83
Marcelo Fernando Matielo Incidência de trombose venosa profunda pós- operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva periférica Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção de título de Doutor em Ciências Área de concentração: Clínica Cirúrgica Orientador: Dr. Calógero Presti São Paulo 2008

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Marcelo Fernando Matielo

Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes

com doença arterial oclusiva periférica

Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção de título de Doutor em Ciências

Área de concentração: Clínica Cirúrgica Orientador: Dr. Calógero Presti

São Paulo 2008

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Preparada pela Biblioteca da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo reprodução autorizada pelo autor

Matielo, Marcelo Fernando Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva periférica / Marcelo Fernando Matielo. - - São Paulo, 2008. Tese (doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Departamento de Cirurgia. Área de concentração: Clínica Cirúrgica. Orientador: Calógero Presti. Descritores: 1.Trombose venosa/diagnóstico 2.Amputação 3.Complicações pós-operatórias 4.Ecocardiografia Doppler 5.Incidência USP/FM/SBD-386/08

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iii

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Celso e Estela, pelo amor incondicional, pelos ensinamentos de caráter e virtude, por acreditarem sempre em mim.

Ao meu filho, Diego, razão pura da minha existência, pelas horas que deixei de lhe dedicar para que eu pudesse realizar meu sonho.

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iv

AGRADECIMENTOS

Ao professor Doutor Pedro Puech-Leão, professor titular da Disciplina de

Cirurgia Vascular da FMUSP, pela oportunidade, confiança, colaboração e apoio

para o desenvolvimento deste projeto.

Minha gratidão ao Prof. Dr. Calógero Presti, meu orientador, pela dedicação,

ensinamentos e aconselhamento inestimável em cada detalhe deste projeto.

Ao Dr. Baptista Muraco Netto, professor assistente doutor da Disciplina de

Cirurgia Vascular da FMUSP, pela sugestão do assunto do projeto e aconselhamento

inestimável, tanto para o projeto como para a vida profissional.

Ao Professor Doutor Ricardo Aun, professor associado da Disciplina de

Cirurgia Vascular da FMUSP e responsável pelo pronto-socorro de Cirurgia

Vascular, pelo apoio e encorajamento neste projeto.

Ao Dr. Marcos Menezes, por sua dedicação e indispensável apoio na

realização dos exames ecográficos dos pacientes..

Ao amigo Dr. Ivan Benaduce Casella, assistente do HC/FMUSP, pela análise

estatística, aconselhamento e apoio em todas as etapas deste projeto.

Aos professores e médicos assistentes do Serviço de Cirurgia Vascular do

HC/FMUSP, pelo convívio e receptividade apresentada.

Aos médicos residentes do Serviço de Cirurgia Vascular do HC/FMUSP, pelo

indispensável auxílio na realização deste projeto.

Aos amigos e professores do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital do

Servidor Público Estadual de São Paulo, Drs José Gonzalez, Luiz Carlos Bérgamo,

Chirstiano S. Pecêgo, Francisco Cardoso Brochado Neto, Roberto Sacilotto e

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v

Katsumi Nakano por todo meu aprendizado na especialidade, pela amizade e

estímulo para realização deste projeto.

Aos amigos do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital do Servidor Público

Estadual de São Paulo, Drs Marcos Godoy, Edson Nakamura, Sergio Tiossi, Ronaldo

Daudt e médicos residentes pela colaboração e apoio em nosso dia a dia de trabalho..

À fisioterapeuta Shirley Nakayama, pelo apoio, compreensão e dedicação

durante a elaboração desta tese.

Aos funcionários da secretaria e do ambulatório da Cirurgia Vascular, e do

setor de Radiologia do pronto-socorro, pelo apoio e carinho recebido por todos.

Aos pacientes, seus cônjuges e parentes, pela confiança em mim depositada.

Aos amigos conhecidos e desconhecidos que de alguma forma apoiaram este

projeto.

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vi

SUMÁRIO

LISTAS

LISTA DE ABREVIATURAS viii

LISTA DE SIGLAS viii

LISTA DE QUADROS ix

LISTA DE TABELAS ix

LISTA DE GRÁFICOS X

RESUMO Xi

SUMMARY Xii

1. INTRODUÇÃO

1.1 Trombose venosa profunda – Considerações Gerais 2

1.2 Métodos Diagnósticos da TVP 4

1.3 Tratamento da TVP 6

1.4 Doença Arterial Obstrutiva Periférica e Amputação Maior 7

1.5 TVP e amputação maior de membro inferior 9

2. OBJETIVOS 14

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vii

3. MÉTODO

3.1 Critérios de Inclusão 16

3.2 Critérios de não Inclusão 16

3.3 Critérios de exclusão 17

3.4 Variáveis Pré-operatórias 17

3.5 Variáveis cirúrgicas 19

3.6 Variáveis pós-operatórias 20

3.7 Eco-Doppler 21

3.8 Tratamento 22

3.9 Cálculo da Amostra 23

3.10 Análise estatística 25

4. RESULTADOS 27

5. DISCUSSÃO 35

6. CONCLUSÕES 45

7. ANEXOS

ANEXO A 47

ANEXO B 48

8. REFERÊNCIAS 51

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viii

9. APÊNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS

ui unidades internacionais

h hora

n número

< menor

> igual ou maior

et al e outros

ep erro padrão

LISTA DE SIGLAS

TEV tromboembolismo venoso

TVP trombose venosa profunda

EP embolia pulmonar

SUS sistema único de saúde

HNF heparina não fracionada

HBPM heparina de baixo peso molecular

DAOP doença arterial obstrutiva periférica

FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

HCFMUSP Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo

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ix

EUA Estados Unidos da América

Masc masculino

Fem feminino

Indiv indivíduos

AVC acidente vascular cerebral

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Doenças associadas 18

Quadro 2 Fatores de risco para TVP avaliados 18

Quadro 3 Nível de oclusão conforme a palpação dos pulsos 19

Quadro 4 Complicações no coto de amputação 20

Quadro 5 Outras complicações pós-operatórias 21

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Causas de exclusão dos pacientes do estudo 27

Tabela 2 Prevalência de Doenças Associadas 27

Tabela 3 Causas de necrose de coto e nível de amputação 28

Tabela 4 Segmento venoso acometido e nível de amputação 29

Tabela 5 Análise univariável de fatores de risco para trombose venosa

profunda de coto de amputação

31

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x

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Incidência cumulativa de trombose venosa de coto de

amputação

30

Gráfico 2 Incidência cumulativa de trombose venosa de coto de

amputação dividida pelo nível de amputação

32

Gráfico 3 Incidência cumulativa de trombose venosa de coto de

amputação dividida pela faixa etária

33

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xi

RESUMO

Matielo MF. Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva periférica [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2008. 61p. Introdução: Pacientes submetidos à amputação de membro inferior por doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) estão em risco para o desenvolvimento de trombose venosa profunda (TVP). Há poucos estudos na literatura sobre a incidência no pós-operatório precoce e quanto aos fatores de risco no desenvolvimento da TVP no membro amputado. Objetivo: A finalidade deste estudo é avaliar, de modo prospectivo, a incidência de trombose venosa profunda pós-operatória em até 35 dias, em pacientes submetidos à amputação de membro inferior por doença arterial obstrutiva periférica, sua relação com comorbidades e com óbito. Método: De setembro de 2004 a março de 2006, foram estudados 56 pacientes (29 homens; média de idade 67,25 anos) submetidos a 62 amputações (36 transtibiais e 26 transfemorais), utilizando-se eco-Doppler no pré-operatório e aproximadamente no 7º e 31° dia de pós-operatório. Resultado: Houve TVP em 16 (25,8%) membros amputados, sendo 10 casos em amputações transfemorais e 6 casos em transtibiais. A incidência cumulativa no período até 35 dias foi de 28% ( Kaplan-Meier ). Houve diferença significativa na incidência de TVP entre amputações transfemorais (37,5%) e transtibiais (21,2%), p = 0,04. Outro fator de risco para TVP foi idade igual ou superior a 70 anos (48,9 vs 16,8%, p=0,021). Houve 01 caso de embolia pulmonar sintomática não fatal em paciente com TVP já diagnosticada. Não houve relação entre outras comorbidades e TVP. A trombose venosa no membro amputado não influenciou na taxa de óbito que foi de 9,7%. Conclusões: A incidência de TVP no pós-operatório recente (até 35 dias) foi elevada principalmente em pacientes com idade igual e superior a 70 anos e nas amputações transfemorais. Os pacientes com DAOP submetidos a grandes amputações devem ser considerados de alto risco para TVP, mesmo após alta hospitalar.

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xii

SUMMARY Matielo MF. Incidence of postoperative deep venous thrombosis in amputated lower extremity of patients with peripheral arterial disease [thesis]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2008. 61p.

