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IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO
RICARDO BARINI
EGLE COUTO
JOANNE Y. H. KWAK-KIM
ALAN E. BEER
As tentativas de se explicar o enigma da sobrevivência fetal são tão antigas
quanto a própria imunogenética (Billingham, 1964). Medawar (1953) foi quem
primeiro se interessou pelo enigma imunológico central da gravidez, e propôs quatro
hipóteses para justificar a não rejeição do feto pelo organismo materno:
1. feto, sendo imunologicamente neutro
2. útero, como um local imunologicamente privilegiado
3. a placenta, como uma barreira neutra separando a mãe e o feto
4. estado de imunossupressão fisiológica da gestante (Medawar, 1953).
Se no passado a placenta foi encarada como barreira imunossupressiva e
inerte entre a circulação materna e fetal (Chaouat & cols., 1983), hoje está claro que
há resposta imunológica materna específica durante a gravidez, que pode ser
medida e que esta resposta facilita a sobrevivência fetal (Beer, 1988).
I. Intodução
A Imunologia da Reprodução tornou-se uma disciplina madura a partir do seu
nascimento no campo da Imunologia dos transplantes. Os investigadores partiam da
premissa de que o feto era um transplante e se submetia às leis de rejeição ou
compatibilidade. Hoje métodos de investigação imunológica mais sofisticados tem
sido aplicados para definir mais claramente os mecanismos de imunorregulação em
uma gravidez normal, uma gravidez que termina em aborto e em falhas de
implantação em pacientes com infertilidade idiopática em ciclos de fertilização in
vitro. Está claro que as células embrionárias que se fixam ao útero e eventualmente
formam a placenta iniciam uma atividade que estimula uma resposta supressiva Th
2. (Figure 1). A compatibilidade HLA DQ A1 entre a mãe e o feto resulta na
destruição do embrião em estágios precoces da gravidez102. Nesta circunstância a
compatibilidade parece semear respostas auto-imune celular e humoral que se
torna mais agressiva quanto maior o número de falhas gestacionais que a mulher
apresenta. As figuras 1 e 2 apresentam de maneira simplificada como o trofoblasto
seleciona a resposta que o protege em relação àquela que resulta em atividade
citotóxica e o elimina.
Conceitos Chave
O Sistema Imune e o Trofoblasto.
1. O trofoblasto expressa um antígeno polimórfico do MHC, o HLA-G 100 e outros
antígenos da Classe I; estes determinam e coordenam muitas funções
imunnológicas que incluem supressão imunológica e produção de citocinas e
fatores de crescimento. Isto torna a placenta um órgão privilegiado, resistente
ao ataque linfocitário, anticorpos citotóxicos e complexos antígeno –anticorpo
na maioria das situações.
2. O trofoblasto forma uma barreira física para a maioria dos efetores
imunológicos, exceto as imunoglobulinas IgG. Estes anticorpos se ligam aos
receptores Fc placentários e são transportados para o feto desde dos
estágios mais precoces da gestação.
3. O trofoblasto sinaliza e recruta a migração de uma família de linfócitos para a
decídua uterina, o que resulta em uma gama de funções de suporte de
crescimento. Também atua estimulando linfócitos capazes de liberar fatores
de supressão que diminuem a atividade citotóxica dos linfócitos.
4. O trofoblasto produz hormônios esteróides, protêicos e uma variedade de
proteínas com ação apoptoica, anti-inflamatória e imunossupressora, que
regulam a expresão gênica das células trofobalásticas e uterinas.
5. O trofoblasto induz a produção no organismo materno de anticorpos capazes
dirigir a atividade imunológica materna contra aloantígenos paternos. Estes
anticorpos suprimem as células NK citotóxicas através dos receptores Fab
para atividade inibitória (Killing Inhibitory Receptor – KIR) ou para a atividade
de estímulo (Killing Activating Repector – KAR)
6. O trofoblasto também atua como um imunoabsorvente, fixando anticorpos
supressores e estabelece uma camuflagem imunológica bloqueando o eixo
eferente do arco reflexo imunológico.
7. Nas mulheres que abortam sucessivamente, em casais com infertilidade sem
causa aparente e em casais com falhas repetidas em programas de
fertilização in viro, as características críticas para a imunoproteção do
trofoblasto não se estabelecem completamente e tem início processos
imunológicos auto e aloimunes. Como resultado não é permitido ao
trofoblasto que se desenvolva e se estabeleça no ambiente materno pela
duração da gravidez.
II Compartimentos e tipos de células na placenta
O entendimento da imunologia da gravidez requer uma familiaridade com a
estrutura da placenta e seu componentes celulares. (fig. 3) . Há vários tipos de
células trofoblásticas que desencadeiam uma homeostase imunológica ou uma
patologia imune com a mulher. O primeiro é o sinciciotrofoblasto . Ele se desenvolve
a partir do citotrofoblasto (células mais primordiais) por agregação e então fusão
celular em um sincício. O mesmo processo ocorre quando mioblastos cardíacos se
fundem para formar o músculo cardíaco. 15,103,113,112. A fusão celular envolve
moléculas de adesão, os fosfolípides. 1 O sincício trofoblasto é a membrana
diretamente exposta ao sangue materno e seus efetores imunológicos. Esta
membrana envolve o feto completamente e funciona como uma membrana biológica
de diálise envolvida em trocas bidirecionais de todas as moléculas entrando ou
deixando a circulação fetal. Sua superfície de contato é enorme, aproximadamente
de 25 metros quadrados. Este tecido não é somente capaz de auto-regeneração
como deve alcançar o status imunológico de camuflagem e proteção fetal dos
agentes, dos mecanismos citotóxicos e efetores auto-imunes maternos.
Outras células e tipos de tecidos na placenta incluem : 1) o citotrofoblasto que
se agrupa em forma de colunas e ancora a placenta à decídua e que são porções
terminais das vilosidades coriônicas. 2) o citotrofoblasto extraviloso, que migra e
reside no tecido uterino materno. Este trofoblasto invasor expressa HLA-G 94. 3) o
trofoblasto endovascular que promove erosão e altera a estrutura das arteríolas que
nutrem a placenta; este trofoblasto também exibe o HLA-G 69,18 e transformam
estes vasos em aneurismas sem contratilidade, substituindo-lhes as camadas íntima
e média. O linfócitos grandes e granulares (LGLs) encontrados nesta área sintetizam
óxido nitroso (NO) potente vasodilatador que promove o relaxamento do tecido
muscular liso.60 4) o trofoblasto amniocoriônico, presente em toda a área
circundante fetal que forma o anmiocórion; 22 estas células servem para aderir a
membrana amniótica à decídua uterina.
A decídua é um tecido materno que se presta a diversas funções biológicas
nutritivas, estruturais e imunológicas tanto quanto o próprio trofoblasto. A decídua,
assim como o epitélio do estroma do timo ou da medula óssea é um local de
migração, desenvolvimento e formação funcional de grupo e subgrupos de linfócitos
e células NK (natural killer). Como no timo, muitas células imigrantes são induzidas a
um processo de apoptose, isto é morte celular programada. Estes linfócitos se
prestam a funções imunossupressivas, estímulo de crescimento, removedoras de
debris, processamento de antígenos e funções de células NK. No sítio de
implantação, os linfócitos se tornam escassos (86) e ao contrário de outras células
malignas ou próximas a células trofoblástica potencialmente malignas, raramente
entram nos canais linfáticos, uma característica não muito bem compreendida até o
momento. Células dendríticas também são encontradas no estroma viloso da
placenta. 49 Estas células funcionam para apresentar antígenos para as células T-
CD-4 +. Estas células apresentam também os alelos HLA classe II DQ alfa. Quando
os alelos DQ alfa da mulher e do feto são os mesmos, uma resposta auto-imune se
inicia na placenta e tanto a mãe como o feto sofrem. 98 Finalmente, êmbolos
trofoblásticos são liberados na circulação materna desde estágios precoces da
gravidez. 2 O trofoblasto endovascular se aloja nos capilares pulmonares e aí
permanecem no decorrer da gravidez até que sejam submetidos a digestão
enzimática ou outro processo de dissolução. As reações imunológicas para estes
êmbolos pulmonares, bem como o perfil antigênico de sua superfície celular são
completamente desconhecidos.
III. Características e funções das células linfáticas na decídua materna.
As células linfóides encontradas na decídua maternas nos estágios precoces
da gravidez são compostas de células NK CD-56+ (80%); células T CD3+ (10%) e
macrófagos CD 14+ (10%). 73 Estes leucócitos se acumulam no sítio de implantação
em grande número e densidade. Seu papel é importante em direcionar uma
resposta citotóxica Th-1 ou uma resposta supressiva Th-2 e determinante de
crescimento dirigida à placenta. 25
Células Natural Killer (NK)
A principal população de linfócitos encontrados na decídua humana são
células tipo-NK com um fenótipo distinto, CD56 brilhante CD16- CD3- . Possuem
uma morfologia diferente dos LGLs.51,72,76 Ao contrário das células NK CD56+
encontradas no sangue periférico, as células da decídua não aprestam receptores
Fc III (CD16) e não apresentam níveis significativos tanto de receptores FcR tipo I
(CD64) como FcR tipo II (CDw32). 31 Quase todas as células da decídua CD56+
LGLs expressam o antígeno tardio 1 (VLA-1, CD49a) enquanto que quase nenhuma
das células NK CD56+ do sangue periférico o apresentam. 45 Os linfócitos
granulares grandes (LGLs) são particularmente abundantes no início da gestação e
no local do sítio de implantação. Sua associação com duas moléculas da classe I do
HLA, HLA-G e HLA-C, na superfície do trofoblasto extraviloso está bem
documentada. Há considerável evidência para documentar a comunicação do HLA-
G com estas células NK no momento da implantação. 71 De fato, essas células
parecem acompanhar o trofoblasto invasor. Está claro que em mulheres com aborto
recorrente e em mulheres com falhas repetidas em fetilização in vitro e transferência
de embrião (FIVETE) que o trofoblasto e mesmo a decídua se comportam como
alvos citotóxicos de células NK locais. A gravidez falha repetidamente nestas
mulheres e a terapia imunológica melhora significativamente o resultado reprodutivo.
