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Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912286770/2011 DR/MG/MG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 7 - nº 40 - maio/junho 2012 TRABALHO MÉDICO Protesto dos médicos federais faz governo recuar na MP 568/2012 Faltam médicos, remédios, insumos. Como fica PBH? LUTAS SINDICAIS Fhemig: médicos votam por ação coletiva pleiteando adicional noturno, insalubridade e periculosidade PÁG 6 Depois de 20 anos, Prefeitura de Santa Luzia finalmente lança edital para concurso, com 200 vagas para médicos PÁG 7 Pediatras de Uberlândia procuram o sindicato na busca de melhorias nas tabelas e condições de trabalho PÁG 7 Em Belo Horizonte, os médicos servidores federais, apoiados pelas entidades médicas, fizeram um ato de protesto em frente à Faculdade de Medicina, no dia 11 de junho. No Bra- sil todo a movimentação foi grande, levando o governo a rever a Medida Provisória 568 que reduziria, pela metade, o salário dos médicos. PÁGINA 6 PÁG 3 CONFRATERNIZAÇÃO E SORTEIOS Veja quem foram os médicos sorteados nas campanhas de atualização cadastral e recobrança das contribuições sindicais. Foram sorteados 10 iPads e muitos outros prêmios, na festa realizada dia 15 de junho. PÁG PROVAB O Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica é um remendo que não soluciona a falta de médicos no interior 12 Os médicos da PBH se unem com os demais servidores da saúde e usuários em um grande ato de pro- testo, em frente à Prefeitura, dia 14 de junho. A luta agora é pela no- meação imediata dos concursados, remédios e melhor estrutura para uma adequada assistência à população. Médicos mineiros protestam contra a medida Ato de protesto fechou a avenida Afonso Pena e chamou a atenção de transeuntes e motoristas PÁGINA 5 Eduardo Rocha

Impresso TRABALHO MÉDICO Especial - sinmedmg.org.br · Souza, Paulo Eust=quio Marra Pinto. Conselho Diretor - Demais Membros: Adriano Faustino de Figueiredo, Ana Cristina Fonseca

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Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912286770/2011 DR/MG/MG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 7 - nº 40 - maio/junho 2012

TRABALHO MÉDICO

Protesto dos médicos federais fazgoverno recuar na MP 568/2012

Faltam médicos, remédios, insumos. Como fica PBH?

LUTAS SINDICAIS

Fhemig: médicos votam por açãocoletiva pleiteando adicional noturno,insalubridade e periculosidade

PÁG 6

Depois de 20 anos, Prefeitura de SantaLuzia finalmente lança edital paraconcurso, com 200 vagas para médicos

PÁG 7

Pediatras de Uberlândia procuramo sindicato na busca de melhoriasnas tabelas e condições de trabalho

PÁG 7

Em Belo Horizonte, os médicosservidores federais, apoiados pelasentidades médicas, fizeram um ato deprotesto em frente à Faculdade deMedicina, no dia 11 de junho. No Bra-sil todo a movimentação foi grande,levando o governo a rever a MedidaProvisória 568 que reduziria, pelametade, o salário dos médicos.

PÁGINA 6

PÁG3

CONFRATERNIZAÇÃO E SORTEIOS

Veja quem foram os médicos sorteados nas campanhas de atualizaçãocadastral e recobrança das contribuições sindicais. Foram sorteados 10iPads e muitos outros prêmios, na festa realizada dia 15 de junho. PÁG

PROVAB

O Programa de Valorização dos

Profissionais da Atenção Básica

é um remendo que não soluciona

a falta de médicos no interior 12

Os médicos da PBH se unem comos demais servidores da saúde eusuários em um grande ato de pro-

testo, em frente à Prefeitura, dia 14de junho. A luta agora é pela no-meação imediata dos concursados,

remédios e melhor estrutura parauma adequada assistência à população.

Médicos mineiros protestam contra a medida

Ato de protesto fechou a avenida Afonso Pena e chamou a atenção de transeuntes e motoristas

PÁGINA 5

Eduardo Rocha

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2 TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 SINMED-MG EM FOCO2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas 30130 090 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva:

Amélia Maria Fernandes Pessôa (presidente em exercício),André Christiano dos Santos, Cristiano Gonzaga da MattaMachado (presidente licenciado), Fernando Luiz deMendonça, Jacó Lampert, Maria Madalena dos SantosSouza, Paulo Eustáquio Marra Pinto.

Conselho Diretor - Demais Membros:

Adriano Faustino de Figueiredo, Ana Cristina FonsecaEspínola, Ariete do Perpétuo Socorro Domingues de Araújo,Artur Oliveira Mendes, César Miranda dos Santos, Djard Lisboa Moreira Filho (licenciado), Edson Freixo, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, Eduardo Vial Faria,Geraldo José Coelho Ribeiro (licenciado), Leonardo Belga OttoniPorto, Márcio Costa Bichara, Margarida Constança SofalDelgado, Milward Antônio de Faria.

Conselho Fiscal: Andréa Chaimowicz, Érika Monteiro P.Mourão, José Alvarenga Caldeira, Josemar de Almeida Moura,Maria Luisa Vianna, Raidan de Carvalho Canuto.Ouvidoria Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Helena Pinheiro Garrido.

Departamento de Comunicação:

Diretor - Fernando Mendonça. Jornalista: RosângelaCosta (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP),Rosângela Costa (MT 11.320/MG) e Gracielle Pessoa(MT 07.589/MG)Projeto Gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e Ilustrações: Genin GuerraFotos: Gláucia RodriguesImpressão: EGL-Editores Gráficos LtdaTiragem: 23.500 exemplares

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONS-ABILIDADE DOS AUTORES

Está a pleno vapor a reforma da nova sede,adquirida pelo Sinmed-MG em 2010. O imóvel, comcerca de 1.200 m2, mais que o dobro da sede atual,fica na Av. do Contorno, 5.050, bairro Serra, a umquarteirão da Av. Afonso Pena.

O projeto da arquiteta Denise Quintão é bas-tante arrojado. Segundo ela, o imóvel de trêsandares contará com adaptação para pessoas porta-doras de necessidades especiais, como pla-taformaelevatória interna; sala multiuso para 30 pessoas ecentro de convenções para mais de 100 convidados.“Todo o prédio está sendo refor-mulado para sertornar um espaço funcional, moderno e inclusivo”,destaca Denise.

A nova fachada é um dos pontos altos do pro-

jeto. Além da grande visibilidade devido à exce-lente localização do imóvel, contará com uma pas-sarela de acessibilidade.

“Ao contrário da sede anterior, que ficava maisescondida, a atual tem tudo para se tornar um pontode referência na região”, destaca o diretor Admi-nis-trativo-Financeiro do sindicato, Jacó Lampert.

Para ele, a mudança será benéfica tanto para osmédicos quanto para os funcionários do sindicato,visto que a sede atual já não está suportando a cres-cente demanda pelos serviços do Sinmed-MG. “Osandares são muito bem divididos, para aco-modar osdiversos departamentos com conforto para todos”,afirma. A inauguração está prevista para o primeirotrimestre de 2013.

NOVA SEDE

Reforma da nova sede a pleno vapor

EDITORIAL

Nesta edição do “Trabalho Médico” vemos doisexemplos claros da importância da mo-bilização eda união da categoria para novas con-quistas nocampo da saúde.

Um deles é a questão do médico servidor fede-ral. Uma medida provisória arbitrária iria reduzirem 50% os salários já achatados da categoria alémde outros prejuízos. Todo mundo deu o grito. Mi-nas Gerais não ficou para trás. Os médicos fede-rais, principalmente ligados ao Hospital das Clí-nicas, uma grande referência no atendimento àpopulação, pesquisa e formação, mesmo inexpe-rientes em movimentos sindicais, deram um exem-plo de força e união. Um ato de protesto na frenteda Faculdade de Medicina chamou a atenção daimprensa e agregou ao movimento nacional.

