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Alegrete 2009 NELI MACIEL DE VARGAS SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA

INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA - Prefeitura de ... · de inclusão social se caracterize de fato, sem segregações, para que a educação, ... Apesar do intenso debate sobre

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Alegrete2009

NELI MACIEL DE VARGAS

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA

INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA

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Alegrete2009

INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA

Monografia apresentada à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão e Organização da Escola.

Orientador: Prof. Okçana Battini

NELI MACIEL DE VARGAS

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Londrina, _____de ___________de 20___.

Dedico este trabalho a meu filho, mesmo que às vezes estejamos distantes um do outro, as sua imagem permeia os meus pensamentos a cada segundo. Você é a razão maior da minha vida e por tua causa, tudo o que faço tem sentido.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus “Mais importante que o lugar

que ocupa em nós, é a intensidade de sua presença em tudo o que fazemos”, por eu

ter tido força, coragem e estar conquistando mais um objetivo em minha vida.

A minha orientadora Okçana Battini e professores que contribuíram

e auxiliaram de forma complacente para minha formação acadêmica.

Em especial a Professora Ivana Dalcim Bortoláz que esteve

presente em todos os momentos e me fez avançar pela ajuda que me dispensou. E

quero que saiba que pessoas tão especiais como você merece toda a felicidade do

mundo.

Eu procuro olhar dentro do coração das pessoas, porque sabemos

que é de lá que extraímos o que temos de melhor.

Obrigado por sua atenção, seu carinho, sua dedicação, sua

paciência.

Tudo que fazemos pensando em ajudar o próximo, pela própria lei

da natureza, nos é devolvido em dobro. Só entendemos direito o milagre da vida

quando deixamos que o inesperado aconteça.

Ivana, “A você que enriqueceu minha mente, que se doou em cada

aula e em cada momento que solicitei a tua presença para orientar-me em meus

trabalhos, me apoiando e me dando forças para continuar a encontrar o caminho

certo, através dessas palavras quer lhe agradecer”.

A minha gratidão, o meu carinho, que o Universo te cubra de

bênçãos e seja muito feliz.

Muito Obrigado!

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RESUMO

O tema inclusão social na Escola Pública, descrito nesta MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO tem como prioridade apontar a necessidade DE COMPREENDER a concepção que orienta a construção da escola pública inclusiva, indicando a sua construção social no ensino, analisando as formas possíveis para que esse processo se torne de fato um benefício para todos os educandos que tenham diferenças culturais, religiosas, raciais e outras. Há necessidade de ressaltarmos o quanto à inclusão social demanda uma série de situações que levam ao fracasso, a marginalidade e ao insucesso, pois muitos alunos são rotulados, sentindo-se excluídos do processo de aquisição da aprendizagem. A referida Monografia aborda paradigmas que fomentam práticas escolares, que promovam e respeitem os direitos humanos universais, contidos na Constituição Federal (1998) na Declaração de Salamanca (1994) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - (1996).Também serão disponibilizadas referências teóricas de autores como: Edgar Morin (2001), Piaget (1985) e Vygotsky (1993), que constituem seus estudos pautados em pesquisas e experimentações científicas, além de abordar o histórico do processo da inclusão social no contexto da escola pública.

Palavras-chave: Inclusão. Social. Escola Púbica.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................142. JUSTIFICATIVA................................................................................................ 163. OBJETIVOS ......................................................................................................173.1 Objetivo geral.................................................................................................3.2 Objetivos específicos.......................................................................................

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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................184.1 CAPÍTULO I – Processo Inclusivo na Escola............................................... 18

4.2 CAPÍTULO II – Uma Janela Aberta para um Olhar Holístico do Aprender.....224.3 CAPÍTULO III – Construindo Escolas Públicas...............................................265. METODOLOGIA....................................................................................................296. ANÁLISE E DISCUSSÃO................................................................................. 307. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................31REFERÊNCIAS.....................................................................................................32APÊNDICES..............................................................................................................34ANEXOS........................................................................................................ 36

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1 INTRODUÇÃO

O paradigma da inclusão nos remete a pensar as questões do

acesso e da qualidade na educação, especificamente no contexto da escola pública,

pois vivemos hoje numa cultura que almejamos uma ordem social pautada em

valores como a justiça, a igualdade, a qualidade e a participação coletiva na vida

pública e política de todos os membros da sociedade, ao mesmo tempo em que

busca uma vida digna para todas as pessoas.

