Indicadores geoambientais como instrumento de avaliação e

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  • P g i n a | i

    UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CINCIAS HUMANAS

    DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM GEOGRAFIA FSICA

    MARCOS ANTNIO DE MELO

    INDICADORES GEOAMBIENTAIS COMO INSTRUMENTO DE

    AVALIAO E MONITORAMENTO AOS PROJETOS DE

    ZONEAMENTO ECOLGICO-ECONMICO NO BRASIL

    So Paulo 2015

  • P g i n a | ii

    MARCOS ANTNIO DE MELO

    INDICADORES GEOAMBIENTAIS COMO INSTRUMENTO DE

    AVALIAO E MONITORAMENTO AOS PROJETOS DE

    ZONEAMENTO ECOLGICO-ECONMICO NO BRASIL

    Tese apresentada ao Programa de Ps-

    Graduao em Geografia Fsica, do

    Departamento de Geografia da Faculdade de

    Filosofia, Letras e Cincias Humanas FFLCH

    Universidade de So Paulo para obteno do

    ttulo de Doutor em Geografia.

    rea de Concentrao: Geografia Fsica

    Orientador: Prof. Dr. Jurandyr Luciano

    Sanches Ross

    So Paulo 2015

  • P g i n a | iii

    Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

    Catalogao na Publicao Servio de Biblioteca e Documentao

    Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo

    Melo, Marcos Antnio de

    Indicadores geoambientais como instrumento de avaliao e monitoramento aos projetos de Zoneamento Ecolgico-Econmico no Brasil. / Marcos Antnio de Melo; orientador Jurandyr Luciano Sanches Ross. - So Paulo, 2015.

    319 p..

    Tese (Doutorado) Programa de Ps-Graduao em Geografia Fsica do Departamento de Geografia - Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo.

    1. Planejamento Territorial. 2. Ordenamento Territorial. 3. Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE). 4. Indicadores Geoambientas. 5. Monitoramento e avaliao. I.

    Ross, Jurandyr Luciano Sanches. II. Ttulo.

  • P g i n a | iv

    FOLHA DE APROVAO

    Marcos Antnio de Melo Indicadores geoambientais como instrumento de avaliao e monitoramento aos projetos de Zoneamento Ecolgico-Econmico no Brasil

    Aprovado em: _____/_____/____

    Banca Examinadora Prof (a). Dr (a). _____________________________________________

    Instituio: ________________________________________________

    Assinatura: ________________________________________________

    Prof (a). Dr (a). _____________________________________________

    Instituio: ________________________________________________

    Assinatura: ________________________________________________

    Prof (a). Dr (a). _____________________________________________

    Instituio: ________________________________________________

    Assinatura: ________________________________________________

    Prof (a). Dr (a). _____________________________________________

    Instituio: ________________________________________________

    Assinatura: ________________________________________________

    Prof (a). Dr (a). _____________________________________________

    Instituio: ________________________________________________

    Assinatura: ________________________________________________

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    Dedicado queles que fazem a minha existncia valer a pena. Aos meus filhos

    Joo Marcos e Mariana.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradecimentos iniciais s instituies que permitiram a realizao deste trabalho. Ao apoio

    financeiro por meio de Bolsa da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel

    Superior (CAPES), Universidade de So Paulo, em especial ao Departamento de Geografia

    e ao Programa de Ps-Graduao em Geografia Fsica. Ao Ministrio do Meio Ambiente por

    meio da Gerncia de Zoneamento Ecolgico-Econmico. A PBLM Consultoria por dar-me a

    oportunidade em trabalhar com o tema.

    Ao meu orientador, expresso humana de benevolncia e sapincia. Muito obrigado pelos

    ensinamentos e por toda a confiana investida desde os tempos de minha graduao. Muito

    obrigado Jurandyr Ross !

    Aos mestres que tive desde a graduao no Departamento de Geografia, os quais

    correspondem as minhas referncias na prtica docente, obrigado ! Dr(a) Sueli ngelo

    Furlan, Emerson Galvani, Airton Luchiari, Jos P. Queiroz Neto, Eduardo Salinas Chavez

    (Univ. de Havana) dentre outros. Em memria ao Prof. Dr. Felisberto Cavalheiro, o primeiro

    a dar-me oportunidades e acreditar em meu potencial.

    Aos amigos que ao longo deste perodo, que ao mnimo incentivo dado (vai dar tudo certo...)

    sempre me motivaram, valeu ! Ana Lcia Gomes, Ndia Gilma, Sandro Detoni, Marcos R.

    Pinheiro, Alex de Souza, Marisa Fierz, Waldirene R. Carmo, Maurcio Marinho, Maria Cristina

    Lima, Bruna de Jesus, Juliana de Paula Silva, Julio Chiquetto, Edson Alves Filho, Giorgia

    Limnios, entre outros que tenha omitido, desculpem, a memria e o espao so curtos rs.

    Agradecimento meus queridos pupilos colaboradores, Amanda do Nascimento Silva, Thiago

    Gomes Rios, vocs foram demasiadamente importantes, prossigam em suas escolhas, vocs so

    brilhantes. Agradeo tambm Vanessa Paulini pelo auxilio na reviso ortogrfica e formatao.

    Agradecimentos famlia, aos meus irmos, cunhadas e sobrinhos. Minha tia Cida, cunhado

    Lus Vincius e a minha sogra Rosa Zanini por todo o apoio no perodo. Em especial, ao meu

    eterno orgulho, minha irm, amiga, parceira, gegrafa Kelly Cristina Melo.

    Muito obrigado ainda seria pouco minha me Sra. Sebastiana Cayres de Melo, quela que

    nunca mediu esforos em proporcionar uma vida digna e a transmitir valores aos seus filhos.

    Ao meu pai Sr. Antnio Correia de Melo, que do alto de sua simplicidade, proporcionou-me os

    alicerces para alcanar meus objetivos.

    Findando, nada seria possvel sem a presena de minha esposa Tatiana Zanini. Obrigado

    por todo o amor e, sobretudo, compreenso e pacincia ! um perodo especial, pois

    coincidiu com a chegada de nossos filhos, e a eles, Joo Marcos e Mariana, agradeo

    tambm, pois, a cada sincero sorriso me fizeram acreditar em que tudo valeria a pena !

  • P g i n a | vii

    Desde os mais altos escales do governo e da administrao, at o mais

    simples cidado, todos tem uma parcela de responsabilidade permanente,

    no sentido da utilizao no predatria dessa herana nica que a

    paisagem terrestre.

    Aziz Nacib AbSaber (2003, p.10)

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    RESUMO

    O Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE) corresponde a instrumento da Poltica Nacional

    do Meio Ambiente (PNMA) regulamentado pelo Decreto n 4.297 de 10 de julho de 2002,

    busca integrar e promover sinergias entre variados aspectos de polticas de ordenamento

    territorial e est entre aquelas que mais possibilitam impactar as formas de uso e ocupao

    do territrio e uso dos recursos naturais, destinando-se a subsidiar a formulao e

    implementao de programas, planos, polticas e projetos, pblicos e privados. As diretrizes

    e recomendaes do ZEE so resultantes da leitura e interao entre potencialidades,

    vulnerabilidades e dinmicas territoriais. Compete Unio executar os projetos em escala

    nacional e regional, complementarmente os estados da federao tambm possuem a

    prerrogativa em execut-lo com o objetivo de efetivar aes de planejamento, gesto e

    ordenamento territorial. De maneira geral, o ZEE possui o objetivo de viabilizar o

    desenvolvimento sustentvel a partir da compatibilizao do crescimento econmico,

    avanos sociais e conservao ambiental, partindo da caracterizao e o diagnstico dos

    componentes dos meios fsico e bitico, socioeconmico e aspectos jurdicos e

    institucionais, alm de estabelecer cenrios exploratrios para a proposio de estratgias e

    diretrizes para cada unidade territorial delimitada (zonas), denotando, particularidades

    ambientais, sociais, econmicas e culturais existentes, alm de vulnerabilidades e

    potencialidades distintas sobre territrio. As diretrizes metodolgicas e a regulamentao

    legal que estabelecem critrios para a elaborao do ZEE apresentam uma lacuna ao no

    definir diretamente em seu arcabouo metodolgico indicadores de avaliao e

    monitoramento tanto das etapas de construo, quanto dos diagnsticos executados. Assim,

    propem-se a adoo de indicadores geoambientais para compor o escopo do ZEE, os

    quais sero inseridos no mbito das etapas de desenvolvimento dos projetos. Os

    indicadores de avaliao atuam desde a fase de planejamento at a de implementao do

    ZEE, ponderando as transies entre as etapas e aferindo resultados das normatizaes de

    diretrizes. Os indicadores de monitoramento permitem o acompanhamento de mudanas e

    alteraes sazonais ou pontuais a partir de um marco ordenador, permitindo a mensurao

    das transformaes quanto dinmica socioespacial em relao s alternncias nas

    categorias de uso e ocupao das terras (atividades produtivas, conservao, expanso

    urbana, etc.) e avanos sociais. Deste modo, fundamentou-se a proposta de dezoito

    indicadores geoambientais de monitoramento e sete indicadores geoambientais de

    avaliao ao escopo metodolgico e institucional do ZEE no pas, indicadores classificados

    de acordo com as reas temticas ambiental, econmica, social e normativa.

