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eSOCIAL BATE à PORTA Plataforma do SESI permite às empresas atender exigências dos órgãos de fiscalização ISSN 1679-2645 INDúSTRIA BAHIA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XXV Nº 254 2018

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eSocialbate à portaPlataforma do SESIpermite às empresasatender exigências dosórgãos de fiscalização

ISSN 1679-2645

indúStriabahia

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieBaNo XXv Nº 254 2018

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A partir de julho de 2019, dados sobre saúde e segurança no trabalho (SST) deverão obri-

gatoriamente ser informados ao eSocial. As empresas devem estar devidamente prepa-

radas para atender às novas exigências de consolidação de informações nos prazos indi-

cados e em uma única entrega. Para colaborar com as empresas, o Serviço Social da In-

dústria lançou na Bahia o SESI Viva+, que facilita a gestão e entrega de dados sobre SST.

Criado em 2014, o eSocial será implantado até o final de 2021, quando reunirá infor-

mações sobre mais de 44 milhões de trabalhadores em um único sistema. Receita Fe-

deral, Ministério do Trabalho, INSS e Caixa Econômica Federal poderão compartilhar

informações em tempo real. Uma vez implementado, o sistema permitirá que as infor-

mações sejam enviadas assim que

os eventos acontecerem. Por conta

do cruzamento de dados ele não

permitirá a prestação de informa-

ções equivocadas ou incompletas.

Isso exigirá das empresas um es-

forço de adaptação e investimentos,

para transformar informações por

vezes dispersas em processos in-

tegrados em um mesmo ambiente,

de sorte a enviar dados precisos ao

INSS. Não se preparar para o eSo-

cial pode trazer sérios problemas fi-

nanceiros e as empresas com maior

registro de acidentes do trabalho

serão as mais penalizadas. O próprio setor público estima que deva arrecadar R$ 20

bilhões nos próximos anos com multas relativas ao eSocial.

Os dados encaminhados ao programa devem ser sustentados na rastreabilidade

documental. Serão impactadas as mais diversas áreas de gestão da empresa, especial-

mente as relativas à segurança e saúde no trabalho. Os processos internos devem ga-

rantir que os eventos trabalhistas, previdenciários e fiscais sejam encaminhados com

regularidade e pontualidade.

Por trazer mudanças aos processos trabalhistas, fiscais, administrativos e finan-

ceiros da empresa, a rotina e a cultura internas precisam ser repensadas para que as

informações antes disponíveis em diferentes departamentos possam ser integradas

e geradas com precisão, seguindo as leis vigentes e dentro dos padrões e prazos do

novo sistema.

Em um primeiro momento, as empresas terão gastos adicionais com o programa, in-

cluindo sistemas informatizados adequados para a transmissão, aumento do número

de profissionais e contratação de consultoria. No médio e longo prazos, o eSocial tende

a desburocratizar e evitar redundâncias de informações que as empresas fornecem aos

órgãos fiscalizadores, o que certamente reduzirá custos.

O SESI Viva+ foi criado para diminuir o impacto do eSocial na empresa não apenas

neste primeiro momento, mas para evitar dissabores futuros e para garantir metas de

redução do absenteísmo e de acidentes no trabalho.

Desafios impostos pelo eSocial

Debate sobre

o impacto

do eSocial,

realizado

na FieB

editorial

Painel visual no lançamento do SeSi Viva+

nº 254 2018

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4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEB

Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e tecelagem no

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de Frei-

taS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, sindio-

[email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS

do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, sindcalcados-

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS

de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e

marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, sindiscam-

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS

QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS

Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS

e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e

lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected].

br / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, sindratar@

gmail.com.br / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS

deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁ-

tica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomuni-

caçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira

de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, sindirepaba@sin-

direpabahia.com.br / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS,

[email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte

e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected]

/ Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS extratiVaS de mineraiS metÁlicoS, metaiS noBreS e

PrecioSoS, PedraS PrecioSaS e SemiPrecioSaS e magneSita no eStado da Bahia , [email protected]

filiada à

fiEBPReSiDeNte antonio ricardo alvarez alban. ViCe-

-PReSiDeNteS alexi pelagio Gonçalves portela Jú-

nior; angelo Calmon de sa Jr.; Carlos Henrique de

oliveira passos; eduardo Catharino Gordilho; João

baptista ferreira; Josair santos bastos; Juan Jose

rosario lorenzo; sérgio pedreira de oliveira sou-

za. DiRetOReS titULaReS ana Claudia basilio lima

das mercês; Cláudio murilo micheli Xavier; edison

virginio nogueira Correia; Jaime lorenzo piñeiro;

Jamilton nunes da silva; João augusto tararan;

João schaun schnitman; José Carlos telles soares;

Julio César melo de farias; luiz antonio de oliveira;

luiz fernando Kunrath; luiz Garcia Hermida; paula

Cristina Cánovas amorin; renata lomanto Carneiro

müller; rogério lopes de faria; vicente mário visco

mattos; Waldomiro vidal de araújo filho; Wilson

Galvão andrade. DiRetOReS SUPLeNteS antonio

roberto rodrigues almeida; arlene aparecida vil-

pert; Carlos alberto barduke; Christian villela Dun-

ce; Dirceu alves da Cruz; marcos regis andrade;

mauricio toledo de freitas; paulo Guimarães misk;

ricardo De agostini lagoeiro; roberto fiamenghi;

sergio aloys Heeger; tiago motta da Costa

conSElhoSmiCRO e PeqUeNa emPReSa iNDUStRiaL raul Costa

de menezes; aSSUNtOS FiSCaiS e tRiBUtáRiOS sér-

gio pedreira de oliveira souza; COméRCiO exteRiOR

angelo Calmon de sá Junior; eCONOmia e DeSeN-

VOLVimeNtO iNDUStRiaL antonio sergio alipio;

iNFRaeStRUtURa marcos Galindo pereira lopes;

iNOVaçãO e teCNOLOgia José luis Gonçalves de

almeida; meiO amBieNte Jorge emanuel reis Caja-

zeira; ReLaçõeS tRaBaLhiStaS Homero ruben ro-

cha arandas; ReSPONSaBiLiDaDe SOCiaL emPReSa-

RiaL marconi andraos oliveira; JOVeNS LiDeRaNçaS

iNDUStRiaiS braulio barreto moreira de oliveira;

PetRóLeO, gáS e NaVaL Humberto Campos rangel;

PORtOS sérgio fraga santos faria

ciEBPReSiDeNte antonio ricardo alvarez alban. 1º

ViCe-PReSiDeNte - Hilton morais lima. 2º ViCe-

-PReSiDeNte - marcondes antônio tavares de

farias. 3º ViCe-PReSiDeNte - benedito almeida

Carneiro filho. DiRetOReS eFetiVOS antonio silva

novaes; arlene aparecida vilpert; benedito rosa

ribeiro; eduardo de sá martins da Costa; fagner

ramos ferreira; Givaldo alves sobrinho; Jorge

robledo de oliveira Chiacchio; luis fernando

Galvão de almeida; mauricio lassmann; rafael

Cardoso valente; ronaldo livingstone bulhões

ferreira. DiRetOReS SUPLeNteS Carlos antonio

Unterberger Cerentini; Cleber Guimarães bastos;

Gustavo brandino secco; Heitor morais lima;

José Carlos de almeida; paula Cristina Cánovas

amorin; paulo Cesar Correia de andrade; rena-

ta lomanto Carneiro müller; sudário martins da

Costa; Wesley Kelly felix Carvalho. CONSeLhO

FiSCaL - eFetiVOS felipe porto dos anjos; nilton

teixeira sampaio filho; roberto ibrahim Uehbe.

CONSeLhO FiSCaL - SUPLeNteS lucas lamego flo-

res de oliveira; luiz da Costa neto; marcia Cristi-

na ferreira Gomes.

SESiPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL

antonio ricardo alvarez alban.

SUPeRiNteNDeNte armando da Costa neto

SEnaiPReSiDeNte DO CONSeLhO antonio ricardo a. alban.

DiRetOR RegiONaL rodrigo vasconcelos alves

DiRetOR De teC. e iNOVaçãO leone peter andrade

iElPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL

antonio ricardo alvarez alban.

SUPeRiNteNDeNte evandro mazo

DiRetOR exeCUtiVO Da FieB

vladson menezes

SUPeRiNteNDeNte exeCUtiVO De SeRViçOS

CORPORatiVOS Cid vianna

Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

UNiDaDeS DO SiStema FieB

sistema fieb nas mídias sociais

CONSeLhO eDitORiaL mônica mello,

Cleber borges e patrícia moreira.

COORDeNaçãO eDitORiaL Cleber

borges. eDitORa patrícia moreira.

RePORtagem patrícia moreira, Ca-

rolina mendonça, marta erhardt,

Íris moreira leandro (estagiária),

luciane vivas (colaboração). PRO-

JetO gRáFiCO e DiagRamaçãO ana

Clélia rebouças. FOtOgRaFia Co-

perphoto. iLUStRaçãO e iNFOgRa-

Fia bamboo editora. imPReSSãO

Gráfica trio.

FeDeRaçãO DaS iNDÚStRiaS

DO eStaDO Da Bahia

rua edístio pondé, 342 –

stiep, Cep.: 41770-395 / fone:

71 3343-1280

www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

as opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessaria-

mente o pensamento da fieb.

Fieb – Federação daS indúStriaS do eStado da bahiaSede: (71) 3343-1200

SeSi – Serviço Social da indúStriaSede: (71) 3343-1543@Barreiras: (77) 3611-8212@Camaçari: (71) 3627-3489@Candeias: (71) 3418-4700@Eunápolis: (73) 3281-6670@Feira de Santana: (75) 3602-9705@Ilhéus: (73) 3222-7072@Itapagipe: (71) 3254-9900@Jequié: (73) 3526-5518@Juazeiro: (74) 2102-7132@Lucaia: (71) 3879-5390@Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-2080@Piatã: (71) 3503-7400@Retiro: (71) 3234-8217@Rio Vermelho: (71) 3616-7064@Simões Filho: (71) 3296-9301@Valença: (75) 3641-3040@Vitória da Conquista: (77) 3201-5708

Senai – Serviço nacional de aprendizagem induStrialSede: 71 3534-8090@Alagoinhas: (75) 3182-3350/3356@Barreiras: (77) 3612-2188@Camaçari: (71) 3493-7070@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (75) 3229-9112@Ilhéus: (73) 3222-7070@Juazeiro: (74) 3614-0823@Lauro de Freitas: (71) 3534-8090@Luis Eduardo Magalhães: (77) 3628-6349@Vitória da Conquista: (77) 3086-8300

iel – inStituto euvaldo lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista (77) 3201-5720@Guanambi (77) 3451-6070@Jequié (73) 3527-2331

cieb - centro daS indúStriaS do eStado da bahia Sede: (71) 3343-1214

bahia

indúStriaeditada pela Gerência

de Comunicação institucional do sistema fieb

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Em conversa com a Bahia

Indústria, durante seminário

do Ibrapse, Renato Fonseca,

da CNI, falou sobre os

desafios para a qualificação

da mão de obra

22 IndústrIas InIcIam vIrada 4.0Com investimentos de baixo

custo, empresas baianas

apostam em tecnologia e dão

os primeiros passos para a

transformação digital

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

6 a educação no futuro da IndústrIa

16 os desafIosdo esocIalEmpresas que não

atenderem exigências

poderão arcar com

pesadas multas

Sumário

Equipamento desenvolvido no fim da

década de 1970 teve funções bélicas, virou

opção de lazer e agora tem se mostrado útil

para diversas operações na construção,

manutenção e venda de imóveis

28 drones chamam a atenção de construtoras

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

anDré santos/senai CimateC

GrUpo Civil/DivUlGação

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entreviSta Renato Da FonSeca

6 Bahia Indústria

Não há dúvidas de que o futuro da indústria está na inovação.

Empresas, governos e centros de pesquisa apostam cada vez

mais em tecnologia de ponta e em soluções criativas para au-

mentar a competitividade dos negócios. Mas, fora das ilhas de

excelência, como o SENAI Cimatec, o avanço da inovação no Brasil esbar-

ra na baixa qualidade de ensino, que limita a quantidade de profissionais

voltados para a inovação tecnológica e gera uma massa consumidora com

dificuldades para adquirir e operar ferramentas mais sofisticadas.

Para o economista Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa

e Competitividade da CNI, esse é um problema de solução a longo prazo.

Afinal, ainda que o País passe a oferecer imediatamente uma educação

de qualidade, os primeiros resultados positivos só seriam sentidos em

uma geração, quando as atuais crianças de cinco anos que ingressam

no sistema de ensino público deixariam a escola.

Em visita a Salvador, onde participou, em setembro, do seminário Os

efeitos nacionais da conjuntura mundial: o contexto mundial e seus im-

pactos sobre a economia, promovido pela FIEB e pelo Ibrapse, Fonseca

falou à Bahia indústria sobre a importância de uma política de desen-

volvimento para o país, que alinhe indústria, agronegócio e serviços,

mas que envolva também benefícios fiscais para setores prioritários e,

claro, investimento em educação.

