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ANEXO 05

Impressão de fax em página inteira - senado.gov.br VCM 034... · Carmem de Andrade Lima Gerente de Planejamento e Gestão Dione Pinto Ouvidora da Mulher ... Sabrina Leal e Bruna

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ANEXO 05

Plano Estadualpara Prevenir,

Punir e Erradicara Violência

Contra as Mulheres2007 - 2016

Recife, março de 2008

GOVERNO DO ESTADODE PERNAMBUCO

GovernadorEduardo Henrique Accioly Campos

Vice·GovernadorJoão Lyra Neto

SECRETARIA DA MULHER

SecretáriaCristina Buarque

Secretária Executiva de Enfrentamento à Violência de Gênerolucidalva Nascimento

Chefe de GabineteLumi Seriama

Gerente Geral de Articulação e Interiorização das Ações de GêneroMaria de Oliveira

Gerente de Fortalecimento Sóciopolitico das MulheresSuzana Maranhão

Gerente Executiva de Programas e Ações TemáticasCarmem de Andrade Lima

Gerente de Planejamento e GestãoDione Pinto

Ouvidora da MulherMarta Azevedo

Assessora de Imprensa e ComunicaçãoMicheline América

Coordenadoras e Assessoras Especializadas em Gênero,Raça, Etnia e Orientação Sexual

Ana Carolina Lins, Ana Paula Pedrosa, Célia Martins, Celma Tavares de Almeida e Silva,Ciani Sueli das Neves, Days~ Magalhães, Dóris Cavalcanti, Edmar Ribeiro, Eliane Alves,

Elizabeth da Silva Alcoforado, Isis Campos, Janny Almeida, Maria do Rosário da Silva, MariaMárcia de Mello Campos, Valdete Ferreira.

SecretáriasSabrina Leal e Bruna Rafaella Silva de Barros

Apoio Administrativo e MotoristasJosé Wellington de Oliveira, José Vieira de Brito, Luiz Gustavo da Silva e Aristides de Melo.

EstagiáriaManuela Lira

Cais do Apolo, 222, 1° Andar-Bairro do Recife/PE - CEP: 50.030-905Telefone e Fax: (081 )3224.5705

[email protected]

PREFÁCIO

Em outubro, exatamente após nove meses de governo, tempo de uma gestação,

apresentamos à sociedade e aos vários poderes instituídos o Plano para Prevenir,

Punir e Erradicar a Violência Contra as Mulheres. Trata-se de um documento que não

é fruto da nossa idéia OU simplesmente da equipe da Secretaria da Mulher do Estado

de Pernambuco. Nós fizemos uma leitura da história, de todo o processo histórico,

que impõe ao nosso cotidiano, a realidade da violência contra as mulheres. Aprendemos,

ainda, com as experiências acumuladas pelas lutas locais, nacionais e internacionais

das mulheres, bem como com as suas conquistas de criar instítucionalidades, a exemplo

dos organismos de políticas para as mulheres e das convenções no espaço da ONU.

Fazem parte desse caminho, que confere consistência ao Plano Estadualpara Prevenir,

Punir e Erradicar a Violência Contra as Mulheres, a leitura da I e 11 Conferências

Estaduais de Políticas para as Mulheres, a leitura do Pacto Pela Vida e a leitura do Pacto

Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Por isso, esse plano tem

começo, meio e vai buscar ter um fim muito mais feliz do que o que vivemos hoje.

Ele é a representação de um conjunto de esforços. É um pensar estratégico

que traz uma visão de Estado e não uma visão de mandato ou de uma área.

E deve ser assim, porque estamos lidando, no aparelho do Estado, com a desconstrução

de uma questão estrutural: as desigualdades de gênero.

Aí, reside a clareza política da Secretaria da Mulher, ao começar a construção

de uma instituição pensada como o Estado deve ser pensado, ou seja, como expressão

da necessidade de uma sociedade, como expressão da intervenção dessa sociedade

sobre ela mesma, como caminho para a sua transformação.

Atualmente, temos um marco legal que coloca para todos os Poderes a importância

da questão de gênero. Assim, quem quiser trabalhar no setor público de Pernambuco

tem que incluir em sua formação os conteúdos de gênero, raça e etnia.

Portanto, devemos compreender que se essa questão ainda é entendida, por alguns, como

algo sem relevância, com certeza, ao longo dos anos, nós, que compreendemos diferente,

- e eles também - vamos ver pessoas, milhares de pessoas mais felizes.

A transformação passa por trabalhar com a prevençâo de maneira sistêmica, como

orienta este plano, atuando sobre o processo histórico para a construção de novos valores.

A escola, onde temos um milhão de pernambucanas e pernambucanos é um espaço

fundamental para se discutir as questões de gênero, de raça e etnia, para que as

gerações que vão nos suceder possam ter a compreensão sobre as relações

humanas na vida em sociedade.

A punição dos agressores também é um ponto importante e seremos implacáveis

no cumprimento da Lei Maria da Penha. Ela prevê as obrigações de todos os Poderes

na garantia dos direitos das mulheres a uma vida sem violência. O Governo

de Pernambuco, não só está fazendo a sua parte, como articulando com os outros

Poderes para assegurar uma vida digna à populaçáo feminina deste estado.

Trazemos a verdade para a mesa, como está no plano, e convocamos a unidade das

pernambucanas e pernambucanos em torno do enfrentamenta à violência contra as

mulheres. Esse enfrentamenta náo se dá apenas pela via da polícia.

Ele se faz pelo conjunto articulado de sujeitos políticos e de ações. Dentre todas as

minhas tarefas nessa área, tenho uma em particular: chamar a atenção dos homens

pernambucanos, porque como eles sáo parte do problema, eles têm o dever histórico,

moral e ético de se colocar, também, como parte da solução. Investiremos nesse plano

de maneira correta, equilibrada e destemida. De sua efetivação depende, em grande

parte, a transformação das relações de gênero em um novo Pernambuco!

Eduardo Henrique Accioly Campos

Governador do Estado de Pernambuco

APRESENTAÇÃO

o Plano Estadual para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra as Mulheres

define a política de enfrentamento da violência contra as mulheres no Estado

de Pernambuco, no marco da estratégia construída no Pacto pela Vida e como forma de

adesão ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

As ações aqui elencadas constituem um esforço de concretizar, no espaço da gestão,

as orientações dispostas no Programa "Um Novo Pernambuco",

nas proposições da II Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres (anexo 1),

nas determinações da Lei Maria da Penha (anexo 11), tendo como marcos conceitual

e teórico os direitos humanos das mulheres e a categoria gênero.

Com o objetivo de erradicar a violência de gênero, este plano reconhece a prevenção,

baseada em ações educativo-culturais, como a dimensão de maior poder mobilizador

para a transformação de mentalidades e vaJores.

Este documento foi elaborado sob a coordenação da Secretaria Especial da Mulher,

com a participação de representantes dos setores integrantes da Comissão Permanente

de Políticas Integradas para o Enfrentamento à Violência Doméstica e Sexista. Dele

constam a definição conceitual e o diagnóstico do problema, assim como as diretrizes

políticas, os programas, projetos e estimativas de custos, para enfrentá-lo.

Por fim, espera-se que o presente plano venha a propiciar as articulações e condições

necessárias para uma nova história da gestão pública em Pernambuco, fortalecendo o

campo democrático com avanços nos mecanismos de promoção da igualdade de direitos,

deveres e poderes entre mulheres e homens.

Recife, setembro de 2007

,..</C1{..:{jJ,-IlS-~1 f:}LL t;;U>Ú.1~{).;~.,. u , -"1"/~ Cristllila Buarque

Secretária da Secretaria Especial da Mulher

o

~.,.s:::s:::u==

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11

MARCO LEGAL 13

PROBLEMA. 16

AVANÇOS 22

PROPOSTA DE AÇÀO .23

Dimensões 23

Diretrizes 23

Objetivos 24

Estratégias 25

Prioridades . . .25

Público 26

Programas .27

Período de Execução .30

Resultados Esperados..... 30

Monitoramento e Avaliação 30

Previsão Orça mentária................................................................................................................................................ ..31

ANEXOS 33

ANEXO I - Propostas aprovadas na II Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres,Recife, junho de 2007......................................... . 34

ANEXO 11 ~ Lei Maria da Penha 42

ANEXO 111- Propostas e Programas do Governo ..44

ANEXO IV - Protocolo para atendimento à mulher vítima de violência doméstica esexual.........46

o

INTRODUÇÃO

Com a criação da Secretaria Especial da Mulher, o Governo do Estado passou a imprimir ãação pública, voltada para a eqüidade de gênero em Pernambuco, um caráter estratégico. Essadefinição de gestão constituiu o primeiro passo para superar as práticas espontaneístas, marcadaspor ações pontuais, desconectadas entre si, realizadas, seja por setores da administração pública,seja pela cooperação internacional ou por organizações não-governamentais em relação àimplementação dos direitos da mulher no Estado.

o segundo passo constituiu na determinação de conceber as políticas públicas, no marco deplanos de ação ea partir de uma visão estratégica, elementos por meio dos quais se dá visibilidadea vontade dos poderes públicos, do governo, e se organiza a atuação institucional, possibilitandoque se possa saber se estão sendo concretizados ou não, os compromissos políticos, dentre elesos de promover a eqüidade de gênero.

Especificamente nos campos da segurança e do enfrentamento à violência, aos quais estãovinculadas as propostas do Plano Estadual para Prevenir, Punir e Erradicar a ViolênciaContra as Mulheres, a formulação do Pacto pela Vida foi, então, o passo decisivo para que aSecretaria Especial da Mulher pudesse cumprir com a sua missão de traçar as diretrizes e articularas ações para implementação de uma política pública especifica, incorporada de forma integral,às definições estratégicas do governo de Pernambuco.

o problema a que este plano se propõe a enfrentar é a violência contra as mulheres, definida,no âmbito da Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher - aprovadaem 1994 pela Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos, e ratificada peloEstado brasileiro em 1995 -, "como qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que causemorte, dano físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado".O ciclo dessa violência, que também se denomina violência de gênero, estende-se da privação,humilhação, maus-tratos à morte, passando pelo estupro e pelo tráfico de seres humanos.

Em Pernambuco, no ano de 2006, os homicídios de mulheres - em alguns casos, seguidos deassassinatos de filhas e filhos menores - revelam a média de quase uma mulher morta por dia,no Estado. Apenas esse dado indica as proporções da ameaça que essa violência significa no dia­a-dia das mulheres, em primeiro lugar, e para a comunidade pernambucana, o que determina,então, as dimensões a serem consideradas para enfrentá-Ia: prevenção, proteção, punição,assistência e produção de conhecimento.

