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Índice/Editorial

6Parceria pais-escola é essencial na adaptação

Apoio é necessário para que crianças se sintam seguras1014

Pequenos talentos com muito a compartilhar

Alunos brilham emprogramação e literatura e ensinam16Muito além do verbo ‘to be’

Ensino do idioma estrangeiro vira regra nas instituições18Lição deve ser momento de união em casa

Pais precisamparticipar para estimular estudantes20Pensando fora da caixa

Colégios agora apostam em atividades lúdicas e dinâmicas22Educação para cada geração

Desafio de ensinar passa por tecnologia e imediatismo24Fundadores

Edson Danillo Dotto (1934-1997),

Maury de Campos Dotto,

Fausto Polesi (1930-2011)

e Angelo Puga

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Matheus Barbosa é professor de programação, desenvolve-dor de games, palestrante e embaixador da IBM (InternationalBusiness Machines), empresa norte-americana voltada à área deinformática. Maria Gabriella da Silva Sousa Santos é apaixona-da por literatura – especialmente poesia – e tem no currículo umlivro publicado, Poesias de Maria. Em comum, além do fato demorarem em Mauá, fazem parte de geração de alunos que,incentivados pelos pais e pelos professores, têm se destacado nomundo escolar e, mais do que isso, compartilhado o aprendiza-do. Isso, acreditem, com apenas 12 e 16 anos, respectivamente.

Para atender às necessidades de estudantes como Matheuse Maria Gabriella as escolas têm renovado a forma de ensinar.Agora, abordagens lúdicas, dinâmicas e interativas fazem partedo cotidiano – em substituição aos métodos tradicionais – e aju-dam o aluno a ampliar o conhecimento, seja dentro ou fora dasala de aula, e por que não em meio aos bichos?

O Anuário ABC de Escolas 2019 aborda as transformaçõespromovidas pelas instituições desde o primeiro dia na EducaçãoInfantil – a temível adaptação. Revela, entre outras coisas, que asfileiras nas salas de aula já fazem parte do passado, uma vez queem muitos colégios os alunos sentam lado a lado, como formade incentivar a conversa, a troca de ideias e os debates. Os tra-balhos em grupo ganham força para desenvolver no estudante acapacidade de criar em conjunto – sem esquecer, é claro, daimportância do individual. E o avanço dos idiomas estrangeirosna grade curricular com objetivo de fazer com que o alunodeixe a escola com fluência em outra língua é uma realidade.

Há de se destacar ainda que muitas instituições aboliram alição de casa. Os estudantes são orientados a realizar as ativida-des complementares na própria unidade, sob supervisão de pro-fessor ou assistente de ensino. Enfim, as transformações nãoparam. Basta ao aluno escolher a opção que mais lhe agrada.

Boa leitura!

Mentira na infância: o que está por trás da questão

Como saber se os filhos estão dizendo a verdade no colégio

Trabalho em grupo ganha força em sala de aula

Escolas incentivam capacidade de criar em conjunto

Edição

Angelo Verotti e

Soraia Abreu Pedrozo

Repórteres

Caroline Garcia, Marília Montich e Tauana Marin

Especiais para o Diário

Bianca Barbosa, Caroline Manchini, Flavia Kurotori,

João Victor Rômoli e Juliana Stern

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Mentira na infância: o que está portrás da questãoComo identificar se os filhos estão

mentindo ou dizendo a verdade sobre

algum episódio na escola ou em casa?

E, ao verificar o problema, como lidar?

volvimento delas – considerada essencial nesta fase – queé o faz de conta, a brincadeira de papéis sociais. “Nestecaminho de desenvolvimento da imaginação, criatividade,elaboração da linguagem e do pensamento, muitos adultostalvez já tenham reparado o aparecimento dos amigos ima-ginários das crianças dos 3 aos 4 anos de idade, por exem-plo, que podem existir até os 7 ou 8 anos. O amigo imagi-nário pode ser considerado conselheiro, companheiro ouinterlocutor que ajuda a criança, muitas vezes, a entenderseus pensamentos e sentimentos”, explica Shirley Pires daCruz, professora do curso de Pedagogia da USCS(Universidade Municipal de São Caetano), responsável pordisciplinas relacionadas à Psicologia da Educação.

Ainda segundo Shirley, pode-se entender que tanto amentira quanto a fantasia também “podem ser sintomasdos fatos que a criança entende como mais adequadospara se manifestar diante de algo. Identificar o nível dedesenvolvimento psicológico que ela se encontra nosajuda a compreender se tal comportamento se encaixa emsua faixa etária. Quando uma criança bem pequena contaalgo que o adulto sabe que não é real, é importante incen-tivar que ela desenvolva essa narrativa, pois é um modo decomunicar-se com os outros e o mundo, aprendendo umaforma de ser com os outros, afinal, ela está iniciando o pro-cesso comunicativo e, por isso, não nomeamos essa narra-tiva fantasiosa como mentira.”