A resistência em mudar esta realidade que sustenta um perfil

excludente da educação, em que as “categorizações” das pessoas por suas

diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais,

ideológicas ainda estão em evidência é preciso um trabalho de ressignificação de

valores, onde a ética e a cidadania devem estar em evidência, pois se o que

pretendemos é que a escola seja inclusiva, qual seria então a nossa contribuição

concreta para a transformação social na escola pública?

Se o primeiro passo foi à luta pelo acesso, em que os resultados já

são visíveis, o segundo está na conquista da qualidade da educação para cada um e

para todas as pessoas, de forma a consolidar a inclusão e a igualdade de

oportunidades para todos os seres humanos. Dessa maneira, estaremos

combatendo as exclusões em suas distintas formas de manifestação.

Estas questões e outras serão abordadas no Trabalho Monográfico

como um processo de reflexão e busca de caminhos possíveis para que o processo

de inclusão social se caracterize de fato, sem segregações, para que a educação,

descrita na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, como um direito de

todas as pessoas, considerando-o como imprescindível ao seu pleno

desenvolvimento e ao seu preparo para o exercício da cidadania.

O referido trabalho, de conclusão de Curso será dividido em três

capítulos, descritos da seguinte forma.

O primeiro capítulo irá abordar o Processo Inclusivo na Escola

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Pública – desafios, limites e possibilidades, propondo um resgate histórico do

processo educacional, pois ao retomarmos o contexto educacional, estaremos

formando as primeiras instâncias para a efetivação de processos mais cidadãos.

No capítulo segundo será enfatizado o tema: Uma janela aberta para

um olhar mais holístico do aprender, proporcionando o resgate e a maximização do

potencial de cada pessoa inclusa no processo de aprendizagem.

Finalizando, no último capítulo será enfatizado o tema construindo

escolas inclusivas, dentro de uma abordagem que oriente os eixos referenciais

contidos no Projeto Político Pedagógico das Instituições de Ensino.

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2 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista a complexidade do tema a Inclusão Social da Escola

Pública ressalta-se que ela é marcada pelo fracasso e pela exclusão de uma parte

significativa dos alunos, que são marginalizados pelo insucesso, por privações

constantes e pela baixa auto-estima resultante da exclusão escolar e da social que

são vítimas de seus pais, de seus professores e sobre tudo se são portadores de

necessidades especiais, das condições de pobreza em que vivem em todos os seus

sentidos. Esses alunos são mal vistos, conhecidos das escolas, pois repetem as

séries várias vezes, são expulsos, evadem e ainda são rotulados como mal nascidos

e com hábitos que fogem ao protótipo da educação formal.

As soluções sugeridas para reverter esse quadro parecem repisar as

mesmas medidas que criaram. Em outras palavras, pretende-se resolver a situação

a partir de ações que não recorreram a outros meios, que não buscam novas saídas

e que não vão a fundos nas causas geradoras do fracasso escolar. Pois este

fracasso continua sendo do aluno, pois a escola reluta em admiti-lo como sendo seu.

Como sou uma pessoa comprometida à educação e luto para que essa situação se

reverta em favor do aluno e de forma integral, justifico a elaboração deste projeto.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

• Apontar a necessidade presente na concepção que orienta a

construção da escola pública inclusiva, indicando a sua construção

social no ensino regular e passar a planejar as escolas com

ambientes acessíveis e sem discrição, que garantam os direitos de

cidadania e atenção à diversidade humana.

3.2 Objetivos específicos

• Examinar de forma cuidadosa os limites e possibilidades da

inclusão social na escola pública.

• Analisar as formas possíveis para que o processo de inclusão se

torne de fato um benefício para os educandos nos aspectos sociais,

provendo assim a possibilidade uma aprendizagem significativa.

• Pautar estudos no Projeto Político Pedagógico das escolas

públicas para que as mesmas se tornem de fato inclusivas.

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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Processo Inclusivo na Escola Pública – desafios, limites e Possibilidades.

A Inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela

escola comum, provoca a melhoria da qualidade da Educação Básica e Superior,

pois para que os alunos com e sem deficiência possam exercer o direito à educação

em sua plenitude, é indispensável que essa escola aprimore suas práticas, a fim de

atender às diferenças. Esse aprimoramento é necessário, sob pena de os alunos

passarem pela experiência educacional sem tirar dela o proveito desejável, tendo

comprometido um tempo que é valioso e irreversível em suas vidas: O momento do

desenvolvimento.

A transformação da escola não é, portanto, uma mera exigência da

inclusão escolar de pessoas com deficiência e /ou dificuldades de aprendizado.

Assim sendo, ela deve ser encarada como um compromisso das escolas públicas,

que terá inclusão para todos como conseqüência.

