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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ADRIANO DE QUEIROZ MORAES-6 ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-47, 49, 84 Alexandre Hideo Wenichi-48 ALFI SOARES SALES JUNIOR-51 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-43, 46, 7, 74, 9 AMANDA SALUME BRINGHENTI-8 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-11, 14, 16, 52, 67, 88 ANA IZABEL VIANA GONSALVES-89, 91 ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-64 ANA MERCEDES MILANEZ-47, 49 ANA PAULA CESAR-37, 57 ANA PAULA SANTOS-36 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-61 ANDRÉ DIAS IRIGON-53 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-35 ANDREA M. SANTOS SANTANA-4, 71, 8, 92 ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-33, 55 ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-20 BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-41 BRUNO MIRANDA COSTA-1, 58, 76, 77 CARLOS AUGUSTO JENIER-25 CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-36, 4 CATARINE MULINARI NICO-45 CELSO PEDRONI JUNIOR-54 CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPE-85 CLEBSON DA SILVEIRA-23, 3, 63, 73, 75, 9 CRISTIANO TEIXEIRA PASSOS-25 DIOGENES SODERIO FERREIRA ALVES-89 EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES-24 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-58 ELIETE BONI BITTENCOURT-71 ELINARA FERNANDES SOARES-67 ELISEU CARVALHO AGUM FILHO-39 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-15, 17, 19, 40, 42, 51 ERIKA SEIBEL PINTO-26 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-28, 31, 54, 62, 90 ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRES-86 EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-34 FELIPE GUEDES STREIT-19 FERNANDO ANTONIO POLONINI-24 FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO-33 FREDERICO AUGUSTO MACHADO-42 FREDERICO LYRA CHAGAS-69 GLAUCO BARBOSA DOS REIS-25 GUSTAVO CABRAL VIEIRA-24, 33, 45, 5 HELTON TEIXEIRA RAMOS-87 HENRIQUE SOARES MACEDO-63 Hordalha Gomes Soares Oliveira-37, 57 INGRID MARTINS TASSAR-60 Isabela Boechat B. B. de Oliveira-18 IVAN NEIVA NEVES NETO-66 IZAEL DE MELLO REZENDE-47, 49 JAMILSON SERRANO PORFIRIO-62

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ADRIANO DE QUEIROZ MORAES-6ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-47, 49, 84Alexandre Hideo Wenichi-48ALFI SOARES SALES JUNIOR-51ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-43, 46, 7, 74, 9AMANDA SALUME BRINGHENTI-8ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-11, 14, 16, 52, 67, 88ANA IZABEL VIANA GONSALVES-89, 91ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-64ANA MERCEDES MILANEZ-47, 49ANA PAULA CESAR-37, 57ANA PAULA SANTOS-36ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-61ANDRÉ DIAS IRIGON-53ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-35ANDREA M. SANTOS SANTANA-4, 71, 8, 92ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-33, 55ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-20BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-41BRUNO MIRANDA COSTA-1, 58, 76, 77CARLOS AUGUSTO JENIER-25CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-36, 4CATARINE MULINARI NICO-45CELSO PEDRONI JUNIOR-54CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPE-85CLEBSON DA SILVEIRA-23, 3, 63, 73, 75, 9CRISTIANO TEIXEIRA PASSOS-25DIOGENES SODERIO FERREIRA ALVES-89EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES-24EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-58ELIETE BONI BITTENCOURT-71ELINARA FERNANDES SOARES-67ELISEU CARVALHO AGUM FILHO-39ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-15, 17, 19, 40, 42, 51ERIKA SEIBEL PINTO-26ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-28, 31, 54, 62, 90ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRES-86EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-34FELIPE GUEDES STREIT-19FERNANDO ANTONIO POLONINI-24FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO-33FREDERICO AUGUSTO MACHADO-42FREDERICO LYRA CHAGAS-69GLAUCO BARBOSA DOS REIS-25GUSTAVO CABRAL VIEIRA-24, 33, 45, 5HELTON TEIXEIRA RAMOS-87HENRIQUE SOARES MACEDO-63Hordalha Gomes Soares Oliveira-37, 57INGRID MARTINS TASSAR-60Isabela Boechat B. B. de Oliveira-18IVAN NEIVA NEVES NETO-66IZAEL DE MELLO REZENDE-47, 49JAMILSON SERRANO PORFIRIO-62

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JEANINE NUNES ROMANO-76JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-22, 46, 59, 7, 74, 86José Arteiro Vieira de Mello-81JOSE DE OLIVEIRA GOMES-21JOSÉ NASCIMENTO-21JOSE OLIVEIRA DE SOUZA-29JUAREZ PIMENTEL MENDES JUNIOR-60JULIANA PAES ANDRADE-1JULIANA VIANNA GUERZET-60Karina Rocha Mitleg Bayerl-3, 52LARCEGIO MATTOS-48LETICIA SEVERIANO ZOBOLI-81LIDIANE DA PENHA SEGAL-30, 44, 5, 59, 73, 75LUCIANO ANTONIO FIOROT-23LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS-38Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-56, 80LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-25, 66, 68, 70, 85LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN-11, 13LUIZ MARIA BORGES DOS REIS-53MARCELA REIS SILVA-2MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-77, 86MARCELO MATEDI ALVES-34MARCIA RIBEIRO PAIVA-35MARCIO GARCIA DOS SANTOS-72MARCIO SANTOLIN BORGES-53MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA-64, 72Marcos Figueredo Marçal-20, 43MARCOS JOSÉ DE JESUS-78MARCOS JOSÉ MILAGRE-13MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-32, 86MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-57MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-31, 78, 79, 80, 82, 83, 84, 88MARIA IACY NASCIMENTO FAGUNDES DE ARAGÃO VILLA-66MAURA RUBERTH GOBBI-55MILTON MORAES-6NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-82NEIDE DEZANE MARIANI-34NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA-2NEUZA SCHULTHAIS ANDRADE-92OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-21OSIAS ALVES PENHA-10, 12, 91PABLO LUIZ ROSA OLIVEIRA-70PATRICIA NUNES ROMANO-65, 76Paula Vargas Guarnier-38PRICILA CANDIDO LIMA LEAL-15RENATA GÓES FURTADO-70RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-37ROBERTO AMON BASTOS-22ROBERTO CARLOS GONCALVES-27ROBNEI BATISTA DE BARROS-20ROBSON JACCOUD-52RODRIGO COSTA BUARQUE-60RODRIGO S. C. AGUM-39RODRIGO SALES DOS SANTOS-25RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-29, 50ROGÉRIO NUNES ROMANO-76

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RONALDO SANTOS COSTA-69RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-55ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-55ROSEMERI FERREIRA SAMPAIO-17SAMUEL ANHOLETE-81SAVIO CORREA SIMÕES-48SERGIO DE SOUZA FREITAS-17, 19SERGIO DOS SANTOS-68SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-32, 79, 83, 87SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-27, 30, 44SIRO DA COSTA-90TAIS MARIA ZANONI-40TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-65THIAGO WEIGERT MEDICI-77UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-36, 39URBANO LEAL PEREIRA-21vanessa ribeiro fogos-77Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-38VINICIUS FIRMO DE ABREU POLONINI-24VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM-6WANESSA ALDRIGUES CANDIDO-18

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2010.000366 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

14/12/2010Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 2008.50.50.004245-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIAS MALAQUIAS RANGEL (ADVOGADO: JULIANA PAESANDRADE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004245-2/01EMBARGANTE: INSSEMBARGADO: ELIAS MALAQUIAS RANGELRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOEMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO NO JULGADO –INCONFORMISMO – EMBARGOS REJEITADOS1. O acórdão embargado reformou a sentença de primeiro grau e julgou procedente pedido de benefício assistencial.Sustenta o INSS que o acórdão não analisou o fato de que os pais do autor voltaram a trabalhar em novembro de 2009,possuindo cada um renda mensal superior a um salário mínimo.2. A procedência do pedido foi fundamentada nos seguintes termos: “Apesar de o valor da renda per capta superarligeiramente o critério legal, o parecer social atestou que o grupo familiar já vivia com dificuldades, já que o autor necessitade tratamento médico constante, por ser portador de paralisia cerebral. Por outro lado, embora a sobrinha não se enquadreno conceito legal de família, onera ainda mais o orçamento do grupo familiar. Nesse contexto, entendo estar evidenciada asituação de miserabilidade vivenciada pelo autor, mesmo antes do desemprego da mãe.” Inexistência de qualquer omissão,contradição ou obscuridade a ser sanada, pois todas as questões de fato e de direito foram devidamente analisadas. Areaquisição de colocação profissional por um dos genitores do autor não foi debatida na contestação nem nas razõesrecursais. A via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restou decidido pelaTurma Recursal.3. A questão deve ser solucionada à luz do art. 21 da Lei nº 8.742/93, cabendo ao INSS reavaliar a continuidade dascondições que deram origem ao benefício.4. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários advocatícios.

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ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementa queintegra este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

2 - 2008.50.51.000302-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) xARNALDO JOVENCIO (ADVOGADO: NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA.).Processo nº 2008.50.51.000302-9/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ARNALDO JOVENCIO

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇOCOMUM DO PERÍODO TRABALHADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PERÍODO POSTERIOR A 28/05/1998 –POSSIBILIDADE – TEMPO DE SERVIÇO NECESSÁRIO À APOSENTADORIA POR CONTRIBUIÇÃO - RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face da sentença quejulgou procedente o pedido inicial, condenando-o a averbar os períodos trabalhados em atividade especial e conceder àparte autora a aposentadoria por tempo de contribuição.2. Em suas razões, sustenta o recorrente a impossibilidade de conversão, de tempo especial para comum, do períodoposterior a 28/05/1998, vez que a Medida Provisória n. 1.663 de 28/05/1998, convertida na Lei n. 9.711/98, revogouexpressamente o parágrafo 5º do art. 57 da Lei n. 8.213/91, inexistindo previsão legal para que possa ser convertido otempo de serviço exercido em atividade especial posterior a 28/05/1998, consoante precedente do E. STJ. Alega que oslaudos técnicos não são contemporâneos, não contêm a verificação precisa do nível de ruído e não indicam que o autorficava exposto de forma habitual e permanente aos supostos agentes agressivos.3. As questões relacionadas à impugnação dos laudos técnicos juntados aos autos não foram abordadas em contestação.O art. 515, caput e § 1º, do CPC, restringe a análise recursal ao que já foi objeto de pedido quando da propositura da açãoou de sua contestação, restando, pois, preclusa a alusão a tema não debatido nos autos, sob pena de ofensa ao princípiodo duplo grau de jurisdição.4. O Perfil Profissiográfico Previdenciário de fls. 22/24 e o Laudo de fls. 56/57 demonstram que, nos períodos de 18/06/1991a 28/12/1996 e de 09/05/1997 a 20/02/2006, nos quais a parte autora exerceu as atividades de “aux. soldador” e “Op.Cusch-cusch” (fl. 21), o mesmo esteve exposto aos agentes físicos nocivos ruído, de, no mínimo, 101 decibéis, bem comoexposto a calor (pelo menos 29,4 IBUTG), de forma habitual e permanente, revelando o caráter especial da atividadedesenvolvida.5. Revendo posicionamento anterior, este Relator curva-se à recente decisão do C. STJ, de sua 5ª Turma, proferida noREsp 956.110/SP, julgado em 29/08/2007, que, por sua vez, alterando a posição que anteriormente adotava, passou aacompanhar o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência pátria no sentido de ser cabível, mesmo após28.05.1998, a conversão em comum do tempo de serviço prestado em condições especiais, para fins de concessão deaposentadoria.6. A análise dos elementos dos autos demonstra que a parte autora faz jus à aposentadoria por tempo de contribuiçãopostulada na inicial.7. Com efeito, o juízo de origem constatou que o total de dias trabalhados pelo autor até a entrada do requerimentoadministrativo de aposentadoria, em 20/02/2006 (fl. 11) era de 15.382 (quinze mil, trezentos e oitenta e dois) dias, resultadoda soma de: 8.077 (oito mil e setenta e sete) dias em atividade comum e 7.305 (sete mil, trezentos e cinco) em atividadeespecial, já convertido em atividade comum.8. Convertendo todo o período trabalhado (quinze mil, trezentos e oitenta e dois) em dias para anos, o juízo a quo chegou àsoma de 42 (quarenta e dois) anos, 01 (um) mês e 22 (vinte e dois) dias.9. Sendo assim, observa-se que, ainda que se limitasse a conversão do período especial a 28/05/1998 – o que não ocorreu- ao autor ainda restariam 6.193 dias, ou 16 anos, 11 meses e 19 dias, consoante tabela abaixo, que, somados aos 22anos, 01 mês e 17 dias de atividade em tempo comum, considerada na sentença (fl. 81), ultrapassam os trinta e cinco anosnecessários à aposentadoria pretendida.Nome:ARNALDO JOVENCIO

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Data EntradaData SaídaDias trabalhadosBissextoCoeficienteDias Equivalentesamd

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18/6/199128/12/19962.021 1,402.829791

9/5/199728/5/1998385 1,405391522

29/5/199820/2/20062.825 1,002.8257827

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Somatório :6.193161119

10. Diante do que foi exposto e analisado, mantém-se a r. sentença que julgou procedente o pedido de aposentadoria portempo de contribuição.11. Recurso conhecido e improvido.12. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10%do valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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3 - 2008.50.50.004234-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x MARIA DE OLIVEIRA RUELA LARA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004234-8/01.EMBARGANTE: MARIA DE OLIVEIRA RUELA LARAEMBARGADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – ALEGAÇÃO DENULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE – EMBARGOS REJEITADOS.1. Insurge-se o embargante contra o acórdão às fls. 94 / 95, que deu provimento ao recurso interposto pelo INSS, parajulgar improcedente o pedido de concessão de auxílio-doença. Alega que a Defensoria Pública da União não foi intimadapessoalmente para o julgamento do recurso inominado interposto, não tendo se manifestado a Turma Recursal se talinobservância do art. 44, I da LC 80/94 afronta os artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da CF.2. Nos termos da Portaria nº 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do Espírito Santo, a intimação da pauta da sessãode julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos onde houver interesse do Ministério PúblicoFederal”.3. A Defensoria Pública da União alega nulidade do acórdão por ausência de intimação pessoal da pauta de julgamento. Oart. 44 - I da LC 80/94, de fato, prevê a intimação pessoal como prerrogativa dos membros da Defensoria Pública.Entretanto, a alegação de nulidade vem desacompanhada de demonstração de prejuízo. Em princípio, a ausência deintimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída de sentido prático, umavez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundo art. 249, § 1º, doCPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.4. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal. Nulidade alegada que não se reconhece.Embargos rejeitados.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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4 - 2007.50.53.000123-0/01 FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA (ADVOGADO: CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA.) xUNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.).Processo nº 2007.50.53.000123-0/01

Recorrente : FLÁVIO ROBERTO DE SOUZARecorrida : UNIÃO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – DESCABIDO O PEDIDO DE PAGAMENTO DE AJUDA DE CUSTO – INCIDÊNCIA DO ART. 53DA LEI N. 8.112/90, QUE VEDA O DUPLO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que tem direito à ajuda de custo, posto queteve de alterar seu domicílio da cidade do Rio de Janeiro para a cidade de Linhares/ES, destacando que o fato de seucônjuge ter recebido o benefício em 2005 não afasta o pagamento da verba em seu favor, mesmo porque foi removido parauma outra sede.

Deveras, na forma do art. 65, IV, da LOMAN, e do art. 53 da Lei nº 8.112/90, as ajudas de custo destinam-se a compensaras despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança dedomicílio em caráter permanente. Assim, o magistrado que, no interesse do serviço público, passar a ter exercício em novasede, com efetiva mudança de domicílio, fará jus à ajuda de custo, para compensar as despesas de instalação.

Registre-se que o entendimento do e. Superior de Justiça é no sentido de que tanto na remoção ex officio, quanto naquelalevada a efeito a pedido do interessado, o magistrado faz jus à ajuda de custo prevista no art. 65, inciso I, da LOMAN – LeiComplementar n.º 35/79 –, porquanto em ambas está presente o interesse público.

Ocorre que o art. 53 da Lei n. 8.112/90, cuja redação foi dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.1997, dispõe que é vedado oduplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também acondição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.

Ora, no caso, restou comprovado que o cônjuge do recorrente, também juíza federal, já havia recebido o benefíciopleiteado, no valor de três remunerações de magistrado federal, no mês de outubro de 2005, para que fixasse suaresidência na cidade de Colatina/ES, local para onde fora promovida, sendo que, após seis meses, requereu a remoçãopara a cidade de Linhares/ES, a pedido e por permuta. O recorrente, por sua vez, titularizando-se na vara de Colatina/ES,para que pudesse fixar residência junto à família em Linhares/ES, requereu o benefício da ajuda de custo em questão, oque lhe foi negado pelo e. Tribunal Regional da 2ª Região.

Conforme bem destacou a sentença guerreada, mesmo se fixasse o recorrente residência na cidade de Colatina/ES, ondese titularizou, não faria este jus ao recebimento da ajuda de custo, conforme o art. 2º da Resolução n. 461 do CJF, postoque, do contrário, haveria duplo pagamento do benefício, o que é vedado por lei, considerando que o cônjuge já haviarecebido a verba indenizatória.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Custas recolhidas. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em 10% sobre o valor atribuído àcausa, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, combinado com o art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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5 - 2008.50.50.004102-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) DELVIZ MARIA GOMES DE SOUZA (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004102-2/01.EMBARGANTE: DELVIZ MARI GOMES DE SOUZAEMBARGADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – ALEGAÇÃO DENULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE – EMBARGOS REJEITADOS.1. Insurge-se o embargante contra o acórdão às fls. 78 /79, que negou provimento ao recurso interposto pela parte autora,mantendo a sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de benefício de auxílio-doença. Alega que aDefensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para o julgamento do recurso inominado interposto, não tendose manifestado a Turma Recursal se tal inobservância do art. 44, I da LC 80/94 afronta os artigos 5º, LXXIV e 134, ambosda CF.2. Nos termos da Portaria nº 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do Espírito Santo, a intimação da pauta da sessãode julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos onde houver interesse do Ministério PúblicoFederal”.3. A Defensoria Pública da União alega nulidade do acórdão por ausência de intimação pessoal da pauta de julgamento. Oart. 44 - I da LC 80/94, de fato, prevê a intimação pessoal como prerrogativa dos membros da Defensoria Pública.Entretanto, a alegação de nulidade vem desacompanhada de demonstração de prejuízo. Em princípio, a ausência deintimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída de sentido prático, umavez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundo art. 249, § 1º, doCPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.4. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal. Nulidade alegada que não se reconhece.Embargos rejeitados.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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6 - 2008.50.01.001888-3/01 MARCOS ANTONIO MANSOR (ADVOGADO: ADRIANO DE QUEIROZ MORAES, MILTONMORAES.) x CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESPÍRITO SANTO - CEFETES (PROCDOR:VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM.).Processo nº 2008.50.01.000875-0/01

Recorrente : MARCOS ANTONIO MANSORRecorrido : CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO

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ESPÍRITO SANTO – CEFET/ES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – INCORPORAÇÃO DE QUINTOS REFERENTES AO PERÍODO EM QUE HOUVE EXERCÍCIODE FUNÇÃO DE CONFIANÇA – A MP N. 2.225-45/2001, AO SE REFERIR AOS ARTS. 3º E 10 DA LEI N. 8.911/94,AUTORIZOU A INCORPORAÇÃO DOS QUINTOS OU DÉCIMOS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS,DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, NO PERÍODO DE 08.04.1998 A 04.09.2001 -JURISPRUDÊNCIA DO E. STJ – AUSÊNCIA DE PROVA DE EXERCÍCIO DE FUNÇÃO COMISSIONADA - RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a concessão/atualização da incorporação de parcelas dos quintos noperíodo de 09.04.1998 a 04.09.2001. Em suas razões recursais, o recorrente apresenta laboriosa tese, reiterando asalegações iniciais.Deveras, o artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90, dispunha que seria incorporado um quinto do valor correspondente àgratificação de confiança a cada ano de exercício na função de direção, chefia ou assessoramento, até o limite de cincoanos. Ocorre que, com a edição da Lei n.º 8.911/94, que regulamentou a instituição dos chamados quintos, critériosespecíficos foram definidos em seus artigos 3º e 10, tocantes à vantagem prevista no artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90.Todavia, a Medida Provisória n.º 1.595-14/97, convertida na Lei n.º 9.527/97, fez por afastar a incorporação daquelamodalidade de estipêndio, transformando a percepção do equivalente, que vinha sendo pago aos beneficiários, emvantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, a partir de 11.11.1997. Mais adiante, a Lei n.º 9.624/98 transformou,em décimos, as parcelas dos quintos incorporados entre 01.11.1995 e 10.11.1997.O E. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a Medida Provisória n. 2.225-45/01, ao se referiraos arts. 3º e 10 da Lei n. 8.911/94, autorizou a incorporação dos quintos ou décimos aos servidores públicos federais,decorrentes do exercício de funções de confiança, no período de 8.4.1998 a 4.9.2001 (AgRg no REsp 1.145.373/RS, Rel.Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, DJe 12.4.2010; AgRg no Ag 1.212.053/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,Quinta Turma, DJe 22.3.2010; AgRg no Ag 1.214.188/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 15.3.2010; AgRg noREsp 1.105.976/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 26.10.2009; MS 12.068/DF, Rel. Min.Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 22.10.2009).Todavia, conforme destacou a sentença guerreada, o recorrente não comprovou, nos autos, o exercício de função dedireção ou cargo de chefia ou assessoramento em tal período, por meio de documento expedido pelo Setor de RecursosHumanos ou departamento semelhante. Em sede de recurso inominado, também não apresentou prova nesse sentido. Osdocumentos de fls. 65/71, por sua vez, não cumprem tal mister.Assim, não merece reforma a sentença guerreada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Custas recolhidas. Condenação da parte recorrente em honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor atribuído àcausa, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, e por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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7 - 2009.50.50.001288-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) GIZELE CARONE ANTUNES (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERAL

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SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.001288-9/01.EMBARGANTE: GIZELE CARONE ANTUNESEMBARGADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – ALEGAÇÃO DENULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE – EMBARGOS REJEITADOS.1. Insurge-se o embargante contra o acórdão às fls. 83 / 84, que negou provimento ao recurso interposto pela parte autora,em face da sentença que julgou procedente o pedido de restabelecimento de benefício assistencial. No recurso, a autorapretendia apenas alterar a data de início do benefício. Alega que a Defensoria Pública da União não foi intimadapessoalmente para o julgamento do recurso inominado interposto, não tendo se manifestado a Turma Recursal se talinobservância do art. 44, I da LC 80/94 afronta os artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da CF.2. Nos termos da Portaria nº 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do Espírito Santo, a intimação da pauta da sessãode julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos onde houver interesse do Ministério PúblicoFederal”.3. A Defensoria Pública da União alega nulidade do acórdão por ausência de intimação pessoal da pauta de julgamento. Oart. 44 - I da LC 80/94, de fato, prevê a intimação pessoal como prerrogativa dos membros da Defensoria Pública.Entretanto, a alegação de nulidade vem desacompanhada de demonstração de prejuízo. Em princípio, a ausência deintimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída de sentido prático, umavez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundo art. 249, § 1º, doCPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.4. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal. Nulidade alegada que não se reconhece.Embargos rejeitados.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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8 - 2007.50.50.009482-4/01 CARLOS AUGUSTO DOS SANTOS MACHADO (ADVOGADO: AMANDA SALUMEBRINGHENTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.).Processo nº 2007.50.50.009482-4/01

Recorrente : CARLOS AUGUSTO DOS SANTOS MACHADORecorrida : UNIÃO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – INCORPORAÇÃO DE QUINTOS REFERENTES AO PERÍODO EM QUE HOUVE EXERCÍCIODE FUNÇÃO DE CONFIANÇA – A MP N. 2.225-45/2001, AO SE REFERIR AOS ARTS. 3º E 10 DA LEI N. 8.911/94,AUTORIZOU A INCORPORAÇÃO DOS QUINTOS OU DÉCIMOS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS,DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, NO PERÍODO DE 08.04.1998 A 04.09.2001 -JURISPRUDÊNCIA DO E. STJ - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se objetivava a incorporação de quintos pertencentes ao período em que exerceu afunção de confiança (a partir de 14.02.2001), transformando-os em VPNI, com o pagamento das parcelas em atraso. Emsuas razões recursais, a parte recorrente apresenta laboriosa tese, que ratifica as alegações iniciais. A recorrida, em suascontrarrazões, suscita preliminarmente prescrição da pretensão recursal.Inicialmente, cumpre registrar que a prescrição pressupõe lesão e inércia do titular na propositura da ação e se inaugura

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com o inadimplemento da obrigação. Tratando-se de obrigação de trato sucessivo, a violação do direito ocorre de formacontínua. Dessa forma, o prazo prescricional é renovado em cada prestação periódica não-cumprida, podendo cada parcelaser fulminada isoladamente pelo decurso do tempo, sem, contudo, prejudicar as posteriores. Aplicação da Súmula n.85/STJ (REsp 801.291/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/09/2007, DJ 18/10/2007 p. 277;REsp 752.822/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/10/2006, DJ 13/11/2006 p.231). Nas demandas em que se busca o pagamento dos atrasados relativos à incorporação de quintos, por se tratar derelação jurídica de trato sucessivo, cuja lesão se renova a cada mês, a teor do que preceitua a Súmula nº 85/STJ, aprescrição não atinge o fundo de direito (Precedentes: REsp 956.844/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,QUINTA TURMA, julgado em 26/05/2009, DJe 29/06/2009; REsp 980.680/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,QUINTA TURMA, julgado em 12/08/2008, DJe 06/10/2008).Deveras, o artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90, dispunha que seria incorporado um quinto do valor correspondente àgratificação de confiança a cada ano de exercício na função de direção, chefia ou assessoramento, até o limite de cincoanos. Ocorre que, com a edição da Lei n.º 8.911/94, que regulamentou a instituição dos chamados quintos, critériosespecíficos foram definidos em seus artigos 3º e 10, tocantes à vantagem prevista no artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90.Todavia, a Medida Provisória n.º 1.595-14/97, convertida na Lei n.º 9.527/97, fez por afastar a incorporação daquelamodalidade de estipêndio, transformando a percepção do equivalente, que vinha sendo pago aos beneficiários, emvantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, a partir de 11.11.1997. Mais adiante, a Lei n.º 9.624/98 transformou,em décimos, as parcelas dos quintos incorporados entre 01.11.1995 e 10.11.1997.O E. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a Medida Provisória n. 2.225-45/01, ao se referiraos arts. 3º e 10 da Lei n. 8.911/94, autorizou a incorporação dos quintos ou décimos aos servidores públicos federais,decorrentes do exercício de funções de confiança, no período de 8.4.1998 a 4.9.2001 (AgRg no REsp 1.145.373/RS, Rel.Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, DJe 12.4.2010; AgRg no Ag 1.212.053/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,Quinta Turma, DJe 22.3.2010; AgRg no Ag 1.214.188/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 15.3.2010; AgRg noREsp 1.105.976/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 26.10.2009; MS 12.068/DF, Rel. Min.Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 22.10.2009).Nesse panorama, em razão de a parte autora, ora recorrente, ter comprovado o exercício de função comissionada FC-05 apartir de 14.02.2001 nesta Seção Judiciária, conforme se verifica na declaração acostada à fl. 10, expedida pelo Núcleo deRecursos Humanos, constata-se que o recorrente não adquiriu o direito a incorporar 1/5 da FC-05 em seus vencimentos.Ora, o recorrido não completou 365 dias de exercício de função comissionada até 04.09.2001, nem demonstrou que teveresíduo de exercício de função comissionada até 10.11.1997, para a pleiteada incorporação de quintos.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Custas recolhidas. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor atribuído àcausa, força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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9 - 2008.50.50.004934-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) WALDECY JOSE DA SILVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004934-3/01.EMBARGANTE: WALDECY JOSÉ DA SILVAEMBARGADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

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EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – ALEGAÇÃO DENULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE – EMBARGOS REJEITADOS.1. Insurge-se o embargante contra o acórdão às fls. 104 / 105, que negou provimento ao recurso interposto pela parteautora, em face da sentença que julgou procedente o pedido de auxílio-doença e improcedente o de concessão deaposentadoria por invalidez. Alega que a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para o julgamento dorecurso inominado interposto, não tendo se manifestado a Turma Recursal se tal inobservância do art. 44, I da LC 80/94afronta os artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da CF.2. Nos termos da Portaria nº 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do Espírito Santo, a intimação da pauta da sessãode julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos onde houver interesse do Ministério PúblicoFederal”.3. A Defensoria Pública da União alega nulidade do acórdão por ausência de intimação pessoal da pauta de julgamento. Oart. 44 - I da LC 80/94, de fato, prevê a intimação pessoal como prerrogativa dos membros da Defensoria Pública.Entretanto, a alegação de nulidade vem desacompanhada de demonstração de prejuízo. Em princípio, a ausência deintimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída de sentido prático, umavez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundo art. 249, § 1º, doCPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.4. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal. Nulidade alegada que não se reconhece.Embargos rejeitados.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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10 - 2007.50.51.002613-0/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x MARCELO BEZERRA SANTOS.Processo nº 2007.50.51.002613-0/01

Recorrente : UNIÃORecorrido : MARCELO BEZERRA SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – INCORPORAÇÃO DE QUINTOS REFERENTES AO PERÍODO EM QUE HOUVE EXERCÍCIODE FUNÇÃO DE CONFIANÇA – A MP N. 2.225-45/2001, AO SE REFERIR AOS ARTS. 3º E 10 DA LEI N. 8.911/94,AUTORIZOU A INCORPORAÇÃO DOS QUINTOS OU DÉCIMOS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS,DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, NO PERÍODO DE 08.04.1998 A 04.09.2001 -JURISPRUDÊNCIA DO E. STJ - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, condenando a UNIÃO a incorporar mais 1/5 da função comissionada FC-05 nos vencimentos da parteautora, transformando-o em VPNI, com o pagamento dos valores atrasados. Em suas razões recursais, a recorrentesustenta que não há previsão na lei que garanta o direito à incorporação pleiteada, sendo que inexiste direito adquirido paratanto, destacando que a Administração Pública deve subordinar-se ao princípio da legalidade que norteia toda a atividadeadministrativa.Deveras, o artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90, dispunha que seria incorporado um quinto do valor correspondente àgratificação de confiança a cada ano de exercício na função de direção, chefia ou assessoramento, até o limite de cincoanos. Ocorre que, com a edição da Lei n.º 8.911/94, que regulamentou a instituição dos chamados quintos, critériosespecíficos foram definidos em seus artigos 3º e 10, tocantes à vantagem prevista no artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90.Todavia, a Medida Provisória n.º 1.595-14/97, convertida na Lei n.º 9.527/97, fez por afastar a incorporação daquelamodalidade de estipêndio, transformando a percepção do equivalente, que vinha sendo pago aos beneficiários, emvantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, a partir de 11.11.1997. Mais adiante, a Lei n.º 9.624/98 transformou,em décimos, as parcelas dos quintos incorporados entre 01.11.1995 e 10.11.1997.

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O E. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a Medida Provisória n. 2.225-45/01, ao se referiraos arts. 3º e 10 da Lei n. 8.911/94, autorizou a incorporação dos quintos ou décimos aos servidores públicos federais,decorrentes do exercício de funções de confiança, no período de 8.4.1998 a 4.9.2001 (AgRg no REsp 1.145.373/RS, Rel.Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, DJe 12.4.2010; AgRg no Ag 1.212.053/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,Quinta Turma, DJe 22.3.2010; AgRg no Ag 1.214.188/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 15.3.2010; AgRg noREsp 1.105.976/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 26.10.2009; MS 12.068/DF, Rel. Min.Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 22.10.2009).A parte autora provou o exercício da função comissionada FC-5 no período de 15.08.2001 a 19.08.2003, conforme certidãoexpedida pelo setor competente à fl. 08. Não tem, portanto, direito adquirido de incorporar mais 1/5 da referida funçãocomissionada em seus vencimentos.Ora, o recorrido não completou 365 dias de exercício de função comissionada até 04.09.2001, nem demonstrou que teveresíduo de exercício de função comissionada até 10.11.1997, para a pleiteada incorporação de quintos.Assim, merece reforma a sentença guerreada.Recurso conhecido e, no mérito, provido.Custas de lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, em atenção ao disposto no art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

11 - 2009.50.50.005880-4/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) OLIVIO VIEIRA (DEF.PUB: LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN.)x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª TURMA RECURSAL - GABINETE DO 1° JUIZ RELATOR

PROCESSO: 2009.50.50.005880-4/01

V O T O

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por Olívio Vieira contra ato jurisdicional da Juíza Federal do 1º JuizadoEspecial Federal do Espírito Santo que, entendendo pela ilegitimidade passiva da União Federal nas ações de fornecimentode medicamento e de tratamento médico pelo SUS, declinou da competência e determinou a remessa dos autos a regulardistribuição junto às Varas Cíveis da Comarca com abrangência sobre o Município onde o autor tem residência. Requer oimpetrante a concessão de medida liminar para que seja imediatamente incluída a União no pólo passivo da demanda,determinando o prosseguimento do feito no Juizado Especial Federal.

O MM. Juiz Relator indeferiu a liminar pleiteada (fls. 115/118) e, posteriormente, extinguiu o processo sem julgamento demérito, por entender que a decisão declinatória de competência proferida pelo Juízo a quo não se sujeita ao controle pelavia do mandado de segurança, visto não ser teratológica.

É o relatório do necessário. Passo a votar.

Com a devida vênia, divirjo do voto do MM. Juiz Relator.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluído daapreciação por esta via judicial.

In casu, ressalta-se a excepcionalidade do cabimento do Mandado de Segurança, em face de a parte autora não poderesperar a decisão de um possível conflito de competência, visto que o direito tutelado é o direito à saúde, que requerprovidência imediata.

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Quanto à legitimidade da União, nos termos do posicionamento consolidado dos Tribunais Superiores, conclui-se quedetém capacidade para ocupar o pólo passivo das ações em que se pleiteia a concessão de medicamentos e tratamento desaúde, tendo em vista que a Constituição Federal é expressa ao determinar que a Saúde é dever do Estado, não excluindodessa responsabilidade qualquer de seus entes, razão pela qual cabe também à União responder por tal tarefa.Precedentes do STF: AI 418.320, rel. Ministro Carlos Velloso; RE 259.415, rel. Ministro Sepúlvera Pertence; RE 198.263,rel. Ministro Sydney Sanches; RE 242.859, rel. Ministro Ilmar Galvão e RE 271.286-AgR, rel. Ministro Celso Melo e do STJ:AgRg no REsp 1065672/SC, Rel. Ministro Francisco Falcão, DJ 06/10/2008 e AgRg no Ag 886.974/SC, Rel. Ministro JoãoOtávio de Noronha, DJ 29/10/2007.