A gestora de recursos humanos Thais Santos da SilvaOliveira, 31 anos, de São Caetano, já sabe lidar com as‘mentirinhas’ contadas pelos dois filhos, Felipe e Lívia, de 5e 3 anos, respectivamente. “Quando mentem sobre umasituação percebemos na hora, pois eles narram o fato sor-rindo e não olham para nosso rosto (meu e do pai).Perguntamos se aquilo é verdade e falamos da importânciade saber tudo o que de fato aconteceu. Eles questionam seirão ficar de castigo ou levar bronca e falamos que não,apenas vamos conversar. Acho que essa é a maneira maisfácil para eles não mentirem.” Mesmo com alguns episó-dios, Thais conta que nunca teve problemas com mentiras.Os fatos fantasiosos são referentes a coisas simples do dia adia. “Eles confiam em nós e sempre falam o que devemdepois da conversa. Isso é importante.” Quando algumasituação ‘diferente’é vivenciada na escola, Thais conta quesempre conversa bastante com os filhos antes de procuraras professoras para abordar o ocorrido. Isso porque, geral-mente, como eles já se habituaram a conversar, logo aca-bam narrando a situação como de fato ocorreu.

Um filho em casa é um contador de histórias, sejamelas sobre vivências na casa dos avós, na escola ou comos coleguinhas. Criança, na maioria das vezes, gosta detagarelar sobre o que aprende no cotidiano.E em meio a tantas descobertas que os pequenos rela-tam, os pais se deparam com algumas ‘mentirinhas’. Adúvida que fica é: como saber se o que estão contandoé real ou fictício? E por que fazem isso? Como reagir?

A verdade é que, segundo Rosemary LeonovosVerrone, pedagoga, professora e coordenadora do cursode Pedagogia a distância da Universidade Metodista deSão Paulo, de São Bernardo, a “mentira tem atrativoespecial devido à sua capacidade de mudar a realidade.Esse poder da mentira faz com que existam mitômanos,pessoas (tanto crianças como adultos) que constroemmundo paralelo sobre suas próprias falsidades. O abusoda mentira pode nos fazer perder a referência da verda-de e trazer consequências psicóticas. Se utilizamos amentira ‘a torto e a direito’, mesmo que sejam sutis, levesou piedosas, não haverá nada para nos segurar, porqueteremos perdido a referência da verdade.”

Na infância, a mentira pode funcionar como formade chamar atenção dos responsáveis e dos educadoresou para evitar algum tipo de punição, exemplifica An-gelica Capelari, docente e coordenadora de estágios docurso de Psicologia da Escola de Ciências Médicas e daSaúde da Metodista. “O ato comum deixa de ser saudá-vel quando a criança passa a viver em razão dessemundo imaginário e tem dificuldade de fazer balançoentre o que é real e o que não é. O ir e vir são impor-tantes e necessários ao desenvolvimento saudável.”

No caso das crianças, entre 2 e 3 anos de idadecomeça a surgir atividade muito importante ao desen-

maria.marcoccia
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devem procurar os professores para saber mais sobre odesempenho da criança ou do adolescente, e como eleestá se relacionando com colegas e profissionais da esco-la. Nenhuma medida deve ser tomada antecipadamen-te. Conversas com a coordenação da escola e com paisde amiguinhos ajudam, muitas vezes, a esclarecer assituações narradas. “Mentiras constantes e sem razãoaparente devem ser motivo de alerta. Viver o tempo todono mundo das mentiras pode ser sinal de fuga da reali-dade. Nesse caso, a ajuda de um profissional pode fazerdiferença”, recomenda.

E, em tempos em que todos estão inseridos no mundovirtual, principalmente, por meio das redes sociais, con-trolar o uso das tecnologias, como celular, e ficar antena-do no que está sendo acessado contribui, e muito, paradesenvolvimento saudável da criança. Afinal, elas preci-sam aprender a selecionar informações, além de lidarcom as pessoas com quem se relacionam, orientam asespecialistas.

No caso da mentira,estes são algunssinais que podemser observadospelos pais eprofessores:

✔ Ressalte o valoratraente da veracidade.Dizer sempre averdade, ter palavra,faz de nós pessoasnas quais sepode confiar;

✔ Não maximize o erroda criança. Considerecada mentira como umagafe e convide ela a reti-ficar. Quando a mesmareconhecer que mentiu,valorize o fato;

✔ Castigar a criança não éa melhor saída. Dessaforma, alimentamos omedo da criança. O ideal éconversar sobre por quementiu, sobre qual é o seumedo;

✔ Descobrir umamentira é uma boa ocasiãopara começar um diálogo.Não apele para o dramacom frases como “vocêfalhou comigo” ou “euconfiava em você”.

COMO LIDAR COM AS ‘MENTIRAS’

Fonte: Rosemary Leonovos Verrone, pedagoga, professora e coordenadora do curso de Pedagogia a distância da Universidade Metodista de São Paulo, de São Bernardo.

Olhar fixo ou nãocruzar o olhar com apessoa para quem amentira está sendocontada

Coceira em algumaparte do corpo

Tom de voz alterado,gagueira

Movimento corporalconstante comobalançar a cabeça,apertar as mãos,bater os pés

No caso de crianças mais velhas que relatam menti-ras, torna-se essencial impor os limites e, claro, a inter-venção será diferente. “Tudo vai depender das im-plicações que a mentira tiver na vida dela, que impactoela causa e como a família lida com isso. Para então defi-nir se será necessário ou não ajuda de um profissional”,completa Angelica.

