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ANA PAULA MORATELLI PRADO
INFLUÊNCIA DO PERÍODO DE INTERRUPÇÃO DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS NA APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSAS
FLORIANÓPOLIS – SC
2007
1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE – CEFID
ANA PAULA MORATELLI PRADO
INFLUÊNCIA DO PERÍODO DE INTERRUPÇÃO DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS NA APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSAS
Trabalho apresentado à Coordenadoria de Trabalhos Monográficos do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. Orientador: Giovana Zarpellon Mazo Co-orientador: Adilson Sant’Ana Cardoso
FLORIANÓPOLIS – SC
2007
2
ANA PAULA MORATELLI PRADO
INFLUÊNCIA DO PERÍODO DE INTERRUPÇÃO DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS NA APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSAS
Trabalho apresentado à Coordenadoria de Trabalhos Monográficos do Centro de
Ciências da Saúde e do Esporte, da Universidade do Estado de Santa Catarina,
como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.
Banca Examinadora:
Orientador: ___________________________________________________ Prof. Dr. Giovana Zarpellon Mazo Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Co-orientador: ___________________________________________________ Professor Adilson Sant’Ana Cardoso Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Membro: ___________________________________________________ Débora Soccal Schwertner
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Florianópolis, 31 de outubro de 2007.
3
AGRADECIMENTOS
Aproveito a oportunidade para agradecer as pessoas que têm estado ao meu
lado, não só durante a elaboração deste trabalho, mas em todo decorrer desse curso,
o qual, sem ajuda de Deus, nem se quer teria ingressado. Assim, agradeço
primeiramente à Ele, pela oportunidade que me concedeu, e por guiar meu caminho
até aqui, com amor e proteção.
Agradeço à minha mãe por interceder incessantemente a meu favor, por estar
ao meu lado durante toda minha vida, me apoiado, incentivado e confiando em mim
na tomada de qualquer decisão, suportando minha frieza e superando meu silêncio;
pelo exemplo de mulher, mãe e amiga que me dá a cada dia, enfrentando todas as
provações com sensatez e dedicação. Agradeço também a meu pai, pois através de
nossa relação tem me ensinado que existem diferentes formas de se manifestar o
amor, mas que em qualquer uma delas o respeito às diferenças é essencial. E aos
meus irmãos, pela paciência com que encararam meus momentos de angústia e
nervosismo diante os prazos e dificuldades encontrados em todo o curso, e em
especial, durante a confecção desse trabalho.
Esses quatro anos de curso me oportunizaram um amadurecimento tanto
pessoal quanto profissional, e muito conhecimento pôde ser adquirido e construído
diante os aprendizados que a vida proporciona a cada dia. Porém, posso afirmar com
convicção que o conhecimento mais valioso obtido durante toda minha vida não foi
aquele adquirido nas salas de aula, nos trabalhos ou nas provas, mas sim o
decorrente das relações humanas, que construí junto aos amigos que conquistei, aos
professores que conheci, e aos alunos que encontrei.
Em especial, agradeço aos amigos que guardo no coração, e que não me
deixaram fraquejar, por todos os momentos alegres e por todos os momentos difíceis.
À Adriana, minha grande amiga, que escolhi como irmã, pela verdadeira amizade,
pela parceria sem fim, pelos cuidados, pelo incentivo, por acreditar na minha
4
capacidade mesmo conhecendo minhas maiores limitações, pelo exemplo de
sabedoria e determinação. Ao João M., meu amigo do peito, a quem eu aprendi a
amar e respeitar pela simplicidade e humildade com que encara seu enorme caráter
e coração, agradeço pela paciência em ouvir meus questionamentos sobre a vida,
pelos ensinamentos diversos, por não julgar, por confiar, e por manter nossa amizade
acima de tantas dificuldades. Ao Joni, agradeço principalmente pelo companheirismo,
compreensão e amor despendidos; por me ajudar a descobrir a paixão por educar, e
por participar na minha formação como educadora, ensinando e aconselhando. Ao
Felipe (Alemão) e seu poder de encontrar sonhos onde nem se quer existem
esperanças, agradeço por me mostrar o valor da fé, e por mesmo tão distante ter
estado tão presente. À Isis, agradeço pela companhia e pela amizade duradoura, que
sobreviveu às mudanças do tempo sem perder intensidade e confiança, pelos
incentivos e valorização, e pelo exemplo de família que me proporciona junto do Lion
e da Laís.
Às pessoas que fizeram parte da construção desse trabalho, em especial, à
prof. Giovana, pelas oportunidades concedidas até aqui, por investir em mim,
acreditando no meu potencial como aluna, professora e pessoa. Ao Adilson, pela
paciência, pelas dúvidas esclarecidas, pelas correções, e pelo incessante incentivo à
pesquisa. Ao pessoal do GETI e do LAGER pela parceria, pela ajuda, e por tornarem
meus dias de trabalho mais alegres. Aos acadêmicos que auxiliaram nas coletas de
dados, pela disposição. Aos idosos, principalmente meus alunos de natação, pelo
sentido que dão à pesquisa, fazendo-a valer a pena.
Agradeço também aos colegas e amigos que tornaram esse processo tão
especial e que me acompanharam durante o percurso: Julia, Felipe Leal, Otávio,
Luiza, João R., Jefe, Bruno, Thomaz, Camilo, Camila, Kika, Marcelinha, Débora...
Aos companheiros de luta que dividem comigo questionamentos e esperança
de uma sociedade mais justa e com mais amor (“Ou os estudantes se identificam com o
destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse
caso, serão aliados daqueles que exploram o povo" – Florestan Fernandes).
Enfim, passaria horas citando as pessoas que fazem parte da minha vida, mas
esta oportunidade não me permite tal pretensão. Assim, deixo aqui o registro de
minha gratidão e reconhecimento a todos aqueles que de certa forma, contribuíram
para que hoje eu fosse o que sou, e que ainda contribuirão na minha busca
incessante pela evolução, afinal, somos todos eternos aprendizes.
5
RESUMO
As adaptações morfológicas e funcionais induzidas pela atividade física
regular são mantidas quando o treinamento é contínuo. No entanto, quando a atividade é suspensa, essas adaptações são gradualmente perdidas, afetando o desempenho do indivíduo. O presente estudo teve como objetivo verificar a influência do período de interrupção de 12 semanas na aptidão funcional de idosas praticantes de exercícios físicos. A amostra foi composta por 47 mulheres idosas, com idade média de 67,26 anos (DP = 5,447), praticantes de exercícios físicos no programa Grupo de Estudos da Terceira Idade – GETI/UDESC, sendo 32 idosas praticantes de hidroginástica, 13 praticantes de natação e 2 praticantes de yoga. Para avaliação da aptidão funcional foi aplicada a bateria de testes da American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD) no final do programa (novembro de 2006) e após o período de 12 semanas de interrupção do programa (março de 2007). Ao retornarem das férias, as idosas responderam uma ficha diagnóstica, antes da aplicação dos testes físicos, explanando a respeito das atividades físicas praticadas durante a interrupção do programa. Os resultados obtidos nos testes físicos foram classificados de acordo com os valores normativos de aptidão funcional estabelecidos para mulheres idosas com idade entre 60 e 79 anos, calculando-se o índice de aptidão funcional geral (IAFG) Os dados foram organizados e tratados no programa SPSS 11.0 para Windows, mediante estatística descritiva, teste t para amostras pareadas, teste de Wilcoxon para amostras pareadas e dados não-paramétricos, e teste Qui-quadrado para análise das variáveis categóricas (prática de atividade física e classificação das aptidões físicas e IAFG), adotando um nível de significância de p<0,05. Ao comparar as aptidões físicas antes e após o período de interrupção, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na coordenação, flexibilidade e IAFG. Observou-se uma diminuição significativa (p<0,001) na agilidade e equilíbrio dinâmico após o período de interrupção, entretanto, a resistência de força e a resistência aeróbia geral aumentaram mesmo após a interrupção do programa (p<0,005). Verificou-se ainda, que 87,5% das idosas que praticaram atividade física regular nas férias possuíam uma tendência a assumir um nível “bom” de resistência aeróbia após a interrupção, enquanto que, apenas 12,5% das idosas que não praticaram atividade física nas férias apresentaram tendência a essa mesma classificação. Dentre as idosas que praticaram atividade física regular nas férias, 85,7% fizeram alusão à caminhada, o que explica a melhora nos níveis de RAG. Conclui-se que a agilidade e equilíbrio dinâmico são influenciados pela prática de exercícios físico, sofrendo um declínio significativo após 12 semanas de interrupção do programa. Contudo, o estilo de vida adotado durante a interrupção do programa influencia na manutenção ou redução das aptidões físicas, sendo a prática de caminhada uma estratégia para
6
manutenção e melhora da RAG. Observou-se ainda, a necessidade de controlar as atividades da vida diária realizadas pelas idosas durante as férias, o que poderia auxiliar na elucidação do incremento nos níveis de força encontrado após o período de interrupção.
Palavras-chave: Período de interrupção. Aptidão funcional. Idosas.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Freqüência (n) e percentagem (%) das atividades físicas praticadas pela amostra fora do programa GETI .................................................
48
Figura 2 – Freqüência (n) e percentagem (%) da realização semanal das atividades físicas praticadas pela amostra fora do programa GETI....
49
Figura 3 – Divisão da amostra de acordo com a prática de atividades físicas durante o período de interrupção.........................................................
53
Figura 4 – Atividades físicas realizadas durante o período de interrupção do programa, citadas pelo Grupo 1..........................................................
54
Figura 5 – Freqüência percentual (%) da realização semanal das atividades físicas realizadas durante o período de interrupção do programa, citadas pelo Grupo 1............................................................................
54
Figura 6 – Freqüência percentual (%) da duração das sessões de atividades físicas realizadas durante o período de interrupção, citadas pelo Grupo1.................................................................................................
55
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 70 anos..........................
45
Tabela 2 – Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos..........................
45
Tabela 3 – Classificação dos testes motores e do Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG), referentes aos pontos obtidos em cada teste da bateria da AAHPERD, de mulheres ativas entre 60 e 70 e 70 e 79 anos.......................................................................................................
46
Tabela 4 – Exemplo de cálculo do IAFG de uma mulher com idade entre 60 a 70 anos ......................................................................................................
46
Tabela 5 – Freqüência (f), percentagem (%), média ( ) e desvio padrão (DP) das aptidões funcionais e do IAFG no final do programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2007)......................................................................................................
50
Tabela 6 – Média ( ), desvio padrão (DP), Teste t para amostras pareadas (t), grau de liberdade (gl) e nível de significância (p) das aptidões funcionais e do IAFG no final do programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2007)......................................................................................................
52
Tabela 7 – Média ( ), desvios padrão (DP), Teste de Wilcoxon para amostras pareadas (Z) e nível de significância (p) das aptidões funcionais no final do programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2007) .......................................
52
Tabela 8 – Freqüência (F), percentagem (%) e o teste do Qui-quadrado (X2) entre as aptidões funcionais e o IAFG de mulheres idosas após o período de interrupção de 12 semanas e a prática ou não de atividades físicas durante o mesmo.......................................................
56
9
LISTA DE ABREVIATURAS
AAHPERD – American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance
AF – Atividade física
AGIL – Agilidade e equilíbrio dinâmico
AIVDs – Atividades instrumentais da vida diária
AVDs – Atividades da vida diária
cm – centímetros
COO – Coordenação
FLEX – Flexibilidade
FMS – Força de membros superiores
G1 – Grupo 1
G2 – Grupo 2
GETI – Grupo de Estudos da Terceira Idade
IAFG – Índice de aptidão funcional geral
RAG – Resistência aeróbia geral
REP – repetições
10
RESISFOR – Resistência de força
s – segundos
VO2 máx – volume máximo de oxigênio
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12
1.2 OBJETIVO GERAL .............................................................................................15
1.3 OBJETIVOS ESPEÍFICOS..................................................................................15
1.4 DEFINIÇÃO DE TERMOS...................................................................................16
2 REVISAO DE LITERATURA .................................................................................18
2.1 ENVELHECIMENTO ...........................................................................................18
2.2 CAPACIDADE FUNCIONAL, APTIDÃO FÍSICA E ATIVIDADE FÍSICA..............20
2.2.1 Força e resistência muscular............................................................................25
2.2.2 Agilidade e equilíbrio dinâmico.........................................................................28
2.2.3 Capacidade aeróbia geral ................................................................................31
2.2.4 Flexibilidade .....................................................................................................33
2.2.5 Coordenação....................................................................................................36
2.3 PERÍODO DE INTERRUPÇÃO E DESTREINO..................................................38
3 METODOLOGIA ....................................................................................................42
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................42
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................42
3.3 INSTRUMENTOS................................................................................................43
3.4 COLETA DE DADOS ..........................................................................................44
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS .............................................................................44
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...............................................................48
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................................58
6 CONCLUSÕES ......................................................................................................69
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................72
APÊNDICES .............................................................................................................84
ANEXOS ...................................................................................................................88
12
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional no Brasil vem aumentando de forma rápida e
gradativa; o declínio nas taxas de fecundidade e mortalidade passou a estreitar
progressivamente a base da pirâmide etária, gerando uma elevação da expectativa
de vida média da população e um aumento em termos absolutos e proporcionais do
número de pessoas que atingem idades avançadas (CHAIMOWICZ, 1997; RAMOS;
VERAS; KALACHE ,1987).
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, PNAD, 2002), em 2002 o número de
pessoas com mais de 60 anos representava 9,3% da população, em média 16
milhões; estima-se um crescimento desse grupo etário para 18 milhões até 2010 e
25 milhões até o ano de 2025, cerca de 11,4% da população brasileira, chegando ao
sexto lugar mundial em número absoluto de idosos.
Esse aumento na longevidade e na expectativa de vida tem despertado
preocupações relacionadas, principalmente, a saúde e a qualidade de vida da
terceira idade, pesquisando-se cada vez mais formas de deter ou retardar o
processo do envelhecimento ou estratégias que garantam uma manutenção da
capacidade funcional e da autonomia, nas últimas décadas da vida (PASCHOAL,
1996; MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000).
Com o avançar da idade o desempenho funcional vai declinando até atingir
patamares indesejáveis, os quais culminam em condições debilitantes, que, por sua
vez, conduzem à imobilidade, desuso, debilidade muscular e enfermidades,
comprometendo a capacidade de realizar atividades cotidianas e contribuindo para a
redução da independência do idoso, o que tem forte ligação com a qualidade de vida
(REBELATTO et al., 2006; PAPALÉO NETTO, 1996).
Grande parte das evidências sustenta a prática regular de atividade física
como uma estratégia para manter e melhorar o estado de saúde física e psíquica em
qualquer idade, tendo efeitos benéficos diretos e indiretos para “prevenir” ou
minimizar as perdas funcionais do envelhecimento. Diante as evidências, os
13
cientistas enfatizam cada vez mais a necessidade da atividade física como parte
fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde (REBELATTO et al.,
2006; MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000).
Nesse sentido, uma das estratégias propostas pela Organização Mundial de
Saúde é o envelhecimento ativo, onde a atividade física é um dos fatores
comportamentais determinante para a adoção de um estilo de vida saudável e a
participação ativa no cuidado da própria saúde (WHO, 2005).
Diferentes municípios e Estados, bem como diferentes universidades, têm
incorporado uma política de envelhecimento ativo, oferecendo programas e ações
de atividades físicas para a terceira idade, com o objetivo de melhorar a aptidão
funcional e conseqüentemente, a qualidade de vida dessa população; um exemplo
dessa realidade é o programa Grupo de Estudos da Terceira Idade (GETI), da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Geralmente, os programas oferecidos pelas universidades e órgãos públicos
seguem um calendário composto por períodos de férias de verão e/ou inverno, que
interrompem as atividades oferecidas e o treinamento físico.
Com isso, questiona-se sobre os efeitos da interrupção dos programas de
atividade física regular para idosos, visto que, o período de interrupção, ou período
de destreino, é caracterizado como um processo de descondicionamento, que afeta
o desempenho através da diminuição da capacidade fisiológica (FLECK; KRAEMER,
1999).
As adaptações morfológicas e funcionais crônicas induzidas pela atividade
física regular são reduzidas ou retornam à situação anterior ao treinamento quando
o programa de exercícios é interrompido. A magnitude da reversibilidade é
proporcional ao período de ausência de estímulo (RASO; MATSUDO; MATSUDO,
2001).
