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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1 28 de abril de 2020 Cenário Econômico Pandemia causará recessão global em 2020 o Os indicadores econômicos brasileiros, desde a intensificação da pandemia e do distanciamento social, pioraram significativamente. O tamanho da contração do PIB de 2020 ainda é muito incerto. A curva de contaminação no Brasil, em nossas simulações, segue um padrão intermediário entre os “melhores” e os “piores” casos observados no mundo até o momento, o que gera a perspectiva de alguma reabertura gradual da economia. Sob essas hipóteses, e a de que as medidas fiscais e monetárias serão estendidas e ampliadas o quanto for necessário para evitar um colapso do sistema econômico e de pagamentos, o PIB de 2020 deve encolher 4,0% e se expandir 3,5% em 2021. o Um aspecto “positivo” dessa crise é o quadro de inflação. É crescente nossa convicção de que o IPCA ficará muito baixo em 2020 e 2021, flertando com o piso da meta ou ficando abaixo dele. Estimamos uma alta do IPCA de 2,2% em 2020 e de 3,0% em 2021. o Com isso, estimamos que a Selic caia até 2,25% e permaneça nesse patamar até o final de 2021. o Quanto à taxa de câmbio, o ambiente global sugere que o real permanecerá depreciado por mais tempo. Para horizontes mais longos, entretanto, como o final deste ano e do próximo, estimamos alguma apreciação em relação aos atuais níveis para R$/US$ 4,90 e R$/US$ 4,50, respectivamente. Incertezas associadas ao Covid-19 se espelham nas projeções econômicas o Os impactos econômicos da pandemia de Covid-19 têm se mostrado mais intensos e duradouros do que se imaginava no início do surto. Com mais de 2,5 milhões de pessoas contaminadas e mais de 190 mil mortes, e na ausência de um tratamento eficaz até o momento, a estratégia adotada pela maioria dos países para o combate ao vírus tem sido o distanciamento social, que, no entanto, tem como consequência a paralisação da atividade econômica. o A saída das medidas de afastamento social e a retomada da atividade econômica deverão ser graduais. A sinalização dada por muitos países é de que a retomada se dará de forma escalonada, com seleção de grupos, para que não se sobrecarregue o sistema de saúde, frente ao risco de outras rodadas da pandemia. o Os meses após a reabertura da economia devem mostrar crescimento mais moderado por algumas razões: (i) diante da falta de vacinas e tratamentos, as pessoas podem ser mais cautelosas ao retomar suas atividades diárias; (ii) haverá alguma perda de renda das famílias, dado o rápido aumento do desemprego, e das empresas, que ficarão sem receita nesse período de fechamento ou redução das atividades (além de empresas que devem fechar nesse período por falência); (iii) pode haver alguma mudança de hábito de consumo; e (iv) a deterioração fiscal acumulada no período irá requerer ajustes de médio prazo. o Revisamos nossa projeção para o PIB global, passando de uma retração de 1% para outra de 3,5%.

Incertezas associadas ao Covid-19 se espelham nas projeções … · 2020-04-28 · cerca de 20% em abril, enquanto o comércio e o setor imobiliário, recuos da ordem de 15%. Com

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos1

28 de abril de 2020

Cenário Econômico

Pandemia causará recessão global em 2020

o Os indicadores econômicos brasileiros, desde a intensificação da pandemia e dodistanciamento social, pioraram significativamente. O tamanho da contração do PIB de 2020ainda é muito incerto. A curva de contaminação no Brasil, em nossas simulações, segue um padrãointermediário entre os “melhores” e os “piores” casos observados no mundo até o momento, o quegera a perspectiva de alguma reabertura gradual da economia. Sob essas hipóteses, e a de que asmedidas fiscais e monetárias serão estendidas e ampliadas o quanto for necessário para evitar umcolapso do sistema econômico e de pagamentos, o PIB de 2020 deve encolher 4,0% e se expandir3,5% em 2021.

o Um aspecto “positivo” dessa crise é o quadro de inflação. É crescente nossa convicção de queo IPCA ficará muito baixo em 2020 e 2021, flertando com o piso da meta ou ficando abaixo dele.Estimamos uma alta do IPCA de 2,2% em 2020 e de 3,0% em 2021.

o Com isso, estimamos que a Selic caia até 2,25% e permaneça nesse patamar até o final de2021.

o Quanto à taxa de câmbio, o ambiente global sugere que o real permanecerá depreciado pormais tempo. Para horizontes mais longos, entretanto, como o final deste ano e do próximo,estimamos alguma apreciação em relação aos atuais níveis para R$/US$ 4,90 e R$/US$ 4,50,respectivamente.

