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Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912286770/2011 DR/MG/MG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 7 - nº 42 - setembro/outubro 2012 TRABALHO MÉDICO Categoria espera avanços na saúde com prefeitos e vereadores eleitos LUTAS SINDICAIS Entidades retomam movimento dos pediatras em todo o Estado e Uberlândia mantém paralisação PÁG 6 Hospital Infantil João Paulo II: médicos fazem assembleia para discutir a grave questão da violência PÁG 8 Em Uberaba, sindicato intervém e médicos conseguem que a Prefeitura mantenha salários PÁG 8 PÁG GESTÃO Seminário discute a gestão do corpo clínico, o papel do médico e dos gestores neste contexto 12 Com o objetivo de conhecer melhor o pensamento dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda e Patrus Ananias, as entidades mineiras promoveram um importante debate sobre a saúde, no dia 21 de setembro. No encontro, os candidatos apresen- taram o plano de governo e responderam a cinco perguntas formuladas pelas enti- dades médicas. Trazemos, nesta edição, as respostas do candidato eleito, Marcio La- cerda, a essas questões. Em Uberlândia, médicos e profissionais da saúde se reúnem no evento “Café Mundial” para elaborar um documento com as prio- ridades da saúde no município e também pro- movem debate com os candidatos. PÁGINAS 4, 5 e 6 Debate reuniu mais de 200 médicos no auditório da AMMG Café Mundial, em Uberlândia: escolha das prioridades Amélia Pessôa, do Sinmed-MG, deu várias entrevistas Maciça presença dos veículos de comunicação SAÚDE SUPLEMENTAR Em Minas, entidades fazem coletiva para anunciar paralisação de 9 dias e denunciar os problemas da categoria com as operadoras de planos e seguros de saúde. Entre eles, baixos honorários e interferências antiéticas. PÁGINA 3 Médicos aumentam pressão sobre as operadoras e fazem paralisação de 9 dias

Impresso TRABALHO MÉDICO Especial - sinmedmg.org.br · pensamento dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda e Patrus Ananias, as entidades mineiras promoveram

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Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912286770/2011 DR/MG/MG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 7 - nº 42 - setembro/outubro 2012

TRABALHO MÉDICO

Categoria espera avanços na saúdecom prefeitos e vereadores eleitos

LUTAS SINDICAIS

Entidades retomam movimentodos pediatras em todo o Estadoe Uberlândia mantém paralisação

PÁG 6

Hospital Infantil João Paulo II:médicos fazem assembleia paradiscutir a grave questão da violência

PÁG 8

Em Uberaba, sindicato intervéme médicos conseguem que aPrefeitura mantenha salários

PÁG 8

PÁG

GESTÃO

Seminário discute a gestão do corpo clínico, opapel do médico e dosgestores neste contexto 12

Com o objetivo de conhecer melhor opensamento dos candidatos à Prefeitura deBelo Horizonte, Marcio Lacerda e PatrusAnanias, as entidades mineiras promoveramum importante debate sobre a saúde, no dia21 de setembro.

No encontro, os candidatos apresen-taram o plano de governo e responderam acinco perguntas formuladas pelas enti-dades médicas. Trazemos, nesta edição, asrespostas do candidato eleito, Marcio La-cerda, a essas questões.

Em Uberlândia, médicos e profissionais dasaúde se reúnem no evento “Café Mundial”para elaborar um documento com as prio-ridades da saúde no município e também pro-movem debate com os candidatos.

PÁGINAS 4, 5 e 6Debate reuniu mais de 200 médicos no auditório da AMMG

Café Mundial, em Uberlândia: escolha das prioridades

Amélia Pessôa, do Sinmed-MG, deu várias entrevistas Maciça presença dos veículos de comunicação

SAÚDE SUPLEMENTAR

Em Minas, entidades fazem coletiva paraanunciar paralisação de 9 dias e denunciar osproblemas da categoria com as operadoras

de planos e seguros de saúde. Entre eles,baixos honorários e interferências antiéticas.

PÁGINA 3

Médicos aumentam pressão sobre asoperadoras e fazem paralisação de 9 dias

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 ELEIÇÕES2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas 30130 090 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva:

Amélia Maria Fernandes Pessôa, André Christiano dosSantos, Artur Oliveira Mendes, Cristiano Gonzaga daMatta Machado, Fernando Luiz de Mendonça, JacóLampert, Maria Madalena dos Santos Souza.

Conselho Diretor - Demais Membros:

Adriano Faustino de Figueiredo, Ana Cristina FonsecaEspínola, Ariete do Perpétuo Socorro Domingues de Araújo,César Miranda dos Santos, Edson Freixo, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, Eduardo Vial Faria, Geraldo José Coelho Ribeiro (licenciado), Leonardo Belga Ottoni Porto, Márcio Costa Bichara, Margarida Constança Sofal Delgado, Milward Antônio de Faria, Paulo Eustáquio Marra Pinto.

Conselho Fiscal: Andréa Chaimowicz, Érika Monteiro P.Mourão, José Alvarenga Caldeira, Josemar de Almeida Moura,Maria Luisa Vianna, Raidan de Carvalho Canuto.Ouvidoria Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Helena Pinheiro Garrido.

Departamento de Comunicação:

Diretor - Fernando Mendonça. Jornalista: RosângelaCosta (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP),Rosângela Costa (MT 11.320/MG) e Gracielle Pessoa(MT 07.589/MG)Projeto Gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e Ilustrações: Genin GuerraFotos: Gláucia RodriguesImpressão: EGL-Editores Gráficos LtdaTiragem: 23.500 exemplares

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONS-ABILIDADE DOS AUTORES

EDITORIAL

Durante o debate realizado pelas entidadesmédicas com os candidatos, na AssociaçãoMédica de Minas Gerais, dia 21 de setembro,infelizmente não sentimos grandes mudançasem relação à valorização dos profissionais daárea. Mais uma vez, colocamos aqui nossainsatisfação diante do tratamento dado aos mé-dicos e dos poucos avanços na estrutura dasaúde em Belo Horizonte nos últimos quatroanos de governo. Sem dúvida, essa é a área queexigirá do prefeito os maiores esforços “para cor-rigir os problemas”, como ele mesmo disse.

Reforçamos que é preciso ampliar o diálogocom a categoria e que os médicos e suas enti-dades estão abertos para contribuir, com suaexperiência e vivência diária nas unidades deBelo Horizonte, para a melhoria do sistemacomo um todo. Isso vale para todas as pre-feituras. Será também nosso papel cobrar, serum vigilante atento da atuação de cada prefeitoe lutar sempre por uma melhor assistência àpopulação, o que envolve diretamente a valo-rização salarial e as condições de trabalho ofe-recidas aos profissionais de saúde.

Em Betim, a vitória do candidato CarlailePedrosa, com 72 mil votos a mais do que a atualprefeita, Maria do Carmo Lara, foi um atestadode insatisfação da população. Temos certeza quea saúde teve um papel fundamental na avaliaçãonegativa da prefeita em exercício. A situação emBetim é uma das mais alarmantes no Estado etem sido alvo de constantes denúncias ereportagens na mídia, principalmente relaciona-das ao Hospital Regional. A relação com osmédicos, durante a gestão atual, foi extrema-mente precária, predominando a falta de diálogoe o autoritarismo. Acreditamos na possibilidadede avanços com o prefeito eleito, que tem afir-mado, nas entrevistas, que a saúde será prioridadeem seu mandato. Estaremos presentes em Betim,para cobrar essas promessas.

Em Contagem, aguardamos o segundo tur-no, mas, independentemente do candidatoeleito, Carlin Moura ou Durval Ângelo, apoia-do pela atual prefeita Marília Campos, tam-bém renovamos a esperança de um maior diá-logo com a categoria e de uma melhor as-sistência à população.

Em Uberlândia, onde o sindicato tem umaatuante delegacia sindical, segundo maior colégioeleitoral do Estado, atrás apenas de BeloHorizonte, Gilmar Machado foi eleito com am-pla vantagem, com 72% dos votos válidos.A vitória de Gilmar quebra o ciclo da ad-ministração atual, uma mudança que deixa oti-mista a categoria médica e os profissionais de

saúde. Lembramos que Uberlândia é uma dascidades pior avaliadas na questão saúde. Emrecente pesquisa do Ministério da Saúde, a redepública local foi classificada com o sétimo piordesempenho do SUS no país, no grupo formadopor 29 municípios com maior Índice de De-sen-volvimento Socioeconômico (IDSR).

Um fato a se destacar foi a renovação recordena Câmara Municipal de Belo Horizonte e emvários municípios do Estado. A partir de janeirodo ano que vem, a capital mineira contará com22 vereadores estreantes ou que estavam afas-tados do Legislativo. Com 53% de renovação, oresultado foi fruto da avaliação negativa dasociedade diante da última legislatura, marcadapor escândalos. Essa renovação não aconteceu sóem Belo Horizonte. Em Nova Lima, por exemp-lo, esse número chegou a 80% e em Con-tagematingiu 57%.