A Carta Política consagra o direito à saúde e o consequente inequívoco dever do Estado em garanti-la (art. 196, CRFB).Continua asseverando que as ações e serviços públicos de saúde constituem um sistema único, que tem como diretriz oatendimento integral (art. 196, CRFB).

O art. 196 da Constituição Federal garantiu a todos os cidadãos o direito à saúde, impondo a todos os entes federativos odever de preservá-la mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravose visem, ainda, ao acesso universal e igualitário de todos às ações e serviços adequados à promoção, proteção erecuperação da saúde.

Por sua vez, a Lei nº 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, aorganização e o funcionamento dos serviços correspondentes, determina que o Estado deve garantir a saúde a todos pormeio do Sistema Único de Saúde (SUS) que possui, dentre suas diversas atribuições, a competência de formular política demedicamentos, a fim de proporcionar tal assistência de forma integral e adequada. Merece, ainda, ser destacado o princípioda integralidade, previsto no artigo 7º, II, da Lei nº 8.080/90, que estabelece que a assistência à saúde deve serproporcionada por um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade.

Assim, é dever constitucional do Estado, em todas as suas instâncias (municipal, estadual e federal), proporcionaratendimento adequado em termos de saúde a todos os cidadãos, especialmente àqueles sem condições financeiras decustear o tratamento de suas enfermidades. O art. 2º da Lei nº 8.080/90, assenta que: "A saúde é um direito fundamentaldo ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício".

Da mesma forma, inexiste violação do princípio da legalidade insculpido no art. 37 da CRFB, uma vez que a própria cartaconstitucional, em seu art. 196, acolhe a pretensão autoral. Por seu turno, em casos como o dos presentes autos, em que aefetivação da tutela concedida está relacionada à preservação da saúde do indivíduo, a ponderação das normasconstitucionais deve privilegiar a proteção do bem maior que é a vida.

Nesse diapasão, entendo como solidária a responsabilidade dos entes políticos das três esferas da Federação.

Não tendo a parte autora condições financeiras de suportar o tratamento recomendado para o seu mal, cabe ao Estado(gênero) providenciar o suporte necessário a tanto, atendendo à exigência do art. 196 da CRFB.

Do exposto, CONCEDO A SEGURANÇA para incluir a União Federal no pólo passivo da demanda e determinar que, nostermos da legislação, das normas e convênios aplicados ao SUS, haja solidariedade entre os entes federativos: UniãoFederal, Estado do Espírito Santo e Município de Vitória.

Sem condenação em honorários.

É como voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – MEDICAMENTO – CABIMENTO – DECISÃO DECLINATÓRIA DE COMPETÊNCIA –JUSTIÇA ESTADUAL –– LEGITIMIDADE DA UNIÃO – CONCESSÃO DA SEGURANÇA.

1. Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pela parte autora contra ato jurisdicional da Juíza Federal do 1º JuizadoEspecial Federal que, entendendo pela ilegitimidade passiva da União Federal nas ações de fornecimento de medicamentoe de tratamento médico pelo SUS, declinou da competência para uma das Varas Cíveis da Comarca de abrangência sobreo Município onde o autor tem residência.2. Liminar indeferida pelo MM. Juiz Relator (fls. 115/118).3. O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independente de posterior produção de provas.4. In casu, ressalta-se a excepcionalidade do cabimento do Mandado de Segurança, em face de a parte autora não poderesperar a decisão de um possível conflito de competência, visto que o direito tutelado é o direito à saúde, que requerprovidência imediata.5. Quanto à legitimidade da União, nos termos do posicionamento consolidado dos Tribunais Superiores, conclui-se que

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detém capacidade para ocupar o pólo passivo das ações em que se pleiteia a concessão de medicamentos e tratamento desaúde, tendo em vista que a Constituição Federal é expressa ao determinar que a Saúde é dever do Estado, não excluindodessa responsabilidade qualquer de seus entes, razão pela qual cabe também à União responder por tal tarefa.4. A Carta Política consagra o direito à saúde e o consequente inequívoco dever do Estado em garanti-la (art. 196, CRFB).Continua asseverando que as ações e serviços públicos de saúde constituem um sistema único, que tem como diretriz oatendimento integral (art. 196, CRFB). Nesse diapasão, entendo como solidária a responsabilidade dos entes políticos dastrês esferas da Federação.6. Não tendo a parte autora condições financeiras de suportar o tratamento recomendado para o seu mal, cabe ao Estado(gênero) providenciar o suporte necessário a tanto, atendendo à exigência do art. 196 da CRFB.7. Segurança concedida.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto e ementa, quepassam a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

12 - 2007.50.50.008244-5/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x SORAYA BASSINI CHAMUN.Processo nº 2007.50.50.008244-5/01

Recorrente : UNIÃORecorrida : SORAYA BASSINI CHAMUN

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – INCORPORAÇÃO DE QUINTOS REFERENTES AO PERÍODO EM QUE HOUVE EXERCÍCIODE FUNÇÃO DE CONFIANÇA – A MP N. 2.225-45/2001, AO SE REFERIR AOS ARTS. 3º E 10 DA LEI N. 8.911/94,AUTORIZOU A INCORPORAÇÃO DOS QUINTOS OU DÉCIMOS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS,DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, NO PERÍODO DE 08.04.1998 A 04.09.2001 -JURISPRUDÊNCIA DO E. STJ - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, condenando a UNIÃO a incorporar mais 1/5 da função comissionada FC-02 nos vencimentos da parteautora, transformando-o em VPNI, com o pagamento dos valores atrasados. Em suas razões recursais, a recorrentesustenta que não há previsão na lei que garanta o direito à incorporação pleiteada, sendo que inexiste direito adquirido paratanto, destacando que a Administração Pública deve subordinar-se ao princípio da legalidade que norteia toda a atividadeadministrativa.Deveras, o artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90, dispunha que seria incorporado um quinto do valor correspondente àgratificação de confiança a cada ano de exercício na função de direção, chefia ou assessoramento, até o limite de cincoanos. Ocorre que, com a edição da Lei n.º 8.911/94, que regulamentou a instituição dos chamados quintos, critériosespecíficos foram definidos em seus artigos 3º e 10, tocantes à vantagem prevista no artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90.Todavia, a Medida Provisória n.º 1.595-14/97, convertida na Lei n.º 9.527/97, fez por afastar a incorporação daquelamodalidade de estipêndio, transformando a percepção do equivalente, que vinha sendo pago aos beneficiários, emvantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, a partir de 11.11.1997. Mais adiante, a Lei n.º 9.624/98 transformou,em décimos, as parcelas dos quintos incorporados entre 01.11.1995 e 10.11.1997.O E. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a Medida Provisória n. 2.225-45/01, ao se referiraos arts. 3º e 10 da Lei n. 8.911/94, autorizou a incorporação dos quintos ou décimos aos servidores públicos federais,decorrentes do exercício de funções de confiança, no período de 8.4.1998 a 4.9.2001 (AgRg no REsp 1.145.373/RS, Rel.Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, DJe 12.4.2010; AgRg no Ag 1.212.053/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,Quinta Turma, DJe 22.3.2010; AgRg no Ag 1.214.188/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 15.3.2010; AgRg noREsp 1.105.976/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 26.10.2009; MS 12.068/DF, Rel. Min.Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 22.10.2009).A parte autora provou o exercício da função comissionada FC-2 de 07.02.2000 a 31.03.2002, conforme certidão expedida

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pelo setor competente à fl. 10. Tem, portanto, direito adquirido de incorporar mais 1/5 da referida função comissionada emseus vencimentos.Assim, não merece reforma a sentença guerreada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação da parte recorrente em honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valorda condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, e por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

13 - 2009.50.50.006350-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: MARCOSJOSÉ MILAGRE.) x JEFERSON DA SILVA SEPULCRO.PODER JUDICIÁRIO - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª TURMA RECURSAL - GABINETE DO 1° JUIZ RELATOR

PROCESSO: 2009.50.50.006350-2/01

V O T O

Trata-se de recurso de medida de urgência interposto pelo Estado do Espírito Santo para que, conferindo efeito suspensivo,seja tornada sem efeito a decisão interlocutória que antecipou os efeitos da tutela jurisdicional nos autos do processooriginário de nº 2009.50.50.006350-2, que determinou que o recorrente fornecesse ao autor o medicamento Puran T4 (30comprimidos mensais) e fitas reagentes de glicemia capilar (90 fitas mensais). O Estado do Espírito Santo alega, emsíntese, a ausência de interesse de agir da parte autora e sua ilegitimidade passiva. Aduz que as fitas reagentes devem serfornecidas pelo Município de Cariacica.

Nos termos da decisão de fls. 68/70, o MM Juiz Relator suspendeu a parte da decisão impugnada que determinou aoEstado do Espírito Santo que iniciasse o fornecimento das fitas reagentes ao autor, entendendo que estas deveriam serfornecidas pelo Município de Cariacica.

Posteriormente, o Relator confirmou a liminar concedida.

É o relatório do necessário. Passo a votar.

Com a devida vênia, divirjo do voto do MM. Juiz Relator.

Inicialmente, merece ser rejeitada a preliminar de ausência de interesse de agir da parte autora, tendo em vista que ofornecimento dos medicamentos somente foi garantido com base em tutela deferida pelo Poder Judiciário, sendo que emmomento anterior a ela o fornecimento não estava se dando de forma regular, tornando, assim, a flagrante necessidade daprestação jurisdicional para que se efetive o fornecimento do mesmo, o que evidencia a existência de interesse de agir doautor, ora recorrido.

Quanto à preliminar de ilegitimidade passiva arguida pelo Estado do Espírito Santo, entendo pela sua legitimidade emfigurar no pólo passivo das ações de fornecimento de medicamento e de tratamento médico pelo SUS, pelas razões aseguir expostas.

A Carta Política consagra o direito à saúde e o consequente inequívoco dever do Estado em garanti-la (art. 196, CRFB).Continua asseverando que as ações e serviços públicos de saúde constituem um sistema único, que tem como diretriz oatendimento integral (art. 196, CRFB).

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Nesse diapasão, entendo como solidária a responsabilidade dos entes políticos das três esferas da Federação. Destarte,entendo irretocável o entendimento do julgador monocrático.

O art. 196 da Constituição Federal garantiu a todos os cidadãos o direito à saúde, impondo a todos os entes federativos odever de preservá-la mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravose visem, ainda, ao acesso universal e igualitário de todos às ações e serviços adequados à promoção, proteção erecuperação da saúde.Por sua vez, a Lei nº 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, aorganização e o funcionamento dos serviços correspondentes, determina que o Estado deve garantir a saúde a todos pormeio do Sistema Único de Saúde (SUS) que possui, dentre suas diversas atribuições, a competência de formular política demedicamentos, a fim de proporcionar tal assistência de forma integral e adequada. Merece, ainda, ser destacado o princípioda integralidade, previsto no artigo 7º, II, da Lei nº 8.080/90, que estabelece que a assistência à saúde deve serproporcionada por um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade.

Assim, é dever constitucional do Estado, em todas as suas instâncias (municipal, estadual e federal), proporcionaratendimento adequado em termos de saúde a todos os cidadãos, especialmente àqueles sem condições financeiras decustear o tratamento de suas enfermidades. O art. 2º da Lei nº 8.080/90, assenta que: "A saúde é um direito fundamentaldo ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício".

Da mesma forma, inexiste violação do princípio da legalidade insculpido no art. 37 da CRFB, uma vez que a própria cartaconstitucional, em seu art. 196, acolhe a pretensão autoral. Por seu turno, em casos como o dos presentes autos, em que aefetivação da tutela concedida está relacionada à preservação da saúde do indivíduo, a ponderação das normasconstitucionais deve privilegiar a proteção do bem maior que é a vida.

Quanto à determinação de antecipação da tutela deferida pela Juíza a quo, verifico que se encontram presentes osrequisitos elencados no artigo 273 do CPC. In casu, para deferir a antecipação de tutela nos autos do processo originário, aJuíza de piso analisou o laudo e o receituário médico, afirmando que o perigo de dano irreparável é claro, diante danecessidade urgente de tratamento, sob pena de agravamento do estado de saúde do autor.

A aplicação da regra do art. 273, § 2º do CPC requer a observância ao princípio da proporcionalidade, de forma que, diantede dois interesses em iminência de sofrerem dano irreparável, e sendo possível que a decisão contemple apenas um deles,cabe ao magistrado tutelar aquele mais relevante ou emergencial.

No caso dos autos, para atribuição de efeito suspensivo ao recurso interposto, no cotejo entre os danos decorrentes damanutenção ou não do decisum impugnado, é de se reconhecer o prejuízo maior à parte autora, cuja saúde poderá serafetada no caso de suspensão da tutela antecipada.

Portanto, resta irretocável o entendimento do julgador monocrático, considerando as repercussões negativas à vida e àsaúde da parte autora e o que pode ocorrer diante da demora na resolução do feito. Desta feita, não há qualquer motivopara suspender a liminar concedida.

Por todo exposto, CONHEÇO DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGO-LHE PROVIMENTO, conforme fundamentaçãosupra, devendo ser mantida a antecipação de tutela concedida pelo Juízo a quo.

Sem condenação em custas e honorários advocatícios.

Oficie-se ao juízo recorrido, com cópia da decisão desta Turma Recursal.

É como voto.

E M E N T AMEDIDA DE URGÊNCIA INTERPOSTA PELO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO EM FACE DE DECISÃO LIMINAR QUEDEFERIU A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, PARA DETERMINAR O FORNECIMENTO IMEDIATO DEMEDICAMENTOS PELO RECORRENTE – LAUDO MÉDICO E RECEITUÁRIO DEMONSTRANDO NECESSIDADE DOMEDICAMENTO – PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL E VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO DEMONSTRADOS -RECURSO NÃO PROVIDO

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO /MEDIDA DE URGÊNCIA, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

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91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

14 - 2007.50.50.010961-0/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x ZENITE MARIAGEGENHEIMER BREMENKAMP.Processo nº 2007.50.50.010961-0/01

Recorrente : UNIÃORecorrida : ZENITE MARIA GEGENHEIMER BREMENKAMP

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – INCORPORAÇÃO DE QUINTOS REFERENTES AO PERÍODO EM QUE HOUVE EXERCÍCIODE FUNÇÃO DE CONFIANÇA – A MP N. 2.225-45/2001, AO SE REFERIR AOS ARTS. 3º E 10 DA LEI N. 8.911/94,AUTORIZOU A INCORPORAÇÃO DOS QUINTOS OU DÉCIMOS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS,DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, NO PERÍODO DE 08.04.1998 A 04.09.2001 -JURISPRUDÊNCIA DO E. STJ - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, condenando a UNIÃO a incorporar 1/5 da função comissionada FC-05 nos vencimentos da parteautora, transformando-o em VPNI, com o pagamento dos valores atrasados. Em suas razões recursais, a recorrentesustenta que não há previsão na lei que garanta o direito à incorporação pleiteada, sendo que inexiste direito adquirido paratanto, destacando que a Administração Pública deve subordinar-se ao princípio da legalidade que norteia toda a atividadeadministrativa; frisa que, quanto ao pagamento dos valores atrasados, se deve observar o disposto no art. 169 da CR/88.Deveras, o artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90, dispunha que seria incorporado um quinto do valor correspondente àgratificação de confiança a cada ano de exercício na função de direção, chefia ou assessoramento, até o limite de cincoanos. Ocorre que, com a edição da Lei n.º 8.911/94, que regulamentou a instituição dos chamados quintos, critériosespecíficos foram definidos em seus artigos 3º e 10, tocantes à vantagem prevista no artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90.Todavia, a Medida Provisória n.º 1.595-14/97, convertida na Lei n.º 9.527/97, fez por afastar a incorporação daquelamodalidade de estipêndio, transformando a percepção do equivalente, que vinha sendo pago aos beneficiários, emvantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, a partir de 11.11.1997. Mais adiante, a Lei n.º 9.624/98 transformou,em décimos, as parcelas dos quintos incorporados entre 01.11.1995 e 10.11.1997.O E. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a Medida Provisória n. 2.225-45/01, ao se referiraos arts. 3º e 10 da Lei n. 8.911/94, autorizou a incorporação dos quintos ou décimos aos servidores públicos federais,decorrentes do exercício de funções de confiança, no período de 8.4.1998 a 4.9.2001 (AgRg no REsp 1.145.373/RS, Rel.Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, DJe 12.4.2010; AgRg no Ag 1.212.053/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,Quinta Turma, DJe 22.3.2010; AgRg no Ag 1.214.188/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 15.3.2010; AgRg noREsp 1.105.976/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 26.10.2009; MS 12.068/DF, Rel. Min.Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 22.10.2009).A parte autora provou o exercício da função comissionada FC-5 desde 09.10.1997, conforme certidão expedida pelo setorcompetente (fl. 08). Tem, portanto, direito adquirido de incorporar mais 1/5 da referida função comissionada em seusvencimentos.No mais, cumpre registrar que, nos juizados especiais federais, é dispensada prévia dotação orçamentária, o que afastaqualquer ofensa ao art. 169 da CR/88.Assim, não merece reforma a sentença guerreada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação da parte recorrente em honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valorda condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, e por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na

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forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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15 - 2009.50.50.002741-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) OSCAR LORENZUTTI (ADVOGADO: PRICILA CANDIDO LIMALEAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGROOLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.002741-8/01RECORRENTE: OSCAR LORENZUTTIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTAPREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL – DIB EM 2008 – AJUIZAMENTO EM 2009 - DECADÊNCIAAFASTADA –– NECESSIDADE DE AFERIÇÃO CONTÁBIL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇAANULADA – RETORNO DOS AUTOS AO JUIZADO DE ORIGEM PARA REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL.1. Recurso inominado contra sentença que reconheceu a decadência do pedido de revisão de renda mensal inicial debenefício previdenciário. A parte autora sustenta a inocorrência de decadência, tendo em vista que seu benefício somentefoi concedido em 2008. Requer a anulação da sentença e a reabertura da instrução processual.2. A Turma Regional de Uniformização, em sessão realizada em 29.06.2009, editou o enunciado nº 8 de sua súmula, nosseguintes termos: “Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefícioprevidenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 daLei nº 8.213/91”. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.3. No caso dos autos, todavia, o benefício foi deferido após 28.06.1997, não se aplicando o enunciado acima transcrito, massim o disposto no art. 103 da Lei 8213 / 91, que estipula em dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ouação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mêsseguinte ao do recebimento da primeira prestação.4. O recorrido busca a revisão da RMI de benefício deferido em 29.02.2008 (fl. 10), com data de início retroativa a26.02.2008, data do requerimento administrativo e ajuizou a presente ação em 22.04.2009 – antes, portanto, do transcursodo prazo decadencial de 10 anos, com observância ao disposto no art. 103 da Lei 8213/91.5. Decadência afastada.6. No mérito, a autora sustenta, em síntese, que os salários de contribuição que integraram o cálculo dosalário-de-benefício não foram corretamente reajustados, gerando incorreção no valor da renda mensal inicial. Requereu,assim, a revisão de sua renda mensal inicial.7. A sentença foi proferida liminarmente, reconhecendo a decadência. Citado para responder ao recurso, o INSS alegou: (1)inépcia da inicial, pela falta de causa de pedir corresponde ao pedido de revisão da renda mensal inicial; (2) falta deinteresse de agir, uma vez que o autor pretende a aplicação dos próprios índices oficiais, que já teriam sido aplicados naconcessão; (3) no mérito, sustenta a legalidade do fator previdenciário, bem como do art. 29 da Lei 8.213/91, queestabelece que a renda mensal inicial deve ser calculada sobre oitenta por cento dos maiores salários-de-contribuição.8. Rejeito as preliminares suscitadas pelo INSS. A parte autora requer a revisão da renda mensal inicial de seu benefício,sustentando, como causa de pedir, que o valor da prestação mensal fixada não corresponde ao valor das contribuiçõesvertidas ao sistema. Requereu, assim, a aferição de sua renda mensal inicial, verificando-se se os salários de contribuiçãoque integraram o cálculo do salário-de-benefício foram corretamente reajustados, segundo os índices legalmenteestabelecidos. Nesse sentido, rejeito a alegação de inépcia da inicial bem como de ausência de interesse de agir, uma vezque é legítima a pretensão veiculada na inicial, pois é possível, em tese, que haja equívoco no ato administrativo, inclusivequanto à aplicação dos índices legalmente previstos.9. O julgamento do pedido inicial, portanto, pressupõe a aferição contábil da correção da fixação da renda mensal inicial dobenefício da autora. Nesse sentido, o recurso deve ser provido, afastando-se a ocorrência da decadência, bem como deveser anulada a sentença, determinando-se o retorno dos autos ao Juizado de origem, para reabertura da instruçãoprocessual.10. Recurso conhecido e provido. Decadência afastada. Sentença anulada. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei9099/95).

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO ao recurso da parte autora, para AFASTAR ADECADÊNCIA, ANULAR A SENTENÇA e DETERMINAR A REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL na forma daementa, parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

16 - 2007.50.50.008408-9/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x ROBSON LUIZNASCIMENTO AMARAL.Processo nº 2007.50.50.008408-9/01

Recorrente : UNIÃORecorrido : ROBSON LUIZ NASCIMENTO AMARAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – INCORPORAÇÃO DE QUINTOS REFERENTES AO PERÍODO EM QUE HOUVE EXERCÍCIODE FUNÇÃO DE CONFIANÇA – A MP N. 2.225-45/2001, AO SE REFERIR AOS ARTS. 3º E 10 DA LEI N. 8.911/94,AUTORIZOU A INCORPORAÇÃO DOS QUINTOS OU DÉCIMOS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS,DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, NO PERÍODO DE 08.04.1998 A 04.09.2001 -JURISPRUDÊNCIA DO E. STJ - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, condenando a UNIÃO a incorporar mais 1/5 da função comissionada FC-05 nos vencimentos da parteautora, transformando-o em VPNI, com o pagamento dos valores atrasados. Em suas razões recursais, a recorrentesustenta que não há previsão na lei que garanta o direito à incorporação pleiteada, sendo que inexiste direito adquirido paratanto, destacando que a Administração Pública deve subordinar-se ao princípio da legalidade que norteia toda a atividadeadministrativa; frisa que, quanto ao pagamento dos valores atrasados, se deve observar o disposto no art. 169 da CR/88.Deveras, o artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90, dispunha que seria incorporado um quinto do valor correspondente àgratificação de confiança a cada ano de exercício na função de direção, chefia ou assessoramento, até o limite de cincoanos. Ocorre que, com a edição da Lei n.º 8.911/94, que regulamentou a instituição dos chamados quintos, critériosespecíficos foram definidos em seus artigos 3º e 10, tocantes à vantagem prevista no artigo 62, § 2º, da Lei n.º 8.112/90.Todavia, a Medida Provisória n.º 1.595-14/97, convertida na Lei n.º 9.527/97, fez por afastar a incorporação daquelamodalidade de estipêndio, transformando a percepção do equivalente, que vinha sendo pago aos beneficiários, emvantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, a partir de 11.11.1997. Mais adiante, a Lei n.º 9.624/98 transformou,em décimos, as parcelas dos quintos incorporados entre 01.11.1995 e 10.11.1997.O E. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a Medida Provisória n. 2.225-45/01, ao se referiraos arts. 3º e 10 da Lei n. 8.911/94, autorizou a incorporação dos quintos ou décimos aos servidores públicos federais,decorrentes do exercício de funções de confiança, no período de 8.4.1998 a 4.9.2001 (AgRg no REsp 1.145.373/RS, Rel.Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, DJe 12.4.2010; AgRg no Ag 1.212.053/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,Quinta Turma, DJe 22.3.2010; AgRg no Ag 1.214.188/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 15.3.2010; AgRg noREsp 1.105.976/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 26.10.2009; MS 12.068/DF, Rel. Min.Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 22.10.2009).A parte autora provou o exercício da função comissionada FC-5 desde 08.02.1999, conforme certidão expedida pelo setorcompetente. Tem, portanto, direito adquirido de incorporar mais 1/5 da referida função comissionada em seus vencimentos.No mais, cumpre registrar que, nos juizados especiais federais, é dispensada prévia dotação orçamentária, o que afastaqualquer ofensa ao art. 169 da CR/88.Assim, não merece reforma a sentença guerreada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação da parte recorrente em honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valorda condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, e por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

17 - 2009.50.50.005902-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ZILDA SOARES DEPIANTTI (ADVOGADO: SERGIO DESOUZA FREITAS, ROSEMERI FERREIRA SAMPAIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.005902-0/01.RECORRENTE: ZILDA SOARES DEPIANTTI.RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAPREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE REAJUSTE DE BENEFÍCIO – DECADÊNCIA – INOCORRÊNCIA – APLICAÇÃO DOSREAJUSTES PREVISTOS EM LEI – NECESSIDADE DE AFERIÇÃO CONTÁBIL - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –DECADÊNCIA AFASTADA – SENTENÇA ANULADA – RETORNO DOS AUTOS AO JUIZADO DE ORIGEM PARAREABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que pronunciou a decadência em face depedido de revisão de reajuste de benefício previdenciário. Sustenta o recorrente que inexiste decadência na hipótese dosautos e pleiteia o provimento do recurso, a fim de que seja anulada a sentença, e ao final seja condenado o INSS a revisaros reajustes aplicados ao seu benefício.2. O prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8213 / 91 para a revisão do ato de concessão dos benefíciosprevidenciários não se aplica às pretensões de revisão de reajustes concedidos pela autarquia previdenciária, que sesujeitam apenas à prescrição qüinqüenal – desde que não derivem da alteração da RMI. Incidência, na hipótese dos autos,da súmula 85 do STJ.3. Nesse sentido: A decadência de que trata o art. 103, caput da Lei 8.213/91 tem lugar somente para os casos de revisãodo ato de concessão dos benefícios previdenciários, notadamente recálculos de renda mensal inicial, sendo incabível aextensão desta regra para os pleitos de reajuste, tendo em vista a natureza sucessiva da relação, à qual se aplicatão-somente a prescrição qüinqüenal (TRF 2ª Região - AC 326409 - Processo 200251040012834/RJ - Data da decisão:04/08/2003 - Documento: TRF200104257).4. Decadência afastada.5. No mérito, a autora sustenta que seu benefício sofreu grande desvalorização e pleiteia, tão-somente, “seja condenado orequerido a proceder todos os reajustamentos na forma da lei, tomando-se por base os índices legais de elevação,reajustando o valor da pensão por morte da autora”. O julgamento do pedido inicial, portanto, pressupõe a aferição contábilda aplicação dos índices legais de reajuste ao benefício da autora.6. A sentença foi proferida liminarmente, reconhecendo a decadência. Citado para responder ao recurso, o INSS somentealegou, neste particular, que foram aplicados corretamente os índices de reajustamento previstos na legislação de regência,bem como que descabe a vinculação do valor do benefício ao salário-mínimo e a aplicação de índices diversos daquelesestabelecidos por lei. Não apresentou, todavia, planilha de cálculos que permitisse o julgamento do mérito em sederecursal, em aplicação analógica do art. 515, §3º. do CPC.7. Nesse sentido, o recurso deve ser provido, afastando-se a ocorrência da decadência, bem como deve ser anulada asentença, determinando-se O retorno dos autos ao Juizado de origem, para reabertura da instrução processual.8. Recurso conhecido e provido. Decadência afastada. Sentença anulada. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei 9099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO ao recurso da parte autora, para AFASTAR ADECADÊNCIA, ANULAR A SENTENÇA e DETERMINAR A REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL na forma da

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ementa, parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 2008.50.50.007501-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCUS TULIO MAZZEI FERREIRA (ADVOGADO:WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: IsabelaBoechat B. B. de Oliveira.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.007501-9/01.RECORRENTE: MARCUS TULIO MAZZEI FERREIRA.RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.EMENTAAPOSENTADORIA. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. ESTÁGIO REMUNERADO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃODE EMPREGO REVISÃO DE RENDA MENSAL. PRIMEIRO REAJUSTE SOBRE SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO SEMLIMITAÇÃO AO TETO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. REVISÃO DE RMI. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIAMANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedentes os pedidos da inicial de(a) averbação do período de estágio como tempo de serviço; e (b) revisão da renda mensal do benefício pela aplicação dosreajustes sobre o valor do salário-de-benefício, antes da limitação ao valor teto do salário-de-contribuição.2. Sustenta a parte autora: (a) que no período de 10.01.1973 a 31.12.1975 foi menor aprendiz, realizando cursoprofissionalizante em engenharia civil, em razão de convênio entre a Companhia Vale do Rio Doce e a Escola CentroTécnica da UFES, tendo inclusive sua CTPS anotada; e (b) que a base de cálculo dos reajustes de seu benefício deve ser ovalor da renda mensal inicial, antes da limitação ao teto.3. Deve ser mantida por seus próprios fundamentos, na forma do art. 46 da Lei 9.099/95, a sentença às 108 / 112, quejulgou improcedentes os pedidos, considerando, em suma: (a) que no período de 1973 a 1975 o autor era estagiário daCVRD, e não menor-aprendiz, não havendo relação de emprego, ainda que desvirtuada; e que (b) “o valor dosalário-de-benefício, porém, nunca pode ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição (art. 29, § 2º, da Lei nº8.213/91). A lei não tolera exceção a essa regra. Assim, quando a média aritmética dos salários-de-contribuição extrapola oteto do salário-de-contribuição na data de início do benefício previdenciário, o salário-de-benefício fica limitado a esse tetodo salário-de- contribuição. O resíduo correspondente à diferença entre a média aritmética dos salários-de-contribuição e oteto do salário-de-contribuição é, segundo a metodologia legal, desprezado. Não serve para justificar uma evolução paralelae latente da renda mensal a aguardar a elevação do teto, pois, para tanto, falta suporte legal.”4.Com efeito, em que pese a anotação da CTPS do autor na qualidade de estagiário, não restou comprovado orecolhimento de contribuições ao RGPS, na qualidade de segurado falcultativo. Nesse sentido:“Não há se confundir vínculo estabelecido para fins de estágio, cujo interesse é o aprendizado do bolsista, com a atividadeempregatícia, tendo em vista sua natureza diversa, que é a exploração da mão-de-obra. III - No que pese a Lei 5.890, de 08de junho de 1973, que alterou a Lei 3.807 de 26 de agosto de 1960, em seu artigo 2º, possibilitar que o estagiário figurecomo segurado, não o enquadra como segurado obrigatório, consoante os termos do seu artigo 5º. IV - O artigo 2º da Lei5.890/73 facultava ao estudante bolsista ou a qualquer outro que exercesse atividade remunerada, efetiva ou eventual, comou sem vínculo empregatício, a título precário ou não, inscrever-se no regime de previdência, como segurado facultativo.Para tanto, devia verter as contribuições inerentes ao sistema. V - O desempenho de estágio, mantido por meio de convêniofirmado entre Órgão Público e Universidade, não configura vínculo empregatício, sendo incabível o cômputo desse períodopara fins de aposentação, nos termos do art. 4º da Lei 6.494/77” (STJ, REsp 617.689, Quinta Turma, DJ 07.06.2004).5. Confira-se, por outro lado, a jurisprudência do STJ quanto ao pedido de revisão da renda mensal do benefício pelaaplicação dos reajustes sobre o valor do salário-de-benefício, antes da limitação ao valor teto do salário-de-contribuição:PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO. INCORPORAÇÃO DE COEFICIENTE EXCEDENTE NO PRIMEIRO REAJUSTE.PRETENSÃO FORA DO TÍTULO JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. MAJORAÇÃO NOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO.REPASSE AOS BENEFÍCIOS EM MANUTENÇÃO. DESCABIMENTO. 1. A aplicação do artigo 26 da Lei n. 8.870/1994limita-se aos benefícios cuja data de início esteja entre 5.4.1991 e 31.12.1993. 2. Com relação ao teto, as Turmas quecompõem a Terceira Seção desta Corte firmaram a compreensão de que o salário-de-benefício está sujeito ao limitemáximo na data de início do benefício, nos moldes do determinado pelos arts. 29, § 2º, e 33, ambos da Lei n. 8.213/1991, eque o artigo 26 da Lei n. 8.870/1994 não revogou os critérios estabelecedores de limites máximos para ossalários-de-benefício. 3. Inexiste previsão legal, ou no título judicial exequendo, de que os reajustes aplicados aossalários-de-contribuição sejam repassados aos salários-de-benefício, com repercussão nos benefícios em manutenção. 4.O processo executivo há de ater-se ao título judicial protegido pela eficácia preclusiva da coisa julgada, ex vi do artigo 467do Código de Processo Civil. 5. Recurso especial a que se nega provimento. (STJ, REsp 1.114.466, Quinta Turma, DJE07.12.2009).6. No julgamento do RE 564354, contudo, o STF sinalizou em sentido contrário. No voto condutor, da relatoria da MinistraCármen Lúcia Antunes Rocha, frisou-se que só após a definição do valor do benefício é que se aplica o limitador (teto). Ele

