Imunidade Tributária OS

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DECISO: Trata-se de agravo regimental contra deciso de fls. 289-291 que negou seguimento a agravo de instrumento, com fundamento no Enunciado n 279 da Smula do STF.Inicialmente, reconsidero a deciso de fls. 289-291, julgo prejudicado o agravo regimental de fls. 294-297 e passo, desde logo, anlise do recurso.Trata-se de agravo de instrumento contra deciso de inadmissibilidade de recurso extraordinrio que impugna acrdo assim ementado:TRIBUTRIO E CONSTITUCIONAL - IMUNIDADE TRIBUTRIA - INSTITUIO DEDICADA ASSISTNCIA SOCIAL - ARTIGO 150, VI, "C" DA CONSTITUIO FEDERAL - CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ARTIGO 14 DO CTN - LEI N 9532/1997 - EXCLUSO DA IMUNIDADE DOS RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS EM APLICAES FINANCEIRAS - VIGNCIA SUSPENSA. 1. A Constituio Federal assegura imunidade tributria s instituies de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, no que se refere instituio de impostos incidentes sobre o patrimnio, a renda ou servios relacionados s suas finalidades essenciais, desde que sejam cumpridos os requisitos contidos no art. 14 do CTN. 2. O pargrafo 4 do artigo 150 da Constituio, ao determinar que a imunidade concerne apenas ao patrimnio, renda e aos servios relacionados com suas finalidades essenciais, no exclui os rendimentos decorrentes das aplicaes financeiras que so vertidos aos objetivos da prpria entidade, como ocorre com a renda auferida a partir das suas atividades assistenciais, ou mesmo da comercializao de seus bens. 3. A imunidade no restrita apenas renda decorrente do objeto social da entidade, mas sim toda aquela auferida de forma regular visando resguardar o seu patrimnio dos efeitos corrosivos da inflao, como ocorre com as aplicaes financeiras. 4. O art. 12, 1 da Lei n L. 9.532/97, lei ordinria, excluiu da imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicaes financeiras de renda fixa ou de renda varivel. 5. Ofensa ao art. 146, II, da Constituio Federal, que determina competir lei complementar regular as limitaes constitucionais ao poder de tributar. 6. A imposio tributria tambm estaria tributando o patrimnio da entidade, o que vedado pela Constituio Federal, porquanto as aplicaes financeiras no tm a finalidade de auferir lucros, mas sim de resguardar o patrimnio dos efeitos corrosivos da inflao. 7. O dispositivo teve sua vigncia suspensa por fora de deciso proferida em Medida Cautelar na ADIN n 1802(fl. 195).No recurso extraordinrio, interposto com fundamento no artigo 102, III, a, da Constituio Federal, aponta-se violao aos artigos 146, II; e 150, VI, c, do texto constitucional.Decido.A pretenso recursal no merece prosperar.Isso porque o Tribunal de origem decidiu a controvrsia dos autos em consonncia com a jurisprudncia desta Corte, conforme se pode verificar a partir dos seguintes precedentes:AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTRIO. IMUNIDADE TRIBUTRIA. ENTIDADE DE ASSISTNCIA SOCIAL. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIO FEDERAL. EXTENSO DA REFERIDA IMUNIDADE S APLICAES FINANCEIRAS. POSSIBILIDADE. 1. A imunidade tributria prevista no art. 150, VI, c, da CF alcana todos os bens das entidades assistenciais de que cuida o referido dispositivo constitucional, alm de suas aplicaes financeiras. Precedentes: RE 183.216-AgR-ED, rel. min. Marco Aurlio, DJ de 02.06.2000; RE 232.080-AgR, rel. min. Nelson Jobim, DJ de 31.10.2001; RE 230.281-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 01.08.2003; RE 424.507-AgR, rel. min. Carlos Velloso, DJ de 22.10.2004. 2. Este Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento da ADI 1.802-MC, da Relatoria do Ministro Seplveda Pertence, DJ de 13.02.2004, suspendeu, at a deciso final da ao direta, a eficcia do 1 do artigo 12 da Lei 9.532/97. 