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Inclusão de DUT para Ressonância Magnética Articular – Joelho Atualização Rol ANS 2019/2020 Felipe Crusius, MD, MBA Representante ABRAMGE [email protected] Letícia Leonart, MSc, PhD [email protected]

Inclusão de DUT para Ressonância Magnética Articular ... · O quê? RM-Articular (por articulação) Código CBHPM/TUSS: 4.11.01.31-6 Nome do procedimento no rol: RESSONÂNCIA

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Inclusão de DUT para Ressonância Magnética Articular – Joelho

Atualização Rol ANS 2019/2020

Felipe Crusius, MD, MBA – Representante ABRAMGE – [email protected]

Letícia Leonart, MSc, PhD – [email protected]

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Felipe Crusius declara ter sido requisitado

voluntariamente pela Abramge para participar

desta apresentação.

Declaração de conflito de interesse dos autores

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O quê?

● RM-Articular (por articulação)

● Código CBHPM/TUSS: 4.11.01.31-6

● Nome do procedimento no rol: RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ARTICULAR

● A Ressonância Magnética (RM) é um método diagnóstico por imagem que faz uso de um

campo magnético e ondas de radiofrequência para gerar imagens do interior de objetos em

forma de tomos ou cortes.

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Para quem?

Pacientes com trauma no joelho ou dor

aguda não traumática/inespecífica

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Descrição da condição de saúde

Fonte: Feller et al. (2001); Sanders et al. (2005); ACR (2015); Bollen et al. (2000); Tuite et al. (2015).

O joelho é uma das maiores articulações do corpo, formado pelo fêmur, tíbia e patela,

ligados por estruturas como o menisco, tendões musculares e ligamentos; estando

propenso a lesões diretas e indiretas

• Traumatismo agudo de joelho: qualquer trauma, injúria ou lesão que comprometa

temporariamente ou permanentemente a articulação.

• Os principais tipos de traumas de joelho são: rompimentos de ligamento, desordens da

patela e lesão no menisco.

Dores não traumáticas agudas/inespecíficas: podem estar relacionadas a problemas

crônicos como doenças autoimunes ou degenerativas (artrose de joelho, artrite reumatoide,

lúpus eritematoso) ou dores agudas relacionadas a desgaste excessivo da articulação,

desalinhamento dos joelhos, sobrepeso.

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Opções diagnósticas para “trauma no joelho” e “dor

aguda não traumática/inespecífica”

● Artroscopia: “padrão ouro”, porém é um tipo de cirurgia endoscópica minimamente

invasiva.

● Exame clínico:

➢ Regras do Joelho de Ottawa (fraturas no joelho);

➢ Teste de Lachman (suspeita de ruptura do ligamento cruzado anterior);

➢ Teste de McMurray (lesão no menisco);

➢ Teste de Apley (lesão no menisco).

● Exames de imagem:

➢ Radiografia: traumas ligeiros, fraturas ósseas e doenças articulares degenerativas;

➢ Tomografia computadorizada (TC): problemas ósseos e fraturas sutis;

➢ Ultrassonografia: visualização de tecidos moles dentro e ao redor do joelho, o que possibilita o

diagnóstico de diferentes tipos de trauma;

➢ Ressonância magnética (RM): útil para lesões em tecidos moles, como ligamentos, tendões,

cartilagens e músculos.

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Diretrizes internacionais

● Resolução n. 6 do American College Radiology (ACR)

● Critérios do American College Radiology (ACR)

● Critérios do Royal Australian College of General Practitioners

O paciente deve ter os seguintes sinais e sintomas para acesso direto à RM:

1) Suspeita de ruptura do menisco ou lesões de ligamento/articulação (lesão aguda dentro de 3 meses)

com:

a. Dor na linha articular medial e dor agravada por rotação externa aos 90 graus de flexão do joelho ou

dor na linha articular lateral e dor agravada por rotação a 90 graus de flexão do joelho

OU

b. Bloqueio agudo - falha na obtenção de extensão total do joelho, com perda dos últimos 10-20 graus de

extensão.