Em Belo Horizonte, tivemos 17 candidatosa vereador classificados como “médicos” nosite do TRE, entre eles o presidente doSindicato dos Médicos de Minas Gerais,Cristiano da Matta Machado, que fez uma belacampanha, focada nos principais problemas deBelo Horizonte e principalmente na questão dasaúde. Em sua estreia na política, MattaMachado obteve 4.559 votos, um número ex-pressivo e um reconhecimento ao seu trabalhoà frente do sindicato.

Lamentamos a sua não eleição, assim comodos demais colegas médicos que não obtiveramêxito em seus propósitos. Temos certeza que teri-am muito a contribuir com a causa da saúde.

Por outro lado, parabenizamos aqueles quealcançaram a vitória. Em Belo Horizonte, abancada do Legislativo, que só contava comum médico, Alexandre Gomes, reeleito, ga-nhou dois novos representantes da categoria,Nilton César Rodrigues e Sandro Saltara. Sa-bemos do comprometimento dos colegas elei-tos com a questão da saúde. O sindicato seráum aliado constante na luta pela aprovação deprojetos de melhorias para o segmento e na fis-calização das ações do Executivo.

Por fim, acreditamos que eleições sãosempre uma vitória da democracia, e esse éo grande fato a comemorar. Resta aguardarque os prefeitos e os vereadores eleitos, paraos próximos quatro anos, façam jus aosvotos recebidos, transformando com seusatos o Brasil em um país cada vez melhorpara se viver, com respeito ao cidadão eequilíbrio social.

Diretoria Sinmed-MG

Em Belo Horizonte, Marcio Lacerda venceua eleição com 52,69 % da votação válida, o cor-respondente a 672.215 votos. Patrus Ananiasficou com 40,8%, o equivalente a 523.645votos. Em relação à saúde, o prefeito reeleitoprometeu “corrigir os problemas que afetam aassistência na capital mineira”. Durante a cam-panha ficou claro que a má avaliação da saúde,por parte da população e dos profissionais daárea, era o ponto fraco da atual gestão.Pressionado, inclusive pelo candidato deoposição, Marcio usou a maior parte dohorário eleitoral para mostrar o que tinha sidofeito e seus projetos futuros, principalmenteem relação à atenção básica.

Vivendo uma situação de total des-respeito e desvalorização profissional,os médicos da saúde suplementar detodo o Brasil se unem mais uma vezpara mostrar a completa insatisfaçãocom os baixos honorários e inter-fer-ências antiéticas praticadas pelasoperadoras de planos e seguros desaúde. Os médicos pleiteiam a revisãodos honorários, o respeito à auto-nomia profissional e a regularizaçãodos contratos com as operadoras deplanos de saúde, uma luta que não érecente para a categoria médica.

Em Minas Gerais, o Sindicato dosMédicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) juntamente com a AssociaçãoMédica de Minas Gerais (AMMG),Conselho Regional de Medicina deMinas Gerais (CRMMG) e FederaçãoNacional das Cooperativas Médicas(Fencom) definiram o período de 10 a18 de outubro para a suspensão dosatendimentos eletivos. A decisão foiratificada em assembleia geral extraor-dinária realizada na Associação Médi-ca de Minas Gerais, dia 23 de setem-bro. Essa é a segunda mobilização dacategoria, realizada este ano. A pri-meira aconteceu em 25 de abril.

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 SAÚDE SUPLEMENTAR 3

PARALISAÇÃO

Médicos paralisam atendimento aos planos por nove diaspara mostrar a completa insatisfação com as operadoras

No BrasilO Brasil tem 371 mil médicos em

atividade, registrados no ConselhoFederal de Medicina. Aproximada-mente 170 mil médicos atuam nasaúde suplementar.

47,8 milhões, ou 25% da popula-ção, é usuária de planos de assis-tência médica no Brasil (dado dedezembro de 2011).

Em média, o número de bene-ficiários de planos de saúde aumenta4% a cada ano. De 2011 a março de2012, mais um milhão de brasileirospassaram a ter plano de saúde – au-mento de 2,2%.

O aumento da renda dos brasilei-ros e a situação positiva do mercadode trabalho, com baixas taxas de de-

semprego e crescimento de vín-culos formais com carteira assinada,fizeram crescer a venda de planosde saúde, sobretudo os coletivose empresariais, que somam 77%do mercado.

80% das consultas, em um mêstípico de consultório médico, são real-izadas por meio de plano de saúde.

92% dos médicos brasileiros queatendem planos ou seguros saúdeafirmam que sofreram pressão ouocorreu interferência das operado-ras na autonomia técnica do médico.

Além da consulta valer apenasR$46,12, em média as operadoraschegam a pagar ao médico R$162 porcesariana, R$150 por cateterismocardíaco e R$10 por eletrocardio-grama. (Fontes: Fenam/Cremesp)

Dados gerais sobre o setor

Coletiva reuniu os principais veículos de comunicação de Belo Horizonte

Em Minas GeraisEm Minas Gerais, estima-se que 27

mil médicos atendem planos de saúde.De acordo com a Agência Nacio-

nal de Saúde Suplementar (ANS),apenas no primeiro semestre/2012,foram formalizadas 1.106 reclama-ções contra operadoras de planosem Minas Gerais. Comparando osdados com o primeiro semestre de2011 ( 757 registros contra planos desaúde), houve um aumento de 46,1%no número de denúncias.

Dados do CFM revelam que BeloHorizonte tem 1,28 milhão de pes-soas atendidas por meio de planosde saúde, 25% a mais que os 972 mildependentes da rede pública (ju-lho/2012).

A presidente em exercício do Sin-dicato dos Médicos de Minas Gerais(Sinmed-MG), Amélia Pessôa, destacaa dura realidade da saúde suplemen-tar no Brasil. “Segundo dados da ANS,nos últimos 11 anos, os reajustes auto-rizados para os planos individuais acu-mularam 150,89%, sem repasse cor-respondente do percentual aos ho-norários médicos. Isso acaba deses-timulando o profissional, que precisa

arcar com custos elevados de ma-nutenção do consultório e de atuali-zação da carreira médica ”, diz.

Com o objetivo de informar e bus-car o apoio da população, grande pre-judicada com a ganância e desrespeitodos planos de saúde, as entidades ela-boraram um comunicado. O materialfoi disponibilizado pelas entidades pa-ra que os médicos pudessem distribuirpara seus pacientes.

Ampla cobertura

Além do período de paralisação seramplamente divulgado em todos osveículos de comunicação, as entidadesmineiras realizaram, dia 9 de outubro,uma coletiva de imprensa, com a pre-sença dos seus presidentes. O assuntoteve uma grande cobertura da mídiaem todo o Estado.

Durante a coletiva, Amélia Pessôadestacou que o movimento era de gran-de importância para a categoria e lem-brou que essa é uma luta antiga: “No anopassado fizemos duas paralisações pon-tuais e este ano mais uma. Dessa vez,resolvemos aumentar a pressão”, disse.

Segundo ela, a Agência Nacionalde Saúde Suplementar (ANS) precisaassumir uma postura diferenciada ese preocupar também com o médico,que faz a ponte entre as operadorase os usuários. Foi lembrada a últimamedida da agência reguladora, quesuspendeu a venda de 301 planos desaúde, enquanto não se adequarem apadrões de qualidade: “A ANS en-xerga o cliente, a operadora, mas seesquece dos médicos”.

Os representantes das entidadesabordaram vários aspectos da lutados médicos da saúde suplementar.João Batista Gomes Soares, pre-sidente do CRMMG, disse que omédico, embora queira, não con-segue dar um atendimento de qua-lidade ao paciente, e ambos ficaminsatisfeitos: “Não existe respeito àdignidade da profissão”.

Lincoln Lopes Ferreira, da AMMG,lembrou que, com a ascensão econômicano país, o número de usuários dos planosde saúde aumentou muito, mas as ope-radoras estão ignorando esse incre-mento, mantendo a mesma estrutura enão contratando mais médicos.

Juraci Gonçalves de Oliveira, presi-dente da Comissão de Honorários Mé-dicos, destacou que os médicos estãoestressados e ficando doentes comessa situação de baixos honorários:“Para poderem ganhar um pouco mel-hor, trabalham em média 62 horas porsemana e mantêm três vínculos empre-gatícios, conforme pesquisa do CFM”,contou.

Conhecer e discutir as principaispropostas em relação à saúde dos doiscandidatos à Prefeitura de Belo Ho-rizonte, melhores classificados naspesquisas – Marcio Lacerda e PatrusAnanias. Esse foi o objetivo do debaterealizado, dia 21 de setembro, na sededa Associação Médica de Minas Gerais(AMMG), com a presença de cerca de200 profissionais da saúde. Belo Ho-rizonte tem o maior colégio eleitoraldo Estado com 1.860.172 eleitores.

