BENTLEY, H.; HAMDY, F.C.; HART, K.A.; SEID, J.M.; WILLIAMS, J.L.;

JOHNSTONE, D.; RUSSELL, R.G. Expression of bone morphogenetic proteins in

human prostatic adenocarcinoma and benign prostatic hyperplasia. British

Journal of Cancer, v.66, n.6, p.1159-63, 1992.

BOYCE, B.F.; YONEDA, T.; GUISE, T.A. Factors regulating the growth of

metastatic cancer in bone. Endocrine-Related Cancer, v.6, p.333-347, 1999.

BRADDOCK, M.; HOUSTON, P.; CAMPBELL, C.; ASHCROFT, P. Born again

bone: tissue engineering for bone repair. News Physiology Science, v.16, p.208-

213, 2001.

BURKHARD, M.J.; MEYER, D.J. Invasive cytology of internal organs. Cytology of

the thorax and abdomen. Veterinary Clinics of North America: Small Animal

Practice, v.26, n.5, p.1203-1222, 1996.

CANALIS, E. Effect of growth factors on bone cell replication and differentiation.

Clinical Orthopaedics and Related Research, v.193, p.246-63, 1985.

CANCEDDA, R.; CASTAGNOLA, P.; CANCEDDA, F.D.; DOZIN, B.; QUARTO, R.

Developmental control of chondrogenesis and osteogenesis. The International

journal of developmental biology, v.44, p.707-714, 2000.

Page 49: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

49

CHAI, B.; TANG, X.; LI, H. Ultrastructural investigation of calcification and

ossification in experimental fracture healing with special reference to osteogenic

role of fibroblasts. Chinese Medical Journal, v.110, n.4, p.274-8, 1997.

CHIAO, J.W.; MOONGA, B.S.; YANG, Y.M.; KANCHERLA, R.; MITTELMAN, A.;

WU-WONG, J.R.; AHMED, T. Endothelin-1 from prostate cancer cells in enhanced

by bone contact which blocks osteoclastic bone resorption. British Journal of

Cancer, v.83, n.3, p.360-5, 2000.

CIANI, R.B.; RAHAL, S.C.; VOLPI, R.S.; TAGA, R.; GRANJEIRO, J.M.; CESTARI,

T.M.; MAMPRIM, M.J. Mistura de proteínas morfogenéticas ósseas, hidroxiapatita,

osso inorgânico e colágeno envolta por membrana de pericárdio no preenchimento

de defeito ósseo segmentar em coelhos. Arquivo Brasileiro de Medicina

Veterinária e Zootecnia, v.58, n.1, p.59-67, 2006.

COREY, E.; BROWN, L.G.; KIEFER, J.A.; QUINN, J.E.; PITTS, T.E.M.; BLAIR,

J.M.; VESSELLA, R.L. Osteoprotegerin in prostate cancer bone metastasis.

Cancer Research, v.65, n.5, p.1710-18, 2005.

DEFTOS, L.J. Prostate carcinoma: production of bioactive factors. Cancer, v.88,

n.12, p.3002-8, 2000.

DEL CARLO, R.J.; KAWATA, D.; VILORIA, M.I.V.; OLIVEIRA, D.R.; SILVA, A.S.;

MARCHESI, D.R.; GALVÃO, S.R.; AZEVEDO, P.; MONTEIRO, B.S. Polímero

derivado de mamona acrescido de cálcio, associado ou não à medula óssea

autógena na reparação de falhas ósseas. Ciência Rural, v.33, n.6, p.1081-88,

2003.

DI SANTIS, G.W.; AMORIN, R.L.; BANDARRA, E.P. Aspectos clínicos e

morfológicos das alterações prostáticas em cães – revisão. Educação

Continuada do CRMV-SP, v.4, f.2, p.46-52, 2001.

Page 50: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

50

ELLENPORT, C.R. Aparelho urogenital do carnívoro. In: GETTY, R. Anatomia

dos Animais Domésticos, 5.ed., Rio de Janeiro : Guanabara Koogan. 1986,

p.1481-93.