Já os médicos da PBH usaram todo a sua experiênciaem campanhas para organizar a manifestação, dia 14, emfrente à porta da Prefeitura. E fizeram bonito.Desta vez, o movimento ganhou um brilho extra como apoio da população. Embuídos do sentimento de que“quem sabe faz a hora não espera acontecer”, osmédicos não se intimidaram em distribuir folhetosnas unidades de saúde, pregar cartazes e na hora da man-ifestação usar apitos, segurar faixas e gritar palavras deordem que chegassem até a população, presente esolidária. Foi um movimento bonito, importante nahistória dos médicos da Prefeitura, principalmenteporque não visa aumento de salário, mas simcondições de trabalho.

O médico merece exercer a Medicina com dig-nidade e a população precisa de um atendimento mel-

hor. A categoria não pede muito: a principal rei-vindi-cação é a nomeação dos médicos que fizeram concursopara atenuar a falta crônica de profissionais na urgência enas unidades básicas. Mais de 80 equipes do PSF não têmmédicos e a situação só piora a cada dia.

Por fim, destacamos a matéria especial sobre oPrograma de Valorização dos Profissionais da AtençãoBásica (Provab). É preciso, sim, buscar alternativas para aquestão da falta de médicos no interior. Ainda sob ava-liação das entidades médicas, a solução apontada, emboraprovisória, apresenta uma série de distorções. Aoinvés de remendos, é preciso uma política nacional querealmente se preocupe em priorizar a atenção básica e avalorização dos profissionais que atuam no segmento.

Diretoria Sinmed-MG

Imagem ilustrativa da fachada da nova sede, na Av. do Contorno

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Festa reuniu cerca de 200 convidados na sede do sindicatoSorteio teve uma novidade: quem decide agora é o computador

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 3CAMPANHAS

O aumento do número de pre-senças nas festas de confraternizaçãomostra uma aproximação cada vezmaior com o sindicato. No total, maisde 200 pessoas participaram do evento,na sede do Sinmed-MG, dia 15 dejunho. Chamou a atenção a quantidadede familiares, inclusive crianças.

Durante o evento, a presidente emexercício, Amélia Pessôa, deu as boas-vindas e falou da grande satisfaçãoem receber a todos numa festa que jáse tornou tradicional no sindicato.

Além da confraternização, o en-contro teve dois motivos especiais: oencerramento das campanhas de atu-alização cadastral e de recobrança dascontribuições sindicais de 2006 a2010, com o sorteio dos prêmios.

Ao todo 689 médicos atualizaramseus cadastros, número consideradomuito bom pela direção do sindicato.Quem ganhou o aparelho Blackberryfoi o médico Naim José FernandesJúnior. Marcus Fabiane Melgaço Dinizfoi o contemplado com o iphone.

Este ano, ao invés de um carro, acampanha de recobrança sorteoudez iPads, dando oportunidade paraum maior número de médicos se-rem premiados. Ao todo, participa-ram do sorteio 8.151 médicos, queestão em dia com as contribuiçõessocial e sindical.

Confraternização e iPads para quem está em diaSORTEIO

O sindicato sorteou doisprêmios-surpresa. Luís Araújoganhou a câmara digital Sam-sung e Lúcio Márcio levou pa-ra casa um microsystem.

Com a licença de Cristiano daMatta Machado, desde o dia 8 dejunho, a médica Amélia Pessôapassa a ser a presidente em exer-cício do Sindicato dos Médicos deMinas Gerais.

Acompanhada da filha Luciana, amédica pediatra Margaret Juneguyestava feliz com a oportunidade derever amigos e se confraternizar comos colegas. Ela diz que apesar de estarafastada das atividades sindicais, gostamuito de ir às festas da entidade. Mar-garet trabalha na Prefeitura de NovaLima e na Unimed-BH.

Já as amigas Marilene Araújo eHelena Fraga aproveitaram o encon-tro para colocar o “papo” em dia. Afesta foi cheia de reencontros eabraços apertados em colegas quenão viam há muito tempo.

Marilene é anestesista no Hospitalda Clínicas e no Vera Cruz. Ela faziasua estreia em uma festa do sindicato.

“Mesmo que eu não compareça muitoao sindicato estou sempre acompa-nhando o que acontece, trocando e-mail com os colegas e até já utilizei osserviços do Jurídico”, revela.

Já a colega Helena Fraga, oftal-mologista do Hospital Belo Hori-zonte, disse que é assídua nas co-memorações. Confessa que já foi

Prêmios-surpresa

Presidente em exercício

Oportunidade de confraternização é elogiada pelos médicos

Veja a relação dos ganhadores:

1- Paulo Ernani de Tadeu Correa, CRMMG 26.5582- Francisco José Martins Lopes, CRMMG 6.6223- Rafael Campos de Oliveira, CRMMG 42.3394- Alexandre Polazi Guimaraes, CRMMG 29.4285- Denize Braga Santos Mourão, CRMMG 14.0726- Mônica Maria de Oliveira Melo, CRMMG 41.5937- Sávio Lana Siqueira, CRMMG 25.6868- Edson de Melo Lima, CRMMG 20.6759- Zully Delgado, CRMMG 14.12010- Maria Moretti Moreira Magro, CRMMG 11.184

mais ativa sindicalmente, mas queatualmente a família ocupa o tempode sobra, que é pouco. Para ela, asfestas são uma excelente oportu-nidade de conhecer outros médicose até trocar “indicações”. “Imagineque, depois de anos, conheci aqui amédica que atende a minha mãe”,contou emocionada.

O casal Wenderson Tavares, car-diologista do Biocor, e a fisio-ter-apeuta Selma Iolanda, disseram quesempre que podem prestigiam afesta. Ele conta, feliz, que haviaacabado de reencontrar, entre osconvidados, um colega da faculdadede Medicina, na UFMG, onde seformou em 99.Margaret com a filha Luciana Wenderson com a esposa Selma IolandaMarilene, novata na festa, e Helena

Amélia Pessôa com Luís AraújoSávio (à esq.) recebe iPad do diretor César

O diretor Fernando entrega iPad para Mônica

Fotos: Glaucia Rodrigues

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 4

APOSENTADORIA ESPECIAL

Apenas 10% dos médicos que podem pleitear a aposentadoriaespecial procuraram o sindicato. Corra atrás dos seus direitos!

A médica Lúcia Porto Fonseca deCastro está felicíssima com o tempo ex-tra que ganhou para aproveitar melhor avida. Está curtindo mais os netos e os fil-hos, cuidando mais de si e cheia de pla-nos. Aos 59 anos, Lúcia foi uma dasprimeiras beneficiadas com a aposen-tadoria especial.

Ela conta que trabalhava no depar-tamento de Anatomia Patológica, daFaculdade de Medicina da UFMG, desde1990, caracterizando situação de insalu-bridade e que já estava em contato como Sinmed-MG para questões de apo-sentadoria. “Nesse meio tempo o sindi-cato obteve a vitória em relação ao man-dado de injunção e fui uma das primeirasa entrar com o pedido”, disse.

Em menos de seis meses, a aposen-tadoria especial estava em suas mãos.Satisfeita, ela reconhece que se não fosseo sindicato não teria conseguido, “pois omédico não sabe mexer com essas coi-sas, só trabalhar, trabalhar”.

Depois da conquista, Lúcia disseque já orientou vários colegas a fa-zerem o mesmo e correrem atrás de

Em 2010, o Sindicato dos Médicosinterpôs o mandado de injunção pormeio de ações individuais que benefi-ciaram dois médicos filiados ao sindi-cato: um servidor público do Estado eoutro da PBH. Eles ganharam na Jus-tiça o direito à aposentadoria, previstana Constituição, mas ainda não tinhama concessão do benefício na prática,

por falta de regulamentação. No mesmo período, o sindicato

também entrou com ação coletivacom o objetivo de estender o bene-fício aos demais médicos sindicaliza-dos que trabalham na rede pública mu-nicipal, estadual ou federal. Em 6 dejunho de 2011, a Justiça concede sen-tença favorável ao direito de con-

Uma conquista inédita do Sinmed-MG

Lúcia está feliz com o tempo extra que ganhou para cuidar de si e da família

O analista previdenciário, Fabrício, em atendimento no setor jurídico

seus direitos. “O caminho está traçado,agora vou buscar o mesmo benefíciono Estado”, afirma.