A organização do evento coube ao

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 ESPECIAL ELEIÇÕES4

DEBATE

Entidades médicas promovem debate comos candidatos Marcio Lacerda e Patrus Ananias

Os presidentes das entidadesorganizadoras deram as boas-vindaspara os candidatos. Lincoln LopesFerreira, presidente da AMMG, dis-se que “mais uma vez a AMMGabriu suas portas para um eventoque pretende ser bastante significa-tivo para nossos associados e para aclasse médica que é discutir o quepoderão ser as propostas para a saú-de nos próximos quatro anos” elembrou que “como a política é umambiente de paixões, precisamosagir mais que nunca com o que temosde melhor, que é a nossa intelec-tuali-dade e nosso discernimento”.

João Batista Gomes Soares, pre-sidente do CRMMG, destacou queos médicos são aqueles que mais

sofrem com as dificuldades quepassam os pacientes: “Então, a nos-sa expectativa é de propostas novas,de valorização dos profissionais eque, sobretudo, haja respeito aosnossos pacientes, porque esse é oprincipal objetivo”.

Luis Edmundo Noronha Teixei-ra, presidente da Fencom, destacouque “é uma grande sorte para BeloHorizonte ter candidatos de tão altonível. A questão da saúde é fun-damental, porque a população estásofrendo. Em Belo Horizonte, asentidades médicas trabalham unidase temos muito a contribuir para oprojeto de saúde da cidade. Qual-quer que seja o prefeito, atuaremosna construção desse projeto. O co-

Palavra das entidades médicas

Qual estratégia ou programa de governo osr. adotará para, nos próximos quatro anos,aproximar o vencimento básico dos médicosao piso salarial vigente, defendido pelaFederação Nacional dos Médicos (Fenam)?

Marcio Lacerda – Na atual gestão, os venci-mentos dos profissionais de saúde em geral edos médicos especificamente tiveram rea-justes acima da inflação. Além da remu-ner-ação, é importante melhorar as condições detrabalho. Todos sabem que nós temosunidades de saúde bastante precárias, as maisantigas, como eu disse há pouco, por isso,vamos substituir 54 das existentes e ampliar arede em mais 19 para redistribuir as equipesde saúde da família.

A política de educação permanente quejá implantamos vai continuar, tendo omédico da rede municipal com horárioprotegido para atividades de aperfei-çoa-mento. Essa questão remete dire-tamenteao pacto federativo do finan-ciamento dasaúde. Sabemos da difi-culdade que oBrasil tem. O investimento brasileiro emsaúde é um dos menores entre os maiorespaíses da sua classe e, eventualmente, seconseguíssemos que o governo federalaplique 10% do orça-mento poderíamosavançar. Hoje, o mu-nicípio destina emtorno de 20% do seu orçamento. Como eudisse é o maior entre as capitais por habi-tante.

Naturalmente, a questão da valorizaçãoda profissão é fundamental, acho tambémque a relação é muito importante. O fatode termos a cada dia ampliado os con-tratos de gestão faz com que a relação sejamais profissional, mais respeitosa e a gentepossa usar cada vez mais os princípios dameritocracia, não só na remuneração, mastambém na progressão de carreira.

Todos sabem que a gente respeita aresponsabilidade do orçamento, temos olimite da lei de responsabilidade fiscal, masa negociação será permanente e faremostodos os esforços para que a remuneraçãoavance e a gente melhore a cada dia todoo processo de gestão.

Mesa de abertura do debate com os candidatos, em Belo Horizonte

operativismo médico em Belo Ho-rizonte é extremamente desenvol-vido. A Fencom já é parceira da Pre-feitura há vários anos. Pretende-mos ampliar essa parceria na pró-xima gestão”.

Amélia Pessôa, presidente emexercício do Sinmed-MG, disse do“privilégio de poder debater a saúdeno encontro, e “principalmente demorarmos em uma cidade que temdois candidatos desse porte, doisgestores públicos de comprovadascontribuições e que, eu tenho certe-za, têm sensibilidade suficiente paraouvir as demandas do setor de saúdee de trabalharem para que a gentepossa produzir mais e ter uma saúde demelhor qualidade na nossa cidade”.

Sindicato dos Médicos de Minas Ge-rais (Sinmed-MG) em parceria comAssociação Médica de Minas Gerais(AMMG), Conselho Regional de Me-dicina de Minas Gerais (CRMMG) eFederação Nacional das CooperativasMédicas (Fencom).

O mediador do debate, o jornalistaPaulo Leite, foi auxiliado por uma Co-missão Técnica Jurídica, formada poradvogados da AMMG e do Sinmed-MG, que teve como tarefa específicaacompanhar a rodada de perguntas, de

modo a garantir igualdade de oportu-nidades para os candidatos concorrentes.

Durante o evento, os candidatos ex-puseram seu plano de governo, fizeramperguntas um ao outro e responderam acinco questões previamente enviadaspelas entidades organizadoras (cada enti-dade enviou uma questão). Todas asquestões sugeridas pelos médicos foramencaminhadas para os candidatos.

O programa de governo do can-didato eleito, Marcio Lacerda, está nosite www.marciolacerdabh.com.br.

Reproduzimos aqui as respostas do can-didato eleito às

questões formuladaspelas entidades médicas

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 5ESPECIAL ELEIÇÕES

DEBATE

Em gestões passadas, os postos de saúdede Belo Horizonte tinham terceiro horário(noturno), mas esse turno foi cortado.Agora há proposta dos postos funcionaremnos fins de semana. Nós entendemos que oimportante é a estrutura de urgência/emergência que não está boa. Qual é aconceituação dos candidatos sobre oatendimento eletivo e urgência/ emer-gên-cia? Qual é a visão do candidato sobre ospostos abertos no fim de semana? E so-brea ampliação e qualificação da ur-gên-cia/emergência?

Marcio Lacerda - Pelo que pudemosavaliar, até agora, dentro da classe médicae até com os usuários, há uma compre-ensão que a abertura dos centros de saúdenos finais de semana não é a solução.Precisamos efetivamente melhorar ascondições de funcionamento dos postosque existem. Substituir aqueles inade-qua-dos, ampliar a rede, manter as equipescompletas inclusive nas férias, o fluxoregular de nomeação através de novosconcursos, a educação permanente, oaprimoramento do sistema de infor-mação e o aumento da segurança.

Nós iremos instalar em todas as uni-dades de saúde e também em toda a estru-tura de ensino a ampliação da bonificaçãopor cuidados a partir de contratos internosde gestão, o perfil do Hospital Metropoli-tano do Barreiro vai ser revisto, para que aatenção de urgência e emergência se amplie,funcionando como o Odilon Behrens, oJoão XXIII e o Risoleta Neves.

Precisamos ampliar as UPAs, serão setenovas - três para ampliar e quatro para subs-tituir. Precisamos aumentar a estrutura doSamu de 18 para 24 ambulâncias. Foi pos-sível fazer um termo de cooperação com oCorpo de Bombeiros e, hoje, o Samu ebombeiros funcionam em paz. Precisamosdiagnosticar todo o processo de urgência eemergência na Região Metropolitana, a cri-ação recente de um consórcio metro-poli-tano de saúde está sendo expandida paratoda a região central focado na ur-gência eemergência e vai diminuir a pressão sobreBelo Horizonte.

Qual é o seu projeto de governo emrelação à implantação do Sistema deVerificação de Óbito em Belo Horizonte?

Marcio Lacerda - O serviço de veri-ficação de óbito é um componente estra-tégico na saúde para identificar riscos sa-nitários e ter rapidez na adoção de medi-das preventivas. Isso é necessário paraqualificar melhor a prevenção e a atenção.O serviço é de caráter regional e aPrefeitura de Belo Horizonte firmou umacordo com o governo de Estado. Porcoincidência, no último dia 19 (setembro)foi publicada a qualificação das empresasque estão disputando a construção - um

de terceirizar a saúde como em São Paulo,por exemplo, parece que andou fazendo.Nós realmente chegamos a desapropriaro hospital em Belo Horizonte, que estavafalindo. E, hoje, funciona como umaextensão do Odilon Behrens, 100% pú-blico. Nós reabrimos o hospital através deuma espécie de desapropriação. Então, osimóveis que não são equipamentos, serãode propriedade da Prefeitura, gestão exer-cida pelos nossos gerentes, como são ospróprios hospitais públicos. Portanto, não éa privatização da saúde e todo o processofoi aprovado no Conselho e nas Confe-rên-cias de Saúde, em Belo horizonte.

O Sicoob-Credicom, maior cooperativa decrédito da área de saúde do Brasil, nasceuem Belo Horizonte e expandiu sua atuaçãopara todo o estado de Minas Gerais, reu-nindo hoje mais de 40 mil profissionais daárea de saúde cooperados. Como o senhoravalia a possibilidade da Prefeitura realizaros pagamentos dos honorários dos pro-fis-sionais de saúde contratados e o repasse derecursos do SUS aos hospitais através dascooperativas de crédito?

Marcio Lacerda - A Prefeitura de BeloHorizonte já realiza o pagamento de ho-norários médicos às cooperativas médi-cas mediante o mecanismo de cessão decrédito assinado pelos hospitais, ou seja,já existe uma parcela dos pagamentossendo feita por meio das cooperativas.