    Palavras chave: Planejamento Territorial; Ordenamento Territorial; Zoneamento Ecolgico-

    Econmico; Indicadores Geoambientais; Sustentabilidade;

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    ABSTRACT

    The Ecologic-Economic Zoning (EEZ) is a policy instrument of the National Policy for the

    Environment (NPE), regulated by the Decreto (Decree) n 4.297 from July 10th, 2002. It aims

    to integrate and promote synergy between several aspects of territorial planning policies. It is

    among the most efficient tools for land use and occupation planning, as well as managing

    natural resources, seeking to provide a mutual ground for both the planning and

    implementation of public and private policies, programs and plans. The evaluation and

    recommendations from the EEZ are a result of understanding and visualizing potentials,

    vulnerabilities and territorial dynamics. It is a federal responsibility to execute projects in

    national and regional scales, however, states are also eligible to execute them towards

    effective actions in territorial planning, management and ordering. Overall, the EEZ aims to

    promote sustainable economic development through economic growth, social advance and

    environmental conservation. By the study and diagnosis of the physical, biological and

    socioeconomic environment, as well as juridical and institutional aspects, it establishes

    potential scenarios for the proposition of strategies and guidelines for each defined territorial

    unit (zones). In this process, environmental, social, economic and cultural characteristics will

    be considered, as well as potentials and vulnerabilities. The methodological guidelines and

    legal regulations which set the criteria for the preparation of the EEZ present a gap when not

    directly defining indicators for the evaluation and monitoring during the many stages of the

    intended diagnosis. In this context, the use of geo-environmental indicators is proposed in

    the EEZ objectives, which will be inserted during the different stages of project development.

    They are valuable tools in all EEZ stages, from planning to implementation, better defining

    transitions between project stages and evaluating results from guidelines. These indicators

    allow monitoring of seasonal and smaller-scale changes from a regulating date, improving

    the monitoring of socio-spatial dynamics in the transitions between land use and land cover

    categories (productive activities, conservation, urban expansion, etc.) and social advances.

    Eighteen geo-environmental indicators and seven evaluation indicators have been proposed

    as part of the methodological set of the EEZ in Brazil, classified in environmental, economic,

    social and normative areas.

    Keywords: Territorial Planning; Territorial Ordering; Ecologic-Economic Zoning; Geo-

    environmental Indicators; Sustainability.

  • P g i n a | x

    LISTA DE FIGURAS Figura 1.5-1 - Organograma de construo - Indicadores Geoambientais no mbito do ZEE ................................................................................................................................................. 17 Figura 1.5-2 - Esquema metodolgico e operacional para o desenvolvimento da pesquisa ................................................................................................................................................. 19 Figura 2.1.1-1 - Conceituao Esquemtica dos Geossistemas ............................................ 30 Figura 2.1.1-2 - Hierarquizao do ZEE de acordo com compartimentao em escalas ................................................................................................................................................. 40 Figura 2.3-1 - Mapa ilustrativo. ZEES de iniciativa da Unio e validados pelo MMA ................................................................................................................................................. 80 Figura 2.3-2 - Mapa ilustrativo. ZEES de escala regionais e estaduais validados pelo MMA ................................................................................................................................................. 81 Figura 2.3-3 - Mapa ilustrativo. ZEES estaduais normatizados por instrumentos legais (Lei, Decretos) ................................................................................................................................ 82 Figura 2.3-4 - Mapa ilustrativo. ZEES em escala regional (estados e Unio) e projetos da Unio normatizados por instrumentos legais (Lei, Decretos) ................................................. 83 Figura 2.3.1.1-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Acre ................................................................................................................................................. 96 Figura 2.3.1.2-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Alagoas ................................................................................................................................................. 98 Figura 2.3.1.3-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Amap ................................................................................................................................................. 99 Figura 2.3.1.4-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Amazonas ............................................................................................................................................... 101 Figura 2.3.1.5-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado da Bahia ............................................................................................................................................... 102 Figura 2.3.1.6-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Cear ............................................................................................................................................... 104 Figura 2.3.1.7-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do DF ........................ 106 Figura 2.3.1.8-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Esprito Santo .................................................................................................................................... 107

    Figura 2.3.1.9-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Gois ............................................................................................................................................... 108

  • P g i n a | xi

    Figura 2.3.1.10-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Maranho ............................................................................................................................................... 110 Figura 2.3.1.11-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Mato Grosso ...................................................................................................................................111 Figura 2.3.1.12-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Mato Grosso do Sul ....................................................................................................................... 112 Figura 2.3.1.13-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Minas Gerais ................................................................................................................................... 113 Figura 2.3.1.14-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Par ............................................................................................................................................... 114 Figura 2.3.1.15-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado da Paraba ............................................................................................................................................... 115 Figura 2.3.1.16-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Paran ............................................................................................................................................... 117 Figura 2.3.1.17-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Pernambuco ......................................................................................................................... 118 Figura 2.3.1.18-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Piau ............................................................................................................................................... 119 Figura 2.3.1.19-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Rio de Janeiro .................................................................................................................................. 120 Figura 2.3.1.20-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Rio Grande do Norte ................................................................................................................... 121 Figura 2.3.1.21-1: Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Rio Grande do Sul ................................................................................................................................... 122 Figura 2.3.1.22-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Rondnia ................................................................................................................................................123 Figura 2.3.1.23-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Roraima ............................................................................................................................................... 124 Figura 2.3.1.24-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Santa Catarina ................................................................................................................................ 125 Figura 2.3.1.25-1- Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de So Paulo ............................................................................................................................................... 126 Figura 2.3.1.26-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado de Sergipe ............................................................................................................................................... 128

    Figura 2.3.1.27-1 - Mapa ilustrativo, histrico e normatizao do ZEE do estado do Tocantins ............................................................................................................................................... 129 Figura 3.1-1 - Matriz de vulnerabilidade natural e potencialidade social .............................. 135

  • P g i n a | xii

    Figura 3.1-2 - Objetivos (gerais e especficos) para o PZEE no Brasil ................................ 138 Figura 3.1-3 - Fluxograma das principais atividades do PZEE Brasil ................................ 139 Figura 3.2-1 - Principais etapas dos projetos de ZEE e suas articulaes ....................... 141 Figura 3.2-2- Fluxograma das principais atividades do PZEE Brasil e suas articulaes .......................................................................................................................................... 149

    Figura 3.2-3 - Fluxograma das atividades do MacroZEE do estado do Maranho .......................................................................................................................................... 150

    Figura 3.2.2-1 - Construo de cenrios para ZEE .............................................................. 160 Figura 4.1-1: Pirmide de informao, modelo conceitual da OCDE ................................... 165 Figura 4.1-2 - Sntese das caractersticas das categorias de indicadores ........................... 166 Figura 4.1-3 Pirmide de informao associada ao tipo de utilizador ............................... 174 Figura 4.1-4 - Tipos de indicadores e fluxo de implementao de programas ..................... 175 Figura 4.1-5 - Indicadores de avaliao mensurveis para polticas pblicas .................... 176 Figura 4.1.2-1 Categorias de Indicadores sugeridos pela OCDE ..................................... 184 Figura 4.1.2-2 - Conjunto de Indicadores ambientais da OCDE .......................................... 185 Figura 4.1.2-3 - Estrutura conceitual do modelo PER da OCDE .......................................... 187 Figura 4.1.2-4 - Estrutura conceitual do modelo DPSIR proposto pela AEA ....................... 189 Figura 4.1.3-1 - Painel de Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel IBGE................... 194 Figura 4.1.4-1 - Indagaes bsicas ao uso de geoindicadores ......................................... 214 Figura 5.1-1 - Sntese das respostas sobre sugestes de indicadores aos ZEES............... 225 Figura 5.2-1 - Etapas de elaborao do ZEE e respectivas categorias de indicadores geoambientais propostos ..................................................................................................... 226 Figura 5.2.1-1 - Temas relacionados aos indicadores de avaliao propostos ................... 235 Figura 5.2.1-2 - Temas relacionados aos indicadores de monitoramento propostos ............................................................................................................................................... 239

  • P g i n a | xiii

    LISTA DE QUADROS Quadro 2.1.1-1 - Classificao taxonmica da paisagem ...................................................... 31 Quadro 2.1.1-2 - Estgios de elaborao dos projetos e nveis de informao fsico-geogrfica ............................................................................................................................... 38 Quadro 2.3-1 - Situao atual dos projetos de ZEE sob responsabilidade da Unio ................................................................................................................................................. 88 Quadro 2.3-2 - Situao atual dos projetos de ZEE nos Estados .......................................... 95 Quadro 3.1-1 - Produtos gerados a partir do ZEE ................................................................ 133 Quadro 3.2-1 Nveis de informao e de escalas indicadas ao planejamento territorial ................................................................................................................................................153 Quadro 4.1-1 - Matriz de classes de IDH e IDHM ................................................................ 169 Quadro 4.1-2 - Variveis aplicadas aos principais macroindicadores no pas ..................... 170 Quadro 4.1.2-1 - Sntese de vantagens e limitaes da aplicao de indicadores ambientais ............................................................................................................................................... 190 Quadro 4.1.3-2 - Sntese do Painel de Indicadores de DS elaborado pelo IBGE (verso 2012) ............................................................................................................................................... 200 Quadro 4.1.3-3 - Indicadores em estudo para compor o PNIA 2014 ................................... 203 Quadro 4.1.3-4 - Estrutura temtica e indicadores do PNIA 2012 e 2014 (propostos) ............................................................................................................................................... 204 Quadro 4.1.3-5 - Temas, subtemas e indicadores ambientais do PNIA 2012 (vigente) ............................................................................................................................................... 208 Quadro 4.1.4-1 - Geoindicadores influncias naturais x influncias humanas ..................... 214 Quadro 5.1-1 - Processo de desenvolvimento de indicadores ............................................. 220 Quadro 5.1-2 - Sntese do roteiro de entrevistas: membros CCZEE ................................... 225 Quadro 5.3-1 Painel de Indicadores geoambientais aplicados ao Programa de Zoneamento Ecolgico-Econmico ........................................................................................................... 244 Quadro 5.3.1.1-1 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 248 Quadro 5.3.1.1-2 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 252 Quadro 5.3.1.1-3 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 253 Quadro 5.3.1.1-4 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 255 Quadro 5.3.1.1-5- Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental ........................... 257