Como em todas as políticas articuladas pelas demais áreas de governo, a política pública deenfrentamento à violência de gênero está estruturada a partir de quatro pontos, quais sejam:A) Base de conhecimento científico e de informações ÇJualificadas, detectando-se as lacunas

e apontando as formas de superá-Ias;

B) Base legal, garantindo a incorporação das disposições da Lei 11.340/2006 - Lei Maria da

Penha - em todo o corpo do plano;

C) Base institucional. trazendo o diagnóstico sobre os serviços e mecanismos governamentais e

definindo as suas formas de aplicação, integração, amplíação, e reformulação; e

D) Base de legitimidade, referenciando-se nas demandas e consultas àsociedade civil organizada,

com apropriação de suas propostas ao plano.

Do ponto de vista estratégico, o plano, além de construir as ações de curto prazo destinadas

a atender às vítimas e minimizar os danos dessa violência, apresenta uma visão histórica da

violência contra as mulheres, comprometendo-se com o desenvolvimento de ações de grande

força educativa e multiplicadora, voltadas para provocar a transformação da cultura patriarcal.

A partir das combinações desses dois aspectos espera-se, como resultado de longo prazo,

uma transformação de mentalidades, acompanhada da erradicação da violência de gênero em

Pernambuco. Dessa maneira, a sua formulação e implementação representam a concretização

de uma mudança fundamental de enfoque e objetivo governamentais sobre esse problema.

Reforça essa abordagem, o entendimento de que, se, por um lado, as ações são voltadas

para libertar as mulheres da violência de gênero, que histórica e cotidianamente as ameaça,

por outro, os homens, como parte do problema, são parte das soluções. Assim, trabalha­

se com as evidências de que essa violência é destrutiva para a sociedade como um todo

e que as necessidades e ações estratégicas de desconstrução dessa violência não cabem apenas

às mulheres.

Equacionado o problema nesses termos, as principais estratégias do plano concretizam-se na

realização de ações nos campos da educação e da cultura, voltadas para a democratização das

relações de gênero e das soluções entre Estados esociedade civil; bem como nas de integração das

atividades de prevenção, proteção, punição e assistência, envolvendo o Executivo, o Legislativo,

o Judiciário e o Ministério Público nas três esferas de poder: federal, estadual e municipal, e a

sociedade civil.

MARCO L E G A l

o marco legal de que hoje se dispõe para enfrentar a violência de gênero é resultado de lutas dealgumas gerações de mulheres e de alguns homens dessas mesmas gerações, em Pernambuco,no Brasil e no mundo.

Ao reconhecermos esse legado, a luta da geraçao que ora compomos é pela aplicação dessemarco legal, através da construção de políticas públicas promotoras da igualdade de direitos,deveres e poderes entre mulheres e homens.

No âmbito internacional o governo brasileiro assinou todos os instrumentos de defesa dos direitosdas mulheres das últimas décadas, entre eles:

• Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres(CEDAW) - aprovada em 1979 pela Assembléia Geral das Nações Unidas, e ratificada peloEstado Brasileiro em 1984.

• Convenção Interamericana para Prevenir, Punire Erradicar aViolência contra a Mulher-aprovadaem 1994pela Assembléia Geral da Organização dos EstadosAmericanos, eratificada pelo Estadobrasileiro em 1995.

• Declaração e Plataforma das Conferências Internacionais realizadas na década de 1990 ­Direitos Humanos: Viena, 1993; População e Desenvolvimento: Cairo, 1994; IV ConferênciaMundial sobre a Mulher, Pequim, 1995; Conferência para Erradicação do Racismc, Xenofobiae Formas Contemporâneas de Discriminação: Durban, 2001.

• Protocolo Facultativo à CEDAW, 1999.

• Cúpula do Milênio: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 2000.

• Convenção n° 100, de 29/06/1951, da Organização Internacional do Trabalho (Om, sobre aigualdade de remuneração de homens e mulheres trabalhadores por trabalho de igual valor.

• Convenção n° 156, de 23/0611981, da 011, sobre Igualdade de Oportunidades e de Tratamentode homens e mulheres trabalhadores com encargo de família.

• Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional(Palermo, 2000), que no artigo 30, define como tráfico de pessoas: "o recrutamento, otransporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaçaou uso de força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abusode autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos oubeneficios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra,para fins de exploração".

No âmbito da legislação nacional destacam-se os seguintes mecanismos legais:

1.Lei n° 10.224/2001, que alterou o Código Penal, definindo, em seu artigo 226~A, o

assédio sexual como crime nos seguintes termos: "Constranger alguém com o intuito de

obter vantagem ou o favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de

superior hierárquico ou ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo

ou função."

2. Lei n° 10.886/2004, que tipifica a "Violência Doméstica."

3. Lei n° 10.778/2003, que estabeleceu a notificação compulsória em todo o território

nacional nos casos de violência contra as mulheres que forem atendidas nos serviços de

saúde, públicos ou privados.

4. Lei n° 9.318/1996, que inclui como circunstância agravante crime cometido contra a

mulher grávida.

5. Lei n ° 9.046/1995, que determina que os estabelecimentos penais destinados às mulheres

sejam dotados de berçários.

6. Lei n° 8.930/1994, que inclui o estupro entre os crimes hediondos.

7. Lei n° 7.353/1985, que institui o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

8. Lei n° 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, que define as linhas gerais

para formulação de uma política pública integrada de assistência, punição e erradicação

da violência contra a mulher, desfazendo a minimização dessa violência, instituída pela

Lei n° 9099/95.

No âmbito da legislação estadual ressaltam-se os mecanismos legais a seguir:

1. Decreto n° 10. 917, de 01.11.1985: Cria no âmbito da Diretoria Executiva de Polícia

Especializada, da Secretaria de Segurança Pública, a Delegacia da Mulher, com competência

para investigar e apurar os delitos contra a pessoa do sexo feminino, ocorrido no município

do Recife, sendo a 1a Delegacia Especializada da Mulher em Pernambuco.

2. Portaria n° 0475, de 27.03.1990: Cria no âmbito da Polícia Civil da Secretaria de Segurança

Pública a Delegacia Especializada da Mulher, com sede no município de Jaboatão dos

Guararapes, sendo a 2a Delegacia da Mulher em Pernambuco.

3. Decreto n° 23.367, de 25.06.2001: Cria no âmbito da Polícia Civil da Secretaria de Defesa

Social, cinco Delegacias Especializadas, sendo que, a 3a Delegacia de Polícia é a

Especializada da Mulher, com sede no município de Petrolina e a 4a Delegacia de Polícia é

a Especializada da Mulher, com sede no município de Arcoverde, integram-se às estruturas

do Departamento Policial da Mulher.

4. Decreto n° 24.092, de 07.03.2002: Cria no âmbito da estrutura organizacional da Polícia

Civil da Secretaria de Defesa Social a sa Delegacia Policial da Mulher, com sede no município

de Caruaru.

5. Decreto n° 25.594, de 01.07.2003: Institui, no âmbito do Poder Executivo Estadual na

Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o Programa de Prevenção e Enfrentamento ao

Tráfico de Seres Humanos.

6.Lei n° 12.585, de 17.05.2004: Cria no âmbito da Secretaria de Políticas Sociais e Cidadania,

regime especial de atendimento, para fins de renda e emprego, às mulheres vítimas de

violência conjugal.

7. Lei n° 12.721, de 09.12.2004: Cria o procedimento de notificação compulsória da violência

contra a mulher atendida em serviços de urgência e emergência, públicos e privados, no

Estado de Pernambuco.

B.lei n° 13.169, 22.12.2006: Cria o Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a

Mulher, com jurisdição no território da Comarca da capital e competência definida na Lei

Federal n° 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).

9. Decreto n° 30.252,08.03.2007: Cria a Comissão Permanente de Enfrentamento à Violência

Doméstica e Sexista no âmbito da Secretaria Especial da Mulher com a finalidade de

reduzir os índices de violência contra a mulher, mediante ações de prevenção, proteção e

assistência.

10. Decreto n° 30.535, 11.06.2007: Cria o Núcleo de Defensoria Pública Especializada na

Defesa da Mulher em Situação de Violência - DEPEDDIM, com a finalidade de oferecer

atendimento e acompanhamento jurídico às mulheres em situação de risco ou vítimas de

violência, com atuação circunscrita aos municípios do Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão

dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho.

PROBLEMA

A violência contra as mulheres é definida como qualquer ação ou conduta, baseada no gênero,

que cause morte, dano físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como

no privado1. Tal violência vai da privação e humilhação à morte, passando pelo estupro e pelo

tráfico de seres humanos, e ameaça indiretamente, no minimo, 52% da população do Estado,

atingindo, diretamente, muitas pernambucanas em suas diversas fases da vida: na infância,

adolescência, juventude, maturidade e velhice.

Esse crime, que não tem um lócus territorial ou social, e, sim, tem raízes na cultura, está

disseminado na sociedade e corresponde às formas patriarcais de dominação, relacionando­

se de maneira complexa com a opressão e exploração de raça, etnia, geração, classe social e

orientação sexual, praticamente em todo o planeta.

Nas terras brasileiras, as suas raízes históricas datam da chegada do homem branco.

Objetivamente, se dispõe de documentos que testemunham a existência de leis e práticas, antigas

e recentes, através das quais a ação pública instituiu e, ainda, se faz presente, lamentavelmente,

conduzindo as discriminações de gênero, de raça, etnia e orientação sexual. O ponto focal dessas

discriminações foi a reserva de lugares diferenciados edesvantajosos social, político, moral, cultural

e economicamente para mulheres e pessoas negras e índias na sociedade em relação a qualquer

homem branco. As formas de garantir tal reserva foram da interdição às punições públicas,

passando pela justificativa da aplicação dessas punições de maneira privada e doméstica, como,

por exemplo, o uso do argumento da "Iegítima defesa da honra", conformando, então, a própria

cultura. Essas informações, extraídas das análises sobre a violência contra a mulher, demonstram

que, pelo fato da sociedade pernambucana, da Colônia à República, ter sido construída a partir

da central idade patriarcal do poder do homem branco, tal violência constituiu-se em elemento

estruturante do próprio poder de Estado aqui construído. Em outras palavras, reconhece~se que

o Estado cumpriu, de forma ativa, por um longo período, um decisivo papel na legitimação de

violências específicas, que, no entanto, dirigiam-se à maioria absoluta da população.