Incertezas associadas ao Covid-19 se espelham nas projeções econômicas

o Os impactos econômicos da pandemia de Covid-19 têm se mostrado mais intensos eduradouros do que se imaginava no início do surto. Com mais de 2,5 milhões de pessoascontaminadas e mais de 190 mil mortes, e na ausência de um tratamento eficaz até o momento, aestratégia adotada pela maioria dos países para o combate ao vírus tem sido o distanciamentosocial, que, no entanto, tem como consequência a paralisação da atividade econômica.

o A saída das medidas de afastamento social e a retomada da atividade econômica deverãoser graduais. A sinalização dada por muitos países é de que a retomada se dará de formaescalonada, com seleção de grupos, para que não se sobrecarregue o sistema de saúde, frenteao risco de outras rodadas da pandemia.

o Os meses após a reabertura da economia devem mostrar crescimento mais moderado poralgumas razões: (i) diante da falta de vacinas e tratamentos, as pessoas podem ser maiscautelosas ao retomar suas atividades diárias; (ii) haverá alguma perda de renda das famílias,dado o rápido aumento do desemprego, e das empresas, que ficarão sem receita nesse períodode fechamento ou redução das atividades (além de empresas que devem fechar nesse períodopor falência); (iii) pode haver alguma mudança de hábito de consumo; e (iv) a deterioração fiscalacumulada no período irá requerer ajustes de médio prazo.

o Revisamos nossa projeção para o PIB global, passando de uma retração de 1% para outrade 3,5%.

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Os indicadores econômicos brasileiros, desde a intensificação da pandemia e do distanciamentosocial, pioraram significativamente. A julgar pelos dados já conhecidos de vendas de automóveis, gastosde cartões de crédito e sondagens de confiança, a indústria e o setor de serviços devem ter quedas decerca de 20% em abril, enquanto o comércio e o setor imobiliário, recuos da ordem de 15%. Com isso, não épossível descartar uma contração do PIB de quase dois dígitos no segundo trimestre do ano, ainda muitodependente da velocidade de retomada após o afrouxamento das regras de distanciamento social. Para oprimeiro trimestre, devemos ver uma contração do PIB de aproximadamente 1%, conforme sugerido pelosindicadores coincidentes, que trouxeram quedas bastante expressivas em março.

Tabela 1: Indicadores coincidentes

Fonte: Bradesco

O tamanho da contração do PIB de 2020 ainda é muito incerto. Enquanto não soubermos a extensão dacrise de saúde pública, se haverá ou não um medicamento eficaz, como será a taxa de utilização dos leitoshospitalares após o relaxamento das quarentenas ou, ainda, se haverá uma segunda onda por conta deimunidade não adquirida dos pacientes, será muito difícil prever o PIB do ano. Por ora, nossa expectativa éque as quarentenas comecem a ser flexibilizadas em maior número de estados na segunda quinzena demaio e a hipótese de trabalho é que o retorno às atividades possibilitará uma gradual normalização daeconomia. A curva de contaminação no Brasil, em nossas simulações, segue um padrão intermediário entreos “melhores” e os “piores” casos observados no mundo até o momento, o que gera essa perspectiva dereabertura gradual em algumas semanas. Sob essas hipóteses, e a de que as medidas fiscais e monetáriasserão estendidas e ampliadas o quanto for necessário para evitar um colapso do sistema econômico e depagamentos, o PIB de 2020 deve encolher 4,0%, mais intenso do que estimávamos anteriormente.