7,81
Ensaios funcionais indicam que os LGLs diferem fundamentalmente tanto dos
linfócitos do sangue periférico e mesmo das NK clássicos circulantes. 76 As células
trofoblásticas são resistentes à lise de células NK tanto provenientes de sangue
periférico como da decídua. Contudo, as células NK extraídas da decídua por
desagregação enzimática, apresentam citotoxicidade contra as células da linhagem
K562 NK-sensíveis.70 As células NK da decídua apresentam atividade lítica reduzida
quando comparadas com células NK autólogas do sangue periférico, mas esta
diferença em citotoxicidade é abolida por culturas de curta duração. Quando as
células NK da decídua são ativadas pela interleucina 2 (IL -2) elas são capazes de
lesar o trofoblasto. 43,19,51 Questiona-se se a IL-2 é essencial para a maturação e
activação das células NK, com capacidade potencial de agredir a placenta. Tem
sido relatado que a IL -2 não é essencial para a maturação da células NK uterinas ou
para o desenvolvimento normal da placenta, ainda que as células NK uterinas
apresentem mRNA para IL-2R.36
Recentemente foi relatada a expressão de receptores inibidores/ativadores
da células NK (KIR/KAR) e os receptores CD94 nas células NK da decídua.75
Especula-se se a expressão dos antígenos HLA-I, HLA-G e HLA-C por estas células
trofoblásticas possam permitir que as células NK da decídua maternas reconheçam
e respondam às células trofoblásticas fetais por activação dos receptores KIR ou
KAR. O reconhecimento do HLA-G/HLA-C pelos KIR/KAR e CD94 podem fornecer
os mecanismos pelos quais s células NK da decídua controlam a migração
trofoblástica. 74 Portanto a interação materno–fetal e, por conseguinte o sucesso
reprodutivo, pode depender de um sistema de reconhecimento aloimune das células
NK. 72
As células NK da decídua estão sempre em associação próxima com as
células trofoblásticas que invadem o útero. Tem sido relatado que membrana
citoplasmática do sincício trofoblasto inibe a atividade citolítica dos linfócitos
citotóxicos T (CTL) e células NK contra suas células alvo. 37,38 A expressão
antigênica das moléculas não clássica HLA-1 também se correlacionam com a
resistência às células NK na mesma maneira uma molécula clássica HLA classe I.
Células transfectadas HLA-G e HLA-A2 utilizando células LCL 721.221 HLA-nulas
são resistentes aos efetores NK isolados da decídua ou do sangue periférico. 30
Pouca importância se deu aos achados de que os peptídeos HLA-G funcionam
como moléculas de adesão para os LGL CD8+ que tenham migrado para a decídua
uterina no período pré-implantação. 111 Desta maneira o trofoblasto pode selecionar
um exército de células supressoras que o acompanham e que fazem uma interface
que interage com o hospedeiro materno. Além disso, linhagens de linfócitos
granulares CD3-CD8+ CD56++ são um subtipo de células CD3-CD56++ mais
inertes no que diz respeito à produção de citocinas. Linhagens de linfócitos
granulares deciduais CD3-CD8- produzem quantidades muito mais significativas de
TNF-α, GM-CSF, e IFN-γ, em contraste com células CD3-CD8+ que produzem
pouco ou quase nada destas interleucinas.64 Parece que os leucócitos granulares
deciduais CD3-CD8+CD56+ podem se ligar ao trofoblasto pelo HLA-G. Porém
estas células são inertes e produzem poucas citocinas Th1 relacionadas.
Acrescente-se que o trofoblasto expressa receptores de baixa afinidade para estes
citocinas Th1 relacionadas. Como consequência uma resposta Th2 é preferida no
sítio de implantação. As células NK deciduais CD56+CD16- expressam mRNA para
CSF-1, TNF-α, IFN-γ, TGF-β1, e LIF.65 Estas células deciduais NK CD56+ , mas
não as CD56- , secretam fator transformador de crescimento (TGF)-β2 que suprime
a geração de células citotóxicas.31 As células NK deciduais produzem CSF-1 que
promove a diferenciação e crescimento das células trofoblásticas. 40 Quantidades
apreciáveis de GM-CSF são produzidas no primeiro trimestre na decídua materna e
um componente significativo desta secreção advém LGLs deciduais. A Produção de
GM-CSF pelos LGLs na decídua é consideravelmente maior do que aquela de
linfócitos frescos isolados em sangue periférico. A secreção de GM-CSF pelos
LGLs deciduais é incrementada por co-cultura com células deciduais estromais e
pode ser aumentada de modo dose dependente com interleucina 1 (IL1) e
interleucina 2 (IL2). O GM-CSF dos linfócitos uterinos e do trofoblasto mesmo,
podem influenciar o crescimento e desenvolvimento placentário de maneira
parácrina ou apócrina. 65
Uma gravidez que tem sucesso representa um estado relativamente
imunocomprometido. 48 A aceitação do alógrafo fetal se deve em parte à supressão
da citotoxicidade celular. A atividade NK periférica é significativamente menor em
mulheres primíparas que em mulheres não grávidas.53,48 No início da gestação o
nível das células NK CD56+ do sangue periférico está significativamente diminuído
quando comparado com mulheres não grávidas.80 A capacidade de ligação das
células efetoras permanece inalterada até a décima sexta semana de amenorréia,
mas se observa que decresce significativamente o potencial lítico pós-ligação aos
receptores, que é concomitante à redução da citotoxicidade88,87 A atividade
absoluta das células NK decresce no terceiro trimestre em comparação com a
atividade em controles não grávidos normais e volta a crescer no puerpério. 52
Estudos com células NK de sangue periférico em mulheres com aborto
recorrente ou em falhas sucessivas em programas de fertilização assistida
documentam que mulheres que compartilham alelos HLA DQ A1 com seus maridos
apresentam um aumento no número bem como na atividade das células CD56+ no
sangue periférico.82 Estas células não são suprimidas da mesma maneira que em
mulheres com gestações normais. A supressão de sua atividade citotóxica e do seu
número antes de um ciclo concepcional planejado e durante as dez primeiras
semanas de gravidez melhora dramaticamente o resultado reprodutivo. 6
Células T
A maioria das células CD45+ que se encontram na decídua se localizam nos
grandes grupamentos de células linfóides (LCC), próximo às glândulas endometriais
ou como linfócitos intraepiteliais (IEL) no epitélio glandular. A maior população de
células nos LCC são células CD56+T CR- γ δ+ , células CD56+, células TCR-
β+CD4+, e células TCR-α β+CD8+. A células T derivadas do endométrio e da
decídua são diferentes daquelas derivadas do sangue periférico. Tanto no
endométrio como na decídua mais células expressam marcadores de ativação
(CD45RO, Kp43, CD69, CD71, antígenos CD38 e/ou HML-1) a antígenos MHC
classe II (HLA-DR, HLA-DP e/ou HLA-DQ) que aquelas encontradas no sangue
periférico. 96,45,54 Os LCC são centros de reatividade imunológica onde as células
T e NK são ativadas. 96
As células T são ativadas regionalmente como resultado da estimulação
antigênica fetal. Ainda que a compatibilidade HLA DQ entre a mãe e o feto se
associe com estimulação citotóxica, os antígenos HLA DQ A não estão presentes no
trofoblasto na implantação. Para estabelecer tolerância fetal, o endométrio mantém a
proporção de linfócitos T CD8+ e a relação CD4:CD8. Quando esta proporção se
rompe, a gravidez sofre em consequência de ativação auto-imune, provocando
perdas gestacionais recorrentes. Em mulheres com aborto recorrente a
porcentagem de linfócito T CD8+ endometrial está signifivativamente reduzida e a
relação CD4:CD8 aumentada. 85 A análise do DNA de gestações abortadas
revelam uma significante proporção de compatibilidade HLA DQ A1 quando
comparadas com gestações que evoluíram para termo. 101
O marcador de diferenciação do linfócito CD8 atua como co-receptor para o
receptor das células T (TCR) no reconhecimento de peptídeos apresentados pelas
moléculas do MHC classe I – HLA G. O homodímero CD8 α/α se liga às moléculas
clássicas do MHC I. Uma célula que apresente CD8 também pode se fixar ao
trofobalsto HLA-G+ . Dentre as funções do CD8 no complexo TCR, considera-se que
possam atuar como sinalisador para o sistema imune através da associação do
CD8 com a proteína tirosinoquinase p56lck e pela aderência às moléculas do MHC
classe I pelo domínio α 3.111 Uma vez que as células T CD3+ intradeciduais
expressam tanto TCR α/β como γ/δ, e que o nível de expressão do complexo
CD3/TCR é suprimido na gravidez normal, (23) parece que o homodímero CD8 α/α
não é o local de ligação para o HLA-G.