  • P g i n a | xiv

    Quadro 5.3.1.1-6 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 259 Quadro 5.3.1.1-7 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 261 Quadro 5.3.1.1-8 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 263 Quadro 5.3.1.1-9 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental .......................... 265 Quadro 5.3.1.1-10 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental ........................ 267 Quadro 5.3.1.1-11 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental ........................ 269 Quadro 5.3.1.1-12 - Indicador geoambiental de monitoramento. Ambiental ........................ 271 Quadro 5.3.1.2-1 - Indicador geoambiental de monitoramento. Econmico......................... 273 Quadro 5.3.1.2-2 - Indicador geoambiental de monitoramento. Econmico ........................ 275 Quadro 5.3.1.2-3 - Indicador geoambiental de monitoramento. Econmico ........................ 277 Quadro 5.3.1.2-4 - Indicador geoambiental de monitoramento. Econmico ........................ 280 Quadro 5.3.1.3-1 - Indicador geoambiental de monitoramento. Social ................................ 282 Quadro 5.3.1.3-2 - Indicador geoambiental de monitoramento. Social ................................ 283 Quadro 5.3.1.4-1 - Indicador geoambiental de avaliao. Normativa .................................. 286 Quadro 5.3.1.4-2 - Indicador geoambiental de avaliao. Normativo .................................. 289 Quadro 5.3.1.4-3 - Indicador geoambiental de avaliao. Normativo .................................. 293

  • P g i n a | xv

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIAES

    ADA Agncia de Desenvolvimento da Amaznia AEA Agncia Ambiental Europeia ANA Agncia Nacional de guas APP reas de Preservao Permanente BID Banco Interamericano de Desenvolvimento BNDE Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Social CENSIPAM Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteo da

    Amaznia CCZEE Comisso Coordenadora do Zoneamento Ecolgico-Econmico

    do Territrio Nacional CDS Comisso de Desenvolvimento Sustentvel CDES Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social CEPAL Comisso Econmica para a Amrica Latina e Caribe CDINT Coordenao-Geral de Dilogo Econmico Internacional CNUDS Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento

    Sustentvel CNUMAD Conferncia das Naes Unidas sobre o Ambiente e o

    Desenvolvimento CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente COP Conveno sobre Diversidade Biolgica COPAM Conselho Estadual de Poltica Ambiental CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CTI Comit de Tecnologia da Informao DATASUS Departamento de Informtica do Sistema nico de Sade DBO Demanda Bioqumica de Oxignio DCPDS Departamento de Coordenao de Polticas e Desenvolvimento

    Sustentvel DGA Direo Geral do Ambiente DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral ECOSOC Conselho Econmico e Social das Naes Unidas EIA Estudos de Impacto Ambiental Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria FAO Food and Agriculture Organization FEPAM Fundao Estadual de Proteo Ambiental FER Fora motriz - Estado Resposta FIOCRUZ Fundao Oswaldo Cruz FUNCEME Fundao Cearence de Meteorologia e Recursos Hdricos GERCO Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro GIS Geographic Information System GTIA Grupo de Trabalho sobre Indicadores Ambientais IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

    Renovveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICMBio Instituto Chico Mendes da Biodiversidade ICV ndice de Condies de Vida IDEMA Instituto Estadual de Desenvolvimento Sustentvel e Meio

    Ambiente IDH ndice de Desenvolvimento Humano IDHM ndice de Desenvolvimento Humano Municipal

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Departamentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Inform%C3%A1ticahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde

  • P g i n a | xvi

    IDS ndice de Desenvolvimento Social IEMA Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos IEPA Instituto de Pesquisas Cientficas e Tecnolgicas do estado do

    Amap ILAC Iniciativa Latino-americana e Caribenha para o

    Desenvolvimento Sustentvel INEA Instituto Estadual de Ambiente INMETRO Instituto de Normalizao e Qualidade Industrial INMT Instituto Nacional de Metrologia INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPAM Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas IPRS ndice Paulista de Responsabilidade Social IQA ndice de Qualidade da gua IQM ndice de Qualidade Municipal ISA Instituto Socioambiental ITCG Instituto Estadual de Terras, Cartografia e Geocincias IUCN International Union for Conservation of Nature and Natural IUGS Unio Internacional de Cincias Geolgicas JBRJ Instituto de Pesquisas Jardim Botnico do Rio de Janeiro LAGET/UFRJ Laboratrio de Gesto Territorial da Universidade Federal do

    Rio de Janeiro MAPA Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MACROZAEE-GO Macrozoneamento Agroecolgico e Econmico do Estado de

    Gois MEC Ministrio da Educao MI Ministrio da Integrao Nacional MMA Ministrio do Meio Ambiente MPEG Museu Paraense Ernflio Goeldi MPO Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto MT Ministrio dos Transportes OCDE Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico ONG Organizao No Governamental ONU Organizao das Naes Unidas PAE-CE Programa de Ao Estadual de Combate Desertificao PainelBio Painel Brasileiro de Biodiversidade PAM Produo Agrcola Municipal PAN-Brasil Programa de Ao Nacional de Combate Desertificao e

    Mitigao dos Efeitos da Seca PAS Plano Amaznia Sustentvel PCS Programa Cidades Sustentveis PDI Processamento Digital de Imagens PDCO Plano Estratgico de Desenvolvimento Sustentvel do Centro-

    Oeste PDNE Plano Estratgico de Desenvolvimento Sustentvel do

    Nordeste PDSA Plano Estratgico de Desenvolvimento Sustentvel do Semi-

    rido PEC Padro de Exatido Cartogrfica PEGC Poltica Estadual de Gerenciamento Costeiro PER Presso-Estado-Resposta PIB Produto Interno Bruto PIN Plano de Integrao Nacional

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    PMACI II Projeto de Proteo do Meio Ambiente e das Comunidades Indgenas

    PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclio PNB Produto Nacional Bruto PNDU Poltica Nacional de Desenvolvimento Urbano PNDR Poltica Nacional de Desenvolvimento Regional PNGC Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro PNIA Painel Nacional de Indicadores Ambientais PNMA Poltica Nacional de Meio Ambiente PNOT Poltica Nacional de Ordenamento Territorial PNPCT Poltica Nacional de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e

    Comunidades Tradicionais PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PNUMA Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente PPA Plano Plurianual PPG7 Programa Piloto para Proteo das Florestas Tropicais PRODEAGRO Programa de Desenvolvimento Agropecurio do Estado de

    Mato Grosso PRODES Programa de Avaliao do Desflorestamento na Amaznia

    Legal PZEE Programa Zoneamento Ecolgico-Econmico PZEEAL Programa de Zoneamento para a Amaznia Legal RIO-92 Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e

    Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992 RPPN Reservas Particulares do Patrimnio Natural RL Reserva legal SAE Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da

    Repblica SBF Secretaria de Biodiversidade e Florestas SDS Secretaria de Polticas para o Desenvolvimento Sustentvel SEA Secretaria de Estado do Ambiente SEAMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hdricos SEANP Sistema Estadual de reas Naturais Protegidas SECTAM Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cincia e Tecnologia SECTMA Secretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente SEDAM Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental SEDR Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentvel SEMA Secretaria do Estado do Meio Ambiente SEMACE Superintendncia Estadual do Meio Ambiente SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento

    Sustentvel SEMA-PA Secretaria de Meio Ambiente do estado do Par SEMAR Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hdricos SEMARCH Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hdricos SEMAS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade SEPLAM Secretaria Municipal de Planejamento SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenao Geral SERHMACT Secretaria de Estado de Recursos Hdricos e do Meio Ambiente

    e da Cincia e Tecnologia SPG Secretaria de Estado do Planejamento SIG Sistemas de Informaes Geogrficas SINIMA Sistema Nacional de Informaes sobre Meio Ambiente SIPAM Sistema de Proteo da Amaznia SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao SPRING Sistema de Processamento de Informaes Georreferenciadas

  • P g i n a | xviii

    SRHU Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente TAC Termos de Ajustamento de Conduta TCU Tribunal de Contas da Unio TdR Termos de Referncia TI Terra Indgena TGS Teoria Geral dos Sistemas UANs Unidades Ambientais Naturais UC Unidade de Conservao UFAL Universidade Federal de Alagoas UFPA Universidade Federal do Par UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFVR Universidade Federal de Lavras UGRHI Unidades Hidrogrficas de Gerenciamento de Recursos

    Hdricos UNCCD Conveno das Naes Unidas de Combate Desertificao UNESCO United Nations Educacional, Scientifi c and Cultural

    Organization USEE Unidades Scio-Econmicas-Ecolgicas UTB Unidade Territorial Bsica WMO World Meteorological Organization WWF World Wildlife Fund ZA Zoneamento Ambiental ZAEE-GO Comisso Coordenadora do Zoneamento Agroecolgico e

    Econmico do Estado de Gois ZEE Zoneamento Ecolgico-Econmico ZEEC Zoneamento Ecolgico-Econmico Costeiro ZEEU Zoneamento Ecolgico-Econmico Urbano ZOPOT Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da

    Amaznia Legal ZSEE Zoneamento Scio-ecolgico-econmico

  • P g i n a | xix

    SUMRIO

    FICHA CATALOGRFICA ........................................................................................ III

    FOLHA DE APROVAO ........................................................................................ IV

    AGRADECIMENTOS ................................................................................................ VI

    RESUMO................................................................................................................. VIII