Apesar desse exemplo, muitos mé-dicos ainda não se conscientizaram deseus direitos. Segundo o analista previ-denciário do Sinmed-MG, Fabrício Ba-lieiro, apenas 10% dos mais de 3 milmédicos que podem pleitear a contagem

diferenciada procuraram o sindicato. “Odireito está posto há um ano, já foi ga-rantido pelo Supremo Tribunal, mas osindicato só pode agir se for procuradopelo servidor. Quanto mais pessoas en-trarem com o pedido e conseguirem acontagem diferenciada mais difícil vaiser negar”, disse.

O advogado explica que o pedido

SEUS DIREITOS

de aposentadoria pode ser feito deduas formas. Na primeira, por meio derequerimento administrativo – o médi-co vai ao sindicato, busca a documen-tação e entra direto com o pedido noRH do setor onde está colocado. Essefoi o caso da médica Lúcia Porto Fon-seca de Castro, da UFMG. A outrasituação é quando o médico tem o seurequerimento administrativo negado.Nesse caso, o sindicato ajuiza umaação para resguardar o direito.

“A conquista pode antecipar a apo-sentadoria em até cinco anos. Temosinclusive o caso de um médico da PBHcom possibilidade, de quando concluídoo processo, ter a aposentadoria ante-cipada em oito anos”, informa.

Fabrício ressalta que para o médicoconseguir a aposentadoria, ele precisaatender aos requisitos mínimos estipu-lados pelo artigo 57 da lei 8032/1990.“Para que possamos avaliar se o médi-co pode pleitear ou não o direito é fun-damental que ele agende uma reuniãocom o jurídico no sindicato, que iráavaliar cada caso”, orienta.

tagem diferenciada para fins de apo-sentadoria a esses profissionais.

Com a vitória inédita, no SupremoTribunal Federal (STF), para os mé-dicos sindicalizados e servidores doEstado e/ou municípios mineiros, osprofissionais médicos que trabalhamem situações insalubres poderão, pelaprimeira vez, ser beneficiados com acontagem diferenciada para fins deaposentadoria, o que por lei é cha-mado de aposentadoria especial.

O sindicato destaca que o mandadode injunção para contagem diferencia-da para aposentadoria é um direito demédicos sindicalizados, filiados ao Sin-med-MG, e em dia com as contribui-ções. Veja como requerer o benefício:

Médicos sindicalizados

Documentação necessária:1- Requerimento do mandado de

injunção, 2- Inicial do mandado deinjunção, 3- Andamento processual, 4- Sentença, 5- Certidão do STF (Ob-

servação: os documentos estão dis-ponibilizados em PDF no site doSinmed-MG - www.sinmedmg.org.br)

Médicos não-sindicalizadosO departamento Jurídico esclare-

ce que os médicos que não são filia-dos ao Sinmed-MG deverão regula-rizar os pagamentos das contribui-ções sindical (últimos 5 anos) e social.

De posse dos documentos acima, omédico deverá comparecer ao depar-tamento Pessoal ou setor de RecursosHumanos da sua Unidade de Trabalhoe solicitar a emissão de certidão detempo de serviço já com aplicação dacontagem de tempo diferenciada. Es-clarecemos que a Unidade de Trabalhotem o prazo de até 60 dias para emitiressa certidão. Após a emissão da certi-dão de tempo de serviço, o médicodeverá procurar o Sinmed-MG paraentregar o documento.

Mais informações pelo telefone (31)3241-2811 – departamento Jurídico.

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 5LUTAS SINDICAIS

PBH

Médicos da PBH lutam por melhores condições de trabalho

Pelo menos uma boa notícia: osfatos mostram que quando os médi-cos se mobilizam as coisas aconte-cem. Depois de um ano de umadesastrosa experiência, a Prefeituraresolveu reavaliar o uso do Protocolode Manchester na atenção básica esuspender sua implantação em novasunidades.

Uma comissão, que inclui re-pre-sentantes do sindicato, foi for-madapara, junto com a Prefeitura, estudara melhor forma de triagem dospacientes nas unidades, incluindo osagudos. A primeira reunião aconte-ceu no dia 15 de junho.

O superdimensionamento dasequipes de Saúde da Família, às vezescom mais de 4 mil usuários adscritos,

Governo reavalia implantação do Manchester

Dinheiro pra Copa tem, pra saúde não!Lacerda, a saúde em BH está doente.Sobram engarrafamentos e faltam médicos.Ai, Lacerda, assim você nos mata! Essasforam as palavras de ordem, grava-das também nas faixas, que ecoaramcomo um grande grito da boca dasmais de 350 pessoas que partici-param do Ato de Protesto, orga-nizado pelos médicos e servidoresmunicipais da saúde, no dia 14 dejunho, em frente à Prefeitura.

A decisão de realizar a manifestaçãoaconteceu durante assembleia no Sin-med-MG, dia 24 de maio, como umaforma de mostrar a grande insatisfaçãoda categoria com as condições de tra-balho. Para juntar forças, o Sindibel eoutras entidades de classe foram cha-madas. Mas o grande diferencial do atodo dia 14 foi a participação da po-pulação. É ela que, na outra ponta, sofrena pele as consequências do descasoda Prefeitura com a saúde.

“Esse é um movimento diferente eúnico”, diz o diretor do Sinmed-MG emédico de família, André Christianodos Santos. “Os médicos não estãolutando por salários, mas por me-lhores condições de trabalho, para quepossam exercer a Medicina com se-gurança e oferecer um atendimento dequalidade para a população”.

Os médicos prepararam uma cartacom as reivindicações para ser entregueao prefeito Márcio Lacerda no dia damanifestação. Uma pauta já velha co-nhecida dos gestores. O prefeito nãoapareceu. Quem recebeu a comissãointegrada pelo Sinmed-MG, Sindibel,Conselho Municipal de Saúde e usuárioforam os secretários de Planejamento,Paulo Bretas, e o secretário municipal deSaúde, Marcelo Gouvêa.

Com faixas, apitos e palavras de ordem os médicos mostraram sua insatisfação O diretor André Christiano fala sobre as dificuldades que afetam a assistência

No CS Glória, seis equipes não têm médicos

também precisa ser revisto. Com a faltade profissionais e a sobrecarga de tra-balho, os médicos estão praticamente

O resultado do encontro foi comu-nicado aos médicos na assembleia reali-zada no mesmo dia, à noite, no sindi-cato. Mais uma vez, o sentimento foi defrustração com a falta de sensibilidadeda Prefeitura para resolver a situação.

A mobilização continua e uma novaassembleia foi agendada para 4 dejulho. Até lá a categoria espera açõesconcretas em relação às reivindicações.

Nomeação dos concursados:principal reivindicação

Faltam médicos, remédios, insu-mos, computadores, impressoras... so-bram estresse, doenças, problemas edesculpas por parte dos gestores!

O diretor André Christiano explicaque a principal exigência da categoria é anomeação imediata dos médicos quepassaram no concurso realizado emdezembro último, cerca de 400 profis-sionais. “Depois de muita pressão, aPrefeitura nomeou 85 profissionais, paraas equipes sem médicos, quando sa-bemos que só para o PSF seriam ne-cessárias 270 nomeações”, diz.

O problema não se limita aos centrosde saúde. As urgências estão sofrendocom a falta de médicos, e vários plantõesde final de semana estão sem pediatras.A situação é de extrema gravidade.

Segundo André Christiano, nãoexiste argumento para que as no-meações não ocorram, já que não ha-

verá impacto econômico. Os con-cur-sados irão ocupar vagas já exis-tentes esubstituir os contratos.

