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SINDICATO DENUNCIA DESASSISTÊNCIA À SAÚDE Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912163762/2007 DRMG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 5 - nº 24 - setembro/outubro 2009 PÁG 8 CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA DIA DO MÉDICO TRABALHO MÉDICO Médicos têm novo Código de Ética, com inclusão de temas atuais, após 21 anos sem mudanças Data será marcada por muitas homenagens e comemorações, mas também por protestos PÁG 8 PÁG 12 RETRATO DA PROFISSÃO Ana Cristina Fonseca conta sua experiência no serviço público em Betim e Belo Horizonte O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais está levantando uma série de documentos que mostram a precariedade da saúde em vários municípios mineiros. O material servirá de subsídio para denúncias junto ao Ministério Público e para fortalecer as lutas da categoria. Em todo o Estado, o Sinmed-MG está coordenando quinze campanhas. Entre elas, a dos médicos da PBH e Hospital Municipal Odilon Behrens, que participam de um movimento de doação de sangue. Além de ser um ato de solidariedade, essa é uma forma de mostrar que para a saúde funcionar, nas condições em que trabalham, só mesmo "dando o sangue". SAÚDE PÚBLICA Influenza A "cara a cara" com os médicos O Sindicato dos Médicos participa ativamente do Comitê de Enfrentamento à Influenza A (H1N1), no Estado. Nesta edição, veja os depoimentos de médicos sobre o trabalho durante a pandemia e também orientações importantes para quem atua no serviço público e consultórios. LUTAS SINDICAIS PÁGs. 3, 6 e 7 PÁG 4 PÁGs. 5, 6 e 7 PÁGINAS 10 e 11 PÁGINAS 3 e 9 Zoo Comunicação

Impresso TRABALHO MÉDICO Especial · 2019. 9. 21. · 2 SINMED-MG EM FOCO TRABALHO MÉDICO-SETEMBRO/OUTUBRO 2009 Os médicos que ainda não quitaram as con-tribuições social e

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SINDICATO DENUNCIA DESASSISTÊNCIA À SAÚDE

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912163762/2007 DRMG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 5 - nº 24 - setembro/outubro 2009

PÁG

8

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA DIA DO MÉDICO

TRABALHO MÉDICO

Médicos têm novo Códigode Ética, com inclusão de temas atuais, após21 anos sem mudanças

Data será marcada pormuitas homenagens e comemorações, mastambém por protestos

PÁG

8PÁG

12

RETRATO DA PROFISSÃO

Ana Cristina Fonsecaconta sua experiênciano serviço público emBetim e Belo Horizonte

O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais está levantando uma série de documentos que mostrama precariedade da saúde em vários municípios mineiros. O material servirá de subsídio para denúnciasjunto ao Ministério Público e para fortalecer as lutas da categoria. Em todo o Estado, o Sinmed-MGestá coordenando quinze campanhas. Entre elas, a dos médicos da PBH e Hospital Municipal OdilonBehrens, que participam de um movimento de doação de sangue. Além de ser um ato de solidariedade,essa é uma forma de mostrar que para a saúde funcionar, nas condições em que trabalham, sómesmo "dando o sangue".

SAÚDE PÚBLICA

Influenza A "cara acara" com os médicos

O Sindicato dos Médicos participa ativamente do Comitê deEnfrentamento à Influenza A (H1N1), no Estado. Nesta edição,veja os depoimentos de médicos sobre o trabalho durante apandemia e também orientações importantes para quem atuano serviço público e consultórios.

LUTAS SINDICAIS

Sindicato presente nas lutas dosmédicos de Uberlândia, Divinópolis, Barão de Cocais e São João del Rei

PÁGs. 3, 6 e 7

Médicos do HPS João XXIII retomammovimento por melhorias salariais eequipes completas e fazem "caixa zero"

PÁG 4

Na região metropolitana, médicos deBetim, Pedro Leopoldo e Sete Lagoaslutam por seus direitos e melhorias

PÁGs. 5, 6 e 7

PÁGINAS 10 e 11

PÁGINAS 3 e 9

Zoo Comunicação

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TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009SINMED-MG EM FOCO2

Os médicos que ainda não quitaram as con-tribuições social e sindical deste ano têm até o dia20 de novembro para ficar em dia com o sindicato,participando da campanha de recobrança 2009. Oboleto será enviado para o endereço de cadastrodo profissional no Sinmed-MG.

Como um incentivo a mais, todos os médicosque estiverem em dia com as contribuições irãoconcorrer a um automóvel zero quilômetro. A pre-miação ocorre no dia 11 de dezembro, com umagrande festa de confraternização na sede dosindicato, aberta a médicos e familiares. Quem jáhavia quitado anteriormente as contribuições deveficar atento ao número de sorteio que será divulgadono site da entidade (www.sinmedmg.org.br).

Sindicalização

Com o objetivo de angariar novos filiados paraa entidade e aumentar o poder de força dacategoria, o Sinmed-MG também iniciou, agoraem setembro, uma campanha de sindicalizaçãoenvolvendo os médicos do Estado. O apoio domédico é fundamental para que o sindicato possalutar por melhores salários, condições dignas detrabalho e abraçar as principais causas que en-volvem a categoria.

Em 2005, 5.314 médicos pagavam a con-tribuição sindical. Em 2008, foram 13.444 (cres-cimento de 153%). Antes, eram 2.018 médicosquites com a contribuição social e, em 2008, foram4.600 (crescimento de 128%). "Apesar desse in-

cremento, o número de filiados ainda é baixo, emface do universo de médicos no Estado", diz odiretor administrativo financeiro do Sinmed-MG,Jacó Lampert. "Quanto maior o número desindicalizados, mais forte a entidade fica local enacionalmente", reforça o diretor.

SINMED-MG DE OLHO NOS SEUS DIREITOS.CONHEÇA MAIS SOBRE NOSSAS CAMPANHAS

CAMPANHAEXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG Sindicato dos Médicos de Minas GeraisRua Padre Rolim, 120 - São Lucas 30130 090 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva: AméliaMaria Fernandes Pessôa, André Christiano dos Santos,Cristiano Gonzaga da Matta Machado, Fernando Luiz deMendonça, Jacó Lampert, Maria Madalena dos Santos e Souza.Licenciados: Aroldo Gonçalves de Carvalho, Élson Violante ePaulo Eustáquio Marra Pinto.Conselho Diretor - Demais Membros: Aloísio Daherde Melo, Camilo Batista Goulart, Djard Lisboa MoreiraFilho, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, Geraldo JoséCoelho Ribeiro, Luís Edmundo Noronha Teixeira, LuizFelipe Viotti Fernandes, Margarida Constança Sofal Delgado,Maria de Fátima Braz, Regina Fátima Barbosa Eto, SalimAntônio Issa. Departamento estatutário: Marco AntônioTorres (Saúde do Trabalhador) Conselho Fiscal: Eliane de Souza, Helder Avelino YankousSantos (licenciado), José Alvarenga Caldeira, Josemar de AlmeidaMoura, Luciana Rabelo Ferreira, Maria Lucinda Macedo Foureaux. Ouvidoria Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Márcio Costa Bichara.Assessoria de Comunicação: Regina Perillo (MT11.697/SP)/Rosâgnela Costa (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP) eLuciana Marcatti (MT 09.384/MG)Projeto gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e ilustrações: Genin GuerraFotos: Gláucia RodriguesImpressão: ImprimasetTiragem: 24.500 exemplares

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DERESPONSABILIDADE DOS AUTORES

EDITORIAL

A notícia está em todos os veículos de comu-nicação: a crise financeira internacional chega ao fim,o Brasil superou os obstáculos e Minas Gerais au-mentou sua arrecadação. Apesar disso, o argumentoda queda de receita é usado indiscriminadamente portodas as prefeituras e Estado. Os números mostramo contrário. Que desculpa os gestores darão agorapara não negociar com os servidores?

Os médicos não vão se calar. Os gestores podemestar cientes disso. Os movimentos já começaramdiferente este ano. No início da nossa gestão, ascampanhas salariais aconteciam em geral a partir deabril e se esgotavam ainda no primeiro semestre.Hoje, as campanhas ocorrem de forma contínua,sem trégua para os gestores, praticamente do inícioao fim do ano. Os médicos ganharam fôlego extra,forjado na indignação e na consciência de que ascoisas precisam melhorar na saúde pública.

Aumentaram as participações nas assembléias,nos comitês de mobilização, nas manifestações de

rua. Cansados de esperar um retorno positivo, mé-dicos de prefeituras e do Estado não viram outrocaminho a não ser as paralisações. Caixa zero,demissões coletivas, ações no jurídico tambémtêm sido formas de pressionar os gestores aatender os justos pleitos da categoria. A adesãoaos movimentos tem sido um ponto a destacar.Nas greves em Belo Horizonte, por exemplo, 85%das unidades suspenderam os atendimentos,respeitando as urgências e emergências.

