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1 INTRODUÇÃO GERAL A busca por uma vida saudável e de corpo e mente em harmonia, vem se tornando uma preocupação de pessoas do mundo inteiro nos últimos anos. Neste contexto, os consumidores se deparam com a falta do consumo regular de produtos na forma in natura. As frutas estão, cada vez mais, sendo grandes aliados na prevenção de doenças, em razão de suas propriedades antioxidantes atribuídas à presença de compostos fenólicos, dentre eles os subgrupos antocianinas e flavonóis. A escassez de trabalhos sobre as frutas nativas da Região Sul da América do Sul, a crescente demanda de informações, o apelo mercadológico dos consumidores ávidos por novos produtos e a possibilidade de utilização das frutas nas indústrias, são parâmetros que impulsionam a pesquisa e viabilidade de aumento da produção e do consumo dessas frutas. Vários estudos associam o consumo de frutas com a redução de diversas doenças crônicas (Kritchevski, 1999; Nicoli, Anese e Parpinel, 1999). Mansouri et al. (2005) e Vayalil (2002) enfatizam que as frutas são ricas em compostos solúveis em água, dentre eles, metabólitos secundários (compostos fenólicos e carotenóides) que possuem ação antioxidante frente a radicais livres no organismo humano. Os radicais livres, quando em grandes quantidades e em condições específicas, são responsáveis pelo desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas, tais como doenças cardiovasculares e câncer. Os compostos fenólicos também apresentam possíveis ações antiproliferativas frente a linhagens de células cancerígenas, impedindo a

in natura . As frutas estão, cada vez mais, sendo grandes · radicais livres podem atacar vários substratos no corpo humano e contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas,

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INTRODUÇÃO GERAL

A busca por uma vida saudável e de corpo e mente em harmonia, vem

se tornando uma preocupação de pessoas do mundo inteiro nos últimos anos.

Neste contexto, os consumidores se deparam com a falta do consumo regular

de produtos na forma in natura. As frutas estão, cada vez mais, sendo grandes

aliados na prevenção de doenças, em razão de suas propriedades

antioxidantes atribuídas à presença de compostos fenólicos, dentre eles os

subgrupos antocianinas e flavonóis.

A escassez de trabalhos sobre as frutas nativas da Região Sul da

América do Sul, a crescente demanda de informações, o apelo mercadológico

dos consumidores ávidos por novos produtos e a possibilidade de utilização

das frutas nas indústrias, são parâmetros que impulsionam a pesquisa e

viabilidade de aumento da produção e do consumo dessas frutas.

Vários estudos associam o consumo de frutas com a redução de

diversas doenças crônicas (Kritchevski, 1999; Nicoli, Anese e Parpinel, 1999).

Mansouri et al. (2005) e Vayalil (2002) enfatizam que as frutas são ricas em

compostos solúveis em água, dentre eles, metabólitos secundários (compostos

fenólicos e carotenóides) que possuem ação antioxidante frente a radicais

livres no organismo humano. Os radicais livres, quando em grandes

quantidades e em condições específicas, são responsáveis pelo

desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas, tais como doenças

cardiovasculares e câncer.

Os compostos fenólicos também apresentam possíveis ações

antiproliferativas frente a linhagens de células cancerígenas, impedindo a

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multiplicação dessas células no organismo humano, combatendo assim o

surgimento e proliferação de diversos tipos de câncer (Fang, Yang e Wu, 2002;

Adhami et al., 2007 e Nooman, Benelli e Albini, 2007 ).

O objetivo principal desse estudo foi quantificar os teores totais de

compostos fenólicos, de antocianinas, de carotenóides e do ácido L-ascórbico

em frutas nativas da Região Sul do Brasil, além de avaliar a atividade

antioxidante e antiproliferativa destas frutas frente a células tumorais.

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CAPÍTULO I – QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS EM

FRUTAS NATIVAS DA REGIÃO SUL DA AMÉRICA DO SUL

INTRODUÇÃO

O Brasil possui a flora mais complexa do planeta, com espécies de

frutas nativas adaptados às diferentes condições climáticas, incluindo em clima

equatorial, tropical, semi-árido e temperado. Vários estudos vêm sendo

realizados com plantas (Silva et al., 2005) e frutas tropicais (Lim et al., 2004,

Kukoski et al., 2005), mas são escassos os dados sobre espécies frutíferas

nativas de clima temperado. Os benefícios à saúde, atribuídos aos alimentos

ricos em compostos fenólicos e outros antioxidantes naturais (como ácido

ascórbico e carotenóides) na sua composição química, têm elevado a procura

por novas espécies botânicas que possuam, além dessa propriedade, uma

atividade biológica complementar relevante (Céspedes et al., 2008). Dentre

essas propriedades, destacam-se aquelas relacionadas à proteção contra

doenças crônicas e processos infecciosos ou imunodepressivos (Prior et al.,

1998; Weisburger, 1999; Ross e Kasum, 2002; Adhami et al., 2007). Acredita-

se que as pequenas frutas nativas de clima temperado, com destaque para as

mirtáceas (gênero Myrtaceae), como pitanga (Eugenia uniflora), araçá (Psidium

cateleianum) e guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), possam ser

portadoras de algumas dessas propriedades. Essas espécies estão

4

amplamente distribuídas nos estados do Sul do Brasil, mas são também

encontradas em outras regiões do País e da América do Sul.

A Embrapa Clima Temperado vem estruturando acervos de acessos de

pitanga e de araçá, buscando desenvolver seleções que contemplem aspectos

agronômicos como porte e arquitetura, produção e qualidade (tamanho,

aparência e sabor) das frutas. A expressão comercial ainda é limitada, devido,

sobretudo, à insuficiente disponibilidade de material propagativo e também pelo

desconhecimento da população sobre essas frutas, tendo em vista que o

consumo ainda é restrito às microrregiões de produção e à população do meio

rural, a qual, pelo conhecimento local, valoriza esses produtos. Além disso, há

materiais ainda não coletados e espécies pouco estudadas, como é o caso da

guabiroba, cereja-do-mato e uvaia. Porém, os efeitos benéficos ao trato

digestivo e respiratório, proteção a infecções, além de “bem estar geral”, são

amplamente divulgados pelos consumidores desses frutos.

As frutas nativas do Hemisfério Norte têm sido estudadas e avaliadas

quanto a sua composição química e propriedades funcionais. Sabe-se que

frutas como o mirtilo, framboesa e amora são fontes importantes de

substâncias com propriedades bioativas, potencializando o mercado de

produção, pela popularização dos benefícios que proporcionam (Pool-Zobel et

al., 1999; Smith et al., 2000).

Ervas, como o chá verde (Camellia Sinensis L. Kuntz), uma bebida

consumida nos países asiáticos e, nas últimas décadas, popularizada em todo

planeta, contém compostos com forte capacidade antioxidante. Essa planta

possui diversos polifenóis importantes na sua composição química, tais como a

(-) epicatequina e (-) epigalocatequina, que têm atraído a atenção da área da

saúde por ser um agente biologicamente ativo com efeitos anticancerígenos,

antidiabéticos, antiviral, cardioprotetor, hepatoprotetor e neuroprotetor

(Anderson e Polanski, 2002; Adhami et al., 2007; Nooman, Benelli e Albini,

2007).

5

Nesse estudo, pretendeu-se verificar se as frutas nativas da Região Sul

do Brasil apresentam uma elevada concentração de compostos bioativos

oriundos do metabolismo secundário das plantas, e sua influencia sobre a

atividade antioxidante das frutas.

Para esta finalidade, o objetivo desse estudo foi avaliar a composição

química de espécies nativas da Região Sul do Brasil, quanto aos seus teores

de compostos fenólicos totais, antocianinas totais, carotenóides totais e

conteúdo em ácido L-ascórbico, e avaliar a atividade antioxidante das frutas.

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REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Frutas Nativas

A fruticultura brasileira ocupa posição de destaque no cenário mundial,

devido a sua elevada produção. Apesar do crescimento da área de plantio e

produção de algumas frutíferas, as espécies nativas ainda não recebem a

devida importância econômica, apesar de seu grande potencial de exploração

(D’eeckenbrugge et al., 1998), tanto para o mercado interno como para o

externo (Bezerra et al., 2003), sendo ainda pouco exploradas (Ferreira, 1999;

Harder et al., 2004).

Entre as diversas plantas nativas, destacam-se as da familia Myrtaceae.

Essa família possui cerca de 140 gêneros e mais de 3.000 espécies

distribuídas em dois centros de dispersão, na América e na Austrália. Estes

gêneros incluem frutas comestíveis e de sabor agradável, como o araçá,

cereja, uvaia, guabiroba, pitanga e jabuticaba (Silva et al., 2001).

A pitangueira (Eugenia uniflora) é uma planta originária do Brasil.

Encontra-se por todo o país, desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul,

ultrapassando fronteiras inclusive de algumas regiões do Uruguai e Argentina.

É uma árvore que nas regiões subtropicais alcança 2 a 4m de altura, mas,

vegetando sob condições ótimas de clima e de solo, pode alcançar até 10m

quando adulta (Pereira, 2006). A pitanga consiste em uma baga globosa, com

sete a dez sulcos longitudinais de 1,5 a 5,0cm de diâmetro, coroado com

sépalas persistentes que possui aroma característico intenso e sabor doce e

ácido. No processo de maturação, o epicarpo passa de verde para amarelo,

7

alaranjado, vermelho, vermelho escuro, podendo chegar até quase negro (Bezerra,

Silva Júnior e Lerdeman, 2000).

O araçá (Psidium cateleianum) é uma das frutíferas nativas do Brasil que está

sendo muito estudada devido às suas características de alta qualidade da fruta e

alta produção da planta. Segundo Donadio (2000), este arbusto tem porte pequeno a

médio, atingindo de 1 a 10m de altura. A fruta é de coloração amarelo a amarelo-

esverdeado, além de possuir frutas de coloração roxo-avermelhada. Possui sabor

adocicado e é muito consumida em feiras livres, cuja safra ocorre nos meses de

fevereiro a abril (Manica, 2000).

A jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) é uma espécie nativa da Mata Atlântica

brasileira, que foi domesticada e incorporada pelos indígenas tupis (Mattos, 1983). A

fruta consiste de uma baga, subglobosa, negra lisa com 1,2 a 2,2cm de diâmetro,

contendo 1 a 4 sementes (Donadio, Môro e Servidone, 2002). Suas frutas são

consumidas in natura ou processadas na forma de geléias, licores e vinhos.

A cereja-do-mato (Eugenia involucrata), também conhecida como cereja-da-

terra ou cereja-do-rio-grande, também é uma espécie nativa do Brasil. A planta é

rústica e ornamental, com boa formação de copa, podendo ser utilizada para a

arborização urbana. Suas frutas podem ser utilizadas na fabricação de doces,

geléias, licores e na produção de mel (Sanchotene, 1989; Lorenzi, 1998).

A uvaia (Eugenia uvalha), conhecida também por uvalha, é uma árvore de 6 a

13m de altura, dotada de copa arredondada, tronco geralmente ereto, com 30 a

50cm de diâmetro. A época de florescência ocorre entre os meses de agosto a

setembro, com início de maturação dos frutos em setembro, prolongando-se até

novembro. As frutas são druplas globosas de cor amarela e carnosa, contendo de

uma a três sementes. A fruta é muito apreciada na forma de sucos (Lorenzi, 1998;

Andrade e Ferreira, 2000).

A guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa) também é uma planta nativa da

Região Sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai; apresenta um grande porte,

atingindo mais de 10m de altura, quando adulta. A guabiroba é uma fruta de

coloração amarelo-esverdeada, consumida in natura ou utilizada na elaboração de

sucos, licores e doces (Biavatti et al., 2004).

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2.2 Radicais Livres e Atividade Antioxidante

Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a qualidade de vida

e em possuir bons hábitos alimentares, como consumir alimentos que ajudem a

manter a boa saúde. As frutas são alimentos excelentes, pois além de possuírem

baixas calorias, contêm quantidades significativas de substâncias antioxidantes, as

quais são capazes de prevenir uma grande variedade de patologias, como câncer,

doenças cardiovasculares, derrames e isquemias (Tavarini et al., 2008). Por esta

razão, frutas e hortaliças representam dentro da pirâmide alimentar, a maior fonte de

antioxidantes naturais na dieta (Tavarini et al., 2008). O crescimento no consumo de

frutas, associado às contínuas melhorias que estão sendo introduzidas na qualidade

dos alimentos, indicam que as frutas e outros vegetais devem ganhar, cada vez

mais, espaço no mercado consumidor (Agostini-Costa, 2003).

Os compostos antioxidantes, presentes nas frutas e hortaliças atuam nas

espécies reativas de oxigênio, que incluem radicais livres reativos, tais como

superóxidos, hidroxilas e peroxila, e também com não radicais, como peróxido de

hidrogênio. Estas substâncias atuam na etapa de iniciação e propagação dos

radicais livres ou supressão da formação dos mesmos (Lim, Lim e Tee, 2007).

Os radicais livres são átomos ou moléculas produzidas continuamente

durante os processos metabólicos e atuam como mediadores para a transferência

de elétrons em várias funções relevantes no metabolismo. As principais fontes de

radicais livres são as organelas citoplasmáticas que metabolizam o oxigênio, o

nitrogênio e o cloro, gerando grande quantidade de metabólitos (Shami e Moreira,

2004). Porém, fontes exógenas também contribuem na formação de radicais livres

no organismo humano, como por exemplo, o tabagismo e a poluição (Elsayed, 2001;

Lachance et al., 2001).

Quimicamente, os radicais livres são quaisquer átomos, moléculas ou

fragmentos de molécula contendo um ou mais elétrons desemparelhados nas suas

camadas de valência (Halliwell e Gutteridge, 1990). Essa configuração faz dos

radicais livres moléculas altamente instáveis, com curto tempo de meia-vida e

quimicamente muito reativas (Pompella, 1997). Das espécies reativas de oxigênio, o

radical hidroxil (OH•) e o ânion superóxido (O2•) são os que têm maior importância

9

biológica, porque são formados durante o processo normal ou exarcebado de

redução de O2 no interior das mitocôndrias (Benzi, 1993).

Diversos estudos têm demonstrado que uma série de doenças entre as

quais, câncer, aterosclerose, diabetes, artrite, malária, AIDS e doenças

cardiovasculares podem estar ligadas aos danos causados por formas de oxigênio

extremamente reativas (Brenna e Pagliarini, 2001; Yldrim, Mavi e Kara, 2002). Os

radicais livres podem atacar vários substratos no corpo humano e contribuir para o

desenvolvimento de doenças crônicas, como por exemplo, oxidação da fração LDL

causando doenças cardio-vasculares (Touyz, 2004). À oxidação do DNA pode-se

atribuir um importante papel no desenvolvimento de diversos tipos de câncer (Lim et

al., 2004).

As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou

reduzidas por meio da atividade de antioxidantes, sendo estes encontrados em

muitos alimentos. Os antioxidantes são capazes de interceptar os radicais livres

gerados pelo metabolismo celular ou por fontes exógenas, impedindo o ataque

sobre os lipídeos, nos aminoácidos das proteínas, nas duplas ligações dos ácidos

graxos polinssaturados e as bases de DNA, evitando a formação de lesões e a

perda de integridade celular (Bianchi e Antunes, 1999).

Vários estudos têm quantificado a atividade antioxidante em diversos

alimentos, especialmente em produtos de origem vegetal, tais como grãos, vegetais

e frutas (Connor et al., 2002; Karl e John, 2002; Imeh e Khokhar, 2002; Ou et al.,

2002; Sun et al., 2002). O interesse crescente em consumir frutas deve-se ao seu

conteúdo de compostos antioxidantes, além de ser de fácil consumo, já que podem

ser ingeridas frescas, na forma de sucos ou em outros tipos de alimentos

processados. Especial atenção é dada às frutas, fontes ricas de compostos

fenólicos (Kalt et al., 1999; Robards et al., 1999; Wang e Lin, 2000).