Incertezas associadas ao Covid-19 se espelham nas projeções econômicas

Cenário Doméstico

Indicadores No mês Interanual No mês Interanual

Vendas de cimento (SNIC) -14,1% 0,0% 1,0% 0,1%

Atividade do comércio (Serasa) -16,2% -13,7% -0,7% 3,1%

Produção de veículos (Anfavea) -17,5% -21,1% -3,9% -20,8%

Fluxo de veículos (ABCR) -18,4% -19,3% -0,5% 5,1%

Consulta de crédito (ACSP- Usecheque) -25,9% -23,6% -4,7% 1,6%

Consulta de crédito (ACSP- SCPC) -33,6% -30,4% 6,3% 2,8%

Vendas de veículos (Fenabrave) -35,4% -18,5% 8,5% -0,7%

Março Fevereiro

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Tabela 2: Variação do PIB do Brasil

Fonte: FMI

As consequências de tamanha queda do PIB são relevantes. A principal delas se dará sobre a taxa dedesemprego, que deve atingir cerca de 15,5% ao final do ano. A massa de salários pode contrair perto de12% em termos nominais com a renda dos informais caindo 1,5% e a dos formais, próximo de 11%, jáconsiderando auxílio de R$ 600 do governo e o programa de auxílio desemprego. Nesse quadro, o impactoimediato sobre o consumo chega a 8,5% e, considerando uma retomada intermediária nos trimestres àfrente, a queda no ano se aproximará de 5,0%. Em nossa classificação, setores que equivalem a 45% do PIBsofrerão forte impacto econômico, especialmente em serviços (25 p.p. do PIB), comércio (11,2 p.p.) eindústria (9,1 p.p.).

Tabela 3: Tabela agregada dos setores, impactos e pesos no PIB

Fonte: Bradesco

O nível de dívida de empresas, famílias e governos irá aumentar nesse processo. Estimamos que adívida pública possa subir até cerca de 90% e a dívida das famílias se amplie em aproximadamente 5,0 p.p.como proporção da renda disponível. Esse maior endividamento trará implicações para a velocidade deretomada, em que o comprometimento de renda estará maior e deverá haver alguma consolidação fiscaladiante. Ainda assim, nossa expectativa é que o PIB acelere no próximo ano para cerca de 3,5%. O créditoterá papel crucial nesse momento para limitar o dano às empresas e famílias e financiar a transição até omomento em que o fim da pandemia esteja claro e deve ser uma das poucas variáveis a não exibircontração.

Total Serviços Indústria Comércio Agropecuária Total

Impacto alto 25,00% 9,10% 11,20% 0,00% 45,30%

intermediário 17,70% 18,40% 0,00% 1,50% 37,60%

Impacto baixo 4,00% 7,90% 2,50% 2,80% 17,20%

Total 46,70% 35,40% 13,70% 4,30% 100,00%

Médio

1901 - 10 4,4 14,4 1901 -3,2 1908

1911 - 20 4,3 12,5 1920 -2,0 1918

1921 - 30 4,6 11,5 1928 -2,1 1930

1931 - 40 4,5 12,1 1936 -3,3 1931

1941 - 50 6,0 11,6 1946 -2,7 1942

1951 - 60 7,4 10,8 1927 2,9 1956

1961 - 70 6,2 10,4 1970 0,6 1963

1971 - 80 8,7 14,0 1973 4,9 1977

1981 - 90 1,6 7,9 1985 -4,4 1981

1991 - 00 2,6 5,3 1994 -0,5 1992

2001 - 10 3,7 7,5 2010 -0,1 2009

2011 - 20 0,1 3,9 2011 -4,0 2020

Brasil

Máximo Mínimo

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Esse maior endividamento do setor público irá requerer um grande esforço de coordenação parafazer avançar as reformas estruturais do país quando a pandemia tiver passado. A única soluçãopossível neste momento, no mundo todo, é uma ação direta do governo, o que deve levar a uma piora noendividamento de todos os países. Após a crise, uma política econômica robusta precisará ser preservadapara lidarmos com o legado fiscal da crise. Estimamos que o impacto direto das medidas fiscais jáanunciadas seja da ordem de 4,5% do PIB, levando o déficit primário total a cerca de 9% e, o nominal, amais de 13%. De toda forma, se esse gasto primário ficar circunscrito ao chamado “orçamento de guerra”,as consequências de longo prazo podem ser limitadas se for mantido o teto dos gastos e a agenda dereformas. Caso contrário, o prêmio de risco hoje observado na curva de juros persistirá.