Os médicos do HPS João XXIII, do Ipsemg, daPBH, de Betim, de Uberlândia, de São João del Rei ede tantas outras localidades estão dando um exemplopara a categoria de força, de união, de garra na buscados seus direitos. Sabemos que não é fácil vir aosindicato participar de reuniões, assembléias, parali-sações, em meio a um dia-a-dia já tão estafante,baixos salários, falta de condições de trabalho,pressionados pelos gestores, pela mídia e pela popu-lação. Mas, mesmo assim, um grande contingente de

profissionais mantém-se firme, incansável.A consciência de que o sindicato sozinho não

decide e que o movimento é feito de muitas cabeçaspensando juntas está cada vez mais presente. Todosaprendemos que as conquistas não acontecem de umahora para hora, são negociações difíceis, longas,custosas. E que o único antídoto para o “não”,resposta mais comum dos gestores a qualquer rei-vindicação, principalmente com a desculpa da quedana receita dos municípios, é a mobilização. Apren-demos também que a luta unificada – incluindo ou-tros servidores municipais – ganha peso, fortalece,amplifica, como aconteceu agora com o Sindibel.

Por tudo isso, por essa caminhada conjunta,queremos parabenizar os colegas pelo espírito deluta e dizer que a cada assembléia, a cada mo-bilização, a categoria sai fortalecida perante osgestores e a sociedade.

Diretoria Sinmed-MG

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Em mais uma iniciativa pelo diálogoe o entendimento com os gestores, osmédicos da Prefeitura Municipal de BeloHorizonte e Hospital Odilon Behrenssuspenderam temporariamente as para-lisações, a última delas deflagrada no dia18 de setembro, por tempo indetermi-nado. A decisão foi tomada em Assem-bléia Geral Extraordinária (AGE), dia 21de setembro, no sindicato.

"Nunca os médicos da PBH fizeramum movimento tão forte e tão unido. Jáficou claro que a luta tem que ser cons-tante, sem tréguas e essa vai ser nossaestratégia, até os gestores entenderemque é preciso valorizar o médico, comsalários dignos e condições de trabalhoadequadas", diz o presidente do sindi-cato, Cristiano da Matta Machado.

Desde o início do movimento daPBH e HOB, em maio deste ano, foram17 assembléias, sendo dez somente emagosto e setembro. Algumas AGEs tive-ram um público maior que 150 pessoas,um recorde na história do sindicato.

O número de médicos envolvidos nasmobilizações também vem crescendodia-a-dia, mostrando que a categoria estáconciente de que o movimento não éfeito só pelo sindicato e sim por todos.Em alguns dias, o sindicato chegou a ter

MÉDICOS FAZEM MOVIMENTO FORTE E SEMPRECEDENTES NA HISTÓRIA DA PBH E HOB

PBH

Para a saúdefuncionar só mes-mo dando o san-gue... Aliando so-lidariedade a umgesto simbólicode denúncia so-

bre a situação vivida no dia-a-diade trabalho, o sindicato criou acampanha "Em BH, os médicosdão sangue pela saúde". O lan-çamento do movimento acon-teceu na paralisação dos mé-dicos da PBH e HOB, dia 23 dejulho, quando mais de 50 mé-dicos da rede municipal foramao Hemominas. O movimentocontinua. Participe!

Médicos fazemcampanha dedoação de sangue

Médicos do HOB fazem assembléiapara discutir reivindicações próprias

Fim da greve dos médicos darede pública de São João del Rei.Essa foi a decisão tomada duran-te a Assembléia Geral Extraordi-nária, realizada em 24 de setem-bro. A categoria retornou as ati-vidades no hospital e unidadesde saúde, na segunda-feira, dia 28.

A proposta, encaminhada aoSindicato dos Médicos de MinasGerais (Sinmed-MG) no dia 22,inclui, entre outros itens, o rea-juste salarial escalonado de 15%em janeiro de 2010, 15% em2011 e 10% em janeiro de 2012.O diretor do sindicato, EduardoFilgueiras, explica que "emboraesteja aquém das expectativasdos médicos, eles reconhecemque o poder público se empe-nhou em atender as reivindicações".

Além do aumento salarial, aproposta concede manutençãode benefícios de acordo com oPlano de Cargos e Salários dosservidores municipais; carga ho-rária para o médico de 2 ho-ras/dia ou de 10 horas semanaise limite de atendimento de umpaciente a cada 15 minutos.

Eduardo Filgueiras acrescentaque, mesmo com o fim da greve,que durou trinta dias, o movi-mento não termina. "A luta emdefesa de condições adequadasde trabalho vai continuar, com abusca de melhorias na infra-estrutura das unidades de saúde,garantia de equipes completas,equipamentos e assistência inte-gralizada como é previsto peloSUS", afirma.

Os médicos também deci-diram fazer um levantamentonas unidades de saúde, relatandoos principais problemas e difi-culdades que impedem o aten-dimento de qualidade à po-pulação. As informações serãoenviadas posteriormente para aanálise do departamento jurídicodo Sinmed-MG.

Acordo selado: médicos aceitamproposta da Prefeitura

mais de 30 profissionais "grudados" notelefone para comunicar os colegas sobreas paralisações e fazer o balanço do mo-vimento. No período, foram nove diasde paralisação, com adesão total ouparcial em torno de 80 a 85% das 166unidades de saúde.

Outro fator que está fazendo a di-ferença no movimento, destaca o pre-sidente do sindicato, é a luta conjuntacom o Sindicato dos Servidores Mu-nicipais de Belo Horizonte (Sindibel).

Reajuste é a principal reivindicação

Os médicos da PBH e HOB têmcomo principal reivindicação uma remu-neração justa, contemplando principal-mente o reajuste no salário-base. A Pre-feitura só respondeu aos médicos em 12de agosto, quase quatro meses depois,com uma contraproposta.

Segundo Cristiano da Matta Macha-

do, o oferecido, embora represente al-gum avanço, principalmente na con-quista da jornada de 40 horas para osmédicos do Programa de Saúde da Fa-mília (PSF), está longe de contemplar asreivindicações da categoria e resolver oproblema da falta de médicos nasunidades de saúde: "A proposta divide acategoria e não contempla reivindicaçõesfundamentais como o abono D para oHOB, o abono especial para os mé-dicos do Hospital Dia e, principal-mente, o piso exigido pelos médicos,de R$8.239,24 para 20 horas sema-nais", diz. Insatisfeitos, os médicos en-viaram uma contraproposta à Prefei-tura, recusada integralmente

No momento, o sindicato aguardanovos avanços nas negociações. Uma novaAGE foi agendada para 28 de setembro,quando a categoria vai decidir os rumos domovimento e formas de pressionar ogoverno, inclusive novas paralisações.

Assembléia dos médicos da PBH e HOB, no sindicato

SÃO JOÃO DEL REI

TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009LUTAS SINDICAIS 3

Entendendo que têm algumas rei-vindicações específicas, os médicos doHospital Municipal Odilon Behrens(HOB) fizeram uma assembléia, nosindicato, dia 21 de setembro.

São reivindicações do HOB a reclas-sificação do pronto-socorro para cate-goria D do abono de fixação; pagamentodo plantão de sexta-feira (19h às 7h)como final de semana, conforme acordofirmado na campanha salarial de 2007,com retroatividade; criação de abono deInstituição de Ensino no valor de 5% dovencimento/salário; reconhecimento dovinculo estatutário para todos os mé-

dicos e reenquadramento dos médicosno plano de cargos e salários pelo tempode serviço e escolaridade.

Durante a AGE, a precariedade dascondições de trabalho e de assistênciaaos usuários, assim como o grande nú-mero de residentes trabalhando comoespecialistas, foram veementementedenunciados pelos médicos presentes.

Um documento com o pleito dacategoria foi encaminhado pelo Sin-med-MG ao prefeito Márcio Lacerda;aos secretários Marcelo Gouvêa e Már-cio Lúcio Serrano; e à superintendentedo HOB, Miriam Márcia de Souza.

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MÉDICOS DO HPS JOÃO XXIII CONTINUAM UNIDOSE RETOMAM MOVIMENTO COM NOVAS PARALISAÇÕES

Em Assembléia Geral Extraordi-nária, realizada dia 15 de setembro, osmédicos do Hospital Pronto-SocorroJoão XXIII decidiram por retomar asparalisações visando pressionar o go-verno e chamar a atenção para a difícilsituação do hospital.

Em dias alternados, 22 e 24 desetembro, plantonistas de várias espe-cialidades foram para a porta dopronto-socorro para fazer a triagemdos pacientes. A exemplo das para-lisações anteriores, foram atendidasapenas as emergências. No total, desdeo início do movimento, em outubro doano passado, os médicos realizaramsete paralisações.

A categoria também decidiu pelacontinuidade do movimento "caixazero", iniciado em 27 de agosto, queinclui o não-preenchimento das Auto-rizações de Internação Hospitalar (AIH)e não utilização do software Alert.

Referência no atendimento de po-litraumatismo, queimados e intoxica-ções, o HPS João XXIII vive hojeuma realidade sem precedentes, com-

JOÃO XXIII

Nos dias de paralisação, só foram realizados atendimentos de emergência

TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009LUTAS SINDICAIS4

prometendo seriamente a assistênciaà população.

