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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ADENILSON VIANA NERY-35, 36 ADRIANA ZANDONADE-18, 21, 80 ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-26 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-100, 41, 44, 90, 97 Allan Titonelli Nunes-17, 20, 55, 64, 71, 76, 77, 79 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-8 ANA MERCEDES MILANEZ-32 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-2, 35, 36 ANDREIA DADALTO LIMA-27, 3, 93 ANESIO OTTO FIEDLER-7 ANTONIO SERGIO BROSEGUINI-94 ARMANDO VEIGA-12 BRUNO MIRANDA COSTA-3 CARLOS ESTEVAN FIOROT MALACARNE-37 Carolina Augusta da Rocha Rosado-4 CELSO PEDRONI JUNIOR-1 CLEBSON DA SILVEIRA-32, 33, 44 DANILO THEML CARAM-47, 48, 50, 62 DIMAS PINTO VIEIRA-26 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-29 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-88, 89, 93 EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-4, 5, 6 FABRICIO PERES SALES-1 FLAVIO TELES FILOGONIO-5 FREDERICO AUGUSTO MACHADO-88, 89 GERALDO BENICIO-33 Gleison Faria de Castro Filho-39 GUSTAVO CABRAL VIEIRA-12, 42 GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-25, 46, 49, 52, 54, 63, 72, 78, 84 GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-13, 16, 23, 51, 53, 57, 65, 66, 68, 69, 73 HENRIQUE DA CUNHA TAVARES-70 INGRID SILVA DE MONTEIRO-50 IZAEL DE MELLO REZENDE-32 JARDEL OLIVEIRA LUCIANO-30 JOANA D'ARC BASTOS LEITE-42, 43 JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-100, 29, 92, 95, 96 JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-34 JOSE DE OLIVEIRA GOMES-85 JOSÉ NASCIMENTO-85 Karina Rocha Mitleg Bayerl-8, 92 KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-14, 74 Kleison Ferreira-15 LARISSA FURTADO BAPTISTA-98 LEONARDO ALVES COLNAGO-25 LEONARDO PIZZOL VINHA-4, 5, 6, 7 LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-6 LETICIA SEVERIANO ZOBOLI-28 LIDIANE DA PENHA SEGAL-91, 99 LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-27 Marcelo Camata Pereira-91 MARCELO MATEDI ALVES-4, 5, 6 Marcelo Peppe Diniz-70 MARCIA RIBEIRO PAIVA-39, 45

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Constatou metrorragia, isto é, sangramento de vagina. Relatou, com base em laudos de fevereiro/2010, ... O atestado datado

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ADENILSON VIANA NERY-35, 36ADRIANA ZANDONADE-18, 21, 80ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-26ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-100, 41, 44, 90, 97Allan Titonelli Nunes-17, 20, 55, 64, 71, 76, 77, 79ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-8ANA MERCEDES MILANEZ-32ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-2, 35, 36ANDREIA DADALTO LIMA-27, 3, 93ANESIO OTTO FIEDLER-7ANTONIO SERGIO BROSEGUINI-94ARMANDO VEIGA-12BRUNO MIRANDA COSTA-3CARLOS ESTEVAN FIOROT MALACARNE-37Carolina Augusta da Rocha Rosado-4CELSO PEDRONI JUNIOR-1CLEBSON DA SILVEIRA-32, 33, 44DANILO THEML CARAM-47, 48, 50, 62DIMAS PINTO VIEIRA-26EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-29ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-88, 89, 93EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-4, 5, 6FABRICIO PERES SALES-1FLAVIO TELES FILOGONIO-5FREDERICO AUGUSTO MACHADO-88, 89GERALDO BENICIO-33Gleison Faria de Castro Filho-39GUSTAVO CABRAL VIEIRA-12, 42GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-25, 46, 49, 52, 54, 63, 72, 78, 84GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-13, 16, 23, 51, 53, 57, 65, 66, 68, 69, 73HENRIQUE DA CUNHA TAVARES-70INGRID SILVA DE MONTEIRO-50IZAEL DE MELLO REZENDE-32JARDEL OLIVEIRA LUCIANO-30JOANA D'ARC BASTOS LEITE-42, 43JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-100, 29, 92, 95, 96JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-34JOSE DE OLIVEIRA GOMES-85JOSÉ NASCIMENTO-85Karina Rocha Mitleg Bayerl-8, 92KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-14, 74Kleison Ferreira-15LARISSA FURTADO BAPTISTA-98LEONARDO ALVES COLNAGO-25LEONARDO PIZZOL VINHA-4, 5, 6, 7LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-6LETICIA SEVERIANO ZOBOLI-28LIDIANE DA PENHA SEGAL-91, 99LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-27Marcelo Camata Pereira-91MARCELO MATEDI ALVES-4, 5, 6Marcelo Peppe Diniz-70MARCIA RIBEIRO PAIVA-39, 45

Marcos Figueredo Marçal-38, 97, 98MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-22, 24, 67, 83MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-28MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 2, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 46, 47, 48, 49, 51, 52, 53, 54, 55,MARIA DE FATIMA MONTEIRO-38MARIA MARGARIDA MELO MAGNAGO-45MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-32OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-85PAULA ABRANCHES ARAÚJO SILVA-70PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO-86PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN-33Priscila Temponi Vilarino Godinho-39RAPHAEL BERNARDINO PRATES-38RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-87RICARDO CARLOS DA ROCHA CARVALHO-96RODRIGO BARBOSA DE BARROS-19, 56, 59, 61, 75RODRIGO L. PIGNATON COMETTI-31RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-86ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-34, 41, 43SAMUEL ANHOLETE-28SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-32SELMA SEGATO VIEIRA-31SEM ADVOGADO-40, 95SERGIO RIBEIRO PASSOS-98SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-40, 90, 94, 99SIRO DA COSTA-87SUZANA ALTOÉ MARINATO MESQUITA-31THIAGO WEIGERT MEDICI-50TIELY PEDRONI HELEODORO-1UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-1, 31, 37URBANO LEAL PEREIRA-85vanessa ribeiro fogos-50Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-30

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000131 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

12/07/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000397-59.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000397-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x LUCIA DAS GRAÇAS VIÇOZI SARMENTO (ADVOGADO: FABRICIOPERES SALES, TIELY PEDRONI HELEODORO, CELSO PEDRONI JUNIOR.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DOENÇA PRÉ-EXISTENTE. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO.OMISSÃO EM DEFERIR QUESITOS COMPLEMENTARES. CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE DA SENTENÇAAFASTADA.

O requerimento administrativo de auxílio-doença formulado em 5/9/2003 foi indeferido com base em laudo da períciamédica do INSS negando incapacidade para o trabalho. Em 19/8/2008, a autora propôs ação pedindo a condenação doINSS a conceder aposentadoria por invalidez com efeitos retroativos à data de entrada do requerimento administrativo. Asentença julgou parcialmente procedente o pedido condenando o INSS a conceder auxílio-doença a partir de 7/5/2010, datada perícia judicial.

O INSS interpôs recurso alegando que a doença incapacitante é pré-existente à filiação previdenciária. A recorrida recolheucontribuições no período de 09/2002 a 08/2003 e de 06/2007 a 05/2008. No laudo pericial, ficou relatada a alegação darecorrida de que ela teve ressecção da mama esquerda nove anos antes, ou seja, em 2001. Entretanto, o mesmo laudorelatou que ela teve alta havia cerca de quatro anos antes da perícia, ou seja, em 2006. Não há nenhuma evidência de queo possível estado de incapacidade para o trabalho iniciado em 2001 tenha persistido sem solução de continuidade.Ademais, em setembro/2003, a perícia médica do INSS negou incapacidade para o trabalho. Falta comprovação da data deinício da incapacidade, frustrando a tentativa do INSS de configurar a pré-existência da incapacidade para o trabalho.

O laudo pericial, contemporâneo a maio/2010, reconheceu incapacidade para o trabalho com base em diagnóstico decâncer de ovário. Constatou metrorragia, isto é, sangramento de vagina. Relatou, com base em laudos de fevereiro/2010,que a recorrida estava sob tratamento quimioterápico. O laudo pericial somente confirmou incapacidade para o trabalho apartir de fevereiro/2010. O recorrente alegou que, nessa época, a recorrida já havia perdido a qualidade de segurada. Afinal,a última contribuição recolhida referia-se à competência 05/2008.

A incapacidade para o trabalho precisa começar na vigência do vínculo de filiação previdenciária. Após a perda daqualidade de segurado, a superveniência da incapacitação para o trabalho não conta com cobertura previdenciária. O laudopericial não comprovou incapacidade para o trabalho antes de fevereiro/2010. Não negou, porém, que a incapacidade parao trabalho estivesse consolidada em momento anterior. A lacuna do laudo pericial pode ser suprida por documentoscontemporâneos, ainda que produzidos unilateralmente.

A recorrida ajuizou a ação em agosto/2008, dentro do período de graça. Se a perícia judicial tivesse sido realizada emtempo razoável, talvez tivesse confirmado o estado de incapacidade para o trabalho desde aquela época. O segurado nãopode ser prejudicado pela demora na realização da perícia judicial. A única forma de suprir a lacuna do laudo pericial éaceitando os documentos contemporâneos produzidos unilateralmente pela recorrida. O atestado datado de 2/7/2008,subscrito por médico habilitado, certificou que a recorrida era portadora de câncer, estava sob tratamento e apresentavadiminuição de força e edema no membro superior esquerdo ao esforço físico (fl. 14).

O recorrente argüiu a nulidade da sentença por cerceamento de defesa, em razão da omissão em deferir o requerimento deesclarecimentos do perito (fl. 61). O primeiro quesito indagava se era possível ao perito confirmar se a incapacidade para otrabalho persistiu ininterruptamente desde 2001 ou se houve períodos de melhora. O segundo quesito indagava se osexames que apontavam metástase ovariana em fevereiro/2010 indicavam surgimento de nova doença ou se houve apenasa progressão de doença anterior. Esses dois quesitos complementares, por tratarem exclusivamente do estado clínicoanterior à perícia judicial. Não poderiam ser seguramente esclarecidos pelo perito. A perícia se limita ao exame dascondições clínicas contemporâneas. A reconstituição dos fatos, a fim de esclarecer se a autora estava incapaz em períodopretérito, só pode ser realizada mediante prova documental ou testemunhal. Seria inútil submeter os quesitos ao perito, umavez que ele não teria condições de emitir parecer seguro sobre fatos pretéritos ao momento em que teve contato com apessoa examinada.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

2 - 0000155-35.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000155-3/01) ANTONIO DOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI 8.213/91. EXCLUSÃO DOS 20% MENORESSALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO. PRESCRIÇÃO.

Trata-se de ação objetivando a revisão do salário-de-benefício do auxílio-doença NB 120.268.110-4, com base na médiaaritmética dos 80% maiores salários-de-contribuição, desprezando-se, consequentemente, os 20% restantes, nos termosdo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91 (redação conferida pela Lei nº 9.876, de 26/11/99). A sentença pronunciou a prescrição dapretensão ao pagamento das diferenças devidas, extinguindo o processo com resolução de mérito.

A data de início do auxílio-doença foi fixada em 29/5/2001. Em 18/7/2003, o benefício foi convertido em aposentadoria porinvalidez. E o pedido formulado na petição inicial limitou-se à revisão do auxílio-doença e pagamento das diferençasdevidas. Como o auxílio-doença deixou de ser pago em 18/7/2003 e a ação foi ajuizada em 24/2/2010, eventuais diferenças

decorrentes da revisão foram atingidas pela prescrição quinquenal. Logo, a sentença está correta.

O recorrente alegou que a sentença confundiu o instituto da decadência, estabelecido no art. 103 da Lei nº 8.213/91, com oda prescrição. Não assiste razão ao recorrente. A sentença não pronunciou a decadência do direito do recorrente a pleitearem juízo a revisão do benefício previdenciário, mas reconheceu a consumação da prescrição da pretensão às diferençasnão pagas há mais de cinco anos, contados do ajuizamento da ação. O art. 103, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91, dispõeque “prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haverprestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

3 - 0001959-15.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001959-4/01) JUSSARANA DE AZEVEDO CHAGAS (ADVOGADO:ANDREIA DADALTO LIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. BENEFÍCIO CONCEDIDO NA VIGÊNCIA DA MP 1.523-9.

Quando o benefício previdenciário da recorrente foi implantado, já estava em vigor a MP 1.523-9, que, alterando a redaçãodo art. 103 da Lei nº 8.213/91, criara para o segurado ou beneficiário o prazo de decadência para revisão de ato deconcessão de benefício previdenciário.

O prazo de decadência de dez anos deve ser contado a partir do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento daprimeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbitoadministrativo”.

A primeira prestação foi recebida em dezembro/1997 (fl. 11). Logo, o termo inicial do prazo de decadência fixou-se em1º/1/1998. A decadência se consumou em 1º/1/2008. Quando a ação revisional foi ajuizada, em março/2008, a decadênciajá estava consumada.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91005 - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO

4 - 0000150-81.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000150-9/02) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA (PROCDOR:Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x MATHEUS JOSE DOS SANTOS (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA,EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, MARCELO MATEDI ALVES.).E M E N T A

AGRAVO DE INSTRUMENTO RECEBIDO COMO AGRAVO INTERNO. DECISÃO DO PRESIDENTE QUE DECLAROUPREJUDICADO O RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL. GDASST.Acórdão da turma recursal decidiu que o recorrente está obrigado a pagar gratificação a servidor inativo ou pensionista coma mesma pontuação deferida aos servidores em atividade. Posteriormente, a então presidente da turma recursal declarouprejudicado o recurso extraordinário com base no art. 543-B, § 3º, do CPC, porque o STF já havia julgado recursorepresentativo de controvérsia em sentido convergente com o acórdão da turma recursal. O recorrente interpôs agravo de

instrumento contra a decisão monocrática O agravo de instrumento foi encaminhado ao STF, que o devolveu para serjulgado como agravo regimental.O agravante alegou que a decisão do STF nos recursos representativos de controvérsia, RE 572.052 e 597.154, não tratouda questão referente à pontuação de 40 pontos devida no período de 01/06/2002 a 30/04/2004, razão pela qual não haveria,nessa parte, autorização para adotar os procedimentos relacionados à repercussão geral.Diferentemente do que ocorreu no caso da GDATA, o precedente do Supremo Tribunal Federal não decidiu se, no períodode 01/06/2002 a 30/04/2004, os servidores inativos têm direito à GDASST à base de 10 ou 40 pontos. De qualquer forma,as premissas fixadas nos julgamentos com repercussão geral (RE 572.052 e 597.154) eliminaram qualquer controvérsiasobre a constitucionalidade da decisão na parte em que definiu a pontuação devida no período de no período de 01/06/2002a 30/04/2004. A decisão do STF não deixou espaço para insistir em questionamentos sobre matéria de naturezaconstitucional.Negado provimento ao agravo interno.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

5 - 0000133-45.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000133-9/02) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA (PROCDOR:FLAVIO TELES FILOGONIO.) x ADRIANO KUSTER (ADVOGADO: EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI,MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

AGRAVO DE INSTRUMENTO RECEBIDO COMO AGRAVO INTERNO. DECISÃO DO PRESIDENTE QUE DECLAROUPREJUDICADO O RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL. GDASST.Acórdão da turma recursal decidiu que o recorrente está obrigado a pagar gratificação a servidor inativo ou pensionista coma mesma pontuação deferida aos servidores em atividade. Posteriormente, a então presidente da turma recursal declarouprejudicado o recurso extraordinário com base no art. 543-B, § 3º, do CPC, porque o STF já havia julgado recursorepresentativo de controvérsia em sentido convergente com o acórdão da turma recursal. O processo foi encaminhado aoSTF, que devolveu o agravo de instrumento para ser julgado como agravo regimental.O agravante alegou que a decisão do STF nos recursos representativos de controvérsia, RE 572.052 e 597.154, não tratouda questão referente à pontuação de 40 pontos devida no período de 01/06/2002 a 30/04/2004, razão pela qual não haveria,nessa parte, autorização para adotar os procedimentos relacionados à repercussão geral.Diferentemente do que ocorreu no caso da GDATA, o precedente do Supremo Tribunal Federal não decidiu se, no períodode 01/06/2002 a 30/04/2004, os servidores inativos têm direito à GDASST à base de 10 ou 40 pontos. De qualquer forma,as premissas fixadas nos julgamentos com repercussão geral (RE 572.052 e 597.154) eliminaram qualquer controvérsiasobre a constitucionalidade da decisão na parte em que definiu a pontuação devida no período de no período de 01/06/2002a 30/04/2004. A decisão do STF não deixou espaço para insistir em questionamentos sobre matéria de naturezaconstitucional.Negado provimento ao agravo interno.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

6 - 0000144-74.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000144-3/02) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA (PROCDOR:LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x NELZA DUARTE GAMA (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA,EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, MARCELO MATEDI ALVES.).E M E N T A

AGRAVO DE INSTRUMENTO RECEBIDO COMO AGRAVO INTERNO. DECISÃO DO PRESIDENTE QUE DECLAROUPREJUDICADO O RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL. GDASST.Acórdão da turma recursal decidiu que o recorrente está obrigado a pagar gratificação a servidor inativo ou pensionista coma mesma pontuação deferida aos servidores em atividade. Posteriormente, a então presidente da turma recursal declarouprejudicado o recurso extraordinário com base no art. 543-B, § 3º, do CPC, porque o STF já havia julgado recursorepresentativo de controvérsia em sentido convergente com o acórdão da turma recursal. O processo foi encaminhado aoSTF, que devolveu o agravo de instrumento para ser julgado como agravo regimental.

O agravante alegou que a decisão do STF nos recursos representativos de controvérsia, RE 572.052 e 597.154, não tratouda questão referente à pontuação de 40 pontos devida no período de 01/06/2002 a 30/04/2004, razão pela qual não haveria,nessa parte, autorização para adotar os procedimentos relacionados à repercussão geral.Diferentemente do que ocorreu no caso da GDATA, o precedente do Supremo Tribunal Federal não decidiu se, no períodode 01/06/2002 a 30/04/2004, os servidores inativos têm direito à GDASST à base de 10 ou 40 pontos. De qualquer forma,as premissas fixadas nos julgamentos com repercussão geral (RE 572.052 e 597.154) eliminaram qualquer controvérsiasobre a constitucionalidade da decisão na parte em que definiu a pontuação devida no período de no período de 01/06/2002a 30/04/2004. A decisão do STF não deixou espaço para insistir em questionamentos sobre matéria de naturezaconstitucional.Negado provimento ao agravo interno.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

7 - 0000151-63.2008.4.02.5053/02 (2008.50.53.000151-8/02) FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA (PROCDOR:ANESIO OTTO FIEDLER.) x FRANCISCA MARIA ELIAS DURÃO (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

AGRAVO DE INSTRUMENTO RECEBIDO COMO AGRAVO INTERNO. DECISÃO DO PRESIDENTE QUE DECLAROUPREJUDICADO O RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL. GDASST.Acórdão da turma recursal decidiu que o recorrente está obrigado a pagar gratificação a servidor inativo ou pensionista coma mesma pontuação deferida aos servidores em atividade. Posteriormente, a então presidente da turma recursal declarouprejudicado o recurso extraordinário com base no art. 543-B, § 3º, do CPC, porque o STF já havia julgado recursorepresentativo de controvérsia em sentido convergente com o acórdão da turma recursal. O processo foi encaminhado aoSTF, que devolveu o agravo de instrumento para ser julgado como agravo regimental.O agravante alegou que a decisão do STF nos recursos representativos de controvérsia, RE 572.052 e 597.154, não tratouda questão referente à pontuação de 40 pontos devida no período de 01/06/2002 a 30/04/2004, razão pela qual não haveria,nessa parte, autorização para adotar os procedimentos relacionados à repercussão geral.Diferentemente do que ocorreu no caso da GDATA, o precedente do Supremo Tribunal Federal não decidiu se, no períodode 01/06/2002 a 30/04/2004, os servidores inativos têm direito à GDASST à base de 10 ou 40 pontos. De qualquer forma,as premissas fixadas nos julgamentos com repercussão geral (RE 572.052 e 597.154) eliminaram qualquer controvérsiasobre a constitucionalidade da decisão na parte em que definiu a pontuação devida no período de no período de 01/06/2002a 30/04/2004. A decisão do STF não deixou espaço para insistir em questionamentos sobre matéria de naturezaconstitucional.Negado provimento ao agravo interno.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

8 - 0006955-27.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006955-2/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x JOAO OLAVO SCHMID (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO. REFERÊNCIA EXPRESSA A DISPOSITIVO LEGAL.AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EMBARGOS IMPROVIDOS.Desnecessário estampar no acórdão referência expressa a dispositivo legal empregado na fundamentação do recurso. Parafins de prequestionamento, importante é que o aresto adote entendimento explícito sobre a questão, sendo desnecessária aindividualização numérica dos artigos em que se funda a decisão. Precedentes do STF e do STJ.Não há omissão a ser suprida no acórdão.Embargos de declaração aos quais se nega provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91009 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA

9 - 0000932-89.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000932-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PROCESSO Nº 0000932-89.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000932-0/01)SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRASUSCITADO: Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S.RELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – VARA FEDERAL DA SERRA E JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA -CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA – CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃONº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face de um dosJuizados Especiais Federais de Vitória. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa. Por isso, aincompetência não poderia ter sido suscitada de ofício.

