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INDICADORES DE AVALIÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO XINGU

Indicadores ri xingu

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Page 1: Indicadores ri xingu

INDICADORES DE AVALIÇÃO DA QUALIDADE

AMBIENTAL DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO XINGU

Page 2: Indicadores ri xingu

GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ

Simão Robison Oliveira Jatene

VICE – GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ

Helenilson Cunha Pontes

SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E

FINAÇAS – SEPOF

Sérgio Roberto Bacury de Lira

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, SOCIAL E AMBIENTALDO

PARÁ – IDESP

Maria Adelina Guglioti Braglia

DIRETORIA DE PESQUISA E ESTUDOS AMBIENTAIS

Andréa dos Santos Coelho

EQUIPE TÉCNICA

Andréa dos Santos Coelho

Camila da Silva Pires

Maicon Silva Farias

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL DOS

MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO XINGU/ Instituto de

Desenvolvimento econômico, Social e Ambiental do Pará.- Belém,

2013.

42 p.

1. Qualidade Ambiental 2. Meio Ambiente – Indicadores 3.

Região do Xingu – Pará 4. Instituto de Desenvolvimento Econômico

Social e Ambiental do Pará. I.Titulo

CDD 333.714098115

Page 3: Indicadores ri xingu

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig. 1. Municípios que compõem a Região de Integração Xingu. ............................................. 8

Fig. 2. Densidade demográfica da Região de Integração Xingu, nos anos de 2000 e 2010. .... 12

Fig. 3. Áreas protegidas nos municípios da Região de Integração Xingu. ............................... 31

Fig. 4. Órgão gestor de meio ambiente na Região de Integração Xingu. ................................. 38

Fig. 5. Caráter do Conselho de Meio Ambiente dos municípios pertencentes à Região de

Integração Xingu. ......................................................................................................... 39

Page 4: Indicadores ri xingu

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Densidade demográfica da Região de Integração Xingu, nos anos 1980, 1991, 2000

e 2010. ...................................................................................................................... 10

Tabela 2. Densidade demográfica dos municípios da Região de Integração Xingu nos anos

1991, 2000 e 2010. ................................................................................................... 11

Tabela 3. Taxa média anual de crescimento geométrico populacional- Região de Integração

Xingu. ....................................................................................................................... 13

Tabela 4. Taxa média geométrica anual de crescimento populacional dos municípios da

Região de Integração Xingu. .................................................................................... 14

Tabela 5. Índice de Gini dos municípios da Região de Integração Xingu. .............................. 15

Tabela 6. Renda per capita média dos municípios da Região de Integração Xingu................. 17

Tabela 7. Índice Parasitário Anual (IPA) de malária dos municípios da Região de Integração

Xingu (exames positivos/1000 hab.). ....................................................................... 18

Tabela 8. Esperança de vida ao nascer dos municípios da Região de Integração Xingu. ........ 20

Tabela 9. Taxa de mortalidade infantil dos municípios da Região de Integração Xingu (por

1000 nascidos vivos). ............................................................................................... 21

Tabela 10. Total de domicílios com acesso à rede geral de abastecimento de água na Região

de Integração Xingu. ................................................................................................ 23

Tabela 11. Total de domicílios com acesso à rede geral do sistema de esgoto na Região de

Integração Xingu, no ano 2010. ............................................................................... 24

Tabela 12. Total de domicílios com acesso à coleta de lixo nos municípios da Região de

Integração Xingu. ..................................................................................................... 28

Tabela 13. Percentual de áreas protegidas nos municípios da Região de Integração Xingu. ... 32

Tabela 14. Índice de desmatamento dos municípios que compõem a Região de Integração

Xingu. ....................................................................................................................... 34

Tabela 15. Índice de focos de queimadas nos municípios da Região de Integração Xingu. .... 36

Page 5: Indicadores ri xingu

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Evolução do número de habitantes da Região de Integração Xingu nos últimos 30

anos. ......................................................................................................................... 9

Gráfico 2: Taxa média geométrica anual de crescimento populacional da Região de Integração

Xingu. .................................................................................................................... 14

Gráfico 3: Percentual dos domicílios da Região de Integração Xingu com sistema de esgoto

ligado à rede geral nos anos de 2000 e 2010. ........................................................ 26

Gráfico 4: Lixo coletado nos domicílios dos municípios da Região de Integração Xingu, nos

anos 1991, 2000 e 2010. ........................................................................................ 29

Gráfico 5: Incremento de desmatamento nos municípios da Região de Integração Xingu, no

período de 2001 a 2011.......................................................................................... 35

Gráfico 6: Incidência de focos de calor na Região de Integração Xingu. ................................ 37

Gráfico 7: Pessoas ocupadas na área do meio ambiente nos órgãos ambientais dos municípios

da Região de Integração Xingu.............................................................................. 40

Page 6: Indicadores ri xingu

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................... 6

1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS .............................................................................. 8

2. POPULAÇÃO.................................................................................................................... 9

2.1. DENSIDADE DEMOGRÁFICA .............................................................................. 10

2.2. TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL ..................................................... 12

3.2. RENDIMENTO MÉDIO MENSAL ......................................................................... 16

4. SAÚDE ............................................................................................................................. 18

4.1. MALÁRIA ................................................................................................................. 18

4.2. ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER ................................................................... 19

4.3. COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL .................................................. 20

5. SANEAMENTO BÁSICO .............................................................................................. 22

5.1. ACESSO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........................................................ 22

5.2. ACESSO AO SISTEMA DE ESGOTO .................................................................... 23

5.3. ACESSO À COLETA DE LIXO ............................................................................... 27

6. BIODIVERSIDADE ....................................................................................................... 30

6.1. ÁREAS PROTEGIDAS ............................................................................................ 30

6.2. ÍNDICE DE DESMATAMENTO ............................................................................. 32

6.3. ÍNDICE DE FOCOS DE CALOR ............................................................................. 35

7. CAPACIDADE INSTITUCIONAL .............................................................................. 38

7.1. ÓRGÃO GESTOR DE MEIO AMBIENTE ............................................................. 38

7.2. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE ................................................ 39

7.3. PESSOAS EFETIVAS NA ÁREA DE MEIO AMBIENTE ..................................... 40

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41

Page 7: Indicadores ri xingu

6

INDICADORES DE AVALIÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DA

REGIÃO DE INTEGRAÇÃO XINGU

APRESENTAÇÃO

Nas últimas décadas, a degradação do meio ambiente tem se intensificado, em

decorrência da má utilização dos recursos naturais. A expansão da pecuária, agricultura

mecanizada e tradicional, extrativismo mineral e florestal, atividade industrial e ocupação

urbana desordenada têm sido os principais responsáveis pelo aumento do desmatamento,

queimadas, poluição de rios, perda de biodiversidade e, em consequência, queda na qualidade

de vida das populações. Essa realidade, presente nos municípios do Estado do Pará que, na

prática, estão mais próximos da problemática ambiental, justifica a importância de se avaliar a

condição do meio ambiente como subsídio à elaboração de políticas públicas, destinadas a

mitigar esses problemas, e à tomada de decisão pelos gestores públicos envolvidos.

Os Indicadores da Qualidade Ambiental (IQA) da Região de Integração do Xingu

podem ser definidos como variáveis que possuem o objetivo de fornecer informações que

expressem a situação de cada município que a compõe quanto à qualidade ambiental em um

determinado momento. Esses indicadores são gerados a partir do acompanhamento de

variáveis econômicas, sociais, institucionais e ambientais, na realidade dos municípios, e dão

uma ideia das relações sociais no espaço e da forma de apropriação dos recursos naturais e

seus reflexos no meio ambiente. Sendo assim, os IQA da RI Xingu se constituem em

instrumentos para verificar a evolução e possibilitar a projeção da qualidade ambiental

municipal.