2.3 Compostos Bioativos

De modo geral, as frutas e hortaliças contêm significantes teores de

compostos bioativos com funções fisiológicas e bioquímicas, conferindo benefícios à

10

saúde humana. Nos últimos tempos, os alimentos que contêm grandes teores de

compostos fenólicos, dentre eles as antocianinas, carotenóides e vitaminas, como a

E e a C na sua composição, assumiram o status de “alimentos funcionais”, pois além

de satisfazerem as necessidades nutricionais, oferecem benefícios fisiológicos, tais

como a prevenção de importantes doenças crônicas (Tavarini et al., 2008).

Os compostos fenólicos (Figura 1) compreendem uma grande variedade de

substâncias divididas em várias classes, assim como os ácidos fenólicos (derivados

do ácido hidrobenzóico e ácido cinâmico) e flavonóides (flavonas, flavonoóis,

flavanonas e isoflavonas).

Figura 1. Estrutura química geral de compostos fenólicos.

Esses compostos estão presentes na maioria dos vegetais, frutas, sementes,

chás, vinhos e sucos (Manach et al., 2004; Lu e Foo, 2001; Murthy, Singh e

Jayaprakasha, 2002). Recentemente, os compostos fenólicos têm recebido atenção

desde que estudos epidemiológicos sugeriram que o consumo de alimentos e

bebidas ricos em polifenóis está associado com a redução no risco de doenças

cardiovasculares, derrame cerebral e alguns tipos de câncer. Esses efeitos

protetores têm sido atribuídos às propriedades antioxidantes especialmente dos

flavonóides (Figura 2) (Kaur e Kapoor, 2001). Pesquisa recente conduzida por Lau,

Shukitt-Hale e Joseph (2005) demonstraram que antioxidantes naturais, presentes

em mirtilo (Vaccinium spp.) podem reverter declínios fisiológicos decorrentes da

11

idade avançada, como a perda da função motora. Kraft et al. (2005) relatam que

espécies de mirtilo contêm cadeias de compostos como os fitosteróis, ácidos

fenólicos, flavanas-3-óis, antocianinas e proantocianidinas oligoméricas que

protegem contra os estádios de iniciação, promoção e progressão de

carcinogenesis.

Figura 2. Estrutura química dos principais flavonóides.

As antocianinas (Figura 3), uma subclasse pertencente aos flavonóides, são

amplamente encontrada em frutas, flores e vegetais, em geral, sendo responsáveis

pelas cores laranja, vermelho e azul. Além disso, além da função do pigmento

colorido nos alimentos as antocianinas estão relacionadas com a atividade

antioxidante (Kim, Jeong e Lee, 2003; Philpott, et al., 2004), promovendo efeitos

benéficos à saúde, reduzindo a incidência de doenças crônicas, além de ser um

importante agente antiinflamatório (Wang, Cao e Prior, 1996; Wang e Jiao, 2000).

Estudos em células humanas e em ratos demonstraram que em dietas ricas

destes compostos, as antocianinas podem exercer ação benéfica contra o início e

12

desenvolvimento de doenças cardiovasculares. As antocianinas e os outros

subgrupos de compostos fenólicos, devido à presença de vários radicais fenólicos,

evitam a oxidação da fração LDL e a deposição de gorduras nas artérias (Negre-

Salvagyre, Salvagyre, 1992). Elas também podem agir na redução de doenças

neurológicas (Andriambelosom et al. 1998; Tsuda, Horio e Osawa, 1998).

Figura 3. Estrutura química das principais moléculas de antocianinas.

Os carotenóides (Figura 4) exercem ações relacionadas à redução do risco de

doenças degenerativas, prevenção da formação de catarata, redução da

degeneração macular relacionada ao envelhecimento e redução do risco de doenças

coronárias (Krinski, 2001). Além disso, os carotenóides desempenham um papel

fundamental como pigmento acessório na fotossíntese, agindo como coletor de

energia e protetor contra foto-oxidação (Krinski, 2001; Silva e Mercadante, 2002).

Fraser e Bramley (2004) associam a alta ingestão de alimentos ricos em β-caroteno

com a redução da incidência de câncer de mama. A luteína está inversamente

relacionada à incidência de câncer de cólon tanto em homens como em mulheres

(Slaterry et al., 2000). Segundo Olson (1999), os carotenóides seqüestram o

oxigênio singlete, removem os radicais peróxidos, modulam o metabolismo

carcinogênico, inibem a proliferação celular, estimulam a comunicação entre células

(junções gap), e elevam a resposta imune.

13

Figura 4. Estrutura química das principais moléculas de carotenóides.

Vários estudos têm investigado o efeito de vitamina C (Figura 5) de frutas e

vegetais e o desenvolvimento de câncer. Estudos epidemiológicos sugerem que

vitaminas antioxidantes, incluindo a vitamina C, em concentrações suficientes inibem

doenças no coração e câncer (Flagg, Coates e Greenberg, 1995). Alguns estudos

recentes têm mostrado uma redução significante no risco de câncer de pulmão pelo

aumento de vitamina C na dieta (Ocké et al., 1997).

Figura 5. Estrutura química do ácido L-ascórbico.

14

Devido às espécies nativas de clima temperado terem co-evoluido em

ecossistema com significativas variações de temperatura, oscilações hídricas, assim

como de luminosidade, acredita-se que essas espécies tenham desenvolvido um

complexo metabolismo secundário, resultando, no mínimo, em frutas ricas nesses

compostos, que além de serem mecanismos de defesa, exercem algum efeito

fisiológico de propriedade terapêutica. Por este motivo, é importante conhecer a

composição química dessas frutas e verificar suas potencialidades como agentes

antioxidantes.

15

MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material Vegetal

Foram utilizadas frutas das espécies Psidium cateleianum (araçá), Eugenia

involucra (cereja-do-mato), Campomanesia xanthocarpa (guabiroba), Myrciaria

cauliflora (jabuticaba), Eugenia uniflora (pitanga), Eugenia uvalha (uvaia), todos da

familia Myrtaceae, colhidos nos anos 2005 e 2008 (Tabela 1). Dos 48 acessos

estudados de frutas de araçá, cereja-do-mato, guabiroba, jabuticaba, pitanga e

uvaia, 44 genótipos foram provenientes do Banco de Germoplasma da Embrapa -

Clima Temperado, Pelotas/RS. As demais frutas foram coletadas em propriedades

rurais da Região Sul do RS. A colheita das frutas foi realizada no estádio de

maturação característica de cada espécie, pela coloração externa da casca. Após a

colheita, as frutas foram imediatamente congeladas a -80ºC até o momento das

avaliações. Todas as avaliações foram feitas com extratos das frutas com casca,

pois essa é a forma como são comumente consumidos.

Para efeito comparativo, utilizaram-se duas espécies frutíferas, Rubus sp.

(amora-preta) e Vaccinium myrtillus (mirtilo) não nativas da Região Sul, mas que se

adaptaram ao solo e ao clima da região (Tabela 2). Ambas as espécies são

amplamente conhecidas como fontes de compostos biologicamente ativos e de alta

atividade antioxidante. Essas frutas foram colhidas também no Banco de

Germoplasma da Embrapa Clima Temperado, Município de Pelotas/RS.

16

TABELA 1. Frutas nativas da Região Sul da América do Sul utilizadas.

Fruta Nome Científico Coloração Codificação

Amarela

AR012, AR031, AR052,

AR271, AR462, AR472,

AR482, AR492, AR572,

AR582, AR592, AR602,

AR642, AR722, AR732,

AR742, AR752 Araçá Psidium cateleianum

Roxa

AR082, AR092, AR101,

AR112, AR182, AR192,

AR282, AR292, AR422,

AR442, AR942, AR1002,

AR1012

Cereja-do-

Mato Eugenia involucra Roxa CER3

Guabiroba Campomanesia

xanthocarpa Laranja Gua011, Gua023, Gua033

Jabuticaba Myrciaria cauliflora Roxa JAB3

Laranja Pit151, Pit711

Roxa PitH1, Pit401

Pitanga Eugenia uniflora

Vermelha

PitU1, Pit411, Pit492, Pit502,

Pit532, Pit552, Pit612,

Pit622

Uvaia Eugenia uvalha Laranja UVI3

1 Colhidos Safra 2005-2006; 2 Colhidos Safra 2006-2007; 3 Colhidos Safra-2007-2008.

TABELA 2. Frutas não-nativas da Região Sul da América do Sul estudados.

Fruta Nome Científico Coloração Codificação

Amora-Preta Rubus sp. Roxa AMR1

Mirtilo Vaccinium myrtillus Roxa MIR1

1 Colhidos Safra 2007-2008.

17

3.2 Avaliações

3.2.1 Determinação de Sólidos Solúveis Totais (SST), pH, Acidez Total

Titulável (ATT) e Relação SST/ATT

Foram realizadas as avaliações de sólidos solúveis totais (SST), pH e acidez

total titulável (ATT) segundo método de Manzino, Silvestrini e Rearte (1987). A

determinação de SST foi feita por meio de um refratômetro manual, com

compensação de temperatura, sendo os resultados expressos em graus Brix. O pH

foi determinado, por via direta, e, potenciômetro digital. A ATT foi realizada por

titulometria de neutralização com hidróxido de sódio 0,1N, sendo os resultados

expressos em mol (m/v) de equivalentes de ácido cítrico.

3.2.2 Determinação de Antocianinas Totais

O teor de antocianinas totais foi determinado por espectrofotometria de

acordo com Lees e Francis (1972). Dois gramas de fruta foram macerados e, em

seguida, 50mL de etanol pH 1,0 foi adicionado para a extração das antocianinas. A

solução foi homogeneizada a cada cinco minutos, em um intervalo de uma hora.

Após esse período, filtrou-se a solução para um balão volumétrico de 100mL e

completou-se o volume. A leitura foi realizada a 520nm, utilizando etanol pH 1,0

como referência. O cálculo da concentração das antocianinas totais foi baseado na

Lei de Beer e os resultados obtidos foram expressos em miligramas de cianidina-3,5-

glicosídeo por 100 gramas de peso fresco.

3.2.3. Determinação de Compostos Fenólicos Totais

O teor de compostos fenólicos totais foi determinado pelo método modificado

de Folin-Ciocalteu (Singleton e Rossi, 1965). Um grama de polpa do fruto foi

macerado e, em seguida, adicionou-se 60mL de água Milli-Q e 5mL do Reagente

de Folin-Ciocalteu. Seguiu-se a neutralização com 20mL de solução saturada de

18

carbonato de sódio. A absorbância da solução resultante foi medida a 720nm após

um período de duas horas de reação. Como ensaio controle, realizou-se todas as

etapas citadas anteriormente, excetuando-se a adição de um grama de polpa, que

foi substituído por 1mL de água Milli-Q. Ácido gálico foi usado para construir uma

curva padrão (0,00-120,00 mg.100g-1; y = 0,0112 x; R2 = 0,9978). Os resultados

foram expressos em equivalente de ácido gálico (miligramas por 100 gramas de

peso fresco).

3.2.4 Determinação de Carotenóides Totais

O teor de carotenóides totais foi determinado pelo método proposto por

Rodriguez-Amaya (1999). Cinco gramas de amostras foram macerados e adicionou-

se 2g de celite. Acrescentou-se 20mL de acetona na amostra e homogenizou-se por

10 minutos, e filtrou-se a vácuo. O resíduo foi lavado com acetona até que o mesmo

ficasse incolor. Então, tranferiu-se essa solução para um funil de separação e

acrescentou-se 200mL de éter de petróleo. A amostra foi lavada com água destilada

até remoção completa da acetona. Após a remoção completa do solvente transferiu-

se a amostra para um balão volumétrico de 250mL e completou-se o volume com

éter de petróleo. A leitura foi realizada a 450nm, utilizando éter de petróleo como

controle, e os resultados foram expressos em microgramas de β-caroteno por grama

de peso-fresco, seguindo a fórmula abaixo:

Carotenóides Totais = Absorbância X Volume Extrato (mL) X 106

2500 X 100 X peso amostra (g)

3.2.5 Determinação do Ácido L-Ascórbico

O método de extração foi realizado segundo Vinci, Rot e Mele (1995). Dez

gramas de amostra e solução de ácido metafosfórico a 4,5% foram deixados em

repouso por uma hora, em frasco protegido da luz. Transferiu-se a amostra para um

balão de 50mL e completou-se o volume com água Milli-Q, filtrando a amostra

19

posteriormente. Centrifugou-se o filtrado a 7000rpm por 10minutos. O sobrenadante

dessa centrifugação injetou-se diretamente no cromatógrafo.

A análise cromatográfica foi realizada em cromatógrafo Shimadzu, equipado

com módulo de mistura de solventes LC-10ATVP, desgaseificador FCV-10AVP,

bomba reodine DGU-14A, sistema de controle SCL-10AVP, forno de coluna CTO-

10ASVP e amostrador automático SIL-10AF. Foi utilizada uma coluna de separação

analítica de fase reversa, Nova-Pak C18 (3,9cm x 150mm x 4µm). Como fase móvel

utilizou-se dois solventes: (A) solução de ácido acético 0,1% e (B) metanol 100%

(Tabela 3). Injetou-se 10µL de amostra, com fluxo de 0,8mL.min-1, e temperatura de

coluna mantida a 25°C. O tempo de eluição da amostra foi de 12 minutos. A

identificação do composto foi realizada através de informações obtidas dos

espectros de absorção no UV-visível, modelo SPD-10AVVP em um comprimento de

onda de 254nm. Os dados obtidos foram adquiridos e processados com o uso do

software Class-VP, por meio de uma curva de calibração externa quadrática,

preparada com ácido L-ascórbico (reagente padrão com 99,97% de pureza), em

concentrações que variaram entre 10-100mg.100mL-1, utilizando fase móvel e

gradiente de eluição igual ao utilizado. Na determinação de ácido L-ascórbico, com

tempo de eluição de 10 minutos e fluxo de 0,8mL.min-1. Os resultados foram

expressos em miligramas de ácido ascórbico por 100 gramas de peso fresco.

20

Tabela 3. Gradiente de eluição dos solventes A e B na determinação de ácido L-

ascórbico.

Tempo (minutos) Solvente A (%)1 Solvente B (%)2

0 100 0

5 98 2

7 98 2

10 100 0

1Solvente A: solução de água Milli-Q:ácido acético p.a. (99,9:0,1% v/v); 2Solvente B: metanol p.a.

100%.

3.2.6 Determinação da Atividade Antioxidante

Em extratos de fruto, foi quantificado a atividade antioxidante segundo método

adaptado de Brand-Willians, Cuvelier e Berset (1995), que se baseia na redução do

radical estável 2,2-difenil-1-picrylhidrazil (DPPH). Para o preparo dos extratos

utilizaram-se 5 g de polpa de fruta trituradas em Ultraturrax®, aos quais foi

adicionado 20 mL de metanol. Essa mistura foi mantida durante 24 h a 4ºC, após o

qual se centrifugou a 12000g a 4ºC durante 20 minutos. Usou-se 0,1mL de extrato

em 3,9mL de DPPH a 0,1mM, e realizou-se a leitura após 30 minutos de incubação

a 25ºC. Porém, em ensaios preliminares, verificou-se que nessas concentrações

havia a redução total do radical DPPH antes dos 30 minutos preconizados para

algumas frutas. Por isso, para araçás, cereja-do-mato, pitangas e uvaia padronizou-

se o uso de 0,01 mL de extrato metanólico, e para a guabiroba e a jabuticaba

utilizou-se 0,001 mL. A leitura para estes extratos foi realizada após 1 minuto ao

invés de 30 minutos.

Todas as operações foram realizadas na ausência de incidência direta de luz.

No ensaio controle, ao invés da adição do extrato metanólico, acrescentou-se

apenas metanol. A concentração do radical DPPH remanescente foi lida a 517nm.