FIALKOV, J.A.; HOVL, C.E.; SHOICHET, M.S.; DAVIES, J.E. In vivo bone

engineering in a rabbit femur. Journal of Craniofacial Surgery, v.14, n.3, p.324-

32, 2003.

FOSSUM, T.W. Fundamentals of orthopedic surgery and fracture management in:

FOSSUM, T.W. Small Animal Surgery. 1.ed. Missouri: Mosby, 1997. p.705-65.

GADELHA, C.R.F. Avaliação da próstata canina por palpação retal, ultra-

sonografia, citologia por punção aspirativa, cultivo bacteriano e dosagem de

fosfatase ácida prostática no soro e no plasma seminal. 2003. 60f.

Dissertação (Mestrado em cirurgia veterinária) - Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2003.

GIORDANO, V.; KNACKFUSS, I.G.; GOMES, R.C.; GIORDANO, M.;

MENDONÇA, R.G.; COUTYNHO, F. Influência do laser de baixa energia no

processo de consolidação de fratura de tíbia: estudo experimental em ratos.

Revista Brasileira de Ortopedia, v.36, n.5, p.174-78, 2001.

GOLTZMAN, D. Mechanisms of the development of osteoblastic metastases.

Cancer, v.80, n.8, p.1581-7, 1997.

GRANJEIRO, J.M.; OLIVEIRA, R.C.; BUSTOS-VALENZUELA, J.C.; SOGAYAR,

M.C.; TAGA, R. Bone morphogenetic proteins: from structure to clinical use.

Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.38, p.1463-1473, 2005.

GRANJEIRO, J.M.; TAGA, R.; TAGA, E.; GONÇALVES, F.; OLIVEIRA, R.C.

Proteínas ósseas morfogenéticas: do laboratório para a clínica in: PONTUAL,

M.A.B.; MAGINI, R.S. Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e Fatores de

Page 51: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

51

Crescimento das Pesquisas Científicas à Clínica Odontológica. 1.ed. São

Paulo: Livraria Santos, 2004. p.97-117.

GREEN, R.W.; HOMCO, L.D. Prostate gland. In: GREEN, R.W. Small Animal

Ultrasound, Philadelphia : Lippincott-Raven. 1996, p.237-250.

GUISE, T.A.; MOHAMMAD, K.S. Endothelins in bone cancer metastases. Cancer

Treatment Research, v.118, p.197-212, 2004.

GUISE, T.A.; YIN, J.J.; MOHAMMAD, K.S. Role of endothelin-1 in osteoblastic

bone metastases. Cancer, v.97, n.3, p.779-84, 2003.

GUISE, T.A.; MUNDY, G.R. Cancer and Bone. Endocrine Reviews, v.19, n.1,

p.18-54, 1998.

HARRIS, S.E.; HARRIS, M.A.; MAHY, P.; WOZNEY, J.; FENG, J.Q.; MUNDY,

G.R. Expression of bone morphogenetic protein messenger RNAs by normal rat

and human prostate and prostate cancer cells. Prostate, v.24, n.4, p.204-11, 1994.

HERNÁNDEZ-GIL, I.F.T.; GRACIA, M.A.A.; PINGARRÓN, M.C.; JEREZ, L.B.

Physiological bases of bone regeneration I. Histology and physiology of bone

tissue. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, v.11, p.47-51, 2006.

HULSE, D.; HYMAN, B. Biologia e biomecânica das fraturas in: SLATTER, D.

Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 1.ed. São Paulo: Manole, 1998.

p.1891-1900.

ISHIZAKA, K.; AZUMA, H.; MATSUBARA, O.; KITAHARA, S.; OSHIMA, H.

Production of endothelin by canine prostatic epithelial cells and its stimulatory

effects on their growth. Journal of Andrology, v.20, n.4, p.529-36, 1999.

Page 52: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

52

JOHNSTON, G.R.; FEENEY, D.A.; RIVERS, B.; WALTER, P.A. Diagnostic

imaging of the male canine reproductive organs. Methods and limitations.

Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v.21, n.3, p.553-

89, 1991.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Tecido Ósseo in: JUNQUEIRA, L.C.;

CARNEIRO, J. Histologia Básica. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

1995. p.108-26.

KELLER, E.T.; ZHANG, J.; COOPER, C.R.; SMITH, P.C.; McCAULEY, L.K.;

PIENTA, K.J.; TAICHMAN, R.S. Prostate carcinoma skeletal metastases: cross-

talk between tumor and bone. Cancer Metatasis Review, v.20, n.3-4, p.333-49,

2001.

KHAN, S.N.; BOSTROM, M.P.; LANE, J.M. Bone growth factors. Orthopedic

Clinical North America, v.31, n.3, p.375-88, 2000.

KITTEN, A.M.; ANDREWS, C.J. Endothelin-1 expression in long-term cultures of

fetal rat calvarial osteoblasts: regulation by BMP-7. Journal of Cellular

Physiology, v.187, n.2, p.218-25, 2001.

KOUTSILIERIS, M. Osteoblastic metastasis in advanced prostate cancer.

Anticancer Research, v.13, n.2, p.443-9, 1993.

KRAWIEC, D.R.; HEFLIN, D. Study of prostatic disease in dogs: 177 cases (1981-

1986). Journal of American Veterinary Medical Association, v.200, n.8, p.1119-

22, 1992.

LACRETA JUNIOR, A.C.C. Diagnóstico das afecções prostáticas no cão.

2004. 53f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias de Jaboticabal, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2004.

Page 53: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

53

LeROY, B.E.; BAHNSON, R.R.; ROSOL, T.J. New bone formation in nude mouse

calvaria induced by canine prostate tissue. Molecular and Cellular

Endocrinology, v.197, p.257-263, 2002.

LeROY, B.E.; SELLERS, R.S.; ROSOL, T.J. Canine prostate stimulates osteoblast

function using the endothelin receptors. The Prostate, v.59, p.148-156, 2004.

LIMA, A.F.M.; RAHAL, S.C.; VOLPI, R.S.; MAMPRIM, M.J.; VULCANO, L.C.;

CORREIA, M.A. Aspectos radiográficos e densitométricos na consolidação de

fraturas tratadas por proteínas morfogenéticas ósseas em rádio de coelhos.

Brazilian Journal of Veterinary Research Animal Science, v.41, n.6, p.416-22,

2004.

LIMA, A.F.M.; RAHAL, S.C.; VOLPI, R.S.; GRANJEIRO, J.M.; TAGA, R.;

CESTARI, T.M. Effect of bovine bone morphogenetic proteins on radius fracture

healing in rabbits. Acta Cirúrgica Brasileira, v.22, n.4, p.260-65, 2007.

LIND, M. Growth factor stimulation of bone healing. Effects on osteoblasts,

osteomies, and implants fixation. Acta Orthopaedica Scandinavica

Supplementum, v.283, p.2-37, 1998.

MARTINEZ, S.A.; WALKER, T. Bone Grafts in: MARTINEZ, S.A. The Veterinary

Clinics of North America – Small Animal Practice. Fracture Management and

Bone Healing, v.29, n.5, p.1207-20, 1999.

MASTROCINQUE, S.; TATARUNAS, A.C.; ZERWES, M.B.C.; QUEIROZ, G.F.;

SCHMAEDECKE, A.; ACETO, M.; FERRIGNO, C.R.A. Proteínas ósseas

morfogenéticas e outros fatores de crescimento ósseo. Ciências Agrárias, v.25,

n.2, p.139-150, 2004.

Page 54: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

54

MATOS, M.A.; GONÇALVES, R.R.; ARAÚJO, F.P. Modelo experimental de

osteotomia em coelhos imaturos. Acta Ortopédica Brasileira, v.9, n.4, 2001.

MENDES, P.H.B.; SCOFANO JR., A.R.; SILVA, M.G.; SOUZA, I.; FILHO, N.M.S.;

ABREU, A.V.; ELIAS, N.; APFEL, M.I.R. Consolidação da fratura após o uso

prolongado de corticóide: estudo experimental em ratos. Revista Brasileira de

Ortopedia,v.36, n.9, p.345-51, 2001.