A seleção dos indicadores dependeu de alguns critérios práticos, como

disponibilidade/acessibilidade de dados para a maioria dos municípios paraenses e

possibilidade de atualização frequente. Também se priorizou a utilização de indicadores

utilizados para a avaliação dos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio1”. Ao final, foram

selecionados 16 indicadores cujos dados estão disponíveis nas diversas fontes oficiais como

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Atlas de Desenvolvimento Humano do

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, Secretaria de Saúde do

1 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) são uma série de oito compromissos aprovados entre

líderes de 191 países membros das Nações Unidas, na maior reunião de dirigentes nacionais de todos os tempos,

a Cúpula do Milênio, realizada em Nova York em setembro de 2000.

Page 8: Indicadores ri xingu

7

Estado do Pará – SESPA, Ministério do Meio Ambiente – MMA, Fundação Nacional do

Índio – FUNAI e Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará – SEMA.

Esses dados foram tabulados e agregados por Região de Integração (RI), definida

de acordo com critérios estabelecidos pela, então, Secretaria de Estado de Integração Regional

(SEIR), atual Secretaria de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e

Metropolitano (SEIDURB). Os indicadores selecionados estão sistematizados considerando as

dimensões econômica, social, ambiental e institucional, estando apresentados em forma de

tabelas, gráficos e mapas temáticos definidos por município e região de integração e descritos,

de forma conjunta, a fim de proporcionar maior facilidade na análise das informações.

Page 9: Indicadores ri xingu

8

Indicadores de Avaliação da Qualidade Ambiental da Região de Integração

Xingu

1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

A Região de Integração (RI) Xingu está localizada na Região Sudoeste do Estado

do Pará, entrecortada pela rodovia BR-230 (Rodovia Transamazônica). Abrange uma área de

252.692,5 km², o que corresponde a 20,25% do território paraense.

O processo de colonização foi iniciado por meio de missões de Jesuítas, quando

foram criados os municípios de Porto de Moz e Altamira. Os municípios mais recentes foram

fundados após a criação do Plano de Integração Nacional (PIN) e da BR-230. Atualmente, a

região passa por profundas transformações em virtude da construção da Usina Hidrelétrica de

Belo Monte. Os municípios que formam a Região de Integração Xingu são: Altamira, Anapu,

Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e

Vitória do Xingu (Fig. 1).

Figura 1 - Municípios que compõem a Região de Integração Xingu.

Fonte: IBGE/SEIDURB.

Elaboração: IDESP.

Page 10: Indicadores ri xingu

9

2. POPULAÇÃO

A população da Região de Integração Xingu é de 340.056 mil habitantes (IBGE,

2010) correspondendo a 4% população do estado do Pará. Nas últimas décadas, verificou-se

maior concentração populacional em áreas urbanas da região de integração. Tal característica

vem sofrendo transformações, em virtude da provável migração de pessoas de zonas rurais

aos centros urbanos, bem como advindas de outras regiões, resultando no incremento da

população nessas áreas urbanas, a partir da última década (2000 a 2010). O Gráfico 1 ilustra a

evolução da população na Região de Integração do Xingu.

Gráfico 1 - Evolução do número de habitantes da Região de Integração Xingu nos últimos 30 anos.

Fonte: IBGE, Censo demográfico 1980/2010.

Elaboração: IDESP.

Apesar do aumento da população em áreas urbanas, pode-se inferir que a região

apresenta características que tendem ao equilíbrio entre os meios urbano e o rural. Quarenta e

cinco por cento de sua população (154.179 mil habitantes) continuam a habitar a área rural,

enquanto que o restante (185.877 mil habitantes) reside na área urbana. Observa-se ainda que,

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

200.000

1980 1991 2000 2010

População

Década

Urbano

Rural

DIMENSÃO SOCIAL E ECONÔMICA

Page 11: Indicadores ri xingu

10

mesmo apresentando dados de evolução distintos, as populações tenderam ao aumento ao

longo das décadas.

2.1. DENSIDADE DEMOGRÁFICA2

A densidade demográfica é expressa pelo número de pessoas residindo em um

determinado território, divido pela área total. A concentração populacional em uma

determinada área é um indicador da qualidade ambiental, uma vez que uma alta densidade

demográfica exerce pressão sobre o ambiente, influenciando aspectos físicos, atividades

econômicas desenvolvidas, bem como a infraestrutura urbana e serviços públicos

disponibilizados pelo município.

A densidade demográfica na Região de Integração Xingu passou de 0,26

hab./km², na década de 1980, para 1,36 hab./km², em 2010 (Tabela 1); no entanto, mantém-se

muito abaixo da média estadual (6,08 hab/km²) e da densidade demográfica brasileira (22,43

hab./km²) (Tabela 2).

Tabela 1 - Densidade demográfica da Região de Integração Xingu, nos anos 1980, 1991, 2000 e 2010.

Ano População (hab) Área (km²) Densidade Demográfica (hab/km²)

1980 64.624

250.791,93

0,26

1991 126.825 0,51

2000 263.309 1,05

2010 340.056 1,36

Fonte: IBGE, Censo demográfico 1980-2010.

Elaboração: IDESP.

Os municípios Vitória do Xingu e Uruará apresentaram maior densidade

demográfica, quando verificados todos os municípios da região em 2010, correspondendo a

4,54 hab./km² e 4,14 hab./km², respectivamente (Tabela 2).

2 As informações utilizadas para a elaboração desse indicador são oriundas dos censos 1991, 2000 e 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Page 12: Indicadores ri xingu

11

Tabela 2 - Densidade demográfica dos municípios da Região de Integração Xingu nos anos 1991,

2000 e 2010.

Municípios População (hab.) Área (km²)

(2002)

Densidade Demográfica (hab./km²)

1991 2000 2010 1991 2000 2010

Altamira 72.408 77.439 105.030 159.695,94 0,45 0,48 0,66

Anapu* 0,00 9.407 20.493 11.895,21 0,00 0,79 1,72

Brasil Novo* 0,00 17.193 17.960 6.368,25 0,00 2,70 2,82

Medicilândia 0,00 21.379 27.442 8.272,58 0,00 2,58 3,32

Pacajá 0,00 28.888 40.052 11.832,18 0,00 2,44 3,39

Placas 0,00 13.394 23.930 7.173,15 0,00 1,87 3,34

Porto de Moz 15.407 23.545 33.951 17.422,88 0,88 1,35 1,95

Senador José

Porfírio 39.010 15.721 12.998 14.374,09 2,71 1,09 0,90

Uruará 0,00 45.201 44.720 10.791,32 0,00 4,19 4,14

Vitória do

Xingu* 0,00 11.142 13.480 2.966,33 0,00 3,76 4,54

Pará 4.864.585 6.192.307 7.588.078 1.247.689,52 3,90 4,96 6,08

Brasil 146.917.459 169.590.693 190.755.799 8.502.728,27 17,28 19,95 22,43

Fonte: IBGE, Censo demográfico 1991/ 2000.

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após a realização do Censo 1991.

A Fig. 2 apresenta, de maneira ilustrativa, a disposição dos municípios da região,

diferenciando-os conforme sua densidade demográfica. As menores densidades foram

observadas nos municípios de Altamira (0,66 hab./km²) e Senador José Porfírio (0,90

hab./km²). Atribui-se a menor densidade demográfica, observada em Altamira, à sua grande

extensão territorial (159.695.94 km²), configurando-o como maior município brasileiro e o 2º

maior a nível mundial.

