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Técnico em Enfermagem 1 EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares Técnico em Enfermagem ÍNDICE Língua Portuguesa 1. Interpretação de texto.................................................................................................................................................................................................01 2. Conhecimento de língua: ortografia/acentuação gráfica ............................................................................................................................................09 Classes de palavras: substantivo: classificação, flexão e grau; adjetivo: classificação, flexão e grau; advérbio: classificação, locução adverbial e grau; pronome: classificação, emprego e colocação dos pronomes oblíquos átonos; verbo: classificação, conjugação, emprego de tempos e modos; preposição e conjunção: classificação e emprego; ..........................................................................................................................................16 Estrutura das palavras e seus processos de formação; ...............................................................................................................................................15 Estrutura da oração e do período; .................................................................................................................................................................................31 Concordância verbal e nominal; ....................................................................................................................................................................................33 Regência verbal e nominal, ...........................................................................................................................................................................................34 Crase ..............................................................................................................................................................................................................................13 Pontuação ......................................................................................................................................................................................................................12 Figuras de linguagem (principais); ................................................................................................................................................................................13 Variação linguística: as diversas modalidades do uso da língua. .................................................................................................................................01 Raciocínio Lógico e Matemático Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de palavras). ..............................01 Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos. ........................................................15 Legislação Aplicada à EBSERH 1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011. .................................................................................................................................................01 2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011. ........................................................................................................................................................02 3 Regimento Interno da EBSERH. ................................................................................................................................................................................05 Legislação Aplicada ao SUS 1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal. ............................................................................................................................................................................................................01 2 Controle social no SUS ..............................................................................................................................................................................................05 3 Resolução no 453/2012, do Conselho Nacional de Saúde. .......................................................................................................................................06 4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ...............................................................................................................................................................09 5 Lei Orgânica da Saúde Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011. ..................................10 6 Determinantes sociais da saúde. ...............................................................................................................................................................................19 7 Sistemas de informação em saúde. ...........................................................................................................................................................................22

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Técnico em Enfermagem 1

EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Técnico em Enfermagem

ÍNDICE

Língua Portuguesa 1. Interpretação de texto.................................................................................................................................................................................................01

2. Conhecimento de língua: ortografia/acentuação gráfica ............................................................................................................................................09

Classes de palavras: substantivo: classificação, flexão e grau; adjetivo: classificação, flexão e grau; advérbio: classificação, locução adverbial e

grau; pronome: classificação, emprego e colocação dos pronomes oblíquos átonos; verbo: classificação, conjugação, emprego de tempos e

modos; preposição e conjunção: classificação e emprego; ..........................................................................................................................................16

Estrutura das palavras e seus processos de formação; ...............................................................................................................................................15

Estrutura da oração e do período; .................................................................................................................................................................................31

Concordância verbal e nominal; ....................................................................................................................................................................................33

Regência verbal e nominal, ...........................................................................................................................................................................................34

Crase ..............................................................................................................................................................................................................................13

Pontuação ......................................................................................................................................................................................................................12

Figuras de linguagem (principais); ................................................................................................................................................................................13

Variação linguística: as diversas modalidades do uso da língua. .................................................................................................................................01

Raciocínio Lógico e Matemático Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de palavras). ..............................01

Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos. ........................................................15

Legislação Aplicada à EBSERH 1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011. .................................................................................................................................................01

2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011. ........................................................................................................................................................02

3 Regimento Interno da EBSERH. ................................................................................................................................................................................05

Legislação Aplicada ao SUS 1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e

arcabouço legal. ............................................................................................................................................................................................................01

2 Controle social no SUS ..............................................................................................................................................................................................05

3 Resolução no 453/2012, do Conselho Nacional de Saúde. .......................................................................................................................................06

4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ...............................................................................................................................................................09

5 Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011. ..................................10

6 Determinantes sociais da saúde. ...............................................................................................................................................................................19

7 Sistemas de informação em saúde. ...........................................................................................................................................................................22

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Técnico em Enfermagem 2

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1 Código de Ética em Enfermagem. .............................................................................................................................................................................01

2 Lei no 7.498, de 25 de junho de 1986. .......................................................................................................................................................................04

3 Decreto no 94.406, de 8 de junho de 1987. ...............................................................................................................................................................05

4 Enfermagem no centro cirúrgico. 4.1 Recuperação da anestesia. 4.2 Central de material e esterilização. 4.3 Atuação nos períodos

pré‐operatório, transoperatório e pós‐operatório. 4.4 Atuação durante os procedimentos cirúrgico‐anestésicos. 4.5 Materiais e equipamentos

básicos que compõem as salas de cirurgia e recuperação anestésica. 4.6 Rotinas de limpeza da sala de cirurgia. 4.7Uso de material estéril.

4.8 Manuseio de equipamentos: autoclaves; seladora térmica e lavadora automática ultrassônica. ..........................................................................07

5 Noções de controle de infecção hospitalar. ...............................................................................................................................................................11

6 Procedimentos de enfermagem. 6.1 Verificação de sinais vitais, oxigenoterapia, aerossolterapia e curativos. 6.2 Administração de

medicamentos. 6.3 Coleta de materiais para exames. .................................................................................................................................................13

7 Enfermagem nas situações de urgência e emergência. 7.1 Conceitos de emergência e urgência. 7.2 Estrutura e organização do pronto

socorro. 7.3 Atuação do técnico de enfermagem em situações de choque, parada cardiorrespiratória, politrauma, afogamento, queimadura,

intoxicação, envenenamento e picada de animais peçonhentos. .................................................................................................................................32

8 Enfermagem em saúde pública. 8.1 Política Nacional de Imunização. .....................................................................................................................36

8.2 Controle de doenças transmissíveis, não transmissíveis e sexualmente transmissíveis. 8.3 Atendimento aos pacientes com hipertensão

arterial, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, doença renal crônica, hanseníase, tuberculose, dengue e doenças de notificações

compulsórias. 8.4 Programa de assistência integrada a saúde da criança, mulher, homem, adolescente e idoso......................................................46

9 Conduta ética dos profissionais da área de saúde. ...................................................................................................................................................64

10 Princípios gerais de segurança no trabalho. 10.1 Prevenção e causas dos acidentes do trabalho. 10.2 Princípios de ergonomia no trabalho.

10.3 Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho. .................................................................................................................65

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A Opção Certa Para a Sua Realização

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 1

1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. VARIAÇÃO LINGUÍSTI-CA: AS DIVERSAS MODALIDADES DO USO DA LÍNGUA

Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali-dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres-

são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con-venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi-ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação.

O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários,

o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.

Os textos literários exploram bastante as construções de base conota-

tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.

Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis-

semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e

de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,

há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto

com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de

resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais

adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento

do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá

até o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos

umas três vezes ou mais; 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-

ensão; 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-

respondente; 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,

incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;

11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;

12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva;

13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,

mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a

resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,

definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-

simos na interpretação do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização

do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava

quando morreu.; 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-

as estão coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza

de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO •••• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-

ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou heroína, personagem principal da história.

O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota-gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-ção.

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O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.

Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen-são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações perante os acontecimentos.

•••• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a

trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o desenlace ou desfecho.

Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte-resses entre as personagens.

O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-

são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.

•••• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici-pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê-nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela-cionados ao principal.

•••• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-zes, principalmente nos textos literários, essas informações são ex-tensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo.

•••• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa-lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-to que aconteceu depois.

O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo

material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito.

•••• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-

semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-zado por:

- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo o que diz respeito às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.

- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-tiva que é feito em 1a pessoa.

- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.

•••• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

Formas de apresentação da fala das personagens Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há

três maneiras de comunicar as falas das personagens. •••• Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-

vés do diálogo. Exemplo: “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da

verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-val a cidade é do povo e de ninguém mais”.

No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:

dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.

•••• Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas

próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo:

“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-nos sombrios por vir”.

•••• Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se

mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo:

“Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora, sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.

(José Lins do Rego) TEXTO DESCRITIVO Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-

terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,

tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada.

Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-

nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: •••• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é

transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.

•••• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, ela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social e econômico.

•••• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo.

•••• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típicos.

•••• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 3

•••• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis-mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons-

ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques-tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade.

A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir

o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.

A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-

do o contexto. Quanto à forma, ela pode ser tripartida em: •••• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-

mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob-jetiva da definição do ponto de vista do autor.

•••• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan-tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-sencadeia a conclusão.

•••• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in-trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião.

- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou.

- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.

- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.

O TEXTO ARGUMENTATIVO

Baseado em Adilson Citelli A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-

rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado.

Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário

que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém.

Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e

desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de

intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-mação textual.

Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos

verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.

Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a

linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-são).

Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua

unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos dão tornem esta produção altamente evocativa.

A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um

texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo, daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico uma relação interdiscursiva e intertextual.

As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-

tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da oposição, tudo isto em forma de piada.

Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir

através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...

Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.

TIPOLOGIA TEXTUAL

A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores.

Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.

É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.

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Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.

É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação.

Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em prosa.

Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico.

Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte

O Conto

É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita-mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.

Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das características destes personagens, assim como para as indicações de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.

Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os travessões, para indicar a mudança de interlocutor).

A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre-sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro).

A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".

Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos diálogos.

O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa-do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".

A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressa-damente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impaci-entemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40."

O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos

na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa que não intervém nem como ator nem como testemunha.

Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acon-tecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.

A Novela

É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.

A Obra Teatral

Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé-dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das personagens.

Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os turnos de palavras.

As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa-ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os atores orientam sua interpretação.

Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-dros, que correspondem a mudanças de cenografias.

Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama-das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de predicado não verbal.

O Poema

Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele-vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas).

O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen-cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-dade depende desta distribuição.

Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas

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sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro-xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.

A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin-cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de-zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, são considerados dissílabos.

As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa vinculada ao tema central.

Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema.

TEXTOS JORNALÍSTICOS

Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.

De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: infor-mação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.

A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor-dado.

Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni-cas, as resenhas de espetáculos.

A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla-mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire-mos a eles em outro momento.

Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuida-da, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica-ções do texto.

É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publica-ção para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses textos.

O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a posição adotada pela redação.

A Notícia

Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas.

As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações similares.

É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não aparecem na introdução.

A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar-gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso país ou minha cidade).

Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo:

O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos Deputados durante a próxima semana .

O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.

Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita por um patrulheiro.

A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? quem? como? quando? por quê e para quê?.

O Artigo de Opinião

Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida-de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é considerado, ou merece ser, objeto de debate.

Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página.

Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no início do texto.

A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da

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informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os argumentos usados na validade da tese.

A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos comentários.

Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen-tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor-mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e condicionais.

Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito.

Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias men-cionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e opiniões como positivas ou negativas.

A Reportagem

É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura-chave para o conhecimento deste tópico.

A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publica-ção e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a aten-ção dos leitores.

A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador.

A Entrevista

Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu-dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações sobre as declarações do entrevistado.

Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversa-ção possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri-vados.

Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de propostas e de réplicas.

TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA

Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.

Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).

Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das palavras.

O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo polissêmico nesse contexto.

A Definição

Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir através de um processo de sinonímia.

Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.

Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno.

Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-te antes de terminar o inverno".

As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.

Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.

O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante barras paralelas e /ou números.

Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer continuar em exercício; adiar o término de.

A Nota de Enciclopédia

Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-tude desta expansão.

A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os

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temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.

Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-dades: terrestres e aquáticos.

Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua-gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que responde às exigências de concisão e de precisão.

As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem.

O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de ligação - ser, estar, parecer, etc.

O Relato de Experimentos

Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que descrevem experimentos.

O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces-sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que circunstâncias obtém-se um melhor crescimento.

A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado.

Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):

Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a planta crescerá mais rápido.

Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade.

Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen-cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das etapas do processo.

O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.

A Monografia

Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um determinado tema é recolhida em diferentes fontes.

Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos qualificados ou de especialistas no tema.

As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem-plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorização fique explícita.

Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugan-do seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primei-ras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a apresentação da bibliografia.

O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons-truções de discurso direto ou de discurso indireto.

Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.

Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi-nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, etc.

Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría - nutrem-se do liberalismo’

Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento nutriam -se do liberalismo'

Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do emissor.

Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi-cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado.

Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabe-lecida entre os fatos e a conclusão.

Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.

Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os dados e para avaliar sua coerência.

A Biografia

É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia.

Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja ação foi qualificada como relevante na história.

Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectivi-dade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus

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cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições tempo-rais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), etc.

A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen-tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a importância que a eles atribui.

Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente reprovados pela opinião pública.

TEXTOS INSTRUCIONAIS

Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida.

A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e deveres das partes envolvidas.

Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio-nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimen-tos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instru-ções.

As Receitas e as Instruções

Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar um móvel, consertar um objeto, etc.

Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), a outra, desenvolve as instruções.

As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual-mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompa-nhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).

As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o açúcar).

Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados

visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui pode intervir outro membro da equipe.

TEXTOS EPISTOLARES

Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig-nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).

Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo das características contidas no texto.

Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo formal.

A Carta

As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu-mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa, expressiva e apelativa).

Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a dimensão expressiva da mensagem.

Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci-do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.

Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati-vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.

A Solicitação

É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc.

Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e conside-ração... / despeço-me de vós respeitosamente.../ Saúdo-vos com o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, Antônio

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Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Politéc-nico a fim de solicitar-lhe...)

As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi-ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-se a...).

A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primei-ro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua apelação.

Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen-volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido).

A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita-ção de bolsas de estudo, etc.

Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.

2. CONHECIMENTO DE LÍNGUA: ORTOGRAFIA/ACENTUAÇÃO GRÁFICA

As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.

Eis algumas observações úteis: DISTINÇÃO ENTRE J E G

1. Escrevem-se com J: a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,

canjerê, pajé, etc. b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-

cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,

despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais

mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.

2. Escrevem-se com G: a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,

ferrugem, etc. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:

estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.

DISTINÇÃO ENTRE S E Z 1. Escrevem-se com S: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios

ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa, burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.

c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for

erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-se análise, trombose, etc.

e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, causa.

f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.

g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-der: pretensão; repreender: repreensão, etc.

2. Escrevem-se em Z. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o

mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, organizado; realizar: realização, realizado, etc.

b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.

c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cãozito, etc.

DISTINÇÃO ENTRE X E CH:

1. Escrevem-se com X a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,

feixe, etc. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de

árvore que produz o látex). e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-

chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).

2. Escrevem-se com CH: a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-

buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-la, piche, pichar, tchau.

b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch. Exemplos: • brocha (pequeno prego) • broxa (pincel para caiação de paredes) • chá (planta para preparo de bebida) • xá (título do antigo soberano do Irã) • chalé (casa campestre de estilo suíço) • xale (cobertura para os ombros) • chácara (propriedade rural) • xácara (narrativa popular em versos) • cheque (ordem de pagamento) • xeque (jogada do xadrez) • cocho (vasilha para alimentar animais) • coxo (capenga, imperfeito)

DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Observe o quadro das correlações: Correlações t - c ter-tenção rg - rs rt - rs pel - puls corr - curs sent - sens ced - cess gred - gress prim - press tir - ssão

Exemplos ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter - detenção; reter - retenção aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer-são; inverter - inversão; divertir - diversão impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão sentir - senso, sensível, consenso ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-cessão. exceder - excessivo (exceto exceção) agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso - progressivo imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-são. admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. (re)percutir - (re)percussão

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PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES

ONDE-AONDE Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi-

vale sempre a PARA ONDE. AONDE você vai? AONDE nos leva com tal rapidez?

Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre-ga-se ONDE

ONDE estão os livros? Não sei ONDE te encontrar.

MAU - MAL MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). Escolheu um MAU momento. Era um MAU aluno.

MAL pode ser: a) advérbio de modo (antônimo de bem). Ele se comportou MAL. Seu argumento está MAL estruturado b) conjunção temporal (equivale a assim que). MAL chegou, saiu c) substantivo: O MAL não tem remédio, Ela foi atacada por um MAL incurável.

CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO CESSÃO significa o ato de ceder. Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os

torcedores.

SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: Assistimos a uma SESSÃO de cinema. Reuniram-se em SESSÃO extraordinária.

SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos.

HÁ / A Na indicação de tempo, emprega-se: HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): HÁ dois meses que ele não aparece. Ele chegou da Europa HÁ um ano. A para indicar tempo futuro: Daqui A dois meses ele aparecerá. Ela voltará daqui A um ano.

FORMAS VARIANTES Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer

uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. aluguel ou aluguer alpartaca, alpercata ou alpargata amídala ou amígdala assobiar ou assoviar assobio ou assovio azaléa ou azaleia bêbado ou bêbedo bílis ou bile cãibra ou cãimbra carroçaria ou carroceria chimpanzé ou chipanzé debulhar ou desbulhar fleugma ou fleuma

hem? ou hein? imundície ou imundícia infarto ou enfarte laje ou lajem lantejoula ou lentejoula nenê ou nenen nhambu, inhambu ou nambu quatorze ou catorze surripiar ou surrupiar taramela ou tramela relampejar, relampear, relampeguear ou relampar porcentagem ou percentagem

EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS Escrevem-se com letra inicial maiúscula: 1) a primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."

No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula.

2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.

O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas

religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.

4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc.

5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc.

6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc.:

Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.

7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc.

8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.

9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte.

Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o

Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. Escrevem-se com letra inicial minúscula: 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,

nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc.

2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral:

São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio

Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,

mirra." (Manuel Bandeira)

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Por Paula Perin dos Santos O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da

Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação.

É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis ou Acordos.

A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.

Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.

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Alfabeto A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo

as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como:

km – quilômetro, kg – quilograma Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros. Trema Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito

textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou

não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Ex. Chá Mês nós

Gás Sapé cipó

Dará Café avós

Pará Vocês compôs vatapá pontapés só

Aliás português robô

dá-lo vê-lo avó

recuperá-los Conhecê-los pô-los

guardá-la Fé compô-los réis (moeda) Véu dói

méis céu mói

pastéis Chapéus anzóis

ninguém parabéns Jerusalém

Resumindo: Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que

seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. • R – câncer, caráter, néctar, repórter. • X – tórax, látex, ônix, fênix. • PS – fórceps, Quéops, bíceps. • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns. • US – ânus, bônus, vírus, Vênus. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-

tes (semivogal+vogal): Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-

temo, público, pároco, proparoxítona. QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: • Formarem sílabas sozinhos ou com “S” Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

IMPORTANTE Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”,

se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos

de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai

permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

6. Acento Diferencial O acento diferencial permanece nas palavras: pôde (passado), pode (presente) pôr (verbo), por (preposição) Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do

verbo está no singular ou plural:

SINGULAR PLURAL

Ele tem Eles têm

Ele vem Eles vêm

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:

conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

DIVISÃO SILÁBICA

Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,

GU. 1- chave: cha-ve

aquele: a-que-le palha: pa-lha manhã: ma-nhã guizo: gui-zo

Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam

a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R 2- emblema:

reclamar: flagelo: globo: implicar: atleta: prato:

em-ble-ma re-cla-mar fla-ge-lo glo-bo im-pli-car a-tle-ta pra-to

abraço: recrutar: drama: fraco: agrado: atraso:

a-bra-ço re-cru-tar dra-ma fra-co a-gra-do a-tra-so

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.

3- correr: passar: fascinar:

cor-rer pas-sar fas-ci-nar

desçam: exceto:

des-çam ex-ce-to

Não se separam as letras que representam um ditongo.

4- mistério: cárie:

mis-té-rio cá-rie

herdeiro:

her-dei-ro

Separam-se as letras que representam um hiato.

5- saúde: rainha:

sa-ú-de ra-i-nha

cruel: enjoo:

cru-el en-jo-o

Não se separam as letras que representam um tritongo.

6- Paraguai: saguão:

Pa-ra-guai sa-guão

Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba

que a antecede. 7- torna: técnica: absoluto:

tor-na núpcias: núp-cias téc-ni-ca submeter: sub-me-ter ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz

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Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba que a segue 8- pneumático: pneu-má-ti-co

gnomo: gno-mo psicologia: psi-co-lo-gia

No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,

mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em sílabas separadas. 9- sublingual: sublinhar: sublocar:

sub-lin-gual sub-li-nhar sub-lo-car

Preste atenção nas seguintes palavras: trei-no so-cie-da-de gai-o-la ba-lei-a des-mai-a-do im-bui-a ra-diou-vin-te ca-o-lho te-a-tro co-e-lho du-e-lo ví-a-mos a-mné-sia gno-mo co-lhei-ta quei-jo pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co dig-no e-nig-ma e-clip-se Is-ra-el mag-nó-lia

PONTUAÇÃO

Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as pausas da linguagem oral.

PONTO O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-

rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos comuns ele é chamado de simples.

Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).

PONTO DE INTERROGAÇÃO É usado para indicar pergunta direta. Onde está seu irmão? Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. A mim ?! Que ideia!

PONTO DE EXCLAMAÇÃO É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória! Ó jovens! Lutemos!

VÍRGULA A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-

sa na fala. Emprega-se a vírgula: • Nas datas e nos endereços:

São Paulo, 17 de setembro de 1989. Largo do Paissandu, 128.

• No vocativo e no aposto: Meninos, prestem atenção! Termópilas, o meu amigo, é escritor.

• Nos termos independentes entre si: O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.

• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula: Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-droeira.

• Após alguns adjuntos adverbiais: No dia seguinte, viajamos para o litoral.

• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego da vírgula: Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.

• Após a primeira parte de um provérbio. O que os olhos não vêem, o coração não sente.

• Em alguns casos de termos oclusos: Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.

RETICÊNCIAS

• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Não me disseste que era teu pai que ...

• Para realçar uma palavra ou expressão. Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...

• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...

PONTO E VÍRGULA

• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém alguma simetria entre si. "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-cido, guardando consigo a ponta farpada. "

• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu interior. Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho.

DOIS PONTOS

• Enunciar a fala dos personagens: Ele retrucou: Não vês por onde pisas?

• Para indicar uma citação alheia: Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-que".

• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-or: Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.

• Enumeração após os apostos: Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.

TRAVESSÃO Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar

palavras ou frases – "Quais são os símbolos da pátria? – Que pátria? – Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). – "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra

vez. – a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma

coisa". (M. Palmério). • Usa-se para separar orações do tipo: – Avante!- Gritou o general. – A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.

Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam uma cadeia de frase: • A estrada de ferro Santos – Jundiaí. • A ponte Rio – Niterói. • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.

ASPAS São usadas para:

• Indicar citações textuais de outra autoria. "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)

• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Há quem goste de “jazz-band”. Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.

• Para enfatizar palavras ou expressões: Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.

• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.

• Em casos de ironia: A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.

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PARÊNTESES Empregamos os parênteses:

• Nas indicações bibliográficas. "Sede assim qualquer coisa. serena, isenta, fiel".

(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:

"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta)".

(G. Figueiredo) • Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:

"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo, morrendo de fome."

(C. Lispector) • Para isolar orações intercaladas:

"Estou certo que eu (se lhe ponho Minha mão na testa alçada) Sou eu para ela."

(M. Bandeira)

COLCHETES [ ] Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.

ASTERISCO O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para

alguma nota (observação). BARRA A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas

abreviaturas.

CRASE

Crase é a fusão da preposição A com outro A. Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. EMPREGO DA CRASE

• em locuções adverbiais: à vezes, às pressas, à toa... • em locuções prepositivas: em frente à, à procura de... • em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que... • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,

as Fui ontem àquele restaurante. Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: Refiro-me àquilo e não a isto.

A CRASE É FACULTATIVA

• diante de pronomes possessivos femininos: Entreguei o livro a(à) sua secretária. • diante de substantivos próprios femininos: Dei o livro à(a) Sônia.

CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE

• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo A:

Viajaremos à Colômbia. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,

Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-neza, etc.

Viajaremos a Curitiba. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o

modifique. Ela se referiu à saudosa Lisboa. Vou à Curitiba dos meus sonhos.

• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: Às 8 e 15 o despertador soou. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-

da” ou "maneira": Aos domingos, trajava-se à inglesa. Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. • Antes da palavra casa, se estiver determinada: Referia-se à Casa Gebara. • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Voltou à terra onde nascera. Chegamos à terra dos nossos ancestrais. Mas: Os marinheiros vieram a terra. O comandante desceu a terra. • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o

artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: Vou até a (á ) chácara. Cheguei até a(à) muralha • A QUE - À QUE Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino

ocorrerá crase: Houve um palpite anterior ao que você deu. Houve uma sugestão anterior à que você deu. Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não

ocorrerá crase. Não gostei do filme a que você se referia. Não gostei da peça a que você se referia. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo

A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do de:

Meu palpite é igual ao de todos Minha opinião é igual à de todos.

NÃO OCORRE CRASE

• antes de nomes masculinos: Andei a pé. Andamos a cavalo.

• antes de verbos: Ela começa a chorar. Cheguei a escrever um poema.

• em expressões formadas por palavras repetidas: Estamos cara a cara.

• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. Escrevi a Vossa Excelência. Dirigiu-se gentilmente à senhora.

• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: Não falo a pessoas estranhas. Jamais vamos a festas.

FIGURAS DE LINGUAGEM (PRINCIPAIS)

Semântica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide

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sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.

A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, e semiótica.

A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.

Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

As homônimas podem ser:

� Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

� Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

� Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

� Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

� Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

� Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)

Conotação e Denotação:

� Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

� Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Sinônimo Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico

ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem

repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem enfadonhos.

Eufemismo Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,

normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem conhecida como eufemismo).

Exemplos: • gordo - obeso • morrer - falecer

Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos. Sinônimos Perfeitos Se o significado é idêntico. Exemplos:

• avaro – avarento, • léxico – vocabulário, • falecer – morrer, • escarradeira – cuspideira, • língua – idioma • catorze - quatorze

Sinônimos Imperfeitos Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso Antônimo Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário

(também oposto ou inverso) à outra. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso

estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que chame atenção do leitor ou do ouvinte.

Palavra Antônimo

aberto fechado

alto baixo

bem mal

bom mau

bonito feio

demais de menos

doce salgado

forte fraco

gordo magro

salgado insosso

amor ódio

seco molhado

grosso fino

duro mole

doce amargo

grande pequeno

soberba humildade

louvar censurar

bendizer maldizer

ativo inativo

simpático antipático

progredir regredir

rápido lento

sair entrar

sozinho acompanhado

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concórdia discórdia

pesado leve

quente frio

presente ausente

escuro claro

inveja admiração

Homógrafo Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na

pronúncia. Exemplos

• rego (subst.) e rego (verbo); • colher (verbo) e colher (subst.); • jogo (subst.) e jogo (verbo); • Sede: lugar e Sede: avidez; • Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.

Homófono Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois

tipos de palavras homófonas, que são: • Homófonas heterográficas • Homófonas homográficas

Homófonas heterográficas Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas

heterográficas (diferentes na escrita). Exemplos

cozer / coser; cozido / cosido; censo / senso consertar / concertar conselho / concelho paço / passo noz / nós hera / era ouve / houve voz / vós cem / sem acento / assento

Homófonas homográficas Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e

homográficas (iguais na escrita). Exemplos

Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que deriva do substantivo jantar, e está classificado como neologismo.

Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito (substantivo).

Parônimo Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma

semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados diferentes.

O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.

Exemplos Veja alguns exemplos de palavras parônimas: acender. verbo - ascender. subir acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa comprimento. extensão - cumprimento. saudação coro (cantores) - couro (pele de animal) deferimento. concessão - diferimento. adiamento delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender descrição. representação - discrição. reserva descriminar. inocentar - discriminar. distinguir despensa. compartimento - dispensa. desobriga

destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato) emergir. vir à tona - imergir. mergulhar eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar enformar. meter em fôrma - informar. avisar entender. compreender - intender. exercer vigilância lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para

morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo recrear. divertir - recriar. criar de novo se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular

DENOTAÇAO E CONOTAÇAO A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a

seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se

no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações.

Observe os exemplos: Denotação As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.

Conotação As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores O fogo da paixão

SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO

As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido

figurado: Construí um muro de pedra - sentido próprio Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. A água pingava lentamente – sentido próprio.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS E SEUS PROCESSOS DE FORMAÇÃO

As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários

elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das palavras.

Exs.: cinzeiro = cinza + eiro endoidecer = en + doido + ecer predizer = pre + dizer Os principais elementos móficos são: RADICAL É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer enterrar = en + terra + ar pronome = pro + nome PREFIXO É o elemento mórfico que vem antes do radical. Exs.: anti - herói in - feliz SUFIXO É o elemento mórfico que vem depois do radical. Exs.: med - onho cear – ense

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-

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bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.

Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-

vras encontramos a seguinte divisão: • palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) • palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,

aguardente) Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-

mento dos seguintes processos de formação: Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-

cais. São dois tipos de composição. • justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol,

sexta-feira); • aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de

elementos (pernalta, de perna + alta). Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o

acréscimo de afixos. São cinco tipos de derivação. • prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); • sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); • parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo

e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;

• regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar);

• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio a comum).

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras, como:

• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, al-coômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-zum, miau);

• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)

• Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-qüência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)

• Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala-vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos

CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO: CLASSIFICAÇÃO, FLEXÃO E GRAU; ADJETIVO: CLASSIFICAÇÃO, FLEXÃO E

GRAU; ADVÉRBIO: CLASSIFICAÇÃO, LOCUÇÃO ADVERBIAL E GRAU; PRONOME: CLASSIFICAÇÃO, EMPREGO E COLOCA-

ÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS; VERBO: CLASSI-FICAÇÃO, CONJUGAÇÃO, EMPREGO DE TEMPOS E MODOS; PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO: CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO

SUBSTANTIVOS

Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-me aos seres em geral.

São, portanto, substantivos. a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,

Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-

lho, corrida, tristeza beleza altura.

CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:

rio, cidade, pais, menino, aluno b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.

Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.

c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, fada, bruxa, saci.

d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-tivos trabalhar - trabalho correr - corrida alto - altura belo - beleza

FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua

portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:

florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,

tempo, sol. d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-

colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.

COLETIVOS Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo

de seres da mesma espécie. Veja alguns coletivos que merecem destaque: alavão - de ovelhas leiteiras alcateia - de lobos álbum - de fotografias, de selos antologia - de trechos literários escolhidos armada - de navios de guerra armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) arquipélago - de ilhas assembleia - de parlamentares, de membros de associações atilho - de espigas de milho atlas - de cartas geográficas, de mapas banca - de examinadores bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios bando - de aves, de pessoal em geral cabido - de cônegos cacho - de uvas, de bananas cáfila - de camelos cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves cancioneiro - de poemas, de canções caravana - de viajantes cardume - de peixes clero - de sacerdotes colmeia - de abelhas concílio - de bispos conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa congregação - de professores, de religiosos congresso - de parlamentares, de cientistas conselho - de ministros consistório - de cardeais sob a presidência do papa constelação - de estrelas corja - de vadios elenco - de artistas enxame - de abelhas enxoval - de roupas esquadra - de navios de guerra

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esquadrilha - de aviões falange - de soldados, de anjos farândola - de maltrapilhos fato - de cabras fauna - de animais de uma região feixe - de lenha, de raios luminosos flora - de vegetais de uma região frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus girândola - de fogos de artifício horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros junta - de bois, médicos, de examinadores júri - de jurados legião - de anjos, de soldados, de demônios malta - de desordeiros manada - de bois, de elefantes matilha - de cães de caça ninhada - de pintos nuvem - de gafanhotos, de fumaça panapaná - de borboletas pelotão - de soldados penca - de bananas, de chaves pinacoteca - de pinturas plantel - de animais de raça, de atletas quadrilha - de ladrões, de bandidos ramalhete - de flores réstia - de alhos, de cebolas récua - de animais de carga romanceiro - de poesias populares resma - de papel revoada - de pássaros súcia - de pessoas desonestas vara - de porcos vocabulário - de palavras

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e

grau. Gênero Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-

no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. Podemos classificar os substantivos em:

a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino: aluno/aluna homem/mulher menino /menina carneiro/ovelha Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: padrinho/madrinha bode/cabra cavaleiro/amazona pai/mãe

b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única

forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se em:

1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-mea

2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a estudante, este dentista.

3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-juge, a pessoa, a criatura. Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.

Alguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: São masculinos São femininos

o anátema o telefonema o teorema o trema o edema o eclipse o lança-perfume o fibroma o estratagema o proclama

o grama (unidade de peso) o dó (pena, compaixão) o ágape o caudal o champanha o alvará o formicida o guaraná o plasma o clã

a abusão a aluvião a análise a cal a cataplasma a dinamite a comichão a aguardente

a derme a omoplata a usucapião a bacanal a líbido a sentinela a hélice

Mudança de Gênero com mudança de sentido Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. Veja alguns exemplos: o cabeça (o chefe, o líder) o capital (dinheiro, bens) o rádio (aparelho receptor) o moral (ânimo) o lotação (veículo) o lente (o professor)

a cabeça (parte do corpo) a capital (cidade principal) a rádio (estação transmissora) a moral (parte da Filosofia, conclusão) a lotação (capacidade) a lente (vidro de aumento)

Plural dos Nomes Simples

1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.

2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,

corações; grandalhão, grandalhões. b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,

guardiães. c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,

cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,

armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,

lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-fens (ou hífenes). Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.

5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.

6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil, fósseis; réptil, répteis. Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.

7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, os ônix.

8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-tos.

Substantivos só usados no plural afazeres arredores cãs confins férias núpcias olheiras viveres

anais belas-artes condolências exéquias fezes óculos pêsames copas, espadas, ouros e paus (naipes)

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Plural dos Nomes Compostos 1. Somente o último elemento varia: a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-

boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-

mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo

ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)

2. Somente o primeiro elemento é flexionado: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;

pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-rabo, burros-sem-rabo;

b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; banana-maçã, bananas-maçã.

A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.

3. Ambos os elementos são flexionados: a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-

flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-compromissos.

b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, caras-pálidas.

São invariáveis: a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-

sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-

molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-desocupa-o-copo;

c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde-ganha.

Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.

Adjetivos Compostos Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.

Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-americanos; cívico-militar, cívico-militares.

1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos amarelo-ouro, paredes azul-piscina.

2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-dos-mudos > surdas-mudas.

3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.

Graus do substantivo Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais

podem ser: sintéticos ou analíticos. Analítico Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-

nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. Sintético Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. Principais sufixos aumentativos AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,

ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu-ça.

Principais Sufixos Diminutivos ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,

ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, homúncula, apícula, velhusco.

Observações: • Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-

rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.

• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.

• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.

• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-

gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais diferentes para designar o sexo:

bode - cabra burro - besta carneiro - ovelha cão - cadela cavalheiro - dama compadre - comadre frade - freira frei – soror

genro - nora padre - madre padrasto - madrasta padrinho - madrinha pai - mãe veado - cerva zangão - abelha etc.

ADJETIVOS

FLEXÃO DOS ADJETIVOS Gênero Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-

ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-lher simples; aluno feliz - aluna feliz.

b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa

Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-

melhante a dos substantivos.

Número a) Adjetivo simples Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os

substantivos simples: pessoa honesta pessoas honestas regra fácil regras fáceis homem feliz homens felizes Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-

variáveis: blusa vinho blusas vinho camisa rosa camisas rosa b) Adjetivos compostos Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-

mento varia, tanto em gênero quanto em número: acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas camisa verde-clara camisas verde-claras sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros Observações: 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: camisa verde-abacate camisas verde-abacate sapato marrom-café sapatos marrom-café blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro

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2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: blusa azul-marinho blusas azul-marinho camisa azul-celeste camisas azul-celeste 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos

variam: menino surdo-mudo meninos surdos-mudos menina surda-muda meninas surdas-mudas Graus do Adjetivo As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-

pressas em dois graus: - o comparativo - o superlativo

Comparativo Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma

outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:

- Comparativo de igualdade: O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.

- Comparativo de superioridade: O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.

- Comparativo de inferioridade: A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-

dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: - Superlativo absoluto

Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Esta cidade é poluidíssima. Esta cidade é muito poluída.

- Superlativo relativo Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a outros seres: Este rio é o mais poluído de todos. Este rio é o menos poluído de todos.

Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -

muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-

quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.

Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:

NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO ABSOLUTO RELATIVO

bom melhor ótimo melhor

mau pior péssimo pior

grande maior máximo maior

pequeno menor mínimo menor

Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:

acre - acérrimo agradável - agradabilíssimo amargo - amaríssimo amigo - amicíssimo áspero - aspérrimo audaz - audacíssimo benévolo - benevolentíssimo célebre - celebérrimo cruel - crudelíssimo eficaz - eficacíssimo fiel - fidelíssimo frio - frigidíssimo incrível - incredibilíssimo íntegro - integérrimo

ágil - agílimo agudo - acutíssimo amável - amabilíssimo antigo - antiquíssimo atroz - atrocíssimo benéfico - beneficentíssimo capaz - capacíssimo cristão - cristianíssimo doce - dulcíssimo feroz - ferocíssimo frágil - fragilíssimo humilde - humílimo (humildíssimo) inimigo - inimicíssimo jovem - juveníssimo

livre - libérrimo magro - macérrimo manso - mansuetíssimo negro - nigérrimo (negríssimo) pessoal - personalíssimo possível - possibilíssimo próspero - prospérrimo público - publicíssimo sábio - sapientíssimo salubre - salubérrimo simples – simplicíssimo terrível - terribilíssimo velho - vetérrimo voraz - voracíssimo

magnífico - magnificentíssimo maléfico - maleficentíssimo miúdo - minutíssimo nobre - nobilíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) preguiçoso - pigérrimo provável - probabilíssimo pudico - pudicíssimo sagrado - sacratíssimo sensível - sensibilíssimo tenro - tenerissimo tétrico - tetérrimo visível - visibilíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo

Adjetivos Gentílicos e Pátrios Argélia – argelino Bizâncio - bizantino Bóston - bostoniano Bragança - bragantino Bucareste - bucarestino, -bucarestense Cairo - cairota Canaã - cananeu Catalunha - catalão Chicago - chicaguense Coimbra - coimbrão, conim-bricense Córsega - corso Croácia - croata Egito - egípcio Equador - equatoriano Filipinas - filipino Florianópolis - florianopolitano Fortaleza - fortalezense Gabão - gabonês Genebra - genebrino Goiânia - goianense Groenlândia - groenlandês Guiné - guinéu, guineense Himalaia - himalaico Hungria - húngaro, magiar Iraque - iraquiano João Pessoa - pessoense La Paz - pacense, pacenho Macapá - macapaense Maceió - maceioense Madri - madrileno Marajó - marajoara Moçambique - moçambicano Montevidéu - montevideano Normândia - normando Pequim - pequinês Porto - portuense Quito - quitenho Santiago - santiaguense São Paulo (Est.) - paulista São Paulo (cid.) - paulistano Terra do Fogo - fueguino Três Corações - tricordiano Tripoli - tripolitano Veneza - veneziano

Bagdá - bagdali Bogotá - bogotano Braga - bracarense Brasília - brasiliense Buenos Aires - portenho, buenairense Campos - campista Caracas - caraquenho Ceilão - cingalês Chipre - cipriota Córdova - cordovês Creta - cretense Cuiabá - cuiabano EI Salvador - salvadorenho Espírito Santo - espírito-santense, capixaba Évora - eborense Finlândia - finlandês Formosa - formosano Foz do lguaçu - iguaçuense Galiza - galego Gibraltar - gibraltarino Granada - granadino Guatemala - guatemalteco Haiti - haitiano Honduras - hondurenho Ilhéus - ilheense Jerusalém - hierosolimita Juiz de Fora - juiz-forense Lima - limenho Macau - macaense Madagáscar - malgaxe Manaus - manauense Minho - minhoto Mônaco - monegasco Natal - natalense Nova lguaçu - iguaçuano Pisa - pisano Póvoa do Varzim - poveiro Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Rio de Janeiro (cid.) - carioca Rio Grande do Norte - potiguar Salvador – salvadorenho, soteropolitano Toledo - toledano Rio Grande do Sul - gaúcho Varsóvia - varsoviano Vitória - vitoriense

Locuções Adjetivas As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-

tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem ser substituídas por um adjetivo correspondente.

PRONOMES

Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.

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Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo.

• Ele chegou. (ele) • Convidei-o. (o) Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-

tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. • Esta casa é antiga. (esta) • Meu livro é antigo. (meu)

Classificação dos Pronomes Há, em Português, seis espécies de pronomes: • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas

de tratamento: • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-

rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-trem, nada, cada, algo.

• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-terrogativas.

PRONOMES PESSOAIS Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-

curso: 1ª pessoa: quem fala, o emissor.

Eu sai (eu) Nós saímos (nós) Convidaram-me (me) Convidaram-nos (nós)

2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Tu saíste (tu) Vós saístes (vós) Convidaram-te (te) Convidaram-vos (vós)

3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Ele saiu (ele) Eles sairam (eles) Convidei-o (o) Convidei-os (os)

Os pronomes pessoais são os seguintes:

NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO singular 1ª

2ª 3ª

eu tu

ele, ela

me, mim, comigo te, ti, contigo

se, si, consigo, o, a, lhe plural 1ª

2ª 3ª

nós vós

eles, elas

nós, conosco vós, convosco

se, si, consigo, os, as, lhes

PRONOMES DE TRATAMENTO Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-

tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.

Veja, a seguir, alguns desses pronomes: PRONOME ABREV. EMPREGO Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Vossa Eminência V .Ema cardeais Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral Vossa Santidade V.S. papas Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-

cês.

EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,

ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento:

Convidaram ELE para a festa (errado) Receberam NÓS com atenção (errado) EU cheguei atrasado (certo) ELE compareceu à festa (certo)

2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos: Convidei ELE (errado) Chamaram NÓS (errado) Convidei-o. (certo) Chamaram-NOS. (certo)

3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-reto seu emprego como complemento: Informaram a ELE os reais motivos. Emprestaram a NÓS os livros. Eles gostam muito de NÓS.

4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)

Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de

preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas MIM e TI:

Ninguém irá sem EU. (errado) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Ninguém irá sem MIM. (certo) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)

Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.

Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)

Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito. 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados

somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Querida, gosto muito de SI. (errado) Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Querida, gosto muito de você. (certo) Preciso muito falar com você. (certo)

Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os

pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Ele feriu-se Cada um faça por si mesmo a redação O professor trouxe as provas consigo

6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados

normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.

7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-binações possíveis são as seguintes: me+o=mo te+o=to lhe+o=lho nos + o = no-lo vos + o = vo-lo lhes + o = lho

me + os = mos te + os = tos lhe + os = lhos nos + os = no-los vos + os = vo-los lhes + os = lhos

A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos

a, as. me+a=ma me + as = mas te+a=ta te + as = tas

- Você pagou o livro ao livreiro? - Sim, paguei-LHO.

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Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que representa o livreiro) com O (que representa o livro). 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como

complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos: O menino convidou-a. (V.T.D ) O filho obedece-lhe. (V.T. l )

Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de verbos transitivos diretos:

Eu lhe vi ontem. (errado) Nunca o obedeci. (errado) Eu o vi ontem. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo)

9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-finitivo: Deixei-o sair. Vi-o chegar. Sofia deixou-se estar à janela. É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-

vendo as orações reduzidas de infinitivo: Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.

10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: A mim, ninguém me engana. A ti tocou-te a máquina mercante. Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-

mo vicioso e sim ênfase.

11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, exercendo função sintática de adjunto adnominal: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.

12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-déstia: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Vós sois minha salvação, meu Deus!

13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando falamos dessa pessoa: Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Vossa Excelência já aprovou os projetos? Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.

14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa: Você trouxe seus documentos? Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. COLOCAÇÃO DE PRONOMES Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,

NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: 1. Antes do verbo - próclise

Eu te observo há dias. 2. Depois do verbo - ênclise

Observo-te há dias. 3. No interior do verbo - mesóclise Observar-te-ei sempre.

Ênclise Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a

ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento direto ou indireto.

O pai esperava-o na estação agitada. Expliquei-lhe o motivo das férias.

Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a

ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos: 1. Quando o verbo iniciar a oração: Voltei-me em seguida para o céu límpido. 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: Como eu achasse muito breve, explicou-se. 3. Com o imperativo afirmativo: Companheiros, escutai-me. 4. Com o infinitivo impessoal: A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um

destino na mesa. 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio

franco.

Próclise Na linguagem culta, a próclise é recomendada:

1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, interrogativos e conjunções. As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Quem lhe ensinou esses modos? Quem os ouvia, não os amou. Que lhes importa a eles a recompensa? Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.

2. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Papai do céu o abençoe. A terra lhes seja leve.

3. Com o gerúndio precedido da preposição EM: Em se animando, começa a contagiar-nos. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.

4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja pausa entre eles. Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.

Mesóclise Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente

e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise.

Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Dir-se-ia vir do oco da terra. Mas: Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Jamais se diria vir do oco da terra. Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: Lembrarei-me (!?) Diria-se (!?) O Pronome Átono nas Locuções Verbais

1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. Podemos contar-lhe o ocorrido. Podemos-lhe contar o ocorrido. Não lhes podemos contar o ocorrido. O menino foi-se descontraindo. O menino foi descontraindo-se. O menino não se foi descontraindo.

2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-cartes ." Tenho-me levantado cedo. Não me tenho levantado cedo. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o

auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.

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Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-gem escrita.

PRONOMES POSSESSIVOS Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-

indo-lhes a posse de alguma coisa. Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o

livro pertence a 1ª pessoa (eu) Eis as formas dos pronomes possessivos: 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa

(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de você).

Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).

Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-

nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as

suas mãos). Não me respeitava a adolescência. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.

Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: 1. Cálculo aproximado, estimativa: Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história O nosso homem não se deu por vencido. Chama-se Falcão o meu homem 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Eu cá tenho minhas dúvidas Cornélio teve suas horas amargas 4. Afetividade, cortesia Como vai, meu menino? Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-

tes de família. É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida-

de. Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando

não sabia o que dizer.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da

coisa designada em relação à pessoa gramatical. Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto

de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o livro está longe de ambas as pessoas.

Os pronomes demonstrativos são estes: ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa AQUELE (e variações), próprio (e variações) MESMO (e variações), próprio (e variações) SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) Emprego dos Demonstrativos

1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que

fala). Este documento que tenho nas mãos não é meu. Isto que carregamos pesa 5 kg.

b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: Este coração não pode me trair. Esta alma não traz pecados. Tudo se fez por este país. c) Para indicar o momento em que falamos: Neste instante estou tranquilo. Deste minuto em diante vou modificar-me. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do

momento em que falamos: Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. Um dia destes estive em Porto Alegre. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no

qual se inclui o momento em que falamos: Nesta semana não choveu. Neste mês a inflação foi maior. Este ano será bom para nós. Este século terminará breve. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Este assunto já foi discutido ontem. Tudo isto que estou dizendo já é velho. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com

quem se fala): Esse documento que tens na mão é teu? Isso que carregas pesa 5 kg. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Esse teu coração me traiu. Essa alma traz inúmeros pecados. Quantos vivem nesse pais? c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-

jamos distância: O povo já não confia nesses políticos. Não quero mais pensar nisso. d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa: Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. O que você quer dizer com isso? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que

falamos: Um dia desses estive em Porto Alegre. Comi naquele restaurante dia desses. f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-

te. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á

3ª. Aquele documento que lá está é teu? Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. Naquele instante estava preocupado. Daquele instante em diante modifiquei-me. Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele

século, para exprimir que o tempo já decorreu. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,

usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou variações) para a primeira:

Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso e aquela tranquila.

5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:

Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Com um frio destes não se pode sair de casa. Nunca vi uma coisa daquelas. 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter

reforçativo: Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.

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7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE (e variações).

Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os

homens superiores. 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,

ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Tal era a situação do país. Não disse tal. Tal não pôde comparecer.

Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL ou OUTRO TAL:

Suas manias eram tais quais as minhas. A mãe era tal quais as filhas. Os filhos são tais qual o pai. Tal pai, tal filho. É pronome substantivo em frases como: Não encontrarei tal (= tal coisa). Não creio em tal (= tal coisa) PRONOMES RELATIVOS Veja este exemplo: Armando comprou a casa QUE lhe convinha. A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo

casa é um pronome relativo. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-

feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.

No exemplo dado, o antecedente é casa. Outros exemplos de pronomes relativos: Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. O lugar onde paramos era deserto. Traga tudo quanto lhe pertence. Leve tantos ingressos quantos quiser. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Eis o quadro dos pronomes relativos:

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS

Masculino Feminino o qual

os quais a qual

as quais quem

cujo cujos cuja cujas que quanto quantos

quanta quantas onde

Observações:

1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O médico de quem falo é meu conterrâneo.

2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem sempre um substantivo sem artigo. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?

3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quantos precisar. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.

4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a EM QUE.

A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.

PRONOMES INDEFINIDOS Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de

modo vago, impreciso, indeterminado. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,

SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO Exemplos: Algo o incomoda? Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. Não faças a outrem o que não queres que te façam. Quem avisa amigo é. Encontrei quem me pode ajudar. Ele gosta de quem o elogia.

2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA CERTAS. Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. PRONOMES INTERROGATIVOS Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de

modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. Exemplos: Que há? Que dia é hoje? Reagir contra quê? Por que motivo não veio? Quem foi? Qual será? Quantos vêm? Quantas irmãs tens?

VERBO

CONCEITO “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-

as no tempo. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-

ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram.”

(Clarice Lispector) Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:

a) Estado: Não sou alegre nem sou triste. Sou poeta. b) Mudança de estado: Meu avô foi buscar ouro. Mas o ouro virou terra. c) Fenômeno:

Chove. O céu dorme.

VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo.

FLEXÕES O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-

xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:

• a ação de cantar. • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). • o número gramatical (plural). • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no

passado (indicativo). • que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.

1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser

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a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-

cemos. 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela

adormece. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles

adormecem. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante

em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. A cachorra Baleia corria na frente. b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. Talvez a cachorra Baleia corra na frente . c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um

pedido Corra na frente, Baleia. 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,

em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Fecho os olhos, agito a cabeça. b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele

em que se fala: Fechei os olhos, agitei a cabeça. c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o

presente. Veja o esquema dos tempos simples em português:

Presente (falo) INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara) Futuro do presente (falarei) do pretérito (falaria) Presente (fale) SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)

Futuro (falar) Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que

se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema dos tempos simples.

Infinitivo impessoal (falar) Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)

Particípio (falado) 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: a) agente do fato expresso. O carroceiro disse um palavrão. (sujeito agente) O verbo está na voz ativa. b) paciente do fato expresso: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. (sujeito paciente) O verbo está na voz passiva. c) agente e paciente do fato expresso: O carroceiro machucou-se. (sujeito agente e paciente) O verbo está na voz reflexiva. 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de

rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Falo - Estudam. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está

fora do radical. Falamos - Estudarei. 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua

conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - cantei - cantarei – cantava - cantasse.

b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.

c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.

d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-tado - morto - enxugado - enxuto.

e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-gação.

verbo ser: sou - fui verbo ir: vou - ia

QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou

explícito. Quase todos os verbos são pessoais. O Nino apareceu na porta. 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-

to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,

etc. Garoava na madrugada roxa. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Houve um espetáculo ontem. Há alunos na sala. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos

claros. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Fazia dois anos que eu estava casado. Faz muito frio nesta região?

O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na

3ª pessoa do singular - quando significa: 1) EXISTIR

Há pessoas que nos querem bem. Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios. Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.

2) ACONTECER, SUCEDER Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Não haja desavenças entre vós. Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.

3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: Há meses que não o vejo. Haverá nove dias que ele nos visitou. Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. O fato aconteceu há cerca de oito meses. Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no pretérito imperfeito, e não no presente: Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.

4) REALIZAR-SE Houve festas e jogos. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.

5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e seguido de infinitivo): Em pontos de ciência não há transigir. Não há contê-lo, então, no ímpeto. Não havia descrer na sinceridade de ambos. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. E não houve convencê-lo do contrário. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.

Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de

há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): De há muito que esta árvore não dá frutos. De há muito não o vejo.

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O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª pessoa do singular:

Vai haver eleições em outubro. Começou a haver reclamações. Não pode haver umas sem as outras. Parecia haver mais curiosos do que interessados. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser

construída de três modos: Hajam vista os livros desse autor. Haja vista os livros desse autor. Haja vista aos livros desse autor.

CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o

sentido da frase. Exemplo: Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa

passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-vando o mesmo tempo.

Outros exemplos: Os calores intensos provocam as chuvas. As chuvas são provocadas pelos calores intensos. Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim. Todos te louvariam. Serias louvado por todos. Prejudicaram-me. Fui prejudicado. Condenar-te-iam. Serias condenado. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

a) Presente Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: - um fato que ocorre no momento em que se fala. Eles estudam silenciosamente. Eles estão estudando silenciosamente. - uma ação habitual. Corra todas as manhãs. - uma verdade universal (ou tida como tal): O homem é mortal. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar

maior realce à narrativa. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". É o chamado presente histórico ou narrativo. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Amanhã vou à escola. Qualquer dia eu te telefono. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: - um fato passado contínuo, habitual, permanente: Ele andava à toa. Nós vendíamos sempre fiado. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre

por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Era uma vez... - um fato presente em relação a outro fato passado. Eu lia quando ele chegou. c) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já

ocorrido, concluído. Estudei a noite inteira. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o

momento presente. Tenho estudado todas as noites.

d) Pretérito mais-que-perfeito Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em

relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. e) Futuro do Presente Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato

futuro em relação ao momento em que se fala. Irei à escola. f) Futuro do Pretérito Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: - um fato futuro, em relação a outro fato passado. - Eu jogaria se não tivesse chovido. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto. - Seria realmente agradável ter de sair? Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às

vezes, ironia. - Daria para fazer silêncio?!

Modo Subjuntivo a) Presente Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: - um fato presente, mas duvidoso, incerto. Talvez eles estudem... não sei. - um desejo, uma vontade: Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma

hipótese, uma condição. Se eu estudasse, a história seria outra. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. e) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar

um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as características do modo subjuntivo).

Que tenha estudado bastante é o que espero. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito

do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:

Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-lamente.

e) Futuro Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-

ído em relação a outro fato futuro. Quando eu voltar, saberei o que fazer.

VERBOS IRREGULARES DAR Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem

MOBILIAR Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem

AGUAR Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem

MAGOAR Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-

ram Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar

APIEDAR-SE Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-

vos, apiadam-se Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-

vos, apiedem-se Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A

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MOSCAR Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-

quem Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U RESFOLEGAR Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,

resfolgam Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,

resfolguem Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece NOMEAR Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,

nomeavam Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-

ram Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear COPIAR Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-reis, copiaram Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem ODIAR Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar CABER Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,

coubéreis, couberam Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,

coubessem Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo CRER Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Conjugam-se como crer, ler e descrer DIZER Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,

dissesse Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Particípio dito Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer

FAZER Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem

Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer PERDER Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam PODER Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,

pudessem Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem Gerúndio podendo Particípio podido O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo PROVER Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,

provessem Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem Gerúndio provendo Particípio provido QUERER Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-reis, quiseram Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,

quisessem Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem REQUERER Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,

requereram Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,

requerereis, requereram Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,

requererão Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-

ríeis, requereriam Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,

requeiram Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,

requerêsseis, requeressem, Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,

requerem Gerúndio requerendo Particípio requerido O verbo REQUERER não se conjuga como querer. REAVER Presente do indicativo reavemos, reaveis Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-ram Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvé-

reis, reouveram Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvésse-

mos, reouvésseis, reouvessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,

reouverem

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O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-ta a letra v

SABER Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,

soubéreis, souberam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,

soubessem Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem

VALER Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham

TRAZER Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,

trouxéreis, trouxeram Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,

trouxessem Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-rem Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Gerúndio trazendo Particípio trazido

VER Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Particípio visto ABOLIR Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do subjuntivo não há Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,

abolissem Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Imperativo afirmativo abole, aboli Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Infinitivo impessoal abolir Gerúndio abolindo Particípio abolido O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I.

AGREDIR Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I.

COBRIR Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Particípio coberto Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir

FALIR Presente do indicativo falimos, falis Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram

Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo fali (vós) Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Gerúndio falindo Particípio falido FERIR Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. MENTIR Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. FUGIR Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam IR Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem Gerúndio indo Particípio ido OUVIR Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam Particípio ouvido PEDIR Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir POLIR Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam REMIR Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam RIR Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Gerúndio rindo Particípio rido Conjuga-se como rir: sorrir

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 28

VIR Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio vindo Particípio vindo Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir SUMIR Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-vérbio, exprimindo uma circunstância.

Os advérbios dividem-se em: 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,

nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-te, através, defronte, aonde, etc.

2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.

3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.

4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase, apenas, etc.

5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. 6) NEGAÇÃO: não. 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,

provavelmente, etc.

Há Muitas Locuções Adverbiais 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-

da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,

às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.

3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.

4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.

5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,

etc. 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.

Advérbios Interrogativos Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? Palavras Denotativas Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-

rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. 4) DE DESIGNAÇÃO - eis. 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.

Você lá sabe o que está dizendo, homem... Mas que olhos lindos! Veja só que maravilha!

NUMERAL

Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. O numeral classifica-se em: - cardinal - quando indica quantidade. - ordinal - quando indica ordem. - multiplicativo - quando indica multiplicação. - fracionário - quando indica fracionamento. Exemplos: Silvia comprou dois livros. Antônio marcou o primeiro gol. Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. O galinheiro ocupava um quarto da quintal.

QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

Algarismos Numerais

Roma-nos

Arábi-cos

Cardinais Ordinais Multiplica-tivos

Fracionários

I 1 um primeiro simples - II 2 dois segundo duplo

dobro meio

III 3 três terceiro tríplice terço IV 4 quatro quarto quádruplo quarto V 5 cinco quinto quíntuplo quinto VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo IX 9 nove nono nônuplo nono X 10 dez décimo décuplo décimo XI 11 onze décimo

primeiro onze avos

XII 12 doze décimo segundo

doze avos

XIII 13 treze décimo terceiro

treze avos

XIV 14 quatorze décimo quarto

quatorze avos

XV 15 quinze décimo quinto

quinze avos

XVI 16 dezesseis décimo sexto

dezesseis avos

XVII 17 dezessete décimo sétimo

dezessete avos

XVIII 18 dezoito décimo oitavo

dezoito avos

XIX 19 dezenove décimo nono dezenove avos

XX 20 vinte vigésimo vinte avos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos XL 40 quarenta quadragé-

simo quarenta

avos L 50 cinquenta quinquagé-

simo cinquenta

avos LX 60 sessenta sexagésimo sessenta

avos LXX 70 setenta septuagési-

mo setenta avos

LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos XC 90 noventa nonagésimo noventa

avos C 100 cem centésimo centésimo

CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo CD 400 quatrocen-

tos quadringen-

tésimo quadringen-

tésimo D 500 quinhen-

tos quingenté-

simo quingenté-

simo DC 600 seiscentos sexcentési-

mo sexcentési-

mo

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 29

DCC 700 setecen-tos

septingenté-simo

septingenté-simo

DCCC 800 oitocentos octingenté-simo

octingenté-simo

CM 900 novecen-tos

nongentési-mo

nongentési-mo

M 1000 mil milésimo milésimo

Emprego do Numeral Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.

empregam-se de 1 a 10 os ordinais. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) Luis X (décimo) ano I (primeiro) Pio lX (nono) século lV (quarto) De 11 em diante, empregam-se os cardinais: Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. XX Salão do Automóvel (vigésimo) VI Festival da Canção (sexto) lV Bienal do Livro (quarta) XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao

emprego do ordinal. Hoje é primeiro de setembro Não é aconselhável iniciar período com algarismos 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-

nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.

ARTIGO

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.

Dividem-se em • definidos: O, A, OS, AS • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,

geral. Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-

terminado). lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.

CONJUNÇÃO

Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Conjunções Coordenativas

1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no

entanto, etc. 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência. 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc.

Conjunções Subordinativas

1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.

4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,

etc. 6) INTEGRANTES: que, se, etc. 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de

forma que, de modo que, etc. 9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,

etc. 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.

VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES

Examinemos estes exemplos: 1º) Tristeza e alegria não moram juntas. 2º) Os livros ensinam e divertem. 3º) Saímos de casa quando amanhecia. No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é

uma conjunção. No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando

orações: são também conjunções. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da

mesma oração. No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa

da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a conjunção E é coordenativa.

No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à

outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção QUANDO é subordinativa.

As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS As conjunções coordenativas podem ser: 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas

também, mas ainda, senão também, como também, bem como. O agricultor colheu o trigo e o vendeu. Não aprovo nem permitirei essas coisas. Os livros não só instruem mas também divertem. As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam

as flores. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-

pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-sar disso, em todo caso.

Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Hoje não atendo, em todo caso, entre. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,

ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. Ou você estuda ou arruma um emprego. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. "Já chora, já se ri, já se enfurece."

(Luís de Camões) 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-

seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. As árvores balançam, logo está ventando. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.

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5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por-que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).

Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem causar incêndios.

Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-

tivo: Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."

(Jorge Amado) Conjunções subordinativas As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à

outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). Abrangem as seguintes classes: 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já

que, uma vez que, desde que. O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:

efeito). Como estivesse de luto, não nos recebeu. Desde que é impossível, não insistirei. 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão

ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como).

Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. "Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."

(Paulo Mendes Campos) "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."

(Antônio Olavo Pereira) "E pia tal a qual a caça procurada."

(Amadeu de Queirós) "Por que ficou me olhando assim feito boba?"

(Carlos Drummond de Andrade) Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Os governantes realizam menos do que prometem. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda

quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não).

Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Beba, nem que seja um pouco. Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas

afirmações. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que

(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Ficaremos sentidos, se você não vier. Comprarei o quadro, desde que não seja caro. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos

que os mosquitos se opusessem." (Ferreira de Castro)

5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não são como (ou conforme) dizem.

"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." (Machado de Assis)

6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não).

Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.

Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). Afastou-se depressa para que não o víssemos. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. Fiz-lhe sinal que se calasse. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto

mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.

À medida que se vive, mais se aprende. À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.

Observação: São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida

que e na medida em que. A forma correta é à medida que: "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."

(Maria José de Queirós) 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre

que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc.

Venha quando você quiser. Não fale enquanto come. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-

cânti) 10) Integrantes: que, se. Sabemos que a vida é breve. Veja se falta alguma coisa.

Observação: Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o

chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, porém, não consigna esta espécie de conjunção.

Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.

Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-to. Assim, a conjunção que pode ser:

1) Aditiva (= e): Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. A nós que não a eles, compete fazê-lo. 2) Explicativa (= pois, porque): Apressemo-nos, que chove. 3) Integrante: Diga-lhe que não irei. 4) Consecutiva: Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Não vão a uma festa que não voltem cansados. Onde estavas, que não te vi? 5) Comparativa (= do que, como): A luz é mais veloz que o som. Ficou vermelho que nem brasa. 6) Concessiva (= embora, ainda que): Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Beba, um pouco que seja. 7) Temporal (= depois que, logo que): Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. 8) Final (= pare que): Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. 9) Causal (= porque, visto que): "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo

Coaraci) A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-

disse. (sem que = embora não) 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.

(sem que = se não,caso não) 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.

(sem que = que não) 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.

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PREPOSIÇÃO

Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o segundo, um subordinado ou consequente.

Exemplos: Chegaram a Porto Alegre. Discorda de você. Fui até a esquina. Casa de Paulo. Preposições Essenciais e Acidentais As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,

DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e ATRÁS.

Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc.

INTERJEIÇÃO

Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem ser:

- alegria: ahl oh! oba! eh! - animação: coragem! avante! eia! - admiração: puxa! ih! oh! nossa! - aplauso: bravo! viva! bis! - desejo: tomara! oxalá! - dor: aí! ui! - silêncio: psiu! silêncio! - suspensão: alto! basta! LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo

valor de uma interjeição. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!

ESTRUTURA DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

FRASE Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. O tempo está nublado. Socorro! Que calor! ORAÇÃO Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. A fanfarra desfilou na avenida. As festas juninas estão chegando. PERÍODO Período é a frase estruturada em oração ou orações. O período pode ser: • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). Fui à livraria ontem. • composto - quando constituído por mais de uma oração. Fui à livraria ontem e comprei um livro. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO São dois os termos essenciais da oração: SUJEITO Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) O sujeito pode ser: - simples: quando tem um só núcleo As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;

núcleo: rosas)

- composto: quando tem mais de um núcleo O burro e o cavalo saíram em disparada. (suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo) - oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal Come-se bem naquele restaurante. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito

Choveu ontem. Há plantas venenosas.

PREDICADO Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. O predicado classifica-se em:

1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo do sujeito.

Nosso colega está doente. Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,

PERMANECER, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a

comunicar estado ou qualidade do sujeito. Nosso colega está doente. A moça permaneceu sentada. 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou

transitivo. O avião sobrevoou a praia. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. O sabiá voou alto. Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio

de proposição. Minha equipe venceu a partida. • Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com

auxílio de preposição. Ele precisa de um esparadrapo. • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao

mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de complemento com auxilio de preposição.

Damos uma simples colaboração a vocês. 3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo

intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do sujeito.

Os rapazes voltaram vitoriosos. • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,

ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Ele morreu rico. • Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,

ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto direto ou indireto.

Elegemos o nosso candidato vereador.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a

significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à compreensão do enunciado.

1. OBJETO DIRETO Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo

transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. 2. OBJETO INDIRETO Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo

transitivo indireto. As crianças precisam de CARINHO. 3. COMPLEMENTO NOMINAL Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de

um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.

Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE

(advérbio).

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4. AGENTE DA PASSIVA Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na

voz passiva. A mãe é amada PELO FILHO. O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma

função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo alguma circunstância.

São termos acessórios da oração: 1. ADJUNTO ADNOMINAL Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os

substantivos. Pode ser expresso: • pelos adjetivos: água fresca, • pelos artigos: o mundo, as ruas • pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas • pelos numerais: três garotos; sexto ano • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos 2. ADJUNTO ADVERBIAL Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,

lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Cheguei cedo. José reside em São Paulo. 3. APOSTO Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,

desenvolve ou resume outro termo da oração. Dr. João, cirurgião-dentista, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. 4. VOCATIVO Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou

interpelar alguém ou alguma coisa. Tem compaixão de nós, ó Cristo. Professor, o sinal tocou. Rapazes, a prova é na próxima semana.

PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES

No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. Fui ao cinema. O pássaro voou. PERÍODO COMPOSTO No período composto há mais de uma oração. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens

folgam.) Período composto por coordenação Apresenta orações independentes. (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) Período composto por subordinação Apresenta orações dependentes. (É bom) (que você estude.) Período composto por coordenação e subordinação Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este

período é também conhecido como misto. (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) ORAÇÃO COORDENADA Oração coordenada é aquela que é independente. As orações coordenadas podem ser: - Sindética: Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção

coordenativa. Viajo amanhã, mas volto logo.

- Assindética: Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou

ponto e vírgula. Chegou, olhou, partiu. A oração coordenada sindética pode ser: 1. ADITIVA: Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,

também: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. 2. ADVERSATIVA: Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste

(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). A espada vence MAS NÃO CONVENCE. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. 3. ALTERNATIVAS: Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra

(ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc). Mudou o natal OU MUDEI EU? “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”

(C. Meireles) 4. CONCLUSIVAS: Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,

PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE, etc).

Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. 5. EXPLICATIVAS: Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que

a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido. A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:

CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. ORAÇÃO PRINCIPAL Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida

por um conectivo. ELES DISSERAM que voltarão logo. ELE AFIRMOU que não virá. PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)

ORAÇÃO SUBORDINADA Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é

introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal nem sempre é a primeira do período.

Quando ele voltar, eu saio de férias. Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função

de um substantivo. Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas

substantivas classificam-se em: 1) SUBJETIVA (sujeito) Convém que você estude mais. Importa que saibas isso bem. . É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.

2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) Desejo QUE VENHAM TODOS. Pergunto QUEM ESTÁ AI.

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3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. 4) COMPLETIVA NOMINAL Complemento nominal. Ser grato A QUEM TE ENSINA. Sou favorável A QUE O PRENDAM. 5) PREDICATIVA (predicativo) Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. Não sou QUEM VOCÊ PENSA.

6) APOSITIVAS (servem de aposto) Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.

7) AGENTE DA PASSIVA O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de

um adjetivo. Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: 1) EXPLICATIVAS: Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,

atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação.

Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. 2) RESTRITIVAS: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo

indispensáveis ao sentido da frase: Pedra QUE ROLA não cria limo. As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de

um advérbio. As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. O tambor soa PORQUE É OCO. 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma

comparação. O som é menos veloz QUE A LUZ. Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.

3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: SE O CONHECESSES, não o condenarias. Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato

com outro: Fiz tudo COMO ME DISSERAM. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Tenho medo disso QUE ME PÉLO!

7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.

8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.

9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal:

ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.

10) MODAIS: exprimem modo, maneira: Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.

ORAÇÕES REDUZIDAS Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:

gerúndio, infinitivo e particípio. Exemplos: • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. • Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. • FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,

conseguirás. • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS

ATENTOS. • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,

entristeceu-se. • É interesse ESTUDARES MAIS = É interessante QUE ESTUDES

MAIS. • SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-

me.

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.

Principais Casos de Concordância Nominal 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em

gênero e número com o substantivo. As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão

normalmente para o plural. Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai

para o masculino plural. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais

próximo: Trouxe livros e revista especializada. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o

sujeito. Meus amigos estão atrapalhados. 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-

tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo

vão para o singular ou para o plural. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier

precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Já estudei o primeiro e segundo livros. 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a

que se referem. Ela mesma veio até aqui. Eles chegaram sós. Eles próprios escreveram.

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12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Muito obrigado. (masculino singular) Muito obrigada. (feminino singular). 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica

invariável quando é advérbio. Quero meio quilo de café. Minha mãe está meio exausta. É meio-dia e meia. (hora) 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-

tivo a que se referem. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. A expressão em anexo é invariável. Trouxe em anexo estas fotos. 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-

em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Vocês falaram alto demais. O combustível custava barato. Você leu confuso. Ela jura falso. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,

sofrem variação normalmente. Esses pneus custam caro. Conversei bastante com eles. Conversei com bastantes pessoas. Estas crianças moram longe. Conheci longes terras.

CONCORDÂNCIA VERBAL CASOS GERAIS

1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. O menino chegou. Os meninos chegaram. 2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. O pessoal ainda não chegou. A turma não gostou disso. Um bando de pássaros pousou na árvore. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao

plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. Os Estados Unidos são um grande país. Os Lusíadas imortalizaram Camões. Os Alpes vivem cobertos de neve. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. Flores já não leva acento. O Amazonas deságua no Atlântico. Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no

plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferentemente. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o

sujeito paciente. Vende-se um apartamento. Vendem-se alguns apartamentos. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o

verbo para a 3ª pessoa do singular. Precisa-se de funcionários. 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no

singular e o verbo no singular ou no plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. Mais de um jurado fez justiça à minha música. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando

empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo no singular.

As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o

sujeito. Deu uma hora. Deram três horas. Bateram cinco horas. Naquele relógio já soaram duas horas.

12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.

Ela é que faz as bolas. Eu é que escrevo os programas. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é

um pronome relativo. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. Fui eu que fiz a lição

Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possíveis. • que: Fui eu que fiz a lição. • quem: Fui eu quem fez a lição. • o que: Fui eu o que fez a lição. 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na

terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a este sua impessoalidade.

Chove a cântaros. Ventou muito ontem. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.

CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos

pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-RECER concordam com o predicativo.

Tudo são esperanças. Aquilo parecem ilusões. Aquilo é ilusão. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-

corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. Que são florestas equatoriais? Quem eram aqueles homens? 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com

a expressão numérica. São oito horas. Hoje são 19 de setembro. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER

fica no singular. Três batalhões é muito pouco. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. Maria era as flores da casa. O homem é cinzas. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER

concorda com o predicativo. Dançar e cantar é a sua atividade. Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER

concorda com o pronome. A ciência, mestres, sois vós. Em minha turma, o líder sou eu. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,

apenas um deles deve ser flexionado. Os meninos parecem gostar dos brinquedos. Os meninos parece gostarem dos brinquedos.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-

calmente do outro. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e

adjetivos). Exemplos: - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 35

PARA = passagem A regência verbal trata dos complementos do verbo.

ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • pretender (transitivo indireto) No sítio, aspiro o ar puro da montanha. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. 2. OBEDECER - transitivo indireto Devemos obedecer aos sinais de trânsito. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto Já paguei um jantar a você. 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto Prefiro Comunicação à Matemática. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. Informei-lhe o problema. 7. ASSISTIR - morar, residir: Assisto em Porto Alegre. • amparar, socorrer, objeto direto O médico assistiu o doente. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto Assistimos a um belo espetáculo. • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto Assiste-lhe o direito. 8. ATENDER - dar atenção Atendi ao pedido do aluno. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Atenderam o freguês com simpatia. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto A moça queria um vestido novo. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto O professor queria muito a seus alunos. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto Todos visamos a um futuro melhor. • APONTAR, MIRAR - objeto direto O artilheiro visou a meta quando fez o gol. • pôr o sinal de visto - objeto direto O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Devemos obedecer aos superiores. Desobedeceram às leis do trânsito. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE • exigem na sua regência a preposição EM O armazém está situado na Farrapos. Ele estabeleceu-se na Avenida São João. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. Essas tuas justificativas não procedem. • no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se

com a preposição DE. Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani • no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. O secretário procedeu à leitura da carta.

14. ESQUECER E LEMBRAR • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Esqueci o nome desta aluna. Lembrei o recado, assim que o vi. • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: Esqueceram-se da reunião de hoje. Lembrei-me da sua fisionomia.

15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. • pagar - Pago o 13° aos professores. • dar - Daremos esmolas ao pobre.

• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. • ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. • agradecer - Agradeço as graças a Deus. • pedir - Pedi um favor ao colega.

16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: O amor implica renúncia. • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição

COM: O professor implicava com os alunos • no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-

ção EM: Implicou-se na briga e saiu ferido

17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: Ele foi a São Paulo para resolver negócios. quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa

como sujeito: O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª

pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-ficuldade, será objeto indireto.

Custou-me confiar nele novamente. Custar-te-á aceitá-la como nora.

PROVA SIMULADA 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. (C) O processo foi julgado em segunda estância. (D) O problema passou despercebido na votação. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (C) A colega não se contera diante da situação. (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (E) Quando você vir estudar, traga seus livros. 03. O particípio verbal está corretamente empregado em: (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em

conformidade com a norma culta. Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do

interior da concha de moluscos reúne outras características interes-santes, como resistência e flexibilidade.

(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.

(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.

(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de compo-nentes para a indústria.

(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.

(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.

05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema

para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ele está empregado conforme o padrão culto.

(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 36

(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está

correta em: (A) As características do solo são as mais variadas possível. (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada. (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de

flexão de grau. (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-

te as férias. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.

Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento

estatal ciência e tecnologia. (A) à ... sobre o ... do ... para (B) a ... ao ... do ... para (C) à ... do ... sobre o ... a (D) à ... ao ... sobre o ... à (E) a ... do ... sobre o ... à 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a

franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois eles devem estar aptos comercializar seus produtos.

(A) ao ... a ... à (B) àquele ... à ... à (C) àquele...à ... a (D) ao ... à ... à (E) àquele ... a ... a 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a

norma culta. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso

trarão grandes benefícios às pesquisas. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando

com o meio ambiente. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-

vendo projetos na área médica. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-

sentadas pelos economistas. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no

litoral ou aproveitam férias ali. 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às

chuvas. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-

mações. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à

cultura. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da

culpa. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-

cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-res.

(Texto adaptado) Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir

as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:

(A) seus ... lhes ... los ... lhes (B) delas ... a elas ... lhes ... deles (C) seus ... nas ... los ... deles (D) delas ... a elas ... lhes ... seu (E) seus ... lhes ... eles ... neles

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo com o padrão culto.

(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto

direto e indireto em: (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada. (E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos

respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação

do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração de nosso Teatro Educativo, por ordem de, Doutor XXX, Digníssimo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se programar e participar do referido evento.

Atenciosamente, ZZZ Assistente de Gabinete. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas são

correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se

respeitam as regras de pontuação. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,

que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma

sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade

Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste

funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões

negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e

predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-te, apenas a:

(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.

Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. O livro de registro do processo que você procurava era o que estava

sobre o balcão.

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Língua Portuguesa A Opção Cert a Para a Sua Realização 37

19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a

(A) processo e livro. (B) livro do processo. (C) processos e processo. (D) livro de registro. (E) registro e processo. 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período

acima: I. há, no período, duas orações; II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. Está correto o contido apenas em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do

acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura

pelo Juiz; III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-

te ao da palavra mas; IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-

dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. Está correto o contido apenas em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV. 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-

to, a alternativa correta é: (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-

dos galhos da velha árvore. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre

o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. (A) Quem podou? e Quando podou? (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? (C) Que jardineiro? e Podou o quê? (D) Que vizinho? e Que galhos? (E) Quando podou? e Podou o quê?

24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-

dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-ção em:

(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.

25. Felizmente, ninguém se machucou. Lentamente, o navio foi se afastando da costa. Considere: I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de

modo;

III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do fato; IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Está correto o contido apenas em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V. 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,

indicando concessão, é: (A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado. (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto. (E) apesar do preço muito elevado. 27. É importante que todos participem da reunião. O segmento que todos participem da reunião, em relação a É importante, é uma oração subordinada (A) adjetiva com valor restritivo. (B) substantiva com a função de sujeito. (C) substantiva com a função de objeto direto. (D) adverbial com valor condicional. (E) substantiva com a função de predicativo. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-

lecida pelo termo como é de (A) comparatividade. (B) adição. (C) conformidade. (D) explicação. (E) consequência. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de

franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos possíveis franqueados.

A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e relaciona corretamente as ideias do texto, é:

(A) digo ... portanto ... mas (B) como ... pois ... mas (C) ou seja ... embora ... pois (D) ou seja ... mas ... portanto (E) isto é ... mas ... como 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos

investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-

rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-da, sem alterar o sentido da frase, é:

(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ... (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ... (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...

RESPOSTAS

01. D 11. B 21. B 02. A 12. A 22. A 03. C 13. C 23. C 04. E 14. E 24. E 05. A 15. C 25. D 06. B 16. A 26. E 07. D 17. B 27. B 08. E 18. E 28. C 09. C 19. D 29. D 10. D 20. A 30. B

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 1

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO FRAÇÕES, CONJUNTOS, PORCENTAGENS, SEQUÊNCIAS

(COM NÚMEROS, COM FIGURAS, DE PALAVRAS).

NÚMEROS RACIONAIS Os números racionais são representados por um numeral em forma de

fração ou razão, ab

, sendo a e b números naturais, com a condição de b

ser diferente de zero. 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números

naturais, sendo b ≠ 0, corresponde um número fracionário b

a .O termo a

chama-se numerador e o termo b denominador. 2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração

de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q.

Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmen-

te racional? A definição depende das seguintes considerações: a) O número representado por uma fração não muda de valor quando

multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denomina-dor por um mesmo número natural, diferente de zero.

Exemplos: usando um novo símbolo: ≈ ≈ é o símbolo de equivalência para frações

⋅⋅⋅≈≈××≈≈

××≈

30

20

215

210

15

10

53

52

3

2

b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equiva-lentes a uma fração dada.

⋅⋅⋅,4

12,

3

9,

2

6,

1

3 (classe de equivalência da fração:

1

3)

Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele

definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um repre-sentante.

NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL:

⋅⋅⋅===2

0

1

00 (definido pela classe de equivalência que re-

presenta o mesmo número racional 0)

⋅⋅⋅===2

2

1

11 (definido pela classe de equivalência que re-

presenta o mesmo número racional 1) e assim por diante.

NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO:

⋅⋅⋅===6

3

4

2

2

1(definido pela classe de equivalência que re-

presenta o mesmo número racional 1/2). NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS a) decimais: quando têm como denominador 10 ou uma potência de

10 = ⋅⋅⋅,100

7,

10

5etc.

b) próprias: aquelas que representam quantidades menores do que 1

= ⋅⋅⋅,7

2,

4

3,

2

1 etc.

c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou maiores que 1 =

⋅⋅⋅,5

9,

1

8,

5

5 etc.

d) aparentes: todas as que simbolizam um número natural =

204

5 4= =, 82

, etc.

e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as frações, com exceção daquelas que possuem como denominador 10, 102, 103 ...

f) frações iguais: são as que possuem os termos iguais =

34

85

= 34

85

, = , etc.

g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao numeral formado

por uma parte natural e uma parte fracionária;

7

42 A parte na-

tural é 2 e a parte fracionária 7

4.

h) irredutível: é aquela que não pode ser mais simplificada, por ter seus termos primos entre si.

34

, , 5

12

37

, etc.

4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que não possua termos

primos entre si, basta dividir os dois ternos pelo seu divisor comum.

3

2

4:12

4:8

12

8 ==

5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES.

Para comparar duas ou mais frações quaisquer primeiramente convertemos em frações equivalentes de mesmo denominador. De duas frações que têm o mesmo denominador, a maior é a que tem maior numera-dor. Logo:

4

3

3

2

2

1

12

9

12

8

12

6 <<⇔<<

(ordem crescente) De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem

menor denominador.

Exemplo: 5

7

2

7 >

OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo

recai em um dos dois casos seguintes:

1º CASO: Frações com mesmo denominador. Observemos as figuras seguintes:

36

26

56

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 2

Indicamos por: 6

5

6

2

6

3 =+

26

56

36

Indicamos por: 6

3

6

2

6

5 =−

Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo denominador, pro-

cedemos do seguinte modo: • adicionamos ou subtraímos os numeradores e mantemos o denomi-

nador comum. • simplificamos o resultado, sempre que possível.

Exemplos:

5

4

5

13

5

1

5

3 =+=+

3

4

9

12

9

84

9

8

9

4 ==+=+

3

2

6

4

6

37

6

3

6

7 ==−=−

07

0

7

22

7

2

7

2 ==−=−

Observação: A subtração só pode ser efetuada quando o minuendo é

maior que o subtraendo, ou igual a ele.

2º CASO: Frações com denominadores diferentes: Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com denominadores di-

ferentes, procedemos do seguinte modo: • Reduzimos as frações ao mesmo denominador. • Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior. • Simplificamos o resultado (quando possível). Exemplos:

6

5

12

1012

6412

6

12

44

2

3

1)1

==

=+=

=+=

=+

8

9

24

2724

121524

12

24

156

3

8

5)2

==

=+=

=+=

=+

Observações: Para adicionar mais de duas frações, reduzimos todas ao mesmo de-

nominador e, em seguida, efetuamos a operação.

Exemplos.

5

4

15

1215

37215

3

15

7

15

2)

==

=++=

=++a

24

5324

123201824

12

24

3

24

20

24

182

1

8

1

6

5

4

3)

=

=+++=

=+++=

=+++b

Havendo número misto, devemos transformá-lo em fração imprópria:

Exemplo:

213

512

316

73

512

196

2812

512

3812

28 5 3812

7112

+ + =

+ + =

+ + =

+ + =

Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] e

chaves { }, observamos a mesma ordem: 1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses; 2º) as operações no interior dos colchetes; 3º) as operações no interior das chaves.

Exemplos:

12

1112

6

12

172

1

12

17

2

1

12

9

12

8

2

4

2

5

4

3

3

2)1

=

=−=

=−=

=−

+=

=

−−

+

12

1712

29

12

461229

623

12

29

6

7

6

30

12

9

12

20

6

75

4

3

3

5

6

2

6

95

4

3

3

21

3

1

2

35)2

=

=−=

=−=

=−

−=

=

+−

−=

=

+−

−−=

=

+−

−−

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 3

NÚMEROS RACIONAIS

Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unida-

de dividida em duas partes iguais e indicamos 1/2. onde: 1 = numerador e 2 = denominador

Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes ha-

churamos 2). Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração

própria. Observe: Observe:

Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração

imprópria.

FRAÇÕES EQUIVALENTES

Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma quantidade.

Dizemos que: 63

42

21 ==

- Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o nu-merador por mesmo número diferente de zero.

Ex: 63

33

. 21

ou 42

22

21 ==⋅

Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador, por um mesmo número diferente de zero.

Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração é irredutível.

Exemplo:

⇒== 63

69

22

: 1218

Fração Irredutível ou Simplificada

Exemplo: 43

e 31

Calcular o mmc (3,4): MMC(3,4) = 12

43

e 31

=( ) ( )

1234:12

e 12

13:12 ⋅⋅ temos:

129

e 124

A fração 31

é equivalente a 124

.

A fração 43

equivalente 129

.

Exercícios: 1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações:

1) 41

2) 32

Respostas: 1) 164

, 123

, 82

2) 128

, 96

, 64

COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES

a) Frações de denominadores iguais. Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que ti-

ver maior numerador.

Ex.: 43

41

ou 41

43 <>

b) Frações com numeradores iguais Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que

tiver maior denominador.

Ex.: 47

57

ou 57

47 <>

c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente di-

ferentes. Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos:

31

32 > denominadores iguais (ordem decrescente)

34

54 > numeradores iguais (ordem crescente)

Simplificação de frações

Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador

por um número diferente de zero. Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fra-

ção é irredutível. Exemplo:

23

33

: 6:9

22

: 12:18 ==

Fração irredutível ou simplificada.

Exercícios: Simplificar 1) 129

2) 4536

Respostas: 1) 43

2) 54

Redução de frações ao menor denominador comum

Ex.: 43

e 31

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 4

Calcular o mmc (3,4) = 12

43

e 31

=( ) ( )

1234:12

e 12

13:12 ⋅⋅ temos:

129

e 124

A fração 31

é equivalente a 124

. A fração 43

equivalente 129

.

Exemplo:

⇒ 54

? 32

numeradores diferentes e denominadores diferentes

= m.m.c.(3, 5) = 15

15(15.5).4

? 15

3).2:(15=

1512

1510 < (ordem crescente)

Exercícios: Colocar em ordem crescente:

1) 32

e 52

2) 34

e 35

3) 54

e 32

, 65

Respostas: 1) 32

52 < 2)

35

34 <

3) 23

65

34 <<

OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

1) Adição e Subtração a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numera-

dores e conserva-se o denominador comum.

Ex: 38

3

152

31

35

32 =++=++

51

5

34

53

54 =−=−

b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador de-

pois soma ou subtrai. Ex:

1) 32

43

21 ++ = mmc. (2, 4, 3) = 12

1223

12896

12

(12.3).2 4).3:(12 2).1:(12 =++=++

2) 92

34 − = mmc. (3,9) = 9

910

92 - 12

9

9).2:(9 - 3).4:(9 ==

Exercícios. Calcular:

1) 71

75

72 ++ 2)

61

65 − 3)

31

41

32 −+

Respostas: 1) 78

2) 32

64 = 3)

127

MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES

Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numeradores

das frações entre si, assim como os seus denominadores. Exemplo:

103

206

43

x 52

43

. 52 ===

Exercícios: Calcular:

1) 45

52 ⋅ 2)

34

23

52 ⋅⋅ 3)

−⋅

+31

32

53

51

Respostas: 1) 65

1210 = 2)

54

3024 = 3)

154

DIVISÃO DE FRAÇÕES

Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo in-

verso da Segunda.

Exemplo: 56

1012

23

. 54

32

:54 ===

Exercícios. Calcular:

1) 92

:34

2) 256

:158

3)

+31

34

: 53

52

Respostas: 1) 6 2) 920

3) 1

POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES

Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo:

278

3

232

3

33

==

Exercícios. Efetuar:

1) 2

43

2)

4

21

3)

32

21

34

Respostas: 1) 169

2) 161

3) 72

119

RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES

Extrai raiz do numerador e do denominador.

Exemplo: 32

9

494 ==

Exercícios. Efetuar:

1) 91

2) 2516

3) 2

21

169

+

Respostas: 1) 31

2) 54

3) 1

CONJUNTOS NUMÉRICOS

1. Conjunto dos números naturais Chamamos de conjunto dos números naturais, e indicamos com lN, o

seguinte conjunto: lN = { 0; 1; 2; 3; 4; ...}

2. Conjunto dos números inteiros Chamamos de conjuntos dos números inteiros, e indicamos com Z, o

seguinte conjunto: Z = { ...; -2; -1; 0; 1; 2;...)

3. Conjunto dos números racionais: Chamamos de conjunto dos números racionais, e indicamos com Q, o

seguinte conjunto:

≠∈== 0 q e Z q,p|q

pxQ

Observe que os números racionais são aqueles que podem ser escritos como quocientes de dois inteiros.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 5

Exemplos

a) 15

=5; logo 5 ∈ Q

b) 52

= 0,4 ; logo 0,4 ∈ Q

c) 6

15 = 2,5 ; logo 2,5 ∈ Q

d) 31

= 0,333 . . . ; logo 0,333.. . ∈ Q

Observação: Números como 5, 0,4 e 2,5 são números racionais com representação decimal finita, ou seja, podemos escrevê-los, em sua forma decimal, com um número finito de algarismos. O número 0,333..., por sua vez, é um número racional com representação decimal infinita e periódica, ou seja, só podemos escrevê-lo, em sua forma decimal, com um número infinito de algarismos, embora, a partir de um determinado ponto, haja uma repetição de algarismos até o fim.

Outro exemplo de número, que admite representação decimal infinita e periódica, é 2,35474747...

Observação Importante Todos os números que tenham representação decimal finita ou infinita

e periódica são números racionais, ou seja, pertencem a Q..

4. Conjunto dos números reais: Há números que não admitem representação decimal finita nem

representação decimal infinita e periódica, como, por exemplo: n = 3,14159265...

2 = 1,4142135...

3 = 1,7320508...

5 = 2,2360679...

Estes números não são racionais: n ∈Q, 2 ∈ Q, 3 ∈Q,

5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que

possuem uma representação decimal infinita e não-periódica. Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com IR,

o seguinte conjunto: IR = ( x Í x é racional ou x é irracional ) Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números

racionais com o conjunto dos números irracionais. Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que o

número zero foi excluído de um conjunto. Exemplo: N * = { 1 ; 2; 3; 4; .. .} ; o zero foi excluído de N. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os

números negativos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de Z. Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que os

números positivos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z- = { ... ; -2; -1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z. Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o

símbolo (-) . Exemplos

a) *Z− = { 1; 2; 3; . .. } ; o zero e os negativos foram excluídos de Z.

b) *Z+ = { ... ; -3; -2; -1 }; o zero e os positivos foram excluídos de Z.

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 1. Conceitos primitivos Antes de mais nada devemos saber que conceitos primitivos são

noções que adotamos sem definição. Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, o de elemen-

to e o de pertinência de um elemento a um conjunto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: determinado elemento pertence a um conjunto, sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que significa dizer que um elemento pertence ou não a um conjunto.

2. Notação Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a seguinte notação: • os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C, ... ; • os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, x, y, ... ; • o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é indicado

com x e C; • o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto C é

indicado mm y t C. 3. Representação dos conjuntos Um conjunto pode ser representado de três maneiras: • por enumeração de seus elementos; • por descrição de uma propriedade característica do conjunto; • através de uma representação gráfica. Um conjunto é representado por enumeração quando todos os seus

elementos são indicados e colocados dentro de um par de chaves. Exemplo: a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado pelos

algarismos do nosso sistema de numeração. b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, 1, j,1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z )

indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto. c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos,

porém apresenta lei de formação bem clara, podemos representa-lo, por enumeração, indicando os primeiros e os últimos elementos, intercalados por reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto dos números pares positivos, menores do que100.

d) Ainda usando reticências, podemos representar, por enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham uma lei de formação bem clara, como os seguintes:

• D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números inteiros não negativos;

• E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos números inteiros;

• F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números ímpares positivos.

A representação de um conjunto por meio da descrição de uma propri-

edade característica é mais sintética que sua representação por enumera-ção. Neste caso, um conjunto C, de elementos x, será representado da seguinte maneira:

C = { x | x possui uma determinada propriedade }

que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui uma determinada propriedade:

Exemplos a) O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser representado por

descrição da seguinte maneira: A = { x | x é algarismo do nosso sistema de numeração }

b) O conjunto G = { a; e ;i; o, u } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: G = { x | x é vogal do nosso alfabeto }

c) O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: H = { x | x é par positivo }

A representação gráfica de um conjunto é bastante cômoda. Através dela, os elementos de um conjunto são representados por pontos interiores a uma linha fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam os elementos que não pertencem ao conjunto.

Exemplo

Por esse tipo de representação gráfica, chamada diagrama de Euler-

Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈ C, z ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 6

Exercícios resolvidos Sendo A = {1; 2; 4; 4; 5}, B={2; 4; 6; 8} e C = {4; 5}, assinale V

(verdadeiro) ou F (falso): a) 1 ∈ A ( V ) b) 1 ∈ B ( F ) c) 1 ∈ C ( F ) d) 4 ∈ A ( V ) e) 4 ∈ B ( V ) f) 4 ∈ C ( V ) g) 7 ∈ A ( F ) h) 7 ∈ B ( F ) i) 7 ∈ C ( F )

l) 1 ∈A ou 1 ∈B ( V ) m) 1 ∈A e 1 ∈B ( F ) n) 4 ∈A ou 4 ∈B ( V ) o) 4 ∈A e 4 ∈B ( V ) p) 7 ∈A ou 7 ∈B ( F ) q) 7 ∈A e 7 ∈B ( F )

Represente, por enumeração, os seguintes conjuntos: a) A = { x | x é mês do nosso calendário } b) B = { x | x é mês do nosso calendário que não possui a letra r } c) C = { x | x é letra da palavra amor } d) D = { x | x é par compreendido entre 1e 11} e) E = {x | x2 = 100 }

Resolução a) A = ( janeiro ; fevereiro; março; abril; maio ; junho; julho ; agosto ;

setembro ; outubro ; novembro ; dezembro ) . b) B = (maio; junho; julho; agosto ) c) C = (a; m; o; r ) d) D = ( 2; 4; 6; 8; ia ) e) E = ( 10; -10 ), pois 102 = 100 e -(-102) = 100 . 4. Número de elementos de um conjunto Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de elementos

deste conjunto, e indicamos com n lcl, ao número de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto.

Exemplos a) O conjunto A = { a; e; i; o; u }

é tal que n(A) = 5. b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que n(B) = 10. c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 99.

5. Conjunto unitário e conjunto vazio Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que n (C) = 1.

Exemplo: C = ( 3 ) E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que n(C) = 0. Exemplo: M = { x | x2 = -25} O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅ . Exercício resolvido Determine o número de elementos dos seguintes com juntos :

a) A = { x | x é letra da palavra amor } b) B = { x | x é letra da palavra alegria } c) c é o conjunto esquematizado a seguir d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 ) e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, esquematizadas a

seguir :

Resolução

a) n(A) = 4 b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote letras, possui

apenas seis letras distintas entre si. c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a C: c e C e d e C

d) observe que: 2 = 2 . 1 é o 1º par positivo 4 = 2 . 2 é o 2° par positivo 6 = 2 . 3 é o 3º par positivo 8 = 2 . 4 é o 4º par positivo . . . . . . 98 = 2 . 49 é o 49º par positivo logo: n(D) = 49

e) As duas retas, esquematizadas na figura, possuem apenas um ponto comum. Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário.

6. Igualdade de conjuntos Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indicaremos com A

= 8, se ambos possuírem os mesmos elementos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos são diferentes e indicaremos com A ≠ B.

Exemplos . a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u} b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a} c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u} d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o} e) { x | x2 = 100} = {10; -10} f) { x | x2 = 400} ≠ {20}

7. Subconjuntos de um conjunto Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se

todo elemento, que pertencer a A, também pertencer a B. Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o conjunto A estará

"totalmente dentro" do conjunto B:

Indicamos que A é um subconjunto de B de duas maneiras: a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou A está contido

em B ou A é parte de B; b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A.

Exemplo Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = {x | x é brasileiro} ; temos

então que A ⊂ B e que B ⊃ A. Observações:

• Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A ⊄ B ou B ⊃ A.

• Admitiremos que o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto.

8. Número de subconjuntos de um conjunto dado Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos, então este

conjunto terá 2n subconjuntos. Exemplo O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele terá 22 = 4

subconjuntos.

Exercício resolvido: 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = la; e; 1; o; u ) . Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o número dos

seus subconjuntos será 25 = 32.

Exercícios propostas: 2. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } Resposta: 1024

3. Determine o número de subconjuntos do conjunto

C = 12

13

14

24

34

35

; ; ; ; ;

Resposta: 32

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 7

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 1. União de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião de A com B,

e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído por todos os elementos que pertencem a A ou a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a interseção dos conjuntos, temos:

Exemplos a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e} b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d} c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}

2. Intersecção de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de A com B, e

indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído por todos os elementos que pertencem a A e a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos:

Exemplos a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅ b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c} c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}

Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no exemplo a,

dizemos que os conjuntos são disjuntos.

Exercícios resolvidos 1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t), determinar os

seguintes conjuntos: a) A ∪ B f) B ∩ C b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C) e) B ∪ C

Resolução

a) A ∪ B = {x; y; z; w; v } b) A ∩ B = {x } c) A ∪ C = {x; y;z; u; t } d) A ∩ C = {y } e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t}

f) B ∩ C= ∅ g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t}

h) A ∩ B ∩ C= ∅ i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}

2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras os conjuntos: a) A ∩ B ∩ C b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)

Resolução

3. No diagrama seguinte temos: n(A) = 20 n(B) = 30 n(A ∩ B) = 5 Determine n(A ∪ B). Resolução

Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos de B,

estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja: n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então: n(A ∪ B) = 45.

4. Conjunto complementar Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos de conjunto

complementar de B em relação a A, e indicamos com CA B, ao conjunto A - B.

Observação: O complementar é um caso particular de diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do primeiro.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras o complementar de B em relação a A, temos:

Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} Observação: O conjunto complementar de B em relação a A é formado

pelos elementos que faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A.

PORCENTAGEM 1. INTRODUÇÃO Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha vitrinas,

frequentemente se vê às voltas com expressões do tipo: • "O índice de reajuste salarial de março é de 16,19%." • "O rendimento da caderneta de poupança em fevereiro foi de

18,55%." • "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 381,1351. • "Os preços foram reduzidos em até 0,5%." Mesmo supondo que essas expressões não sejam completamente

desconhecidas para uma pessoa, é importante fazermos um estudo organi-zado do assunto porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é ferra-menta indispensável para a maioria dos problemas relativos à Matemática Comercial.

2. PORCENTAGEM O estudo da porcentagem é ainda um modo de comparar números

usando a proporção direta. Só que uma das razões da proporção é um fração de denominador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situação em que você tiver de calcular 40% de $ 300,00, o seu trabalho será deter-

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 8

minar um valor que represente, em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resumido na proporção:

40100 300

=x

Então, o valor de x será de $ 120,00. Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário utilizar

sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer problema dessa natureza poderá ser resolvido com regra de três simples.

3. TAXA PORCENTUAL O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é um recur-

so que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o único caminho possível e nem sequer o mais prático.

Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos. Veremos isso a partir de um exemplo.

Exemplo: Calcular 20% de 800.

Calcular 20%, ou 20

100 de 800 é dividir 800 em 100 partes e tomar

20 dessas partes. Como a centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas partes será 160. Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de principal; 160 de porcentagem.

Temos, portanto: � Principal: número sobre o qual se vai calcular a porcentagem. � Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 partes do principal. � Porcentagem: número que se obtém somando cada uma das 100

partes do principal até conseguir a taxa. A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao calcularmos uma

porcentagem de um principal conhecido, não é necessário utilizar a monta-gem de uma regra de três. Basta dividir o principal por 100 e tomarmos tantas destas partes quanto for a taxa. Vejamos outro exemplo.

Exemplo: Calcular 32% de 4.000. Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que é a centésima par-

te de 4 000. Agora, somando 32 partes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 280 que é a resposta para o problema.

Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar o resultado dessa

divisão por 32 é o mesmo que multiplicar o principal por 32

100 ou 0,32.

Vamos usar esse raciocínio de agora em diante :

Princípio fundamental da contagem (PFC)

Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras diferentes e um segundo evento, de k maneiras diferentes, então, para ocorrerem os dois sucessivamente, existem m . k maneiras diferentes.

Aplicações 1) Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos modos dis-

tintos ela pode se vestir? Solução: A escolho de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras diferentes e a de

uma saia, de 3 maneiras diferentes. Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a escolha da blusa e

saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema;

Blusa saia

4 . 3 = 12 modos diferentes

2) Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e 5 caminhos ligan-do os pontos B e C. Para ir de A a C, passando pelo ponto B, qual o número de trajetos diferentes que podem ser realizados?

Solução: Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de A a B e

depois outro, de B a C.

Como para cada percurso escolhido de A a B temos ainda 5 possibili-

dades para ir de B a C, o número de trajetos pedido é dado por: 4 . 5 = 20. Esquema:

Percurso AB

Percurso BC

4 . 5 = 20

3) Quantos números de três algarismos podemos escrever com os

algarismos ímpares? Solução: Os números devem ser formados com os algarismos: 1, 3, 5, 7, 9. Exis-

tem 5 possibilidades para a escolha do algarismo das centenas, 5 possibili-dades para o das dezenas e 5 para o das unidades.

Assim, temos, para a escolha do número, 5 . 5 . 5 = 125. algarismos da centena

algarismos da dezena

algarismos da unidade

5 5 5 = 125

4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se forem utilizados três letras e três algarismos para a identificação de um veículo? (Considerar 26 letras, supondo que não há nenhuma restrição.)

Solução: Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilidades para cada posi-

ção a ser preenchida por letras. Por outro lado, como dispomos de dez algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10 possibilidades para cada posição a ser preenchida por algarismos. Portanto, pelo PFC o número total de placas é dado por:

5) Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com

os algarismos 1, 2, 3 e 4? Solução: Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo e, para

cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que não é permitida a repetição. Assim, o número total de possibilidades é: 4 . 3 =12

Esquema:

Porcentagem = taxa X principal

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6) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?

Solução: Existem 9 possibi1idades para o primeiro algarismo, apenas 8 para o

segundo e apenas 7 para o terceiro. Assim, o número total de possibilida-des é: 9 . 8 . 7 = 504

Esquema:

7) Quantos são os números de 3 algarismos distintos? Solução: Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 possibilida-

des para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não pode ser igual a zero. Para o segundo algarismo, temos também 9 possibilidades, pois um deles foi usado anteriormente.

Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, pois dois de-les já foram usados. O número total de possibilidades é: 9 . 9 . 8 = 648

Esquema:

8) Quantos números entre 2000 e 5000 podemos formar com os

algarismos pares, sem os repetir? Solução: Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como os

números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o primeiro algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas possibilidades para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três para o terceiro e duas paia o quarto. O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48

Esquema:

Exercícios

1) Uma indústria automobilística oferece um determinado veículo em três padrões quanto ao luxo, três tipos de motores e sete tonalidades de cor. Quantas são as opções para um comprador desse carro?

2) Sabendo-se que num prédio existem 3 entradas diferentes, que o prédio é dotado de 4 elevadores e que cada apartamento possui uma única porta de entrada, de quantos modos diferentes um morador po-de chegar à rua?

3) Se um quarto tem 5 portas, qual o número de maneiras distintas de se entrar nele e sair do mesmo por uma porta diferente da que se utilizou para entrar?

4) Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A á cidade B, e 4 outras ligando B à cidade C. Uma pessoa deseja viajar de A a C, passando por B. Quantas linhas de ônibus diferentes poderá utilizar na viagem de ida e volta, sem utilizar duas vezes a mesma linha?

5) Quantas placas poderão ser confeccionadas para a identificação de um veículo se forem utilizados duas letras e quatro algarismos? (Ob-servação: dispomos de 26 letras e supomos que não haverá nenhuma restrição)

6) No exercício anterior, quantas placas poderão ser confeccionadas se forem utilizados 4 letras e 2 algarismos?

7) Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os algaris-mos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?

8) Quantos números de três algarismos podemos formar com os alga-rismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5?

9) Quantos números de 4 algarismos distintos podemos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?

10) Quantos números de 5 algarismos não repetidos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7?

11) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos formar com os algarismos ímpares?

12) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos formar com o nosso sistema de numeração?

13) Quantos números ímpares com 3 algarismos distintos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?

14) Quantos números múltiplos de 5 e com 4 algarismos podemos formar com os algarismos 1, 2, 4, 5 e 7, sem os repetir?

15) Quantos números pares, de 3 algarismos distintos, podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7? E quantos ímpares?

16) Obtenha o total de números de 3 algarismos distintos, escolhidos entre os elementos do conjunto (1, 2, 4, 5, 9), que contêm 1 e não contêm 9.

17) Quantos números compreendidos entre 2000 e 7000 podemos escre-ver com os algarismos ímpares, sem os repetir?

18) Quantos números de 3 algarismos distintos possuem o zero como algarismo de dezena?

19) Quantos números de 5 algarismos distintos possuem o zero como algarismo das dezenas e começam por um algarismo ímpar?

20) Quantos números de 4 algarismos diferentes tem o algarismo da unidade de milhar igual a 2?

21) Quantos números se podem escrever com os algarismos ímpares, sem os repetir, que estejam compreendidos entre 700 e 1 500?

22) Em um ônibus há cinco lugares vagos. Duas pessoas tomam o ôni-bus. De quantas maneiras diferentes elas podem ocupar os lugares?

23) Dez times participam de um campeonato de futebol. De quantas formas se podem obter os três primeiros colocados?

24) A placa de um automóvel é formada por duas letras seguidas e um número de quatro algarismos. Com as letras A e R e os algarismos pares, quantas placas diferentes podem ser confeccionadas, de modo que o número não tenha nenhum algarismo repetido?

25) Calcular quantos números múltiplos de 3 de quatro algarismos distin-tos podem ser formados com 2, 3, 4, 6 e 9.

26) Obtenha o total de números múltiplos de 4 com quatro algarismos distintos que podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

ARRANJOS SIMPLES

Introdução: Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 algarismos distin-

tos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números são : 12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43

Observe que os números em questão diferem ou pela ordem dentro do agrupamento (12 ≠ 21) ou pelos elementos componentes (13 ≠ 24). Cada número se comporta como uma sequência, isto é :

(1,2) ≠ (2,1) e (1,3) ≠ (3,4) A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo simples.

Definição: Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se arranjo simples dos n

elementos de /, tomados p a p, a toda sequência de p elementos distintos, escolhidos entre os elementos de l ( P ≤ n).

O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a p, é indicado por An,p

Fórmula:

Aplicações 1) Calcular: a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4

Solução: a) A7,1 = 7 c) A7,3 = 7 . 6 . 5 = 210 b) A7,2 = 7 . 6 = 42 d) A7,4 = 7 . 6 . 5 . 4 = 840

A n,p = n . (n -1) . (n –2) . . . (n – (p – 1)), { } N n p, e np ⊂≤

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2) Resolver a equação Ax,3 = 3 . Ax,2. Solução: x . ( x - 1) . ( x – 2 ) = 3 . x . ( x - 1) ⇒ ⇒ x ( x – 1) (x –2) - 3x ( x – 1) =0 ∴ x( x – 1)[ x – 2 – 3 ] = 0

x = 0 (não convém) ou x = 1 ( não convém) ou x = 5 (convém)

S = { }5

3) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos escrever

com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? Solução: Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o principio fundamental

da contagem. Utilizando-se a fórmula, o número de arranjos simples é: A9, 3 =9 . 8 . 7 = 504 números

Observação: Podemos resolver os problemas sobre arranjos simples

usando apenas o principio fundamental da contagem. Exercícios 1) Calcule: a) A8,1 b) A8,2 c ) A8,3 d) A8,4

2) Efetue:

a) A7,1 + 7A5,2 – 2A4,3 - A 10,2 b) 1,102,5

4,72,8

AA

AA

−+

3) Resolva as equações: a) Ax,2 = Ax,3 b) Ax,2 = 12 c) Ax,3 = 3x(x - 1)

FATORIAL

Definição: • Chama-se fatorial de um número natural n, n ≥ 2, ao produto de

todos os números naturais de 1 até n. Assim : • n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n ≥ 2 (lê-se: n fatorial) • 1! = l • 0! = 1

Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial: Aplicações 1) Calcular:

a) 5! c) ! 6! 8

e) 2)! - (n! n

b) ! 4! 5

d) ! 10

! 10 ! 11 +

Solução: a) 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120

b) 5! 4

! 4 5

! 4! 5 =⋅=

c) 56! 6

! 6 7 8! 6! 8 =⋅⋅=

d) ( )

12! 10

111! 10!10

! 10 ! 10 11! 10

! 10 ! 11 =+=+⋅=+

e) ( ) ( )

( ) nn! 2 - n

! 2 - n 1 - n n2)! - (n! n 2 −=⋅=

2) Obter n, de modo que An,2 = 30. Solução: Utilizando a fórmula, vem :

∴=⇒= 302)! - (n

! 2) - n ( 1) - n ( n30

2)! - (n! n

n = 6 n2 - n - 30 = 0 ou

n = -5 ( não convém)

3) Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3. Solução: ( )

( ) ( )( )

( ) ( ) ∴⋅=⋅⇒⋅=⋅

! 1 - n ! n

3! 4 - n

! 3 - n 4! 3 - n

! n3

! 4 - n ! 1 - n 4

( )( )

( )( )

( )21n n312n4

! 1 - n ! 1 - n n

3! 4 - n

! 4 - n 3 - n 4

=∴=−∴

⋅=⋅

4) Obter n, tal que : 4! n

! ) 1n ( - ! ) 2 n ( =++

Solução:

∴=⋅+⋅++4

! n! n ) 1 n ( - ! n ! ) 1n ( ! ) 2 n (

[ ]

4! n

1- 2 n ) 2 n ( ! n =+⋅+

n + 1 = 2 ∴n =1

∴ (n + 1 )2 = 4 n + 1 = -2 ∴ n = -3 (não convém )

Exercícios 1) Assinale a alternativa correta:

a) 10 ! = 5! + 5 ! d) ! 2 ! 10

= 5

b) 10 ! = 2! . 5 ! e) 10 ! =10. 9. 8. 7! c) 10 ! = 11! -1!