Durante a reunião, os secretários secomprometeram a apresentar um cro-nograma da nomeação no final daprimeira quinzena de julho. “Os mé-dicos não querem cronograma, querema nomeação”, avisa o diretor.

Outro problema considerado gravís-simo pela categoria e que afeta dire-tamente os pacientes é a falta crônica demedicamentos. Em alguns momentoschegaram a faltar mais de 70 itens nasfarmácias da rede municipal. A Pre-feitura alega problemas de abasteci-mento, mas os médicos entendem que asituação é emergencial.

voltados para os atendimentos deagudos, fugindo da missão do pro-grama de saúde da família que é aprevenção e o acompanhamentodos casos crônicos.

Com o intuito de conhecer deperto a realidade dos centros desaúde, a diretoria do sindicato visi-tou mais de 20 unidades durante omês de maio. Foram priorizados oscentros onde o Manchester já estavaimplantado. Em todas as unidadesas principais queixas foram as equi-pes incompletas e falta de medi-camentos. No CS São Gabriel (Re-gional Nordeste), existe uma únicamédica generalista para quatro equi-pes. No CS Glória (Regional Barreiro),das sete equipes só uma tem médico.

Fotos: Eduardo Rocha

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 6 LUTAS SINDICAIS

Médicos federais pressionam e governo volta atrás em relação à MP 568

SERVIDORES FEDERAIS

Mais uma vitória da mobilização.Depois de várias manifestações em todoo país, o governo decidiu rever os ar-tigos que tratam da remuneração dos ser-vidores federais médicos na MP 568/2012. A medida, publicada em 14 demaio, reduzia em 50% os salários da ca-tegoria, além de mexer em pontos im-portantes como o adicional de insalubridade.

Em Minas Gerais, o movimento tevegrande apoio das entidades médicas quepublicaram inclusive uma carta aberta àpopulação em jornal de grande circu-lação do Estado.

Em decisão tomada em assembleiageral extraordinária, no sindicato nodia 29 de maio, os médicos votarampor realizar, dia 11 de junho, uma par-alisação de 12 horas e um ato deprotesto em frente à Faculdade de Me-dicina da UFMG.

Portando faixas e panfletos, que fo-ram distribuídos para a população, ex-

plicando as consequências da medidapara a assistência, os cerca de 50 mé-dicos presentes conversaram com a im-prensa e mostraram a enorme indig-nação diante da Medida Provisória 568.

Em decisão posterior à assembleiados médicos mineiros, a Federação Na-cional dos Médicos (Fenam) estipulou adata de 12 de junho para a mobilizaçãonacional, que movimentou pratica-mente todos os Estados.

Atualmente, o Brasil possui 42 milmédicos federais ativos e inativos doMinistério da Saúde e outros 7 mil doMinistério da Educação. Em MinasGerais, somente no Hospital das Clí-nicas da Universidade Federal, referênciano atendimento a pacientes portadoresde patologias de média e alta com-plexi-dade e importante centro de pes-quisa eensino, são cerca de 300 médicos que sedestacam pela excelência e anos de for-mação e experiência.

Categoria aguarda reajuste e luta por adicional, insalubridade e periculosidade

FHEMIG

Unanimidade. Esse foi o resultadofinal da votação dos médicos daFhemig que decidiram por interporação coletiva pleiteando adicionalnoturno, insalubridade e periculo-sidade ao governo do Estado. A de-cisão foi tomada em Assembleia GeralExtraordinária (AGE), realizada nodia 5 de junho, no Sindicato dos Mé-dicos de Minas Gerais.

Na ocasião, o departamento Jurídi-

co da entidade esclareceu que a açãocoletiva não impede que os médicosque também desejam entrar com açãoindividual pleiteiem por seus direitos.“A ação coletiva pode resguardar oprofissional que, eventualmente, ve-nha a perder a ação individual. Ela éuma segunda chance para tentargarantir os direitos da categoria”, des-taca o diretor Jurídico do sindicato,Paulo Marra.

Reposição salarial

Na assembleia, os médicos se mos-traram ansiosos em relação ao recebimentodo aumento proposto pela gestão estadualem resposta à campanha salarial deste ano.

A proposta de reajuste contemplaum aumento de 30% em agosto de2012, acrescido de mais 10% em agostode 2013 e outros 10% em agosto de2014. O primeiro percentual será apli-

cado sobre a tabela de vencimentos deabril de 2012, a qual contempla os 5%de aumento proveniente da políticaremuneratória do Estado. A aplicaçãodo reajuste resultará em um aumentoacumulado nesses três anos de 65%sobre o vencimento básico atual.

Em relação ao plano de carreira, acategoria ainda aguarda envio de ante-projeto para a Assembleia Legislativa deMinas Gerais.

Manifestação dos servidores federais em frente à Faculdade de Medicina Médico distribui panfletos para transeuntes Médica participa ativamente do movimento

Os protestos da categoria e aameaça de paralisação dos atendi-mentos pressionaram o governofederal e levaram a ministra IdeliSalvatti (Relações Institucionais) adeclarar, no próprio dia 12, quehouve um "erro" na edição da medi-da que provocou a redução – e quea falha será corrigida durante atramitação na Câmara e no Senado.

Já no dia 13 de junho, o senadorEduardo Braga (PMDB-AM), re-lator da Medida Provisória 568,apresentou, no Senado, uma minutade parecer para "corrigir" os equí-vocos da matéria. O ponto maisimportante será a criação de umatabela de remuneração exclusiva

para os médicos, desmembrandodas demais categorias do setor.

A nova tabela prevê a pos-sibili-dade de contratos de trabalho de 20horas semanais ou de 40 ho-ras.Nos de 20 horas, está mantida agratificação, além do vencimentobásico. Já para os contratos de 40horas, o vencimento básico dobrade valor, mas a gratificação per-manecerá a mesma.

Pela emenda a ser incorpora-da pelos deputados e senadoresda comissão especial, são supri-midas todas as alterações previs-tas no texto da MP quanto aopagamento de insalubridade, pe-riculosidade e produtividade.

Parecer cria tabela diferenciada para médicos

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 7LUTAS SINDICAIS

Pediatras de Uberlândia fazemassembleia para discutir honorários

UBERLÂNDIA

Uma audiência pública realizada, nodia 23 de maio, a pedido dos servi-dores públicos da área da saúde, usuá-rios, representantes de movimentossociais e representantes de sindicatosmostrou um triste quadro da saúde pú-blica em Contagem.

A dificuldade de diálogo com a Pre-feitura foi uma queixa comum a todosos presentes. A própria ausência de umrepresentante da Secretaria de Saúde naaudiência foi considerada mais um atode descaso com os servidores e um ates-tado de “culpa” de quem não quis se expor.

O médico de família e participanteativo do movimento sindical, por me-lhorias em Contagem, Jorge Januzzi, dis-se que a audiência trazia várias certezas.“Todos reconhecem que existe uma in-satisfação enorme com a saúde em Con-tagem (índice de 75% de desaprovação),

que a insatisfação dos profissionais estágerando uma série de pedidos de de-missão, que a sobrecarga de trabalhoestá levando muitos profissionais aadoecer, que são inúmeros os problemasde gestão e que não adianta melhorar aestrutura das unidades se não houvervalorização e investimento em pes-soal”, afirmou.

Mas, segundo ele, diante das cer-tezas algumas questões ficavam semresposta: “Para onde estão indo osrecursos da saúde, já que a Prefeituraemprega 29% de sua receita no setor,o que representa mais de 270 milhões?Por que essa falta de diálogo? Ondeestão os mais de mil médicos noticia-dos? Por que o índice de desempenhodo SUS é tão baixo no município?”.

“A saúde em Contagem é comouma grande orquestra, com muitos tal-

O médico Jorge Januzzi (à esq) fez vários questionamentos sobre a saúde em Contagem

entos mas sem um maestro”, re-sumiu, fazendo uma alusão à má ges-tão no município.