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não faz parte do cálculo do benefício a ser pago. Assim, se esse limite for alterado, ele é aplicado ao valor inicialmentecalculado. Segundo a ministra, não houve aplicação retroativa do disposto no artigo 14 da Emenda Constitucional. Nemaumento ou reajuste, apenas readequação dos valores percebidos ao novo teto. Em seu voto, ainda, o Ministro GilmarMendes concordou com a relatora e acrescentou que o teto é exterior ao cálculo do benefício. Não se trata mesmo dereajuste, apenas de uma readequação ao novo limite. Não fosse o teto e o aposentado teria direito a um valor superior.Ainda de acordo com o ministro Gilmar Mendes, o mesmo entendimento deve ser aplicado no caso da EmendaConstitucional 41/03, que elevou novamente o teto dos benefícios para R$ 2.400,00. Já o Ministro Marco Aurélio, quetambém acompanhou a ministra Cármen Lúcia, frisou que “não se muda a equação inicial”, mas apenas se altera o redutor.7. Nada obstante a matéria tenha índole constitucional, cabendo ao STF a última palavra sobre o tema, entendo prematurorealinhar de imediato o posicionamento ao fixado pelo STF. Primeiro porque a linha defendida pelo STJ sempre pareceu aeste magistrado a mais acertada. Após o cálculo da RMI, aplica-se o limitador do teto para a delimitação definitiva de seuvalor. Não foi intenção da lei em momento algum criar duas RMI’s: uma real, sofrendo a incidência do teto da previdência, eoutra virtual, que evoluiria conforme critérios de correção para, mais tarde, em caso de elevação do teto, surtir efeitos. Afixação da RMI constitui ato jurídico único, não se sujeitando a este tipo de revisão. Ademais, a posição fixada pelo STF,com a devida vênia, possui implicações práticas na atividade administrativa do INSS (que estaria obrigado a rever milhõesde benefícios sempre que o teto fosse elevado) e, indiretamente, na atividade jurisdicional (que seria abarrotada commilhões de ações sempre que o teto fosse elevado) incalculáveis. Não que isso seja argumento para negar direitos. Maisacima se defendeu a tese de que o direito não existe. Mas deve, sim, pesar na interpretação que o órgão jurisdicional deveemprestar às leis que regem a fixação da RMI.8. Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º. – II, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios fixados em R$50,00 (cinqüenta Reais), ficando sua execução suspensa, na forma do art. 12 da Lei1.060/50.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa, parteintegrante deste julgado.JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 2009.50.50.005000-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) IRENE GOMES ESTEVAM (ADVOGADO: SERGIO DE SOUZAFREITAS, FELIPE GUEDES STREIT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENABOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.005000-3/01.RECORRENTE: IRENE GOMES ESTEVAM.RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAPREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL E DE REAJUSTES APLICADOS AO BENEFÍCIO –DECADÊNCIA APENAS EM RELAÇÃO À REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL – REVISÃO DE REAJUSTES – IGP –DI–IMPROCEDÊNCIA – RECURSO NÃO PROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que pronunciou a decadência em face depedido de correção da renda mensal inicial, bem como de revisão dos reajustes aplicados ao benefício previdenciário.Sustenta o recorrente que inexiste decadência na hipótese dos autos.2. A Turma Regional de Uniformização, em sessão realizada em 29.06.2009, editou o enunciado nº 8 de sua súmula, nosseguintes termos: “Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefícioprevidenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 daLei nº 8.213/91”. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.3. No caso dos autos, todavia, o benefício foi deferido após 28.06.1997, não se aplicando o enunciado acima transcrito, massim o disposto no art. 103 da Lei 8213 / 91, que estipula em dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ouação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mêsseguinte ao do recebimento da primeira prestação.4. O recorrido busca a revisão da RMI de benefício deferido em 29.03.1999 (fl. 14), embora com data de início retroativa a09.03.1999, mas só veio a ajuizar a ação em 05.08.2009 – após, portanto, o transcurso do prazo decadencial de 10 anosprevisto no art. 103 da Lei 8213/91. Decadência configurada em relação à revisão da renda mensal inicial.5. Por outro lado, o prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8213 / 91, para a revisão do ato de concessão dosbenefícios previdenciários, não se aplica às pretensões de revisão de reajustes concedidos pela autarquia previdenciária,que se sujeitam apenas à prescrição qüinqüenal. Incidência, na hipótese dos autos, da súmula 85 do STJ.6. Nesse sentido: A decadência de que trata o art. 103, caput da Lei 8.213/91 tem lugar somente para os casos de revisãodo ato de concessão dos benefícios previdenciários, notadamente recálculos de renda mensal inicial, sendo incabível aextensão desta regra para os pleitos de reajuste, tendo em vista a natureza sucessiva da relação, à qual se aplicatão-somente a prescrição qüinqüenal (TRF 2ª Região - AC 326409 - Processo 200251040012834/RJ - Data da decisão:

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04/08/2003 - Documento: TRF200104257).7. Decadência afastada no que tange ao pedido de revisão de reajustes. No mérito, neste particular, a parte autora requer“a procedência do pedido de revisão do valor do benefício em razão da utilização de índices inferiores aos oficiais nos anosde 1999, 2000, 2001 e 2003”, sustentando, como causa de pedir, que “o INSS, amparado pela MP 1663-10 de 1998,empregou o Índice Geral de Preços (IGP-DI) nos meses de junho de 1999, 2000, 2001 e 2003, índice este que estavaabaixo do oficial para os meses em questão”.8. A matéria em questão já se encontra pacificada nesta Turma Recursal, nos termos do Enunciado nº. 26: “É inaplicável oíndice do IGP-DI nos reajustes dos benefícios previdenciários nos meses de junho de 1997, 1999, 2000 e 2001, por játerem sido feitos em observância ao § 4º do art. 201 da CF/88”. (DIO – Boletim da Justiça Federal, 04/04/06, pág. 48).Nesses termos, deve ser julgado improcedente o pedido de revisão dos reajustes aplicados ao benefício nos meses dejunho de 1999, 2000, 2001 e 2003, na forma do art. 269 – I do CPC.9. Recurso não provido. Extinção do feito com julgamento de mérito, com fundamento no artigo 269 do CPC, incisos I(quanto à revisão de reajustes) e IV (quanto à revisão da renda mensal inicial). Condenação da parte recorrente aopagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00, ficando a sua execução suspensa, na forma do art. 12 da Lei1060 / 50. Sem custas (art. 4º II – Lei 9289 / 96).ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa queintegra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

20 - 2007.50.54.000914-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos FigueredoMarçal.) x ANTÔNIA MARQUES VERLI (ADVOGADO: ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO, ROBNEI BATISTA DEBARROS.).Processo nº 2007.50.54.00914-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ANTÔNIA MARQUES VERLI

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO – ATIVIDADE RURAL –CASAMENTO CELEBRADO EM LOCAL DIVERSO DO LOCAL DE FILIAÇÃO DO SINDICATO PROFISSIONAL –DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS EM CONSONÂNCIA COM O INÍCIO DE PROVA MATERIAL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face da r. sentençaque julgou parcialmente procedente o pedido inicial para reconhecer o período laborado no meio rural, em regime deeconomia familiar, do dia 28/04/1973 ao dia 30/07/1975 e do dia 01/09/1977 ao dia 31/03/1989, totalizando 13 anos, 10meses e 02 dias, indeferindo, contudo, o pleito de aposentadoria por tempo de contribuição, pois a autora não atingiu otempo mínimo necessário à concessão da mesma.2. Em suas razões recursais, requer o recorrente seja excluído da condenação o período de 28/04/1973 a 30/07/1975, porausência de prova do exercício de atividade rural no período anterior a setembro de 1977. Afirma que o casamento daautora foi realizado no Município de Céu Aberto, no Estado do Paraná, em 28/04/1973; que o vínculo urbano do cônjuge daautora (de 01/08/1975 a 30/08/1977) foi mantido com o Município de São Miguel do Iguaçu, também localizado no oeste doParaná e que tais documentos permitem concluir que a autora e seu cônjuge viveram no Estado do Paraná ao menos entre28/04/1973 e 30/08/1977, pois não seria razoável conceber que o referido cônjuge teria se deslocado quase 2.000 Kmapenas para se filiar ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mantena/MG, em 01/04/1974. Destaca que a declaraçãoemitida pelo Sindicado dos Trabalhadores Rurais (fl. 17) não contempla o período anterior a setembro de 1977, tampoucoas testemunhas ouvidas em juízo conheciam a autora naquele tempo, razão pela qual requer seja afastada a condenaçãoao reconhecimento de tal período como atividade rural.3. A circunstância de o casamento da autora ter sido realizado no Estado do Paraná, desacompanhada de outroselementos, não evidencia que, a partir do referido evento, houve fixação de domicílico no referido Estado.4. Note-se que o juízo de origem não reconheceu o exercício da atividade rural durante o período de 01/08/1975 a30/08/1977, laborado pelo marido da autora na Prefeitura de São Miguel do Iguaçu, pois as testemunhas nada souberaminformar sobre o mesmo, tampouco sobre a existência do referido vínculo. Afirmaram, contudo, que a autora sempretrabalhou como meeira, juntamente com seu marido, desde o casamento, até a sua contratação pela Prefeitura de ÁguaDoce do Norte-ES, o que é suficiente para respaldar o início de prova material existente nos autos.

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5. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, o que faço com base no art. 46 da Lei 9.099/95, aplicávelsubsidiariamente aos Juizados Especiais Federais.6. Recurso conhecido e improvido.7. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10% dovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

21 - 2008.50.51.002017-9/01 GENÉSIO FERREIRA DE ALMEIDA x GENÉSIO FERREIRA DE ALMEIDA JUNIOR(ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA, JOSE DE OLIVEIRA GOMES, JOSÉ NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).Processo nº 2008.50.51.002017-9/01

Recorrente : GENÉSIO FERREIRA DE ALMEIDA E OUTRORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL – INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE SEGURADO ESPECIAL. EXISTÊNCIA DEREQUISITOS DA PENSÃO POR MORTE. CONFIGURAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. INÍCIO DEPROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA OS DOCUMENTOS JUNTADOS AOS AUTOS. SENTENÇAREFORMADA. RECURSO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença proferida pelo juiz a quo, que julgouimprocedente a pretensão externada na inicial desta ação. Em suas razões recursais, alegam os recorrentes que têm direitoao benefício de pensão por morte pelo fato de terem juntado, aos autos, documentos comprobatórios da condição desegurado especial da segurada falecida.O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.312/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija a qualidade desegurado como requisito para a pensão por morte. Destarte, para que a recorrente fizesse jus ao benefício pleiteado, serianecessário comprovar a qualidade de segurado (in casu, especial) de seu cônjuge.Contata-se que restou controversa, após o pronunciamento da decisão objeto de recurso, somente a qualidade de seguradaespecial do cônjuge do primeiro recorrente e mãe do segundo, motivo pelo qual este Colegiado restringe-se a analisar estemérito.A Lei n. 8.213/1991 considera segurado especial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçamsuas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelomenos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91.Com a devida vênia, em entendimento contrário ao adotado pelo juiz a quo na lide em questão, vislumbro ser possível, sim,extrair, dos autos, documentos que comprovem o início de prova material requerido pela legislação previdenciária. Issoporque o enquadramento da recorrida como segurada especial encontra, sim, fundamento nos documentos acostados aosautos às fls. 11 e 12. Tais provas, ainda que não comprovem documentalmente o efetivo exercício da atividade rural parasubsistência durante todo o período requisitado, trazem fortes indícios da veracidade de tal feito, justificando o início daprova material. De maneira complementar, estas provas são corroboradas satisfatória e robustamente pelos depoimentosobtidos por prova testemunhal, os quais, sem contradição, confirmaram a profissão da autora como trabalhadora rural àépoca de cumprimento da carência.É oportuna a reprodução da Súmula nº 6 da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs, segundo a qual: "A certidão decasamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável deprova material da atividade rurícola".Pelo exposto, DÁ-SE PROCEDÊNCIA À PRETENSÃO EXTERNADA NA INICIAL DESTA AÇÃO, determinando que o INSSproceda à implantação do benefício de pensão por morte no valor de um salário mínimo, com DIB fixada na data do

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ajuizamento desta ação, em 28.01.2008. O benefício deverá ser implantado no prazo de trinta dias, contados da intimaçãodeste julgado, devendo ser comprovado, no prazo de dez dias, após a implantação. Deverá o INSS, ainda, pagar asparcelas vencidas, corrigidas monetariamente, respeitada a prescrição quinquenal, acrescido de juros de mora de 1% (umpor cento) ao mês, desde a citação até 30/06/2009 (data da vigência da Lei 11.960/2009), e, a partir dessa data, aplicam-seos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Destaca-se, quanto à não liquidezdeste decisum, o fato de que o réu possui maiores condições e facilidades na elaboração dos discriminativos dos valoresem questão, já que é detentor dos elementos de cálculos. Tal posicionamento coaduna-se com o entendimentoconsubstanciado no Enunciado nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro.Desta feita, após a apuração administrativa dos valores em comento, a ser considerada como obrigação de fazer, na formado art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o requisitório adequado.Recurso ao qual se dá provimento. Sentença reformada.Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força do art.55 da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constantedos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

22 - 2007.50.50.010198-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x CREUSA MARIA LEAL (ADVOGADO: ROBERTO AMON BASTOS.).23 - 2008.50.50.004142-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.) x ACYR NEVES (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.).Processo nº 2008.50.50.004142-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ACYR NEVES

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE AVERVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO– SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO - PERÍODO DE CARÊNCIA – POSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença quejulgou procedente o pedido formulado na inicial para condenar o INSS a conceder o benefício de aposentadoria por idadeao autor, a partir de 04/10/2007, data do requerimento administrativo.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que o tempo de serviço militar é computado como tempo de contribuição,mas não para carência, tanto assim que o art. 24 do Decreto 3.048/99 indica expressamente quais os períodos decontribuição fictícios que serão computados para carência, não estabelecendo como tal o serviço militar.3. O tempo de serviço militar, além de expressamente computar como tempo de serviço/contribuição, nos termos do artigo55, I, da Lei 8.213/91, e artigo 60, IV, do Decreto 3.048/99, também deve ser considerado para fins de carência.4. Inexiste vedação no ordenamento jurídico no sentido de que o tempo de serviço militar não possa ser considerado parafins de carência, não sendo razoável, como observou o juízo de origem, que o autor sofra prejuízo de ordem previdenciáriadecorrente da não contagem para fins de carência do período em que esteve servindo a Pátria.5. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, o que faço com base no art. 46 da Lei 9.099/95, aplicávelsubsidiariamente aos Juizados Especiais Federais.6. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10% dovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

24 - 2008.50.50.001320-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRALVIEIRA.) x LUZIA TINELLI SOUZA (ADVOGADO: VINICIUS FIRMO DE ABREU POLONINI.).EMENTA

APOSENTADORIA POR IDADE. AUTORA APOSENTADA EM REGIME PRÓPRIO DA PREFEITURA. PROIBIÇÃO DECONTAR PARA UM SISTEMA, O TEMPO UTILIZADO PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR OUTRO. ART.96, III DA LEI 8.213 / 91. RECURSO DO INSS PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO INICIAL. SEMCUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (ART. 55 DA LEI 9099/55).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra estejulgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

25 - 2008.50.53.000172-5/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: RODRIGO SALES DOS SANTOS.) x LÚCIOMAURO PEROBA DOS REIS - ME (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA, CARLOS AUGUSTO JENIER, CRISTIANOTEIXEIRA PASSOS.) x MARA RÚBIA BERTAZO (ADVOGADO: GLAUCO BARBOSA DOS REIS.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL - PROTESTO INDEVIDO DO NOME DA AUTORA - RESPONSABILIDADE DA CEF –CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado interposto pela CEF em face da sentença de fls. 66/69, que julgou procedente o pedido dedeclaração de nulidade das duplicatas emitidas em nome da autora, e indenização por dano moral, em decorrência deprotesto indevido, com a condenação da recorrente ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Aduz, preliminarmente,a ilegitimidade passiva, posto que não manteve nenhuma relação contratual com a autora. Aduz, ainda, que não restouconfigurado nenhum fato que ensejasse indenização por dano moral. Ademais, afirma que a operação bancária, conhecidacomo desconto de duplicatas/títulos, é comum, e foi realizada de boa-fé, não havendo nenhuma responsabilidade darecorrente.A duplicata é um título de crédito que decorre de uma compra e venda mercantil a prazo, que exige o aceite do sacado a fimde vincular-lhe à obrigação. Se não estiver presente o aceite, a duplicata tem que estar acompanhada de documentoscomprobatórios, como a nota fiscal. Nos presentes autos, a CEF assumiu o risco da operação de desconto de duplicatasquando recebeu o título por endosso sem o aceite e sem os devidos documentos que comprovariam a compra e vendamercantil. Desse modo, a CEF não deveria ter realizado o protesto em nome da parte autora, face à inexistência daobrigação desta para com o emitente.A tese aventada pela CEF, de que não há qualquer fato nos autos que enseje indenização por dano moral, não mereceprosperar. Não houve comprovação da origem das duplicatas em questão, além disso, restou comprovada a irregularidadeda emissão e do protesto das mesmas. Logo, a parte autora deve ser indenizada pelos danos experimentados.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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26 - 2008.50.50.002847-9/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO.) x JOSÉ ELIAS DOSSANTOS.EMENTA

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. AUTOR POSSUI DOIS VÍNCULOS ANOTADOS NA CTPS. PRIMEIRO VÍNCULO DEEMPREGO (22.05.1962 A 13.09.1970) E OPÇÃO PELO REGIME DO FGTS NA VIGÊNCIA DA LEI 5.107/66. PRESUNÇÃODE APLICAÇÃO DA TAXA PROGRESSIVA DE JUROS. LESÃO AO DIREITO: ÔNUS DA PROVA QUE CABE AO AUTOR.SEGUNDO VÍNCULO (14.05.1970 A 05.11.1981). AUSÊNCIA DE PEDIDO EXPRESSO NA INICIAL. OPÇÃO PELOREGIME DO FGTS APÓS A ENTRADA EM VIGOR DA LEI 5707/71 E SEM REFERÊNCIA À RETROATIVIDADEPREVISTA NA LEI 5958/73. RECURSO INTERPOSTO PELA CEF PROVIDO, PARA JULGAR IMPROCEDENTE OPEDIDO INICIAL. SEM CONDENAÇÃO EM CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (ART. 55 DA LEI 9.099/95)

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela CEF, na forma daementa que integra este julgado.

27 - 2008.50.50.001136-4/01 MARIA DE LOURDES GONÇALVES (ADVOGADO: ROBERTO CARLOS GONCALVES.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS x OS MESMOS.EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO QUANTO À FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EMBARGOSACOLHIDOS.1. Recurso da parte autora e do INSS em face da sentença que julgou improcedente pedido de aposentadoria por invalideze procedente o pedido de restabelecimento do auxílio-doença, desde a cessação administrativa (31.03.2003) até a data doúltimo laudo particular apresentado pela autora (17.09.2007). O recurso do INSS não foi provido; o recurso da parte autorafoi parcialmente provido para condenar o INSS ao pagamento do auxílio-doença a partir de 31.03.2003, sem a limitaçãotemporal da cessação do benefício. Sustenta a autora que o acórdão foi omisso, obscuro ou contraditório em relação àcondenação do INSS em honorários advocatícios, conforme prevê o artigo 55 da Lei 9.099/95.2. Verifico a omissão. Havendo recursos de ambas as partes, em cada recurso deveria o tema dos honorários ter sidodecidido. Contudo, não foi o que ocorreu. A menção à ausência de condenação em honorários se refere exclusivamente aorecurso do autor, pois houve sucumbência recíproca. Contudo, no recurso interposto pelo INSS foi o recorrente inteiramentevencido, razão pela qual deve ser condenado em honorários, que ora fixo em 10 % sobre o valor da condenação.3. Embargos acolhidos, nos termos da fundamentação acima exposta. Sem custas e honorários advocatícios.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo ACOLHER os embargos de declaração, na forma da ementa queintegra este julgado.

28 - 2005.50.52.000624-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.) x LEOMAR DO ANJOS (REPRESENTADO POR LAERTE DOS ANJOS).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO – INCONFORMISMO – EMBARGOSREJEITADOS.1. O acórdão embargado manteve a sentença de procedência de pedido de benefício assistencial. Sustenta o INSS que oacórdão embargado é contraditório, uma vez que, em um momento, considera o autor como membro da família (art. 16, IIda Lei 8.213/91), mas num segundo momento, entende que o autor não integra o grupo familiar de sua irmã e exclui arenda de sua irmã do cômputo da renda do autor.2. O INSS parece confundir o conceito de grupo familiar, nos termos do que prevê os artigos 20, § 1.º da Lei 8.742/93 e 16da Lei 8.213/91. O acórdão embargado esclareceu que o autor, absolutamente incapaz, reside com a sua irmã, cunhado,sobrinho e irmão (16 anos). Nos termos do que a legislação prevê, somente o irmão do autor comporia o seu grupo familiar;como nenhum dos dois aufere qualquer rendimento, a renda do autor é inexistente, portanto, faz jus ao recebimento debenefício assistencial.3. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal.4. Embargos rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

29 - 2008.50.52.000529-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.) x JOSE DIAS DO NASCIMENTO (ADVOGADO: JOSE OLIVEIRA DE SOUZA.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE NO JULGADO – INCONFORMISMO –EMBARGOS REJEITADOS.

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1. O acórdão embargado deu provimento ao recurso do INSS e julgou improcedente o pedido de benefício assistencial, sobos seguintes fundamentos: a proteção legal prevista no Estatuto do Idoso não pode ser estendida à esposa do autor, poisnão é idosa e pela não configuração da situação de miserabilidade. Sustenta o autor que o acórdão recorrido é obscuro,uma vez que afirmou que a sua esposa não é idosa, quando, na verdade, já o é, uma vez que tem 60 anos de idade, nostermos do artigo 1.º da Lei 10.741/2003.2. O art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) assim dispõe: "Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco)anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefíciomensal de 1 (um) salário mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. Parágrafo único. O benefício jáconcedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiarper capita a que se refere a LOAS" (grifo nosso). Portanto, idoso, para fins de concessão do benefício assistencial, é apessoa que tenha 65 anos de idade ou mais. Não há qualquer obscuridade a ser sanada. A via dos embargos não éadequada para a manifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal.3. Ademais, os presentes embargos têm fins exclusivos de pré-questionamento. A simples oposição de embargosdeclaratórios já é suficiente para o prequestionamento da matéria. Nesse sentido:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA PORINVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DEDECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS. 1. O acórdão decidiu a questão de forma clara ebem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente. Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquerdos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração, uma vez que o julgador não está obrigado aanalisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específico fim de satisfazer ao prequestionamento. 2. OSupremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequestionada amatéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados. (TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).4. Embargos rejeitados. Sem condenação em custas e honorários. Oportunamente, remetam-se os autos ao Presidente daTurma Recursal para o exame de admissibilidade do incidente de uniformização (fls. 91/101) apresentado pela parte autora.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

30 - 2007.50.50.007436-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x SEBASTIAO RODRIGUES MOÇO (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – ALEGAÇÃO DENULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE – EMBARGOS REJEITADOS.1. Insurge-se o embargante contra acórdão que acolheu o recurso do INSS e julgou improcedente o pedido inicial. Alegaque a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para o julgamento do recurso inominado interposto, nãotendo se manifestado a Turma Recursal acerca da afronta aos artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da CF.2. Nos termos da Portaria nº 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do Espírito Santo, a intimação da pauta da sessãode julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos onde houver interesse do Ministério PúblicoFederal”.3. A Defensoria Pública da União alega nulidade do acórdão por ausência de intimação pessoal da pauta de julgamento. Oart. 44 - I da LC 80/94, de fato, prevê a intimação pessoal como prerrogativa dos membros da Defensoria Pública.Entretanto, a alegação de nulidade vem desacompanhada de demonstração de prejuízo. Em princípio, a ausência deintimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída de sentido prático, umavez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundo art. 249, § 1º, doCPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.4. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal. Nulidade alegada que não se reconhece.Embargos rejeitados.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

31 - 2008.50.53.000731-4/01 MARCOS ARCISO VESCOVI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTEMPESTIVIDADE – OMISSÃO INEXISTENTE – EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão embargado – que negou provimento ao recurso interposto pela parte autora, mantendo a sentença que julgouimprocedente o pedido de revisão de aposentadoria por invalidez pela aplicação do art. 29, §5º da Lei nº 8.213/91 –enfrentou as razões recursais formuladas pelo autor às fls. 40/52, conforme se depreende da ementa de fls. 65/66.2. Embargos com fins de prequestionamento, em que o autor requer a manifestação da Turma acerca do art. 5º, XXXVI, daCF, e se insurge contra o indeferimento do pedido de suspensão do processo, na sistemática da repercussão geral.3. Conforme certidão de fl. 107, os presentes embargos, a despeito de enviados inicialmente dentro do prazo, via fax

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(enviado em 15/10/2010), foram apresentados com conteúdo diverso daquele constante da petição de fls. 100/106, e deforma intempestiva, já que o acórdão embargado foi publicado em 11/10/2010 (fl. 67), e a petição de fls. 100/106 somentefoi apresentada em 19/10/2010.4. Ainda que assim não fosse, não assistiria razão ao embargante. No que diz respeito à repercussão geral, inexistequalquer omissão a ser sanada, sendo a via dos embargos inadequada para a manifestação de inconformismo com o querestou decidido pela Turma Recursal.5. Quanto à suposta ofensa a dispositivo constitucional, a simples oposição de embargos declaratórios é suficiente para oprequestionamento da matéria. Nesse sentido:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA PORINVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DEDECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS. 1. O acórdão decidiu a questão de forma clara ebem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente. Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquerdos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração, uma vez que o julgador não está obrigado aanalisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específico fim de satisfazer ao prequestionamento. 2. OSupremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequestionada amatéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados. (TNU, Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal200663050009638, Rel. Juiz Federal Otávio Henrique Martins Port, Fonte DJ 08/01/2010).6. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários advocatícios.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementa queintegra este julgado.

32 - 2008.50.50.009135-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x CARLOS ANTONIO COZER (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI.).EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que negou provimento ao recurso interposto pelaautarquia previdenciária, mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de revisãodo benefício de auxílio-doença/aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99, pela aplicação do art. 29, §5º, daLei 8.213/91.2. Alega o INSS que o acórdão recorrido padece de omissão, uma vez que não poderia a Turma Recursal decidir com baseno art. 46 da Lei nº 9.099/95, sob pena de afronta ao art. 93, IX da CF.3. A sentença de primeiro grau restou suficientemente fundamentada, tendo a Turma Recursal, por meio do acórdão de fl.72, mantido a referida decisão, por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei nº 9.099/95, segundo o qual “ojulgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucintae parte dispositiva”, sendo que “se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento serviráde acórdão”. Dessa forma, tendo o acórdão embargado mantido a sentença, com base no referido permissivo legal,descabida a alegação de omissão. O art. 46 da Lei 9099 / 95 tem apoio nos princípios da celeridade e economiaprocessual, sem arranhar os princípios do contraditório e da ampla defesa. Trata-se tão somente de mecanismo deintegração de fundamentação.4. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos daementa que integra o presente julgado.

33 - 2007.50.50.011422-7/01 ARLINDO RANGEL (ADVOGADO: FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO,ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL OU CONTRADIÇÃO – MEROINCONFORMISMO – VIA INADEQUADA – EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão embargado deu provimento ao recurso da parte autora para anular a segunda sentença proferida nospresentes autos (fls. 164/169), em detrimento do trânsito em julgado da primeira sentença (fls. 136/142). Determinou, ainda,o retorno dos autos ao juízo de origem para cumprimento da primeira sentença. Sustenta o INSS que o acórdão padece deerro material e contradição, pois a primeira sentença não transitou em julgado e, portanto, seria possível a recepção dorequerimento de fls. 143/144 como embargos de declaração ou, até mesmo, a correção “de ofício” dos erros materiais.2. A sentença de fls. 136/142 realmente transitou em julgado. O artigo 42 da Lei 9.099/95 dispõe que: “O recurso seráinterposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e opedido do recorrente” (grifo nosso). Pois bem, a parte autora foi intimada da sentença, por publicação, em 13.06.2008 (fls.

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142, verso); o INSS, por sua vez, foi intimado pessoalmente da sentença em 02.07.2008 (fl. 153). A partir dessa data, oprazo para interposição de recurso começou a correr e a sentença efetivamente transitou em julgado em 14.07.2008. OINSS só apresentou manifestação (fls. 143/152) em 25.07.2008.3. Esclareça-se, finalmente, que o prazo do INSS não se conta a partir da juntada do mandado, pois a Lei 9099 / 95 previu,especificamente, que o prazo de recurso se conta da ciência da sentença, que se deu de forma pessoal em 02.07.2008,conforme prescreve o artigo 8.º, § 1.º da Lei 10.259/01. As regras do CPC só se aplicam aos juizados de forma subsidiária(o que pressupõe ausência de previsão expressa da lei especial) e quando forem compatíveis com os princípios do juizado,o que não é o caso. Há previsão expressa em sentido diverso e a especificidade tem por objetivo atender ao princípio daceleridade. Os precedentes do STJ que em casos de intimação pessoal de procuradores federais (ex.: AgRg no AgRg noREsp 765608) não se referem a casos de processos em curso perante os juizados especiais.3. Inexistência de erro material ou contradição, pois esta questão já foi devidamente tratada e analisada no acórdãoembargado. Ademais, a via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restoudecidido pela Turma Recursal.4. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários advocatícios.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementa queintegra este julgado.

34 - 2008.50.50.000710-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDE DEZANEMARIANI.) x ORLY SILVA DE SOUZA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L.RAMACCIOTTI.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO INEXISTENTE – EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão embargado – que deu parcial provimento ao recurso interposto pelo INSS – enfrentou as razões recursaisformuladas às fls. 152/157, conforme se depreende do voto de fls. 171/180 e ementa de fl. 182.2. A fundamentação dos embargos se limita a mencionar que o acórdão não enfrentou a questão sob o prismaconstitucional, não tendo se manifestado acerca dos artigos 5º, 37, 40, 61 e 169, §1º. Inexistência de qualquer omissão aser sanada. A referência a dispositivos de texto legal não é essencial à caracterização da omissão se a fundamentaçãocomo um todo discute todos os pontos questionados de fato e de direito.3. Ademais, a simples oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequestionamento da matéria. Nessesentido:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA PORINVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DEDECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS. 1. O acórdão decidiu a questão de forma clara ebem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente. Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquerdos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração, uma vez que o julgador não está obrigado aanalisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específico fim de satisfazer ao prequestionamento. 2. OSupremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequestionada amatéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados. (TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).4. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários advocatícios.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementa queintegra este julgado.

35 - 2006.50.50.004899-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.) x EDINHO MOREIRA XAVIER (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARCIAL E TEMPORÁRIA PARA ATIVIDADE HABITUAL.INCAPACIDADE PREEXISTENTE À QUALIDADE DE SEGURADA. RECURSO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão do benefícioprevidenciário de auxílio-doença. Sustenta a autarquia previdenciária, em suas razões recursais, que o autor não faz jus aobenefício pleiteado, pois sua incapacidade é preexistente ao reingresso no Regime Geral de Previdência Social. Semcontrarrazões.2. O laudo pericial de fls. 26/27 atesta que o autor é portador de seqüela de traumatismo crânio-encefálico, “conseqüente dequeda de cima de uma laje”, reconhecendo a existência de incapacidade parcial e definitiva. Intimado a prestaresclarecimentos, o perito do juízo afirmou que “tudo indica” que a incapacidade já existia no momento da operação a que sesubmeteu o autor em 02.04.2003 (fl. 180).3. Assim, considerando-se que o último vínculo empregatício do autor se deu em 09/1997, conforme CNIS de fl. 32, a perdada qualidade de segurado se deu em 10/1998, após o período de graça previsto no artigo 15 da Lei 8.213/91. Tendo emvista que a incapacidade já existia em 2003, e que o reingresso do autor no Regime Geral de Previdência Social, comocontribuinte individual, ocorreu em setembro de 2004, tendo contribuído até agosto de 2005, incabível a concessão do

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benefício de auxílio-doença, nos termos do art. 59, parágrafo único, da Lei 8.213/91:

Art. 59, Parágrafo único – Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Socialjá portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando da incapacidade sobrevier pormotivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

4. Ressalta-se que a lei fala em “filiar-se” ao RGPS, que pode representar tanto o ingresso quanto o reingresso. A lei serefere ao gênero (filiação), que por certo engloba as duas espécies (ingresso e reingresso). Assim sendo, em razão de aincapacidade do autor ter se consolidado quando este não mais detinha a qualidade de segurado, bem como considerandoque o autor reingressou no sistema já portador de incapacidade, não faz jus ao benefício de auxílio-doença requerido.

5. No mesmo sentido já se manifestou a jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE PREEXISTENTE AOREINGRESSO. CARÊNCIA. - Satisfeitos os requisitos legais previstos no artigo 42 da Lei n° 8.213/91 - q uais sejam,qualidade de segurado, incapacidade e cumprimento do período de carência (12 meses) - seria de rigor, em tese, aconcessão da aposentadoria por invalidez. - A comprovação da preexistência de incapacidade ao reingresso à Previdênciainviabiliza, no caso, a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez e de auxílio-doença. - Beneficiária daassistência judiciária gratuita, descabe a condenação da parte autora ao pagamento da verba honorária e custasprocessuais. Precedentes da Terceira Seção desta Corte. - Incabívela condenação em honorários periciais, vez querealizada a perícia por perito integrante do IMESC, órgão oficial. - Apelação a que se dá provimento para reformar asentença e julgar improcedente o pedido (AC 1434874 – Des. Rel. Therezinha Cazerta – 8ª Turma – TRF3 – DJe:24/11/2009 – grifo nosso).

PEVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO. PERDA. REINGRESSO. DOENÇAPREEXISTENTE. AÇÃO IMPROCEDENTE. Restando comprovado nos autos que a incapacidade laborativa da autoraremonta a época em que já não mais ostentava a qualidade de segurada, e que a sua nova filiação ao RGPS ocorreu apóso evento incapacitante, deve ser reformada a sentença para julgar improcedente a ação (AC 200572150005688 – Des. Rel.João Batista Pinto Silveira – 6ª Turma – TRF4 – Dje: 31/07/2007 – grifo nosso).6. Recurso do INSS conhecido e provido, para reformar a sentença, julgando improcedente o pedido de auxílio-doença.Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9.099/95).

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, na forma daementa que integra este julgado.

36 - 2008.50.53.000538-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.) x JOSUE VITO DIAS (ADVOGADO: ANA PAULA SANTOS, CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. PERITO APENAS RATIFICOU AS CONCLUSÕES DE PERÍCIA ANTERIOR. AUSÊNCIA DEINTIMAÇÃO. INSS NÃO DEMONSTROU PREJUÍZO. NULIDADE NÃO RECONHECIDA. INCAPACIDADE PARA OEXERCÍCIO DA ATIVIDADE HABITUAL. AUXÍLIO-DOENÇA. DIB ALTERADA PARA DATA DA CESSAÇÃO DO VÍNCULODE EMPREGO DO AUTOR. RECURSO DO INSS PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Trata de recurso interposto pela autarquia previdenciária em face de sentença que julgou procedente o pedido derestabelecimento do benefício de auxílio-doença – DIB em 22/07/08 – e conversão em aposentadoria por invalidez – DIBem 02/02/09. Em razões recursais, requer o INSS a nulidade da perícia realizada e, subsidiariamente, a fixação da DIB doauxílio-doença na data da realização da perícia judicial ou na data da cessação do labor habitual da parte autora.Contrarrazões às fls. 89/91.

2. Durante a instrução processual, o perito do juízo, às fls. 40/43, afirmou que o autor é portador de espondiloartrosecervical e lombar, além de insuficiência cardíaca (quesito 01, fl. 42) e concluiu que estas doenças o incapacitam de formatotal e definitiva (quesitos 09 e 10, fl. 42).