As subpopulçaões de células T no sangue periférico se modificam na
gravidez e no puerpério. Desde o primeiro trimestre e ao longo da gestação, as
contagens absolutas de células T (CD3) e dos subgrupos de células T (CD4, CD8)
diminuem. Há também uma redução na contagem absoluta de linfócitos e uma
redução na porcentagem de células T helper-indutoras (CD4) no decorrer do
primeiro trimestre. As porcentagens e contagens absolutas de céluals T (CD3)
aumentam transitoriamente no pós parto. Estas mudanças nas subpopulações de
linfócitos podem indicar uma supressão imunológica na gravidez e uma elevação o
período pós parto. 63
Quando as subpopulações de células T são estudadas, identificam-se
aumento das células T helper/supressoras (CD4+CD45RA+) e das células T
suppressoras/efetoras (CD8+S6F1), enquanto que as células T helper/indutors
(CD4+CD29+), células T helper/memória (CD4+CD45RO+), células killer/efectoras T
cells (CD8+S6F1+), e células NK (CD56+) estão diminuídas. O número de linfócitos
ativados, expressando receptores IL-2 (CD25+) e células T que expressam HLA-DR
(HLA-DR+CD3+) estão diminuídas. 93 A proliferação linfócitária também é
diminuída por soro autólogo com concanavalin A (ConA), fitohemaglutinina (PHA), ou
IL-2, mediados pela atividade supressora da PGE2 na gravidez. 93
Porém, ainda na mulher que esteja presente um estado de supressão
imunológica na gravidez, evidencia-se uma resposta dinâmica das células T
antígeno-específica. Um grande número de clones expandidos distintos de células T
são claramente detectados na nona semana pós concepção e alcançam seu
máximo no segundo trimestre. Depois da 30ª semana de gravidez quase todos os
clones expandidos de células T desaparecem e antes do parto o grau de clonalidade
volta aos níveis normais.55 Outros estudos que analisam células T deciduais
mostam a mesma ativação celular. Estes achados sugerem um papel do sistema
imune para o crescimento trofoblástico e desenvolvimento placentáreo. 45
As células materna T reconhecem os antígenos fetais. Esta resposta T
antígeno-específica para os antígenos paternos herdados resulta na proliferação e
acúmulo de certos clones de células T e durante a gravidez, os linfócitos T citotóxicos
são estimulados in vivo por anticorpos anti HLA paternos. São detecdadas
respostas espontâneas citotóxicas contra antígenos paternos (herdados e não-
herdados), sem que haja produção de anticorpos. Em contraste, frequentemente os
antígenos paternos herdados que induzem a produção de anticorpos anti-HLA
específicos na mulher, dão início à produção de precursores de linfócitos T
citotóxicos, quando comparados com as respostas dirigidas a antígenos de
indivíduo não aparentado. 14 Estes estados imunológicos foram comparados em
crianças que haviam recebido um rim da mãe versus um rim do pai. Não houve
diferença significativa na sobreviência dos alógrafos renais, exceto se a mulher
amamentasse a criança, isto é, houve menor incidência de rejeição e maior tempo
de sobrevivência do rim materno transplantado em crianças amamentadas quando
comparadas às receptoras de rins paternos. 20
Macrófagos
O útero contém um grande número de macrófagos no endométrio e no
miométrio.59 Os hormônios ovarianos regulam suas concentrações e os macrófagos
expressam receptores para estrógeno. 95 As células epiteliais e estromais
endometriais respondem aos hormônios esteróides. Os fatores de crescimento
uterinos estimulados pelo estrógeno atraem os macrófagos para aí.61 Bulmer
demonstrou que há um aumento de 45% dos macrófagos na região funcional
próximo à região de implantação, comparando-se a fase proliferativa e a fase
secretora inicial do ciclo menstrual humano. 17
Após a implantação os macrófagos aumantam em número e se redistribuem
em compartimentos específicos no útero 17 e os fatores que contribuem para sua
quimiotaxia: 1) a resposta inflamatória induzidas pela união de invasão do epitélio
uterino pelo blastocisto; 2) os níveis elevados de hormônios esteróids femininos e 3)
o aumento da concentração de péptides hormonalmente estimulados, tais como
CSF-1, GM-CSF, TNF-α e IL-6.61
Os linfócitos deciduais produzem fatores estimuladores do crescimento de
colonias de macrófagos-granulócitos espontaneamente e após estímulo antigênico
paterno, enquanto os leucócitos periféricos não o fazem.41 Ainda que GM-CSF ou
CSF-1 tenham atividade quimioativada não são essenciais para o processo pelo
qual os macrófagos são atraídos para o local de implantação. 105 e se distribuem
igualmente pelo endométrio durante o período pré-implantação. A seguir, com a
implantação, os macrófagos são redistribuídos pela decídua secundária, distante do
local de implantação, conforme observado em camundongos. 16 Os linfócitos
deciduais associados às membranas fetais são uniformemente positivos para os
antígenos HLA classe II em todos os estágios da gravidez. 89 Os macrófagos
expressam baixos níveis da proteína e de m-RNA HLA-G. O INF-γ eleva
seletivamente a expressão destes gens HLA classe Ib em relação ao HLA classe Ia.
Isto pode influnciar o repertório de peptídeos apresentados à mullher na
embirogênese e na fase de implantação. 119 A ativação dos macrófagos se inicia
por inflamação resultante da destruição tecidual e da INF-γ, uma citocina suprida
pelas célulss NK. 108 A ativação máxima é alcançada com o contato com
lipopolissacárides (LPS) proveniente de bactérias gram negativas. Na gravidez os
níveis elevados de citocina secretados pelos macrófagos utero-placentáreos,
ativados por endotoxinas bacterianas ou por ligação a receptores de citocinas,
podem comprometer a gestação. Há referências específicas de que uma família de
cotocinas estaja implicada na indução de parto prematuro associado a infecções.
58,109
A ativação dos macrófagos realça a produção de uma grande variedade de
fatores de crescimento multifuncionais polipéptides pleiotrópicos, intermediáios nas
reações oxidativas e lípides bioativos. As células hematopoiéticas uterinas podem
desempenhar certas funções imunológicas e não imunológicas em seu
microambiente que pode desencadear influências cruciais no curso da gravidez. 59
Na gestação, os macrófagos T inibem as respostas mitógenas das células T . O INF-
γ se encontra elevado no final da gravidez de camundongos e esta citocina realça a
libaração de óxido nítrico dos macrófagos uterinos.11 Em contraste, a TGF-b1, uma
citocina imunossuprssiva, é menos abundante na gravidez quando esta está próxima
do termo. 26 Algumas citocinas como a IL-10 e a TGF-β reduzem a ativação dos
macrófagos como demonstrado por menor expressão dos antígenos de MHC classe
II e produção reduzida de TNF-α.13 Além disso um equilíbrio entre a CSF-1 e GM-
CSF se torna o pivô no controle da transição entre fenótipos munossupressivo e
imunoestimulador. Quando este equilíbrio se quebra a implantação não acontece.
115
Os esteróides ovarianos controlam a produção de moléculas efetoras dos
macrófagos ativados. A progesterona realça a produção de PGE2 pelos
macrófagos da placenta humana e suprime a citotoxicidade dos fagócitos
mononucleares. No modelo de laboratório com camundongos, a progesterona
suprime a produção em estado contínuo de mRNA de óxido nítrico e inibe a
produção de NO dos macrófagos. 95 Porém parece que a progesterona tem um
controle direto sobre o fator de produção, uma vez que os receptores de
glicocorticóides estão envolvidos e mecanismos que não envolvem receptores
hormonais específicos estão ativados. 61 Nívies de citocinas elevados tem um
impacto negativo sobre a fertilidde e na manutenção da gravidez. 24,115 e a perda
do controle da atividade dos macrófagos acarreta resultados reprodutivos
insatisfatórios.
IV. Produtos genéticos de histocompatibilidade e seu papel na
resposta imune
Produção de aloanticorpos .
A produção de anticorpos maternos antipaternos na gravidez está bem
documentada. Em gestações, normais antígenos paternos, anticorpos maternos anti-
paternos e complexos anticorpos maternos ligados a antígenos paternos são
detectados na gravidez no soro materno desde fases precoces de sua evolução.106
A resposta aloimune materna se dirige a alguns mas não todos antígenos HLA não
compartilhados do feto. Estes aloanticorpos são modulados por antígenos HLA
solúveis e por anticorpos antiidiotípicos. 106 O papel dos aloanticorpos antipaternos
na manutenção imunológica da unidade feto placentárea é ainda motivo de debate.