Os resultados foram expressos em mM de Trolox (6-hidroxi-2,5,7,8-

tetrametilcroman-2-ácido carboxílico), que consiste de um antioxidante sintético de

21

referência. Para a quantificação, foi realizada uma curva-padrão de Trolox, que

variou entre 0,20 a 1,40mM (y = 0,032 x; R2 = 0,9643).

3.3 Delineamento Experimental

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três

repetições para cada unidade de experimental. A unidade experimental consistiu em

500g de cada uma das seleções colhidas. Os dados foram expressos em médias

aritméticas. O teste de Duncan a 5% de probabilidade foi aplicado para determinar

as diferenças das médias. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do

programa de computação STATISTICA 6.0.

22

RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Teor de Sólidos Solúveis Totais, pH, Acidez Total Titulável e

Relação SST/ATT

As frutas de guabiroba foram os que apresentaram os maiores teores de

sólidos solúveis totais (SST), que em média foi de 14,3°Brix. A seleção de pitanga-

vermelha Pit53 foi a que apresentou menor teor de SST de todas as frutas avaliados

neste trabalho, com valor médio de 3,27. Dentro da mesma espécie também houve

diferenças significativas. No caso dos acessos de araçá-amarelo houve variação

entre 5,4 e 10,8°Brix, no araçá-roxo entre 6,4 e 13,6°Brix, na pitanga-laranja entre

7,0 e 9,8°Brix, na pitanga-roxa entre 8,2 e 11,4°Brix e na pitanga-vermelha entre 4,0

e 8,8°Brix. Os teores de SST para as frutas de cereja-do-mato, jabuticaba e uvaia

foram, respectivamente, 6,6°Brix, 12,4ºBrix e 6,0°Brix (Tabela 4).

A diferença significativa entre os acessos de mesma espécie pode ser devido

ao estádio de maturação, pois todas as frutas foram colhidas quando estavam

maduras do ponto de vista de consumo. Observaram-se diferenças entre a

quantidade de frutas por planta e época de floração entre os acessos, o que pode

ser uma das causas dessas diferenças. Os teores de SST podem variar, de acordo,

com o genótipo e fatores climáticos, tais como, a pluviosidade. O excesso de chuvas

ou até mesmo irrigação excessiva diminui o teor de SST nas frutas, em virtude da

diluição do suco celular (Gerhardt et al., 1997; Nogueira et al., 2002).

23

Tabela 4. Teor de sólidos solúveis totais (SST), pH, acidez total titulável (ATT),

relação SST/ATT presentes em frutas nativas da Região Sul da

América do Sul.

Fruta Codificação1 Cor SST2 pH ATT3 SST/ATT4

(°Brix) (% ácido cítrico)

AR01 6,8±0,00rst5 3,34±0,01pqr 12,61±0,42fg 0,54±0,02fg AR03 9,6±0,12jl 3,57±0,01lm 9,15±0,64mn 1,05±0,06defg AR05 6,0±0,00u 3,48±0,01n 9,73±0,64lm 0,62±0,04efg AR27 6,0±0,00u 3,65±0,00ijkl 7,42±0,45qr 0,81±0,05defg AR46 10,8±0,12fg 3,71±0,01ghi 9,47±0,13m 1,14±0,03defg AR47 9,2±0,12lm 3,99±0,01ab 7,62±0,20opqr 1,21±0,02defg AR48 6,0±0,12u 3,76±0,06efg 4,93±0,23vw 1,22±0,04def AR49 8,6±0,40nop 3,83±0,00de 7,68±0,06opqr 1,12±0,04defg AR57 5,4±0,12v 3,92±0,00bc 4,22±0,52wx 1,28±0,13def AR58 9,2±0,20lm 3,80±0,02ef 7,74±0,35opqr 1,19±0,03defg AR59 11,4±0,31de 3,70±0,03ghij 9,41±0,68m 1,21±0,12def AR60 10,2±0,12hi 3,75±0,01efg 8,45±0,10no 1,21±0,03def AR64 10,2±0,00hi 3,70±0,08ghi 8,38±0,07nop 1,22±0,01def AR72 6,0±0,00ou 3,66±0,02hijk 7,30±0,13mrs 0,82±0,02defg AR73 9,6±0,00jl 3,98±0,03ab 9,47±0,96m 1,01±0,11defg AR74 7,2±0,00r 3,60±0,01kl 9,47±0,77m 0,76±0,07defg AR75

Amarelo

11,2±0,00ef 3,65±0,13ijk 8,26±0,74opq 1,36±0,13de AR08 11,2±0,00ef 3,26±0,01rst 14,91±0,19bc 0,75±0,01defg AR09 10,4±0,12gh 3,21±0,03tu 15,23±0,13b 0,68±0,01efg AR10 9,0±0,00mn 3,43±0,00no 11,84±0,64ghi 0,76±0,04defg AR11 11,6±0,12de 3,18±0,01tuv 16,96±0,29a 0,68±0,02efg AR18 6,4±0,12tu 3,36±0,00op 9,41±0,29m 0,68±0,03efg AR19 11,8±0,00d 3,31±0,06pqrs 12,22±0,45gh 0,97±0,05defg AR28 10,8±0,00fg 3,24±0,03st 16,90±0,10a 0,64±0,00efg AR29 10,0±0,00hij 3,11±0,01vw 16,19±0,80a 0,62±0,03efg AR42 9,6±0,50jl 3,24±0,02st 14,34±0,48cd 0,67±0,02efg AR44 8,0±0,12q 3,24±0,01st 10,50±0,16kl 0,76±0,01defg AR94 13,6±0,00b 3,61±0,01jkl 11,01±0,16jk 1,24±0,02def AR100 10,4±0,20gh 3,63±0,01ijk 11,14±0,77ijkl 0,93±0,05defg

Araçá

AR101

Roxo

11,8±0,00d 3,48±0,01n 13,63±0,45de 0,87±0,03defg Cereja-do-Mato CER Roxo 6,6±0,00st 3,70±0,00ghi 5,12±0,13uv 1,29±0,03def

GUA/01 14,0±0,12b 4,01±0,03a 1,73±0,29z 8,09±1,49ª GUA/02 14,8±0,12a 3,90±0,05cd 3,07±0,42y 4,82±2,05b Guabiroba GUA/03

Laranja 14,0±0,12b 4,03±0,03a 3,39±0,45y 4,13±0,52b

Jabuticaba JAB Roxo 12,4±0,12c 3,32±0,01pqrs 5,79±0,03u 2,14±0,03c Pit15 9,8±0,20jk 3,00±0,00x 13,25±1,00ef 0,74±0,05defg Pit71

Laranja 7,0±0,12rs 3,35±0,22pq 6,59±0,07st 1,06±0,03defg

Pit H 11,4±1,30de 3,74±0,01fgh 7,55±0,39pqr 1,51±0,25cd Pit40

Roxo 8,2±0,12pq 3,08±0,00w 11,71±0,13hij 0,70±0,02efg

Pit U 8,5±0,12op 2,92±0,01y 13,82±0,35de 0,62±0,03efg Pit41 7,2±0,12r 3,51±0,11mn 3,52±0,19xy 2,05±0,14c Pit49 8,4±0,12opq 3,12±0,01vw 9,79±0,26lm 0,86±0,01defg Pit50 8,8±0,00mno 3,21±0,05tu 12,61±0,26fg 0,70±0,02efg Pit53 4,0±0,00x 3,27±0,00qrst 9,20±0,13mn 0,43±0,02g Pit55 6,0±0,00u 3,14±0,01uvw 9,09±0,04mn 0,66±0,01efg Pit61 8,2±0,12pq 3,25±0,02st 8,00±0,06opqr 1,03±0,01defg

Pitanga

Pit62

Vermelho

6,8±0,20rst 3,24±0,00st 9,92±0,51lm 0,69±0,02efg Uvaia UVI Amarelo 6,0±1,00u 2,75±0,03z 13,89±1,12de 0,43±0,04g

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); 2Teor de Sólidos

Solúveis Totais; 3Teor de Acidez Total Titulável; 4Relação Sólidos Solúveis Totas/Acidez Total Titulável; 5Médias

seguidas da mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo Teste de Duncan (p<0,05).

Dhillon et al. (1990) afirmam que temperaturas médias elevadas e alta

luminosidade também influenciam no teor de SST em razão da maior atividade

fotossintética e maior acúmulo de carboidratos nas frutas. A quantificação

24

dessa variável é importante, pois frutas com teores maiores de SST são mais

indicados para a elaboração de produtos, tais como geléias, doces em massa,

sucos e polpas, obtendo-se produtos característicos sensoriais mais

agradáveis e com maior rendimento industrial (Pinto et al., 2003).

Dentre os 48 acessos de frutas avaliados, houve diferença significativa

quanto aos valores de pH, que se situaram entre 3,34 e 3,99 para os acessos

de araçá-amarelo, 3,11 e 3,99 para araçá-roxo, 3,70 para cereja-do-mato, 3,90

e 4,03 para guabiroba, 3,32 para jabuticaba, 3,00 e 3,35 para pitanga-laranja,

3,98 e 3,74 para pitanga-roxa. 2,92 e 3,74 para pitanga-vermelha e 2,75 para

uvaia.

O fato de as frutas apresentarem valores de pH entre 2,75 e 4,03, os

caracterizam como ácidos, constituindo-se numa característica importante no

que tange a potenciais aspectos de processamento, pois é sabido que produtos

com pH inferior a 4,5 exigem tratamentos térmicos menos drásticos para a

conservação e ou são mais facilmente conserváveis pela combinação de

métodos, além de não ser necessário a adição de ácido cítrico nas formulações

(Semensato e Pereira, 2000). Isso é importante pensando-se na utilização

dessas frutas, seja na forma de produtos liofilizados, desidratados, sucos,

polpas, congelados, apertizados e outros.

Os teores de acidez total titulável (ATT) também apresentaram

diferenças significativas entre as frutas de mesma espécie e entre espécies

diferentes. Em média, os acessos de araçá-roxo foram os que apresentaram os

maiores de ATT, expressos em % de ácido cítrico equivalente, entre os 48

genótipos avaliados. A seleção AR11 (araçá-roxo) o fruto que apresentou teor

de ATT superior, 16,90% seguido pelo araçá-roxo AR28, com 16,19%. A uvaia

também apresentou alto teor de ATT com 13,89% de ácido cítrico. As frutas de

araçá-amarelo apresentaram valores de ATT que variaram entre 4,22 e 12,61%

de ácido cítrico. As frutas de guabiroba destacaram por não serem frutas com

um alto teor de ATT. Observou-se mesmo comportamento nas frutas de

jabuticaba.

25

Embora tenha havido marcantes variações nos teores de ATT entre as

frutas avaliadas, as variações de pH foram menores. Esse comportamento

sugere que os principais ácidos orgânicos das frutas não sejam de caráter

forte. As células buscam manter uma condição tamponante associando ou

dissociando os ácidos presentes de modo a manter o pH citosólico próximo a

6,8. Por isso que o pH vascular varia fortemente com a finalidade de manter o

pH do citosol.

Do ponto de vista tecnológico, a relação SST/ATT consiste em um

parâmetro de palatibilidade nos alimentos, que indica um equilíbrio entre os

sabores doce e ácido presentes no alimento. Quanto maior a razão entre SST

e ATT, mais “doce” o fruto é mais apreciado pelos consumidores e mais

indicado para ser destinado à indústria (Teixeira et al., 2001). As frutas de

guabiroba foram os que apresentaram maior relação SST/ATT (5,68), sendo

esses mais indicados como matéria-prima na indústria.

4.2 Teor de Compostos Fenólicos Totais

Dentre os 48 genótipos de frutas avaliados, houve diferença significativa

entre as distintas espécies e acessos estudados (Tabela 5). As frutas de

guabiroba do acesso GUA/01 foram os que apresentaram maior teor de

compostos fenólicos (1062,03 mg ácido gálico equivalente por 100g de peso

fresco). Os demais acessos de guabiroba apresentaram 269,88mg.100g-1

(GUA/02) e 277,46mg.100g-1 (GUA/02). Houve diferença significativa elevada

entre os teores de compostos fenólicos totais entre os acessos de mesma

espécie, devido provavelmente ao local de produção e/ou diferenças

genotípicas. O acesso que apresentou maior teor de compostos fenólicos totais

(GUA/01) foi em uma safra que a Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul,

Brasil sofreu uma grande seca, havendo um período de escassez de chuvas na

época de floração e colheita (dados não apresentados). Provavelmente, as

condições climáticas proporcionaram um estresse à planta que,

conseqüentemente, produziu e acumulou uma concentração maior de

26

metabólitos secundários, como mecanismo de defesa, e dentre esses, os

compostos fenólicos.

TABELA 5. Teor de compostos fenólicos totais presentes em frutas nativas da

Região Sul da América do Sul.

Fruta Codificação1 Cor Teor de Compostos Fenólicos Totais ( mg.100g-1 de ácido gálico)

AR01 143,91±1,29opq2 AR03 70,36±12,62x AR05 159,32±0,15n AR27 130,18±24,11rst AR46 155,24±6,17no AR47 98,17±10,40v AR48 123,21±8,55stu AR49 133,46±1,98qrs AR57 138,89±2,80pqr AR58 210,01±5,62j AR59 147,60±12,62nop AR60 117,12±9,28tu AR64 110,91±2,64u AR72 156,74±3,08no AR73 118,58t±3,08u AR74 112,26±3,34u AR75

Amarelo

182,60±7,27lm AR08 208,58±5,61j AR09 240,27±21,48efg AR10 192,55±10,48l AR11 249,35±10,59e AR18 217,27±4,68ij AR19 295,38±9,20c AR28 181,64±5,15lm AR29 234,40±22,03fg AR42 247,05±3,91ef AR44 177,32±8,91m AR94 308,02±1,10b AR100 215,06±6,51j

Araçá

AR101

Roxo

228,04±27,32i Cereja-do-Mato CER Roxo 156,89±7,45no

GUA/01 1062,03±14,81a GUA/02 269,88±0,38d Guabiroba GUA/03

Laranja 277,46±2,87d

Jabuticaba JAB Roxo 232,19±9,33g Pit15 90,02±10,46v Pit71

Laranja 117,15±10,42tu

PitH 242,50±1,53efg Pit40

Roxo 95,80±15,42v

PitU 140,19±18,44pqr Pit41 67,35±12,82x Pit49 91,75±1,74v Pit50 120,70±1,04stu Pit53 139,16±7,07pqr Pit55 123,67±0,45stu Pit61 118,16±4,82tu

Pitanga

Pit62

Vermelho

183,76±2,72lm Uvaia UVI Amarelo 93,61±17,40v

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); 2Médias seguidas da

mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo Teste de Duncan (p<0,05).

27

Além do acesso de GUA/01, o araçá-roxo AR94 (308,02 mg.100g-1)

também mostrou-se rico em compostos fenólicos totais. Pode-se observar que

a maioria dos acessos de araçá-roxo avaliados possui teores de compostos

fenólicos totais superiores que os acessos de pitanga-vermelha, pitanga-

laranja, cereja-do-mato e uvaia. Isso sugere que as frutas da espécie Psidium

cateleianum (araçá) de coloração roxa possuem essa característica genética

de produzir uma concentração maior de metabólitos secundários que os outras

frutas avaliados nesse estudo, apesar de todos as frutas avaliados fazerem

parte da mesma família botânica, a Myrtaceae. Estudos posteriores, de

expressão de genes ou da via de biossíntese de compostos fenólicos e as

enzimas envolvidas são necessários para testar essa hipótese.

Observaram-se diferenças nos teores de compostos fenólicos totais em

frutas de guabiroba. As frutas de GUA/01 apresentaram um alto teor de

compostos fenólicos totais quando comparado ao teor dos outros dois acessos

(GUA/02 e GUA/03) avaliados e o restante das frutas. Esse comportamento foi

observado em frutas colhidas em safras diferentes, o que sugere que as

condições edafoclimáticas, época de floração e de colheita podem diferir na

composição química dos mesmos. Robards et al. (1999) afirmam que a

composição dos compostos fenólicos é em decorrência de fatores genéticos e

ambientais.