3. O INSS alega, em suas razões recursais, que o perito ao ser intimado para se manifestar sobre as alegações do réu(despacho de fl. 54), simplesmente telefonou para o autor e pediu que este comparecesse ao seu consultório em dataposterior a da perícia (23.06.2009), sem comunicar este fato ao juízo e ao INSS, em clara ofensa aos princípios docontraditório e da ampla defesa, razão pela qual a sentença deve ser anulada. O INSS alega, ainda, que o perito nãorealizou exame clínico no autor e que as conclusões basearam-se única e exclusivamente nos laudos particulares.Informou, finalmente, que o próprio laudo particular solicita afastamento do autor por apenas 120 dias (fl. 57), o que nãoimplica em concessão de aposentadoria por invalidez.

4. À luz do princípio pas de nullité sans grief, segundo o qual não há invalidade processual sem prejuízo, concluo que, nocaso dos autos, não há nulidade a ser declarada. Nota-se que o perito, através da manifestação de fl. 55, não alterou asconclusões acerca da incapacidade total e definitiva do autor, conforme o laudo de fls. 40/43. O perito apenas esclareceuque o governo mantém programa de reabilitação e ratificou as conclusões já expostas no laudo anterior. A juntada de dois

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novos laudos não causou nenhum prejuízo ao INSS, pois conforme já ressaltado, não alterou o resultado da perícia. Tantoo é, que o INSS não demonstrou qualquer prejuízo quando da intimação da manifestação do perito. Portanto, não há que sefalar em nulidade do processo, ante a ausência de prejuízo para a autarquia previdenciária.

5. O laudo pericial de fls. 40 / 43 se limita a descrever as doenças que acometem o autor (espondiloartrose e insuficiênciacardíaca) e a concluir que, na data da realização do exame, o autor estava incapacitado total e definitivamente para o seutrabalho habitual (operador de máquinas). Segundo o INSS, o perito não realizou o exame clínico do autor, apenas repetiuos resultados dos exames particulares, sendo que, em apenas um deles, o médico assistente atesta a incapacidadedefinitiva do autor, conforme transcrevo: “perda de sua capacidade laborativa por tempo indeterminado” (fl. 56).

6. Por outro lado, os laudos particulares atestam que o autor não tem condições de exercer atividades que demandemesforço físico. Como o autor é operador de máquinas, está incapacitado para o exercício de sua atividade habitual, o queautoriza tão somente a concessão de auxílio-doença.

7. Passo à análise da alegação da autarquia previdenciária de que a DIB deve ser alterada para a data da realização daperícia judicial ou a data da cessação do labor habitual da parte autora. O perito foi taxativo ao concluir pela incapacidadedo autor desde fevereiro de 2008 (quesito 08, fl. 42). Ademais, o laudo de fl. 57, datado em maio de 2009, atesta anecessidade do autor se afastar do trabalho pelo prazo de 120 dias. No entanto, o CNIS de fl. 84 demonstra que o autorlaborou até 14.11.2008, portanto, assiste razão ao INSS, a DIB do auxílio-doença deve ser fixada em 15.11.2008.

8. Recurso conhecido e parcialmente provido para condenar o INSS tão somente ao pagamento do auxílio-doença, a partirde 15.11.2008, acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e juros moratórios de 1% ao mês a contar dacitação até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após essa data, atualização na forma do art. 1º F da Lei9494 / 97, com a redação que lhe foi dada pela Lei 11960 /2009. Sem condenação em custas e honorários (art. 55 da Lei9.099/95).A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa quefaz parte deste julgado.

37 - 2008.50.51.002227-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x NILSON COSTA DA SILVA (ADVOGADO: ANA PAULA CESAR, Hordalha Gomes SoaresOliveira.).E M E N T AAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTO DO IDOSO. MISERABILIDADECOMPROVADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face de sentença que, aplicando analogicamente o art. 34, parágrafo únicoda Lei nº. 10.741/2003, excluiu do cálculo da renda familiar o valor da aposentadoria recebida pela mãe idosa do autor, novalor de um salário mínimo, e julgou procedente o pedido de concessão do benefício de prestação continuada. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que: (1) a renda familiar per capta é superior a ¼ do salário mínimo; (2) não cabe aaplicação do art. 34, parágrafo único, da Lei nº. 10.741/2003, pois não se trata de benefício assistencial auferido por idoso.Alega violação aos princípios da precedência da fonte de custeio e da separação dos poderes. Contrarrazões às fls.202/205.2. O laudo pericial (fl. 92) atestou que o autor sofre de retardo mental e epilepsia, sendo incapaz, total e definitivamente,para toda e qualquer atividade laborativa. De acordo com o laudo sócio-econômico de fls. 87/88, nota-se que o grupofamiliar em questão, com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formado pelo autor (30 anos) e suamãe idosa (68 anos), que aufere mensalmente a quantia de um salário mínimo, proveniente de sua aposentadoria. O pontocontrovertido restringe-se ao fato de a renda per capita ser superior ao critério legal.3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outromembro da família não será computado no cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vemconferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo,também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU02/10/2007).4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoanteos termos do enunciado 46 de sua súmula: A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimoconcedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar percapita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03).5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 eseu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício aser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o quese fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípiosconstitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o SupremoTribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas nãoafirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquelanorma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).

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6. Nesses termos, a hipótese dos autos retrata aplicação da analogia ao caso concreto para integração do ordenamentojurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fontede custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º; art. 2º; art. 195, § 5º;art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – mas por via reflexa. Nessesentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.7. Por tais razões, bem como em face dos gastos retratados às fls.87/88, verifico comprovada a miserabilidade que autorizaa concessão do benefício, conforme assentado na decisão recorrida.8. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$500,00. Semcustas.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso do INSS, na forma da ementa, que integra o presentejulgado.

38 - 2007.50.51.002309-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de LacerdaAleodim Campos.) x ADERINA VENTURA NEVES (ADVOGADO: Paula Vargas Guarnier, LUCIANO MOREIRA DOSANJOS.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. COBRANÇA DE PRESTAÇÕES VENCIDAS DE AUXÍLIO DOENÇA. PERÍCIA JUDICIAL NÃO SOUBECONFIRMAR A EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE À ÉPOCA DA CESSAÇÃO. LAUDOS PARTICULARES.INCAPACIDADE COMPROVADA PELO CONJUNTO PROBATÓRIO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.

1. Recurso inominado com pedido de efeito suspensivo interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente opedido da autora e condenou o INSS ao pagamento das parcelas de auxílio-doença no período entre 02.02.2003 (data dacessação) e 03.11.2003 (data da concessão de novo benefício). Alega o recorrente que o juiz ignorou a presunção deveracidade e legitimidade dos atos praticados pelo INSS, que não foram infirmados pelo laudo pericial, devendo, portanto,ser reformada a sentença, uma vez que não foi comprovada pelo perito a incapacidade da parte autora à época dacessação do beneficio. Contrarrazões às fls. 89/95.

2. Não assiste razão ao INSS. O perito judicial apontou a existência de incapacidade total e definitiva da autora para a suaatividade habitual (auxiliar de frigorífico), além de qualquer outra ocupação que demande esforço físico (quesitos 11 e 18apresentados pelo Juízo – fls. 47/50). Ademais, em resposta às questões complementares formuladas, declarou o perito, àfl. 73, que não poderia confirmar a incapacidade da autora no período de 02/2003 a 11/2003, mas que as queixas darecorrida aos peritos do INSS são relacionadas à mesma patologia, qual seja, lombociatalgia.

3. Com fundamento no art. 436 do CPC, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção a partirde outros elementos ou fatos constantes nos autos. Os laudos particulares de fls. 26/28, formulados em 07/08/2003 e07/07/2003, se coadunam com as alegações da autora, pois confirmam a permanência da doença no período em que obenefício foi cessado pela autarquia, provando, assim, que não houve uma melhora no seu quadro clínico.

4. Além disso, apesar de a recorrente alegar que os atos administrativos gozam de presunção de veracidade e legalidade,os SABI´s (Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade) de fls. 59/62, referentes ao período de cessação dobenefício, destacam as mesmas queixas feitas pela recorrida no período em que recebeu o benefício (fls. 63/72), tais como,dores na coluna, ombros e punhos.

5. Recurso conhecido e não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10 %sobre o valor da condenação. Sem custas (art. 4º - I, Lei 9.289/96).ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

39 - 2008.50.53.000446-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.) x WILSON CORRÊA RIBEIRO (ADVOGADO: ELISEU CARVALHO AGUM FILHO, RODRIGO S. C.AGUM.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DOENÇA RARA NA RETINA. NECESSIDADE DETRATAMENTO PARTICULARIZADO. DOENÇA SIMILAR A CEGUEIRA. INDEPENDE DE CARÊNCIA. RECURSO DOINSS NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Sentença que julgou procedente o pedido de concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, comDIB em 13/08/2008 e DIP em 01/02/2010. O inconformismo do INSS se restringe a não observância do prazo de carênciapara a concessão do benefício, uma vez que o juízo a quo afastou a exigência de carência, pois considerou que a doençaque acomete o autor está prevista no art. 26, II da Lei 8.213/91. O INSS alega que as doenças que dispensam a carênciasão taxativas, não cabendo ao Poder Judiciário ampliar esta listagem. Contrarrazões às fls. 83/86.

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2. De acordo com laudo pericial (fls. 39/46), o autor possui Epiteliopatia retiniana múltipla bilateral (quesito 01, “a”, fl. 39) queo impede de exercer sua atividade habitual (pintor), além de qualquer outra atividade que lhe garanta a subsistência(quesito 4, “c”, fl. 39). Sustenta, ainda, que a doença se iniciou em junho de 2007, mês seguinte a sua admissão comopintor (quesito 1, “c”, fl. 39).3. Ressalta-se, ainda, que o perito esclareceu no quesito 4, “d” (fl. 39), que: “o autor pintava painéis com pincel – tinta aóleo, subitamente sentiu queimação e ardência nos olhos, o que acarretou em diminuição da acuidade visual e dificuldadepara o trabalho”. Ademais, o atestado de saúde ocupacional da empresa na qual o autor trabalhava certifica a sua aptidãopara o trabalho em 27.04.2007. Estes fatos demonstram que o autor gozava de perfeita saúde em maio de 2007, tanto o é,que nesta data foi contratado como pintor da empresa Paranasa Engenharia e Comércio S/A. Ocorre que por um infortúnio,passou a sentir queimação nos olhos e foi diagnosticada uma doença rara na retina.4. O INSS alega que o autor não cumpriu a carência para a concessão do benefício pleiteado e que o magistrado dispensouo cumprimento da carência, sob o fundamento de que a doença que acomete o autor é grave e rara, nos termos do art. 26,II da Lei 8.213/91. Afirma que o juízo a quo invadiu a competência do Poder Legislativo, uma vez que o rol das doenças quepermitem a isenção de carência é taxativo. Alega, ainda, que o perito do juízo não foi claro em atestar se o autorefetivamente estava cego e muito menos afirmou que esta doença isentava o autor de carência. Por este motivo, omagistrado afastou a carência pela raridade da doença, o que não seria possível, pois essa matéria é de ordem técnica eos próprios médicos do INSS entenderam que a doença não era isenta do cumprimento de carência.5. A perícia judicial, bem como os laudos particulares atestam que o autor sofre de uma doença rara na retina. Esta doençaé degenerativa e o tratamento médico utilizado está em fase experimental. O laudo particular de fl. 44 atesta que o autorteve “uma baixa da acuidade visual severa e prolongada para a qual se indica imediata terapia fotodinâmica comverteporfina, sob pena de risco visual grave e irreversível”. O INSS, na perícia administrativa (fl. 72), apesar de atestar quenão é possível enquadrar a doença como isenta de carência, afirma que o segurado está com perda visual progressiva. Emresposta ao quesito 4 (fl. 45), o perito afirmou que a característica da doença que acomete a autora é cegueira bilateral,com dor retroorbitrária e queimação nos olhos.6. Não assiste razão ao INSS. O perito, apesar de não ter afirmado textualmente que o autor é cego, trouxe aos autos todosos indícios de que a doença que o acomete acarreta a cegueira. O perito do juízo atestou que o autor enxerga vultosverticalmente e com aumento exagerado com a vista esquerda, e com a vista direita, enxerga horizontalmente e comaumento exagerado (quesito 07, fl. 40). Apesar não estar totalmente cego, pois ainda enxerga vultos, o seu problemaoftalmológico o limita tanto quanto um deficiente visual, inclusive para se alimentar (quesito 4, “e” – fl. 40). Ademais, adoença do autor é rara e este se encontra em tratamento experimental, uma vez que há risco de perda visual grave eirreversível, conforme laudos de fls. 43/44. Portanto, entendo que o autor é portador de cegueira, doença que o isenta decarência, nos termos dos artigos 26, II e 151 da Lei 8.213/91 c/c a Portaria Interministerial MPAS/MS 2.998/2001, de23/08/2001, a seguir transcritos:“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:(...)II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doençaprofissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social,for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e doTrabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionadas no inciso II do art. 26, independe de carência a concessãode auxílio-doença e aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, foracometido das seguintes doenças: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisiairreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave;estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids; econtaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada”.PORTARIA INTERMINISTERIAL MPAS/MS Nº 2.998,DE 23 DE AGOSTO DE 2001 OS MINISTROS DE ESTADO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL E DA SAÚDE, no uso da atribuição que lhesconfere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal de 1998, e tendo em vista o inciso II do art. 26 da Lei nº8.213, de 24 de julho de 1991, e o inciso III do art. 30 do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decretonº 3.048, de 06 de maio de 1999, resolvem: Art. 1º As doenças ou afecções abaixo indicadas excluem a exigência de carência para a concessão de auxílio-doença oude aposentadoria por invalidez aos segurados do Regime Geral de Previdência Social - RGPS: I - tuberculose ativa;II - hanseníase;III- alienação mental;IV- neoplasia maligna;V - cegueiraVI - paralisia irreversível e incapacitante;VII- cardiopatia grave;VIII - doença de Parkinson;IX - espondiloartrose anquilosante;X - nefropatia grave;XI - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

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XII - síndrome da deficiência imunológica adquirida - Aids;XIII - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; eXIV - hepatopatia grave. Art. 2º O disposto no artigo 1º só é aplicável ao segurado que for acometido da doença ou afecção após a sua filiação aoRGPS Art. 3º O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS adotará as providências necessárias à sua aplicação imediata. Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação. ROBERTO BRANT�Ministro da Previdência e Assistência Social��JOSÉ SERRA�Ministro da Saúde”

7. O art. 26, II, da Lei 8.213/91, assim dispõe: “II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente dequalquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-seao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaboradapelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma,deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamentoparticularizado”. Isto significa dizer que o próprio legislador entendeu que existem doenças, que apesar de não constaremexpressamente na lista, são graves e também devem ser isentas de carência. Portanto, o magistrado a quo não se imiscuiuem função legislativa/executiva, conforme o INSS alegou. Nesse sentido:PREVIDENCIÁRIO - AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA -QUALIDADE DE SEGURADA DEMONSTRADA - CARÊNCIA INEXIGÍVEL NA HIPÓTESE - INTELIGÊNCIA DO ART. 26,II, DA LEI Nº 8.213/91. 1- O art. 26, II, da Lei nº 8.213/91 é claro ao estabelecer que independe de carência a concessão deauxílio-doença “que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado”. Assim sendo, tendo aautora sido acometida de deslocamento de placenta, necessitando de repouso absoluto, que a deixou incapacitada para otrabalho (conforme afirma o exame à fl. 32), não se exige o cumprimento de qualquer carência para que a mesma faça jusao benefício de auxílio-doença. 2- É possível afastar o tempo de carência exigido pelo art. 25, da Lei nº 8.213/91, nashipóteses firmadas pelo art. 26, II da prescrita Lei, que concede o benefício independente de carência, para que a mesmafaça jus ao benefício de auxílio-doença, razão pela qual não há ofensa ao art. 195, §5º da CF/1988. 3- Agravo interno a quese nega provimento. (TRF 2.ª Região – AG 20080201109682 – Relator: Desembargador Federal Abel Gomes – PrimeiraTurma Especializada – DJU 21.08.2009)PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. AUXÍLIO-DOENÇA.PERÍODO DE CARÊNCIA. NÃO-EXIGÊNCIA. I – Os arts. 24 e 25, da Lei 8.213/1991, prevêem que a concessão doauxílio-doença depende do cumprimento do período de carência de 12 (doze) contribuições mensais, porém, havendoperda da qualidade de segurado, “as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carênciadepois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número decontribuições exigidas para o cumprimento da carência definida” (parágrafo único do artigo 24). Esta é a hipótese dos autos;II – Conforme documento emitido pelo próprio INSS, o Agravante, na condição de contribuinte individual, recolheu 5 (cinco)contribuições entre setembro de 2005 e fevereiro de 2006, tendo contribuído, antes da perda da qualidade de segurado, pormais de doze meses consecutivos. Como a própria comunicação do INSS reconhece que “foi comprovada a incapacidadepara o trabalho pela Perícia Médica”, o Agravante faz jus ao benefício, uma vez que implementou os requisitos exigidos porlei para a sua concessão; III – Consoante os arts. 26, II, e 151, da Lei nº 8.213/1991, independe de carência a concessão doauxílio-doença quando o segurado apresenta doença grave que mereça tratamento particularizado. No caso, o Agravante éportador de deficiência visual, o que afastaria a exigência do período de carência. Precedente desta Corte; IV – Ademais, osegurado que for acometido das doenças ou afecções especificadas na Portaria Interministerial MPAS/MS nº 2.998/2001está isento de cumprir a exigência de carência para a concessão do benefício de auxílio-doença, sendo este o casovertente; V - Reforma da decisão agravada para que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela recursal,determinando a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença; VI - Agravo de instrumento conhecido e provido(TRF 2.ª Região – AG 200602010151677 – Relator: Desembargador Federal GUILHERME CALMON/no afast.RelatorPrimeira Turma Especializada – DJU 14.03.2008)8. Em sendo assim, ressalto, finalmente, que mesmo que não se considerasse que o autor é cego, a sentença está correta,pois considerou que a doença que acomete o autor possui fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçamtratamento particularizado. Há nos autos laudos em que os médicos assistentes trocam informações acerca da doença, oque demonstra a sua especificidade. O Dr. Laurentino Biccas Neto atesta que a doença é uma “variante rebelde e difusa dacoriorretinopatia serosa central”; conclui, por fim: “a terapia fotodinâmica com verteporfina é a única alternativa terapêuticaneste caso desafiador. Pela sua atipicidade, propus lhe iniciar pelo olho direito e em seguida, tratarmos o olho esquerdo emoutra sessão, pois não se pode determinar um prognostico, como o que ocorre em coriorretinopatia serosa central típica.”(fl. 16). Portanto, o pedido do autor é procedente, pois é portador de doença isenta de carência, seja pela suaespecificidade e gravidade, que acarreta a necessidade de um tratamento particularizado, nos termos do art. 26, II da Lei8.213/91 ou pelo fato de ser similar à cegueira, prevista nos artigos 26, II e 151 da Lei 8.213/91 c/c a Portaria InterministerialMPAS/MS 2.998/2001, de 23/08/2001 151 da Lei 8.213/91.9. Dou por prequestionada a matéria tratada nos presentes autos. Conforme já explicitado, não há que se falar em qualquerofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesseviolação aos princípios constitucionais invocados (art. 194, III e § único; art. 195, § 5º; art. 203, caput e inciso V) ou ao art.26 da Lei 8.213/91, essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – mas por viareflexa. Nesse sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.10. Recurso do INSS conhecido e não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios

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fixados em 10 % sobre o valor da condenação. Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que faz partedeste julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

40 - 2008.50.50.006607-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) HELENO RODRIGUES DE FREITAS (ADVOGADO: TAISMARIA ZANONI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGROOLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.006607-9/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – AUSÊNCIA DE ASSINATURA ELETRÔNICA NOVOTO – NÃO DISPONIBILIZAÇÃO VIA INTERNET DO INTEIRO TEOR – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL OBSERVADA –EMBARGOS CONHECIDOS E PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face do acórdão de fl. 77 que deu provimento ao recursoinominado interposto pela parte autora. Alega o embargante que não foi observada a prescrição quinquenal de eventuaiscréditos vencidos antes do ajuizamento da demanda.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Verifica-se que no teor da publicação e da disponibilização no sistema eletrônico, apenas se encontra disponível aementa. O teor do voto, contendo a fundamentação do presente julgado, não estava acessível, por ausência de assinaturaeletrônica, o que configura erro material. O assunto levantado pelo embargante foi analisado no item “c” do dispositivo doacórdão, conforme transcrito abaixo:VOTOTrata-se de ação previdenciária em que a parte autora pleiteia a condenação do INSS a revisar renda mensal inicial deaposentadoria por invalidez considerando-se, como salário-de-contribuição, salário-de-benefício do auxílio-doençaoriginário, nos termos do art. 29, § 5º da Lei nº 8.213/91.O autor era beneficiário de auxílio-doença. Na época da concessão desse benefício, foi apurado o salário-de-benefício combase na média aritmética dos salários-de-contribuição inseridos no período básico de cálculo. Posteriormente, oauxílio-doença foi convertido em aposentadoria por invalidez. Para o cálculo da RMI da aposentadoria, o INSS utilizou omesmo salário-de-benefício apurado na época da concessão do auxílio-doença, aplicando-lhe o coeficiente de 100%. Oautor quer a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez, a fim de que o coeficiente de 100% seja aplicado sobre novosalário-de-benefício, calculado com base, inclusive, nos salários-de-contribuição imediatamente anteriores à data de inícioda aposentadoria, considerando-se como salários-de-contribuição, no período de fruição do auxílio-doença, o valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença.A pretensão deduzida em juízo pressupõe a simples aplicação do art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/91, que assim dispõe:"Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada,considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo darenda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1(um) salário mínimo."Segundo a legislação previdenciária, o salário-de-benefício consiste na média aritmética de determinado conjunto desalários-de-contribuição (art. 29, caput, Lei nº 8.213/91).� E o acima transcrito § 5º do mesmo artigo 29 dispõe claramenteque, para a delimitação desse conjunto de salários-de-contribuição em cima dos quais se extrai a média aritmética, deveser computado o período de gozo de auxílio-doença (que é espécie de benefício por incapacidade).Assim, quando a aposentadoria por invalidez decorre de conversão de auxílio-doença, a RMI não pode ser calculada combase no salário-de-benefício do auxílio-doença, deve ser apurado novo salário-de-benefício, em cujo período de cálculo sãoincluídos os salários-de-contribuição aferidos durante a fruição do auxílio-doença originário. E o salário-de-contribuiçãodurante o período de gozo do auxílio-doença originário corresponde ao valor do salário-de-benefício do mesmoauxílio-doença.No caso do autor, o salário-de-benefício do auxílio-doença foi estimado com base na média aritmética dossalários-de-contribuição apurados. A aposentadoria por invalidez foi concedida após a edição da Lei 8.213, de 24 de julhode 1991. Para o cálculo do novo salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez, deve ser formado um novo períodobásico de cálculo, dentro do qual se inserem salários-de-contribuição referentes ao período em que o autor recebeu

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auxílio-doença. Nesse período, o salário-de-contribuição deve corresponder ao valor do salário-de-benefício doauxílio-doença originário, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral.Registre-se que o art. 29, § 5º não se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doençaforem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E ondea lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedidaaposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, combase na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo deauxílio-doença precedente.Assim, o salário de benefício da aposentadoria por invalidez consistirá: a) para aqueles que se aposentaram antes de29/11/1999, “na média aritmética simples de todos os últimos salários de contribuição dos meses imediatamente anterioresao afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados emperíodo não superior a 48 (quarenta e oito) meses”; b) para aqueles que se aposentaram a partir de 29/11/1999, “na médiaaritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo”,observado o disposto no artigo 3.º da Lei 9.876. O parágrafo 20, do artigo 32 do Decreto 3.048/1999, com redação dadapelo Decreto 5.545/2002�, extrapola o poder regulamentar ao estipular regra diversa da prevista no artigo 29 da Lei deBenefício para o cálculo do salário de benefício.No mesmo sentido, invoco o Enunciado nº 43 da Turma Recursal da Seção Judiciária do Espírito Santo: “No cálculo dovalor da RMI da aposentadoria por invalidez, deverão ser utilizados os salários-de-benefício do auxílio-doença comosalários-de-contribuição, quando este preceder aquela”. (DIO - Boletim da Justiça Federal, 14/12/07, pág. 03 - Anexo).Ressalte-se que o pedido de aplicação da correção monetária pelo IRSM de fevereiro/94 tem cabimento nos casos em queesteja inserido, no período básico de cálculo do novo SB da aposentadoria por invalidez salário-de-contribuição defevereiro/94 ou anterior.Pelo exposto, CONHEÇO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO e, no mérito, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar asentença recorrida e, via de conseqüência, para condenar o réu:(a) a apurar novo salário-de-benefício para a aposentadoria por invalidez do autor, calculado com base, inclusive, nossalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença originário; o valor de cada um dessessalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença deve corresponder ao valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral; Casoesteja inserido, no período básico de cálculo do novo SB da aposentadoria por invalidez ou no período básico de cálculo doSB do auxílio-doença originário (observe-se que o SB do auxílio-doença influi no cálculo do novoSB da AI conforme art. 29 § 5º), salário-de-contribuição de fevereiro/94 ou anterior,deve ser-lhe aplicada correção monetária pelo IRSM de fevereiro/94.(b) a revisar a RMI da aposentadoria por invalidez do autor com base nesse novo salário-de-benefício;(c) pagar as diferenças entre a renda mensal revisada e a renda mensal paga, calculadas mês a mês até a competência apartir da qual o réu implantar a revisão da RMI, com correção monetária e com juros de mora de 1% ao mês desde acitação, respeitada a prescrição quinquenal. Deve ser respeitado o limite de 60 salários mínimos em relação às prestaçõesvencidas até a data do ajuizamento da ação.É como voto.

4. Assim, CONHEÇO DOS PRESENTES EMBARGOS para, no mérito, DAR-LHES PROVIMENTO, a fim de que sejadisponibilizado o teor do voto que fundamentou o julgado em que se analisa a prescrição quinquenal aduzida peloembargante.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

41 - 2009.50.50.004767-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ERIVALDO RANGEL SOUZA (ADVOGADO: BRUNO DECASTRO QUEIROZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.004767-3/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS – INCIDÊNCIA DASÚMULA 356 DO STF – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – AUSÊNCIA DE ASSINATURA ELETRÔNICA NO VOTO – NÃODISPONIBILIZAÇÃO VIA INTERNET DO INTEIRO TEOR – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL OBSERVADA – EMBARGOSCONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

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1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face do acórdão de fl. 57 que deu provimento ao recursoinominado interposto pela parte autora. Alega o embargante que houve violação a preceitos constitucionais, motivo peloqual deve ser reformado o acórdão. Aduz que não foi observada a prescrição quinquenal de eventuais créditos vencidosantes do ajuizamento da demanda.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada. O fato de oacórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os princípios constitucionais que a parte alega incidir àespécie (princípio contributivo, da seletividade e distributividade, e equilíbrio financeiro-atuarial) não leva à conclusão de quetenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado aresponder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todosos argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição deembargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Quanto à alegação de que não foi observada a prescrição quinquenal, verifica-se que no teor da publicação e dadisponibilização no sistema eletrônico, apenas se encontra disponível a ementa. O teor do voto, contendo a fundamentaçãodo presente julgado, não estava acessível, por ausência de assinatura eletrônica, o que configura erro material. O assuntolevantado pelo embargante foi analisado no item “c” do dispositivo do acórdão, conforme transcrito abaixo:VOTOTrata-se de ação previdenciária em que a parte autora pleiteia a condenação do INSS a revisar renda mensal inicial deaposentadoria por invalidez considerando-se, como salário-de-contribuição, salário-de-benefício do auxílio-doençaoriginário, nos termos do art. 29, § 5º da Lei nº 8.213/91.O autor era beneficiário de auxílio-doença. Na época da concessão desse benefício, foi apurado o salário-de-benefício combase na média aritmética dos salários-de-contribuição inseridos no período básico de cálculo. Posteriormente, oauxílio-doença foi convertido em aposentadoria por invalidez. Para o cálculo da RMI da aposentadoria, o INSS utilizou omesmo salário-de-benefício apurado na época da concessão do auxílio-doença, aplicando-lhe o coeficiente de 100%. Oautor quer a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez, a fim de que o coeficiente de 100% seja aplicado sobre novosalário-de-benefício, calculado com base, inclusive, nos salários-de-contribuição imediatamente anteriores à data de inícioda aposentadoria, considerando-se como salários-de-contribuição, no período de fruição do auxílio-doença, o valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença.A pretensão deduzida em juízo pressupõe a simples aplicação do art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/91, que assim dispõe:"Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada,considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo darenda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1(um) salário mínimo."Segundo a legislação previdenciária, o salário-de-benefício consiste na média aritmética de determinado conjunto desalários-de-contribuição (art. 29, caput, Lei nº 8.213/91).� E o acima transcrito § 5º do mesmo artigo 29 dispõe claramenteque, para a delimitação desse conjunto de salários-de-contribuição em cima dos quais se extrai a média aritmética, deveser computado o período de gozo de auxílio-doença (que é espécie de benefício por incapacidade).Assim, quando a aposentadoria por invalidez decorre de conversão de auxílio-doença, a RMI não pode ser calculada combase no salário-de-benefício do auxílio-doença, deve ser apurado novo salário-de-benefício, em cujo período de cálculo sãoincluídos os salários-de-contribuição aferidos durante a fruição do auxílio-doença originário. E o salário-de-contribuiçãodurante o período de gozo do auxílio-doença originário corresponde ao valor do salário-de-benefício do mesmoauxílio-doença.No caso do autor, o salário-de-benefício do auxílio-doença foi estimado com base na média aritmética dossalários-de-contribuição apurados. A aposentadoria por invalidez foi concedida após a edição da Lei 8.213, de 24 de julhode 1991. Para o cálculo do novo salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez, deve ser formado um novo períodobásico de cálculo, dentro do qual se inserem salários-de-contribuição referentes ao período em que o autor recebeuauxílio-doença. Nesse período, o salário-de-contribuição deve corresponder ao valor do salário-de-benefício doauxílio-doença originário, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral.Registre-se que o art. 29, § 5º não se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doençaforem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E ondea lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedidaaposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, combase na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo deauxílio-doença precedente.Assim, o salário de benefício da aposentadoria por invalidez consistirá: a) para aqueles que se aposentaram antes de29/11/1999, “na média aritmética simples de todos os últimos salários de contribuição dos meses imediatamente anterioresao afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados emperíodo não superior a 48 (quarenta e oito) meses”; b) para aqueles que se aposentaram a partir de 29/11/1999, “na médiaaritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo”,observado o disposto no artigo 3.º da Lei 9.876. O parágrafo 20, do artigo 32 do Decreto 3.048/1999, com redação dadapelo Decreto 5.545/2002�, extrapola o poder regulamentar ao estipular regra diversa da prevista no artigo 29 da Lei deBenefício para o cálculo do salário de benefício.No mesmo sentido, invoco o Enunciado nº 43 da Turma Recursal da Seção Judiciária do Espírito Santo: “No cálculo do

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valor da RMI da aposentadoria por invalidez, deverão ser utilizados os salários-de-benefício do auxílio-doença comosalários-de-contribuição, quando este preceder aquela”. (DIO - Boletim da Justiça Federal, 14/12/07, pág. 03 - Anexo).Ressalte-se que o pedido de aplicação da correção monetária pelo IRSM de fevereiro/94 tem cabimento nos casos em queesteja inserido, no período básico de cálculo do novo SB da aposentadoria por invalidez salário-de-contribuição defevereiro/94 ou anterior.Pelo exposto, CONHEÇO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO e, no mérito, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar asentença recorrida e, via de conseqüência, para condenar o réu:(a) a apurar novo salário-de-benefício para a aposentadoria por invalidez do autor, calculado com base, inclusive, nossalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença originário; o valor de cada um dessessalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença deve corresponder ao valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral; Casoesteja inserido, no período básico de cálculo do novo SB da aposentadoria por invalidez ou no período básico de cálculo doSB do auxílio-doença originário (observe-se que o SB do auxílio-doença influi no cálculo do novoSB da AI conforme art. 29 § 5º), salário-de-contribuição de fevereiro/94 ou anterior,deve ser-lhe aplicada correção monetária pelo IRSM de fevereiro/94.(b) a revisar a RMI da aposentadoria por invalidez do autor com base nesse novo salário-de-benefício;(c) pagar as diferenças entre a renda mensal revisada e a renda mensal paga, calculadas mês a mês até a competência apartir da qual o réu implantar a revisão da RMI, com correção monetária e com juros de mora de 1% ao mês desde acitação, respeitada a prescrição quinquenal. Deve ser respeitado o limite de 60 salários mínimos em relação às prestaçõesvencidas até a data do ajuizamento da ação.É como voto.5. Assim, CONHEÇO DOS PRESENTES EMBARGOS para, no mérito, DAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, a fim de queseja disponibilizado o teor do voto que fundamentou o julgado em que se analisa a prescrição quinquenal aduzida peloembargante.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

42 - 2008.50.50.006176-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ROBERIO GONÇALVES PEDRO (ADVOGADO: FREDERICOAUGUSTO MACHADO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOESALEGRO OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.006176-8/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS – INCIDÊNCIA DASÚMULA 356 DO STF – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – AUSÊNCIA DE ASSINATURA ELETRÔNICA NO VOTO – NÃODISPONIBILIZAÇÃO VIA INTERNET DO INTEIRO TEOR – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL OBSERVADA – EMBARGOSCONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face do acórdão de fl. 69 que deu provimento ao recursoinominado interposto pela parte autora. Alega o embargante que houve violação a preceitos constitucionais, motivo peloqual deve ser reformado o acórdão. Aduz que não foi observada a prescrição quinquenal de eventuais créditos vencidosantes do ajuizamento da demanda.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada. O fato de oacórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os princípios constitucionais que a parte alega incidir àespécie (princípio contributivo, da seletividade e distributividade, e equilíbrio financeiro-atuarial) não leva à conclusão de quetenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado aresponder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todosos argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição deembargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.