Com base no art. 109, § 3º, da Constituição Federal, o STF admite que a ação previdenciária, se não for proposta na varaestadual da comarca de domicílio do segurado, seja ajuizada tanto perante o juízo federal com jurisdição sobre o domicíliodo segurado como perante as varas federais da capital do Estado-membro. Esse entendimento, porém, não se aplica aopresente caso concreto, pois a Vara da Serra não é considerada vara do interior, integrando a região da Capital do Estado,tanto quanto os JEFs de Vitória. A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região incluiu aVara Única da Serra, com abrangência sobre município da região metropolitana, na região da Capital do Estado do EspíritoSanto. A divisão de competência entre os JEFs de Vitória e o juizado adjunto da Vara da Serra constitui hipótese decompetência de juízo, e não de competência de foro.

Trata-se de hipótese de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. Não se trata de competência relativa, não podendo a parte livremente escolher ojuízo. Consequentemente, a incompetência pode ser declarada de ofício, independentemente de exceção.

Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

10 - 0001762-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001762-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PROCESSO Nº 0001762-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001762-6/01)SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRASUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – VARA FEDERAL DA SERRA E JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA -CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA – CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃONº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face de um dosJuizados Especiais Federais de Vitória. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa. Por isso, aincompetência não poderia ter sido suscitada de ofício.

Com base no art. 109, § 3º, da Constituição Federal, o STF admite que a ação previdenciária, se não for proposta na varaestadual da comarca de domicílio do segurado, seja ajuizada tanto perante o juízo federal com jurisdição sobre o domicíliodo segurado como perante as varas federais da capital do Estado-membro. Esse entendimento, porém, não se aplica aopresente caso concreto, pois a Vara da Serra não é considerada vara do interior, integrando a região da Capital do Estado,tanto quanto os JEFs de Vitória. A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região incluiu aVara Única da Serra, com abrangência sobre município da região metropolitana, na região da Capital do Estado do EspíritoSanto. A divisão de competência entre os JEFs de Vitória e o juizado adjunto da Vara da Serra constitui hipótese decompetência de juízo, e não de competência de foro.

Trata-se de hipótese de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. Não se trata de competência relativa, não podendo a parte livremente escolher ojuízo. Consequentemente, a incompetência pode ser declarada de ofício, independentemente de exceção.

Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

11 - 0006612-89.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006612-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PROCESSO Nº 0006612-89.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006612-8/01)SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SERRASUSCITADO: Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S.RELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – VARA FEDERAL DA SERRA E JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA -CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA – CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃONº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal da Serra em face de um dosJuizados Especiais Federais de Vitória. Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para ojulgamento da causa é relativa, uma vez que a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa. Por isso, aincompetência não poderia ter sido suscitada de ofício.

Com base no art. 109, § 3º, da Constituição Federal, o STF admite que a ação previdenciária, se não for proposta na varaestadual da comarca de domicílio do segurado, seja ajuizada tanto perante o juízo federal com jurisdição sobre o domicíliodo segurado como perante as varas federais da capital do Estado-membro. Esse entendimento, porém, não se aplica aopresente caso concreto, pois a Vara da Serra não é considerada vara do interior, integrando a região da Capital do Estado,tanto quanto os JEFs de Vitória. A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região incluiu aVara Única da Serra, com abrangência sobre município da região metropolitana, na região da Capital do Estado do EspíritoSanto. A divisão de competência entre os JEFs de Vitória e o juizado adjunto da Vara da Serra constitui hipótese decompetência de juízo, e não de competência de foro.

Trata-se de hipótese de competência funcional-territorial, que utiliza critério administrativo de divisão de território,revestindo-se, assim, de caráter funcional. Não se trata de competência relativa, não podendo a parte livremente escolher o

juízo. Consequentemente, a incompetência pode ser declarada de ofício, independentemente de exceção.

Conflito de competência conhecido, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízo suscitante, qual seja, oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONHECER DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA e declarar competente para o julgamento da causa oJuízo Federal da Vara Federal da Serra.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

12 - 0000402-90.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000402-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x ELCY MARIA BRUNELI (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES POST MORTEM –IMPOSSIBILIDADE – PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO – INCIDÊNCIA DO INCISO II DO ART. 15 DA LEI Nº8.213/91 C/C O INCISO II DO ART. 30 DA LEI 8.212/91 – RECURSO DO INSS CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA – DECISÃO QUE ANTECIPOU OS EFEITOS DA TUTELA REVOGADA – NOTÍCIA DE INDÍCIOS DEFRAUDE – SINDICÂNCIA INVESTIGATIVA REALIZADA PELO MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – REMESSADOS AUTOS AO MPF

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face dasentença de fls. 65/69 que julgou procedente o pedido autoral, condenando a autarquia previdenciária a implementar obenefício de pensão por morte à autora, com DIB na data do requerimento administrativo (19/05/2004). Sustenta aautarquia que o de cujus já havia perdido a qualidade de segurado na data do óbito. Além disso, aduz que não houvecomprovação de que a autora dependia economicamente de seu falecido filho.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado àPrevidência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casosprevistos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve serefetivamente comprovada.3. O segurado que deixa de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social mantém essa qualidade até 12(doze) meses depois da cessação das contribuições. De acordo com o Decreto nº 3.048/99, transcorrido o período degraça, se o segurado desejar manter essa qualidade, deverá providenciar o recolhimento da contribuição previdenciáriareferente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art. 15 da Lei nº 8.213/91. Portanto, a perda daqualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mêsimediatamente posterior ao término daqueles prazos.4. Além disso, conforme o § 1º, do art. 15, da Lei 8.213/91, o período de graça pode ser prorrogado por mais 12 meses, seo segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda daqualidade de segurado. Ademais, há a possibilidade de acrescer mais 12 (doze) meses para o segurado desempregado,desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social (§ 2º,do art. 15, da Lei 8.213).5. In casu, o instituidor da pensão faleceu em 14/02/2004. Recolheu contribuições para o Regime Geral de PrevidênciaSocial nos seguintes períodos: 01/03/1996 a 30/06/1996, 01/10/1996 a 30/04/1997, 01/06/1997 a 28/02/1998 e 01/04/1998 a13/02/2004, totalizando 07 anos, 06 meses e 13 dias (fls. 106/111). As contribuições dos meses de 12/2002 a 02/2004foram feitas extemporaneamente, ou seja, após a morte do de cujus (12/03/2004 – fls. 62/64), conforme comprova o extratodo CNIS. Tais contribuições não podem ser consideradas para analisar a perda da qualidade de segurado.6. A última contribuição vertida pelo de cujus, antes de seu falecimento, refere-se à competência de novembro de 2002,gerando eficácia jurídica até o final do mencionado mês, ou seja, 30/11/2002. O segurado tem direito ao período de graçade apenas 12 (doze) meses, visto que não possuía mais de 120 contribuições e nem restou comprovada sua qualidade dedesempregado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. Verifica-se, então, que o prazo final foi prorrogado para30/11/2003. Caberia ao falecido, para manter a qualidade de segurado, efetuar o recolhimento do mês de dezembro de2003. Tal recolhimento poderia ser feito até o dia 15/01/2004.7. Para o de cujus, o final do prazo indicado no inciso II do art. 15 da Lei nº 8.213/91 é o mês de novembro/2003. Paramanter sua qualidade de segurado deveria recolher a contribuição referente ao mês imediatamente posterior, ou seja,dezembro de 2003. O prazo para tal recolhimento, conforme o inciso II do art. 30 da Lei 8.212/91 é o dia quinze (15) do mês

seguinte ao da competência, ou seja, 15/01/2004. Assim, em 16/01/2004 ocorreu a perda da qualidade de segurado.Conclui-se, portanto, que o de cujus não mantinha a qualidade de segurado no momento de seu óbito, visto que faleceu em14/02/2004.8. Não restando comprovada a qualidade de segurado do de cujus, não faz jus a autora ao recebimento do benefício depensão por morte.9. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada. Decisão de antecipação dos efeitos da tutela revogada.10. Tendo em vista a notícia de indícios de fraude nos documentos de fls. 22/23, relatados no Relatório da SindicânciaAdministrativa realizada pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (fls. 143/156), remetam-se cópias dos autos parao MPF.11. Dado que não há comprovação de fraude e diante do caráter alimentar dos valores recebidos, os mesmos não deverãoser restituídos. Aplica-se ao caso o Enunciado nº 52 desta Turma Recursal que assim dispõe: “É inexigível a restituição debenefício previdenciário ou assistencial recebido em razão de tutela antecipada posteriormente revogada.”12. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementa constantes dos autos,que passam a integrar o presente julgado.

13 - 0005726-61.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005726-1/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x MARINA LESSA JUNGER (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x OSMESMOS.E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – RECURSO DA PARTE AUTORACONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recursos inominados interpostos pela parte autora e pela União Federal em face da sentença de fls. 40/47, quejulgou parcialmente procedente a ação para declarar a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício decomplementação de aposentadoria auferido pela parte autora. A União Federal, em suas razões recursais, em caráterpreliminar, alega a incompetência dos Juizados Especiais, a violação ao disposto nos arts. 460 e 472 do Código deProcesso Civil, a inépcia da inicial, bem como a ocorrência da prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma dasentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito da demanda, requer a alteração da apuração do indébito.A parte autora, em seu recurso, requer a condenação da União a restituir os valores contribuídos como imposto de rendaem duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 22/26. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 23/24) e aposentadoria em 22/05/2000 (fl. 25).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 22/05/2000 (fl. 25). A presente ação foi ajuizada em 18/09/2008 (fl. 02).

Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentença, noque tange à forma de apuração do indébito e DOU PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA para condenar a réà restituição dos valores pagos em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS RECURSOS E, NO MÉRITO, JULGARPARCIALMENTE PROCEDENTE O RECURSO DA PARTE RÉ E PROCEDENTE O RECURSO DA PARTE AUTORA, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

14 - 0005934-45.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005934-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOLDE CARVALHO.) x JOSE LUIZ SARMENTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 54/62) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ousuplementação de aposentadoria. A União Federal, em suas razões recursais, afirma que a matéria não se trata desituação de menor complexidade. Além disso, defende a tese da prescrição quinquenal contada a partir do supostopagamento indevido. Diante disso, pugna pelo provimento do recurso para reformar a sentença e julgar o pedido totalmenteimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 27/36. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre a

complementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 28/29) e aposentadoria em 01/12/0998 (fl. 30).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/12/1998 (fl. 30). A presente ação foi ajuizada em 30/09/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

15 - 0006062-65.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006062-4/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Kleison Ferreira.) x FUMIELUZIA LORENCATTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 94/104) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, em caráter preliminar, alega a incompetência dos Juizados Especiais, e a inépcia dainicial. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito dademanda, requer a alteração da apuração do indébito. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 27/30. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período de

janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 28/29) e aposentadoria em 03/07/2007 (fl. 30).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 03/07/2007 (fl. 30). A presente ação foi ajuizada em 09/10/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

16 - 0005711-92.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005711-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x LENIZE BARROS RODRIGUES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 44/48) que julgou procedente aação, no que concerne à restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da parte autora,declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre as partes, e condenado a recorrente a restituir à parte autora o

que fora recolhido indevidamente, de imposto de renda, sobre sua aposentadoria complementar. A União Federal, em suasrazões recursais, em caráter preliminar, alega a incompetência dos Juizados Especiais e a inépcia da inicial. Em carátermeritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito da demanda, requer aalteração da apuração do indébito. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 37/41. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 38/39) e aposentadoria em 22/10/2007 (fl. 40).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 22/10/2007 (fl. 40). A presente ação foi ajuizada em 18/09/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a ser

requisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

17 - 0005696-26.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005696-7/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.) xNARA AUXILIADORA ALMEIDA CYPRIANO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 90/100) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ousuplementação de aposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamentedescontados. A União Federal, em suas razões recursais, em caráter preliminar, pugna pela nulidade da sentença a quo porter sido a lide decidida fora dos seus limites. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente, ou, em caso de êxito da demanda, requer a reforma da apuração do indébito. Foram apresentadascontrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 22/25. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 24/25) e aposentadoria em 02/01/2006 (fl. 23).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/01/2006 (fl. 23). A presente ação foi ajuizada em 18/09/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOS

ROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

18 - 0006070-42.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006070-3/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.) xMARIA DAS GRAÇAS RANGEL DE JESUS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 43/48) que julgou procedente aação, no que concerne à restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da parte autora,declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre as partes no que se refere à incidência do imposto de rendasobre as parcelas de complementação de aposentadoria, e condenando a recorrente a restituir à parte autora o que forarecolhido indevidamente, de imposto de renda, sobre sua aposentadoria complementar. A União Federal, em suas razõesrecursais, em caráter preliminar, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito dademanda, requer a reforma da apuração do indébito. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 38/41. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 40/41) e aposentadoria em 22/08/2000 (fl. 39).

O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 22/08/2000 (fl. 39). A presente ação foi ajuizada em 09/10/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

19 - 0000817-30.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000817-7/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DEBARROS.) x ANTONIO CARLOS LOPES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA –REPETIÇÃO DE INDÉBITO – BIS INIDEM – INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO – PRESCRIÇÃO RECONHECIDA DE OFÍCIO – RECURSO PREJUDICADO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 40/45) que julgou procedente opedido autoral, no que concerne à restituição dos valores cobrados sobre a complementação da sua aposentadoria,declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre as partes, e condenado a recorrente a restituir à parte autora oque fora recolhido indevidamente, de imposto de renda, sobre sua aposentadoria complementar. A União Federal, em suas

razões recursais, em caráter preliminar, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seuslimites. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito dademanda, requer a adoção do critério de devolução dos valores firmado pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ªRegião.

2. O tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº 101.969/ES, DJE12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual necessidade de perícia nãoexclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito econômico não exceda sessentasalários mínimos”.

3. O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.

4. O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.

5. A data de início da aposentadoria do beneficiário é 30/06/1997 (fl. 20). A presente ação foi ajuizada em 27/11/2009 (fl.02). Assim, está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

6. Sentença reformada de ofício, reconhecendo a prescrição, motivo pelo qual o processo deve ser extinto com resoluçãode mérito, nos termos do artigo 269, IV, do Código de Processo Civil. Recurso prejudicado.

7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, RECONHECER, DE OFÍCIO, A PRESCRIÇÃO E JULGAR PREJUDICADO ORECURSO, EXTINGUINDO O FEITO NOS TERMOS DO ART. 269, IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

20 - 0009758-62.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009758-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.) xSEBASTIÃO GUILHERME DOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 111/121) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, em caráter preliminar, pugna pela nulidade da sentença por ter sido a lide decidida forados seus limites. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso deêxito da demanda, requer a alteração da apuração do indébito. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 25/29. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período de

janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 28/29) e aposentadoria em 02/07/2007 (fl. 26).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/07/2007 (fl. 26). A presente ação foi ajuizada em 20/08/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

21 - 0006058-28.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006058-2/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.) xJORGE ALVES CORRÊA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face da sentença (fls. 91/101) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação deaposentadoria da parte autora, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente

descontados. A União Federal, em suas razões recursais, em caráter preliminar, pugna pela nulidade da sentença por tersido a lide decidida fora dos seus limites. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente, ou, em caso de êxito da demanda, requer a alteração da apuração do indébito. Foram apresentadascontrarrazões pela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 30/32. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 31/32) e aposentadoria em 03/02/2003 (fl. 22).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 03/02/2003 (fl. 22). A presente ação foi ajuizada em 09/10/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito do

contribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

22 - 0008325-23.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.008325-5/01) WALDIR ANTONIO GAZOLLI (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fl. 58) que extinguiu o feito sem resoluçãode mérito na forma dos incisos III e IV do art. 267, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimentoao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.O Juízo a quo julgou extinto o pedido autoral por entender que a parte autora não cumpriu o despacho de fl. 44, quedeterminava a juntada aos autos, no prazo de 10 dias, de documento que comprovasse a data da aposentadoria.Entretanto, ao analisar os documentos juntados pela recorrente em razão de tal despacho, constata-se que a data daaposentadoria encontra-se no documento de fl. 49, não ocorrendo o abandono processual alegado.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 45/52. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 46/47) e aposentadoria em 02/12/2000 (fl. 49).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/12/2000 (fl. 49). A presente ação foi ajuizada em 11/07/2008 (fl. 03).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano-base anterior ao recolhimento do tributo.O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído em maio de cada ano, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).

Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

23 - 0009019-89.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009019-3/01) MARCIO TULIO DE CARVALHO BREDER (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DEOLIVEIRA.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 49/54) que extinguiu o feito comresolução de mérito conforme o art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 38/43 e 46/48. Destarte,ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que regeos Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista,sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentos

colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 39/43) e aposentadoria em 12/2000 (fl. 47).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 12/2000 (fl. 47). A presente ação foi ajuizada em 31/07/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano-base anterior ao recolhimento do tributo.O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído em maio de cada ano, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

24 - 0009773-31.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009773-4/01) CARLOS MAGNO DE SOUZA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E

9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 49/53) que extinguiu o feito comresolução de mérito conforme o art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 37/44. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 38/39) e aposentadoria em 10/11/2001 (fl. 41).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 10/11/2001 (fl. 41). A presente ação foi ajuizada em 20/08/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano-base anterior ao recolhimento do tributo.O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído em maio de cada ano, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruções

que se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

25 - 0009769-91.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009769-2/01) JOSÉ LUIZ DE SOUSA (ADVOGADO: LEONARDO ALVESCOLNAGO, MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 69/73) que extinguiu o feito comresolução de mérito conforme o art. 269, IV, do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dê provimento aorecurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 59/66. Destarte, ancorado nosarts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os JuizadosEspeciais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, orespeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentada. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 61/66) e aposentadoria em 01/11/2002 (fl. 60).O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/11/2002 (fl. 60). A presente ação foi ajuizada em 20/08/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano-base anterior ao recolhimento do tributo.O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído em maio de cada ano, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).

Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

26 - 0000061-69.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.000061-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x JOÃOBATISTA PEIXOTO (ADVOGADO: DIMAS PINTO VIEIRA.).Impetrante: Instituto Nacional do Seguro Social.Impetrado: Juízo do 2º Juizado Especial Federal de Vitória / ES.EMENTAMANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL, QUE DETERMINOU A EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIO PARAPAGAMENTO DO CRÉDITO DA PARTE AUTORA, EXCEDENTE A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS E FRACIONOU AEXECUÇÃO, COM PAGAMENTO DO PRINCIPAL POR PRECATÓRIO E DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PORRPV. REFORMA PARCIAL DA DECISÃO. PERDA PARCIAL DO OBJETO. SENTENÇA CONDENATÓRIA QUE LIMITOUO PAGAMENTO DOS ATRASADOS À ALÇADA DOS JUIZADOS. TRÂNSITO EM JULGADO. OFENSA A COISAJULGADA. DECISÃO TERATOLÓGICA E ILEGAL. SEGURANÇA PARCIALMENTE CONCEDIDA.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo CONCEDER PARCIALMENTE A SEGURANÇA nos termos do voto e da ementa, que integram opresente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

27 - 0006622-75.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006622-8/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x ADELINO RODRIGUES MAIA (ADVOGADO: ANDREIA DADALTO LIMA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2006.50.50.006622-8/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERALRECORRIDO: ADELINO RODRIGUES MAIARELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. VÍNCULO DE EMPREGO COM DATA INCIAL EM 26/01/1953 E OPÇÃO PELO REGIMEDO FGTS NA VIGÊNCIA DA LEI 5.958/73. CEF COMPROVA A APLICAÇÃO DA TAXA PROGRESSIVA DE JUROS.AUTOR NÃO COMPROVOU LESÃO AO DIREITO. RECURSO INTERPOSTO PELA CEF PROVIDO. SENTENÇAREFORMADA.1. Sentença que julgou procedente o pedido de condenação da Caixa Econômica Federal a pagar ao autor o valor de R$1.038,58, relativo às diferenças decorrentes da aplicação da progressividade dos juros sobre a conta FGTS, acrescidos dejuros e correção de acordo com as regras do FGTS, até a data do efetivo pagamento.2. Sustenta a CEF, em suas razões recursais, que a conta de FGTS do autor já foi remunerada a 6%, não havendonenhuma diferença a ser paga. Contrarrazões às fls. 114/117, em que o autor alega que os índices da progressividade nãoforam aplicados corretamente, uma vez que inexiste aplicação de 4 % do terceiro ao quinto ano e de 5 % do sexto aodécimo ano.3. Farão jus à aplicação da taxa progressiva de juros todos aqueles que comprovarem, além da opção ao FGTS na formadas leis 5.107/66 ou 5.958/73, a admissão em período anterior a 22.09.71. É o caso do autor, pois foi admitido na empresaem 26/02/1953, tendo optado pelo FGTS em 28.08.1974, com cláusula retroativa firmada pelo empregador (ou seja, comsua concordância), nos termos da Lei 5958 /1973 (fls. 11/12).

4. Ocorre que, a CEF, às fls. 113, 128/131 (extrato com indicação da aplicação do percentual de 6 %), demonstrou aaplicação correta dos juros progressivos à conta vinculada do autor. O autor, por sua vez, insiste em alegar que os índicesda progressividade não foram aplicados, vez que não existe a aplicação de 4 % do terceiro ao quinto ano e de 5 % do sextoao décimo ano; períodos estes prescritos, pois se referem aos anos de 1955 a 1962, sendo que a presente ação foiajuizada em 24/11/2006, de modo que créditos anteriores a 24/11/1976 já se encontram fulminados pela prescriçãotrintenária – na forma do enunciado 210 da súmula do STJ. Se o autor alega na inicial que a progressividade não foiobservada, é seu o ônus de demonstrar este fato (a lesão ao seu direito). No entanto, os próprios extratos trazidos peloautor ratificam a correta aplicação da progressão (fls. 90/93). Assim, legítima a presunção de que a conta tenha seguido aprogressividade prevista na Lei 5958/1973.