Introduction: Patients undergoing amputation of the lower limb due to Peripheral Arterial Disease (PAD) are at risk for developing Deep Venous Thrombosis (DVT). There are few studies in the research literature on the incidence of DVT during the early postoperative period and the risk factors for the development of DVT in the amputation stump. Objective: The goal of this prospective study was to evaluate the incidence of deep venous thrombosis during the first 35 postoperative days in patients who had undergone amputation of the lower extremity due to PAD, and its relation to comorbidities and death. Method: From September 2004 to March 2006, fifty-six patients (29 men, mean age 67.25 years) underwent 62 amputations (36 below knee amputation – BKA and 26 above knee amputation- AKA), and echo-Doppler scanning on preoperative, and approximately the seventh and 31st

postoperative days. Results: DVT occurred in 16 (25.8%) of the amputated extremities, (10 AKA and 06 BKA). The cumulative incidence in the 35 day postoperative period was 28% (Kaplan-Meier). There was a significant difference in the incidence of DVT between AKA (37.5%) and BKA (21.2%), p = .04. Another DVT risk factor was age equal to or above 70 years (48.9 vs. 16.8%, p= .021). There was one case of symptomatic non-fatal pulmonary embolism in a patient already diagnosed with DVT. There was no relation between other comorbidities and DVT. Venous Thrombosis in the amputation stump did not influence the mortality rate which was 9.7%. Conclusions: The incidence of DVT in the early post-operative period (up to 35 days) was elevated mainly in patients 70 years of age or older and in AKA. Patients with PAD who have recently undergone major amputations should be considered at high risk for DVT, even after hospital discharge.

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1. INTRODUÇÃO

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2

O tromboembolismo venoso (TEV) é uma doença que inclui a trombose

venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP). Pode produzir sintomas pouco

específicos, muitas vezes dificultando o diagnóstico. É de extrema importância pela

sua elevada freqüência, morbidade e mortalidade.

1.1 Trombose Venosa Profunda – Considerações Gerais

Cerca de 2.000.000 de pessoas ao ano desenvolvem TEV e,

aproximadamente, 100.000 morrem por EP nos Estados Unidos da América. Estima-

se que entre 250.000 a 500.000 pessoas, ao ano, apresentem TEV sintomático nos

Estados Unidos da América, sendo que, em menos de 50% dos casos há sintomas de

TVP e, em conseqüência, o diagnóstico, profilaxia e tratamento adequados não são

realizados. 1,2

No Brasil, Castro-Silva fez uma projeção de 68.000 internações ao ano pelo

SUS em conseqüência de TEV, sendo que 15,2% desses pacientes evoluem a óbito. 3

Stein et al., 4 em estudo sobre a incidência de TVP em pacientes internados

em hospital geral, evidenciaram em 44.136 internações consecutivas 271 casos de

TVP em pacientes que receberam ou não algum tipo de profilaxia e, desses, 57

apresentaram EP. Estima-se que, em apenas um quarto a um quinto dos pacientes

com internações recentes (até 30 dias), tenha sido diagnosticado corretamente o

TEV. 5-7

São considerados principais fatores de risco para TEV em pacientes

cirúrgicos: idade superior a 40 anos, TVP e EP prévias, tempo operatório maior que

60 minutos, obesidade, insuficiência venosa, cardiopatia, presença de processo

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3

infeccioso, uso de estrógeno, imobilização prolongada, acidente vascular cerebral,

paralisia, presença de tumores malignos, trombofilia, cirurgia abdominal, ortopédica,

ginecológica, urológica e vascular. 2,6,8-10

Fowkes et al., 11 em artigo de revisão da literatura, evidenciaram um risco de

TVP 8 vezes maior na população hospitalar e 22 vezes maior nos pacientes

cirúrgicos quando comparados com a população em geral.

Em outro artigo de revisão da literatura onde foi estudada a história natural de

TEV, Kearon12 relata que a maior parte dos pacientes com TVP, ela se inicia em

veias infrapoplíteas em especial em veias musculares e ocorre no momento da

cirurgia, sendo que metade dos pacientes se resolve espontaneamente em 72 horas e

que em apenas 1/6 dos casos ocorre extensão proximal para as veias tronculares. Não

observou nenhum caso de EP nos pacientes que apresentavam TVP em veias

infrapoplíteas, sem extensão proximal, enquanto que nos casos de TVP proximal

houve uma incidência de 40 a 50% de EP assintomáticas, diagnosticadas com

cintilografia de ventilação e perfusão. Refere ainda que em 61% dos pacientes

cirúrgicos a TVP ocorre após o 3º dia de pós-operatório, em 9% após uma semana, e

em alguns casos podendo ocorrer até meses após o procedimento cirúrgico.

A TVP e EP, no pós-operatório do paciente cirúrgico, são de extrema

importância prática. A necessidade do diagnóstico preciso e precoce da TVP é

fundamental para o bom resultado terapêutico e prevenção da EP e suas graves

conseqüências.

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4

1.2 Métodos Diagnósticos da TVP

O diagnóstico clínico da TVP é bastante falho: há grandes chances de não se

fazer diagnóstico em pacientes assintomáticos e fazer diagnóstico equivocado em

pacientes sintomáticos, pois existem outras doenças que podem ter os mesmos

sintomas que a TVP. 13,14 Nos últimos anos, avanços tecnológicos tornaram

disponíveis exames de imagem para o rastreamento da TVP, com diferentes

benefícios, riscos e custos.

O método das plaquetas autógenas marcadas com Indium-111 é capaz de

diagnosticar TVP em 77% dos pacientes sintomáticos e, segundo alguns autores, o

método demonstra o envolvimento das plaquetas na fisiopatologia da TVP e pode ser

útil na monitorização dos efeitos da anticoagulação.15

Lennox et al., 16 utilizando a dosagem de Dímero D para diagnóstico de TVP

em pacientes com TVP sintomáticos, obtiveram 91,3% de sensibilidade, 81,9% de

especificidade e valor preditivo negativo de 96,6%, porém apresentando

desvantagem de grande número de falsos positivos quando há concomitância de

infecção, cirurgia recente e outras doenças clínicas.

Em artigo de revisão da literatura, Weinmann e Salzman 8 comparam a

eficácia de vários métodos em relação à flebografia. Verificaram que a

pletismografia por impedância tem sensibilidade de 92% e especificidade de 95%

para pacientes com sintomas de TVP, e sensibilidade de 22% e especificidade de

98% para os sem sintomas, não sendo adequada para detectar trombos em veias de

perna e trombos não oclusivos.

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5

A pletismografia a ar tem baixo custo, é exame não invasivo, de fácil

realização, mas de pouco valor no diagnóstico de trombos não oclusivos. 17

A flebografia é o padrão ouro com sensibilidade próxima a 100%. No entanto

tem como inconveniente ser exame invasivo, usar contraste iodado com eventuais

complicações relacionadas à nefrotoxidade, alergia e a fenômenos trombóticos

venosos por agressão ao endotélio. 18

A angioressonância nuclear magnética também pode ser utilizada para o

diagnóstico de TVP com sensibilidade de 96% e especificidade de 92%, mas

apresenta limitações importantes como a dificuldade de uso em pacientes com

claustrofobia ou com próteses metálicas, necessidade de tempo adequado para

aquisição do contraste e exame demorado. 19

A venografia, por tomografia helicoidal, apresenta sensibilidade e

especificidade de 94,5% e 98,2% respectivamente. É exame que pode ser realizado

conjuntamente com a aquisição da venografia de membros inferiores e o estudo das

artérias pulmonares para o diagnóstico de EP. Tem como desvantagens o uso de

contraste iodado, radiação ionizante e não ser um equipamento disponível em todos

os hospitais. 20

Meissner 21 refere o eco-Doppler colorido como bom método para a

investigação da TVP e Zierler 22 observou sensibilidade e especificidade de 95% para

casos de TVP em pacientes sintomáticos.

Mattos et al., 23 usando eco-Doppler para estudo de TVP em pacientes

assintomáticos, obtiveram valor preditivo negativo de 88%, e um valor preditivo

positivo de 89% quando analisados todos os segmentos venosos. Quando excluídas

as veias de perna, os valores preditivos positivos passaram a 97% e 100%,

Page 18: Incidência de trombose venosa profunda pós- operatória no ... · Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva

6

respectivamente para os pacientes sintomáticos e assintomáticos, com sensibilidade

de 100% e especificidade de 98% para pacientes sintomáticos, sensibilidade de 67%

e especificidade de 100% para assintomáticos. Enquanto Elias et al. 24 evidenciaram

uma sensibilidade e especificidade de 94% para pacientes assintomáticos

diagnosticados para o segmento proximal, e sensibilidade e especificidade de 89%

para assintomáticos quando o segmento comprometido era somente o distal.

Utilizando o eco-Doppler, Lohr et al. 25 evidenciaram incidência elevada de

TVP bilateral em pacientes com suspeita clínica em apenas um dos membros

inferiores.

Zierler 26 afirma que o eco-Doppler é atualmente o exame de escolha para a

rotina na investigação diagnóstica de TVP em membros inferiores, seja no segmento

proximal ou distal. É um exame não invasivo, não usa radiação ionizante, não utiliza

contraste iônico, é reprodutível e de baixo custo.

1.3 Tratamento da TVP

A importância do tratamento adequado da TVP consiste na parada da

propagação e recorrência do trombo e, principalmente, em evitar a ocorrência de EP.