Como regra geral, a perda nos níveis de adaptação adquirida no treino está
intimamente relacionada ao período de tempo em que foram adquiridos, ou seja,
toda aquisição que se ganha lentamente e em um tempo prolongado, mantém-se
com mais facilidade e perde-se com mais lentidão, do que as aquisições
conseguidas rapidamente e em um curto período de tempo (ZATSIORSKY, 1999;
BARBANTI, 1986).
Em um estudo com idosas submetidas a 12 semanas de exercícios com
pesos livres, Raso, Matsudo e Matsudo (2001) verificaram uma queda significativa
14
na força de membros superiores e inferiores, principalmente após a oitava (8ª)
semana de interrupção dos exercícios físicos, constatando uma influência negativa
da interrupção de um programa com pesos livres na força de mulheres idosas.
Embora existam estudos que demonstrem os efeitos da interrupção
subseqüente a um programa de exercícios com pesos em adultos de ambos os
sexos, a quantidade de trabalhos que têm características semelhantes em
populações idosas é extremamente pequena, especialmente com relação a outras
modalidades e outras aptidões físicas (RASO; MATSUDO; MATSUDO, 2001).
Lemer et al. (2000) em uma pesquisa com jovens (n=18) e idosos (n=23) de
ambos os sexos submetidos a 9 semanas de treinamento e 31 semanas de
destreino, verificou que os principais declínios na força – no exercício de extensão
de pernas – ocorreram entre a 12a e 31a semanas, sendo idade-dependentes, ou
seja, os indivíduos idosos sofreram declínios maiores na força quando comparados
com os jovens, ressaltando a necessidade de se desenvolver mais pesquisas acerca
dos efeitos do destreino em sujeitos idosos.
Nesse sentido, é possível citar as pesquisas de Silva, Oliveira e Madureira
(2006) e de Rosa (2006), os quais avaliaram os efeitos de 12 semanas de
interrupção de um programa de ginástica para mulheres acima de 55 anos, e de um
programa de atividades aquáticas para mulheres acima de 60 anos,
respectivamente, verificando influência negativa da interrupção do treinamento em
diversas aptidões físicas das idosas.
Contudo, a falta de controle das atividades físicas praticadas pela amostra
durante a interrupção do programa constitui uma forte limitação desses estudos,
visto que Silva, Oliveira e Madureira (2006) encontraram melhoras no consumo
máximo de oxigênio e Rosa (2006) na agilidade e equilíbrio dinâmico, mesmo após o
período de interrupção, confirmando o exposto por Fatouros et al. (2006), que alerta
a respeito da influência do estilo de vida adotado no período de interrupção na
redução ou manutenção das aptidões físicas.
Diante da carência de pesquisas que abordam a influência do período de
interrupção nas diversas aptidões físicas de idosos, e das limitações dos estudos
que apresentam essa característica, torna-se relevante verificar os efeitos da
interrupção de um programa de exercício físico regular para idosos, quanto as
variáveis da aptidão física relacionadas à saúde, e ainda, especular a respeito das
15
atividades físicas realizadas pelos participantes durante o período de interrupção do
programa.
Este estudo justifica-se, também, pela necessidade que os profissionais da
área da saúde têm de conhecer a respeito das variáveis que influenciam nos
resultados do treinamento físico, dentre elas, a interrupção do treinamento, o que
contribui para um melhor direcionamento e planejamento das aulas, proporcionando
os benefícios desejados à saúde do idoso.
Além disso, o presente estudo possibilita informar a comunidade em geral
sobre a importância da prática de atividade física regular no processo de
envelhecimento e os benefícios que esta prática pode proporcionar na aptidão
funcional relacionada à saúde do idoso, incentivando a realização de atividades
físicas regulares durante o período de interrupção dos programas (férias de verão
e/ou inverno) para manutenção da aptidão funcional. Assim, este estudo buscou
verificar a influência do período de interrupção na aptidão funcional de mulheres
idosas praticantes de exercício físico.
1.2 OBJETIVO GERAL
Verificar a influência do período de interrupção de 12 semanas na aptidão
funcional de mulheres idosas praticantes de exercício físico.
1.3 OBJETIVOS ESPEÍFICOS
- Identificar as aptidões funcionais de idosas praticantes de exercício físico
antes e após 12 semanas de interrupção do treinamento;
- Identificar o índice de aptidão funcional geral (IAFG) de idosas praticantes de
exercício físico antes e após 12 semanas de interrupção do treinamento;
- Verificar as aptidões funcionais e o IAFG de idosas praticantes de exercício
físico antes e após o período de interrupção do treinamento, com base nos
valores normativos de aptidão funcional geral para mulheres idosas com
idade entre 60 a 79 anos;
- Comparar as aptidões funcionais e o IAFG das idosas antes e após 12
semanas de interrupção do treinamento;
16
- Comparar as aptidões funcionais e o IAFG após a interrupção do treinamento
entre idosas que praticaram atividade física regular durante o período de
interrupção do programa e as que não praticaram atividade física regular
durante esse período;
- Descrever as atividades físicas realizadas, freqüência e duração, durante as
12 semanas de interrupção do programa de treinamento físico.
1.4 DEFINIÇÃO DE TERMOS
Aptidão Física – Uma série de atributos que as pessoas têm ou adquirem, que se relacionam com a capacidade de realizar atividades (ACSM, 2000). Quando relacionada à saúde, a aptidão física pode ser definida como a capacidade dos sistemas do organismo (coração, pulmões, vasos sanguíneos e músculos) de funcionar de modo eficiente, com vigor e energia, na realização de diversas atividades sem se cansar excessivamente, e de demonstrar menor risco de desenvolver incapacidades ou condições crônico degenerativas, associadas a baixos níveis de atividade física (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
Aptidão Funcional – A capacidade para desempenhar as demandas ordinárias e inesperadas da vida diária de forma segura e eficaz (CLARK, 1989), e de manter as habilidades físicas e mentais necessárias a uma boa vida (BENEDETTI et al., 2007).
Atividade Física – Entende-se atividade física como qualquer movimento voluntário produzido pelos músculos esqueléticos com algum gasto energético (CASPERSEN et al., 1985).
Atividades da Vida Diária – Englobam todas as tarefas que uma pessoa precisa realizar para cuidar de si próprio. São atividades cotidianas de grande importância para a manutenção saudável da vida do indivíduo, tais como: alimentar-se, levantar-se, caminhar, higiene pessoal, subir e descer degraus, entre outras atividades básicas (ANDREOTTI; OKUMA, 1999),
Atividades Instrumentais da Vida Diária – São atividades um pouco mais complexas da vida cotidiana, tais como utilizar o telefone, cuidar dos afazeres domésticos e controlar as finanças. Segundo Costa e Monego (2003), compreendem a habilidade do idoso para administrar o ambiente onde vive.
Capacidade Funcional – A capacidade de realizar as atividades da vida diária de forma independente (WENGER et al., 1984), levando sua vida, decidindo e atuando (MATSUDO, 2000). A capacidade funcional do idoso, no seu significado mais amplo, inclui sua habilidade em executar tarefas físicas, a preservação das atividades mentais, e uma situação adequada de integração social (LITVOC; BRITO, 2004).
17
Envelhecimento – Um processo complexo que envolve muitas variáveis, tais como genética, estilo de vida, doenças crônicas, que interagem entre si e influenciam significativamente o modo como alcançamos determinada idade (MAZZEO et al. 1998). Uma perda na capacidade de adaptação fisiológica ao ambiente externo (SHEPHARD, 2003).
Exercício Físico – “Atividade física planejada, estruturada, repetitiva e intencional”. (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003, p. 895).
Idosos - definição operacional – Pessoas com idade cronológica de 60 anos ou mais (IBGE, 2000).
18
2 REVISAO DE LITERATURA
2.1 ENVELHECIMENTO
O fenômeno do envelhecimento populacional tem ocorrência mundial, e o
Brasil não constitui uma exceção à regra (KALACHE, 1996). Segundo Veras (1994),
a expectativa de vida dobrou em nosso país ao longo do século passado. Após
1960, o segmento populacional representado pelas pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos é o que mais cresce em nosso país (SILVESTRE et al.,1996). A
projeção é que tenhamos no ano de 2020, um idoso para cada 13 residentes no
Brasil (BERQUÓ, 1996).
A mudança do perfil demográfico mundial exige uma demanda de estudo e
planejamento, pois o aumento da expectativa de vida da população impõe desafios
em nível social, político e econômico, tornando-se foco da nossa atenção, para
minimizarmos problemas futuros (BERQUÓ, 1996; KALACHE, 1996).
Dentre as razões para o crescente número de pessoas idosas estão o
controle na taxa de natalidade, a diminuição na mortalidade infantil e o controle de
doenças infecciosas no decorrer da primeira metade do século XX, um decréscimo
na proporção de mortes prematuras de adultos e um aumento geral da média do
ciclo da vida entre os idosos (SHEPHARD, 2003).
Com o aumento da expectativa de vida é necessário estudar de forma mais
profunda e abrangente os mecanismos que possam ajudar a população idosa a ter
uma vida mais digna e de qualidade, com a manutenção da saúde e da
independência funcional (ACMS, 1998; CHAIMOWICZ, 1997). No Brasil, o
aprofundamento dessas questões é de fundamental importância, uma vez que, no
país, o aumento da expectativa de vida não foi acompanhado por uma melhora
significativa na qualidade de vida da população senescente. Este fato fica evidente
quando se observa que o brasileiro vive em média 54 anos livre de incapacidades
funcionalmente limitantes (IBGE, 2000).
19
Essas incapacidades, se não tratadas e continuamente controladas, tendem a
gerar complicações e seqüelas que afetam a independência do idoso na realização
das atividades básicas da vida diária (cuidado pessoais básicos) e das atividades
instrumentais da vida diária (tarefas mais complexas do cotidiano) (PAULA, 2007).
Logo, o conceito de capacidade funcional torna-se particularmente importante para
assegurar qualidade de vida aos idosos e seguridade social, pois está relacionado
com a capacidade de ocupar-se com o trabalho até idades mais avançadas ou com
atividades que lhes sejam agradáveis, mantendo-se independente, levando sua vida
decidindo e atuando (ROSA et al., 2003; MATSUDO, 2000).
Por conseguinte, o envelhecimento pode ser definido como um processo que
afeta a todos os indivíduos de uma espécie, de forma similar, sendo assim universal,
ocorre com o passar do tempo de forma gradual e é irreversível, tendo um
aceleramento durante a maturidade e provocando perdas funcionais no organismo
pela ação degenerativa nos diversos sistemas que o compõe (NAHAS, 2001).
Entretanto, envelhecer não significa apenas passar por um processo
progressivo e irreversível de alterações, que levam o indivíduo no declínio dos vários
aspectos biológicos, mas também significa entrar em contato com uma série de
questões psicológicas, sociais e culturais (BEAUVIOR, 1990; NERI, 1995). Desse
modo, o processo de envelhecimento pode ser compreendido como um fenômeno
biopsicossocial que atinge o homem, e que se manifesta em todos os domínios da
vida deste indivíduo (CHEICK et al., 2003).
Esse processo não ocorre necessariamente em paralelo ao avanço da idade
cronológica, cada indivíduo agrega valores relativos a uma larga escala de variáveis
fisiológicas, psicológicas e sociológicas, influenciadas tanto pelo estilo de vida
quanto por fatores genéticos, e que apresentam considerável variação individual
(SHEPHARD, 2003; TRIBESS; VIRTUOSO, 2005).
Dessa forma, o declínio da capacidade funcional associado ao
envelhecimento, não está relacionado somente a constituição genética, mas em
grande parte à inatividade física e mental decorrente do contexto sócio-econômico-
cultural em que o indivíduo está inserido (NIEMAN,1999; MENDES, 2005), e que
reflete em alterações nos diversos aspectos, tais como: o aspecto físico, que sofre
um crescente declínio do domínio cognitivo e das funções dos sistemas fisiológicos,
comprometendo a saúde; o aspecto psicológico, caracterizado por perdas na auto-
imagem e auto-estima, as quais geram nos idosos sentimentos de inutilidade; e o
20
aspecto social, onde a sociedade aliena o idoso do processo social (MARCHAND,
2001).
Assim, o envelhecimento saudável passa a ser resultante da relação entre
saúde física e mental, independência na vida diária, integração social, suporte
familiar e independência econômica. Se os indivíduos conseguirem envelhecer
preservando pelo maior tempo possível a sua autonomia e independência, as
dificuldades serão menores para eles, para as suas famílias e para a sociedade
(ARAGÃO et al., 2002 apud FIEDLER, 2005).
2.2 CAPACIDADE FUNCIONAL, APTIDÃO FÍSICA E ATIVIDADE FÍSICA
Considerando que saúde é um estado de completo bem-estar físico, psíquico
e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade (OMS, 1947), a
manutenção e/ou restauração da autonomia e da independência podem ser
considerados importantes indicativos de saúde para a população idosa (MENDES,
2005; PAPALÉO NETTO; PONTE, 1996).
A capacidade funcional do idoso tem sido associada à qualidade de vida, ao
convívio social, à condição intelectual, ao estado emocional e às atitudes perante o
individuo e o mundo. Assim, o conceito de capacidade funcional surge como um
novo olhar sobre a saúde do idoso, onde mesmo os idosos acometidos por alguma
doença podem continuar ativos e manter sua funcionalidade, participando do
contexto em que estão inseridos (TANAKA; SEALS, 2003; UENO, 1999; MAZO;
LOPES; BENEDETTI, 2004).
Wenger et al. (1984) apud Mazo, Lopes e Benedetti (2004) define a
capacidade funcional como a capacidade de realizar as atividades da vida diária
(AVDs) de forma independente, incluindo atividades de deslocamento, atividades de
auto-cuidado, participação em atividades ocupacionais e recreativas, ou seja, a
capacidade de manter habilidades físicas e mentais necessárias para um estilo de
vida desejável.
Embora o conceito de capacidade funcional seja bastante complexo
abrangendo outros como os de desvantagem e inabilidade, bem como os de
autonomia e independência, na prática, trabalha-se com o conceito de
capacidade/incapacidade (ROSA et al., 2003). Rosa et al. (2003) define a
21
incapacidade funcional como a presença de dificuldade, devido uma deficiência,
para realizar certos gestos e certas atividades da vida cotidiana, ou mesmo pela
impossibilidade de desempenhá-las.
A perda contínua da função de órgãos e sistemas biológicos decorrente do
processo de envelhecimento, associada às alterações psicológicas (sentimento de
velhice, estresse, depressão) tornam as pessoas idosas menos ativas, o que facilita
a aparição de doenças crônicas que contribuem para deteriorar o processo de
envelhecimento e diminuir a autonomia durante a velhice, levando o idosos à
incapacidade funcional, podendo torna-lo dependente de outras pessoas ou de
algum tipo de assistência (MATSUDO, 2000; MAZO, LOPES, BENEDETTI, 2004).
Diversos autores concordam que grande parte dos efeitos do envelhecimento
acontecem por imobilidade e má adaptação e não por causa de doenças crônicas ou
das próprias mudanças ocasionadas pelo envelhecimento (KURODA, ISRAELL,
1988; ZAGO, GOBBI, 2003; SPIRDUSO, 2005).
Um estilo de vida fisicamente inativo pode ser causa primária da incapacidade
para realizar as atividades da vida diária, contribuindo para a redução da aptidão
funcional e a manifestação de diversas doenças, no entanto, a atividade física
regular possui um importante papel para atenuar a degeneração provocada pelo
envelhecimento dentro dos vários domínios – físico, psicológico e social –
diminuindo a taxa de declínio da capacidade funcional e proporcionando ao idoso
autonomia e melhor qualidade de vida por um período de tempo maior (ZAGO,
GOBBI, 2003; PAPALÉO NETO, 1996; TRIBESS, VIRTUOSO, 2005).
Warburton, Nicol e Bredin (2006) consideram irrefutáveis as evidências a
cerca da eficiência da atividade física nas prevenções primárias e secundárias de
inúmeros processos crônicos observados no envelhecimento. Além disso, os
resultados de diversos estudos sugerem que a prática de exercício físico regular é
importante para a manutenção e melhora na capacidade funcional de indivíduos
idosos (SIMONS, 2006; ALVES et al., 2004; MATSUDO et al., 2004)
Segundo Matsudo (2006) já existem evidências de que sujeitos com maior
nível de atividade física têm melhor saúde e capacidade funcional comparados aos
sedentários da mesma idade. Gobbi & Ansarah (1992 apud ZAGO, GOBBI, 2003)
também comprovam a melhoria dos componentes da aptidão funcional em
indivíduos idosos fisicamente ativos, relatando que praticantes de atividade física de
22
forma regular tendem a apresentar uma melhor aptidão funcional e,
conseqüentemente, maior autonomia.