2) Assinale a alternativa falsa; a) n! = n ( n-1)! d) ( n –1)! = (n- 1)(n-2)! b) n! = n(n - 1) (n - 2)! e) (n - 1)! = n(n -1) c) n! = n(n – 1) (n - 2) (n - 3)! 3) Calcule:

a) ! 10! 12

c) ! 4 ! 3

! 7

b) ! 5

! 5 ! 7 + d)

! 5! 6 - ! 8

4) Simplifique:

a) ! 1) - n (

! n d)

! 1) - n ( n ! n

b) ( )( )[ ]2 ! 1 n

! n ! 2 n

++

e) ! M

! ) 1 - M ( 2 - ! 5M

c) ! n

! ) 1 n ( ! n ++

5) Obtenha n, em:

a) 10! n1)!(n =+

b) n!+( n - 1)! = 6 ( n - 1)!

( ) { } lN np, e n p ,! pn

! nA P,N ⊂≤

−=

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 11

c) 62)! - (n1)! - (n n = d) (n - 1)! = 120

6) Efetuando 1)! (n

n

! n1

+− , obtém-se:

a) ! 1)(n

2+

d) ! 1)(n

1 2n+

+

b) ! n

1 e) 0 c)

1 - n! 1) n ( ! n +

7) Resolva as equações: a) Ax,3 = 8Ax,2 b) Ax,3 = 3 . ( x - 1)

8) obtenha n, que verifique 8n ! = 1 n

! 1) (n ! 2) (n+

+++

9) o número n está para o número de seus arranjos 3 a 3 como 1

está para 240, obtenha n.

PERMUTAÇÕES SIMPLES

Introdução: Consideremos os números de três algarismos distintos formados com

os algarismos 1, 2 e 3. Esses números são : 123 132 213 231 312 321 A quantidade desses números é dada por A3,3= 6. Esses números diferem entre si somente pela posição de seus elemen-

tos. Cada número é chamado de permutação simples, obtida com os alga-rismos 1, 2 e 3.

Definição: Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação simples

dos n elementos de l a toda a sequência dos n elementos. O número de permutações simples de n elementos é indicado por Pn. OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n . Fórmula: Aplicações 1) Considere a palavra ATREVIDO. a) quantos anagramas (permutações simples) podemos formar? b) quantos anagramas começam por A? c) quantos anagramas começam pela sílaba TRE? d) quantos anagramas possuem a sílaba TR E? e) quantos anagramas possuem as letras T, R e E juntas? f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em

consoante? Solução: a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições disponíveis. Assim:

Ou então, P8 = 8 ! = 40 320 anagramas b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; assim, devemos

distribuir as 7 letras restantes em 7 posições, Então:

c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas pela sílaba TRE, de-

vemos distribuir as 5 letras restantes em 5 posições. Então:

d) considerando a sílaba TRE como um único elemento, devemos

permutar entre si 6 elementos,

e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo considerado as letras

T, R, E como um único elemento:

Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi especificada a ordem :

Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser dispostas

de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos P6 . P3 anagramas. Então: P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas

f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes. Assim:

Exercícios 1) Considere a palavra CAPITULO: a) quantos anagramas podemos formar? b) quantos anagramas começam por C? c) quantos anagramas começam pelas letras C, A e P juntas e nesta

ordem? d) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas e nesta or-

dem? e) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas? f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em consoan-

te? 2) Quantos anagramas da palavra MOLEZA começam e terminam

por vogal? 3) Quantos anagramas da palavra ESCOLA possuem as vogais e

consoantes alternadas? 4) De quantos modos diferentes podemos dispor as letras da palavra

ESPANTO, de modo que as vogais e consoantes apareçam juntas, em qualquer ordem?

5) obtenha o número de anagramas formados com as letras da palavra REPÚBLICA nas quais as vogais se mantenham nas respectivas posições.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 12

PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS REPETIDOS

Dados n elementos, dos quais :

1α são iguais a

2α são iguais a

. . . . . . . . . . . . . . . . . rα são iguais a

sendo ainda que: r2 1 . . . ααα +++ = n, e indicando-se por

) . . . , ,(p r21n ααα o número das permutações simples dos n elemen-

tos, tem-se que:

Aplicações 1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos formados pelos

algarismos 2 e 3 de maneira que cada um apareça duas vezes na formação do número.

Solução:

os números são

3223 3232 3322

2332 2323 2233

A quantidade desses números pode ser obtida por:

( ) números 61 2 ! 2! 2 3 4

! 2 ! 2! 4

P 2,24 =

⋅⋅⋅⋅==

2) Quantos anagramas podemos formar com as letras da palavra

AMADA? solução: Temos:

Assim:

( ) anagramas 20 ! 3

! 3 4 5

! 1 ! 1 ! 3! 5

p 1,1,35 =⋅⋅==

3) Quantos anagramas da palavra GARRAFA começam pela sílaba

RA? Solução: Usando R e A nas duas primeiras posições, restam 5 letras para serem

permutadas, sendo que: Assim, temos:

( ) anagramas 60 ! 2

! 2 3 4 5 p 1,1,2

5 =⋅⋅⋅=

Exercícios 1) o número de anagramas que podemos formar com as letras da

palavra ARARA é: a) 120 c) 20 e) 30 b) 60 d) 10

2) o número de permutações distintas possíveis com as oito letras da

palavra PARALELA, começando todas com a letra P, será de ; a) 120 c) 420 e) 360 b) 720 d) 24

3) Quantos números de 5 algarismos podemos formar com os algarismos 3 e 4 de maneira que o 3 apareça três vezes em todos os números?

a) 10 c) 120 e) 6 b) 20 d) 24

4) Quantos números pares de cinco algarismos podemos escrever

apenas com os dígitos 1, 1, 2, 2 e 3, respeitadas as repetições apresentadas?

a) 120 c) 20 e) 6 b) 24 d) 12 5) Quantos anagramas da palavra MATEMÁTICA terminam pela

sílaba MA? a) 10 800 c) 5 040 e) 40 320 b) 10 080 d) 5 400

COMBINAÇÕES SIMPLES

Introdução: Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos, conforme a

figura.

Só temos 6 retas distintas ,CD ,BC ,AB( )AD e BD ,AC por-

que , . . . ,BA e AB DC e CD representam retas coincidentes.

Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem subconjuntos do conjunto formado por A, B, C e D.

Diferem entre si apenas pelos elementos componentes, e são

chamados combinações simples dos 4 elementos tomados 2 a 2. O número de combinações simples dos n elementos tomados p a p é

indicado por Cn,p ou

p

n.

OBSERVAÇÃO: Cn,p . p! = An,p. Fórmula:

Aplicações 1) calcular: a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4 Solução:

a) C7,1 = 7! 6

! 6 7! 6 ! 1

! 7 =⋅=

b) C7,2 = 21! 5 1 2! 5 6 7

! 5 ! 2! 7 =

⋅⋅⋅⋅=

Pn = n !

! . . . ! ! ! n

) . . . , ,(pr1

r21n αααααα =

Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se combinação simples dos n elementos de /, tomados p a p, a qualquer subconjunto de p

elementos do conjunto l.

1 13

D M A A,,A

{{{

1121

F R AA, G

1

11 11 a ., . . , a ,a aα

2

2222 a , . . . ,a ,a aα

r

rrrr a , . . . ,a ,a aα

lN } n p, { e np ,! ) p - n ( ! p

! n C p, n ⊂≤=

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 13

c) C7,3 = 35! 4 1 2 3! 4 5 6 7

! 3 ! 4! 7 =

⋅⋅⋅⋅⋅⋅=

d) C7,4= 35 1 2 3 ! 4! 4 5 6 7

! 3 ! 4! 7 =

⋅⋅⋅⋅⋅⋅=

2) Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um conjunto de 5

elementos?

ossubconjunt 101 2 ! 3! 3 4 5

! 2 ! 3! 5

C5,3 =⋅⋅

⋅⋅==

3) obter n, tal que 34

C

C

n,2

n,3 =

Solução:

∴=⋅⇒=34

! n! ) 2- n ( ! 2

) 3 - n ( ! 3

! n

34

! ) 2 - n ( ! 2! n

! ) 3 - n ( ! 3! n

42-n 34

! ) 3 - n ( 2 3! ) 3 - n ( ) 2 - n ( 2 =∴=

⋅⋅⋅∴

convém 4) Obter n, tal que Cn,2 = 28. Solução:

∴=−

⇒= 56! )2n(

! ) 2 - n ( ) 1 -n ( n28

) 2 - n ( ! 2! n

n = 8

n2 – n – 56 = 0 n = -7 (não convém)

5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 distintos. Obter o número de triângulos que podemos formar com vértice nos pontos indicados:

Solução: Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3 desses pontos, não

importando a ordem. Assim, o número de triângulos é dado por:

562 3

6 7 8! 5 ! 3

! 8C8,3 =

⋅⋅⋅==

6) Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5 moças. Quantas

comissões de 5 pessoas, 3 rapazes e 2 moças, podem ser for-madas?

Solução: Na escolha de elementos para formar uma comissão, não importa a

ordem. Sendo assim :

• escolher 3 rapazes: C6,3 =! 3 ! 3

! 6= 20 modos

• escolher 2 moças: C5,2= 3! 2!! 5

= 10 modos

Como para cada uma das 20 triplas de rapazes temos 10 pares de mo-

ças para compor cada comissão, então, o total de comissões é C6,3 . C5,2 = 200.

7) Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre uma outra reta, paralela á primeira, 4 pontos.

a) Quantas retas esses pontos determinam? b) Quantos triângulos existem com vértices em três desses pontos?

Solução: a) C10,2 - C6,2 - C4,2 + 2 = 26 retas onde C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por seis pontos C4,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por quatro pontos

b) C10,3 – C6,3 -- C4,3 = 96 triângulos onde C6,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados em uma das retas, pois pontos colineares não determinam triângulo. C4,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados

da outra reta.

8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. De quantos

modos é possível tirar 7 bolas das quais pelo menos 4 sejam pretas?

Solução: As retiradas podem ser efetuadas da seguinte forma: 4 pretas e 3 brancas ⇒ C6,4 . C10,3 = 1 800 ou 5 pretas e 2 brancas ⇒ C6,5 . C10,2 = 270 ou 6 pretas e1 branca ⇒ C6,6 . C10,1 = 10 Logo. 1 800 + 270 + 10 = 2 080 modos Exercícios 1) Calcule: a) C8,1 + C9,2 - C7,7 + C10,0 b) C5,2 +P2 - C5,3 c) An,p . Pp

2) Obtenha n, tal que : a) Cn,2 = 21 b) Cn-1,2 = 36 c) 5 . Cn,n - 1 + Cn,n -3 = An,3 3) Resolva a equação Cx,2 = x. 4) Quantos subconjuntos de 4 elementos possui um conjunto de 8

elementos?

5) Numa reunião de 7 pessoas, quantas comissões de 3 pessoas podemos formar?

6) Um conjunto A tem 45 subconjuntos de 2 elementos. Obtenha o

número de elementos de A,

7) Obtenha o valor de p na equação: 12C

A

4,p

3,p = .

8) Obtenha x na equação Cx,3 = 3 . Ax.2.

n = 6

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 14

9) Numa circunferência marcam-se 7 pontos distintos. Obtenha: a) o número de retas distintas que esses pontos determinam; b) o número de triângulos com vértices nesses pontos; c) o número de quadriláteros com vértices nesses pontos; d) o número de hexágonos com vértices nesses pontos.

10) A diretoria de uma firma é constituída por 7 diretores brasileiros e 4 japoneses. Quantas comissões de 3 brasileiros e 3 japoneses podem ser formadas?

11) Uma urna contém 10 bolas brancas e 4 bolas pretas. De quantos modos é possível tirar 5 bolas, das quais duas sejam brancas e 3 sejam pretas?

12) Em uma prova existem 10 questões para que os alunos escolham 5 delas. De quantos modos isto pode ser feito?

13) De quantas maneiras distintas um grupo de 10 pessoas pode ser dividido em 3 grupos contendo, respectivamente, 5, 3 e duas pes-soas?

14) Quantas diagonais possui um polígono de n lados?

15) São dadas duas retas distintas e paralelas. Sobre a primeira mar-cam-se 8 pontos e sobre a segunda marcam-se 4 pontos. Obter: a) o número de triângulos com vértices nos pontos marcados; b) o número de quadriláteros convexos com vértices nos

pontos marcados.

16) São dados 12 pontos em um plano, dos quais 5, e somente 5, es-tão alinhados. Quantos triângulos distintos podem ser formados com vértices em três quaisquer dos 12 pontos?

17) Uma urna contém 5 bolas brancas, 3 bolas pretas e 4 azuis. De quantos modos podemos tirar 6 bolas das quais:

a) nenhuma seja azul b) três bolas sejam azuis c) pelo menos três sejam azuis

18) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 em dois conjuntos de 4 elementos?

19) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 em dois conjuntos de 4 elementos, de modo que o 2 e o 6 não estejam no mesmo conjunto?

20) Dentre 5 números positivos e 5 números negativos, de quantos modos podemos escolher quatro números cujo produto seja positivo?

21) Em um piano marcam-se vinte pontos, não alinhados 3 a 3,

exceto cinco que estão sobre uma reta. O número de retas determinadas por estes pontos é: a) 180 b) 1140 c) 380 d) 190 e) 181

22) Quantos paralelogramos são determinados por um conjunto de sete retas paralelas, interceptando um outro conjunto de quatro retas paralelas? a) 162 b) 126 c) 106 d) 84 e) 33

23) Uma lanchonete que vende cachorro quente oferece ao freguês: pimenta, cebola, mostarda e molho de tomate, como tempero adi-cional. Quantos tipos de cachorros quentes diferentes (Pela adi-ção ou não de algum tempero) podem ser vendidos? a) 12 b) 24 c) 16

d) 4 e) 10

24) O número de triângulos que podem ser traçados utilizando-se 12 pontos de um plano, não havendo 3 pontos em linha reta, é: a) 4368 b) 220 c) 48 d) 144 e) 180

25) O time de futebol é formado por 1 goleiro, 4 defensores, 3 jogado-

res de meio de campo e 3 atacantes. Um técnico dispõe de 21 jo-gadores, sendo 3 goleiros, 7 defensores, 6 jogadores de meio campo e 5 atacantes. De quantas maneiras poderá escalar sua equipe? a) 630 b) 7 000 c) 2,26 . 109

d) 21000 e) n.d.a.

26) Sendo 5 . Cn, n - 1 + Cn, n - 3, calcular n. 27) Um conjunto A possui n elementos, sendo n ≥ 4. O número de

subconjuntos de A com 4 elementos é:

a) [ ]

) 4 - n (24! n

c) ( n – 4 ) ! e) 4 !

b) ) 4 - n (

! n d) n !

28) No cardápio de uma festa constam 10 diferentes tipos de salgadi-

nhos, dos quais apenas 4 serão servidos quentes. O garçom en-carregado de arrumar a travessa e servi-la foi instruído para que a mesma contenha sempre só dois tipos diferentes de salgadinhos frios e dois diferentes dos quentes. De quantos modos diversos pode o garçom, respeitando as instruções, selecionar os salgadi-nhos para compor a travessa? a) 90 d) 38 b) 21 e) n.d.a. c) 240

29) Em uma sacola há 20 bolas de mesma dimensão: 4 são azuis e

as restantes, vermelhas. De quantas maneiras distintas podemos extrair um conjunto de 4 bolas desta sacola, de modo que haja pelo menos uma azul entre elas?

a) ! 12! 16

! 16! 20 −

b) ! 16 ! 4

! 20

c) ! 16! 20

d)

−⋅! 12! 16

! 16! 20

! 4

1

e) n.d.a.

30) Uma classe tem 10 meninos e 9 meninas. Quantas comissões di-ferentes podemos formar com 4 meninos e 3 meninas, incluindo obrigatoriamente o melhor aluno dentre os meninos e a melhor aluna dentre as meninas? a) A10,4 . A9,3 c) A9,2 – A8,3 e) C19,7 b) C10,4 - C9, 3 d) C9,3 - C8,2

31) Numa classe de 10 estudantes, um grupo de 4 será selecionado para uma excursão, De quantas maneiras distintas o grupo pode ser formado, sabendo que dos dez estudantes dois são marido e mulher e apenas irão se juntos? a) 126 b) 98 c) 115 d)165 e) 122

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RESPOSTAS Princípio fundamental da contagem 1) 63 2) 12 3) 20 4) 72 5) 6 760 000 6) 45 697 600 7) 216 8) 180 9) 360 10) 2 520 11) 120 12) 4 536 13) 60

14) 24 15) 90 par e 120 impares 16) 18 17) 48 18) 72 19) 1 680 20) 504 21) 30 22) 20 23) 720 24) 480 25) 72 26) 96

Arranjos simples 1) a) 8 c) 336 b) 56 d) 1680 2) a) 9 b) 89,6 3) a) s = {3} b) S = {4} c) S = {5} Fatorial 1) e 2) e 3) a) 132 b) 43 c) 35 d) 330

4) a) n b) 1n2n

++

c) n + 2 d) 1 e)M

2M5 −

5) n = 9 b) n = 5 c) n = 3 d) n = 6 6) a 7) a) S = {10} b) S = {3} 8) n = 5 9) n = 17 Permutações simples 1) a) 40 320 d) 720 b) 5 040 e) 4 320 c) 120 f) 11 520

2) 144 3) 72 4) 288 5) 120

Permutações simples com elementos repetidos 1) d 2) c 3) a 4) d 5) b Combinações simples

1) a) 44 c) )!pn(

!p!n−

b) 2 2) a) n = 7 b) n = 10

c) n = 4 3) S = {3} 4) 70 5) 35 6) 10 7) p=5 8) S={20} 9) a) 21 c) 35

b) 35 d) 7 10) 140 11) 180 12) 252 13) 2 520

14) 2

)3n(n −

15) a) 160 b) 168 16) 210 17) a) 28 c) 252

b) 224 18) 70 19) 55 20) 110 21) e 22) b 23) c 24) b 25) d 26) n =4 27) a 28) a 29) d 30) d 31) b

RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO: PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA E IMPLI-

CAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS VÁLIDOS.

COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS

INTRODUÇÃO Neste roteiro, o principal objetivo será a investigação da validade de

ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTIVOS.

ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premissas, se verda-

deiras, a conclusão é também verdadeira. Premissa : "Todo homem é mortal." Premissa : "João é homem." Conclusão : "João é mortal." Esses argumentos serão objeto de estudo neste roteiro. ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não basta para

assegurar a verdade da conclusão. Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado." Premissa : "Está chovendo." Conclusão: "Ficará nublado." Não trataremos do estudo desses argumentos neste roteiro. As premissas e a conclusão de um argumento, formuladas em uma lin-

guagem estruturada, permitem que o argumento possa ter uma análise lógica apropriada para a verificação de sua validade. Tais técnicas de análise serão tratadas no decorrer deste roteiro.

UMA CLASSIFICAÇÃO DA LÓGICA LÓGICA INDUTIVA: útil no estudo da teoria da probabilidade, não será

abordada neste roteiro. LÓGICA DEDUTIVA: que pode ser dividida em: • LÓGICA CLÁSSICA- Considerada como o núcleo da lógica dedu-

tiva. É o que chamamos hoje de CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1a ORDEM com ou sem igualdade e de alguns de seus subsiste-mas. Três Princípios (entre outros) regem a Lógica Clássica: da IDEN-TIDADE, da CONTRADIÇÃO e do TERCEIRO EXCLUÍDO os quais serão abordados mais adiante.

• LÓGICAS COMPLEMENTARES DA CLÁSSICA: Complementam de algum modo a lógica clássica estendendo o seu domínio. Exemplos: lógicas modal , deôntica, epistêmica , etc.

• LÓGICAS NÃO - CLÁSSICAS: Assim caracterizadas por derroga-rem algum ou alguns dos princípios da lógica clássica. Exemplos: paracompletas e intuicionistas (derrogam o princípio do terceiro excluído); paraconsistentes (derrogam o princípio da contradição); não-aléticas (derrogam o terceiro excluído e o da contradição); não-reflexivas (derrogam o princípio da identidade); probabilísticas, polivalentes, fuzzy-logic, etc...

"ESBOÇO" DO DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA • PERÍODO ARISTOTÉLICO (390 a.C. a 1840 d.C.) A história da Lógica tem início com o filósofo grego ARISTÓTELES

(384 - 322a.C.) de Estagira (hoje Estavo) na Macedônia. Aristóte-les criou a ciência da Lógica cuja essência era a teoria do silogis-mo (certa forma de argumento válido). Seus escritos foram reuni-dos na obra denominada Organon ou Instrumento da Ciência. Na Grécia, distinguiram-se duas grandes escolas de Lógica, a PERI-PATÉTICA (que derivava de Aristóteles) e a ESTÓICA fundada por Zenão (326-264a.C.). A escola ESTÓICA foi desenvolvida por Cri-sipo (280-250a.C.) a partir da escola MEGÁRIA (fundada por Eu-clides, um seguidor de Sócrates). Segundo Kneale e Kneale (O Desenvolvimento da Lógica), houve durante muitos anos uma certa

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 16

rivalidade entre os Peripatéticos e os Megários e que isto talvez te-nha prejudicado o desenvolvimento da lógica, embora na verdade as teorias destas escolas fossem complementares.

GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ (1646-1716) merece ser citado, apesar de seus trabalhos terem tido pouca influência nos 200 anos seguidos e só foram apreciados e conhecidos no século XIX .

PERÍODO BOOLEANO: (1840 a 1910) • Inicia-se com GEORGE BOOLE (1815-1864) e AUGUSTUS DE

MORGAN (1806-1871). Publicaram os fundamentos da chamada Álgebra da lógica, respectivamente com MATHEMATICAL ANALYSIS OF LOGIC e FORMAL LOGIC.

• GOTLOB FREGE (1848-1925) um grande passo no desenvolvi-mento da lógica com a obra BEGRIFFSSCHRIFT de 1879. As idei-as de Frege só foram reconhecidas pelos lógicos mais ou menos a partir de 1905. É devido a Frege o desenvolvimento da lógica que se seguiu.

• GIUSEPPE PEANO (1858-1932) e sua escola com Burali-Forti, Vacca, Pieri, Pádoa, Vailati, etc. Quase toda simbologia da mate-mática se deve a essa escola italiana.

- PERÍODO ATUAL: (1910- ........) • Com BERTRAND RUSSELL (1872-1970) e ALFRED NORTH

WHITEHEAD (1861-1947) se inicia o período atual da lógica, com a obra PRINCIPIA MATHEMATICA.

• DAVID HILBERT (1862-1943) e sua escola alemã com von Neu-man, Bernays, Ackerman e outros.

• KURT GÖDEL (1906-1978) e ALFRED TARSKI (1902-1983) com suas importantes contribuições. Surgem as Lógicas não-clássicas: N.C.A. DA COSTA (Universidade de São Paulo) com as lógicas paraconsistentes, L. A. ZADEH (Universidade de Berkeley-USA) com a lógica "fuzzy" e as contribuições dessas lógicas para a In-formática, no campo da Inteligência Artificial com os Sistemas Es-pecialistas.

Hoje as especialidades se multiplicam e as pesquisas em Lógica en-globam muitas áreas do conhecimento.

CÁLCULO PROPOSICIONAL Como primeira e indispensável parte da Lógica Matemática temos o

CÁLCULO PROPOSICIONAL ou CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS SENTENÇAS.

CONCEITO DE PROPOSIÇÃO PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de

uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que seja falsa.

• A lua é quadrada. • A neve é branca. • Matemática é uma ciência. Não serão objeto de estudo as sentenças interrogativas ou exclamati-

vas. OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PROPOSICIONAL • VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minúsculas

p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas atômicas) . Exemplos: A lua é quadrada: p A neve é branca : q • CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas po-

dem ser combinadas entre si e, para representar tais combinações usaremos os conectivos lógicos :

∧∧∧∧: e , ∨∨∨∨: ou , →→→→ : se...então , ↔↔↔↔ : se e somente se , ∼∼∼∼: não Exemplos : • A lua é quadrada e a neve é branca. : p ∧∧∧∧ q (p e q são cha-

mados conjunctos) • A lua é quadrada ou a neve é branca. : p ∨∨∨∨ q ( p e q são cha-

mados disjunctos)

• Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p →→→→ q (p é o an-tecedente e q o consequente)

• A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p ↔↔↔↔ q

• A lua não é quadrada. : ∼∼∼∼p

• SÍMBOLOS AUXILIARES : ( ), parênteses que servem

para denotar o "alcance" dos conectivos; Exemplos : • Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua

não é quadrada. : ((p ∧∧∧∧ q) →→→→ ∼∼∼∼ p) • A lua não é quadrada se e somente se a neve é bran-

ca. : ((∼∼∼∼ p) ↔↔↔↔q)) • DEFINIÇÃO DE FÓRMULA : 1. Toda fórmula atômica é uma fórmula.

2. Se A e B são fórmulas então (A ∨∨∨∨ B) , (A ∧∧∧∧ B) , (A →→→→ B) , (A ↔↔↔↔ B) e (∼∼∼∼ A) também são fórmulas.

3. São fórmulas apenas as obtidas por 1. e 2. .

Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela

direita . Exemplo: a fórmula p ∨∨∨∨ q ∧∧∧∧ ∼∼∼∼ r →→→→ p →→→→ ∼∼∼∼ q deve ser entendida

como (((p ∨∨∨∨ q) ∧∧∧∧ (∼∼∼∼ r)) →→→→ ( p →→→→ (∼∼∼∼ q))) AS TABELAS VERDADE A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros) que po-

dem ser formulados como segue: • Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo. • Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias

(uma é negação da outra), uma delas é falsa. • Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições contra-

ditórias, uma delas é verdadeira. Com base nesses princípios as proposições simples são ou verdadei-

ras ou falsas - sendo mutuamente exclusivos os dois casos; daí dizer que a lógica clássica é bivalente.

Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições com-

postas (moleculares), conhecidos os valores das proposições simples (atômicas) que as compõem usaremos tabelas-verdade :

1.Tabela verdade da "negação" : ~p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa (verdadeira).

p ~p V F F V

2. Tabela verdade da "conjunção": a conjunção é verdadeira se e so-mente os conjunctos são verdadeiros.

p q p ∧ q V V V V F F F V F F F F

3. Tabela verdade da "disjunção" : a disjunção é falsa se, e somente, os disjunctos são falsos.

p q p ∨ q V V V V F V F V V F F F

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4. Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso.

p q p → q V V V V F F F V V F F V

5. Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é verdadeira se, e

somente se seus componentes são ou ambos verdadeiros ou ambos falsos

p q p ↔ q V V V V F F F V F F F V

Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula : ((p ∨ q) → ~p)

→ (q ∧ p)

p q ((p ∨ q) → ∼p) →→→→ (q ∧ p) V V V F F V V V F V F F V F F V V V V F F F F F V V F F

• NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE: Cada propo-

sição simples (atômica) tem dois valores V ou F, que se excluem. Para n atômicas distintas, há tantas possibilidades quantos são os arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se que o número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim, para duas proposições são 22 = 4 linhas; para 3 proposições são 23 = 8; etc.

Exemplo: a tabela - verdade da fórmula ((p ∧ q) → r) terá 8 li-nhas como segue:

p q r ((p ∧ q) →→→→ r ) V V V V V V V F V F V F V F V V F F F V F V V F V F V F F V F F V F V

F F F V

NOTA: "OU EXCLUSIVO" É importante observar que "ou"

pode ter dois sentidos na linguagem habitual: inclusivo (dis-junção) ∨∨∨∨ ("vel") e exclusivo ∨∨∨∨ ( "aut") onde p ∨∨∨∨q significa ((p ∨ q) ∧∼ (p ∧ q)).

p q ((p ∨ q) ∧∧∧∧ ∼ (p ∧ q)) V V V F F V V F V V V F F V V V V F F F F F V F

CONSTRUÇÃO DE TABELAS-VERDADE

1. TABELA-VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA Dadas várias proposições simples p, q, r,..., podemos combiná-las

pelos conectivos lógicos: ∼ , Λ , V , → , ↔ e construir proposições compostas, tais como:

P (p, q) = ∼ p V (p →q)

Q (p, q) = (p ↔ ∼ q) Λq R (p, q, r) = ( p → ∼ q V r ) Λ ∼ ( q V ( p ↔ ∼ r ) ) Então, com o emprego das tabelas-verdade das operações lógicas

fundamentais: ∼ p, p Λ q, p V q, p →q, p ↔ q é possível construir a tabela-verdade correspondente a qualquer proposição composta dada, tabela-verdade esta que mostrará exatamente os casos em que a proposi-ção composta será verdadeira(V) ou falsa(F), admitindo-se, como é sabi-do, que o seu valor lógico só depende dos valores lógicos das proposições simples componentes.

2. NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE

O número de linhas da tabela-verdade de uma proposição composta depende do número de proposições simples que a integram, sendo da-do pelo seguinte teorema: A tabela-verdade de uma proposição composta com n proposi-

ções simples componentes contém 2n linhas. Dem. Com efeito, toda proposição simples tem dois valores lógicos: V e

F, que se excluem. Portanto, para uma proposição composta P(p1, p2, ... pn) com n proposições simples componentes p1, p2, ... pn há tantas possibilida-des de atribuição dos valores lógicos V e F a tais componentes quantos são os arranjos com repetição n a n dos dois elementos V e F, isto é, A2, n = 2n, segundo ensina a Análise Combinatória.

3. CONSTRUÇÃO DA TABELA-VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO

COMPOSTA Para a construção prática da tabela-verdade de uma proposição com-

posta começa-se por contar o número de proposições simples que a inte-gram. Se há n proposições simples componentes: p1, p2, ... pn então a tabela-verdade contém 2n linhas. Posto isto, à 1ª proposição simples p1 atribuem-se 2n/2 = 2n - 1 valores V seguidos de 2n – 2 valores F; à 2ª proposi-ção simples p2 atribuem-se 2n/4 = 2n - 2 valores V, seguidos de 2n - 2 valores F, seguidos de 2n - 2 valores V,seguidos, finalmente, de 2n - 2 valores F; e assim por diante. De modo genérico, a k-ésima proposição simples pk(k ≤ n) atribuem-se alternadamente 2n/ 2k = 2n - k valores V seguidos de igual número de valores F.

No caso, p. ex., de uma proposição composta com cinco (5) proposi-ções simples componentes, a tabela-verdade contém 25 = 32 linhas, e os grupos de valores V e F se alternam de 16 em 16 para a 1ª proposição simples p1, de 8 em 8 para a 2ª proposição simples p2, de 4 em 4 para a 3ª proposição simples p3, de 2 em 2 para a 4ª proposição simples p4, e, enfim, de 1 em 1 para a 5ª proposição simples p5.

4. EXEMPLIFICAÇAO

(1) Construir a tabela-verdade da proposição: P ( p, q) = ∼ (p Λ ∼ q) 1ª Resolução - Forma-se, em primeiro lugar, o par de colunas correspon-

dentes às duas proposições simples componentes p e q. Em seguida, forma-se a coluna para ∼ q. Depois, forma-se a coluna para p Λ ∼ q. Afinal, forma-se a coluna relativa aos valores lógicos da proposição composta dada.

p q ∼ q p Λ ∼ q ∼ (p Λ ∼ q)

V V F F V V F V V F F V F F V

F F V F V

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2.ª Resolução — Formam-se primeiro as colunas correspondentes às duas proposições simples p e q. Em seguida, à direita, traça-se uma coluna para cada uma dessas proposições e para cada um dos conectivos que figuram na proposição composta dada.

p q ∼ (p Λ ∼ q)

V F V V F V F F

Depois, numa certa ordem, completam-se essas colunas, escrevendo

cm cada uma delas os valores lógicos convenientes, no modo abaixo indicado:

p q ∼ (p Λ ∼ q)

V V V V F F F

V F F V V V F

F V V F F F V

F F V F F V F

4 1 3 2 1

Os valores lógicos da proposição composta dada encontram-se na co-

luna completada em último lugar (coluna 4). Portanto, os valores lógicos da proposição composta dada correspon-

dentes a todas as possíveis atribuições dos valores lógicos V e F às propo-sições simples componentes p e q (VV, VF, FV e FF) são V, F, V e V, isto é, simbolicamente:

P(VV)=V, P(VF)=F, P(FV)=V, P(FF)=V ou seja, abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = VFVV Observe-se que a proposição P(p, q) associa a cada um dos elementos

do conjunto U — { VV, VF, FV, FF } um único elemento do conjunto {V, F} isto é, P(p, q) outra coisa não é que uma função de U em {V, F}

P(p,q) : U → {V,F} cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte:

3ª Resolução — Resulta de suprimir na tabela-verdade anterior as duas primeiras colunas da esquerda relativas às proposições simples com-ponentes p e q que dá a seguinte tabela-verdade simplificada para a proposição composta dada:

∼ (p Λ ∼ q)

V V F F V F V V V F V F F F V V F F V F

4 1 3 2 1 (2) Construir a tabela-verdade da proposição:

P (p, q) = ∼ ( p Λ q) V ∼ (q ↔ p)

1ª Resolução:

p q p Λ q q ↔ p ∼ ( p Λ q) ∼ (q ↔ p) ∼ ( p Λ q) V ∼ (q ↔ p)

V V V V F F F

V F F F V V V

F V F F V V V

F F F V V F V

2ª Resolução:

p q ∼ ( p Λ q) V ∼ (q ↔ p)

V V F V V V F F V V V

V F V V F F V V F F V

F V V F F V V V V F F

F F V F F F V F F V F

3 1 2 1 4 3 1 2 1

Portanto, simbolicamente:

P(VV)=F, P(VF)=V, P(FV)=V, P(FF)=V ou seja, abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = FVVV Observe-se que P(p, a) outra coisa não é que uma função de U = { VV,

VF, FV, FF} em (V, F} , cuja representação gráfica por um diagrama sagi-tal é a seguinte:

3ª Resolução:

∼ ( p Λ q) V ∼ (q ↔ p)

F V V V F F V V V V V F F V V F F V V F F V V V V F F V F F F V F F V F

3 1 2 1 4 3 1 2 1

(3) Construir a tabela-verdade da proposição:

P(p, q, r) = p V ∼ r → q Λ ∼ r 1ª Resolução:

p q r ∼ r p V ∼ r

q Λ ∼ r

p V ∼ r → q Λ ∼ r

V V V F V F F V V F V V V V V F V F V F F V F F V V F F F V V F F F V F V F V V V V F F V F F F V

F F F V V F F

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2ª Resolução:

p q r p V ∼ r → q Λ ∼ r

V V V V V F V F V F F V V V F V V V F V V V V F V F V V V F V F F F F V V F F V V V F F F F V F F V V F F F V V V F F V F V F F V V F V V V V F F F V F F F V V F F F V F F F F V V F F F F V F

1 3 2 1 4 1 3 2 1

Portanto, simbolicamente: P(VVV) = F, P(VVF) = V, P(VFV) = F, P(VFF) = F P(FVV) = V, P(FVF) V, P(FFV) = V, P(FFF) = F ou seja, abreviadamente: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = FVFFVVVF Observe-se que a proposição P(p, q, r) outra coisa n~o é que uma fun-

ção de U = {VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF} em {V, F} , cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte:

3ª Resolução:

p V ∼ r → q Λ ∼ r

V V F V F V F F V V V V F V V V V F V V F V F F F F V V V V F F F F V F F F F V V V F F V F V V F V V V V F F F F V V F F F V F V V F F F F V F

1 3 2 1 4 1 3 2 1

(4) Construir a tabela-verdade da proposição:

P(p, q, r) = (p → q) Λ (q → r) → (p → r) Resolução:

p q r (p → q) Λ (q → r) → (p → r)

V V V V V V V V V V V V V V V V F V V V F V F F V V F F V F V V F F F F V V V V V V V F F V F F F F V F V V F F F V V F V V V V V V V F V V F V F F V V F V F F V F V F F F V F V F V F V V V F V V F F F F V F V F V F V F V F

1 2 1 3 1 2 1 4 1 2 1

Portanto, simbolicamente: P(VVV) = V, P(VVF) = V, P(VFV) = V, P(VFF) = V P(FVV) = V, P(FVF) V, P(FFV) = V, P(FFF) = V ou seja, abreviadamente: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = VVVVVVVV Observe-se que a última coluna (coluna 4) da tabela-verdade da pro-

posição P(p, q, r) só encerra a letra V(verdade), isto é, o valor lógico desta proposição é sempre V quaisquer que sejam os valores lógicos das propo-sições componentes p, q e r.

(5) Construir a tabela-verdade da proposição:

P(p, q, r) =(p → ( ~ q V r )) Λ ~ (q V (p ↔~ r)) Resolução:

(p → ( ~ q V r )) Λ ~ (q V (p ↔ ~ r))

V V F V V V F F V V V F F V V F F V F F F F V V V V V F V V V F V V V V F F V F F V V V V F V F F F F V V V V F F V F V V V F F V V F V F V F V F V F F F F V V F F V F F V V F V V F F F V F V F V F V V F V F V V F F F F V F

1 4 2 1 3 1 6 5 1 4 1 3 2 1

Note-se que é uma tabela-verdade simplificada da proposição P(p, q,

r), pois, não encerra as colunas relativas às proposições componentes p, q e r.

Portanto, simbolicamente: P(VVV) = F, P(VVF) = F, P(VFV) = V, P(VFF) = F P(FVV) = F, P(FVF)= F, P(PFV) = F, P(FFF) = V ou seja, abreviadamente: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = FFVFFFFV 5. VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA Dada uma proposição composta P(p, q, r,.. .), pode-se sempre determi-

nar o seu valor lógico (V ou F) quando são dados ou conhecidos os valores lógicos respectivos das proposições componentes p, q, r .

Exemplos: (1) Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são res-

pectivamente V e F, determinar o valor lógico (V ou F) da pro-posição:

P(p, q) = ∼ (p V q) ↔ ∼ p Λ ∼ q

Resolução — Temos, sucessivamente:

V(P) = ∼ (V V F) ↔ ∼ V Λ ∼ F = ∼ V ↔ F Λ V = F ↔ F = V

Sejam as proposições p: π =3 e q: sen 2

π =0.

Determinar o valor lógico (V ou F) da proposição:

P(p, q) = (p → q) → (p → p Λ q) Resolução — As proposições componentes p e q são ambas falsas, is-

to é, V(p) = F e V(q) = F. Portanto:

V(P) = (F→F) → (F → F Λ F) = V → (F → F) = V → V = V (3) Sabendo que V(p) = V, V(q) = F e V(r) E, determinar o valor lógico

(V ou F) da proposição:

=P(p, q, r) = (q ↔ (r → ∼p)) V ((∼ q → p) ↔ r)

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Resolução - Temos, sucessivamente:

V(P) = ( F ↔ ( F → ∼ V)) V ((∼ F → V ) ↔ F) =

= ( F ↔ ( F → F)) V ((V → V ) ↔ F) =

= ( F ↔ V)) V (( V ↔F ) = F V F = F (4) Sabendo que V(r) V, determinar o valor lógico (V ou F) da proposi-

ção: p ∼ q V r.

Resolução — Como r é verdadeira (V), a disjunção ∼ q V r é verdadei-ra(V). Logo, a condicional dada é verdadeira(V), pois, o seu consequente é verdadeiro (V).

(5) Sabendo que V(q) = V, determinar o valor lógico (V ou F) da propo-

sição:: (p → q) → ( ∼ q → ∼ p).

Resolução — Como q é verdadeira (V), então ∼ q é falsa (F). Logo, a condicional ∼ q → p é verdadeira(V), pois, o seu antecedente é falso(F). Por consequência, a condicional dada é verdadeira(V), pois, o seu conse-quente é verdadeiro(V).

(6) Sabendo que as proposições “x = 0”, e “x = y” são verdadeiras e

que a proposição “y = z” é falsa, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição: x ≠ 0 V x ≠ y → y ≠z

Resolução - Temos, sucessivamente:

∼ V V ∼V → ∼F = F V F → V = F → V = V

ARGUMENTOS. REGRAS DE INFERÊNCIA

1. DEFINIÇÃO DE ARGUMENTO

Sejam P1, P2, ... , Pn ( n ≥ 1) e Q proposições quaisquer, simples ou compostas.

Definição - Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada sequência finita P1, P2, ... , Pn ( n ≥ 1) de proposições tem como conse-quência ou acarreta uma proposição final Q.

As proposições P1, P2, ... , Pn dizem-se as premissas do argumento, e

a proposição final Q diz-se a conclusão do argumento. Um argumento de premissas P1, P2, ... , Pn e de conclusão Q indica-se

por: P1, P2, ... , Pn |— Q

e se lê de uma das seguintes maneiras: (i) “P1, P2 ,..., Pn acarretam Q” (ii) “Q decorre de P1, P2 ,..., Pn” (iii) “ Q se deduz de P1, P2 ,..., Pn” (iv) “Q se infere de P1, P2 ,..., Pn” Um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão

chama-se silogismo. 2. VALIDADE DE UM ARGUMENTO Definição - Um argumento P1, P2, ... , Pn |— Q diz-se válido se e so-

mente se a conclusão Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P1, P2 ,..., Pn são verdadeiras.

Em outros termos, um argumento P1, P2, ... , Pn |— Q é válido se e somente se for V o valor lógico da conclusão Q todas as vezes que as premissas P1, P2 ,..., Pn tiverem o valor lógico V.

Portanto, todo argumento válido goza da seguinte propriedade caracte-rística: A verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclu-são.

Um argumento não-válido diz-se um sofisma. Deste modo, todo argumento tem um valor lógico, digamos V se é váli-

do (correto, legítimo) ou F se é um sofisma (incorreto, ilegítimo). As premissas dos argumentos são verdadeiras ou, pelo menos admiti-

das como tal. Aliás, a Lógica só se preocupa com a validade dos argumen-tos e não com a verdade ou a falsidade das premissas e das conclusões.

A validade de um argumento depende exclusivamente da relação exis-tente entre as premissas e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado argumento é válido significa afirmar que as premissas estão de tal modo relacionadas com a conclusão que não é possível ter a conclusão falsa se as premissas são verdadeiras.

3. CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO Teorema — Um argumento P1, P2, ... , Pn |— Q é válido se e somente

se a condicional:

(P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn ) → Q (1) é tautológica. Dem. Com efeito, as premissas P1, P2, ... , Pn são todas verdadeiras se

e somente se a proposição P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn é verdadeira. Logo, o argu-mento P1, P2, ... , Pn |— Q é válido se e somente se a conclusão Q é ver-dadeira todas as vezes que a proposição P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn é verdadeira, ou seja, se e somente se a proposição P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn implica logica-mente a conclusão Q:

P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn ⇒ Q ou, o que é equivalente, se a condicional (1) é tautológica.

NOTA - Se o argumento P1 (p, q, r,...),..., Pn(p, q, r,...) |— Q(p, q, r,...) é válido, então o argumento da “mesma forma”:

P1 (P, Q, R,...),..., Pn(P, Q, R,...) |— Q(P, Q, R,...) também é válido, quaisquer que sejam as proposições R, S, T, ... Exemplificando, do argumento válido p |— p V q (1) segue-se a valida-

de dos argumentos:

(~p Λ r) |— (~ p Λ r) V (~ s → r );

(p → V s) |— (p → r V s) V (~ r Λ s) pois, ambos têm a mesma forma de (1). Portanto, a validade ou não-validade de um argumento depende ape-

nas da sua forma e não de seu conteúdo ou da verdade c falsidade das proposições que o integram. Argumentos diversos podem ter a mesma forma, e como é a forma que determina a validade, é lícito falar da validade de uma dada forma ao invés de falar da validade de um dado argumento. E afirmar que uma dada forma é válida equivale a asseverar que não existe argumento algum dessa forma com premissas verdadeiras e uma conclu-são falsa, isto é, todo argumento de forma válida é um argumento válido. Vice-versa, dizer que um argumento é válido equivale a dizer que tem forma válida.

4. CONDICIONAL ASSOCIADA A UM ARGUMENTO Consoante o Teorema anterior (§3), dado um argumento qualquer: P1,

P2, ... , Pn |— Q a este argumento corresponde a condicional:

(P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn ) → Q com antecedente é a conjunção das premissas e cujo consequente é a

conclusão, denominada “condicional associada” ao argumento dado. Reciprocamente, a toda condicional corresponde um argumento cujas

premissas são as diferentes proposições cuja conjunção formam o antece-dente e cuja conclusão é o consequente.

Exemplificando, a “condicional associada” ao argumento:

p Λ ~q, p → ~ r, q V ~ s |— ~ (r V s) é

( p Λ ~q) Λ ( p → ~ r) Λ ( q V ~ s) → ~ (r V s) e o “argumento correspondente” à condicional:

( p → q V r ) Λ ~ s Λ ( q V r → s) → ( s → p V ~q )

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é

p → q V r , ~ s, q V r → s |— s → p V ~q 5. ARGUMENTOS VÁLIDOS FUNDAMENTAIS São argumentos válidos fundamentais ou básicos (de uso corrente) os

constantes da seguinte lista: I . Adição (AD): (i) p |— p V q; (ii) p |— q V p II. Simplificação (SIMP):

(i) p Λ q |— p; (ii) p Λ q |— q III. Conjunção (CONJ):

(i) p, q |— p Λ q; (ii) p, q |— q Λ p

IV. Absorção (ABS): p → q |— p → ( p Λ q)

V. Modus ponens (MP): p→q, p |—q

VI. Modus tollens (MI): p→q, ~ q|— p VII. Silogismo disjuntivo (SD): (i) p V q, ~ p |— q; (ii) p V q, ~ q |— p VIII. Silogismo hipotético (5H):

p → q, q → r |— p → r IX. Dilema construtivo (DC):

p → q, r → s, p V r |— q V s X. Dilema destrutivo (DD):

p → q, r → s, ~ q V ~ s |— ~ p V ~ r A validade destes dez argumentos é consequência imediata das tabe-

las-verdade. 6. REGRAS DE INFERÊNCIA Os argumentos básicos da lista anterior são usados para fazer “infe-

rências”, isto é, executar os “passos” de uma dedução ou demonstração, e por isso chamam-se também, regras de inferência, sendo habitual escrevê-los na forma padronizada abaixo indicada colocando as premissas sobre um traço horizontal e, em seguida, a conclusão sob o mesmo traço. I. Regra da Adição (AD):

(i) p (ii) p

p V q q V p II. Regra de Simplificação (SIMP):

(i) p Λ q (ii) p Λ q

p q III. Regra da Conjunção (CONJ):

p p (i) q (ii) q

p V q q V p IV. Regra da Absorção (ABS):

p → q

p → (p Λ q) V. Regra Modus ponens (MP):

p → q p

q VI: Regra Modus tollens (MI):

p → q ~ q

~ p VII. Regra do Silogismo disjuntivo (SD):

(i) p V q (ii) p V q ~ p ~ q

q p VIII. Regra do Silogismo hipotético (SH):

p → q q → r

p → r IX. Regra do Dilema construtivo (DC):

p → q r → s p V r

q V s X. Regra do Dilema destrutivo (DD):

p → q r → s ~ q V ~ s

~ p V ~ r Com o auxílio destas dez regras de inferência pode-se demonstrar a

validade de uni grande número de argumentos mais complexos. 7. EXEMPLOS DO USO DAS REGRAS DE INFERÊNCIA Damos a seguir exemplos simples do uso de cada uma das regras de

inferência na dedução de conclusões a partir de premissas dadas. 1. Regra da Adição - Dada uma proposição p, dela se pode deduzir a

sua disjunção com qualquer outra proposição, isto é, deduzir p V q, ou p V r, ou s V p, ou t V p, etc.

Exemplos:

(a) (1) p P (b) (1) ~ p P

(2) p V ~ q (2) q V ~ p

(c) (1) p Λ q P (b) (1) p V q P

(2) (p Λ q) V r (2) (r Λ s) V (p V q)

(c) (1) x ≠ 0 P (b) (1) x ≠ 0 P

(2) x ≠ 0 V x ≠ 1 (2) x = 2 V x < 1

II. Regra da Simplificação — Da conjunção p Λ q de duas proposições se pode deduzir cada uma das proposições, p ou q.

Exemplos:

(a) (1) (p V q) Λ r P (b) (1) p Λ ~ q P

(2) p V q (2) ~ q

(c) (1) x > 0 Λ x ≠ 1 P (b) (1) x ∈ A Λ x ∈ B P

(2) x ≠ 1 (2) x ∈ A III. Regra da Conjunção -- Permite deduzir de duas proposições dadas

p e q (premissas) a sua conjunção p Λ q ou q Λ p (conclusão).

(a) (1) p V q P (b) (1) p V q P (2) ~ r P (2) q V r P

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(3) (p V q) Λ ~ r (3) (p Λ q) V (q V r)

(c) (1) x < 5 P (d) (1) x ∈ A P (2) x > 1 P (2) x ∉ B P

(3) x > 1Λ x < 5 (3) x ∉ B Λ x ∈ A IV. Regra da Absorção Esta regra permite, dada uma condicional -

como premissa, dela deduzir como conclusão uma outra condicional com o mesmo antecedente p e cujo consequente é a conjunção p Λ q das duas proposições que integram a premissa, isto é, p → p Λ q.

Exemplos:

(a) (1) x = 2 → x < 3 P

(2) x = 2 → x = 2 Λ x < 3 (b) (1) x ∈ A → x ∈ A ∪ B P

(2) x ∈ A → x ∈ A Λ x ∈ A ∪ B

V. Regra Modus ponens - Também é chamada Regra de separação e permite deduzir q (conclusão) a partir de p → q e p (premissas).

Exemplos:

(a) (1) ~ p → ~ q P

(b) (1) p Λ q → r P

(2) ~ p P

(2) p Λ q P

(3) ~ q (3) r

(b) (1) p → q Λ r P

(c) (1) ~ p V r → s Λ ~ q P

(2) p P (2) ~ p V r P

(3) q Λ r (3) s Λ ~ q

(e) (1) x ≠ 0 → x + y > 1 P

(f) (1) x ∈ A ∩ B → x ∈ A P

(2) x ≠ 0 P

(2) x ∈ A ∩ B P

(3) x + y > 1 (3) x ∈ A

VI. Regra Modus tollens - Permite, a partir das premissas p → q (condicional) o ~ q (negação do consequente), deduzir como conclusão ~ p (negação do antecedente).

Exemplos:

(a) (1) q Λ r → s P (2) ~ s P

(3) ~ (q Λ r) (b) (1) p → ~ q P

(2) ~ ~ q P

(3) ~ p (c) (1) p → q Λ r P

(2) ~(q Λ r) P

(3) ~ p (d) (1) x ≠ 0 → x = y P

(2) x ≠ y P

(3) x = 0 VII. Regra do Silogismo disjuntivo — Permite deduzir da disjunção p

V q de duas proposições e da negação ~ p (ou ~ q) de uma delas a outra proposição q (ou p).

Exemplos:

(a) (1) (p Λ q) V r P (b) (1) ~ p V ~ q P

(2) ~ r (2) ~~ p

(3) p Λ q (3) ~ q

(b) (1) x = 0 V x = 1 P (d) (1) ~ (p → q) V r P (2) x ≠1 P (2) ~ ~ (p → q) P

(3) x = 0 (3) r VIII. Regra do Silogismo hipotético Esta regra permite, dadas duas

condicionais: p → q e q → r (premissas), tais que o consequente da primei-ra coincide com o antecedente da segunda, deduzir uma terceira condicio-nal p → r (conclusão) cujo antecedente e consequente são respectivamen-te o antecedente da premissa p → q e o consequente da outra premissa q → r (transitividade da seta → ).

(a) (1) ~ p → ~ q P (b) (1) ~ p → q V r P

(2) ~ q → ~ r P (2) q V r → ~ s P

(3) ~ p → ~ r (3) ~ p → ~s

(c) (1) (p → q) → r P (d) (1) | x | = 0 → x = 0 P (2) r → (q Λ s) P (2) x = 0 → x + 1 = 1 P

(3) (p → q) → (q Λ s) (3) | x | = 0 → x + 1 = 1

IX. Regra do Dilema construtivo — Nesta regra, as premissas são duas condicionais e a disjunção dos seus antecedentes, e a conclusão é a disjunção dos consequentes destas condicionais.

(a) (1) (p Λ q) → ~ r P (b) (1) x < y → x = 2 P

(2) s → t P (2) x < y → x = 2 P (3) (p Λ q) V s P (3) x < y V x < y P

(4) ~ r V t (4) x = 2 V x > 2 X. Regra do Dilema destrutivo Nesta regra, as premissas são duas

condicionais e a disjunção da negação dos seus consequentes, e a conclu-são é a disjunção da negação dos antecedentes destas condicionais.

(a) (1) ~ q → r P (b) (1) x + y = 7→ x = 2 P

(2) p → ~ s P (2) y - x =2 → x = 3 P (3) ~ r V ~~s P (3) x ≠ 2 V x ≠ 3 P

(4) ~~ q V ~p (4) x + y ≠ 7 V y –x ≠ 2

TESTES

1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sendo, (A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos republicanos. (B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto dos marinheiros. (C) todos os republicanos são marinheiros. (D) algum marinheiro não é republicano. (E) nenhum marinheiro é republicano. 2. Assinale a alternativa que apresenta uma contradição. (A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetariano é espião. (B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano não é espião. (C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião não é vegetariano. (D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não é vegetariano. (E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é vegetariano. 3. Todos os que conhecem João e Maria admiram Maria. Alguns que

conhecem Maria não a admiram. Logo, (A) todos os que conhecem Maria a admiram. (B) ninguém admira Maria. (C) alguns que conhecem Maria não conhecem João.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 23

(D) quem conhece João admira Maria. (E) só quem conhece João e Maria conhece Maria. 4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Geraldo não é

mais rico do que quem o inveja. Logo, (A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre do que Válter. (B) Geraldo é mais rico do que Válter. (C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do que ele. (D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. (E) Geraldo não é mais rico do que Válter. 5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de gasolina e a

banca de jornal, e o posto de gasolina fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo,

(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a padaria. (B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e a padaria. (C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca de jornal. (D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gasolina. (E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a padaria. 6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obtidas pela sua

equipe nos últimos quatro jogos, decide apostar que essa equipe também vencerá o próximo jogo. Indique a Informação adicional que tornaria menos provável a vitória esperada.

(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez de apenas quatro. (B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de que não choverá

no próximo jogo. (C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por uma diferença de

mais de um gol. (D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do estiramento muscular. (E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em seu campo e os

outros dois, em campo adversário.

7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana. Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo,

(A) Fátima corre menos do que Rita. (B) Fátima corre mais do que Marta. (C) Juliana corre menos do que Rita. (D) Marta corre mais do que Juliana. (E) Juliana corre menos do que Marta. 8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para se ir de Y a Z.

O número de caminhos de X a Z que passam por Y é (A) 10. (B) 12. (C) 18. (D) 24. (E) 32. 9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plantas que tem

clorofila são comestíveis. Logo, (A) algumas plantas verdes são comestíveis. (B) algumas plantas verdes não são comestíveis. (C) algumas plantas comestíveis têm clorofila. (D) todas as plantas que têm clorofila são comestíveis. (E) todas as plantas vendes são comestíveis. 10. A proposição 'É necessário que todo acontecimento tenha causa' é

equivalente a (A) É possível que algum acontecimento não tenha causa. (B) Não é possível que algum acontecimento não tenha causa. (C) É necessário que algum acontecimento não tenha causa. (D) Não é necessário que todo acontecimento tenha causa. (E) É impossível que algum acontecimento tenha causa.

11. Continuando a sequência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... , temos (A) 21. (B) 22. (C) 23. (D) 24. (E) 25. 12. ' ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e até predileção por

estados cognitivos de conflito, em que o problema ainda não é total-mente compreendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a resposta correta', essa ansiedade pode impedir a exploração mais completa do problema.' (David Canaher, Senso Crítico).

O autor quer dizer que o pensador crítico (A) precisa tolerar respostas corretas. (B) nunca sabe a resposta correta. (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a resposta correta. (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades os problemas. (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito. 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho dinheiro

suficiente para comprar duas dúzias de rosas. Logo, (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de rosas. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de rosas. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia dúzia de lírios. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de lírios. (E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de lírios. 14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sendo, (A) seu esforço é condição suficiente para vencer. (8) seu esforço é condição necessária para vencer. (C) se você não se esforçar, então não irá vencer. (D) você vencerá só se se esforçar. (E) mesmo que se esforce, você não vencerá. 15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então (A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos. (B) os sobrinhos de não músicos sempre são músicos. (C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos. (D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos. (E) os sobrinhos de músicos quase sempre são músicos. 16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre. O paciente está

bem. Logo, o paciente (A) tem febre e não está bem. (B) tem febre ou não está bem. (C) tem febre. (D) não tem febre. (E) não está bem.

INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder às questões de nº

17 e 18. "O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendizado será sobre a

educação universal. Através dos tempos, as escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis tentando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma comportamental e através de exercícios, repetição e feedback. Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em estágios posteriores do processo educacio-nal. Essas matérias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, biologia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia, diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são melhor aprendidas através de programas de computador. O professor motiva, dirige, incentiva. Na verda-de, ele passa a ser um líder e um recurso.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 24

Na escola de amanhã os estudantes serão seus próprios instrutores, com programas de computador como ferramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estudantes, maior o apelo do computador para eles e maior o seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente, a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será fortemente intensiva de capital.

Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educação universal apre-senta tremendos desafios. Os conceitos tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler, escrever e aritmética continuarão a ser necessários como hoje, mas a educação precisará ir muito além desses itens básicos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; uma compreensão básica de ciência e da dinâmica da tecnologia; conhecimento de línguas estrangeiras. Também será necessário aprender a ser eficaz como membro de uma organização, como empregado." (Peter Drucker, A sociedade pós-capitalista). 17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como aritmética, ortografia,

história e biologia (A) deve ocorrer apenas no primeiro grau. (B) deve ser diferente do ensino de matérias como neurocirurgia e

diagnóstico médico. (C) será afetado pelo desenvolvimento da informática. (D) não deverá se modificar, nas próximas décadas. (E) deve se dar através de meras repetições e exercícios. 18. Para o autor, neste novo cenário, o computador (A) terá maior eficácia educacional quanto mais jovem for o estudante. (B) tende a substituir totalmente o professor em sala de aula. (C) será a ferramenta de aprendizado para os professores. (D) tende a ser mais utilizado por médicos. (E) será uma ferramenta acessória na educação. 19. Assinale a alternativa em que se chega a uma conclusão por um

processo de dedução. (A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro cisne branco ...

então todos os cisnes são brancos. (B) Vi um cisne, então ele é branco. (C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes devem ser brancos. (D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é branco. (E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne pode ser branco. 20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos gorda do que Bruna.

Logo, (A) Vera é mais gorda do que Bruna. (B) Cátia é menos gorda do que Bruna. (C) Bruna é mais gorda do que Cátia. (D) Vera é menos gorda do que Cátia. (E) Bruna é menos gorda do que Vera. 21. Todo cavalo é um animal. Logo, (A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (C) todo animal é cavalo. (D) nem todo cavalo é animal. (E) nenhum animal é cavalo. 22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não praticam

vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é

(A) 30. (B) 35. (C) 37. (D) 42. (E) 44.

INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder às questões de nº 23 e 24.

"Os homens atribuem autoridade a comunicações de posições superio-res, com a condição de que estas comunicações sejam razoavelmente consistentes com as vantagens de escopo e perspectiva que são creditadas a estas posições. Esta autoridade é, até um grau considerável, independen-te da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a posição. E muitas vezes reconhecido que, embora este sujeito possa ter habilidade pessoal limitada, sua recomendação deve ser superior pela simples razão da vantagem de posição. Esta é a autoridade de posição.

Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade superior. O seu conhe-

cimento e a sua compreensão, independentemente da posição, geram respeito. Os homens atribuem autoridade ao que eles dizem, em uma organização, apenas por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.'

(Chester Barnard, The Functions of the Executive). 23. Para o autor, (A) autoridade de posição e autoridade de liderança são sinônimos. (B) autoridade de posição é uma autoridade superior à autoridade de

liderança. (C) a autoridade de liderança se estabelece por características individu-

ais de alguns homens. (D) a autoridade de posição se estabelece por habilidades pessoais

superiores de alguns líderes. (E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade de liderança são

ineficazes. 24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as pessoas (A) não costumam respeitar a autoridade de posição. (B) também respeitam autoridade que não esteja ligada a posições

hierárquicas superiores. (C) respeitam mais a autoridade de liderança do que de posição. (D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade. (E) confundem autoridade de posição e liderança. 25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um cientista deduz uma

predição sobre a ocorrência de um certo eclipse solar. Todavia, sua predição mostra-se falsa. O cientista deve logicamente concluir que

(A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas. (B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa. (C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é verdadeira. (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verdadeira. 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha assistencial, então ele

cometeu um grave delito. Mas Francisco não desviou dinheiro da campanha assistencial. Logo,

(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assistencial. (B) Francisco não cometeu um grave delito. (C) Francisco cometeu um grave delito. (D) alguém desviou dinheiro da campanha assistencial. (E) alguém não desviou dinheiro da campanha assistencial. 27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo, (A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu. (B) Rodrigo é culpado. (C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado. (D) Rodrigo mentiu. (E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu. 28. Continuando a sequência de letras F, N, G, M, H . . ..., ..., temos,

respectivamente, (A) O, P.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 25

(B) I, O. (C) E, P. (D) L, I. (E) D, L. 29. Continuando a sequência 4, 10, 28, 82, ..., temos (A) 236. (B) 244. (C) 246. (D) 254. (E) 256. 30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclusão verdadeira (que

corresponde à realidade) e o argumento inválido (do ponto de vista lógico).

(A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, portanto Sócrates é mortal.

(B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é um ser, e todo ser é homem.

(C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto cachorros não são gatos.

(D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo pensamento é um movimento, visto que todos os raciocínios são movimentos.

(E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés.

31. Cinco ciclistas apostaram uma corrida. • "A" chegou depois de "B". • "C" e "E" chegaram ao mesmo tempo. • "D" chegou antes de "B". • quem ganhou, chegou sozinho. Quem ganhou a corrida foi (A) A. (B) B. (C) C. (D) D. (E) E.

Gabarito: 1-B; 2-A; 3-C; 4-E; 5-E; 6-B; 7-B; 8-D; 9-C; 10-B; 11-C; 12-C; 13-D; 14-A; 15-A; 16-D; 17-C; 18-A; 19-D; 20-D; 21-B; 22-E; 23-C; 24-B; 25-C; 26-E; 27-A; 28-D; 29-B; 30-E; 31-D.

RACIOCÍNIO LÓGICO

Os problemas seguintes requerem raciocínio para sua solução. A fim

de provar que uma resposta é correta, uma vez encontrada, necessita-se de um raciocínio cujas premissas estejam contidas no enunciado do problema, e cuja conclusão seja a resposta ao mesmo. Se a resposta é correta, poder-se-á construir um raciocínio válido. 0 leitor é solicitado, ao trabalhar com estes problemas, a preocupar-se não só em encontrar as respostas corretas, mas em formular também os raciocínios que provem a correção das respostas.

Daremos, a seguir, alguns exercícios resolvidos para que o candidato possa inteirar-se do funcionamento do assunto.

Exercício 1 Assinale a alternativa que não faz parte do conjunto dado: a) São Paulo b) Campinas c) Porto Alegre d) Santos e) Franca

Resposta: C – São Paulo, Campinas, Santos e Franca são cidades do Estado de São Paulo, ao passo que Porto Alegre não é cidade do nosso Estado.

Exercício 2 Assinale o número que completa a sequência apresentada: 1, 3, 5, 7,

9, ... a) 13 b) 11 c) 15 d) 17 e) 19 Resposta: b – Os números 1, 3, 5, 7, 9 formam uma sequência, ou

seja, a sequência dos números ímpares. Portanto, o próximo número é 11.

Exercício 3 REAL está para BRASIL assim como DÓLAR está para ................. a) Estados Unidos b) França c) Canadá d) Austrália e) Alemanha Resposta – A - Real é a moeda brasileira e dólar é a moeda dos

Estados Unidos.

Exercício 4 O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este mais

rapidamente que o azul. Qual o carro que está se movimentando com maior velocidade?

a) o amarelo b) o azul c) o vermelho d) o vermelho e o azul e) impossível responder Resposta – A – Lendo direitinho o enunciado vemos claramente que o

carro amarelo anda mais depressa.

Exercício 5 Um tijolo pesa 1 quilo mais meio tijolo. Quanto pesam três tijolos? a) 5 kg b) 4 kg c) 4,5 kg d) 5,5 kg e) 3,5 kg Resposta C – Pelo enunciado, um tijolo pesa um quilo e meio. Portanto,

três tijolos deverão pesar 3 x 1,5 = 4,5 kg. Enunciado para as próximas questões: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala de aula: são

Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao

lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa. Responda as perguntas: 6. Quantas estão entre Marina e Marisa? 7. Quem está no meio? 8. Quem está entre Matilde e Mariana? 9. Quem está entre Marina e Maria? 10. Quantas estão entre Marisa e Mariana?

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Se lermos direitinho o enunciado podemos concluir e fazer um desenho para ilustrar e assim responder a todas as perguntas:

MARISA MATILDE MARIA MARIANA MARINA

Respostas: 6. três 7. Maria 8. Maria 9. Mariana 10. duas

Exercício 11 Qual o número que falta no quadro a seguir? 5 10 5 6 14 8 3 10 ...... Resposta: 7 – A soma dos extremos é o número central. 5 + 5 = 10 6 + 8 = 14 3 + 7 = 10

Exercício 12 Qual a palavra que não faz parte do grupo? a) LIVRO b) REVISTA c) JORNAL d) ENCICLOPÉDIA e) CARNE Resposta E – Os quatro primeiros são vendidos em livrarias e carne

não.

Exercício 13 ALTO está para BAIXO, assim como GRANDE está para ................. a) nanico b) baixinho c) pequeno d) gabiru e) mínimo Resposta: C – O contrário de grande é pequeno.

Exercício 14 Assinale a alternativa que não tem as mesmas características das

demais, quanto às patas: a) formiga b) aranha c) abelha d) traça e) borboleta Resposta – b – Aranha tem oito patas. As outras têm seis.

Exercício 15 Assinale qual destes animais, cujos nomes estão ocultos entre as

letras, é o menor: a) OSÃBI b) TOGA c) LIVAJA d) ATOR e) RAFAGI

Resposta: D – RATO (as outras: bisão, gato, javali, girafa)

Exercício 16 Escreva o número que falta: 20 17 14 ...... 8 5

Resposta: 11 20 – 3 = 17; 17 – 3 = 14; 14 – 3 = 11; 11 – 3 = 8; 8 – 3 = 5

Exercício 17 O vaqueiro está tocando as vaca numa estrada. Uma delas anda na

frente de duas outras, uma anda entre duas e uma anda atrás de duas. Quantas eram as vacas?

Resposta: 3 VACA VACA VACA

Exercício 18 Como dispor oito oitos de forma que a soma seja 1.000? Resposta: 888 + 88 + 8 + 8 + 8 = 1.000

Exercício 19 A mãe de Takada tem cinco filhos: Tanaco, Taneco, Tanico, Tanoco.

Qual é o quinto filho? a) Tanuco b) Takuda c) Tanuka d) Takada Resposta: D – Takada. É claro que é Takada, que também é sua filha,

de acordo com o enunciado do problema. Exercício 20

Sabendo-se que seis raposas, em seis minutos, comem seis galinhas, pergunta-se: Quantas raposas, em sessenta minutos, comem sessenta galinhas?

Resposta: 6 raposas (é só fazer o cálculo).

Exercício 21 Coloque a sílaba que completa a primeira palavra e começa a segunda

e com ambas forma uma terceira. RE (........) TA Resposta: GA – REGA – GATA – REGATA

Exercício 22 Assinale qual das marcas a seguir não é de carro: a) ROFD b) OLWVGASKNE c) VROCHETEL d) TONREMING e) TAIF Resposta: REMINGTON – é máquina de escrever e as outras marcas

de automóvel (Ford, Volkswagen, Chevrolet, Fiat). Exercício 23

Complete o número que falta: 10 20 30 12 15 ....... 15 20 35 a) 27 b) 31 c) 33 d) 29 Resposta: a (12 + 15 = 27)

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 27

Exercício 24 Ao medir uma vara verificou-se que ela tem 5 metros mais a metade de

seu próprio comprimento. Qual o real comprimento da vara? a) 12 metros b) 10 metros c) 8 metros d) 16 metros Resposta: B

Exercício 25 O pai do meu neto é o neto de meu pai. Quantas pessoas estão

envolvidas nesse relacionamento de parentesco? Resposta: 4

Exercício 26 Um macaco caiu no fundo de um poço de 30 metros de profundidade.

Em cada hora ele sobe 5 m e escorrega 4 m. Depois de quantas horas sairá do poço?

a) 30 horas b) 24 horas c) 28 horas d) 26 horas

Resposta: D – 26 horas

Exercício 27 A sala tem quatro cantos. Cada canto tem um gato. Cada gato vê três

gatos. Quantos gatos estão na sala: Resposta: 4 gatos.

Exercício 28 Porque prefere o barbeiro carioca cortar o cabelo de dois capixabas a

cortar o cabelo de um paulista? a) porque ganha o dobro do dinheiro b) porque paulista gosta de pedir desconto c) porque paulista gosta de dar o calote d) porque paulista não corta cabelo com carioca Resposta: A

Exercício 29 Assinale o número que falta: 10 20 30 11 13 17 .... 33 47 Resposta: 21 (21 é a soma dos dois números superiores: 10 + 11 =

21). Exercício 30

Coloque a letra que falta: A C E G I ....... A resposta é K, pois as letras pulam de duas em duas. Sempre que aparecerem problemas com letras, deve-se levar em conta

a letra K.

Exercício 31 Escreva o número que falta: 50 45 40 35 .... 25 20 Resposta: 30 (os números decrescem de cinco em cinco).

Exercício 32 Assinale o número que continua a sequência: 12 34 56 ...... a) 78 b) 76 c) 62 d) 98 Resposta: A (os números “pulam” de 22 cada vez: 12 + 22 = 34 etc.)

Exercício 33

Para que haja uma representação teatral não pode faltar: a) palco b) bilheteria c) ator (ou atriz) d) auditório e) texto

Resposta C – (é impossível uma representação teatral sem ator ou atriz).

TESTES

01) Considere as afirmações: A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade; B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga; C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa amiga. A análise do encadeamento lógico dessas três afirmações permite

concluir que elas: a) implicam necessariamente que Patrícia é uma boa amiga b) são consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa amiga, quer

Patrícia não seja uma boa amiga c) implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e que Helena não

é uma boa amiga d) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga 02) Na questão, observe que há uma relação entre o primeiro e o segun-

do grupos de letras. A mesma relação deverá existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos que aparecem nas alternativas, ou seja, aquele que substitui corretamente o ponto de interrogação. Conside-re que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras K, W e Y.

CASA : LATA : : LOBO : ? a) SOCO b) TOCO c) TOMO d) VOLO 03) Uma das formas mais simples de argumentar consiste em duas

frases, uma das quais é conclusão da outra, que é chamada premis-sa. Dentre as opções a seguir, assinale aquela em que a associação está correta.

a) Premissa: Os exames finais devem ser extintos. Conclusão: Os exames finais dão muito trabalho a alunos e a profes-

sores. b) Premissa: Os índios brasileiros eram culturalmente primitivos. Conclusão: Os índios brasileiros cultuavam vários deuses. c) Premissa: N é um número inteiro múltiplo de 6.

Conclusão: N não é um número ímpar. d) Premissa: É possível que um candidato ganhe as eleições presiden-

ciais. Conclusão: O tal candidato tem muitos eleitores no interior do país. 04) Em uma carpintaria há mestres-carpinteiros e aprendizes. Os mes-

tres têm todos a mesma capacidade de trabalho. Os aprendizes, também. Se 8 mestres juntamente com 6 aprendizes têm a mesma capacidade de produção de 6 mestres juntamente com 10 aprendi-zes, a capacidade de um dos mestres, sozinho, corresponde à de:

a) 2 aprendizes. b) 3 aprendizes. c) 4 aprendizes. d) 5 aprendizes.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 28

05) Regina e Roberto viajaram recentemente e voltaram três dias antes do dia depois do dia de antes de amanhã. Hoje é terça-feira. Em que dia Regina e Roberto voltaram?

a) Quarta-feira. b) Quinta-feira. c) Sexta-feira. d) Domingo. 06) Considere as seguintes afirmativas: I. Todas as pessoas inteligentes gostam de cinema; II. Existem pessoas antipáticas e inteligentes. Admitindo-se que as

afirmações acima são corretas, pode-se concluir que: a) todas as pessoas que gostam de cinema são inteligentes. b) toda pessoa antipática é inteligente. c) podem existir pessoas antipáticas que não gostem de cinema. d) as afirmações a, b e c são todas falsas. 07) Considere uma pergunta e duas informações as quais assumiremos

como verdadeiras. Pergunta: Entre João, Nuno e Luís, quem é o mais baixo? Informação 1: João é mais alto do que Luís. Informação 2: Nuno é mais alto do que Luís. Diante desses dados conclui-se que: a) a primeira informação, sozinha, é suficiente para que se responda

corretamente à pergunta, e a segunda, insuficiente. b) a segunda informação, sozinha, é suficiente para que se responda

corretamente à pergunta, e a primeira, insuficiente. c) as duas informações, em conjunto, são suficientes para que se

responda corretamente à pergunta, e cada uma delas, sozinha, é in-suficiente.

d) as duas informações, em conjunto, são insuficientes para que se responda corretamente à pergunta.

08) Se Lucia é pintora, então ela é feliz. Portanto: a) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora. b) Se Lucia é feliz, então ela é pintora. c) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora. d) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz.

09) Considere que, em um determinado instante, P passageiros aguar-davam seu voo em uma sala de embarque de certo aeroporto. Na primeira chamada embarcaram os idosos, que correspondiam à me-tade de P; na segunda, embarcaram as mulheres não idosas, cuja quantidade correspondia à metade do número de passageiros que haviam ficado na sala; na terceira, embarcaram alguns homens, em quantidade igual à metade do número de passageiros que ainda res-tavam na sala. Se, logo após as três chamadas, chegaram à sala mais 24 passageiros e, nesse momento, o total de passageiros na sala passou a ser a metade de P, então na:

a) primeira chamada embarcaram 34 passageiros. b) primeira chamada embarcaram 36 passageiros. c) segunda chamada embarcaram 16 passageiros. d) segunda chamada embarcaram 18 passageiros. 10) Dizer que "André é artista ou Bernardo não é engenheiro" é logica-

mente equivalente a dizer que: a) André é artista se e somente se Bernardo não é engenheiro. b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.

11) Um trapézio ABCD, com altura igual a h, possui bases AB = a e CD = b, com a > b. As diagonais deste trapézio determinam quatro triângu-los. A diferença entre as áreas dos triângulos que têm por bases AB e CD respectivamente e por vértices opostos a interseção das diago-nais do trapézio é igual a:

a) (a + b)/2 b) (a + b)h/2 c) (a - b)h/2 d) (a - b)/2

12) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro, Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo. Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que:

a) o lugar vago estava perto do Paulo. b) o lugar vago estava perto do José. c) o lugar vago estava perto do João. d) o lugar vago estava perto do Pedro.

13) Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho canta. Logo:

a) o jardim é florido e o gato mia b) o jardim é florido e o gato não mia c) o jardim não é florido e o gato mia d) o jardim não é florido e o gato não mia

14) Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado a lado em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes fala a verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à es-querda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está senta-da no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sen-tada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à direita são, respectivamente:

a) Janete, Tânia e Angélica b) Janete, Angélica e Tânia c) Angélica, Janete e Tânia d) Angélica, Tânia e Janete

15) Com a promulgação de uma nova lei, um determinado concurso deixou de ser realizado por meio de provas, passando a análise cur-ricular a ser o único material para aprovação dos candidatos. Neste caso, todos os candidatos seriam aceitos, caso preenchessem e en-tregassem a ficha de inscrição e tivessem curso superior, a não ser que não tivessem nascido no Brasil e/ou tivessem idade superior a 35 anos. José preencheu e entregou a ficha de inscrição e possuía curso superior, mas não passou no concurso. Considerando o texto acima e suas restrições, qual das alternativas abaixo, caso verdadei-ra, criaria uma contradição com a desclassificação de José?

a) José tem menos de 35 anos e preencheu a ficha de inscrição corre-tamente.

b) José tem mais de 35 anos, mas nasceu no Brasil. c) José tem menos de 35 anos e curso superior completo. d) José tem menos de 35 anos e nasceu no Brasil.

16) Se Beatriz não é mãe de Ana, é tia de Paula. Se Beatriz é irmã de Flávio, é mãe de Ana. Se Beatriz é mãe de Ana, não é irmã de Flá-vio. Se Beatriz não é irmã de Flávio, não é tia de Paula. Logo, Bea-triz:

a) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula. b) é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula. c) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e é tia de Paula. d) é mãe de Ana, não é irmã de Flávio e não é tia de Paula. 17) Em uma empresa, há 12 dirigentes de níveis hierárquicos distintos

capacitados para a elaboração de determinado estudo: 5 diretores e 7 gerentes. Para isso, entre esses 12 dirigentes, 4 serão sorteados aleatoriamente para integrarem um grupo que realizará o referido es-tudo. A probabilidade de os 4 dirigentes sorteados serem do mesmo nível hierárquico está entre:

a) 0,01 e 0,05. b) 0,06 e 0,10. c) 0,11 e 0,15. d) 0,16 e 0,20.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 29

18) Estava olhando para o Norte. Girei 90º para a esquerda e passei, portanto, a olhar para o Oeste. Girei 180º e depois girei 45º à es-querda. Depois girei 90º à esquerda e, depois, 135º à direita. Passei, nesse momento, a olhar para o:

a) Norte; b) Leste; c) Nordeste; d) Sudeste; 19) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do castelo, e

é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária e suficiente para o barão sorrir e é condição necessária para a duquesa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo:

a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa. b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a princesa. c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa. d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim. 20) Antônio, Bento, Ciro e Dorival são profissionais liberais. Um deles é

advogado, outro é paisagista, outro é veterinário e outro é professor. Sabe-se que: o veterinário não é Antônio e nem Ciro; Bento não é veterinário e nem paisagista; Ciro não é advogado e nem paisagista. A conclusão correta quanto à correspondência entre carreira e pro-fissional está indicada em:

a) advogado – Dorival b) paisagista - Dorival c) paisagista – Antônio d) advogado - Antônio 21) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro,

Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo. Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que:

a) o lugar vago estava perto do Paulo. b) o lugar vago estava perto do José. c) o lugar vago estava perto do João. d) o lugar vago estava perto do Pedro. 22) Em um certo aeroporto, Ana caminhava à razão de um metro por

segundo. Ao utilizar uma esteira rolante de 210 metros, que se mo-vimenta no mesmo sentido em que ela caminhava, continuou andan-do no mesmo passo. Ao chegar ao final da esteira, Ana verificou ter levado exatamente 1 minuto para percorrer toda a extensão da estei-ra. Se Ana não tivesse continuado a caminhar quando estava sobre a esteira, o tempo que levaria para ser transportada do início ao fim da esteira seria igual a:

a) 1 minuto e 20 segundos. b) 1 minuto e 24 segundos. c) 1 minuto e 30 segundos. d) 1 minuto e 40 segundos. 23) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo

de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Pergunta-dos sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu:

Armando: "Sou inocente" Celso: "Edu é o culpado" Edu: "Tarso é o culpado" Juarez: "Armando Disse a verdade" Tarso: "Celso mentiu" Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os

outros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é: a) Armando b) Celso c) Edu d) Tarso

24) Três amigos, Mário, Nilo e Oscar, juntamente com suas esposas, sentaram-se, lado a lado, à beira do cais, para apreciar o pôr-do-sol. Um deles é flamenguista, outro é palmeirense, e outro vascaíno. Sa-be-se, também, que um é arquiteto, outro é biólogo, e outro é cozi-nheiro. Nenhum deles sentou-se ao lado da esposa, e nenhuma pes-soa sentou-se ao lado de outra do mesmo sexo. As esposas cha-mam-se, não necessariamente nesta ordem, Regina, Sandra e Tâ-nia. O arquiteto sentou-se em um dos dois lugares do meio, ficando mais próximo de Regina do que de Oscar ou do que do flamenguista. O vascaíno está sentado em uma das pontas, e a esposa do cozi-nheiro está sentada à sua direita. Mário está sentado entre Tânia, que está à sua esquerda, e Sandra. As esposas de Nilo e de Oscar são, respectivamente:

a) Regina e Sandra b) Tânia e Sandra c) Sandra e Tânia d) Regina e Tânia 25) Se é verdade que “Nenhum artista é atleta”, então também será

verdade que: a) todos não-artistas são não-atletas b) nenhum atleta é não-artista c) nenhum artista é não-atleta d) pelo menos um não-atleta é artista 26) Os advogados Clóvis, Rui e Raimundo trabalham em agências

diferentes de um mesmo banco, denominadas Norte, Sul e Leste. Exercem, não necessariamente nesta ordem, suas funções nos seto-res de Financiamento, Cobrança e Ouvidoria. Sabe-se, ainda, que:

• Clóvis e o advogado da Agência Leste não trabalham na Ouvidoria. • O advogado da Agência Norte não é Clóvis nem Rui. • Na Agência Sul, o advogado não trabalha na Ouvidoria nem no

Financiamento. É possível concluir que: a) Clóvis trabalha no setor de Cobranças da Agência Norte. b) Rui, o advogado da Agência Leste, trabalha no setor de Ouvidoria. c) nem Raimundo, nem Rui trabalham no setor de Financiamento. d) nas Agências Sul e Norte, os advogados não trabalham com Finan-

ciamento. 27) Uma grande empresa multinacional oferece a seus funcionários

cursos de português, inglês e italiano. Sabe-se que 20 funcionários cursam italiano e inglês; 60 funcionários cursam português e 65 cur-sam inglês; 21 funcionários não cursam nem português nem italiano; o número de funcionários que praticam só português é idêntico ao número dos funcionários que praticam só italiano; 17 funcionários praticam português e italiano; 45 funcionários praticam português e inglês; 30, entre os 45, não praticam italiano. Com estas informações pode-se concluir que a diferença entre o total de funcionários da em-presa e o total de funcionários que não estão matriculados em qual-quer um dos cursos é igual a:

a) 93 b) 83 c) 103 d) 113 28) Suponha que exista uma pessoa que só fala mentiras às terças,

quartas e quintas-feiras, enquanto que, nos demais dias da semana, só fala a verdade. Nessas condições, somente em quais dias da se-mana seria possível ela fazer a afirmação "Eu menti ontem e também mentirei amanhã."?

a) Terça e quinta-feira. b) Terça e sexta-feira. c) Quarta e quinta-feira. d) Quarta-feira e sábado. 29) Paulo, João, Beto, Marcio e Alfredo estão numa festa. Sabendo-se

que cada um deles possui diferentes profissões: advogado, adminis-trador, psicólogo, físico e médico. Temos: o advogado gosta de con-versar com beto, Marcio e João, mas odeia conversar com o médico Beto joga futebol com o físico Paulo, Beto e marcio jogam vôlei com o administrador alfredo move uma ação trabalhista contra o médico. Podemos afirmar que Paulo é....

a) Paulo é o advogado, João é o administrador

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 30

b) Alfredo é o advogado, Paulo é o médico. c) Marcio é o psicólogo, Alfredo é o médico d) Beto é o físico, Alfredo é o administrador 30) Considerando-se que todos os Gringles são Jirnes e que nenhum

Jirnes é Trumps, a afirmação de que nenhum Trumps pode ser Grin-gles é:

a) Necessariamente verdadeira. b) Verdadeira, mas não necessariamente. c) Necessariamente falsa. d) Falsa, mas não necessariamente. 31) Para entrar na sala da diretoria de uma empresa é preciso abrir dois

cadeados. Cada cadeado é aberto por meio de uma senha. Cada senha é constituída por 3 algarismos distintos. Nessas condições, o número máximo de tentativas para abrir os cadeados é

a) 518.400 b) 1.440 c) 720 d) 120 32) Uma companhia de ônibus realiza viagens entre as cidades de

Corumbá e Bonito. Dois ônibus saem simultaneamente, um de cada cidade, para percorrerem o mesmo trajeto em sentido oposto. O ôni-bus 165 sai de Corumbá e percorre o trajeto a uma velocidade de 120 km/h. Enquanto isso, o 175 sai de Bonito e faz a sua viagem a 90 km/h. Considerando que nenhum dos dois realizou nenhuma pa-rada no trajeto, podemos afirmar que:

I - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 175 estará mais perto de Bonito do que o 165.

II - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 165 terá andado mais tempo do que o 175.

a) Somente a hipótese (I) está errada. b) Somente a hipótese (II) está errada. c) Ambas as hipóteses estão erradas. d) Nenhuma das hipóteses está errada. 33) A hipotenusa de um triangulo retângulo mede 10 cm, e um de seus

catetos mede 6 cm. A área deste triangulo é igual a: a) 24 cm2 b) 30 cm2 c) 40 cm2 d) 48 cm2 34) O menor complementar de um elemento genérico xij de uma matriz X

é o determinante que se obtém suprimindo a linha e a coluna em que esse elemento se localiza. Uma matriz Y = yij, de terceira ordem, é a matriz resultante da soma das matrizes A = (aij) e B = (bij). Sabendo-se que (aij) = (i+j)2 e que bij = i2 , então o menor complementar do elemento y23 é igual a:

a) 0 b) -8 c) -80 d) 8 35) Maria vai de carona no carro de sua amiga e se propõe a pagar a

tarifa do pedágio, que é de R$ 3,80. Verificou que tem no seu porta-níqueis moedas de todos os valores do atual sistema monetário bra-sileiro, sendo: duas moedas do menor valor, três do maior valor e uma moeda de cada um dos outros valores. Sendo assim, ela tem o suficiente para pagar a tarifa e ainda lhe sobrarão:

a) doze centavos. b) onze centavos. c) dez centavos. d) nove centavos. 36) Existem três caixas I, II e III contendo transistores. Um técnico cons-

tatou que: se passasse 15 transistores da caixa I para a caixa II, esta ficaria com 46 transistores a mais do que a caixa I tinha inicialmente; se passasse 8 transistores da caixa II para a caixa III, esta ficaria com 30 transistores a mais do que a caixa II tinha inicialmente.

Se o total de transistores nas três caixas era de 183, então o número inicial de transistores em:

a) I era um número par. b) II era um número ímpar. c) III era um número menor que 85. d) I e III era igual a 119.

37) Para asfaltar 1 quilômetro de estrada, 30 homens gastaram 12 dias trabalhando 8 horas por dia, enquanto que 20 homens, para asfalta-rem 2 quilômetros da mesma estrada, trabalhando 12 horas por dia, gastam x dias. Calcule o valor de x.

a) 30 b) 22 c) 25 d) 24 38) Uma circunferência sobre um plano determina duas regiões nesse

mesmo plano. Duas circunferências distintas sobre um mesmo plano determinam, no máximo, 4 regiões. Quantas regiões, no máximo, 3 circunferências distintas sobre um mesmo plano podem determinar nesse plano?

a) 4 b) 7 c) 5 d) 8 39) Luís é prisioneiro do temível imperador Ivan. Ivan coloca Luís à frente

de três portas e lhe diz: “Atrás de uma destas portas encontra-se uma barra de ouro, atrás de cada uma das outras, um tigre feroz. Eu sei onde cada um deles está. Podes escolher uma porta qualquer. Feita tua escolha, abrirei uma das portas, entre as que não escolhes-te, atrás da qual sei que se encontra um dos tigres, para que tu mesmo vejas uma das feras. Aí, se quiseres, poderás mudar a tua escolha”. Luís, então, escolhe uma porta e o imperador abre uma das portas não-escolhidas por Luís e lhe mostra um tigre. Luís, após ver a fera, e aproveitando-se do que dissera o imperador, muda sua es-colha e diz: “Temível imperador, não quero mais a porta que escolhi; quero, entre as duas portas que eu não havia escolhido, aquela que não abriste”. A probabilidade de que, agora, nessa nova escolha, Lu-ís tenha escolhido a porta que conduz à barra de ouro é igual a:

a) 1/2. b) 1/3. c) 2/3. d) 2/5. 40) Num concurso para preencher uma vaga para o cargo de gerente

administrativo da empresa M, exatamente quatro candidatos obtive-ram a nota máxima. São eles, André, Bruno, Célio e Diogo. Para de-cidir qual deles ocuparia a vaga, os quatro foram submetidos a uma bateria de testes e a algumas entrevistas. Ao término dessa etapa, cada candidato fez as seguintes declarações: André declarou: Se Diogo não foi selecionado, então Bruno foi selecionado.

Bruno declarou: André foi selecionado ou eu não fui selecionado. Célio declarou: Se Bruno foi selecionado, então eu não fui seleci-

onado. Diogo declarou: Se André não foi selecionado, então Célio foi. Admitindo-se que, das quatro afirmações acima, apenas a declara-

ção de Diogo seja falsa, é correto concluir que o candidato selecio-nado para preencher a vaga de gerente administrativo foi:

a) Célio b) André c) Bruno d) Diogo

41) Os 61 aprovados em um concurso, cujas notas foram todas distintas,

foram distribuídos em duas turmas, de acordo com a nota obtida no concurso: os 31 primeiros foram colocados na turma A e os 30 se-guintes na turma B. As médias das duas turmas no concurso foram calculadas. Depois, no entanto, decidiu-se passar o último colocado da turma A para a turma B. Com isso:

a) A média da turma A melhorou, mas a da B piorou. b) A média da turma A piorou, mas a da B melhorou. c) As médias de ambas as turmas melhoraram. d) As médias de ambas as turmas pioraram.

42) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um exemplo de tautologia é:

a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme

é gordo

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 31

43) Na Consoantelândia, fala-se o consoantês. Nessa língua, existem 10 letras: 6 do tipo I e 4 do tipo II.

As letras do tipo I são: b, d, h, k, l, t. As letras do tipo II são: g, p, q, y. Nessa língua, só há uma regra de acentuação: uma palavra só será

acentuada se tiver uma letra do tipo II precedendo uma letra do tipo I. Pode-se afirmar que:

a) dhtby é acentuada. b) pyg é acentuada. c) kpth não é acentuada. d) kydd é acentuada.

44) A seção "Dia a dia", do Jornal da Tarde de 6 de janeiro de 1996, trazia esta nota:"Técnicos da CETESB já tinham retirado, até o fim da tarde de ontem, 75 litros da gasolina que penetrou nas galerias de águas pluviais da Rua João Boemer, no Pari, Zona Norte. A gasolina se espalhou pela galeria devido ao tombamento de um tambor num posto de gasolina desativado."

De acordo com a nota, a que conclusão se pode chegar a respeito da quantidade de litros de gasolina vazada do tambor para as galerias pluviais?

a) Corresponde a 75 litros. b) É menor do que 75 litros. c) É maior do que 75 litros. d) É impossível ter qualquer ideia a respeito da quantidade de gasolina.

45) Certo dia, durante o expediente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, três funcionários Antero, Boris e Carmo executaram as tarefas de arquivar um lote de processos, protocolar um lote de do-cumentos e prestar atendimento ao público, não necessariamente nesta ordem. Considere que:

- cada um deles executou somente uma das tarefas mencionadas; - todos os processos do lote, todos os documentos do lote e todas as

pessoas atendidas eram procedentes de apenas uma das cidades: Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia, não respectivamente;

- Antero arquivou os processos; - os documentos protocolados eram procedentes de Belo Horizonte; - a tarefa executada por Carmo era procedente de Uberlândia.

Nessas condições, é correto afirmar que: a) Carmo protocolou documentos. b) a tarefa executada por Boris era procedente de Belo Horizonte. c) Boris atendeu às pessoas procedentes de Uberaba. d) as pessoas atendidas por Antero não eram procedentes de Uberaba. 46) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não existiria. Lenin

existiu. Logo, a) Lenin e Rasputin não existiram. b) Lenin não existiu. c) Rasputin existiu. d) Rasputin não existiu. 47) Assinale a alternativa correspondente ao número de cinco dígitos no

qual o quinto dígito é a metade do quarto e um quarto do terceiro dí-gito. O terceiro dígito é a metade do primeiro e o dobro do quarto. O segundo dígito é três vezes o quarto e tem cinco unidades a mais que o quinto.

a) 17942 b) 25742 c) 65384 d) 86421 48) De quantos modos é possível formar um subconjunto, com exata-

mente 3 elementos, do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6} no qual NÃO haja elementos consecutivos?

a) 4 b) 6 c) 8 d) 18

49) Se todos os jaguadartes são momorrengos e todos os momorrengos são cronópios então pode-se concluir que:

a) É possível existir um jaguadarte que não seja momorrengo. b) É possível existir um momorrengo que não seja jaguadarte. c) Todos os momorrengos são jaguadartes. d) É possível existir um jaguadarte que não seja cronópio. 50) Em uma urna temos 3 bolas azuis, cada uma com 5 cm³ de volume,

3 cubos pretos, cada um com 2 cm³ de volume e 1 cubo azul de 3 cm³ de volume. Retirando-se quatro objetos da urna, sem reposição, necessariamente um deles:

a) terá volume menor do que 3 cm³. b) terá volume maior do que 3 cm³. c) será uma bola. d) será azul.

RESPOSTAS

TESTE DE HABILIDADE VERBAL

1) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que se relaciona com as

demais. PARA LAVAR (..............) DE GUERRA

2) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira e inicia a segunda . DE (..............) NEL

3) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. B O U F E T L C E T S O L O B V I L O B L O L I V E R O I R

4) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite os seguintes prefi-xos, formando palavras correntes da língua.

5) Escreva, dentro do parêntese, a palavra sinônima das demais. RE-PREENSÃO (..............) CACHIMBO

6) Escreva a sílaba que completa a primeira palavra, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. B R E (..............) D A

7) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. G I O S Á M I S N A ACERÁ C O E R F

01. B 02. B 03. C 04. A 05. D 06. C 07. C 08. A 09. C 10. D

11. C 12. A 13. C 14. B 15. D 16. D 17. B 18. B 19. C 20. C

21. A 22. B 23. D 24. C 25. D 26. D 27. A 28. A 29. B 30. A

31. B 32. C 33. A 34. C 35. A 36. D 37. D 38. D 39. C 40. D

41. C 42. A 43. D 44. C 45. B 46. C 47. D 48. A 49. A 50. D

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 32

8) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que precede as demais, constituindo-se com elas unidades semânticas.

DA RUA DA CARA (................) D`GUA DE- PEIXE 9) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que se relaciona com as duas

outras. RECENTE (...............) NOTÍCIA 10) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. AR (...............) R 11) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. F R N A Ê C S N Ê G L S I O R G E L I Ó S E A H P N O L 12) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que precede as demais,

constituindo-se com elas unidades semânticas. - CIVIL - LIVRO (..............) - ROUPA - CHUVA 13) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda e com ambas forma uma terceira . C (..............) DO Conceito: peça do vestuário. 14) Escreva, dentro do parêntese, a palavra sinônima das duas outras.

FISIONOMIA (..............) VENTO 15) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. T R O A T R S Ô C A B L O H C A A B I O S C T O I T G R I E 16) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos,

formando com eles palavras correntes da língua.

17) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. R E (..............) T E R Conceito: voltar 18) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A R C O V A J E N A L S O R A A M A G R I D A R í L O R I

19) Escreva, dentro do parêntese,- a palavra que tem o mesmo significa-do que as duas outras.

U N E (..............) R E S I D Ê N C I A 20) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas

outras. INSETO (..............) ALVO DE TIRO 21) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que significa as duas outras.

INSTRUMENTO DE DESENHO (........) RITMO 22) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. B (................) C O Conceito final: flutua

23) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. M D É I O C E T I S N D A T E M B R O S T E V O D A A G O D 24) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos,

formando com eles palavras correntes da língua.

25) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda, e com ambas forma uma terceira. A L (..............) C E 26) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que tem o mesmo significado

que as duas outras. POESIA (..............) ATRÁS.

27) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos, formando com eles palavras correntes da língua,

28) Assinale a palavra que não tem relação com as demais. A B R Í L A S I E C F I E R C R T U I I A B T O S P E E R

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 33

29) Escreva, dentro do parêntese, o termo que completa a primeira pala-vra, inicia a segunda, e com ambas formas uma terceira.

A T O R (..............) D O R. 30) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos

formando com eles palavras correntes da língua.

31) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A L C R A I E A I M C E T N O Ó V I T R A I 32) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. D E S (..............) R. Conceito final: separar 33) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. Z E R C I U O R L I A B R N T A E R A Z U D L Ó R A P E T S E A 34) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos

formando com eles palavras correntes da língua.

35) Escreva, dentro do parêntese, o termo que completa a primeira pala-

vra, inicia a segunda e forma com ambas uma terceira. L (..............) R Conceito final: justiçar 36) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde as duas

outras, T A B A C O (..............) L U T O 37) Escreva, dentro parêntese, o termo.que admite esses prefixos for-

mando com eles palavras correntes da língua

38) Assinale o nome que não se relaciona com os demais. U E C L I D E S A D C N U H A O W S L A O D C Z R U U H M B R E O T E D A C P O M S A M D O H A C E D S I S A S

39) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas outras.

ANIMAL (..............) CALOURO 40) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,

inicia a segunda e, com ambas, forma uma terceira. T R A N S (..........) T E 41) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos

formando com eles palavras correntes da língua.

42) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. P E O R A B P H N I O A T U T E C D O R

43) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas outras.

MAMÍFERO MARINHO, JORNALISTA NOVATO (..............)

44) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua.

45) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. M E R I N A M E R I N A L

E V T A G L E S R O V T E E L A I N A M

46) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda, e com ambas formas uma terceira,

E (..............) R Conceito final: publicar.

47) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas formas uma terceira.

DES (..............)R. Conceito final: cuidar

48) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua.

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49) Escreva, dentro do parêntese o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua.

50) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A M R É I A

M R É I A C I S Á E U A R E M S E R T F I C R Á A O C I N Á A E

RESPOSTA DO TESTE DE HABILIDADE VERBAL

1 TANQUE. 2 CORO. 3 LIVREIRO.(As demais palavras referem-se a esportes: futebol,

cestobol, volibol). 4 UMA. 5 PITO. 6 CA. 7 COFRE. (Todas as demais palavras referem-se a Estados do Brasil:

Minas,Goiás, Ceará). 8 OLHO. 9 NOVA. 10 RASA. 11 RELÓGIO. (As demais palavras referem-se a nacionalidades: fran-

cês, inglês espanhol). 12 GUARDA. 13 ALÇA. 14 AR. 15 TIGRE ou (GRITE) (As demais palavras correspondem a alimentos:

rosca bolacha, biscoito, torta). 16. ORA. 17. VER. 18. JANELA. (As demais palavras correspondem a flores: cravo, rosa,

margarida, lírio). 19. CASA. 20. MOSCA. 21 COMPASSO. 22. AR. 23. SETEMBRO. (As demais palavras correspondem a profissões:

médico, dentista, advogado). 34. ELA. 25. FA. 26. VERSO. 27. ATO. 28. ESPERTO. (As demais palavras correspondem a capitais: Brasília,

Recife, Curitiba). 29. DOA. 30. EIA. 31 VITÓRIA. (As demais palavras correspondem a material de constru-

ção: cal, areia, cimento). 32 LIGA. 33 NATUREZA. (As demais palavras correspondem a moedas: cruzeiro,

libra, dólar, peseta).

34 ACA. 35 INCHA. 36 FUMO. 37 AMA. 38 OSWALDO CRUZ. (Célebre como médico sanitarista; os demais são

homens de letras, escritores: Euclides da Cunha, Machado de Assis, Humberto de Campos).

39 BICHO. 40 POR. 41 ALO. 42 TATU. (As demais palavras correspondem a variedades de madeira:

peroba, pinho, cedro). 43 FOCA. 44. OLA. 45 SORVETE. (As demais palavras correspondem aos reinos da natu-

reza: mineral, vegetal, animal). 46 DITA. 47 VELA. 48 OTE. 49 IRA. 50 MESTRE (As demais palavras correspondem aos continentes Améri-

ca, Eurásia, África, Oceânia).

TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA

1) Escreva o número que falta. 18 20 24 32 ? 2) Escreva o número que falta.

3) Escreva o número que falta. 212 179 146 113 ? 4) Escreva o número que falta.

5) Escreva o número que falta. 6 8 10 11 14 14 ? 6) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 17 (112) 39 28 ( . . . ) 49

7) Escreva o número que falta. 7 13 24 45 ?

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8) Escreva o número que falta. 3 9 3 5 7 1 7 1 ? 9) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 234 (333) 567 345 (. . .) 678 10) Escreva o número que falta.

11) Escreva o número que falta. 4 5 7 11 19 ? 12) Escreva o número que falta. 6 7 9 13 21 ? 13) Escreva o número que falta. 4 8 6 6 2 4 8 6 ? 14) Escreva o número que falta. 64 48 40 36 34 ? 15) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 718 (26) 582 474 (. . .) 226 16) Escreva o número que falta.

17) Escreva o número que falta. 15 13 12 11 9 9 ? 18) Escreva o número que falta. 9 4 1 6 6 2 1 9 ? 19) Escreva o número que falta. 11 12 14 ? 26 42 20) Escreva o número que falta. 8 5 2 4 2 0 9 6 ?

21) Escreva o número que falta.

22) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 341 (250) 466 282 (. . .) 398 23) Escreva o número que falta.

24) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 12 (336) 14 15 (. . .) 16 25) Escreva o número que falta. 4 7 6 8 4 8 6 5 ? 26) Escreva o número que falta. 7 14 10 12 14 9 ? 27) Escreva o número que falta.

28) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 17 (102) 12 14 (. . .) 11 29) Escreva o número que falta. 172 84 40 18 ? 30) Escreva o número que falta. 1 5 13 29 ? 31) Escreva o número que falta.

32) Escreva o número que falta.

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33) Escreva o número que falta. 0 3 8 15 ? 34) Escreva o número que falta. 1 3 2 ? 3 7 35) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 447 (336) 264 262 (. . .) 521 36) Escreva o número que falta. 4 7 9 11 14 15 19 ? 37) Escreva o número que falta. 3 7 16 6 13 28 9 19 ? 38) Escreva o número que falta.

39) Escreva os números que faltam.

40) Escreva o número que falta.

41) Escreva, dentro do parêntese e fora deste os números que faltam. 9 (45) 81 8 (36) 64 10 (. . ) ? 42) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 643 (111) 421 269 (. . .) 491 43) Escreva o número que falta.

44) Escreva o número que falta.

45) Escreva o número que falta.

46) Escreva o número que falta. 7 19 37 61 ? 47) Escreva o número que falta.

48) Escreva o número que falta.

49) Escreva o número que falta. 857 969 745 1193 ? 50) Escreva o número que falta. 5 41 149 329 ?

TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL

1) Assinale a figura que não tem relação* com as demais.

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2) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

3) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

4) Escolha, dentre as numeradas, a figura que corresponde à incógnita.

5) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

6) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

7) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

8) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

9) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

* Não ter relação no sentido de não conservar as mesmas relações com as demais, por questão de detalhe, posição etc.

10) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

11) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

12) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

13) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

14) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

15) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

16) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

17) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

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18) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

19) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

20) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

21) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

22) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

23) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

24) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

25) Assinale afigura que não tem relação com es demais.

26) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

27) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

28) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

29) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

30) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

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31) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

32) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

33) Assinale as figuras que não têm relação com as demais.

34) Assinale as duas figuras que não tem relação com as demais.

35) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

36) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

37) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

38) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

39) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

40) Assinale as figuras que não têm relação com as demais.

41) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

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42) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

43) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

44) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

45) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

46) Assinale as duas figuras que não têm relação com as demais.

47) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

48) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

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49) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

50) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

TESTE DE HABILIDADE NUMËRICA - Respostas

1 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16). 2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os números aumen-

tam em 2, 3, 4, 5 e 6). 3 80. (Subtraia 33 de cada número). 4 5. (Os braços para cima se somam e os para baixo se subtraem, para

obter o número da cabeça). 5 18. (Existem duas séries alternadas, uma que aumenta de 4 em 4 e a

outra de 3 em 3). 6 154. (Some os números de fora do parêntese e multiplique por 2). 7 86. (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e 4). 8 3. (Subtraia os números das duas primeiras colunas e divida por 2). 9 333. (Subtraia o número da esquerda do número da direita para obter

o número inserto no parêntese). 10 5. (O número da cabeça é igual a semi--soma dos números dos pés). 11 35. (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades sucessivamente). 12 37. (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para obter o seguinte). 13 7. (Os números da terceira coluna são a semi-soma dos números das

outras duas colunas). 14 33. (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamente). 15 14. (Some os números de fora do parêntese e divida por 50 para obter

o número inserto no mesmo).

16 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por 3). 17 6. (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3 em 3; a outra de

2 em 2). 18 4. (Cada fileira soma 14). 19 18. (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o seguinte). 20 3. (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na primeira fileira, 2 na

segunda e 3 na terceira). 21 18. (Os números são o dobro de seus opostos diametralmente). 22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e multiplique o resul-

tado por dois). 23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 8). 24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do produto dos núme-

ros de fora do mesmo). 25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a primeira e a se-

gunda). 26 19. (Existem duas séries, uma aumenta de 3, 4 e 5; a outra diminui de

2 e 3 sucessivamente). 27 3. (Subtraia a soma da segunda e da quarta patas da soma da primei-

ra e terceira patas para obter o número da cauda). 28 77. (O número inserto no parêntese é a metade do produto dos núme-

ros de fora do parêntese). 29 7. (Divida por dois cada número e subtraia 2 para obter o termo se-

guinte). 30 61. (Some o dobro da diferença entre os números sucessivos a cada

um, para obter o seguinte). 31 11. (Multiplique por dois cada número e some 1 para obter o número

do setor oposto). 32 46. (Junte 1 a cada número e logo multiplique-o por dois para obter o

número seguinte). 33 24. (A série aumenta em 3, 5, 7 e 9). 34 5. (Existem duas séries alternadas; uma que aumenta de 2 em 2 e

outra que aumenta de 1 em 1). 35 518. (O número inserto no parêntese é o dobro da diferença dos

números que estão fora do mesmo), 36 19. (Há duas séries alternadas; uma que aumenta de 5 em 5 e outra

que aumenta de 4 em 4). 37 40. (Os números da segunda coluna se formam tomando os da pri-

meira, multiplicando-os por 2 e juntando 1; os da terceira coluna, to-mando os da segunda, multiplicando-os por 2 e juntando 2. Assim: [2 x 19] + 2 = 40).

38 3. (Subtraia a soma dos números das pernas, da soma dos números dos braços para obter o número da cabeça).

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39 (Os numeradores aumentam de 3,4, 5 e 6, enquanto que os denominadores aumentam de 4, 5, 6 e 7).

40 152. (Multiplique cada número por 2 e some 2, 3, 4, 5 e 6). 41 55 e 100. (O número procurado atrás do parêntese é igual ao quadra-

do do número diante do parêntese. O número inserto no parêntese é igual à semi--soma dos números de fora do mesmo).