Gráfico 1: Dívida/PIB

Fonte: BCB, Bradesco

Gráfico 2: Taxa de juros forwardVariação por semana

Fonte: Bloomberg

56%59%

52% 51%54% 52%

56%

66%70%

74%77% 76%

90% 91%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020* 2021*

7,0%

8,8%

9,5%

3,2% 3,8%

6,4%

9,3%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

10%

2020 2021 2022 2023 2024 2025 - 2027 2027 - 2029

TAXA DE JUROS FORWARD - VARIAÇÃO NA POR SEMANA

09/abr

16/abr

23/abr

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Um aspecto “positivo” dessa crise é o quadro de inflação. É crescente nossa convicção de que o IPCAficará muito baixo em 2020 e 2021, flertando com o piso da meta ou ficando abaixo dele. Estimamos umaalta do IPCA de 2,2% em 2020 e de 3,0% em 2021. A depreciação cambial tem sido mais do quecompensada pela queda do preço das commodities e pela desaceleração da economia. O hiato do PIBsugere uma grande folga nos próximos trimestres, o que manterá os preços de bens e serviços muitocomportados, além dos administrados. Com isso, a inflação não será uma restrição a um importanteafrouxamento monetário.

Gráfico 3: Índice de commodities CRB, em R$ e US$Base 100 = 31/12/2013

Fonte: Bloomberg

Nesse sentido, a limitação a um eventual corte de juros virá apenas do grau de desconforto que oBanco Central terá em testar patamares inéditos de juros. A rigor, com queda do PIB na magnitude queestamos discutindo e mesmo com uma taxa de câmbio mais pressionada do que a atual, os modelos do BCapontam para possibilidade de levar a taxa Selic para abaixo de 2,0%. Diante da queda das commodities, dapossibilidade de venda de dólares e de uma eventual ação mais direta do BC na curva longa de juros e nomercado de crédito privado, um afrouxamento mais agressivo não deveria levar a uma piora das condiçõesfinanceiras durante o período de combate à crise. Se houver deterioração fiscal permanente, então a açãodo BC no mercado de títulos apenas irá distorcer os preços dos ativos, mas esse não é o nosso cenáriobase. Com isso, estimamos que a Selic caia até 2,25% e permaneça nesse patamar até o final de 2021.

Quanto à taxa de câmbio, o ambiente global sugere que o real permanecerá depreciado por maistempo. Nossas simulações indicam que uma taxa ao redor de R$/US$ 5,25 é suficiente para zerar o déficitexterno nos próximos doze meses e já há, inclusive, alguma resposta da balança comercial a essadepreciação. Ao olhar pelo nível do câmbio real, chegamos a uma conclusão semelhante, ou seja, que oatual patamar está mais depreciado do que os fundamentos indicam, se mantido o ajuste fiscal estrutural.De toda maneira, a queda de juros, o fortalecimento do dólar no mundo, a queda das cotações dascommodities e a enorme fuga de capitais dos emergentes – sem precedentes na história – devem manter ataxa de câmbio ainda mais pressionada no curto prazo. Para horizontes mais longos, entretanto, como ofinal deste ano e do próximo, estimamos alguma apreciação em relação aos atuais níveis para R$/US$ 4,90e R$/US$ 4,50, respectivamente.

95,23

40,2435

45

55

65

75

85

95

105

115

125

14 15 16 17 18 19 20

Em dólares Em reais

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Gráfico 4: Fluxo portfolio para países emergentesAcumulado no período (dias), em US$ bilhões