Hoje, diante das conquistas das mulheres e das populações negras, que incidiram na própria

remoção dos dispositivos discriminatórios de sexo e de raça nas legislações, e na construção

gradual de instrumentos normativos específicos para reparar os danos e garantir os direitos

humanos das mulheres, a manutenção do fenômeno da violência doméstica, intrafamiliar e

sexista, constitui-se em um grave problema político, social e econômico a ser enfrentado por

qualquer governo democrático e, especificamente, pelo de Pernambuco, onde os índices dessa

violência são alarmantes.

Estudos realizados em Pernambuco, em outras partes do País e fora dele, indicam que a

prática dessa violência é tanto mais disseminada na sociedade quanto maiores forem os níveis

de legitimidade política e cultural alcançados pelas desigualdades entre os sexos, sendo a

permanência da impunidade relativa a essas práticas o maior indicador dessa legitimidade.

Portanto, é no sentido da ruptura efetiva dessa legitimidade que se deve trabalhar para

democratizar Pernambuco, seja corrigindo as distorções das outras gestões, seja corrigindo

as distorções culturais. Por isso, quando o Estado diz entender que a violência de gênero

está enraizada na cultura, entende, principalmente, que a sociedade e o aparelho do Estado

estão, de diferentes maneiras, contaminados por ela. Enfim, deve-se entender que ao ter

sido o Estado o veículo para radicar tal violência em Pernambuco, hoje é, também, ele o

agente mais importante para a sua erradicação.

Em termos concretos, o perfil da violência contra a mulher vem se revelando através de

estudos e estatísticas, produzidos ou apoiados por organizações nacionais, internacionais,

públicas e privadas. Não obstante os avanços, esses estudos ainda não constituem uma base

de dados suficientemente ordenada, havendo grandes lacunas quanto a séries históricas.

Contudo, os dados compilados, a seguir, indIcam, pela magnitude dos tipos de agressões

em todas as idades, que a permanência da violência de gênero sofrida pelas pernambucanas,

brasileiras e em o todo mundo, é o meio pelo qual o patriarcado mantém seu princípio de

organização da sociedade: as desigualdades e desvantagens entre homens e mulheres.

INFORMAÇÔES GERAIS SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

DADOS SOBRE A INFÂNCIA - ABUSO SEXUAL

Através de uma análise da situação da violência de gênero contra a infância no mundo,

estudos da Unesco indicam que uma, em cada quatro meninas, é abusada sexualmente

antes de completar 18 anos.

DADOS SOBRE A ADOLESCÊNCIA EJUVENTUDE - ABUSO SEXUAL EVIOLÊNCIA FíSICA

O Banco Mundial estima que a violência de gênero causa mais danos e mortes às mulheres

entre 15 e 44 anos do que doenças como câncer e malária, ou mesmo acidentes de trânsito

e guerras.

DADOS SOBRE O BRASIL ~ VIOLÊNCIA FíSICA

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou em 1988 que 63% das

vítimas de violência no espaço doméstico eram compostos por mulheres.

Relatório da Americas Watch de 1992, coloca o Brasil entre os campeões mundiais da

violência contra a mulher.

Estudo do Banco Mundial, de 1998, informa que um em cada cinco dias em que as mulheres

faltam ao trabalho é motivado pela violência doméstica.

Pesquisas da Fundação Perseu Abramo, de 2001 e 2002, indicam:

• 2,1 milhões de mulheres são espancadas, por ano, no Brasil;

• Uma mulher é espancada a cada 15 segundos no País.

o CASO ESPECíFICO DE PERNAMBUCO

o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), informa quePernambuco está classificado entre os cinco Estados de maior incidência no número de

homicídios de mulheres. Uma amostra dos dados elaborados em Pernambuco e classificadosem violências letais, não letais e serviços delineia a dimensão do problema.

VIOLÊNCIAS LETAISSegundo a Secretaria de Defesa Social do Governo de Pernambuco, 215 mulheres foram

assassinadas até 24 de setembro de 2007. Desse universo, cerca de 95% dos crimes forampraticados por homens. Dentre esses, 50% eram maridos, namorados, ex-namorados,

companheiros e ex-companheiros.

Informações da mesma secretaria sobre os assassinatos indicam que, em 2006, 319

mulheres foram vítimas fatais da violência cometida pelos homens: 50% dessas mortesestão associadas ao crime passional; em 22% dos assassinatos, as vítimas têm relação direta

com a criminalidade, mais especificamente com o tráfico de drogas; 12% dos crimes seenquadram no perfil de violência urbana, incluindo crimes de estupros e latrocínios; 10%

dos homicídios são praticados por pessoas conhecidas, como vizinhos e amigos; 6% deles

envolvem cobrança de dívidas2 . Considerando que o estupro é uma violência de gênero, adimensão dos crimes contra a mulher ultrapassa o percentual de 50%.

VIOLÊNCIAS NÃO LETAIS

Os dados do Disque Orientação do Centro de Referência Clarice Lispector, em Recife,

referentes a três anos, no período de dezembro de 2002 a dezembro de 2005, informamo recebimento de 20.744 denúncias de violências não letais. No mesmo intervalo, a Casa

Abrigo Sempre Viva acolheu 49 mulheres vítimas de violência e 99 crianças e adolescentesenvolvidas em conflito familiar.

OS SERViÇOS

Ao tomar posse em janeiro de 2007, o governador Eduardo Campos já se encontrava

ciente da gravidade do quadro de violência contra as mulheres em Pernambuco. Estavaconsciente, também, do reduzido número de serviços apropriados para o enfrentamento

desse problema e da urgência em adotar medidas para reverter essa situação, como se pode

observar nas propostas de políticas para as mulheres contidas no Programa de Governo"Um Novo Pernambuco", (anexo 111), cujo maior compromisso era a implantação de um

órgão executivo, tendo como atribuição assessorar direta e imediatamente o governador doEstado na formulação, coordenação e articulação de políticas para as mulheres.

Criada a Secretaria Especial da Mulher, mediante a Lei n° 13.205, de 19 de janeiro de 2007,empreenderam-se, então, uma série de visitas, consultas e pesquisas a fim de identificar

a real situação dos serviços de atendimento, incluindo o Poder Judiciário, Ministério

Público, Defensoria Pública e órgãos municipais. O quadro a seguir apresenta um retrato doatendimento à mulher vítima de violência em Pernambuco, em fevereiro de 2007.

QUADRO I - REDE DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES VíTIMAS DE VIOLÊNCIA ATÉFEVEREIRO DE 2007

/ ANO DE CONDiÇÕES DE "SERViÇOS QUANT. LOCALIZAÇÃO CRIAÇÃO RESPONSABILIDADE FUNCIONAMENTO

Recife 1985 Insatisfatórias

Delegacias Jaboatão 1990 Péssimas05 Petrolina 2001 Gov, Estadual InsatisfatóriasEspecializadas

Arcoverde 2001 Não instaladaCaruaru 2002 Insatisfatórias

Unidade de Policia 01 Recife 2001 Gov, Estadua I Satisfatóriada Mulher

Divisão deHomieidios

01 Recife sem dados Gov, Estadual InsatisfatórioPraticados Contraa Mulher

Casa de apoio Recife1991

Gov. Estadual Péssimas02 2006

Núcleo IntegradoInadequadas e semde Atenção e

01 Recife 2006 Gov. EstadualSegurança ;l personalidade juridicaMulher

Centros de 02 Recife 2002 Gov. Municipal SatisfatóriasReferência Olinda 2005 Satisfatórias

Recife 2002 DesativadaCasa de abrigo 03 Floresta sem dados Gov. Municipal Insatisfatórias

Petrolína 2003 Satisfatóri<ls

Defensori<l Públic<lEspeci<llizada da 00 - Gov, Estadu<ll Insatisfatórias

Mulher

Juizado daViolência - Poder Judiciário insatisfatóriasDoméstica e 00Familiar

Promotori<lCriminal da 00 - - Ministério Público Insatisfatórias

Mulher

Atendimento1996Médico-Hospitalar 02 Recife Gov. Estadual Satisfatórias

Especializado 2001

Recife 1925IML 03 Caruaru 1991 Gov. Estadual Péssimas

\..Petrolina 1991

~

PROBLEMAS DAS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS

As Delegacias Especializadas da Mulher constituem o primeiro passo no campo das políticas

públicas para enfrentamento da violência contra as mulheres. Éde sua competência: garantir

proteção polícial; comunicar de imediato ao Ministério Público e ao Judiciário a ocorrência;

encaminhar a vítima ao hospital, ou posto de saúde e ao IML (Instituto de Medicina Legal);

fornecer transporte à mulher e seus dependentes para abrigo e local seguro, quando houver

risco de morte; quando necessário, acompanhar a mulher para assegurar a retirada de seus

pertences do local da ocorrência ou do domicílio famlliar, e informar à mulher os direitos a

ela conferidos na lei Maria da Penha e os serviços disponíveis.

Os principais problemas de funcionamento das delegacias são:

• Capacidade instalada: localização em lugares pouco visíveis à população, em número

insuficiente, com equipamentos, viaturas e mobiliários inadequados ao atendimento

às vítimas, prédios, na sua maioria apresentando inadequações quanto às repartições,

patologias e estado de conservação.

• Horário de funcionamento: com exceção da delegacia de Recife, as demais não funcionam

em horário integral. Os registros da Secretaria de Defesa Social e de veículos da imprensa

indicam, entretanto, que há concentração dos casos de violência contra a mulher durante

a madrugada, nos finais de semana e nos feriados, justamente quando esses serviços não

estão disponíveis.

• Quadro técnico: os recursos humanos, além de reduzidos, mal remunerados, apresentam

defasagem na qualificação profissional em relação ao conhecimento da legislação específica

e à humanização no atendimento.

• Orientações e protocolos: os protocolos pouco específicos, inadequados para orientação

dos procedimentos de atendimento, além de ausência de um sistema integrado para

sistematização de informações sobre a violência de gênero.

PROBLEMAS DAS CASAS DE APOIO

Esse tipo de estrutura dentro da Rede de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência só

está presente em Pernambuco, mais especificamente em Recife. Seu objetivo é proteger

as mulheres, até 8 dias, naqueles casos em que correm risco de morte. Ao funcionarem

como extensão das delegacias, essas casas herdaram todas as dificuldades e as mesmas

inadequações das primeiras descritas anteriormente. Uma delas localizava-se no último andar

do Hotel 4 de Outubro, prédio que também abrigava o serviço de controle dos apenados

em regime semi-aberto, estando, assim, completamente vulnerável no que tange ao sigilo

exigido para funcionamento desse tipo de serviço.