    ABSTRACT ............................................................................................................... IX

    LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. X

    LISTA DE QUADROS ............................................................................................. XIII

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIAES .................................................................... XV

    CAPTULO I: JUSTIFICATIVAS, HIPTESES, OBJETIVOS E METODOLOGIA .... 1

    1.1 INTRODUO ................................................................................................. 1

    1.2 JUSTIFICATIVAS............................................................................................. 9

    1.3 HIPTESES ................................................................................................... 11

    1.4 OBJETO ......................................................................................................... 13

    1.5 OBJETIVOS ................................................................................................... 13

    1.5.1 OBJETIVOS ESPECFICOS ...................................................................... 13

    1.6 MTODO DE PESQUISA E PROCEDIMENTOS TCNICOS ....................... 14

    CAPTULO II: COMPARTIMENTAO DA PAISAGEM E O ORDENAMENTO TERRITORIAL .......................................................................................................... 20

    2.1 UNIDADES TERRITORIAIS E PAISAGEM COMO CATEGORIA DE ANLISE................................................................................................................... 20

    2.1.1 ABORDAGEM GEOSSISTMICA E A COMPARTIMENTAO DO ESPAO GEOGRFICO .......................................................................................... 28

  • P g i n a | xx

    2.2 CONCEITO DE TERRITRIO E SUA DIMENSO POLTICA E SOCIAL .... 41

    2.2.1 ORDENAMENTO, PLANEJAMENTO E GESTO TERRITORIAL............ 47

    2.2.2 PACTO FEDERATIVO E GOVERNANA, O ESTADO COMO PROMOTOR DO PLANEJAMENTO ........................................................................ 50

    2.2.3 EXPERINCIAS ACERCA DE COMPARTIMENTAES DO TERRITRIO ............................................................................................................ 62

    2.3 ESTADO DA ARTE DO ZEE NO BRASIL ...................................................... 72

    2.3.1 ZEE NOS ESTADOS, SITUAO ATUAL E PERSPECTIVAS ...................... 96

    2.3.1.1 ESTADO DO ACRE ...................................................................................... 96

    2.3.1.2 ESTADO DE ALAGOAS ............................................................................... 98

    2.3.1.3 ESTADO DO AMAP ................................................................................... 99

    2.3.1.4 ESTADO DO AMAZONAS ......................................................................... 101

    2.3.1.5 ESTADO DA BAHIA ................................................................................... 102

    2.3.1.6 ESTADO DO CEAR ................................................................................. 104

    2.3.1.7 DISTRITO FEDERAL .................................................................................. 106

    2.3.1.8 ESTADO DO ESPRITO SANTO ................................................................ 107

    2.3.1.9 ESTADO DE GOIS ................................................................................... 108

    2.3.1.10 ESTADO DO MARANHO ....................................................................... 110

    2.3.1.11 ESTADO DO MATO GROSSO ................................................................. 111

    2.3.1.12 ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL .................................................. 112

    2.3.1.13 ESTADO DE MINAS GERAIS .................................................................. 113

    2.3.1.14 ESTADO DO PAR .................................................................................. 115

    2.3.1.15 ESTADO DA PARABA ............................................................................ 116

  • P g i n a | xxi

    2.3.1.16 ESTADO DO PARAN ............................................................................. 117

    2.3.1.17 ESTADO DE PERNAMBUCO .................................................................. 118

    2.3.1.18 ESTADO DO PIAU................................................................................... 119

    2.3.1.19 ESTADO DO RIO DE JANEIRO ............................................................... 120

    2.3.1.20 ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ................................................. 121

    2.3.1.21 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ....................................................... 122

    2.3.1.22 ESTADO DE RONDNIA ......................................................................... 123

    2.3.1.23 ESTADO DE RORAIMA ........................................................................... 124

    2.3.1.24 ESTADO DE SANTA CATARINA ............................................................. 125

    2.3.1.25 ESTADO DE SO PAULO ....................................................................... 126

    2.3.1.26 ESTADO DE SERGIPE ............................................................................. 128

    2.3.1.27 ESTADO DE TOCANTINS ........................................................................ 129

    CAPTULO III: ESCOPO METODOLGICO DO ZONEAMENTO ECOLGICO-ECONMICO .......................................................................................................... 130

    3.1 ARCABOUO TERICO-METODOLGICO DO ZEE ............................... 130

    3.2 PROCEDIMENTOS TCNICO-OPERACIONAIS PARA CONSTRUO DO ZEE ......................................................................................................................... 140

    3.2.1 ESCALAS E BASES CARTOGRFICAS DO ZEE .................................. 151

    3.2.2 INDICATIVOS DE USO PARA AS ZONAS E RESPECTIVOS CENRIOS ...................................................................................................................156

    CAPTULO IV: INDICADORES GEOAMBIENTAIS: AVALIAO E MONITORAMENTO DOS PROJETOS DE ZEE ..................................................... 161

    4.1 DESENVOLVIMENTO E DEFINIES DE INDICADORES ....................... 161

    4.1.1 INDICADORES AMBIENTAIS E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL ...................................................................................................... 177

  • P g i n a | xxii

    4.1.2 CENRIO INTERNACIONAL E NACIONAL NA CONSTRUO DE INDICADORES ....................................................................................................... 183

    4.1.3 PAINIS DE INDICADORES AMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NO BRASIL ................................................................................. 193

    4.1.4 DEFINIES E CONTRIBUIES DOS GEOINDICADORES ............... 211

    CAPTULO V: PROPOSTA DE INDICADORES GEOAMBIENTAIS APLICADOS AO ZEE ................................................................................................................... 216

    5.1 INDICADORES GEOAMBIENTAIS DE MONITORAMENTO E AVALIAO 216

    5.2 PROPOSTA DE INDICADORES GEOAMBIENTAIS AO ZEE .................... 226

    5.2.1 DEFINIES DE MONITORAMENTO E AVALIAO AOS INDICADORES GEOAMBIENTAIS ........................................................................ 230

    5.3 ELABORAO DO PAINEL DE INDICADORES GEOAMBIENTAIS ........ 239

    5.3.1 DETALHAMENTO DOS INDICADORES GEOAMBIENTAIS PROPOSTOS AO ESCOPO DO ZEE ............................................................................................ 245

    5.3.1.1 REA TEMTICA AMBIENTAL (ETAPA DE DIAGNSTICO) ........... 248

    5.3.1.2 REA TEMTICA ECONMICA (ETAPA DE DIAGNSTICO) .......... 273

    5.3.1.3 REA TEMTICA SOCIAL (ETAPA DE DIAGNSTICO) ................... 281

    5.3.1.4 REA TEMTICA NORMATIVA (ETAPAS DE PLANEJAMENTO, PROPOSIO, IMPLANTAO DO ZEE) ............................................................ 285

    CAPTULO VI: CONSIDERAES FINAIS .......................................................... 296

    REFERNCIAS ....................................................................................................... 302

  • P g i n a | 1

    CAPTULO I: JUSTIFICATIVAS, HIPTESES, OBJETIVOS E METODOLOGIA

    1.1 Introduo

    Ao longo da histria, a formao territorial do Brasil se deu por meio da

    conquista dos povos nativos, dos recursos naturais e, sobretudo, a conquista e o

    controle do territrio. Terras outrora desconhecidas e inexploradas pelos

    conquistadores europeus, porm conhecidas e ocupadas de forma autctone pelos

    povos nativos. Todo o processo de conquista marcou a histria do pas desde o

    inicio do sculo XVI, originalmente com a Coroa portuguesa cuja atuao foi de

    fundamental importncia para a ampliao do territrio na recm descoberta Am-

    rica para alm da Linha de Tordesilhas no tratado firmado ainda no sculo XV entre

    os Reinos de Portugal e o recm-formado Reino da Espanha, com o intuito de dividir

    as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora do continente

    europeu a partir daquele momento (sculo XV, ano de 1494).

    Alm da ocupao portuguesa do territrio pela zona costeira em sua face

    atlntica, figura nestes primeiros sculos da colonizao a fundao das primeiras

    vilas e cidades, o povoamento adentrando ao continente e a expanso da pecuria

    pelo serto nordestino, norte de Minas Gerais e nos denominados Campos Gerais

    (correspondendo ao interior de So Paulo norte do Paran), territrio rio-grandense.

    Todos estes episdios histricos configuram vetores que fomentaram movimentos

    demogrficos, ncleos de ocupao e povoamento marcaram os primeiros sculos

    da histria do pas. Figura, tambm, a ocupao do territrio por meio do intenso

    ciclo minerrio (sculo XVIII) e pelo tropeirismo (condutores de muares, equinos,

    comerciantes, apogeu da atividade entre os sculos XVII e XVIII), atividades que

    fomentaram o trnsito e ocupao do territrio entre o litoral do sudeste, vale do

    Paraba paulista e fluminense, e reas interioranas, denominados poca sertes.

    Logo aps a crise da atividade minerria (ciclo do ouro) incio do sculo XIX,

    as atividades agrcolas tomam importncia ao mesmo tempo em que a economia

    colonial se reorganiza com base na grande lavoura mercantil exportadora, atividades

    que buscam novas reas, ou seja, a conquista de novos territrios. Ao decorrer do

    sculo XIX, a expanso das lavouras e de novos ncleos de povoamento tiveram

    como vetores novas estradas (antigos caminhos, trilhas do bandeirantismo,

  • P g i n a | 2

    tropeirismo e indgenas) e, sobretudo, as ferrovias que adentravam ao interior rumo

    ao oeste, descentralizando a clssica ocupao do litoral. Todo este cenrio perdura

    por um longo perodo, porm com a ecloso da Primeira Guerra Mundial no sculo

    XX, a matriz exportadora de produtos agrcolas entra em crise, dando espao ao

    processo de industrializao, territorialmente alocado e fomentando centros urbanos

    (novos e remodelando os existentes). Os ncleos urbanizados possuam a

    caracterstica de estarem associados s atividades industriais, as quais por sua vez

    ao demandarem insumos, permitiram a busca de novas fontes de recursos naturais

    e a busca de novos territrios, criando assim uma nova configurao espacial e

    econmica da sociedade brasileira.