Educar para iNovar

economista da Cni fala da importância de o brasil investir no ensino e ressalta papel do senai e do sesi

Por Cleber borges e gilson Jorge

O senhor afirma que hoje não há política industrial, que isso é quase um

palavrão. Precisamos de uma política industrial ou, na verdade, de uma

política de desenvolvimento?

A política industrial não pode estar descolada do desenvolvimento do

país. Quando a gente fala em uma estratégia de desenvolvimento, den-

tro dela tem o que se costuma chamar de política industrial, na qual eu

vou estimular o crescimento de alguns setores. O grande desafio é: o que

a gente quer estimular? Alguns economistas falam que você não tem que

estimular nada. Deixa o país sozinho que as coisas vão se encaminhar.

Só que isso não acontece no resto do mundo. Por que os Estados Unidos

têm política industrial? Por que a Alemanha e os países europeus em

geral têm política industrial? E por que os países que tiveram sucesso,

como Coreia do Sul e China, em algum momento construíram uma po-

lítica industrial? Mas eu concordo, não no sentido estrito da palavra,

que é uma política de desenvolvimento. Você pode fazer uma política

industrial com o seu poder de compra, como no caso da indústria bélica.

Essa foi uma política forte nos Estados Unidos, que investiu pesado no

segmento, gerou desenvolvimento e beneficiou outras indústrias: auto-

mobilística, alimentos... A coisa interessante da inovação é essa, você

cria conhecimento que acaba sendo usado em outros lugares, mas que

não existiria se o governo não atuasse. No cerne de uma política indus-

trial tem que estar a inovação.

é possível ter uma política de estimulo à inovação sem uma política

capaz de melhorar a educação no país?

Quase que impossível, eu diria. Em quase todos os países em que se

conseguiu fazer uma transição para o mundo desen-

volvido, a base foi a educação. Os Estados Unidos, lá

atrás, quando começaram a passar da fase agrária

para a industrial, fizeram uma campanha para uni-

versalizar o ensino médio. Hoje, no Brasil estamos

atrasados nisso. Tem também o exemplo da Coreia e

de outros asiáticos, que seguiram esse caminho: pri-

meiro, a educação. Sem uma população educada, você

não consegue criar ou utilizar a inovação. Mas, infeliz-

mente, não é uma coisa que vai se resolver em cinco,

dez anos. Educação vai mudar com a geração. Vamos

ter que capacitar professores, melhorar o ensino e fa-

zer com que as crianças que estão entrando na escola

hoje saiam aos 20 anos com uma educação melhor. O

que a gente pode fazer para tentar cortar caminho, e aí

entra o SENAI, é um esforço para capacitar as pessoas

não educadas. Hoje, por exemplo, um dos grandes pro-

jetos do SENAI e SESI é a educação de jovens e adul-

tos atrelada à educação profissional. Educar adulto é

muito difícil, mas quando você joga com a educação

profissional facilita porque a pessoa vê o resultado.

é possível também ter uma política industrial, ou de

desenvolvimento, em um país onde o setor financeiro

é acusado de parasitar a economia? Onde o governo

absorve a poupança que deveria ir para investimento?

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Bahia Indústria 7

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

Essa questão do setor financeiro precisa ser avaliada com cuidado. Por

que no Brasil os juros são tão altos? Não é simplesmente porque os ban-

queiros querem os juros altos. Ele não ganha com os juros, e sim com a

diferença do que ele paga a quem coloca dinheiro no banco e o que ele

capta no mercado. A gente tem o spread alto porque o mercado de ban-

cos é concentrado? É verdade, temos poucos bancos trabalhando. Porém,

existem outros fatores que precisamos avaliar. O elevado custo tributário

por exemplo. A sociedade precisa responder: vou tributar só os bancos?

Nesse caso, você estará tributando exatamente o empréstimo que vai ten-

tar tomar. Se eu tributar a energia elétrica, todo mundo estará pagando

imposto, pois o preço da energia elétrica vai subir. Então, imagine o ban-

queiro. Pode emprestar dinheiro para mim ou para o governo. A quem ele

prefere emprestar? Ao governo! É mais garantido. O governo, com o déficit

que tem, vai aos bancos e vende títulos para ele. E como o déficit é muito

grande, os bancos vão aumentando os juros. O banqueiro olha e diz, se

eu emprestar dinheiro ao governo ganho 20%. Para você só vou empres-

tar por 25%, porque você traz mais risco. Temos que ter muito cuidado

ao dizer que o setor A ou B é culpado. É igual a dizer que o setor de aço é

culpado pelos preços de máquinas e equipamentos, porque teria um preço

alto. Todos na economia têm seu preço. A gente tem que evitar tentar con-

trolar o preço dos outros só porque é bom para a gente. Hoje, reclamamos

muito do tabelamento de frete, que é uma tentativa de controlar preços.

Vemos pessoas querendo controlar a taxa de juros, que é a mesma coisa. O

próximo passo é querer controlar o preço do seu produto. A gente tem um

problema no Brasil que é um sistema financeiro pouco desenvolvido, onde

você tem poucas opções de conseguir recursos. O mercado de capitais, por

exemplo, é bem menos desenvolvido do que em outros

países. Seria uma opção ao empréstimo via banco. En-

tão, temos que trabalhar nisso. No caso do spread, o

cadastro positivo é uma coisa importante. O banco sa-

be a história de crédito de cada um e vai separar o mau

do bom pagador e este vai ter juros menores. Depois

que a Justiça permitiu que o banco tomasse o automó-

vel que serve de garantia, o custo do financiamento de

carros caiu. Do contrário, o juro maior de quem paga

vai cobrir o de quem não paga. Nessa área, as soluções

não são simples. Passam pela redução do déficit do go-

verno. Passam por aumentar a competição, o que já se

tentou no passado, quando alguns bancos estrangei-

ros entraram no país e depois foram embora.

“Há fatores dificultando o crescimento da indústria. por exemplo, a educação. Não adianta estimular indústria de alta tecnologia se não estou provendo uma população educada para trabalhar nela”

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8 Bahia Indústria

entreviSta Renato Da FonSeca

O termo política industrial pode sugerir que interes-

ses de um setor vão se sobrepor a outros? O que está

na raiz disso?

Em geral, quando se faz uma estratégia de política

industrial é sempre reduzindo tributos de algum se-

tor, dando subsídios, ou o governo emprestando mais

barato pelo BNDES sem que, em muitos casos, tenha

havido controle de retorno. Isso não significa que a

estratégia esteja errada, pois há fatores dificultando

o crescimento da indústria. Por exemplo, a educação.

Não adianta querer estimular uma indústria de alta

tecnologia se eu não estou provendo uma população

educada que possa trabalhar nela. Não adianta trazer

a Ford para a Bahia se eu não capacitar trabalhadores

para trabalhar na Ford. Tem o incentivo de não pagar

IPTU e o estado não cobrar ICMS, mas ela vai chegar

aqui e dizer: tem meu fornecedor, que vai precisar do

mesmo benefício, não tem trabalhador capacitado,

vou ter que importar trabalhador de fora. A política

industrial tem que ver o conjunto, não basta dar o

incentivo de impostos. Como não há transparência

no Brasil, isso gera desconfiança, assim como gera

desconfiança o Bolsa-Família quando a fiscalização

pega uma pessoa que burla o sistema e isso dá a falsa

impressão de ser um problema geral. Tem muita gente

na miséria que precisa do recurso. O projeto é muito

bom, mas tem que ter transparência, mostrar resul-

tados. É a mesma coisa na política industrial. Fala-se

muito na área automobilística, que recebe benefícios

desde que chegou aqui e precisa mostrar resultados.

Quantos empregos foram gerados, quantos tributos

foram gerados.

há um problema, então, de comunicação...

Eu acho que há um problema de comunicação. E de

escolhas, também. Porque não se pode dar benefícios

para todo mundo. Aí o resultado não acontece.

Para a CNi o setor produtivo não se desenvolve sem

um bom ambiente de negócios. O que isso significa?

Primeiro, segurança jurídica. É você saber que o

que foi combinado vai ser respeitado. Por exemplo,

eu invisto em um terreno dentro das regras atuais

e depois, surge uma lei dizendo que nele não pode

mais ter tal atividade. Você coloca um aeroporto on-

de não tem ninguém morando, ele atrai o comércio,

traz fluxo. As pessoas começam a morar em volta.

Depois, vem uma lei dizendo que é proibido os aviões

decolarem à noite. O empresário faz um investimen-

to, precisa que um avião funcione

à noite para trazer cargas, que ge-

ralmente chegam nesse horário,

mas se proíbe isso porque surgiu

uma comunidade em volta. Na

área trabalhista, quando eu con-

trato um trabalhador, caso ele se-

ja demitido espero que não entre

na Justiça contra mim por causas

sem muito sentido. Isso acontecia

muito no Brasil antes da Refor-

ma Trabalhista. Nesses casos, o

que as empresas têm que fazer?

Provisionar. Separar uma parte

do seu recurso para a possibili-

dade de ter causas trabalhistas,

causas tributárias... A legislação

tributária muda muito e eu posso

preencher algo errado, ou colocar

uma plaquinha no lugar errado e

ser autuado pela fiscalização de

um bombeiro. É importante res-

peitar as regras do jogo. Quando

isso não acontece, para você in-

vestir precisa ter uma margem de

lucro maior. Como eu vou fazer

uma estrada e explorar o pedá-

gio, se não tenho certeza de que

não vão fazer uma outra estrada

ao lado, ou a economia vai entrar

em crise. Quando você tem esta-

bilidade e um ambiente em que se

pode ter certeza de que a inflação

não vai disparar a qualquer mo-

mento, que a taxa de câmbio não

vai ficar variando, que o governo

não vai ficar mudando as regras,

você consegue um resultado me-

lhor. Um exemplo. Na década de

1980, começou a haver o leasing

de automóvel baseado na taxa de

câmbio. Todo mundo entrou por-

que era baixinho. Houve a desva-

lorização de 1999 e o câmbio foi lá

em cima. A Justiça fez o quê? Os

bancos não puderam cobrar os

juros. Enquanto estava baixinho,

todo mundo queria. O risco é só

meu? Com o risco só dos bancos,

eles jogaram os juros lá em cima.

Desde quando o Brasil não tem

uma política de desenvolvimento?

hoje, o ministério da Fazenda es-

taria preocupado preponderante-

mente com a arrecadação?

Depende. A Receita Federal,

sim, pois é a função dela. Mas qual

o peso que ela tem nas decisões?

Quando eu faço uma política de de-

senvolvimento, posso não aumen-

tar muito o tributo hoje para esti-

mular o crescimento e, com isso,

terá mais gente pagando amanhã.

Mas temos que entender que há

uma pressão. O mandato do presi-

dente dura quatro anos. Ao nomear

o ministro da Fazenda, ele sabe que

vai precisar de recursos para fazer

algumas coisas em quatro anos.

Você precisa ter uma política que

seja alinhada com todos os minis-

térios. Não é que a gente não tenha

tido política industrial nos últimos

anos, mas ela estava alinhada com

o Ministério de Ciência e Tecnolo-

gia? Com a Câmara de Comércio

Exterior, com a Agricultura? Com

o Ministério da Educação? O que

falta no Brasil é uma coordenação

desse tipo. Que o presidente cons-

trua essa política e que decida para

onde se quer ir.

“Em quase todos os países em que se fez a transição para o mundo desenvolvido, a base foi a educação. os Eua, na industrialização, universalizaram o ensino médio”

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Bahia Indústria 9

circuito Por cleber borges

Direito à compensação tributáriaA FIEB e Sindicatos filiados se preparam para

ajuizar ação visando possibilitar que empresas as-

sociadas possam assegurar o direito de utilizarem a

compensação para quitar débitos de recolhimentos

mensais por estimativa do Imposto de Renda Pessoa

Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lu-

cro Líquido (CSLL).

mudança para compensar perdasO problema surgiu quando o governo federal, com

o intuito de compensar perdas decorrentes da redu-

ção de tributos sobre o óleo diesel e seus derivados

publicou, em 30 de maio, a Lei nº 13.670/2018, que

trouxe alterações na legislação tributária referentes

à compensação de créditos tributários.

Lei cria insegurança jurídicaA Lei nº 13.670/2018 vedou a possibilidade de

compensação dos recolhimentos mensais por esti-

mativa na apuração do IRPJ e da CSLL, sendo que

tal alteração passou a viger a partir da data de sua

publicação. O fato viola o princípio da segurança ju-

rídica, ao alterar as regras de compensação durante

o ano-calendário.

Principal desafio: ajustar contasAjustar as contas públicas será o principal desa-

fio do próximo governo. O alerta, da CNI, indica que

é inexorável um ajuste que reponha a trajetória das

contas do setor público “na linha da responsabilida-

de fiscal”, para que o país volte a crescer. Com despe-

sas superiores às receitas, estima-se que o déficit fis-

cal fechará o ano em 1,9% do PIB, elevando a relação

dívida pública/PIB para 77,1%. Caso essa relação ao

menos se estabilize, em 2019 o Brasil poderá crescer

até 3%, avalia a CNI.