Page 13: Indicadores ri xingu

12

Figura 2 - Densidade demográfica da Região de Integração Xingu, nos anos de 2000 e 2010.

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2000/2010.

Elaboração: IDESP.

2.2. TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL3

Expressa o ritmo de crescimento populacional anual para cada década. Através da

intensidade e das tendências de crescimento da população podem ser estimados investimentos

necessários para determinada região.

Este é um importante indicador, haja vista que a taxa é calculada a partir da

variação de tempo, a médio e longo prazo, servindo como subsídio para a elaboração e

implementação de políticas públicas de natureza social e ambiental. A taxa média geométrica

3 Para o cálculo, utilizou-se o método geométrico, com informações oriundas dos censos 1991, 2000 e 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Page 14: Indicadores ri xingu

13

anual de crescimento da população utiliza as variáveis referentes à população residente em

dois marcos temporais distintos.

A Região de Integração Xingu apresentou uma taxa média geométrica anual de

crescimento de 11,43%, no período de 1980 a 1991, diminuindo para 2,40% entre 1991 e

2000, atingindo o menor valor no período de 2000 a 2010 (2,34%), conforme Tabela 3.

Tabela 3 - Taxa média anual de crescimento geométrico populacional- Região de Integração Xingu.

Década Taxa média geométrica anual de crescimento (%)

RI Xingu Pará

1980-1991 11,43 3,46

1991-2000 2,40 2,52

2000-2010 2,34 2,04

Fonte:IBGE, Censo demográfico1991-2010.

Elaboração: IDESP.

No Gráfico 2, é possível perceber que, apesar da diminuição da taxa de

crescimento da região, durante os últimos 30 anos, esta permaneceu acima da taxa estadual na

última década; no entanto, os valores foram próximos. No período de 2000 a 2010, a

população do estado do Pará apresentou taxa média de crescimento anual de 2,04 %, passando

de 6.192.307 habitantes em 2000 para 7.588.078 habitantes em 2010.

A diminuição da taxa média anual de crescimento geométrico populacional,

observada para a Região de Integração Xingu, expressa redução no ritmo de crescimento

populacional (Gráfico 2).

Page 15: Indicadores ri xingu

14

Gráfico 2 - Taxa média geométrica anual de crescimento populacional da Região de Integração Xingu.

Fonte:IBGE, Censo demográfico 1991-2010.

Elaboração: IDESP.

A maior taxa média anual de crescimento geométrico populacional foi observada

em Anapu (9,53%), entre 2000 e 2010. Enquanto que Uruará apresentou a maior redução

percentual (-3,56%) no mesmo período (Tabela 4).

Tabela 4 - Taxa média geométrica anual de crescimento populacional dos municípios da Região de

Integração Xingu.

Taxa média geométrica anual de crescimento (%)

Municípios 1980-1991 1991-2000 2000-2010

Altamira 4,1 0,75 2,51

Anapu* - - 9,53

Brasil Novo* - - 1,25

Medicilândia - - 0,81

Pacajá - - 4,14

Placas - - 4,23

Porto de Moz 2,45 4,82 1,7

Senador José Porfírio 18,01 -9,60 -1,34

Uruará - - -3,56

Vitória do Xingu* - - -1,97

Pará 3,46 2,52 2,04

Brasil 1,93 1,64 1,17

Fonte: IBGE, Censo demográfico 1991-2010.

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após o censo demográfico de 1991.

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

1980-1991 1991-2000 2000-2010

Ta

xa

(%

)

RI Xingu

Pará

Page 16: Indicadores ri xingu

15

3. ECONOMIA

3.1. ÍNDICE DE GINI4

O Índice de Gini é uma medida de concentração ou desigualdade comumente

utilizada na análise da distribuição de renda e se torna um indicador importante para uma

sociedade que pretende ser equitativa. O cálculo considera variáveis econômicas a fim de

verificar o grau de distribuição da renda, em escala de 0 (zero) a 1 (um). Quanto mais

próximo de zero, mais igualitária é a sociedade. Quanto mais se aproximar de um, maior é a

desigualdade. Deve-se ressaltar que índice em torno de 0,5 já se torna representativo de fortes

desigualdades.

O Índice de Gini brasileiro, em 1991, era 0,64 e do estado do Pará era 0,62. Em

2000, os índices de Gini brasileiro e paraense aumentaram e apresentaram o mesmo valor

(0,65). Quando observado o ano de 2010, percebe-se uma redução no índice, chegando a 0,63

a nível estadual e 0,61 para o nacional (Tabela 5).

Tabela 5 - Índice de Gini dos municípios da Região de Integração Xingu.

Índice de Gini

Municípios 1991 2000 2010

Altamira 0,59 0,58 0,57

Anapu - 0,65 0,59

Brasil Novo* - 0,55 0,68

Medicilândia 0,62 0,66 0,61

Pacajá 0,62 0,74 0,66

Placas - 0,58 0,59

Porto de Moz 0,52 0,62 0,60

Senador José Porfírio 0,54 0,59 0,57

Uruará 0,54 0,59 0,59

Vitória do Xingu* - 0,68 0,61

Pará 0,62 0,65 0,63

Brasil 0,64 0,65 0,61

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - IBGE Censo demográfico, 1991/2000/2010.

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após o censo demográfico de 1991.

4 As informações utilizadas para a elaboração desse indicador são oriundas dos censos 1991, 2000 e 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Page 17: Indicadores ri xingu

16

Pacajá e Medicilândia apresentaram índice igual ao registrado no estado do Pará

em 1991. Em 2000, Vitória do Xingu (0,68) e Pacajá (0,74) estiveram acima da média

nacional e estadual. No ano de 2010, observou-se uma redução do índice, nos municípios de

Altamira, Anapu, Medicilândia, Porto de Moz, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu,

quando comparados com o ano de 2000, permanecendo superiores aos índices estadual e

nacional. A partir deste dado, pode-se inferir que houve uma melhoria com relação à

distribuição de renda em alguns municípios da Região de Integração Xingu, é importante

destacar que o município de Uruará não apresentou variação do índice no mesmo período.

Ainda em 2010, Brasil Novo e Pacajá registraram os maiores valores, 0,68 e 0,66,

respectivamente, correspondendo à diminuição da distribuição de renda na região (Tabela 5).

O Índice de Gini não indica um padrão definido de distribuição de renda na região, dado ao

fato dos municípios apresentarem índices com valores superiores a 0,5.

3.2. RENDIMENTO MÉDIO MENSAL5

Expressa a distribuição do rendimento médio mensal per capita, ou seja, a soma

do rendimento mensal referente ao trabalho formal de cada indivíduo. A partir desse indicador

é possível conhecer e avaliar a distribuição de renda da população nos municípios. Sua

importância atribui-se por ser um dos indicativos das condições de vida da população.

Em 2000, a renda per capita média do Brasil era de R$ 585,94 e a do estado do

Pará R$ 331,96. No ano de 2010, a renda brasileira aumentou para R$ 767,02 e a estadual

para R$ 429,02. Reportando-se à Região de Integração Xingu, verifica-se que, em 2000,

somente os municípios de Altamira, Medicilândia e Uruará possuíam renda acima da média

estadual, contudo abaixo do valor nacional.

Já em 2010, apenas Altamira permaneceu com valor acima da média estadual (R$

478,90); enquanto que Uruará apresentou uma redução na renda de R$ 412,58, em 2000, para

R$ 340,92, em 2010. A menor renda per capita da região pertence a Senador José Porfírio,

com R$ 209,30 (Tabela 6).

5 As informações utilizadas para a elaboração desse indicador são oriundas dos censos 1991, 2000 e 2010 do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Page 18: Indicadores ri xingu

17

Tabela 6 - Renda per capita média dos municípios da Região de Integração Xingu.