MILLIS, D.L. Bone and non-bone-derived growth factors and effects on bone

healing in: MARTINEZ, S.A. The Veterinary Clinics of North America – Small

Animal Practice. Fracture Management and Bone Healing, v.29, n.5, p.1221-

46, 1999.

MIRANDA, E.S.; CARDOSO, T.S.; MEDEIROS FILHO, J.F.; BARRETO, M.D.R.;

TEIXEIRA, R.M.M.; WANDERLEY, A.L.; FERNANDES, K.E. Organic and inorganic

bone graft use in rabbit’s radius surgical fractures rapair: an experimental and

comparative study. Acta Ortopédica Brasileira, v.13, n.5, p.245-48, 2005.

MOHAN, S. BAYLINK D.J. Bone growth factors. Clinical Orthopaedics and

Related Research, v.263, p.30-48, 1991.

MONTEIRO, B.S.; DEL CARLO, R.J.; PINHEIRO, L.C.P.; VILORIA, M.I.V.; SILVA,

P.S.A.; SOUZA, L.P.O.; BALBINOT, P.Z. Proteínas morfogenéticas ósseas

associadas a osso esponjoso autógeno na reparação de falhas experimentais na

calota craniana de coelhos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e

Zootecnia, v.59, n.6, p.1451-1461, 2007.

MORAES, P.C.; PADILHA FILHO, J.G.; CANOLA, J.C.; SANTOS, L.A.; MACORIS,

D.G.; ALESSI, A.C.; CASTRO, M.B; DÓRIA NETO, F.A. Biocompatibilidade do

cimento de fosfato de cálcio implantado no rádio de coelhos. Acta Cirúrgica

Brasileira, v.19, n.4, p.351-59, 2004.

Page 55: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

55

MORAES, P.C. O uso do ultra-som pulsado de baixa intensidade em falhas

ósseas produzidas experimentalmente em rádio de coelhos, preenchidas ou

não com cimento de fosfato de cálcio. 2006. 44f. Tese (Doutorado) – Faculdade

de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, Universidade Estadual

Paulista, Jaboticabal, 2006.

MUZZI, L.A.L. Próstata do cão: Aspectos clínicos, radiográficos, ultra-

sonográficos e citológicos das afecções. 1998. 75f. Dissertação (Mestrado em

medicina veterinária) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte, 1998.

NELSON, J.B.; NGUYEN, S.H.; WU-WONG, J.R.; OPGENORTH, T.J.; DIXON,

D.B.; CHUNG, L.W.; INOUE, N. New bone formation in an osteoblastic tumor

model is increased by endothelin-1 overexpression and decreased by endothelin A

receptor blockade. Urology, v.53, n.5, p.1063-9, 1999.

OREFFO, R.O. Growth factors for skeletal reconstruction and fracture repair.

Current Opinion in Investigational Drugs, v.5, n.4, p.419-23, 2004.

PAGLIOSA, G.M.; ALVES, G.E.S. Considerações sobre a obtenção e o uso do

plasma rico em plaquetas e das células mesenquimais indiferenciadas em

enxertos ósseos. Ciência Rural, v.37, n.4, p.1202-05, 2007.

PEARCE, A.I.; RICHARDS, R.G.; MILZ, S.; SCHNEIDER, E.; PEARCE, S.G.

Animal models for implant biomaterial research in bone: a review. European Cells

and Materials, v.13, p.1-10, 2007.

PEREIRA FILHO, V.A.; VIEIRA, E.H.; GABRIELLI, M.A.C.; GABRIELLI, M.F.R.;

BARBEIRO, R.H.; SCARSO FILHO, J. Bases Biológicas do Tecido Ósseo in:

PONTUAL, M.A.B.; MAGINI, R.S. Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e Fatores

Page 56: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

56

de Crescimento das Pesquisas Científicas à Clínica Odontológica. 1.ed. São

Paulo: Livraria Santos, 2004. p.45-70.