Crescimento será menorA CNI revisou para baixo as estimativas para o PIB

do país e do setor industrial. A previsão agora é de que

a economia brasileira crescerá este ano 1,3%, menos

do que os 1,6% estimados em junho. O PIB industrial

também terá expansão de 1,3%, inferior os 1,8% pre-

vistos naquele mês. O consumo das famílias aumen-

tará 1,9%, a taxa de desemprego fechará o ano com

média anual de 12,2% da população economicamente

ativa e os investimentos aumentarão apenas 2,2%.

"Há apenas uma maneira de matar o capitalismo: com impostos, impostos e mais impostos."

Karl marx, filósofo e sociólogo, autor de O Capital, obra que fundamentou o pensamento socialista.

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10 Bahia Indústria

sindicatos

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

» Missões empresariais em BlumenauConsiderada a maior feira do segmento têxtil nas Américas, a Febratex foi o destino de missões empresariais do Sindvest Feira e do Sindifite. O evento apresentou inovações tecnológicas e lançamentos para o setor.

Cursos para líderes sindicais e empresários

Sobreposição de leis e impreci-

são quanto às normas são elemen-

tos do cenário de insegurança ju-

rídica que atrapalham o ambiente

de negócios. Para falar sobre o

assunto e sugerir ações que mini-

mizem os impactos nas empresas,

a FIEB realizou palestra com a

temática Redução de Riscos Em-

presariais: Segurança Jurídica. A

iniciativa fez parte das ações do

Programa de Desenvolvimento

Associativo, que também promo-

veu uma oficina para orientar lí-

deres e executivos sindicais para o

processo de negociação coletiva e

discutir os impactos da nova legis-

lação trabalhista.

Sindipeças discute indústria 4.0

Os desafios e oportunidades

da quarta revolução industrial,

suas principais técnicas e ferra-

mentas foram apresentados no

curso Indústria 4.0 – Conceitos e

Aplicação de um Modelo de Ges-

tão Estratégica, uma iniciativa do

Sindipeças. “O que queremos é

trazer conhecimento para que as

empresas possam começar o pro-

cesso de adequação”, destacou o

diretor regional do sindicato, Ro-

berto Rezende.

Ceramistas debatemoportunidades

A importância da qualidade

na fabricação de produtos para o

enfretamento de um mercado ca-

da vez mais exigente foi discutida

na palestra Mercado da Constru-

ção Civil e Oportunidades para as

Indústrias de Cerâmica Vermelha,

realizada pelo Sindicer, em par-

ceria com a Anicer, em Jacobina e

Senhor do Bonfim.

Com 300 participantes, evento debateu perspectivas para o setor

encontro foi promovido pelo Simagran em parceira com o SeNai Cimatec

LatiCiNiStaS BaiaNOS DiSCUtem meRCaDO em eNCONtRO SetORiaL

As perspectivas para o mercado lácteo e desafios para o setor de

laticínios na Bahia foram discutidos no 9º Encontro Baiano dos Latici-

nistas, promovido pelo Sindileite. Realizado com o apoio de diversas

instituições, entre elas a FIEB, o encontro buscou estreitar o relacio-

namento entre as indústrias de laticínios e fornecedores do setor, for-

talecendo a cadeia produtiva.

PROgRama Bege Bahia SUSteNtáVeL é aPReSeNtaDO NO SeNai CimateC

Propostas para a reutilização dos estoques remanescentes não co-

mercializáveis da lavra do Bege Bahia foram apresentadas no Encontro

Bege Bahia Sustentável. O programa, desenvolvido em parceria pelo

SENAI Cimatec e pelo Simagran, foi apresentado a representantes da

Prefeitura de Ourolândia, Ministério Público, Secretaria do Desenvol-

vimento Econômico do Governo do Estado (SDE), Inema, entidades

representativas do APL do Mármore Bege Bahia e Instituto Fábrica de

Floresta. As propostas incluem soluções de reaproveitamento voltadas

para o setor da construção civil e aplicação como corretivo para solo.

soraia CarvalHo/DivUlGação sinDileite

senai CimateC

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Bahia Indústria 11

iniciativa da CNi promove visitas a sindicatos com boas práticas

encontro reuniu presidentes de sindicatos da indústria cerâmica

DivUlGação fieC

SimagRaN PaRtiCiPa De BeNChmaRKiNg em FORtaLeza

O presidente do Simagran, Carlos Lopes, participou do 3º Bench-

marking Sindical, realizado em outubro na Federação das Indústrias

do Estado do Ceará (FIEC). Nesta edição, o Sindicato das Indústrias

Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará

(Simec) foi escolhido para compartilhar com suas boas práticas. Com

a iniciativa, a CNI promove visitas a sindicatos com boas práticas e

com potencial de replicabilidade. Em agosto, o presidente do Sipaceb,

Fred Rios, participou do evento em Campina Grande, juntamente com

o vice-presidente, João Baptista Ferreira.

SiNDiCeR COmPaRtiLha BOa PRátiCa em iNteRCâmBiO

Presidentes de sindicatos da indústria cerâmica

de todo país estiveram reunidos, em outubro, na

sede da CNI, para mais uma edição do Intercâm-

bio de Lideranças Setoriais. Nesta edição, o pre-

sidente do Sindicer-BA, Jamilton Nunes, foi con-

vidado a compartilhar a boa prática do sindicato

baiano, com a conquista da isenção da cobrança

da anuidade do CREA-BA referente à atividade

da Indústria Cerâmica. O evento integra as ações

do Programa de Desenvolvimento Associativo.

Em 2018, os presidentes dos sindicatos Sindplasf,

Moveba, Sindcalçados, Sigeb, Simmefs, Sipaceb e

Sindifite e Sindvest Feira também participaram de

intercâmbios de seus respectivos setores.

Sindratar • Francisco Redondo estará à frente do sindicato até 2020.

Sindileite • Paulo Cintra assume a presidência do sindicato até 2021.

SindifiBraS • Wilson Andrade foi reeleito para mandato até 2021.

eleiçõeS

Futuro dos saneantes e cosméticos é tema de workshop

O Futuro da Indústria de Saneantes e Cosméticos

foi o tema do workshop promovido pelo Sindisabões

e Sindcosmetic, no SENAI Cimatec. A implementação

das tecnologias avançadas já impostas pela indústria

4.0 é uma realidade, de acordo com o vice-presidente

do Sindcosmetic, Gecê Macêdo: “A indústria de cos-

méticos é motivada essencialmente pela inovação”.

Charutos baianos em feira setorial na alemanha

As empresas tabagistas baianas foram repre-

sentadas pelo Sinditabaco na InterTabac, feira in-

ternacional de produtos de tabaco e acessórios pa-

ra fumar, realizada em Dortmund. Considerado o

principal ponto de encontro internacional do setor,

o evento completou 40 anos em 2018 e reuniu mais

de 600 expositores.

miGUel ÂnGelo/Cni

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12 Bahia Indústria

aprENdizado E iNsErção No mErcado dE trabalHopráticas de estágio adotadas na bahia são destaque em premiação nacional do instituto euvaldo lodi

Por Marta erhardt

setenta estudantes da ins-

tituição de ensino Sete

Serviços Empresariais Tra-

balho e Educação foram

encaminhados para processos

seletivos de estágio e emprego em

setembro deste ano. Vinte e cinco

deles conseguiram uma vaga. A

empregabilidade dos estudantes

passou a ser foco no centro tec-

nológico há cerca de três anos.

“Quando entendemos que o sonho

do aluno não é apenas a formação

técnica, mas sim a inserção no

ononono ononononon

mercado de trabalho, reformula-

mos a nossa missão, baseada na

humanização e empregabilidade”,

explica o sócio-diretor da institui-

ção de ensino, Daniel Adorno.

Com a nova missão, a institui-

ção mudou a estrutura pedagógica

e a formatação dos cursos ofereci-

dos, com inclusão de mais ativi-

dades práticas, e também criou

o Núcleo de Acompanhamento

Profissional (NAP). Para ampliar

o ingresso dos estudantes no mer-

cado de trabalho, buscou a apro-

ximação com empresas e firmou

convênios de estágio para encami-

nhamento de profissionais.

Além do acompanhamento dos

egressos, a instituição de ensino

profissionalizante oferece men-

salmente cursos gratuitos para

alunos e ex-alunos, incluindo

temas comportamentais, como

engajamento e inteligência emo-

cional. “Seja com temática técnica

ou comportamental, as capacita-

ções são um diferencial”, destaca

Matheus Elias Barreto, ex-aluno

Representantes

da Bahia foram

premiados

em cerimônia

realizada em

goiânia

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do curso técnico em Enfermagem,

contratado neste ano por uma clí-

nica de Salvador.

A prática de estágio da Sete Ser-

viços Empresariais Trabalho e Edu-

cação ficou em primeiro lugar entre

as instituições de ensino de nível

técnico que concorreram na etapa

nacional do Prêmio IEL de Estágio

em 2018. A Bahia também foi pre-

miada com Mateus dos Santos de

Meneses, estagiário do SENAI Ci-

matec, que ficou em segundo lugar

entre os estagiários de destaque; e

com a Cooperativa Central de Cré-

dito da Bahia – Sicoob Central BA,

terceira colocada entre as empre-

sas de pequeno porte.

“Todos os atores envolvidos no

processo de estágio têm papel fun-

damental. A instituição de ensino,

no incentivo e conscientização dos

estudantes para a importância da

prática; o estagiário, com sua vi-

são inovadora, na implementação

de melhorias; e as empresas, na

formação de um futuro profissio-

nal e retenção de talentos”, ressal-

ta a gerente de Desenvolvimento

de Carreiras e Empresarial do IEL,

Edneide Lima.

Na empresa Sicoob Central BA

o estágio é visto como ferramenta

para identificar e desenvolver ta-

lentos. Lá, efetivação de estagiá-

rios é uma realidade. Prova disso

é que 25% do quadro de pessoal

efetivo e 40% do quadro de gesto-

res da empresa são formados por

ex-estagiários. “Acreditamos que

a prática de estágio é o início de

uma carreira que proporciona uma

troca saudável entre o estudante e

a instituição. Oferecemos a opor-

tunidade prática, além do desen-

volvimento na carreira, com a pos-

sibilidade de efetivação, enquanto

os estudantes nos mostram novas

formas de resolução de problemas

Bahia Indústria 13

e tendências de mercado”, explica

a gerente financeira e de desen-

volvimento organizacional, Taíse

Cersosimo. Como diferenciais do

programa de estágio, ela destaca

ações de integração, capacitação,

acompanhamento do desenvolvi-

mento profissional.

dedicaçãoEstagiário no Instituto Brasileiro

de Robótica do SENAI Cimatec, o

estudante do curso de Engenharia

de Controle e Automação, Mateus

Meneses, participou do desenvol-

vimento de um dispositivo robóti-

co para inspeção 3D de cavidades,

voltado para a área de mineração.

“Minha principal função era de-

senvolver os sistemas eletrônicos

embarcados e o desafio foi conse-

guir produzir placas eletrônicas

que se ajustassem às restrições do

projeto”, explica o estudante, que

esteve envolvido desde a etapa

conceitual do projeto até a entrega

do dispositivo. O conhecimento

adquirido neste processo contri-

buiu para que ele tivesse certeza

do caminho profissional que dese-

ja trilhar: trabalhar com desenvol-

vimento de produtos.

Além de adquirir habilidade em

diferentes áreas dentro da robóti-

ca, o estágio também contribuiu

para o desenvolvimento compor-

tamental do estudante, segundo

avalia o professor Branilson Luiz

Costa, orientador de estágio de

Mateus. “Como o envolvimento em

atividades nas quais ele precisava

se expressar era constante, ele con-

seguiu superar a timidez”, relata,

reforçando que, como orientador,

busca envolver os estagiários em

diversos tipos de atividades dentro

da área de engenharia, como dis-

cussão conceitual, construção de

propostas e realização de testes.

“todos os atores envolvidos no processo de estágio têm papel fundamental. a instituição de ensino, no incentivo e conscientização dos estudantes para a importância da prática; o estagiário, com sua visão inovadora, na implementação de melhorias; e as empresas, na formação de um futuro profissional e retenção de talentos”edneide lima, gerente de desenvolvimento de Carreiras e empresarial do iel

estagiário no SeNai

Cimatec, mateus meneses

foi segundo colocado no

Prêmio Nacional

soraia CarvalHo/DivUlGação sinDileite

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14 Bahia Indústria

o desafio foi lançado há

dois meses e, nas escolas

da rede SESI, a imagina-

ção anda à solta. Inspira-

dos em fantásticas aventuras in-

terplanetárias e espaciais, os estu-

dantes se preparam para o Torneio

SESI First® Lego® League, que

este ano tem como tema Into Orbit

– Conquista do espaço.

A etapa regional está marcada

para os dias 22 e 24 de novembro.

Além das disputas de robôs, que

deverão cumprir missões espa-

ciais em uma mesa especialmente

projetada para o tema deste ano,

meninos e meninas dos 9 aos 16

anos têm como uma das etapas da

competição desenvolver e apre-

sentar projetos de pesquisa. A

ideia é estimular os estudantes a

buscarem soluções para os proble-

mas do dia a dia. Tendo o univer-

so como limite, a criatividade dos

competidores anda nas alturas.