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4. Quanto à alegação de que não foi observada a prescrição quinquenal, verifica-se que no teor da publicação e dadisponibilização no sistema eletrônico, apenas se encontra disponível a ementa. O teor do voto, contendo a fundamentaçãodo presente julgado, não estava acessível, por ausência de assinatura eletrônica, o que configura erro material. O assuntolevantado pelo embargante foi analisado no item “c” do dispositivo do acórdão, conforme transcrito abaixo:VOTOTrata-se de ação previdenciária em que a parte autora pleiteia a condenação do INSS a revisar renda mensal inicial deaposentadoria por invalidez considerando-se, como salário-de-contribuição, salário-de-benefício do auxílio-doençaoriginário, nos termos do art. 29, § 5º da Lei nº 8.213/91.O autor era beneficiário de auxílio-doença. Na época da concessão desse benefício, foi apurado o salário-de-benefício combase na média aritmética dos salários-de-contribuição inseridos no período básico de cálculo. Posteriormente, oauxílio-doença foi convertido em aposentadoria por invalidez. Para o cálculo da RMI da aposentadoria, o INSS utilizou omesmo salário-de-benefício apurado na época da concessão do auxílio-doença, aplicando-lhe o coeficiente de 100%. Oautor quer a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez, a fim de que o coeficiente de 100% seja aplicado sobre novosalário-de-benefício, calculado com base, inclusive, nos salários-de-contribuição imediatamente anteriores à data de inícioda aposentadoria, considerando-se como salários-de-contribuição, no período de fruição do auxílio-doença, o valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença.A pretensão deduzida em juízo pressupõe a simples aplicação do art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/91, que assim dispõe:"Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada,considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo darenda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1(um) salário mínimo."Segundo a legislação previdenciária, o salário-de-benefício consiste na média aritmética de determinado conjunto desalários-de-contribuição (art. 29, caput, Lei nº 8.213/91).� E o acima transcrito § 5º do mesmo artigo 29 dispõe claramenteque, para a delimitação desse conjunto de salários-de-contribuição em cima dos quais se extrai a média aritmética, deveser computado o período de gozo de auxílio-doença (que é espécie de benefício por incapacidade).Assim, quando a aposentadoria por invalidez decorre de conversão de auxílio-doença, a RMI não pode ser calculada combase no salário-de-benefício do auxílio-doença, deve ser apurado novo salário-de-benefício, em cujo período de cálculo sãoincluídos os salários-de-contribuição aferidos durante a fruição do auxílio-doença originário. E o salário-de-contribuiçãodurante o período de gozo do auxílio-doença originário corresponde ao valor do salário-de-benefício do mesmoauxílio-doença.No caso do autor, o salário-de-benefício do auxílio-doença foi estimado com base na média aritmética dossalários-de-contribuição apurados. A aposentadoria por invalidez foi concedida após a edição da Lei 8.213, de 24 de julhode 1991. Para o cálculo do novo salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez, deve ser formado um novo períodobásico de cálculo, dentro do qual se inserem salários-de-contribuição referentes ao período em que o autor recebeuauxílio-doença. Nesse período, o salário-de-contribuição deve corresponder ao valor do salário-de-benefício doauxílio-doença originário, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral.Registre-se que o art. 29, § 5º não se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doençaforem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E ondea lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedidaaposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, combase na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo deauxílio-doença precedente.Assim, o salário de benefício da aposentadoria por invalidez consistirá: a) para aqueles que se aposentaram antes de29/11/1999, “na média aritmética simples de todos os últimos salários de contribuição dos meses imediatamente anterioresao afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados emperíodo não superior a 48 (quarenta e oito) meses”; b) para aqueles que se aposentaram a partir de 29/11/1999, “na médiaaritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo”,observado o disposto no artigo 3.º da Lei 9.876. O parágrafo 20, do artigo 32 do Decreto 3.048/1999, com redação dadapelo Decreto 5.545/2002�, extrapola o poder regulamentar ao estipular regra diversa da prevista no artigo 29 da Lei deBenefício para o cálculo do salário de benefício.No mesmo sentido, invoco o Enunciado nº 43 da Turma Recursal da Seção Judiciária do Espírito Santo: “No cálculo dovalor da RMI da aposentadoria por invalidez, deverão ser utilizados os salários-de-benefício do auxílio-doença comosalários-de-contribuição, quando este preceder aquela”. (DIO - Boletim da Justiça Federal, 14/12/07, pág. 03 - Anexo).Ressalte-se que o pedido de aplicação da correção monetária pelo IRSM de fevereiro/94 tem cabimento nos casos em queesteja inserido, no período básico de cálculo do novo SB da aposentadoria por invalidez salário-de-contribuição defevereiro/94 ou anterior.Pelo exposto, CONHEÇO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO e, no mérito, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar asentença recorrida e, via de conseqüência, para condenar o réu:(a) a apurar novo salário-de-benefício para a aposentadoria por invalidez do autor, calculado com base, inclusive, nossalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença originário; o valor de cada um dessessalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença deve corresponder ao valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral; Casoesteja inserido, no período básico de cálculo do novo SB da aposentadoria por invalidez ou no período básico de cálculo doSB do auxílio-doença originário (observe-se que o SB do auxílio-doença influi no cálculo do novoSB da AI conforme art. 29 § 5º), salário-de-contribuição de fevereiro/94 ou anterior,deve ser-lhe aplicada correção monetária pelo IRSM de fevereiro/94.(b) a revisar a RMI da aposentadoria por invalidez do autor com base nesse novo salário-de-benefício;(c) pagar as diferenças entre a renda mensal revisada e a renda mensal paga, calculadas mês a mês até a competência a

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partir da qual o réu implantar a revisão da RMI, com correção monetária e com juros de mora de 1% ao mês desde acitação, respeitada a prescrição quinquenal. Deve ser respeitado o limite de 60 salários mínimos em relação às prestaçõesvencidas até a data do ajuizamento da ação.É como voto.

5. Assim, CONHEÇO DOS PRESENTES EMBARGOS para, no mérito, DAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, a fim de queseja disponibilizado o teor do voto que fundamentou o julgado em que se analisa a prescrição quinquenal aduzida peloembargante.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

43 - 2009.50.50.001573-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x CHRISTINNI ALENCASTRE DO NASCIMENTO (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.001573-8/01

E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DOSALÁRIO MÍNIMO – FLEXIBILIZAÇÃO DO LIMITE OBJETIVO – MISERABILIDADE AFERIDA – RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença (fls.74/76) que julgou procedente o pedido decondenação da autarquia para conceder o benefício de prestação continuada. Alega o recorrente, em síntese, que a Lei8.742/93 é clara ao fixar o parâmetro de renda per capita como um limite para a concessão do benefício da LOAS, sendo arenda per capita auferida pela família da recorrida superior a ¼ do salário mínimo e não inferior, como manda a lei. A parteautora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. A condição de deficiente da recorrida encontra-se incontroversa nos autos. No que tange ao requisito da miserabilidade,aduz o recorrente que a renda mensal per capita familiar da recorrida não é inferior ao limite objetivo de ¼ dosalário-mínimo previsto no art. 20, § 3º da Lei 8.742/93, razão pela qual o benefício assistencial não lhe seria devido. Defato, nos termos do art. 20, § 3º da Lei 8.742/93, considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora dedeficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capta seja inferior a ¼ do salário mínimo.4. Neste sentido, o E. STF, em ação direta de inconstitucionalidade, já decidiu pela ausência de inconstitucionalidade danorma contida no artigo 20, §3º, da Lei 8.742/42, diante da definição de limites gerais para fins de pagamento de benefício aser assumido pelo INSS. A decisão do Supremo Tribunal Federal, contudo, não afasta a possibilidade de flexibilização doscritérios de miserabilidade para fins de atendimento aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, direito àsaúde e à assistência social aos portadores de deficiência e aos idosos que não possam prover sua subsistência ou tê-laprovida por sua família.5. Assim sendo, o art. 20, § 3º da Lei 8.742/93 não é critério absoluto para fins de comprovação da miserabilidade referidano art. 203, V da Constituição Federal, mas é apenas um limite mínimo abaixo do qual a incapacidade de prover asubsistência é patente.6. A hipótese dos autos revela que a recorrida (33 anos) atende ao requisito de miserabilidade para o recebimento dobenefício assistencial. A genitora da autora (58 anos) é diarista e obtém por mês um valor médio de R$ 320,00 (trezentos evinte reais), o que equivale ao valor de R$ 160,00 (cento e sessenta reais) a renda per capita mensal (dois membrosconsiderados). Também cabe destacar que o laudo médico pericial (fls. 43/47) afirma que a autora precisa de vigilância eajuda de terceiros, o pode eventualmente impossibilitar sua genitora de exercer as atividades laborais para o sustento dafamília.7. Assim, as condições sócio-econômicas demonstradas, no presente caso, pelos documentos de fls.65/68, comprovamque, apesar de a renda per capita da família não ser inferior ao quantum legal de ¼ do salário-mínimo, os gastos realizadosmensalmente com despesas domésticas, alimentação, e, em especial, com medicamentos, fazem com que a renda familiar

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não seja suficiente para uma digna subsistência de seus membros. Sendo assim, restam preenchidos os requisitos legaispara a concessão do benefício assistencial.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

44 - 2009.50.50.003769-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) SINVALDO ALVES PEREIRA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHASEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003769-2/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDOS PARTICULARES – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 57/58, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que estáincapaz para o labor habitual e que há nos autos laudos médicos particulares que atestam que o mesmo está emtratamento desde 2007. Pugna, portanto, pela reforma da sentença.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 39/41, que a parteautora não se encontra incapacitada para o trabalho, estando apta a exercer qualquer atividade, inclusive a que exercehabitualmente, qual seja, pedreiro.Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

45 - 2009.50.50.003302-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ANAIR BALDON BENICA (ADVOGADO: CATARINE MULINARINICO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003302-9/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – CÔNJUGE DA PARTE AUTORA APOSENTADO COMOCOMERCIÁRIO – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls.65/67, que julgou improcedente o pedidode concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que há documentos nos autos

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que comprovam sua qualidade de rurícola. Alega, ainda, que as testemunhas foram uníssonas em afirmar que a recorrentesempre trabalhou em regime de economia familiar.A aposentadoria do trabalhador rural tem como requisitos a idade mínima de 60 (sessenta) anos para homens e 55(cinquenta e cinco) anos para mulheres; e o desempenho de atividade rural em regime de economia familiar pelo númerode meses estabelecido pelo art. 142 da Lei 8.213/91.Compulsando os autos verifica-se que os únicos documentos carreados pela parte autora são a certidão de casamento,datada de 18/09/1957 (fl. 13), e a Escritura de Compra e Venda de imóvel rural (fls. 25/29). Merece destaque que o cônjugeda autora foi qualificado como industrial na Escritura. Além disso, o mesmo é aposentado por tempo de contribuição comocomerciário, auferindo uma renda de R$ 821,29 em 2009 (fl.50). Apesar de o exercício de atividade urbana por parte docônjuge não descaracterizar, por si só, a qualidade de segurada especial da mulher, há necessidade de a parte comprovarque, independente do marido, trabalhava na zona rural e que a renda era essencial para a subsistência da família. In casu,não há nos autos qualquer documento que comprove que a autora exercia labor rural em sua propriedade, tais comoprodução rural e indicação de familiares que a ajudavam.Para a caracterização da qualidade de segurado especial é imperativo a configuração do regime de economia familiar, cujoconceito está presente no artigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.”Diante do que fora exposto, não merece qualquer reforma a sentença prolatada pelo juízo a quo.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação a honorários advocatícios, visto que a parte autora é beneficiária da assistência judiciáriagratuita

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

46 - 2009.50.50.006180-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) FELIPE DE PAULA DA ROCHA (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.006180-3/01

E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – RENDA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 149/151, que julgou improcedenteo pedido inicial de restabelecimento do benefício assistencial de prestação continuada. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que a renda familiar mensal não é suficiente para prover o sustento de toda a família, pois possuem muitosgastos, principalmente com medicamentos. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. A condição de deficiente do autor é fato incontroverso nos autos. No que tange ao requisito da miserabilidade, de acordocom o laudo socioeconômico (fls. 21/54), este não se encontra satisfeito, visto que a renda familiar advém do benefício deauxílio-doença do recorrente (fl. 26), no valor de R$ 548,00 (quinhentos e quarenta e oito reais), cumulado com o valor deR$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) obtido por meio da função de diarista exercida pela genitora. Mesmo sendo o grupofamiliar composto por três membros (pai - 49 anos, mãe - 48 anos e autor - 18 anos), a hipótese dos autos revela que não édevido o benefício de prestação continuada, pois a renda per capita disponível para a família é superior a ¼ do saláriomínimo.4. Apesar de o critério referente ao quantum da renda familiar não ser considerado absoluto, podendo ser relativizado emcasos excepcionais, cabe ressaltar que no caso em tela não foi constatada condição de miserabilidade. A alegação quantoao elevado gasto com a compra de medicamentos para o pai, a mãe e autor não faz com que o critério objetivo sejareduzido, até mesmo porque a maioria dos remédios pode ser adquirida na rede pública, como ressaltou o Ministério

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Público (fls. 143/148). Sendo assim, não restam preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefícioassistencial.5. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

47 - 2006.50.50.001680-8/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTANOGUEIRA LOPES.) x MARIA FLORINDA AMANTINO CSASZAR (ADVOGADO: ANA MERCEDES MILANEZ, IZAEL DEMELLO REZENDE.) x JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA – JUROS DE MORA E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – FRACIONAMENTO DA EXECUÇÃONÃO CONFIGURADO – RESOLUÇÃO Nº 122/2010, DE 28/10/2010, DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL –CONCESSÃO PARCIAL DA SEGURANÇA

Trata-se de mandado de segurança impetrado pelo INSS contra ato jurisdicional praticado pelo JUIZ FEDERAL DO 1ºJUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que determinou o pagamento de precatório com o cômputo dos juros entre a contaliquidanda e o cadastramento do mesmo, além do fracionamento da execução, proveniente da condenação da autarquiaprevidenciária a restabelecer auxílio-doença à autora da ação originária, e contra MARIA FLORINDA AMANTINOCSASZAR.Consoante o disposto no art. 100, § 5º, da CRFB/88, é obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público,de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes deprecatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terãoseus valores atualizados monetariamente.A demora do Poder Judiciário em inscrever o débito no regime precatorial não pode ser imputada ao INSS, porquanto estenão está autorizado a dispensar esses procedimentos, previstos constitucionalmente, para o pagamento de seus débitos.O mesmo entendimento de que não incidem juros de mora entre a expedição do precatório e o seu efetivo pagamento deveser utilizado para o período compreendido entre a apresentação dos cálculos sem impugnação e o cadastramento domesmo.A Resolução nº 122/2010, do Conselho da Justiça Federal, de 28 de outubro de 2010, em seu art. 20, § 1º, determinaexpressamente que os honorários sucumbenciais não devem ser considerados como parcela integrante do valor devido acada credor, para fins de classificação do requisitório de pequeno valor, sendo expedida requisição própria.Revejo em parte a liminar deferida, para considerar que não houve fracionamento de execução no tocante ao pagamentodos honorários sucumbenciais, conforme preceitua a Resolução nº 122/2010, do CJF.Mandado de Segurança parcialmente concedido.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

48 - 2008.50.50.000467-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Alexandre HideoWenichi.) x NAIR DE SOUZA BENUTE (ADVOGADO: SAVIO CORREA SIMÕES, LARCEGIO MATTOS.) x Juiz Federal do2º Juizado Especial Federal.E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – PENSÃO POR MORTE – RATEIO ENTRE COMPANHEIRA E ESPOSA – DECISÃODECLINATÓRIA DE COMPETÊNCIA – JUSTIÇA ESTADUAL – INTERESSE DO INSS – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇAFEDERAL – ARTIGO 109 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – CONCESSÃO DA SEGURANÇA.

1. Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pelo INSS contra ato jurisdicional do JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADOESPECIAL FEDERAL, que o excluiu da lide e declinou a competência do Juízo Federal para o Juízo Estadual – Vara deFamília, e contra NAIR DE SOUZA BENUTE.

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2. Concedida a liminar conforme decisão de fls. 37/38.3. A Justiça Federal brasileira tem por competência o julgamento de ações nas quais a União Federal, suas autarquias,fundações e empresas públicas federais figurem na condição de autoras ou rés e outras questões de interesse daFederação previstas no art. 109 da Constituição Federal.4. O INSS tem manifesto interesse em integrar a lide, podendo haver consequências de ordem patrimonial de acordo com osentido da decisão final do processo.5. Precedentes: AgR no RE 545199; RE 461005.5. Competência absoluta da Justiça Federal.6. Segurança concedida.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto e ementa dorelator, que passam a integrar o presente julgado.

49 - 2005.50.50.007046-0/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTANOGUEIRA LOPES.) x ZILMA GONÇALVES FURTADO (ADVOGADO: ANA MERCEDES MILANEZ, IZAEL DE MELLOREZENDE.) x JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA – JUROS DE MORA E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – FRACIONAMENTO DA EXECUÇÃONÃO CONFIGURADO – RESOLUÇÃO Nº 122/2010, DE 28/10/2010, DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL –CONCESSÃO PARCIAL DA SEGURANÇA

Trata-se de mandado de segurança impetrado pelo INSS contra ato jurisdicional praticado pelo JUIZ FEDERAL DO 1ºJUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que determinou o pagamento de precatório com o cômputo dos juros entre a contaliquidanda e o cadastramento do mesmo, além do fracionamento da execução, proveniente da condenação da autarquiaprevidenciária a conceder aposentadoria rural por idade à autora da ação originária e contra ZILMA GONÇALVESFURTADO.Consoante o disposto no art. 100, § 5º, da CRFB/88, é obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público,de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes deprecatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terãoseus valores atualizados monetariamente.A demora do Poder Judiciário em inscrever o débito no regime precatorial não pode ser imputada ao INSS, porquanto estenão está autorizado a dispensar esses procedimentos, previstos constitucionalmente, para o pagamento de seus débitos.O mesmo entendimento de que não incidem juros de mora entre a expedição do precatório e o seu efetivo pagamento deveser utilizado para o período compreendido entre a apresentação dos cálculos sem impugnação e o cadastramento domesmo.A Resolução nº 122/2010, do Conselho da Justiça Federal, de 28 de outubro de 2010, em seu art. 20, § 1º, determinaexpressamente que os honorários sucumbenciais não devem ser considerados como parcela integrante do valor devido acada credor, para fins de classificação do requisitório de pequeno valor, sendo expedida requisição própria.Revejo em parte a liminar deferida, para considerar que não houve fracionamento de execução no tocante ao pagamentodos honorários sucumbenciais, conforme preceitua a Resolução nº 122/2010, do CJF.Mandado de Segurança parcialmente concedido.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no presente mandamus, na forma do voto eementa do relator, que passam a integrar o presente julgado.

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

50 - 2009.50.52.000226-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.) x LUZIA DE LURDES GUISOLFI.E M E N T AMEDIDA DE URGÊNCIA INTERPOSTA PELO INSS EM FACE DE DECISÃO LIMINAR QUE DEFERIU A ANTECIPAÇÃODOS EFEITOS DA TUTELA, PARA DETERMINAR A IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DE BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA –INCAPACIDADE AFERIDA POR LAUDOS E EXAMES MÉDICOS PARTICULARES – PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL EVEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO DEMONSTRADOS - RECURSO NÃO PROVIDO - DECISÃO LIMINARCONFIRMADA - SEM CUSTAS E HONORÁRIOS.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO /

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MEDIDA DE URGÊNCIA, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

51 - 2007.50.50.002599-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOESALEGRO OLIVEIRA.) x AVIDES ROCHA (ADVOGADO: ALFI SOARES SALES JUNIOR.).EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –APOSENTADORIA COM DATA DE INÍCIO ANTERIOR À LEI 8.213/91 – OBSCURIDADE – EXISTÊNCIA – EMBARGOSCONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela autarquia previdenciária em face do acórdão de fls. 83/84, que negouprovimento ao recurso inominado por ela interposto. Aduz o embargante que há obscuridade e omissão no acórdãoprolatado por esta Turma Recursal, visto que o mesmo determinou a aplicação do § 5º do art. 29 da Lei 8.213/91, como seo embargado houvesse sido aposentado na vigência deste diploma legal. Além disso, alega que transcorreu o prazodecadencial de revisão do direito do autor e que a decadência deve ser reconhecida de ofício.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de obscuridade e omissão na decisão proferida por este Juízo.3. De acordo com a súmula 63 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, em 01/08/2007 operou-se a decadência das açõesque visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28/06/1997. Assim, não háque se falar em decadência em relação às ações propostas antes de 01/08/2007, como é o caso da presente ação, vistoque a mesma foi proposta em 24/04/2007.4. O benefício de aposentadoria por invalidez foi concedido ao autor em 01/07/1988 (fl. 17), sob a vigência do Decreto89.312/84, conforme considerado na sentença do Juízo de piso. Portanto, assiste razão ao INSS. O acórdão prolatado pelaTurma Recursal considerou que a data de aposentadoria por invalidez do recorrido foi posterior à Lei 8.213/91, o que nãocorresponde aos fatos.5. Nos termos do Decreto 89.312/84, vigente à época da concessão do benefício do autor, o período base considerado paraa concessão da aposentadoria por invalidez era o período imediatamente anterior ao do afastamento. No entanto, caso osegurado tivesse recebido benefício por incapacidade nesse período base, a duração deveria ser levada em conta nocálculo da RMI da aposentadoria, utilizando-se o benefício do auxílio-doença como salário de contribuição daaposentadoria.6. Portanto, é inviável a mera conversão do auxílio-doença, em número de salários mínimos, em aposentadoria porinvalidez e a manutenção dessa equivalência salarial permanentemente.7. Dessa forma, deve o INSS recalcular a RMI do benefício de aposentadoria por invalidez do autor na forma do § 3º, do art.21, do Decreto 89.312/84, considerando-se, no cálculo, os períodos de auxílio-doença recebidos pelo embargado durante operíodo base de cálculo da aposentadoria por invalidez.8. Diante do que foi exposto, conheço dos embargos e, no mérito, dou-lhes parcial provimento, a fim de reformar o acórdãoembargado e aplicar o Decreto 89.312/84 ao caso concreto.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

52 - 2008.50.50.004877-6/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x MUNICÍPIO DA SERRA(ADVOGADO: ROBSON JACCOUD.) x ELIAS FRANCISCO DA SILVA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSOCONHECIDO E NÃO PROVIDO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face do acórdão de fls. 198/203 que negouprovimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão da Turma omitiu-se em relação ao disposto no art.198 da Constituição da República.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento, devem-se observar os limites traçados noart. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre o artigoconstitucional que a parte alega incidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois ojulgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das

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partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados, nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de talsorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem queesteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

53 - 2007.50.51.000194-6/01 MARIA MONSERRATE MACHADO FROSSARD (ADVOGADO: MARCIO SANTOLINBORGES, LUIZ MARIA BORGES DOS REIS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ANDRÉ DIAS IRIGON.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA – REQUISITOS PREENCHIDOS PARA A CONCESSÃODE APOSENTADORIA RURAL –ACÓRDÃO MANTIDO – EMBARGOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face doacórdão de fls. 136/138 que deu provimento ao recurso inominado da parte autora. Alega o embargante que a decisão seriaomissa por não ter considerado o depoimento pessoal da parte autora colhido em audiência que, conforme a autarquiaprevidenciária, seria vago.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre as impressões da autora e seu depoimentoem audiência, não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipótesesdo art. 535 do CPC.Ademais, foram carreados aos autos indícios do exercício de atividade rural pela parte autora, como a certidão decasamento, que consta a profissão de seu marido como lavrador (fl.16), Declaração do Sindicato dos Trabalhadores Ruraisde Castelo (fl. 18). Merece destaque que quando do requerimento administrativo, a Autarquia negou o benefício à autorapor falta de período de carência (fl. 17).Diante disso, o acórdão embargado não padece de omissão passível de manejo da referida peça processual. Verifica-seque foram claros e coerentes os argumentos em que a Turma se baseou para a concessão do benefício de aposentadoriapor idade rural à parte autora, fundamentando-se no fato de haver indícios suficientes de exercício de atividade rural emregime de economia familiar.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

54 - 2008.50.53.000513-5/01 MOACIR GAVA (ADVOGADO: CELSO PEDRONI JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA – NÃO PREENCHIMENTO DE REQUISITOS PARA ACONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE ANTERIOR AO REINGRESSO NA PREVIDÊNCIA – ACÓRDÃOMANTIDO – EMBARGOS NÃO PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 105/106 proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz a parte autora que houve omissão no referido acórdão, visto que a Turma não se pronunciou sobreos laudos particulares de fls. 43 e 71. Aduz que os portadores de hanseníase possuem direito ao benefício assistencial doINSS, independente de contribuições.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de contradição na decisão proferida por esta Turma.O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os laudos particulares de fls. 43 e 71 que aparte alega incidir nesse caso, não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde quefundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos

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fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que ainsatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que esteja presentealguma das hipóteses do art. 535 do CPC.O acórdão embargado não padece de omissão passível do manejo da referida peça processual. No supracitado acórdão,verifica-se que foi claro e coerente o argumento em que se baseou para negar o benefício de auxílio-doença à parte autora,o qual se fundamentou no fato de a incapacidade ser anterior ao reingresso na Previdência. Diante disso, não é cabível,nesse momento, a discussão se a doença independe de carência, visto que a mesma é anterior ao reingresso naPrevidência. Ademais, o auxílio-doença é benefício previdenciário e não assistencial, e tem como requisitos para suaconcessão os elencados no art. 59 da Lei 8.213/91.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

55 - 2006.50.50.006707-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.) x OZIMAR DE SOUZA (ADVOGADO: ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO, RONILCE ALESSANDRAAGUIEIRAS, MAURA RUBERTH GOBBI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA – PREENCHIMENTO DE REQUISITOS PARA ACONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AGRAVAMENTO DA DOENÇA – ACÓRDÃOMANTIDO – EMBARGOS NÃO PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 115/116 proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz o INSS que houve omissão no referido acórdão, visto que a Turma não se manifestou acerca dolaudo pericial que menciona que a incapacidade do autor já existe há 12 anos.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado sobre todos os pontos que a parte alega incidir nesse caso, não levaà conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão,não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem arebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa nãooportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que se apresente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.Em relação ao laudo pericial, merece destaque o momento em que o perito informa, no quesito 11, de que “pela históriacolhida, há relato de o quadro ter iniciado há 12 anos, sendo que evoluiu desfavoravelmente com os anos”. Na resposta aoquesito, o perito não afirmou que a incapacidade existia há 12 anos, e sim que o quadro clínico da doença existe, tornandoclaro que houve um agravamento da mesma com o passar dos anos.O acórdão embargado não padece de omissão passível do manejo da referida peça processual. No supracitado acórdão,verifica-se que foi claro e coerente o argumento em que se baseou para a concessão do benefício deauxílio-doença/aposentadoria por invalidez à parte autora, o qual se fundamenta no fato de que houve apenas oagravamento progressivo da enfermidade.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

56 - 2008.50.51.000976-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme NogueiraFreire Carneiro.) x ENEAS RODRIGUES CHAVES.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE - COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – UNIÃOESTÁVEL – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA - PROVA MATERIAL CORROBORADA POR TESTEMUNHAS – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de piso (fls. 41/42), que julgou procedente opedido de concessão do benefício de pensão por morte ao autor. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que não hácomprovação da união estável do autor com a instituidora da pensão, inexistindo, assim, a qualidade de dependente.Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado à

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Previdência Social na qualidade de segurado ou aposentado (arts. 10 e 11 da Lei nº. 8.213/91), sendo tal requisitoindispensável para que o postulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Comexceção dos casos previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência,esta deve ser efetivamente comprovada.3. A qualidade de segurada da falecida companheira do autor é incontroversa nos autos, restando averiguar, assim, aexistência de dependência econômica. Apesar do art. 22, §3, do Decreto nº. 3.048/99, exigir prova material, o próprio STJ jápacificou o entendimento de que a dependência econômica pode ser comprovada por prova exclusivamente testemunhal(REsp 296128).4. Nesse sentido, ao se analisar o conjunto probatório, resta evidente que a sentença não merece reforma. Há nos autosinício de prova material da convivência da instituidora da pensão com o autor, como demonstram os documentos de fls.22/26.5. Ademais, é importante destacar que o início de prova material produzido foi corroborado por prova testemunhal. Astestemunhas foram uníssonas em afirmar que o autor e a instituidora da pensão conviviam maritalmente por pelo menos 05(cinco) anos.6. Recurso improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios ante a ausência de contrarrazões.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

57 - 2008.50.51.002238-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.) x ELIANA RODRIGUES MORAIS (ADVOGADO: ANA PAULA CESAR, Hordalha Gomes SoaresOliveira.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS –REQUISITOS PREENCHIDOS –INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA – RENDA MENSAL FAMILIAR PER CAPITA INFERIOR A ¼ DO SALÁRIOMÍNIMO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.89/92, que julgou procedente o pedido deconcessão do benefício de prestação continuada desde a data da juntada do relatório social da pesquisa socioeconômica.Afirma o recorrente, em suas razões recursais, que a recorrida não está total e definitivamente incapacitada para oexercício de suas atividades habituais, o que não resta preenchido o requisito de incapacidade para a concessão dobenefício de amparo assistencial. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. O requisito da miserabilidade é ponto incontroverso nos autos. No que tange à incapacidade, a autora foi submetida àperícia médica judicial (fl.60), onde ficou constatado que a mesma é portadora de “seqüela meningite meningocócica”. Omédico perito caracterizou a incapacidade da autora como sendo parcial e definitiva (quesitos 05 e 06). Ocorre que, aautora possui cicatrizes profundas e difusas em membros inferiores e superiores, patelectomia bilateral, deformidade emmãos com encurtamento de mão direita, e em calcâneo com perfuração profunda permanente, bilateral, na inserção dotendão de Aquiles. As atrofias musculares nos membros acarretam restrições para deambulação para distâncias médias egrandes, bem como para ficar em pé por períodos prolongados (quesito 03). Ademais, o expert afirma que a parte autora,que possui 15 anos, é incapaz de prover seu próprio sustento e requer atenção e cuidados especiais por conta dasseqüelas apresentadas (quesito 08), como pode ser verificada em fl. 18.4. Com base nos relatos presentes no laudo pericial, é possível constatar que a autora está total e definitivamenteincapacitada. Houve o preenchimento dos requisitos para a percepção do benefício de prestação continuada. Desse modo,diante do que fora exposto e argumentado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos fundamentos utilizo como razãoadicional de decidir.5. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.6. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

58 - 2008.50.50.005911-7/01 CARLOS ALEXANDRE RIBEIRO (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).

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E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – INFORMAÇÕES NO LAUDO DE VISITADOMICILIAR – INFORMAÇÃOES IMPROCEDENTES – NÚCLEO FAMILIAR COMPOSTO POR DUAS PESSOAS –RENDA PER CAPITA NÃO INFERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido derestabelecimento de benefício de prestação continuada. Inicialmente o recorrente requer a nulidade da sentença, pelaausência total de fundamentação. Em segundo plano, aduz que devem ser computados, para fins de cálculo da renda percapita da família, seus sobrinhos, uma vez que dependem economicamente de sua mãe. Alega ainda, que como édeficiente, não tendo possibilidade de manter o seu sustento, é possível a analogia com o art. 34 do Estatuto do Idoso.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. Verifica-se que a mãe da parte autora (59 anos), afirmou que residia com o recorrente (25 anos) e com mais dois filhos,Patrick, (16 anos) e Bruno, (11 anos), conforme laudo domiciliar (fls. 65/68). Entretanto, constata-se que essa informaçãonão procede diante da apresentação das certidões de nascimento juntadas posteriormente (fls. 97/98), das quais seextraem que os ditos irmãos do autor, na verdade, são seus sobrinhos. Deve-se ressaltar, portanto, que o núcleo familiar doautor é composto por 2 pessoas (por ele próprio e sua mãe). Merece destaque ainda, o fato de a mãe do recorrente(não-idosa), auferir renda no valor de um salário mínimo, a título de pensão por morte.4. É importante frisar que a assistente social afirmou em seu laudo, que apesar da moradia do recorrente ser pequena esimples, apresenta boas condições de moradia. Ademais, não foram comprovados gastos excepcionais com as despesasdomésticas.5. No caso em tela, a parte autora não atende o requisito de miserabilidade para o recebimento do benefício assistencial.Isto porque as condições sócio-econômicas demonstradas no presente caso comprovam que o núcleo familiar do autor écomposto por duas pessoas, e o quantum auferido pelo mesmo, é superior ao exigido em lei. Não sendo a renda familiarinferior a ¼ do salário mínimo, não faz jus o autor ao benefício.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

59 - 2008.50.50.000948-5/01 ANTONIO MESSIAS DA SILVA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADELABORATIVA – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO EM OUTRA ATIVIDADE – ALTERAÇÃO DA DIB – INÍCIO DEINCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA – LEI 11.960/2009 – APLICAÇÃO IMEDIATA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 77/79, que julgou parcialmenteprocedente o pedido, condenando o INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença desde a data do segundorequerimento administrativo. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que, diante de limitações impostas por suadoença somada às condições pessoais, encontra-se incapacitado para exercer sua atividade habitual, o que lhe faz jus aconversão do benefício em aposentadoria por invalidez. Afirma, ainda, que deve haver alteração da data de início dobenefício de auxílio-doença para a data da cessação do primeiro benefício de auxílio-doença ou para a data do novorequerimento administrativo feito pelo recorrente em 08/10/2007. Por fim, faz menção a indevida aplicação dos juros demora, por ser vedada a retroatividade da Lei 11.960/2009 para alcançar ações ajuizadas antes de seu advento. O INSSapresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Para a concessão da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuiçõesmensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação.3. O laudo médico pericial produzido em juízo (fls. 51/54) atestou que o autor possui dor lombar decorrente de osteoartrosede coluna e de compreensão de raízes nervosas, decorrente de abaulamento discal, o que gera a incapacidade total edefinitiva para a sua função habitual, qual seja, a de montador mecânico. Contudo, afirma o expert, ao responder o quesito18 (fl. 63), que o recorrente (56 anos) pode ser reabilitado/readaptado para desempenhar atividades que não exijamcarregar peso, fazer esforço físico, agachar e mudar de posição constantemente.4. Com efeito, à luz do art. 42 da Lei nº 8.213/91, vislumbro que a parte autora não faz jus ao recebimento de aposentadoria

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por invalidez, uma vez que a mesma pode ser reabilitada para desempenhar outras atividades laborativas que secompatibilizem com sua enfermidade e sua realidade funcional. Desta forma, o recorrente tem direito apenas aorecebimento do auxílio-doença, benefício este que o mesmo já obteve judicialmente.5. Com relação ao pedido de alteração da data de início do benefício, verifica-se que o recorrente não juntou aos autosprovas capazes de demonstrar a presença de incapacidade no momento da cessação do benefício anterior ou na data doprimeiro requerimento administrativo. Conforme laudos médicos particulares acostados aos autos, somente é possívelconceder o benefício no período referente aos meses iniciais do ano de 2008. Sendo tais laudos os únicos documentosjuntados, é devida a concessão do benefício de auxílio-doença a partir da data do segundo requerimento, em 11/03/2008 (fl.11).6. Quanto à alegação de atualização do débito, não há que se falar em inconstitucionalidade da aplicação imediata da Lei11.960/90, haja vista possuir caráter de regra processual, podendo incidir diretamente. As modificações introduzidas poressa lei, têm aplicabilidade imediata nas demandas propostas antes de sua edição e ainda pendentes de prestaçãojurisdicional definitiva. Logo, a partir de 30 de junho de 2009, os juros de mora e a correção monetária do débito serãocalculados pelos índices oficiais aplicados às cadernetas de poupança, conforme dispõe o julgado em seqüência:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORRURAL. PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL. VÍNCULO URBANO. POSSIBILIDADE.IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS. FIXAÇÃO DE JUROS. LEI 11.960/09. PARCIAL PROVIMENTO. 1. A provatestemunhal corrobora a documentação trazida como início de prova material, e basta à comprovação da atividade rurícola,para efeito da obtenção de benefício previdenciário. 2. A Lei 11.960/09 tem aplicação imediata, incidindo sobre o débito emquestão juros de 1% ao mês até 29/06/09, e de 0,5% ao mês, a partir de 30/06/09, data da entrada em vigor da referida lei.3. Agravo legal a que se dá parcial provimento. (AC 201003990031680, JUIZA MARISA CUCIO, TRF3 - DÉCIMA TURMA,25/08/2010)

7. Ante o exposto, não lhe é devido o benefício de aposentadoria por invalidez, por não estarem preenchidos os requisitosnecessários à sua concessão. Não deve ser modificada a data do início do benefício. É devida a aplicação imediata da Lei11.960/2009, determinando que, a partir de sua vigência, os juros de mora e correção monetária serão calculados nostermos da referida lei, até mesmo para as ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado

60 - 2008.50.50.009262-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTABUARQUE.) x EMILIA PINTO DE ALMEIDA (ADVOGADO: JUAREZ PIMENTEL MENDES JUNIOR, JULIANA VIANNAGUERZET, INGRID MARTINS TASSAR.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – PARTE AUTORA PORTADORA DO HIV – LAUDO PERICIAL – NÃOVINCULAÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.61/64, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando a autarquia a restabelecer o benefício de auxílio-doença desde a data de sua cessação. Alega o INSS,em suas razões recursais, que o laudo pericial é claro ao afirmar que a incapacidade da autora é parcial, não fazendo jus,portanto, à aposentadoria por invalidez. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. Compulsando os autos, verifica-se que a perícia médica (fls.43/45) reconheceu a existência de incapacidade parcial daautora. Porém, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formular seu convencimento com base em outroselementos ou fatos provados. Neste sentido, constata-se que a parte autora está contaminada com o vírus HIV,necessitando de tratamento constante. Cabe ressaltar que a mesma encontra-se com imunidade baixa, estandopredisposta a apresentar doenças oportunistas e intercorrentes. A AIDS agrava os sintomas de uma simples gripe, que noindivíduo saudável não implicaria afastamento das ocupações profissionais. Insta concluir, portanto, que a autora nãopossui plena capacidade de trabalho para exercer a profissão de auxiliar de serviços gerais, pois encontraria dificuldade emexercer as funções típicas da função, como as de limpeza e conservação, além de sujeitar-se a contato com diversaspessoas, propiciando o agravamento de seu quadro de saúde.4. Diante da situação fática vivida pela parte autora, com o recebimento, por um longo período, de auxílio-doença (de01/11/2002 a 15/06/2008), da sua idade relativamente avançada (50 anos – fl. 07) e da sua manifesta dificuldade derecolocação no mercado de trabalho, já que a AIDS compromete o exercício de uma profissão, conclui-se pela suaincapacidade laboral.