Ao final, foi elaborado um re-latório com os principais problemas

apontados para encaminhamento àpromotoria de Saúde de Contagem eà Secretaria Municipal de Saúde, comum pedido detalhado de prestaçãode contas.

Assembleia via videoconferência para elaboração da pauta

Os pediatras de Uberlândia pro-curaram o Sindicato dos Médicos deMinas Gerais para pedir apoio à luta pa-ra reajuste dos valores pagos pelas ope-radoras e seguradoras de saúde, e me-lhoria das condições de trabalho. O muni-cípio conta hoje com cerca de 200 pediatras.

No dia 14 de junho, eles relataramos vários problemas enfrentados emUberlândia em assembleia geral extra-ordinária realizada via videoconferên-cia e conduzida no município pela del-egada sindical e pediatra SandraMárcia Faria. Na sede do sindicato, emBelo Horizonte, vários diretores

acompanharam a assembleia.Fernando Mendonça, diretor de Co-

municação do sindicato, e secretário geralda Sociedade Mineira de Pediatria, disseque os valores pagos pelas operadorasnão estimulam os médicos, que estãodeixando os convênios. Para piorar,existe hoje no país um problemacrônico de falta de pediatras.

Ao final da reunião, os pediatrasdecidiram elaborar uma pauta de reivin-dicações, que será encaminhada às oper-adoras. Foi dado um prazo de 30 diaspara o retorno e agendamento de umanova assembleia.

Audiência Pública mostra quadro preocupante na saúde CONTAGEM

Depois de 20 anos, finalmente aPrefeitura de Santa Luzia atendeu o ape-lo da comunidade médica e publicou, dia13 de junho, edital para concurso pú-blico. A notícia sobre o lançamento doedital foi comunicada oficialmente aoSindicato dos Médicos no dia 15 demaio, quando o prefeito Gilberto daSilva Dorneles e assessores foram re-cebidos pela diretoria do Sinmed-MG.

Hoje, Santa Luzia conta com apenas12 médicos concursados. Na área desaúde, segundo o prefeito, serão 636 car-gos, sendo 200 vagas para médicos. Oscargos já estão providos em lei.

Seguindo os trâmites legais, a posse dosnovos concursados está prevista parainício de 2013.

Na reunião, o prefeito destacou que aPrefeitura “está reparando um erromuito grande e que espera com a me-dida dar mais segurança ao médico ediminuir a grande rotatividade que existehoje na saúde em Santa Luzia”.

Santa Luzia publica edital para concurso público após 20 anos

SANTA LUZIA

Reunião no Sinmed-MG, em 15 de maio, com presença do prefeito Gilberto Dorneles

Vagas por área : Generalista – 45,Clínico de urgência – 55, Especialistade urgência – 54, Especialista – 46.Inscrições: 8 de agosto a 6 de setembro.Mais informações: www.ibaconcursos.org

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Cartão amarelo para os Planos de Saúde

SAÚDE SUPLEMENTAR TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 8

Audiência pública na Assembleia Legislativa teve presença das entidades que mostraram o cartão de advertência para as operadoras

Recepção do evento, na AMMG

Uma audiência pública promovidapelas Comissões de Saúde e de Defesa doConsumidor e Contribuinte, na As-sem-bleia Legislativa de Minas Gerais, inte-grou, em Minas Gerais, o Dia Na-cionalde Advertência aos Planos de Saúde, 25de abril. Um dos símbolos do protestofoi um cartão amarelo, segurado pelosrepresentantes das entidades du-rante oato de advertência.

A mobilização é contra as opera-doras que têm se recusado em avançarnas negociações pela recuperação dehonorários defasados e pelo fim dainterferência antiética na relação entreos profissionais e seus pacientes.

As entidades também cobram oestabelecimento de regras claras para a

O III Fórum Nacional Sobre aClassificação Brasileira Hiererquizada(CBHPM), na Associação Médica deMinas Gerais, dia 11 de maio, superou as

expectativas pelo avanço no nível dosdebates e participação do público.

O evento, iniciativa da ComissãoEstadual de Honorários Médicos de

AUDIÊNCIA PÚBLICA

O Brasil tem 371 mil médicos ematividade, registrados no CFM.

Aproximadamente 170 mil médi-cos atuam na saúde suplementar.

Em Minas Gerais, estima-se quedos 40 mil profissionais em ativi-dade, cerca de 27 mil atuem no setor.

47,6 milhões (24,9% da po-

pulação) é o número de usuá-rios de planos de assistênciamédica no Brasil. O dado é dedezembro de 2011.

Entre dezembro de 2010 e de-zembro de 2011, mais 1,9 milhão debrasileiros passaram a ter plano desaúde – aumento de 4,2%.

Dados gerais sobre o setor

ANS, já determine a contratualizaçãono setor da saúde, a norma ainda nãofoi efetivada na prática.

Na questão dos honorários, os re-presentantes da classe médica reivin-dicam revisão dos valores pagos pelasoperadoras de planos de saúde, refe-rentes a consultas e outros proce-dimentos realizados. O valor médionacional recebido pelo profissionalpor consulta realizada é de R$40.A proposta a categoria é que esse valorseja elevado para R$80.

Durante o dia de advertência, umaboa parte dos médicos da saúde su-plementar que atuam em Minas Geraisparticiparam de uma paralisação de 24horas, com suspensão dos atendi-men-tos eletivos.

Mobilização nacional

A organização do Dia Nacional deAdvertência aos Planos de Saúde re-sulta da mobilização permanente dosmédicos, encabeçada pela AssociaçãoMédica Brasileira (AMB), ConselhoFederal de Medicina (CFM) e FederaçãoNacional dos Médicos (Fenam).

Este foi o terceiro protesto nacionaldos médicos contra os abusos pra-tica-dos pelas operadoras no período deum ano. Em 2011, houve duas datas demobilização.

FÓRUM

Fórum da CBHPM discute principais entraves do setor

fixação de contratos entre as opera-doras, que estabeleçam normas de atu-ação, deveres, obrigações e penali-dades na relação com os profissionaise que regularize a previsão de reajustes

anuais para a classe médica, ação quedepende diretamente da interferênciada Agência Nacional de Saúde (ANS).

Foi lembrado que embora a Re-solução Normativa 54, de 2003, da

Minas Gerais – formada por repre-sentantes do Sinmed-MG, AMMG,CRMMG e Fencom, contou com cer-ca de 100 convidados, entre repre-sen-tantes de entidades médicas, lide-ranças do setor, sociedades de espe-cialidades do Brasil e autoridades.

Para os presentes, embora a passoscurtos, o movimento médico tem sidogrande responsável por uma nova visãodo governo na valorização da luta dosprofissionais da saúde suplementar.

Debates

A última mesa, coordenada pelosecretário geral da AMMG, AlcebíadesVitor Leal Filho, contou com presençado secretário de Saúde Suplementar da

Fenam e diretor do sindicato, MárcioCosta Bichara, e de Fernando LuizMendonça, secretário-geral da Socie-dade Mineira de Pediatria (SMP) e dire-tor de Comunicação do Sinmed-MG.

Na ocasião, Mendonça apontou queos pediatras tiveram avanços com aimplantação da CBHPM, mas o ce-nário atual ainda é preocupante: o fe-chamento de hospitais infantis em Mi-nas e a diminuição na procura pela es-pecialidade trazem apreensão quantoao futuro da pediatria. Entre os mo-tivos dessa falta de interesse, estão adesvalorização profissional e a má re-muneração. “A situação é emergenciale o futuro da especialidade depende dacontinuidade na mobilização da ca-tegoria”, disse

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Mais recursos para a saúde: um projeto de todos

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 9

Entrevistado: dicas para lidar com a imprensa

Como parte da mobilização, conhe-cida em todo o país como “Movi-mento Nacional em Defesa da SaúdePública”, o Sinmed-MG participou dedois atos públicos dias 17 de abril e 31de maio, na Praça Sete.

