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Índice O teatro brasileiro no século XX O Brasil na virada do século XX-XXI O Brasil depois de 1945 Reprodução

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ÍndiceÍndice

O teatro brasileiro no século XX

O Brasil na virada do século XX-XXI

O Brasil depois de 1945

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O teatro brasileiro no século XX

1943: foi encenado o texto Vestido de noiva, de Nélson Rodrigues.

1948: surgiu o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), quase sempre trabalhando com técnicas e textos importados.

O teatro moderno assume uma função social, voltando-se para o questionamento da realidade brasileira.

1958: estréia a peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, encenada pelo grupo do Teatro Arena.

A década de 1960 foi marcada pela proliferação de grupos teatrais, entre os mais importantes estão: em São Paulo os grupos do Teatro Arena e do Teatro Oficina, no Rio de Janeiro o grupo Opinião.

1965: o grupo Opinião apresentou Liberdade, liberdade, baseada em textos de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, entremeados com canções de protesto.

1968: com o AI-5 (Ato Institucional n.º 5) e os ataques de grupos de extrema direita, desmantelou-se o teatro de resistência e nomes importantes foram mandados para o exílio.

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O teatro brasileiro no século XX

Três textos fundamentais

O Rei da Vela – Oswald de Andrade

Vestido de Noiva – Nelson Rodrigues

Auto da Compadecida – Ariano Suassuna

Para entendermos os caminhos do teatro brasileiro ao longo do século XX, estudaremos a seguir três obras marcantes:

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O teatro brasileiro no século XX

O Rei da Vela – O primeiro texto revolucionário escrito por Oswald de Andrade em 1933

Revela uma forte crítica social, o texto foi publicado em livro em 1937.

A peça ganhou o palco trinta anos depois, em 29 de setembro de 1967, quando o governo

militar caminhava para seu período mais negro.

Encenada pelo grupo de Teatro Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa.

A peça tem como personagem principal Abelardo I, o “rei da vela”, um capitalista que

emprestava dinheiro a juros exorbitantes e era proprietário de uma fábrica de velas, o que

fazia com que lucrasse com a morte de cada brasileiro.

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O teatro brasileiro no século XX

O Rei da Vela – O primeiro texto revolucionário

Para contextualizar:

• 1933 – Getúlio Vargas derrota os paulistas que promoveram a Revolução Constitucionalista

de 1932, e consolida seu governo provisório iniciado em 1930.

• A década de 1930 foi marcada por uma rearticulação dos setores sociais dominantes no

Brasil, devido às consequências da quebra da bolsa de valores de Nova York (1929) e a crise

do café.

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O Rei da Vela – O primeiro texto revolucionário

Eu só me dei conta, de fato, da total virulência antecipadora de O rei da vela quando Procópio Ferreira [um dos principais atores brasileiros do século XX], em 1967, por ocasião da montagem do Teatro Oficina de São Paulo, justificou não ter interpretado o texto, na década de 30: como poderia tê-lo feito, se naquele momento a Censura impedia que se pronunciasse no palco a palavra ‘amante’? Por isso não coube a Oswald de Andrade a primazia da criação do teatro brasileiro moderno, título ostentado por Nelson Rodrigues, ao estrear, em 1943, Vestido de noiva.

Sábato Magaldi, crítico de teatro

In: ANDRADE, Oswald de. O rei da vela. 4 ed. São Paulo: Globo, 1994. p. 7.

ABELARDO I – O Senhor sabe que São Paulo só tem dez famílias? ABELARDO II – E o resto da população?ABELARDO I – O resto é prole. O que estou fazendo, o que o senhor quer fazer é deixar de ser prole para ser família, comprar os velhos brasões, isso até parece teatro do século XIX. Mas o Brasil ainda é novo.ABELARDO II – Se é! A burguesia só produziu um teatro de classe. A apresentação da classe. Hoje evoluímos. Chegamos à espinafração!

Abelardo I e Abelardo II, personagens da peça O rei da vela, de Oswald de Andrade.In: ANDRADE, Oswald de. O rei da vela.

4 ed. São Paulo: Globo, 1994.

O teatro brasileiro no século XX

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O teatro brasileiro no século XX

Vestido de Noiva– Texto e encenação revolucionários

Texto escrito por Nelson Rodrigues.

Tragédia em três atos.

Representada pela primeira vez no Teatro

Municipal do Rio de Janeiro em 28 de

dezembro de 1943, sob a direção do

polonês Z. Ziembinsky.

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O teatro brasileiro no século XX

Vestido de Noiva– Texto e encenação revolucionários

Alaíde se deslocando por três planos distintos

A protagonista da trama da peça é Alaíde, moça da sociedade carioca, que sofre um

atropelamento. A partir da tragédia que a deixa à beira da morte, em coma no hospital,

ela transita por três planos, muitas vezes entrecruzados e mesclados:

•o plano da realidade: o atropelamento, o estado crítico de Alaíde, a mesa de cirurgia,

as informações dos repórteres;

•o plano da memória: as lembranças da realidade anterior ao atropelamento;

•o plano da alucinação: o encontro entre Alaíde e Madame Clessi, cocote assassinada,

vestida de noiva, pelo seu namorado.

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O teatro brasileiro no século XX

Auto da Compadecida– O teatro popular revigorado

Texto escrito por Ariano Suassuna.

Peça encenada pela primeira vez em 11 de setembro de 1956, no Teatro Santa Isabel, pelo grupo Teatro Adolescente de Recife, sob a direção de Clênio Wanderley, escrita com base em romances e histórias populares do Nordeste.

Ganhou uma versão para a TV em forma de minissérie com quatro capítulos, posteriormente adaptada para o cinema com 100 minutos a menos.