Fonte: IIF

Por fim, a essa altura, vários países estão começando a desenhar estratégias de saída e isso nãodeve ser diferente no Brasil. A equação básica será estimar o ponto de saturação dos sistemas desaúde local para poder, gradualmente, liberar grupos específicos. Inicialmente é preciso ter condiçõespara o sistema de saúde suportar a chegada de novos casos, com equipamentos e medicamentos paraos profissionais de saúde e pacientes. Várias ações têm sido tomadas nessa direção. Em segundo lugar,será necessário uma ampla testagem da população para, juntamente com a informação da taxa deutilização dos hospitais, fazer a liberação dos grupos. Essa iniciativa terá que ser coordenada entre setorpúblico e privado, testando as pessoas e adotando medidas para convívio, como espaçamentos mínimos,uso de máscaras, manutenção de parte dos times em home office e limitações a aglomerações. Porúltimo, teremos que ter protocolos prontos de retorno às quarentenas – inclusive com mecanismos derespostas de políticas públicas – enquanto não se compreenda a extensão da imunidade adquirida. Commaior compreensão desse último fator, medidas colaborativas entre governo e setor privado, umaequação confiável para a utilização de leitos ou um medicamento eficaz, a economia irá gradualmentevoltar a funcionar. Em vários países devemos ver formatos variados de redução das quarentenas nospróximos um a dois meses. Tudo isso contribuirá para o aprendizado de quais ações serão mais efetivaspara que as pessoas possam voltar a se deslocar de forma segura, protegendo sua saúde e evitando umdano ainda maior para o emprego e a renda.

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90

Crise Financeira Redução QE Fed Turbulência Bolsa China Covid19

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Os impactos econômicos da pandemia de Covid-19 têm se mostrado mais intensos e duradouros doque se imaginava no início do surto. Com mais de 2,5 milhões de pessoas contaminadas e mais de 190 milmortes, e na ausência de um tratamento eficaz até o momento, a estratégia adotada pela maioria dospaíses para o combate ao vírus tem sido o distanciamento social, que, no entanto, tem como consequênciaa paralisação da atividade econômica. Os dados disponíveis, referentes ao primeiro trimestre e a abril,apontam para uma contração expressiva da economia global.

Acumulam-se ainda indícios de que a saída das medidas de afastamento social e a retomada daatividade econômica poderão ser graduais. A sinalização dada por muitos países é de que a retomada sedará de forma escalonada, com seleção de grupos, para que não se sobrecarregue o sistema de saúdefrente ao risco de outras rodadas da pandemia. Além disso, os meses após a reabertura da economia devemmostrar crescimento mais moderado por algumas razões: (i) diante da falta de vacinas e tratamentos, aspessoas podem ser mais cautelosas ao retomar suas atividades diárias; (ii) haverá alguma perda de rendadas famílias, dado o rápido aumento do desemprego, e das empresas, que ficarão sem receita nesseperíodo de fechamento ou redução das atividades (além de empresas que devem fechar nesse período porfalência); (iii) pode haver alguma mudança de hábito de consumo; e (iv) a deterioração fiscal acumulada noperíodo irá requerer ajustes de médio prazo.

O índice PMI global chegou a 40,7 pontos em março e a prévia disponível para abril para algunspaíses sugere que a intensidade da retração será bem maior do que prevíamos no início dapandemia, indicando quedas entre 7 e 10% neste segundo trimestre, com ajuste mais forte nosegmento de serviços. Assim, incorporando essas novas informações, revisamos nossa projeção para o PIBglobal, passando de uma retração de 1% para outra de 3,5%. Se confirmada, será a maior recessãoeconômica desde a Segunda Guerra Mundial.

Gráfico 5: PIB mundialVariação anual

Fonte: FMI, Banco Mundial

Pandemia causará recessão global em 2020

Cenário Internacional

-3,5

-7

-5

-3

-1

1

3

5

7

9

11

1901 1911 1921 1931 1941 1951 1961 1971 1981 1991 2001 2011

Título do Gráfico

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Gráfico 6: Índice PMI mundial, em pontos

Fonte: Bloomberg

Na prática, os países têm tentado “comprar tempo” para preparar seus sistemas de saúde para apandemia, paralisando as economias. A necessidade de se preservar a capacidade de recuperação daeconomia para quando for possível flexibilizar as medidas de afastamento social tem levado governos ebancos centrais a adotarem medidas cada vez mais potentes e inéditas. Considerando o aumento do gastopúblico e a injeção de liquidez via programas de compra de ativos, estimamos que a intervenção econômicaanunciada até o momento já some mais de US$ 10 trilhões (ou cerca de 10% do PIB mundial). E como a crisetem se mostrado deflacionária, os bancos centrais também reduziram as taxas básicas de juros – pelomenos os que ainda tinham taxas de juros positivas.