PROBLEMAS DO NÚCLEO INTEGRADO DE ATENÇÃO E SEGURANÇA À MULHER(NISAM)

Além de todos os problemas de inadequação funcional, de objetivos e de nao-íntegração

das ações, o Nisam não se constituía, oficialmente, em um órgão da administração direta

ou indireta do governo estadual, não tendo ato de criação ou dotação orçamentária para o

seu funcionamento.

PROBLEMAS DAS CASAS DE ABRIGO

As Casas de Abrigos sao estruturas de caráter provisório e excepcional, voltadas para

proteger as mulheres em risco de vida, oferecendo-lhes acolhimento, segurança, moradia e

atendimento psicossocial, assim como orientação e informação. Devem funcionar em regime

integral, de forma sigilosa, e ainda se articular para garantir às mulheres os serviços básicos

durante a sua permanência. Criadas e administradas pelas prefeituras municipais, essas três

estruturas existentes no Estado estão voltadas para atender à demanda de seus municípios.

Sem diminuir a importância da existência das casas de abrigo, nem isentar os municípios de

suas responsabilidades de proteger a vida das mulheres em seu território e assegurar-lhes

políticas públicas, a municipalizaçáo das casas de abrigo apresenta dificuldades do ponto de

vista estratégico e operacional, dentre as quais se destacam:

• Tendência à universalízaçáo, em contraposição ao princípio de excepcionalidade que

revestem essas estruturas;

• A ociosidade da capacidade instalada diante de uma limitada demanda por município,

que fere o princípio da racionalidade e amplia o isolamento das mulheres;

• Vulnerabilidade quanto ao sigilo;

• Penalizaçáo das mulheres com o isolamento completo em relaçáo ao mundo exterior,

passando essas, dentro dos seus municípios, de protegidas para reclusas;

• Impossibilidade das mulheres encontrarem saídas em outros ambientes para um novo

projeto de vida.

PROBLEMAS DOS CENTROS DE REFERÊNCIA

Os Centros de Referência são estruturas voltadas para apoiar as mulheres em situação

de violência em sua luta por alternativas para romper com essa situação e reconstruir a

cidadania. Os Centros de Referência oferecem atendimento interdisciplinar (psicológico,

social, jurídico, de atendimento, orientação e informação), contínuo, tornando-se espaços de

reflexão coletiva, aprendizado e convivência. A concepção de gestão municipal, vinculada às

coordenadorias ou secretarias locais, apresenta-se, portanto, como a forma mais adequada

para o seu funcionamento e alcance dos seus objetivos. Dessa forma, o grande problema dos

Centros de Referência é o reduzido número de unidades.

,

Q

PROBLEMAS NO ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR ESPECIALIZADO

Esses serviços cumprem um papel muito importante no atendimento às mulheres vítimas deviolência física, psicológica e sexual. O atendimento, segundo o protocolo para atendimento

à mulher vítima de violência doméstica e sexual (anexo IV), inclui orientação sobre direitos,tratamento médico e psicológico, acompanhamento para realização de exames no Instituto

Médico-Legal e para prestação de queixa nas Delegacias da Mulher. O serviço inclui, ainda,a profilaxia para DSTs/HIV, pílula do dia seguinte e aborto previsto em lei. O funcionamento

dos espaços é satisfatório, no entanto, não atende às necessidades da demanda do interior,

por estarem localizados ambos na capital.

OS PROBLEMAS DOS INSTITUTOS MÉDICO· LEGAIS E DE PROTOCOLOS NOSHOSPITAIS

Pernambuco conta com três IMLs. Esses serviços são direcionados para a identificação dos

diferentes tipos de violência, merecendo destaque os procedimentos de perícia relativos

à violência sexual. Dentre eles, apenas um apresenta condições para um atendimento de

qualidade e humanizado.

Outro problema no campo do atendimento hospitalar é a falta do cumprimento do protocolode notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher, procedimento previsto

por lei como obrigatório para a rede pública e privada.

AVANÇOS

Entre março e setembro de 2007, o Estado de Pernambuco apresenta avanços em toda rede

de atendimento. Registra~se:

• No âmbito do Poder Judiciário, a criação do primeiro Juizado Criminal da ViolênciaDoméstica e Familiar, restrito ao atendimento na capital, apura e julga os atos deviolência doméstica e familiar contra a mulher. Embora tenha funcionamento regular,se faz necessário ampliar o número de juizados na RMR e instalar outros no interior doEstado.

• No âmbito do Poder Executivo, a criação da primeira Defensoria Pública Especializada naDefesa da Mulher em Situação de Violência-DEPEDDIM. Seu objetivo é prestaratendímento jurídico às mulheres em situação de violência, tendo atendido emapenas cem dias de trabalho, 233 mulheres oriundas dos municípios de Olinda,Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, fator que demonstra anecessidade de se criar núcleos de Defensorias Públicas Especializadas no âmbito detodo o Estado de Pernambuco, a fim de garantir a extensão dos serviços oferecidospelo órgão.

----------------- ...

• No âmbito do Poder Executivo, a reestruturação e funcionamento da 2a. Delegacia

Especializada da Mulher, localizada em Jaboatão dos Guararapes, dando-lhe condiçõespara um atendimento de qualidade.

• No âmbito do Poder Executivo, a reestruturação da Casa de Apoio.

• Formulação de projeto e captação de recursos para implantação de 6 Casas de Abrigo,interiorizando essa estrutura da rede de atendimento.

• Lançamento de uma Campanha Estadual Permanente de Prevenção à Violência Contraa Mulher: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ÉCOISA DE OUTRA CULTURA.

PROPOSTA D E AÇÃO

Considerando a problemática analisada e os avanços identificados, apresenta-se a seguir os

diferentes aspectos da proposta de ação para prevenir, punir, erradicar a violência doméstica e

sexista contra as mulheres em Pernambuco.

DIMENSÕES

São cinco as dimensões a serem trabalhadas, de forma integrada, neste plano, sendo a formação

e qualificação de recursos humanos os elementos transversais garantidores das transformações

desejadas e o monitoramento e avaliação, os instrumentos de aperfeiçoamento da gestao dos

serviços. Essas dimensões a seguir especificadas, instituem os próprios programas do plano,

onde estao tipificadas as diferentes ações.

• Prevenção

• Proteção

• Punição• Assistência

• Produção do conhecimento

DIRETRIZES

1. Criar os mecanismos para efetivação, em Pernambuco, dos compromissos assumidos

pelo Estado brasileiro na ratificação dos tratados internacionais de proteção dos

direitos das mulheres.

2. Garantir às mulheres no espaço familiar a efetividade do artigo 226, parágrafo 8°,da Constituição Federal de 1988, que dispõe: "O Estado assegurará a assistência à família

na pessoa de cada um dos que a integram*, criando mecanismos para coibir a violência no

âmbito de suas relações."

3. Articular e criar mecanismos para implantação e implementação dos programas eprojetos relativos à segurança da mulher, definidos no Plano Estadual de SegurançaPública ~ Pacto pela Vida.

4. Atuar em estreita integração com o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência

contra as Mulheres.

5.Promover os mecanismos para a efetiva aplicação da lei Maria da Penha(lei 11.340/2006).

6.lncorporar o conceito de gênero em todos os níveis das politicas públicas paradesconstruir as distorções culturais, considerando que as desvantagens entre homens emulheres constituem um dos eixos estruturantes das desigualdades sociais e econômicas.

7.Adotar a educação e a cultura como vetores fundamentais para desconstrução dasiniqüidades patriarcais produtoras e reprodutoras de situações de violência de gêneroe raça, reconhecendo aquelas iniqüidades como limitadoras de uma democracia plena.

8.lnteriorizar programas de enfrentamento à violência de gênero, na perspectiva degestão compartilhada entre as esferas estadual e municipal.

9. Garantir recursos no orçamento público do governo estadual, para o enfrentamentoà violência contra as mulheres e estimular nos municípios a alocação de recursos nos seusorçamentos para esse fim.

OBJETIVOS

GeralErradicar a violência contra a mulher no Estado de Pernambuco.

Específicos

Implantar uma política estadual integrada de prevenção, proteção, punição e assistência nocampo do enfrentamenta à violência de gênero;

• Provocar a criação e a revisão de leis estaduais e municipais que contribuam para a valorizaçãodos direitos das mulheres, considerando as questões raciais, étnicas, geracionais, de orientaçãoafetivo-sexual, de deficiência e de inserção social, econômica e regional;

• Promover a articulação e integração de serviços no Executivo e entre esse e o Legislativo,Judiciário, Ministério Público e movimentos sociais, nas três esferas de governo (municipal,estadual e federal);

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• Garantir aapropriação de conhecimentos sobreviolência contra as mulheres em todo o aparelhodo Estado;

• Contribuir para a produção, sistematização e difusao de conhecimentos e informações sobreviolência contra as mulheres em Pernambuco;

• Garantir o atendimento às mulheres vitimas de violência em todo o território.

ESTRATÉGIAS

• Criação da Comissão Permanente de Políticas Integradas para o Enfrentamento à ViolênciaDoméstica e Sexista, garantindo a participação da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulherda Assembléia Legislativa de Pernambuco.

• Criação do Fórum de Organismos Municipais de Políticas Públicas para as Mulheres,garantindo a participação da Comissão de Mulheres da União de Vereadores de Pernambuco.

• Apresentação, por parte das diversas instituições governamentais, bem como do MinistérioPúblico, Poder Judiciário e do Legislativo, propostas de trabalho relativas ao enfrentamento àviolência contra a mulher, para serem incluídas no PPA.

• Estruturação, implantação e manutenção da rede de atendimento, qualificado e integral, àsmulheres em situação de violência doméstica, intrafamiliar e sexista.

• Transversalização dos conteúdos referentes a gênero e direitos iguais entre homens e mulheresnos espaços da educação, da cultura, da formação e seleção dos recursos humanos dogoverno.

• Criação de um sistema integrado de informações qualificadas, com atualização permanente,no que se refere à violência contra as mulheres, seja ao exercício do controle social, seja para oplanejamento de ações e a prática da transparência da ação governamental.

• Criação de prêmios para pessoas físicas e de selos e diplomas de mérito institucional, parapessoas jurídicas, em reconhecimento ao desenvolvimento de ações de enfrentamento àviolência contra as mulheres.

