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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-22 ADENILSON VIANA NERY-115, 117, 12, 120, 152, 166, 169, 171, 24, 26, 27, 30, 32, 39 ADRIANA ALVES DA COSTA-4 ADRIANA ZANDONADE-109 ALBERTO EUSTÁQUIO PINTO SOARES-85 ALEKSANDRO HONRADO VIEIRA-157, 177 Aleksandro Honrado Vieira-163, 7 ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO-85 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-192, 54 Allan Titonelli Nunes-136 ALMIR MELQUIADES DA SILVA-5 ALVIMAR CARDOSO RAMOS-195, 50 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-55, 56, 61, 62 ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-11 ANA MERCEDES MILANEZ-47 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-10, 17, 65, 72, 80 ANDERSON MACOHIN SIEGEL-143, 65, 72, 74, 76 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-115, 117, 120, 149, 152, 159, 166, 169, 170, 23, 27, 30, 8 ANDRÉ DIAS IRIGON-151, 180, 9 André Luiz da Rocha-156 André Silva Araújo-85 ANDREA M. SANTOS SANTANA-14, 38 ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI-165 ANIBAL GUALBERTO MACHADO DOS SANTOS-36 ANILSON BOLSANELO-153 ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-161 BORIS CASTRO JUNIOR-187 BRUNO AMARANTE SILVA COUTO-85 BRUNO MIRANDA COSTA-68, 71, 93 BRUNO SANTOS ARRIGONI-13, 167 CARLOS BERKENBROCK-71 CARLOS ESTEVAN FIOROT MALACARNE-45 CARLOS GOMES MAGALHÃES JÚNIOR-1 Carolina Augusta da Rocha Rosado-185, 187, 49, 73, 74 CLAUDIA IVONE KURTH-49 CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS-154, 159, 160, 2 CLEBER ALVES TUMOLI-16 CLEBSON DA SILVEIRA-11, 183, 193, 43, 46, 79, 92 DÉBORA GOULART OURIQUE-125 DEIJAYME TEIXEIRA VIANA-18 DRABLER LIPPER B. L. DE OLIVEIRA-41 DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRA-63, 64, 66 EDGARD VALLE DE SOUZA-164, 178 EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-157, 163, 177, 7 ELIAS ASSAD NETO-28 ELIETE BONI BITTENCOURT-118 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-51, 63, 88 ERALDO AMORIM DA SILVA-182 ERICKA DANYELLE DE LACERDA L. C. DA COSTA-64 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-12, 168, 3 ESTEVÃO SANTIAGO PIZOL DA SILVA-53 EUGENIO CANTARINO NICOLAU-41 FABIANO ODILON DE BESSA LURETT-5

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-22ADENILSON VIANA NERY-115, 117, 12, 120, 152, 166, 169, 171, 24, 26, 27, 30, 32, 39ADRIANA ALVES DA COSTA-4ADRIANA ZANDONADE-109ALBERTO EUSTÁQUIO PINTO SOARES-85ALEKSANDRO HONRADO VIEIRA-157, 177Aleksandro Honrado Vieira-163, 7ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO-85ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-192, 54Allan Titonelli Nunes-136ALMIR MELQUIADES DA SILVA-5ALVIMAR CARDOSO RAMOS-195, 50ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-55, 56, 61, 62ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-11ANA MERCEDES MILANEZ-47ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-10, 17, 65, 72, 80ANDERSON MACOHIN SIEGEL-143, 65, 72, 74, 76ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-115, 117, 120, 149, 152, 159, 166, 169, 170, 23, 27, 30, 8ANDRÉ DIAS IRIGON-151, 180, 9André Luiz da Rocha-156André Silva Araújo-85ANDREA M. SANTOS SANTANA-14, 38ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI-165ANIBAL GUALBERTO MACHADO DOS SANTOS-36ANILSON BOLSANELO-153ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-161BORIS CASTRO JUNIOR-187BRUNO AMARANTE SILVA COUTO-85BRUNO MIRANDA COSTA-68, 71, 93BRUNO SANTOS ARRIGONI-13, 167CARLOS BERKENBROCK-71CARLOS ESTEVAN FIOROT MALACARNE-45CARLOS GOMES MAGALHÃES JÚNIOR-1Carolina Augusta da Rocha Rosado-185, 187, 49, 73, 74CLAUDIA IVONE KURTH-49CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS-154, 159, 160, 2CLEBER ALVES TUMOLI-16CLEBSON DA SILVEIRA-11, 183, 193, 43, 46, 79, 92DÉBORA GOULART OURIQUE-125DEIJAYME TEIXEIRA VIANA-18DRABLER LIPPER B. L. DE OLIVEIRA-41DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRA-63, 64, 66EDGARD VALLE DE SOUZA-164, 178EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-157, 163, 177, 7ELIAS ASSAD NETO-28ELIETE BONI BITTENCOURT-118ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-51, 63, 88ERALDO AMORIM DA SILVA-182ERICKA DANYELLE DE LACERDA L. C. DA COSTA-64ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-12, 168, 3ESTEVÃO SANTIAGO PIZOL DA SILVA-53EUGENIO CANTARINO NICOLAU-41FABIANO ODILON DE BESSA LURETT-5

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FABRICIO CALEGARIO SENA-34FERNANDA ANDRADE SANTANA-41FERNANDO CARLOS FERNANDES-179FRANCISCO MALTA FILHO-116GERONIMO THEML DE MACEDO-90, 91GISELLE CUNHA LOUVEM-187GLEIS APARECIDA AMORIM DE CASTRO-182Grazielly Santos-156GUSTAVO CABRAL VIEIRA-143, 89GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-110, 98, 99GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-108, 111, 127, 134, 136, 139HELENICE DE SOUSA VIANA-191HELTON TEIXEIRA RAMOS-16HENRIQUE SOARES MACEDO-13, 167HERMANN RAFAEL BARBOSA STEIN-45HUGO MATHIAS-183IGOR STEFANOM MELGAÇO-123ISAAC PAVEZI PUTON-88Isabela Boechat B. B. de Oliveira-184IVAN LINS STEIN-113IZAEL DE MELLO REZENDE-121, 47JAILTON AUGUSTO FERNANDES-24, 26, 32, 39JAIMILTON CHAVES DE SOUSA LUCAS-23JAMILSON SERRANO PORFIRIO-119, 21, 89JANETE MARCIA DIAS-114JARDEL CIPRIANO RAMOS-3JEANINE NUNES ROMANO-123JOANA D'ARC BASTOS LEITE-186JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-118, 67JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-142, 184, 70José Arteiro Vieira de Mello-35JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES-175, 35JOSE EDUARDO COELHO DIAS-123JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-142, 75, 82JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-174JOSÉ MAGALHÃES GOMES DE AGUIAR-1JOSÉ NASCIMENTO-172, 175, 35JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS-185, 191JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA-113, 188, 191, 69, 70, 76JOSIANI GOBBI MARCHESI FREIRE-102, 106, 107, 94, 95, 96Juliana Almenara Andaku-130, 133, 137JULIO CESAR ABREU DAS NEVES-150KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-122KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA-16Kênia Cardoso Gomes-175KENIA PACIFICO DE ARRUDA-36Kleison Ferreira-135LEANDRO MELLO FERREIRA-17LEONARDO DALVI ALVARENGA-93LEONARDO PIZZOL VINHA-14, 42, 43, 44, 46, 56, 57, 58, 59, 60, 62, 90, 91, 92LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-42, 57, 58LETICIA SEVERIANO ZOBOLI-155LIDIANE DA PENHA SEGAL-188LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRA-63, 64, 66LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-173LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-192, 93

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LILIANE SOUZA RODRIGUES-48LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-177, 182, 28LUCIANA LILIAN CALÇAVARA-154, 2LUCIANO ANTONIO FIOROT-190, 52Luciano José Ribeiro de Vasconcelos Filho-34Luciano Martins De Oliveira-1Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-156, 162, 173, 29LUIZ GONZAGA FREIRE CARNEIRO-15LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN-85MARCELA BRAVIN BASSETTO-190MARCELA REIS SILVA-158, 180, 36MARCELE SILVEIRA VIDAL BALDANZA-19MARCELO MATEDI ALVES-14, 42, 46, 56, 57, 58, 59, 60, 62, 90, 91, 92MARCELO NUNES DA SILVEIRA-185, 191MARCIA DALCIN LEMOS-34MARCIA RIBEIRO PAIVA-114, 181, 196, 52MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO-144, 145, 146, 147, 148, 149, 80, 81, 82Marcos Figueredo Marçal-150, 48, 50, 66, 77, 78, 87MARCOS JOSÉ DE JESUS-141MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-129, 131MARGARETH ALVES DE OLIVEIRA-101, 126, 128, 138MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-165, 176, 25MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 122, 125, 126, 127,MARIA DE FATIMA MONTEIRO-114MARIA REGINA COUTO ULIANA-23MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-121, 47MARILENA MIGNONE RIOS-25, 29MARÍLIA SCHMITZ-141MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO-176MEIRYELLE RIBEIRO LEITE-186NIVALDA ZANOTTI-168OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-155, 172, 175, 20, 4, 6Olivia Braz Vieira de Melo-161ORENDINA LOPES DA SILVA-38PATRICIA NUNES ROMANO-123PAULA ABRANCHES ARAÚJO SILVA-103, 104, 105PAULA GHIDETTI NERY LOPES-26, 32, 39PAULO AUGUSTO MARTINS PINHEIRO CHAGAS-183Paulo Henrique Vaz Fidalgo-174, 5PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO-154, 159, 160, 170, 2, 8PEDRO INOCENCIO BINDA-13, 167PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN-193PRICILA CANDIDO LIMA LEAL-53RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO-87RAQUEL MAMEDE DE LIMA-44RAUL ANTONIO SCHMITZ-141RAUL DIAS BORTOLINI-143, 65, 67, 68, 72, 74, 76, 78, 79, 83RICARDO CORREA DALLA-121ROBERTA BRAGANÇA ZÓBOLI-179ROBERTO CARLOS GONCALVES-116RODRIGO BARBOSA DE BARROS-100, 112, 15, 97RODRIGO CAMPANA FIOROT-189RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-154, 160, 171, 178, 2ROGÉRIO NUNES ROMANO-123ROGERIO SIMOES ALVES-16RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-181, 194

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ROSEMARY MACHADO DE PAULA-51ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-121, 123Ruberlan Rodrigues Sabino-158, 33, 9SAMUEL ANHOLETE-155SANDRA VILASTRE DE ARAUJO-151SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-47SAYLES RODRIGO SCHUTZ-71SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-153SEBASTIAO TRISTAO STHEL-85SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-162, 20, 6SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-40SHIZUE SOUZA KITAGAWA-60SIMONE CRISTINA TOMÁS PIMENTA-113SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-164, 194, 47, 54, 83, 84SIRO DA COSTA-180, 37STEFANO BORGES MATHIAS-183TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-186, 64, 81THIAGO COSTA BOLZANI-195UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-119, 189, 21, 22, 45URBANO LEAL PEREIRA-172, 175, 35Valber Cruz Cereza-31VALTER JOSÉ COVRE-49VERA LUCIA FAVARES BORBA-181, 194VINICIUS DINIZ SANTANA-143, 65, 67, 68, 69, 72, 74, 76, 77, 78, 79, 83, 84Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-157, 163, 179, 18, 33, 37, 7VINICIUS DOMINGUES FERREIRA-31VINÍCIUS RIETH DE MORAES-116VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM-59WANESSA ALDRIGUES CANDIDO-124WELITON ROGER ALTOE-179WILLIAN ESPINDULA-10

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2012.000110 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

15/06/2012Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0001260-87.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001260-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luciano Martins De Oliveira.) x JOSE LOURENÇO FERREIRA (ADVOGADO: JOSÉ MAGALHÃES GOMESDE AGUIAR, CARLOS GOMES MAGALHÃES JÚNIOR.).Processo n.º 0001260-87.2009.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 1º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOSE LOURENÇO FERREIRARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que não restou

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comprovado o efetivo exercício de atividade pesqueira no período compreendido entre 11.07.1989 a 05.07.1994. Alega queos documentos apresentados não podem ser utilizados como início de prova material, uma vez que não sãocontemporâneos aos fatos alegados, tendo sua confecção se dado apenas para fins de comprovação do período decarência junto ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 80-82.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“De plano, observa-se que a parte autora preenche o requisito etário necessário, pois tendo nascido em 24/01/1944,conforme documento de fl. 08, já havia completado os 60 anos exigidos para a obtenção do reclamado benefício quandodeu entrada no requerimento administrativo em 10/01/2007 (fl. 15).

Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar oexercício de atividade pesqueira exercida pelo autor a partir de 1977. Somando-se a isso as informações prestadas pelosdepoimentos das testemunhas arroladas, fácil elidir qualquer incerteza quanto à condição de trabalho daquele.

Quanto às provas documentais, atendendo à exigência do artigo 55 da Lei nº 8.213, de início de prova material, há nosautos: Caderneta de Inscrição e Registro do Ministério da Marinho, com data de inscrição em 25/01/1977 e categoriaprofissional como pescador profissional (fl. 05/06 e 43/50); Carteira de Pescador Profissional emitida pela SecretariaEspecial de Aqüicultura e Pesca – SEAP/PR, com data de registro em 11/06/1996 (fl. 07 e 56); Declaração de Exercício deAtividade Rural, informando a atividade profissional do autor como Pescador Profissional Artesanal desde 25/01/1977 (fls.13/14); Recibos emitidos pela Colônia de pescadores nos anos de 1996 e 2007 (fls. 55).

Ressalte-se, por oportuno, que o INSS em sua peça contestatória alega que muito embora se verifique do documento de fl.05 que o autor havia registro como pescador, com inscrição em 1977, que na Certidão de Casamento à fl. 08, datada de1984, a sua profissão era de pintor, o que tornaria inábil a referida prova. Entretanto, tal alegação não deve prosperar, eisque a data de expedição da referida Certidão de Casamento é de 09/06/1984, contudo, o casamento realizou-se em01/03/1969, ou seja, antes da inscrição e registro do autor como pescador profissional.

Assim, entendo que o tempo de serviço rural alegado pela parte autora está baseado em início razoável de prova material,que pode ser complementado por outros meios de prova, não exigindo a lei que haja documento probante com relação atodo o período alegado. Caso contrário, a Lei nº 8.213/91 não exigiria “início” de prova material, mas prova materialexaustiva. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE.A prova testemunhal é hábil a comprovação da atividade exercida, quanto mais se acompanhada de inicio razoável deprova material plenamente corroborada por aquela.Os documentos existentes nos autos são um inicio de prova material, pois se fossem exaustivos quanto à comprovação doperíodo não haveria necessidade de se socorrer da esfera judicial. Apelação provida.(TRF/3 Região, AC Nº 3040607/92, DJ de 09.04.96).

Destaca-se ainda, que após a inscrição e registro do autor como pescador profissional, seja em 1977 seja em 1996, omesmo exerceu atividade urbana algumas nos períodos de 20/10/1978 a 01/11/1978 (pintor), 01/05/1995 a 12/08/1996(apontador) e 11/11/1999 a 12/11/1999 (Oficial A), o que somados não ultrapassa a um ano. Deste modo, é de se concluirque a atividade urbana intercalada com a atividade pesqueira em período ínfimo, não descaracteriza a atividade especialexercida pelo autor. Neste sentido:PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL/PESCADOR ARTESANAL. CONCESSÃO. ECONOMIAFAMILIAR. COMPROVAÇÃO. PROVA MATERIAL CORROBORADA PELA PROVA TESTEMUNHAL. 1. São requisitospara a concessão do benefício rurícola por idade: a comprovação da qualidade de segurado especial, a idade mínima de 60anos para o sexo masculino ou 55 anos para o feminino, bem como a carência exigida na data em que implementado orequisito etário, sem necessidade de recolhimento das contribuições (art. 26, III e 55, §2º da LBPS). 2. Havendo início deprova documental, corroborada por prova testemunhal, é de se considerar comprovado o exercício da atividade comopescador artesanal. 3. Nos períodos em que a pesca não é tão próspera, em virtude de eventos da natureza, é aceitável arealização de atividade urbana, intercalada com a atividade pesqueira, desde que aquela não seja a principal fonte desustento do segurado.(TRF 4ª Região, AC 200971990054441, data da decisão: 25/11/2009)

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Em resumo, excluindo-se os períodos laborados em atividades urbanas, até a data em que o autor implementou o requisitoidade, em 24/01/2004, o mesmo já havia exercido atividade especial por mais de 25 anos. Assim, tenho comprovado oexercício de atividade pesqueira em período superior a 138 (cento e trinta e oito) meses, conforme exigência do art. 25, IIc/c o art. 142, da Lei nº 8.213/91, para o caso. Destaca-se, ainda, que o autor continuou laborando pelo menos até a datado requerimento administrativo, em 10/01/2007 (fl. 15), perfazendo um total de mais de 28 anos de atividadeexclusivamente rural. (...)

Assim, diante dos fatos narrados pelas testemunhas, bem como pelos documentos juntados aos autos, observo que a parteautora comprovou que exercia atividade rural desde 1977 até a data do requerimento administrativo em 2007, razão pelaqual faz jus ao benefício de aposentadoria por idade na qualidade de segurado especial.

Portanto, preenchidos estão os requisitos exigidos para a concessão do benefício da aposentadoria por idade aotrabalhador rural.”

Por fim, impõe-se um remate: a exigência de início de prova contemporâneo à época dos fatos a provar, estampada noverbete nº 34 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização, deve ser interpretada cum grano salis, pena de negar-se aotrabalhador rural os meios de exercer sua cidadania, sobretudo quando o conjunto probatório, à toda evidência, chancela oexercício de atividade rural pelo tempo necessário ao adimplemento da carência legal, como neste caso.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

2 - 0001120-47.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001120-9/01) JOSÉ DE JESUS SANTOS (ADVOGADO: PAULO WAGNERGABRIEL AZEVEDO, LUCIANA LILIAN CALÇAVARA, CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).Processo n.º 2009.50.52.001120-9/01 – Juízo de Origem:1º VF São MateusRecorrente : JOSÉ DE JESUS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. DISTINÇÃO ENTREEMPREGADO RURAL E URBANO NÃO RESIDE NO LOCAL EM QUE ESTE TRABALHA OU EXERCE A ATIVIDADE,MAS NA NATUREZA DO EMPREGADOR. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que comprovouo exercício de atividade rural pelo período necessário ao preenchimento da carência exigida. Alega que a certidão decasamento datada de 1971, na qual é qualificado como lavrador, constitui início de prova material do trabalho ruraldevidamente corroborado pela prova testemunhal. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 62-66.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

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O recorrente nasceu em 21.11.1948 (fl. 08) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 03.05.2010(fl. 32), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário àcarência exigida.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, o recorrente juntou aos autos: Certidão deCasamento, realizado em 14.08.1971, em que é qualificado como lavrador (fl. 09), e cópia da Carteira de Trabalho ePrevidência Social (CTPS), com admissão em estabelecimento agroindustrial nos anos de 1988, 1992, 1994 e 2006 (fls.14-15).

A Certidão de Casamento, contendo a qualificação profissional do recorrente como lavrador, datada em 18.02.1999,constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparada pelo verbete nº6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o início de prova material,abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

Ademais, na interpretação do conceito de documento novo quando se trata de comprovação de atividade rurícola, emfunção das peculiaridades e do caráter social e alimentar, é necessário um pouco mais de acuidade ao se analisar provasnesse contexto, cujas práticas contratuais são verbais e não contam com efetiva fiscalização do cumprimento dasobrigações trabalhistas. Se a prova acostada é contemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refereao período exigido pela lei, deve ser considerada válida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que sejacorroborada pela prova oral.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pelo tempo necessário aoadimplemento da carência exigida, 162 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/1991. Poroportuno, trago à colação resumo dos depoimentos lançados pelo magistrado sentenciante:

“A testemunha declarou que conheceu o autor há vinte anos e que, na época, ele trabalhava na terra do pai. Após,trabalhou para vários proprietários como diarista, sem saber informar períodos e locais. Declarou que o demandante morouem São Paulo cerca de dois anos e quando voltou continuou o trabalho como diarista.” (grifei)

Decerto o fato de o recorrente ter mantido vínculo empregatício em perímetro urbano, por si só, não milita em seu desfavor,porquanto o art. 143 da Lei nº 8.213/1991 contempla tanto o segurado especial (inciso VII do art. 11) quanto o empregadorural (inciso I do art. 11), convindo recordar, a bem deste particular, que empregado rural é “toda pessoa física que, em

�propriedade rural ou prédio rústico , presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência destee mediante salário” (Lei nº 5.889/1973, art. 2º).Com efeito, da dicção do art. 2º da Lei nº 5.889/1973 exsurge nítido que a distinção entre empregado rural e urbano nãoreside no local em que este trabalha ou exerce a atividade, mas na natureza do empregador.Assim, os vínculos empregatícios compreendidos entre 17.08.1988 a 07.09.1989, 15.01.1992 a 03.12.1992, 01.08.1994 a05.09.1994 e 03.05.2006 a 23.11.2007 (fls. 14-15), firmados com organizações do ramo agroindustrial, em nada obstam odeferimento do pretendido benefício. De par com isso, mesmo deduzidos os períodos em que houve atividade urbana (1999a 2003 - fls. 14-15 e fl. 44), o recorrente logrou obter tempo de atividade rural equivalente à carência exigida por Lei.Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência do recorrente.

Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar a Autarquia Previdenciária a implantar o benefíciode aposentadoria por idade rural em favor do recorrente, no prazo de 30 (trinta) dias da intimação deste julgado, devendocomprovar a implantação até o decurso final do aludido prazo. São devidos atrasados a partir de 03.05.2010, data dorequerimento administrativo (fl. 32), até a efetiva implantação do benefício. Sobre as prestações vencidas incidem, até30.06.2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. Desta data em diante, aplicam-seos índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

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3 - 0000702-09.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000702-1/01) DAGLORIA SILVA MOREIRA (ADVOGADO: JARDELCIPRIANO RAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).Processo n.º 0000702-09.2009.4.02.5053/01 – Juízo de Origem: 1ª VF LinharesRecorrente : DAGLORIA SILVA MOREIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS NÃO PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA.RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedentea pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que acontratação de mão de obra não enseja a descaracterização do regime de economia familiar. Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pela anulaçãoda sentença. As contrarrazões encontram-se nas fls. 112-113.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A autora nasceu em 01/07/1948; assim, quando requereu administrativamente sua aposentadoria, contava com 60 anos deidade (fl. 07).

Quanto à carência, os trabalhadores rurais devem cumpri-la conforme previsto no artigo 143, da Lei 8.213/91, queconsidera preenchido tal requisito desde que o trabalhador comprove o exercício da atividade rural em número de mesesidênticos ao previsto para carência do benefício.

A apresentação de prova documental mínima, necessária ao seguimento do feito, foi cumprida com a apresentação dosseguintes documentos:

a) Certidão de casamento, constando a profissão de seu esposo como sendo “lavrador” (fl. 10);

b) escritura de Compra e Venda de imóvel rural (fls. 12/13);

c) ITR em nome do esposo da autora (fls. 17/35);

d) notas fiscais de venda de produtos agrícolas (fls. 36/54).

A apresentação de documentos em nome do esposo da parte autora é amplamente aceita pela jurisprudência como iníciode prova material (Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência, Pedido de Uniformização de Jurisprudência,processo n° 2003.70.01.006182-7, DJU 07/04/2005, Relator Juiz Federal Renato Toniasso); (Turma Nacional deUniformização de Jurisprudência, Incidente de Uniformização de Jurisprudência, processo n° 2004.80.14. 000154-1, DJU25/02/2005, Relatora Juíza Federal Mônica Sifuentes).

Apesar do início de prova material, o depoimento pessoal e a prova testemunhal colhidas em audiência não comprovaramque a Autora se enquadra nos requisitos de segurado especial – regime de economia familiar.

A autora afirmou que sempre possuiu ao menos 01 (um) empregado fixo em sua terra, tendo o último sido admitido hácerca de 03 anos. Afirmou, ainda, que mora na cidade, em casa pertencente ao seu filho, o que foi confirmado pelastestemunhas.

Sublinhe-se, por fim, que pela análise das notas fiscais de venda de produção agrícola, a renda auferida pela autora e seuesposo é de valor considerável.

Entende-se por regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à

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própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.

No presente caso, diante das provas carreadas aos autos e da afirmação da parte autora de que esta sempre possuiuempregados, resta plenamente descaracterizado o exercício de atividade agrícola em regime de economia familiar, nãosendo possível enquadrá-la como segurado especial na forma do artigo 11, inciso VII da Lei nº 8.213/91.”

Em acréscimo, importa registrar que o sistema processual brasileiro somente acolhe a configuração de nulidade dasentença acaso verificada a ocorrência simultânea de error in procedendo e efetivo prejuízo às partes (Código de ProcessoCivil, § 1º do art. 249), pressupostos não atendidos na hipótese vertente.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de nulidade rejeitada.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, considerando o deferimento do benefício daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

4 - 0002426-54.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002426-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x LUCINEIA MARQUES ALVES (ADVOGADO: ADRIANA ALVES DACOSTA.).Processo n.º 0002426-54.2009.4.02.5051/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : LUCINEIA MARQUES ALVESRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que osdocumentos apresentados não comprovam o efetivo exercício de atividade pesqueira no período de carência exigido. Alegaque o trabalho da recorrida não é imprescindível ao sustento da família, sendo este garantido pelo labor do marido(pescador). Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.As contrarrazões encontram-se nas fls. 133-137.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A parte autora nasceu em 16/02/1952 (fl. 14), estando atualmente com 59 (cinqüenta e nove) anos de idade. Requereu obenefício de aposentadoria por idade em 12/02/2009 (fl. 94), tendo sido o mesmo indeferido sob a alegação de que não foicomprovado o exercício de atividade pesqueira pela parte autora, pelo período necessário ao preenchimento da carênciaexigida à concessão do benefício.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a parte autora juntou aos autos os seguintes

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documentos:

a) Carteira da Colônia de pescadores, com data de emissão em 02/01/2003 (fl.16);b) Fichas da Colônia de Pescadores, constando o exercício da atividade pesqueira no período de 1991 a 2009 (fls. 17 e 19);c) Recibos de pagamento da Colônia de pescadores, relativos aos anos de 2003 a 2009 (fls.20/21);d) Guias (GPS) referentes as competências 08/2008 e 08/2009 (fls.22/23);

Além disso, o início de prova material acima especificada foi corroborado pela prova testemunhal colhida na audiência,conforme CD-R de áudio. Os depoimentos das testemunhas foram coerentes e coesos com as alegações da parte Autora.

Em seu depoimento pessoal, a parte autora relata que há 22 anos tira mariscos. Afirma que antes se dedicava somente aosafazeres de casa, pois não morava tão próximo à praia. Relata que o marido sempre foi pescador. Afirma que vende a R$ 7reais o quilo do marisco. Na última colheita, retirou 6 quilos de marisco. Relata que a venda dos mariscos para a loja depescado é feita por um valor menor do que quando se vende para particulares individualmente. Afirma que há 20 anospossui registro na colônia de pescadores de Piúma. Relata que complementa as atividades limpando peixe, para as lojas depescado da região. Esse trabalho é realizado em sua própria casa. Relata que possui uma pequena casa própria. Afirmaque o marido muitas vezes aufere menos de um salário mínimo por mês e o trabalho de marisqueira dela é necessário paracomplementar a renda da família.

A primeira testemunha ouvida, Sra. Lisa Gomes Lima Jubilini, relata que pesca com a autora. Relata que conhece a autorahá 15 anos. Não sabe se a autora exerce outras atividades. Relata que quando iniciou na atividade da pesca, a autora jáestava lá pescando. Informa que por dia de pesca consegue pegar de 10 a 15 quilos. Questionada, informa que pessoasmais velhas possuem mais limitações físicas e podem vir a pegar uma quantidade menor de mariscos. A depoente limpapeixes, mas não é muito comum. Sabe que autora também limpava peixes.

A segunda testemunha ouvida, Sra. Marinalda Caidoso Benevides, relata que conhece a autora há 20 aos. Afirma quedurante todo esse período conhece a autora pegando mariscos na região. Afirma que em duas fases da lua é propício paraa captação de mariscos.

Conforme prova documental e testemunhal trazida aos autos, conclui-se que a autora efetivamente laborou em atividade depesca artesanal em regime de economia familiar, comprovando assim sua condição de segurada especial. Assim, nãoencontro óbice à concessão do beneficio pleiteado, ante o pleno convencimento da condição assemelhada a detrabalhadora rural ostentada pela autora, por período superior à carência necessária.”

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

5 - 0000527-46.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000527-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ELZA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS (ADVOGADO: FABIANO ODILON DEBESSA LURETT, ALMIR MELQUIADES DA SILVA.).Processo n.º 0000527-46.2008.4.02.5054/01 – Juízo de Origem: 1ª VF ColatinaRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : ELZA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que os

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documentos juntados pela recorrida não são aptos a comprovar o efetivo exercício de atividade rural pelo período decarência exigido. Alega, ainda, que a prova exclusivamente testemunhal não é admitida como prova do labor rural. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazõesencontram-se nas fls. 95-100.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A título de início de prova material, a parte demandante colacionou aos autos os seguintes documentos: a) comprovante deestar filiado ao sindicato dos trabalhadores rurais desde 24/10/2006 (fl. 21); b) ficha de atendimento médico de 05/04/2000na qual consta a qualificação da autora como lavradora (fl. 24); c) contrato de parceria agrícola onde figura como parceiraoutorgada, datado de 21/09/2006 (fls. 28/30).Tal documentação mostra-se início suficiente de prova material do exercício de atividade rural; contudo, a outorga dobenefício depende da complementação desta prova documental, a fim de atestar o efetivo desempenho dessa atividadepelo período de carência previsto legalmente.A fim de averiguar se o trabalho desempenhado pela autora na lavoura enquadrava-se no conceito legal de regime deeconomia familiar, designou-se audiência (fl. 80) para oitiva das testemunhas, sendo inquiridas 03 (três), todas arroladaspela parte demandante.As testemunhas ALCINO ALVES e JOSÉ RIZO PRIMO, em seus depoimentos, afirmam que conhecem a autora háaproximadamente 18 ou 20 anos e que, nesse período, a demandante sempre trabalhou na lavoura, em regime de meação,juntamente com o irmão. Aduzem, também, que têm ciência de que a autora passou um período em Belo Horizonte naresidência de seu filho, fazendo tratamento de saúde, pois foi acometida por câncer, motivo pelo qual seus documentosteriam sido emitidos naquela cidade por seu filho. Por fim, alega que nunca souberam que a autora trabalhou ou morou nacidade.A testemunha JOSÉ RIZO PRIMO afirma, ainda, que a autora atualmente reside e trabalha em sua propriedade juntamentecom o irmão, cuidando da lavoura de café em regime de meação.Por fim, a testemunha ANTONIO CHAVES PAIVA afirma que conhece a autora desde ela possui aproximadamente 8 anosde idade, tendo ciência de que ela sempre trabalhou na roça.Em contestação (fls. 58/63), o INSS alega que a autora somente apresenta início de prova material para o período posteriora 2006, na medida em que somente apresenta documentos que comprovam o seu domicílio em Mantenópolis a partir desseperíodo.Contudo, restou evidente por meio do depoimento pessoal da autora e da oitiva das testemunhas que a autora passou porproblemas de saúde recentemente, tendo se hospedado temporariamente na residência de seu filho para tratamento.Segundo consta, por esse motivo seus documentos foram emitidos em Belo Horizonte, por seu filho, visto que, até então, aautora não os possuía.Assim, as alegações do INSS em contestação não possuem força probante suficiente para descaracterizar a condição desegurada especial da demandante.Em suma, tendo em vista os documentos apresentados, bem como o depoimento das testemunhas em audiência, entendoestar comprovado o efetivo exercício de atividade rural em regime de economia familiar, desempenhado pela parte autora.Portanto, sua pretensão inicial de aposentadoria por idade merece prosperar.”

Por fim, impõe-se um remate: a exigência de início de prova contemporâneo à época dos fatos a provar, estampada noverbete nº 34 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização, deve ser interpretada cum grano salis, pena de negar-se aotrabalhador rural os meios de exercer sua cidadania, sobretudo quando o conjunto probatório, à toda evidência, chancela oexercício de atividade rural pelo tempo necessário ao adimplemento da carência legal, como na hipótese vertente.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

6 - 0001748-39.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001748-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x HILDA ANTONIA DA SILVA (ADVOGADO: SERGIO DE LIMA FREITASJUNIOR.).Processo n.º 0001748-39.2009.4.02.5051/01 - Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : HILDA ANTONIA DA SILVARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado com pedido de efeito suspensivo interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão desentença que julgou procedente a pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais,sustenta o recorrente que os documentos apresentados não são aptos a comprovar o exercício de atividade rural. Alegaque a recorrida recebeu benefício por invalidez, devendo o período correspondente ser excluído do cômputo da carência, aqual não restou preenchida na hipótese. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedenteo pedido deduzido na inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A parte autora nasceu em 10/06/1929 (fl. 21), estando atualmente com 81 (oitenta e um) anos de idade. Requereu obenefício de aposentadoria por idade em 30/12/2002 (fl. 63), tendo sido o mesmo indeferido sob a alegação de que não foicomprovado o exercício de atividade rural pela parte autora, pelo período necessário ao preenchimento da carência exigidaà concessão do benefício.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a parte autora juntou aos autos os seguintesdocumentos:

a) Certidão de casamento da parte autora, constando a profissão de seu esposo como lavrador (fl.22);b) Documentos emitidos pelo Sindicato dos trabalhadores rurais de São José do Calçado, constando a profissão do maridoda parte autora como lavrador (fls.23/25);c) Declaração de exercício de atividade rural, emitido pelo Sindicato dos trabalhadores rurais de São José de Calçado em19/12/2002, constando a profissão da parte autora como lavradora (fl.27);d) Declarações emitidas em 09 e 15 de dezembro de 2002 pela Sra. Leyda de Carvalho Pimentel, afirmando que a parteautora é trabalhadora rural e exerceu atividade rural como meeira sem contrato em sua propriedade, no período de Marçode 1978 a Dezembro de 2002 (fls. 28/29);e) Contrato de parceria agrícola emitido em 02/05/2001, estando a parte autora na condição de parceiro outorgado (fl. 35);f) Certidões de casamento dos filhos da parte autora, constando a profissão de trabalhador rural dos filhos e de seusrespectivos cônjuges (fls. 42/49);

Além disso, o início de prova material acima especificada foi corroborado pela prova testemunhal colhida na audiência,conforme CD-R de áudio. Os depoimentos das testemunhas foram coerentes e coesos com as alegações da parte Autora.

Em seu depoimento pessoal, a parte Autora afirmou que trabalhou na Fazenda Paraíso, município de São José doCalçado/ES, há muitos anos. Ficou muitos anos trabalhando lá, na propriedade de José Maria Boleli. Afirma que cultivavacafé, e plantava um pouco de milho e feijão, como meeira. Trabalhava com os filhos e o marido. Em seguida, trabalhou naFazenda Capoeirão, propriedade de Lair Borges (atualmente já falecido), que ficava próximo à Fazenda Paraíso, comodiarista, onde ficou por uns três anos. Acredita que saiu da Fazenda Paraíso há uns trinta anos. Relata que quando foi paraa Fazenda Capoeirão, os filhos já estavam criados. Quando saiu da Fazenda Capoeirão, parou de trabalhar, isto ocorreu há

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uns três anos atrás. Afirma que recebe pensão pela morte do marido. Afirma que já recebeu um amparo por invalidez, noperíodo de 1988 a 1996. Relata que neste período ficou doente, e que depois disto “trabalhou uns tempos”, uns dois anos, enão mais voltou a trabalhar. Declara que depois que o marido faleceu, continuou trabalhando. Declara que atualmente estácom oitenta e um anos. Quando o marido faleceu, afirma que trabalhava com o Sr. Alair Borges, que era casado comLeyda. Não se recorda mais quando se casou. Afirma que teve onze filhos. Relata que antes de casar, já trabalhava naroça, e continuou trabalhando por uns dois anos após o falecimento do seu marido.

A primeira testemunha ouvida, Sr. Perino Felipe da Silva, declarou que conhece a Autora há sessenta e sete anos. Afirmaque se conheceram porque eram vizinhos na Fazenda Paraíso, do Sr. Tatagiba. Relata que foi colono na propriedade pormuitos anos, e que a Autora também trabalhava lá com o marido. Pelo que se recorda, todos os filhos da Autora nasceramnesta propriedade. Acredita que quando a Autora saiu desta fazenda, ela já tinha mais de cinquenta anos. Pelo que sabe, aAutora atualmente está morando em São José do Calçado/ES. O marido da Autora é falecido há vinte e três anos. Acreditaque quando o marido da Autora faleceu, ela estava morando em “Pavão”. Afirma que depois que o marido dela faleceu, elacontinuou trabalhando lá, na mesma Fazenda. A testemunha não tem conhecimento de outro lugar onde a Autora tenhatrabalhado. O depoente conhece o Sr. Alair Borges, proprietário da Fazenda Capoeirão. Acredita que a Autora tenhatrabalhado por uns oito anos no local. Não sabe se o Sr. José Maria Boleli é parente dos Tatagiba. A testemunha relata quemorou quarenta e oito anos na Fazenda Paraíso. Afirma que quando foi morar na Fazenda Paraíso, a Autora já morava lá.Acredita que a Autora tenha ficado lá por uns quarenta anos. Pelo que sabe, a Autora tem uns seis ou sete filhos. Atestemunha está com setenta e sete anos. Declara que quando o marido da Autora faleceu, ela ainda continuoutrabalhando. Acredita que a Autora receba pensão pela morte do marido. Acredita que a Autora esteja morando em SãoJosé do Calçado há uns três anos.

A segunda testemunha ouvida, Sr. Carlos Roberto Gonçalves, declarou que possui quarenta e oito anos, e trabalha naFazenda Paraíso, zona rural do município de São José do Calçado/ES. Afirma que trabalha lá desde 1981. Conhece aAutora do Pavão, município de São José do Calçado, próximo à Fazenda Paraíso. Relata que não sabe a quem pertenciana Localidade de Pavão. Conheceu a Autora neste local. Afirma que a Autora trabalhava como diarista nesta localidade.Logo após o marido dela ter falecido, a Autora se mudou para a Fazenda Paraíso, e ficou lá até um pouco mais de cincoanos atrás. Relata que durante o período em que ela morou lá, ela trabalhou com os filhos, plantando milho e feijão. Atestemunha relata que ainda hoje mora no mesmo lugar. Relata que assim que o patrão de lá morreu, a propriedade foidividida, a Autora ficou numa parte e a testemunha ficou em outra parte. Declara que o Sr. José Maria Boleli é administradorda Fazenda Paraíso, e que ele já administrava a propriedade antes do falecimento do pai dele. Pelo que sabe, a Autoratrabalhou na propriedade do Sr. Alair Borges antes de ir trabalhar na Fazenda Paraíso. Desde que conhece a Autora, elaficou direto na propriedade.

Assim, não encontro óbice à concessão do benefício pleiteado, ante o pleno convencimento da condição de trabalhadorarural ostentada pela autora.”

Em acréscimo, quadra registrar que o período em que a recorrida recebeu o benefício previdenciário de aposentadoria porinvalidez (fl. 91) presta-se, sim, ao cômputo da carência. (Precedentes: PEDILEF nº 2007.63.06.001016-2; AC nº2001.72.02.0007382/SC, TRF 4ª R., Rel. Desembargador Federal Nefi cordeiro, 5ª T., un, DJU 06/11/2002, p. 699.)

Por fim, impõe-se um remate: a exigência de início de prova contemporâneo à época dos fatos a provar, estampada noverbete nº 34 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização, deve ser interpretada cum grano salis, pena de negar-se aotrabalhador rural os meios de exercer sua cidadania, sobretudo quando o conjunto probatório, à toda evidência, chancela oexercício de atividade rural pelo tempo necessário ao adimplemento da carência legal, como na hipótese vertente. (60meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/1991).Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

7 - 0002374-58.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002374-4/01) DECI CECILIA DA COSTA SILVA (ADVOGADO: AleksandroHonrado Vieira, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).Processo n.º 2009.50.51.002374-4/01 – Juízo de Origem:1º VF CachoeiroRecorrente : DECI CECILIA DA COSTA SILVA

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Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDO. SENTENÇA REFORMADA.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta a recorrente que comprovouo exercício de atividade rural pelo período necessário ao preenchimento da carência exigida. Alega, ademais, que a provatestemunhal comprova que exercia atividades rurais desde o ano de 1992 e que seu cônjuge trabalhava como gari noperíodo noturno e durante o dia desempenha os trabalhos inerentes à lida campesina. Dessa forma, requer seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 133-139.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

A recorrente nasceu em 17.01.1953 (fl. 08) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 06.03.2009 (fl.11), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à carênciaexigida e de forma descontínua.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: Certidão deCasamento, realizado em 27.07.1974, constando a profissão do marido como lavrador (fl. 15); Carteira do Sindicato dosAgricultores familiares e Assalariados Rurais de Iuna e Irupi–ES, com filiação em 19.11.2007 (fl. 40); Declaração deExercício de Atividade Rural, atestando a qualidade de meeira em propriedade agrícola de 1992 até a presente data e quetrabalhou para Sr. Marcos Bendia, Srª Wanda Aparecida Amaral Rios e Sr. Sebastião Ribeiro da Silva (fl. 43); Documentosrelativos à propriedade em que trabalhou (fls. 45-54) e Contrato de Parceria agrícola, firmado em 19.11.2007, em que figuracomo parceira outorgada (fls. 56-58), dentre outros.

A Certidão de Casamento, contendo a qualificação profissional do marido da recorrida como lavrador, realizado em27.07.1974, constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparadapelo verbete nº 6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o iníciode prova material, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

Ademais, na interpretação do conceito de documento novo quando se trata de comprovação de atividade rurícola, emfunção das peculiaridades e do caráter social e alimentar, é necessário um pouco mais de acuidade ao se analisar provasnesse contexto, cujas práticas contratuais são verbais e não contam com efetiva fiscalização do cumprimento dasobrigações trabalhistas. Se a prova acostada é contemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refereao período exigido pela lei, deve ser considerada válida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que sejacorroborada pela prova oral.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrida pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 162 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/1991. Por oportuno, trago à colação resumo dos depoimentos lançados pelo magistrado sentenciante:

“A primeira testemunha ouvida, Sr. Antônio Joviano da Cunha, disse que conhece a autora há 20 anos. Sabe que a autoratrabalhou com o Marquinho e depois para Vânia. Disse que o marido da autora trabalha a noite como gari e mesmo assimele trabalha na lavoura. Informa que o marido e o filho auxiliam a autora na lavoura. Ao ser questionado pelo patrono daautora, informa que na propriedade tem 4.000 covas e que não é bem tratado por falta de adubo. Sabe que em umadeterminada hora do dia o marido da autora auxilia na lavoura. Que em 20 anos vê o marido da autora auxiliando nosserviços da lavoura.A segunda testemunha ouvida, Sr. Auzo Laudino do Nascimento, disse que conhece a autora trabalhando na roça, há 40anos. Sabe que o marido da autora trabalha na prefeitura, mas nas folgas auxilia a autora na roça. Sabe que apenas aautora e o marido trabalham na lavoura. Disse que o marido da autora trabalha a noite, chega do serviço dorme um pouco evai auxiliar a autora na roça. (grifei)”

Com efeito, restou demonstrado que o vínculo urbano mantido pelo cônjuge da recorrente se deu de forma concomitantecom a atividade rural, caso em que não há falar em0 descaracterização do regime de economia familiar.

Assim, para a configuração do regime de economia familiar é exigência inexorável que o labor rurícola seja indispensável àsubsistência do trabalhador e que seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de

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empregados permanentes (art. 11, inciso VII, § 1º da Lei nº 8.213/1991), circunstâncias que verifico presentes no casoconcreto.

Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (Código de Processo Civil, art. 273), este imanente ao caráter alimentardas prestações previdenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência dorecorrente.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar a Autarquia Previdenciária a implantar o benefíciode aposentadoria por idade rural em favor da recorrente, no prazo de 30 (trinta) dias da intimação deste julgado, devendocomprovar a implantação até o decurso final do aludido prazo. São devidos atrasados a partir de 06.03.2009, data dorequerimento administrativo (fl.11), até a efetiva implantação do benefício. Sobre as prestações vencidas incidem, até30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. Desta data em diante, aplicam-seos índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, reformando-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

8 - 0000162-14.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000162-5/01) MARIA EDI FARIAS DA VITORIA (ADVOGADO: PAULOWAGNER GABRIEL AZEVEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRECOUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).Processo n.º 0000162-14.2009.4.02.5003/01 - Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : MARIA EDI FARIAS DA VITORIARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA REFORMADA .RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão da sentença que julgou improcedentea pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta a recorrente que a certidãode casamento acostada aos autos configura início de prova material. Alega, ainda, que a certidão de casamento e asinformações constantes do espelho do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), em cotejo com a provatestemunhal colhida em audiência, evidenciam o efetivo exercício de atividade rural pelo período de carência exigido. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazõesencontram-se na fl. 57/ verso.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

A recorrente nasceu em 05.01.1954 (fl. 17) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 31.08.2009 (fl.37), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à carênciaexigida.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrente juntou aos autos: certidão de

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casamento, realizado em 27.01.1978, constando a profissão do seu esposo como lavrador (fl. 16). De par com isso, constado CNIS inscrição como rural no ano de 2005 (fl. 39).

A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido da recorrente como lavrador, realizado em27.01.1978, constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparadapelo verbete nº 6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o iníciode prova material, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

Ademais, na interpretação do conceito de documento novo quando se trata de comprovação de atividade rurícola, emfunção das peculiaridades e do caráter social e alimentar, é necessário um pouco mais de acuidade ao se analisar provasnesse contexto, cujas práticas contratuais são verbais e não contam com efetiva fiscalização do cumprimento dasobrigações trabalhistas. Se a prova acostada é contemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refereao período exigido pela lei, deve ser considerada válida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que sejacorroborada pela prova oral.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrente pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 168 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/1991. Por oportuno, trago à colação resumo dos depoimentos lançados na sentença:

“Realizada audiência, infere-se do seu depoimento pessoal que a autora trabalhava com os pais e depois se casou e foitrabalhar com o marido na lavoura. Também afirmou que trabalhou em diárias. Ainda trabalha na roça com o marido e osfilhos. É descendente de quilombola e herdou a terra do pai.As testemunhas ouvidas em Juízo confirmaram todo o teor do depoimento autoral.”

Assim, para a configuração do regime de economia familiar é exigência inexorável que o labor rurícola seja indispensável àsubsistência do trabalhador e que seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização deempregados permanentes (art. 11, inciso VII, § 1º da Lei nº 8.213/1991), circunstâncias que verifico presentes no casoconcreto.

Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (Código de Processo Civil, art. 273), este imanente ao caráter alimentardas prestações previdenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência darecorrente.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar a Autarquia Previdenciária a implantar o benefíciode aposentadoria rural por idade em favor da recorrente no prazo de 30 (trinta) dias, devendo comprovar a implantação atéo decurso final do aludido prazo. São devidos atrasados desde a data do requerimento administrativo (31.08.2009 – fl. 37).Sobre as prestações vencidas, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta depoupança (art. 5º da Lei 11.960/2009).

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, reformando-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

9 - 0000308-08.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000308-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) x MARIA DE LOURDES D AGOSTIM (ADVOGADO: Ruberlan Rodrigues Sabino.).Processo n.º 0000308-08.2009.4.02.5051/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : MARIA DE LOURDES D AGOSTIMRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO

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CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que osdocumentos apresentados pela recorrida não são aptos à formação de início de prova material. Alega que a recorridarecebe pensão por morte do marido em valor superior ao de um salário mínimo, fato que, aliado à renda auferida pelacolheita de café, denota incompatibilidade com o regime de economia familiar. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Requer, de par com isso, a atribuição de efeitosuspensivo à antecipação dos efeitos da tutela. As contrarrazões encontram-se nas fls. 100-115.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“À parte autora nasceu em 23/03/1935 (fl. 16), estando atualmente com 75 (setenta e cinco) anos de idade. Requereu obenefício de aposentadoria por idade em 26/03/1996 (fl. 17), tendo sido o mesmo indeferido sob a alegação de que não foicomprovado o exercício de atividade rural pela parte autora, pelo período necessário ao preenchimento da carência exigidaà concessão do benefício.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a parte autora juntou aos autos os seguintesdocumentos:

a) Declaração de exercício de atividade rural, emitida pelo Sindicato dos trabalhadores rurais de Castelo (fl. 22);b) Certidão de casamento, realizado em 1965, constando a profissão do marido da Autora como lavrador (fl. 23);c) Inscrição da Autora no CNIS como segurada especial (fl. 24);d) Ficha do Sindicato, em nome da Autora, com admissão em 29/01/2001 (fls. 25);e) Carteira do Sindicato rural de Castelo (fls. 26);f) Documentos relativos à propriedade rural, em nome do marido da Autora (fls. 27/43);g) Carteiras do Sindicato em nome do marido, com admissão em 02/02/1973 e 16/11/1984 (fl. 44);h) Notas fiscais de produtor, em nome do marido da Autora (fls. 47/56).

Além disso, o início de prova material acima especificada, foi corroborada pela prova testemunhal colhida na audiência,conforme CD-R de áudio. Os depoimentos das testemunhas foram coerentes e coesos com as alegações da parte Autora.

Em seu depoimento pessoal, a Autora declarou, em síntese, que já parou de trabalhar na roça há aproximadamente oitoanos. Relatou que possuem uma propriedade, e trabalhava com o marido, cultivando café (colhiam em média de oitenta acem sacos). Afirma que mora até hoje na roça, atualmente os filhos é quem tomam conta da lavoura. Declarou que semprefoi trabalhadora rural. Afirmou que embora o marido tenha se aposentado por contribuir para a Previdência, o mesmosempre foi trabalhador rural. Relata que recebe a pensão pela morte do marido, falecido em 2001. Declara que nuncacontrataram pessoas para ajudá-los na propriedade. Atualmente, três filhos trabalham e moram na propriedade. Neste ano,não sabe quanto vão colher de café. No ano de 1995, se recorda que auferiram R$39.000,00 (trinta e nove mil reais) com avenda de café.

A primeira testemunha ouvida, Srª. Maria Arlete Formacieri Cola, declarou, em síntese, que conhece a Autora há muitosanos, desde que era criança. Relatou que a Autora sempre morou perto da propriedade. Afirmou, ainda, que a Autora e seumarido sempre exerceram atividade rural. Acredita que a propriedade tenha aproximadamente seis alqueires. Declara que aAutora efetivamente trabalhava na roça.

A segunda testemunha ouvida, Sr. Isaías Martins Arcoli Cola, declarou, em síntese, que conhece a Autora há muitos anos,podendo afirmar que a mesma sempre trabalhou na roça. Contudo, relatou que há aproximadamente oito anos a Autoranão exerce mais a atividade, tendo em vista que teve uma queda, quando “mexia café”, e passou a ter problemas nacoluna.

Restou demonstrado, portanto, que a Autora trabalhou na roça durante muitos anos, só tendo deixado a atividade devido àproblemas de saúde, quando, contudo, já preenchia a carência exigida à concessão do benefício. Foi esclarecido emaudiência, ainda, que embora a pensão recebida pela Autora, pelo falecimento do marido, seja na condição de“comerciário”, foi comprovado que o mesmo apenas recolhia como contribuinte individual, mas exercia atividade rurícola.Ressalto, finalmente, que o valor auferido em 1995 com a venda do café, relatado pela Autora em audiência, éperfeitamente compatível, tendo em vista que são várias as pessoas que residem e trabalham na propriedade, sendo que ovalor é determinante para o sustento de todas as famílias.”

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Em acréscimo, quadra registrar que a “irreversibilidade” do provimento não constitui óbice intransponível à antecipação dosefeitos da tutela. Em casos que tais, afigura-se necessário sopesar os interesses em conflito, quais sejam, o interessemeramente financeiro da Autarquia e o interesse da parte autora na obtenção do benefício previdenciário. Destarte, daconjugação dos requisitos múltiplos e concorrentes postos no art. 273 do Código de Processo Civil com o princípio dadignidade da pessoa humana, substância semântica sobre que se funda a República Federativa do Brasil (Constituição daRepública, inciso III, do art. 1º), outra não poderia ser a decisão senão no sentido de se privilegiar, in casu, o interesse daparte autora na obtenção liminar do benefício previdenciário, sem a qual se coloca em risco sua subsistência e saúde.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Pedido de atribuição de efeito suspensivo à antecipação dosefeitos da tutela indeferido.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

10 - 0003827-28.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003827-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x LUCIA LAURENCINI MARIANO (ADVOGADO: WILLIANESPINDULA.).Processo n.º 0003827-28.2008.4.02.5050/01 - Juízo de Origem: 2º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : LUCIA LAURENCINI MARIANORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. RESTABELECIMENTO.TRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS.JUROS DE MORA. ENUNCIADO Nº 54 DESTA TURMA RECURSAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que arecorrida foi beneficiária de aposentadoria por idade com DIB em 23.05.2001, a qual foi suspensa em 01.04.2005 no regularexercício de revisão dos atos administrativos. Alega que, nada obstante a declaração do Sindicato ateste o exercício deatividade rural nos períodos de 25.10.92 a 2001 e 1988 a 1992, no Estado do Espírito Santo, a própria autora afirma terresidido em Porto Seguro-BA por onze anos e no Rio de Janeiro até 1993, razão pela qual o benefício foi suspenso. Alega,ademais, que os juros de mora devem incidir apenas a partir da citação e no percentual previsto no art. 1º - F da Lei n.º9.494/1997 com a redação dada pela Lei n.º 11.960/2009. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 200-208.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“Analisando os autos, observo que há início de prova material de que a autora exerceu atividade rural em regime de

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economia familiar. Refiro-me aos documentos seguintes: 1) Certidão de Casamento Civil da autora datada de 01/08/1988onde consta que seu esposo era “lavrador” (fls. 11); 2) Ficha de matricula de datada de 02.02.95 onde consta que a autoraera “lavradora” (fls. 15); 3) Ficha médica de fls. 16 onde consta a autora como “trabalhadora rural”.Além disso, destaco que, em audiência (fls. 111/123) as testemunhas ELIAS ZOTTELE e MARILENE ZOTTELE afirmaramque “conhecem a autora da Bahia, pois eram vizinhos; que a autora trabalhava na ‘roça’ com o marido e filhos; que a terrana qual ela trabalhava não era própria; que eles plantavam café, mamão, etc.; que não se recorda de haver empregados;que a autora e sua família ficaram morando na Bahia entre 1983 a 1986 aproximadamente”.Ademais, as testemunhas VANDERLEY LAHASSE e WALDERGANO TECH relataram que “conhecem a autora desdedezembro/1994, quando ela se mudou com sua família para a localidade de Alto Santa Maria; que a autora e sua famíliatrabalhavam plantando inhame chinês, milho, feijão, quiabo, etc.; que trabalhavam somente a autora e sua família, nãohavendo empregados; que a autora e sua família não exerciam outra atividade; conhecem a autora há aproximadamente 11anos a contar de 1994”.Portanto, estou convencido de que a autora exerceu atividade rural em regime de economia familiar entre 1983 a 1986 eentre 1994 a 2005 (11 anos contados de dezembro de 1994). Logo, a autora exerceu atividade rural em regime deeconomia familiar por aproximadamente 14 anos. Assim, na data em que requereu o benefício administrativamente(23.05.2001 – fl. 135), já havia 10 (dez) anos aproximadamente que a autora exercia atividade rural em regime de economiafamiliar (1983 a 1986 + 1994 a 2001 = 10 anos). Além disso, observo que na data do requerimento administrativo a autorajá contava com 59 anos de idade, visto que nasceu em 11.12.1942 – fl. 10).De acordo com a tabela contida no art. 142 da Lei 8.213/91, o segurado que tivesse 120 contribuições (10 anos) em 2001 etivesse a idade teria direito ao benefício de aposentadoria por idade rural. Portanto, concluo que a autora em 2001 já faziajus ao benefício de aposentadoria rural por idade, visto que preenchia tais requisitos. Sendo assim, entendo incorreta asuspensão da aposentadoria da autora ocorrida nos moldes do Oficio nº. 805 de 25.11.2004 (fls. 179). Portanto, a autoradeve voltar a receber o benefício desde a data em que houve a suspensão do mesmo”.