A maioria das escolas está longe de se tornar inclusiva. O que existe

em geral são escolas que desenvolvem projetos de inclusão parcial, os quais não

estão associados a mudanças de base nestas instituições e continuam a atender

aos alunos com deficiência em espaços escolares semi ou totalmente segregados

(classes especiais, escolas especiais).

As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em

suas turmas de ensino regular se justificam, na maioria das vezes, pelo despreparo

dos seus professores para esse fim. Existem também as que não acreditam nos

benefícios que esses alunos poderão tirar da nova situação, especialmente os casos

mais graves, pois não teriam condições de acompanhar os avanços dos demais

colegas e seriam ainda mais marginalizados e discriminados do que nas classes e

escolas especiais.

Em ambas as circunstâncias ficam evidenciadas a necessidade de

se redefinir e de se colocar em ação nova alternativas e práticas pedagógicas, que

favorecem a todos os alunos, o que implica na atualização e desenvolvimento de

conceitos em metodologias educacionais comparativeis com esse grande desafio.

Mudar a escola pública é enfrentar uma tarefa que exige trabalho em

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muitas frentes. Destacaremos as transformações que consideramos primordiais para

que se possa transformar a escola na direção que possibilita um ensino de

qualidade e, em conseqüência ”inclusiva”.

Temos que agir urgente:

- Colocando a aprendizagem como eixo das escolas, por que escola

foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;

- Garantindo tempo e condições para que todos possam aprender de

acordo com o perfil de cada um e reprovando a repetência;

- Garantindo o atendimento educacional especializado,

preferencialmente na própria escola comum da rede regular de ensino público;

- Estimulando, formando continuamente e valorizando o professor,

que é o responsável pela tarefa fundamental da escola pública a aprendizagem dos

alunos.

Em contexto educacional verdadeiramente inclusivo, que preparam

os alunos para a cidadania e visa o seu pleno desenvolvimento humano, como quer

a Constituição Federal (art.2005). As crianças e adolescentes com deficiência não

precisariam e não deveriam estar de fora das classes comuns das escolas de ensino

de Educação Infantil e do Ensino Fundamental, freqüentando classes e escolas

especiais.

Novas práticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental

proporcionam benefícios escolares para que todos os alunos possam alcançar os

mais elevados níveis de ensino, segundo a capacidade de cada um, como nos

garante a Constituição Federal (1988).

Para melhorar as condições pela qual o ensino é ministrado nas

escolas comuns, visando universalizar o acesso, a permanência e o prosseguimento

da escolaridade de seus alunos, ou seja, a inclusão incondicional de todos os alunos

nas turmas escolares, não há mágica. Mas a adoção de alternativas educacionais,

que felizmente já existe estão fazendo parte da organização pedagógica de escolas

de algumas redes de ensino brasileiras - têm revelado a possibilidade de as escolas

se abrirem incondicionalmente às diferenças!

Apesar do intenso debate sobre a necessidade urgente de

transformação de o sistema regular de ensino, em um ambiente inclusivo e na busca

de respostas à diversidade humana existente nas escolas, temos que reforçar o

compromisso com a Educação para todos, a Declaração de Salamanca, Princípios,

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Política e prática em Necessidades Educacionais Especiais1, publicada em 1994,

que defende.

O princípio de inclusão através do reconhecimento da necessidade de ir ao encontro da “escola para todos” – que são instituições que incluem todas as pessoas, celebram as diferenças, apóiam aprendizagem e respondem adequadamente às necessidades individuais. Assim, estas instituições constituem-se uma importante contribuição para a tarefa de adquirir Educação para Todos e para fazer escolas Educacionalmente mais efetivas. (MAYOR, 1994, p. III-IV).

Considerando a citação acima, para que o processo inclusivo se

torne mais justo e democrático há necessidade de revermos quais são as

resistências e limitações dos envolvidos no movimento da Educação para Todos.

Mas o que seriam estas “tais” escolas inclusivas?

Escolas inclusivas são aquelas que devem levar em conta todas as

crianças e suas necessidades educacionais, pessoais, emocionais, familiares, etc.

Uma escola inclusiva deve ser humanística, no sentido de assumir a formação

integral da orientação e o jovem como finalidade primeira e última. Uma escola

inclusiva não pode somente se referir a um grupo social em desvantagem e excluído

(mais freqüentemente conhecido como o grupo das crianças com deficiências), mas

deve, ao invés disso, se comprometer e lutar pelo direito de todos aqueles que

vivem em situação de risco, como resultado de uma sociedade injusta e desigual

que privilegia os que têm em detrimento daqueles que nada possuem.