Há evidências de que mulheres que são HLA compatíveis com seus parceiros
fracassam na produção dos aloanticorpos e apresentam aborto recorrrente.10 A
imunização desta mulhrers com linfócitos B e T e a consequente produção de
aloanticorpos anti -paternos restaura-lhes a capacidade reprodutiva. 10 O primeiro
aloanticorpo antipaterno identificado por análise de citometria de fluxo na gravidez é
dirigido contra antígenos da Classe II. 46 Com a evlolução da gravidez identificam-se
outros anticorpos anticitotóxicos Classe I e outros anticorpos não citotóxicos, mas
não em todas as mulheres. Não há dados firmes na literatura que documentem os
antígenos envolvidos, contudo o HLA-G é o antígeno mais estudado.
Têm-se especulado que os antígenos da Classe II que estimulam a produção
dos aloanticorpos anti HLA-classe II sejam células dendríticas da placenta e do
trofoblasto embolizados, que se mantém nos capilares pulmonares maternos durante
toda a gravidez. Mulheres com aborto recorrente e que não apresentam
aloanticorpos antipaternos podem ter sua competência reprodutiva recuperada a
partir da indução dos mesmos por imunização com concentrado de leucócitos
paternos. Este efeito não é observado naquelas que não desenvolvem anticorpos
antipaternos com esse tratamento. 10,21 Meta-análise dos estudos sobre a eficácia
desta terapia aplicada em mulheres com aborto recorrente, independente de sua
etiologia demonstram um efeito terapêutico positivo para 10% das pacientes em
relação às tratadas com placebo. 35 Em mulheres cujas gestações iniciam uma
reposta autoimune com produção de anticorpos antifosfolipídicos e antígenos do
DNA ou mulheres que apresetam ativação das células NK a terapêutica com
imunização por linfócitos paternos é muito menos eficaz..35 Estas mulheres podem
ser incluídas em cinco categorias de desordens imunológicas, listadas na Tabela I.
Tabela I. Cinco categorias de desordens imunológicas em mulleres
com aborto recorrente.
Altração autoimune
Tipo
Reconheci-
mento
aloimune
Anticorpos
antifosfolípide
Anticorpos anti-
DNA e histonas
Alteração
celular imune
I
II
III
IV
V
-
-
-
-
-
-
+
+
-
+/-
-
-
+
+
+/-
-
-
-
-
+
Não há evidência de que a formação de aloanticorpos iniciados pela gravidez
normal ou por terapia de imunização com linfócitos crie qualquer imunolopatologia
na mãe ou no recém nascido, a menos que dirigidos contra antígenos antipaternos
da classe I e II ou contra plaquetas, o que é extremanente raro. Especula-se que a a
produção de annticorpos anti-HLA sejam uma indicação de uma resposta imunme
do tipo Th-2 em resposta aos antígenos paternos. A ausência destes anticorpos em
mulheres com prerdas gestacionais recorrentes e com falhas repetidas em
fertilização in vitro e transferência de embrião se associem com uma resposta
autoimune Th-1 que retarda o desenvolvimento ou destroi as células da placenta. A
restauração do equilíbrio Th-1/Th-2 e o tratamento das alterações autoimunes
restauram a capacidade reprodutiva na maioria desta mulheres. 81 A análise do
DNA de um grande grupo de mulheres com história de aborto recorrente que dão a
luz a uma criança normal ou que abortam novamente com tratamento específico
demosntram que há um déficite de compatibilidade HLA-DQA1 nos recém nascidos
vivos e sua mães. 101 Estes resultados sugerem que respostas imune materna
contra antígenos paternos ou a ausência destas respostas podem contribuir para a
manutenção do polimorfismo de histompatibilidade dos humanos. 4 Este bias contra
a compatibilidade DQ α dos embriões pode também ser um mecanismo para se
previnir a indução de doenças atuoimunes na gravidez. 98
R80K, um peptídeo de cadeia simples 80-kDa presente no trofoblasto
também é detectada pelos lifócitos B e pelos monócitos. Aloanticorpos IgG podem
ser eluídos desta molécula na placenta. A proteína R80K tembém se comporta como
uma molécula alvo para atividade citotóxica NK. Esta proteína tem um determinante
alogênico polimórfico que é completamente fixado pelos anticorpos maternos em
todas as gestações bem sussedidas. Em modelo experimental e aborto com murino,
um mAB contra um determinante monomórfico presente em humanos e contra R80K
murino previne aborto com alta eficiência. Parece que a molécula de R80K deve
estar ligada a um anticorpo para que possa previnir um ataque ao trofoblasto
mediado pelas células NK. A mesma molécula e o seu anticorpo foram
demonstrados em ovelhas. 97
Nenhuma área da medicina estimulou mais controvérsia que as respostas
aos aloanticoros discutidos nesta secção. Foram documentadas as seguintes
funções para os anticorpos antipatenrnos: 1) Supressão de imunidade celular e uma
reatividade em cultura mistas de linfócitos que é paternos específica; 9 2) Supressão
da citotoxicidade das células NK (Kwak and Beer, unpublished data). 3)
Imunotrofismo e estímulo de desenvolvimento por produção de GM-CSF e CSF-1.118
4) Alívio dos sintomas autoimunes em mulheres com artrite reumatóide quando
imunização com linfócitos induz o desenvolvimento de anticorpos dirigidos contra os
linfócitos paternos. 114 5) Resistência das células T maternas ligadas a anticorpos
antipaternos e serem infectadas pelo HIV durante a gravidez. 104, 90
Expressão do HLA-G
A identificação de mRNA HLA-G em todo população de torofoblasto
extraviloso, incluindo as colunas celulares de citotrofoblasto, trofoblasto intersticial,
trofoblasto endovascular e céluals gigantes do leito placentáreo está bem
documentada (Figure 1). Além disso o citotrofolbasto viloso e o mesênquima viloso
contém transcrições de HLA-G. O sincíciotrofoblasto viloso é sempre negativo. 29
Este gen HLA classe I polimórfico tem ligação desequilibrada com os alelos HLA-
A.100 Ainda que o HLA-G seja expresso no trofoblasto extraviloso,28 o amnion e o
fígado fetal contém transcrições para o HLA-G.56,57 Transcrições de HLA-G são
encontradas nos linfócitos periféricos adultos e igualmente em populações celulares
B eT. 77 As células do trofoblasto invasor e as células da placa basal expressam β2-
microglobulina em associação com HLA-G e cadeias pesadas de HLA-C. Estas
cadeias pesadas da classe I podem também estar presente como moléculas
isoladas, mas não em cada uma das células. Ao contrário, as células do córion liso
expressam exclusivamente HLA-G e não os antígneos HLA-A, B, ou C.62 Esta
expressão diferencial de gens classe I clássicos versus não clássicos sugere um
controle tecidual específico. Um elemento regular negativo (NRE) é identificado na
culturas de linhagem de células de carcinoma embrionário murino que inibem
marcadamente a expressão gênica dos antigenos classe I. 44 O trofoblasto humano
temum fator tecidual nuclear específico que suprime a expressão dos antígenos da
classe I por fixação da sequência NRE. Contudo, o gendo HLA-G não tem esta
região NRE portanto facilitando sua expressão por estas células.27 Tanto os
antígenos HLA-G assocciados a células como os solúveis são poreminentes no
primeiro trimestre no citotrofoblasto eestão muito reduzidos no trofoblasto do terceiro
trimestre.79 O citotrofoblasto de placenta a termo,que apresenta reduzida
capacidade invasiva in vitro, também apresenta menor capacidade de expressar a
proteína HLA-G. a produção do HLA-G é um componente crítico da diferenciação no
citotrofoblasto e para o sucesso de sua atividade invasiva. 94
O citotrofoblasto extraviloso HLA-G+, mais do que qualaquer outro tecido fetal
ou materno no primeiro trimestre e a termo é muito ativo em combinar antígenos da
classe I com peptídeos transportadores associados ao processamento antigênico
(TAP). Esta molécula é essencial para a apresentação dos peptídeos e combinação
com antígenos de histocompatibilidade da classe I do MHC.47 Porém a expressão
dos antígenos da classeI pelo citotrofoblasto não está correspondentemente
elevada. Este padrão pode resultar da eliminação do HLA-G da superfície do
trofoblasto, um processo que pode ter um papel central em proteger o feto do ataque
imune materno. 32 O HLA-G atua como uma molécula protetora contra o ataque lítico
das células NK deciduais, permitindo a sobreviência no teciddo materno. Clones de
linfócitos granulares deciduais CD3- expressam atividade citolítica não-NHC-
retrita,notadamente contra células HLA-negativas. O HLA-G oferece proteção contra
citólise das células alvo mas não os antígenos clássicos HLA classe I. 39 Quando os
antígenos HLA-G e HLA-A2 são transfectados para as células HLA-nulas LCL
721.221, estes antígenos protegem as células alvo dos efetores NK isolados da
decídua ou do sangue periférico. A expressão de uma molécula Classe I não
clássica se correlaciona com a resistência à atividade NK.30 Estas células NK estão
sempre em associação com as células co trofoblasto que invadem o útero. A
expressão dos antígenos da classe I, HLA-G ou HLA-C, por estas células levantam a
possibilidade de que as células NK materna reconheçam e respondam às células
trofoblasticas fetais. Portanto a interação materno fetal, e daí o sucesso da
reprodução, podem depender de um sistema de aloreconhecimento NK dependente.
72 O HLA apresenta peptídeos que especificamente ativam receptores NK inibidores
(KIR) ou ativadores (KAR) e induzem citotoxicidade. São identificados receptores
inibidorese ativadores nas células NK das células granulares grandes deciduais.