Não obstante, no que tange ao capítulo acessório (termo inicial e taxa dos juros de mora), com razão a AutarquiaPrevidenciária. A Turma Recursal desta Seção Judiciária editou o Enunciado nº 54 que assim dispõe “A Lei nº 11.960/2009tem aplicação imediata na parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009,aplicam-se os índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de juros de mora nascondenações impostas à Fazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)Essa orientação não se afasta dos precedentes do C. Supremo Tribunal Federal, porquanto no julgamento do AI 842.063,em 17.06.2011, foi reconhecida a existência de repercussão geral sobre a matéria e, no mérito, reafirmada a jurisprudênciadominante quanto à aplicabilidade imediata do art. 1º F da Lei nº 9.494/1997 - com alteração dada pela Medida Provisória nº2.180-35/2001 – em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor. Tal disposição se aplica de idênticamaneira no caso de posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.494/1997 pela Lei nº 11.960/2009.

Doutro vértice, nos termos do verbete nº 204 da Súmula do egrégio Superior Tribunal de Justiça “os juros de mora nasações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, fixando a disciplina dos juros de mora consoantefundamentação supra.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, na forma daementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

11 - 0005741-30.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005741-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x IZAURA KIEFER SILVA (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.).Processo n.º 0005741-30.2008.4.02.5050/01– Juízo de Origem: 2º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : IZAURA KIEFER SILVARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INCIDÊNCIA DOS JUROS

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MORATÓRIOS A PARTIR DA CITAÇÃO. APLICABILIDADE IMEDIATA DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/1997. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.Trata-se de Recurso Inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedentea pretensão de concessão de aposentadoria por idade rural. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que os jurosde mora são devidos a partir da citação e que a taxa dos juros moratórios deve ser estipulada pelo novel art. 1º-F da Lei nº9.494/1997. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, reformando-se a sentença no que tange ao marcoinicial e taxa dos juros moratórios. Não foram apresentadas contrarrazões.

In casu, a controvérsia está adstrita à aplicabilidade do art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997 e ao marco inicial dos jurosmoratórios.

Nessa linha, cabe recordar o teor do Enunciado nº 54 desta Turma Recursal: “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicação imediatana parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se os índicesoficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de juros de mora nas condenações impostas àFazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)

Essa orientação não se afasta dos precedentes do C. Supremo Tribunal Federal, porquanto no julgamento do AI 842.063,em 17.06.2011, foi reconhecida a existência de repercussão geral sobre a matéria e, no mérito, reafirmada a jurisprudênciadominante quanto à aplicabilidade imediata do art. 1º F da Lei nº 9.494/1997- com alteração dada pela Medida Provisória2.180-35/2001 – em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor. Tal disposição se aplica de idênticamaneira no caso de posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.494/1997 pela Lei nº 11.960/2009.

Doutro vértice, nos termos do verbete nº 204 da Súmula do E. Superior Tribunal de Justiça “os juros de mora nas açõesrelativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.

Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, para fixar a taxa e o marco inicial dos juros moratóriosnos termos da fundamentação supra.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, naforma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

12 - 0000201-21.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000201-3/01) LAURA LOURENÇO DA SILVA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).Processo n.º 0000201-21.2010.4.02.5053/01 – Juízo de Origem: 1ª VF LinharesRecorrente : LAURA LOURENÇO DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS NÃO PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA.RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedentea pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que houvecerceamento do direito de defesa decorrente da ausência de produção de prova testemunhal. Alega que o labor urbano, orecebimento de pensão por morte dos filhos, bem como a aposentadoria do esposo não lhe infirmam a qualidade desegurada especial. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, anulando-se a sentença para queseja reaberta a instrução processual. Eventualmente, pugna pela reforma da sentença. As contrarrazões encontram-se nasfls. 105-106.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício

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pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“Como início de prova material reconheço o registro da CTPS da autora de fls. 09, em que consta o registro comotrabalhadora rural na empresa Lagrisa no ano de 1982. No entanto, segundo documentos constantes do processo edepoimento pessoal da autora, consta que ela percebe benefício de pensão por morte decorrente do falecimento de um deseus filhos desde 07/09/1990, além disso consta de fls. 80 que a autora trabalhou na Prefeitura de Linhares de 08/03/1984a 19/11/1991. Por fim, é de se registrar também que o marido da autora recebe atualmente dois benefícios previdenciários:uma aposentadoria de natureza urbana (conforme fl. 86) e uma pensão por morte de um outro filho, também de naturezaurbana. Sendo assim, considerando que no período de 1984 a 1991 a autora trabalhava em atividade urbana econsiderando que após 1991 a autora passou a perceber uma pensão por morte de natureza urbana, considero irrelevantea produção de prova testemunhal do efetivo exercício rural, visto que, ainda que o trabalho rural tenha sido exercido, ele foicomplementar e não imprescindível para subsistência da autora. Reitere-se uma vez mais que a entidade familiar da autora,composta por ela e seu marido, percebe atualmente três benefícios previdenciários de natureza urbana.”

Em acréscimo, quadra registrar que o direito de produzir provas não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por sisó, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quando a produção da prova testemunhal é prescindível à comprovaçãodo regime de economia familiar, como na hipótese vertente.

Nessa linha, é indispensável recordar que é exigência inexorável à manutenção do regime de economia familiar que arenda obtida com o trabalho rural seja indispensável ao suprimento das necessidades básicas do núcleo familiar (art. 11,inciso VII, § 1º da Lei nº 8.213/1991), exigência incompossível com o quadro fático delineado.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de nulidade rejeitada.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, considerando o deferimento do benefício daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

13 - 0000716-87.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000716-9/01) LAURENTINA WALGER RODRIGUES (ADVOGADO:BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).Processo n.º 0000716-87.2009.4.02.5054/01 - Juízo de Origem: 1ª VF ColatinaRecorrente : LAURENTINA WALGER RODRIGUESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. REQUISITOS LEGAISPREENCHIDOS. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedentea pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta a recorrente que o fato deo seu marido perceber aposentadoria por idade urbana não descaracteriza o regime de economia familiar, pois não restoucomprovado que os rendimentos da atividade urbana do esposo são suficientes para a manutenção da família. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazõesencontram-se nas fls. 240-241.

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Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

A recorrente nasceu em 23.09.1932 (fl. 13) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 06.12.2002 (fl.14), indeferido ao argumento de que não foi comprovada a qualidade de segurado especial.

Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrente juntou aos autos: certidão decasamento constando a profissão do seu marido como lavrador (fl. 18); declarações particulares (fls. 19, 40, 41, 42, 45, 82,86, 87, 100 e 101); contratos de parceria agrícola em que figura como parceira outorgada (fls. 194 e 196); dentre outros.

A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do esposo da recorrente como lavrador, realizado em15.17.1953, constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparadapelo verbete nº 6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova testemunhal tem o condão de ampliar o iníciode prova material, abrangendo todo o período necessário à concessão do benefício.

Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quando setrata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial, nostermos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais aque ela se dirige e às exigências do bem comum”.

É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbais nocampo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser consideradaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrente pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, 60 meses, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/1991.

Importa salientar que a mera percepção de aposentadoria por idade no valor de um salário mínimo (fl. 205) nãodescaracteriza o regime de economia familiar. O regime de economia familiar somente estaria descaracterizado se a rendaobtida fosse suficiente para a manutenção da família, de forma a tornar dispensável a atividade agrícola (art. 11, inciso VII,§ 1º da Lei nº 8.213/1991).

Assim, para a configuração do regime de economia familiar é exigência inexorável que o labor rurícola seja indispensável àsubsistência do trabalhador e que seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização deempregados permanentes (art. 11, inciso VII, § 1º da Lei nº 8.213/1991), circunstâncias que verifico presentes no casoconcreto.

Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (Código de Processo Civil, art. 273), este imanente ao caráter alimentardas prestações previdenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência darecorrente.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar INSS a implantar o benefício de aposentadoriapor idade rural em favor da recorrente no prazo de 30 (trinta) dias, devendo comprovar a implantação até o decurso final doaludido prazo. São devidos atrasados a partir de 06.12.2002, data do requerimento administrativo (fl. 14). Sobre asprestações vencidas incidem, até 30.06.2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação.Desta data em diante, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art.5º da Lei nº 11.960/2009).

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, reformando-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

14 - 0001591-06.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001591-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x ROSEO CLER ALVES KILL (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0001591-06.2008.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 2º JEFRecorrente : UNIÃORecorrido : ROSEO CLER ALVES KILLRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GDASST.POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO A APOSENTADOS E A PENSIONISTAS. MATÉRIA DECIDIDA PELO C. SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADAEM PARTE.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela União, ora recorrente, em razão da sentença que julgou parcialmenteprocedente os pleitos autorais, para condenar a parte ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa (GDASST) à parte autora, ressalvada a prescrição quinquenal, da seguinte forma: a) a diferençaapurada entre os pontos pagos e 40 (quarenta) pontos, no período de 01.04.2002 a 30.04.2004; e b) a diferença entre ospontos pagos e 60 (sessenta) pontos, a partir de 01.05.2004. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que agratificação de desempenho denominada GDASST somente deve ser estendida aos inativos no valor de 60 (sessenta)pontos a partir do advento da medida provisória nº 198/2004, pelo que no período de 01.04.2002 a 30.04.2004 não hápontos devidos. Alega, ademais, que os juros de mora devem ser disciplinados pelo art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com aredação dada pela Lei nº 11.960/2009. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, afastando-se acondenação no período de abril de 2002 a maio de 2004. As contrarrazões encontram-se nas fls. 123-133.

2. A GDASST constitui vantagem remuneratória devida aos servidores ativos da Carreira da Seguridade Social e doTrabalho, em substituição à GDATA, tendo por base o desempenho institucional e o individual de cada servidor, nos termosda Lei nº 10.483/2002. Os servidores inativos também foram beneficiados com a referida gratificação; contudo, a base decálculo para estes é distinta da do pessoal em atividade – opção do legislador justificada pela impossibilidade de se aferir aprodutividade para os inativos para fins de cálculo da vantagem.

3. O artigo 40, § 8º, da Constituição, com a redação anterior à Emenda Constitucional nº 41/2003, assegurava paridadeentre servidores ativos e inativos, inclusive no que se refere às vantagens posteriormente concedidas àqueles, mesmo quedecorrentes da transformação ou reclassificação de cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu dereferência para a concessão da pensão, na forma da lei. A EC nº 41/2003 fez cessar o critério da paridade, remetendo à leio critério de reajuste dos benefícios previdenciários, com efeitos ex nunc (ou seja, os reajustes decorrentes da paridade,anteriores à EC nº 41/2003, continuam válidos e devidos). Contudo, o direito adquirido à paridade dos que já estavamaposentados ao tempo da EC 41/2003 foi expressamente preservado no art. 7º da referida emenda.

4. Quanto à possibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias, conferidas legalmente aos servidores daativa, que dependem de aferição de desempenho individual e coletivo/institucional, o C. Supremo Tribunal Federal, nojulgamento dos Recursos Extraordinários 476.279/DF, 476.390/DF e 572.052/RN, assentou a orientação de que aGratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa (GDATA) – vantagem disciplinada de forma similar àGDASST – possui duplo caráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de a pontuação variar conformedesempenho individual e institucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certassituações, pela simples ocupação do cargo. Assim, é preciso verificar, na disciplina legal da GDASST, em que períodos eem que quantitativos ela assumiu este segundo aspecto, devido ao servidor inativo.

5. A Lei 10.483/2002, em seu art. 11, estabeleceu que, a partir da vigência da lei e até 31.05.2002 ou até que fossemeditados os atos referidos no art. 6º, a GDASST seria paga aos servidores da ativa, indistintamente, em valorcorrespondente a 40 (quarenta) pontos. Posteriormente, o art. 6.º da Lei 10.971/2004 estabeleceu que, a partir de 1o demaio de 2004 e até que fosse editado o ato referido no art. 6º da Lei nº 10.483, de 2002, a GDASST seria paga aosservidores ativos que a ela fazem jus no valor equivalente a 60 (sessenta) pontos, com efeitos a partir de 01.05.2004. Estadisciplina, estabelecendo pontuação única e geral, sem qualquer vinculação com a produtividade individual ou com odesempenho institucional, configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda que temporária, uma vez que a verbaseria devida a todo e qualquer servidor, independentemente do respectivo desempenho, pelo que seu pagamento éextensível aos inativos/pensionistas, com base na mesma pontuação.

6. A matéria já se encontra assentada na jurisprudência pátria, conforme julgamento do RE 572.052/RN pelo C. STF, cujaementa está assim redigida:

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURIDADE SOCIAL E DOTRABALHO - GDASST, INSTITUÍDA PELA LEI 10.483/2002. EXTENSÃO. SERVIDORES INATIVOS. POSSIBILIDADE.RECURSO DESPROVIDO. I - Gratificação de desempenho que deve ser estendida aos inativos no valor de 60 (sessenta)pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou a sua base decálculo. II - Embora de natureza pro labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmudaa GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, deviolação ao princípio da isonomia. IV - Recurso extraordinário desprovido. (DJU 17/04/2009)

7. Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todos os dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

8. No que tange ao período de 01.06.2002 a 30.04.2004, ora impugnado, verifica-se que a sentença condenou a recorrentea pagar GDASST sobre 40 pontos desde 01.04.2002 até 30.04.2004. Diferentemente da GDATA, a decisão do C. STF nãoadotou como valor de referência para a gratificação estendida aos aposentados e pensionistas a pontuação equivalente a10 pontos no período de 01.06.2002 a 30.04.2004. A decisão da Excelsa Corte abrangeu apenas o período decorrido apartir de 01.05.2004. Não se aplica, portanto, o Enunciado nº 44 da Turma Recursal do Espírito Santo (que não reconhecediferenças em favor dos aposentados e pensionistas no período de 01.06.2002 a 30.04.2004), que se refere apenas àGDATA.

9. Finalmente, quanto à taxa dos juros de mora, cabe recordar o teor do Enunciado nº 54 desta Turma Recursal: “A Lei nº11.960/2009 tem aplicação imediata na parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de30/06/2009, aplicam-se os índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de juros de moranas condenações impostas à Fazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)

10. Essa orientação não se afasta dos precedentes do C. Supremo Tribunal Federal, porquanto no julgamento do AI842.063, em 17.06.2011, foi reconhecida a existência de repercussão geral sobre a matéria e, no mérito, reafirmada ajurisprudência dominante quanto à aplicabilidade imediata do art. 1º F da Lei nº 9.494/1997- com alteração dada pelaMedida Provisória Nº 2.180-35/2001 – em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor. Tal disposição seaplica de idêntica maneira no caso de posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.494/1997 pela Lei nº 11.960/2009.

11. Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, somente para fixar a taxa dos juros de mora nostermos da fundamentação supra.

13. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

15 - 0006214-16.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006214-1/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DEBARROS.) x OTACILIO SOARES FARIAS (ADVOGADO: LUIZ GONZAGA FREIRE CARNEIRO.).Processo nº. 0006214-16.2008.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 2º JEFRecorrente : UNIÃORecorrida : OTACILIO SOARES FARIARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO EM ÓRGÃO DE RESTRIÇÃO AOCRÉDITO (CADIN). CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.Trata-se de recurso inominado interposto pela União, ora recorrente, em razão da sentença que julgou procedente apretensão de exclusão dos cadastros de proteção ao crédito e indenização por danos morais. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que a inscrição do recorrido no Cadastro de Créditos não Quitados do Setor Público Federal

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(CADIN) decorreu do inadimplemento de crédito tributário constituído mediante a apresentação por terceiro de declaraçãode ajuste de IRPF via internet, pelo que não há nexo de causalidade entre a conduta da Administração Pública Federal e oalegado dano. Alega, ademais, que não há prova do efetivo prejuízo. Dessa forma, requer seja conhecido e provido orecurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, requer a aplicação de correção monetária ejuros nos moldes da Lei nº 11.960/2009. As contrarrazões encontram-se nas fls. 91-96.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A parte autora relata que no ano de 2000 perdeu todos seus documentos pessoais.Em 2005, ao tentar obter empréstimo pessoal junto à CEF o autor foi surpreendido pela informação de que seu nomeestava negativado junto ao CADIN em face de dívida tributária perante a Receita Federal. Relata o autor que foiapresentada declaração de rendimentos em seu nome, via internet, no ano de 2000, referente ao exercício de 1999, ondeconstavam rendimentos que não auferiu, bem como a propriedade de um sítio no estado de Minas Gerais, que nunca lhepertenceu.Além dos constrangimentos acima, o autor ainda foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimentos.Às fls. 40 a União Federal comprova que a inscrição em dívida ativa existente em nome da parte autora foi cancelada emface da remissão prevista no art. 14, da Medida Provisória nº 449/2008.A Fazenda Nacional contesta o pleito alegando que o autor não apresentou sua regular declaração de rendimentos,tampouco promoveu uma declaração retificadora daquela que indevidamente foi apresentada por terceiro à ReceitaFederal.Todavia, em que pese a parte autora ter se omitido na obrigação que lhe cabia enquanto contribuinte, não pode a répenalizá-lo por motivo diverso, em especial por algo que não tenha dado causa. A possibilidade de aplicação de multa aoautor por não ter apresentado declaração retificadora ou de isento como defendido pela União, não legitima a ré a cobrar doautor tributos em relação aos quais não tenha sido o responsável pelo fato gerador, muito menos lhe dá o direito deinscrever seu nome no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN).De acordo com a parte autora, sua inscrição no CADIN lhe provocou inúmeros transtornos e constrangimentos, visto queteve empréstimo negado junto à CEF, além de ter sido intimado pelo Departamento da Polícia Federal para prestardepoimento.Logo, merece ser acolhido o pleito de indenização por danos morais.”

Não sobeja realçar que o nexo de causalidade, in casu, decorre da conduta comissiva da recorrente, consubstanciada naexigência indevida de créditos tributários, e o reconhecido dano suportado pelo recorrido, descortinado, notadamente, narestrição e recusa de crédito no mercado financeiro.

No que tange à correção monetária e aos juros de mora, entretanto, assiste razão ao recorrente. Nessa linha, a TurmaRecursal desta Seção Judiciária editou o Enunciado nº 54 que assim dispõe “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicação imediatana parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se os índicesoficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de juros de mora nas condenações impostas àFazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, somente quanto à disciplina sobre a correção monetária eos juros de mora, nos termos da fundamentação supra.

Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento na forma daementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

16 - 0011590-17.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011590-6/01) IZAAC DO NASCIMENTO (ADVOGADO: HELTONTEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOES ALVES, KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL(ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).Processo nº. 2007.50.50.011590-6/01

Recorrente : IZAAC DO NASCIMENTORecorrida : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CAIXA

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO. CABÍVEL A APLICAÇÃO DA TAXA PROGRESSIVA DE JUROS SALDO DA CONTAVINCULADA AO FGTS, NOS TERMOS DA LEI N. 5.107/66. EXIBIÇÃO DOS EXTRATOS DAS CONTAS VINCULADAS AOFGTS É DEVER DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ART. 355 DO CPC. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.SENTENÇA REFORMADA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão da sentença que julgou improcedentea pretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela aplicação da taxa progressiva de juros na forma da Lei n.5.107/66 sobre o saldo da sua conta vinculada ao FGTS. Em suas razões recursais, sustenta que houve, no caso,cerceamento de defesa, porquanto cabe à parte recorrida exibir os extratos relativos ao FGTS dos períodos declinados napeça inicial.Deveras, a sentença guerreada julgou improcedente a pretensão externada na inicial em razão de a parte autora não tercolacionado, aos autos, documentos que comprovassem ser beneficiária do direito pleiteado. Na verdade, a magistrada aquo destacou que, à época em que admitido na empresa, bem como quando da sua opção pelo FGTS, a parte autora aindaestava ao abrigo das normas que asseguraram o direito à progressividade prevista na lei, sendo que esta, todavia, nãodemonstrou que houve lesão a seu direito, posto que não trouxe nenhum documento nesse sentido.Não há dúvidas de que os extratos das contas vinculadas não são documentos indispensáveis à propositura da ação,podendo sua ausência ser suprida por outras provas (STJ, 2ª TURMA, RESP 824266, REL. MIN. JOÃO OTÁVIO DENORONHA, DJ 06.02.2007). No presente caso, a recorrente comprovou, com cópia da CTPS, ter feito a opção original peloFGTS na vigência da Lei n. 5.107/66 ou a opção retroativa por esse fundo (nos termos das Leis n. 5.958/73, 7.839/89 e8.036/90), conforme fls. 09/13. É isso o que basta para comprovar o fato constitutivo do direito.A responsabilidade pela exibição dos extratos analíticos das contas vinculadas ao FGTS é da CAIXA ECONÔMICAFEDERAL - CAIXA, por força da interpretação do art. 7º, I, da Lei n.º 8.036/90, que estabelece que compete à gestora doFundo de Garantia por Tempo de Serviço "emitir regularmente os extratos individuais correspondentes à conta vinculada”.O art. 24 do Decreto n. 99.684/90, por seu turno, dispõe que “por ocasião da centralização na CEF, caberá ao bancodepositário emitir o último extrato das contas vinculadas sob sua responsabilidade, que deverá conter, inclusive, o registrodos valores transferidos e a discriminação dos depósitos efetuados na vigência do último contrato de trabalho”.A jurisprudência do e. STJ firmou o entendimento de que a apresentação dos extratos anteriores a 1992 nas ações deexecução das diferenças de correção monetária das contas do FGTS é de responsabilidade da CAIXA ECONÔMICAFEDERAL - CAIXA, na condição de gestora do fundo, ainda que, para adquiri-los, a empresa pública os requisite aosbancos depositários. Isso porque no momento da centralização das contas vinculadas para a Caixa Econômica Federal,obrigatoriamente, ocorreu a escrituração contábil e a consequente transferência das informações à gestora do FGTS, doque se extrai ser improvável a ausência da documentação alegada (STJ, 2ª TURMA, AGRESP 580432, REL. MIN.HUMBERTO MARTINS, DJ 26.03.2008).Na verdade, o Decreto n.º 99.684/90, na parte em que regulamenta a transferência das contas vinculadas, quando dacentralização do FGTS junto à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, estabeleceu, em seu artigo 24, que os bancos depositáriosdeveriam informar à CAIXA, de forma detalhada, de toda movimentação ocorrida nas contas vinculadas sob suaresponsabilidade, no período anterior à migração. Assim, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CAIXA é responsável pelasinformações e dados históricos das contas fundiárias repassadas pela rede bancária durante o processo migratório e,sendo a agente operadora do Fundo, detém a prerrogativa legal de exigir dos bancos depositários os extratos necessáriosem cada caso e exibi-los no prazo imposto pelo Poder Judiciário (Nesse sentido: REsp n.º 717.469/PR, Segunda Turma,Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/05/2005; REsp n.º 661.562/CE, Segunda Turma, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ de16/05/2005; e AgRg no REsp n.º 669.650/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 16/05/2005).Não se pode negar, portanto, que é ônus da CAIXA, como agente operadora e mantenedora do cadastro do FGTS, emitirregularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas (Lei 8036/90, artigo 7º, I), independentementede a conta originária estar em outro banco depositário, já que houve a centralização dos depósitos (artigo 12). Quando a leimencionou que a CAIXA assumiria o controle de todas as contas vinculadas, no prazo de um ano, contado da vigência dalei, estava se referindo inclusive à correta informação dos saldos, depósitos, aplicação de correções e de juros.Neste sentido: “PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL.FGTS. CONTAS VINCULADAS. EXTRATOS ANTERIORES A 1992. RESPONSABILIDADE DA CEF. (PRECEDENTE.RESP. N.º 1.108.034/RN, DJ. 25.11.2009. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO AO REGIME DE RECURSOSREPETITIVOS, ART. 543-C, DO CPC). 1. A responsabilidade pela apresentação dos extratos das contas vinculadas aoFGTS, mesmo em se tratando de período anterior a 1992, é, por força de lei, da Caixa Econômica Federal, gestora dofundo. 2. Deveras, mesmo no período antecedente a 1992 esse dever se impõe, por isso que o Decreto n.º 99.684/90, naparte em que regulamenta a transferência das contas vinculadas, quando da centralização do FGTS junto à CEF,estabeleceu, em seu artigo 24, que os bancos depositários deveriam informar à CEF, de forma detalhada, de todamovimentação ocorrida nas contas vinculadas sob sua responsabilidade, no período anterior à migração. 3. É cediço naCorte que a CEF é responsável pelas informações e dados históricos das contas fundiárias repassadas pela rede bancáriadurante o processo migratório e, sendo a agente operadora do Fundo, detém a prerrogativa legal de exigir dos bancosdepositários os extratos necessários em cada caso e exibi-los no prazo imposto pelo Poder Judiciário (Precedentes: REspn.º 717.469/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/05/2005; REsp n.º 661.562/CE, Segunda Turma, Rel.Min. Peçanha Martins, DJ de 16/05/2005; e AgRg no REsp n.º 669.650/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 16/05/2005). 4. (omissis). 5. (omissis). 6. (omissis). 7. Agravo regimental desprovido” (AGRESP 201000032493AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1175088; STJ 1ª Turma; Relator Luiz Fux, DJEDATA:29/03/2010).Por certo, a CAIXA não pode se beneficiar pela sua ineficácia em obter os extratos da conta vinculada da parte autora, pois,se assim o fosse, haveria decisão de improcedência em todas as hipóteses em que não houvesse trazido os extratos,constituindo um desestímulo a que persistisse na juntada dos mesmos nos demais processos.

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O art. 355 do CPC é bem claro ao dispor que o juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se ache emseu poder.Vale registrar que a parte recorrente, na inicial, requereu a juntada, pela recorrida, dos extratos de movimentação da contavinculada ao FGTS, nos termos do art. 355 do CPC combinado com o art. 11 da Lei n. 10.259/2001. Registre-se que,intimada para apresentar os extratos bancários em questão (fl. 37), a recorrida não cumpriu o determinado pelo Juízo aquo.Passa-se agora à análise do mérito propriamente dito.Para ter direito à aplicação dos juros progressivos, é preciso preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) tersido contratado como empregado entre 01/01/1967 e 22/09/1971; b) ter feito a opção original pelo FGTS na vigência da Lein. 5.107/66 ou a opção retroativa por esse fundo (nos termos das Leis n. 5.958/73, 7.839/89 e 8.036/90); c) ter permanecidona mesma empresa por mais de 2 (dois) anos.Os trabalhadores que não preencherem todos os três requisitos acima são devidos apenas os juros fixos de 3% ao ano nossaldos do FGTS.É indispensável que esse vínculo empregatício iniciado entre 01/01/1967 a 22/09/1971 tenha durado mais de 2 (dois) anos,porque o artigo 4º, da Lei n. 5.107/66, em sua redação original, dispunha que: “Art. 4º. A capitalização dos juros dosdepósitos mencionados no art. 2º far-se-á na seguinte progressão: I – 3% (três por cento) durante os dois primeiros anos depermanência na mesma empresa; II – 4% (quatro por cento) do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;III – 5% (cinco por cento) do sexto a décimo ano e permanência na mesma empresa; IV – 6% (seis por cento) dodécimo-primeiro ano de permanência na mesma empresa, em diante”.Sobre o tema, vale colacionar o julgado a seguir: “FGTS - JUROS PROGRESSIVOS - LEIS 5.107/66, 5.705/71 E 5.958/73 -SÚMULA 154/STJ - OPÇÃO FEITA APÓS O ADVENTO DA LEI 5.958/73 - NECESSIDADE DE ATENDIMENTO AOSREQUISITOS LEGAIS. 1. A Lei 5.107, de 13/09/66, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previu a aplicaçãode juros progressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado no art. 4º dareferida norma. 2. Com o advento da Lei 5.705, de 21/09/71, todos os empregados admitidos a partir da entrada em vigorda norma passaram a ter direito apenas a juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente, mantido odireito adquirido daqueles que optaram na vigência da Lei 5.107/66, direito este que cessaria se o empregado mudasse deempresa. 3. A Lei 5.958, de 10/12/73 veio para estimular os empregados que poderiam ter optado pelo regime quando doadvento da Lei 5.107/66 e não o fizeram. Daí a garantia da opção com efeitos retroativos a 1º/01/67 ou à data da admissão,se posterior àquela, desde que com a anuência do empregador. 4. Somente há direito aos juros progressivos se a opção foifeita na vigência da Lei 5.107/66 ou na forma da Lei 5.958/73, não bastando apenas que a opção date de período posteriora 10/12/73, sem que preenchidos os requisitos contidos na última lei. 5. Havendo controvérsia de natureza fática, aplica-seo teor da Súmula 7/STJ." (STJ, RESP 488.675, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 01.12.2003).No caso sob exame, verifica-se que a aplicação dos juros progressivos sobre o FGTS do autor encontra amparo narealidade fático-jurídica e legal retratada, porquanto o autor/recorrente foi admitido no emprego em 01.07.1962, lápermanecendo até 15.06.1984 e fez opção retroativa (fl.09)Nessas condições, merece ser reformada a r. sentença, para condenar a Caixa Econômica Federal – CEF a recompor osaldo da conta vinculada ao FGTS no período reclamado, mediante a incidência da taxa de juros progressivos, consoante oart. 40 da Lei nº 5.017/1966.A base de cálculo será aquela estampada nos extratos analíticos cuja exibição é de responsabilidade exclusiva da CEF,observado o entendimento expresso no enunciado da Súmula nº 398 do egrégio STJ acerca da prescrição, conjugada como Enunciado nº 61 das Turmas Recursais dos JEFS da Seção judiciária do Estado do Rio de Janeiro.Deverão ser deduzidas eventuais quantias pagas administrativamente a esse título, desde que comprovadas.Para a hipótese de não apresentação dos extratos analíticos do período, presumir-se-á verdadeiro aquele reclamado peloautor, ante a conformidade com a legislação própria, consoantes se encontra nos itens “13”, “14”, “15” e “16”.Recurso conhecido e provido.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, em atenção ao disposto no art. 55 da Lei n.º9.099/1995 e art. 1º da Lei n.º 10.259/2001 conjugado com o art. 28 da Lei n.º 8036/1990.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

17 - 0003821-55.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.003821-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x SILVIA REGINA LIMA MELLO (ADVOGADO: LEANDROMELLO FERREIRA.).Processo nº. 3821-55.2007.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 1º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SILVIA REGINA LIMA MELLORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

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E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. FORMULÁRIO DSS-8030.ADMISSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA SOBRE O FATO EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR COMPETE À AUTARQUIAPREVIDENCIÁRIA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ora recorrente, em razão desentença que julgou procedente a pretensão de conversão de tempo de trabalho, condenando-o a computar comoespeciais os períodos de 15.03.1977 a 23.08.1983, 24.08.1983 a 01.02.1991, 01.02.1991 a 18.09.1991 e 19.09.1991 a29.09.1999, com exceção daqueles já considerados administrativamente, bem como a pagar o valor das prestaçõesvencidas, não atingidas pela prescrição qüinqüenal. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido nãocomprovou, por meio do competente laudo técnico, a exposição aos agentes nocivos à saúde de forma permanente, nãoocasional, nem intermitente. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedidodeduzido na inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.

Primeiramente, cumpre esclarecer que a exigibilidade de laudo técnico para comprovação de períodos insalubres somentese impõe a partir da promulgação da Lei n.º 9.528, de 10.12.1997, que convalidou os atos praticados com base na MP n.º1.523, de 11.10.1996, alterando o §1º do art. 58 da Lei n.º 8.213/1991. De fato, apenas a partir da promulgação dessediploma legal, passou-se a exigir a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos, medianteformulário emitido pela empresa, com base em laudo técnico das condições ambientais e de trabalho, expedido por médicodo trabalho ou engenheiro de segurança.

Oportuno rememorar, aliado ao que já foi dito, que antes de 29.04.1995 a exposição a agentes nocivos à saúde ou àintegridade física não precisava ocorrer de forma permanente para fins de reconhecimento da especialidade do trabalho.Nesse sentido, o verbete nº 49 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização.

Nessa linha, tem-se que os documentos de fls. 16-20 atendem satisfatoriamente aos requisitos legais para oreconhecimento dos períodos trabalhados sob exposição efetiva aos agentes biológicos nocivos à saúde. Com efeito, até09.12.1997, conforme já salientado, é admissível a comprovação da sujeição a agentes nocivos por quaisquer meios deprova. O único período passível de impugnação refere-se ao interregno compreendido entre 10.12.1997 e 29.09.1999, cujademonstração ficou a cargo do formulário DSS-8030 (fl. 19).

Do referido formulário extrai-se o exercício de atividades insalubres de modo habitual – não ocasional e nem intermitente –no período de 19.09.1991 a 30.09.1999.

Ora, não se pode ignorar o histórico laboral da recorrida pelo qual se infere a efetiva submissão a agentes nocivos desde oano de 1977, de forma ininterrupta, subtraindo-se o período de 10.12.1997 a 29.09.1999 sob o pretexto de que o formuláriode fl. 19 não se encontra subscrito por médico do trabalho ou engenheiro de segurança.

Entendimento contrário representaria ferir, frontalmente, os princípios da razoabilidade e da dignidade da pessoa humana(Constituição da República, inciso III, do art. 1º), convindo recordar, de par com isso, que a tutela jurídica do Estado visa,sobretudo, à efetiva realização dos direitos consagrados no ordenamento jurídico.

Por outro lado, não passa despercebido que o formulário DSS-8030 está embasado em laudo técnico pericial (item nº 5),cabendo à Autarquia Previdenciária o ônus da prova sobre o fato extintivo do direito do autor, isto é, comprovar que oreferido laudo não se encontra subscrito pelos competentes profissionais, ônus de que não se desincumbiu na hipótesevertente.

Tal o contexto fático, não merece reparo a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

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18 - 0002879-20.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002879-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x JOBE FARINA (ADVOGADO: DEIJAYME TEIXEIRA VIANA.).Processo nº 2007.50.51.002879-4/01 – Juízo de origem: 1ª VF CACHOEIRORecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSSRecorrido : JOBE FARINARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. PRESUNÇÃO RELATIVA. CADASTRONACIONAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.Cuida-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de revisão da renda mensal inicial do benefício de aposentadoria poridade, observado o teto-limite do salário de contribuição e da RMI. Em suas razões recursais, sustenta a recorrente que omagistrado considerou valores de remuneração que não constam no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS),nada obstante constem das anotações lançadas na Carteira de Trabalho do recorrido. Dessa forma, requer seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 75-76.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“O autor questiona os valores dos salários de contribuição utilizados no cálculo da renda mensal inicial(RMI) daaposentadoria por idade de fl. 07. Segundo o CNIS de fl. 55, o autor trabalhou na empresa BRAMINEX BRASILEIRA DEMARMORE EXPORTADORA S/A entre 01/05/1992 e 02/04/2002, sendo que a certidão de fl. 61(verso) atesta aautenticidade da CTPS de fls. 23/33.Ora, diante das informações acima prestadas, não há como afastar o cômputo das remunerações que constam na CTPS,mesmo porque o INSS, em nenhum momento, impugnou o documento. Portanto, no período compreendido entre 01/99 a02/2000, 06/2000, 01/2001 e 02 a 03/2002, devem constar, no cálculo de fl. 07, como salários de contribuição, os valores defls.32/33, e não os ali lançados, já que o empregado não pode ser penalizado por condutas errôneas de seu empregador oupelas falhas de fiscalização do INSS.”

Não sobeja realçar que o Cadastro Nacional de Informações Sociais não possui status superior às demais provas,revestindo-se seus dados apenas de presunção relativa, a qual, após a análise sistemática e global do conjunto probatório,notadamente da certidão de fl. 61, como bem lançado pelo magistrado, não tem aptidão para infirmar os dados veiculadosna CTPS do recorrido.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, na forma da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

19 - 0002285-09.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.002285-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELE SILVEIRA VIDAL BALDANZA.) x ALCIDES DE SOUSA RAMOS.Processo nº 2007.50.50.002285-0/01 – Juízo de origem: 1º JEF

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : ALCIDES DE SOUSA RAMOS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. HONORÁRIOS ADVOCATICIOS INDEVIDOS. PARTE AUTORA

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DESASISTIDA DE ADVOGADO. RECURSO CONHECIDO E EM PARTE ACOLHIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em razão deacórdão que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão é contraditória vez que houvecondenação ao pagamento de honorários advocatícios em favor da parte contrária apesar de não ter advogado constituídonos autos. Sustenta que o acórdão não se manifestou sobre a legitimidade passiva exclusiva da União, nos termos do art.40, § 2º, da Constituição da República. Ademais, postula o embargante manifestação acerca de potencial violação aos arts.37, caput e 40, § 2º, ambos da Constituição da República com o intuito de suprir a exigência de prequestionamento paraeventual manejo de recurso para instância superior.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, bem como para sanar eventual erro material existente nadecisão. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão econtradição.Assiste razão ao embargante.Na sentença, assim como em sede recursal o embargante logrou-se vencido. Contudo, indevida a condenação em verbahonorária neste caso, vez que a autora encontra-se desassistida de procurador.No tocante à alegação de ilegitimidade passiva cabe registrar que é a União que detém a legitimidade para figurar no pólopassivo de demanda voltada à repetição do indébito, na qualidade de sujeito ativo do tributo e por ter recebido os valoresindevidamente retidos dos vencimentos do embargado (STJ, AGREsp 200900678780, T2, Rel. Min. MAURO CAMPBELLMARQUES, DJE 31.05.2010). Com efeito, deve a Autarquia-Previdenciária ser excluída do pólo passivo da presentedemanda.Não obstante, não se identifica no acórdão embargado tese de direito apta a ensejar ofensa aos dispositivos constitucionaismencionados.Embargos de declaração conhecidos e em parte acolhidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER, EM PARTE OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

20 - 0000611-85.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000611-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x JOSE MARIA DE MOURA (ADVOGADO: SERGIO DE LIMA FREITASJUNIOR.).Processo nº. 0000611-85.2010.4.02.5051/01 – Juízo de origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOSE MARIA DE MOURARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS LEGAIS NÃOPREENCHIDOS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EMPARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão do benefício de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta arecorrente, em suas razões recursais, que a perícia judicial concluiu pela incapacidade parcial, razão pela qual a recorridanão faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 85-87.

A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº 8.213/1991 legal, uma vez cumprida, quando for ocaso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaze insusceptível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á pagaenquanto permanecer nesta condição.

A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com anatureza e extensão da incapacidade laboral.

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Na análise pericial do Juízo (fl. 54), o recorrido (45 anos) foi examinado e diagnosticado com sacroleíte bilateral, patologiairreversível que o incapacita definitivamente para o exercício da atividade habitual de lavrador (quesito nº 11). Ao serquestionado, no quesito nº 4 do INSS, sobre as características da doença, asseverou o perito que há limitação de flexoextensão lombar com dor.

Diante deste contexto, o magistrado prolator da sentença no alvitre de que o recorrido dificilmente conseguirá desempenharalgum tipo de atividade que lhe garanta sustento dentro de sua limitação física e profissional, notadamente diante de suascondições pessoais (idade avançada, limitação profissional a atividades braçais e pouca instrução escolar), entendeu quese trata, em verdade, de incapacidade total e definitiva.

Em que pesem os respeitáveis argumentos declinados, considerando, notadamente, que o recorrido encontra-se comapenas 45 anos de idade, não se afigura lícito descartar a priori a possibilidade de recolocação profissional, respeitadas aslimitações diagnosticadas pelo perito e o contexto social do recorrido, sendo mesmo prematura a concessão deaposentadoria por invalidez.

Não é ocioso repisar que a ordem social tem como base o primado do trabalho (Constituição da República, art. 193) e que aprestação previdenciária concedida em primeiro grau somente deve ser paga quando efetivamente devida, pena devilipendiar-se o equilíbrio do sistema financeiro e atuarial do sistema previdenciário.

Assim, mais adequada ao caso é a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença até a reabilitação do segurado,devendo ser excluída da condenação a aposentadoria por invalidez.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, para excluir da condenação o comando de implantaçãodo benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, permanecendo incólume a condenação no restabelecimento deauxílio-doença desde 16.07.2010, até a reabilitação do segurado.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, na forma daementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

21 - 0000166-61.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000166-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x LOURIVAL JOSE SARAIVA (ADVOGADO: JAMILSON SERRANOPORFIRIO.).Processo nº. 0000166-61.2010.4.02.5053/01 – Juízo de Origem: 1ª VF LinharesRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : LOURIVAL JOSÉ SARAIVARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIB. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.ATESTADOS DE MÉDICO ASSISTENTE. FONTE DE PROVA COMPLEMENTAR. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais,que a perícia judicial não fixou a data de início da incapacidade, razão pela qual a data de início do benefício (DIB) devecoincidir com a feitura da perícia médica. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, alterando-se aDIB. As contrarrazões encontram-se nas fls. 69-72.

Os Tribunais não têm apresentado grande uniformidade quanto ao termo inicial dos benefícios decorrentes deincapacidade. O egrégio Superior Tribunal de Justiça já assentou entendimento no sentido de que o termo inicial, quandonão há requerimento na via administrativa, é o da apresentação do laudo pericial em juízo (STJ, AgRg no REsp1023312/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJE 01.09.2008).

Nessa mesma linha, a jurisprudência dominante entende que o benefício é devido a partir da data da juntada do laudo

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médico pericial se apenas nesse momento for constata a incapacidade laborativa do autor ou se não houver ademonstração técnica de que existia incapacidade em momento anterior.Ocorre que há nos autos elementos de prova que permitem concluir que na data do requerimento administrativo, em29.06.2009, o recorrido encontrava-se, de fato, incapaz (fl. 39). Logo, correta a fixação da DIB coincidente com orequerimento administrativo.Consigne-se, os atestados de médico assistente contemporâneos ao momento do cancelamento do benefício prestam-secomo fonte de prova complementar nas hipóteses em que o laudo pericial é inconclusivo quanto à data de início dobenefício.Por fim, não é ocioso repisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão daperícia médica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atosadministrativos, mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas eexames realizados pela parte requerente” (Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2,Primeira Turma Especializada, E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, na forma da Lei. Honorários advocatícios devidos pela recorrente fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, § 3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

22 - 0000319-31.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000319-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x LAURO DA VITÓRIA FLORÊNCIO (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA.).Processo nº. 0000319-31.2009.4.02.5053/01 - Juízo de Origem: 1ª VF LinharesRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : LAURO DA VITÓRIA FLORÊNCIORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DIB. DATA DA FEITURA DO LAUDOMÉDICO PERICIAL CONCLUSIVO. ATESTADOS DE MÉDICO ASSISTENTE EXTEMPORÂNEOS AO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão da sentença que julgou procedente a pretensão de concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que o recorrido não possui exame que comprove a incapacidade laborativa à época dorequerimento administrativo, razão pela qual a data de início do benefício (DIB) deve coincidir com a feitura da períciamédica. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, alterando-se a DIB. As contrarrazões encontram-se nasfls. 89-92.

Os Tribunais não têm apresentado grande uniformidade quanto ao termo inicial dos benefícios decorrentes deincapacidade. O egrégio Superior Tribunal de Justiça já assentou entendimento no sentido de que o termo inicial, quandonão há requerimento na via administrativa, é o da apresentação do laudo pericial em juízo (STJ, AgRg no REsp1023312/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJE 01.09.2008).

Nessa mesma linha, a jurisprudência dominante entende que o benefício é devido a partir da data da juntada do laudomédico pericial se apenas nesse momento for constata a incapacidade laborativa do autor ou se não houver ademonstração técnica de que existia incapacidade em momento anterior.Ocorre que não há nos autos elementos de prova que permitam concluir que na data do requerimento administrativo, em27.01.2009, o recorrido se encontrasse incapaz. De fato, o laudo de médico assistente coligido à fl. 12, nada obstante atestea incapacidade laborativa, não especifica sua data de início, sendo certo que as informações nele veiculadas espelham oquadro clínico contemporâneo ao mês de setembro, data em que expedido.De par com isso, registre-se que o deferimento administrativo do benefício de auxílio-doença no ano de 2008 teve comocausa de pedir evento distinto, consistente na fratura da extremidade distal do rádio (fls. 64-65).Logo, forçoso fixar a data de início do benefício na feitura do laudo médico pericial de fl. 57 (17.09.2010), momento em que

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foi possível aferir, com segurança, a incapacidade definitiva para o trabalho.Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para fixar a DIB em 17.09.2010.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante o disposto no art. 55 da Lei nº 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

23 - 0000464-27.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000464-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x MARIA NEUZA ALVES DOS SANTOS(ADVOGADO: JAIMILTON CHAVES DE SOUSA LUCAS, MARIA REGINA COUTO ULIANA.).Processo nº. 0000464-27.2008.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : MARIA NEUZA ALVES DOS SANTOSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA. CONDIÇÕESPESSOAIS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de concessão do previdenciário de auxílio-doença. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que o perito judicial concluiu pela capacidade laborativa, razão pela qual a recorridanão faz jus ao benefício de auxílio-doença. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-seimprocedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 87-95.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com aincapacidade ou não, para o trabalho.Na análise pericial do juízo (fls. 42-45), a recorrida (43 anos) foi examinada e diagnosticada com coronariopatia, patologiade ordem degenerativa que, no entanto, não a incapacita para o exercício da atividade laboral habitual de lavradora (quesitonº 4 – fl. 43). Ao ser questionado, no quesito de nº 5 (fl. 43), sobre a relação entre a patologia diagnosticada e impedimentopara o trabalho, asseverou o perito que “não há incapacidade total da periciada, mas sim uma limitação para a realizaçãode esforços, pela medicação utilizada (betabloqueador) que interfere na resposta cardíaca aos esforços”.Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela capacidade laborativa, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a restrição funcional apontada pelo perito prejudicaseveramente a profissão de lavradora, a qual demanda intenso esforço físico, sem embargo da possibilidade deagravamento das lesões apresentadas e consolidação da incapacidade na hipótese de continuidade do exercícioprofissional, entendeu que a recorrida faz jus, em verdade, ao benefício de auxílio-doença.Com efeito, a incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam aConstituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e,igualmente, sob a óptica da proteção ao direito fundamental à saúde (CR, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

24 - 0000091-59.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000091-1/01) MAURICIO PEREIRA DE SOUZA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JAILTON AUGUSTOFERNANDES.).Processo n.º 0000091-59.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : MAURÍCIO PEREIRA DE SOUZARecorrida : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA.RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente opedido de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o magistrado utilizousomente o laudo pericial para formar seu conhecimento. Alega que houve cerceamento de defesa ante o indeferimento dospedidos de nova perícia e juntada dos antecedentes médicos, pelo Instituto Nacional Do Seguro Social – INSS. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o recurso, anulando-se a sentença. Eventualmente, pugna pela procedência dopedido deduzido na Inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa dorecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 33-35), o recorrente (39 anos) foi examinado e diagnosticado comespondiloartrose lombar, patologia de ordem degenerativa que, no entanto, não o incapacita para o exercício de suaatividade habitual de auxiliar de serviços gerais (quesito de nº 5 – fl. 33). Ao ser questionado, em quesito de nº 4 (fl. 34),sobre as características da doença, asseverou o perito que ao exame físico o recorrente apresentou flexão e extensãotóraco lombar normal, lasegue negativo bilateral e marcha normal.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a Lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa registrar que a juntada dos antecedentes médicos da parte recorrente sobressai absolutamente dispensável,porquanto a constatação de incapacidade em momento pretérito não autoriza pressupor a persistência da incapacidadepara o trabalho no momento da perícia.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de cerceamento de defesa rejeitada.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

25 - 0000130-25.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000130-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x IVANE MAIA MORAES (ADVOGADO: MARILENA MIGNONE

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RIOS.).Processo nº. 2010.50.51.000130-1/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : IVANE MAIA MORAESRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONDIÇÕESPESSOAIS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de restabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença esua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o perito judicialconcluiu pela incapacidade total e temporária, razão pela qual a recorrida não faz jus ao benefício de aposentadoria porinvalidez. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.As contrarrazões encontram-se nas fls. 87-89.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com aincapacidade ou não, para o trabalho.Na análise pericial do juízo (fls. 46-47), a recorrida (60 anos) foi examinada e diagnosticada com gonartrose (artrose dejoelho), obesidade e transtorno misto ansioso e depressivo, patologias de ordem adquirida que a incapacitam total etemporariamente para o trabalho. Consignou o perito, na resposta ao quesito nº 13 (fl. 46), que a recorrida possui“obesidade moderada, doenças articulares, comprovando incapacidade temporária para atividades de servente”.Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela incapacidade temporária, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a recorrida dificilmente conseguirá desempenhar algumtipo de atividade que lhe garanta sustento dentro de sua limitação física e profissional, notadamente diante de suascondições pessoais (idade avançada, pouca experiência profissional e baixo grau de instrução), entendeu que se trata, emverdade, de incapacidade total e definitiva.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a óptica da proteção ao direito fundamental à saúde (Constituição da República, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

26 - 0000397-28.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000397-3/01) MARIA HONORATO ALEXANDRE (ADVOGADO: PAULAGHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).Processo n.º 0000397-28.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : MARIA HONORATO ALEXANDRERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA.RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente opedido de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o magistrado utilizousomente o laudo pericial para formar seu conhecimento. Alega que houve cerceamento de defesa ante o indeferimento dospedidos de esclarecimento pericial e juntada dos antecedentes médicos, pelo Instituto Nacional Do Seguro Social – INSS.Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, anulando-se a sentença. Eventualmente, pugna pela procedênciado pedido deduzido na Inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa darecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 37-39), a recorrente (52 anos) foi examinada e diagnosticada com epilepsia,hipertensão arterial e lombalgia, patologias de ordem degenerativa que, no entanto, não a incapacitam para o exercício desua atividade habitual de “do lar” (quesito de nº 6 – fl. 38). Ao ser questionado sobre as limitações funcionais que impedemo desempenho da atividade habitual, em quesito de nº 5 (fl. 68), asseverou o perito que a recorrente se apresenta lúcida,bem orientada no tempo e espaço, com marcha normal, flexão e extensão tóraco lombar normal, laségue negativo bilaterale sem déficit motor em membros inferiores e superiores. Sobre os laudos e exames médicos existentes nos autos, elucidouque existem no processo laudos médicos que comprovam que a paciente é epilética e hipertensa, mas a doença está sobcontrole (quesito nº 11 – fl. 38).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a Lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Cabe registrar que a juntada dos antecedentes médicos da parte recorrente sobressai absolutamente dispensável,porquanto a constatação de incapacidade em momento pretérito não autoriza pressupor a persistência da incapacidadepara o trabalho no momento da perícia.Igualmente descabido o pleito de anulação em razão do indeferimento dos quesitos complementares. O direito de produzirprovas não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quandoo quesito proposto é prescindível à elucidação do quadro clínico, como na hipótese vertente. Como bem lançado pelomagistrado, os quesitos formulados à fl. 40 já se encontram superados pela firme conclusão pericial.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de cerceamento de defesa rejeitada.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

27 - 0000962-26.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000962-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JULIO CESAR CORREIA MEIRELES(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº. 2008.50.52.000962-4/01 – Juízo de origem: 1ª VF São MateusRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : JULIO CESAR CORREIA MEIRELESRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. TERMO FINAL DO BENEFÍCIO. CONCLUSÃO DOSERVIÇO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL OU RECUPERAÇÃO DA APTIDÃO PARA O TRABALHO DEVIDAMENTECOMPROVADA MEDIANTE PERÍCIA MÉDICA. DESCONTO DOS VALORES PERCEBIDOS SOB O MESMO TÍTULO.AUTORIZAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM

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PARTE MÍNIMA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que a r. sentença incorreu em equívoco ao silenciar sobre o termo final do pagamento do benefício deauxílio-doença, na medida em que o laudo pericial previu o prazo de 90 (noventa) dias para recuperação da capacidadelaborativa. Alega que o recorrido já recebeu auxílio-doença no período compreendido entre 30.11.2008 a 30.08.2009, bemcomo 29.03.2010 a 30.09.2010, pelo que não há mais nada a receber. Dessa forma, requer seja conhecido e provido orecurso, julgando-se extinto o processo sem resolução do mérito. Eventualmente, requer sejam descontados dos atrasadosos valores já recebidos pela via administrativa. As contrarrazões encontram-se nas fls. 110-111.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com odies ad quem do benefício previdenciário.Na análise pericial do Juízo (fls. 29-32), o recorrido foi examinado e diagnosticado com alterações degenerativas da colunalombo sacra, lesões de ordem degenerativa que o incapacitam temporariamente para o exercício da atividade habitual de“frentista” (quesito nº 4- fl. 30). Consignou o perito, neste mesmo quesito, que o tempo de recuperação é estimado em 90(noventa) dias.Argúi o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS que o magistrado não fixou o termo final do recebimento doauxílio-doença. Não lhe assiste razão, senão vejamos: “É de se destacar que o referido benefício deve ser pago até adevida reabilitação do segurado, assim como preceitua o art. 62 da Lei nº 8.213/1991” (fl. 91).Nesse passo, não sobeja realçar a inexistência de óbice ao cancelamento administrativo do benefício acaso constatada amudança da situação fática deflagradora do recebimento, desde que observado o devido processo legal com a efetivasubmissão do beneficiário a nova perícia médica.Tal o contexto específico, subsiste o interesse do autor no recebimento do auxílio-doença enquanto não recuperada acapacidade laborativa ou concluído o serviço de reabilitação profissional, consoante dispõe o art. 62 da Lei nº 8.213/1991.No que tange ao pedido eventual, com razão a Autarquia Previdenciária. Sem embargo da expressa autorização, nodispositivo sentencial, do desconto dos valores já recebidos na esfera administrativa no período compreendido entre13.03.2009 a 30.08.2009, é mister estender seus efeitos àqueles percebidos no curso da ação, sob pena de pagamento emduplicidade.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, com o fim de autorizar o desconto dos valores percebidosadministrativamente sob o mesmo título, no curso da ação.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, em virtude do disposto no parágrafo único do art. 21 do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

28 - 0000010-79.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000010-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x JOSÉ CASSIANO DA SILVA (ADVOGADO: ELIAS ASSADNETO.).Processo nº. 0000010-79.2010.4.02.5051/01 – Juízo de origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOSÉ CASSIANO DA SILVARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL EDEFINITIVA VERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de restabelecimento de auxílio-doença e sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o laudo pericial concluiu que o recorridonão se encontra incapacitado para toda e qualquer atividade laborativa, razão pela qual não faz jus ao benefício deaposentadoria por invalidez. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedidodeduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 96-99.