27 A essência de qualquer estratégia é para identificar principalmente a TVP

proximal, na expectativa de que o início da anticoagulação no estágio pré sintomático

possa prevenir EP fatal. 28

O tempo de tratamento da TVP proximal depende de alguns fatores como:

pós-operatório recente, problemas clínicos recentes transitórios e outros. Nesses

casos em que há um fator desencadeante bem estabelecido para o desenvolvimento

Page 19: Incidência de trombose venosa profunda pós- operatória no ... · Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva

7

da TVP, e é transitório, o tempo de anticoagulação pode ser por um período de 3

meses segundo alguns autores. 29-31 Quando há presença de outros fatores como

cardiopatias, cateter venoso central prévio, seqüela de acidente vascular cerebral e

outros, a anticoagulação deve ser mantida por, pelo menos, 6 meses. 32-34

A necessidade de anticoagulação, nos casos de TVP distal, é controversa;

Lagerdstedt et al., 35 estudando os casos sintomáticos de TVP distal, evidenciaram

propagação do trombo proximal nos pacientes sem tratamento de 17,8% e, entre

esses, houve apenas um caso de EP não fatal. Labropoulos et al. 36 evidenciaram uma

progressão proximal do trombo em 13% dos pacientes, e também somente em um

caso houve EP não fatal. Observaram ainda que não houve diferença na propagação

do trombo entre os pacientes anticoagulados e naqueles em que não se optou pelo

seu uso. Pinede et al. 37 evidenciaram que o tratamento por 6 ou 12 semanas na TVP

distal são equivalentes quanto à taxa de EP, recorrência da TVP e riscos de

sangramento.

Independente do segmento venoso acometido se indica a anticoagulação,

deve-se iniciar o tratamento com uso de heparina não fracionada (HNF) ou de baixo

peso molecular (HBPM) e, conjuntamente, o anticoagulante oral, quando não há

contra-indicações a esse tratamento. 38

1.4 Doença Arterial Obstrutiva Periférica e Amputação Maior

A aterosclerose é a principal causa de doença arterial obstrutiva periférica

(DAOP) 39 e a prevalência da doença assintomática é estimada entre 0.9% a 22% da

população. A proporção de pacientes sintomáticos com claudicação intermitente,

Page 20: Incidência de trombose venosa profunda pós- operatória no ... · Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva

8

para os assintomáticos, é de 1:0.9 a 1:6.0. Dentre os pacientes com claudicação

intermitente, estima-se que 3% a 5% irão desenvolver isquemia crítica (dor em

repouso e/ou lesão trófica) em 5 anos e, desses, 25% serão submetidos à amputação

maior de membro inferior. 40

Há estimativa populacional de 500 a 1.000 casos de amputações maiores por

1.000.000 de pessoas ao ano nos Estados Unidos da América. 39,41 Em estudo

brasileiro no município do Rio de Janeiro, Spichler et al. 42 obtiveram uma incidência

de 400 amputações em decorrência de DAOP por 1.000.000 de pessoas ao ano.

As indicações das amputações maiores em geral são devidas a gangrenas

úmidas, gangrenas secas, úlceras isquêmicas e dor em repouso, 43 em pacientes com

insucesso das revascularizações arteriais ou quando as lesões isquêmicas são tão

extensas que não há indicação de revascularização. 44,45 As doenças associadas e

fatores de risco mais freqüentes nos pacientes submetidos às amputações maiores são

o Diabetes Mellitus, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias, tabagismo e doença

cerebrovascular. 46

O critério para indicação do nível de amputação geralmente é clínico,

levando-se em consideração a localização da oclusão arterial, temperatura da pele no

local em que se pretende realizar a amputação, extensão da infecção ou gangrena,

condições clínicas do doente e se há perspectiva de reabilitação. 47,48

A amputação transtibial é o tipo de amputação mais realizada mesmo com

ausência de pulso poplíteo palpável. 49,50 A amputação transtibial deve ser realizada

mesmo após oclusão da revascularização distal, pois esta não influencia na perda de

nível. 51,52

Page 21: Incidência de trombose venosa profunda pós- operatória no ... · Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva

9

A mortalidade operatória das grandes amputações varia de 0 a 16%, 53,54

sendo maior nas amputações transfemorais por serem indicadas em doentes mais

idosos e com maiores associações de comorbidades. 51

1.5 TVP e amputação maior de membro inferior

Apesar dos inúmeros estudos existentes quanto à incidência de TVP e EP no

paciente cirúrgico, poucas são as referências e estudos nos pacientes submetidos à

amputação cirúrgica das extremidades inferiores.

O primeiro estudo relatado na literatura foi o de Harper et al. 55 em 1973. O

autor relatou uma incidência de TVP iliacofemoral em 66,7% dos pacientes

submetidos à amputação de coxa sem nenhum tipo de profilaxia e em 8,3% dos

pacientes em que se usou de Dextran 70. Neste estudo, um cateter era mantido na

veia safena magna do coto de amputação durante o pós-operatório para realização de

flebografias, para o diagnóstico da TVP.

Williams et al. 56 evidenciaram, no intra-operatório de amputação do membro

inferior, a presença de TVP em 11% dos casos, com incidência de EP em 100%

desses pacientes, mas não realizaram nenhum estudo no pós-operatório para verificar

os casos assintomáticos de TVP.

Em contrapartida, Barnes 57 não encontrou nenhum caso de TVP nos

pacientes submetidos à amputação de membros inferiores quando estudados com

Doppler de onda contínua.

Novamente Willians et al., 58 em 1978, estudando a incidência somente de EP

(cintilografia e/ou autópsia) em amputados, evidenciaram um risco quatro vezes

Page 22: Incidência de trombose venosa profunda pós- operatória no ... · Incidência de trombose venosa profunda pós-operatória no membro amputado de pacientes com doença arterial oclusiva

10

maior de EP em amputações transfemorais em relação às transtibiais, não havendo

diferença da ocorrência do evento nos que foram medicados com HNF (5.000 ui

12/12 h) ou solução salina.

Em um estudo de Fletcher e Batiste, 59 foi observada incidência de TVP de

9,1% em pacientes submetidos à revascularização aorto-ilíaca ou infrainguinal. Para

as amputações a incidência foi de 14,3%, apesar do uso preventivo de heparina e

compressão pneumática intermitente dos membros inferiores. Os autores não

especificam se o diagnóstico das tromboses foi no pré ou pós-operatório e se

puderam realizar estudo em todos os pacientes no pós-operatório, visto que a

mortalidade operatória foi 23,8% no grupo de amputados.

Em estudo prospectivo, Yeager et al., 10 empregando o eco-Doppler

no pré-operatório e no pós-operatório de 72 pacientes submetidos a 82 amputações

maiores, observaram a presença de TVP em 9 pacientes, sendo 4 casos de TVP no

membro contralateral, 01 bilateral e 4 no membro amputado. Desses, 6 apresentaram

TVP no pré-operatório e 3 no pós-operatório. Dos 4 pacientes que apresentaram TVP

no membro amputado, não refere quando foram realizados os diagnósticos, se no pré

ou pós-operatório. Dos 3 pacientes com diagnóstico de TVP no pós-operatório, não

refere se é no coto de amputação, e um não havia realizado estudo no pré-operatório.

Nesse estudo, ele não especifica em que época do pós-operatório realizou o estudo

com o eco-Doppler, referindo apenas ser antes da alta hospitalar. Além disso, 9

pacientes estavam na vigência de anticoagulação plena antes e depois do

procedimento cirúrgico e não foram excluídos do estudo. Ainda nesse estudo, 12

pacientes não realizaram eco-Doppler no pré-operatório e 2 pacientes não realizaram

estudo no pós-operatório.

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11

Em estudo com amputações maiores dos membros inferiores, Muraco et al. 60

realizaram eco-Doppler no pré-operatório e no terceiro ao sétimo dia de pós-

operatório e evidenciaram a presença de TVP no coto de amputação em 8 dos 22

casos, sendo 3 em amputações transtibiais e 5 transfemorais.

Outro estudo prospectivo realizado no Brasil por Lastória et al., 61 em 75

pacientes submetidos a amputações maiores de membros inferiores por DAOP e

randomizados para profilaxia com HNF (34) e HBPM (41), através de realização de

eco-Doppler no pré-operatório e no pós-operatório entre o quinto ao oitavo dia,

evidenciaram a incidência de 8 (10,7%) casos de TVP, não havendo diferença

significativa na incidência entre os dois grupos. Também não evidenciaram diferença

na incidência de TVP quanto ao sexo e nível da amputação.

Zickler et al., 62 estudando a incidência de trombose venosa em pacientes

submetidos a amputações maiores bilaterais em até 30 dias de pós-operatório,

encontraram 4 casos de TVP e 4 casos de EP. Foram realizadas; no período do

estudo, 27 amputações bilaterais; apenas 11 casos que apresentavam suspeita clínica

de TVP foram estudados no pós-operatório e em nenhum caso foi realizado eco-

Doppler no período pré-operatório.

Através de eco-Doppler realizado no 15º pós-operatório, Burke et al. 63

observaram presença de trombose venosa profunda do membro em 4 pacientes de 8

pacientes submetidos à amputação transtibial.

Frost et al. 64 consideram o eco-Doppler como exame de escolha no

diagnóstico da TVP proximal em doentes amputados.

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12

Chong et al. 65 relataram 2 casos TVP no coto de amputação: um, 3 meses

após o procedimento cirúrgico, e o outro, alguns anos após, ambos já reabilitados

com prótese e deambulando.