Na minha jornada pessoal e profissional, tenho visto muitos

professores sem recursos materiais algum e que possuem, sem dúvida, um coração

inclusivo. Mas estes ainda me parecem poucos, diante do exército de professores

que ainda acreditam que as escolas somente servem para os que são

intelectualmente mais preparados. A professora com um coração inclusivo,

Independentemente das condições existenciais precárias de seus

alunos, busca com uma ação pedagógica criar igualdade de oportunidades para

combater a desigualdade existente na sociedade.

Para garantir os pressupostos citados acima é preciso ter claro que

tendo como base a diversidade cultural, marcante em nossa atual sociedade cabe a

nós, educadores não esquecermos que as inclusões sociais são fundamentais para

a melhoria das oportunidades no processo da construção da cidadania e definição 1 O Documento Declaração de Salamanca e Linhas de Ação em Necessidades Educacionais Especiais podem ser solicitados ao Ministério de Educação.

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de valores para uma mudança de paradigmas existenciais. Nós incluindo

professores, alunos, administradores escolares e a equipe de funcionários, todos

necessitamos nos sentir seguros e que “fazemos parte” do nosso local de trabalho e

que nos sentimos bem. Quando envolvidos em uma atividade, todos nós precisamos

saber que existem alguns indivíduos com os quais podemos contar aqueles que nos

oferecem o suporte e o auxilio de que precisamos. As ansiedades, o medo de

falharmos, a isolação, podem ser aliviadas quando as salas de aula e as escolas são

colocadas de forma em que sempre um aluno companheiro, um professor ou um

membro da equipe de funcionário esteja disponível para ajudar e compartilhar de um

problema ou para fornecer apoio moral quando necessário.

Construindo dentro das escolas e das salas de aula um sentido de

“eus” coletivos (sistema de auxílio mútuo, seguros, essencialmente uma comunidade

de apoio de indivíduos interdependentes) estaremos construindo o “nós” coletivo,

fornecendo a todos os membros um senso de identidade única, de fazer parte de um

grupo e de um lugar. É somente por meio de um esforço coletivo que o compromisso

com o núcleo de valores sociais, de justiça, de tolerância, de interesse e do respeito

pelo outro pode ser adquirido. (DEWEY, 1879).

Em resumo todos os membros da escola, alunos, professores,

pessoal administrativo e equipe de funcionários requerem ajuda. A responsabilidade

de dar apoio a um membro companheiro da escola pode ser dada por cada pessoa

da escola. Assim sendo, todo membro da escola pode ter ajuda quando necessário

for e pode-se desenvolver um respeito mútuo, interesse e responsabilidade. Todos

são reconhecidos como pessoas de valor, porque, em uma organização com essa

estrutura, todos são designados a serem ajudantes ou contribuintes para o bem-

estar de todos.

Se nós pudermos construir e reforçar este tipo de auxílio com

sucesso, entre os membros da escola, não somente a confiança pessoal e o

desempenho serão melhorados, mas também a cooperação e o respeito mútuo

podem ser esperados entre os alunos além da sala de aula e do ambiente escolar,

como membros produtivos de nossa sociedade. Interdependência é uma maneira de

vida positiva que pode ajudar a todos em todos os estágios das nossas vidas e em

todo o aspecto da nossa comunidade.

Muito freqüentemente as diferenças entre alunos são vistas como

um problema. Muitas pessoas acreditam que as diferenças dos alunos em relação a

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ajustes educacionais são dificuldades que necessitam ser trabalhada, melhoradas

ou os alunos precisam estar “prontos (homogeneizados) para se encaixarem em

uma situação de aprendizagem”. Essa versão pode ser um grande inconveniente,

prejudicando, assim o processo de aprendizagem nas salas de aula que tentam

promover valores e oportunidades de aprendizagem inclusivas para todos os alunos.

Tais expectativas e definições predefinidas dos valores dos alunos

estão sendo reavaliadas e mudadas para uma inclusão que ocorrerá como uma

posição educacional desejada nas escolas e nas salas de aula. Quando se

reconhece que se tem uma visão limitada do que seja um comportamento aceitável

de um aluno, é requerida uma mudança de paradigmas que esteja longe dessa

estreita percepção.

Para que a inclusão seja bem sucedida, as diferenças dos alunos

devem ser reconhecidas como um recurso positivo. As diferenças entre os alunos

devem ser reconhecidas e capitalizadas para fornecer oportunidades de

aprendizagem para todos os alunos da classe. Robert Barth escreveu sobre isso em

um de seus tratados em 1990. “A Personal Vision of a Good Schol” (A visão pessoal

de uma boa escola).