Além de beneficiar a capacidade funcional, a prática de exercício físico
contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja
na sua vertente da saúde e nas capacidades funcionais (VUORI, 1995; FRANCHI,
MONTENEGRO, 2005). Segundo Glaner (2003), a prática de atividade física
influencia a aptidão física, e esta tende a influenciar a qualidade e intensidade desta
prática. Entretanto, a aptidão física não é exclusivamente determinada pela atividade
física, outros fatores interagem em sua aquisição, como os ambientais, sociais e
genéticos. A idade, gênero, raça, classe social e estilo de vida também interferem no
desempenho da aptidão física (MAZO, LOPES, BENEDETTI, 2004; GLANER, 2003).
Lima (2002) define a aptidão física como a capacidade do indivíduo de
executar uma determinada tarefa. Este conceito vai ao encontro do utilizado pelo
American College of Sports Medicine, que resume a aptidão física como sendo uma
série de atributos que as pessoas têm ou adquirem, que se relacionam com a
capacidade de realizar atividades (ACSM, 2000).
Quando relacionada à saúde a aptidão física pode ser definida como a
capacidade dos sistemas do organismo (coração, pulmões, vasos sanguíneos e
músculos) de funcionar de modo eficiente, com vigor e energia, na realização de
diversas atividades sem se cansar excessivamente, e de demonstrar menor risco de
desenvolver incapacidades ou condições crônico degenerativas, associadas a
baixos níveis de atividade física (ROBERGS; ROBERTS, 2002). Uma pessoa com
boa aptidão física possui vigor adequado para se dedicar à maioria das, senão
todas, atividades que ela queira participar, tanto no trabalho, nas atividades
familiares e do lar, no lazer (incluindo exercício físico) e em outras atividades
recreativas (NAHAS, 2001; GLANER, 2003).
Diversos autores corroboram com a American Alliance for Health, Physical
Education Recreation and Dance (AAHPERD, 1988) com relação aos componentes
da aptidão física que estão relacionados à saúde, sendo eles: a resistência aeróbica,
força muscular, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal
(MONTEIRO, 1996; GUEDES; GUEDES, 1995 b; GLANER, 2003).
Ainda, Mazo, Lopes e Benedetti (2004) ressaltam que no trabalho com idosos,
além dos elementos da aptidão física relacionados à saúde, também devem ser
23
enfatizados outros componentes da aptidão física, como a coordenação, o equilíbrio,
o ritmo e relaxamento.
No campo da saúde, os componentes da aptidão física procuram abrigar
atributos biológicos que possam oferecer alguma proteção ao aparecimento e ao
desenvolvimento de distúrbios orgânicos induzidos por comprometimento da
condição funcional (GUEDES et al., 2002).
Dessa forma, a aptidão física tem sido utilizada como uma forma de se avaliar
a capacidade funcional, considerada um instrumento útil para avaliar o estado de
saúde dos idosos, porque muitos têm várias doenças simultaneamente, que variam
em severidade e provocam diferentes impactos na vida cotidiana (PARAHYBA et al.,
2005) Também Paixão Jr. e Reichenhein (2005) salientam que o estado funcional é
a dimensão-base para a avaliação geriátrica. E acrescentam que na área de
avaliação funcional permanece o uso assistemático de instrumentos, e pouco existe
em termos de adaptação para o contexto brasileiro.
Nesse sentido, houve um aumento nos últimos anos de profissionais da área
da gerontologia e ciências do exercício, enfatizando a necessidade do
desenvolvimento de testes para avaliar os parâmetros físicos, que possam ser
mensurados em indivíduos idosos com diferentes níveis funcionais (JACKSON,
1995).
Okuma (1999), coloca que a deterioração dos parâmetros físicos como força
e resistência muscular, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e coordenação, leva à
limitação funcional, que ocasionará dependência física caso essas aptidões
declinem abaixo do nível requerido para a realização das atividades da vida diária.
Segundo Ueno (1999), existem evidências de que mais de 50% dos casos de
declínio da capacidade funcional podem ser identificados e prevenidos em
indivíduos idosos.
Para Rosa Neto, Liposck e Teixeira (2006), mesmo com os inevitáveis
desajustes funcionais nos idosos, a avaliação da aptidão motora possibilita modificar
em parte, esse processo degenerativo, pois permite detectar quais as áreas motoras
estão sendo mais afetadas com o envelhecimento, possibilitando o planejamento de
intervenções direcionadas à estas necessidades, em busca de uma melhora na
capacidade funcional desses indivíduos.
Assim, no trato com sujeitos idosos, a avaliação deve além de considerar seu
estado clínico, identificar fatores que possam comprometer a independência,
24
observando os idosos em sua amplitude ou de forma multidimensional, ao invés da
aptidão física por si só (EVANS, 1984 apud FIEDLER, 2005). Nesses casos, a
aptidão física deve ser relacionada com a capacidade funcional, adotando-se a
nomenclatura aptidão funcional, definida por Clark (1989) como a capacidade para
desempenhar as demandas ordinárias e inesperadas da vida diária de forma segura
e eficaz.
Franchi e Montenegro (2005) citam a aptidão cardiorrespiratória, a força e
resistência muscular e a flexibilidade como os componentes da aptidão funcional
relacionados à saúde que mais podem ser influenciados pelas atividades físicas
habituais, sendo ainda, preditores da condição da saúde.
A observação direta do desempenho dos idosos em avaliações cognitivas,
testes de equilíbrio, marcha, flexibilidade, resistência e força de membros inferiores,
são exemplos de avaliações de funções específicas de sistemas orgânicos, aceitas
como habilidades correlacionadas com a capacidade de realização das AVDs, e que
vem sendo destacada como valiosa na complementação dos testes tradicionalmente
utilizados para avaliar a aptidão funcional de idosos, já que pessoas com bons
escores nessas avaliações podem ser consideradas, mais provavelmente,
independentes nas AVDs (PAULA, 2007).
Visto que o envelhecimento caracteriza-se, entre outros aspectos, por um
decréscimo do sistema neuromuscular, verificando-se a perda de massa muscular,
debilidade do sistema muscular, redução da flexibilidade, da força, da resistência e
da mobilidade articular, fatores que, por decorrência, determinam limitação da
capacidade de coordenação e de controle do equilíbrio corporal estático e dinâmico
(DUTHIE, KATZ, 1998 apud REBELATTO et al., 2006), a AAHPERD desenvolveu
uma bateria de testes específica para mensurar a aptidão funcional de idosos, a qual
baseia-se em cinco componentes: coordenação motora, resistência de força,
flexibilidade, agilidade e equilíbrio dinâmico, e resistência aeróbia geral (OSNESS,
1990). Tais qualidades físicas atuam como preditores da aptidão funcional, pois
reúnem condições para que o indivíduo consiga realizar suas tarefas do dia-a-dia de
modo satisfatório (TRIBESS, VIRTUOSO, 2005).
Conforme já observado, esses componentes sofrem influência da atividade
física quando praticada de forma regular, tornando-se uma avaliação importante
para o planejamento de ações junto a população idosa, a medida que possibilita
obter um perfil do idoso praticante de exercícios físicos, permitindo a definição de
25
estratégias de promoção de saúde que visem prevenir ou retardar as incapacidades
físicas. Além disso, torna-se um instrumento indispensável para o profissional que
trabalha com o público idoso, sendo ponto de partida para uma intervenção
terapêutica, pois permite identificar os problemas estabelecidos com a idade,
diferenciar os diversos tipos de debilidade e, avaliar os progressos do idoso em cada
aptidão funcional, quando submetido a um programa de terapia motora (ROSA
NETO, 2002).
A seguir, serão abordados os componentes da aptidão funcional avaliados
pela bateria de testes da AAHPERD, utilizada nesse estudo.
2.2.1 Força e resistência muscular
A força muscular pode ser definida como a quantidade de força que um
músculo produz para realizar uma contração (SPIRDUSO, 2005), ou como a força
máxima gerada por um músculo, ou por um grupo muscular, para uma determinada
velocidade de contração (POWERS; HOWLEY, 2000; ROBERGS; ROBERTS,
2002).
A resistência muscular é a capacidade dos músculos esqueléticos em
sustentar contrações rápidas (ROBERGS; ROBERTS, 2002). Zatsiorsky (1999)
conceitua a resistência muscular como a habilidade de suportar a fadiga,
manifestada em exercícios com alta resistência. Segundo o autor, os índices
absolutos de resistência mostram uma correlação considerável com a força muscular
quando a carga é relativa a 25% da força máxima, indivíduos com uma grande força
muscular podem repetir um exercício vigoroso mais vezes do que aqueles com
menor força. No entanto, quando a carga é menor, o número de repetições aumenta
rapidamente e, em termos práticos, independem da força máxima.
Com o processo de envelhecimento, a elasticidade e estabilidade dos
músculos, tendões e ligamentos se deterioram, a área transversal dos músculos
torna-se menor pela atrofia muscular e a massa muscular diminui em proporção ao
peso do corpo, o que leva a uma redução da força muscular. Além disso, há uma
diminuição na habilidade para manter força estática, maior índice de fadiga muscular
e menor capacidade para hipertrofia (OKUMA, 1998; BEMBEN et al., 1996 apud
TRIBESS, VIRTUOSO, 2005).
26
É comum no decorrer da idade, um declínio progressivo na força muscular;
diminuições pequenas e mais graduais ocorrem até aproximadamente os 60 anos,
quando então, o declínio torna-se mais acentuado. A força voluntária sofre um
decréscimo de 10 a 15% por década, o que geralmente se torna aparente somente a
partir dos 50 ou 60 anos de idade. Uma perda maior, que chega aos 30% por
década, tem sido relatada a partir dos 70 a 80 anos de idade (NÓBREGA et al.,
1999; BOOTH; WEEDEN; TSENG, 1994 apud MATSUDO et al., 2004).
Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2000) apresentam o modelo citado por
Porter et al. (1995) como o mais completo para explicar a perda da força muscular,
com o aumento da idade. Segundo esse modelo, a diminuição da força acontece por
vários mecanismos, que podem ser divididos em três grandes grupos: 1)
Mecanismos Musculares: como a atrofia muscular, alteração da contractilidade
muscular ou do nível enzimático; 2) Mecanismos Neurológicos: como a diminuição
do número de unidades motoras, mudanças no sistema nervoso ou alterações
endócrinas; e 3) Mecanismos Ambientais: como o nível de atividade física, má
nutrição ou doenças.
A perda da força muscular parece não ser necessariamente uma
conseqüência inevitável do incremento da idade, pois sofre forte influência da
diminuição na carga muscular. Sabe-se que as pessoas que se mantêm fisicamente
ativas têm somente perdas moderadas da massa muscular, no entanto, não se sabe
ao certo quanto dessa perda de massa muscular é uma conseqüência do
envelhecimento e/ou de uma diminuição do nível de atividade física (MATSUDO et
al., 2004).
Fleck (1993) afirma que alguns atletas que realizaram treinamento de força
por um longo período de tempo, mantiveram valores elevados de força muscular até
a sexta década da vida, concluindo que o decréscimo real da força muscular está
associado não só ao processo de envelhecimento, mas em grande parte à
inatividade física.
Algumas pesquisas têm mostrado que a capacidade para reagir ao
treinamento de força está preservada com o envelhecimento, como os estudos de
Federici, Luz e Farinatti (2001) e Antoniazzi e Dias (2002), os quais apresentaram
melhoras nos níveis de força de indivíduos idosos após 4 e 6 meses,
respectivamente, de um programa específico de treinamento de força.
27
Outro estudo realizado com idosos de ambos os sexos demonstrou um
aumento significativo da força muscular, particularmente no membro não-dominante,
após seis meses de participação em um programa combinado de atividade física,
composto por ginástica de manutenção e treino de força. Os autores ainda
ressaltaram que apesar dos homens serem, em termos absolutos, mais fortes do
que as mulheres, não foram observadas diferenças entre ambos os sexos na
resposta ao treino (CARVALHO et al., 2004).
Zago et al. (2000) também encontraram melhoras nos níveis de resistência de
força em indivíduos idosos, após 12 meses de intervenção de um programa não
específico para o treinamento de força, com atividades físicas generalizadas.
Desta forma, é possível concluir que tanto os programas específicos quanto
generalizados têm-se mostrado eficientes para a melhoria dos níveis de resistência e
força muscular, de forma proporcional à maneira como essas capacidades são
trabalhadas no programa de atividade física, confirmando assim, os efeitos benéficos
da atividade física sob estas capacidades (ZAGO, GOBBI, 2003).
O aumento da força muscular pode trazer diversos benefícios, como proteção
das articulações, menor risco de lesão e melhora na manutenção da postura
corporal, reduzindo as dores lombares (MAZO, LOPES, BENEDETTI, 2004). Esses
benefícios são complementados com os apresentados por Westcott e Bacechle
(2001) para o treinamento de força após os 50 anos de idade: manutenção e/ou
ganho de tecido muscular, aumento da densidade óssea mineral, manutenção e /ou
aumento do padrão metabólico, redução da gordura corporal, melhoria do
metabolismo da glicose, conservação e/ou melhoria da saúde da região lombar,
redução da dor artrítica.
À medida que os indivíduos envelhecem a força e a resistência muscular
tornam-se ainda mais importantes, já que elas associam-se a uma grande quantidade
de atividades cotidianas e principalmente, a diminuição do risco de quedas. Em
indivíduos fisicamente inativos, a fraqueza muscular pode avançar até que a pessoa
idosa não consiga mais realizar atividades comuns como levantar-se de uma cadeira,
varrer o chão ou transpor objetos (ZAGO; GOBBI, 2003; GLANER, 2003).
Para Matsudo et al. (2004) o declínio da força muscular é o principal
responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do individuo
que está envelhecendo, já que tem conseqüências funcionais no andar e no
equilíbrio, aumentando o risco de quedas e a perda da independência física
28
funcional. Dados estatísticos demonstram que 30% dos idosos caem pelo menos
uma vez por ano, resultando em fraturas e lesões, que com cicatrização deficiente
podem levar à imobilizações prolongadas e incapacidade funcionais (SILVA,
MATSUURA, 2002).
A força de membros inferiores adequada pode evitar que o individuo caia, pois
permite corrigir perdas de equilíbrio momentâneo a tempo de evitar situações de
quedas, e a força da musculatura da parte superior do corpo pode reduzir a
quantidade de lesões que resultam de uma queda interrompendo a aceleração da
queda ou estabilizando as articulações durante esta (SPIRDUSO, 2005).
Buscando relacionar as modificações da força muscular com a independência
de idosos, Brandon et al. (2000) submeteram 43 indivíduos com média de idade de
72 anos, a 16 semanas de treinamento de peso. Os resultados indicaram aumento
de 51,7% na força máxima de membros inferiores, concomitantemente, com
melhorias significativas nas tarefas de levantar da cadeira, caminhar e retornar à
posição inicial, e na tarefa de levantar do chão a partir da posição sentada. Também,
Vale, Novaes e Dantas (2005) verificaram em um grupo de idosos submetidos a
treinamento resistido de força, melhoras significativas de todos os tempos de
execução do pré para o pós-teste do protocolo GDLAM de avaliação da autonomia
funcional, constatando a eficiência do treinamento de força para a variável
autonomia funcional nas atividades da vida diária.
Diante o exposto, conclui-se que o desenvolvimento da força e resistência
muscular é um fator importante para manutenção da aptidão funcional em indivíduos
longevos, garantindo ao idoso realizar as atividades da vida diária de forma segura e
independente.
2.2.2 Agilidade e equilíbrio dinâmico
Para Robergs e Roberts (2002), agilidade é a capacidade de mudar de
direção rapidamente durante o movimento, ou de mudar a posição do corpo ou a
direção do movimento no menor tempo possível (MAZO; LOPES; BENEDETTI,
2004).
O equilíbrio, segundo Spirduso (2005) é a capacidade de manter a posição do
corpo sobre sua base de apoio, seja essa base estacionária ou móvel. Dessa forma,
o controle da oscilação postural durante uma posição imóvel é chamado equilíbrio
29
estático; enquanto que, o uso pertinente de informações internas e externas para
reagir a perturbações de estabilidade e ativar os músculos para trabalhar em
coordenação de modo a prevenir mudanças no equilíbrio, é denominado de
equilíbrio dinâmico.
Assim, quando um indivíduo realiza ações que exigem agilidade, como
mudanças bruscas de direção e caminhadas com velocidade, ele paralelamente
necessita de estabilidade e coordenação muscular para evitar perder o equilíbrio
durante o movimento, ou seja, necessita de equilíbrio dinâmico.