Como podemos observar pelo exposto sobre a literatura, os estudos sobre a

incidência de TVP e EP em pacientes submetidos à amputação cirúrgica das

extremidades inferiores são controversos. Em grande parte dos trabalhos, são

analisados pequenos números de casos com conclusões muitas vezes pouco

confiáveis e não há nenhum estudo com casuística adequada especificando o período

de pós-operatório necessário de investigação para avaliar o TEV.

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2. OBJETIVOS

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14

Este estudo tem como finalidade avaliar primariamente a incidência de

trombose venosa profunda no coto de amputação em pacientes com doença arterial

oclusiva crônica periférica submetidos a amputações maiores do membro inferior,

através do emprego de eco-Doppler, e secundariamente, a relação entre TVP, co-

morbidades e mortalidade operatória, no pós-operatório recente, utilizando método

clínico, prospectivo, descritivo e não randomizado.

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3. MÉTODO

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16

Este é um estudo clínico prospectivo, consecutivo, não randomizado realizado

no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,

no período de setembro de 2004 a março de 2006, com pacientes do Serviço de

Cirurgia Vascular internados eletivamente ou no Pronto Socorro.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Departamento de Cirurgia e pela Comissão

de Ética e Pesquisa do Hospital das Clínicas da FMUSP (anexo A).

Todos os pacientes inclusos na pesquisa foram informados verbalmente sobre

a importância do estudo, do que se tratava TVP e o objetivo. Além disso, leram o

explicativo do estudo e, concordando, assinaram o termo de consentimento

informado (anexo B).

3.1 Critérios de Inclusão

Foram critérios de inclusão: pacientes com diagnóstico de doença arterial

obstrutiva crônica, que na admissão hospitalar apresentavam ausência de pulsos

palpáveis no membro acometido, ou pacientes revascularizados previamente com

pulsos palpáveis e que iriam ser submetidos à amputação maior de membro inferior,

ou seja, amputação transtibial, transfemoral e desarticulação de joelho.

3.2 Critérios de não Inclusão

Não foram incluídos, no estudo, pacientes que sabidamente apresentavam ou

tinham história confirmada de TVP no membro inferior que iria ser submetido à

amputação ou no membro contralateral, pacientes que faziam uso de qualquer tipo de

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17

anticoagulantes e pacientes que não queriam fazer parte do estudo ou cujos

familiares não concordaram, não assinando o termo de consentimento informado.

3.3 Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo pacientes que apresentaram trombose venosa

profunda do membro inferior ao eco-Doppler no período pré-operatório, que

apresentavam trombos no momento da secção da veia no intra-operatório, que não

realizaram nenhum eco-Doppler no pós-operatório, seja por óbito ou perda de

seguimento, uso de qualquer tipo de profilaxia com anticoagulantes e que

apresentaram trombose venosa profunda no membro contralateral no período pós-

operatório.

3.4 Variáveis Pré-operatórias

Foram avaliadas as variáveis: idade, sexo, presença de doenças associadas

(quadro 1) e outros fatores considerados de risco para TVP (quadro 2). Não foram

realizados exames de rotina específicos para confirmar os dados de anamnese

informados pelos pacientes. Os exames realizados pelos pacientes eram solicitados

pelos médicos que o estavam atendendo conforme achassem necessários, não

havendo interferência do pesquisador. Consideramos a presença de cardiopatia

quando o paciente referia ter insuficiência cardíaca ou coronariopatia isquêmica

(infarto agudo do miocárdio prévio, angina). Para a obesidade, perguntávamos sobre

o peso e altura do paciente e realizávamos o cálculo de índice de massa corpórea e

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18

este sendo maior do que 30, o paciente era considerado obeso. A imobilização no

leito foi considerada quando o paciente não deambulava há pelo menos 30 dias.

Varizes de membros inferiores foram avaliadas através do exame físico. Através da

anamnese e exame físico, avaliamos se o paciente tinha alguma seqüela de acidente

vascular cerebral como paresia ou paralisia. Quanto ao tabagismo, consideramos

somente os ativos, independente da quantidade de cigarros/dia.

Quadro 1. Doenças associadas.

Cardiopatia

Tabagismo

Hipertensão arterial sistêmica

Diabetes Mellitus

Insuficiência renal crônica

Quadro 2. Fatores de risco para TVP avaliados.

Obesidade

Imobilização

Varizes de membros inferiores

Seqüela de Acidente Vascular Cerebral

Uso de hormônio feminino

Neoplasias

Analisamos se a indicação da amputação de membro inferior era somente

pela presença de isquemia ou se havia também a presença de processo infeccioso.

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19

Analisamos o nível de oclusão arterial ao exame físico através da palpação

dos pulsos do membro inferior acometido, conforme quadro 3.

Quadro 3. Nível de oclusão conforme a palpação dos pulsos.

Nível de oclusão Local da ausência de pulso palpável

Ilíaco-femoral

Fêmoro-poplíteo

Poplíteo-distal

Prega inguinal

Cavo poplíteo

Analisamos ainda se o paciente havia sido submetido à revascularização do

membro acometido no período até 30 dias prévio à indicação de amputação e se

havia sido submetido anteriormente à amputação maior do membro inferior

contralateral.

3.5 Variáveis cirúrgicas

Quanto à indicação de amputação e o nível em que iria ser realizada, não

houve interferência do pesquisador, sendo a mesma indicada por critérios da equipe

cirúrgica. Analisamos o nível de amputação realizada (transtibial, desarticulação de

joelho e transfemoral), técnica aberta ou fechada e se havia a presença de trombo no

local da secção da veia no intra-operatório.

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20

3.6 Variáveis pós-operatórias

Analisamos a presença das seguintes complicações no coto de amputação

conforme o apresentado no quadro 4.

Quadro 4. Complicações no coto de amputação.

Trombose venosa profunda

Necrose

Infecção

Mista (infecção + necrose)

Sinais e sintomas de TVP

Perda de nível

No caso dos sinais de TVP no coto de amputação, consideramos como

presentes quando os pacientes apresentavam aumento do volume do coto de

amputação, empastamento da musculatura, aumento da circulação superficial e dor

no trajeto vascular, exame clínico realizado sempre pelo pesquisador. Estes achados

eram comparados, posteriormente, com o resultado do eco-Doppler colorido.

Analisamos a presença de outras complicações pós-operatórias conforme

quadro 5. Se houvesse suspeita clínica de embolia pulmonar sintomática, o paciente

seria submetido à angiotomografia computadorizada com protocolo para EP. A causa

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21

de óbito era informada pela equipe que estava cuidando do paciente e, em causas

indeterminadas clinicamente, a causa mortis foi considerada a relatada pela

necropsia.

Quadro 5. Outras complicações pós-operatórias.

Clínicas

Embolia pulmonar sintomática

Óbito

3.7 Eco-Doppler

O eco-Doppler foi realizado no período pré-operatório e em 2 momentos no

período pós-operatório, do 3o ao 15o dia e do 16o ao 33o dia, quando aconteceu o

retorno dos doentes ao ambulatório e, antecipado, quando houvesse suspeita clínica

de TVP.

Esses exames foram realizados por médico radiologista do Serviço de

Radiologia do HCFMUSP no setor do Pronto Socorro, com o aparelho Logiq 5 (GE

Healthcare, Milwaukee, WI, EUA). O paciente era posicionado em decúbito dorsal

horizontal, e era utilizado transdutor multifrequencial linear de 7,5 MHZ. Foram

estudadas as veias poplíteas, femorais (superficial e comum), 66 femorais profundas e

croças das safenas magnas de ambos os membros inferiores. O exame foi realizado,

utilizando-se o modo B para avaliação da presença de material intraluminal e

compressibilidade do vaso estudado. O modo colorido foi utilizado para avaliação da

presença de fluxo e o modo espectral para avaliação da fasicidade respiratória e do

padrão da curva da onda. 22,26,67 Os exames não incluíram como rotina a avaliação

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22

das veias ilíacas, porém o exame seria realizado se houvesse alguma alteração do

fluxo ou da fasicidade respiratória na veia femoral comum, que pudesse representar

suspeita de oclusão ou compressão extrínseca da veia ilíaca, conforme descrito por

Marz. 68 O exame foi considerado positivo para TVP quando havia presença de

trombo com extensão maior que 5 centímetros e alteração do fluxo venoso. 69

3.8 Tratamento

No acompanhamento pós-operatório, não havia interferência do pesquisador

na forma como era realizado o tratamento das complicações, sejam elas clínicas ou

no coto de amputação. Havia interferência do pesquisador para as datas de retornos

pré-determinadas para realização do eco-Doppler e da antecipação da realização do

mesmo quando havia suspeita clínica de TVP. Quando diagnosticada a TVP e o

paciente estava hospitalizado, a equipe que estava cuidando do mesmo era

comunicada e iniciado o tratamento de acordo com a preferência da mesma, HNF ou

HBPM e posterior anticoagulação oral (Warfarina). Quando o diagnóstico foi em

regime ambulatorial, o pesquisador comunicava a equipe do paciente e iniciava o

tratamento com HBPM e anticoagulação oral. Todos os pacientes com TVP foram

anticoagulados por um período de 6 meses, com retornos e controles laboratoriais

periódicos.