Preservada a relação contratual entre aPrefeitura e os hospitais, esse mecanismode cessão de crédito pode ser ampliado,sempre havendo aquela convergência ne-cessária de interesses entre os coope-rados, a cooperativa e os hospitais.

No caso do Sicoob-Credicom, tem pos-sibilidade de atuação de operação de crédito.A gente tendo como garantia o fluxo depagamento do SUS via fundo municipal desaúde. Então, é importante que a gente dia-logue ouvindo todas as áreas jurídicas, finan-ceiras e a legislação de saúde pertinentepara avançar neste processo.

O importante é ressaltar que o coope-rativismo em Minas Gerais é muito forte,muito atuante, dá exemplo para todo o paíse, inclusive, recentemente, assumimos ocompromisso com o movimento de criaruma Câmara de Cooperativismo no nossoConselho Municipal de DesenvolvimentoEconômico, que está constando inclusive nonosso plano de governo, entre outras açõesrelacionadas com o cooperativismo. Enten-demos que é uma forma de organizaçãoeconômica produtiva, que traz realmenteindependência, uma identidade mais fortepara quem atua através de cooperativas, equanto mais se ampliar esse movimento nopaís melhor para todos nós. Inclusive o co-operativismo andou segurando muitos paí-ses durante as crises econômicas recentes.

projeto de 4 milhões de reais. A Prefeituraestá participando, o Estado vai equipar,vai funcionar do lado do instituto médicolegal, e a Prefeitura vai contratar médicosentão para fazer o trabalho. A previsão deduração das obras é de 18 meses, espera-se assinar esse contrato em mais 30, ou 40dias. É um assunto que vem sendo deba-tido desde o início da nossa gestão e final-mente seguiu esse caminho.

Eu concordo que realmente nós preci-samos trabalhar muito na prevenção. Citeiagora a questão do trânsito. Nos últimos20 anos, apesar de tudo, o número demortes no trânsito em Belo Horizonte sereduziu a metade. Portanto, o número demortos, em relação ao número de auto-móveis e em relação ao número de habi-tantes, hoje, é muito menor. E, natural-mente, isso, com a educação da popula-ção, do motorista, a melhoria da qualidadedo automóvel, radares, mais fiscalização,temos um progresso a comemorar nessaredução de mortes no trânsito. Há 20anos, era em torno de 500 por ano.

A questão da violência, realmente é um

componente forte na sociedade brasileira.O crime organizado está crescendo e nóstemos que atuar. Temos, entre outras coi-sas, no final do próximo ano, a inaugu-ração de nossa grande central de ope-rações da cidade, onde todas as infor-mações e imagens e outras informaçõesde base tecnológica estarão agrupadas emum único prédio com 120 posições demonitoramente, que melhorará muito asegurança da cidade. A nossa secretariade Segurança Urbana Patrimonial vai setransformar numa secretaria de PrevençãoSocial à Violência.

A Fencom – Federação Nacional dasCooperativas Médicas, junto à PrefeituraMunicipal de Belo Horizonte, participou dealgumas Parcerias Público/Privadas desucesso, que trouxeram benefícios à cate-goria médica e à população, como porexemplo: o repasse dos honorários do SUS

por meio das cooperativas e o Projeto deMutirão de Cirurgias Eletivas. Neste ano,também foram iniciadas conversas paradefinição de um projeto de consultas espe-cializadas. No seu plano de governo, qualé a política e quais são os projetos previstosenvolvendo as Parcerias Públi-co/Privadas?Várias Prefeituras adotamclara política de terceirização, inclusive dehospitais. O que o senhor pensa a respeito?

Marcio Lacerda - O SUS é equipado comuma grande parceria público-privada, amedida que o Estado, em seu conceito maisamplo, contrata serviços da rede privada, darede filantrópica, além dos serviços que pres-ta também, através dos seus próprios equipa-mentos. As cirurgias eletivas foram umagrande parceria que fizemos com todos osprofissionais dos hospitais de Belo Ho-rizonte. Resolvermos o problema das filaspagando mais que o SUS. E pretendemosfazer parcialmente isso na questão das con-sultas especializadas, mas vamos ampliarmuito também a questão da nossa capa-cidade própria de atendimento.

Eu acho que há um pouco de equívoconessa discussão do Hospital do Barreiro.Uma empresa foi contratada para fazer aestrutura básica do hospital, uma outraempresa faliu e outra entrou. O contrato dePPP começa a funcionar agora em dezembropara acabar o hospital e equipá-lo. Essa em-presa vai prestar o serviço, que normalmenteo serviço público contrata, de limpeza, vig-ilância, estacionamento, alguma coisa deinformática. Ou seja, a saúde, no seu con-ceito público, todos os profissionais desaúde serão funcionários públicos con-tratados e concursados. Portanto, não vaihaver nenhuma privatização da saúde.

Da mesma forma, pretendemos con-tratar e construir rapidamente mais centrosde saúde através de PPP, porque contratarum centro de saúde, um a um com cadaempresa, segundo rege a Lei 8.666, real-mente o processo fica muito lento.

Nós não concordamos com a hipótese

Patrus Ananias e Marcio Lacerda respondem às questões das entidades médicas

Saúde da Família como forma depriorizar a atenção básica comoestratégica para reduzir as de-man-das pelo nível secundário e ter-ciário.

Ocupação dos cargos por com-petência técnica e mérito

Criação de um Pronto-Socorrono Hospital Municipal.

Criação de um plano de carrei-ra para os profissionais que atuam narede pública de saúde.

tunidade de conhecer os planos de go-verno do novo prefeito de Uberlândiapara o setor. Conheça as propostas,divulgadas no site do candidato.

Reforma de todas as UAIsConstrução do Hospital Municipal

com 258 leitosConstrução de 80 leitos no

Hospital de Clínicas, sendo 30 de UTIImplantação do convênio com o

Madrecor, que atende 20 mil famíliasEntrega de mais 21 ambulâncias

Contratação de novos médicosImplantação do Programa “Tole-

rância 30 dias”

Construção de novas unidadesde atendimento a saúde primáriada família

Implantação do horário do trabalhopara todas as UAIs

Aumento do número de leitosda cidade

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 6 ESPECIAL ELEIÇÕES

Sindicato promove debate com candidato também em Uberlândia

UBERLÃNDIA

Além de Belo Horizonte, o Sindicatodos Médicos promoveu também emUberlândia, dia 14 de setembro, um de-bate para conhecer as ideias dos prin-cipais candidatos à Prefeitura do munici-pio. A cidade foi escolhida por abrigaruma delegacia sindical e por possuir osegundo maior colégio eleitoral de MinasGerais, com 444.792 eleitores. A Socie-dade Médica de Uberlândia e oCRMMG participaram da organizaçãodo encontro, junto com os represen-tantes do sindicato no município.

Foram convidados os dois candi-datos melhor classificados nas pes-quisas - Gilmar Machado (PT) e LuizHumberto Carneiro (PSDB). Na oca-sião, somente o candidato eleito, Gil-mar Machado, compareceu. Médicos eprofissionais de saúde tiveram a opor-

Com o objetivo de levantar propostaspara a saúde pública em Uberlândia, cercade 100 profissionais da área, em suamaioria médicos, se reuniram, dia 23 deagosto, no Center Convention, para oprimeiro “Café Mundial”. O encontrofoi uma iniciativa do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, por meio dadelegacia sindical lá instalada, Socie-dade Médica de Uberlândia e ConselhoRegional de Medicina.

Além de mais de 150 propostas, oencontro também foi uma oportu-nidade para que os presentes fizessemum check-up dos principais problemasda saúde em Uberlândia.

Entre esses problemas foram desta-cadas a falta de consulta especializada eno tempo adequado para pacientes crô-nicos, a judicialização da utilização daUTI, insuficiência de leitos hospita-lares/UTI no município, insuficiência deRH capacitado e com perfil adequadopara urgência/emergência e terapia in-tensiva, não valorização da formação doprofissional, falta de planejamento dasações de gestão da atenção terciária x rede

Médicoscontinuam lutapor melhorias

SPDM

Depois de mais de seis me-ses de negociação, continua oimpasse entre médicos deUberlândia e a diretoria daAssociação Paulista para o De-senvolvimento da Medicina(SPDM), sobre o acordo coleti-vo da categoria. Nova as-sem-bleia e reunião com a dire-toriada entidade foram mar-cadaspara os dias 17 e 18 de out-ubro, respectivamente, na sededa delegacia sindical deUberlândia.

Em reunião, realizada, nodia 1 de outubro, na delegaciasindical, em Uberlândia, com aparticipação de médicos, mem-bros do sindicato e repre-sen-tantes da entidade, a cate-gorianão aceitou a contra-propostada SPDM sobre o acordo cole-tivo.

Segundo a delegada sindical,Juliana Markus, os médicos e osindicato não corcordam coma jornada de trabalho oferecidapela SPDM, não pagamentodas horas extras e demissõessem justa causa. “Estamosacompanhado de perto essanegociação. A presença doSinmed-MG tem sido funda-mental contra a precarizaçãodo trabalho médico na saúdepública de Uberlândia”, desta-ca Juliana.