A manutenção do equilíbrio é essencial para que o indivíduo realize as tarefas
cotidianas, ela depende da integração de informações dos sistemas sensorial, do
sistema nervoso periférico e do sistema músculoesquelético, todos eles sobre o
comando do Sistema Nervoso Central (KONRAD et al., 1999 apud GONÇALVES,
2006).
Com relação aos sistemas sensoriais, os sistemas visual, vestibular e
somatossensorial fornecem os dados sensoriais primordiais para o equilíbrio, para
manutenção da postura e da estabilidade. O sistema visual fornece informações
sobre onde o corpo está no espaço, a que velocidade está se movendo e quais os
obstáculos que provavelmente encontrará. O sistema vestibular dá informações de
referências necessárias para controlar a oscilação postural e o equilíbrio dinâmico,
independente de dicas visuais. E o sistema somatossensorial, por sua vez, fornece
informações sobre a posição do corpo, incluindo informações da pele (aferência
cutânea), das articulações e dos sensores vibratórios; além disso, vários tipos de
reflexos são disparados pela aferência somatossensorial (SPIRDUSO, 2005).
O processo de envelhecimento, por sua vez, afeta todos os componentes que
influem no equilíbrio, sendo difícil diferenciar no idoso, os efeitos puros da idade dos
efeitos das doenças subclínicas sutis e das alterações no estilo de vida que
acompanham o envelhecimento. Alterações sutis em qualquer componente isolado
do sistema de controle postural não são suficientes para provocar a instabilidade
postural. Contudo, o acúmulo de pequenos déficits que acometem componentes
múltiplos do controle postural, pode diminuir a capacidade compensatória do
sistema, aumentando a instabilidade (CHANDLER, 2002).
As principais alterações que ocorrem com o avanço da idade e que influem no
equilíbrio dinâmico e na agilidade, são a diminuição da acuidade visual, alterações
do sistema vestibular, perdas discretas das sensações proprioceptiva e vibratória,
30
rigidez articular, perda da amplitude de movimento, diminuição da flexibilidade,
declínio da força muscular, lentificação do processamento das informações
sensoriais e da velocidade de condução nervosa, aumento da contração conjunta
dos grupos musculares antagonistas, na oscilação estática e no número de etapas
necessárias para recuperar o equilíbrio depois da perturbação (CHANDLER, 2002).
A agilidade e o equilíbrio dinâmico estão relacionados a outras capacidades
físicas, como a força muscular, flexibilidade e velocidade, que sofrem um declínio em
seus níveis com o avanço da idade, diminuindo, conseqüentemente, a agilidade e o
equilíbrio (ZAGO; GOBBI, 2003). Hobeika (1999) afirma que 65% dos indivíduos
com mais de 60 anos sofrem freqüentemente alguma sensação de tontura ou perda
de equilíbrio, sendo que, todos os indivíduos nesta idade apresentam alguma forma
de desequilíbrio.
Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2000) reforçam essa idéia acrescentando
que a sarcopenia (perda da massa muscular) observada no envelhecimento, está
associada a limitações funcionais no andar, no equilíbrio e na mobilidade,
prejudicando consideravelmente os níveis de agilidade e equilíbrio.
Portanto, as alterações que ocorrem no idoso, sejam elas pelo próprio
processo do envelhecimento ou por situações que acometem mais esta parcela da
população, geram sérios distúrbios no equilíbrio e na agilidade, aumentando a
lentidão na execução de tarefas motoras e tornando-os mais suscetíveis às quedas
e suas conseqüências (GONÇALVES, 2006).
Segundo Ferreira e Gobbi (2003) a manutenção de bons níveis de agilidade
permite uma melhor locomoção, diminui o risco de acidentes e em conjunto com as
demais capacidades físicas, proporciona uma maior independência do indivíduo na
terceira idade, contribuindo assim para evitar os efeitos negativos de uma
dependência física.
Zago e Gobbi (2003) afirmam que apesar da tendência à diminuição na
agilidade e equilíbrio, idosos mais ativos apresentam níveis mais altos dessas
aptidões quando comparados a idosos sedentários. Essa informação pode ser
corroborada pelos resultados encontrados no estudo de Ferreira e Gobbi (2003),
onde 60 mulheres, com idade média de 59,7 (± 5,9 anos), foram divididas em dois
grupos: grupo treinado (GT) – participantes de um programa supervisionado de
atividades físicas generalizadas, há pelo menos um ano, três sessões semanais de 1
hora; e grupo não treinado (GNT) – não praticantes de atividades físicas regulares e
31
supervisionadas. Para análise da agilidade geral utilizou-se o teste de agilidade e
equilíbrio dinâmico da AAHPERD, através do qual verificou-se que as mulheres que
praticavam atividades físicas regularmente e supervisionadas (GT) apresentam
melhores níveis de agilidade geral do que as mulheres não treinadas (GNT).
Diante o exposto, pode-se constatar que o equilíbrio e a agilidade sofrem um
declínio natural com o envelhecimento, que pode vir a interferir na capacidade de
locomoção de indivíduos idosos, no entanto, a prática regular de atividades físicas,
de uma forma geral, promove ganhos no desempenho dessas aptidões, podendo
retardar ou minimizar os efeitos decorrentes do processo de envelhecimento.
2.2.3 Capacidade aeróbia geral
Capacidade aeróbia é a capacidade do sistema cardiopulmonar em oferecer
sangue e oxigênio aos músculos ativos, e desses músculos em utilizar o oxigênio e
substratos energéticos para realizar trabalho durante esforço físico máximo
(ASTRAND e RODAHL, 1986 apud SPIRDUSO, 2005)
Guedes e Guedes (1995 a) afirmam que a função cardiorrespiratória, também
denominada de capacidade aeróbia, é a capacidade de o organismo adaptar-se a
esforços físicos moderados, envolvendo a participação de grandes grupos
musculares por um período de tempo relativamente longo.
A capacidade aeróbia de um indivíduo é determinada medindo-se o consumo
máximo de oxigênio (VO2 máx), ou seja, a maior quantidade de oxigênio que o
organismo pode consumir durante um esforço físico. Geralmente, ela é mensurada
quando o indivíduo caminha ou corre moderadamente em uma esteira, ou pedala
em uma bicicleta ergométrica (SPIRDUSO, 2005).
Spirduso (2005) explica que a capacidade de realizar trabalhos físicos advém
da função de vários sistemas inter-relacionados e interdependentes, como a
estrutura e função do coração, pulmões, artérias e veias, a capacidade do sistema
para converter oxigênio em energia por um longo período e a capacidade do sistema
em realizar trabalhos de curta duração na ausência de oxigênio, os quais são
cruciais para um funcionamento físico independente. Ainda segundo o autor, durante
a juventude, as atividades da vida diária ocupam demandas físicas mínimas nesses
sistemas; portanto, as diferenças na capacidade física entre pessoas jovens aptas e
não-aptas fisicamente não são tão óbvias. Essas diferenças só começam a tornar-se
32
observáveis quando o esforço físico dinâmico é exigido, seja uma atividade
cotidiana, ou um exercício físico específico. Com o aumento da idade, tarefas de
menor demanda física requerem cada vez mais das reservas da capacidade de
trabalho.
No aparelho cardiovascular, as mudanças fisiológicas mais notáveis
associadas ao envelhecimento, são as alterações estruturais cardíacas: maior
rigidez da aorta, maior rigidez do coração, aumento na espessura da parede
ventricular esquerda e na massa ventricular, redução da elasticidade das artérias; e
as alterações morfológicas e funcionais na circulação: diminuição do débito cardíaco,
da freqüência cardíaca, do volume sistólico, do VO2 máximo, e aumento da pressão
arterial, da concentração de ácido láctico, do débito de oxigênio. Essas mudanças
em conjunto, reduzem a capacidade física através da redução do consumo máximo
de oxigênio, resultando numa menor capacidade de adaptação e recuperação aos
exercícios (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000; SHEPHARD, 2003;
NÓBREGA et al., 1999 apud FIEDLER, 2005).
Enquanto o envelhecimento degrada os sistemas que suportam a capacidade
de trabalho físico, o exercício físico sistemático geralmente melhora esses sistemas,
aumentando a distância da fadiga em indivíduos que mantém um nível de função
física o mais alto possível. Embora o treinamento físico não possa prevenir uma
perda relacionada à idade do VO2 máximo, pode alterar substancialmente os níveis
globais dessa capacidade (SPIRDUSO, 2005).
Um exemplo desta afirmação é o estudo de Kohrt et al. (1991), que submeteu
um grupo de idosos com faixa etária 60 a 70 anos, a um trabalho de resistência
aeróbia, verificando um aumento de 22 a 30% no VO2 máximo da amostra. Contudo,
os pesquisadores alertam que a intensidade da atividade deve ser adequada, para
que proporcione tais alterações, devendo ser realizada aproximadamente, a 65% do
VO2 máximo de cada indivíduo.
A prática de exercícios físicos atua promovendo melhoras no volume de
ejeção, o que auxilia na manutenção do débito cardíaco; aumento ou aprimoramento
da captação e extração do oxigênio do sangue pelos tecidos (consumo máximo de
oxigênio); volume sangüíneo total e tônus das veias periféricas aumentadas, o que
reduz a resistência vascular; freqüência cardíaca de repouso diminuída;
modificações benéficas nas funções hemodinâmicas, hormonal, metabólica e
33
respiratória do organismo; resultando no aumento da capacidade aeróbia
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003; SPIRDUSO, 2005).
De acordo com Pollock e Wilmore (1993), citados por ILKIV (2005), essa
melhora na função cardiorrespiratória é decorrente de múltiplos fatores. Geralmente,
desde que um limiar mínimo de intensidade seja atingido, a magnitude dessa
melhora depende do trabalho total ou do custo energético do programa de exercício
realizado. A efetividade de um programa de atividade física sobre o sistema
cardiorrespiratório dependerá da freqüência, intensidade e duração do programa de
exercícios, bem como das condições de saúde do praticante, do seu nível de aptidão
inicial, do tipo de atividade física praticada e da faixa etária em que se encontra.
2.2.4 Flexibilidade
A flexibilidade pode ser definida como a capacidade de maximizar a amplitude
articular do movimento, ou seja, ela é a responsável pela movimentação voluntária
de uma articulação, ou articulações, com máxima amplitude, dentro dos limites
morfo-fisiológicos (ROBERGS; ROBERTS, 2002; MAZO; LOPES; BENEDETTI,
2004). Gettman (1994) a define como a capacidade de movimentar as partes do
corpo, através de uma ampla variação de movimentos sem distensão excessiva das
articulações e ligamentos musculares.
A flexibilidade se manifesta de duas formas: flexibilidade estática, considerada
a amplitude de movimento ao redor de uma articulação, mensurada sem qualquer
movimento articular; e flexibilidade dinâmica, definida como a resistência, ou as
forças que se opõem ao movimento de uma articulação por meio de qualquer
amplitude, e não apenas a amplitude em si (FOSS; KETEYIAN, 2000).
Segundo Foss e Keteyian (2000) o grau de flexibilidade de uma articulação é
limitado por estruturas como o osso, o músculo, os ligamentos e outras estruturas
associadas a cápsula articular, tendões e outros tecidos conjuntivos, e pele, sendo
os denominados tecidos moles (ligamentos, cartilagens, etc) a principal limitação
para a amplitude articular.
A flexibilidade é bastante específica para cada articulação, podendo variar de
indivíduo para indivíduo, e até mesmo nas várias articulações de um único indivíduo,
sendo assim, um indivíduo pode apresentar níveis altos de flexibilidade em
34
determinada articulação, mas não necessariamente irá apresentar índices
equivalentes a este nas demais (ACHOUR JR., 2004).
Basicamente a flexibilidade é resultante da capacidade de elasticidade
demonstrada pelos músculos e os tecidos conectivos, combinados à mobilidade
articular, com isso, a manutenção de uma boa elasticidade dos tecidos muscular e
conectivo, poderá garantir a manutenção de níveis desejados de flexibilidade
(GUEDES; GUEDES, 1995 a).
Alguns fatores como sexo, idade, temperatura corporal, nível de atividade
física e tipo de treinamento, apresentam influência direta sobre a estrutura e
composição desses tecidos, levando conseqüentemente a um comportamento
bastante diversificado dos níveis de flexibilidade articular (ACHOUR JR., 2004;
GETTMAN, 1994; GLANER, 2003).
Com o avanço da idade, há um declínio natural na flexibilidade; a limitação na
amplitude de movimento se deve ao aumento da proporção do tecido conectivo na
massa muscular, à desidratação da articulação e à deficiência de colágeno que
diminui a “elasticidade” dos tendões, ligamentos e cápsulas articulares
(REBELATTO et al., 2006; ILKIV, 2005).
Esse declínio na flexibilidade pode estar relacionado a outras razões, além da
idade por si só, como um trauma ocasionado por estresse mecânico, doenças tais
como artrite, desuso devido à redução de atividade física ou imobilização e
inatividade física. Dentre esses fatores, o desuso e a falta de exercícios de
alongamento são a maior causa de declínio da flexibilidade em idosos, aliados aos
efeitos fisiológicos do envelhecimento, produzem enrijecimento dos tecidos
conectivos (ligamentos, tendões, músculos), restringindo a amplitude articular
(UENO et al., 2000; ACHOUR JR., 2004).
O exercício físico pode ser considerado um elemento importante para a
manutenção e o aumento da flexibilidade, contribuindo também para a estabilidade
da articulação (UENO et al., 2000; SPIRDUSO, 2005). Dessa forma, a flexibilidade
pode ser melhorada em qualquer idade, através de exercícios que promovam a
elasticidade dos tecidos moles (ROBERGS; ROBERGS, 2002).
Contudo, para que as atividades físicas tenham influência positiva sobre os
níveis de flexibilidade, as articulações devem ser solicitadas acima da amplitude de
movimento habitual. Embora hajam estudos que demonstrem ganhos na flexibilidade
com treinamento generalizado, não se pode afirmar com segurança que tal
35
treinamento aumenta essas capacidades, visto que nem todos os ganhos
observados na flexibilidade são estatisticamente significantes (UENO et al., 2000),
esse fato pode ser observado nos estudos de Rebelatto et al. (2006), Ueno et al.
(2000), Rikli e Edwards (1991), entre outros.
Outras pesquisas que avaliaram a flexibilidade em idosos submetidos a
programas de atividade física referentes a alongamento e flexibilidade, encontraram
efeitos positivos na flexibilidade de articulações variadas (THOMPSON; OSNESS,
2004; VERGEER; ROBERTS, 2006).
Atualmente, há um consenso de que níveis mínimos de amplitude articular
são necessários para uma boa qualidade de vida, considerando a flexibilidade como
um importante componente da aptidão física relacionada a saúde (FARINATTI,
2000).
A manutenção de bons níveis de flexibilidade nas principais articulações tem
sido comumente associada a maior resistência as lesões articulares e musculares,
menor propensão quanto a incidência de dores musculares, principalmente na
região dorsal e lombar, prevenção contra problemas posturais e diminuição da
tensão muscular (FARIAS JR.; BARROS, 2007; GLANER, 2003).
No entanto, essa capacidade diminuída restringe as possibilidades de
movimento, podendo comprometer a realização das tarefas diárias e profissionais. A
redução da flexibilidade à medida que ocorre o envelhecimento, pode ocasionar
perda parcial da independência dos movimentos, ou de modo mais sério, causar
total dependência do indivíduo (ACHOUR JR., 2004).
Uma flexibilidade reduzida nos movimentos de extensão do joelho, flexão do
quadril, e extensão de membros superiores está correlacionada com declínio da
habilidade de deslocamento, de curvar-se para o chão, e o uso de mãos e braços
para realização das atividades da vida diária (como pentear o cabelo, ou lavar as
costas), respectivamente (GONÇALVES; GURJÃO; GOBBI, 2007).
Ainda, a redução da flexibilidade do quadril está associada a dores na região
lombo-sacral (RIIHIMAKI, 1991), a desvios posturais (JONES, 1997) e a limitações
no desempenho funcional nas atividades diárias (POLLOCK, 1998), como vestir-se,
andar, subir escadas ou subir/descer do ônibus, conforme citado por Ueno et al.
(2000).
Segundo a ACSM (1996) baixos níveis de flexibilidade da região lombar e da
musculatura posterior da coxa, aliada a uma reduzida força/resistência destas
36
regiões e outros fatores etiológicos, contribui para o desenvolvimento da dor lombar
de origem muscular. No entanto, esta mesma instituição coloca que são necessárias
mais evidências científicas para tal afirmação.