5. Nesse sentido:PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS). OPÇÃOMANIFESTADA NA VIGÊNCIA DA LEI N. 5.107/1966. JUROS PROGRESSIVOS. NÃO-COMPROVAÇÃO DE QUE ASCONTAS FORAM REMUNERADAS INCORRETAMENTE. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO.DESPROVIMENTO. 1. Constatada a carência de ação, ante a ausência de interesse processual, relativamente aos autoresMárcio de Melo, Vicente Abelar de Oliveira, José Tibúrcio de Oliveira e José Sebastião de Barcelos, tendo em vista que ascontas vinculadas ao FGTS, de sua titularidade, já são remuneradas em percentual máximo. 2. Os trabalhadores admitidosantes da edição da Lei n. 5.705/1971 e que, anteriormente à data de vigência da referida lei, tenham exercido opção peloregime do FGTS, fazem jus à taxa progressiva de juros, na forma preconizada no art. 4º da Lei n. 5.107/1966, em suaantiga redação. 3. Tratando-se de opção pelo regime do FGTS manifestada na vigência da Lei n. 5.107/1966, e alegando oautor que a conta vinculada de sua titularidade não fora remunerada corretamente, cumpria-lhe o ônus da prova (Código deProcesso Civil, art. 333, inciso I), do que não se desincumbiu, na hipótese. Improcedência do pedido formulado pelosautores Sebastião Xavier de Assunção e Maurílio Miranda de Morais. 4. Sentença confirmada. 5. Apelação desprovida. .(TRF – 1ª. Região, APELAÇÃO CIVEL – 200738000018641, SEXTA TURMA, Relator Desembargador Federal SOUZAPRUDENTE, e-DJF1 DATA:02/06/2008, PAGINA:188).ADMINISTRATIVO – FGTS – TAXA PROGRESSIVA DE JUROS – LEI Nº 5.107-66 – PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA(SÚMULAS 210-STJ E 28-TRF2 – PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO – CONTA JÁ REMUNERADA COM 6% (SEISPOR CENTO) AO ANO – IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1 - A prescrição para o pedido da taxa progressiva de juros é de30 (trinta) anos. Súmulas 210-STJ e 28-TRF. A capitalização dos juros dos depósitos do FGTS é relação jurídicacontinuativa ou de trato sucessivo, eis que a lesão em decorrência da não-aplicação da referida taxa se renova mês a mês.2 - Para a incidência da taxa é imprescindível a demonstração de que houve trabalho no período de 01.01.1967 a22.09.1971, com opção pelo fundo ou posterior opção retroativa, e, ainda, a permanência na empresa por um períodomínimo de dez (10) anos. 3 - Na hipótese, os extratos trazidos aos autos comprovam que a conta vinculada ao FGTS járecebe aplicação da taxa de juros de 6% (seis por cento) ao ano. 4 - Apelação improvida. Mantida a sentença que julgou

improcedente o pedido. (TRF – 2ª. Região, APELAÇÃO CIVEL – 449806, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, RelatorDesembargador Federal FREDERICO GUEIROS, DJU - Data::14/08/2009 - Página::152)6. Recurso da CEF conhecido e provido para julgar improcedente o pedido inicial. Sem condenação em custas e honoráriosadvocatícios (art. 55 da Lei 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela CEF, na forma daementa que integra este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

28 - 0000163-49.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000163-3/01) MARIA CAZONI MACHADO (ADVOGADO: LETICIASEVERIANO ZOBOLI, SAMUEL ANHOLETE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.105/106, que julgou improcedenteo seu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que está incapaze que a conclusão da perícia judicial está em confronto com o conjunto probatório presente nos autos. Pugna, por taisrazões, pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 93/94, que,mesmo havendo constatação de transtorno depressivo recorrente, atualmente em remissão (quesito 1), a doença daautora, que possui 67 anos, no momento encontra-se assintomática (quesito 3). Afirma o expert, que o estado geral daautora é compatível com a sua idade. Além disso, o perito ressaltou que a recorrente apresentou no passado episódiosdepressivos e, atualmente, encontra-se com o humor estável, sob controle medicamentoso (quesito 1). Diante do relatomédico pericial, entende-se que a autora não se encontra incapacitada, e está apta a exercer suas atividades laborais comolavadeira.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

29 - 0001528-15.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.001528-6/01) JOCENY DOS ANGELOS (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉTEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.102/103, que julgou improcedenteo seu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas

razões recursais, que as limitações impostas por sua moléstia demonstram sua incapacidade. Alega, ainda, que o laudopericial, em que se baseou a sentença, não pode ser fundamento para improcedência do pedido. Pugna, por tais razões,pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 85/88, que,mesmo havendo constatação de hipertensão arterial essencial, a parte autora, que possui 56 anos, não se encontraincapacitada para o trabalho (quesitos 10, 13, 14, 15, 16 e 17). Afirma o expert que o autor não apresentacomprometimento severo de sua patologia ou instabilidade clínica que justifique incapacidade para realização de suasatividades laborativas. Além disso, o perito ressaltou que o autor está em uso de medicação hipotensora regular e semsinais clínicos de descompensação da patologia (quesito 09). Diante do relato médico pericial, entende-se que o recorrentenão se encontra incapacitado, e está apto a exercer suas atividades laborais como moleiro.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

30 - 0000902-56.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000902-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x ADENISAR AMERICO SOBRINHO (ADVOGADO: JARDELOLIVEIRA LUCIANO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE –DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS DA INCAPACIDADE EM PERÍODO POSTERIOR – EQUÍVOCO NA CONDENAÇÃOSANADO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.82/86, que julgou parcialmente procedenteo pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que não há qualquer informação no laudo pericial atestando a incapacidade do autorentre meados de 2007 e 2008. Alega, ainda, que os laudos emitidos pela Autarquia possuem presunção de veracidade elegalidade. Ademais, caso a sentença não seja reformada, requer a condenação ao pagamento somente até 04/08/2008.Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.No caso em tela, a Autarquia alega não ter indícios nos autos demonstrando que o autor estava incapaz no período em queo benefício foi cessado (25/08/2007 a 04/08/2008, fls. 91/92). O autor possui 53 anos (fl. 09) e requer o restabelecimento doauxílio-doença, que considera ter sido cessado indevidamente no período supramencionado.A parte autora auferiu auxílio-doença de 06/08/2004 a 24/08/2007 (fl. 91). Recebeu, ainda, de 05/08/2008 a 31/12/2009 (fl.92). No laudo pericial de fls. 69/70, o perito atesta que a incapacidade se iniciou em 21/07/2004. Não obstante as alegaçõesda Autarquia de que não há nos autos documentos que comprovam a incapacidade da parte autora entre agosto de 2007 eagosto de 2008, verifica-se nas fls. 21/22, que há laudos atestando a incapacidade do autor em agosto e setembro de 2007,período posterior à cessação do benefício. Dessa forma, verifico que a cessação do benefício se deu de forma indevidapela Autarquia Ré.Com efeito, é necessário frisar que houve um equívoco na sentença, uma vez que o magistrado a quo condenou aAutarquia ao pagamento de auxílio-doença de 25/08/2007 a 06/10/2008. Entretanto, de acordo com o documento de fl. 92,juntado pelo INSS, o benefício já havia sido restabelecido em 05/08/2008. Diante disso, a condenação deve ser mantidaapenas no período de 25/08/2007 a 04/08/2008.Sentença reformada. Recurso conhecido e parcialmente provido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da

ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

31 - 0000500-32.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000500-0/01) ANA DE SOUZA BATISTA ALVES (ADVOGADO: SUZANAALTOÉ MARINATO MESQUITA, SELMA SEGATO VIEIRA, RODRIGO L. PIGNATON COMETTI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.89/91, que julgou improcedente oseu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença ou a conversão em aposentadoria por invalidez. Alega arecorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitada para o trabalho, por possuir várias doenças que aimpedem de desempenhar de suas atividades laborais. Afirma, ainda, que acostou laudos médicos particulares que atestamsua incapacidade. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, uma vez cumprido a carência pela lei exigida, ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 daLei 8.213/91). Já o art. 42 da mesma lei, diz que “a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, acarência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.”3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls.73/79, que,mesmo havendo constatação de artrose degenerativa de coluna dorsal e lombar, a parte autora, que possui 58 anos,apresenta-se apta para exercer sua atividade laborativa. Afirma o expert que a recorrente foi submetida a um transplante decórnea direita, tendo êxito em seu resultado. A perita médica verifica que, conforme exame de tomografia analisado, a lesãoda autora é de grau leve, e, por isso, deve se submeter à fisioterapia, sendo este serviço disponibilizado pelo SUS. Diantedo relato médico pericial, entende-se que a recorrente não se encontra incapacitada, podendo exercer suas atividadeslaborais como doméstica.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais. Diante de tudo o quefoi exposto, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

32 - 0001540-92.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001540-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x VALDINEIA MARIA TINELLI (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE,SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE COMPROVADA –CEGUEIRA – DOENÇA QUE INDEPENDE DE CARÊNCIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 68/70, que julgou procedente o pedido,para condenar o recorrente à concessão do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o INSS, em suas razõesrecursais, que, o início da incapacidade foi anterior ao reingresso da parte autora na Previdência Social. Requer, assim, areforma ou a anulação da sentença para que seja identificado o local de acompanhamento clínico da autora e definir a datareal de início de sua incapacidade. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora, pugnando pela manutenção dasentença.2. Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuiçõesmensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência, com insuscetibilidade de reabilitação ou readaptação profissional.3. Não há nos autos controvérsia quanto à incapacidade da parte autora para o exercício de suas atividades habituais. Aquestão está no momento em que surgiu a incapacidade, se anterior ou posteriormente ao reingresso no RGPS.4. Ao se analisar os documentos constantes dos autos, bem como as alegações da parte autora, verifica-se que ela possuiuma moléstia rara. O laudo médico judicial de fls. 33/34 constatou que a recorrida é portadora de “atrofia óptica bilateral decaráter irreversível, a qual lhe causa cegueira em ambos os olhos, e consequentemente gera uma incapacidade laboral total

e definitiva (quesitos 14/15). O expert não conseguiu definir o momento exato do surgimento dessa doença, entretantoafirmou que a recorrida apresentou baixa de acuidade visual em junho de 2007 (quesito 11), conforme consta em laudomédico oftalmológico (fl. 20).5. Com base nos demais documentos anexados (fls. 52/53), constata-se que a doença denominada de Atrofia Óptica deLeber causa cegueira repentina (fl. 52). Essa enfermidade é proveniente de uma mesma família e ainda está sendoestudada por pesquisadores para identificar os fatores que intensificam sua manifestação e os possíveis tratamentospreventivos. O próprio recorrente admite nas alegações recursais que, em perícia administrativa, não conseguiu “fixar umadata precisa para o início da incapacidade da recorrida” (fls. 78). Além disso, como já dito, há informações científicas nosautos que afirmam que a doença acomete repentinamente a visão do seu portador.6. Em 19/06/2007, o médico particular atestou que a recorrida era portadora de perda quase total da visão em ambos osolhos (perda de 90 % da acuidade visual), de caráter permanente e irreversível, sendo acometida da cegueira entre maio ejunho do mesmo ano. O perito judicial foi conclusivo ao afirmar que não é possível provar que a doença se manifestouclinicamente antes de maio de 2007, pois não há laudos que registrem alterações visuais antes dessa data, porém, nestemomento, a cegueira já estava instalada. Assim, fixo o início da incapacidade da autora em 05/2007.7. A autora reingressou na Previdência em 02/2007. Após 03 meses foi acometida pela cegueira, doença que isenta aportadora de cumprir carência, nos termos dos artigos 26, II e 151 da Lei 8.213/91 c/c a Portaria Interministerial MPAS/MS2.998/2001, de 23/08/2001. Portanto, não há que se falar em anulação ou reforma da sentença a quo, já que a autora voltoua contribuir em período anterior (fevereiro de 2007 - fls. 71/72) ao início de sua incapacidade.8. Comprovada a qualidade de segurada da autora, a isenção do cumprimento de carência, bem como a incapacidade totale definitiva para o desempenho de atividade que lhe garanta o sustento, faz jus a mesma ao benefício de aposentadoria porinvalidez.9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.10. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valorda condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

33 - 0002104-71.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002104-7/01) RENATO ULIANA (ADVOGADO: PHILIPI CARLOS TESCHBUZAN, GERALDO BENICIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 118/119, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou posterior concessão do benefício de aposentadoria porinvalidez. Afirma o recorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado de forma total e permanente para oexercício de diversas atividades profissionais. Alega, ainda, que o programa de reabilitação profissional é inviável em razãoda disparidade da remuneração mensal entre a atividade exercida anteriormente (motorista) para a que está seaperfeiçoando (técnico em manutenção de computadores). Por isso, requer a reforma da sentença para ser concedido obenefício de aposentadoria por invalidez. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 92/94, que,mesmo sendo constatada deformidade no cotovelo direito com bloqueio de extensão do cotovelo e limitação da flexão, aparte autora (46 anos) não se encontra totalmente incapacitada para exercer outras atividades laborais. O expert afirma queo recorrente não esta apto para exercer sua atividade de motorista em decorrência dos esforços físicos exercidos, mas aseqüela não impede que a parte autora seja reabilitada para outra função, como a de cobrador. O perito médico constataque o autor é capaz de ter uma vida civil independente.4. As alegações recursais se concentram na ineficácia dos programas de reabilitação profissional fornecidos pelaPrevidência Social. Alega o recorrente que o curso de montagem e manutenção de computadores não lhe proporcionaráum rendimento mensal equivalente ao que obtinha quando trabalhava como motorista. No entanto, essa afirmação somentedemonstra que a parte autora consegue ser reabilitada para outra função, desde que seja compatível com suas limitaçõesfísicas. Além disso, a lei não prevê que haja garantia da remuneração recebida anteriormente em virtude de reabilitaçãoprofissional.5. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.6. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

34 - 0003137-67.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.003137-8/01) JORGE BATISTA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA – DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE NÃO AFIRMADAPELO PERITO – RESTABELECIMENTO INDEVIDO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença de fls.95/96, que julgou parcialmenteprocedente o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez.Alega o recorrente, em suas razões recursais, que carreou aos autos documentos que comprovam que o mesmo nãoexerceu atividade laborativa a partir de novembro de 2006. Diante disso, requer que o benefício de auxílio-doença sejarestabelecido desde a sua cessação indevida em 31/11/2005, até a data da aposentadoria concedida na sentença. Pugna,por tais razões, pela reforma da sentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.No caso em tela, o autor possui 55 anos de idade (fl. 11), e requer o restabelecimento do auxílio-doença que considera tersido cessado indevidamente em 30/11/2005 (fl. 65). A parte autora auferiu auxílio-doença de 22/01/2003 a 30/11/2005 (fl.65). O documento de fls. 68/69, mostra que desde 30/11/2006 o autor não possui nenhum vínculo empregatício. Em05/02/2009 foi realizada uma perícia médica que não constatou incapacidade laborativa na parte autora (fls. 58/60).Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial (fls. 78/80), que háconstatação de instabilidade da coluna lombar secundária a laminectomia para tratamento de hérnia discal lombar (quesito01). Afirma o expert que a incapacidade é total e definitiva (quesitos 14 e 15). Cabe ressaltar ainda que o perito não soubeafirmar desde quando a incapacidade existe (quesito 11).Com efeito, concluo que o benefício de auxílio-doença não pode ser restabelecido desde 2005, como requer o autor, pois,conforme perícia médica judicial realizada em 05/02/2009, não há dados clínicos suficientes para afirmar que aincapacidade já existia em momento anterior (quesitos 11 e 12) . Ademais, os laudos particulares juntados aos autos (fls.14/23) comprovam a incapacidade do autor entre os anos de 2003 a 2005, período no qual a parte autora estava em gozode auxílio-doença. Não há nenhum laudo carreado aos autos informando a doença/incapacidade do autor entre dezembrode 2005 a agosto de 2009. Dessa forma, foi devida a cessação do benefício naquela data.Por todo o exposto, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

35 - 0000323-08.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000323-3/01) ERLY FRANCISCA ROSA DA SILVA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença de fls. 44/45, que julgou improcedente opedido de condenação do INSS à concessão de benefício de prestação continuada. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que, em razão das doenças que possui, encontra-se incapacitada para exercer qualquer atividade laboral. OINSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. De acordo com o art. 20 da Lei nº 8.742/93, o benefício de prestação continuada é devido ao incapaz para a vidaindependente e para o trabalho que comprove não possuir condições de prover sua subsistência e que possua rendafamiliar per capita inferior a ¼ do salário-mínimo.3. A partir da análise dos autos, verifica-se que foi realizada, em juízo, perícia médica a fim de diagnosticar a moléstia que

acomete a parte autora. O laudo médico judicial (fls.33/36) concluiu que, mesmo havendo a constatação de hipertensãoarterial sistêmica e osteoartrose, a recorrente (64 anos de idade) não se encontra incapacitada para o seu trabalho comodoméstica, sendo apenas necessário observar o tipo de trabalho, para não configurar fator de risco para as doenças.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Desta forma não lhe é devido o benefício pleiteado, por não estar preenchido um dos requisitos necessários à suaconcessão.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

36 - 0000073-72.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000073-6/01) CAIO MONTEIRO LEITE (REP. POR CAROLINAMONTEIRO) (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença de fls. 98/101, que julgou improcedenteo pedido de condenação do INSS à concessão de benefício de prestação continuada. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que, em razão da doença que possui, é incapaz para executar atos da vida independente. Afirma, ainda, que nosautos há laudos que comprovam sua incapacidade. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção dasentença.2. De acordo com o art. 20 da Lei nº 8.742/93, o benefício de prestação continuada é devido ao incapaz para a vidaindependente e para o trabalho que comprove não possuir condições de prover sua subsistência e que possua rendafamiliar per capita inferior a ¼ do salário-mínimo.3. A partir da análise dos autos, verifica-se que foi realizada, em juízo, perícia médica, a fim de diagnosticar a moléstia queacomete a parte autora. O laudo médico judicial (fls. 86/90) concluiu que, mesmo havendo a constatação de anemiafalciforme, o recorrente não se encontra incapacitado para praticar atos da vida independente, conforme sua faixa etária (7anos). Ficou demonstrado que o autor freqüenta a APAE e faz acompanhamento no Hospital Infantil, não apresentandocomprometimento do seu desenvolvimento.4. No mesmo sentido, o Ministério Público Federal se manifesta pela não-concessão do benefício assistencial, ante ainexistência de incapacidade para a vida cotidiana.5. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.6. Desta forma não lhe é devido o benefício pleiteado, por não estar preenchido um dos requisitos necessários à suaconcessão.7. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

37 - 0000456-13.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000456-1/01) ZENILDA CAMPOS SOFIATE (ADVOGADO: CARLOSESTEVAN FIOROT MALACARNE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA ENTRE MÃE E FILHO FALECIDO NÃOCOMPROVADA – SALÁRIO CARACTERIZADO COMO AUXÍLIO FINANCEIRO – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 73/75, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de pensão por morte. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que era dependenteeconomicamente de seu filho, pois sua renda mensal não era suficiente para as despesas domésticas e gastos com

medicamentos. Afirma que, por não ser vedada a cumulação dos benefícios de aposentadoria rural por idade e pensão pormorte, faz jus ao recebimento do referido benefício. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença. O INSS apresentoucontrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado àPrevidência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casosprevistos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve serefetivamente comprovada.3. In casu, o núcleo familiar era composto pela autora, por seu esposo, e por três filhos maiores de 21 anos de idade, sendoum deles o falecido. O de cujus, por se encontrar doente, recebeu o benefício de auxílio-doença (fl. 27) por um períodoantes de falecer. Nessa situação, verifica-se que a renda do filho da recorrente, de certa forma, estava comprometida comseus gastos médicos e com seus medicamentos. Cabe destacar, ainda, que a autora e o seu marido auferem mensalmenterenda de um salário mínimo em decorrência de seus benefícios de aposentadoria rural por idade. Ademais, um filho exercea atividade da pesca, e o outro realiza trabalhos esporádicos.4. Mesmo que a colaboração financeira do de cujus fosse importante para ajudar nas despesas familiares, tal auxílio nãoera suficiente para caracterização de dependência econômica, pois não se demonstrou essencial para a sobrevivência donúcleo familiar, servindo apenas para melhorar as condições de vida da família.5. A prova testemunhal comprovou que o filho falecido auxiliava com algumas despesas da casa. Contudo, não restoucaracterizada a situação de dependência econômica da autora. Não significa dizer que o salário recebido pelo filho não eraimportante para o grupo familiar, mas que consistia apenas um acréscimo no orçamento, pois a autora conseguiasobreviver com os rendimentos provenientes dos benefícios previdenciários, dela e do seu cônjuge.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