PRIORIDADES

• Implantação, reforma e manutenção de 14 Delegacias-Pólo Especializadas de Atendimento àsmulheres, garantindo a sua qualidade de atendimento e atuação em todas as regiõesdo Estado;

• Implantação e manutenção de 14 Defensorias Públicas-Pólo Especialízadas na Defesa dasmulheres em situação de violência, garantindo a sua atuação em todas as regiões do Estado;

.,

• Implantação e reforma de 6 Casas de Abrigo, em diferentes pontos do Estado, garantindo aproteção à vida das mulheres em todo o território do Estado;

• Reestruturação de uma Casa de Apoio na região metropolitana;

• Capacitação de 12 mil profissionais das áreas de segurança, saúde, educação, assistência,defensoria, bem como, Poder Judiciário e Ministério Público nas temáticas: relações de gênero,violência contra a mulher, direitos humanos e Lei Maria da Penha;

• Apoio à criação de 80 secretarias ou coordenadorias municipais;

• Implantação e manutenção de 6 Centros de Atendimento Médico-Hospitalar às mulheresvítimas de violência;

• Desenvolvimento de campanha permanente de enfrentamento à violência contra as mulherese apoio a duas campanhas anuais de enfrentamento à violência contra as mulherese as meninas;

• Apoio ao desenvolvimento de programas de atendimento às mulheres em situação de prisão;

• Atuação junto aos programas de enfrentamento do tráfico de mulheres e de exploração sexualde meninas e adolescentes;

• Formação de agentes especializados para enfrentamento da violência de gênero e suasintefaces com a feminização das D5Ts/AID5 e com a gravidez não desejada.

PÚBLICO

Não obstante a integração das dimensões de prevenção, proteção, punição e assistência queestruturam a possibilidade de erradicação da violência contra a mulher, o plano tem dois cortesem termos de público:

As mulheres em situação de violência em diferentes espaços, exigentes de ações que geremresultados de curto prazo, atendendo, de forma qualificada, às suas demandas de segurançaede minimização de danos, levando o Estado aassumir asua missão precípua de deslegitimadorda prática dessa violência;

2.A sociedade em geral, cuja exigência é a democratização do Estado e da própria sociedade,mediante ações estruturantes, de curto, médio e longo prazo, capazes de incidir natransformação das mentalidades, a partir da valorização das diversidades, da promoção daigualdade entre mulheres e homens e do cultivo da paz.

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No primeiro caso, as ações se dirigem diretamente às mulheres em situação de:

1. Violência física, psicológica, patrimonial e moral;2. Convivência com assédio sexual no âmbito institucional;3. Violência sexual e suas decorrências no espaço da reprodução e da saúde (gravidez,

D5T/A!D5);4. Tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual;5. Risco de morte;6. Reclusão/detenção.

No segundo caso, o Plano tem ações dirigidas para:

1.As escolas;2. Os ôrgãos do aparelho do Estado;3.A população pernambucana em seus momentos de lazer e manifestações culturais.

PROGRAMAS

As cinco dimensões definidas, que agregam diversas ações e atividades, definem os programasdeste plano, a saber:

Programa de Prevenção à Violência contra as Mulheres;

• Programa de Proteção à Vida das Mulheres;

• Programa de Punição à Violência contra as Mulheres;

• Programa de Assistência para Resgate da Cidadania; e

• Programa de Produção de Conhecimento.

o quadro a seguir expõe uma aproximação da integração entre as diversas ações, seupúblico e as interfaces.

QUADRO 11 - INTEGRAÇÃO DOS PROGRAMAS

DIMENSÕES PÚBLICO GRUPOS FOCAIS SERViÇOS/AÇÕES INTERFACES

As escolas, o aparelhoCampanhas;

SedudFundarpe;

Prevenção A sociedadedo Estado e a população ações culturais,

SeL Cultura;nas manifestações SeL Esportes;

culturais educativas e informativas. SeL Turismo.

Centro de Referências;SDS; SEDSDH; prefeituras;Delegacias Especializadas;

Proteção As mulheres Mulheres vítimas Defensorias Especializadas; coordenadorias dede violência Casas de Abrigo e de Apoio; mulheres; organizações

Conselho Tutelar. da sociedade civil.

Delegacias;SDS;Os homens e juizados de violência

Punição instituições Agressores doméstica e familiar; Poder Judiciário;

promotoria criminal. Ministério Público.

CRAS; CRES;centros de ressocialização

As mulheres agredidas. dos ag ressores; acesso á

Assistência A família em membros de suas sa lide; trabalho e renda; SEDSDH; SEJE; SES;diversos arranjos famílias, órfãos e habitação e educação. Nas SeL Cidades.

agressores. colônias penais femininas,as que estão em situação

de prisão

Docentes, discentes, Estudos, pesquisas;Universidades; institutos

Produção do comunidades técnica, de pesquisa; ONGs;conhecimento

A sociedadegestora e operadora metodologias e sistemas Sectma; Seduc; SEC;

do sistema.de informação. SES; SDS. /

SEDUC: $ocr!'!''';a de Educação - FUNDARPE: Fundação do Palromônio Hístôríco e ArtisUcode Pernambuco' SDS: Secretaria de Defesa Sodaí -5ED5HD:Secretaría de Desenvolvimento Sociar e Direitos Humanos ~ SEJE - Secretaria da Juventude e Emprego - SES: Secretaria da Saúde

8 ,,"" ",....,,.,"""". ,,,,,',. ,,,"", ''''''',""". "'.~

FIGURA I - FLUXO DA REDE DE ATENDIMENTO

.............................................................................................................................................++ ..

-

SAíDAInserção social,

econômica ecomunitária.

Fortalecimentoda autonomia.

Trabalho erenda

Habitação

Cesta Básica

Rede deAgentes

de políticaspúblicas

Saúde(Gravidez,

D5Ts e demaiscirurgias,

procedimentos/ reconstrução

plástica)

RendaComplementar

PROGRAMAS

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ndimentoecialízado I I Iicossocial

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PERíODO DE EXECUÇÃO

Dez anos(2007..2016)

RESULTADOS ESPERADOS

• Sistema de informação instalado e funcionando;

• 100% dos serviços instalados e funcionando com eficiência, eficácia e efetividade;

• 100% de profissionais operadores da Rede de Atendimento à Violência Contra as Mulherescapacitados;

• 100% dos agressores processados judicialmente;

• Inclusão das temáticas de gênero e raça nos currículos das escolas da rede pública estadual;

• Redução gradual da prática dos crimes de violência contra as mulheres, tendo como linha debase os dados do ano 2006 e a erradição no ano de 2016.

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

o monitoramento constitui um processo contínuo a ser executado para assegurar a eficiênciae efetividade do plano, possibilitando a correção de rumos e reprogramação das ações. Seusresultados devem ser apresentados anualmente, sob a responsabilidade da Secretaria Especialda Mulher.

A avaliação é um processo externo, que deve ser conduzido por uma instituição com comprovadaexperiência. No periodo dos dez anos serão realizadas três avaliações de impacto.

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PREVISÃO ORÇAMENTÁRIAQUADRO 111 - PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA DAS AÇÕES - 2007 A 2016

r "DIMENSÕES!CARACTERIZAÇÃO DAS AÇÕES CUSTOS R$

PROGRAMA

• Capacitação de profissionais da rede;

Prevenção• Ações culturais, educativas e informativas:

101.600.000,00cinema móvel, vídeos, oficinas, publicação de materiale realização de campanhas.

• Implantação e Reforma de Delegacias-PóloEspecializadas de Atendimento à Mulher;

• Implantação de Defensorias Públicas-PóloEspecializada na Defesa da Mulher;

Proteção• Implantação e Reforma de Casas de Abrigo e de Apoio

10.658.000,00para Mulheres em Situação de Risco de morte;• Implantação de Serviços de Saúde no Atendimento

à Mulher em Situação de Violência;• Apoio iJ Implantação de secretarias ou

coordenadorias municipais.

Punição• Implantação de Juizados de Violência Doméstica -e Familiar e Promotoria Criminal da Mulher

Assistência• Rede de Atendimento: Politicas Sociais, Saúde, --Educação, Habitação, Trabalho e Renda

Produção • Estudos, Pesquisas, Metodologias2.500.000,00de conhecimento e Sistemas de Informação.

SUBTOTAL 114.758.000,00

MONITORAMENTO E'Acompanhamento e avaliação das ações. 700.000,00AVALIAÇÃO

"-TOTAL 115.458.000,00

-I

• As deSpe5a1 referentes às pol~iGlS da dimemáo de Puniçáo náo fOT3n1 incluid3s por envolver outros poderei.*' Aàssili'nci3 envolve as esfuras do governo eoladual e municipal.

QUADRO IV - PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA COM PESSOAL RELATIVO À PROTEÇÃO

r "ESPECIFICAÇÃO CUSTO ANUAL CUSTO 10 ANOS

TOTAL 20.869.228,00 208.698.280,00*

"- -I

• Não indusa despesa com a implanl~ção de lecret<>rial Dl.J coorden<>ri3s municipail

QUADRO V - PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA TOTAL

TOTAL GERAL:

AÇÕES E PESSOAL"324.156.280,00 )

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Anexos

ANEXO I - PROPOSTAS APROVADAS NA II CONFERÊNCIA ESTADUAL DE POUTICAS PARA ASMULHERES, RECIFE, JUNHO DE 2007.

Recursos orçamentários para o enfrentamento à violência contra as mulheres.Garantir, nos orçamentos públicos das tres esferas de governo, recursos e linhas de crédito,

bem como promoção de convênios e constituição de consórcios intermunicipais, para

assegurar ações de funcionamento e estruturação de serviços para mulheres em situação

de violência, abrangendo a prevenção, as ações de inclusão e o combate a todas as formas

de violência, em especial, àquelas que afetam as mulheres negras, jovens, indígenas,

trabalhadoras rurais, lésbicas, idosas e/ou mulheres com deficiência, nas áreas urbanas e

rurais, contemplando os seguintes itens:

a) políticas públicas de prevenção da violência e de promoção da igualdade;

b) garantia de serviços públicos essenciais;

c) serviços, programas e projetos sociais;

d) criação e ampliação de rede de atenção e serviços de referência;

e) contrataçào de profissionais;

f) formação e qualificação de profissionais ligados ao combate e à prevenção da violência;

g) atendimento judicial e hospitalar diferenciado;

h) indenizações reparadoras;

i) campanhas de divulgação da Lei Maria da Penha.