    Ao longo da histria, entre momentos de bonana e crise, tanto a indstria

    como a pecuria, a agricultura e o extrativismo, todos de acordo com fatores sociais,

    econmicos e polticos (internos e externos) ajudaram a definir a configurao

    territorial brasileira, processo dinmico que perdura at os dias atuais.

    O cenrio do sculo XX denotou novos rumos em termos econmicos e

    sociais no que se refere s transformaes significativas do modo de vida da

    sociedade, como o emergente processo de urbanizao, migrao estrangeira,

    fluxos imigratrios internos, agropecuria mecanizada e exportadora, explorao

    florestal e mineral, entre outros fatores que levaram o territrio brasileiro a se

    configurar substancialmente nos moldes dos atuais.

    Por sua vez, os novos ares trazem consigo uma maior demanda pelos

    recursos naturais, os quais em um primeiro momento passam gradativamente a ser

    motivo de preocupao estratgica em relao quantidade e disponibilidade e

    logstica para explorao e, posteriormente, com a preocupao quanto finidade e

    impactos ambientais decorrentes do processo de produo e logstica. Com os

    efeitos de um exacerbado modelo de explorao centenrio, o qual deixa, desde o

    incio de quaisquer atividades, suas marcas no territrio como a contaminao de

    reas, gua, solo, poluio atmosfrica, escassez de recursos hdricos e, sobretudo,

    um crescente quadro de desigualdades sociais; assim, surgem ento em meados da

    segunda metade do sculo XIX, os primeiros esforos no sentido de proporcionar

    sociedade algum tipo de controle, preveno e minorao dos impactos sobre o

    meio ambiente promovidos pelas aes antrpicas. Estas preocupaes fomentaram

    os estudos de anlises e avaliaes de impactos ambientais, com a promoo de

  • P g i n a | 3

    medidas mitigadoras baseadas no que passou a ser conhecido, em poucas dcadas

    do presente, como sustentabilidade ou desenvolvimento sustentvel.

    Diante do processo de ocupao do territrio brasileiro com o Estado nacional

    preconizando o desenvolvimento, sobretudo econmico, seja ao longo da zona

    costeira seja para o interior do pas e por todo o contexto histrico antecedente

    (aps os anos de 1950), nota-se que, por vezes, todo o processo fora dinamizado

    por movimentos migratrios vistos como espontneos ou queles decorrentes de

    aes ou polticas pblicas direcionadas. Assim, todas as formas de uso e ocupao

    do territrio passaram a exigir algum tipo de interveno oficial do Estado, mesmo

    que de forma incipiente e posteriormente reveladora de problemas sociais e

    ambientais, no entanto, ainda assim o planejamento revelou-se de grande

    importncia e de uma necessidade estratgica em favor do governo institudo.

    Outrossim, diante do perodo que corresponde s dcadas de 1960 e 1980, o pas

    (sob a gide dos governos militares) foi palco de grandes obras de infraestrutura

    como hidroeltricas, portos, aeroportos, zonas industriais, e em destaque grandes

    rodovias de integrao nacional, as quais tinham a pretenso de povoar e

    desenvolver economicamente os ditos rinces do pas, como os domnios do

    Cerrado e, sobretudo regio amaznica.

    Os estudos acerca do conhecimento do territrio, sendo uma das estratgias

    fundamentais do planejamento estatal, tornam-se fundamentais no que se refere ao

    apoio aos projetos de desenvolvimento econmico e povoamento do espao

    geogrfico, os estudos integrados de carter geogrfico (no necessariamente feitos

    por gegrafos, mas de carter espacial), se debruaram sobre os estudos,

    diagnsticos e zoneamentos com pretenses de fornecer bases para a gesto

    territorial e planejamento estratgico regional e local. A segunda metade do sculo

    XX pode ser marcada por um exponencial crescimento urbano e industrial intenso e

    acelerado, dinamizado por um conjunto de medidas institucionais e polticas de

    crescimento e fomento econmico, intitulada pela historiografia do "Milagre

    Econmico", dissociada dos interesses e compromisso com a questo ambiental

    (ROSS, 2006).

    No entanto, desde a dcada de 1970 e diante de presses institucionais de

    organizaes polticas e sociais no mbito internacional, passou-se a vivenciar um

    momento histrico de questionamento ao modelo de desenvolvimento econmico e

  • P g i n a | 4

    seus decorrentes impactos sociais e ambientais pelas economias mundiais. O cerne

    do iminente debate internacional sobre a temtica ambiental foi no sentido de

    conhecer e superar as divergncias entre crescimento econmico e equidade social,

    assim, nas dcadas e anos seguintes, variadas conferncias internacionais

    passaram a tratar desta temtica, bem como passou a ser tema de trabalhos

    acadmicos e tcnicos em variadas reas do conhecimento, alm do nascimento e

    formao crescente de movimentos polticos, sociais e ambientalistas, os quais

    influenciaram novas perspectivas sobre o tema, uma vez que induziram polticas

    pblicas, mecanismos de fiscalizao, previso de impactos, preservao e

    conservao da biodiversidade entre um grande leque de lutas e conquistas que

    ainda (sculo XXI) no se esgotaram no mundo contemporneo. A partir deste

    cenrio os preceitos de compartimentao territorial por meio do diagnstico de suas

    potencialidades e fragilidades ambientais se legitimaram, dentre outras

    possibilidades e metodologias desenvolvidas.

    A demanda pelos estudos de impacto, diagnsticos e avaliaes ambientais

    para variadas atividades humanas so precedentes ao que se denominou como

    zoneamento ambiental ou como Zoneamento Ecolgico e Econmico nos moldes

    atuais, o qual em uma perspectiva original corresponde, stricto sensu, ao

    zoneamento ambiental entendido como uma categoria dentre outras possibilidades

    de compartimentao territorial, tais como o zoneamento industrial, zoneamento

    agrcola, agroclimtico e urbano. Como os demais, pode ser institucionalizado por

    instrumento normativo (Lei, Decreto) passando a ser pensado numa ordem de

    grandeza atrelado perspectiva de ordenamento territorial com vis ambiental e

    social, contrapondo-se concepo tradicional de zoneamentos setoriais

    (especficos) os quais, por exemplo, se limitavam em alocar ou restringir reas

    industriais em espaos urbanos muito adensados demograficamente ou definir reas

    com potenciais agrcolas.

    Em uma nova abordagem, as propostas para um zoneamento ambiental

    devem refletir a integrao de disciplinas tcnicas e cientficas na medida em que

    consideram as potencialidades do meio natural, adequando o programa de

    desenvolvimento e os meios institucionais a uma relao entre sociedade e

    natureza, cujo princpio bsico o ordenamento territorial calcado nos pressupostos

    do desenvolvimento com polticas conservacionistas (ROSS, 2006). Deste modo, o

  • P g i n a | 5

    Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE) reflete, sobremaneira, a caracterstica de

    estar embasado nos estudos interdisciplinares, denotando a convergncia de

    disciplinas alm da transferncia de conceitos tericos e da combinao de reas.

    Mesmo diante do fato de que em determinadas etapas os estudos que compem um

    projeto de ZEE tendam a assumir um carter multidisciplinar, onde os campos do

    conhecimento estejam em paralelo sem ligaes diretas em demandas especficas e

    necessrias em estudos de fenmenos de processos naturais, biolgicos e sociais.

    Institucionalmente, o ZEE corresponde a um importante instrumento da

    Poltica Nacional de Meio Ambiente (PNMA) (Lei n 6.938, de 31 de agosto de

    1981)1, porm ainda no corresponde a uma realidade nacional em termos de

    efetividade. Apesar dos avanos, o pas ainda vem hesitando na aplicao das

    polticas pblicas na rea ambiental, onde muitos dos instrumentos legais ainda so

    contestados ou simplesmente no cumpridos. Dentre tais instrumentos legais, o

    zoneamento ambiental figura entre os mais importantes e completos, pois acaba por

    incorporar o planejamento territorial sob uma tica de base tcnica e cientfica,

    disposto de ferramentas de carter colaborativo e participativo. Assim, desde a

    dcada de 1990 atravs do Programa Zoneamento Ecolgico-Econmico (PZEE) e ao

    priorizar a Amaznia Legal, o ZEE inseriu-se de vez entre os instrumentos oficiais das

    polticas territoriais no pas.

    O PZEE corresponde a um projeto de alcance nacional, promovido

    oficialmente pela Unio a partir da dcada de 1990 no marco da competncia

    relativa promoo de polticas pblicas voltadas ao planejamento e implementao

    de programas e projetos relacionados temtica do desenvolvimento e

    ordenamento do territrio em variadas escalas. Enquanto um instrumento tcnico e

    poltico possui a premissa de otimizar o uso do territrio em perspectivas sociais e

    ambientalmente justas e, como instrumento poltico de regulao do uso do territrio,

    visa permitir a integrao de polticas pblicas de vrias reas ao promover cenrios

    prospectivos, rejeitando o convencional modo de tratamento setorizado do

    planejamento.

    1 Institui a Poltica Nacional do Meio Ambiente e o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cujo objetivo o

    estabelecimento de padres que tornem possvel o desenvolvimento sustentvel atravs de mecanismos e instrumentos capazes de conferir ao meio ambiente uma maior proteo.