O primeiro passo é que os responsáveis entendam osmotivos que levaram a criança a mentir. É para agradar,manipular, por medo? Shirley analisa que quando oadulto passa a entender o motivo, consegue a ajudar. “Épreciso esse esforço de colocar-se no lugar do outro eentender o nível de desenvolvimento psicológico dacriança, assim superaremos as respostas prontas, os jul-gamentos e as análises superficiais desses seres emdesenvolvimento, e que dependem diretamente, deforma física e emocional, de nós, adultos.” Entender aimportância da imposição dos limites e das consequên-cias de um comportamento mentiroso é também umprocesso educativo.

Rosemary pondera ainda que quando asmentiras se referem à escola, os pais

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Parceria pais-escola é essencialna adaptação

Um lugar totalmente novo, com pessoas desco-nhecidas e uma rotina nunca antes experimentada.O primeiro dia de aula na Educação Infantil pode serassustador para as crianças. Coberto de expectativas,o início letivo dos pequenos também é motivo dereceio e surpresas para quem já passou por isso hádécadas: os pais.

Mães e pais, por sinal, têm papel fundamentalpara que essa iniciação seja o mais prazerosa possí-vel e sem traumas. Quanto mais se sentirem seguros,mais os filhos terão confiança para enfrentar essenovo desafio. Para isso, o papel da escola é fazercom que todos sejam acolhidos.

“O início da vida escolar é muito importante esignificativo para as crianças. É na Educação Infantil

Criança deve se sentir segura para

dar início à rotina de maneira

prazerosa e sem trauma, apoiada

por familiares e pela instituição

Colégios devem oferecer estrutura para receber pequenos

Divulgação

que se inicia intenso processo de crescimento, ama-durecimento e socialização. Respeitada a individua-lidade e o tempo de cada um, a ida à escola podeser, desde o início, uma experiência positiva”, co-menta Rosemary Leonovos Verrone, coordenadorado curso de Pedagogia a distância da UniversidadeMetodista de São Paulo.

Como a criança será apresentada a um mundototalmente diferente daquilo que já conhece, a reco-mendação é ir aos poucos. Geralmente, os primeirosdias de aula da Educação Infantil funcionam comoadaptação para o que está por vir.

No Colégio Ábaco, em São Bernardo, a primeirasemana de aula tem horário reduzido. “São realiza-dos brincadeiras e exercícios de arte para quebrar ogelo. Os pais levam os filhos até a sala, conversamcom a professora e podem participar de roda de his-torinha. Depois podem ir embora ou aguardar naprópria secretaria. Em casos pontuais, nos quais acriança fica extremamente incomodada, podemoschamá-los de volta. A mãe também pode ligar aqualquer momento para saber como está o filho”,conta Melissa Albanez, coordenadora da EducaçãoInfantil da escola.

Conforme Rosemary, o choro não pode ser ba-nalizado, já que é uma forma de expressão. “Comosolução, o professor pode confortar os pequenoscom colo e conversar sobre o reencontro com ospais. Também devem oferecer atividades atrativas àatenção dos pequenos.” A especialista destaca aindaque não se deve, no entanto, esgotar a criança commuitas brincadeiras. “Ela precisa sentir vontade devoltar no dia seguinte, seja pelos colegas e professo-res ou pelos brinquedos e brincadeiras propostas.”

No Educandinho, área da Educação Infantil doEducandário Santo Antonio, em Santo André, alémde haver portas de vidro pelo qual é possível ver asala de aula, há espaço na quadra de esportes poronde os pais também conseguem observar os filhosno parquinho, sem que os pequenos os vejam. “Ofato de o pai acompanhar os passos do filho traz se-gurança nesta primeira semana de aula. E esse sen-timento automaticamente é repassado para a crian-ça com o decorrer do tempo”, diz Denise Bernardo,coordenadora pedagógica.

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O fato de a mãe sempre mencionar que a escolaseria “um ambiente gostoso, cheio de brincadeiras eum lugar para conhecer amiguinhos” fez com queMariana Cantão Piva de Assumpção, 2 anos, come-çasse a frequentar o espaço sem qualquer receio.“Fiquei surpresa porque ela não teve dificuldadealguma. Foi superbem. Tanto que a escola oferecehorário de adaptação e ela já ficou o período com-pleto. Disseram que me ligariam se ela chorasse. Fi-quei esperando a ligação e não houve necessidade”,conta a advogada de Santo André Ana Paula Cantão,37. Mariana frequenta as aulas no Educandinhodesde abril. “Foi mais difícil para mim e para o meumarido. Desde que ela nasceu, sempre foi só eu eela à tarde. E, de repente, não tinha mais isso e sentifalta da companhia.”

Já o pequeno Mateus Martins Berger, 5, não tevea experiência positiva de Mariana. “Assim que en-trou na escola, aos 4 anos, ele teve um problema res-piratório e precisou ficar internado. Depois, a gentetentou fazer com que voltasse às aulas, mas ele nãoqueria. Logo em seguida ficou doente de novo e nãotentamos mais”, relata Christiane Martins Berger, 39,administradora de São Bernardo.