42 111 (O número inserto no parêntese é a metade da diferença dos

números de fora do parêntese). 43 66. (Multiplique por 2 o número precedente, no sentido dos ponteiros

do relógio e subtraia 2). 44 179. (Cada número se obtém multiplicando por dois o precedente e

juntando-se 1, 3, 5, 7 e finalmente 9). 45 6. (Há duas séries alternadas. Cada uma se eleva ao quadrado e se

soma um 2 constante). A primeira é: O 3 6 9 Quadrado; O 9 36 81 Mais dois: 2 11 38 83 A segunda é 5 4 3 2 Quadrado: 25 16 9 4 Mais dois: 27 18 11 6 46 91. (Some 1 ao primeiro número (7+1 = 8), junte esta soma ao segun-

do número (8 + 19 = 27) e seguir até que se obtenha: (125 +o número que falta = ?).

As somas obtidas até aqui formam a série 1, 8, 27, 64, 125 que são os cubos 1, 2, 3, 4 e 5. Para completar a série, tome-se o cubo de 6 que é = 216). Assim, [125.+ ? = 216].

47 64. (Os números e respectivos quadrados ficam em setores opostos). 48 6. (Some todos os números que se acham nos ângulos dos triângulos

e subtraia os que estão fora. Obtém-se, assim, o número do círculo). 49 297. (A diferença se multiplica por dois cada vez, e se soma ou se

subtrai alternadamente dos números sucessivos). 50 581. (Começar a série: 0 2 4 6 8 Multiplicar por 3 O 6 12 18 24 Elevar ao quadrado: O 36 144 324 576 Somar 5: 5 41 149 329 581).

TESTE DE HABILIDADE VÍSUO – ESPACIAL Respostas

1 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem qualquer dife-

rença). 2 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 3 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa para o outro lado).

5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 6. 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos ponteiros do

relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos mencionados ponteiros). 7 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos ponteiros do

relógio, exceto o 4 que gira no mesmo sentido dos mencionados pon-teiros).

9 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem no plano

do papel). 10 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 11 3. (As outras três figuras são esquemas de urna mão esquerda; a de

n.° 3 é o esquema de urna mão direita). 12 3. (A figura gira 45° cada vez em sentido contrario aos ponteiros do

relógio, porém o sombreado preto avança urna posição a mais, exceto em 3, que é, portanto, a figura que não corresponde as demais).

13 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 14 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 15 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 16 5. (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de 90° cada

vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram suas posições. Em todas as demais figuras o + está na mesma fileira que o círculo preto).

17 6. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 18 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 19 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 20 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 21 5. (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem girando 45°.

A figura 5 não pode sobrepor-se porque a cruz e o circulo interio-res ficariam em posição diferente).

22 4. (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido contrario aos

ponteiros do relógio; na figura 4 os setores branco e hachur estão em posição diferente).

23 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 24 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 25 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 26 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5. Em cada

dupla os retângulos preto e hachur alternam sua posição; a figura 3 tem o sombreado em posição diferente).

27 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

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28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

29 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

30 3. (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do relógio; a seta, no sentido contrario).

31 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

32 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

33 1 e 2. (As outras figuras podem girar até se sobreporem; 1 e 2 não o podem).

2 e 5. (As outras figuras podem girar até se sobreporem; 2 e 5 não o po-dem).

35 2. (A figura principal gira 90° no sentido contrario aos ponteiros do

relógio junto com as figuras pequenas, que por sua vez trocam por sua oposta após o giro; isto é, as da parte superior passam para a ba-se e as da base á parte superior) .

36 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). 37 3. (Todas as outras figuras seguem a regra de que o desenho comple-

to gira 90° cada vez; na figura 3 o sombreado gira incorretamente).

38 3, (A figura principal gira 180° (de cima para baixo) e as três listras

pretas passaram a ser duas; as três pequenas alteram sua posição passando á contígua em sentido contrario aos ponteiros do relógio).

39 1, 3 e 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

40 3 e 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

41 2. (O que na primeira figura é redondo torna-se quadrado; o que

aponta para cima passa a apontar para baíxo).

42 7. (Todas as figuras podem girar até se sobreporem).

43 3. (As figuras superior e inferior alteram suas posições; a figura interi-or superior permanece; porém o sombreado da figura da base troca com o da parte não sombreada. Os contornos da direita e esquerda da figura principal alternam sua posição).

44 5, 6 e 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

45 2, 6 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

46 1 e 4. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

47 1, 6 e 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

48 1, 6 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

49 2, 3 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).

50 2. (O sombreado passa das figuras exteriores as interiores e vice-

versa; a posição — vertical ou horizontal — permanece constante).

Testes extraídos de:

FAÇA SEU TESTE - Volumes 1 a 7 Editora Mestre Jou - São Paulo

PROVA SIMULADA I

01. Imagine que seu relógio adiante exatamente 4 minutos em 24 horas. Quando eram 7,30 da manhã, ele marcava 7 horas e 30 minutos e meio. Que horas estará marcando quando forem 12 horas do mesmo dia?:

a) 12 horas, 1 minuto e 15 segundos; b) 12 horas e 1 minuto; c) 12 horas e 45 segundos; d) 12 horas e 30 segundos; e) 12 horas e 30 minutos.

02. Quantas dezenas há no número 469?: a) nenhuma b) 4,6; c) 6; d) 6,9; e) 46.

03. Quantos quartos de quilo existem em meia tonelada?: a) 500; b) 1000; c) 1500; d) 2000; e) 2500.

04. O carro azul é maior do que o vermelho e o vermelho é menor do que o amarelo. Qual o maior dos carros?:

a) o vermelho; b) o amarelo; c) o azul; d) o azul e o amarelo; e) impossível responder.

05. O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este mais rapidamente do que o azul. Qual o carro que está se movimen-tando com maior velocidade?:

a) o amarelo; b) o azul; c) o vermelho; d) o vermelho e o azul; e) impossível responder.

06. Para que haja uma representação teatral não pode faltar: a) palco: b) bilheteria; c) ator; d) auditório; e) texto.

07. João e José têm, juntos, 125 anos. João tem 11 anos menos que Júlio e 7 mais que José. Quantos anos tem Júlio?:

a) 83; b) 77; c) 71: d) 66: e) 59.

08. Na série de números colocada a seguir, sempre que dois algarismos vizinhos somados proporcionem o total de 10, faça a soma. E indique o total geral desta forma encontrado.

35546322881374511246678791829: a) 45: b) 50:

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 44

c) 60: d) 70: e) 80. 09 Qual o número que colocado no lugar do traço deixará o conjunto

coerente?: 57 19 38 - 19 38 57 - 38 57 a) 19; b) 35: c) 38; d) 57; e) 85; 10. O time azul, jogando uma partida de futebol com o time verde, tem

70% de possibilidade de ganhar, atuando durante o dia; mas sob a luz dos refletores, sua possibilidade (por motivos ignorados) desce para 20%, Qual sua possibilidade ganhar num jogo que terá, dos 90 minu-tos regulamentares, 18 jogados ainda de dia e 72 disputados já com os refletores acesos :

a) 80%; b) 60%; c) 50%; d) 45%; e) 30%. 11. Qual o menor número de carros que nos permite armar o seguinte

conjunto de afirmações: Nesta rua vimos passar 2 carros na frente de 2, 2 atrás de 2 e 2 entre 2?:

a) 12; b) 8; c) 6; d) 4; e) 3. 12. Qual o número que, acrescido da 3, dá metade de 9 vezes um oitavo

de 32?: a) 15; b) 16; c) 21; d) 27; e) 34; 13. Esta a situação: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala

de aula: são Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa. .

Este o esquema para responder: Para quantidades Para nomes a) = 1 a) = Mariana b) =2 b) = Maria c) = 3 c) = Matilde d) = 4 d) = Marina e) = 5 e) = Marisa E estas as perguntas: Quantas estão entre Marina e Marisa?:

14. Quem está no meio?: 15. Quem está entre Matilde e Mariana?: 16 Quem está entre Marina e Maria?:

17 Quantas estão entre Marisa e Mariana? 18 Imagine dois recipientes opacos, com a forma de garrafa de boca

estreita, que vamos chamar A e B. E bolas brancas e pretas, que po-dem ser colocadas nos recipientes e que irão ser retiradas como se fosse um sorteio. O problema é este: de qual recipiente você terá mais chance de retirar uma bola preta numa. primeira e única tentativa, ha-vendo, em A 2 bolas pretas e 4 brancas em B 3 bolas pretas e 7 bran-cas? Opções:

a) do A; b) do B; c) é indiferente; d) impossível responder por falta de dados; e) impossível responder por estarem os dados mal colocados. 19. O mesmo problema, com as mesmas opções anteriores: havendo, em

A 4 bolas pretas e 8 brancas em B 6 bolas pretas e 12 brancas. 20. ldem, havendo, em 1 bola preta e 3 brancas em B 2 bolas pretas e 5

brancas. 21. ldem, havendo, em A 6 bolas pretas e 10 brancas em B 3 bolas pretas

e 6 brancas. 22. Considere, agora, três recipientes, permanecendo o mesmo problema:

havendo, em A 5 bolas pretas e 10 brancas em B 4 bolas pretas e 7 brancas em C 2 bolas pretas e 5 brancas. As opções, para este caso 22, são as seguintes:

a) do A; b) do B; c) do C; d) é indiferente; e) é impossível responder. 23. Indique entre as opções o melhor sinônimo: Para "pecúlio": a) roubo; b) porção; c) bens; d) herança; e) criação. 24. Para "misantropia": a) religiosidade; b) sociabilidade; c) aversão; d) ira; e) caridade. 25. Para "exasperação": a) alisamento; b) espera; c) evocação; d) exatidão; e) irritação.

26. está para assim como está para a) b) c) d) e)

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 45

27 Uma família gastou 1/4 de seu salário mensal em alimentação e 1/3 do restante em pagamento de prestações. Que porcentagem de salá-rio lhe restou?:

a) 15% b) 25%; c) 35%; d) 45%; e) 50%. 28. 32 42 52...21 31 41.....40 50 _ a) 24; b) 30; c) 33; d) 60; e) 63. 29. Sendo este quadro um código - linhas e colunas -, o que está repre-

sentando a fórmula 45551142? a) Ele; b) Fae; c) lNRl; d) Deus; e) Jesus.

30. Descobriu-se num código, até então secreto, que o número 12=8=4

realmente significava 9=5=1. Daí, como se espera que esteja escrito "revolução" :

a) vibapegia; b) tgyqnxebq; c) obslirzxl; d) sfxpmvdbp; e) uhzroyfdr. 31. 14 64 24 11 61 21 15 65 - a) 45; b) 26; c) 25; d) 22; e) 16. 32. Afirmando que o fogo é "frio" e que o açúcar é "salgado", poderíamos

dizer que o perito é alguém: a) inábil b) experimentado; c) sábio; d) prático; e) culto. 33. Seguem-se alguns raciocínios (duas premissas e uma conclusão) que

você deve julgar como verdadeiros ou falsos, isto é, se a conclusão é correta ou não, dadas como verdadeiras as premissas:

1. A não é B B não é C logo, A não é C.

2. Algum B é C algum C é A logo, algum A é B. 3. Nenhum D é A todo A é C logo, nenhum D é C. 4. Todo C é B algum B é A logo, todo A é C, 5. Algum D é B nenhum B é A logo, algum D é A. E assinale conforme as seguintes opções: a) Todos os raciocínios são falsos; b) Todos os raciocínios são verdadeiros; c) Apenas o terceiro é verdadeiro; d) Apenas os raciocínios 2 e 4 são falsos; e) Nenhum dos casos anteriores. 34. Confira os raciocínios seguintes: 1. Todo P é O ora, R é P logo, R é O. 2. Todo R é S ora, P não é S logo, P não é R, 3. Todo S é P todo S é O logo, algum P é O. 4. Todo P é O todo O é R logo, P é R. 5. Nenhum S é T .....ora, R é T .....logo, R não é S. E assinale conforme as seguintes opções a) Todos os raciocínios são verdadeiros; b) São falsos os raciocínios 4 e 5; c) São verdadeiros apenas os de números 1 e 3; d) São falsos todos os raciocínios; e) Nenhum dos casos anteriores. 35. O contrário do contrário de exato é: a) duvidoso; b) provável; c) inexato; d) errado; e) certo. 36. Quantos cubos você necessária para reproduzir a construção apre-

sentada a seguir a) 60; b) 40; c) 32; d) 24; e) 16. 37. E esta outra a) 10; b) 16; c) 17; d) 20; e) 24.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 46

38. Medo está para coragem assim como esperança está para: a) fé; b) cólera; c) desespero; d) tristeza; e) melancolia. 39. Admitindo que cada quadra é percorrida em 5 minutos e que para

atravessar uma rua sempre pelas faixas situadas junto às esquinas -,você dispenderá 50 segundos, permanecendo 10 minutos em cada local, qual a sequência que você seguirá para ir, o mais rapidamente possível, de sua casa até a livraria, e voltar, passando, na ida ou na volta, pelo correio, pela panificadora, pela casa de lanches e pelo banco?

CO = correio CL = casa de lanches L = livraria P = panificadora C = casa B = banco a) é indiferente; b) livraria - correio - casa de lanches - panificadora - banco; c) banco - panificadora - casa de lanches - livraria - correio; d) livraria - casa de lanches - panificadora - correio - banco: e) correio - panificadora - casa de lanches - livraria - banco. 40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para: a) mocidade; b) imaturidade; c) cansaço d) cãs; e) morte. 41. Precoce está para cedo assim como tardio está para: a) inverno; b) manhã; c) serôdio; d) inoportuno; e) inicial. 42. Direita está para esquerda assim como destro está para: a) ágil; b) esperto; c) sinistro; d) inábil; e) reto. 43. Franco está para a França assim como Lira está para: a) Música; b) Mentiroso; c) Bulgária; d) Itália; e) Espanha.

44. Há uma lesma que pretende subir um muro de 8 metros de altura - e ela sabe percorrer um caminho exatamente perpendicular.

Das 6 ás 18 horas, ela sobe 3 metros. Dai, descansa, e das 18 ás 6 horas, desce, deslizando, 2 metros.

Tendo iniciado a subida ás 6 horas de uma segunda feira, quando atingirá os 8 metros?

a) às 18 horas de sábado; b) às 6 horas de domingo; c) ás 18 horas de domingo; d) às 6 horas da segunda feira seguinte; e) ás 18 horas da segunda feira seguinte. 45. O número que continua a sequência 12 34 56 a) 65; b) 68; c) 75; d) 76; e) 78. 46. São apresentados cinco raciocínios, isto é, algumas premissas, se-

guidas de uma conclusão. Aceitando como verdadeiras as premissas, verifique se a conclusão é verdadeira ou não.

1. Quadrados são figuras que têm ângulos. Esta figura não tem nenhum ângulo. Logo, esta figura é necessariamente um círculo.

2. Se o mar é pequeno, a ilha é grande. Se o lago é médio, também a ponte é média. Mas, ou o mar é pequeno ou a ilha é média, nunca os dois juntos. Então, tanto a ponte como a ilha são médios.

3. Eu moro entre o estádio e o centro da cidade. O estádio fica entre a rodoviária e o centro da cidade. Logo, eu moro mais perto do estádio do que da rodoviária.

4. Somente quando domingo é lua cheia. Segunda é lua nova. Terça é lua cheia ou lua nova somente quando segunda não é lua nova. Logo, quando domingo é lua cheia, Terça não é nem lua cheia nem lua no-va.

5. Enquanto rabanete for vermelho, alface será verde. Alface não sendo verde, o repolho será amarelo. Porém o repolho nunca será amarelo enquanto o rabanete for vermelho. Logo, desde que o repolho seja amarelo, a alface será verde.

Assinale conforme as seguintes hipóteses. a) todas as conclusões são falsas; b) são falsas as conclusões 2, 3 e 5: c) são verdadeiras as conclusões 1 e 2; d) são verdadeiras as conclusões 3 e 4; e) nenhum dos casos anteriores. 47. O diretor de um presídio resolve dar uma chance a um condenado á

morte e lhe propõe o seguinte: “Vá até o fim desse corredor e lá você encontrará duas portas, cada uma com um guarda. Uma delas conduz á câmara de gás e a outra á liberdade. Os guardas sabem onde vai dar cada uma das portas. Você tem o direito de fazer somente um pe-dido a um deles. Mas um dos guardas sempre faz o contrário do que lhe pedem e o outro sempre obedece cegamente. Que pedido deve fazer o prisioneiro para sair pela porta da liberdade?”.

48. Quatro irmãs dividem uma herança de 70 milhões de maneira que

cada uma recebe 3 milhões a mais que a irmã imediatamente mais velha. Quanto recebe exatamente cada uma das quatro?:

49. Um rei, na iminência de contratar um cobrador de impostos, propõe a

ele o seguinte problema: "Você tem aqui dez sacos cheios de moe-das, todos iguais, mas um deles só contém moedas falsas. As verda-deiras pesam 10 gramas cada uma e as falsas, 9 gramas. Você tem que descobrir qual é o saco que contém moedas falsas, usando uma balança de um prato só e fazendo apenas uma pesagem". O cobrador de impostos conseguiu passar no teste. Como?

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 47

50. Polycrato pergunta a Pitágoras quantos alunos ele tem em sua escola. Pitágoras lhe responde o seguinte:

- a metade estuda matemática - um quarto estuda ciências - um sétimo estuda filosofia - e há mais três mulheres. Quantos são os discípulos de Pitágoras

RESPOSTAS

01. Se o relógio adianta 4 minutos em 24 horas, ou seja, em 1.440 minu-tos, então ele adianta 10s por hora. Entre 7h30 e 12h temos 4h30, ou seja, um adiantamento de 45s. Acrescendo estes 45s aos 30s que o relógio já marcava às 7h30 teremos às 12h a marcação 12 h/min e 15 segundos.

02. No número 469 temos mais exatamente 46,9 dezenas, mas se consi-derarmos apenas os inteiros, temos então 46 dezenas.

03. Para sabermos quantos quartos de kilo temos em meia tonelada basta dividirmos os 500 kg que equivalem a uma tonelada por 0.25kg, que é um quarto de kilo. Assim sendo, temos 2.000 quartos de kilo em meia tonelada.

04. É impossível responder qual é o maior dos carros, sabe-se apenas que o vermelho é o menor entre eles.

05. O carro que dentre os três está se movimentando com maior rapidez é o amarelo.

06. Para que haja uma representação teatral aquilo que absolutamente imprescindível é que exista um ator ou uma atriz.

07. Chamando de x a idade de João, y a de José e z a de Júlio, teremos o seguinte sistema de equações: x + y = 125. Resolvendo por x = y + 7 substituição encontraremos que João tem 66 anos. Portanto Júlio, que é 11 anos mais velho tem 77 anos.

08. Teste fácil, cuja resposta correta é a letra D. 09. Questão sobre lei de formação, que neste caso é começar a linha

pelo segundo termo da linha anterior e terminá-la com o primeiro ter-mo da anterior. Desta maneira o número a ser colocado no espaço em branco é 19.

10. Para resolvermos este problema basta fazermos uma média ponde-rada: durante 4/5 de jogo, ou seja, 80% é dia durante 20% de jogo à noite, ou seja, há o uso dos refletores. Basta multiplicarmos cada fra-ção do jogo pela chance do time azul, ou seja, fazermos: 80% x 70% + 20% x 20%, o que resulta em 60% de chance de vitória.

11. O menor número de carros que nos permite armar o conjunto propos-to é 6. Suponhamos que à frente dos 6 tenhamos os carros azuis; atrás destes os vermelhos e por último dois amarelos. Consequente-mente teremos duas possibilidades para vermos passarem 2 na fren-te de 2. Teremos 3 possibilidades de vermos 2 atrás de 2 e uma pos-sibilidade de termos 2 entre 2.

12. Um oitavo de 32 é 4. 9 vezes isto é 36. A metade de 36 é 18. Portan-to o número que acrescido de 3 dá metade de 9 vezes um oitavo de 32 é15.

13. Devemos responder com a letra C pois há 3 moças entre Marina e Marisa.

14. No meio das 5 encontra-se sentada Maria. 15. Quem está entre Matilde e Marina é Maria, a que está no meio-de

todas. 16. Entre Marina e Maria está sentada Mariana. 17. Duas estão entre Marisa e Mariana: Matilde e Maria. 18. No recipiente A a possibilidade de tirarmos uma bola preta é maior

que no recipiente B, pois a fração 2/6 é maior que 3/10, pois em de-cimais temos respectivamente 0,333... e 0,30.

19. Neste caso é diferente porque a proporção de bolas pretas para o total é a mesma: 1 para 3.

20. É maior agora a possibilidade de tirarmos uma bola preta do recipien-te B, pois a fração 2/7 é maior que 1/4, em decimais, respectivamente 0,285 e 0,25.

21. A fração 6/16 é maior que 3/9, portanto no recipiente A a possibilida-de de tirarmos primeiro uma bola preta é maior.

22. A maior probabilidade de tirarmos uma bola preta em primeiro lugar é a do recipiente B, pois a fração 4/7 é a maior de todas e corresponde a uma chance de 57,14%.

23. A definição mais exata de pecúlio é soma ou quantidade de dinheiro que alguém conseguiu acumular pelo seu trabalho e economia, po-rém o sinônimo bens não é incorreto.

24. Misantropia é um tipo de aversão, mais especificamente aversão social, aversão ao contato com pessoas.

25. O sinônimo mais correto para exasperação é o contido na alternativa E: irritação.

26. A figura que corresponde ao par de figuras anteriores se encontra na letra B, pois o que foi feito foi uma repetição do mesmo desenho ori-ginal dobrado.

27. Se a família gastou 1/4, então lhe restam 3/4. Gastando 1/3 do que restou, isso significa mais um quarto, pois 1/3 de 3/4 é 1/4. Desta ma-neira a família ainda dispõe de 50% do salário total.

28. Pela lei de formação deste problema, repete-se o segundo número e substitui-se o primeiro pelo seu consecutivo. Assim sendo, o número que deve ser colocado no espaço é 60.

29. Se é um quadro de linhas e colunas, então devemos analisar cada par de números, sendo o primeiro número do paro que designa a li-nha e o segundo o que designa a coluna. Desta maneira a fórmula dada corresponde a Deus.

30. Pelo código apresentado, cada termo deve ser substituído por outras três unidades inferiores. Assim as letras devem ser substituídas por outras que as precedem 3 vezes. Por exemplo d corresponde à letra a. Transcrevendo então resolução obteremos uma palavra análoga à contida na alternativa C.

31. O número que deve ser colocado no espaço em branco é 25, de acordo com o estabelecido nas linhas anteriores à incompleta.

32. Se as afirmações são ao contrário; então podemos dizer que o perito é alguém inábil.

33. De acordo com o nosso raciocínio apenas a terceira afirmação é perfeitamente condizente.

34. De acordo com nossa opinião todos os raciocínios apresentados estão corretos.

35. O contrário do contrário de algo é o próprio algo. Portanto o contrário do contrário do exato é certo.

36. São precisos 40 cubos para erguermos uma construção igual à apresentada.

37. São precisos 20 cubos para fazermos uma construção análoga à desenhada no enunciado.

38. As coisas estão com valor inverso, portanto esperança está para desespero, assim como medo está para coragem.

39. Cremos que o itinerário contido na alternativa C é o que despende menor quantidade de tempo.

40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para cãs, ou seja, fumaça é um sinal de fogo assim como cãs o é de velhice.

41. Precoce está para cedo assim como tardio está para serôdio. 42. Destro é sinônimo de direito, que usa a mão direita. Portanto de

acordo com a proposição feita devemos associá-lo a sinistro, que é a pessoa que usa a mão esquerda.

43. Franco é a moeda da França, assim como a libra o é da ltália. 44. se a lesma subir neste ritmo chegará ao topo do muro às 18 horas de

sábado, quando deixará de escorregar porque já chegou ao topo. 45. A sequência apresentada é uma P.A. de razão 22, portanto o quarto

termo é 78. 46. Acreditamos que apenas as posições lll e lV são verdadeiras, o que

nos leva a assinalar a letra D. 47. O condenado deve pedir a qualquer dos guardas que mande o outro

mostrar a porta que conduz à morte e poderá, com toda a segurança, sair pela porta que o guarda indicar. Se ele se dirigir ao guarda do contra, ele >mandará o outro mostrar a porta da liberdade. E. na hipó-tese de ele se dirigir ao guarda obediente, ele mandará o outro mos-trar a porta da morte, mas a porta mostrada será a da liberdade.

48. Da mais velha à mais moça: 13, 16, 19 e 22 milhões.

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Raciocínio Lógico e Matemático A Opção Certa Para a S ua Realização 48

49. Ele numerou as sacolas de 1 a 10 e tirou de cada uma delas tantas moedas quanto fosse o número da sacola. Pesou então todas as mo-edas. Se fosse verdadeiras, o resultado seria 550 gramas. A diferen-ça a menos desse peso indica quantas moedas falsas foram pesadas. E o número de moedas é igual ao número da sacola de onde elas fo-ram tiradas.

50. Com efeito os homens reunidos fazem

28

25

28

4714

7

1

4

1

2

1 =++=++ de toda a escola. Os 38

3 res-

tantes são compostos por três mulheres, donde - é igual a 1 estudan-te. Portanto, a escola ter 28 alunos.

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Legislação Aplicada à EBSERH A Opção Certa Para a Sua Realização 1

1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011. Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Em-

presa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH; acrescenta dispositi-vos ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências.

Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa pública uni-pessoal, na forma definida no inciso II do art. 5o do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no art. 5o do Decreto-Lei no 900, de 29 de setembro de 1969, denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitala-res - EBSERH, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Educação, com prazo de duração inde-terminado.

§ 1o A EBSERH terá sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e pode-rá manter escritórios, representações, dependências e filiais em outras unidades da Federação.

§ 2o Fica a EBSERH autorizada a criar subsidiárias para o desenvol-vimento de atividades inerentes ao seu objeto social, com as mesmas características estabelecidas no caput deste artigo, aplicando-se a essas subsidiárias o disposto nos arts. 2o a 8o, no caput e nos §§ 1o, 4o e 5o do art. 9o e, ainda, nos arts. 10 a 15 desta Lei.

Art. 2o A EBSERH terá seu capital social integralmente sob a proprie-dade da União.

Parágrafo único. A integralização do capital social será realizada com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União, bem como pela incorporação de qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Art. 3o A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária.

§ 1o As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

§ 2o No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a EBSERH observará as orientações da Política Nacional de Saúde, de responsabilidade do Ministério da Saúde.

§ 3o É assegurado à EBSERH o ressarcimento das despesas com o atendimento de consumidores e respectivos dependentes de planos priva-dos de assistência à saúde, na forma estabelecida pelo art. 32 da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, observados os valores de referência estabe-lecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Art. 4o Compete à EBSERH: I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de as-

sistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêu-tico à comunidade, no âmbito do SUS;

II - prestar às instituições federais de ensino superior e a outras institui-ções congêneres serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde públi-ca, mediante as condições que forem fixadas em seu estatuto social;

III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições federais de ensino superior e de outras instituições congêneres, cuja vincu-lação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implementa-ção das residências médica, multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS;

IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesqui-sas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições congêneres;

V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais uni-versitários e federais e a outras instituições congêneres, com implementa-

ção de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e

VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, nos termos do seu estatuto social.

Art. 5o É dispensada a licitação para a contratação da EBSERH pela administração pública para realizar atividades relacionadas ao seu objeto social.

Art. 6o A EBSERH, respeitado o princípio da autonomia universitária, poderá prestar os serviços relacionados às suas competências mediante contrato com as instituições federais de ensino ou instituições congêneres.

§ 1o O contrato de que trata o caput estabelecerá, entre outras: I - as obrigações dos signatários; II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a se-

rem observados pelas partes; III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, conten-

do critérios e parâmetros a serem aplicados; e IV - a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no cumpri-

mento de metas de desempenho e observância de prazos pelas unidades da EBSERH, será usada para o aprimoramento de pessoal e melhorias estratégicas na atuação perante a população e as instituições federais de ensino ou instituições congêneres, visando ao melhor aproveitamento dos recursos destinados à EBSERH.

§ 2o Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por intermédio dos sítios da EBSERH e da entidade contratante na internet.

§ 3o Consideram-se instituições congêneres, para efeitos desta Lei, as instituições públicas que desenvolvam atividades de ensino e de pesquisa na área da saúde e que prestem serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

Art. 7o No âmbito dos contratos previstos no art. 6o, os servidores titu-lares de cargo efetivo em exercício na instituição federal de ensino ou instituição congênere que exerçam atividades relacionadas ao objeto da EBSERH poderão ser a ela cedidos para a realização de atividades de assistência à saúde e administrativas.

§ 1o Ficam assegurados aos servidores referidos no caput os direitos e as vantagens a que façam jus no órgão ou entidade de origem.

§ 2o A cessão de que trata o caput ocorrerá com ônus para o cessio-nário.

Art. 8o Constituem recursos da EBSERH: I - recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União; II - as receitas decorrentes: a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto; b) da alienação de bens e direitos; c) das aplicações financeiras que realizar; d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividendos e bo-

nificações; e e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e in-

ternacionais; III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem

destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; e IV - rendas provenientes de outras fontes. Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para a-

tendimento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decorren-tes da reserva legal e da reserva para contingência.

Art. 9o A EBSERH será administrada por um Conselho de Administra-ção, com funções deliberativas, e por uma Diretoria Executiva e contará ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo.

§ 1o O estatuto social da EBSERH definirá a composição, as atribui-ções e o funcionamento dos órgãos referidos no caput.

§ 2o (VETADO). § 3o (VETADO). § 4o A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo

não será remunerada e será considerada como função relevante. § 5o Ato do Poder Executivo aprovará o estatuto da EBSERH. Art. 10. O regime de pessoal permanente da EBSERH será o da Con-

solidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e legislação complementar, condicionada a contra-tação à prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas editadas pelo Conselho de Administração.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Legislação Aplicada à EBSERH A Opção Certa Para a Sua Realização 2

Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para o preenchi-mento de emprego no âmbito da EBSERH poderão estabelecer, como título, o cômputo do tempo de exercício em atividades correlatas às atribui-ções do respectivo emprego.

Art. 11. Fica a EBSERH, para fins de sua implantação, autorizada a contratar, mediante processo seletivo simplificado, pessoal técnico e admi-nistrativo por tempo determinado.

§ 1o Os contratos temporários de emprego de que trata o caput so-mente poderão ser celebrados durante os 2 (dois) anos subsequentes à constituição da EBSERH e, quando destinados ao cumprimento de contrato celebrado nos termos do art. 6o, nos primeiros 180 (cento e oitenta) dias de vigência dele.

§ 2o Os contratos temporários de emprego de que trata o caput pode-rão ser prorrogados uma única vez, desde que a soma dos 2 (dois) perío-dos não ultrapasse 5 (cinco) anos.

Art. 12. A EBSERH poderá celebrar contratos temporários de emprego com base nas alíneas a e b do § 2º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, mediante processo seletivo simplificado, observado o prazo máximo de duração estabelecido no seu art. 445.

Art. 13. Ficam as instituições públicas federais de ensino e instituições congêneres autorizadas a ceder à EBSERH, no âmbito e durante a vigência do contrato de que trata o art. 6o, bens e direitos necessários à sua execu-ção.

Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão devolvidos à instituição cedente.

Art. 14. A EBSERH e suas subsidiárias estarão sujeitas à fiscalização dos órgãos de controle interno do Poder Executivo e ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União.

Art. 15. A EBSERH fica autorizada a patrocinar entidade fechada de previdência privada, nos termos da legislação vigente.

Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser feito mediante adesão a entidade fechada de previdência privada já existente.

Art. 16. A partir da assinatura do contrato entre a EBSERH e a institui-ção de ensino superior, a EBSERH disporá de prazo de até 1 (um) ano para reativação de leitos e serviço inativos por falta de pessoal.

Art. 17. Os Estados poderão autorizar a criação de empresas públicas de serviços hospitalares.

Art. 18. O art. 47 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V:

“Art. 47. ..................................................................... ............................................................................................. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públi-

cos.” (NR) Art. 19. O Título X da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 - Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo V:

“CAPÍTULO V das fraudes em certames de interesse público Fraudes em certames de interesse público

‘Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:

I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer

meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por

funcionário público.’ (NR)” Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011. Art. 1o Fica aprovado o Estatuto Social da Empresa Brasileira de Ser-

viços Hospitalares - EBSERH, nos termos do Anexo, empresa pública federal, unipessoal, vinculada ao Ministério da Educação.

Art. 2o A constituição inicial do capital social da EBSERH será de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), a ser integralizado pela União.

Art. 3o O disposto no art. 1o, inciso II do caput, do Decreto no 757, de 19 de fevereiro de 1993, não se aplica à EBSERH.

Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS

HOSPITALARES S.A. - EBSERH CAPÍTULO I

DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO Art. 1o A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, em-

presa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimô-nio próprio, reger-se-á pelo presente Estatuto Social e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis.

Parágrafo único. A EBSERH fica sujeita à supervisão do Ministro de Estado da Educação.

Art. 2o A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e atu-ação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e representações no país.

Art. 3o A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição, a autonomia universitária.

§ 1o As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

§ 2o No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a EBSERH observará as diretrizes e políticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

§ 3o A execução das atividades mencionadas neste artigo dar-se-á por meio da celebração de contrato específico para este fim, pactuado de comum acordo entre a EBSERH e cada uma das instituições de ensino ou instituições congêneres, respeitado o princípio da autonomia das universi-dades.

§ 4o A EBSERH, no exercício de suas atividades, deverá estar orien-tada pelas políticas acadêmicas estabelecidas no âmbito das instituições de ensino com as quais estabelecer contrato de prestação de serviços.

Art. 4o O prazo de duração da EBSERH é indeterminado. Art. 5o A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das empre-

sas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.

CAPÍTULO II DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS

Art. 6o O capital social da EBSERH é de R$ 5.000.000,00 (cinco mi-lhões de reais), integralmente sob a propriedade da União.

Parágrafo único. O capital social da EBSERH poderá ser aumentado e integralizado com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamen-to da União, bem como pela incorporação de qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Art. 7o Constituem recursos da EBSERH: I - as dotações que lhe forem consignadas no orçamento da União; II - as receitas decorrentes: a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto; b) da alienação de bens e direitos; c) das aplicações financeiras que realizar; d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividendos e bo-

nificações; e e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e in-

ternacionais;

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Legislação Aplicada à EBSERH A Opção Certa Para a Sua Realização 3

III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado;

IV - os oriundos de operações de crédito, assim entendidos os proveni-entes de empréstimos e financiamentos obtidos pela entidade; e

V - rendas provenientes de outras fontes. Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para a-

tendimento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decorren-tes da reserva legal e da reserva para contingência.

CAPÍTULO III DA COMPETÊNCIA

Art. 8o A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas finali-dades, competindo-lhe, particularmente:

I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de as-sistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêu-tico à comunidade, integralmente disponibilizados ao Sistema Único de Saúde;

II - prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras institu-ições públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde publica, em consonância com as diretrizes do Poder Executivo;

III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições federais de ensino superior e de outras instituições públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implemen-tação de residência médica ou multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS;

IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesqui-sas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições públicas congêneres;

V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais uni-versitários e federais e a outras instituições públicas congêneres, com a implementação de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e

VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. Art. 9o A EBSERH prestará os serviços relacionados às suas compe-

tências mediante contrato com as instituições federais de ensino ou institui-ções públicas congêneres, o qual conterá, obrigatoriamente:

I - as obrigações dos signatários; II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a se-

rem observados pelas partes; e III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, conten-

do critérios e parâmetros a serem aplicados. Parágrafo único. A EBSERH dará ampla publicidade aos contratos fir-

mados, inclusive por meio de sítio na Internet. CAPÍTULO IV

DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS Art. 10. São órgãos estatutários da EBSERH: I - o Conselho de Administração; II - a Diretoria Executiva; III - o Conselho Fiscal; e IV - o Conselho Consultivo. Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EBSERH, além dos im-

pedidos por lei: I - os que detenham controle ou participação relevante no capital social

de pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente anterior à data da eleição ou nomeação;

II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonega-ção fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a pro-priedade ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;

III - os declarados inabilitados para cargos de administração em em-presas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da administração pública direta e indireta;

IV - os declarados falidos ou insolventes; V - os que detiveram o controle ou participaram da administração de

pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no período de cinco

anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou administrador judicial;

VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal;

VII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade. § 1o Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir

em operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas socieda-des de que detenham o controle ou participação superior a cinco por cento do capital social.

§ 2o O impedimento referido no § 1o aplica-se, ainda, quando se tratar de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamen-te anterior à investidura na EBSERH, cargo de gestão.

CAPÍTULO V DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Art. 12. O órgão de orientação superior da EBSERH é o Conselho de Administração, composto por nove membros, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a seguinte composição:

I - três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, sen-do que um será o Presidente do Conselho e outro substituto nas suas ausências e impedimentos;

II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presidência do Conselho, ainda que interinamente;

III - um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Or-çamento e Gestão;

IV - dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde; V - um representante dos empregados e respectivo suplente, na forma

da Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e VI - um membro indicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das

Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES, sendo reitor de uni-versidade federal ou diretor de hospital universitário federal.

§ 1o O prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nome-ação, podendo ser reconduzidos por igual período.

§ 2o O representante dos empregados, de que trata o inciso V deste artigo, e seu respectivo suplente, serão escolhidos dentre os empregados ativos da EBSERH, pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada pela empresa em conjunto com as entidades sindicais que os representem, na forma da Lei no 12.353, de 2010, e sua regulamentação.

§ 3o O representante dos empregados não participará das discussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais ou de previdência complemen-tar, hipóteses em que fica configurado o conflito de interesse, sendo tais assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para tal fim.

§ 4o A investidura dos membros do Conselho de Administração far-se-á mediante assinatura em livro de termo de posse.

§ 5o Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-se a partir da data do término do prazo de gestão anterior.

§ 6o Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Administra-ção permanecerá no exercício da função até a investidura de substituto.

§ 7o No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro, o substi-tuto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e servirá até a designação do novo representante, exceto no caso do representante dos empregados.

§ 8o O suplente do representante dos empregados exercerá suas fun-ções apenas no caso de vacância definitiva do seu titular.

§ 9o Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Adminis-tração farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desem-penho da função.

§ 10. Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previs-tos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho de Administração que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito.

Art. 13. Compete ao Conselho de Administração: I - fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH; II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da EBSERH, políti-

cas gerais e programas de atuação a curto, médio e longo prazo, em har-

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Legislação Aplicada à EBSERH A Opção Certa Para a Sua Realização 4

monia com a política de educação, com a política de saúde e com a política econômico-financeira do Governo Federal;

III - aprovar o regimento interno da EBSERH, que deverá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de aprovação de opera-ções;

IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos e acompanhar a sua execução;

V - aprovar os contratos previstos no art. 6o da Lei no 12.550, de 2011; VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações sobre os

resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os principais projetos por esta apoiados;

VII - autorizar a contratação de auditores independentes; VIII - opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Fazen-

da, por intermédio do Ministro de Estado da Educação: a) o relatório de administração e as demonstrações contábeis anuais

da EBSERH; b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; c) a proposta de criação de subsidiárias; e d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que envolva a

EBSERH. IX - deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social da EBSE-

RH; X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: a) o regulamento de licitação; b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as normas

sobre apuração de responsabilidade; c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas autorizadas;

e d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras parce-

las que componham a retribuição de seus empregados; XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bens imóveis e

valores mobiliários; XII - autorizar a contratação de empréstimos no interesse da EBSERH; XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna, após aprovação

da Controladoria Geral da União; e XIV - dirimir questões em que não haja previsão estatutária, aplicando,

subsidiariamente, a Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente,

mensalmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros.

§ 1o O Conselho somente deliberará com a presença da maioria abso-luta dos seus membros.

§ 2o As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quorum do § 1o, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade.

CAPÍTULO VI DA DIRETORIA

Art. 15. A EBSERH será administrada por uma Diretoria Executiva, composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados e destituí-veis, a qualquer tempo, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Educação.

§ 1o A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante assina-tura em livro de termo de posse.

§ 2o O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - idoneidade moral e reputação ilibada; II - notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção hospitalar e

do ensino em saúde; e III - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade

profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. Art. 16. Compete à Diretoria: I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH e de-

cidir, por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas de coordena-ção, sobre operações de responsabilidade situadas no respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;

II - propor e implementar as linhas orientadoras da ação da EBSERH; III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração o orçamento e

programa de investimentos da EBSERH; IV - deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível de alçada

decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;

V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer normas e delegar poderes;

VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de Administração propostas de aquisição, alienação e oneração de bens imóveis e valores mobiliários;

VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua compe-tência;

VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encerramento de exer-cício;

IX - autorizar a realização de acordos, contratos e convênios que cons-tituam ônus, obrigações ou compromissos para a EBSERH, exceto os constantes do art. 6o da Lei no 12.550, de 2011; e

X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser submetidas ao Conselho de Administração.

Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo Presidente da EBSERH, deliberando com a presença da maioria de seus membros.

§ 1o As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos e regis-tradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade.

§ 2o O Presidente poderá vetar as deliberações da Diretoria, subme-tendo-as, neste caso, ao Conselho de Administração.

Art. 18. Compete ao Presidente: I - representar a EBSERH, em juízo ou fora dele, podendo delegar essa

atribuição, em casos específicos, e, em nome da entidade, constituir man-datários ou procuradores;

II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria; III - coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo delegar

competência executiva e decisória e distribuir, entre os Diretores, a coorde-nação dos serviços da empresa;

IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e serviços da EBSERH, de acordo com a organização interna e a respectiva distribui-ção de competências estabelecidas pela Diretoria;

V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos com-preendidos na administração de pessoal, de acordo com as normas e critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no todo ou em parte;

VI - designar substitutos para os membros da Diretoria, em seus impe-dimentos temporários, que não possam ser atendidos mediante redistribui-ção de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu preenchimento; e

VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administração relató-rio das atividades da EBSERH.

Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na direção e coor-denação das atividades da EBSERH e exercer as tarefas de coordenação que lhe forem atribuídas em regimento ou delegadas pelo Presidente.

Art. 20. Os contratos que a EBSERH celebrar ou em que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por parte da empresa serão assinados pelo Presidente, em conjunto com um Diretor.

§ 1o Os títulos ou documentos emitidos em decorrência de obrigações contratuais, bem como os cheques e outras obrigações de pagamento serão assinados pelo Presidente, que poderá delegar esta atribuição.

§ 2o Na hipótese de delegação da atribuição referida no § 1o, os títu-los, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, pelo menos, duas assinaturas.

CAPÍTULO VII DO CONSELHO FISCAL

Art. 21. O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EBSERH, compõe-se de três membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo:

I - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, que e-xercerá a sua presidência;

II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e III - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda como re-

presentante do Tesouro Nacional. § 1o A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á mediante

registro na ata da primeira reunião de que participarem. § 2o O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois anos

contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período.

§ 3o Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.

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Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal: I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administrado-

res e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; II - opinar sobre o relatório anual da administração e demonstrações fi-

nanceiras do exercício social; III - opinar sobre a modificação do capital social, planos de investimen-

to ou orçamentos de capital, transformação, incorporação, fusão ou cisão; IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os erros, fraudes ou

crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis; V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demons-

trações financeiras elaboradas periodicamente pela EBSERH; e VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamentária, poden-

do examinar livros e quaisquer outros documentos e requisitar informações. § 1o A Diretoria e o Conselho de Administração são obrigados a dis-

ponibilizar, por meio de comunicação formal, aos membros em exercício do Conselho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios de execução do orçamento.

§ 2o O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, ex-traordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente.

§ 3o Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a nomeação de novo membro.

§ 4o Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito.

CAPÍTULO VIII

DO CONSELHO CONSULTIVO Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da EBSERH que

tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, e é constituído pelos seguintes membros:

I- o Presidente da EBSERH, que o preside; II - dois representantes do Ministério da Educação; III - um representante do Ministério da Saúde; IV - um representante dos usuários dos serviços de saúde dos hospi-

tais universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional de Saúde; V - um representante dos residentes em saúde dos hospitais universitá-

rios federais, indicado pelo conjunto de entidades representativas; VI - um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado pela ANDI-

FES; e VII - um representante dos trabalhadores dos hospitais universitários

federais administrados pela EBSERH, indicado pela respectiva entidade representativa.

§ 1o Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bienalmen-te pelos respectivos órgãos e entidades e designados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo sua investidura feita mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem.

§ 2o A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo não será remunerada e será considerada como função relevante, assegu-rado o reembolso das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.

Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo: I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e estratégias da

EBSERH, orientando o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas atribuições;

II - propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas de atu-ação ou outras medidas, orientando para que a EBSERH atinja os objetivos para a qual foi criada;

III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da EBSERH; e IV - assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em suas fun-

ções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação das estratégias de ação da EBSERH.

Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de Administra-ção, ou a pedido de um terço dos seus membros.

CAPÍTULO IX DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E

DOS LUCROS Art. 26. O exercício social da EBSERH coincidirá com o ano civil. Art. 27. A EBSERH levantará demonstrações financeiras e procederá à

apuração do resultado em 31 de dezembro de cada exercício. Art. 28. Do resultado do exercício, feita a dedução para atender a pre-

juízos acumulados e a provisão para imposto sobre a renda, o Conselho de Administração proporá ao Ministro de Estado da Fazenda a sua destinação, observando a parcela de cinco por cento para a constituição da reserva legal, até o limite de vinte por cento do capital social.

Parágrafo único. Os prejuízos acumulados devem, preferencialmente, ser deduzidos do capital social.

CAPÍTULO X

DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL Art. 29. A estrutura organizacional da EBSERH e a respectiva distribui-

ção de competências serão estabelecidas pelo Conselho de Administração, mediante proposta da Diretoria Executiva.

Parágrafo único. O órgão de auditoria interna da EBSERH vincula-se diretamente ao Conselho de Administração.

Art. 30. Aplica-se ao pessoal da EBSERH o regime jurídico estabeleci-do pela legislação vigente para as relações de emprego privado.

Parágrafo único. O ingresso do pessoal far-se-á mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas expedidas pela Diretoria, respeitado o disposto no art. 10 da Lei nº 12.550, de 2011.

CAPÍTULO XI

DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Art. 31. Os membros do Conselho de Administração, da Diretoria Exe-

cutiva, do Conselho Fiscal e os ocupantes de cargos de confiança, direção, assessoramento ou chefia, ao assumirem suas funções, apresentarão declaração de bens e renda, anualmente renovada.

Art. 32. A EBSERH, na forma previamente definida pelo Conselho de Administração, assegurará aos integrantes e ex-integrantes dos Conselhos de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva a defesa em processos judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou função, nos casos em que não houver incompatibili-dade com os interesses da empresa.

Parágrafo único. A defesa prevista no caput aplica-se, no que couber, e a critério do Conselho de Administração, aos empregados ocupantes e ex-ocupantes de cargo ou de função de confiança.

Art. 33. A EBSERH rege-se pela Lei no 12.550, de 2011, pela Lei no 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que lhe sejam aplicáveis.

3 Regimento Interno da EBSERH.

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares –EBSERH, empre-

sa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, autorizada pela Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, e com Estatuto Social aprovado pelo Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011, reger-se-á pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis e pelos dispositi-vos constantes deste Regimento.

Parágrafo único. A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal,

e atuação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e representações no país.

Art. 2º A EBSERH tem por finalidade a prestação de serviços gratuitos de

assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêu-tico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pes-quisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária.

§1º As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de

que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde -SUS.

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§2º No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a

EBSERH observará as diretrizes e políticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

§3º A execução das atividades da EBSERH dar-se-á por meio da cele-

bração de contrato específico para este fim, pactuado de comum acordo entre a EBSERH e cada uma das instituições de ensino ou instituições congêneres.

Art. 3º O prazo de duração da EBSERH é indeterminado. Art. 4º A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das empresas

privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, traba-lhistas e tributárias.

Art. 5º A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas finalida-

des, competindo-lhe, particularmente: I. administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de assis-

tência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, integralmente disponibilizados ao Sistema Único de Saúde;

II. prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras institui-

ções públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, em consonância com as diretrizes do Poder Executivo;

III. apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições fe-

derais de ensino superior e de outras instituições públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implementação de residência médica ou multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS;

IV. prestar serviços de apoio à geração doconhecimento em pesquisas

básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições públicas congêneres;

V. prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais univer-

sitários e federais e a outras instituições públicas congêneres, com a imple-mentação de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitati-vos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e

VI. exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. CAPÍTULO II - DAS INSTÂNCIAS DE GOVERNANÇA Seção I Da Estrutura Organizacional Art. 6º Para cumprimento das suas competências legais, a EBSERH a-

presenta a seguinte estrutura de governança: §1º Órgãos de administração: I. Conselho de Administração; II. Diretoria Executiva composta por: a) Presidência: b) Diretoria de Atenção à Saúde e Gestão de Contratos; c) Diretoria de Logística e Infraestrutura Hospitalar; d) Diretoria Administrativa Financeira; e) Diretoria de Gestão de Pessoas; e f) Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação III. Conselho Consultivo.

§2º Órgãos de fiscalização: a) Conselho Fiscal; b) Auditoria Interna. Seção II Dos Órgãos de Administração Art. 7º Os órgãos de administração da EBSERH serão integrados por

brasileiros dotados de notórios conhecimentos, inclusive sobre as melhores práticas de governança corporativa, experiência, idoneidade moral, reputação ilibada e capacidade técnica compatível com o cargo, todos residentes no País.

§1º Os membros da Diretoria-Executiva deverão ter experiência profissio-

nal mínima de 10 anos em suas respectivas áreas de atuação. §2º A experiência a que alude o parágrafo anterior deverá ser comprova-

da através de declarações, documentos e certidões públicas ou particulares. Art. 8º Não podem participar dos órgãos de administração da EBSERH,

além dos impedidos por lei: I. os que detenham controle ou participação relevante no capital social de

pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente anterior à data da eleição ou nomeação;

II. os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonegação

fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;

III. os declarados inabilitados para cargos de administração em empresas

sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da admi-nistração pública direta e indireta;

IV. os declarados falidos ou insolventes; V. os que detiveram o controle ou participaram da administração de pes-

soa jurídica concordatária,falida ou insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou administrador judicial;

VI. sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o

terceiro grau, de membro do Conselho de Administração, da Diretoria Execu-tiva e do Conselho Fiscal; e

VII. os que tiverem interesse conflitante com a sociedade. §1º Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir em

operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sociedades de que detenham o controle ou participação superior a cinco por cento do capital social.

§2º O impedimento referido no §1º aplica-se, ainda, quando se tratar de

empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamente anterior à investidura na EBSERH, cargo de gestão.

Subseção IDo Conselho de Administração Art. 9ºO órgão de orientação superior da EBSERH é o Conselho de Ad-

ministração, composto por nove membros, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a seguintecomposição:

I. três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo

que um será o Presidente do Conselho e outro substituto nas suas ausências e impedimentos;

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II. o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presidência do Conselho, ainda queinterinamente;

III. um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orça-

mento e Gestão; IV. dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde; V. um representante dos empregados e respectivo suplente, na forma da

Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e VI. um membro indicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das

Instituições Federais de Ensino Superior -ANDIFES, sendo reitor de universi-dade federal ou diretor de hospital universitário federal.

§1º O prazo de gestão dos membros do Conselhode Administração será

de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período.

§2º O representante dos empregados, de que trata o inciso V deste arti-

go, e seu respectivo suplente, serão escolhidos dentre os empregados ativos da EBSERH, pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada pela empresa em conjunto com as entidades sindicais que os representem, na forma da Lei no 12.353, de 2010, e sua regulamentação.

§3º O representante dos empregados não participará das discussões e

deliberações sobre assuntos que envolvam relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais ou de previdência complemen-tar, hipóteses em que fica configurado o conflito de interesse, sendo tais assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para tal fim.

§4º A investidura dos membros do Conselho de Administração far-se-á

mediante assinatura em livro de termo de posse. §5º Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-se a partir

da data do término do prazo de gestão anterior. §6º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Administração

permanecerá no exercício da função até a investidura de substituto. §7º No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro, o substituto

será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e servirá até a designação do novo representante, exceto no caso do representante dos empregados.

§8º O suplente do representante dos empregados exercerá suas funções

apenas no caso de vacância definitiva do seu titular. §9º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Administração

farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remune-ração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigató-rio, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.

§10 Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em

lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho de Administração que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de força maior ou caso fortuito.

§11 Por tratar-se de um órgão colegiado, os atos do Conselho de Admi-

nistração dependerão de deliberação da maioria dos presentes, tomada em reunião

regularmente convocada e instalada. Art. 10 O Conselho de Administração aprovará em ato próprio seu Regi-

mento Interno. Art. 11 Compete ao Conselho de Administração: I. fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH; II. examinar e aprovar, por proposta do Presidente da EBSERH, políticas

gerais e programas de atuação a curto, médio e longo prazo, em harmonia com a política de educação, com a política de saúde e com a política econô-mico-financeira do Governo Federal;

III. aprovar o regimento interno da EBSERH e suas alterações superveni-

entes, que deverá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de aprovação de operações;

IV. aprovar o orçamento e programa de investimentos e acompanhar a

sua execução; V. aprovar os contratos previstos no art. 6º da Lei nº 12.550, de 15 de de-

zembro de 2011; VI. apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações sobre os

resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os principais projetos por esta apoiados;

VII. autorizar a contratação de auditores independentes; VIII. opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Fazenda,

por intermédio do Ministro de Estado da Educação: a) o relatóriode administração e as demonstrações contábeis anuais da

EBSERH; b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; c) a proposta de criação de subsidiárias; e d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que envolva a

EBSERH. IX. deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social da EBSERH; X. deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: a) o regulamento de licitação; b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as normas

sobre apuração de responsabilidade; c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas autorizadas; e d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras parcelas

que componham a retribuição de seus empregados; XI. autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bensimóveis e valo-

res mobiliários; XII. autorizar a contratação de empréstimos no interesse da EBSERH; XIII. designar e destituir o titular da auditoria interna, após aprovação da

Controladoria Geral da União; e XIV. dirimir questões em que não haja previsão estatutária,aplicando,

subsidiariamente, a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Art. 12 O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, men-

salmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de,pelo menos, quatro de seus membros.

§1º O Conselho somente deliberará com a presença da maioria absoluta

dos seus membros. §2º As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples de

votos dos presentes, respeitado o quórumdo § 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade.

Subseção II Da Diretoria Executiva

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Legislação Aplicada à EBSERH A Opção Certa Para a Sua Realização 8

Art. 13 A EBSERH será administrada por uma Diretoria Executiva, com-

posta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Educação.

§1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante assinatura

em livro de termo de posse. §2º O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados dentre brasi-

leiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I. idoneidade moral e reputação ilibada; II. notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção hospitalar e do

ensino em saúde; e III. mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-

fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. Art. 14 Compete à Diretoria: I. administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH e decidir,

por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas de coordenação, sobre operações de responsabilidade situadas no respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;

II. propor e implementar as linhas orientadoras da ação da EBSERH; III. apreciar e submeter ao Conselho de Administração o orçamento e

programa de investimentos da EBSERH; IV. deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível de alçada de-

cisória estabelecido pelo Conselho de Administração; V. autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis, exceto

valores mobiliários, podendo estabelecer normas e delegar poderes; VI. analisar e submeter à aprovação do Conselho de Administração pro-

postas de aquisição, alienação e oneração de bens imóveis e valores mobiliá-rios;

VII. estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua competên-

cia; VIII. elaboraras demonstrações financeiras de encerramento de exercício; IX. autorizar a realização de acordos, contratos e convênios que constitu-

am ônus, obrigações ou compromissos para a EBSERH, exceto os constan-tes do art. 6º da Lei no 12.550, de 15 de dezembro de 2011;

X. pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser submetidas ao

Conselho de Administração; XI. fornecer todas e quaisquer informações solicitadas por conselheiro do

Conselho de Administração; XII. fornecer ao Conselho de Administração os recursos necessários ao

seu funcionamento; e XIII. instituir a Comissão de Ética da EBSERH. Art. 15 A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e,

extraordinariamente, sempre que convocada pelo Presidente da EBSERH, deliberando com a presença da maioria de seus membros.

§1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos e

registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade.

Subseção III - Do Conselho Consultivo

Art. 16 O Conselho Consultivo é o órgão permanente daEBSERH que

tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, e é constituído pelos seguintes membros:

I. o Presidente da EBSERH, que o preside; II. dois representantes do Ministério da Educação; III. um representante do Ministério da Saúde; IV. um representante dos usuários dos serviços de saúde dos hospitais

universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional de Saúde; V. um representante dos residentes em saúde dos hospitais universitários

federais, indicado pelo conjunto de entidades representativas; VI. um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado pela ANDIFES; e VII. um representante dos trabalhadores dos hospitais universitários fede-

rais administrados pela EBSERH, indicado pela respectiva entidade represen-tativa.

§1º Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bienalmente

pelos respectivos órgãos ou entidades e designados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo sua investidura feita mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem.

§2º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo

não será remunerada e será considerada como função relevante, assegurado o reembolso das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempe-nho da função.

Art. 17 Compete ao Conselho Consultivo: I. opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e estratégias da

EBSERH, orientando o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas atribuições;

II. propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas de atua-

ção ou outras medidas, orientando para que a EBSERH atinja os objetivos para a qual foi criada;

III. acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da EBSERH; e IV. assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em suas funções,

sobretudo na formulação, implementação e avaliação das estratégias de ação da EBSERH.

Art. 18O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo menos

uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo presi-dente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de Administração, ou a pedido de um terço dos seus membros.

Seção III Dos Órgãos de Fiscalização Subseção I Do Conselho Fiscal Art. 19 O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EBSERH, com-

põe-se de três membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo:

I. um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, que exerce-

rá a sua presidência; II. um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e III. um membro indicado pelo Ministro de Estado daFazenda como repre-

sentante do Tesouro Nacional. §1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á mediante re-

gistro na ata da primeira reunião de que participarem.

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Legislação Aplicada à EBSERH A Opção Certa Para a Sua Realização 9

§2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo

ser reconduzidos por igual período. §3º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal farão jus a

honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores daEBSERH, além do reembolso, obrigatório, das des-pesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.

Art. 20 Cabe ao Conselho Fiscal: I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores

e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; II. opinar sobre o relatório anual da administração e demonstrações finan-

ceiras do exercício social; III. opinar sobre a modificação do capital social, planos de investimento

ou orçamentos de capital, transformação, incorporação, fusão ou cisão; IV. denunciar, por qualquer de seus membros, os erros, fraudes ou cri-

mes que descobrirem, e sugerir providências úteis; V. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstra-

ções financeiras elaboradas periodicamente pela EBSERH; e VI. acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamentária, po-

dendo examinar livros e quaisquer outros documentos e requisitar informa-ções.

§1º A Diretoria e o Conselho de Administração são obrigados a disponibi-

lizar, por meio de comunicação formal, aosmembros em exercício do Conse-lho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e demais demonstra-ções financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios de execução do orçamento.

§2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extra-

ordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente. §3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os membros efe-

tivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a no-meação de novo membro.

§4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em

lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito.

Subseção II Da Auditoria Interna Art. 21 O órgão de Auditoria Interna da EBSERH vincula-se diretamente

ao Conselho de Administração, nos termos do art. 15, § 3º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000 e terá suporte administrativo da Presidência da EBSERH, que proverá os meios e condições necessárias à execução das suas atribuições, competindo-lhe:

I. elaborar e submeter à aprovação do Conselho de Administração da

EBSERH o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna–PAINT, de acordo com o disposto na legislação;

II. elaborar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna –RAINT,

e apresentar ao Conselho de Administração da EBSERH, de acordo com o disposto na legislação;

III. estabelecer estratégias com o objetivo de avaliar a legalidade e acom-

panhar os resultados da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e de recursos humanos da matriz e unidades descentralizadas da EBSERH;

IV. definir metase procedimentos para auditoria e fiscalização, por meio

de ações preventivas e corretivas na matriz e unidades descentralizadas da EBSERH;

V. definir estratégias para a execução de Ações de Controle nas entida-

des públicas e privadas sob contrato de gestão com a matriz e unidades descentralizadas da EBSERH;

VI. examinar e emitir parecer quanto à Prestação de Contas semestral da

EBSERH; e VII. elaborar e encaminhar anualmente, ou sempre que solicitado, ao

Conselho de Administração e ao Presidente da EBSERH, relatórios gerenciais e operacionais das auditorias realizadas, das decisões e recomendações proferidas pelos órgãos de controle interno e externo e propor medidas pre-ventivas e corretivas.

Parágrafo único. A nomeação, designação, exoneração ou dispensa do

AuditorGeral, titular da Unidade de Auditoria Interna será submetida, pelo Presidente da EBSERH, à aprovação do Conselho de Administração, e após, à aprovação da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15, §5º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.

Subseção III Da Organização Interna Art. 22 A estrutura organizacional da EBSERH será estabelecida no or-

ganograma aprovado pelo Conselho de Administração, assim como o Plano de Cargos Carreiras e Salários, Plano de Benefícios e Plano de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas.

§1º Após aprovação pelo Conselho de Administração os Planos serão

submetidos à aprovação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério do Trabalho.

§2º Alterações na estrutura organizacional e as respectivas mudanças na

distribuição de competências poderão ser estabelecidas a qualquer tempo pelo Conselho de Administração, mediante proposta da Diretoria Executiva.

CAPÍTULO IIIDO CORPO DIRETIVO Art. 23 O corpo diretivo da EBSERH é constituído pelo Presidente e pelos

Diretores que compõem a Diretoria Executiva. Seção I Da Presidência Art. 24 São estruturas de assessoria diretamente vinculadas à Presidên-

cia: I. a Chefia de Gabinete II. a Coordenadoria Jurídica; III. a Assessoria de Planejamento e Avaliação; IV. a Assessoria de Comunicação; e V. a Ouvidoria. Parágrafo único. Compete aos Assessores auxiliarem a autoridade a que

estão subordinados no exercício de suas respectivas atribuições. Art. 25 Ao Presidente compete: I. representar a EBSERH, em juízo ou fora dele,podendo delegar essa a-

tribuição, em casos específicos, e, em nome da entidade, constituir mandatá-rios ou procuradores;

II. convocar e presidir as reuniões da Diretoria; III. coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo delegar

competência executiva e decisória e distribuir, entre os Diretores, a coordena-ção dos serviços da empresa;

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IV. editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e serviços da EBSERH, bem como aprovar a regulamentação do quadro de pessoal de cada Diretoria;

V. editar normas de acordo com a organização interna e a respectiva dis-

tribuição de competências estabelecidas pela Diretoria; VI. admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos compre-

endidos na administração de pessoal, de acordo com as normas e critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no todo ou em parte;

VII. designar substitutos para os membros da Diretoria, em seus impedi-

mentos temporários, que não possam ser atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu preenchimento;

VIII. submeter, por critério de relevância matérias da Diretoria Executiva

ao Conselho de Administração e apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administração, relatório das atividades da EBSERH;

IX. submeter a nomeação, designação, exoneração ou dispensa do Audi-

tor Geral, titular da Unidade de Auditoria Interna, à aprovação do Conselho de Administração, e, após, à aprovação da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15, § 5º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000;

X. aprovar o Código de Ética da EBSERH; XI. emitir portarias e resoluções necessárias ao cumprimento das metas

da EBSERH e autorizar a divulgação das decisões da empresa, quando for o caso;

XII. constituir comissões especiais temporárias, integradas por conselhei-

ros ou especialistas, para realizarem estudos de interesse da EBSERH; XIII. operacionalizar a criação de subsidiárias, escritórios, representa-

ções, dependências e filiais em outras unidades da Federação para o desen-volvimento de atividades inerentes ao seu objeto social, conforme §1oe §2odo artigo 1oda Lei no12.550, de 15 de dezembro de 2011, bem como extingui-las, nos termos da legislação vigente;

XIV. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desem-

penho, aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000;

XV. assinar conjuntamente com um diretor os contratos que a EBSERH

celebrar ou em que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por parte da Empresa;

XVI. assinar os títulos ou documentos emitidos em decorrência de obri-

gações contratuais, bem como os cheques e outras obrigações de pagamento ou delegar essa atribuição; e

XVII. outras atribuições previstas no Estatuto e Regimento da EBSERH. Parágrafo único. Na hipótese de delegação da atribuição referida no §1º,

os títulos, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, pelo menos, duas assinaturas.

Art. 26 Nas suas ausências e impedimentos, o Presidente será substituí-do por Diretor por eledesignado dentre os membros da Diretoria Executiva.

Art. 27 Compete à Chefia de Gabinete: I. prestar assistência direta e imediata ao Presidente, no preparo, na aná-

lise e despacho do expediente; II. organizar as agendas, preparar a documentação e supervisionar o se-

cretariado das reuniões do Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Conselho Consultivo e da Diretoria Executiva, lavrar as respectivas atas, controlar os documentos pertinentes e divulgar as decisões do colegiado;

III. subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamentos públicos da Pre-

sidência e auxiliar o Presidente na preparação de documentos para apresen-

tação em eventos internos e externos à EBSERH; IV. participar de grupos de trabalho, reuniões e acompanhamento de pro-

jetos e atividades desenvolvidos no âmbito das Assessorias da Presidência; V. redigir, revisar e movimentar correspondências e outros documentos

do Presidente; VI. responder pela gestão interna do Gabinete da Presidência, garantindo

a infraestrutura e suporte necessários ao seu funcionamento, em articulação com as demais Assessorias e Assessores da Presidência;

VII. acompanhar e orientar as ações e matérias de interesse da Empresa

relativas a assuntos legislativos; e VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 28 Compete à Coordenadoria Jurídica: I. assessorar juridicamente o Presidente, a Diretoria Executiva, o Conse-

lho de Administração, o Conselho Fiscal e o Conselho Consultivo da EBSE-RH;

II. responder pela advocacia preventiva na EBSERH, atendendo e pro-

pondo soluções jurídicas paraa empresa; III. supervisionar, bem como estabelecer as teses jurídicas das unidades

hospitalares geridas pela Empresa, subsidiárias, escritórios, representações, dependências e filiais;

IV. representar a Empresa judicial e extrajudicialmente, com a outorga do

Presidente, coordenando a representação ativa e passiva da EBSERH na via judicial e administrativa;

V. emitir parecer jurídico relativo à publicação de editais, dispensas e ine-

xigibilidades de licitação, bem como quanto à formalização de contratos, convênios,acordos, ajustes e instrumentos congêneres, inclusive quanto aos aspectos de legalidade e conformidade da instrução processual;

VI. elaborar informações em mandado de segurança, a ser assinado por

autoridade competente que estiver sendo demandada no âmbito da EBSERH; VII. analisar e emitir parecer jurídico referente à legalidade de conclusões

de relatórios de comissões de sindicância e consequentes proposições de medidas disciplinares ou imputação de responsabilidade administrativa ou civil;

VIII. acompanhar a atualização de legislação de interesse da Empresa; IX. examinar previamente a legalidade dos atos relativos ao direito de

pessoal e assessorar a Diretoria de Gestão de Pessoas; X. defender os integrantes e ex-integrantes dos Conselhos de Adminis-

tração e Fiscal e da Diretoria Executiva em processos judiciais e administrati-vos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou função, nos casos em que não houver incompatibilidade com os interesses da empresa;

XI. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 29 Compete à Assessoria de Planejamento e Avaliação: I. assessorar a Presidência na formulação de políticas e diretrizes institu-

cionais e na coordenação do planejamento institucional; II. subsidiar e apoiar a Diretoria Executiva da EBSERH na coordenação

dos processos de planejamento estratégico, organizacional, avaliação e aperfeiçoamento institucional;

III. formular, promover e coordenar a elaboração de planos, programas e

projetos e garantir seu alinhamento no âmbito institucional, setorial e gover-namental;

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IV. promover a melhoria das práticas e processos organizacionais e a a-doção de instrumentos de monitoramento do desempenho;

V. coordenar e fornecer o suporte técnico ao processo de avaliação do

desempenho e das metas institucionais; VI. coordenar a participação da EBSERH no âmbito dos sistemas fede-

rais de planejamento, orçamento e de modernização da gestão do Governo Federal;

VII. articular e apoiar tecnicamente as ações de fortalecimento institucio-

nal e estruturação de áreas e processos; VIII. participarda elaboração da proposta orçamentária anual da EBSE-

RH; IX. coordenar e elaborar o plano de ação da EBSERH; X. coordenar a elaboração do Relatório de Gestão e do Balanço Geral da

União; XI. assessorar a Diretoria Executiva da EBSERH na definição dos crité-

rios para aprovação e priorização de projetos, cooperações, convênios e instrumentos afins;

XII. coordenar o monitoramento e a avaliação dos programas, projetos e

convênios aprovados pela Diretoria Executiva; XIII. promover diagnósticos, estabelecer referências e indicadores que

permitam embasamento e melhor compreensão do progresso das finalidades da Empresa e

XIV. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 30 Compete à Assessoria de Comunicação: I. elaborar e acompanhar a execução do Plano de Comunicação Social

da EBSERH; II. planejar, coordenar e supervisionar as atividades de comunicação so-

cial da Empresa, no que compete às ações relacionadas com imprensa, publicidade e relações públicas;

III. promover a divulgação da imagem, missão e objetivos estratégicos da

EBSERH junto ao público interno e externo; IV. prestar assessoramento à Direção da Empresa em assuntos relacio-

nados à comunicação social; V. divulgar as informações institucionais sobre a EBSERH na internet, por

todos os meios, observando os preceitos da transparência administrativa, e em articulação com o Ministério da Educação e Ministério da Saúde, observa-das as diretrizes governamentais;

VI. difundir, em articulação com as unidades hospitalares vinculadas, os

objetivos e ações executadas pela Empresa; VII. coordenar a elaboração da Mensagem Presidencial e VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 31 Compete à Ouvidoria: I. coordenar o atendimento aos cidadãos em geral, direta ou indiretamen-

te relacionados à EBSERH, dando encaminhamento às reclamações, críticas, elogios, sugestões ou denúncias, visando o aperfeiçoamento do modelo administrativo, das ações institucionais e a constante melhoria dos processos, a qual será objeto de regulamento específico e;

II. prestar informações ao público sobre a EBSERH em cumprimento à

Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;

§1º O titular da Ouvidoria da EBSERH, denominado Ouvidor-Geral, será de livre escolha do Presidente e deverá tratar com absoluta confidencialidade as informações recebidas, interagindo com os diversos setores para o aten-dimento das manifestações.

§2º As ouvidorias das unidades hospitalares se reportarão ao respectivo

diretor ou superintendente e integrarão um Sistema de Ouvidorias descentra-lizado, não sendo subordinadas entre si, mas atuandode forma articulada na padronização dos processos e na unificação dos dados nacionais para a produção de relatórios estatísticos e de gestão.

Seção IIDas Diretorias Art. 32 As Diretorias que compõem a EBSERH elaborarão seus Regula-

mentos próprios e o submeterão à aprovação da Diretoria Executiva. Parágrafo único. Os diretores indicarão seus substitutos legais, dentre os

coordenadores subordinados, e submeterão à aprovação do Presidente da EBSERH.

Art. 33 Compete à Diretoria de Atenção à Saúde e Gestãode Contratos: I. promover o alinhamento da EBSERH às políticas e diretrizes do Minis-

tério da Educação e do Ministério da Saúde; II. proceder a gestão dos contratos estabelecidos entre a EBSERH e insti-

tuições federais de ensino superior e instituições congêneres. III.promover a articulação com os gestores de saúde, no âmbito federal,

estadual e municipal, de forma a desenvolver suas ações em consonância com as políticas públicas de saúde e contribuir com a consolidação e aprimo-ramento do Sistema Únicode Saúde;

IV. proceder a gestão dos contratos estabelecidos entre os hospitais uni-

versitários federais e instituições congêneres e a gestão do SUS e definir metas de desempenho de prestação de serviços de saúde à população;

V.redefinir, em parceria com os gestores do SUS, hospitais universitários

federais e instituições congêneres, o modelo de atenção à saúde e o perfil assistencial das instituições, de acordo com as necessidades de saúde da população e em consonância com as políticas públicas de Saúde;

VI. articular com as instituições federais de ensino superior e instituições

congêneres a formulação e implementação de política de pesquisa, desenvol-vimento e inovação tecnológica em consonância com as políticas públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde;

VII.promover a articulação entre a atenção à saúde realizada nos hospi-

tais universitários federais e instituições congêneres e a produção de conhe-cimento e formação de recursos humanos na área da saúde;

VIII. apoiar a estruturação dos hospitais universitários federais e institui-

ções congêneres para o processo de certificação como Hospital de Ensino; IX. apoiar a institucionalização da pesquisa e do processo de capacitação permanente dos profissionais de acordo com as diretrizes do SUS, em

parceria com as universidades; X. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempe-

nho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000; e

XI. apoiar o Ministério da Educação no processo de certificação dos Hos-

pitais de Ensino. Art. 34 Compete à Diretoria de Logística e Infraestrutura Hospitalar: I. planejar, coordenar e implementar os processos envolvidos no provi-

mento de adequadas condições de infraestrutura física e de equipamentos, bem como de suprimento dos insumos necessários ao funcionamento da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados;

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II. propor e implementar política de gestão de infraestrutura física, tecno-logias duras e insumos para os hospitais universitários federais e instituições congêneres, orientada na ampliação e qualificação do seu parque tecnológico, incorporação e uso racional de insumos e novas tecnologias;

III. articular, junto às demais Diretorias da EBSERH de forma a otimizar

os processos de definição e aquisição de insumos e novas tecnologias; IV. articular junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

(FNDE), Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-sa), Inmetro e outros afins, de forma a otimizar os processos de definição e aquisição de insumos e novas tecnologias;

V. submeter ao Conselho de Administração da EBSERH as propostas de

implementação de infraestrutura e aquisição de insumos e novas tecnologias; VI. contribuir junto às demais Diretorias na formulação e implementação

da política de recursos humanos da EBSERH com ênfase na área de infraes-trutura, logística e gestão de tecnologias;

VII. coordenar o processo de articulação para o planejamento, a logística

e a manutenção de tecnologias e insumos junto aos hospitais universitários federais e instituições congêneres;

VIII. estabelecer normas técnicas e delegar poderes, no âmbito de suas

competências; IX. contribuir com o processo de monitoramento e avaliação da EBSERH;

e X. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempe-

nho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.

Art. 35 Compete à Diretoria Administrativa e Financeira: I. planejar, coordenar, gerenciar e implementar as políticas de gestão

administrativa, orçamentária, financeira e contábil no âmbito da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados;

II. planejar e articular as diretrizes administrativas entre a EBSERH, hos-

pitais universitários federais e instituições congêneres, garantindo as condi-ções de cumprimento de sua missão institucional;

III. definir as políticas de gestão administrativa, orçamentária,financeira e

contábil no âmbito da EBSERH e das unidades hospitalares por ela adminis-trados;

IV. planejar, junto às demais Diretorias, monitorar a execução e acompa-

nhar o desempenho do orçamento da Empresa, subsidiando o Presidente, o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal com as informações neces-sárias para a tomada de decisões;

V. elaborar o orçamento da Empresa de acordo com o planejamento plu-

rianual pré-estabelecido; VI. realizar o gerenciamento financeiro, cuidando para a saúde financeira

daEBSERH; VII. realizar o registro e gerenciamento contábil da Empresa, de forma a

possibilitar a transparência dos resultados institucionais; VIII. acompanhar os custos hospitalares de cada unidade produtiva da

EBSERH, cuidando para a maior eficiência douso dos recursos financeiros; IX. estabelecer metodologias, fluxos e diretrizes de gerenciamento de

compras e aquisições de bens e contratação de serviços necessários para subsidiar o funcionamento da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados;

X. elaborar, gerenciar e estabelecer normatizações e metodologias de

controle de contratos, serviços e recursos no âmbito da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados, zelando pelo seu cumprimento integral;

XI. gerenciar o patrimônio da Empresa, inventariando e zelando pela ma-

nutenção de seus bens; XII. implementar a política organizacional definida pelas instâncias com-

petentes da EBSERH; e XIII. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desem-

penho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.

Art. 36 Compete à Diretoria de Gestão de Pessoas: I. propor e gerir a Política de Gestão de Pessoas da EBSERH; II. planejar, administrar e desenvolver a força de trabalho própria (celetis-

ta) e cedida (estatutária) da sede, filiais ou quaisquer outras unidades hospita-lares da EBSERH que venham a ser criadas;

III. contribuir com todas as instâncias de gestão da EBSERH no processo

de planejamento e avaliação das ações e de desenvolvimento de atividades inerentes à gestão de pessoas;

IV. articular, com outras entidades públicas ou privadas, projetos e ações

com vista à melhoria dos processos de gestão de pessoas; V. identificar e sistematizar os processos de trabalho relacionados à ges-

tão de pessoas, no âmbito do funcionamento da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

VI. elaborar estudos para dimensionar, em consonância com os proces-

sos de trabalho, as necessidades quantitativas e qualitativas de recursos humanos para a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

VII. formular, propor e implementar política de contratação de recursos

humanos para a sede, filiais ouquaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas, por meio da elaboração de editais de concurso público, realização de processos seletivos e divulgação de seus resultados;

VIII. elaborar, propor e monitorar a aplicação do Plano de Cargos, Carrei-

rase Salários; do Plano Benefícios e do Plano de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da EBSERH para a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH;

IX. formular, propor e implementar política de formação, capacitação e

avaliação de recursos humanos para a sede, filiais ou quaisquer outras unida-des da EBSERH, em consonância com o Planejamento Estratégico da Institu-ição;

X. estabelecer processos e promover eventos e meios de integração en-

tre a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

XI. promover a integração, por meio de programas, tanto para os novos empregados como para os servidores dos demais regimes, lotados na sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

XII. estabelecer metodologiae monitorar a implantação do processo de

avaliação de desempenho para os empregados da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

XIII. estabelecer metodologia e monitorar a implantação do processo de

avaliação de estágio probatório para os empregados da sede, filiais ou quais-quer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

XIV. divulgar as normas, os procedimentos e os documentos técnicos re-

lacionados à política de recursos humanos da EBSERH;

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XV. promover a disseminação de informações sobre direitos e deveres dos empregados da EBSERH;

XVI. coordenar e monitorar a implementação das ações de Segurança e

Medicina do Trabalho no âmbito da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas;

XVII. articular juntamente com representantes de órgãos de classe e sin-

dicais, de forma a dar consecução às suas atribuições; XVIII. negociar acordos coletivos de trabaIho; e XIX. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desem-

penho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.

Art. 37 Compete à Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da In-

formação: I. coordenar a implantação e o desenvolvimento permanente de modelos

de gestão padronizados e unificados, com foco no processo assistencial e de formação de recursos humanos para a saúde;

II. coordenar o desenvolvimento e implantação de sistemas de informa-

ção para apoiar estes modelos de gestão, nas unidadeshospitalares adminis-tradas pela EBSERH;

III. coordenar, planejar, implementar e avaliar os fluxos e processos assis-

tenciais e administrativos da EBSERH e das unidades hospitalares vincula-das;

IV. desenvolver, em conjunto com as demais Diretorias, e implementar

procedimentos operacionais padrão para a EBSERH e unidades hospitalares vinculadas que auxiliem na gestão e monitoramento das ações permitindo um controle interno prévio e efetivo;

V. monitorar e avaliar os indicadores e metas de desempenho dos contra-

tos deprestação de serviços firmados entre a EBSERH e as universidades e instituições congêneres, em parceria com as demais diretorias;

VI. monitorar e avaliar os indicadores de desempenho dos contratos de

prestação de serviços de saúde firmados entre os hospitaise os gestores do SUS;

VII. coordenar, planejar, desenvolver ou contratar sistemas de informa-

ção, em discussão conjunta com as demais diretorias, que auxiliem na avalia-ção e implementação dos fluxos e processos de trabalhos da EBSERH;

VIII. planejar, implementar eavaliar os aplicativos de gestão e sistemas de

informação a serem utilizados pelas unidades hospitalares; IX. promover a integração dos dados das unidades hospitalares com o

sistema de informações da EBSERH; X. promover a integração dos sistemas de informações da EBSERH com

os sistemas de informação congêneres da Esfera Federal para a qualificação dos sistemas internos;

XI. planejar e implementar a segurança da logística física de equipamen-

tos e tecnologias das redes e sistemas de informação da EBSERH; XII. realizara gestão da informação no âmbito da EBSERH; XIII. elaborar e implementar o Plano Diretor de Tecnologia da Informação

e; XIV. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desem-

penho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.

Seção III Das Reuniões dos Conselhos Art. 38A inclusão de matérias na pauta da reunião ordinária dos Conse-

lhos de Administração, do Conselho Fiscal e do Conselho Consultivo serão solicitadas à Chefia

de Gabinete do Presidente até 72h (setenta e duas horas) antes do dia de realização das reuniões.

Art. 39 A pauta das reuniões será divulgada pela Chefia de Gabinete aos

demais Diretores e membros dos Conselhos até 5 (cinco) dias úteis antes do dia de realização das reuniões.

Art. 40 Em sendo encaminhada matéria fora do prazo previsto no art. 38,

caberá ao respectivo Conselho decidir pela sua deliberação em extra-pauta. Art. 41 As reuniões ordinárias dos Conselhos serão realizadas conforme

calendário aprovado por estes em reunião, em data previamente fixada, podendo vir a ser alterado, com a aprovação dos respectivos;

Art.42. O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, men-

salmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros.

§1º O Conselho somente deliberará com a presença da maioria absoluta

dos seus membros. §2º As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples de

votos dos presentes, respeitado o quorum do § 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade.

§3º A proposta de alteração deste Regimento Interno deverá ser aprova-

da em reunião do Conselho de Administração instalada com a presença da maioria dos membros.

Subseção I Das Reuniões da Diretoria Executiva Art. 43 As reuniões da Diretoria Executiva ocorrerão, ordinariamente, a

cada semana e extraordinariamente, sempre que convocadas pelo Presiden-te.

§1º O Presidente poderá alterar a data da reunião com a comunicação

prévia aos membros da Diretoria. §2º Em caso de ausências e eventuais impedimentos, participarão da re-

união, com direito a voto, seus substitutos. CAPÍTULO IVDO CONTRATO DE ADESÃO COM A EBSERH Art. 44 As instituições federais de ensino ou instituições congêneres ade-

rirão à EBSERH por meio de Termo de Adesão e Contrato. §1º O Termo de Adesão é o instrumento pelo qual a instituição federal de

ensino ou instituição congênere assume o compromisso de adesão ao projeto da EBSERH e lhe concede plenos poderes para a realização de diagnostico situacional do hospital, que precederá o estabelecimento do contrato.

§2º O contrato disposto no caput deste artigo conterá, entre outras: I. as obrigações dos signatários; II. as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução; III. a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, contendo

critérios e parâmetros a serem aplicados; IV. a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no cumprimento

de metas de desempenho e observância de prazos pelas unidades da EB-SERH, será usada para o aprimoramento de pessoal e melhorias estratégicas na atuação perante a população e as instituições federais de ensino ou institu-ições congêneres, visando ao melhor aproveitamento dos recursos destina-dos à EBSERH e;

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V. mecanismos de controle social; §3º o contrato será proposto pela Diretoria Executiva e aprovado pelo

Conselho de Administração. Art. 45 Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por intermédio

dos sítios da EBSERH e da entidade contratante na internet. Seção I Da Estrutura de Governança das Unidades Hospitalares adminis-

tradas pela EBSERH Art. 46. As unidades hospitalares administradas pela EBSERH em decor-

rência dos contratos previstos pelo Art. 6º da Lei nº 12.550, de 15 de dezem-bro de 2011 contarão com uma estrutura de governança constituída pela seguinte instância:

I. Um Colegiado Executivo composto: a) pelo Superintendente do hospital; b) pelo Gerente de Atenção à Saúde; c) pelo Gerente Administrativo; e d) pelo Gerente de Ensino e Pesquisa, quando se tratar de hospitais uni-

versitários ou de ensino. §1º Os cargos de Superintendente e de Gerentes serão de livre nomea-

ção; §2º O Superintendente, no caso dos Hospitais Universitários, será sele-

cionado pelo Reitor preferencialmente no quadro permanente da universidade contratante da EBSERH, obedecendo a critérios estabelecidos de titulação acadêmica e comprovada experiência em gestão pública na área de saúde, definidos em conjunto entre a Reitoria e a Empresa, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011.

§ 3º As Gerências serão ocupadas por pessoas selecionadas por um co-

mitê composto por membros da Diretoria Executiva da EBSERH e o Superin-tendente selecionado para a respectiva unidade hospitalar,a partir de análise curricular que comprove qualificação para o atendimento das competências específicas de cada Gerência.

§ 4º O modelo de estrutura de governança poderá ser redesenhado, em

se tratando de complexo hospitalar ou de alguma excepcionalidade detectada das unidades hospitalares, mediante aprovação do Conselho de Administra-ção.

Art. 47 Ao Colegiado Executivo das unidades hospitalares compete: I. propor, implementar e avaliar o planejamento de atividades de assis-

tência, ensino e pesquisa a serem desenvolvidas no âmbito do hospital, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela EBSERH, as orientações da universidade à qual o hospital estiver vinculado e às políticas de saúde e educação do país;

II. garantir a execução das diretrizes da EBSERH e o cumprimento dos

contratos firmados; III. elaborar, implementar, monitorar e avaliar o Plano Diretor da unidade

hospitalar; IV. estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua competên-

cia; V. intermediar o relacionamento da unidade hospitalar com a universida-

de e com a EBSERH; VI. fornecer todas e quaisquer informações requeridas pela Diretoria Exe-

cutiva da EBSERH; e VII. instituir as respectivas Comissões de Ética, nos termos da legislação

vigente. CAPÍTULO V - DO PESSOAL Art. 48 Integram o quadro de pessoal da sede da EBSERH os ocupantes

dos cargos de Presidente e Diretor estabelecidos no Estatuto da Empresa; os cargos ou funções gratificadas; os empregados públicos admitidos na forma do art. 10 da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011 e os servidores públicos requisitados de outros órgãos.

Parágrafo único. As formas e requisitos para ingresso na Empresa, a polí-

tica do desenvolvimento na carreira, a estratégia de remuneração e a política de concessão dos benefícios sociais a serem concedidos aos empregadosse-rão disciplinadas pelos Planos de Cargos, Carreiras e Salários; de Benefícios; de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas e pelo Regulamento de Pessoal da EBSERH.

Art. 49. Os empregados temporários contratados na forma dos arts.11,

§1º e §2º e 12 da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011 não farão parte do quadro de pessoal próprio da EBSERH e de seus escritórios, representa-ções, dependências, filiais e subsidiárias e, não poderão integrar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Empresa.

Art. 50. No âmbito da EBSERH, são vedadas as nomeações, contrata-

ções ou designações de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, até 3º (terceiro) grau, dos mem-bros dos conselhos, da diretoria executiva e ocupantes de cargos de livre provimento, salvo de servidor do quadro de pessoal da EBSERH na forma do art. 10 da Lei 12.550, de 15 de dezembro de 2011.

CAPÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 51 Todos os órgãos que integram a EBSERH deverão manter cola-

boração recíproca e intercâmbio de informações, a fim de permitir, da melhor forma, a consecução dos objetivos da empresa.

Art. 52 Os casos omissos e as dúvidas referentes à aplicação desse Re-

gimento Interno, não solucionadas no âmbito da Diretoria Executiva, serão dirimidas pela Presidência.

Art. 53 As regulamentações previstas neste Regimento deverão ser edi-

tadas no prazo de até 180 dias contados a partir da sua publicação. Art. 54O presente Regimento Interno entra em vigor na data da publica-

çãodo seu extrato no Diário Oficial da União e será disponibilizado, na íntegra, na página oficial da EBSERH.

REGIMENTO INTERNO Versão Atualizada Outubro –2012

fonte: http://ebserh.mec.gov.br/images/pdf/regimento_interno_atualizado_311012.pdf

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 1

1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRU-

ÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ARCABOUÇO LEGAL.

SAÚDE NO BRASIL: TRAJETÓRIAS DE UMA POLÍTICA ASSISTENCIAL

Ângelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira Elizabethe Cristina Fagundes de Souza

Introdução "A saúde é um direito de todos e um dever do Estado". Esta frase, cu-

nhada na atual Constituição Brasileira (1988) pode ser considerada como a representação de uma das maiores conquistas da sociedade brasileira no campo das políticas sociais.

Mas por que, somente em 1988 este direito foi conquistado? Por que a

saúde deve ser direito de todos? Por que o Estado tem que suprir seus cidadãos com assistência à saúde? E, mais ainda, por que isto não está acontecendo no Brasil?

Como sabemos, a saúde do brasileiro vai mal, e aliado a isso, um sem

número de indicadores sociais coloca o Brasil numa das mais vergonhosas posições no cenário mundial. Ocupamos há vários anos o posto de número um do mundo em pior distribuição de renda, ou seja, o fosso entre os muito ricos e os muito pobres é cada dia maior. Convivemos com doenças há muito erradicadas em outras nações, temos uma taxa de analfabetismo altíssima (cerca de 28 milhões de pessoas não sabem ler), mais de dois terços da população não dispõe de renda suficiente para assegurar o acesso a condições dignas de vida. Sessenta em cada mil crianças que nascem, morrem antes de completar um ano de vida e perto de trinta e dois milhões de brasileiros passam fome.

Inúmeras razões podem ser apontadas como causas deste quadro as

quais, em sua maioria têm sua discussão mais aprofundada situada além dos limites deste texto. É fato, contudo, que as condições de saúde de uma população são um reflexo de como são estabelecidas as relações entre o Estado e a sociedade. Uma das formas de expressão dessa relação Esta-do-sociedade são as Políticas Sociais, nas quais estão incluídas as Políti-cas de Saúde.

Neste sentido, para que seja possível compreender o quadro atual da

saúde no Brasil, torna-se necessário definir todos estes termos, bem como nos remetermos às determinações históricas de todo esse processo.

O ESTADO E AS POLÍTICAS SOCIAIS Numa definição bastante simples, o Estado pode ser considerado como

a expressão maior de organização política da sociedade. O Estado surge, pois, como um aperfeiçoamento da relação entre as pessoas de uma sociedade. Não é sinônimo de governo, como é comumente confundido, mas compreende todas as formas de gerência e de controle da sociedade, aí incluídos os conceitos de território, instituições e, também, o próprio governo. Este, por seu turno, compreende um conjunto coordenado de pessoas que controlam os cargos de decisão política e dão a direção principal ao Estado num momento determinado.

Em princípio, o Estado existe para promover o bem comum, ou seja,

desde que as primeiras pessoas se organizaram em comunidades e defini-ram uma série de regras de convivência, tinham em mente este princípio norteador. Hoje as formas de organização social estão bem mais comple-xas e o Estado, na forma como o conhecemos hoje, é relativamente novo: o chamado Estado Moderno surgiu somente no século XVIII.

Com a expansão do modo de produção capitalista, as sociedades se

organizaram em basicamente dois grupos: os patrões e os trabalhadores (empregados), estes, detentores da força de trabalho e aqueles proprietá-

rios dos meios de produção. Nesta forma de organização da produção, o indivíduo sobrevive através de um emprego e a própria forma de vida o impede de cuidar dos velhos e doentes, pois deve trabalhar para viver.

Assim, o princípio da prestação de assistência aos menos favorecidos,

pelo Estado, é o da solidariedade. É como se a sociedade fosse uma grande família onde todos colaboram mutuamente e quem pode mais ajuda a quem pode menos. É fácil identificar este princípio numa das formas de assistência mais comuns do Estado: a Previdência Social. Este sistema é organizado em nome da solidariedade social, ou seja, os jovens aparecem contribuindo para a aposentadoria dos velhos, para o tratamento dos doen-tes, os empregados para os desempregados, os ativos para os inativos e assim por diante.

Desta forma, a partir dos princípios de colaboração, proteção social,

harmonia e paz social, foram delineadas as diversas formas de relação entre o Estado e os seus cidadãos. A magnitude da oferta de benefícios à população varia, pois, de acordo com a forma como o Estado é organizado política e economicamente. Algumas formas de organização de corte mais liberal (os Estados Unidos são um exemplo) defendem que o Estado deve restringir sua ação aos mais carentes. No caso da saúde, os serviços gratuitos são restritos apenas aos velhos e pobres e a grande maioria paga pela prestação de serviços de saúde. Na maioria dos países capitalistas europeus, contudo, o princípio é o da igualdade e não da solidariedade. Assim o Estado dispõe de uma política de seguridade social que garante serviços e benefícios ao cidadão desde o nascimento até sua morte. Este "acesso geral" à educação, saúde e justiça, existente na Europa, decorre de direitos estabelecidos e se justifica em nome da cidadania. "O cidadão é um sujeito de direitos sociais que tem igualdade de tratamento perante as políticas sociais existentes". Este tipo de organização estatal, no âmbito das políticas sociais, é conhecido com Welfare State ou Estado de Bem -Estar Social.

Uma vez que a saúde pode ser considerada como uma das formas de

expressão das políticas sociais e tendo em vista que essas políticas podem ser encaradas de diferentes formas nas várias organizações sociais, é conveniente discutir: a saúde é, portanto, um dever do Estado e um direito do cidadão?

É preciso, primeiramente, definir o que é direito à saúde. A noção des-

se direito vem sendo difundida já há algum tempo como um componente da doutrina dos direitos humanos. Isto quer dizer que "todo indivíduo, indepen-dente da cor, situação sócio-econômica, religião e credo político, deve ter sua saúde preservada". Deste modo, torna-se necessário um esforço social "visando a mobilização dos recursos necessários para promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde". Num raciocínio simplista, a saúde não pode ser colocada no mesmo plano de quaisquer outras formas de direito, uma vez que é uma condição de sobrevivência e manutenção da espécie. A sociedade e, portanto, suas formas de gerência e controle como é o Estado, tem a obrigação de preservar a saúde de todos.

Contudo, é importante não confundir direito à saúde com direito à as-

sistência à saúde. Como sabemos, a saúde é resultante das condições objetivas de existência, ou seja, resulta das condições de vida biológica social e cultural e, particularmente, das relações que os homens estabele-cem entre si e com a natureza, através do trabalho. A saúde, portanto, deve ser mantida através de mecanismos que incrementem a qualidade da vida, e não somente da assistência. Isso exige uma articulação de todos os setores sociais e econômicos e, desta forma, o direito à saúde não seria o pressuposto que apenas nortearia as políticas setoriais de saúde, mas seria "um elo integrador que teria de permear todas as políticas sociais do Estado e balizar a elaboração e a implementação das políticas econômicas". Isto significa uma ação articulada com todo o conjunto de políticas sociais mais amplas como as relativas ao emprego, moradia, saneamento, alimentação, educação etc.

Este raciocínio, todavia, não visa diminuir a importância das políticas

de assistência à saúde, muito pelo contrário. Os serviços de saúde têm uma grande responsabilidade na manutenção da saúde dos cidadãos e a defesa de um serviço que seja igualitário, eficaz e resolutivo deve fazer parte da defesa pela democracia.

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Neste capítulo, portanto, discutiremos, principalmente, como se deu, historicamente, a implementação das políticas de assistência à saúde no Brasil. Tal conhecimento é fundamental para compreendermos o estado atual em que se encontra a prestação de serviços de saúde no país. Não pretendemos, contudo, e nem seria possível, esgotar o assunto, mas ape-nas apresentar algumas noções a respeito do tema que deve ser aprofun-dado a partir da literatura recomendada no final do capítulo.

POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Até fins do século passado, o Estado brasileiro não tinha uma forma de

atuação sistemática sobre a saúde de seus habitantes; apenas esporadi-camente atuava de forma pontual em situações de epidemias.

A economia brasileira na virada do século era essencialmente agrícola

e as divisas necessárias para o crescimento do país advinham principal-mente da exportação de produtos da agricultura, em especial a cafeeira e a açucareira.

Assim, o foco da atenção do governo brasileiro se situava, estrategi-

camente, nos chamados "espaços de circulação de mercadorias", ou seja, as estradas e os portos, principalmente os do Rio de Janeiro e de Santos. Além disso, era importante para o Estado criar condições para incrementar a política de imigração, incentivando a incorporação de mão-de-obra imi-grante para as culturas cafeeiras. Nesse sentido foram tomadas as primei-ras providências pelo então presidente Rodrigues Alves que, em 1902, lança o programa de saneamento do Rio de Janeiro e o combate à febre amarela urbana em São Paulo.

Portanto, as primeiras iniciativas do governo no campo da atenção à

saúde se dão a partir de interesses puramente mercantis. As regiões que não tinham importância estratégica para a economia do país ficavam resig-nadas à própria sorte em termos de práticas sanitárias. Não se pode dizer, então, que à essa altura se tinha uma política nacional de saúde pública, com objetivos claros de melhorar as condições de vida da população.

O primeiro marco da atuação do governo federal na saúde se deu so-

mente em 1923 com a criação do Departamento Nacional de Saúde Públi-ca. Foram então definidas as áreas de atuação do governo na saúde: o saneamento urbano e rural, a propaganda sanitária, as higienes infantil, industrial e profissional, as atividades de supervisão e fiscalização, a saúde dos portos e o combate às endemias rurais.

Estas eram ações que se davam no campo coletivo, ou seja, as cha-

madas ações de saúde pública. No campo da assistência individual, ainda inexistiam práticas de assistência à saúde e a atenção médica e odontoló-gica ainda era essencialmente liberal, ou seja, financiada pelos próprios indivíduos.

Contudo, ainda em 1923, com a Lei Elói Chaves, é criado o primeiro

embrião do que hoje conhecemos como previdência social: as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). As CAPs eram organizadas por empre-sas e mantidas e geridas pelos patrões e empregados. Seu surgimento obedeceu também à mesma lógica: as empresas que eram estratégicas para a economia nacional fundaram suas caixas. As primeiras foram as dos trabalhadores das companhias de via férrea e portuários. Funcionavam como uma espécie de seguro social (tem direito aquele que paga contribui-ção) que garantiria certos benefícios como a aposentadoria e, principalmen-te a assistência médica. Como tinham caráter privado, ou seja, eram manti-das por empresas, ainda não se configuravam como iniciativas do Estado, muito embora os presidentes das Caixas fossem nomeados pelo Presidente da República e houvesse um interesse claro do governo na manutenção deste sistema.

Entretanto, com o crescimento das CAPs (em 1930 já existiam 47 de-

las, cobrindo mais de 140 mil associados), são criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), onde a participação do Estado já se dá de forma mais clara. A contribuição passa a ser tripartite, entrando o Estado como contribuinte. Os IAPs passam a se organizar por categorias e o primeiro a surgir é o dos marítimos (IAPM) em 1933, seguido dos comerciá-rios e dos bancários em 1934. Enquanto as CAPs privilegiavam a assistên-cia médica como um dos principais benefícios, os IAPs, já com a participa-ção do governo e, portanto, com uma política mais contencionista, privilegi-

am a previdência social, mantendo a assistência médica num segundo plano.

Em resumo, o que se observa, nos primórdios da ação governamental

na saúde, no Brasil, é que as ações de caráter coletivo, como imunização, controle de epidemias e saneamento se dão no campo da saúde pública, com uma vinculação clara com a conjuntura econômica vigente. As ações de assistência à saúde a nível individual começaram a partir da estrutura-ção da previdência social, vinculando a assistência médica ao princípio do seguro social e colocando-a no mesmo plano de benefícios como as apo-sentadorias, pensões por invalidez etc. Este é um aspecto extremamente importante, pois foi a partir desse modelo de prestação de serviços de saúde que se chegou ao quadro caótico que hoje temos na saúde.

O que se observou a partir da criação dos IAPs, foi uma crescente cen-

tralização das ações de saúde no âmbito federal. Era de interesse do governo criar um sistema de seguro social que garantisse a integridade do novo foco de atenção das ações do governo: o corpo do trabalhador. Expli-ca-se: com o crescimento da industrialização, o modelo agro-exportador passa a não ser mais hegemônico, deslocando-se a necessidade de sanear os espaços de circulação de mercadorias para a atuação sobre o corpo do trabalhador, a fim de manter e restaurar sua capacidade produtiva. A con-juntura política da época se caracterizava pelo Estado populista, onde diversas outras medidas foram tomadas, dentro das políticas sociais, no sentido mais de cooptar as categorias de trabalhadores que, a cada dia, avançavam em sua organização, e menos de responder aos problemas estruturais de vida daqueles trabalhadores. É criada, então, durante o governo Vargas, a legislação trabalhista, a montagem do sistema previden-ciário, a regulação das relações sindicais etc.

A medida que este sistema crescia, tornava-se cada vez mais centrali-

zado no Estado e ficava mais clara a dicotomia entre as ações de saúde pública e a assistência médica. Como discutido anteriormente, a institucio-nalização das ações de saúde pública se deu na forma de uma centraliza-ção crescente em torno do governo, sendo este modelo predominante até 1960 e permanecendo praticamente inalterado até os dias atuais. A partir do final da década de 50, a Medicina Previdenciária, torna-se cada vez mais importante para o Estado, conquistando espaço e assumindo sua predominância em meados dos anos 60 quando se dá a unificação de todos os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) numa única institui-ção estatal: o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

A criação do INPS consolidou o modelo brasileiro de seguro social e de

prestação de serviços médicos. O direito à assistência à saúde não era uma condição de cidadania, mas uma prerrogativa dos trabalhadores que tinham carteira assinada e, portanto, contribuíam com a previdência.

Com o advento do regime militar após 1964, uma gigantesca estrutura

foi criada em torno da Previdência Social, com uma clara vinculação com os interesses do capital nacional e estrangeiro. O Estado passa a ser o grande gerenciador do sistema de seguro social, na medida que aumentou seu poder em duas frentes: econômica e política. No primeiro caso, a partir do aumento das alíquotas de contribuição, o que aumentou consideravelmente os recursos financeiros disponíveis. No campo político, é abolida a partici-pação dos usuários na gestão da previdência social (que existia na época das CAPs e dos IAPs), aumentando ainda mais o controle governamental.

É estabelecido, então, o que ficou conhecido como "complexo previ-

denciário", que era composto de três sistemas: o sistema próprio, formado pela rede de hospitais e unidades de saúde de propriedade da Previdência Social, além dos recursos humanos assalariados pelo Estado e o sistema contratado, que era subdividido no sistema contratado credenciado (com sistema de pagamento por unidades de serviço) e no sistema contratado conveniado (sistema de pré-pagamento).

O modelo de prestação de serviços de saúde pelo INPS privilegiava a

forma conveniada, ou seja, o governo comprava os serviços de assistência médica às grandes corporações médicas privadas, principalmente hospitais e multinacionais fabricantes de medicamentos. Era um excelente negócio. O Estado tinha renda garantida, uma vez que a contribuição previdenciária era obrigatória - tanto que estimulava cada vez mais a expansão das con-tribuições através do incentivo à prática do trabalho assalariado - e passou

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 3

a ser o grande comprador de serviços de saúde às empresas médicas, expandindo o capital privado na área de saúde.

Em 1977 é criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência So-

cial (SINPAS) onde as ações relativas à previdência e a assistência médica ficam divididas. O SINPAS é, então, formado pelo IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência Social), que, como o próprio nome indica, cuidava da parte financeira da Previdência, e pelo INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), responsável pela assistência médica. O INAMPS passa, então, a ser o grande catalisador das ações de assistência médica no Brasil, continuando com a mesma política de privilegiamento do setor privado. Passa a ser difundido o discur-so de que o aumento dos serviços através de convênios é, tecnicamente, a alternativa mais correta.

Em síntese, apesar de ser uma ação com características de uma assis-

tência à saúde estatal, tratava-se de uma crescente privatização do setor saúde. A participação do setor privado na assistência médica, através dos convênios e credenciamentos, tornava-se cada dia maior, com o governo investindo cada vez menos em sua rede própria. No início da década de 80, por exemplo, cerca de 70% das verbas destinadas à assistência médica ia para as mãos dos empresários da saúde, e o INAMPS chegou a comprar, naquela mesma época, 300 mil leitos a hospitais particulares e disponibili-zar apenas 7.800 de sua rede própria.

Este modelo de prestação de serviços era extremamente perverso. A-

lém de excludente - pois só tinha acesso ao serviço quem contribuía com a previdência - possuía características em sua prática que não guardavam nenhum compromisso com a melhoria dos níveis de saúde da população. Era um tipo de prática médica essencialmente curativista, centrada na técnica, privilegiando as ações de maior sofisticação tecnológica. Isto acontecia por motivos óbvios: esse tipo de prática médica, apesar de limita-do na redução dos índices de morbi-mortalidade da população, gerava maiores lucros. Além disso era um tipo de serviço que, pelo fato de ser uma produção privada de serviços, paga pelo Estado através da Previdência, criava um estímulo à corrupção. Ficaram bastante conhecidos, na década de 70, os famosos escândalos da Previdência Social, onde hospitais priva-dos consumiam o dinheiro do contribuinte com procedimentos e pacientes fantasmas.

A partir do início da década de 80, este sistema começa a mostrar si-

nais de esgotamento. As intermináveis filas, baixos salários, precárias condições de trabalho, geravam uma insatisfação crescente da população com a qualidade da assistência. A má-gerência dos recursos, aliada aos episódios cada vez mais crescentes de corrupção, levaram a Previdência a um colapso. Como fator agravante, à essa época a previdência começa a "envelhecer" e a fase de captação de recursos começa a dar lugar a uma fase de maiores gastos. Ou seja, durante os primeiros anos de sua existên-cia, a Previdência Social apenas recebeu contribuições que proporcionaram um volume de recursos e um patrimônio consideráveis. Com o aparecimen-to das primeiras aposentadorias e pensões, a Previdência passa a ter que gastar um dinheiro que não mais tem.

É importante ressaltar, também, que este sistema já era por demais cri-

ticado. Tais críticas não vieram à tona na ocasião, pois, durante o período mais repressor do regime militar, até fins dos anos 70, o sistema foi mantido à força. As lideranças sindicais haviam sido praticamente extintas à essa época e a participação dos trabalhadores nas discussões sobre o sistema de prestação de serviços médicos inexistia.

Com a abertura política, a partir do início dos anos 80, vão se reestrutu-

rando os movimentos em defesa de uma política de saúde mais abrangen-te, democrática e disponível para todos. Esse movimento, que surgiu a partir de discussões acadêmicas sobre as políticas de saúde e da reestrutu-ração das organizações de trabalhadores da saúde, ficou conhecido como Movimento Sanitário e teve uma atuação marcante nos destinos do sistema de saúde brasileiro.

O MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA O Movimento pela Reforma Sanitária teve suas raízes em profissionais

da saúde que, de posse de diversos estudos feitos por intelectuais ligados à área de saúde, passaram a criticar o modelo vigente e propor alternativas

para a sua reestruturação. À medida que o processo de abertura política se ampliava, com a oposição tendo vitórias significativas nas eleições parla-mentares, o movimento foi se ampliando e a ele foram se incorporando lideranças políticas, sindicais e populares, bem como parlamentares inte-ressados na causa.

O primeiro marco desse movimento se deu em 1979, no I Simpósio

Nacional de Política de Saúde, realizado pela comissão de saúde da Câma-ra dos Deputados. Na ocasião, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) era o legítimo representante do movimento sanitário e apresentou e discutiu publicamente, pela primeira vez, uma proposta de reorganização do sistema de saúde. Essa proposta, que já se chamava, na época, de Sistema Único de Saúde, contemplava diversos conceitos oriundos de experiências bem sucedidas em outros países, como a universalização do direito à saúde, racionalização e integralidade das ações, democratização e participação popular, bem como algumas experiências de atenção primária e de extensão de cobertura desenvolvidas no país, como o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Sanemaneto (PIASS) que foram implementadas em áreas rurais do Nordeste e o Projeto Montes Claros em Minas Gerais.

Num primeiro momento, as propostas foram ignoradas pelo Governo,

mas aos poucos o movimento foi crescendo, legitimado pelos movimentos populares e pela atuação de seus militantes a nível parlamentar e em algumas instituições de saúde.