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A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº 8.213/1991, uma vez cumprida, quando for o caso,a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com aincapacidade ou não, para o trabalho.Na análise pericial do Juízo (fls. 58-59), o recorrido (54 anos) foi examinado e diagnosticado com gonartrose nãoespecificada, patologia de ordem adquirida que o incapacita definitivamente para o exercício da atividade habitual decarpinteiro (quesito nº 10 - fl. 59). Ao ser questionado, no quesito nº 3 do INSS (fl. 58), sobre a data de início daincapacidade, o perito referiu a data de 10.05.2006. Consignou que o recorrido apresenta limitações para atividades quedemandem esforço físico (quesito nº 6 – fl. 58).

Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela incapacidade parcial, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).

Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que o recorrido dificilmente conseguirá desempenhar algumtipo de atividade que lhe garanta sustento dentro de sua limitação física e profissional, notadamente diante de suascondições pessoais (idade avançada e nenhum instrução [analfabeto]), entendeu que se trata, em verdade, deincapacidade total e definitiva.Consigne-se, a incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiama Constituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e,igualmente, sob a óptica da proteção ao direito fundamental à saúde (CR, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

29 - 0001694-73.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001694-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x ELIANES ROSA DA SILVA (ADVOGADO: MARILENA MIGNONERIOS.).Processo nº. 0001694-73.2009.4.02.5051/01 – Juízo de origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ELIANES ROSA DA SILVARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL EDEFINITIVA VERIFICADA. CONDIÇÕES PESSOAIS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta arecorrente, em suas razões recursais, que a perícia judicial concluiu pela incapacidade parcial, razão pela qual a recorridanão faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.

A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº 8.213/1991 legal, uma vez cumprida, quando for ocaso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaze insusceptível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á pagaenquanto permanecer nesta condição.

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A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com anatureza e extensão da incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fl. 48), a recorrida (44 anos) foi examinada e diagnosticada com neoplasia maligna da mamacom seqüelas provenientes de mastectomia radical, que a incapacitam definitivamente para o exercício da atividadehabitual de empregada doméstica (quesitos nºs 9 e 10). Na ocasião do exame médico pericial, a recorrida referiu“dormências” no braço e mão esquerdos, bem como redução da força de apreensão de objetos e limitação de hipertensão eabdução total do membro superior esquerdo.

Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela incapacidade parcial, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).

Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a recorrido dificilmente conseguirá desempenhar algumtipo de atividade que lhe garanta sustento dentro de sua limitação física e profissional, notadamente diante de suascondições pessoais (idade, natureza maligna da doença e restrição de movimentos do membro superior esquerdo),entendeu que se trata, em verdade, de incapacidade total e definitiva.Oportuno recordar, nesse passo, o teor do verbete nº 47 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização: “uma vezreconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para aconcessão de aposentadoria por invalidez”.Com efeito, a incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam aConstituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e,igualmente, sob a óptica da proteção ao direito fundamental à saúde (CR, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

30 - 0001121-32.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001121-0/01) DEVANI JOSE DA SILVA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).Processo n.º 0001121-32.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : DEVANI JOSÉ DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA.RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente opedido de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o magistrado utilizousomente o laudo pericial para formar seu conhecimento, deixando de apreciar apreciado o pedido de complementação dosquesitos à fl. 45. Alega, ademais, que a perícia judicial não corresponde à realidade incapacitante do recorrente. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o recurso, anulando-se a sentença. Eventualmente, pugna pela procedência dopedido deduzido na Inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa dorecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 37-38), o recorrente (51 anos) foi examinado e diagnosticado com escolioselombar e espondilolistese grau 1 de L5 sobre S1, patologias de ordem degenerativa que, no entanto, não o incapacitampara o exercício de sua atividade habitual de ajudante florestal (quesito de nº 6 – fl. 37). Questionado sobre as limitaçõesque as enfermidades em questão representam para o periciado, o perito asseverou que o paciente se queixa de dor

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discreta com limitação dos movimentos, porém sem atrofia muscular (quesito nº 5 – fl. 37). Elucidou que o recorrentepoderá desempenhar até mesmo atividades que demandem intenso esforço físico (quesito nº 7 – fl. 37).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a Lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Cabe ressaltar que a dor não pode ser cientificamente comprovada, motivo pelo qual, em casos como este, a incapacidadepode ser avaliada com base em regra de presunção. Entretanto, inexistem elementos de prova nos autos dos quais sepossa inferir a severidade do quadro clínico atestado.Igualmente descabido o pleito de anulação em razão da não apreciação dos quesitos complementares. O direito de produzirprovas não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quandoo quesito proposto é prescindível à elucidação do quadro clínico, como na hipótese vertente. De fato, os quesitosformulados à fl. 45 foram superados pela firme conclusão pericial.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de cerceamento de defesa rejeitada.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

31 - 0000690-64.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000690-6/01) CLEUZA DA SILVA FERRETI (ADVOGADO: Valber CruzCereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: VINICIUS DOMINGUES FERREIRA.).Processo n.º 0000690-64.2010.4.02.5051/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : CLEUZA DA SILVA FERRETIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADEE M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADELABORAL PREEXISTENTE À FILIAÇÃO AO RGPS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão do pedido de concessão do benefício auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez.Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que o perito judicial agiu com parcialidade, pois fixou a data de início daincapacidade (DII) com base em presunção, isto é, sem embasamento na documentação juntada aos autos. Alega que emhavendo dúvida, deve ser aplicado o princípio in dubio pro misero. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões foram apresentadas às fls. 71-74.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O ponto controvertido cinge-se à preexistência ou não da incapacidade laborativa ao ingresso no Regime Geral daPrevidência Social (RGPS).Na análise pericial do Juízo (fls. 57-58), a recorrente (66 anos) foi examinada e diagnosticada com insuficiência venosacrônica em membros inferiores (CID187.02), patologia de ordem adquirida – passível de agravação - que a incapacitadefinitivamente para o exercício da atividade habitual de “do lar”, bem como para o exercício de qualquer atividadelaborativa que lhe garanta a subsistência (quesitos nºs 9 e 10 – fl. 57).Ao ser questionado sobre os sintomas da doença aque está acometida a requerente, respondeu o perito que esta apresenta edemas em membros inferiores, limitação de

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movimentos, deambula lentamente e com auxílio (quesito nº 4 – fl. 57). Questionado sobre a possibilidade de reabilitaçãoda autora, asseverou que em virtude da patologia apresentada e pelas restrições físicas impostas pela própria idade, nãohá possibilidade de reabilitação profissional (quesito nº 12 – fls. 57-57). Por fim, em resposta ao quesito nº 11 (fl. 57),elucidou que a data de início da doença foi em 01.01.2006, ao passo em que a data de início da incapacidade se deu em28.02.2006.Da análise detida dos autos, verifica-se que a recorrente ingressou no RGPS em março de 2008 (fl. 52), vertendocontribuições até a competência 02/2009.Considerando que em 28.02.2006 a incapacidade laborativa já estava consolidada, resta patente a subsunção do presentecaso ao parágrafo único do art. 59 da Lei nº 8.213/1991, 1ª parte, que assim orienta: “não será devido o auxílio-doença aosegurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa parao benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”.Descabida a alegação de que o perito do Juízo agiu com parcialidade. De fato, há nos autos elementos de prova queevidenciam, sim, o início da incapacidade na data informada ao Juízo, a exemplo do laudo administrativo acostado à fl. 45.Não sobeja repisar que os dados contidos no referido laudo gozam da presunção de veracidade inerente aos dadosadministrativos, inexistindo no caderno processual elementos aptos a desconstituir tal presunção.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

32 - 0000585-21.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000585-4/01) ELIDENE CARVALHO DOS SANTOS (ADVOGADO: PAULAGHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).Processo n.º 0000585-21.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : EDILENE CARVALHO DOS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADELABORAL NÃO VERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente opedido de concessão de auxílio-doença, bem como sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente,em suas razões recursais, que o magistrado utilizou somente o laudo pericial para formar seu conhecimento, deixando deapreciar os quesitos complementares apresentados (fl. 54). Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,anulando-se a sentença. Eventualmente, pugna pela procedência do pedido deduzido na Inicial. Não foram apresentadascontrarrazões.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou nãoem gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa dorecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 48-49), a recorrente (47 anos) foi examinada e diagnosticada comespondiloartrose lombar e cervical com dor generalizada na coluna vertebral que, no entanto, não a incapacita para oexercício de sua atividade habitual de auxiliar de serviços gerais (quesito de nº 2 – fl. 48). Ao ser questionado sobre aslimitações que as enfermidades em questão representam, em quesito de nº 5 (fl. 48), asseverou o perito que a recorrenteecontrava-se assintomática na ocasião do exame. Elucidou que a recorrente pode desempenhar atividades que requeiramapenas esforço físico moderado (quesito nº 7 – fl. 48).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a Lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder de

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determinar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabido o pleito de anulação em razão da não apreciação dos quesitos complementares. O direito de produzir provasnão é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quando oquesito proposto é prescindível à elucidação do quadro clínico, como na hipótese vertente. De fato, os quesitos formuladosà fl. 54 foram superados pela firme conclusão pericial.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de cerceamento de defesa rejeitada.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

33 - 0000069-67.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000069-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x SERGIO NATAL SECCHIN (ADVOGADO: Ruberlan RodriguesSabino.).Processo nº. 0000069-67.2010.4.02.5051/01 – Juízo de origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SERGIO NATAL SECCHINRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E TEMPORÁRIAVERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que oexame pericial considerou atividade profissional diversa da exercida pelo recorrido. Alega que o laudo pericial classificou oautor como “vendedor autônomo”, não obstante o extrato do Cadastro Nacional de Informações Sócias (CNIS) evidencievínculos como “empresário”, “outras profissões” e “comerciário”. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 103-109.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com aincapacidade ou não, para o trabalho.Na análise pericial do Juízo (fls. 65-66), o recorrente (53 anos) foi examinado e diagnosticado com hipertensão essencialprimária e cirrose hepática alcoólica, patologias de ordem adquirida que o incapacitam temporariamente para o exercício dequalquer atividade laborativa (quesitos nº 9 e 10 – fl. 65).

Argúi o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS que a atividade profissional do recorrido difere da lançada no laudopericial, razão pela qual o benefício de auxílio-doença não seria devido na hipótese. À luz da resposta ao quesito nº 9,acima transcrita, não se sustenta a tese da Autarquia Previdenciária.

Com efeito, independentemente da atividade profissional exercida o recorrido faz jus ao amparo previdenciário, eis queverificada incapacidade para o exercício de qualquer atividade laborativa (total).

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Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

34 - 0000531-58.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000531-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luciano José Ribeiro de Vasconcelos Filho.) x JOVINO SILVERIO (ADVOGADO: FABRICIO CALEGARIOSENA, MARCIA DALCIN LEMOS.).Processo n.º 0000531-58.2009.4.02.5051/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOVINO SILVERIORelator: Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL EDEFINITIVA VERIFICADA. CONDIÇÕES PESSOAIS. ANULAÇÃO. DESCABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, cerceamento de defesa, porquanto não intimado para se manifestar acerca do laudo pericial.Alega, ademais, que o laudo médico é claro ao afirmar que a incapacidade é apenas parcial, pelo que o recorrido não fazjus ao benefício de aposentadoria por invalidez. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-seimprocedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pela anulação da sentença. As contrarrazõesencontram-se nas fls. 55-62.A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº 8.213/1991, uma vez cumprida, quando for o caso,a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com anatureza e extensão da incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fl. 36), o recorrido (61 anos) foi examinado e diagnosticado com artrose dorsal e lombar,protusões discais dorsais e lombares e estenose lombar (quesito nº 1), patologias de ordem degenerativa que oincapacitam para suas atividades habituais de lavrador (quesito nº 06 - fl. 39). Ao ser questionado sobre a natureza eextensão da incapacidade laborativa, nos quesitos de nºs 9 e 10, asseverou o perito que a incapacidade é parcial edefinitiva.Embora o perito judicial tenha concluído pela incapacidade parcial e definitiva, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que o recorrido dificilmente conseguirá desempenhar algumtipo de atividade que lhe garanta sustento dentro de sua limitação física e profissional, notadamente diante de suascondições pessoais (61 anos de idade, nenhuma experiência profissional e baixo grau de instrução), entendeu que se trata,em verdade, de incapacidade total e definitiva.Oportuno recordar, nesse passo, o teor do verbete nº 47 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização: “uma vezreconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para aconcessão de aposentadoria por invalidez”.

Com efeito, a incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam aConstituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e,igualmente, sob a óptica da proteção ao direito fundamental à saúde (CR, art. 6º).

Por fim, descabida a anulação da sentença pela ausência de intimação do laudo pericial. Com a intimação da sentença aAutarquia previdenciária efetivamente teve ciência do teor do laudo, facultando-se-lhe transferir ao Juízo “ad quem” oreexame dos fatos nele veiculados, mercê do efeito devolutivo em profundidade do recurso inominado.

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Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

35 - 0001852-36.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001852-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: José Arteiro Vieira de Mello.) x MARIA SEBASTIANA DUTRA TIENGO (ADVOGADO: URBANO LEALPEREIRA, JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES, JOSÉ NASCIMENTO.).Processo nº 2006.50.51.001852-8/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido: MARIA SEBASTIANA DUTRA TIENGORelator: Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

DECISÃO MONOCRÁTICA

O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS apresentou pedido de uniformização de lei federal alegando divergência entreo acórdão desta Turma Recursal e o entendimento adotado pela Turma Nacional de Uniformização - TNU.

�Remetidos os autos à TNU, com supedâneo no art. 15, § 4º, da Resolução nº 22/2008 do Conselho da Justiça Federal , oPresidente, eminente Ministro João Otávio de Noronha, sem submeter o incidente de uniformização de jurisprudência àdistribuição, determinou que o acórdão recorrido seja adequado por esta Turma Recursal à tese jurídica firmada pela TNUno pedido tombado sob o nº 2008.72.50.003366-8.

Consignou-se, no acórdão da TNU, “a necessidade de aprofundar e ampliar a análise no sentido de se aferir até que pontoa renda auferida pelo (ex)marido da autora em atividade urbana era suficiente para manter a família – incluindo a posteriorpaga de pensão alimentícia-, a tornar dispensáveis os ganhos obtidos com a atividade rural” (item nº 2 – fl. 85).

Pois bem.

Inicialmente, importa registrar, no que tange à renda auferida pelo cônjuge da recorrida como contraprestação aos serviçosprestados à Prefeitura de Vitória, que tal objeção não foi veiculada na contestação de fls. 22-27, convindo recordar, à luz doprincípio da consumação, que as razões do recurso inominado não comportam ampliações.

Não obstante, a Autarquia Previdenciária não demonstrou, nas razões do recurso, o quantum auferido pelo marido darecorrida, limitando-se a afirmar que este foi servidor da Prefeitura de Vitória por dez anos, fato verificado durante aaudiência de instrução e julgamento e consignado pelo magistrado sentenciante.

Ora, sabe-se, da disciplina legal vigorante no país, insculpida no art. 333, inciso II, do Código de Processo Civil, que o ônusda prova sobre o fato extintivo do direito do autor compete ao réu, ônus de que não se desincumbiu o INSS.

Isso não bastasse, foram verificadas pelo magistrado características típicas de trabalhadores rurais, como reentrâncias nasmãos exatamente no local de apoio da enxada, fato que se não comprova cabalmente a essencialidade do serviço ruralpara o sustento da família, gera presunção favorável diante da conjuntura fática objetivamente verificada no processo.Versando o ponto controvertido apenas sobre a correlação entre a renda auferida pelo cônjuge em atividade urbana e aessencialidade, na perspectiva da subsistência familiar, do trabalho rural, mantenho o acórdão recorrido (fls. 59-60) porseus próprios fundamentos.

Esta decisão monocrática será referendada pela Turma Recursal, em sessão de julgamento, conforme dispõe o art. 6º,inciso X, do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado doEspírito Santo.

Vitória, 24 de maio de 2012.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

36 - 0001985-44.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.001985-9/01) SEBASTIAO FERREIRA (ADVOGADO: ANIBALGUALBERTO MACHADO DOS SANTOS, KENIA PACIFICO DE ARRUDA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).Processo nº 2007.50.51.001985-9/01 – Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente: SEBASTIÃO FERREIRARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator: Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

DECISÃO MONOCRÁTICA

O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS apresentou pedido de uniformização de lei federal alegando divergência entreo acórdão desta Turma Recursal e o entendimento adotado pela Turma Nacional de Uniformização - TNU.

Remetidos os autos à TNU, após o juízo de admissibilidade do incidente de uniformização, o Presidente, eminente MinistroJoão Otávio de Noronha, sem submetê-lo à distribuição, determinou que o acórdão recorrido seja adequado por esta TurmaRecursal à tese jurídica firmada pela TNU no pedido tombado sob o nº 2007.51.64.001823-7/RJ.

Nada obstante, da análise detida da decisão daquele Colegiado, verifica-se que o incidente de uniformização sequer foiconhecido, pelo que não se assentou, no mérito, tese jurídica apta a promover a adequação do julgado proferido por estaTurma Recursal, consoante o disposto nos art. 543-B, §§ 1º e 3º, e 543-C, §§ 1º,2º,7º e 8º, do Código de Processo Civil, e15, § 2º e seguintes, da Resolução nº 22/2008 do conselho da Justiça Federal.

Em obséquio à clareza, vale transcrever a ementa do julgado proferido pela TNU, verbis:

“PREVIDENCIÁRIO.AUXÍLIO-DOENÇA.DIB FIXADA A PARTIR DA CESSAÇÃO INDEVIDA DO BENEFÍCIO.FUNDAMENTAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE ANTERIOR COM BASE NOS ELEMENTOS DO LAUDO.AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA.VEDAÇÃO AO REEXAME DE PROVA. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO NÃOCONHECIDO. VEDAÇÃO AO REEXAME DE PROVA. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO REJEITADO COM ADETERMINAÇÃO DE DEVOLUÇÃO DOS RECURSOS COM MESMO OBJETO ÀS TURMAS DE ORIGEM A FIM DE QUE,NOS TERMOS DO ART. 15, §§ 1º E 3º, DO RI/TNU, MANTENHAM OU PROMOVAM A ADEQUAÇÃO DA DECISÃORECORRIDA”.

Por todo o exposto, mantenho o acórdão recorrido por seus próprios fundamentos.

Esta decisão monocrática será referendada pela Turma Recursal, em sessão de julgamento, conforme dispõe o art. 6º,inciso X, do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado doEspírito Santo.

Vitória, 24 de maio de 2012.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

37 - 0000229-29.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000229-7/01) INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (PROCDOR:Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x SEBASTIAO GAMBA (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).Processo n.º 2009.50.51.000229-7/01 - Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFESRecorrida : SEBASTIÃO GANBARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. GDATA. CARÁTER GENÉRICO DA VANTAGEM. EXTENSÃO AOSSERVIDORES INATIVOS E AOS PENSIONISTAS. EQUIPARAÇÃO COM OS SERVIDORES DA ATIVA.POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO- IFES, ora recorrente, em

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razão de sentença que julgou procedente o pleito autoral, para condenar a parte ré ao pagamento da Gratificação deAtividade Técnica Administrativa – GDATA. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, preliminarmente, a incidênciada prescrição quinquenal. No mérito, alega que a gratificação pleiteada corresponde a vantagem devida aos servidores pelodesempenho profissional individual extensível aos inativos, mas calculada com base diferenciada dos servidores ematividade. Aduz, ademais, que o Poder Judiciário não pode fixar os índices de percepção da gratificação, uma vez quequalquer aumento da remuneração do servidor somente pode ser concedido por lei de iniciativa privativa do Presidente daRepública. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.Eventualmente, postula manifestação acerca de potencial violação aos arts. 2º, 5º, 37, 169, § 1º, todos da Constituição daRepública, e, ainda, aos arts. 21 da Lei Complementar n.º 101/2000 e art. 5º da Lei n.º 10.404/2002, com o intuito de suprira exigência de prequestionamento para eventual manejo de recurso para instância superior. Não foram apresentadascontrarrazões.

A GDATA foi criada como vantagem remuneratória devida aos servidores ativos e inativos, tendo por base o desempenhoinstitucional e individual de cada servidor. Contudo, os servidores inativos tiveram a base de cálculo fixada de forma distintado pessoal em atividade. Essa opção do legislador seria justificada ante a impossibilidade de se aferir a produtividade paraos inativos para fins de cálculo da vantagem.

Entretanto, a Lei n.º 10.404/2002, em seu art. 6º, estabeleceu que, a partir da sua vigência e até 31/05/2002 ou até quefossem editados os atos referentes ao processo de avaliação, a GDATA seria paga aos servidores da ativa, indistintamente,em valor correspondente a 37,5 pontos por servidor. Posteriormente, a matéria foi novamente modificada com a edição daMP n.º 198/2004, convertida na Lei n.º 10.971/2004, que, em seu art. 1º, estabeleceu que a GDATA seria paga no valorcorrespondente a 60 pontos até que fosse instituída nova disciplina para aferição da avaliação de desempenho individual einstitucional, revogando o art. 7º da Lei n.º 10.404/2002, e permitindo, em seu § 1º, efeitos retroativos a 01/05/04 se firmadotermo de opção pelo servidor.

Esta disciplina, estabelecendo pontuação única e geral, sem qualquer vinculação com a produtividade individual oudesempenho institucional, configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda que temporária, uma vez que devida atodo e qualquer servidor, independentemente do respectivo desempenho, sendo assim, extensível seu pagamento, combase no mesmo percentual, aos inativos e pensionistas.

O direito da parte autora está respaldado no princípio da paridade entre servidores ativos e inativos, expresso no art. 7º daEmenda Constitucional n.º 41/2003, in verbis:

“Art. 7º Observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal, os proventos de aposentadoria dos servidores públicostitulares de cargo efetivo e as pensões dos seus dependentes pagos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,incluídas suas autarquias e fundações, em fruição na data de publicação desta Emenda, bem como os proventos deaposentadoria dos servidores e as pensões dos dependentes abrangidos pelo art. 3º desta Emenda, serão revistos namesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo tambémestendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidoresem atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu aaposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei”.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 476.279/DF, fixou entendimento ao tratar da GDATA quanto àpossibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias conferidas legalmente aos servidores da ativa de formagenérica, ante a falta de regulamentação.A Suprema Corte assentou que GDATA possui duplo caráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de apontuação variar conforme desempenho individual e institucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de apontuação ser atribuída, em certas situações, pela simples ocupação do cargo.Asseverou-se que, para caracterizar a natureza pro labore faciendo da gratificação, é necessário que haja edição da normaregulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificação adquire um caráter degeneralidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.Foi editada, nessa linha, a Súmula Vinculante n.º 20 que consagrou o entendimento do STF.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, de modo a condenar a parte ré ao pagamento daGratificação de Desempenho (GDATA) à parte autora, ressalvada a prescrição quinquenal, da seguinte forma: no períodode 01/02/2002 a 31/05/2002, no valor correspondente a 37,5 pontos, nos termos do art. 6º da Lei n.º 10.404/2002. Noperíodo entre 01/06/2002 e 30/04/2004, nenhuma diferença é devida, pois o STF entendeu que tanto os servidores ativosquanto os inativos deveriam receber GDATA no valor correspondente a 10 pontos, de acordo com o art. 5º, parágrafo únicoda Lei nº 10.404/2002, equiparável ao art. 2º, inciso II, da mesma Lei, o que já foi concedido pela Administração. Por fim, apartir de 01/05/2004, no valor correspondente a 60 pontos, em razão do que dispõe a Lei n.º 10.971/2004 em seu art. 1º,parágrafo 1º.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº. 9.099/1995.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, na forma daementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

38 - 0003150-29.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.003150-1/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x EDISON MARTINS (ADVOGADO: ORENDINA LOPES DA SILVA.).Processo n.º 0003150-29.2007.4.02.5051/01- Juízo de Origem: 1ª VF CachoeiroRecorrente : UNIÃORecorrida : EDISON MARTINSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. GDATA. CARÁTER GENÉRICO DA VANTAGEM. EXTENSÃO AOSSERVIDORES INATIVOS E AOS PENSIONISTAS. EQUIPARAÇÃO COM OS SERVIDORES DA ATIVA.POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.Trata-se recurso inominado, interposto pela UNIÃO, em razão de sentença que julgou procedente o pleito autoral, paracondenar a parte ré ao pagamento da Gratificação de Atividade Técnica Administrativa – GDATA. Em suas razõesrecursais, sustenta o recorrente que o magistrado não especificou a pontuação devida por períodos, devendo ser observadaa orientação inicialmente fixada nos Recursos Extraordinários nºs 476.279/DF e 476.390/DF e verbete nº 20 da SúmulaVinculante do colendo Supremo Tribunal Federal. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, fixando-se apontuação devida ao recorrido. Não foram apresentadas contrarrazões.A GDATA foi criada como vantagem remuneratória devida aos servidores ativos e inativos, tendo por base o desempenhoinstitucional e individual de cada servidor. Contudo, os servidores inativos tiveram a base de cálculo fixada de forma distintado pessoal em atividade. Essa opção do legislador seria justificada ante a impossibilidade de se aferir a produtividade paraos inativos para fins de cálculo da vantagem.Entretanto, a Lei n.º 10.404/2002, em seu art. 6º, estabeleceu que, a partir da sua vigência e até 31/05/2002 ou até quefossem editados os atos referentes ao processo de avaliação, a GDATA seria paga aos servidores da ativa, indistintamente,em valor correspondente a 37,5 pontos por servidor. Posteriormente, a matéria foi novamente modificada com a edição daMP n.º 198/2004, convertida na Lei n.º 10.971/2004, que, em seu art. 1º, estabeleceu que a GDATA seria paga no valorcorrespondente a 60 pontos até que fosse instituída nova disciplina para aferição da avaliação de desempenho individual einstitucional, revogando o art. 7º da Lei n.º 10.404/2002, e permitindo, em seu § 1º, efeitos retroativos a 01/05/04 se firmadotermo de opção pelo servidor.Esta disciplina, estabelecendo pontuação única e geral, sem qualquer vinculação com a produtividade individual oudesempenho institucional, configurou verdadeira majoração de vencimentos, ainda que temporária, uma vez que devida atodo e qualquer servidor, independentemente do respectivo desempenho, sendo assim, extensível seu pagamento, combase no mesmo percentual, aos inativos e pensionistas.O direito da parte autora está respaldado no princípio da paridade entre servidores ativos e inativos, expresso no art. 7º daEmenda Constitucional nº 41/2003, a seguir transcrito:“Art. 7º Observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal, os proventos de aposentadoria dos servidores públicostitulares de cargo efetivo e as pensões dos seus dependentes pagos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,incluídas suas autarquias e fundações, em fruição na data de publicação desta Emenda, bem como os proventos deaposentadoria dos servidores e as pensões dos dependentes abrangidos pelo art. 3º desta Emenda, serão revistos namesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo tambémestendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidoresem atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu aaposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei”.O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n.º 476.279/DF, fixou entendimento ao tratar da GDATA quanto àpossibilidade de extensão aos inativos de vantagens remuneratórias conferidas legalmente aos servidores da ativa de formagenérica, ante a falta de regulamentação.A Suprema Corte assentou que GDATA possui duplo caráter: (1) predominantemente pro labore faciendo, em razão de apontuação variar conforme desempenho individual e institucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de apontuação ser atribuída, em certas situações, pela simples ocupação do cargo.Asseverou-se que, para caracterizar a natureza pro labore faciendo da gratificação, é necessário que haja edição da normaregulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificação adquire um caráter degeneralidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.Foi editada, nessa linha, a Súmula Vinculante nº 20 que consagrou o entendimento do STF.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar a recorrente ao pagamento da Gratificação deDesempenho (GDATA) à parte recorrida, ressalvada a prescrição quinquenal, da seguinte forma: no período de 01/02/2002a 31/05/2002, no valor correspondente a 37,5 pontos, nos termos do art. 6º da Lei 10.404/2002. No período entre01/06/2002 e 30/04/2004, nenhuma diferença é devida, pois o STF entendeu que tanto os servidores ativos quanto osinativos deveriam receber GDATA no valor correspondente a 10 pontos, de acordo com o art. 5º, parágrafo único da Lei n.º10.404/2002, equiparável ao art. 2º, inciso II, da mesma Lei, o que já foi concedido pela Administração. Por fim, a partir de

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01/05/2004, no valor correspondente a 60 pontos, em razão do que dispõe a Lei 10.971/2004 em seu art. 1º, parágrafo 1º,até o momento em que processados os resultados do primeiro ciclo de avaliações.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Leinº. 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

39 - 0000429-33.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000429-1/01) MARIA LEOMIA GOMES ALVES (ADVOGADO: PAULAGHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).Processo n.º 0000429-33.2009.4.02.5052/01 – Juízo de Origem: 1ª VF São MateusRecorrente : MARIA LEOMIA GOMES ALVESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E DEFINITIVAVERIFICADA. LAUDO PERICIAL FAVORÁVEL. DANO MORAL. DESCABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que é portadora de alteraçõesdegenerativas na coluna vertebral e quadro sugestivo de artrose nos joelhos, patologia considerada incapacitante peloperito do juízo. Alega que, apesar de portar a doença em data anterior à filiação, a incapacidade sobreveio por motivo deprogressão ou agravamento após adquirir a qualidade de segurada. Dessa forma, requer seja conhecido e provido orecurso, julgando-se procedente o pedido inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Na análise pericial do Juízo (fls. 31-34), a recorrente (64 anos) foi examinada e diagnosticada com alterações degenerativasda coluna vertebral e joelhos, patologias de ordem degenerativa que a incapacitam em definitivo para o exercício daatividade habitual de costureira, bem como para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência (quesitosnºs 8 e 9 – fl. 34). Ao ser questionado sobre a relação entre a patologia que acomete a autora e o impedimento para o laborverificado, respondeu que a limitação de movimentos da coluna vertebral e o quadro álgico dos joelhos impedem apericiada de realizar atividades que dependam de movimentos constantes ou posturas viciosas, tais como as exigidas nafunção de costureira (quesito nº5 – fl. 31). Questionado sobre a existência de atividade laboral que a periciada possadesempenhar dentro de sua realidade funcional, asseverou que dentro do grau de instrução apresentado e devido à suaidade, não se vislumbra nenhuma atividade profissional (quesito nº 7 – fl. 31). Indagado sobre a data provável de início dadoença, consignou que não possui dados que permitam informá-la (quesito nº3 – fl. 33).

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Da análise detida dos autos, verifica-se que a recorrente verteu contribuições na qualidade de contribuinte individual a partirda competência 02/2008 a 05/2009 (fl. 19). No que tange à data de início da incapacidade, fator indispensável para odeslinde da controvérsia, o perito eximiu-se de pronunciá-la ante a ausência de elementos materiais de aferição.Alega a recorrente que o indeferimento do benefício de amparo social à pessoa portadora de deficiência (LOAS),processado em 21.06.2007 (fl. 07), gera presunção favorável no sentido de que a incapacidade sobreveio por motivo deprogressão ou agravamento da doença, após a filiação.Com efeito, o parecer contrário da perícia médica administrativa (fl. 20), evidencia que a recorrente encontrava-se apta aotrabalho em junho de 2007, circunstância que aliada ao caráter degenerativo da patologia diagnosticada permite concluirque a incapacidade adveio após a filiação ao RGPS.Resta patente, desta feita, a subsunção do presente caso ao parágrafo único do art. 59 da Lei nº 8.213/1991, 2ª parte, queassim orienta: “não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social jáportador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivode progressão ou agravamento dessa doença ou lesão” (grifei).Dessa forma, à vista do laudo pericial do juízo e das condições pessoais da recorrente, é dizer, da avançada idade, poucograu de instrução, e histórico laboral limitado à atividade de costureira, cabe, na espécie, a concessão do benefícioprevidenciário de aposentadoria por invalidez a partir de 07.04.2009, data do requerimento administrativo (fl. 08).Nada a prover quanto ao pedido de condenação em danos morais, ante a não comprovação de ato abusivo e/ou ilegal porparte da Autarquia Previdenciária.Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência da recorrente.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, para condenar a Autarquia Previdenciária a implantar obenefício de aposentadoria por invalidez no prazo de 30 (trinta) dias, devendo comprovar a implantação até o decurso finaldo aludido prazo. São devidos atrasados a partir da data do requerimento administrativo (07.04.2009). Sobre as prestaçõesvencidas aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança a partir dacitação (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a disposição contida no art. 55 da Lei nº9.099/1995.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, na forma daementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

40 - 0010546-60.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010546-9/01) JONAS GONÇALVES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOSSANTOS .).Processo nº 2007.50.50.010546-9/01 – Juízo de origem: 1º JEFRECORRENTE: JONAS GONÇALVESRECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

DECISÃO MONOCRÁTICA

A parte autora interpôs Incidente de Uniformização e Recurso Extraordinário questionando o acórdão de fls. 51-52, na parteem que decidiu sobre a revisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nosmoldes do § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991.

O acórdão recorrido considerou ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º do Decreto n.º3.048/1999, pela qual se considerava como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100% do salário - de-benefício que serviu de base para concessão do auxílio-doença recebido anteriormente. Não obstante, de acordo com odecisum, a tese do recorrente somente possui aplicabilidade após a alteração do art. 29, § 5º da Lei n.º 8.213/1991 pela Leinº 9.876/1999, não fazendo jus a pleiteada revisão por ter sido o benefício concedido antes da alteração determinada pelanova lei.

Todavia, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o C. Supremo Tribunal Federal decidiu, em recurso submetido àsistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos em que oauxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada com

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períodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

Remetidos os presentes autos a esta Relatoria para adequação do julgado ao precedente do C. STF, na forma do art.543-B, § 3º, do Código de Processo Civil.

Não há que falar em exercício de juízo de retratação, porquanto desacolhido o pedido revisional na perspectiva do § 5º doart. 29 da Lei nº 8.213/1991, pelo juízo de primeiro grau confirmado pelo órgão colegiado em sede recursal.

A presente decisão monocrática será referendada pela Turma Recursal, em sessão de julgamento, conforme dispõe o art.6º, X do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo.

Vitória, 11 de maio de 2012.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

41 - 0000791-95.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000791-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: EUGENIO CANTARINO NICOLAU.) x IZABEL BRAZ DA SILVA (ADVOGADO:DRABLER LIPPER B. L. DE OLIVEIRA, FERNANDA ANDRADE SANTANA.).Processo n.º 0000791-95.2010.4.02.5053/01– Juízo de Origem: 1º VF LinharesRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : IZAURA KIEFER SILVARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL EDEFINITIVA VERIFICADA. RESTRIÇÃO FUNCIONAL APONTADA PELO PERITO PREJUDICA SEVERAMENTE OEXERCÍCIO DA ATIVIDADE LABORATIVA HABITUAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a recorridadetém plena capacidade para suas atividades laborais (faxineira). Alega, ademais, que a idade não é risco social cobertopelos benefícios por incapacidade, e que a baixa instrução deve ser combatida com programas próprios, para os quais hajacusteio específico. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzidona inicial. As contrarrazões encontram-se nas fl. 91-92.A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº 8.213/1991, uma vez cumprida, quando for o caso,a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.

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A condição de segurada e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fls. 47-50), a recorrida (63 anos) foi examinada e diagnosticada com artrose na coluna lombar(quesito nº 1 – fl. 47), patologia de ordem degenerativa que, no entanto, não a incapacita para suas atividades habituais defaxineira (quesito nº 06 - fl. 39). Ao ser questionado sobre as limitações funcionais que impedem o desempenho daatividade habitual, em quesito de nº 07 (fl. 47), asseverou o perito que há limitação para atividades com esforço físicointenso em coluna lombar.Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela capacidade laborativa, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a restrição funcional apontada pelo perito prejudicaseveramente o desempenho da atividade de faxineira e de que as condições pessoais da recorrida (63 anos de idade) emcotejo com o quadro clínico diagnosticado tornam muito difícil, senão impossível, sua reinserção no mercado de trabalho,entendeu que se trata, em verdade, de incapacidade total e definitiva.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (Constituição da República, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

42 - 0000374-11.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000374-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x JOAO PESSIN JUNIOR (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000374-11.2011.4.02.5053/01 – Juízo de origem: 1ª VF LinharesRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : JOAO PESSIN JUNIORRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), no valor correspondente a 80 pontos, no período de 01.03.2008 a15.12.2010, respeitadas a prescrição qüinqüenal e a compensação dos valores já percebidos a título da referida vantagem.

A FUNASA sustenta, em síntese, que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação daMedida provisória nº 441/2008 (29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº11.355/2006. Alega, por sua vez, que o termo final da condenação também merece ser revisto, porquanto somente com apublicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010) foram aprovados os critérios e procedimentos gerais observados narealização das avaliações de desempenho individual e institucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido orecurso, alterando-se os termos inicial e final da condenação. Não foram apresentadas contrarrazões.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimo

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de 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)

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(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

43 - 0000761-26.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000761-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x ANTONIO CARLOS RIBEIRO (ADVOGADO: LEONARDOPIZZOL VINHA.).Processo nº 0000761-26.2011.4.02.5053/01 – Juízo de origem: 1ª VF LinharesRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : ANTONIO CARLOS RIBEIRORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSO

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CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), no valor correspondente a 80 pontos, no período de 01.03.2008 a15.12.2010, respeitadas a prescrição qüinqüenal e a compensação dos valores já percebidos a título da referida vantagem.

A FUNASA sustenta, em síntese, que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação daMedida provisória nº 441/2008 (29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº11.355/2006. Alega, por sua vez, que o termo final da condenação também merece ser revisto, porquanto somente com apublicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010) foram aprovados os critérios e procedimentos gerais observados narealização das avaliações de desempenho individual e institucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido orecurso, alterando-se os termos inicial e final da condenação. As contrarrazões encontram-se nas fls. 71-79.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.

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I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

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44 - 0000382-85.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000382-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: RAQUEL MAMEDE DE LIMA.) x JOAO ROSSETO ROQUE (ADVOGADO: LEONARDOPIZZOL VINHA.).Processo nº 0000382-85.2011.4.02.5053/01 – Juízo de origem: 1ª VF LinharesRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : JOÃO ROSSETO ROQUERelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), no valor correspondente a 80 pontos, no período de 01.03.2008 a15.12.2010, respeitadas a prescrição qüinqüenal e a compensação dos valores já percebidos a título da referida vantagem.

A FUNASA sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore”, ou seja, vantagem condicionada àefetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo que não é extensível a inativos e pensionistas.Alega, ainda, que o magistrado ao deferir o pedido autoral violou o princípio da separação de poderes. Dessa forma, requerseja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pelafixação do marco inicial na data da publicação da Medida Provisória nº 441/2008 (29.08.2008) e do termo final dacondenação na data da publicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010). As contrarrazões encontram-se nas fls.139-146.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza pro

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labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados no

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recurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

45 - 0000890-65.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000890-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x MARIA DE LOURDES VALI FALQUETO(ADVOGADO: HERMANN RAFAEL BARBOSA STEIN, CARLOS ESTEVAN FIOROT MALACARNE.).Processo n.º 0000890-65.2010.4.02.5053/01- Juízo de Origem: 1ª VF LinharesRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : MARIA DE LOURDES VALI FALQUETORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que a autoranão comprovou o exercício de atividade rural pelo período necessário ao preenchimento da carência exigida. Alega que aautora reside no meio urbano e que seu cônjuge sempre laborou em atividades urbanas, exercendo atividade profissionalde taxista/motorista de caminhão (Carteira Nacional de Habilitação da categoria D). Ademais, aduz que a propriedade ruralpertencente ao esposo da recorrida possui 14,9 hectares, pelo que não é crível que dela seja retiro o sustento da família.Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. Ascontrarrazões encontram-se nas fls. 147-153.

Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados Especiais

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Federais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A parte autora nasceu em 30/01/1955, assim, quando requereu administrativamente sua aposentadoria, contava com 55anos de idade.Quanto à carência, os trabalhadores rurais devem cumpri-la conforme previsto no artigo 143, da Lei 8.213/91, queconsidera preenchido tal requisito desde que o trabalhador comprove exercício da atividade rural em número de mesesidênticos ao previsto para carência do benefício.Destarte, tendo a Autora completado 55 (cinqüenta e cinco) anos em 2010, o período de carência exigido para tal ano erade 174 contribuições, ou seja, o Autor deveria comprovar o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua,pelo período de 14 anos e 06 meses.A comprovação da atividade rural através de prova documental mínima foi cumprida com a apresentação dos seguintesdocumentos:a) Cadastro de imóvel rural em nome do esposo da autora e ITR (fls. 22/30);b) Notas fiscais de venda de café(fls. 31/40);c) Escritura Pública de compra e venda de imóvel rural (fls. 29/32);d) Contrato de parceria agrícola (fls. 44).

Enfatizese que a prova documental apresentada, considerada pela jurisprudência início de prova material, é corroboradapela prova testemunhal colhida na audiência, conforme CD-ROOM de áudio, tudo de acordo com o entendimentoassentado na Súmula 149, do STJ.Os depoimentos das testemunhas são coerentes e coesos com as alegações da parte autora. Todas as testemunhasafirmaram que a Autora sempre trabalhou na roça, com auxílio de seu esposo e filhos, nunca possuindo empregados.Possui apenas 01 meeiro, haja vista o estado de saúde atual de seu esposo.Conforme preceituado no art. 11, §8º, I, da Lei 8213/91, os contratos de parceria e meação não descaracterizam a condiçãode segurado especial da Autora. Nesse sentido:PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORA RURAL. PROVA DOCUMENTAL ETESTEMUNHAL. AUXÍLIO DE MEEIROS.1. Os documentos acostados aos autos, alguns em nome do cônjuge da autora, comprovam que este era proprietário deum minifúndio e dão a entender que ambos eram trabalhadores rurais em regime de economia familiar.2. A jurisprudência do Eg. STJ tem caminhado no sentido de que os documentos, ainda que em nome do cônjuge da autoraou de outros membros de sua família podem ser a ela aproveitados.3. Consta, ainda, robusta prova testemunhal colhida nos autos, no sentido de confirmar a atividade rurícola da apelada, emregime de economia familiar.4. A utilização de meeiros no auxílio ao trabalho rural não descaracteriza o regime de economia familiar em nome danatureza eventual do vínculo empregatício mantido com o produtor, sendo a mesma permitida pelo art. 11, VII e § 1º, da Lei8.213/91.5. Recurso do INSS e remessa necessária improvidos.(TRF 2ª Região, Rel. Liliane Roriz, 2ª Turma, Proc. 2000.51.03.001043, data 20/02/2006 - Página::184 )”Diferentemente do que argumentou o INSS, a jurisprudência atual da TNU afirma que o fato de um cônjuge trabalhar ematividade urbana, por si só¸não descaracteriza o regime de economia familiar.Eis os julgados desta Turma Nacional de Uniformização:PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. EXERCÍCIO PELOCÔNJUGE, DE ATIVIDADE URBANA EM PARTE DO PERÍODO DE CARÊNCIA. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DACONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL. PROVIMENTO. I – O exercício de atividade urbana por um dos membros doconjunto familiar, quando não acarreta a dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência da família, não é capaz dedescaracterizar a qualidade de segurado especial daquele que não desenvolve labor fora do campo. Precedentes do STJ. II– Pedido de uniformização conhecido e provido. (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL- Processo: 200670950076951. Órgão Julgador: Turma Nacional de Uniformização. DJU 31/08/2007. Relator JUIZFEDERAL EDILSON FERREIRA NOBRE)BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO. INDISPENSABILIADE DO LABOR RURAL ÀSUBSISTÊNCIA FAMILIAR. AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO. APLICAÇÃO DA QUESTÃO DE ORDEM N. 20 DA TNU.ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1 - O trabalho urbano dasirmãs, não descaracteriza o trabalho rural em regime de economia familiar da autora, por não restar comprovado que arenda obtida com aquela atividade era suficiente para a subsistência da família. 2 - Aplicação da Questão de Ordem n. 20desta TNU. 3 - Acórdão anulado, determinando-se o retorno dos autos à Turma Recursal de Santa Catarina para que novadecisão seja proferida. 4 - Incidente de uniformização conhecido e provido (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DEINTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. Processo: 200672950028535. Órgão Julgador: Turma Nacional de Uniformização.DJU 21/05/2007. Relatora JUÍZA FEDERAL DANIELE MARANHÃO COSTA)O exercício dessa atividade urbana por um membro da família não descaracteriza a condição de segurado especial“quando não acarreta a dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência da família”, tal qual consta no primeirojulgado da TNU acima transcrito (Processo: 200670950076951).Não tenho como depreender que a atividade do marido da autora torne dispensável o exercício, pela autora, de atividaderural. Tal comprovação deveria ser feita pelo réu, que desse ônus não se desincumbiu.Sublinhe-se que, não obstante a existência de vínculo urbano recente, o esposo da autora já recebeu benefício de auxíliodoença como segurado especial por duas vezes (fls. 71).Sendo assim, em tendo a Autora alcançado os requisitos necessários à concessão do benefício, qual seja, idade ecarência, seu pedido merece prosperar”.

5. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da

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condenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

46 - 0000373-26.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000373-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x LENA GOMES DAS VIRGENS AZEREDO (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000373-26.2011.4.02.5053/01 – Juízo de origem: 1ª VF LinharesRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrida : LENA GOMES DAS VIRGENS AZEREDORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), no valor correspondente a 80 pontos, no período de 01.03.2008 a15.12.2010, respeitadas a prescrição qüinqüenal e a compensação dos valores já percebidos a título da referida vantagem.

A FUNASA sustenta, em síntese, que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação daMedida provisória nº 441/2008 (29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº11.355/2006. Alega, por sua vez, que o termo final da condenação também merece ser revisto, porquanto somente com apublicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010) foram aprovados os critérios e procedimentos gerais observados narealização das avaliações de desempenho individual e institucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido orecurso, alterando-se os termos inicial e final da condenação. As contrarrazões encontram-se nas fls. 69-77.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

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Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a implementação em todos os seus termos da norma regulamentadora que viabilize as avaliações dedesempenho, sem as quais a gratificação adquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aosservidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidos

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através das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

47 - 0002306-14.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002306-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x CEZAR RIBEIRO TERIN(ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, SARITA DO NASCIMENTOFREITAS, ANA MERCEDES MILANEZ.).Processo nº. 2009.50.50.002306-1/01 - Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : CEZAR RIBEIRO TERINRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIB. INDEVIDA CESSAÇÃO ADMINISTRATIVA.ATESTADOS DE MÉDICO ASSISTENTE. FONTE DE PROVA COMPLEMENTAR. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão da sentença que julgou procedente a pretensão de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que o perito do Juízo concluiu pela incapacidade laborativa parcial e definitiva, sem,contudo, precisar sua data de início. Desta feita, alega que o marco para a concessão do benefício deve ser a data darealização do exame médico judicial, notadamente porque a perícia médica do INSS concluiu pela capacidade laborativa.Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, fixando-se a data de início do benefício (DIB) no dia do examemédico pericial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 73-80.

Os Tribunais não têm apresentado grande uniformidade quanto ao termo inicial dos benefícios decorrentes deincapacidade. O E. Superior Tribunal de Justiça já assentou entendimento no sentido de que o termo inicial, quando não hárequerimento na via administrativa, é o da apresentação do laudo pericial em juízo (STJ, AgRg no REsp 1023312/SP, Rel.Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJE 01.09.2008).

Nessa mesma linha, a jurisprudência dominante entende que o benefício é devido a partir da data da juntada do laudomédico pericial se apenas nesse momento for constata a incapacidade laborativa do autor ou se não houver ademonstração técnica de que existia incapacidade em momento anterior.Ocorre que há nos autos elementos de prova que permitem concluir que na data da cessação administrativa, em04.03.2009, o recorrido encontrava-se, de fato, incapaz (fl. 24). Logo, correta a fixação da DIB coincidente com a cessaçãoadministrativa.Consigne-se, como bem lançado pelo magistrado, os atestados de médico assistente contemporâneos ao momento do

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cancelamento do benefício prestam-se como fonte de prova complementar nas hipóteses em que o laudo pericial éinconclusivo quanto à data de início do benefício.Não é ocioso repisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão da períciamédica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atos administrativos,mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas e exames realizados pelaparte requerente” (Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2, Primeira Turma Especializada,E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

48 - 0000622-20.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000622-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x MARIA DA PENHA SENA (ADVOGADO: LILIANESOUZA RODRIGUES.).Processo n.º 0000622-20.2010.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : MARIA DE PENHA SENARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA. DATA DEINÍCIO DO BENEFÍCIO COINCIDENTE COM O REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DESCONTO ALUSIVO ASALÁRIOS PAGOS EM PERÍODO TRABALHADO. VEDAÇÃO LÓGICO-JURÍDICA. PROVIMENTO PARCIAL. SENTENÇAREFORMADA EM MÍNIMA PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que o extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) evidencia que a recorrida vemdesempenhando regularmente atividades laborais desde maio de 2008, pelo que não faz jus a benefício por incapacidade.Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.Eventualmente, requer a alteração da data de início do benefício (DIB). As contrarrazões encontram-se nas fls. 102-105.O auxílio-doença, conforme se depreende do art. 59, caput, da Lei nº 8.213/1991 será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigida, ficar incapacitado para o trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Assim, a questão que remanesce diz com aincapacidade ou não, para o trabalho.Na análise do laudo pericial do Juízo (fl. 57), a recorrida foi examinada e diagnosticada com artrose na coluna lombar(quesito nº 1), patologia de ordem adquirida que a incapacita para suas atividades habituais de auxiliar de serviços gerais(quesito nº 9). Ao ser questionado, no quesito de nº 12, sobre a data de início da incapacidade, estipulou o perito o prazo de6 (seis) meses antecedentes ao laudo pericial. Questionado ainda, no quesito de nº 14, sobre a extensão da incapacidadelaborativa, asseverou que a recorrida encontra-se incapacitada temporariamente, por cerca de 12 (doze) meses.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar sua convicção com outros elementos ou fatos provadosno feito. E, no art. 437, do Código de Processo Civil, não se exige, mas, simplesmente, atribui-se ao juiz a faculdade dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. No caso em apreço,após minuciosa análise das provas coligidas, e com base no livre convencimento motivado, este Juízo conclui peloacolhimento do benefício pleiteado.No tocante à DIB, importa registrar que os Tribunais não têm apresentado uniformidade quanto ao termo inicial dosbenefícios decorrentes de incapacidade. O E. Superior Tribunal de Justiça já assentou entendimento no sentido de que otermo inicial, quando não há requerimento na via administrativa, é o da apresentação do laudo pericial em juízo (STJ, AgRgno REsp 1023312/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJE 01.09.2008).Nessa mesma linha, a jurisprudência dominante é no sentido de que o benefício é devido a partir da data da juntada dolaudo médico pericial se apenas nesse momento for constatada a incapacidade laborativa ou se não houver ademonstração técnica de que existia incapacidade em momento anterior.