Em outra tentativa neste ano, Mateus conseguiuse adaptar e hoje é aluno da Educação Infantil doÁbaco. “Como já tínhamos tido experiência anteriorruim, entramos com os dois pés atrás. O período deadaptação foi crucial e muito mais curto do que euimaginava. Fiquei na escola durante dois dias e noterceiro já falaram que eu poderia ir embora e, seacontecesse alguma coisa, eles me ligariam. Nosprimeiros dias de adaptação, no entanto, tinha aconsciência de que não poderia ter qualquer impre-visto. Se dissesse que ia buscá-lo, eu tinha que estarlá na hora da saída. Não podia correr o risco dequebrar a confiança dele. Hoje ele está totalmenteenturmado e pede para ir para a escola até de finalde semana.”

PAIS NÃO DEVEM SE SENTIR CULPADOSMatricular os filhos na escola não deve, em hipó-

tese alguma, ser motivo de culpa para pais ou res-ponsáveis. Por lei, toda criança precisa frequentar oambiente escolar a partir dos 4 anos, na pré-escola.No entanto, seja por necessidade dos pais ou sim-plesmente por opção da família, os pequenos po-dem muito bem ter esse ingresso antecipado.

“Mães sofrem mais que as crianças nesse proces-so de adaptação, especialmente quando deixamseus bebês nas creches para trabalhar. É preciso queos educadores ajudem os pais, especialmente asmães, a viverem esse processo, acolhendo-as e in-formando que a Educação Infantil, composta porcreche e pré-escola, é a primeira etapa da EducaçãoBásica e, como tal, é um direto da criança. Direitode ampliar suas relações e de desenvolver sua auto-nomia”, afirma a coordenadora do curso de Pe-dagogia a distância da Universidade Metodista deSão Paulo, Rosemary Leonovos Verrone.

Incluir a criança nos preparativos para a escolatambém é uma forma de ajudar nesse processo efazer com que essa etapa seja agradável e divertida.“Pedir ajuda dos pequenos na hora de arrumar a lan-cheira ou a mochila com os materiais é ação quemostra a eles o quanto os pais valorizam a escola.Estes afazeres fazem com que a criança perceba aimportância de seu bem-estar e se sinta participantee segura”, finaliza.

Mariana Cantão Piva de Assumpção, 2 anos, não apresentou

qualquer receio durante o processo de adaptação

AndréHenriques

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A geração que já nasceu em frente às telas de tablets e smartphones tende ase descobrir mais cedo – ou com mais facilidade – como produtora de conteú-do. É no ambiente virtual que a maioria vai atrás do que lhe desperta interessee passa não só a consumir, mas a criar.

“A internet passou apenas de uma forma midiática de exposição para umanova linguagem ou expressão das crianças. Nesse sentido, não é incomum en-contrarmos aquelas que são tímidas no cotidiano ou com determinado grupo,mas que encontram na linguagem dos vídeos uma possibilidade de se expres-sar”, diz Bruno Tonhetti Galasse, professor do curso de Pedagogia da Umesp(Universidade Metodista de São Paulo) e especialista em Educomunicação.

Para Elias Estevão Goulart, professor dos programas de mestrado em Comu-nicação e Educação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), a prá-tica entre os pequenos é benéfica e deve ser incentivada. Entretanto, ainda hámuito o que se melhorar. “Infelizmente, nosso arcaico, antiquado e despriori-zado sistema educacional brasileiro reluta em se apropriar 'adequadamente'desse potencial (tecnológico e humano) para alavancar nosso desenvolvimen-to como sociedade”, avalia.

Possível ônus desse tipo de atividade, contudo, precisa ser levado em con-sideração. “A primeira questão é a criança enxergar sentido no que faz. Se gra-var vídeos passa a ser algo ruim do ponto de vista de cobrança de outras pes-soas ou ainda de demanda de tempo e esforço, cabe ser convidada a refletir porque continuar mesmo assim. É sempre bom lembrar à criança que ela poderever suas decisões, em especial quando não há prejuízo a outras pessoas”,finaliza o professor da Metodista.

Tecnologia ajuda criança a se

descobrir como produtora de conteúdo

AndréHenriques

Matheus é professor de programação, desenvolvedor de games e embaixador mirim da IBM

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Lição deve ser momento deunião em casa

Especialistas avaliam que atividades

devem fugir do convencional e

estimular trabalho conjunto entre pais

e alunos para evitar o desinteresse

atividades pertinentes ao conteúdo programático emsala de aula.

Em relação aos alunos do Ensino Fundamental,Shirley destaca que vivemos na era da internet, e que“nunca tivemos tanto acesso a grande diversidade deinformações que chegam de forma rápida, intensa ediariamente às crianças e aos jovens”. Portanto, liçãode casa nos moldes tradicionais “não faz mais sentido,ou seja, não os leva a entrar em atividade de estudo,não os transforma nem promove aprendizado”.

Neste sentido, a especialista exemplifica que,atualmente, metodologias ativas têm ganhado espaçonas escolas, a exemplo da ‘sala de aula invertida’,cujo conteúdo é apresentado em forma de videoau-las, filmes, jogos virtuais e músicas, que devem serconsumidos pelo aluno em casa, enquanto a sala deaula é utilizada para síntese do conteúdo e debate deconceitos.

O tipo e a frequência das tarefas devem ser defini-dos conforme a necessidade e o interesse dos estu-dantes, defende Jéssica. “É preciso haver parceria entrea família e os professores, pois, além de entender asdificuldades do aluno, a criança ou o jovem saberãoque os pais estão interessados no seu aprendizado, eisso é motivador”, salienta.