O movimento pretende recolher 1.5milhão de assinaturas em pelo menoscinco estados, para a proposição de umProjeto de Lei de Iniciativa Popular, queassegure o repasse de 10% das receitas daUnião para a Saúde Pública.

A regulamentação da emenda, san-cionada no último mês de janeiro, obrigaos Estados a investirem 12% de suasreceitas na Saúde e os municípios, 15%.Entretanto, coube à União o repasse dovalor investido no ano anterior, mais avariação nominal do Produto InternoBruto (PIB).

Na prática, em 2012, o nível federalaplicará o empenhado em 2011 – R$72bilhões, mais a variação do PIB de 2010para 2011, somando cerca de R$86 bil-hões. A vitória do projeto de lei de inicia-tiva popular traria R$ 31 bilhões para osetor, chegando o orçamento a R$107bilhões.

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais, representado pela jornalistaRosângela Costa, mais uma vez mar-cou presença no Seminário “Médicoe Mídia”, dias 19 e 20 de abril, emSão Paulo.

Aprimorar o relacionamento entreo médico e a mídia e avaliar o cenárioatual da comunicação e do jornalismoforam alguns dos temas abordados noencontro, promovido em parceria pela

Federação Nacional dos Médicos(Fenam) e Conselho Federal deMedicina (CFM).

Segundo o diretor de Comuni-cação do Sinmed-MG, FernandoMendonça, a participação em todasas sete edições do “Médico e Mídia”mostra a preocupação do sindicatoem preparar jornalistas e diretorespara lidar com a mídia e trabalhar aimagem da instituição na sociedade.

SUS

Sindicato compartilha experiências no “Médico e Mídia”

COMUNICAÇÃO

Médicos e jornalistas reunidos em busca de uma comunicação cada vez melhor

Milhares de pessoas já assinaram omanifesto em todo o país. Para par-tici-par, o cidadão deve assinar o abaixo-assi-nado, informando seu nome com-pleto,endereço e título de eleitor.

O formulário para coleta de assina-turas está disponível no site do Sinmed-MG (www.sinmedmg.org.br). Assim quepreenchido, o documento deverá serentregue na sede do sindicato, na ruaPadre Rolim, 120 - São Lucas. Qualquerdúvida, poderá ser esclarecida por tele-fone - (31) 3241-2811 ramal 5.

Engajamento é nacional

Vários outros órgãos da sociedade civil,como a Ordem dos Advogados do Brasil,a Associação Brasileira de Imprensa e rep-resentantes do Legislativo e do Exe-cutivo,também estão engajados na causa.

A Assembleia Legislativa de MinasGerais lançou uma caravana da saúdepara coletar as assinaturas nos muni-cípios mineiros. Todos entendem que aUnião precisa destinar mais recursospara oferecer serviços de qualidade egarantir o acesso universal e integral ao

FINANCIAMENTO DA SAÚDE

O porta-voz da instituição de-ve ter firmeza, empatia e conhe-cer profundamente o assunto queserá abordado;

Não improvisar. Reunir as in-formações básicas para saber darrespostas;

Durante as entrevistas, ser cla-ro e evitar palavras rebuscadas ede difícil entendimento;

Evitar usar siglas e não falarcom o repórter em off;

Quando não estiver seguro emuma resposta, é melhor ser francoe dizer que vai se informar sobreo assunto ou encaminhar a outroprofissional especializado.

“Acreditarmos que a comunicaçãoé uma ferramenta que muito con-tribui para o crescimento do Sin-med-MG, postura ética e estrei-tamento da relação com os mé-dicos e mídia”, destaca.

Desiré Callegari, primeiro secre-tário do Conselho Federal de Medi-cina (CFM), um dos palestrantes doevento, destacou a importância dorespeito mútuo entre as áreas desaúde e comunicação.

Segundo ele, o compromissocom a verdade, a transparência nasações e a responsabilidade social sãopontos necessários para que haja umbom canal de comunicação nas en-tidades médicas. “A relação entremédicos e jornalistas melhorou mui-to nos últimos tempos e hoje es-tamos num outro patamar já que háa preocupação com o interessesocial também nas notícias que sãodivulgadas”, avalia.

Entidades organizaram coleta de assinaturas de populares na Praça Sete

SUS. A ALMG também deu início a umciclo de debates sobre o assunto.

Além disso, prefeituras e câmarasmunicipais dos 853 municípios mi-neiros estão recebendo kits com car-

tazes, formulários para coleta de as-sinaturas, envelope com AR paraenvio à Assembleia, orientações sobrea campanha e ofício da ALMG e en-tidades parceiras.

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A Federação Nacional dos Mé-dicos (Fenam) elegeu, no dia 26 demaio, durante o XI Congresso Na-cional, a nova diretoria que coman-dará a entidade a partir de 1º dejulho (biênio 2012/2014). GeraldoFerreira Filho, presidente do Sindi-cato dos Médicos do Rio Grande doNorte, foi aclamado presidente.

Geraldo substituirá Cid Carva-lhaes, que assumiu a entidade em2010, e, emocionado, desejou boas-vindas aos novos diretores.

Em seu primeiro discurso, Ge-raldo Ferreira agradeceu a todos queo acompanharam neste processo."Agradeço aos estados do Nor-deste que me indicaram e ao aco-lhi-mento de todos os outros esta-dosque me apoiaram. Nossa dire-toriaestá pronta, e como presidente daFenam, lutarei pela categoria emcada pedaço deste país ".

Na nova gestão, Jacó Lampert,diretor Administrativo-Financeirodo Sinmed-MG, assume o cargo derepresentante junto às entidadessindicais de grau superior e o con-selheiro do sindicato, Márcio CostaBichara, permanece como secretá-rio de Saúde Suplementar.

Presidente: Geraldo Ferreira Filho - Vice-presidente: Otto Fernando Baptista - Secre-tário-geral: João Batista de Medeiros - 1ºSec.: José Tarcísio da Fonseca Dias - Sec. definanças: Cid Célio Jaime Carvalhaes - Dir.de finanças: Mário Antonio Ferrari - Sec. deassuntos jurídicos: Vânio Cardoso Lisboa -Dir. de assuntos jurídicos: Marcelo AlvarezQuinto - Sec. de comunicação: RodrigoAlmeida Souza - Dir. de comunicação: Wal-dir Araújo Cardoso - Sec. de formação erelações sindicais: José Erivalder Guimarãesde Oliveira - Dir. de formação e relaçõessindicais: Lúcia Maria de Sousa Aguiar doSantos - Sec. de formação profissional eresidência médica: Jorge Luiz Eltz de Souza- Dir. de formação profissional e residênciamédica: Antônio José Pereira dos Santos -Sec. de relações trabalhistas: EduardoSantana - Dir. de relações trabalhistas: JanicePainkow - Sec. de benefícios e previdência:

João Fonseca Gouveia - Dir. de benefí-cios e previdência: Fernando AntônioNascimento e Nascimento - Sec. de saúdesuplementar: Márcio Costa Bichara - Dir. desaúde suplementar: Álvaro Norberto Valen-tin - Sec. direitos humanos, discriminação egênero: José Roberto Cardoso Murisset -Dir. de direitos humanos, discriminação egênero: Maria Rita de Assis Sabo Brasil - Sec.de educação permanente: Deoclides Car-doso Oliveira Junior - Dir. de educação per-manente: Ari Wajsfeld

Conselho Fiscal: Elza Luiz de Queiroz,Anete Maria Barroso de Vasconcelos, Ro-silene Alves de Oliveira. Suplentes: AdolfoSilva Paraíso, Ellen Machado Rodrigues eCésar Augusto Ferrarezi

Representantes junto às entidades sin-dicais de grau superior: titular Jacó Lam-pert e suplente Tarcísio Campos Saraiva deAndrade.

No dia 24 de abril, o Con-selho Científico da AssociaçãoMédica de Minas Gerais reali-zou a primeira edição do pro-jeto “Terça Cultural”, com pa-lestra do ex-ministro da saúde,José Gomes Temporão, sobre“Novos paradigmas da saúde”.