Estes receptores são membros dos recpetroes para imunoglobulinas. Os peptídeos
de HLA-G são reconhecidos por estes KIR e a citotoxicidade previnida. O
reconhecimento do HLA G pelos KIR ou KAR e CD94 podem prover o mecanismo
pelos qual as células NK controlam se o trofoblasto cresce ou é rejeitado. 74
O HLA G também é identificado nos macrófagos isolados da placenta. O
tratamento destas células com INF-γ eleva os níveis de expressão do mRNA HLA-G
na superfície celular bem como na expressão citoplasmática. Esta produção e
expressão podem influenciar o repertório de peptídeos estranhos apresentados à
mãe durante a placentação e também em condições inflamatórias autimunes na
mulher. O HLA G solúvel pode dramaticamente influenciar tanto as respostas imunes
maternas quanto fetais. 119 Durante a invasão os citotorfoblasto extraviloso (HLA-G
positive) expressam a subunidade integrina α 6 (com alta secreção de gelatinase e
baixa secreção de fibronectina). Quando a expressão da subunidade integrina α 5 é
ativada, o comportamento invasivo cessa e elas secretam baixas quantidades de
gelatinase e alta concentração defibronectina. As células HLA-G positivas secretam
siginificativamente mais gelatinases que as células HLA-G negativas, mas sua
secreção de HCG é similar. 12 Há relato de redução da expressão de HLA-G no
trofoblasto extraviloso em mulheres com pré-eclâmpsia.50 Esta redução na expressão pode
estar relacionada com a redução do número de trofoblasto no tecido placentáreo examinado de pacientes
com pré-eclâmpisa primária. 33 Esta mesma falta ou atenuação na expressão parece ser
semelhante em mulheres com aborto recorrente ou em falhas em fertilização in vitro
etransferências de embirões. Aproximandamente 40% dos blastocistos expressam
RNA messageiro tanto para HLA-G e para β 2m. Interessante ressaltar que
embriões gêmeos de pacientes que engravidaram eram significantemente mais
aptos a expressar HLA-G que embriões de pacientes que não engravidaram como
resultado de seus ciclos de FIVETE. A expressão de HLA-G pelo blastocisto não
está associada ao meio de cultura, com a idade da paciente ou o diagnóstico da
infertilidade. 67 mRNA para HLA-G também foi detectado em oócitos não fertilizados
e em embriões precoces mas não nas células decontrole do cúmolus oóforo do
folículos ovulatório. mRNA para Β 2-microglobulina tam’bem é encontrado nestes
embriões que expressam HLA-G. A expressão do mRNA HLA-G esteve associada
com elevada taxa de clivagem em comparaçào com embriões que não
arpesentavam trasncriçãodo HLA-G.68
Proteínas imunomoduladoras.
As proteínas TJ6 apresentam papel imunomodulador significativo na indução
da tolerância induzida pela gravidez como pela tolerância tímica 99,92 TJ6 é
normalmente expresso no útero. Sua expressão é muito maior nos nódulos linfáticos
que drenam o útero na gravidez. Na gravidez inicial anticorpos anti-TJ-6 anticorpos
destroem gestações precoces em camundongos.107 A proteína TJ6 tem um papel
definido na manutenção do alógrafo fetal. A proteína TJ6 na sua forma de
apresntação na membrana celular é normalmente expressa nos linfócitos B de uma
mulher com gravidez normal. A expressão de TJ6 nas células NK se associa com
resultado desfavorável da gestação. Além disto está demonstrado que este
elemento diagnóstico pode ser identificado com segurança precocemente no
primeiro trimestre da gravidez. 34 A TJ6 secretada se liga aos receptores nas células
NK citotóxicas no sítio de implantação e induz apoptose e morte celular programada
destas células. A progesterona produzida em altos níveis no início da gravidez
estimula a produção da proteína TJ6 para esta possa cumprir sua missão.
Várias outras moléculas protêicas foram relatadas como supressoras da
produção de TNF a partir das células NK em humanos que podem lesar as células
da placenta. A espermina presente em grandes quantidades no amnio contra regula
a reposota imune inibindo a produção de TNF e outras citocinas prófinflamatórias
pelas células mononucleares em humanos. 120 Recentemente foi relatado que uma
glicoproteína plasmática fetal, a fetuína, seria necessária para a inibição da
produção de TNF pela espermina. Tanto os níveis de espermina quanto de fetuína
estão elevados no feto e na placenta. Ambos são idealmente em equilíbrio para
contra regular a produção de TNF na gravidez. 117
O fator precoce da gravidez (Early pregnancy factor - EPF) é provavelmente
uma proteína imunomoduladora 78 EPF é uma proteína de baixo peso molecular
produzida em embriões viáveis na fase préimplantação. 110 Aparece no soro de uma
mulher grávida 48 horas após a fertilização 42 Apresenta funções imunológicas
ssupressivas e não está presente quando o ôvo fertilizado está morto ou abortado. É
um marcador sensível que reflete a sobrevida do embrião. 91
Sinopse das características da imunologia da gravidez normal:
Em resumo a resposta imune normal na gravidez inclui:
1) O HLA G, um antígeno paterno polimórfico está presente nas células do
trofoblasto que se implanta. Ele apresenta antígenos (peptídeos terminais) non-self
para a mãe (Figure 1).79 2) Os peptídeos terminais non-self do HLA-G servem como
moléculas de adesão para os antígenos CD8 antigen nos leucócitos granulares da
decídua que já haviam migrado para aí; 111 Estas células NK CD3- CD8+ CD56+
são funcionalmente mais inertes na produção de citocinas Th-1 relacionadas como
TNF-α, INF-γ em comparação com os linfócitos granulares deciduais CD8-CD56+.
Além disso o trofoblasto fetal expressa baixa afinidade por receptores para as
citocinas Th-1 relacionadas como TNF-α, INF-γ e GM-CSF.64 Isto resulta em uma
resposta preferencialmente Th-2 na interface materno-fetal. 3) Há moléculas contra
reguladoras contra a produção de TNF como a fetuina e a espermina produzidas no
feto e no amniio. Esta moléculas suprimem a produçào de TNF e mantém um estado
de imunossupressão. 117 4) as células deciduais do estroma e as células NK
produzem as citicinas GM-CSF, CSF-1, LIF, TGF-β que são esseciais para o
crescimento, proliferação e diferenciação do trofoblasto.66 5) Isto resulta no
crescimento do trofoblasto e no aumento da produção de progesterona. A
progesterone em altas doses estimula a produção local de TJ6 e de outras proteínas
placentáreas e uterinas. A TJ6m ligada aos lifócitos deciduais são CD 56+ 16-
induzem estas células a apoptose. 6) O trofoblasto porlifera, invade e se deporta
para o corrente senguínea e aloanticorpos antipaternos são produzidos que
rretornam e se ligam à placenta. Aqui eles apresentam função imunotrópica e
bloqueiam o ramo eferente da resposta imune local. A placenta se torna um tecido
privilegiado localmente. 7) Ao redor dadécima semana o processo está completo e
não só o feto está parasitando a futura mãe, como estabeleceu uma relaçào
imunológica duradoura com ela, que se imprime no sistema imune materno e dura
para o resto da vida. 8) Uma vez estabelecida não há nada que possa serfeito
essencialmente para modificar esta relação. 9) Eventos hormonais e de outra
natureza programados para o final da gravidez permitem o encerramento desta
união. 10) O útero recicla e se prepara para outra experiência futura de gravidez com
sucesso se o pai se mantém o mesmo. A mudança na paternidade pode resultar em
novas experiências gestacionais patológicas não ocorridas na gravidez com o
primeiro marido.8
Do ponto de vista imunológico, a gravidez em humanos teve que aprender a
lidar com uma das mais antigas células do sistema imune, a células citiotóxicas NK.
Ela as inativa localmente por um processo apoptótico e chama a atenção de outros
para sua sobrevivência. Estas células estão em número aumentado e com sua
atividade citotóxica exacerbada em gestações que terminam em aborto. Elas
incluem necrose da decídua que está em contato com o trofoblasto. Exames
imunopatológicos confirmam estas alterações identificando o processo e as células
envolvidas com auxílio de anticorpos monoclonais.116
O que determina se uma gravidez deve ser vetada? Veja na figura 31) O HLA-
G produzido pelo parceiro masculino que é DQ α compatível parece ser interpretado
como self – talves o self-peptídeos do HLA-G sejam expostos 2) Não há adesão do
HLA G com as células LGL NK CD 8+ na decídua capazes de induzir uma resposta
com produção de citocinas Th-2 ou moléculas promotoras do crescimento do
trofoblasto. 3) A produção da progesterona é baixa ou ausente pelo trofoblasto. 4) A
proteína apoptótica TJ-6 não é produzida eas células NK citotóxicas capazes de
produzir e secretar TNF não desativadas. 5) Há indução de necrose decidual e a
gravidez falha 6) A mãe é deixada com clones citotóxicos de células NK e as
gestações subsequentes falham antes e pelos mesmos mecanismos imunológicos.