Dentre as pitangas, a pitanga-roxa (PitH) apresentou o maior teor de

compostos fenólicos totais (242,50 mg.100g-1 de ácido gálico). Outro fruto

nativa que apresentou teor de compostos fenólicos superior aos araçás de

coloração amarela e pitangas de coloração vermelha e laranja, foi a jabuticaba

com 232,19 mg.100g-1. As frutas que apresentaram os teores mais baixos

foram os genótipos de araçá-amarelo, pitanga-laranja e uvaia.

Quando se compara o teor de compostos fenólicos das frutas nativas da

Região Sul da América do Sul com as frutas não nativas estudadas nesse

trabalho como tratamento controle, se observa que vários acessos avaliados

possuem teor de compostos fenólicos totais superior ao da amora-preta (AMR)

e do mirtilo (MIR), conhecidos por possuírem, na sua composição química,

28

elevados teores desses compostos. Dos genótipos que apresentaram os

maiores teores, dentre as diversas seleções e suas diferentes colorações, o

teor total de compostos fenólicos das frutas não nativas foi superior apenas aos

teores apresentados pela pitanga-laranja e a uvaia. Os demais acessos

avaliados apresentaram concentrações superiores as da amora-preta e do

mirtilo (Figura 6). Nesse caso, era esperado que os acessos de amora-preta e

mirtilo colhidos na Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul do Brasil

apresentassem teores de compostos fenólicos totais superiores, pois são frutas

conhecidos cientificamente por serem ricos em compostos fenólicos (Ehlenfeld

e Prior, 2001). Esse fato põe em evidência o fato que as espécies nativas

possuem um grande potencial, inclusive superando espécies tidas como

padrões de qualidade quando avaliadas sob esse aspecto.

Pelo método utilizado para a determinação de compostos fenólicos

totais, extraem-se todos os compostos fenólicos presente na amostra, desde as

antocianinas, flavonols, flavonas a compostos mais complexos, como por

exemplo, taninos não condensáveis. Esses compostos são produzidos em

função da característica genotípica de cada espécie e também como respostas

a estresses bioticos e abioticos. É possível que pelas características

edafoclimaticas (variações de temperatura, luminosidade, luz ultravioleta (UV),

ventos, aporte hídrico e nutricional) e fitopatias (ataque de patógenos e pragas)

nos quais esses acessos são cultivados sejam fatores estimuladores da síntese

desses metabólitos típicos do metabolismo secundário (Simões et al., 2007).

Essa pode ser a razão dos elevados teores desses compostos em algumas

frutas nativas estudados, que um acesso apresentou um alto teor de

compostos fenólicos totais e os outros não.

29

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1000,00

1200,00

AR

75

AR

94

CE

R

GU

A/0

1

JAB

Pit1

5

PitH

Pit6

2

UV

I

AM

R

MIR

Fruto

Co

mp

ost

os

Fen

óli

cos

To

tais

(m

g/1

00g

ác.

gál

ico

)

Figura 6. Teor de compostos fenólicos totais dos principais genótipos de frutas nativas da

Região Sul da América do Sul e frutas não nativa s. Araçá-amarelo (AR75), araçá-

roxo (AR94), cereja-do-mato (CER), guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB), pitanga-

laranja (Pit15), pitanga-roxa (PitH) e pitanga-vermelha (Pit62) e não nativa s amora-

preta (AMR) e mirtilo (MIR) da América do Sul avaliados. As barras indicam as

diferenças entre as médias.

Kuskoski et al. (2005) detectaram teores de fenóis totais em polpa de

uva (Vitis vinifera), açaí (Euterpe oleraceae Mart.) e morango (Fragaria vesca)

semelhante aos teores encontrados nas seleções de pitanga-roxa (Pit),

pitanga-vermelha (Pit) e araçá-roxo (AR), respectivamente, 118,9, 117,1, 136,8

e 132,1mg ácido gálico.100g-1 de polpa. Outras frutas tropicais típicas

brasileiras, da Região Nordeste, como a graviola (Anona muricato), cupuaçu

(Theobroma grandiflorum) e maracujá (Passiflora sp.), apresentaram teor de

fenóis menores que as frutas nativas da Região Sul da América do Sul,

respectivamente, 84,3; 20,5; e 20,0mg.100g-1 ácido gálico (Kukoski et al.,

2005).

Frutas de clima temperado do Hemisfério Norte também são ricos em

compostos fenólicos. Wang e Ballington (2007) verificaram que frutas da

espécie Vaccinium stamineum apresentam elevado conteúdo de compostos

fenólicos, 727,33 mg.100g-1 ácido gálico. Em nectarinas, pêssegos e ameixas,

30

produzidos no Estado da Califórnia, EUA, o conteúdo de compostos fenólicos

totais (mg.100g-1 ácido gálico) oscilaram entre 14-102, 21-111 e 42-109,

respectivamente (Gil et al. 2002), semelhante ao que foi detectado nas frutas

de araçá-amarelo, pitanga-laranja e pitanga-vermelha. Luximon-Ramma et al.

(2003) observaram teor semelhante em carambola (142mg.100g-1), aos

encontrados na maioria dos araçá-amarelo, pitanga-vermelha, pitanga-laranja e

uvaia avaliados neste estudo.

Ehlenfeldt e Prior (2001) analisaram 87 cultivares de mirtilo e detectaram

teor de compostos fenólicos totais de ate (95,0 mg.100g-1), portanto inferiores

aos observados na maioria das frutas nativas da Região Sul da América do Sul

(araçá-amarelo, araçá-roxo, cereja-do-mato, guabiroba, jabuticaba, pitanga-

roxa e pitanga-vermelha). O teor encontrado nas frutas de mirtilo foi

semelhante aos teores encontrados nos acesso de pitanga-laranja (Pit15 e

Pit71) e uvaia.

Sun et al. (2002) também quantificaram o teor de compostos fenólicos

totais em frutas de grande consumo, como no caso de morango, banana,

abacaxi, pêssego, pêra, maçã e laranja. Esses autores verificaram em maçãs

um alto teor de compostos fenólicos totais e semelhante aos encontrados nos

acessos de guabiroba (GUA/02 e GUA/03) e em alguns genótipos de araçá-

roxo (AR09, AR94, AR100 e AR01), em torno de 272,1mg.100g-1 de ácido

gálico. O teor de compostos fenólicos totais em morangos (147,8mg.100g-1)

foram semelhantes aos encontrados nas frutas de pitanga-laranja (Pit15 e

Pit71). Em frutos, tais como, abacaxi (40,4mg.100g-1), banana (56,1mg.100g-1),

pêra (53,6mg.100g-1) e pêssego (65,3 mg.100g-1), os teores de compostos

fenólicos totais foram inferiores aos 48 frutas avaliados nesse estudo.

Patthamakanokporn et al. (2008) encontraram valores inferiores de compostos

fenólicos totais para frutas de goiaba (Psidium guajava) e mamão (Carcinia

papaya) aos acessos de guabiroba, araçá-amarelo, araçá-roxo, cereja-do-mato

e jabuticaba, respectivamente 148,0mg.100g-1 e 54,0mg.100g-1.

Vasco, Ruales e Kamal-Eldin (2008) encontraram valores semelhantes,

aos encontrado na guabiroba, ao avaliar frutas nativas do Equador. Esses

31

autores encontraram teores de compostos fenólicos totais superiores aos

encontrados nas frutas da Região do Sul do Brasil, com 2167 mg.100g-1 de

ácido gálico equivalente para andean blackberry (Rubus, Berth), 1494 mg.100g-

1 de ácido gálico equivalente para capulí cherry (Prunus serotina, var. Capulí) e

1010 mg.100g-1 de ácido gálico equivalente para banana passion (Passiflora

mollissima L.). Esses autores também encontraram teores semelhantes aas

frutas da Região Sul da América do Sul, que variaram entre 250 e 400

mg.100g-1 de ácido gálico equivalente para ameixa (Prunus salicina), goiaba

(Psidium guajava L.) e cherimóia (Annona cherimólia) e também teores

inferiores a 100 mg.100g-1 de ácido gálico equivalente, semelhante aos

encontrados em araçá-amarelo, cereja-do-mato, pitanga-laranja, pitanga-

vermelha e uvaia, nas frutas naranjilla (Solarum quitoense), physalis (Physalis

peruviana), tomate (Lycopersicon esculentum) e maracujá (Passiflora edulis,

var. flavicarpa).

Liu et al. (2008) avaliaram frutas nativas da Ásia, em seis regiões

chinesas (Phyllanthus emblica L.) e também encontraram teores semelhantes,

entre 81,5 e 120,9 mg.100g-1 de ácido gálico , às frutas nativas da Região Sul

da América do Sul avaliados neste estudo, tais como uvaia, maioria dos 13

acessos de araçá-amarelo, pitanga-laranja e pitanga-vermelha) . Liu et al.

(2008) verificaram que as diferentes condições de crescimento das frutas

podem contribuir no teor de compostos fenólicos totais e de outros metabólitos.

Ercisli e Orhan (2007) verificaram altos teores de compostos fenólicos

totais em frutas de mulberrie vermelha (Morus rubra) e mulberrie negra (Morus

nigra), respectivamente, 1035 e 1422 mg.100g-1 equivalente a ácido gálico.

Esses teores são semelhantes ao encontrado em um dos acessos de

guabiroba avaliados nesse estudo.

4.3 Teor de Antocianinas Totais

A cereja-do-mato foi o fruto que apresentou o teor mais elevado de

antocianinas totais dentre os 48 avaliados, com 89,00 mg.100g-1 em

32

equivalente de cianidina-3,5-glicosídeo, seguido da pitanga-roxa (PitH) com

76,73 mg.100g-1 e jabuticaba com 67,39 mg.100g-1 (Tabela 6). Dentre os 13

genótipos de araçá-roxo, o AR94 foi o que apresentou maior teor com 10,54

mg.100g-1. Os dois acessos de pitanga-laranja (Pit15 e Pit71) apresentaram

teores de antocianinas totais superiores aos de araçá-roxo, entre 8,53 e 9,02

mg.100g-1. Dentre os acessos de araçá-roxo avaliados, houve diferença

significativa entre os teores de antocianinas totais que variaram entre 0,89 e

10,54 mg.100g-1. Nos acessos de pitanga-vermelha também observou-se uma

grande diferença entre os teores encontrados nas frutas de mesma espécie e

mesma coloração, que variaram entre 5,11 e 20,65 mg.100g-1. Entre os

genótipos de araçá-amarelo, o teor de antocianinas totais variou entre 0,35 e

8,01 mg.100g-‘. Porém observou-se que essas frutas apresentaram teores bem

inferiores que as cultivares avaliadas de pitanga, guabiroba, cereja-do-mato,

jabuticaba e uvaia.

Ehlenfeldt e Prior (2001) analisaram 87 cultivares de mirtilo e

encontraram teor de antocianinas totais superior (179,0 mg.100g-1) aos

detectados nas frutas nativas da Região Sul da América do Sul. Porém

observou-se que nos mirtilos colhidos na Região Sul da América do Sul, o teor

de antocianinas totais foi inferior (54,85mg.100g-1) ao observado por aqueles

autores com o mesmo material, mas cultivado no Estado de New Jersey, EUA.

Esse comportamento sugere que como as frutas analisados foram no seu

centro de origem, nessas frutas ocorreu sua expressão na máxima capacidade.

Reynertson et al. (2008) estudaram frutas da família Myrtaceae, que consiste

do mesmo gênero as frutas nativas da Região Sul da América do Sul e

observaram teores de antocianinas totais semelhantes aos encontrados nos

acessos de araçá-amarelo, araçá-roxo e guabiroba, ao avaliarem frutas das

espécies Eugenia brasilienses, Eugenia aggregata, Myricia cauliflora.

33

Tabela 6. Teor de antocianinas totais presentes em frutas nativas da Região

Sul da América do Sul.

Fruta Codificação1 Cor Teor de Antocianinas Totais ( mg.100g-1 de cianidina 3,5-glicosídeo)

AR01 1,04±0,17q2 AR03 1,25±0,32q AR05 0,90±0,74q AR27 8,01±0,32hijlmno AR46 2,55±0,16opq AR47 0,35±0,10q AR48 0,54±0,17q AR49 0,99±0,16q AR57 1,75±0,20pq AR58 2,33±0,46opq AR59 1,41±0,12pq AR60 0,63±0,17q AR64 1,94±0,27pq AR72 1,28±0,02q AR73 1,27±0,02q AR74 1,67±0,14pq AR75

amarelo

1,08±0,03q AR08 3,52±0,14mnopq AR09 2,05±1,11pq AR10 0,89±0,26q AR11 6,09±0,09jlmnopq AR18 4,05±0,21mnopq AR19 6,29±0,08ijlmnopq AR28 11,82±0,36fghi AR29 4,82±0,30lmnopq AR42 3,10±0,24nopq AR44 3,93±0,04mnopq AR94 10,54±0,41ghijl AR100 1,18±0,31pq

Araçá

AR101

roxo

2,15±0,14opq Cereja-do-mato CER roxo 89,00±22,51ª

GUA/01 4,39±0,39mnopq GUA/02 5,28±2,22lmnopq Guabiroba GUA/03

laranja 7,36±0,57ijlmnop

Jabuticaba JAB roxo 67,39±18,45c Pit15 8,53±0,28hijlmn Pit71

laranja 9,02±1,59ghijlm

PitH 76,73±0,46b Pit40

roxo 27,15±2,55d

PitU 11,60±0,89fghi Pit41 13,28±0,37fgh Pit49 16,65±1,58ef Pit50 11,98±0,86fghi Pit53 6,08±0,11jlmnopq Pit55 5,11±0,11lmnopq Pit61 11,63±0,96fghij

Pitanga

Pit62

vermelho

20,65±0,73e Uvaia UVI amarelo 14,51±0,27fg

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); 2Médias seguidas da

mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo Teste de Duncan (p<0,05).

Quando se comparam as frutas nativas da Região Sul da América do Sul

com as frutas não nativas da América do Sul, quanto ao conteúdo de

antocianinas totais (Figura 7), verifica-se que a maioria das frutas nativas

analisados apresentou teores de antocianinas totais inferiores aos obtidos a um

das frutas não nativa s avaliado (amora-preta), conhecido cientificamente por

34

possuir na sua composição química, elevados teores de antocianinas (Dugo et

al., 2001; Mota, 2006).

-20,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

AR

75

AR

94

CE

R

GU

A/0

1

JAB

Pit1

5

PitH

Pit6

2

UV

I

AM

R

MIR

Fruto

An

toci

anin

as T

ota

is (

mg

/100

g

cian

idin

a 3,

5-g

lico

sila

da)

Figura 7. Teor de antocianinas totais dos principais genótipos de frutas nativas da Região Sul

da América do Sul e frutas não nativa s. Araçá-amarelo (AR75), araçá-roxo (AR94),

cereja-do-mato (CER), guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB), pitanga-laranja (Pit15),

pitanga-roxa (PitH) e pitanga-vermelha (Pit62) e não nativa s amora-preta (AMR) e

mirtilo (MIR) da América do Sul avaliados. As barras indicam as diferenças entre as

médias.