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5. É devido, portanto, o benefício de aposentadoria por invalidez, desde o dia posterior à data da cessação do benefício deauxílio-doença (15/06/2008 - fl. 12).6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

61 - 2008.50.52.000694-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.) x JAIR ROSA.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDOCONTROVERSO – INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE – EXISTÊNCIA DE LIMITAÇÕES FÍSICAS – IMPOSSIBILIDADEDE REABILITAÇÃO – INCAPACIDADE TOTAL AFERIDA PELAS CONDIÇÕES PESSOAIS E DA ATIVIDADE HABITUALRURAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 49/51, que julgou procedente o pedidodo autor de concessão do benefício de aposentadoria por invalidez desde a data da cessação do benefício deauxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido não tem direito ao benefício concedido pornão possuir incapacidade total e definitiva, sendo que a mera limitação funcional para algum tipo de atividade não significaser incapaz para o labor.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Pelas condições pessoais do recorrido e pelo que foi constatado na perícia judicial e na sentença de piso, fica claro odireito do mesmo à percepção do benefício de aposentadoria por invalidez. O laudo médico pericial produzido em juízo (fls.42/45) atestou que o autor é portador de alterações degenerativas da coluna cervical e lombar. Mesmo possuindo talmoléstia, o expert não constatou incapacidade, mas afirmou que o recorrido possui limitações para atividades quenecessitem de esforços excessivos, tais como carregar pesos (quesito 04). Tendo como base as declarações do peritomédico, é possível presumir a existência de incapacidade para determinadas atividades.4. Conforme documento de fl. 21, o autor trabalhava como ajudante rural, e é de conhecimento que esse labor exige emdemasia das condições físicas do trabalhador, de forma a agravar a enfermidade. Tendo-se em vista o fato de o recorridoter trabalhado em meio rural e de ter pouca instrução, entende-se ser praticamente impossível a reabilitação do mesmopara o exercício de outra atividade, a qual necessariamente teria que ser de cunho braçal, notadamente no sentido de imporgrande esforço físico. Sua idade (62 anos), também reforça a concessão da aposentadoria por invalidez, já que o labor deuma pessoa no meio rurícola, salvo casos específicos, majoritariamente esgota mais cedo a sua capacidade de trabalhoem comparação com uma pessoa que labora em meio urbano. Tudo isso deixa explícito o direito do recorrido derecebimento do benefício em questão, até porque seria imprópria uma reabilitação profissional para pessoa que detém ascaracterísticas do mesmo, dentro da conjuntura atual do mercado de trabalho.5. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade do recorrido para atividades que não demandemesforço físico, considera-se aqui que o mesmo encontra-se incapaz definitivamente, por todos os argumentos acimaexpostos. O Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outroselementos ou fatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suas decisões,o que foi feito acima. Diante de tal fato, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valorda condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

62 - 2009.50.53.000265-5/01 VADINHO FRANCISCO DIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO: JAMILSON SERRANOPORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PEDIDO DE NOVA PERÍCIA MÉDICA – DESNECESSIDADE – LAUDOPARTICULAR – PROVA UNILATERAL - SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 62/63, que julgou improcedente o

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seu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Alegao recorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doença que o impedede desempenhar sua atividade habitual. Afirma que acostou laudos médicos que atestam sua incapacidade. Aduz, ainda,que a perícia médica judicial foi realizada por perito médico não especialista na área de ortopedia. Diante disso, requer areforma da sentença ou a realização de nova perícia por expert ortopedista. O INSS apresentou contrarrazões, pugnandopela manutenção da sentença.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, uma vez cumprido a carência pela lei exigida, ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 daLei 8.213/91). Já o art. 42 da mesma lei, diz que “a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, acarência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.”3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 53/57, que, mesmosendo constatado o diagnóstico de alterações degenerativas ao nível da coluna lombo sacra, o autor (47 anos) não seencontra incapacitado para o trabalho, estando apto ao exercício de sua atividade habitual, qual seja, a de lavrador.4. Com relação ao pedido de realização de nova perícia por médico perito especialista, entende-se que, de fato, a médicadesignada pelo juízo para a realização dessa perícia não é especializada em ortopedia, mas é uma profissional capacitada,podendo se pronunciar sobre qualquer patologia, em qualquer área médica. Portanto, não há o que se falar em nulidade dolaudo, já que foi confeccionado por profissional da saúde, imparcial e competente para efetuar os exames e emitir osdiagnósticos. Ademais, destaca-se que não houve, por parte do recorrente, a impugnação do laudo médico pericialproduzido em juízo quando lhe foi dada a oportunidade.5. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.6. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais. Diante de tudo o quefoi exposto, tomo como razão adicional de decidir os fundamentos da sentença.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

63 - 2007.50.50.004202-2/01 ADELINA POLLACK PAGEL (ADVOGADO: HENRIQUE SOARES MACEDO.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – FALTA DE QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL –PRESENÇA DE VÍNCULO URBANO – PERÍODO DE CARÊNCIA NÃO PREENCHIDO – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 343, que julgou improcedente oseu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que, apesar de ter possuído vínculo urbano, desde1969 exerceu atividade rurícola em regime de economia familiar. Pondera, ainda, que apresentou documentos aptos ademonstrar o exercício de atividade rural. Pleiteia, assim, a anulação da sentença.

2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. A autora nasceu em 02/10/1951. Atingiu o requisito “idade” em 02/10/2006. Deu entrada no requerimento administrativoem 27/02/2007, tendo seu pedido negado pela não comprovação do efetivo exercício de atividade rural.4. Compulsando os autos, verifica-se que foram juntados vários documentos: Certidão de casamento da autora, datado de20/12/1969, onde a mesma é qualificada como doméstica e seu esposo, como comerciante; Certidão de casamento do filhoda autora (1995) em que consta sua profissão como lavradora; Certidão de casamento de outro filho, em que o próprio équalificado como agricultor, mas não há menção à profissão dos pais (2001); Escritura de compra e venda de imóvel rural(26/10/2006) com 167.836,66 m², tendo usufruto vitalício para a mãe da autora; Formal de partilha (1994), em que a autorarecebe uma área rural de 119.436,66 m², sendo qualificada como doméstica, também com usufruto vitalício para a mãe;Carteira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (2003).5. Cabe ressaltar que a autora foi funcionária pública municipal no período de 17/08/1981 a 09/06/1993, tendo como função“servente”. De 17/08/1981 a 01/09/1992, a autora teve sua Carteira de Trabalho assinada e, de 01/09/1992 a 09/06/1993,trabalhou como servidora estatutária, após aprovação em concurso público (fls. 129 e 132). Ao todo, a autora teve vínculourbano por aproximadamente 12 anos.6. O cônjuge da autora consta como comerciante na certidão de casamento (1969). Posteriormente, foi aposentado porinvalidez como comerciário (01/04/1979 – fl. 308). A qualificação do cônjuge na Escritura de compra e venda de imóvel rural

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(1961) o qualifica como “menor” (fls. 86/88).7. Quanto à atividade exercida pela autora, não há prova nos autos de que a mesma foi lavradora antes de 1995. Pelocontrário, antes deste período a autora teve qualificações como doméstica e servente. A primeira prova documental, emque a autora consta como lavradora é de 1995, na certidão de casamento de seu filho. Após, os registros de lavradoraaparecem em 2003 (registro no sindicato) e 2006 (escritura de compra e venda de imóvel rural).8. Assim, o período a ser considerado como de atividade especial será de 05/1995 a 10/2006, momento da implementaçãodo requisito “idade”, perfazendo 137 meses. Como o ingresso no Regime Geral de Previdência Social, como seguradaespecial, se deu após o advento da Lei 8.213/91, a autora precisa comprovar 180 meses de carência para fazer jus aobenefício de aposentadoria por idade rural, o que não ocorreu nos autos.9. Diante do exposto, não faz jus a autora ao benefício de aposentadoria por idade rural.10. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.11. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária da AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

64 - 2006.50.50.004072-0/01 VERALDO DOS SANTOS NEVES (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – RURAL – APOSENTADORIA POR IDADE – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – CÔNJUGE SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 147/150, que julgou improcedenteo pleito autoral de concessão de aposentadoria rural. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que a Constituição daRepública garantiu a todos os trabalhadores rurais o direito à aposentadoria por idade. Aduz o recorrente, ainda, que aatividade urbana exercida pelo cônjuge não descaracteriza a existência do regime de economia familiar.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. O requisito etário e o exercício de atividade rural são requisitos incontroversos. O autor completou 60 anos em27/05/2004. Pela tabela do art. 142 da Lei 8.213/91, precisaria comprovar 138 meses de atividade rural. Existem nos autosindícios da atividade rural exercida pela parte autora: Carteira de filiação ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, datada de10/11/1971 (fl. 14); Certidão de nascimento da filha constando a profissão de agricultor (fl. 20); Escritura de Doação (fls.21/24) de imóvel rural (89 hectares) constando a esposa do autor como uma das donatárias (ao todo, quatro); Escrituraposterior de divisão amigável de terras (fls. 30/32), em que o casal recebeu uma área de 210.000 m² ; Certificado deregistro de imóvel rural junto ao INCRA (fl. 33/37); Imposto sobre propriedade rural (fls. 43); Notas fiscais de produtor rural(fls. 46/47).4. No Município de Domingos Martins (código 504.033), onde se situa o imóvel rural, o módulo fiscal corresponde a 18 ha,conforme Instrução Normativa nº 27, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Assim, apropriedade rural do autor possui 1,25 módulos fiscais, classificando-se como “pequena propriedade”.4. A documentação apresentada demonstra que o autor trabalhou na zona rural desde 1971, até a data do requerimentoadministrativo (14/07/2004), perfazendo mais de 30 anos. O início de prova material foi corroborado pela prova testemunhal.5. A controvérsia nos autos cinge-se ao fato de a esposa do autor ter exercido atividade urbana como professora (servidorapública estadual). Conforme documento de fl. 93, a esposa do autor recebeu em 05/2007, o valor de R$ 916,36. Portanto,resta descaracterizado o regime de economia familiar, visto que o trabalho exercido pelo recorrente não era indispensável àsubsistência da família, requisito essencial para qualificação do autor como segurado especial.6. Apesar de a atividade urbana exercida pelo cônjuge não descaracterizar, por si só, o trabalho em regime de economiafamiliar, deve-se sempre examinar o caso concreto. Quando o valor auferido pelo cônjuge com o trabalho urbano é degrande monta, fica claro que a renda do labor rural não é indispensável para os membros da família, mas representaapenas uma complementação.6. Para concessão da aposentadoria por idade, tem-se como necessária a configuração do regime de economia familiar,cujo conceito está presente no artigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.” Não obstante laborar no campo, a atividade exercidapelo autor demonstra, com alto grau de probabilidade, que a renda obtida da atividade rural não era fundamental para asubsistência do núcleo familiar, mas tão-somente complementar, o que descaracteriza a condição de segurado especial.7. Os recursos da Previdência, em se tratando de segurados especiais, são destinados aos indivíduos que, com auxílio dafamília, retiram da terra a subsistência, sendo incapazes de efetuar contribuições. Assim, para fazer jus ao benefícioprevidenciário, o autor deveria ter contribuído para a Previdência Social.5. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

65 - 2005.50.50.007112-8/01 JONAS DE MATOS (ADVOGADO: PATRICIA NUNES ROMANO.) x CAIXA ECONOMICAFEDERAL (ADVOGADO: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – DANOS MATERIAIS E MORAIS – INEXISTÊNCIA DE DANO MATERIAL QUANTO AOSAQUE EFETUADO – DEVER DE ZELO E GUARDA DO RECORRENTE – PREJUÍZO QUE A RECORRIDA NÃOCONSEGUIU AFASTAR DE SUA RESPONSABILIDADE – INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL – RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 126/128, quejulgou parcialmente improcedente o pleito autoral de indenização por danos materiais e morais. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que os saques indevidos ocorreram e que a recorrida nada fez para provar que não houve irregularidade.Ademais, disse que a angústia provocada pela recorrida enseja o pagamento de indenização por danos morais.2. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, sendo que o § 6º do artigo 37 da CR/88 aduz que aspessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos queseus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos dedolo ou culpa.3. No caso em questão, verifica-se que não há ato ilícito por parte da recorrida quanto ao saque efetuado na conta dorecorrente, uma vez que este é que agiu com desídia ao não guardar e zelar pelo seu cartão e respectiva senha, conformeestipulado pelo Contrato de Abertura de Conta da CAIXA (fl. 60), de forma a impedir que o saque em sua conta fosseefetuado.4. Sendo assim, a atitude da instituição bancária de devolver o cheque de número 900074, em virtude de não haver saldosuficiente na conta bancária do recorrente, foi lícita e conforme os procedimentos de praxe da instituição, não cabendo àmesma se responsabilizar por eventuais danos sofridos pelo recorrente, sendo cabível o mesmo raciocínio quanto ao enviodo nome do mesmo para o CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos).5. Todavia, com relação ao cheque compensado de número 900075, tem-se que houve equívoco da CAIXA, já que foramrealizadas duas compensações de cheques com a mesma numeração (900075): uma no dia 04/06/2004 (no valor de R$50,00), e outra no dia 07/07/2004 (no valor de R$ 31,00), conforme fl. 20. A CAIXA alegou erro de digitação (fl. 42), masnada trouxe aos autos para comprovar que houve regularidade nas compensações.6. Desse modo, deve a CAIXA ressarcir ao recorrente o valor de R$ 31, 00, já que não comprovou que a compensação foirealizada de forma regular. Entretanto, esta compensação irregular não enseja dano moral, pois a mesma não foi capaz degerar intenso abalo à esfera psíquica e emocional do recorrente, de forma a ser mantida a sentença de piso proferida.7. Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento daAssistência Judiciária Gratuita ao recorrente (fl. 128).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

66 - 2006.50.50.000147-7/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x MODESTAPELISSARI (ADVOGADO: MARIA IACY NASCIMENTO FAGUNDES DE ARAGÃO VILLA, IVAN NEIVA NEVES NETO.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL - MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO BANCÁRIO – INSCRIÇÃO DO NOME DA RECORRIDA NASERASA - DANO MORAL – CONFIGURAÇÃO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso interposto pela CEF em face da sentença de fls.132/137, que julgou procedente o pedido inicial,declarando a extinção do débito da parte autora, bem como determinando a retirada da inscrição de seu nome do serviçode proteção ao crédito. Além disso, condenou a recorrente ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$5.000,00. Aduz, preliminarmente, a inépcia da petição inicial por ausência de causa de pedir e da falta de interesse de agir.No mérito, aduz que os valores devidos são decorrentes de taxas de manutenção da conta corrente, devidamentecontratada entre as partes.Inicialmente, rejeito a preliminar de inépcia da petição inicial e ausência de interesse de agir, pois os argumentos levantadosconfundem-se com o próprio mérito da demanda.Pelo que se extrai dos autos, verifica-se que houve uma falha da CEF pela cobrança de dívida oriunda exclusivamente detarifas de serviços em conta inativa. O último mês em que a recorrida realmente utilizou o serviço da CEF foi em fevereirode 2003, com um saque de R$ 375,00. O saldo restante em conta era suficiente para a cobrança da CPMF relativa aosaque. Após esse período, a CEF continuou cobrando, a cada três meses, a manutenção do contrato (fls. 15, 18, 21, 24,

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27, 30, 33, 34, 35, 36), mesmo não havendo nenhuma movimentação na conta corrente.A renovação automática de contrato de crédito rotativo, após seis meses de ausência de movimentação da conta pelocorrentista, afronta o art. 39 do Código de Defesa do Consumidor que estabelece ser abusiva a prática de enviar ouentregar ao consumidor ou fornecer qualquer serviço sem solicitação prévia (inciso III). Nesse caso, reputa-se comoindevida a inscrição do nome do autor no cadastro de inadimplentes.Ao contrário do alegado pela ré, não se trata de mero aborrecimento. Com efeito, a simples inscrição ou permanênciadesta, indevidamente, em cadastro de inadimplentes, expõe a pessoa de forma vexatória, já que torna pública, de formairregular, a qualificação de mau pagador. Daí decorre o dano moral. Nesse caso, é cediço que, independentemente deprova de prejuízo em concreto, a má prestação de serviço bancário (defeito no serviço) é causa bastante para causartranstorno psíquico e romper o bem-estar, reclamando, portanto, reparação. No caso de instituições bancárias aresponsabilidade é objetiva, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. É esse o entendimento do TRF 1ªRegião, que determina a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) aos contratos bancários (ACnº 2000.01.00.084139-7-MG, Rel. Des. Federal Antônio Ezequiel, DJ de 01.04.2002, p. 180).Os extratos trazidos pela recorrente indicam a inexistência de qualquer movimentação financeira a partir de março de 2003,salvo os débitos realizados pela CEF, oportunidade em que a conta apresentava saldo credor de R$ 0,27, evidenciandoque, de fato, fora realizada a solicitação de encerramento da conta corrente. Desta forma, configurados o dano e o nexo decausalidade entre a atuação defeituosa da ré e o prejuízo sofrido pela autora, é devida a indenização. Neste sentido, segueentendimento jurisprudencial:CIVIL E CONSUMIDOR. CANCELAMENTO DE CONTA CORRENTE. PROVA. DÉBITOS A TÍTULO DE SEGURO DEVIDA E TARIFAS LANÇADOS APÓS O REQUERIMENTO DE CANCELAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Nos termos daSúmula 297 do STJ, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 2. Hipótese em que acorrentista solicitou verbalmente o cancelamento da conta corrente, oportunidade em que não havia débitos na conta. Nadaobstante isso, a CEF manteve a conta ativa, cobrando as taxas respectivas e o seguro de vida anteriormente contratado, oque acarretou a utilização da integralidade do crédito rotativo colocado à sua disposição e a posterior cobrança da dívida. 3.Irregularidade do débito efetuado em conta, pois a apólice de seguro contratada continha previsão expressa de que, emcaso de inexistência de saldo na conta corrente, o valor não seria debitado e, persistindo tal situação, após 3 meses, oseguro seria suspenso. 4. Razoabilidade da interpretação de que o saldo em conta corrente excluiu o limite do créditorotativo. Por outro lado, os extratos trazidos pela CEF indicam a inexistência de qualquer movimentação financeira a partirde 04/98, salvo os débitos realizados pela CEF, oportunidade em que a conta apresentava saldo credor de R$3,84,evidenciando que, de fato, fora realizada a solicitação de encerramento da conta corrente. 5. Sentença reformada. Apelaçãoparcialmente provida.�(AC 200038000225685, JUIZ FEDERAL PEDRO FRANCISCO DA SILVA (CONV.), TRF1 - QUINTATURMA, 12/03/2010)

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

67 - 2005.50.50.010210-1/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x ELMO FERREIRA(ADVOGADO: ELINARA FERNANDES SOARES.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – DANOS MATERIAIS E MORAIS – CONSTATAÇÃO DE DANO MATERIAL E MORAL –DESCONTOS INDEVIDOS REALIZADOS SOBRE OS PROVENTOS DO RECORRIDO – RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal, ora recorrente, em face da sentença de fls. 138/142, quejulgou procedente o pleito autoral, de indenização por danos materiais e morais. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que não tem responsabilidade de restituir os descontos em questão, já que foram autorizados pelo recorrido.Ademais, alega que o recorrido não comprovou o dano moral supostamente sofrido, que os juros de mora imputadosultrapassam o permitido por lei e, por fim, que a multa diária estabelecida é exagerada.2. Compulsando os autos, verifica-se que o Juízo a quo condenou a União ao pagamento de R$ 911,23 (novecentos e onzereais e vinte e três centavos) referentes aos danos materiais e R$ 7.600,00 (sete mil e seiscentos reais) relativos aos danosmorais. Foi determinado que a recorrente se abstivesse de efetivar qualquer desconto não autorizado pelo autor em seusproventos, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).3. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, sendo que o § 6º do artigo 37 da CR/88 aduz que aspessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos queseus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos dedolo ou culpa.4. No caso em questão, verifica-se que houve desídia por parte da União, já que foram efetuados descontos indevidos (o

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que foi reconhecido pela mesma – fl. 59) nos proventos do recorrido. Ressalvado o desconto efetuado para o CLASP(Clube Assistencial dos Servidores Públicos), desconto procedido de maneira devida (fls. 57 e 63), todos os demaisdescontos foram irregulares, até porque sequer provas foram trazidas aos autos no intuito de comprovar a regularidade dosmesmos, sendo que a União deveria ter procedido ao cancelamento desses descontos de modo mais diligente.5. Por mais que os descontos tenham sido efetuados pelas consignatárias, a União continua a ter responsabilidade sobreos descontos efetuados, tanto que providencia o cancelamento dos descontos irregulares quando são recebidas denúnciasde fraudes. Ademais, a alegação da União de não exclusão imediata da rubrica de autorização da consignatária para osreferidos descontos, tendo em vista orientação do Ofício Circular SRH/MP n. 37/2001, é incabível, já que, se há denúnciaquanto a possível fraude, faz-se necessária a suspensão imediata dos descontos, sob pena de a continuação dos mesmoster se traduzido em grande ônus para o recorrido.6. Sendo assim, o dano material restou comprovado, cabendo a União o dever de ressarcir ao recorrido todos os descontosefetuados irregularmente, conforme disposto na sentença de piso. O dano moral também resta comprovado, haja vista que,a despeito de o recorrido ter requerido o cancelamento dos descontos (fl. 32), tal cancelamento não foi feito, o queacarretou em abalo à esfera psíquica e emocional do mesmo, que vivia a insegurança de ter sua renda comprometida pelosdiversos descontos efetuados. A estipulação do quantum indenizatório de danos morais deve levar em conta a finalidadepunitiva e educativa da sanção. Não pode, por isso, resultar o arbitramento em valor inexpressivo, nem ensejarenriquecimento. Diante disso, por se tratar de dano de natureza leve, fixo a indenização em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).7. Quanto à alegação de que os juros de mora ultrapassaram o valor permitido em lei, tem-se que tal alegação, em parte,procede, de forma que os juros devem incidir no percentual de 1% ao mês, a contar da citação até 30/06/2009 e, a partir deentão, nos termos da Lei 11.960/2009, conforme abaixo:Art. 1o-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualizaçãomonetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento,dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei 11960, de2009).8. A multa fixada para o descumprimento da obrigação de fazer foi estabelecida em R$ 1.000,00/dia. A multa deve tercaráter pedagógico, mas não pode causar enriquecimento sem causa. Assim, fixo a multa diária em R$ 100,00 (cem reais),limitando-a a 20 % do valor da causa.9. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista a sucumbênciarecíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,reformando-se parcialmente a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

68 - 2008.50.50.003778-0/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x JERONIMOCUSTODIO DE SOUZA (ADVOGADO: SERGIO DOS SANTOS.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL - INSCRIÇÃO DO NOME DA PARTE AUTORA NO CADASTRO DE INADIMPLENTES -DANO MORAL - CONFIGURAÇÃO - DANO LEVE - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA

Trata-se de recurso interposto pela CEF em face da sentença de fls.68/69, que julgou procedente o pedido inicial,condenando a Caixa Econômica Federal ao pagamento de indenização por dano moral à parte autora. Aduz, em síntese,que a parte autora não provou o dano sofrido, diante disso, não há nenhum ato capaz de gerar indenização. Pugna,portanto, pela reforma da sentença.Pelo que se extrai dos autos, verifico que houve uma falha da CEF pela inscrição do nome da parte autora no cadastro deinadimplentes, visto que não restou comprovado o vínculo entre o autor e o recorrente e nem que os contratos foramrealmente firmados. Nesse caso, reputa-se como indevida a inscrição do nome do autor no cadastro de inadimplentes.Ao contrário do alegado pela ré, não se trata de mero aborrecimento. Com efeito, a simples inscrição ou permanênciadesta, indevidamente, em cadastro de inadimplentes, expõe a pessoa de forma vexatória, já que torna pública, de formairregular, a qualificação de mau pagador. Daí decorre o dano moral. Nesse caso, é cediço que, independentemente deprova de prejuízo em concreto, a má prestação de serviço bancário (defeito no serviço) é causa bastante para causartranstorno psíquico e romper o bem-estar, reclamando, portanto, reparação. No caso de instituições bancárias aresponsabilidade é objetiva, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. É esse o entendimento do TRF 1ªregião, que determina a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) aos contratos bancários (ACnº 2000.01.00.084139-7-MG, Rel. Des. Federal Antônio Ezequiel, DJ de 01.04.2002, p. 180).Configurados o dano e o nexo de causalidade entre a atuação defeituosa da ré e o prejuízo sofrido pela autora, é devida aindenização.Cabe ressaltar que a fundamentação da sentença, configura o dano como leve, fixando o valor da indenização em R$3.000,00 (três mil reais). Entretanto, no dispositivo da sentença, o magistrado fixa o valor em R$ 10.200,00 (dez mil eduzentos reais).O critério utilizado para a fixação do valor da indenização por danos morais deve levar em consideração as condiçõespessoais e econômicas das partes, devendo o arbitramento operar-se com moderação e razoabilidade, atento à realidadeda vida e às peculiaridades de cada caso, de forma a não haver o enriquecimento indevido do ofendido, bem como que

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sirva para desestimular o ofensor a repetir o ato ilícito. Diante do caso concreto, entendo que o dano demonstrado peloautor foi de natureza leve e, para tal, fixo a indenização em R$ 3.000,00 (três mil reais).Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

69 - 2009.50.53.000485-8/01 MARIA DAS GRAÇAS NUNES TETLAFF (ADVOGADO: RONALDO SANTOS COSTA.) xGIULIANO TETZLAFF x VALTAIR TETZLAFF x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: FREDERICO LYRACHAGAS.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – INCLUSÃO DEVIDA NO CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – ATO LÍCITO –INADIMPLEMENTO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso interposto pela parte autora contra a sentença que julgou improcedente o pedido de condenação daCEF ao pagamento de dano moral referente à inclusão do nome dos autores no cadastro de inadimplentes. Alega osrecorrentes, em suas razões recursais, que apesar de o débito do contrato de financiamento estudantil já ter sido quitado,houve a inscrição e manutenção dos nomes dos autores nos Serviços de Proteção ao Crédito e que, diante disso, restouconfigurado o ato ilícito. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.A relação estabelecida entre os requerentes e a CEF não é uma relação de consumo, pois se dá sob condiçõesprivilegiadas com vistas a atender programa governamental. Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:

AÇÃO ORDINÁRIA. REVISÃO CONTRATUAL. CONTRATO BANCÁRIO. FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL DOENSINO SUPERIOR - FIES. JUROS. CDC. INAPLICABILIDADE. MULTA E PENA CONVENCIONAL. CAPITALIZAÇÃO DEJUROS. REVOGAÇÃO DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PRECEDENTE. 1. Se o contrato, escudado no preceito legal doart. 5º da Lei 10.260/01, que regula o sistema de financiamento pelo FIES, fixou os juros efetivos em 9% ao ano, éirrelevante a forma de sua operacionalização mensal fracionária, que, de qualquer forma, não implica transgressão àvedação da Súmula 121 do STF. 2. Esta Turma tem se inquinado pela inaplicabilidade do Código Consumerista aosfinanciamentos regidos pela Lei 10.260/01, na medida em que se dão sob condições privilegiadas com vistas a atenderprograma governamental de cunho social destinado a estudantes do Ensino Superior que se encontram em situação decarência e não possuam condições para custear as despesas com a instituição de ensino, não retratando a figura doconsumidor. 3. Não estando o contrato sob o manto de proteção do Código Consumerista não há proibição legal àestipulação contratual da pena convencional de 10%. 4. Por possuírem naturezas distintas, não há impedimento para acumulação da incidência de juros moratórios e multa moratória, sendo que a taxa de juros deve ser de 1% ao mês, "Sãodevidos juros de mora de 1% (um por cento) ao mês (art. 406 do Código ... Civil de 2002), a contar da citação,independentemente do levantamento ou da disponibilização dos saldos do FGTS antes do cumprimento da decisão judicial(ação ajuizada na vigência da Lei nº 10.406/2002).: (TRF da 1ª Região, AC 2000.33.00.026348-2/BA, 5ª Turma, Rel. Des.João Batista Moreira, DJ 13/09/2004: 5. Uma vez julgado improcedente o pleito judicial pela conclusão da correção daexecução do contrato, verificam-se insubsistentes as razões que sustentavam a proibição estabelecida em sede deantecipação de tutela, impondo-se a sua revogação. 2. Apelação provida.�(AC 200571000121334, CARLOS EDUARDOTHOMPSON FLORES LENZ, TRF4 - TERCEIRA TURMA, 22/11/2006)

Conforme dispõe o art. 186, CC, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ecausar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Diz ainda o art. 927, CC, que aquele que, por atoilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Dessa forma, para haver obrigação de indenizarteria que ficar comprovado o ato ilícito praticado pela recorrida. Não é o caso dos autos. Durante todo o prazo de vigênciado financiamento houve atrasos nos pagamentos das prestações. Deste modo, a inclusão dos nomes nos serviços deproteção ao crédito não foi em virtude do atraso da parcela referente ao mês de maio, devidamente quitada, e sim, devido amora em relação à parcela do mês de junho. Nesse contexto, vale ressalvar que após quitadas as prestações de junho ejulho de 2009, em 14/07/2009, houve a retirada dos cadastros em 18/07/2009. Logo, não foi ilícita a inclusão de seus nomesnos serviços de restrição ao crédito. Sendo assim, não há que se falar em danos morais.Diante o exposto, verifica-se que a inclusão de seus nomes junto ao SPC e SERASA, se deu por culpa exclusiva dosautores, em razão do inadimplemento do contrato de financiamento, não havendo responsabilidade da CEF.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

70 - 2007.50.50.000022-2/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x ILMAR

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SANTOS BRUM (ADVOGADO: RENATA GÓES FURTADO, PABLO LUIZ ROSA OLIVEIRA.).E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS –VÍNCULO EMPREGATÍCIO COMPROVADO – OPÇÃO NOS TERMOS DA LEI5.958/73 – EFEITOS RETROATIVOS – EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Caixa Econômica Federal em face da sentença que julgou procedente opedido de aplicação dos juros progressivos sobre o saldo do FGTS, desde 01/01/1967, acrescidos dos expurgosinflacionários referentes a janeiro/1989 e abril/1990. Recorre a CEF alegando que foi condenada ao pagamento de valoresjá atingidos pela prescrição trintenária. Além disso, alega que a taxa progressiva já foi devidamente aplicada e que a parteautora afastou-se da empresa antes da data dos planos econômicos.Para ter direito à aplicação dos juros progressivos, é preciso preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) tersido contratado como empregado entre 01/01/1967 e 22/09/1971; b) ter feito a opção original pelo FGTS na vigência da Lein. 5.107/66 ou a opção retroativa por esse fundo (nos termos das Leis n. 5.958/73, 7.839/89 e 8.036/90); c) ter permanecidona mesma empresa por mais de 2 (dois) anos. Como restou comprovado pela autora às fls. 18/19, a mesma preencheutodas as condições enumeradas acima, fazendo jus à remuneração progressiva das taxas do FGTS.Com o advento da Lei 5.705/71, o art. 4° da Lei 5.1 07 / 66 foi alterado para fazer constar que todos os depósitosmencionados no art. 2° seriam remunerados à taxa de juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente.Manteve a Lei 5.705/71, porém, o direito adquirido à progressividade dos juros daquelas contas vinculadas aos empregadosque optaram pelo FGTS na vigência da Lei 5.107/ 66. O direito à progressividade cessaria se o empregado mudasse deempresa (art. 2° § único da Lei 5.705/71), voltando ao patamar único de 3%.Por fim, a Lei 5.958/73 teve por finalidade estimular os empregados que poderiam ter optado pelo regime quando doadvento da Lei 5.107/66 e não o fizeram. Daí a garantia da opção com efeitos retroativos a 01/01/67 ou à data da admissão,se posterior àquela, desde que com a anuência do empregador. Mas frise-se: somente aqueles que já poderiam ter optadopelo FGTS ao tempo da Lei 5.107/66 e não fizeram poderiam ser beneficiados pela Lei 5.958/73, com efeitos retroativos.Aos empregados admitidos depois da Lei 5.705/71 não se aplica o permissivo da Lei 5.958/73 e, por consequência, a taxaprogressiva de juros.No que tange à prescrição, a jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que a prescrição da matéria em foco étrintenária, e, portanto, o autor tem direito à diferença entre o percentual previsto na mencionada lei e o percentualefetivamente creditado em sua conta. Sendo espécie de prestação continuada, o efeito prático da prescrição trintenária éque o autor não tem direito à diferença desses percentuais desde sua opção (vez que todas as parcelas com mais de trintaanos já prescreveram), mas tão somente aquelas devidas em período anterior ao ajuizamento da ação. Tendo o autorajuizado a ação em 08/01/2007, tem direito à diferença desses percentuais a partir de 08/01/1977.Pela análise dos extratos juntados aos autos (fls. 72/77), verifica-se que a autora não teve a aplicação dos jurosprogressivos sobre o saldo do FGTS em todo o período devido, mas somente no 2º semestre de 1983. Conforme a Lei5.958/73, a mesma faz jus à progressividade desde 01/01/67, visto ter optado com efeitos retroativos a esta data. Quantoaos expurgos inflacionários, após a apuração do valor correspondente à recomposição do saldo da conta vinculada, deveráincidir correção monetária com os expurgos dos períodos de janeiro/1989 a abril/1990, conforme determinado na sentençaatacada, visto que a atualização não levará em conta o saldo da conta vinculada nos períodos posteriores, mas apenascorrigirá monetariamente o débito até o efetivo recebimento para recompor o poder aquisitivo da moeda.Quanto ao modo de satisfação da obrigação, tem-se que a mesma deve ser objeto de crédito na conta vinculada, conformeart. 29-A da Lei 8.036/90, acrescentado pela MP 2.075-39.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Sem honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 29-C da Lei nº 8.036/90.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao presente recurso, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

71 - 2007.50.50.010787-9/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x MARIA DA PENHAOLIVEIRA CIPRIANO (ADVOGADO: ELIETE BONI BITTENCOURT.).Processo nº 2007.50.50.010787-9/01

Embargante : UNIÃO

Embargada : MARIA DA PENHA OLIVEIRA CIPRIANO

E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE CONTRADIÇÃO – SENTENÇA JULGOU O PEDIDO CONFORMEENTENDIMENTO DO E. STF – ACÓRDÃO CONFIRMOU A DECISÃO A QUO COM BASE NO ENTENDIMENTO DACORTE SUPREMA – EMBARGOS NÃO PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão que deu parcial provimento ao recursoinominado. Alega o embargante que a decisão seria contraditória na medida em que, embora a fundamentação da decisãorecorrida faça expressa menção à jurisprudência firmada pelo e. STF, consolidada na Súmula Vinculante n. 20, deu parcialprovimento ao recurso inominado, apenas para afastar a condenação ao pagamento da GDPGTAS. Frisa que não há quese falar em pontos devidos à autora antes de 01.05.2004.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de contradição na decisão proferida por este Juízo.