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Ocorre que há nos autos elementos de prova que permitem concluir que na data do requerimento administrativo, em20.02.2009, a recorrida encontrava-se, de fato, incapaz (fls. 22 e 57). Logo, correta a fixação da DIB coincidente com oaludido requerimento administrativo.Consigne-se, a mera constatação de vínculo laboral após o indeferimento do benefício previdenciário, por si só, não gera apresunção, necessariamente, em desfavor da recorrida. Isso porque, podem ocorrer situações fáticas de desamparo epremência no campo da sobrevivência do segurado e, por vezes, de dependentes, que, de qualquer maneira – isto é, salvoimpossibilidade motora – tenha que trabalhar mesmo doente.Noutro vértice, sabe-se que não são todas as enfermidades que, necessariamente, impedem o segurado de trabalhar emcertas atividades. Contudo, à conta dos elementos fáticos, técnicos e jurídicos levados em consideração na r. sentença,esta deve ser mantida tal como proferida, sem prejuízo do ajuste pontual a seguir realçado.A causa de pedir recursal traz como um dos fundamentos, a concomitância da percepção do benefício de auxílio-doença, ede salário como contraprestação em período alegadamente trabalhado pela segurada/recorrida.Pois bem. Uma vez comprovado, como in casu, na medida em que a recorrida não ilidiu convenientemente a pretensãorecursal em suas contrarrazões (fls. 102-105) – independentemente da causa fática, eis que nenhuma foi erigida apta asuperar, a vedação à acumulação numa perspectiva lógico-fática e jurídica – há de ser apurado, quantificado e excluído dacondenação o correspondente, observada a DIB em 20.02.2009.Caso contrário, estar-se-ia a permitir genuíno locupletamento em desfavor da seguridade social.Assim sendo, a r. sentença recorrida, há de ser – nesse pormenor – alterada .Nessas condições, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento.Sem custas, nos termos da lei. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, na forma da ementa que fica fazendo parteintegrante do julgado.

Vitória, 18 de maio de 2012

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

49 - 0002467-53.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002467-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x MARLENE FIOROTTI CLEMENTE(ADVOGADO: CLAUDIA IVONE KURTH, VALTER JOSÉ COVRE.).Processo n.º 0002467-53.2011.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : MARLENE FIOROTTI CLEMENTERelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA. RESTRIÇÃO FUNCIONAL APONTADA PELO PERITO PREJUDICASEVERAMENTE O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE LABORATIVA HABITUAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, ora recorrente, emrazão de sentença que julgou procedente a pretensão de conversão do benefício auxílio-doença em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a recorrida detém plena capacidade para o exercício desuas atividades laborais (lavradora), e que o decisum contrariou o resultado da perícia médica judicial. Dessa forma, requerseja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedentes os pedidos deduzidos na inicial. Não foram apresentadascontrarrazões.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº8.213/1991, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurada e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fl. 56), a recorrida (50 anos) foi examinada e diagnosticada com hepatopatia crônica, por vírusB, patologia de ordem adquirida que, no entanto, não a incapacita para o exercício de sua atividade habitual de lavradora(quesito nº 9 – fl. 56). Em resposta ao quesito nº 9, retro mencionado, consignou a perita que a recorrida tem aptidão física

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e mental para exercer normalmente seu trabalho doméstico, e até serviços na lavoura que não requeiram grande esforçofísico, como pegar peso, por exemplo. Ao ser questionada, em quesito de nº 16 (fl. 56), sobre os métodos terapêuticos quepoderiam conduzir à recuperação total ou parcial da capacidade laborativa, asseverou a perita que a recorrida está aptapara trabalho leve.Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela capacidade laborativa, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a restrição funcional apontada pelo perito prejudicaseveramente o desempenho da atividade de lavradora e de que as condições pessoais da recorrida em cotejo com oquadro clínico diagnosticado tornam muito difícil, senão impossível sua reinserção no mercado de trabalho, entendeu quese trata, em verdade, de incapacidade total e definitiva.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (Constituição da República, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

50 - 0002668-79.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002668-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x JOAO OLIMPIO DE CARVALHO NETO (ADVOGADO:ALVIMAR CARDOSO RAMOS.).Processo n.º 0002668-79.2010.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 2º JE - ESRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : JOÃO OLIMPIO DE CARVALHO NETORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO . PREVIDENCIÁRIO . AUXÍLIO-DOENÇA . APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA . RESTRIÇÃO FUNCIONAL APONTADA PELO PERITO PREJUDICASEVERAMENTE O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE LABORATIVA HABITUAL . RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO . SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento do auxílio doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido detémplena capacidade para o exercício de suas atividades laborais (vendedor), e que o decisum contrariou o resultado da períciamédica judicial. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido nainicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 61-65.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 da Lei nº8.213/1991, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Desta forma, nota-se que a controvérsia giraem torno da incapacidade laboral.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 31-36), o recorrente (60 anos) foi examinado e diagnosticado com obesidademórbida com dificuldade de locomoção e alterações articulares de sobrecarga ligadas ao peso, patologia inflamatória edegenerativa que, no entanto, não o torna incapacitado, mas que poderia levá-lo à reabilitação para outra atividade laboraldiversa da habitual de vendedor (quesito nº 12 – fl. 34). Ao ser questionado, em quesito de nº 4 (fl. 33), sobre ascaracterísticas da doença/lesão a que está acometida a parte autora, asseverou o perito que a paciente apresentacrepitação bilateral nos joelhos e dor em flexão lombar sem alterações neurológicas.Embora a conclusão exarada pelo perito judicial tenha sido pela capacidade laborativa, é necessário recapitular que o juiznão está adstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos oufatos provados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).

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Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a restrição funcional apontada pelo perito prejudicaseveramente o desempenho da atividade de vendedor e de que as condições pessoais do recorrido (60 anos de idade) emcotejo com o quadro clínico diagnosticado tornam muito difícil, senão impossível sua reinserção no mercado de trabalho,entendeu que se trata, em verdade, de incapacidade total e definitiva.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

51 - 0004511-16.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004511-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LEONEL CORREA CHAGAS(ADVOGADO: ROSEMARY MACHADO DE PAULA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).Processo n.º 0004511-16.2009.4.02.5050/01– Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : LEONEL CORREA CHAGASRecorrida : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADELABORATIVA NÃO VERIFICADA. PROVA PERICIAL DESFAVORÁVEL. ENUNCIADO N. 08 DA TURMARECURSAL/ES. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedentea pretensão de conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razõesrecursais, que o magistrado utilizou somente os laudos periciais para formar seu conhecimento. Alega que a obesidademórbida é uma doença crônica, cujas limitações são incompatíveis com o exercício da atividade de vendedor. Alega,ademais, que não obteve melhora do quadro clínico, apesar dos tratamentos médicos a que se submeteu. As contrarrazõesencontram-se nas fls. 125-127.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou nãoem gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa dorecorrente.Com efeito, na primeira análise pericial do Juízo (fls. 64-67), o recorrente foi examinado e diagnosticado com obesidademórbida (peso atual, em média, 130 kg), associada a diabetes mellitus não insulino dependente, hipertensão arterialessencial, espondiloarterose e hérnia de desvio lombar, patologias que, no entanto, não o incapacitam em definitivo para oexercício da atividade habitual de comerciante autônomo. Ao ser questionado, em quesito de nº 3 (fl. 64), se é possívelprever em quanto tempo a pessoa examinada poderá voltar a exercer a atividade habitual, asseverou o perito queatualmente, com o controle adequado dos níveis pressóricos e uso regular de hipotensores orais e perda de peso empassado recente – decorrente da cirurgia para redução do estômago em 13.07.2009, já com perda significativa de peso – aatividade laborativa habitual é possível.Na segunda análise pericial do Juízo (fls. 82-83) , efetuada por expert em ortopedia, o recorrente foi diagnosticado comqueixa de dor lombar, espondiloartrose lombar incipiente e artrose dorsal moderada, patologias de ordem degenerativa,que, no entanto, não o incapacitam para o exercício de sua atividade habitual (quesito nº 09 – fl. 82). Ao ser questionadosobre as características anátomo-funcionais e fisiopatológicas da doença, em quesito de nº 02 (fl. 82), asseverou o peritoque o recorrente apresentou exame físico com marcha normal, teste de lasegue negativo sem alteração de força e quadrislivres.

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Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

52 - 0002919-97.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002919-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) APARECIDA DA SILVASOUZA (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCIA RIBEIRO PAIVA.).Processo n.º 0002919-97.2010.4.02.5050/01– Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : APARECIDA DA SILVA SOUZARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO VERIFICADA.PROVA PERICIAL DESFAVORÁVEL. ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedentea pretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que o magistrado utilizousomente os laudos periciais para formar seu conhecimento. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recursojulgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Não foram apresentadas contrarrazões.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa darecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 32-33), a recorrente (39 anos) foi examinada e diagnosticada com dor na regiãolombar e nos joelhos, com artrose incipiente do joelho esquerdo, patologia inflamatória e degenerativa que, no entanto, nãoa incapacita para o exercício de sua atividade habitual de empregada doméstica (quesito nº 9 – fl. 32). Ao ser questionado,em quesito de nº 2 (fl. 32), sobre as características anátomo-funcionais e fisiopatológicas da doença, asseverou o perito quea paciente apresenta obesidade, com crepitação leve nos joelhos sem derrame e sem limitação funcional. Questionadosobre quais seriam as limitações funcionais que impediriam o desempenho da atividade habitual, em quesito de nº 11 (fl.33), elucidou que a recorrente deve evitar apenas subir e descer escadas em excesso.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de

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prevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

53 - 0002740-03.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002740-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ESTEVÃO SANTIAGO PIZOL DA SILVA.) x ANISIO BATISTA PEREIRA(ADVOGADO: PRICILA CANDIDO LIMA LEAL.).Processo n.º 0002740-03.2009.4.02.5050/01– Juízo de Origem: 3º JE - ESRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ANISIO BATISTA PEREIRARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADELABORAL VERIFICADA. RESTRIÇÃO FUNCIONAL APONTADA PELO PERITO PREJUDICA SEVERAMENTE OEXERCÍCIO DA ATIVIDADE LABORATIVA HABITUAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento do auxílio doença e improcedente a pretensão de concessão de aposentadoria por invalidez.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido detém plena capacidade para o exercício de suasatividades laborais (manipulador), e que o decisum contrariou o resultado da perícia médica judicial. Dessa forma, requerseja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-senas fls. 122-127.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fls. 63-64), o recorrido (47 anos) foi examinado e diagnosticado com espondilose e hérniadiscal (quesito nº 1 – fl. 63), patologias de ordem degenerativa que, no entanto, não o incapacitam para suas atividadeshabituais de manipulador (quesito nº 18 - fl. 63). Ao ser questionado sobre as limitações funcionais que impedem odesempenho da atividade habitual, em quesito de nº 10 (fl. 63), asseverou o perito que o recorrido não deve carregar peso,fazer esforço, nem ficar em postura viciosa.Embora a conclusão do perito judicial tenha sido pela capacidade laborativa, é necessário recapitular que o juiz não estáadstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos (Código de Processo Civil, art. 436).Assim, o magistrado prolator da sentença, no correto alvitre de que a atividade habitual do recorrido, à época da concessãodo auxílio-doença cancelado, era a de pedreiro - ofício incompatível com as limitações funcionais atestadas pelo perito -,entendeu que aquele se encontra, em verdade, incapacitado para a aludida atividade habitual, não obstante tenha sidolançada, no laudo pericial, a profissão de manipulador.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (Constituição da República, art. 6º).Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da

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condenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

54 - 0001906-63.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001906-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO VIEIRA DA SILVA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo n.º 0001906-63.2010.4.02.5050/01– Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : ANTONIO VIEIRA DA SILVARecorrida : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T ARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADELABORAL NÃO VERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de benefício previdenciário por incapacidade ou benefício assistencial de prestação continuada.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que passou a sofrer dores abdominais não especificadas após arealização de cirurgia para tratamento das hérnias umbilical e inguinal, não sendo levados em conta, pelo magistrado, oslaudos e exames médicos que comprovam a incapacidade para o trabalho. Alega, ademais, que a perícia judicial foirealizada com extrema objetividade, sem a análise aprofundada de todo o histórico clínico. Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls.89-92.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou nãoem gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa dorecorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 42-44), o recorrente foi examinado, apurando-se a melhora do quadro clínico dehérnia umbilical e inguinal, em decorrência de procedimento cirúrgico. Não obstante, consignou o perito que o recorrentereferiu dor abdominal crônica, impassível de melhora com o uso de “Tylex”. Ao ser questionado, em quesito de nº 09 (fl. 44),sobre a aptidão física e mental para o exercício da atividade habitual de vigilante, asseverou o perito que o recorrente estáapto ao trabalho. Questionado, em quesito de nº 18 (fl. 44), se o recorrente tem capacidade de cuidar sozinho de atividadescotidianas, asseverou o perito que sim. Por fim, assentou que o examinado pode locomover-se sozinho (quesito nº 19 – fl.44).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade do recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Oportuno rememorar que o excesso de objetividade não invalida a prova pericial. Importa que o laudo pericial sejaconclusivo e que inequivocamente revele a conclusão formada pelo perito. Nos juizados especiais, os atos processuais sãoregidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conterfundamentação detalhada.Cabe ressaltar que a dor não pode ser cientificamente comprovada, motivo pelo qual, em casos como este, a incapacidadepode ser avaliada com base em regra de presunção. Entretanto, inexistem elementos de prova nos autos dos quais se

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possa inferir a severidade do quadro clínico atestado.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

55 - 0000368-47.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000368-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x JOSE DE RONES.Processo nº 0000368-47.2010.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 1º JEFRecorrente : UNIÃORecorrido : JOSÉ DE RONESRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DE ATIVIDADE FAZENDÁRIA - GDAFAZ. GRATIFICAÇÃO DE CARÁTER GERAL. APOSENTADOS EPENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATO REGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOSE CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

Cuida-se de recurso inominado interposto pela União em razão de sentença que julgou procedente o pedido deduzido nainicial, para condenar a ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade Fazendária (GDAFAZ) no percentualde 8º% (oitenta por cento), tal como pago aos servidores em atividade, a partir de 1º julho de 2008, e até que sejaregulamentada a gratificação e processados os resultados do primeiro ciclo de avaliações, ressalvada a compensação dosvalores já percebidos a título das referidas vantagens.

A União sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore faciendo”, devida em virtude do efetivoexercício da atividade, pelo que não é extensível a inativos e pensionistas. Alega que a eventual procedência do pleitoautoral implicaria a condenação da Administração Pública a fazer coisa não prevista em lei, em flagrante violação ao art. 5º,inciso II, da Constituição da República. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedentea pretensão autoral. Não foram apresentadas contrarrazões.

A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei nº 9.099/1995).

A Gratificação de Desempenho de Atividade Fazendária (GDAFAZ) foi instituída pela Lei nº 11.907/2009, a ela fazendo jusos servidores ocupantes dos cargos de provimento efetivo do Plano Especial de Cargos do Ministério da Fazenda(PECFAZ) quando lotados e no exercício das atividades inerentes às atribuições do respectivo cargo nas unidades doMinistério da Fazenda.

Consoante o disposto no art. 235 da citada Lei a GDAFAZ deve ser paga observado o limite de 100 (cem) pontos e omínimo de 30 (trinta) pontos por servidor, correspondendo cada ponto, em seus respectivos níveis, classes e padrões, aovalor estabelecido no Anexo CXXXVII, distribuídos na forma do art. 236.

Doutro vértice, a incorporação da referida gratificação aos aposentados e pensionistas restou lograda com a moldura do art.249 da Lei nº 11.907/2009, cujo teor cabe transcrever:

Art. 249. Para fins de incorporação da GDAFAZ aos proventos de aposentadoria ou às pensões, serão adotados osseguintes critérios:I - para as aposentadorias concedidas e pensões instituídas até 19 de fevereiro de 2004:a) a partir de 1o de julho de 2008, a gratificação será correspondente a 40 (quarenta) pontos, observados o nível, a classe eo padrão do servidor; eb) a partir de 1o de julho de 2009, a gratificação será correspondente a 50 (cinqüenta) pontos, observados o nível, a classe

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e o padrão do servidor;II - para as aposentadorias concedidas e pensões instituídas após 19 de fevereiro de 2004:a) quando ao servidor que deu origem à aposentadoria ou à pensão se aplicar o disposto nos arts. 3º e 6º da EmendaConstitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e no art. 3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005,aplicar-se-ão os pontos constantes das alíneas a e b do inciso I do caput deste artigo;b) aos demais aplicar-se-á, para fins de cálculo das aposentadorias e pensões, o disposto na Lei nº 10.887, de 18 de junhode 2004.

Em que pese tais gratificações objetivarem, na compostura inicialmente atribuída pela ordem jurídica, incentivar odesempenho dos servidores no exercício das atribuições do cargo, enquanto não regulamentada e processados osresultados do primeiro período de avaliação de desempenho dos servidores ativos, nos moldes do art. 241 da Lei nº11.907/2009, a GDAFAZ adquire caráter genérico, o que permite a extensão aos servidores inativos.

Consigne-se, a orientação do colendo Supremo Tribunal Federal acerca do direito à extensão aos inativos da GDATA é amesma para a GDAFAZ, ou seja, reconhece-se que as gratificações de desempenho possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. Entretanto, a caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificaçãosomente tem lugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais agratificação adquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos, conforme registradono item precedente.

Cumpre enfatizar que, nada obstante a Emenda Constitucional nº 41/2003, tenha posto fim à regra da paridade, em seu art.7º garantiu tratamento isonômico àqueles que já estivessem aposentados ou que percebessem pensões, ou ainda, àquelesque houvessem implementado os requisitos à obtenção de aposentadoria até a data de sua publicação (31.12.2003).

Dessa forma, inexistindo razão para a distinção entre servidores ativos e inativos, a estes é garantido o direito à extensão,desde que observado o disposto nos artigos 3º e 7º da EC nº 41/2003, isto é, que se encontrem aposentados ou percebampensões instituídas antes de sua publicação, ou ainda, tenham implementado os requisitos para obtenção de aposentadoriapelas regras vigentes até a data da publicação dessa emenda.

Assim, caberá à parte recorrida o mesmo percentual da GDAFAZ destinado aos servidores em atividade durante o períodoem que os servidores em exercício não tiverem sido efetivamente avaliados nas condições específicas previstas na Lei nº11.784/2008; o que corresponde, no caso sob apreço, a 80%, de 1º de julho de 2008 (data de sua criação) até o momentoem que processados os resultados do primeiro ciclo de avaliações.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela União e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dez porcento) do valor da condenação (art. 55 da Lei nº 9.099/1995).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, naforma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

56 - 0000606-17.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000606-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL

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(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x ICLEA BENEDICTO NICOLINI (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES,LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000606-17.2011.4.02.5055/01 – Juízo de origem: 1ª VF SerraRecorrente : UNIÃORecorrida : ICLEA BENEDICTO NICOLINIRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. TERMO FINAL.DATA DA PUBLICAÇÃO DA PORTARIA Nº 3627/GM/MS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO.SENTENÇA REFORMADA.

Cuida-se de recurso inominado interposto pela União em razão de sentença que julgou parcialmente procedente o pedidoautoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e doTrabalho (GDPST), nos termos em que pagava aos servidores da ativa, antes da regulamentação da referida gratificação, aser apurada entre os pontos que forma efetivamente pagos, no período de 01.03.2008 a 15.12.2010, data do início dosefeitos do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual e institucional.

A União sustenta, em síntese, que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação da Medidaprovisória nº 441/2008 (29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº 11.355/2006.Alega, por sua vez, que o termo final da condenação também merece ser revisto, porquanto somente com a publicação daPortaria nº 3627/GM/MS (22.11.2010) foram fixados os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenhoindividual e institucional. As contrarrazões encontram-se nas fls. 53-60.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação de

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natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos gerais a serem observados para a realização das avaliações de desempenho individual e institucional,conforme previsto na § 7º do artigo 5º-B da Lei 11.355/2006, foram estabelecido pelo Decreto nº 7.133, de 19/03/2010; já oscritérios e procedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores do Ministério da Saúde oforam por meio da Portaria nº 3.627/GM/MS, publicada em 22/11/2010 (§§ 8º e 10º do artigo 5º-B).

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP 441/2008, que incluiu o §11 na Lei 10.355/2006 e estabeleceu aconcessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 22.11.2010 (data da publicação da Portaria 3.627/GM/MS, quefixou os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar aos termos inicial e final em29.08.2008 e 22.11.2010, sucessivamente.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante a

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sucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

57 - 0000647-81.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000647-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x ADELÇO GOMES LORETO (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000647-81.2011.4.02.5055/01 – Juízo de origem: 1ª VF SerraRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : ADELÇO GOMES LORETORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), nos termos em que pagava aos servidores da ativa, antes daregulamentação da referida gratificação, a ser apurada entre os pontos que foram efetivamente pagos, no período de01.03.2008 a 15.12.2010, data do início dos efeitos do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual e institucional.A FUNASA sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore”, ou seja, vantagem condicionada àefetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo que não é extensível a inativos e pensionistas.Alega que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação da Medida provisória nº 441/2008(29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº 11.355/2006; por sua vez, o termofinal da condenação merece ser revisto, porquanto somente com a publicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010) foramaprovados os critérios e procedimentos gerais observados na realização das avaliações de desempenho individual einstitucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido nainicial. Eventualmente, pugna a modificação dos termos inicial e final da condenação. As contrarrazões encontram-se nasfls. 138-145.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercício

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profissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativos

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da GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

58 - 0000247-70.2011.4.02.5054/01 (2011.50.54.000247-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x JOÃO FRANCISCO GALVÃO (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000247-70.2011.4.02.5054/01 – Juízo de origem: 1ª VF ColatinaRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : JOÃO FRANCISCO GALVÃORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da Carreira

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Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), nos termos em que pagava aos servidores da ativa, antes daregulamentação da referida gratificação, a ser apurada entre os pontos que foram efetivamente pagos, no período de01.03.2008 a 15.12.2010, data do início dos efeitos do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual e institucional.A FUNASA sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore”, ou seja, vantagem condicionada àefetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo que não é extensível a inativos e pensionistas.Alega que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação da Medida provisória nº 441/2008(29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº 11.355/2006; por sua vez, o termofinal da condenação merece ser revisto, porquanto somente com a publicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010) foramaprovados os critérios e procedimentos gerais observados na realização das avaliações de desempenho individual einstitucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido nainicial. Eventualmente, pugna a modificação dos termos inicial e final da condenação. As contrarrazões encontram-se nasfls. 138-145.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,

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nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcial

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provimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

59 - 0000607-02.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000607-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM.) x ALVINO PIROLA (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000607-02.2011.4.02.5055/01 – Juízo de origem: 1ª VF SerraRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : ALVINO PIROLARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), nos termos em que pagava aos servidores da ativa, antes daregulamentação da referida gratificação, a ser apurada entre os pontos que foram efetivamente pagos, no período de01.03.2008 a 15.12.2010, data do início dos efeitos do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual e institucional.A FUNASA sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore”, ou seja, vantagem condicionada àefetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo que não é extensível a inativos e pensionistas.Aduz que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação da Medida provisória nº 441/2008(29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº 11.355/2006. Alega, por sua vez,que o termo final da condenação também merece ser revisto, porquanto somente com a publicação do Decreto nº7.133/2010 (22.03.2010) foram aprovados os critérios e procedimentos gerais observados na realização das avaliações dedesempenho individual e institucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente opedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pela alteração dos termos inicial e final fixados na sentença. Ascontrarrazões encontram-se nas fls. 138-145.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:

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POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critérios

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de concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

60 - 0000206-03.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000206-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: SHIZUE SOUZA KITAGAWA.) x JOMAR PEREIRA DE SOUZA (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0000206-03.2011.4.02.5055/01 – Juízo de origem: 1ª VF SerraRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARecorrido : JOMAR PEREIRA DE SOUZARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008, QUE INCLUIU O § 11 NA LEI Nº 10.355/2006. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - em razão de sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da CarreiraPrevidenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), nos termos em que pagava aos servidores da ativa, antes daregulamentação da referida gratificação, a ser apurada entre os pontos que foram efetivamente pagos, no período de01.03.2008 a 15.12.2010, data do início dos efeitos do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual e institucional.A FUNASA sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore”, ou seja, vantagem condicionada àefetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo que não é extensível a inativos e pensionistas.Aduz que o marco inicial da condenação deve ser fixado a partir da data da publicação da Medida provisória nº 441/2008(29.08.2008), convertida na Lei nº 11.355/2006, que incluiu o § 11 ao art. 5º-B da Lei nº 11.355/2006. Alega, por sua vez,que o termo final da condenação também merece ser revisto, porquanto somente com a publicação do Decreto nº7.133/2010 (22.03.2010) foram aprovados os critérios e procedimentos gerais observados na realização das avaliações dedesempenho individual e institucional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente opedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pela modificação dos termos inicial e final fixados na sentença. Ascontrarrazões encontram-se nas fls. 122-129.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pela

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Medida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio da

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isonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º 10.355/2006,foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito à extensão aos inativosda GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela FUNASA e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a datainicial do benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (Código de Processo Civil, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

61 - 0006436-13.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006436-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x CLARA TEREZINHA SONEGHET BATALHA.Processo nº 0006436-13.2010.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 2º JEF VitóriaRecorrente : UNIÃORecorrida : CLARA TEREZINHA SONEGHET BATALHARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

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RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL.RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela União em razão de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido,para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho(GDPST), respeitada a prescrição qüinqüenal, a diferença apurada entre os pontos pagos aos aposentados/pensionistas eos 80 pontos pagos aos servidores ativos entre 29.08.2008 (data da publicação da MP 441/2008) e 22.11.2010 (data dapublicação da Portaria nº 3.627/GM/MS).

A UNIÃO sustenta, preliminarmente, a incompetência dos Juizados Especiais Federais, por entender que a partedemandante não se desincumbiu do ônus probatório sobre o valor da causa, o qual deveria vir, ainda que mediantedemonstrativo de cálculo simplificado, anunciado na inicial. E, no mérito, aduz que se trata de gratificação de natureza “prolabore”, ou seja, vantagem condicionada à efetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo quenão é extensível a inativos e pensionistas. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, pronunciando-se aincompetência absoluta do Juizado Especial Federal para apreciar a demanda. Eventualmente, pugna pela totalimprocedência da pretensão autoral. Não foram apresentadas contrarrazões.

Pois bem. O valor da causa guarda pertinência direta e objetiva com o pedido formulado pelo autor, devendo expressar,tanto quanto possível, o objeto da ação ou o proveito econômico perseguido. Na seara dos Juizados Especiais Federais etratando-se de matéria de natureza funcional, cujos elementos nem sempre são acessíveis de plano pelo demandante, essaregra deve sofrer o necessário abrandamento, bastando à fixação da competência, caso a caso, a estimativa aproximadado valor da causa, ainda que desacompanhada de memória de cálculo, não superior ao limite estabelecido no caput do art.3º da Lei nº 10.259/2001, convindo ressaltar que o montante efetivamente devido (e se devido) deverá ser apurado porocasião da liquidação da sentença. Argüição de incompetência rejeitada.

Passo à analise do mérito. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foiinstituída pela Medida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criadapara substituir a antiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos eo limite mínimo de 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação dedesempenho individual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação dedesempenho institucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questão

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de ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274).

O Supremo Tribunal Federal assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela União e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dez porcento) do valor da condenação (art. 55 da Lei nº 9.099/1995).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento,mantendo-se a sentença, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

62 - 0002058-77.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002058-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x MARIA INES MAURICIO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES,LEONARDO PIZZOL VINHA.) x OS MESMOS.Processo nº 0002058-77.2011.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 2º JEF VitóriaRecorrente : UNIÃO e MARIA INES MAURICIORecorrido : OS MESMOSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL.RESSALVA EXPRESSAMENTE REGISTRADA NA DECISÃO IMPUGNADA. RECURSO DA PARTE AUTORA NÃOCONHECIDO, EM RAZÃO DA INTEMPESTIVIDADE. RECURSO DA UNIÃO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recursos inominados interpostos pela União e parte autora em razão de sentença que julgou parcialmenteprocedente o pedido, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, daSaúde e do Trabalho (GDPST), respeitada a prescrição qüinqüenal, a diferença apurada entre os pontos pagos aosaposentados/pensionistas e os 80 pontos pagos aos servidores ativos entre 29.08.2008 (data da publicação da MP441/2008) e 22.11.2010 (data da publicação da Portaria nº 3.627/GM/MS).

Desde logo verifico a ausência de um dos requisitos de admissibilidade do recurso em relação à autora, porquantointempestivo, eis que protocolizado somente em 28.09.2011 (fl. 68), em desatenção ao disposto no art. 83, §2º, da Lei nº9.099/1995, que estabelece, in verbis: quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazopara o recurso”. Assim, em razão da inobservância da suspensão (e não interrupção) do prazo pelos embargos dedeclaração opostos (fls. 50-55), inviável o conhecimento.

Por sua vez, a UNIÃO sustenta, preliminarmente, a incompetência dos Juizados Especiais Federais, por entender que aparte demandante não se desincumbiu do ônus probatório sobre o valor da causa, o qual deveria vir, ainda que mediantedemonstrativo de cálculo simplificado, anunciado na inicial. E, no mérito, aduz que se trata de gratificação de natureza “prolabore”, ou seja, vantagem condicionada à efetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo quenão é extensível a inativos e pensionistas. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, pronunciando-se aincompetência absoluta do Juizado Especial Federal para apreciar a demanda. Eventualmente, pugna pela totalimprocedência da pretensão autoral. As contrarrazões encontram-se nas fls. 57-64.

Pois bem. O valor da causa guarda pertinência direta e objetiva com o pedido formulado pelo autor, devendo expressar,tanto quanto possível, o objeto da ação ou o proveito econômico perseguido. Na seara dos Juizados Especiais Federais etratando-se de matéria de natureza funcional, cujos elementos nem sempre são acessíveis de plano pelo demandante, essaregra deve sofrer o necessário abrandamento, bastando à fixação da competência, caso a caso, a estimativa aproximadado valor da causa, ainda que desacompanhada de memória de cálculo, não superior ao limite estabelecido no caput do art.3º da Lei nº 10.259/2001, convindo ressaltar que o montante efetivamente devido (e se devido) deverá ser apurado porocasião da liquidação da sentença. Argüição de incompetência rejeitada.

Passo à analise do mérito. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foiinstituída pela Medida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criadapara substituir a antiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos eo limite mínimo de 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação dedesempenho individual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação dedesempenho institucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

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O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274).

O Supremo Tribunal Federal assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida de

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elevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela União e a ele nego provimento. Não conheço do recurso interposto pelaparte autora, nos termos da fundamentação supra.

Sem custas, nos termos da Lei. Condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dez porcento) do valor da condenação (art. 55 da Lei nº 9.099/1995).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso interposto pela União e a elenegar provimento, e não conhecer do recurso interposto pela parte autora, por intempestivo, na forma da ementa que passaa integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

63 - 0001678-88.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001678-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSÉ CARLOS TRANCOSO(ADVOGADO: LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRA, DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).Processo nº 0001678-88.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : JOSÉ CARLOS TRANCOSORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991 –APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. Não foram apresentadas contrarrazões.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.

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2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

64 - 0004524-44.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004524-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GLALDSON SANTOSSAMPAIO (ADVOGADO: DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRA, ERICKA DANYELLE DE LACERDA L. C. DA COSTA,LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: TELMASUELI FEITOSA DE FREITAS.).Processo nº 0004524-44.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : GLALDSON SANTOS SAMPAIORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. As contrarrazões encontram-se nas fls. 48-58.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença como

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tempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

65 - 0002653-76.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002653-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOÃO THIMOTEO(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, RAUL DIAS BORTOLINI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).Processo nº 0002653-76.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : JOÃO THIMOTEORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. As contrarrazões encontram-se nas fls. 48-51.

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2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

66 - 0004874-66.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004874-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JORGE LUIZ DA COSTASANTOS (ADVOGADO: LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRA, DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 0004874-66.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : JORGE LUIZ DA COSTA SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Page 92: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. As contrarrazões encontram-se na fl. 80.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

67 - 0004281-37.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004281-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GUILHERME PEREIRA(ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº 0004281-37.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : GUILHERME PEREIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

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E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. Não foram apresentadas contrarrazões.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

68 - 0004605-27.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004605-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE PASCHOAL DE SOUZA

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(ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº 0004605-27.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : JOSÉ PASCHOAL DE SOUZARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. Não foram apresentadas contrarrazões.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o C. Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Page 95: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

69 - 0004620-93.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004620-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VANDIR ALEXANDREDELECRODE (ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).Processo nº 0004620-93.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : VANDIR ALEXANDRE DELECRODERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. As contrarrazões encontram-se nas fls. 46-48.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

4. Com a decisão do Plenário do C. Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, torna-se desnecessário esgotar aanálise da matéria constitucional articulada no recurso.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedido

Page 96: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

70 - 0000546-93.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000546-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DOMINGOS MARQUES DOSSANTOS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).Processo nº 0000546-93.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : DOMINGOS MARQUES DOS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/1991.APLICABILIDADE RESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODOBÁSICO DE CÁLCULO DE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COMPERÍODOS DE ATIVIDADE NORMAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em razão da sentença que julgou improcedente o pedido derevisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, nos moldes do § 5º do art. 29 daLei nº 8.213/1991, e sucessiva aplicação do índice IRSM aos salários-de-contribuição anteriores à competência de marçode 1994. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial do benefício deaposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos deatividade) como salário-de-contribuição. As contrarrazões encontram-se nas fls. 42-44.

2. Como sabemos, em sessão plenária realizada em 21.09.2011, o Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu, em recursosubmetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente nos casos emque o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada comperíodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja em gozo de auxílio-doença nointerregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.

3. Nesse diapasão, registre-se que o art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

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4. A parte recorrente alega que a decisão do C. STF não se aplica ao caso vertente, porquanto o benefício foi concedidoposteriormente à Lei nº 9.876/1999.

5. Cumpre recapitular que o Eminente Relator, Ministro Ayres Britto, no item nº 9 do voto, analisando a redação original docaput do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (vigente até 28.11.1999), considerou que o salário-de-benefício que servia de base àconcessão do auxílio-doença somente poderia ser equiparado a salário-de-contribuição “durante o período de apuração queenvolvesse lapsos de trabalho intercalados com afastamentos”, pelo que, no caso de aposentadoria por invalidez concedidaantes de 29.11.1999, não se aplica a revisão com base no art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/91.

6. Por sua vez, no item 10, assinalou “que a Lei nº 9.876/1999 não inovou a ponto de autorizar a aplicação do § 5º do art. 29da Lei nº 8.213/1991 ao caso”. Conclui-se, por conseguinte, que na hipótese de aposentadoria por invalidez concedida após29.11.1999, também não se aplica a revisão com base no art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991.

6. Consigne-se, a ementa do acórdão proferido naquela ocasião, em sintonia com o entendimento do Relator, não traçounenhuma distinção entre os benefícios concedidos antes e depois da Lei nº 9.876/1999.

7. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

8. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

9. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

71 - 0001025-18.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001025-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LENILCE MARIA GERLINCOVRE (ADVOGADO: SAYLES RODRIGO SCHUTZ, CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº 0001025-18.2012.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : LENILCE MARIA GERLIN COVRERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

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4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

72 - 0002077-83.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002077-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL DOS SANTOSVENANCIO (ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, RAUL DIAS BORTOLINI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).Processo nº 0002077-83.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : MANOEL DOS SANTOS VENANCIORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

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7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

73 - 0005379-57.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005379-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) PEDRO HAHNL(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).Processo nº 0005379-57.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : PEDRO HAHNLRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

74 - 0005703-13.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005703-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NIVIA MOREIRA ROSA(ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).Processo nº 0005703-13.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : NIVIA MOREIRA ROSARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

75 - 0005170-88.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005170-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO GERALDOTHOMAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).Processo nº 0005170-88.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : ANTÔNIO GERALDO THOMASRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

76 - 0005707-50.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005707-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JEFFERSON MEIRELLES(ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).Processo nº 0005707-50.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : JEFFERSON MEIRELLES

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Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

77 - 0004136-78.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004136-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CIRO EUGENIO DA SILVA(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MarcosFigueredo Marçal.).Processo nº 0004136-78.2010.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : CIRO EUGENIO DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

78 - 0006153-87.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006153-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) OSMIR GRIPPA(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, RAUL DIAS BORTOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 0006153-87.2010.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : OSMIR GRIPPARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

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2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

79 - 0006154-72.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006154-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EVANAIR FRANCISCAVIEIRA (ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, RAUL DIAS BORTOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº 0006154-72.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : EVANAIR FRANCISCA VIEIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e

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12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

80 - 0001065-19.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001065-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOAO MANOEL DE JESUS(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).Processo nº 0001065-19.2011.4.02.5055/01– Juízo de origem: 1ª VF SerraRecorrente : JOÃO MANOEL DE JESUSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

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5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

81 - 0000756-95.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000756-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SILVIO JOSE FERNANDES(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).Processo nº 0000756-95.2011.4.02.5055/01– Juízo de origem: 1ª VF SerraRecorrente : SILVIO JOSÉ FERNANDESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

82 - 0007906-45.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007906-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANA PAULA GALDENCIO(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).Processo nº 0007906-45.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 2º JEFRecorrente : ANA PAULA GALDENCIORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

83 - 0006152-05.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006152-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCELINO BELLORANGEL (ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, RAUL DIAS BORTOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x OS MESMOS.Processo nº 0006152-05.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : MARCELINO BELLO RANGELRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

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PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

84 - 0004626-03.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004626-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GENESIO SOARES DE

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SOUZA (ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x OS MESMOS.Processo nº 0004626-03.2010.4.02.5050/01– Juízo de origem: 3º JEFRecorrente : GENESIO SOARES DE SOUZARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. AUSENTE INTERESSE DE AGIR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em virtude de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na demanda judicial. Requer o (a) recorrente seja conhecidoe provido o recurso, julgando-se procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nos termos do inc.II, art. 29, da Leinº 8.213/1991.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, na forma dos arts. 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva”deve ser interpretada em sentido mais amplo, notadamente porque a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública na Estrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir naredação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face de sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vezqualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivodeve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistênciado microssistema processual dos Juizados especiais, composto basicamente pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e12.153/2009.

3. Contudo, para um provimento de mérito é necessário o interesse de agir, é dizer, que a tutela jurisdicional sejanecessária, útil e adequada.

4. Como o INSS revisará os benefícios administrativamente, mediante simples requerimento (Memorando-Circular Conjuntonº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 de setembrode 2010), não há resistência ao pedido, e assim, desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementaque fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

85 - 0002686-37.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002686-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GEDEON ALMEIDA DA SILVA(DEF.PUB: LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x CAIXA ECONÔMICAFEDERAL (ADVOGADO: ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO, SEBASTIAO TRISTAO STHEL.) x CAIXA SEGURADORAS/A (ADVOGADO: ALBERTO EUSTÁQUIO PINTO SOARES, BRUNO AMARANTE SILVA COUTO, André Silva Araújo.) xPAULO DE TARSO CARDOSO SOUZA.Processo nº 0002686-37.2009.4.02.5050/01

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Impetrante : GEDEON ALMEIDA DA SILVAImpetrado : 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

VOTO

Trata-se de mandado de segurança impetrado por GEDEON ALMEIDA DA SILVA em face de ato tido como coator,praticado pelo 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que deixou de conhecer do recurso inominado interposto em razão desentença terminativa. Sustentou o impetrante, em breve síntese, que o recurso inominado tinha por escopo discutir oscritérios de competência, incorrendo em equívoco o magistrado ao considerar o domicílio de Ecoporanga. Requereu,liminarmente, o recebimento do recurso inominado interposto, confirmando-se a medida ao final.

Liminar concedida nas fls. 160-161, determinando que a autoridade impetrada possibilite a interposição de recursoinominado, encaminhando-o, posteriormente, para regular distribuição junto às Turmas Recursais.

Não foram apresentadas informações pela autoridade impetrada.

Manifestação do litisconsorte passivo às fls. 44-45, no sentido de que a decisão concessiva da liminar encontra-seequivocada, porque incongruente com os argumentos declinados pelo impetrante. Aduz que o magistrado considerou que“as decisões terminativas seriam definitivas”, fundamento jurídico não abordado na inicial na medida em que o impetranteargumentou que “caberia recurso por ser este um consectário do princípio do duplo grau de jurisdição”. Desta feita,requereu a denegação da segurança.

Parecer do Ministério Público Federal às fls. 58-60, opinando pela concessão da segurança.

É o breve relatório. Passo a votar.

O Mandado de Segurança tem como pressuposto proteger direito líquido e certo, violado ou em vias de o ser. Entende-secomo direito líquido e certo o que resulta de fato certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, por documentoinequívoco, independentemente de posterior produção de provas. O direito que depende de dilação probatória está excluídoda apreciação por esta via judicial.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos Juizados Especiais Federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas.

Uma leitura fria e objetiva do mencionado dispositivo legal levaria à conclusão de que o recurso inominado não seria cabívelem face de sentenças terminativas, ou seja, daquelas que põem fim ao processo, sem lhe resolverem, entretanto, o mérito.

Essa restrição, contudo, não se mostra razoável, além de atentatória aos critérios orientadores dos Juizados EspeciaisFederais, sobretudo da simplicidade, da economia processual e da celeridade (art. 2º da Lei nº 9.099/1995). Afinal, adepender dos motivos que ensejaram a extinção do processo, sem resolução de mérito, a parte autora poderá ver-setolhida do acesso ao Poder Judiciário quanto à apreciação de sua pretensão (questão de fundo), já que o art. 253, inciso II,do Código de Processo Civil determina a distribuição por dependência das causas que, nessa hipótese, forem reiteradas,“ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda”.

Assim, o já referido art. 253, inciso II, do CPC acabaria por devolver ao mesmo Juízo (e provavelmente ao mesmo juiz) aapreciação da pretensão da parte autora, submetendo-a, por certo, à mesma sorte da anteriormente proposta, mesmotendo grande lastro jurisprudencial favorável ao acolhimento do pedido.

Obviamente, essa interpretação não se coaduna com a finalidade maior da instituição dos Juizados Especiais, que é facilitaro acesso à Justiça.

Interessante notar que a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os Juizados Especiais da Fazenda Pública na Estrutura dosEstados-Membros e do Distrito Federal, embora tenha basicamente repetido as disposições constantes da Lei nº10.259/2001, teve o cuidado de não incluir na redação de seu art. 4º, que dispõe sobre o recurso cabível em face desentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vez qualquer dúvida que pudesse pairar sobre as hipóteses de cabimentodo recurso inominado nessa seara.

Esse dispositivo deve ser aproveitado no âmbito dos Juizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessáriacoerência e consistência do microssistema processual dos Juizados especiais, composto pelas Leis nº 9.099/1995,10.259/2001 e 12.153/2009.

Do exposto, concedo parcialmente a segurança, confirmando a liminar anteriormente deferida, para determinar que aautoridade impetrada possibilite a interposição de recurso inominado, encaminhando-o, posteriormente, para regulardistribuição junto às Turmas Recursais.

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Descabe, na espécie, condenação em custas e honorários de advogado.

Dê-se ciência ao MM Juiz Federal de primeiro grau, encaminhando-lhe cópia do julgado.

É o voto.

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA. SENTENÇA TERMINATIVA. POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOINOMINADO. ENUNCIADO Nº 12 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO CANCELADO NA SESSÃO DO DIA14.04.2009 E PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO EM 22.04.2009. SEGURANÇA PARCIALMENTECONCEDIDA. LIMINAR CONFIRMADA.

A C O R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo CONCEDER, EM PARTE, A SEGURANÇA no mandamus, na forma do voto e ementado relator que passam a integrar o presente julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

86 - 0001138-74.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001138-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA CELIA LAIOLAGUIMARAES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xUNIÃO FEDERAL.Processo nº 0001138-74.2009.4.02.5050/01Embargante : UNIÃOEmbargado : MARIA CELIA LAIOLA GUIMARÃES

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. RECURSODESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO em razão de acórdão que concedeu parcialmente a segurança.Alega a embargante que a decisão é omissa ao não pronunciar o descabimento do mandado de segurança na hipótese,tendo em vista o trânsito em julgado da sentença terminativa. Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do Código de Processo Civil, limitam-se a suprir omissões, aportarclareza ou retificar eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura dasrazões da embargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão no julgado.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram analisados nadecisão colegiada.O acórdão recorrido é claro ao dispor que “o impetrante não interpôs recurso inominado porque foi impedido e não porquedeixou transcorrer o prazo recursal in albis”, daí se extraindo a ilação de que o trânsito em julgado não operou seusregulares efeitos na hipótese; não sobeja realçar que tanto faz parte do julgado o que nele se encontra explícito quanto oque nele implicitamente se contém.De fato, não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão transitada em julgado. É o que se encontrano art. 5º, inc. III, da Lei nº 12.016/2009.Assim, caberia ao embargado impetrar o mandamus antes do trânsito em julgado da decisão atacada.A forma satisfaz na larga maioria dos casos; contudo, não atende a hipóteses extremas, mas ocorrentes, como a que orase apresenta. É que no caso vertente a impetrante ajuizou o mandado de segurança tardiamente, não por desídia, mas emvirtude da inadvertida observação de que “sobre a presente sentença é incabível recurso, de acordo com o Enunciado nº 18das Turmas Recursais...” (fl. 125), cujo correlato nesta Seção foi cancelado na sessão do dia 14.04.2009 (publicado noDiário Oficial do Estado do dia 22.04.2009).Ora, não se pode conferir o mesmo tratamento à parte que deixa de praticar um ato necessário à consecução do seu direitopor motivo alheio a sua vontade, diferentemente daquela que se omite deliberadamente, caso em que a preclusão deveoperar seus regulares efeitos. Consigne-se, a eficácia do princípio da igualdade não importa isonomia irrestrita ou desprezoàs peculiaridades de cada caso.Em princípio, a impetração de ação mandamental eivada de vício formal (desatendimento do pressuposto tempestividade)implica ineficácia do ato, ou seja, inaptidão de se produzirem os efeitos desejados pelo impetrante, equiparando-se àomissão do agente.No entanto, é necessário que se ressalve que essa modalidade de preclusão somente gera ineficácia do ato se e somente

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se verificada a validade do substrato fático. Por exemplo, na interposição intempestiva de recurso diante de irregularidadeda intimação; claro, há de ser conhecido o “apelo” em razão da irregularidade verificada. Mutatis mutandis, deve serconhecido o mandado de segurança em virtude da discutível observação lançada pelo magistrado de primeiro grau.Oportuno registrar que Chiovenda, sobre a preclusão consumativa, hipótese diversa da ora apresentada, apostilou que “não

�se pode cogitar de preclusão consumativa se o ato não foi validamente praticado” .Pois bem. Por razões de ordem lógica tal entendimento deve também ser adotado no presente caso, feitas as devidasadequações. Quadra registrar que a Lei nº 12.153/2009, que instituiu os Juizados Especiais da Fazenda Pública naEstrutura dos Estados-Membros e do Distrito Federal, teve o cuidado de não incluir na redação de seu art. 4º, que dispõesobre o recurso cabível ante sentenças, a expressão “definitiva”, afastando de vez qualquer dúvida que pudesse pairarsobre as hipóteses de cabimento do recurso inominado nessa seara. Esse dispositivo deve ser aproveitado no âmbito dosJuizados Especiais Federais, de modo a garantir a necessária coerência e consistência do microssistema processual dosJuizados Especiais, composto, basicamente, pelas Leis nº 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009. Ademais, como jásalientado, o entendimento expresso no enunciado aludido pelo magistrado sentenciante (fl. 125) foi cancelado nesta TurmaRecursal em 14.04.2009, fato que somente corrobora a discutibilidade do dispositivo sentencial.De par com isso, a objetividade do elemento gramatical deve ser suplantada por uma interpretação de cunhohistórico-teleológico, em que a finalidade da norma seja conectada à sua gênese, na perspectiva da nova hermenêutica.Ao determinar a forma dos atos realizados pelas partes, o legislador lhes impõe limitações, pois estabelece os requisitos aserem seguidos privando o ato de efeito se esse modelo não for seguido. Percebe-se que a finalidade da forma é promovera igualdade entre as partes, além de viabilizar a celeridade processual e assegurar o desenvolvimento do contraditório e asegurança jurídica.Tal o contexto específico, não se pode desacolher a pretensão ora veiculada por pressuposto formal, quando constatadasituação particularmente desigual entre as partes; é dizer, criou-se para o impetrante situação embasada na credibilidadejurisdicional, de perfil proibitivo, que, no mínimo, o induziu a erro, quando, em realidade, no ponto, a Turma Recursalacolheu entendimento diverso (fls. 125-126), na medida em que o enunciado 12 desta Turma Recursal foi cancelado.Nessas condições, conheço dos embargos de declaração, mas os desprovejo.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer, mas desprover os embargos de declaração, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

87 - 0002737-48.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002737-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x JERONITA GOMES ANASTACIO (ADVOGADO:RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO.).Processo n.º 0002737-48.2009.4.02.5050/01- Juízo de Origem: 1º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : JERONITA GOMES ANASTÁCIORelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedentea pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que o esposoda autora desempenhou atividade de natureza urbana no período de 1989 a 2002, percebendo remuneração superior aosalário mínimo e, atualmente, proventos de aposentadoria no valor de R$ 666,97 (seiscentos e sessenta e seis reais enoventa e sete centavos), fatos que denotam incompatibilidade com a condição de segurada especial. Ademais, aduz que aautora possui endereço residencial urbano. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-seimprocedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 77-79.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

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4. Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“De plano, observa-se que a parte autora preenche o requisito etário necessário, pois tendo nascido em 1944 (fl. 12), jáhavia completado os 55 anos exigidos para a obtenção do reclamado benefício quando deu entrada no requerimentoadministrativo em 05/01/2009 (fl. 08).Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar oexercício de atividade rurícola pela parte autora. Somando-se a isso, as informações prestadas pela requerente em seudepoimento pessoal, bem como os depoimentos das testemunhas arroladas, fácil elidir qualquer incerteza quanto àcondição de trabalho daquela.

Quanto às provas documentais, atendendo à exigência do artigo 55 da lei 8.213, de início de prova material, há nosautos:Certidão de Casamento, em que consta a profissão do marido da autora como lavrador, em 1986 (fls. 12);Certidãoemitida por Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais e Tabelionato em Afonso Claúdio – ES, na qual consta o registrode filhos da autora com o marido e se verifica a qualificação profissional do mesmo como lavrador entre 14/09/1965 e26/11/1977 (fl. 13);Ficha Hospitalar constando a profissão da autora como lavradora (fl. 14).Assim, entendo que o tempo de serviço rural alegado pela parte autora está baseado em início razoável de prova material,que pode ser complementado por outros meios de prova, não exigindo a lei que haja documento probante com relação atodo o período alegado. Caso contrário, a Lei 8.213/91 não exigiria “início” de prova material, mas prova material exaustiva.Nesse sentido:Previdenciário. Averbação de tempo de serviço. Comprovação da atividade.A prova testemunhal é hábil a comprovação da atividade exercida, quanto mais se acompanhada de inicio razoável deprova material plenamente corroborada por aquela.Os documentos existentes nos autos são um inicio de prova material, pois se fossem exaustivos quanto à comprovação doperíodo não haveria necessidade de se socorrer da esfera judicial. Apelação provida. (TRF/3 Região, AC Nº 3040607/92,DJ de 09.04.96).Considerando-se os documentos acima mencionados e os depoimentos colhidos em audiência, resta claro que a parteautora trabalha na roça pelo menos, desde 1965.Por tais razões, tenho como comprovado o exercício de atividade rural pela parte autora em período superior a 168 (cento esessenta e oito) meses, conforme exige o art. 25, II c/c o art. 142, da Lei 8.213/91, para o caso.Duas das testemunhas ouvidas em Audiência afirmaram ter conhecido a autora há cerca de 30 (trinta) anos, quando essa játrabalhava na roça. Tal informação é corroborada pela Certidão emitida por Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais eTabelionato em Afonso Claúdio – ES (fl. 13), na qual consta o registro de 6 (seis) filhos tidos pela parte autora com o seumarido e se verifica a qualificação profissional do mesmo como lavrador durante o período de todos os nascimentos, ouseja, nos anos de 1965, 1968, 1970, 1971, 1975 e 1977. Ademais, observa-se que consta na Certidão de Casamento docasal (fl. 12) a profissão do marido da autora como lavrador em 1986.Convém salientar que a condição de lavrador do marido da autora também se estende à mesma em todos os períodossupracitados, inclusive nos períodos anteriores ao casamento entre os dois, dado que mesmo sem serem casados jápossuíam filhos juntos (fl. 13), elemento que é suficiente para comprovar uma união duradoura e estável entre o casal antesdo casamento em 1986, ou seja, para comprovar a existência de uma entidade familiar protegida constitucionalmente nostermos do art. 226, § 3º da Constituição Federal. Nesse sentido:PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. COMPROVAÇÃO DE UNIÃOESTÁVEL. EXISTÊNCIA DE PROLE COMUM. PRELIMINAR REJEITADA. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.1. Nos termos do art. 530 do CPC e art. 12, V, do Regimento Interno desta Corte, são cabíveis embargos infringentes emface de julgamento não unânime de procedência da ação rescisória, ainda que de competência do mesmo Órgão julgador.Precedentes do STJ. 2. As condições experimentadas pelos trabalhadores rurais permitem a adoção da solução pro miseroquanto à rescisão do julgado com base em documento novo, considerado como tal inclusive o documento preexistente àpropositura da ação. Entendimento consolidado na jurisprudência. 3. O âmbito da devolutividade recursal centra-se naquestão relativa à concessão de aposentadoria por idade rural lastreada em documentos que indicam a profissão derurícola de companheiro. 3. O voto vencido perfilha o entendimento de que a autora não demonstrou o vínculo de uniãoestável com terceiro, tampouco o exercício de atividade rural em período posterior ao declarado. O voto condutor, por suavez, considerou que a existência de prole comum é suficiente para demonstração da manutenção e durabilidade da união, eque o título eleitoral do cônjuge, no qual é apontada sua profissão como lavrador, pode ser considerado como início deprova material a amparar o pleito da autora. 4. Possibilidade de comprovação da união estável demonstrada pelonascimento de filhos comuns do casal, conforme comprovam os assentamentos civis lançados aos autos, além de outrosdocumentos, tais como o título de eleitor, que aponta a profissão do marido como lavrador. Precedentes desta Corte. 5.