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23

3.9 Cálculo da Amostra

Neste estudo, serão avaliados pacientes submetidos à amputação maior de

membros inferiores e a chance de ocorrência de TVP. Em pesquisas anteriormente

realizadas, observou-se que a proporção de TVP varia entre 10% e 30% com valor

aproximado de 20%. Entretanto, esta estimativa pontual é insuficiente, pois a

probabilidade de que a estimativa adotada venha a coincidir com o verdadeiro valor

do parâmetro é, em geral, nula ou praticamente nula. Isso decorre de os estimadores

serem variáveis aleatórias, muitas vezes contínuas, logo, as estimativas obtidas quase

certamente serão distintas do valor do parâmetro estudado. Ou seja, é quase certo que

estejamos cometendo um erro de estimação, quando procedemos à estimativa por

ponto de um parâmetro populacional. Devido a esse fato, surge a idéia de se construir

um intervalo em torno da estimativa por ponto, de modo que esse intervalo tenha

uma probabilidade conhecida de conter o verdadeiro valor do parâmetro. Essa é a

idéia da estimação por intervalo. Ao intervalo que, com probabilidade conhecida,

deverá conter o valor real do parâmetro, chamaremos de Intervalo de Confiança para

esse parâmetro. À probabilidade, que designamos de (1- a), de que um intervalo de

confiança contenha o valor do parâmetro, chamaremos de nível de confiança do

respectivo intervalo.

Pela teoria da Inferência Estatística temos que o intervalo de confiança em

nível de (1- a )% para a proporção populacional é dado por:

p’ + z a /2 ((p’(1-p’))/n)1/2

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24

onde:

p’ é a estimativa pontual da proporção populacional.

N é o tamanho amostral

z a /2 é o percentual a /2 da distribuição Gaussiana (ou Normal).

Isto significa que:

P( p’ - z a /2 ((p’(1-p’))/n)1/2 < p < p’ + z a /2 ((p’(1-p’))/n)1/2 ) = (1- a)

Temos que o Intervalo de Confiança para a proporção populacional tem a

semi-amplitude dada por:

e = z a /2 ((p’(1-p’))/n)1/2

assim, quando fixamos a e n determinamos o valor de e. Podemos também fixar os

valores de a e e, determinar o valor de n, que é o problema da determinação do

tamanho da amostra necessária para se realizar a estimação por intervalo com

confiança e precisão desejadas. Trabalhando matematicamente a expressão acima,

obtemos:

n = (z a /2 / e)2 p’(1-p’)

Assim, para este estudo, consideramos que a proporção de TVP em estudo na

amostra a ser avaliada esteja próxima de 20% (0,20) e fixamos os valores de a e e

em: a = 0,05 e e = 0,10, de tal forma que:

P( 0,10 < p < 0,30) = 0,95

Assim, para a obtenção de uma estimativa da proporção de TVP e seu

respectivo intervalo de confiança a 95%, necessitamos de, no mínimo, 62 pacientes.

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25

3.10 Análise estatística

As incidências cumulativas de TVP e óbito foram determinadas pelo método

de Kaplan-Meier. A análise univariada dos fatores de risco para TVP foi obtida pelo

método de Log-Rank, enquanto a regressão de Cox foi aplicada para análise

multivariada. Foi considerado um valor estatístico significativo P<0,05.

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4. RESULTADOS

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27

No período estudado, foram realizadas 88 amputações em 82 pacientes com

DAOP. Foram excluídos 26 pacientes segundo tabela 1.

Tabela 1: Causas de exclusão dos pacientes do estudo (n= 26).

CRITÉRIO DE EXCLUSÃO Nº de pacientes

Presença de TVP pré-operatória 6 TVP diagnosticada no intra-operatório 2 TVP contralateral no período pós-operatório 2 Eco-Doppler pós-operatório não realizado (falta de condições e/ou óbito) 9 Pacientes em uso de anticoagulante no pós-operatório 4 Complicação de coto de amputação com desarticulação coxofemoral 1 Perda de seguimento 2

n- número de pacientes

Foram estudadas 62 amputações em 56 pacientes, sendo que em três casos a

amputação foi bilateral e em três outros casos houve a necessidade de nova

amputação proximal após 30 dias da primeira cirurgia.

A média de idade dos doentes foi de 67,1 +/- 11,6 anos (43-88), mediana 65,5

e desses, 51,7% eram homens. As doenças associadas e prevalência estão listadas na

tabela 2. Dos 56 pacientes estudados, 37 (66 %) estavam incapacitados de deambular

e 12 (21,4%) pacientes eram tabagistas.

Tabela 2: Prevalência de Doenças Associadas (n = 60).

N %

Hipertensão arterial sistêmica 48 80

Diabetes mellitus 42 70

Cardiopatias 16 26,7

Varizes de membros inferiores 14 23,3

Acidente vascular cerebral 13 21,7

Obesidade 7 11,7 n – número de pacientes

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28

Seis doentes apresentavam o membro contralateral já amputado (04 transtibial

e 02 transfemoral) e 02 doentes foram submetidos à amputação transtibial bilateral

no mesmo ato operatório. Em todos os casos, a indicação primária de amputação foi

por isquemia crítica associada à necrose da extremidade. Em 76,7% dos casos, havia

ainda a presença de processo infeccioso associado. Do total de pacientes, 12,9%

haviam sido submetidos a algum tipo de revascularização arterial no período prévio

de 30 dias.

A localização da doença arterial obstrutiva nos membros amputados foi

predominante no segmento femoropoplíteo, em 71% dos casos. Os segmentos

iliacofemoral e infrapoplíteo apresentaram incidência de 14,5%.

O nível de amputação mais freqüente foi o transtibial, em 58,1%. O membro

inferior esquerdo foi o sítio de amputação em 51,6% dos casos. Nenhum paciente foi

submetido à desarticulação de joelho ou a amputação pela técnica aberta.

As complicações clínicas ocorreram em 20% dos pacientes e foram as

seguintes: Broncopneumonia (11.7%), peritonite e infarto agudo do miocárdio (3.3%

cada) e septicemia (1,7%). Houve 1 caso (1,6%) de EP sintomática não fatal. A

incidência de óbito, no período de 30 dias, foi de 9.7%.

Complicações em coto de amputação ocorreram em 45,3% das amputações e

as causas estão listadas na tabela 3. Em cinco casos de amputação transtibial, houve

necessidade de re-amputação proximal precoce (30 dias).

Tabela 3. Causas de complicação no coto e nível de amputação.

Nível Infecção Isquemia Infecção e isquemia Total de

amputações Transfemoral 4 0 01 26 Transtibial 12 07 03 36 Total 16 07 04 62

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29

Foram diagnosticados 16 (25,8%) casos de TVP do coto amputação no pós-

operatório (tabela 4), sendo 12 (75%) nos primeiros 15 dias e quatro, após esse

período. Em três pacientes, ocorreu também TVP no membro contralateral. Dos 16

casos, 14 (87,5%) foram diagnosticados em regime ambulatorial. A média de dias da

realização do primeiro eco-Doppler pós-operatório foi 6,4 (3-14) e o segundo de 31,9

(25-64). Não houve nenhum caso de TVP ilíacofemoral.

Tabela 4. Segmento venoso acometido de TVP e nível de amputação realizado.

Segmento venoso Transfemoral Transtibial Total

Femoral 10 4 14

Poplíteo 0 1 1

Femoropoplíteo 0 1 1

Total 10 6 16

A incidência cumulativa de TVP, no coto de amputação, foi de 24.4% em 30

dias e 28% até o período de 35 dias, limite do erro padrão (gráfico 1).

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30

Gráfico 1: Incidência cumulativa de trombose venosa de coto de amputação (Kaplan-Meier).

A avaliação clínica dos sinais e sintomas de TVP do coto de amputação

apresentou sensibilidade de 56,2%, especificidade de 82,6%, valor preditivo negativo

de 84,4% e valor preditivo positivo de 52,9%.

A análise univariada (tabela 5) evidenciou diferença significativa na

incidência de trombose venosa de coto quando comparados os níveis de amputação.

As amputações transfemorais apresentaram incidência cumulativa de trombose

venosa de 37,5%, contra 21,2% nos pacientes submetidos à amputação transtibial até

o 35º dia de pós-operatório (p = 0.04; gráfico 2).

A análise multivariada não mostrou associação entre fatores de risco e a

ocorrência de TVP do membro amputado.

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31

Tabela 5: Análise univariável de fatores de risco para trombose venosa profunda de coto de amputação (Log Rank).