Com o agravamento da crise do sistema de saúde previdenciário, as i-

niciativas de extensão de cobertura assistencial a nível estadual e municipal são reforçadas pelo discurso oficial. O próprio governo elaborou seu plano de reorganização da assistência à saúde, que possuía características muito semelhantes ao projeto da Reforma Sanitária, pois previa a implantação de uma rede de serviços básicos, apontava para a descentralização do setor, pregava a participação popular e a integração dos Ministérios da Saúde e da Previdência. Esse projeto, discutido em 1980, chamou-se PREV-SAÚDE, sofreu muitas pressões e não saiu da gaveta.

Enfim, havia um reconhecimento da falência e, sobretudo, da obsoles-

cência do sistema de saúde também por parte de alguns técnicos do go-verno. Ocorre que os anos anteriores de absoluta anuência do governo com o capital privado criou uma rede de influências que não era fácil quebrar. As grandes corporações e associações médicas, particularmente a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) ainda defendiam com unhas e dentes o modelo que tantos lucros lhe geravam.

Mesmo assim, algumas conquistas foram sendo obtidas paulatinamen-

te. Com a criação do CONASP (Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária), em 1981, foi elaborado o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social, conhecido como Plano CONASP, que incorporava diversas propostas da Reforma Sanitária. A efetivação desse plano se deu, estrategicamente a partir das Ações Integradas de Saúde (AIS), que se constituíram na primeira experiência de um sistema mais articulado e integrado. As AIS propiciaram o surgimento das Comissões Inter-institucionais de Saúde (CIS), os embriões dos atuais Conselhos de Saúde e foram a base para a implantação, mais tarde, do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), a primeira aproxi-mação estratégica para Sistema Único de Saúde (SUS).

Essa sucessão de planos, siglas, propostas frustradas, caracterizaram

a efervescência da produção intelectual do movimento sanitário brasileiro. Era preciso por em prática todos esses conceitos que, apenas timidamente, com iniciativas isoladas, ainda não impactavam sobre a saúde do país.

O momento político era propício, com o advento da Nova República e a

redemocratização do país após o fim do regime militar. Em 1985, após a eleição de Tancredo Neves/Sarney, os movimentos sociais se intensificam e uma maior discussão foi possível sobre os novos rumos que deveria tomar o sistema de saúde. Com a previsão da eleição da Assembleia Nacional Constituinte, que se encarregaria da elaboração da nova Constitu-ição Brasileira, é convocada a 8a Conferência Nacional de Saúde, para discutir a nova proposta de estrutura e de política de saúde para o país.

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A 8A CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE E A NOVA CONSTITU-IÇÃO BRASILEIRA

A Oitava Conferência é, hoje, considerada como um divisor de águas no Movimento Sanitário. Com uma ampla participação (cerca de 5.000 pessoas entre trabalhadores da saúde, usuários, técnicos, políticos, lide-ranças sindicais e populares), a 8a Conferência se constituiu no maior fórum de debates sobre a situação de saúde do país e seu relatório serviu de base para a proposta de restruturação do sistema de saúde brasileiro que deveria ser defendida na Constituinte.

Entre as propostas constantes no relatório constam o conceito amplia-

do de saúde, onde esta é entendida como resultante das condições de vida, alimentação, lazer, acesso e posse da terra, transporte, emprego, moradia. De acordo com o relatório, "a saúde não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico de determinada sociedade e num dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada pela população em suas lutas cotidianas" (grifo nosso). Além disso, a saúde é colocada como direito de todos e dever do Estado.

A concretização das propostas da Reforma Sanitária se dá, no plano

jurídico e institucional, na implementação do Sistema Único de Saúde, o SUS. Com a aprovação da nova Constituição Brasileira em 1988, foi incluí-do, pela primeira vez, uma seção sobre a Saúde, a qual incorporou em grande parte, os conceitos e propostas contemplados no Relatório da 8a Conferência, ou seja, a Constituição incorporou as propostas da Reforma Sanitária. A Constituição Brasileira passou a ser, então, considerada como uma das mais avançadas do mundo no que diz respeito à saúde.

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS É comum, no entanto, se terem notícias muito ruins sobre o SUS, atu-

almente. Os meios de comunicação, frequentemente, veiculam notícias aterradoras sobre a ineficiência do sistema, grandes filas, corredores lota-dos, hospitais sucateados, profissionais mal-remunerados. Por que, então, isso ocorre? Por que o SUS ainda não conseguiu ser implantado em sua plenitude? Em primeiro lugar, é preciso conhecer os princípios deste siste-ma que estão contemplados na lei. O sanitarista Eleutério Rodrigues Neto explica como deve ser o SUS:

"Primeiramente, o SUS é um sistema, ou seja, é formado por várias instituições dos três níveis de governo (União, Estados e Municípios) e pelo setor privado contratado e conveniado, como se fosse um mesmo corpo. Assim, o serviço privado, quando é contratado pelo SUS, deve atuar como se fosse público, usando as mesmas normas do serviço público.

Depois, é único, isto é tem a mesma doutrina e a mesma filosofia de

atuação em todo o território nacional e é organizado de acordo com uma mesma sistemática.

Além disso, o SUS tem as seguintes características principais: • Deve atender a todos, de acordo com suas necessidades, inde-

pendentemente de que a pessoa pague ou não Previdência So-cial e sem cobrar nada pelo atendimento.

• Deve atuar de maneira integral, isto é, não deve ver a pessoa como um amontoado de partes, mas como um todo, que faz par-te de uma sociedade, o que significa que as ações de saúde de-vem estar voltadas, ao mesmo tempo, para o indivíduo e para a comunidade, para a prevenção e para o tratamento e respeitar e dignidade humana.

• Deve ser descentralizado, ou seja, o poder de decisão deve ser daqueles que são responsáveis pela execução das ações, pois, quanto mais perto do problema, mais chance se tem de acertar sobre a sua solução. Isso significa que as ações e serviços que atendem à população de um município devem ser municipais; as que servem e alcançam vários municípios devem ser estaduais e aquelas que são dirigidas a todo o território nacional devem ser federais. Dessa forma deverá haver uma inversão na situação atual, quando a maioria dos serviços de saúde que têm sido vin-culados ao nível federal, como o INAMPS, devem passar para os níveis estadual e municipal, principalmente para este último, pro-duzindo o que se tem chamado de municipalização da saúde.

• Deve ser racional. Ou seja, o SUS deve se organizar de maneira

que sejam oferecidos ações e serviços de acordo com as neces-sidades da população, e não como é hoje, onde em muitos luga-res há serviços hospitalares mas não há serviços básicos de sa-úde; ou há um aparelho altamente sofisticado, mas não há médi-co geral, só o especialista. Para isso o SUS deve se organizar a partir de pequenas regiões e ser planejado para suas popula-ções, de acordo com o que elas precisam e não com o que al-guém decide 'lá em cima'. Isso inclui a decisão sobre a necessi-dade de se contratar ou não serviços privados; e quando se de-cide pela contratação, que o contrato seja feito nesse nível, para cumprir funções bem definidas e sob controle direto da institui-ção pública contratante. É essencial, conforme o princípio da descentralização, que essas decisões sejam tomadas por uma autoridade de saúde de nível local. É a isso que se chama de Distrito Sanitário.

• Deve ser eficaz e eficiente. Isto é, deve produzir resultados posi-tivos quando as pessoas o procuram ou quando um problema se apresenta na comunidade; para tanto, precisa ter qualidade. Mas não basta: é necessário que utilize as técnicas mais adequadas, de acordo com a realidade local e a disponibilidade de recursos, eliminando o desperdício e fazendo com que os recursos públi-cos sejam aplicados da melhor maneira possível. Isso implica necessidades não só de equipamentos adequados e pessoal qualificado e comprometido com o serviço e a população, como a adoção de técnicas modernas de administração dos serviços de saúde.

• Deve ser democrático, ou seja, deve assegurar o direito de parti-cipação de todos os segmentos envolvidos com o sistema - diri-gentes institucionais, prestadores de serviços, trabalhadores de saúde e principalmente, a comunidade, a população, os usuários do serviço de saúde. Esse direito implica a participação de todos esses segmentos no processo de tomada de decisão sobre as políticas que são definidas no seu nível de atuação, assim como no controle sobre a execução das ações e serviços de saúde. (...) Por isso, a ideia e a estratégia de organização dos Conse-lhos de Saúde - nacional, estaduais e municipais, para exerce-rem esse controle social sobre o SUS, devendo respeitar o crité-rio de composição paritária: participação igual entre usuários e os demais; além de ter poder de decisão (não ser apenas con-sultivo)."

Todos esses princípios, para serem colocados em prática exigem mu-

danças profundas e complexas, até mesmo por que questiona muitos interesses ainda muito presentes na vida política brasileira. Com a aprova-ção do SUS na Constituição, poderia até se pensar que a batalha estava ganha e o sistema de saúde brasileiro seria, finalmente o ideal. Só que a parte mais difícil ainda estava por vir: a implementação, na prática, das conquistas obtidas na lei.

A Constituição remetia a regulamentação do sistema para a chamada

Lei Orgânica da Saúde, que foi, constantemente relegada a um segundo plano durante o governo de Fernando Collor, e, somente em 1990 foi aprovada, depois de muita negociação do Ministério da Saúde com o movimento da Reforma Sanitária. Ainda assim, a Lei Orgânica, personifica-da nas leis 8080 e 8142, saiu com muitas restrições. E mesmo após a sua aprovação, houve muita dificuldade de implantação, com resistências claras do Ministério da Saúde ao processo de descentralização, ao repasse auto-mático de recursos para os Estados e Municípios. Ainda se continuou com a prática dos convênios e outros expedientes centralizadores, facilitadores do clientelismo e da corrupção.

No entanto, algumas experiências inovadoras foram desenvolvidas em

alguns municípios que encararam de frente o processo de municipalização. Havia um consenso de que o aparato jurídico já estava definido e era preciso ter a "ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei". E sob esta afirma-ção foram geradas as principais discussões na 9a Conferência Nacional de Saúde que deveria ter ocorrido em 1990, mas só veio a acontecer em 1992.

Como um desdobramento da 9a Conferência, já no governo Itamar, a-

pós a queda de Collor, é publicada, pelo Ministério da Saúde, a Norma Operacional Básica (NOB) n0 1, de maio de 1993, que regulamentava o processo de descentralização das ações de saúde para Estados e Municí-

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pios. A NOB funcionou como uma espécie de manual para o processo de municipalização, com regras claras sobre a participação dos diversos níveis e explicitando os estágios crescentes de municipalização. Definia ainda as formas de controle social através da atuação dos Conselhos de Saúde.

Ainda assim, o SUS enfrenta hoje grandes dificuldades de implementa-

ção. O Ministério da Saúde vem enfrentando sucessivas crises e o financi-amento do setor, ainda dependente dos recursos da previdência, sofre com os sucessivos cortes. O gasto per capita com saúde no Brasil é um dos menores do mundo (menos de 50 dólares por ano) e vem apresentando um declínio nos últimos anos.

Toda essa situação ocorre por que, apesar de temos uma legislação

avançada no campo da saúde, os governos que deveriam pô-la em prática têm uma outra visão de saúde, de políticas sociais e de relação Estado-sociedade. É comum ouvirmos alguns setores, principalmente os trabalha-dores organizados divulgarem que devemos lutar contra a política neo-liberal do governo de Fernando Henrique Cardoso. Mas o que significa isso e quais são os seus reflexos sobre o campo da saúde?

Como vimos inicialmente, as políticas sociais adquirem aspectos varia-

dos, de acordo com as formas de organização política e econômica dos países. A política neo-liberal defende a existência de um Estado mínimo, ou seja a interferência do Estado na vida das pessoas deve ser reduzida ao máximo. Isso explica a política de privatização, a abertura ao capital es-trangeiro e, no campo das políticas sociais, um total abandono, uma vez que, no entendimento dos neo-liberais, o Estado não deve se responsabili-zar por estas questões. Desnecessário se faz discutir novamente a condi-ção de saúde como dever do Estado, no entanto, o raciocínio neo-liberal ignora esse conceito.

A estratégia dos últimos governos, de caráter neo-liberal, foi de ignorar

a legislação relativa ao SUS, pois não é do interesse deles manter um sistema como esse. O que se configurou, no sistema de saúde a partir dos anos 90 foi uma expansão da chamada medicina supletiva, cujos maiores representantes são os planos de saúde privados. Mas como isso foi acon-tecer justo na hora em que o SUS deveria se firmar como o sistema de saúde para todos os brasileiros?

Ocorreu um fenômeno que Eugênio Vilaça chama de universalização

excludente. Com o advento do SUS, a assistência à saúde foi universaliza-da, ou seja, não era preciso mais ser contribuinte da previdência para ter acesso aos serviços de saúde; bastava ser cidadão. Com o aumento da demanda, não foram criadas estratégias para dar conta desse aumento, nem a nível de financiamento, nem a nível de implementação de medidas racionalizadoras como a municipalização, distritalização e controle social. Assim, o SUS apenas aumentou o contingente de pessoas que se acotove-lavam para ter acesso aos serviços de saúde, sem aumentar a qualidade nem a quantidade da prestação da assistência. Por seu turno, o governo ignorava as mudanças estruturais que deveriam ser implementadas, tra-zendo prejuízos ao funcionamento do serviço.

Com o estrangulamento da classe média, também provocado pela polí-

tica econômica, houve um crescimento vertiginoso da assistência médica privada oferecida pelos planos de saúde. A chamada Medicina de Grupo cresceu a níveis assustadores nos últimos anos às expensas da falência premeditada do serviço público de saúde e da fuga da classe média dos consultórios privados, provocada pelo achatamento salarial. Este modelo de prestação de serviços é típico de países de política neo-liberal, onde um mínimo de assistência é dado aos pobres e indigentes e o restante da população fica à mercê da medicina privada. A estratégia das grandes corporações médicas acabou dando certo e o que eles não tinham conse-guido na Constituição, acabaram conseguindo por outros meios, com a conivência do governo brasileiro.

Ocorre que o SUS não foi criado para servir como o sistema de saúde

dos pobres e indigentes. Ele foi criado para ser o sistema de saúde de todos os brasileiros, de qualidade, eficiente, eficaz, resolutivo e democráti-co.

Devem sempre ser ressaltadas as iniciativas que deram e que estão dando certo. Os municípios que encararam a municipalização com serieda-de estão colhendo os frutos de um serviço público de saúde mais eficiente

e universal. Este foi o tema da Décima Conferência que ocorreu este ano: o SUS que deu certo. A partir do entendimento que todos nós temos de saúde enquanto direito, é nosso dever lutar para que este sistema seja desenvolvido em sua plenitude. Essa é uma forma de, inclusive, promover mais justiça social, mais democracia e mais humanidade dentro da socie-dade.

Para compreender as propostas do SUS, serão abordados seus princí-

pios, ou seja, suas características principais: • Universalidade - deve atender, gratuitamente, a todos de acor-

do com suas necessidades. • Integralidade - deve atuar de maneira integral, de forma holísti-

ca, a fim de prestar assistência, objetivando a promoção da saú-de, prevenção e cura da doença.

• Descentralizado - deve permitir aos níveis estadual e municipal coordenar as ações de modo que a implantação do SUS esteja de acordo com seus princípios. As ações devem estar concen-tradas no nível municipal, já que ocorreu a municipalização da saúde, privilegiando e respeitando as características particulares de cada município, fazendo com que o nível federal apenas transfira o pagamento para os demais níveis administrarem as ações.

• Racional - deve-se disponibilizar ações nos diferentes níveis de atenção, atentando para as características da clientela em cada setor, a fim de suprir e solucionar suas necessidades. Também é necessário atentar para a contratação ou não de serviços priva-dos, realizando o contrato em nível municipal, podendo atuar no controle e qualidade dos serviços prestados pelos mesmos.

• Eficaz e Eficiente - deve ser capaz de solucionar o problema de quem o procura, ou seja, garantir qualidade e resolutividade do serviço. Para que isso ocorra, também há a necessidade de a-dequar-se à realidade da comunidade e à disponibilidade de re-cursos, administrando os recursos públicos de modo eficiente.

• Democrático - deve permitir a participação de todos os segmen-tos envolvidos com o sistema, ajudando a delimitar a política no seu nível de atuação, auxiliando no melhor modo de administra-ção que garanta qualidade de vida e do serviço à comunidade. Há os Conselhos de Saúde nos três níveis, exercendo controle social do SUS, a fim de garantir a sua implantação.

Estes princípios do SUS foram estabelecidos legalmente, porém há a

necessidade de que o SUS seja implantado de forma a respeitá-los e, principalmente, garantir à população o acesso a um serviço de saúde com qualidade, contribuindo para manter uma melhor qualidade de vida e de saúde da população.

2 CONTROLE SOCIAL NO SUS SUS e CONTROLE SOCIAL Sociedade precisa ter participação garantida e efetiva no Sistema Úni-

co de Saúde. Pesquisa do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)

realizada em 2002 mostrou que apenas 35% dos brasileiros sabem o que significa a sigla "SUS". Ou seja, Mais de 65% desconhecem o que a sigla quer dizer Sistema Único de Saúde. Essa realidade ganha importância quando se sabe que um dos pilares do SUS – Sistema Único de Saúde – é justamente o Controle Social, exercido por meio dos Conselhos de Saúde, onde os usuários acompanham e fiscalizam a execução da política de saúde e participam da formulação das estratégias do SUS.

Por outro lado, ninguém pode dizer que não utiliza o SUS. Mesmo a-queles que têm plano de saúde usam, indiretamente, o SUS, quer através das ações de vigilância sanitária dos alimentos que consome, quer do controle de doenças infecciosas e de epidemias como a da dengue, quer da avaliação do sangue usado para transfusão em hospitais públicos e priva-dos, além de outras.

No Brasil, mais de 90% das cirurgias cardíacas, transplantes, e outros procedimentos de alta complexidade, são ofertados pelo SUS. Muitas pessoas que pagam seguro privado de saúde o SUS para realização de hemodiálise e recebem medicamentos de alto custo para tratamento da Aids e outras doenças. Todavia, muitos deles nem sabem que é o SUS que

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financia esses serviços. O SUS compreende o conjunto de ações e serviços de saúde ofereci-

dos pelo Governo Federal, estados, Distrito Federal e municípios que cumprem funções e competências específicas. O SUS garante atenção integral à saúde, participação da sociedade e a descentralização dos servi-ços. Cerca de 98% da população brasileira são usuários do SUS, mesmo que não seja de forma exclusiva.

Ainda segundo a pesquisa acima citada, 61% das pessoas entrevista-

das, se disseram satisfeitas em relação às atividades de prevenção promo-vidas pelo SUS, como, por exemplo, as campanhas para evitar doenças como a hipertensão arterial, a diabetes, a aids, etc. Por outro lado, há grande insatisfação no que diz respeito ao tempo de espera para atendi-mento no SUS (demora na fila, na marcação de consultas e no resultado de exames). Mas, dentre aqueles que conseguem ter acesso aos serviços, a satisfação é grande.

A questão da agilidade no atendimento do SUS se deve, muitas vezes,

à falta de informação, leitos insuficientes, desorganização dos protocolos e atendimentos por ordem de chegada e não por gravidade. A falta de um sistema organizado de atendimento de urgência e emergência nos municí-pios é outro foco de insatisfação do usuário do SUS.

Dentre as medidas prioritárias para se agilizar e melhorar o atendimen-to do SUS, estão a ampliação do acesso aos serviços de saúde, sobretudo os de urgência e emergência, o reforço da atenção básica nos postos e centros de saúde e a intensificação das ações de controle de doenças.

O Controle Social Quando se fala em Controle Social no SUS, se está falando, funda-

mentalmente, no papel dos Conselhos de Saúde. Isto porque é neles que se dá a participação da comunidade na fiscalização e na condução das políticas de saúde, garantida a partir da Lei N° 8.142, de 28/12/1990, que instituiu os Conselhos e as Conferências de Saúde como instância de controle social do SUS nas três esferas de governo - nacional, municipal e estadual. Atualmente, se estima que existam mais de 100 mil conselheiros de saúde em todo o país.

A principal característica dos Conselhos de Saúde é o seu caráter deli-berativo sobre a formulação das estratégias de atenção à saúde do País. Cinquenta por cento da composição dos conselhos é formada por represen-tantes de usuários do SUS, 25% por trabalhadores de saúde e 25% por prestadores e gestores.

O SUS garante aos estados, Distrito Federal e municípios a autonomia para administrar os recursos da saúde, de acordo com a sua condição de gestão (gestão plena da atenção básica e gestão plena do sistema munici-pal). Para isso, é preciso que cada região tenha seu Conselho de Saúde funcionando de forma adequada. Assim, os recursos federais são repassa-dos, do Fundo Nacional para os Fundos Estaduais ou Municipais de Saúde ou, ainda, dos Fundos Estaduais para os Fundos Municipais de Saúde.

Para participar de um Conselho de Saúde o cidadão precisa pertencer a alguma entidade, a qual representará no colegiado. A maioria dos Conse-lhos de Saúde estabelece formatos eleitorais em que a população pode se candidatar para participar. Em geral, a população organizada é mais ativa nesse processo. Os conselhos se reúnem constantemente para discutir uma pauta pré-definida e elaborar estratégias de um planejamento anual.

3 RESOLUÇÃO NO 453/2012, DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE.

RESOLUÇÃO No 453, DE 10 DE MAIO DE 2012

O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas

pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de 28

de dezembro de 1990, e pelo Decreto no 5.839, de 11 de julho de 2006, e

Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde,

nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas 9a, 10a

e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde;

Considerando a experiência acumulada do Controle Social da Sa-úde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcio-

namento, conforme o § 5o inciso II art. 1o da Lei no 8.142, de 28 de de-zembro de 1990;

Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no 333/03 realizada nos espaços de Controle Social, entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde;

Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde;

Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva participação da sociedade civil organizada, representam polos de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação do Estado; e

Considerando o que disciplina a Lei Complementar no 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde.

Resolve: Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, rees-

truturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde:

DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE

Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização da saúde promo-veu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos

dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde.

Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Con-

selho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias e no con-trole da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE

Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é estabe-

lecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, obedecida a

Lei no 8.142/90.

Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas Conferências de Saúde, e em consonância com a legislação.

A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, garanti-da na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por repre-sentantes de entidades, instituições e movimentos representativos de

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 7

usuários, de entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde não existem entidades, instituições e movimentos organizados em número suficiente para compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em plenária no Município, promo-vida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e democrática.

I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de

Saúde e constituído em lei.

II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do

CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma:

a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de

saúde; c) 25% de representação de governo e prestadores de serviços pri-

vados conveniados, ou sem fins lucrativos.

III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras, as seguintes representações:

a) associações de pessoas com patologias; b) associações de pessoas com deficiências; c) entidades indígenas; d) movimentos sociais e populares, organizados (movimento negro,

LGBT...); e) movimentos organizados de mulheres, em saúde; f) entidades de aposentados e pensionistas; g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confe-

derações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; h) entidades de defesa do consumidor; i) organizações de moradores; j) entidades ambientalistas; k) organizações religiosas; l) trabalhadores da área de saúde: associações, confederações,

conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos, obede-cendo as instâncias federativas;

m) comunidade científica; n) entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo

de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; o) entidades patronais; p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e q) governo.

IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conse-lho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendação de que ocorra renovação de seus representantes.

V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de repre-sentações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades representativas.

VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho, por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).

VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada como possí-vel impedimento da representação de Usuário(a) e Trabalhador(a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição do Conselheiro(a).

VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, re-presentação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselhei-ros, não é permitida nos Conselhos de Saúde.

IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em ati-vidade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Munici-pal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e compo-sição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacio-nal de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento.

X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e institui-ções, o Conselho de Saúde emitirá declaração de participação de seus membros durante o período das reuniões, representações, capacitações e outras atividades específicas.

XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos seus atos conforme legislação vigente.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE

Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão autonomia

administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e organização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio técnico:

I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutu-ra administrativa e o quadro de pessoal;

II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão;

III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento;

IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a ca-da mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias;

V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade;

VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o fun-cionamento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais, estabele-

cidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros para ações transitórias. As comissões poderão contar com integrantes não conselheiros;

VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução;

VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes, ressalvados os casos regimentais nos quais se exija quórum especial, ou maioria qualifica-da de votos;

a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente superior à metade dos membros presentes;

b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente superior à metade de membros do Conselho;

c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de membros do Conselho;

IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preservará o que está garantido em lei e deve ser proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum qualificado, para depois ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera correspondente;

X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o pro-nunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e

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concluídas no período, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com o art.

12 da Lei no 8.689/93 e com a Lei Complementar no 141/2012;

XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão auditorias externas e independentes sobre as contas e atividades do Gestor do SUS; e

XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos. As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Minis-tério Público, quando necessário.

Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Mu-nicipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis federais, bem como em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete:

I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos princípios consti-tucionais que fundamentam o SUS;

II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de

funcionamento;

III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde;

IV - atuar na formulação e no controle da execução da política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado;

V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e delibe-rar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços;

VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do relatório de gestão;

VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, a exemplo dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e outros;

VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde;

IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao processo de incorporação dos avanços científicos e tecnológicos na área da Saúde;

X - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS;

XI - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais;

XII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado credencia-do mediante contrato ou convênio na área de saúde;

XIII - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentá-rias, observado o princípio do processo de planejamento e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente;

XIV - propor critérios para programação e execução financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação e destino dos recursos;

XV - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de mo-vimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os recur-

sos transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da União, com base no que a lei disciplina;

XVI - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a pres-tação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessoramento;

XVII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente;

XVIII - examinar propostas e denúncias de indícios de irregularida-des, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respectivas instâncias;

XIX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde correspondente, convocar a sociedade para a participação nas pré-conferências e conferências de saúde;

XX - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas e privadas para a promoção da Saúde;

XXI - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre as-suntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento do Siste-ma Único de Saúde (SUS);

XXII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação científica e tecnológica, observados os padrões éticos compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do País;

XXIII - estabelecer ações de informação, educação e comunicação em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação, incluindo informa-ções sobre as agendas, datas e local das reuniões e dos eventos;

XXIV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação perma-nente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a Política Na-cional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS;

XXV - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemático com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e Legislativo, meios de comunicação, bem como setores relevantes não representados nos conselhos;

XXVI - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em pes-quisas aprovadas pelo CNS;

XXVII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;

XXVIII - acompanhar a implementação das propostas constantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e

XXIX - atualizar periodicamente as informações sobre o Conselho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS).

Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novembro de

2003.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA Presidente do Conselho Nacional de Saúde

Homologo a Resolução CNS no 453, de 10 de maio de 2012, nos termos do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

Ministro de Estado da Saúde

Republicada por ter saído com incorreção no original, publicado no Diário Oficial da União nº 109, Seção 1, página 138

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 9

4 CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS DE 194 A 200 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organi-zar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às popula-

ções urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e servi-

ços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante

gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregado-res, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-pios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na for-ma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credi-tados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não

incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a

ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,

como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manuten-ção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entida-des beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabe-lecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pesca-dor artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefí-cios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da

empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sis-tema único de saúde e ações de assistência social da União para os Esta-dos, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Seção II DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido medi-ante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doen-ça e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e servi-ços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, ca-bendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamenta-ção, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,

sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,

com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecada-ção dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arreca-dação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Regulamento

I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 29, de 2000)

II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde des-tinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redu-ção das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela Uni-ão.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir a-gentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 10

de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profis-sional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamenta-ção das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específi-cos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 51, de 2006)

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complemen-

tar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capi-tais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplan-te, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribui-ções, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte-resse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamen-tos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem co-mo as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de

saneamento básico; V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e

tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu

teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guar-

da e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do

trabalho.

5 LEI ORGÂNICA DA SAÚDE - LEI Nº 8.080/1990, LEI Nº 8.142/1990 E DECRETO PRESIDENCIAL

Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação

da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços

de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.

TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das em-presas e da sociedade.

Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, en-

tre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien-te, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.

TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas fe-derais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produ-ção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.

CAPÍTULO I Dos Objetivos e Atribuições

Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determi-

nantes da saúde; II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos cam-

pos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;

III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):

I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; II - a participação na formulação da política e na execução de ações de

saneamento básico; III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o

do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imuno-

biológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de

interesse para a saúde; VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para

consumo humano; IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transpor-

te, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científi-co e tecnológico;

XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de

eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se re-lacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou in-diretamente com a saúde.

§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre-venção e controle das doenças ou agravos.

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 11

§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um con-junto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epide-miológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos traba-lhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou porta-dor de doença profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;

III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saú-de (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de pro-dução, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;

IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às

empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambien-tais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita-dos os preceitos da ética profissional;

VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no pro-cesso de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e

VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambi-ente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti-vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integri-dade física e moral;

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de sa-

úde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades,

a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em ca-

da esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente

e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e hu-

manos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;

XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de as-sistência; e

XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

CAPÍTULO III Da Organização, da Direção e da Gestão

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarqui-zada em níveis de complexidade crescente.

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:

I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secre-

taria de Saúde ou órgão equivalente; e III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou

órgão equivalente. Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver

em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam. § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio

da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.

§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá or-ganizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.

Art. 11. (Vetado). Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, su-

bordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.

Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de arti-cular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:

I - alimentação e nutrição; II - saneamento e meio ambiente; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; IV - recursos humanos; V - ciência e tecnologia; e VI - saúde do trabalhador. Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração

entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superi-or.

Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade pro-por prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação conti-nuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.

Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reco-nhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, princi-palmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integra-ção de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vincula-dos à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e muni-cipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 12

vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

CAPÍTULO IV Da Competência e das Atribuições

Seção I Das Atribuições Comuns

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exerce-rão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;

II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;

III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais;

IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde; V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de

qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde; VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de

qualidade para promoção da saúde do trabalhador; VII - participação de formulação da política e da execução das ações

de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;

VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; IX - participação na formulação e na execução da política de formação

e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde

(SUS), de conformidade com o plano de saúde; XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços priva-

dos de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; XII - realização de operações externas de natureza financeira de inte-

resse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitó-

rias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas natu-rais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;

XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e De-rivados;

XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos interna-cionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;

XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e re-cuperação da saúde;

XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;

XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização ine-

rentes ao poder de polícia sanitária; XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos

e de atendimento emergencial. Seção II

Da Competência Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; II - participar na formulação e na implementação das políticas: a) de controle das agressões ao meio ambiente; b) de saneamento básico; e c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; III - definir e coordenar os sistemas: a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; b) de rede de laboratórios de saúde pública; c) de vigilância epidemiológica; e d) vigilância sanitária; IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com

órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;

V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o contro-le das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;

VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epide-

miológica; VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, ae-

roportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Esta-dos, Distrito Federal e Municípios;

VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;

IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde;

X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da polí-tica nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;

XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;

XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de in-teresse para a saúde;

XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institu-cional;

XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;

XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abran-gência estadual e municipal;

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saú-de, respeitadas as competências estaduais e municipais;

XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede-ral;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avali-ação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em coope-ração técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.

Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemi-ológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.

Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das

ações de saúde; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema

Único de Saúde (SUS); III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar suple-

tivamente ações e serviços de saúde; IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; e d) de saúde do trabalhador; V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do

meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; VI - participar da formulação da política e da execução de ações de sa-

neamento básico; VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos

ambientes de trabalho; VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar

a política de insumos e equipamentos para a saúde; IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sis-

temas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e he-

mocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde;

XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;

XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de por-tos, aeroportos e fronteiras;

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XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.

Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de sa-

úde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; II - participar do planejamento, programação e organização da rede re-

gionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articu-lação com sua direção estadual;

III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho;

IV - executar serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico; e e) de saúde do trabalhador; V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equi-

pamentos para a saúde; VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que te-

nham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos muni-cipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;

VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sa-

nitária de portos, aeroportos e fronteiras; X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e con-

vênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;

XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.

Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.

CAPÍTULO V Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena

(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento

das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou indivi-dualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funciona-rá em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. (Inclu-ído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a reali-dade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assis-tência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. (Incluí-do pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, co-mo o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Aten-ção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos orga-nismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políti-cas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

CAPÍTULO VI DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR

(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o

atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)

§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domi-ciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfer-magem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)

§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)

§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realiza-dos por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)

CAPÍTULO VII DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO

DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) CAPÍTULO VIII

(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNO-

LOGIA EM SAÚDE” Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d

do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saú-

de, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambula-torial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.

Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes definições:

I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coleto-ras e equipamentos médicos;

II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quan-do couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento,

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produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficá-cia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (Inclu-ído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dis-pensação será realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor fe-deral do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergesto-res Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplemen-tar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de no-vos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo Con-selho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do proces-so, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluí-do pela Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo administrati-vo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorroga-ção por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguin-tes determinações especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações neces-sárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer

emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (Inclu-

ído pela Lei nº 12.401, de 2011) I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento,

produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluí-do pela Lei nº 12.401, de 2011)

II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa.”

Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medica-mentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

TÍTULO III DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE

CAPÍTULO I Do Funcionamento

Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.

Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, se-

rão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento.

Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.

§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firma-dos.

§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde manti-dos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social.

CAPÍTULO II Da Participação Complementar

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para ga-rantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os pa-râmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacio-nal do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.

§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de paga-mento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.

§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.

§ 3° (Vetado). § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou

serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confi-ança no Sistema Único de Saúde (SUS).

TÍTULO IV DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formali-zada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:

I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;

II - (Vetado) III - (Vetado) IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único

de Saúde (SUS). Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de

Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, median-te normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacio-nal.

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 15

Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.

§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sis-tema Único de Saúde (SUS).

§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento.

Art. 29. (Vetado). Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob

supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades profissionais correspondentes.

TÍTULO V DO FINANCIAMENTO

CAPÍTULO I Dos Recursos

Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessá-rios à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabeleci-das na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:

I - (Vetado) II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à

saúde; III - ajuda, contribuições, doações e donativos; IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âm-

bito do Sistema Único de Saúde (SUS); e VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de

que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destina-da à recuperação de viciados.

§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.

§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supleti-vamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recur-sos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

§ 4º (Vetado). § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnoló-

gico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de institui-ções de fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria das instituições executoras.

§ 6º (Vetado). CAPÍTULO II

Da Gestão Financeira Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) se-

rão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.

§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamen-to da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.

§ 2º (Vetado). § 3º (Vetado). § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de

auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recur-sos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efeti-vamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orça-mento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no

âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Segurida-

de Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Es-tados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos se-guintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:

I - perfil demográfico da região; II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na á-

rea; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e

municipais; VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras

esferas de governo. § 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de

migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão pondera-dos por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados.

§ 3º (Vetado). § 4º (Vetado). § 5º (Vetado). § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos ór-

gãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades pre-vistas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recur-sos transferidos.

CAPÍTULO III Do Planejamento e do Orçamento

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municí-pios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.

§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financi-amento será previsto na respectiva proposta orçamentária.

§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de a-ções não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.

Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a se-rem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das carac-terísticas epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdi-ção administrativa.

Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39. (Vetado). § 1º (Vetado). § 2º (Vetado). § 3º (Vetado). § 4º (Vetado). § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para ór-

gãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.

§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros

§ 7º (Vetado). § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos

pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a disseminação de estatísti-cas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.

Art. 40. (Vetado) Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e

pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de presta-ção de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia.

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Art. 42. (Vetado). Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada

nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contra-tos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas.

Art. 44. (Vetado). Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino

integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preser-vada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recur-sos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites confe-ridos pelas instituições a que estejam vinculados.

§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de pre-vidência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quais-quer outros órgãos e serviços de saúde.

§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado.

Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.

Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de pres-tação de serviços.

Art. 48. (Vetado). Art. 49. (Vetado). Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, cele-

brados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 51. (Vetado). Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de

emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei.

Art. 53. (Vetado). Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei

nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário.

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Úni-

co de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:

I - a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde. § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re-

presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinari-amente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, ór-gão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estraté-gias e no controle da execução da política de saúde na instância corres-pondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Con-selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.

§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Confe-rências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.

§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua

organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.

Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:

I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus ór-gãos e entidades, da administração direta e indireta;

II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;

III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saú-de;

IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo desti-nar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.

Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão re-passados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.

§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previs-tos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo.

§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.

§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.

Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:

I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o

Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990; III - plano de saúde; IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do

art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990; V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários

(PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Esta-

dos, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respecti-vamente, pelos Estados ou pela União.

Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Esta-do, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei.

Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfedera-tiva.

Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agru-

pamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades cultu-rais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;

II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de cola-boração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquiza-da, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e de-mais elementos necessários à implementação integrada das ações e servi-

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 17

ços de saúde; III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do u-

suário no SUS; IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual en-

tre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS;

V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela inicia-tiva privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investi-mentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;

VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;

VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específi-cos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e

VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabe-lece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o trata-mento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO DO SUS

Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação comple-mentar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.

Seção I Das Regiões de Saúde

Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articu-lação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.

§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compos-tas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.

§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais.

Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:

I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará crono-

grama pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as transferências

de recursos entre os entes federativos. Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbi-

to de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.

Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde:

I - seus limites geográficos; II - população usuária das ações e serviços; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala

para conformação dos serviços. Seção II

Da Hierarquização Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços

de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço.

Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:

I - de atenção primária; II - de atenção de urgência e emergência; III - de atenção psicossocial; e

IV - especiais de acesso aberto. Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pac-

tuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde.

Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especiali-zados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o.

Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de sa-úde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, obser-vadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente.

Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos dife-renciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a ne-cessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da Saúde.

Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em sa-úde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região.

Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde na respectiva área de atuação.

Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e or-denado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federati-vos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comis-sões Intergestores:

I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;

II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde; III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, proce-

dimentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos no cumpri-mento das atribuições previstas no art. 13.

CAPÍTULO III DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE

Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente e inte-grado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.

§ 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada.

§ 2o A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do planejamento integrado dos entes federativos, e deverão conter metas de saúde.

§ 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as caracte-rísticas epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde.

Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e as a-ções prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.

Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessi-dades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde.

Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realiza-do de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde.

Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os prazos do plane-jamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional.

CAPÍTULO IV DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Interges-tores.

Seção I Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 18

Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.

Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.

Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES.

Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactua-rão nas respectivas Comissões Intergestores as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes da RENASES.

Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Inter-gestores.

Seção II Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME

compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.

Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário Tera-pêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.

Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.

Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.

Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar rela-ções específicas e complementares de medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financi-amento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.

Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente:

I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS; II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exer-

cício regular de suas funções no SUS; III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protoco-

los Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica comple-mentar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e

IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.

§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assis-tência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem.

§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado.

Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadual, dis-trital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.

CAPÍTULO V DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

Seção I Das Comissões Intergestores Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o fun-

cionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo:

I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efeitos administrativos e operacionais;

II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Sa-úde para efeitos administrativos e operacionais; e

III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vin-culada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e ope-racionais, devendo observar as diretrizes da CIB.

Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS.

Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão com-

partilhada do SUS, de acordo com a definição da política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de saúde;

II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites ge-ográficos, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos;

III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a respeito da organização das redes de atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das ações e serviços dos entes federativos;

IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as solidárias; e

V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da assistência.

Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação: I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de

saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; e III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões opera-

cionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos, as normas que regem as relações interna-cionais.

Seção II Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde

Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a or-ganização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde.

Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários.

Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.

Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com rela-ção às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde.

§ 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.

§ 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de ga-

rantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do desempenho da prestação das ações e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se as especificidades municipais, regionais e estaduais.

Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá as seguintes disposições essenciais:

I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais; II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promoção, pro-

teção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-regional; III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a po-

pulação no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde;

IV - indicadores e metas de saúde; V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde; VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramento

permanente; VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em re-

lação às atualizações realizadas na RENASES; VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas responsabili-

dades; e IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 19

partícipes para sua execução. Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de in-

centivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e serviços de saúde.

Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão participativa:

I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação do usuá-rio das ações e dos serviços, como ferramenta de sua melhoria;

II - apuração permanente das necessidades e interesses do usuário; e III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em todas

as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas que dele participem de forma complementar.

Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator determi-nante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde.

Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua implementação.

Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato Orga-nizativo de Ação Pública da Saúde.

§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção específica relativa aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde.

§ 2o O disposto neste artigo será implementado em conformidade com as demais formas de controle e fiscalização previstas em Lei.

Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Con-trato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados.

Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato Orga-nizativo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações em saúde organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde para monitoramento.

CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo:

I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obrigações previstas neste Decreto;

II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;

III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento. Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações e servi-

ços de saúde que na data da publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes federados, de forma direta ou indire-ta.

Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.

Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

6 DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE. Que se entende por determinantes sociais da saúde? As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) ex-

pressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indiví-duos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrên-cia de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comis-são homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma defini-ção mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem

ser alterados através de ações baseadas em informação. Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante sintética, ao entendê-los como as características sociais dentro das quais a vida transcorre.

Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado certo consenso sobre a importância dos DSS na situação de saúde, esse consenso foi sendo construído ao longo da história. Entre os diversos paradigmas expli-cativos para os problemas de saúde, em meados do século XIX predomina-va a teoria miasmática, que conseguia responder às importantes mudanças sociais e práticas de saúde observadas no âmbito dos novos processos de urbanização e industrialização ocorridos naquele momento histórico. Estu-dos sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim como sobre riscos ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito de miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998).

Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa teoria, entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência social”, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito impor-tante sobre a saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas à pesquisa científica. Entendia também que o próprio termo “saúde pública” expressa seu caráter político e que sua prática implica necessariamente a intervenção na vida política e social para identificar e eliminar os fatores que prejudicam a saúde da população (ROSEN, 1980). Outros autores que merecem destaque nessa corrente de pensamento são Chadwick, com seu Report on the sanitary condition of the labouring population of Great Britain, de 1842, Villermé, com Tableau de

l’état physique et moral des ouvriers de Paris, de 1840, e Engels, com A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra, Londres, de 1845.

Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordinário trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur, afirma-se um novo paradigma para a explicação do processo saúde-doença. A história da criação da primeira escola de saúde pública nos Estados Unidos, na Universidade Johns Hop-kins, é um interessante exemplo do processo de afirmação da hegemonia desse “paradigma bacteriológico”. Desde 1913, quando a Fundação Rocke-feller decide propor o estabelecimento de uma escola para treinar os profis-sionais de saúde pública, até a decisão, em 1916, de financiar sua implan-tação em Johns Hopkins, há um importante debate entre diversas correntes e concepções sobre a estruturação do campo da saúde pública. No centro do debate estiveram questões como: deve a saúde pública tratar do estudo de doenças específicas, como um ramo especializado da medicina, base-ando-se fundamentalmente na microbiologia e nos sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no estudo da influência das condições sociais, econômicas e ambientais na saúde dos indivíduos? Outras questões rela-cionadas: a saúde e a doença devem ser pesquisadas no laboratório, com o estudo biológico dos organismos infecciosos, ou nas casas, nas fábricas e nos campos, buscando conhecer as condições de vida e os hábitos de seus hospedeiros?

Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e medicina e entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença estiveram no centro do debate sobre a configuração desse novo campo de conhecimento, de prática e de educação. Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida pela excelência de sua escola de medicina, de seu hospital e de seu corpo de pesquisadores médicos. Esta decisão representou o predomínio do concei-to da saúde pública orientada ao controle de doenças específicas, funda-mentada no conhecimento científico baseado na bacteriologia e contribuiu para “estreitar” o foco da saúde pública, que passa a distanciar-se das questões políticas e dos esforços por reformas sociais e sanitárias de caráter mais amplo. A influência desse processo e do modelo por ele gera-do não se limita à escola de saúde pública de Hopkins, estendendo-se por todo o país e internacionalmente. O modelo serviu para que nos anos seguintes a Fundação Rockefeller apoiasse o estabelecimento de escolas de saúde pública no Brasil (Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São Paulo), Bulgária, Canadá, Checoslováquia, Inglaterra, Hungria, Índia, Itália, Japão, Noruega, Filipinas, Polônia, Romênia, Suécia, Turquia e Iugoslávia (FEE, 1987).

Apesar da preponderância do enfoque médico biológico na conforma-ção inicial da saúde pública como campo científico, em detrimento dos enfoques sociopolíticos e ambientais, observa-se, ao longo do século XX, uma permanente tensão entre essas diversas abordagens. A própria histó-ria da OMS oferece interessantes exemplos dessa tensão, observando-se períodos de forte preponderância de enfoques mais centrados em aspectos biológicos, individuais e tecnológicos, intercalados com outros em que se destacam fatores sociais e ambientais. A definição de saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a

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ausência de doença ou enfermidade, inserida na Constituição da OMS no momento de sua fundação, em 1948, é uma clara expressão de uma con-cepção bastante ampla da saúde, para além de um enfoque centrado na doença. Entretanto, na década de 50, com o sucesso da erradicação da varíola, há uma ênfase nas campanhas de combate a doenças específicas, com a aplicação de tecnologias de prevenção ou cura.

A Conferência de Alma-Ata, no final dos anos 70, e as atividades inspi-radas no lema “Saúde para todos no ano 2000” recolocam em destaque o tema dos determinantes sociais. Na década de 80, o predomínio do enfo-que da saúde como um bem privado desloca novamente o pêndulo para uma concepção centrada na assistência médica individual, a qual, na década seguinte, com o debate sobre as Metas do Milênio, novamente dá lugar a uma ênfase nos determinantes sociais que se afirma com a criação da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS, em 2005.

O estudo dos determinantes sociais da saúde Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional,

observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a ma-neira como se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a situação de saúde de sua população (ALMEIDA-FILHO, 2002). Esse avan-ço é particularmente marcante no estudo das iniquidades em saúde, ou seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desne-cessárias (WHITEHEAD, 2000). Segundo Nancy Adler (2006), podemos identificar três gerações de estudos sobre as iniquidades em saúde. A primeira geração se dedicou a descrever as relações entre pobreza e saúde; a segunda, a descrever os gradientes de saúde de acordo com vários critérios de estratificação socioeconômica; e a terceira e atual gera-ção está dedicada principalmente aos

estudos dos mecanismos de produção das iniquidades ou, para usar a expressão de Adler, está dedicada a responder à pergunta: como a estrati-ficação econômico-social consegue “entrar” no corpo humano?

O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa-efeito. É através do conhecimento deste complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Embora o volume de riqueza gerado por uma sociedade seja um elemento fundamental para viabilizar melhores condições de vida e de saúde, o estudo dessas media-ções permite entender por que existem países com um PIB total ou PIB per capita muito superior a outros que, no entanto, possuem indicadores de saúde muito mais satisfatórios. O estudo dessa cadeia de mediações permite também identificar onde e como devem ser feitas as intervenções, com o objetivo de reduzir as iniquidades de saúde, ou seja, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem provocar maior impacto.

Outro desafio importante em termos conceituais e metodológicos se re-fere à distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os de grupos e populações, pois alguns fatores que são importantes para explicar as diferenças no estado de saúde dos indivíduos não explicam as diferen-ças entre grupos de uma sociedade ou entre sociedades diversas. Em outras palavras, não basta somar os determinantes de saúde identificados em estudos com indivíduos para conhecer os determinantes de saúde no nível da sociedade. As importantes diferenças de mortalidade constatadas entre classes sociais ou grupos ocupacionais não podem ser explicadas pelos mesmos fatores aos quais se atribuem as diferenças entre indivíduos, pois se controlamos esses fatores (hábito de fumar, dieta, sedentarismo etc.), as diferenças entre estes estratos sociais permanecem quase inalte-radas.

Enquanto os fatores individuais são importantes para identificar que in-divíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco, as dife-renças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas com outros fatores, principalmente o grau de equidade na distribuição de renda. Por exemplo, o Japão é o país com a maior expectativa de vida ao nascer, não porque os japoneses fumam menos ou fazem mais exercícios, mas porque o Japão é um dos países mais igualitários do mundo. Ao confundir os níveis de análise e tratar de explicar a saúde das populações a partir de resultados de estudos realizados com indivíduos, estaríamos

aceitando o contrário da chamada “falácia ecológica” (KAWACHI et al., 1997; WILKINSON, 1997; PELEGRINI FILHO, 2000).

O clássico estudo de Rose e Marmot (1981) sobre a mortalidade por doença coronariana em funcionários públicos ingleses ilustra muito bem esta situação. Fixando como um o risco relativo de morrer por esta doença no grupo ocupacional de mais alto nível na hierarquia funcional, os funcio-nários de níveis hierárquicos inferiores, como profissional/executivo, aten-dentes e outros, teriam risco relativo aproximadamente duas, três e quatro vezes maiores, respectivamente. Os autores encontraram que os fatores de risco individuais, como colesterol, hábito de fumar, hipertensão arterial e outros explicavam apenas 35 a 40% da diferença, sendo que os restantes 60-65% estavam basicamente relacionados aos DSS.

Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos através dos quais os DSS provocam as iniquidades de saúde. A primeira delas privilegia os “aspectos físico-materiais” na produção da saúde e da doença, enten-dendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas. Outro enfoque privilegia os “fatores psicosociais”, explorando as relações entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e prejuízos à saúde. Os enfoques “ecossociais” e os chamados “enfoques multiníveis” buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica.

Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e grupos. Esses estudos identificam o desgaste do chamado “capital social”, ou seja, das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos, como um importante mecanismo através do qual as iniquidades de renda impactam negativamente a situação de saúde. Países com frágeis laços de coesão social, ocasionados pelas iniquidades de renda, são os que menos investem em capital humano e em redes de apoio social, fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Esses estudos também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e com alta coesão social.

Diversos são os modelos que procuram esquematizar a trama de rela-ções entre os diversos fatores estudados através desses diversos enfo-ques. Dois modelos serão analisados a seguir: o modelo de Dahlgren e Whitehead (GUNNING-SCHEPERS, 1999) e o modelo de Didericksen e outros (EVANS et al., 2001).

O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em dife-rentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes. Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e sua distribuição em camadas, segundo seu nível de abrangência, o modelo não pretende explicar com detalhes as relações e mediações entre os diversos níveis e a gênese das iniquidades. Como se pode ver na figura 1, os indivíduos estão na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu poten-cial e suas condições de saúde. Na camada imediatamente externa apare-cem o comportamento e os estilos de vida individuais. Esta camada está situada no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os compor-tamentos, muitas vezes entendidos apenas como de responsabilidade individual, dependentes de opções feitas pelo livre arbítrio das pessoas, na realidade podem também ser considerados parte dos DSS, já que essas opções estão fortemente condicionadas por determinantes sociais - como informações, propaganda, pressão dos pares, possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer etc.

A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que, como vimos, é de fundamental importância para a saúde da sociedade como um todo. No próximo nível estão representados os fatores relaciona-dos a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indi-cando que as pessoas em desvantagem social correm um risco diferencia-do, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição a condi-ções mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços. Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes

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relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da socieda-de e que possuem grande influência sobre as demais camadas.

Necessário mencionar, pela crescente influência sobre as condições sociais, econômicas e culturais dos países, o fenômeno da globalização. Suas principais características, assim como a influência da globalização sobre a pobreza e as condições de saúde, e sobre as condições de vida em geral foram analisadas por Buss (2006).

O modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adaptado por Dideri-chsen, Evans e Whitehead (2001). Esse modelo enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de saúde. No diagrama abaixo (figura 2), (I) representa o processo segundo o qual cada indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de diversos mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de trabalho. De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes indivíduos, aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que causam danos à saúde (II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de doença, uma vez exposto a estes riscos (III); e o diferencial de consequências sociais ou físicas, uma vez contraída a doença (IV). Por “consequências sociais” entende-se o impacto que a doença pode ter sobre a situação socioeconô-mica do indivíduo e sua família.

As intervenções sobre os determinantes sociais da saúde O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diderichsen permitem iden-

tificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar os diferenciais de DSS originados pela posição social dos indivíduos e grupos.

Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que promovam mudanças de comportamento, através de programas educati-vos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis, criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas formas.

O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de rela-ções. Como já mencionado, os laços de coesão social e as relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem políti-cas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e partici-pantes ativos das decisões da vida social.

O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham, buscan-do assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada, alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e outros. Em geral essas políticas são responsabilidade de setores distintos, que frequentemente operam de maneira independente, obrigando o estabe-lecimento de mecanismos que permitam uma ação integrada.

O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrode-terminantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de traba-lho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidari-edade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambi-ental e seus efeitos sobre a sociedade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO, 2006).

O outro modelo, proposto por Diderichsen et al., permite também identi-ficar alguns pontos de incidência de políticas que atuem sobre os mecanis-mos de estratificação social e sobre os diferenciais de exposição, de vulne-rabilidade e de suas consequências.

Embora a intervenção sobre os mecanismos de estratificação social se-ja de responsabilidade de outros setores, ela é das mais cruciais para combater as iniquidades de saúde. Aqui se incluem políticas que diminuam as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho,

educação e seguridade social, além de um sistemático acompanhamento de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e diminuir seus efeitos sobre a estratificação social.

O segundo conjunto de políticas busca diminuir os diferenciais de ex-posição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em condições de habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco seguros ou estão expostos a deficiências nutricionais. Aqui se incluem também políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas. Quanto ao enfrentamento dos diferenciais de vulnerabilidade, são mais efetivas as intervenções que buscam fortalecer a resistência a diversas exposições, como por exemplo, a educação das mulheres para diminuir sua própria vulnerabilidade e a de seus filhos. A intervenção no sistema de saúde busca reduzir os diferenciais de consequências ocasionadas pela doença, aqui incluindo a melhoria da qualidade dos serviços a toda a população, apoio a deficientes, acesso a cuidados de reabilitação e mecanismos de financiamento equitativos, que impeçam o empobrecimento adicional cau-sado pela doença.

Essas intervenções sobre níveis macro, intermediário ou micro de DSS, com vistas a diminuir as iniquidades relacionadas à estratificação social, além de obrigarem a uma atuação coordenada intersetorial abarcando diversos níveis da administração pública, devem estar também acompa-nhadas por políticas mais gerais de caráter transversal que busquem forta-lecer a coesão e ampliar o “capital social” das comunidades vulneráveis, e promover a participação social no desenho e implementação de políticas e programas (CSDH, 2006).

A evolução conceitual e prática do movimento de promoção da saúde em nível mundial indica uma ênfase cada vez maior na atuação sobre os DSS, constituindo importante apoio para a implantação das políticas e intervenções acima mencionadas.

A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde

(CNDSS) O conhecimento e as intervenções sobre os DSS no Brasil deverão re-

ceber importante impulso, com a criação da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Essa Comissão foi estabe-

lecida em 13 de março de 2006, através de Decreto Presidencial, com um mandato de dois anos. A criação da CNDSS é uma resposta ao movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por eles geradas.

A CNDSS está integrada por 16 personalidades expressivas de nossa vida social, cultural, científica e empresarial.1 Sua constituição diversificada é uma expressão do reconhecimento de que a saúde é um bem público, construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade brasileira. O Decreto Presidencial que criou a CNDSS constituiu também um Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado por diversos ministérios relacionados com os DSS, além dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS e CONASEMS). O trabalho articulado da CNDSS com esse Grupo permite que se multipliquem ações integradas entre as diversas esferas da administração pública, e que as já existentes ganhem maior coerência e efetividade.

As atividades da CNDSS têm como referência o conceito de saúde, tal como a concebe a OMS - “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” - e o preceito constitucional de reconhecer a saúde como um “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recupera-ção” (artigo 196 da Constituição brasileira de 1988).

Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: Compromisso com a ação: implica apresentar recomendações concre-

tas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniquidades de saúde geradas pelos DSS.

Compromisso com a equidade: a promoção da equidade em saúde é fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde.

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Compromisso com a evidência: as recomendações da Comissão de-vem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que permitam, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniquidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência.

Os principais objetivos da CNDSS são:

• produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil;

• apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da equidade em saúde;

• promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de consciência e atuação sobre os DSS.

Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem desenvolvendo as se-guintes linhas de atuação:

1) Produção de conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniqui-dades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas. No âmbito desta linha de atuação, a CNDSS, o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde e o CNPq lançaram um edital de pes-quisa que permitiu apoiar projetos de pesquisa sobre DSS por um montante de cerca de quatro milhões de reais. Os pesquisadores responsáveis por esses projetos e gestores locais e estaduais convidados estão conformando uma rede de colaboração e intercâmbio para seguimento dos projetos e discussão de implicações para políticas de seus resultados intermediários. Ainda no âmbito desta linha de atuação, foram identificados e avaliados sistemas de informação de abrangência nacional sobre DSS e foi realizado um seminário internacional sobre metodologias de avaliação de interven-ções sobre os DSS. Os resultados dessas atividades estarão em breve disponíveis no site da CNDSS.

2) Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível local, regional e nacional. O GT Intersetorial deve constituir o principal instrumento para o desenvolvimento desta linha de atuação.

3) Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a diver-sos setores da sociedade civil, para a tomada de consciência sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde. Membros da CNDSS e da secretaria técnica vêm participando de congres-sos e reuniões nacionais e internacionais e utilizando meios de comunica-ção de massa para o desenvolvimento desta linha de atuação. Em breve será organizado um fórum de discussão nacional e regional, com a partici-pação de organizações não governamentais que atuam em áreas relacio-nadas com os DSS.

4) Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma página institucional (www.determinates.fiocruz.br) com informações sobre as atividades que vem desenvolvendo, além de publicações de interesse. Em breve será lançado um Portal sobre DSS, onde, além de informações sobre as ativida-des da CNDSS, serão incluídos dados, informações e conhecimentos sobre DSS existentes nos sistemas de informação e na literatura mundial e nacio-nal. Esse portal deve também se constituir num espaço de interação para intercâmbio e discussão de grupos estratégicos relacionados aos DSS, como pesquisadores, tomadores de decisão, profissionais de comunicação e outros.

A partir do segundo semestre de 2007, a CNDSS começará a publicar seu relatório final em fascículos, para prestar contas sobre o cumprimento de seus objetivos, traçar um panorama geral da situação de saúde do país e propor políticas e programas relacionados aos DSS. Estamos convenci-dos de que as atividades da CNDSS e seus desdobramentos futuros serão uma valiosa contribuição para o avanço do processo de reforma sanitária brasileira e para a construção de uma sociedade mais humana e justa.

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NOTAS Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Membro titular da Acade-

mia Nacional de Medicina e coordenador da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Endereço eletrônico: [email protected].

Pesquisador titular da FIOCRUZ e coordenador da Secretaria Técnica da CNDSS. Endereço eletrônico: [email protected].

São membros da CNDSS: Adib Jatene, Aloysio Teixeira, César Victora, Dalmo Dallari, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, Elza Berquó, Jaguar, Jairnilson Paim, Lucélia Santos, Moacyr Scliar, Roberto Esmeraldi, Rubem César Fernandes, Sandra de Sá, Sonia Fleury, Zilda Arns e Paulo M. Buss (coordenador). Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/saudeedeterminantessociais_artigo.pdf

7 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE. A Rede Nacional de Informações de Saúde (RNIS) tem como objetivo

integrar e disseminar as informações de saúde no país. Criada como um projeto do Ministério da Saúde, a RNIS está integrando, através da Internet, todos os municípios brasileiros, facilitando o acesso e o intercâmbio das informações em saúde. Com isso, a Rede pretende contribuir para a melho-ria da gestão, do controle social, do planejamento e da pesquisa de gesto-res, agentes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

INFORMAÇÕES DE SAÚDE

APRESENTAÇÃO O Datasus disponibiliza informações que poderão servir de subsídios

para: análise objetiva da situação sanitária, tomada de decisões baseadas em evidências e programação de ações de saúde.

A mensuração do estado de saúde da população é uma tradição em

saúde pública. Teve seu início com o registro sistemático de dados de mortalidade e de sobrevivência (estatísticas vitais). Com os avanços no controle das doenças infecciosas (informações epidemiológicas e morbida-de), e com a melhor compreensão do conceito de saúde e de seus determi-nantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a incorporar outras dimensões do estado de saúde.

Dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da

atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 23

utilizadas na construção de indicadores de saúde, que se traduzem em informação relevante para a quantificação e a avaliação das informações em saúde.

Disseminamos, também nesta seção, informações sobre assistência a

saúde da população, os cadastros (rede assistencial) das redes hospitala-res e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de informações sobre recursos financeiros e informações demográficas e socioeconômicas.

Além disso, em saúde suplementar, são apresentados links para as

páginas de informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Características gerais Sistema de informação (S.I.): é um sistema, automatizado ou manual,

que inclua pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados para recolher, processar, transmitir e disseminar dados que representam informação para o utilizador. Normalmente é composto por Software (Símbolos e Linguagem, Modelo computacional) e por Hardware.

Objetivos A implementação de sistemas de informação em saúde têm

normalmente pelo menos um dos seguintes objetivos: � administrativos - pretende-se registrar os dados demográficos dos

doentes, bem como os dados do funcionamento de instituição (ex.: datas de internamentos de doentes)

� financeiros - pretende-se registrar dados relativos aos custos ou receitas de serviços prestados (ex.: despesas a apresentar a subsistemas de saúde)

� stocks - pretende-se fazer a gestão de stocks de uma instituição (ex.: fármacos)

� clínicos - pretende-se registrar os dados de saúde e doença de utentes

Utilizadores Cada sistema pode estar direcionado para ter os seguintes tipos de

utilizadores: � Pessoal administrativo � Profissionais de saúde - médicos, enfermeiros e outros

profissionais de saúde � Gestores - diretores de serviço, administração clínica � Utentes Tecnologias Estes sistemas podem fazer uso de uma grande diversidade de

tecnologias. � Quanto ao aspecto da interface com o utilizador podem ser

aplicações: em modo texto, gráficas, ou ambiente Web � A estrutura destes sistemas depende da dimensão da instituição e

da qualidade do sistema. Podem ser: � stand-alone - funcionam apenas num computador � cliente-servidor - a aplicação é instalada em vários computadores,

mas o servidor de base de dados encontra-se num único servidor � em ambiente Web - a aplicação é um conjunto de páginas que se

pode aceder de vários computadores, estando assim dados e aplicação no servidor

� de acesso remoto - utilizando remote-desktops ou thin-clients para aceder a ambientes que se encontram no servidor

Os componentes tradicionais de um sistema de informação hospitalar

são: administrativo, clínico e de apoio.

Cuidados primários A área dos sistemas de informação para cuidados primários é hoje

considerada como em crescimento na Europa. Os avanços na tecnologia e a constatação dos seus benefícios, forçam a sua implementação pelos governos dos vários países. Com exemplos de redução de custos noutros mercados europeus, a utilização das tecnologias de informação nos cuidados primários já não é de baixa prioridade. Apesar de muito do esforço de informatização estar centrado em hospitais, sabe-se que é através do

aumento da eficiência dos cuidados primários que se consegue obter um impacto positivo a longo prazo nos custos da prestação de cuidados de saúde. São exemplos de países com projetos em funcionamento o Reino Unido (NHS Connecting for Health - CfH) , a Alemanha e a França.

Sistemas de informação clínicos Os sistemas de informação clínicos para os cuidados primários são

sistemas que ajudam na gestão clínica do paciente ao nível da prática médica, e incluem funcionalidades como agendamento, registro da consulta e de tratamentos, dados laboratoriais e de imagem, e prescrição médica. Também podem incluir sistemas de apoio à decisão, sistemas de gestão de doença e acesso a apoio clínico on-line. Alguns sistemas possuem ainda ferramentas de análise para criar tabelas, gráficos e mapas dos dados existentes para apoio aos cuidados primários.

Sistemas de informação administrativos Os sistemas de informação administrativos para os cuidados primários

são sistemas que ajudam na gestão dos pacientes e do funcionamento de uma instituição de cuidados primários, e incluem funcionalidades como gestão de doentes, agendamento, orçamentação e arquivo documental. Alguns sistemas incluem sistemas de informação clínicos e administrativos num único.

Hospitais Um sistema de informação hospitalar pode ser descrito como sendo um

sistema desenhado para auxiliar na gestão de toda a informação clínica e administrativa da instituição, e melhorar a qualidade da prestação de cuidados de saúde. Um sistema de informação hospitalar tem por objetivo integrar outros sistemas já existentes.

Os sistemas de informação existentes num hospital normalmente

refletem os vários departamentos existentes dentro da instituição. Eis uma divisão possível de um hospital:

� Serviços administrativos � Gestão � Serviços financeiros � Pessoal � Gestão de informação � Arquivo � Estatísticas � Comunicações � Logística � Cozinhas � Lavanderia � Manutenção � Serviços clínicos � Consultas � Urgências � Serviços médicos � Serviços cirúrgicos � Serviços de apoio � Bioquímica � Hematologia � Bacteriologia e virologia � Imunologia � Função respiratória � Citologia � Radiologia � Endoscopia � Farmácia

Administrativos Estes componentes incluem subsistemas de gestão: � médico-administrativa - identificação de utentes; pré-admissão,

admissão, alta e transferências; correspondência e ligações a companhias de seguros

� financeira - contabilidade; controlo administrativo � inventarial - compras, planejamento � da atividade hospitalares - gestão de recursos (camas, consultas),

relatórios estatísticos e de atividades; gestão de recursos humanos

Clínicos Os serviços agrupam as funções relacionadas com a prestação de

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cuidados e outras atividades médicas em geral. Por isso são muito complexas e difíceis de modelar. Estas funções podem ser divididas em três subsistemas:

� subsistema que cria o Registro Clínico Eletrônico - muitos destes sistemas tomam a forma de registros clínicos eletrônicos de diferentes especialidades médicas (ex.: obstetrícia, pneumologia, cuidados intensivos, ...). Estes registros contêm considerações, achados, resultados de meios complementares de diagnóstico e informações sobre o tratamento do processo patológico.

� subsistema que executa tarefas de requisição de exames e retorno de resultados

� subsistema que controla e verifica estas atividades (workflow)

Os componentes do subsistema de prestação de cuidados são: � Gestão de dados de pacientes � Observações, entrevistas, exames, diagnósticos e prognósticos � Gestão de atividades (procedimentos e prescrição) � Reportar (relatórios, sumários, gráficos) � Comunicações � Com unidades de prestação de cuidados internas e externas � Com unidades fora do hospital � Gestão da prestação de cuidados � Logística � Administração e contabilidade � Estatísticas de atividades � Ensino e investigação � Acesso a conhecimento médico e protocolos � Consulta a bases de dados

Apoio Estes componentes cobrem todas as atividades dos laboratórios

biológicos e serviços de imagem. Os componentes do subsistema de apoio médico são:

� Exames � Registro de pedidos � Impressão de documentos � Aquisição de dados (manual, ligação a analisadores) � Validação � Impressão e distribuição � Arquivo � Gestão laboratorial � Administração e contabilidade � Controlo de qualidade � Estatística de atividades Integração entre Sistemas de Informação Com a disseminação de Tecnologias de Informação e Comunicação

(TIC), muitos departamentos hospitalares ou profissionais de saúde individualmente adquiriram software médico ou criaram as suas bases de dados informáticas, de forma a armazenar e gerir registros contendo dados relevantes dos seus doentes. Infelizmente, muitos destes sistemas não foram desenhados de forma a permitir a comunicação entre si, tornando ineficiente a utilização e partilha de informação clínica. Para além deste fato, a multiplicação de sistemas não articulados gera a existência de dados replicados ou contraditórios, e a não utilização de normas de terminologia ou até de identificadores únicos de doentes pode dificultar a sua integração, impossibilitando o acesso integrado a toda a informação existente de um doente. Nesta situação, o custo dos recursos humanos e técnicos necessários para a recolha, integração e armazenamento não automático de informação clínica é elevado.

A ideia de um sistema que assente em sistemas de informação previamente existentes, pode ajudar no processo de integração e facilitar a comunicação entre sistemas, sem pôr em risco os dados já existentes ou interferir com as suas atualizações. (Exemplo: HSJ.ICU - Informação Clínica de Utente)

No caso de sistemas de informação hospitalares existem vários tipos de sistemas e organização:

� vários registros clínico eletrônicos departamentais, adaptados às necessidades da especialidade, com uma base de dados do sistema de informação e sem relação com os outros sistemas de registros clínicos;

� vários registros clínico eletrônicos departamentais, semelhantes aos anteriores mas onde as bases de dados comunicam entre si;

� um único sistema de registros clínico eletrônico hospitalar, em que todas as especialidades trabalham com o mesmo registro clínico eletrônico, embora os interfaces de introdução de dados possam ser adaptados a cada uma delas. Neste caso os sistemas de apoio clínico, que correspondem aos sistemas de informação de radiologia, de patologia (exames de anatomia patológica), de hematologia e bioquímica e de laboratórios que avaliam a função (como ECG, testes de função respiratória) alimentam ou não o Registro Clínico Eletrônico;

� vários registros clínicos eletrônicos departamentais, mas o armazenamento da informação clínica é feita em várias bases de dados hospitalares não diretamente associados aos registros eletrônicos. Existe uma plataforma comum a todos os sistemas de informação que permite a comunicação dos dados entre cada um. Um dos aspectos mais importantes para a existência de um sistema de informação hospitalar desta natureza é a compatibilidade entre os vários sistemas informáticos.

Sistemas para utentes

Atualmente os utentes são responsáveis por fazer a gestão e manutenção de informação relevante para a sua saúde (história familiar, análises, radiografias, boletins de vacinas, …). Estes dados existem normalmente em suportes pouco eficazes e de difícil organização, por se encontrarem em múltiplos documentos em papel dispersos ou na memória dos cidadãos.

Existem sistemas que fornecem num portal um ambiente personalizado por cidadão que permite concentrar informação útil e de caráter pessoal, que pode ser atualizada pelo cidadão, e onde posteriormente se podem obter registros informais relativos ao seu histórico de saúde, registros anatômicos, histórico das suas atividades relativas às suas consultas e/ou exames ou outros. Podendo também garantir de forma voluntária a subscrição dos cidadãos a serviços extras consolidados por portais das instituições prestadoras de cuidados de saúde da região (exemplo: consolidação de informação e mecanismos para chegar informação útil de caráter generalizado ou personalizado tal como alertas a disponibilizar por e-mail ou outro canal de distribuição relativamente à prestação de cuidados de saúde).

SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO SUS

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE O conhecimento atualizado das condições de saúde da população de-

corre da realização de estudos e análises das informações disponíveis, especialmente as referentes ao conjunto de indicadores básicos seleciona-dos para acompanhamento periódico. A precisão desse conhecimento, por sua vez, depende, em grande parte, da qualidade dos dados gerados nos sistemas de informação de saúde, o que pode estar influenciado por múlti-plos fatores, técnicos e operacionais. O uso regular desses dados, por serviços e instituições acadêmicas da área de saúde, contribui decisiva-mente para o progressivo aprimoramento dos sistemas e bases de dados e, consequentemente, para a consistência das análises realizadas.

Em relação à Vigilância Epidemiológica nada se faz sem a obtenção de

informações. Por outro lado, um bom sistema de informações depende da periodicidade do fluxo de fornecimento dos dados e do criterioso preenchi-mento dos instrumentos de coleta (fichas de notificação e investigação, declaração de óbito, declaração de nascido vivo, boletins de atendimento, autorizações de internação, relatórios etc). A transformação desses dados (valor quantitativo obtido para caracterizar um fato ou circunstância) em informações (análise descritiva dos dados) pode ser feita em todos os níveis do sistema de saúde. Para isso, faz-se necessário organizá-los em tabelas e gráficos, que, dependendo do grau de complexidade das análises, podem ser realizados por todos os profissionais, ou por alguns com capaci-tação específica.

A Lei Orgânica da Saúde - Lei 8080/90 prevê, em seu artigo 47, a or-

ganização pelo Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estadu-ais e municipais do SUS, de um Sistema Nacional de Informações em Saúde - SIS, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões

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epidemiológicas e de prestação de serviços. Denomina-se Sistema de informações ao conjunto de unidades de

produção, análise e divulgação de dados, que atuam com a finalidade de atender às necessidades de informações de instituições, programas, servi-ços. Podem ser informatizados ou manuais.

Os Sistemas de Informações em Saúde (SIS) são aqueles desenvol-

vidos e implantados com o objetivo de facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões, a fim de contribuir para melhorar a situação de saúde individu-al e coletiva. São funções dos SIS: planejamento; coordenação; supervisão dos processos de seleção, coleta, aquisição, registro, armazenamento, processamento, recuperação, análise e difusão de dados e geração de informações.

É importante salientar que, para a área de saúde, também são de inte-

resse dados produzidos fora do setor (demográficos, de saneamento, documentais e administrativos). Dados não rotineiros e que são coletados esporadicamente, obtidos através de inquéritos, levantamentos e estudos especiais, também são muito úteis às análises da situação de saúde e da vigilância epidemiológica. A coleta de dados deve ser racional e objetiva, visando a construção de indicadores epidemiológicos ou operacionais que atendam aos objetivos de cada programa ou instituição, evitando-se des-crédito do sistema e desperdício de tempo e recursos.

Denominam-se Indicadores as informações produzidas com periodici-

dade definida e critérios constantes, que revelam o comportamento de um fenômeno em um dado espaço de tempo. Para isso, faz-se necessário a disponibilidade do dado, bem como, uniformidade e sinteticidade na coleta, simplicidade técnica na elaboração e bom poder discriminatório do indica-dor.

Os principais Sistemas de Informação em Saúde para a operacionali-

zação do SUS, sendo que os principais são: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN Em 1975, a lei que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemio-

lógica também criou a obrigatoriedade da notificação compulsória de algu-mas doenças, que era feita pelas Unidades de Saúde semanalmente, através do preenchimento do Boletim Semanal de Doenças. As Secretarias Estaduais faziam um consolidado mensal e o enviavam por aerograma para o Ministério da Saúde. Esse Sistema de Notificação Compulsória de Doen-ças (SNCD) sempre apresentou problemas de sub-notificação e supria limitadamente as necessidades mínimas de informação de morbidade do país.

Como consequência disso e visando melhorar a geração de informa-

ção, diversos sistemas paralelos foram criados nos diferentes níveis, inclu-indo o nacional. O Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN foi idealizado para racionalizar o processo de coleta e transferência de dados relacionados às doenças e agravos de notificação compulsória, embora o número de doenças e agravos por ele contemplados venha aumentando, sem relação direta com a compulsoriedade de sua notifica-ção. O formulário padrão contém duas partes: a Ficha Individual de Notifi-cação (FIN), que deve ser preenchida por profissionais das unidades assis-tenciais da rede privada, conveniada e pública; e a Ficha Individual de Investigação (FII), que, em geral, é preenchida pelo responsável da investi-gação. Os principais indicadores gerados pelo SINAN e SNCD são: taxa ou coeficiente de incidência, taxa ou coeficiente de prevalência, taxa ou coefi-ciente de letalidade. Com as fichas de investigação, muitas outras informa-ções podem ser obtidas, como percentual de sequelas, impacto das medi-das de controle, percentual de casos suspeitos e confirmados, entre outras.

Sistema de Informação de Mortalidade - SIM Este sistema oferece informações da maior relevância para a definição

de prioridades nos programas de prevenção e controle de doenças, a partir das declarações de óbito coletadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Sua Base de Dados é nacional, gerada e administrada pelo Centro Nacio-nal de Epidemiologia - CENEPI em cooperação com o Departamento de Informática do SUS - DATASUS.

Sua operacionalização é feita a partir de um único documento padrão - a Declaração de Óbito (DO), sendo ele o documento de entrada do sistema nos estados e municípios. Os dados coletados são de grande importância para a vigilância sanitária e análise epidemiológica, além de estatísticas de saúde e demografia.

Os dados de Mortalidade podem ser obtidos através de: • Arquivos do CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em

Saúde; • consultas na home-page do DATASUS, em Informações de Saúde

- Mortalidade; e Também se encontra disponível uma FAQ, ou seja, respostas às per-

guntas mais frequentes, do sistema SIM. Para abrir a FAQ, clique aqui.

O SIM foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 e, até recentemen-te, só era operado na administração central das Secretarias Estaduais de Saúde (SES). Com o desenvolvimento de um sistema informatizado de seleção de causa básica de óbito, está sendo iniciada a sua descentraliza-ção para as Secretarias Municipais de Saúde (SMS). O formulário de entrada de dados é a Declaração de Óbito (DO). Os dados do SIM permi-tem calcular importantes indicadores para a VE, como: taxa ou coeficiente de mortalidade e mortalidade proporcional por grandes grupos de causas, por causas específicas, faixa etária, sexo, escolaridade, ocupação, e outras características do falecido constantes nas declarações de óbitos.

Sistema de Nascidos Vivos - SINASC Este sistema, implantado oficialmente em 1990, concebido e montado

à semelhança do SIM, propicia um aporte significativo de dados sobre nascidos vivos, com suas características mais importantes, como sexo, local onde ocorreu o nascimento, tipo de parto e peso ao nascer, entre outras. Sua Base de Dados é nacional, gerada e administrada pelo Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI em cooperação com o Departamento de Informática do SUS - DATASUS.

Sua operacionalização é feita a partir de um único documento padrão - a Declaração de Nascimento (DN) e o programa para operação em micro-computadores, em todos os Estados. Os dados, coletados a partir de 1992, são de grande importância para análise epidemiológica, estatística e demo-gráfica.

Os dados de Nascidos Vivos podem ser obtidos através de: • Arquivos do CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em

Saúde; • consultas na home-page do DATASUS, em Informações de Saúde

- Nascidos Vivos; e

Dentre os indicadores que podem ser construídos a partir desse siste-ma, incluem-se proporção de nascidos vivos de baixo peso, proporção de prematuridade, proporção de partos hospitalares, proporção de nascidos vivos por faixa etária da mãe, taxa bruta de natalidade e taxa de fecundida-de.

Nascido Vivo, segundo definição da Organização Mundial da Saúde - OMS, é todo produto da concepção que, independentemente do tempo de gestação, depois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respira ou apresenta outro sinal de vida, tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração volun-tária, estando ou não desprendida a placenta.

Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS O SIH-SUS representa importante fonte de informação por registrar em

torno de 70% (setenta por cento) das internações hospitalares realizadas no Brasil e por gerar diversos indicadores: mortalidade hospitalar geral (segundo alguma causa ou segundo algum procedimento específico); taxa de utilização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; índice de hospi-talização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; índice de gasto com hospitalização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; tempo médio de permanência geral ou por alguma causa específica; valor médio da internação, geral ou por alguma causa específica; proporção de internação por causa ou procedimento selecionado; utilização de UTI e outros.

Por outro lado, este sistema contém informações que viabilizam efetuar o pagamento dos serviços hospitalares prestados pelo SUS, através da captação de dados em disquete das Autorizações de Internação Hospitalar - AIH - relativas a mais de 1.300.000 internações/mês. E mais, sendo o

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sistema que processa as AIHs, dispõe de informações sobre recursos destinados a cada hospital que integra a rede do SUS, as principais causas de internações no Brasil, a relação dos procedimentos mais frequentes realizados mensalmente em cada hospital, município e estado, a quantida-de de leitos existentes para cada especialidade e o tempo médio de perma-nência do paciente no hospital. Suas informações facilitam as atividades de Controle e Avaliação e Vigilância Epidemiológica em âmbito nacional e estão disponíveis para consulta, através de produtos desenvolvidos pelo DATASUS, gerados a partir do processamento da AIH: o BDAIH, o VALAIH, o CD-ROM, o MS-BBS, através das tabulações disbonibilizadas via Inter-net, bem como o SÍNTESE.

A captação dos dados das Autorizações de Internação Hospitalar é fei-ta através de meio magnético - disquetes - que são gerados no próprio hospital, através de programa desenvolvido pelo DATASUS e distribuído gratuitamente às Unidades Hospitalares. Esta forma de captação de dados abrange atualmente 100% das AIH/mês possibilitando a implantação nos municípios de bases de dados locais - Módulo Gerencial Básico - através da leitura e gravação nas Secretarias Municipais de Saúde que estiverem capacitadas, dos disquetes gerados pelas Unidades Hospitalares. Estas bases de dados locais permitirão, às Secretarias Municipais de Saúde, aos Conselhos Municipais de Saúde e ao público em geral, o acesso às infor-mações referentes às internações ocorridas no município e, ainda, a interfe-rência da auditoria nas internações indevidas antes do efetivo pagamento. Possibilita ainda aos municípios o processamento do faturamento mensal das internações (descentralização do sistema AIH).

Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Oferece à sociedade em geral e, particularmente, aos gestores, geren-

tes, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, em con-formidade com as normas do Ministério da Saúde, instrumentos para a operacionalização das funções de cadastramento, controle orçamentário, controle e cálculo da produção, assim como para a geração de informações relativas à Rede Ambulatorial e à Produção Ambulatorial do SUS. Estas informações, por sua vez, são necessárias, respectivamente, ao gerencia-mento da oferta de serviços e da capacidade instalada, visando o orçamen-to e repasse de recursos financeiros pelo governo federal ao Distrito Fede-ral, estados e municípios, e aos demais prestadores de serviços do SUS, para o custeio e pagamento das ações de caráter ambulatorial.

Este sistema não registra os códigos da Classificação Estatística Inter-nacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde - CID, do(s) diag-nóstico(s) dos pacientes, o que torna difícil a sua utilização como fonte de informação epidemiológica. Entretanto, é capaz de gerar indicadores ope-racionais que podem ser importantes como complemento das análises epidemiológicas, por exemplo: número de consultas médicas por habitante ao ano, número de consultas médicas por consultório, número de exa-mes/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas.

Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB Este sistema de informação, implantado em 1998 em substituição ao

Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde - SIPACS, pela então Coordenação da Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde, hoje Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde, em conjunto com o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE, tem por objetivo o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do Pro-grama Saúde da Família - PSF.

Os dados que os Agentes Comunitários de Saúde - ACS e a Equipe de

Saúde da Família - ESF coletam regularmente sobre é que alimentam esse sistema, permitindo acompanhar os casos de doenças, a vacinação, a gestação, o crescimento e desenvolvimento das crianças e os óbitos. As informações fornecidas por esse sistema são bastante abrangentes e, quando alimentado corretamente (fichas preenchidas e digitadas correta-mente), é possível acompanhar somente através dele os principais indica-dores de saúde da população.

Desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Sa-

úde, incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária completamente inserido no contexto de reorgani-zação do SUS no país, o que fez com que assumisse características distin-tas dos demais sistemas existentes. Tais características significaram avan-ços concretos no campo da informação em saúde. Dentre elas, destaca-

mos: • micro-espacialização de problemas de saúde e de avaliação de in-

tervenções; • utilização mais ágil e oportuna da informação; • produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organi-

zação das ações de saúde a partir da identificação de problemas; • consolidação progressiva da informação, partindo de níveis menos

agregados para mais agregados. Por meio dele obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, con-

dições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e composi-ção das equipes de saúde.

Principal instrumento de monitoramento das ações do Saúde da Famí-

lia, tem sua gestão na Coordenação de Acompanhamento e Avalia-ção/DAB/SAS (CAA/DAB/SAS), cuja missão é monitorar e avaliar a atenção básica, instrumentalizando a gestão e fomentar /consolidar a cultura avalia-tiva nas três instâncias de gestão do SUS.

A disponibilização da base de dados do SIAB na internet, faz parte das

ações estratégicas da política definida pelo Ministério da Saúde com o objetivo de fornecer informações que subsidiem a tomada de decisão pelos gestores do SUS, e a instrumentalização pelas instâncias de Controle Social, publicizando, assim, os dados para o uso de todos os atores envol-vidos na consolidação do SUS.

Atualmente, para que o sistema se transforme, de fato, num sistema

que permita o monitoramento e favoreça a avaliação da atenção básica, o Departamento de Atenção Básica/SAS em conjunto com o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE vem investindo em sua reformulação, articulada com os demais sistemas de informação dos outros níveis de atenção. Este processo está envolvendo todas as áreas técnicas do MS que implementam ações básicas de saúde e, posteriormente, será discutido nas instâncias de deliberação do SUS. A conclusão do desenvol-vimento do sistema está prevista para o 1º semestre de 2004.

Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações

(PNI) - SI-PNI Este sistema de informação por objetivo possibilitar aos gestores en-

volvidos no programa, a avaliação do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e quantita-tivo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em deter-minado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibi-lita o controle do estoque de imunobiológicos, necessário aos administrado-res que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. O SI-PNI é formado por dois subsistemas:

• Subsistema de Avaliação do Programa de Imunizações – API que fornece informações sobre a cobertura vacinal (em rotina e em campanhas), taxa de abandono e controle do envio de boletins de imunização. Pode ser utilizado nos níveis Federal, Estadual, Regi-onal e Municipal.

• Subsistema de Estoque e Distribuição de Imunobiológicos – EDI que controla o estoque e a distribuição dos imunobiológicos em âmbito Estadual e Federal.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), formulado em 1973, a par-tir de uma proposta básica elaborada por técnicos do Departamento Nacio-nal de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde e da Central de Medicamentos CEME - Presidência da República) e renomados sanita-ristas e infectologistas, visa contribuir para o controle ou erradicação das doenças infecto-contagiosas e imunopreviníveis, tais como a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e outras, mediante a imunização sistemática da população. .

O PNI é parte integrante do Programa da Organização Mundial de Sa-úde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribui-ções do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A gestão nacional do PNI compete à Coordenação de Imunizações e Auto-Suficiência em Imunobiológicos CIAIM do Centro Nacional de Epide-miologia (CENEPI) da Fundação Nacional de Saúde.

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A informatização do PNI foi desenvolvida pelo DATASUS (GTSA), se-gundo especificação da CIAIM.

Sistema de Informação do Câncer da Mulher - SISCAM Este sistema de informação, desenvolvido pelo Departamento de In-

formática do SUS - DATASUS, em parceria com o INCA, tem com dados de entrada a identificação da mulher e os laudos dos exames citopatológicos e histopatológicos são digitados, constituindo, hoje, um dos principais instru-mentos na consolidação do Viva Mulher - Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama, no sentido do gerenciamento das informações geradas pelas unidades de saúde.

Por meio do SISCAM pode-se: obter informações referentes aos exa-mes realizados nas mulheres, assim como a frequência das lesões pré-cancerosas e do câncer invasivo, além da qualidade das coletas, das leituras das lâminas; conferir os valores de exames pagos em relação aos dados dos exames apresentados; proceder o monitoramento externo da qualidade dos exames citopatológicos e, assim, orientar os gerentes esta-duais sobre a qualidade dos laboratórios responsáveis pela leitura dos exames no município.

Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN

Instrumento de políticas federais focalizadas e compensatórias (Pro-grama “Leite é Saúde”), atualmente implantado em aproximadamente 1.600 municípios brasileiros considerados de risco para a mortalidade infantil.

Sistema de Informações sobre Malária - SISMAL Utilizado para o registro de informações sobre os casos de malária:

somente municípios com casos de malária operacionalizam esse sistema. Além de informações sobre o doente, esse sistema informa se a infecção ocorreu no próprio município ou se o caso é de fora e houve somente o atendimento. Essas informações são importantes para que o município de origem dos casos tome as medidas de controle.

Sistema de Informações sobre Orçamento Público de Saúde - SI-OPS

Utilizado para o acompanhamento das receitas e despesas do municí-pio no setor saúde. Esse sistema emite relatórios da execução orçamentá-ria para o Prefeito e o Conselho Municipal de Saúde. O sistema está dispo-nível na internet, no endereço do DATASUS: www.datasus.gov.br . Após o preenchimento das planilhas, as informações devem ser enviadas pela internet para o DATASUS.

Sala de Situação A Sala de Situação é outra ferramenta indispensável que possibilita ao

Gestor Municipal integrar dados dos principais Sistemas de Informação inclusive do pacto da atenção Básica , Controle Social, SIOPS e dados de Recursos Humanos, através de gráficos e planilhas construindo automati-camente indicadores de saúde através de gráficos e planilhas, constituin-do-se em ferramenta indispensável para condução das ações de Saúde a nível local. Esta ferramenta esta disponível no endereço do DATASUS: www.datasus.gov.br na página Rede Nacional de Saúde - RNIS/ Sala de Situação, disponibilizando instruções para instalação e operação.

Além das informações decorrentes dos sistemas acima descritos, exis-tem outras grandes bases de dados de interesse para o setor saúde que apresentam padronização e abrangência nacionais. Entre elas, devem ser citadas as disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca-IBGE (particularmente no que se refere ao Censo Demográfico, Pesqui-sa Brasileira por Amostragem de Domicílios-PNAD e a Pesquisa de Assis-tência Médico-Sanitária-AMS) e pelos Conselhos de Classe (como o Con-selho Federal de Medicina-CFM, Conselho Federal de Enfermagem-COFEN e Conselho Federal de Odontologia-CFO). São, ainda, importantes fontes de dados, as pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada-IPEA, relatórios e outras publicações de associações e empresas que atuam no setor médico supletivo (medicina de grupo, segu-radoras, autogestão e planos de administração).

Coleta e Divulgação das Informações É dever de todo o profissional de saúde da rede pública, conveniada e

privada comunicar, à autoridade sanitária mais próxima, todos os casos suspeitos de doenças de notificação compulsória que compõem a lista

brasileira, independente da confirmação diagnóstica, bem como as que foram acrescentadas nos âmbitos estaduais e municipais. Essa notificação pode ser feita em formulário próprio, por telefone, fax ou outro meio.

O objetivo da notificação é a adoção de medidas de controle pertinen-tes e a alimentação dos sistemas de informações. A notificação de casos suspeitos justifica-se pela necessidade de rapidez na execução de medidas de controle para algumas patologias, que podem não ter impacto se execu-tadas tardiamente. A retroalimentação dos sistemas deve ser considerada como um dos aspectos fundamentais para o processo continuado de aper-feiçoamento, gerência e controle da qualidade dos dados. Tal prática deve ocorrer em seus diversos níveis, de modo sistemático, com periodicidade previamente definida, de modo a permitir a utilização das informações nas atividades de planejamento, definição de prioridades, alocação de recursos e avaliação dos programas desenvolvidos.

Fluxo dos Sistemas de Informações O fluxo desses sistemas é basicamente o mesmo para todos, com ex-

ceção do SIH, onde o prestador de serviços entrega o banco de dados mensal ao gestor municipal. As Secretarias Municipais de Saúde são responsáveis pela coleta das informações e entrada dos dados nos siste-mas. Nos casos em que o sistema informatizado não foi descentralizado, o município deve enviar os formulários para as Regionais de Proteção Social, que os repassará ao setor responsável, na Secretaria de Estado de Saúde.

Para um município organizar um sistema local de informações é muito simples. Primeiramente, é necessário definir quais as informações que são importantes para se conhecer a situação da morbidade e da mortalidade, isto é: quais doenças são mais comuns? quem adoeceu? onde moram? quando aconteceu? quantos morreram devido a quais doenças ou agravos? com qual idade? Com essas informações, é possível saber se estão ocor-rendo doenças ou agravos preveníveis por vacinação ou tratamento preco-ce, ou por informação sobre higiene, cuidados pessoais, saneamento, prevenção de acidentes de trabalho etc., e então planejar as ações neces-sárias para diminuir ou eliminar o problema.

Ao mesmo tempo, é necessário conhecer quantos Postos e Centros de Saúde existem e os serviços que oferecem; quantos profissionais de saúde existem e de quais áreas; se há agentes comunitários de saúde; equipes de saúde da família; laboratórios próprios ou contratados; se há leitos do SUS ou contratados no município; outros serviços de apoio e diagnóstico; quan-tas pessoas são consultadas; quantas são internadas e por qual doença ou agravo etc.

Por último é necessário definir os recursos para viabilizar tudo isso, quanto o município recebe do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde e, principalmente, da própria Prefeitura. A análise dos gastos com a atenção básica, a assistência e a vigilância sanitária vai permitir ao gestor identificar áreas problemáticas, acompanhar a execução de ações e priori-zar medidas.

Os dados mais utilizados para a análise da situação de saúde do muni-cípio através de indicadores são o número absoluto, a percentagem e as taxas. O número absoluto é o número bruto: número de crianças vacinadas, número de partos normais, etc. A percentagem é a proporção de eventos de determinado tipo dentre todos os eventos: 10% de óbitos de crianças menores de 1 ano, 60% de partos normais. A taxa ou coeficiente indica o risco de determinado evento acontecer: por exemplo, o coeficiente de mortalidade infantil é calculado levando-se em conta quantas crianças menores de 1 ano morreram dentre todas as nascidas naquele ano. Se, em determinado município, o coeficiente de mortalidade infantil é de 20 óbitos por 1.000 nascidos vivos, isto significa que, a cada grupo de 1.000 crianças nascidas vivas, 20 morrem por ano.

Estes são apenas alguns exemplos de indicadores que cada município pode utilizar para os mais diversos tipos de dados. É interessante que cada município defina quais indicadores são necessários para a sua realidade e os acompanhe regularmente.

Na Secretaria Estadual de Saúde do Pará - SESPA, os Sistemas de In-formações são distribuídos entre os diversos setores que são os responsá-veis pelos diversos.

NÚCLEO DE EPIDEMIOLOGIA • SIM – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE • SINASC – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE NASCIDOS VIVOS

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 28

• SINAN – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVO E NOTIFI-CAÇÃO

• SI-API – SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNI-ZAÇÃO

• SI-EDI – SISTEMA DE ESTOQUE E DISTRIBUIÇÃO DE IMUNI-ZAÇÃO

• SI-EAPV – SISTEMAS DE EFETITOS ADVERSOS PÓS VACINAS • SI-PAIS – SISTEMA DE INF. DO PROG DE AVALIAÇÃO DE INS-

TR. E SUPERVISÃO • RCBP – REGISTRO DE CANCER DE BASE POPULACIONAL

NÚCLEO DE ENDEMIAS: • SISMAL – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MALÁRIA • SISFAD – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE FEBRE AMARELA E

DENGUE

DIRETORIA TÉCNICA: • SISVAN - SITEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL • SISCOLO - SISTEMA DE CONTROLE DO CANCER DO COLO

UTERINO • SISDST/AIDS - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE DST/AIDS • SIHIPERDIA - SISTEMA DE CONTROLE DE HIPERTENÇOS • SIAB - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA • SIAB-PLUS - SISTEMA DE INF. DA ATENÇÃO BÁSICA (Implan-

tação outubro/2002 pelo MS) • SISPACTO - SISTEMA DO PACTO DA ATENÇÃO BÁSICA

DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO E AUDITORIA DOS SERVI-ÇOS DE SAÚDE:

• SIASUS – SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL • SIHSUS - SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR • SISREG – SISTEMA DE REGULAÇÃO

DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA: • SIAFEM - SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS • SIOPS - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ORÇAMENTOS PÚ-

BLICOS EM SAÚDE

NÚCLEO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E PLANEJAMENTO: • SISPPI - SISTEMA DE PACTUAÇÃO PROGRAMADA E INTE-

GRADA • SPIV - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROJETO VIGISUS • CADSUS - CADASTRAMENTO DO SUS • SCNS - SISTEMA CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE(a ser implan-

tado pelo MS para operacionalização do Projeto CARTÃO) DIVISÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA: • HEMOCAD – CADASTRO DE UNIDADES HENOTERÁPICAS • HEMOPROD – PRODUÇÃO MENSAL DAS UNIDADES HEMO-

TERÁPICAS • PRODIR – PROGRAMA DESOBRIGADOR DE REGISTRO LABORATÓRIO CENTRAL: • HOSPUB – SISTEMA PARA HOSPITAIS PÚBLICOS • SISCEL – SIST. DE CONTROLE DE EXAMES LABORATORIAIS

DE CD4/CD8 E CARGA VIRAL • SISCAN – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO CANCER • SILTB – SISTEMA INF. LABORATORIAL DE TUBERCULOSE • PROMOSAN – PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO

DE PRODUTOS SANEANTES DOMISSANITÁRIOS Os setores responsáveis pelos Sistemas de Base Estadual são:

DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO • SISGP-PARÁ- SISTEMA DE GESTÃO DE PROGRAMAS DO ES-

TADO DO PARÁ • SIMAS- SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE MATERIAIS E SER-

VIÇOS NUCLEO DE EPDEMIOLOGIA • MDDA – MONITORAMENTO DAS DOENÇAS DIARRÉICAS A-

GUDAS

SECRETARIA DO GABINETE: • SISPRO – SISTEMA DE PROTOCOLO NÚCLEO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: • SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GOVERNAMENTAIS

Os dados disponíveis nesta parte da nossa home page são oriundos, principalmente dos Sistemas de Informações em Saúde - SIS, gerenciados pelo DATASUS, Secretaria de Assistência à Saúde - SAS e outros órgãos do Ministério da Saúde, em conjunto com as demais Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

Quase todos os dados que alimentam esses Sistemas de Informações em Saúde são gerados nos municípios ou nos estados e enviados ao Ministério da Saúde, que os processa e disponibiliza através da Internet.

Além da Internet, o Ministério da Saúde coloca à disposição da comu-nidade diversos meios para obter informações sobre a gestão da saúde, dentre eles:

• Banco de Dados da AIH (BDAIH) - permite consultas mais detalha-das a informações dos hospitais e dos prestadores de serviço.

• CD-ROM das AIH: CD-ROMs mensais (completos, desde novem-bro/94) e anuais (reduzidos, com as informações principais, desde 93), distribuídos através das unidades regionais do Ministério da Saúde;

• Transferência de arquivos pela Internet (FTP): podem ser transferi-dos os arquivos reduzidos, assim como os programas, documentos e utilitários diversos;

• Transferência de arquivos pelo MS-BBS: podem ser transferidos os arquivos reduzidos, assim como programas, documentos e utilitá-rios diversos;

• Tabulações especiais: podem ser solicitados ao DATASUS. • Podem também ser obtidas algumas informações do extinto Ca-

dastro de Estabelecimento do Ministério da Saúde (1988). Formas de contato com o DATASUS: Por correspondência ou ofício: Ministério da Saúde Secretaria Executiva Departamento de Informática do SUS Coordenação Geral de Informações de Saúde

Rua México, 128, 8º andar CEP 20.031-142 - Castelo Rio de Janeiro - RJ

Por fax: (21)3974-7240

Por e-mail: [email protected] Pode ser utilizado para contato, também, o MS-BBS (Bulletim Board

System) do DATASUS, através do telefone (21)3974-7050, em velocidade de até 56 Kbps, configuração 8-N-1, 24 horas por dia.

Neste BBS, podem ser copiados (download) para o seu micro novas versões dos softwares distribuídos, assim como outros utilitários e arquivos de interesse para a área de saúde.

O aplicativo utilizado para realização de tabulações na Internet é o

TabNet, cuja versão atual é a 2:2. O programa TabNet foi elaborado com a finalidade de permitir às equi-

pes técnicas do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde a realização de tabulações rápidas sobre os arquivos .DBF, que constituem os componentes básicos dos Sistemas de Informações do Sistema Único de Saúde dentro de suas Intranets ou em seus sites Internet.

Os seguintes requisitos foram considerados essenciais para permitir a

ampla utilização do programa: • Ser suficientemente rápido, de forma a permitir a tabulação de

grandes massas de dados em servidores linha Intel, equipamentos de baixo custo.

• Interface simples de interação com o usuário concentrando todas as opções de tabulação em um único questionário - FORM (formu-lário HTML).

• Forma aberta de inclusão de novas definições de arquivos e de ta-belas de conversão de variáveis sem alterar o programa, de manei-

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 29

ra a permitir que, no campo, as equipes técnicas das Secretarias de Saúde o utilizassem para realizar tabulações de outros tipos de .DBF.

• Concatenar logicamente arquivos de anos ou meses diferentes produzindo séries históricas dos dados.

• Transferir para o usuário, via Intranet ou Internet, os dados no for-mato do TABWIN para permitir aos mesmos integrar em uma mesma planilha dados de bases diferentes, calcular indicadores, e produzir gráficos e mapas a partir dessas informações.

O CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE: INSTRUMENTO PARA UM NO-

VO MODELO DE ATENÇÃO? Janete Maria Ferreira Médica, técnica da Gerência de Epidemiologia e Informação

Este texto está fortemente baseado em um artigo de difusão técnico-científico do Ministério da Saúde , onde são feitos alguns apontamentos acerca da relação entre conceitos e ações para promoção da saúde, reori-entação do modelo de atenção e o Cartão Nacional de Saúde.

Segundo esse artigo, "o nível federal deve colocar a disposição dos demais gestores instrumentos que possam estimular, subsidiar e dar supor-te à administração e aperfeiçoamento dos sistemas estaduais e municipais e às transformações do modelo e reorganizações dos sistemas e redes de atenção" e " sob tal enfoque o Cartão Nacional de Saúde é um desses instrumentos".

O Cartão SUS está fundamentado na necessidade de identificação in-dividualizada dos usuários. Segundo seus idealizadores, a partir de um Cadastro do SUS, baseado no número do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assistência ao Servidor Público (PASEP), cada cidadão terá um cartão identificador de abrangência nacional.

A introdução desse mecanismo de registro vem atender à necessidade apresentada, qual seja, conhecer o fluxo dos usuários entre os diversos serviços de saúde, na medida em que são associadas as informações sobre os atendimentos ou ações de saúde à clientela atendida nos diversos níveis do sistema. Ao vincular a informação ao usuário (e não ao procedi-mento) torna-se possível o cruzamento de dados entre os sistemas e prestadores, ampliando-se a capacidade de controle e auditoria.

De fato, os sistemas de informações de base nacional atualmente exis-tentes captam, primariamente, informações referentes aos eventos da vida relacionados à saúde: nascimentos, ações assistenciais, ocorrências de agravos, diagnósticos, terapias e óbitos. Entretanto, nenhum desses siste-mas consegue identificar a clientela do Sistema Único de Saúde (SUS) e explicitar sua vinculação a um gestor sanitário ou a cobertura pretendida pelas ações praticadas.

Nesse sentido, o Cartão Nacional de Saúde tem como objetivo a mo-dernização dos instrumentos de gerenciamento da atenção a saúde e sua característica principal será a possibilidade de identificação dos usuários. Para tanto, será utilizado o Cadastro Nacional de Usuários, baseado no número do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assis-tência ao Servidor Público (PASEP). Cada cidadão receberá um Cartão identificador que identificará o usuário em todos os seus contatos com o SUS e acompanhará a sua evolução dentro do sistema, com efeitos na atenção individual e no planejamento das ações de saúde.

Em relação aos sistemas de informação de base nacional, essa identi-ficação permitirá (1) a integração entre os eventos de vida e as ações desenvolvidas e (2) a avaliação de processo e impacto dessas ações, conforme detalhado a seguir.

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE BASE NACIONAL: - Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC): Implan-

tado em Belo Horizonte a partir de 1992 e em vigor nacionalmente desde 1994, coleta as Declarações de Nascidos vivos (DN), preen-chidas nos estabelecimentos de saúde ou em cartórios (em caso de parto domiciliar). Esse sistema permite a vigilância à saúde dos recém-nascidos, além de fornecer uma série de indicadores esta-tísticos, permitindo avaliar a qualidade e cobertura da atenção pré-natal e ao parto.

- Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): É o mais an-

tigo sistema de informação de saúde no país; implantado em 1976, vigora nacionalmente desde 1979. Sua fonte de informação é a Declaração de Óbito (DO. Como se relaciona ao evento final, os indicadores sobre mortalidade permitem avaliar o impacto das a-ções de saúde, assim como diagnósticos de saúde da população. Com a identificação a partir do Cartão, será possível relacionar o evento às ações desenvolvidas pelo SUS, avaliando a qualidade e cobertura da assistência.

- Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS): A-brange todas as internações realizadas pelo SUS, tanto na rede pública quanto contratada, sendo oriundo do antigo INAMPS-MPAS. As informações de entrada no sistema são oriundas dos dados da AIH, a Autorização de Internação Hospitalar. Com a iden-tificação do Cartão será possível reconhecer o indivíduo internado (atualmente cada internação gera um número diferente) e com is-so, conhecer os casos de reinternação e de internações sucessi-vas. Através do cruzamento com outros bancos de dados, a identi-ficação do usuário permite enfocar a sequência de eventos e a-ções: nascimentos, internações e óbitos. Além disso, as informa-ções hospitalares podem, enquanto evento sentinela , avaliar as ações básicas desenvolvidas pelos municípios.

- Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS): Re-gistra a produção de serviços ambulatoriais realizadas pela rede SUS, com 60 mil unidades prestadoras em todo o país. Ao contrá-rio do SIH-SUS o registro não é individualizado, principalmente de-vido ao volume de atendimentos realizados. Com a implantação do Cartão SUS (associado a tecnologias da informação) é possível in-dividualizar os dados, tornando possível a construção de informa-ções sobre o perfil do usuário (sexo, faixa etária), diagnóstico do atendimento (morbidade ambulatorial) e cobertura das ações assis-tenciais.

Dentro do SIA-SUS, foi recentemente desenvolvido o Sistema APAC - Autorização para Procedimentos de Alto Custo-Complexidade - que trata da assistência ambulatorial em procedimentos de alto custo ou alta complexidade, como hemodiálise e oncologia. A identificação do usuário permitirá o cruzamento das informações da APAC com o sistema hospitalar (importante função para controle de fraudes, uma vez que, sem a identifica-ção do indivíduo, os procedimentos podem ser constar tanto na APAC quanto no SIH-SUS) e com o sistema de óbitos (importante função para controle de fraudes, uma vez que, sem a identificação do indivíduo, os procedimentos podem ser cobrados mesmo após o óbito).

- Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN): Tem co-mo objetivo coletar, transmitir e disseminar dados rotineiramente gerados pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica, permitindo a investigação e acompanhamento de agravos e fornecendo infor-mações para análise do perfil de morbidade. Através do cruzamen-to com outros bancos de dados, a identificação do usuário permite enfocar a sequência de eventos e ações de saúde, construindo in-dicadores de incidência e prevalência e relação causal.

- Sistema de Informações do Programa Nacional de Imuniza-ções (PNI): Tem como objetivo contribuir para o controle, elimina-ção e/ou erradicação das doenças transmissíveis e imunopreviní-veis, com a imunização sistemática da população. Com o Cartão SUS e a identificação do usuário, será possível o cálculo preciso de índices de cobertura, especialmente em pequenos espaços, tais como, micro-áreas, áreas de abrangência de Centros de Saúde e Distritos Sanitários

- Sistema de Informações de Atenção Básica (SIAB): Coleta in-formações para o planejamento, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e pelas equipes de Saúde da família (PSF). Com a implan-tação do Cartão SUS (associado a tecnologias da informação) será possível individualizar os dados, tornando possível a construção de informações sobre a cobertura das ações desenvolvidas e acom-panhamento dos indicadores de saúde da população assistida.

Em resumo, o Cartão SUS traz como característica fundamental a pos-sibilidade de identificação individualizada dos usuários do SUS, em todos os seus contatos com os serviços de saúde, acompanhando sua evolução dentro do Sistema. Esse acompanhamento, com efeitos na atenção indivi-dual e no planejamento das ações de saúde, oferece novos recursos para auditoria, combate às fraudes e reorganização dos sistemas e redes de

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 30

atenção a saúde no Brasil Nesses termos, retorna-se à assertiva que inaugura este texto, que diz

respeito a relação entre o Cartão SUS e o modelo assistencial. O CARTÃO NACIONAL E A ATENÇÃO A SAÚDE Pelos preceitos e conceitos discutidos até aqui, o Cartão Nacional de

Saúde pode ser entendido como um importante instrumento para a gestão dos sistemas de saúde no país.

Segundo o Ministério da Saúde, para atender a essa expectativa o sis-

tema do cartão SUS deverá ser capaz de: - integrar os diversos sistemas de informações em saúde de Base

Nacional existentes, tornando factível o intercâmbio de dados e ensejando a rediscussão das metodologias de coleta dos dados e de geração das informações de saúde;

- promover uma vinculação entre atendimento em estabelecimento de saúde do SUS e usuário de serviços de saúde, permitindo a i-dentificação da clientela do sistema e a individualização dos pro-cedimentos.

Essas características conferem ao projeto uma grande importância pa-ra a reorganização da atenção à saúde no país, subsidiando (1) a definição das prioridades nas ações de saúde, (2) o acompanhamento das políticas realizadas, (3) a mensuração da cobertura das atividades desenvolvidas e (4) a detecção de pontos de estrangulamento do sistema de saúde.

Entretanto, a construção de um arcabouço informacional adequado não garante, por sí só, a redefinição dos processos de atenção à saúde. Para isso, é necessário assegurar que a implementação do Cartão Nacional seja acompanhada de uso intensivo e efetivo do arsenal de dados por ele gera-do.

Os avanços atingidos pela implantação do Cartão SUS não podem ficar restritos apenas a disponibilidade das informações necessárias ao planeja-mento e à tomada de decisões. As informações não são "automaticamente" incorporadas ao processo decisório.