Na avaliação dos professores de

robótica educacional, o fato de o

torneio trazer um tema novo a cada ano é uma forma

de desafiar os meninos. “A mudança de tema a cada

ano estimula os alunos a saírem da zona de conforto

e a buscar o novo”, destaca o professor Luís Henrique

Cardoso, da Escola SESI de Candeias, um dos técni-

cos da equipe Robolife.

O professor conta que o maior desafio foi definir o

tema que os alunos iriam pesquisar. A opção foi por

estudar o impacto que a vida no espaço tem sobre o

corpo dos astronautas e propor soluções.

interdiSciplinaridadeO professor Robson Nunes, da Escola SESI Reitor Mi-

guel Calmon, que está treinando as equipes Tecgold e

Tecnomaníacos para duas competições de robótica –

a etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica

(OBR) e o Torneio SESI FLL – lembra que o propósito

da robótica é servir de “ferramenta de aprendiza-

gem”, pois ajuda o estudante a desenvolver gosto e

conhecimento em física, matemática e ciências hu-

manas. “É uma ferramenta fantástica interdiscipli-

nar, pois o aluno precisa saber escrever, pesquisar”,

acrescenta o professor.

A ideia, explica a coordenadora pedagógica de

Robótica e Ciências Exatas da Escola SESI Reitor Mi-

guel Calmon, Fernanda Santos, “é que as disciplinas

trabalhem juntas para que o aluno saia sempre da

muito além da moNtagEm dE robôsCompetições de robótica abrem caminho para desenvolver o gosto pela tecnologia, experimentação e inovação

Por PatríCia Moreira

“Nosso propósito é trazer a reflexão para o dia a dia do estudante e associar a montagem dos robôs ao conteúdo”

sala de robótica com conteúdo. Se

não, é só montar um brinquedo, e

nosso propósito é trazer a reflexão

para o dia a dia do estudante e as-

sociar a montagem dos robôs ao

conteúdo”, acrescenta. Para ela, o

caminho entre a prática da robóti-

ca e a iniciação científica é tênue e

um acaba levando ao outro.

Foi o que aconteceu na Escola

SESI Anísio Teixeira, de Vitória

da Conquista onde um projeto fez

exatamente esta trajetória. Usan-

do o arduíno e mecanismos mecâ-

nicos e elétricos, os estudantes do

3° ano do Ensino Médio, Gabriel

Almeida e Rodrigo Lima, desen-

volveram um chuveiro que inter-

rompe a liberação da água quando

o sabonete é retirado da sabone-

teira. A ideia original surgiu nas

aulas de iniciação científica.

Rodrigo Lima conta que quando

o torneio de robótica desafiou os

estudantes a pensarem soluções

para o uso da água, em uma edição

anterior, ele levou a proposta do

chuveiro inteligente para a equipe

e deu certo. Foi assim que, em maio

deste ano, o projeto conquistou no

Campus Party, na edição realizada

em Salvador, o 3° Lugar no Edital

de Inovação Produtiva da Campus

Future, que integra a programação

fernanda Santos, coordenadora pedagógica de robótica

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Bahia Indústria 15

paralela do evento. “Não imaginava que o chuveiro in-

teligente iria me levar tão longe”, conta Rodrigo, que se

prepara para levar sua invenção para eventos científi-

cos do país, a exemplo da Fenecit.

Rodrigo Lima e Gabriel Almeida foram orientados

pelo professor de robótica Rafael Machado Almeida,

que também coordena, na escola SESI de Vitória da

Conquista, a Feira Tecnológica de Ciências. Na edição

deste ano, a feira reuniu estudantes de mais de 30

instituições de ensino médio e técnicas do município.

tecnologiaO evento foi uma forma encontrada pela escola para

estimular a produção científica dos alunos e faz parte

das atividades da disciplina Robótica. O mais inte-

ressante é que o evento mobiliza toda a comunida-

de acadêmica da cidade. Rafael conta que, este ano,

orientou cerca de 30 projetos de estudantes do SESI.

Um deles, venceu a premiação da feira em 1º lugar:

um sistema para ser instalado nos hidrômetros das

residências, capaz de detectar vazamentos de água.

O SESI é hoje responsável pela organização das

principais competições de robôs do estado: a etapa

Bahia da Olimpíada Brasileira de Robótica e a seleti-

va regional do Torneio SESI de Robótica First® Lego®

League, competição internacional que tem a entidade

como organizadora no Brasil.

A equipe da Escola SESI Reitor Miguel Calmon foi

classificada, pelo segundo ano consecutivo, para a

OBR nacional. No ano passado, o professor Robson

Nunes conta que a bagagem voltou bastante rica da

participação na competição: “trouxemos muito co-

nhecimento”, frisa. Para ele, participar de dois cam-

peonatos traz uma experiência nova para os alunos.

As competições são importantes, na avaliação da

gerente de Educação do SESI Bahia, Cléssia Lobo,

porque é o momento em que os estudantes exercitam

outras habilidades para o seu desenvolvimento pes-

soal. “Em torneios, apesar do aspecto da competição,

os estudantes exercitam capacidades sócio emocio-

nais importantes para o seu desenvolvimento como

autocontrole, cooperação, empatia e valores que, in-

clusive, são avaliados em uma etapa do torneio, são

os chamados core values”.

As equipes que Robson Nunes coordena, como

professor e, nos campeonatos, como técnico, são for-

madas por alunos do ensino fundamental e médio,

que estão se preparando para a OBR nacional, que

acontece de 6 a 9 de novembro, em João Pessoa (PB).

“É um trabalho muito intenso de preparação”, con-

ta o professor, que informa que, para o Torneio SESI,

os estudantes estão investindo, em paralelo, numa

pesquisa sobre os aspectos psicológicos que afetam

pessoas que passam um longo período embarcados

e convivendo com pessoas de diferentes nacionalida-

des, detalha o professor Robson.

fotos: valter anDraDe/CoperpHoto/sistema fieb

estudantes

das equipes

de robótica da

escola SeSi

Reitor miguel

Calmon

Professor

Robson (e) e

os estudantes

que vão para a

OBR nacional

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16 Bahia Indústria

Por Cleber borges

sua emPresa

está PreParada

Para o

de dados único, que sistematiza

tanto o gerenciamento quanto

a fiscalização das informações,

possibilitando o compartilha-

mento delas, em tempo real, entre

os órgãos envolvidos. Quando to-

talmente implementado – inclusi-

ve no setor público, cujo prazo é

até 2021 – o programa reunirá in-

formações de mais de 44 milhões

de trabalhadores em um único

sistema.

Uma vez implementado, o sis-

tema fará com que as informa-

ções sejam enviadas assim que os

eventos acontecerem, para que os

órgãos responsáveis verifiquem se

a execução das regras está sendo

feita de maneira adequada. Por

partir de julho de 2019 dados

sobre saúde e segurança no

trabalho (SST) deverão obriga-

toriamente ser informados ao

eSocial. Para isso, as empresas

devem estar devidamente pre-

paradas para atender às novas

exigências de consolidação de

tais informações nos prazos indicados e em uma

única entrega. Para colaborar com as empresas,

o Serviço Social da Indústria lançou na Bahia o

SESI Viva+ (ver matéria na página 20), que facilita

a entrega de dados sobre SST.

Criado com o Decreto 8.373/2014, o eSocial en-

volve a Receita Federal, o Ministério do Trabalho,

o INSS e a Caixa Econômica Federal. Ele impacta

na forma com que as empresas brasileiras lidam

com suas obrigações fiscais, trabalhistas e tribu-

tárias. Sua principal finalidade é criar um banco eSo

cial

?especialistas alertam para a necessidade de as empresas

se prepararem para cumprir as exigências do esocial e evitar

prejuízos financeiros e penalidades dos órgãos fiscalizadores

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Bahia Indústria 17

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

conta do cruzamento de dados, o programa não per-

mitirá a prestação de informações errôneas – equivo-

cadas ou incompletas.

Com o eSocial, o empregador insere todas as in-

formações do empregado, não importando a forma

de contratação. Dados trabalhistas, previdenciários,

tributários e fiscais, muitas vezes registrados em pa-

pel, ou comunicados separadamente, passam a ser

integrados em um mesmo ambiente.

multaSO médico do trabalho e mestrando em Saúde Ocu-

pacional na Turin School ol Development (Itália),

Gustavo Nicolai, consultor do SESI Bahia, alerta que

a chegada do eSocial vai transformar as relações de

trabalho, no tocante à saúde e segurança. As empre-

sas terão que adotar uma plataforma específica (de-

nominada XML), que exigirá mais rigor no envio de

registros. Elas terão que se adaptar, transformando

informações em processos para enviar dados preci-

sos ao INSS. “Não se preparar para o eSocial pode

trazer sérios problemas financeiros. Empresas com

maior registro de acidentes do trabalho serão as mais

penalizadas. As obrigações acessórias, na prática, se

transformarão em obrigações principais”, afirmou

Gustavo Nicolai.

Em função desse novo cenário, as empresas de-

vem investir na forma com que lidam com as obriga-

ções legais para evitar o risco de arcar com pesadas

multas. Afinal, o próprio setor público estima que de-

va arrecadar R$ 20 bilhões nos próximos anos com

multas relativas ao eSocial.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI)

o eSocial precisa de aperfeiçoamentos, dada a sua

abrangência e o seu impacto nas empresas. “É fun-

damental que as indústrias tenham clareza sobre as

mudanças que serão requeridas na gestão das infor-

mações, para o atendimento da legislação e as áreas

gustavo

Nicolai diz

que eSocial

vai alterar as

relações de

trabalho

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JAN2020

16 JUL2018

JAN2018

10 JAN2019

MAR2018

10 OUT2018

10 ABR2019 2020

Resol. Especí�ca

JAN2021

JAN2020

JUL2019

JUL2020

ABR2019

NOV2018

CircularCaixa

Especí�ca2020

OUT2019

MAI2018

10 JAN2019

10 JUL2019

Resol. Especí�ca

2020

ABR2019

AGO2018

Instrução NormativaEspecí�ca

2020

OUT2019

CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO – eSOCIAL

GrandesEmpresas*

Demais empresas**

Poder público/ Organizaçãointernacional

Optantes pelo Simples/Produtor rural/Empregador

pessoa física***

CADASTROS DO EMPREGADOR E TABELAS

DADOS DOS TRABALHADORES E SEUS VÍNCULOS COM AS EMPRESAS (EVENTOS NÃO PERIÓDICOS)

FOLHA DE PAGAMENTO

SUBSTITUIÇÃO DO GFIP PARA RECOLHIMENTODE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

SUBSTITUIÇÃO DA GFIP PARA RECOLHIMENTO DO FGTS

DADOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

*Com faturamento anual em 2016 maior que R$ 78 milhões ** Com faturamento anual em 2016 de até R$ 78 milhões exceto empregadores da 3ª coluna*** Exceto domésticoFonte: Resolução CDES 05/2018

diretamente envolvidas nesse processo”, avalia o

presidente da CNI, Robson Braga.

Com o objetivo de apoiar as indústrias brasilei-

ras no entendimento sobre o que é e como funcio-

na o eSocial, a CNI, o Serviço Social da Indústria

(SESI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) elaboraram

uma cartilha, com informações e dicas de como

fazer a transição do processo atual para o eSocial.

Robson Braga lembra que o SESI e o IEL, entidades

presentes em todos os estados brasileiros, estão à

disposição das indústrias para apoiá-las no desafio

de atender os requisitos do eSocial.

Conforme destaca o superintendente do SESI

Bahia, Armando Neto, por trazer mudanças aos

processos trabalhistas, fiscais, administrativos e fi-

nanceiros da empresa, a rotina e a cultura internas

precisam ser repensadas para que as informações

antes disponíveis em diferentes departamentos

possam ser integradas e geradas com precisão, se-

guindo as leis vigentes e dentro dos padrões e pra-

zos do novo sistema.

O especialista em Política e Indústria da CNI, Ra-

fael Kieckbusch, insiste nesse ponto. Ele recomen-

da atenção das empresas e dos fornecedores de tec-

nologia de informação quanto aos regramentos, ao

período e à forma de adesão ao programa. Para ele,

o principal risco envolve o preenchimento incorreto

dos dados encaminhados ao eSocial, os quais de-

vem ser sustentados na rastreabilidade documental

da empresa, especialmente quanto aos de seguran-

ça e saúde no trabalho.

Kieckbusch chama a atenção quanto aos pro-

cessos internos, que devem garantir que os even-

tos trabalhistas, previdenciários e fiscais sejam

encaminhados com regularidade e pontualidade.