Os três genótipos que mais se aproximaram dos valores de antocianinas

totais na amora-preta (AMR) (115,98 mg.100g-1 cianidina 3,5-glicosídeo) foram

a cereja-do-mato, a pitanga-roxa (PitH) e a jabuticaba, respectivamente, com

89,00 mg.100g-1, 76,73 mg.100g-1 e 67,39 mg.100g-1. Esses três genótipos

apresentaram teor de antocianinas totais superiores ao conteúdo presente no

fruto não nativa mirtilo (54,85 mg.100g-1). O mirtilo é uma fruta nativa do

Hemisfério Norte conhecido cientificamente como rico em compostos

antociânicos, porém o acesso colhido na Região Sul da América do Sul

apresentou um valor abaixo do que outros detectam em mirtilo colhidos em

outras regiões (Ehlenfeldt e Prior, 2001; Katsube et al., 2003; Pantelidis et al.,

2007). Esse dado sugere que o centro de origem propicia a máxima expressão

do potencial genético, ou seja, os mirtilo, embora se adaptem ao clima e solo

35

da Região Sul da América do Sul, são frutas típicas do Hemisfério Norte e

nessas regiões as plantas apresentam o máximo de seu potencial genético no

que concerne ao metabolismo secundário.

4.4 Teor de Carotenóides Totais

Os acessos de araçá, tanto os de coloração roxa como a amarela,

apresentaram baixo teores de carotenóides totais, não ultrapassando 11,34 e

10,84 µg.g-1 de β-caroteno, respectivamente, quando comparados com os

teores de carotenóides em pitangas-roxas e pitangas-vermelhas (Tabela 7).

Dos 48 genótipos avaliados, os dois acessos de pitanga-roxa (PitH e Pit40)

apresentaram alto teor de carotenóides totais na sua composição, entre 117,17

e 285,14 µg.g-1 de β-caroteno. Entre os oito genótipos de pitanga-vermelha

analisados, dois apresentaram os maiores teores de carotenóides totais, entre

213,25 e 231,71 µg.g-1 de β-caroteno. Das seis espécies avaliadas (araçá,

cereja-do-mato, guabiroba, jabuticaba, pitanga e uvaia, os genótipos de

pitanga-roxa e pitanga-vermelha foram os que apresentaram os teores de

carotenóides totais mais elevados, seguidos pela cereja-do-mato (88,82 µg.g-1

de β-caroteno) e uvaia (85,61 µg.g-1 de β-caroteno). Os três acessos de

guabiroba (GUA/01, GUA/02 e GUA/03) apresentaram valores intermediários,

variando entre 32,51 e 52,26 µg.g-1 de β-caroteno. Dos 17 acessos de araçá-

amarelo e 13 de araçá-roxo, todos apresentaram os menores teores de

carotenóides totais, que variou entre 3,15 e 10,84 µg.g-1 de β-caroteno para as

frutas de araçá de coloração amarela e entre 3,02 e 11,34 µg.g-1 de β-caroteno

para as frutas de coloração roxa (Tabela 7).

Lima, Melo e Lima (2002) avaliaram o teor de carotenóides em pitangas,

de coloração roxa e vermelha, (Eugenia uniflora L.) encontradas na Região

Nordeste. Em todas as cultivares analisadas, o teor de carotenóides foi inferior

aos encontrados nos acessos de pitanga-roxa e pitanga-vermelha nativa s

avaliados neste estudo, em média 111,00µg.g-1 para as cultivares de cor roxa e

104,00µg.g-1 para as de cor vermelha. Essa diferença na composição química,

36

entre frutas de uma mesma espécie pode ser devido a fatores genótipos, ou

seja, cada genótipo possui sua composição química característica ou também

por causa de fatores edafoclimáticos, tais como, variações de temperatura,

luminosidade, pluviosidade (Resende, Vilas-Boas, Chitarra, 2002; Simões et

al., 2007).

Tabela 7. Teor de carotenóides totais presentes em frutas nativas da Região

Sul da América do Sul.

Fruta Codificação1 Cor Teor de Carotenóides Totais (equivalente a µµµµg.g-1 de ββββ-caroteno)

AR01 4,65±0,57q2 AR03 3,63±0,26q AR05 6,55±0,74opq AR27 10,84±0,33opq AR46 7,00±0,20opq AR47 6,93±0,46opq AR48 10,53±0,48opq AR49 9,93±0,79opq AR57 8,04±0,47opq AR58 3,15±0,41q AR59 7,88±0,59opq AR60 9,89±0,54opq AR64 7,24±0,64opq AR72 3,89±0,68q AR73 13,68±0,68op AR74 7,50±0,89opq AR75

Amarelo

7,59±0,34opq AR08 14,72±0,73op AR09 11,34±0,83opq AR10 6,26±1,95opq AR11 3,02±0,47q AR18 3,21±0,10q AR19 7,57±0,71opq AR28 3,02±0,34q AR29 5,45±0,80pq AR42 11,13±0,64opq AR44 8,34±0,38opq AR94 10,64±0,88opq AR100 4,19±0,65q

Araçá

AR101

Roxo

3,83±1,08q Cereja-do-Mato CER Roxo 88,82±6,12i

GUA/01 52,26±1,10m GUA/02 53,09±1,50lm Guabiroba GUA/03

Laranja 32,51±3,05n

Jabuticaba JAB Roxo 4,54±0,69q Pit15 60,08±2,54jl Pit71

Laranja 60,87±3,68j

PitH 285,14±10,53a

Pit40 Roxo

177,17±11,95d PitU 179,31±33,90d Pit41 169,12±8,89e Pit49 99,51±0,59h Pit50 213,25±16,86c Pit53 143,75±3,05f Pit55 231,71±3,24b Pit61 140,42±1,44f

Pitanga

Pit62

Vermelho

121,71±2,24g Uvaia UVI Amarelo 85,61±3,84i

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); 2Médias seguidas da

mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo Teste de Duncan (p<0,05).

37

Marinova e Ribarona (2007) também detectaram teores de carotenóides

totais semelhantes aos da pitanga-roxa (PitH) e pitanga-vermelha (Pit55) ao

analisarem amora (Rubus fruticosus L.) e framboesa (Rubus ideaus L.)

oriundos da Europa. Também verificaram teores de carotenóides superiores,

aos encontrados nos 48 frutas nativas da Região Sul da América do Sul

avaliado, com 440µg.g-1 e 370µg.g-1 para morango Fragaria vesca L.) e

framboesa (Rubus ideaus), respectivamente.

Zanatta e Mercadante (2007) analisaram o teor de carotenóides em

frutas de camu-camu (Myrciaria dúbia), fruta nativa da Região Amazônica e da

mesma família botânica que as 48 frutas avaliados nesse estudo (família

Myrtaceae), verificaram que essas frutas possuem teor de carotenóides totais

superior (354,8 e 1095,3 µg.g-1 β-caroteno) a todos as frutas nativas da Região

Sul da América do Sul avaliados nesse estudo. Como as frutas de camu-camu

também foram avaliadas nos seus centros de origem, o fato de possuírem o

teor de carotenóides total mais elevado que as frutas nativas da Região Sul da

América do Sul é devido a características genotípicas, próprias da espécie.

As frutas não nativas avaliadas nesse estudo, amora-preta (AMR) e

mirtilo (MIR), apresentam valores baixos de teores de carotenóides, quando

comparados com as frutas nativas da Região Sul, com 1,48 e 2,93 µg.g de β-

caroteno, respectivamente. Os 48 genótipos de frutas nativas avaliados

apresentaram valores superiores, destacando-se a pitanga-roxa (PitH) e

pitanga-vermelha (Pit62) (Figura 8).

38

-50,00

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

AR

75

AR

94

CE

R

GU

A/0

1

JAB

Pit1

5

PitH

Pit6

2

UV

I

AM

R

MIR

Fruto

Car

ote

ides

To

tais

(u

g/g

bet

a-ca

rote

no

)

Figura 8. Teor de carotenóides totais dos principais genótipos de frutas nativas da Região Sul

da América do Sul e frutas não nativa s. Araçá-amarelo (AR75), araçá-roxo (AR94),

cereja-do-mato (CER), guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB), pitanga-laranja (Pit15),

pitanga-roxa (PitH) e pitanga-vermelha (Pit62) e não nativa s amora-preta (AMR) e

mirtilo (MIR) da América do Sul avaliados. As barras indicam as diferenças entre as

médias.

4.5 Teor de Ácido L-Ascórbico

Dentre as 48 frutas nativas avaliadas, dois genótipos de guabiroba

destacaram-se por apresentarem elevado teor de ácido L-ascórbico entre

740,48 (GUA/01) e 759,20 (GUA/02) mg.100g-1, enquanto que o acesso

GUA/03 apresentou um teor de ácido L-ascórbico bem inferior (0,24 mg.100g-1)

(Tabela 8). Isso pode ser explicado, pelo local diferenciado colheita também

pela idade da planta. Enquanto que os dois genótipos que apresentaram teor

de ácido L-ascórbico elevado são plantas mais antigas e mais altas (GUA/01 e

GUA/02), o terceiro genótipo (GUA/03) é proveniente de uma planta mais nova,

em outras condições de solo e latitude. Essas diferenças edafoclimáticas e de

local de plantio podem interferir na composição química das frutas,

apresentando diferenças entre frutas de uma mesma espécie (Robards et al,

1999).

39

Tabela 8. Teor de ácido L-ascórbico presente em frutas nativas da Região Sul

da América do Sul.

Fruta Codificação1 Cor Teor de Ácido L-Ascórbico Total (mg.100g-1)

AR01 1,30±0,07vhi2 AR03 0,00±0,00i AR05 2,81±0,57hi AR27 0,00±0,00i AR46 7,20±0,98ghi AR47 4,97±0,74hi AR48 6,68±1,16ghi AR49 6,73±1,72ghi AR57 0,75±0,09i AR58 3,37±0,02hi AR59 3,80±0,15hi AR60 4,17±0,10hi AR64 8,53±0,32gh AR72 4,72±0,04hi AR73 0,10±0,04i AR74 0,13±0,07i AR75

amarelo

1,59±0,07hi AR08 2,50±0,35hi AR09 0,00±0,00i AR10 0,00±0,00i AR11 2,22±0,17hi AR18 0,00±0,00i AR19 0,45±0,22i AR28 0,00±0,00i AR29 0,00±0,00i AR42 0,38±0,16i AR44 12,89±0,22g AR94 3,16±0,25hi AR100 1,46±0,13hi

Araçá

AR101

roxo

2,38±0,09hi Cereja-do-Mato CER roxo 0,00±0,00i

GUA/01 740,68±33,56b GUA/02 759,20±9,59a Guabiroba GUA/03

laranja 0,24±0,00i

Jabuticaba JAB roxo 0,71±0,11i Pit15 40,95±3,26c Pit71

laranja 27,75±1,88e

PitH 2,50±0,22hi Pit40

roxo 34,10±3,22d

PitU 35,53±1,81cd Pit41 4,20±0,63hi Pit49 2,31±1,35hi Pit50 3,97±0,78hi Pit53 3,22±0,20hi Pit55 2,56±0,46hi Pit61 4,89±0,06hi

Pitanga

Pit62

vermelho

4,38±0,31hi Uvaia UVI amarelo 19,86±0,68f

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); 2Médias seguidas da

mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo Teste de Duncan (p<0,05).

Dos oito genótipos de pitanga-vermelha avaliados, apenas uma

apresentou teor de ácido L-ascórbico alto (PitU), com 35,53 mg.100g-1; nos

outros sete frutas o teor variou entre 2,31 e 4,89 mg.100g-1 de ácido L-

ascórbico. Entre os dois acessos de pitanga-roxa (PitH e Pit40), um apresentou

teor de ácido L-ascórbico bem superior (PitH) e outro não (Pit40), o que sugere

40

que a concentração desse nutriente no fruto não é uma característica da

espécie, mas sim de cada genótipo. A grande maioria das frutas de araçá-roxo

e a cereja-do-mato não apresentou quantidades significativas de ácido L-

ascórbico (Tabela 8).

Os 17 genótipos de araçá-amarelo apresentaram teores menores de

ácido L-ascórbico, os quais foram inferiores a 8,53 mg.100g-1, quando

comparados aos teores encontrados nos dois acessos de guabiroba (GUA/01 e

GUA/02).

Assim como foi observado na avaliação de carotenóides totais, as

frutas não nativas apresentaram valores relativamente menores de ácido L-

ascórbico: 0,26 mg.100g-1 para a amora-preta e 0,12 mg.100g-1 para o mirtilo,

no entanto, o teor desse componentes encontrado na guabiroba (GUA/01) foi

muito superior ao encontrados nas frutas não nativas, obtendo-se valores de

até 759,20mg.100g-1 (Figura 9).

A acerola, fruta nativa da Região Nordeste do Brasil, conhecida

cientificamente como fonte rica de vitamina C, apresenta teor de ácido

ascórbico entre 695 e 4827 mg de ácido ascórbico por 100g de fruta (Santos et

al., 1999; Gomes et al., 2000). Das 48 frutas analisados, apenas dois acessos

de guabiroba (GUA/01 e GUA/02) apresentaram teor semelhante (740,68 e

759,20mg.100g-1). O restante das frutas avaliadas apresentou teores de ácido

L-ascórbico inferiores aos detectados na acerola, apesar de ambos as frutas

terem sido avaliados nos seus respectivos centros de origem, o que significa

que o teor de vitamina C presente nessas frutas também é uma característica

genotípica de cada espécie e susceptível a fatores ambientais (Simões et al.,

2007).

41

-100,00

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

AR

75

AR

94

CE

R

GU

A/0

1

JAB

Pit1

5

PitH

Pit6

2

UV

I

AM

R

MIR

Fruto

Áci

do

L-A

scó

rbic

o (

mg

/100

g)

Figura 9. Teor de ácido L-ascórbico total dos principais genótipos de frutas nativas da Região

Sul da América do Sul e frutas não nativa s. Araçá-amarelo (AR75), araçá-roxo

(AR94), cereja-do-mato (CER), guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB), pitanga-

laranja (Pit15), pitanga-roxa (PitH) e pitanga-vermelha (Pit62) e não nativa s amora-

preta (AMR) e mirtilo (MIR) da América do Sul avaliados. As barras indicam as

diferenças entre as médias.

Pinto et al. (2008) analisaram morangos produzidos na Região Sudeste

do Brasil e encontraram, em média, 82 mg.100g-1 de ácido L-ascórbico, teor

mais elevado que a maioria das frutas avaliados nesse estudo, exceto os

valores encontrados em dois genótipos de guabiroba.

Thaipong et al. (2006) observaram que clones de goiaba (Psidium

guajava L.), frutas da mesma família botânica que as frutas avaliadas nesse

estudo, tanto os clones de polpa branca como os de polpa vermelha possuem

conteúdo de ácido ascórbico superiores. Os teores apresentados foram de

378,60mg.100g-1 para as goiabas de polpa branca e de 396,70mg.100-1 para o

clone de polpa vermelhas. Esses valores foram superiores aos encontrados

nos acessos de araçá, pitanga, cereja-do-mato, jabuticaba e uvaia, o que

sugere ser uma característica própria da espécie.

Sun et al. (2002) encontraram em frutas comumente consumidas no

mundo inteiro teores de ácido ascórbico semelhantes aos encontrados em

42

frutas nativas do Sul da América do Sul. O teor de vitamina C avaliados em

pêssegos (6,6mg.100g-1) são similares aos encontrados nos acessos de araçá-

amarelo (AR46, AR47, AR48 e AR49). Os teores de ácido L-ascórbico em pêra

(4,0 mg.100g-1) e em laranja (4,5 mg.100g-1) foram semelhantes ao teor de

ácido L-ascórbico encontrados nos acessos de pitanga-vermelha. O teor de

ácido L-ascórbico em abacaxi (15,4 mg.100g-1) foi similar ao da uvaia. Esses

autores também não observaram teores elevados de ácido L-ascórbico, em

frutas de cramberrie, que são da mesma família botânica do mirtilo.

Ercisli e Orhan (2007) avaliaram frutas de mulberry de três colorações

diferentes, branca (Morus alba), vermelha (Morus rubra) e negra (Morus nigra).

O teor de ácido L-ascórbico encontrado nas cultivares branca, vermelha e

negra foi, respectivamente de 22,4, 19,4 e 21,8 mg.100g-1. Esses teores são

superiores aos encontrados nas frutas de araçá-amarelo, araçá-roxo e pitanga-

vermelha avaliados nesse estudo, e semelhantes ao encontrado na uvaia.