Tabela 4: Principais medidas adotadas no mundo(% PIB)

Fonte: Bloomberg

A notícia “positiva” é o achatamento da curva do número de casos e de mortes em vários países,abrindo espaço para discussão das estratégias de saída do distanciamento social. Vários países têmreportado diminuição tanto no número de novos casos de Covid-19 quanto no número de mortes – inclusivealguns dos mais afetados pela pandemia, como a Itália e a Espanha – mas ainda não há consenso sobre quala melhor estratégia de saída. Na Europa, países como a Áustria e a Dinamarca começaram a permitir areabertura de parte do comércio e outros devem seguir o mesmo caminho nos próximos dias. Mas, porenquanto, cada pais ou região tem tomado decisões diferentes sobre quais setores devem retornar às suasatividades primeiro, se as escolas podem ser reabertas, quais os cuidados a serem tomados em espaçospúblicos, e até mesmo sobre protocolos de testes. Os resultados dessas diferentes estratégias devemcontribuir para que se chegue a um consenso sobre melhores práticas em alguns meses, mas, porenquanto, a incerteza em relação à velocidade da retomada da atividade econômica permanece elevada.

40,740

42

44

46

48

50

52

54

56

58

60

98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Título do Gráfico

Fiscal Liquidez (BCs) Total

EUA 15% 11% 26%

Brasil 5% 22% 26%

Austrália 11% 5% 16%

Suécia 6% 6% 12%

Reino Unido 15% 9% 24%

Nova Zelândia 7% 10% 17%

Canadá 8% 9% 17%

Colômbia 1% 1% 3%

Indonésia 3% 5% 8%

Polônia 8% 9% 17%

Área do Euro 7% 6% 13%

Estímulo

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Gráfico 7: Número de mortes, por 100 mil habitantes

Fonte: Bloomberg

A China está cerca de um mês à frente nesse processo, por ter sido o primeiro epicentro daCovid-19. Em fevereiro, a atividade mostrou forte retração com alguma retomada já em março. De todomodo, o país registrou o desempenho mais fraco da sua história, com queda interanual de 6,8% do PIBnos primeiros três meses do ano. Os indicadores disponíveis até o momento mostram que a indústriapraticamente já retornou aos níveis pré-crise, mas investimentos e consumo, principalmente, têmmostrado recuperação mais lenta. Há ainda a preocupação com novas ondas de contaminação, o quetem aumentado os cuidados da população para atividades ligadas aos setores de serviços. O desafio dosegundo trimestre será maior, à medida que a demanda mundial também mostra retração importante, oque pode tirar até 2 p.p. do crescimento da China neste ano. O governo focou suas medidas, desde oinício, em controlar a pandemia, com monitoramento de doentes e testes, além de ampliar a oferta desaúde. Entendemos que o espaço para estímulos é limitado pelo aumento da alavancagem dos últimosanos. De todo modo, o governo segue aliviando a política monetária, com corte de juros, injeção deliquidez e ampliação do crédito. No âmbito fiscal, o foco está na antecipação da emissão de dívida degovernos locais, como forma de financiar obras de infraestrutura. Ainda assim, o crescimento deste anoserá bem baixo, de 1,5%, o que pode levar o governo a abandonar a meta de PIB.

Nos EUA, apesar de as medidas de isolamento social e paralisação da atividade terem se iniciadosomente em março, a contração estimada para o PIB do primeiro trimestre já se situa ao redor de2%. As estatísticas semanais mostram aumento significativo do número de pedidos de auxílio-desemprego a partir de meados de março, e um indicador coincidente construído a partir de dados defrequência semanal nos Estados Unidos já aponta para uma contração interanual de 10% do PIB nosegundo trimestre (ou da ordem de -30%, em termos anualizados em relação ao primeiro trimestre, queé a forma mais usual de se reportar o PIB nos EUA). Em vista disto, mesmo com a expectativa de umarecuperação gradual da economia já a partir do terceiro trimestre, projetamos contração real do PIB dosEUA de 6% em 2020 como um todo.