I. Áreas estratégicas para o enfrentamento à violência contra as mulheres

Comprometer as três esferas do governo na efetivação da Lei Maria da Penha, promovendo

políticas de prevenção, enfrentamento e erradicação, em áreas urbanas e rurais, de práticas

da violência sexista, racista, física, psicológica, simbólica e institucional, contra mulheres e

crianças, que combatam o tráfico dos seres humanos e criem um sistema de prevenção e

vigilância, incluindo o controle social transparente sobre as medidas de redução dos índices

de todas as formas de violência, considerando as especificidades das mulheres negras,

jovens, indígenas, trabalhadoras rurais, lésbicas, idosas e/ou portadoras de deficiência,

contemplando os seguintes itens:

1.1. Serviços e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres1.2. Serviços e ações de vigilância à violência. atendimento e proteção às mulheres1.3. Serviços e ações de inclusão social

1.1. Serviços e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres

Promover políticas integradas de igualdade social, de enfrentamento e prevenção à violência

contra a mulher, no Estado e nos municípios, fundamentadas numa cultura de respeito à

diversidade e na valorização da solidariedade, dos direitos humanos universais e na afirmação

do direito à diferença e à eqüidade, combatendo a dominação patriarcal, o racismo, a

xenofobia, o sexismo e todas as formas de discriminação e violência.

o Políticas públicas e violência contra as mulheres1. Promover o enfrentamento à violência contra as mulheres que se expressa em todas as

esferas da vida pessoal e pública, dando especial atenção ao combate ao tráfico de

mulheres e à exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes, mediante ações

integradas entre as três esferas de governo e mecanismos da sociedade civil;

2. Garantir, na política pública de segurança, medidas de prevenção e enfrentamento da

violência de gênero e da proteção das mulheres em situação de risco de morte;

3. Promover políticas públicas que visem à transformação de instituições de ensino e de

todas as formas da socialização, em áreas urbanas e rurais, com o objetivo de discutir e

rever os valores éticos e construir relações igualitárias de gênero, raça, etnia e orientação

sexual.

o Serviços públicos essenciais para a prevenção à violência4. Garantir serviços públicos essenciais, como pavimentação e iluminação pública em todas

as ruas da cidade, policiamento ostensivo e ocupação das áreas vazias com equipamentos

de esporte e lazer, para prevenir e combater a violência contra as mulheres, incluindo

policiamento ostensivo nos locais de lazer e nas escolas;

5. Implantar postos policiais nas áreas de risco, com profissionais sensíveis às questões de

gênero, garantindo o reforço policial feminino nas abordagens às mulheres;

6. Garantir policiamento para evitar atos de violência contra as mulheres que trabalham com

reciclagem dentro do aterro sanitário.

o Redes de apoio e controle social

7. Incentivar a prevençao da violência, viabilizando a participação eficaz da comunidade nas

instâncias específicas de controle social;

8. Implementar o programa APITAÇO (ação da comunidade em represália a atos de violência

contra a mulher);

9. Estimular a construção de redes comunitárias de solidariedade, para apoiar experiências

locais de enfrentamento da violência contra as mulheres, a fim de que possam trocar

informações para combatê-Ia e preveni-Ia;

10. Fortalecer a rede social de serviços do município, criando grupos de apoio psicológico

e de conscientização nas comunidades, para assistência e prevenção à violência contra as

mulheres;

11. Criar uma rede de atenção contra a violência, integrando todos os setores dasociedade.

·-.-._.--_....__.._.._------

• Ações e campanhas educativas12. Garantir capacitação de lideranças comunitárias, das(os) agentes comunitárias(os) e das

parteiras, visando à prevenção e o combate à violência contra a mulher e conhecimento

da Lei Maria da Penha;

13. Garantir a capacitação de professoras(es) nas questões de gênero e violência, visando à

educação das crianças na rede municipal e distritos;

14. Incluir, na grade curricular, o tema dos direitos da mulher, como meio de prevenção àviolência;

15. Promover campanhas educativas que desnaturalizem o olhar da sociedade em relação àviolência contra a mulher;

16. Criar campanhas de combate a depreciação da mulher na mídia, tanto incluindo o alerta

contra músicas que incitam a violência e exploram o corpo da mulher quanto estimulando

a prática de atividades culturais no âmbito escolar que resgatem a diversidade cultural

musical de cada região;

17. Oferecer oficinas, palestras e outras modalidades de atividades sócioeducativas que

propiciem fortalecer a auto-estima das mulheres;

18. Desenvolver, em todo o Estado, ações educativas que incentivem às mulheres, em

situação de violência, a buscarem os serviços jurídicos especializados e gratuitos, sem que

isso lhes gerem receio;

19. Implantar ações de educação popular sobre desigualdades de gênero, raça e diversidade

sexual com os homens nas comunidades.

• Divulgação, campanhas, pesquisa, informação

20. Realizar, em todos os meios de comunicação, com destaque no horário de maior

audiência (rádios e canais de televisão) e nas páginas de capa dos jornais diários

impressos, campanhas para enfrentamenta, esclarecimento e prevenção à violência

contra as mulheres, a partir de parcerias entre órgãos dos três níveis de governo,

divulgando os programas existentes e garantindo sua publicação, sobretudo a Lei Maria

da Penha (Lei n011340/06), a fim de conscientizar as mulheres dos seus direitos;

21. Garantir e ampliar a divulgação, especialmente nas comunidades e serviços públicos

de todos os municípios e seus distritos, dos direitos das mulheres e de todas as entidades

e serviços existentes, relacionados à prevenção e assistência às mulheres vítimas de

violência, destacando àqueles prestados no próprio município, utilizando ações

permanentes de conscientização e sensibilização, campanhas sócioeducativas, cartilhas

informativas e outros materiais educativos, inclusive em Libras e Braille, os meios de

comunicação de massa e alternativos (ônibus, anuncicletas, rádios comunitárias);

q

22. Criar um serviço integrado de informações sobre a violência contra a mulher, através

de dados quantitativos e qualitativos, enfatizando os canais de prevenção e garantia dos

direitos à proteção;

23. Divulgar e garantir o acesso público aos dados da notificação compulsória, pela rede

municipal de referência, bem como as estatísticas dos casos de violência contra

as mulheres, incluindo o tipo de lesão, área, local e horário da ocorrência da agressão,considerando as especificidades das mulheres, especialmente idade, fase da vida

reprodutiva, orientação sexual, ocupação e se é portadora de deficiência;

24. Realizar pesquisas, qualitativas e quantitativas, sobre a violência contra a mulher nos

municípios, produzindo informações e análises sobre o perfil da violência contra amulher, disponibilizando permanentemente essas informações para a população;

25. Realizar estudos sobre rotas de linha de transporte coletivo, visando identificar as mais

perigosas, garantindo segurança no percurso e a sensibilização das empresas de ônibuse outros transportes coletivos, seus(suas) proprietários(as), motoristas e cobradores(as),

para a criação de mecanismos de prevenção à violência contra a mulher;

26. Realizar audiências públicas e debates com empresas de transporte coletivo sobre

política de segurança para as mulheres;

27. Estabelecer, nos municípios, uma oferta sistemática de palestras em praça pública paratoda a população, possibilitando às mulheres o conhecimento dos seus direitos e aos

homens as conseqüências dos seus atos;

28. Promover seminários municipais de enfrentamento à violência contra a mulher e criarfóruns informativos nos sítios, engenhos e periferia.

• Legislação e aplicação da lei29. Garantir, através do Ministério Público, o cumprimento e a aplicação da Lei Maria da

Penha, em todos os municípios, incluindo o âmbito doméstico, o trabalho e outros

espaços sociais;

30. Garantir, às vítimas do tráfico internacional de seres humanos, uma indenização

reparadora pela violação grave dos direitos humanos;

31. Aperfeiçoar a legislação antidiscriminatória, a fim de que sejam criados mecanismos

mais eficazes de punição, incluindo a alteração da lei que considera a penetração anal,

digital e/ou com outros tipos de objetos, como atentados ao pudor, para que passem a

ser tipificadas como estupro;

32. Solicitar, ao Poder Judiciário, medidas punitivas que garantam ao agressor a participação

em palestras educativas;

33. Cumprir a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), quanto ao enfrentamento à violência contra a

mulher.

• 1.2. Serviços e ações de vigilância à violência, atendimento e proteção àsmulheres34. Promover o fortalecimento da rede sócioassistenciallocal. regional, estadual e nacional,

ampliando a rede de referência para o atendimento à mulher em situação de violência,

dando prioridade ao interior do Estado, integrando delegacias especializadas e comuns,

centros de referência, casas de abrigo, serviços de saúde, serviços de assistência jurídica,

varas especializadas para a violência contra a mulher, instituto médico-legal e sistemas

de notificação e informação, dentre outros, aplicando medidas da Lei Maria da Penha e

garantindo formação adequada e humanizada das equipes dos serviços.

• Sistemas de notificação e registro de dados35. Efetivar a lei de notificação compulsória da violência, capacitando profissionais e

informatizando a notificação;

36. Garantir a criação de um sistema de notificação compulsória dos casos de violência

contra a mulher, pela rede municipal de saúde, integrando a rede de serviços de

referência;

37. Garantir a efetivação de funcionamento e acesso às informações do sistema de

notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher, pela rede municipal de

saúde, integrando-o à rede de serviços de referência;

38. Garantir a criação de um centro de notificação sobre a violência contra a mulher na

Secretaria Especial de Assistência Social;

39. Criar fichas de notificação.

• Formação e qualificação profissional40. Garantir a capacitação adequada e humanizada, bem como a educação continuada dos

profissionais dos serviços da rede de assistência às mulheres vítimas de violência,

incluindo a formação em Libras e Braille e a aplicação de medidas da Lei Maria

da Penha;

41. Qualificar sistematicamente os profissionais de todas as áreas que lidam com mulheres

vítimas de violência, inclusive as equipes de saúde e educação, para identificar,

notificar, acompanhar e monitorar os casos de violência, acolhendo de forma humanizada

as mulheres em situação de violência e encaminhando-as para a rede de referência;

42. Garantir a capacitação dos profissionais IJgados à segurança públJca, Poder Judiciário e

Ministério Público para atendimento aos casos de violência contra a mulher;

o """ ''''''''"._"~o ""',. ,.",,,.v..., ~,•••'",.,

j

43. Garantir a formação continuada para agentes policiais, atendentes da Delegada da

Mulher e todos os demais profissionais que atuam no combate à violência

contra a mulher.

• Atendimento judicial44. Garantir a implantação de um juizado e de varas específicas para o atendimento à

mulher, possibilitando maior agilidade à justiça na resolução dos casos de agressão a

mulheres;

45. Criar, fortalecer e ampliar os serviços de defensoria pública para assegurar assistência àsmulheres em situação de violência, integrando o serviço a uma rede de referência

estadual;

46. Instituir, em todos os municípios, inclusive nos da sa Regional, o Programa Municipal

de Promotoras Legais Populares, ampliando a rede, capacitando novas promotoraslegais, garantindo a formação contínua das mesmas e promovendo maior articulação

entre as suas ações e as das agentes comunitárias de saúde.