De fato, a efetividade no uso de qualquer sistema de informação exige que as organizações de saúde assumam a responsabilidade de transformar a informação numa ferramenta de compreensão da realidade que, por sua vez, se transforme na base para a reorientação das ações hoje desenvolvi-das.

A meu ver, é necessário buscar a efetiva compreensão e utilização do arcabouço informacional a ser gerado pela implantação do Cartão SUS, como forma de melhorar a qualidade dos dados coletados e transformar a informação em recurso para a tomada de decisão.

Utilizando-se desses fundamentos, as organizações públicas de saúde poderiam buscar a efetividade dos serviços oferecidos aos cidadãos e ampliar a capacidade de gestão do sistema. Com efeito, uma estratégia orientada para a utilização do conhecimento na área pública de saúde pode contabilizar êxitos, cada vez maiores, na construção de um novo modelo de atenção.

PROVA SIMULADA

1. A figura abaixo ilustra o ciclo reprodutivo do parasita: a) Ancylostcma b) Ascaris c) Taenia d) Schistosoma e) Plasmnodium

2. A seta A, na figura da questão anterior, indica: a) cisto b) indivíduo adulto c) miracidio d) ovo não-fecundado e) larva que infecta o homem 3. (CESCEM) A poluição de um rio depende da proporção existente

entre a quantidade de poluentes e a vazão do rio que a recebe. Con-siderando:

I — vazão do rio II — quantidade de poluentes III — poluição podemos afirmar que: a) se I e li aumentam, III diminui sensivelmente b) se I aumenta e II é constante, III tende a diminuir c) se I diminui e II é constante, III tende a diminuir d) se I e II forem constantes, III tende a aumentar 4. (CESCEM) Os gráficos abaixo referem-se As populações de orga-

nismos de dois rios de uma bacia hidrográfica, poluída pela elimina-ção de resíduos das indústrias da região. Os números das abscissas representam as espécies estudadas. Nas ordenadas estão os núme-ros de indivíduos de cada espécie.

A análise desses dados mostra que: a) A poluição pode reduzir o número de algumas formas de vida e

aumentar ode outras. b) A poluição aumenta a competição entre as espécies sobreviventes

quê, por isso, passam a ter menor número de indivíduos. c) O número de indivíduos de todas as populações reduz-se drastica-

mente, qualquer que seja o grau de poluição. d) Todas as espécies têm o mesmo grau de tolerância á poluição. 5. (CESCEM) A malária é causada por uni protozoário do gênero Plas-

modium, que é transmitido ao homem pelas fêmeas dos mosquitos do gênero Anophdes, as quais depositam ovos no funil formado pe-las folhas de Bromeliáceas, onde a água se acumula. Do ponto de vista da manutenção do equilíbrio ecológico de uma região, qual se-ria a medida mais indicada?

a) Erradicação dos insetos transmissores com DDT. b) Extermínio das Bromeliáceas. c) Uso de (a) e (b). d) Eliminação das aves que se alimentam dos insetos transmissores. e) Somente tratando o doente. 6. (CESCEM) O hospedeiro intermediário do S histosoma é um: a) percevejo (hemiptero) b) pernilongo (diptero) c) carrapato (ácaro)

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Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 31

d) caramujo (gastrópode) e) mosquito 7. (CESCEM) Como medidas preventivas contra a infestação pelos

parasitos Schistosoma mansoni e Taenia saginata. deve-se evitar, respectivamente:

a) comer carne bovina mal cozida; nadar em reservatórios de água doce desconhecidos.

b) andar descalço; nadar em reservatórios de água doce desconheci-dos.

c) nadar em reservatórios de água doce desconhecidos; comer verdu-ras mal lavadas.

d) nadar em reservatórios de água doce desconhecidos; comer carne bovina mal cozida.

8. (CESCEM) O barbeiro, agente transmissor do Mal de Chagas (Tripa-

nossomiase), é um: a) mosquito b) percevejo c) besouro d) carrapato e) pernilongo 9. Assinale a alternativa que contiver as doenças endêmicas causadas,

exclusivamente, por vermes: a) amarelão, teniase (solitária) e ascaridíase (lombriga) b) bócio (papo), sarampo e meningite c) esquistossomose, varíola e febre amarela d) difteria. coqueluche e doença de Chagas e) sarampo, amarelão e Mal de Chagas.

10. A doença do sono é causada por: a) Trypanosoma cruzi d) Plasnzodium vivax b) Trypanosoma gambiensi e) Necator americanus c) Leishmania spp.

11. O Art. 198 da Constituição Federal refere à descentralização como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde. Na perspectiva da gestão municipal da saúde, o Recife é divido em:

A) 4 distritos sanitários. B) 5 distritos sanitários. C) 6 distritos sanitários. D) 7 distritos sanitários. E) 8 distritos sanitários.

12. A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080, de 19 de setembro de 1990) recomenda o uso da epidemiologia para o estabelecimento de priori-dades, a alocação de recursos e a orientação programática do Sis-tema Único de Saúde. O primeiro momento do processo de planeja-mento que usa dados e informações epidemiológicas para conhecer a situação de saúde-doença de uma determinada população é de-nominado:

A) diagnóstico. B) normativo. C) operacional. D) tático. E) estratégico. 13. A Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001

– estabelece as responsabilidades do gestor municipal, os requisitos relativos às modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem o seu desempenho. Segundo essa norma, os municípios podem ha-bilitar-se nas condições de:

A) Gestão Incipiente da Atenção Básica Ampliada e Gestão Parcial do Sistema Municipal.

B) Gestão Semiplena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sistema Municipal.

C) Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sis-tema Municipal.

D) Gestão Parcial da Atenção Básica Ampliada e Gestão Semiplena do Sistema Municipal.

E) Gestão Incipiente da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sistema Municipal.

• Minha principal convicção hoje é que o alcoolismo é um problema de

dimensões trágicas ainda subdimensionadas. O maior dano do al-coolismo é a destruição de famílias inteiras.

• O alcoolismo é resultado de um cérebro que perdeu a capacidade de decidir quando começar a beber e quando parar. Os japoneses têm um provérbio que diz: "Primeiro o homem toma uma bebida, e depois a bebida toma o homem".

• O indivíduo alcoólatra é alguém que perdeu a liberdade de escolha. 14. “Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detec-

ção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doen-ças ou agravos”. Esse texto, extraído da Lei Orgânica da Saúde, se refere à:

A) vigilância entomológica. B) vigilância sanitária. C) vigilância epidemiológica. D) vigilância clínica. E) vigilância ocupacional.

15. São princípios do Sistema Único de Saúde (SUS): 1) universalidade de acesso aos serviços de saúde, em todos os níveis

de assistência. 2) participação da comunidade. 3) igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de

qualquer espécie. 4) integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e

contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexi-dade do sistema.

5) descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo.

Estão corretas: A) 1, 2 e 4 apenas B) 3, 4 e 5 apenas C) 2 e 4 apenas D) 1, 3 e 5 apenas E) 1, 2, 3, 4 e 5

16. A Lei Orgânica da Saúde, Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, e a Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990 estabelecem, com relação ao financiamento e à gestão financeira do SUS, que:

A) o orçamento da Previdência Social destinará ao SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas fi-nalidades.

B) os valores a serem transferidos pelo Governo Federal aos municípios obedecerão à lógica do pagamento por produção, aliado à conside-ração do perfil epidemiológico da população.

C) as transferências intergovernamentais para a saúde serão distribuí-das proporcionalmente ao número de habitantes.

D) os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especi-al, em cada esfera de atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos conselhos de saúde.

E) a fim de receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde, para cobertura de ações e serviços de saúde, é suficiente que os municí-pios tenham Fundo de Saúde, Conselho de Saúde e Conferência de Saúde.

17. A Norma Operacional Básica da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/01 - considera que a estratégia da Saúde da Família encontra-se em expansão e vem se consolidando como um eixo estruturante para a organização da atenção à saúde. Os Programas de Saúde da Fa-mília (PSF) e os Programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), compõem o modelo assistencial, na perspectiva de:

A) garantir os cuidados suficientes às necessidades da população, privilegiando a atenção básica e simplificando o modelo assistencial.

B) privilegiar o modelo assistencialista de atenção à saúde, tendo o médico como sujeito central e fundamental no processo de saúde.

C) funcionar como porta de entrada do sistema de saúde, articulando-se com a atenção secundária e terciária.

D) responder ao perfil epidemiológico predominante no país, pelo qual o adoecimento deve-se a problemas de saúde coletiva.

E) estruturar os sistemas municipais de saúde, com base na predomi-nância de níveis secundários de atenção.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Legislação Aplicada ao SUS A Opção Certa Para a Sua Realização 32

18. De acordo com a Lei 8080/90, são da competência das três esferas

de governo as ações abaixo citadas, exceto aquelas relacionadas: A) ao saneamento básico. B) à vigilância sanitária. C) à saúde do trabalhador. D) à vigilância epidemiológica. E) ao controle da natalidade.

19. A vigilância sanitária consiste em um conjunto de ações: A) capazes de eliminar, diminuir e prevenir riscos à saúde e de intervir

nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente. B) destinadas à detecção de determinadas doenças que afetam as

comunidades da periferia urbana. C) voltadas exclusivamente à fiscalização de alimentos destinados aos

centros de distribuição. D) programadas para avaliação e controle do valor nutricional dos

alimentos hortigranjeiros. E) destinadas à fiscalização do meio ambiente, sobretudo em regiões

afetadas por grandes estiagens.

20. Em relação à saúde do trabalhador, a Lei 8080/90 contém atividades

que abrangem: 1) recursos humanos destinados à proteção permanente do ambiente

de trabalho. 2) estudos, pesquisas, avaliação e controle de riscos e agravos poten-

ciais à saúde presentes em situações de trabalho. 3) assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho. 4) avaliação do impacto que as tecnologias causam à saúde. 5) participação do Sindicato dos Trabalhadores na defesa dos mesmos,

quando existir risco iminente de agravo à saúde. Estão corretas apenas: A) 1, 3, 4 e 5 B) 1, 2 e 5 C) 1 e 4 D) 2, 3 e 4 E) 2, 3, 4 e 5

RESPOSTAS

01. D 02. C 03. B 04. A 05. B 06. D 07. D 08. B 09. A 10. B

11. C 12. A 13. C 14. C 15. E 16. D 17. C 18. E 19. A 20. E

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1 CÓDIGO DE ÉTICA EM ENFERMAGEM.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM Resolução COFEN-240/2000 Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá

outras providências. Art. 1º - Fica aprovado o Código de Ética dos Profissionais de Enfer-

magem, para aplicação na jurisdição de todos os Conselhos de Enferma-gem.

Art. 2º - Todos os profissionais de Enfermagem poderão conhecer o in-

teiro teor do presente Código, bastando para tanto, requerê-lo no Conselho Regional de Enfermagem do Estado onde exerce suas atividades.

Art. 3º - Aplicam-se aos Atendentes de Enfermagem e assemelhados

que exercem atividades na área de Enfermagem, todos os preceitos conti-dos no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 4º - Este ato resolucional entrará em vigor na data de sua publica-

ção, revogando-se as disposições em contrário, em especial, as Resolu-ções COFEN-160/93, 161/93 e 201/97.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

CAPÍTULO I Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º - A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais.

Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da

sociedade, das ações que visem satisfazer às necessidades de saúde da população.

Art. 3º - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os

direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 4º - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com jus-

tiça, competência, responsabilidade e honestidade. Art. 5º - O profissional de Enfermagem presta assistência a saúde vi-

sando a promoção do ser humano como um todo. Art. 6º - O profissional de Enfermagem exerce a profissão com auto-

nomia, respeitando os preceitos legais da Enfermagem.

CAPÍTULO II Dos Direitos

Art. 7º - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua com-petência legal.

Art. 8º - Ser informado sobre o diagnóstico provisório ou definitivo de

todos os clientes que estejam sob sua assistência. Art. 9º - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando im-

pedido de cumprir o presente Código e a Lei do Exercício Profissional. Art. 10 - Participar de movimentos reivindicatórios por melhores condi-

ções de assistência, de trabalho e remuneração. Art. 11 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quan-

do a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condi-ções mínimas para o exercício profissional, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Enfermagem.

Parágrafo único - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garan-tida a continuidade da assistência de Enfermagem.

Art. 12 - Receber salários ou honorários pelo seu trabalho que deverá

corresponder, no mínimo, ao fixado por legislação específica. Art. 13 - Associar-se, exercer cargos e participar das atividades de en-

tidades de classe. Art. 14 - Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais. Art. 15 - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional,

cultural e a defesa dos legítimos interesses de classe.

CAPÍTULO III Das Responsabilidades

Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

Art. 17 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e so-

mente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.

Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos,

científicos e culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvol-vimento da profissão.

Art. 19 - Promover e/ou facilitar o aperfeiçoamento técnico, científico e

cultural do pessoal sob sua orientação e supervisão. Art. 20 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades pro-

fissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equi-pe.

CAPÍTULO IV Dos Deveres

Art. 21 - Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profis-são.

Art. 22 - Exercer a enfermagem com justiça, competência, responsabi-

lidade e honestidade. Art. 23 - Prestar assistência de Enfermagem à clientela, sem discrimi-

nação de qualquer natureza. Art. 24 - Prestar à clientela uma assistência de Enfermagem livre dos

riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. Art. 25 - Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem. Art. 26 - Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito

da assistência de Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e consequên-cias que possam ocorrer.

Art. 27 - Respeitar e reconhecer o direito do cliente de decidir sobre sua

pessoa, seu tratamento e seu bem-estar. Art. 28 - Respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do cli-

ente. Art. 29 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento

em razão de sua atividade profissional, exceto nos casos previstos em Lei. Art. 30 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento do cliente

e família sobre o seu estado de saúde e tratamento, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer.

Art. 31 - Colaborar com a equipe de saúde na orientação do cliente ou

responsável, sobre os riscos dos exames ou de outros procedimentos aos quais se submeterá.

Art. 32 - Respeitar o ser humano na situação de morte e pós-morte.

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Art. 33 - Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, ne-gligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde.

Art. 34 - Colocar seus serviços profissionais à disposição da comunida-de em casos de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

Art. 35 - Solicitar consentimento do cliente ou do seu representante le-gal, de preferência por escrito, para realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino em Enfermagem, mediante apresentação da informa-ção completa dos objetivos, riscos e benefícios, da garantia do anonimato e sigilo, do respeito a privacidade e intimidade e a sua liberdade de participar ou declinar de sua participação no momento que desejar.

Art. 36 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo a vida

e a integridade da pessoa humana. Art. 37 - Ser honesto no relatório dos resultados da pesquisa. Art. 38 - Tratar os colegas e outros profissionais com respeito e consi-

deração. Art. 39 - Alertar o profissional, quando diante de falta cometida por im-

perícia, imprudência e negligência. Art. 40 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que

infrinjam preceitos do presente Código e da Lei do Exercício Profissional. Art. 41 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enferma-

gem fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivados pela necessidade do profissional em preservar os postulados éticos e legais da profissão.

CAPÍTULO V

Das Proibições Art. 42 - Negar assistência de Enfermagem em caso de urgência ou

emergência. Art. 43 - Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de

continuidade da assistência. Art. 44 - Participar de tratamento sem consentimento do cliente ou re-

presentante legal, exceto em iminente risco de vida. Art. 45 - Provocar aborto ou cooperar em prática destinada a interrom-

per a gestação. Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá de-

cidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.

Art. 46 - Promover a eutanásia ou cooperar em prática destinada a an-

tecipar a morte do cliente. Art. 47 - Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das dro-

gas que o compõem e da existência de risco para o cliente. Art. 48 - Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os

previstos na legislação vigente e em caso de emergência. Art. 49 - Executar a assistência de Enfermagem sem o consentimento

do cliente ou seu representante legal, exceto em iminente risco de vida. Art. 50 - Executar prescrições terapêuticas quando contrárias à segu-

rança do cliente. Art. 51 - Prestar ao cliente serviços que por sua natureza incumbem a

outro profissional, exceto em caso de emergência. Art. 52 - Provocar, cooperar ou ser conivente com maus-tratos. Art. 53 - Realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino, em

que o direito inalienável do homem seja desrespeitado ou acarrete perigo de vida ou dano à sua saúde.

Parágrafo único - A participação do profissional de Enfermagem nas pesquisas experimentais, deve ser precedida de consentimento, por escrito, do cliente ou do seu representante legal.

Art. 54 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o cliente,

sem sua autorização. Art. 55 - Publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha

participação ou omitir em publicações, nomes de colaboradores e/ou orien-tadores.

Art. 56 - Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem autorização ex-

pressa, de dados, informações ou opiniões ainda não publicados. Art. 57 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da

pessoa humana. Art. 58 - Determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética

e demais legislações que regulamentam o exercício profissional da Enfer-magem.

Art. 59 - Trabalhar e/ou colaborar com pessoas físicas e/ou jurídicas que desrespeitem princípios éticos de Enfermagem.

Art. 60 - Acumpliciar-se com pessoas ou instituições que exerçam ile-

galmente atividades de Enfermagem. Art. 61 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utili-

zando-se de concorrência desleal. Art. 62 - Aceitar, sem anuência do Conselho Regional de Enfermagem,

cargo, função ou emprego vago em decorrência do previsto no Art. 41. Art. 63 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospi-

tal, casa de saúde, unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas.

Art. 64 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem co-

mo permitir que outro profissional assine as que executou. Art. 65 - Receber vantagens de instituição, empresa ou de cliente, além

do que lhe é devido, como forma de garantir assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem.

Art. 66 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de

saúde, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização ou fecundação artificial.

Art. 67 - Usar de qualquer mecanismos de pressão e/ou suborno com

pessoas físicas e/ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem. Art. 68 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição

ou cargo, para impor ordens, opiniões, inferiorizar as pessoas e/ou dificultar o exercício profissional.

Art. 69 - Ser conivente com crime, contravenção penal ou ato praticado

por membro da equipe de trabalho que infrinja postulado ético profissional. Art. 70 - Denegrir a imagem do colega e/ou de outro membro da equipe

de saúde, de entidade de classe e/ou de instituição onde trabalha.

CAPÍTULO VI Dos Deveres Disciplinares

Art. 71 - Cumprir as normas dos Conselhos Federal e Regionais de En-fermagem.

Art. 72 - Atender às convocações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, no prazo determinado.

Art. 73 - Facilitar a fiscalização do exercício profissional.

Art. 74 - Manter-se regularizado com suas obrigações financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem.

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Art. 75 - Apor o número de inscrição do Conselho Regional de Enfer-magem em sua assinatura, quando no exercício profissional.

Art. 76 - Facilitar a participação dos profissionais de Enfermagem no

desempenho de atividades nos órgãos de classe. Art. 77 - Facilitar o desenvolvimento das atividades de ensino e pesqui-

sa, devidamente aprovadas. Art. 78 - Não apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer bem imóvel,

público ou particular de que tenha posse, em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.

Capítulo VII

Das Infrações e Penalidades Art. 79 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a apli-

cação das respectivas penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos legais.

Art. 80 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência

que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 81 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas

dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem. Art. 82 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a

sua prática, ou dela obtiver benefício, quando cometida por outrem. Art. 83 - A gravidade da infração é caracterizada através da análise dos

fatos e causas do dano, suas consequências e dos antecedentes do infra-tor.

Art. 84 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos

termos deste Código. Art. 85 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e

Regionais de Enfermagem, conforme o que determina o Art. 18, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:

I - Advertência verbal. II - Multa. III - Censura. IV - Suspensão do exercício profissional. V - Cassação do direito ao exercício profissional. Parágrafo primeiro - A advertência verbal consiste numa admoestação

ao infrator, de forma reservada, que será registrada no prontuário do mes-mo, na presença de duas testemunhas.

Parágrafo segundo - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamen-to de 01 (um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional a qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.

Parágrafo terceiro - A censura consiste em repreensão que será divul-gada nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e Regionais de En-fermagem.

Parágrafo quarto - A suspensão consiste na proibição do exercício da Enfermagem por um período não superior a 29 (vinte e nove) dias e será divulgada nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Parágrafo quinto - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e será divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e em jornais de grande circulação.

Art. 86 - As penalidades de advertência verbal, multa, censura e sus-

pensão do exercício Profissional são da alçada dos Conselhos Regionais de Enfermagem; a pena de cassação do direito ao exercício Profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o disposto no Art. 18, parágrafo primeiro, da Lei nº 5.905/73.

Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Con-selho Federal de Enfermagem, terá como instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais.

Art. 87 - Para a graduação da penalidade e respectiva imposição con-

sideram-se:

I - A maior ou menor gravidade da infração. II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração. III - O dano causado e suas consequências. IV - Os antecedentes do infrator. Art. 88 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas,

conforme a natureza do ato e a circunstância de cada caso. Parágrafo primeiro - São consideradas infrações leves as que ofendam

a integridade física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade.

Parágrafo segundo - São consideradas infrações graves as que provo-quem perigo de vida, debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa.

Parágrafo terceiro - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral irremediável em qualquer pessoa.

Art. 89 - São consideradas circunstâncias atenuantes: I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontâ-

nea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as consequên-cias do seu ato.

II - Ter bons antecedentes profissionais. III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação. IV - Realizar atos sob emprego real de força física. V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração. Art. 90 - São consideradas circunstâncias agravantes: I - Ser reincidente. II - Causar danos irreparáveis. III - Cometer infração dolosamente. IV - Cometer infração por motivo fútil ou torpe. V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou

a vantagem de outra infração. VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima. VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do de-

ver inerente ao cargo ou função. VIII - Ter mais antecedentes pessoais e/ou profissionais.

Capítulo VIII Da Aplicação das Penalidades

Art. 91 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.

Art. 92 - A pena de Advertência Verbal é aplicável nos casos de infra-

ções ao que está estabelecido nos artigos: 16 a 26; 28 a 35; 37 a 44; 47 a 50; 52; 54; 56; 58 a 62 e 64 a 78 deste Código.

Art. 93 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que es-

tá estabelecido nos artigos: 16 a 75 e 77 a 79, deste Código. Art. 94 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que

está estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 29; 32; 35 a 37; 42; 43; 45 a 53; 55 a 75 e 77 a 79, deste Código.

Art. 95 - A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos

casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 25; 29; 32; 36; 42; 43; 45 a 48; 50 a 53; 57 a 60; 63; 66; 67; 70 a 72; 75 e 79, deste Código.

Art. 96 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é

aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 16; 24; 36; 42; 45; 46; 51 a 53; 57; 60; 70 e 79, deste Código.

CAPÍTULO IX

Das Disposições Gerais Art. 97 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de

Enfermagem. Art. 98 - Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de En-

fermagem, por iniciativa própria e/ou mediante proposta de Conselhos Regionais.

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Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla dis-cussão com a categoria.

Art. 99 - O presente Código entrará em vigor na data de sua publica-

ção, revogando os demais disposições em contrário.

2 LEI NO 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986.

LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986. Dispõe sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem, e

dá outras Providências.

Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o Território Nacional, observadas as disposições desta Lei. Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.

Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo

Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação.

Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem. Art. 4º - A programação de Enfermagem inclui a prescrição da assistên-cia de Enfermagem. Art. 5º - (Vetado).

§ 1º - (Vetado). § 2º - (Vetado).

Art. 6º - São Enfermeiros: I - o titular do diploma de Enfermeiro confe-rido por instituição de ensino, nos termos da lei; II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei; III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea “d”, do art. 3º, do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 7º - São Técnicos de Enfermagem: I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente; II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem. Art. 8º - São Auxiliares de Enfermagem: I - o titular de Certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos termos da lei e regis-trado no órgão competente; II - o titular de diploma a que refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;

III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III, do art. 2º, da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; IV - o titular de Certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacio-nal de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto- Lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-Lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-Lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, regis-trado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. Art. 9º - São Parteiras: I - a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-Lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segun-do as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalida-do no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta Lei, como certificado de Parteira. Art. 10 - (Vetado). Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem caben-do-lhe: I - privativamente: a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avalia-ção dos serviços de assistência de enfermagem; d) (vetado); e) (vetado); f) (vetado); g) (vetado); h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; i) consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar deci-sões imediatas. II - como integrante da equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da pro-gramação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;

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c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; d) participação em projetos de construção ou reforma de unida-des de internação; e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral; f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem; g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpe-ra; h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; i) execução do parto sem distocia; j) educação visando à melhoria de saúde da população. Parágrafo único. Às profissionais referidas no inciso II, do art. 6º, desta

Lei incumbe, ainda: a) assistência à parturiente e ao parto normal; b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providên-cias até a chegada do médico; c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de aneste-sia local, quando necessária. Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enferma-gem, cabendo-lhe especialmente: a) participar da programação da assistência de enfermagem; b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único, do art. 11, desta Lei; c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enferma-gem em grau auxiliar; d) participar da equipe de saúde. Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente: a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; b) executar ações de tratamento simples; c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; d) participar da equipe de saúde. Art. 14 - (Vetado). Art. 15 - As atividades referidas nos artigos 12 e 13 desta Lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervi-são de Enfermeiro. Art. 16 - (Vetado). Art. 17 - (Vetado).

Art. 18 - (Vetado).

Parágrafo único. (Vetado). Art. 19 - (Vetado). Art. 20- Os órgãos de pessoal da Administração Pública Direta e Indireta, Federal, Estadual, Municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observa-rão, no provimento de cargos e funções e na contratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta Lei. Parágrafo único. Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as

medidas necessárias à harmonização das situações já existentes com as disposições desta Lei, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.

Art. 21 - (Vetado). Art. 22- (Vetado). Art. 23- O pessoal que se encontra executando tarefas de enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos de nível médio nessa área, sem possuir formação específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares de enfermagem, observado o disposto no art. 15 desta Lei.

Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de enfermagem, admitidos antes da vigência desta Lei, o exercício das atividades elementares da enfermagem, observado o disposto em seu art. 15. (Parágrafo alterado pela Lei 8.967/94)

Art. 24 - (Vetado).

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação. Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 27 - Revogam-se (vetado) as demais disposições em contrário.

3 DECRETO Nº 94.406, DE 8 DE JUNHO DE 1987.

Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências Art. 1º O exercício da atividade de enfermagem, observadas as disposi-ções da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região. Art. 2º As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de enfermagem no seu planejamento e programação. Art. 3º A prescrição da assistência de enfermagem é parte integrante do programa de enfermagem. Art. 4º São Enfermeiros: I - o titular do diploma de Enfermeiro confe-rido por instituição de ensino, nos termos da lei; II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei; III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;

IV - aqueles que, não abrangidos pelos itens anteriores, obtiveram título de Enfermeiro conforme o disposto na letra d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 5º São Técnicos de Enfermagem: I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão competente; II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem. Art. 6º São auxiliares de Enfermagem: I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos termos da lei, e regis-trado no órgão competente; II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956; III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;

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IV - o titular do certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacio-nal de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;

VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, regis-trado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. Art. 7º São Parteiros: I - o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segun-do as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil até 26 de junho de 1988, como certificado de Parteiro.

Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe: I - privativamente: a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avalia-ção dos serviços da assistência de enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; e) consulta de enfermagem; f) prescrição da assistência de enfermagem; g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; II - como integrante de equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da pro-gramação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saú-de; d) participação em projetos de construção ou reforma de unida-des de internação; e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões; f) participação na elaboração de medidas de prevenção e contro-le sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de enfermagem;

g) participação na prevenção e controle das doenças transmissí-veis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica; h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturi-ente, puérpera e ao recém-nascido; i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daque-les prioritários e de alto risco; j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem distocia; m) participação em programas e atividades de educação sanitá-ria, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em geral; n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continu-ada; o) participação nos programas de higiene e segurança do traba-lho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho; p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contra-referência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; r) participação em bancas examinadoras, em matérias específi-cas de enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou contrata-ção de Enfermeiro ou pessoal técnico e Auxiliar de Enfermagem.

Art. 9º Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe: I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; II - identificação das distocias obstétricas e tomada de providência até a chegada do médico; III - realização de episiotomia e episiorrafia, com aplicação de anestesia local, quando necessária. Art. 10. O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe: I - assistir ao Enfermeiro: a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem; b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave; c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica;

d) na prevenção e no controle sistemático da infecção hospitalar; e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde; f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do item II do art. 8º; II - executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no art. 9º deste Decreto; III - integrar a equipe de saúde.

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Art. 11. O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe:

I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;

II - observar, reconhecer e descrever sinais e sinto-mas, ao nível de sua qualificação;

III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais como:

a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;

b) realizar controle hídrico;

c) fazer curativos;

d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio;

e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;

f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis;

g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico;

h) colher material para exames laboratoriais;

i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios;

j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;

l) executar atividades de desinfecção e esterilização;

IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao pacien-te e zelar por sua segurança, inclusive:

a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;

b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependências de unidades de saúde;

V - integrar a equipe de saúde;

VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive:

a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de enfermagem e médicas;

b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execu-ção dos programas de educação para a saúde;

VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes;

VIII - participar dos procedimentos pós-morte.

Art. 12. Ao Parteiro incumbe:

I - prestar cuidados à gestante e à parturiente;

II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e

III - cuidar da puérpera e do recém-nascido.

Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo são exercidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível, sob controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio ou onde se fizerem necessárias.

Art. 13. As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de Enfermeiro.

Art. 14. Incumbe a todo o pessoal de enfermagem:

I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem;

II - quando for o caso, anotar no prontuário do pacien-te as atividades da assistência de enfermagem, para fins estatísticos.

Art. 15. Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios será exigida como condição essencial para provimento de cargos e funções e contratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.

Parágrafo único. Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo promoverão, em articulação com o Conselho Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já existentes com as disposições deste decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.

Art. 16. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.

4 ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO. 4.1 RE-CUPERAÇÃO DA ANESTESIA. 4.2 CENTRAL DE

MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. 4.3 ATUAÇÃO NOS

PERÍODOS PRÉ‐OPERATÓRIO, TRANSOPERATÓ-

RIO E PÓS‐OPERATÓRIO. 4.4 ATUAÇÃO DURANTE

OS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICO‐ANESTÉSICOS. 4.5 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS QUE COMPÕEM AS SALAS DE CIRURGIA E RECUPE-RAÇÃO ANESTÉSICA. 4.6 ROTINAS DE LIMPEZA DA SALA DE CIRURGIA. 4.7USO DE MATERIAL

ESTÉRIL. 4.8 MANUSEIO DE EQUIPAMENTOS: AU-TOCLAVES; SELADORA TÉRMICA E LAVADORA

AUTOMÁTICA ULTRASSÔNICA.

Preparo pré-operatório

O preparo pré-operatório tem início com a internação estendendo-se até o momento da cirurgia.

Objetivo Levar o paciente as melhores condições possíveis para cirurgia, para

garantir-lhe menores possibilidades de complicações. Cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente.

Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório pode-

rá ser feito em alguns dias ou até mesmo em minutos. A s cirurgias que exigem um rápido preparo são as cirurgias de emergência estas devem ser realizadas sem perda de tempo a fim de salvar a vida do paciente.

Preparo psicológico Tem como objetivo assegurar confiança e tranquilidade mental ao pa-

ciente. A internação para o paciente pode significar reclusão, afastamento dos

familiares e o paciente podem ficar ansioso e cheio de temores. O trabalho, a vida diária do paciente é momentaneamente paralisados e o desconheci-mento do tratamento a que será submetido, tudo isso gera stress, insegu-rança, desassossego e medo.

Estes estados psicológicos quando não reconhecidos e atendidos pode

levar o paciente a apresentar vômitos, náuseas, dor de cabeça, não coope-rando para a recuperação pós-cirúrgicas, levando-o a complicação respira-tórias, agitação e outros problemas.

Para auxiliar o paciente a enfermagem deve ser calma, otimista, com-

preensiva, e saiba como desenvolver confiança. Inteirados da aflição do paciente a enfermeira chefe deve ser notificada

para que tome a melhor medida. Muitas vezes o paciente tem medo da morte, durante ou após a cirur-

gia, tem medo de não acordar da anestesia, tem medo de perder qualquer parte do corpo ou de sentir dor durante a cirurgia.

Dependendo da necessidade, a enfermeira solicitara a presença do ci-

rurgião ou anestesista para esclarecer o paciente. Portanto a enfermagem, embora solicitando outros profissionais para

atender o paciente em suas necessidades psicológicas, é principalmente a pessoa que ouve, compreende, ampara e conforta.

Preparo físico: É dividido em três etapas: 1 - inicial 2 - na véspera da cirurgia 3 - no dia da cirurgia 1. Preparo inicial é quando o paciente vai ser submetido a exames la-

boratoriais (exames pré-operatórios), que vão assegurar a viabilidade ou não da cirurgia.

Nesta fase, a atuação da enfermagem no preparo se relaciona: - Ao preparo do paciente, explicando os procedimentos a serem rea-

lizados. - A coleta e encaminhamento dos materiais para exames.

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- A manutenção do jejum quando necessário. - A aplicação de medicamentos, soro e sangue. - A realização de controles. - Sinais vitais. - Diurese. - Observação de sinais e sintomas. - Anotação na papeleta. 2. Preparo físico na véspera da cirurgia tem por objetivo remover toda a

fonte de infecção, através da limpeza e desinfecção conseguida com um mínimo de esgotamento do paciente.

Essa segunda etapa se processa assim: - Verificar lista de cirurgia quais os pacientes que serão operados,

nome da cirurgia, horário, se há pedido de sangue, preparos es-peciais ou de rotina.

- Providenciar material e colher a amostra de sangue para tipa-gem sanguínea.

- Observar sintomas como tosse, coriza, febre, variação de PA e outros.

Proceder à limpeza e preparar a pele para cirurgia da seguinte forma: - Tricotomia da região a ser operada, bem ampla. - Banho completo, incluindo cabeça e troca de roupa. - Limpeza e corte das unhas, remover esmaltes (pés e mãos) para

poder observar a coloração durante a cirurgia. - Mandar barbear os homens. - Dieta leve no jantar. - Lavagem intestinal ou gástrica, de acordo com a prescrição me-

dica. - Jejum após o jantar, orientar o paciente. - Promover ambiente tranquilo e repousante.

3. Preparo físico no dia da cirurgia. - Verifica se o jejum continua sendo mantido. - Verificar se todos os cuidados da véspera foram feitos. - Remover maquiagem, próteses e joias. As joias e próteses serão

enroladas e guardadas conforme rotina do local. - Controlar pulso, temperatura, respiração e P.A. - Urinar meia hora antes da cirurgia. - Aplicar a medicação pré-anestésica seguindo prescrição medica

e geralmente é feito de 30 a 45 minutos da cirurgia. - Checar a medicação pré-anestésica dada. Ela acalma o pacien-

te. - Fazer anotação na papeleta. - Ajudar o paciente a passar da cama a maca. - Levar a maca com o paciente até o centro cirúrgico, juntamente

com o prontuário. - Qualquer cuidado não efetuado deve ser comunicado ao centro

cirúrgico. PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE E ATENDIMENTO PÓS-

OPERATÓRIO Introdução Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são aqueles realizados

após a cirurgia até a alta. Visam ajudar o recém operado a normalizar suas funções com conforto

e da forma mais rápida e segura. Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para receber o paci-

ente internado. Observação: nos hospitais que possuem no centro cirúrgica sala de re-

cuperação, pós-anestésica, recebem os pacientes nestes locais imediata-mente após a cirurgia dando-lhes assistência até a normalização de refle-xos e sinais vitais.

Só posteriormente esse paciente é encaminhado a unidade onde estão

internados.

Cuidados no preparo da unidade visa equipá-la para o recebimento do paciente operado, a fim de proporcionar-lhe conforto, segurança e rápido atendimento. Esse preparo é feito após o encaminhamento do paciente para a s.o.

Cuidados - Promoção da limpeza e ordem de todo o ambiente. - Arrumação da cama “tipo operado”. - Limpeza e arrumação da mesa de cabeceira. - Trazer suporte de soro e colocá-lo ao lado da cama. - Deixar oxigênio com equipamento completo.

Atendimento de enfermagem no pós-operatório Ao receber o paciente no quarto. - Transportá-lo da maca para a cama com o auxílio de outros fun-

cionários. - Manter a cama em posição horizontal. - Cobri-lo e agasalhá-lo de acordo com a necessidade. - Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico. Se foi fei-

ta a anestesia raque deixar o paciente sem travesseiro e sem le-vantar pelo o menos 12 horas.

- Enquanto estiver semiconsciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça voltada para o lado.

- Observar o gotejamento do soro e sangue. - Observar estado geral e nível de consciência. - Verificar o curativo colocado no local operado, se está seco ou

com sangue. - Restringi-lo no leito com grades para evitar que caia. - Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar

que retire soro ou sondas. - Observar sintomas como: palidez, sudorese, pele fria, lábios e

unhas arroxeados, hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer complicações respiratórias e circulatórias.

- Controlar, pulso, temperatura, respiração e pressão arterial. - Fazer anotação na papeleta. - Ler a prescrição medica, providenciando para que seja feita. - Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamen-

te. Nas horas em seguida: - Ao recuperar totalmente a consciência avisá-lo do lugar onde es-

tá e que está passando bem. - Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e

sondas. - Promover comodidade no leito. - Medicá-lo para dor, quando necessário. - Movimentá-lo no leito, de decúbito. - Verificar e estimular a aceitação da dieta.

Preparação da pele e a região a ser operada Conceito O preparo da pele a ser operada, consiste em tratar a pele empregan-

do meios químicos e mecânicos, os quais a manterão limpa, sem pelos livres de micróbios.

Finalidade Evitar infecção e promover uma boa cicatrização da ferida operatória. Meios utilizados Desinfecção por agentes químicos (povidini) e tricotomia (raspagem de

pelos). Desinfecção com agentes químicos São utilizados sabões especiais e antissépticos da pele. A limpeza da

pele com esses produtos é feita durante o dia que precede a cirurgia ou no mesmo dia, dependendo da rotina do hospital.

O emprego desta técnica visa remover ou destruir os germes existentes na pele.

Tricotomia É a raspagem dos pelos na pele.

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É feita com a finalidade de facilitar a limpeza e a desinfecção da pele e da região a ser operada.

No caso de cirurgias programadas a tricotomia é feita no dia ou na

véspera da cirurgia. No caso de cirurgia de emergência é feita na hora, antes de encaminhar o paciente ao centro cirúrgico.

Áreas de tricotomia - Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescri-

ção médica. - Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas. - Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e poste-

rior), menos o couro cabeludo. - Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis. - Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior. - Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis.

Procedimento da tricotomia: Material: bandeja contendo: - Recipientes com bolas de algodão. - pacote com gases. - Cuba redonda com sabão liquido diluído. - Cuba rim. - Aparelho de barbear com lamina nova. - Pinça.

Execução: - Cerque a cama com biombos. - Exponha a região. - Umedeça a bola de algodão com sabão. - Ensaboar a região. - Com a mão esquerda estique a pele. - Faça a raspagem dos pelos de cima para baixo. - Lave a área com água e sabão para remover os pelos cortados. - Retire o material usado.

Complicação pós-operatórias Dor: é um dos primeiros sintomas a surgir no pós-operatório. O auxiliar

neste caso deve administrar o medicamento analgésico comunicar o fato a enfermeira, fazer anotação sobre a dor e sobre as providencias tomadas.

Vômitos: pode haver nas primeiras 24 horas o auxiliar deve colocar o

paciente com a cabeça voltada para o lado e avisar a enfermeira, adminis-trando o medicamento se houver prescrição. Fazer anotação.

Sede: para evitar o ressecamento da boca, deve-se umedece - lá com

água e lubrificar os lábios com vaselina. Complicações pulmonares: As mais comuns são: pneumonia e embolia pulmonar. Para prevenir o

aparecimento dessas complicações o auxiliar deve: - Movimentar o paciente no leito. - Força-lo a tossir. - Ensiná-lo a realizar exercícios respiratórios. - Estimular deambulação.

Complicação urinarias: Podem ocorrer: - Infecções urinárias. - Retenção urinária. - Anuria.

No ato de retenção urinária, deve-se estimular a micção pelos seguin-

tes meios: - Compressa de éter sobre a bexiga. - Abrir a torneira mais próxima. - Sondagem vesical de alívio em último caso.

Complicações gastro intestinais Pode ocorrer obstrução intestinal, por isso o número e aspecto da eva-

cuação deve ser sempre anotada.

Complicações da ferida operatória As mais frequentes são: - Hematoma ocorre por haver uma hemorragia oculta na ferida.

Quando é grande, pode interferir no processo de cicatrização. - Infecção ocorre devido a diversos fatores, inclusive devido a cu-

rativo mal feito. Rotura ou deiscência É uma abertura que ocorre na ferida operatória, que ocorre devido à in-

fecção ou grande distensão abdominal. Retirada de pontos A cicatrização é um processo que ocorre de dentro para fora. Pode ocorrer sem nenhum problema (primeira intenção), apresentar di-

ficuldade para cicatrização imediata (segunda intenção) ou ainda necessitar de uma nova sutura (terceira intenção).

A retirada de pontos é feita geralmente no sétimo dia após a cirurgia ou nos dias posteriores.

Material necessário: - Pinça anatômica - Tesoura - Bisturi ou gilete - Gases - Antissépticos - Esparadrapo

Procedimento Observar as condições da ferida - Retirar pontos alternados e se não houver problemas retirar o

restante - Anotar na papeleta.

ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO DE MATERIAIS.

Consiste na lavagem, enxágue e secagem do material. Tendo por objetivo remover totalmente a matéria orgânica dos artigos,

com utilização de soluções como detergentes enzimáticos, detergentes químicos ou desincrostantes.

É o processo final no caso de itens não críticos. Para este procedimento são utilizadas água, detergente enzimático,

detergente químicos ou desincrostante. Manual: utilizando escovas, estiletes, arames, etc. Mecânica: com auxílio de equipamentos tais como lavador ultra-som

de baixa frequência, lavadora de luvas e outros.

ASSEPSIA É o processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos de

determinado local ou objeto.

ANTI-SEPSIA É o conjunto de medidas usadas para evitar a atividade e proliferação

de microorganismos.

DESINFECÇÃO É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não,

na forma vegetativa (não esporulada), de artigos considerados semicríticos, com o objetivo de evitar que a próxima pessoa ao utilizar o material seja contaminada, oferecendo segurança ao usuário.

O artigo deve estar totalmente seco. Para este procedimento são utilizadas soluções de hipoclorito de sódio

a 0,5%, glutaraldeido a 2 % ou álcool etílico a 70%. Processo químico: Deixar o material imerso em um balde escuro e

com tampa com hipoclorito a 0,5% por 30 minutos (para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%); ou glutaraldeído a 2% por 30 minutos ou álcool etílico 70% por 10 minutos.

ESTERILIZAÇÃO É o procedimento utilizado para a destruição de todas as formas de

vida microbiana, isto é, bactérias, fungos, vírus e esporos, e artigos classificados como crítico, com o objetivo de evitar que os usuários sejam contaminados quando submetidos a tratamentos que exijam o uso desses artigos.

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Processo físico: vapor saturado sob pressão com utilização de autoclave.

Processo químico: imersão total do artigo em produto químico do grupo dos aldeídos (glutaraldeido ou formaldeido) por 10 horas.

Processo físico-químico: óxido de etileno.

TÉCNICAS ASSÉPTICAS MÉDICAS E CIRÚRGICAS A existência de microrganismos no ambiente justifica a aplicação de

técnicas que reduzem o seu número e propiciam maior segurança ao paciente e à equipe de saúde.

As infecções podem ser provocadas por causas ligadas ao meio ambiente, ao material, ao paciente e à equipe que o atende.

O emprego das técnicas assépticas é fundamental no controle de infecções.

ANTI-SEPSIA É o conjunto de meios empregados para impedir a proliferação

microbiana. AS PRINCIPAIS SOLUÇÕES SÃO: PVPI (polivinilpirrolidona iodo) - Solução degermante: degermação das mãos e braços da equipe

cirúrgica, descontaminação do campo operatório. - Solução alcoólica: anti-sépsia e demarcação do campo operatório. - Solução aquosa: anti-sépsia de mucosa, pele, e para cateterizacao

(venosa, arterial, vesical), punção, biopsia, aplicações de injeções. CLOROHEXIDINA - Solução degermante: idem - Solução alcoólica: idem HEXACLOROFENO - Solução degermante: idem ALCOOL IODADO 2% - Anti-sepsia de mãos e antebraços - Preparo da pele para cirurgia - Anti-sepsia da pele para curativo, biopsia, punção, aplicação de

injeções. ÁGUA OXIGENADA 10 VOLUMES - Limpeza e desinfecção de feridas - Remoção de matéria orgânica - Hemostático - Inibe os microrganismos anaeróbicos, mas não age em esporos NITRATO DE PRATA 1% - Profilaxia da oftalmia gonocócica do recém nascido - Cicatrização de pequenas lesões - Facilita remoção de crostas, secante e desodorizante VIOLETA DE GENCIANA - Combate infecções por fungos TINTURA DE IODO - Anti-sepsia da pele - Desinfecção de feridas cutâneas ASSEPSIA É o processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos de

determinado local ou objeto. A transmissão pode ser: - Direta: dispensa a participação de veículos, podendo ser através do

beijo, relações sexuais, contato com a pele, por meio de secreções oronasais.

- Indireta: o microrganismo é transmitido mediante: materiais ou objetos contaminados: brinquedos, louças, talheres, roupas de cama, instrumentos cirúrgicos; alimentos, água, soro, sangue contaminados; ar: ocorre contaminação principalmente do trato respiratório, através da poeira e núcleos infecciosos (pequenos resíduos de evaporação de gotículas expelidas pelo hospedeiro infectado). Vetor: o microrganismo é transmitido por um organismo vivo.

Classifica-se a assepsia em: a) Cirúrgica: consiste no emprego de técnicas com o objetivo de não

propagar microrganismos em local ou objeto estéril. Para tanto devemos: - não falar, tossir ou espirrar sobre material estéril; - não considerar estéril pacotes úmidos, sem data e abertos

anteriormente; - abrir pacotes estéreis com técnica; - guardar os materiais em armários próprios, limpos, longe de poeira

e insetos. b) Médica: adotam-se medidas para evitar ou diminuir a disseminação

de microrganismos patogênicos de um indivíduo para outro, devendo ser usada em qualquer atividade ligada ao paciente e ao meio ambiente. Pratica-se esse tipo de assepsia através de medidas:

- individuais: cada indivíduo deverá utilizar técnicas com a finalidade

de se auto proteger e evitar ser o disseminador de microrganismos. As principais são: lavar as mãos com frequência ao cuidar dos doentes, após chegar da rua, após assoar o nariz, antes das refeições, após eliminações. Cobrir a boca ao tossir ou espirrar; não utilizar objetos de uso individual usados por outras pessoas;

- coletivas: empregam-se métodos visando atender à comunidade.

Ex: saneamento básico, eliminação de insetos e roedores, higiene ambiental, exame médico periódico, uso de papel toalha para as mãos;

- hospitalares: utilizam-se práticas especiais que abrangem: Medidas gerais: isolamento de pessoas com moléstias transmissíveis,

limpeza terminal e concorrente, não sentar nas camas dos pacientes, não colocar materiais diretamente no chão (comadre, bacia).

Degermação: é remoção ou redução do número de bactérias na pele

por meio de limpeza mecânica (escova com sabão ou detergente), ou por aplicação de preparado químico.

Limpeza: consiste na lavagem com soluções detergentes ou

desincrostantes, enxágue e secagem do material; Esterilização: é a destruição ou eliminação de todos os

microrganismos na forma vegetante ou esporulada. O material limpo e seco poderá ser esterilizado por vapor saturado sob pressão (autoclave convencional, autoclave a alto vácuo), calor seco (estufas), gás químico (autoclave de óxido de etileno) ou preparações químicas (solução de glutaraldeido 2%, solução de formaldeído aquoso 10%, solução de formaldeido alcoólico 8%, pastilha de paraformaldeido).

Desinfecção: é a destruicao ou inativação de microrganismos,

patogênicos ou não, situados fora do organismo humano, não necessariamente matando os esporos. O processo de desinfecção pode ser realizado pelo calor (água em ebulição) ou por soluções químicas (álcool 70%, hipoclorito de sódio, fenol sintético e as soluções esterilizantes).

Observação: as soluções esterilizam quando os materiais ficam

imersos 18 horas na solução de formaldeido ou 10 horas na glutaraldeido; essas mesmas soluções desinfetam o material em 30 minutos de imersão;

Descontaminação prévia: antes de iniciar o processo de limpeza, os

artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções corpóreas) são expostos a água fervente ou produto químico por 30 minutos; tem por finalidade proteger as pessoas que procederão à sua limpeza;

Desinfecção: é a destruição ou exterminação de insetos, roedores ou

outros transmissores de infecções ao homem; Sanificação: é a redução do número de germes a um nível isento de

perigo. As principais são o hipoclorito de sódio e as associações de quaternários de amônio.

MANUSEIO DE MATERIAL ESTERILIZADO Ao manusear o material esterilizado com técnica asséptica, deve-se

obedecer a algumas normas a fim de mantê-lo estéril:

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- é fundamental lavar as mãos com água e sabão antes de manusear o material esterilizado;

- utilizar material com embalagem íntegra, seca, sem manchas, com identificação (tipo de material e data da esterilização);

- trabalhar de frente para o material; - manipular o material ao nível da cintura para cima; - evitar tossir, espirrar, falar sobre o material exposto; - não fazer movimentos sobre a área esterilizada; - certificar-se da validade e adequação da embalagem; - trabalhar em ambiente limpo, calmo, seco e sem corrente de ar; - manter certa distância entre o corpo e o material a ser manipulado; - obedecer os demais princípios de assepsia. A técnica de enfermagem preconizada no manuseio de material

esterilizado é: a) Pacote: - abri-lo, iniciando-se pela extremidade oposta ao manipulador; - proteger o material exposto com o campo esterilizado que o envolva; - tocar com as mãos somente na parte externa do pacote; - não guardar como material esterilizado um pacote aberto

anteriormente; b) Seringa de vidro - abrir o pacote conforme explicação anterior; - manter estéril a parte interna do êmbolo, a parte interna do cilindro e

a ponta da seringa; - pegar a seringa pela parte externa do cilindro e encaixar o êmbolo,

segurando-o pela parte terminal. c) Seringa descartável - rasgar os invólucros no local onde se encontra a parte terminal do

êmbolo; - manter estéril a parte interna do êmbolo, a parte interna do cilindro e

a ponta da seringa. d) Agulha comum - escolher o calibre desejado (escrito no canhão da agulha); - retirar o algodão protetor do tubo de vidro, segurar o tubo e virá-lo de

encontro à ponta da seringa; - retirar o tubo e fixar adequadamente a agulha à ponta da seringa,

através do canhão (única parte da agulha que pode ser manipulada); - manter a agulha protegida até o momento do seu uso. e) Agulha descartável: - abrir o invólucro no sentido canhão-bizel ou rasgar lateralmente

próximo ao canhão; - fixá-la à ponta da seringa através do canhão; - manter a agulha protegida até o momento do seu uso.

5 NOÇÕES DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR.

AS AÇÕES DE BIOSSEGURANÇA IMPLEMENTADAS PELAS COMIS-SÕES DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES

Kátia Liberato Sales Scheidt; Leda Regina Soares Rosa; Eliane de Fátima Al-meida Lima

RESUMO Biossegurança corresponde à adoção de normas e procedimentos se-

guros e adequados à manutenção da saúde dos pacientes, dos profissio-nais e dos visitantes. Buscando conhecer as ações de biossegurança aplicadas nos hospitais, foi realizado um estudo descritivo a partir de traba-lhos apresentados por alunos de um curso de especialização em controle de infecções hospitalares, no Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2003. A amostra totalizou 71 avaliações, destacando-se a Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), em 90% dos manuscritos, como órgão responsável pela implementação de políticas de biossegurança, com ênfa-se no gerenciamento dos programas de acidentes com material biológico (73%), incluindo ações educativas (48%) e manutenção de medidas de isolamento (79%). Concluiu-se que a pesquisa proporcionou um precioso diagnóstico das ações praticadas nos hospitais da região, apontando a

CCIH como principal gerenciadora de medidas necessárias ao bloqueio de transmissão cruzada de infecções de importância nosocomial.

Introdução O ambiente hospitalar envolve a exposição dos profissionais de saúde

e demais trabalhadores a uma diversidade de riscos, especialmente os biológicos.

As doenças infectocontagiosas se destacam como as principais fontes

de transmissão de microrganismos para pacientes e para profissionais. Outra importante fonte de contaminação refere-se ao contato direto com fluidos corpóreos durante a realização de procedimentos invasivos ou através da manipulação de artigos, roupas, lixo e até mesmo as superfícies contaminadas, sem que medidas de biossegurança sejam utilizadas. Daí a importância da biossegurança que, aplicada nos hospitais, corresponde à adoção de normas e procedimentos seguros e adequados à manutenção da saúde dos pacientes, dos profissionais e dos visitantes.

Historicamente, tais medidas tornaram-se alvo de preocupações a par-

tir da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS), cuja transmissão por via ocupacional tomou maior dimensão para os profissio-nais de saúde desde o primeiro caso comprovado de sua contaminação ocorrido em hospital da Inglaterra.

O reconhecimento dos riscos desse e de outros patógenos transmitidos

pelo sangue, foram fundamentais para as mudanças comportamentais necessárias ao exercício das diversas atividades profissionais no ambiente hospitalar2. Entre as mudanças ocorridas nos últimos anos e acompanha-das pelo Controle das Infecções Hospitalares, podemos citar: a introdução do uso de equipamento de proteção individual (EPI) na assistência aos pacientes, independente do diagnóstico ou presumível estado de infecção1; a simplificação das medidas de isolamento, que passaram a duas categori-as: precauções padrão e precauções por rota de transmissão (aérea, gotícula e contato) bem como o estímulo à imunização dos profissionais contra hepatite, tétano e outras infecções, dependendo dos riscos instituci-onais.

Pode-se também ressaltar o fortalecimento de medidas de contenção

biológica de microrganismos nas superfícies e artigos hospitalares por meio de adequado processamento que envolve a limpeza/desinfecção e/ou esterilização quando indicado.

Nos últimos anos, destacaram-se os riscos envolvidos na manipulação

de resíduos sólidos (lixo), de produtos químicos (desinfetantes) e as preo-cupações com riscos físicos e ergonômicos através de legislação específi-ca.

A obrigatoriedade da existência da Comissão de Controle de Infecções

Hospitalares (CCIH) nos hospitais do país, independente da entidade mantenedora, foi estabelecida pela Lei Federal 6.431 e mantida através da Portaria MS Nº2616/98. Essa legislação determina que a CCIH é responsá-vel pela implementação da política de prevenção e controle de agravos infecciosos à saúde de pacientes e profissionais no ambiente hospitalar.

Desse modo, o objetivo deste estudo é analisar as ações de biossegu-

rança praticadas nos hospitais, mediante sua descrição em monografias de conclusão de Curso de Graduação em Controle de Infecção Hospitalar.

Marco Referencial Entre as competências da CCIH, destacam-se a normatização das dire-

trizes para a prevenção e controle de exposição a doenças infectocontagio-sas e a materiais orgânicos, a implementação do programa de imunização; e planejamento e controle de epidemias entre os trabalhadores da saúde.

Considerando a CCIH e a saúde ocupacional, ressaltam-se as ativida-des correlatas desenvolvidas pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Em relação à atividade comum entre a saúde ocupacio-nal e o controle de infecção, inclui-se a notificação de acidentes de trabalho pós-exposição a material biológico.

Embora o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e o Vírus da Hepa-tite B tenham recebido maior destaque nas últimas duas décadas, pelo menos outros 20 microrganismos patogênicos podem ser transmitidos por

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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 12

feridas com perfuração associada a picadas de agulha e lesões por objetos perfurocortantes.

O risco de contaminação após exposição percutânea para HIV é de

aproximadamente 0,3 %, proporcional ao inóculo, à extensão e à profundi-dade da lesão.

Os riscos de aquisição ocupacional das Hepatite B e C é estimado en-

tre 6% a 30% e 3% a 10%, respectivamente. Vale ressaltar que, em relação à hepatite B, a vacina é segura e eficaz, e seu uso é obrigatório pelos profissionais de saúde13,14. Quanto à Hepatite C, não existe vacina, e o uso de imunoglobulina não confere proteção, fato que fortalece a observância das normas de biossegurança pelos profissionais, incluindo adequado uso dos EPI, quando não for possível eliminar ou controlar o risco na fonte, utiliza-se os equipamentos de proteção coletiva (EPC).

A finalidade dos EPI é reduzir a exposição do profissional a sangue e

fluídos corpóreos, as luvas são indicadas sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosa ou pele não íntegra.

As máscaras, gorros e óculos de proteção devem ser usados na reali-

zação de procedimentos em que haja possibilidade de respingo de sangue ou outros fluidos corpóreos nas mucosas da boca, do nariz e dos olhos do profissional. Capotes (aventais) são recomendados nos procedimentos com possibilidade de contato com material biológico, inclusive superfícies con-taminadas. As botas são indicadas para a proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante.

O uso dos EPI de forma combinada ou não, objetivando minimizar a

disseminação de microrganismos e proteger áreas do corpo expostas a material infectante, foi otimizado através das precauções universais, tam-bém conhecidas como básicas ou padrão. Seja qual for a denominação utilizada, refere-se às precauções com sangue e líquidos corporais.

Essas precauções são normatizadas para serem utilizadas em todos os

pacientes, independente dos fatores de risco ou da doença de base, e compreendem: lavagem das mãos antes e após qualquer procedimento, uso de luvas, aventais, máscara ou proteção facial sempre que houver possibilidade de contaminação do profissional com sangue, com líquidos corpóreos, secreções e excretas.

As precauções por rota de transmissão, utilizadas junto com as precau-

ções básicas, visam à aplicação de medidas a serem instituídas a partir do conhecimento do agente causal, e incluem: precauções aéreas, que são recomendadas para pacientes portadores de doenças transmitidas pelo ar, como exemplo, a tuberculose. É indicado quarto privativo e, se possível, com ventilação especial, com a manutenção de portas e janelas fechadas e a utilização de máscara com filtro para partículas menores que 5m (N95), ou seja, 95% de eficiência na filtragem de microrganismos.

As precauções por gotículas são recomendadas para os pacientes com

doenças transmitidas por partículas maiores que 5m, como exemplo, a meningite. Nessa categoria, as máscaras cirúrgicas podem ser utilizadas.

E as precauções de contato são indicadas para patologias facilmente

transmitidas por contato direto. São amplamente utilizadas nas precauções com microrganismos multirresistentes, quando é orientado o uso de luvas e de aventais. Nesses casos, a ênfase deve ser dada ao procedimento de lavagem das mãos.

A partir do conhecimento dos agentes causadores de infecção, as me-

didas de contenção biológica em artigos e superfícies são recomendadas objetivando interromper a propagação de microrganismos.

Os profissionais de saúde envolvidos nos processos assistenciais de-

vem utilizar as precauções como forma de minimizar os riscos de contami-nação cruzada entre pacientes, ambiente e profissionais.

Metodologia Trata-se de um estudo quantitativo, conduzido de acordo com os pre-

ceitos metodológicos da estatística descritiva.

Utilizou-se como fonte de dados os trabalhos de conclusão do módulo de Biossegurança e Isolamento, apresentados pelos alunos de Pós-Graduação do Curso de Especialização em Prevenção e Controle de Infec-ção Hospitalar, no Município do Rio de Janeiro, nos anos de 2000 a 2003.

Os trabalhos/monografias, individuais ou em grupo, foram realizados

em diferentes cenários e anos, entre 2000 e 2003. Obedeceram a um mesmo roteiro de observação das condições de biossegurança e isolamen-to hospitalar, previamente estabelecido pela disciplina, e, como requisito, pelo menos um aluno deveria manter vínculo com a instituição avaliada.

A utilização dos trabalhos como fonte de dados teve por base o método

de coleta de informações a partir de registros e dados disponíveis, descritos por Polit e Hungler18, como aquele que permite ao pesquisador um exame de tendências, especialmente se o material for coletado em oportunidades repetidas.

As variáveis selecionadas para compor o instrumento de coleta de da-

dos foram: tipo de hospital (público ou privado), porte hospitalar (pequeno, médio ou grande), estrutura formal de serviços de apoio ao desenvolvimen-to de ações de biossegurança, conforme a CCIH, CIPA, SESMT, manuten-ção de política de isolamento e disponibilidade de EPI.

Numa amostra de 71 trabalhos, os dados foram tabulados e analisados

com auxílio dos recursos Excel, com os quais se procederam aos cálculos das frequências absolutas e relativas.

Resultados e Discussão Das 71 (100%) unidades hospitalares avaliadas e apresentadas atra-

vés dos manuscritos, 63 (89%) estão localizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Quanto ao tipo, 54 (76%) são instituições públicas. Em relação à capacidade, foi observado que 29 (41%) são de pequeno porte.

Quanto à existência de estruturas formais para o desenvolvimento de

políticas de segurança ocupacional, 64 (90%) apresentaram a CCIH como responsável. O SESMT integra 45 (63%) hospitais e a CIPA existe em 48 (68%) instituições.

Embora tenham sido citadas a CIPA e o SESMT, não foi possível rela-

cionar as atividades comuns exercidas entre essas estruturas e a CCIH. No que se refere aos acidentes com material biológico e perfurocortan-

te, a CCIH foi identificada como órgão responsável pelo gerenciamento das ações, cabendo-lhe o primeiro lugar em 46,7% das instituições. A Unidade de Emergência é o local do primeiro atendimento desses casos em 41,94% dos hospitais, seguindo-se a Unidade de Doenças Infecto-Parasitais (DIP) em 11,29%, conforme demonstra a Figura 1.

FIGURA 1: Unidade do primeiro atendimento dos profissionais acidentados com material biológico nas unidades hospitalares, segundo as monografias. Rio de

Janeiro, 2000 a 2003 (n=71).

Em relação ao acompanhamento dos profissionais acidentados com

material biológico, 47 (66%) são orientados e monitorados após o primeiro atendimento. Em 76% das unidades, foram encontradas orientações escri-tas sobre os procedimentos pós-exposição.

Esses resultados retratam a realidade dos hospitais metropolitanos, no

entanto, ao serem comparados com resultados de estudos realizados em hospitais do interior do Estado, a realidade revela-se um pouco diferente. Um estudo conduzido por Oliveira19 sobre a vivência dos profissionais de saúde, lotados fora da região metropolitana, diante de acidentes com material biológico, mostrou que 43,4% dos entrevistados informaram des-conhecer as condutas a serem adotadas após o acidente.

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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 13

Vale salientar, além disso, os resultados encontrados por Tavares que revelaram que 80% dos profissionais já sofreram algum tipo de acidente envolvendo material biológico durante o exercício da profissão. Informaram, ainda, que jamais receberam tratamento ou orientações e que também desconheciam a notificação de seus acidentes.

No caso da ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo a exposi-ção a material biológico, com ou sem afastamento do trabalhador, a comu-nicação de acidente de trabalho (CAT) deve ser emitida.

No Brasil, a subnotificação de casos é reconhecida e impõe a necessi-

dade de articulação entre CCIH e SESMT, objetivando otimizar as informa-ções sobre os acidentes com material biológico.

Sobre a disponibilidade de vacinas para os trabalhadores, 53 (75%)

trabalhos informaram a presença dos seguintes imunobiológicos: DT (difte-ria e tétano) e HVB (Vírus da Hepatite B).

Conforme legislação vigente, cabe ao empregador disponibilizar, gratui-

tamente, vacinas eficazes contra os agentes biológicos a que os trabalha-dores estão ou poderão estar expostos. E deverá, ainda, assegurar que os funcionários sejam informados das vantagens e efeitos colaterais, dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, assim como a resposta vacinal após ter concluído o esquema.

Ao avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre os riscos de exposição ocupacional aos Vírus das Hepatite B e C, Araújo verificou que apenas 25% dos profissionais conheciam a resposta vacinal.

A maioria dos trabalhos informou a disponibilidade dos mais diversos equipamentos de segurança, tanto individual (EPI) quanto coletivo (EPC), configurando o compromisso institucional com a segurança e a saúde dos trabalhadores.

Entre os equipamentos de uso individual, destacam-se as informações da presença de máscaras simples ou cirúrgicas em 66 (93%) e de másca-ras com filtro para partículas > 5m, também conhecidas como proteção para tuberculose, em 48 (67%) hospitais. Há relato, ainda, de máscara de prote-ção máxima com 99% de filtragem em 10 (14%) instituições.

Nos locais de trabalho onde se utilizam materiais perfurocortantes, co-mo agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, devem ser mantidos recipientes apropriados (rígidos, resistentes a vazamento, punctura e ruptura) o mais próximo possível da realização do procedimento, para o descarte dos materiais. Foi identificado, nos manuscritos, que 42 (59%) unidades hospi-talares dispõem de recipientes para o adequado descarte, como indica a Figura 2.

FIGURA 2: Descarte do material perfurocortante em recipiente rígido, segundo as

monografias. Rio de Janeiro, 2000 a 2003 (n=71).

A existência de política de isolamento no hospital foi registrada em 56

(78,87%) monografias avaliadas. Esses hospitais implementam as reco-mendações de precauções9 que são divulgadas em manual _ 32 (57%), cartazes _ 16 (28%) e sinalizações _ 8 (14%).

Nos trabalhos avaliados, foram identificados 34 (47%) hospitais que

desenvolvem atividades de educação em biossegurança, que são reconhe-cidas como importante medida de prevenção de acidentes e de infecção hospitalar, visando à redução de riscos para os profissionais.

Em 54 (76%) hospitais, segundo as monografias examinadas, a CCIH

foi identificada como responsável pelo desenvolvimento das ações de ensino em biossegurança, constituindo-se em uma de suas atividades precípuas. Vale destacar a relevância da parceria das CCIH com os servi-ços de biossegurança para o desenvolvimento de ações educativas.

A legislação recomenda que o treinamento seja realizado antes do iní-cio da atividade profissional; ou ainda, quando houver mudança das condi-ções de exposição durante a jornada de trabalho; e que, idealmente, seja adaptado à evolução do conhecimento e da tecnologia e à identificação de novos riscos biológicos. Deve incluir todos os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde; precauções para evitar a exposição aos agentes; normas de higiene; utilização dos equipamentos de proteção coletiva, individual e das vestimentas; e finalmente, as medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e aci-dentes.

Conclusão A pesquisa mostrou que, independente do porte ou do vínculo instituci-

onal, a CCIH aparece na condição de responsável absoluta pela implemen-tação de políticas de biossegurança, no que tange a riscos biológicos, especialmente quanto aos acidentes com material biológico e medidas de contenção biológica através das precauções e isolamentos.

Ressalta-se que essas ações devem compor o programa geral do con-

trole de infecções, priorizando e estabelecendo políticas que minimizem os riscos de transmissão de infecção entre os trabalhadores da saúde e os pacientes.

Destaca-se, com especial referência, que a prevenção e o controle das

infecções nosocomiais ocupacionais devem assegurar uma ampla aborda-gem educativa, que, por sua vez, deve ser pautada nas características institucionais e nosologia prevalente.

Conclui-se que as unidades hospitalares avaliadas pelos alunos man-

têm o compromisso com a biossegurança, quando os resultados mostraram que a maioria disponibiliza infraestrutura para operacionalização dos pro-gramas de controle de infecção e segmentos de segurança, permitindo o desenvolvimento de atividades que são passíveis de menor risco de agra-vos à saúde do profissional e ao controle das infecções no ambiente hospi-talar.

6 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM. 6.1 VERI-FICAÇÃO DE SINAIS VITAIS, OXIGENOTERAPIA,

AEROSSOLTERAPIA E CURATIVOS. 6.2 ADMINIS-TRAÇÃO DE MEDICAMENTOS. 6.3 COLETA DE

MATERIAIS PARA EXAMES.

ENFERMAGEM De acordo com o código de ética do Conselho Internacional de Enfer-

magem, os serviços de enfermagem jamais podem ser recusados por motivos de cor, raça, nacionalidade ou situação política ou social. O princi-pal objetivo e a própria razão de existência da enfermagem é servir à humanidade.

Arte e técnica de cuidar dos doentes, a enfermagem se exerce nor-

malmente em coordenação com outros serviços de saúde, ou como com-plemento deles. A palavra designa também os serviços de enfermaria, o tratamento dos doentes e o conjunto de enfermeiros de um hospital ou clínica. O profissional de enfermagem tem entre suas atribuições cuidar do doente, realizar curativos, ministrar medicamentos e acompanhar os sinais de recuperação, além de tentar manter um ambiente físico e psicológico favorável à recuperação da saúde. A enfermagem tem também entre seus objetivos ensinar e divulgar medidas profiláticas, pelo ensino de práticas sanitárias e pelo exemplo pessoal. Enfermeiros e enfermeiras trabalham para clientes particulares ou em hospitais, clínicas, postos de saúde e prontos-socorros.

As irmãs de caridade da ordem de São Vicente de Paula realizaram em

Paris, em 1633, uma das primeiras experiências em enfermaria sistemati-zada. Outras ordens religiosas passaram a dedicar-se ao cuidado dos doentes e o número de estabelecimentos assistenciais a cargo de freiras se multiplicou no mundo todo.

Praticada principalmente por religiosas na Europa e na América, a en-

fermagem só se firmou como profissão no final do século XIX, com Floren-

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ce Nightingale. Graças a sua atuação nos hospitais militares ingleses da Crimeia e de Scutari, recebeu apoio da população para constituir o fundo Nightingale, com o qual pôde organizar a primeira escola de enfermagem. Cerca de 25 anos mais tarde, praticamente todo o serviço de enfermagem dos hospitais ingleses era realizado por profissionais treinados. A inovação logo se estendeu a todo o mundo e a enfermagem tornou-se profissão de nível superior, com ensino ministrado em cooperação com hospitais, cen-tros de saúde e faculdades de medicina. Tradicionalmente, a enfermagem é uma profissão majoritariamente feminina.

Organização. Os serviços de enfermagem são prestados por um depar-tamento específico que se insere na organização geral da unidade hospita-lar. O departamento se organiza segundo uma hierarquia, em que o mais alto cargo é o de diretor do serviço de enfermagem. Seus assistentes imediatos são responsáveis por cada um dos turnos: manhã, tarde e noite. Abaixo deles estão as enfermeiras supervisoras, responsáveis pela organi-zação do serviço de enfermagem de unidades clínicas ou cirúrgicas e diretamente incumbidas da distribuição do serviço, requisição e manuten-ção de material, cuidado dos equipamentos e supervisão do atendimento aos pacientes. Nos hospitais em que haja escola de enfermagem, as su-pervisoras são também encarregadas de colaborar com o ensino. Cabe-lhes, ainda, a supervisão direta das enfermeiras-chefes.

As enfermeiras-chefes são responsáveis por unidades ou enfermarias. Ocupam-se do estoque de material, medicamentos e equipamentos de sua unidade e controlam o trabalho das enfermeiras encarregadas do cuidado direto dos pacientes, estas situadas no escalão imediatamente inferior. Finalmente vêm as atendentes, responsáveis pela limpeza.

Trabalho de equipe. A relação entre o número de enfermeiros e pacien-tes varia de acordo com o hospital e, principalmente, com o tipo de rotina. Um serviço clínico pode funcionar a contento com uma enfermeira para diversos doentes, ao passo que os serviços de pronto-socorro e cirurgia demandam uma enfermeira para cada dois pacientes.

Para que o corpo médico e a enfermagem trabalhem com eficiência e em harmonia, é indispensável o estrito cumprimento de certas regras de responsabilidade e comportamento. O corpo médico não está diretamente ligado à organização do serviço de enfermagem, mas dá instruções às enfermeiras encarregadas dos cuidados dos pacientes. Para evitar que essas instruções entrem em conflito com o regulamento do hospital, o corpo médico deve ter conhecimento das regras vigentes e evitar transgredi-las.

Requisitos. A atitude profissional da enfermeira em relação ao paciente é de extrema importância para a cura e convalescença deste. Ela deve estar consciente de que lida com pessoas acometidas de problemas físicos ou psicológicos, em situação que certamente acarreta dificuldades a seu trabalho diário. A benevolência deve ser uma das qualidades mais cultiva-das pela enfermeira, sem prejuízo da firmeza, quando necessária. Nas relações com os parentes do doente -- que podem causar mais problemas que os próprios pacientes -- sua conduta deve ser cortês, mas firme, para que o regulamento hospitalar seja cumprido.

Tratamento. O tratamento médico só deve ser ministrado por ordem escrita do médico responsável, no momento exato e com precisão. Quando a enfermeira observar qualquer sinal ou comportamento anômalo, deve dirigir-se imediatamente ao médico plantonista. À enfermeira cabe controlar a alimentação e os tratamentos dietéticos e fazer com que sejam obedeci-dos. É importante a observação do paciente e a anotação de suas reações a medicamentos, dietas e tratamentos. Dessa maneira, a enfermagem colabora com o médico no estabelecimento do tratamento adequado.

Ensino. Em sentido amplo, o ensino da enfermagem abrange desde o treinamento, no hospital, de atendentes e enfermeiras, para que possam desempenhar suas funções a contento, até à formação de profissionais de nível universitário, preparadas para exercer funções de chefia e supervisão nos hospitais. Na seleção dos candidatos à escola de enfermagem é impor-tante observar características de temperamento, caráter e moral. As esco-las costumam aplicar testes vocacionais especialmente preparados para a seleção de candidatos.

Enfermagem no Brasil. Os padres e irmãos da Companhia de Jesus desempenharam as primeiras atividades de enfermagem no Brasil. As santas casas, fundadas em Portugal, serviriam de modelo aos hospitais bastante modestos do período colonial. Em Olinda, estabeleceu-se em 1540 a primeira Santa Casa de Misericórdia. No Rio de Janeiro, por iniciati-

va do padre Anchieta, muitos doentes foram recolhidos em local improvisa-do, do qual originou-se a Santa Casa daquela cidade. Anchieta atuava como enfermeiro, médico e cirurgião. A ação dos jesuítas prosseguiu nos anos subsequentes. No século XVIII, frei Fabiano de Cristo foi enfermeiro durante quarenta anos no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Para cuidar dos enfermos, os padres contavam com o auxílio de fiéis, voluntários e escravos, aos quais ensinavam como desempenhar a missão. Mais tarde, chegaram ao Brasil as irmãs de caridade, que se instalaram, em 1852, na Santa Casa do Rio de Janeiro e em instituições a ela ligadas. A primeira voluntária de enfermagem no Brasil foi Francisca de Sande, que se dedicou a esse mister, na Bahia, no fim do século XVII. Em 1830 tiveram início, na Escola de Medicina da Bahia, cursos para parteira.

A maior figura da enfermagem no Brasil, Ana Néri, surgiu no século XIX. Já contava 51 anos de idade quando solicitou ao presidente da provín-cia da Bahia permissão para acompanhar seus filhos e parentes à guerra do Paraguai. Nos campos de batalha, assistiu os feridos com tal dedicação que passou a ser chamada "mãe dos brasileiros". Terminado o conflito, recebeu diversas honrarias. Seu nome foi dado à primeira escola de enfer-magem do Brasil, fundada em 1923.

Em 1890, com a fundação da Escola Alfredo Pinto, procurou-se melho-rar a situação inferior em que se encontrava o exercício da enfermagem, especialmente em psiquiatria. No século XX, a profissão se firmou com a fundação da Cruz Vermelha, nos moldes da instituição suíça, cujo primeiro presidente foi Osvaldo Cruz. Depois da campanha sanitária empreendida por ele, seu discípulo Carlos Chagas começou a cogitar da enfermagem voltada para a saúde pública. Quando dirigia o Departamento Nacional de Saúde Pública, Chagas fundou o serviço regular de enfermeiras visitadoras, tipo de enfermagem que funcionou precariamente até 1921, quando passou a funcionar o primeiro curso oficial, ministrado por um grupo de enfermeiras americanas. Pouco depois, sob a mesma orientação, fundou-se a Escola Ana Néri, que em 1938 foi declarada escola-padrão e, em 1945, incorporou-se à Universidade do Brasil, depois Universidade Federal do Rio de Janei-ro. Fundaram-se depois outras escolas, em várias cidades do Brasil, quase sempre nas capitais. Em 1926 foi fundada a Associação Brasileira de Enfermagem, no Rio de Janeiro, que desde então exerceu grande influên-cia como associação de classe, tanto na legislação sobre o ensino e o exercício da profissão, como na divulgação de suas atividades pela Revista Brasileira de Enfermagem. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publica-ções Ltda.

SEMIOLOGIA É a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das

doenças humanas e animais. Vem do grego σημειολογία (semeîon, sinal + lógos, tratado, estudo). A semiologia é muito importante para o diagnóstico da maioria das enfermidades.

Neste contexto, sintoma é toda a informação subjetiva descrita pelo paciente. Não é passível de confirmação pelo examinador, já que é uma sensação do paciente (dor de cabeça, por exemplo). Refere-se, unicamente, à percepção de uma alteração por parte do doente. Cerca de 60% dos diagnósticos são realizados com base nos sintomas, na queixa do paciente.

Por outro lado, um sinal refere-se a toda alteração objetiva, que afeta algum dos sentidos do examinador (uma mancha na pele, um sopro cardíaco, por exemplo).

A semiologia médica estuda, também, a maneira de revelar (interrogatório, exame clínico, exames complementários) e de apresentar (observação, tabelas, síndromes etc.) esses sintomas, com o propósito de se estabelecer um diagnóstico.

INSTRUMENTOS

ESTETOSCÓPIO Estetoscópio é um aparelho utilizado para amplificar sons corporais,

como os sons cardíacos e os sons dos pulmões, por exemplo. Compõem o aparelho:

Olivas auriculares - peças em formato anatômico, que se encaixam ao canal auditivo do examinador.

Tubo(s) de condução - condutos que permitem a transmissão do som com pouca distorção da campânula ou diafragma aos ouvidos do examinador.

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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 15

Campânula - Peça de contato com o corpo do examinado, com formato de campânula, mais apropriado para percepção de sons agudos.

Diafragma - Peça de contato com o corpo do examinado, com formato de campânula, mas limitada por uma membrana, mais apropriado para percepção de sons graves.

ESFIGMOMANÔMETRO O esfigmomanômetro ou aparelho de pressão consiste num sistema

para compressão arterial composto por uma bolsa inflável de borracha de formato laminar, a qual é envolvida por uma capa de tecido inelástico (manguito, cuff) e conectada por um tubo de borracha a um manômetro e por outro tubo, que contém uma válvula controlada pelo operador, conectado a uma pêra, que tem a finalidade de insuflar a bolsa pneumática. Também conhecido como "aparelho de pressão". Usado para medida indireta da pressão arterial.

Com o auxílio de um estetoscópio para a ausculta dos sons de Korotkoff é possível a verificação tanto da pressão sistólica quanto da pressão diastólica.

ELETROCARDIÓGRAFO Eletrocardiograma (ECG) é o registro dos fenômenos elétricos que se

originam durante a atividade cardíaca, auxiliar valioso no diagnóstico de grande número de cardiopatias e outras condições patológicas (ex.distúrbios hidroeletrolíticos), ressalvando-se que algumas anomalias cardíacas não alteram o ECG.

Esse registro é realizado através de um aparelho denominado eletro-cardiógrafo. O eletrocardiógrafo nada mais é do que um galvanômetro (aparelho que mede a diferença de potencial entre 2 pontos) que mede pequenas intensidades de corrente que recolhe a partir de dois eletrodos (pequenas placas de metal conectadas a um fio condutor) dispostos em determinados pontos do corpo humano.

SERINGA Uma seringa é um equipamento com uma agulha usado por

profissionais da área da saúde (ou eventualmente por usuários de drogas) para inserir substâncias líquidas por via intra-venosa ou intra-muscular, retirar sangue ou ainda, realizar uma punção aspirativa em um paciente.

CATETER Na maioria dos usos o cateter é um tubo fino, macio e flexível.

Entretanto, o cateter poderá ter o diâmetro largo e ser de consistência dura. O cateter metálico é denominado de agulha. Os cateteres possibilitam a drenagem ou injeção de fluidos ou o acesso a instrumentos cirúrgicos

Na medicina, o cateter trata-se de um tubo que pode ser inserido em um ducto ou vaso (cateter vascular), em uma cavidade corpórea natural ou em uma cavidade cística ou de abscesso.

O processo de inserção de um cateter é denominado de cateterização. Os cateteres possibilitam a drenagem ou injeção de fluidos ou o acesso

a instrumentos cirúrgicos. Em português utiliza-se preferencialmente o termo “sonda” quando o

cateter é introduzido por um orifício corpóreo natural, por exemplo: Sonda nasogástrica Sonda vesical ou sonda de Foley Sonda retal

RAIOS X Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Uma radiografia feita por Röntgen

Os raios X são emissões eletromagnéticas de natureza semelhante à luz visível. Seu comprimento de onda vai de 0,05 ângström até centenas de angströns.

O espectro de comprimentos de onda utilizável correspondente a aproximadamente entre 5 picômetros e 1,0 nanômetro. A energia dos fótons é de ordem do keV (kilo elétron-volt), entre alguns keV e algumas centenas de keV. A geração desta energia eletromagnética se deve à transição de elétrons nos átomos, ou da desaceleração de partículas carregadas.

Como toda energia eletromagnética de natureza ondulatória, os raios X sofrem interferência, polarização, refração, difração, reflexão, entre outros efeitos. Embora de comprimento de onda muito maior, sua natureza eletromagnética é idêntica à da luz.

Medicina Na medicina os raios X são utilizados nas análises das condições dos

órgãos internos, pesquisas de fraturas, tratamento de tumores, câncer ou (cancro), doenças ósseas, etc.

Com finalidades terapêuticas os raios X são utilizados com uma irradiação aproximada de cinco mil a sete mil Rads (centigray S.I), sobre pequenas áreas do corpo, por pequeno período de tempo.

No Brasil, os raios X do pulmão para fins diagnósticos são chamados de abreugrafia.

INALADOR Broncodilatadores

Um inalador típico, broncodilatador.

Todo asmático deverá utilizar um broncodilatador. É um medicamento,

como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse. Existem broncodilatadores chamados beta2-agonistas - uns apresentam efeito curto e outros efeito prolongado (que dura até 12h). Os de efeito curto costumam ser utilizados conforme a necessidade. Se a pessoa está bem, sem sintomas, não precisará utilizá-los. Já aqueles de efeito prolongado costumam ser utilizados continuamente, a cada 12 horas, e são indicados para casos específicos de asma. Além dos beta2-agonistas, outros broncodilatadores, como teofilinas e anticolinérgicos, podem ser usados.

PRONTUÁRIO DO PACIENTE Conceito de Prontuário - É o conjunto de documentos escritos relati-

vos à determinada pessoa ou fato. Conceito de Prontuário do Paciente - É o conjunto de documento e

informações referentes a um paciente e sua doença escrito de modo claro e conciso.

Componentes do Prontuário - Todo prontuário completo de um paci-ente deve conter os seguintes dados:

Social - nº de registro, nome completo, endereço, residência e tra-balho, idade, cor, filiação, naturalidade, nacionalidade, estado civil, nome do cônjuge, nº de filhos, termo de responsabilidade, relatório do serviço social;

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Econômico - Profissão, nº de horas de trabalho, salário, situação previdenciária;

Médico: o Anamnese; o Queixa principal; o Origem e história; o Relacionamento hereditário; o Hábitos pessoais; o Diagnóstico provisório:

Exame físico: interrogação sobre os diversos aparelhos;

Exames complementares: laboratório, raio x, eletrocardiograma, eletroencefalograma;

Relatório de cirurgia: anestesia, histopatológico, necropsia, prescri-ção médica, evolução, diagnóstico definitivo;

Enfermagem: o Relatório de enfermagem; o Gráficos de T.P.R. (Temperatura, Pulso, respiração) e P.A. (Pres-

são arterial); o Gráfico de balanço hídrico; O prontuário é um documento de grande valia para: 2. O paciente: é o instrumento utilizável em caso de reivindicações,

perante médicos, o hospital e a poderes públicos; 3. Para o médico: desde que contenha os dados convenientemente

registrados, torna-se importante para o diagnóstico e tratamento; 4. Para o hospital: permite maior flexibilidade quanto às transferências

e altas, baixando a média de permanência como também auxilia na qualidade dos serviços prestados e na coleta de dados para fins estatísticos.

5. Para pesquisa: fornece elementos de casos diversos, com todas as variáveis antecedentes, concomitantemente e consequente da en-fermidade.

6. Para a equipe de saúde: independente de ser objeto permanente de informações, permite a enfermagem condições de ter o plano de cuidados atualizados.

Condições para elaborações do prontuário 1. Consciência; 2. Responsabilidade; 3. Clareza de linguagem e de função;

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

• PREPAROS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Administração de medicamentos é um dos deveres de maior responsa-

bilidade da equipe de enfermagem. Requer conhecimentos de farmacolo-gia e terapêutica médica no que diz respeito à ação, dose, efeitos colate-rais, métodos e precauções na administração de drogas.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 1. Gastrintestinal: - Oral ou bucal - Sublingual. - Gástrica. - Retal. - Duodenal. 2. Respiratória. 3. Vaginal. 4. Cutânea. 5. Nasal 6. Ocular. 7. Auricular. 8. Parenteral: - intradérmica (ID). - subcutânea (SC). - Intramuscular (IM). - Endovenosa (EV) ou intravenosa (IV). REGRAS GERAIS 1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico. 2. A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de

emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo que possível.

3. Nunca administrar medicamento sem rótulo. 4. Verificar data de validade do medicamento. 5. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas. 6. Interar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados espe-

cíficos e efeitos colaterais. - melhor horário; - diluição formas, tempo de validade; - ingestão com água, leite, sucos; - antes, durante ou após as refeições ou em jejum; - incompatibilidade ou não de mistura de drogas; 7. Tendo dúvida sobre o medicamento, não administra-lo. 8. Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis. 9. Alguns medicamentos, como antibióticos, vitaminas e sulfas, preci-

sam ser guardados corretamente, pois se alteram na presença da luz, do ar ou do calor.

CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS - Ao preparar a bandeja de medicamentos, não conversar. - Ter sempre à frente, enquanto prepara o medicamento, o cartão do

medicamento ou a prescrição médica. - Ler o rótulo do medicamento três vezes, comparando-o com a

prescrição: a) antes de retirar o recipiente do armário; b) antes de colocar o medicamento no recipiente para administrar; c) antes de repor o recipiente no armário. - Colocar o cartão e o recipiente de medicamentos sempre juntos, na

bandeja. - Não tocar com a mão em comprimidos, cápsulas, drágeas, pasti-

lhas. - Esclarecer dúvidas existentes antes de administrar o medicamento. - Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solici-

tando nome completo e certificando-se da exatidão do mesmo, pelo cartão de medicamento ou prontuário.

- Lembrar a regra dos 5 certos: medicamento certo, paciente certo, dose certa, hora certa, via certa.

- Só cancelar a medicação após administrá-la, rubricando ao lado. - Quando o medicamento deixar de ser administrado por estar em

falta, por recusado paciente, jejum, esquecimento, ou erro, fazer a anotação no relatório.

- Fazer anotações cuidadosas sobre efeitos dos medicamentos ou queixas do paciente.

- Para uma medida perfeita, ao despejar o medicamento no copo graduado, levantá-lo à altura dos olhos.

Correspondência: colher de sopa (15ml), colher de sobremesa (10ml), colher de chá (5ml), colher de café (3ml).

- Ter sempre o cuidado de limpar com gaze a boca dos vidros de medicamentos, antes de guardá-los.

- Ao colocar o medicamento no copo, manter o rótulo do frasco vol-tado para a mão, a fim de não sujá-lo.

- Se faltar medicamentos, tomar providências imediatas, seguindo normas e rotinas do serviço.

- Certificar-se sobre as ordens de controle hídrico, dietas, jejum, suspensão de medicamentos antes de prepará-los.

É de grande utilidade seguir o roteiro para a correta administra-

ção de medicamentos elaborada por Du Gas: - O cliente tem alguma alergia? - Que medicamentos foram prescritos? - Por que está recebendo esses medicamentos? - Que informações devem ser dadas pela enfermagem, em relação

ao efeito desses medicamentos sobre o cliente? - Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das

drogas contidas nestes medicamentos? - Como devem ser administrados os medicamentos? - Que precauções devem ser tomadas na administração de tais me-

dicamentos? Existem precauções especiais que devem ser toma-das por causa da idade, condição física ou estado mental do paci-ente?

- Alguns dos medicamentos exigem medidas acautelatórias especi-ais na administração?

- O paciente precisa aprender alguma coisa com relação à sua tera-pia médica?

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- O paciente ou sua família necessita de conhecimento ou habilida-des específicas para continuar a terapia em casa?

CUIDADOS NA DILUIÇÃO - Todas as drogas que provocam irritações e com gosto forte, devem

ser diluídas, caso não haja contraindicação. - Normalmente, não é aconselhável misturar medicamentos líquidos.

Poderá ocorrer uma reação química, resultando em precipitado. - Água fresca deve ser usada para aumentar o paladar, se não hou-

ver contraindicação. - Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gos-

to, que pode ser melhorado, dissolvendo-se o medicamento em su-co de frutas ou acrescentando açúcares, se não houver contraindi-cação.

- Medicamentos amargos podem ser diluídos na água. Diminui-se o amargor colocando-se gelo na boca antes e depois da medicação.

- Xaropes devem ser administrados puros. - Salicilatos, corticoides, irritam a mucosa gástrica e podem produzir

náuseas e vômitos. Devem ser servidos com leite, e durante as re-feições.

- O gosto do iodeto de potássio e solução de lugol pode ser ameni-zado diluindo-os em suco de uva ou laranja.

- O óleo de rícino ou outros óleos podem ser misturados com suco de laranja ou de limão, café ou chá. Gelo também desestimula as papilas gustativas. É bom tomar com substâncias efervescentes e geladas (Coca-Cola, guaraná).

- Antibióticos, de modo geral, devem ser tomados com água (nunca com leite) e com estômago vazio.

CUIDADOS EM RELAÇÃO AO REGISTRO DOS MEDICAMENTOS A fim de evitar acidentes, desperdícios, roubos e uso abusivo, os medi-

camentos devem ser guardados em lugar apropriado e controlados. Deve existir uma relação do estoque disponível, e dependendo da utili-

zação um controle de saída diária, semanal ou mensal. As saídas podem ser controladas pelo receituário, folha de prescrição

ou relatório de enfermagem. O importante é que exista um sistema de controle.

O cancelamento no local apropriado (relatório, ficha ou prontuário) de-ve ser feito logo após a aplicação.

Sendo as anotações de enfermagem um documento oficial, é de gran-de importância que o cuidados seja assinado ou rubricado por quem fez.

VIA ORAL, BUCAL É a administração de medicamento pela boca. Contraindicações - Pacientes incapazes de deglutir ou inconscientes. Em casos de vômito. Quando o paciente está em jejum para cirurgia ou exame. MATERIAL - Pratinhos ou copinhos descartáveis. - Conta-gotas. - Copo graduado. MÉTODO - Lavar as mãos. - Identificar o recipiente com o nome do paciente, número do leito,

medicamento e dose. - Colocar os medicamentos nos, recipientes identificados, diluindo-os

se for necessário. - Levar a bandeja para junto do paciente. - Perguntar o nome do paciente, fazendo a verificação no cartão de

identificação. - Colocar o comprimido na mão ou na boca do paciente. Se for lí-

quido, dar no copinho descartável. - Oferecer-lhe água ou leite. - Verificar se o paciente deglutiu o medicamento: nunca deixá-lo so-

bre a mesa-de-cabeceira. - Colocar o material em ordem. - Lavar as mãos. - Checar o horário e fazer as anotações.

OBSERVAÇÕES - Os medicamentos em pó devem ser dissolvidos. - Pacientes inconscientes não devem tomar medicação por via oral. - Gotas devem ser medidas com conta-gotas. - Dissolver os medicamentos para os pacientes que têm dificuldade

me deglutir. - Ao administrar digitálicos, contar pulso radial e apical. Se estiver

abaixo de 60 b.p.m. não administrar. Acima de 120 b.p.m. pode in-dicar intoxicação digitálica.

- Considerar sempre o melhor horário para administrar os medica-mentos. Exemplo: os diuréticos devem ser administrados, de pre-ferência, no período da manhã.

VIA SUBLINGUAL Consiste em colocar o medicamento debaixo da língua e deixar que se-

ja absorvido pela mucosa bucal. MÉTODO - Lavar as mãos. - Separar o medicamento - Dar água para o paciente enxaguar a boca. - Colocar o medicamento sob a língua e pedir para abster-se de en-

golir a saliva por alguns minutos, a fim de que a droga seja absor-vida.

- Lavar as mãos. - Checar o horário e fazer as anotações necessárias. VIA GÁSTRICA É feita através da introdução do medicamento na sonda nasogástrica.

É utilizada para pacientes inconscientes e pacientes impossibilitados de deglutir.

Os medicamentos sólidos são dissolvidos em água e introduzidos na

via gástrica com seringa. As cápsulas são abertas, dissolvendo-se o pó medicamentoso nelas

contido. VIA RETAL É a introdução do medicamento no reto, em forma de supositórios ou

clister medicamentoso. MATERIAL Bandeja contendo: - Supositório - Gaze, papel higiênico - Cuba rim - Saco plástico para lixo - Luva de procedimento SUPOSITÓRIO - Explicar ao paciente o que vai fazer. - Lavar as mãos. - Colocar o supositório sobre uma gaze, numa cuba rim ou bandeja

pequena. - Colocar o paciente em decúbito lateral. - Calçar a luva na mão dominante, e com o polegar e indicador da

outra mão afastar o ânus. - Introduzir o supositório no reto, delicadamente, e pedir ao paciente

que o retenha. - Retirar a luva e desprezar no saco plástico. - Colocar o material em ordem. - Lavar as mãos. - Checar o horário. OBSERVAÇÕES - O paciente poderá colocar com auxílio da enfermagem. - Em se tratando de criança, comprimir levemente as nádegas para

evitar o retorno do supositório. - Às vezes é necessário colocar imediatamente a comadre ou enca-

minhar o paciente ao banheiro.

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VIA VAGINAL É a introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medi-

camento pode ser introduzido sob a forma de: - Velas, tampões, supositórios, comprimidos. - Óvulos. - Lavagens e irrigação. - Cremes ou gel. MATERIAL - Luvas de procedimento - Aplicador vaginal - Gaze com vaselina - Saco plástico para lixo. - Comadre, se necessário MÉTODO - Explicar à paciente sobre o que vai ser feito. - Lavar as mãos. - Organizar o material e levá-lo para junto da paciente. - Cercar o leito com biombo. - Colocar a paciente em posição ginecológica. - Calçar as luvas. - Colocar o medicamento no aplicador e lubrificar a ponta com vase-

lina, ou umedecê-la com água, para facilitar a penetração. - Abrir os pequenos lábios, expor o orifício vaginal e introduzir o apli-

cador com o medicamento. O aplicador deve ser dirigido em dire-ção ao sacro, para baixo e para trás, cerca de 5 cm, para que o medicamento seja introduzido na parede posterior da vagina.

- Pressionar o êmbolo, introduzindo o medicamento. - Pedir para que a paciente permaneça em decúbito dorsal, aproxi-

madamente por 15 minutos, com um travesseiro sob os quadris, para melhor distribuição de medicamento sobre a mucosa.

- Colocar um absorvente, se necessário. - Retirar as luvas e deixar o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações ne-

cessárias. VIA TÓPICA OU CUTÂNEA É a aplicação de medicamento por fricção na pele. Sua ação pode ser

local ou geral. Ex.: pomadas, linimentos, antissépticos. MATERIAL Bandeja contendo: - Medicamento. - Gaze. - Espátula. - Luvas de procedimento - Saco plástico para lixo MÉTODO - Explicar ao paciente sobre o cuidado a fazer ou orientar para que

faça higiene local, se necessário. - Lavar as mãos. - Organizar o material e dispô-lo junto ao paciente. - Expor o local. - Calçar as luvas. - Colocar o medicamento sobre a gaze, com a espátula. - Aplicar e espalhar delicadamente o medicamento, fazendo fricção,

se necessário. - Retirar as luvas. - Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o cuidado e fazer as anotações necessárias. VIA NASAL Consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido. MATERIAL Bandeja contendo:

- Frasco de medicamento. - Conta-gotas. - Algodão ou cotonete. - Cuba rim. Gaze ou lenço de papel. - Saco plástico para lixo. MÉTODO - Explicar ao paciente sobre o cuidado, e solicitar que faça a higiene

das narinas, se necessário. - Lavar as mãos. - Levar o material até a unidade do paciente. - Inclinar a cabeça para trás (sentado ou deitado). - Retirar, através do conta-gotas, a dosagem do medicamento pres-

crita. - Pingar a medicação na parte superior da cavidade nasal, evitando

que o conta-gotas toque a mucosa. - Solicitar ao paciente que permaneça nesta posição por mais alguns

minutos. - Deixar o ambiente em ordem e o paciente confortável. - Lavar as mãos. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações ne-

cessárias. VIA OCULAR É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular. MATERIAL Bandeja contendo: - Colírio ou pomada. - conta-gotas. - algodão, gaze ou lenço de papel. - Espátula. - Saco plástico para lixo. Aplicação de colírio - Explicar ao paciente sobre o cuidado. - Lavar as mãos. - Organizar o material e levar para perto do paciente. - Posicionar o paciente com a cabeça um pouco inclinada para trás. - Retirar, com o conta-gotas, a quantidade de medicação prescrita. - Afastar com o polegar a pálpebra inferior, com auxílio do lenço ou

gaze, expondo o fornix inferior. - Solicitar ao paciente que olhe para cima e instilar a medicação no

ponto médio do fundo do saco conjuntival, mantendo o olho leve-mente aberto, sem forçar, para que o colírio não se perca.

- Enxugar o excesso de líquido com gaze ou lenço de papel. - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações ne-

cessárias. Aplicação de pomada - Afastar a pálpebra inferior com o polegar. - Colocar cerca de 2 cm de pomada com o auxílio de uma espátula

ou a própria bisnaga. - Após a aplicação, solicitar ao paciente que feche lentamente as

pálpebras e faça movimentos giratórios do globo ocular. - Com auxílio do algodão ou lenço de papel, retirar o excesso de

pomada e fazer uma pequena fricção sobre o olho, para que a me-dicação se espalhe.

- Ocluir o olho com monóculo, quando indicado. VIA AURICULAR Consiste em introduzir o medicamento no conduto auditivo externo (ou-

vido). MATERIAL - Bandeja contendo: - Medicamento prescrito.

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- conta-gotas. - cuba rim. - Gaze, bola de algodão ou cotonete. - Saco plástico para lixo. MÉTODO - Explicar ao paciente o que vai ser feito. - Lavar as mãos. - Organizar o material e levar para próximo do paciente. - Inclinar a cabeça do paciente lateralmente (sentado ou deitado). - Retirar, através de conta-gotas, a medicação prescrita. - Entreabrir a orelha e pingar a medicação, evitando que o conta-

gotas toque o orifício interno do ouvido. No adulto, puxar com deli-cadeza o pavilhão da orelha para cima e para trás, a fim de retificar o conduto auditivo. Na criança, puxar para baixo e para trás.

- Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações de en-

fermagem. * A medicação deve ser administrada à temperatura ambiente. Se esti-

ver na geladeira, retirar e aguardar o tempo necessário. VIA PARENTERAL É a administração de drogas ou nutrientes pelas vias intradérmica

(ID), subcutânea (SC), intramuscular (IM), intravenosa (IV) ou endove-nosa (EV).

Embora mais raramente e reservadas aos médicos, utilizam-se também

as vias intra-arterial, intra-óssea, intratecal, intraperitonial, intrapleural e intracardíaca.

Existe uma fundamental diferença entre a VIA ENTERAL, em que o

medicamento é introduzido no aparelho digestivo e a VIA PARENTERAL, nesta, as substâncias são aplicadas diretamente nos tecidos através de injeção, com emprego de seringas, agulhas, cateteres ou hipospray.

Vantagens - Absorção mais rápida e completa. - Maior precisão em determinar a dose desejada. - Obtenção de resultados mais seguros. - Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruí-

das pelos sucos digestivos. Desvantagens - Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da

droga. - Em casos de engano pode provocar lesão considerável. - Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir in-

fecção. - Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la. Requisitos básicos - Drogas em forma líquida. Pode estar em veículo aquoso ou oleo-

so, em estado solúvel ou suspensão e ser cristalina ou coloidal. - Soluções absolutamente estérieis, isentas de substâncias pirogêni-

cas. - O material utilizado na aplicação deve ser estéril e descartável, de

preferência. - A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar rupturas de

capilares, dando origem a microembolias locais ou generalizadas. PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER Embora muito utilizada para a administração de medicamentos, a via

parenteral não é isenta de riscos. As aplicações devem ser feitas com o máximo zelo, a fim de diminuir

traumas e acidentes. Os acidentes causam: dor, prejuízo (falta à escola e/ou serviço, gastos) deficiência e até morte.

Além dos problemas específicos a cada via, temos alguns problemas

gerais, enumerados por HORTA & TEIXEIRA.

1. Infecções Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em conse-

quência de condições predisponentes do cliente, tais como: mau estado geral e presença de focos infecciosos.

As infecções podem ser locais ou gerais. Na infecção local, a área apresenta-se avermelhada, mais quente ao

toque e dolorida. Além disso, pode haver acumulo de pus, denominado abscesso. Pode aparecer também fleimão ou flegmão, que é uma inflamação pio-

gênica, com infiltração e propagação para os tecidos, caracterizando-se pela ulceração ou supuração.

Além das infecções locais em casos mais graves, a infecção pode ge-neralizar-se, aparecendo então a septicemia: infecção generalizada, conse-quente à pronunciada invasão na corrente sanguínea por microorganismos oriundos de um ou mais focos nos tecidos, e possivelmente, com a multipli-cação dos próprios microorganismos no sangue.

2. Fenômenos alérgicos Os fenômenos alérgicos aparecem devido à susceptibilidade do indiví-

duo ao produto usado para antissepsia ou às drogas injetadas. A reação pode ser local ou geral, podendo aparecer urticária, edema, o

Fenômeno de Arthus ou mesmo choque anafilático. O Fenômeno de Arthus é uma reação provocada por injeções repetidas

no mesmo local, caracterizada pela não absorção do antígeno, ocasionan-do infiltração, edema, hemorragia e necrose no ponto de inoculação.

No choque anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com con-

gestionamento da face, seguida de palidez, alucinações, agitação, ansieda-de, tremores, hiperemia, cianose, edema de glote, podendo levar à morte.

3. Má absorção das drogas Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequa-

do pode provocar a formação de nódulos ou abscessos assépticos, que além de incomodativos e dolorosos, fazem com que a droga não surta o efeito desejado.

4. Embolias Resultam da introdução na corrente sanguínea de ar, coágulos, óleos

ou cristais de drogas em suspensão. É um acidente grave consequente da falta de conhecimento e habilidade do profissional.

Pode ser devido à falta de aspiração antes de injetar uma droga, intro-

dução inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via intravenosa, ou à aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosas, causando a ruptura de capilares, com consequente microembolias locais ou gerais.

5. Traumas Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular. No trauma psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recu-

sa do tratamento, podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exage-rada contração muscular, impedindo a penetração da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação acidental do material.

É sempre de grande importância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes

da aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recursos psicológicos, faz-se necessária uma imobilização adequada do cliente, a fim de evitar outros danos.

Os traumas tissulares são de etiologias diversas, podendo ser conse-

quentes à agulha romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou ferimentos, hemorragias, hematomas, equimoses, dor, parestesias, paralisias, nódulos e necroses, causando por técnica incorreta, desconhe-cimento dos locais adequados para as diversas aplicações, falta de rodízio dos locais de aplicação ou variações anatômicas individuais.

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MATERIAL Bandeja contendo: - Seringas e agulhas esterilizadas. O ideal é usar material descartá-

vel. - Algodão. - Recipiente com álcool a 70%. - Serrinha, se a ampola não for semi-serrada. - Garrote. - Medicamento prescrito. - Cartão de identificação. - Saco para lixo. PREPARO DO MEDICAMENTO EM AMPOLA - Lavar as mãos. - Certificar-se do medicamento a ser aplicado, dose, via e paciente a

que se destina. - Antes de abrir a ampola, certificar-se que toda a medicação está no

corpo da ampola e não no gargalo. Se não estiver, fazer a medica-ção descer fazendo movimentos rotatórios com a ampola.

- Fazer desinfecção do gargalo com algodão embebido em álcool a 70%.

- Proteger os dedos com algodão, ao serrar ou quebrar o gargalo. - Abrir a embalagem da seringa. - Adaptar a agulha ao bico da seringa, zelando para não contaminar

as duas partes. - Certificar-se do funcionamento da seringa, verificando, também se

a agulha está firmemente adaptada. - Manter a seringa com os dedos polegar e indicador e segurar a

ampola entre os dedos médio e indicador da outra mão. - Introduzir a agulha na ampola e proceder à aspiração do conteúdo,

invertendo lentamente a agulha, sem encostar na borda da ampola. - Virar a seringa com a agulha para cima, em posição vertical e ex-

pelir o ar que tenha penetrado. - Desprezar a agulha usada para aspirar. - Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropriado à so-

lubilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do pacien-te.

- Manter a agulha protegida com protetor próprio. - Identificar a seringa e colocá-la na bandeja com o algodão e o reci-

piente com álcool a 70%. PREPARO DO MEDICAMENTO EM FRASCO (PÓ) - Retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha

com algodão embebido em álcool. - Abrir a ampola. - Preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maior calibre (25 x

9, 10 ou 12). - Aspirar o líquido da ampola e introduzir no frasco. (A agulha deve

apenas atravessar a tampa da rolha). - Retirar a seringa. - Homogenizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a

formação de espuma. - Colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser aspi-

rado. - Soerguer o frasco, aspirando. - Retirar o ar contido na seringa. - Trocar de agulha e identificar a seringa. SUGESTÕES PARA DIMINUIR A DOR NAS INJEÇÕES - Transmitir confiança. - Aplicar compressas quentes ou cubos de gelo, um pouco antes da

aplicação. - Introduzir a agulha rapidamente. - Injetar a solução vagarosamente. - Deixar na seringa uma pequena bolha de ar que, injetada no final,

evitará a dor, especialmente no caso de soluções irritantes para os tecidos.

- Fazer rodízio de locais de aplicações, evitando áreas doloridas. - Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando

agulhas calibrosas demais. - Manter o paciente em posição confortável e apropriada (ver posi-

ção indicada).

- Não aplicar com agulhas com pontas rombas ou rombudas. - Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de pene-

tração da agulha. Massagear a área, a não ser que haja contrain-dicação.

- Existem medicamentos doloridos que vem acompanhados de dilu-entes com anestésico.

INJEÇÃO INTRADÉRMICA (ID) É a aplicação de drogas na derme ou córion. Geralmente utilizada para realizar teste de hipersensibilidade, em pro-

cessos de dessensilidade e imunização. (BCG). ÁREA DE APLICAÇÃO Na face interna do antebraço ou região escapular, locais onde a pilosi-

dade é menor e oferece acesso fácil à leitura da reação aos alérgenos. A vacina BCG intradérmica é aplicada na área de inserção inferior do

deltóide direito. MATERIAL Bandeja contendo: Seringa especial, tipo insulina ou vacina. Agulha pequena: 13 x 3,8 ou 4,5. Etiqueta de identificação. Saco plástico para lixo. MÉTODO - Lavar as mãos. - Preparar o medicamento, conforme técnica anteriormente descrita. - Explicar ao paciente o que vai fazer e deixá-lo em posição confor-

tável e adequada. - Expor a área de aplicação. - Firmar a pele com o dedo polegar e indicador da mão não domi-

nante. - Com a mão dominante, segurar a seringa quase paralela à superfí-

cie da pele (15") e com o bisel voltado para cima, injetar o conteú-do.

- Retirar a agulha, sem friccionar o local. colocar algodão seco so-mente se houver sangramento ou extravasamento da droga.

- Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Anotar o cuidado. Observações - A injeção ID geralmente é feita sem antissepsia para não interferir

na reação da droga. - A substância injetada deve formar uma pequena pápula na pele. - A penetração da agulha não deve passar de 2 mm (somente o bi-

sel). INJEÇÃO SUBCUTÂNEA (SC) A via subcutânea, também chamada hipodérmica, é indicada principal-

mente para drogas que não necessitam ser tão rapidamente absorvidas, quando se deseja eficiência da dosagem e também uma absorção contínua e segura do medicamento.

Certas vacinas, como a antirrábica, drogas como a insulina, a adrenali-na e outros hormônios, têm indicado especifica por esta via.

ÁREAS DE APLICAÇÃO Os locais mais adequados para aplicação são aqueles afastados das

articulações, nervos e grandes vasos sanguíneos: partes externas e superiores dos braços; laterais externas e frontais das coxas; região gástrica e abdome (hipocôndrio D e E); nádegas; costas (logo acima da cintura). Obs.: Na aplicação de injeções subcutâneas o paciente pode estar em

pé, sentado ou deitado, com a área bem exposta. Não se deve aplicar: - nos antebraços e pernas; nas proximidades do umbigo e da cintura; próximo das articulações; na região genital e virilha.

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MATERIAL Bandeja contendo: - Seringa especial de 0,5 a 1 ml (seringa para insulina). - Agulhas pequenas 13 x 3,8 ou 4,5. - Álcool a 70%. - Algodão. - Etiqueta de identificação. - Saco plástico para lixo. MÉTODO - Lavar as mãos. - Preparo da medicação conforme técnica anteriormente descrita. - Explicar ao paciente o que vai fazer e deixá-lo confortável, sentado

ou deitado. - Expor a área de aplicação e proceder a antissepsia do local esco-

lhido. - Permanecer com o algodão na mão não dominante. - Segurar a seringa com a mão dominante, como se fosse um lápis. - Com a mão não dominante, fazer uma prega na pele, na região on-

de foi feita a antissepsia. - Nesta prega cutânea, introduzir a agulha com rapidez e firmeza,

com ângulo de 90º (perpendicular à pele). - Aspirar para ver se não atingiu um vaso sanguíneo, exceto na ad-

ministração da heparina. - Injetar o líquido vagarosamente. - Esvaziada a seringa, retirar rapidamente a agulha, e com algodão

fazer ligeira pressão no local, e logo após, fazer a massagem. Pa-ra certos tipos de drogas, como a insulina e a heparina, não é con-veniente a massagem após a aplicação, para evitar a absorção rá-pida.

- Observar o paciente alguns minutos, para ver se apresenta altera-ções.

- Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o cuidado fazendo as anotações necessárias. OBSERVAÇÕES - Não utilizando a agulha curta, a angulação será de 45º para indiví-

duos normais, 60º para obesos e 30º para excessivamente magros. - A diluição das drogas deve ser feita com precisão e segurança. Na

dúvida, não aplicar. - Na aplicação da heparina subcutânea, para evitar traumatismo do

tecido, não é recomendado aspirar antes de injetar a medicação e para evitar absorção rápida da medicação, não se deve massagear o local após a aplicação.

- Na aplicação de insulina, utilizar a técnica do revezamento, que é um sistema padronizado de rodízio dos locais das injeções para evitar abscessos, lipodistrofias e o endurecimento dos tecidos na área da injeção.

INJEÇÃO INTRAMUSCULAR (IM) É a deposição de medicamento dentro do tecido muscular. Depois da via endovenosa é a de mais rápida absorção; por isso o seu

largo emprego.

Locais de aplicação Na escolha do local para aplicação, é muito importante levar em consi-

deração: - a distância em relação a vasos e nervos importantes; - musculatura suficientemente grande para absorver o medicamento; - espessura do tecido adiposo; - idade do paciente; - irritabilidade da droga; - atividade do cliente;

São indicadas, para aplicação de injeção intramuscular as seguintes regiões:

- região deltoidiana - músculo deltoide. - região ventro-glútea ou de Hachstetter - músculo glúteo médio. - região da face ântero-lateral da coxa - músculo vasto lateral (terço

médio). - região dorso-glúteo - músculo grande glúteo (quadrante superior

externo).

Escolha do local Embora existam controvérsias, segundo CASTELLANOS a ordem de

preferência deve ser: 1º Região ventro-glútea: indicada em qualquer idade. 2º Região da face anterolateral da coxa: contraindicada para menores

de 28 dias e indicada especialmente para lactentes e crianças até 10 anos.

3º Região dorso-glútea: contraindicada para menores de 2 anos, mai-ores de 60 anos e pessoas excessivamente magras.

4º Região deltoidiana: contraindicada para menores de 10 anos e adultos com pequeno desenvolvimento muscular.

Observações Em nosso meio, a região FALC é usada também para recém-nascidos

e a região DG também para menores de 2 anos. Na escolha do local, devem ser consideradas as condições muscula-

res. Escolha da agulha Para aplicar com agulha ideal, deve-se levar em consideração: o grupo

etário, a condição física do cliente e a solubilidade da droga a ser injetada. Angulação da agulha - Nas regiões D e DG, a posição é perpendicular à pele, num ângulo

de 90º. - Na região VG, recomenda-se que a agulha seja dirigida ligeiramen-

te à cristailiaca. - Na região FALC o ângulo deve ser de 45º, em direção do pé. MÉTODO - Preparar o medicamento conforme técnica descrita. - Levar o material para perto do paciente, colocando a bandeja sobre

a mesinha. - Lavar as mãos. - Explicar o que vai fazer e expor a área de aplicação. - Com os dedos polegar e indicador da mão dominante, segurar o

corpo da seringa e colocar o dedo médio sobre o canhão da agu-lha.

- Com a mão dominante, proceder à antissepsia do local. Depois, manter o algodão entre o dedo mínimo e anular da mesma mão.

- Ainda com a mão dominante, esticar a pele segurando firmemente o músculo.

- Introduzir rapidamente a agulha com o bisel voltado para o lado, no sentido das fibras musculares.

- Com a mão dominante, puxar o êmbolo, aspirando, para verificar se não lesionou um vaso.

- Empurrar o êmbolo vagarosamente. - Terminada a aplicação, retirar rapidamente a agulha e fazer uma li-

geira pressão com o algodão. - Fazer massagem local enquanto observa o paciente. - Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o cuidado fazendo as anotações necessárias. OBSERVAÇÕES - Em caso de substâncias oleosas, pode-se aquecer um pouco a

ampola para deixá-la menos densa. - Em caso de substância escura, puncionar com seringa em medica-

ção e aspirar. Não vindo sangue, adaptar a seringa com a medica-ção e injetar.

- Caso venha sangue na seringa, retirar imediatamente e aplicar em outro local.

- Injeções de mais de 3 ml, não devem ser aplicadas no deltoide. - O volume máximo para injeção IM é de 5 ml. Volume acima de 5

ml, fracionar e aplicar em locais diferentes. - Estabelecer rodízio nos locais de aplicação de injeções. - O uso do músculo deltoide é contraindicado em pacientes com

complicações vasculares dos membros superiores, pacientes com parestesias ou paralisia dos braços, e aquelas que sofreram mas-tectomia.

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APLICAÇÃO EM Z OU COM DESVIO É usada para evitar o refluxo da medicação, prevenindo irritação sub-

cutânea e manchas pelo gotejamento da solução no trajeto da agulha. MÉTODO - Puxar a pele e o tecido subcutâneo para um lado (uns 2 cm) e

manter assim até o final da aplicação. - Com a outra mão, inserir a agulha, aspirar com a ajuda dos dedos

polegar e indicador e empurrar o êmbolo com o polegar. - Retirar a agulha e só então liberar a mão não dominante, deixando

o tecido subcutâneo e a pele voltarem ao normal. INJEÇÃO ENDOVENOSA (EV) É a introdução de medicamentos diretamente na veia. FINALIDADES - Obter efeito imediato do medicamento. - Administração de drogas, contraindicadas pela via oral, SC, IM, por

sofrerem a ação dos sucos digestivos ou por serem irritantes para os tecidos.

- Administração de grandes volumes de soluções em casos de desi-dratação, choque, hemorragia, cirurgias.

- Efetuar nutrição parenteral. - Instalar terapêutica com sangue e hemoderivados. LOCAIS DE APLICAÇÃO - Quaisquer veias acessível, dando-se preferência para: - Veias superficiais de grande calibre da dobra do cotovelo: cefálica

e basílica. - Veias do dorso da mão e antebraço. MATERIAL Bandeja contendo: - Seringas de preferência de bico lateral. - Agulhas tamanhos 25 x 7 ou 8 ou 30 x 7 ou 8. - Algodão e álcool a 70%. - Garrote. - Toalha, papel-toalha, plástico ou pano para forrar o local da aplica-

ção. - Etiqueta ou cartão de identificação. - Luvas de procedimento. - Saco plástico para lixo. MÉTODO - Lavar as mãos. - Preparar a injeção conforme técnica já descrita. - Levar a bandeja para perto do paciente. - Deixar a bandeja na mesa-de-cabeceira e preparar o paciente: ex-

plicar o que vai fazer; expor a área de aplicação, verificando as condições das veias; colocar o forro para não sujar o leito.

- Calçar as luvas. - Garrotear sem compressão exagerada, aproximadamente 4 dedos

acima do local escolhido para a injeção. Em pacientes com muitos pelos, pode-se proteger a pele com pano ou com a roupa do paci-ente.

- Fazer o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e depois con-servá-la fechada, mantendo o braço imóvel.

- Fazer a antissepsia ampla do local, com movimentos de baixo para cima.

- Fixar a veia com o polegar da mão não dominante. - Colocar o indicador da mão dominante sobre o canhão da agulha, e

com os demais dedos, segurar a seringa. O bisel da agulha deve estar voltado para cima.

- Se a veia for fixa, penetrar pela face anterior. Se for móvel, pene-trar por uma das faces laterais, empurrando com a agulha até fixá-la.

- Evidenciada a presença de sangue na seringa, pedir para o pacien-te abrir a mão e retirar o garrote.

- Injetar a droga lentamente, observando as reações do paciente. - Terminada a aplicação, apoiar o local com algodão embebido em

álcool. - Retirar a agulha, comprimir o vaso com algodão, e solicitar ao paci-

ente para permanecer com o braço distendido. Não flexioná-lo quando a punção ocorrer na dobra do cotovelo, pois esse procedi-mento provoca lesão no tecido.

- Retirar as luvas. - Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Checar o cuidado e fazer as anotações necessárias. OBSERVAÇÕES - Não administrar drogas que contenham precipitados ou flóculos em

suspensão. - Para administrar dois medicamentos ao mesmo tempo, puncionar a

veia uma vez, usando uma seringa para cada droga. Só misturar drogas na mesma seringa se não existir contraindicação.

- Usar só material em bom estado: seringa bem adaptada, agulha de calibre adequado.

- Mudar constantemente de veia. - A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada

ou a agulha está fora dela: retirar a agulha e pressionar o local com algodão. A nova punção deverá ser feita em outro local, porque a recolocação do garrote aumenta o hematoma.

- Para facilitar o aparecimento da veia pode-se empregar os seguin-tes meios:

- Aquecer o local com auxílio de compressas ou bolsas de água quente.

- Fazer massagem local com suavidade, sem bater. Os "tapinhas" sobre a veia devem ser evitados, pois além de dolorosos podem le-sar o vaso. Nas pessoas com ateroma, pode haver seu despren-dimento, causando sérias complicações.

- Pedir ao paciente que, com o braço voltado para baixo, movimente a mão (abrir e fechar) e o braço (fletir e estender) diversas vezes.

ACIDENTES QUE PODEM OCORRER - Choque: vasodilatação geral com congestão da face, seguida de

palidez, vertigem, agitação, ansiedade, tremores, hiperemia, ciano-se, podendo levar a morte. O choque pode ser:

- Pirogênico: atribuído à presença de "pirogênio" no medicamento (substância produzida por bactérias existentes no diluente).

- Anafilático: devido à susceptibilidade do indivíduo à solução em-pregada.

- Periférico: etiologia variada (emocional, traumático, superdosagem, aplicação rápida).

- Embolia: devido à injeção de ar, coágulo sanguíneo ou medicamen-to oleoso.

- Acidentes locais: - Esclerose da veia por injeções repetidas no mesmo local. - Necrose tecidual: devido a administração de substâncias irritantes

fora da veia. - Hematomas: por rompimento da veia e extravasamento de sangue

nos tecidos próximos. - Inflamação local e abscessos: por substâncias irritantes injetadas

fora da veia ou falta de assepsia. - Flebites: injeções repetidas na mesma veia ou aplicação de subs-

tâncias irritantes. APLICAÇÃO DE INJEÇÃO ENDOVENOSA EM PACIENTES COM

SORO Devido ao risco de contaminação e acidentes, a aplicação de medica-

mentos através da "borrachinha" deve ser evitada. Nesse caso, o melhor é usar equipos com infusor lateral ou conectores em y (Polifix).

Na ausência de dispositivos especiais, aconselha-se: - Pinçar o equipo de soro e desconectá-lo do escalpe. - Adaptar a seringa, com a medicação ao escalpe mantendo a ex-

tremidade do equipo entre os dedos, sem contaminá-lo. - Aspirar com a seringa. Havendo refluxo de sangue, administrar

lentamente o medicamento. - Terminada a aplicação, adaptar novamente o equipo ao escalpe,

evitando a entrada de ar, e regular o gotejamento do soro. VENÓCLISE É a introdução de grande quantidade de líquido, por via endovenosa. Locais de aplicação De preferência veias que estejam distantes de articulações, para evitar

que com o movimento a agulha escape da veia.

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MATERIAL Bandeja contendo: - Agulha ou escalpe*. - Equipo para soro (plastequipo). - Frasco com a solução prescrita. - Esparadrapo ou micropore. - Suporte para o frasco de soro. - Tesoura. - Saco plástico para lixo. - Luvas de procedimento. - Etiqueta de identificação. - Garroto. - Algodão. - Cuba rim. - Álcool a 70%. Quando necessário: Tala para imobilizar e ataduras. * Ao invés da agulha, melhor é utilizar conjunto alado para infusão,

também chamado escalpe ou Butterfly. Vantagem do "escalpe" sobre a agulha comum: - As asas podem ser dobradas para cima, facilitando a -introdução

na veia. - A ausência de canhão permite melhor controle sobre a agulha e

envia maior angulação. - É menos traumatizante, pois são apresentados em diversos cali-

bres e com bisel curto que reduz a possibilidade de transfixar a veia.

- Após a introdução na veia, as asas são soltas, proporcionando um contato plano menos irritante para o paciente.

- A numeração dos escalpes na escala descendente é 27, 25, 23, 21, 19 e 17 para o uso comum, existindo outros calibres para tratamen-tos especializados.

MÉTODO - Preparo do ambiente e do paciente - Conversar com o paciente sobre o cuidado a ser executado. - Providenciar suporte para o soro. - Verificar as condições de iluminação e aeração. - Desocupar a mesa-de-cabeceira. - Preparo do medicamento - Lavar as mãos. - Abrir o frasco com a solução e o plastequipo. - Introduzir no frasco de soro, os medicamentos prescritos. - Adaptar o plastequipo no frasco. - Retirar o ar, pinçar e proteger a extremidade do plastequipo. - Rotular o frasco com nome do paciente, leito, o conteúdo da solu-

ção, horário de início e término, número de gotas/minuto, data e assinatura do responsável pelo preparo.

- Aplicação - Lavar as mãos. - Levar o material na bandeja e colocar na mesa-de-cabeceira. - Separar as tiras de esparadrapo ou micropore. - Selecionar a veia a ser puncionada. - Colocar o frasco no suporte e aproximá-lo do paciente. - Posicionar o paciente de modo a mantê-lo confortável e facilitar a

visualização das veias. - Calçar as luvas. - Prender o garrote aproximadamente 4 dedos acima do local da

punção e pedir ao paciente para abrir e fechar as mãos (se MMSS), e conservá-la fechada.

- Fazer antissepsia da área, com movimentos firmes e no sentido do retorno venoso, para estimular o aparecimento das veias.

- Desprezar o algodão no saco plástico. - com o polegar da mão não dominante, fixar a veia, esticando a pe-

le, abaixo do ponto de punção. - Introduzir o escalpe e tão logo o sangue preencha totalmente o es-

calpe, pedir para o paciente abrir a mão, soltar o garrote e adaptar o escalpe ao equipo.

- Abrir o soro observando o local da punção. - Fixar o escalpe com o esparadrapo ou micropore. - Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.

- Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. - Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Retirar as luvas e lavar as mãos. - Anotar o horário da instalação. OBSERVAÇÕES - Observar o local da punção, para detectar se o escalpe está na

veia, evitando edema, hematoma, dor e flebite. - Controlar o gotejamento do soro de 2/2 horas. - No caso de obstrução do cateter ou escalpe, tentar aspirar o coá-

gulo com uma seringa. Jamais empurrá-lo. - Para verificar se o soro permanece na veia: - Observar a ausência de edema, vermelhidão ou dor no local. - Colocar o frasco abaixo do local de punção, a fim de verificar se há

refluxo de sangue para o escalpe. - Devido ao risco de contaminação, não se deve desconectar o soro

escalpe para ver se o sangue reflui. - Caso os testes demonstrem problemas, providenciar imediatamen-

te nova punção. - Em casos de pacientes inconscientes, agitados e crianças, fazer

imobilizações. - Se o acondicionamento da solução for em frasco tipo "Vacoliter", ao

retirar a borracha que recobre os orifícios de entrada do equipo e do ar, observar se faz ruído pela entrada do ar. Se não o fizer, não deverá ser usado.

- Só aplicar soluções límpidas. - Nos frascos de plástico não há necessidade de colocar a agulha

para fazer o respiro. Se julgar conveniente colocá-la, observar que não haja contaminação do conteúdo, fazendo desinfecção do local de inserção da agulha e evitando que a agulha toque no conteúdo líquido.

- Usualmente o frasco fica pendurado no suporte, numa altura apro-ximada de um metro acima do leito, mas pode variar conforme a pressão que se deseja obter. Quanto mais alto estiver o frasco, maior é a força da gravidade que impulsiona o líquido.

HEPARINIZAÇÃO É a administração de uma solução anticoagulante (heparina ou li-

quemine) para evitar a coagulação do sangue no equipo, mantendo-o o pérvio.

São bastante controvertidas as quantidades recomendadas para hepa-rinizar.

A "ABBOTT" - Divisão hospitalar recomenda: 0,2 ml de heparina I.V. (concentração de 5.000 U.I./ml). 9,8 ml de soro fisiológico. Aplicar 0,5 a 1,0 ml da solução preparada. Observações - O escalpe heparinizado deve ser trocado quando surgirem sinais

de flebite ou infiltração como: edema, dor e vermelhidão no local. - A heparina diluída, guardada no refrigerador a 4ºC, pode ser utili-

zada até 72 horas após seu preparo. - Certos serviços de saúde já utilizam a heparina que vem diluída da

farmácia, pronta para uso. - Recomenda-se trocar a solução heparizada contida no interior do

cateter, a cada 8 horas, caso não haja administração de medica-mento neste período.

- É utilizada, também vitamina C sem diluir, para manter o cateter desobstruído.

CÁLCULO PARA GOTEJAMENTO DE SORO Para calcular o ritmo do fluxo do soro a ser administrado num determi-

nado período de tempo, deve-se considerar o tipo de equipo, a quantidade e o número de horas desejado para a administração do soro. Existe no mercado equipo de micro e macrogotas, que correspondem respectivamen-te a 60 gotas e a 20 gotas por ml.

CATETERES O uso constante da rede venosa para administração de medicamentos,

sangue e coleta de sangue para exames laboratoriais, e as condições próprias das veias do paciente, às vezes recomendam que se utilizem cateteres venosos, que podem ser de curta ou longa permanência.

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O cateter de curta permanência mais comum é o Intracath. E dentre os de longa permanência, existem os totalmente implantados (Port-a-cath) e os parcialmente implantados (Broviac e Hickman).

Os cuidados variam conforme o tipo de cateter. Geralmente é recomendado: - Manter o cateter sob infusão continua (preferencialmente) ou hapa-

rinizado. - Fazer diariamente curativo no local de implantação do cateter, ob-

servando as condições locais. Utilizar para antissepsia soluções a base de iodo (Polvidine tópico, por exemplo).

- Controlar o tempo de permanência do cateter. - Observar possíveis complicações, como febre ou outros sintomas

sugestivos de infecção. FLEBOTOMIA É uma pequena abertura cirúrgica em uma veia calibrosa e profunda

para introduzir um cateter. Cuidados - Fazer, diariamente, curativo no local, com soluções à base de iodo. - Observar o local da incisão, onde pode ocorrer: edema, hematoma

ou sangramento. - Deixar o paciente com o braço em elevação de 30º para facilitar o

retorno venoso e prevenir edema. - Manter infusão contínua para evitar obstrução do cateter. Se o ca-

teter obstruir, não injetar nada para tentar desobstruí-lo, pois o des-locamento do coágulo pode levar à embolia.

- Observar a extremidade do cateter, evitando torções. - Observar os sinais e sintomas de tromboflebite: dor, hiperemia (ru-

bor), calor e edema no trajeto do vaso. - Não administrar colher sangue pela flebotomia. - Trocar o equipo a cada troca de soro. - Ao desconectar o equipo do cateter, fazê-lo com cuidado evitando

a contaminação das partes e a entrada de ar. VIA RESPIRATÓRIA Os gases medicinais são muito utilizados para o tratamento de patolo-

gias e para a anestesia. Embora existam vários tipos de gases medicinais, como o Hélio (He), o dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O), o Nitrogênio (N2), o mais comumente usado é o Oxigênio (O2).

OXIGENOTERAPIA É a administração de oxigênio medicinal com finalidade terapêutica. INDICAÇÕES Hipoxemia de qualquer origem. Reanimação cardiorrespiratória. Medidas de Segurança - Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante. - Não permitir fumar no local - colocar avisos de "Não fumar". - Cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas. - Roupas que contém nylon, seda, podem gerar eletricidade estática

e produzir faíscas. - Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigê-

nio. - Transportar o torpedo com cuidado, pois na queda pode provocar

explosão (o ideal é que seja canalizado). Cuidados com o umidificador - O oxigênio precisa sempre ser administrado, pois a inalação por

longos períodos com baixa umidade lesa o epitélio da mucosa res-piratória, dificultando a eliminação do muco e provocando uma rea-ção inflamatória subepitelial.

- Manter o umidificador sempre com água até a marca ou no mínimo 2/3 de sua capacidade.

- A água usada no umidificador deve ser estéril. - Ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, despre-

zar a água restante e recolocar nova água. Jamais acrescentar água ao volume restante, para evitar torná-la um meio de cultura.

MATERIAL BÁSICO - Oxigênio canalizado ou em torpedo. - 2 manômetros: um indica a quantidade de oxigênio no torpedo e o

outro controla o fluxo de saída (fluxômetro). - Umidificador - Aviso de "não fumar". - Esparadrapo - Gaze. - Soro fisiológico. - Saco para lixo. - Intermediário de látex ou plástico, com 1 ou 2 metros de compri-

mento, para permitir que o paciente possa se movimentar. MEIOS DE ADMINISTRAÇÃO O oxigênio pode ser administrado por intermédio de: - Cânula nasal (óculos para oxigênio). - Cateter nasal. - Máscara facial. - Cânula endotraqueal. - Incubadora (crianças). - HOOD (capacetes de cabeça). CÂNULA NASAL É usada quando não é necessária grande pressão na administração de

oxigênio. Acrescentar ao material básico: - Cânula nasal. MÉTODO - Conversar com o paciente sobre o cuidado. - Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança. - Lavar as mãos. - Organizar e trazer o material para junto do paciente. - Colocar o paciente em posição confortável. - Adaptar a cânula ao intermediário e este ao umidificador. - Abrir o fluxômetro. - Lubrificar com soro fisiológico. - Colocar a cânula no nariz do paciente, fixando-a com fita adesiva. - Manter o fluxo de oxigênio - 3 a 5 litros por minuto ou conforme

prescrição médica. - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. - Lavar as mãos. - Anotar o cuidado feito e fazer as anotações necessárias. CATETER NASAL Acrescentar ao material básico: - Cateter nasal (nº. 6, 8, 10 ou 12), conforme a idade do paciente e a

quantidade de oxigênio desejada. - Ampola de soro fisiológico. - Luvas de procedimento. MÉTODO - Explicar ao paciente sobre o cuidado. - Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança. - Lavar as mãos. - Organizar o material e trazer para perto do paciente. - Colocar o paciente em posição de Fowler. - Unir o cateter ao intermediário e este ao umidificador. - Calçar as luvas. - Medir, com o cateter, a distância entre a ponta do nariz e o lóbulo

da orelha, marcando com esparadrapo, para determinar quanto o cateter deve ser introduzido.

- Abrir o fluxômetro e deixar fluir um pouco de oxigênio para evitar acidentes por saída intempestiva de oxigênio.

- Umedecer o cateter com soro fisiológico, segurando-o com a gaze. NEBULIZAÇÃO / INALAÇÃO É a administração de medicamentos por via respiratória, através de um

aparelho chamado nebulizador ou inalador. O medicamento líquido é transformado em névoa, que é inalada, para fluidificar as secreções aderi-das na parede brônquica.

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Medicamentos mais usados: Soluções fisiológicas, Berotec, Adrenalina, Atrovent, Salbutamol.

MATERIAL - Fonte de oxigênio ou ar comprimido. - Nebulizador (existem diversos tipos) com a medicação. - Intermediário de borracha. - Cuba rim ou escarradeira. - Lenço de papel. - Saco plástico para lixo. MÉTODO - Explicar ao paciente o cuidado a ser executado. - Lavar as mãos. - Organizar o material, colocando o medicamento no nebulizador. - Preparar o paciente para receber o tratamento: em posição de

Fowler, ou sentado em uma cadeira. - Retirar o frasco umidificador e ligar o nebulizador à fonte de oxigê-

nio ou ar comprimido, para que o fluxo aja diretamente sobre o me-dicamento que está no nebulizador.

- Regular o fluxo de oxigênio ou ar comprimido de acordo com a prescrição: geralmente 3 litros.

- Instruir o paciente para inspirar profundamente a medicação e expi-rar lentamente, permanecendo com a boca semi aberta, sem con-versar.

- Manter a nebulização durante o tempo indicado e observar o paci-ente.

- Oferecer lenço de papel e orientar para escarrar, tossindo profun-damente. Ajudá-lo fazendo tapotagem ou vibração na região onde há acúmulo de secreção.

- Providenciar a limpeza e a ordem do material. - Lavar as mãos. - Anotar o cuidado prestado, volume e característica do escarro. OBSERVAÇÕES - No momento de usar o nebulizador, enxaguá-lo em água corrente

para remover o desinfetante. - Os nebulizadores são também chamados inaladores e atualmente

os mais usados são de plástico. - Após o uso, o nebulizador deve ser lavado, enxaguado e depois co-

locado em recipiente fechado contendo uma solução desinfetante, como hipoclorito de sódio, por uma hora. Em seguida, enxaguar e secar.

- Os líquidos usados em nebulizadores deverão ser estéreis. - Frascos contendo doses múltiplas deverão ser datados, mantidos

refrigerados a 4ºC e desprezados 24 horas após a abertura. - Após a nebulização, estimular o paciente a tossir, respirar profun-

damente e, se possível, inclinar o tronco para frente, a fim de auxi-liar a drenagem de secreções bronco pulmonares.

SINAIS VITAIS Temperatura A temperatura corporal é proveniente do calor produzido pela atividade

metabólica. Vários processos físicos e químicos promovem a produção ou perda de calor, mantendo o nosso organismo com temperatura mais ou menos constante, independente das variações do meio externo. O equilíbrio entre a produção e a perda de calor deve-se basicamente ao seguinte mecanismo, controlado pelo hipotálamo: quando há necessidade de perda de calor, impulsos nervosos provocam vasodilatação periférica com aumen-to do fluxo sanguíneo na superfície corporal e estimulação das glândulas sudoríparas, promovendo a saída de calor. Quando há necessidade de retenção de calor, estímulos nervosos provocam vasoconstrição periférica com diminuição do sangue circulante local e, portanto, menor quantidade de calor é transportada e perdida na superfície corpórea.

Alterações fisiológicas da temperatura Certos fatores de ordem intrínseca ou extrínseca ao nosso organismo

podem provocar variações na temperatura corporal, dentro dos limites fisiológicos:

a) Sono e repouso: geralmente é mais baixa no período da manhã e elevada à tarde.

b) Idade: é mais elevada nos lactentes e nas pessoas de idade mais avançada.

c) Exercícios: o trabalho muscular eleva a temperatura. d) Emoções: o stress aumenta a atividade metabólica e consequen-

temente a temperatura. • Fator hormonal: o ciclo menstrual, na fase de ovulação, eleva a

temperatura. • Desnutrição: indivíduos desnutridos geralmente apresentam tempe-

ratura mais baixa. • Fator alimentar: há alteração após a ingestão de alimentos e bebi-

das quentes ou frias. • Banhos muito frios ou muito quentes: podem provocar alterações

transitórias da temperatura. • Agasalhos: provocam menor dissipação de calor, portanto, contri-

buem para o aumento de temperatura. Alterações patológicas da temperatura a) Em geral a hipertermia acompanha os processos infecciosos e in-

flamatórios. b) Reações a distúrbios emocionais e a determinadas drogas. Temperatura corporal normal Ë muito difícil delimitar a temperatura corporal normal, porque há varia-

ções individuais, e, num mesmo indivíduo, a temperatura é diferente nas diversas áreas de seu corpo. Em média, considera-se a temperatura oral normal 370C, sendo a temperatura axilar 0,60C mais baixa e a temperatura retal 0,60C mais alta. Alguns autores consideram os limites da normalidade os valores entre 35,80C a 37,20C.

Terminologia Hipotermia: temperatura abaixo do valor normal. Caracteriza-se por pe-

le e extremidades frias, cianose e tremores. Hipertermia: aumento da temperatura corporal (igual ou maior que

37,5ºC). Caracteriza-se por pele quente e seca, sede, secura na boca, calafrios, dores musculares generalizadas, sensação de fraqueza, taquicar-dia, taquipneia, cefaleia, delírios e convulsões.

— Febrícula ou estado subfebril: variações de temperatura entre 37 a 37,5ºC.

Locais utilizados para verificação da temperatura a) Oral: o termômetro deverá ser colocado sob a língua, posicionan-

do-o no canto dos lábios. A verificação da temperatura oral é con-traindicada em crianças, velhos, doentes graves, inconscientes e psiquiátricos, portadores de lesões orofaríngeas, após fumar, após ingestão de alimentos gelados ou quentes.

- O termômetro de uso oral possui bulbo alongado e achatado. Seu uso deverá ser individual.

b) Retal: o termômetro possui bulbo arredondado e calibre mais gros-so. Também é de uso individual, sendo contraindicada a sua verifi-cação nos seguintes casos: intervenções cirúrgicas do reto e perí-neo e processos inflamatórios locais. O termômetro deve ser lubrifi-cado e colocado no paciente em decúbito lateral, introduzindo-se cerca de 1 cm deste. Após o uso deve ser lavado com água e sa-bão.

- A verificação da temperatura por via retal é considerada a mais fi-dedigna.

c) Axilar: é de verificação mais frequente no nosso meio, porém ofe-rece menor precisão que a tomada por via oral ou retal.

Observação: O termômetro clínico é um instrumento usado para medir

a temperatura corporal. Geralmente a sua graduação é feita na escala centígrada. O mercúrio contido no bulbo, sob a ação do calor expande-se para a coluna graduada, possibilitando a sua leitura.

Procedimentos — Providenciar o material necessário: • bandeja; • termômetro mergulhado em solução desinfetante; • bolas de algodão (seco e com álcool); • saco de papel; • bloco de papel e lápis. — Cumprimentar o paciente. — Solicitá-lo para secar a axila. — Retirar o termômetro da solução desinfetante, segurando-o pela ex-

tremidade oposta ao bulbo e secá-lo do bulbo em direção à extre-midade.

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— Agitar com firmeza para baixo até a coluna de mercúrio descer a 350C.

— Colocar o termômetro na axila e posicionar o braço sobre o peito, com a mão direcionada para o ombro oposto.

— Manter o termômetro por 10 minutos. — Retirar, segurando-o pelo lado oposto ao bulbo e proceder à leitura. — Limpar com algodão embebido em álcool, da extremidade para o

bulbo e mergulhar no recipiente com a solução. — Registrar a temperatura. Observação: As recomendações quanto ao tempo de permanência do

termômetro variam de 2 a 11 minutos. Segundo Beland, o único procedi-mento que garante que o termômetro atinja a leitura máxima é remover o termômetro, proceder à leitura e recolocá-lo por 1 minuto, repetindo a leitura. Se não houver alteração da temperatura em relação à tomada anteriormente, considera-se este o valor da temperatura corporal. Se a leitura do termômetro após 1 minuto indicar alteração, deve-se repetir o procedimento até encontrar 2 leituras consecutivas idênticas.

Assistência de enfermagem

Hipertermia: banho morno, ambiente frio, compressa fria, compressa de água e álcool, limitação de exercícios, in-gestão de líquidos.

Hipotermia: aquecimento do indivíduo, através de agasalhos e coberto-

res e do meio ambiente, repouso e ingestão de alimentos quentes. Observações: a) Em ambos os casos, o controle da temperatura deve ser mais fre-

quente. b) Anotar e comunicar. c) Medicar conforme a prescrição médica. Pulso Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo para a aorta,

a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial, evidenciadas quando apalpamos a artéria contra uma superfície dura.

Determinados fatores podem provocar alterações passageiras no pulso

como emoções, exercícios físicos, alimentação, drogas etc. Além da frequência do pulso é importante que se observe, ainda, o rit-

mo e o volume. Locais para verificação do pulso Normalmente faz-se a verificação do pulso sobre a artéria radial.

Quando o pulso radial se apresenta muito filiforme, artérias mais calibrosas como a carótida e femoral poderão facilitar o controle. Outras artérias como a temporal, facial, braquial, poplítea e a dorsal do pé também possibilitam a verificação do pulso.

Características do pulso: • Frequência Varia de acordo com a idade e o sexo. Ë importante que se tenha um

registro cronológico da frequência do pulso. Valores normais: Recém-nascido — 120 a 140 Lactente — 100 a 120 Segunda infância e adolescência — 80 a 100 Adulto: — 60 a 80 • Volume Distingue-se pulso cheio ou pulso fino. • Ritmo — Rítmico ou regular; — arrítmico ou irregular. Terminologia — Normocardia: frequência normal. — Bradicardia: frequência abaixo do normal.

— Taquicardia: frequência acima do normal. — Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico. — Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico. Procedimento — Cumprimentar o paciente. — Colocá-lo sentado ou deitado, em posição confortável, com o braço

apoiado. Com os três dedos médios da mão, localizar a artéria na face interna do punho, do lado do polegar.

— Quando sentir a artéria, pressionar levemente e contar os batimen-tos por um minuto.

— Registrar, anotar e comunicar as anormalidades. Observação: não se deve controlar o pulso no braço em que foi feito

cateterismo cardíaco. Respiração A respiração constitui uma das funções vitais do organismo. Através da

respiração é que se efetua a troca de gases a nível alveolar, transformando o sangue venoso rico em dióxido de carbono em sangue arterial rico em oxigênio.

O tronco cerebral é a sede do controle da respiração automática, po-

rém recebe influências do córtex cerebral, possibilitando também, em parte, um controle voluntário. Certos fatores como exercícios físicos, emoções, choro, variações climáticas, drogas podem provocar alterações respirató-rias.

O controle da respiração compreende a verificação da frequência e ou-

tras características como ritmo e profundidade. Valores normais — Recém-nascido: 30 a 40 por minuto. — Adulto: 14 a 20 por minuto. Procedimento — O controle da respiração pode ser realizado apenas visualmente ou

colocando-se a mão sobre o tórax. Como a respiração em parte pode ser modificada conforme a nossa vontade, indica-se a sua ve-rificação colocando-se a mão do paciente sobre o peito e simulan-do controle de pulso. Então, conta-se o número de respirações por um minuto.

— Em seguida, registra-se o dado obtido, comunicando se houver anormalidades.

Pressão arterial A pressão arterial reflete a tensão que o sangue exerce nas paredes

das artérias. A medida da pressão arterial compreende a verificação da pressão máxima ou sistólica e a pressão mínima ou diastólica, sendo registrada em forma de fração:

pressão sistólica PA =

pressão diastólica A pressão sistólica é a maior força exercida pelo batimento car-

díaco; e a diastólica, a menor. A pressão sistólica representa a inten-sidade da contração ventricular; e a diastólica, o grau de resistência periférica.

A pressão arterial depende de: — débito cardíaco: representa a quantidade de sangue ejetado do

ventrículo esquerdo para o leito vascular em um minuto. Decorre do bom funcionamento da bomba cardíaca;

— resistência vascular periférica: determinada pelo lúmen (calibre), pela elasticidade dos vasos e pela viscosidade sanguínea. Traduz uma força que se opõe ao fluxo sanguíneo;

— viscosidade do sangue: decorre das proteínas e elementos figura-dos do sangue.

Alterações fisiológicas — aumentam a pressão: alimentação, medo, ansiedade, exercícios,

dor, estimulantes; — diminuem a pressão: repouso, depressão, jejum.

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A pressão modifica-se ao longo dos anos, sendo mais baixa na infância

e mais elevada na velhice. Valores normais — pressão sistólica: de 90 a 140 mmHg; — pressão diastólica: de 60 a 90 mmHg. Locais para verificação da pressão arterial: — nos membros superiores, através da artéria braquial; — nos membros inferiores, através da artéria poplítea. Procedimentos — Providenciar o material necessário: • esfigmomanômetro • estetoscópio • algodão com álcool • papel e caneta. — Posicionar o paciente: deitado ou sentado, com o braço descoberto

apoiado a nível do tórax, com a palma da mão voltada para cima. — Colocar o manguito logo acima da dobra do cotovelo. — Localizar a artéria e colocar o diafragma do estetoscópio sobre a

mesma e a outra extremidade nos ouvidos. — Fechar a válvula da pera e inflar rapidamente o manguito (geralmen-

te até 200 mmHg). — Abrir a válvula da pera lentamente. O primeiro batimento que se ou-

ve é a pressão máxima ou sistólica, observando-se a sua corres-pondência no manômetro.

— Continuar a descompressão, considerando-se a pressão mínima quando houver um abafamento do som ou o seu desaparecimento.

— Abrir toda a válvula e, após a saída de todo o ar, retirar o manguito. — Deixar o paciente em posição confortável. — Anotar e notificar qualquer anormalidade encontrada. Observações — Testar o esfigmomanômetro antes da medida, para detectar defei-

tos como vazamento, defeitos do manômetro e válvula. — O manguito deve ter largura apropriada, em geral que cubra 2/3 do

comprimento do braço. — O manguito deve ser insuflado rapidamente e desinsuflado lenta-

mente. — O manguito deve ser colocado sobre o braço nu. O diafragma do estetoscópio não deve tocar a borda inferior do man-

guito. A pressão arterial não deve ser verificada no braço em que foi feito ca-

teterismo cardíaco, shunt A-V, ou que haja venoclise. SONDAGEM Lavagem Intestinal É a introdução de liquido no intestino através do ânus ou da boca da

colostomia. Colostomia é a exteriorização de uma alça intestinal na parede abdominal (“ânus” artificial).

Finalidades — Eliminar ou evitar a distensão abdominal e flatulência — Facilitar a eliminação das fezes; — Remover o sangue nos casos de melena; — Preparar o paciente para cirurgias, exames e tratamento do trato

intestinal; — Introduzir medicamentos. Soluções utilizadas — Soro fisiológico ou água acrescido ou não de: • glicerina, vaselina ou sabão líquido: funcionam como emolientes; • cloreto de potássio (KC1): para não ocorrer hipopotassemia nas la-

vagens intestinais frequentes; • neomicina para destruir os microrganismos entéricos. Material — Irrigador com tubo de borracha e soluções da lavagem intestinal

(aquecidas a uma temperatura de mais ou menos 40°C).

— Pinça Pean ou similar. — Sonda retal: em geral, para as mulheres é de n° 22 ou 24 e nos

homens de n.° 24 ou 26. — Cuba-rim, gaze, papel higienico. — Lubrificante: geralmente vaselina ou pomada de Xylocaína. — Suporte para irrigador. — Impermeável. — Biombo e comadre coberta. Procedimentos — Preparar a lavagem intestinal: • adaptar a sonda retal à extensão de borracha e pinçar o tubo; • preparar a solução e colocá-la no irrigador • retirar o ar da extensão de borracha.

Irrigador e sonda retal para lavagem intestinal

— Conduzir o paciente à sala de preparo ou levar o material para a

enfermaria, no caso de realizá-la no leito do paciente. — Cercar o local com biombo, colocar o impermeável no leito. — Pendurar o irrigador no suporte a mais ou menos 50 cm acima do

nível do paciente. — Colocar o paciente em posição de Sims (ver procedimentos para

diagnóstico) e protegido com lençol. — Lubrificar mais ou menos 10 cm da sonda retal com gaze e

lubrificante. — Envolver a sonda com uma gaze marcando o comprimento da sonda

a ser introduzido (10 cm). — Afastar os glúteos com papel higienico, introduzir a sonda, abrir a

pinça e deixar escoar o líquido. — Durante a lavagem, observar as reações do paciente (principalmente

problemas respiratórios) e massagear com movimentos circulares o abdômen.

— Ao término, pinçar a extensão, retirar a sonda retal, desadaptá-la do tubo de borracha e colocá-la na cuba-rim.

— Colocar o paciente na comadre ou levá-lo ao vaso sanitário. — Verificar o efeito da lavagem. — Checar e anotar: horário, efeito desejado, aspecto e consistência

das fezes. Observações — Orientar o paciente a reter o líquido da lavagem por mais ou menos

15 minutos, a fim de proporcionar um melhor efeito. — Orientar o paciente a não dar a descarga no vaso sanitário ou

desprezar as fezes da comadre antes de o é feito da lavagem ser verificado.

— Quando a solução já vier acondicionada em frascos próprios, a sonda retal poderá ou não ser conectada diretamente ao frasco após abrí-lo.

— Nos casos de colostomia, verificar qual é a boca proximal e distal, e introduzir a sonda no sentido do trajeto do intestino. Não se deve forçar a introdução da sonda, e recomenda-se utilizar-se sondas de calibre menor (n.° 20). O paciente será colocado na posição dorsal e, ao término, deve-se deitá-lo sobre a comadre para que esta re-ceba as fezes eliminadas pela colostomia. Na lavagem intestinal pela boca distal, encaminhar o paciente para o vaso sanitário.

— Observar lipotimia nos pacientes em que se realizam várias lavagens intestinais seguidamente.

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Sondagem nasogástrica (SNG) É a introdução de uma sonda de calibre variado, através do nariz (mais

utilizado) ou da boca até a cavidade gástrica permanecendo: — Aberta: tem por finalidade drenar a secreção existente na cavidade

gástrica. — Fechada: em geral, é indicada para alimentar ou medicar pacientes

impossibilitados de deglutir. Indica-se a SNG em: — Preparo pré-operatório de algumas cirurgias. — Lavagem gástrica. — Coleta de material para exame de suco gástrico. — Alívio das distensões abdominais. — Alimentação nos pacientes impossibilitados de deglutir. São procedimentos de enfermagem: — Reunir o material: • sonda (SNG): em geral nos 14 a 16 nas mulheres, e n.° 16 a 18 nos

homens; • lubrificante: recomenda-se uma pomada com anestésico; • gaze, esparadrapo; • toalha; • seringa e estetoscópio. — Orientar o paciente sobre os procedimentos, e colocá-lo na posição

de Fowler ou em decúbito dorsal. — Medir o comprimento da sonda a ser introduzido: da base da orelha

até a ponta do nariz e descendo até o final do esterno. Marcar com uma tira de esparadrapo.

— Colocar a toalha sobre o tórax do paciente. — Lubrificar mais ou menos 10 cm da sonda, introduzir por uma das

narinas, e, após a introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de tal forma que o queixo se aproxime do tórax. Pedir para o paciente fazer movimentos de deglutição durante a passagem da sonda pelo esôfago (observar se a sonda não está na cavidade bucal).

— Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo. — Testar se a sonda está na cavidade gástrica através de um desses

métodos: • colocar o diafragma do estetoscópio no abdômen do paciente e in-

jetar rapidamente 20 cc de ar. Se ouvirmos o ruído, a sonda está no local correto;

• aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico; • colocar a extremidade da sonda em um copo com água. Se a água

borbulhar, a sonda deverá ser retirada e o procedimento repetido. — Fixar a sonda com esparadrapo na asa do nariz. Se for SNG aberta,

a sonda deverá ser conectada a uma extensão e frasco coletor. — Durante o procedimento, observar reações do paciente: dispneia,

tosse, cianose. — Deixar a unidade em ordem e anotar. — Na SNG aberta, controlar diariamente o volume e características

(cor, presença de grumos ou sangue). — Manter o paciente em posição de Fowler, a fim de evitar esofagite de

refluxo. — Aspiração gástrica a retirada de ar ou conteúdo gástrico, com

a finalidade de retirar material para exame e diminuir ou preve-nir as distensões abdominais por retenção de líquidos ou ar no estômago (realiza-se de duas em duas horas, quatro em quatro horas ou sempre que necessário).

São procedimentos de enfermagem: — Reunir o material: gaze, seringa de 20 cc, cuba-rim. — Dobrar a SNG e desconectá-la da extensão, protegendo-a com

gaze. — Conectar a seringa à extremidade da SNG, envolvendo-a com a

gaze e desdobrar a sonda. — Aspirar, dobrar a sonda, desconectar a seringa e desprezar o

conteúdo gástrico na cuba-rim. — Repetir o procedimento tantas vezes quanto for necessário. — Medir o volume da secreção aspirada e anotar. — Lavar o material e deixar a unidade em ordem.

Lavagem gástrica É a introdução, através da SNG, de líquido na cavidade gástrica,

seguida da sua remoção. Tem por objetivo retirar o conteúdo gástrico excessivo ou nocivo

(intoxicação medicamentosa ou alimentar, retenção de alimentos não digeridos), preparar a cavidade gástrica para exames ou cirurgia e estancar hemorragia gástrica ou esofágica (realizada com solução gelada).

São procedimentos de enfermagem: — Reunir o material: seringa de 50 ou 100 cc, balde, jarro, solução

prescrita, cuba-rim, gaze, toalha. — Explicar ao paciente o procedimento, colocá-lo em decúbito dorsal e

proteger o seu tórax com a toalha. Nos inconscientes, colocá-lo com a cabeceira ligeiramente elevada.

— Aspirar na seringa a solução que está no jarro. Conectar a seringa na sonda dobrada, desdobrá-la e introduzir a solução. Pode-se também conectar um equipo ao frasco do soro e ligá-lo à sonda.

— Esvaziar por sifonagem (virar a extremidade da sonda para o balde, que se deve localizar a nível inferior).

— Repetir a técnica tantas vezes quanto for necessário. — Durante o procedimento, observar reações do paciente: dispneia,

cianose, palidez. — Anotar as características do líquido de retorno e volume injetado e

drenado. Sondagem vesical — a introdução de um cateter estéril através da uretra até a bexiga,

com o objetivo de drenar a urina. Deve-se utilizar técnica asséptica no procedimento a fim de evitar uma infecção urinária no paciente.

Tem por finalidades: — Esvaziar a bexiga dos pacientes com retenção urinária. — Controlar o volume urinário. — Preparar para as cirurgias, principalmente as abdominais. — Promover drenagem urinária dos pacientes com incontinência

urinária. — Auxiliar no diagnóstico das lesões traumáticas do trato urinário. Observações A sondagem vesical só é aconselhada na retenção urinária quando os

outros meios foram ineficazes. Medidas para estimular a micção: — verificar se se trata de retenção urinária ou anúria. Se houver

hipertensão dolorosa da bexiga, é retenção urinária; — abrir torneira próximo ao paciente; — despejar água morna na região perineal; — colocar bolsa de água quente na região abdominal; — promover privacidade do paciente. Procedimentos no cateterismo feminino — Sondagem de alívio: • reunir o material: pacote de cateterismo vesical esterilizado (varia de

hospital para hospital, mas basicamente é uma cuba-rim, uma cuba redonda, bolas de algodão ou gaze, uma pinça Pean ou similar), sonda uretral (n.os 10, 12, 14), luvas, comadre, biombo, material para higiene íntima, anti-sépticos, lubrificantes ou geleia anestésica, tubo de ensaio para colher amostra (se necessário), campo fenestrado;

• cercar as camas com biombos, colocar o material na mesa de cabeceira;

• fazer a higiene íntima ou pedir para a paciente fazê-la, enxugar o períneo e proteger com compressa estéril;

• lavar as mãos; • colocar a paciente em posição: pernas flexionadas e afastadas uma

da outra, e abaixar a compressa que cobre o períneo; • abrir com técnica asséptica o pacote de cateterismo sobre a cama

entre as pernas da paciente; • colocar na cuba-redonda o anti-séptico e o lubrificante na gaze; • abrir o invólucro da sonda vesical, colocando-a na cuba-rim; • colocar a luva com técnica asséptica;

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• lubrificar a sonda; • colocar o campo fenestrado, aproximar a cuba-rim; • afastar os pequenos lábios com o polegar e o indicador da mão

esquerda, fazer anti-sepsia com as bolas de algodão ou gaze embebidas na solução anti-séptica com a mão direita através da pinça Pean. A anti-sepsia deverá ser no sentido púbis — ânus; na sequência: grandes lábios, pequenos lábios, vestíbulo; usar a bola de algodão uma vez, e desprezá-la. Com a mão direita, afastar a cuba redonda e pinça;

• continuar a manter, com a mão esquerda, exposto o vestíbulo e, com a mio direita, introduzir a sonda lubrificada (mais ou menos 10 cm), e colocar a outra extremidade na cuba-rim para receber a urina drenada;

• retirar a sonda, quando terminar a drenagem urinária; • controlar o volume urinário, colher amostra da urina ou guardá-la para

o controle de diurese; • deixar a unidade e o material em ordem. —Sondagem de demora: • reunir o material: idêntico a de alívio, sendo substituída a sonda de

polivinil pela sonda de Folley e acrescentando seringa com soro fi-siológico, agulha, esparadrapo, Urofix ou conjunto de drenagem fe-chado;

• repetir a técnica da sondagem vesical de alívio; • após a passagem da sonda, insuflar o balãozinho com soro

fisiológico, através da válvula existente na extremidade da sonda e puxá-la até sentir-se a ancoragem do balão no trígono vesical;

• retirar campo fenestrado; • conectar a sonda na extensão do coletor e prendê-lo na grade da

cama; • retirar as luvas; • fixar a sonda com uma tira de esparadrapo na coxa do paciente,

saindo por cima da mesma; • retirar a sonda de demora com autorização médica, esvaziando-se

inicialmente o balãozinho.

Sonda de Folley de 2 vias com balão insuflado, a) Via para a saída de

urina; b) via para insuflar o balão. Procedimentos no cateterismo masculino — Repetir a técnica do cateterismo feminino, com as seguintes

diferenças: • colocar o paciente com as pernas afastadas; • fazer lavagem externa com água e sabão, enxugar e deixar o pênis

protegido com compressa estéril; • após enluvar as mãos, colocar 8 ml de geleia anestésica na seringa

com auxílio de outra pessoa; • segurar o pênis com uma gaze (mão esquerda), mantendo-o

perpendicular ao abdômen; • fazer a anti-sepsia, afastando o prepúcio com o polegar e o

indicador da mão esquerda, e, com a pinça montada, fazer a anti-sepsia do meato uretral para a periferia, mantendo a apresentação do pênis;

• injetar a geleia anestésica na uretra com a seringa ou bisnaga este-rilizada, pressionar a glande por 2 a 3 minutos, a fim de evitar reflu-xo da geleia;

• introduzir a sonda até a sua extremidade (18- 20 cm) com movimentos para baixo, com o pênis elevado perpendicularmente, e baixar o pênis lentamente para facilitar a passagem na uretra bulbar;

• recobrir a glande com o prepúcio, a fim de evitar edema da glande; • fixar a sonda na coxa ou na região hipogástrica (profilaxia de

fístulas uretrais).

Observações — Para facilitar a saída da urina e prevenir infecção, deve-se evitar

que a extremidade da extensão fique mergulhada na urina coletada.

— Fazer controle bacteriológico da urina em pacientes sondados. Para colher a urina, puncionar com seringa e agulha estéreis a sonda desinfetada com solução anti-séptica.

— Não desconectar a junção sonda-tubo de drenagem. — Manter higiene perineal. — Observar obstrução da sonda, através da presença de “bexigoma”. — Manter sempre o sistema de drenagem abaixo do nível do

paciente. Irrigação vesical É a irrigação contínua da bexiga com a finalidade de lavá-la e limitar a

multiplicação de microrganismos. Por isso, é necessário que o paciente esteja cateterizado com uma sonda de Folley de 3 vias.

— 1ª via: drenagem da urina; — 2ª via: insuflação do balão com água destilada; — 3ª via: irrigação contínua. O material introduzido por essa via será

eliminado juntamente com a urina. São procedimentos de enfermagem: — Reunir o material: soro fisiológico acrescido ou não de antibióticos

ou anti-sépticos, equipo de soro. — Conectar o equipo ao soro, retirar o ar e colocar no suporte a uma

altura superior a 50 cm do paciente. — Ligar o equipo à 3 a via da sonda de Folley. — Controlar o gotejamento para 30 a 60 gts/min. — Controlar diariamente a quantidade de líquido infundido com o

drenado. Observação: trocar o frasco de irrigação sempre que a solução

terminar.

Sonda de Folley de 3 vias, a) Via para insuflar o balão; b) via para a saída

da urina e líquido infundido; c) via para infusão do líquido da irrigação vesical.

Lavagem vesical Consiste em administrar, pela sonda vesical, líquido estéril acrescido

ou não de antibióticos ou anti-sépticos; a sua finalidade é: — combater ou prevenir infecção urinária; — manter a sonda desobstruída; — aliviar a dor. Procedimentos de enfermagem: — Reunir o material: material esterilizado (cuba-rim, seringa de 20 cc,

cuba redonda, gaze, luva), solução prescrita (soro fisiológico, permanganato de potássio, Furacim).

— Abrir o pacote da cuba-rim. colocar na cuba redonda a solução prescrita;

— Enluvar as mãos, envolver a junção sonda-tubo de drenagem com gazes esterilizadas.

— Desconectar a sonda da extensão e proteger a extremidade da extensão com gaze esterilizada.

— Elevar a extremidade da sonda, segurá-la com gaze e injetar a solução com a seringa.

— Desconectar a seringa, abaixar a ponta da sonda e deixar que o liquido escorra na cuba-rim, observando as características do líquido drenado.

— Repetir o procedimento até que o líquido drenado saia limpo ou até a quantidade prescrita.

— Conectar a extensão à extremidade da sonda e deixar a unidade em ordem.

Observação: essa técnica será realizada somente com prescrição médica.

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CURATIVOS Considera-se ferida toda solução de continuidade na superfície interna

ou externa do organismo, podendo ser de dois tipos: — ferida não-cirúrgica: é a decorrente de doenças, traumatismos etc.; — ferida cirúrgica: é a realizada pelo cirurgião através de instrumentos

especializados. As feridas poderão sangrar, infectar-se, podendo provocar saída ou re-

tenção de secreção (purulenta, serosa), deiscência dos pontos, aumento da extensão e/ou profundidade da ferida.

Introdução Curativo é todo material colocado diretamente sobre uma lesão a fim

de prevenir uma contaminação. Portanto, as finalidades do tratamento das feridas são: — evitar contaminação das feridas limpas; — reduzir a infecção das lesões contaminadas; — facilitar a cicatrização; — remover as secreções; — promover hemostasia. Fisiologia da cicatrização Cicatrização é a transformação do tecido de granulação em tecido cica-

tricial, sendo a cicatriz a etapa final do processo curativo da ferida. A cicatrização ocorre de duas formas: — por primeira intenção: é quando se aproxima às superfícies da feri-

da por sutura, fita adesiva ou outros mecanismos; — por segunda intenção ou granulação: é quando não acontece apro-

ximação de superfícies, e nesse espaço proliferam as granulações, que, por sua vez, serão recobertas pelo epitélio.

Os fatores que afetam a cicatrização normal são: — nível nutricional: a diminuição dos elementos proteicos, vitamina C

e desidratação são os principais causadores do retardo da cicatri-zação;

— condições de vascularização: como o sangue fornece os elementos cicatrizantes, quanto melhor a circulação, mais rápida será a cica-trização;

— idade: ocorre um retardo nos idosos; — edema: por dificultar a união das extremidades da ferida e diminuir

a vascularização local; — administração de drogas que mascaram a presença de infecção.

Ex.: corticoides; — administração de drogas anticoagulantes. Ex.: heparina, liquemine; — técnica de curativo: provocada pela troca insuficiente, falhas de

técnica asséptica, curativo apertado e outros; — alteração da taxa de glicose sanguínea. Ex.: diabéticos. Tipos de curativo O curativo poderá ser: — fechado ou bandagem: sobre a ferida é colocada gaze, pasta ou

compressa, fixando-se com esparadrapo ou atadura de crepe; — aberto: recomendado nas incisões limpas e secas, deixando-se a

ferida exposta. As vantagens e indicações para cada tipo de curativo são: — Curativo fechado: — absorver a drenagem de secreções; — proteger o ferimento das lesões mecânicas; — promover hemostasia, através de curativo compressivo; — impedir contaminação do ferimento por fezes, vômito, urina; — promover o conforto psicológico do paciente.

Curativo aberto: • eliminar as condições necessárias para o crescimento de

microrganismos (calor, umidade, ausência de luz solar etc.); • permitir melhor observação de detecção precoce de dificuldades no

processo de cicatrização; • facilitar a limpeza; • evitar reações alérgicas ao esparadrapo; • ser mais barato.

Soluções mais utilizadas — Benzina ou éter: facilita a limpeza, remove a camada gordurosa da

pele, sendo recomendada para a retirada de esparadrapo e outros adesivos.

— Pasta de Alumínio: protetora da pele. — Tintura de Benjoim: diminui o aparecimento de lesões, pois forma

uma película sobre a pele. Utilizada somente em pele íntegra. — Soluções para limpeza e anti-sepsia: Povidine, líquido de Dakin,

água oxigenada. Técnica do curativo

Considerações gerais — Manter o ambiente iluminado, limpo e livre de correntes de ar. Se

possível, executar o curativo em sala apropriada. — Expor somente o local do curativo. — Fazer o curativo após a higiene corporal. — Desprezar a 1ª porção da solução, antes de despejá-la pela

primeira vez sobre a gaze. — Evitar soluções coloridas que prejudicam a identificação de

processos inflamatórios. — Não tocar as gazes e pinças nas bordas dos frascos de solução. — Iniciar os curativos pelas incisões limpas, depois as abertas não

infectadas, as infectadas e, por último, as colostomías e fístulas em geral.

— Não depositar material contaminado na cama, mesa de cabeceira e recipiente de lixo do doente.

— Lavar as mãos antes e depois do curativo. — recomenda-se, nas feridas abertas, o uso de luvas (além do pacote

de curativo e uma pessoa para auxiliar a manipular os frascos, materiais etc.).

— Utilizar, nos curativos aderidos, soro fisiológico ou água exigenada. — Não molhar, inclusive com anti-séptico, os pontos de algodão,

seda, mersilene ou similar. — Na execução do procedimento, pode-se levar o material no carrinho

de curativo ou na bandeja (acrescentar 1 saco de lixo plástico ou cubarim para receber o material usado).

— Colocar no carrinho de curativo ou bandeja somente as soluções e materiais que serão utilizados nesse paciente.

— Limpar o carrinho de curativo ou bandeja antes e depois do curativo.

— Desprezar o lixo após cada curativo. — Recomenda-se dispensar o curativo após 24 a 48 horas em feridas

cirúrgicas limpas, fechadas e secas. — Pode-se executar a técnica de curativo com luvas, recomendando-

se o uso de 2 pares de luvas nos curativos contaminados: um para a retirada e o outro para a realização do curativo.

Procedimentos — Limpar o carrinho de curativo e prepará-lo: • parte superior: frasco com soluções antissépticas e removedores

de adesivos, esparadrapo, pacote de curativo (com 4 pinças: uma anatômica, uma dente de rato e duas Kocher);

• parte inferior: gazes esterilizadas, pomadas, pastas, ataduras, compressas, bolsas de colostomia, giletes etc.;

• parte lateral superior: balde forrado com saco plástico para recolher o excesso das soluções e as gazes utilizadas;

• parte lateral inferior: bacia para colocação de material reutilizável (pinças, luvas etc.).

— Abrir o pacote de curativo e apoiar as pinças: • utiliza-se o conjunto de pinças Kocher e dente de rato para a retira-

da do curativo sujo e manipulação das gazes a serem utilizadas na remoção do curativo. Após a utilização, colocá-las na bacia.

• utiliza-se o conjunto de pinças Kocher e anatômica na realização do novo curativo.

— Colocar gazes sobre o campo esterilizado próximo a cada conjunto de pinças.

— Fazer a dobradura de gaze, com as pinças dente de rato e Kocher. — Embeber a gaze presa na pinça de Kocher com Benzina. — Segurar uma das pontas do esparadrapo do curativo com a pinça

dente de rato, e a pinça de Kocher irá auxiliar na remoção do ade-sivo.

— Colocar no balde o curativo removido e remover toda a goma do

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esparadrapo da pele. — Colocar as pinças dente de rato e Kocher no canto do pacote do

curativo ou na bacia (se não for reusada). — Passar o antisséptico na ferida operatória, obedecendo-se a se-

quência: do centro para a periferia, do mais limpo para o menos limpo, do menos contaminado para o mais contaminado. Pode-se secar o excesso de solução.

— Não usar 2 vezes ou mais o mesmo lado da gaze. — Deixar a unidade e o carrinho ou bandeja em ordem após a realiza-

ção do curativo. — Pode-se fazer o curativo com luvas: • mão esquerda: retirar o esparadrapo do curativo a ser removido,

segurar os frascos das soluções; • mão direita: manusear o material esterilizado. Observação: o pacote de curativo pode conter 3 pinças (1 anatômi-

ca, 1 dente de rato e 1 Kocher). Retira-se o curativo sujo com a dente de rato e a Kocher, reaproveitando-se a Kocher na realização do novo curati-vo.

Retirada de pontos Os pontos são retirados do 7º ao 10º dia pós-operatório; recomenda-se

retirar os pontos intercalados. Faz-se a limpeza da incisão cirúrgica com água oxigenada e en-

xuga-se o excesso da solução com gaze seca. Com a pinça anatô-mica segura-se a extremidade do fio cirúrgico e com a lâmina (bisturi ou gilete) corta-se o fio na parte inferior ao nó. Coloca-se a gaze pró-xima à incisão cirúrgica, para depositar os pontos retirados.

COLHEITA DE MATERIAL PARA EXAMES Os exames de laboratório são muito importantes para se definir o diag-

nóstico ou traçar uma linha de conduta terapêutica para o paciente. A orientação do paciente é fundamental, pois as colheitas de material, de um modo geral, requerem a sua colaboração. Costuma-se examinar: sangue, fezes, urina, escarro, líquor e outros, conforme a necessidade. Cabe à enfermagem o preparo físico e psíquico do paciente, colher ou auxiliar na colheita das amostras, identificar o recipiente e providenciar o encaminha-mento do material com a requisição médica, ao laboratório.

Finalidades: • Auxiliar no diagnóstico. • Auxiliar na avaliação do estado do paciente. Colheita de sangue Geralmente são colhidos antes do desjejum. A amostra é colhida atra-

vés de venopunção e colocada em um recipiente apropriado, de acordo com a natureza do exame: tubos de ensaio, tubos esterilizados, frascos com meio de cultura, frascos com anticoagulantes.

Os exames mais solicitados são: — hemograma, hematócrito e hemoglobina, hemossedimentação, ti-

pagem sanguínea: utilizando-se frascos com anticoagulante; — glicemia: geralmente é utilizado frasco com fluoreto e oxalato; — ureia, creatinina, sódio e potássio, amilase, fosfatase alcalina etc.:

tubo simples; — hemocultura: tubos com meio de cultura aeróbio ou anaeróbio.

São procedimentos de enfermagem: — Preparar o material. • Seringa e agulha estéril, apropriadas para punção venosa. • Algodão embebido em álcool. • Garrote. • Recipiente identificado. — Se houver necessidade de jejum, a orientação deve ser feita na

véspera. — Garrotear o braço. — Fazer a antissepsia com o algodão embebido em álcool. — Puncionar a veia e aspirar a quantidade necessária de sangue. — Soltar o garrote. — Retirar a seringa com a agulha, comprimindo o local da punção. — Retirar a agulha da seringa e escorrer o sangue pelas paredes do

recipiente.

— Se houver anticoagulante, movimentar suavemente o frasco para evitar a coagulação.

— Enviar com a requisição ao laboratório, certificando-se de que o frasco está devidamente identificado.

Colheita de urina A técnica na colheita de urina vai depender do tipo de exame solicitado

pelo médico. A amostra de urina poderá ser de 24 horas, da primeira ou de uma

micção do dia. A orientação do paciente deve ser feita com antecedência; se for necessário guardar o volume das 24 horas, oferecer condições materiais como comadre ou papagaio e frasco para coletar a diurese. Os exames mais solicitados são:

— tipo 1, tipo 0, sedimento quantitativo: deverão ser colhidos de prefe-rência, 100 ml da primeira micção do dia, em recipiente limpo e se-co;

— proteinúria, glicosúria: urina de 24 horas; — cultura: a urina deve ser colhida com técnica asséptica. Quando o paciente não estiver com sonda vesical, é utilizada a técnica

do jato médio, que consiste na antissepsia dos genitais externos, despre-zando-se a primeira porção de urina e colhendo-se a 2ª porção em recipien-te estéril. A urina é colocada em tubo estéril. O sucesso da colheita vai depender da orientação dada ao paciente.

São procedimentos de enfermagem: — Orientar o paciente sobre o procedimento: guarda de urina em fras-

co por 24 horas, urina da primeira micção da manhã, conforme o exame solicitado.

— Retirar uma amostra de urina (de 20 a 100 ml) e colocar no recipi-ente próprio.

— Rotular o frasco e encaminhar, com o pedido de exame, ao labora-tório.

Nos casos de glicosúria e cetonúria, a verificação deve ser feita

logo após a micção, molhando-se a fita e comparando-se como pa-drão, no tempo estipulado que varia de 15 segundos a um minuto.

Colheita de Fezes É comum o exame de fezes para detectar uma infestação ou infecção. São procedimentos de enfermagem: — Orientar o paciente para evacuar em uma comadre limpa e com o

auxílio de uma espátula, colocar pequena quantidade no recipiente próprio, devidamente rotulado.

— Encaminhar ao laboratório, juntamente com a requisição. — Nos casos de cultura de fezes, o paciente deverá evacuar em uma

comadre esterilizada e recolher a amostra com espátula estéril, em recipiente também estéril.

Colheita de escarro Indicado com frequência para diagnosticar infecção das vias aéreas e

células cancerígenas. São procedimentos de enfermagem: — Orientar o paciente para escarrar dentro do recipiente, sem deixar

escorrer pela borda externa, e com o mínimo de saliva. — Encaminhar ao laboratório com a requisição. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE NA ASSISTÊNCIA VENTILATORIA:

DRENAGEM POSTURAL NEBULIZAÇÃO, OXIGENOTERAPIA, ASPIRAÇÃO DE SECREÇÃO

NEBULIZAÇÃO Método terapêutico utilizado para ministrar substâncias broncodilatado-

ras e antibióticos, por meio de névoa obtida de um nebulizador, no qual estas substâncias são colocadas para serem inaladas. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

OXIGENOTERAPIA É a administração de oxigênio, que é um gás essencial para o homem.

Pode ser realizada através de cateter nasal, nebulização contínua, inalação e tenda de oxigênio.

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Indica-se para: — Combater a deficiência de oxigênio. — Facilitar a expectoração. — Diminuir os processos inflamatórios das vias respiratórias. — Provocar broncodilatação.

Cateter nasal • Reunir o material: cateter nasal (n.0 8 a 12 em adultos), extensão

de borracha, frasco umidificador conectado ao fluxômetro, esparadrapo, gaze com lubrificante;

• ligar o cateter à extensão e este ao frasco umidificador que deverá estar com água destilada até o nível indicado;

• medir a quantidade do cateter a ser introduzido: da ponta do nariz até o início do canal auditivo externo. Marcar o limite com uma tira de esparadrapo;

• introduzir o cateter em uma das narinas até mais ou menos 2 cm da marca do esparadrapo;

• regular o fluxo para 2 a 6 1/min; • fixar o cateter nasal com esparadrapo; • trocar cateter nasal diariamente na oxigenioterapia prolongada.

Nebulização continua • Reunir o material: máscara facial ou conector para traqueostomia

ou entubação, frasco de nebulizador com capacidade para 250 ml ou mais, medicação prescrita, traqueia de borracha, fluxômetro;

• colocar a solução no frasco, conectar a traqueia de borracha ao frasco e, em seguida, conectá-la à máscara facial ou, se for o caso, ao conector ligado diretamente a traqueia;

• conectar o frasco do nebulizador diretamente ao fluxômetro ou a extensão de oxigênio ao nebulizador;

• abrir o fluxômetro até que ocorra a formação da névoa; • colocar a máscara no rosto ou o conector na traqueostomia ou

entubação.

Inalação • Reunir o material: inalador de plástico ou de vidro (Wilbs), solução

medicamentosa, extensão de borracha, fluxômetro; • preparar a medicação (soro fisiológico ou água destilada

acrescentados ou não de bronco-dilatadores e mucolíticos: Aminofilma, Tergentol, Fluimucil);

• introduzir o medicamento no inalador, conectá-lo à extensão de borracha;

• abrir o fluxômetro até a saída da névoa; • pedir para o paciente aproximar a máscara da boca e nariz, e, no

inalador de Wilbs, colocar a extremidade na boca, fechando-a; • ao final, desligar o fluxo de oxigênio, desconectar o inalador, lavá-lo

e desinfetá-lo.

Inalador

Tenda de oxigênio • Reunir o material: tenda de oxigênio, solução (água destilada

acrescentado ou não de bronco-dilatadores e mucolíticos), fluxômetro;

• montar a tenda de oxigênio no leito do paciente; • colocar a solução no frasco da tenda e conectá-la ao fluxômetro de

oxigênio. Ligar o fluxo até a saída da névoa; • manter o paciente dentro da tenda fechada por todos os lados; • deve-se lavar diariamente o filtro do frasco nebulizador.

Observações gerais: — Trocar diariamente a água do frasco. — Manter o nível de água no frasco para ocorrer nebulização ou

umidificação de oxigênio. — Administrar somente oxigênio úmido. — Usar material esterilizado, desinfetado ou lavado com água e

sabão. — Indica-se tenda de oxigênio para crianças. — Evitar o uso do inalador de Wilbs em pacientes confusos, agitados

e crianças.

ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES Aspirados obtidos através de tubos endotraqueais apresentam o pro-

blema da contaminação do cateter pela passagem deste pelo trajeto de áreas densamente colonizadas, tornando difícil a interpretação dos resulta-dos de culturas. Uma vez que as traqueostomias rapidamente tornam-se colonizadas com microorganismos hospitalares, em especial os gram-negativos, a presença destes organismos tem pouco valor no diagnóstico etiológico de pneumonias nosocomiais. Assim, a coleta de secreções traqueais deve ser utilizada apenas para pesquisa de colonização por germes multirresistentes, para a avaliação epidemiológica, sob a indicação da CCIH.

Evitar o encaminhamento de materiais muito diluídos com soro fisioló-gico

Técnica — Vestir a máscara e se necessário, o protetor ocular — Lavar as mãos — Calçar luvas estéreis — Realizar aspiração traqueal, com técnica asséptica e desprezar es-

te primeiro aspirado — Utilizar nova sonda para a aspiração do material a ser coletado — Transferir o material com técnica asséptica para o frasco estéril — Lavar as mãos — Encaminhar imediatamente ao laboratório ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM PARADA

CARDIORESPIRATÉRIA É a paralisação dos movimentos respiratórios e cardíacos CAUSAS: Choque elétrico, afogamento, envenenamento, soterramento. MANIFESTAÇÕES: Ausência de pulso e respiração, inconsciência, lábios e língua azul-

roxeados, dilatação das pupilas. PROCEDIMENTOS: Inicie a massagem cardíaca com respiração boca-a-boca: • Coloque a vítima deitada de costas; • Afrouxe-lhe a roupa; • Retire objetos e secreções da boca e da garganta, com a cabeça

voltada para o lado; • Com uma mão na testa e a outra no queixo, incline a cabeça para

trás; • Tampe as narinas com os dedos da mão que está na testa e sopre

na boca da vítima até notar a expansão do tórax; • Retire a boca para facilitar a saída de ar; • Coloque as mãos sobrepostas na metade inferior do esterno; • Comprima com vigor o tórax da vítima; • Descomprima mantendo as mãos na posição inicial; • Repita a manobra 5 vezes seguidas, pronunciando os números

1001, 1002, 1003, 1004 e 1005 em cada manobra.

7 ENFERMAGEM NAS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. 7.1 CONCEITOS DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA. 7.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PRONTO SOCORRO. 7.3 ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM EM SITUAÇÕES DE CHOQUE,

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA, POLITRAUMA, AFOGAMENTO, QUEIMADURA, INTOXICAÇÃO,

ENVENENAMENTO E PICADA DE ANIMAIS PEÇO-NHENTOS.

Conceito: é o tratamento imediato e provisório dado em casos de aci-dentes ou enfermarias imprevistas. Geralmente é prestado no local do acidente, até que se possa colocar o paciente a cargo de um médico para o tratamento definitivo.

Fatores a serem observados: Os primeiros socorros devem ser pres-tados com rapidez, sem precipitação, com firmeza e segurança, mantendo-

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se a calma a fim de evitar o pânico entre as pessoas presentes. A confiança do acidentado e dos circunstantes dependerá da calma e da segurança do socorrista. A ação de quem presta os primeiros socorros está restrita ao primeiro atendimento, tomando providências para que o acidente não origine outros, e afaste perigos que poderiam complicar a situação.

Exame da vitima: É importante examinar a vitima por ocasião do so-corro para que procure avaliar a probabilidade de certas lesões. Devendo-se observar:

Pulso: Quando a pulsação estiver abaixo de 60 batimentos / minuto pode indicar estado de choque. A ausência de pulsação pode indicar para-da cardíaca, onde deverá ser feita a reanimação cardiopulmonar, imedia-tamente.

Respiração: Normalmente a respiração de um adulto é de 16 a 18 mo-vimentos respiratórios por minuto, se a respiração estiver rápida e superfi-cial pode indicar estado de choque, se profunda e penosa pode significar obstrução das vias respiratórias ou doença cardíaca. A ausência de respi-ração pode indicar parada respiratória, já a respiração com eliminação de sangue (boca ou nariz) e tosse podem indicar danos nos pulmões por fratura de costelas.

Pupilas: Pupilas contraídas podem indicar vício de drogas ou doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, quando dilatadas podem significar estado de relaxamento e inconsciência. Essa dilatação pode ser devida a ataques cardíacos ou envenenamento por drogas ou álcool. As pupilas quando desiguais (anisocoria) denunciam traumatismos cranianos.

Cor da pele: A pele pálida ou acinzentada indica circulação insuficien-te, a pele azulada ou arroxeada significa queda da oxigenação no sangue, podendo ocorrer nas paradas cárdio respiratórias, já a pele avermelhada pode indicar inicio de envenenamento por monóxido de carbono ou trauma-tismo craniano.

Estado de consciência: Pergunte a vitima onde esta, nome, qual o dia da semana. Respostas erradas podem significar traumatismos cranianos e envenenamento.

Capacidade de movimentação: Paralisia de um dos lados do corpo, inclusive da face, pode indicar hemorragia cerebral ou intoxicação por drogas. Paralisia das pernas pode indicar fratura de coluna abaixo do pescoço, paralisia de braços e pernas pode denunciar fratura ao nível do pescoço.

Reação á dor: A incapacidade de movimentos geralmente esta associ-ada á insensibilidade á dor. Queixa de torpor ou formigamento (parestesia) nas extremidades pode significar trauma na coluna.

Temperatura do corpo: Temperatura baixa (menos de 36 graus) pode indicar estado de choque, hemorragias, inicio de insolação, exposição prolongada ao frio. Temperatura acima do normal pode ser decorrentes de febre ou de exposição a calor excessivo.

Parada respiratória (PCR) Situação em que, clinicamente, não são perceptíveis os movimentos

respiratórios e batimentos cardíacos. As causas mais frequentes ocorrem através da obstrução das vias aéreas superiores em função da aspiração de corpos estranhos, da depressão do sistema nervoso central por intoxica-ção, superdosagem de drogas, edema cerebral, choque elétrico e outros. Pode ainda ocorrer em função da pouca concentração de oxigênio nas grandes altitudes e em casos de soterramento,

Sinais e Sintomas: - parada dos movimentos respiratórios (apneia). - ausência de pulso femoral ou carotídeo. - inconsciência(redução de perfusão cerebral). - midríase: as pupilas começam a dilatar-se entre 30 a 45 segun-

dos após a interrupção da circulação, levando em torno de 4 a 5 minutos para que a lesão cerebral se torne irreversível.

Tratamento: consiste na ressuscitação cárdio respiratória (RCR), venti-

latória e circulatória. Assistência ventilatória: A respiração artificial é uma manobra que

possibilita a introdução e a retirada de ar dos pulmões de forma rítmica e alternada.

Procedimentos para respiração boca a boca Coloque o paciente em D.D.H (decúbito dorsal horizontal) sobre uma

mesa ou no chão. Ponha-se a lado esquerdo da cabeça do paciente, limpe a boca de mu-

co e objetos estranhos, enrolando o dedo em um pano. Coloque uma das

mãos sob o pescoço do paciente e outra na testa, inclinando a cabeça para trás tanto quanto possível e após, puxe a mandíbula para frente. Esta posição evita a queda da língua, já que há deslocamento de mandíbula e a língua é forçada a acompanha-la.

Comprima as narinas do paciente com os dedos, inspire e coloque seus lábios firmemente de encontro à boca do paciente, expirando logo após, de modo que empurre o ar para as vias aéreas do paciente. Em recém-nascidos e crianças menores, deve-se aplicar a boca sobre a boca e o nariz.

Retire os dedos que comprimem as narinas para que o ar saia, termi-nada a expiração, iniciar nova insuflação e, assim sucessivamente, de modo rítmico e contínuo, na proporção de 12 a 20 respirações.

A ressuscitação respiratória deverá prosseguir até o retorno dos movi-mentos respiratórios espontâneos ou até que cheguem outros recursos assistenciais.

No pronto socorro, costuma-se usar dispositivos mecânicos, como o Ambu, para ventilar o paciente, associando-se acessórios como cânulas nasais ou orais, máscaras e intermediários.

A administração de oxigênio 100% umidificado por insuflação direta através das narinas é feita da seguinte forma:

- Com o paciente em DDH fechar uma das narinas pressionando-a com o dedo contra o septo nasal;

- Acoplar firmemente a extremidade livre da borracha de oxigênio na outra narina, promovendo-se assim a inspiração;

- Promover a expiração, deixando as narinas livres; Assistência respiratória: A massagem cardíaca visa comprimir o coração entre o esterno e os

corpos vertebrais com a finalidade de impedir o sangue oxigenado para a circulação.

Procedimentos para Massagem Cardíaca: - Coloque o paciente em DDH sobre uma superfície rígida. - Aplique inicialmente um soco precordial no terço médio do es-

terno; - Apóie uma das mãos sobre a parte mais baixa no esterno e aci-

ma do apêndice xifóide, apoiando a outra mão em cima da pri-meira e tomando cuidado para não encostar os os dedos sobre a costela. A compressão sobre o apêndice xifóide pode ocasionar laceração do fígado;

- Com os braços esticados, comprimir verticalmente o tórax do paciente, utilizando-se do peso do próprio dorso. O deslocamen-to do esterno deve ser de 3,5 a 5,0 cm, na proporção de 80/100 compressões por minuto.

- Observação: em recém nascidos e lactantes, a massagem car-díaca deve ser executada, envolvendo o tórax com as mãos e comprimindo o terço médio do esterno com os polegares.

- Se a assistência for prestada apenas por uma pessoa, interca-lam-se 2 ventilações para 15 massagens cardíacas. No caso de duas pessoas, a proporção é de 1 ventilação para 5 massagens.

- A eficácia da massagem cardíaca é avaliada pela palpação do pulso carotídeo ou femoral e se há contração das pupilas.

Assistência de enfermagem na P.C.R. - Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos. - Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários à

ressuscitação cardio pulmonar; - Puncionar e fixar uma veia para administração e soluções e dro-

gas prescritas; - Colaborar na dissecação de veia ou passagem de intracarth; - Fazer anotações no prontuário, tais como: hora da parada, aten-

dimento prestado, resultado e óbito; - O auxiliar de enfermagem deve auxiliar ao médico em todos os

procedimentos necessários; Material e Equipamentos necessários para P.C.R.: - Tábua de massagem cardíaca; - Ambu, bird ou similar; - Material de entubação (laringoscópio, sondas endotraqueais,

mandril); - Aspirador de secreções; - Oxigênio;

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- Desfibrilador; - Cânulas de guedell; - Sondas de aspiração de diversos calibres; - Eletrocardiógrafo;

Cateterização de veia e administração de medicamentos: - Butterfly ou scalp - Seringas e agulhas de diversos tamanhos e calibres; - Campo fenestrado; - Gazes; - Fios cirúrgicos (algodão 2.0 e mononylon 4.0); - Intracarth; - Material para flebotomia; - Luvas de diversos tamanhos; - Equipo de soro (macro e micro gotas) de sangue e PVC; - Soro fisiológico 0,9% e glicosado 5% e 10%; - Xilocaína geleia e solução á 2%; - Solução anti-séptica; - Algodão; - Esparadrapo, cadarço, pasta condutora e fio de extensão; - Nas paradas cardio respiratórias podem ocorrer complicações

tais como: hemotórax, pneumotórax, fraturas do esterno e costelas, ruptu-ras pulmonares, rupturas de fígado e baço;

- O auxiliar de enfermagem deve estar sempre atento ao pedido médico e auxilia-lo em tudo quanto for necessário;

Crise Hipertensiva: É toda situação clínica que tem como característica uma elevação im-

portante da Pressão Arterial (PA), colocando em risco de vida órgãos ou sistemas vitais. O conceito de crise hipertensiva não deve ter exclusivamen-te uma implicação numérica, pois em um indivíduo normotenso pode surgir sintomas, com elevações apenas moderadas de P.A, por outro lado, na hipertensão de longa duração, encontramos pacientes com cifras muito elevadas e assintomática.

Classificação da Hipertensão Arterial: Hipertensão Essencial: PA diastólica maior ou igual a 90mmHg e não

esta associada a nenhuma patologia de base. Pode ser benigna, presença de hipertensão assintomática durante anos.

Moderada: apresenta níveis intermitentemente elevados. Maligna: aumento repentino e intenso da PA, produzindo muitos sin-

tomas e danos vasculares. Hipertensão Secundaria: associada a outras patologias, tais como: - Patologia renal; - Estenose da aorta; - Distúrbios endócrinos; - Problemas cardiovasculares;

Sinais e Sintomas: - PA diastólica elevada (geralmente maior que 140mmHg); - Redução da função renal; - Cefaleia, alterações visuais; - Náuseas e vômitos; - desorientação e tonturas; - Sonolência ou agitação; - Coma;

Tratamento: O objetivo do tratamento é baixar a pressão sanguínea a níveis nor-

mais (PA diastólica abaixo de 100mmHg) o mais rapidamente possível a fim de evitar o agravamento das lesões. A droga escolhida deverá ser de fácil manuseio, de ação imediata e de metabolização rápida.

Cuidados de Enfermagem: - Verificar a PA a cada 5 minutos; - Avaliar o nível de consciência; - Controlar o débito urinário; - Controlar rigorosamente o gotejamento do soro;

- Administrar medicações prescritas com cautela, observando re-ações do paciente;

- Estar alerta aos sinais de complicações; Choque: O choque constitui um estado anormal de hipotensão e prostração, na

qual, o fluxo sanguíneo é inadequado para manter a atividade celular normal, ou seja, deficiente no suprimento de sangue e oxigênio para o organismo. O choque irreversível é definido como a incapacidade de res-ponder á ressuscitação.

Tipos de Choque: Choque hipovolêmico: Devido ao decréscimo do volume líquido pro-

vocado pela perda de sangue, plasma e líquidos do organismo, sendo suas causas mais comuns a hemorragia, queimadura e desidratação.

Quadro clínico: Hipotensão associada com taquicardia, podendo ha-

ver uma breve bradicardia. - Pulso rápido; - Sudorese; - Polidipsia; - Respiração rápida e superficial; - Apatia e coma;

Choque cardiogênico: causado pela falência do coração em sua fun-

ção como bomba, ou seja, o coração não consegue bombear uma quanti-dade de sangue suficiente para o organismo. Suas causas mais comuns são o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ICC, arritmias graves e embolia pulmonar.

Quadro clínico: - Hipotensão arterial (pressão sistólica menor que 80 mmHg); - Baixo débito urinário (menos que 25 ml/h); - Pele fria e pegajosa; - Agitação, confusão e obnubilação; - Pulso fraco e filiforme (as vezes ausente); - Sintomas cardíacos com dor torácica recorrente ou persistente;

Choque Séptico: resulta de processos infecciosos graves, causados

por endoxinas da desintegração de bactérias gram-negativas (E.Colli, Pseudomonas, Proteus, Klebsiella), por exotoxinas de bactérias gram-positivas (Pneumococos, Estafilococo) Riquetsias e vírus, que acarretam distúrbios hemodinâmicos e metabólicos com consequente morte celular, que poderá ou não ser reversível, o choque séptico é causado pela septi-cemia; A fonte mais frequente é o aparelho geniturinário e surge após cirurgia ou manipulação. A seguir, é o aparelho respiratório, após traqueos-tomia ou uso prolongado de tubo traqueal. A terceira fonte é o trato gastroi-ntestinal havendo, geralmente, abscessos e fístula.

Quadro Clínico: - Calafrios com tremores; - Hipertermia; - Pele seca, quente e ruborizada (contrastando com outros cho-

ques); - Aumento do débito cardíaco; - Pulso rápido e taquicardia; - Hipotensão arterial; - Palidez; - Oligúria e hipovolêmia; - Confusão mental;

Choque Anafilático: resulta da reação antígeno-anticorpo devido a hi-

persensibilidade do organismo á determinadas substâncias, tais como a Penicilina, o iodo, a Procaína e substância alérgicas de modo geral.

Quadro Clínico: - Sensação de calor; - Pruridos e formigamentos; - Dispneia e cefaleia; - Ocorrência ou não de parada cardio respiratória ou morte.

Choque Pirogênico: caracteriza-se por reação devido à presença de pirogenos e contaminação de soluções de materiais utilizados na adminis-tração por via endovenosa.

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Tratamento do Choque: O choque é uma complicação gravíssima e quando não tratada a tem-

po pode levar o paciente á morte. De um modo geral, o tratamento baseia-se em corrigir o volume, restabelecer o tônus vascular, manter a oxigena-ção do paciente, evitar o gasto de energia, prevenir complicações e comba-ter a causa básica do choque.

Cuidados de emergência: Ao primeiro sinal ou risco de choque: - Manter a vitima deitada com os pés mais altos que a cabeça; - Mantenha-a aquecida e coberta, não excessivamente para evitar

a vasodilatação. - Se estiver consciente, ofereça água ou outra bebida morna,

nunca bebidas alcoólicas; - Mantenha as vias aéreas desobstruídas; - Se estiver inconsciente, deite-a de lado com a cabeça baixa, in-

clinada para trás e virada para o lado. Em caso de vômito, essa posição impede a aspiração para os pulmões;

- Nunca de nada por via oral sem que a vítima volte a consciência; - Procure rapidamente um médico;

Assistência de Enfermagem: - Estabelecer e manter via aérea permeável, iniciando os proces-

sos de ressuscitação se necessário; - Ministrar oxigênio; - Assegurar uma veia e coletar amostra de sangue; - Manter volume sanguíneo circulante, com reposição de líquidos

para corrigir a hipotensão; - Manter o paciente calmo e aquecido, não excessivamente para

evitar vasodilatação; - Manter toda a medicação de emergência e material para infusão

endovenosa pronto para uso; - Administrar medicamentos conforme prescrição médica e contro-

lar gotejamento de soro; - Controle de sinais vitais de 15 em 15 minutos ou a critério médi-

co; - Observar se há hemorragia tentando estancar o sangramento; - Controle de diurese, pois uma das complicações de choque pro-

longado é a anúria; POLITRAUMATISMOS: Traumatismos são lesões provocadas por forças externas, que podem

ser tanto um objeto chocando-se contra o corpo humano, ou o corpo huma-no chocando-se contra um objeto.

Politraumatismos são lesões múltiplas de diversas naturezas que po-dem comprometer diversos órgãos e sistema.

Princípios básicos do tratamento de emergência: Fazer uma avaliação rápida do estado geral do paciente, estabelecen-

do prioridade e dando atenção imediata aquele traumatismo que interfere nas funções vitais, pondo em risco sua vida, estabelecendo a seguinte ordem.

- permeabilidade das vias aéreas (retirada de prótese); - aspiração das secreções orofaríngeas; - avaliação das possíveis lesões intratorácicas; - colocação da cânula de guedell; - entubação e uso de respirador; - avaliação da função respiratória (ritmo, frequência e movimento

torácico); - avaliação das funções cardio circulatórias usando manobras de

ressuscitação quando houver P.C.R; - controle da hemorragia. Se for detectada hemorragia interna,

preparar o paciente para cirurgia; - punção de veia para reposição das perdas sanguíneas e admi-

nistração de medicamentos; - preparação do material para flebotomia e P.V.C; - sondagem vesical, se prescrita, para avaliação do débito uriná-

rio; - controle rigoroso da administração e perda de líquidos, P.V.C e

sinais vitais; - avaliação de trauma crânio encefálico e outras lesões; - imobilização das fraturas, observando as extremidades (colora-

ção, temperatura e pulso);

- avaliação da ansiedade do paciente, orientando e esclarecendo sobre o seu estado, procedimentos e dúvidas.

Traumatismos Crânio Encefálico (T.C.E): Os pacientes que chegam ao posto de emergência podem apresentar

fratura de crânio, lesão de cérebro, edema cerebral ou hematoma. O T.C.E decorre geralmente de quedas acidentais, atropelamentos, colisões de autos ou ferimentos. A gravidade do T.C.E esta condicionada principalmen-te á lesão cerebral.Eles podem ser abertos ou fechados.

Lesão do couro cabeludo: Costumam sangrar com uma certa intensidade, devido á grande vascu-

larização local. Tratamento: - Sutura do ferimento; - Tricotomia ao redor; - Limpeza da área com Povidini ou água e sabão;

Quando o crânio esta intacto, as bordas do couro cabeludo podem ser comprimidas com o dedo, para estancar o sangramento temporariamente e permitir a inspeção.

QUEIMADURAS Conceito: Queimaduras são lesões produzidas por agentes térmicos,

químicos, elétricos e radiativos que destroem os tecidos. Classificação: As queimaduras variam de grau e intensidade, de acordo

com o agente o tempo de exposição e a área atingida. • 1º grau: São superfícies, atingem somente a epiderme. A pele fica

vermelha e há pouca dor, exemplo, queimadura de sol. • 2º grau: Atingem a derme, há avermelhamento intenso, edema (in-

chaço) e formação de bolhas, há muita dor. • 3º grau: Atingem o subcutâneo, músculo e até os ossos, produzin-

do lesões no início esbranquiçadas, havendo posteriormente ne-crose do tecido.

A gravidade de uma queimadura é avaliada pelo grau e pela intensida-

de (extensão). Assim pode ser mais grave uma queimadura de primeiro grau e mais extensa que uma de terceiro grau pequena.

Complicações: 1. Choque devido á dor. 2. Choque hipovolêmico por perda de água. 3. Problemas respiratórios e renais. 4. Infecção. 5. Deformidade. Tratamento: - Aliviar a dor - Repor perdas líquidas - Prevenir complicações renais e ou respiratórios. - Evitar ou tratar infecções. - Prevenir deformidades.

Cuidados de enfermagem 1° imediatos - Receber o paciente queimado em sala limpa. - Usar técnica asséptica rigorosa. - Utilizar as roupas do paciente com cuidado. - Colocando-o sobre a maca forrada com lençol. - Puncionar veia. - Controle hídrico rigoroso. - Controle de sinais vitais a cada hora. - Auxiliar no curativo das áreas queimadas. - Observar estado mental do paciente (confusão, torpor e delírios).

2º imediato - Controle de sinas vitais. - Controle hídrico. - Dar cuidados higiênicos. - Prevenir escaras e deformidades. - Mudar de decúbito frequentemente. - Movimentação no leito. - Incentivar a deambulação. - Incentivar dieta.

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8 ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA. 8.1 POLÍTICA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO.

Saúde pública No final do século XX, o surgimento de bactérias resistentes aos anti-

bióticos tradicionais e de vírus antes ocultos em ecossistemas intocados pelo homem representou um novo desafio para as organizações de saúde pública, que se ocupam do controle das doenças transmissíveis.

Saúde pública é a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vi-

da e promover, proteger e recuperar a saúde física e mental, com medidas de alcance coletivo e de motivação da população. Cuida especialmente de administrar e controlar o meio ambiente em benefício da comunidade. A saúde pública se utiliza de um grupo amplo de profissionais, que inclui médicos sanitaristas, dentistas, psicólogos, nutricionistas, arquitetos, enge-nheiros, educadores, veterinários, administradores hospitalares, estatísti-cos, sociólogos, economistas, entre outros.

Esses profissionais atuam no setor da habitação, cuidando da constru-

ção adequada de moradias e da instalação de sistemas eficientes de aque-cimento e ventilação, e no campo do fornecimento de água e alimentos, que podem ser contaminados por substâncias químicas tóxicas e por agentes nocivos à saúde. Pode ser vista como uma especialização da saúde pública a medicina ocupacional, que cuida da saúde, da segurança e do bem-estar dos indivíduos em seu local de trabalho.

A atividade de promoção e manutenção da saúde pública requer méto-

dos especiais de coleta de informações (epidemiologia). Os dados coleta-dos pelos epidemiologistas tentam descrever e explicar a ocorrência de doenças numa população mediante sua correlação com fatores como regime alimentar, meio ambiente, radiação e fumo.

As leis e regulamentos sanitários se destinam a garantir condições de

vida saudáveis à população. Esses códigos permitem supervisionar e inspecionar o abastecimento de água, o processamento de alimentos, o tratamento de esgotos e a qualidade do ar. Os governos também podem recorrer ao estabelecimento de quarentenas (isolamentos) forçadas para evitar a disseminação de doenças contagiosas. Em portos e aeroportos, estações ferroviárias ou pontes rodoviárias nas fronteiras, equipes de inspeção procuram garantir que microrganismos causadores de doenças transmissíveis não ingressem no país.

História Os povos primitivos, em sua maioria, praticavam a higiene pessoal e a

limpeza por razões religiosas e, em geral, com o objetivo de aparecerem puros aos olhos dos deuses. Por milhares de anos, as sociedades primiti-vas encararam as epidemias como sentenças divinas destinadas a punir as perversidades do ser humano. A ideia de que a pestilência tem causas naturais, como o clima e o meio ambiente, evoluiu, porém, gradualmente. Esse grande avanço no pensamento ocorreu na Grécia nos séculos V e IV a.C. e representou o primeiro esboço de uma teoria racional e científica sobre a causa das doenças. A higiene pessoal e os serviços públicos de saneamento tiveram grande desenvolvimento nas cidades gregas, e poste-riormente entre os romanos.

Idade Média. Em termos de doenças, pode-se dizer que a Idade Média

começou com a peste do ano 542 e terminou com a peste negra (bubônica) de 1348. Entre as doenças epidêmicas desse período incluíam-se a hanse-níase, a peste bubônica, a varíola, a tuberculose, a escabiose, a erisipela, o antraz, o tracoma e a febre epidêmica. O isolamento de pessoas portadoras de doenças transmissíveis surgiu em resposta à disseminação da hansení-ase. As casas para hansenianos chegaram a 19.000 no século XIII. Essa doença se tornou um grave problema na Idade Média, particularmente nos séculos XIII e XIV.

Vinda do Oriente Médio, a peste negra atingiu o sul da Europa em 1348

e em apenas três anos se disseminou por todo o continente. O principal método de combate à peste era isolar casos confirmados ou suspeitos, bem como pessoas que tinham estado em contato com os doentes. O período de isolamento era no início de 14 dias e aumentou gradualmente para quarenta. Nessa fase, foram dados alguns dos primeiros passos em saúde

pública, como iniciativas para enfrentar as condições insalubres das cida-des, a criação de hospitais gerais e a prestação de atendimento médico e assistência social à população.

Renascimento. Séculos de avanços tecnológicos culminaram em diver-

sas conquistas científicas durante o Renascimento, com o estabelecimento da anatomia e da fisiologia. Os métodos de observação e classificação tornaram possível também um reconhecimento mais preciso das doenças. Começou a tomar forma a ideia de que organismos microscópicos podem causar doenças transmissíveis. Viagens marítimas prolongadas levaram os holandeses e depois os ingleses a relacionar o aparecimento do escorbuto com a ausência de frutas cítricas na alimentação dos tripulantes. Já disse-minada na China e entre os árabes, a varíola foi levada de Constantinopla (atual Istambul) para toda a Europa, em 1718, e mais tarde chegou ao Brasil. Em 1796, o médico inglês Edward Jenner descobriu a vacina antiva-riólica, o que representou um importante golpe para o avanço da doença.

Revolução industrial. No século XVIII e começo do seguinte, teve início

o fenômeno do crescimento populacional acelerado das grandes cidades, motivado pela rápida industrialização. Essa imensa urbanização deu origem a graves problemas sociais, tais como aumento da mortalidade geral, promiscuidade, redes de esgoto e de abastecimento de água mal projeta-das, deficiência quantitativa e qualitativa da assistência médica, principal-mente hospitalar, além da carência e da insalubridade das moradias.

Tiveram início no começo do século XIX, em diversos países, movi-

mentos por melhoria das condições sanitárias das cidades. Nesse período também se observou um rápido crescimento dos hospitais, além de esfor-ços para educar a população em matéria de saúde. Com a revolução industrial, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores se deteriorou. Na Grã-Bretanha, onde a revolução industrial e seus piores efeitos sobre a saúde dos trabalhadores foram experimentados, surgiu no século XIX um movi-mento por reformas sanitárias que levou ao estabelecimento de instituições de saúde pública.

Em 1832 o advogado Edwin Chadwick foi nomeado membro da comis-

são real encarregada, no Reino Unido, de pesquisar as condições de aplicação da Lei dos Pobres. Em 1842, publicou-se o famoso trabalho de Chadwick, The Sanitary Conditions of the Labouring Population of Great Britain (As condições sanitárias da população trabalhadora da Grã-Bretanha). Nessa obra, a estatística foi aplicada cientificamente na medição das condições socioeconômicas e sanitárias de uma apreciável parcela da população.

Realizaram-se nessa fase, com a ajuda da análise estatística, pesqui-

sas epidemiológicas rigorosas sobre algumas doenças, sem conhecimento dos respectivos agentes etiológicos. Na primeira metade do século XIX, John Snow descreveu a epidemia de cólera de Broad Street, em Londres -- demonstrando sua transmissão pela água de um poço que fora contamina-do durante a lavagem de roupa de uma criança infectada. William Budd demonstrou, também no Reino Unido, a transmissão de febre tifóide pelas dejeções e pela roupa de cama usada pelo doente. Peter Ludvig Panum estudou a epidemiologia do sarampo durante um surto ocorrido em 1846, na Dinamarca, e mostrou que as pessoas mais velhas não manifestaram a doença porque haviam adquirido resistência durante uma epidemia que grassara na ilha sessenta anos antes.

Século XX. Na virada do século XIX para o XX, o controle das doenças

endemoepidêmicas tendeu a tomar o lugar do saneamento do meio ambi-ente como a principal tarefa da saúde pública. O marco inicial dessa fase foi o ano de 1876, quando Robert Koch demonstrou a origem microbiana de uma doença humana. A atividade predominante dos serviços de saúde pública era o controle de doenças transmissíveis. Os dois maiores sanitaris-tas brasileiros, Osvaldo Cruz e Emílio Ribas, eram primordialmente bacteri-ologistas que chegaram à direção dos serviços de saúde pública com a missão precípua de controlar as epidemias que ocorriam no Rio de Janeiro e no estado de São Paulo.

Nessa fase identificaram-se os agentes etiológicos de grande número

de doenças infecciosas, com a ajuda de métodos de isolamento e caracte-rização de bactérias criados por Louis Pasteur, Ferdinand Julius Cohn e Robert Koch, entre outros. Pasteur estabeleceu os princípios da imunização

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ativa e passiva; Joseph Lister desenvolveu os conceitos da cirurgia anti-séptica; descobriram-se vetores e reservatórios de diversos microrganis-mos; e desapareceram as epidemias para as quais existiam métodos específicos de profilaxia.

Vencidas as primeiras doenças epidêmicas nos países desenvolvidos,

iniciou-se na segunda década do século XX uma fase da saúde pública voltada para a medicina preventiva. O marco da transição foi a criação da primeira escola de saúde pública do continente americano, a Escola de Higiene e Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, graças a uma doação da Fundação Rockefeller. As duas instituições exerceram marcada influência na organização dos serviços de saúde pública de várias regiões do mundo.

A prevenção de doenças e a promoção da saúde eram alcançadas por

meio de exames médicos periódicos, educação sanitária, melhoria do padrão alimentar, entre outras medidas. Receberam atenção especial as gestantes, os bebês e as crianças em idade escolar. Em alguns países, a assistência médica curativa prestada pelas unidades sanitárias locais se restringia ao tratamento da tuberculose, das doenças sexualmente trans-missíveis e da hanseníase, segundo sua prevalência.

Os resultados do combate a inúmeras doenças transmissíveis mostra-

ram êxitos espetaculares. A imunização antidiftérica das crianças foi inicia-da em Nova York em 1920. Daí até 1928, foram imunizados 500.000 meno-res. Em 1940, sessenta por cento dos pré-escolares foram protegidos. A mortalidade por difteria baixou de 785 habitantes por cem mil, em 1894, para 1,1 por cem mil, em 1940. Em New Haven, Estados Unidos, a mortali-dade por diarreia infantil, que era de 103 por cem mil em 1881, caiu para dez em cem mil em 1926. O combate eficaz ao transmissor resultou então no desaparecimento da febre amarela urbana de quase todas as cidades do mundo.

Da década de 1940 em diante, a saúde pública mostrou especial aten-

ção pelo bem-estar físico e mental da população. Após a segunda guerra mundial foi criada a United Nations Relief and Rehabilitation Administration (UNRRA, Administração das Nações Unidas para a Ajuda e Reabilitação), cujo objetivo era propiciar assistência social integral, inclusive médica, às populações devastadas pelo conflito. As atividades de assistência médica e de saúde pública tiveram então que ser diretamente cotejadas, em um escalonamento prioritário, com outras que também se relacionavam com a melhoria do padrão de vida, tais como reconstrução de fábricas, de moradi-as, distribuição de sementes, de implementos agrícolas e substituição de rebanhos.

Tendências atuais Na atualidade, prioriza-se o atendimento pré-natal como forma de me-

dicina preventiva, na esperança de controlar, por intermédio da educação das mães, a saúde física e psicológica da família e das futuras gerações. O atendimento pré-natal oferece à gestante ensinamentos sobre higiene pessoal, alimentação, exercício, danos produzidos à saúde pelo tabagismo, ingestão cautelosa de álcool e sobre os perigos do uso de drogas.

As preocupações da saúde pública também voltaram-se para distúrbios

como o câncer, as doenças cardiovasculares, as doenças pulmonares e outras. Comprova-se, cada vez mais, que essas doenças são causadas por fatores nocivos e presentes no meio ambiente no qual o homem está inse-rido, como a associação entre o tabagismo e certas doenças cardiovascula-res e pulmonares. Teoricamente, tais doenças podem ser prevenidas se o ambiente for alterado.

Algumas características sociais marcam certos aspectos da saúde pú-

blica nos dias atuais: (1) tendência à urbanização em todo o mundo; (2) aumento da vida média da população e seu consequente envelhecimento; (3) problemas médicos e socioeconômicos motivados pelo envelhecimento da população; (4) elevação sensível, em todos os países, da parcela de população que vive de salários; e (5) aumento acelerado do percentual de indivíduos que, embora não sejam indigentes, são incapazes de financiar o tratamento médico-cirúrgico de urgência ou clínico-hospitalar de doenças crônicas.

A saúde pública, nessa fase, ampliou seus objetivos e abrange hoje to-dos os problemas do binômio saúde-doença numa comunidade. Firmou-se também o trabalho de equipe multiprofissional, na qual, ao lado do médico -- clínico-geral ou especialista -- estão a enfermeira, o dentista, o engenheiro sanitarista, o veterinário de saúde pública, o educador de saúde, o farma-cêutico, o estatístico, o sociólogo ou antropólogo, o assistente social etc.

Países desenvolvidos. Entre os países desenvolvidos, as tendências

mais visíveis no final do século XX eram: a mudança de conceito de doença prevenível, que passou a incluir os tumores malignos, o reumatismo, as doenças cardiovasculares, outras doenças crônicas e degenerativas e até mesmo acidentes; a necessidade de criação de serviços especiais para a população idosa, entre as quais medidas de prevenção do envelhecimento precoce e de doenças crônicas e degenerativas, e outras destinadas a combater os problemas resultantes da solidão e da inatividade; a pesquisa de medidas para combater o surgimento de novas gerações de bactérias resistentes aos antibióticos tradicionalmente empregados contra elas, caso do bacilo de Koch, causador da tuberculose; o controle da AIDS; e uma crescente preocupação com a qualidade do meio ambiente, sobretudo com a contaminação do ar e da água por resíduos atômicos e poluentes quími-cos.

Países subdesenvolvidos. Depois de erradicada a varíola e a poliomieli-

te da maior parte do planeta, as agências de saúde pública dos países subdesenvolvidos começaram a enfrentar, no final do século XX, o desafio de controlar a disseminação de doenças transmissíveis como AIDS, hepati-te, cólera, dengue, raiva, hanseníase, tuberculose e a doença do sono. As doenças sexualmente transmissíveis, um antigo problema, e as causadas por parasitos, como a esquistossomose, também tiveram aumento de incidência. Para combater o problema da desnutrição, começaram a ser desenvolvidos suplementos alimentares ricos em vitaminas e proteínas e programas educacionais mais eficazes.

Agências de saúde. Cada país possui organizações para promover,

proteger e recuperar a saúde da população, classificadas em três tipos gerais, que podem ser combinados dois a dois ou mesmo os três: (1) hospitais, destinados à assistência médica a pacientes internados e a outros que podem frequentar ambulatórios; (2) serviços convencionais de saúde pública, geralmente estatais, com atividades mais voltadas para a prevenção de doenças transmissíveis e o exame médico periódico de crianças, adolescentes e gestantes; e (3) serviços de assistência médica com finalidade principalmente curativa e ambulatorial, destinados a um grupo de pessoas ou a uma comunidade.

Este último tipo, conforme o país, assume vários modos de organiza-

ção. Geralmente é acompanhado de seguro médico e afim, obrigatório ou facultativo, geral ou restrito a um grupo populacional. Pode ser oferecido pelo estado ou por particulares, geralmente por intermédio de grupos de médicos. Não está necessariamente associado à assistência hospitalar e deveria, obrigatoriamente, oferecer uma medicina integral.

Uma organização internacional de saúde criada em 1907, em Paris, foi

absorvida em 1948 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre as mais importantes funções da organização estão os serviços consultivos oferecidos aos governos por intermédio de seus quadros regionais. Escritó-rios regionais em vários países, tanto desenvolvidos quanto subdesenvolvi-dos, assim como representantes locais em diversos países subdesenvolvi-dos ajudam a OMS a manter contato com as necessidades e fontes de ajuda financeira. A OMS mantém estreita relação com outras agências das Nações Unidas, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNI-CEF) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

SEGMENTAÇÃO DE MERCADOS DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO

BRASIL Market shares in the Brazilian health sector/Luís Otávio Farias;

Clarice Melamed Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Ciências Sociais.