Deveras, o acórdão embargado aponta a jurisprudência do E. STF que, em sede de repercussão geral, pacificou oentendimento de que, no período de 01/02/2002 a 31/05/2002, a GDATA deveria ter sido calculada para os inativos em 37,5pontos, nos termos do art. 6º da Lei nº 10.404/2002, sendo que, no período de 01/06/2002 a 30/04/2004, nenhumadiferença é devida, pois a Corte Suprema entendeu que tanto os servidores ativos quanto os inativos deveriam receberGDATA no valor de 10 pontos, de acordo com o art. 5º, parágrafo único da Lei nº 10.404/2002, equiparável ao art. 2º, II damesma lei, destacando ainda que, a partir de 01/05/2004, todos os servidores, ativos e inativos, devem receber a GDATAno valor de 60 pontos, em razão do que dispõe a Lei nº 10.971/2004 em seu art. 1º, parágrafo 1º.

A sentença condenou a parte ré a pagar, à autora, GDATA em 37,5 pontos devidos entre o início da pensão da autora em22.03.2003 e enquanto os servidores da ativa tiverem recebido esta pontuação genérica, nos termos do art. 6º da Lei n.10.404/2002, e em 60 pontos entre 01.05.2004 e 29.06.2006, ou até que seja instituída nova disciplina para aferição deavaliação individual e institucional, nos termos do §1º dão art. 1º da Lei n. 10.971/2004. Dessa forma, resta claro que taldecisão condenou a UNIÃO a conceder à parte autora as diferenças de GDATA em consonância com o entendimento daCorte Suprema.

Ora, o acórdão embargado somente confirmou a decisão a quo nessa parte.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO EMPARTE, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

72 - 2006.50.50.004959-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS ANTONIOBORGES BARBOSA.) x SÉRGIO LUIZ MARTINELLI (ADVOGADO: MARCIO GARCIA DOS SANTOS.).Processo nº 2006.50.50.004959-0/01

Embargante : SÉRGIO LUIZ MARTINELLIEmbargada : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ERRO MATERIAL – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SOBRE OVALOR DA CAUSA E NÃO SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO - RECURSO PROVIDO.

O autor insurge-se nos autos, à fl. 101, aduzindo que houve erro material no acórdão proferido às fls. 98/99, haja vista que,conforme decisão exarada oralmente no dia do julgamento, em 27.10.2010, a parte ré foi condenada a pagar honorários desucumbência no importe de 10% sobre o valor da condenação e não sobre o valor atribuído à causa.

Considerando que a referida petição foi protocolizada no quinquídio reservado à interposição dos embargos de declaração,

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recebO-o nessa qualidade, mesmo porque se acolhem embargos declaratórios para a correção de erro material.

Deveras, esta Turma Recursal/ES vem proferindo decisões no sentido de condenar a parte recorrente em honoráriosadvocatícios em percentual sobre o valor da condenação e não sobre o valor atribuído à causa, o que denota que, deveras,houve erro material no acórdão em questão no que tange à fixação da verba honorária.

Assim, reconheço o suscitado erro material no acórdão proferido às fls. 98/99, no sentido de que, onde se lê: “10% sobre ovalor atribuído à causa”, leia-se: “10% sobre o valor da condenação”.

Embargos de declaração providos, em razão do reconhecimento do erro material apontado pela parte embargante.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

73 - 2006.50.50.000447-8/01 MIGUEL GOMES DO NASCIMENTO (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº 2006.50.50.000447-8/01

Embargante : MIGUEL GOMES DO NASCIMENTOEmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO ORDINÁRIO – IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO DO DEFENSORPÚBLICO – INEXISTÊNCIA – INOCORRÊNCIA DE FALHA FORMAL NO ACÓRDÃO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.1. Trata-se de embargos de declaração interpostos por MIGUEL GOMES DO NASCIMENTO em face do acórdão quenegou provimento a seu recurso inominado.2. Em seus Embargos, alega o embargante que a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para ojulgamento do recurso inominado, vez que, ao contrário do que restou afirmado na certidão de fl. 90, a intimação não foiefetuada na pessoa de um servidor do órgão, mas de um estagiário, que recebeu a pauta da sessão ordinária ecomprometeu-se a encaminhar ao Defensor Público da União. Ainda que assim não fosse, alega que, ainda que se tratassede servidor, a intimação deveria ser dirigida aos membros da Defensoria Pública da União, não aos que compõem o quadrode apoio.3. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.4. Cabe destacar que o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todasas alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentoslevantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos dedeclaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.5. Na hipótese em apreço, não se aponta falha formal no julgado, mas suposta irregularidade de intimação para ocomparecimento à sessão de julgamento, o que, desde já, não procede, haja vista a publicação da pauta da referida sessãono Boletim Eletrônico da Justiça Federal da 2ª Região (fl. 89). Neste sentido, as razões do julgado assim ementado:“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - DEFENSOR PÚBLICO - FALTA DE INTIMAÇÃO PARA SESSÃO DE JULGAMENTO -PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL - NULIDADE AFASTADA. Em observância aos princípios da economia e celeridadeprocessuais, é inexistente a nulidade do julgamento, face à ausência de intimação pessoal do defensor público para asessão de julgamento, quando a publicação da pauta correspondente, no diário oficial, constitui medida suficiente à ciênciadaquele defensor, mormente quando foi intimado pessoalmente do resultado daquela prestação jurisdicional. A oposição deembargos de declaração pela Defensoria Pública, pugnando pela nulidade dos julgamentos realizados, sob o fundamentode não ter sido intimada para as sessões de julgamento, se mostra, apenas, como forma de ""retaliação"", uma vez que asdefensoras designadas para atuar perante esta 3ª Câmara criminal sequer estavam comparecendo para recebê-las.Acórdão nº 1.0313.06.192651-2/002(1) de TJMG. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 04 de Setembro de 2007 .

6. Note-se a embargante sequer afirmou, nos embargos, que teria efetivo interesse em eventual sustentação oral,autorizando concluir, então, que não haveria qualquer prejuízo a motivar a declaração de nulidade da sessão realizada.Ademais, a referida sustentação não constitui ato essencial à defesa, mas apenas faculdade conferida às partes. Assim, sóexiste nulidade quando a não realização de sustentação oral em favor de alguma das partes decorrer de obstáculo criado

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pelos serviços da Justiça, o que não ocorreu na hipótese em tela.7. Inexiste, portanto, omissão ou nulidade do julgado, vez que todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada, inexistindo a falha formal apontada.8. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

74 - 2009.50.50.000548-4/01 JANDIRA XAVIER BARBOSA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOSSANTOS.).Processo nº 2009.50.50.000548-4/01

Embargante : JANDIRA XAVIER BARBOSAEmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO ORDINÁRIO – IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO DO DEFENSORPÚBLICO – INEXISTÊNCIA – INOCORRÊNCIA DE FALHA FORMAL NO ACÓRDÃO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.1. Trata-se de embargos de declaração interpostos por JANDIRA XAVIER BARBOSA em face do acórdão que negouprovimento a seu recurso inominado.2. Em seus Embargos, alega a embargante que a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para ojulgamento do recurso inominado, vez que, ao contrário do que restou afirmado na certidão de fl. 86, a intimação não foiefetuada na pessoa de um servidor do órgão, mas de uma estagiária, que recebeu a pauta da sessão ordinária ecomprometeu-se a encaminhar ao Defensor Público da União. Ainda que assim não fosse, alega que, ainda que se tratassede servidor, a intimação deveria ser dirigida aos membros da Defensoria Pública da União, não aos que compõem o quadrode apoio.3. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.4. Cabe destacar que o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todasas alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentoslevantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos dedeclaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.5. Na hipótese em apreço, não se aponta falha formal no julgado, mas suposta irregularidade de intimação para ocomparecimento à sessão de julgamento, o que, desde já, não procede, haja vista a publicação da pauta da referida sessãono Boletim Eletrônico da Justiça Federal da 2ª Região (fl. 85). Neste sentido, as razões do julgado assim ementado:“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - DEFENSOR PÚBLICO - FALTA DE INTIMAÇÃO PARA SESSÃO DE JULGAMENTO -PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL - NULIDADE AFASTADA. Em observância aos princípios da economia e celeridadeprocessuais, é inexistente a nulidade do julgamento, face à ausência de intimação pessoal do defensor público para asessão de julgamento, quando a publicação da pauta correspondente, no diário oficial, constitui medida suficiente à ciênciadaquele defensor, mormente quando foi intimado pessoalmente do resultado daquela prestação jurisdicional. A oposição deembargos de declaração pela Defensoria Pública, pugnando pela nulidade dos julgamentos realizados, sob o fundamentode não ter sido intimada para as sessões de julgamento, se mostra, apenas, como forma de ""retaliação"", uma vez que asdefensoras designadas para atuar perante esta 3ª Câmara criminal sequer estavam comparecendo para recebê-las.Acórdão nº 1.0313.06.192651-2/002(1) de TJMG. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 04 de Setembro de 2007 .6. Note-se a embargante sequer afirmou, nos embargos, que teria efetivo interesse em eventual sustentação oral,autorizando concluir, então, que não haveria qualquer prejuízo a motivar a declaração de nulidade da sessão realizada.Ademais, a referida sustentação não constitui ato essencial à defesa, mas apenas faculdade conferida às partes. Assim, sóexiste nulidade quando a não realização de sustentação oral em favor de alguma das partes decorrer de obstáculo criadopelos serviços da Justiça, o que não ocorreu na hipótese em tela.7. Inexiste, portanto, omissão ou nulidade do julgado, vez que todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada, inexistindo a falha formal apontada.8. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

75 - 2009.50.50.002021-7/01 NILZA MARIA SATHLER (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x OS MESMOS.Processo nº 2009.50.50.002021-7/01

Embargante : NILZA MARIA SATHLEREmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO ORDINÁRIO – IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO DO DEFENSORPÚBLICO – INEXISTÊNCIA – INOCORRÊNCIA DE FALHA FORMAL NO ACÓRDÃO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.1. Trata-se de embargos de declaração interpostos por NILZA MARIA SATHLER em face do acórdão que negouprovimento a seu recurso inominado.2. Em seus Embargos, alega a embargante que a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para ojulgamento do recurso inominado, vez que, ao contrário do que restou afirmado na certidão de fl. 108, a intimação não foiefetuada na pessoa de um servidor do órgão, mas de uma estagiária, que recebeu a pauta da sessão ordinária ecomprometeu-se a encaminhar ao Defensor Público da União. Ainda que assim não fosse, alega que, ainda que se tratassede servidor, a intimação deveria ser dirigida aos membros da Defensoria Pública da União, não aos que compõem o quadrode apoio.3. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.4. Cabe destacar que o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todasas alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentoslevantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos dedeclaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.5. Na hipótese em apreço, não se aponta falha formal no julgado, mas suposta irregularidade de intimação para ocomparecimento à sessão de julgamento, o que, desde já, não procede, haja vista a publicação da pauta da referida sessãono Boletim Eletrônico da Justiça Federal da 2ª Região (fl. 107).6. Neste sentido, as razões do julgado assim ementado:“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - DEFENSOR PÚBLICO - FALTA DE INTIMAÇÃO PARA SESSÃO DE JULGAMENTO -PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL - NULIDADE AFASTADA. Em observância aos princípios da economia e celeridadeprocessuais, é inexistente a nulidade do julgamento, face à ausência de intimação pessoal do defensor público para asessão de julgamento, quando a publicação da pauta correspondente, no diário oficial, constitui medida suficiente à ciênciadaquele defensor, mormente quando foi intimado pessoalmente do resultado daquela prestação jurisdicional. A oposição deembargos de declaração pela Defensoria Pública, pugnando pela nulidade dos julgamentos realizados, sob o fundamentode não ter sido intimada para as sessões de julgamento, se mostra, apenas, como forma de ""retaliação"", uma vez que asdefensoras designadas para atuar perante esta 3ª Câmara criminal sequer estavam comparecendo para recebê-las.Acórdão nº 1.0313.06.192651-2/002(1) de TJMG. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 04 de Setembro de 2007 .

7. Note-se a embargante sequer afirmou, nos embargos, que teria efetivo interesse em eventual sustentação oral,autorizando concluir, então, que não haveria qualquer prejuízo a motivar a declaração de nulidade da sessão realizada.Ademais, a referida sustentação não constitui ato essencial à defesa, mas apenas faculdade conferida às partes. Assim, sóexiste nulidade quando a não realização de sustentação oral em favor de alguma das partes decorrer de obstáculo criadopelos serviços da Justiça, o que não ocorreu na hipótese em tela.8. Inexiste, portanto, omissão ou nulidade do julgado, vez que todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada, inexistindo a falha formal apontada.9. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

76 - 2008.50.50.003765-1/01 MARIA MADALENA TORRES FIENE (ADVOGADO: PATRICIA NUNES ROMANO, ROGÉRIONUNES ROMANO, JEANINE NUNES ROMANO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº 2008.50.50.003765-1/01

Embargante : MARIA MADALENA TORRES FIENE

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Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – REAPRECIAÇÃO DA PROVA DOS AUTOS - INEXISTÊNCIA DE FALHA FORMAL NOACÓRDÃO EMBARGADO - RECURSO NÃO PROVIDO.1. Trata-se de embargos de declaração interpostos por MARIA MADALENA TORRES FIENE em face do acórdão quenegou provimento a seu recurso.2. Em seus Embargos, alega a parte autora que o acórdão não se manifestou sobre as diversas declarações constantes doprocesso administrativo, firmadas por vizinhos do segurado, dando conta que o de cujus exercia a atividade de motorista àépoca do óbito. Afirma que também não houve manifestação quanto aos argumentos de que o segurado teria ficado doentelogo após sua última filiação como empregado, de que teria exercido atividade laboral como autônomo até a data de seuóbito, bem como teri contribuído para a Previdência Social durante anos como empregado.3. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.4. A má apreciação da prova, se ocorrente, configura error in judicando, não podendo ser corrigido através da via estreitados embargos de declaração. Neste sentido, o seguinte julgado: “O erro na apreciação da prova ou dos fatos, ou até naaplicação do Direito, não constituiu contradição, dúvida, obscuridade ou omissão, não ensejando, destarte, o recurso deembargos de declaração.” (ED 154.113, 14.9.83, 9ª C 2º TACSP, Rel. Juiz FLÁVIO PINHEIRO, in RT 578/158).5. Nada obstante, a título de esclarecimento, cumpre ressaltar que não assiste razão ao embargante, vez que, inexiste, incasu, má apreciação da prova dos autos.6. Com efeito, prevaleceu o entendimento de que a embargante não provou o trabalho de seu falecido esposo à época doóbito, tampouco arrolou testemunhas que comprovassem tal fato, a fim de complementar a insuficiência da provadocumental.7. Além disso, registrou-se que a autarquia previdenciária obteve a informação de que o último vínculo do falecido remontaa 1995 (CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais,fl. 145), portanto, muito anterior ao seu óbito, ocorrido em31.03.2000 (fl. 50), sendo certo que, intimada a trazer aos autos comprovantes de que o de cujus recolhia contribuiçõesprevidenciárias como autônomo, consoante afirmou na inicial, a autora afirmou expressamente não ter havido talrecolhimento (fl. 147).8. Assim, todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada,inexistindo a falha formal apontada.9. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

77 - 2003.50.50.022215-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x VANDER LUCAS DOS SANTOS (ADVOGADO: MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, THIAGO WEIGERTMEDICI, vanessa ribeiro fogos.).Processo nº 2003.50.50.022215-8/01

Embargante : VANDER LUCAS DOS SANTOSEmbargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO ORDINÁRIO – DECISÃO DE EMBARGOS POSTERIOR – AUSÊNCIA DERATIFICAÇÃO – INTEMPESTIVIDADE – NÃO OCORRÊNCIA – INEXISTÊNCIA DE FALHA FORMAL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de embargos de declaração interpostos por VANDER LUCAS DOS SANTOS em face do acórdão que deuprovimento ao recurso da autarquia previdenciária para julgar improcedente o pedido de averbação do tempo em que aparte autora trabalhou como estagiário.2. Em seus Embargos, alega o embargante que o acórdão restou omisso quanto à intempestividade do recurso do INSS.Afirma que foi dado provimento aos seus embargos de declaração, com parcial modificação do julgado, razão pela qual oINSS, que já havia interposto recurso, deveria ratificá-lo ou reiterar suas razões, sob pena de não conhecimento, porintempestividade. Colaciona jurisprudências do STJ acerca da intempestividade dos chamados “recursos prematuros” epugna, ao final, pelo acolhimento dos embargos.3. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.4. Cabe destacar que o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todasas alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentoslevantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de

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declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.5. Na hipótese em apreço, o embargante sequer arguiu preliminar de intempestividade do recurso, sendo certo que, emboratal circunstância não prejudique a análise deste pressuposto extrínseco, cumpre notar que, de qualquer forma, não assisteao embargante.6. Afinal, não se trata de recurso prematuro, ou seja, interposto antes da publicação da sentença, como aqueles a que sereportam os julgados colacionados pelo embargante.7. Além disso, não houve alteração substancial do julgado de forma a atrair novas razões ou a ratificação daquelas jáapresentadas pela autarquia previdenciária às fls. 57/66. Por mais peculiar que pareça, a parte autora opôs embargos dedeclaração, às fls. 86/87, alertando para o fato de que o juízo não havia se manifestado quanto à prescrição qüinqüenalsobre as diferenças postuladas, razão pela qual o juízo apenas declarou prescritas as parcelas vencidas antes doqüinqüênio que precedeu a propositura da ação. Logo, repita-se, inexistia razão para reiteração do recurso interposto peloINSS.8. Assim, todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada,inexistindo a falha formal apontada.9. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

78 - 2007.50.53.000838-7/01 LUIZ FERNANDO TINTORI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).Processo nº 2007.50.53.000838-7/01

Embargante : LUIZ FERNANDO TINTORI

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE LEI FEDERAL E NORMA CONSTITUCIONAL -PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo autor, ora embargante, em face de acórdão que negou provimento aorecurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação a normas constitucionais einfraconstitucionais suscitadas e requer sua análise para fins de prequestionamento, assim como diante da repercussãogeral que alega incidir à matéria.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alegaincidir à espécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art.535 do CPC.

Não obstante, inexiste violação ao art. 5º, XXXVI, da CRFB/88.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

79 - 2007.50.50.011338-7/01 ANTONIO STOCCO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).Processo nº 2007.50.50.011338-7/01

Embargante : ANTONIO STOCCO

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE LEI FEDERAL E NORMA CONSTITUCIONAL -PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo autor, ora embargante, em face de acórdão que negou provimento aorecurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação a normas constitucionais einfraconstitucionais suscitadas e requer sua análise para fins de prequestionamento, assim como diante da repercussãogeral que alega incidir à matéria.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alegaincidir à espécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art.535 do CPC.

Não obstante, inexiste violação ao art. 5º, XXXVI, da CRFB/88.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

80 - 2008.50.51.001384-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme NogueiraFreire Carneiro.) x ALARIDES DO NASCIMENTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).

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PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.51.001384-9/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Embargado : ALARIDES DO NASCIMENTO

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – DESCABIDA A ALEGAÇÃO DE OMISSÃO – AUSENTE A OCORRÊNCIA DADECADÊNCIA –- INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face dedecisão de fls. 92/93 que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa, poisnão analisou a incidência da decadência no caso em lume e, sendo esta uma questão de ordem pública, possui o condãode ser esmiuçada em qualquer lapso temporal do inter procedimental, inclusive em sede de embargos declaratórios.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Não obstante, quanto à alegação do embargante de que houve a incidência da decadência no caso em análise, tal carecede respaldo fático-jurídico. Deveras, diversamente do que afirma nos embargos, o benefício a ser revisado não é oauxílio-doença concedido em 29/07/1994 (fl. 96.), mas a aposentadoria por invalidez concedida em 12/10/2000 (fl.12), comose pode observar claramente na inicial desta ação. Não há, destarte, fundamentação lógica apta a desconstituir oprovimento jurisdicional ofertado por este Juízo.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade da autarquia previdenciária com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

81 - 2006.50.51.001225-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: José Arteiro Vieira deMello.) x ADMIR PANETTO (ADVOGADO: SAMUEL ANHOLETE, LETICIA SEVERIANO ZOBOLI.).Processo nº 2006.50.51.001225-3/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Embargado : ADMIR PANETTO

E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃOEMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face de acórdão que negou provimento ao recursoinominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa ao não fundamentar devidamente o motivo pelo qual se aceitoua documentação probatória da atividade rural, motivo pelo qual embarga o acórdão.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado de modo a fundamentar sua posição de maneira satisfatóriaao embargante não leva à conclusão de que foi ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art.535 do CPC.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

82 - 2007.50.51.003258-0/01 ALVACY CARDOSO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).Processo nº 2007.50.51.003258-0/01

Embargante : ALVACY CARDOSO

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE LEI FEDERAL E NORMA CONSTITUCIONAL -PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo autor, ora embargante, em face de acórdão que negou provimento aorecurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação a normas constitucionais einfraconstitucionais suscitadas e requer sua análise para fins de prequestionamento, assim como diante da repercussãogeral que alega incidir à matéria.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção

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pretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alegaincidir à espécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art.535 do CPC.

Não obstante, inexiste violação ao art. 5º, XXXVI, da CRFB/88.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

83 - 2007.50.50.011335-1/01 AILSON CEZAR DA CRUZ (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).Processo nº 2007.50.50.011335-1/01

Embargante : AILSON CEZAR DA CRUZ

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE LEI FEDERAL E NORMA CONSTITUCIONAL -PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo autor, ora embargante, em face de acórdão que negou provimento aorecurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação a normas constitucionais einfraconstitucionais suscitadas e requer sua análise para fins de prequestionamento, assim como diante da repercussãogeral que alega incidir à matéria.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alegaincidir à espécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art.535 do CPC.

Não obstante, inexiste violação ao art. 5º, XXXVI, da CRFB/88.

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Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

84 - 2007.50.53.000836-3/01 EGILEU ALVES MARTINS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.).Processo nº 2007.50.53.000836-3/01

Embargante : EGILEU ALVES MARTINS

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE LEI FEDERAL E NORMA CONSTITUCIONAL -PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo autora, ora embargante, em face de acórdão que negou provimentoao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação a normas constitucionais einfraconstitucionais suscitadas e requer sua análise para fins de prequestionamento, assim como diante da repercussãogeral que alega incidir à matéria.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos de lei que a parte alegaincidir à espécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamentesuficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos porelas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto aodeslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art.535 do CPC.

Não obstante, inexiste violação ao art. 5º, XXXVI, da CRFB/88.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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85 - 2008.50.50.007732-6/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x CREUZENIBRANDÃO DE OLIVEIRA (ADVOGADO: CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPE.).Processo nº 2008.50.50.007732-6/01

Recorrente: CAIXA ECONÔMICA FEDERALRecorrido:CREUZENI BRANDÃO DE OLIVEIRA

E M E N T ARECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – INSCRIÇÃO DO NOME DO FIADOR NOS ÓRGÃOS DEPROTEÇÃO AO CRÉDITO – AUSÊNCIA DE PRÉVIA CONSTITUIÇÃO EM MORA - DANOS MORAIS – CONFIGURAÇÃO– VALOR DA INDENIZAÇÃO DESPROPORCIONAL – REDUÇÃO – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – FORMULAÇÃO DEDEFESA CONTRA TEXTO DE LEI – NÃO OCORRÊNCIA - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO -SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL contra a r. sentença que julgouprocedente o pedido para condenar a CEF a indenizar a autora no valor de R$ 20.400,00 (vinte mil e quatrocentos reais) atítulo de dano moral, bem como a pagar-lhe multa pecuniária de R$ 6.000,00 (seis mil reais) por descumprimento de ordemjudicial (ordem de antecipação de tutela); multa de R$ 204,00 (duzentos e quatro reais), por litigância de má-fé, por deduzirpretensão de defesa contra texto expresso de lei; indenização no valor de R$ 4.080,00 (20% sobre o valor do dano moral),em face da demora indevida que a defesa contra texto expresso de lei, sem fundamentação, gerou no trâmite destademanda (art. 18, §2º do CPC).2. Segundo o juízo de origem, o fiador deve ser cientificado da inadimplência do afiançado, antes de lhe ser cobrado odébito, e, sendo assim, com base no art. 423 do CC, conferiu interpretação conforme à lei (no caso o art. 819 c/c art. 821 doCódigo Civil) para considerar ilegal qualquer interpretação da cláusula contratual sub examem (§11º da cláusula 18ª docontrato de adesão do FIES) que infira ao fiador responsabilidade pela dívida de seu afiançado, sem que, antes, o própriofiador tenha sido pessoalmente constituído em mora e lhe tenha sido fixado prazo para quitar a dívida (mora ex persona).Constatou que a CEF inscreveu o nome da fiadora no SPC/SERSA de forma indevida, eis que não a constituiu em morapreviamente (art. 821 do CC), o que caracteriza a ocorrência de ato ilícito civil (art. 186 do CC). Quanto à litigância demá-fé, relatou o juízo que, após o comando da CEF para retirada do nome da autora do SPC/SERADA em função dopagamento da dívida, a Empresa Pública assim se manifestou às fls. 71: “Entretanto, alerta para a possibilidade de taisregistros serem novamente efetivados, caso a titular do empréstimo volte a se tornar inadimplente nas prestações”. Talafirmação significa que a CEF defendeu a tese de que a mora do fiador ocorreria ex re (art. 397 caput do CC), ou seja, coma pactuação do contrato. Em outras palavras, segundo a defesa apresentada pela CEF, o fiador deveria acompanharpasso-a-passo a execução contratual para, identificando a inadimplência de seu afiançado, quitar a dívida ex officio.Destacou, porém, que a mora do fiador é ex persona (parágrafo único do art. 397 do CC), por previsão do art. 821 doCódigo Civil, razão pela qual entendeu ter havido o manuseio de tese defensiva contra texto expresso de lei. Após fixar odano moral no valor 20 (vinte) salários mínimos, salientou o juízo que duas circunstâncias ensejavam seu agravamento e oaumento da respectiva indenização: 1) apesar de ter ciência de que o fiador deve ser constituído em mora, quantificando adívida e oportunizando-lhe prazo para sua quitação, a CEF efetua a inscrição do mesmo no SPC/SERASA, sem notificá-lo,na certeza de que a maioria dos fiadores irá pagar ou negociar as dívidas, pois precisam de crédito na praça comceleridade; 2) a postura em tela da CEF, inscrevendo o fiador antes de constituir-lhes em mora, para que tenha aoportunidade de pagar a dívida de seu afiançado, conspira contra o próprio sistema do FIES, gerando vários os processosjudiciais sobre o tema. Assim, aumentou o quantum principal em 100% (50% em decorrência de cada agravamento),fixando definitivamente o dano moral em 40 (quarenta) salários-mínimos. Ao final, condenou a recorrente ao pagamento demulta R$ 6.000,00 (seis mil reais) por descumprimento de ordem judicial, vez que, no decorrer do trâmite processual, foideferida antecipação de tutela no sentido de determinar à CEF que retirasse as negativações em nome da autora (fls. 113),no prazo de 05 dias, mas a autora comprovou que nos dias 22 a 24.07.2009 a negativação permanecia (fls. 123/125), nãoprosperando o argumento da CEF sobre a existência de problemas operacionais (fls. 139/140).3. Em suas razões recursais, alega a recorrente que inexistiu dedução de defesa contra texto expresso de lei, vez que o art.821 do Código Civil, ao qual se referiu o juízo, não determina expressamente que o fiador deva receber carta de cobrançaendereçada a si antes que possa ser cobrado, judicial ou extrajudicialmente, pelos créditos que garantiria. Afirma que adefesa sequer abordou tal artigo ou tese relacionada ao mesmo, inclusive porque a petição inicial sequer se reportou a taldispositivo legal, tampouco requereu a revisão de cláusulas contratuais, tornando injustificável a aplicação de pena delitigância de má-fé por suposta utilização de tese afrontosa à literalidade do dispositivo legal em tela. Pugna peloafastamento da litigância de má-fé e, em conseqüência, as cominações derivadas de tal conduta, quais sejam, multapecuniária do art. 18 do CPC, multa de 20% sobre o valor da condenação, honorários advocatícios no importe de 20%, ecustas ex lege de primeira instância. Afirma ser indevida a multa por descumprimento da ordem de antecipação de tutela,pois a inclusão do nome da autora no SPC/SERASA, após a ordem judicial, ocorreu por apenas 03 dias, sendo indevida aaplicação de multa considerando o lapso de trinta dias. Afirma que a própria autora confirmou, na inicial, ter recebidocobranças relativas à dívida e que a notificação de fl. 122 comprova ter sido dada ciência à fiadora acerca da inadimplência,antes que se efetuasse a inclusão de seu nome no referido cadastro, sendo que, embora o magistrado tenha desqualificadotal notificação, o art. 821 do Código Civil não exige que a notificação seja feita pela pessoa do credor, nem veta que anotificação se dê por terceiro mandatário. Pugna pela improcedência da ação ou, sucessivamente, pela redução do valor daindenização.4. A hipótese prevista no art. 17, I, do CPC deve ser aplicada apenas quando manifestamente percetível a má-fé da parte, oque não se verifica na hipótese em apreço. O simples alerta, em contestação, da possibilidade de nova negativação donome do fiador, caso o titular do empréstimo voltar a se tornar inadimplente (fl. 71) não autoriza concluir pela formulação de