Gilmar, durante o debate

O que os médicos esperam da saúde em Uberlândia

Café Mundial reuniu mais de 100 profissionais da saúde

pública (atenção primária e secundária),ausência de uma política clara de saúde,pautada em dados epidemiológicos, faltade capacitação permanente para profis-sionais da rede pública. A terceiriza-ção foi um dos temas mais discutidos,sendo apontados problemas como aprecarização das condições de tra-balho, a fragmentação da gestão doserviço, a impossibilidade de capaci-tação do funcionalismo e falta detransparência na transferência de re-cursos para as terceirizadas.

Ao final, os presentes votaram asquestões mais relevantes e prioritárias

da saúde em Uberlândia. As propostasserão transformadas em um docu-mento para encaminhamento às au-toridades e gestores do município.São elas:

Revisão do papel das UAI`s ecriação de UPA`s regionalizadascomo retaguarda ao PSF e inte-gradas ao serviço de atendimentomédico de urgência SAMU e aoHospital de Clínicas da UFU.

Implantação do SAMU em Uber-lândia.

Ampliação da Estratégia da

Pediatras mineiros buscam valorização e melhor assistência

1. Valor da consulta pediátrica deR$120.

2. Pagamento dos honorários eprocedimentos hospitalares, usandocomo referência a edição vigente daClassificação Brasileira Hierarquizadade Procedimentos Médicos (CBHPM).

3. Criação do Procedimento “Aten-dimento Ambulatorial de Puericultura(AAP)”, para o acompanhamento dacriança e do adolescente. O docu-mento ressalta que a AAP é de in-questionável importância, “posto queinclui ações fundamentais para oacompanhamento do crescimento edesenvolvimento da criança”.

4. Adoção do Tratamento Clínico-Ambulatorial em Pediatria (TCAP) -

Refere-se à remuneração do trata-mento, em consultório, de criançasportadoras de doenças habitualmentecuidadas em regime de internação hos-pitalar. O documento enumera asdoenças incluídas no rol do TCAP,como sendo “aquelas com maior fre-quência nos atendimentos em con-sultórios, com indicação de inter-nação devido à evolução desfavorávele/ou impossibilidade de acompanha-mento com periodicidade maior que anormalmente aceita para fins de pa-gamento de consulta em consultório”.

5. Fim das glosas definidas como“consulta de retorno”: questão jánormatizada pela ANS e CFM, a con-sulta de retorno é entendida ape-nas

“como o momento em que o pacientecomparece à clínica para apresentaçãode resultados de exames solicitados oude cuidados prescritos”.

6. Remuneração de consulta feitapelo pediatra à gestante no últimotrimestre do pré-natal.

O documento destaca que “a efe-tivação da pauta é necessária para oprocesso de valorização do profis-sional pediatra de modo a garantir apossibilidade de uma adequada assis-tência aos seus clientes” e informa que,caso a operadora não tenha interessena negociação, os pediatras poderão,por foro íntimo, solicitar o descre-den-ciamento junto a sua operadora.

Assembleia em Belo Horizonte. Nas telas, videoconferência com pediatras de Uberlândia

Reunidos em assembleia geral, dia 25de setembro, os pediatras de Minas Ge-rais decidiram encaminhar, por meio desuas entidades representativas, o Sin-dica-to dos Médicos de Minas Gerais (Sin-med-MG) e a Sociedade Mineira de Pe-diatria (SMP), uma pauta de reivin-dicações às operadoras de planos desaúde. A assembleia aconteceu no Centrode Treinamento da SMP, sendo condu-zida pelos pediatras Paulo Poggiali (pre-sidente da SMP) e Fernando Mendonça(secretário-geral da SMP e diretor doSinmed-MG).

As operadoras têm 30 dias para darum retorno para a categoria. Uma novaassembleia foi marcada para o dia 30 deoutubro, também no Centro de Trei-namento da SMP.

Em Assembleia Geral Extraordi-nária, realizada, 25 de setembro, ospediatras da saúde suplementar deUberlândia decidiram não aceitar aproposta da Unimed – única opera-dora a se manifestar – e manter a sus-pensão, por tempo indeterminado, dosatendimentos aos planos e operadorasde saúde. A paralisação acontece desde20 de setembro, com a adesão maciçados médicos. Nesse período, ficamassegurados os atendimentos de ur-

gência e emergência. A AGE foi trans-mitida, via videoconferência, para oscolegas em Belo Horizonte, que tam-bém realizavam uma assembleia noCentro de Treinamento da SociedadeMineira de Pediatria.

Desde que foi deflagrada a greve, pormeio de assembleia, no dia 2 de agosto,os médicos estão entregando panfletos ecomunicados aos pacientes, informandoos motivos da suspensão, que inclui adefasagem dos honorários. Atualmente,

os valores pagos aos pediatras, por con-sulta, varia entre R$40 e R$60, muitoaquém do reivindicado pela categoria queé de R$120. Além dos baixos honorários,os pediatras de Uberlândia também en-frentam outros problemas como a in-ter-venção das operadoras na marcação deexames, internações e consultas, queacabam causando uma longa fila de es-pera para os pacientes que já pagam caropelo atendimento na saúde suplementar.

Outro fator que tem gerado insatis-

fação dos profissionais é a demora norepasse dos honorários médicos. Hoje,algumas operadoras fecham contratoscom os hospitais privados e esses, porsua vez, levam até três meses pararepassar os valores aos médicos.

O movimento atinge os atendimen-tos às mais de 40 operadoras de saúdeno município. Atualmente, 60% dos 250pediatras da cidade, cerca de 150 médi-cos, trabalham vinculados aos planos desaúde, em consultórios ou hospitais.

PEDIATRIA

Em Uberlândia, médicos mantêm suspensão dos atendimentos

Veja alguns dados levantadospela Sociedade Mineira de Pedia-tria e divulgados em fevereirode 2012

No Brasil, 370 mil médicosatendem 190 milhões de habitantes(1,94 médicos por mil/hab.). Napediatria, 27.232 especialistas aten-dem 68 milhões de crianças e ado-lescentes até 19 anos (0,4 pe-diatrapara cada grupo de mil crianças eadolescentes)

Enquanto o número de médicosde diversas especialidades aumen-tou 11,75% nos últimos 15 anos noBrasil, o de pediatras diminuiu14,43% no mesmo período.

Calcula-se que em Minas Geraisexista uma média de 2.500 pe-dia-tras titulares, para atender 6 milhõese 800 crianças e adoles-centes, ou2.72 pediatras para cada grupo demil.

Em Minas houve uma dimi-nuição de 50,6% na procura pelaprova de titulação pediátrica, secompararmos com o número decandidatos entre 2000 e 2010. NoBrasil a diminuição foi de 40,5%,no mesmo período.

Vários serviços de pediatria emhospitais públicos e privados deixa-ram de existir nos últimos anos.

Os númerosalarmantesda pediatria

No documento, os pediatras reivindicam:

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 7LUTAS SINDICAIS

-

João Paulo II vive situação de grande violência

LUTAS SINDICAIS TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 8

Falta de médicos é a principal razão das agressões no João Paulo II

“Um homem ameçou com um por-rete duas médicas, que tiveram que setrancar dentro da enfermaria e apagar aluz. O popular só parou depois que opai de uma criança interviu”. Em outraocasião, médicos tiveram que se es-con-der no pátio do hospital, atrás dostapumes das obras e chamar a polícia.Esses são alguns dos episódios de vio-lência vivenciados pelos pediatras doHopital Infantil João Paulo II (HIJPII),que sofrem com a carência de profis-sionais na unidade.

Em assembleia, realizada dia 3 deoutubro, no hospital, a categoria solicitouuma reunião com o Conselho Municipalde Usuários para cobrar da gestão a con-tratação de um número maior de profis-sionais e o aumento do valor pago nosplantões nos finais de semana.

De acordo com a ouvidora sindicaldo Sindicato dos Médicos de MinasGerais, Helena Garrido, para diminuiras situações de violência que os mé-dicos estão expostos, a categoria de-liberou, na assembleia, por dar con-

JOÃO PAULO IIFHEMIG

SANTA LUZIA

Médicos de Divinópolis lutam por melhoriasEm assembleia realizada, dia 12 de

setembro, no Hospital São João deDeus, os médicos da Prefeitura de-lib-eraram por dar continuidade à cam-panha por melhores salários econdições de trabalho iniciada este ano.Eles não obtiveram nenhum retorno àpauta de reivindicação enviada para osgestores, após a primeira assembleiarealizada, no dia 15 de agosto, também

no Hospital São João de Deus.De acordo com o diretor Jurídico

do sindicato, Artur Mendes, além daspéssimas condições de trabalho, osmédicos da rede pública municipal deDivinópolis recebem os salários maisbaixos da região e são obrigados aconviver com a sobrecarga de trabalhoe com um fluxo altíssimo de pacientes.“O sindicato solicitou uma vistoria ao

CRMMG devido às condições caó-ticas de funcionamento da UPA dacidade e condições precárias de tra-balho dos médicos na unidade”, de-clara o diretor. Ainda, segundo Men-des, é intenção do Sinmed-MG e doCRMMG organizar um semináriopara a categoria para discutir as con-dições e o processo de trabalho dosmédicos em Divinópolis.