4.2 Uma Janela aberta para um olhar mais holístico do aprender

Trata-se de educar as massas populacionais que Neste capítulo

vamos nos remeter a paradigmas que tornaram os novos sujeitos passíveis de

serem educadas e novas perspectivas para o processo de aprendizagem.

O século XIX é herdeiro das três revoluções dos setecentos: a

Industrial, a Francesa e a Americana. Entendido como o século do triunfo burguês,

nele muitos desafios foram colocados para a educação apostaram nas cidades em

vista da expansão das fabricas, privilegiando os ideais de liberdade e do direito, a

todos, ampliado. Lembremos uma das máximas propostas pela Revolução

Francesa: pretendia-se contemplar a Educação como direito de todos e deveres do

Estado.

O “século da pedagogia” como afirma Cambi (1999.p.413-4),

deparou-se com o advento da sociedade de massa e com a afirmação do

industrialismo, viu-se diante do problema da conformação a novos modelos de

comportamentos de novas classes sociais, de povos, de grupos realizáveis apenas

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através da educação, mas uma educação nova (organizada de forma nova) regulada

por teorias novas, por uma pedagogia consciente do desafio a que ela deve

responder. Um Século bastante rico em modelos, formativos, em teorizações

pedagógicas, em compromisso escolar, em vista justamente de um crescimento

social a realizar-se de maneira menos conflituosa possível e de forma mais geral. É

certo, porém que este compromisso político-social da pedagogia não será

inteiramente realizado, pelos conflitos entre forças sociais diferentes e seus modelos

educativos que se ativarão no curso do século e que alimentarão, todavia, a riqueza

e a criatividade da pedagogia, a sua intensa participação no complexo e

contraditório desenvolvimento da sociedade contemporânea.

Os sistemas nacionais de educação estão em pauta e todos

disputam o controle da escola. Governos, pedagogos, filantropos, burgueses

iluminados, partidos, igrejas, procuram impor seus modelos educacionais. A

proposta de uma educação nacional com mola propulsora de uma nação civilizada

conta com a figura de Johann Gottliebfichte (1762-1814), entre os seus mais

destacados inspiradores.

A escola pública aparece como o instrumento fundamental para o

crescimento educativo das sociedades industriais. Sob os auspiciosos de leis

maiores, o ensino elementar ao longo de todo o século, tanto na Europa como na

América. Leiga e universal, gratuita e obrigatória à educação é proposta como direito

dos cidadãos. O que já não acontece na mesma medida com a escola secundária,

quase que exclusiva para aqueles que depois cursarão as Universidades, centros de

excelência e desenvolvimento da pesquisa científica. Para as crianças de 0-6 anos

também são criadas escolas, e contidamente avança o ensino para as mulheres. Há

uma maior preocupação com a formação daqueles que ensinam. Os Professores

também ganham suas escolas.

Escolas abertas às diferenças e capazes de ensinar a turma toda

demandam uma re-significação e uma reorganização completa dos processos de

ensino e de aprendizagem usuais, pois não se pode encaixar um projeto novo em

uma velha matriz de concepção do ensino escolar.

Para melhorar a qualidade do ensino e conseguir trabalhar com as

diferenças existentes nas salas de aula, é preciso enfrentar os desafios dá inclusão

escolar, sem fugir das causas do fracasso e da exclusão. Além disso, é necessário

desconsiderar as soluções paliativas sugeridas para esse fim.

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As medidas normalmente indicadas para combater a exclusão não

podem promover mudanças. Ao contrário, visam mais neutralizar os desequilíbrios

criados pela heterogeneidade das turmas do que potencializá-los, até que se tornem

insustentáveis, forçando, de fato, as escolas a buscar novos caminhos educacionais,

que atendam à pluralidade dos alunos.

Enquanto os professores da Educação Básica persistirem em:

- Propor trabalhos coletivos, que nada mais são do que atividades

individuais realizadas ao mesmo tempo pela turma;

- Ensinar com ênfase nos conteúdos programáticos da série;

- Adotar o livro didático como ferramenta exclusiva de orientação dos

programas de ensino;

- Servir-se da folha mimeografada ou xerocada para que todos os

alunos as preencham ao mesmo tempo, respondendo as mesmas perguntas com as

mesmas respostas;

- Propor projetos de trabalhos totalmente desvinculados das

experiências e do interesse dos alunos que só servem para demonstrar pseudo-

adesão do professor às inovações;

- Organizar de modo fragmentado o emprego do tempo do dia letivo

para apresentar o conteúdo estanque desta ou daquela disciplina e outros

expedientes de rotina das salas de aula;

- Considerar a prova oficial como decisiva na avaliação do

rendimento escolar do aluno;

- Não teremos condições de ensinar a turma toada, reconhecendo

as diferenças na escola.