3. O presente tema no guarda identidade com o RE 611.510-RG, atualmente sob a relatoria da Ministra Rosa Weber, cuja repercusso geral foi reconhecida por esta Corte, restando evidenciado o divrcio ideolgico entre as razes do regimental e o que foi decidido no Tribunal a quo. Incidncia da Smula 284 do STF verbis: inadmissvel o recurso extraordinrio, quando a deficincia na sua fundamentao no permitir a exata compreenso da controvrsia. 4. In casu, o acrdo recorrido assentou: TRIBUTRIO E CONSTITUCIONAL - IMUNIDADE TRIBUTRIA INSTITUIO DEDICADA ASSISTNCIA SOCIAL - ARTIGO 150, VI, C DA CONSTITUIO FEDERAL - CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ARTIGO 14 DO CTN LEI N 9532/1997 - EXCLUSO DA IMUNIDADE DOS RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS EM APLICAES FINANCEIRAS - VIGNCIA SUSPENSA. 1. A Constituio Federal assegura imunidade tributria s instituies de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, no que se refere instituio de impostos incidentes sobre o patrimnio, a renda ou servios relacionados s suas finalidades essenciais, desde que sejam cumpridos os requisitos contidos no art. 14 do CTN. 2. O pargrafo 4 do artigo 150 da Constituio, ao determinar que a imunidade concerne apenas ao patrimnio, renda e aos servios relacionados com suas finalidades essenciais, no exclui os rendimentos decorrentes das aplicaes financeiras que so vertidos aos objetivos da prpria entidade, como ocorre com a renda auferida a partir das suas atividades assistenciais, ou mesmo da comercializao de seus bens. 3. A imunidade no restrita apenas renda decorrente do objeto social da entidade, mas sim toda aquela auferida de forma regular visando resguardar o seu patrimnio dos efeitos corrosivos da inflao, como ocorre com as aplicaes financeiras. 4. O art. 12, 1 da Lei n L. 9.532/97, lei ordinria, excluiu da imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicaes financeiras de renda fixa ou de renda varivel. 5. Ofensa ao art. 146, II, da Constituio Federal, que determina competir lei complementar regular as limitaes constitucionais ao poder de tributar. 6. A imposio tributria tambm estaria tributando o patrimnio da entidade, o que vedado pela Constituio Federal, porquanto as aplicaes financeiras no tm a finalidade de auferir lucros, mas sim de resguardar o patrimnio dos efeitos corrosivos da inflao. 7. O dispositivo teve sua vigncia suspensa por fora de deciso proferida em Medida Cautelar na ADIN n 1802. 5. NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental (AI-AgR 749.009, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira turma, DJe 29.3.2012).CONSTITUCIONAL E TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINRIO. IMUNIDADE TRIBUTRIA. IMPOSTO DE RENDA SOBRE RENDIMENTO E GANHOS DE CAPITAL. ENTIDADE DE ASSISTNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS. ARTIGO 12, 1, DA LEI 9.532/97. EFICCIA SUSPENSA. ADI 1.802-MC/DF. MEDIDA CAUTELAR. EFEITO ERGA OMNES. 1. Esta Suprema Corte, ao julgar a ADI 1.802-MC/DF, deferiu, em parte, o pedido de medida cautelar, para suspender, at a deciso final da ao direta, a eficcia do 1 do artigo 12 da Lei 9.532/97. 2. Conforme dispe o artigo 11, 1, da Lei 9.868/99, a medida cautelar em ao direta de inconstitucionalidade dotada de eficcia contra todos. 3. O julgamento de medida cautelar em ao direta de inconstitucionalidade permite a anlise imediata de recursos que tratem da matria nela debatida. Precedente. 4. Agravo regimental a que se nega provimento (RE-AgR 480.021, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 8.2.2011).Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, 1, do RISTF e 557, caput, do CPC).Publique-se.Braslia, 14 de junho de 2012.Ministro GILMAR MENDESRelatorDocumento assinado digitalmente.