DIVINÓPOLIS

Vitória: categoria não terá desconto indevidoUBERABA

Fhemig: vagas para médicos

Prefeituraadia inscrições

tinuidade à campanha salarial 2012 epor solicitar aos gestores a mudançado fluxo dos pacientes, acolhé-los edeixá-los esperando na triagem e nãono hall de entrada do pronto-aten-dimento do hospital. Outro enca-min-hamento foi a solicitação de con-tratação imediata de seguranças paraa unidade.

Há quase dois anos, os pediatras doJoão Paulo II aguardam a recom-posição das equipes, principal item dapauta de reivindicação. Helena reforçaque o João Paulo II vive um verdadeirocaos: “Nenhum pediatra quer aban-donar o hospital, mas do jeito que asituação caminha tememos muito pelofuturo da unidade”.

Depois de cancelar o edital01/2012, de 24 de julho, relativoao concurso público destinado aselecionar candidatos para pro-vimento dos cargos das carreirasde médico nível III e outros, aFhemig retificou informaçõesem material publicado no DiárioOficial dos Poderes do Estadode Minas Gerais, dias 22,27 e29 de setembro.

São 520 vagas para médicos,com carga horária de 24 horassemanais, em regime de plantãoou diarista, com remuneraçãomensal (vencimento básico) deR$4.637,60. Segundo o edital, operíodo de inscrições compre-ende de 25 de outubro a 23 denovembro, exclusivamente pelainternet. Para mais informaçõesacesse http://www.concursosfcc.com.br/concursos/spgmg112/index.html.

Sem fazer nenhum comu-nicado aos médicos e aoSinmed-MG, a Prefeitura deSanta Luzia adiou o iníciodas inscrições para o con-curso público para contra-tação de médicos, por umperíodo de 90 dias. A infor-mação está publicada no siteda empresa IBA, respon-sável pelo edital (www.ibaconcursos.org).

O sindicato encaminhouofício à Prefeitura, solicitan-do esclarecimentos à cate-goria. O edital, publicado em13 de junho, é fruto de umcompromisso da Prefeituracom o sindicato, após 20 anosde espera por um concurso.

O Sinmed-MG comemora mais umavitória em defesa da categoria. Dessa vez,os médicos de Uberaba conseguiram asuspensão dos descontos anunciadospela Prefeitura para a folha de paga-mento de setembro. O questionamentodo sindicato à Prefeitura aconteceudepois que médicos contratados do PSFreceberam cartas comunicando que de-veriam ressarcir ao município valores

recebidos “indevidamente”, desde marçode 2011, o que ocorreria por meio dedescontos nas folhas de pagamento.

Após comunicado dos médicos aoSinmed-MG, o departamento Jurídicoenviou ofício à Prefeitura, solicitandoprovidências em relação à medida quepoderia trazer prejuízos financeiros aosmédicos. Segundo o Jurídico do sin-dica-to, a administração municipal, na tentati-

va de obter valores concedidos aosmédicos de forma supostamenteequivocada, ignorou a boa fé dosservidores que em nada contribuírampara “confecção e vigência” dos pa-gamentos sob análise.

Em defesa dos direitos dos médicos,o sindicato também requereu que ascartas enviadas fossem desconsideradas epediu uma reunião com a Prefeitura.

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 9AGENDA

Sindicato e entidades médicas comemoram Dia doMédico com programação variada e homenagens

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais (Sinmed-MG), a AssociaçãoMédica de Minas Gerais (AMMG) e oConselho Regional de Medicina deMinas Gerais (CRMMG) promoveramvárias atividades para homenagear osmédicos, durante o mês de outubro.

Dentro da programação, as entidadesrealizaram a quarta edição do Fórum“O Médico, o Sonho e o (Des)encanto”

– A vulgarização da Medicina. Os temasdas mesas foram: O Médico (In)visível,Tempos Modernos, Medicina e Política emcidades do interior de Minas Gerais eQuando o Acadêmico é o Médico.

Personalidade Médica

Este ano, foram agraciados pelasentidades como uma forma de re-con-

A médica e delegada doSinmed-MG, em Uber-lândia, Sandra Márcia deFaria, recebeu, no dia 13 desetembro, a Comenda Dr.Arnaldo Godoy de Souza,como Médica Destaque de2012, por seu profissiona-lismo e atuação em defesados interesses da popula-

ção e da categoria médica.Nas campanhas por me-

lhores condições de trabalhoe salário, em Uberlândia, rea-lizadas pelo Sinmed-MG,Sandra vem se destacandopor sua atuação constante aolado dos outros colegas, lutapela qualidade no atendimen-to e dignidade da Medicina.

DIA DO MÉDICO

Acadêmicos da Faseh visitam sindicato

Delegada do sindicato em Uberlândia recebeComenda como médica de destaque 2012

Homenagem: Djard Lisboa, in memoria

Acadêmicos com o conselheiro Eduardo Filgueiras (ao centro)

O título de “Médico Mineiroem Destaque” é conferido a mé-dicos do interior, que atuam comgrande dignidade em suas regiões.Os homenageados têm em comumo fato de serem referências emcompetência e conduta ética paraos jovens médicos mineiros.

Em 2012, foram agraciados: Araxá- Ely Severino de Resende, Cataguases- Domingos Júlio Peternelli, Conse-lheiro Lafaiete - José Alonso da Silva,Governador Valadares - Luiz MarcosMurta, Itabira - Antônio Camilo Gui-

marães de Oliveira, Ituiutaba - MárioRibeiro de Freitas, João Monlevade -Anna Beatriz Dutra Valente Costa,Juiz de Fora - Carlos Marcelino de Oli-veira, Monte Carmelo - Gilson BrandãoVieira, Muriaé - Paschoal Taranto Luz,Paracatu - Edmar Mendes, Poços deCaldas - Enio de Queiroz, TeófiloOtoni - Walmir de Souza Medeiros,Três Corações - Antônio Enéas Rangelde Carvalho, Uberlândia - SalmaAmancio Abdulmassih, Unaí - MárcioMartins Rafael e Varginha - José Eu-gênio Vilela Marinho.Dando continuidade ao programa

de visitas de estudantes de Medicina,o Sinmed-MG recebeu, no dia 1º deoutubro, alunos do 3º período da Fa-culdade de Saúde e Ecologia Humana(Faseh). Os acadêmicos conhecerammais sobre as ações do sindicato eouviram palestra do conselheiroEduardo Filgueiras sobre o mercadode trabalho e profissão.

Sindicato participa de Congresso Acadêmico

Antenado nos eventos do mundoacadêmico, o Sinmed-MG marcoupresença no 2° Congresso Acadêmi-co da Associação Médica Brasileira

(AMB) e 1° Congresso da Sociedadede Acadêmicos de Medicina de MinasGerais (SAMMG) realizado em agos-to, na sede da Associação Médica deMinas Gerais (AMMG).

Durante o evento, o conse-lheiro do sindicato, Eduardo Fil-gueiras, ministrou a palestra “Mer-cado de Trabalho e Profissão Mé-dica”. Segundo ele, a participaçãodo sindicato em um evento vol-tado para acadêmicos vem parafortalecer o vínculo dos estudan-tes com as entidades represen-tativas da categoria. “Além disso,também é uma excelente oportu-nidade para mobilizar futuras li-deranças médicas”, destaca.

Médico Mineiro em Destaque

No dia 4 de setem-bro, o Sinmed-MG per-deu um dos seus cola-boradores mais comba-tivos e atuantes, DjardLisboa Moreira Filho.Djard será sempre lem-brado pela sua ética,profissionalismo, sim-plicidade, amizade, carisma e dedi-cação ao trabalho. Formado pela

Universidade Federal doPará em 1986, era pedia-tra e médico do PSF e doPSGPV em Contagem.Pós-graduado em Saúdeda Família, foi conse-lheiro da diretoria doSinmed-MG, gestão 2010-2013, e representante do

sindicato na MESUS e na Comissãodo PCCV em Contagem.

hecimento pelo trabalho realizado osseguintes médicos:

Ciro José Buldrini Filogônio (catego-ria Atividade Docente), JorgePaprocki (categoria Atividade Clínica),

José Augusto Ferreira (categoria AtividadeAssociativa/Defesa Profissional), Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues(categoria Atividade Científica),Wagner Eduardo Ferreira (categoria Atividade Saúde Pública).

SEUS DIREITOS TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 10

Jurídico: comunicado urgente aos médicos da PBH,

especialmente os aposentados

PBH

A terceirização dos serviços pú-blicos é um dos temas mais relevan-tes e preocupantes no cenário atualda saúde pública. Para discutir o as-sunto, o Sindicato dos Médicos deMinas Gerais em parceria com As-sociação Médica de Minas Gerais,Conselho Regional de Medicina deMinas Gerais e Federação Nacionaldas Cooperativas Médicas realizam,no próximo dia 24 de outuro, noauditório do Hospital da Unimed-BH, o seminário “O trabalho médicoe a terceirização da saúde”.