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defesa contra o texto expresso de qualquer dispositivo do Código Civil, sob pena de restrição ao princípio do contraditório eda ampla defesa.5. Vale lembrar que a imposição de multa por litigância de má-fé pressupõe o dolo da parte, com nítido propósito de obstaro regular processamento do feito, o que não se verifica no caso. A contestação genérica enseja tão-somente a presunçãode veracidade dos fatos não impugnados, sendo que, no caso, não houve qualquer ato por parte da CAIXA que pudesseser interpretado como óbice ao trâmite processual.6. Conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, para que haja condenação em litigância de má-fé, necessário que da"conduta resulte prejuízo processual à parte contrária" (REsp 250.781/SP - 1ª Turma - Rel. Min. José Delgado), o que nãoocorreu no presente caso, em que o magistrado a quo acolheu o pedido da parte autora.7. Destaca-se, ainda, o seguinte julgado: "A aplicação de penalidades por litigância de má-fé exige dolo específico,perfeitamente identificável a olhos desarmados, sem o qual se pune indevidamente a parte que se vale de direitosconstitucionalmente protegidos (ação e defesa)" (STJ, RESP 906269/BA, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. em16.10.2007).8. Nesse contexto, mostra-se indevida a condenação em custas e em honorários advocatícios, posto que afastada aocorrência de litigância de má-fé no presente caso.9. Resta ainda descabida a condenação da CAIXA ao pagamento de indenização de 20% sobre o valor da causa, pelademora indevida do feito em razão da tese manifestada na peça de resistência, posto que é assegurado, à parte ré, pela lei,o pleno exercício de defesa, sem contar que a sentença guerreada já arbitrou a reparação por danos morais.10. Quanto à multa por descumprimento de ordem judicial, observa-se que a recorrente foi intimada, em 23/06/2009 (fl.114-vº) para que procedesse à “exclusão do nome da parte autora de órgãos de proteção ao crédito no que tange àsdívidas relativas aos débitos discutidos no presente processo...” (mandado de fls. 114/115), sendo que, em 03/07/2010,protocolizou petição informando que o cumprimento da ordem e assegurando que “...houve o bloqueio quanto a novasinclusões dos nomes da avalista e da tomadora...” (fl. 116/117).11. Nada obstante, a parte autora peticionou em 29/07/2009 (fls. 118/120) alegando que tentou, sem êxito, reativar suasmovimentações financeiras perante o Banco Itaú, pois foi lançada nova restrição em seu nome, desta vez relativa à parcelado mês de maio de 2009. Na oportunidade, juntou aos autos documento do SERASA, datado de 11 de julho,comunicando-lhe que “recebemos da instituição credora pedido de inclusão em nossos registros da(s) anotação(ões)abaixo discriminadas...” (fl. 122).12. Constata-se, portanto, que, sem ao menos comprovar a efetiva exclusão do nome da autora dos órgãos de proteção aocrédito (as imagens constantes da petição de fls. 116/117 referem-se aos registros de dados da CEF, e não doSPC/SERASA) a recorrente, de forma negligente, ensejou nova inscrição do nome da autora nos referidos cadastros, o queautoriza o entendimento de que a ordem antecipatória de tutela não restou efetivamente atendida, não merendo reforma a r.sentença, no particular.13. No tocante à indenização por dano moral, restou comprovado nos autos que a inscrição do nome do recorrido no órgãode restrição ao crédito foi realizada de forma indevida, vez que o recorrido, na qualidade de fiador, não foi cientificado pelarecorrente para ciência da inadimplência de seu afiançado, não lhe sendo aberta, portanto, a oportunidade de quitar adívida, para evitar a inscrição do seu nome no órgão de restrição ao crédito.14. Nem se argumente que as notificações expedidas pelo próprio SERASA (fls. 160/184) eximiria a recorrente de talresponsabilidade, já que a notificação prevista no art. 43, §2º do CDC não se confunde com a notificação para aconstituição em mora do fiador prevista no art. 821 do CC. Consoante observou o juízo a quo, a primeira é uma exigênciado Direito Consumeirista e pode ser efetivada pelo cadastro de dados no qual ocorrerá a inscrição, como de fato ocorreu,ao passo que a segunda, ou seja, a notificação do fiador, deve ser encarada como implemento de uma condição legal (CC,art. 121 c/c art. 821) devendo ser efetivada pelo credor.15. Dessa forma, antes mesmo de constituir o recorrido em mora, a parte recorrente inscreveu o nome do recorrido nocadastro de órgão de restrição ao crédito, restando demonstrada a responsabilidade da recorrente no evento danoso,havendo, assim, ensejo para reparação pecuniária. Tendo sido comprovado o evento danoso e não tendo a vítimacontribuído para a sua ocorrência (no caso, a precipitada inscrição do nome no órgão de restrição creditícia), restaconfigurado o dever de indenizar da instituição financeira.16. A inscrição indevida no SPC ocasionou constrangimentos e dissabores injustificados, passíveis de indenização por danomoral (art. 5º, V, da CR/88). É bom que se registre que a pretensa reparação do dano moral não se resolve numaindenização propriamente dita, uma vez que não ocorre a eliminação do prejuízo e de suas consequências, na medida emque a dor, o sofrimento e o constrangimento não são aquilatáveis em pecúnia. A condenação pecuniária atende a doispressupostos básicos: a) uma compensação que, disponibilizando recursos à parte lesada, procure minimizar os efeitos doevento danoso; b) uma afetação no patrimônio do ofensor, constituindo reprimenda de conteúdo punitivo/educativo.17. Vale apontar que a jurisprudência firmou entendimento de que a mera inclusão em cadastro restritivo de créditoconfigura dano moral, não assistindo razão à recorrente em sua alegação recursal de que não houve prova nesse sentido.18. Quanto ao valor arbitrado a título de indenização, verifico que se mostra desproporcional ao dano, razão pela qualentendo deva o mesmo ser alterado, posto que, do contrário, haveria enriquecimento da parte que a pleiteia, considerandoque deve ser levada em conta a repercussão do dano na esfera do ofendido. Ora, o recorrido não comprovou (ou ao menosalegou) que sofreu concretas restrições nos negócios da vida privada em decorrência de seu nome constar indevidamenteno cadastro de inadimplentes. A indenização por danos morais, na hipótese, seria pela mera inclusão do nome do recorridono órgão de restrição creditícia, conforme já exposto no parágrafo anterior.19. Recurso conhecido e provido em parte, reformando a sentença guerreada, para afastar a condenação da recorrente namulta por litigância de má-fé, na indenização de 20% sobre o valor da causa, além das custas e honorários advocatícios,devendo a condenação em danos morais ser reduzida para R$ 5.000,00 (cinco mil reais).20. Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55, da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º, da Lei nº 10.259/01).

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

86 - 2004.50.50.002918-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x PEDRO DE ALCÂNTARA DA PENHA (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAOSARLO BORTOLINI, MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRES.).Processo nº 2004.50.50.002918-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : PEDRO DE ALCÂNTARA DA PENHA

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇOCOMUM DO PERÍODO TRABALHADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PERÍODO POSTERIOR A 28/05/1998 -POSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.158/162, que julgou procedentes os pedidos formulados na exordial.2. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente a impossibilidade de conversão, de tempo especial para comum, doperíodo posterior a 28/05/1998, vez que a Medida Provisória n. 1.663 de 28/05/1998, convertida na Lei n. 9.711/98, revogouexpressamente o parágrafo 5º do art. 57 da Lei n. 8.213/91, inexistindo previsão legal para que possa ser convertido otempo de serviço exercido em atividade especial posterior a 28/05/1998, consoante precedente do E. STJ.3. Revendo posicionamento anterior, este Relator curva-se à recente decisão do C. STJ, de sua 5ª Turma, proferida noREsp 956.110/SP, julgado em 29/08/2007, que, por sua vez, alterando a posição que anteriormente adotava, passou aacompanhar o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência pátria no sentido de ser cabível, mesmo após28.05.1998, a conversão em comum do tempo de serviço prestado em condições especiais, para fins de concessão deaposentadoria.4. Recurso conhecido e improvido.5. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10% dovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

87 - 2007.50.50.002890-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x SEBASTIÃO ALCANTARA GONÇALVES (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS.).Processo nº. 2007.50.50.002890-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SEBASTIÃO ALCANTARA GONÇALVES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ALEGAÇÃO DE INCIDÊNCIA DA DECADÊNCIA – APLICAÇÃO DASÚMULA N. 08 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DAS TURMAS RECURSAIS DOSJUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA 2ª REGIÃO – AÇÃO AJUIZADA ANTES DE 01.08.2007 – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou extinto oprocesso com resolução de mérito, com fundamento no art. 269, IV, do CPC, quanto ao pedido de revisão do benefício naforma da Súmula 260 do TFR, e sem a resolução de mérito, com fundamento no art. 267, VI, do CPC, no que tange aopedido de revisão do benefício nos termos do art. 58 da ADCT. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que incidedecadência no caso em tela, devendo ser extinto o processo com resolução de mérito, em conformidade com odeterminado no art. 269, IV, do CPC.Em conformidade com o entendimento jurisprudencial suscitado pela autarquia-ré, a Turma Regional de Uniformização deJurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região, responsável pela uniformização dainterpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões de direito material entre decisões proferidas pelasTurmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmeros precedentes acerca desta matéria, editou aSúmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato

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concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deunova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 28.06.1997, em 1986 (fl. 20), e a ação, por seu turno, foi ajuizada em14.05.2007. Assim, não há como sustentar a incidência da decadência na hipótese.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação da parte recorrente em honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valoratribuído à causa, nos termos do art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

88 - 2008.50.50.001718-4/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x CELIA DA SILVA LOPES(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº 2008.50.50.001718-4/01

Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : CELIA DA SILVA LOPES

EMENTARECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO. GDATA. GDPGTAS. CARÁTERGENÉRICO DA VANTAGEM. EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS E AOS PENSIONISTAS. EQUIPARAÇÃO COMOS SERVIDORES DA ATIVA. POSSIBILIDADE. EFEITOS FINANCEIROS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se recurso inominado interposto pela UNIÃO FEDERAL em face da sentença que julgou procedente o pedidoformulado na inicial. Em suas razões recursais, renova a recorrente a tese apresentada em sede de contestação,acrescentando que a GDPGTAS foi instituída após o advento da EC nº 41/2003 e que a aposentadoria da autora tambémseria posterior ao advento da referida Emenda, quando restou abolida a regra da paridade no tocante ao reajustamento dosbenefícios.2. A GDATA foi criada como vantagem remuneratória devida aos servidores ativos e inativos, tendo por base odesempenho institucional e individual de cada servidor. Contudo, os servidores inativos tiveram a base de cálculo fixada deforma distinta do pessoal em atividade. Essa opção do legislador seria justificada ante a impossibilidade de se aferir aprodutividade para os inativos para fins de cálculo da vantagem.3. Entretanto, a Lei 10.404/2002, em seu art. 6º, estabeleceu que, a partir da sua vigência e até 31/05/2002 ou até quefossem editados os atos referentes ao processo de avaliação, a GDATA seria paga aos servidores da ativa, indistintamente,em valor correspondente a 37,5 pontos por servidor. Posteriormente, a matéria foi novamente modificada com a edição daMP 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que, em seu art. 1º, estabeleceu que a GDATA seria paga no valorcorrespondente a 60 pontos até que fosse instituída nova disciplina para aferição da avaliação de desempenho individual einstitucional, revogando o art. 7º da Lei 10.404/2002, e permitindo, em seu § 1º, efeitos retroativos a 01/05/04 se firmadotermo de opção pelo servidor.4. Esta disciplina, estabelecendo pontuação única e geral, sem qualquer vinculação com a produtividade individual oudesempenho institucional, configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda que temporária, uma vez que devida atodo e qualquer servidor, independentemente do respectivo desempenho, sendo assim, extensível seu pagamento, combase no mesmo percentual, aos inativos e pensionistas.5. O direito da parte autora está respaldado no princípio da paridade entre servidores ativos e inativos, expresso no art. 7ºda Emenda Constitucional nº 41/2003, a seguir transcrito: “Art. 7º Observado o disposto no art. 37, XI, da ConstituiçãoFederal, os proventos de aposentadoria dos servidores públicos titulares de cargo efetivo e as pensões dos seusdependentes pagos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, em fruiçãona data de publicação desta Emenda, bem como os proventos de aposentadoria dos servidores e as pensões dosdependentes abrangidos pelo art. 3º desta Emenda�, serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre quese modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e pensionistasquaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentesda transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a

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concessão da pensão, na forma da lei”.6. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 476.279/DF, fixou entendimento ao tratar da GDATA quanto àpossibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias conferidas legalmente aos servidores da ativa de formagenérica, ante a falta de regulamentação.7. A Suprema Corte assentou que GDATA possui duplo caráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de apontuação variar conforme desempenho individual e institucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de apontuação ser atribuída, em certas situações, pela simples ocupação do cargo.8. Asseverou-se que, para caracterizar a natureza pro labore faciendo da gratificação, é necessário que haja edição danorma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificação adquire um caráter degeneralidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.9. Foi editada inclusive a Súmula Vinculante nº 20 que consagrou o entendimento do STF.10. No que tange à Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa e de Suporte – GDPGTAS, o art. 7º, §7º, da Lei 11.357/06 estabeleceu que a gratificação será devida a todos os servidores no valor correspondente a 80% doseu valor máximo, até que seja regulamentada e sejam processados os resultados da primeira avaliação específica.11. Quanto à alegação de que a GDPGTAS foi instituída após o advento da EC nº 41/2003 e, ainda, que a aposentadoria daautora também seria posterior ao advento da referida Emenda, quando restou abolida a regra da paridade no tocante aoreajustamento dos benefícios, cumpre esclarecer que estas questões não foram abordadas em contestação, constituindoinovação. O art. 515, caput e § 1º, do CPC, restringe a análise recursal ao que já foi objeto de pedido quando da propositurada ação ou de sua contestação, restando, pois, preclusa a alusão a tema não debatido nos autos, sob pena de ofensa aoprincípio do duplo grau de jurisdição.12. Recurso conhecido e improvido.13. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10%do valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

89 - 2006.50.51.001801-2/01 INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZACAO E REFORMA AGRARIA - INCRA (PROCDOR:DIOGENES SODERIO FERREIRA ALVES.) x LIANA SMITH BRUNINI (ADVOGADO: ANA IZABEL VIANA GONSALVES.).Processo nº 2006.50.51.001801-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRARecorrido : LIANA SMITH BRUNINI

E M E N T ARECURSO INOMINADO – ADMINISTRATIVO - GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE REFORMAAGRÁRIA - PRINCÍPIO DA ISONOMIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA1. Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pedidoinicial para condenar o INCRA a retificar o valor pago à Parte Autora, elevando-lhe o percentual para 60 (sessenta) pontos,bem como para pagar as diferenças remuneratórias vencidas a partir de 1º de agosto de 2004.2. Segundo o juízo de origem, a GDARA tem natureza de vantagem de caráter geral, configurando ofensa ao princípio daisonomia e da paridade a exclusão de seu recebimento pelos servidores inativos, bem como a diferença quanto aos pontosaplicados.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente, em síntese, que a gratificação em tela possui natureza específica, devidamediante avaliação apenas aos servidores em exercício, situação não atendida pela recorrida.4. A diferenciação na forma de cálculo e percepção, entre ativos e inativos, de gratificação, ainda que relacionada aodesempenho de função, fere, efetivamente, o princípio constitucional da isonomia insculpido na Carta Magna.5. Embora os inativos e pensionistas não possam ser avaliados no respectivo desempenho, não podem merecer opercentual mínimo de (30 pontos) próximo daquele atribuído ao pior desempenho do servidor ativo (10 pontos), devendo seraplicado o percentual que a própria lei estabelece para as situações em que (e enquanto) não for possível aferir aprodutividade do servidor: "enquanto não forem editados os atos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 16 desta lei e até que sejamprocessados os resultados do 1º período de avaliação de desempenho, a GDARA será paga nos valores correspondentes a60 pontos por servidor" (art. 19-caput da Lei 11.090/05).6. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, o que faço com base no art. 46 da Lei 9.099/95, aplicávelsubsidiariamente aos Juizados Especiais Federais.7. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10% dovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.A C Ó R D à OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

90 - 2007.50.51.002925-7/01 ESCOLA AGROTECNICA FEDERAL DE ALEGRE/ES (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.) x REGINA CELIA DOS SANTOS MOREIRA (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).Processo nº 2007.50.51.002925-7/01

Recorrente : ESCOLA AGROTÉCNICA FEDEAL DE ALEGRE/ESRecorrido : REGINA CELIA DOS SANTOS MOREIRA

EMENTARECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO. GDATA. CARÁTER GENÉRICO DAVANTAGEM. EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS E AOS PENSIONISTAS. EQUIPARAÇÃO COM OSSERVIDORES DA ATIVA. POSSIBILIDADE. EFEITOS FINANCEIROS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se recurso inominado interposto pela ESCOLA AGROTÉCNICA FEDEAL DE ALEGRE/ES em face de sentençaque julgou procedente o pedido formulado na inicial. Em suas razões recursais, renova a recorrente a tese apresentada emsede de contestação.2. A GDATA foi criada como vantagem remuneratória devida aos servidores ativos e inativos, tendo por base odesempenho institucional e individual de cada servidor. Contudo, os servidores inativos tiveram a base de cálculo fixada deforma distinta do pessoal em atividade. Essa opção do legislador seria justificada ante a impossibilidade de se aferir aprodutividade para os inativos para fins de cálculo da vantagem.3. Entretanto, a Lei 10.404/2002, em seu art. 6º, estabeleceu que, a partir da sua vigência e até 31/05/2002 ou até quefossem editados os atos referentes ao processo de avaliação, a GDATA seria paga aos servidores da ativa, indistintamente,em valor correspondente a 37,5 pontos por servidor. Posteriormente, a matéria foi novamente modificada com a edição daMP 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que, em seu art. 1º, estabeleceu que a GDATA seria paga no valorcorrespondente a 60 pontos até que fosse instituída nova disciplina para aferição da avaliação de desempenho individual einstitucional, revogando o art. 7º da Lei 10.404/2002, e permitindo, em seu § 1º, efeitos retroativos a 01/05/04 se firmadotermo de opção pelo servidor.4. Esta disciplina, estabelecendo pontuação única e geral, sem qualquer vinculação com a produtividade individual oudesempenho institucional, configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda que temporária, uma vez que devida atodo e qualquer servidor, independentemente do respectivo desempenho, sendo assim, extensível seu pagamento, combase no mesmo percentual, aos inativos e pensionistas.5. O direito da parte autora está respaldado no princípio da paridade entre servidores ativos e inativos, expresso no art. 7ºda Emenda Constitucional nº 41/2003, a seguir transcrito: “Art. 7º Observado o disposto no art. 37, XI, da ConstituiçãoFederal, os proventos de aposentadoria dos servidores públicos titulares de cargo efetivo e as pensões dos seusdependentes pagos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, em fruiçãona data de publicação desta Emenda, bem como os proventos de aposentadoria dos servidores e as pensões dosdependentes abrangidos pelo art. 3º desta Emenda�, serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre quese modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e pensionistasquaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentesda transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para aconcessão da pensão, na forma da lei”.6. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 476.279/DF, fixou entendimento ao tratar da GDATA quanto àpossibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias conferidas legalmente aos servidores da ativa de formagenérica, ante a falta de regulamentação.7. A Suprema Corte assentou que GDATA possui duplo caráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de apontuação variar conforme desempenho individual e institucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de apontuação ser atribuída, em certas situações, pela simples ocupação do cargo.8. Asseverou-se que, para caracterizar a natureza pro labore faciendo da gratificação, é necessário que haja edição danorma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificação adquire um caráter degeneralidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.9. Foi editada inclusive a Súmula Vinculante nº 20 que consagrou o entendimento do STF.10. Assim, no período de 01/02/2002 a 31/05/2002, a GDATA deveria ser paga aos inativos no valor correspondente a 37,5pontos, nos termos do art. 6º da Lei 10.404/2002. No período entre 01/06/2002 e 30/04/2004, nenhuma diferença é devida,pois o STF entendeu que tanto os servidores ativos quanto os inativos deveriam receber GDATA no valor correspondente a10 pontos, de acordo com o art. 5º, parágrafo único da Lei 10.404/2002, equiparável ao art. 2º, II da mesma lei, o que já foiconcedido pela Administração. Por fim, a partir de 01/05/2004, todos os servidores, ativos e inativos, deveriam receber aGDATA no valor correspondente a 60 pontos, em razão do que dispõe a Lei 10.971/2004 em seu art. 1º, parágrafo 1º.11. Ressalte-se que, no mesmo julgamento, o STF rechaçou o entendimento de que o pagamento do valor correspondentea 50 pontos, previsto no art. 7º da Lei 10.404/2002, deveria se estender aos inativos (como defendeu o Min. Marco Aurélio,único voto vencido). Isso porque o percentual de 50 pontos seria devido somente aos servidores ativos cedidos a algunsEstados ou à disposição de outras entidades federativas. Essa especificidade afastaria o caráter de generalidade,indispensável a equiparação dos servidores ativos e inativos, nos termos da fundamentação supra.12. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, o que faço com base no art. 46 da Lei 9.099/95, aplicávelsubsidiariamente aos Juizados Especiais Federais.

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13. Custas na forma da lei. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10%do valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

91 - 2007.50.50.009707-2/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x ALOISIO FONSECA (ADVOGADO:ANA IZABEL VIANA GONSALVES.).Processo nº 2007.50.50.009707-2/01

Recorrente : UNIÃORecorrido : ALOÍSIO FONSECA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – GDATFA – GRATIFICAÇÃO DE CARÁTER GERAL – EXTENSÃO AOS INATIVOS – ART. 40,§8º, DA CR/88 (REDAÇÃO ANTERIOR À EC N. 41/2003) – EXTENSÃO NOS LIMITES DA GENERALIDADE DAVANTAGEM - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente, em parte, apretensão externada na inicial, condenando a UNIÃO a pagar, à parte autora, GDATFA, nos termos em que paga aosservidores da ativa, a ser apurada entre os pontos que lhe foram pagos no período. Em suas razões recursais, a parterecorrente sustenta que não há, no caso, violação ao art. 40, §8º, da CR/88, tampouco ao princípio da isonomia,contemplado no art. 5º da Carta Magna, destacando que deve ser respeitado o princípio da legalidade (arts. 37 e 5º, II, daCR/88).

Deveras, a GDATFA constitui vantagem remuneratória devida aos servidores ativos, que tem por base o desempenhoinstitucional e o individual de cada servidor, nos termos da Lei 10.484/2002.

É certo que os servidores inativos foram também beneficiados com a referida gratificação; contudo, a base de cálculo paraestes é distinta da do pessoal em atividade – opção do legislador que é justificada pela parte ré ante a impossibilidade de seaferir a produtividade para os inativos para fins de cálculo da vantagem.

Assim, vê-se que a controvérsia reside na eventual violação ao princípio da isonomia, previsto no art. 40 § 8º daConstituição no contexto das vantagens remuneratórias que reclamam comprovação do direito, mediante pontuação, aexemplo das gratificações de produtividade, como a GDATA.

É cediço que, após a EC 41/2003, o art. 40 §8º da Constituição assim ficou redigido: “§ 8º É assegurado o reajustamentodos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)”. Registre-se que a redação anterior assim dispunha: “§ 8º -Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e namesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aosaposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores ematividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu aaposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei. (redação dada pela EC 20 / 98).”

Nesse contexto, resta cristalino que o art. 40, §8º, da Constituição da República, com a redação anterior à EC 41/2003,assegurava paridade entre servidores da ativa e da inatividade, inclusive no que se refere às vantagens posteriormenteconcedidas àqueles, mesmo que decorrentes da transformação ou reclassificação de cargo ou função em que se deu aaposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei.

Em razão disso, considerando que o direito ora pleiteado, se existente, surgiu antes da EC n. 41/2003, que fez cessar ocritério da paridade, remetendo à lei o critério de reajuste dos benefícios previdenciários, com efeitos ex nunc (ou seja, osreajustes decorrentes da paridade, anteriores à EC 41/2003, continuam válidos e devidos), a superveniência da EC n.41/2003 em nada afeta a questão controvertida nestes autos, uma vez que a norma de reforma somente terá eficácia, paraexcluir os inativos do aumento se este for concedido aos ativos posteriormente à sua entrada em vigor.

Vale lembrar que o direito adquirido à paridade dos que já estavam aposentados ao tempo da EC 41/2003 foiexpressamente preservado no art. 7º da referida emenda.

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Assim dispõe a Lei 10.484/2002 em relação à GDATFA, em sua redação original: “Art. 1º Fica instituída, a partir de 1º deabril de 2002, a Gratificação de Desempenho de Atividade Técnica de Fiscalização Agropecuária - GDATFA, devida aosocupantes dos cargos de Agente de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal e de Agente deAtividades Agropecuárias, pertencentes ao Quadro de Pessoal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –Mapa.Art. 2º A gratificação instituída no art. 1º terá como limites: I - máximo, 100 (cem) pontos por servidor; e II - mínimo,10 (dez) pontos por servidor, correspondendo cada ponto ao valor estabelecido no Anexo. (...) § 2o A distribuição dospontos e a pontuação atribuída a cada servidor observarão o desempenho institucional e individual. (...)Art. 5º A GDATFAintegrará os proventos da aposentadoria e as pensões, de acordo com: I - a média dos valores recebidos nos últimos 60(sessenta) meses; ou II - o valor correspondente a 10 (dez) pontos, quando percebida por período inferior a 60 (sessenta)meses. Parágrafo único. Às aposentadorias e às pensões existentes quando da publicação desta Lei aplica-se o dispostono inciso II deste artigo. Art. 6º Até 31 de maio de 2002 e até que sejam editados os atos referidos no art. 3o, a GDATFAserá paga aos servidores ocupantes de cargos efetivos ou cargos e funções comissionadas e de confiança, que a ela fazemjus, nos valores correspondentes a 40 (quarenta) pontos por servidor.”

Ocorre que a solução da questão controvertida passa pela definição jurídica da vantagem instituída pela Lei 10.484/2002.Sobre o tema, mostra-se salutar a declaração a seguir: “O adicional de função se apresenta como vantagem pecuniária exfacto officii, ligada a determinados cargos ou funções que, para serem bem desempenhados, exigem um regime especialde trabalho, uma particular dedicação ou uma especial habilitação de seus titulares. (...) Comumente o estatuto estabeleceum período de carência para que o adicional de função se incorpore ao vencimento, cautela muito conveniente (...).” (InMEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 16ª ed. - São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991, p. 401).

Na verdade, diferem os adicionais das gratificações – mais transitórias e precárias que os adicionais, porque ligadas aoexercício de serviço comum em condições especiais. Cessadas estas, cessa a percepção da gratificação, que não évantagem ligada nem ao cargo nem à função. De fato, a gratificação que é concedida propter laborem normalmente não éincorporável para fins de aposentadoria, salvo disposição expressa de lei em sentido contrário.

O comando do art. 40, §8º, da Constituição da República (redação anterior) não é absoluto, não se aplicando às vantagensestabelecidas em lei com fundamento em atividade específica, não atingindo, neste caso, o inativo. Entretanto, verifica-seque a GDATFA possui nítido caráter geral, ao menos em parte, uma vez que não é devida somente a quem desempenhardeterminada função específica, mas sim, a todos os integrantes da carreira, embora em quantidade variável em razão dosresultados alcançados pelo órgão e da avaliação individual (a GDATfA é devida aos servidores variando, inicialmente, de 10a 100 pontos, e posteriormente, de 0 a 20 pontos, por força da MP 441/2008 – cada ponto corresponde a um valor pré –definido em unidade monetária).

Assim, não há dúvidas de que jamais tal vantagem poderia ser enquadrada como gratificação (não se trata de serviçocomum realizado em condições excepcionais). Anda que se considere adicional, apresenta nítido caráter genérico(percebida por todos os integrantes da carreira, apenas em valores variáveis).

A jurisprudência do STF é no sentido de que a extensão de vantagens concedidas servidores em atividade aos inativos serefere, somente, às de caráter geral, excluindo-se as vantagens que contemplam situações particulares.

O que se deve ter em vista é que a percepção da GDATFA oscila entre valores mínimo e máximo. Ora, em relação ao valormínimo, o mesmo é devido a todos os integrantes da carreira, pelo tão só exercício das funções, independentemente dedesempenho individual e do órgão a que o servidor está vinculado – eis seu caráter geral. Aliás, por isso mesmo, a própriaLei 10.484/2002 resolveu estender aos que estavam na inatividade, quando da entrada em vigor da Lei, a vantagem,embora em patamar menor: inicialmente 10 pontos, nos termos do art. 5º, II combinado com o parágrafo único,posteriormente elevados para 15 pontos, de forma geral, a todos os inativos, por força da redação dada pela Lei11.090/2005; depois para 20 pontos, por força da Lei 11.344/2006; e finalmente para 40 pontos, a partir de 01/03/2008, e 50pontos, a partir de 01/01/2009, por força da MP 431/2008.

Tal fato demonstra, por si só, que a vantagem ora discutida realmente possui cunho geral que deve ser estendido aosinativos por força da norma constitucional acima citada.

O que é posto em questionamento, na verdade, é a possibilidade de substituição, em relação aos servidores inativos epensionista, da pontuação acima mencionada (aquela concedida genericamente aos inativos e pensionistas), pelapontuação destinada à remuneração dos servidores em atividade, concedida de forma geral nos períodos em que aindanão foram editados os atos necessários à implementação da avaliação institucional e individual (artigo 6º da Lei10.484/2002, em sua redação original).

Ora, o fato de a matéria necessitar de regulamentação pelo Poder Executivo, e a atribuição de pontuação genérica eindistinta a todos os servidores da ativa até que viesse tal regulamentação, inevitavelmente atrai caráter genérico para estesperíodos. Assim, deve-se analisar o pedido formulado período por período, na perspectiva da generalidade alegada.

A Lei n. 10.484/2002, em seu art. 6º, originalmente, estabeleceu que, a partir da vigência da Lei e até 31/05/2002 ou até quefossem editados os atos referidos no art. 3º, a GDATFA seria paga aos servidores da ativa, indistintamente, em valorcorrespondente a 40 pontos por servidor. Esta disciplina, estabelecendo pontuação única e geral, sem qualquer vinculaçãocom a produtividade individual ou com o desempenho institucional, configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda

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que temporária, uma vez que devida a todo e qualquer servidor, independentemente do respectivo desempenho, sendoassim, extensível seu pagamento, com base no mesmo percentual, aos inativos e pensionistas.

Saliente-se que a matéria é objeto do enunciado 16 das Turmas Recursais dos JEF’s da 1ª Região: “A Gratificação deDesempenho de Atividade Técnico-Administrativa – GDATA, instituída pela Lei 10.404, de 9 de janeiro de 2002, é devidaaos servidores públicos civis aposentados no valor correspondente a 50 (cinqüenta) pontos da gratificação paga aosservidores alcançados pelo art. 1º do referido ato normativo (Lei 10.404/02, art. 7º)”, o que demonstra o reconhecimento, najurisprudência, da possibilidade de extensão aos inativos e pensionistas de pontuação atribuída aos servidores da ativa comcaráter genérico e indistinto (não dependente de avaliação institucional e individual) – ressalva feita à utilização dapontuação mencionada no art. 7º da Lei 10.404/2002.

De tudo que foi explanado, pode-se afirmar que a GDATFA realmente possui aspecto, ainda que parcial, de vantagem decaráter geral, reclamando extensão aos inativos para dar eficácia ao art. 40 § 8º CR com a redação anterior à EC 41/2003.Contudo, esta extensão deve-se dar nos limites da generalidade da vantagem; assim, o que exceder, porque decorrente defatores relativos à produtividade não extensíveis aos inativos e pensionistas, não pode aproveitar aos inativos epensionistas.

Ante o exposto, não merece reforma a sentença guerreada, cujos fundamentos, inclusive, foram tomados como razões dedecidir.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95, combinado com o art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

92 - 2008.50.50.007364-3/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x LUCIA SCHULTHAISANDRADE - ESPOLIO (ADVOGADO: NEUZA SCHULTHAIS ANDRADE.).Processo nº 2008.50.50.007364-3/01

Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : ESPÓLIO DE LUCIA SCHULTHAIS ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – ADMINISTRATIVO - GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO – GDATA - COISA JULGADA – NÃOCONFIGURAÇÃO – JUROS DE MORA – ATUALIZAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FORMA DO ART. 1º-F DA LEI 9.494COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.960/2009 - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO -SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se recurso inominado interposto pela UNIÃO FEDERAL em face de sentença que julgou procedente o pedidoformulado na inicial para condenar a União Federal à obrigação de pagar à parte autora a GDATA, nos termos em que pagaaos servidores da ativa, observada a prescrição qüinqüenal, a ser apurada entre os pontos que lhe foram pagos no períodoe 37,5 pontos devidos entre o início de vigência da Lei nº 10.404/2002 (01/02/2002) e 31/05/2002 (ou enquanto osservidores da ativa tiverem recebido esta pontuação genérica, nos termos do art. 6º da Lei nº 10.404/2002); 60 pontosdevidos entre 01/05/2004 e até que seja instituída nova disciplina para aferição de avaliação individual e institucional, nostermos do § 1º do art. 1º da Lei nº 10971/2004.2. Em suas razões recursais, pugna a recorrente pela extinção do processo sem resolução do mérito, ante a existência decoisa julgada, sob argumento de que o processo n. 2007.50.50.009797-7, cuja sentença já transitou em julgado, foi ajuizadosob o mesmo fundamento, abrangendo o mesmo pedido por parte da pensionista Neuza Schulthais Andrade, consoante

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evidenciam as cópias acostadas às razões de recurso. Sucessivamente, pugna pela incidência de correção monetária ejuros nos termos do art. 1º-F da Lei nº. 9.494/97, com a redação incluída pela Medida Provisória nº 457, de 10/02/2009,convertida na Lei nº 11.960/2009.3. O reconhecimento de coisa julgada tem como pressuposto a reprodução de ação proposta anteriormente, decidida porsentença da qual não caiba recurso. É certo, ainda, que a identidade definida no §2º do art. 301 do Código de ProcessoCivil ocorre quando as ações têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.4. Na hipótese em apreço, os elementos dos autos (fls. 09 e 56) evidenciam que a pensão por morte do servidor AntonioLyra de Andrade foi dividida para três beneficiárias, dentre elas a autora do processo nº. 2007.50.50.009797-7, NeuzaSchulthais Andrade, que reivindicou as diferenças relativas à GDATA sobre a cota-parte que lhe cabia. Na presente ação, opleito também é a respectiva diferença, porém sobre a cota-parte que cabia a genitora daquela última, Sra. Lúcia SchulthaisAndrade, tanto assim que o autor da presente ação é seu Espólio, não havendo, como se vê, identidade de partes a atrair aincidência da coisa julgada.5. O juízo de origem estabeleceu que, sobre as diferenças, deverão incidir correção monetária desde a data em que aparcela se tornou devida e juros de mora de 0,5 % ao mês (artigo 1º-F da Lei 9494/97, introduzido pela Medida Provisória nº2.180-35/2001) a contar da citação.6. Sustenta a União que a r. sentença incidiu em erro ao aplicar o percentual de 0,5% ao mês, pois deveriam ser aplicadosos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, de tal sorte que a condenação dejuros de 0,5% ao mês se mostra incorreta.7. A sentença foi prolatada em 24/07/2009 (fl. 47), quando já se encontrava em vigor a Lei 11.960/2009, de 30.06.2009,devendo incidir atualização exclusivamente na forma do art.1ºF da Lei 9494/97, com a redação que lhe foi dada pela Lei11.960/2009: “... incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança."8. Recurso conhecido e parcialmente provido.9. Sem custas, na forma da lei. Sem honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

Acolher os embargosTotal 2 : Dar parcial provimentoTotal 10 : Dar provimentoTotal 11 : Negar provimentoTotal 49 : Rejeitar os embargosTotal 20 :