A segunda edição, dia 22 demaio, reuniu o violoncelistanorte-americano Matthew Ryan-Kelzenberg; a violinista sérviaRadmila Boceve e a pianistamineira Patrícia Valadão, eminterpretações inesquecíveis.

No dia 26 de junho, o temafoi “Mitologia Grega e Medici-na”, com palestra do patolo-gista José de Souza AndradeFilho, membro da AcademiaMineira de Medicina.

Os encontros serão realizadosmensalmente na AMMG, sem-pre às terças-feiras, com entradagratuita. O projeto será suspen-so em julho e retoma em agosto.Inscrições e informações sobreos próximos eventos pelo te-lefone (31) 3247-1619 ou [email protected].

AGENDA

FENAM

Fenam elege nova diretoria para biênio 2012-2014AMMG

“Terça Cultural”:filosofia, música

e cultura

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 10

Dando continuidade ao programa devisitas de acadêmicos de Medicina, oSinmed-MG recebeu mais quatro tur-mas nos meses de abril e maio. Em abril,estiveram no sindicato alunos do 5º anoda Faculdade de Saúde e Ecologia

Humana (Faseh), acompanhados doprofessor Aristides Carvalho, e estu-dantes do 5º período da UFMG, com oprofessor Luis Carlos.

Em maio, duas turmas participa-ram do programa: universitários do 3º

ano de Medicina do UNI-BH, com apresença do professor e diretor dosindicato, Adriano Faustino, e alunosdo 4º ano da Faculdade de CiênciasMédicas de Minas Gerais, com o pro-fessor Wellerson Alkmin. Na oca-sião,

o presidente do sindicato, Cris-tianoda Matta Machado, e os di-retores doSinmed-MG - Eduardo Fil-gueiras eMargarida Constança So-falDelgado também acompanha-ramas visitas.

PROGRAMA DE VISITAS

Mais quatro turmas de acadêmicos visitam o Sinmed-MG

Geraldo Ferreira, ao centro, comemora a conquista

Alunos da UFMGAlunos da UNI-BHAlunos da Faseh

Confira a nova diretoria

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... “Enquanto os governantes –verdadeiros responsáveis pelo des-caso e caos da saúde pública noBrasil – estão protegidos em seuspalácios e gabinetes, os médicos,sobrecarregados e mal remunerados,ficam na linha de frente encarando ainsatisfação da população. O quedeveria ser apenas uma batalha con-tra as doenças virou uma grandeguerra: contra as condições precáriasdas instituições de saúde, equipesmédicas desfalcadas, falta de estru-tura, de medicamentos e de leitos,ameaças e agressões físicas e verbais.

... Nossa personagem ainda ali-menta sua alma com os pacientesque reconhecem seu trabalho. Ela sesente estimulada com a nobre funçãode formar médicos e especialistas.

... E, então, estranha e inusita-damente, sua governante aparececom uma medida provisória quereduzirá seu salário em 50% e aospoucos extinguirá seus benefícios eplano de carreira. Bum! O castelodesabou!

... Sua reação inicial foi de indig-

nação e revolta. Depois, começou aracionalizar e imaginar como issoafetaria seu dia-a-dia e seu futuro.Por fim, caiu em profundo desgosto,por perceber sua insignificância aosolhos do governo. Ela olhou paratrás, reviveu cada momento da suahistória de esforços e sacrifícios,lembrou da privação de seus pais,pensou em cada centavo investidoem sua formação, em cada hora desono perdida, em cada dia ausente doconvívio familiar. E chorou.

... Olhou para frente e vislumbrouaquele hospital universitário sofren-do com exoneração em massa;profissionais extremamente capaci-tados abandonando seus cargos. Apopulação sofrendo sem atendi-mento de qualidade num serviço ter-ciário. Graduandos de Medicina emédicos residentes órfãos de apren-dizado. E se entristeceu. Trata-se deuma história real."

Raquel Waleska dos Santos – médicaservidora federal (Íntegra do artigo nowww.sinmedmg.org.br)

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012 11SEUS DIREITOS

BOCA NO MUNDO JURÍDICO RESPONDE

Castelo desmorona com a MP que reduz salário

Entre os muitos problemas en-frentados pelos médicos em Betim,além dos baixos salários, está a faltade estrutura e de segurança. Veja orelato de dois médicos, em matériapublicada no “O Tempo Betim”, dia1 de junho.

Adriano Faustino (UAI Guana-bara): “Apesar de a prefeita terprometido terceirizar portarias,isso nunca aconteceu. Não há con-trole sobre o fluxo de pessoas, emuitos médicos, ameaçados ouagredidos, ficam com medo devoltar ao trabalho e estão pedindo

exoneração, como foi o meu casona UAI Alterosas”.

Ana Cristina Fonseca, ginecolo-gista (Maternidade Pública): "A ci-dade parou no tempo quando se falaem saúde. Somos ameaçados porcausa da falta de barreiras que impe-dem a entrada na unidade. Outro dia,uma colega foi agredida por umapaciente. Além disso, pintar umaunidade não significa reformar.Faltam remédios, leitos e médicos.Os aparelhos estão velhos. Estamossobrecarregados e não vemos ne-nhum horizonte com melhorias".

Betim: pacientes partem para a agressão

Quem tem direito ao auxílio-doença?Aqueles que, temporariamente, não

podem trabalhar por motivo de doença ouacidente dentro ou fora do serviço. Caso ainvalidez seja provocada por doença, ohomem ou a mulher precisa comprovarque trabalhou ou contribuiu com o INSSpor um ano antes de adoecer. Já quem seacidentou ou sofreu alguma doença rela-cionada ao trabalho deve demonstraruma das seguintes situações: que era tra-balhador rural; que estava empregado;que estava a serviço de uma empresaquando ocorreu o acidente de trabalho.

A documentação básica para requerero auxílio-doença é: identidade, CPF, car-teira de trabalho, recibo de pagamentodas contribuições previdenciárias e ates-tado médico. Se a invalidez foi causadapor acidente de trabalho, é necessárioapresentar o Comunicado de Acidentede Trabalho (CAT). (Núcleo Direito Pre-videnciário – Depto Jurídico/Sinmed-MG)

O que é qualidade de segurado?Para ter direito a qualquer benefício

previdenciário, a pessoa não pode deixarde contribuir com a Previdência Socialpor mais de 12 meses. O segurado po-derá, entretanto, permanecer por 24meses sem recolher contribuições para oINSS caso preencha uma das seguintescondições: a) tiver recebido seguro-desemprego ou comprovar que estevedesempregado perante o SINE ou oMinistério do Trabalho e Emprego; tercontribuído por 10 anos sem ter perdidoa condição de segurado. O período semcontribuições poderá, ainda, ser pror-rogado para 36 meses caso o trabalhadorsatisfaça as duas condições acima.

Dessa forma, ao deixar o emprego, omédico deve se informar a respeito dopagamento do seguro-desemprego. Casonão tenha direito ao benefício, mesmoassim, é importante providenciar ocadastro individual no Sistema Nacionalde Emprego. Isso poderá garantir que otrabalhador, ainda que não esteja con-tribuindo, mantenha a condição de segu-rado por um período de 24 meses.(Núcleo Direito Previdenciário – DeptoJurídico/Sinmed-MG)

Sou servidor público federal apo-sentado ou em vias de me aposentar,tenho direito à licença-prêmio, masnão as gozei ou não pretendo gozá-las, optando pela conversão em es-pécie. Tenho ainda tempo de con-tribuição de serviço prestado an-teri-ormente ao ente federal sob o regimeceletista. Tenho direito de pleitear aconversão em espécie da licença-prêmio não usufruída e con-tar otempo de contribuição sob o regimeceletista para esse fim? Qual o prazopara propor a demanda judicial seme for negado admi-nistrativamenteo pedido?