Voltado para médicos e gestores,o seminário trará as diferentes vi-sões sobre o assunto, incluindo, co-mo palestrantes e convidados, osdirigentes das entidades médicas,representantes dos gestores e doMinistério Público.

Preocupado em resguardaros direitos dos médicos servi-dores da Prefeitura de BeloHorizonte (PBH), especial-mente os aposentados, o Sin-med-MG informa que iráavaliar os valores dos pro-ven-tos concedidos àqueles que seaposentaram até dezembro de2011.

Destaca-se que a medida sefaz necessária em razão dasdisposições da Lei 10.362/2011, que reestrutura o Re-gime de Previdência dos Ser-vidores da PBH.

Assim, solicitamos aos médicosda PBH, que se aposentaram atédezembro de 2011, que enviem parao sindicato os seguintes documentos:

Memória de cálculo da aposen-tadoria;

Relatório de ficha financeira, quepoderá ser solicitado na Subscretaria

de Assuntos Previdenciários da PBH- pessoalmente ou por email ([email protected]).

Os documentos deverão ser enve-lopados e identificados com o nomee CRM do médico e entregues di-retamente à secretaria do depar-tamento Jurídico. Após o recebi-

mento, o sindicato vai fa-zer os cálculos por amos-tragem de grupos, con-siderando o tempo de ser-viço prestado.

Se você faz parte dessegrupo de médicos, nãodeixe de reivindicar seusdireitos. Traga sua do-cumentação para análiseno Sinmed-MG. Mais in-formações (31) 3241-2811ramal 1- com a secretáriaRosemeire.

Informamos, ainda, queos médicos que estavam na ativaaté dezembro 2011 e que queiramreaver os valores descontados nosúltimos anos deverão abrir umprocesso administrativo em suasregionais para requerer o estornodos valores. Caso esses processossejam indeferidos, entre em con-tato com o departamento Jurídicodo Sinmed-MG.

Evento discute o trabalho médico e a terceirização da saúdeSEMINÁRIO

PROGRAMAÇÃO:

13h30 – Credenciamento

14h – Abertura:Dr. Cristiano Gonzaga da Matta Ma-chado – Presidente do Sindicato dosMédicos de Minas GeraisDr. Lincoln Lopes Ferreira – Presi-dente da Associação Médica de Mi-nas GeraisDr. João Batista Gomes Soares – Pre-sidente do Conselho Regional deMedicina do Estado de Minas Gerais

Dr. Luis Edmundo Noronha Teixeira– Presidente da Federação Nacionaldas Cooperativas Médicas

14h20 – A visão da Prefeitura Mu-nicipal de Belo Horizonte: Dr. Mar-celo Gouvêa Teixeira – SecretárioMunicipal de Saúde de Belo Ho-rizonte

15h – A visão do Ministério da Saúde:Dr. Helvécio Miranda MagalhãesJúnior - Secretário de Atenção à Saú-de do Ministério da Saúde

15h40 – Dr. Alfredo Boa Sorte - Su-perintendente da Secretaria de Saúdedo Estado da Bahia

16h20 - Coffee Break

16h40 – Cooperativas médicas: Dr. Ema-nuel Garcia – Assessor jurídico da Fede-ração Nacional das Cooperativas Médicas

17h20 – Terceirização e a gestão dosserviços públicos de saúde: Dr. HelderSantos Amorin – Procurador-chefe doMinistério Público do Trabalho emMinas Gerais - Procuradoria Regionaldo Trabalho da 3ª Região.

18h – Encerramento - Dr. Cristia-no Gonzaga da Matta Machado –Presidente do Sindicato dos Mé-dicos do Estado de Minas Gerais

Inscrições: Sinmed-MG – 31-3241-2811- [email protected]ção: programação sujeita aalterações

Após a publicação da Lei10.362/2011, que reestruturou oRegime de Previdência dos Servi-dores da Prefeitura Municipal deBelo Horizonte, aconteceram altera-ções no desconto previdenciáriodos servidores da PBH.

Muitos médicos têm dúvidas so-bre quais são essas alterações, co-mo o desconto previdenciário seráfeito e o que isso pode acarretarpara sua aposentadoria.

Para esclarecer essas e outrasdúvidas dos servidores médicosda PBH, o Sinmed-MG irá pro-mover, no dia 31 de outubro, às 19horas, a palestra “Desconto Pre-videnciário dos Servidores”.

A palestra será ministrada peloanalista previdenciário do sindi-cato, Fabrício Balieiro.

O diretor do departamento Jurí-dico do sindicato, Artur Mendes,lembra que essa é uma oportu-nidade impar para esclarecer asdúvidas sobre o assunto.

Para mais informações, ligue(31) 3241-2811.

Desconto previ-denciário

PALESTRA

O que é a previdência privada?Para manter o padrão de vida durante

a aposentadoria, a previdência privadaé uma forma de garantir sua rendacomplementar. Como a aposentadoriaoficial só garante o pagamento de, nomáximo, R$ 3.916,20 mensais, os planosde previdência privada são indicadospara quem tem renda superior a essevalor. A previdência privada consiste emduas fases: a primeira é a de acúmulo decapital e a segunda é a de recebimentodos benefícios.

Qual é a diferença entre planosde previdência fechados e abertos?

Os planos fechados, mais conhecidoscomo Fundos de Pensão, são formadospara atender a necessidades específicasde empresas de grande porte, sobretudodas estatais. Apresentam regras muitorígidas de funcionamento para os par-tic-ipantes. O acesso é restrito a um gru-podeterminado e eles não podem ser com-ercializados no mercado. Os planosabertos são comercializados no mercadopor seguradoras ou entidades abertas deprevidência privada. As regras sãomais flexíveis para atender às neces-sidades de pessoas físicas ou empresasde qualquer tamanho.

Quais os tipos de previdênciaprivada aberta?

Atualmente existem três tipos deprevidência privada: o Plano Geradorde Benefícios Livres (PGBL), o Fundode Aposentadoria Programada Indivi-dual (FAPI) e o Plano Tradicional deGarantia Mínima.

O que é PGBL e VGBL e comosaber qual é o melhor para mim?Quais são as vantagens e des-vantagens?

PGBL, ou Plano Gerador de Bene-fícios Livres, oferece planos específicospara cada tipo de investidor. A carteira

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 11SEUS DIREITOS

JURÍDICO RESPONDE

Tire suas dúvidas sobre previdência privada

Homologação: conheça esseserviço prestado pelo sindicato

Na hora de acertar “as contas”com o empregador vem sempreaquela dúvida: será que estou rece-bendo todos os meus direitos?

É papel dos sindicatos prestar oserviço de “homologação”, que con-siste na conferência dos valores pa-gos pelos empregadores aos fun-cionários que estão se desligandode seu vínculo, seja ele por pedidode demissão ou demissão por partedo empregado.

Izabel Pereira, analista finan-ceiro do Sinmed-MG, esclarece quetodo e qualquer profissional queesteja vinculado em CLT ao empre-gador por no mínimo 1 ano precisacomparecer ao sindicato.

Antes desse prazo, o ato homolo-gatório poderá ser realizado direta-mente na empresa.

Na homologação, são conferidosos cálculos rescisórios, assim como a

regularidade de toda documentação(Extrato do FGTS, PPP – Perfil Pro-fissiografico Previdenciário, paga-mento da rescisão, anotações nacarteira de trabalho).

Visando a qualificação de seusprofissionais, o Sinmed-MG con-cedeu o “Curso de Homologa-ção do Contrato de Trabalho”aos funcionários do departamen-toFinanceiro. O treinamento foirealizado nos dias 18 e 25 de agos-to, com o professor Jairo RamosDinis. Mensalmente, cerca de 20médicos procuram o sindicato parahomologações.

O principal objetivo da ho-mologação é garantir os direitosdos profissionais. A partir da vi-sualização de dados divergentes,o médico é orientado a procuraro departamento Jurídico Traba-lhista do Sinmed-MG.

SERVIÇOS

Nesta edição, trazemos algumas questões relativas à previdênciaprivada. O assunto tem sido alvo de várias dúvidas dos médicos queprocuram a área previdenciária do departamento Jurídico do sindi-cato. As respostas foram elaboradas pelo analista previdenciário doSinmed-MG, Fabrício Balieiro. Para outros esclarecimentos, favor con-tatar o Jurídico do sindicato, no telefone 31-3241-2811.

O que é portabilidade?Na fase de acúmulo de capital, a lei per-

mite que o contribuinte migre para ou-trainstituição de previdência privada, sem anecessidade de pagar por custos adicio-nais, mas a lei não possibilita a transfe-rên-cia na fase de recebimento do benefício.

Quais os custos de um planode previdência privada?

As seguradoras cobram as taxas decarregamento (sobre cada contribui-ção) e administração (anual). A pri-meira é cobrada para pagar os custosoperacionais do plano de previdênciaprivada. A taxa de administração, tam-bém chamada de taxa de gestão, é ovalor pago à instituição sobre o capitalacumulado para administrar os re-cur-sos do plano de aposentadoria.