�Preliminar rejeitada. Recurso a que se nega provimento. (EI 200003000165096, JUIZA GISELLE FRANÇA, TRF3 -TERCEIRA SEÇÃO, DJF3 CJ1 de 18/02/2010, PÁGINA: 23)No que tange, especificamente, à extensão da condição de lavrador do marido da autora constante na Certidão deCasamento do casal (fl. 12), pode-se destacar os seguintes julgados:AcórdãoTRF 1ª Região, AC 40000066513 / PI, 2ªTurma, data da decisão: 02/10/2002. FonteDJ 14/10/2002, p. 121.Relator(a)DESEMBARGADORA FEDERAL ASSUSETEMAGALHÃES.EmentaPREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA. ESPOSA DE LAVRADOR.COMPROVAÇÃO PELO REGISTRO DO CASAMENTO. EXTENSÃO DA PROFISSÃO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIOCONCEDIDO A PARTIR DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.I - Conforme reiterado entendimento do SuperiorTribunal de Justiça e da 2ª Turma desta Corte, verificando-se na Certidão de Casamento a profissão de rurícola do maridoé de se considerar extensível à profissão da mulher, apesar de sua tarefas domésticas, pela situação de campesinos

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comum ao casal.II - Demais provas colhidas, especialmente as testemunhais, afirmando que a autora sempre trabalhoucomo rurícola, em regime de economia familiar, desde tenra idade.III - Apelação do INSS e remessa oficial improvidas.DataPublicação14/10/2002AÇÃO RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA. ERRO DE FATO. DECLARAÇÕESDE PARTICULARES. CERTIDÕES EMITIDAS PELO INCRA. DOCUMENTO NOVO. CERTIDÃO DE CASAMENTO.SOLUÇÃO PRO MISERO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL. PEDIDOPROCEDENTE. 1. O erro de fato a autorizar a procedência da ação, com fundamento no artigo 485, inciso IX, do Código deProcesso Civil e orientando-se pela solução pro misero, consiste no reconhecimento da desconsideração de provaconstante dos autos. Precedentes. 2. As declarações assinadas por particulares, na condição de empregador do trabalhorural, equiparam-se a depoimentos reduzidos a termo, não servindo, portanto, de prova documental. 3. Não havendonenhuma irregularidade aparente ou tampouco alegação de falsidade, pelo INSS, quanto às certidões que atestam que ocônjuge da autora vivia e produzia em um pequeno módulo rural, tais documentos servem de início suficiente de provadocumental, sobretudo porque sobre eles pesa a presunção de veracidade do ato administrativo. 4. A certidão decasamento juntada a título de "documento novo", que atesta a condição de lavrador do cônjuge da segurada, constitui iníciorazoável de prova documental, para fins de comprovação de tempo de serviço. Deve se ter em mente que a condição derurícola da mulher funciona como extensão da qualidade de segurado especial do marido. Se o marido desempenhavatrabalho no meio rural, em regime de economia domiciliar, há a presunção de que a mulher também o fez, em razão dascaracterísticas da atividade - trabalho em família, em prol de sua subsistência. 5. Diante da prova testemunhal favorável enão pairando mais discussões de que há início suficiente de prova material a corroborar o trabalho como rural, a autora seclassifica como segurada especial, protegida pela lei de benefícios da previdência social - art. 11, inciso VII, da Lei 8.213/916. Ação rescisória julgada procedente. (STJ - AR 2002/01178200, MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, - TERCEIRASEÇÃO, DJe de 20/11/2009)Conforme documentação juntada pelo INSS à fls. 47/48, confirmada por prova testemunhal, o marido da autora realizoutrabalho urbano para a Prefeitura de Afonso Cláudio –ES de 1989 até 2005, época em que se aposentou por idade comoservidor público. Entretanto, segundo se verifica do relato das testemunhas, a autora continuou morando no campo,juntamente com filhos do casal, e trabalhando como colona meeira em propriedades rurais da região durante o período emque o marido foi trabalhador urbano, tendo inclusive, sido colona meeira na propriedade rural do irmão de uma dastestemunhas.Nesse sentido, há nos autos declarações fornecidas por três fazendeiros informando que a autora trabalhou em suaspropriedades rurais, respectivamente, nos períodos de 01/1982 a 12/1989 (fls. 18), de 01/1990 a 12/1999 (fl. 22) e de01/2000 em diante (fl. 27), informações consonantes com os depoimentos das testemunhas colhidos em audiência.Convém destacar que a atividade urbana exercida pelo marido da autora antes de ter se aposentado por idade nãodescaracteriza o regime de economia familiar, dado que, conforme se verifica da prova testemunhal colhida em audiência,mesmo com o marido trabalhando na cidade, a autora e filhos do casal continuaram sobrevivendo efetivamente da atividaderural, retirando dela o indispensável para a subsistência familiar. Logo, o salário do marido era mero complemento da rendafamiliar, incapaz de afastar a atividade principal. Nesse sentido:PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. SEGURADA ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR.1. Sendo o labor rural indispensável à própria subsistência da Autora, conforme afirmado pelo Tribunal de origem, o fato doseu marido ser empregado urbano não lhe retira a condição de segurada especial. 2. Recurso especial desprovido.

� �Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL - 587296 Processo:�200301694256 UF: PR Órgão Julgador: QUINTA TURMA Data da decisão: 18/11/2004 Documento: STJ000583585 DJ

DATA:13/12/2004 PÁGINA:413Por razão similar também não se sustenta a alegação de que o benefício de aposentadoria por idade recebido pelo maridoda autora seja capaz de, por si só, descaracterizar o regime de economia familiar, pois apesar de a autora auferir outrarenda, verifica-se que a atividade rural é a atividade principal e indispensável à subsistência dela e de seu marido, mesmosendo o mesmo aposentado. Corroborando tal conclusão pode-se mencionar o fato de que após ter se aposentado poridade, o marido da autora retornou ao meio rural e está desde então vivendo juntamente com a mesma na propriedade ruralna qual ela é colona meeira há cerca de 10 (dez) anos, segundo o relato de uma das testemunhas que afirmou trabalharnessa mesma propriedade rural há cerca de 15 (quinze) anos.De acordo com os fatos narrados pelas testemunhas, bem como pelos documentos juntados aos autos, observo que aparte autora comprovou que exerce atividade rural desde 1965 (fl. 13), razão pela qual faz jus ao benefício deaposentadoria por idade na qualidade de segurada especial.Portanto, preenchidos estão os requisitos exigidos para a concessão do benefício da aposentadoria por idade aotrabalhador rural”.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

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Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

88 - 0004141-03.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004141-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x MARIA DO CARMO ROSAVILELA (ADVOGADO: ISAAC PAVEZI PUTON.).Processo n.º 0004141-03.2010.4.02.5050/01- Juízo de Origem: 1º JEFRecorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : MARIA DO CARMO ROSA VILELARelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedentea pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que a autoranão comprovou o exercício de atividade rural pelo período necessário ao preenchimento da carência exigida, no períodoimediatamente anterior ao requerimento administrativo. Alega que a autora exerceu atividade urbana junto à PrefeituraMunicipal de Guarapari-ES, no período compreendido entre 1994 e 2000. Ademais, aduz que não restou provada acaracterização do regime de economia familiar, porquanto a subsistência da família não advinha de forma preponderante dotrabalho rural. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido nainicial. As contrarrazões encontram-se nas fls. 79-90.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

4. Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“De plano, observa-se que a parte autora preenche o requisito etário necessário, pois tendo nascido em 1951 (fl. 21), jáhavia completado os 55 anos exigidos para a obtenção do reclamado benefício quando deu entrada no requerimentoadministrativo em 24/08/2009 (fl. 30).Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar oexercício de atividade rurícola pela parte autora. Somando-se a isso, as informações prestadas pela requerente em seudepoimento pessoal, bem como os depoimentos das testemunhas arroladas, fácil elidir qualquer incerteza quanto àcondição de trabalho daquela.Quanto às provas documentais, atendendo à exigência do artigo 55 da lei 8.213, de início de prova material, há nos autos:Certidão de Casamento, em que consta a profissão do marido da autora como lavrador em 1969 (fls. 21);Declaração de exercício de atividade rural prestada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapari - ES, que atestao exercício de atividade rural pela parte autora em duas propriedades rurais nos períodos de 29/04/1986 a 12/01/2000 e de01/01/2001 a 30/12/2007, respectivamente (fl. 22);Documento de Cadastramento do Trabalhador/Contribuinte Individual junto ao CNIS, emitido em 1997, no qual consta aocupação da autora como trabalhadora rural (fl. 24);Documentos relativos às propriedades rurais nas quais a autora afirma ter desenvolvido trabalho rural (fls. 25/29);Termo de Homologação, datado de 06/10/2009, no qual o INSS homologa o exercício de atividade rural pela autora nosperíodos entre 29/04/1986 e 16/04/1994 (fl. 41);Assim, entendo que o tempo de serviço rural alegado pela parte autora está baseado em início razoável de prova material,que pode ser complementado por outros meios de prova, não exigindo a lei que haja documento probante com relação atodo o período alegado. Caso contrário, a Lei 8.213/91 não exigiria “início” de prova material, mas prova material exaustiva.Nesse sentido:Previdenciário. Averbação de tempo de serviço. Comprovação da atividade.A prova testemunhal é hábil a comprovação da atividade exercida, quanto mais se acompanhada de inicio razoável deprova material plenamente corroborada por aquela.Os documentos existentes nos autos são um inicio de prova material, pois se fossem exaustivos quanto à comprovação doperíodo não haveria necessidade de se socorrer da esfera judicial. Apelação provida. (TRF/3 Região, AC Nº 3040607/92,

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DJ de 09.04.96).O INSS já homologou o exercício de atividade rural pela autora, na categoria de proprietária, no período de 29/04/1986 a16/04/1994 (fl. 41). Todavia, deixou de homologar os períodos compreendidos entre 17/04/1994 e 12/01/2000 (época naqual houve um vínculo empregatício entre a autora e a Prefeitura de Guarapari) e entre 01/01/2001 e 30/12/2007 (época naqual a autora alega ter exercido atividade rurícola na propriedade pertencente ao seu cunhado).Nesse sentido, sustenta o INSS que não há provas de que a demandante tenha voltado a desenvolver atividade rural após acessação das atividades urbanas realizadas entre 1994 e 2000. Portanto, faltaria a devida comprovação de que a autoradesenvolveu trabalho rurícola em regime de economia familiar durante o período imediatamente anterior ao requerimentoadministrativo e de que tem sobrevivido da prática agrícola (fls. 47/50).Entretanto, considerando-se os depoimentos colhidos em audiência, constata-se que a autora exerceu atividade rurícola noperíodo posterior ao fim de seu vínculo de trabalho urbano. Verifica-se que desde 2001, quando deixou de residir com omarido em Guarapari, a autora tem morado em Meaípe na propriedade rural pertencente ao seu cunhado, local onde temlaborado no campo juntamente com sua irmã e o mesmo.Convém salientar que as testemunhas afirmaram que a autora comercializa o excedente de sua produção agrícola, o queafasta a alegação da autarquia ré de que a demandante produz apenas para consumo próprio e que, portanto, nãosobrevive da atividade rural.Por tais razões, tenho como comprovado o exercício de atividade rural pela parte autora em período superior a 150 (cento ecinquenta) meses, conforme exige o art. 25, II c/c o art. 142, da Lei 8.213/91, para o caso.De acordo com os fatos narrados pelas testemunhas, bem como pelos documentos juntados aos autos, observo que aparte autora exerceu atividade rural de 29/04/1986 a 16/04/1994 (período homologado pelo INSS) e de 2001 a 2009, razãopela qual faz jus ao benefício de aposentadoria por idade na qualidade de segurada especial.Portanto, preenchidos estão os requisitos exigidos para a concessão do benefício da aposentadoria por idade àtrabalhadora rural.”.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, nos moldes do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

89 - 0003552-11.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003552-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA ALDA DACONCEIÇÃO WOLKERS (ADVOGADO: JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).Processo n.º 0003552-11.2010.4.02.5050/01 - Juízo de Origem: 3º JEFRecorrente : MARIA ALDA DA CONCEIÇÃO WOLKERSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR NÃO COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS NÃO PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA.RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgouimprocedente a pretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, sustenta a recorrenteque comprovou o exercício de atividade rural pelo período necessário ao preenchimento da carência exigida. Ressalta queo fato de o cônjuge exercer atividade urbana não cria óbice à sua pretensão, porquanto o exercício da atividade rural se deude forma individual.. Alega que laborou como trabalhadora rural sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social(CTPS) por 16 (dezesseis) anos e que, apesar de não ter havido o reconhecimento do vínculo no acordo homologado pelaJustiça do Trabalho, praxe comum naquela Seara, foram recolhidas contribuições sociais referentes ao período. Aduz,ademais, que a ausência de prova testemunha contraria os princípios do contraditório e da ampla defesa. Dessa forma,requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As contrarrazõesencontram-se nas fls. 136-139.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício

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pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Leinº 8.213/1991.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

4. Após a análise detida dos autos e com supedâneo no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados EspeciaisFederais por força do art. 1º da Lei nº 10.259/2001, tenho que a sentença merece ser mantida por seus própriosfundamentos, dentre os quais releva registrar ipsis litteris:

“A autora pediu a condenação do INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural.O trabalhador rural tem direito à aposentadoria por idade mesmo sem recolher contribuições, desde que complete a idademínima e comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, em número de meses idênticos à carência do referido benefício (art. 143 da Lei nº 8.213/91).

A autora completou 55 anos de idade em 12/11/2008. Requereu aposentadoria em 13/02/2009 (fl. 11). Precisa comprovaratividade rural nos 162 meses anteriores ao requerimento administrativo, ou seja, desde 1995.A comprovação do exercício de atividade rural, porém, depende de início de prova material, sendo expressamente proibidapor lei a prova exclusivamente testemunhal (art. 55, § 3º, Lei nº 8.213/91).A certidão de casamento realizado em 1980 (fls. 15) qualificou a autora como doméstica e o marido como servente. Odocumento não contém nenhum indício de exercício de atividade rural.A declaração de sindicato de trabalhadores rurais (fl. 14) não vale como início de prova material, porque não estáhomologada pelo INSS, conforme exige o art. 106, III, da Lei nº 8.213/91.A ficha de filiação a sindicato de trabalhadores rurais em 2003 não contém nenhuma assinatura (fl. 22). Papel semassinatura não tem valor probatório de documento.A declaração de vizinhos e confrontantes, colhida em 2004, equipara-se à prova testemunhal (fl. 31).Certificados do Incra indicam que o marido da autora seria posseiro de um sítio com cinco hectares desde 2000 (fl. 32).Entretanto, o marido nem trabalha no próprio sítio, visto que trabalha como empregado no sítio de João Batista Coutinho (fl.30 e 12). Não há indício de existência de regime de economia familiar. Ademais, a autora alegou que somente teriacomeçado a trabalhar no próprio sítio em 2004, de forma que os certificados do Incra não servem como início de provamaterial até 2003.Em reclamação trabalhista, a autora afirmou que foi contratada pelo reclamado como trabalhadora rural para fazer limpezade pasto no período de 1986 a 2002 (fl. 39). A sentença trabalhista limitou-se a homologar acordo com obrigação doreclamado em pagar quantia líquida, sem discriminar o período da relação de trabalho e se os serviços supostamenteprestados teriam natureza rural. Aliás, o acordo expressamente negou existência de relação de emprego, tendo a obrigaçãopecuniária sido estipulada a título de indenização (fl. 49). A sentença não serve de indício contemporâneo de exercício deatividade rural, até porque não está embasada em nenhum documento, mas apenas em consenso verbal das partes.Não há documento anterior a 2004 aproveitável como início de prova material. De acordo com a Súmula nº 34 da TurmaNacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, “para fins de comprovação do tempo delabor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”.Sem início de prova material idôneo e contemporâneo de que a atividade rural transcorreu desde tempos remotos, é inútilproduzir prova testemunhal”.

7. Em acréscimo, quadra registrar que o direito de produzir provas não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por sisó, não implica cerceamento de defesa, sobretudo quando a produção da prova testemunhal é prescindível à comprovaçãodo regime de economia familiar, como na hipótese vertente.

8. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em Honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do pedidode assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se asentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

90 - 0002055-25.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002055-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GERONIMO THEML DE MACEDO.) x MARIA CLERICE CALIMAN (ADVOGADO: MARCELO MATEDI

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ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).Processo nº 0002055-25.2011.4.02.5050/01– Juízo de origem: 1ª JEF VitóriaRecorrente : UNIÃORecorrida : MARIA CLERICE CALIMANRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOINICIAL. PUBLICAÇÃO DA MP Nº 441/2008 RECURSO DA UNIÃO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDOPARCIALMENTE- SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Cuida-se de recurso inominado interposto pela União em razão de sentença que julgou procedente o pedido autoral, paracondenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho(GDPST), nos termos em que pagava aos servidores da ativa, antes da regulamentação da referida gratificação, a serapurada entre os pontos que forma efetivamente pagos, no período de 01.03.2008 até que sejam processados osresultados da primeira avaliação de desempenho dos servidores da ativa.

A União sustenta, preliminarmente, a incompetência dos Juizados Especiais Federais, por entender que a partedemandante não se desincumbiu do ônus probatório sobre o valor da causa, o qual deveria vir, ainda que mediantedemonstrativo de cálculo simplificado, anunciado na inicial. E, no mérito, aduz que se trata de gratificação de natureza “prolabore”, ou seja, vantagem condicionada à efetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo quenão é extensível a inativos e pensionistas. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, pronunciando-se aincompetência absoluta do Juizado Especial Federal para apreciar a demanda. Eventualmente, pugna pela improcedênciada pretensão autoral ou modificação do termo inicial para a data de 29.08.2008 data da publicação da Medida Provisória nº.441/2008. As contrarrazões encontram-se nas fls. 52-58.

Pois bem. O valor da causa guarda pertinência direta e objetiva com o pedido formulado pelo autor, devendo expressar,tanto quanto possível, o objeto da ação ou o proveito econômico perseguido. Na seara dos Juizados Especiais Federais etratando-se de matéria de natureza funcional, cujos elementos nem sempre são acessíveis de plano pelo demandante, essaregra deve sofrer o necessário abrandamento, bastando à fixação da competência, caso a caso, a estimativa aproximadado valor da causa, ainda que desacompanhada de memória de cálculo, não superior ao limite estabelecido no caput do art.3º da Lei nº 10.259/2001, convindo ressaltar que o montante efetivamente devido (e se devido) deverá ser apurado porocasião da liquidação da sentença. Argüição de incompetência rejeitada.

Passo à analise do mérito. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foiinstituída pela Medida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criadapara substituir a antiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos eo limite mínimo de 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação dedesempenho individual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação dedesempenho institucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA

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SEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

8) O Supremo Tribunal Federal assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

9) Não obstante, considerando que somente com a publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei n.º10.355/2006, foi estabelecida a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, o termo inicial do direito àextensão aos inativos da GDPST deve ser fixado em 29.08.2009.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Merece parcial reparo, portanto, a sentença recorrida.

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Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela União e a ele dou parcial provimento, tão somente para fixar a data inicialdo benefício em 29.08.2008.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, inciso I, da Lei nº. 9.289/96. Sem condenação em honorários advocatícios ante asucumbência recíproca (CPC, art. 21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele dar parcialprovimento, na forma da ementa, que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

91 - 0001832-72.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001832-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GERONIMO THEML DE MACEDO.) x LEVINO CORIOLANO DE CASTRO AGUIAR (ADVOGADO:LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.) x OS MESMOS.Processo nº 0001832-72.2011.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 2º JEF VitóriaRecorrente : UNIÃO e LEVINO CORIOLANO DE CASTRO AGUIARRecorrido : OS MESMOSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL.RESSALVA EXPRESSAMENTE REGISTRADA NA DECISÃO IMPUGNADA. RECURSO DA PARTE AUTORA NÃOCONHECIDO, EM RAZÃO DA INTEMPESTIVIDADE. RECURSO DA UNIÃO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recursos inominados interpostos pela União e parte autora em razão de sentença que julgou parcialmenteprocedente o pedido, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, daSaúde e do Trabalho (GDPST), respeitada a prescrição qüinqüenal, entre os pontos pagos aos aposentados/pensionistas eos 80 pontos pagos aos servidores ativos entre 29.08.2008 (data da publicação da MP 441/2008) e 22.11.2010 (data dapublicação da Portaria nº 3.627/GM/MS).

Desde logo verifico a ausência de um dos requisitos de admissibilidade do recurso em relação à autora, porquantointempestivo, eis que protocolizado somente em 28.09.2011 (fl. 73), em desatenção ao disposto no art. 83, §2º, da Lei nº9.099/1995, que estabelece, in verbis: quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazopara o recurso”. Assim, em razão da inobservância da suspensão (e não interrupção) do prazo pelos embargos dedeclaração opostos (fls. 54-60), inviável o conhecimento.

Por sua vez, a UNIÃO sustenta, preliminarmente, a incompetência dos Juizados Especiais Federais, por entender que aparte demandante não se desincumbiu do ônus probatório sobre o valor da causa, o qual deveria vir, ainda que mediantedemonstrativo de cálculo simplificado, anunciado na inicial. E, no mérito, aduz que se trata de gratificação de natureza “prolabore”, ou seja, vantagem condicionada à efetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo quenão é extensível a inativos e pensionistas. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-seimprocedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pela manutenção dos termos inicial e final fixados nasentença. As contrarrazões encontram-se nas fls. 62-69.

Pois bem. O valor da causa guarda pertinência direta e objetiva com o pedido formulado pelo autor, devendo expressar,tanto quanto possível, o objeto da ação ou o proveito econômico perseguido. Na seara dos Juizados Especiais Federais etratando-se de matéria de natureza funcional, cujos elementos nem sempre são acessíveis de plano pelo demandante, essaregra deve sofrer o necessário abrandamento, bastando à fixação da competência, caso a caso, a estimativa aproximadado valor da causa, ainda que desacompanhada de memória de cálculo, não superior ao limite estabelecido no caput do art.3º da Lei nº 10.259/2001, convindo ressaltar que o montante efetivamente devido (e se devido) deverá ser apurado porocasião da liquidação da sentença. Argüição de incompetência rejeitada.

Passo à analise do mérito. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foiinstituída pela Medida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criadapara substituir a antiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e

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o limite mínimo de 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação dedesempenho individual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação dedesempenho institucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP 431/2008 e, para os outros, odisposto na Lei 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinadodesempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incompatíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio daisonomia entre a remuneração dos ativos e inativos.(...)

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(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

8) O Supremo Tribunal Federal assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

9) Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuidade elevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelececritérios de concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de suatípica função jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço do recurso interposto pela União e a ele nego provimento. Não conheço do recurso interposto parteautora, nos termos da fundamentação supra.

Sem custas, nos termos da Lei. Condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dez porcento) do valor da condenação (art. 55 da Lei nº 9.099/1995).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso interposto pela União e a elenegar provimento, e não conhecer do recurso interposto pela parte autora, por intempestivo, na forma da ementa que passaa integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

92 - 0002047-48.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002047-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x EVILASIO RODRIGUES PYNEAU (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.) x OS MESMOS.Processo nº 0002047-48.2011.4.02.5050/01 – Juízo de origem: 2º JEFRecorrente : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA e EVILASIO RODRIGUES PYNEAURecorrido : OS MESMOSRelator : Juiz Federal BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS E RENDIMENTOS. GRATIFICAÇÃODE DESEMPENHO DA CARREIRA PREVIDENCIÁRIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO–GDPST. GRATIFICAÇÃO DECARÁTER GERAL. APOSENTADOS E PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO ATÉ EDIÇÃO DE ATOREGULAMENTADOR DOS PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL. TERMOFINAL. DATA DA PUBLICAÇÃO DAS PORTARIAS 1.743 E 1.744. RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO. RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Cuida-se de recursos inominados interpostos pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - e parte autora em razão desentença que julgou parcialmente procedente o pedido, para condenar a Ré ao pagamento da Gratificação de Desempenhoda Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), respeitada a prescrição qüinqüenal, da seguinte forma: adiferença apurada entre os pontos pagos aos aposentados/pensionistas e os 80 pontos pagos aos servidores ativos entre29.08.2008 (data da publicação da MP nº 441/2008) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs 1.743 e 1.744).

A parte autora sustenta, em suas razões recursais, que o termo inicial da condenação deve ser fixado na data de01.03.2008, data da publicação da Lei nº. 11.784/2008 que instituiu a GDPST.

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Por sua vez, a FUNASA sustenta, em síntese, que se trata de gratificação de natureza “pro labore”, ou seja, vantagemcondicionada à efetividade do desempenho das funções dos servidores na unidade, pelo que não é extensível a inativos epensionistas. Invoca, ainda, o princípio da separação dos poderes, de modo que ao Judiciário não é dado concederaumento remuneratório a servidores ativos e inativos. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-seimprocedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, pugna pela fixação do termo final da condenação na data dapublicação do Decreto nº 7.133/2010 (22.03.2010). As contrarrazões encontram-se nas fls. 139-146.

Pois bem. A Gratificação de Desempenho da Carreira Previdenciária, da Saúde e do Trabalho (GDPST), foi instituída pelaMedida Provisória nº 431/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.784/2008. Tal gratificação foi criada para substituir aantiga GDASST, e sua concessão, nos termos da lei, deve observar o limite máximo de 100 (cem) pontos e o limite mínimode 30 (trinta) pontos, sendo que 20 (vinte) pontos eram atribuídos aos resultados obtidos na avaliação de desempenhoindividual e 80 (oitenta) pontos eram conferidos em função dos resultados presentes na avaliação de desempenhoinstitucional.

O art. 5º-B, §6º, da MP nº 431/2008 também contemplou a possibilidade de incorporação da GDPST aos proventos deaposentados e pensionistas. Para as aposentadorias e pensões instituídas até 19.02.2004, a GDPST seria fixada em 40%(quarenta por cento) do valor máximo do respectivo nível, a partir de 01.03.2008. E, na data de 01.01.2009, a porcentagemseria modificada para 50% (cinqüenta por cento). Com relação às aposentadorias e às pensões fundadas após 19.02.2004,aplicar-se-ia, para alguns beneficiários, o percentual constante do inciso I do art. 5º-B da MP nº 431/2008 e, para os outros,o disposto na Lei nº 10.887/2004.

O §5º do art. 5º-B da MP nº 431/2008, ainda, estabelecia que até a efetiva avaliação de desempenho do exercícioprofissional, a GDPST seria paga em valor correspondente a 80 (oitenta) pontos, conforme disposição do art. 20 da Lei nº8.270/1991. Diante disto, fica evidenciado o caráter geral da gratificação, uma vez que esta só assumiria seus contornos depessoalidade a partir da avaliação do exercício laboral. Em outras palavras, a GDPST só seria concedida de formadesigual, com base no desempenho profissional de cada servidor, na hipótese de superveniência de regulamentação doprocedimento de avaliação de desempenho individual e institucional. Até lá, a vantagem seria percebida por todos osservidores ativos, sem distinção, motivo pelo qual também deve ser recebida, nos mesmos percentuais, pelos inativos epensionistas, pois a eles se estende a gratificação de caráter geral.

Nesse sentido, confiram-se os precedentes a seguir reproduzidos:

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHODA CARREIRA DA PREVIDÊNCIA, DA SAÚDE E DO TRABALHO – GDPST. EXTENSÃO AOS INATIVOS:POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INCABÍVEL. AGRAVO AO QUAL SE NEGASEGUIMENTO.Relatório (...)5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A Turma Recursal assentou que a gratificação de desempenho foi concedida em caráter genérico, aplicando-se,portanto, à espécie, o mesmo entendimento firmado quanto à Gratificação de Desempenho de AtividadeTécnico-Administrativa - GDATA e à Gratificação de Desempenho da Atividade da Seguridade Social e do Trabalho -GDASST, segundo o qual a gratificação deve ser estendida aos servidores inativos. Essa decisão está em harmonia com aorientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se os seguintes julgados: “Embora de natureza prolabore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação denatureza genérica, extensível aos servidores inativos. III - Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV- Recurso extraordinário desprovido” (RE 572.052, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe 17.4.2009). “1. Questãode ordem. Repercussão Geral. Recurso Extraordinário. 2. GDATA e GDASST. 3. Servidores inativos. Critérios de cálculo.Aplicação aos servidores inativos dos critérios estabelecidos aos ativos, de acordo com a sucessão de leis de regência. 4.Jurisprudência pacificada na Corte. 5. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar ajurisprudência do tribunal, desprover o recurso, autorizar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários eagravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema e autorizar as instâncias de origem à adoção dos procedimentosdo art. 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil” (RE 597.154-RG-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 29.5.2009 – grifosnossos). Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, doRegimento Interno do Supremo Tribunal Federal).(AI 805342, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 02/08/2010, publicado em DJe-152 DIVULG 17/08/2010 PUBLIC18/08/2010)

AGRAVO INTERNO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDASST E GDPST EXTENSÃO A INATIVOS:PONTUAÇÃO VARIÁVEL CONFORME A SUCESSÃO DE LEIS REGENTES DA VANTAGEM. HONORÁRIOSADVOCATICIOS.I. A controvérsia restringe-se a possibilidade de extensão da GDASST e da GDPST aos servidores inativos e pensionistas,nos mesmos moldes dos servidores da ativa, em observância ao parágrafo oitavo do artigo 40 da Constituição daRepública, que assegura o reajuste dos proventos e das pensões sempre que for revista a remuneração dos servidoresativos.40Constituição.II. Especificamente no tocante à GDATA, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário476279, em 19/04/2007, veio a destacar que pode ser conferida à referida gratificação, vantagem pecuniária propterlaborem, um duplo caráter: pro labore faciendo, de modo eminente, em razão de a pontuação variar conforme determinado

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desempenho individual no exercício de cargo público efetivo e, também, ex facto officii, de modo excepcional, em razão dea pontuação ser firmada pela simples ocupação daquele.III. Esse mesmo entendimento deverá ser adotado para a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social edo Trabalho - GDASST, instituída pela Lei nº 10.483/2002.10.483.IV. Deve ser ressalvado, entretanto, que as gratificações em tela somente deverão ser pagas aos servidores inativos epensionistas em seu valor mínimo até que sejam instituídos os critérios para a aferição da avaliação de desempenhoindividual e institucional, uma vez que implementada tal disciplina, o direito a paridade não poderá abranger as gratificaçõespor desempenho, incom

patíveis com a inatividade, não havendo, portanto, que se falar em violação ao princípio da isonomia entre a remuneraçãodos ativos e inativos.(...)(TRF 2º Região - 2008.51.02.004748-1, Relator: Desembargador Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 28/04/2010,SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::12/05/2010 - Página::273/274)

A Suprema Corte assentou que as gratificações de desempenho, como a GDPST, possuem duplo caráter: (1)predominantemente pro labore faciendo, em razão da variação da pontuação conforme desempenho individual einstitucional e (2) ocasionalmente ex facto officii, em razão de a pontuação ser atribuída, em certas situações, emdecorrência da simples ocupação do cargo. A caracterização da natureza pro labore faciendo da gratificação somente temlugar com a edição de norma regulamentadora que viabilize as avaliações de desempenho, sem as quais a gratificaçãoadquire um caráter de generalidade, que determina a sua extensão aos servidores inativos.

Importante registrar que somente com a publicação da MP nº 441/2008 em 29.08.2008, foi incluído o §11 na Lei nº10.355/2006, que estabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos, pelo que não há de sermodificado o marco inicial da condenação.

No que tange ao termo final, quadra reafirmar que o direito à extensão aos inativos é cabível até a data da publicação dosatos que estabelecem os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e institucional, vezque o resultado da primeira avaliação individual e institucional geraria efeitos financeiros a partir da referida data, nos

�termos do § 10 do artigo 5º-B da Lei nº 11.355/2006, com redação dada pela Lei nº 11.907/2009 . Sabe-se que os critérios eprocedimentos específicos de desempenho individual e institucional para os servidores da FUNASA foram estabelecidosatravés das Portarias nºs 1.743 e 1.744, publicadas em 15.12.2010 (parágrafos 8º e 10º do artigo 5º-B), momento em que agratificação perdeu a generalidade que garantia o direito à equiparação dos servidores ativos e inativos.

Por tudo isso, conclui-se que a GDPST deverá ser estendida a aposentados e pensionistas que a ela fazem jus, no períodocompreendido entre 29.08.2008 (data de publicação da MP nº 441/2008, que incluiu o §11 na Lei nº 10.355/2006 eestabeleceu a concessão genérica da pontuação aos servidores ativos) e 15.12.2010 (data da publicação das Portarias nºs1.743 e 1.744, que fixaram os critérios específicos de avaliação), no valor equivalente a 80 (oitenta) pontos.

Finalmente, afasta-se a alegação de violação ao princípio da independência dos poderes, eis que a hipótese não cuida deelevação de remuneração de servidor (ativo ou inativo). Trata-se, isto sim, de interpretação de lei que estabelece critériosde concessão de vantagem remuneratória, ponderação perfeitamente atribuível ao Judiciário, no exercício de sua típicafunção jurisdicional.

Para mais, não há falar em violação ao art. 5º, inciso II, da Constituição da República, bem como àqueles ventilados norecurso, porquanto o conteúdo substancial do princípio da legalidade não predica a mera coincidência da condutaadministrativa à lei, mas reclama adesão ao espírito dela, à finalidade que a anima.

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Pelo exposto, conheço de ambos os recursos e a eles nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Condenação da FUNASA ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dezpor cento) do valor da condenação (art. 55 da Lei nº 9.099/1995).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer de ambos os recursos e a eles negarprovimento, na forma da ementa que passa a integrar o julgado.

Boaventura João AndradeJuiz Federal Relator

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FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

93 - 0001284-47.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001284-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE ANTONIO BORGESALVARENGA (ADVOGADO: LEONARDO DALVI ALVARENGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO, BRUNO MIRANDA COSTA.) x OS MESMOS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001284-47.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001284-7/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AVERBAÇÃO – INÍCIO DE PROVA DOCUMENTAL CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL– POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DO TEMPO DE SERVIÇO – RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recursos inominados, interpostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social e pelo autor JOSÉ ANTONIOBORGES ALVARENGA, em face da sentença, proferida em audiência, de fls. 87/90, que julgou parcialmente procedentesos pedidos iniciais, averbando como tempo de serviço os períodos de 04/05/1976 a 31/12/1976 e de 01/01/1978 a29/09/1978. Alega o INSS, em suas razões recursais, que não há comprovação da existência de vínculo empregatício nosperíodos reconhecidos. A parte autora, em suas razões recursais, pugna pelo reconhecimento de todo o tempo postulado,qual seja, de 02/02/1976 a 31/12/1976 e de 03/01/1977 a 29/09/1978.O autor alega que prestou serviços para o jornal “Gazeta do Vale” de 02/02/1976 a 31/12/1976; e, para o jornal “O Globo”,de 03/01/1977 a 29/09/1978. Como início de prova material, carreou aos autos uma folha do jornal “Gazeta do Vale”, de04/06/1976 (fls. 06/07), em que consta o autor como novo membro do jornal. Quanto ao trabalho exercido para o jornal “OGlobo”, consta em fl. 05 uma carteirinha emitida pelo jornal com o nome do autor e o departamento em que este trabalhava,com validade para o ano de 1978.Em suas razões recursais, o INSS alega que não houve prova material para a averbação do tempo de serviço reconhecidopela sentença. Ocorre que há sim início de provas materiais nos autos, quais sejam, a folha do jornal “Gazeta do Vale” e acarteirinha emitida pelo jornal “O Globo”.Não merece prosperar o recurso do autor. A folha de jornal é datada de 04/05/1976 (em audiência, ficou esclarecido,através da apresentação do original do jornal, que a data correta da edição é 04/05/1976) e, assim, o início de provamaterial só poderá ser considerado a partir dessa data, não podendo retroagir a 02/02/1976, conforme pedido inicialmente.Não há prova material de que o autor tenha trabalhado para o jornal “O Globo” no ano de 1977, pois o único documentocomprobatório refere-se ao ano de 1978.O início de prova material, obtido nos documentos carreados aos autos, foi corroborado pela prova testemunhal. Primeiro,foi colhido depoimento pessoal do autor, que explicou como foi contratado pelos jornais na condição de jornalista amador. Aprimeira testemunha disse: que foi colega de colégio do autor desde 1975 até 1977; que o autor trabalhou nos jornais“Gazeta do Vale”, primeiramente, e depois no jornal “O Globo”, aproximadamente entre os períodos de 1976/1977, fazendoreportagens pela região de Bom Jesus do Itabapoana-RJ. A segunda testemunha afirmou: que conhece o autor do jornal,pois já trabalhou com o irmão dele; e que presenciou o autor ligando para o jornal “O Globo” passando notícias. A terceiratestemunha afirmou: que conhece o autor há uns 40 anos; que o autor trabalhou no jornal “Gazeta do Vale” em 1976; que oautor trabalhou no jornal “O Globo” em 1977/1978; que lia as reportagens do autor.Assim, como a prova testemunhal corroborou a prova material nos períodos reconhecidos na sentença, mantenho, in totum,a decisão guerreada.Recursos conhecidos e improvidos. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS, na forma da ementa constante dos autos eque passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

94 - 0001553-88.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001553-6/01) LAZARO ERNESTO DESTEFANI (ADVOGADO: MARIA DE

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FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBI MARCHESI FREIRE.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou extinto o processo comresolução do mérito, nos termos do art. 269, inciso IV do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 10/10/1996 (fl. 42) e a presente ação foi ajuizada apenas em 09/09/2008(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para confirmar integralmente a sentença que reconheceua prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

95 - 0001373-72.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001373-4/01) LUIZ ANTONIO SADER (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBI MARCHESI FREIRE.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou extinto o processo comresolução do mérito, nos termos do art. 269, inciso IV do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito

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econômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 09/07/1997 (fl. 41) e a presente ação foi ajuizada apenas em 19/08/2008(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para confirmar integralmente a sentença que reconheceua prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

96 - 0002251-94.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002251-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBIMARCHESI FREIRE.) x MARIA JOSE DA SILVA FONCESA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou procedente a ação,declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao

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art. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/03/2002 (fl. 19) e a presente ação foi ajuizada apenas em 21/11/2008(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

97 - 0000735-30.2008.4.02.5054/02 (2008.50.54.000735-9/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DEBARROS.) x SANDRA ROSA ALBANO BALARINI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou procedente a ação,declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.

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RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/01/2001 (fl. 74) e a presente ação foi ajuizada apenas em 15/12/2008(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

98 - 0000148-71.2009.4.02.5054/02 (2009.50.54.000148-9/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x EDMAR PRETTI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou procedente a ação,declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 07/12/1993 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada apenas em 19/02/2009(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.

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A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

99 - 0000114-96.2009.4.02.5054/02 (2009.50.54.000114-3/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x SERGIO PAULO LUPPI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou procedente a ação,declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 03/01/2002 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada apenas em 10/02/2009(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

100 - 0000744-89.2008.4.02.5054/02 (2008.50.54.000744-0/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DEBARROS.) x ADEMIR FANTTI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI

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COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou procedente a ação,declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 25/10/2000 (fl. 65) e a presente ação foi ajuizada apenas em 15/12/2008(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

101 - 0000057-78.2009.4.02.5054/02 (2009.50.54.000057-6/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARGARETH ALVES DEOLIVEIRA.) x ISALMIR FERREIRA MOREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 81/90, que julgou procedenteo pedido, para declarar a inexigibilidade de imposto de renda incidente sobre o valor de complementação de aposentadoriaprivada e para condenar a União federal a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, incompetênciaabsoluta dos Juizados Especiais, nulidade da sentença, inépcia da inicial e prescrição. No mérito, pugna pelaimprocedência do pedido ou, subsidiariamente, pela mudança na apuração do indébito.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia e a nulidade declaradapelo recorrido.

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Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 76/77) e aposentadoria em 05/10/2006 (fl. 75).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 05/10/2006 (fl. 75). A presente ação foi ajuizada em 27/01/2009 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, mantendo a sentença prolatada peloJuízo a quo que reconheceu a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limitedo que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de1996 e condenou a União Federal à restituição/compensação do respectivo indébito.Ressalte-se que eventual restituição administrativa de imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser dasdeclarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônus de apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 % do valor dacondenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

102 - 0001667-27.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001667-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBIMARCHESI FREIRE.) x EDSON DE OLIVEIRA MARTINS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 48/54, que julgou procedenteo pedido, para declarar a inexigibilidade de imposto de renda incidente sobre o valor de complementação de aposentadoriaprivada e para condenar a União federal a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, nulidade da sentençae prescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido.

Page 133: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 44/45) e aposentadoria em 01/12/2005 (fl. 18).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/12/2005 (fl. 18). A presente ação foi ajuizada em 19/09/2008 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, mantendo a sentença prolatada peloJuízo a quo que reconheceu a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limitedo que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de1996 e condenou a União Federal à restituição/compensação do respectivo indébito.Ressalte-se que eventual restituição administrativa de imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser dasdeclarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônus de apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 % do valor dacondenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

103 - 0001651-73.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001651-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: PAULA ABRANCHESARAÚJO SILVA.) x LUCIANO CALIMAN (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 50/56, que julgou procedenteo pedido, para declarar a inexigibilidade de imposto de renda incidente sobre o valor de complementação de aposentadoria

Page 134: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

privada e para condenar a União Federal a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, nulidade da sentençae prescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 44) e aposentadoria em 01/10/2007 (fl. 17).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/10/2007 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 19/09/2008 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, mantendo a sentença prolatada peloJuízo a quo que reconheceu a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limitedo que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de1996; e condenou a União Federal à restituição/compensação do respectivo indébito.Ressalte-se que eventual restituição administrativa de imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser dasdeclarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônus de apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 % do valor dacondenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

104 - 0000907-44.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000907-3/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: PAULA ABRANCHESARAÚJO SILVA.) x ED BAPTISTA SOARES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Page 135: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 50/56, que julgou procedenteo pedido, para declarar a inexigibilidade de imposto de renda incidente sobre o valor de complementação de aposentadoriaprivada e para condenar a União federal a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, nulidade da sentençae prescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 27/28) e aposentadoria em 09/07/2005 (fl. 20).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 09/07/2005 (fl. 20). A presente ação foi ajuizada em 28/04/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, mantendo a sentença prolatada peloJuízo a quo que reconheceu a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limitedo que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de1996 e condenou a União Federal à restituição/compensação do respectivo indébito.Ressalte-se que eventual restituição administrativa de imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser dasdeclarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônus de apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 % do valor dacondenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

105 - 0001813-68.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001813-6/01) UNIÃO FEDERAL (PFN) (PROCDOR: PAULAABRANCHES ARAÚJO SILVA.) x JOSÉ PEDRO ZOVICO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

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TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 48/54, que julgou procedenteo pedido, para declarar a inexigibilidade de imposto de renda incidente sobre o valor de complementação de aposentadoriaprivada e para condenar a União federal a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, nulidade da sentençae prescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 42/43) e aposentadoria em 12/07/2005 (fl. 17).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 12/07/2005 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 08/10/2008 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, mantendo a sentença prolatada peloJuízo a quo que reconheceu a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limitedo que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de1996; e condenou a União Federal à restituição/compensação do respectivo indébito.Ressalte-se que eventual restituição administrativa de imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser dasdeclarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônus de apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 % do valor dacondenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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106 - 0000591-31.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000591-2/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBIMARCHESI FREIRE.) x MARILIA FERNANDES DUTRA AGUILAR (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 51/57, que julgou procedenteo pedido, para declarar a inexigibilidade de imposto de renda incidente sobre o valor de complementação de aposentadoriaprivada e para condenar a União federal a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade noperíodo de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, nulidade da sentençae prescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 48/49) e aposentadoria em 15/05/2007 (fl. 47).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 15/05/2007 (fl. 47). A presente ação foi ajuizada em 13/03/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, mantendo a sentença prolatada peloJuízo a quo que reconheceu a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limitedo que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de1996 e condenou a União Federal à restituição/compensação do respectivo indébito.Ressalte-se que eventual restituição administrativa de imposto poderá ser computada. Se a União não dispuser dasdeclarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônus de apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Custas ex lege. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 % do valor dacondenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

107 - 0000595-68.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000595-0/01) MARIA DE FATIMA BARBOSA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JOSIANI GOBBI MARCHESI FREIRE.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou extinto o processo comresolução do mérito, nos termos do art. 269, inciso IV do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/08/1998 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada apenas em 13/03/2009(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para confirmar integralmente a sentença que reconheceua prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

108 - 0005937-97.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.005937-3/02) ANGELA MARIA BISSOLI SALEME (ADVOGADO: MARIADE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto ANGELA MARIA BISSOLI SALEME, em face da sentença de fls. 43/45, quejulgou extinto o feito sem julgamento do mérito, vez que a causa não seria enquadrada no conceito de menor complexidade.O autor impetrou mandado de segurança, obtendo o direito de recorrer da sentença extinta (fls. 28/29). Em seu recursoinominado, o recorrente aduz que os Juizados Especiais são competentes para apreciar a causa, requerendo a reforma da

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sentença a quo, a fim de julgar procedente o seu pedido de condenação da União federal a restituir os valores contribuídoscomo imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A União, em suas contrarrazões, alegou,preliminarmente, inépcia dos pedidos, incompetência absoluta dos Juizados Especiais, prescrição. No mérito, pugna pelaimprocedência do pedido.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37/38) e aposentadoria em 02/02/2004 (fl. 39).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/02/2004 (fl. 39). A presente ação foi ajuizada em 30/09/2008 (fl. 03).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,

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um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

109 - 0003594-31.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.003594-0/02) EDSON SALEME (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto por EDSON SALEME, em face da sentença de fls. 73/75, que julgou extinto ofeito sem julgamento do mérito, vez que a causa não seria enquadrada no conceito de menor complexidade. O autorimpetrou mandado de segurança, obtendo o direito de recorrer da sentença extinta (fls. 86/87). Em seu recurso inominado,o recorrente aduz que os Juizados Especiais são competentes para apreciar a causa, requerendo a reforma da sentença aquo, a fim de julgar procedente o seu pedido de condenação da União federal a restituir os valores contribuídos comoimposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A União, em suas contrarrazões, alegou,preliminarmente, inépcia dos pedidos, incompetência absoluta dos Juizados Especiais e prescrição. No mérito, pugna pelaimprocedência do pedido ou, subsidiariamente, pela mudança da apuração do indébito.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 37/38) e aposentadoria em 05/04/2005 (fl. 39).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo Tribunal

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Federal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 05/04/2005 (fl. 39). A presente ação foi ajuizada em 20/06/2008 (fl. 04).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamento

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da ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

110 - 0005703-18.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005703-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x MARIA DAS GRACAS CASTRO SALAZAR (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou procedente a ação,declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementação deaposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. A UniãoFederal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seus limites.Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedidoimprocedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 03/09/1996 (fl. 21) e a presente ação foi ajuizada apenas em 18/09/2008(fl. 03), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

111 - 0000747-44.2008.4.02.5054/02 (2008.50.54.000747-5/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x EMERSON ALBUQUERQUE CANUTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA

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DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença que julgou parcialmente procedente aação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ou suplementaçãode aposentadoria, e condenando a recorrente a restituir os valores de imposto de renda indevidamente descontados. AUnião Federal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo por ter sido a lide decidida fora dos seuslimites. Além disso, alega a ocorrência de prescrição. Em caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar opedido improcedente. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/01/1997 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada apenas em 15/12/2008(fl. 02), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

112 - 0009018-07.2008.4.02.5001/01 (2008.50.01.009018-1/01) JOSE BENTO PEREZ VAQUEIRO (ADVOGADO: MARIADE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto por JOSE BENTO PEREZ VAQUEIRO, em face da sentença de fls. 42/46, quejulgou improcedente o pedido inicial. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, condenando orecorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.A União, em suas contrarrazões, pugna pela manutenção da sentença.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº

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101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 87/106) e aposentadoria em 13/05/2006 (fl. 19).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 13/05/2006 (fl. 19). A presente ação foi ajuizada em 31/07/2008 (fl. 04).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.

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Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parteautora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ouentre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR A UNIÃO FEDERAL àrestituição/compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruçõesque se seguem.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

113 - 0006141-44.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006141-0/01) ROBSON CRISTO DO ROSARIO (ADVOGADO: IVANLINS STEIN, SIMONE CRISTINA TOMÁS PIMENTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE LABORAL – LAUDOMÉDICO PERICIAL FAVORÁVEL – INCAPACIDADE POSTERIOR AO REINGRESSO AO RGPS – CONCESSÃO deAUXÍLIO-DOENÇA – SENTENÇA REFORMADA– RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

114 - 0001193-25.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001193-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x NEUZA ADAUTO DA SILVA (ADVOGADO: JANETE MARCIA DIAS, MARIA DEFATIMA MONTEIRO.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – SENTENÇA TRABALHISTA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO – INÍCIODE PROVA DOCUMENTAL CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL – QUALIDADE DE SEGURADOCOMPROVADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face da sentença de fls.97/100, que julgou procedente o pedido de concessão de pensão por morte à autora. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que o de cujus já teria perdido a qualidade de segurado na data do óbito e que a sentença trabalhistahomologatória de acordo não poderia ser usada como prova, não havendo outros documentos contemporâneos aos fatosalegados que pudessem corroborar com a prova testemunhal. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.2. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado àPrevidência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº. 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casosprevistos pelo parágrafo 4º do art. 16 dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve ser efetivamentecomprovada.3. In casu, a dependência econômica é presumida, por se tratar de cônjuge do falecido, conforme restou comprovado pelosdocumentos carreados aos autos. A controvérsia cinge-se, portanto, quanto à comprovação da qualidade de segurado dofalecido à época do óbito.4. Observa-se que o de cujus faleceu em 11/11/2005 (fl. 15). A autora, então, compareceu ao INSS, em 17/10/2006 (fl. 27),para requerer o benefício de pensão por morte. O benefício, porém, foi indeferido sob a justificativa de que a últimacontribuição realizada pelo falecido ocorreu em 01/03/1988 (fl. 30).5. Inconformada, a recorrida ajuizou a presente ação, a fim de ter reconhecido o exercício da função laboral do de cujuspara a empresa Unika Intermediária de Negócios LTDA, no período de 05/05/2005 a 11/11/2005, objetivando demonstrar amanutenção da qualidade de segurado de seu cônjuge antes do óbito. Como prova do alegado, a autora carreou aos autoscópia de homologação de acordo na Justiça do Trabalho, referente ao processo nº 0618.2006.004.17.00-6, em que houve o

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reconhecimento do trabalho prestado, declarando a existência do vínculo empregatício do de cujus para a empresa (fl. 56).6. A sentença trabalhista homologatória de acordo será admitida como início de prova material, apta a comprovar o tempode serviço, quando fundada em elementos que evidenciem o labor exercido na função e o período alegado pelo trabalhadorna ação previdenciária. Nesse sentido é o entendimento da TNU, conforme se depreende da súmula nº 31: “A anotação naCTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários.”7. Foi realizada audiência a fim de que o início de prova material fosse corroborado por prova testemunhal. Na audiência, foicolhido, primeiramente, depoimento pessoal da autora. Ela afirmou que seu falecido cônjuge trabalhou como cobrador nafirma Unika, localizada em Cariacica, tendo como sócio o Sr. Danilo. A testemunha ouvida foi o Sr. Danilo, que disse serex-sócio da empresa Unika Intermediária de Negócios, localizada em Campo Grande/Cariacica. Ele afirmou, ainda: quevendeu sua parte na empresa para o outro sócio, Nilson Aldrigues de Amorim; que a empresa em questão faziaempréstimos para outras empresas, além de ser uma cobradora de dívidas; que o de cujus trabalhou para a empresa comocobrador, comparecendo todos os dias ao trabalho, recebendo um salário mínimo mais uma comissão pelos serviçosrealizados; que não havia nada escrito a respeito do emprego do falecido na empresa.8. A responsabilidade relativa à anotação na CTPS e às devidas contribuições previdenciárias é do empregador. Oempregado não pode ser prejudicado pelo fato de seu empregador não assinar sua carteira de trabalho, isto porque, emdecorrência das dificuldades de inserção no mercado de trabalho, o trabalhador acaba se sujeitando às condições impostaspelo seu superior. Como o INSS é quem tem o dever de fiscalizar a regularidade das contribuições do empregador, caberiaa ele demonstrar que o falecido não exerceu atividade laborativa na empresa, o que não foi feito.9. Com efeito, restou demonstrado nos autos que o de cujus trabalhou para a empresa Unika Intermediária de NegóciosLTDA, no período de 05/05/2005 a 11/11/2005 e, deste modo, manteve sua qualidade de segurado na data do óbito. Arecorrida tem direito, portanto, ao recebimento do benefício de pensão por morte.10. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.11. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valorda condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

115 - 0000064-13.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000064-5/01) ILMAR ADEODATO (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃO COLEGIADA – JUROS DE MORA NOSTERMOS DA LEI Nº 11.960/2009 – INCIDÊNCIA CORRETAMENTE DETERMINADA NO ACÓRDÃO – INEXISTÊNCIA DEOMISSÃO – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 94/97, que deu parcial provimento aorecurso inominado interposto pela parte autora e restabeleceu o benefício de auxílio-doença. Alega o embargante quehouve omissão na decisão colegiada quanto à regulação legal dos juros de mora no período anterior à alteração do art. 1º-Fda Lei nº 9.494/97 pela Lei nº 11.960/2009. Aduz que, apesar de não haver apresentado tal tema no recurso inominado, amatéria é de ordem pública e deve ser reconhecida, de ofício, pelo juiz.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.O acórdão de fls. 94/97 está perfeitamente adequado à nova redação da Lei nº 9.494/97. Segue transcrito o item que tratada aplicação dos juros moratórios:

CONDENO o recorrido a pagar ao recorrente o valor das prestações vencidas, respeitada a prescrição quinquenal,devidamente corrigidas e acrescidas de correção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas, com baseno Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal – CJF (Cap. 4, item 4.3.1), e juros de morade 1% até 29/06/2009 e, após, nos termos da Lei nº 11.960/2009 (citação em 08/08/2008).

A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, após a alteração incluída pela Medida Provisória nº 2.180-32/2001, era aseguinte:

Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas aservidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (Incluído pela Medidaprovisória nº 2.180-35, de 2001).