REMEDIOS, A. Bone and Bone Healing in: MARTINEZ, S.A. The Veterinary

Clinics of North America – Small Animal Practice. Fracture Management and

Bone Healing, v.29, n.5, p.1029-44, 1999.

RITCHIE, C.K.; ANDREWS, L.R.; THOMAS, K.G.; TINDALL, D.J.; FITZPATRICK,

L.A. The effects of growth factors associated with osteoblasts on prostate

carcinoma proliferation and chemotaxis: implications for the development of

metastatic disease. Endocrinology, v.138, n.3, p.1145-50, 1997.

SCAMMELL, B.E.; ROACH, H.I. A new role for the chondrocyte in fracture repair:

endochondral ossification includes direct bone formation by former chondrocytes.

Journal of Bone Mineral Research, v.11, n.6, p.737-45, 1996.

SHIRLEY, D.; MARSH, D..; JORDAN, G.; McQUAID, S.; LI, G. Systemic

recruitment of osteoblastic cells in fracture healing. Journal of Orthopedic

Research, v.23, n.5, p.1013-21, 2005.

SOUZA, F.F.; TONIOLLO, G.H. Marcadores de tecido prostático no cão.

Educação Continuada do CRMV-SP, v.4, f.3, p.63-70, 2001.

STABENFELDT, G.H.; EDQUVIST, L.E. Processos Reprodutivos no Macho. In:

SWENSON, M.J.; REECE, W.O. Fisiologia dos animais domésticos, 10.ed., Rio

de Janeiro : Editora Guanabara. 1988, p.719-30.

STERN, P.H.; TATRAI, A.; SEMLER, D.E.; LEE, S.K.; LAKATOS, P.;

STRIELEMAN, P.J.; TARJAN, G.; SANDERS, J.L. Endothelin receptors, second

messengers, and actions in bone. Journal of Nutrition, v.125, n.7, p.2028-32,

1995.

Page 57: IMPLANTE DE TECIDO PROSTÁTICO DO CÃO NA … · Inicialmente ocorre a injúria do tecido mole e do periósteo ao redor do osso fraturado. No foco da fratura, a ruptura do sistema

57

STREET, J.; BAO, M.; GUZMAN, L.; BUNTING, S.; PEALE JR., F.V.; FERRARA,

N.; STEINMETZ, H.; HOEFFEL, J.; CLELAND, J.L.; DAUGHERTY, A.;

BRUGGEN, N.; REDMOND, H.P.; CARANO, R.A.D.; FILVAROFF, E.H. Vascular

endothelial growth factor stimulates bone repair by promoting angiogenesis and

bone turnover. PNAS, v.99, n.15, p.9656-9661, 2002.

SUN, Y.Q.; ASHHURST, D.E. Osteogenic growth peptide enhances the rate of

fracture healing in rabbits. Cell Biology International v.22, n.4, p.313-9, 1998.

TAVARES, F.G.; CAFALLI, F.A.S.; SILVA, M.M.; SOUZA FILHO, L.F.; BELLOTE,

M.R.; SCARPE, R.A. Resposta osteogênica por lesão esquelética à distância.

Estudo experimental em coelhos. Revista Brasileira Ortopédica, v.29, n.6, p.416-

420, 1994.

URIST, M.R.; DELANGE, R.J.; FINERMAN, G.A. Bone cell differentiation and

growth factors. Science, v.220, n.4598, p.680- 6, 1983.

WEISBRODE, S.E. Function, structure, and healing of the musculosketelal system

in: OLMSTEAD, M.L. Small Animal Orthopedics, St. Louis: Mosby, 1995, p.27-

56.

ZINKL, J.G. Cytology of the male reproductive tract. In: Rick L. COWELL, R.L.;

TYLER, R.D.; MEINKOTH, J.H. e DENICOLA, D.B. Diagnostic Cytology and

Hematology of the Dog and Cat, 2.ed., St. Louis : Mosby, 1999, p.230-34.