38 - 0008693-16.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008693-1/01) AUREA SANTOS DE JESUS DA SILVA (ADVOGADO:RAPHAEL BERNARDINO PRATES, MARIA DE FATIMA MONTEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA ENTRE MÃE E FILHO FALECIDO NÃOCOMPROVADA – SALÁRIO CARACTERIZADO COMO AUXÍLIO FINANCEIRO – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 212/213, que julgou improcedenteo pedido de concessão do benefício de pensão por morte. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que astestemunhas foram unânimes em afirmar a dependência econômica existente entre ela e o seu filho, instituidor da pensãopor morte, pois sua renda mensal não era suficiente para as despesas domésticas e gastos com medicamentos. Aduz,ainda, que o INSS reconheceu a existência da dependência econômica, pois fez proposta de acordo. Pugna, por taisrazões, pela reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença. Ojulgamento foi convertido em diligência para que fosse realizada audiência de oitiva de testemunhas, a fim de que estas semanifestassem sobre a dependência econômica da autora em relação ao seu falecido filho.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado àPrevidência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casosprevistos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve serefetivamente comprovada.3. A qualidade de segurado do falecido filho da autora é incontroversa nos autos, restando averiguar, assim, a existência dedependência econômica.4. A dependência econômica em relação ao segurado falecido deve ser comprovada para as pessoas não arroladas no art.16 da Lei nº. 8.213/91. Fica caracterizada a dependência econômica quando, após o óbito, o requerente do benefício ficasem meios de prover a própria subsistência.5. Na hipótese dos autos, verifica-se que o de cujus começou a laborar em agosto de 2004, tendo seu vínculo trabalhista seencerrado com seu falecimento em dezembro de 2006 (fl. 128). O tempo de serviço ocorreu de modo intermitente, etotalizou 01 (um) ano, 06 (seis) meses e 01 (dia). Ao se analisar o tempo de serviço do de cujus, constata-se que não épossível afirmar que a remuneração possuía caráter imprescindível, pois além de ter sido por curto período, as atividadeslaborais ocorreram de maneira descontínua.6. Destaca-se, ainda, que a autora, ao tempo do óbito de seu filho, trabalhava (fl. 132), e que seu cônjuge havia seaposentado desde 16/01/2006 (fl. 134). Cabe ressaltar que em maio de 2009 o esposo da recorrente auferia renda mensalno valor de R$ 1.011,97 (hum mil e onze reais e noventa e sete centavos).7. Mesmo sendo a colaboração financeira do de cujus importante para ajudar nas despesas domésticas, tal auxílio não erasuficiente para caracterização de dependência econômica, pois não se demonstrou essencial para a sobrevivência da

autora, servindo apenas para melhorar as condições de vida da família.8. As testemunhas afirmaram que o de cujus auxiliava com algumas despesas da casa. Contudo, não restou caracterizadaa situação de dependência econômica da autora. Não significa dizer que o salário recebido pelo filho não era importantepara o grupo familiar, mas que consistia apenas um acréscimo no orçamento, pois o núcleo familiar conseguia sobrevivercom os rendimentos provenientes do trabalho da autora e do benefício de aposentadoria de seu cônjuge.9. O fato de ter ocorrido proposta de acordo por parte do INSS, em momento anterior, não vincula o Juízo, não decorrendodaí a presunção absoluta de que existia dependência econômica entre a autora e o de cujus.10. Conclui-se, por fim, que apesar de o de cujus ajudar economicamente a família, tal auxílio não se demonstrousubstancial e indispensável para a sobrevivência da mesma, o que inviabiliza a classificação da dependência econômica e aconsequente concessão do benefício de pensão por morte.11. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.12. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

39 - 0006329-03.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006329-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROBERTO JOSE RAMÃO(ADVOGADO: Priscila Temponi Vilarino Godinho, Gleison Faria de Castro Filho.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTurma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.006329-0/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 55, que julgou improcedente o seupedido de concessão do benefício de auxílio-doença ou do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, emsuas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doença que o impede de desempenharsuas atividades habituais. Afirma, ainda, que acostou laudos médicos particulares que atestam sua condição deincapacidade laboral. Requer, portanto, a reforma ou anulação da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial (fls. 39/43), que,mesmo sendo constatado diagnóstico de espondiloartrose lombar incipiente, o autor (60 anos) não se encontra incapacitadopara o trabalho, e pode exercer suas atividades habituais (pedreiro). O expert afirma claramente que o autor não possuiincapacidade laboral do ponto de vista ortopédico (quesito 14 – fl. 42).3. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

40 - 0003986-34.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003986-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x JOSE CARLOS SERRA DEMIRANDA (ADVOGADO: SEM ADVOGADO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003986-0/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – LAUDO PERICIAL – INCAPACIDADE LABORAL – DATA DERESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 50/51, que julgou procedente o pedidoda parte autora de restabelecimento do benefício de auxílio-doença, desde a data da cessação administrativa. Alega oINSS, em suas razões recursais, que, como o perito médico não soube precisar a data de início da incapacidade, a data dorestabelecimento do benefício deveria ser fixada na data da realização da complementação do exame médico pericial.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. No presente caso, não restam dúvidas acerca da qualidade de segurado do autor, ou mesmo no que tange ao período decarência necessário para a obtenção do benefício pretendido.4. Diante das análises periciais (fls. 25/33), verifica-se que a parte autora (59 anos) é portadora de distúrbio psiquiátrico e seencontra incapacitada para desenvolver suas atividades habituais (gráfico). No caso dos autos, a controvérsia se limita àdata de restabelecimento do benefício de auxílio-doença.5. De fato, o perito judicial não soube precisar exatamente a data do início da incapacidade, porém, a partir de declaraçãodo expert é possível constatar que a incapacidade laboral existe há mais de 12 (doze) meses (quesito 12 – fl. 31). Ademais,há nos autos laudo médico particular, datado em 23 de abril de 2008, que constata a ocorrência de surto esquizofrênicoassociado a desvio de conduta e síndrome depressiva (fl. 21). Concluo, portanto, que o benefício deve ser restabelecidodesde a cessação indevida do mesmo, ocorrida em 15/10/2008 (fl. 12).6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

41 - 0000707-06.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000707-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANA CARLETE VETTORAZZINETO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2010.50.50.000707-0/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS – INCAPACIDADE PREEXISTENTE AOREINGRESSO NO RGPS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 45/46, que julgou improcedente opedido de condenação do INSS à concessão de auxílio-doença por entender que o início da incapacidade foi anterior aoreingresso da parte autora na Previdência Social. Em suas razões recursais, a recorrente alega que a data do início de suadoença é anterior ao seu reingresso no RGPS, mas que se incapacitou posteriormente, devido a um agravamento em seuquadro de saúde. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. In casu, os requisitos foram devidamente preenchidos pela autora. A controvérsia cinge-se quanto à data de início daincapacidade, se anterior ou posterior ao seu reingresso no RGPS.4. Compulsando os autos, verifica-se que a recorrente ingressou na Previdência Social, como segurada obrigatória, emoutubro de 1982 (fl. 44), e verteu contribuições até novembro do mesmo ano. Em seguida, permaneceu longo período sema qualidade de segurada, voltando a se filiar ao RGPS, como contribuinte individual, somente em novembro de 2006.5. Não foi realizada perícia médica judicial. Diante de laudos médicos colacionados, foi possível constatar a existência deincapacidade da autora em razão de um câncer de colo de útero que acarretou problemas nos sistemas digestivo e urinário.

Assim, com base em tais documentos, é possível constatar que a incapacidade da recorrente é preexistente ao seureingresso na previdência. Dentre vários, destacam-se os laudos de fl. 12 e 14, pois ambos indicam a existência deincontinência urinária e fecal em decorrência de câncer de colo de útero desde dezembro de 2005.6. Por ter voltado a contribuir apenas em novembro de 2006, a autora não possuía qualidade de segurada quando se iniciousua incapacidade. A Lei 8.213/91 somente confere o direito ao benefício previdenciário por incapacidade ao segurado quefor considerado incapaz e insuscetível de reabilitação. Se, no momento da incapacidade, a autora não comprova queostentava a qualidade de segurada, não faz jus ao recebimento do benefício.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

42 - 0003213-23.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003213-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VALDEMIR CARVALHO DOSSANTOS (ADVOGADO: JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTurma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.003213-6/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl.91, que julgou improcedente o seupedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente,em suas razões recursais, que há diversos laudos médicos nos autos que demonstram a sua incapacidade para o labor.Alega, ainda, que possui idade avançada e que suas doenças retiram-lhe totalmente a capacidade para o trabalho. Pugna,por tais razões, pela reforma da sentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 68/69, quemesmo sendo portadora de hipertensão arterial essencial, a parte autora, que possui 63 anos de idade, não se encontraincapacitada para o trabalho (quesitos 12, 14, 15, 16, 18 e 19). Afirma o expert que o autor, durante o exame clínico,mostrou-se estável do ponto de vista cardiológico, sem sinais de sequela e com controle adequado dos níveis pressóricos.Além disso, o perito ressaltou que a parte autora está em uso de medicações terapêuticas adequadas e comacompanhamento médico regular.Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

43 - 0002571-50.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002571-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SERGIO ROBERO KLEIN(ADVOGADO: JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.002571-5/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PERÍCIA MÉDICA – AUTOR REABILITADO COMO FISCALDE ÔNIBUS – DOENÇA INTIMAMENTE RELACIONADA AO ESTRESSE – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO EMOUTRAS ATIVIDADES – AUXÍLIO-DOENÇA DEVIDO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 117/118, que julgou parcialmenteprocedente o pedido de concessão à parte autora do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que se encontra incapacitado para o exercício de sua atividade laborativa. Alega, ainda, que nãoapresenta condições de retorno ao trabalho, pois sua doença não tem cura e se dá de forma progressiva. Ademais, afirmaque estaria em ambiente exposto a grande estresse. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 99/101, que háconstatação de psoríase, uma doença inflamatória, crônica e benigna da pele. O perito judicial afirma que a psoríase não éuma doença contagiosa, não havendo necessidade de evitar o contato físico com outras pessoas. A doença manifesta-sepor lesões avermelhadas e descamativas na pele, podendo surgir coceiras. O perito atesta que a doença se apresenta nosjoelhos, cotovelos, costas, pés, regiões da virilha e glúteos do autor e afirmou que, no momento da realização da perícia, aslesões não apresentavam odor desagradável.Com efeito, merece destaque o fato de a doença não ter cura. Entretanto, pode ser controlada, evitando fatores que aagravem, como sol, estresse e medicamentos. O autor foi reabilitado para a função de fiscal de ônibus. Contudo, a períciamédica frisou o risco de agravamento da doença em razão do estresse da profissão.Como os fatores emocionais acentuam a doença da parte autora, verifico que o autor está inapto para atividadesestressantes. Entretanto, o mesmo pode ser reabilitado para atividades mais leves ou recuperar a capacidade laborativa.Desta forma, faz jus apenas ao benefício de auxílio-doença.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

44 - 0003784-91.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003784-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) IRACILTA BERNADETESILVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTurma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.003784-5/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – PERÍCIA MÉDICA – INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE – REALIZAÇÃO DE

CIRURGIA – NECESSIDADE DE AFASTAMENTO – AUSÊNCIA DA QUALIDADE DE SEGURADA QUANDO DOREQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 276/277, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que apesardos laudos não afirmarem a incapacidade, sua doença é de cunho psiquiátrico e de difícil diagnóstico e, em apenas umabreve consulta, não se tem dimensão da extensão da doença. Aduz, ainda, que o fato de não ter inscrição no Ministério doTrabalho como desempregada deve ser relativizado, como forma de justiça. Pugna, por tais razões, pela reforma dasentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que a parte autora passou por quatro perícias médicas,uma com neurologista, uma com reumatologista, e as outras duas com psiquiatras. Não obstante todos os peritos teremafirmado a existência de doença, estes certificaram não existir incapacidade para o exercício da atividade habitual pelaparte autora.Com efeito, a parte autora carreou aos autos laudo de médico assistente datado de 02/04/2010, certificando internação pararealização de neurocirurgia (fl. 269). O médico indicou necessidade de afastamento do trabalho por 120 dias. Em06/04/2010, a autora formulou requerimento administrativo, pleiteando o restabelecimento do auxílio-doença, que foiindeferido, sob alegação de perda da qualidade de segurada.O benefício de auxílio-doença da parte autora foi cessado em 30/11/2008, conforme extrato do Plenus (fl. 271), portanto, aautora manteve sua qualidade de segurada até 16/01/2009. Deste modo, ainda que estivesse incapacitada para arealização de suas atividades quando da realização do procedimento cirúrgico, em 02/04/2010, no momento em querequereu administrativamente o restabelecimento do benefício (06/04/2010), já não mais detinha a qualidade de segurada.Deve-se ressaltar que só tem direito ao período de graça estendido, os contribuintes que comprovam a situação dedesemprego por meio de inscrição no Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Esse não é o caso da autora. Dianteda não comprovação de registro da situação de desemprego perante o órgão competente, não faz jus a parte autora àprorrogação do prazo do período de graça. Nesse sentido, o Enunciado nº 48 da Turma Recursal do Espírito Santo: “Amera ausência de anotação de vínculo de emprego na CTPS não é suficiente para comprovar a situação de desempregopara fins de prorrogação do período de graça”.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

45 - 0007029-13.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007029-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOCIMAR AUGUSTOTRANHAGO (ADVOGADO: MARIA MARGARIDA MELO MAGNAGO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0007029-13.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007029-0/01)

VOTO

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 275/279, que julgou improcedente opedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Alega orecorrente, preliminarmente, a nulidade da sentença por cerceamento de defesa, visto que não houve a realização doexame solicitado pelo perito. Aduz ainda, em suas razões recursais, que está incapacitado para o trabalho. Ademais,sustenta que há documentação farta nos autos que comprovam sua incapacidade. Pugna, por tais razões, pela reforma dasentença.

Não foram apresentadas contrarrazões pelo INSS.

Eis o relatório do necessário. Passo a votar.

Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.

O benefício concedido administrativamente ao autor, em período anterior, foi o de auxílio-doença, de caráter transitório,dada a possibilidade de recuperação para o desempenho de seu trabalho ou de sua reabilitação para o exercício de outraatividade laborativa.

Durante a vigência do benefício de auxílio-doença, o segurado é submetido a perícias médicas periódicas, a fim de seaveriguar o agravamento ou a melhora do seu quadro clínico, podendo o benefício ser mantido ou suspenso por parte doINSS. Ou seja, não há qualquer ilegalidade no ato da autarquia previdenciária de suspensão do auxílio-doença, quandoverificada a recuperação ou a reabilitação do segurado.

Cabe ressaltar que é descabida a alegação autoral de que houve cerceamento de defesa pela não realização de examecomplementar, visto que a ausência do exame não impediu a conclusão final do laudo pelo perito. Ademais, restoudemonstrado nos autos que o exame de avaliação neuropsicológica solicitado não é custeado pelo SUS e o autor não temcondições de custear tal exame.

Conforme a perícia médica judicial (fls. 193/198), o autor, que possui 49 anos de idade, não se encontra incapacitado para otrabalho, apesar de apresentar sequela de traumatismo crânio-encefálico, estando apto ao exercício de sua atividadehabitual, qual seja, a de despachante aduaneiro.

Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego, os despachantes aduaneiros(código 3422-10) exercem as seguintes atividades: desembaraçam mercadorias e bagagens, requisitam vistoria aduaneira,formalizam desistência de vistoria aduaneira, pagam taxas e impostos, apresentando documentos à Receita Federal edemais órgãos pertinentes. Estes profissionais classificam mercadorias, analisam amostras, verificam funções, uso ematerial constitutivo de mercadorias. Operam sistema de comércio exterior, registrando informações da operação deimportação e exportação de mercadorias, assessoram importadores e exportadores, elaboram documentos de importaçãoe exportação e contratam serviços de terceiros.

Verifica-se que as atividades exercidas pelo autor são de cunho intelectual e demandam perfeito discernimento para suaprática, o que não corresponde à sua realidade atual, visto que apresenta déficit de linguagem, com sequelas cognitivas ecomportamentais.

Apesar de o perito médico judicial ter atestado o quadro clínico e ter concluído que o autor pode exercer sua atividadelaboral sem limitação, a legislação processual permite ao juiz formular seu convencimento com outros elementos ou fatosprovados, não estando adstrito tão somente à conclusão obtida pelo perito.

É possível verificar, por meio dos laudos médicos particulares acostados aos autos, a realidade na qual o recorrente seencontra. O autor é portador de sequela de traumatismo crânio-encefálico, como demonstram os vários documentosanexados ao processo. Tendo como base o laudo de fl. 12, verifica-se que o autor apresenta sequelas definitivas detraumatismo crânio-encefálico, com déficit associativo da linguagem, síndrome labiríntica e vertigem paroxística (...) sequeladefinitiva do trauma de crânio (contusão temporal) com quadro irreversível. Deve-se ressaltar que o laudo de fl. 266 afirmaque o paciente está em tratamento clínico, com sequelas cognitivas e comportamentais, além de síndrome vestibularpós-traumatismo encefálico. Apresenta quadro neuropsiquiátrico sequelar, e, portanto, definitivo, não passível de cura comtratamento clínico.

Ademais, tramita na Justiça Estadual uma ação de interdição com sentença já prolatada. Na referida ação, o representantedo Ministério Público opinou pela procedência da interdição. O julgado relata que o requerido deve ser interditado, pois,depois de examinado, concluiu-se que o mesmo é portador de transtorno de humor e déficit cognitivo devido à sequela detraumatismo, patologia suficiente para torná-lo absolutamente incapaz. Desta forma, não obstante a decretação deinterdição não vincular os Juízos, a sentença é mais um indício de que o recorrente não possui capacidade laborativa.

Diante de tal perspectiva, em que pese ter a perícia médica concluído pela capacidade de exercer a função de despachanteaduaneiro, ao se cotejar o histórico médico da parte autora, resta comprovada a sua incapacidade para o desempenho desua atividade laboral. Por esse motivo, deve ser restabelecido o benefício de auxílio-doença desde a sua cessação indevidae o mesmo deverá ser convertido em aposentadoria por invalidez a partir da data de intimação do presente acórdão.

Ante o exposto, CONHEÇO DO RECURSO E, NO MÉRITO, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar a sentença de fls.275/279 e julgar procedente o pedido da parte autora, condenando o INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença,desde a data da cessação indevida (25/09/2008, fl. 144), e, posteriormente, convertê-lo em benefício de aposentadoria porinvalidez a partir da data da intimação do presente acórdão.

CONDENO O INSS, também, ao pagamento das parcelas vencidas, corrigidas monetariamente, respeitada a prescrição

quinquenal, acrescidas de correção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas e juros de mora nostermos da Lei 11.960/2009 (citação em 16/06/2010 – fl. 214).

Deverá o INSS, após a obrigação de fazer, informar ao Juízo a quo os valores a serem requisitados por RPV ou precatório.Quanto à não liquidez desta decisão, ressalto o fato de que o INSS possui maiores condições de elaborar os cálculos dosvalores em atraso, e que tal posicionamento se coaduna com as disposições dos Enunciados nº 04 da Turma Recursal doEspírito Santo e nº 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Desta feita, após a apuração administrativa dos valores emcomento, a ser considerada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido orequisitório adequado.

Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

É como voto.

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ – LAUDO MÉDICO JUDICIAL DESFAVORÁVEL – INCAPACIDADE AFERIDA A PARTIR DE LAUDOSMÉDICOS PARTICULARES – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 275/279, que julgou improcedente opedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Alega orecorrente, preliminarmente, a nulidade da sentença por cerceamento de defesa, visto que não houve a realização doexame solicitado pelo perito. Aduz ainda, em suas razões recursais, que está incapacitado para o trabalho. Ademais,sustenta que há documentação farta nos autos que comprovam sua incapacidade. Pugna, por tais razões, pela reforma dasentença.O auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitado para o seutrabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91). Já o art. 42da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida aosegurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para oexercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição”.É descabida a alegação autoral de que houve cerceamento de defesa pela não realização de exame complementar, vistoque a ausência do exame não impediu a conclusão final do laudo pelo perito. Ademais, restou demonstrado nos autos queo exame de avaliação neuropsicológica solicitado não é custeado pelo SUS e o autor não tem condições de custear talexame.Conforme a perícia médica judicial (fls. 193/198), o autor, que possui 49 anos de idade, não se encontra incapacitado para otrabalho, apesar de apresentar sequela de traumatismo crânio-encefálico, estando apto ao exercício de sua atividadehabitual, qual seja, a de despachante aduaneiro.Verifica-se que as atividades exercidas pelo autor são de cunho intelectual e demandam perfeito discernimento para suaprática, o que não corresponde à sua realidade atual, visto que apresenta déficit de linguagem, com sequelas cognitivas ecomportamentais.Apesar de o perito médico judicial ter atestado o quadro clínico e ter concluído que o autor pode exercer sua atividadelaboral sem limitação, a legislação processual permite ao juiz formular seu convencimento com outros elementos ou fatosprovados, não estando adstrito tão somente à conclusão obtida pelo perito.É possível verificar, por meio dos laudos médicos particulares acostados aos autos, a realidade na qual o recorrente seencontra. O autor é portador de sequela de traumatismo crânio-encefálico, como demonstram os vários documentosanexados ao processo. Tendo como base o laudo de fl. 12, verifica-se que o autor apresenta sequelas definitivas detraumatismo crânio-encefálico, com déficit associativo da linguagem, síndrome labiríntica e vertigem paroxística (...) sequeladefinitiva do trauma de crânio (contusão temporal) com quadro irreversível. Deve-se ressaltar que o laudo de fl. 266 afirmaque o paciente está em tratamento clínico, com sequelas cognitivas e comportamentais, além de síndrome vestibularpós-traumatismo encefálico. Apresenta quadro neuropsiquiátrico sequelar, e, portanto, definitivo, não passível de cura comtratamento clínico.Diante de tal perspectiva, em que pese ter a perícia médica concluído pela capacidade de exercer a função de despachanteaduaneiro, ao se cotejar o histórico médico da parte autora, resta comprovada a sua incapacidade para o desempenho deatividade laborativa capaz de assegurar sua subsistência. Por esse motivo, deve ser restabelecido o benefício deauxílio-doença desde a sua cessação indevida e o mesmo deverá ser convertido em aposentadoria por invalidez a partir dadata de intimação do presente acórdão.Recurso conhecido e provido. Sentença reformada. Condenação do INSS ao pagamento das parcelas vencidas corrigidasmonetariamente, respeitada a prescrição quinquenal, acrescidas de correção monetária desde o momento em quedeveriam ter sido pagas e juros de mora nos termos da Lei 11.960/2009.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e daementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