Em um primeiro momento, diz, as empresas terão

armando Neto,

superintendente

do SeSi; Rafael

Kieckbush,

da CNi e

Luisa Lima

destacaram as

mudanças que

chegam com o

eSocial

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Bahia Indústria 19

“O eSocial é apenas uma nova

forma de receber informações do

mundo do trabalho. Ele vai trazer

mais rapidez, menor custo e mais

eficiência na prestação de infor-

mações, ao padronizar a forma de

prestação destes dados. O eSocial

chega para garantir o direito dos

trabalhadores, simplificar proces-

sos e permitir a atualização cons-

tante das informações“, destaca o

coordenador do Grupo Governa-

mental de Implantação do eSocial,

José Maia.

melhorar a geStãoO superintendente do SESI Bahia,

Armando Neto, alertou as empre-

sas para a importância do conhe-

cimento dos eventos do eSocial e,

também, para a adoção de práti-

cas de gestão e prevenção na área

de SST, como forma de evitar pre-

juízos. “Nosso objetivo é trazer as

empresas, pois acreditamos que

quanto mais estiverem prepara-

das, menos vão sofrer prejuízos e

poderão colocar em prática uma

gestão eficiente dos dados da sua

força de trabalho”, afirmou Ar-

mando Neto. A gerente da área

de Promoção de Saúde do SESI

Bahia, Luísa Silva Lima, lembra

que as Unidades do SESI Bahia es-

tão à disposição para apoiar a in-

dústria no desafio de atender aos

“Não se preparar para o esocial pode trazer sérios problemas financeiros. Empresas com maior registro de acidentes serão as mais penalizadas”Gustavo nicolai, médico do trabalho e consultor do SeSi-Ba

gastos adicionais com o programa, incluindo siste-

mas informatizados adequados para a transmissão,

aumento do número de profissionais e contratação de

consultoria. No médio e longo prazos, tende a desbu-

rocratizar e evitar redundâncias de informações que

as empresas fornecem aos órgãos fiscalizadores, o

que reduzirá custos.

tecnologiaO eSocial faz uma verdadeira revolução tecnológica

nos atuais modelos de gestão das relações de traba-

lho, impactando diversas áreas das organizações.

Haverá a integração das obrigações acessórias e os

dados eletrônicos de todos os vínculos ficarão aces-

síveis aos agentes fiscalizatórios, não importando o

tipo de vínculo ou mesmo sua ausência, ou o tipo de

Regime Previdenciário: Geral ou Próprio.

Além disso, todo processo de apuração e geração

dos créditos e débitos tributários e previdenciários e

também a geração dos Documentos de Arrecadação

de Receitas Federais (DARFs) passam a ser realizados

por um sistema externo denominado DCTF Web (De-

claração de Débitos e Créditos Federais, Contribui-

ções Previdenciárias e de Outras Entidades e Fundo e

IRRF). Nesse ambiente acontecerá a consolidação das

informações prestadas ao eSocial

e à EFD-Reinf (Escrituração Fiscal

Digital de Retenções e Outras In-

formações Fiscais).

A EFD-Reinf vai complementar

as informações do eSocial e subs-

tituirá a GFIP/GPS e a Declaração

de Imposto de Renda Retido na

Fonte (DIRF) quanto às informa-

ções tributárias prestadas nesses

instrumentos e que não estejam

contempladas no eSocial.

A apuração da arrecadação

do Fundo de Garantia por Tempo

de Serviço (FGTS) passa a ser fei-

ta pelo eSocial, com a respectiva

geração do documento de arreca-

dação no site da Caixa Econômica

Federal (CEF), devendo a empresa

acessar o ambiente próprio da ins-

tituição para esse fim.

Para construir o volume de in-

formações necessário ao eSocial

dentro dos prazos exigidos, os

empregadores (empresas, ONGs,

entes públicos, pessoas físicas,

produtores rurais) necessitarão

repensar as rotinas e os processos

internos em que serão geradas tais

informações. Alguns princípios

devem ser observados para os pro-

cessos que vão gerar dados para

o eSocial: precisão (qualidade da

informação), conformidade (legal

e padrões do eSocial) e eficácia

(cumprimento de prazos).

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20 Bahia Indústria

requisitos do eSocial e na implantação de Soluções

em Saúde e Segurança na Indústria.

“O volume de dados e os procedimentos envolvi-

dos para o cumprimento das determinações do eSo-

cial exigem dos empregadores um grande esforço

para adequação de processos de gestão, implicando

integração de áreas, celebração de parcerias, investi-

mentos em sistemas informatizados e contratação de

fornecedores qualificados”, explicou a gerente Luísa

Silva Lima, acrescentando: “É fundamental que as

indústrias tenham clareza sobre as mudanças que

serão requeridas na gestão das informações, os prin-

cipais desafios para o atendimento da legislação e as

áreas diretamente envolvidas nesse processo”.

Números apresentados pelo gerente de Saúde e Se-

gurança na Indústria do SESI Bahia, Amélio Miran-

da, dão uma dimensão da necessidade de avanços

em SST no país. Quase 9% da folha das empresas cor-

respondem a despesas decorrentes de doenças e aci-

dentes no trabalho; 71% das indústrias querem e pre-

cisam investir em SST e também se adaptar ao eSo-

cial; e 61% das empresas querem a precisam investir

em promoção da saúde. Ele ressalta, no entanto, os

avanços na área: o número de acidentes no trabalho

teve queda de 20% nos últimos anos em todo o país.

etapaSSegundo o INSS, a segunda fase do eSocial teve início

em 10 de outubro, abrangendo entidades empresa-

riais com faturamento entre R$ 4,8 até R$ 78 milhões

no ano de 2016 e que não sejam optantes pelo Simples

Nacional. Essa etapa envolve o envio de dados dos

trabalhadores e seus vínculos empregatícios até 9 de

janeiro de 2019.

No tocante a micro e pequenas empresas optantes

pelo Simples Nacional, inclusive o Microempreende-

dor Individual (MEI), destaca-se que não devem en-

viar eventos via sistema eSocial antes dos novos pra-

zos estabelecidos para esse grupo. As informações

que já foram enviadas permanecerão no ambiente do

eSocial e poderão ser retificadas ou complementadas

quando o sistema reabrir para essas empresas, em ja-

neiro de 2019.

Conforme Nota Orientativa nº 2018.007, publicada

em 09/10/2018, as micro e pequenas empresas não

optantes pelo Simples Nacional poderão enviar seus

eventos de tabelas e eventos não-periódicos de forma

cumulativa com os eventos periódicos, no prazo pre-

visto para estes últimos: 10 de janeiro de 2019.

Pouco mais de um mês após o lançamento do

SESI Viva+, a nova plataforma de gestão de se-

gurança e saúde no trabalho (SST) e do e-Social,

desenvolvida pelo departamento nacional do

Serviço Social da Indústria, já teve a adesão de

cerca de 100 indústrias baianas, que represen-

tam um universo de mais de 2.500 trabalhado-

res. Lançado em Salvador no dia 10 de setembro,

os gestores do SESI estiveram em todas as uni-

dades do interior apresentando o novo produto e

formalizando a adesão de empresas.

Em paralelo à apresentação da nova platafor-

ma, nos últimos doze meses, a Gerência de Saú-

de e Segurança na Indústria (SSI) do SESI Bahia

realizou cerca de 40 eventos e cursos sobre o

Sistema de Escrituração Digital das Obrigações

Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial)

voltados para empresários, líderes de sindicatos

patronais, gestores de Recursos Humanos, pro-

fissionais de SST, contadores e jornalistas. Com

Mais de cem empresas já aderiram ao Viva+ sesi fez o lançamento da plataforma na bahia, colocando à disposição das empresas um novo serviço de apoio à gestão

amélio miranda

apresentou aos

empresários

a plataforma

de gestão

desenvolvida

pelo SeSi

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

Por PatríCia Moreira

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Bahia Indústria 21

Na solenidade

de lançamento,

realizada em

Salvador, 15

empresas

formalizaram

a adesão ao

SeSi Viva+

o apoio da FIEB, Confederação Na-

cional da Indústria (CNI), Sindi-

catos Patronais e do Conselho Re-

gional de Contabilidade da Bahia

CRC/BA, estes eventos tiveram o

objetivo de informar e subsidiar as

empresas no atendimento ao eSo-

cial nos eventos de SST e também

orientar e alertar os empresários

para o novo desafio da obrigato-

riedade de transmitir estas infor-

mações ao ambiente nacional.

Os eventos foram realizados nos

municípios de Salvador, Camaçari,

Lauro de Freitas, Feira de Santana,

Irecê, Jacobina, Juazeiro, Senhor

do Bonfim, Jaguarari, Barreiras,

Luís Eduardo Magalhães, Vitória

da Conquista, Jequié, Ilhéus, Tei-

xeira de Freitas, Eunápolis, Valen-

ça dentre outros. A necessidade de

estar presente no maior número de

municípios possível e de chegar

mais perto do empresário se dá em

razão da importância de alertar as

empresas para a importância de se

preparar para atender às exigên-

cias do sistema federal.

O gerente de SSI do SESI Bahia,

Amélio Miranda, destaca que os

técnicos da entidade estão à dis-

posição dos empresários para es-

clarecer suas dúvidas e até mesmo

prestar consultoria sobre o que

precisa ser feito para se preparar

para a nova realidade trazida pelo

eSocial. “O prazo para entrega das

volver a plataforma foi mitigar o

risco de descumprimento pelas

empresas das obrigações relativas

à gestão de saúde e segurança no

trabalho, que é uma expertise do

SESI. Apesar de neste primeiro mo-

mento estar voltada para o eSocial,

Armando Neto lembra que o SESI

Viva + é muito mais do que um mó-

dulo de gestão voltado para o siste-

ma oficial. “A plataforma traz uma

ferramenta de gestão da saúde do

trabalhador e a empresa poderá ter

acesso aos dados epidemiológicos

da saúde dos seus trabalhadores,

principalmente para gerir melhor

os gastos com saúde, que é um dos

que mais aumentam”, acrescenta.

Por ser uma plataforma mul-

ticanal, o SESI Viva+ apresenta

várias interfaces que permitem

a extração de dados em diversos

níveis. Para a empresa, permite

o cruzamento de dados epide-

miológicos relativos à saúde dos

seus trabalhadores, facilitando a

adoção de programas de saúde e

segurança e definição de políticas

internas nestas áreas. Para o tra-

balhador, é uma forma de acesso

aos seus dados de saúde, permi-

tindo o controle do seus indica-

dores de saúde, como obesidade,

pressão, colesterol, circunferência

abdominal, além de ser um canal

de comunicação direto entre em-

presa e trabalhador.

informações em meio digital, via

eSocial, foi postergada e isso se

configura uma oportunidade para

as empresas terem um maior tem-

po de se preparar para esta nova

realidade e ajustar seus processos

internos”, explica Miranda.

Em relação ao SESI Viva+, Amé-

lio Miranda destaca que a plata-

forma vem conseguindo a confian-

ça do empresariado, que enxerga o

SESI como um parceiro estratégi-

co, inclusive com a adesão de em-

presas de médio e grande portes.

Solução integradaPara o coordenador de gestão de

Pessoas do Grupo CCR, José Anto-

nio Coelho Jr, que esteve presente

ao lançamento, o SESI já auxilia

a empresa prestando serviços de

saúde e segurança no trabalho.

“Agora traz uma solução integrada

que a gente consegue não apenas

sistematizar e qualificar os aten-

dimentos, mas também encontrar

as informações necessárias para

uma política de saúde preventiva,

atacando os focos necessários,

trazendo longevidade, melhoria

da qualidade de vida no trabalho

e o melhor: monitorando e já ade-

quando tudo isso às exigências do

eSocial”, acrescenta.

O superintendente do SESI

Bahia, Armando Neto, explicou

que a proposta do SESI ao desen-

alfreDo filHo/CoperpHoto/sistema fieb

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22 Bahia Indústria

anDré

santo

s/s

enai Ci

mat

eC

pequenos, médios e grandes empresários baianos iniciam processo de transformação digital

iNdústria 4.0Em aNdamENto

Por Carolina Mendonça e gilson Jorge

a confluência das tecnolo-

gias digitais – Big Data,

inteligência artificial, in-

ternet das coisas - vai mu-

dar, em pouco tempo, a forma de

produzir, gerar novos negócios e

transformar o mercado de trabalho.

Antenados às mudanças, empresá-

rios de todos os portes já iniciaram

a transformação digital e miram as

próximas etapas deste processo.

Um dos exemplos é o da Japas-

tel, que produz massas de pizza e

pastel há 18 anos, em Simões Filho.

A empresa é uma das duas baianas

que participam do piloto do pro-

grama Indústria Mais Avançada,

realizado pelo SENAI nacional, em

56 estados brasileiros. O objetivo

da experiência é refinar um méto-

do de baixo custo, alto impacto e de

rápida implementação. São testa-

das técnicas de internet das coisas,

sensoriamento, computação em

nuvem e analytics que permitam

intervir nos processos produtivos

com maior agilidade.

A indústria já passou por con-

sultoria em lean manufacturing,

diminuindo perdas de insumos e

aumentando sua produtividade.

Agora, um coletor de dados eletrô-

nico está sendo implantado para

que a eficiência global da emba-

ladora da fábrica seja monitorada

por sensores. “Na prática, os da-

dos de produção estarão na ‘palma

do celular’, como a gente fala”, ex-

plica o consultor do SENAI Cima-

tec, Mauro Stefani.

Rose Fukuhara, uma das sócias

da Japastel, expli-

ca que, desde o

diagnóstico feito

pela consultoria do pro-

grama, foi possível identificar

gargalos de produção e onde é

mais importante investir em

tecnologia. “No nosso caso,

Com sensor

e máquina

da fábrica,

Rose Fukuhara

acompanhará

produção

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a embaladora é fundamental. Se

a máquina apresentar algum pro-

blema técnico, ou se há falta de

energia, por exemplo, poderemos

tomar decisões rapidamente, man-

tendo a produtividade”, conta.