Rendimento mensal (Domiciliar)

Municípios 2000 2010

Altamira R$ 400,38 R$ 478,90

Anapu R$ 226,64 R$ 261,75

Brasil Novo R$ 291,84 R$ 399,35

Medicilândia R$ 398,98 R$ 339,79

Pacajá R$ 243,83 R$ 227,66

Placas R$ 278,18 R$ 228,99

Porto de Moz R$ 225,02 R$ 186,85

Senador José Porfírio R$ 194,53 R$ 209,30

Uruará R$ 412,58 R$ 340,92

Vitória do Xingu R$ 255,05 R$ 320,55

Pará R$ 331,96 R$ 429,02

Brasil R$ 585,94 R$ 767,02

Fonte: DATASUS/IBGE Censo demográfico 2000/2010.

Elaboração: IDESP.

Page 19: Indicadores ri xingu

18

4. SAÚDE

4.1. MALÁRIA6

Os indíces relacionados à malária são importantes para estimar o risco de sua

ocorrência, bem como a vulnerabilidade da população de determinado município. No Brasil,

as áreas endêmicas se localizam na Amazônia Legal, onde está inserido o e stado do Pará. A

proliferação da doença se relaciona à presença do vetor infectado, disseminando-se por meio

de migrações internas, bem como em assentamentos rurais associados às atividades

econômicas extrativas, população suscetível, e ausência de ações integradas de controle por

parte do poder público.

Por meio do Índice parasitário de malária é possível analisar variações

populacionais, geográficas e temporais na distribuição dos casos, como parte do conjunto de

ações de vigilância epidemiológica e ambiental da doença. Utilizaram-se os dados

disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde do Pará – Gerência Técnica de Endemias.

O índice parasitário anual (IPA) de malária paraense diminuiu de 44,93 para 10,52

diagnósticos positivos por mil habitantes, entre 2000 e 2007. Como exposto na Tabela 7, o

maior número de casos foi registrado no ano 2000, sendo Anapú o município com o maior

índice (235,25 casos). Em 2007, foi o município de Pacajá que registrou o maior número de

casos (135,7 casos), bastante acima da média estadual no mesmo ano.

Tabela 7 - Índice Parasitário Anual (IPA) de malária dos municípios da Região de Integração Xingu

(exames positivos/1000 hab.).

Municípios 1991 2000 2007

Altamira 46,43 53,44 39,95

Anapú - 235,25 85,96

Brasil Novo - 12,27 12,48

Medicilândia 2,49 17,31 23,82

Pacajá 86,98 108,31 135,7

6 O Índice parasitário de malária é obtido por meio do número de exames positivos de malária (códigos B50 a

B53 da CID-10) por mil habitantes, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. A positividade

resulta da comprovação da presença do parasita na corrente sanguínea do indivíduo infectado, por meio de

exames laboratoriais específicos.

Page 20: Indicadores ri xingu

19

Placas - 0,97 1,4

Porto de Moz 5,84 87,15 16,46

Senador José Porfírio 26,79 87,14 53

Uruará 4,38 8,16 8,07

Vitória do Xingu - 27,82 22,7

Pará 20,65 44,93 10,52

Brasil 3,63, 3,62 2,38

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde do Pará/ Gerência Técnica de Endemias.

Elaboração: IDESP.

4.2. ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER7

Expressa o número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido,

mantido o padrão de mortalidade existente na população residente, em determinado espaço

geográfico, no ano considerado. Assim, indica a longevidade média esperada para um

determinado grupo populacional ao nascer. Relaciona-se com as condições de vida de uma

população. Sua avaliação reflete os resultados dos investimentos em saúde pública e na

qualidade ambiental.

A esperança de vida ao nascer no Brasil, em 1991, era 66,9 anos; já em 2000, era

de 70,4 anos. O índice paraense estava acima da média nacional, em 1991, apresentando

esperança de vida ao nascer de 67,6 anos; já em 2000, a taxa paraense aumentou com relação

a 1991, porém esteve abaixo da taxa brasileira de 68,5 anos. Em 1991 e 2000, Placas foi o

município que apresentou o maior índice, 64,83 anos e 69,78 anos, respectivamente. Em

2000, dois municípios apresentaram índices acima do estadual, aproximando-se da taxa

nacional: Altamira (70,09) e Medicilândia (70,22), este último apresentou a maior taxa entre

os municípios da região (Tabela 8).

7 A partir de tábuas de vida elaboradas para cada área geográfica, toma-se o número correspondente a uma

geração inicial de nascimentos (l0) e se determina o tempo cumulativo vivido por essa mesma geração (T0) até a

idade limite. A esperança de vida ao nascer é o quociente da divisão de T0 por l0. Foram utilizados dados do

Atlas de Desenvolvimento Humano do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Page 21: Indicadores ri xingu

20

Tabela 8 - Esperança de vida ao nascer dos municípios da Região de Integração Xingu.

Esperança de vida ao nascer (Idade em anos)

Municípios 1991 2000

Altamira 62,29 70,09

Anapú* 67,63

Brasil Novo* 67,43

Medicilândia 63,14 70,22

Pacajá 60,81 67,7

Placas 64,83 69,78

Porto de Moz 64,05 66,92

Senador José Porfírio 63,14 66,77

Uruará 63,14 69,00

Vitória do Xingu* 67,63

Pará 67,60 69,90

Brasil 66,90 70,40

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - IBGE Censo demográfico, 1991/2000

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após o censo demográfico de 1991

Percebe-se um aumento da esperança de vida ao nascer em todos os municípios da

RI Xingu entre 1991 e 2000. Esse indicador expressa que houve um aumento da longevidade

da população, podendo-se inferir que este fato é resultado de investimentos em saúde pública

e na qualidade ambiental.

4.3. COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL8

Este indicador corresponde ao número de óbitos de menores de um ano de idade

para cada mil nascidos vivos, na população residente, em determinado espaço geográfico, no

ano considerado. Além disto, indica o risco de morte de uma criança com menos de um ano,

em determinado período e local. Este indicador pode ser útil na avaliação da qualidade de

vida de uma população, bem como serviços de saúde, além das condições sociais e

ambientais.

8 O método de cálculo se dá a partir da divisão entre o número total de óbitos de menores de um ano e o total de

nascidos vivos no mesmo ano, multiplicado por mil. Foram utilizados dados do Atlas de Desenvolvimento

Humano do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Page 22: Indicadores ri xingu

21

No período de 2000 a 2010, a taxa de mortalidade infantil do Brasil diminuiu de

27,4 para 16,00 por mil nascidos vivos. No estado do Pará, nesse mesmo período, a taxa

diminuiu de 29,00 para 21,5 a cada mil nascidos vivos. Na Região de Integração Xingu, a

maioria apresentou uma redução na taxa, quando comparados os anos de 2000 e 2010. Com

destaque para Medicilândia, com redução de 44,98 em 2000 para 10,16 em 2010, quando

observado o município de Brasil Novo encontra-se o inverso, um crescente aumento na taxa

passando de 10,79 em 2000 para 48,95 em 2010, a maior taxa da região. O menor valor

registrado na região para o ano de 2010 foi de 10,93 no município de Medicilândia (Tabela 9).

Tabela 9 - Taxa de mortalidade infantil dos municípios da Região de Integração Xingu (por 1000

nascidos vivos).