46 - 0000709-35.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000709-0/01) JOAO BOSCO DE VARGAS (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo n. 2008.50.53.000709-0/01Recorrente: JOÃO BOSCO DE VARGASRecorrido:UNIÃO FEDERALRelator: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORE M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA PRIVADA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉTODO DE CÁLCULO. INÉPCIA DAINICIAL- PEDIDOS INCOMPATÍVEIS - NÃO CONFIGURAÇÃO – SENTENÇA EXTINTIVA ANULADA – MATÉRIAEXCLUSIVAMENTE DE DIREITO – APLICAÇÃO DO ARTIGO 515, §§ 1º E 3º DO CPC - RECURSO CONHECIDO EPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou o feito extinto, sem resolução de mérito, nos termos doartigo 51, inciso II da Lei n. 9.099/1995 e artigo 12 da Lei n. 10.259/2001, ao fundamento de que a causa aventada seapresenta com complexidade a necessitar de perícia técnica contábil, meio de prova incompatível com o rito dos JuizadosEspeciais. O réu, ora recorrente, alega que a causa não é complexa, podendo ser apurados os valores dos indébitos pormeio de perícia contábil, admitida pela jurisprudência pacífica do STJ. Aborda, por fim, que a sentença deve ser reformadae reconhecida a ilegalidade da incidência do imposto de renda sobre a complementação da aposentadoria privada, noperíodo de vigência da Lei n. 7.713/1988, nos termos do pedido inicial, impondo-se a restituição do indébito.2. O objeto do pedido inicial refere-se à declaração de inexigibilidade jurídica tributária de incidência do imposto derenda sobre os valores recebidos de previdência complementar privada, com base na Lei n. 7.713/1988, cumulado compedido de restituição do indébito. De outro giro, além de se admitir nos Juizados Especiais Federais, sob a regência diretada Lei n. 10.259/2001, a realização de prova pericial, portanto, demonstrando a viabilidade de discussão de causa commaior potencial de complexidade, diferentemente do que dispõe a Lei n. 9.099/1995, aplicada subsidiariamente na esferafederal, ainda entendo que, na hipótese, não há necessidade de realização de perícia técnica para se calcular o montantedo valor que se pretende repetido, inclusive tendo esta Turma Recursal adotada metodologia capaz de solucionar aquestão, na prática e sem prejuízos aos interesses das partes adversas.Não identifico inépcia ou qualquer vício de nulidade processual no fato de o pedido formulado na inicial, expressa eliteralmente, visar à declaração de inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre as contribuições destinadas àaposentadoria privada no período em que vigorou a Lei n. 7.713/88, considerando que as causas de pedir, tanto na petiçãoinicial, como no recurso inominado, são suficientes para deduzir que o objeto da ação envolve matéria relativa à incidênciade IR sobre parcelas de complementação de aposentadoria privada, até porque o fundamento jurídico do pedido constituisomente uma proposta de enquadramento do fato ou ato à norma, não vinculando o juiz e, no âmbito dos JuizadosEspeciais, deve-se primar pelo princípio da informalidade.A matéria discutida nos autos foi pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assim como da TurmaNacional de Uniformização dos Juizados Especiais, no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios deprevidência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários(excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996” (PEDILEF 200685005020159, Relatora JuízaFederal Jacqueline Michels Bihalva, DJ 09.02.2009).Os requisitos para a procedência do pedido do autor, nesses casos, são os seguintes: (1) que tenham ocorridocontribuições por parte dele no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória, porque a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase do cumprimentoda sentença; e (2) que o mesmo se encontre aposentado. In casu, os documentos trazidos pelo autor demonstram opreenchimento de ambos os requisitos, a saber: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls.47/48) e a aposentadoria, em 01/12/2000 (fl. 18).Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, como o imposto de renda, o “prazo prescricional das ações decompensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinte forma: relativamente aospagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2009 (09.06.05), o prazo para se pleitear a restituiçãoé de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescriçãoobedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência danovel Lei Complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP 1.002.932/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AGRG NO RESP 891.312/SP, Rel. Ministro Luiz Fux,

Primeira Turma, DJ 04.11.2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AGRG NO RESP 1042540/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 14.06.2010).Como o autor se aposentou depois de 1995, o prazo deve ser contado a partir de dezembro de 2000 (fl. 18), de modo que,tendo sido proposta a demanda em 04/12/2008 (fl. 02), não se consumou a prescrição.Quanto à forma de se calcular o indébito, penso que nesse particular assiste razão à União Federal, ora recorrida, motivopelo qual a apuração do indébito deverá observar o método abaixo descrito:As contribuições efetuadas pelo autor no período compreendido entre janeiro de 1989 a dezembro de 1995 deverão seratualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos da JustiçaFederal, aprovado pela Resolução 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02.07.2007, a saber: (a) a ORTN de 1964 afevereiro de 1986; (b) a OTN de março de 1986 a dezembro de 1988; (c) pelo IPC, nos períodos de janeiro e fevereiro de1989 e março de 1990 a fevereiro de 1991; (d) o INPC de março a novembro de 1991; (e) o IPCA (série especial) emdezembro de 1991; (f) a UFIR de janeiro de 1992 a dezembro de 1995; (g) a Taxa SELIC a partir de janeiro de 1996(ERESP 912.359/MG, 1ª Seção, DJ 03.12.2007).O montante apurado, consistente no crédito do autor, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do mesmo, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelos mesmosíndices previstos no item acima, recalculando, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo a se fixar o valor aser restituído, quantia essa a ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice de correção monetária ou detaxa de juros (EREPS 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ 28.05.2007).Como guia para a aplicação da fórmula de apuração do indébito, anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MarcosRoberto Araújo dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em sede de Reexame Necessário doprocesso n. 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”12. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.13. Pelo exposto, DOU INTEGRAL PROVIMENTO AO RECURSO, para tornar nula a sentença a quo, às fls. 38/39,adotando-se o método para o cálculo do indébito, nos termos da fundamentação supra.14. A União Federal deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais doimposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa aocrédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa.15. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de a o autor ter expressamente renunciado ao valor quesupere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).16. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.17. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal - 3º Relator

47 - 0005852-14.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005852-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.) xABILIO AUGUSTO LOURENÇO JUNIOR (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo n. 2008.50.50.005852-6/01Recorrente: UNIÃO FEDERAL

Recorrido:ABÍLIO AUGUSTO LOURENÇO JUNIORRelator: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORE M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA PRIVADA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE E DE PRESCRIÇÃO. MÉTODO DECÁLCULO. EXTRA PETITA – EFEITOS ALÉM DO PEDIDO - NÃO CONFIGURAÇÃO - RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido do autor. A ré, orarecorrente, alega nulidade, uma vez que a sentença não só decidiu além do pedido, mas também teria produzido efeitosreferentes a terceiro estranho à lide. Sustenta, ainda, que a pretensão estaria fulminada pela prescrição, bem como que, nomérito, não mereceria êxito. Aborda, por fim, em homenagem ao princípio da eventualidade, a metodologia de cálculo deeventual indébito.Não identifico nulidade no fato de o pedido formulado na inicial, expressa e literalmente, visar à declaração deinexigibilidade do imposto de renda incidente sobre as contribuições destinadas à aposentadoria privada no período em quevigorou a Lei n. 7.713/88, e a sentença, prolatada no âmbito dos Juizados Especiais, onde se prima pelo princípio dainformalidade, reconhecer a inexigibilidade sobre o benefício de complementação ou suplementação de aposentadoriaprivada, eis que tal fato não se caracteriza em julgamento além do pedido (extra petita), considerando que a causa de pedirna petição inicial é suficiente para deduzir que o objeto da ação envolve matéria relativa à incidência de IR sobre parcelasde complementação de aposentadoria privada, bem como o fundamento jurídico do pedido constitui somente uma propostade enquadramento do fato ou ato à norma, não vinculando o juiz. Portanto, não resta ofendido o princípio da adstrição(artigos 128 e 460 do CPC). De outro lado, também não se vislumbra vício de nulidade pelo fato da sentença terdeterminado que se oficiasse à entidade de previdência privada, responsável pela retenção na fonte do imposto de renda.De qualquer sorte, o recurso resta prejudicado no ponto, na medida em que será alterada a forma de apuração do tributoindevido.A matéria discutida nos autos foi pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assim como da TurmaNacional de Uniformização dos Juizados Especiais, no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios deprevidência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários(excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996” (PEDILEF 200685005020159, Relatora JuízaFederal Jacqueline Michels Bihalva, DJ 09.02.2009).Os requisitos para a procedência do pedido do autor, nesses casos, são os seguintes: (1) que tenham ocorridocontribuições por parte dele no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória, porque a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase do cumprimentoda sentença; e (2) que o mesmo se encontre aposentado. In casu, os documentos trazidos pelo autor demonstram opreenchimento de ambos os requisitos, a saber: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 17 eseguintes) e a aposentadoria, em 03.11.1989 (fl. 16).Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, como o imposto de renda, o “prazo prescricional das ações decompensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinte forma: relativamente aospagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2009 (09.06.05), o prazo para se pleitear a restituiçãoé de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescriçãoobedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência danovel Lei Complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP 1.002.932/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AGRG NO RESP 891.312/SP, Rel. Ministro Luiz Fux,Primeira Turma, DJ 04.11.2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AGRG NO RESP 1042540/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 14.06.2010).Como o autor se aposentou depois de 1995, o prazo deve ser contado a partir de outubro de 2002 (fl. 19), de modo que,tendo sido proposta a demanda em 25/09/2002 (fl. 02), não se consumou a prescrição.Quanto à forma de se calcular o indébito, penso que nesse particular assiste razão à recorrente, devendo ser reformada,em parte, a sentença, para que a apuração observe o método abaixo descrito:As contribuições efetuadas pelo autor no período compreendido entre janeiro de 1989 a dezembro de 1995 deverão seratualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos da JustiçaFederal, aprovado pela Resolução 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02.07.2007, a saber: (a) a ORTN de 1964 afevereiro de 1986; (b) a OTN de março de 1986 a dezembro de 1988; (c) pelo IPC, nos períodos de janeiro e fevereiro de1989 e março de 1990 a fevereiro de 1991; (d) o INPC de março a novembro de 1991; (e) o IPCA (série especial) emdezembro de 1991; (f) a UFIR de janeiro de 1992 a dezembro de 1995; (g) a Taxa SELIC a partir de janeiro de 1996(ERESP 912.359/MG, 1ª Seção, DJ 03.12.2007).O montante apurado, consistente no crédito do autor, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do mesmo, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelos mesmosíndices previstos no item acima, recalculando, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo a se fixar o valor aser restituído, quantia essa a ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice de correção monetária ou detaxa de juros (EREPS 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ 28.05.2007).Como guia para a aplicação da fórmula de apuração do indébito, anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MarcosRoberto Araújo dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em sede de Reexame Necessário doprocesso n. 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):

“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”12. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.13. Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença exclusivamente no que dizrespeito ao método para o cálculo do indébito, nos termos da fundamentação supra.14. A União Federal deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais doimposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa aocrédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa.15. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de a o autor ter expressamente renunciado ao valor quesupere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).16. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.17. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal - 3º Relator

48 - 0006288-70.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006288-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.) xFRANCISCO DE ASSIS DOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo n. 2008.50.50.006288-8/01Recorrente: UNIÃO FEDERALRecorrido:FRANCISCO DE ASSIS DOS SANTOSRelator: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORE M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA PRIVADA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE E DE PRESCRIÇÃO. MÉTODO DECÁLCULO. EXTRA PETITA – EFEITOS ALÉM DO PEDIDO - NÃO CONFIGURAÇÃO - RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido do autor. A ré, orarecorrente, alega nulidade, uma vez que a sentença não só decidiu além do pedido, mas também teria produzido efeitosreferentes a terceiro estranho à lide. Sustenta, ainda, que a pretensão estaria fulminada pela prescrição, bem como que, nomérito, não mereceria êxito. Aborda, por fim, em homenagem ao princípio da eventualidade, a metodologia de cálculo deeventual indébito.Não identifico nulidade no fato de o pedido formulado na inicial, expressa e literalmente, visar à declaração deinexigibilidade do imposto de renda incidente sobre as contribuições destinadas à aposentadoria privada no período em quevigorou a Lei n. 7.713/88, e a sentença, prolatada no âmbito dos Juizados Especiais onde se prima pelo princípio dainformalidade, reconhecer a inexigibilidade sobre o benefício de complementação ou suplementação de aposentadoriaprivada, eis que tal fato não se caracteriza em julgamento além do pedido (extra petita), considerando que a causa de pedirna petição inicial é suficiente para deduzir que o objeto da ação envolve matéria relativa à incidência de IR sobre parcelasde complementação de aposentadoria privada, bem como o fundamento jurídico do pedido constitui somente uma propostade enquadramento do fato ou ato à norma, não vinculando o juiz. Portanto, não resta ofendido o princípio da adstrição(artigos 128 e 460 do CPC). De outro lado, também não se vislumbra vício de nulidade pelo fato da sentença terdeterminado que se oficiasse à entidade de previdência privada, responsável pela retenção na fonte do imposto de renda.De qualquer sorte, o recurso resta prejudicado no ponto, na medida em que será alterada a forma de apuração do tributo

indevido.A matéria discutida nos autos foi pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assim como da TurmaNacional de Uniformização dos Juizados Especiais, no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios deprevidência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários(excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996” (PEDILEF 200685005020159, Relatora JuízaFederal Jacqueline Michels Bihalva, DJ 09.02.2009).Os requisitos para a procedência do pedido do autor, nesses casos, são os seguintes: (1) que tenham ocorridocontribuições por parte dele no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória, porque a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase do cumprimentoda sentença; e (2) que o mesmo se encontre aposentado. In casu, os documentos trazidos pelo autor demonstram opreenchimento de ambos os requisitos, a saber: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 17 eseguintes) e a aposentadoria, em 03.11.1989 (fl. 16).Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, como o imposto de renda, o “prazo prescricional das ações decompensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinte forma: relativamente aospagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2009 (09.06.05), o prazo para se pleitear a restituiçãoé de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescriçãoobedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência danovel Lei Complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP 1.002.932/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AGRG NO RESP 891.312/SP, Rel. Ministro Luiz Fux,Primeira Turma, DJ 04.11.2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AGRG NO RESP 1042540/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 14.06.2010).Como o autor se aposentou depois de 1995, o prazo deve ser contado a partir de agosto de 2002 (fl. 23), de modo que,tendo sido proposta a demanda em 23/10/2008 (fl. 02), não se consumou a prescrição.Quanto à forma de se calcular o indébito, penso que nesse particular assiste razão à recorrente, devendo ser reformada,em parte, a sentença, para que a apuração observe o método abaixo descrito:As contribuições efetuadas pelo autor no período compreendido entre janeiro de 1989 a dezembro de 1995 deverão seratualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos da JustiçaFederal, aprovado pela Resolução 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02.07.2007, a saber: (a) a ORTN de 1964 afevereiro de 1986; (b) a OTN de março de 1986 a dezembro de 1988; (c) pelo IPC, nos períodos de janeiro e fevereiro de1989 e março de 1990 a fevereiro de 1991; (d) o INPC de março a novembro de 1991; (e) o IPCA (série especial) emdezembro de 1991; (f) a UFIR de janeiro de 1992 a dezembro de 1995; (g) a Taxa SELIC a partir de janeiro de 1996(ERESP 912.359/MG, 1ª Seção, DJ 03.12.2007).O montante apurado, consistente no crédito do autor, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do mesmo, devidamente atualizado, à dato do encontro de contas, pelos mesmosíndices previstos no item acima, recalculando, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo a se fixar o valor aser restituído, quantia essa a ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice de correção monetária ou detaxa de juros (EREPS 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ 28.05.2007).Como guia para a aplicação da fórmula de apuração do indébito, anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MarcosRoberto Araújo dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em sede de Reexame Necessário doprocesso n. 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”12. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.13. Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença exclusivamente no que dizrespeito ao método para o cálculo do indébito, nos termos da fundamentação supra.14. A União Federal deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais doimposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa aocrédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa.15. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de a o autor ter expressamente renunciado ao valor quesupere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).

16. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.17. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal - 3º Relator

49 - 0008323-53.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.008323-1/01) JAIRO MARTINS ROQUE (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo n. 2008.50.50.008323-1/01Recorrente: JAIRO MARTINS ROQUERecorrido:UNIÃO FEDERALRelator: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORE M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA PRIVADA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA NOPRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO. NÃO CONFIGURADA. SENTENÇA REFORMADA. MÉTODO DE CÁLCULO.RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Cuida-se de recurso inominado em face de sentença que pronunciou a prescrição do direito do(a) autor(a) àrepetição de indébito da parcela de imposto de renda incidente sobre a complementação de aposentadoria privada noperíodo de 01/01/1989 até 31/12/1995, época em que vigorou a Lei n. 7.813/1988. Fundou-se na assertiva de que o termo aquo de contagem do prazo quinquenal (artigo 175 do CTN) inicia-se na data de aposentadoria do segurado, quando estavenha a ocorrer na vigência da Lei n. 9.250/1995. Neste diapasão, em se considerando que a aposentadoria, na hipótese,se deu em 23/09/2002 (fl. 31, confirmada por documento de fl. 175) e, por outro lado, havendo sido ajuizada esta ação nadata de 11/07/2008, concluiu-se que a pretensão autoral se encontra prescrita.

2. A parte autora, ora recorrente e em seu recurso inominado, alega que não se configurou prescrição de fundo dedireito, pois, o pedido de repetição de indébito é concernente à prestação de trato sucessivo – complemento deaposentadoria – incidindo, apenas, a prescrição decenal em relação às prestações pretéritas.

3. A recorrida, em sua contrarrazões, reafirma as teses argüidas na contestação, em outras palavras, sustenta (a) ainépcia da inicial em decorrência de supostos pedidos incompatíveis, entre sis; (b) a prescrição da pretensão; (c) aaplicação da norma do artigo 515, § 2º do CPC, a fim de que, em segundo grau de jurisdição, seja revistos os fundamentosda sentença a conduzir ao reconhecimento de improcedência do pedido, forte em afirmar a incompatibilidade do rito dosjuizados especiais em face da complexidade da causa aventada; e, no mérito, afirmando que a tese articulada pelo(a)autor(a) não merece êxito, bem como, por derradeiro, (d) em homenagem ao princípio da eventualidade, aborda ametodologia de cálculo de eventual indébito.

4. Não identifico inépcia ou qualquer vício de nulidade processual no fato de o pedido formulado na inicial, expressae literalmente, visar à declaração de inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre as contribuições destinadas àaposentadoria privada no período em que vigorou a Lei n. 7.713/88, considerando que as causas de pedir, tanto na petiçãoinicial, como no recurso inominado, são suficientes para deduzir que o objeto da ação envolve matéria relativa à incidênciade IR sobre parcelas de complementação de aposentadoria privada, até porque o fundamento jurídico do pedido constituisomente uma proposta de enquadramento do fato ou ato à norma, não vinculando o juiz e, no âmbito dos JuizadosEspeciais, deve-se primar pelo princípio da informalidade.

5. O objeto do pedido inicial refere-se à declaração de inexigibilidade jurídica tributária de incidência do imposto derenda sobre os valores recebidos de previdência complementar privada, com base na Lei n. 7.713/1988, cumulado compedido de restituição do indébito. De outro giro, além de se admitir nos Juizados Especiais Federais, sob a regência diretada Lei n. 10.259/2001, a realização de prova pericial, portanto, demonstrando a viabilidade de discussão de causa commaior potencial de complexidade, diferentemente do que dispõe a Lei n. 9.099/1995, aplicada subsidiariamente na esferafederal, ainda entendo que, na hipótese, não há necessidade de realização de perícia técnica para se calcular o montantedo valor que se pretende repetido, inclusive tendo esta Turma Recursal adotada metodologia capaz de solucionar aquestão, na prática e sem prejuízos aos interesses das partes adversas.

6. A matéria discutida nos autos foi pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assim como daTurma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais, no sentido de que “não incide imposto de renda sobre osbenefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos

beneficiários (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996” (PEDILEF 200685005020159, RelatoraJuíza Federal Jacqueline Michels Bihalva, DJ 09.02.2009).

7. Os requisitos para a procedência do pedido do autor, nesses casos, são os seguintes: (1) que tenham ocorridocontribuições por parte dele no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória, porque a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase do cumprimentoda sentença; e (2) que o mesmo se encontre aposentado. In casu, os documentos trazidos pelo autor demonstram opreenchimento de ambos os requisitos, a saber: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls.84/131) e a aposentadoria, em 23/09/2002 (fls. 31 e 175).

8. Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, como o imposto de renda, o “prazo prescricionaldas ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinte forma:relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2009 (09.06.05), o prazo para sepleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentos anteriores,a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel Lei Complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AGRG NO RESP 891.312/SP, Rel. MinistroLuiz Fux, Primeira Turma, DJ 04.11.2010).

9. “O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondenteà aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AGRG NO RESP 1042540/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 14.06.2010).

10. Como o autor se aposentou depois de 1995, o prazo deve ser contado a partir de setembro de 2002 (fls. 131 e175), de modo que, tendo sido proposta a demanda em 11/07/2008 (fl. 03), não se consumou a prescrição. Neste ponto, asentença prolatada no primeiro grau de jurisdição, objeto do recurso inominado, merece ser reformada. Pois, embora nareferida decisão judicial restou consignado que o termo inicial de contagem do prazo prescricional inicia-se da data daaposentadoria, quando ocorrida depois da vigência da Lei n. 9.250/1995, a meu ver, adotou-se equivocadamente o períodoqüinqüenal, e não o decenal que se deve aplicar ao caso posto, para pronunciar a prescrição da pretensão autoral, o que seapresenta em desarmonia com a mais recente e pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e com oentendimento aplicado à causas paradigmas e decididas por esta Turma Recursal. Na hipótese, portanto, não há que secogitar de reconhecer a existência do instituto da prescrição em relação ao apontado indébito tributário.