Desestimulados pelas condiçõesoferecidas pelos gestores, os pro-fissionais estão deixando o pronto-socorro. Como paliativo para re-solver o problema, até médicos resi-dentes fazem plantão e profissio-nais de fora foram contratados comosubstitutos com salários mais altos

que os dos médicos da equipe. O Mi-nistério Público investiga essesdois fatos.

Movimento faz um ano

Desde que a campanha dos mé-dicos do pronto-socorro começou, háum ano, já foram realizadas inúmerasreuniões com os gestores.

Apesar disso, a categoria continuasem as suas principais reivindicaçõesatendidas, entre elas uma remunera-ção digna, tendo como referência osalário mínimo profissional esta-belecido pela Federação Nacionaldos Médicos (Fenam) de R$8.239,24,para 20 horas semanais; o reposi-cionamento no Plano de Carreira e acontratação de médicos para com-pletar as equipes.

Na última etapa de negociação, osgestores propuseram aos represen-tantes do Sinmed-MG e à comissão demobilização ampliar o número decotas para a Gratificação de Incentivoà Eficientização dos Serviços (GIEFS).

"O aumento do valor da grati-ficação está longe de atender a ca-tegoria, que continuará mobilizadana busca da valorização profissio-nal e condições de trabalho. O Jo-ão XXIII só vai manter seus pro-fissionais e atrair novos médicos sepagar salários melhores", diz opresidente do sindicato, Cristianoda Matta Machado.

Fotos RP Comunicação

A situação dos médicos do Institutode Previdência dos Servidores doEstado de Minas Gerais (Ipsemg) estácada vez mais crítica. Sem respostaquanto às principais reivindicações, acategoria continua mobilizada. Durantereunião entre diretoria clínica, chefes declínica e médicos, com a presença doSinmed-MG, foi apresentada a propostade serem feitas duas moções para envioà direção. Em uma, os profissionaismanifestariam apoio ao diretor clínico,Luciano Dantés; e na outra, fariam umrepúdio à gerência, em função dasituação no hospital.

Também levantaram a possi-bilidade de agendar uma audiênciapública na Assembléia Legislativa. Paradiscutir melhor essas ações, será mar-cada uma nova reunião da comissão de

mobilização e Assembléia GeralExtraordinária.

Segundo a diretora de Defesa Profis-sional do Sindicato dos Médicos, MariaMadalena dos Santos e Souza, a alta de-manda de pacientes e a limitação dasvagas é a principal queixa dos médicos."Devido à orientação da Secretaria deSaúde de adiar as cirurgias eletivas parapriorizar os leitos para atendimento decasos suspeitos de gripe suína, o diretortécnico decidiu fechar o bloco cirúrgicopara reforma e, com isso, muitos mé-dicos estão sem ter como realizar até atarefa básica", conta.

A diretora afirma que os profis-sionais tiveram a agenda desmarcadapela gerência, que fez um convêniocom vários hospitais, para onde estãoencaminhando os pacientes. Madalena

MÉDICOS SOFREM COM A LIMITAÇÃO DAS VAGAS, ALTA DEMANDA E PRECÁRIAS CONDIÇÕES DE ATENDIMENTO

IPSEMG

ReposicionamentoSobre o reposicionamento na carreira, um outro importante pleito da categoria, o

sindicato está recolhendo documentos para entrar com pedido de ação judicial.Os médicos que ainda não foram reposicionados na carreira para o nível IV podem agendarum horário de atendimento no departamento jurídico, com os seguintes documentos:

- três últimos comprovantes de pagamento

- cópia do histórico funcional- cópia do documento de escolaridade

(comprovante de conclusão de

residência ou especialização/ diploma/certificado)

- cópia do edital do concurso- cópia do Diário Oficial com a

relação dos aprovados

lembra, ainda, que os médicos estãosem pró-labore e a solicitação de con-curso público não foi atendida, nemmesmo uma previsão.

"Além desses problemas, os mé-

dicos têm que trabalhar em meio àsujeira que a reforma está provocando,sob precárias condições físicas e es-cassez de recursos materiais e medi-camentos", declara.

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O Sindicato dos Médicos de MinasGerais (Sinmed-MG) realizou, dia 23de setembro, em regime de urgência,uma nova Assembléia Geral Extra-ordinária (AGE) com os médicos deBetim. A AGE foi convocada para in-formar e deliberar sobre a aprovaçãona Câmara Municipal, dia 11 desetembro, do Projeto de Lei Nº.235/2009, instituindo incentivos a se-rem pagos aos médicos de Betim.

O projeto foi enviado, à revelia dosmédicos, para o Legislativo pela secre-tária municipal de Saúde, ConceiçãoAparecida Pereira Rezende, e nãocontou com a aprovação da categoriaque havia apresentado uma con-traproposta aos gestores.

Em documento informando sobrea aprovação do projeto, a secretária diz,de forma equivocada, que "a Lei foiamplamente discutida na Mesa Per-manente de Negociação /SUS com aparticipação de representantes doSinmed-MG". Revoltados com a ati-tude da secretária, os médicos re-solveram manter a operação caixa

zero, intensificar ainda mais omovimento e buscar novas for-mas de luta.

O departamento jurídico do sindi-cato estuda vários aspectos da nova leique, além de não contemplar as rei-vindicações dos médicos, pode trazerprejuízos para muitos profissionaiscom a substituição, por incentivos, daGEMP (Gratificação Especial MédicoPlantonista) e da GE (GratificaçãoEspecial), instituídas no ano passadopela Lei 4.625, ora revogada.

Por isso, o sindicato pede aosmédicos de Betim que enviem os con-tracheques do período de abril/2008 asetembro/2009, já com os incentivos,para que o jurídico possa avaliar osprejuízos causados com a revogaçãoda Lei 4.625, as conseqüências da apli-cação da nova lei, bem como as altera-ções ocorridas nas tabelas do Plano deCargos, Carreira de Vencimentos.

Além do aspecto salarial, os médi-cos também reivindicam melhores con-dições de trabalho e foram orientadospelo sindicato a registrar em livros de

ocorrência as situações que dificultamuma assistência médica de qualidade.

Histórico do movimento

A primeira assembléia dos médicosde Betim aconteceu em 17 de março.Até agora foram realizadas onzeassembléias. O movimento "caixa ze-ro" foi introduzido no dia 2 de julho.

A primeira proposta, chamada porBetim de "Implantação de Incentivospara os médicos do SUS", foi apre-sentada ao sindicato na Mesa deNegociação do SUS em 18 de agosto.Conforme a própria secretária deSaúde declarou, a proposta, que con-templa incentivos ao trabalho nasurgências e emergências, nas unida-des de difícil lotação e fixação e aotrabalho em dedicação integral, foifeita de forma a priorizar os locaiscom os maiores problemas de fixa-ção de médicos. Em AGE no dia 2de setembro, os médicos deliberarampor uma contraproposta, integra-mente recusada pelos gestores.

Entre outros pontos, a contrapro-posta reivindicava: aumentos nos va-lores dos abonos; garantia de data-basepara janeiro de 2010, visando a recom-posição do vencimento base; retroati-vidade do pagamento dos abonos aoinício do movimento em julho, com-prometendo-se os médicos a comple-tar as AIHs não assinadas no período.

Alegando que o médico não podedeixar de cumprir suas "obrigações",a Prefeitura também não concordouem retirar de sua proposta o itemsobre a perda do direito ao incentivonos casos de medidas que tragamprejuízos para os usuários ou para agestão do SUS em Betim.

Na avaliação da diretoria do sin-dicato e dos médicos do município oque foi oferecido está longe de re-solver os graves problemas das es-calas incompletas e plantões desco-bertos. "Sem salários dignos os mé-dicos não vão querer trabalhar emBetim e a situação só tende a piorar",afirma o presidente do sindicato,Cristiano da Matta Machado.

BETIM

PROJETO DE LEI É APROVADO À REVELIA DA CATEGORIA EM BETIM E MÉDICOS DECIDEM, EM AGE, INTENSIFICAR O MOVIMENTO

TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009LUTAS SINDICAIS 5

JOÃO PAULO II

Pediatras do HIJPII decidempelo movimento "caixa zero"

Fachada do Hospital Infantil João Paulo II, onde trabalham cerca de 80 médicos

A união dos cerca de 80 pediatrasdo Hospital Infantil João Paulo II(HIJPII), referência no Estado, estáresultando em um movimento fortee coeso, com a adesão de toda aequipe. Depois de algumas reuniõescom o sindicato, os médicos deli-beraram, em Assembléia Geral Ex-traordinária (AGE), dia 29 de julho,por realizarem a operação "caixazero", a partir do dia 3 de agosto.

Os pediatras pleiteam reajustesalarial; equiparação do abono deurgência com toda a rede Fhemig;pagamento do abono de urgênciapara todos os médicos do HIJPII,inclusive os que trabalham na en-fermaria e estão à frente dos pa-

cientes em cuidados semi-inten-sivos e intensivos. Reivindicam tam-bém adicional de insalubridade emelhores condições de trabalhocom equipes completas.