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O teatro brasileiro no século XX

Auto da Compadecida– O teatro popular revigorado

A Compadecida É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado. ENCOURADO Protesto. MANUEL Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que não vou. ENCOURADO Grande coisa esse chamego que ela faz para salvar todo mundo! Termina desmoralizando tudo. SEVERINO Você só fala assim porque nunca teve mãe. JOÃO GRILO É mesmo, um sujeito ruim desse, só sendo filho de chocadeira! A COMPADECIDA E para que foi que você me chamou, João? JOÃO GRILO É que esse filho de chocadeira quer levar a gente para o inferno. Eu só podia me pegar com a Senhora mesmo. [...]

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro – RJ.Ed. Agir, 2004. p. 171.

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O Brasil na virada do século XX-XXI

As artes plásticas no fim do milênio

A 23ª Bienal de São Paulo - 1996

Aranha, de Louise Borgeois, 1996Aranha, de Louise Borgeois, 1996

A artista francesa Louise Borgeois extrai dos embates da vida, da sexualidade e de sentimentos como a angústiae o medo a energia para criar suas obras de arte. Sua imensa aranhapode ser interpretada, a um só tempo, como um símbolo de erotismo,um ser cuja teia nos oferece proteção, ou ainda uma figura ameaçadora, da qual nos tornamos presa.

A artista francesa Louise Borgeois extrai dos embates da vida, da sexualidade e de sentimentos como a angústiae o medo a energia para criar suas obras de arte. Sua imensa aranhapode ser interpretada, a um só tempo, como um símbolo de erotismo,um ser cuja teia nos oferece proteção, ou ainda uma figura ameaçadora, da qual nos tornamos presa.

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O Brasil na virada do século XX-XXI

As artes plásticas no fim do milênio

A 23ª Bienal de São Paulo - 1996

Inaugurado no final de 2002, o edifício do Hotel Unique, em São Paulo, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, com design arrojado, tornou-se um marco da moderna arquitetura brasileira.

Localizada em uma região que não permite edifícios com mais de seis andares, a construção, com suas poderosas curvas e dois pilares externos de sustentação, apresenta uma estrutura em forma de arco invertido, com janelas redondas que lembram escotilhas de navio, combinando concreto aparente, muito vidro e estruturas metálicas.

Nos apartamentos das pontas, umas das paredes é a própria curva do arco; essa parede é recoberta pelo mesmo material do piso, o que produz um inusitado fundo infinito.

Inaugurado no final de 2002, o edifício do Hotel Unique, em São Paulo, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, com design arrojado, tornou-se um marco da moderna arquitetura brasileira.

Localizada em uma região que não permite edifícios com mais de seis andares, a construção, com suas poderosas curvas e dois pilares externos de sustentação, apresenta uma estrutura em forma de arco invertido, com janelas redondas que lembram escotilhas de navio, combinando concreto aparente, muito vidro e estruturas metálicas.

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O Brasil na virada do século XX-XXI

Produções contemporâneas

• Obras e movimentos surgidos nas três últimas décadas do século XX.

• Que refletem um momento histórico inicialmente marcado pelo autoritarismo e censura.

• Período de intensa produção cultural.

• Presença da sociedade tecnológica e do capitalismo globalizado.

A poesia

• Aprofundamento da reflexão sobre a realidade.

• Busca de novas formas de expressão.

• Permanência da poesia concreta.

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O Brasil na virada do século XX-XXI

UM CASO EXEMPLAR: MANOEL DE BARROS

Manoel de Barros (1916-)

Publicou seu primeiro livro em 1937, mas o reconhecimento e a consagração vieram apenas ao longo das décadas de 1980 e 1990.

Principais obras: Livro sobre nada, Retrato do artista quando coisa, O fazedor de amanhecer e Poeminhas pescados numa fala de João.

Sua obra tenta reconstruir o mundo.

Palavras chaves: inútil, nada, coisa, bichos.

Manoel de Barros é semente, flor e fruto do pantanal mato-grossense, como já denota sua “autobiografia”:“Não sou biografável. Ou, talvez seja. Em três linhas.1.Nasci na beira do Rio Cuiabá.2.Passei a vida fazendo coisas inúteis.3.Aguardo um recolhimento de conchas.(E que seja sem dor, em algum banco de praça, espantando da cara as moscas mais brilhantes).”

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O Brasil na virada do século XX-XXI

A prosa

• Permanência do regionalismo nos romances.

• A estrutura de romance policial e/ou histórico roubou a cena nos últimos anos.

• Novos nomes da narrativa ficcional:

Chico Buarque de Holanda, com Budapeste.

Bernardo Carvalho, com Magnólia.

Adriana Falcão, com A máquina.

• As últimas décadas assistiram à consagração das narrativas curtas – a crônica e o conto. Com destaque para os autores:

Crônica: Carlos Heytor Cony, Lourenço Diaféria e Luiz Fernando Veríssimo.

Conto: Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Samuel Rawet, Luis Fernando Veríssimo, Domingos Pellegrini Jr., João Antônio, Lígia Fagundes Telles, Luís Vilela, Nélida Pinon e Rubem Fonseca.

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O Brasil na virada do século XX-XXI

Cinema & TV

• Movimento do Cinema Novo, 1963/1964.

• Adaptação de obras literárias brasileiras.

• Dois autores têm merecido especial atenção de nossos cineastas: Jorge Amado e Nelson Rodrigues.

• A televisão não se manteve alheia a essa tendência e passou a fazer adaptações de romances, peças de teatro, contos e crônicas, apresentadas na forma de novelas e minisséries.

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O Brasil na virada do século XX-XXI

Cinema & TV

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No sentido horário, cenas de Memorial de Maria Moura, Sítio do Picapau Amarelo, Agosto, Capitu todas adaptações de obras literárias para a TV.

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