11. Quanto à forma de se calcular o indébito, penso que nesse particular assiste razão à recorrente, devendo serreformada, em parte, a sentença, para que a apuração observe o método abaixo descrito:

12. As contribuições efetuadas pelo autor no período compreendido entre janeiro de 1989 a dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos paraCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02.07.2007, a saber: (a) aORTN de 1964 a fevereiro de 1986; (b) a OTN de março de 1986 a dezembro de 1988; (c) pelo IPC, nos períodos dejaneiro e fevereiro de 1989 e março de 1990 a fevereiro de 1991; (d) o INPC de março a novembro de 1991; (e) o IPCA(série especial) em dezembro de 1991; (f) a UFIR de janeiro de 1992 a dezembro de 1995; (g) a Taxa SELIC a partir dejaneiro de 1996 (ERESP 912.359/MG, 1ª Seção, DJ 03.12.2007).

13. O montante apurado, consistente no crédito do autor, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do mesmo, devidamente atualizado, à dato do encontro de contas, pelos mesmosíndices previstos no item acima, recalculando, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo a se fixar o valor aser restituído, quantia essa a ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice de correção monetária ou detaxa de juros (EREPS 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ 28.05.2007).14. Como guia para a aplicação da fórmula de apuração do indébito, anoto o exemplo elaborado pelo Juiz FederalMarcos Roberto Araújo dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em sede de ReexameNecessário do processo n. 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00”.

15. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente,até o esgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução dosaldo credor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.

Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.

16. Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, reconhecendo que, no caso sub judice, não seevidencia a ocorrência de prescrição em relação à pretensão autoral e, por isso, reformar na integra a sentença recorrida.No mais, com fulcro no artigo 515, § 1º do CPC, decidir o mérito da causa, inclusive no que diz respeito ao método para ocálculo do indébito, nos termos da fundamentação supra.

17. A União Federal deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa aocrédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa.

18. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituiçãodevida, para ulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de o(a) autor(a) ter expressamente renunciado aovalor que supere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).

19. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, nocaso de ainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica a parte autora autorizada a deduzir o saldo na base decálculo do imposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.20. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposiçãocontida no art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal - 3º Relator

50 - 0008227-90.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.008227-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.) xWALDEMAR PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: INGRID SILVA DE MONTEIRO, THIAGO WEIGERT MEDICI, vanessaribeiro fogos.).Processo n.º 2005.50.50.008227-8/01Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : WALDEMAR PEREIRA DA SILVAE M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA PRIVADA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE E DE PRESCRIÇÃO. MÉTODO DECÁLCULO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido do autor. A ré, orarecorrente, alega nulidade, uma vez que a sentença teria produzido efeitos referentes a terceiro estranho à lide. Sustenta,ainda, que a pretensão estaria fulminada pela prescrição, bem como que, no mérito, não mereceria êxito. Aborda, por fim,em homenagem ao princípio da eventualidade, a metodologia de cálculo de eventual indébito.Não identifico nulidade no fato de o julgado ter determinado que se oficiasse à entidade de previdência privada, responsávelpela retenção na fonte do imposto de renda. De qualquer sorte, o recurso resta prejudicado no ponto, na medida em queserá alterada a forma de apuração do tributo indevido.A matéria discutida nos autos foi pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assim como da TurmaNacional de Uniformização dos Juizados Especiais, no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios deprevidência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários(excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei n.º 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996” (PEDILEF 200685005020159, Relatora JuízaFederal Jacqueline Michels Bihalva, DJ 09.02.2009).Os requisitos para a procedência do pedido do autor, nesses casos, são os seguintes: (1) que tenham ocorridocontribuições por parte dele no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral dadocumentação comprobatória, porque a aferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase do cumprimentoda sentença; e (2) que o mesmo se encontre aposentado. In casu, os documentos trazidos pelo autor demonstram opreenchimento de ambos os requisitos, a saber: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 17 eseguintes) e a aposentadoria, em 03.11.1989 (fl. 16).Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, como o imposto de renda, o “prazo prescricional das ações decompensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinte forma: relativamente aos

pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2009 (09.06.05), o prazo para se pleitear a restituiçãoé de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescriçãoobedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência danovel Lei Complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP 1.002.932/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AGRG NO RESP 891.312/SP, Rel. Ministro Luiz Fux,Primeira Turma, DJ 04.11.2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AGRG NO RESP 1042540/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 14.06.2010).Como o autor se aposentou antes de 1995, o prazo deve ser contado a partir de janeiro de 1996, de modo que, tendo sidoproposta a demanda em 31.05.2005 (fl. 02), não se consumou a prescrição.Quanto à forma de se calcular o indébito, penso que nesse particular assiste razão à recorrente, devendo ser reformada,em parte, a sentença, para que a apuração observe o método abaixo descrito:As contribuições efetuadas pelo autor no período compreendido entre janeiro de 1989 a dezembro de 1995 deverão seratualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos da JustiçaFederal, aprovado pela Resolução 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02.07.2007, a saber: (a) a ORTN de 1964 afevereiro de 1986; (b) a OTN de março de 1986 a dezembro de 1988; (c) pelo IPC, nos períodos de janeiro e fevereiro de1989 e março de 1990 a fevereiro de 1991; (d) o INPC de março a novembro de 1991; (e) o IPCA (série especial) emdezembro de 1991; (f) a UFIR de janeiro de 1992 a dezembro de 1995; (g) a Taxa SELIC a partir de janeiro de 1996(ERESP 912.359/MG, 1ª Seção, DJ 03.12.2007).O montante apurado, consistente no crédito do autor, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do mesmo, devidamente atualizado, à dato do encontro de contas, pelos mesmosíndices previstos no item acima, recalculando, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo a se fixar o valor aser restituído, quantia essa a ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice de correção monetária ou detaxa de juros (EREPS 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ 28.05.2007).Como guia para a aplicação da fórmula de apuração do indébito, anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MarcosRoberto Araújo dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em sede de Reexame Necessário doprocesso n.º 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”12. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.13. Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença exclusivamente no que dizrespeito ao método para o cálculo do indébito, nos termos da fundamentação supra.14. A União Federal deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais doimposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa aocrédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa.15. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sendo que, no caso de a o autor ter expressamente renunciado ao valor quesupere a alçada dos Juizados Especiais Federais, o valor total da restituição não poderá ultrapassar o patamar de 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião da expedição do requisitório).16. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.17. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal - 3º Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

51 - 0001221-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001221-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NILZA MARIA SABINO DAHORA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo nº 2009.50.50.001221-0/01RECORRENTE: NILZA MARIA SABINO DA HORARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como o recorrente aposentou-se em 12/03/1998 (fl. 16) e a presente ação foi ajuizada em 18/02/2009 (fl. 17), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

52 - 0000791-41.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000791-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GUALBERTO ANDRADE DAFONSECA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DERESENDE RAPOSO.).Processo nº 0000791-41.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: GUALBERTO ANDRADE DA FONSECARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não o

fundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial. Não houve apresentação de contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como o recorrente aposentou-se em 02.06.1994 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em 21.01.2009 (fl. 1), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “ a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

53 - 0001122-23.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001122-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOEL LUIZ DO ESPIRITOSANTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo nº 2009.50.50.001122-8/01RECORRENTE: JOEL LUIZ DO ESPÍRITO SANTORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como o recorrente aposentou-se em 02/08/1997 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 16.02.2009 (fl. 18), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

54 - 0000864-13.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000864-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DANUZA SCHNEIDERSIQUEIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DERESENDE RAPOSO.).Processo nº 0000864-13.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: DANUZA SCHNEIDER SIQUEIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como o recorrente aposentou-se em 01.08.1998 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 28.01.2009 (fl. 18), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contida noart. 55 da Lei nº. 9.099/95.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

55 - 0000846-89.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000846-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DALVA ANA MOREIRA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).Processo nº 0000846-89.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: DALVA ANA MOREIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial. Não houve apresentação de contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como o recorrente aposentou-se em 03.04.1998 (fl. 36) e a presente ação foi ajuizada em 28.01.2009 (fl. 18), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

56 - 0000824-31.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000824-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELEDIR BERNADETE TESCHDA SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSADE BARROS.).Processo nº 0000824-31.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: ELEDIR BERNADETE TESCH DA SILVARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como o recorrente aposentou-se em 11.09.1995 (fl. 45) e a presente ação foi ajuizada em 26.01.2009 (fl. 18), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “ a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, com

fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

57 - 0000798-33.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000798-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALCEU MONTEIRONOGUEIRA DA GAMA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo nº 0000798-33.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: ALCEU MONTEIRO NOGUEIRA DA GAMARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como a parte recorrente aposentou-se em 01.06.1994 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 23.01.2009 (fl. 18), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “ a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

58 - 0000806-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000806-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANITA BALDOTTO(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL.Processo nº 0000806-10.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: ANITA BALDOTTORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral. O recorrenterequer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos comoimposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como a parte autora aposentou-se em 02.10.1995 (fl. 30) e a presente ação foi ajuizada em 21.01.2009 (fl. 18), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para, de ofício, EXTINGUIR O PROCESSO COMRESOLUÇÃO DE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

59 - 0001125-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001125-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LILIANE PROSCHOLDTDEKLEVA COSME (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGOBARBOSA DE BARROS.).Processo nº 0001125-75.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: LILIANE PROSCHOLDT DEKLEVA COSMERECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. DESMÉRITO DO PEDIDO. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o processo pela prescrição. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que somente estão prescritas as parcelas anteriores aos dez anos ao ajuizamento da ação e não ofundo de direito. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conforme

seja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como a parte recorrente aposentou-se em 20.05.1997 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada 16.02.2009 (fl. 19), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício (fundo de direito).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “ a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

60 - 0001110-09.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001110-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WALTAIR JOSE TEIXEIRA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL.Processo nº 0001110-09.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: WALTAIR JOSÉ TEIXEIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral. O recorrenterequer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos comoimposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como a parte autora aposentou-se em 21.10.95 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 02.02.2009 (fl. 18), está prescritaa pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para, de ofício, EXTINGUIR O PROCESSO COMRESOLUÇÃO DE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

61 - 0000306-29.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000306-1/01) CARMEM VARNIER ROSSINI (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).Processo nº 2009.50.54.000306-1/01RECORRENTE: CARMEM VARNIER ROSSINIRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. VALOR INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JEF.CAUSA MADURA PARA JULGAMENTO. ART. 515, §3º DO CPC. INEXISTÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL E DEPRESCRIÇÃO. MÉTODO PARA APURAÇÃO DO VALOR DEVIDO EXPRESSO NO DECISUM. RECURSO CONHECIDOE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o feito sem resolução de mérito, em razão dacomplexidade da causa e suposta incompatibilidade com o rito dos Juizados Especiais Federais. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região têm decidido que o critério quantitativo do valorda causa, presente no art. 3º da Lei 10.259/01, determina a competência absoluta dos Juizados Especiais Federais, não sesustentando o entendimento manifestado pela magistrada prolatora da sentença. (Precedentes: CC 200801176468,DENISE ARRUDA, STJ – PRIMEIRA SEÇÃO, 29.09.2008;AG 200902010107781, Desembargador Federal LUIZ ANTONIOSOARES, TRF 2 – QUARTA TURMA ESPECIALIZADA, 25.10.10)Assim, renunciado pela autora o montante excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, esta causa é da competência dosJuizados Especiais Federais.Cabível a análise do mérito do pedido em atenção ao disposto no §3º, art. 515 do Código de Processo Civil, bem como emhomenagem aos princípios orientadores dos Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/65)Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 19/20) e aposentadoria em 09.11.2002 (fl. 18).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria da recorrente tem por data inicial 09.11.2002 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em07.05.2009 (fl. 01), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que haja

tido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

62 - 0005720-54.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005720-0/01) SONIA MARIA PASSOS AMIGO (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).Processo nº 2008.50.50.005720-0/01RECORRENTE: SONIA MARIA PASSOS AMIGORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou improcedente o pedido autoral. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual

necessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como a parte autora aposentou-se em 03.07.1998 (fl. 69) e a presente ação foi ajuizada em 18.09.2008 (fl. 01), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para, de ofício, EXTINGUIR O PROCESSO COMRESOLUÇÃO DE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

63 - 0002722-79.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002722-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.) x MARIA ELISABETH DE OLIVEIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).Processo nº 0002722-79.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: MARIA ELISABETH DE OLIVEIRA

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (flS. 22-24) e aposentadoria em 09.04.2007 (fl. 22).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 09.04.2007 (fl. 22) e a presente ação foi ajuizada em 01.06.2009 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

64 - 0002081-91.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002081-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.) x DAVID POUBEL DO CARMO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 0002081-91.2009.4.02.5050/01

RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: DAVID POUBEL DO CARMO

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (flS. 18-19) e aposentadoria em 02.03.2005 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 02.03.2005 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 18.03.2009 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997

correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

65 - 0001218-38.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001218-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x JOSÉ HENRIQUE ZAMBOM (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 0001218-38.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: JOSE HENRIQUE ZAMBON

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 18/19) e aposentadoria em 02.09.2005 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazo

prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 02.09.2005 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 20.02.2009 (fl. 20), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

66 - 0000825-16.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000825-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x ELIETH AMORIM CAVATI (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 0000825-16.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: ELIETH AMORIM CAVATI

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37/40) e aposentadoria em 07.03.2007 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 07.03.2007 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 26.01.2009 (fl. 18), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.

13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

67 - 0005694-56.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005694-3/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUSCHAGAS SARAIVA.) x MAURICIO JOSE DE PINHO LOPES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 2008.50.005694-3/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: MAURICIO JOSÉ DE PINHO LOPES

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada sua nulidade e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a ser restituídoaos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das

patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 20-24) e aposentadoria em 13.07.2007 (fl.20).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, dentre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 13.07.2007 (fl. 20) e a presente ação foi ajuizada em 18.09.2008 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

68 - 0009762-02.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009762-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x MARICY CAMPÊLO LOPES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 2008.50.01.009762-0/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: MARICY CAMPÊLO LOPES

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentos colacionados pelaparte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período de janeiro de 1989 adezembro de 1995 (fls. 26-29) e aposentadoria em 15.10.1999 (fl. 26).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 15.10.1999 (fl. 26) e a presente ação foi ajuizada em 20.08.2008 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que haja

tido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

69 - 0009757-77.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009757-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x WALDEMIR ZENÓBIO FRADE (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 2008.50.01.009757-6/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: WALDEMIR ZENÓBIO FRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos

Juizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl.52 ) e aposentadoria em 18.06.2007 (fl. 57).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 18.06.2007 (fl. 57) e a presente ação foi ajuizada em 20.08.2008 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.

19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21)

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

70 - 0003309-69.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.003309-1/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: PAULA ABRANCHESARAÚJO SILVA.) x MARCIO DINIZ (ADVOGADO: Marcelo Peppe Diniz, HENRIQUE DA CUNHA TAVARES.).Processo nº 2007.50.51.003309-1/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: MARCIO DINIZ

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, pelo qual serequer seja decretada a nulidade desta e, eventualmente, seja adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrente.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (flS. 57-58) e aposentadoria em 22.08.2004 (fl. 19).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a parte autora aposentou-se em 22.08.2004 (fl. 19) e a presente ação foi ajuizada em 19.12.2007 (fl. 1), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercícios

imediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

71 - 0001144-81.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001144-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JAINE MENDONCATATAGIBA CASTRO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: AllanTitonelli Nunes.).Processo nº 2009.50.50.001144-7/01RECORRENTE: JAINE MENDONÇA TATAGIBA CASTRORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer queseja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelo

recorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 22-23 ) e aposentadoria em 31/01/2001 (fl.16).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a recorrente se aposentou em 31/01/2001 (fl. 16) e a presente ação foi ajuizada em 16/02/2009 (fl. 17), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem

16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

72 - 0000850-29.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000850-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VALDIR ALVES ALMEIDA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.).Processo nº 0000850-29.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: VALDIR ALVES DE ALMEIDARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 36/39) e aposentadoria em 31.12.1999 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente à

aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria do recorrente deu-se em 31.12.1999 (fl. 19) e a presente ação foi ajuizada em 26.01.2009 (fl. 18),não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

73 - 0000853-81.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000853-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VANIA LUCIA CANCEGLIERILAMBERTI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVOHENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo nº 0000853-81.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: VANIA LUCIA CANCEGLIERI LAMBERTIRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 38/41) e aposentadoria em 01.12.2001 (fl. 19).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a pensão por morte da recorrente tem por data inicial 01.12.2001 (fl. 19) e a presente ação foi ajuizada em22.01.2009 (fl. 20), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que o

beneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

74 - 0000847-74.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000847-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SAMARA BATISTA TEIMENI(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOL DECARVALHO.).Processo nº 0000847-74.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: SAMARA BATISTA TEIMENIRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da

aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 46-49) e aposentadoria em 23.04.1999 (fl. 18).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria da recorrente tem por data inicial 23.04.1999 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em26.01.2009 (fl. 19), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício da

parte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

75 - 0000827-83.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000827-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) BATISTA JONATAS CAVATI(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DEBARROS.).Processo nº 0000827-83.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: BATISTA JONATAS CAVATIRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37/40) e aposentadoria em 19.07.1999 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria do recorrente deu-se em 19.07.1999 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 26.01.2009 (fl. 18),não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,

referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

76 - 0000858-06.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000858-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANA CELIA ZORZALBORGES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).Processo nº 0000858-06.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: ANA CELIA ZORZAL BORGESRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO E

PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 36/39) e aposentadoria em 03.07.2001 (fl. 45).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria da recorrente tem por data inicial 03.07.2001 (fl. 45) e a presente ação foi ajuizada em26.01/2009 (fl. 18), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a ser

deduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

77 - 0001068-57.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001068-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JISAMAR MOREIRA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).Processo nº 0001068-57.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: JISAMAR MOREIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 18/19) e aposentadoria em 02.01.2001 (fl. 48).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazo

para se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria da recorrente tem por data inicial 02.01.2001 (fl. 48) e a presente ação foi ajuizada em16.02.2009 (fl. 20), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na forma

da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

78 - 0000807-92.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000807-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EROTEIDE JUDITH CORONA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.).Processo nº 0000807-92.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: EROTEIDE JUDITH CORONARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37-40) e aposentadoria em 08.10.1996 (fl. 18).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria do recorrente deu-se em 08.10.1996 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em 21.01.2009 (fl. 19),não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivas

atualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

79 - 0000854-66.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000854-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ERNANI GOULART DASCHAGAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.).Processo nº 2009.50.50.000854-0/01RECORRENTE: ERNANI GOULART DAS CHAGASRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer queseja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual

necessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 47-48 ) e aposentadoria em 11/07/2000 (fl.17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a recorrente se aposentou em 11/07/2000 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 26/01/2009 (fl. 17), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora

a soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

80 - 0001203-69.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001203-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDMAR BARCELOSPEREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANAZANDONADE.).Processo nº 0001203-69.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: EDMAR BARCELOS PEREIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 24/27) e aposentadoria em 04.11.1999 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).

8. Como a aposentadoria da recorrente tem por data inicial 04.11.1999 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em16.02.2009 (fl. 20), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

81 - 0001166-42.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001166-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SEBASTIAO AUGUSTO DESANT'ANA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL.