No dia 24 de agosto, o diretor dosindicato Jacó Lampert e a delegadasindical Helena Garrido, tambémpediatra do Hospital, participaramde uma reunião com o vice-pre-sidente da Fundação Hospital doEstado de Minas Gerais (Fhemig),Cristiano Canedo, e com o diretorAssistencial da Fundação, AlcyMoreira dos Santos Pereira, paradiscutir as reivindicações.

Segundo Helena Garrido, os ges-tores ficaram de apresentar uma

proposta em até 15 dias, contados doprazo da reunião, acenando com al-gumas possibilidades com relação aoabono de emergência e à comple-mentação das equipes ou redução dofluxo de atendimento com encami-nhamento das fichas verdes e azuispara as unidades de atenção básica.

Em AGE realizada dia 22 de

setembro, o diretor do sindicato, JacóLampert, comunicou que não houveretorno dos gestores. O sindicatosolicitou uma nova reunião com adireção do hospital e uma assem-bléia, com indicativo de paralisação,foi marcada para o dia 29 desetembro. Enquanto isso, o movi-mento "caixa zero" continua.

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TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009LUTAS SINDICAIS6

Somente poucas horas antes daAssembléia Geral Extraordinária (AGE),realizada no dia 24 de setembro, aPrefeitura de Barão de Cocais enviouum retorno, por escrito, à propostados médicos. As notícias não foramboas: nenhuma das reivindicações foiatendida, explica a diretora de DefesaProfissional do sindicato, Maria Ma-dalena dos Santos e Souza, presenteà AGE.

Cada reivindicação foi respondidacom um argumento. No caso dosreajustes, a Prefeitura disse que éimpossível porque já está no limite dalei de responsabilidade fiscal. Sobre adata-base disse que já existe uma paraos servidores municipais, assim co-mo alegou a existência de um Planode Carreira. No aspecto condições detrabalho, falou que as medidas serãotomadas a médio prazo.

Diante disso, a categoria resolveu,na assembléia, solicitar ao município acópia desse Plano de Carreira e maisinformações sobre a "desconhecida"data-base. O sindicato também vaiavaliar o edital do concurso público,outra reivindicação da categoria, que omunicípio está fazendo. Segundo adiretora, o fato da maioria dos médicosserem contratados é um dos maioresproblemas do município.

Melhores condições de trabalho, incluindo:

Garantia de equipes completas deserviços e realização de concursopúblico; garantia da disponibilidadeconstante de medicamentos, mate-riais e equipamentos médicos; cria-ção da comissão de Farmácia Mu-nicipal; revisão dos padrões técnicose de controle de qualidade do labo-ratório; inclusão de profissional derecepção e/ou auxiliar adminis-trativo nas UBS/PSF; regulação deexames e procedimentos de alto cus-to e referência e contra-referência;reestruturação do apoio diagnóstico- SADT, além da cobertura 24 horas;definição clara de perfil de aten-dimento de cada unidade; plantão decirurgia geral de forma alcançável 24horas / 7 dias por semana.

Recomposição salarial ebenefícios, incluindo:

Recomposição dos vencimentos bá-sicos; adicional noturno, para plantõesrealizados no horário compreendidoentre 19h às 7h, de 30% do salário-base; adicional de fim de semana, paraplantões realizados a partir das 19h dasexta-feira até às 7h da segunda-feira de30% do salário-base; adicional deferiado de 30% do salário-base; adi-cional de insalubridade de 20% ou40%, sobre o salário-base, de acordocom a classificação; abono de urgênciae emergência de 30% do salário-base;extensão dos benefícios conquistadosaos médicos contratados; garantia de1º de maio como data-base da catego-ria a partir do próximo ano (2010) eimplantação do Plano de Cargos, Car-reira e Vencimentos no município.

BARÃO DE COCAIS

PAUTA DE REIVINDICAÇÕES INCLUI CONCURSOPÚBLICO, PAGAMENTO DE ADICIONAIS E PCCV

SITUAÇÃO DA SAÚDE PREOCUPA OS MÉDICOSE ASSUNTO É TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

A situação da saúde pública em Divi-nópolis tem preocupado os médicos quelutam por melhorias salariais e porcondições de trabalho. Entre os prin-cipais problemas apontados pela cate-goria está a falta de médicos nos plan-tões da unidade de atendimento dosdoentes graves no Pronto-SocorroRegional (PSR), nas unidades básicasde saúde e na policlínica, levando auma sobrecarga dos profissionais ematividade e a uma situação grave dedesassistência à população.

Em AGE realizada no dia 24 de agosto,os médicos decidiram aguardar resposta

sobre a solicitação enviada à Prefeitura pelavereadora Helóisa Cerri, médica e delega-da sindical, em 21 de agosto. Foi dadoaos gestores um prazo de 20 dias parase manifestar, o que não aconteceu.

No documento, assinado por todosos membros da Câmara, com exceçãode um integrante, Heloísa sugere queseja feita uma revisão da propostaapresentada, que prevê a inclusão doadicional de desempenho sobre o saláriobruto, caso os níveis de arrecadação domunicípio sejam recompostos até o finaldo ano. "A categoria não aceita epermanece a reivindicação pelo reajuste

de 50%. Como justificativa, a vereadoraaponta que a baixa remuneração é umadas principais causas das equipes incom-pletas e dificuldade de fixar profis-sionais", comenta a diretora de DefesaProfissional do Sindicato dos Médicos,Maria Madalena dos Santos e Souza.

Uma audiência pública com o tema"A preocupação do médico em relação àsaúde pública de Divinópolis" está agen-dada para o dia 21 de outubro. A au-diência é considerada pela categoria umaótima oportunidade de esclarecer apopulação e chamar atenção da mídiapara a situação da saúde no município.

O Sindicato dos Médicos deMinas Gerais (Sinmed-MG) en-viou um ofício à direção do Hos-pital e Maternidade Dr. EugênioGomes de Carvalho, em PedroLeopoldo, com cópia para osgestores municipais e procura-doria do município, pleiteandoque seja repassado imediata-mente aos médicos os hono-rários pagos pelos convênios, sobpena de se configurar apro-priação indébita. A decisão foiresultado de uma reunião dosmédicos do hospital, dia 20 deagosto, com o diretor jurídico dosindicato, Paulo Marra.

O sindicato também solicitouinformações sobre o motivo donão pagamento aos médicos daAutorização de Internação Hos-pitalar (AIH) dos meses de abril,junho e julho de 2009, não pa-gamento dos plantões aos mé-dicos referentes ao mês de junhode 2009 e não pagamento dosatendimentos externos do SUS(chamados SAI) do mês dejunho. O documento lembra, ain-da, que nenhuma negociaçãoenvolvendo a remuneração dosmédicos deverá ser conduzidasem a participação do sindicato,sempre respaldado por assem-bléias devidamente convocadas.

Os reiterados atrasos no pa-gamento dos serviços prestadosresultou no afastamento de doismédicos pediatras e um médicoobstetra e vários plantões fi-caram vagos. Caso a situaçãopersista, dois outros médicos jáavisaram que deixarão o ser-viço. Segundo o diretor dosindicato Paulo Marra, é im-portante frisar que o hospitalcorre o risco de ter seu serviçomaterno-infantil paralisado, de-vido às quebras freqüentes deacordos administrativos, o queresultará em prejuízo enormepara toda a comunidade.

Sindicato faz reunião com médicos

Os médicos de Barão de Cocais reivindicam:

DIVINÓPOLIS

PEDRO LEOPOLDO

A pauta de reivindicações da ca-tegoria foi definida em AGErealizada no dia 6 de agosto noHospital Municipal Waldemar das

Dores, sendo encaminhada ao se-cretário de Saúde, Antônio Eus-táquio de Almeida, e ao prefeito,Geraldo Abade das Dores.

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TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009 7LUTAS SINDICAIS

MÉDICOS DE SETE LAGOAS NÃO ACEITAM PROPOSTA DO HNSG E 21 OBSTETRAS ENCERRAM OS ATENDIMENTOS

SETE LAGOAS

MP PROPÕE ESTUDO DE PLANTÕES REALIZADOS NO ÚLTIMO ANO PARA CÁLCULO DE REAJUSTE SALARIAL DOS MÉDICOS

UBERLÂNDIA

As negociações de reajuste salarial dosmédicos da rede pública de Uberlândiacontinuam paradas, aguardando relatórioda Fundação Maçônica sobre a médiahistórica de plantões no último ano,incluindo as horas extras. De acordo comproposta apresentada pelo procuradorFábio Lopes Fernandes, em reunião noMinistério Público do Trabalho, dia 6 deagosto, esses dados seriam utilizadospara estudar, caso a caso, todo otrabalho executado nesse período etransformar esse valor em salário.