A citada Medida Provisória alterou, tão-somente, o percentual dos juros de mora em pagamentos devidos a servidores e

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empregados públicos, não o estendendo aos benefícios previdenciários do RGPS. A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97foi alterada novamente pela Lei nº 11.960/2009, em 29/06/2009, e apenas então, foram incluídas todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza, conforme se observa:

Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960, de 2009).

Pretende a autarquia previdenciária a incidência, em todo o período da condenação, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança e não apenas a partir das alterações trazidas pela Lei nº 11.960/2009.Para tanto, colaciona julgados, do ano de 2005, que afastam a aplicação do art. 406 do Código Civil, em razão daespecialidade da regra do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 que, especificamente, regula a incidência dos juros de mora nascondenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias, aí incluídos os benefíciosprevidenciários. Os precedentes indicados pelo embargante em sua peça recursal resolvem questões que envolvemservidores públicos e não apresentam correlação lógica com concessão de benefício previdenciário pelo RGPS.Dessa forma, verifica-se que não há qualquer omissão no acórdão proferido por esta Turma, conforme alega a autarquiaprevidenciária em sua peça recursal.Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

116 - 0007564-39.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007564-0/01) EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS- ECT (ADVOGADO: VINÍCIUS RIETH DE MORAES, FRANCISCO MALTA FILHO.) x FRANCIENY VALADARES FAE(ADVOGADO: ROBERTO CARLOS GONCALVES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RESPONSABILIDADE CIVIL – SERVIÇO POSTAL – ALTERAÇÃO DO QUANTUMINDENIZATÓRIO FIXADO NA SENTENÇA – CONDENAÇÃO INDEVIDA EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – ÂMBITODOS JUIZADOS ESPECIAIS – ART. 55 DA LEI Nº 9.099/95 –EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos por FRANCIENY VALADARES FAÉ, em face do acórdão de fls. 110/112,que deu parcial provimento ao recurso inominado interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT,reduzindo o quantum indenizatório, no que se refere aos danos morais, para R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Alega aembargante que não houve sucumbência recíproca e que, portanto, são devidos os honorários advocatícios. Ademais,rediscute o valor fixado como indenização por danos morais e sua alteração de R$ 15.300,00 (quinze mil e trezentos reais)para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), assim como o valor da indenização por danos materiais, sob o argumento de ausênciade fundamentação.2. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535do CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações da embargante, verifica-se que esta não aponta a existência de nenhumdos requisitos permissivos dos embargos declaratórios, mas tão-somente, inconformismo com a decisão colegiada.3. Nos Juizados, os honorários sucumbenciais são fixados de forma diversa, tendo função predominantementesancionatória, de modo a coibir, no primeiro grau, a litigância de má-fé (apenas), e, no segundo grau, inibir recursosmeramente protelatórios. Conforme o art. 55, caput da Lei nº 9.099/95, o recorrente, vencido, pagará as custas e oshonorários de advogado. Apenas o recorrente vencido. Se o recorrente lograr-se vencedor ou parcialmente vencedor, semdemonstrar intuito protelatório com seu recurso, não será condenado em honorários advocatícios. Além disso, não há quese falar que apenas parte mínima do pedido recursal foi provida, conforme alega a embargante.4. Os demais argumentos da peça recursal não merecem prosperar. A alteração do quantum indenizatório (tanto materialquanto moral) foi devidamente fundamentada no acórdão embargado.5. Não restou, assim, caracterizada nenhuma das hipóteses legais previstas para interposição de embargos declaratórios,descabendo a utilização de dito recurso para modificação do julgado. Na verdade, busca a embargante rediscutir, na viados embargos de declaração, a matéria já apreciada em sede de recurso inominado. O que se tem na hipótese é o uso dosembargos declaratórios com fins meramente protelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível quejustifique sua utilização.6. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstradatão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

117 - 0000634-62.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000634-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x MARIA APARECIDA SOUZA DE ALMEIDA(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃO COLEGIADA – JUROS DE MORA NOSTERMOS DA LEI Nº 11.960/2009 – INCIDÊNCIA CORRETAMENTE DETERMINADA NA SENTENÇA, TÍTULOEXECUTIVO A SER EXECUTADO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 93/95, que negou provimento aorecurso inominado por ele interposto. Alega o embargante que houve omissão na decisão colegiada quanto à regulaçãolegal dos juros de mora no período anterior à alteração do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 pela Lei nº 11.960/2009. Aduz que,apesar de não haver apresentado tal tema no recurso inominado, a matéria é de ordem pública e deve ser reconhecida, deofício, pelo juiz.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.O acórdão de fls. 93/95 manteve in totum a sentença de fls. 62/69, cuja redação foi clara quanto à incidência dos juros demora, estando perfeitamente adequada à nova redação da Lei nº 9.494/97.A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, após a alteração incluída pela Medida Provisória nº 2.180-32/2001, era aseguinte:

Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas aservidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (Incluído pela Medidaprovisória nº 2.180-35, de 2001).

A citada Medida Provisória alterou, tão-somente, o percentual dos juros de mora em pagamentos devidos a servidores eempregados públicos, não o estendendo aos benefícios previdenciários do RGPS. A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97foi alterada novamente pela Lei nº 11.960/2009, em 29/06/2009, e apenas então, foram incluídas todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza, conforme se observa:

Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960, de 2009).

Pretende a autarquia previdenciária a incidência, em todo o período da condenação, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança e não apenas a partir das alterações trazidas pela Lei nº 11.960/2009.Para tanto, colaciona julgados, do ano de 2005, que afastam a aplicação do art. 406 do Código Civil, em razão daespecialidade da regra do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 que, especificamente, regula a incidência dos juros de mora nascondenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias, aí incluídos os benefíciosprevidenciários. Os precedentes indicados pelo embargante em sua peça recursal resolvem questões que envolvemservidores públicos e não apresentam correlação lógica com concessão de benefício previdenciário pelo RGPS.Dessa forma, verifica-se que não há qualquer omissão no acórdão proferido por esta Turma, conforme alega a autarquiaprevidenciária em sua peça recursal.Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

118 - 0001308-46.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001308-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JOSÉ JUVENCIO (ADVOGADO: ELIETE BONIBITTENCOURT.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃO COLEGIADA – JUROS DE MORA NOS

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TERMOS DA LEI Nº 11.960/2009 – INCIDÊNCIA CORRETAMENTE DETERMINADA NA SENTENÇA, TÍTULOEXECUTIVO A SER EXECUTADO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 97/98, que negou provimento aorecurso inominado por ele interposto. Alega o embargante que houve omissão na decisão colegiada quanto à regulaçãolegal dos juros de mora no período anterior à alteração do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 pela Lei nº 11.960/2009. Aduz que,apesar de não haver apresentado tal tema no recurso inominado, a matéria é de ordem pública e deve ser reconhecida, deofício, pelo juiz.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.O acórdão de fls. 97/98 manteve in totum a sentença de fls. 75/81, cuja redação foi clara quanto à incidência dos juros demora, estando perfeitamente adequada à nova redação da Lei nº 9.494/97.A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, após a alteração incluída pela Medida Provisória nº 2.180-32/2001, era aseguinte:

Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas aservidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (Incluído pela Medidaprovisória nº 2.180-35, de 2001).

A citada Medida Provisória alterou, tão-somente, o percentual dos juros de mora em pagamentos devidos a servidores eempregados públicos, não o estendendo aos benefícios previdenciários do RGPS. A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97foi alterada novamente pela Lei nº 11.960/2009, em 29/06/2009, e apenas então, foram incluídas todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza, conforme se observa:

Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960, de 2009).

Pretende a autarquia previdenciária a incidência, em todo o período da condenação, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança e não apenas a partir das alterações trazidas pela Lei nº 11.960/2009.Para tanto, colaciona julgados, do ano de 2005, que afastam a aplicação do art. 406 do Código Civil, em razão daespecialidade da regra do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 que, especificamente, regula a incidência dos juros de mora nascondenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias, aí incluídos os benefíciosprevidenciários. Os precedentes indicados pelo embargante em sua peça recursal resolvem questões que envolvemservidores públicos e não apresentam correlação lógica com concessão de benefício previdenciário pelo RGPS.Dessa forma, verifica-se que não há qualquer omissão no acórdão proferido por esta Turma, conforme alega a autarquiaprevidenciária em sua peça recursal.Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

119 - 0000116-69.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000116-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ZULMIRA LUIZA MORESCHE FABRI (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃOCOLEGIADA – JUROS DE MORA NOS TERMOS DA LEI Nº 11.960/2009 APENAS APÓS 30/06/2009 – EMBARGOSCONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração em embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 141/142,complementado pelo acórdão de fls. 149/150, que negou provimento ao recurso inominado por ele interposto. Alega oembargante que houve omissão na decisão colegiada quanto à regulação legal dos juros de mora no período anterior àalteração do art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997 pela Lei nº 11.960/2009, assim como no período posterior. Aduz que, apesar denão haver apresentado tal tema no recurso inominado, a matéria é de ordem pública e deve ser reconhecida, de ofício, pelojuiz.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 do

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CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, após a alteração incluída pela Medida Provisória nº 2.180-32/2001, era aseguinte:

Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas aservidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (Incluído pela Medidaprovisória nº 2.180-35, de 2001).

A citada Medida Provisória alterou, tão-somente, o percentual dos juros de mora em pagamentos devidos a servidores eempregados públicos, não o estendendo aos benefícios previdenciários do RGPS. A redação do art. 1º-F da Lei nº9.494/1997 foi alterada novamente pela Lei nº 11.960/2009, em 29/06/2009, e apenas então, foram incluídas todas ascondenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza, conforme se observa:

Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960, de 2009).

Pretende a autarquia previdenciária a incidência, em todo o período da condenação, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança e não apenas a partir das alterações trazidas pela Lei nº 11.960/2009.Para tanto, colaciona julgados, do ano de 2005, que afastam a aplicação do art. 406 do Código Civil, em razão daespecialidade da regra do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 que, especificamente, regula a incidência dos juros de mora nascondenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias, aí incluídos os benefíciosprevidenciários. Os precedentes indicados pelo embargante em sua peça recursal resolvem questões que envolvemservidores públicos e não apresentam correlação lógica com concessão de benefício previdenciário pelo RGPS.Subsidiariamente, o embargante alega omissão no que tange à sistemática da correção monetária e dos juros de moraapós a alteração realizada pela Lei nº 11.960/2009 no art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997.Verifico que a citação do réu aperfeiçoou-se antes de 30/06/2009 (16/04/2009 - fl. 65), data da entrada em vigor da Lei nº11.960/2009. Como a citada lei tem aplicação imediata sobre os processos pendentes (Precedente: STF - RE 559.445 –Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009), a partir desta data deve ser aplicada a nova redação do artigo 1º-F da Lei 9.494/97.Assim, as prestações vencidas, respeitada a prescrição quinquenal, deverão ser devidamente corrigidas e acrescidas decorreção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas, com base na tabela de precatórios, e juros de morade 1% ao mês a contar da citação até 30/06/2009 e, a partir de então, nos termos da Lei nº 11.960/2009 .Embargos de declaração conhecidos e parcialmente providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

120 - 0000752-38.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000752-8/01) MARIA JOSE DA SILVA PINHEIRO (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃO COLEGIADA – JUROS DE MORA NOSTERMOS DA LEI Nº 11.960/2009 – INCIDÊNCIA CORRETAMENTE DETERMINADA NO ACÓRDÃO – INEXISTÊNCIA DEOMISSÃO – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 119/123, que deu provimento aorecurso inominado interposto pela parte autora e concedeu o benefício de aposentadoria por idade rural. Alega oembargante que houve omissão na decisão colegiada quanto à regulação legal dos juros de mora no período anterior àalteração do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 pela Lei nº 11.960/2009. Aduz que, apesar de não haver apresentado tal tema norecurso inominado, a matéria é de ordem pública e deve ser reconhecida, de ofício, pelo juiz.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.

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O acórdão de fls. 119/123 está perfeitamente adequado à nova redação da Lei nº 9.494/97. Segue transcrito o item quetrata da aplicação dos juros moratórios:

CONDENO o recorrido a pagar à recorrente o valor das prestações vencidas, respeitada a prescrição quinquenal,devidamente corrigidas e acrescidas de correção monetária, com base no Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos na Justiça Federal (cap. 4, item 4.3.1) desde o momento em que deveriam ter sido pagas, e juros de mora nostermos da Lei nº 11.960/2009 (citação em 30/03/2010).

A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, após a alteração incluída pela Medida Provisória nº 2.180-32/2001, era aseguinte:

Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas aservidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (Incluído pela Medidaprovisória nº 2.180-35, de 2001).

A citada Medida Provisória alterou, tão-somente, o percentual dos juros de mora em pagamentos devidos a servidores eempregados públicos, não o estendendo aos benefícios previdenciários do RGPS. A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97foi alterada novamente pela Lei nº 11.960/2009, em 29/06/2009, e apenas então, foram incluídas todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza, conforme se observa:

Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960, de 2009).

Pretende a autarquia previdenciária a incidência, em todo o período da condenação, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança e não apenas a partir das alterações trazidas pela Lei nº 11.960/2009.Para tanto, colaciona julgados, do ano de 2005, que afastam a aplicação do art. 406 do Código Civil, em razão daespecialidade da regra do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 que, especificamente, regula a incidência dos juros de mora nascondenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias, aí incluídos os benefíciosprevidenciários. Os precedentes indicados pelo embargante em sua peça recursal resolvem questões que envolvemservidores públicos e não apresentam correlação lógica com concessão de benefício previdenciário pelo RGPS.Dessa forma, verifica-se que não há qualquer omissão no acórdão proferido por esta Turma, conforme alega a autarquiaprevidenciária em sua peça recursal.Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

121 - 0009297-74.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009297-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SIMONE CORREA DALLA(ADVOGADO: RICARDO CORREA DALLA, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, IZAEL DE MELLOREZENDE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0009297-74.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009297-9/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA –IMPOSSIBILIDADE – RECORRENTE NÃO FOI VENCIDO – ART. 55, CAPUT, SEGUNDA PARTE, LEI Nº 9.099/95 –JUIZADOS ESPECIAIS –EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, por intermédio do qualaduz a embargante que houve contradição quanto a não condenação do recorrido em honorários de sucumbência.

2. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535do CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações da embargante, verifica-se que esta aponta a existência de contradição nadecisão proferida por esta Turma.

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3. O acórdão embargado deu provimento ao recurso interposto pela parte autora, reformando a sentença prolatada peloJuízo a quo.

4. No âmbito dos Juizados Especiais, só há condenação em honorários advocatícios quando o recorrente é vencido (art. 55,caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95). O fundamento da norma, consubstanciada no art. 55 da Lei nº 9.099/95, pareceser o fato de que os honorários, nos Juizados, têm função predominantemente sancionatória, de modo a coibir, no primeirograu, a litigância de má-fé, e, no segundo grau, inibir recursos meramente protelatórios.

5. Assim, não assiste razão à embargante, visto que foi vencedora em seu recurso inominado, sendo indevida acondenação do INSS em honorários sucumbenciais.

6. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.

7. Petição de fls. 909/911: Uma vez que a autora é portadora de necessidades especiais e, ainda considerando queeventual recurso do INSS não será dotado de efeito suspensivo, ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA para determinar aoINSS que, no prazo de 30 (trinta) dias, implante o benefício de aposentadoria por invalidez, que terá como DIB 16/11/2011,data da sessão de julgamento do recurso inominado, conforme determinado na fl. 898.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

122 - 0000849-44.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000849-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO AUGUSTOZORZAL (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIAPITTOL DE CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000849-44.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000849-7/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA –COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS –AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 –RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de embargos de declaração, opostos pela União Federal, em face do acórdão que deu provimento ao recursoinominado interposto pela parte autora, reconhecendo a não-incidência do imposto de renda sobre os benefícios deprevidência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parte autora e condenou a ré à restituição dorespectivo indébito.Alega a União Federal que houve omissão na decisão proferida por esta Turma, visto que não abordou o argumento deque, do valor pleiteado pelo autor, devem ser deduzidas as verbas restituídas por ocasião do ajuste anual da Declaração deImposto de Renda Pessoa Física. Sustenta a embargante que a omissão em relação à apreciação deste pedido importaráem enriquecimento sem causa do autor. Requer, assim, que conste determinação expressa de dedução das verbasrecebidas a título de restituição por ocasião do ajuste anual na DIRPF. Aduz, ainda, que a oposição dos presentesembargos tem por escopo pugnar pela adequação do acórdão à orientação emanada do STF, a respeito do prazoprescricional aplicável na repetição de tributo sujeito a lançamento por homologação.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações da embargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão eobscuridade na decisão proferida por esta Turma.Com razão a União Federal. O entendimento firmado no julgamento do acórdão de fls. 71/73 computou o prazoprescricional da seguinte forma:

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“O prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, relativamente às contribuições efetuadas entre01/01/89 e 31/12/95 ou entre 01/01/89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, deve ser contadoda seguinte forma: para quem se aposentou a partir de 09/06/2005 (vigência da Lei Complementar 118/2005), o prazo parase pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data da aposentadoria; quem se aposentou antes de 09/06/2005, deveobedecer ao regime previsto no sistema anterior (10 anos), limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar davigência da novel lei complementar.”Todavia, no julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora aMinistra Ellen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébitotributário ajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.Desta forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 05/10/1999 (fl. 15) e a presente ação foi ajuizada apenas em 22/01/2009(fl. 17), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.Sabe-se que o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal éinexigível (CPC, § 1º do art. 475-L), sendo prudente, por irradiação do direito fundamental a um processo sem dilaçõesindevidas, adequar o acórdão aos parâmetros fixados pela Corte Superior.A objeção de que somente na fase executiva do processo caberia a presente discussão cai por terra quando confrontadacom as exigências do processo civil moderno, em que se requer uma tutela efetiva com o menor gravame para as partes. Daí a pertinência dos princípios da economia e celeridade, que orientam os Juizados Especiais (art. 2º, da lei 9.099/95).Ainda que este julgador tenha entendimento de que é devida a compensação dos valores pagos administrativamente, restaprejudicado o efeito, pelo reconhecimento da prescrição.Embargos conhecidos e providos. Acórdão reformado para extinguir o processo com resolução do mérito, nos termos doart. 269, IV do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CPC, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

123 - 0005963-61.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005963-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x RITA DAS GRAÇAS MARQUES RAMOS(ADVOGADO: JOSE EDUARDO COELHO DIAS.) x CECÍLIA RODRIGUES DOS SANTOS (ADVOGADO: ROGÉRIONUNES ROMANO, PATRICIA NUNES ROMANO, JEANINE NUNES ROMANO, IGOR STEFANOM MELGAÇO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

RECURSO DE SENTENÇA N.º 0005963-61.2009.4.02.5050/01RECORRENTES: INTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS E RITA DAS GRAÇAS MARQUES RAMOSRECORRIDA: CECÍLIA RODRIGUES DOS SANTOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSOS INOMINADOS – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – COMPROVAÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL –PROVA DOCUMENTAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL – CONFIGURAÇÃO DOS REQUISITOS DAUNIÃO ESTÁVEL – AUSÊNCIA DE CONCUBINATO – FALECIDO SEPARADO DE FATO DA SEGUNDA RECORRENTE –RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS – SENTENÇA MANTIDA (ART. 46 DA LEI 9.099/95)

Cuida-se de recursos inominados interpostos pelo INSS, ora primeiro recorrente, e pela co-ré Rita das Graças MarquesRamos, ora segunda recorrente, em face de sentença de fls. 441/445, que julgou parcialmente procedente o pleito inicialpara conceder à autora pensão por morte com DIB em 17/09/2009, mediante desdobramento da pensão por morteconcedida à requerida Rita das Graças Marques Ramos. Em razões de recurso (fls. 449/453), o INSS sustenta que oselementos dos autos convergiriam no sentido de que a sociedade conjugal do de cujus com a Sra. Rita das GraçasMarques Ramos não havia ainda sido desfeita por ocasião do óbito, de modo que a relação mantida com a recorrida nãopoderia configurar união estável, mas concubinato. Alega, ainda, que a relação entre o falecido e a Sra. Rita não era demero cuidado ou atenção, mas sim de cunho afetivo. Pugna, assim, pela provimento do recurso para que sentença deorigem seja reformada, julgando-se improcedente o pedido da autora. A segunda recorrente, por sua vez, em suas razõesrecursais (fls. 460/474), requer, preliminarmente, a suspensão imediata da tutela antecipada concedida. No mérito, também

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aduz que era casada com o de cujus, motivo pelo qual sua suposta relação com a recorrida jamais poderia ser consideradaunião estável. Tal fato estaria comprovado pelos documentos juntados à contestação, os quais comprovariam o convívio, aassistência, a confiança, a cumplicidade e a intimidade contínua e ininterrupta entre eles até o momento da morte. Assim,ante a ausência dos requisitos para a configuração da união estável entre o extinto e a recorrida, pleiteia a reforma dasentença. Contrarrazões às fls. 481/491.

A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei 9.099/95).

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91, bastando, para tanto, que o instituidor da pensão esteja filiadoà Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito.

O artigo 16 da Lei 8.213/91 estabelece o rol de indivíduos que podem figurar como dependentes do segurado daprevidência social, no qual estão incluídos(as) os(as) companheiros(as), caso comprovem a existência de união estávelcom o instituidor do benefício (inciso I conjugado com os parágrafos 3º e 4º, todos do supracitado artigo).

A existência de União Estável deve ser verificada de acordo com o que conceitua o art. 1.723 do Código Civil, segundo oqual se entende por união estável “a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecidacom o objetivo de constituir família”. Em análise do caderno processual, verifico que os documentos colacionados aos autosdão indícios da existência de união afetiva entre a recorrida e o instituidor do benefício (fls. 30/40). Em complementação, aprova testemunhal colhida em audiência atestou a convivência familiar entre a recorrida e o falecido, instituída, pelo menos,cinco anos antes da data do óbito.

As testemunhas da autora foram uníssonas em afirmar que, nos últimos anos, o de cujus residiu no endereço Rua Brasília,Recanto da Sereia, Guarapari-ES, em companhia da recorrida, sendo que ela o acompanhava às consultas médicas einternações hospitalares. A testemunha Dirceu Santos Júnior afirmou, ainda, que toda a vizinhança tinha conhecimento deque Carlos e Cecília moravam juntos, sendo que desconhecia o fato do falecido ainda ser casado com a segundarecorrente. Já a testemunha João Luiz Cassaro Conceição acrescentou que, habitualmente, a recorrida fazia compras emsuas mercearias para o sustento da casa do extinto, sendo ele quem pagava as contas. Assim, a meu ver, restaramcomprovados os requisitos para o reconhecimento do vínculo de união estável, quais sejam, a convivência duradoura,pública, contínua e com objetivo de constituir família.

De outra parte, entendo que o relacionamento entre falecido e recorrida não caracteriza concubinato. Isso porque as provasdos autos, apesar de demonstrarem que a segunda recorrida prestava cuidados ao ex-marido devido a seus problemas desaúde, indicam que eles se encontravam separados de fato, não havendo que se falar em permanência do vínculo afetivo.Tanto é assim que muitos dos deveres conjugais, tais como o de fidelidade, não eram mais mantidos, Soma-se a isso o fatode as testemunhas da autora afirmarem que o de cujus apenas levava uma pensão esporádica para a Sra. Rita. Friso,ainda, que as próprias testemunhas de co-ré não sabem se manifestar precisamente sobre este ponto. As duas primeiras,médicas, que possuíam apenas contato profissional com as partes, somente afirmar que a Sra. Rita acompanhava o Sr.Carlos às consultas e internações, sendo que ambas também confirmaram que, no fim da vida, a Sra. Cecília tambémpassou a acompanhar o falecido. A testemunha Danielle Boni Sessino, inclusive, manifesta-se no sentido de saber que aSra. Rita era ex-esposa do Sr. Carlos. A terceira testemunha, por sua vez, nada sobre informar sobre a manutenção daconvivência conjugal da segunda requerente com o de cujus, afirmando ter conhecimento, porém, que eles residiam emmoradias distintas.

Portanto, ante a caracterização da relação de união estável entre o de cujus e a Sra. Cecília, ora recorrida, e, por outro lado,os indícios de separação de fato entre ele e a ex-mulher, inocorrendo, pois, concubinato, e considerando a presunção dadependência econômica em favor de companheiro(a) – art. 16, §4º, da Lei 8.213/91 –, não se vislumbram restrições àconcessão do benefício de pensão por morte, razão pela qual a sentença recorrida deve manter-se inalterada.

Cabe destacar que, ainda que as provas documentais fossem consideradas inidôneas, o próprio STJ já se posicionou nosentido de aceitar prova exclusivamente testemunhal para fins de comprovação de união estável. Precedente REsp783.697/GO.

Recursos conhecidos e improvidos. Sentença mantida (art. 46 da Lei n.º 9.099/95).

Condenação do primeiro recorrente (INSS) ao pagamento de honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez por cento)sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº 9.099/95, estando isento das custas processuais, nos termosdo art. 4º, I, da Lei 9.289/96

Condenação da segunda recorrente ao pagamento das custas processuais, bem como de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95. Contudo, ante obenefício da assistência judiciária que ora defiro, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art.12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOS e, no mérito,NEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

124 - 0001158-60.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001158-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARLINDO MATTOS JÚNIOR(ADVOGADO: WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001158-60.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001158-6/01)

E M E N T A

AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO ORIGINÁRIO COM FULCRO NO ART. 543,§ 1º DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – DESAPOSENTAÇÃO – RE 661.256 – DECISÃO QUE NÃO SE ENQUADRANO ART. 4º DA LEI Nº 10.259/2001 – AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL NO ÂMBITO DOS JUIZADOS ESPECIAISFEDERAIS – RECURSO NÃO CONHECIDO

1. Trata-se de agravo de instrumento com efeito suspensivo, interposto por ARLINDO MATTOS JÚNIOR, em face dedecisão interlocutória proferida pelo Juízo a quo, que determinou a suspensão do processo originário, na forma do art.543-B, § 1º do Código de Processo Civil, tendo em vista que o objeto da ação é de repercussão geral reconhecida noRecurso Extraordinário 661.256. Alega o agravante que a decisão é equivocada haja vista que a questão dadesaposentação tem sido decidida por outros juízos.2. Inicialmente, defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.3. No âmbito dos Juizados Especiais Federais, só se admite recurso de sentença, com exceção do recurso de medida deurgência previsto no art. 4º da Lei nº 10.259/2001 e regulamentado pela Resolução nº 01, de 15 de fevereiro de 2007, doTribunal Regional Federal da 2ª Região, o que não é o caso da decisão impugnada.4. As decisões cabíveis de recurso no âmbito dos Juizados Federais são aquelas concessivas ou denegatórias de medidade urgência, de antecipação de tutela ou cautelares. Percebe-se que a intenção do legislador foi restringir o número derecursos, a fim de conferir agilidade aos processos com rito sumaríssimo.5. Ampliar o entendimento de medida denegatória de antecipação de tutela como pretende o agravante ao argumentar que“nota-se que a jurisprudência dominante sobre o assunto em tela (...) tem decidido de forma favorável até mesmo por meiode decisão de antecipação de tutela (...)”, ofende os critérios basilares dos Juizados Especiais.4. Assim, por absoluta ausência de previsão legal (princípio da taxatividade), inadmito o agravo de instrumento.5. Recurso não conhecido. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixadosem R$ 50,00 (cinquenta reais), com observância à regra do art. 12, da Lei nº 1.060/50.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NÃO CONHECER o recurso, nos termos da ementa que integra este julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

125 - 0001426-22.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001426-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: DÉBORA GOULART OURIQUE.) x SOLANGE LOPES MATEUS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001426-22.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001426-6/01)

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E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 142/147, que julgouprocedente o pedido, para condenar a recorrente a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidadeno período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, inépcia da inicial eprescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido ou, subsidiariamente, pela mudança na apuração do indébito. Aparte autora apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade suscitada nas razõesrecursais.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 31/123) e aposentadoria em 05/03/2008 (fl. 30).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 05/03/2008 (fl. 30). A presente ação foi ajuizada em 26/02/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal.O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item anterior, recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Após a realização do referido cálculo, havendo saldo (relativo ao crédito da parte autora), o mesmo procedimento será

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realizado nos exercícios seguintes, até o exaurimento do crédito, sendo que o saldo (de crédito) e o montante recebido atítulo de complementação de aposentadoria dos anos-base subsequentes deverão ser novamente atualizados pelos índicesda Tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do novo acerto (anual).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”

Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldopode ser efetuada diretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até oesgotamento do saldo a ser deduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A União Federal deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declaraçõesanuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nasdeclarações anuais a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa, considerando osrecolhimentos comprovados nos autos.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

126 - 0001141-29.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001141-1/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) SEBASTIAO LEOGILDO(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARGARETH ALVES DEOLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001141-29.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001141-1/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto por SEBASTIÃO LEOGILDO, em face da sentença de fls. 54/56, que julgouextinto o processo sem julgamento do mérito, por entender que a matéria é complexa. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A União, em suas contrarrazões, pugna pela manutenção dasentença.O tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº 101.969/ES, DJE12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual necessidade de perícia nãoexclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito econômico não exceda sessentasalários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados

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Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 18/19) e aposentadoria em 02/06/2007 (fl. 17).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 02/06/2007 (fl. 17). A presente ação foi ajuizada em 02/02/2009 (fl. 20).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, reformando a sentença e reconhecendo a competência dosJuizados Especiais Federais para julgar a causa. Declaro a não-incidência do imposto de renda sobre os benefícios de

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previdência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENO A UNIÃO FEDERAL à restituição/compensação do respectivoindébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruções que se seguem.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

127 - 0002072-32.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.002072-2/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA NEUZA ANTUNESFERRARI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002072-32.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.002072-2/02)

E M E N T A

TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA –REPETIÇÃO DE INDÉBITO – BIS INIDEM – INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA DEOFÍCIO.

1- Trata-se de recurso inominado, interposto por MARIA NEUZA ANTUNES FERRARI, em face da sentença de fls. 41/43,que julgou extinto o processo sem julgamento do mérito, por entender que a matéria é complexa. O recorrente requer quese dê provimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de rendaem duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A União, em suas contrarrazões, pugna pela manutenção dasentença.

2- Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competêncianº 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.

3- No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora aMinistra Ellen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébitotributário ajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do SupremoTribunal Federal:“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello e

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Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros MarcoAurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”4- O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.5- A data de início da aposentadoria do beneficiário é 09/03/1995 (fl. 25). A presente ação foi ajuizada em 18/03/2009 (fl.01). Assim, está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.6- Recurso conhecido e improvido. Sentença reformada, de ofício, para reconhecer a prescrição, extinguindo o processonos termos do art. 269, IV do Código de Processo Civil.7- Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

128 - 0000863-28.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000863-1/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) DEJAIR RODRIGUESBATISTA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARGARETH ALVESDE OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000863-28.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000863-1/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto por DEJAIR RODRIGUES BATISTA, em face da sentença (fls. 128/130,complementada pela fl. 140) que, entendendo pela complexidade da causa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. Orecorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos comoimposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela UniãoFederal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Em petição de fl. 193, a procuradora do autor requer a desistência do recurso. Porém, não tem poderes para desistir,conforme pode ser verificado na procuração inserta aos autos à fl. 14. Os poderes especiais, como a desistência, devemestar expressos na procuração e não podem ser deduzidos.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros

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Celso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Desta forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 24/09/1997 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada apenas em 28/01/2009(fl. 33), apresentando um intervalo de tempo superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Condenação da recorrente vencida em honorários advocatícios, que ora arbitro em R$ 200,00 (duzentosreais).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

129 - 0001113-61.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001113-7/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DA PENHAPETRONETTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUSVINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001113-61.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001113-7/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os

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Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 31/10/1995 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada apenas em 02/02/2009(fl. 18), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

130 - 0002078-39.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.002078-3/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) FRANCISCO CARLOSTORRES FERREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JulianaAlmenara Andaku.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002078-39.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.002078-3/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Em petição de fl. 113, a procuradora da parte autora requer a desistência do recurso. Porém, não tem poderes para desistir,conforme pode ser verificado na procuração inserta aos autos à fl. 14. Os poderes especiais, como a desistência, devemestar expressos na procuração e não podem ser deduzidos.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria

Page 163: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

aplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 17/04/1995 (fl. 27) e a presente ação foi ajuizada apenas em 18/03/2009(fl. 01), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

131 - 0003629-54.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003629-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE FATIMAMENDES FONSECA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUSVINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003629-54.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003629-8/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou extinto o processo comresolução do mérito, nos termos do art. 269, inciso IV do Código de Processo Civil. O recorrente requer que se dêprovimento ao recurso inominado, condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda emduplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os

Page 164: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 07/07/2003 (fl. 27) e a presente ação foi ajuizada apenas em 06/05/2009(fl. 01), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para confirmar integralmente a sentença que reconheceua prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

132 - 0001115-31.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001115-0/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) VERA LUCIA BOLONHA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001115-31.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001115-0/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Não foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

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Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 04/08/2000 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada apenas em 02/02/2009(fl. 18), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

133 - 0000861-58.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000861-8/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARINETE SIMOESGRAZZIOTTI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Juliana AlmenaraAndaku.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000861-58.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000861-8/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre a

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data da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 03/02/1998 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada apenas em 22/01/2009(fl. 01), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

134 - 0000811-32.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000811-4/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOAO CARLOS RIBEIROVARGAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000811-32.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000811-4/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 01/10/2000 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada apenas em 21/01/2009

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(fl. 01), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido em honorários advocatícios, que ora arbitro em R$ 200,00 (duzentosreais).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

135 - 0001103-17.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001103-4/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE ROBERTO ALVES(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Kleison Ferreira.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001103-17.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001103-4/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Não foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 17/07/2001 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada apenas em 02/02/2009(fl. 01), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Page 168: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

136 - 0003539-46.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.003539-7/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) NAPOLEAO DE OLIVEIRAGODOI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA, Allan Titonelli Nunes.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003539-46.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.003539-7/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 30/03/2004 (fl. 24) e a presente ação foi ajuizada apenas em 12/05/2009(fl. 01), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.

Page 169: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

Custas ex lege. Condenação da recorrente vencida em honorários advocatícios, que ora arbitro em R$ 200,00 (duzentosreais).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

137 - 0004585-70.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.004585-8/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUSTO FRANCISCOTAVARES DIAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Juliana AlmenaraAndaku.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004585-70.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.004585-8/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto por JUSTO FRANCISCO TAVARES DIAS, em face da sentença de fls. 44/46,que julgou extinto o processo sem julgamento do mérito, por entender que a matéria é complexa. O recorrente requer quese dê provimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto de rendaem duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. A União, em suas contrarrazões, pugna pela manutenção dasentença.O tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº 101.969/ES, DJE12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual necessidade de perícia nãoexclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito econômico não exceda sessentasalários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 18) e aposentadoria em 18/10/2004 (fl. 18).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

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O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 18/10/2004 (fl. 18). A presente ação foi ajuizada em 22/06/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença, reconhecendo a competência dosJuizados Especiais Federais para julgar a causa e declarando a não incidência do imposto de renda sobre os benefícios deprevidência privada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENO A UNIÃO FEDERAL à restituição/compensação do respectivoindébito, de acordo com a sistemática estabelecida nesta ementa e as instruções que se seguem.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

138 - 0007349-29.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007349-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: MARGARETH ALVES DE OLIVEIRA.) x JOSE LUIZ DO DIVINO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0007349-29.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007349-0/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela UNIÃO FEDERAL, em face da sentença de fls. 74/79, que julgou procedenteo pedido, para condenar a recorrente a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no períodode 01/01/1989 a 31/12/1995. Em suas razões recursais, a recorrente alega, preliminarmente, incompetência dos JuizadosEspeciais, nulidade da sentença, inépcia da inicial e prescrição. No mérito, pugna pela improcedência do pedido ou,subsidiariamente, pela mudança na apuração do indébito. A parte autora apresentou contrarrazões, pugnando pelamanutenção da sentença.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a nulidade e a inépcia suscitadanas razões recursais.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 32) e aposentadoria em 01/08/2006 (fl. 32).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 01/08/2006 (fl. 32). A presente ação foi ajuizada em 18/12/2009 (fl. 01).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal.O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item anterior, recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo a

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fixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Após a realização do referido cálculo, havendo saldo (relativo ao crédito da parte autora), o mesmo procedimento serárealizado nos exercícios seguintes, até o exaurimento do crédito, sendo que o saldo (de crédito) e o montante recebido atítulo de complementação de aposentadoria dos anos-base subsequentes deverão ser novamente atualizados pelos índicesda Tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do novo acerto (anual).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldopode ser efetuada diretamente nas prestações mensais do benefício. Assim, o beneficiário não pagará IR até oesgotamento do saldo a ser deduzido ou o que tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A União Federal deverá ser intimada a efetuar, no prazo de 60 (sessenta dias), a revisão administrativa das declaraçõesanuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido nasdeclarações anuais a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa, considerando osrecolhimentos comprovados nos autos.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na formado art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

139 - 0003686-72.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.003686-9/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUIZ UMBERTO ZANON(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRADE OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003686-72.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.003686-9/02)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que, entendendo pela complexidade dacausa, extinguiu o feito sem resolução do mérito. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado,condenando a União a restituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a31/12/1995. Foram apresentadas contrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventual

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necessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 06/04/2004 (fl. 35) e a presente ação foi ajuizada apenas em 27/05/2009(fl. 23), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

140 - 0000832-08.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000832-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARLY PEDRO DA SILVA(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000832-08.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000832-1/01)

E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recursos inominados, interpostos pela parte autora e pela União Federal, em face da sentença que julgouparcialmente procedente os pedidos veiculados na inicial. A União Federal alega, em suas razões recursais, a nulidade dasentença e a ocorrência da prescrição. Já a parte autora alega que a lide foi decidida fora dos limites objetivos. Foramapresentadas contrarrazões pela parte autora e pela União.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.

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No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Dessa forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata da aposentadoria da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data de início da aposentadoria do beneficiário é 20/11/1995 (fl. 278) e a presente ação foi ajuizada apenas em23/01/2009 (fl. 18), apresentando um interregno superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso da União Federal e a ele dou provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COMRESOLUÇÃO DE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição. Recursoda parte autora conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, visto que o autor recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL E DAR PROVIMENTO, ECONHECER DO RECURSO DA PARTE AUTORA E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dosautos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

141 - 0000096-82.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000096-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZILDA DELAZARO ARAÚJO(ADVOGADO: MARÍLIA SCHMITZ, RAUL ANTONIO SCHMITZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000096-82.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000096-5/01)

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O INSS alega que, em consultaao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhum requerimento administrativo derevisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimento administrativo dificulta o direitode defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.

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O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

142 - 0001455-38.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001455-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE GARCIAS FILHO(ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001455-38.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001455-4/01)

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o préviorequerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma dasentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

143 - 0004704-60.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004704-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LOURIVAL SOARES FILHO(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, RAUL DIAS BORTOLINI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x OS MESMOS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004704-60.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004704-7/01)

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – ART. 29, II DA LEI Nº 8.213/91 – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DEAGIR – ART. 29, § 5º DA LEI Nº 8.213/91 – ENTENDIMENTO FIRMADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NORECURSO EXTRAORDINÁRIO 583.834 – RECURSO DO INSS CONHECIDO E PROVIDO – RECURSO DO AUTORCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.1. Trata-se de recursos inominados, interpostos pela parte autora e pelo INSS, em face da sentença de fls. 49/53, quejulgou extinto o processo sem apreciação do mérito, nos termos do art. 267, VI do Código de Processo Civil, no que tange àaplicação do disposto no art. 29, II da Lei nº 8.213/91, e procedente o pedido de aplicação do disposto no art. 29, § 5º da Leinº 8.213/91.2. Alega o recorrente, LOURIVAL SOARES FILHO, em suas razões recursais, que o prévio requerimento administrativo nãoé requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, a reforma da sentença. Em sua peça inicial, a parteautora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicando o art. 29, II, da Lei nº8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. O Memorando-Circular Conjunto nº21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº 25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquiaprevidenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as nãoprecedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo – PBC, foram considerados 100% (cempor cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta porcento) maiores salários-de-contribuição.3. O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Dessa forma,não há interesse de agir quanto ao pedido de aplicação do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, motivo pelo qual a sentença nãodeve ser reformada nessa parte.4. Passo a analisar o recurso do INSS quanto à condenação em revisar o benefício nos moldes do art. 29, § 5º da Lei nº8.213/91.5. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito de revisão da renda mensal inicial de aposentadoria porinvalidez mediante contagem do tempo de gozo de auxílio-doença (não-intercalado com períodos de atividade) comosalário-de-contribuição.6. O entendimento adotado pelo Juízo a quo contrariou superveniente decisão do Supremo Tribunal Federal. Em sessãoplenária, realizada em 21/09/2011, aquela Corte decidiu, em recurso submetido à sistemática da repercussão geral, que oart. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/91 apenas é aplicável nos casos em que o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculode futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada com períodos de atividade normal, de maneira que o seguradonão esteja no gozo de auxílio-doença no interregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez.7. Em consonância com essa exegese, o art. 55, II, da Lei nº 8.213/91 considera o tempo de gozo de auxílio-doença comotempo de serviço apenas quando intercalado. Por conseguinte, o tempo de gozo do auxílio-doença que antecede aconversão em aposentadoria por invalidez, não podendo ser aproveitado como tempo de serviço, também não gerasalários-de-contribuição que possam ser considerados para novo cálculo de salário-de-benefício da aposentadoria porinvalidez. Eis a ementa do julgado:

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.”(RE 583.834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012, divulgado em 13/02/2012).

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8. Diante do exposto, a sentença deve ser reformada apenas no que tange à revisão do benefício com base no art. 29, § 5ºda Lei nº 8.213/91, a fim de se julgar improcedente tal pedido, nos termos do art. 543-B, § 3º do Código de Processo Civil.9. Recurso do INSS conhecido e provido. Recurso do autor conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita para a parte autora. Sem condenação emhonorários advocatícios para o INSS, visto que somente devidos quando o recorrente é vencido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer dos recursos e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS ENEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar opresente julgado.

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Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

144 - 0000971-80.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000971-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CLAUDINEIA AMORIM DAPENHA OTAVIANO E OUTRO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000971-80.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000971-4/01)

V O T OTrata-se de recurso de agravo, interposto por CLAUDINEIA AMORIM DA PENHA OTAVISMO contra decisão do Juízo aquo, que negou seguimento a recurso inominado apresentado em face de sentença que extinguiu o processo semresolução do mérito. Em suas razões recursais, o recorrente afirma que tal decisão violou dispositivo constitucional quegarante o amplo acesso à justiça e ao duplo grau de jurisdição.Aduz o agravante que o recurso inominado é o recurso legalmente cabível e adequado para impugnar a decisão queextingue o feito sem julgamento de mérito e não poderia ser obstado pela decisão ora agravada.Requer, assim, a suspensão da decisão agravada, a fim de que seja recebido o recurso inominado com seu posteriorconhecimento pela Turma Recursal.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão, entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.Assim, quanto à possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentenças terminativas (art. 267 do Códigode Processo Civil), entendo ser perfeitamente cabível o seu recebimento pelos Juizados.Paralelamente a tal questão, encontra-se a ampla divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito da medida cabível emface de decisões que não recebem o recurso inominado: o recurso de agravo (de instrumento ou interno?) ou a ação demandado de segurança.Esta Turma Recursal vem acolhendo o mandado de segurança como sucedâneo recursal na hipótese analisada, comopode ser observado nos seguintes precedentes: 0005846-07.2008.4.02.5050/01, 0001167-27.2009.4.02.5050/01, 0006507-49.2009.4.02.5050/01. Porém, verifico que o autor optou pela interposição do agravo interno em face da decisãoque não recebeu seu recurso inominado.O autor foi intimado da decisão impugnada em 20/01/2012 (certidão de fl. 33). Protocolizou a petição de agravo interno em27/01/2012, portanto, no 5º (quinto) dia após a publicação. Utilizou o presente recurso com base no Enunciado nº 30 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro, que dispõe: O exame da admissibilidade do recurso pelo Juizado Especial Federal éprovisório, não obstando sua apreciação pela Turma Recursal se a parte interessada o requerer, mediante simples petiçãonos autos, no prazo previsto em lei para os embargos de declaração. *Aprovado na Sessão Conjunta realizada em31/10/2003, e publicado no DOERJ de 07/11/2003, pág. 16, Parte III.Ante a ausência de previsão legal de recurso em face de decisões em sede de Juizados Especiais Federais (com exceçãodo recurso interposto com base nos arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259/2001 – medida de urgência), entendo ser perfeitamentecabível a utilização do Enunciado nº 30 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, que oportuniza o prazo de 05 (cinco) diaspara impugnação da decisão que não recebeu o recurso inominado. Tal medida é muito mais célere que admitir o mandadode segurança, ação autônoma com prazo mais dilatado (120 dias).Sendo assim, recebo o presente agravo e, consequentemente, o recurso inominado interposto em face da sentença de fls.17/18.O autor objetiva seja o INSS condenado a revisar o seu benefício previdenciário nos termos do art. 29, II da Lei nº 8.213/91.A questão já foi reiteradamente discutida nesta Turma Recursal que entende ser indispensável o prévio requerimento

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administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Posto isso, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.É como voto.E M E N T AAGRAVO – EXAME DA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – ACOLHIMENTO DO ENUNCIADO Nº 30 DAS TURMAS RECURSAIS DO RIO DE JANEIRO –REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULARCONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO –RECURSO INOMINADO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDAA C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso de agravo e do recurso inominado e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

145 - 0000970-95.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000970-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) PEDRO PAULO CASTILIONIDE OLIVEIRA ALMEIDA E OUTRO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000970-95.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000970-2/01)

V O T OTrata-se de recurso de agravo, interposto por PEDRO PAULO CASTILIONI DE OLIVEIRA ALMEIDA contra decisão doJuízo a quo, que negou seguimento a recurso inominado apresentado em face de sentença que extinguiu o processo semresolução do mérito. Em suas razões recursais, o recorrente afirma que tal decisão violou dispositivo constitucional quegarante o amplo acesso à justiça e ao duplo grau de jurisdição.Aduz o agravante que o recurso inominado é o recurso legalmente cabível e adequado para impugnar a decisão queextingue o feito sem julgamento de mérito e não poderia ser obstado pela decisão ora agravada.Requer, assim, a suspensão da decisão agravada, a fim de que seja recebido o recurso inominado com seu posteriorconhecimento pela Turma Recursal.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão, entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.Assim, quanto à possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentenças terminativas (art. 267 do Códigode Processo Civil), entendo ser perfeitamente cabível o seu recebimento pelos Juizados.Paralelamente a tal questão, encontra-se a ampla divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito da medida cabível emface de decisões que não recebem o recurso inominado: o recurso de agravo (de instrumento ou interno?) ou a ação demandado de segurança.Esta Turma Recursal vem acolhendo o mandado de segurança como sucedâneo recursal na hipótese analisada, comopode ser observado nos seguintes precedentes: 0005846-07.2008.4.02.5050/01, 0001167-27.2009.4.02.5050/01, 0006507-49.2009.4.02.5050/01. Porém, verifico que o autor optou pela interposição do agravo interno em face da decisãoque não recebeu seu recurso inominado.O autor foi intimado da decisão impugnada em 20/01/2012 (certidão de fl. 34). Protocolizou a petição de agravo interno em

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27/01/2012, portanto, no 5º (quinto) dia após a publicação. Utilizou o presente recurso com base no Enunciado nº 30 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro, que dispõe: O exame da admissibilidade do recurso pelo Juizado Especial Federal éprovisório, não obstando sua apreciação pela Turma Recursal se a parte interessada o requerer, mediante simples petiçãonos autos, no prazo previsto em lei para os embargos de declaração. *Aprovado na Sessão Conjunta realizada em31/10/2003, e publicado no DOERJ de 07/11/2003, pág. 16, Parte III.Ante a ausência de previsão legal de recurso em face de decisões em sede de Juizados Especiais Federais (com exceçãodo recurso interposto com base nos arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259/2001 – medida de urgência), entendo ser perfeitamentecabível a utilização do Enunciado nº 30 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, que oportuniza o prazo de 05 (cinco) diaspara impugnação da decisão que não recebeu o recurso inominado. Tal medida é muito mais célere que admitir o mandadode segurança, ação autônoma com prazo mais dilatado (120 dias).Sendo assim, recebo o presente agravo e, consequentemente, o recurso inominado interposto em face da sentença de fls.18/19.O autor objetiva seja o INSS condenado a revisar o seu benefício previdenciário nos termos do art. 29, II da Lei nº 8.213/91.A questão já foi reiteradamente discutida nesta Turma Recursal que entende ser indispensável o prévio requerimentoadministrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Posto isso, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.É como voto.E M E N T AAGRAVO – EXAME DA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – ACOLHIMENTO DO ENUNCIADO Nº 30 DAS TURMAS RECURSAIS DO RIO DE JANEIRO –REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULARCONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO –RECURSO INOMINADO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDAA C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso de agravo e do recurso inominado e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

146 - 0000960-51.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000960-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GILDASIO BARBOSA SILVA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000960-51.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000960-0/01)

V O T OTrata-se de recurso de agravo, interposto por GILDASIO BARBOSA SILVA, contra decisão do Juízo a quo, que negouseguimento a recurso inominado apresentado em face de sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito. Emsuas razões recursais, o recorrente afirma que tal decisão violou dispositivo constitucional que garante o amplo acesso àjustiça e ao duplo grau de jurisdição.Aduz o agravante que o recurso inominado é o recurso legalmente cabível e adequado para impugnar a decisão queextingue o feito sem julgamento de mérito e não poderia ser obstado pela decisão ora agravada.Requer, assim, a suspensão da decisão agravada, a fim de que seja recebido o recurso inominado com seu posteriorconhecimento pela Turma Recursal.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.