Pantelidis et al. (2007) verificaram um teor elevado de ácido L-ascórbico

em uma fruta nativa do Hemisfério Norte, Cornelian cherry (Cornus mas cv.

Vermio). Esses autores encontraram, nessa fruta, 103,30 mg.100g-1 de ácido L-

ascórbico. Esse valor não foi superior, quando comparado com as frutas da

Região Sul da América do Sul, aos encontrados nos dois acessos de guabiroba

(GUA/01 e GUA/02).

Medina, Rodríguez e Romero (2007) avaliaram a composição química

de frutas nativas da América Central (Opontia dillenii e Opuntia fícus indica).

Esses autores verificaram que, respectivamente, esses dois frutas

apresentaram 29,7 e 17,2 mg.100g-1 ácido L-ascórbico. Esses valores são

semelhantes aos teores encontrados na uvaia, um acesso de pitanga-laranja

(Pit15) e um acesso de pitanga-roxa (Pit40).

43

4.6 Atividade Antioxidante

Tabela 9. Atividade Antioxidante, expressa em mM de Trolox, em frutas nativas

da Região Sul da América do Sul.

Fruta Codificação1 Cor Atividade Antioxidante (mm Trolox)

AR01 5,32±0,69e2 AR03 9,67±0,66e AR05 4,13±0,24e AR27 11,27±0,40e AR46 4,21±0,32e AR47 4,41±1,30e AR48 5,78±1,18e AR49 4,29±0,78e AR57 4,57±0,49e AR58 4,58±0,44e AR59 4,12±0,75e AR60 4,21±0,29e AR64 4,58±0,37e AR72 6,06±0,70e AR73 4,81±0,70e AR74 5,24±0,29e AR75

Amarelo

5,81±0,28e AR08 7,85±0,98e AR09 6,73±1,56e AR10 9,71±0,67e AR11 7,33±0,91e AR18 8,71±0,74e AR19 7,36±1,33e AR28 6,93±0,75e AR29 8,97±0,27e AR42 7,29±0,44e AR44 4,21±1,41e AR94 7,45±2,04e AR100 8,52±0,98e

Araçá

AR101

Roxo

8,32±1,08e Cereja-do-Mato CER Roxo 8,59±1,18e

GUA/01 1695,59±131,31d GUA/02 2654,00±839,74c Guabiroba GUA/03

Laranja 3519,85±932,07a

Jabuticaba JAB Roxo 3361,26±676,55b Pit15 4,10±0,69e Pit71

Laranja 3,45±0,25e

PitH 9,91±0,28e Pit40

Roxo 6,63±0,60e

PitU 4,65±0,17e Pit41 4,78±0,44e Pit49 4,40±0,50e Pit50 3,92±0,78e Pit53 3,42±0,22e Pit55 4,07±0,09e Pit61 2,78±0,20e

Pitanga

Pit62

Vermelho

3,88±0,34e Uvaia UVI Amarelo 5,64±1,09e

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); 2Médias seguidas da

mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo Teste de Duncan (p<0,05).

Os três genótipos de guabiroba (GUA/01, GUA/02 e GUA/03) e o de

jabuticaba apresentaram os maiores valores de atividade antioxidante

comparados com os demais avaliados nesse estudo. Não houve diferença

44

significativa entre os resultados obtidos no araçá-amarelo, araçá-roxo, pitanga-

roxa, pitanga-vermelha, pitanga-laranja, cereja-do-mato e uvaia (Tabela 9).

Dentre as seleções de pitangas, observou-se que a cultivar roxa, colhida

na propriedade rural (PitH), foi a que apresentou maior atividade antioxidante, e

ao mesmo tempo, os maiores teores de compostos fenólicos totais e de, além

de uma grande concentração de carotenóides totais. Presume-se que, os altos

teores destes compostos contribuíram para a maior atividade antioxidante

dessa fruta. Os teores encontrados no acesso de pitanga-roxa (PiH) sugere

que, por ter sido colhido no seu centro de origem, a expressão gênica foi

máxima. Bao et al. (2005), quando analisaram a atividade antioxidante de

quatro “chinese berry” (Myrica rubra), verificaram que as frutas mais ricas em

compostos antociânicos foram também as que apresentaram maior atividade

antioxidante. As seleções de araçá-amarelo, araçá-roxo e guabiroba

apresentaram atividade antioxidante superior às seleções de pitanga, porém,

apresentaram teores inferiores de antocianinas totais, os quais são os outros

compostos que supostamente conferem a estas frutas, o potencial antioxidante.

A atividade antioxidante das duas frutas não nativas avaliadas não

diferiu significativamente aos encontrados nos genótipos de frutas nativas

(Figura 10). Apenas as frutas de guabiroba e jabuticaba diferiram

significativamente entre os demais acessos avaliados.

Os três acessos de guabiroba (GUA/01, GUA/02 e GUA/03) não

apresentaram correlação entre as variáveis analisadas (compostos fenólicos

totais, antocianinas totais, carotenóides totais e ácido L-ascórbico) e a

respectiva atividade antioxidante. A jabuticaba (JAB) apresentou correlação

positiva (R2 = 0,5437) somente quando se correlacionou o teor de antocianinas

totais com sua atividade antioxidante (Tabela 10).

45

-500,00

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

3000,00

3500,00

4000,00

AR

75

AR

94

CE

R

GU

A/0

1

JAB

Pit1

5

PitH

Pit6

2

UV

I

AM

R

MIR

Fruto

Ati

vid

ade

An

tio

xid

ante

(m

M

Tro

lox)

Figura 10. Atividade Antioxidante dos principais frutas nativas da Região Sul da América do Sul

e frutas não nativa s. Araçá-amarelo (AR75), araçá-roxo (AR94), cereja-do-mato

(CER), guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB), pitanga-laranja (Pit15), pitanga-roxa

(PitH) e pitanga-vermelha (Pit62) e não nativa s amora-preta (AMR) e mirtilo (MIR) da

América do Sul avaliados. As barras indicam as diferenças entre as médias.

Quatro acessos de araçá-amarelo (AR47, AR57, AR64 e AR73), dois

de araçá-roxo (AR11 e AR28), dois de pitanga-roxa (PitH e Pit40) e um de

pitanga-vermelha (Pit41) obtiveram resultados significativos quando

correlacionou-se seus respectivos teores de compostos fenólicos totais e sua

atividade antioxidante (Tabela 10).

Poucas frutas apresentaram boa correlação entre o teor de

antocianinas totais e a atividade antioxidante (araçá-amarelo AR05, araçá-roxo

AR11, araçá-roxo AR94, jabuticaba e pitanga-vermelha Pit50). O restante das

frutas avaliadas apresentou correlações negativas (Tabela 10).

Dois acessos de araçá-amarelo (AR58 e AR60) apresentaram alta

correlação, R2 = 0,9412 e R2 = 0,9728, respectivamente, quando analisou o

teor de carotenóides totais e suas respectivas atividades antioxidantes. Um

único fruto (PitU) apresentou alta correlação (R2 = 0,7794) entre o teor de

ácido L-ascórbico e a atividade antioxidante (Tabela 10).

46

Porém, verificou-se que as frutas que apresentaram boas correlações

não foram as frutas que obtiveram atividade antioxidante superiores; com isso

não se observou uma alta correlação entre os compostos biologicamente ativos

e a atividade antioxidante. Estes dados sugerem que a mistura dos compostos

presentes nas frutas e seu sinergismo são responsáveis pela atividade

antioxidante e não apenas uma classe específica de compostos.

Gil et al. (2002) também verificaram que não houve uma relação nítida

entre o conteúdo de compostos fenólicos totais e a capacidade antioxidante,

quando analisou cinco cultivares de nectarinas e de pêssegos. Não é possível

generalizar esse tipo de relação, o que se presume que a atividade

antioxidante é mais relacionada com cada cultivar (Gil et al., 2002). Porém,

vários autores correlacionam o alto teor de compostos fenólicos e antociânicos

com uma alta atividade antioxidante (Imeh e Khokhar, 2002; Pinelo et al., 2004;

Roberts e Gordon, 2003; Sun et al., 2002).

Há estudos que correlacionam o conteúdo total de compostos fenólicos

com a atividade antioxidante em frutas, vegetais, ervas e especiarias

(Ehlenfeldt e Prior, 2001; Jimenez-Escrig et al., 2001; Scalzo et al., 2005;

Velioglu et al., 1998; Vinson et al., 2001). Gil et al. (2002) também obtiveram

correlações similares quando analisaram compostos fenólicos totais e atividade

antioxidante (R2 entre 0,93 e 0,96) em nectarinas, pêssegos e ameixas, porém

para estas mesmas frutas não obtiveram boa correlação ao comparar a

atividade antioxidante com os teores de ácido ascórbico. Sun et al. (2002)

encontraram correlação entre o teor de compostos fenólicos e a atividade

antioxidante nos extratos de frutos, tais como, maçã, cramberrie, morango e

laranja (R2 = 0,9788).

47

Tabela 10. Correlação de Pearson entre os compostos biologicamente ativos e

a respectiva atividade antioxidante em frutas nativas da Região Sul

da América do Sul.

Fruto1 Compostos Fenólicos Totais Antocianinas Totais Carotenóides Totais Ácido L-Ascórbico

AR01 0,1293 0,5986 -0,5298 -0,2703

AR03 -0,5536 -0,6853 -0,6821 0,0000

AR05 0,4016 0,7734* 0,6580* -0,2819

AR27 0,1973 -0,4969 -0,7171 0,0000

AR46 -0,3645 -0,2202 0,4848 0,7045*

AR47 0,5749* -0,3031 -0,6372 -0,1135

AR48 -0,1489 -0,2645 -0,0653 -0,3615

AR49 0,4042 0,1822 0,0227 -0,4770

AR57 0,6243* -0,3936 -0,6830 -0,1317

AR58 -0,6885 -0,8045 0,9412* -0,0938

AR59 -0,0477 -0,2651 -0,4163 -0,1609

AR60 -0,1677 -0,1222 0,9728* 0,1157

AR64 0,8158* -0,7801 -0,6661 -0,1514

AR72 -0,4684 -0,1491 0,4589 -0,3593

AR73 0,8572* 0,6466* 0,4483 -0,0219

AR74 -0,7769 -0,0042 0,2021 -0,3966

AR75 0,2372 -0,6836 -0,7041 0,3952

AR08 0,1878 0,1720 0,0769 0,4136

AR09 -0,2024 -0,2344 0,6096* 0,0000

AR10 0,3984 0,0289 0,3714 -0,7231

AR11 0,7866* 0,9090* -0,0791 0,1356

AR18 -0,6303 0,4842 0,1603 0,0000

AR19 -0,6923 -0,6481 -0,8883 -0,0811

AR28 0,7511* -0,8236 0,7279 0,0000

AR29 0,4405 0,4413 0,3881 0,0000

AR42 0,4727 -0,5073 -0,0370 0,4578

AR44 -0,6767 -0,3760 -0,4672 0,1177

AR94 -0,1155 0,5747* 0,0083 0,2216

AR100 0,4643 -0,3560 -0,2649 -0,0496

AR101 -0,09082 -0,8509 0,7027* -0,1617

CER -0,8738 -0,7131 -0,5081 0,0000

GUA/01 -0,0146 0,3199 -0,0527 -0,2242

GUA/02 0,42221 0,25624 0,2326 0,4941

GUA/03 -0,4613 -0,3327 -0,1891 0,0000

JAB -0,6873 0,5437* -0,3813 -0,5278

Pit15 -0,8386 -0,9102 0,7823* 0,4262

Pit71 -0,8172 -0,8599 -0,6923 0,2018

HER 0,5977* 0,0752 -0,0880 0,2521

Pit40 0,9345* -0,9453 -0,9605 -0,2127

PZU -0,2114 0,2482 0,1307 0,7794*

Pit41 0,8820* 0,7783* -0,9132 -0,0126

Pit49 -0,1369 0,1256 -0,6598 -0,1894

Pit50 -0,3525 0,5374* -0,5269 -0,0848

Pit53 0,4952 -0,4483 -0,8874 0,2157

Pit55 -0,3581 -0,1868 0,7177* 0,3857

Pit61 0,5917* 0,5001* 0,1456 0,4408

Pit62 0,6678* 0,6484* 0,7019* -0,6396

UVI 0,2184 0,0506 -0,5269 0,4618

1Araçá(AR), Cereja-do-Mato(CER), Guabiroba(GUA), Jabuticaba(JAB), Pitanga(Pit), Uvaia(UVI); * Termos que

obtiveram correlação acima de 0,5000, pelo Teste de Correlação de Pearson (p<0,05).

48

CONCLUSÕES

Considerando-se os dados obtidos neste estudo, pode-se concluir que:

1. Há significativa variabilidade na composição química entre os

acessos e espécies, e há acessos produtores de frutas com altos

teores de compostos potencialmente bioativos, com destaque para

compostos fenólicos;

2. Frutas de guabirobeira e jabuticabeira são aqueles que

apresentaram a maior atividade antioxidante;

3. Pitanga, uvaia e guabiroba são fontes ricas de carotenóides;

4. Não houve correlação positiva na maioria dos acessos com o

conteúdo de compostos fenólicos totais, antocianinas totais,

carotenóides totais e ácido L-ascórbico com a atividade antioxidante

apresentada pela fruta.

49

CAPÍTULO II – QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS

INDIVIDUAIS EM FRUTAS NATIVAS DA REGIÂO SUL DA AMÉRICA DO

SUL E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA FRENTE A

CÉLULAS TUMORAIS

INTRODUÇÃO

A Região Sul da América do Sul possui espécies vegetais nativas

produtoras de frutas ricas em compostos considerados como biologicamente

ativos do ponto de vista de alimentos funcionais, como é o caso da pitanga e

do araçá. Essas frutas contêm altos teores de compostos fenólicos, dentre

eles, as subclasses dos ácidos fenólicos e de flavonóides.

Esses compostos possuem ação antioxidante, combatendo os radicais

livres que provocam o estresse oxidativo nas células, interrompendo a cadeia

de reações de oxidação em diversas moléculas, como lipídeos, proteínas e

ácidos nucléicos, atuando na inibição das etapas de iniciação e propagação,

retardando o processo oxidativo. Outros benefícios à saúde são atribuídos a

esses compostos, dentre os quais atividade anticancerígena, antiproliferativa,

antimicrobiana, antiinflamatórica e antiterarogênica (Ross e Kasum, 2002).

O câncer é uma das doenças de maior morbidez na atualidade, tendo

em vista que a expectativa média de vida aumentou e a suscetibilidade a

carcinogenese aumenta com o envelhecimento da população. Há a

necessidade de desenvolver novas drogas, combinação de moléculas e novos

tratamentos utilizando compostos sintéticos, biológicos ou produtos naturais

50

para a prevenção ou cura dessas doenças. Os diversos compostos presentes

naturalmente nas espécies vegetais podem auxiliar a combater o avanço

dessas doenças no organismo humano. Diversos estudos epidemiológicos

associam dietas contendo alimentos ricos em compostos fenólicos com uma

baixa incidência de câncer (Block, Patterson e Subar, 1992; Willet, 1994; Fang,

Yang e Wu, 2002).

Na primeira etapa desse estudo comprovou-se a hipótese de que as

frutas da família das mirtáceas, mais especificamente a guabiroba

(Campomanesia xanthocarpa) e a jabuticaba (Mircyaria cauliflora), possuem

alta atividade antioxidante e altos teores de compostos fenólicos totais.

Compostos fenólicos e derivados, como a quercetina, luteolina e catequinas,

são considerados melhores antioxidantes que a vitamina C, vitamina E e β-

caroteno, em uma mesma concentração molar (Gao et al., 1999). Acredita-se

que esses compostos apresentem potencial como agentes antiproliferativos de

células tumorais humanas com linhagens de células de carcinoma cervical

(Narayanan et al., 1999), câncer de colon (Jayaprakasha et al., 2007) e câncer

de mama (Saleem et al., 2002). Estudos demonstram que compostos dos

grupos fenólicos, dentre eles o ácido elágico e compostos do grupo dos

carotenóides, dentre eles a luteolina, podem apresentar essa propriedade.