Portanto, a restrição na amplitude de movimento das grandes articulações
torna-se maior com o processo de envelhecimento e, eventualmente, a
independência é ameaçada porque o indivíduo não consegue realizar as atividades
cotidianas com facilidade, como utilizar um carro ou um banheiro sem adaptações,
subir uma pequena escada ou mesmo realizar os movimentos de se vestir, calçar e
pentear os cabelos (REBELATTO et al., 2006).
Diante destas premissas, fica evidente a importância da flexibilidade para
garantir um melhor bem-estar, diminuir o risco de lesões, melhorar a postura
corporal e proporcionar maior eficiência na realização de atividades da vida diária,
aumentando a autonomia e capacidade funcional, principalmente nos indivíduos
mais idosos.
2.2.5 Coordenação
Coordenação neuromuscular, segundo Spirduso (2005), significa organizar e
ativar músculos grandes e pequenos com a magnitude de força correta na
seqüência mais eficiente. De um modo geral, referir-se a um indivíduo como sendo
“coordenado”, está relacionado à capacidade da pessoa de coordenar os olhos,
mãos e pés de maneira que um movimento específico possa ser realizado para
atingir um objetivo.
A coordenação permite ao indivíduo assumir a consciência da execução dos
movimentos, levando-o ao encontro de uma integração progressiva de aquisições, e
favorecendo-o a uma ação dos diversos grupos musculares, com vistas à realização
de uma seqüência de movimentos com o máximo de eficiência e economia (MAZO;
LOPES; BENEDETTI, 2004).
Quanto melhor for a qualidade da coordenação, tanto mais fácil e
precisamente será realizado o movimento, e com maior economia de esforço
muscular, de modo que o consumo energético decresce e, conseqüentemente, a
capacidade máxima de oxigênio aumenta (DIAS; DUARTE, 2005).
A coordenação é a base para o aprendizado sensório-motor e facilita a
aprendizagem de movimentos novos, bem como a correção e automatização de
37
movimentos já conhecidos (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2004). Nas tarefas
cotidianas a coordenação psicomotora, ou neuromuscular, se faz necessária em
todos os movimentos, variando apenas no grau de solicitação (DIAS; DUARTE,
2005). Bons níveis de coordenação facilitam a realização de várias tarefas motoras,
podendo também auxiliar de forma positiva outras capacidades físicas devido sua
interação com outros elementos como a força, velocidade, flexibilidade e resistência
(ZAGO; GOBBI, 2003; MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2004).
Com o envelhecimento, há uma deterioração dos esquemas perceptivos e
motores que foram cuidadosamente desenvolvidos e mantidos durante anos; esse
processo, associado à redução nos movimentos que exigem coordenação, resulta
em um comprometimento da coordenação motora e uma crescente diminuição do
rendimento motor dos indivíduos idosos, podendo ocasionar regressões gradativas
nas atividades diárias, profissionais ou psíquicas (SPIRDUSO, 2005; MAZO;
LOPES; BENEDETTI, 2004; DIAS; DUARTE, 2005).
Spirduso (2005) afirma que as pessoas mais idosas geralmente pré-
programam, programam e reprogramam os movimentos discretos da mesma
maneira que as pessoas jovens, só que mais lentamente. Elas ainda parecem
preferir mais a precisão à velocidade, em movimentos de precisão simples com as
mãos. Segundo Mcardle, Katch e Katch (1998), esse fato deve-se a queda da
função do sistema nervoso central decorrente do envelhecimento, que implica num
declínio de 37% no número de axônios medulares e num declínio de 10% na
velocidade de condução nervosa, conseqüentemente, o tempo de reação torna-se
mais lento, com prejuízo na sensibilidade e na resposta motora aos estímulos, que
levam a uma queda do desempenho neuromuscular.
Dentre os vários tipos de coordenação, a óculo-manual é particularmente
importante na vida dos idosos, pois as funções sensoriais são as mais afetadas pelo
processo de envelhecimento, levando a um declínio da visão causado pela
deteriorização da córnea, da lente, da retina e do nervo óptico e, também, de uma
falta de firmeza das mãos e pernas (RAUCHBACH, 1990 apud DIAS; DUARTE,
2005).
Assim sendo, a coordenação motora deve estar dentre os principais fatores a
serem trabalhados num programa de atividade física dirigido para o idoso, já que
exerce forte influência no desempenho de tarefas como abotoar as próprias roupas,
escrever, digitar, cortar com faca, manipular uma agulha ou alfinete, discar número
38
de telefone, entre outras necessárias para que o idoso possa viver de maneira
independente (DIAS; DUARTE, 2005; SPIRDUSO, 2005).
Embora grandes decréscimos sejam vistos em muitos tipos de coordenação e
habilidade, a prática de atividades físicas pode atenuar bastante estas perdas,
conforme observado por Dias e Duarte (2005) ao avaliarem indivíduos idosos
participantes de um programa de atividades físicas generalizadas por três anos. Os
autores concluíram que a prática de atividade física contribui para a melhora ou
manutenção do nível de coordenação motora de indivíduos idosos, amenizando os
efeitos do processo de envelhecimento nessa habilidade. Polastri et al. (1999)
também verificaram melhoras significativas nos níveis de coordenação em idosos
fisicamente ativos, aplicando o teste de coordenação proposto pela AAHPERD
quatro vezes no ano, durante um ano de participação dos idosos em um programa
de atividades físicas generalizadas, com intensidade moderada.
Certos de que a coordenação motora é essencial na execução de atividades
do cotidiano, como abrir uma porta, cortar alimentos, tomar banho, costurar etc, é
possível deduzir que a manutenção de bons níveis dessa aptidão contribui para a
qualidade de vida do indivíduo idoso. Embora o envelhecimento atue depredando a
coordenação, diversos estudos corroboram com os efeitos positivos da atividade
física na manutenção dessa aptidão. Conforme observado, mesmo programas de
atividade física generalizada (não específico para determinado parâmetro de aptidão
funcional), pode melhorar os níveis de coordenação motora em pessoas da terceira
idade, e assim contribuir para maior autonomia do idoso.
2.3 PERÍODO DE INTERRUPÇÃO E DESTREINO
Reduções na rotina de atividades físicas são ocorrências comuns que afetam
quase todas as pessoas, e que estão associadas a conseqüências tanto fisiológicas
quanto psicológicas (PEREIRA, 2005).
Ao se interromper um programa de treinamento físico ou a prática regular de
exercícios físicos, é provocado no organismo um processo de estagnação e perda
das adaptações fisiológicas adquiridas durante o treino, provocando um processo de
destreinamento (WEINECK, 1999). Esse fenômeno também tem sido denominado
de efeito de pausa de treinamento, magnitude de reversibilidade ou mais
39
comumente processo de destreinamento, e é proporcional ao período de ausência
de estímulo, ou seja, ao período de destreino (RASO; MATSUDO; MATSUDO, 2001;
FLECK; KRAEMER, 1999; WILMORE; COSTIL, 1999).
Nesse sentido, destreino é compreendido como o período de interrupção ou
de diminuição significativa do nível de treinamento, que provoca um reajuste nos
sistemas corporais, de acordo com o estímulo fisiológico diminuído (TOURINHO
FILHO; BARBANTI, 2000). De forma semelhante, Fleck e Kraemer (1999) definem o
destreinamento como um processo de descondicionamento que afeta o
desempenho por causa da diminuição da capacidade fisiológica.
De acordo com Pereira (2005) o destreino pode ser entendido como a parada
parcial ou total do treinamento físico e, portanto, a retirada dos estímulos destinados
a manter as adaptações. Quando ocorrem mudanças de função ou atividade, os
organismos e os órgãos se adaptam isoladamente a essas modificações, porém,
todas as adaptações induzidas pelo treino são transitórias ou passageiras, dessa
forma, as características adquiridas por meio do treinamento, perdem-se e/ou
retornam aos limites iniciais pré treinamento, após determinado período de
inatividade (CHIESA, 2007).
Quando o treinamento físico é totalmente suspenso, o destreino produz
efeitos mais acentuados que a suspensão parcial (treinamento reduzido), pois este
último mantém alto nível de estímulos que preservam as adaptações
cardiovasculares e metabólicas. Assim, o destreinamento pode levar a perda parcial
ou completa das adaptações anatômicas, fisiológicas e de performance, conforme a
redução ou suspensão dos exercícios físicos (PEREIRA, 2005).
Inerente aos benefícios adquiridos com o treinamento físico (princípio da
adaptação) é o princípio da reversibilidade/continuidade, o qual mostra que quando
o treinamento físico é suspenso ou reduzido, os sistemas corporais se reajustam de
acordo com a diminuição do estímulo (COYLE, 1994), por isso, há sempre a
necessidade de manutenção do treinamento em níveis contínuos para a
manutenção de um estado de treinamento mais elevado (CHIESA, 2007).
A perda nos níveis de adaptação adquiridos no treino estão intimamente
relacionados ao período de tempo em que foram adquiridos, dessa forma, toda
aquisição que se ganha lentamente e em um tempo prolongado mantém-se com
mais facilidade e perde-se com mais lentidão do que as aquisições conseguidas
rapidamente e em um tempo curto (BARBANTI, 1986).
40
Tourinho Filho e Barbanti (2000) alertam que as respostas do destreino sobre
a musculatura esquelética e a força de indivíduos altamente treinados, que
regularmente se comprometem com programas de treinamento intensos por vários
anos, aparentemente diferem daquelas de indivíduos que treinam por poucos meses
antes de experimentarem o destreino.
No entanto, a maior parte das pesquisas relacionadas ao processo de
destreinamento tem investigado sujeitos atletas, ou adultos jovens, principalmente
sobre a implicação do destreino na força muscular e sistema cardiovascular. São
escassas as pesquisas que estudam o destreinamento em indivíduos idosos,
sobretudo com relação aos efeitos que exerce na aptidão funcional, considerada um
importante indicativo de independência e autonomia no indivíduo senil.
A necessidade de pesquisas a cerca do período de destreino nessa
população justifica-se pelas características peculiares que indivíduos idosos
assumem, as quais exigem um foco de estudo diferente das pesquisas com
indivíduos de outras faixas etárias e com díspares condições físicas. Na terceira
idade, o período de interrupção das atividades físicas não ocorre somente no
período de férias, há várias causas para que um idoso interrompa o seu treino, como
doenças, indisposições físicas, viagens, desmotivação, entre outras.
Para Teixeira-Salmela et al. (2003) apesar das evidências de que declínios
fisiológicos ocorrem durante o destreino, essas medidas não se constituem,
necessariamente, em requisitos para alterações psicossociais; sendo ainda
deficiente na literatura a relação entre o desempenho funcional, qualidade de vida e
o destreinamento, uma vez que essas medidas envolvem processos mais
complexos. A autora avaliou em 23 idosos da comunidade, o desempenho funcional
e a qualidade de vida após um programa de treinamento de exercícios
generalizados, seguido por um período de três meses de destreino. Os resultados
revelaram que o treinamento proporcionou melhoras em todas as variáveis
analisadas, sendo demonstrada no desempenho funcional pelo aumento significativo
na velocidade da marcha e na habilidade para manusear escadas. Além disso, os
participantes relataram melhor capacidade de realizar atividades da vida diária e
recreacionais, o que pode ter contribuído para a melhoria da qualidade de vida
encontrada pós-treinamento. Todavia, todos os ganhos observados nas medidas de
desempenho funcional no pós-treinamento foram perdidos após o destreino,
permanecendo apenas os ganhos observados na medida de qualidade de vida. A
41
habilidade de reter os ganhos obtidos na qualidade de vida foi relacionado pela
autora com o provável aumento dos níveis de energia, de habilidade física e de auto-
estima, decorrentes do programa de treinamento físico.
No estudo de Rosa (2006), verificou-se um declínio significativo no índice de
aptidão funcional geral (IAFG) de mulheres idosas, após 12 semanas de interrupção
de um programa de atividades aquáticas. Também Costa et al. (2005), visando
avaliar a aptidão física em idosos praticantes de musculação e exercícios não-
resistidos após um período de 40 dias sem prática de atividade física efetiva,
verificou redução da força muscular de membro superior (11,5%) e inferior (19,7%),
da resistência muscular de membro inferior (8,7%) e da aptidão aeróbia (3,6%) após
a interrupção.
A luz dessas evidências, considera-se relevante que a prática de atividades
físicas em indivíduos idosos seja freqüente, contínua e regular, para que possa
produzir as adaptações fisiológicas necessárias para alcançar os benefícios dela
decorrentes (PEREIRA, 2005), contribuindo para um envelhecimento ativo, com
independência e bem-estar.
42
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Este estudo foi descritivo do tipo comparativo, constituindo-se da coleta de
dados e registro de variáveis para posteriores análises. Este tipo de pesquisa não
permite o isolamento e controle de variáveis supostamente relevantes, mas permite
estabelecer relações entre as mesmas (RUIZ, 1996).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população desta pesquisa foi composta por 200 (duzentos) idosos, 164 do
sexo feminino e 36 do sexo masculino, participantes do programa “Grupo de Estudos
da Terceira Idade” – GETI da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
O GETI oferece aos idosos as seguintes atividades físicas: hidroginástica, natação,
yoga, musculação e dança de salão; muitos idosos, adaptados à política de
envelhecimento ativo, participam de mais de uma modalidade oferecida pelo
programa.
O processo de amostragem foi intencional, sendo a seleção da amostra
realizada com base nos seguintes critérios de inclusão:
- Participação voluntária na pesquisa, após convite prévio;
- Mulheres com idade acima de 60 anos de idade;
- Praticantes de exercício físico regular no GETI por no mínimo seis meses;
- Ficha diagnóstica completamente respondida;
- Idosas que realizaram todos os testes motores em novembro de 2006 e em
março de 2007.
Diante esses critérios a amostra foi constituída por 47 idosas praticantes de
exercício físico regular, com idade média de 67,26 anos (DP = 5,447), sendo 32
idosas praticantes de hidroginástica, 13 idosas praticantes de natação e 2 idosas
praticantes de yoga. Todas as modalidades são realizadas duas vezes por semana,
43
com duração de 50 minutos cada sessão.
Nesse estudo, a opção da amostra ser do sexo feminino se dá devido ao fato
dos valores normativos da aptidão funcional geral, existentes no Brasil, avaliados por
meio da bateria de testes da AAHPERD, terem sido desenvolvidos, até o momento,
somente para idosos do sexo feminino, por Zago e Gobbi (2003) e Benedetti et al.
(2007).
3.3 INSTRUMENTOS
- Ficha diagnóstica contendo dados de identificação (gênero, idade e
modalidade(s) que pratica no GETI), estado de saúde, doenças ou limitações,
e se pratica outra atividade física regular, além da modalidade praticada no
GETI (APÊNDICE A).
- Ficha diagnóstica contendo os mesmo dados da ficha anterior, acrescida de
uma questão aberta sobre a prática de atividade física nas férias (realizou
atividade física nas férias? Qual (s)? Quantas vezes na semana? Duração da
atividade?) (APÊNDICE B).
- Bateria de testes validada para idosos da American Alliance for Health,
Physical Education, Recreation and Dance - AAHPERD (OSNESS et al.,
1990), que apresenta testes motores que avaliam a flexibilidade (FLEX),
coordenação (COO), agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL), resistência de
força (RESISFOR), e a resistência aeróbia geral (RAG), fornecendo o índice
de aptidão funcional geral (IAFG) dos idosos (ANEXO A).
Na bateria de testes da AAHPERD, coordenação, agilidade e equilíbrio
dinâmico e resistência aeróbia geral são mensuradas em segundos, flexibilidade em
centímetros, resistência de força pelo número de repetições que o idoso flexiona o
braço com o peso em 30 segundos, e IAFG pela soma dos escores percentis dos
cinco testes motores.
A escolha desta bateria se deu devido ao fato dela ser considerada a mais
antiga bateria de testes utilizada para avaliar a aptidão funcional de idosos
(BENEDETTI et al., 2007), de baixo custo, fácil aplicação e montagem, sem
necessidade de grandes espaços para sua realização. Além disso, é possível
relacionar os resultados obtidos por meio dos testes motores dessa bateria com o
44
desempenho funcional do idoso nas atividades diárias e com os valores normativos
da aptidão funcional geral para idosos brasileiros do sexo feminino (BENEDETTI et
al., 2007; ZAGO, GOBBI, 2003).
3.4 COLETA DE DADOS
Esta pesquisa faz parte da pesquisa intitulada “Desenvolvimento de valores
normativos para a bateria de testes da AAHPERD para idosos” que foi aprovada no
Comitê de Ética da UDESC em 29/03/2005, processo nº 163/2005 (ANEXO B).