NA PRÁTICAEm sinergia com as especialistas, o analista de

processos Décio Brait, 45 anos, morador de SãoBernardo, avalia que as atividades designadas paracasa não contribuem para a formação acadêmica dafilha Júlia Mastropietro Brait, 11, aluna do 6º ano doEnsino Fundamental do Colégio Petrópolis.“Incentivar uma boa leitura ou jogos educativos seriamais interessante para a aprendizagem”, cita.

Por outro lado, Júlia acredita que a lição de casacolabora para o aparecimento de dúvidas. “(As tare-fas) São importantes, pois, algumas vezes, vocêentende a matéria em sala de aula, mas, em casa, nãoconsegue resolver os exercícios”, explica. Segundoela, o volume de atividades varia conforme o con-teúdo aplicado em sala.

Ainda que Júlia tenha iniciativa para fazer a liçãode casa, a situação não se repete em todas os casos.“O ideal é que o ritmo do estudante seja respeitado,

Um dos pontos que, tradicionalmente, costumamgerar estresse entre pais e filhos é a lição de casa. Emalguns casos, tais atividades podem fazer com que oaluno desenvolva repulsa pelo conteúdo e, atémesmo, pela escola em si. No entanto, especialistasapontam que este momento deve ser pensado em con-junto para se tornar experiência que incentive o rela-cionamento familiar.

“Quando a criança está cursando a EducaçãoInfantil, a lição de casa pode ser uma tarefa eventual,sem maiores cobranças”, afirma Shirley Pires da Cruz,professora de Psicologia da Educação da USCS(Universidade Municipal de São Caetano). “Criançapequena tem que brincar, ouvir histórias, dançar ecantar. Todas essas ações, e muitas outras, promovemseu desenvolvimento e ajudam a construir, nas mentesdos pequenos, uma ideia positiva de leitura e dasartes”, completa.

Ao mesmo tempo, Jéssica Montovan, professora docurso de Pedagogia da Universidade Metodista de SãoPaulo, pontua que é necessário avaliar qual tipo de ati-vidade estimula a criança a aprender mais sobre deter-minados assuntos. “A atividade a ser feita em casa pre-cisa fazer sentido e não ser, apenas, mera formalidade.Memorização e cópia de conteúdos não contribuemao aprendizado”, assinala. “É cansativo passar cincohoras na escola e ainda chegar em casa e ficar maisuma, duas ou três horas fazendo lição.”

Deste modo, na Educação Infantil as criançasdevem desenvolver tarefas lúdicas, como pesquisarcom familiares a origem do sobrenome, questionar onúmero do calçado das pessoas com as quais convi-ve ou fazer pesquisas simples para, assim, realizar

maria.marcoccia
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mas é preciso acompanhar e construir rotina juntocom a criança, ou seja, determinar horários para des-canso, brincadeiras e tarefas conforme a disponibilida-de da família”, orienta Jéssica. No caso da menina, porexemplo, a avó auxilia com os exercícios no decorrerdo dia e, quando resta alguma dúvida, os pais esclare-cem à noite, quando retornam do trabalho.

Embora a pequena Clara Balotin, 8, de SantoAndré, atualmente curse o 3º ano do EnsinoFundamental da Escola Vereda, cuja metodologia nãoenvolve lição de casa, a mãe, administradora deempresas Alessandra Regina da Silva Balotin, 36, selembra do período quando a filha frequentava outrainstituição. “Antes, ela estudava meio período, mas

levava para casa uma gama de atividades e quandonós (os pais) chegávamos em casa tínhamos de ajudá-la. Mas acabava sendo tedioso, porque estávamos can-sados e acabávamos desestimulando seu aprendiza-do”, conta.

“Quando eu chegava em casa, não queria fazer aslições porque estava com sono, fome e queria brincarcom minha família”, compartilha Clara. Hoje, ela estu-da em escola de ensino integral em Santo André. Nolocal, os alunos fazem as atividades, que seriam envia-das para casa, de acordo com as necessidades indivi-duais com o acompanhamento de professores.A metodologia, chamada estudo orientado, tambémpermite que as crianças tirem dúvidas entre si.

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Educação paracada geração

O desafio de ensinar os alunos de hoje, na

visão dos professores, passa pelo avanço

da tecnologia e rapidez nas respostas,

que devem ser levados à sala de aula

“A única constante da vida é a mudança”, disse ofilósofo Heráclito de Éfeso, pai da dialética, em meadosdo ano 500 a.C. (antes de Cristo). Naquela época, nemse imaginava o quanto a humanidade iria evoluir, mas atransformação já era fato. Passo a passo, fomos apren-dendo e ensinando, tanto que o ato de repassar sabedo-ria persistiu. A primeira escola do Brasil, nos moldes queconhecemos hoje, foi fundada em Salvador (Bahia), em1549, quando os alunos aprendiam somente a ler, es-crever e fazer contas, além dos ensinamentos religiosos,que eram implícitos. Ao comparar o ensino daquelaépoca com o de hoje, há gama enorme de divergências,ainda mais nítidas ao analisar os alunos. Isso porque osjovens estão em transformação diária e os educadorestêm de acompanhar esse ritmo, o que demanda tempo,observação e experiência. Para traçar perfil atualizadodos estudantes, a equipe do Diário ouviu professoressobre os desafios do dia a dia na sala de aula e os méto-dos usados para acompanhar essa mudança constante.