E isto é confirmado por análise de DNA e por imunopatologia da placenta utilizado-
se anticorpos monoclonais que identificam o sítio de implantação e as células NK
efetoras na decídua. 7) Quanto maior o número de falhas gestacionais mais
agressivo é o processo. Autoanticorpos contra moléculas de fosfolípides e
componentes do essencicais para a implantação e modelangem uterina e
remodeolagem após o término da gravidez são produzidos 83 O restabelecimento
do balanço Th-1 e Th-2 através da terapia com imunização de concentrado de
linfócitos ou pela infusão de imunoglobulina humana intravenosa (IVIG) além do
tratamento das condições autoimunes antes da concepção resulta em recém
nascidos vivos em 805 das mulheres tratadas. 83,84
Em nenhum campo da medicina nós obrigamos nossos pacientes a sofrer
três vezes uma mesma doença antes de se iniciciar uma investigação completa do
problema. Hoje em dia no campo da Ginecologia e Obstetrícia as perdas
gestacionais não são consideradas emergências para os médicos conselheiros.
Nós dizemos: "tente novamente, foi má sorte, não era um bebe dequalquer maneira,
era assim que era para ser, nós vamos tentar com mais progesterona, foi a vontade
de Deus, nós vamos procurar uma causa depois da seu terceiro aborto”. Não há
ciência que dê suporte a este aconselhamento. Quando uma gravidez se interrompe
precoce ou tardiamente intraútero algo está errado e pode ser um problema
imunológico. Nós estamos começando a perceber que há circunstâncias em que
uma gravidez pode ser perdida por rejeição imunológica e este é um problema
comum que pode ocorrer repetidamente em um de cada 300 casais. 3 A análise
imunológica e genética pode identificar quel o casal com risco e aqueles afetados
com o problema. 5 A análise dos alelos do HLA DQ de ambos os parceiros também
revelará aqueles sob risco de piorarem suas doenças auto imunes na gravidez e
aqueles que irão ter sua sintomatologia em remissão. 98
Compreeendendo a dinâmica imunológica da gravidez normal e das
gestações que se interrompem espontaneamente ou que apresentam falhas de
implantação ou aquelas que terminam em aborto recorrente irá abrir portas de uma
nova dimensão no entendimento das doenças autoimunes. Porque elas são mais
comuns em mulhres que em homens? Porque a gravidez faz com que estas
condiçòes piorem em algumas pacientes e melhorem em outras? Porque algumas
doenças autoimunes entram em remissão por si só e outras tem uma evoluçào
devastadora? Compreendendo a imunologia da gravidez pode também abrir novas
avenidas na novela da terapia de desordens autoimunes e também na compreensão
de doenças retrovirais como a infecção pelo HIV.
A coexistência entre a mãe e o embirão se estabelece muito precocemente
na gravidez. Isto envolve reconhecimento aloimune, estímulo de uma resposta TH-2 e
supressão das respostas citotóxicas TH1. A falta de reconhecimento resulta na
rejeição do embrião por reatividade autominue e ativação das células citotóxicas
NK. A relevância para doenças autimunes e doenças infecciosas foi apresentada.
Terapêutica das alterações da aloimunidade
Mobray & cols. (1985) pubicaram os resultados do primeiro estudo duplo-
cego não pareado e seqüencial avaliando a imunização materna com linfócitos
paternos para mulheres com abortamento recorrente. As pacientes foram admitidas
ao estudo depois de três abortamentos consecutivos com o mesmo parceiro, desde
que não apresentassem outras causas reconhecidas para RSA e também não
demonstrassem anticorpos contra antígenos HLA paternos em reações de culturas
mistas de linfócitos. As pacientes foram imunizadas uma vez com os linfócitos
recuperados de 500ml de sangue de seus maridos ou com seus próprios linfócitos
(grupo controle). Dezessete mulheres das 22 injetadas com os linfócitos de seus
maridos deram à luz, enquanto apenas 10 das 27 que receberam seus linfócitos
tiveram uma gestação de termo. Os programas imunoterápicos têm sido limitados a
pacientes com AER sem anticorpos citotóxicos e sem inibição de resposta em CML
contra linfócitos paternos. Foi notado que estes procedimentos poderiam induzir a
geração de anticorpos citotóxicos e de atividade bloqueadora em CML no soro das
pacientes imunizadas
Estes parâmetros séricos parecem ser de bom prognóstico para a futura gestação.
AVALIAÇÃO IMUNOGENÉTICA DE CASAIS COM ABORTAMENTO
RECORRENTE
O protocolo de investigação inclui minuciosa história clínica, exame físico e
ginecológico. Além da rotina clínica, são necessários os exames subsidiários
descritos no quadro para que outras causes de aborto sejam descartadas ou
tratadas independentemente do fator imunológico VII-7.
Quadro VII-7 - Avaliação clínica de casais com aborto recorrente.
A) Avaliação uterina
Ultra-sonografia
Histerossalpingografia/histeroscopia
B) Estudos genéticos
Cariótipo do casal
C) Estudos microbiológicos
Culturas aeróbias vaginais
Culturas para Chlamydias, Mycoplasma e Ureaplasma nas secreções cervicais
Sorologia para toxoplasmose e sifílis
D) Avaliação endócrina
Glicemia pós-prandial ou GTT
Função tireoidiana (T3, T4, TSH)
Prolactinemia
Avaliação de fase lútea
- hormonal (progesterona plasmática nos dias 4, 7 e 10 pós-ovulação)
- biópsia de endométrio (dia 24-26 do ciclo)
E) Pesquisa de anticorpos antiespermáticos no soro e mucocervical
F) Avaliação imunológica
- Tipagem HLA A, B, C, DR e DQ do casal
- Detecção de anticorpos antileucocitários para células T e B de origem paterna
por microlinfocitotoxicidade e/ou citometria de fluxo
- Cultura mista de linfócitos, comparando as respostas maternas diante das
células paternas e em relação às de um doador não relacionado
- Ensaio para atividade bloqueadora; em culturas mistas de linfócitos compara-se
a atividade bloqueadora do soro materno fresco e do inativado por calor: atividade
menor do que 50% indica ausência de anticorpos bloqueadores
- Rastreamento de fatores auto-imunes/reprodução
Tempo de tromboplastina parcial (TTPA) para o fator anticoagulante lúpico
Anticorpos anticardiolipínicos e para outros fosfolipídeos
Anticorpos antinucleares (FAN)
Anticorpos anti-DNA e componentes do DNA (polinucleotídeos e histonas)
TERAPÊUTICA DA RESPOSTA ALOIMUNE MATERNA
Seleção de candidatas à imunoterapia - obtidos os dados clínicos e
laboratoriais podemos caracterizar as pacientes que se beneficiam da imunoterapia:
1. presença de mais que dois antígenos semelhantes na tipagem HLA do casal;
2. ausência de anticorpos leucocitotóxicos detectados por microlinfocitotoxicidade
e/ou;
3. menos do que 30% de células B e T com anticorpos anti-HLA aderidos em sua
superfície, detectados pela citometria de fluxo;
4. baixa resposta proliferativa materna em cultura mista de linfócitos diante dos
linfócitos paternos mas não dos de doador;
5. ausência de "fatores bloqueadores" em culturas mistas de linfócitos.
Vários regimes têm sido propostos para a imunização com linfócitos paternos
ou de doadores. Alguns autores advogam o uso da via intravenosa (Unander,
concentrado de eritrócitos rico em linfócitos), outros, a associação da via
intravenosa, subcutânea e intradérmica (Mobray, concentração de linfócitos
exclusivamente) e a via intradérmica. Também o número de imunizações e o
intervalo entre cada uma delas variam de autor para autor. O regime estabelecido na
Reproductive Immunology Clinics da Chicago Medical School e no Departamento de
Tocoginecologia da FCM/UNICAMP inclui duas imunizações com quatro-seis
semanas de intervalo e reavaliação da produção de anticorpos antileucocitários
quatro semanas após. Se estes estiverem positivos, o casal está em condições de
tentar nova gravidez. Estabelecida a gravidez, uma dose de reforço é realizada à
cada quzatro semanas até a décima sexta semana de amenorréia.
Há dados na literatura e experiência mundial suficiente para sugerir o uso da
Imunoglobulina Intravenosa Humana na terapêutica do aborto recorrente e das falhas
repetidas em programas de fertilização in vitro. Como uma das características
deste grupo de pacientes é a presença de atividade das células NK exarcebada, o
que pode ser comprovado laboratorialmente.
AUTO-IMUNIDADE
Síndrome antifosfolipídica
A gravidez representa para a mulher, além de sobrecarga de aloantígenos,
conforme descrito na parte precedente deste capítulo, também contato com volume
excessivo de auto-antígenos representados pelos produtos fetais, com os quais
deve interargir. Isto cria condição singular que facilita o aparecimento de auto-
anticorpos nas mulheres em proporções maiores do que nos homens,
especialmente após o início da vida reprodutiva (Gleicher & El-Roeiy, 1985).
No início da década de 80 identificou-se a relação entre a presença de
anticorpos anticardiolipina, trombose e aborto recorrente in vivo, e Lube & cols.
(1984), foram os primeiros a descrever a presença do anticoagulante lúpico (LA) em
pacientes com RSA. Em seguida, vários relatos da presença destes anticorpos e
perdas gestacionais apareceram na literatura (Harris & cols., 1986; Locksin & cols.,
1987). Em 1983, Harris & cols. publicaram método simplificado para medida de
anticorpos antifosfolipídicos com melhora na sensibilidade para restreamento destas
alterações em populações de pacientes. Isto permitiu a identificação de síndrome
clínica, denominada "síndrome antifosfolipídica", com as seguintes características:
morte fetal no segundo trimestre, trombocitopenia, livedo reticularis, acidentes
tromboembólicos, doenças do sistema nervoso central exceto o acidente vascular,
presença de anticorpos antifosfolipídicos e/ou do anticoagulante lúpico.