Os dados foram coletados por alunos do CEFID/UDESC previamente
treinados. Inicialmente realizou-se um contato pessoal com os idosos do Programa
GETI/UDESC, esclarecendo o objetivo da pesquisa e solicitando a participação das
mesmas nesta. Em seguida, foram agendados a data, o horário e o local para
aplicação da bateria de testes da AAHPERD.
No dia da aplicação da bateria de testes, explicou-se aos idosos como
deveriam ser realizados os testes, conforme estabelecido no protocolo (ANEXO A).
Os idosos ao concordarem em participar da pesquisa, assinaram o termo de
consentimento em duas vias, ficando uma via de posse do idoso e outra do GETI
(ANEXO C). Em seguida, foram aplicados os teste da bateria da AAHPERD.
A primeira aplicação dos testes ocorreu nos dias 15 e 16 de novembro de
2006. Após 12 semanas de férias, os idosos retornaram ao programa, onde
novamente foi aplicada a bateria de testes, nos dias 5, 6, 7 e 8 de março de 2007,
seguindo o mesmo protocolo da coleta de dados realizada em novembro de 2006.
Os testes foram realizados no Ginásio III e na pista de atletismo do Centro de
Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID/UDESC.
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS
Após a coleta de dados, os resultados dos testes foram armazenados no
programa excel, e comparados com os valores normativos para a bateria da
AAHPERD elaborados por Zago e Gobbi (2003) e por Benedetti et al. (2007), por
meio do cálculo de escore-percentil.
45
As tabelas 1 e 2 trazem os percentis para os resultados obtidos nos cinco
testes motores, de acordo com cada extrato etário, ou seja, dependendo do valor
obtido em cada teste, o participante recebe uma pontuação (escore-percentil).
Tabela 1 - Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 70 anos.
Fonte: Zago e Gobbi (2003)
Tabela 2 - Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos.
Fonte: Benedetti et al. (2007)
Os valores normativos para a população de idosas de 60 a 70 anos e para a
população de idosas de 70 a 79 anos propõem uma classificação qualitativa em
cinco níveis, de acordo com a tabela abaixo (Tabela 3). Essa classificação permite
obter informações de como o indivíduo se classifica perante o grupo e em relação a
si mesmo, o que pode ajudar na detecção de capacidades que precisam ter maior
ênfase durante as aulas (ZAGO; GOBBI, 2003).
Gobbi, Zago e Villar (1998) fizeram uso desta classificação separando, em
estudos preliminares, os percentis em cinco categorias, mostrando que esta divisão
é um bom parâmetro para comparar onde o indivíduo se localiza em relação ao
grupo e para verificar o nível dos componentes de aptidão funcional de cada
participante.
Classificação Percentil COO(s) RESISFOR (rep) FLEX (cm) AGIL (s) RAG (s)
Muito fraco 0-19 25,3 – 14,6 10 – 17 11,5 – 24,0 44,4 – 26,5 727 – 547
Fraco 20-39 14,5 – 12,8 18 – 21 24,5 – 44,5 26,4 – 23,7 546 – 509
Regular 40-59 12,7 – 11,7 22 – 24 45,0 – 53,5 23,6 – 21,5 508 – 491 Bom 60-79 11,6 – 10,1 25 – 28 54,0 – 61,5 21,4 – 19,6 490 – 463
Muito bom 80-100 10,0 – 7,7 29 - 43 62,0 – 82,5 19,5 – 10,3 462 - 393
Classificação Percentil COO(s) RESISFOR (rep)
FLEX (cm) AGIL (s) RAG (s)
Muito fraco 0-19 >14,5 < 17 < 49,0 > 28,9 > 601
Fraco 20-39 14,4 – 12,1 18 –19 49,1 – 56,0 28,8 – 26,3 600 – 546
Regular 40-59 12,0 – 11,1 20 – 21 57,0 – 62,9 26,2 – 24,4 545 – 525
Bom 60-79 11,0 – 10,2 22 – 24 63,0 – 70,0 24,3 – 22,8 524 – 505
Muito bom 80-100 < 10,1 > 25 >71,0 < 22,7 < 504
46
Tabela 3 - Classificação dos testes motores e do Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG), referentes aos pontos obtidos em cada teste da bateria da AAHPERD, de mulheres ativas entre 60 e 70 e 70 e 79 anos.
Testes motores Classificação IAFG
0-19 Muito fraco 0-99
20-39 Fraco 100-199
40-59 Regular 200-299
60-79 Bom 300-399
80-100 Muito bom 400-500
Fonte: Zago e Gobbi (2003); Benedetti et al. (2007)
Para obter o Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG) deve-se encontrar o
percentil de cada teste motor, através dos resultados obtidos nos testes e conforme
as tabelas de cada extrato etário (Tabela 1 - 60 a 70 anos e Tabela 2 - 70 a 79
anos). Em seguida, realiza-se o somatório dos percentis dos cinco testes, e com o
valor encontrado neste somatório, verifica-se a classificação do IAFG, de acordo
com a Tabela 3. Para valores exatos dos percentis de acordo com o desempenho
em cada teste motor, é necessário conferir o resultado dos testes com as tabelas
dos artigos originais (ZAGO; GOBBI, 2003; BENEDETTI et al., 2007).
A Tabela 4 mostra de forma simples como foi feito o cálculo do IAFG, de
acordo com o resultado de cada teste de um dos participantes. A soma dos escores-
percentis dos cinco testes resultou em 199. Na tabela 3, verifica-se que o resultado
da participante (tomada como exemplo) indica um IAFG fraco.
Tabela 4 - Exemplo de cálculo do IAFG de uma mulher com idade entre 60 a 70 anos.
Fonte: Zago e Gobbi (2003)
Depois de organizados no programa excel e classificados de acordo com os
valores normativos para mulheres com idade entre 60 e 79 anos, os dados foram
exportados para o programa estatístico SPSS 11.0 for Windows, através do qual
Testes Resultado do Teste Pontos (escore percentil)
COO(s) 11,7 57
RESISFOR (rep) 20 33
FLEX (cm) 50,9 51
AGIL (s) 26,4 20
RAG (s) 510 38
IAFG (somatório dos escores-percentis) 199
47
realizou-se a análise estatística.
Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-
Smirnov, verificando-se distribuição normal para as variáveis: resistência aeróbia,
flexibilidade e IAFG (p>0,05), e distribuição não normal para as variáveis força,
coordenação e agilidade (p<0,05). Assim, utilizou-se o teste T para amostras
pareadas, e como alternativa não-paramétrica a este teste, o teste de Wilcoxon para
as variáveis não-paramétricas. Utilizou-se também o teste do Qui-quadrado para
analisar a relação entre as variáveis categóricas (prática de atividade física nas
férias e classificação das aptidões funcionais e do IAFG), adotando um nível de
significância de p<0,05.
48
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Após a coleta dos dados e registro das informações adquiridas na ficha
diagnóstica, realizou-se a análise estatística dos resultados médios da amostra, os
quais serão apresentados neste capítulo.
Com base na ficha diagnóstica aplicada no final do programa (novembro de
2006), verificou-se que a maioria das idosas (57,44%, n=27) praticava outra
atividade física regular além da modalidade praticada no GETI, enquanto que,
42,55% (n=20) das idosas praticavam apenas a atividade física oferecida pelo
programa.
A figura 1 apresenta as modalidades praticadas pelas idosas fora do GETI, e
a figura 2, a constância de realização dessa prática. Vale destacar que 3 idosas
afirmaram praticar mais do que duas atividades físicas regularmente além das
modalidades praticadas no GETI.
tai-chi-chuan
caminhada
alongamentoginástica
nenhuma AF
musculaçãodança
hidroginástica
0
5
10
15
20
25
42,55%
46,80%
6,38%
4,25%
2,12%
Figura 1 – Freqüência (n) e percentagem (%) das atividades físicas praticadas pela amostra fora do
programa GETI.
49
44,44%
22,22%
18,52%
7,41% 7,41%
0
2
4
6
8
10
12
n
1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 7 vezes
Figura 2 – Freqüência (n) e percentagem (%) da realização semanal de atividades físicas praticadas
pela amostra fora do programa GETI.
Diante a figura 1 é possível destacar a caminhada como sendo a atividade
física regularmente praticada mais citada pelas idosas. Entretanto, a figura 2
demonstra que a maior parte das atividades realizadas fora do GETI são de baixa
freqüência, sendo referidas pela maior parte das idosas com realização média de
uma (1) vez por semana. A duração dessas atividades não foi investigada pelo
estudo.
Quanto à aptidão funcional das idosas, a tabela 5 apresenta os resultados
descritivos (freqüência simples, percentagem, média e desvio padrão) acerca dos
dados da amostra referentes à avaliação das aptidões funcionais no final do
programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas
(março de 2007), classificando a média do grupo em cada teste motor de acordo
com cinco níveis: muito fraco, fraco, regular, bom e muito bom, conforme os valores
normativos estabelecidos para cada faixa etária (ZAGO; GOBBI, 2003; BENEDETTI
et al., 2007).
A Tabela 5 demonstra que a amostra apresentou em sua maioria, um Índice
de Aptidão Funcional Geral (IAFG) regular que se manteve após o período de
interrupção, apesar de uma pequena queda. A categoria do IAFG “muito bom” que
antes das férias constituía 4,3% da amostra e tornou-se inexistente após a
interrupção do programa, aumentou o número de idosos com IAFG fraco, de 29,8%
para 31,9%, diminuindo a média geral do grupo nessa variável.
50
Tabela 5 – Freqüência (f), percentagem (%), média ( ) e desvio padrão (DP) das aptidões funcionais e do IAFG no final do programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2007).
Antes do período de
interrupção Após período de interrupção Aptidões funcionais
f % DP f % DP Força (rp) Muito fraco 17 36,2 9 19,1 Fraco 15 31,9 15 31,9 Regular 4 8,5 19,57 5,064 10 21,3 21,94 5,019 Bom 5 10,6 2 4,3 Muito bom 6 12,8 11 23,4 Coordenação (s)
Muito fraco 6 12,8 8 17 Fraco 17 36,2 15 31,9 Regular 11 23,4 13,04 3,124 11 23,4 12,86 2,83 Bom 9 19,1 9 19,1 Muito bom 4 8,5 4 8,5 Agilidade (s)
Muito fraco 18 38,3 33 70,2 Fraco 15 31,9 11 23,4 Regular 6 12,8 26,50 4,121 2 4,3 29,93 4,37 Bom 6 12,8 0 0 Muito bom 2 4,3 1 2,1 Resistência Aeróbia (s)
Muito fraco 13 27,7 13 27,7 Fraco 16 34 9 19,1 Regular 3 6,4 534,89 71,69 14 29,8 521,72 71,37 Bom 6 12,8 0 0 Muito bom 9 19,1 14 29,8 Flexibilidade (cm)
Muito fraco 3 6,4 2 4,3 Fraco 6 12,8 10 21,3 Regular 6 12,8 61,18 10,28 7 14,9 59,80 11,40 Bom 14 29,8 12 25,5 Muito bom 18 38,3 16 34 IAFG
Muito fraco 4 8,5 3 6,4 Fraco 14 29,8 15 31,9 Regular 22 46,8 220,70 85,82 21 44,7 218,72 84,26 Bom 5 10,6 8 17 Muito bom 2 4,3 0 0 rp = repetições s = segundos cm = centímetros
O fato da maior parte das idosas terem sido classificadas com um IAFG baixo
pode ter sido influenciado pelos resultados dos testes de força, agilidade e
resistência aeróbia, nos quais a maioria das idosas classificou-se ao final do
programa com níveis “muito fraco” e “fraco”.
51
Assim, é possível perceber que no final do programa (novembro de 2006) a
amostra apresentava níveis baixos em grande parte das aptidões funcionais, com
exceção apenas da flexibilidade, que tanto antes como depois do período de
interrupção, apresentou-se na maioria das idosas os níveis “bom” e “muito bom”.
Todavia, vale destacar que o número de idosas com níveis “bom” e “muito bom” de
flexibilidade diminuiu após a interrupção do programa, aumentando os índices de
flexibilidade “regular” e “fraco”.
Ainda com base na tabela 5, supõe-se que a coordenação foi preservada
durante o período de interrupção. Os níveis “regular”, “bom” e “muito bom”
mantiveram-se os mesmos depois da interrupção do programa, havendo alterações
somente nos níveis de coordenação “muito fraco” e “fraco”, e na média geral do
grupo, a qual sofreu um declínio tênue de 0,18%.
Ao comparar as médias gerais da amostra na variável agilidade e equilíbrio
dinâmico (AGIL), nota-se que o desempenho das idosas nessa variável piorou após
a interrupção do programa. O número de idosas com nível de AGIL “muito fraco”
aumentou de 38,3% no final do programa para 70,2% após o período de interrupção,
diminuindo o número de idosas com nível “fraco”, “regular”, “bom” e “muito bom”.
Ao contrário da AGIL e da flexibilidade, as variáveis resistência de força e
resistência aeróbia geral apresentaram médias melhores mesmo após o período de
interrupção. No final do programa, a maior parte das idosas apresentava um índice
de força “muito fraco” (36,2%) e “fraco” (31,9%). A quantidade de idosas com índice
de força “fraco” manteve-se após a interrupção, mas diminuiu o número de idosas
com índice “muito fraco” (19,1%) e aumentou o número de idosas com índice “bom”
e “muito bom”, o que ratifica a melhora na média geral da amostra após a
interrupção do programa.
Também a média da resistência aeróbia geral (RAG) apresentou melhora
após a interrupção, a maior parte das idosas apresentava índices “muito fraco”
(27,7%) e “fraco” (34%) de RAG no final do programa, passando para uma maioria
“regular” (29,8%) e “muito bom” (29,8%) após o período de interrupção.
Apesar do comportamento das médias e da percentagem em cada nível de
classificação das aptidões físicas apresentadas na Tabela 5 e descritas acima,
torna-se necessário verificar se há diferença estatisticamente significativa entre as
médias obtidas antes e após o período de interrupção do treinamento físico. Para
isso, utilizou-se o Teste t para amostras pareadas para análise dos dados
52
paramétricos, e como uma opção de teste não-paramétrico para o teste t, utilizou-se
o Teste de Wilcoxon para amostras pareadas. Os resultados obtidos com os testes
estão apresentados nas Tabelas 6 e 7, respectivamente.
Tabela 6 – Média ( ), desvio padrão (DP), Teste t para amostras pareadas (t), grau de liberdade (gl) e nível de significância (p) das aptidões funcionais e do IAFG no final do programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2007).
Teste T
Aptidões funcionais 1 DP 1 2 DP 2 t gl p
Resistência Aeróbia (s)
534,89
71,69
521,72
71,373
2,297
46
0,026*
Flexibilidade (cm) 61,18 10,28 59,80 11,40 1,614 46 0,113 IAFG 220,70 85,82 218,72 84,26 0,300 46 0,766
* Significante ao nível de p<0,05 s = segundos cm = centímetros
Tabela 7 – Média ( ), desvios padrão (DP), Teste de Wilcoxon para amostras pareadas (Z) e nível de significância (p) das aptidões funcionais no final do programa (novembro de 2006) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2007).
Teste de Wilcoxon
Aptidões funcionais 1 DP 1 2 DP 2 Z p
Força (rp)
19,57
5,064
21,94
5,019
-3,424
<0,001*
Coordenação (s) 13,04 3,12 12,86 2,83 -0,153 0,881 Agilidade (s) 26,50 4,12 29,93 4,37 -5,810 <0,001*
* Significante ao nível de p<0,05 rp = repetições s = segundos
As Tabelas 6 e 7 demonstram que a despeito da tendência a diminuição
apresentada nas médias da flexibilidade e do IAFG, e da tênue tendência a melhora
entre as médias da coordenação, não foi encontrada diferença estatisticamente
significativa entre o final do programa e após o período de interrupção para estas
variáveis.
Apenas a resistência aeróbia (p=0,026), resistência de força (p=0,000), e
agilidade e equilibro dinâmico (p=0,000) apresentaram diferença significativa entre
as médias avaliadas antes e após o período de interrupção.
Diante esses resultados, é possível afirmar que o período de interrupção de
12 semanas influenciou de forma negativa na agilidade e equilíbrio dinâmico das
idosas, atenuando o desempenho da amostra nessa aptidão funcional após a
interrupção. Não obstante, a resistência aeróbia e a resistência de força melhoraram
53
mesmo com a interrupção do programa, o que pode estar relacionado às atividades
físicas praticadas pela amostra durante as férias.
Com base na ficha diagnóstica respondida pelos idosos após a interrupção do
programa, a amostra foi divida em dois grupos: grupo 1 (G1) – praticantes de
atividade física regular durante as férias, e grupo 2 (G2) – não praticantes de
atividade física regular nas férias (Figura 1).