"O procurador, no entanto, colocoucomo condição que os médicos as-sumam o compromisso de manter asescalas completas", explica a diretora doSindicato dos Médicos Maria Madalena

dos Santos e Souza, que participou doencontro juntamente com membros dacomissão de mobilização dos médicosde Uberlândia e representantes das fun-dações Maçônica e Sal da Terra.

Segundo Madalena, a reunião no MPfoi agendada pelo Sinmed-MG paraexpor ao procurador a insatisfação dacategoria com a proposta apresentadapela Secretaria Municipal de Saúde, nodia 21 de julho. "A Prefeitura não acei-tou fixar em R$50 a remuneração dosmédicos para cada hora trabalhada, con-forme item da pauta de reivindicações.Também não concorda com o paga-mento de hora extra noturna paratrabalho executado a partir das 22h até ofim do plantão", conta.

GanhosAs outras reivindicações da categoria

– unificação dos percentuais de horasextras em 100%; fixação do salário porhora, obedecendo ao limite mínimo de48 horas mensais e máximo de 220;permissão para trabalho em jornada de12X36 horas e extinção do plantão de24 horas consecutivas; e banco de horascom compensação no mesmo mês –foram atendidas, porém não são ex-tensivas aos médicos do Programa deSaúde da Família (PSF).

Madalena ressalta que, apesar dosganhos, a categoria continua mobilizadapara que a pauta seja aceita integral-mente, sobretudo quanto ao reajustesalarial. Outra luta do sindicato é pela

inclusão dos médicos do Programa deSaúde da Família (PSF) na proposta.

Ações trabalhistasO Sindicato dos Médicos propôs

ação coletiva em face à Missão Sal daTerra exigindo o pagamento do adicio-nal de insalubridade sobre a base de cál-culo correta. A primeira audiência naJustiça do Trabalho foi realizada no dia 3de setembro, com a presença do de-partamento jurídico do Sinmed-MG edo ouvidor sindical Ewaldo Matos.

O sindicato também está apoiando osmédicos que desejam entrar com ações tra-balhistas individuais para regularização dovínculo, conforme deliberação da Assem-bléia Geral Extraordinária, dia 21 de julho.

Vinte e um obstetras do Núcleo Ma-terno-Infantil da Maternidade OdeteValadares do Hospital Nossa Senhoradas Graças – HNSG, em Sete Lagoas,decidiram encerrar os atendimentos doplantão. As cartas foram protocoladas eentregues, no dia 18 de agosto, à diretoratécnica do hospital, Maria Ribeiro Lo-pes, pela diretora de Defesa Profis-sional do Sinmed-MG, Maria Mada-lena dos Santos e Souza. Segundo Ma-dalena, a reação do hospital foi proibiresses médicos de realizarem qualqueroutro atendimento. "É uma ameaçainfundada, sem respaldo legal e, porisso, o departamento jurídico do sin-dicato vai tomar providência casoinsistam nessa medida", declara.

Deliberada em Assembléia GeralExtraordinária, no dia 5 de agosto, coma presença de anestesiologistas, obstetrase diretor clínico do HNSG, a assinaturadas cartas de dispensa do plantão foiuma resposta à insatisfação com o anda-mento das negociações, principalmentedepois da contraproposta do hospital.

Madalena conta que, em reuniãorealizada momentos antes da AGE,Maria Ribeiro, diretora técnica, in-formou que a verba repassada pela

Hospital Nossa Senhora das Graças, em Sete Lagoas

Secretaria de Saúde para pagar o valorfixo dos plantões da unidade materno-infantil será de R$142 mil, sem pos-sibilidade de aumento.

Como solução, Maria Ribeiro propôsque essa verba seja utilizada para reajustedos plantões de obstetras, neonatolo-gistas e anestesiologistas, que passariama receber R$360 fixo mais o pró-laboredurante a semana, e R$468 fixo maispró-labore nos finais de semana. Emcontrapartida, exigiu o aumento doplantão de dois para três obstetras, o que

implicaria na redução do pró-labore, jáque seria dividido entre mais um pro-fissional. Com isso, o que eles iriamganhar no reajuste, perderiam emdobro no pró-labore.

Madalena ressalta que os médicosconsideram que, para o atendimentona sala de parto, uma equipe de doisobstetras é suficiente, embora re-conheçam a necessidade de mais umprofissional na sala de admissão, vistoque o tempo de espera é prolongadoquando há um procedimento no bloco

cirúrgico. Outro problema enfrentadopelos obstetras é a cobertura dos plan-tões fora da escala.

Quanto ao reajuste dos pediatras doHNSG, que não está incluído na verbado governo, Maria Ribeiro Lopes pro-pôs que o próprio hospital efetue opagamento, mas não apresentou ne-nhum valor. Disse, apenas, que osprofissionais seriam divididos em duasequipes – enfermaria e neonatologia,com salários distintos.

Ajuizamento de ações

Durante a assembléia, muitos mé-dicos manifestaram interesse peloajuizamento de ações individuais parareconhecimento de vínculo. Os médi-cos prestam serviços ao HNSG semnenhum contrato ou vínculo de tra-balho que garanta direitos trabalhistascomo férias, 13º salário, horas extras,adicional de insalubridade, entre outros.A diretora do Sinmed-MG ressalta que oencerramento dos plantões e o reconhe-cimento de vínculo são duas ações pa-ralelas e independentes. "Mesmo que oprofissional peça demissão, ele podesolicitar a revisão do vínculo", afirma.

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MEDICINA TEM NOVO CÓDIGO DE ÉTICA

Comissão de Trabalho aprova naCâmara projeto do "Ato Médico"

TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 20098

A Associação Médica de MinasGerais, em parceria com o Con-selho Regional de Medicina e oSindicato dos Médicos, se preparapara prestar mais uma homenagemà categoria médica, na tradicionalSemana do Médico. A cerimônia deabertura acontece no dia 20 deoutubro, com show da OrquestraMineira de Violas.

No dia 21, as entidades home-nageiam as "Personalidades Médi-cas", médicos que se destacaram nasatividades científica, clínica, saúdepública, docente e associativa/defesaprofissional. Participam da escolhados profissionais, feita por votação,instituições representativas da cate-goria. Também será realizada a ho-menagem "Médico Mineiro em Des-taque", concedida aos médicos queatuam no interior do Estado e quemerecem ser reconhecidos peloexercício digno da profissão, com-portamento ético e humanitário eimportância dos serviços prestados àcomunidade. Os homenageados sãoescolhidos com base na avaliação eindicação da classe médica local.

No encerramento das festivida-des, dia 22, acontece a homenagem"Jubilados de Ouro", um reconhe-cimento e agradecimento das enti-dades aos médicos que completam 50anos de formados, que estudaram ouatuem em Minas Gerais.

Todos os eventos serão realiza-dos no Teatro Oromar Moreira, naAssociação Médica de Minas Ge-rais, a partir das 20h. Mais in-formações: (31) 3247 1600.

Protestos

No dia 21 de outubro, o Sinmed-MG participa de um movimento na-cional de luta em comemoração ao Diado Médico. Em todo o país, estãoprevistas ações como atos públicos,passeatas, entrevistas coletivas, café damanhã com parlamentares, audiênciaspúblicas, visitas aos hospitais. A inicia-tiva é da Comissão Pró-SUS, formadapor membros da Fenam, CFM e AMB,com o apoio das entidades locais.

Durante a IV Conferência Nacio-nal de Ética Médica (Conem), realizadade 25 a 29 de agosto, em São Paulo,representantes médicos de todo o país,entre eles os diretores do sindicato,Geraldo Ribeiro e Jacó Lampert, sereuniram para traçar as diretrizes donovo Código de Ética Médica (CEM).Entre as principais questões debatidasestavam a autonomia do paciente, osavanços tecnológicos, a relação médi-co-paciente e o uso de seres humanose animais em pesquisas. Depois definalizado, o texto foi aprovado emplenária com a presença de presidentese conselheiros do Conselho Federal deMedicina (CFM), dos Conselhos Re-gionais e demais entidades médicas.

Com a revisão, o código está maisenxuto e foi dividido em três partes:contém 25 princípios fundamentais,23 direitos e 122 artigos que abran-

gem as obrigações e o modo de agirdo médico.

O documento contará com ar-tigos revisados da versão anterior einclusão de novas regras, que en-trarão em vigor 180 dias após suapublicação no Diário Oficial daUnião, revogando o atual Código deÉtica Médica, datado de 1988.

Durante a plenária, o presidente doCFM, Edson de Oliveira Andrade,explicou que a elaboração do novocódigo, útil para a medicina e toda asociedade, foi um trabalho coletivo,que reuniu mais de duas mil contri-buições de médicos e não médicos. Naopinião do presidente, o documentoatualiza a prática médica em um con-texto diferente, englobando as perple-xidades frente aos avanços tecnológi-cos e reafirmando o respeito que omédico tem com seu paciente.