Mortalidade Infantil (por 1000 nascidos vivos)

Municípios 2000 2005 2010

Altamira 36,28 27,76 24,95

Anapú 30,3 30,95 32,91

Brasil Novo 10,79 26,39 48,95

Medicilândia 44,98 33,09 10,16

Pacajá 43,89 33,02 30,75

Placas 22,94 10,83 16,33

Porto de Moz 21,62 19,02 14,88

Senador José Porfírio 14,08 20,34 15,33

Uruará 28,94 33,92 22,11

Vitória do Xingu 5,85 25,86 10,93

Pará 29,00 24,40 21,50

Brasil 27,40 21,40 16,00

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - IBGE Censo, 1991/2000; SIE, IDESP 2011.

Elaboração: IDESP.

Esse indicador revela avanços na busca de qualidade de vida da população que

habita a região de integração em questão. No entanto, apesar da diminuição na taxa de

mortalidade infantil, observou-se que a maioria dos municípios da região ainda apresenta taxa

acima da média estadual.

Page 23: Indicadores ri xingu

22

5. SANEAMENTO BÁSICO

5.1. ACESSO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA9

Expressa o total de domicílios particulares permanentes que possuem acesso ao

serviço de abastecimento de água, por meio da rede geral de abastecimento, no município. A

Lei nº 11.445/07, da Constituição Federal Brasileira, considera abastecimento de água potável

aquele que é constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao

abastecimento público, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de

medição.

Nesse sentido, entende-se que, entre as variáveis disponibilizadas pelo IBGE, a

ligação à rede geral é a mais adequada para avaliação. A ausência deste serviço implica

diretamente na qualidade de vida da população, ocasionando diversas doenças de veiculação

hídrica. Este indicador é importante para a caracterização básica da qualidade de vida.

A metodologia utilizada é o cálculo da porcentagem obtido pela divisão da

população residente em domicílios particulares permanentes, servidos por rede geral de

abastecimento de água, com ou sem canalização interna, pela população total residente em

domicílios particulares permanentes.

Em 2000 o percentual brasileiro de domicílios com acesso à rede geral de

abastecimento de água era de 77,82%, passando para 82,85% em 2010. Na RI Xingu, esses

dados são preocupantes, pois em 2000, a maioria dos municípios apresentou-se abaixo dos

50%; destaca-se o município de Placas com o menor percentual (0,25%), ou seja, menos de

1% das residências são atendidas pelo abastecimento de água proveniente da rede geral.

Percentuais abaixo das médias estadual e nacional também foram verificados em

2010 para a RI Xingu, com exceção aos municípios Brasil Novo e Porto de Moz que

possuem, respectivamente, 51,42% e 50,23% de sua população atendida por aquele serviço

(Tabela 10).

É importante ressaltar que o percentual estadual de domicílios com acesso ao

serviço básico de abastecimento de água em 2000 era de 42,64 % e em 2010 se manteve

9 As informações utilizadas para a elaboração desse indicador são oriundas dos censos 1991, 2000 e 2010 do

IBGE.

Page 24: Indicadores ri xingu

23

abaixo de 50%. Ou seja, apenas 47,94% dos domicílios urbanos paraenses contavam com o

referido serviço básico.

Tabela 10 - Total de domicílios com acesso à rede geral de abastecimento de água na Região de

Integração Xingu.

Percentual atendido (%)

Municípios

1991 2000 2010

Rede Geral Rede Geral Rede Geral

Unid % Unid % Unid %

Altamira 3.190 23,3 3.545,00 20,29 5002 18,93

Anapú* - - 92 4,96 374 7,37

Brasil Novo* - - 1298 35,69 2243 51,42

Medicilândia 591 10,42 852 18,04 1851 25,19

Pacajá 0,00 0,00 204 3,78 233 2,32

Placas - - 7 0,25 340 6,11

Porto de Moz 324 12,26 1958 49,41 3044 50,23

Senador José Porfírio 229 4,6 1148 38,81 1576 47,67

Uruará 0,00 0 28 0,29 96 0,85

Vitória do Xingu* - - 201 9,18 615 20,67

Pará 377.837 40,10 558.213 42,64 891.356 47,94

Brasil 24.562.013 70,71 34.859.393 77,82 47.494.025 82,85

Fonte: IBGE, Censo demográfico 1991/2000/2010.

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após o censo demográfico de 1991.

Esses dados podem indicar aumento de riscos à saúde, associados a outros fatores

ambientais, pois a ausência ou baixa oferta do serviço com qualidade, contribui à proliferação

de doenças, principalmente as de veiculação hídrica. Contudo, há necessidade de maiores

investimentos do poder público municipal, objetivando superar essa fragilidade em suas

políticas públicas para o abastecimento de água por rede geral.

5.2. ACESSO AO SISTEMA DE ESGOTO10

A Lei nº 11.445/07, da Constituição Federal Brasileira considera que o

esgotamento sanitário é constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais

10 As variáveis utilizadas são: domicílios com ligação à rede geral; outra forma (fossa séptica, fossa

sedimentar, vala, rio, lago ou mar e outro escoadouro) e não aplicável (não tinha banheiro e nem sanitário). As

informações utilizadas para a elaboração deste indicador são oriundas dos censos 1991, 2000 e 2010 do IBGE.

Page 25: Indicadores ri xingu

24

de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as

ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Este indicador é fundamental

na avaliação das condições de saúde da população e infraestrutura do município e,

consequentemente, da qualidade ambiental, haja vista que o lançamento de esgoto in natura

no meio ambiente pode causar a poluição de cursos d’água e prejudicar a saúde da população.

Desta forma, o tratamento de esgotos é medida básica de saneamento, trazendo benefícios

para a coletividade e economia para o Sistema Público de Saúde (MIRANDA11

) e expressa a

relação de domicílios atendidos por sistema de esgotamento sanitário.

Assim, esse indicador se refere ao percentual da população residente que dispõe

de escoadouro de dejetos por meio de ligação do domicílio à rede coletora ou fossa séptica,

em determinado espaço geográfico, em relação à população total, no ano considerado.

No Brasil, no ano 2010, 55,45% dos domicílios possuíam acesso ao sistema de

esgoto através de rede geral. No estado do Pará, apenas 10,19%, possuem acesso a este

serviço, cerca de 85,62% apresentam outras formas de esgotamento sanitário como a fossa

séptica e fossa rudimentar. Esse baixo percentual de domicílios, com esgotamento sanitário,

ligados à rede, não se difere na RI Xingu.

O município com o maior percentual de domicílios ligados a rede geral de esgoto,

em 2010, é Porto de Moz (1,65%), no entanto, este número demonstra a precariedade no

atendimento a esse tipo de serviço É importante ressaltar que em Altamira houve déficit no

número de domicílios atendidos, reduzindo de 1,92% (2000) para 1,59% (2010) (Gráfico 3).

O município com o menor percentual é Pacajá com 0,04% de domicílios ligados a rede geral

de sistema de esgoto (Tabela 11).

Tabela 11 - Total de domicílios com acesso à rede geral do sistema de esgoto na Região de Integração

Xingu, no ano 2010.

Municípios

Rede Geral Outra Forma Não aplicável

Unid % Unid % Unid %

Altamira 421 1,59 24.991 94,57 1.013 3,84

Anapu 3 0,06 3.698 72,87 1.374 27,07

11 Marcos Paulo de Souza Miranda “Poluição em decorrência do lançamento em cursos d’água de esgotos

sanitários sem prévio tratamento: Aspectos jurídicos e atuação do Ministério Público” disponível no site:

www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/9/docs/rsudoutrina_25.pdf.