55,3%26 idosas
44,7% 21 idosas
Grupo 1
Grupo 2
Figura 3 – Divisão da amostra de acordo com a prática de atividades físicas durante o período de
interrupção.
Conforme a Figura 3, verifica-se que 44,7% da amostra (21 idosas)
declararam ter praticado atividade física regular durante o período de interrupção do
programa, enquanto que, 55,3% (26 idosas) não praticaram nenhuma atividade
física regular durante esse período.
A atividade física que mais se fez alusão durante o período de interrupção foi
a caminhada, citada por 85,7% das idosas do G1. As atividades físicas praticadas
pela amostra durante a interrupção podem ser observadas na Figura 4. Vale
destacar que 19,04% das idosas do G1 (n=4) mencionaram praticar mais do que
uma atividade física regular durante as férias.
54
85,7%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18 Caminhada
Alongamento
Musculação
Hidroginástica
Dança
Ginástica
Bicicleta
Tai-chi-chuan
Figura 4 – Atividades físicas realizadas durante o período de interrupção do programa, citadas pelo
Grupo 1.
As figuras 5 e 6 apresentam, respectivamente, a freqüência por semana das
atividades físicas realizadas nas férias, e a duração destas atividades, conforme
relatado pelas idosas do Grupo 1.
4,76%
28,57%
19,5%
4,76%
9,52%
14,29%
19,5%
0
1
2
3
4
5
6
n
1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 vezes 6 vezes 7 vezes
Figura 5 – Freqüência percentual (%) da realização semanal de atividades físicas durante o período
de interrupção do programa, citadas pelo Grupo 1.
55
28,57%
57,14%
4,76% 4,76% 4,76%
0
2
4
6
8
10
12
n
0 a 30 min. 31 a 60min.
61 a 90min.
91 a 120min.
180 a 240min.
Figura 6 – Freqüência percentual (%) da duração das sessões de atividades físicas realizadas
durante o período de interrupção, citadas pelo Grupo 1.
Diante os dados apresentados nas figuras 5 e 6, é possível perceber que a
maior parte das idosas do G1 (28,57%) praticou atividades físicas nas férias pelo
menos duas vezes por semana, sendo seguida de 19,5% das idosas que
mencionaram realizar atividades físicas nas férias três vezes na semana. A mesma
percentagem (19,5%) foi obtida para a prática de atividades físicas regulares sete
vezes na semana, ou seja, todos os dias. Com relação à duração dessas atividades,
57,14% das idosas afirmaram que sua prática durava em média 30 a 60 minutos
contínuos, mas 28,57% das idosas realizavam atividade física durante apenas 30
minutos contínuos.
Visto que a caminhada assumiu posição de destaque como a atividade física
mais praticada durante o período de interrupção, vale destacar que dentre as idosas
que a praticaram nas férias (n=18), apenas 11,11% a realizavam todos os dias da
semana, a maior parte destas (33,33%) caminhava apenas duas vezes na semana,
sendo a maioria (61,11%) por um período de 30 a 60 minutos.
Ainda com base nos valores normativos de aptidão funcional para mulheres
idosas com idade entre 60 a 79 anos foi realizada uma comparação entre G1 e G2,
relacionando as aptidões funcionais e o IAFG com a prática ou não de atividades
físicas durante o período de interrupção do programa.
56
Tabela 8 – Freqüência (F), percentagem (%) e o teste do Qui-quadrado (X2) entre as aptidões funcionais e o IAFG de mulheres idosas após o período de interrupção de 12 semanas e a prática ou não de atividades físicas durante o mesmo.
Atividade física nas férias
Sim Não X2
Aptidões Funcionais
n % n % Valor p Força Muito fraco Fraco Regular Bom Muito bom
4 5 4 1 7
44,4 33,3 40 50
63,6
5
10 6 1 4
55,6 66,7 60 50
36,4
2,492 0,646
Coordenação Muito fraco Fraco Regular Bom Muito bom
2 6 5 5 3
25 40
45,5 55,6 75
6 9 6 4 1
75 60
54,5 44,4 25,0
3,308
0,508
Agilidade Muito fraco Fraco Regular Bom Muito bom
15 5 1 0 0
45,5 45,5 50 0 0
18 6 1 0 1
54,5 54,5 50 0
100
0,841
0,840
Resistência Aeróbia Muito fraco Fraco Regular Bom Muito bom
4 4 0 7 6
30,8 44,4
0 87,5* 42,9
9 5 3 1 8
69,2 55,6 100
12,5* 57,1
9,394
0,050*
Flexibilidade Muito fraco Fraco Regular Bom Muito bom
1 4 4 5 7
50 40
57,1 41,7 43,8
1 6 3 7 9
50 60
42,9 58,3 56,3
0,601
0,963
IAFG Muito fraco Fraco Regular Bom Muito bom
1 5
10 5 0
33,3 33,3 47,6 62,5
0
2 10 11 3 0
66,7 66,7 52,4 37,5
0
2,039
0,564
* ajuste residual >[2]
Para isso, utilizou-se o teste Qui-quadrado, o qual encontrou resultados
significativos apenas para a variável resistência aeróbia geral (RAG) (Tabela 8). Os
resultados demonstram que 87,5% das idosas que praticaram atividade física regular
nas férias possuem uma tendência a assumir um nível “bom” de RAG após o
57
período de interrupção, enquanto que, apenas 12,5% das idosas que não praticaram
atividade física nas férias apresentaram tendência a essa mesma classificação.
Esses resultados parecem elucidar a melhora nos índices de RAG encontrada
após o período de interrupção, visto que a caminhada destacou-se como a atividade
física mais praticada pelas idosas durante esse período. Entretanto, o teste Qui-
quadrado não demonstrou relação de dependência entre a resistência de força e a
prática ou não de atividades físicas nas férias, assim como para nenhuma outra
aptidão física além da resistência aeróbia, o que exclui a possibilidade de relação
entre as atividades físicas realizadas nas férias e o aumento significativo encontrado
na força das idosas após a interrupção do programa.
58
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A amostra foi composta por 47 idosas, praticantes de exercícios físicos no
GETI, devido ao fato dos valores normativos de aptidão funcional terem sido
estabelecidos apenas para mulheres. Isso parece refletir o fenômeno da
“feminização do envelhecimento” (BERQUÖ, 1996), em que temos representantes
do sexo feminino alcançando, em maior número, as idades mais avançadas.
Spirduso (2005) explana a maior freqüência do gênero feminino no que se
refere ao envelhecimento, citando que as mulheres vivem de 4 a 10 anos mais que
os homens. Essa diferença pode ser explicada por diversas teorias relacionadas a
causas genéticas, hormonais e sociais. Segundo o IBGE (2000), a relação entre
gênero e envelhecimento está baseada em mudanças de ordem social ocorridas ao
longo do tempo e nos acontecimentos ligados ao ciclo de vida.
Assim, diversos autores têm estudado o envelhecimento e os fatores que
influenciam na longevidade associada à qualidade de vida, onde a manutenção de
um estilo de vida ativo assume uma posição de destaque. Os benefícios da prática
de atividade física regular são irrefutáveis, sendo comprovada sua influência na
aptidão funcional de indivíduos idosos (SIMONS, 2006; ALVES et al., 2004;
MATSUDO et al., 2004). No entanto, as adaptações morfológicas e funcionais
crônicas induzidas pela atividade física regular são reduzidas ou retornam à situação
anterior ao treinamento quando o programa de exercícios físicos é interrompido
(RASO; MATSUDO; MATSUDO, 2001).
Os resultados encontrados por Rosa (2006) corroboram com essa afirmação;
a autora verificou um declínio significativo na aptidão funcional de mulheres idosas
após 12 semanas de interrupção de um programa de exercícios físicos. No final do
programa a maioria das idosas foi classificada com um IAFG regular (54,8%), caindo
para fraco (58,1%) depois da pausa. Em contrapartida, nosso estudo não encontrou
diferença significativa no IAFG das idosas entre o final do programa e após o
período de interrupção, observando apenas uma leve tendência a diminuir a média
dessa variável após a interrupção do programa.
59
Estes resultados podem ser explanados pela influência positiva da atividade
física na aptidão funcional de indivíduos idosos, evidenciada por Ourania et al.
(2003) ao analisar a aptidão funcional de 55 mulheres idosas sedentárias, após 12
semanas de um programa generalizado de exercícios físicos. Os autores verificaram
que além da melhora significativa encontrada em todas as variáveis avaliadas
(equilíbrio dinâmico, coordenação, flexibilidade e força muscular), seus níveis eram
significativamente maiores quando comparados ao grupo controle. Também Simons
(2006) avaliou a aptidão funcional de idosos (45 mulheres e 19 homens) por meio da
bateria de testes da AAHPERD, em três grupos: um grupo submetido ao treinamento
de força, o outro a um treinamento cardiovascular, e o terceiro como grupo controle,
constatando que apenas os grupos que realizaram treinamento físico apresentaram
melhoras significativas nas aptidões funcionais.
Todavia, para alcançar os benefícios da prática sistemática de atividades
físicas em todas as aptidões funcionais, deve-se levar em consideração o princípio
da especificidade (dentre outros princípios do treinamento físico), o qual faz alusão à
especificidade do treinamento quanto aos componentes energéticos,
neuromusculares e biomecânicos da modalidade (intensidade, duração, velocidade
da ação, etc), visto que a transferência dos ganhos de treinamento pode diferir
significativamente, mesmo em exercícios muito similares (BOMPA, 2000;
ZATSIORSKI, 1999).
Wirtti (2006) analisou a aptidão funcional de 52 idosas praticantes de
atividades aquáticas, observando um IAFG regular (51,9%) e fraco (38,4%) em
grande parte da amostra, o que foi relacionado com as variáveis força, agilidade e
capacidade aeróbia, classificadas com nível “fraco” na maioria das idosas. Esses
resultados sugerem que os exercícios realizados no programa não eram suficientes
para proporcionar níveis melhores nas referidas aptidões funcionais. O mesmo pode
ser sugerido para o programa de exercícios físicos praticado pelas idosas de nosso
estudo, visto que foram encontrados resultados semelhantes aos do estudo
supracitado com relação ao IAFG e algumas aptidões funcionais da amostra (Tabela
5). Contudo, o presente estudo não avaliou os efeitos do programa na aptidão
funcional da amostra, assim, torna-se incoerente afirmar que o mesmo não contribui
para o desenvolvimento das aptidões avaliadas, uma vez que existe a hipótese da
amostra possuir níveis ainda menores antes da adesão ao programa, ou que os
níveis apresentados poderiam ser inferiores caso as idosas não praticassem
60
regularmente nenhum tipo de exercício físico.
Dentre as aptidões funcionais, a flexibilidade foi a única classificada no final
do programa como boa e muito boa, na maioria das idosas. Segundo Zago e Gobbi
(2003) essa aptidão é crucial para o movimento e essencial para a aptidão funcional
do idoso, mas sofre reduções expressivas com o decorrer do processo de
envelhecimento (VALE; NOVAES; DANTAS, 2005).
Silveira (2006) constatou que a prática regular de hidroginástica, realizada
duas vezes na semana, durante nove meses, proporcionava melhoras significativas
na flexibilidade de quadril de sujeitos idosos quando comparada com os resultados
do início do programa.
Guadagnine e Olivoto (2004) também avaliaram a flexibilidade de idosos por
meio do teste sentar e alcançar, no banco de Wells, dividindo a amostra em dois
grupos: idosos praticantes de atividade física regular, e idosos não praticantes de
atividade física regular. Com base na classificação proposta por Gorla (1997), os
autores constataram que 70% dos idosos que realizavam atividades físicas
sistemáticas possuíam um nível de flexibilidade excelente, enquanto que, apenas
30% dos idosos que não praticavam atividades físicas incluíram-se nessa categoria.
Apesar de utilizar uma classificação diferente, os resultados apresentados por
Guadagnine e Olivoto (2004) demonstram certa semelhança com os níveis de
flexibilidade verificados em nosso estudo, pois ambos encontraram níveis altos de
flexibilidade em idosos praticantes de exercícios físicos regulares.
No entanto, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre a
flexibilidade da amostra antes e depois da interrupção do programa de exercícios
físicos. Pressupõe-se que o período de interrupção de 12 semanas pode não ter
sido suficiente para provocar uma diminuição significativa na flexibilidade da
amostra, pelo fato destas idosas serem ativas fisicamente, apresentarem bons níveis
de flexibilidade (bom e muito bom), e por grande parte delas (44,7%) terem mantido-
se ativas mesmo durante o período de interrupção.
Da mesma forma, a coordenação manteve-se após o período de interrupção,
não sendo encontrada diferença significativa para as médias dessa variável antes e
após a interrupção do programa. Contudo, ao contrário da flexibilidade, a
coordenação foi classificada na maioria das idosas com o nível “fraco” e “regular”,
tanto no final do programa como após a interrupção.
61
Esses resultados nos levam a supor que o programa de exercícios físicos
praticados pela amostra não vem incluindo em suas aulas atividades que estimulem
suficientemente a coordenação dos idosos participantes, visto que, exercícios
combinados que envolvem movimentos simultâneos e alternados de diversos
segmentos corporais exercem influência no desenvolvimento da coordenação
(TUBINO, 1984). Geralmente, exercícios com essas características podem ser
observados em aulas de hidroginástica e natação, modalidades praticadas pela
maioria (95,74%) das idosas avaliadas em nosso estudo.
Diversos estudos comprovam os benefícios do exercício físico na
coordenação de idosos, independente da especificidade do programa. Dias e Duarte
(2005) verificaram os níveis de coordenação motora de 10 idosas, com idade entre
62 e 70 anos, participantes de atividade física generalizada durante quatro anos, e
concluíram que a prática de atividades físicas contribui para a melhoria ou
manutenção do nível de coordenação motora das idosas, amenizando os efeitos do
processo de envelhecimento nessa habilidade.
Polastri et al. (1999) avaliou o efeito de um ano de um programa regular de
atividade física generalizada sobre a coordenação de indivíduos idosos (n=26), pelo
teste de coordenação motora de membro superior da bateria de testes da
AAHPERD. Os testes foram realizados no inicio e fim de cada semestre, totalizando
quatro avaliações. Os autores constataram diferença significativa (p<0,05) entre
todas as avaliações, exceto entre as segunda e terceira, concluindo que mesmo um
programa de atividade física generalizada (não específico para qualquer parâmetro
de aptidão funcional), pode melhorar os níveis de coordenação motora em pessoas
da terceira idade.
Vale destacar que entre os semestres avaliados por Polastri et al. (1999) há
um período de férias, no qual o programa de atividade física é interrompido. Apesar
dos autores não terem enfatizado essa interrupção, os resultados demonstram que
não houve diferença significativa na coordenação antes e após as férias do
programa (segunda e terceira avaliações), assim como os resultados encontrados
em nosso estudo.
O mesmo teste de coordenação foi aplicado por Rosa (2006) em 31 idosos do
sexo feminino, praticantes de hidroginástica e natação. Ao contrário dos resultados
encontrados em nosso estudo, a autora verificou que o período de interrupção de 12
62
semanas interferiu significativamente (p<0,05) nessa variável, demonstrando uma
queda na coordenação das idosas após a interrupção dos exercícios físicos.
Dentre as variáveis analisadas, apenas a resistência aeróbia (RAG),
resistência de força (RESISFOR) e agilidade e equilibro dinâmico (AGIL)
apresentaram diferença significativa entre as médias avaliadas antes e após o
período de interrupção.
Segundo Sharkey (1998) a agilidade é a capacidade de mudar de posição e
direção rapidamente, com precisão e sem a perda de equilíbrio. Dessa forma, a
manutenção de bons níveis de agilidade diminui o risco de acidentes, e em conjunto
com as demais capacidades físicas, proporciona uma maior independência do
indivíduo na terceira idade, evitando que novos fatores venham a atuar de forma
negativa junto ao processo de envelhecimento (FERREIRA; GOBBI, 2003).
Ferreira e Gobbi (2003) analisaram a agilidade de 60 mulheres com idade
média de 59,7 (± 5,9) anos, dividas em dois grupos: treinadas e não treinadas,
através do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico da bateria de testes da
AAHPERD e o da EUROFIT para avaliação da agilidade dos membros superiores.
Os resultados demonstraram que as idosas que praticam atividade física
regularmente e supervisionada (grupo das treinadas) apresentam melhores níveis de
agilidade geral, mas não apresentam melhoria nos níveis de agilidade de membros
superiores em relação às mulheres que não são treinadas e que realizaram apenas
atividades da vida diária.