Acredita-se que as frutas nativas possuem uma composição de

compostos fenólicos individuais característica da espécie e que esses

compostos são importantes agentes antiproliferativos frente a células tumorais.

Nesse contexto, com o objetivo de estudar o potencial dos extratos das

frutas ricas em compostos fenólicos, obtidos a partir das frutas nativas da

Região Sul do Brasil e da América do Sul, buscou-se quantificar os compostos

fenólicos individuais presentes e avaliar a atividade antiproliferativa dos

extratos frente à linhagem células cancerígenas.

51

REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Compostos Bioativos em Frutas e Ação Terapêutica

Em geral, os alimentos de origem vegetal são ricos em compostos

biologicamente ativos, principalmente compostos fenólicos, e dentre eles as

antocianinas, flavonóis, flavononas e ácidos fenólicos (Lu e Foo, 2001; Murthy,

Singh e Jayaprakasha, 2002; Manach et al., 2004).

Especial atenção tem sido dada a estes compostos devido à correlação

com alta atividade antioxidante (Kalt et al., 1999; Wang e Lin, 2000). Os

compostos fenólicos, especialmente os flavonóides, são conhecidos pela

elevada capacidade de captar radicais livres causadores de estresse oxidativo,

atribuindo um efeito preventivo de doenças crônicas (Tsuda et al., 1994; Wang

et al., 2002; Katsube et al., 2003; Lapidot et al., 2004). Além disso, possuem

propriedades anticancerígenas, antiinflamatórias, antimicrobianas e

antiprolierativas (Satué-Gracia, Heinonen e Frankel, 1997; Prior et al., 1998;

Sanchéz-Moreno, Larrauri e Saura-Calixto, 1998; Ross e Kasum, 2002).

Compostos fenólicos tais como, ácido elágico, catequinas e ácidos clorogênico,

caféico e ferúlico, podem atuar como potentes agentes antimutagenicos e

anticarcinogênico (Ayrton et al., 1992; Edenharden e Tang, 1997).

52

2.2 Câncer e Ação Antiproliferativa

O câncer surge devido a mutações genéticas, espontâneas ou induzidas

por agentes bióticos ou abióticos. Os radicais livres que promovem desordens

no ciclo celular podem aumentar a taxa de proliferação de células anormais e/

ou induzir deficiências nas taxas de morte celular, culminando com a formação

de agrupamentos de clones de células neoplásicas, os tumores (Ferrari e

Torres, 2002).

Os mecanismos de ação dos fitoquímicos na prevenção do câncer

superam a atividade antioxidante frente a radicais livres. Eles se

complementam e sobrepõem mecanismos de ação, incluindo atividade

antioxidante frente aos radicais livres; regulação da expressão genética em

células em proliferação, diferenciação celular, oncogenes e genes supressores

de tumor; indução de apoptose; modulação da atividade enzimática na

detoxicação, oxidação e redução; estimulação do sistema imune; regulação do

metabolismo de hormônios; e efeitos antibacterianos e antivirais (Liu, 2004).

Estudos epidemiológicos revelam que dietas contendo alimentos ricos

em compostos fenólicos estão associadas a uma menor incidência de câncer

(Fang, Yang e Wu, 2002). Adhami et al., 2007 e Nooman, Benelli e Albini, 2007

observaram que polifenóis, tais como a epicatequina, presente no chá verde

(Camellia sinensis), são importantes agentes biológicos com potencial

anticancerígeno e antiproliferativo. Yang and Wang (1993) e Stroner e Mukhtar

(1995) verificaram que polifenóis presente em pequenas frutas possuem

importante ação em células cancerígenas e no processo de metástase, se

destacando o ácido elágico. Narayanan et al. (1999) verificaram o efeito do

ácido elágico na inibição da proliferação de células e na indução da apoptose

em linhagens de células tumorais cervicais. Yu et al. (2005), por meio de

ensaios in vivo, observaram que o ácido elágico atua na redução do estresse

oxidativo, o qual é responsável pela formação de diversas doenças no

organismo humano, tais como os diferentes tipos de câncer. Também foi

comprovado em testes in vitro e in vivo que os outros compostos fenólicos

53

induzem respostas consistentes através de efeito protetor em condições

degenerativas (Chung et al., 2002; Manach, Mazur e Scalburt, 2005).

Bomser et al., (1996), e Prochaska, (1994) ao estudarem extratos

obtidos a partir de espécies de Vaccinium, verificaram que composto presentes

tem potencial anticarcinogênico e que uma fração específica isolada do extrato

tem atividade indutora da quinona redutase, enzima essencial na detoxicação

de xenobióticos e carcinogênicos. Cheng et al. (2006) sugerem que as

antocianinas presentes em mulberrie (Morus alba L.) poderiam diminuir a

proliferação de células cancerígenas A549 (câncer humano de pulmão).

Atividade antiproliferativa foi testada usando frutos, tais como cranberrie

(Vaccinium macrocarpon) (Yan et al., 2002; Sun e Liu, 2006), mulberrie (Morus

alba) (Cheng et al., 2006), litchi (Litchi chinensis) (Wang et al., 2006) e citros

(Citrus sinensis) (Camarda et al., 2007), obtendo resultados satisfatórios, ou

seja, inibição da proliferação de células tumorais. Além desses autores, outros

realizam estudos com diversos tipos de extratos vegetais e linhagens de

células tumorais obtendo resultados significativos (Lu et al., 2005; Cheng et al.,

2006; Veeriah et al., 2006; Sestili et al., 2007).

Ao avaliar a atividade antiproliferativa do extrato bruto das folhas da L.

divaricata frente à linhagens de células tumorais humanas, Tanaka et al. (2005)

observaram o efeito citostático sem seletividade de extrato bruto das folhas, na

concentração de 250µg.mL-1, inibindo em aproximadamente 85% o

crescimento celular das linhagens de UACC.62, MCF-7 e C786.0; além de um

efeito citotóxico com seletividade nesta mesma concentração para as linhagens

OVCAR.3 (20% de morte), K.562 (30% de morte) e NCL.ADR (50% de morte).

Cheng et al. (2006) isolaram antocianinas presentes em extratos de

mulberry (Morus alba L.) e verificaram que cianidina 3-rutinosidase e cianidina

3-glicosidase possuem forte efeito anticancerígeno frente a células de A549

(linhagens de células de câncer de pulmão). Shih, Yeh e Yen (2005)

analisaram malvinidina, um exemplo de antocianina, frente em linhagens de

54

células de adenocarcinoma gástrico e verificaram eficácia no apoptose dessas

células.

Eberhardt et al. (2000) e Veeriah et al. (2006) verificaram que compostos

fenólicos presentes em maçãs podem inibir células de câncer de cólon in vitro.

Veeriah et al. (2006) encontraram que uma mistura de flavonóides obtidos a

partir de maçãs inibe a proliferação de células de HT29 em concentrações sub-

citotóxicas e induzem a expressão de vários genes.

55

MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material Vegetal

Foram utilizadas frutas nativas da família Myrtaceae (pitanga araçá,

guabiroba, jabuticaba, cereja-do-mato e uvaia) colhidos entre 2005 e 2008

(Tabela 1). Dentre todos os 48 acessos de frutas nativas estudadas no Capítulo

I, apenas nove destas foram selecionadas para a segunda parte desse estudo,

uma de cada seleção de pitanga-roxa (PitH), pitanga-vermelha (Pit62), pitanga-

laranja (Pit15), araçá-roxo (AR94), araçá-amarelo (AR75), jabuticaba (JAB),

cereja-do-mato (CER), guabiroba (GUA/01) e uvaia (UVI). A escolha desses

genótipos foi feita em função da sua composição em relação aos seus teores

totais de compostos fenólicos. A colheita das frutas foi realizada no estádio de

fruta madura, pela cor externa da casca característica de cada fruta. Após a

colheita, cada genótipo foi imediatamente estocado a -80ºC até o momento das

avaliações. Todas as avaliações foram feitas com extratos com as frutas non-

peeled, pois essa é a forma como são comumente consumidas. Dentre as

frutas selecionadas, a pitanga-roxa (PitH) e a guabiroba (GUA/01) foram

colhidas em propriedades rurais localizadas no Município de Pelotas/RS, e as

demais foram colhidas no Banco de Germoplasma da Embrapa Clima

Temperado, também localizado no Município de Pelotas/RS.

56

3.2. Identificação e Quantificação de Compostos Fenólicos

Individuais

A extração e quantificação dos compostos fenólicos individuais, por

cromatografia líquida de alta eficiência foi segundo método adaptado de

Hänikken e Törrönen (2000) e Zambiazi (1997).

3.2.1 Padrões Cromatográficos

Ácido elágico, ácido gálico, ácido caféico, ácido hidroxobenzóico, ácido

p-cumárico, ácido ferúlico, epicatequina, catequina, miricetina, kaempferol e

quercetina. (Sigma Chemical Co. St. Louis, USA e Fluka Milwaukee, WI, USA).

3.2.2 Método de Extração

As frutas (5g) foram maceradas e adicionou-se 4,9 mL de HCL p.a. com

o objetivo de realizar uma hidrólise ácida e 30mL de metanol p.a.. As amostras

foram mantidas em banho-maria a 35°C por 24 horas, após o qual foram

filtradas em algodão e lavadas com duas porções de 10mL de metanol p.a.

Após a lavagem, completou-se o volume de 50mL com metanol p.a. e

concentrado em rota-evaporador a 40°C até o volume final de 5mL. Completou-

se o volume do extrato para 5mL e centrifugou-se o concentrado a 7000rpm

por 10 minutos. O sobrenadante foi usado para análise cromatógrafica.

3.2.3 Análise Cromatográfica

A análise cromatográfica foi realizada em cromatógrafo Shimadzu,

equipado com módulo de mistura de solventes LC-10ATVP, desgaseificador

FCV-10AVP, bomba reodine DGU-14A, sistema de controle SCL-10AVP, forno de

coluna CTO-10ASVP e amostrador automático SIL-10AF. Foi utilizada uma

57

coluna de separação analítica de fase reversa, Nova-Pak C18 (3,9cm x 150mm

x 4µm). Como fase móvel utilizou-se dois solventes: (A) solução de metanol (B)

solução de ácido acético 1% (Tabela 11). Injetou-se 20µL de amostra, com

fluxo de 0,8mL.min-1, e temperatura de coluna mantida entre 25°C. O tempo de

eluição da amostra foi de 45 minutos. A identificação do composto foi realizada

através de informações obtidas dos espectros de absorção no UV-visível,

modelo SPD-10AVVP em um comprimento de onda de 280nm.

Tabela 11. Gradiente de eluição dos solventes A e B na determinação de

compostos fenólicos individuais.

Tempo (minutos) Solvente A (%)1 Solvente B (%)2

0 100 0

25 60 40

27 60 40

37 95 5

42 95 5

45 100 0

1Solvente A: solução de água Milli-Q:ácido acético p.a. (99:1% v/v); 2Solvente B: metanol p.a.

100%.

Os dados obtidos foram adquiridos e processados com o uso do

software Class-VP. Os compostos fenólicos individuais foram quantificados

com base de curva de calibração externa, cujos padrões foram dissolvidos em

metanol p.a. A concentração das soluções, obtidas a partir dos padrões

cromatográficos, variou entre 0,125-12,5µg.25µL-1 para os padrões de ácido p-

coumárico, ácido caféico, quercetina, ácido ferúlico, epicatequina, ácido p-

hidroxibenzóico, ácido gálico e ácido elágico; 1,25-87,5µg.25µL-1 para a

catequina e 0,125-6,25µg.25µL-1 para os padrões miricetina e kaempferol. Os

resultados foram expressos em mg.100g-1 de peso fresco.

58

3.3 Atividade Antiproliferativa frente a Células Tumorais

3.3.1 Preparo do Extrato

As frutas foram maceradas e, posteriormente, centrifugadas, sob

refrigeração a 4°C e 4000 g por 30 minutos. Após esse período, o

sobrenadante foi armazenado a -80°C até o momento das avaliações.

3.3.2 Linhagens de Células e Cultivo

Linhagens de células tumorais humanas MCF-7 (adenocarcinoma de

mama) adquiridas no Banco Celular da Universidade do Rio de Janeiro/RJ.

Como controle foi usado linhagens de células 3T3 (fibroblastos embrionários de

ratos). As células foram estocadas em nitrogênio líquido e descongeladas em

banho-maria. Para o cultivo celular (5 x 105 mL/células) foi adicionado meio

suplementar com 20% de soro fetal bovino. O meio de cultivo foi trocado a

cada dois ou três dias e o acompanhamento do crescimento celular se deu a

cada 24 horas por meio de um microscópio óptico invertido. As células foram

mantidas a 37°C, em atmosfera úmida contendo 95% de O2 e 5% de CO2.

3.3.3 Determinação da Atividade Antiproliferativa

A atividade antiproliferativa foi avaliada nas linhagens de células

tumorais e não tumorais já citadas. Essas linhagens celulares foram

microtituladas na mesma densidade e pré-incubadas por 24 horas.

As células foram colocadas em cultivo monocamada, segundo Monks et

al., 1991. As placas, contendo as células aderidas, durante 24 horas a 37°C e

100% de UR (umidade relativa) foram expostas a cada um dos extratos

vegetais, em três diluições diferentes, por 48 horas e comparadas a um grupo

59

controle. Foram realizadas três repetições para cada diluição de extrato. Após

o período de incubação, nas condições de 37°C, 5% de CO2 e 100% de UR, as

células foram fixadas mediante a adição de TCA (ácido tricloroacético) e

incubadas em refrigerador a 4°C durante uma hora. O ensaio colorimétrico foi

realizado mediante a adição de solução de sulforodamina B 0,4% p/v (com

ácido acético a 1%) em cada uma das cavidades da placa de cultivo. Essa

placa permaneceu em repouso, em temperatura ambiente por 30 minutos, e

posteriormente, a solução não fixada foi desprezada mediante lavagens com

ácido acético a 1%. O corante fixado nas proteínas celulares foi ressolubilizado

com tampão Tris Base 10 mM (pH 10,0) sob agitação giratória, em uma

velocidade de 50 rpm, à temperatura ambiente, por um tempo de cinco minutos

(Rubinstein et al., 1990; Skehan et al., 1990). A leitura da densidade óptica foi

realizada em espectrofotômetro leitor de placa ELISA, em um comprimento de

onda de 492 e 560 nm (Ithrat et al., 2004; Skehan et al., 1990).

A medida da viabilidade e sobrevivência celular, segundo Monks et al.,

1991, foi expressa em %T/C [(densidade óptica das células tratadas /

densidade óptica do controle celular) x 100]. Por meio destas medidas, a

resposta celular foi calculada nos termos de estimulação do crescimento,

ausência do efeito extrato/fração, inibição do crescimento, morte celular e

proliferação celular.

3.4 Delineamento Experimental

O delineamento foi inteiramente casualizado, com três repetições para

cada tratamento. Os resultados foram expressos como médias. As diferenças

das variáveis durante o armazenamento foram avaliadas pelo Teste de

Duncan, em nível de 5%. As análises estatísticas foram realizadas com o

auxílio do programa de computação STATISTICA 6.0.

Os resultados da análise de atividade antiproliferativa e atividade

antioxidante foram tabulados e analisados em software estatístico GraphPad

Prism, versão 4.00 para Windows (GraphPad Software, San Diego,

Califórnia, EUA, ‘www.graphpad.com’, 2003). Com base nos resultados, além

60

do crescimento celular, foi avaliada a taxa de proliferação celular ao longo dos

dias de teste.