De acordo com gerente de Tec-

nologia e Inovação do SENAI Ci-

matec, Flávio Marinho, o proces-

so de transformação digital se dá

em estágios de maturidade. “E os

primeiros passos, além de serem

fundamentais para a formulação

da estratégia das empresas nesta

direção, envolvem ações de otimi-

zação dos processos que exigem

baixo investimento e alto retorno

com os ganhos de eficiência e qua-

lidade”, afirma.

inteligênciaA consultoria SmartFlows, focada

em Supply Chain Management, de-

senvolveu recentemente um proje-

to de Indústria 4.0 junto ao SENAI

Cimatec para um operador logís-

tico de cargas de importação e ex-

portação, além de distribuição de

produtos. “Utilizamos a tecnologia

para mapear o fluxo das empilha-

deiras no pátio de contêineres e

também antecipar informações

para que as cargas cheguem ao

terminal com uma inteligência que

aponte onde ela vai ficar, como ela

vai ser armazenada, como vai ser

movimentada”, afirma Gustavo

Barbosa, sócio da empresa.

Ele diz que, com o projeto, foi

possível obter ganhos de produ-

tividade e de liberação de área,

além de reduzir as movimenta-

ções desnecessárias das máqui-

nas empilhadeiras que deslocam

os contêineres. “O conceito é ba-

sicamente conseguir monitorar

melhor os fluxos dos equipamen-

tos e prever algumas ações”, diz

Barbosa. O consultor, que come-

çou a se interessar pelo assunto

em função da Internet das Coisas

(IOT), considera que essas novas

tecnologias abrem “um mar de

oportunidades”, com o conceito

Na Bahia,

participantes

testaram novas

tecnologias no

Desvendar 4.0

anDré santos/senai CimateC

PaSSO a PaSSO da indÚStria 4.0

O SENAI lançou um guia com cinco passos que as pequenas e médias empresas devem seguir para se inserir na indústria 4.0

eStágio 1 – otimizaçãoAumente a produtividade do chão de fábrica e dos seus funcionários, ao mesmo tempo em que o desperdício é reduzido, elevando a sua margem de lucro. Capacite as lideranças no tema indústria 4.0 e se prepare para a segunda etapa.

eStágio 2 – SenSoriamento e conectividadeAgora que você já ajustou o seu processo produtivo, é necessário sensoriar suas principais linhas de produção. Seus técnicos serão capacitados para analisar dados em tempo real, aprender com o seu chão de fábrica e tomar rápidas decisões.

eStágio 3 – viSibilidade e tranSparênciaComo os dados do processo já estão sendo captados por sensores, é hora de torná-los visíveis em uma nuvem e integrados aos demais indicadores da empresa e de toda a sua cadeia de valor.

eStágio 4 – capacidade preditivaÉ hora de introduzir tecnologias como big data e inteligência artificial para auxiliar em possíveis testes e prever diferentes cenários.

eStágio 5 – FleXibilidade e adaptabilidadeNesta fase, os sistemas e tecnologias implantados possuem capacidade de identificar e resolver problemas, além de responder de forma flexível às demandas dos clientes por novos produtos e serviços.

FoNte: SeNaI NacIoNal

Bahia Indústria 23

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24 Bahia Indústria

de fazer dados virarem informação, que viram inte-

ligência e se transformam em resultados.

deSvendar 4.0Com o objetivo de ajudar pequenos, médios e grandes

empresários a entrar na quarta revolução industrial, o

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

realizou em suas unidades, em todo o Brasil, o even-

to Desvendar 4.0. “Empresas de todo o mundo estão

iniciando esse processo. A indústria 4.0 deve ser vista

como uma oportunidade para o Brasil dar um salto em

produtividade e gerar mais desenvolvimento”, avalia o

diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

Na Bahia, uma série de workshops foram realiza-

dos, explorando a transformação que está se dando

nos diversos segmentos da indústria. Um destes en-

contros teve como foco a indústria de Vestuário, com

a participação de empresários da confecção. Eunice

Habbibe, vice-presidente do Sindicato da Indústria

de Vestuário e Artefatos de Joalheria e Bijuteria da

Bahia (Sindvest-BA), acredita que, diante das mudan-

ças na produção, a indústria deve se adaptar. “É uma

realidade que, em certos momentos, pode até nos as-

sustar, mas é caminho sem volta e vamos precisar co-

nhecer estes novos caminhos para continuarmos no

mercado”, disse.

Empresários interessados no tema também podem

fazer um diagnóstico gratuito do estágio tecnológico

de suas empresas na plataforma SENAI 4.0 (senai40.

com.br), lançada este ano. A avaliação serve de ba-

se para elaboração de um plano individualizado de

atualização tecnológica, também oferecido gratuita-

mente. Além disso, já está disponível, sem qualquer

custo, o curso online Desvendando a Indústria 4.0.

CimateC aPOia iNDÚStRia COm teCNOLOgiaO SENAI Cimatec já é referência nacional e interna-

cional no desenvolvimento tecnológico associado aos

princípios da Indústria 4.0. Um dos cases mais im-

pactantes é o FlatFish, um robô autônomo subaquáti-

co desenvolvido para inspeção de dutos de transmis-

são de petróleo e gás, em parceria com a DFKI (Centro

Alemão de Pesquisa de Inteligência Artificial) e a

Shell, e combinação de recursos da EMBRAPII (Asso-

ciacão Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e

da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis).

O diretor de Tecnologia e Inovação do Cimatec, Leo-

ne Andrade, reforça que o SENAI já disponibiliza uma

série de serviços e soluções tecnológicas, em diversas

áreas de competência, com o intuito de agregar valor e

aumentar a produtividade na indústria. Além de pro-

jetos de alta complexidade, há dezenas de outros em

andamento no centro tecnológico. Um dos exemplos

citados por ele é o da Deten Química, que atua no Com-

plexo Industrial de Camaçari. Em parceria com a insti-

tuição, a empresa desenvolve uma forma de monitorar

máquinas em tempo real, a fim de diminuir custos de

manutenção preventiva, entre outras inovações. “O Ci-

matec apoia as indústrias neste processo com o que há

de ponta em termos de tecnologia”, diz o diretor geral

da Deten, José Luís Almeida.

“os primeiros passos, além de serem fundamentais para a formulação da estratégia das empresas, envolvem ações de otimização dos processos que exigem baixo investimento e alto retorno com os ganhos de eficiência e qualidade”flávio Marinho, gerente de tecnologia e inovação do Senai Cimatec

Robô

autônomo

subaquático é

projeto inédito

desenvolvido

no Cimatec

marCelo GranDra / CoperpHoto / sistema fieb

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eNtRaVeS à exPORtaçãOCni identifica barreiras comerciais que mais prejudicam produtos brasileiros no exterior e mobiliza empresários

Em meio a tantas dificulda-

des, o setor produtivo do Bra-

sil ainda perde, a cada ano,

cerca de 14% de suas exportações

em razão de barreiras técnicas e

fitossanitárias. Em 2017, a perda

ficou próxima de US$ 30,5 bi-

lhões (cerca de R$ 113 bilhões), de

acordo com estudo realizado pela

Fundação Getúlio Vargas (FGV), a

pedido da Confederação Nacional

da Indústria (CNI).

Os obstáculos atingem alguns

dos principais produtos exporta-

dos pelo país, como açúcar, car-

nes e suco de laranja. O mamão,

por exemplo, acaba estragando

nos EUA por conta de alegações

de autoridades americanas de

que há pedaços de insetos nas

cargas enviadas, sem embasa-

mento técnico. Com o objetivo de

capacitar empresas, sindicatos,

associações setoriais, institui-

ções e profissionais que operam

no comércio internacional, a CNI

e a FIEB, por meio do seu Centro

Internacional de Negócios (CIN)

e do seu Conselho de Comércio

Exterior (Comex), realizaram, em

Salvador, o Roadshow Barreiras

Comerciais e aos Investimentos.

“Conhecer as barreiras é o pri-

meiro passo para enfrentar as di-

ficuldades no exterior”, salientou

a gerente de Política Comercial

da CNI, Constanza Biasutti, pre-

sente no evento. A especialista

explicou que, de maneira ampla,

as barreiras são técnicas e fitos-

sanitárias, aplicadas por meio

de tarifas, normas aduaneiras ou

políticas, e afetam bens, serviços

e investimentos brasileiros. “Sem

João alvarez/CoperpHoto/sistema fieb

Países

impõem

barreiras

a produtos

brasileiros

conhecimento destes entraves, o

empresário acaba internalizando

o valor da barreira nos seus custos

ou desistindo e partindo para ou-

tros mercados”, sinalizou.

agenda poSitivaCom o intuito de divulgar estas

informações, a CNI, em parceria

com a Agência Brasileira de Pro-

moção de Exportações e Investi-

mentos (Apex-Brasil), disponibi-

liza, via internet, um manual que

auxilia as empresas brasileiras,

inclusive as Micro, Pequenas e

Médias Empresas (MPMEs). A pu-

blicação pode ser acessada em ht-

tp://www.portaldaindustria.com.

br/publicacoes/2017/8/manual-

-de-barreiras-comerciais-e-aos-

-investimentos.

A organização também atua no

sentido de fortalecer o programa

OEA (Operador Econômico Autori-

zado), uma parceria entre a Recei-

ta Federal e a iniciativa privada,

que visa reconhecer as empresas

que cumprem as regras de segu-

rança e de cumprimento da legis-

lação tributária e aduaneira. “A

certificação abre uma série de por-

tas: redução da parametrização do

Siscomex, que diminui a quanti-

dade de importações verificadas,

e o despacho sobre águas, com a

carga ainda no navio”, explica o

superintendente-adjunto da RFB

na 5ª Região Fiscal em Salvador,

Ricardo Machado.

Bahia Indústria 25

"Sem conhecimento destes entraves comerciais, o empresário acaba internalizando o valor da barreira nos seus custos ou desistindo e partindo para outros mercados. Conhecer as barreiras é o primeiro passo para enfrentar as dificuldades no exterior"

Constanza Biasutti, gerente de Política Comercial da Cni

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26 Bahia Indústria

programa viravida capacita e insere, no mercado de trabalho, jovens baianos em situação de risco social

próxima Estação: EspEraNça

Por gilson Jorge

bianca Barbosa, 19 anos, que tinha dificuldade

para falar em público e se dirigir a estranhos,

está se acostumando a ir às diferentes salas

da sede da CCR Metrô Bahia, no bairro do Ca-

labetão, para entregar correspondência e atender a

quem chega ao balcão da recepção, onde começou a

trabalhar este ano.

No último dia 23 de fevereiro, a mãe de Bianca

esteve nas instalações da empresa para conhecer o

local de trabalho da filha. A visita faz parte do pro-

grama de ambientação. “Ela disse que valeu a pena

o esforço para cuidar de mim”, disse Bianca, com lá-

grimas nos olhos, ao contar que, antes de chegar ao

ViraVida, juntamente com a mãe, o irmão mais novo e

a irmã, sofreu as agruras de uma vida pobre no bair-

ro de São Caetano, principalmente, depois do difícil

processo de divórcio dos pais.

Foi uma psicóloga do Centro de Atenção Psicosso-

cial (Caps), no Curuzu, quem recomendou o progra-

ma à menina, que ainda não sabia exatamente o que

poderia fazer da sua vida.

Brendon Copque, 19 anos, não chegou a conhecer

o pai, que sumiu ainda durante a gravidez da então

namorada. Foi criado na casa do avô materno, que

não se relacionava bem com o neto. Da mãe, sempre

recebeu todo o afeto. “Ela me dizia que só não queria

que eu me envolvesse com drogas”, conta Brendon,

que quando recebeu o primeiro salário como funcio-

nário da CCR entregou a maior parte do dinheiro nas

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Bahia Indústria 27

Brendon Copque é o

mais jovem condutor

de metrô de Salvador.

ao lado, a recepcionista

Bianca Barbosa

vou duas novas vagas no canteiro

de obras para jovens do ViraVida.

Uma vaga, profissional, é de apon-

tador, o funcionário encarrega-

do de fazer a integração entre o

escritório da obra e o canteiro. A

outra vaga, de ajudante de obras,

destina-se a um aprendiz.

Os dois vão se juntar a outros

quatro jovens do programa que

trabalham na construção da via,

que terá 12 quilômetros e vai ligar

os bairros de Paripe e Piatã. “Faz

parte da nossa política investir no

social e oferecer oportunidades

aos jovens que representem mu-

dança de vida”, afirma a assistente

social Silvana Dias Lima.

Jeandro Ribeiro, considera o

programa uma oportunidade de

crescimento. E não apenas para os

alunos. “Nos permite uma reflexão

e melhoria nas questões pessoais,

sociais, profissionais”, afirma. No

que diz respeito às empresas, ele

ressalta que, além do cumprimen-

to de cotas de aprendizagem, elas

têm a possibilidade de contratação

de colaboradores capacitados por

instituições reconhecidas.