PRIMEIROS PASSOSO universo da tecnologia adentrou pelas frestas e

agora faz parte da nossa vida em um caminho sem volta.Hoje as crianças têm acesso fácil a celulares, escolhemdesenhos e programas nos tablets e gostam de procuraro que vão assistir na televisão por meio de plataformasde streaming. Toda essa conectividade pouco tem a vercom os métodos de educação tradicionais, que precisa-ram ser revistos para educação mais eficiente.

“O aluno de hoje tem voz e vez. Ele não quer ape-nas sentar e ouvir, ou fazer aquelas atividades sempre damesma forma. Ele quer inovação e está acostumado narotina diária a produzir coisas novas”, disse a professora

de Educação Infantil Aline Cristine Morelli Miguel, doColégio Companhia do Saber. Em comparação aos alu-nos de antigamente, a professora é enfática: “Antes elestinham mais facilidade em aceitar o que já estava pro-posto, imposto sem prévio conhecimento”. Ela entendeque é preciso trazer novidades e incentivos para a salade aula e inovar ideias para que os pequenos não per-cam o foco. “Eles têm chegado mais exigentes, ativos,com mais informações, maior espírito de investigação esabendo muito sobre as novas tendências tecnológicas.”

A professora busca aproximar a rotina da sala de auladaquilo que os alunos estão acostumados na vida real.“Sempre tento aliar os benefícios que a tecnologia podetrazer aos processos de aprendizagem para que, juntos,possamos aprender de maneira cativa e inovadora. Elesgostam e estou colhendo bons frutos desta maneira.”Aline avalia que, na escola, a tecnologia torna as infor-mações mais dinâmicas e interativas, mas é necessárioum tempo limitado para seu uso, pois não se pode per-der a essência da Educação Infantil com atividades lúdi-cas, brincadeiras e jogos.

Na opinião da professora de Português Gabriela PottiCerqueira Postigo, que atua nos ensinos Fundamental eMédio da rede estadual em Santo André, hoje existemcaracterísticas geracionais e contextuais que influenciamo comportamento do jovem. “O timing deles é outro, seuuniverso é regido pela rapidez, e receio que a apreensãoda realidade se dê de forma fragmentada nessa rotina emque vivemos”, explica. Ela crê que o jovem de hoje temhabilidades impressionantes para desenvolver, e a preo-cupação maior dos educadores deve ser dar condiçõespara que esse desenvolvimento ocorra de forma integral,jamais fragmentada.

Na parte tecnológica, a professora observa que osalunos demonstram afinidade com a tecnologia quandoela envolve algo de sua rotina, como celulares e seusaplicativos, mas cita que eles não fazem uso conscientedesses equipamentos. “Na relação entre aluno e celular,às vezes é difícil distinguir quem está a serviço de quem.Isso fica nítido quando você observa a dificuldade, cadavez maior, que eles têm de ouvir e se posicionar deforma dialógica. Isso acontece porque o aluno se formanas redes sociais antes de colocar os pés na escola.” Nasredes sociais muito se fala, tudo é válido, pouco se escu-ta e se reflete. Com isso, o diálogo se perde.

Para buscar o estudante no mundo virtual e trazê-lo

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que não se encaixavam a certo padrão desejado ou queaprendiam de forma diferente da que a escola oferecia.“Cita-se aqui William Glasser, que apenas 20% dos alu-nos são capazes de depreender os saberes que estãosendo transmitidos apenas ouvindo”, diz. Há diversida-de de perfis, alunos que aprendem melhor com estímu-los visuais, outros que são cinestésicos e precisam inte-ragir com o objeto de aprendizagem. Fato é que os alu-nos se desmotivam diante de propostas monótonas,repetitivas e padronizadas, pois desejam ser desafiados,instigados. “Gameficação, debates e aprendizagem co-laborativa são práticas pedagógicas que atendem melhorao perfil contemporâneo, porém, para que tenhamsucesso, a escola precisa estar aberta e consciente do seunovo papel.” Há décadas, Paulo Freire e outros pedago-gos insistem que escola não é lugar apenas de se apre-sentar lista de conteúdos fracionados que se desdobramem disciplinas. A aprendizagem por competências pre-cisa acontecer com urgência, assim, possivelmente serãoalcançados novos patamares, onde um erro e uma notabaixa não sejam motivo de sofrimento ou vergonha, masde oportunidade de crescimento e reflexão.

NOS CURSOS SUPERIORESMesmo com todas as mudanças, o aluno ainda

chega despreparado na sala de aula da universidade. Emmuitos casos, o conhecimento é desnivelado e já surgi-ram dezenas de tecnologias. Até o relacionamento socialmudou, já que cada vez mais se usa a web para conver-sar e as redes sociais para ver apenas o que interessa.“Não há um perfil do aluno de hoje. É necessário sem-pre analisar com calma cada necessidade específica jun-tamente ao planejamento de longo prazo que cada umtem para a carreira”, diz o coordenador de cursos rápi-dos da Universidade Metodista, Juliano Barbosa Alves.