FATOR N TVP POR 100 INDIV / DIA TAXA DE EVENTOS P

SEXO MASC 31 1,506 1 0.13

FEM 31 0,725 0.48

HIPERTENSÃO ARTERIAL

SIM 50 1,063 0.95 0.89

NÃO 12 1,115 1

DIABETES MELLITUS SIM 44 0,810 0.44 0.09

NÃO 18 1,837 1

TABAGISMO SIM 13 0,929 0.84 0.69

NÃO 49 1,112 1

ACAMADO SIM 39 0,819 0.53 0.20

NÃO 23 1,557 0

NÍVEL AMPUTAÇÃO

COXA 26 1,792 1 0.044

PERNA 36 0,643 0.36

IDADE < 70 36 0,590 0.28 0.012 ≥70 26 2,105 1

LADO ESQ 32 0,960 0.81 0.55

DIR 30 1,180 1

OBESIDADE SIM 8 0,885 0.62 0.66

NÃO 54 1,419 1

ISQUEMIA / INFECÇÃO DO MEMBRO

SIM 48 1,025 0.83 0.76

NÃO 14 1,242 1

REAMPUTAÇÃO SIM 5 2,273 1 0.66

NÃO 57 1,036 0.46

AMPUTAÇÃO CONTRALATERAL

SIM 6 1,460 1 0.67

NÃO 56 1,033 0.71

AVC SIM 14 1,163 1 0.94

NÃO 48 1,045 0.90

CARDIOPATIA SIM 17 1,626 1 0.37

NÃO 45 0,890 0.55

REVASCULARIZAÇÃO SIM 8 1,031 0.96 0.99

NÃO 54 1,078 1

COMPLICAÇÕES DO COTO

SIM 27 1,250 1 0.67

NÃO 35 0,939 0.75

COMPLICAÇÕES CLINICAS

SIM 11 0,725 0.63 0.44

NÃO 51 1,151 1

ÓBITO SIM 6 3,278 1 0.20

NÃO 56 0,978 0.3

VARIZES SIM 15 1,312 1 0.72

NÃO 47 0,990 0.75

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32

Gráfico 2: Incidência cumulativa de trombose venosa de coto de amputação dividida pelo nível de amputação (Log-Rank).

Pacientes com idade igual ou superior a 70 anos apresentaram risco de

trombose de coto significativamente maior que os mais jovens no período de 35 dias

(48.9 vs 16.8%, respectivamente; p=0,012), gráfico 3.

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33

Gráfico 3: Incidência cumulativa de trombose venosa de coto de amputação dividida pela faixa etária (Log-Rank).

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5. DISCUSSÃO

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35

O número de pacientes inclusos na amostra mostrou-se suficiente de acordo

com cálculo prévio. Esse número poderia ter sido maior se não tivéssemos

estabelecido critérios bem definidos de não inclusão ou exclusão dos pacientes com

TVP pré-operatória e trans-operatório, e pós-operatória no membro contralateral

isoladamente, pois o objetivo do trabalho é estudar somente a incidência de TVP

pós-operatória no membro amputado.

O eco-Doppler, hoje, é considerado padrão ouro para o diagnóstico de TVP.

Devido às dificuldades técnicas de realizar preparo abdominal em todos os pacientes,

não incluímos de rotina a avaliação do segmento venoso ilíaco. Optou-se por realizar

o exame desse segmento na presença de alterações do fluxo na veia femoral como já

descrito no método. Não houve a necessidade, em nosso estudo, da realização do

eco-Doppler desse segmento, já que não foram encontradas tais alterações na veia

femoral. Não realizamos pesquisa também para avaliação de TVP das veias da perna

(distal) pois, segundo dados da literatura, o exame nesse segmento tem uma

sensibilidade e especificidade menor para o diagnóstico de TVP em assintomáticos

em relação ao segmento proximal. 23,24 Além disso, como o objetivo era avaliar a

incidência de TVP no coto de amputação no pós-operatório, não haveria

tecnicamente condições de avaliação do sistema venoso do coto residual de perna,

por isso optamos por avaliar a partir da veia poplítea. Para afastarmos qualquer

dúvida se havia TVP no momento da cirurgia, os locais da secção venosa de todos os

níveis eram observados quanto à presença de coágulos em seu interior. A maioria dos

trombos originados nas veias das pernas apresenta resolução espontânea segundo

Kearon 12 e, segundo Labropoulos et al., 36 independente de tratamento com

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36

anticoagulante ou expectante, as taxas de progressão do trombo para segmento

proximal são equivalentes.

Trinta e oito por cento dos pacientes excluídos foram devido a diagnóstico de

TVP pré ou intra-operatório, o que pode ser considerado um número relativamente

elevado. Foram excluídos, ainda, 4 pacientes que realizaram profilaxia farmacológica

enquanto estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva ( o protocolo da

unidade recomenda o uso de profilaxia com HBPM ou HNF em todos os pacientes

internados quando não há contra-indicação).

Esses dados permitem deduzir a gravidade dos pacientes da amostra com

isquemia crítica, restritos ao leito e, com certeza, em estado francamente pró-

trombótico. A maior parte dos nossos pacientes foi proveniente do Pronto Socorro do

HCFMUSP.

A média de idade foi relativamente elevada, provavelmente, por serem

estudados pacientes somente com DAOP. Se fossem incluídas no estudo amputações

traumáticas e/ou pacientes somente com processos infecciosos, a média de idade

seria menor, pois essas situações ocorrem geralmente em pessoas mais jovens.

As doenças associadas mais prevalentes em nosso estudo foram a hipertensão

arterial sistêmica e o diabetes mellitus.. Esse fato também deve ter ocorrido devido

aos pacientes estudados serem somente os portadores de DAOP.

A baixa incidência de cardiopatia se deve, provavelmente, ao fato de apenas

termos nos baseado nos dados referidos pelo paciente na anamnese; não indicamos

exames complementares para diagnósticos de cardiopatias assintomáticas, o que

provavelmente elevaria o número de pacientes com essa condição. O tabagismo

também teria maior freqüência se não considerássemos somente os fumantes ativos

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37

na época da internação. Esses dois fatores não apresentaram influência na incidência

de TVP no membro amputado.

Quase 2/3 dos pacientes eram incapacitados de deambular e 1/4 eram

portadores de varizes de membros inferiores; dois fatores que, além da obesidade,

sabidamente influenciam na incidência pós-operatória de TVP ou em pacientes

clínicos acamados. 2,5,6,8-10 Porém neste estudo não influenciaram a ocorrência de

TVP.

Todos os pacientes submetidos à amputação foram por isquemia crítica e, na

sua maioria, associada a processo infeccioso. Khiabani et al. 70 afirmam, em estudo,

que a principal causa de edema unilateral em pacientes com isquemia crítica é a

TVP, porque eles apresentam um baixo fluxo arterial onde a perfusão venosa é

comprometida. Esses pacientes, em tese, também estariam mais predispostos a estado

pró-trombótico, no entanto também não houve relação com a ocorrência de TVP.

A TVP também não está relacionada com a topografia da oclusão arterial e a

realização de revascularização arterial prévia à amputação. A localização mais

freqüente da lesão arterial obstrutiva foi a artéria femoral superficial, local de maior

acometimento pela DAOP por ser segmento de condução com pouca rede colateral,

sujeita a forças de torção, principalmente, no final do canal dos abdutores (local onde

ocorrem as instabilidades de placa com oclusão da artéria). A nossa taxa de

amputação, após revascularização, é semelhante ao encontrado na literatura, 44,52,54,71

e o fato dos pacientes terem sido submetidos a duas operações não levou, em nossa

casuística, a uma maior incidência de TVP.

Observamos 12,9% de amputações bilaterais, dados concordantes com os

encontrados na literatura, que refere valores entre 10,6 e 15%. 47,50 Não tivemos, em

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38

nosso trabalho, a presença de TVP em amputados bilateralmente. Esperávamos a

ocorrência de algum caso, considerando que esses pacientes estiveram mais restritos

ao leito e submetidos a amputações simultâneas em 2 casos. Nossos dados discordam

dos de Zickler et al. 62 que evidenciaram a presença de TVP em 11% dos pacientes

amputados bilateralmente.

A complicação clínica mais freqüente foi a broncopneumonia. Provavelmente

isso se deva ao fato de os pacientes estarem acamados, em sua grande maioria, no

período pré e pós-operatório, aumentando as chances de acúmulo de secreções em

vias aéreas e conseqüentemente infecções pulmonares. Nossos dados são

discordantes da literatura em que há maior presença de complicações cardíacas no

pós-operatório. 43,45-47 Essas complicações clínicas, apesar de aumentarem o estado

pró-trombótico dos pacientes, não influenciaram a taxa de TVP.

Em nossa casuística, houve apenas um caso (1,6%) de EP não fatal

sintomática, enquanto na literatura a freqüência é maior, variando entre 2,1 e 8%.

47,53 Acreditamos que a baixa incidência de EP sintomática em nosso estudo se deve

à vigilância diagnóstica com o eco-Doppler seriado e tratamento adequado imediato

da TVP, o que pode ter diminuído consideravelmente a incidência de EP sintomática.

Não realizamos exames de rotina para pesquisa de EP assintomática. Quando se

realizam exames diagnósticos para esse fim, a incidência de EP na literatura varia de

11 a 14,3%. 56,72 O estudo de Williams et al. 58 atribui um risco de EP quatro vezes

maior para os amputados em nível transfemoral. Em nosso estudo, não tivemos

nenhum caso de EP em amputação transfemoral, apenas 01 caso em amputação

transtibial. O paciente já tinha o diagnóstico de TVP no coto de amputação e, mesmo

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39

na vigência de tratamento adequado com anticoagulantes, apresentou EP, sendo

então submetido à implante de filtro de veia cava.