  • P g i n a | 6

    Desta forma, a proposta corrobora com as demandas em busca da

    sustentabilidade e traz consigo o arcabouo legal em suas atribuies ao promover o

    planejamento e ordenamento do uso e ocupao do territrio, onde o conceito de

    sustentabilidade tornou-se uma premissa bsica para auxiliar a identificar

    potencialidades e limitaes ecolgicas, econmicas e sociais e onde os recursos

    naturais devam ser utilizados considerando-se os impactos diretos e indiretos para a

    sociedade e para a natureza. Sob a perspectiva da sustentabilidade, o ZEE procura

    orientar o usufruto e a conservao dos recursos naturais com critrios e

    normatizaes negociadas com a sociedade e que garantam sua oferta para as

    geraes vindouras. Ademais, em seu escopo metodolgico visa integrar

    informaes em bases geogrficas, servindo como base de negociao entre os

    entes envolvidos, seja Unio, estados e municpios juntamente com a sociedade.

    Decerto, a elaborao do ZEE parte da prerrogativa metodolgica de uma

    anlise integrada das caractersticas naturais e da dinmica social de um territrio

    previamente definido, seja por suas caractersticas biofsicas, seja pelo seu escopo

    poltico-institucional, identificando e analisando diferentes fatores sob a perspectiva

    das dinmicas do processo de ocupao do espao geogrfico e das relaes

    econmicas e sociais decorrentes. Por tratar do tema territrio e sua governana, o

    ZEE remete busca de uma identidade local (ou mesmo regional) e, com efeito,

    todo o processo pretrito de uso e ocupao posto em evidncia e influencia

    sobremaneira o estdio atual e os novos cenrios propostos pelo processo de

    zoneamento territorial.

    Ao abarcar o ecolgico e o econmico em unidades territoriais, o ZEE

    busca integrar, sintetizar e espacializar estas duas dimenses de anlise, onde o

    ecolgico busca refletir as potencialidades e possveis limitaes dos recursos

    naturais e uso sustentado. Por sua vez, a abordagem econmica procura

    demonstrar o modelo institudo e as aspiraes do desenvolvimento humano das

    comunidades que habitam e exploram determinado territrio. A definio de zonas

    (ecolgicas e econmicas) resulta de metodologia de anlise integrada e do

    estabelecimento de uma hierarquia de escalas espaciais e temporais, do

    conhecimento da dinmica do sistema ambiental e da formao socioeconmica, ou

    seja, do estabelecimento de interaes e articulaes entre os componentes da

    paisagem geogrfica.

  • P g i n a | 7

    As entidades geogrficas estabelecidas (de acordo com escalas de

    mapeamento) podem partir de macrozonas, zonas ou subzonas, devem possuir

    contiguidade espacial e pertencer preferencialmente s classificaes topolgicas

    que permitam agrupamentos em diversas ordens de grandeza, as quais podem

    adotar como uma espcie de matriz paisagstica o recorte espacial de uma

    compartimentao biofsica, como uma bacia hidrogrfica, provncia geomorfolgica,

    plancie ou plataforma costeira (litoral), alm de recortes administrativos como

    municpios, distritos, regies econmicas, metropolitanas, reas protegidas,

    unidades de conservao, terras indgenas, entre outras possibilidades de

    compartimentao territorial natural ou poltica.

    A elaborao de uma proposta zoneamento considera, portanto, os processos

    naturais, sintetizada em princpios da dinmica ecolgica especializada no espao

    (ecodinmica), e por outro lado, os processos e fenmenos sociais que

    correspondem dinmica econmica e aos objetivos polticos. Ademais, considera

    aspetos jurdicos e institucionais, sintetizados em terras pblicas de usos especiais

    previstos em legislao especfica, que definem e afetam a espacialidade do uso da

    terra em vrias localidades. Com isso, a metodologia tem de forma implcita o

    desafio de manter as especificidades de cada eixo de anlise e, ao mesmo tempo,

    promover a anlise integrada da paisagem em uma concepo terico-metodolgica

    que remete aos preceitos geogrficos de uma abordagem geossistmica. Diante do

    arcabouo metodolgico que possui em seu cerne o atendimento demanda de

    anlises integradas, o ZEE atua como instrumento de fomento s polticas pblicas

    (ambientais, econmicas e de ordenamento territorial), porm, acaba por omitir e

    no mensurar o seu prprio desempenho e aplicabilidade, ficando notria a

    necessidade do uso de indicadores de avaliao e monitoramento.

    Desde as primeiras experincias durante a dcada de 1990, a nica

    ferramenta com vistas a monitorar ou avaliar os programas de Zoneamento

    Ecolgico-Econmico corresponde ao indicador de quilmetro de rea zoneada

    (mapeada em km) independente de escala ou unidade territorial objeto do projeto.

    Trata-se, portanto, de um indicador limitado, o qual fomenta discusses e novas

    propostas para a incluso de novas formas de monitoramento ao processo de

    elaborao e aos produtos gerados (caracterizao, diagnstico, propostas de

    gesto e cenrios). As diretrizes metodolgicas (e legislao decorrente) normatizam

  • P g i n a | 8

    e estabelecem critrios e definem competncias na elaborao e execuo, no

    entanto, no estabelecem indicadores de monitoramento e avaliao nas variadas

    etapas dos projetos, desde a etapa de planejamento, diagnstico, propositiva na

    construo de cenrios, definio de zonas e, sobretudo, na implementao e

    efetivao decorrentes da normatizao legal do zoneamento realizado.

    Assim, incorporar ao escopo metodolgico a proposta de um painel de

    indicadores de monitoramento e avaliao de fundamental importncia para

    orientar os projetos, pois os indicadores correspondem aos critrios que analisam e

    validam o comportamento de variveis, ou seja, as caractersticas, componentes,

    fatores e elementos que so motivo de estudo, planejamento e tomada de decises

    a partir deles. No mbito do ZEE, os indicadores podem assumir variados tipos e

    aplicaes ao denotarem variveis socioeconmicas e ambientais, justapostas como

    desmatamento, disponibilidade hdrica, atividades econmicas, uso e ocupao,

    urbanizao, eixos de expanso e desenvolvimento, fronteiras agrcolas, polticas de

    ocupao e desenvolvimento, entre outros. Os indicadores podem se apropriar de

    ndices gerais de forma sinttica como os que mensuram sustentabilidade, qualidade

    de vida, nvel de renda, qualidade ambiental, dentre outras variveis, alm dos

    indicadores de desempenho que mensuram projetos (ou etapas) em si, posto que,

    na realizao de ZEE, as realidades social e ambiental se mostram em variadas

    dimenses de anlise, seja de forma quantitativa ou qualitativa.

    Portanto, considerando um indicador como uma medida de uma situao

    passiva de acompanhamento e avaliao e tendo como suporte para a construo

    mtodos qualitativos e quantitativos, os quais ao serem abordados no contexto

    socioambiental no possuem contradies intrnsecas j que ambos podem conduzir

    resultados sobre a realidade social e ambiental, no h sentido em atribuir prioridade

    de um sobre o outro, ou seja, no h quantificao sem qualificao e no h

    anlise estatstica sem interpretao da realidade, podendo possuir carter espacial

    e temporal ou podendo, ainda, ser um dado, uma informao, um valor ou descrio

    que retrate uma situao ou um estado de coisas ou situaes (BAUER; GASKELL,

    2002).

  • P g i n a | 9

    1.2 Justificativas

    Por definio o Zoneamento Ecolgico-Econmico corresponde a um

    instrumento com vistas a orientar e normatizar o ordenamento territorial do pas,

    tornando-se de suma importncia em buscar equacionar o leque de problemas

    decorrentes da histria de ocupao "desordenada" do territrio, sobretudo, em

    regies historicamente consideradas perifricas (social e economicamente), como a

    regio amaznica. No entanto, diante de experincias de projetos j concludos (ou

    inacabados), faz-se necessria uma anlise crtica acerca do escopo metodolgico e

    da efetividade do ZEE.

    Junto ao escopo metodolgico torna-se necessrio propor mecanismos que

    contemplem indicadores de monitoramento e avaliao com o intuito de findar ou

    minimamente equacionar incertezas quanto capacidade de o programa

    materializar-se como orientador do planejamento territorial (variadas escalas,

    apoiando desenvolvimento econmico, social e ambiental).

    A existncia e constante realizao de projetos de ZEE no pas em um perodo

    que supera 25 anos acabou por criar expectativas em diversos setores da sociedade,

    seja no mbito governamental, setor produtivo, rea acadmica ou na sociedade civil.

    As demandas foram (e ainda o so) em grande parte centralizadas pela Unio para que

    este instrumento seja utilizado de forma estratgica e que contribua para a articulao

    de polticas pblicas voltadas para o desenvolvimento socioeconmico com a ocupao

    do territrio de forma ordenada e ambientalmente sustentvel.

    No entanto, o ZEE no corresponde efetivamente ao nico instrumento de

    promoo do ordenamento territorial, muito embora, devido ao seu carter e

    metodologia abrangente ao incorporar o ecolgico e o econmico numa perspectiva

    ambientalmente sustentvel, possua potencial para assumir papel de liderana e

    pleno apoio ao planejamento e gesto territorial do pas, uma vez que o Estado

    brasileiro ainda no possui uma poltica nacional de ordenamento territorial

    instituda, mesmo diante da prerrogativa constitucional que define como

    responsabilidade da Unio (embasar planos de ordenamento territorial por todo o

  • P g i n a | 10

    territrio nacional) a instituio da Poltica Nacional de Ordenamento Territorial

    (PNOT, Artigo 21)2.