61

RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Compostos Fenólicos Individuais

Nas nove frutas avaliadas, nessa etapa do trabalho, verificou-se que,

dentre os compostos fenólicos, dois compostos apresentaram picos

representativos em todos os acessos avaliados, o ácido gálico (ácido fenólico)

e a catequina (flavanol). Em menor concentração, o ácido caféico, ácido

ferúlico, ácido elágico (ácidos fenólicos) e o kaempferol (flavonol) foram

identificados em frutas de cereja-do-mato (CER), pitanga-vermelha (Pit62),

uvaia (UVI), pitanga-roxa (PitH), jabuticaba (JAB) e guabiroba (GUA/01)

(Tabela 12).

A soma do conteúdo de todos os compostos fenólicos individuais

quantificados, através da determinação por cromtografia líquida de alta

eficiência, perfaz de 40 a 94,62% do total de compostos fenólicos determinados

por espectrofotometria (Tabela 5, Capítulo I). A diferença no conteúdo dos

compostos fenólicos se deve pela presença de outros compostos presentes em

seus subgrupos, os quais não foram quantificados como ácido fenólico ou

flavanol, mas que são quantificados na determinação de compostos fenólicos

totais.

Os frutos de guabiroba (GUA/01) apresentaram os maiores teores de

ácido gálico (305mg.100g-1), entre as nove frutas avaliadas, seguido dos frutos

de jabuticaba (JAB) com 137,64mg.100g-1 e de araçá-roxo (AR94) com

62

131,64mg.100g-1. O menor conteúdo deste composto foi identificado no fruto

de pitanga-laranja (Pit15), 19,57mg.100g-1.

Tabela 12. Teor de compostos fenólicos individuais em frutos nativos da

Região Sul da América do Sul.

Fruta Ácido Gálico1 Catequina Ácido Caféico

Ácido Ferúlico

Ácido Elágico

Kaempferol Total

Araçá

Amarelo (AR75)

56,25±0,50d2 19,45±0,84d nd3 nd nd nd 75,70

Araçá Roxo

(AR94)

131,64±11,16b 95,14±22,45b nd nd nd nd 226,78

Cereja do

Mato (CER)

28,10±5,70ef 64,27±2,92bc 8,80±1,57b 1,06±0,09a nd nd 102,23

Guabiroba (GUA/01) 305,08±36,37a 576,04±84,17a nd nd 7,29±3,08b nd 888,41

Jabuticaba (JAB) 137,64±12,52b 23,99±5,75d 7,44±0,51b nd 1,99±1,42c 23,17±0,63a 194,23

Pitanga Laranja (Pit15)

19,57±1,50f 27,19±3,78cd nd nd nd nd 46,76

Pitanga Roxa (PitH)

22,64±0,79f 38,24±3,21cd 70,44±14,29a nd 15,88±0,48a nd 147,20

Pitanga Vermelha

(Pit62) 86,48±0,99c 23,41±0,29d 1,85±0,42c nd nd nd 111,74

Uvaia (UVI) 45,51±27,67de 42,42±6,78cd 0,54±0,04c nd nd nd 88,47

1Resultados expressos em mg.100g-1; 2 Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo

Teste de Duncan (p<0,05); 3Não detectado.

Em relação ao outro composto fenólico majoritário (catequina),

novamente a guabiroba (GUA/01) foi o acesso que apresentou o maior teor,

com 576,04mg.100g-1. A catequina foi identificada como composto majoritário

nos frutos de cereja-do-mato (CER), guabiroba (GUA/01) e pitanga-laranja

(Pit15), com 64,27mg.100g-1, 576,04mg.100g-1 e 27,19mg.100g-1,

63

respectivamente. O menor conteúdo foi identificado no fruto de araçá-amarelo

AR75 (19,45mg.100g-1).

O ácido caféico foi identificado em cinco frutas nativas, apresentando-

se em quantidades superiores apenas nos frutos de pitanga-roxa (PitH) quando

comparado com as demais frutas avaliadas. Este composto fenólico também foi

o composto majoritário presente apenas nos frutos de pitanga-roxa (PitH).

O ácido ferúlico foi identificado em apenas um dos acessos de frutas

nativas avaliadas nesse estudo, cereja-do-mato CER (1,06mg.100g-1), mesmo

assim em pequenas quantidades. O ácido elágico foi identificado em três frutas

nativas, guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB) e pitanga-roxa (PitH), em todos

eles também em pequenas quantidades. O kaempferol foi identificado somente

em um das frutas avaliadas, na jabuticaba (JAB), com 23,17mg.100g-1.

A guabiroba (GUA/01) foi o acesso que apresentou a maior

concentração de ácido gálico e de catequina, entre os nove acessos avaliados

nesse estudo. A atividade antioxidante destes frutos também foi elevada

(1.695,59mM Trolox) quando comparada com a atividade das outras 47 frutas

avaliadas na primeira etapa, além de apresentar alto teor de compostos

fenólicos totais e de ácido L-ascórbico (Tabela 5, 8 e 9, Capítulo I). Embora o

conteúdo de antocianinas e de carotenóides totais seja intermediário, quando

comparado com o conteúdo das demais frutas. Esses dados sugerem que a

atividade antioxidante pode estar relacionada ao teor de algum composto

fenólico individual presente nas frutas. A combinação destes compostos e o

sinergismo com outros, podem ser os principais fatores que conferem a

atividade antioxidante as frutas. Estes dados estão em desacordo com outros

autores, que afirmam que a atividade antioxidante está diretamente relacionada

aos altos teores de compostos fenólicos totais e de antociânicos total presentes

nos frutos (Imeh e Khokhar, 2002; Sun et al., 2002; Roberts e Gordon, 2003;

Pinelo et al., 2004).

A pitanga-vermelha (Pit62) foi a fruta que apresentou a menor atividade

antioxidante (3,88mM Trolox) entre as nove frutas estudadas nessa etapa.

64

Porém, apresentou um conteúdo de ácido gálico e de catequina superiores aos

acessos de araçá-amarelo (AR75). O acesso de araçá-amarelo (AR75)

apresentou teor inferior de ácido gálico e de catequina, com respectivamente,

46,54mg.100g-1 e 19,40mg.100g-1, mas apresentou uma atividade antioxidante

superior ao acesso de pitanga-vermelha (Pit62).

A pitanga-roxa (PitH) foi uma das frutas, entre os 48 acessos avaliados

na primeira etapa, que apresentou a maior atividade antioxidante (Tabela 9,

Capítulo I), diferindo significativamente apenas dos três acessos de guabiroba

(GUA/01, GUA/02 e GUA/03) e de jabuticaba (JAB). Na determinação de

compostos fenólicos individuais, na pitanga-roxa (PitH), observou-se um teor

inferior de ácido gálico e de catequina, em relação aos acessos de uvaia (UVI)

e araçá-roxo (AR94), mas estes dois acessos apresentaram atividade

antioxidante inferior ao da pitanga-roxa (Tabela 9, Capítulo I). Porém, a

pitanga-roxa (PitH) apresentou teor de ácido caféico elevado, em relação aos

outros compostos avaliados (Tabela 12), o que sugere que não é apenas o

conteúdo de compostos fenólicos totais, mas talvez a presença de alguns

ácidos fenólicos, ou o sinergismo e/ou combinação de um ou mais compostos

que são responsáveis pela atividade antioxidante das frutas.

Com isso pode-se sugerir que a composição química de compostos

fenólicos individuais não está linearmente correlacionada com a respectiva

atividade antioxidante. A combinação de compostos ou de uma subclasse de

compostos e seus sinergismos podem ser os responsáveis por conferir à

atividade antioxidante às frutas.

Frutas de outros centros de origem (Hemisfério Norte), tais como, amora

e mirtilo apresentaram uma composição de compostos fenólicos individuais

distintos. Zadernowski, Naczk e Nesterowicz (2005) avaliaram diversas

pequenas frutas e verificaram concentrações de ácido gálico inferior as frutas

nativas da Região Sul da América do Sul. Como foi sugerido no capítulo

anterior, a composição química é uma característica genotípica e está sujeita a

fatores pré-colheita climáticos e ambientais (Robards et al., 1999). Esses

autores verificaram que frutos de mirtilo (Vaccinium myrtillus) possuem na sua

65

composição química, além do ácido gálico (9,36mg.100g-1) e do caféico

(11,72mg.100g-1), presentes nas frutas nativas da Região Sul da América do

Sul, outros ácidos derivados do ácido p-hidroxibenzóico, tais como, ácido

siríngico (4,16mg.100g-1) e ácido vanílico (11,7mg.100g-1), além de ácido p-

coumarico (76,18mg.100g-1) e hidroxicaféico (72,38mg.100g-1). Chiou et al.

(2007), ao avaliarem frutos de Vitis vinifera var. Vostizza, verificaram teor de

ácidos fenólicos e flavonols individuais distinto aos teores identificados nas

frutas nativas da Região Sul da América do Sul, em média, 0,52mg.100g-1 para

ácido gálico, 0,55 mg.100g-1 para ácido caféico, 0,05 mg.100g-1 para

kaempferol é de 0,37 mg.100g-1 para a quercetina.

Reynertson et al. (2008) também analisaram frutas da família

Myrtaceae e verificaram baixos teores de flavonols (quercetina, kaempferol e

miricetina) inferior a 24mg.100g-1, em média.

Das frutas nativas avaliadas neste estudo, apenas a jabuticaba (JAB)

apresentou teor de kaempferol, o que sugere que seja uma característica da

família botânica a baixa incidência dessa classe de compostos fenólicos na

composição química das frutas nativas da Região Sul da América do Sul.

4.2. Atividade Antiproliferativa

O efeito inibitório dos extratos vegetais na proliferação das linhagens de

células de adenocarcinoma de mama em humanos (MCF-7) foi investigado

nesse estudo, através de ensaio com duas linhagens de células, uma linhagem

controle de fibroblastos embrionários de ratos (3T3) e outra de adenocarcinoma

de mama em humanos (MCF-7); e três concentrações de extratos (6µL.200mL-

1, 4µL.200mL-1 e 2µL.200mL-1).

Verificou-se que, dentre as nove frutas avaliadas, apenas os extratos de

pitanga-vermelha (AR62) e de araçá-roxo (AR94) apresentaram inibição de

proliferação de células tumorais (Figuras 12 e 14).

66

Nos extratos obtidos a partir do acesso de araçá-roxo (AR94), a taxa de

inibição da proliferação das células de adenocarcinoma de mama em humanos

(MCF-7) foi entre 40 e 50%, enquanto que nos extratos obtidos a partir dos

frutos de pitanga-vermelha (Pit62), na concentração de 6µL.200µL-1, a inibição

foi de quase 100%. Em relação às células controle de fibroblastos (linhagem de

células 3T3), em ambos os extratos houve morte celular, porém observou-se

uma inibição de proliferação celular inferior a proliferação observada nas

células de MCF-7 tratadas com os extratos.

Dos nove extratos de frutas avaliadas, apenas duas apresentaram

atividade antiproliferativa frente a células tumorais, pitanga-vermelha (Pit62) e

araçá-roxo (AR94). Os outros sete extratos, araçá-amarelo (AR75), cereja-do-

mato (CER), guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB), pitanga-laranja (Pit15),

pitanga-roxa (PitH) e uvaia (UVI) não apresentaram efeito inibitório da

proliferação celular. Esses dados sugerem que os extratos de araçá-roxo

(AR94) e de pitanga-vermelha (Pit62) possuem na sua composição química,

algum composto e/ou de um subgrupo de compostos que possuam ação

antiproliferativa frente às células tumorais de MCF-7.

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0-50

-40

-30

-20

-10

log10[Araçá-Roxo - AR94]

% P

rolif

eraç

ão c

elu

lar

Figura 11. Atividade citotóxica do extrato de araçá-roxo AR94 sobre a linhagem de células 3T3.

67

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0-50

-40

-30

-20

-10

log10[Araçá-Roxo - AR94]

% P

rolif

eraã

o c

elu

lar

Figura 12. Atividade citotóxica do extrato de araçá-roxo AR94 sobre a linhagem de células

MCF-7.

0.00 0.25 0.50 0.75 1.00-40

-30

-20

-10

0

log10[Pitanga-Vermelha Pit62]

% P

roli

fera

ção

cel

ula

r

Figura 13. Atividade citotóxica do extrato de pitanga-vermelha Pit62 sobre a linhagem de

células 3T3.

68

0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-100

-50

0

50

100

log10[Pitanga-Vermelha Pit62]

% P

rolif

eraç

ão c

elu

lar

Figura 14. Atividade citotóxica do extrato de pitanga-vermelha Pit62 sobre a linhagem de

células MCF-7.

Vários autores relacionam o teor de compostos fenólicos com a atividade

antiproliferativa (García-Alonso, Ros e Periago, 2006; Kaur e Singh, 2008;

Saleem et al., 2002; Singh e Kaur, 2008). Porém nesse estudo, verificou-se

que, dentre as frutas avaliadas, o acesso (GUA/01) que apresentou o maior

teor de compostos fenólicos totais (1.062,03mg.100g-1) e individuais

(888,41mg.100g-1), não apresentou atividade antiproliferativa frente as células

tumorais MCF-7.

A alta capacidade antioxidante não demonstra estar lineamente

relacionada à atividade antiproliferativa (Sun et al., 2002). Essa afirmação

coincide, com o estudo realizado, que indicou que as frutas com maior

atividade antioxidante, guabiroba (GUA/01) e jabuticaba (JAB) não

apresentaram atividade antiproliferativa frente a células tumorais de

adenocarcinoma de mama (MCF-7). Dentre as nove frutas avaliadas, a

pitanga-vermelha (Pit62) foi o acesso que apresentou atividade antioxidante

inferior (3,88mM Trolox), um teor de compostos fenólicos totais inferior aos de

acesso de araçá-roxo (AR94), jabuticaba (JAB), guabiroba (GUA) e pitanga-

roxa (PitH), além de não ser o acesso com os teores mais elevados, dentre as

48 frutas estudadas, de antocianinas totais, carotenóides totais e ácido L-

ascórbico (Tabelas 1, 2, 3 e 4, Capítulo I); porém, apresentou atividade

antiproliferativa frente a linhagem de células MCF-7, com taxa de inibição de

quase 100% (Figura 14). Em relação à determinação de compostos fenólicos

69

individuais, a pitanga-vermelha (Pit62) apresentou o maior conteúdo de ácido

gálico em relação aos outros dois acessos de pitangas avaliados. No entanto,

além da pitanga-vermelha (Pit62), os acessos de araçá-amarelo (AR75),

guabiroba (GUA/01), jabuticaba (JAB) e uvaia (UVI), apresentam o ácido gálico

como o composto fenólico individual majoriário; porém, não apresentaram

atividade antiproliferativa frente a células tumorais de MCF-7.

Esses dados sugerem que nenhum dos compostos específicos

avaliados neste estudo presente na composição química dos frutos de pitanga-

vermelha (Pit62) possui essa ação antiproliferativa frente às células tumorais

de adenocarcinoma de mama. Sun et al. (2002), ao avaliarem a atividade

antiproliferativa em frutas, tais como, maçã, morango, abacaxi, banana,

pêssego, laranja e pêra, sugerem que seja algum composto fenólico específico

ou um subgrupo de compostos fenólicos, o(s) responsável por essa atividade.

70

CONCLUSÕES

Considerando-se os dados obtidos neste estudo, pode-se concluir que:

1. Os principais compostos fenólicos identificados nas frutas nativas da

Região Sul da América do Sul são o ácido gálico e a catequina,

sendo a guabiroba, a fruta que apresentou os maiores teores desses

compostos;

2. As frutas de pitanga-vermelha (Pit62) e de araçá-roxo (AR94)

apresentaram efeito antiproliferativo e citotóxico nas linhagens

tumorais humanas de MCF-7;

3. Não se observou uma relação direta entre o conteúdo dos

compostos fenólicos individuais com a atividade antioxidante e a

atividade antiproliferativa frente a linhagem de células tumorais de

MCF-7.

71

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