No dia 17 de setembro, pe-diatras de Belo Horizonte e re-gião metropolitana reuniram-seno Hospital Vila da Serra, emNova Lima, para discutir a reali-dade atual e perspectivas futurasda profissão. Organizado pelaSociedade Mineira de Pediatria, oevento contou com a participaçãodo pediatra e diretor de Comu-

nicação do Sindicato dos Médicosde Minas Gerais, Fernando Men-donça, que ministrou palestra so-bre a pediatria no serviço público.O membro da ouvidoria sindical ediretor administrativo da Fencom,Ewaldo Mattos, falou sobre otrabalho do pediatra na urgência.Também teve destaque a profissãodentro do sistema Unimed.

DIA DO MÉDICO

ÉTICA MÉDICA

PEDIATRIA

ATO MÉDICO

Evento discute realidade e perspectivas

Depois de quatro anos detramitação, uma das propostasmais polêmicas e debatidas naCâmara dos Deputados, o Pro-jeto de Lei 7703/06, que definea área de atuação, as atividadesprivativas e os cargos privativosdos médicos, conhecido comoAto Médico, foi aprovado pelaComissão de Trabalho, Admi-nistração e Serviço Público(CTASP), no dia 19 de agosto.

No início da votação, o climaera polêmico, mas os integrantesda comissão chegaram a umconsenso sobre as duas alte-rações propostas.

A primeira seria incluir que asavaliações psicomotoras não sãoatividades privativas dos médicos ea segunda proposta era retirar a ex-pressão "sem emissão de diagnós-tico nosológico" para a realizaçãodos exames citopatológicos e seusrespectivos laudos, como atividades

que se excetuam do rol de atri-buições privativas do médico.

Para o ouvidor sindical doSinmed-MG e secretário de SaúdeSuplementar da Fenam, MárcioBichara, que participou da votaçãopela federação, a medicina precisater uma regulamentação, assimcomo as outras profissões já têm."Não queremos ocupar outrasáreas, mas sim delimitar o que éprivativo do médico", declara.

Bichara ressalta que durantetodo esse período de tramitação, oPL sofreu várias emendas com oobjetivo de se adequar às demandasdas outras profissões. "Agora,estamos no limite. Não há comoceder em nenhum aspecto. Es-peramos que ele seja aprovado nasoutras comissões e sancionado oquanto antes. Essa definição do atomédico é importante não só paraos médicos, mas também para asociedade", afirma.

AGENDA

ENTIDADES PROMOVEM EVENTOS PARAHOMENAGEAR OS MÉDICOS MINEIROS

Genin

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TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009 9

Caos na saúde de Contagem

Pacientes denunciam o descaso noatendimento no Hospital Municipalde Contagem. Segundo a promotorade Saúde, há no Ministério Públicovários processos contra os serviços desaúde do município. A prefeita deContagem alega que o sistema de saú-de está sendo reconstruído há quatroanos e considera que o tempo de es-pera não é tão exagerado. (TV Alterosa- Jornal da Alterosa - 19/junho/2009)

A paralisação dos servidores dasaúde de Contagem está deixando apopulação desesperada. A demora no

atendimento e a falta de profissionaissão a principal causa do caos que estáo sistema público de saúde. (TV Altero-sa - Jornal da Alterosa - 27/maio/2009)

Os moradores não conseguemconsulta nem com clínico geral, nemcom especialistas. A prefeitura alegaque não encontra profissionais dis-postos a trabalhar na região. (TV Glo-bo - MGTV 2ª edição - 28/maio/2009)

População de Ribeirão dasNeves não consegue atendimento

Morreu a mulher que aguardava há4 dias por uma vaga de CTI na

Grande BH. Ela estava internada numhospital de Ribeirão das Neves quenão tem Centro de Terapia Intensiva.Ainda há muitas pessoas na filaaguardando a liberação de uma vagaem CTI pela Central de Leitos deBelo Horizonte. (TV Alterosa - Jornalda Alterosa - 28/agosto/2009)

Moradores de Ribeirão das Nevesreclamam que não conseguem aten-dimento no hospital e nos postos desaúde da cidade. Depois de muitaespera, alguns pacientes desistem evoltam pra casa sem fazer a con-sulta. (TV Globo - MGTV 1ª edição -18/agosto/2009)

ESPECIAL

SINDICATO LEVANTA SITUAÇÕES DE DESASSISTÊNCIA À SAÚDE PARA EFETIVAR DENÚNCIAS JUNTO AO MINISTÉRIO PÚBLICO

DENÚNCIAS

Veja manchetes de reportagens veiculadas em emissoras de TV

Sistematicamente, o Sindicato dosMédicos de Minas Gerais (Sinmed-MG)recebe de médicos servidores muni-cipais e estaduais denúncias de situaçõesque dificultam uma assistência de qua-lidade e comprometem o trabalho doprofissional. Somente este ano, foraminúmeras denúncias, todas referentes àsprecárias e extenuantes condições detrabalho oferecidas por alguns muni-cípios e pelo Estado. Da mesma for-ma, exemplos de descaso com a saú-de da população e com o trabalhomédico são objeto constante de re-portagens veiculadas em jornais, re-vistas e meios eletrônicos.

Na maioria dos hospitais, centros desaúde, unidades de urgência e emer-gência, centros de saúde mental e de-mais unidades que compõem as redespúblicas, constata-se um contexto deprecariedade e elevado risco no exercícioprofissional. A sobrecarga de trabalho épermanente em razão do número in-suficiente de plantonistas na escalas. Oestado de conservação dos materiais eequipamentos é péssimo. Soma-se àscondições de trabalho uma baixa remu-neração, contratos irregulares e situaçõesclaras de desrespeito a direitos trabalhistas.

Considerando que cabe ao MinistérioPúblico a defesa dos interesses sociais eo zelo pelo efetivo respeito aos serviçosde relevância pública aos direitos asse-gurados na Constituição Federal, o sin-dicato está levantando situações quecomprometem o trabalho do médico,com o objetivo de protocolar as de-núncias junto à procuradoria pública dediversos municípios do Estado.

"A categoria vem há muito temporequerendo da Administração Públicaque sejam tomadas medidas urgentespara garantir atendimento digno à popu-lação, bem como resguardar a integri-dade dos profissionais médicos, semêxito", diz o diretor de Comunicação dosindicato, Fernando Mendonça.

Veja aqui alguns exemplos de situações divul-gadas recentemente em veículos da capital mineira,mostrando a precariedade do sistema público de saúde:

Índice de internações mensais

O atendimento em centros desaúde para consultas e exames pre-

ventivos evitaria a internação mensalde 3.200 pessoas pelo Sistema Únicode Saúde (SUS) nos hospitais de BeloHorizonte. O índice de internaçõesque poderiam ser evitadas chega a18% do total na capital mineira, querecebe 40% de pacientes de outrascidades do Estado (Hoje em Dia -29/maio/2009).

Fila de espera para transplantes

Minas Gerais tem quatro mil pes-soas na fila de espera de órgãos noMG Transplantes (Estado de Minas -28/agosto/2009).

Internação Hospital das Clínicas

Segundo Ribeiro, o hospital HCsofre com déficit financeiro e não estáconseguindo manter o pagamento deequipes de plantão. Só com a folha depagamento, o gasto seria de R$ 3 mi-lhões. (Declaração do diretor do Hospi-tal das Clínicas - BH - em entrevista aoTempo, no dia 26/agosto/2009)

Câmara realiza audiência para discutira precariedade da saúde em Betim

Falta de médicos, equipamentosestragados, usuários esperando ho-

ras na fila para conseguir atendi-mento, medicamentos escassos e atémortes nas unidades. Esses e outrosproblemas enfrentados diariamentepelos betinenses que precisam re-correr ao sistema de saúde do mu-nicípio levaram a Comissão de Saúdeda Câmara a propor a realização deuma audiência pública para discutir asituação. (O Tempo Betim - 7/agos-to/2009)

Cirurgias eletivas em Belo Horizonte

62.191 usuários do Sistema Únicode Saúde (SUS) estão na fila de esperapara fazer cirurgias eletivas noshospitais de Belo Horizonte. O tem-po médio de espera é de 18 meses.60% dos pacientes são da capital e osdemais da Região Metropolitana e dointerior. (Jornais O Tempo e Hoje emDia - 17/julho/2009)

Saúde em BH cai no esquecimento

Os centros de saúde foram preteri-dos no Plano de Metas BH 2030. Nãohá previsão de melhoria na infraes-trutura dos postos em nenhum dosquatro projetos sustentadores da áreada saúde. (Hoje em Dia - Caderno Minas- 4/setembro/2009)

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TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009

Sindicato participa de comitê de enfrentamento da Influenza A

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José Roberto Xavier, médico do Centrode Saúde Vila Cemig: "Todos os aten-dimentos eletivos e consultas pré-agendadas foram suspensos no VilaCemig, prejudicando muito a população.Com três equipes e só um médico, épreciso se desdobrar para fazer osatendimentos, em uma região de elevadorisco social e onde moram 12 milpessoas. Nessas condições, fica difícilfazer um trabalho preventivo, que é afunção primordial de um centro desaúde. Acabamos ficando por conta doscasos agudos, situação que se tornouainda pior com a nova gripe".