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Analisando a expressão, entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.Assim, quanto à possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentenças terminativas (art. 267 do Códigode Processo Civil), entendo ser perfeitamente cabível o seu recebimento pelos Juizados.Paralelamente a tal questão, encontra-se a ampla divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito da medida cabível emface de decisões que não recebem o recurso inominado: o recurso de agravo (de instrumento ou interno?) ou a ação demandado de segurança.Esta Turma Recursal vem acolhendo o mandado de segurança como sucedâneo recursal na hipótese analisada, comopode ser observado nos seguintes precedentes: 0005846-07.2008.4.02.5050/01, 0001167-27.2009.4.02.5050/01, 0006507-49.2009.4.02.5050/01. Porém, verifico que o autor optou pela interposição do agravo interno em face da decisãoque não recebeu seu recurso inominado.O autor foi intimado da decisão impugnada em 20/01/2012 (certidão de fl. 30). Protocolizou a petição de agravo interno em27/01/2012, portanto, no 5º (quinto) dia após a publicação. Utilizou o presente recurso com base no Enunciado nº 30 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro, que dispõe: O exame da admissibilidade do recurso pelo Juizado Especial Federal éprovisório, não obstando sua apreciação pela Turma Recursal se a parte interessada o requerer, mediante simples petiçãonos autos, no prazo previsto em lei para os embargos de declaração. *Aprovado na Sessão Conjunta realizada em31/10/2003, e publicado no DOERJ de 07/11/2003, pág. 16, Parte III.Ante a ausência de previsão legal de recurso em face de decisões em sede de Juizados Especiais Federais (com exceçãodo recurso interposto com base nos arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259/2001 – medida de urgência), entendo ser perfeitamentecabível a utilização do Enunciado nº 30 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, que oportuniza o prazo de 05 (cinco) diaspara impugnação da decisão que não recebeu o recurso inominado. Tal medida é muito mais célere que admitir o mandadode segurança, ação autônoma com prazo mais dilatado (120 dias).Sendo assim, recebo o presente agravo e, consequentemente, o recurso inominado interposto em face da sentença de fls.14/15.O autor objetiva seja o INSS condenado a revisar o seu benefício previdenciário nos termos do art. 29, II da Lei nº 8.213/91.A questão já foi reiteradamente discutida nesta Turma Recursal que entende ser indispensável o prévio requerimentoadministrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Posto isso, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.É como voto.E M E N T AAGRAVO – EXAME DA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – ACOLHIMENTO DO ENUNCIADO Nº 30 DAS TURMAS RECURSAIS DO RIO DE JANEIRO –REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULARCONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO –RECURSO INOMINADO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDAA C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso de agravo e do recurso inominado e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

147 - 0000969-13.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000969-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JEFERSON MENDONÇA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000969-13.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000969-6/01)

V O T O

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Trata-se de recurso de agravo, interposto por JEFERSON MENDONÇA, contra decisão do Juízo a quo, que negouseguimento a recurso inominado apresentado em face de sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito. Emsuas razões recursais, o recorrente afirma que tal decisão violou dispositivo constitucional que garante o amplo acesso àjustiça e ao duplo grau de jurisdição.Aduz o agravante que o recurso inominado é o recurso legalmente cabível e adequado para impugnar a decisão queextingue o feito sem julgamento de mérito e não poderia ser obstado pela decisão ora agravada.Requer, assim, a suspensão da decisão agravada, a fim de que seja recebido o recurso inominado com seu posteriorconhecimento pela Turma Recursal.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão, entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.Assim, quanto à possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentenças terminativas (art. 267 do Códigode Processo Civil), entendo ser perfeitamente cabível o seu recebimento pelos Juizados.Paralelamente a tal questão, encontra-se a ampla divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito da medida cabível emface de decisões que não recebem o recurso inominado: o recurso de agravo (de instrumento ou interno?) ou a ação demandado de segurança.Esta Turma Recursal vem acolhendo o mandado de segurança como sucedâneo recursal na hipótese analisada, comopode ser observado nos seguintes precedentes: 0005846-07.2008.4.02.5050/01, 0001167-27.2009.4.02.5050/01, 0006507-49.2009.4.02.5050/01. Porém, verifico que o autor optou pela interposição do agravo interno em face da decisãoque não recebeu seu recurso inominado.O autor foi intimado da decisão impugnada em 20/01/2012 (certidão de fl. 32). Protocolizou a petição de agravo interno em27/01/2012, portanto, no 5º (quinto) dia após a publicação. Utilizou o presente recurso com base no Enunciado nº 30 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro, que dispõe: O exame da admissibilidade do recurso pelo Juizado Especial Federal éprovisório, não obstando sua apreciação pela Turma Recursal se a parte interessada o requerer, mediante simples petiçãonos autos, no prazo previsto em lei para os embargos de declaração. *Aprovado na Sessão Conjunta realizada em31/10/2003, e publicado no DOERJ de 07/11/2003, pág. 16, Parte III.Ante a ausência de previsão legal de recurso em face de decisões em sede de Juizados Especiais Federais (com exceçãodo recurso interposto com base nos arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259/2001 – medida de urgência), entendo ser perfeitamentecabível a utilização do Enunciado nº 30 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, que oportuniza o prazo de 05 (cinco) diaspara impugnação da decisão que não recebeu o recurso inominado. Tal medida é muito mais célere que admitir o mandadode segurança, ação autônoma com prazo mais dilatado (120 dias).Sendo assim, recebo o presente agravo e, consequentemente, o recurso inominado interposto em face da sentença de fls.16/17.O autor objetiva seja o INSS condenado a revisar o seu benefício previdenciário nos termos do art. 29, II da Lei nº 8.213/91.A questão já foi reiteradamente discutida nesta Turma Recursal que entende ser indispensável o prévio requerimentoadministrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Posto isso, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.É como voto.E M E N T AAGRAVO – EXAME DA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – ACOLHIMENTO DO ENUNCIADO Nº 30 DAS TURMAS RECURSAIS DO RIO DE JANEIRO –REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULARCONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO –RECURSO INOMINADO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDAA C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso de agravo e do recurso inominado e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

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ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

148 - 0000963-06.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000963-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DELCIA SILVA DEOLIVEIRA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000963-06.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000963-5/01)

V O T OTrata-se de recurso de agravo, interposto por DELCI SILVA DE OLIVEIRA, contra decisão do Juízo a quo, que negouseguimento a recurso inominado apresentado em face de sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito. Emsuas razões recursais, o recorrente afirma que tal decisão violou dispositivo constitucional que garante o amplo acesso àjustiça e ao duplo grau de jurisdição.Aduz o agravante que o recurso inominado é o recurso legalmente cabível e adequado para impugnar a decisão queextingue o feito sem julgamento de mérito e não poderia ser obstado pela decisão ora agravada.Requer, assim, a suspensão da decisão agravada, a fim de que seja recebido o recurso inominado com seu posteriorconhecimento pela Turma Recursal.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão, entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo.Assim, quanto à possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentenças terminativas (art. 267 do Códigode Processo Civil), entendo ser perfeitamente cabível o seu recebimento pelos Juizados.Paralelamente a tal questão, encontra-se a ampla divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito da medida cabível emface de decisões que não recebem o recurso inominado: o recurso de agravo (de instrumento ou interno?) ou a ação demandado de segurança.Esta Turma Recursal vem acolhendo o mandado de segurança como sucedâneo recursal na hipótese analisada, comopode ser observado nos seguintes precedentes: 0005846-07.2008.4.02.5050/01, 0001167-27.2009.4.02.5050/01, 0006507-49.2009.4.02.5050/01. Porém, verifico que o autor optou pela interposição do agravo interno em face da decisãoque não recebeu seu recurso inominado.O autor foi intimado da decisão impugnada em 20/01/2012 (certidão de fl. 29). Protocolizou a petição de agravo interno em27/01/2012, portanto, no 5º (quinto) dia após a publicação. Utilizou o presente recurso com base no Enunciado nº 30 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro, que dispõe: O exame da admissibilidade do recurso pelo Juizado Especial Federal éprovisório, não obstando sua apreciação pela Turma Recursal se a parte interessada o requerer, mediante simples petiçãonos autos, no prazo previsto em lei para os embargos de declaração. *Aprovado na Sessão Conjunta realizada em31/10/2003, e publicado no DOERJ de 07/11/2003, pág. 16, Parte III.Ante a ausência de previsão legal de recurso em face de decisões em sede de Juizados Especiais Federais (com exceçãodo recurso interposto com base nos arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259/2001 – medida de urgência), entendo ser perfeitamentecabível a utilização do Enunciado nº 30 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, que oportuniza o prazo de 05 (cinco) diaspara impugnação da decisão que não recebeu o recurso inominado. Tal medida é muito mais célere que admitir o mandadode segurança, ação autônoma com prazo mais dilatado (120 dias).Sendo assim, recebo o presente agravo e, consequentemente, o recurso inominado interposto em face da sentença de fls.13/14.O autor objetiva seja o INSS condenado a revisar o seu benefício previdenciário nos termos do art. 29, II da Lei nº 8.213/91.A questão já foi reiteradamente discutida nesta Turma Recursal que entende ser indispensável o prévio requerimentoadministrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Posto isso, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.É como voto.

Page 183: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Verificando-se os documentos que instruem a inicial, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar

E M E N T AAGRAVO – EXAME DA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – ACOLHIMENTO DO ENUNCIADO Nº 30 DAS TURMAS RECURSAIS DO RIO DE JANEIRO –REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULARCONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO –RECURSO INOMINADO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDAA C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso de agravo e do recurso inominado e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

149 - 0000973-50.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000973-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SEBASTIAO DE OLIVEIRAQUARESMA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000973-50.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000973-8/01)

V O T OTrata-se de recurso de agravo, interposto por SEBASTIÃO DE OLIVEIRA QUARESMA, contra decisão do Juízo a quo, quenegou seguimento a recurso inominado apresentado em face de sentença que extinguiu o processo sem resolução domérito. Em suas razões recursais, o recorrente afirma que tal decisão violou dispositivo constitucional que garante o amploacesso à justiça e ao duplo grau de jurisdição.Aduz o agravante que o recurso inominado é o recurso legalmente cabível e adequado para impugnar a decisão queextingue o feito sem julgamento de mérito e não poderia ser obstado pela decisão ora agravada.Requer, assim, a suspensão da decisão agravada, a fim de que seja recebido o recurso inominado com seu posteriorconhecimento pela Turma Recursal.A questão de fundo versa sobre a recorribilidade das decisões terminativas na sistemática dos juizados especiais federais.O art. 5º da Lei nº 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, além das medidas de urgência,somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentença definitiva” levou parte da doutrinae da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.Porém, o tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão, entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo.Assim, quanto à possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentenças terminativas (art. 267 do Códigode Processo Civil), entendo ser perfeitamente cabível o seu recebimento pelos Juizados, visto que estas também encerramo processo.Paralelamente a tal questão, encontra-se a ampla divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito da medida cabível emface de decisões que não recebem o recurso inominado: o recurso de agravo (de instrumento ou interno?) ou a ação demandado de segurança.Esta Turma Recursal vem acolhendo o mandado de segurança como sucedâneo recursal na hipótese analisada, comopode ser observado nos seguintes precedentes: 0005846-07.2008.4.02.5050/01, 0001167-27.2009.4.02.5050/01, 0006507-49.2009.4.02.5050/01. Porém, verifico que o autor optou pela interposição do agravo interno em face da decisãoque não recebeu seu recurso inominado.O autor foi intimado da decisão impugnada em 20/01/2012 (certidão de fl. 36). Protocolizou a petição de agravo interno em27/01/2012, portanto, no 5º (quinto) dia após a publicação. Utilizou o presente recurso com base no Enunciado nº 30 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro, que dispõe: O exame da admissibilidade do recurso pelo Juizado Especial Federal éprovisório, não obstando sua apreciação pela Turma Recursal se a parte interessada o requerer, mediante simples petiçãonos autos, no prazo previsto em lei para os embargos de declaração. *Aprovado na Sessão Conjunta realizada em31/10/2003, e publicado no DOERJ de 07/11/2003, pág. 16, Parte III.Ante a ausência de previsão legal de recurso em face de decisões em sede de Juizados Especiais Federais (com exceçãodo recurso interposto com base nos arts. 4º e 5º da Lei nº 10.259/2001 – medida de urgência), entendo ser perfeitamentecabível a utilização do Enunciado nº 30 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, que oportuniza o prazo de 05 (cinco) diaspara impugnação da decisão que não recebeu o recurso inominado. Tal medida é muito mais célere que admitir o mandadode segurança, ação autônoma com prazo mais dilatado (120 dias).Sendo assim, recebo o presente agravo e, consequentemente, o recurso inominado interposto em face da sentença de fls.15/16.O autor objetiva seja o INSS condenado a revisar o seu benefício previdenciário nos termos do art. 29, II da Lei nº 8.213/91.A questão já foi reiteradamente discutida nesta Turma Recursal que entende ser indispensável o prévio requerimento

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administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Posto isso, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita.É como voto.E M E N T AAGRAVO – EXAME DA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – ACOLHIMENTO DO ENUNCIADO Nº 30 DAS TURMAS RECURSAIS DO RIO DE JANEIRO –REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – MEMORANDO-CIRCULARCONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO –RECURSO INOMINADO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDAA C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso de agravo e do recurso inominado e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

150 - 0000962-27.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000962-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x PAULO CEZAR PEREIRA GRYLLO (ADVOGADO:JULIO CESAR ABREU DAS NEVES.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000962-27.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000962-9/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003, e a pagaras diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedidoautoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmopara justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que sedespreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz quea majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º daCRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das Emendas Constitucionais nº20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria, o salário de benefício da parte autora foilimitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS

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BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Pablo Coelho Charles GomesJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

151 - 0000666-07.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000666-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) x OZILIA MARIA PETERLE GARBELOTTO (ADVOGADO: SANDRA VILASTRE DEARAUJO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. ATIVIDADE URBANA EM CURTO PERÍODO.IRRELEVÂNCIA. RETORNO AO MEIO RURAL COMPROVADO. CONJUNTO PROBATÓRIO FAVORÁVEL. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 92/96 que julgou procedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Argui que a recorrida não preenche o período de carência legalmente exigido. Requer,destarte, a improcedência do pedido e, subsidiariamente, a fixação da DIB na citação, sentença ou a partir do trânsito emjulgado.

A parte autora juntou aos autos os seguintes documentos: certidão de casamento, na qual consta a profissão do maridocomo lavrador (fl. 12); Certidão de óbito, onde também se percebe a profissão do marido falecido como lavrador (fl. 13);Fichas da Secretaria Municipal de Saúde datadas de 01/02/2003, 29/07/2001 e 21/10/2001 constando a profissão darecorrida como lavradora (fl. 18/20); Prontuário médico datado de 28/09/1994, cuja profissão da autora é lavradora (fl. 58).

A recorrida possui vínculos urbanos em períodos curtos, quais sejam: 01/08/1989 a 14/04/1992 e 01/09/2004 a 08/03/2005.Relativamente ao primeiro período, há documentos comprobatórios do retorno ao labor rural, quais sejam, as fichas daSecretaria Municipal de saúde - datadas de 2001 e 2003 e o prontuário médico datado de 28/09/1994. Conformeentendimento doutrinário e jurisprudencial, o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106,parágrafo único da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo. Considerando-se, nessa linha, tais documentos como indíciode retorno ao labor rural, a atividade urbana desempenhada resta irrelevante.

Com relação ao segundo período, verifico que a autora desempenhou a atividade urbana por apenas 05 meses.Considerando a exigüidade de tal período, julgo mantida a qualidade de rurícola da autora. Ademais, conforme

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jurisprudência da TNU, “o fato de haver o segurado mantido vínculo empregatício urbano em curtos períodos intercaladosnão afasta a concessão do benefício de aposentadoria rural, nos termos do art. 48 da Lei nº 8.213/91, que admite oexercício da atividade rural por período não contínuo”. (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL 200783035010200 – Fonte DJ 23/03/2010)

Quanto à fixação da DIB, entendo que deve ser mantida a data fixada na sentença, qual seja, a data do requerimentoadministrativo (06/02/2008).

Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

152 - 0000255-87.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000255-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x PEDRO QUIUQUI (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CONSOANTE SÚMULAS 06, 14 E 34 DATNU. CASO CONCRETO CARACTERIZA REGIME FAMILIAR RURAL. DATA PARA INÍCIO DA CONCESSÃO DOBENEFÍCIO DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O TÉRMINO DO BENEFÍCIO ANTERIORMENTE HAVIDO. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição do autor de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que o requisito da carência não foi cumprido imediatamente anterior ao requerimentode benefício, em função da aposentadoria por invalidez que recebeu por um período. Requer a reforma da sentença,julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, denota-se claramente que o labor do autor no meio rural configura o regime de economia familiarmencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa. Ademais,mostra-se presente o início da prova material (fls. 09, 14/15, 23/24), que comprova, nos termos das Súmulas 06, 14 e 34 daTNU, a atividade rural exercida pelo autor por tempo suficiente ao preenchimento do requisito. Ressalte-se que a provamaterial não precisa corresponder a todo o período da carência, mas sim comprovar o início da atividade. Por fim, osdepoimentos foram contundentes em atestar o labor rural do autor.5) No caso concreto, o autor recebeu benefício de aposentadoria por invalidez entre 24/05/2000 e 15/04/2010, quando estefoi revogado e o autor então pleiteou o benefício especial rural; considerando que tais benefícios não podem ser percebidoscumulativamente, os valores atrasados devem ser pagos somente a partir desta última data.6) Fixada a data de 15/04/2010 como o termo a quo para o início da concessão do benefício da aposentadoria. Juros demora e correção monetária devidos a partir da citação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, comredação dada pela Lei nº 11.960/2009). Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dosJuizados Especiais Federais, de 60 (sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo aser percebido pelo autor no pagamento destas prestações passadas.7) Diante do exposto, conheço do recurso e concedo-lhe parcial provimento, somente para fixar a data de 15/04/2010 comoo termo inicial da concessão do benefício da aposentadoria especial rural. Mantida a sentença nos demais termos.9) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em face da parcial sucumbência e gratuidade de justiça.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E CONCEDER-LHEPARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

153 - 0000300-22.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000300-0/01) DANIEL EDUARDO DE ALMEIDA (ADVOGADO: ANILSONBOLSANELO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL NÃO PRECISA ABRANGERTODO PERÍODO DE CARÊNCIA. ART. 106 DA LEI 8.213/91. MARIDO COMERCIANTE. QUALIDADE DE RURÍCULAMANTIDA. RECURSO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença de fls 132/135, que julgou improcedente o pedidode aposentadoria por idade rural. Alega, em síntese, que os documentos acostados aos autos são suficientes paraconfiguração dos requisitos legais.

Para a concessão de aposentadoria por idade ao trabalhador rural, no valor de um salário mínimo prevista no artigo 143 daLei n.º 8.213/91 exige-se a comprovação do exercício de trabalho rural, ainda que descontinuamente, mas no períodoimediatamente anterior ao ajuizamento da demanda, em número de meses idêntico à carência desse benefício,dispensando-se, assim, a comprovação do efetivo recolhimento das contribuições mensais nesse período, nos termos dosartigos 39, inciso I, 48, § 2º, e 143, todos da Lei n.º 8.213/91.

Argui o recorrente que há provas suficientes a configurar o início de prova material. Foram apresentados como provadocumental: certidão de casamento datada de 1966, onde está consignada a profissão como lavrador à época (fls. 38);Certidão de Inteiro Teor onde consta o recorrente como adquirente de uma propriedade rural em 22/03/1971, cujatransferência deu-se em 16/08/1977 (fl. 27); Cópia da CTPS onde constam dois vínculos urbanos cujos períodos são:08/1984 a 02/1987 e 04/1989 a 08/1989 (fl. 39); Contrato de parceria agrícola, cujo prazo é de 01/2002 a 07/2004 (fl. 47);Contrato de parceria agrícola, cujo prazo é de 09/2008 a 08/2011 (fl. 26).

O juiz a quo entendeu que a certidão de casamento deveria ser desconsiderada tendo em vista o efetivo desempenho deatividade urbana após o consórcio matrimonial. Entre o casamento e o início de atividade urbana decorreu o lapso de 18(dezoito) anos, tendo o autor juntado certidão de inteiro teor datado de 22/03/1971, onde consta o autor como adquirente,comprovando a continuidade do labor rural após o casamento. Nesse diapasão, a atividade urbana não tem o condão deapagar o tempo de labor rural anterior. O entendimento jurisprudencial de que a utilização de certidão de casamento comoinício de prova material é impossível quando houver vínculo urbano posterior não se aplica ao presente caso tendo em vistaque o dito documento é corroborado por prova documental posterior, mais recente. Destarte, ainda que se considerasseirrelevante a certidão do matrimônio, restaria o documento de fl. 27, este apto a configurar-se como início de prova material.

Quanto ao fato de a esposa do recorrente ter registrados diversos vínculos urbanos, trago entendimento jurisprudencialmajoritário no sentido de que “Não descaracteriza o regime de economia familiar o fato de o marido da segurada exerceratividade urbana.” (STJ - REsp 638.611/RS, Rel. Ministro Paulo Gallotti, Sexta Turma, julgado em 25.06.2004, DJ24.10.2005 p. 396).

O art. 55, §3º, da Lei n.º 8.213/91 exige que o início de prova material seja corroborado pela prova testemunhal. No casodos autos, verifica-se que as testemunhas são uníssonas em confirmar o período laborado pelo autor no meio rural.Destaco, por oportuno, que o autor comprovou o retorno à atividade agrícola por meio dos contratos de parceria juntados àsfls. 26 e 47.

Em face do exposto, dou provimento ao recurso.

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

154 - 0000567-50.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000567-9/01) FRANCISCA ROMANA DE CARVALHO DA HORA(ADVOGADO: PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO, LUCIANA LILIAN CALÇAVARA, CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS.) x

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INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. CERTIDÃO DECASAMENTO. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA. SÚMULA 06. TNU. QUALIDADE DE RURÍCOLA RECONHECIDA.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido de aposentadoria poridade rural. Alega que a certidão de casamento é documento suficiente a reconhecer-se o início de prova material.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. Quando da propositura da ação, a parte autora apresentou como único documento a comprovar o início de prova materiala Certidão de casamento onde consta a profissão do cônjuge como lavrador datada de 13/004/1966 (fl. 14). Em sederecursal, apresentou Ficha da Secretaria Municipal de Saúde de Conceição da Barra onde consta a profissão da autoracomo trabalhadora rural datada de 08/04/2003 (fl. 99).

4. Em que pese a existência de somente dois documentos com força probatória suficiente a configurar início de provamaterial, entendo que se aplica a teoria da eficácia retrospectiva e prospectiva dos documentos. A TNU tem decidido deforma reiterada que “é prescindível que o início de prova material se refira a todo período de carência legalmente exigido, seprova testemunhal for capaz de ampliar sua eficácia probatória” (Rel. Min. Laurita Vaz, DJ 17.12.2007). PEDIDO DEUNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200471950208162 – Relator: JUÍZA FEDERAL ROSANANOYA ALVES WEIBEL KAUFMANN – Fonte: DOU 08/04/2011 SEÇÃO 1. Conforme se extrai da jurisprudência da TNU,aplica-se a teoria da eficácia retrospectiva dos documentos, quando estes, apesar de não se referir a todo o período que sepretende provar, tem o seu alcance alargado quando corroborado por prova testemunhal, como no caso sub examen.

5. Precedentes da TNU admitindo a eficácia retrospectiva e prospectiva dos documentos indiciários do exercício deatividade rural: PU 2008.39.00.702022-6, Rel. Juiz Federal Rogerio Moreira Alves, DOU 09.12.2011; PU2005.81.10.001065-3, Rel. Juíza Federal Simone Lemos Fernandes, DOU 4.10.2011; PU 2007.72.95.0032452, Rel. JuizFederal José Antonio Savaris, DOU 31.01.2011; PU 2005.70.95.00.5818-0, Rel. Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva,DJ 04.09.2009; PU 2006.72.59.000860-0, Rel. Juiz Federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, DJ 29/09/2009; PU2007.72.95.00.3211-7, Rel. Juiz Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho, DJ 16.03.2009.

6. Diante do exposto, dou provimento ao recurso para conceder a parte autora o benefício da aposentadoria por idade rural.Por oportuno, cabe antecipar os efeitos da tutela.

7. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só há condenação em custas e honorários advocatícios quandoo vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

155 - 0000028-71.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000028-4/01) FLORENTINA NOGUEIRA COELHO (ADVOGADO:LETICIA SEVERIANO ZOBOLI, SAMUEL ANHOLETE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).PROCESSO Nº 0000028-71.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000028-4/01)RECORRENTE: FLORENTINA NOGUEIRA COELHORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIARDESCONFIGURADO. RENDA FAMILIAR ELEVADA PARA OS PADRÕES RURAIS. FINALIDADE DA LEI NÃORESPEITADA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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Trata-se de recurso interposto pela Autora em face da sentença de fls. 113/115 que julgou improcedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega a recorrente que o fato do marido ter desempenhado atividade urbana não é fatoimpeditivo à percepção do benefício em questão. Requer, destarte, a reforma da sentença.

A sentença julgou improcedente o pedido sob os fundamentos de o esposo da autora ser aposentado como industriário,percebendo benefício em valor elevado relativamente aos padrões do trabalhador rural (R$ 1.932,01). Verificou-se,portanto, a inexistência de condição indispensável à concessão do benefício, qual seja, a atividade rural exercida em regimede economia familiar.

A finalidade legal é amparar aqueles trabalhadores que estejam de fato à margem do mercado de trabalho e, maisespecificamente, do mercado urbano, acrescentando nesta linha que as normas relativas à aposentadoria rural destinam-seaqueles que labutam sem perspectivas de lograr uma aposentadoria pelo regime contributivo. Tal entendimento tem comonorte o disposto no artigo 11, VII, § 1º da Lei 8.213/91, ao conceituar o regime de economia familiar como sendo aquele emque o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútuadependência e colaboração. Assim, o fato de o cônjuge ter desempenhado atividade urbana não necessariamente impediriaa qualificação da recorrente como segurada especial, enquanto exercia individualmente a atividade agrícola, desde queficasse comprovada a indispensabilidade do labor rural para a subsistência familiar.

No presente caso, constata-se que a condição financeira da autora não é a do trabalhador rural comum. Com efeito,constata-se que a principal fonte de renda familiar originou-se da atividade urbana desempenhada pelo marido – industriário– funcionando o meio rural somente como um plus às finanças da família. A jurisprudência dominante do STJ e da TNU éno sentido de que o exercício da atividade rural deve ser indispensável para a subsistência do trabalhador. Não restandoconfigurada tal situação, impõe-se a improcedência do pedido.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

156 - 0000844-19.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000844-5/01) EDIRA FABIANO COSTA (ADVOGADO: Grazielly Santos,André Luiz da Rocha.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme NogueiraFreire Carneiro.).PROCESSO Nº 0000844-19.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000844-5/01)RECORRENTE: EDIRA FABIANO COSTARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PRESENÇA. PROVATESTEMUNHAL FRÁGIL. CARÊNCIA MÍNIMA NÃO ATENDIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela autora em face da sentença de fls. 70/72 que julgou improcedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega que os documentos acostados aos autos são aptos a configurar início de provamaterial, estando devidamente corroborados por prova testemunhal.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. A parte autora apresentou como início de prova material: a Certidão de casamento onde consta a profissão do cônjugecomo lavrador datada de 16/09/1976 (fl. 18); Prontuários médicos, com data de registro a partir de 2001, constando aprofissão da autora como lavradora (fls. 30/34); Contratos de Parceria Agrícola firmados nos períodos de 20/01/1990 a20/01/2010, com firma reconhecida em 05/06/2008 (fl. 19) e de 20/01/2003 a 20/01/2010, com firma reconhecida em

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27/05/2008 (fl. 20); Documentos relativos à propriedade (fls. 21/28); Carteira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais deMarataízes/ES, com data de admissão em 25/04/2006 (fl. 29). Em que pese a existência de contradição entre os contratosde parceria agrícola apresentados pela Autora, os demais documentos por ela apresentados são perfeitamente aptos aconfigurar início de prova material.

4. Quanto à prova testemunhal, temos que, da análise da entrevista rural de fls. 45/46, bem como dos depoimentosprestados em audiência, verifica-se a ausência de coesão destes. Com efeito. Os depoentes divergem quanto ao tempo emque a recorrente laborou em suas propriedades. Segundo a autora seu atual trabalho se dá na propriedade do cunhado,porém este afirmou que a recorrente só trabalhou por pequeno período e há alguns anos atrás.

5. Ainda que a Autora tenha apresentado início de prova material, esta não foi devidamente corroborada pela provatestemunhal, a qual apresentou as incongruências retromencionadas. Dessa forma, não devidamente corroborado porprova testemunhal, insubsistente se torna o pedido formulado.

6. Diante do exposto, nego provimento ao recurso. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios em virtudeda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

157 - 0000549-45.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000549-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x MARIA DE FATIMA HORSTH FERREIRA (ADVOGADO:ALEKSANDRO HONRADO VIEIRA, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).PROCESSO Nº 0000549-45.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000549-5/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA DE FATIMA HORSTH FERREIRARELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE URBANA.IRRELEVÂNCIA. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA. SÚMULAS 06 E 41 TNU. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 133/136 que julgou procedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega, em síntese, que os documentos apresentados não são aptos a configurar o exercíciode atividade rural pelo período de carência estabelecido em Lei. Requer, destarte, a reforma da sentença.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. A parte autora apresentou os seguintes documentos: Carteira do Sindicato de trabalhadores rurais de Iúna e Irupi/ES,com data de admissão em 22/04/1997 (fl. 12); Certidão de casamento onde consta a profissão do cônjuge como lavradordatada de 25/09/1971 (fl. 13); Escritura de compra e venda da propriedade em 11/03/1983 (fls. 16/17); Documentosrelativos à propriedade (fls. 18/56); Contratos de parceria agrícola firmados no período de 09/03/1999 a 09/03/2009, comfirma reconhecida em 09/03/1999 (fls. 80/83); Contrato de Comodato firmado no período de 11/08/2004 a 30/09/2009, comfirma reconhecida em 11/08/2004 (fls. 84/85); Certidão da Justiça Eleitoral, constando a profissão da autora comoAgricultora (fl. 66).

4. Argui o Instituto recorrente que os documentos apresentados não são aptos a comprovar o suficiente exercício daatividade rural. Todavia, diante da farta documentação supramencionada apresentada pela Autora, é evidente que se fazpresente início de prova material apta a comprovar a atividade rurícola, na qualidade de segurada especial.

5. Argui o INSS que a Autora contrata terceiros para ajudar na lida da roça, tendo inclusive, outorgado o uso de imóvelrural, conforme os contratos apresentados (fls. 80/84). Verifica-se, no entanto, quanto a este fato que a ajuda provêm de

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pessoas da própria família da autora e que os contratos de parcerias agrícolas (fls. 80/83) e o contrato de comodato (fl.84/85) apresentados pela Autora, têm, em verdade, o condão de comprovar o exercício da atividade rural, conforme análisedo artigo 106, inciso II da Lei nº 8213/91. Ademais, a presença de parceiros ou meeiros não descaracteriza a qualidade derurícola da autora. Neste sentido é a jurisprudência: “Comprovada a qualidade de segurado especial, a existência demeeiros e trabalhadores eventuais, nos termos do art. 11, §§7º e 8, I, da lei 8213-91, não tem o condão de obstar orecebimento do benefício de aposentadoria por idade” (Rel. Des. Fed. André Fontes, E-DJF2R 16/11/201 – página 73). AC200802010100617 AC - APELAÇÃO CIVEL - 4221910 – Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ FONTES –SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA – TRF2 – Fonte: E-DJF2R 16/11/2010 – página 73.

6. Contesta o INSS o fato de que, em entrevista de fls. 76, a recorrida declarou possuir um alambique para produção deaguardente, além de 3 propriedades, com áreas de 14,5; 6,4 e 1,3 hectares, onde planta eucaliptos. Tendo em vista que olimite legal é de 4 (quatro) módulos fiscais (artigo 11, inciso VII, alínea a, da Lei nº 8213/91) e sendo a soma das áreas sobpropriedade da autora inferior a tal limite, torna-se irrelevante o argumento argüido pela recorrente. Quanto à produção deaguardente, restou comprovado tratar-se de pequena produção, sem valor financeiro relevante.

7. Através do recurso interposto, a entidade autárquica faz saber que o esposo da autora exerce, desde 1977, a profissãode pedreiro, isto é, exerce atividade urbana. No entanto, o fato do cônjuge desempenhar atividade no meio urbano não éóbice ao reconhecimento da qualidade de rurícola da autora. Aplica-se, in casu, a Súmula 41, TNU: “A circunstância de umdos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhadorrural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto”.

8. Cabe ressaltar em análise aos documentos de fls. 94/95, que a própria recorrente concedeu à recorrida o benefício deAuxílio Doença, cuja DIB em 08/08/2007, confirmando a sua filiação como segurada especial e o ramo de atividade rural.Assim sendo, forçoso é reconhecer a caracterização da qualidade de segurada especial e, por conseguinte, o direito daparte autora à aposentadoria por idade rural.

9. Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

158 - 0001572-94.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001572-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x NILZA MORAES NICOLI (ADVOGADO: Ruberlan Rodrigues Sabino.).PROCESSO Nº 0001572-94.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001572-0/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: NILZA MORAES NICOLIRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE URBANA.IRRELEVÂNCIA. DIMENSÃO DA PROPRIEDADE RURAL. NÃO-DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 85/88 que julgou procedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega, em síntese, que os documentos apresentados não são aptos a configurar início deprova material. Aduz, ainda, que a atividade urbana desempenhada pelo cônjuge e pelos filhos da Autora seria óbice aoreconhecimento do regime de economia familiar.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. A parte autora apresentou os seguintes documentos: Certidão de Casamento, em que consta a profissão do marido

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como lavrador, datada de 30/07/1960 (fl. 17); Cópia da CTPS, constando sua inscrição como segurada especial, em26/01/1999 (fl. 19); Certidões de nascimento de filhos, nascidos em 1963 e 1965, constando a profissão dos pais comolavradores (fl. 20/21); Histórico escolar de filho, relativo ao ano de 1974, constando a profissão dos pais como lavradores(fl.22); Documentos relativos à propriedade rural (fls. 32/56).

4. Argui, o INSS, que o fato de o esposo e os filhos da autora possuírem vínculos urbanos, conforme extrato do CNIS – fls.75/76) seria óbice ao reconhecimento da qualidade de rurícola. Sem razão o recorrente. A atividade rural pode serdesempenhada individualmente ou em regime de economia familiar. Ainda que o cônjuge e os filhos tenham se afastado dolabor rural, tal fato não compromete a qualidade de rurícola da recorrida. A reforçar esta linha de raciocínio, a provatestemunhal é harmônica em confirmar o desempenho da atividade rurícola da autora.

5. Acerca do tamanho da propriedade da autora, que é de 48 hectares, restou provado, conforme prova documental etestemunhal, que a propriedade rural apesar de constar no nome do esposo da autora, também pertence aos demaisirmãos dele. Ademais, a jurisprudência é pacífica no sentido de que: “o tamanho da propriedade rural não é capaz dedescaracterizar o regime de economia familiar do segurado, se preenchidos os demais requisitos necessários a suaconfiguração, quais sejam: ausência de empregados e a mútua dependência e colaboração da família no campo.”

�(AGRESP 200800639988 AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1042401 - Rel. Min. ArnaldoEsteves Lima, 5ª Turma, STJ – Fonte: DJE 16.02.2009 SEÇÃO 3.)

6. Argui ainda o INSS, que as notas fiscais apresentadas em nome de Lauro Nicoli e Irmãos (do esposo da autora ecunhados) - fls. 51/56 – consignam valores expressivos (R$ 11.800,00; R$ 5.900,00; R$ 12.200,00; R$ 26.400,00) quedescaracterizariam a simples condição de trabalhador rural. Todavia, é possível depreender, após análise das própriasnotas fiscais e de todo o conjunto probatório acostado aos autos, que as quantias retromencionadas tratam de um valorglobal, uma vez que representam não somente os ganhos auferidos pelo cônjuge da autora, como também, pelos demaisirmãos, que vendem a produção de suas lavouras de café conjuntamente.

7. Os depoimentos testemunhais corroboraram a prova documental no sentido de que efetivamente houve o exercício deatividade rural, na condição de rurícola, por período igual ao número de meses correspondentes à respectiva carência.Assim sendo, impõe-se a manutenção da sentença.

8 . Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

159 - 0000418-54.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000418-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JOSE FLORENTINO DE MACEDO(ADVOGADO: CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS, PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO.).PROCESSO Nº 0000418-54.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000418-3/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOSE FLORENTINO DE MACEDORELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE URBANA.IRRELEVÂNCIA. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA. SÚMULAS 06 E 41 TNU. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 83/88 que julgou procedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega, em síntese, que os documentos apresentados não são aptos a configurar início deprova material. Aduz, ainda, que a atividade urbana desempenhada pelo Autor seria óbice ao reconhecimento do regime deeconomia familiar.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafo

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único da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. A parte autora apresentou os seguintes documentos: Certidão de Casamento, em que consta a profissão de braçal,datada de 26/04/1975 (fl. 21); Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) constando diversos vínculos empregatíciosa partir de 1975, ora como trabalhador braçal, ora como trabalhador rural, constando até mesmo o cargo de operador demotosserra (fls. 23/53). Destarte, diante de tais documentações trazidas pela recorrida, considera-se preenchido início deprova material.

4. Argui, o INSS, que o fato de o autor atualmente desempenhar atividade urbana, como funcionário da Prefeitura deConceição da Barra, seria óbice ao reconhecimento da qualidade de rurícola. Sem razão o recorrente. Seria muitopreciosismo descaracterizar o autor como segurado especial pelo simples fato de ter este ingressado como servidormunicipal em 01/09/2008, pouco antes de alcançar todos os requisitos necessários exigidos por lei. É evidente que não sepode desconsiderar todo um período de labor rural na qualidade de segurado especial, já comprovado extensamente peloautor e corroborado por prova testemunhal, em razão de uma atividade urbana iniciada quando faltava menos de um mêspara o implemento do derradeiro requisito por parte do autor, qual seja, a idade de 60 anos.

5. Argui ainda o INSS, que a atividade de braçal, exercida pelo autor durante muitos anos, não significaria necessariamenteatividade rurícola. Todavia, restou comprovado em audiência, por meio das provas produzidas, que o trabalho braçal dorecorrido esteve, ao longo de sua vida, estritamente ligado ao meio rural, sendo indispensável à subsistência de sua família.

6. Os depoimentos testemunhais corroboraram a prova documental no sentido de que efetivamente houve o exercício deatividade rural, na condição de rurícola, por período igual ao número de meses correspondentes à respectiva carência.Assim sendo, impõe-se a manutenção da sentença.

7 . Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

160 - 0000419-39.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000419-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE FARIAS (ADVOGADO:CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS, PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO.).PROCESSO Nº 0000419-39.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000419-5/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE FARIASRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR CONFIGURADO. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA. SÚMULAS 06 E 41 TNU. RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 59/64 que julgou procedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega, em síntese, que os documentos apresentados não são aptos a configurar início deprova material. Aduz, ainda, que a atividade urbana desempenhada pelo marido da Autora seria óbice ao reconhecimentodo regime de economia familiar.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

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3. A parte autora apresentou os seguintes documentos: Certidão de Casamento, em que consta a profissão de seu esposocomo lavrador, datada de 20/06/1978 (fl. 23); Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em que consta cargo detrabalhador rural ocupado pela autora a partir de 2003, em períodos não consecutivos (fl. 24); e CTPS de seu esposoconstando diversos vínculos empregatícios como trabalhador rural a partir de 2006, em períodos não consecutivos (fls.25/28). Destarte, diante de tais documentações trazidas pela recorrida, considera-se preenchido início de prova material.

4. Argui, o INSS, que o fato de o marido ter desempenhado atividade urbana seria óbice ao reconhecimento da qualidadede rurícola da autora. Sem razão o recorrente. Aplica-se, in casu, a Súmula 41, TNU: “A circunstância de um dosintegrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhadorrural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto”.

5. Argui, ainda, a entidade autárquica que está desconfigurado o regime de economia familiar, uma vez que, a autorarecebe pensão por morte de seu filho desde 1991. A percepção de pensão por morte não necessariamente afasta obenefício da aposentadoria por idade rural, se cumpridos todos os demais requisitos. Neste sentido é a jurisprudência:“Sendo a aposentadoria por idade prestação garantida ao segurado, e a pensão por morte prestação garantida aos seusdependentes, espécies distintas de benefícios previdenciários, não há vedação legal que impossibilite sua cumulação, tanto

�em virtude de sua natureza, como de sua origem.” (ERESP 200000790591 ERESP - EMBARGOS DE DIVERGENCIA NORECURSO ESPECIAL – 246512 – Rel. Min. Jorge Scartezzini, 3º Seção, STJ – Fonte: DJ 01/07/2004 PG:00181 RSTVOL.:00183 PG:00096)

6. Os depoimentos testemunhais corroboraram a prova documental no sentido de que efetivamente houve o exercício deatividade rural, na condição de rurícola, por período igual ao número de meses correspondentes à respectiva carência.Assim sendo, impõe-se a manutenção da sentença.

7. Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

161 - 0000062-75.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000062-0/01) GERALDO VIEIRA DE FARIA (ADVOGADO: ANTONIOJOSE PEREIRA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Olivia Braz Vieira deMelo.).PROCESSO Nº 0000062-75.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000062-0/01)RECORRENTE: GERALDO VIEIRA DE FARIARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIARDESCONFIGURADO. PROPRIETÁRIO DE DIVERSOS IMÓVEIS RURAIS E EMPREGADOR. FINALIDADE DA LEI NÃORESPEITADA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso interposto pelo autor em face da sentença de fls. 102/104 que julgou improcedente o pedido deaposentadoria por idade rural. Alega o recorrente que o fato de possuir diversas propriedades agrícolas não é fatoimpeditivo à percepção do benefício em questão. Requer, destarte, a reforma da sentença.

A sentença julgou improcedente o pedido sob o fundamento de que o autor é proprietário de diversos imóveis rurais e que orendimento auferido nessas propriedades descaracteriza possível regime de economia familiar. Considerou também o fatode o autor contar com a ajuda diária de empregados para a realização das tarefas nas lavouras que possui.

A finalidade legal é amparar aqueles trabalhadores que estejam de fato à margem do mercado de trabalho e, maisespecificamente, do mercado urbano, acrescentando nesta linha que as normas relativas à aposentadoria rural destinam-seaqueles que labutam sem perspectivas de lograr uma aposentadoria pelo regime contributivo. Tal entendimento tem comonorte o disposto no artigo 11, VII, § 1º da Lei 8.213/91, ao conceituar o regime de economia familiar como sendo aquele em

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que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútuadependência e colaboração. Assim, o fato de o autor possuir diversos imóveis rurais, que não ultrapassam o limite legal de4 (quatro) módulos fiscais (artigo 11, inciso VII, alínea a, da Lei nº 8213/91), não necessariamente impediria a suaqualificação como segurado especial, desde que ficasse comprovada a indispensabilidade das terras e do labor rural para asubsistência familiar.

No presente caso, constata-se que os investimentos realizados pelo autor são de elevado valor e, portanto, não configuramos gastos de um trabalhador rural comum que visa à subsistência própria ou a de sua família. Verifica-se, ainda, que opróprio autor confirma, em entrevista realizada pela Previdência Social, contar com a ajuda diária de empregados para arealização das tarefas nas lavouras que possui. A jurisprudência da TNU é pacífica no sentido de ser impossível aconcessão da aposentadoria rural quando o indivíduo possui empregados permanentes, uma vez que, um dos objetivoslegais da concessão do benefício ao segurado é justamente a valorização do trabalhador rural que faz de sua própria forçade trabalho o elemento essencial para a sua subsistência.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

162 - 0002271-51.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002271-5/01) CAROLINA MARTINS RAMOS (ADVOGADO: SERGIO DELIMA FREITAS JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme NogueiraFreire Carneiro.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. INEXISTÊNCIA. PROVATESTEMUNHAL DISPENSÁVEL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido de aposentadoria poridade rural. Alega, em síntese, que os documentos apresentados são aptos a configurar início de prova material. Requer,destarte, a reforma da sentença.

2. A parte autora apresentou os seguintes documentos: Certidões de casamento de suas irmãs, constando a profissãodestas e de seus esposos como lavradores (fl. 22/26); Declaração do proprietário da terra onde a autora laborou no períodoentre 1972 a 1982 (fl. 29); Documentação referente à propriedade (fls. 30, 33 e 34); Declaração de confrontante afirmandoser a autora trabalhadora rural (fl. 31).

3. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhadorrural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. Argui a recorrente que os documentos apresentados seriam aptos a configurar início de prova material. As certidões decasamento das irmãs da autora não podem ser aceitas. Com efeito. O que se prova por meio de tais documentos é quesuas irmãs e seus respectivos cônjuges laboram no meio rural. Caso a recorrente demonstrasse que residia com um deseus parentes, haveria, em tese, a possibilidade de ser-lhe estendida a qualificação daqueles, configurando, porconseqüência, a participação no núcleo familiar. Ausente a coabitação com qualquer de suas irmãs, impossívelestender-lhe a qualificação de rurícola.

4. Os demais documentos são por demais frágeis. Meras declarações não são idôneas a caracterizar o início de provamaterial. Dessa forma, ausente tal prova, a oitiva de testemunhas perde relevo haja vista terem apenas o poder decomplementar a prova documental já produzida. Diante do exposto, nego provimento ao recurso inominado.

5. Recurso improvido. Custas ex lege. Sem condenação em custas e honorários advocatícios tendo em vista o deferimentoda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

163 - 0002368-51.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002368-9/01) AURENI FERREIRA GUIMARAES (ADVOGADO:Aleksandro Honrado Vieira, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIARDESCONFIGURADO. RENDA URBANA DO CÔNJUGE COMO PRINCIPAL FONTE DE RECURSOS DA FAMÍLIA.FINALIDADE DA LEI NÃO RESPEITADA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso interposto em face da sentença de fls. 178/180 que julgou improcedente o pedido de aposentadoria poridade rural. Alega a recorrente que sempre laborou no meio rural, fazendo jus, portanto, ao benefício pleiteado. Requer,destarte, a reforma da sentença.

A finalidade legal é amparar aqueles trabalhadores que estejam de fato à margem do mercado de trabalho e, maisespecificamente, do mercado urbano, acrescentando nesta linha que as normas relativas à aposentadoria rural destinam-seaqueles que labutam sem perspectivas de lograr uma aposentadoria pelo regime contributivo. Tal entendimento tem comonorte o disposto no artigo 11, VII, § 1º da Lei 8.213/91, ao conceituar o regime de economia familiar como sendo aquele emque o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútuadependência e colaboração. O fato de o cônjuge ter desempenhado atividade urbana não necessariamente impediria aqualificação da recorrente como segurada especial, enquanto exercida individualmente a atividade agrícola, desde queficasse comprovada a indispensabilidade do labor rural para a subsistência familiar.

No presente caso, constata-se que a condição financeira da autora não é a do trabalhador rural comum. A própriarecorrente, em seu depoimento pessoal, admite que a principal fonte de renda familiar advinha do salário e, posteriormente,da aposentadoria de seu cônjuge, funcionando o meio rural somente como um plus às finanças da família. A jurisprudênciadominante do STJ é no sentido de que o exercício da atividade rural deve ser indispensável para a subsistência dotrabalhador. Não restando configurada tal situação, impõe-se a improcedência do pedido.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

164 - 0000731-96.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000731-7/02) VITOR RAMOS FERNANDES DA SILVA (ADVOGADO:EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONELENGRUBER DARROZ ROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PRESENÇA. PROVATESTEMUNHAL FRÁGIL. QUALIDADE DE RURÍCOLA NÃO COMPROVADA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pelo autor em face da sentença que julgou improcedente o pedido de aposentadoria poridade rural. Alega que os documentos acostados aos autos são aptos a configurar início de prova material, estandodevidamente corroborado por prova testemunhal.

2. Ab initio, quadra destacar que o rol de documentos hábeis a comprovar o labor rural, elencados pelo art. 106, parágrafoúnico da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, admitindo-se, assim, qualquer outro documento idôneo. A Súmula 06,TNU é no mesmo sentido: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador

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rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”

3. A parte autora apresentou como início de prova material: a Certidão de casamento onde consta sua lavrador datada de02/05/1970 (fl. 73); Registro de Pronto Atendimento da Secretaria Municipal de Saúde de Boa Esperança onde consta aprofissão do autor como lavrador datada de 28/07/1998 (fl. 115); Certidão da Justiça Eleitoral classificando o autor comoagricultor datada de 30/06/2008; Ficha de Secretaria Municipal de Boa Esperança datada de 24/01/1998 (fl. 30 v); Contratode Parceria Agrícola firmado no período de 25/06/2006 a 25/10/2009, com firma reconhecida em 11/01/2008 (fls. 46/47).

4. Em que pese a existência de início de prova material, este, por si só, não garante o direito ao benefício pleiteado.Necessária a confirmação por prova testemunhal. Da análise dos depoimentos prestados, verifica-se a ausência de coesãodestes. Com efeito. As testemunhas divergem sobre o tempo que em que o recorrente laborou para os proprietários dasterras. Demonstraram pouco conhecimento acerca de dados importantes sobre a vida laboral do autor como o desempenhode atividades de pedreiro e carpintaria, bem como o fato de o recorrente ter dirigido taxi por um certo período. Dessa forma,não devidamente corroborado por prova testemunhal, insubsistente se torna o pedido formulado.

5. Diante do exposto, nego provimento ao recurso. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios em virtudeda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

165 - 0001673-97.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001673-9/01) OILIS JOSE PAULINO (ADVOGADO: ANDRESSA MARIATRAVEZANI LOVATTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. LABOR RURAL EFETIVO NÃOCOMPROVADO. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 30 DA TNU EM FACE DO TAMANHO DO TERRENO. SENTENÇAMANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta o recorrente que, ao contrário do decidido pelo Juízo deprimeira instância, apresentou os documentos mínimos exigidos para a averiguação da carência necessária ao benefício, eainda testemunhos coincidentes às suas alegações. Requer a reforma da sentença, julgando-se procedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) O parágrafo 2º do art. 48 da Lei 8.213/91 possibilita a aposentadoria para o trabalhador rural que comprovar o efetivoexercício na atividade rurícola, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência dobenefício pretendido, o que não foi provado pela parte recorrente.4) No caso dos autos verificam-se presentes documentos prestantes ao início de prova. Entretanto, tais documentos maisatestam a atividade agricultora do terreno de propriedade do recorrente do que necessariamente o seu trabalho junto àterra. Aliás, neste pormenor, se verifica o trabalho de várias pessoas no mesmo local, segundo informado pelo INCRA, adespeito do que diga a parte autora sobre o erro no preenchimento do cadastro (que não foi elidido da maneira devida). Sea atividade rural desempenhada pela entidade familiar gera renda, não há como presumir-se a subsistência de quedependem os trabalhadores rurais do pequeno lavor na terra, aos quais efetivamente se destina o benefício ora requerido.Logo, não havendo comprovação do trabalho na terra em regime de economia familiar suficiente para a concessão dobenefício, este não pode ser deferido.5) Por fim, ainda que o tamanho da propriedade não seja fator excludente da pessoa como segurado especial, nos termosda Súmula nº 30 da TNU, não há que se falar em exercício de atividade rural em regime de economia familiar no sentidopretendido pela lei, que é a de prover um auxílio às pessoas que laboram na atividade rural de forma dependente. Se aatividade rural exercida tem potencial econômico, como é o presente caso, não há como presumir-se a subsistência de quedependem os trabalhadores rurais do pequeno lavor na terra, aos quais efetivamente se destina o benefício ora requerido.6) Por fim, o próprio art. 11 da Lei 8.213/91, já mencionado, destaca em seu inciso V, “a”, que é segurado da PrevidênciaSocial, como contribuinte individual, a pessoa que explora atividade agropecuária em área superior a quatro módulosfiscais. No caso dos autos, o terreno do autor soma mais de 90 hectares.7) Pelo exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em face da gratuidade da justiça.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

166 - 0000135-44.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000135-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JOSE MARIA DA COSTA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. CASO CONCRETO CARACTERIZAREGIME FAMILIAR RURAL NOS TERMOS DA SÚMULA 46 DO TNU. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA NAÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição do autor de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que as provas materiais e testemunhais não são suficientes para comprovar o lavorrural da autora, posto que seus vínculos trabalhistas são caracterizadamente urbanos. Requer a reforma da sentença,julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, percebe-se que o labor do autor no meio rural claramente configura o regime de economia familiarmencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa, ainda que tenhasido parcialmente exercido para empresas, com os devidos vínculos trabalhistas. Tal é a interpretação da Súmula 46 daTNU. Ademais, mostram-se presentes os demais requisitos para a concessão do benefício, o início da prova material (fls.13/14, em via da época) e depoimentos diversos atestando o labor rural do autor.5) Aplicação analógica da Súmula 33 da TNU, fixando o termo a quo para o início da concessão do benefício daaposentadoria como sendo o do requerimento administrativo. Juros de mora e correção monetária devidos a partir dacitação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009).Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados Especiais Federais, de 60(sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido pelo autor nopagamento destas prestações passadas.

