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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CACHOEIRO DE
ITAPEMIRIM/ES
ANGÉLICA DE SOUZA SILVA, brasileira, casada,
costureira, residente e domiciliada na Rua Anísio Figueiredo, n° 44,
Parque Laranjeiras, Cachoeiro de Itapemirim, através de seu
procurador infrafirmado, com escritório na rua João Monteiro, n°
36/38, Ferroviários, nesta comarca, comparece à presença de Vossa
Excelência, para propor a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO
DE DANOS MORAIS
em face de OI-TELEMAR NORTE LESTE S/A, pessoa jurídica de
direito privado, inscrito no CNPJ n° 33.000.118/0001-50, com
endereço comercial à rua Cassiano Antônio Moraes, n° 60, Enseada
do Suá, Vitória/ES, pelos fatos e fundamentos a seguir narrados:
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Requer a autora que lhe seja deferido o benefício
da gratuidade processual, previsto na Lei n° 1.060/50, notadamente
em seu artigo 4°, em face de comprovada hipossuficiência financeira
do Requerente.
I - DOS FATOS
A autora, relata que nos meses de julho e agosto de
2014 (dois mil e quatorze), a fatura do seu cartão de crédito,
administrado pela Losango, continha quatro cobranças de planos de
telefone da OI/RJ, cada uma no valor de R$29,90 (vinte e nove reais e
noventa centavos). Cobranças estas, indevidas, haja vista que a
atendida não contratou tais serviços.
Em razão das cobranças sobreditas, Angélica deixou
de quitar as faturas dos meses de Julho, Agosto e Setembro, o que
ocasionou a negativação do seu nome junto ao SPC (Serviço de
Proteção ao Consumidor).
A requerente, salienta que anteriormente, havia
contratato serviço de linha de telefone fixo e internet da empresa OI,
sendo que os débitos decorrentes dessa contratação foram discutidos
e quitados na forma da sentença prolatada no processo n° 0006703-
27.2014.8.08.0011.
Assim, providenciou o pagamento das faturas em
aberto, junto à administradora do seu cartão de crédito, além de ter
obtido suas fixas junto ao SPC, conforme anexo.
II – DO DIREITO
Sendo a carta magna de 1988, a grande protetora
dos nossos direitos, resta-nos utiliza-la para proteger os fracos e
coibir os forte opressores, como observado no caso em tela, em que
tal carta resguarda o direito de indenização pelo dano sofrido pela
autora, como disposto em seu artigo 5°.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Desta forma, onde há venda ou contratação de
serviço, o consumidor é sempre a parte hipossuficiente da relação.
Consoante isso, a nossa constituição esta presente para a proteção
destes, mais todo o ordenamento jurídico pátrio, tal qual, o código de
Defesa do Consumidor, in casu:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
É evidente que a ré infringiu os direitos da autora
ao se utilizar de seu nome, sem autorização expressa desta, como se
depreende do artigo 39, VI:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
Por conseguinte, o valor até então pago pela
autora deve ser ressarcido, em dobro, por assim garante o artigo 42,
parágrafo único do CDC.
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
Ante o exposto, requer a autora, indenização por
danos morais, nos termos do artigo 5°, V e X da CF, bem como artigo
186 C/C 927 d CC, como a consequente declaração de inexistência do
débito, com a IMEDIATA suspensão do débito em conta a autora.
Isto posto, denota-se a possibilidade de aplicação
da norma incerta no artigo 273 do CPC, eis que presente a
verossimilhança da alegação e o receio de dano irreparável à autora,
se persistirem as cobranças em seu cartão de crédito.
III - DO PEDIDO
a) Seja concedida o beneficio da justiça gratuita, tendo em,vista
que a autora não conta com recurso para custear a demanda sem
prejuízo de seu próprio sustento, tudo nos termos da lei 1060/50.
b) A citação através de cada precatória da ré para, querendo,
contestar a presente ação no prazo legal, ficando advertido de que os
fatos articulados não contrariados especificamente serão
considerados verdadeiros, aplicando-lhes das penas de revelia e
confissão.
c) A INVERSÃO DO ONUS DA PROVA, na forma do art. 6° VIII, do
CDC.
d) Seja julgado procedente o pedido autoral, a fim de ser
declarada inexistência do debito pela requerida, bem como a
condenação da ré ao pagamento de indenização por todo dano moral
causado a requerente e restituição em dobro dos valores
indevidamentes cobrados e quitados, da requerente.
e) A antecipação dos efeitos da tutela, na forma do art. 273 do
CPC, a fim de ser a requerida impedida de continuar efetivando as
cobranças no cartão de crédito da requerente.
Por fim, requer ainda a condenação da requerida o
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios a base
do máximo permissivo legal, requerendo também a produção de
todos os meios de provas em direito admitidas especialmente
testemunhal, documental, depoimento pessoal da ré e pericial se
necessário for.
Para os efeitos legais dá-se à causa o valor de R$
15.000,00 (quinze mil reais).
Nestes termos,
Pede e espera Deferimento.
Cachoeiro de Itapemirim/ES, 27 de novembro de 2014.
EVERALDO VASQUEZ L. BUTTER OAB/ES 7770
ESTAGIÁRIAS: FELLIPE GASPARINI, FRANCIELLE CANZIAN,
JANAINA COLLE, LAIS VIEIRA MACHADO e VANESSA FIRMINO.