As práticas listadas configuram o velho e conhecido ensino para

alguns alunos, e para alguns alunos em alguns momentos, em algumas disciplinas,

atividades e situações de sala de aula.

Dessa forma, a exclusão se alastra e se perpétua, atingindo a todos

os alunos não apenas os que apresentam uma dificuldade maior de aprender ou

uma deficiência específica. Porque em cada sala de aula sempre existem alunos

que rejeitam propostas de trabalho escolar descontextualizadas, sem sentido e

atrativos intelectuais. Há os que sempre protestam, a seu modo, contra um ensino

que não os desafia e não atende às suas motivações e interesses pessoais.

O ensino para alguns é ideal para gerar indisciplina, competição,

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descriminação, preconceitos e para categorizar os “bons” e os “maus” alunos, por

critérios que são, no geral, infundados. Já o ensino para todos desafia o sistema

educacional, a comunidade escolar e toda uma rede de pessoas, que se incluem

num movimento vivo e dinâmico de fazer uma educação que assume o tempo

presente como uma oportunidade de mudança do “alguns” em “todos” da

“discriminação e preconceito” em “reconhecimento e respeito às diferenças”. E um

ensino que coloca o aluno como foco de toda a ação educativa e possibilita a todos

os envolvidos a descoberta continua de si e do outro, enchendo de significado o

saber / sabor de educar.

Ainda hoje, vigora a visão conservadora de que as escolas de

qualidade são as que enchem as cabeças dos alunos com datas, fórmulas,

conceitos justapostos, fragmentados. A qualidade desse ensino resulta da

superioridade e da supervalorização do conteúdo acadêmico em todos os seus

níveis. Sem dúvida o conteúdo curricular é importante, mas não é o único aspecto

que se deve esperar de uma educação de qualidade, principalmente quando

estamos falando de etapas iniciais da Educação Básica: a Educação Infantil e o

Ensino Fundamental.

Persistem as idéias que as escolas consideradas de qualidade são

as que centram a aprendizagem nos conteúdos programáticos das disciplinas

curriculares, exclusivamente, enfatizando o aspecto cognitivo do desenvolvimento e

que avaliam os alunos, quantificando respostas-padrão. Suas práticas preconizam a

exposição oral, a repetição, a memorização, os treinamentos, o livresco a negação

do valor do erro. São aquelas escolas que estão sempre preparando o aluno para o

futuro: seja este a próxima série a ser cursado, o nível de escolaridade posterior ou

vestibular!

Enfim, para que a aprendizagem se torne, em seu contexto,

significativa, deve-se levar em conta todas as particularidades e necessidades de

uma clientela que exige um novo olhar, um novo conceito de ensino. Haja vista as

mudanças existentes, onde o ser humano precisa estar em evidência no seu

contexto sócio-histórico-cultural.

Portanto uma escola inclusiva caracteriza-se, fundamentalmente,

pelo compromisso com o direito de todos à educação, à igualdade de oportunidades

e à participação de cada uma das crianças, adolescentes, jovens e adultos nas

várias esferas da vida escolar. Entende-se por escola inclusiva, aquela que na qual

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o ensino e a aprendizagem, as atitudes e o bem estar de todos os educandos sejam

considerados igualmente importantes. É uma escola na qual não há discriminação

de qualquer natureza e que valoriza a diversidade humana como recurso valioso

para o desenvolvimento de todos, uma escola que busque eliminar as barreiras à

aprendizagem para educar de forma igualitária todos os educandos da comunidade

escolar. Na escola inclusiva todos são reconhecidos em sua individualidade e

apoiados diligentemente em sua aprendizagem.

4.3 Construindo Escolas Inclusivas

O processo de inclusão deve estar pautado, primeiramente no

Projeto Político Pedagógico das Instituições de Ensino, como eixo norteador de

ações que devem ser desenvolvidas para atender a reais necessidades da demanda

escolar.

Além de vários documentos oficiais elaborados pelo MEC – CLDB

1996 e Diretrizes Curriculares Nacionais, como observa Moura (1990),”não tem

consistência nenhuma se não levarmos em conta que um projeto global deve estar

voltado a organização, a gestão e o funcionamento da escola na diversidade de

suas estruturas e funções.

O Projeto Político Pedagógico na escola inclusiva deve ser um

instrumento técnico e político que delineie os princípios e objetivos de ordem

filosófica, política e teórica, permitindo programar e articular os fundamentos que

orientam a proposta educacional.