Helena Garrido, pediatra dos hospitaisFelício Rocho, João Paulo II e Contagem: "Nocomeço a angústia dos médicos foimuito grande, principalmente pelasfalhas do sistema de saúde, mas agora jános acostumamos com a situação e foium alívio ver que a nova gripe não é tãoletal quanto se imaginava. Apesar dagrande demanda, com salas de espera econsultórios cheios, principalmenteapós o início das aulas, acho que ospediatras mostraram bastante parci-mônia para receitar o Tamiflu e seguir asorientações em relação aos cuidadospessoais. Um ponto falho para mim foia divulgação de informações para acategoria. Muitas vezes tive que correratrás para ficar atualizada".

Maria Cristina Vignolo, cirurgiã ediretora técnica da UPA Norte: "Com osurto de gripe suína, os problemas crô-nicos das unidades de pronto atendi-mento e da saúde pública em geralficaram ainda mais evidentes. Na UPANorte, a demanda aumentou em tornode 40%. Se antes médicos e populaçãojá eram prejudicados com a falta deleitos e de profissionais, imagina diantede uma epidemia como essa? O resul-tado dessa sobrecarga está estampadono rosto das equipes, que estão com-pletamente exaustas, com muitos pro-fissionais apresentando problemas psi-cológicos, inclusive quadros de de-pressão. Mas, apesar do excesso de tra-balho e dos obstáculos, estamos dandoconta do recado. Todos os pacientesestão sendo atendidos e não registramosnenhum óbito por gripe suína”.

SAÚDE

Nas unidades de urgência e emergência, nos centros de saúde, hospitais e consultórios os médicos são a categoria mais exposta aos "efeitos" da pandemia da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína. Pedimos a profissionais médicos, de diferentes locais, para fazer uma avaliação da epidemia,

sob o ponto de vista do trabalho médico, objeto de atuação do sindicato. Os depoimentos foram colhidos quando o número de casos já estava em declínio

MÉDICOS, NA LINHA DE FRENTE DA INFLUENZA A (H1N1)INFLUENZA A (H1N1)

Reunião, na SES, do comitê específico da classe médica, para enfrentamento da nova gripe

Unaí Tupinambás, infectologista doambulatório de H1NI, do Hospital dasClínicas da UFMG: "Aqui no ambula-tório, vivemos momentos de estressepela grande procura de atendimento,mas felizmente a epidemia mostrou umataxa de letalidade muita baixa. Acho queo sistema de saúde tem gerenciadomuito bem a situação e esse é um fatorde tranqüilidade para a população e paraa categoria. O Ministério da Saúde temsido impecável, assim como a SecretariaEstadual de Saúde e a Secretaria Mu-nicipal de Saúde, com agilidade nadisseminação das informações e nadisponibilização do antiviral".

Rômulo Paes, assessor de AvaliaçãoEstratégica da Unimed Belo Horizonte ePHD em Epidemiologia pela Univer-sidade de Londres: "A Unimed BHcomeçou a se preparar para a novagripe com muita antecedência. Quin-ze dias depois da gripe ser identi-ficada, em 16 de abril, a operadora já

tinha constituído um gabinete comepidemiologistas e infectologistas pa-ra monitoramento da doença. Isso nospermitiu fazer um planejamento paraenfrentar a situação. Entre as medidasdefinidas pelo gabinete, destaco otreinamento sobre a doença realizadocom 420 cooperados médicos e 150profissionais da enfermagem. Outraação importante foi estabelecermos,desde o início, protocolos de aten-dimento para toda a cadeia, dos am-bulatórios ao CTI. Agora que a pan-demia está em curva descendente, avivência nos permite enumerar al-gumas lições importantes: 1- planejarcom antecipação; 2- disseminar infor-mação, entre todos os públicos en-volvidos; 3- trabalhar articulado com opoder público, como a Unimed-BHtem feito com a Secretária de Estadode Saúde e com a Secretaria Municipalde Saúde de Belo Horizonte; 4- aconstatação de que, em qualquer epi-demia, quanto maior for a dispo-

nibilidade de tratamentos e diagnós-ticos para enfrentar a doença, menoresserão os óbitos".

Carlos Starling, infectologista, presi-dente da Sociedade Mineira de Infec-tologia: "A epidemia de Gripe A chamouatenção para uma realidade até hoje dei-xada de lado pelos médicos, a neces-sidade de se cuidarem, de se prevenirem,de se verem também como pacientes,respeitando o próprio limite, pelo bemda saúde própria e dos pacientes. Porexemplo, um médico que trabalha gri-pado está imputando um risco a si e aopróprio paciente. Um exemplo do quepode acontecer se os médicos não secuidarem ocorreu na China, na épocada gripe aviária. Metade dos médicosficaram doentes e, depois disso, commedo, a outra metade não quis maistrabalhar. Esse é um risco real emqualquer pandemia. Espero que a gri-pe suína contribua para essa mudançade mentalidade".

O Sinmed-MG está participandodas reuniões, às quartas-feiras, doComitê Estadual de Enfrentamentoà Influenza A (H1N1), realizada poriniciativa da Secretaria de Estado daSaúde (SES). Pela manhã, aconteceuma reunião geral, com represen-tantes de entidades que, de algumaforma, possam colaborar no en-frentamento da doença. No períododa tarde, um fórum só de médicostrata assuntos de interesse da cate-goria. Um dos resultados desses en-contros foi a produção de um vídeoespecífico para a categoria sobre anova gripe.

Cristiano da Matta Machado, pre-sidente do Sinmed-MG, destacou aimportância da participação dasentidades médicas no comitê de en-fretamento e a necessidade, em si-tuações como essa, de uma infor-mação ágil e transparente para oprofissional médico: "Qualquer ação

nesse sentido é bem-vinda".Ele lembra que, apesar dos es-

forços conjugados dos vários agen-tes da saúde em Minas Gerais, a faltade condições de trabalho para aten-

der à população, principalmente nasunidades de pronto atendimento ecentros de saúde, onde as equipesestão incompletas, ficou ainda maisevidente com a nova gripe.

Marcella Marques/SES-MG

Page 11: Impresso TRABALHO MÉDICO Especial · 2019. 9. 21. · 2 SINMED-MG EM FOCO TRABALHO MÉDICO-SETEMBRO/OUTUBRO 2009 Os médicos que ainda não quitaram as con-tribuições social e

O paciente deve usar máscara comumaté ser alocado em leito / quarto individual.Após estar corretamente alocado, deve ficarsem máscara. Manter o ambiente bemventilado e com circulação restrita de pes-soas. Manter a porta do quarto fechada.

Instalar medidas de precaução padrãoe para gotículas (máscara comum).Acompanhantes também deverão usar amáscara comum para ficar no leito. O EPIpara gotículas (máscara comum) deve fi-car na entrada do leito, junto com a si-nalização da precaução.

TRABALHO MÉDICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2009 11SAÚDE

INFLUENZA A (H1N1)

PREVENÇÃOORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA OS MÉDICOS

SERVIÇO

Pequenos cuidados no consultório podemfazer a diferença emtempos de Gripe A

Call center esclarecedúvidas dos médicos

NA CHEGADA DO PACIENTE NA EMERGÊNCIA

As precauções para gotículas devem sermantidas por sete dias após o início dossintomas ou até resolução dos sintomas nos

quadros graves e arrastados (o que for maislongo). Caso seja descartado o diagnóstico deGripe A, suspender a precaução.

TEMPO DE DURAÇÃO DA PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULAS

Evitar o transporte do paciente. Sempreque possível, o exame radiológico do tóraxdeve ser feito no leito.

Se necessário saída do quarto, o pacientedeverá utilizar máscara comum durante todo operíodo que estiver fora dele e evitar tocarsuperfícies como portas e maçanetas. Assuperfícies de contato com o paciente bemcomo a cadeira ou maca de transporte deverãoser adequadamente desinfetadas.

REALIZAÇÃO DE EXAMESFORA DO QUARTO

O técnico da radiologia deve estarparamentado conforme precaução sinalizadana entrada do leito. Proteger o chassi comsaco plástico, que deve ser descartado apósutilização. A equipe deve auxiliar o técnico daradiologia na execução do exame, de forma aminimizar o contato do técnico com o pa-ciente, minimizando a possível contaminaçãodo aparelho do RX. Limpar as superfícies queentraram em contato com o paciente comálcool a 70%.

SERVIÇO DE RADIOLOGIA

Lavar as mãos com água e sabão oufriccionar com álcool gel sempre antes e apóscontato com paciente, seus mobiliários eremoção do EPI.

HIGIENE DAS MÃOS

A alimentação do paciente deve serpreferencialmente servida em embalagemdescartável.

NUTRIÇÃO

Não sacudir lençóis e roupas durante amanipulação. As roupas devem ser ensacadasem saco branco/resíduo infectante. Procederlavagem utilizando procedimentos de rotina.