0,10

0,000,00

0,80

0,31

0,77

0,95

0,110,140

1

1

2

2

3

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

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Título do Gráfico

Mundo (eixo da direita)ChinaEUACoreia do SulFrançaAlemanhaItáliaReino UnidoEspanhaIrãÁustriaBrasil

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Gráfico 8: EUA: Índice econômico semanal

Fonte: Bloomberg

De forma análoga, na Área do Euro, os estímulos monetários e fiscais não devem evitar uma fortecontração da atividade econômica em 2020. A região foi severamente impactada pela pandemia, comdestaque para Itália e Espanha. Até agora, as medidas monetárias, concentradas no Banco CentralEuropeu, foram consideráveis (com compra de ativos chegando a quase € 1 trilhão), mas devem serampliadas, à medida que a situação de muitos países piora e não há espaço fiscal neles. Até agora, asações do BCE se concentraram em três frentes: liquidez para os bancos, com alteração das regras decolateral para acesso às operações de crédito; medidas de supervisão, reduzindo a exigência de capitaldos bancos europeus e o programa de compra de ativos de € 750 bilhões.

Além disso, como a região é mais dependente do comércio internacional e o setor de turismo temmaior relevância para a economia do bloco (cerca de 25% do PIB), a retomada deve ser mais lentaapós a reabertura da economia. O primeiro trimestre deve ter recuado 3% e o segundo trimestre devemostrar recuo próximo a 10%, mesmo com países já retomando suas atividades gradualmente. Com isso,estimamos uma contração de 7,5% em 2020.

Para a América Latina, além dos efeitos diretos do surto do Covid-19, a região sofrerá os efeitosda queda na demanda por commodities. Os primeiros casos da doença foram reportados oficialmentena região ao final de fevereiro e as medidas de afastamento social começaram em meados de março.Além dos efeitos direto das medidas para conter a pandemia, muitos países da região também sãoafetados pela queda da demanda externa, e em especial, preços das commodities (vale ressaltar que adinâmica para os preços agrícolas ainda se mostra mais favorável). E, no caso da Argentina, há também anegociação complexa a respeito da reestruturação de sua dívida externa. Assim, esperamos uma fortecontração do PIB para a maioria dos países da região no segundo trimestre de 2020.

Em resumo, apesar da grande incerteza quanto à profundidade e extensão da crise, há indíciosque estamos diante de uma grande contração da atividade econômica mundial e que arecuperação deve ser gradual enquanto não houver medicamentos ou uma compreensão maisprofunda da imunidade adquirida da população.

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WEI PIB (A/A)

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Projeções Macroeconômicas (2016 – 2020)

2016 2017 2018 2019 2020*

ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%) -3,3 1,3 1,3 1,1 -4,0

Agropecuária (%) -5,2 14,2 1,4 1,3 1,0

Indústria (%) -4,6 -0,5 0,5 0,5 -3,0

Serviços (%) -2,3 0,8 1,5 1,3 -4,5

Consumo Privado (%) -3,9 2,1 2,1 1,8 -5,0

Consumo da Adm. Pública (%) 0,2 -0,7 0,4 -0,4 0,7

Investimento (FBKF) (%) -12,1 -2,6 3,9 2,2 -6,0

Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 0,9 4,9 4,0 -2,5 -3,0

Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -10,3 6,7 8,3 1,1 -4,0

PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 6.267 6.554 6.828 7.285 7.232