2) Instabilidade: lesão aguda prévia com instabilidade indolor do joelho. O joelho cede durante a rotação

ou articulação.

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Diretrizes internacionais

● Resolução n. 6 do American Collegy Radiology (ACR)

● Critérios do American Collegy Radiology (ACR)

● Critérios do Royal Australian College of General Practitioners

O paciente com os seguintes sintomas pode ter acesso à RM:

1) Dor aguda inexplicável, refratária

2) Outros tipos de traumas agudos duvidosos e complexos, não diagnosticados por exame clínico/físico

ou após realização de outros exames de imagem

A RM não é o exame mais efetivo em casos de suspeita de:

1. Joelho bloqueado/travado com sintomas crônicos. Indicação: artroscopia

2. Trauma radial de menisco. Indicação: artrografia, ultrassonografia

3. Deslocamento do joelho ou lesões agudas mais graves. Indicação: artroscopia

4. Fraturas ósseas superficiais. Indicação: raio-X

5. Osteoartrite ou artrite inflamatória. Indicação: raio-X, tomografia

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Por quê?

→ Alto índice de indicação não apoiada em evidência

→ Alta frequência de indicação (incidência):

- 2013: 5 milhões de exames*

- 2018: 7,9 milhões de exames (+58%)*

→ 16,7% dos beneficiários realizaram RM em 2018*

→ O maior incremento em despesas assistenciais entre 2013 e 2018 foi de atendimentos ambulatoriais*

→ Custo unitário não é desprezível: impacto na mensalidade custo do plano de saúde → sinistralidade!

→ inflação da saúde

→ Solicitação inadequada pode aumentar custo e tempo até diagnóstico correto

* Minami, B. Análise especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2013 e 2018. IESS.

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Outros procedimentos constantes no Rol ANS

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Capacidade instalada

Número de equipamentos de Ressonância Magnética Privados segundo UF Profissionais habilitados

Fonte: CNES, 2012 Fonte: Demografia Médica no Brasil 2018

Acre 3

Alagoas 5

Amapá 1

Amazonas 13

Bahia 77

Ceará 19

Distrito Federal 45

Espírito Santo 36

Goiás 25

Maranhão 10

Mato Grosso 21

Mato Grosso do Sul 15

Minas Gerais 118

Pará 25

Paraíba 15

Paraná 82

Pernambuco 36

Piauí 9

Rio de Janeiro 214

Rio Grande do Norte 7

Rio Grande do Sul 100

Rondônia 11

Roraima 3

Santa Catarina 54

São Paulo 306

Sergipe 6

Tocantins 7

Acre 11

Alagoas 120

Amapá 29

Amazonas 72

Bahia 653

Ceará 314

Distrito Federal 424

Espírito Santo 249

Goiás 357

Maranhão 158

Mato Grosso 188

Mato Grosso do Sul 146

Minas Gerais 1.139

Pará 167

Paraíba 194

Paraná 680

Pernambuco 403

Piauí 121

Rio de Janeiro 1.265

Rio Grande do Norte 128

Rio Grande do Sul 845

Rondônia 59

Roraima 9

Santa Catarina 541

São Paulo 3.814

Sergipe 83

Tocantins 64

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Letícia Leonart (MAPESolutions) declara ter sido

contratada e remunerada pela Abramge para a

elaboração deste parecer técnico-científico sob a

premissa de exercer livremente sua condição de

pesquisador e avaliador da tecnologia em questão.

Declaração de conflito de interesse dos autores

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REVISÃO SISTEMÁTICA

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● Atualização da RS de Karel e col (2015)

● Foram incluídos 15 estudos: 14 observacionais e 1 ECR

● Estudos bastante heterogêneos: não é possível realizar meta-análise

● A maioria avaliou lesões de menisco.

REVISÃO SISTEMÁTICA

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● O exame clínico inicial parece ser suficientemente acurado para o diagnóstico de boa parte dos

casos de trauma ou dor de joelho com suspeita de lesão.

● Dependendo do tipo de lesão/trauma, outros exames de imagem como radiografia simples,

ultrassom ou tomografia computadorizada podem ser mais eficientes do que RM, e ainda podem

evitar o excesso de RM.