Processo nº 0001166-42.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: SEBASTIÃO AUGUSTO DE SANT’ANARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral. O recorrenterequer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos comoimposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Para que possa haver restituição ou mesmo compensação entre o imposto que foi recolhido sob a égide da Lei 7.713/88 eaquele de que trata a Lei 9.250/95, é preciso que, aos que se aposentaram anteriormente à entrada em vigor do novoDiploma, a ação de repetição de indébito seja ajuizada antes do decurso do prazo prescricional (dez anos), cujo termoinicial será sempre 1º de janeiro de 1996, ocasião em que nasceu para o contribuinte a pretensão de restituição (aplicaçãodo princípio da actio nata). Já para os que se aposentaram após o advento da Lei 9.250/95, o termo inicial da prescriçãoserá o mês em que o beneficiário efetivamente se aposentou, e corresponderá ao prazo de cinco ou dez anos, conformeseja anterior ou posterior à vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05).Como a parte autora aposentou-se em 21.11.1996 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 13.02.2009 (fl. 18), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para, de ofício, EXTINGUIR O PROCESSO COMRESOLUÇÃO DE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

82 - 0000848-59.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000848-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOMAR CAVICHINI DESOUZA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL.Processo nº 0000848-59.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: JOMAR CAVICHINI DE SOUZARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral. O recorrenterequer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos comoimposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes das

patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 25/26) e aposentadoria em 01.06.2001 (fl. 17).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria da recorrente tem por data inicial 01.06.2001 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em22.01.2009 (fl. 18), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo).11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de ainda

haver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

83 - 0003579-62.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003579-4/01) IZAQUE FRANCISCO DA SILVA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).Processo nº 2008.50.50.003579-4/01RECORRENTE: IZAQUE FRANCISCO DA SILVARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou improcedente o pedido autoral. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 75/79) e aposentadoria em 30.11.2000 (fl. 75).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria da parte recorrente tem por data inicial 30.11.2000 (fl. 75) e a presente ação foi ajuizada em20.06.2008 (fl. 01), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentos

para os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a serdeduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

84 - 0007463-02.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007463-5/01) MARGARIDA FISCHER MAIA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo nº 2008.50.50.007463-5/01RECORRENTE: MARGARIDA FISCHER MAIARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE

APOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. MÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo pela prescrição. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37-38) e aposentadoria em 02.03.2002 (fl. 18).Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).8. Como a aposentadoria do recorrente deu-se em 02.03.2002 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em 03.12.2008 (fl. 01),não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.9. A apuração do indébito observará o seguinte:10. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do item IV.2 Manual de Orientação de Procedimentospara os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal,referente às ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houvertido recolhimento do tributo)..11. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente ao ano-base anterior em que hajatido o recolhimento indevido do tributo).12. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.13. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo pode ser efetuadadiretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até o esgotamento do saldo a ser

deduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem16. A UNIÃO deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declarações anuaisdo imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nas declaraçõesanuais o montante referente à previdência complementar, ciente o Autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadoraa soma das importâncias vertidas pelo beneficiário durante o período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, limitada esta ao patamar de 60 (sessenta salários) mínimos (valor aferido por ocasião da propositura dademanda).18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e apuração do valor a ser requisitado, no caso de aindahaver saldo de créditos em favor do contribuinte, oficie-se à entidade de previdência privada que administra o benefício daparte autora informando o saldo do crédito, bem como determinando que exclua da base de cálculo do imposto de renda docontribuinte o saldo de crédito apurado até o seu esgotamento, cabendo à União, na forma do art. 150 do CTN, ahomologação ou revisão de cada operação.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

85 - 0002017-15.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002017-9/01) GENÉSIO FERREIRA DE ALMEIDA x GENÉSIO FERREIRADE ALMEIDA JUNIOR (ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA, JOSE DE OLIVEIRA GOMES, JOSÉ NASCIMENTO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).Processo nº 2008.50.51.2017-9/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : GENÉSIO FERREIRA DE ALMEIDA E OUTRO

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO –RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão que deu provimento ao recurso inominadopara determinar a implantação do benefício de pensão por morte. Alega o embargante que a decisão seria contraditóriatendo em vista que os documentos de fls. 11 e 12 são extemporâneos.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de contradição na decisão proferida por este Juízo.Inexiste contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.Muito embora a certidão de casamento de fl. 11 refira-se ao matrimônio contraído após o falecimento da instituidora dapensão e a certidão de nascimento de um dos autores (fl. 12), contemporânea à época dos fatos, faça alusão apenas àprofissão de lavrador do marido da falecida (campo profissão do “de cujus” preenchido como “falecida”), não se pode perderde vista que documentos relativos a terceiros integrantes do grupo familiar, em especial a certidão de nascimento de fl. 12,são servíveis como início de prova material (PEDILEF nº 2006.72.95.002587-0/SC)Por outro lado, a Turma Nacional de Uniformização sumulou o entendimento de que “a certidão de casamento ou outrodocumento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material daatividade rurícola”. (Súmula nº 06)Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.O INSS, às fls. 79/80, comunica a impossibilidade de implantação do benefício em razão da inexistência de informaçãosobre os dados pessoais da falecida. Dessa forma, intimem-se os autores, inclusive pessoalmente, para que juntem aosautos algum documento pessoal desta (RG, CPF ou CTPS).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

86 - 0000208-03.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000208-3/01) MERILANE ALVES MOREIRA (ADVOGADO: PAULOWAGNER GABRIEL AZEVEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGOSTEPHAN DE ALMEIDA.).Processo nº 2009.50.03.000208-3/01

Recorrente : MARILANE ALVES MOREIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE RURAL- REQUISITOS LEGAISPREENCHIDOS - SENTENÇA REFORMADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, contra sentença proferida que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria por idade. Em suas razõesrecursais, sustenta a recorrente que exerceu a profissão de lavradora e pescadora em regime de economia familiar pormais de 20 (vinte) anos. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.

Em se tratando de aposentadoria por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o segurado especial preencha orequisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de sua atividade, aindaque descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido(§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício. Nesse sentido,o enunciado nº 14 desta Turma Recursal.

A recorrente nasceu em 02.02.1950 (fl. 20) e veio a requerer o benefício de aposentadoria por idade em 21.10.2009 (fl. 77),indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à carênciaexigida.

Para a comprovação da atividade pesqueira em regime de economia familiar, a recorrente juntou aos autos: certidão decasamento realizado em 18.09.1976, onde consta a profissão do seu ex-marido como pescador e divórcio em 18.09.91 (fl.21); Caderneta de Inscrição e Registro do Ministério da Marinha em nome do filho, expedida em 14/05/92 (fl. 23); recibo daColônia de Pescadores Z-1 de 1999 a 2004 (fls. 24/26) em nome do filho.

A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido como pescador, extensiva à esposa, constituiinício de prova material contemporâneo à época dos fatos. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o início de provamaterial, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade pesqueira pela recorrente pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 144 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

Cumpre registrar que o início de prova material carreado aos autos refere-se notadamente ao filho da recorrente (AroldoFrancisco), e não ao ex-marido, como salientou equivocadamente o magistrado prolator da sentença, e que a testemunhaMaria da Conceição Graça elucidou que o filho pescava com a ajuda da mãe.

A percepção de renda pelo aluguel de duas casas pequenas e simples, no importe de R$ 120,00 cada, por si só, nãodescaracteriza a condição de pescadora artesanal, inserida no regime de economia familiar. O regime de economia familiarsomente estaria descaracterizado se a renda obtida fosse suficiente para a manutenção da família, de forma a tornardispensável a atividade pesqueira (art. 11, inc. VII, § 1º da Lei nº 8.213/91).

Ademais, em audiência restou demonstrado que a recorrente, nos cinco anos precedentes ao requerimento administrativo,deixou de exercer a atividade pesqueira em razão de hipertensão, caso em que inexiste óbice à concessão do benefício

que ora se pretende. Vale ressaltar que na ocasião do adimplemento do requisito etário (2005) já havia sido obtido o tempode carência exigido por lei.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar o INSS a conceder o benefício de aposentadoriapor idade com DIB em 21.10.2009 (fl. 52), data do requerimento administrativo.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DOU PROVIMENTO,reformando a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

87 - 0001222-09.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001222-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x PEDRO MOTTA PETERLE (ADVOGADO: SIRO DACOSTA.).Processo nº 2008.50.51.001222-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : PEDRO MOTTA PETERLE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE RURAL - REQUISITOS LEGAISPREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razõesrecursais, sustenta o recorrente, que o autor não é segurado especial e sempre trabalhou em atividades urbanas, conformeCNIS (fls. 51). Alega, ainda, que o recorrido aufere renda mediante locação de pasto em seu imóvel rural, utilizando, paratanto, mão-de-obra terceirizada, o que descaracteriza o regime de economia familiar. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício. Nesse sentido,o Enunciado nº 14 desta Turma Recursal.

4. O recorrido nasceu em 20/08/1939 (fl. 11) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 28/03/2003(fl. 41), indeferido ao argumento de não ter comprovada a qualidade de segurado especial do autor.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, o recorrido juntou aos autos: Carteira doSindicato dos Trabalhadores Rurais de Cachoeiro de Itapemirim – ES, com data de admissão em 11 de junho de 1973,constando a profissão de lavrador (fl. 12); Segunda via do título eleitoral, constando a profissão de lavrador (fl. 12);Documentos relativos ao imóvel rural do autor (fls. 18/24); Atendimentos ambulatoriais junto à Prefeitura de Rio Novo doSul, em constam a profissão do autor como lavrador (fls. 25/30-v).

A Certidão do Registro de Imóveis relativa à propriedade rural constitui início de prova material contemporâneo à época dosfatos (PEDILEF nº 2006.70.95.014573-0/PR). A prova testemunhal tem o condão de ampliar o início de prova material,abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quando setrata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial, nostermos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais aque ela se dirige e às exigências do bem comum”.

É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbais nocampo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pelo recorrido pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 108 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

Importa salientar que o exercício de atividade urbana entre o período de 01.05.1996 a 02.01.1997 (CNIS de fl. 51) nãoprejudica a contagem do tempo de atividade rural em outros períodos; mesmo descontados os períodos em houvedesempenho de atividade urbana e em que ficou descaracterizado o regime de economia familiar, o recorrido atingiu tempode atividade rural equivalente à carência legal.

De outra sorte, a locação de pasto, em que o auxílio de terceiros é meramente eventual, por si só, não descaracteriza aqualidade de segurado especial. O regime de economia familiar somente estaria descaracterizado se a renda obtida comlocação de pasto fosse suficiente para a manutenção da família, de forma a tornar dispensável a atividade agrícola (art. 11,inc. VII, § 1º da Lei nº 8.213/91).

7. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.8. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

88 - 0003804-82.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003804-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x MARCIA VASCONCELLOSCRISSAFF (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.003804-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : MÁRCIA VASCONCELLOS CRISSAFF

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - DECISÃO EXTRA PETITA (ART. 29,II, DA LEI N. 8.213/91) – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA ANULADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 34/37, proferida peloExmo. Sr. Juiz Dr. Rogério Moreira Alves, que julgou procedente a pretensão externada na inicial, de revisão da RMI daaposentadoria por invalidez e o pagamento das diferenças correspondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentençaguerreada violou vários dispositivos constitucionais relativos à retroatividade das leis decorrente das garantias ao direitoadquirido e ao ato jurídico perfeito, bem como ao princípio contributivo, ao da igualdade, ao da fonte de custeio total, ao dapreservação do valor real dos benefícios conforme critérios definidos em lei e ao da necessidade de correção dossalários-de-contribuição na forma da lei. Argumenta ainda que a decisão é extra petita, na medida que aplicou o art. 29, II,

da Lei n. 8.213/91 e deixou de observar o art. 32, §20, e o art. 188-A, §4º, do D. 5.545/2005. A seguir, rechaça a aplicaçãodo §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste. Por conseguinte, o tópico da sentença em que se determina a aplicação da regra do art. 29, II,da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.876/99, e não a regra do art. 32, § 20, do Decreto 3.048/99, com a redaçãodada pelo Decreto 5.545/2005, ao fundamento de ter este extrapolado os limites do poder regulamentar, está nitidamenteem descompasso com os limites objetivos da lide. Nesse sentido, ocorreu julgamento extra petita.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Isso porque, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 18/07/2001 (fl. 10), procede a revisão pleiteada.No mais, não se vislumbra, na hipótese, violação ao princípio da irretroatividade das leis decorrente das garantias ao direitoadquirido e ao ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CR/88), bem como ao princípio do custeio total (art. 195, §5º, CR/88),ao princípio contributivo (art. 201, caput, e art. 195), ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, e 201, §1º, da CR/88), aoprincípio da preservação do valor real dos benefícios conforme critérios definidos em lei (art. 201, §4º, da CR/88) e ao danecessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei (art. 201, §3º, da CR/88).Recurso conhecido e, no mérito, parcialmente provido. Sentença anulada na parte em que houve julgamento extra petita,para excluir da condenação o comando de aplicação da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/99.Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% (dez porcento) sobre o valor da condenação, nos moldes do artigo 20, § 3º do CPC. A despeito de haver sucumbência recíproca,aplica-se ao caso o princípio da causalidade.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

89 - 0006002-92.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006002-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x DOMINGOS FRANCISCONASCIMENTO OLIVEIRA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.006002-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : DOMINGOS FRANCISCO NASCIMENTO OLIVEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - DECISÃO EXTRA PETITA (ART. 29,II, DA LEI N. 8.213/91) – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA ANULADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 49/52, proferida peloExmo. Sr. Juiz Dr. Rogério Moreira Alves, que julgou procedente a pretensão externada na inicial, de revisão da RMI daaposentadoria por invalidez e o pagamento das diferenças correspondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentençaguerreada violou vários dispositivos constitucionais relativos à retroatividade das leis decorrente das garantias ao direitoadquirido e ao ato jurídico perfeito, bem como ao princípio contributivo, ao da igualdade, ao da fonte de custeio total, ao dapreservação do valor real dos benefícios conforme critérios definidos em lei e ao da necessidade de correção dossalários-de-contribuição na forma da lei. Argumenta ainda que a decisão é extra petita, na medida que aplicou o art. 29, II,da Lei n. 8.213/91 e deixou de observar o art. 32, §20, e o art. 188-A, §4º, do D. 5.545/2005. A seguir, rechaça a aplicaçãodo §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste. Por conseguinte, o tópico da sentença em que se determina a aplicação da regra do art. 29, II,da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.876/99, e não a regra do art. 32, § 20, do Decreto 3.048/99, com a redaçãodada pelo Decreto 5.545/2005, ao fundamento de ter este extrapolado os limites do poder regulamentar, está nitidamenteem descompasso com os limites objetivos da lide. Nesse sentido, ocorreu julgamento extra petita.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Isso porque, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 11/05/2005 (fl. 09), procede a revisão pleiteada.No mais, não se vislumbra, na hipótese, violação ao princípio da irretroatividade das leis decorrente das garantias ao direitoadquirido e ao ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CR/88), bem como ao princípio do custeio total (art. 195, §5º, CR/88),ao princípio contributivo (art. 201, caput, e art. 195), ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, e 201, §1º, da CR/88), aoprincípio da preservação do valor real dos benefícios conforme critérios definidos em lei (art. 201, §4º, da CR/88) e ao danecessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei (art. 201, §3º, da CR/88).Recurso conhecido e, no mérito, parcialmente provido. Sentença anulada na parte em que houve julgamento extra petita,para excluir da condenação o comando de aplicação da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/99.Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% (dez porcento) sobre o valor da condenação, nos moldes do artigo 20, § 3º do CPC. A despeito de haver sucumbência recíproca,aplica-se ao caso o princípio da causalidade.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

90 - 0005792-41.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005792-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x MARIA DA PENHA DIAS(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x OS MESMOS.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito Santo

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2008.50.50.005792-3/01Recorrente/Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrente/Recorrido : MARIA DA PENHA DIAS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO- DATA DO RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO MANTIDA– RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recursos inominados interpostos pelo INSS, ora primeiro recorrente, e pela parte autora, ora segundarecorrente, em face da sentença de fls. 49/52, que julgou procedente o pedido de concessão do benefício assistencialprevisto na LOAS. Alega o primeiro recorrente, em suas razões recursais, que a renda per capita familiar da recorrida ésuperior a ¼ do salário mínimo. Aduz também que não houve alteração na aferição da renda familiar per capita prevista naLei n. 8.742/93, de modo que o limite de ¼ permanece para fins de concessão do benefício assistencial. Alega a segundarecorrente, por sua vez, que a condenação ao pagamento retroativo do benefício da LOAS deve ocorrer a partir de julho de2008, e não a partir do mês de setembro de 2008.Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais quecomprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos deaplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente epara o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idosoaquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.No caso concreto, vislumbra-se que a controvérsia existente é pautada apenas no requisito renda, para fins de concessãodo benefício assistencial da LOAS. A sentença proferida, ao desconsiderar a quantia de um salário mínimo, referente aosproventos da genitora da segunda recorrente (a qual é idosa – fl. 12), para fins de concessão do benefício da LOAS, emvirtude da aplicação análoga do artigo 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso, agiu de maneira compatível com afinalidade do exercício hermenêutico ora praticado.Já está sedimentado nesta Turma Recursal e na jurisprudência que é possível a aplicação analógica do parágrafo único doartigo 34 do Estatuto do Idoso, quando se tratar de benefício previdenciário percebido no valor de um salário mínimo, nãodevendo tal dispositivo se aplicar apenas para os casos de percepção de benefício da LOAS, o que possibilita a eliminaçãoda renda auferida pela genitora da segunda recorrente, a título de aposentadoria por idade (fl. 47), para fins de cômputo derenda mensal familiar per capita, restando preenchido o requisito renda para a concessão do benefício. Tal entendimentoencontra-se consolidado pela Turma Nacional de Uniformização, no julgamento do incidente n.º 2005.43.00.904018-4, bemcomo é adotado pelo E. Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “(...) - A percepção de benefício previdenciário por outromembro da família não afasta a condição de miserabilidade. Inteligência da Lei nº 10.741/2003, ao tratar do benefício deassistência social previsto na Lei nº 8.742/93 para a pessoa idosa. - Aplicação da mesma regra quando se tratar debenefício assistencial concedido em razão de deficiência. A renda familiar de um salário mínimo, percebida por um membroda família, independentemente da origem da receita, não poderá ser impedimento para que outro membro, cumprindo osdemais requisitos exigidos pela Lei nº 8.742/93, aufira o benefício assistencial, pois a condição econômica para asobrevivência é exatamente igual àquela situação de que trata o parágrafo único do artigo 34 da Lei nº 10.741/2003. -Assim, está caracterizada, plenamente, a dificuldade em prover dignamente a sua manutenção, pelo que cabível aconcessão do benefício assistencial pretendido. - Recurso desprovido.” Processo: APELRE – Apelação/ReexameNecessário – 425035, Relator(a): Desembargador Federal André Fontes, TRF2, Órgão julgador: Segunda TurmaEspecializada. Fonte: DJU - Data:23/12/2008.Desconsiderando a quantia de um salário mínimo, devido à aplicação analógica do artigo 34, parágrafo único do Estatuto doIdoso, dos proventos da genitora da segunda recorrente, a renda familiar per capita mensal, segundo o critério objetivoprevisto no artigo 20, § 3º da LOAS, torna-se nula, o que faz com que a segunda recorrente faça jus ao benefício pleiteado.Esse raciocínio, conforme dito acima, se identifica plenamente com o exercício hermenêutico pautado no uso da analogiaora praticada.Vale salientar que, conforme consta da jurisprudência acima, o fato de um membro da família perceber benefícioprevidenciário não afasta a condição de vulnerabilidade social da família. Sendo assim, correta foi a aplicação do raciocínioanalógico, tendo por base o artigo 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso, para a concessão do benefício da LOAS.Quanto à alegação da segunda recorrente, pautada na necessidade de correção da data de pagamento retroativo dobenefício da LOAS, tem-se que a mesma não procede, haja vista que, conforme bem salientado pelo Procurador daRepública às fls. 103/107, não há documento nos autos que indique este prévio requerimento administrativo em julho de2008. O que se depreende dos autos é que a autarquia previdenciária efetuou todos os pagamentos referentes ao benefícioda segunda recorrente, sendo que a cessação deste apenas se efetuou em 01/09/2008 (fl. 46), o que leva à conclusão deque a sentença não se equivocou ao estabelecer esta data como a de pagamento do benefício assistencial restabelecido.Recursos conhecidos e improvidos. Sentença mantida. Sem condenação em custas processuais, na forma da lei. Semcondenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca (artigo 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS RECURSOS E A ELES NEGAR PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

91 - 0004327-94.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004327-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcelo Camata Pereira.) x MARIA DA SILVA BORGES (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2008.50.50.004327-4/01Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido:MARIA DA SILVA BORGES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO– AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO À LEI 8.742/93, AO ESTATUTO DO IDOSO E A PRECEITOS CONSTITUCIONAIS –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 47/50, que julgouprocedente o pedido de concessão do benefício assistencial previsto na LOAS. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que o requisito da hipossuficiência não foi preenchido, haja vista que a renda familiar per capita é superior a ¼ desalário mínimo. Aduz também que o artigo 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso não deve ser aplicado analogicamente,sob pena de violação do artigo 20, § 3º da Lei 8.742/93, haja vista que haveria uma extensão demasiada da abrangência doAmparo Assistencial. Ademais, alegou negativa de vigência do art. 20, § 3º da Lei n. 8.742/93 e do art. 34, parágrafo únicodo Estatuto do Idoso, ofensa aos princípios da reserva legal em matéria de benefício de amparo social, do regimedemocrático de direito, da separação e independência entre os poderes republicanos, e da precedência da fonte de custeio.Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais quecomprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos deaplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente epara o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idosoaquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.No caso concreto, vislumbra-se que a controvérsia existente é pautada apenas no requisito renda, para fins de concessãodo benefício assistencial da LOAS. A sentença proferida, ao desconsiderar a quantia de um salário mínimo, referente aosproventos do cônjuge da recorrida (o qual é idoso – fl. 46), para fins de concessão do benefício da LOAS, em virtude daaplicação análoga do artigo 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso, agiu de maneira compatível com a finalidade doexercício hermenêutico ora praticado.Já está sedimentado nesta Turma Recursal e na jurisprudência que é possível a aplicação analógica do parágrafo único doartigo 34 do Estatuto do Idoso, quando se tratar de benefício previdenciário percebido no valor de um salário mínimo, nãodevendo tal dispositivo se aplicar apenas para os casos de percepção de benefício da LOAS, o que possibilita a eliminaçãoda renda auferida pelo cônjuge da recorrida, a título de aposentadoria por idade (fl. 46), para fins de cômputo de rendamensal familiar per capita, restando preenchido o requisito renda para a concessão do benefício. Tal entendimentoencontra-se consolidado pela Turma Nacional de Uniformização, no julgamento do incidente n.º 2005.43.00.904018-4, bemcomo é adotado pelo E. Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “(...) - A percepção de benefício previdenciário por outromembro da família não afasta a condição de miserabilidade. Inteligência da Lei nº 10.741/2003, ao tratar do benefício deassistência social previsto na Lei nº 8.742/93 para a pessoa idosa. - Aplicação da mesma regra quando se tratar debenefício assistencial concedido em razão de deficiência. A renda familiar de um salário mínimo, percebida por um membroda família, independentemente da origem da receita, não poderá ser impedimento para que outro membro, cumprindo osdemais requisitos exigidos pela Lei nº 8.742/93, aufira o benefício assistencial, pois a condição econômica para asobrevivência é exatamente igual àquela situação de que trata o parágrafo único do artigo 34 da Lei nº 10.741/2003. -Assim, está caracterizada, plenamente, a dificuldade em prover dignamente a sua manutenção, pelo que cabível aconcessão do benefício assistencial pretendido. - Recurso desprovido.” Processo: APELRE – Apelação/ReexameNecessário – 425035, Relator(a): Desembargador Federal André Fontes, TRF2, Órgão julgador: Segunda TurmaEspecializada. Fonte: DJU - Data:23/12/2008. (Grifos nossos).Desconsiderando a quantia de um salário mínimo, devido à aplicação analógica do artigo 34, parágrafo único do Estatuto doIdoso, dos proventos do cônjuge da recorrida, a renda familiar per capita mensal, segundo o critério objetivo previsto noartigo 20, § 3º da LOAS, torna-se nula, o que faz com que a mencionada recorrida faça jus ao benefício pleiteado. Esseraciocínio, conforme dito acima, se identifica plenamente com o exercício hermenêutico pautado no uso da analogia orapraticada.Vale salientar que, conforme consta da jurisprudência acima, o fato de um membro da família perceber benefício

previdenciário não afasta a condição de vulnerabilidade social da família. Sendo assim, correta foi a aplicação do raciocínioanalógico, tendo por base o artigo 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso, para a concessão do benefício da LOAS.Vislumbra-se, por todos os apontamentos realizados acima, que não há negativa de vigência do art. 20, § 3º da Lei n.8.742/93 e do art. 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso, tampouco ofensa aos princípios da reserva legal em matéria debenefício de amparo social, do regime democrático de direito, da separação e independência entre os poderesrepublicanos, e da precedência da fonte de custeio, haja vista que o entendimento da aplicação analógica do artigo 34,parágrafo único do Estatuto do Idoso guarda consonância com os preceitos constitucionais, por concretizar dispositivosbasilares da Carta Magna, tais como o artigo 3º, III, de modo que não há que falar em violação dos diplomas legais e dosprincípios suscitados pela autarquia previdenciária, até por restar claro que a situação de quem recebe o benefício daLOAS, nos moldes do que preconiza o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, é semelhante à situação de quempercebe benefício previdenciário no valor de um salário mínimo, não cabendo haver distinção quando as situações sãoequivalentes, tendo em vista que isso violaria outro princípio basilar da Constituição de 1988: o princípio da igualdade.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem condenação em custas processuais, na forma da lei. Condenaçãodo INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante correspondente a 10% (dez por cento) sobre o valor dacondenação, nos moldes do artigo 20, §3º do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