Criado em 2010, o ViraVida já

formou 1.196 jovens baianos, além

de ter dado apoio a cerca de 900

familiares. Os estudantes selecio-

nados têm entre 16 e 21 anos e rece-

bem formação pessoal e profissio-

nal, além de serem contemplados

com Educação Continuada, com

cursos profissionalizantes ofere-

cidos pelo SENAI e pelo Senac.

“O SESI, junto com os parceiros

formadores do programa ViraVida

– SENAI, Sesc e Senac –, organiza

uma intervenção educativa, com

conteúdos que visam ao desenvol-

vimento de capacidades cogniti-

vas e socioemocionais”, pontua a

gerente de Educação e Cultura do

SESI, Cléssia Lobo.

mãos da mãe. Queria pagar as contas de luz, telefone,

ajudar nas despesas da casa.

Curioso e, desde a infância, apegado aos estudos,

assim que começou a trabalhar na empresa, Brendon

buscou se informar sobre as possibilidades de cresci-

mento. Aos 18 anos, tornou-se o mais jovem condutor

de metrô da cidade. E, de quebra, ainda ficou atento

quando surgiu uma vaga para caixa de bilheteria e

conseguiu levar sua mãe para trabalhar lá.

“A CCR Metrô é uma das empresas que mais con-

tratam socioeducandos oriundos do programa, na

condição de jovem aprendiz”, atesta o coordenador

técnico do ViraVida, Jeandro Ribeiro.

oportunidadeSDe acordo com a assessoria da empresa, mais de 20

jovens já foram contratados. “O Programa SESI Vira-

Vida é uma oportunidade de transformar a vida de

adolescentes e jovens por meio da capacitação. Os

beneficiados pelo programa saem com formação pes-

soal e profissional, e toda a bagagem necessária para

a sua primeira experiência no mercado de trabalho”,

declara a gestora de Recursos Humanos da CCR Metrô

Bahia, Cristiane Adad. Ela afirma não ter dúvidas de

que o processo de aprendizado e vivência que tive-

ram no projeto foi fundamental para o sucesso deles.

“Nós ganhamos e os jovens também”, destaca.

Responsável pela construção do Corredor Rodovi-

ário Avenida 29 de Março, a construtora OAS reser-

"os beneficiados saem com formação pessoal e profissional, e a bagagem necessária para a primeira experiência no mercado de trabalho"Cristiane adad, gestora de Rh da CCR metrô Bahia

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28 Bahia Indústria

inventado no fim da década de 1970, pelo engenhei-

ro israelita Abraham Karem, a partir de uma bomba

de fabricação alemã, o drone foi utilizado inicial-

mente em missões militares em áreas de risco para

os soldados. Em guerra contra os custos, o setor da

construção civil na Bahia está descobrindo diversas

outras utilidades, além da segurança humana, para

esse objeto voador que parece diversão juvenil, mas

que nos negócios é coisa de gente grande. Um dos

pioneiros no uso do aparelho na Bahia, o Grupo Civil

estima já ter economizado R$ 20 mil após a aquisição

de um modelo que custou R$ 5.500,00.

Equipado com câmera fotográfica e de vídeo, laser

scanning, sensores e outros aparelhos, o artefato aéreo

pode se tornar uma fonte importantíssima de informa-

ções que serão processadas posteriormente e ajudarão

arquitetos, engenheiros e profissionais de marketing

em suas tarefas para tornar o imóvel mais lucrativo.

Amante de videogames, o analista de governan-

ça do Grupo Civil Pedro Vitor Freire Lara, 25 anos,

precisou apenas de quatro sessões de treinamento,

em uma área aberta de Simões Filho, para dominar

os movimentos de um drone. Depois de alugar um

equipamento para fazer a avaliação de terrenos com

potencial para a construção, a empresa percebeu que

o pequeno veículo não-tripulado poderia ter muitas

utilidades em empreendimentos em construção ou

prontos para a venda. Quatro meses depois, a cons-

trutora trocou o aluguel pela compra de seu próprio

aparelho.

Um drone pode atingir até 800 metros de altura e,

por isso, para pilotar um equipamento desses é ne-

cessário obter certificação da Anac. Há quatro tipos

de certificação, a depender do peso e das característi-

foto

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coNtrolE rEmoto, lucro EfEtivo

Por gilson Jorge

o uso de drones por construtoras na bahia traz soluções eficazes a baixo custo em diferentes áreas

Pedro Freire,

da Civil, e

o drone da

empresa

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cas do Vant e se a finalidade é recreativa ou não: au-

torização especial de voo, certificado de autorização

de voo especial (CAVE), certificado especial de aero-

navegabilidade para RPA (sigla em inglês para aero-

naves pilotadas por controle remoto) e o certificado

especial de aeronavegabilidade.

“É preciso ter cuidado para não invadir a área por

onde circulam outras aeronaves, como helicópteros”,

explica Pedro Vitor, responsável pela operação do apa-

relho. Por enquanto, o drone tem penetrado em espa-

ços que tradicionalmente são ocupados por profissio-

nais de diferentes setores da construção, desde servi-

ços de alta periculosidade, como o operário que, preso

a uma corda, vistoria a fachada, andar por andar, até

empresas terceirizadas que são contratadas para pro-

duzir folders com imagens externas para o marketing.

“Em três meses, o investimento se pagou”, calcula

Rafael Valente, sócio do Grupo Civil, salientando que

a empresa não precisa mais contratar terceirizadas

para tarefas como vistoriar os detalhes de uma facha-

da no 13º andar, e ainda é possível usar as fotos tira-

das do prédio a partir do alto para compor material

promocional ou permitir que os potenciais compra-

dores de imóveis sigam o andamento da obra.

SeminárioA Civil começou a usar drone este ano, em seu novo

empreendimento, o Jazz, na Barra. Mas, desde 2015, o

equipamento, cujo nome oficial é Veículo Aéreo Não

Tripulado (Vant), é objeto de estudo e de práticas pe-

lo Grupo de Pesquisa e Extensão em Gestão em Tec-

nologia da Ufba (Getec), coordenado pela professora

Dayana Bastos Costa, que em outubro participou do

seminário O Futuro da Construção, promovido pelo

Sinduscon, na sede do Sistema FIEB.

“Em três anos, já formamos 20 pessoas”, afirma a

professora, que neste momento conta em seu grupo

com uma doutoranda, dois mestrandos e quatro alu-

nos de iniciação científica, tornando-se uma referên-

cia em construção digital, inclusive no uso de drones

em canteiros de obras. O Getec apresenta anualmente

pelo menos três artigos em congressos, publica regu-

larmente em jornais acadêmicos e seus integrantes

têm se revezado em palestras sobre o tema, em Re-

cife, Feira de Santana e outras cidades do Nordeste.

Uma das ações do Getec é a parceria com empre-

sas do setor. No último dia 30 de outubro, o grupo

apresentou à MRV Engenharia o relatório da utili-

zação de um drone no empreendimento Parque dos

Coqueiros, do Minha Casa Minha Vida, em Camaça-

ri. “Estamos animados com essas possibilidades e

prevemos mais parcerias’, avaliou José Luís Esteves

da Fonseca, gestor Executivo de Saúde, Segurança e

Meio Ambiente da MRV.

novaS aplicaçõeSO drone tem sido utilizado pelo Getec desde 2015,

um ano depois que o professor Javier Irrizarry, do Ge-

orgia Institute of Technology (Estados Unidos), veio a

Salvador ministrar um curso sobre tecnologias digi-

tais emergentes, a convite da Ufba. “A gente agora está

começando um estudo para automatizar o processo de

inspeção de segurança”, afirma a professora Dayana.

A foto que o drone vai tirar passa por uma rotina de

programação e vai informar se as dimensões de altura,

espessura e largura do imóvel estão corretas.

“Outra aplicação que a gente está fazendo é na ma-

nutenção de edificações já entregues”, explica. Uma

empresa pede uma vistoria de telhados, de valas, de

canaletas e o Getec consegue ver com o drone todas

as imagens externas. “Com o vant, a gente vai estar

também apoiando as empresas para manutenções

corretivas e planejar manutenções preventivas”, diz.

Obras

da Civil

registradas

do alto pelo

drone

Bahia Indústria 29

GrUpo Civil/DivUlGação

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30 Bahia Indústria

painel

Jefferson peiXoto/CoperpHoto/sistema fieb

O Ogún amplia o

parque de dados do Cimatec

Nestlé e SeNai ofertam qualificação

Cerca de 20 moradores da co-

munidade Rua de Palha, no bair-

ro Centro Industrial, em Itabuna,

no Sul do estado, realizaram cur-

so de Panificação Básica em uma

unidade móvel do SENAI. A ini-

ciativa é da Nestlé, que tem uma

unidade de Bebidas funcionando

no município. Os participantes

aprenderam técnicas para produ-

ção de pães diversos, utilizando

tanto equipamentos profissionais

de uma padaria como utensílios

domésticos. A capacitação con-

templa ainda procedimentos de

higiene, segurança alimentar,

saúde e segurança do trabalho e

conteúdos sobre empreendedo-

rismo. “Os alunos estarão aptos a

buscar emprego formal na área de

panificação e também a começar

uma produção doméstica, como

forma de obter ou ampliar a renda

familiar”, explica o gerente do SE-

NAI Sul, Jurandir Hendler da Luz.

Lançado livro sobre educação Corporativa

O Serviço Social da Indústria

(SESI Bahia) esteve presente no

maior evento de gestão de pesso-

as do Norte e Nordeste: o 13º Con-

gresso da Associação Brasileira

de Recursos Humanos - seccional

Bahia (ABRH-BA), em Salvador.

Além de um estande do SESI Vi-

va+, também foi lançado o livro

Educação Corporativa em 7 Pas-

sos: Guia prático com a metodolo-

gia do SESI Bahia para programas

de educação corporativa, organi-

zado por Cléssia Lobo e Elisabete

Mercadante, respectivamente, ge-

rentes de Educação e de Educação

Continuada do SESI Bahia. A ge-

rente de SST do SESI Bahia, Maria

Fernanda Lins Faiçal, também fez

uma palestra sobre o Viva +.

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SeNai CimateC amPLia CaPaCiDaDe em SUPeRCOmPUtaçãO

Implantado em parceria com a Financiadora de Inovação e Pesquisa

(Finep), o Cimatec Ògún executará o processamento de algoritmos com-

plexos, com grande volume de dados. Com capacidade de realizar 104

trilhões de operações por segundo (TFlops), uma parte de sua arquite-

tura será utilizada pelo Sistema Nacional de Processamento de Alto De-

sempenho (Sinapad), uma rede de centros de computação implantada

pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Na solenidade de inau-

guração da máquina, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, anunciou a

aquisição de mais dois supercomputadores em até dois anos: “Teremos

aqui o maior centro de supercomputação do Hemisfério Sul”, disse.

eSPaçO De CiêNCia OCUPOU ShOPPiNg De SaLVaDOR

O Shopping Salvador, sediou durante um mês, o Espaço SESI Ro-bótica Educacional, que ofereceu aos frequentadores do centro co-

mercial uma programação variada com experimentações em robótica,

tecnologia, artes e ciência. No dia 6 de outubro, os professores foram ho-

menageados com uma programação especial, uma oficina de youtuber.

A proposta foi compartilhar com o público algumas das experiências

desenvolvidas no ambiente das escolas da rede SESI, com uso de novos

recursos tecnológicos.

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Bahia Indústria 31

eStUDaNteS DO SeSi NO PaRLameNtO JOVem 2018

Pela primeira vez, a Bahia ocupou duas das seis

presidências de comissões no Parlamento Jovem

Brasileiro. Alunas da Escola SESI Djalma Pessoa,

Tamires Queiroz, que presidiu a Comissão de Saúde

e Segurança Pública, e Jamile Lopes, que liderou a

comissão de Cultura, Cidadania, Esporte e Turismo,

estiveram em Brasília juntamente com outro colega,

Pedro Oliveira, e o professor Leandro Passos. A cada

ano, o PJB seleciona 78 estudantes de todo o país.Delegação baiana no Parlamento Jovem 2018

ieL promove Rodada de NegóciosO impacto da Indústria 4.0 na cadeia de suprimentos será discutido no

VIII Encontro de Compradores e Fornecedores, que acontece no dia 21 de

novembro, na FIEB. A programação do evento, promovido pelo IEL, conta

com uma rodada de negócios que visa promover a aproximação comercial

entre empresas do setor industrial. A Rodada de Negócios será restrita às

empresas fornecedoras selecionadas. Mais informações pelo telefone (71)

3879-1677 ou pelo e-mail [email protected].

valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb

FieB promove capacitações para empresáriosRepresentantes de indústrias da região Norte do estado partici-

param, em outubro, do curso de capacitação de prepostos promo-

vido pela FIEB em Juazeiro. Realizado pelas gerências de Relações

Sindicais e Jurídica da FIEB, o curso foi ministrado pela advogada

Namir de Oliveira. A mesma capacitação também foi realizada em

Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.