Fiocruz. Rua Leopoldo Bulhões 1480, 9º andar, Manguinhos, 21041-210, Rio de Janeiro RJ. [email protected]

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Introdução O presente artigo foi escrito com o objetivo de analisar a dimensão de

mercado supletivo de assistência à saúde no Brasil e o perfil dos seus segurados, destacando alguns elementos conceituais necessários à com-preensão das características do mercado, em sentido lato, quando se trata da produção de bens e serviços relacionados à saúde.

Os principais conceitos são apresentados em paralelo a um pequeno

levantamento de como coexistem o setor público e privado em saúde hoje entre os países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvi-mento Econômico (OCDE) – e alguns outros países não pertencentes a organização. Construímos um quadro básico de referências a partir dos modelos em vigor para, então, analisar a evolução recente da segmentação desse mercado no caso brasileiro dos anos 90.

Os dados do suplemento especial da Pnad-98 foram utilizados para ca-

racterizar a dimensão e o perfil dos beneficiários de planos privados de saúde no Brasil. Por meio de análise estatística exploratória pode-se res-ponder que função o setor privado de saúde tem cumprido no país, seja na perspectiva de complementação das atividades desempenhadas pelo SUS, seja dirigido à especialização de clientelas próprias. A análise dos dados permite, também, qualificar os segurados do setor supletivo, propiciando uma melhor compreensão dos elementos que asseguram a formação dessa clientela.

Características do setor saúde Arrow (1963), em trabalho considerado clássico sobre o assunto, define

que o objeto do estudo da saúde em termos macroeconômicos está relaci-onado à indústria de cuidados médicos; mais precisamente, refere-se ao complexo de serviços centrados no médico, grupos privados de atenção à saúde, hospitais e saúde pública.

Apesar de a definição deixar claro qual o espaço de mercado reserva-

do ao setor saúde strito sensu, reabre o debate sobre sua especificidade. Uma das principais características do mercado de serviços de saúde é de que parte dos bens aí produzidos são considerados bens públicos e/ ou meritórios.

Define-se bens públicos como aqueles que, em geral, o Estado deve

provê em função de suas externalidades, verificadas sempre que empresas ou pessoas impõem custos ou benefícios a outros, sem que estes recebam qualquer indenização ou efetuem o devido pagamento e assim não há interesse privado em fornecê-los. Já a definição de bens meritórios está associada a valores históricos, culturais e políticos partilhados por determi-nado grupo social ou até mesmo por uma nação, a partir dos quais coleti-vamente são estabelecidos fluxos de redistribuição de recursos entre diferentes estratos da sociedade. A história de estruturação dos estados de bem-estar social foi em grande parte alicerçada com base na necessidade de provisão, por parte dos governos, de serviços de educação, saúde, assistência social e outros, a maior parte deles, podendo enquadrar-se na categoria de bens meritórios.

Além das dificuldades de operacionalizar o equilíbrio entre oferta e pro-

cura visando à inclusão universal da população, a alocação de recursos no setor saúde envolve escolhas e dificuldades específicas e mais complexas. A alocação não pode ser baseada somente no custo-efetividade, que focaliza a eficiência, mas ignora a equidade. A incerteza associada ao risco financeiro potencial, gerado pela ocorrência de doenças graves, legitima a demanda por subsídios ou seguro público.

Seguros contra problemas de saúde apresentam características pró-

prias relacionadas a várias formas de falhas de mercado – market failures – (Arrow, 1985). Entre elas, pode-se citar risco moral (moral hazard), ou seja, situações nas quais o seguro social ou privado atua como um fundo de financiamento coletivo ao consumo de serviços de saúde, estimulando o consumo dos que pagam menos e que teriam menos acesso aos serviços, caso tivessem de pagá-los a partir de sua própria renda. Em decorrência, indivíduos que participam com igual contribuição no financiamento usufru-em de forma diferenciada dos serviços ofertados.

Quando várias seguradoras que atuam segundo as regras de mercado

maximizando lucro competem para vender planos, tende a ocorrer a sele-

ção adversa (adverse selection) e a seleção de risco (risk-selection). Ambas comprometem seriamente a eficiente operação dos mercados de seguro. O primeiro se refere à seleção de potenciais compradores que não interessa-ria às empresas terem como clientes. Fundamentalmente encontra-se associado ao perigo de incorporar como clientes indivíduos cujos tratamen-tos custarão mais do que em média a seguradora está disposta a financiar. Com o objetivo de protegerem-se da combinação de planos baratos e riscos potenciais altos, as seguradoras investem na seleção de risco: gastam mais em administração, criando barreiras à inscrição de indivíduos com potenciais problemas de saúde ou idosos.

A seleção adversa e o risco moral emergem em um contexto em que

consumidores e seguradoras possuem apenas informação incompleta, o que também acarreta falha de mercado à medida que é condição necessá-ria para competição perfeita que compradores e vendedores possuam informação completa. Uma dificuldade adicional corresponde à informação assimétrica (asymmetry information), isto é, informação disponível somente a um dos lados do mercado. Por exemplo, consumidores que conheçam seus riscos de saúde têm um incentivo para omiti-los das seguradoras para evitar mensalidades muito altas. As seguradoras, em contraste, geralmente conhecem mais sobre riscos médios e custos da assistência do que os consumidores; a ignorância dos consumidores nesses assuntos também pode conduzir à ineficiência.

Em resumo, como consequência dessas falhas de mercado, na ausên-

cia de regulação e existindo companhias seguradoras que atuam na forma de terceiro pagador, aqueles com condições crônicas ou altos riscos de saúde serão sub-segurados. Além disso, os custos administrativos serão mais elevados do que os necessários devido aos esforços das seguradoras de filtrar riscos e processar reclamações pelas quais nem o provedor nem o consumidor estão dispostos a se responsabilizar. É nesse sentido que o "mercado não funciona" na atenção à saúde. Contudo, essas falhas se detectam predominantemente no mercado de seguros de saúde, e não necessariamente no mercado de saúde como um todo.

O debate sobre o papel dos setores público e privado na saúde se or-

ganiza teoricamente em torno de como e em que profundidade ocorrem as falhas de mercado. Estas, como uma noção econômica, se referem a possíveis desencontros ou desequilíbrios entre o que o mercado oferta e o que consumidores racionais bem informados possam demandar.

No entanto, a concepção teórica está sujeita a exceções quando se tra-

ta de situações de pobreza, definida, neste caso, pela existência de pesso-as que não apresentam condições para pagar pelos mais simples serviços de saúde ou uma adequada parcela de seguro. Essas situações tornariam necessariamente mais amplas as funções do Estado. A falta de condições para acessar serviços médicos não é muito diferente de outros tipos de carência em relação às necessidades mais básicas que pode ser tecnica-mente compensadas por meio de transferências e subsídios em espécie ou suplementação de renda. Mais uma vez – o caso da saúde é excepcional – o risco de um grupo populacional necessitar de tratamentos de alto custo pode tornar mais eficiente o subsídio ao seguro do que a transferência de renda, no caso da ausência de serviços públicos com cobertura universal.

O papel do Estado Entre as agências internacionais, há um certo consenso quanto a um

papel genérico que o Estado deva desempenhar na área da saúde. Aceita-se a ideia de que os governos seriam responsáveis pela criação de institui-ções que financiem diretamente os serviços de saúde e a distribuição do risco. No entanto, a situação combinada em que o mercado e o governo atingem maior eficiência varia em função da forma como são financiadas essas instituições, assim como, em que circunstâncias se dá a provisão dos serviços. Situações extremadas são consideradas igualmente ineficientes, ou seja, a existência apenas de seguro privado ou a provisão pública exclu-siva de serviços. Não há um modelo que combine as duas formas conside-rado ótimo.

De uma maneira geral, o mercado privado traz para o setor a questão

da eficiência, enquanto o governo seria responsável por uma distribuição equitativa de bens de saúde essenciais. A forma de alocação de recursos está diretamente relacionada à efetividade de sua aplicação. Se o sistema é administrado pelo governo por meio de prestadores públicos e/ou privados,

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o orçamento é transferido a regiões ou programas de saúde específicos. No caso de serem utilizadas formas de seguro social ou privado, os recursos são alocados por tipos de serviços correspondentes a pacotes específicos de benefícios.

Há um relativo consenso sobre as atividades básicas a serem desem-

penhadas pelo Estado: (1) financiar e prover publicamente bens meritórios como educação para a saúde, imunização, atenção materno-infantil; (2) subsidiar a atenção primária e serviços hospitalares para os pobres; (3) estabelecer seguro nacional ou regional para o setor formal de trabalhado-res e suas famílias; (4) regular as falhas do mercado e monitorar sua per-formance; (5) educar o público para que esteja informado sobre os serviços de saúde.

O mix público e privado Em grande parte dos casos, é a forma como o Estado está organizado

para produzir os serviços de saúde que dá os contornos e a dimensão do setor privado. Este tende a emergir quando ocorre uma percepção coletiva de que o sistema público oferece serviços de baixa qualidade, não permite possibilidade de escolha do provedor ou por cobrir apenas alguns tipos de serviços. Em geral, o papel do seguro privado pode ser de três tipos:

1) cobertura de indivíduos que são inelegíveis ao seguro público. Neste caso, o principal exemplo são os EUA onde apenas uma parte da população é elegível (idosos e pobres);

2) cobertura de indivíduos que optam por retirar-se do programa de seguro público universal, por exemplo, a Alemanha;

3) cobertura suplementar de serviços coexistindo com um sistema público universal, por exemplo, Reino Unido e Brasil.

No caso dos países da OCDE, o espectro de combinações possíveis

que trata do financiamento da saúde e tipos de prestadores aparece no quadro 1.

De forma geral, a adesão ao seguro privado nesse grupo de países,

com exceção dos EUA, cumpre a função de complementar o sistema público de saúde, oscilando a cobertura da população entre 45% na Austrá-lia e 9% no Reino Unido (Chollet & Lewis, 1997). Seu formato varia de país a país, incluindo serviços especializados não cobertos pelo setor público, taxas extras de consultas e hospitalização que excedem o pagamento efetuado através de credenciamento público, ou indivíduos que optem por estar fora do sistema público, como é o caso da Alemanha.

O seguro privado de saúde raramente é a principal fonte de financia-mento dos serviços no setor. Atua como sistema suplementar, crescendo em consequência da cobertura de segmentos não incluídos pelo seguro social ou pacote básico de benefícios. Em outros casos atua adicionalmen-te aos serviços financiados pelo sistema público existente. Nesses países, os planos de seguro privado com frequência excluem doenças crônicas ou as que exigem tratamentos prolongados e custosos; apresentam baixo teto de benefícios (em termos de número de dias de hospitalização ou dispêndio total).

Entre os países mais pobres, que não pertencem à OCDE, o percentu-al médio de adesão da população ao seguro privado é muito baixo, em torno de 15%. Chile (27%) e Brasil (25%) encontram-se acima da média (Chollet & Lewis, 1997).

Como foi observado até aqui, o Brasil apresenta uma posição peculiar no que se refere à oferta combinada de serviços públicos e privados em

saúde. A partir de 1990, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi tornada oficial a proposta de cobertura pública universal e integral. Paralelamente, em processo iniciado na década anterior, o setor supletivo cresce tornando-se autônomo do financiamento estatal e atingindo uma fatia de mercado bastante superior a que se constata, quer seja em países da OECD ou no grupo de países mais pobres.

No caso brasileiro, a emergência do setor supletivo passa a chamar

atenção a partir da primeira metade da década de 1980, em função da trajetória crescente de sua magnitude e, no início da década atual parece ter encontrado o ponto de estabilização, abarcando em sua clientela algo em torno de 1/4 da população brasileira. Nas seções que se seguem, após breve histórico, serão utilizados os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio de 1998 (Pnad) com o objetivo de produzir evidências a respeito da segmentação do setor no caso brasileiro, assim como explicar o significado de sua expansão mais recente.

O setor supletivo de assistência à saúde no Brasil: breve histórico Desde a década de 1960, já era possível observar no Brasil a formação

de empresas médicas com características similares às do atual setor suple-tivo de assistência à saúde. Porém, até o final da década de 1970, essas empresas possuíam uma clientela ainda pequena e mantinham alto grau de dependência em relação ao sistema público, estando fortemente integradas ao modelo de assistência médico-previdenciária então vigente. No 1º Con-gresso Brasileiro de Medicina de Grupo, realizado em 1978, o centro dos debates foi o fortalecimento da parceria entre as empresas médicas e o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps). Alguns números apresentados naquele congresso são bastante ilustrativos; por exemplo: naquele ano, dos 7,6 milhões de beneficiários das empresas de medicina de grupo, 4,8 milhões (61%) eram oriundos de convênios-empresa intermediados pelo Inamps.

Esses convênios, como descreve Teixeira (1989), eram estabelecidos

em três instituições: uma empresa ou indústria X, a Previdência Social e a empresa médica. A empresa médica receberia da Previdência um valor global pelo convênio (calculado com base no número de funcionários da empresa X) passando inicialmente a ser responsável integral pelo atendi-mento médico desse grupo de segurados. Em uma outra forma de organi-zação desses convênios, o empregador contratava e pagava diretamente uma empresa médica, a qual ficava responsável pela assistência à saúde de seus funcionários e dependentes, cabendo à Previdência o ressarcimen-to de uma dada quantia ao empregador, baseada no número de funcioná-rios da empresa.

No início da década de 1980, o sistema médico-previdenciário de assis-

tência à saúde, baseado na mútua dependência dos setores público e privado, mostrava sinais de esgotamento. A inoperância dos serviços prestados à população denunciava o seu fracasso. A escassez dos recur-sos estatais no quadro de recessão econômica do início dos anos 80, faz com que o setor privado encontre dificuldades para dar continuidade ao seu processo de acumulação, uma vez que diminuía a capacidade de absorção de sua produção por parte do Estado, seu principal comprador. A manuten-ção da interdependência dos setores público e privado como fundamento da estratégia de reprodução de ambos era, aparentemente, um empecilho à tentativa de superação da crise instalada (Farias, 1999).

Esse contexto setorial, aliado às pressões políticas decorrentes do pro-

cesso de redemocratização, criaria o ambiente propício ao desenvolvimento de propostas de reforma do sistema público de saúde, as quais conduziriam à universalização setor.

As empresas do setor supletivo, seguindo uma estratégia de autonomi-

zação, passaram a estabelecer relações diretas de venda de seus serviços às empresas dos setores mais dinâmicos da economia e a consumidores individuais que quisessem e pudessem contratar seus serviços. Essas empresas do setor supletivo, organizadas em diferentes modalidades (Cooperativas, Medicina de Grupo, Autogestão e Seguradoras), passaram então a absorver um grande número de profissionais de saúde, clínicas e hospitais do setor privado, alterando-se o quadro a que esses prestadores encontravam-se submetidos, deixando o Estado de ser o comprador quase exclusivo de tais serviços. Em função disso, observa-se que no final da década passada, 91% dos estabelecimentos de saúde privados utilizavam-

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se de planos de saúde no financiamento de suas atividades, e apenas 31% prestavam serviços ao SUS, conforme revela a exploração dos dados da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária realizada em 1999 (www.datasus.gov.br). Por certo, esta realidade comporta formas bastante variadas de vínculo ou relacionamento entre as empresas operadoras dos planos, estabelecimentos e profissionais de saúde, contudo não seria apropriado discuti-las aqui.

Imagina-se que a queda da qualidade na prestação dos serviços públi-

cos de saúde durante a década de 1980 tenha contribuído de forma impor-tante para o crescimento do potencial de expansão das empresas do setor supletivo, que passaram a estabelecer relações diretas com as empresas contratantes. Faveret e Oliveira (1990), assim como Médici (1991), argu-mentam que naquele período o processo de expansão da clientela no sistema público de saúde não foi acompanhado de um proporcional aumen-to dos recursos, fato que teria deteriorado ainda mais o sistema, impondo uma forçosa racionalização dos serviços com reflexos negativos sob sua qualidade e acessibilidade. Essa linha de argumentação, embora consisten-te, não esgota as possibilidades de explicação do crescimento do setor supletivo. Deve-se considerar, também, a participação ativa das operadoras de planos e dos estabelecimentos de saúde na reestruturação da oferta no segmento do mercado de assistência à saúde.

Bahia (2001) assinala que na primeira metade da década de 1980, a

quantidade de clientes de planos de saúde já se tornava expressiva, conta-bilizando 15 milhões de segurados segundo os registros da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e da Federação das Unimed’s (não contabilizados os clientes de planos de entidades fechadas do tipo autogestão). Para a autora, já naquela década as empresas de planos de saúde consolidam-se como alternativas assistenciais para os trabalhadores especializados da região Sudeste.

Sob o ponto de vista patronal – grupo de suma importância em todo

esse processo – pode-se argumentar que o retorno das despesas com a contratação de planos de saúde para seus funcionários seria dado pela queda do absenteísmo, do maior controle sobre a força de trabalho e maior valorização do vínculo com a empresa por parte dos trabalhadores, o que resultaria em possíveis ganhos de produtividade. Obviamente, essas em-presas contratantes agiam, também, sob pressão exercida pelas entidades sindicais, que passavam a demandar nas suas pautas de reivindicação a oferta de "plano de saúde" pelo empregador.

Em meados da década de 1990, o tema da regulamentação do setor

supletivo da saúde penetra a agenda política mobilizando, de forma intensa, o conjunto de atores direta ou indiretamente envolvidos na produção, comercialização e consumo desses serviços de saúde. Àquela época, a dimensão alcançada por esse mercado já ultrapassava os 30 milhões de beneficiários. Questões relativas à solvência das empresas operadoras dos planos e seguros e, principalmente, problemas relacionados aos direitos dos consumidores/beneficiários tornavam-se cada vez mais notórios, ga-nhando atenção crescente nos meios de comunicação e retroalimentando a discussão e mobilização dos atores envolvidos.

O debate sobre a regulamentação do setor supletivo foi marcado pela

dificuldade de consenso frente aos de interesses conflitantes. Pode-se identificar alguns atores importantes na década de 1990: entidades de defesa dos consumidores (IDEC, Procon, etc), Ministério Público, Ministério da Saúde, Ministério da Fazenda, Poder Legislativo, entidades de represen-tação das empresas do setor supletivo (Abramge, Fenaseg, Confederação das Unimed’s do Brasil, Ciefas, Abraspe), entidades de representação de médicos (Associação Médica Brasileira – AMB; Conselhos Federal e Regi-onal de Medicina) e dos hospitais (Federação Brasileira de Hospitais – FBH). Operadoras de planos de saúde, provedores e beneficiários busca-vam maximizar ganhos e minimizar perdas. A partir de 1998 o Estado inicia o processo de regulamentação do setor, por meio da lei n. 9.656/98, da medida provisória n. 1.976 e da instituição da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano 2000.

Inicialmente, a legislação previa que os contratos de todos os benefici-

ários deveriam obrigatoriamente se adequar às novas determinações, entretanto, esta cláusula foi revogada na reedição da medida provisória n. 1.976 (Figueiredo et al., 2001). Dessa forma, ficou determinado que cada

empresa operadora de planos deveria oferecer ao beneficiário a opção de aderir a um novo contrato que incorporasse os benefícios assistenciais agregados pela legislação, devendo a oferta ser reiterada anualmente.

A ampliação de coberturas e o estabelecimento de parâmetros mínimos

na composição dos produtos comercializados fazem com que os planos formatados, segundo à regulamentação, apresentem custos e preços mais elevados do que os planos formatados e vendidos antes da vigência da lei 9.656/98. Este fato levou a maior parte dos beneficiários a não aderir aos novos contratos ofertados. Em entrevista realizada pelos autores, em dezembro de 2002, com o diretor técnico de uma das maiores empresas de Medicina de Grupo no Brasil, este declarou que a regulamentação provocou uma elevação de preços entre 7% e 40% no valor de mensalidades de planos oferecidos pela operadoras, dependendo do perfil dos produtos que estas já comercializavam. Nesse cenário setorial e, em consonância com as orientações gerais do processo de reforma do estado no Brasil, foi criada no ano 2000 a Agência Nacional de Saúde.

Contudo, apesar dos esforços dirigidos à regulamentação estatal dos

planos de saúde, em 2000 grande parte dos usuários ainda não estava protegida pela nova legislação. Setenta por cento dos beneficiários de planos de saúde mantinham contratos firmados no período anterior à pro-mulgação da lei 9.656/98, segundo informações fornecida pelo entrevista-do, e confirmadas pela apresentação de planilhas de dados da ANS.

A clientela do setor suplementar em saúde no Brasil Demonstraremos a seguir, por meio da exploração e análise dos dados

da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1998 (Pnad/IBGE), que o processo de reestruturação do mercado de assistência apoiou-se numa segmentação, na qual coube ao setor supletivo abarcar uma parcela subs-tancial da clientela remanescente do antigo sistema de assistência médico-previdenciária, ou seja, trabalhadores situados no mercado formal de trabalho. É nesse grupo, particularmente, em seus estratos médios e supe-riores que as operadoras de planos de saúde concentram sua clientela.

Os resultados consolidados relativos ao suplemento Acesso e utiliza-

ção dos serviços de saúde da Pnad 1998 foram publicados em 2000 (IBGE, 2000), entretanto, análises mais detalhadas, como as que aqui serão apre-sentadas, exigem que as informações sejam trabalhadas a partir dos mi-crodados da pesquisa, ou seja, do banco de dados desagregado. A mani-pulação direta do banco de dados permitiu preencher algumas lacunas de informação existentes na referida publicação, aprofundando assim o conhe-cimento sobre os usuários de planos de saúde e, indiretamente, sobre o mercado da assistência supletiva à saúde no Brasil.

A Pnad confirma a estimativa já citada na primeira parte deste texto,

segundo a qual 1/4 da população brasileira estaria coberto pelo setor suplementar na saúde. Na pesquisa executada pelo IBGE, estima-se que 24,5% dos brasileiros possuíam planos de saúde em 1998. A análise que se segue permite qualificar esse grupo populacional, identificando tanto as características que o distingue do restante da população, quanto os ele-mentos que lhe proporcionam uma significativa heterogeneidade interna.

A análise dos dados está organizada a partir dos seguintes eixos: a)

caracterização das modalidades de adesão ao sistema suplementar, se-gundo a presença ou ausência de intermediação patronal na vinculação segurado/operadora; b) caracterização dos segurados quanto à posição no mercado de trabalho; c) caracterização dos segurados a partir da renda familiar per capita; d) distribuição da população coberta por planos de saúde segundo as regiões do país, relacionando-a aos eixos de análise anteriormente explorados; e) por fim, uma sucinta exploração do consumo de consultas e internações hospitalares na população segurada por planos de saúde e na população SUS-dependente.

Modalidades de adesão ao sistema supletivo de saúde Distinguiremos duas modalidades de adesão ao sistema supletivo de

saúde, utilizando como critério de demarcação o fato de o beneficiário titular do plano de saúde contar, ou não, com a participação do seu empregador no pagamento das mensalidades do mesmo. Às duas modalidades de adesão correspondem distintos segmentos da clientela das operadoras de planos de saúde. Farias (1999, 2001) refere-se a essas modalidades utili-zando os termos "adesão compulsória" e "adesão voluntária", tomando a

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primeira como aquela derivada do vínculo empregatício, e a segunda como aquela que se caracteriza pela ação privada do sujeito, que de forma livre e direta contrata no mercado o serviço de uma determinada operadora.

De forma mais ou menos similar, a distinção entre segmentos da clien-tela também aparece por meio da classificação entre "seguro/ contrato coletivo" ou "seguro/contrato individual". Na linguagem do senso comum, os próprios usuários de planos de saúde tendem a utilizar os termos "plano do emprego" e "plano particular", demarcando igualmente distintas modalida-des de adesão. Cada uma dessas tipologias presta-se a usos específicos. A primeira, adequa-se a uma certa interpretação socioantropológica; a segunda é apropriada a algumas análises econômicas, jurídicas e, princi-palmente, atuariais; a terceira, mais simples, direta, e facilmente compreen-sível, constitui a forma corrente pela qual se assinala, na linguagem cotidia-na, as diferentes formas de adesão. As três tipologias não se sobrepõem de forma perfeita, visto que nem sempre a presença do empregador como ente intermediário da adesão a um plano de saúde configura a existência de um "seguro/contrato coletivo". Tanto é possível a existência de um contrato coletivo sem a presença do empregador (através de associações, por exemplo), como um seguro individual pode ser custeado pelo empregador (fato corriqueiro quando o empregador é uma microempresa).

Os dados disponíveis não permitem mensurar a proporção de benefici-ários segundo as modalidades de contrato individual ou coletivo, mas apenas segundo a presença ou ausência de intermediação do empregador. Para sermos mais fiéis à informação contida nos dados da Pnad, utilizare-mos doravante os termos "plano pelo emprego" e "plano particular".

Verifica-se que entre os segurados de planos de saúde, 65% integram arranjos intermediados pelo vínculo empregatício (plano pelo emprego), enquanto 35% contratam diretamente seus planos, e os pagam mediante desembolso próprio. A preponderância dos planos intermediados por em-pregadores, por si só, já constitui uma evidência de que a clientela do setor supletivo corresponde, em grande medida, àquela que outrora fora a clien-tela dos sistemas de assistência médico-previdenciários.

Na aplicação do questionário da Pnad a pergunta Quem paga a men-salidade deste plano de saúde? (Variável V1332) era realizada apenas para a pessoa titular do plano. Essa questão possuía oito opções de resposta: 1) somente o empregador do titular; 2) o titular, através do trabalho atual; 3) o titular, através do trabalho anterior; 4) o titular, diretamente ao plano; 5) outro morador do domicílio; 6) pessoa não moradora do domicílio; 7) outro tipo; 8) ignorado. As opções 1, 2 e 3 foram agregadas como "plano pelo emprego", ao passo que as opções 4, 5, 6 e 7 foram agregadas como "plano particular".

Para que pudéssemos saber, para o conjunto dos segurados (titulares + dependentes), qual a proporção dos que se beneficiavam de planos intermediados por empregadores e daqueles que possuíam plano particu-lar, foi necessário imputar aos dependentes, na variável acima citada, a mesma resposta declarada pelo seu respectivo titular. Essa informação também poderia ser obtida utilizando-se para cálculo a média do número de dependentes de cada titular, entretanto a imputação apresenta vantagens na medida em que permite incluir os dependentes em posteriores cruza-mentos da variável V1332.

Como se vê na tabela 1, a grande maioria dos segurados adere ao sis-tema suplementar de saúde através de arranjos derivados do vínculo empregatício. Porém, isso não significa que essas pessoas estejam isentas de participação no pagamento das mensalidades, ao contrário, apenas 22% dos titulares com plano pelo emprego declararam que a mensalidade era paga integralmente pelo empregador. Embora os planos pelo emprego sejam majoritários, a proporção de planos particulares (desembolso próprio) é bastante expressiva. Esse segmento de segurados representava 8,5% da população brasileira em 1998.

Também merece destaque a expressiva participação de segurados vin-culados a instituições de assistência a servidores públicos. Tal informação foi capturada pela seguinte pergunta, feita aos indivíduos que já haviam declarado possuir plano: Este plano de saúde é de instituição de assistên-cia de servidor público (federal, estadual ou municipal)? (Variável V1326). Entre as pessoas que declaram ter plano de saúde, 25% afirmaram que o plano era de alguma instituição de assistência a servidor público. Essas instituições são responsáveis pela assistência de 35,6% dos indivíduos que possuem planos pelo emprego.

Características de trabalho dos segurados Cruzando-se a variável ramos da atividade econômica no trabalho prin-

cipal do ano (V4716) com a variável Quem paga a mensalidade deste plano de saúde? constata-se que entre os titulares com plano pelo emprego 23,6% trabalham na indústria de transformação; 20,7%, no ramo social (composto por serviços comunitários e sociais; serviços médicos, odontoló-gicos e veterinários; ensino) e 15,2%, na administração pública. Quanto à posição da ocupação no trabalho principal do ano (variável V4715), 86,9% desses titulares são trabalhadores com carteira assinada ou funcionários públicos estatutários.

Já o grupo formado pelos titulares com plano particular apresenta uma

estrutura bastante distinta em relação ao grupo anteriormente analisado. Sua distribuição pelos ramos da atividade econômica revela que a maior concentração encontra-se no comércio de mercadorias com 20,6%, seguido do ramo social com 17,8% e da prestação de serviços com 15,6%. Em relação à posição da ocupação, apenas 40,1% declararam ser trabalhado-res com carteira assinada ou funcionários públicos estatutários. Os traba-lhadores por conta-própria representam 24,7%, seguidos do segmento formado pelos empregadores com 19%. Ressalte-se que as características de trabalho expressas nas variáveis V4715 e V4716 são perguntadas apenas para as pessoas de 10 anos ou mais de idade (Tabela 2).

Quando cruzamos a variável posição na ocupação com a variável pos-

sui plano de saúde? verificamos que os grupos com maior incidência de segurados (titulares ou dependentes) são os militares com 70,9%, os funcionários públicos com 66,6%, os empregadores com 48% e os empre-gados com carteira com 39,2%.

Características de renda dos segurados Para a elaboração das análises que se seguem criamos a variável ren-

da mensal familiar per capita, dividindo a variável valor do rendimento mensal familiar exclusive agregados (V4726) pela variável número de componentes da família exclusive agregados (V4725). A partir da nova variável foi criada uma outra, denominada estrato de renda, a qual classifica os indivíduos em três grupos, a dizer: os 10% mais ricos; os 40% mais pobres; os 50% da faixa intermediária. Esses três estratos foram adotados por serem utilizados em vários estudos sobre pobreza e desigualdade no Brasil. Com isso acreditamos que tais informações possam ser mais facil-mente utilizadas por estudos que se dediquem especificamente à análise das desigualdades em geral e, em particular, das desigualdades em saúde.

Primeiramente, é necessário dizer que a média aferida pela Pnad para

a renda mensal familiar per capita no ano de 1998 foi de R$254,00. Ter

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ciência desse valor é importante na medida em que ele nos serve de parâ-metro em relação à renda dos grupos particulares que estão sendo analisa-dos.

Comparando os indivíduos que possuem planos de saúde com aqueles

que não possuem, observa-se que para o primeiro grupo o valor médio da renda familiar per capita é de R$569,34, enquanto para o segundo grupo, no qual encontra-se 3/4 da população, a renda é de apenas R$153,07. Essa diferença é bastante ilustrativa da distância social e econômica que separa os grupos e corrobora as análises que identificam as classes média e alta como segmentos que utilizam serviços do setor suplementar, em contraste com a utilização do Sistema Único de Saúde pelos segmentos de menor renda. Nesse ponto interessa destacar, sobretudo, a distância que separa os rendimentos desses grupos, mas para que se tenha ao menos uma vaga referência do que os valores representavam em termos reais registre-se que o salário mínimo em 1998 era de R$130,00.

Analisando exclusivamente os segurados do setor suplementar tam-

bém encontramos expressivas diferenças de renda quando comparamos o grupo que possui plano pelo emprego com o grupo que possui plano parti-cular. Para o primeiro, o valor médio da renda mensal familiar per capita é de R$498,19 e para o segundo alcança o valor de R$736,02, equivalente a quase cinco vezes o valor médio aferido entre os indivíduos que não pos-suem seguro saúde. De uma maneira geral pode-se afirmar que a adesão ao seguro saúde através de desembolso próprio é uma prática pouco viável para segmento de menor renda. Indivíduos de renda baixa que aderem individualmente ao seguro saúde constituem um percentual residual e, como demonstrado por Farias (2001), tais adesões, quando ocorrem, frequentemente mobilizam estratégias familiares voltadas para a proteção de membros cujo estado de saúde seja considerado vulnerável.

Utilizando a variável estrato de renda – variável criada pelos autores –,

foi possível descobrir que entre as pessoas que compõem o segmento dos quarenta por cento mais pobres apenas 5,1% possuem seguro saúde, seja este particular ou pelo emprego. Em contraste, no grupo formado pelos dez por cento mais ricos, 74% dos indivíduos possuem seguro saúde.

Distribuição regional dos segurados A distribuição dos segurados do setor suplementar na saúde pelas re-

giões do país revela grandes desigualdades no acesso/consumo a esse tipo de serviço, quando compara-se os diferentes espaços do território nacional. Observa-se, entre outras questões, a tradicional dicotomia entre o Sudeste e o Nordeste, que se apresentam como pólos opostos no que se refere à cobertura populacional do seguro saúde.

O Sudeste é a região onde se encontra o maior contingente de usuá-

rios de planos de saúde, concentrando 59,6% do total de segurados no país. Essa concentração deve-se tanto ao fato ser o Sudeste a região mais populosa, quanto ao elevado nível de cobertura populacional do setor supletivo nessa região. No Sudeste, 1 em cada 3 habitantes possui plano de saúde, ao passo que no Nordeste essa relação é de 1 em cada 8. A tabela 3 apresenta uma síntese das diferenças regionais mencionadas.

A região é uma unidade de análise capaz de revelar expressivas desi-

gualdades, seja no tema em questão como em vários outros. No entanto, é importante destacar que a realidade intra-regional está longe de ser homo-gênea. Se por um lado as unidades da federação que compõem uma região tendem a apresentar características similares, não é menos verdade que também guardam particularidades importantes. Para exemplificar a força com que as desigualdades podem se fazer presentes no interior da própria região é válido mencionar alguns dados relativos à proporção da cobertura dos planos de saúde segundo as unidades da federação (Tabela 4).

Os dados apresentados nas três últimas colunas da tabela 3 sugerem

que a proporção da população coberta por planos de saúde por região está associada à variação observada nas variáveis pertinentes à configuração do mercado de trabalho e à renda nessas mesmas regiões. Para verificar de forma mais consistente tal associação, efetuou-se a análise a partir das Unidades da Federação, utilizando-se as variáveis: percentual da popula-ção coberta por seguro saúde na UF; percentual de empregados com carteira na população ocupada na UF; valor médio da renda mensal familiar per capita na UF. A matriz de correlações (Tabela 5) confirma uma forte associação entre as variáveis e o gráfico da análise de regressão demonstra também a existência de linearidade nessa associação (Figura 1). Foi possível assim, construir um modelo no qual a cobertura populacio-nal dos planos é variável dependente da dimensão do mercado formal de trabalho. Excluiu-se do modelo a variável renda pois, do ponto de vista teórico, pode-se considerá-la, também, dependente em relação ao mercado de trabalho.

Segmentação do mercado e desigualdades no consumo de servi-

ços assistenciais No caso brasileiro, a segmentação de mercados implica distintos pa-

drões de consumo dos serviços médico-assistenciais pelas respectivas clientelas. Quando analisada a utilização dos serviços na forma de consulta

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médica, conclui-se que indivíduos que possuem plano apresentam indica-dor per capita de consultas/ano quase duas vezes mais que aqueles que não possuem seguro. Da mesma forma, quando observa-se, nos diferentes grupos, o percentual de indivíduos que declaram ter tido alguma internação hospitalar nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa, verifica-se que também nesse item a população não coberta por planos de saúde apresen-ta menor consumo/utilização (Tabela 6).

Um assunto recorrente nas discussões sobre a segmentação de mer-

cado na assistência à saúde diz respeito à frequência com que segurados do setor supletivo utilizam os serviços do SUS e ao tipo de servi-ço/procedimento consumido por esses indivíduos quando recorrem ao sistema público de saúde.

A análise dos dados procurou dimensionar a utilização de internações

no SUS pelos segurados do setor supletivo, contribuindo para que se responda, ao menos em parte, à questão anteriormente apontada. Verifi-cou-se que entre os indivíduos que possuem plano de saúde, e tiveram alguma internação nos 12 meses anteriores à pesquisa, 14% declararam que a última internação fora realizada através do SUS. Vale destacar que, para os segurados situados no estrato de renda correspondente aos 40% mais pobres, esse percentual alcança 33,7% ao passo que entre os 10% mais ricos atinge apenas 5,7%. O fato indica que os usuários do primeiro grupo provavelmente possuíam planos mais restritivos, principalmente se considerarmos que, no período investigado pela Pnad, os pacotes mínimos de serviços que deveriam ser ofertados nos produtos comercializados pelas empresas operadoras de planos ainda eram alvo de contestações, e o processo de regulação vivia um momento embrionário.

Embora a utilização de internações SUS pelos beneficiários de planos

não possa ser considerada residual, nota-se que a utilização da rede hospi-talar vinculada às empresas operadoras é absolutamente majoritária entre os segurados. Considerando todos os indivíduos que declaram ter tido internação no SUS, os segurados do setor supletivo representavam 6,3%. É plausível supor que, em decorrência da regulamentação que, entre outras medidas, estabelece padrões mínimos de cobertura para os produtos comercializados, a utilização de internações SUS por segurados do setor supletivo tenha diminuído nos últimos anos.

Conclusão Este estudo mostra a particularidade do caso brasileiro em relação à

forma como interagem no mercado o setor público e privado em saúde. Como foi visto, em países desenvolvidos, com exceção dos EUA, o setor privado desempenha uma função complementar aos sistemas públicos atuando em faixas muito específicas e correspondendo a exigências de consumo de setores de altas rendas.

Procurou-se também apresentar as principais falhas de mercado rela-

tadas pela literatura, no campo da economia da saúde, tais como: risco moral, seleção adversa e seleção de risco. Na ausência de uma ação regulatória do Estado, essas falhas se transformam em graves entraves ao acesso à assistência, principalmente em países onde o seguro privado torna-se responsável pela cobertura de uma ampla parcela da população.

Sob o ponto de vista dos sistemas de assistência à saúde, os dados

permitem afirmar que o mercado brasileiro encontra-se claramente segmen-tado – os sub-sistemas público e privado apresentando clientelas quase exclusivas, determinadas por características de trabalho e renda. Esta conclusão está amparada na evidência demonstrada pela forte associação das variáveis de renda familiar per capita e posição no mercado de traba-lho, com a variável que registra a magnitude do setor supletivo. A matriz de correlações e o resultado da análise de regressão constituem boas indica-ções para a comprovação desse fenômeno. Igualmente, os dados sobre o

perfil de consumo das distintas clientelas corroboram o argumento da segmentação do mercado.

Não obstante, fundamental destacar a importância do SUS como pro-

vedor de serviços para 3/4 da população brasileira, lembrando que estrato de renda formado pelos 40% mais pobres, apenas 5,1% dos indivíduos possuem plano de saúde. Em todas as regiões do país o sistema público é majoritário, em especial, nas regiões Norte e Nordeste onde o setor suple-mentar ainda é pouco desenvolvido, devido às condições socioeconômicas locais.

Há várias indagações frequentes para as quais os dados disponíveis

ainda não permitem respostas adequadas, como por exemplo, o grau de qualidade e resolubilidade dos segmentos público e privado. Contudo, a Pnad oferece ampla margem de possibilidades de análises acerca de características socioeconômicas dos segurados no setor suplementar em saúde, além de possibilitar estudos variados a respeito do acesso e utiliza-ção de serviços de saúde por parte da população em geral.

REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DO ENFERMEIRO EM SAÚDE

COLETIVA Maria Alves Barbosa; Marcelo Medeiros; Marinésia Aparecida do Pra-

do; Maria Márcia Bachion; Virgínia Visconde Brasil Introdução: Esta pesquisa teve sua origem em um projeto mais amplo denominado

CIPESC (Classificação das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva) da ABEn (Associação Brasileira de Enfermagem) e foi desenvolvido no módulo Centro-Oeste, na cidade de Goiânia, Goiás, mais especificamente no Distrito Sul de Saúde. O projeto CIPESC teve como finalidade central elaborar um inventário de atividades desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem, que permitiram o reconhecimento das suas práticas e a análise crítica de sua relação com as demais práticas existentes na produ-ção de serviços do setor saúde.

A Enfermagem é uma profissão que possui significativo contingente de

profissionais atuando em diversos lugares e desenvolvendo as mais varia-das funções dentro da área da saúde. A atuação da Enfermagem no con-texto brasileiro acontece na maioria das vezes sem que as pessoas perce-bam o que realmente esses profissionais desenvolvem e qual é o seu potencial para a implantação, manutenção e desenvolvimento de políticas de saúde tanto em nível curativo quanto preventivo. Não se pode negar que a Enfermagem é o eixo principal para suportar qualquer política de saúde que tenha como objetivo uma assistência de qualidade.

No âmbito da saúde coletiva, alguns estudos têm identificado predomí-

nio de ações de caráter individual, principalmente de apoio ao atendimento médico (ALMEIDA et al, 1991). Frente ao quadro de saúde da cidade de Goiânia, observa-se que as práticas de enfermagem estão se adequando gradualmente às transformações dos perfis epidemiológicos e às propostas de reorganização do sistema de saúde. Segundo Barbosa et al (1999, p.106) “os profissionais de enfermagem encontram emprego na rede priva-da, mas, também, numa rede pública em expansão tanto em nível munici-pal quanto em nível estadual”. No entanto, os mesmos autores apontam que “para fazer frente à demanda da população, o Estado e o Município contam com um efetivo de estabelecimentos de saúde e profissionais de saúde ainda insuficiente (BARBOSA et al 1999)”.

No Art. 1º do capítulo I do Código de Ética dos profissionais de enfer-

magem consta que: “a Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais” (BRASIL, 1995). Todavia, existem campos de atuação que não estão sendo ocupados pela Enfermagem de Goiás (MEDEIROS et al, 1999). Estudos recentes apontam para a dimensão do trabalho da Enfer-magem nos atendimentos em saúde coletiva. Entretanto não se conhece a percepção de gerentes, usuários e gestores de serviços de saúde, sobre a importância do trabalho da Enfermagem nas unidades de saúde em Goiâ-nia.

Segundo (EGRY et al, 1999; p. 150), “para a criação de novas práticas

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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 44

é preciso repensar os processos de trabalho em saúde, na sua totalidade dinâmica; particularmente, o estudo dos instrumentos de trabalho, empre-gado pelos enfermeiros em suas práticas proporcionaria informações pertinentes para análise de sua adequação ao objeto e a sua finalidade”.

Neste sentido, BERTOLOZZI et al (1999) afirmam que ainda existe um

grande caminho a ser percorrido pelas enfermeiras, em conjunto com os demais trabalhadores da saúde, para a consecução da saúde, conforme preconiza a Constituição Brasileira. As formas com que as sociedades identificam e explicam seus problemas de saúde, bem como o modo como se organizam para enfrentá-los variam historicamente e dependem de determinantes estruturais, econômicos, políticos e ideológicos (PAIM, 1992). Logicamente estes diferentes modos de viver e adoecer da popula-ção nas regiões brasileiras, aliados à dimensão territorial do país e à diver-sidade sócio-econômica e cultural aponta para a ocorrência de diferentes práticas de saúde e de enfermagem.

Deste modo, apreender as percepções dos gestores, gerentes e usuá-

rios é uma forma de se conhecer o que vem sendo esperado e realizado pela equipe de enfermagem. Considera-se este estudo de fundamental importância, à medida que contribui para a reestruturação dos serviços e, consequentemente, para a melhoria da qualidade da assistência prestada em saúde coletiva.

O Distrito Sanitário Sul, escolhido para realização deste estudo, é o se-

gundo maior Distrito de Goiânia e nele se concentra a maioria das institui-ções de saúde pública do município onde são desenvolvidas práticas diferenciadas de saúde. Comportam uma diversidade de serviços integra-dos à rede pública, entre eles, CIAMS (Centro Integrado de Assistência Médica de Saúde), CAIS (Centro de Assistência Integral a Saúde), Centros de Saúde, Ambulatório especializado, Laboratórios (área clínica e radiolo-gia) e Hospitais (Hospital de Doenças Tropicais, Hospital de Medicina Alternativa e Hospital de Urgências de Goiás).

OBJETIVOS

Analisar a contribuição do enfermeiro em saúde coletiva no Distrito Sanitário Sul no município de Goiânia.

Identificar as percepções dos gerentes, usuários e gestores de sa-úde sobre a contribuição do trabalho do enfermeiro em unidades do Distrito Sanitário Sul no município de Goiânia.

METODOLOGIA Estudo do tipo descritivo-analítico, com abordagem qualitativa, desen-

volvido em Goiânia, nas Unidades de Saúde do Distrito Sanitário Sul. A população do estudo constituiu-se de gestores, gerentes e usuários

do sistema de saúde e foi constituída dos gerentes das cinco Unidades de Saúde do Distrito Sanitário Sul; quinze primeiros usuários abordados que aceitaram participar do estudo; um representante do Conselho Estadual de Saúde; um Diretor de escola de Graduação em Enfermagem; um represen-tante da Secretaria Estadual de Saúde.

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a entrevista

individual semi-estruturada dirigida aos gestores e gerentes e a Técnica de Grupo Focal, aplicado entre os usuários. Segundo WESTPHAL et al (1996), o Grupo Focal é uma técnica de pesquisa que permite a obtenção de dados de natureza qualitativa a partir de sessões grupais em que 6 a 15 pessoas que compartilham um traço comum, discutem vários aspectos de um tema específico, tendo como foro facilitador, a expressão de características psicossociológicas e culturais.

A técnica consiste em uma reunião em que inicialmente nomeia-se um

moderador e um observador. O moderador tem o papel de conduzir a reunião e deve propor questões para os participantes discutirem. O obser-vador é encarregado de captar as informações não verbais expressas pelos participantes, ajudar o moderador, ao final, a analisar os possíveis vieses ocasionados por problemas na condução da reunião. As questões nortea-doras são lançadas ao grupo, que vai emitir suas opiniões.

Por se tratar de estudo que envolve seres humanos, os pesquisadores

atenderam aos pressupostos da Portaria 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

A coleta de dados foi gravada mediante permissão dos participantes e

posteriormente seu conteúdo foi transcrito e analisado conforme BARDIN (1977, p.105), por considerar que “fazer uma análise temática, consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem a comunicação e cuja pre-sença, ou frequência de aparição pode significar alguma coisa para o objetivo analítico escolhido”.

ANÁLISE DOS DADOS

De um modo geral as falas dos entrevistados convergem para o senti-do de que o enfermeiro de saúde coletiva desempenha papel fundamental na implantação e manutenção das políticas de saúde e, ao mesmo tempo, demonstram que muito do seu potencial ainda precisa ser evidenciado. Com o intuito de melhorar discutiremos estes aspectos, apresentaremos a seguir os núcleos temáticos identificados na fala dos entrevistados.

a) Atuação do profissional: o real e o potencial As percepções dos entrevistados sobre a atuação profissional conver-

gem para um reconhecimento de que o pessoal da enfermagem é o agente catalisador das políticas e programas voltados para a saúde coletiva, em especial o Programa de Saúde da Família e o Programa de Agentes Co-munitários de Saúde tal como se pode confirmar nas falas seguintes:

“O Programa de Saúde da Família e o PACS expandem demais o campo para o enfermeiro e para a enfermagem”.

"Vejo um espaço muito grande para o enfermeiro como catalisador de todo esse processo, um elemento transformador”.

Mas, ao longo da história da assistência, nem sempre foi assim: “Toda orientação para tuberculose, trabalhos que há anos atrás, só era

feita por médico”. Entretanto, hoje é diferente: "Hoje o espaço para o enfermeiro dentro desses programas está se

abrindo muito na questão da direção de políticas de saúde". Pode-se atribuir a ampliação da competência e do reconhecimento do

trabalho do enfermeiro, à sua inserção nas práticas de saúde. De acordo com (ARAÚJO, 1991) “uma das características da prática da enfermagem é a inserção de seus agentes em todos os momentos do processo de traba-lho em saúde. Outra característica é a elevada proporção na composição da força de trabalho e saúde”.

Neste contexto (MELLO & ARAÚJO, 1992, p. 27) referem que: ”O modelo atual de saúde é compreendido como a organização de no-

vas práticas e serviços que possam enfrentar com eficiência e eficácia os problemas de saúde da população, cuja base operativa- o Distrito Sanitário- é o espaço onde se processam tais mudanças”.

O estado de Goiás está em um processo de descentralização dos ser-

viços de saúde e isso traz novas oportunidades para o exercício da Enfer-magem.

Segundo MEDEIROS et al (1999) é possível observar esta situação se

refletindo nas práticas de enfermagem na saúde coletiva onde é percebida uma maior abertura para a atuação conjunta das equipes de saúde com o objetivo de promoção da saúde.

Os gestores e os gerentes relataram que a enfermagem está conquis-

tando considerável espaço no que se refere à coordenação de programas voltados para as ações básicas de saúde. Logicamente um melhor preparo profissional elevaria o potencial diante da abrangência da assistência de saúde. Afirmaram que nos programas coordenados pela Superintendência de Ações Básicas, o enfermeiro está no controle de uma grande parte desses, e que esse é um profissional que possui uma noção holística da realidade:

"O enfermeiro é um dos poucos profissionais que tem essa visão de conjunto, capaz de dirigir essas políticas que estão sendo implantadas e propostas”.

Os enfermeiros recebem em sua formação acadêmica, fundamentação

teórica e prática de como administrar e coordenar serviços de saúde. Estes conteúdos estão incluídos nas disciplinas do curso de graduação, e com as

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novas políticas implantadas no estado a grade curricular foi aprimorada com o objetivo de dar mais ênfase no preparo dos futuros enfermeiros que irão assistir nessa área.

O profissional de Enfermagem que atua em saúde coletiva trabalha

muito tempo em contato com a comunidade e com os problemas vividos por ela e por essa razão tem uma melhor visão da realidade. Esse fator contri-bui para o desenvolvimento de estratégias no sentido de amenizar proble-mas.

Entretanto, alguns profissionais não utilizam toda a sua capacidade pa-

ra tentar solucionar tais questões: "Vejo com receio, afigura da enfermeira muito técnica a enfermesa -

aquela que se acomoda que senta e que só faz o livrinho de entorpecentes, as estatísticas e que não está junto do paciente".

Percebe-se uma preocupação com o preparo profissional, muitas vezes

responsável pela incompatibilidade entre o serviço prestado e o potencial esperado:

“O Enfermeiro deveria ter uma postura de estar assumindo várias ou-tras coisas”.

Na verdade, mesmo nos tempos atuais ainda se integram à equipe de

saúde, indivíduos de outras categorias profissionais que esperam encontrar na enfermagem o esteio capaz de resolver várias outras coisas, que em princípio outras categorias não assumiriam.

“A contribuição que a enfermagem pode oferecer é muito maior do que ela está oferecendo mesmo nas atuais condições”.

Segundo ALMEIDA et al (1997, p. 63). “o que a enfermeira e o pessoal

de enfermagem fazem nos serviços de saúde sempre foi uma preocupação da enfermagem brasileira”.

Concordam que é preciso uma mudança na formação desses profissio-

nais: “Sinto que os nossos órgãos formadores ainda não capacitam o profis-

sional, não os tornam aptos para assumir algumas circunstâncias enquanto gestores de saúde”.

PAIVA et al (1999, p. 30), afirmam que: “o processo de formação tem sofrido críticas, entre as quais se desta-

cam: descontextualização em relação às realidades regionais e às práticas que realiza, desconsideração do trabalho como princípio pedagógico, contato tardio do aluno com a futura prática profissional, valorização do domínio de habilidades técnicas voltadas para um sistema de alta comple-xidade, reduzida ênfase no trabalho multiprofissional, currículos pouco flexíveis, dicotomia teoria/prática, pensar/fazer, cuidar/administrar”.

No presente estudo os entrevistados explicitam que: “Está faltando lapidação no sentido do gerenciamento”. Do mesmo modo, eles notam que existem profissionais que não tem in-

teresse em divulgar quem eles são e o que fazem dentro da unidade de saúde. Colocam que alguns profissionais não conseguem transformar a prática em conhecimento e também não transformam o conhecimento em prática:

“Falta na formação desses profissionais uma capacitação que lhes permitam transformar em prática seus conhecimentos teóricos”

De acordo com ALMEIDA et al (1997) para alcançar a saúde coletiva, o

trabalho de enfermagem tem se diversificado indo desde o cuidar, seja do indivíduo, família e grupo da comunidade, passando pelas ações educati-vas, administrativas, até a participação no planejamento em saúde.

b) O enfermeiro como conscientizador A saúde sendo promovida de forma coletiva abrangendo todas as clas-

ses sociais e faixas etárias englobando os mais variados assuntos direta ou indiretamente contribuirá para a melhoria da qualidade de vida dos indiví-duos. Esse é um anseio de toda e qualquer sociedade e é a expressão maior da cidadania, além de constituir-se no marco que todos nós precisa-mos alcançar.

A maioria dos entrevistados ressaltou a atuação do enfermeiro como conscientizador, pois o contato com a comunidade se faz presente em quase todos os momentos dentro da saúde coletiva. Nestes momentos, orientações individuais e coletivas são feitas em todos os sentidos de acordo com a necessidade exigida:

“Considero importante num serviço de enfermagem é o trabalho que eles realizam de conscientizar a população".

"A atuação do profissional em Saúde Coletiva é aquela feita onde hou-ver pessoas".

Os gerentes também consideram o pessoal da enfermagem como peça

fundamental para o funcionamento da Unidade de Saúde e dos serviços por ela prestados à comunidade, conforme depoimento de um dos gestores:

"Eles estão plenamente capacitados para desenvolver este trabalho. A profilaxia dentro do serviço é totalmente feita por enfermeiros”.

“A gente vê que para um serviço funcionar, a presença do enfermeiro é fundamental”.

Nestas afirmações está implícito o reconhecimento do papel do enfer-

meiro enquanto conscientizador, trabalhando no sentido de incentivar a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Um dos entrevistados chegou a afirmar que:

“A atuação do enfermeiro e da enfermagem em Saúde Coletiva para mim não tem limites”.

Percepções tais como acima colocadas refletem o potencial vivido nas

Unidades de Saúde e para muitos, a Saúde Coletiva é o grande trunfo da enfermagem, pois as oportunidades de atuação são inúmeras e acontecem em vários momentos exigindo abordagens diversificadas.

c) Prestador indiferenciado de cuidados Os gerentes expressam uma preocupação em relação ao posiciona-

mento dos profissionais de enfermagem frente aos demais, não impondo, nem defendendo seus interesses e na maioria das situações acabam acatando as decisões. Essa percepção fica evidente na fala seguinte:

"Um grande problema do corpo de enfermagem é certo complexo de in-ferioridade em relação à classe médica, até mesmo o enfermeiro de nível superior se sente às vezes inferior".

Os usuários em um contexto mais amplo demonstram uma visão ina-

dequada quanto ao trabalho dos profissionais de enfermagem, consideran-do qualquer membro da equipe como enfermeiro. Ou seja, eles não distin-guem o profissional pelas atividades que ele executa. Para a maioria dos entrevistados a atuação do enfermeiro baseia-se apenas em procedimentos básicos e técnicos:

"Eu vejo o pessoal da enfermagem na sala de vacina, aplicando injeção no postinho preparando medicação, às vezes medindo a pressão de algu-ma pessoa".

E consolidando essa percepção RIZZOTO (1999 p.43) considera que: “por mais esforço que se faça para distinguir categorias que compõem

a equipe de Enfermagem, a sociedade de um modo geral não reconhece essa diferença. Além das pessoas não saberem que existe uma hierarquia dentro da equipe de Enfermagem, também não conseguem perceber diferenças significativas, quando atendidas pelos distintos membros da equipe”.

Através de suas percepções verifica-se que eles não visualizam o en-

fermeiro coordenando os programas, fazendo palestras educativas. Entre-tanto, foram encontrados relatos de usuários que demonstram que o seu reconhecimento sobre o trabalho da Enfermagem se baseia em ações concretas em especial aos usuários de ambulatórios que executam profila-xia e prevenção:

“A moça da enfermagem falou muitas coisas que eu tinha que fazer pa-ra o tratamento ter resultado e como que era para tomar a medicação contra tuberculose”.

Orientações como essas e também sobre vários outros aspectos tais

como promoção, prevenção e hábitos saudáveis de vida devem estar presentes no cotidiano do enfermeiro.

CONCLUSÃO

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Os dados permitem considerar que o enfermeiro presta grande contri-buição na implantação e manutenção das políticas de saúde e que isto é reconhecido por gerentes e gestores dos serviços. Todavia, existem con-tradições sobre a dinâmica do trabalho desenvolvido pela categoria.

Percebe-se que está havendo ampliação do campo de atuação do en-

fermeiro em Saúde Coletiva, mas este fato ainda não está contribuindo para modificar a percepção sobre o seu trabalho entre os usuários. Nem sempre eles conseguem diferenciar o enfermeiro entre os outros integrantes da equipe de enfermagem.

É certo que na saúde coletiva o enfermeiro é reconhecido por sua atu-

ação junto à equipe de saúde. Os gerentes e gestores dos serviços visuali-zam que a atuação da enfermagem é algo considerado imprescindível, que nos serviços há melhor desempenho com a sua presença. Entretanto colocam que muito do potencial ainda precisa ser evidenciado para um melhor aproveitamento da força de trabalho desta categoria, podendo assim refletir na melhoria da qualidade da assistência prestada por esses profissionais junto aos serviços de saúde.

SAÚDE PÚBLICA A Medicina conceitua a saúde-doença empiricamente, reduzindo-a ao

plano fenomênico e individualizado da causalidade etiológica. A saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas sociedades capitalistas ou socialistas. Essa recorre aos métodos empírico-analíticos (estrutural-funcionalistas), poperiano ou feno-menológico, e admite possibilidades de melhoras pontuais e graduais.

Saúde Pública é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença e controlar a incidência de doenças nas populações. Não deve ser confundida com o conceito mais lato de saúde coletiva.

SAÚDE COLETIVA Segundo Paim, 2005, "A Saúde Coletiva, latino americana foi composta

a partir da crítica à Medicina Preventiva, à Medicina Comunitária, à Medici-na da Família, desenvolveu-se a partir da Medicina Social do Século XIX e pela saúde pública institucionalizada nos serviços de saúde e academia. Envolve um conjunto de práticas técnicas, ideológicas, políticas e econômi-cas desenvolvidas no âmbito acadêmico, nas organizações de saúde e em instituições de pesquisa vinculadas a diferentes correntes de pensamento resultantes de projetos de reforma em saúde"

Ainda de acordo com esse Professor do Instituto de Saúde Coletiva da

UFBa - Universidade Federal da Bahia, ao longo da história da medicina cosmopolita, o campo social da saúde tem sido atravessado por um conjun-to de movimentos ideológicos tais como: Polícia Médica; Higiene; Saúde Pública; Medicina Social; Medicina Preventiva; Saúde Comunitária; Saúde Coletiva; Medicina Familiar entre outros. Tais movimentos constituem-se como lutas teórico - paradigmáticas, política e ideológica com repercussões enquanto campo do saber e de práticas.

Identificam-se três etapas para consolidação da medicina social inclusi-

ve como disciplina do curso de formação médica: a Polícia Médica, especi-almente desenvolvida na Alemanha no início do século XVIII a Medicina das Cidades ou Medicina Urbana ou esforço de controlar os fatores nocivos à saúde que estavam associados às grandes epidemias, especialmente saneamento e a Medicina da Força de Trabalho ou Medicina dos Pobres consolidada no sanitarismo inglês. (Foucault)

Observe-se porém que as preocupações com o isolamento de doentes

e assistência aos pobres confunde-se com os princípios da caridade e assistencialismo pregado pelos cristãos e muçulmanos, a exemplo das discussões sobre a remuneração dos serviços médicos associada a prática de Cosme & Damião (na Síria de hoje por volta do ano 300) a assistência médica prestada aos escravos e soldados romanos ou ao nascimento das Santas Casas de Misericórdia em Portugal (1000)

Saúde Pública Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada por

Winslow, Charles-Edward Amory (1877–1957),nos EUA 1920 "A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a

saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde"

A persistência do uso desta definição é reforçada pela ampla difusão

da definição de saúde da Organização Mundial de Saúde Organização internacional que propõs a realização das Conferências Mundiais de Saúde com integração de todos os países na persistente busca do completo bem - estar físico, psíquico e social

O estudo da Saúde Pública no Brasil necessariamente passa por uma

série de nomes e instituições como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e o Instituto Manguinhos ou Vital Brazil e o Instituto Butantan e Adolfo Lutz e o Instituto que leva o seu nome. Instituições que se mantêm até hoje como ilhas de competência do poder público na construção de um sistema de saúde de natureza pública e equitativo, no Brasil, o SUS - Sistema Único de Saúde capaz de dar conta das ações de saúde tanto no âmbito da atenção primária e da promoção da saúde como nas ações curativas e necessárias à reabiltação (níveis secundário e terciário da atenção em saúde).

8.2 CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS, NÃO TRANSMISSÍVEIS E SEXUALMENTE TRANS-MISSÍVEIS. 8.3 ATENDIMENTO AOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL, DIABETES, DO-ENÇAS CARDIOVASCULARES, OBESIDADE, DO-

ENÇA RENAL CRÔNICA, HANSENÍASE, TUBERCU-LOSE, DENGUE E DOENÇAS DE NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS. 8.4 PROGRAMA DE ASSISTÊN-

CIA INTEGRADA A SAÚDE DA CRIANÇA, MULHER, HOMEM, ADOLESCENTE E IDOSO.

PNEUMONIA É um processo inflamatório agudo do parênquima pulmonar causado

por bactéria, vírus, fungos ou gordura. As bactérias nos primários são causados pelo pneumococo. BRONCO PNEUMONIA É quando o processo pneumônico esta distribuído de maneira difusa

tendo se originado nos brônquios e estendido para o parênquima adjacente. Causas: indivíduo debilitado, alcoólatras, desnutrição, exposição ao

frio, pacientes acamados por longo tempo, aspiração de alimentos, TCE, infecção anterior (faringite, laringite, amidalite).

Quadro clínico: - tosse, expectoração sanguinolenta (mucóide-mucopurulenta). - dispneia-cianose. - taquicardia. - febre (hipertermia), (38.5-40-41°c. - cefaleia, anorexia, mialgia, calafrios. - ausculta (estertores crepitantes e bolhosos) - desconforto sob esternal. - prostração. Diagnóstico: - cultura de secreções (hemocultura, antibiograma) e exame radioló-

gico (tórax). - anamnese. - exame físico Tratamento e cuidados de enfermagem: - fluidificar e facilitar a mobilização de secreções através de inalação. - nebulização contínua. - hidratação. - administração parenteral, soluções cristalóides ou colóides. - dietoterapia-líquidos, leves, hipercalóricas e hiperproteicas. - repouso no leito.

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- antibiótico terapia, analgésicos. - mudanças de decúbito. - exercícios respiratórios. - quadro de agitação psicomotora. Complicações: - arritmias cardíacas. - choque toxinfeccioso. - parada cardíaca. Edema Agudo de Pulmão Se refere a presença de excesso de fluido no pulmão, quer nos espa-

ços intersticiais ,quer nos alvéolos. Costuma acompanhar na insuficiência ventricular esquerda aguda.

Obs.: o edema agudo do pulmão constitui uma verdadeira emergência

médica e enfermagem, pois representa uma afecção com risco de vida. Causas: - doenças cardíacas: insuficiência ventricular esquerda aguda, infarto

do miocárdio, estenose aórtica, doença grave da válvula mitral, hi-pertensão, insuficiência cardíaca congestiva.

- sobrecarga circulatória: transfusões e infusões. - hipersensibilidade medicamentosa: alergia e envenenamento. - lesões pulmonares: inalação e fumaça, choque do pulmão, embolia

ou infarto pulmonar. - lesões do sistema nervoso central: apoplexia, traumatismo encefá-

lico. - infecções e febre. Quadro clínico: - tosse e agitação durante o sono ( sintomas premonitórios). - dispneia grave e ortopneia. - tosse com quantidade variável de saliva e espumosa, branca ou ró-

sea. - grande ansiedade e pânico. - respiração ruidosa- sibilos respiratórios, expiatórios e estertores bo-

lhosos. - cianose com sudorese intensa. - veias do pescoço distendidas. - taquicardia. - confusão mental. - hipertensão arterial. Tratamento e cuidados de enfermagem Objetivos: Melhorar a oxigenação e a ventilação, reduzir a congestão

pulmonar. - medicações ansiolíticas e diazepan, diempax. - coloque o paciente em posição sentada, cabeça e ombros levanta-

dos, pés e pernas para baixo, para favorecer a retenção do sangue nas porções declives do corpo pelas forças gravitacionais, para di-minuir retorno venoso.

- se o edema pulmonar for causado por acidente cerebral, ou se ocorrer na vigência de insuficiência pulmonar crônica ou choque cardiogênico, estará contra indicado o uso de morfina.

- fique atento para o aparecimento de depressão respiratória intensa. - forneça oxigênio em altas concentrações, para aliviar a hipoxia e a

dispneia, conforme prescrição médica. - ficar atento para queda de pressão arterial. - ficar atento para sinais de obstrução urinaria nos pacientes com hi-

pertrofia prostática. - controle de gasometria. - suporte psicológico. - anotar tudo na papeleta do paciente. DPOC Asma Brônquica: apresenta uma hiper-reatividade das vias aéreas a

diversos agentes. Fatores desencadeantes: - inalação de alérgenos - pó domiciliar (ácaro). - exercícios físicos. - infecção por vírus ou bactérias.

- emoção. - aspirina. - tabagismo. - ar frio, poluição, perfumes. - alergentes. Sintomas: - dispneia, cianose, chiado, fadiga, hipoxia, edema, perda de peso,

fraqueza. Tratamento e cuidados de enfermagem: - apoio psicológico (administrar broncodilatadores, expectorantes,

iodeto de potássio, corticosteróide comprimido, prednisona via oral ou injetável, cortisona (hidrocortisona), ação rápida tudo quando for prescrito pelo médico)

- inalação. - decúbito posição de fowler. - sinais vitais. - observar respiração frequentemente. - ambiente arejado, limpo e calmo. - acompanhar e anotar aceitação alimentar. - higiene bucal e corporal. - afastar produtos químico (alérgenos). ENFISEMA PULMONAR Aumento dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompa-

nhados de destruição. Causas: - tabagismo, infecções das vias aéreas, poluição atmosférica, gené-

tica. Sintomas: - tosse, expectoração, hipoxia, dispneia, anóxia. - dificuldade de deambular. Tratamento e cuidados de enfermagem: - broncodilatadores (aminofilina, efedrina). - fluidificantes- xaropes, iodeto de potássio. - antibioticoterapia (penicilina, ampicilina, tetraciclina). - oxigenoterapia. - inalação. - sedativos. - corticosteróide. - sinais vitais. - higiene bucal e corporal. - anotar aceitação alimentar. - auxiliá-lo, se necessário na deambulação. - ambiente calmo e arejado. - orientar a expelir secreções, anotar na papeleta aspecto das secre-

ções e qualquer alteração do quadro. - medicar conforme prescrição médica. Bronquite É uma síndrome clínica caracterizada por tosse crônica com expecto-

ração, mucosa ou mucopurolento. Sinais e sintomas: - tosse seca, mais tarde produtiva, irritativa, desconforto retroester-

nal. - roncos e sibilos difusos. - escarros (mucosas e mucopurolento) - cianose, dispneia, febre e calafrios são raros. - anorexia. Fatores desencadeantes: - produtos químicos. - forma de poluição atmosférica as infecções etc.. - alimentos - ex: crustáceos. Tratamento e cuidados de enfermagem: - apoio psicológico. - expectorantes. - antibióticos.

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- broncodilatadores. - inalação, nebulização. - corticosteróide. - oxigênio. - evitar umidade, frio. - evitar ambiente poluído - tabagismo. ICC- INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: É a incapacidade do coração em bombear a quantidade necessária de

sangue oxigenado para suprir a necessidade do corpo. Causas: Causado pela estenose e o estreitamento da aorta lado esquerdo. Quadro clínico: - dispneia aos esforços. - tosse seca improdutiva e geralmente acorre á noite. - fadiga. - insônia. - taquicardia. - inquietação, agitação. - edema de tornozelo. - distensão das veias do pescoço. - anorexia e náuseas. - nictúria. - fraqueza. Tratamento de enfermagem: - objetivo diminuir a carga cardíaca e melhorar desconforto. - manter repouso relativo ou absoluto conforme estado geral do pa-

ciente. - repouso em posição semi- elevado. - administrar O2 na fase aguda. - controlar sinais vitais, constantemente. - observar aparecimento de cianose e notificar enfermeira e médico. - dieta pobre em sódio. - proporcionar sono tranquilo. - orientar o paciente para alimentar-se com calma e lentamente. - pesar diariamente. - fazer controle hídrico diariamente. - administra medicação prescrita, observar complicações ao adminis-

trar digitálicos. FLEBITES OU TROMBOFLEBITE Flebite: é uma inflamação das paredes de uma veia. Tromboflebite: é uma infecção na qual se forma um coágulo numa

veia, em consequência de flebite ou devido á obstrução parcial da veia. Causas: - ficar sentado muito tempo. - traumatismo da veia: pode ser trauma direto com injeção EV, cate-

teres de demora. - prolongamento de uma infecção dos tecidos que cercam o vaso. - pressão contínua de um tumor. - atividade excessiva numa pessoa normalmente sedentária. - hipercoagulabilidade. Tratamento e cuidados de enfermagem Derrame Pleural É uma coleção de líquido no espaço pleural. Pode ser por um líquido

claro ou por sangue. Aparece como consequência de uma doença primaria e nunca por si

só. Exemplo pode ser uma complicação de tuberculose, pneumonia, tumo-res neoplásicos.

Manifestações clínicas Habitualmente os sintomas são aqueles causados pela doença primá-

ria. Uma grande quantidade de derrame pleural causará falta de ar e dor

no local.

A confirmação da presença do líquido é obtida por radiografia ultra-som, exame físico e toracosentese. Esta ultima é feita pulsionando-se o espaço pleural para remover o líquido, colher uma amostra para análise e aliviar os sintomas.

Quando a quantidade de líquido é muito grande, instala-se o dreno de

tórax. Cuidados com o dreno: Trocar o frasco a cada 24 horas da seguinte

maneira: 1. pinçar o dreno 15 cm acima da inserção no frasco. 2. o frasco a ser colocado deve ser estéril, graduado em ml e compos-

to por um selo de água de maneira que o tubo extensor de vidro fi-que submerso.

3. deve estar identificado com data e horário da troca. 4. conectar a extensão de látex no vidro. 5. despinçar o dreno. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É quando o coração é incapaz de bombear uma quantidade suficiente

de sangue para satisfazer as necessidades de oxigênio e nutrientes dos tecidos, existem dois tipos:

1. Choque cardiogênico: O volume de sangue total do organismo é diminuído, exemplo hemorragias graves, desidratação grave, o que caracteriza o choque, o aumento da frequência cardíaca e a queda da pressão arterial.

2. Insuficiência cardíaca congestiva: Caracteriza-se por uma dife-rença entre o volume que chega ao átrio direito (vindo do organis-mo) e o que o coração consegue bombear de volta ao organismo.

Há portanto, uma falência do músculo cardíaco no sentido de bombear

o sangue para o organismo. Causas: arteriosclerose coronária, hipertensão arterial, doença muscu-

lar degenerativa. Manifestações clínicas - Tonteira - Confusão mental - Fadiga - Intolerância ao exercício físico e ao calor - Extremidades frias - Oligúria Metas da enfermagem com relação ao paciente Promover o repouso físico e emocional. Posicionamento: - A cabeceira do leito deve permanecer elevada e os pés reclinados

para baixo. - Aliviar a ansiedade noturna. - Evitar estresse. Oxigenoterapia Orientação do paciente Visa impedir a progressão da doença. Depois que sua insuficiência congestiva esta sob controle, o paciente é

incentivado a reassumir as atividades que estava acostumado antes de sua enfermidade, principalmente seu trabalho.

No entanto, geralmente é preciso diminuir algumas atividades que lhe

possam fazer mal; exemplo exercícios físicos, estresse. Insuficiência renal Aguda Oligúria (/ 500 ml dia). Ureia/creatinina/Na + K+ Edema Ressecamento da pele Prognostico bom

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3 fases 1ª oligúria (3 a 10 dias) Tratamentos diuréticos, dietoterapia 2ª diurética (+ ou – 30 dias) 3ª recuperação (2 a 3 meses para recuperação total). Crônica Oligúria ou anúria Edema generalizado Exames laboratoriais alterados Na+ K+ Ur creat. Confusão mental Crises epiléticas Ressecamento da pele e mucosas Sonolência e prostração constantes. Tratamento diálise (sanguínea hemodiálise) peritonial. TRANSPLANTE RENAL INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA É a perda súbita e quase total da função do rim. Ocorre quando os rins são incapazes de remover as substancias tóxi-

cas do organismo e estas se acumulam no sangue. A I.R.A. manifesta-se por: - Oligúria - Exames laboratoriais alterados - Ressecamento da pele - Edema generalizado. Possui um prognostico bom, ou seja, é reversível quando submetida a

tratamento médico. Podemos distinguir três fases da doença. • 1ª fase oligurica é quando o paciente apresenta a oligúria e todos

os demais sintomas da doença. Esta fase perdura de três á dez di-as. É tratada com diuréticos e dietoterapia adequada.

• 2ª fase diurética é quando o organismo começa a reagir ao trata-mento e o paciente urina cerca de 2.500ml nesta fase, perdura-se um mês.

• 3ª fase de recuperação é quando o paciente já esta quase total-mente recuperado e retoma suas atividades normais, assim como a alimentação perdura-se de trinta á sessenta dias.

Refluxo de urina da uretra para a bexiga, refluxo de urina da bexiga pa-

ra os ureteres e destes para os rins, contaminação fecal do meato uretral. Insuficiência renal crônica É uma deterioração progressiva e lenta na função renal, embora os sin-

tomas propriamente ditos ocorram subitamente. A principio os sintomas seriam muito semelhantes ao da insuficiência

renal aguda, mas com o passar do tempo o paciente apresenta neuropatias resultando em: crise convulsiva, sonolência e prostração.

O prognostico é ruim, visto que em geral a doença não tem retorno. Es-

te paciente devera usar de medicamentos diuréticos e fazer dietoterapia constantemente, assim como a realização de diálise que pode ser feita de duas maneiras, peritonial e hemodiálise.

Uma outra opção seria o transplante renal. Infecções do trato urinário São uns grupos de infecção causadas pela presença de micro orga-

nismos no trato urinários, com ou sem sintomas. A infecção pode predominar na bexiga (cistite), na uretra (uretrite), na

próstata ou no rim. O trato urinário normal é estéril exceto próximo ao orifício uretral. GASTRITE É a inflamação do estomago, decorrente de vários fatores: Má alimentação, falta de alimentação, abuso do álcool e do fumo, uso

de medicamentos, stress. É um processo agudo que provoca queimação (Ásia), náusea, falta de

apetite ou pode ser assintomática o tratamento é feito à base de antiácidos e alimentação adequada.

Ulcera péptica É uma escavação formada na parede do estomago, duodeno ou esôfa-

go, provocando dores, desconforto e às vezes sangramento. Ocorrem devido à má alimentação, tipo sanguíneo e stress emocional. O tratamento é feito com antiácidos, alimentação adequada e às vezes

cirúrgica. Constipação É a diminuição do número de evacuações, podendo ocasionar descon-

forto abdominal e até obstrução intestinal pode ocorrer devido á má alimen-tação ou pode ser secundário a outras doenças intestinais.

Diarreia É o aumento súbito do número de evacuações, com perda da consis-

tência das fezes, pode ocorrer devido à ingestão de alimentos irritantes, medicamentos, ou pode ser secundária a outra doença intestinal. Na diar-reia não á perda de muco e sangue e o quadro persistem por pouco tempo.

Desinteira É um quadro semelhante à diarreia, mas que é acompanhado de elimi-

nação de muco e sangue. Ocorre devido a processos infecciosos e persiste por vários dias. Diabete mellitus É uma patologia crônica, incurável e pode ser de dois tipos. Ambas ocorrem em qualquer idade, independente do tipo, e é devido a

uma perda de função do pâncreas. Este órgão, que é responsável pela produção de insulina para de funci-

onar, deixando que o sangue atinja nível de glicose alto. Diabete tipo 1 juvenil É a mais grave, podendo ocorrer em qualquer idade. O paciente desde o inicio tem o sangue com níveis altíssimos de glico-

se e precisa ser submetido ao uso de insulina subcutânea e fazer uma dietoterapia rigorosa.

Diabete tipo 2 ou adulto É um tipo menos grave da doença, os pacientes em geral não necessi-

tam do uso de insulina, mas somente de uma dieta adequada que impeça a glicose de subir a níveis altos no sangue.

- Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta alta; - Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta baixa. Cefaleia É uma dor que se instala na região cefálica e que pode ser causada

por vários fatores: - Stress - Fome - Nervosismo - Ou ser consequências de doenças primárias A dor se instala na região frontal, temporal e posterior do encéfalo, as-

sim como pode também comprometer toda a região. Na maioria das vezes é curada por si só, pois é essencialmente consequente de outros fatores.

Aneurisma É uma doença congênita ou adquirida através dos anos, caracteriza-se

com um defeito na parede de um vaso cerebral provocando um enfraque-cimento local. Pode haver um ou mais aneurismas na mesma região.

Os sintomas são produzidos quando o aneurisma aumenta e comprime os nervos cranianos ou quando o aneurisma se rompe causando uma hemorragia cerebral. O rompimento de um aneurisma produz uma cefaleia intensa e de aparecimento rápido, frequentemente de perda de consciência por um período variável de tempo, pode haver:

- Dor - Rigidez da nuca e da coluna - Visão dupla - Cegueira - Zumbidos - Tonturas - Paralisação de meio corpo. Se a hemorragia for muito intensa pode causar a morte. Este tipo de

acidente vascular cerebral é mais frequente na idade de 30 á 40 anos.

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Doença de Parkinson É uma alteração neurológica que afeta o controle dos movimentos é

caracterizada por lentidão de movimentos, tremores e rigidez muscular. As principais manifestações da doença são movimentos prejudicados,

rigidez muscular, tremor, fraqueza e ausência de reflexo. Distrofia muscular degenerativa É uma doença crônica caracterizada por um enfraquecimento progres-

sivo, atrofia dos músculos esqueléticos ou voluntários. A doença é progressiva e o paciente geralmente chega ao óbito devido

á parada respiratória. Crise convulsiva É um episodio de atividade motora ou psíquica anormal que é conse-

quência de uma descarga excessiva proveniente nos neurônios celebrais. Pode ser causada, falta de oxigenação, traumatismo de crânio, hiper-

tensão, infecção do sistema nervoso, insuficientes renal, tremores cere-brais, febre muito alta.

Durante a crise o paciente corre risco de ter falta de oxigenação no cé-

rebro, vômitos e aspiração pulmonar. Epilepsia É uma doença caracterizada por crises convulsivas frequentes. Traumatismo craneocefálico T.C.E Os traumatismos de crânio englobam os ferimentos do couro cabeludo

do crânio e o da massa cerebral, ocorre frequentemente nos acidentes de trânsito.

Pode haver somente corte do couro cabeludo como também pode

ocorrer fraturas dos ossos cranianos, como comprometimento da massa encefálica.

Quando se atende o t.c.e. deitar o paciente em uma mesa dura ou ma-

ca deixando o corpo alinhado e imóvel. Traumatismo raquimedular É uma lesão da medula espinhal que pode ocorrer em qualquer ponto e

dependendo deste, causa muito ou pouca sequela. Os sintomas são: - Perda sensorial total - Paralisia motora abaixo do nível da lesão - Perda do controle vesical e intestinal DERRAME É a perda súbita da função cerebral. Costuma ser provocado por al-

guns destes quatro motivos. Trombose: o coágulo de sangue dentro de um vaso sanguíneo do cé-

rebro ou do pescoço. Embolia cerebral: um coágulo de sangue, ou outro material transporta-

do vindo de outra parte do corpo. Diminuição do fluxo: sanguíneo em uma região do cérebro. HEMORRAGIA CEREBRAL - Fatores de risco - Idade avançada - Hipertensão - Doença cardíaca - Diabete Manifestação clínica O derrame pode produzir muitas deficiências neurológicas como: - Perda dos movimentos - Perda da comunicação - Deterioração da atividade mental

Problemas especiais dos pacientes neurológicos 1 - Cuidados com a pele para prevenção de escaras, realização de

mudança de decúbito, massagem de conforto. 2 - Necessidades nutricionais se houver distúrbio de deglutição é con-

veniente alimentação por sonda. 3 - Higiene oral, quando o paciente respira frequentemente pela boca

as estruturas bucais tendem ressecar, por isso os lábios a língua e as gengivas devem ser lubrificadas frequentemente.

4 - Cuidados com eliminação, muitos pacientes apresentam inconti-nência urinaria e fecal, necessitando de cuidados higiênicos mais intensos.

5 - Consideração psicológicas, o paciente pode desenvolver altos ní-veis de stress e pode haver agressão da auto estima sendo neces-sário apoio psicológico.

O paciente inconsciente Inconsciência é uma condição na qual existe depressão da função ce-

rebral variando desde o torpor. No torpor o paciente apresenta aborrecimento quando estimulado por

sensação dolorosa ou auditiva. No caso do coma profundo o paciente não responde a qualquer reflexo

é ausente. Processo de enfermagem - Avaliação - Entrevista - História de vida - Nascimento - Infância - Doenças da infância - Adolescência - Vida adulta - Acidentes pessoais - Cirurgia História familiar - Pai - Mãe - Irmãos - Parentes próximos - Problemas de saúde História da doença atual - Inicio - Desenvolvimento - Tratamentos já realizados Exame físico - Diagnostico de problemas do paciente (físico e psicológico) - Planejamento - Planejar ações com objetivo de minimizar os problemas diagnosti-

cados Estacionamento de metas: O porquê de cada passo, planejamento. Implementação: Por em pratica as ações pré estabelecidas durante o

planejamento. Avaliação dos resultados: por em prática o que foi conseguido e o que

não foi, discutindo novas formas de abordagem dos problemas não selecio-nados.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Descrição dos procedimentos: 1. técnica de isolamento 2. técnica de lavagem das mãos na unidade de isolamento. 3. técnica de vestir avental para entrar no quarto de isolamento. 4. técnica de transporte do paciente acamado em quarto isolado. 5. técnica para recolher o lixo de dentro do quarto isolado. 6. técnica para recolher roupa suja de dentro do quarto isolado. 7. técnica para retirar a mascara ao sair do quarto isolado. 8. técnica para retirar o gorro ao sair do quarto isolado. 9. técnica para retirada do propés. 10. técnica para sair do quarto.

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SALMONELOSE Definição: salmonelose é uma forma de intoxicação alimentar que é

causada de ingestão de alimentos contaminados pelo agente infeccioso. Modo de transmissão Direto: ingestão de alimentos contaminados com fezes (água, carne de

galinha, porco, vaca e leite). Indireto: pessoas com mãos contaminadas que contaminam os alimen-

tos. Sintomatologia: possui três síndromes 1. febre entérica: o quadro clinico se caracteriza por diarreia e febre. 2. Gastrenterite: quadro clinico se caracteriza por febre, cefaleia, cóli-

cas abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação. 3. septicemia: o quadro clínico se caracteriza com febre alta, calafrios,

dores abdominais, desinteira, pneumonia, artrite e meningite. Profilaxia: cozinhar os alimentos, refrigerar os alimentos preparados,

isolamento do doente e remoção adequada de fezes humanas. MENINGITE MENINGOCÓCICA Sintomatologia: febre alta, náuseas e vômitos em jato, cefaleia inten-

sa, irritabilidade, confusão, delírio, convulsões e até o coma, rigidez de nuca, ombros e costas.

Durante o curso da doença podem aparecer problemas motores, hemi-

plegias, surdez e paralisia do globo ocular. Profilaxia: isolamento total do paciente, vacinação, controle dos co-

municantes. DIFTERIA Atinge de preferência populações de hábitos higiênicos precários e na

faixa etária até dez anos de idade. Provoca grande mortalidade, incidem mais nos meses frio do ano. Transmissão: efetua-se geralmente por contato direto com o doente

através de gotículas de saliva, o contato indireto ocorre por meio de alimen-tos contaminados.

Sintomatologia: dor localizada, febre moderada, prostração. A infecção se localiza nas mucosas do nariz ou faringe e o local apre-

senta placas brancas acinzentadas. Profilaxia: como a difteria é uma doença transmitida pelas vias respira-

tórias e secreções o paciente deve permanecer em isolamento total respira-tório por 14 dias.

Os comunicantes crianças devem permanecer em quarentena por 10

dias a partir do contato. Vacinação: são aplicadas três doses com intervalo de dois meses en-

tre cada uma. 1ª Dose 2 meses 2ª Dose 4 meses 3ª Dose 6 meses 1ª reforço aos 18 meses LEPTOSPIROSE Definição: é uma doença infecciosa aguda que acomete o ser humano

principalmente na época das chuvas e também caracterizado como profis-sional, pois é frequente em trabalhadores de esgotos, charques e arrozais.

Modo de transmissão: por contato direto ou indireto com ratos e cães

contaminados. Esses animais excretam a bactéria da leptospirose na urina e á sobrevivência do microorganismo em águas (rios, lagos e esgotos).

Sintomatologia: início súbito de febre, calafrios, mal estar, dores no

corpo. Na forma mais grave da doença há icterícia e urina colúrica com confu-

são mental.

Profilaxia: Extermínio de ratos, limpeza e eliminação de locais alaga-dos, uso de luvas e botas em trabalhadores desses locais.

Diabetes No século I da era cristã, o médico grego Areteu da Capadócia usou a

palavra diabetes para designar um estado fisiológico de sede intensa, em que o volume de água ingerido para mitigá-la é eliminado totalmente e em pouco tempo.

Diabetes é o nome dado à doença que impede o organismo de assimi-

lar suficientemente a glicose fornecida pela nutrição: desse modo, os níveis do açúcar no sangue se elevam acima dos limites fisiológicos normais, com a consequente manifestação de sintomas mais ou menos graves. Moder-namente, diferenciam-se dois tipos de diabetes fundamentais: o melito, também chamado diabetes sacarino, e o insípido, ao lado de algumas variedades secundárias.

Diabetes melito. Na doença chamada diabetes melito registra-se uma

grave alteração do metabolismo dos hidratos de carbono (açúcares), em consequência da produção e secreção insuficientes de insulina. Descoberta em 1921 pelos pesquisadores canadenses Frederick G. Banting e Charles H. Best, a insulina, hormônio que se encarrega de reduzir os níveis anor-mais de glicose no sangue, é sintetizada na ilhota de Langerhans, situada no pâncreas.

A causa da falência na produção ou no modo de atuação desse hor-

mônio não é conhecida, mas estão demonstradas implicações de caráter genético-hereditário. Também influenciam o desenvolvimento desse pro-cesso patológico o exercício físico e a qualidade da alimentação.

O primeiro sintoma que aparece na fase aguda do diabetes melito é o

excesso de glicose no sangue (hiperglicemia), acompanhado quase sempre do excesso de glicose na urina (glicosúria) e da eliminação de grandes volumes de urina (poliúria). Também se padece fome e sede intensa, além de perda de peso. A sensação de fome vem do aumento da síntese de glicose a partir dos aminoácidos ou das proteínas. Outro sintoma é o apa-recimento, no sangue e na urina, de corpos cetônicos resultantes do incre-mento do catabolismo (degradação metabólica) das gorduras nos tecidos, especialmente no fígado.

Diferenciam-se dois tipos de diabetes melito: o juvenil e o adulto ou

tardio, os quais, contudo, não estão rigidamente associados à idade. A variedade adulta é mais benigna e gradual no início. A juvenil é mais grave e apresenta sintomas mais intensos.

Nos casos crônicos, surgem sintomas secundários como a degenera-

ção das paredes dos vasos sanguíneos e a cegueira ou retinopatia diabéti-ca. Se o diabetes não for devidamente tratado, a acumulação dos agentes tóxicos originados da alteração do metabolismo dos hidratos de carbono leva ao coma diabético. Para evitar isso, empregam-se tratamentos desti-nados a manter nos limites normais o nível de glicose no sangue, o que impede ou retarda o aparecimento de alterações vasculares e demais complicações próprias do diabetes.

Nos casos agudos, administra-se insulina por via intravenosa, mas no

diabetes de tipo adulto a doença pode ser controlada mediante a adminis-tração de medicamentos que diminuem os níveis de glicose (hipoglicêmi-cos). As quantidades de insulina, se forem muito elevadas, podem levar ao chamado coma hipoglicêmico, oposto ao diabético, caso em que se deve administrar glicose ao paciente.

Diabetes insípido. Outro tipo de diabetes, menos frequente, é o insípi-

do. Deve-se a carências na síntese do chamado hormônio antidiurético, ADH ou vasopressina, ou a um bloqueio de sua ação. Essa substância, secretada pela hipófise posterior ou neuro-hipófise, atua no túbulo renal e tem como principal função a de regular e limitar a eliminação de água pela urina, dificultando a eventual desidratação do organismo.

Caso se registre uma disfunção ou destruição dos núcleos hipotalâmi-

cos -- centros cerebrais onde se sintetiza o ADH -- ou dos condutos através dos quais passa o ADH, desenvolve-se o diabetes insípido classificado como supra-óptico hipofisário. Se a produção do hormônio se revela normal

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mas os túbulos renais não respondem à ação da vasopressina, produz-se o diabetes insípido nefrogênico. Em qualquer dos dois casos registra-se abundante poliúria, em que o paciente chega a eliminar até 15 litros de urina por dia, enquanto os níveis normais não ultrapassam os dois litros diários. Ao mesmo tempo, os pacientes sofrem intensa sensação de sede e há risco de desidratação.

Diversamente do que ocorre no diabetes melito, nesse processo não se

verifica excesso de glicose no sangue nem na urina, daí o nome insípido. O tratamento compreende medidas como a administração de hormônios de composição afim à da vasopressina (eficaz somente na modalidade supra-óptica), a redução da carga renal e a ingestão de fármacos diuréticos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Hipertensão arterial Isolada ou em associação com outras doenças, como o tabagismo e o

diabetes, a hipertensão é um importante fator causal evitável das doenças cardiovasculares, como insuficiência coronariana, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca; das doenças cerebrovasculares, como isquemia, infarto e hemorragia cerebral; da doença hipertensiva renal, da dissecção da aorta e das complicações ateroscleróticas.

Hipertensão arterial é a condição em que a força exercida pelo sangue

contra as paredes dos vasos sanguíneos (pressão sanguínea) ultrapassa o padrão aceito como normal. Os valores da pressão arterial equivalem à pressão exercida por uma coluna de mercúrio durante a sístole (contração do coração) e durante a diástole (relaxamento do músculo cardíaco). A medida da pressão arterial se faz com um aparelho denominado esfigmo-manômetro, que toma separadamente a pressão sistólica e a diastólica, ou com aparelhos automáticos para medição contínua durante 24 horas, úteis para determinar as variações da pressão no tempo.

A hipertensão se classifica em primária ou essencial, de origem desco-

nhecida, que se verifica em 95% dos casos; e secundária, que resulta de doença ou perturbação específica. Os fatores que predispõem à hiperten-são primária são de natureza genética (família de hipertensos), ambiental (ingestão exagerada de sal), obesidade, tabagismo etc. A hipertensão secundária pode ser causada por uso de contraceptivos orais, caso em que é reversível com a suspensão do medicamento; doenças renais, como pielonefrite crônica e rins policísticos; doenças endócrinas, como síndrome de Cushing e distúrbios da tireóide e paratireóide; hipertensão da gravidez etc.

Tratamento. Para a maior parte dos hipertensos, os mecanismos que

mantêm elevada a pressão sanguínea são ignorados. O tratamento se determina de modo empírico, por tentativa e erro. Distinguem-se no trata-mento e abordagem farmacológica e não farmacológica. No primeiro caso, a hipertensão é combatida com as seguintes categorias de drogas, adminis-tradas isolada ou combinadamente:

(1) Diuréticos, que diminuem o volume de água no sangue e ajudam a eliminar sódio, além de reduzir a resistência periférica ao fluxo sanguíneo.

(2) Bloqueadores do sistema simpático, que incluem os bloqueadores ditos centrais, que atuam no sistema nervoso central, e os betabloqueado-res, que provocam redução da pressão arterial ao diminuírem o ritmo cardíaco e a saída de sangue do coração.

(3) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina, de ação múlti-pla e complexa, muito usados por produzirem poucos efeitos colaterais.

(4) Bloqueadores dos canais de cálcio, que atuam causando vasodila-tação periférica.

(5) Vasodilatadores diretos, usados geralmente em associação com ou-tros medicamentos, já que produzem indesejados efeitos colaterais.

O tratamento não farmacológico consiste de uma proposta de modifi-cação de estilo de vida, que idealmente deve ser definitivo. Prescreve-se redução de peso, diminuição do consumo de álcool e de sal, abandono do tabagismo, aumento da atividade física para os sedentários e redução dos fatores de estresse. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Ferida Traumatismo produzido por um corte sobre a superfície do corpo. Pode

ser superficial, quando afeta apenas a epiderme, ou profunda, quando provoca hemorragia.

O traumatismo produzido por um corte sobre a superfície do corpo de-

nomina-se ferida. Pode ser superficial, quando afeta apenas a epiderme (escoriação ou arranhadura), ou profunda, quando provoca hemorragia às vezes mortal. Sendo o ferimento produzido por um punhal, canivete ou projétil, os órgãos profundos, como o coração, podem ser atingidos, o que pode provocar a morte. As feridas podem ser ainda puntiformes (produzidas por prego), lineares (navalha) ou irregulares (ferida do couro cabeludo, por queda). Um pequeno ferimento nos dedos ou na mão pode acarretar parali-sia definitiva, pois nessas partes do corpo são muito superficiais os tendões e os nervos.

Além disso, as feridas podem contaminar-se facilmente, o que dá lugar

a infecções, com febre e formação de íngua. As feridas sujas de terra, fragmentos de roupa etc. estão sujeitas a infecção, inclusive tetânica. Os ferimentos que se apresentem inoculados de fragmentos de roupa, pedaços de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o socorro médico vai tardar. Se o corpo estranho for uma faca ou haste metálica, que se encontre encravada profundamente, é preferível não retirá-lo, pois poderá ocorrer hemorragia mortal. Quando o corpo estranho estiver prejudicando a respiração, como no caso dos traumatismos da boca e nariz, deve-se removê-lo. Os pequenos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de madeira) podem servir de veículo para infecções e para o tétano.

Ferida venenosa. A lesão produzida por agente vulnerante envenenado

(mordedura de cobra, picada de escorpião, flechas), que inocula veneno ou peçonha nos tecidos, pode acarretar reação inflamatória local ou envene-namento mortal do indivíduo. O tratamento resume-se em colocar um garrote ou torniquete acima da lesão, extrair o veneno por sucção, retirar o ferrão no caso de inseto, aplicar soro antivenenoso quando indicado, soltar o garrote aos poucos e fazer um curativo local com anti-séptico e gaze esterilizada.

Esmagamento. Nos desastres que envolvem veículos e nos desmoro-

namentos pode haver uma lesão grave, que afeta os membros, denomina-da esmagamento. O membro atingido sofre verdadeiro trituramento, com fratura exposta, hemorragia e estado de choque da vítima. O destacamento acidental ou cirúrgico de um membro denomina-se amputação. Nos peque-nos esmagamentos que afetam apenas dedos e mão, a repercussão sobre o estado geral é bem menor. O socorro imediato consiste em evitar anemia aguda ou choque. Posteriormente, a vítima poderá estar sujeita a infecção, especialmente gangrenosa e tetânica.

Choque. O estado depressivo decorrente de um traumatismo violento,

hemorragia acentuada ou queimadura generalizada denomina-se choque. Pode também ocorrer em pequenos ferimentos, como os que penetram o tórax. Diagnostica-se pelos seguintes sintomas: (1) palidez da face, com lábios arroxeados ou descorados, se houver hemorragia; (2) pele fria, principalmente nas mãos e nos pés; (3) suores frios e viscosos na face e no tronco; (4) prostração acentuada e voz fraca; (5) falta de ar, respiração rápida e ansiedade; (6) pulso fraco e rápido; (7) sede, sobretudo se houver hemorragia; (8) consciência presente, embora diminuída.

Para combater o choque, removem-se todas as peças do vestuário que

se encontrarem molhadas, para que não se agrave o resfriamento do enfermo, e cobre-se seu corpo com cobertores ou roupas de que se dispo-nha no momento, a fim de aquecê-lo. A vítima pode ingerir chá ou café quente se estiver consciente e sem vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranquilizá-la, prometendo-lhe socorro médico imediato e instando-a a permanecer imóvel. Mesmo no caso dos queimados, observa-se um resfri-amento das extremidades do paciente, o que leva à necessidade de cobri-lo. O aquecimento do doente, no entanto, não deve provocar sudorese.

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Hemorragia. A perda sanguínea através de um ferimento ou pelos orifí-cios naturais, como as narinas, quando ultrapassa 500g no adulto, provoca anemia aguda, cujos sintomas se assemelham aos do choque: palidez, sede, escurecimento da vista, pulso fraco, descoramento dos lábios, falta de ar e desmaios. A hemorragia venosa caracteriza-se pelo sangue escuro, em jato lento e contínuo. A hemorragia arterial se distingue pelo sangue vermelho rutilante, em jato forte e intermitente.

Quando a hemorragia é pequena ou venosa, é preferível fazer uma

compressão sobre o ferimento, utilizando um pedaço de gaze, um lenço bem limpo ou um pedaço de algodão. Sobre o curativo passa-se uma gaze ou uma tira de pano. Se a hemorragia é abundante ou arterial, improvisa-se um garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado uns quatro dedos transversos acima do ferimento e apertado até que a hemor-ragia cesse. Caso o socorro médico demore, a cada meia hora afrouxa-se o garrote por alguns segundos, apertando-o novamente. Na hemorragia pelas narinas, basta comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz.

Na hemorragia pós-parto ou pós-aborto, coloca-se a paciente numa

posição de declive, com o quadril e os membros inferiores em nível mais elevado. Se a localização do ferimento tornar impossível a utilização do garrote, usa-se o método da compressão ao nível da ferida, com a mão ou com o dedo, em caso de extrema emergência.

Queimadura. Toda lesão produzida pelo calor sobre a superfície do

corpo define-se como queimadura. Dependendo do grau de extensão, a queimadura pode ser localizada ou generalizada; de acordo com a profun-didade, classifica-se em queimadura de primeiro, segundo e terceiro graus. As queimaduras de trinta por cento da superfície corporal, sobretudo do tronco, e, principalmente, na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à morte do paciente. Exigem, portanto, tratamento hospitalar, de preferência em serviços especializados.

Na queimadura de primeiro grau, ou eritema, como a queimadura pro-

duzida por banhos de sol prolongados, a pele fica vermelha e com ardor. Na de segundo grau, ou flictena, observa-se formação de bolhas que contêm um líquido gelatinoso e amarelado. Costuma também ser dolorosa e pode infectar-se quando se rompem as bolhas. Na queimadura de tercei-ro grau, ou escara, verifica-se a mortificação da pele e tecidos subjacentes. A lesão transforma-se aos poucos numa ulceração sangrante e depois em grande cicatriz.

O tratamento local da queimadura grave é menos importante que pre-

venir complicações que podem ser fatais, entre elas o choque e as infec-ções generalizadas.

Entorse. Decorrente de um movimento brusco e exagerado de uma ar-

ticulação, como o tornozelo, o entorse não deve ser confundido com a luxação, em que a extremidade do osso se afasta de seu lugar. É uma lesão benigna, embora muito dolorosa, que se acompanha de inchação da junta e impossibilidade de movimento. A imobilização deve ser o primeiro socorro, mas pode-se empregar também bolsa de gelo, nas primeiras horas.

Luxação. O deslocamento permanente de uma extremidade óssea que

forma articulação denomina-se luxação. Em certos casos, a luxação se repete a um simples movimento (luxação reincidente). As luxações mais comuns são as da mandíbula e do ombro. O primeiro socorro consiste no repouso e imobilização da parte afetada.

Fratura. A ruptura súbita e violenta de um osso denomina-se fratura.

Como causas de fraturas citam-se, principalmente, as quedas e os atrope-lamentos. As fraturas se localizam principalmente nos seguintes pontos: (1) membros superiores e inferiores, tanto mais graves quanto mais próximas do tronco; (2) bacia, em geral grave, acompanhada de choque, com possí-veis lesões da bexiga e do reto, com hemorragia interna; (3) crânio, fratura das mais graves por afetar o encéfalo, protegido pela caixa craniana, e produzir eventualmente lesões cerebrais, responsáveis pelo choque, parali-sia dos membros, coma e morte do paciente; (4) coluna, fratura que ocorre, em geral, nas quedas, atropelamentos e nos mergulhos em local raso.

A fratura de crânio é frequente nos casos de acidentes automobilísti-cos. O primeiro socorro deve chegar pelo aparelho respiratório, pois os

pacientes podem sucumbir por asfixia. Deve-se pôr de lado a cabeça, limpar a boca com o dedo protegido por um lenço e controlar a respiração. O choque pode ocorrer. Já no caso de fraturas de coluna, o prognóstico é mais grave se o paciente apresentar paralisia ou dormência dos membros inferiores. As fraturas do pescoço (coluna cervical) são quase sempre fatais. Faz-se necessário um cuidado especial no sentido de não praticar manobras que possam agravar a lesão da medula.

Irradiação atômica. As explosões atômicas determinam dois tipos de

lesões. A primeira, imediata, provocada pela ação calórica desenvolvida, e a segunda, de ação progressiva, determinada pela radioatividade. Nos pacientes atingidos, o primeiro socorro deve ser o da sua remoção do local, combate ao choque e tratamento das queimaduras quase sempre generali-zadas. O paciente irradiado não apresenta perigo para os demais, desde que não tenha ingerido substância radioativa ou permanecido com fragmen-tos de material radioativo no corpo.

Mordida de animal. Os indivíduos com ferimentos produzidos por mor-

didas de animais (cão, gato, morcego) devem ser objeto de cuidado espe-cial além do tratamento das feridas: é necessário certificar-se de que o animal não é portador de hidrofobia. Como o período de incubação da doença é longo, recomenda-se manter o animal em observação. Em caso de se confirmar a suspeita, administra-se soro anti-rábico à vítima. ©En-cyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Ataque cardíaco A maior parte das crises cardíacas começa com dor intensa ou sensa-

ção de compressão no tórax, especialmente atrás do esterno. A dor pode propagar-se para o braço esquerdo, ou ambos os braços, queixo e epigás-trio. Outros sintomas que caracterizam o infarto do miocárdio são a sensa-ção de angústia, a dificuldade de respirar, náusea e sudorese. O socorro médico deve ser solicitado de imediato, relatando-se os sintomas para que a ambulância chegue aparelhada com equipamento de oxigenoterapia, para o caso de tratar-se de infarto do miocárdio. A vítima deve ser mantida em posição confortável, sentada ou recostada, tranquila e absolutamente imóvel. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Respiração É muito importante observar a respiração dos traumatizados, sobretudo

quando estão inconscientes. A respiração barulhenta, entrecortada ou imperceptível deve despertar no observador a suspeita de dificuldade respiratória, com possibilidade de asfixia. Nesses casos, começa-se por limpar a boca do paciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomi-tada, o que pode ser feito colocando-se entre suas arcadas dentárias um objeto firme e macio, como uma rolha, para proceder à limpeza. Depois, vira-se a cabeça para um dos lados, fecha-se a boca do paciente seguran-do-lhe a mandíbula e deslocando-lhe a cabeça um pouco para trás, para facilitar a respiração.

Em caso de parada respiratória, é necessário iniciar imediatamente a

respiração artificial boca-a-boca ou por compressão ritmada na base do tórax, à razão de 16 vezes por minuto. A ventilação do local é muito impor-tante para qualquer paciente vítima de choque, anemia ou asfixia.

ARRITMIA CARDÍACA "Em condições normais, o nosso coração "bate" em uma frequência

que varia de 60 a 100 vezes por minuto. O coração é um órgão eminente-mente muscular e, como os outros músculos do nosso corpo, ele precisa de um estímulo para funcionar adequadamente. Os estímulos responsáveis pelo batimento cardíaco são representados por uma espécie de "corrente elétrica" que é transmitida por todo o coração, através de estruturas que poderiam ser grosseiramente comparadas a "fios condutores"."

Introdução Mas de onde vem esse estímulo? Ele nasce em uma estrutura localiza-

da no próprio coração, chamada nó sinusal (ou marcapasso fisiológico), que tem a capacidade de estimular o coração a bater 60 a 100 vezes a cada minuto.

Após a geração desse estímulo, ele caminha por células especializa-das e ativa todo o coração, permitindo que ele exerça sua principal função: a de bombear o sangue para os vários órgãos de nosso corpo. No entanto, nem sempre as coisas acontecem assim tão bonitinhas. Em alguns casos,

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por diversos motivos, esse estímulo não é gerado na frequência correta (podendo ser para mais ou para menos) ou nasce em locais não habituais. Esses estímulos anormais também podem ser conduzidos pelo coração, causando ou não sintomas e podendo levar à morte.

As arritmias cardíacas representam esse grupo de distúrbios do ritmo

cardíaco, que inclui um grande número de doenças, algumas bastante comuns e outras extremamente raras. É importante saber que podem ocorrer em qualquer idade, independente do sexo e da etnia, estando ou não associadas a outras doenças do coração.

Tipos de arritmia cardíaca As arritmias cardíacas podem ser classificadas de diversas formas, de-

pendendo da frequência, mecanismo de formação, local de origem, etc. Apresentaremos alguns termos mais gerais, comuns no dia-a-dia das pessoas.

Quanto à frequência, as arritmias podem ser classificadas em: • Bradicardia: ocorre quando o coração bate menos de 60 vezes por

minuto. Em algumas pessoas, pode ser um achado normal, como em atletas. São conhecidos vários tipos de bradicardia, cada um com suas características peculiares. Os marcapassos cardíacos são utilizados no tratamento desse tipo de arritmia.

• Taquicardia: ocorre quando o coração bate mais de 100 vezes por minuto. Ocorrem normalmente durante atividade física, estresse emocional, em presença de anemia e outras doenças. Existem vá-rios tipos, algumas extremamente graves.

Quanto ao local de origem, as arritmias classificam-se em: • Atriais: como sabemos, o coração é composto de quatro câmaras

(ou divisões), dois átrios e dois ventrículos. O estímulo normal para o batimento cardíaco é gerado no átrio direito. Em algumas arritmi-as, esses estímulos são gerados em excesso ou em menor núme-ro, pela própria estrutura que normalmente os gera; em outras, o estímulo surge em algum outro lugar nos átrios, levando à ocorrên-cia de arritmias atriais.

• Juncionais: essas arritmias surgem na junção entre os átrios e os ventrículos.

• Ventriculares: surgem dentro dos ventrículos, algumas com gran-de potencial para levar à morte.

Quais são os sintomas? Muitas arritmias são completamente assintomáticas, e a grande parte

da população apresenta alguns episódios arrítmicos durante o dia e nem se dá conta disso. A verdade é que existem alguns tipos de arritmias que estão mais associados à ocorrência de sintomas do que outros. E vai depender também de vários outros fatores: frequência dos episódios, frequência cardíaca atingida durante a arritmia, presença de doença cardí-aca prévia, entre outros.

O sintoma mais comum é a palpitação (ou "batedeira"), que pode ocor-

rer tanto nas bradicardias quanto nas taquicardias. Algumas pessoas são bastante sensíveis e apresentam grande desconforto na presença desse sintoma. Outro sintoma comum é a síncope (ou desmaio) caracterizada pela recuperação imediata e espontânea. O indivíduo pode sentir também falta de ar, mal-estar, e outros sintomas que vão depender da presença ou não de outras doenças.

Algumas vezes, quando a arritmia é mais grave, o paciente pode apre-

sentar confusão mental, fraqueza, hipotensão (pressão baixa), dor no peito (angina), caracterizando uma emergência médica e levando à aplicação de tratamento imediato para evitar a morte do paciente.