Sim. Conforme entendimento doSuperior Tribunal de Justiça, otempo de serviço prestado sob oregime celetista conta para todos osefeitos. De igual modo, as licenças-prêmios adquiridas pelos servidoresfederais e não usufruidas podem serconvertidas em pecúnia. O prazopara requerer judicialmente a con-versão em espécie é de cinco anos acontar da aposentadoria. (NúcleoDireito Administrativo – Depto Jurídi-co/Sinmed-MG)

Sou servidor público estatutário daPrefeitura de Belo Horizonte e fuicedido para outros órgãos públicos,com ônus para a PBH. Tenho direitode computar o tempo de cessão parafins de licença-prêmio?

Sim. De acordo com o entendi-mento do Tribunal de Justiça de MinasGerais o servidor do Município deBelo Horizonte, cedido a ente daAdministração Pública, tem direito àcontagem do tempo da cessão parafins de obtenção da licença porassiduidade (férias-prêmio), previstano artigo 159 da Lei Municipal n.º7.169/96.

OBS: Se o seu caso é parecido comos narrados ou possui outras parti-cularidades, entre em contato com ojurídico do Sinmed-MG para que pos-samos avaliar a viabilidade de sua de-manda. (Núcleo Direito Administrativo– Depto Jurídico/Sinmed-MG)

Envie seu depoimento para a Seção Boca no Mundo. Pedimos que os relatos sejam curtos. Os que forem maiores serão resumidos e, no caso de artigos, publicados na íntegra no site (www.sinmedmg.org.br). Já “Jurídico Responde” buscar esclarecer as dúvidas mais frequentes dos médicos que procuram o departamento Jurídico.

Para participar da seção, envie as perguntas para [email protected], com nome completo, especialidade, local de trabalho, telefone e e-mail.

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Segundo ela, Minas Gerais teveum grande avanço com a implan-tação do processo seletivo uni-ficado para os exames de resi-dên-cia e a bonificação vai contra amáxima de oferecer oportunida-des iguais para todos. Margaridaexplica que a seleção atual con-templa tanto o resultado das pro-vas como o currículo do candida-to, levando em consideração toda atrajetória do médico até o concurso.

“Não é justo que o médico queobteve uma boa classificação noprocesso seletivo fique em des-vantagem. Com o número insu-ficiente de vagas, um ponto podefazer diferença na classificação”,avalia.

Segundo a médica, “a soluçãomais plausível seria criar incen-tivos para levar os médicos queoptaram por fazer residência emáreas de atenção básica a traba-lharem nesses municípios, ofe-recendo concurso público; planode cargo, carreira e salário e con-dições próprias para realizar suafunção. Isso já acontece em váriasoutras profissões”.

Já a Fenam não é contrária ao bô-nus – considerado um estímulo paraos médicos – mas a Federação ques-tiona o índice da bonificação, pro-pondo 2.5% ao ano, segundo informaMárcio Bichara.

Atenção básica precisa de política de valorização

Para o médico Artur Oliveira Men-des, presidente da Associação Mineirade Medicina da Família e da Co-munidade e conselheiro do Sinmed-MG, o mérito do Provab é ser voltadopara a atenção básica – “qualquer ini-ciativa que melhore o processo dequalificação dos profissionais nestaárea é válido, mas o programa precisaser revisto”, afirma.

Segundo ele, o incentivo da boni-ficação só teria sentido se estivessevinculado ao compromisso do médicode fazer a residência em áreas ligadasà atenção básica, como a própria me-dicina da família, pediatria, clínicageral ou ginecologia/obstetrícia.

Considerando que a maioria dosmédicos estarão apenas de passagemno PSF, o que vai contra a própriafilosofia do Saúde da Família, elechama o Provab de “remendo”. “Ficaclaro que enquanto não houver umapolítica que realmente se preocupecom a valorização do médico que atuena atenção básica e não se investir namelhoria da estrutura e condições detrabalho não serão salário nem boni-ficações para a residência que vão fi-xar esse profissional no interior”, afirma.

A opinião é compartilhada porMárcio Bichara, da Fenam: “Se aquestão fosse apenas de bônus pararesidência, as 2 mil vagas para mé-dicos teriam sido preenchidas, o quenão aconteceu”, conclui.

A carência de profissionais dasaúde para atuar na atenção básica emmunicípios do interior e periferias dasgrandes cidades levou o governo fe-deral a criar, no início deste ano, oPrograma de Valorização dos Profis-sionais da Atenção Básica (Provab).

Iniciativa conjunta entre os mi-nistérios da Saúde e da Educação, oprojeto é bastante polêmico. Se porum lado, busca apresentar uma solu-ção imediata para a questão da falta deprofissionais, por outro não resolve oproblema, além de apresentar umasérie de distorções na opinião dos nos-sos entrevistados.

Um dos pontos mais questionadosé a questão da bonificação. Para atrairos recém-formados, os médicos quetiverem participado, no mínimo 11meses, das atividades no Provab terãodireito à pontuação adicional de 10%da nota total nos processos seletivosde residência médica. Se o profissionalpermanecer por dois anos, a suabonificação passará a ser de 20%.

Conceitualmente, o Provab é consi-derado um “remendo” que em nadacontribui para fixar o médico no inte-rior. Para que isso aconteça, é precisomais do que bonificações. A solu-ção, segundo as entidades médicas,passa por um plano de cargos, car-reira e salários que estimule o pro-fissional e por melhoria da estru-tura e condições de trabalho nasunidades de saúde.

Foram oferecidas, inicialmente, 2mil vagas para médicos, mil para enfer-meiros e 700 para dentistas. Foramaprovados no programa 1.458 médi-cos, 1.877 enfermeiros e 1.322 dentis-tas, para trabalhar em 1.293 municípios.

Fenam aguarda avaliação da fase piloto

O médico Márcio Bichara, diretorda Federação Nacional dos Médicos edo Sindicato dos Médicos de MinasGerais, conta que, num primeiro mo-mento, a Fenam aprovou a propostado Provab por acreditar que era umaalternativa para a falta de médicos,principalmente na região norte do

país. Mas as coisas não acontecerambem como a Federação esperava.

“O governo prometeu uma coisa efez outra. A expectativa é que se pa-gasse o piso da Fenam e que os profis-sionais fossem contratados em regimede CLT, o que não ocorreu, e o finan-ciamento que deveria ser feito peloMinistério da Saúde está one-randotambém as prefeituras. Outro proble-ma é a falta de preceptoria para essesmédicos que, sozinhos e sem exper-iência, terão que enfrentar uma situ-ação de verdadeiro caos”, afirma.

Segundo o diretor, a Fenam aguar-da a primeira avaliação do Provab pe-lo Ministério da Saúde, após o tér-mino do prazo do projeto piloto, emoutubro, quando a entidade poderáse basear em dados conclusivos parase posicionar novamente em relaçãoao programa.

Bônus para prova de residência é questionado

A moeda de troca oferecida pelogoverno para atrair os médicos recém-formados – bônus para as provas deresidência – é um dos pontos maiscontroversos da proposta.

A pediatra Margarida Sofal, doConselho Diretor do Sinmed-MG,e membro do Conselho Delibe-rativo da Comissão Estadual deResidência Médica (Cerem), con-sidera a bonificação pouco crite-riosa para com os demais profis-sionais que se prepararam para aresidência.

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2012ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas - CEP: 30130 090 - BH - MG

ESPECIAL12

Provab: um “remendo” que passa longe da soluçãoATENÇÃO BÁSICA

MUDOU-SEENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O Nº INDICADOFALECIDO

DESCONHECIDORECUSADOAUSENTENÃO PROCURADO

OUTROS: INFORMAÇÃO PRESTADA PELOPORTEIRO OU SINDICOREINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ____ /____ /_______

DATA:RUBRICA:

FECHADO - PODE SER ABERTO PELA ECT

Bichara:“O governo prometeuuma coisa e fez outra”

Margarida:“Um ponto pode fazer

diferença na classificação”

Artur:“É preciso mudar a política

da atenção básica”