    Ademais, mesmo ao corresponder a um dos principais instrumentos da

    PNMA, o ZEE ainda no possui a devida repercusso poltica e social, tendo sua

    atuao incipiente acerca da resoluo de problemas socioambientais, como

    desmatamento, queimadas, minerao predatria, perda de solos frteis, crises de

    abastecimento hdrico, conflitos sociais e fundirios, explorao insustentvel de

    recursos naturais, ocupao e supresso de reas indgenas e protegidas (em

    especial unidades de conservao), fato este que necessita mudana dada a

    importncia do instrumento.

    Algumas demandas surgiram para a atuao direta do ZEE como constam nos

    debates sobre mudanas climticas, eixos de integrao econmica, da expanso das

    fronteiras agrcolas (em especial ao agronegcio), planos diretores municipais e

    regies metropolitanas, alm das recentes exigncias que constam na nova Lei

    Florestal brasileira (BRASIL, Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012)3 e suas exigncias

    na elaborao de ZEE para todos os estados da federao no prazo de cinco anos a

    partir da promulgao da lei.

    Ademais, o Decreto de Regulamentao que estabelece os critrios para o

    Zoneamento Ecolgico-Econmico do Brasil (BRASIL, Decreto n 4.297, de 10 de

    julho de 2002, artigo 19)4, define que alteraes nos produtos do ZEE somente

    podero ser realizadas depois de decorrido o perodo mnimo de dez anos de sua

    aprovao, salvo quando a alterao implicar em aumento na rigidez de restries

    2 A instituio da Poltica Nacional de Ordenamento Territorial prerrogativa constitucional e em seu artigo 21,

    inciso IX, afirma ser de responsabilidade da Unio a elaborao de planos de ordenamento territorial, estando sob a atribuio do Ministrio da Integrao Nacional. No ano de 2006, elaborou-se o projeto Elaborao de Subsdios Tcnicos e Documento Base para a Definio da Poltica Nacional de Ordenamento do Territrio (PNOT). Para o decorrer do ano de 2015 o MI elabora a Poltica Nacional de Desenvolvimento Regional, em fase de consolidao do projeto de Lei que ser encaminhado ao congresso nacional. A agenda de compromisso com o PNOT encontra-se sem perspectivas para tanto no curto prazo (informao pessoal fornecida por [email protected], em 13 de fevereiro de 2015) (Gerncia de Zoneamento Ecolgico-Econmico Departamento de Zoneamento Territorial Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentvel Ministrio do Meio Ambiente). 3

    A Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012, dispe sobre a proteo da vegetao nativa; altera as Leis n 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis n 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisria n 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e d outras providncias. 4

    Decreto n 4.297, de 10 de julho de 2002 - Regulamenta o artigo 9, inciso II, da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critrios para o Zoneamento Ecolgico-Econmico do Brasil - ZEE, e d outras providncias. Segundo o artigo 19. A alterao dos produtos do ZEE, bem como mudanas nos limites das zonas e indicao de novas diretrizes gerais e especficas, podero ser realizadas aps decorridos prazo mnimo de dez anos de concluso do ZEE, ou de sua ltima modificao, prazo este no exigvel na hiptese de ampliao do rigor da proteo ambiental da zona a ser alterada, ou de atualizaes decorrentes de aprimoramento tcnico-cientfico.

  • P g i n a | 11

    ambientais ou decorrer de aprimoramento tcnico-cientfico, ou seja, h previso

    normativa para revises ou atualizaes metodolgicas nos projetos existentes ou

    realizados no prazo.

    A proposta de criao de indicadores geoambientais ao escopo do ZEE,

    corrobora a iniciativa e experincia mpar no estabelecimento de indicadores

    ambientais no pas que, de acordo com a proposta do Ministrio do Meio Ambiente

    (MMA) visa criar uma base de dados e informaes temticas no mbito social e

    ambiental atravs da elaborao do Painel Nacional de Indicadores Ambientais

    (PNIA)5. A insero dos indicadores geoambientais no escopo do ZEE estar

    alinhada a esta plataforma nacional, alm de ir ao encontro, tambm, do

    cumprimento de medidas estratgicas de consolidao do Sistema Nacional de

    Informaes sobre Meio Ambiente (SINIMA)6.

    1.3 Hipteses

    A conjectura do ZEE em fornecer uma base de informaes temticas

    georreferenciadas no mbito social e ambiental ainda no se fez plenamente eficaz

    ao longo de quase trs dcadas de experincias no pas. Uma das hipteses para

    malfadadas experincias est atribuda escolha de escalas cartogrficas por vezes

    inadequadas para todo o complexo contexto socioambiental de extensas reas

    mapeadas. Pois, a adoo de uma escala inadequada traz consigo incertezas e o

    desconhecimento das realidades locais, devido ao dinamismo social e econmico ao

    longo de intervalos histricos, especialmente em localidades inseridas em eixos de

    desenvolvimento econmico (constantes) e detentoras de recursos naturais vultosos

    (regio amaznica, por exemplo).

    5 O Painel Nacional de Indicadores Ambientais visa cumprir as medidas estratgias de consolidao do Sistema

    Nacional de Informaes sobre Meio Ambiente. O Ministrio do Meio Ambiente, desde o final dos anos 2000, procura estabelecer e construir uma plataforma nacional de ampla divulgao com vistas a estabelecer uma troca mais eficiente de informaes e aprimorar estatsticas e variveis coletadas periodicamente; as bases de dados do PNIA sero compartilhadas para a construo de um painel nico nacional. A primeira etapa consistiu na construo do PNIA em 2014, a qual abrange 34 indicadores organizados em sete grandes temticas ambientais. A atual etapa (2015-2016) passa por uma fase de aprimoramento e consolidao metodolgica (prevendo-se para o segundo semestre de 2015 a publicao do PNIA com um total de cerca de 50 indicadores). Informao pessoal fornecida via email por [email protected], em 03 de mai. de 2015. Gerente de Projeto / Coordenao do PNIA. Departamento de Gesto Estratgica DGE. Secretaria Executiva do Ministrio do Meio Ambiente. 6 O SINIMA corresponde a um dos instrumentos da Poltica Nacional da Meio Ambiente (PNMA - Lei n 6.938, de

    31 agosto de 1981) que traz no artigo 9, instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente, inciso VII, o sistema nacional de informaes sobre o meio ambiente.

    mailto:[email protected]

  • P g i n a | 12

    Atualmente o ZEE se constitui factvel para a formulao de polticas pblicas

    em alguns estados onde foi normatizado. A incluso de indicadores de avaliao e

    monitoramento no comprometeria as atribuies do ZEE como instrumento de

    planejamento, corroborando com o previsto no artigo 6-B do Decreto n 4.297, de 10

    de julho de 20027 onde a adoo dos indicadores geoambientais traria significativo

    avano para se atingir os objetivos propostos pelos projetos.

    A concepo de indicadores geoambientais parte da mesma premissa

    conceitual da construo de unidades territoriais homogneas (macro zonas e

    zonas) resultantes do ZEE, ou seja, partem de uma anlise integrada da paisagem.

    Assim, considerando tambm os aspectos inerentes ao arcabouo jurdico-

    institucional, a proposio destes indicadores tende a corroborar e complementar a

    matriz metodolgica e, consequentemente, subsidiar a normatizao legal para as

    demandas de polticas pblicas de planejamento e ordenamento territorial.

    A ausncia de indicadores como instrumentos de avaliao e monitoramento,

    seja no mbito ecolgico (ambiental) ou econmico (social) nos projetos de ZEE,

    conduzir a uma permanncia no atual estgio, onde muitos dos projetos realizados

    possuem resultados inconclusivos e insatisfatrios, alm da permanncia da falta de

    articulao institucional no momento da normatizao legal.

    A existncia de um painel de indicadores geoambientais alinhados ao PNIA

    seria de fundamental importncia para monitorar e avaliar os projetos de ZEE, pois

    os indicadores geoambientais atuariam no monitoramento e na avaliao do estgio

    atual dos projetos de ZEE, alm de atuar nos projetos novos e por vezes sinalizar

    um novo rumo em busca de novos objetivos. De maneira geral, estes indicadores

    serviriam para informar sobre a evoluo de processos dinmicos ou avanos em

    direo a determinados objetivos ou metas e, nesse intuito, revelar (ou antecipar)

    tendncias e fenmenos que no seriam imediata e facilmente detectveis por meio

    de dados isolados e descontextualizados.

    7 Decreto n 4.297, de 10 de julho de 2002 - Regulamenta o artigo 9, inciso II, da Lei n 6.938, de 31 de agosto

    de 1981, estabelecendo critrios para o Zoneamento Ecolgico-Econmico do Brasil - ZEE e d outras providncias. No artigo 6-B, afirma-se que a Unio, para fins de uniformidade e compatibilizao com as polticas pblicas federais, poder reconhecer os ZEE estaduais, regionais e locais, desde que tenham cumprido os seguintes requisitos: I - referendados pela Comisso Estadual do ZEE; II - aprovados pelas Assembleias Legislativas Estaduais; e III - compatibilizao com o ZEE estadual, nas hipteses dos ZEE regionais e locais. (Includo pelo Decreto n 6.288, de 06 de dezembro 2007).

  • P g i n a | 13

    1.4 Objeto

    Ordenamento territorial por meio do instrumento Programa de Zoneamento

    Ecolgico-Econmico no mbito nacional (Decretos n 4.297, de 10 de julho de 2002,

    n 6.288, de 06 de dezembro de 2007 e n 7.378, de 01 de dezembro de 2010) e

    documento normatizador Diretrizes Metodolgicas para Zoneamento Ecolgico-

    Econmico do ZEE em Territrio Nacional, verso vigente (2006), que orienta

    metodologicamente e estabelece procedimentos operacionais para a execuo e

    implementao do ZEE, formalizando os requisitos necessrios execuo de projetos.