O principal objetivo orientador do Projeto Político pedagógico

inclusivo deve ser a melhoria da capacidade das escolas para promover a

participação e a aprendizagem de todos os estudantes e aprimoramento dos

docentes. Nesse sentido, quando os professore(a)s de uma escola conseguem

avançar na direção de práticas mais inclusivas, esses progressos costumam ter uma

influência geral na maneira como são percebidos e na forma de valorização do

trabalho docente. É assim que a escola começa a adotar algumas características

próprias das chamadas “organizações de aprendizagem” ou “comunidade de

aprendizagem”, o que implica uma organização que amplia continuamente sua

capacidade de criar o futuro (Senge, 1989).

É necessário então, aprofundar a análise dos fatores e das

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condições que possibilitam avançar em direção a práticas inclusivas, transformando

a cultura escolar em uma cultura de colaboração e de valorização da diversidade, de

respeito às crenças e às características do outro, bem como de ampliação das

expectativas dos professore(a)s quanto ao potencial de aprendizagem dos

aluno(a)s. A promoção de uma cultura de apoio e colaboração fundada em relações

de respeito e cooperação entre aluno(a)s, professore(a)s, pais e apoio interno ou

externo à escola (outros profissionais, organizações, etc.) constitui fator chave para

o desenvolvimento e a aprendizagem da comunidade escolar em sua totalidade.

A partir de pesquisas e estudos de monitoramento realizados em

determinadas escolas (Ainscow,2001; Ainscow & Ferreira 2003) foi possível

estabelecer certas condições de organização que facilitam a execução de ações

inovadoras por pare dos docentes. Foram identificados elementos elucidativos do

processo de mudança, que dizem respeito à estruturação da organização escolar, as

diretrizes de lideranças, aos processos de planejamento, as políticas de formação

permanente dos docentes e aspectos intimamente ligados à política escolar que

imperam em cada unidade educacional e influenciam a mudança. Neste contexto, a

eliminação das barreiras à aprendizagem constitui um desafio e é um processo

complexo, haja vista, que é possível avançar em direção à inclusão sempre que o

aperfeiçoamento e o crescimento profissional permanentes ocorram nos contextos

escolares. Segundo Aiscow (2001), vários são os fatores passíveis de contribuir para

implementação de práticas inclusivas, dentre os quais:

- Utilizar práticas e os conhecimentos usuais como pontos de partida

para o aperfeiçoamento educacional;

- Contemplar as diferenças como oportunidades de aprendizagens e

não como problemas a solucionar;

- Analisar os obstáculos que se antepõem à participação dos alunos;

- Utilizar eficazmente os recursos disponíveis para apoiar a

aprendizagem;

- Desenvolver a linguagem da prática e;

- Criar condições para que os docentes não sintam temor ao

desenvolver novas práticas pedagógicas.

Assim, para transformar a concepção em ação é necessário que o

princípio de inclusão permeie todos os âmbitos da vida escolar. Isto é, que a

implementação do processo para o desenvolvimento de escolas inclusivas não se

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restringe a uma pessoa, a um cargo ou apenas a uma tarefa ou ação, mas situa-se

no âmago do trabalho da escola como num todo e constitui o elemento central do

planejamento escolar. Nesse contexto, a liderança e a gestão escolar desempenham

um papel essencial.

Conseguir tornar realidade o princípio de eqüidade representa

avançar na direção do desenvolvimento de escolas que eduquem todos os seus

alunos, respeitando e valorizando sua diversidade, entendida esta, como fonte de

enriquecimento e de oportunidades para o aperfeiçoamento da aprendizagem de

todos os membros da comunidade escolar.

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5 METODOLOGIA

O referido Trabalho de Conclusão de Curso proporcionará a todos

os leitores um resgate histórico do proceso da inclusão social no contexto da escola

pública.

Serão abordados paradigmas que fomentam práticas escolares, que

promovam e respeitem os direitos humanos universais, contidos na Constituição

Federal (1998), na Declaração de Salamanca (1994), Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (1996).

Também serão disponibilizados referenciais teóricos de autores

como: Edgar Morin (2001), Piaget (1985) e Vygotsky (1993), que constituem seus

estudos pautados em pesquisas e experimentações científicas, com obras,

difundidas no cenário educacional atual.

Partindo da premissa básica de Vigotsky (1993), na qual a condição

para que a criança passe por transformações essenciais apóia-se na qualidade das

interações sociais.

Além de abordar conceitos da escola pública neste novo cenário

educacional brasileiro, é impressendível mostrar as formas de inclusão social, seus

anseios e avanços dentro das teorias sociológicas que embasam o processo de

construção da educação.

Estas questões e outras serão abordadas no Trabalho de Conclusão

de Curso como um processo de reflexão e busca de caminhos possíveis para a

qualificação tanto teórica como metodológica deste projeto de inclusão social na

escola pública.