Page 26: Indicadores ri xingu

25

Brasil Novo 17 0,39 4.141 94,93 204 4,68

Medicilândia 12 0,16 6.784 92,32 552 7,52

Pacajá 4 0,04 7.085 70,56 2.952 29,40

Placas 6 0,11 5.208 93,60 348 6,25

Porto de Moz 100 1,65 5.510 90,94 449 7,41

Senador José Porfírio 13 0,40 2.749 83,15 544 16,45

Uruará 12 0,11 10.166 90,35 1.074 9,54

Vitória do Xingu 17 0,57 2.844 95,56 115 3,87

Pará 189.398 10,19 1.591.901 85,62 77.866 4,19

Brasil 31.786.866 55,45 24.022.309 41,91 1.514.992 2,64

Fonte:IBGE, Censo demográfico 2010

Elaboração: IDESP.

Page 27: Indicadores ri xingu

26

Gráfico 3 - Percentual dos domicílios da Região de Integração Xingu com sistema de esgoto ligado à

rede geral nos anos de 2000 e 2010.

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2000/2010.

Elaboração IDESP.

Esse indicador avaliado aponta que, em todos os municípios da Região de

Integração Xingu, mais da metade dos domicílios não são atendidos pelo serviço de

esgotamento sanitário, por meio da rede geral, bem como o abastecimento de água.

A ausência de esgotamento sanitário ou mesmo o fornecimento do serviço de

maneira ineficiente é fator que contribui ao aumento nos níveis de poluentes e podem

acarretar a depreciação da qualidade da água e a perda da capacidade de sustentabilidade do

ecossistema, com consequente aumento do nível de toxicidade e deterioração da saúde

humana. Desta forma, maior atenção deve ser dada quanto aos investimentos municipais

destinados a atender, de maneira adequada, a população.

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0,5

1,0

1,5

2,0

2,5 A

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(%)

2000

2010

Page 28: Indicadores ri xingu

27

5.3. ACESSO À COLETA DE LIXO12

Segundo a Lei nº 11.445/07, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos é o

conjunto de atividades, infraestrutura e instalação operação de coleta, transporte, transbordo,

tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de

logradouros e vias públicas.

Essa variável representa o número de domicílios, do município, atendidos pelo

serviço regular de coleta de lixo doméstico, em determinado espaço geográfico e ano

considerado, em relação à população total do município.

É um indicador importante para a saúde da população e para a proteção do meio

ambiente, pois resíduos em locais inadequados podem causar a contaminação do solo e dos

corpos hídricos, além de ser propício para a proliferação de vetores de doenças.Com estas

informações é possível observar a capacidade do município em relação à infraestrutura e a

cobertura do serviço à população.

O percentual de domicílios brasileiros atendidos pelo serviço de coleta de lixo era

de 63,80% no ano 1991, aumentando para 79,01% em 2000 e 87,41% em 2010. Já no Pará

esses dados foram inferiores às médias nacionais, ainda assim 70,52% da população era

atendida pelo serviço de coleta de lixo em 2010. Quando reporta-se à RI Xingu, verifica-se

que o município de Altamira é o que apresenta o maior percentual, quando comparado aos

demais municípios, estando acima do percentual médio paraense, porém não atingindo a

média nacional (Tabela 12).

Dos demais municípios, verificou-se que todos se apresentaram abaixo dos

percentuais estadual e nacional. Com destaque para Senador José Porfírio, que não atingiu 1%

de domicílios com coleta de lixo em 1991. Placas esteve abaixo de 5% em 2000. Vitória do

Xingu foi o município menos atendido pelo serviço de coleta de lixo em 2010, com um

percentual de 18,78%.

12 Os dados foram sintetizados como forma de manter um consenso entre as variáveis utilizadas pelo IBGE nos

censos de 1991, 2000 e 2010. Assim, a variável “coletado” se refere à junção de coleta direta ou indireta –

caçamba, e a variável “outro destino” se refere à junção de lixo queimado, enterrado, jogado em terreno, jogado

em rio ou outro destino.

Page 29: Indicadores ri xingu

28

Tabela 12 - Total de domicílios com acesso à coleta de lixo nos municípios da Região de Integração Xingu.

Municípios

1991 2000 2010

Total Coletado Outro destino Total Coletado Outro destino Total Coletado Outro Destino

Total Unid % Unid % Total Unid % Unid % Total Unid % Unid %

Altamira 13.691,00 6.349,00 46,37 7.342,00 53,62 17.469,00 12.803,00 73,29 4.666,00 26,7 26.427 21.036 79,60 5.389 20,39

Anapu* - - - - - 1.854,00 96,00 5,18 1.758,00 94,83 5.075 2.102 41,42 2.973 58,58

Brasil Novo* - - - - - 3.637,00 804,00 22,11 2.833,00 77,89 4.362 2.000 45,85 2.362 54,15

Medicilândia 5.673,00 113,00 1,99 5.560,00 98,01 4.722,00 498,00 10,55 4.224,00 89,45 7.348 2.273 30,93 5.075 69,07

Pacajá 5.483,00 52,00 0,95 5.431,00 99,05 5.401,00 437,00 8,09 4.964,00 91,9 10.041 2.961 29,49 7.080 70,51

Placas - - - - - 2.777,00 133 4,79 2.644,00 95,21 5.564 1.658 29,80 3.906 70,20

Porto de Moz 2.643,00 61,00 2,31 2.582,00 97,7 3.963,00 1.212,00 30,58 2.751,00 69,42 6.060 1.515 25,00 4.545 75,00

Senador José Porfírio 4.982,00 39,00 0,78 0,00 0 2.958,00 857,00 28,97 2.101,00 71,02 3.306 1.438 43,50 1.868 56,50

Uruará 4.823,00 75,00 1,56 0,00 0 9.679,00 1.697,00 17,53 7.982,00 82,47 11.252 5.828 51,80 5.424 48,20

Vitória do Xingu* - - - - - 2.190,00 423,00 19,32 1.767,00 80,68 2.976 559 18,78 2.417 81,22

Pará 942.241 310.185 32,92 632.056 67,08 1.309.033 699.566 53,44 609.467 46,56 1.859.165 1.311.121 70,52 548.025 29,48

Brasil 34.734.715 22.162.081 63,80 12.572.634 36,20 44.795.101 35.393.331 79,01 9.401.770 20,99 57.324.167 50.106.088 87,41 7.218.079 12,59

Fonte:IBGE, Censo demográfico 1991/2010.

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após o censo demográfico de 1991.

Page 30: Indicadores ri xingu

29

Município que merece destaque é Uruará, pois evoluiu quanto ao número de

domicílios atendidos, ou seja, o percentual de domicílios com acesso à coleta de lixo

aumentou de 1,56%, em 1991, para 51,80%, em 2010. Com relação ao período de 2000 a

2010 destaca-se o município de Anapu que, em 2000, possuía apenas 5,18% da população

atendida, passando para 41,42% de domicílios com acesso a coleta de lixo em 2010, porém

ainda inferior a 50% (Gráfico 4).

Gráfico 4 - Lixo coletado nos domicílios dos municípios da Região de Integração Xingu, nos anos

1991, 2000 e 2010.

Fonte: IBGE, Censo 1991 – 2010.

Elaboração: IDESP.

*Municípios criados após o censo demográfico de 1991.

Na região observou-se aumento relativo à abrangência de domicílios atendidos (de

2000 a 2010). Mesmo com este avanço, ao longo do período estudado, grande parte da

população continua a não ser atendida pelo serviço, fator que evidencia a necessidade de

maiores investimentos de recursos públicos na região.