Nordeste Forte propõe atuação em rede

Complementar as competên-

cias de cada unidade do SENAI

do Nordeste e, com isso, ampliar

a oferta de serviços tecnológicos

para apoiar o desenvolvimento

das empresas industriais, espe-

cialmente as da região. A propos-

ta de atuação em rede foi lançada

durante a 15ª Reunião Ordinária

da Associação Nordeste Forte, no

SENAI Cimatec, em Salvador.

Pensada por gestores de re-

gionais do SENAI presentes na

Reunião, a sugestão foi acolhida

pelos presidentes das federações

de indústria do Nordeste. O plano

de trabalho da proposta será apre-

sentado na próxima reunião da As-

sociação, no dia 27 de novembro,

em Brasília. Para o presidente da

FIEB, Ricardo Alban, o trabalho

exigirá das equipes e dos gestores

“uma nova disciplina para que os

serviços ofertados por cada SENAI

sejam complementares”, disse.

» Marketing digital. As oportunidades geradas com a comunicação digital orientada por dados foram discutidas no curso Marketing digital: impacte o público desejado. Os principais conceitos foram apresentados a representantes de indústrias baianas pelo executivo e estrategista de negócios digitais, Urbano Sampaio Neto.

betto Jr. / CoperpHoto / sistema fieb

Camisas Polo Salvador obtém o selo iPtU VerdeA Camisas Polo Salvador recebeu, em outubro, o selo IPTU Verde,

concedido pela Secretaria Municipal da Cidade Sustentável (Secis) a em-

presas com boas práticas socioambientais. Isto foi possível, entre outros

fatores, devido a uma alteração da legislação que regula o tema, propos-

ta pelo Sindicato da Indústria de Vestuário da Bahia – Sindivest, com o

apoio da FIEB. O selo é visto pelo empresário Hari Hartmann como um

importante instrumento para conquista de mercado.

Destaques na OBaq • O estudante Álvaro Santos, 15,

da Escola SESI Djalma Pessoa, ganhou medalha de ouro

na XIII Olimpíada Baiana de Química (Obaq), categoria 1º

ano do ensino médio. Também receberam menção

honrosa os estudantes Eliseu Brandão da Silva, 1º ano, e

João Victor Xavier, da Escola SESI Reitor Miguel Calmon,

ambas de Salvador.

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32 Bahia Indústria

Luciana Dias Couto Silva integra a Gerência Jurídica da Fieb

jurídico

Lei federal traz desburocratização

Foi publicada, em 09.10.18, a Lei

Federal nº 13.726, a qual racionaliza

atos e procedimentos administra-

tivos no âmbito federal, estadual e

municipal e institui o Selo de Des-

burocratização e Simplificação.

A referida lei busca suprimir e

simplificar formalidades e exigên-

cias desnecessárias ou superpos-

tas, cujo custo econômico e social,

tanto para o erário como para o

cidadão, seja superior ao eventual

risco de fraude.

Dentre as principais alterações,

destacamos a dispensa das seguin-

tes exigências:

•reconhecimento de firma, de-

vendo o agente administrativo,

confrontando a assinatura com

aquela constante do documento

de identidade do signatário, ou

estando este presente e assinando

o documento diante do agente, la-

vrar sua autenticidade no próprio

documento;

•autenticação de cópia de do-

cumento, cabendo ao agente admi-

nistrativo, mediante a comparação

entre o original e a cópia, atestar a

autenticidade;

•juntada de documento pessoal

do usuário, que poderá ser substitu-

ído por cópia autenticada pelo pró-

prio agente administrativo;

•apresentação de certidão de

nascimento, que poderá ser subs-

tituída por cédula de identidade,

título de eleitor, identidade expe-

dida por conselho regional de fis-

calização profissional, carteira de

trabalho, certificado de prestação

ou de isenção do serviço militar,

Por luCiana dias Couto silva passaporte ou identidade funcio-

nal expedida por órgão público;

•apresentação de título de elei-

tor, exceto para votar ou para regis-

trar candidatura;

•apresentação de autorização

com firma reconhecida para via-

gem de menor se os pais estiverem

presentes no embarque;

•apresentação de certidão ou

documento expedido por outro ór-

gão ou entidade do mesmo Poder,

ressalvadas: certidão de antece-

dentes criminais; informações so-

bre pessoa jurídica; outras expres-

samente previstas em lei.

•prova relativa a fato já compro-

vado pela apresentação de outro

documento válido.

De acordo com a Lei 13.726/18,

quando, por motivo não imputá-

vel ao solicitante, não for possí-

vel obter diretamente do órgão ou

entidade responsável documento

comprobatório de regularidade,

os fatos poderão ser comprovados

mediante declaração escrita e as-

sinada pelo cidadão, que, em caso

de declaração falsa, ficará sujeito

a sanções administrativas, civis e

penais aplicáveis.

Ademais, ressalvados os casos

que impliquem imposição de deve-

res, ônus, sanções ou restrições ao

exercício de direitos e atividades, a

comunicação entre o Poder Públi-

co e o cidadão poderá ser feita por

qualquer meio, inclusive comuni-

cação verbal, direta ou telefônica,

e correio eletrônico, devendo a cir-

cunstância ser registrada quando

necessário.

As novas regras passam a vigo-

rar a partir de 23.11.18.

taxa DiStRitOS iNDUStRiaiSFoi publicada, em 11.10.18,

a Resolução Funedic 02,

que dispõe sobre os pro-

cedimentos relativos ao

acompanhamento do pa-

gamento da taxa prevista

pela Lei nº 13.462/15, de-

vida pelas pessoas jurídi-

cas instaladas em imóvel

localizado em área sob

administração da Sudic

ou do Centro Industrial de

Subaé - CIS.

CONVaLiDaçãO De iNCeNtiVOS FiSCaiS Em 15.10.18, através do

Decreto Estadual 18.617,

foi publicada a relação

dos atos normativos não

vigentes relativos a incen-

tivos e benefícios fiscais,

nos moldes determina-

dos pelo Convênio ICMS

190/17.

A LC 160/17 permitiu

aos Estados e ao Distrito

Federal proceder à con-

validação dos incentivos

fiscais que foram conce-

didos por suas legislações

próprias sem a autoriza-

ção prévia do Confaz.

Nesse contexto, foi

publicado o Convênio

ICMS nº 190, de 15.12.17, o

qual estabeleceu, dentre

outros, que as unidades

federadas devem encami-

nhar os atos normativos

não vigentes dos bene-

fícios fiscais outorgados

por cada Estado à Secre-

taria Executiva do Con-

faz, como condicionante

para convalidação.

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Bahia Indústria 33

Por riCardo alban

O Brasil é um dos países mais de-

siguais do mundo - realidade que

decorre da má distribuição da

atividade econômica entre as re-

giões, com forte concentração no

eixo sul-sudeste. O Nordeste está

nas últimas posições no ranking

do PIB per capita. Em alguns in-

dicadores de competitividade, a

situação da Bahia é ainda pior.

Nossa ferrovia está envelhecida

e o transporte de cargas caiu nos

últimos anos. O porto de Aratu é

um gargalo logístico e sua inefi-

ciência implica custos estimados

em quase US$ 100 milhões ao ano.

Perdemos para portos dos estados

vizinhos, como Pecém (CE), Suape

(PE) e Itaqui (MA).

Nesse quadro, diante da falta

de uma política de desenvolvimen-

to regional, o uso de mecanismos

tributários e fiscais é uma alterna-

tiva. Na sua ausência a desigualda-

de econômica entre os estados será

ampliada. Importante ressaltar

que esse movimento na Bahia já

se mostrou exitoso, a exemplo das

indústrias calçadista e de transfor-

mação plástica e borracha.

Os benefícios oferecidos às em-

presas calçadistas criaram um no-

vo paradigma no estado. Em 1996,

esse segmento empregava 1,4 mil

trabalhadores e hoje, mesmo com

toda a crise, emprega mais de 28

Ricardo albanPresidente da Federação das indústrias do estado da bahia

a importância da política de incentivos fiscais para a Bahia

mil trabalhadores. A geração de

salários, que em 1996 era de R$ 17

milhões (em valores de 2016), ago-

ra passa de R$ 400 milhões (2016).

No caso do segmento de trans-

formação plástica e borracha, os

incentivos começaram em 1998 e

mantêm-se até hoje. Aqui também

temos um programa amplamen-

te exitoso: em 1997, havia cerca

de 4,2 mil empregados no setor,

com geração de R$ 115 milhões em

massa salarial. Atualmente, temos

mais de 16 mil trabalhadores, gerando uma massa salarial de R$ 660

milhões. Inúmeros outros exemplos bem-sucedidos podem ser dados

de atração de indústrias para a Bahia por meio de incentivos fiscais.

Cumpre registrar que, particularmente para as pequenas e médias

indústrias, esses incentivos podem significar a sobrevivência e o único

modo de concorrer em um mercado competitivo. E a competição ocorre

inclusive entre os estados da própria região Nordeste. O risco de perda

de competitividade pode provocar a saída de indústrias e dificultar a

atração de novos empreendimentos para esses estados.

Assim, é preciso aproveitar o espaço ocasionado pela Lei Comple-

mentar 160/2017 - Lei de Convalidação dos Incentivos Fiscais. Trata-se

de um instrumento essencial à manutenção dos atuais empregos e à

geração de novos.

Temos até final de 2032 para usufruir desse instrumento. Precisa-

mos renovar incentivos e também copiar benefícios de estados vizi-

nhos, adotando as condições mais vantajosas. Sejamos proativos, em

conjunto com o Governo da Bahia, na garantia de preservação das nos-

sas indústrias.

ideiaS

“particularmente para as pequenas e médias indústrias, esses incentivos podem significar a sobrevivência e o único modo de concorrer em um mercado competitivo”

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leitura&entretenimento

livros música

múSica

Os dois poderesO poder, antes associado a delibe-

ração autoritária, hoje ganha outros

contornos. No atual cenário dos ci-

bermeios e hiperconectividade, todos

podem ser produtores de informação.

Nada passa despercebido. Todo conte-

údo na rede tem escala de alcance glo-

bal e mutável. Nessa nova forma de ser

e existir, os autores Jeremy Heimans e

Henry Timms perceberam que o “pú-

blico” e o “privado”, antes separados,

hoje se aproximam. O resultado disso

é um confronto entre o “Antigo Poder”,

autoritário e verticalizado, e o “Novo

Poder”, horizontal e participativo.

» O Novo Poder – Como Disseminar ideias, engajar pessoas e estar sempre um passo à frente em um mundo hiperconectado, Jeremy Heimans e Henry TimmsEditora: Intrínseca, 336 p.Livro R$ 44,90 E-book 29,90

34 Bahia Indústria

DivUlGação

livroS

Diversão em cena com a Batalha do improvisoDois times de atores se enfrentam no palco em uma competição de jogos de impro-

viso. Esta é a proposta da Batalha de Improvisação Teatral – BIT, que fica em cartaz

no Teatro SESI Rio Vermelho, todas as quartas-feiras do mês de novembro, sempre

às 20h. Com jogos, cenas e músicas improvisadas a partir das sugestões do público,

as duas equipes criam cenas breves e impactantes, disputando os risos e os votos da

plateia, pois é o público que decide, ao final do espetáculo, o time mais criativo da

noite. A Cia de Teatro Improviso Salvador traz para capital baiana a técnica que foi

criada no Canadá e já é sucesso na Europa e América Latina.

não perca Batalha de improvisação teatral – Bit, às quartas, 20h. R$ 30 e R$ 15 (meia). » teatro SeSi Rio Vermelho, Rua Borges dos Reis, nº 9, Tel: 71 3616-7064tratando do agora

21 lições para o século 21 é o enredo

que faltava para compor a linha dis-

cursiva das últimas obras de Yuval

Noah Harari, professor na Universi-

dade Hebraica de Jerusalém e ph.D.

em história, na Oxford. Em Sapiens:

História Breve da Humanidade (2013),

o autor trata de nossas origens, já em

Homo Deus: História Breve do Ama-

nhã (2017), o assunto é o futuro e as

tecnologias. Agora, Harari volta-se ao

presente. O que será de nós em meio

a endemias, terrorismos e fake news?

» 21 Lições para o século 21, Yuval Noah HarariEditora: Companhia das Letras, 432 p. Livro R$ 54,90 E-book 29,90

DivUlGação

Do clássico ao popularOs amantes da música instrumental têm

a oportunidade de conferir o show de um dos

principais nomes deste estilo na Bahia. O vio-

lonista Mario Ulloa se apresenta no Teatro SE-

SI Rio Vermelho acompanhado do grupo DNA

Urbano, com repertório que alia o popular ao

clássico. Os encontros semanais serão dividi-

dos em duas partes: primeiro, dentro do teatro,

com perspectiva mais intimista; em seguida,

na Varanda do SESI, que contará com a pre-

sença de aristas convidados. Natural da Costa

Rica e radicado na Bahia há 28 anos, Ulloa já

fez trabalhos com Armandinho Macêdo, Daniel

Guedes, Xangai, Andrea Daltro, Divina Valéria

e Duo Robatto.

não Perca mario Ulloa, 20 a 27 de novembro, terças-feiras, 20h (teatro) e 21h (varanda). R$ 20 e R$10 (meia). » teatro SeSi Rio Vermelho, Rua Borges dos Reis, nº 9, Tel: 71 3616-7064

teatro

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