7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

167 - 0000145-82.2010.4.02.5054/01 (2010.50.54.000145-5/01) MARIA OLGA BONATTO SEDDA (ADVOGADO: BRUNOSANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. PERÍODO DE CARÊNCIA NÃOCOMPROVADO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.1) Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta o recorrente que, ao contrário do decidido pelo Juízo de

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primeira instância, apresentou os documentos mínimos exigidos para a averiguação da carência necessária ao benefício, eainda testemunhos coincidentes às suas alegações. Requer a reforma da sentença, julgando-se procedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) O parágrafo 2º do art. 48 da Lei 8.213/91 possibilita a aposentadoria para o trabalhador rural que comprovar o efetivoexercício na atividade rurícola, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência dobenefício pretendido, o que não foi provado pela parte recorrente.4) No caso dos autos, percebe-se ainda que o labor rural da recorrente somente se comprova até o ano de 1984, restandoclaro que desde então não mais laborou na roça, nem para subsistência da entidade familiar. Todos os depoimentosatestam tais fatos. O documento de fls. 12 é suficiente como início de prova, mas os depoimentos são unânimes emcontradizer o trabalho rural da recorrente desde 1984, mais de quinze anos antes do pedido administrativo, o que abrangeutoda a carência necessária. Não há nos autos menção a outros trabalhos que possa ter exercido a recorrente, a fim deenquadrar-se no disposto do parágrafo 3º do art. 48 da Lei 8.213/91. Diante destes fatos, não é possível conceder obenefício requerido.5) Pelo exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.6) Sentença mantida na íntegra.7) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em face da gratuidade da justiça.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

168 - 0000279-12.2010.4.02.5054/01 (2010.50.54.000279-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x ZENIR THEREZA TALIATTI FRIZZERA (ADVOGADO: NIVALDA ZANOTTI.).E M E N T A

PENSÃO POR MORTE. REVISÃO DO VALOR. ALTERAÇÃO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO, APÓSRECONHECIMENTO DE PARCELAS SALARIAIS PELA JUSTIÇA TRABALHISTA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOIMPROVIDO.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que proveu o pedido da autora de revisão do saláriode contribuição do benefício de pensão por morte que recebe em favor de seu falecido marido. A sentença recorridadeterminou a inclusão dos quinze anos de serviços prestados pelo de cujus, reconhecidos em sentença trabalhista que, nocálculo do salário de contribuição, ao que se insurge o INSS posto não ter tido vista do valor determinado pela Justiça doTrabalho como o salário de contribuição previdenciária.2) A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74da Lei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado doinstituidor, ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77da Lei nº 8.213/91).3) O Superior Tribunal de Justiça já consolidou sua jurisprudência no sentido de que a sentença proferida em reclamaçãotrabalhista é admissível como início de prova material para fins de reconhecimento do tempo de serviço, mesmo que oINSS não tenha participado da relação processual, sem que isso caracterize ofensa ao art. 472 do Código de ProcessoCivil. Tal entendimento é ressalvado somente no caso de a sentença trabalhista não ter sido baseada em documentos, massim somente em depoimentos ou aceitação ficta dos argumentos autorais – o que não é o presente caso.4) “(...) 3. Todos os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou deutilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, devem ser considerados para o cálculo dosalário-de-benefício, exceto o décimo-terceiro salário (Lei 8.213/91, art. 29, § 3º). 4. Reconhecida em ação trabalhista aexistência de parcelas remuneratórias não consideradas no cálculo do salário-de-contribuição, a beneficiária tem direito àrevisão da renda mensal inicial do benefício de pensão por morte, com o pagamento das diferenças devidas. Ascontribuições previdenciárias devem ser exigidas da empresa empregadora não prejudicando o direito do segurado. 5. Oart. 41 da Lei nº 8.213/91 fixou o critério de reajuste dos benefícios previdenciários com finalidade de preservar o valor realdo benefício, deixando de incidir a vinculação ao salário mínimo determinada pelo art. 58 do ADCT, que teve carátertransitório. Impossibilidade de vinculação do benefício ao salário mínimo. (...)” (AC 200201990311340, JUIZ FEDERALMIGUEL ÂNGELO ALVARENGA LOPES (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, DJ DATA:16/10/2006 PAGINA:21.)5) Pelo exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.6) Sentença mantida na íntegra.7) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em face da gratuidade da justiça.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

169 - 0000985-35.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000985-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JEILTON PORCINO DA SILVA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. CASO CONCRETO NÃO CARACTERIZAREGIME FAMILIAR RURAL NOS TERMOS DA SÚMULA 46 DO TNU. REVOGAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADACONCEDIDA NA SENTENÇA. PARCELAS RECEBIDAS IRREPETÍVEIS. SÚMULA 51 DA TNU. RECURSO PROVIDO.SENTENÇA REFORMADA PARA JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO AUTORAL.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição do autor de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que as provas materiais e testemunhais não são suficientes para comprovar o lavorrural da autora, posto que seus vínculos trabalhistas o caracterizam como empregado, não segurado especial rural. Requera reforma da sentença, julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91). Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros dafamília é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, semutilização de empregado (art. 11, § 1º, da Lei 8.213/91).3) No caso dos autos, a despeito de estar presente o início de prova material (fls. 14/20, em vias da época), percebe-se queo labor do autor no meio rural não configura o regime de economia familiar mencionado nas normas, posto que somenteexercido para empresas, com os devidos vínculos trabalhistas. Aplicação da Súmula 46 da TNU, mas para indeferir opedido. Ademais, os depoimentos atestam o trabalho do autor para empresas em atividades agrícolas. Não se configura nocaso o labor da entidade familiar, em regime de subsistência, na roça; se verifica sim o trabalho do autor, como empregado,em atividades rurais. Por fim, nos autos há comprovação material do labor rural da parte só seu deu por seus vínculosempregatícios, restando somente o depoimento de uma testemunha acerca de seu trabalho rural fora das empresas, oqual, segundo a Súmula 149 do STJ, não é suficiente para conceder o benefício.4) “AÇÃO RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DEPROVA MATERIAL INSUFICIENTE. ANOTAÇÕES NA CARTEIRA DE TRABALHO. INAPLICABILIDADE DO CRITÉRIOPRO MISERO. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. NÃO-ENQUADRAMENTO NO CONCEITO DE SEGURADOESPECIAL. EMPREGADO RURAL. AÇÃO RESCISÓRIA IMPROCEDENTE. 1. A Terceira Seção deste Superior Tribunal jáse manifestou no sentido de abrandar o rigorismo legal nas questões relativas à prova do trabalho do rurícola, em virtudedas inúmeras peculiaridades e dificuldades vividas por tais trabalhadores. Embora em causas desta natureza se observerecorrentemente o critério pro misero, no caso, a única prova material juntada - cópia de carteira de trabalho na qual constaapenas um vínculo de dois anos - não é suficiente para corroborar o trabalho especial a que alude o art. 11, inciso VII, daLei 8.213/91. 2. O regime de economia familiar que dá direito ao segurado especial de se aposentar, independentemente dorecolhimento de contribuições, é a atividade desempenhada em família, com o trabalho indispensável de seus membrospara a sua subsistência. O segurado especial, para ter direito a essa aposentadoria, deve exercer um único trabalho, decultivo da terra em que mora, juntamente com o seu cônjuge e/ou com os seus filhos, produzindo para o sustento dafamília. 3. Enquadramento da autora no conceito dado pelo Estatuto do Trabalhador Rural - Lei 5.889/73 -, regulamentadopelo Decreto 73.626/74, segundo o qual trabalhador rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico,presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. 4. Pedido derescisão improcedente.” (AR 199900473787, MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, STJ - TERCEIRA SEÇÃO, DJEDATA:02/08/2010.) [grifei]5) Nos termos da Súmula 51 da TNU, e em vista da revogação da tutela concedida na sentença de piso, tendo o INSSimplementado o benefício em favor da autora, os valores por ela recebidos não lhe serão cobrados.6) Pelo exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento.7) Sentença reformada para rejeitar o pedido autoral.8) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em vista do provimento.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E CONCEDER-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIOR

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Juiz Federal Relator

170 - 0000204-63.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000204-6/01) MARIA JOSE VIEGAS VASCONCELLOS (ADVOGADO:PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRECOUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. DEPOIMENTOS COLHIDOS NÃO SÃOSUFICIENTES PARA COMPROVAR O LABRO RURAL. SENTENÇA MANTIDA NA ÍNTEGRA. RECURSO IMPROVIDO.1) Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta a recorrente que, ao contrário do decidido pelo Juízo deprimeira instância, apresentou os documentos mínimos exigidos para a averiguação da carência necessária ao benefício.Requer a reforma da sentença, julgando-se procedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Os documentos acostados aos autos (fls. 17) em parte corroboram com a tese autoral do início da atividade rural, masnão foram suficientes para a comprovação da condição de segurada especial, pois não se mostraram suficientes quandosomados às provas produzidas em audiência.4) O parágrafo 2º do art. 48 da Lei 8.213/91 possibilita a aposentadoria para o trabalhador rural que comprovar o efetivoexercício na atividade rurícola, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência dobenefício pretendido, o que não foi provado pela parte recorrente.5) Pelo exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.6) Sentença mantida na íntegra.7) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em face da gratuidade da justiça.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

171 - 0000290-47.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000290-9/01) BENEDITA MACIEL DA FONSECA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. DEPOIMENTOS COLHIDOS NÃO SÃOSUFICIENTES PARA COMPROVAR O LABRO RURAL. SENTENÇA MANTIDA NA ÍNTEGRA. RECURSO IMPROVIDO.1) Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta a recorrente que, ao contrário do decidido pelo Juízo deprimeira instância, apresentou os documentos mínimos exigidos para a averiguação da carência necessária ao benefício.Requer a reforma da sentença, julgando-se procedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Os documentos acostados aos autos (fls. 08) em parte corroboram com a tese autoral do início da atividade rural, masnão foram suficientes para a comprovação da condição de segurada especial, pois não se mostraram suficientes quandosomados às provas produzidas em audiência.4) O parágrafo 2º do art. 48 da Lei 8.213/91 possibilita a aposentadoria para o trabalhador rural que comprovar o efetivoexercício na atividade rurícola, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência dobenefício pretendido, o que não foi provado pela parte recorrente.5) Pelo exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.6) Sentença mantida na íntegra.7) Sem custas, nos termos da lei, nem honorários, em face da gratuidade da justiça.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE

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PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

172 - 0002356-71.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002356-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x ELI MIGUEL (ADVOGADO: JOSÉ NASCIMENTO, URBANO LEALPEREIRA.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CONSOANTE SÚMULAS 06, 14 E 34 DATNU. CASO CONCRETO CARACTERIZA REGIME FAMILIAR RURAL. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDANA ÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição da autora de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que somente provas testemunhais não são suficientes para comprovar o lavor rural daautora, já que a prova material não seria contemporânea ao trabalho. Requer a reforma da sentença, julgando-seimprocedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, denota-se claramente que o labor da recorrente no meio rural configura o regime de economiafamiliar mencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa. Mostra-sepresente o início da prova material (fls. 09, 11/13, 31), que comprova, nos termos das Súmulas 06, 14 e 34 da TNU, aatividade rural exercida pela autora desde a década de 60. Ressalte-se que a prova material não precisa corresponder atodo o período da carência, mas sim comprovar o início da atividade. Ademais, os depoimentos foram contundentes ematestar o labor rural da autora.5) Aplicação analógica da Súmula 33 da TNU, fixando o termo a quo para o início da concessão do benefício daaposentadoria como sendo o do requerimento administrativo. Juros de mora e correção monetária devidos a partir dacitação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009).Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados Especiais Federais, de 60(sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido pelo autor nopagamento destas prestações passadas.7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

173 - 0000404-23.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000404-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x MARIA DA PENHA RAIMUNDO SOARES (ADVOGADO: LILIANBELISARIO DOS SANTOS.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CONSOANTE SÚMULAS 06 E 14 DA TNU.CASO CONCRETO CARACTERIZA REGIME FAMILIAR RURAL NOS TERMOS DAS SÚMULAS 41 E 46 DA TNU.RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA NA ÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição do autor de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que somente provas testemunhais não são suficientes para comprovar o lavor rural daautor. Requer a reforma da sentença, julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por

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tempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, denota-se claramente que o labor da recorrente no meio rural configura o regime de economiafamiliar mencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa, a despeitoda atividade urbana eventualmente empreendida pelo seu cônjuge. Tal é o sentido das Súmulas nº 41 e 46 da TNU.Mostra-se presente o início da prova material (fls. 17), em documento oficial da própria Previdência Social, que comprova,nos termos das Súmulas 06 e 14 da TNU, a atividade rural exercida pela autora desde 1990. Os depoimentos foramcontundentes em atestar o labor rural do casal (o cônjuge, concomitante a outras profissão, e o da autora por todo otempo).5) Aplicação analógica da Súmula 33 da TNU, fixando o termo a quo para o início da concessão do benefício daaposentadoria como sendo o do requerimento administrativo. Juros de mora e correção monetária devidos a partir dacitação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009).Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados Especiais Federais, de 60(sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido pelo autor nopagamento destas prestações passadas.7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

174 - 0000097-97.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000097-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ELZA FIOROT FORNACIARI (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMESFERNANDES.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. CASO CONCRETO CARACTERIZAREGIME FAMILIAR RURAL NOS TERMOS DA SÚMULA 46 DO TNU. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA NAÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição da autora de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que as provas materiais e testemunhais não são suficientes para comprovar o lavorrural da autora. Requer a reforma da sentença, julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, percebe-se que o labor do autor no meio rural claramente configura o regime de economia familiarmencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa. Tal é ainterpretação da Súmula 46 da TNU. Ademais, mostram-se presentes os demais requisitos para a concessão do benefício,o início da prova material (fls. 50, em via da época) e depoimentos diversos atestando o labor rural do autor.5) Aplicação analógica da Súmula 33 da TNU, fixando o termo a quo para o início da concessão do benefício daaposentadoria como sendo o do requerimento administrativo. Juros de mora e correção monetária devidos a partir dacitação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009).Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados Especiais Federais, de 60(sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido pelo autor nopagamento destas prestações passadas.

7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

175 - 0001079-83.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001079-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x LINDAURA DA SILVA ROCHA (ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA,Kênia Cardoso Gomes, JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES, JOSÉ NASCIMENTO.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CONSOANTE SÚMULAS 06 E 14 DA TNU.CASO CONCRETO CARACTERIZA REGIME FAMILIAR RURAL. SÚMULA 149 DO STJ AFASTADA NO CASO, EM FACEDO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COMPROVADO. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA NA ÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição da autora de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que somente provas testemunhais não são suficientes para comprovar o lavor rural daautor. Requer a reforma da sentença, julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, denota-se claramente que o labor da recorrente no meio rural configura o regime de economiafamiliar mencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa. Mostra-sepresente o início da prova material (fls. 11); quanto ao fato de o documento não ser original ou cópia do livro de registro docartório, trata-se de exigência descabida, afinal à entidade pública é vedado recusar fé aos documentos públicos (art. 19, II,da Constituição, e art. 364 do CPC). O documento comprova, nos termos das Súmulas 06 e 14 da TNU, a atividade ruralexercida pela autora desde 1949, no mínimo. Os depoimentos foram contundentes em atestar o labor rural da autora.Considerando a idade da autora e o tempo de contribuição dela exigido no caso concreto (cinco anos), os fatos atestadosnos autos são mais que suficientes para presumir a subsistência de seu pequeno lavor na terra. Tal é o sentido pretendidopela lei ao caracterizar o regime de economia familiar, a fim de prover um auxílio às pessoas que laboram na atividade ruralde forma dependente. Neste sentido, a Súmula 149 do STJ não se aplica a este caso específico.5) Aplicação analógica da Súmula 33 da TNU, fixando o termo a quo para o início da concessão do benefício daaposentadoria como sendo o do requerimento administrativo. Juros de mora e correção monetária devidos a partir dacitação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009).Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados Especiais Federais, de 60(sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido pelo autor nopagamento destas prestações passadas.7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

176 - 0002329-88.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002329-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x IDINAURA SOARES ALVES (ADVOGADO: MARTHA HELENAGALVANI CARVALHO.).E M E N T A

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APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CONSOANTE SÚMULAS 06, 14 E 34 DATNU. CASO CONCRETO CARACTERIZA REGIME FAMILIAR RURAL NOS TERMOS DAS SÚMULAS 41 E 46 DA TNU.RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA NA ÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição da autora de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que somente provas testemunhais não são suficientes para comprovar o lavor rural daautor, e que as provas materiais não são suficientes. Requer a reforma da sentença, julgando-se improcedente o pedidoinicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, denota-se claramente que o labor da autora no meio rural configura o regime de economia familiarmencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa, a despeito daatividade urbana eventualmente empreendida por si e/ou seu cônjuge. Tal é o sentido das Súmulas nº 41 e 46 da TNU.Mostra-se presente o início da prova material (fls. 22), que comprova, nos termos das Súmulas 06 e 14 da TNU, a atividaderural exercida pelo cônjuge da autora desde 1979. Quanto ao fato de o documento não ser original ou cópia do livro deregistro do cartório, trata-se de exigência descabida, afinal à entidade pública é vedado recusar fé aos documentos públicos(art. 19, II, da Constituição, e art. 364 do CPC); ademais, a retificação ocorrida no documento foi realizado por ordemjudicial, não cabendo ao recorrente questioná-la fora dos trâmites devidos. Por fim, os depoimentos foram contundentes ematestar o labor rural do casal, concomitante a outras profissões quando a situação econômica assim demandava.5) Considerando os termos bem fundamentados da sentença, e ainda que a verificação do cumprimento dos requisitosnecessários à concessão do benefício somente se deu com a prolação daquela decisão, o termo a quo para o início daconcessão do benefício da aposentadoria deve permanecer o fixado na sentença, dezembro de 2010. Juros de mora ecorreção monetária devidos a partir da citação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redaçãodada pela Lei nº 11.960/2009). Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos JuizadosEspeciais Federais, de 60 (sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a serpercebido pelo autor no pagamento destas prestações passadas.7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

177 - 0000559-89.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000559-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x VICENTE ARAUJO FERREIRA (ADVOGADO: ALEKSANDROHONRADO VIEIRA, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).E M E N T A

APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CONSOANTE SÚMULAS 06, 14 E 34 DATNU. CASO CONCRETO CARACTERIZA REGIME FAMILIAR RURAL NOS TERMOS DAS SÚMULAS 41 E 46 DA TNU.RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA NA ÍNTEGRA.1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que reconheceu a condição do autor de seguradoespecial rural. Sustenta a recorrente que somente provas testemunhais não são suficientes para comprovar o lavor rural daautor. Requer a reforma da sentença, julgando-se improcedente o pedido inicial.2) Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, na condição de trabalhador rural, é necessário o implementodo requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime deeconomia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48,ambos da Lei n. 8.213/91).3) Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregado (art.11, § 1º, da Lei 8.213/91).4) No caso dos autos, denota-se claramente que o labor da recorrente no meio rural configura o regime de economiafamiliar mencionado nas normas, conforme o livre entendimento – e convencimento – do Juízo natural da causa, a despeito

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da atividade urbana eventualmente empreendida por si e/ou seu cônjuge. Tal é o sentido das Súmulas nº 41 e 46 da TNU.Mostra-se presente o início da prova material (fls. 11), que comprova, nos termos das Súmulas 06, 14 e 34 da TNU, aatividade rural exercida pelo autor por tempo suficiente para o preenchimento do requisito de carência. Os depoimentosforam contundentes em atestar o labor rural do autor em regime de economia familiar.5) Considerando os termos bem fundamentados da sentença, e ainda que a verificação do cumprimento dos requisitosnecessários à concessão do benefício somente se deu com a prolação daquela decisão, o termo a quo para o início daconcessão do benefício da aposentadoria deve permanecer o fixado na sentença, abril de 2011. Juros de mora e correçãomonetária devidos a partir da citação válida (Súmula 204 do STJ e art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pelaLei nº 11.960/2009). Observar-se-á, no que tange ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados EspeciaisFederais, de 60 (sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido peloautor no pagamento destas prestações passadas.7) Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.8) Sentença mantida na íntegra.9) Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz Federal Relator

178 - 0000199-88.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000199-0/01) ANTONIO MANOEL FERNANDES (ADVOGADO:EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA – LAUDO PERICIAL – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE – CONDIÇÕESPESSOAIS FAVORÁVEIS – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Argui que há nos autos documentos que atestam sua incapacidade.A parte autora foi submetida a perícia médica tendo sido diagnostica Polineuropatia Hansenica. O respectivo laudo,contudo, foi conclusivo pela ausência de incapacidade.O recorrente é trabalhador rural. O perito, quando da confecção do laudo, apesar de concluir pela capacidade laborativa,ressalva a exposição à luz solar enquanto durar o tratamento. Ora, é notório que é indissociável o labor rural da exposiçãoao sol. O próprio expert atesta que a enfermidade dificulta o exercício da atividade desempenhada. Impossível não seconsiderar no caso concreto as condições pessoais da parte autora. Conforme entendimento desta TR, “Se, para exerceruma profissão, alguém, em razão das suas condições pessoais, precisa sacrificar-se de forma extraordinária em relação àmédia dos trabalhadores da mesma categoria profissional, configura-se incapacidade para o trabalho. Entendimento emsentido contrário implica desrespeito ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da ConstituiçãoFederal)”.Diante do exposto, conheço do recurso concedendo-lhe provimento. Por oportuno, cabe antecipar os efeitos da tutela.Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando ovencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelator

179 - 0002099-12.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002099-8/01) MARCOS ANTONIO PIM CHIQUETTO (ADVOGADO:WELITON ROGER ALTOE, ROBERTA BRAGANÇA ZÓBOLI, FERNANDO CARLOS FERNANDES.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA EM APOSENTADORIA POR

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INVALIDEZ – LAUDO PERICIAL DESFAVORÁVEL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Argui que há nos autos documentos queatestam sua incapacidade definitiva.O autor está em gozo de auxílio-doença desde 18/08/2008. Na pericial judicial realizada foram diagnosticados Carcinomade próstata (câncer) e Hipertensão arterial. Foram constatadas, ainda, doença no rim esquerdo; limitação de movimentospara coluna cervical, dorsal e lombar, membros superiores e inferiores; redução da força muscular no membro superiordireito. O recorrente juntou aos autos diversos atestados e exames onde se verifica a presença de outras enfermidades.O recorrente conta 51 anos de idade. Percebe auxílio doença há quase 04 (quatro) anos. Apresenta farto materialprobatório indicando complexo histórico médico. O perito, quando da confecção do laudo, estimou o prazo pararecuperação do autor em seis meses. Decorrido um ano da produção do exame, o recorrente ainda se encontra em gozodo benefício citado. Considerando, destarte, as condições clínicas do autor, verifico o mesmo fazer juz ao benefício daaposentadoria por invalidez.Pelo exposto, dou provimento ao recurso. Por oportuno, cabe antecipar os efeitos da tutela.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelator

180 - 0001535-33.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001535-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA, ANDRÉ DIAS IRIGON.) x VALDO GOMES (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA – LAUDO PERICIAL –INCAPACIDADE PARCIAL – REABILITAÇÃO – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente a pretensãoautoral condenando o recorrente a conceder auxílio-doença ao recorrido. Argui que as condições pessoais do autorinduzem incapacidade apenas parcial, não fazendo jus, portanto, ao auxílio doença.A parte autora foi submetida a perícia médica tendo sido diagnostica Bursite de ombro (Cid 10: M 75.5). O respectivo laudo,contudo, foi conclusivo pela incapacidade apenas parcial.O recorrente é moto-boy. O perito, quando da confecção do laudo, concluiu pela incapacidade definitiva para a ocupaçãohabitual do recorrido. Consignou, ainda, a possibilidade de reabilitação profissional tendo em vista a idade e o bom nível deescolaridade. Tendo em conta as provas dos autos, verifico fazer a parte autora jus ao benefício requerido, limitando-se asua duração à respectiva reabilitação. Nestes termos, nego provimento ao recurso.Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelator

181 - 0005589-79.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005589-6/01) IRANIDIA JUSTINO DE ANDRADE (ADVOGADO:RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS, VERA LUCIA FAVARES BORBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. OMISSÃO CONFIGURADA. RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face do Acórdão de fls. 116/118 que deu provimento aorecurso autoral a fim de conceder o benefício da pensão por morte. Alega omissão do julgado por não ter sido apreciada a

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tese de que a autora e o de cujus residiam em locais diferentes. Argui, ainda, ausente a dependência econômica.

Pelos documentos acostados aos autos, verifica-se que a recorrida e o de cujus não residiam no mesmo imóvel. Acoabitação não é requisito da união estável. A Súmula 382, STF é cristalina quanto ao assunto: “A vida em comum sob omesmo teto "more uxorio", não é indispensável à caracterização do concubinato.”

A recorrida e o segurado falecido tiveram uma filha. Na separação consensual houve fixação de alimentos à filha do casalno valor de 1 e ½ salário mínimo. Aduz o recorrente que os contratos de aluguel em nome da autora, ao contrário doalegado no recurso da embargada, teriam por finalidade o custeio da pensão alimentícia da filha, não havendo, dessemodo, dependência econômica da autora relativamente ao de cujus. Verifico que se trata de mera suposição doembargante. As únicas provas dos autos, especialmente a testemunhal, dão conta da existência da união estável do casal.

Embargos conhecidos e providos a fim de sanar a omissão ventilada, sem, contudo, atribui-lhe efeitos modificativos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

182 - 0001620-53.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001620-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x ILDELZUITE CUNHA DA COSTA (ADVOGADO: GLEISAPARECIDA AMORIM DE CASTRO, ERALDO AMORIM DA SILVA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. OMISSÃOCONFIGURADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face do Acórdão de fls. 163/164 que negou provimento aorecurso da Autarquia. Alega omissão do julgado por não ter sido apreciada a prescrição, bem como a aplicação da taxa dejuros.

A prescrição, a teor do art. 103, parágrafo único, da Lei n.º 8.213/91, atinge as parcelas vencidas no período anterior a cincoanos da propositura da ação. Dessa forma, tendo a autora requerido o benefício em 06/05/2003, e sendo a demandaproposta somente em 18/09/2008, restam, prescritas as parcelas vencidas antes de 18/09/2003.

Quanto ao erro alegado pelo embargante, o vício merece ser sanado. A citação do réu aperfeiçoou-se antes de 30/06/2009,data da entrada em vigor da Lei 11.960/2009. Como a citada lei tem aplicação imediata sobre os processos pendentes(Precedente: STF - RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009), a partir desta data deve ser aplicada a nova redaçãodo artigo 1º-F da Lei 9.494/97.

Embargos conhecidos e providos a fim de sanar a omissão ventilada, sem, contudo, atribui-lhe efeitos modificativos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

183 - 0006434-14.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006434-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x GILBERTO BRANDÃO FILHO (ADVOGADO: PAULO AUGUSTO MARTINSPINHEIRO CHAGAS, HUGO MATHIAS, STEFANO BORGES MATHIAS.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS – LAUDO PERICIAL – INCAPACIDADE PARCIAL VERIFICADA – RELATÓRIO SOCIALFAVORÁVEL – MAGISTRADO - LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO – FIM SOCIAL DA LEI – PRINCÍPIO DA

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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de concessão debenefício assistencial - LOAS. Argui o recorrente não restar devidamente comprovada a incapacidade laborativa do autor.Requer, assim, a reforma da sentença.

2. Para fazer jus ao benefício assistencial é necessário o preenchimento de dois requisitos estabelecidos pelo artigo 20, daLei Orgânica da Assistência Social: ser pessoa portadora de deficiência que incapacite para o trabalho ou idoso com 65(sessenta e cinco) anos ou mais, conforme o artigo 34, do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741) e; não possuir meios desubsistência próprios ou de familiares.

3. A discussão cinge-se ao primeiro requisito, ou seja, se está presente a incapacidade. A Súmula 29, TNU aduz que: “Paraos efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede asatividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao próprio sustento”.

4. A parte autora foi submetida à perícia judicial na qual foram constatadas Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS)e Seqüela de Croptococose de Sistema Nervoso Central (SNC), sendo conclusiva, contudo, pela ausência de incapacidadelaboral. Esclareça-se, desde já, que a AIDS é prevista como doença incapacitante para fins de concessão de auxílio-doençae aposentadoria por invalidez, nos termos do art. 151 da Lei nº 8.213/91.

5. O laudo complementar confeccionado pelo perito judicial de fls. 108/109 informa que o paciente apresentava hemiparesiadireita grau II, desproporcionada e maior em membro inferior. Atesta, ainda, a impossibilidade de se exercer atividade querequeira força e propiocepção para subir e descer escadas carregando equipamentos pesados, além de necessitar de ajudapara andar.

6. O relatório social produzido dá conta de que o recorrido reside com sua genitora e uma irmã, sendo esta absolutamenteincapaz (portadora de doença mental). Ambas não trabalham. A renda familiar é composta por apenas R$200,00provenientes da ajuda do ex-marido da mãe do autor. Foram observadas despesas com medicamentos relativas aos trêscomponentes do grupo familiar.

7. A despeito do exame pericial ser conclusivo quanto à incapacidade parcial, entendo restar configurada a incapacidadedefinitiva. Com efeito. Nos termos dos arts. 131 e 436 do Código de Processo Civil, o magistrado não está adstrito àsconclusões do laudo pericial, podendo apreciar livremente as provas, fatos e circunstâncias constantes dos autos paraformar sua convicção. Analisando-se detidamente tudo quanto exposto, verifica-se a situação de fragilidade social queacomete o autor e sua família. O recorrido, com 45 anos de idade, limitado em suas funções motoras em decorrência dedoença oportunista que o acometeu, portador de doença estigmatizante, não pode ser coagido a retornar ao mercado detrabalho. Verifica-se pouco provável sua reinserção num ambiente altamente competitivo possuindo as vicissitudes queapresenta.

8. É dever do juiz, ao aplicar a lei, atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Com essapremissa, o legislador considera primordiais valores sociais sobre os individuais, escolhendo claramente uma posição sobrea finalidade social do direito. Tal concepção tem por base também o princípio da dignidade da pessoa humana insculpido noart. 1º, III, da Carta Magna. No presente caso, a negativa do benefício corresponde a desatender comandos legais supracitados. Ignorar as particularidades do caso concreto, com todas as suas nuances, atendendo apenas à letra fria da lei, étécnica reprovável a qual este magistrado não utiliza. Posto isso, nego provimento ao recurso.

9. Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

184 - 0011460-27.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011460-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x ISAAC MOREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DEMELO CALMON HOLLIDAY.).E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – STF – REPERCUSSÃO GERAL –AUXÍLIO DOENÇA PERCEBIDO DE FORMA INTERCALADA À ATIVIDADE LABORATIVA – APLICABILIDADE DAREVISÃO EM TAIS CASOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial. Em suas razões, alega ser inaplicável o §5º do art. 29 da Lei n.º 8.213/91 ao presente caso.

2. O Supremo Tribunal Federal julgou, em regime de repercussão geral, a matéria objeto da presente demanda nosseguintes termos:

CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CARÁTER CONTRIBUTIVO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR. LIMITES.1. O caráter contributivo do regime geral da previdência social (caput do art. 201 da CF) a princípio impede a contagem detempo ficto de contribuição.2. O § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPS) é exceção razoável à regraproibitiva de tempo de contribuição ficto com apoio no inciso II do art. 55 da mesma Lei. E é aplicável somente às situaçõesem que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença durante período de afastamentointercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária. Entendimento, esse, que nãofoi modificado pela Lei nº 9.876/99.3. O § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/1999 não ultrapassou os limites da competência regulamentar porque apenasexplicitou a adequada interpretação do inciso II e do § 5º do art. 29 em combinação com o inciso II do art. 55 e com os arts.44 e 61, todos da Lei nº 8.213/1991.4. A extensão de efeitos financeiros de lei nova a benefício previdenciário anterior à respectiva vigência ofende tanto oinciso XXXVI do art. 5º quanto o § 5º do art. 195 da Constituição Federal. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos darelatoria do Ministro Gilmar Mendes.5. Recurso extraordinário com repercussão geral a que se dá provimento.(RE 583834, Relator MIN. AYRES BRITTO, DJE 14/02/2012)

3. No caso dos autos, a percepção do auxílio doença pelo recorrente se deu de modo intercalado com atividade laborativa.Conforme consulta realizada no Sistema Plenus, verifica-se ter a parte gozado auxílio-doença entre 27/05/1997 e03/04/1998. Posteriormente, houve a percepção do citado benefício em 20/09/2000, o qual restou convertido emaposentadoria por invalidez. Diante do exposto, nego provimento ao recurso.

4. Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

185 - 0003167-29.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003167-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CARLOS ANTONIO MATIAS(ADVOGADO: MARCELO NUNES DA SILVEIRA, JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).PROCESSO Nº 0003167-29.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003167-2/01)RECORRENTE: CARLOS ANTONIO MATIASRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO DESFAVORÁVEL – SENTENÇA – NULIDADE – NÃO OCORRÊNCIA –RISCO DE AGRAVAMENTO DESCARTADO – CONDIÇÕES PESSOAIS – ATIVIDADE BRAÇAL – REINSERÇÃO NOMERCADO DE TRABALHO – POSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença. Argui: nulidade da sentença por desrespeito ao devido processo legal eao contraditório; omissão e contradição do comando sentencial; o risco de agravamento da lesão; e a incapacidadedefinitiva da enfermidade sob o ponto de vista social.Em preliminar, argui a nulidade da sentença por não estar devidamente fundamentada, desrespeitando, ainda, o devidoprocesso legal e o contraditório. O processo foi devidamente instruído, sendo oportunizada às partes a possibilidade de semanifestarem acerca do laudo produzido. Nenhuma fase processual foi suprimida. A sentença, a seu turno, encontra-sesuficientemente fundamentada. A omissão e contradição da decisão de mérito deveriam ter sido atacadas por meio de

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recurso próprio. Trata-se de matéria preclusa. Preliminar rejeitada.O autor foi submetido à perícia a qual diagnosticou uveite posterior em olho direito, sendo, contudo, conclusiva quanto àplena capacidade laborativa do autor.O recorrente argui o risco de agravamento da lesão. O perito deixou assentado que não há o risco alegado. Explicou que aenfermidade não tem qualquer relação com o labor desenvolvido pelo recorrente.Argui, ainda, restar incapacitado definitivamente em virtude de suas condições pessoais. O autor perdeu a visão do olhodireito. Tem por profissão atividade predominantemente braçal. Em que pese o fato de ter sua função visual diminuída, talfato não é suficiente a tornar a reinserção no mercado de trabalho dificultosa. Sentença mantida na íntegra.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

186 - 0003011-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003011-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSÉ LISBOA BARBOSA(ADVOGADO: MEIRYELLE RIBEIRO LEITE, JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).PROCESSO Nº 0003011-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003011-4/01)RECORRENTE: JOSÉ LISBOA BARBOSARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO DESFAVORÁVEL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença. Argui haver nos autos documentos que atestam a existência deincapacidade;O autor percebeu o auxílio-doença por, aproximadamente, quatro anos. Ajuizou a presente demanda e foi submetido àperícia a qual diagnosticou epilepsia, sendo, contudo, conclusiva quanto à plena capacidade laborativa do autor.Argui a parte recorrente existirem nos autos documentação suficiente a comprovar sua incapacidade. Alega que a doençade que é portador o torna incapaz para qualquer atividade laborativa. O laudo confeccionado pelo perito do juízo atesta aenfermidade alegada, contudo, afirma não existir incapacidade, risco de morte ou agravamento da referida doença. Noconflito entre os laudos particulares e o laudo produzido pelo juízo, deve prevalecer o último, de acordo com o Enunciado n.º08: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.(DIO - Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59).”Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

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187 - 0003116-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003116-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARLINDO ANTONIOGALETTE (ADVOGADO: BORIS CASTRO JUNIOR, GISELLE CUNHA LOUVEM.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).PROCESSO Nº 0003116-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003116-7/01)RECORRENTE: ARLINDO ANTONIO GALETTERECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

RECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – ENFERMIDADE AGRAVADA – INCAPACIDADE VERIFICADA – VALORESRECEBIDOS A TÍTULO DE TUTELA ANTECIPADA – COBRANÇA – IMPOSSIBILIDADE – ENUNCIADO N.º 52 TR/ES –RECURSO DO INSS IMPROVIDO – RECURSO DO AUTOR PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recursos inominados interpostos pelo INSS e pelo autor, em face da sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. O INSS arguiem suas razões recursais a possibilidade da cobrança dos valores recebidos em virtude de tutela antecipada. O autor, a seuturno, argui haver nos autos prova suficiente a concluir-se pela sua incapacidade.O recurso do INSS não merece ser provido. A questão da irrepetibilidade dos valores recebidos por força de decisão liminaré tranqüila no âmbito desta Turma Recursal. Por oportuno, cabe transcrever o Enunciado n.º 52, que assim dispõe: “Éinexigível a restituição de benefício previdenciário ou assistencial recebido em razão de tutela antecipada posteriormenterevogada. (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)”.O autor foi submetido à perícia médica na qual foi constatada a presença de dislipidemia e diabetes mellitus, sendo,contudo, conclusiva pela ausência de incapacidade do periciado. Restou consignado no laudo respectivo, contudo, apossibilidade de agravamento das enfermidades caso não fossem devidamente controladas. O autor informa em seurecurso o agravamento da diabetes mellitus. O art. 42, §2º, Lei n.º 8.213/91 autoriza a concessão de aposentadoria porinvalidez quando a enfermidade de que é portador o segurado agrava-se tornando-o, assim, incapaz para as atividadeslaborais.No presente caso, o autor foi submetido a exame por médico vinculado ao DETRAN-ES quando da renovação da CNH. Oreferido exame foi conclusivo pela inaptidão definitiva para todas as categorias de veículos automotores. Verifica-se, assim,o agravamento da diabetes ocasionando comprometimento significativo e definitivo da visão. Esclareço que o examerealizado no âmbito do DETRAN, assim como a perícia do INSS, é típico ato administrativo, gozando das prerrogativas depresunção de legitimidade e veracidade. Em assim sendo, forçoso é concluir-se alterada a situação fática autorizativa daconcessão do benefício pleiteado. Diante do exposto, dou provimento ao recurso do autor, concedendo-lhe o benefício daaposentadoria por invalidez. Por oportuno, cabe antecipar os efeitos da tutela. Fixo a DII na data do julgamento do presentefeito.Recurso do INSS improvido. Recurso do autor provido. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DOS RECURSOS NEGANDO PROVIMENTO AORECURSO DO INSS E DANDO PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR, na forma da ementa constante dos autos, quefica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

188 - 0000597-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000597-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x JOSÉ FRANCISCO DA CUNHA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).PROCESSO Nº 0000597-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000597-1/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOSÉ FRANCISCO DA CUNHARELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – DIB – LAUDO PERICIAL OMISSO– LAUDOS PARTICULARES COMO PROVAS COMPLEMENTARES – ADMISSÃO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Argui não serpossível a utilização dos laudos particulares como critério de fixação da Data do Início da Incapacidade (DII).O laudo confeccionado pelo perito do juízo foi conclusivo pela incapacidade do autor. A sentença concedeu-lheaposentadoria por invalidez. O INSS recorre impugnando apenas a DII do benefício.O expert foi omisso quanto à DII. Há nos autos laudos contemporâneos atestando a existência da incapacidade mesmoapós a cessação do benefício na via administrativa. A utilização destes como provas complementares é aceita de formapacífica pela jurisprudência pátria.Argui, ainda, o INSS, que no conflito entre os laudos particulares e a perícia administrativa, deve prevalecer a última. Comefeito. Em princípio, essa é a regra. Ocorre que os laudos apresentados pelo recorrido têm como suporte a perícia realizadapelo juízo, apresentando dados convergentes com estes. Destarte, possível se torna concluir que a incapacidade já existiaquando da cessação indevida pelo recorrente. Pelo exposto, conheço do recurso e nego-lhe provimento.Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

189 - 0000217-38.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000217-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOEL PASSOS DAMBROZIO(ADVOGADO: RODRIGO CAMPANA FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000217-38.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000217-0/01)RECORRENTE: JOEL PASSOS DAMBROZIORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA – CONCESSÃO – INCAPACIDADE PREEXISTENTE –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Argui fazer jus ao benefício pleiteado. Requer, assim, a reforma da sentença.O último vínculo empregatício do autor findou-se em 05/04/2007. Em 30/08/2009 sofreu acidente automobilístico do qualresultou incapacidade laborativa temporária, conforme laudo pericial de fls. 39/42. Percebe-se que entre a data do últimolabor desenvolvido e a ocorrência da incapacidade fruiu lapso suficiente a configurar a perda da qualidade de segurado dorecorrente. Dessa forma, considerando que os artigos 42, §2º e 59, parágrafo único, Lei n.º 8.213/91 vedam a concessãodos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez ao segurado que reingressar no RGPS portador deincapacidade, nego provimento ao recurso.Recurso conhecido e improvido.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal

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RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

190 - 0001335-58.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001335-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HILDA DOS SANTOSRIBEIRO (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCELA BRAVIN BASSETTO.).PROCESSO Nº 0001335-58.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001335-9/01)RECORRENTE: HILDA DOS SANTOS RIBEIRORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – LAUDODESFAVORÁVEL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença. Alega haver nos autos documentos que atestam a existência deincapacidade. Argui, ainda, não ser a prova pericial de natureza absoluta. Requer, destarte, a reforma da sentença.A autora percebeu o benefício do auxílio-doença entre 11/11/2010 e 10/03/2011. Ingressou com a presente ação e foisubmetida à perícia a qual diagnosticou artrose insipiente nos joelhos, sendo, contudo, conclusiva quanto à plenacapacidade laborativa da autora.Argui a parte recorrente existirem nos autos documentação suficiente a comprovar sua incapacidade. No conflito entre oslaudos particulares e o laudo produzido pelo juízo, deve prevalecer o último, de acordo com o Enunciado n.º 08, da TurmaRecursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelojuízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular. (DIO - Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59).”Argui, ainda, que o laudo médico produzido em juízo não pode ser considerado como prova absoluta, não ficando omagistrado adstrito ao resultado da perícia. A fim de afastar o laudo confeccionado pelo expert, deveria a parte autoraproduzir farto material probatório amparando suas alegações. Não foi o que ocorreu no presente caso. Os atestados de fls.14/15 não trazem qualquer informação acerca de eventual incapacidade do recorrente. Os atestados de fls. 16 e 17referem-se a período em que não havia controvérsia a respeito da ausência de capacidade. Dessa forma, não logrando aparte autora infirmar o laudo produzido, não há como reconhecer-se o benefício pleiteado.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

191 - 0001759-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001759-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JADIR ALVES (ADVOGADO:JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS, HELENICE DE SOUSA VIANA, MARCELO NUNES DA SILVEIRA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).PROCESSO Nº 0001759-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001759-6/01)RECORRENTE: JADIR ALVESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

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RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO DESFAVORÁVEL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença. Apresenta os seguintes argumentos: suas condições pessoais revelam aexistência de enfermidade incapacitante; e há nos autos documentos que atestam a existência de incapacidade;O autor foi submetido à perícia a qual diagnosticou artrose da coluna lombar e cervical, sendo, contudo, conclusiva quanto àplena capacidade laborativa do autor.Argui, que suas condições pessoais permitiriam concluir pela ausência de capacidade. Não assiste razão ao recorrente. Asituação pessoal do autor somente teria relevância caso fosse constatada incapacidade parcial para o trabalho, assim,como a perícia concluiu pela plena capacidade, não há como reconhecer-se o direito pleiteado. A ressalva feita pelo peritoquanto ao se evitar carga de peso extremo na coluna lombar é perfeitamente compatível com a atividade habitual deoperador de empilhadeira, uma vez que o autor labora sentado, sem qualquer esforço na região comprometida.Argui a parte recorrente existirem nos autos documentação suficiente a comprovar sua incapacidade. Conforme consignadona sentença, a maioria dos laudos e atestados juntados aos autos referem-se a períodos em que havia incapacidadereconhecida administrativamente pelo INSS, não havendo qualquer controvérsia a respeito. Os atestados de fls. 33 e 40,por sua vez, carecem de elementos fundamentais como assinatura do médico e a data em que foram emitidos. Os demaisnão atestam incapacidade da recorrente. Ademais, registre-se que no conflito entre os laudos particulares e o laudoproduzido pelo juízo, deve prevalecer o último, de acordo com o Enunciado n.º 08, da Turma Recursal do Espírito Santo: “Olaudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial.O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular. (DIO -Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59).”Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

192 - 0002208-58.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002208-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAFAEL MASIOLI ROSA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.).PROCESSO Nº 0002208-58.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002208-7/01)RECORRENTE: RAFAEL MASIOLI ROSARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – LAUDODESFAVORÁVEL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença. Apresenta os seguintes argumentos: o laudo pericial confeccionado énulo por ser extremamente objetivo; suas condições pessoais revelam a existência de enfermidade incapacitante; e há nosautos documentos que atestam a existência de incapacidade;O autor percebeu o benefício do auxílio-doença em duas ocasiões: 30/06/2009 a 15/10/2009 e 10/12/2009 a 10/03/2010.Ingressou com a presente ação e foi submetido à perícia a qual diagnosticou artrose da coluna lombar e abaulamentosdiscais, sendo, contudo, conclusiva quanto à plena capacidade laborativa do autor.Argui a nulidade da sentença tendo em vista ser baseada em laudo pericial objetivo. Pela análise do citado laudo,percebe-se que, ao contrário do alegado no recurso, houve descrição detalhada da anamnese, do exame físico, do históricoprofissional e dos exames complementares. Há, ainda, as respostas devidamente fundamentadas. Ainda que o perito nãoprolongue as suas conclusões, o laudo atende satisfatoriamente aos fins do presente feito.Argui, que suas condições pessoais permitiriam concluir pela ausência de capacidade. Não assiste razão ao recorrente. Asituação pessoal do autor somente teria relevância caso fosse constatada incapacidade parcial para o trabalho, assim,como a perícia concluiu pela plena capacidade, não há como reconhecer-se o direito pleiteado.Argui a parte recorrente existirem nos autos documentação suficiente a comprovar sua incapacidade. Conforme consignado

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na sentença, a maioria dos laudos e atestados juntados aos autos referem-se a períodos em que havia incapacidadereconhecida administrativamente pelo INSS, não havendo qualquer controvérsia a respeito. Os atestados de fls. 33 e 40,por sua vez, carecem de elementos fundamentais como assinatura do médico e a data em que foram emitidos. Os demaisnão atestam incapacidade da recorrente. Ademais, registre-se que no conflito entre os laudos particulares e o laudoproduzido pelo juízo, deve prevalecer o último, de acordo com o Enunciado n.º 08, da Turma Recursal do Espírito Santo: “Olaudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial.O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular. (DIO -Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59).”Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

193 - 0003624-32.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003624-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x IZAEL SAGRILLO (ADVOGADO: PHILIPI CARLOSTESCH BUZAN.).PROCESSO Nº 0003624-32.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003624-9/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: IZAEL SAGRILLORELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. DOCUMENTAÇÃO SUFICIENTE. PPP. SÚMULA 32, TNU. EPIEFICAZ. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA Nº 9 DA TNU. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 163/167 que julgou procedente o pedido deaposentadoria especial. Argui, em síntese, que o EPI eficaz elimina a condição especial da atividade desenvolvida.

Ab initio quadra esclarecer que o STJ, por meio de sua 5ª Turma, em decisão proferida no REsp 956.110/SP, passou aacompanhar o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência pátria no sentido de ser cabível, mesmo após28.05.1998, a conversão em comum do tempo de serviço prestado em condições especiais, para fins de concessão deaposentadoria.

Quanto à contagem de tempo especial por exposição a ruído, o entendimento da jurisprudência, com apoio na cronologiada legislação pertinente, é de que há direito à aposentadoria especial desde que comprovada a exposição a nível de ruídode 80 dB(A) (para trabalhos prestados até 05.03.1997, quando editado o Decreto 2.172/97); 90 dB(A) (para trabalhosprestados entre 6.03.1997 e 17.11.2003) e; finalmente, 85 dB(A) (para trabalhos prestados a partir de 18.11.2003, quandoeditado o Decreto 4.882/2003).

O autor juntou laudos técnicos e PPP’s de fls. 23/47 onde se constata a exposição ao ruído de forma habitual epermanente, não eventual ou intermitente. Dessa forma, ainda que tenha desempenhado atividades diversas, há acomprovação de que o recorrido sempre esteve exposto ao agente agressor acima do limite de tolerância, emconformidade, inclusive, com a Súmula 32, TNU.

Quanto ao uso de EPI, torna-se imperiosa a aplicação da Súmula 09, da TNU: O uso de Equipamento de ProteçãoIndividual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviçoespecial prestado. Diante do exposto, nego provimento ao recurso.

Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

Deve-se observar na fase de execução relativamente ao pagamento dos atrasados, o valor do teto dos Juizados Especiais

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Federais, de 60 (sessenta) salários mínimos (art. 3º da Lei 10.259/2001), como o montante máximo a ser percebido peloautor no pagamento destas prestações passadas.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

194 - 0006956-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006956-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x NILZETE SIMÕES FREIRE(ADVOGADO: RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS, VERA LUCIA FAVARES BORBA.).PROCESSO Nº 0006956-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006956-5/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: NILZETE SIMÕES FREIRERELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DA MÃE EM RELAÇÃO À FILHA.COMPROVAÇÃO. MERA COLABORAÇÃO AFASTADA. PROVAS TESTEMUNHAIS E DOCUMENTAIS. RECURSOIMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de pensão pormorte relativamente à filha falecida. Alega inexistirem nos autos documentação suficiente a comprovar a efetivadependência econômica. Requer, destarte, a reforma da sentença.

A Lei n.º 8.213/91 estabelece que, para os pais serem beneficiários do Regime Geral de Previdência Social na condição dedependentes do segurado, precisam comprovar a dependência econômica em relação ao segurado, a qual só se configuraquando o instituidor da pensão contribua de forma decisiva para a manutenção do dependente, quando a assistênciafinanceira prestada pelo segurado falecido seja imprescindível para garantir a subsistência do dependente. Se a cessaçãoda assistência financeira apenas reduz o padrão de vida do assistido, sem comprometer decisivamente a manutenção dasubsistência, não há dependência econômica.

O Decreto n.º 3.048/99 exige, para a comprovação da dependência econômica, no mínimo três documentos, cujo rol émeramente exemplificativo.

A parte recorrente juntou aos autos: Certidão de óbito (fl. 14); comprovante de mesmo endereço residencial (fls. 27 e 47);Nota Fiscal de compra de mercadoria (fl. 37); Comprovante de pagamento de seguro à recorrida e seu cônjuge (fl. 20). Afim de complementar a prova documental foi produzida a prova testemunhal, sendo esta harmônica e coesa no sentido deque a segurada falecida sempre contribuiu de forma decisiva para a manutenção da família. Insta esclarecer que a rendafamiliar é composta por apenas a aposentadoria do marido da autora no valor de um salário mínimo, o que reforça aimportância da renda da “de cujus” no orçamento familiar àquela época. Em face do exposto, nego provimento ao recurso.

Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelator

Assinado Eletronicamente

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Art. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

195 - 0003364-52.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003364-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO COSTA BOLZANI.) x TEREZINHA DE LIMA SOUZA x THAISNARA DELIMA SOUZA x SABRINA SARRIA DE SOUZA x WALLACE TOREZANI DA SILVA SOUZA (ADVOGADO: ALVIMARCARDOSO RAMOS.).PROCESSO Nº 0003364-52.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003364-9/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: WALLACE TOREZANI DA SILVA SOUZARELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FILHO MENOR. DIB. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. NÃOCOMPROVAÇÃO. ROTINA ADMINISTRATIVA. EXIGÊNCIAS INDEVIDAS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de pensão pormorte. Argui o recorrente não haver prova nos autos do prévio requerimento no âmbito administrativo. Requer, destarte, afixação da DIB na data da propositura da demanda.

A parte autora ingressou com o presente feito sem juntar a negativa do INSS em conceder-lhe o benefício pleiteado. Alegouas sucessivas exigências por parte dos servidores do INSS aliado ao fato de uma das co-rés ter-lhe negado o acesso àdocumentação necessária ao início do procedimento no âmbito administrativo. A sentença acatou tal argumento. Conformese noticia com uma certa constância, mormente quando se tem em conta a pensão por morte a ser partilhada por váriosdependentes, geralmente a parte que terá sua quota diminuída procura obstaculizar das mais diversas formas o acesso aosdocumentos do segurado falecido. O INSS, a seu turno, exige documentação que seria desnecessária num primeiromomento. Assim, verificando-se as exigências incabíveis por parte da Autarquia, verifico que a DIB deve ser mantida nadata já fixada na sentença.

Recurso do INSS improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente emhonorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ALCEU MAURICIO JUNIORJuiz Federal da Turma RecursalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

196 - 0006189-66.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006189-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FUNDAÇÃO NACIONAL DESAÚDE - FUNASA (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x NELZINA PEREIRA.PROCESSO Nº 0006189-66.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006189-0/01)RECORRENTE: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASARECORRIDO: NELZINA PEREIRARELATOR: Juiz Federal ALCEU MAURICIO JUNIOR

EMENTA

ADMINISTRATIVO – GDATA – GDASST – LEI 10.404/2002 – APOSENTADOS E PENSIONISTAS – ART. 40, § 8º DACONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO ORIGINAL) – EQUIPARAÇÃO COM OS SERVIDORES DA ATIVA –POSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela FUNASA em face de sentença que julgou parcialmente procedente opedido de condenação da requerida/recorrente ao pagamento de diferenças de GDATA – Gratificação de Desempenho deAtividade Técnico-Administrativa – e de GDASST – Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social e doTrabalho, desde que observada a prescrição qüinqüenal.2. A GDATA constitui vantagem remuneratória devida aos servidores ativos, que tem por base o desempenho institucional eo individual de cada servidor, nos termos da Lei 10.404/2002. Para os servidores da Carreira da seguridade Social e doTrabalho, a GDATA foi substituída pela GDASST, a partir de 1º de abril de 2002, nos termos da Lei 10.483/2002. Osservidores inativos foram também beneficiados com as referidas gratificações; contudo, a base de cálculo para estes édistinta da do pessoal em atividade – opção do legislador que é justificada pelo réu ante a impossibilidade de se aferir aprodutividade para os inativos para fins de cálculo da vantagem.

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3. O art. 40, §8º da Constituição, com a redação anterior à EC 41/2003, assegurava paridade entre servidores da ativa e dainatividade, inclusive no que se refere às vantagens posteriormente concedidas àqueles, mesmo que decorrentes datransformação ou reclassificação de cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para aconcessão da pensão, na forma da lei. Assim sendo, “ainda que a lei tenha extinguido uma vantagem, instituído nova ouintroduzido outra fórmula de calculá-la, no que respeita ao servidor em atividade, o aposentado tem o indeclinável direito aabsorvê-la” (STJ, MS n. 4.165, rel. Min. José de Jesus Filho, j. em 20-03-96, RDA 206/235). Registre-se que a modificaçãodo § 8º do art. 40 da Constituição Federal, pela EC nº 41, de 19/12/2003, não afeta o direito da parte autora, pois a GDATAfoi instituída por lei antes da referida modificação constitucional, que de qualquer modo não alterou em seu bojo a situaçãopreexistente.4. A percepção da GDATA e da GDASST oscila entre valores mínimo e máximo. Ora, em relação ao valor mínimo, omesmo é devido a todos os integrantes da carreira, pelo tão só exercício das funções, independentemente de desempenhoindividual e do órgão a que o servidor está vinculado – eis seu caráter geral. Aliás, por isso mesmo, as próprias Leis10.404/2002 e 10.483/2002 resolveram estender a vantagem aos que estavam na inatividade, quando da entrada em vigordas mesmas, embora em patamar menor: inicialmente 10 pontos, nos termos do art. 5º, II c/c parágrafo único da Lei10.404/2002 e art. 8º, II c/c parágrafo único da Lei 10.483/2002, posteriormente elevados para 30 pontos, de forma geral, atodos os inativos, por força da Lei 10.791/2004.5. A questão foi absolutamente pacificada pelo STF no julgamento do RE 597154 QO/PB, rel. Min. Gilmar Mendes, em19/02/2009: “...a fixação da GDATA/GDASST, quanto aos servidores públicos inativos, obedecerá a critério variável deacordo com a sucessão de leis de regência, para que a GDATA seja concedida aos servidores inativos nos valorescorrespondentes a 37,5 pontos, no período de fevereiro a maio de 2002; de junho de 2002 a abril de 2004, a concessão sefaça nos termos do art. 5º, II, da Lei 10.404/2002; e, no período de maio de 2004 até a conclusão dos efeitos do último ciclode avaliação (art. 1º da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004), a gratificação seja concedida aosinativos nos valores referentes a 60 pontos...”.6. Em suma, no período de 01/02/2002 a 31/05/2002, a GDATA deveria ter sido calculada para os inativos em 37,5 pontos,nos termos do art. 6º da Lei nº 10.404/2002. No período de 01/06/2002 a 30/04/2004, nenhuma diferença é devida, pois oSTF entendeu que tanto os servidores ativos quanto os inativos deveriam receber GDATA no valor de 10 pontos, de acordocom o art. 5º, parágrafo único da Lei nº 10.404/2002, equiparável ao art. 2º, II da mesma lei, o que já foi concedido pelaAdministração. Por fim, a partir de 01/05/2004, todos os servidores, ativos e inativos, devem receber a GDATA no valor de60 pontos, em razão do que dispõe a Lei nº 10.971/2004 em seu art. 1º, parágrafo 1º.7. No mesmo sentido dos elementos que permeiam a GDATA, a GDASST, aplicando-se a alíquota de 60 pontos tendo emvista que a situação dos inativos se equipara à dos servidores ativos ainda não avaliados, diante da ausência de critériosobjetivos para uma avaliação individualizada, nos termos do antigo art. 6º da Lei nº 10.404/02, devendo o pagamento dadiferença do percentual ser observado a partir da entrada em vigor da Lei nº 10.971/04.8. Por fim, não há que se falar que no presente caso o Poder Judiciário está concedendo aumento da remuneração deservidor público. O que se observa com a análise da questão em tela é unicamente a aplicação de princípios constitucionaisque vinham sendo frontalmente negados à parte autora, ao negar-lhe tratamento isonômico na aplicação dos percentuaisdas gratificações mencionadas.9. Diante do exposto, conheço do recurso mas nego-lhe provimento.10. Sentença mantida na íntegra.11. Sem custas, nos termos da lei. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALCEU MAURÍCIO JUNIORJuiz FederalRelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

Acolher os embargosTotal 2 : Dar parcial provimentoTotal 23 : Dar provimentoTotal 27 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Dar provimento ao rec. do réu e negar o do autorTotal 1 : Não conhecer o recursoTotal 1 : Negar provimentoTotal 140 : Rejeitar os embargosTotal 1 :