● A radiografia simples é indicada especialmente para casos de suspeita de fratura, enquanto a

ultrassonografia e tomografia computadorizada podem ser utilizadas para casos de envolvimento de

tecido mole.

● A RM tem boa acurácia e validade como instrumento diagnóstico, porém é mais indicada para casos

complicados ou de diagnóstico inconclusivo envolvendo ligamentos, cartilagens, menisco.

● Contudo, A RM pode ser sensível porém pouco específica para lesões de ligamentos e meniscos,

tendo frequentemente resultados anormais mesmo em pacientes assintomáticos.

● A evidência sobre o papel da RM no diagnóstico de algumas situações clínicas ainda é escassa ou

considerada insuficiente:

➢ Não há dados na literatura sobre a necessidade de repetição da RM para controle evolutivo de

lesões agudas de joelho.

➢ Não há dados na literatura sobre a necessidade de RM no joelho contralateral sadio.

REVISÃO SISTEMÁTICA - CONCLUSÕES

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Análise de custo-efetividade

Modelo Árvore de decisão

População Pacientes com suspeita de lesão aguda proveniente de

trauma ou com dor aguda não-traumática/inespecífica, a

espera de diagnóstico

Comparadores • Exame clínico

• Ressonância magnética

• Radiografia

• Ultrassonografia

• Tomografia computadorizada

Todos como 1ª opção diagnóstica

Efetividade Dados de acurácia

Horizonte temporal 30 dias

*Deve ser interpretada com cautela devido à elevada incerteza dos dados*

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Análise de custo-efetividade

RM DOMINADA

RM DOMINADA

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Análise de custo-efetividade Curva de aceitabilidade de custo-efetividade

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Análise impacto orçamentário

com DUT

15%

60%

20%

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Análise impacto orçamentário

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Economia total de R$ 5,9 bilhões ao longo de 5 anos

Análise impacto orçamentário

-R$ 3

-R$ 2

-R$ 1

R$ -

R$ 1

R$ 2

R$ 3

R$ 4

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Bilh

ões

Cenário Atual I Cenário Proposto I Impacto Orçamentário

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Proposta de DUT para Ressonância Magnética Articular – Joelho

1. Cobertura obrigatória para pacientes com dor aguda não traumática/inespecífica em joelho e diagnóstico clínico

inconclusivo, desde que apresente um dos critérios abaixo:

•Apresente radiografia simples (raio-X) ou tomografia computadorizada com resultados normais;

•Apresente radiografia simples (raio-X) ou tomografia computadorizada inconclusivas;

•Impossibilidade ou contraindicações ao paciente de realizar radiografia simples (raio- X) ou tomografia computadorizada.

2. Cobertura obrigatória para pacientes com trauma agudo em joelho (com ou sem dor) com pelo menos um dos critérios do

grupo A e um dos critérios do grupo B.

Grupo A

•Diagnóstico físico e clínico inconclusivo em caso de suspeita de rompimento de ligamento colateral do joelho (medial/lateral);

•Diagnóstico físico e clínico inconclusivo em caso de suspeita de rompimento de ligamento cruzados do joelho (anterior/posterior);

•Diagnóstico físico e clínico inconclusivo em caso de suspeita de ruptura de menisco;

•Diagnóstico físico e clínico inconclusivo em caso de suspeita de dano de cartilagem;

Grupo B

•Apresente radiografia simples (raio-X) ou tomografia computadorizada com resultados normais;

•Apresente radiografia simples (raio-X) ou tomografia computadorizada inconclusivas;

•Impossibilidade ou contraindicações ao paciente de realizar radiografia simples (raio- X) ou tomografia computadorizada.

O exame de ressonância magnética é contraindicado em casos de portadores de dispositivos médicos e determinados materiais

metálicos que possam sofrer indução eletromagnética.

O exame só deve ser solicitado para o joelho contralateral sadio com justificativa médica da necessidade da imagem, ou seja, se a

hipótese diagnóstica aventada não seja possível de conclusão avaliando apenas um joelho ou a imagem contralateral seja

indispensável para conclusão diagnóstica.

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