Na literatura, a mortalidade operatória variou de 0 a 37% 51,53,73,74 e, em nosso

estudo, observamos uma mortalidade operatória de 9,7%, dentro dessa faixa de

variação. De acordo com a análise estatística univariada, também não encontramos

relação entre TVP e óbito em nossa casuística. A taxa de mortalidade seria maior se

não tivéssemos excluído do estudo pacientes que morreram e/ou não puderam

realizar eco-Doppler no pós-operatório.

Apesar de um número maior de pacientes apresentarem obstrução da artéria

femoral superficial, foram realizadas mais amputações transtibiais. Esse nível é mais

propício ao paciente pela manutenção da articulação do joelho, conseqüentemente

menor gasto energético para locomoção e é preferida à amputação de coxa, mesmo

sabendo-se que há uma maior chance de complicações locais. Todos os casos re-

amputados em nível mais proximal ocorreram em amputações transtibiais 5/36

(13,9%), consoantes com dados da literatura, onde encontramos, em média, 15% de

perda do nível em amputações transtibiais. 49,53 A perda do nível da amputação

transtibial provavelmente ocorreu, em parte devido aos casos amputados em nível

inferior à oclusão arterial (ausência de pulso poplíteo palpável), e por esta região

estar mais próxima do processo infeccioso distal. Cerca de 76,7% dos pacientes

apresentavam isquemia associada à infecção no período pré-operatório. Esse fato

deve ter colaborado para que a maior causa de complicação no coto de amputação

transtibial fosse a infecção (54,5%). Apesar disso, essas complicações e re-

amputações não influenciaram quanto à presença de TVP na análise univariada

(tabela5).

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40

Com relação ao tempo de diagnóstico, a grande maioria de nossos casos de

TVP ocorreram na primeira quinzena de pós-operatório (75% dos casos) e a taxa

cumulativa estimada pelo método de Kaplan-Meier é de 28% até 35 dias (gráfico 1).

Segundo Kearon, 12 61% dos casos de TVP em pacientes cirúrgicos ocorrem na

primeira semana, mas pode acontecer até meses após o procedimento. Essa

incidência ocorre, provavelmente, por ser o período mais recente em relação ao

trauma cirúrgico, conseqüentemente maior estado pró-trombótico, e o período em

que o paciente menos se movimenta no leito com receio de sentir dor.

Ao analisarmos a incidência de TVP no membro amputado no estudo de

Harper et al. 55 (66,7%), notamos uma incidência muito superior à obtida em nosso

estudo (19,3%) no mesmo período de observação no pós-operatório. Esta diferença

pode ter ocorrido porque Harper et al. utilizou metodologia diagnóstica distinta,

mantendo no pós-operatório cateter no interior da veia safena magna para executar

flebografia, recurso invasivo com potencial trombogênico.

Quando comparamos nossos resultados com trabalho de Lastória et al. 61

observamos uma incidência menor (10,7 %), mas muito próxima dos nossos

resultados, tendo-se em vista que nesse estudo, ao contrário do nosso, foi utilizada

profilaxia medicamentosa.

Na literatura, independente da casuística e metodologia utilizadas, também

há uma maior incidência de TVP na primeira quinzena. 59-65 Em nosso estudo, a

grande diferença em relação às demais publicações da literatura é que, na maioria

(87,5%) dos casos, o diagnóstico foi ambulatorial, enquanto nos outros trabalhos a

observação se limita apenas ao período em que o paciente se encontra internado. O

tempo em que foram realizados os exames com eco-Doppler também foi adequado,

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41

abrangendo o período inicial ao trauma cirúrgico e o período mais tardio. Pudemos

provar que os pacientes amputados não estão em risco para desenvolvimento de TVP

somente no período inicial do pós-operatório, mas também após alta hospitalar.

A suspeita clínica de TVP no coto de amputação baseada nos dados de exame

clínico obteve uma baixa sensibilidade, porém com valor preditivo negativo de

84,4%, o que infere na necessidade da realização de um método diagnóstico mais

específico mesmo em pacientes sem suspeita clínica.

Evidenciamos que o tipo de amputação realizada mostrou relação com a

incidência de TVP, sendo que as amputações transfemorais tiveram incidência

cumulativa de 31,5% contra 21,2% das transtibiais, dados com diferença

estatisticamente significativa (gráfico 2). Provavelmente a maior incidência de TVP

em pacientes com amputação transfemoral deve-se ao fato da veia femoral ser

segmento de condução, com poucas tributárias. Para se ter certeza de que a trombose

não seria exclusivamente decorrente da ligadura venosa da veia femoral, determinou-

se, no projeto, que a presença de TVP seria considerada apenas quando houvesse

trombo com extensão igual ou superior a 5 centímetros, com conseqüente

necessidade de tratamento específico, conforme descrito por Maffei. 69

É importante salientar que, em nosso material, sem exceção, os casos de TVP

da veia femoral superficial acometeram toda sua extensão. Em trabalho de Makki et

al., 67 estudando a localização do trombo no sistema venoso profundo de pacientes

com TVP, a trombose isolada da veia femoral superficial ocorreu em 22,3% dos

casos e a extensão para a veia femoral comum ou poplítea, em 56,9%, sem se referir

quais foram as indicações para realização do exame e nem fatores de risco. Em nossa

casuística, encontramos 56,2% dos casos de TVP isolados na veia femoral

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42

superficial, sem diferença significativa entre os níveis de amputação. Em 31,2% dos

casos, houve extensão da trombose para a veia femoral comum ou poplítea, sendo

mais freqüente a extensão para veia femoral comum em amputações transfemorais.

Outro fator que se mostrou positivo e estatisticamente significativo para a

presença de TVP foi idade igual ou superior a 70 anos. Como já relatamos

anteriormente, na literatura, há uma maior incidência de TVP em pacientes cirúrgicos

com idade superior a 40 anos. Nós pesquisamos por faixas etárias e evidenciamos

esse fato. Supõe-se que isso deva ocorrer pela acentuada demora na recuperação ao

trauma cirúrgico do paciente mais idoso.

Todos os outros fatores estudados não apresentaram relação com a incidência

maior de TVP (tabela 5), contrastando com os dados encontrados na literatura em

pacientes clínicos e cirúrgicos de maneira geral. 6,8,11,29,37,75-79

O trabalho de Yager et al. 10 evidenciou, como fatores de risco para TVP, a

insuficiência venosa crônica e/ou história prévia de TVP e a presença de amputação

prévia contralateral. A análise também incluiu os casos diagnosticados no período

pré-operatório 6/9 (66,7%) e no membro contralateral 4/9 (44,4%). Trabalho esse,

com metodologia distinta do nosso estudo em que consideramos apenas os casos de

TVP pós-operatória, com critérios de não inclusão e exclusão bem definidos.

A análise multivariada não foi capaz de avaliar a associação dos diversos

fatores com a presença de TVP no pós-operatório.

Em resumo, é importante salientar que a amostra estudada não difere das

características de grupos de pacientes amputados da literatura, bem como as

complicações no membro amputado. Através de metodologia rigorosa e bem pré-

estabelecida, pudemos provar que a incidência de TVP no coto de amputação é

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43

significativa mesmo após alta hospitalar. Portanto, esses pacientes devem ser

cuidadosamente acompanhados no período pós-operatório.

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6. CONCLUSÕES

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45

A incidência de TVP no coto de amputação é elevada no pós-operatório

precoce (35 dias), principalmente nas amputações transfemorais e/ou idade igual ou

superior a 70 anos. Não houve relação entre presença das outras comorbidades

estudadas e ocorrência de TVP pós-operatória. A presença de TVP não influenciou

na mortalidade operatória. Todo paciente com DAOP, a ser submetido à grande

amputação, deve ser considerado de alto risco para o desenvolvimento de TVP,

mesmo após alta hospitalar.

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7. Anexos

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47

ANEXO A

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48

Anexo B HOSPITAL DAS CLÍNICAS

DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS -INFORMAÇÃO

(Instruções para preenchimento no verso)

________________________________________________________________________

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL

1.NOME DO PACIENTE................................................................................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M � F � DATA NASCIMENTO: ......../......../...... ENDEREÇO ................................................................................. Nº ................ APTO: .................. BAIRRO:......................................................... CIDADE ............................................................. CEP:........................... TELEFONE: DDD (............) ....................................................................

2.RESPONSÁVEL LEGAL ..............................................................................................................................

NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) ..................................................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M � F �

DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREÇO: ............................................................................................. Nº ................... APTO:

............................. BAIRRO: ................................................................................ CIDADE:

...................................................................... CEP: .............................................. TELEFONE: DDD

(............).................................................................................. ________________________________________________________________________________________________

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49

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA - avaliação da incidência de trombose venosa profunda no coto de amputação dos pacientes submetidos a amputações maiores de membros inferiores com doença arterial oclusiva, no pós-operatório recente

2. PESQUISADOR RESPONSÁVEL : CALÓGERO PRESTI

3. PESQUISADOR EXECUTANTE : MARCELO FERNANDO MATIELO

CARGO/FUNÇÃO:PÓS-GRADUANDO LATU SENSU INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 75362

UNIDADE DO HCFMUSP: DISCIPLINA DE CIRURGIA VASCULAR PERIFÉRICA – DEPARTAMENTO DE CIRURGIA

3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

SEM RISCO �X RISCO MÍNIMO � RISCO MÉDIO

RISCO BAIXO � RISCO MAIOR �

(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)

4.DURAÇÃO DA PESQUISA : DOIS ANOS

________________________________________________________________________________________________

III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:

- Este estudo irá avaliar a incidência (quantos casos acontecem) de trombose venosa profunda (que é a formação de coágulo nas veias que ficam dentro da perna, no meio da musculatura) em pacientes que tiveram a perna ou a coxa amputada.