Como se faz o diagnóstico? Na suspeita de alguma arritmia, após a conversa com o paciente e o

exame físico, o qual pode mostra um pulso irregular, os exames comple-mentares a serem solicitados são os seguintes:

• Eletrocardiograma: primeiro a ser realizado, por ser prático, sim-ples e barato. O médico pode realizá-lo no consultório, durante a consulta. Porém, esse exame só vai permitir o diagnóstico se for realizado no momento da ocorrência da arritmia, embora existam alguns dados encontrados no exame normal que podem sugerir al-

guns tipos específicos de arritmia. Na emergência (pronto-socorro), permite a identificação da arritmia, agilizando a indicação do trata-mento.

• Holter-24 horas: esse exame é a realização de um eletrocardio-grama durante 24 horas. O paciente fica com os eletrodos durante esse tempo, ligados em um aparelhinho que é pendurado em sua cintura. Ele recebe uma ficha onde deve anotar as atividades que realizar, os sintomas que apresentar, colocando seus respectivos horários. Permite identificar muitas arritmias não visualizadas no eletrocardiograma normal, bem como relacionar a arritmia aos sin-tomas que o paciente apresenta.

• Ecocardiograma: não tem a finalidade de diagnosticar a arritmia, mas serve para detectar doenças cardíacas associadas, o que é de extrema importância para a avaliação do risco do paciente. É como se fosse uma ultra-sonografia do coração.

• Estudo eletrofisiológico: exame muito parecido com o cateteris-mo, realizado com a inserção de um cateter até chegar ao coração. O médico pode descobrir onde está sendo gerado o estímulo anormal, se existem "fios condutores" anormais, se ele consegue induzir uma arritmia e se ela responde aos medicamentos. Um de-talhe fundamental: durante esse exame pode ser feito o tratamento de vários tipos de arritmia.

Como é feito o tratamento? O tratamento vai depender do tipo específico de arritmia. Em alguns

casos, o uso de medicação antiarrítmica é suficiente, podendo prevenir a ocorrência de novos episódios arrítmicos. Em outros, porém, há a necessi-dade de outras terapias.

Existe uma arritmia bastante comum na população, a fibrilação atrial.

Ela acomete principalmente indivíduos com doenças cardíacas prévias, sendo um fator importante de piora dessas doenças. A importância dessa arritmia é o seu potencial para predispor à ocorrência de eventos trom-boembólicos, como o acidente vascular encefálico ("derrame cerebral"). Por isso, esses pacientes fazem uso, além do antiarrítmico, de anticoagulantes para "ralear" o sangue e diminuir o risco de formar trombos ("coágulos") dentro do coração. É claro que o tratamento não é assim tão simples, variando dependendo de cada caso.

As bradiarritmias, quando sintomáticas e perigosas, são tratadas com o

implante de um marcapasso. Esse aparelho tem a função de substituir o nó sinusal, gerando impulsos elétricos que são aplicados diretamente no coração e estimulando o batimento cardíaco. Hoje em dia, cada vez mais marcapassos são implantados, em todo o mundo.

Não podemos deixar de comentar sobre a parada cardíaca. Existe mais

de um tipo de arritmia que leva à parada cardíaca, sendo que a mais co-mum é a fibrilação ventricular. Essa arritmia é gerada nos ventrículos e faz com que o coração perca a capacidade de bombear sangue. O indivíduo perde a consciência, para de respirar e morre caso ela não seja revertida em poucos minutos. Como não há fluxo de sangue nos vasos, o cérebro não é oxigenado, assim caso a reversão demore a acontecer, após a ressuscitação o paciente pode apresentar sequelas irreversíveis. A única forma de tratar adequadamente essa arritmia é a aplicação de choques no "peito" do pacientes (muito comum assistirmos a esse procedimento em novelas, filmes). Geralmente, esses pacientes apresentam algum tipo de doença cardíaca importante. Quando esses pacientes apresentam um episódio de parada cardíaca e são ressuscitados, dependendo do quadro global da doença cardíaca, indica-se o implante do cardiodesfibrilador. Esse aparelho é um tipo de marcapasso capaz de identificar a arritmia, quando ela acontece, e de aplicar choques diretamente no coração, para tratar a arritmia quando necessário.

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4825&ReturnCatID=357

TUBERCULOSE Após ter sido considerada sob controle, a tuberculose ressurgiu na dé-

cada de 1990 como uma das principais doenças infecciosas letais. Em alguns países, o aumento dramático do número de casos da doença deveu-se à disseminação da AIDS. Vinculado a esse fenômeno, o surgimento de linhagens de bactérias resistentes aos medicamentos contra elas emprega-dos ameaçava transformar a tuberculose num flagelo semelhante ao que varreu o mundo antes da descoberta dos antibióticos.

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Tuberculose é uma doença infecciosa crônica causada por várias es-pécies de bactérias álcool-ácido-resistentes do gênero Mycobacterium. A forma clínica mais frequente da doença é a tuberculose pulmonar, causada pelo M. tuberculosis (bacilo de Koch), mas podem ocorrer lesões cerebrais (neurotuberculose), osteoarticulares, cutâneas (lúpus) e ganglionares, produzidas ora pelo bacilo de origem humana, ora pelo bacilo de procedên-cia bovina. O bacilo de Koch é uma bactéria extremamente pequena e resistente, em forma de bastonete. Pode viver em condições de aridez por meses seguidos e consegue resistir a desinfetantes de ação moderada.

Evolução da doença. A contaminação ocorre de duas formas: pela as-

piração de bactérias expelidas pelo doente (via respiratória) ou pela inges-tão de leite contaminado por M. bovis (via gastrointestinal). Ao tossir, espir-rar e falar, o doente expele milhares de gotículas, cada uma das quais contém de um a quatro bacilos, capazes de permanecer várias horas em suspensão no ar. Uma pessoa que inale essas gotículas pode ser infecta-da. Após o contágio, forma-se nos pulmões um foco de infecção de nature-za exsudativa. Surgem assim, como reação do organismo ao bacilo, as lesões microscópicas que dão nome à doença: os tubérculos, formados por um núcleo de células e tecidos mortos destruídos pelas bactérias e rodea-dos por células fagocitárias de defesa e por uma zona externa de tecido fibroso.

A tuberculose pulmonar primária ocorre sobretudo em crianças. A in-

fecção não apresenta sintomas e o indivíduo infectado desenvolve imuni-dade permanente. O foco inflamatório é absorvido, sofre transformação conjuntiva e calcifica-se. Em alguns casos, entretanto, o bacilo se dissemi-na rapidamente pelos pulmões, cai na corrente sanguínea e pode alcançar qualquer órgão do corpo, especialmente as meninges, onde causa a me-ningite tuberculosa. Essa doença, a tuberculose miliar, é de evolução rápida e altamente letal.

Nos adultos, a tuberculose toma forma diferente. Os sinais mais claros

da doença são fraqueza, perda de peso e tosse persistente. Como esses sintomas não regridem, a saúde geral do paciente se deteriora. O avanço do bacilo nos pulmões é lento. Ao invés de formar um nódulo duro e calcifi-cado, produz uma massa de aspecto queijoso que rompe os tecidos respi-ratórios e forma cavidades nos pulmões. A doença ganha os brônquios, e o bacilo pode então ser expelido pelo indivíduo. Se algum vaso sanguíneo é afetado, o doente começa a tossir sangue.

As lesões podem atingir uma área pulmonar extensa, o que diminui a

área disponível para a troca de gases na respiração. Se não for tratado, o paciente morre por falha na circulação de ar, toxemia geral e exaustão. Em alguns casos, a infecção se estende a outros sistemas orgânicos e pode afetar praticamente todos os órgãos: nodos linfáticos, articulações, ossos, pele, intestinos, órgãos genitais, rins e bexiga.

Diagnóstico. A tuberculose é geralmente diagnosticada pela detecção

de bacilos de Koch no exame microscópico da cultura de escarro, urina, lavagens gástricas e do fluido cérebro-espinhal. Uma radiografia do tórax pode revelar sombras características das lesões produzidas pela doença. Outro método de diagnóstico é o teste tuberculínico. Injeta-se no antebraço do paciente uma quantidade mínima de tuberculina, proteína produzida em meio artificial de cultura no decorrer do crescimento de M. tuberculosis. Uma reação local alérgica produzida em até 48 horas revela que o indivíduo já esteve exposto ao bacilo no passado, mas não está necessariamente infectado.

O teste ajuda o médico a distinguir a tuberculose de outras doenças

pulmonares em que as lesões, vistas na radiografia, lembram as da tuber-culose. A abreugrafia, criada pelo brasileiro Manuel Dias de Abreu, é indi-cada nos censos sanitários de grandes populações, devido ao baixo custo e à eficiência na descoberta de lesões assintomáticas.

Prevenção e tratamento. A manutenção de boas condições de higiene

e nutrição da população e o reconhecimento e tratamento precoce dos doentes infectados são os principais requisitos para a prevenção da tuber-culose. A vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin), composta de bacilos atenuados, foi empregada em alguns países, com sucesso, no controle da infecção em crianças, mas se mostrou pouco eficaz na imunização contra a tuberculose pulmonar adulta. A principal forma de prevenção da tuberculo-

se é, portanto, evitar a exposição à doença, o que significa tratar os doen-tes rapidamente, se possível em isolamento.

O tratamento da tuberculose pulmonar consiste na associação de me-

dicamentos a boa alimentação e descanso. Diversos antibióticos descober-tos nas décadas de 1940 e 1950 revolucionaram o combate ao bacilo de Koch. Dessas drogas, as primeiras usadas foram a estreptomicina, a isoni-azida e o ácido para-aminossalicílico, todas três capazes de erradicar o bacilo do organismo humano. Outras drogas eficazes são o etambutol, a rifampicina, a tiacetazona e a pirazinamida. Para evitar que o bacilo se torne resistente a uma das drogas, usa-se administrar os medicamentos de forma associada. Mesmo que a infecção seja estancada rapidamente, a cura completa exige tratamento durante vários meses.

Declínio e ressurgimento. Até meados do século XX não existia uma te-

rapia eficaz contra a tuberculose. De fato, do século XVIII ao XX, a doença foi a principal causa de morte no Ocidente, em todas as faixas etárias. O emprego de antibióticos a partir da década de 1950 resultou em índices de cura de até 95%. Até então, a maioria dos pacientes era tratada em sanató-rios especiais. À medida que novos antibióticos foram descobertos, o tratamento da tuberculose deixou de exigir a internação dos doentes. Era necessário apenas um período de isolamento de duas semanas, após o qual estava eliminado o risco de contaminação.

Diante desse avanço, acreditava-se na década de 1970 que a tubercu-

lose estava sob controle em praticamente todo o mundo. Com o passar dos anos, no entanto, algumas cepas de bacilos tornaram-se resistentes às drogas empregadas contra elas. Essa situação resultou do uso inadequado dos medicamentos disponíveis, seja pela insuficiência, seja pela irregulari-dade no emprego. As bactérias super-resistentes tornaram o tratamento mais difícil, tóxico e caro e ainda prolongaram o período de contágio.

O tratamento de pacientes infectados por cepas resistentes a dois ou

mais antibióticos passou a exigir a combinação de drogas menos potentes e mais tóxicas por um período prolongado (até dois anos) e, em alguns casos, a remoção cirúrgica da porção doente do pulmão. Segundo cálculos divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente um terço da população mundial estava infectada pelo M. tuberculosis, em meados da década de 1990, e a cada ano adoeciam entre oito e dez mi-lhões de pessoas, das quais três milhões morriam. Isso significou um aumento de 13,4% na taxa de mortalidade por cem mil habitantes, em comparação com o período 1983-1987.

Conexão com a AIDS. A interação entre a AIDS e a tuberculose tornou-

se, no final do século XX, um grave problema sanitário. A infecção pelo HIV, vírus causador da AIDS, compromete a ação das células de defesa que combatem o bacilo de Koch, o que transforma a AIDS num dos princi-pais fatores de risco para o desenvolvimento da tuberculose. Enquanto um indivíduo sem AIDS, mas com tuberculose latente, tem uma probabilidade de dez por cento de desenvolver a tuberculose ativa ao longo de toda a sua vida, o infectado pelo HIV tem um risco de dez por cento de contrair tuber-culose num período de um ano. Nos doentes que já apresentam sintomas da AIDS, esse risco é ainda maior: ultrapassa trinta por cento.

Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, verificou-se em 1991 uma inversão na tendência de declínio do número de casos de tuberculose notificados no país. No início da década de 1980, considerava-se que o controle sanitário da doença estava próximo, e, em virtude disso, os doen-tes passaram a ser atendidos preferencialmente em postos de saúde. Internavam-se apenas os pacientes em estado mais grave. Mesmo assim, registrou-se uma redução de quatro por cento no número de casos de tuberculose.

O agravamento da situação socioeconômica do país, associada às de-ficiências do sistema de saúde e ao avanço da AIDS, fez aumentar, porém, o número de casos de doentes crônicos de tuberculose. Em 1992, foram registrados no país 85.955 novos casos da doença, a maior parte dos quais na região Sudeste (41.201) e Nordeste (24.615).

Além disso, a tuberculose passou a ser, no Brasil, a doença oportunista mais comum manifestada por aidéticos, depois da candidíase. Dos mais de 43.000 casos de AIDS notificados no país até 1993, 18,4% apresentavam tuberculose. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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Meningite Até meados do século XX, praticamente todos os casos de meningite,

quando não levavam à morte, deixavam como sequelas a cegueira, o estrabismo e perturbações nervosas. Com o surgimento dos antibióticos e das sulfas, porém, o prognóstico de cura da doença é de quase cem por cento.

Meningite é a infecção e inflamação das meninges, membranas que envolvem e protegem o encéfalo e a medula espinhal, denominadas pia-máter, aracnóide e dura-máter, pela ação de diversos microrganismos, como bactérias (meningococos, pneumococos ou estreptococos), vírus, fungos e protozoários.

O quadro clínico mais conhecido é o da meningite cérebro-espinhal epidêmica, que afeta sobretudo as crianças e os indivíduos jovens e é provocada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo. As bactérias se multiplicam nas vias nasais e na garganta, sem causar dor, caem na corrente sanguínea e se instalam nas meninges, com o que provocam febre, dor de cabeça intensa, vômitos e rigidez da nuca.

Entre os vários tipos da doença, distinguem-se ainda a meningite tu-berculosa, que afeta a base do encéfalo e determina a paralisia facial e dos nervos cranianos, além de outras alterações; a meningite de tipo virótico ou asséptico, menos grave que o bacteriano; a leptomeningite, que atinge a pia-máter e a aracnóide; e a meningite sifilítica, uma complicação relativa-mente rara da sífilis. O diagnóstico imediato e a rápida aplicação do trata-mento são fundamentais para evitar sequelas permanentes ou mesmo a morte. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Leptospirose Doença infecciosa do tecido hepático produzida por espiroquetas do

gênero Leptospira. Caracteriza-se por febre alta, fraqueza, dores muscula-res, vômitos e hemorragia. Transmitida sobretudo pela urina do rato.

LEPTOSPIROSE: UMA DOENÇA ALÉM DA ÉPOCA DAS CHUVAS! Margareth Elide Genovez Pesquisador Científico Laboratório de Doenças Bacterianas da Reprodução Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal

A leptospirose é provavelmente uma das zoonoses de maior preocupa-ção em todo mundo. Apresenta vasta distribuição geográfica, tendo sido evidenciada em mais da metade dos países, sendo particularmente preva-lente nas Américas. Ocorre de forma endêmica na América Latina e no Caribe, com impacto na saúde pública e na economia agropecuária.

Acomete animais domésticos e silvestres e o homem como final da ca-

deia epidemiológica. Os animais silvestres, mamíferos (roedores, herbívo-ros, insetívoros, carnívoros), aves, répteis e anfíbios são portadores ou reservatórios de leptospiras para o homem e espécies domésticas.

O agente causal pertence ao gênero Leptospira que são bactérias espi-

raladas, longas, finas, ponteagudas e ativamente móveis. A ocorrência de leptospirose está estreitamente vinculada aos fatores

ambientais, que podem dar lugar a um foco de infecção, cuja amplitude está na dependência de condições favoráveis. Podem permanecer viáveis em água limpa por até 152 dias, mas não toleram alta salinidade, desseca-ção, pH ácido e a competição bacteriana em meios muito contaminados. Sem dúvida a água das chuvas é ideal para a sua sobrevivência.

Habitat favorável ao surgimento de focos de leptospirose.

Na zona urbana, principalmente em grandes cidades, durante a época das chuvas, as inundações se constituem no principal fator de risco para a ocorrência de surtos epidêmicos de leptospirose humana. Localidades com más condições de saneamento básico são as principalmente acometidas de surtos devido à presença de esgoto a céu aberto e lixões, proximidade com córregos, os quais propiciam o contato direto com as águas contaminadas com urina de roedores sinatrópicos (ratos e camundongos) e cães errantes.

A leptospirose humana pode se manifestar de forma leve ou moderada,

também denominada anictérica, ou severa e fatal, forma ictérica. O período de incubação varia de 2 a 20 dias, sendo os sintomas iniciais semelhantes aos da gripe, que depois evoluem para alterações especificas.

Sintomas na leptospirose humana

Inespecíficos Específicos

febre 38-39° C icterícia

cansaço alterações cardiovasculares

indisposição dificuldade respiratória

calafrios distúrbios neurológicos

cefaleia disfunção renal

mialgias (dor na panturrilha)

conjuntivas congestas

náusea

vômito (hemoptise)

erupções cutâneas

Alguns sintomas cedem em 3-4 dias, reaparecendo posteriormente

com o agravamento do quadro clinico. A síndrome de Weil, causada pelos sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhageni, é a mais frequente e mais grave manifestação desta enfermidade.

Os cães, como animais de companhia, podem ser responsáveis pela

transmissão da leptospirose aos seres humanos, principalmente crianças. A leptospirose canina ocorre principalmente pelos sorovares Icterohaemor-rhagiae, Copenhageni e Canicola, cujo curso pode variar de sub-clínico, agudo ou crônico. Várias são as manifestações clínicas, que podem incluir ou não a icterícia, dependendo do sorovar infectante. Na forma aguda pode causar a morte do animal por insuficiência renal e hepática, aqueles que sobrevivem à infecção tornam-se portadores e excretores de leptospiras pela urina de forma assintomática, disseminando a doença para outros cães, outras espécies animais e o homem. Na zona rural, as características do habitat e a presença de animais silvestres assumem grande importância para as criações de animais de produção (bovinos, bubalinos, suínos, equinos, ovinos e caprinos). Nessas, a leptospirose se constitui em uma enfermidade reprodutiva responsável pela quebra na produção de leite e carne em função da infertilidade e do abortamento, ocorrendo mais frequen-temente pela infecção pelos sorovares Hardjo (Hardjobovis ou Hardjoprajit-no), Pomona, Grippotyphosa e Icterohaemorrhagiae. No gado leiteiro, o aparecimento de mastite flácida com agalactia e pequena quantidade de sangue no leite também tem sido verificado. Nestes casos, ocorre a dimi-nuição na produção do leite que dura de 2 a 10 dias (Síndrome da Queda do Leite ou Milk Drop Syndrome). O leite torna-se amarelado, com consis-tência de colostro, grumos grosseiros e elevada contagem de células somáticas.

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Animais que sobrevivem apresentam retardo no crescimento e no ga-nho de peso, com significantes lesões renais, as quais condenam a carcaça no abate. Se o veterinário de inspeção estiver afeito às lesões poderá utilizar a informação para detectar o foco ou rebanho infectado. Nos suínos a leptospirose se manifesta como infertilidade, abortamentos, nascimento de animais fracos e inviáveis. Animais que se recuperam frequentemente se tornam portadores renais e genitais da bactéria e também disseminam a enfermidade no plantel.

Nos ovinos e caprinos, a leptospirose aparece com sintomas principal-

mente reprodutivos, semelhantes aos bovinos. Na infecção aguda obser-vam-se anorexia, dificuldade respiratória, anemia hemolítica, icterícia, urina de cor vermelha escuro e febre. Há certa evidência que também os ovinos sejam hospedeiros de manutenção do sorovar Hardjo. Entretanto, no Brasil, os sorovares mais frequentemente observados no sorodiagnóstico nesta espécie são Icterohaemorrhagiae e Hebdomadis. Na espécie caprina, também o sorovar Icterohaemorrhagiae é mais detectado, seguido de Castellonis e Grippotyphosa.

O homem que lida diretamente com as criações pode ser infectado a

partir do contato com animais doentes ou portadores e, portanto, a leptospi-rose humana como enfermidade ocupacional ocorre mais frequentemente em veterinários, granjeiros e magarefes. Atualmente, o principal grupo de risco ocupacional no mundo é o que lida com rebanhos bovinos leiteiros e granjas produtoras de suínos. Alem destas categorias profissionais, os plantadores de cana-de-açúcar, os trabalhadores de arrozais, os mineiros, os lixeiros entre outras estão sob risco de exposição.

Existe ainda a possibilidade do homem se infectar em atividades recre-

ativas e lazer, embora menos frequente e puramente acidental, ao banhar-se em rios, riachos, lagos e mananciais que recebem dejetos de animais ou na prática de atividades esportivas em ambientes contaminados como em pescarias.

Modelos de transmissão da leptospirose Diante dos primeiros sintomas, o médico deve ser sempre procurado

lembrando de informar os antecedentes de contato com águas de enchen-tes e contato com animais, pois, a partir destas informações, juntamente com o quadro clínico e os exames laboratoriais, é que se estabelece o diagnóstico.

No caso de animais de produção ou de companhia, o médico veteriná-

rio deve ser chamado para estabelecer o diagnóstico, não somente pelos prejuízos no plantel, mas, sobretudo, por tratar-se de uma zoonose que implica no estabelecimento imediato de medidas de controle e de preven-ção para que sejam minimizados os riscos de disseminação entre as pes-soas de contato com estes animais.

Para se entender melhor a transmissão da leptospirose, é preciso que

se conheça a sua epidemiologia. As portas de entrada para as leptospiras invadirem o organismo dos hospedeiros vertebrados são pele e membranas mucosas: conjuntiva, nasofaríngea e genital. Nas inundações, a imersão

em águas contaminadas com leptospiras permite a penetração devido à eliminação de barreiras naturais protetoras da pele, mesmo íntegra.

A habilidade em sobreviver e multiplicar é o maior componente de viru-

lência das leptospiras. Imediatamente após a penetração no hospedeiro, quer seja animal ou humano, elas se disseminam rapidamente por via linfática e sanguínea. Enquanto as leptospiras não patogênicas são rapi-damente destruídas pela fagocitose reticulo-endotelial, as patogênicas escapam a fagocitose e rapidamente se multiplicam exponencialmente na corrente sanguínea atingindo os vários órgãos. Cerca de 5-7 dias após a infecção aparecem os primeiros sintomas. Com o aparecimento dos anti-corpos (imunoglobulinas específicas) a multiplicação diminui ou cessa e o hospedeiro pode se recuperar ou vir a óbito, pelo efeito da intensa multipli-cação ou mesmo pelas lesões decorrentes da infecção.

O tempo para o estabelecimento de lesões é função principalmente da

virulência da estirpe e da dose infectante, e influenciado pela capacidade de resposta imune opsonizante do hospedeiro.

Nos animais que sobrevivem à infecção aguda, as leptospiras persis-

tem em sítios imunologicamente protegidos como túbulos renais proximais, câmara anterior do olho e trato genital e tornam-se portadores renais ou genitais, e importantes fontes de infecção para novos susceptíveis.

Nos animais prenhes, após alcançarem a circulação sanguínea ou cor-

rente linfática, atingem o útero e a placenta em qualquer estágio de gesta-ção, alcançam o feto que morre por leptospirose sendo expulso cerca de 24 horas depois.

O conhecimento da severidade da infecção, da distribuição geográfica,

dos fatores de risco envolvidos e das estirpes circulantes é de extrema importância para o estabelecimento da epidemiologia regional desta enfer-midade e o aprimoramento de medidas preventivas.

Tétano Todas as pessoas que sofrem ferimentos profundos produzidos por ob-

jetos perfurantes devem ser imunizadas com soro antitetânico. A medida de prevenção mais efetiva contra o tétano, entretanto, é a vacina antitetânica, que garante proteção por alguns anos.

Tétano é uma doença infecciosa aguda causada pelo bacilo de Nico-

laier (Clostridium tetani), bactéria esporulada que vive normalmente na terra e nas fezes de animais herbívoros. Caracteriza-se pela rigidez e por es-pasmos dos músculos voluntários. Esporos de C. tetani podem penetrar o organismo por qualquer tipo de ferida, até mesmo uma abrasão superficial, mas ferimentos perfurantes ou lacerações profundas são especialmente perigosos, porque criam um ambiente sem oxigênio, necessário à prolifera-ção desses microrganismos.

A quantidade de toxina produzida pela bactéria e a resistência do hos-

pedeiro determinam a gravidade da doença. O componente neurotóxico, a tetanospasmina, é um dos venenos mais letais conhecidos. O período de incubação da doença varia em geral de dois dias a duas semanas, mas pode chegar a três meses. Transcorrido esse período, observam-se contra-ções musculares permanentes, em princípio dos músculos da mastigação (trismo) e depois também dos músculos dorsais (opistótono), acompanha-dos de dor na nuca, febre alta e espasmos.

O tratamento do tétano prevê a administração de antibióticos, sedativos

e relaxantes musculares. Em casos muito graves, usa-se o curare, que tem propriedades relaxantes e consegue eliminar os espasmos e as convul-sões. Como o curare também paralisa a musculatura respiratória, é preciso empregar um respirador artificial para auxiliar a função respiratória do paciente. Após algumas semanas, quando a doença estiver controlada, a terapia com curare é interrompida e o paciente volta a respirar normalmen-te. Apesar do tratamento especializado, cerca de dez por cento dos casos são fatais. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Leishmaniose O difícil acesso da população aos serviços de saúde foi um dos fatores

que contribuíram para o aumento do número de casos de leishmaniose no Brasil, nas duas últimas décadas do século XX.

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Leishmaniose é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos por insetos hematófagos chamados flebótomos. Conhecem-se atualmente três espécies do protozoário. A primeira, L. brasiliensis, provoca a leishmaniose tegumentar, caracterizada por lesões cutâneas de tamanho e duração variáveis. A ferida não causa dor, apenas prurido, tem evolução benigna e não é letal. Algumas pessoas apresentam lesões grandes e deformantes que, em número muito pequeno de casos, podem destruir a mucosa nasal e da boca.

De alta incidência no Oriente, a L. tropica determina lesões na pele que se iniciam com a formação de pápula (botão), depois transformada em úlcera, que leva de seis meses a um ano para cicatrizar. A L. donovani causa a leishmaniose visceral, ou calazar, fatal se não for tratada. O diag-nóstico precoce facilita muito a cura. A doença ataca o fígado, baço e medula óssea, motivo pelo qual causa anemia e aumenta a propensão a infecções.

A leishmaniose não é transmissível pelo homem. O flebótomo se infec-ta quando pica animais como gambá, preguiça e rato doméstico ou silves-tre. No cão, a leishmaniose provoca as mesmas lesões, mas o remédio que cura o homem não tem efeito sobre o animal, que se torna assim portador permanente da doença. Há casos de pessoas, principalmente nas áreas endêmicas, que se infectam e não apresentam sintomas. Esses casos chegam a representar até mais de um quinto do total de pessoas infecta-das. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Toxoplasmose Calcula-se que entre trinta a cinquenta por cento da população do pla-

neta apresentam anticorpos para o agente causador da toxoplasmose, o que indica uma exposição ao organismo patogênico, mas não necessaria-mente o desenvolvimento da doença.

Toxoplasmose é uma doença parasitária grave provocada pelo proto-zoário Toxoplasma gondii. Além do homem, a infecção acomete animais domésticos e selvagens, inclusive aves. Até o final do século XX, não se havia conseguido determinar com precisão o mecanismo de transmissão da doença de animais para o homem. O contágio pode se dar da mãe para o feto pela placenta; por contato direto com indivíduo doente (relação sexual, contato com secreções); por contato com fezes de animal contaminado; por ingestão de carne, ovos e leite contaminados; por vermes; transfusão de sangue; e artrópodes (carrapato, percevejo, ácaro, mosca, barata etc.). O diagnóstico se obtém por meio de reações sorológicas específicas.

A forma clínica mais comum da toxoplasmose é a linfoglanular, que se caracteriza por abatimento, astenia, dores musculares e elevação de tem-peratura. O enfartamento ganglionar ocorre de três a quatro dias após o aparecimento da febre e pode ser localizado ou generalizado. Em alguns casos, pode ocorrer meningoencefalite. Ocasionalmente, apresenta-se comprometimento sensorial e erupção cutânea. Na toxoplasmose adquirida, geralmente mais benigna, a modalidade assintomática é mais comum. Na forma congênita, o parasito acomete preferentemente o sistema nervoso e muito frequentemente o globo ocular.

Algumas vezes, a toxoplasmose caracteriza-se pela ausência ou es-cassez de sinais clínicos. É o que ocorre, por exemplo, com as formas frustras ou oligossintomáticas, que provocam febre de curta duração e manifestações descaracterizadas que afetam, em geral, o aparelho respira-tório. Ocorre com frequência infecção generalizada, que atinge diversos órgãos, entre os quais o cérebro, os pulmões e o fígado. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Malária Por sua estreita vinculação com os fatores ambientais, a malária, tam-

bém chamada impaludismo e maleita, assume a forma endêmica nas áreas úmidas ou pantanosas infestadas pelos mosquitos que a transmitem. Constitui grave problema de saúde, quando os cuidados profiláticos são inexistentes ou insuficientes.

Malária é a doença infecciosa causada pela presença no sangue de protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada de mosquitos infectados. Caracteriza-se, em geral, por febre intermitente, que se apre-senta sob as formas conhecidas como terçã maligna, terçã benigna, quartã e oval. Tais formas, porém, às vezes são tão semelhantes quanto à sinto-matologia que, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (1970), dificilmente se podem distinguir sem exames de laboratório.

A forma mais grave, a terçã maligna, apresenta quadro clínico variável, inclusive febre não recorrente, calafrios, suor, dor de cabeça, icterícia, transtornos de coagulação, choque, insuficiência renal, encefalite aguda e coma. Nesse caso, o tratamento deve ser imediato, já que esses sintomas podem causar complicações irreparáveis. Em crianças não tratadas e adultos não imunes, os casos fatais podem chegar a dez por cento.

Nas demais formas, em geral, não há perigo para a vida do paciente, a não ser nos casos de doentes muito jovens ou portadores de doenças concorrentes. Os sintomas incluem mal-estar indefinido, seguido de calafri-os e rápida elevação da temperatura, quase sempre com cefaleia e náu-seas, que culminam com suor abundante. Após um intervalo sem febre, repete-se o ciclo. Pode ocorrer febre cotidiana, em geral nos casos de dupla infecção; febre em dias alternados (terçã) ou com intervalos de dois dias (quartã). Uma crise inicial sem tratamento pode durar de um mês a mais, e as recaídas, frequentes, podem repetir-se durante anos, a interva-los irregulares.

O diagnóstico deve ser confirmado por exame de laboratório, que de-monstre a presença do parasito no sangue. Pode ser necessário repetir o exame. O que oferece maiores condições de segurança é o do método da gota espessa: o parasito nem sempre é visível nos casos de preparações com amostras retiradas de pacientes em tratamento ou que tenham passa-do por tratamento. Os anticorpos, evidenciados mediante a prova dos anticorpos fluorescentes, persistem muitos anos após a infecção.

Em numerosos países, a malária epidêmica praticamente desapareceu. Mesmo em muitas regiões tropicais, a incidência foi reduzida devido a programas de combate ao mosquito ou de controle das condições ambien-tais propícias a sua reprodução. Em lugares em que essas medidas foram suspensas, as taxas de incidência atingiram proporções de epidemia. A malária ainda constitui importante problema de saúde pública em muitas regiões tropicais ou subtropicais da África, Ásia, América Central e do Sul e Pacífico sul. No Brasil, uma área equivalente a cerca de 85% do território nacional ainda se mostra sujeita ao aparecimento da malária.

O P. falciparum é o agente transmissor da terçã maligna; o P. vivax transmite a forma benigna; o P. malariae é o agente da modalidade quartã e o P. ovale é o transmissor da forma oval -- a menos comum, inexistente no Brasil. Nas zonas endêmicas, ocorrem infecções mistas. O homem é o hospedeiro mais importante desses protozoários. Os macacos superiores (pongídeos, como o chimpanzé) são infectados com o P. malariae. Nos macacos em geral, ocorrem formas de infecção pelo P. knowlesi e P. cynomolgi.

A malária é transmitida pela fêmea do Anopheles darlingi, mosquito en-contrado no planalto central brasileiro e na bacia amazônica. O mosquito ingere sangue humano que contém plasmódios sob a forma de gametócitos e atua como hospedeiro definitivo. Os parasitos transformam-se em espo-rozoítos num prazo de 8 a 35 dias, de acordo com a espécie do parasito e a temperatura a que o inseto se acha exposto. Concentrados nas glândulas salivares, são injetados toda vez que o mosquito se alimenta de sangue.

Os gametócitos aparecem no sangue do hospedeiro suscetível três a 14 dias depois do começo dos sintomas, de acordo com a espécie de parasito. A malária também pode ser transmitida por injeções ou transfusão de sangue de pessoa infectada ou, ainda, por seringas hipodérmicas con-taminadas. Também é possível, em muitos casos, a transmissão congênita.

A suscetibilidade à malária é universal e pode diminuir como decorrên-cia de infecção prévia. Nas coletividades altamente endêmicas, onde a exposição ao mosquito persiste por muitos anos, pode-se desenvolver tolerância à infecção. Os africanos negros apresentam resistência racial ao P. vivax.

Os sintomas ocorrem mais frequentemente em grupos etários mais baixos, pois os adultos das zonas endêmicas tornam-se mais resistentes à infecção. Nas epidemias, os grupos suscetíveis se tornam mais amplos, ao se acrescentarem novos contingentes de infectados. A primeira medida preventiva contra a doença é o controle dos pacientes, dos contatos e do meio ambiente imediato. A aplicação de inseticidas de ação residual (hidro-carburetos clorados, como o DDT, o hexacloreto de benzeno ou o dieldrin), em fórmulas e doses adequadas nas paredes internas das casas e superfí-cies em que os mosquitos pousam habitualmente, é considerada eficaz como medida de controle.

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Em caso de resistência, podem ainda ser usados os inseticidas organo-fosfatados ou compostos de carbamatos, que têm a inconveniência de, em certas fórmulas, serem mais tóxicos para o homem. A pulverização com esses produtos deve incluir toda a área de incidência e ser repetida até baixarem os índices endêmicos. A vigilância pode eliminar os parasitos residuais no homem.

Nos casos de epidemia, é necessário investigar em primeiro lugar sua natureza e extensão. A pulverização de inseticidas, o tratamento imediato dos casos agudos e o emprego de medicamentos supressivos, como a cloroquina e o quinino, são indicados. Em casos extremos, emprega-se a quimioterapia profilática em massa. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Dengue Dores na cabeça, nos músculos e nas articulações, febre, comprome-

timento das vias aéreas superiores e até hemorragias são alguns sintomas do dengue.

Dengue é uma doença das regiões tropicais e subtropicais, causada por quatro tipos de vírus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes, principalmente A. aegypti, também transmissor da febre amarela. O mos-quito se infecta ao picar uma pessoa contaminada, nos três dias seguintes à manifestação dos sintomas, e incuba o vírus durante oito a 11 dias antes de poder transmiti-lo a outra pessoa, por meio de gotículas de saliva que penetram na pele da vítima. Uma vez infectada, a vítima fica imunizada contra aquele tipo de vírus, mas pode contrair os três restantes.

O vírus instala-se quase sempre no fígado, rins ou baço, e os sintomas manifestam-se cerca de uma semana após a picada, para desaparecer por volta do quinto dia. Na forma mais grave da doença, o dengue hemorrágico, que pode provocar choque e até morte, ocorre hemorragia gastrintestinal e das mucosas. Não existe tratamento específico para o dengue; a terapia consiste em aliviar os sintomas. As pessoas suspeitas de ter contraído a doença devem ser isoladas temporariamente e protegidas por cortinados e repelentes, a fim de evitar a propagação. A forma de combate mais eficien-te consiste na erradicação do mosquito transmissor, pelo aterro de alaga-dos, e por saneamento e pulverização com inseticidas das áreas infesta-das, além da educação sanitária. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

A dengue é uma das principais doenças transmitidas por mosquito no mundo e um problema gravíssimo especialmente em países gelados como a Alemanha, onde o clima e os hábitos urbanos oferecem condições ótimas para o desenvolvimento e proliferação de seu mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Em algumas zonas do Brasil recebe o nome de "febre quebra-ossos".

É transmitido por mosquitos dos gêneros Aedes ou menos frequentemente Stegomyia, em climas ou estações quentes. Existe endemicamente em África, Ásia tropical, regiões tropicais límitrofes do Pacífico, Caraíbas e América do Sul, incluindo Brasil.Existem 4 tipos de vírus conhecidos : 1. 2, 3 e 4.

A dengue é transmitida através da picada de uma fêmea contaminada do Aedes aegypti, pois o macho se alimenta apenas de seiva de plantas. Um único mosquito desses em toda a sua vida (400 dias) pode contaminar até 300 pessoas.

Os macacos são um importante reservatório do vírus.

Macaco do gênero Samiri

O reservatório da infecção são os macacos, mas os seres humanos também podem transmitir o vírus aos mosquitos que o passam a outros seres humanos.

Imunologia Na primeira vez em que uma pessoa é contagiada por qualquer dos 4

tipos de vírus, adquire a dengue clássica e nunca mais voltará a ter dengue daquele mesmo tipo de vírus. Se infectada por outro dos 3 restantes tipos de vírus, pode apresentar o quadro de dengue hemorrágica.

Progressão e sintomas O período de incubação é de três a quinze dias após a picada.

Dissemina-se pelo sangue (viremia). Os sintomas iniciais são inespecíficos como febre baixa (frequentemente vai a menos de 35ºC) de ínicio abrupto, bem-estar, muito apetite, dores de cabeça e musculares e por vezes sangramento fácil dos olhos e nariz. Mais tarde pode provocar hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, com danos e enfartes em vários orgãos, que são potencialmente mortais. Ocorre frequentemente também hepatite e por vezes choque mortal devido às hemorragias abundantes para cavidades internas do corpo. Há ainda exantemas cutâneos típicos (manchas vermelhas na pele), e dores agudas das costas (origem do nome, doença “quebra-ossos”).

A síndrome de choque hemorrágico da dengue ocorre quando pessoas

imunes a um sorotipo devido a infecção passada já resolvida viajam e são infectadas por outro sorotipo. Os anticorpos produzidos não são especificos suficientemente para neutralizar o novo sorotipo, mas ligam-se aos virions formando complexos que causam danos endoteliais, produzindo hemorragias mais perigosas que as da infecção inicial.

Diagnóstico e tratamento O diagnóstico normalmente é feito por IVIS, isolamento viral através de

inoculação de soro sanguíneo em culturas celulares; ou por morologia. As pessoas em áreas endêmicas que têm sintomas como febre alta

devem consultar um médico para fazer análises. É aconselhável ficar em repouso e beber líquidos. É importante evitar a automedicação, porque pode ser perigosa, usando apenas a prescrição médica. Não é aconselhável usar remédios à base de ácido acetilsalicílico (AAS), como aspirina ou outros AINEs, porque eles facilitam a hemorragia. Caso o nível de plaquetas desça abaixo do nivel funcional mínimo (trombocitopenia) justifica-se a transfusão desses elementos.

Recentemente, cientistas da UNESP de São José do Rio Preto -

Estado de São Paulo, descobriram que a larva do mosquito da Dengue pode ser combatido através de borra de café, já utilizada. Use 2 colheres dessa borra para cada meio copo d'água. Apenas 500 microgramas são necessários para matar a larva do mosquito transmissor.

Prevenção O controle é feito basicamente através do combate ao mosquito vetor,

principalmente na fase madura do inseto. Deve-se evitar o acúmulo de água em possíveis locais de desova dos mosquitos. Quanto à prevenção individual da doença, aconselha-se o uso de janelas teladas, além do uso de repelentes.

É importante tratar de todos os lugares locais onde se encontram as

fases imaturas do inseto, neste caso a água. O mosquito da dengue coloca seus ovos em lugares com água parada (limpa). A melhor embora na fase larvar os insetos estejam na água, os ovos são depositados pela mãe na parede dos recipientes, aguardando a subida do nível da água para eclodirem.E com isso a pessoa infctada pode ate morrer, por causa de um descuidado a saude, qualquer sintomas de dengue procure um posto de saude o mais rapido possivel.Autor:Orlinpigusmacilteodoro

História A dengue existe desde tempos imemoriais A dengue afetou os espanhóis quando se estabeleceram nas Caraíbas,

como em Cuba e na ilha de Santo Domingo e em outras regiões da América, matando muitas pessoas. Colombo teria sido obrigado a mudar a capital da ilha de Santo Domingo porque o local inicial tinha grande número

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de mosquitos transmissores que infectaram e mataram uma proporção considerável dos colonos.

Na colonização da África a dengue juntamente com a febre amarela, a

malária e a doença do sono foi um dos fatores que atrasaram a divisão do continente e penetração dos seu interior pelas potências europeias até ao fim do século XIX, quando já era algo protetora a ciência da Medicina.

Houve grandes epidemias de dengue em 1779, na ilha de Java, nas

Américas, o primeiro relato científico foi em Cuba, em 1782. Em 2002 18 pessoas da mesma família foram mortas por dengue em Atibaia.

Dengue no Brasil No Brasil assim como no resto do mundo a Dengue é uma forma de

doença que acompanha o ciclo das chuvas, a primeira ocorrência epidêmica registrada, no norte do país aconteceu em 1846, surgindo depois outra na Boa Vista (Roraima), entre 1981 e 1982.

Mas foi em 1986 que o hábito do inseto sofreu uma mutação, passando a procriar nos ralos e vasos no interior nas habitações, nesse ano, inaugurou-se no Brasil uma nova modalidade de epidemia urbana, iniciada no Rio de Janeiro e seguindo para Ceará e Alagoas. No ano seguinte, atingiu também Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo, tornando-se endêmica nestes locais.

Em 1990 foi detectado um surto de dengue hemorrágica no Rio, que incidiu principalmente nas pessoas que já haviam ficado doentes na epidemia de 1986.

Em 2002, novamente o Rio de Janeiro foi castigado por uma epidemia de dengue, agora com a entrada do vírus tipo 3. Mais de 400 mil pessoas contraíram a doença na cidade e 17 (oficialmente) morreram de dengue hemorrágica. Foi o ano com mais casos de dengue na história do país, concentrados no Rio de Janeiro.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro de 2006 foram registrados 279.241 casos de dengue o equivalente a 1 caso (não fatal) para cada 30 Km ² do território desse país. Um crescimento de 26,3% em relação ao mesmo período em 2005. A maior incidência foi na Região Sudeste do Brasil. Apesar dos números, para o Governo federal não ocorre uma nova epidemia da doença no Brasil. No entanto, medidas para combater o mosquito foram tomadas – como mapeamento de focos do Aedes aegypti e orientação à população das áreas com maior risco de infestação.

A cidade de Ilha Solteira lidera o ranking da epidemia de dengue no

estado de São Paulo. Segundo dados não oficiais, Ilha Solteira com pouco mais de 26 mil habitantes conta com mais de 13 mil casos da doença com 3 mortes até o mês de março de 2007. A prefeitura da cidade não manifestou preocupação alguma e divulga na imprensa que no máximo 200 pessoas tiveram dengue e que não houve qualquer caso de morte. Tal situação causa preocupação, pois a cidade conta com mais de três mil universitários de diversas partes do país e devido a movimentação destes, espalhar a doença mais ainda.

No Brasil, a ocorrência de vítimas fatais por dengue, registrados por

ano foi de 1 morte para cada 567.464 km ² de solo, some-se isso ao custo de um exército de profissionais altamente treinados para pulverizar um pó anti-larva nos ralos e vasos sanitários e do uso de veículos especiais providos de atomizadores com a missão de borrifar veneno na atmosfera das habitações dos contribuintes durante o amanhecer ou no entardecer se tem uma ideia dos interesses envolvidos, são essas cifras alarmantes que obrigam o governo federal a investir milhões de dólares no combate ao mosquito.

Recentemente está havendo uma epidemia de Dengue no estado do

Pará, sendo que 7000 casos estão no Pará, 400 em Belém e 3 pessoas no estado já estão sob suspeita de dengue hemorrágica, sendo que uma é do município de Tucuruí e duas são da capital Belém. E no RS está tendo um surto, principalmente no Pastor Dohms, onde alunos da 8ª C estão sendo picados por um mosquito enorme.

Hepatite O sintoma mais peculiar da hepatite é a icterícia, sinal clínico que con-

siste na coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas.

Hepatite é o termo genérico que designa a inflamação do fígado, seja ela consequente de agressão direta ou parte de um processo sistêmico. As hepatites mais comuns são as virais -- causadas por vírus -- e as tóxicas. Dentre os processos tóxicos distinguem-se a hepatite medicamentosa, causada por ingestão excessiva ou inadequada de medicamentos; a hepati-te decorrente de uso de drogas e a hepatite alcoólica. Esta última, que pode ser aguda ou crônica, se dá por lesão direta à célula hepática e é a causa mais frequente de cirrose. Entende-se por hepatite crônica a inflamação do fígado por um período superior a seis meses, seja ela viral, tóxica ou crôni-co-idiopática, isto é, de origem desconhecida.

Hepatites virais agudas. São conhecidos os seguintes tipos de hepati-

tes virais agudas, identificados por seus agentes causadores: (1) Hepatite A (HVA), de transmissão fecal-oral, por contaminação de

água e alimentos. Não se transmite pelo sangue, a não ser durante o período agudo. A taxa de mortalidade é muito baixa e não há relato de hepatite crônica por HVA.

(2) Hepatite B (HVB), que se transmite por contato com sangue ou pro-dutos sanguíneos infectados, por via sexual ou pela chamada transmissão vertical, isto é, da mãe infectada para o recém-nascido, no momento do parto. Os grupos de risco incluem homossexuais, usuários de drogas intravenosas, pacientes em hemodiálise e profissionais da saúde. A hepati-te B pode evoluir para a cura completa, para uma hepatite fulminante ou, mais tardiamente, para câncer de fígado (hepatocarcinoma).

(3) Hepatite C (HVC), de alta incidência entre usuários de drogas intra-venosas. São desse tipo oitenta por cento dos casos de hepatite contraída por transfusão de sangue. Sabe-se hoje que a maior parte dos casos da chamada hepatite não A- não B são de hepatite C, que evolui, na maior parte dos casos, para a hepatite crônica.

(4) Hepatite D, causada pelo agente delta, somente se desenvolve em associação com hepatite B. É endêmica em algumas áreas, especialmente a Amazônia, e geralmente complica a evolução da doença.

(5) Hepatite E (HVE), transmitida pela água contaminada, é epidêmica na Ásia, no norte da África e no México. Corresponde provavelmente às hepatites anteriormente descritas como não A- não B de transmissão fecal-oral.

(6) Hepatite F, causada por partícula viral detectada em pacientes submetidos a transplante hepático.

Outros tipos de hepatites virais agudas são causados por vírus como o

Epstein-Barr, o citomegalovírus e o vírus do herpes, responsáveis por 15 a 20% dos casos de hepatite pós-transfusão diferentes da HVC, principal-mente em pacientes imunocomprometidos.

Diagnóstico e quadro clínico. A identificação dos diferentes tipos de

hepatite viral aguda se faz pela detecção, no sangue do paciente, do pró-prio vírus ou pela dosagem de imunoglobulinas, que são a resposta imuno-lógica do paciente à agressão viral. O quadro clínico é extremamente variável: há desde casos completamente sem sintomas, só detectados por exames de laboratório, até quadros de morte em poucos dias (hepatites fulminantes).

O período de incubação varia de duas a seis semanas, na HVA, até de

seis semanas a seis meses, na HVB. A doença se manifesta por sintomas gerais de mal-estar, fadiga intensa, perda de apetite, náuseas e vômitos, febre e dor na região do fígado, que se apresenta de tamanho aumentado, fezes esbranquiçadas e urina escura. Cinco a dez dias depois do apareci-mento dos sintomas tem início uma fase ictérica, em que a pele e as con-juntivas se apresentam amareladas. A doença aguda regride geralmente em duas a três semanas, mas os exames de laboratório que monitoram a evolução da doença (dosagem de bilirrubina, transaminases etc.) só reve-lam resultados normais após nove semanas (HVA) ou 16 semanas (HVB e HVC). A hepatite fulminante só se verifica em um por cento dos casos.

Tratamento e prevenção. O tratamento das hepatites virais consiste

basicamente em repouso no leito na fase inicial de aparecimento dos sintomas. É dispensável o repouso absoluto, com retorno gradual das atividades à medida que a doença regride. A dieta deve ser leve para evitar as náuseas, com progressiva normalização acompanhando a melhora clínica. Recomenda-se a abstinência total de álcool e outras drogas que possam lesar o fígado já comprometido.

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Para evitar contágio, dispensa-se o isolamento estrito do doente. Bas-tam os cuidados higiênicos normais, como lavar as mãos após as evacua-ções ou após contato com material contaminado. Exige-se cuidadosa manipulação de agulhas e seringas contaminadas. A pesquisa sistemática de vírus em sangue doado e seus subprodutos evita a propagação por transfusão. São importantes as campanhas que previnem a contaminação por via sexual e os cuidados especiais com gestantes portadoras dos vírus a fim de evitar transmissão durante o parto. Para bloquear o desenvolvi-mento da doença em pessoas suspeitas de contaminação recente pelos vírus A e B usa-se globulina hiperimune. Aos grupos de alto risco recomen-da-se a vacina contra hepatite B, que protege aproximadamente por nove anos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

AIDS Detectada no final da década de 1970, a AIDS se configurou rapida-

mente como uma das maiores ameaças à saúde pública no século XX. A grande capacidade de contágio, a elevada taxa de mortalidade e um quadro clínico arrasador fizeram desse mal um dos mais graves problemas sanitá-rios e sociais que o homem moderno tem a enfrentar.

A AIDS (sigla de acquired immune deficiency syndrome, ou síndrome

da imunodeficiência adquirida) é provocada por uma infecção virótica que danifica o sistema imunológico humano. Em consequência, todo o organis-mo fica exposto a outras infecções, como a pneumocistose (forma de pneumonia rara que acomete também recém-nascidos debilitados), infec-ções cerebrais, diarreia persistente e herpes ou ainda certas variedades de câncer (como o sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer de pele).

A infecção inicial é provocada pela contaminação direta do sangue por

fluidos corpóreos que contenham o retrovírus HIV (sigla inglesa de "vírus da imunodeficiência humana"). Os retrovírus se reproduzem com a ajuda de uma enzima chamada transcriptase, que torna o vírus capaz de copiar (transcrever) suas informações genéticas em uma forma que possa ser integrada no próprio código genético da célula hospedeira. Assim, cada vez que a célula hospedeira se divide, produzem-se também cópias do vírus, cada uma das quais contém o código virótico.

A moléstia desenvolve-se em três fases. Inicialmente, o HIV entra na

corrente sanguínea e provoca o desenvolvimento de anticorpos. Os sinto-mas aparecem na segunda fase: suores noturnos, febre, diarreia, perda de peso, cansaço e infecções incomuns. A AIDS é, a rigor, a terceira fase do processo, em que surgem as chamadas infecções oportunistas e, finalmen-te, sobrevém a morte. Os anticorpos do HIV podem ser detectados no organismo duas a oito semanas após a inoculação, mas o vírus fica incu-bado entre um ano e meio e cinco anos antes que surjam sintomas.

O vírus se transmite pelos fluidos corpóreos, particularmente o sangue

e o sêmen. Assim, o contato social com o soropositivo não configura risco de contágio. Por outro lado, a pessoa que ignora estar contaminada pode transmitir a doença. A situação de risco mais importante é a relação sexual, especialmente a anal, pois a mucosa do reto é mais frágil que a da vagina e se rompe facilmente durante o coito, abrindo caminho à entrada do vírus na corrente sanguínea. Outro fator de risco são as transfusões de sangue. A terceira é a aplicação de injeções com agulhas contaminadas. E a quarta é a gestação; a mulher infectada muitas vezes contamina o feto.

Histórico. A doença foi detectada pela primeira vez em 1979, entre ho-

mossexuais masculinos americanos. Por apresentar sintomas parecidos com os de outras moléstias, pôde a princípio passar despercebida e assim expandir-se rapidamente. O primeiro diagnóstico foi feito em 1981, e em 1983 o vírus foi identificado na França, por uma equipe do Instituto Pasteur. Em 1985, criou-se o primeiro método para descobrir no sangue anticorpos do vírus da AIDS. Baseava-se na técnica denominada ELISA. Esse exame foi a princípio criticado por apenas indicar a presença ou ausência de anticorpos no sangue. Objetava-se que o exame poderia dar resultado positivo em pessoas que eram apenas portadoras do vírus. Contudo, uma experiência do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos indicou que cinco a dez por cento das pessoas com resultado positivo realmente con-traem a doença.

No início da década de 1990 foi testada uma série de medicamentos

contra o HIV. Nenhum deles, porém, mostrou-se capaz de curar a doença.

O único que efetivamente conseguia retardar a evolução do mal -- embora ao custo de pesados efeitos colaterais, sobretudo a anemia -- era o AZT (azidovidina). Outro campo de pesquisa eram os remédios contra as infec-ções oportunistas. Nenhum deles, porém, apresentava resultados compro-vadamente eficazes. Apesar dos esforços, a AIDS espalhava-se rapida-mente e se previa que no ano 2000 o número de infectados pelo HIV pode-ria chegar a quarenta milhões em todo o mundo.

Em 1996 divulgou-se a descoberta de uma combinação de três medi-

camentos capaz de reduzir o ritmo de reprodução do HIV. O coquetel incluía dois bloqueadores de transcriptase reversa -- o já conhecido AZT e mais o 3TC -- e um inibidor de protease. Doentes precocemente submeti-dos a essa terapia se recuperaram fisicamente sem perda da qualidade de vida e os especialistas começaram a encarar a AIDS já não como incurável, mas como doença crônica.

Prevenção e tratamento. A grande arma contra a AIDS é a prevenção.

As campanhas sanitárias recomendam, em primeiro lugar, relações sexuais estáveis, com um mínimo de parceiros. Em segundo, o uso de preservati-vos (camisinhas). Em terceiro, para injeções usar exclusivamente seringas e agulhas descartáveis ou esterilizadas e, nas transfusões, sangue testado. E, finalmente, que as mulheres infectadas evitem ter filhos. A outra arma é o diagnóstico precoce, para o que já se desenvolveram vários testes. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Criptococose Infecção aguda, subaguda ou crônica causada pelo fungo Cryptococ-

cus neoformans, que causa micose pulmonar, sistêmica ou meníngea. Também chamada blastomicose ou doença de Buschke.

A Criptococose também conhecida por Torulose, Blastomicose

Europeia ou Doença de Busse-Buschke é uma doença, micose causada pelo fungo Cryptococcus neoformans. As manifestações mais comuns são a pneumonia e a meningite, sendo esta última de particular importância.

Cryptococcus neoformans Os criptococos crescem no ser humano em formas unicelulares,

leveduras encapsuladas com 5 micrómetros, de replicação assexuada por geminação.

Este fungo é frequente em solos húmidos, vivendo livremente e

alimentando-se de resíduos orgânicos, como fezes de pássaros, especialmente pombos. A sua forma sexual multicelular é classificada como Filobasidiella neoformans e é um basiodiomycete.

Epidemiologia Existe em todo o mundo. Haverá um caso de meningite em um milhão

de pessoas por ano. A infecção é pela inalação de esporos, frequentemente em detritos de pombos.

Progressão e Sintomas Após inalação, as leveduras multiplicam-se no pulmão, frequentemente

de forma assintomática. Mais tarde, se o indivíduo estiver debilitado, disseminam-se pelo sangue, especialmente para o cérebro. O sistema imunitário destrói os organismos sanguíneos, mas não detecta aqueles já presentes no líquido cefalo-raquidiano (uma vez que é muito pobre em linfócitos). O resultado mais frequente é a multiplicação das leveduras nesse líquido rico em glicose que envolve o cérebro, com inflamação das meninges (membranas), ou seja, meningite. Sintomas são aqueles de todas as meningites mas de intensidade mais moderada: dor de cabeça, náuseas, vómitos e fotofobia (sensibilidade exagerada à luz), que podem durar várias semanas (ao contrário da meningite bacteriana que é fatal em apenas algumas horas).

Em indivíduos imunodeficientes (com por exemplo SIDA/AIDS, tomando corticosteróides ou com outra patologia cronica associada) a condição é mais grave e cursa com encefalite potencialmente mortal. Pode ainda causar lesões na pele e ossos.

Diagnóstico e Tratamento Amostras de líquido cefalo-raquidiano são observadas ao microscópio,

mas a cultura pode ser necessária para a identificação. A serologia, com detecção de anticorpos específicos contra o fungo é usada também.

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O tratamento é com o fármaco antifúngico anfotericina B, ou com derivados de azol, como itraconazol.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Criptococose"

Doença Os agentes capazes de alterar o estado normal de um organismo são

de origens muito diversas. É por esse motivo que a nosologia, capítulo da patologia geral que estuda as características de cada enfermidade, obede-ce a diferentes critérios, que podem ser anatômicos, fisiológicos, socioeco-nômicos, geográficos etc.

Doença é o estado de alteração da saúde física ou mental sob efeito de

agentes perniciosos originados dentro ou fora do organismo. De uma dor de dente a um estado de coma, a doença pode assumir os mais diversos graus de intensidade e apresentar-se em qualquer época da vida.

Além de crônicas ou agudas, as doenças também podem ser, segundo

sua causa ou etiologia: (1) carenciais, quando resultantes da falta de condi-ções normais para o desenvolvimento orgânico (subnutrição, avitaminose e correlatas); (2) traumáticas, se provocadas por impacto físico ou emocional, inclusive do calor, do frio etc.; (3) tóxicas, se provindas da agressão de agentes químicos; (4) parasitárias, se suscitadas por vermes, fungos etc.; (5) infecciosas, quando desencadeadas por vírus, bacilos, bactérias; e (6) degenerativas, quando decorrem de processo inerente ao organismo, como a tendência ao envelhecimento dos tecidos (arteriosclerose, por exemplo) ou sua auto-agressão destruidora (cânceres em geral).

Nomenclatura das doenças. Na linguagem médica, a doença é fre-

quentemente designada pelo sufixo "patia" acrescentado ao nome, em grego, do órgão afetado, como gastropatia (doença do estômago), pneu-mopatia (doença dos pulmões) ou cardiopatia (doença do coração) e assim por diante. Apesar das tentativas de certos autores, não existe regra para a designação das doenças, de tal modo que não é possível estabelecer uma sistematização, como se faz em outros ramos da biologia. A falta de uni-formidade na designação das doenças deve-se ao fato de que a maioria foi descrita quando a patologia ainda não estava sistematizada, de modo que um sintoma ou aspecto morfológico era tomado como se fosse a própria moléstia e dava-lhe nome, depois consagrado pelo uso.

Verifica-se um grau maior de sistematização nas doenças baseadas

em processo inflamatório, designadas pelo nome do órgão ou tecido a que se segue o sufixo "ite", em português -- como meningite, inflamação das meninges -- ou em latim ou grego, como hepatite, inflamação do fígado. Muitas moléstias, todavia, não obedecem à regra e outras são designadas pelo sufixo "ite" ainda que não sejam de natureza inflamatória. O sufixo "ose", que significa "estado de", também é de uso frequente na nomenclatu-ra das doenças: tuberculose (condição em que estão presentes tubérculos), esclerose (estado de endurecimento dos tecidos), arteriosclerose (endure-cimento das artérias) e outras.

No caso de tumores, emprega-se o nome do tecido que ele imita se-

guido do sufixo "oma". Assim, fibroma designa tumor de tecido conjuntivo fibroso e condroma, do grego chondros, que significa cartilagem, designa o tumor cartilaginoso. Quando se trata de tumores malignos, usa-se o termo carcinoma, do grego karkinos, que significa caranguejo, para designar os tumores epiteliais; e sarcoma, do grego sarkós, que significa carne, para os tumores do tecido conjuntivo. Em outros casos, é o tipo de célula que dá nome ao tumor, como o linfossarcoma, assim chamado pelo aspecto -- semelhante ao de linfócitos -- das células que o constituem.

Moléstia. Chama-se moléstia o complexo de alterações funcionais e

morfológicas, de caráter evolutivo, que se manifestam no organismo sub-metido à ação de causas estranhas, contra as quais reage. Como os seres vivos estão sujeitos, no meio em que vivem, a estímulos de toda natureza, são também hereditariamente aparelhados para reagir a tais estímulos por meio de mecanismos que procuram restabelecer automaticamente a ho-meóstase, ou seja, o equilíbrio com o meio. A fim de manter o equilíbrio funcional, isto é, a saúde, os seres vivos utilizam constantemente o meca-nismo de compensação e adaptação de suas funções às variações do ambiente externo.

Se os estímulos forem exagerados, ou agirem bruscamente, ou ocorre-rem em fase de enfraquecimento daqueles mecanismos, o organismo não

consegue manter o equilíbrio de suas funções e estruturas orgânicas, e sobrevém a moléstia. Esta não representa, pois, o desenvolvimento de um mecanismo novo, mas a consequência de um enfraquecimento dos meca-nismos normais de compensação e adaptação.

Com certa frequência, em exame clínico ou em autópsia, o médico de-

tecta uma doença de que o paciente não se queixava: é que os mecanis-mos de compensação permitiram ao organismo adaptar-se a esse estado mórbido. Trata-se sempre, porém, de um equilíbrio lábil: bastaria a ação de qualquer agente pouco agressivo, às vezes mesmo não aparente, para desencadear os sintomas que evidenciam a moléstia. Por isso, não se deve confundir as manifestações clínicas com a doença, que pode estar presente desde o nascimento, com manifestações tardias.

Enfermidade, afecção e lesão. Enfermidade é a alteração de uma fun-

ção, como, por exemplo, a cegueira, a miopia, a surdez etc., que pode ser a sequela de uma moléstia. Afecção é a alteração de um órgão e pode provir também de uma moléstia. Por exemplo, a febre reumática, mesmo depois da cura, pode deixar alterada permanentemente a válvula mitral. Essa alteração denomina-se afecção. Lesão é a alteração de uma estrutura anatômica, que pode ser de pele, músculo, cerebral etc.

Sintomas. Denomina-se sintoma toda manifestação anormal do orga-

nismo, como dor, fraqueza, febre, diarreia, emagrecimento e hemorragia. Constitui, assim, a expressão fundamental da alteração da saúde e, portan-to, o sinal de alarme da doença. As moléstias se configuram pela identifica-ção de um conjunto de sintomas, alguns mais importantes, outros menos, mas todos relacionados à mesma causa.

O estudo dos sintomas pertence ao ramo da patologia denominado sin-tomatologia. Os sintomas podem ser objetivos e subjetivos. Os primeiros são verificados pelo médico pela palpação, percussão e ausculta e os demais, como dores, tontura e fraqueza, são referidos pelo doente. Em geral, o doente procura o médico por causa de um ou mais sintomas subje-tivos, que constituem o ponto de partida para a consulta e o exame, pelos quais se verifica o conjunto de sintomas, se emite um diagnóstico e se determina uma terapia. Ao conjunto de sintomas chama-se síndrome.

Sinais. Denomina-se sinal o fenômeno aparente por meio do qual se

chega à identificação da doença. Quando o médico percute o tendão de inserção do músculo quadríceps situado logo abaixo da rótula, por exemplo, a perna realizará um brusco movimento de extensão, chamado reflexo patelar. A falha dessa resposta denomina-se sinal de Westphal. Na semio-logia clínica, assim como na semiologia das diversas especialidades médi-cas, estudam-se os sinais próprios de cada doença.

Moléstias infecciosas Dá-se o nome de moléstias infecciosas aos processos mórbidos provo-

cados por microrganismos -- vírus verdadeiros, clamídias (psitacose, linfo-granuloma venéreo e tracoma), rickéttsias, bactérias, fungos e protozoários -- ou por helmintos (vermes).

Infecção. Nem toda infecção é, por si mesma, sinônimo de doença in-

fecciosa, pois a entrada e o desenvolvimento de um agente infeccioso no organismo nem sempre determinam o aparecimento de manifestações clínicas. Na patologia infecciosa cada vez mais se estabelece e se confir-ma, com dados laboratoriais, o conceito de infecção sem doença. Assim, na tuberculose, lepra, poliomielite, caxumba, citomegalia, coccidioidomicose, blastomicose sul-americana, criptococose e histoplasmose pode ocorrer infecção sem doença, sob forma inaparente ou assintomática, ou com manifestações passageiras. Diagnosticam-se tais quadros por meio de provas sorológicas ou reações intradérmicas de leitura tardia, com os antígenos competentes. Quando, em determinada coletividade, um grupo populacional apresenta alta incidência de positividade para determinada reação intradérmicas, é quase certa a ocorrência da doença corresponden-te.

Como se adquire uma infecção. Todos os microrganismos e helmintos patogênicos para o homem atingem o organismo de quatro formas possí-veis: por contágio, mediante um veículo de transmissão (fômite), por inter-médio de um vetor ou pelo ar.

O contágio pode ser direto ou indireto. O primeiro se dá quando há

contato físico com o indivíduo infectado e o contágio indireto ocorre quando

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há contato com objetos contaminados, como brinquedos, roupas e instru-mentos cirúrgicos, com transferência do material contaminante à boca, pelas mãos, ou pela contaminação das mucosas ou da pele, escoriada ou intacta.

Por implicar a associação relativamente íntima de duas ou mais pesso-as, deve ainda ser considerada a forma de infecção por contágio ou disse-minação de gotículas de muco ou saliva, projetadas na conjuntiva, na face, na boca ou no nariz de um indivíduo por outro infectado, no ato de espirrar, tossir, cantar ou falar. Tais gotículas, chamadas perdigotos, raramente alcançam mais de um metro de distância do ponto de onde emanam. As secreções oronasais compreendem as gotículas de Flugge e os núcleos de Wells. A distinção entre ambos é importante, porque apresentam diferentes modalidades de transmissão e profilaxia diversa.

São veículos de transmissão a água, os alimentos, o leite, produtos biológicos, inclusive soro e plasma, ou qualquer substância que sirva de meio pelo qual um agente infeccioso possa ser transportado de determina-do receptáculo para o organismo de um hospedeiro suscetível, por inges-tão, inoculação ou deposição na pele ou nas mucosas.

A transmissão por vetor se dá quando há intervenção de artrópodes ou outros invertebrados, que inoculam o agente patogênico na pele ou nas mucosas pela picada ou pela deposição de material infectante na pele, nos alimentos ou em objetos. O próprio vetor ou transmissor pode ser infectado (nessa condição, denominado infectante) ou atuar apenas como portador passivo, mecânico, do agente infeccioso.

A transmissão da infecção pelo ar pode verificar-se: (1) pela inalação dos minúsculos resíduos resultantes da evaporação de gotículas bucona-sais e que permanecem suspensos no ar em locais fechados, por tempo relativamente longo; (2) pela inalação ou assentamento, na superfície do corpo, de partículas provenientes do solo ou de pisos, roupas e outros objetos contaminados, que em geral permanecem em suspensão por um período.

O agente etiológico transfere-se de uma fonte primária de infecção pa-ra um novo hospedeiro por três fases: vias de eliminação, vias de transmis-são e vias de penetração. As vias de eliminação são aquelas pelas quais o agente etiológico é eliminado do organismo de um portador para o meio ambiente ou para o organismo de um vetor hematófago. As vias de trans-missão são conjuntos de veículos pelos quais se faz a transferência do agente etiológico de uma fonte primária para um novo hospedeiro. Por fim, as vias de penetração são aquelas pelas quais um agente etiológico pene-tra num hospedeiro. Em geral, essa penetração se efetua pela mesma via que serviu como via de eliminação do caso clínico ou portador.

Diagnóstico e tratamento. O diagnóstico das doenças infecciosas fun-damenta-se em dados clínicos (sintomas e sinais) e exames laboratoriais. Febre, dores de cabeça, musculares ou nas articulações, rigidez da nuca, aumento do tamanho do baço e afecções cutâneas são sintomas e sinais que podem ocorrer em uma série de doenças infecciosas. Do ponto de vista clínico, por exemplo, paciente com febre súbita e elevada, intensa dor de cabeça, vômitos, rigidez da nuca e eventual obnubilação mental é suspeito de meningite.

O diagnóstico de laboratório baseia-se na demonstração microscópica do agente infectante, seu isolamento e identificação. Provas sorológicas e intradérmicas são também comumente utilizadas, tais como a reação de Widal, para a febre tifóide, a reação de Wassermann, para a sífilis, a reação de Frei, para o linfogranuloma venéreo e outras. São de grande utilidade exames auxiliares como o hemograma, a hemossedimentação, transamina-ses, mucoproteínas, exames radiológicos e outros, cujos resultados devem ser considerados à luz dos dados clínicos.

O tratamento dos processos infecciosos sofreu modificação radical com o advento dos quimioterápicos e antibióticos. Apenas as viroses não são passíveis de tratamento específico. Em tais casos, faz-se a chamada terapêutica sintomática, acompanhada de repouso e de medidas higiênicas e dietéticas.

Medicina tropical Os fatores geográficos são de significativa importância na criação e

manutenção dos chamados nichos ecológicos naturais, principalmente no caso das doenças que têm um reservatório na natureza fora do corpo

humano e um vetor biológico que transmite o agente infectante. Não há dúvida de que as doenças infecciosas e parasitárias são influenciadas, em sua evolução, pelas condições climáticas do meio ambiente, de modo que muitas se revestem de características especiais.

Em medicina tropical, o método clínico aplicado ao exame do doente é indissociável do método epidemiológico. É preciso sempre correlacionar o estudo do doente com o conhecimento do ambiente onde vive, de seu biótipo, de como se desenvolvem os fenômenos e problemas de ecologia associados à comunidade a que ele pertence.

Grupos nosológicos. A patologia tropical abrange, segundo Carlos Chagas, três grupos nosológicos, a saber: doenças cosmopolitas, modifica-das nos trópicos; doenças predominantemente mais difundidas e em geral mais graves nos países tropicais, mas que se observam em algumas regi-ões temperadas ou mesmo nas regiões mais frias da terra, em circunstân-cias artificiais; e, finalmente, doenças exclusivas dos países tropicais e subtropicais.

Nem só os germes patogênicos experimentam a ação do clima e, as-sim, variam de virulência e de capacidade morbígena. Também o organis-mo humano é influenciado pelos mesmos fatores, que determinam desvios e adaptações no metabolismo normal e, igualmente, alteram e regulam os processos fisiopatológicos, nos quais se expressam as resistências funcio-nais à agressão parasitária. Desse modo, ainda segundo Chagas, modifi-cando a ação e as reações patogênicas, ou seja, atuando sobre os fenô-menos biológicos fundamentais que se exteriorizam na doença, o clima delineia o perfil da nosologia nos países quentes.

Não faltam, portanto, à patologia desses países, características funda-mentais que a delimitam como ramo especial da medicina e definem bem seus objetivos. A patologia tropical é, acima de tudo, aquela que se refere às doenças infecciosas e parasitárias. Assim, no vasto capítulo das parasi-toses é que se revelam mutações qualitativas e quantitativas atribuíveis ao clima.

Doenças transmissíveis no Brasil As condições de vida no Brasil são de marcante tropicalidade e, nos

trópicos, os fatores de ordem geográfica interferem decisivamente na formação dos germes produtores das infecções, bem como na atividade dos agentes de sua difusão. Constituem-se com facilidade os "complexos patogênicos" de Maximilien Sorre, englobados pelo homem e seu habitat, os vetores biológicos e os reservatórios do agente causal, inclusive todos os elementos do ciclo evolutivo do parasita.

Vários são os complexos patogênicos que se formam nas zonas tropi-cais. Muitos desses fatores garantem a certas doenças tropicais o caráter endêmico e dão origem a processos mórbidos autóctones ou modificam as doenças cosmopolitas. O solo, vegetação, aspectos zoogeográficos, índice pluviométrico, tipos de habitação, hidrografia, temperatura ambiente, nível de umidade e outros fatores geográficos e meteorológicos interferem com maior ou menor intensidade nos nichos ecológicos naturais.

Mortalidade no Brasil. Por fatores diversos, as doenças transmissíveis continuam a pesar nas estatísticas sanitárias do país, bem como no obituá-rio em geral. O Brasil do final do século XX ainda se caracterizava como país de elevada mortalidade da população jovem, provocada principalmente por diarreias infecciosas, gripe, pneumonia, tuberculose pulmonar, sarampo e tétano, além da AIDS. Merecem ainda citação, mais pela incapacidade que provocam do que pelas mortes que causam, a malária, esquistossomo-se, doença de Chagas, lepra e ancilostomíase, ainda que a avaliação da saúde da população brasileira seja limitada pela precariedade dos dados disponíveis.

Assim se resumem as características de morbidade no país: Região Norte. Alta incidência de malária; ocorrência de elevada taxa de

prevalência da lepra, febre amarela silvestre e outras arboviroses na mata amazônica; importante foco de filariose em Belém.

Região Nordeste. Ampla disseminação da esquistossomose e da do-ença de Chagas; focos residuais de peste; extensos focos de tracoma; elevada incidência de malária nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia; importantes focos de leishmaniose nos estados do Ceará e Bahia e de filariose em Recife; focos de cólera.

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Região Centro-Oeste. Alta incidência de malária; prevalência de bócio endêmico e de lepra; ocorrência epizoótica de febre amarela silvestre; ampla disseminação da doença de Chagas no estado de Goiás.

Região Sudeste. Ampla incidência de malária e de esquistossomose; elevada taxa de prevalência de bócio endêmico e de lepra; importantes focos de brucelose; disseminação da doença de Chagas em Minas Gerais; grande área endêmica de doença de Chagas no estado de São Paulo.

Região Sul. Áreas de bócio endêmico; baixa incidência de tracoma; moderada incidência de brucelose; larga disseminação da doença de Chagas, principalmente no estado do Rio Grande do Sul; importante área malarígena em Santa Catarina. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publi-cações Ltda.

Doenças Sexualmente transmissíveis O surgimento da AIDS, na década de 1980, renovou o interesse da

medicina pelas doenças sexualmente transmissíveis, que voltaram a ser uma das principais questões de saúde pública. Tais enfermidades, como a sífilis, a gonorreia e o cancro mole, são difundidas de pessoa para pessoa pelo contato sexual.

Doenças sexualmente transmissíveis são aquelas que se contraem

principalmente por contato sexual. Essas enfermidades eram antes chama-das venéreas, denominação derivada de Vênus, a deusa do amor da mito-logia romana. São provocadas pela infecção por diferentes tipos de micror-ganismos, tais como bactérias (gonorreia, sífilis, linfogranuloma venéreo, cancro mole etc.), vírus (herpes genital, AIDS) ou mesmo protozoários (tricomoníase).

O contágio das doenças sexualmente transmissíveis se dá também por

outras vias. Algumas, como a sífilis e a AIDS, podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gestação, por uma transfusão de sangue infectado ou pelo uso de seringas hipodérmicas não esterilizadas. Em geral, afetam de início os órgãos genitais, os sistemas reprodutor e urinário, a boca, o ânus e o reto. Podem, entretanto, com a permanência do microrganismo, atacar vários órgãos e sistemas.

Durante séculos, as doenças sexualmente transmissíveis representa-

ram considerável ameaça para a saúde pública, tanto pela impossibilidade de controlar sua difusão antes da implantação dos modernos sistemas de saneamento, quanto pela inexistência de meios adequados para combater os microrganismos que as provocam. Esse quadro começou a modificar-se a partir da descoberta dos antibióticos e de outros agentes quimioterápicos que provocaram imediata redução na ocorrência dessas doenças.

A mais grave das doenças sexualmente transmissíveis até o apareci-mento da AIDS foi a sífilis, causada por uma bactéria do grupo dos espiro-quetas, o Treponema pallidum. O contágio ocorre por via direta, pelo conta-to entre mucosas ou pela epiderme. O tratamento se faz com base na administração de penicilina e de outros agentes antibióticos.

Modernamente, entre as doenças sexualmente transmissíveis, só a

AIDS (sigla inglesa de "síndrome da imunodeficiência adquirida") é fatal mesmo com tratamento. Detectada no final da década de 1970, logo pas-sou a constituir uma das maiores ameaças à saúde pública. A infecção é provocada pela contaminação do sangue por fluidos humanos que conte-nham o retrovírus HIV (sigla inglesa de "vírus da imunodeficiência huma-na"). Com a destruição do sistema imunológico, o organismo fica exposto a outras infecções, chamadas oportunistas, que acabam por provocar a morte do paciente.

Gonorreia. Também chamada blenorragia, a gonorreia é provocada por

um gonococo, bactéria de forma arredondada que se instala nas mucosas. A infecção se localiza em diversas glândulas do aparelho genital do homem e da mulher e costuma afetar as mucosas da uretra, do colo uterino e do reto. O tratamento com penicilina e outros antibióticos é extraordinariamen-te eficaz para combater a gonorreia. A infecção pode deixar sequelas graves: esterilidade, tanto no homem, se o epidídimo for atingido, quanto na mulher, se houver inflamação das trompas, e cegueira no recém-nascido contaminado pela mãe.

Durante muito tempo os especialistas acreditaram que sífilis e gonor-

reia eram a mesma doença. Só no início do século XX foram registrados

progressos significativos na identificação das duas enfermidades, com a descoberta dos microrganismos que as causam e o desenvolvimento de testes de detecção. Entre 1940 e 1950 a erradicação dessas duas enfermi-dades parecia iminente, mas logo depois sua incidência voltou a aumentar. O recrudescimento foi provocado por diversas causas, entre as quais a redução das campanhas de prevenção, a crescente resistência dos micror-ganismos aos antibióticos e diversos fatores sociais que influenciaram o comportamento sexual.

Cancro mole. Semelhante ao cancro da sífilis primária, o cancro mole, cancróide ou "cavalo" é provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi. Ao lado do granuloma inguinal e do linfogranuloma, é doença de alta incidência nos trópicos. O período de incubação varia de três a cinco dias, após os quais surgem feridas muito dolorosas nos órgãos genitais, acompanhadas de ínguas nas virilhas. O tratamento, à base de tetraciclinas, deve ser feito pelo casal.

Herpes genital. Na primeira manifestação do herpes genital, de quatro

a seis dias após o contágio, surgem nos genitais inúmeras bolhinhas que logo se rompem, formando pequenas feridas dolorosas que desaparecem espontaneamente entre o sétimo e o décimo dia. O vírus, no entanto, aloja-se no organismo e provoca o retorno periódico dos sintomas, em geral abrandados. As crises podem ser desencadeadas por exposição ao sol, estresse, menstruação e fatores que diminuam a resistência imunológica, como outras doenças e certos medicamentos. A cura do herpes, causado pelos vírus herpes simples tipos 1 e 2, ainda está sendo pesquisada, mas existem medicamentos à base de aciclovir que controlam o aparecimento dos sintomas.

Outras doenças. Também têm incidência relativamente elevada o linfo-

granuloma venéreo, o granuloma inguinal, a uretrite não-gonocócica e o condiloma acuminado. O linfogranuloma venéreo -- causado pela Chlamy-dia trachomatis, agente responsável também por doenças de menor gravi-dade, como uretrites -- manifesta-se pelo aumento das glândulas linfáticas nas virilhas, que podem supurar. O granuloma inguinal inicia-se como uma pequena ferida, que pode aumentar e tomar grandes áreas, usualmente na região genital. A uretrite não-gonocócica provoca inflamação da conjuntiva e da uretra, artrite, lesões cutâneas e oculares. O condiloma acuminado, conhecido popularmente como verruga venérea ou crista-de-galo, é causa-do por vírus e se caracteriza pelo aparecimento na região genital de peque-nas verrugas róseas ou acinzentadas, moles e úmidas. O tratamento é local com ácido tricloroacético.

Infecções frequentes mas sem gravidade são a tricomoníase, causada

pelo Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado, e a candidíase, provocada pela Candida albicans, agente infeccioso que produz sintomas como irritação, prurido e leucorreia.

Prevenção. Não existe vacina contra as doenças sexualmente trans-

missíveis, de modo que a prevenção consiste basicamente em evitar o contágio. Muitas vezes, a pessoa infectada por vírus ou bactérias causado-res dessas doenças não apresenta sintomas e pode contaminar parceiros sexuais sem mesmo saber que está doente. Assim, as principais medidas preventivas consistem em evitar práticas sexuais promíscuas, mesmo com parceiros aparentemente limpos e saudáveis, e usar preservativos correta-mente. A mulher só deve engravidar e amamentar depois de comprovar sua condição de não-infectada, para não contaminar o bebê. O doador de sangue deve ter resultados negativos para sífilis e AIDS, além da hepatite. Recomenda-se o emprego exclusivo de seringas e agulhas descartáveis e, no caso de médicos e enfermeiros que cuidam de portadores de sífilis e AIDS, o uso de luvas para manipular sangue e demais secreções do paci-ente.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

9 CONDUTA ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE

A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) através do latim mos (ou no plural mores) (costumes, de onde se derivou a palavra moral.). Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo - sociedade.

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Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica, e buscando explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro que etimologicamente “ética” e “moral” são expressões sinônimas, sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim.

A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com

certa frequencia a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.

Modernamente, a maioria das profissões têm o seu próprio código

de ética profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional. Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do direito de exercer a profissão.

10 PRINCÍPIOS GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO. 10.1 PREVENÇÃO E CAUSAS DOS

ACIDENTES DO TRABALHO. 10.2 PRINCÍPIOS DE ERGONOMIA NO TRABALHO. 10.3 CÓDIGOS E

SÍMBOLOS ESPECÍFICOS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO.

Prevenção de acidentes.

A segurança no trabalho sempre foi essencial para garantir a saúde e evitar acidentes nos locais de trabalho. Atualmente, tornou-se um item obrigatório em todos os tipos de trabalho.

Milhares ou milhões?

Infelizmente, as estatísticas oficiais ainda não quantificam, adequada-mente, a ocorrência anual de acidentes do trabalho no Brasil. Segundo as últimas estatísticas da Previdência Social, os acidentes com lesão foram da ordem de 400 mil no período de um ano, sendo que aproximadamente 400 desses acidentes resultaram na morte do trabalhador.

Desde aqueles que ocorrem sem lesão ou danos visíveis até os fatais, os acidentes no trabalho são objeto de estudo de um setor que, entre outras denominações, intitula-se de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).

O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material.

Essa lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata (doença profissional).

Assim, caracteriza-se a lesão quando a integridade física ou a saúde são atingidas. O acidente, entretanto, caracteriza-se pela existência do risco.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT apresenta a se-guinte definição para o acidente do trabalho:

"ACIDENTE DO TRABALHO (ou, simplesmente, ACIDENTE) é a ocor-rência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão" (NBR 14280/99, Cadastro de Acidentes do Trabalho - Procedimento e Classificação.)

Muitas vezes o acidente parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos, o que, a princípio poderia contradizer a definição acima apresentada. Alguns autores chamam esses acidentes de incidentes ou de "quase-acidentes". Outros autores, preservando a definição, os chamam de "aci-dentes sem lesão ou danos visíveis". Nesse caso o prejuízo (dano) material pode ser até mesmo a perda de tempo associada ao acidente.

Exemplificamos aqui dois acidentes com lesão:

1) acidente: exposição do trabalhador a ruído excessivo causa: ausên-cia de isolamento acústico e/ou não utilização de protetor auricular conse-quência: perda auditiva (doença profissional).

2) acidente: queda do trabalhador de um andaime causa: ausência da proteção lateral do andaime e/ou não utilização de cinto de segurança consequência: fraturas diversas (lesões traumáticas) e/ou morte.

Existe uma ampla legislação sobre esse assunto, especialmente na área trabalhista e previdenciária.

O gerenciamento dos riscos associados ao trabalho é fundamental pa-ra a prevenção de acidentes. Isso requer pesquisas, métodos e técnicas específicas, monitoramento e controle.

Os conceitos básicos de segurança e saúde devem estar incorporados em todas as etapas do processo produtivo, do projeto à operação. Essa concepção irá garantir inclusive a continuidade e segurança dos processos, uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos.

Instituições públicas e privadas, no Brasil e no exterior dedicam-se a esse assunto em suas mais variadas vertentes, envolvendo uma grande diversidade de profissionais, devido ao seu caráter multidisciplinar.

Acima de tudo, entretanto, a busca de condições seguras e saudáveis no ambiente de trabalho significa proteger e preservar a vida e, principal-mente, é mais uma forma de se construir qualidade de vida.

O trabalho realizado seriamente de forma competente e assídua, é uma das maiores virtudes do ser humano. Ele valoriza, revitaliza e honra quem o realiza para o bem estar próprio e ao dos seus semelhantes.

Os frutos colhidos do trabalho desenvolvido com segurança geram pra-zer e satisfação. Os traumas físicos e psicológicos provocados por aciden-tes durante o mesmo, geram a angústia, a infelicidade e, consequentemen-te, o desestímulo.

O trabalhador e a unidade onde ele desenvolve suas atividades têm obrigação de conhecer os respectivos direitos e deveres que regem o trabalho feito com harmonia, satisfação e, sobretudo, segurança.

O contorno às situações insalubres, o uso de equipamentos de segu-rança individual e/ou coletiva e a supervisão constante de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), são objetivos que não podemos deixar de priorizar.

A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) define que as Unidades mantenham Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Traba-lho, de acordo com o grau de risco da atividade específica e com o número de servidores.

A legislação prevê, por exemplo, que o custeio de exames médicos ocupacionais dos servidores seja de responsabilidade do empregador. Existem também Normas Regulamentadoras da CLT, que estabelecem direitos e deveres da Unidade e dos servidores, relativos à Segurança e Medicina do Trabalho. Como é o caso da Portaria nº 3214, de 08.06.78.

Assim, é de fundamental importância que não só o empregador cumpra sua parte, mas principalmente os servidores conheçam as normas e instru-ções existentes em sua área de trabalho e as atitudes corretas que devem ser tomadas no dia a dia.

Diante de situações novas ou de emergências, use o bom senso, veri-fique as precauções a serem tomadas, em consonância com as recomen-dações da Unidade. Em caso de dúvida, busque orientação da chefia imediata, a quem devem ser dadas também sugestões práticas de como executar um trabalho em condições seguras.

SEGURANÇA

Alguns conceitos norteiam as ações de segurança no ambiente de tra-balho:

Segurança do Trabalho:

Conjunto de recursos utilizados para manter sistemas de controle de riscos e prevenção de acidente.

Risco:

Conjunto de variáveis que favorecem a interrupção de um processo e a ocorrência de um acidente.

Prevenção:

Conjunto de métodos ou processos cuja finalidade é evitar ou controlar os riscos.

Controle:

Concretização dos métodos e processos de prevenção.

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Controle de Risco:

Para preservar a integridade dos servidores, a CIPA deve desenvolver um trabalho de levantamento das condições de trabalho e dos riscos que podem causar desconforto, lesão ou agravo à saúde.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA):

É um grupo de servidores constituído por representantes da Unidade (indicados pelo Diretor), para contribuir na prevenção de doenças e aciden-tes do trabalho. No entanto, TODOS devem se sentir integrantes da CIPA. Entre as suas várias atividades, está a Semana Interna de Prevenção de Acidentes - SIPAT, durante a qual se desenvolvem eventos para despertar em cada um o interesse prevencionista. SUA participação é de grande importância.

Acidente de trabalho:

Incidentes que acontecem, apesar dos programas de controle de riscos desenvolvidos periodicamente. O conceito legal de acidente de trabalho é “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da Unidade, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que causa a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

Acidente de trajeto:

É aquele ocorrido fora do local de trabalho, no trajeto do trabalho para a residência ou da residência para o trabalho e no deslocamento do traba-lho para atender necessidades fisiológicas - refeições, lanches e outros - e para descanso programado.

Daí a importância de manter sempre atualizado o endereço de sua re-sidência junto a Sessão de Pessoal e Chefe imediato.

Doenças profissionais:

São equiparadas aos acidentes de trabalho.

na Unidade ou fora da Unidade, no horário de trabalho - procurar atendimento médico e comunicar o fato à chefia imediata.

fora da Unidade e do horário de trabalho ou no trajeto - procurar atendimento médico e comunicar ao Chefe imediato, no início do próximo expediente

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUA NATUREZA E

A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Riscos Físicos

Riscos Químicos

Riscos Biológicos

Riscos Ergo-nômicos

Riscos de Aci-dentes

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso

Arranjo físico inadequado

Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso

Máquinas e equipamentos sem proteção

Radiações ionizantes

Névoas Protozoários Exigência de postura inadequada

Ferramentas inadequadas ou defeituosas

Radiações não ioni-zantes

Neblinas Fungos Controle rígido de produtividade

Iluminação inadequada

Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos exces-sivos

Eletricidade

Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e notur-no

Probabilidade de incêndio ou explosão

Pressões anormais

Substâncias, compostos ou produtos químicos em geral

Jornada de trabalho prolongada

Armazena-mento inade-quado

Umidade Monotonia e repetitividade

Animais peço-nhentos

Outras situa-ções causa-doras de “stress” físico e/ou psíquico

Outras situações de risco que poderão contri-buir para a ocorrência de acidentes

SIMBOLOGIA UTILIZADA

Círculos com diâmetros diferentes

A simbologia representada pelo tamanho dos círculos acompanha o ti-po de gravidade de risco.

O tipo de risco varia com a cor. Veja:

RISCOS AMBIENTAIS

Agentes Físicos Verde

Agentes Químicos Vermelho

Agentes Biológicos Marrom

Agentes Ergonômicos Amarelo

Agentes de Acidentes Azul

RECOMENDAÇÕES

Para sua própria segurança, procure estar sempre informado sobre normas e instruções existentes em sua área de trabalho. Diante de novas situações no dia a dia, use o bom senso. Verifique as precauções a serem tomadas, observando sempre as recomendações da Unidade. Em caso de dúvidas, consulte seu Chefe Imediato. Faça sugestões sobre como execu-tar o trabalho em condições mais seguras.

É IMPORTANTE CONHECER OS REPRESENTANTES DA CIPA DE SUA UNIDADE

OS CINCO SENSOS

O Programa dos Cinco Sensos, que vamos chamar de 5S, consolidou-se no Japão a partir da década de 50. Seu nome provém das palavras que, em japonês, começam com a letra S.

Antes de adotar estes princípios de segurança, torna-se necessário uma explicação detalhada de cada um para o entendimento da verdadeira profundidade do programa.

1º S (SEIRI) - Senso de Utilização

2º S (SEITON) - Senso de Ordenação

3º S (SEISOU) - Senso de Limpeza

4º S (SEIKETSU) - Senso de Saúde

5º S (SHITSUKE) - Senso de Autodisciplina

As etapas mencionadas fazem parte do Programa 5S. Em cada uma delas, sua participação é muito importante. Só você pode melhorar o seu ambiente de trabalho.

SENSO DE UTILIZAÇÃO

O que é?

Manter no local de trabalho apenas o que você realmente precisa e usa, e na quantidade certa.

Para que serve?

Eliminar materiais desnecessários;

Poupar energia das pessoas;

Reduzir acidentes;

Reaproveitar recursos;

Elevar a produtividade;

Diminuir custos;

Liberar espaços;

Combater a burocracia.

Vamos nos livrar do inútil!

O que não serve para nada só atrapalha. Vai ser muito bom poder livrar-se do que é inútil em sua volta e em todos os outros locais da Unidade. Faça a sua parte. O primeiro passo é separar o que é necessário do que é inútil em seu local de trabalho.

Como praticar o Senso de Utilização?

Analise criteriosamente os recursos disponíveis, de acordo com a necessidade e a utilização diária;

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Retire o inútil, deslocando-o para a área determinada de descarte;

Busque as causas e evite novos acúmulos;

Aplique o princípio um que é o melhor. Ex.: uma ferramenta, uma cópia, um dia definido para as providências, uma hora de reunião, etc.;

Confraternize e compartilhe, não aceitando argumentos que não jus-tifiquem ter mais do que um objeto a ser guardado e/ou utilizado em um determinado ambiente.

SENSO DE ORDENAÇÃO

O que é?

Determinar um local único e exclusivo para cada coisa, para você achar facilmente quando precisar.

Para que serve?

Economizar tempo e material;

Trabalhar melhor, com mais conforto;

Facilitar a comunicação (todos sabem onde estão os objetos);

Elevar a produtividade;

Reduzir acidentes;

Poupar energia das pessoas.

Cada coisa em seu lugar!

Em um ambiente organizado, vive-se e trabalha-se melhor. Não perdemos tempo e evitamos erros.

A dica para organizar o seu local de trabalho é: materiais e objetos limpos, conservados, organizados e com a identificação necessária.

Como praticar o Senso de Ordenação?

Defina o melhor arranjo físico de sua área de trabalho;

Padronize nomes;

Guarde objetos semelhantes no mesmo lugar;

Use rótulos e cores vivas para identificar os materiais;

Busque o comprometimento de todos na manutenção da ordem.

SENSO DE LIMPEZA

O que é?

Retirar sujeiras do ambiente de trabalho e conservar as ferramentas, má-quinas e instrumentos na melhor condição de uso possível.

Para que serve?

Eliminar todo e qualquer traço de sujeira;

Maior satisfação das pessoas por se sentirem mais valorizadas e por trabalharem em ambiente mais agradável;

Maior controle sobre o estado de conservação das ferramentas, máquinas e instrumentos;

Eliminar tudo aquilo que incomoda (desrespeito, fofoca, futri-cas...).

Nós fazemos o ambiente

Trabalhar num ambiente limpo é outra coisa. Aliás, deve ser um direito de todos, mas também uma obrigação. Não sujar é tão importante quanto limpar. Por isso, todos são responsáveis pela limpeza.

Sujou, limpou. Esta é a regra!

A limpeza protege nossa saúde, torna o ambiente mais agradável, é sinal de respeito aos clientes e a todos nós.

Como praticar o Senso de Limpeza?

Eduque para não sujar;

Antes de guardar, limpe as ferramentas e os utensílios imedia-tamente após o uso;

Conserve sempre limpas as mesas, gavetas, armários, equipa-mentos e móveis em geral;

Inspecione enquanto limpa;

Descubra e elimine as fontes de sujeira;

Recolha o lixo de forma seletiva.

SENSO DE SAÚDE

O que é?

Manter condições favoráveis para a saúde (física e mental). Engloba, portanto, não apenas o que a Unidade pode oferecer destas condições em termos de asseio e bem-estar no trabalho, mas também cuidados com a saúde, segurança e apresentação pessoal dos servidores.

Para que serve?

Maior motivação e satisfação das pessoas

Tornar o ambiente de trabalho extremamente limpo, seguro, agradável e arrumado

Evitar qualquer tipo de poluição do ar, da água, sonora ou visual

Melhorar o convívio social

Melhorar a imagem da Unidade perante os seus membros e a comunidade

Viva com mais qualidade!

Com a nossa saúde, todo cuidado é pouco. Da mesma forma, é preciso zelar pela nossa segurança no local de trabalho.

A higiene deve ser observada por todos na Unidade, mas exige, igualmen-te, cuidados pessoais indispensáveis. Outra coisa importante é manter um ambiente de trabalho alegre e cordial entre os colegas: isso faz parte de nossa higiene mental.

Como praticar o Senso de Saúde?

Pense e aja positivamente, isso faz parte da higiene mental;

Mantenha hábitos que melhorem a higiene pessoal;

Mantenha sempre limpos e higienizados os banheiros, lavató-rios, restaurantes, etc.;

Conserve o ambiente de trabalho com aspecto agradável e sau-dável;

Evite qualquer tipo de poluição;

Crie mecanismo de avaliação e melhoria das condições de tra-balho.

SENSO DE AUTODISCIPLINA

O que é?

É o cumprimento rigoroso daquilo que for estabelecido entre as pessoas, bem como das normas vigentes. É uma atitude de respeito ao próximo.

Na prática, significa paciência e persistência na forma correta de fazer as coisas. Completa todos os sensos anteriores, permitindo manter o que foi conseguido anteriormente. A evolução da disciplina é a autodisciplina e o autocontrole.

Para que serve?

Eliminar a necessidade de controles e pressões;

Facilitar a execução das tarefas de acordo com o estabelecido;

Elevar a previsibilidade do resultado;

Aumentar o autodesenvolvimento;

Melhorar o clima organizacional;

Aumentar a produtividade através da criatividade;

Dar manutenção nos padrões de qualidade.

O comprometimento de cada um em benefício de todos!

O respeito aos outros é fundamental para o sucesso do trabalho em equipe e da melhoria da eficiência dos processos.

Como praticar o Senso de Autodisciplina?

Compartilhe visão e valores;

Eduque para a criatividade;

Tenha padrões simples;

Melhore a comunicação em geral;

Treine com paciência e persistência.

Pratique os 5S sem parar!

Lembre-se de que os cinco sensos estão interligados compondo um sistema.

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A prevenção de acidentes deve obedecer a um processo dinâmico e constante que se caracterize por ações efetivamente prevencionistas que devem ser tomadas no sentido de evitar, eliminar, controlar ou impedir a evolução e consolidação dos riscos no ambiente de trabalho.

Assim, a ação prevencionista correta e ideal é aquela que procura eli-minar ou minimizar as causas dos acidentes antes que os mesmos aconte-çam, proporcionando aos trabalhadores condições eficazes de sobrevivên-cia no exercício do trabalho. No entanto, mesmo dentro deste sistema, os acidentes poderão ocorrer e caberá à “CIPA” (Comissão Interna de Preven-ção de acidentes) estudar suas causas, circunstâncias e consequências.

Identificação das causas

Basicamente, existem duas causas de acidentes difundidas pelos “es-pecialistas” e cipeiros, que são:

Ato inseguro

É todo o ato do trabalhador que contraria normas e procedimentos que visam a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A Portaria 3214 – NR 1, item 1.7 – subitem I, define a responsabilidade com relação ao ato inseguro; Cabe ao empregador prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho. Deve ficar claro que o importante não é eliminar a ação ou ato e sim modificar a atitude.

Atitude – decisão mental de fazer ou não algo.

Condição insegura

É outro termo técnico usado na prevenção de acidentes que tem como definição as circunstâncias externas de que dependem os trabalhadores para executarem usas atividades e que sejam contrárias às normas e procedimentos de segurança. Deve ser lembrado que essas condições estão presentes no ambiente de trabalho pelo simples fato que foram instaladas por decisão, acompanhamento inadequado e/ou mau comporta-mento das pessoas que observam ou não o desenvolvimento das situações de risco daqueles que estão exercendo ou vão exercer atividades. Portanto, as condições inseguras são, frequentemente, geradas pelo comportamento do homem.

Deve-se evitar o uso dos termos condição insegura e/ou ato inseguro em uma investigação e análise de acidentes. O objetivo é identificar as falhas no processo que levaram ao ato e/ou condição insegura.

Coletadas as informações, incluindo fatores que precederam e sucede-ram o acidente, poderemos comparar os depoimentos, apurar as causas reais e propor esforços para eliminação das mesmas. Em resumo, as investigações de acidente visam apurar:

o que aconteceu;

como aconteceu;

por que aconteceu;

o que deve ser feito ou providenciado para evitar casos semelhantes.

Desse último item deve resultar recomendação das medidas que deve-rão ser tomadas para prevenir novas ocorrências semelhantes.

A anatomia dos acidentes nem sempre é fácil de ser estudada, pois não se resume nos fatos aparentes ou visíveis, exigindo o levantamento de todos os fatores que o procederam, até o último que resultou no acidente.

A situação é muitas vezes complexa, envolve diversos itens ligados às instalações, maquinarias, ferramentas, horário de trabalho, etc., ligados às ações negligentes dos trabalhadores ou a problemas pessoais de ordem emocional, de saúde ou econômica. Há necessidade de tentar revelar todas essas causas, suas relações e interdependências.

A análise do acidente

A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos para a análise que deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas e suas consequências.

Tal trabalho provoca a adoção de uma série de medidas ou providên-cias administrativas, técnicas, psicológicas ou educativas dentro da empre-sa.

A CIPA deve participar dos vários aspectos relacionados com o estudo dos acidentes, preocupando-se em analisá-lo e elaborando relatórios, registros, comunicações e sugestões entre outras providências.

O estudo dos acidentes não deve limitar-se àqueles considerados gra-ves. Pequenos acidentes podem revelar riscos grandes; acidentes sem lesão podem transformar-se em ocorrências com vítimas. A CIPA deve investir na identificação de perigos que parecem sem gravidade, mas que poderão tornar-se fontes de acidentes graves.

A análise dos acidentes fornece dados que se acumulam e possibilitam uma visão mais correta sobre as condições de trabalho da empresa, com indicações sobre os tipos de acidentes mais comuns, sobre as causas mais atuantes, medindo a gravidade das consequências e revelando os setores que necessitam de maior atenção da CIPA e do SESMT.

Considerando-se dimensão das consequências do acidentes (físicas, econômicas, psicológicas, sociais, etc.) para o trabalhador e analisando de forma real os benefícios devidos, os efetivados pela legislação, e a real perspectiva de reabilitação profissional, reintegração social e familiar, revela-se a necessidade de realizar com seriedade e competência a inves-tigação e análise dos acidentes, como trabalho prevencionista.

Passos a serem seguidos

Levantar os fatos:

fazer pesquisa no local de trabalho;

fazer entrevistas com pessoas envolvidas com o objetivo de levantar os fatos reais e não fazer prejulgamentos ou interpretações pessoais.

Ordenar os fatos:

identificar o último fato, ou seja, o acidente;

identificar as causas, perguntando:

- O que causou este fato?

- Esse “causador” foi necessário?

- Esse mesmo causador foi suficiente para que o acidente ocor-resse, ou há outras causas?

Procurar medidas preventivas que:

Estejam de conformidade com a lei;

Apresentem relação custo/benefício positiva;

Providenciem a eliminação do risco.

Priorizar e acompanhar a implantação das medidas.

Ter sempre como requisito básico – rigor, lógica, objetividade e eficá-cia.

5. Preservação do meio ambiente.

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. O meio ambiente é bem da natureza, de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. O Poder Público e a coletividade têm o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gera-ções. É o que expressamente consta no art. 225 da Constituição Federal.

Como assegurar esses direitos?

A Constituição Federal elencou medidas e providências cabíveis tanto à União como aos Estados e Municípios e que se destinam a assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado, entre as quais:

• preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

• preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do Pa-ís e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

• exigir, na forma da lei, relatório de impacto ambiental e de vizinhança para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de signifi-cativa degradação do meio ambiente;

• controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé-todos e substâncias que comportem risco para a vida e sua qualidade;

• proteger a fauna e a flora, sendo vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica.

Quais são os principais crimes ambientais?

A Lei nº 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas de-rivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Assim, por esta lei são crimes as seguintes condutas:

• matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécie da fauna silvestre ou nativa;

Page 205: Indice EBSERH OK - apostilasopcao.com.br · da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 69

• vender, exportar, guardar espécies da fauna silvestre sem a devida permissão;

• cortar árvores sem permissão da autoridade competente;

• fabricar, vender, transportar balões que possam provocar incêndios;

• causar poluição de qualquer natureza em níveis que possam resultar danos à saúde humana ou mortalidade de animais ou a destruição significa-tiva da flora;

• alterar a edificação que esteja protegida por lei em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, religioso;

• pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano.

Há também muitas outras espécies de crime. As penas para a pessoa ou empresa que cometeu uma dessas práticas delituosas são muito pesa-das. Envolvem penas administrativas como de prisão e multas, está poden-do ser diária.

No crime ambiental, por ser de ação pública, a competência para in-gressar com a ação é do Ministério Público. Assim, a polícia investiga e o Ministério Público ingressa com a ação penal. Na maioria dos casos, tam-bém cabe indenização por danos causados às vítimas.

PROVA SIMULADA

01. Os exames de laboratório são muito importantes para definir o diagnós-

tico ou traçar uma linha de conduta terapêutica para o paciente. A orientação do paciente é fundamental, pois as colheitas de material, de um modo geral, requerem a sua colaboração. Costuma-se exami-nar: sangue, fezes, urina, escarro, líquor e outros, conforme a neces-sidade. Cabe à enfermagem o preparo físico e psíquico do paciente, colher ou auxiliar na colheita das amostras, identificar o recipiente e providenciar o encaminhamento do material com a requisição médi-ca, ao laboratório.

Quanto ao enunciado acima podemos afirmar que: a) está parcialmente correto b) está totalmente correto c) esta incorreto d) nada podemos afirmar com tais dados 02. Os exames mais solicitados são: a) hemograma, hematócrito e hemoglobina, hemossedimentação,

tipagem sanguínea: utilizando-se frascos com anticoagulante; b) glicemia: geralmente é utilizado frasco com fluoreto e oxalato; c) ureia, creatinina, sódio e potássio, amilase, fosfatase alcalina: tubo

simples; d) hemocultura: tubos com meio de cultura aeróbio ou anaeróbio. e) Todos estão corretos 03. No dia anterior à realização dos exames a) Evite o consumo de álcool, café, chá, refrigerante e chocolate. b) Não é necessária suspender medicamentos de uso regular. c) Não use cremes, pomadas ou gel na região do tórax e abdome

após o banho. d) Todas estão corretas 04. TESTE ERGOMÉTRICO - Suspender somente os seguintes medicamen-

tos 5 dias antes da realização do exame: (Ablok-Plus; Ablok; Atenobal; Atenol; Atenolol; Atenopress; Biconcor; Cardilol; Coreg; Corgard; Dive-lol; Inderal; Lopressor; Neotenol; Plenacor; Propranolol; Rebaten; Se-loken; Selopress; Selozok; Tenadren; Tenoretic; Viskaldix; Visken)

No dia do exame:

Não tomar café preto ou chá mate 4 horas antes

Não tomar bebidas alcoólicas

Não fumar 4 horas antes do exame

Vir alimentado (dieta leve), não vir em jejum

Trazer resultado de exames anteriores

Comparecer vestido com tênis, sapatilha ou sapato com sola de borracha e bermuda ou calça de agasalho.

Das exigências acima mencionadas estão corretas: a) duas delas b) três delas

c) todas estão corretas d) somente quatro estão corretas 05. O transporte de pacientes dentro da área hospitalar é feito através de

cadeira de rodas, maca ou camas especiais (com rodas), de acordo com as condições gerais do paciente. Certos casos exigem autorização médi-ca para remoção do paciente do leito. Normalmente o transporte é indi-cado para encaminhar o paciente para sala de cirurgia ou vice-versa, rea-lização de exames ou transferência para outra unidade. A movimentação do paciente deve ser feita adotando-se uma mecânica corporal adequada que não prejudique o pessoal de enfermagem e nem o paciente.

a) correta b) incorreta 06. A Enfermagem é uma profissão que possui significativo contingente

de profissionais atuando em diversos lugares e desenvolvendo as mais variadas funções dentro da área da saúde. A atuação da En-fermagem no contexto brasileiro acontece na maioria das vezes sem que as pessoas percebam o que realmente esses profissionais de-senvolvem e qual é o seu potencial para a implantação, manutenção e desenvolvimento de políticas de saúde tanto em nível curativo quanto preventivo. Não se pode negar que a Enfermagem é o eixo principal para suportar qualquer política de saúde que tenha como objetivo uma assistência de qualidade.

a) correta b) incorreta 07. O leite materno pode ser retirado do seio da mãe e guardado, desde que

seja num frasco de vidro com tampa de plástico, fervido por 30 minutos. No caso das mães que precisam se ausentar ou das que voltam logo ao trabalho, essa é uma boa medida para não interromper a amamentação. O leite retirado dura 10 horas em temperatura ambiente; 48 horas na ge-ladeira e até 15 dias no congelador ou freezer.

a) correta b) incorreta 08. Assinale a alternativa incorreta: 1. A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser

humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais.

2. O profissional de Enfermagem participa, como integrante da socie-dade, das ações que visem satisfazer às necessidades de saúde da população.

3. O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discrimi-nação de qualquer natureza.

4. O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.

Estão corretas: a) 1 e 2 b) 2, 3, 4 c) 1, 3, 4 d) 1, 2, 3, 4

RESPOSTAS

1. B 2. E 3. D 4. C

5. A 6. A 7. B 8. D

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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 70

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