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10,0

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30,0

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Mo

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Sen

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r Jo

Po

rfír

io

Uru

ará

Vit

óri

a d

o X

ingu

*

(%)

1991 2000 2010

Page 31: Indicadores ri xingu

30

6. BIODIVERSIDADE

6.1. ÁREAS PROTEGIDAS13

Expressa a dimensão, distribuição e extensão dos espaços territoriais que estão

legalmente protegidos em relação à região de integração e municípios que a integram. Para

tanto, foi considerada a área que se refere a Terras Indígenas, que são áreas institucionalmente

protegidas, mas que não obedecem exatamente os mesmos critérios estabelecidos pelo SNUC,

já que estão sob jurisdição do Governo Federal e administração da Fundação Nacional do

Índio (FUNAI) (FERREIRA et al., 2005; NUNES, 2010). Desta forma, a Lei nº 9.985/00

define Unidades de Conservação como:

“Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos

pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob

regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de

proteção” (BRASIL, 2000).

Estas estão divididas em dois grupos: a de Proteção Integral (PI) e as de Uso

Sustentável (USO). Estas áreas são importantes para a avaliação de indicadores de qualidade

ambiental; pois, segundo pesquisas realizadas, as taxas de derrubada da floresta no interior

dessas áreas são significativamente menores quando comparadas às suas áreas adjacentes

(BRUNER et al., 2001; NAUGHTON-TREVES et al., 2005; SOARES-FILHO et al., 2006;

NUNES, 2010).

Destaca-se a importância deste indicador devido à possibilidade em se avaliar a

presença e evolução das áreas protegidas, identificando a quantidade e concentração das

mesmas. Auxilia também na medição dos benefícios ambientais oriundos da criação e

manutenção dessas áreas. Dentre esses benefícios, destacam-se a preservação da

biodiversidade e o respeito pelas comunidades indígenas e tradicionais.

Atualmente, segundo dados do Macrozoneamento Ecológico Econômico do Pará

(SEMA, 2007), 57,52% do território paraense são constituídos por áreas protegidas (Terras

Indígenas somadas às Unidades de Conservação). A Região de Integração Xingu possui o

13 O cálculo das áreas foi feito através de operação de recuperação automática no software ArcGIS, a

partir do mapeamento digital das unidades de conservação e terras indígenas identificadas no Macrozoneamento

do Pará fornecido pela SEMA, relativo ao ano de 2007.

DIMENSÃO AMBIENTAL

Page 32: Indicadores ri xingu

31

total de 176.445,19 km² de seu território constituído por áreas protegidas, o que representa

70,36% do seu território, configurando-a como a região de integração com a maior extensão

de áreas protegidas (Fig. 3).

Figura 3 - Áreas protegidas nos municípios da Região de Integração Xingu.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

Elaboração: IDESP.

Altamira é o município que possui a maior extensão territorial (159.695,94 km²).

Sua grande área coincide com o maior percentual em áreas protegidas (90,61%),

correspondendo, em unidade de área, a 144.707,27 km². O segundo maior município, em

percentual de áreas protegidas, é Porto de Moz, com 74,24%. Em relação aos municípios com

menor área territorial, na RI Xingu, destaca-se Vitória do Xingu, com apenas 2.966,33 km². O

menor percentual em áreas protegidas foi verificado no município de Pacajá, pois não atinge

1% em uma área de 2,53 km² (Tabela 13).

Page 33: Indicadores ri xingu

32

Tabela 13 - Percentual de áreas protegidas nos municípios da Região de Integração Xingu.

Municípios Área territorial (km ²)* Área Protegida (km²)* %

Altamira 159.695,94 144.707,27 90,61

Anapu 11.895,21 5.178,13 43,53

Brasil Novo 6.368,25 1.565,94 24,59

Medicilândia 8.272,58 303,66 3,67

Pacajá 11.832,18 2,53 0,02

Placas 7.173,15 1.497,93 20,88

Porto de Moz 17.422,88 12.934,63 74,24

Senador José Porfírio 14.374,09 9.277,69 64,54

Uruará 10.791,32 936,17 8,68

Vitória do Xingu 2.966,33 41,24 1,39

Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2012.

Elaboração: IDESP.

*Esta área foi extraída a partir da base cartográfica do Ministério do Meio Ambiente, com escala

1/100.000 ano 2011.

Este indicador expressa que na região existe uma grande extensão territorial de

áreas protegidas, superior a 90%, estando a sua maioria no município de Altamira. Contudo,

vale destacar que todos os municípios da RI Xingu apresentam áreas protegidas. Logo, na

maior parte das extensões territoriais desses municípios há restrições no uso do solo, bem

como legislação específica com a finalidade de proteção e conservação ambiental dos

recursos naturais.

6.2. ÍNDICE DE DESMATAMENTO14

Este indicador expressa a perda da cobertura florestal primária no território,

considerando a relação entre o desflorestamento anual e as áreas dos municípios paraenses. A

retirada da cobertura vegetal original gera consequências como perda de biodiversidade,

degradação do solo, erosão, alteração nos cursos d’água e contribui para as mudanças

climáticas.

14Utilizou-se o banco de dados do “Projeto PRODES – Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira

por Satélite” disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), referente às taxas anuais de

desflorestamento na Amazônia Legal. O cálculo das áreas foram feitos a partir de ferramentas de

geoprocessamento com a utilização do software ArcGIS 10. O período considerado para a análise foi de 2000 a

2010.

Page 34: Indicadores ri xingu

33

A Região de Integração Xingu possuía um total de 27.425,70 km² de área

desmatada até 2011, correspondendo a 10,85% do seu território. Ressalta-se que o dado

corresponde à série história a partir do ano de 1989, obtidos por meio do PRODES. Com

relação ao incremento de área desmatada, verifica-se uma diminuição em 72,14% nos

municípios que compõem a região de integração.

Da série histórica de desmatamento, a partir do ano de 2001, para os municípios

da RI Xingu, o que apresentou maior incremento de área desmatada foi Pacajá, no ano de

2001, com 1.607,20 km² (Tabela 14). Brasil Novo, que não possuiu evolução em áreas

desmatadas em 2002, passou para o segundo lugar com 1.067 km², em 2003. Os dados mais

atuais apresentam Vitória do Xingu como município com menor área desmatada em 2009 e

2010, apresentando apenas 1 km² e 8,50 km², respectivamente; contudo em 2011 o

incremento foi de 53,50 km².

Altamira foi o município que apresentou as maiores áreas de incrementos de

desmatamento, exceto em 2010, quando foi observado o incremento de 196 km², sendo o

menor valor, quando comparado aos demais anos, para este município. Em 2011, houve um

aumento e o valor registrado foi de 254 km², o maior da região. Contudo, em 2010, Pacajá

apresentou maior incremento, dentre os municípios da região. Tal dado é preocupante, visto

que Altamira tem grande parte de seu território protegido por meio da existência de unidades

de conservação. Ressalta-se que o ano com maiores valores de incremento do desmatamento

nos municípios foi 2003.

Infere-se que deve haver nessa região e, principalmente, em Altamira, maior

intervenção pública para garantir a manutenção da cobertura vegetal remanescente. O Gráfico

5 ilustra a evolução do desmatamento ao longo da última década; é possível observar a

dinâmica do desmatamento, nos municípios, a cada ano.

Page 35: Indicadores ri xingu

34

Tabela 14 - Índice de desmatamento dos municípios que compõem a Região de Integração Xingu.