O maior acesso à tecnologia e ao conhecimento foio principal fator de mudança dos alunos. Porém, valedestacar que mais acesso não significa mais discerni-mento ou experiências práticas. Professores e instituiçõestêm se adaptado a essa realidade, tentando acompanharestudantes que buscam assuntos para empregos queainda nem foram criados, e cursos de curta duração bus-cam seguir essa tendência. “O principal é que professo-res, instituições e jovens têm de saber que o conheci-mento está cada vez mais fluido. E as certezas do passa-do ficaram no passado.”

de volta para a sala de aula, Gabriela procura explorardiferentes linguagens dentro de um mesmo tema, utili-zando vídeos, músicas e quadrinhos. Para ela, o alunode quatro anos atrás ouvia e refletia mais, enquanto queo de hoje é mais imediatista nas colocações. “Acho queisso é reflexo da nossa sociedade, que nos últimos anosvem buscando discursos prontos. É mais fácil comparti-lhar do que elaborar raciocínio reflexivo e argumentati-vo. E esse tipo de conduta acaba afetando de forma pre-judicial os nossos alunos”, analisa.

A questão principal não é acompanhar o ritmo damudança dos jovens, mas oferecer Educação que lhespermita utilizar os diferenciais de sua geração paraexplorar conhecimentos acumulados pela humanidadeao longo dos anos, a fim de construir novos conheci-mentos. É preciso valorizar o novo sem dar as costas paraa tradição, saber conciliar. “Não é simplesmente darnotebooks ou tablets nas mãos dos alunos. É saber mos-trar a eles o valor do pensamento crítico.” Para Gabriela,essa é a diferença na hora de o jovem decidir se a notí-cia que está prestes a compartilhar é fake ou não.

Respeito à individualidade é a resposta ao que faltana Educação, avalia a professora e coordenadora da Etec(Escola Técnica Estadual) Rio Grande da Serra, ÉrikaLippe. Quem está sentado na cadeira é um ser humanocomplexo, que, apesar da tenra idade, carrega consigohistória de vida única, com experiências bastante parti-culares, dadas as diferentes organizações familiares, ava-lia. “Não é possível, e é pouco respeitoso, querer quetodos se encaixem em um único padrão de comporta-mento estudantil.” Ela afirma que a riqueza dessa diver-sidade precisa ser destacada e vivenciada, aproveitandopara enriquecer o ambiente escolar, que não pode serum mundo à parte, e deve acompanhar as mudançassociais que ocorrem no entorno, dado que a sociedadeé multicultural, e assim deve ser a escola. “Dessa forma,por sentir-se reconhecido, o estudante terá anos es-colares memoráveis, levando à vida adulta o gosto porestudo, investigação e pesquisa científica”, aponta, aodefender que essa será a única solução para que o Paíssaia do marasmo educacional e se torne nação que res-peita e preserva o conhecimento, transmitindo legadopara as gerações vindouras.

Para Érika, não é possível delimitar perfil único aosestudantes. O que ocorria, num passado não muito dis-tante, era o tratamento massificado que excluía os alunos

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O QUE ELES ACHAM DA EDUCAÇÃO...

“Eu gosto muito de ir para a escola para ver meus amiguinhos e adoro osmeus professores. Só que eu tenho preguiça de acordar cedo, isso é muito ruim.Então seria muito melhor se eu pudesse ter aulas somente de tarde. O que eumais gosto é das festinhas, que têm pula-pula, mas é só um dia na semana, pode-ria ter mais vezes. Também adoro as aulas de educação física, mas eu queria quetivesse mais futebol, porque eu adoro correr. Tanto que eu vou para a escolinhaquando saio do colégio.”

Guilherme Quirino,6 anos,

1° ano EF – EscolaMunicipal Engenheiro

Carlos Rohm I

“Gosto de todas as minhas aulas, mas acho que a gente passa muito tempona escola. Eu entro às 7h e saio ao meio-dia, mas queria mesmo era entrar às8h para dormir um pouquinho mais. Gostaria que a gente tivesse aulas em umasala de ciências, com aquelas coisas de cientista. Também gosto mais quandoos professores ensinam brincando com a gente, aí a gente aprende mais fácil.Acho que se a gente tivesse mais filmes e livros diferentes nas aulas eu ia ficarmais interessado, porque às vezes a apostila é um pouco chata, e tem muitos fil-mes que ensinam coisas legais. Os livros que a escola manda ler também nãosão muito interessantes.”

Guilherme de DeusSilva, 11 anos,

5° ano EF – EscolaMunicipal Ramiro

Gonçalez Fernandes

“Seria legal se tivéssemos mais aulas práticas, com jeitos diferentes de ensi-nar, por meio de passeios e visitas. Se desse para ter apresentações de teatro,por exemplo, com o que a gente aprende durante as aulas, seria uma forma deassimilar melhor o conteúdo. Também gostaria que as provas tivessem maistempo de duração. Nas aulas de ciência, acho que o laboratório poderia ser maisexplorado, em vez de ser algo que a gente só vai para complementar algum con-teúdo da matéria. Deveríamos ter aulas inteiras, seria bem divertido fazer expe-rimentos e estudar na prática.”