PIB (US$) - bilhões 1.796 2.053 1.868 1.847 1.479

População - milhões 206,1 207,7 209,2 210,7 212,1

PIB per capita - US$ 8.714 9.888 8.930 8.766 6.974

Produção Industrial - IBGE (%) -6,4 2,5 1,1 -1,1 -3,0

Taxa Média de Desemprego - IBGE 11,5 12,7 12,3 12,1 13,7

Vendas do Comércio Varejista - Restrita (%) -6,2 2,0 2,3 1,8 -4,5

IPCA - IBGE (%) 6,29 2,95 3,75 4,31 2,20

IGP-M - FGV (%) 7,17 -0,50 7,54 7,32 4,59

Taxa Selic (final de período) % 13,75 7,00 6,50 4,50 2,25

Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 14,0 10,0 6,42 5,9 2,9

Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 7,3 6,8 2,6 1,6 0,6

EXTERNO E CÂMBIO

Balança Comercial - BCB (US$ bilhões) 44,6 64,0 53,0 39,4 43,4

Exportações (US$ bilhões) 184 218 240 224 200

Importações (US$ bilhões) 140 154 186 185 156

Corrente de Comércio (% PIB) 18,0 18,1 22,8 22,2 24,1

Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) -24 -15 -42 -51 -28

Saldo em conta-corrente (% PIB) -1,3 -0,7 -2,2 -2,7 -1,9

Investimento Direto no País (US$ bilhões) 74 69 78 79 63

Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 3,26 3,31 3,87 4,03 4,90

Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 3,49 3,19 3,65 3,95 4,89

Rating Soberano Moody's Ba2 Ba2 Ba2 Ba2 -

Rating Soberano S&P BB BB BB- BB- -

FISCAL

Resultado primário do setor público (R$ bilhões) -156 -111 -108 -62 -645

Resultado primário do setor público (% PIB) -2,5 -1,7 -1,6 -0,8 -8,9

Dívida Bruta do Setor Público (% PIB) 69,9 74,1 76,7 75,8 89,9

Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 46,2 51,6 54,1 55,5 63,1

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2016 2017 2018 2019 2020*

PIB Global

Mundo 3,4 3,8 3,6 2,9 -3,5

Países Desenvolvidos 1,7 2,3 2,2 1,6 -6,3

Estados Unidos 1,6 2,2 2,9 2,3 -6,0

Área do Euro 1,8 2,3 1,8 1,1 -7,5

Reino Unido 1,8 1,8 1,4 1,0 -7,0

Japão 0,6 1,9 0,8 0,9 -5,5

Países Emergentes 4,6 4,8 4,5 3,9 -1,4

China 6,7 6,8 6,5 6,1 1,5

América Latina -0,6 1,2 1,0 0,3 -5,4

Indicadores internacionais (2016 – 2020)

Indicadores internacionais – América Latina (2016 – 2020)

(*): (projeção)Fonte: FMI, Bradesco

2016 2017 2018 2019 2020*

Argentina

PIB (%) -2,1 2,7 -2,5 -2,2 -6,0

Inflação ao consumidor (%) 41,0 24,8 47,7 54,5 50,0

Taxa básica de juros (%) 24,8 28,8 59,3 55,0 35,0

Taxa de câmbio (final do ano) 15,85 18,59 37,65 60 80

Brasil

PIB (%) -3,3 1,3 1,3 1,1 -4,0

Inflação ao consumidor (%) 6,3 2,9 3,7 4,3 2,2

Taxa básica de juros (%) 13,75 7,00 6,50 4,50 2,25

Taxa de câmbio (final do ano) 3,26 3,31 3,87 4,03 4,90

Chile

PIB (%) 1,7 1,2 3,9 1,1 -4,0

Inflação ao consumidor (%) 2,7 2,3 2,9 3,0 2,5

Taxa básica de juros (%) 3,50 2,50 2,75 1,75 0,50

Taxa de câmbio (final do ano) 671,0 615,0 694,0 753 850

Colômbia

PIB (%) 2,1 1,4 2,5 3,3 -2,8

Inflação ao consumidor (%) 5,8 4,1 3,1 3,8 2,8

Taxa básica de juros (%) 7,50 4,75 4,25 4,25 2,75

Taxa de câmbio (final do ano) 3.001 2.984 3.248 3.287 4.000

México

PIB (%) 2,9 2,1 2,1 -0,1 -7,0

Inflação ao consumidor (%) 3,2 6,8 4,3 2,8 2,9

Taxa básica de juros (%) 5,75 7,25 8,25 7,25 3,50

Taxa de câmbio (final do ano) 20,7 19,7 19,7 18,9 21,0

Peru

PIB (%) 4,1 2,5 4,0 2,2 -3,2

Inflação ao consumidor (%) 3,2 1,4 2,4 1,9 2,8

Taxa básica de juros (%) 4,25 3,25 2,75 2,00 0,25

Taxa de câmbio (final do ano) 3,36 3,26 3,27 3,31 3,40

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Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Fernando Honorato Barbosa

Economistas Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancsó / Fabiana D’Atri /Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo/ Robson Rodrigues Pereira / ThiagoCoraucci de Angelis / Thomas Henrique Schreurs Pires

Estagiários Daniel Funari Fouto / Gustavo Rostelato de Miranda / Henrique Monteiro de Souza Rangel /Lucas Daniel Duarte / Lucas Oliveira Costa da Silva / Marcelo Henrique Leite Alonso