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6 ANÁLISE E DISCUSSÃO

A inclusão social é uma proposta viável e instiga a qualidade na

educação. Porém, se percebe a necessidade do educador especial como gestor da

inclusão social, o qual deve atuar como facilitador para que se desenvolva uma

politica de educação social permanente.

Sabe-se que é fundamental e urgente a transformação da escola

pública no que diz respeito ao aspécto da inclusão social, pois para se tornar uma

educação inclusiva aberta a todos, será necessário que haja politicas públicas

enganjadas em redimensionar o processo educativo dentro de todos os seguimentos

da sociedade no que tange os aspéctos sociais, emocionais, culturais e históricos.

Caminhar em direção as mudanças necessárias é partir para análise

crítica da estrutura atual, dos sistemas de ensino e das próprias escolas, tendo visão

de que é o espaço da socialização do conhecimento, considerando como um

processo de construção permanente da humanidade.

Portanto a Gestão Institucional para a Inclusão Social na escola

pública e na comunidade requer qualificação de professores, planejamento e

organização do Projeto Politico Pedagógico (PPP), de modo que se trabalhem os

temas, as ações e as atividades educativas vinculando a teoria e a prática, no intuíto

de que se desenvolva uma cultura de Inclusão Social por meio de projetos que

visam humanizar e emancipar todos os envolvidos nesse processo.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar o contexto escolar, a experiência profissional, os

aperfeiçoamentos que tenho de longos anos de trabalho, senti que o tema escolhido

Inclusão Social na Escola Pública, é muito abrangente (complexo) e de grande

preocupação dos pesquisadores e profissionais que se propõe a colocar o plano em

prática. Posso concluir também que é relevante e bastante comum no cotidiano

escolar e familiar por diversos motivos, tais como falta de motivação, privação

cultural, baixa auto-estima e dificuldades de convivência social. Porém,

possibilidades existem para, senão solucionar, ao menos amenizar essas situações

de exclusão do educando do processo ensino-aprendizagem.

Para tanto, aponto sugestões e desafios para professores, escolas,

pais, pedagogos, psicólogos, legisladores, governantes, etc. Para que defendam

uma proposta que contemplem os anseios e necessidades dos educandos e que

busquem o real sentido do aluno estar matriculado na rede escolar, a busca do

conhecimento, de saber com vontade, com motivação, com direito a desfrutar de

cultura, com escola e ensino de qualidade.

Enfim, em nossa escola de hoje, estamos vendo como a educação

vem sendo submetida a novos parâmetros e como é necessária a revisão de nossas

práticas pedagógicas no redimensionamento de nossas ações a partir de um

caminho igual para todos.

Lembre-se: a proposta da escola inclusiva é para todos! Para você

também!

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REFERÊNCIAS

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ed. Campinas: Papirus, 2001.

CSEI (200). Index para a Inclusão, Centro de Estudos sobre a Educação Inclusiva. Bristal. Inglaterra.

CONFERÊNCIA NACIONAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Documento Final. Brasília:

Ministério da Educação, 2008.

DEWY, J. (1987). My Pedagogia Creed. The School Journal, 54 (3), 77-80.

DUK, Cynthia. Educar na Diversidade: material de formação docente. 3. ed.

Brasília: MEC, SEESP, 2007. Lisboa: Ed. Guimarães, 1978.

LEI DAS DIRETRIZES E BASES. NBR 9. 394 de

INCLUSÃO – Revista da Educação Especial. Out.2005.

ONU (1990). Declaração Universal dos Direitos da Criança. Ny.

SASSAKI, Romeu K. Inclusão: Construindo uma Sociedade para todos.Rio de

Janeiro: WVA, 1999.

TORAINE, A. A Igualdade e Diversidade é: O sujeito Democrático. São Paulo, 27

jun.1999.

UNESCO (1994). Formação de Professores: Necessidades Especiais na Sala de Aula. UNESCO: Paris. (traduzido pelo Instituto de Inovação Educacional do

Ministério da Educação de Portugal).

UNESCO (2001). Arquivo Aberto sobre a Educação (2001) Arquivo Aberto sobre a Educação Inclusiva. UNESCO: Paris.

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UNESCO (2001). Arquivo Aberto sobre a Educação (2001) Arquivo Aberto sobre a Educação Inclusiva. UNESCO: Paris.

http://saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=8471

http://saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=8473.

http://www.prgo.mpf.gov.br/cartilha_acesso_deficientes.pdf.

http://saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=8473

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Título do Apêndice A

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ANEXOS

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ANEXO A – Título do Anexo

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