• Atendimento policial e segurança47. Criar uma central 0800 em cada mUnlClplO, para facilitar o combate à violência,

especialmente contra a mulher, assegurando denúncias anônimas;

48. Criar e Implementar delegacias municipais ou regionais especializadas no atendimento às

mulheres vítimas de violência, estruturar as delegacias existentes e cobrar do poder

municipal a reativação das delegacias fechadas, garantIndo serviço especializado,profIssionais capacitados e funcionamento durante as 24 horas;

49. Implantar, em curto prazo, uma Coordenação de Atenção à Mulher nas delegacias

existentes, com apoio jurídico e social;

50. Criar serviço especializado de assistência à mulher nas delegacias com policiais femininas,

sala para atendimento diferenciado e intérprete da linguagem brasileira de sinais{Libras};

51. Garantir atendimento especializado da polícia civil às mulheres vitimas de violência;

52. Garantir acompanhamento de policiais femininas à mulher vítima de violência, através

de programa de proteção, com especial atenção àquelas ameaçadas de morte;

53. Elaborar e implantar um programa de proteção à vida de mulheres ameaçadas

de morte.

• Serviços integrados e atendimento no sistema de saúde54. Implantar e ampliar serVIços, programas e projetos sociais voltados para o atendimento

da mulher em situação de violência, potencializando as estruturas e programas municipais

tais como CRAS, CREAS, PSF, entre outros;

55. Instalar, construir ou reestruturar, nos municípios e em parceria com o Estado, centros de

referência, nos moldes do C1arice Lispector, do Recife, bem como casas de apoio às

mulheres vitimas de violência sexual e doméstica e/ou em situação de risco de morte,

priorizando asáreas com maior índice de violência e garantindo-lhes atendimento integral

humanizado e de qualidade, com profissionais especializados, como pedagogos/as,

advogado/as e ginecologistas;

56. Constituir um consórcio intermunicipal para implantação de casas de abrigo, seguindo os

padrões estabelecidos pelas normas técnicas;

57. Criar, nos centros de referência de atendimento à mulhervitima de violência, atendimento

direcionado aos agressores;

58. Garantir a implementação, na rede estadual de saúde, de centro de referência no

atendimento à mulher portadora de necessidades especiais, com profissionais

qualificados, possibilitando o direito a acompanhante para as mulheres em situação de

violência, que necessitem de hospitalização;

59. Criar programas e centros de apoio e aconselhamento, especialmente em pequenos

municípios ou pequenas regiões, constituído por equipe multiprofissional, para promover

a defesa dos direitos e atender às mulheres em situação de violência, enfrentando todos

os tipos de violência;

60. Criar núcleos, na zona rural, com equipe multiprofissional (médicos, psicólogos,

assistentes sociais, seguranças, etc.), priorizando o atendimento à mulher;

61. Criar um serviço telefônico gratuito para a orientação às mulheres em situação de

violência em Pernambuco;

62. Oferecer assistência social às famílias;

63. Criar e implementar centros de assistência à saúde, em todos os municípios, para atender

às mulheres vítimas de violência sexual e doméstica;

64. Implantar e garantir nos hospitais, públicos e conveniados, atendimento diferenciado

para mulheres víti mas de violência sexual, assegurando-lhes medicamentos profi láticos e a

realização de exames para doenças sexualmente transmissíveis, HIV/AIDS e gravidez;

65. Criar centro de assistência psicossocial e oferecer, nos postos de saúde, atendimento

psicológico para as mulheres;

66. Garantir a contratação de profissionais especializados, capacitados para atuar nas

delegacias, fóruns e centros de referência, oferecendo um tratamento diferenciando às

mulheres vítimas de qualquer tipo de violência;

67. Garantir a humanização do abortamento legal, com capacitação dos profissionais,

utilização do AMIU e implantação das normatizações nacionais.

• 1.3. Serviços e ações de inclusão social68. Estabelecer um programa de inclusão social para as mulheres em situação de

vulnerabilidade social, especialmente para aquelas que são vítimas de violência,

criando atendimento específico com programas de profissionalização, de capacitação

para o desenvolvimento de projetos econômicos, de geração de emprego e renda, bem

como de garantia da casa própria, como formas de prevenção à violência contra as

mulheres e inserção social para as mulheres agredidas, promovendo sua autonomia e a

elevação da sua auto-estima.

69. Assegurar a mulheres com deficiência e vítimas de violência, serviços essenciais para

atendimento especializado (transportes adaptado, educação diferenciada, LIBRAS,

Braille, etc.);

70. Promover o acesso à educação básica de qualidade para as mulheres em situação de

violência e risco social;

71. Garantir e ampliar programas de capacitação profissional, de desenvolvimento de

projetos econômicos e de geração de emprego e renda no Estado;

72. Intensificar os programas de geração de emprego e renda para as mulheres, nos

municípios, assegurando-lhes trabalho, em especial, para as que estiverem em situação de

vulnerabilidade, principalmente àquelas que são vítimas da exploração sexual e

comercial;

73. Favorecer o acesso das mulheres às linhas de créditos oferecidas pelo Estado, aos

financiamentos a cooperativas, bem como estabelecer convênios com agências de

empregos que priorizem as mulheres vítimas de violência;

74. Regularizar, em zonas urbanas e rurais, áreas de assentamento precano (favelas,

cortiços, ocupações, loteamentos clandestinos), nos aspectos fundiário e urbanístico,

priorizando a titularidade da habitação em nome das mulheres, assegurando-lhes infra­

estruturas e equipamentos sociais (transporte, escolas, postos de saúde, áreas de lazer

ecultura, creches,lavanderias comunitárias, etc.), garantindo-Ihesaçõesintegradasentreas

três esferas do governo, para promover o saneamento básico, dando atenção especial às

mulheres em situação de violência, chefes de família, soropositivas, negras,

desempregadas, mulheres com deficiências, idosas e traficadas;

75. Ampliar a política de habitação para mulheres chefes de familia, com prioridade nadestinação de moradia às mulheres em situação de violência, garantindo-lhes a

titularidade dos imóveis.

ANEXO 11 - LEI MARIA DA PENHA

POR QUE MARIA DA PENHA?O nome da Lei Maria da Penha se deve à violência vivida pela biofarmacêutica cearense, em

1983. Maria da Penha Fernandes ficou paraplégica em conseqüência de uma tentativa de

homicídio perpetrada por seu então marido Marco Antonio Herredia Viveiros, colombiano,

professor universitário de economia. O criminoso, apesar de ter sido condenado pelostribunais locais em dois julgamentos (1991 e 1996), só foi para a prisão em 2003, vinte anos

após o crime.

A punição do condenado se concretizou devido à luta incessante da própria vítima e às

diligências da Comissão Interamericana de Direitos Humanos que responsabilizou o Brasil

por negligência e omissão em relação à violência doméstica e recomendou a adoção, peloEstado Nacional, de várias medidas, seja para o caso concreto de Maria da Penha, seja

para definição de políticas públicas para enfrentar a violência doméstica e sexista contra as

mulheres, em todo território nacional.

Desde o dia 22 de setembro de 2006, o Brasil conta com uma lei para coibir e prevenir a

violência doméstica e familiar contra as mulheres: a Lei Maria da Penha (na. 11.340/06).

Conheça, a seguir, seus principais pontos:

Cabe à Autoridade Policial

• Garantir à vítima proteção policial;• Encaminhar a mulher ao hospital, posto de saúde e IML(lnstituto Médico-Legal). Fornecer

transporte para abrigo ou local seguro;

• Acompanhar a mulher para assegurar a retirada dos seus pertences da residência;

• Informar à mulher sobre os seus direitos;

• Sempre que houver qualquer das formas de violência doméstica cabe prisão em flagrantee o arbitramento de fiança para o acusado/agressor;

• Deve a autoridade policial registrar o B.O (Boletim de Ocorrência) e instaurar o Inquérito

Policial (depoimentos da vítima, agressor, testemunhas, provas documentais, periciais) e

remeter à justiça no prazo legal;

• Em expediente apartado, a autoridade policial pode requerer ao juiz, em 48 horas,

medidas como: suspensão do porte de arma do agressor, afastamento do agressor do lar,distanciamento da vítima, entre outras;

• A vítima deverá ser informada da prisão do acusado.

Cabe à Justiça

• No prazo de 48 horas, o juiz poderá adotar as medidas protetivas de urgência que são:

suspensão do porte de arma, afastamento do agressor do lar, distanciamento da vitima,entre outras;

· o juizado tem competência para apreciar o crime e os casos que envolvem questões de

família (pensão, separação, guarda dos filhos);

• O Ministério Público apresentará denúncia ao juiz e poderá propor pena de 03 meses a 03anos de detenção em caso de violência física. A vitima será informada, em caso de

liberação do acusado;• O juiz determinará a inclusão da mulher no cadastro de programas assistenciais e sociais

nos âmbitos da União, Estado, Município;

• O juiz assegurará à mulher acesso prioritário para sua remoção quando servidora pública,

da administração direta oU indireta, bem como manutençao do vínculo trabalhista, por até06 meses;

• Para os demais casos, aplicam-se as regras do Código Penal Brasileiro, Código Civil e o

Estatuto da Criança e do Adolescente;

• Não é mais competênda dos juízes especiais (Lei 9099/95) julgar os crimes de violência

doméstica;

• Sendo a violência cometida contra a mulher com deficiência, a pena será elevada em 1/3;• Estende o benefício à trabalhadora doméstica por estar no âmbito doméstico;

• Altera o Código de Processo Penal para possibilitar ao juiz decretar a prisão preventiva

quando houver risco à integridade física e psicológica da mulher.

Políticas Públicas• Cabe ao Tribunal de Justiça elaborar a Lei, enviar a Assembléia Legislativa que vota a Lei e

o Poder Legislativo sanciona.