Incremento do Desmatamento (km²) 2001-2011

Municípios 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Altamira 573,80 671,40 652,20 708,20 541,10 326,10 369,30 341,60 390,10 196,00 254,20

Anapu 241,80 31,70 180,60 177,80 134,40 142,20 80,60 73,80 17,20 77,30 224,90

Brasil Novo 20,80 0 1.067,00 64,70 148,00 16,30 111,50 18,00 59,10 50,20 39,30

Medicilândia 3,10 0 688,00 104,60 40,00 9,20 142,00 27,50 55,00 46,80 28,80

Pacajá 1.607,20 55,10 203,90 265,80 280,00 225,70 168,00 259,50 60,70 274,70 197,50

Placas 46,50 20,80 36,70 82,50 32,60 91,00 63,50 86,20 29,70 56,50 39,90

Porto de Moz 7,70 16,60 327,10 117,50 133,50 29,00 54,80 22,10 29,90 31,40 19,30

Senador José Porfírio 79,80 43,90 97,10 91,10 56,10 45,90 59,20 14,90 2,30 28,70 101,90

Uruará 463,70 30,80 799,20 136,20 116,80 110,20 153,30 91,50 59,50 69,40 38,50

Vitoria do Xingu 546,50 19,90 118,90 55,20 49,30 37,20 11,10 10,30 1,00 8,50 53,50

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE

Elaboração: IDESP.

Page 36: Indicadores ri xingu

35

Gráfico 5 - Incremento de desmatamento nos municípios da Região de Integração Xingu, no período

de 2001 a 2011.

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE

Elaboração: IDESP.

6.3. ÍNDICE DE FOCOS DE CALOR15

No Pará, como no Brasil, o uso do fogo é uma das práticas utilizadas para

renovação de pastagens e liberação de novas áreas para as atividades agropecuárias. Os

incêndios florestais, por sua vez, correspondem a situações de fogo, originado a partir do seu

uso não autorizado para fins agropastoris, consumindo grandes áreas com vegetação (nativa

ou não), pastagens e cultivos, resultando em queimadas descontroladas.

Tanto as queimadas, quanto os incêndios florestais destroem, anualmente, grandes

áreas florestais no Pará, sendo uma ameaça aos ecossistemas locais.

Assim, esse indicador é de suma importância, pois expressa a ocorrência de

incêndios florestais e queimadas em um território, em determinado ano. As variáveis

utilizadas são as ocorrências de focos de calor e o território onde eles ocorrem. Também

demonstra o avanço das atividades agropecuárias e das áreas antropizadas sobre as áreas com

vegetação nativa, desde que associado a outros indicadores.

15 As queimadas e os incêndios florestais são detectados por satélites de monitoramento de focos de

calor na superfície terrestre. A fonte das informações utilizadas foi o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE).

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Km²

Altamira Anapu Brasil Novo Medicilândia Pacajá Placas Porto de Moz Senador José Porfírio Uruará Vitória do Xingu

Page 37: Indicadores ri xingu

36

Em 2011, os focos de queimadas tiveram uma redução de 35,80% se comparado

com 2010 quando foram identificados 4.807 focos, na Região de Integração Xingu. Altamira

e Placas foram os municípios com maior número de ocorrências no ano de 2011, com 1.102 e

402 focos, respectivamente. É importante ressaltar que esses municípios supracitados são

responsáveis por 48,74% de todos os focos detectados na região, no ano 2011 (Tabela 15), e,

quando comparado aos demais municípios, apresentaram-se sobressalentes em todos os anos.

Destaca-se o município de Vitória do Xingu como o de menor incidência em

números de focos de calor, com apenas 5 focos no ano de 2007, apresentando maior valor em

2009, quando se detectou 209 focos (Tabela 15).

Tabela 15 - Índice de focos de queimadas nos municípios da Região de Integração Xingu.

Municípios 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Altamira 6.247 3.734 5.883 4.215 2.793 1.102

Anapu 233 73 351 1737 290 160

Brasil Novo 96 73 70 968 123 174

Medicilândia 59 70 127 793 144 216

Pacajá 409 138 1.260 3.554 498 255

Placas 200 8 327 1.215 254 402

Porto de Moz 18 23 115 512 262 224

Senador José Porfírio 31 13 87 698 182 143

Uruará 295 68 404 1113 231 377

Vitória do Xingu 10 5 20 209 30 33

Total 7.598 4.205 8.644 15.014 4.807 3.086

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE

Elaboração: IDESP.

A partir do aumento do número de focos de calor identificados, percebe-se que, na

RI Xingu, há risco de destruição de grandes áreas de vegetação nativa, fator que pode

culminar em ameaça aos ecossistemas. É necessário que haja maior intervenção por parte do

poder público a fim de preservar as áreas protegidas. No Gráfico 6, é possível observar a

evolução dos focos de calor nos municípios que constituem a RI Xingu.

Page 38: Indicadores ri xingu

37

Gráfico 6 - Incidência de focos de calor na Região de Integração Xingu.

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE

Elaboração: IDESP.

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Altamira Anapu Brasil Novo Medicilândia Pacajá Placas Porto de Moz Senador José Porfírio Uruará Vitória do Xingu

Page 39: Indicadores ri xingu

38

7. CAPACIDADE INSTITUCIONAL

7.1. ÓRGÃO GESTOR DE MEIO AMBIENTE

Entre os 10 municípios que compõem a RI Xingu, Medicilândia, Brasil Novo e

Altamira não possuem uma secretaria específica para tratar exclusivamente das questões

ambientais, estando tal secretaria associada a outro órgão.

Nos demais municípios da região do Xingu há secretaria exclusiva de meio

ambiente, possuindo base institucional e condições para atuar nas questões ambientais do

município. A Fig. 4 representa quais municípios são dotados de secretaria exclusiva de meio

ambiente, bem como os municípios que possuem tal estrutura associada à outra secretaria.

Figura 4 - Órgão gestor de meio ambiente na Região de Integração Xingu.

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - 2009.

Elaboração: IDESP.

DIMENSÃO INSTITUCIONAL

Page 40: Indicadores ri xingu

39

7.2. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Com relação à existência de conselho municipal de meio ambiente, somente os

municípios de Medicilândia e Senador José Porfírio não apresentam este órgão em sua

estrutura administrativa. Dentre os demais municípios, que possuem conselho, apenas os de

Altamira e Brasil Novo apresentam caráter consultivo, deliberativo, normativo e fiscalizador,

este último consistindo no poder do conselho sobre as atividades do órgão ambiental. É

função do conselho, assessorar o poder executivo quanto às questões ambientais. A Fig. 7

apresenta os municípios da RI Xingu, bem como quais possuem conselho de meio ambiente.

Figura 5 - Caráter do Conselho de Meio Ambiente dos municípios pertencentes à Região de Integração

Xingu.

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - 2009.

Elaboração: IDESP.

Page 41: Indicadores ri xingu

40

7.3. PESSOAS EFETIVAS NA ÁREA DE MEIO AMBIENTE

Em relação ao quadro funcional, segundo informações disponibilizadas pelo

IBGE, referentes ao ano de 2008, a Região de Integração do Xingu apresenta uma total de 78

pessoas trabalhando na área ambiental.

Em relação aos municípios, Altamira é o que possui o maior número de pessoal

atuando na área ambiental, ou seja, 29 pessoas. Em seguida Pacajá e Uruará apresentam um

efetivo de 15 e 11 funcionários, respectivamente. Este indicador expressa fragilidade e

limitação quanto à alocação de pessoal para atuar na área ambiental. Isso porque nos demais

municípios da região o quadro de pessoal se resume a no máximo 6 pessoas (Gráfico 7).

Gráfico 7 - Pessoas ocupadas na área do meio ambiente nos órgãos ambientais dos municípios da

Região de Integração Xingu.

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - 2008.

Elaboração: IDESP. *Município que não possui informações no ano da pesquisa.

29

1

4

6

15

6

11

3

Altamira

Anapú

Brasil Novo

Medicilândia

Pacajá

Placas*

Porto de Moz*

Senador José Porfirio

Uruará

Vitória do Xingu

Page 42: Indicadores ri xingu

41

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