92 - 0003878-39.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003878-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NEUZA DA VITORIARAYMUNDO (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2008.50.50.003878-3/01Recorrente : NEUZA DA VITÓRIA RAYMUNDORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – NÃO CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PARA O TRABALHO – LAUDOS PERICIAISCATEGÓRICOS QUANTO À AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE – NÃO HÁ NOS AUTOS DOCUMENTOSCOMPROBATÓRIOS DE DOENÇA REUMÁTICA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 72/73, que julgouimprocedente o pedido de concessão do benefício assistencial previsto na Lei n. 8.742/93 (LOAS). Alega a recorrente, emsuas razões recursais, que se encontra incapacitada para o exercício de atividade profissional, não tendo condições deprover o seu sustento, nem de tê-lo provido por sua família. Aduz também que o laudo pericial judicial confeccionado pelamédica reumatologista não traz informações esclarecedoras sobre suas condições laborativas.Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais quecomprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos deaplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente epara o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idosoaquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.No caso concreto, verifica-se que deve ser mantida a sentença proferida, haja vista que a perícia judicial confeccionadapela médica infectologista (fls. 50/52) não detectou incapacidade laboral por parte da recorrente no que tange à Síndromeda Imunodeficiência Adquirida Humana (SIDA ou, na sigla inglesa, AIDS). A referida médica, à fl. 52, sugeriu avaliação doquadro clínico da recorrente por parte de um reumatologista, avaliação realizada por intermédio de perícia judicial (fls.57/60).Nesta última perícia, foi afirmado categoricamente que a recorrente não possui enfermidade no que diz respeito àreumatologia, tendo a perita afirmado que em relação às patologias de sua especialidade – reumatologia, não foiidentificada qualquer alteração no quadro da mencionada recorrente (fl. 58). A referida perita, ademais, eliminou de modoincisivo a necessidade de realização de exame complementar para o diagnóstico de eventual enfermidade de origemreumática, haja vista que não foi percebido pela mesma qualquer indício que a fizesse suspeitar da presença de tal

enfermidade.É preciso salientar que, a despeito de o Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, possibilitar o livreconvencimento motivado do magistrado e uma eventual desconsideração do laudo pericial confeccionado em juízo, o quefoi suscitado pela recorrente, a referida desconsideração somente deve ocorrer quando o conjunto probatório dos autos forsólido o bastante para o convencimento judicial, de modo a dar ensejo ao afastamento do laudo judicial.Quando não há nos autos este conjunto probatório robusto (o que ocorre no caso concreto, haja vista que a recorrente nãotrouxe documento algum o qual comprovasse eventual doença reumática), deve o laudo judicial prevalecer, por possuirpresunção de legitimidade e veracidade.Desse modo, por não ter sido constatada a incapacidade da recorrente para o trabalho e para a vida independente, emnenhum dos laudos judiciais, não restou preenchido um dos requisitos necessários para a concessão do benefícioassistencial da LOAS, o que faz com que o pleito recursal seja improvido.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem condenação em custas processuais, na forma da lei. Semcondenação ao pagamento de honorários advocatícios, ante o deferimento à recorrente do benefício da AssistênciaJudiciária Gratuita (fl. 33).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

93 - 0005978-64.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005978-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALDEJAMES RIBEIROBRASIL (ADVOGADO: ANDREIA DADALTO LIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).Processo nº 2008.50.50.005978-6/01

Recorrente : ALDEJANES RIBEIRO BRASIL

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 –IMPOSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que antes da EC nº 20/98, o salário do benefício era concedido com base nas 36 últimas contribuições,inexistindo qualquer limitação. Alega, ainda, que possuía direito adquirido à aplicação da legislação então vigente, quandotal limitação era inconstitucional. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-seprocedente o pedido externado na inicial.

Consoante o art. 29, § 2º e 33 da Lei nº 8.213/91, o valor do salário-de-benefício não será superior ao do limite máximo dosalário-de-contribuição na data de início do benefício. Desta feita, como bem salientou o magistrado prolator da sentença,nas situações em que a média dos salários-de-contribuição é superior ao teto do salário-de-contribuição na data de início dobenefício, ocorre limitação do salário-de-benefício a esse teto do salário-de-contribuição, sendo desconsiderada a diferença.É incabível, portanto, a revisão pleiteada.

Ademais, o aposentado somente tem direito adquirido ao quantum de seus proventos calculado com base na legislaçãovigente ao tempo da aposentadoria, mas não aos critérios legais com base em que esse quantum foi estabelecido, pois nãohá direito adquirido a regime jurídico. (AL 145.552 – AsR – Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 26.03.99)

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos seus própriosfundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95) .

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

94 - 0006166-57.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006166-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ROMULO BENEDITO DA SILVA(ADVOGADO: ANTONIO SERGIO BROSEGUINI.).Processo nº 2008.50.50.6166-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ROMULO BENEDITO DA SILVA

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RECURSO INOMINADO. ABONO DE PERMANÊNCIA. INCABÍVEL DEVOLUÇÃO DE VALORES PERCEBIDOS DEBOA-FÉ. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou parcialmenteprocedente a pretensão externada na inicial desta ação, para condenar o INSS a abster-se de cobrar a devolução dosproventos retroativos ao período de 18.07.1996 a 31.10.2005. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que os arts.876 do Código Civil e 46 da Lei 8.112/90 não fazem alusão à boa-fé, sendo imperativo que o recorrido devolva os valorespercebidos indevidamente. Alega que entendimento contrário viola o caput do art. 37 da Constituição Federal, no que atineao Princípio da Moralidade, bem como o in. II do art. 5º da Carta Política (Princípio da Legalidade). Dessa forma, requerseja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido externado na inicial.

É assente no Superior Tribunal de Justiça entendimento no sentido da impossibilidade de devolução dos valores percebidosa título de benefício previdenciário, em razão do seu caráter alimentar, incidindo, na hipótese, o princípio da irrepetibilidadedos alimentos. (RESP 995739/RS- Rel. Min. Arnaldo Lima – data da decisão: 03.06.2008 – DJE 06.10.2008; RESP 697768– data da decisão: 17.02.2005 – DJ 21.03.2005; AGA 201001554996, OG FERNANDES, STJ - SEXTA TURMA,17/12/2010, dentre outros)

Sobre a impossibilidade de repetição de valores recebidos de boa-fé por servidor público, a situação é análoga à dobeneficiário do RGPS, senão vejamos:

“Consoante recente posicionamento desta Corte Superior de Justiça, é incabível o desconto das diferenças recebidasindevidamente pelo servidor, em decorrência de errônea interpretação ou má aplicação da lei pela Administração Pública,quando constatada a boa-fé do beneficiado.” (RESP 645165 - Data da decisão: 01/03/2005 – DJ 28/03/2005 p. 307 –Relatora Laurita Vaz)

Assim, não se afigurando a hipótese de fraude é indevida a repetição dos valores recebidos, a fim de preservar-se aincolumidade do segurado, parte hipossuficiente frente ao Estado, bem como evitar-se a quebra da fidúcia.

Nesse panorama, não há qualquer ofensa aos princípios da moralidade administrativa e legalidade.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

95 - 0003981-12.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003981-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x SELMA COUTINHO(ADVOGADO: SEM ADVOGADO.).Processo nº 0003981-12.2009.4.02.5050/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SELMA COUTINHO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – DESNECESSIDADE DE PERÍCIA – LIVRECONVENCIMENTO DO JUIZ - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de condenação do INSS no pagamento de valores a título de auxílio-doença entre o período de 31.11.2005 a30.03.2006. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a aferição da incapacidade laborativa somente pode serfeita mediante prova técnica, sendo incabível a resolução da lide pela presunção. Alega, ainda, que a autora nãoapresentou qualquer laudo médico referente ao período pleiteado, pelo que deve prevalecer a perícia realizada em âmbitoadministrativo. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se improcedente opedido deduzido na inicial.Na hipótese em apreço, o magistrado prolator da sentença descartou a produção de prova pericial ante a desnecessidadede aferir a condição clínica contemporânea da recorrida, vez que o pedido refere-se a período pretérito.Isento de reparos tal entendimento. Com efeito, a prova pericial é o meio pelo qual se procura esclarecer certos fatos,alegados nos autos, que porventura suscitem dúvida na apreciação do direito e do aspecto fático pelo magistrado.Observância dos artigos 130 e 131 do Código de Processo Civil, que tratam da questão das provas e do livreconvencimento do juiz.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos seus própriosfundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

96 - 0004478-26.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.004478-7/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DA PENHA ROSABAPTISTA (ADVOGADO: RICARDO CARLOS DA ROCHA CARVALHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº 0004478-26.2009.4.02.5050/02

Recorrente : MARIA DA PENHA ROSA BAPTISTARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –

SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a pericia judicial deveriater sido realizada por médico especialista em reumatologia e que não foram levadas em conta na análise do pedido ascondições pessoais do recorrente. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 15/19), a recorrente (56 anos) foi diagnosticada com artrose de coluna cervical,que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de balconista de padaria (resposta ao quesito nº 9- fl. 17). Ao serquestionado sobre a possibilidade de agravamento da doença caso a recorrente continue exercendo tal atividade,esclareceu o perito que tal risco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fls. 17/18).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação queregulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização deperícias.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

97 - 0004473-04.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004473-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MOACIR MOREIRA DA SILVA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 2009.50.50.004473-8/01

Recorrente : MOACIR MOREIRA DA SILVA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDODESFAVORÁVEL - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que apresenta Discopatia degenerativa cervical difusa e Espondiloartrose cervical(CID M47 e M54.1) e que, não obstante o laudo pericial do juízo tenha concluído que esta doença não o incapacita para oexercício de suas atividades, pela profissão do recorrente, qual seja, operador de máquina, dificilmente irá retornar à suaatividade laborativa, tendo em vista as fortes dores na coluna que lhe acometem. Alega, ainda, a existência de laudosparticulares que comprovam a sua incapacidade. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “aquo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício dequalquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade do autor.Na análise pericial do juízo (fls. 20/26), o recorrente (58 anos) foi diagnosticado com artrose de coluna cervical, nãopercebendo, todavia, o perito qualquer impedimento que incapacitasse o examinado para as atividades de operador demáquina picotadora de madeira. Tal é o que se denota em resposta aos quesitos de números 11 e 12.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº. 8 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim oriente: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a capacidadepara o trabalho, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão do benefício deauxílio-doença.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

98 - 0003390-50.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003390-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LEIOSONE SILVA DECARVALHO (ADVOGADO: SERGIO RIBEIRO PASSOS, LARISSA FURTADO BAPTISTA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº 0003390-50.2009.4.02.5050/01

Recorrente : LEIOSONE SILVA DE CARVALHORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ– CONDIÇÕES PESSOAIS DEVEMSER OBSERVADAS EM COMPLEMENTAÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento do auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que, nada obstante omagistrado prolator da sentença ter entendido pela desnecessidade de reabilitação para os ofícios de vigia e porteiro, jádesempenhados em momento anterior, não se pode perder de vista que há mais de 15 anos não desempenha tais funções,devendo ser observada a dificuldade de reinserção no mercado de trabalho em tais condições. Dessa forma, requer sejareformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 do

mesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial do Juízo (fls. 26/27), o recorrente foi diagnosticado com espondiloartrose da coluna lombar, doençaincapacitante para o ofício habitual de auxiliar de obras (resposta ao quesito de nº09 – fl. 26), em caráter definitivo. Ao serquestionado sobre a possibilidade de reabilitação para atividades compatíveis com a realidade funcional e grau de instruçãodo recorrente, assinalou o perito que são viáveis as funções já desempenhadas de porteiro e vigia (resposta ao quesito 12 –fl. 27).Em que pese a existência de vínculos empregatícios na função de vigia noturno entre o período de 01.01.91 a 09.05.96, osquais, em princípio, sinalizariam o desmérito da pretensão autoral face à desnecessidade de reabilitação, também devemser considerados outros aspectos relevantes na análise do pedido, além dos elencados pela Lei 8.213/91, tais como acondição socioeconômica, profissional e cultural do segurado (Precedentes do STJ).Com efeito, considerando-se as limitações impostas pela idade (60 anos), avançada para o ofício de vigia/porteiro (faixaetária entre 25 – 50 anos), bem como pelo baixo grau de instrução escolar, tem-se como pouco provável, senão impossível,a reinserção do recorrente no mercado de trabalho, mormente quando cotejadas suas condições pessoais com o quadroclínico apresentado.Importa salientar que houve manutenção da qualidade de segurado do recorrente, em vista do disposto no § 2º, art. 15 daLei 8.213/91.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS a implantar o benefício de aposentadoriapor invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 dias da intimação deste julgado, comprovando-se a implantaçãoaté o decurso final do mencionado prazo. Não são devidos atrasados a título de auxílio-doença na hipótese, tendo em vistao caráter constitutivo do presente provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, em atenção ao disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

99 - 0004416-20.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004416-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ELVIRA ADELIA SPELTA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x OS MESMOS.PROCESSO nº 0004416-20.2008.4.02.5050/01

RECORRENTE : ELVIRA ADELIA SPELTA E INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO : OS MESMOSE M E N T ARECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –APLICABILIDADE IMEDIATA DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/97- DESNECESSIDADE DE PERICIA POR ESPECIALISTA -RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDOE, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença que julgou procedente a pretensão deduzida na inicial, paracondenar o INSS a implantar o benefício de aposentadoria por invalidez, com efeitos financeiros à data do requerimentoadministrativo.O autor (primeiro recorrente), em suas razões recursais, sustenta que os índices oficiais da remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança não tem incidência em processos iniciados antes da edição do novel art. 1º-F da Lei9.494/97.A Turma Recursal desta Seção Judiciária recentemente editou o Enunciado nº 54: “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicaçãoimediata na parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se osíndices oficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de juros de mora nas condenações impostasà Fazenda Pública” (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)”, na forma do verbete 56 da Súmula doTribunal Regional Federal da 2ª Região.Essa orientação não se afasta dos precedentes do STF, porquanto matéria de ordem processual é de incidência imediata,alcançando os processos pendentes (STF, RE n. 559445, Rel. Min. ELLEN GRACIE, T2, julg. 26/05/2009, DJe-10/06/2009).O INSS (segundo recorrente), de sua parte, alega que o comprometimento neurológico é o motivo pelo qual a autora nãopoderá ser reabilitada, de modo que se faz necessária nova perícia por especialista em neurologia.

Rechaço tal alegação, eis que descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negarvigência à legislação que regulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doençasou para a realização de perícias.Não merece reparo a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos seus próprios fundamentos (art. 46da Lei 9.099/95).Conheço de ambos os recursos e a eles nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, § 3º, do CPC. Isenta a autora da condenação em honorários advocatícios, tendo em vista odeferimento da assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DE AMBOS OS RECURSOS E A ELES NEGARPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

100 - 0003928-31.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003928-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x AYLTON MARQUES(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x OS MESMOS.PROCESSO nº 2009.50.50.003928-7/01

RECORRENTE : AYLTON MARQUES E INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO : OS MESMOSE M E N T ARECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – DIB FIXADA NA DATA DA INDEVIDACESSAÇÃO ADMINISTRATIVA- SEQUELA DE TRAUMA TORÁXICO PASSÍVEL DE AGRAVAÇÃO – PROTEÇÃO AODIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE - RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO –RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensão deduzida na inicial,para condenar o INSS a conceder o benefício de auxílio-doença, com DIB em 13.10.2009.O autor (primeiro recorrente), em suas razões recursais, sustenta que o magistrado prolator da sentença fixou a DIB dobenefício tomando como parâmetro a data do exame pericial (13.10.2009), decisão equivocada, vez que seu benefício foiindevidamente cessado.De outra parte, o INSS (segundo recorrente) alega que 1) não está comprovada nos autos a incapacidade do autor, sejapelo laudo pericial ou pela documentação juntada; 2) o médico subscritor do único laudo particular colacionado afirmou quenão conseguiu realizar os exames pertinentes em razão da colaboração insatisfatória do autor; e 3) o autor trabalhou muitosanos após o trauma torácico de 1988, o que comprova a sua capacidade laborativa.Na análise pericial do Juízo (fls. 19/23), o recorrente (pedreiro) foi diagnosticado com paquipleuriz residual no pulmãoesquerdo com conseqüente redução volumétrica desse órgão.Explicitou a perita que tal doença tem por característica o espessamento da pleura, que por sua vez é composta por doisfolhetos: o “visceral” e o “parietal”, aquele primeiro envolvendo todo o pulmão e este a cavidade torácica, de modo que, emhavendo agressão ao folheto visceral, este se torna espesso e inelástico, podendo “grudar” no folheto parietal, o queocasiona dor e o encarceramento (diminuição) do pulmão, já que o tecido fibrosado cresce ocupando o lugar daquelesegmento (resposta ao quesito nº02 – fl. 19).Malgrado tenha sido constatada a aludida doença, a perita se eximiu de assegurar que o autor sente dor e que isso geraincapacidade para o trabalho. Com efeito, a dor é um sintoma subjetivo, inexistindo mecanismos para quantificar suaintensidade e a incapacidade dela decorrente.Em grande parte dos casos em que o segurado queixa-se de dor incapacitante, a prescrição de medicação adequada temefeitos terapêuticos, atenuando e, até mesmo, eliminando os sintomas apresentados, motivo pelo qual a aposentadoria, viade regra, deve ser a última ratio, devida somente quando tal medida acautelatória revela-se ineficaz.A amplitude da fórmula satisfaz na larga maioria dos casos, contudo, a regra claudica em hipóteses extremas, masocorrentes, como a que ora se apresenta. É que além de queixar-se de dor, o autor apresenta como seqüela dotrauma torácico a diminuição do pulmão esquerdo, seqüela esta passível de agravação.Assim, ainda que sejam constatados vínculos empregatícios após o ano de 1988, dos quais o autor não poderia abrir mãosem o prejuízo do seu sustento, não é razoável exigir-se o sacrifício da estabilidade de seu quadro clínico, notadamente ematenção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).A DIB do benefício de auxílio-doença deve ser a data da indevida cessação administrativa (31.12.2008), vez que oselementos de prova dos autos direcionam a esse sentido. A jusperita destacou que as dores de que padece o autorsofreram agravamento a partir do ano de 2004 (resposta ao quesito nº 12 – fl. 20).Merece reparo a sentença proferida pelo juízo “a quo”, tão somente quanto à DIB do benefício.Conheço do recurso do autor e a ele dou provimento para alterar a DIB do auxílio-doença para 31.12.2008. Sobre asprestações vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação.Desta data em diante, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art.

5º da Lei 11.960/2009).Conheço do recurso da Autarquia-ré e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, § 3º, do CPC. Isenta a autora da condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o dispostono art. 55 da Lei 9.099/95.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DE AMBOS OS RECURSOS, DANDO PROVIMENTOAO RECURSO DO AUTOR E NEGANDO PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma da ementa constante dosautos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Dar parcial provimentoTotal 23 : Dar provimentoTotal 24 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Extinguir o processo com resolução de méritoTotal 1 : Negar provimentoTotal 49 : Rejeitar os embargosTotal 2 :