• Garantir assistência à mulher em situação de violência, através da implantação dos

serviços;

• Integrar o Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, com as áreas de

segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

Promover a realização de estudo, pesquisa, estatística e outras informações para

uniformização dos dados nacionalmente;

• Promover campanhas educativas voltadas para o público escolar e para a sociedade em

geral;

• Capacitar, de modo permanente, a Polícia Civil, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e

demais profissionais ligados às áreas de atendimento à mulher;

• Compor equipe interdisciplinar no Juizado de Violência Doméstica e Familiar;

• Determinar a criação de juizados especiais de violência doméstica e familiar contra a

mulher com competência cível e penal;

• Definir formas de violência doméstica contra a mulher como física, psicológica, sexual,

patrimonial e moral;

• Determinar que violência contra a mulher independe de sua orientação sexual;

• Determinar que a mulher somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz, medianteaudiência designada para tal fim, antes da denúncia do Ministério Público;

• Proibir as penas pecuniárias, tais como pagamento de multas ou cestas básicas;

• Garantir advogadofa ou defensoria público/a para acompanhar a mulher em todos os atos

processuais;

• Oferecer programas obrigatórios de reeducação e recuperação para o agressor.

ANEXO 111 - PROPOSTAS E PROGRAMAS DO GOVERNO

PROPOSTAS E PROGRAMAS DO GOVERNO PACTO PELA VIDA - PPV PLANOPLURIANUAL - PPA P~NO ESTADUAL PARA PREVENIR, PUNIRE ERRADICAR A VIOLENCIA CONTRA AS MULHERES - PEVCM

/ PROPOSTA DO PLANOPROGRAMA DE PROGRAMA PACTO PLANO ESTADUAL REALIZAÇÃO!

GOVERNO PELA VIDA PLURIANUAL PEVCM ENCAMINHAMENTOS

I.Criar uma Criação da SecretariaCoordenadoria Políticas

Estadual da Mulher ligada Públicas paraEspecial da Mui her,

através da Lei nO 13.205,diretamente ao gabinete as Mulheres de 19 de janeiro de 2007

do governador

PREVENÇÃOSOCIAL Prevenção a Formatação e estruturação

00 CRIME E DA violência contra as do Programa de Capacitação.2.Desenvolvimento de VIOLÊNCIA. mulheres Capacitação da Equipe

Programa de Capacitação Realizar Apoio à Capacitação dos! Técnica do Centro dedos/as Políticas ca pacitação capacitação de as profissionais Referênda de Atendimento

profissionais de Segurança Públicas para para servidores/as. profissionais e das áreas de às Mulheres em Situação dePÚ blica, bem como daqueles as Mulheres agentes Saúde/Segurança Violência - Caruaru.

que atuarão em Casas de FORMAÇ~OE multiplicadores. Pública/Educação! Curso de Capacitação emAbrigo CAPACITAÇAO DE Assistência! Direito e Relações de Gênero:

PROFISSIONAIS Judiciário! A Aplicabilidade da Lei Mariada Policia Civil e Ministério Público da Penha.

Policia Militar

3.Como estratégias PREVEN~O PREVE[\l~OÀ PREVE[\l~ÃoASOCIAL O VIOLE CIA VIOLE CIAeconõm icas da r atençãoCRIM]: E DA CONTRA AS CONTRA ASespecial às mulheres, Políticas VIOLENCIA. MULHERES. MULHERES. Articulação com a Secretariaatravés da elaboração de Públicas para ~ulheres Gerando Mulheres Gerando Mulheres Gerando

projetos de ~ualificação as Mulheres ireitos-Formação Direitos-Formação Direitos-Formação de Juventude e Emprego.proflsslona e deJre) profissional e profissional e profissional einserção no merca o de

oportunidade de oportunidade de oportunidade detrabalho.rabalho e renda. trabalho e renda. trabalho e renda.

4.POLíTlCAS DE EDUCAÇÃO-

SECRETARIA DE EDUCAÇÃOAssegu(ar e monitorar a~oesestrate9ICas nas Instann3Sde deCisão e execução daspolíticas educacionais parausna educaçã? e pedagogia

lançamento danao-sexlsta, nao-raClSta, nao-AFIRMA~ODEdiscriminatória e não· Campanha Estadual

homofóbica; UMAC :rURA Permanente de EnfrentamentoDE PAZ Ca~anha à violência Contra a Mulher

Na formação de docentesPREVEN:lÃO

Estadual "Vi êncía"~~~~~acideCo~i~~ ê~~~~7,rdisciplinas sobre relações SOCIA

Co~tra a Mulherde genera, raça, etnia e ECoisa de

orientação sexual; DO CRIIYlE E DA Outra Cultura" PREVE[\l~ÃOÀ Projeto de Formação deV10LENCIA VIOLE CIA Rede âe Agentes de PolíticasAfirmandoRever os parãmetros Direitos - CON~~QE CONTRA AS Públicas para aS Mulheres

curriculares nacionais sob RealizarREG10 (AO MULHERES Rurais

a ótica de gênero, raça, campa_nhasDAPO ICA Campanhas,

etnia, orientação sexual e Políticas CULTURAL DO Acões Culturais, Elabo~ão do Projeto n°pessoas com deficiência; 05 Publicas para e açoes ESTADO Açôes Educativas, 11 007, visandoeducativas.livros didátícos e recursos as Mulheres

Implantação das camféanha Estadual Ações firmar convênio governopedagó9icos, integrados às "Via êndfl Contra a Informativas. do Estado/governo Federaldimensoes de gi!.nero, rafa, temáticas de Mulher ECoisa de Capacitação de (SEPM) para o "Programa de

etnia, onenta~ao sexua , gênero, raça/ Outra Cultura" Profissionais Promotoras LegjaiS Populares"-gera~ão, de lciência e etnia, DH, no da àrea de Capacitar 10 Omulheres dacurriculo escolar EDUCA~OEMre,jlionali ade; criar Programas de todos os

educação. mata norte e mata sul, come Educação que atenda à

colégios deDIR TOS foco Na Lei Maria da Penha

realidade e às necessidades das HUMANOS Elaboração do projeto visandomulheres do campo; Pernambuco. Escola Aberta firmar convêniO com a

potencializando UNIFEM- "Promoção dosDesenvolver por meio da uma Cultura direitos humanos,Coordenadoria Especial de Paz Na prevençáo da violência,

de Políticas para as contra as mulheres"Mulheres,Campanhas

de en~~~~~i~~~r~d.:í~~das asformas de discriminação comampla divulgação dos direitos

\.. da mulher./

/'PROPOSTA DO

...."PLANO

PROGRAMA DE PROGRAMA PACTO PLANO ESTADUAL REALlZAÇÃOI

GOVERNOPELA VIDA PLURIANUAL PEVCM ENCAMINHAMENTOS

5 . POL{T1CAS DE PROGRAIVJASAUDE -SECRETARIA DE SAÚDE DEATEN&AP PROGRA.MA DEDesenvolver esforços na INTE;GRA A ASSISTENCIAbusca da prevenção e da SAUDE DA PARAassistência em DSTs/AIDS. IYIULHER - RESGATE DASensibilização de §estorasl MEDIA E ALTA CIDADANIA,es e profissionais e saúde Politicas COMPLEXIDADE Implantaçao e

para tratar as mulheres Públicas para ImplantaÇ.ão e manutençao de ARTICULAÃÃO COM Aem situação de risco de as Mulheres manutençao de 6 centros SECRETARI DE SAÚDE

morte em decorrência de 6 centros de atendimentotentativa ou prática de de atendimento médico-

aborto clandestino; médico - hospitalar às

revisão da Legislação hospitalar às mulheres vitimas

punitiva da interrupção mulheres vítimas de violência

voluntária da graVIdez. de violência

Criação da ComissaoPermanente de Politicas

Integradas rara o

6. Criar a Comissão de PmgramasdeEnfrentamento a Violência

Segurança da Mulher se~rançadadoméstica e sexista,

ulheratravés do Decreto 30.252,

de 08/03/2007, sobre apresidência da Secretaria

Especial da Mulher.

PREVENbÃO ATENÇÃPÀ PROGRAMi\ Elaboração do Projeto n°SOCIAL O MULHER YITIMA Dl' PROTE~O

7. Constru~o de Programas de CRIM!,; E DA D~~~OUT~gA A VIDA O 30/2007, visando firmar

MULHERES convênio Governo do EstadoCasas de A rigo. S~rançada VIOLENCIA / Governo Federal para

ulher Criação e Implantação, Implantaçao,fortalecimento de reforma e reforma e implantar. 6 cilsas de abrigo

casas de abrigo. manutenção de manutenção de e capaclt~çao da equipe6 casas de abrigo 6 casas de abrigo tecmca.

pOLíCIAS POLíCIASPROTE~O

Implantação, AVIDA AS Articulação com a

8. Implantação di' Programa de reforma e Ampliação das MULHERES Secretaria de Defesa Socialmanutenção de 14 Ações de Combate Implantação, - SDS, visando subsidiar a

Delegacias Especializadas se~rançada DelegaCias-Pólo à Violência reforma e elaboração dos projetos dede Atendimento à Mulher ulher

Especializadas de Contra a Mulher, manutenção de 14 reforma e / ou construção deAtendimento ã Idoso e Grupos DelegaCias-Pólo 14 Delegacias Especializadas

Mulher. Vulneráveis. EspeCializadas de de Atendimento à Mulher.Atenção à Mulher

PROTEÇÃOA VIDA DASMULHERES

Implantação eCria~ão da 1". Defensoriamanutenção de 14

9. Impl~mentação,ATENDJMENTO Defensorias Púb ica Especializada no

JURIDICO Pública~ Atendimento aMulher Vitima

Implantaçao e Extensão Políticas JUDICIAL E PROTE~AO de Violência-DEPPEDIM;

de Defensorias Públicas Públicas para EX,TRA-JUDICIAL DOS DIR ITOS Através do Decreto n°

Específicas para as as Mulheres AS PESSOAS DA MULHER 30.535, de 11/06/2007,

Mulheres NECESSITADAS - Política de com atllação ~os municipios

DO ESTADO. tráfico de seres do ReCife, Olmda, Paulistahumanos para Jaboatão dos Guararapes é

fins de eXfrlora~ão Cabo de Santo Agostinho.sexual e rabal oescravo e tráfico

de órgãos.

SISTEMA DEINFORMAÇÃOBanco de Dadossobre Violência

PRODU~O EPes~isa: Violênda contra

contra a Mulher a ulher no CarnavalPESQUISA: CONHECI ENTO de Pernambuco 2007 -

Concurso Estadual Estudos, Caracterização da Ocorrêndade Pesquisas pes~uisas, e das Respostas dos serv~osAplicadas. Meto ologias de Seguranca Pública em ase

Produção de e Sistema de de conclusão.conheCimento Informação. Prêmio: Naide Teodósio dedirecionada à Estudos de Gênero.

concretização depoliticas publicas

\.. de segurança../

SECRfiTARM Dil, MULHER

........................................._~-