“As aulas no 3º ano deveriam ser integradas às possibilidades de profissões,facilitando ao aluno se identificar com uma delas e com aulas práticas. A escoladeveria usar mais a tecnologia ao seu favor. Também acho que o educador deveestudar métodos que alcancem todos os alunos, seja pelo olhar, pela audição oupelo toque, e que realmente o faça entender as matérias. Espero que a escolanão seja lugar de pressão, mas de compreensão, auxílio nas dúvidas, ensino dequalidade e inclusivo, que nos prepare ao mercado de trabalho que acompanhea realidade, nos ensinando a mudar o mundo através do conhecimento.”

Gabriela Leão,17 anos,

3° ano EM – Etec ProfªMaria Cristina Medeiros

“O aluno da universidade espera um lugar de pluralidade de ideias, expe-riências e pessoas. Para sentir que é lugar seguro para se especializar em áreaque somos apaixonados, tudo feito num ambiente saudável. Acho que falta preo-cupação com a saúde mental dos alunos. Muita gente entra na universidade elogo começa a fazer terapia porque não aguenta a pressão. O investimento emEducação é fundamental. A situação que a gente vê hoje em várias universida-des públicas e privadas é de cortar o coração. Às vezes, professores e alunosfazem milagres para continuar fazendo da universidade local de qualidade.”

Edmara Galvão,20 anos,

2º ano de Jornalismo –Universidade Metodista

de São Paulo

Nathyelie dosSantos Ribeiro,

13 anos,8º ano EF – Escola

Municipal ÂngeloRaphael Pellegrino

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do ficha técnica

Colégio Metodista

Endereço: Rua Alfeu Tavares, 112São Bernardo

Bairro: Rudge Ramos

Fone: (11) 4366-5581

Site:colegiometodista.g12.br/saobernardo

Email:[email protected]

Ano Fundação: 1985

Modalidade: Infantil, Fundamental,Médio e Recreação.

Proposta: construção da autonomiae cidadania com conhecimentostécnicos científicos e valores ético-cristãos.

Atividades Extras: balé, coral,judô, ginástica artística, robótica.

Avaliação: trimestral.

Segurança: controle de acesso,segurança 24 horas, câmerasinternas e uso de uniforme.

Período de Matrículas: durante oano todo.

Mensalidade: consulte nossosvalores.

Preparar o aluno como um cidadão crítico e criativo,que respeite sua história de vida e seja capaz de assumirpapel de agente transformador do mundo e solidário éobjetivo do Colégio Metodista desde sua fundação. Paraisso, o colégio oferece educação inovadora e dequalidade, trabalhando para incentivar, apoiar edesenvolver competências que, a partir de uma forma-ção integral, tendo como base valores ético-cristãos,sejam capazes de construir uma trajetória de sucesso.

Contando com corpo docente de excelência,estratégias de ensino inovadoras, projetos pedagógicosconstantemente atualizados, além de infraestruturadiferenciada, os alunos atuam em atividades científicas,culturais, sociais e esportivas, nas quais os conteúdossão trabalhados a partir de situações significativas econtextualizadas. São desafiados a levantar hipóteses,refletir, observar, pesquisar e compartilharconhecimentos, tornando-se autores do processo deaprendizado.

Entre os destaques da Educação Infantil e do EnsinoFundamental estão as Oficinas Extracurriculares, aEducação Financeira e ações que estimulam oraciocínio lógico e o pensamento científico. Já no Ensinomédio, a preparação para os processos seletivos, oempreendedorismo, a iniciação científica e a construçãode um projeto de vida são diferenciais.

O colégio é herdeiro da rica tradição da EducaçãoMetodista, iniciada em 1748 na Inglaterra e que chegouao Brasil em 1881, caracterizada por uma propostainterdisciplinar e pela confessionalidade, pela qualidadee por sua capacidade de integrar-se às novastecnologias.

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Ciência, Tecnologia e Sociedade. Este é o eixo cen-tral do Colégio Metodista para preparar o aluno em ummundo cada vez mais globalizado e capacitá-lo paraescolhas e vivência profissional, sem deixar de lado acidadania e a responsabilidade.

Entre as formas de preparar o aluno neste amplouniverso está a excelência em línguas, com organizaçãode turmas por nível de competência linguística eintercâmbios em países de idiomas inglês e espanhol. Ocolégio é centro de preparação dos exames deproficiência Cambridge (Inglês) e DELE (Espanhol).

Outros estímulos são a participação no DesafioInternacional Canguru de Matemática, Olimpíadas deMatemática do ABC e do Brasil, Olimpíada de Químicae do Desafio Bovespa, além de envolvimento emcongressos científicos junto a estudantes universitários.

A plataforma Mindzup, composta por ferramentastecnológicas, oferece atividades e desafios quepermitem avaliar o desempenho escolar e trocarinformações entre professor e aluno, além de auxiliar naescolha da carreira disponibilizando testes, simulados epreparo para processos seletivos. O Projeto Experimento– parceria com a Fundação Siemens – oferece vivênciaspráticas de biologia, física e química.

Brincadeiras também são aproveitadas no ensino,como os espaços de aprendizagem que simulamambientes domésticos, empresariais, mercado, trabalhono campo e consultórios médicos.

Seja para ajudar nos primeiros momentos de apren-dizagem ou preparar adolescentes para a universidade,o Colégio Metodista possibilita total apoio para que osalunos desenvolvam suas habilidades e competências.