Os anticorpos antifosfolipídicos (APA) são imunoglobulinas que reagem com
qualquer fosfolipídeo. Do ponto de vista clínico, o termo se aplica a anticorpos da
classe IgG ou IgM (eventualmente IgA) dirigidos contra fosfolipídeos de cargas
negativas como cardiolipina, fosfatidilglicerol, fosfatidilinostol, fosfatidilserina,
fosfatidiletanolamina ou ácido fosfatídico. Todos esses fosfolipídeos são
componentes do esqueleto celular, sendo que a cardiolipina está presente
especialmente na estrutura das mitocôndrias. A cardiolipina é o antígeno utilizado na
sorologia para sífilis, o que justifica a presença de reações cruzadas ou falso-
positivas para lues em alguns pacientes portadores de doenças auto-imunes, quanto
estiverem presentes na forma de IgA.
Há descrições da síndrome antifosfolípide primária (em pacientes sem
critérios diagnósticos para LES), cujas principais manifestações clínicas foram
trombose venosa e/ou arterial, tombocitopenia, aborto recorrente e complicações
neurológicas (ARTHURS et al., 1994).
Os níveis de ACL em pacientes sem evidência clínica de LES ou outras
doenças auto-imunes que evoluíram com óbito fetal foram significativamente mais
altos do que em pacientes que tiveram pelo menos um filho nascido vivo saudável e
a termo (BOCCIOLONE et al., 1994).
Os títulos do ACL podem variar durante a gestação (COWCHOCK et al.,
1984), e sua ascensão parece estar relacionada a pior prognóstico gestacional
(KWAK et al., 1994). Resultados positivos durante a gravidez devem ser
confirmados após intervalo de seis a oito semanas (HARRIS, 1987).
O anticoagulante lúpico acredita-se ser também anticorpo dirigido contra
fosfolipídeos de cargas negativas que tenham interações na cascata de coagulação.
Ainda que não sejam exatos os termos "síndrome antifosfolipídica e anticoagulante
lúpico" são utilizados de maneira intercambiável.
O anticoagulante lúpico é anticorpo que prolonga testes de coagulação
fosfolipídeo-dependente, provavelmente por interferir com o equilíbrio de
prostaciclina e tromboxane (Lubbe & Liggins, 1985). Para se excluir a possibilidade
de que a anormalidade possa ser devido à deficiência de fator de coagulação,
realiza-se teste misturando várias diluições do plasma do paciente com várias
diluições de plasma normal. Se não houver correção da coagulação estará
caracterizada a presença do anticoagulante lúpico.
Outros dois testes utilizados para a pesquisa do anticoagulante lúpico,
juntamente com o TTPA, são o "kaolin clotting time" (KCT) e o "Russell Viper Venom
Time" (RVVT).
Como a presença do LA predispõe a acidentes tromboembólicos, alguns
autores sugerem que as perdas gestacionais aconteçam por lesões
tromboembólicas na microcirculação placentária (Branch & cols., 1986).
Os AAF, o ACGL e os testes biológicos para sífilis freqüentemente são
positivos na mesma paciente. Os níveis de ACGL podem flutuar durante a gestação
(LOCKSHIN et al., 1990). Pacientes com ACGL persistentemente elevado têm alto
risco para eventos trombóticos venosos e/ou arteriais e perda gestacional
(TRIPLETT, 1992). Nas gestações em que o ACGL está presente, não são raras as
complicações que levam à prematuridade ou RCIU (TRIPLETT, 1992).
A síndrome antifosfolípide (SAF) foi descrita pela primeira vez por HUGHES,
em 1983, e consistia em: trombose arterial e/ou venosa, Coombs direto positivo,
trombocitopenia, livedo reticular e complicações obstétricas, principalmente o óbito
fetal de segundo trimestre. Esta síndrome foi dividida em primária ou secundária,
conforme sua combinação ou não com outras entidades clínicas, principalmente o
lúpus eritematoso sistêmico (ASHERSON & CERVERA, 1994).
Os eventos trombóticos costumam surgir em pacientes jovens, muitas vezes
saudáveis, mais freqüentemente como acidente vascular cerebral trombótico ou
trombose periférica arterial ou venosa. As tromboses aparecem em intervalos de
tempo imprevisíveis, mesmo anos, em pacientes com níveis constantemente
elevados de AAF. Altos níveis do ACL da classe IgG são considerados fator de risco
para trombose (MOLTA et al., 1993).
Uma grande variedade de eventos neurológicos, além do acidente vascular
cerebral, ocorre em pacientes com SAF: coréia, neuropatias focais e uma
mielopatia desmielinizante incomum, conhecida como "esclerose lupóide" ou
"neuropatia jamaicana". A combinação de acidente vascular cerebral e livedo
reticular é conhecida como síndrome de Sneddon. Biópsias mostraram capilares e
pequenas veias ocluídas por trombos de fibrina, fornecendo forte indício de que uma
coagulação microvascular anormal seria o centro da patogênese (LOCKSHIN et al.,
1990). Na coréia gravídica, a fisiopatologia, embora haja alguma evidência
sugerindo que os AAF reagem com lípides do sistema nervoso central (LUBBE &
WALKER, 1983; BRANCH et al., 1985).
A trombocitopenia também ocorre comumente em pacientes com SAF.
Geralmente é leve, com plaquetas variando de 75.000 a 150.000, não necessitando
de tratamento (LOCKSHIN et al., 1990). Questiona-se o envolvimento de uma
glicoproteína de membrana das plaquetas na antigenicidade para os AAF (MOISE,
1991).
A pré-eclâmpsia de instalação precoce também foi associada à SAF: em 43
pacientes com pré-eclâmpsia grave, previamente às 34 semanas de gestação, 16%
tinham elevação significativa de AAF. Destas pacientes, três sofreram complicações
periparto importante: infarto cerebral, embolia pulmonar e trombose venosa
profunda, cegueira monocular transitória e amnésia pós-parto (BRANCH et al.,
1985).
A vasculite é uma manifestação rara da SAF, geralmente descrita em artérias
periféricas. A vasculite renal, entretanto, foi observada pela primeira vez em 1994,
em uma paciente com história de AER e positividade para ACL-IgG. Ela apresentou
falência renal aguda e pré-eclâmpsia grave no segundo trimestre da gestação. A
vasculite renal foi autolimitada (ALMESHARI, ALFURAYH, AKHTARM, 1994).
Recentemente, foram citadas manifestações audiovestibulares da SAF com
falência aguda do órgão, em uma paciente com AAF e com LES, e em outra
paciente com a SAF primária (VYSE, LUXON, WALPORT, 1994), mostrando que os
AAF podem servir como marcadores para várias condições patológicas.
Descreveu-se também uma síndrome pós-parto associada aos AAF,
consistindo em doença pleuro-respiratória, febre, manifestações cardíacas e renais.
Uma das pacientes descritas desenvolveu miocardiopatia e outras duas
apresentaram trombose quatro semanas após o parto (KOUCHENOUR et al., 1987).
Sugere-se que a síndrome seja a exacerbação de um processo auto-imune
subclínico preexistente, funcionando os AAF como seus marcadores (KOCHENOUR
et al., 1987; KUPFERMINC et al., 1994).
As complicações da SAF no ciclo grávido-puerperal podem ser graves.
HOCHFELD et al. (1994) relataram um óbito materno no período pós-parto por
tromboses múltiplas em uma paciente portadora de ACL da classe IgG.
Quanto às complicações neonatais, FRICK relatou, em 1955, a passagem
transplacentária de fatores anticoagulantes passivamente adquiridos.
Como os AAF geralmente são da classe IgG, a passagem placentária pode
ser antecipada (LECHNER, 1974). SHERIDAN-PEREIRA et al. (1988) descreveram
um caso de trombose aórtica no recém-nascido de uma paciente portadora de
ACGL. Há outros relatos de tromboses neonatais em crianças nascidas de mães
com AAF. Em um dos casos, o recém-nascido apresentou tromboses na aorta,
artéria cerebral média e seio sagital superior, a despeito do tratamento materno com
prednisona e aspirina (TABUTT, 1994). A trombose clínica é um risco para recém-
nascidos de mulheres com AAF durante a gestação.
Assim, estas crianças deveriam ser submetidas à pesquisa de AAF, principalmente
o ACL e o ACGL (SHERIDAN-PEREIRA et al., 1988).
Em nosso meio, o ACL foi encontrado em 7,7% das pacientes com AER.
(Couto, Barini, Pinto e Silva, SP Med J. 98). Este resultado coincide com aqueles
apresentados na literatura (BARBUI et al., 1988; TRIPLETT, 1992).
22% das mulheres com RSA também apresentam anticorpos antinucleares
(ANA), sendo que tanto os APA como os ANA aumentam sua prevalência com o
aumento do número de perdas gestacionais anteriores. Assim, 34% das pacientes
são APA positivas após o terceiro aborto e 50% após o quarto aborto.