No PGBL, o participante paga detaxa de carregamento entre 1% e 5% dacontribuição. Já a taxa de administraçãofica entre 1,5% e 5% ao ano. Ao ad-min-istrador do FAPI, o contribuinte paga ataxa de administração, que varia entre3% e 6%. Nesse tipo de previdên-cia pri-vada não se paga taxa de car-regamento.Já no Plano de Garantia Mí-nima, a taxade carregamento varia entre 4% e 10% e

a taxa de administração é de 3% ao ano.Como a lei não exige que essa taxa con-ste de forma clara do contrato, geral-mente as seguradoras não informam ovalor cobrado.

Quais são os riscos da pre-vidência privada?

Existe o risco de falência da insti-tuição responsável pelo plano de prev-idência privada. Para evitar que o con-tribuinte acabe prejudicado, existe umadeterminação que obriga a segu-radorade previdência a separar os recursos dosplanos do dinheiro da própria institu-ição. A Susep é o órgão responsável pelafiscalização das em-presas que oferecemplanos de previ-dência privada.

O participante ainda corre o riscode ter prejuízos em relação aos in-vestimentos realizados pelos planos.Isso pode acontecer, por exemplo,se um título de uma empresa não forhonrado ou quando uma ação perdeseu valor. Diante de qualquer dúvidaem relação à saúde financeira dainstituição ou do plano, lembre-sede que o contribuinte pode se be-neficiar da portabilidade.de investimentos desses planos varia

desde 100% de renda fixa, até 49% comrenda variável, para quem deseja uminvestimento de maior risco. A grandevantagem dos PGBLs é a flexibilidade,já que o investidor pode transferir seudinheiro para outro plano ou, atémesmo, outra instituição.

VGBL, ou Vida Gerador de Bene-fícios Livres, é mais indicado a autô-nomos e profissionais liberais, e tam-bém oferece possibilidades de acordocom o perfil do investidor. A principaldiferença entre os dois tipos de planosestá na forma como é cobrado oimposto de renda.

O PGBL é adequado a quem faz adeclaração completa do Imposto de Ren-da, e suas contribuições podem ser de-duzidas no limite de 12% da renda brutaanual, mas a alíquota progressiva doimposto incide sobre o total resgatado.

O VGBL se aplica melhor paraquem faz a declaração simplificada doImposto de Renda. As contribuições aesses planos não são descontadas dabase de cálculo do IRPF, mas, no mo-mento do resgate, a alíquota progressivaincidirá somente sobre os rendimentos.

É importante lembrar que deve-setomar cuidado na escolha da institui-ção para este investimento por causado seu longo período. Pode-se obterinformações sobre a empresa no siteda Superintendência de Seguros Pri-vados (Susep) na internet.

tão. Assim ele terá capacidade de en-tender e participar da interface exis-tente entre o cuidado assistencial e aadministração de negócios”.

A presidente em exercício do Sindi-cato dos Médicos de Minas Gerais,Amélia Pessôa, abordou as diversas fac-

etas do trabalho médico e os vínculoshoje existentes.

Amélia deixou claro que a precarie-dade ainda predomina, o que foi de-monstrado nos números apresentadospelo secretário de Atenção à Saúde, doMinistério da Saúde, Helvécio Maga-

O primeiro Seminário de Gestão doCorpo Clínico – Reflexões sobre a rela-ção do profissional médico no cenárioatual, realizado no dia 12 de setembro,na Associação Médica de Minas Gerais,não decepcionou.

A avaliação dos mais de 100 parti-cipantes, entre eles vários diretores téc-nicos e clínicos de hospitais do interior,foi muito positiva, proporcionando atodos a sensação de que a troca deexperiência e o debate são caminhospara melhorar o presente e pensar ofuturo da saúde no país.

O evento foi uma iniciativa da As-sociação Médica de Minas Gerais(AMMG) e da Federação das SantasCasas e Hospitais Filantrópicos de MG(Federassantas) e contou com o apoiodo Sindicato dos Médicos de MinasGerais (Sinmed-MG), do Conselho Re-gional de Medicina (CRMMG) e daFederação Nacional das CooperativasMédicas (Fencom).

O encontro teve como objetivos am-pliar o debate e promover a troca deexperiências sobre as responsabilidades,os direitos e deveres dos diretores técni-co e clínico e suas instituições; ana-lisaras questões éticas contratuais e jurídicasque permeiam as relações entre médi-cos, gestores, instituições e pacien-tes,nos setores público e privado de saúde;e apresentar soluções possíveis para osimpasses referentes ao tema.

Entre as muitas conclusões do even-to, ficou claro que a boa relação entrecorpo clínico, diretor técnico e gestoresé fundamental para o desenvolvimentoda instituição e de seus profissionais.

Para o presidente da AMMG, Lin-coln Lopes Ferreira, o relacionamentoentre os hospitais e o seu corpo clíni-co reflete nos resultados dos serviçosprestados o que torna a educação con-tinuada, a valorização profissional e oenvolvimento do médico com a suainstituição essencial: “É preciso que ocorpo clínico se mantenha atualizadocom informações sobre o mercado,melhores práticas de medicina e ges-

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2012ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas - CEP: 30130 090 - BH - MG

ESPECIAL12

Seminário “Gestão de Corpo Clínico” faz uma importantereflexão sobre o cenário atual do profissional médico

GESTÃO

MUDOU-SEENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O Nº INDICADOFALECIDO

DESCONHECIDORECUSADOAUSENTENÃO PROCURADO

OUTROS: INFORMAÇÃO PRESTADA PELOPORTEIRO OU SINDICOREINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ____ /____ /_______

DATA:RUBRICA:

FECHADO - PODE SER ABERTO PELA ECT

lhães. Segundo ela, uma das grandeslutas do sindicato diz respeito à contra-tação dos médicos no interior, que acon-tece, em sua maioria, de forma irregularsem a realização de concurso público.

Helvécio Magalhães traz novosnúmeros sobre o trabalho médico

Helvécio Magalhães, secretário deAtenção à Saúde no Ministério da Saúde,foi a presença mais esperada do se-minário. O tema proposto a ele foi “No-vos modelos de remuneração do SUS”.

O secretário do MS iniciou sua apre-sentação relatando alguns dados sobreo trabalho médico, aferidos em recentepesquisa do Ministério da Saúde, eainda não publicados.

• O Brasil conta hoje com 1.8 mé-dicos por mil habitantes, distribuídos deforma desigual. O Maranhão, porexemplo, tem 0.6 médico por mil habi-tantes, enquanto o DF e o Rio deJaneiro têm 3.5. Minas se encontra namédia, com 1.8. “Nosso objetivo éalcançar o índice do Reino Unido que éde 2.7 para mil habitantes”, informou.

• Todo ano 16 mil novos médicos seformam nas escolas públicas e privadase, recentemente, foram autorizadasmais 2 mil vagas. A meta de 2.7 médi-cos tem como referência o ano de2045, “acoplando-se a isso a enormenecessidade de uma intervenção drás-tica na qualidade”.

• Dos mais de 300 mil médicos, 60%têm vínculo com o SUS e quase 50% têmum dos seus vínculos com hospital.Mais de 20% estão na atenção básica.

• 330 mil médicos ocupam quase900 mil postos de trabalho registrados,sendo 2/3 dos postos sem vínculo for-mal, situação classificada por Helvé-ciocomo “uma tragédia legal nos país”.

• No setor público 64% dos vín-culos são contratos precários ou “des-protegidos”.

• Em média, no país, são necessáriostrês meses para preencher uma vaga dasaúde da família.

Amélia Pessôa fala da precariedade do trabalho médico

Helvécio Magalhães falou sobre osplanos do Ministério da Saúde pararepasse dos honorários dos médicosdo SUS via cooperativa. Hoje os pa-gamentos estão sendo direcionadospara os hospitais e muitas vezes, aca-bam retidos e o médico fica sem rece-ber. Segundo ele, em Belo Horizonte,o repasse já é feito via coooperativa(Fencom) desde 2007 com sucesso,por isso a ideia de estender o modelopara todo o Brasil.

A Federação Nacional dos Médi-cos (Fenam), a Associação MédicaBrasileira (AMB) e o Conselho Fede-ral de Medicina (CFM) acompanhamo assunto. “Com essa parceria os ho-norários serão transferidos direta-mente para os médicos por meio das

cooperativas o que vai acabar com asdúvidas sobre se o repasse foi feito ounão pelos hospitais e também darámaior transparência para todo oprocesso”, argumentou.

O secretário informou que dosR$ 33 bilhões destinados à média ealta complexidade, R$ 10 bilhõessão para pagamento de serviçosprofissionais: “A fluidez desses pa-gamentos e a garantia de recebi-mento dos valores em menor tem-po poderá melhorar muito o pa-norama da oferta de serviços parao SUS”

Segundo ele, o Ministério estáaguardando o retorno das três enti-dades médicas nacionais para darandamento ao assunto.

SUS, repasse via cooperativa: modelomineiro pode se estender para todo o país