    1.5 Objetivos

    Partindo-se do entendimento dos princpios e conceitos que fundamentam

    metodologicamente o Zoneamento Ecolgico-Econmico, buscar-se-o proposies

    metodologia atravs do desenvolvimento de ferramentas de avaliao e

    monitoramento, denominados indicadores geoambientais.

    Criar indicadores de avaliao e monitoramento para atuar em diversas

    etapas dos projetos de ZEE, cumprindo o papel de referenciar os diversos estgios

    de execuo, bem como servir como avalizadores para a promoo de polticas

    pblicas e normatizaes de demandas especficas quanto ao planejamento e

    ordenamento territorial.

    Demonstrar que a proposta de um painel de indicadores geoambientais no

    escopo metodolgico do ZEE fomentar um modelo de planejamento que

    minimamente venha estipular finalidades, objetivos e metas, sobremaneira em

    programas de longa durao que, mormente, mobilizam aparato tcnico (recursos

    humanos e equipamentos) e significativos recursos financeiros pblicos.

    1.5.1 Objetivos Especficos

    Anlise das competncias e mbito de atuao do Programa de Zoneamento

    Ecolgico-Econmico no pas;

    Anlise tcnica e contribuies na metodologia adotada nos Projetos de

    Zoneamento Ecolgico-Econmico;

  • P g i n a | 14

    Reviso do histrico das experincias de zoneamentos territoriais,

    particularmente os zoneamentos ambientais, como instrumentos de

    planejamento e gesto no pas;

    Proposta e elaborao de instrumentos de avaliao e monitoramento atravs

    de indicadores geoambientais que mensurem e avaliem aes e produtos;

    Adequao dos indicadores geoambientais no mbito do ZEE aos painis de

    indicadores ambientais e de sustentabilidade desenvolvidos no pas;

    Proposta de construo de um modelo de planejamento que minimamente

    estabelea finalidades, objetivos e metas aos projetos de ordenamento

    territorial.

    1.6 Mtodo de pesquisa e procedimentos tcnicos

    Uma pesquisa cientfica pode assumir variadas direes no decorrer de seu

    curso, sendo inicialmente pela escolha do objeto de estudo, seguido pela elucidao

    de conceitos e por meio de experimentaes que constituem uma gama de

    processos verificadores de hipteses. Desta forma, pressupe-se, a priori, a

    existncia de um conjunto de hipteses gerais que condicionam tanto as escolhas

    de objetos de estudo investigados referentes aos conceitos elucidados discutidos

    quanto s possveis formas de proceder em uma investigao ou experimentao.

    Deste modo, a abordagem cientfica pode ser aplicada a qualquer ramo do

    conhecimento, seja ao estudo de um organismo celular, aos processos qumico,

    fsico ou biolgico presentes na natureza, ao estudo de um fenmeno social, no

    entendimento de uma manifestao cultural, ou tratativa de um objeto que carea

    de elucidao conceitual, a exemplo, os conceitos de paisagem, zoneamento,

    ordenamento territorial, e indicadores geoambientais ao abordarem como objeto de

    estudo o ordenamento territorial.

    Tradicionalmente, os estudos ambientais trazem consigo uma pluralidade

    conceitual e cientfica; no entanto, ao inserir o componente do ordenamento

    territorial como se faz em projetos de zoneamento, denota-se todo um arcabouo

    terico e metodolgico inerente cincia geogrfica. Ao compartimentar o espao

    geogrfico em unidades territoriais homogneas, alm de utilizar-se de disciplinas

  • P g i n a | 15

    correlatas como a ecologia, ecogeografia, geoecologia e ecologia da paisagem, as

    quais tambm buscam no somente entender o ambiente como um todo (conjunto

    espao temporal dinmico), mas tambm compreender as inter-relaes entre os

    elementos constituintes, a Geografia faz-se ainda mais presente, considerando a

    abrangncia do tema tratado (ordenamento territorial e compartimentao da

    paisagem) diante daquilo que os conceitos abordados outorgam em relao s

    cincias associadas a elas.

    Assim, o caminho trilhado para a elaborao desta pesquisa demonstra um

    pluralismo metodolgico no que concerne proposio de indicadores de avaliao

    e monitoramento e, por conseguinte, envolve variadas dimenses (ecolgicas e

    socioeconmicas), onde a premissa da pluralidade metodolgica se faz ainda mais

    presente, levando a pesquisa a assumir em determinadas etapas um carter

    exploratrio-descritivo (GIL, 2007). Diante da premissa formal acadmica, prope-se,

    mesmo em face de uma pesquisa de metodologia plural, delimitar uma marcao na

    construo do pensamento e no desenvolvimento da tese.

    Por sua vez, a cincia geogrfica dispe de aparato tcnico e, sobretudo, de

    um imensurvel arcabouo metodolgico-conceitual. Em relao tcnica, esta

    inegavelmente exerce um importante papel no processo de produo cientfica,

    auxiliando a obteno e sistematizao de informaes as quais subsidiaro uma

    argumentao metodolgica, atribuindo consistncia e objetividade. Isto , a adoo

    de procedimentos tcnicos possibilita a obteno de dados sobre a realidade que

    embasaro os caminhos percorridos pelo mtodo de acordo com arcabouo

    metodolgico o qual dispe de fundamentao terica, auxiliando o sujeito na

    organizao de seu raciocnio. Se a teoria e o mtodo esto no plano do pensar a

    tcnica desenvolve-se no plano do fazer (VENTURI, 2005, p. 13). Com tal

    assertiva, diante da tcnica e do mtodo, construiu-se a proposta desta tese, a qual

    se prope discutir o escopo terico metodolgico do Programa Zoneamento

    Ecolgico-Econmico com a posterior proposio de indicadores geoambientais de

    monitoramento e avaliao.

    A temtica ambiental exige abordagens que percorram vrios ramos do

    conhecimento, alm do tratamento de dados por vrias tcnicas (seja quantitativo ou

    qualitativo), transformando-os em informaes qualificadas e contextualizadas ao

    espao geogrfico (BAUER; GASKELL, 2002). No entanto, ao mesmo tempo em que

  • P g i n a | 16

    uma pesquisa cujos objetivos esto na interface entre as cincias humanas e

    naturais, o pluralismo metodolgico deve minimamente se adequar a um esforo que

    estabelea e determine uma ordem lgica para sua organizao e desenvolvimento.

    Assim, os procedimentos de pesquisa adotados corroboram com os j

    aplicados em projetos de ordenamento ecolgico em experincias internacionais,

    como as desenvolvidas por profissionais cubanos e mexicanos em convnios

    acadmicos institucionais supranacionais. Ademais, a proposta metodolgica j fora

    utilizada em projetos de gesto ambiental e ordenamento territorial em mdias e

    grandes escalas, a exemplo, tem-se os aplicados na provncia de Hidalgo, localizada

    no leste do Mxico (delimitada por San Luis Potos e Veracruz ao norte, ao leste

    Puebla, Tlaxcala e Mxico ao sul, e oeste Quertaro) (CHAVEZ, 2005), as quais

    possuem similaridades com as propostas de ZEE no pas.

    O escopo metodolgico corresponde a uma abordagem inerente anlise

    integrada, sistmica e interdisciplinar, a qual possibilita estabelecer uma matriz

    ambiental onde se discrimina as reas de conhecimento que tero como objetivo

    investigar o sistema ambiental em questo, elencando-se como sistemas e subsistemas

    as partes dos componentes identificados. Desta forma, cada rea do conhecimento

    possui a possibilidade de elaborar estudos e pareceres especficos, preenchendo as

    lacunas de conhecimento da matriz elaborada para nortear os estudos.

    Ademais, no que concerne definio dos indicadores geoambientais para

    aplicabilidade em um projeto de ZEE, seara onde as realidades social e ambiental se

    revelam em variadas dimenses de anlise, o desafio cientfico consiste em

    aproximar ao mximo estas realidades. Assim, ao abordar fenmenos sociais e

    ambientais de acordo com instrumentos de monitoramento e avaliao, tem-se a

    proposio original de indicadores geoambientais, os quais pelo enquadramento no

    escopo metodolgico do ZEE e sua dimenso institucional, surgem como

    verdadeiros elos de ligao entre os modelos explicativos da teoria e a evidncia

    emprica de fenmenos observados, permitindo sintetizar uma gama de informaes

    sobre uma realidade, agregando o que se tem conceitualmente como indicadores

    ambientais. No entanto, a dinmica dos processos naturais carece de uma

    interpretao e de uma abordagem especfica, a qual traz como resposta mudanas

    no ambiente biofsico, rea de abordagem dos geoindicadores, os quais integrados

    aos indicadores ambientais (e de sustentabilidade) bem como sociais e

  • P g i n a | 17

    considerando uma perspectiva geossistmica de anlise integrada da paisagem,

    resultam nos propostos indicadores geoambientais (figura 1.5-1).

    Figura 1.5-1 - Organograma de construo Indicadores Geoambientais no mbito do ZEE. Fonte: elaborado pelo autor.

    Para a efetivao desta proposta de trabalho, algumas releituras metodolgicas

    foram necessrias para um melhor entendimento do arcabouo terico e metodolgico

    e, sobretudo, aos procedimentos tcnicos operacionais adotados. No entanto, o escopo

    metodolgico seguiu uma linha mestra que conduziu estruturalmente a construo

    desta tese em fases especficas e concomitantes.

    O estudo inicia-se com uma etapa de organizao, a qual pode ser

    entendida como uma proj