O início da auto-imunidade em mulheres com RSA pode ser explicado de
duas maneiras diferentes: 1. a gestação não é protegida por falta de
reconhecimento aloimune e pode em conseqüência estimular resposta auto-imune
na mãe após a morte fetal; 2. em algumas gestações certas expressões antigênicas
do HLA materno ou fetal podem provocar resposta auto-imune na mãe e o feto se
tornar "inaceitável" do ponto de vista imune para a mãe. Neste, os casos são
perdidos antes do estabelecimento de reconhecimento aloimune. Mulheres com HLA
A1 4.1 por tipagem molecular genética que gestam fetos do mesmo genótipo
apresentam maior risco de desenvolver APA (Kwak-Kim & cols., 1992).
Ainda que os dados tenham se acumulado relacionando auto-anticorpos e
perdas gestacionais. até o momento esta relação permanece como associativa e
não causal. O papel destes anticorpos na gravidez tem sido motivo de amplo
debate. APA podem inibir a ativação da proteína C trombomodulina-dependente
pelas células endoteliais e podem ativar a coagulação fosfolipídeo-dependente em
animais de experimentação e em humanos (Cariou & cols., 1988).
A melhor maneira para monitorizar a vitalidade fetal em gestações de
mulheres com SAF ainda não foi estabelecida, mas CARUSO et al. (1993)
sugeriram a avaliação dopplerfluxométrica das artérias uterinas para prever o risco
de complicações obstétricas.
Foram relatados trombose, necrose extensa e infarto em placentas de
pacientes com AAF (DE WOLF et al., 1982; OUT et al., 1992; INBAR et al., 1993;
SILVER et al., 1994). Biópsias realizadas em placentas de mulheres com LES e
AAF mostraram vasculite das artérias espiraladas, infiltrado inflamatório
perivascular, deciduíte (ERLENDSSON et al., 1993) e hipertrofia da camada média
(BARROS, 1994).
Na fisiopatologia da insuficiência ou infarto placentário vistos com AAF, é
proposta a produção diminuída de prostaciclina (TRIPLETT, 1992) ou resposta
diminuída da liberação de prostaciclina pela estimulação da trombina (SILVEIRA et
al., 1992). As células endoteliais metabolizam o ácido aracdônico via cicloxigenase
para prostaciclina. As plaquetas, ao contrário, metabolizam o ácido aracdônico em
tromboxano A2. A prostaciclina é um potente vasodilatador e inibidor da agregação
plaquetária, enquanto o tromboxano tem efeitos opostos. Portanto, a diminuição da
prostaciclina predisporia à trombose via agregação plaquetária e vasoconstrição
(TRIPLETT, 1992).
O estudo anatomopatológico de placentas de gestantes que haviam abortado
mostrou que a necrose e o infarto placentários associavam-se significativamente
com a presença de AAF, se comparado com o estudo de placentas de mulheres que
não tinham positividade para estes anticorpos (OUT et al., 1992).
Foram sugeridos vários outros mecanismos para as alterações placentárias
encontradas, como fibrinólise diminuída e diminuição da antitrombina III (INBAR et
al., 1993), mas o mais consistente entre eles é a diminuição da ativação da proteína
C (TRIPLETT, 1992). A proteína C é ativada na membrana endotelial pela formação
de um complexo entre a trombina e uma glicoproteína de membrana chamada
trombomodulina. Esta reação é dependente de fosfolípides e cálcio, sendo que os
AAF podem impedí-la. A placenta é particularmente rica em trombomodulina
(TRIPLETT, 1992). A deposição de imunocomplexos ou a ligação direta dos
anticorpos pode iniciar as alterações inflamatórias nos vasos deciduais, mas um
mecanismo mediado por células T também pode ser importante, sendo os
anticorpos do soro marcadores de tal atividade (ENLERDSSON et al., 1993).
Há dados sugestivos também de que a auto-imunidade dirigida a moléculas
de adesão possa interferir com a implantação e a placentação, pois são produtos
necessários nesses processos. Alguns fosfolipídeos como a fosfatidilserina ou a
fosfatidiletanolamina têm sido relatados como moléculas de adesão associadas
com a fusão celular para a formação de sincício em musculatura lisa (Session &
Horwitz, 1981 e 1983; Harris & cols., 1986). Um anticorpo para estas moléculas de
adesão pode afetar negativamente o desenvolvimento sincicial e possivelmente
estar envolvido na falência orgânica placentária. Tanto essas moléculas como a
cardiolipina, o fosfatidilglicerol e o fosfatidilinositol são encontrados nas vilosidades
placentárias (Kajino, 1991). Anticorpos contra esses fosfolipídeos podem ser eluídos
de placentas de pacientes com RSA e a identificação e o tratamento específico para
esses anticorpos têm melhorado significativamente o prognóstico de mulheres
afetadas (Lube & cols., 1983; Branch & cols., 1985; Kwak-Kim & cols., 1992).
Diagnósticos de auto-anticorpos de importância na reprodução e correlações
clínicas
O diagnóstico das alterações auto-imunes pode ser feito antes da concepção,
sendo que em 10% dos casos estas alterações só podem ser detectadas depois do
diagnóstico de gravidez. Elevações significativas de APA têm sido relatadas no
segundo e no terceiro trimestre de gestações normais em pequeno grupo de
pacientes. Em série de mulheres com RSA e APA negativos, das que tiveram mais
um aborto mesmo com terapia auto-imune, 15% desenvolveram APA, enquanto
entre as que tiveram uma gestação normal apenas 7% desenvolveram estes
anticorpos. A supressão desses anticorpos no início da gravidez relaciona-se com
melhor prognóstico gestacional, e as que abortam tendem a ter níveis crescentes
dos APA com o avançar da idade gestacional.
O exame anátomo-patológico das placentas e dos locais de implantação
sugere a presença de mecanismo inflamatórios envolvidos nos casos de interrupção
no início do terceiro trimestre. Processos inflamatórios como inflamação crônica da
placenta, incluindo vilosites crônicas, infiltração decidual por plasmócitos ou
vasculopatia intervilositária e decidual como trombose decidual, vasculites, necrose
fibrinóide, descolamentos e infartos vilosos são achados "chave" para etiologia
imune de abortos (Salafia & cols., 1992). Este procedimento permite detectar o risco
para aborto imune e estes dados anátomo-patológicos indicam a necessidade de
estudos sorológicos mandatórios para a pesquisa de APA.
A pesquisa dos APA pode ser feita com procedimentos de
enzimaimunoensaio e radioimunoensaio (Kwak-Kim & cols., 1992). Há sugestões de
que erros laboratoriais importantes possam ocorrer na parte mais baixa da curva
quando se utiliza a técnica de enzimaimunoensaio, sugerindo que os baixos títulos
de anticorpos devam ser repetidos. Em nossa experiência os resultados positivos
para anticorpos depois de eliminados os ruídos ("backgrounds") inespecíficos
constituem-se em fenômenos persistentes e não transitórios. Como número
significativo de pacientes só desenvolvem os APA depois de iniciada a gravidez,
recomenda-se que os estudos diagnósticos de auto-imunidade sejam repetidos a
partir da confirmação da gravidez até a décima segunda semana. Após esta idade
gestacional seu aparecimento é raro.
Terapêutica das alterações de auto-imunidade
O tratamento para a síndrome antifosfolipídica relacionada a RSA, incluindo a
presença do fator lúpico anticoagulante, é feito com anticoagulação com aspirina e
heparina, reservando-se a imunossupressão com esteróides ou infusão de
imunoglobina G, quando presentes autoanticorpos antinucleares ou para antígenos
extraídos do núcleo.
É importante salientar que as pacientes que realizam tratamento pré-
concepcional têm resultados gestacionais muito superiores àqueles que iniciam o
tratamento após diagnóstico de gravidez unicamente. Enquanto o tratamento pós-
concepcional resulta em 41% de bons resultados reprodutivos, o tratamento pré-
concepcional cursa com 74% de bons resultados (kwak-Kim & cols., 1992a).
Relação entre a aloimunidade e a auto-imunidade
Depois de apresentar dados que suportam a hipótese de que o
reconhecimento aloimune é fundamental para a manutenção da gravidez e que a
recorrência de perdas gestacionais pode levar ao desenvolvimento de alterações
auto-imunes que também interferem com aspectos da reprodução, cumpre enfocar a
possível interação desses dois fatores simultaneamente para uma dada paciente.
Quando uma paciente apresenta alterações aloimunes e auto-imunes o
resultado reprodutivo é otimizado apenas quando os dois aspectos são abordados
(Beer & Kwak-Kim, 1991). Assim, pacientes que apresentam alterações aloimunes
são tratadas com imunização com linfócito paterno ou de doador, o resultado
reprodutivo é em torno de 83%, enquanto as pacientes nas mesmas condições sem
tratamento abortam 75% das vezes. As pacientes que apresentam concomitância de
alterações alo e auto-imune e que são tratados com imunizações e terapêutica auto-
imune têm 80% de sucesso gestacional, enquanto as que só recebem imunizações
sem terapêutica auto-imune perdem 76% das gestações. Finalmente, as pacientes
que não tenham alterações aloimunes, mas com distúrbios auto-imunes e que
recebem terapêutica auto-imune exclusivamente têm 80% de sucesso reprodutivo.
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