- O paciente fará exame de eco-Doppler venoso (ultra-som vascular, um exame não agressivo; sem necessidade de punções venosas ou injeções de contraste), sem risco de vida, antes da operação de amputação. O exame será repetido antes da alta hospitalar e 30 dias depois da operação.

- O estudo permitirá verificar a formação desses coágulos, o mais cedo possível, para

ser realizado tratamento mais adequado no sentido de tentar evitar a embolia pulmonar, que é a saída do coágulo da perna e indo parar no pulmão.

_______________________________________________________________________________________________

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50

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA:

- O paciente ou seu responsável têm direito a serem informados sobre suas dúvidas, os riscos e as vantagens do tratamento, a qualquer momento que julgarem necessário.

- O paciente ou seu responsável têm direito a retirar sua autorização para a realização do exame com eco-Doppler, mesmo que este já tenha se iniciado. Caso isto ocorra, ele continuará seu tratamento sem a realização do ultra-som neste mesmo hospital.

- Em nenhum momento o paciente terá seu nome ou dados pessoais divulgados pela equipe médica.

- Caso o paciente apresente complicações relacionadas ao tratamento, ele terá toda assistência médico-hospitalar por parte do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.

Dr. Marcelo Fernando Matielo – Cremesp no 75362 End. Profissional: HOSPITAL DAS CLÍNICAS - Rua Enéas de Carvalho Aguiar, 255 - 6o andar, bloco 5. Bairro Pinheiros CEP 05403-001 São Paulo – SP. Fone: 3069-6101. End. Comercial: Rua Dr. Neto de Araújo, 320, conj. 1007. Bairro Vila Mariana, CEP 04111-001 São Paulo – SP.TELEFONES: comercial: 5571-6696 celular: 9901-8550 bip: 5508-0737 código 4015972. Dr.Calógero Presti - End. Profissional: HOSPITAL DAS CLÍNICAS - Rua Enéas de Carvalho Aguiar, 255 - 6o andar, bloco 5. Bairro Pinheiros CEP 05403-001 São Paulo – SP TELEFONES: consultório:287-5281 celular: 9982-3717 HC: 30696101 ________________________________________________________________________________________________

VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:

O PACIENTE E SEU RESPONSÁVEL TÊM À SUA DISPOSIÇÃO UM FOLHETO EXPLICATIVO EM LINGUAGEM SIMPLES, RESPONDENDO ÀS DÚVIDAS MAIS FREQÜENTES SOBRE O QUE É TROMBOSE VENOSA PROFUNDA , SUAS COMPLICAÇÕES E A IMPORTÂNCIA DE SEU DIAGNÓSTICO PRECOCE.

VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.

São Paulo, de de 20 .

__________________________________________ _____________________________________ assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador (carimbo ou nome Legível)

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8. REFERÊNCIAS

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9. APÊNDICE

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Articles in Press

Incidence of ipsilateral postoperative deep venous thrombosis in the

amputated lower extremity of patients with peripheral obstructive

arterial disease

Marcelo Fernando Matielo, MD , Calógero Presti, MD, PhD, Ivan Benaduce Casella, MD, Baptista Muraco Netto, MD, PhD, Pedro Puech-Leão, MD, PhD

Received 28 April 2008; accepted 15 July 2008. published online 02 October 2008.

Corrected Proof

Objective

Patients undergoing amputation of the lower limb due to peripheral arterial disease (PAD) are at risk of developing deep venous thrombosis (DVT). Few studies in the research literature report the incidence of DVT during the early postoperative period or the risk factors for the development of DVT in the amputation stump. This prospective study evaluated the incidence of DVT during the first 35 postoperative days in patients who had undergone amputation of the lower extremity due to PAD and its relation to comorbidities and death.

Methods

Between September 2004 and March 2006, 56 patients (29 men), with a mean age of 67.25 years, underwent 62 amputations, comprising 36 below knee amputations (BKA) and 26 above knee amputations (AKA). Echo-Doppler scanning was performed preoperatively and on postoperative days 7 and 31 (approximately). All patients received acetylsalicylic acid (100 mg daily) preoperatively and postoperatively, but none received prophylactic anticoagulation.

Results

DVT occurred in 25.8% of extremities with amputations (10 AKA and 6 BKA). The cumulative incidence in the 35-day postoperative period was 28% (Kaplan-Meier). There was a significant difference (P = .04) in the incidence of DVT between AKA (37.5%) and BKA (21.2%). Age ≥70 years (48.9% vs 16.8%, P = .021) was also a risk factor for DVT in the univariate analysis. Of

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the 16 cases, 14 (87.5%) were diagnosed during outpatient care. The time to discharge after amputation was averaged 6.11 days in-hospital stay (range, 1-56 days). One symptomatic nonfatal pulmonary embolism occurred in a patient already diagnosed with DVT. There was no relation between other comorbidities and DVT. The multivariate analysis showed no association between risk factors and the occurrence of DVT in the amputated extremity. DVT ipsilateral to the amputation did not influence the mortality rate (9.7%).

Conclusion

The incidence of DVT in the early postoperative period (≤35 days) was elevated principally in patients aged ≥70 years and for AKA. Patients with PAD who have recently undergone major amputations should be considered at high risk for DVT, even after hospital discharge. Given the high rate of postoperative DVT observed in this study, we now recommend prophylactic anticoagulation for these patients, but further study is needed to determine the optimal duration and efficacy of this treatment.

Division of Vascular and Endovascular Surgery, Clinics Hospital of the Faculty of Medicine, São Paulo University, São Paulo, Brazil

Reprint requests: Marcelo Fernando Matielo, R. Dr. Neto de Araújo, 320 cj 1007, 04111-001 São Paulo–SP, Brazil

Competition of interest: none.

PII: S0741-5214(08)01193-2

doi:10.1016/j.jvs.2008.07.055

© 2008 Published by Elsevier Inc.

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12 13659370 B masc 46 nao sim nao nao sim sim nao sim nao fepo nao nao perna dir sim nao 14 13657004-h masc 60 nao nao nao nao sim sim nao sim sim popdis nao sim perna dir nao nao 15 13.555.944J fem 65 nao nao nao nao sim sim nao sim sim fepo nao nao coxa dir sim nao 16 13593465i masc 57 nao nao sim nao nao sim sim sim sim fepo nao nao perna esq nao nao 17 13655648k masc 46 nao nao nao sim sim nao nao nao sim fepo nao nao perna dir nao sim 18 13654838 fem 75 nao nao sim nao sim sim nao sim sim fepo nao nao perna esq nao nao 19 13661934i fem 55 nao sim sim nao nao sim nao sim sim fepo nao nao perna esq nao nao 20 2408729E masc 81 nao nao sim nao nao sim nao sim sim fepo nao nao perna dir nao nao 22 13663484-D fem 43 nao nao nao nao sim nao nao sim sim aortoil nao nao perna dir nao nao 23 13655648k masc 46 nao nao nao sim nao nao nao nao sim fepo nao nao coxa dir nao nao 24 5134754k fem 85 sim nao nao nao nao sim nao sim nao fepo nao nao perna dir nao sim 28 3066748e fem 58 nao sim sim nao nao sim sim sim sim fepo nao nao perna esq nao sim 31 13669199k masc 64 nao nao sim nao nao nao nao sim sim popdis nao nao perna dir sim nao 32 1367099i fem 67 nao nao nao nao nao sim nao sim sim popdis nao nao perna dir nao nao 33 13639849e fem 55 sim nao nao nao sim sim nao sim nao aortoil nao nao coxa dir sim nao 34 13661357b fem 61 nao nao nao nao nao sim sim sim sim fepo nao nao coxa dir sim nao

Resumo dos dados coletados

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12 13659370 B nao nao nao nao nao nao nao nao 27 pervio 14 13657004-h nao nao nao nao nao sim necrose nao nao 30 pervio 15 13.555.944J sim sim sim sim nao nao nao nao 13 tvp 16 13593465i nao nao nao nao nao sim infeccao nao nao 33 pervio 17 13655648k nao nao nao sim infeccao nao nao 4 pervio 18 13654838 nao nao nao nao nao sim infeccao nao nao 31 pervio 19 13661934i nao nao sim nao nao sim infeccao nao nao 31 tvp 20 2408729E nao nao nao nao nao sim infeccao nao nao 33 pervio 22 13663484-D nao nao nao nao nao sim infeccao nao nao 68 pervio 23 13655648k nao nao nao nao nao nao nao nao 32 pervio 24 5134754k nao nao nao sim infeccao nao nao 3 pervio 28 3066748e nao nao nao nao nao sim infeccao nao nao 31 pervio 31 13669199k nao nao nao nao nao nao nao nao 31 pervio 32 1367099i nao nao nao nao nao nao nao nao 30 pervio 33 13639849e nao nao sim nao nao sim infeccao nao nao 36 tvp 34 13661357b nao nao nao nao nao nao nao nao 28 pervio

Continuação

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