LAVANDERIA

PRIMIA (LIMPEZA)

Identificar os artigos a serem enviados paraCME como “Gripe A”. A CME deve seguir asrotinas de limpeza, desinfecção ou esterilizaçãojá definidas com a CCIH.

COLETA E TRANSPORTE DERESÍDUOS HOSPITALARES

Armazenar o lixo em saco branco leitosocom símbolo material biológico infectante.Seguir orientações do plano de resíduos paralixo infectante.

REPROCESSAMENTO DE MATERIALNão está indicado realizar VNI ouNBZ nesses pacientes, exceto se es-tritamente necessário. Nessas situações,instalar precaução de contato e pre-caução para aerossol (máscara com filtroN95). Manter o quarto com as janelasabertas e porta fechada.

Utilizar para entrar no leito a pa-ramentação completa: máscara N95, luvasde procedimento, capote, gorro e óculosde proteção. A paramentação é descartável,com exceção dos óculos de proteção, quedeve ser higienizado após o uso.

PROCEDIMENTOS QUE GERAM AEROSSOL: VENTILAÇÃO INVASIVA, NÃO INVASIVA (VNI), NEBULIZAÇÃO (NBZ), BRONCOSCOPIA

Internar em quarto ou box individualnas unidades definidas no plano de con-tingência. Manter as medidas de pre-caução padrão e para gotículas (máscaracomum). O EPI para gotículas (máscaracomum) deve ficar na entrada do leito,

junto com a sinalização da precaução.Não transportar objetos pessoais nemprontuário para o interior do quarto.Manter o ambiente bem ventilado e comcirculação restrita de pessoas. Manter aporta do quarto fechada.

INTERNAÇÃO

Fonte: Sociedade Mineira de Infectologia(documento produzido em 19 de agosto)

Ilustrações: Genin Guerra

Confira algumas dicas:

Mantenha o consultório ven-tilado e tenha lenços descar-táveis para oferecer ao pa-ciente que esteja espirrando outossindo.

A lixeira para descartar olenço deve ter acionamento porpedal.

Instruir sua secretária paraoferecer máscaras de prote-ção (que devem cobrir nariz eboca) para as pessoas queapresentem sintomas da doen-ça e, se tiver uma área separa-da e arejada, encaminhá-laspara esse local.

Instruir limpeza das super-fícies de mobiliário e equipa-mentos utilizados pelo pacien-te, além de maçanetas e inter-ruptor de luz. Essa higieni-zação pode ser feita com fre-qüência, independentementede você ter identificado a pre-sença de um paciente com sin-tomas da doença.

Fonte: folheto Unimed Belo Horizonte.

Seguir rotina já definida com a CCIH,realizando a desinfecção das superfícies comVirkon® (desinfetantes padronizados).

A Secretaria de Estado de Saúdedisponibilizou à comunidade médicaum call center, 24 horas, para dúvi-das, além do e-mail [email protected]. pararesposta das 7h às 19 horas.

O tele atendimento é prestadopor infectologistas do hospitalEduardo Menezes, em um total de14 profissionais disponibilizados.Anote o número do call center:(31) 9921.0296

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pouco dividida, porque continuosendo ginecologista, minha profis-são inicial, mas tomei o caminho deatender a comunidade, no Centro deSaúde Paraíso. São dois trabalhoscompletamente diferentes. Tenhoum dia-a-dia bastante corrido, comuma diversidade de atendimentos.

Grandes desafios no PSF

O PSF é bastante complexo, masmuito bom, envolve muita res-ponsabilidade e grandes desafios.O que desestimula os médicos sãoas condições de trabalho, salário eo volume de atendimento. Alémdesses problemas, um forte obs-táculo para muitos médicos é o en-volvimento com a família do pa-ciente, a maioria desestruturada.Diferente das outras unidades desaúde, no PSF temos que alcançaruma dimensão social que foge donosso controle e, por isso, muitasvezes, os profissionais se sentemimpotentes.

Carga horária

Tenho o sonho de conquistar umajornada menor. Faço hoje 64 horassemanais, uma rotina pesada e des-gastante, e têm profissionais quetrabalham muito mais que isso. De-vido a essa sobrecarga, ficamosmais frágeis, expostos a doenças,além de ficarmos sempre "deven-do" à família e aos amigos. São ra-ros os momentos de lazer e conví-vio social. Se reduzirmos essas ho-ras, nosso rendimento também di-minui. Portanto, a solução seria olimite de carga horária, o que seriabom não só para os médicos, mastambém para os pacientes, queiriam receber um atendimento commais qualidade, feito por profis-sionais descansados e satisfeitos.

Gestão do SUS

Os meus dois vínculos de tra-balho são públicos, então defendo oSUS e acredito muito no sistema,que, na minha opinião, é o melhorplano de saúde. Os problemas queenfrentamos são de gestão. Faltammateriais cirúrgicos, medicamentosbásicos, leitos e até travesseiro.Devido a essas condições de tra-balho, má remuneração e até falta deum plano de carreira, o SUS não estáatraindo profissionais. Os pacientessofrem, principalmente, com a de-mora na marcação de consultasespecializadas e cirurgias e, por outrolado, os médicos sofrem por nãopoderem oferecer o tratamento quegostariam. O SUS é referência nomundo, mas meu sonho é que fossereferência aqui no Brasil, para 100%da população, independentementeda classe social.

Atuação sindical

Sou umas das delegadas sindicaisde Betim. Sempre acompanhei ascampanhas do sindicato, parti-cipando de todos os movimentos, in-clusive greves de longa duração,tanto de Betim quanto de Belo Hori-zonte. O sindicato é a entidade maispróxima dos médicos, onde fazemosnossas queixas e ouvimos os pro-blemas dos outros. Já obtivemosganhos significativos como incor-poração de abonos e reajuste salarial.Cada ano é uma conquista, mesmoque seja pequena. É um pedaço dahistória que está sendo mudado enunca podemos desistir. Acho que oprincipal desafio agora é buscarmoso piso da Fenam, de R$8.239,24,para 20 horas, o valor adequado paratrabalharmos melhor, com tempo econdições para dedicar à carreira e àvida pessoal.

TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2009

ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas

CEP: 30130 090 - BH - MG

RETRATO DA PROFISSÃO12

RP Comunicação

Betim

Quando ainda era residente do 3°ano, fiz concurso para Betim. Naépoca, a cidade tinha o melhor sa-lário da região metropolitana e aspropostas para os médicos erammuito boas. Hoje, depois de 15 anos,a situação mudou muito, mas, apesardas dificuldades, fiz um vínculo como serviço, com as rotinas do local evejo que a população valoriza osistema que, de certa forma, ajudei acriar. A maternidade já conquistouvários títulos e virou referência nacidade e em outros municípios. So-mos procurados por gestantes quepossuem planos de saúde. Esse reco-nhecimento e carinho dos pacientesé o que melhora a auto-estima doprofissional.

Medicina de Família

Com pouco tempo na materni-dade, resolvi também prestar con-curso para a Prefeitura de Belo Ho-rizonte. Entrei como médica gine-cologista e, quando iniciou o Pro-grama de Saúde da Família, aderi àiniciativa e me especializei em me-dicina de família e comunidade. Des-de então, minha carreira fica um

A PRECARIEDADE DO SISTEMA DE SAÚDE DIFICULTA O TRABALHO

ANA CRISTINA FONSECA ESPÍNOLA

Maternidade pública

Ser médico plantonista de mater-nidade pública é um trabalho muitoestressante, porque a paciente che-ga e você tem que examinar edefinir se está na hora ou não de tero bebê. Vejo que em Betim asgestantes não participam de gruposde preparação para o parto, não sãoinformadas sobre a hora certa de irao hospital e a importância da ten-tativa de parto normal. A pressa dequerer ter o nenê e a falta de escla-recimento é um ponto de conflito,que gera angústia para as pacientese um pouco de estresse para osmédicos. Para mudar esse quadro, épreciso maior divulgação, maiscampanhas informativas. O assuntosexualidade e parto deveria seriniciado na família e na escola.

Falta de leitos e profissionais

A precariedade do sistema desaúde dificulta o trabalho. A faltade profissionais nas unidades bási-cas nos sobrecarrega bastante, poistemos que atender casos que po-deriam ser resolvidos em consultaseletivas ou no PSF. Outro grandeproblema é em relação ao pré-natal,que nem sempre é feito no tempo eda forma como deveria. Em Betim,há um grande déficit de exames emrelação ao número de pacientes. Oresultado são bebês prematuros ouque precisam ficar retidos por maistempo, atrasando a alta da mãe.Muitas vezes, os leitos de pré-partosão ocupados por mães que já tive-ram os bebês e isso impossibilitanovas internações. O número deleitos também é deficiente. Além dapopulação local, que aumentoumuito nos últimos anos, Betim fazparte de um consórcio que atendeoutros municípios.

A ginecologista/obstetra Ana Cristina Fonseca Espínola fala de seu trabalho na maternidade pública de Betim, onde está há 15 anos; e também de seu dia-a-dia como médica do PSF, em BH, dois vínculos públicos, com uma jornada de 64 horas semanais

RP Comunicação