Salim et al. (2006) verificaram o equilíbrio estático e dinâmico de um grupo de
idosos constituídos de 22 mulheres e 17 homens, praticantes de hidroginástica e
natação, obtendo resultados satisfatórios em ambos os testes; sendo que no
equilíbrio dinâmico, 43% dos idosos mantiveram os resultados dentro do
estabelecido e 56% tiveram resultados superiores ao índice máximo desejado.
Alves et al. (2004) e Etchepare et al. (2003) avaliaram a aptidão física de
mulheres idosas antes e após a prática regular de hidroginástica. Alves et al. (2004)
verificaram um melhor desempenho em todos os pós-testes, inclusive nos testes de
mobilidade física (velocidade, agilidade e equilíbrio dinâmico), após três meses da
prática regular de hidroginástica. Etchepare et al. (2003), constataram que 20
sessões de hidroginástica foram suficientes para propiciar melhoras na agilidade e
equilíbrio estático da amostra.
Estes estudos corroboram com a idéia da influência da prática regular de
63
exercícios físicos na aptidão funcional de idosos, e em especial na agilidade e
equilíbrio dinâmico, elucidando a queda dessa variável após a interrupção do
programa de exercícios físicos.
Também, Connelly e Vandervoort (1997) verificaram em um grupo de idosos,
declínio significativo da velocidade máxima e selecionada de caminhada e do tempo
para se levantar após a interrupção de um programa de exercícios com pesos. É
possível comparar os resultados encontrados por esses autores com a queda da
AGIL sofrida pelas idosas de nosso estudo, pois o teste de AGIL da AAHPERD que
nós utilizamos tem como base principal a velocidade de caminhada, a agilidade para
realizar o percurso corretamente, e para sentar e levantar-se da cadeira com
presteza.
Contraposta à agilidade, a variável resistência de força aumentou
significativamente mesmo após o período de interrupção, porém, não foi verificada
relação de dependência entre essa variável e a prática de atividades físicas nas
férias; explana-se que esse resultado deva-se ao fato da maior parte das idosas ter
feito alusão a prática da caminhada durante o período de interrupção, e não existir
relação comprovada dessa modalidade com a força de membros superiores
avaliada.
Raso, Matsudo e Matsudo (2001) ao avaliarem a influência de 12 semanas de
interrupção de um programa de exercícios com pesos livres sobre a força muscular
de mulheres idosas, encontraram decréscimo significativo na capacidade de
produção de força muscular dos membros inferiores e superiores, desde a oitava
semana de interrupção. Os autores observaram ainda, que os membros inferiores
preservaram mais a capacidade de manutenção da força muscular após a
interrupção do treinamento (22,9% a 71,9%) do que os membros superiores (14,8%
a 16,1%), mesmo quando os valores absolutos finais do período de interrupção
foram comparados com os valores iniciais do treinamento.
Também Costa et al. (2005), verificaram diminuição da força muscular em
idosos praticantes de musculação e exercícios não-resistidos, logo após um período
de 40 dias sem prática de atividade física efetiva. Assim como no estudo de Raso,
Matsudo e Matsudo (2001), os autores encontraram um declínio maior na força de
membro superior (19,7%), seguido da força de membro inferior (11,5%) e da
resistência muscular de membro inferior (8,7%).
64
Além destes, outros estudos indicam decréscimos significativos nos índices
de força durante interrupções no treinamento (FIATARONE; MARKS; RYAN, 1990;
TRAPPE; WILLIAMSON; GODARD, 2002; RASO; MATSUDOO; MATSUDO, 2001;
REBELATTO et al.,2006), entretanto, algumas pesquisas têm demonstrado que a
força muscular pode ser preservada de cinco a doze semanas após o programa de
exercícios ter sido interrompido, sofrendo declínios paulatinos a partir da 12ª semana
(LEXELL, 1995; SFORZO, 1995; TAAFFE; MARCUS, 1997; LEMMER et al.,2000).
Em estudo com 18 jovens (20-30 anos) e 23 idosos (65-75 anos), que teve
por objetivo analisar os efeitos da idade e do gênero na resposta da força dos
extensores de joelho ao treinamento resistido (9 semanas), e ao período de
destreino (31 semanas), Lemmer et al. (2000) verificaram que a resposta da força,
tanto ao treinamento, quanto ao destreino, é influenciada pela idade, já que a
magnitude de perda durante as 31 semanas de interrupção foi maior para os sujeitos
mais velhos. Porém, a manutenção da força durante as 12 primeiras semanas de
destreino, parece não sofrer diferenças entre gênero ou idade. Os autores
demonstraram que a força muscular foi preservada mesmo após 12 semanas de
interrupção do programa, relatando que a redução dos níveis de força ocorre
principalmente entra a 12ª e a 31ª semanas de destreino.
Ainda Poyhonen (2002) afirma que os decréscimos nos níveis de força
parecem estar relacionados com a intensidade na qual o exercício, ou a atividade
física é realizada, sofrendo menores perdas os indivíduos que praticam atividades
com intensidades mais altas.
No entanto, não é possível sustentar a hipótese de que o programa de
exercícios físicos praticados pela amostra seja de alta intensidade, visto que, ao
comparar os resultados do teste de RESISFOR com os valores normativos
estabelecidos para mulheres idosas, a maioria da amostra foi classificada com níveis
de força “muito fraco” e “fraco”, no final do programa. Após o período de interrupção,
houve um aumento no número de idosas com nível de força “regular” e “muito bom”,
porém, manteve-se o índice de idosas com nível “fraco”.
Quanto a manutenção nos níveis de força da amostra, supomos que esta
esteja relacionada com a duração do período de interrupção, o qual pode não ter
sido suficiente para exercer suas principais influências na RESISFOR das idosas
analisadas.
65
Também, pressupõe-se que o incremento na força muscular dos membros
superiores alcançado com o programa de treinamento, pode ter aumentado a
atividade física diária espontânea das idosas, fato que poderia explicar parcialmente
a maior capacidade de retenção da força adquirida nessa região, já que o estilo de
vida adotado no período de interrupção também exerce influência sobre os índices
de força (TRAPPE; WILLIAMSON; GODARD, 2002).
A melhora encontrada nos índices de RAG foi relacionada com a prática de
atividades físicas nas férias, ou seja, as idosas que praticaram atividade física
regular durante o período de interrupção, possuem maior tendência a assumir um
nível “bom” de RAG após a interrupção.
Segundo Matsudo, Matsudo, Barros Neto (2000) e Spirduso, (2005), os
efeitos do envelhecimento sobre a aptidão funcional começam a acontecer na
diminuição da resistência aeróbia próximo aos 50 anos, apresentando um declínio
de 1% em cada ano adicional de vida, porém, em indivíduos fisicamente ativos,
essas perdas são menores, o que explica a maior tendência à resistência aeróbia
boa encontrada no grupo que se manteve ativo durante as férias.
Além disso, Terjung (1997) afirma que as adaptações fisiológicas ao
treinamento aeróbio são mantidas quando a atividade é contínua, sendo
determinadas em grande parte pela intensidade e duração das atividades. Assim,
como todas as adaptações ocorrem durante o treinamento, quando a atividade é
suspensa essas adaptações são gradualmente perdidas.
Dentre os vários efeitos, o destreino acarreta perda das adaptações do
sistema cardiovascular (adaptações centrais) e das adaptações metabólicas do
músculo esquelético (adaptações periféricas), que conseqüentemente resultarão na
diminuição do VO2máx (EVANGELISTA; BRUM, 1999). Contudo, Weineck (1999)
afirma que alguns benefícios do treinamento, como um maior VO2máx e uma menor
produção de lactato durante o exercício submáximo, podem ser mantidos por vários
meses com programas de manutenção compostos por 1 ou 2 sessões de exercícios
aeróbios por semana.
O retorno aos treinos pode promover a recuperação nas adaptações, porém o
tempo necessário para que a recuperação ocorra é bem superior àquele de
inatividade (TERJUNG, 1997).
Resultados semelhantes ao nosso estudo foram observados em um estudo
realizado com 11 mulheres, com idades entre 55 e 69 anos, submetidas a um
66
programa de ginástica por 16 semanas, no qual verificou-se diferença significativa no
consumo máximo de oxigênio após 12 semanas de interrupção do programa (SILVA;
OLIVEIRA; MADUREIRA, 2006). Os autores inferiram que as atividades ministradas
no programa eram de baixo teor metabólico a ponto de não favorecer a melhora no
consumo máximo de oxigênio. Ainda durante o período de férias, os participantes
relataram caminhar mais (em tempo e distância), o que pode explicar a melhora
dessa variável verificada após a interrupção.
Diante o exposto, fica evidente a influência da caminhada, realizada por
grande parte das idosas durante as férias, na RAG avaliada após o período de
interrupção. No entanto, antes da interrupção grande parte da amostra também
relatou praticar caminhadas além do exercício físico praticado no GETI, mas nesse
período a RAG foi classificada com níveis “muito fraco” e “fraco” na maioria das
idosas.
Ao avaliar a aptidão funcional de idosas praticantes de atividades aquáticas,
Wirtti (2006) verificou que a maioria da amostra (55,7%) classificava-se com nível de
RAG “fraco”. O mesmo foi encontrado no estudo de Martins (2006), constatando que
mais da metade (55,7%) das idosas participantes de seu estudo possuíam baixo
escore de capacidade aeróbia; sendo 28,8% classificadas com níveis “fraco” e
26,9% como “muito fraco”, após seis meses de prática.
Os dois estudos citados acima foram realizados com idosas participantes dos
programas de natação e hidroginástica do GETI, mesmo universo no qual realizou-
se o presente estudo, que tem a maior parte da amostra (95,74%) constituída por
idosas praticantes de hidroginástica e natação. Assim, faz-se da hipótese das
autoras também a nossa, sugerindo que as atividades aquáticas praticadas pelas
idosas no GETI não possuem intensidade suficiente para favorecer melhoras na
capacidade aeróbia, conseqüentemente, mantendo níveis fracos de RAG; contudo, a
intensidade da prática não foi avaliada por nenhum dos estudos citados.
Tal como em nosso estudo, onde a caminhada se destacou como a atividade
física regular mais praticada pelas idosas, paralelamente ao programa do GETI ou
durante a sua interrupção, Mazo et al. (2005) verificaram essa modalidade como a
atividade física mais citada no domínio atividades físicas de lazer, recreação,
desporto ou exercício físico, ao entrevistar 198 idosas participantes de Grupos de
Convivência da cidade de Florianópolis. Destas, 30,3% relataram realizar a prática
67
de caminhada com intensidade moderada, 14,6% com intensidade leve e apenas
1,0% com intensidade vigorosa.
Pesquisadores mencionam a caminhada como a atividade mais comum em
países desenvolvidos e em desenvolvimento (HALLAL et al., 2005). A escolha da
prática de caminhada pelos idosos pode estar relacionada com o baixo custo
financeiro e pela possibilidade de ser praticada em qualquer lugar, como parques e
pistas da cidade, independente de uma infra-estrutura específica.
Esta modalidade é comumente indicada para pessoas com mais idade por ser
considerada uma atividade leve ou moderada, de baixo impacto e que envolve
grandes grupos musculares (SALLES-COSTA et al., 2003; ZAITUNE et al., 2007).
Além disso, a caminhada é auto-regulável em termos de intensidade, duração e
freqüência, proporcionando aos idosos a sensação de estarem aptos para realizá-la
(MAZO et al., 2005; MENDONÇA et al., 2004).
Kawamoto et al. (2004) sugerem através de suas análises, que indivíduos que
caminham mais de 20 minutos por dia são freqüentemente mais independentes do
que aqueles que não realizam caminhadas. Contudo, dentre as idosas desse estudo
que alegaram praticar caminhada, apenas uma quantidade tênue relatou praticá-la
todos os dias da semana. Durante o programa, a maioria das idosas que mencionou
praticar caminhada a realizava apenas um vez na semana, mas com a interrupção
do programa, essa prática passou a ser realizada pela maioria das idosas do G1
duas vezes na semana, por 30 a 60 minutos contínuos, durante o período de
interrupção.
Laukkanen et al. (2000) também citam a caminhada como elemento
interferente na capacidade funcional, apontando a velocidade do caminhar como um
fator contribuinte para a performance funcional. De acordo com Teixeira-Salmela et
al. (2003) medidas de velocidade da marcha têm sido reconhecidas como
indicadoras de performance na marcha, de auto-percepção de função física, de
independência, de nível de atividade social e de saúde funcional, e têm demonstrado
ser fidedignas e sensíveis para detectar mudanças na recuperação motora,
independente do nível funcional inicial.
Em estudo com idosos submetidos a um programa de exercícios físicos
generalizados, Teixeira-Salmela et al. (2003) verificaram que os ganhos na
velocidade da marcha adquiridos com o programa foram perdidos após um mês de
interrupção. Os autores associaram essa perda com a redução da força muscular de
68
membros inferiores documentada em diversos estudos após período de destreino,
apoiando a hipótese de que um programa de exercícios aeróbios associados com
exercícios de fortalecimento de músculos envolvidos em tarefas funcionais,
aumentariam a habilidade do indivíduo para executar determinadas atividades. Em
nosso estudo, medidas de força muscular de membros inferiores não foram obtidas.
Considerando o princípio de especificidade do treinamento, é provável que
para promover melhoras nas medidas de RAG, como a velocidade e performance da
marcha, seja necessário um treinamento mais especificamente relacionado com as
tarefas que se objetiva melhorar, como os atletas que requerem especificidade para
os seus esportes particulares (TEIXEIRA-SALMELA et al., 2003). Levando-se em
consideração que o teste utilizado para avaliação da RAG é realizado em ambiente
terrestre, através da caminhada, e que a maioria das idosas da amostra
participavam de um programa de atividades aquáticas, é possível supor que o
aumento na freqüência de realização da caminhada durante as férias, pode ter
melhorado o desempenho da amostra no teste de RAG realizado após o período de
interrupção.
É plausível que o programa de exercícios físicos tenha aumentado os níveis
de energia, de habilidade física e de bem-estar, além de melhorar a aptidão
funcional, o que afeta de forma positiva as medidas de auto-estima em indivíduos
com incapacidades física, emocional e mental (SPIRDUSO; CRONIN, 2001),
conduzindo-os a um estilo de vida mais ativo, mesmo durante as férias do programa.
69
6 CONCLUSÕES
A análise descritiva das aptidões físicas das idosas avaliadas no final do
programa, apontou níveis baixos de força de membros superiores, coordenação,
agilidade e equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia geral em grande parte da
amostra, quando comparadas aos valores normativos para mulheres idosas da
mesma faixa etária.
Ainda o índice de aptidão funcional geral avaliado no final do programa, foi
classificado na maioria das idosas, como regular; sendo a flexibilidade a única
variável na qual a maioria da amostra classificou-se com níveis “muito bom”.
Assim, destaca-se a necessidade dos programas de exercícios físicos do
GETI enfatizarem o trabalho de fortalecimento muscular, de coordenação motora e
de capacidade aeróbia, bem como exercícios de deslocamento, com aumento
gradual da velocidade e alternância de direção, visando melhoras nas aptidões
supracitadas, já que estas interferem diretamente na aptidão funcional e
independência do indivíduo idoso.
Com base na literatura pesquisada, é possível afirmar que a atividade física
exerce um impacto positivo na agilidade e equilíbrio dinâmico de indivíduos idosos,
os resultados desse estudo vêm ratificar essa afirmação, demonstrando que quando
o programa de exercícios físicos é interrompido por 12 semanas, acarreta um
decréscimo significativo nessas variáveis.
Em contrapartida, a flexibilidade e a coordenação não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas entre as médias avaliadas antes e após a
interrupção do programa, indicando que as idosas podem ter mantido essas
aptidões durante as férias por meio da adoção de um estilo de vida ativo, ou que o
período de interrupção pode não ter sido suficiente para gerar diminuições
significativas nas aptidões físicas citadas.
Na resistência aeróbia geral, verificou-se melhora significativa mesmo após o
período de interrupção, o que foi relacionado com o fato de grande parte das idosas
terem feito alusão à prática de caminhada durante as férias. Contudo, supõe-se que
70
essa caminhada tenha sido desempenhada com baixa velocidade e sem mudanças
bruscas de direção, elucidando a queda da agilidade e equilíbrio dinâmico após a
interrupção do programa, apesar dessa variável não ter sido controlada pelo estudo.
Pressupõe-se ainda, que a prática regular de atividades físicas durante as
férias, relatada por grande parte das idosas, pode ter influenciado na manutenção do
índice de aptidão funcional geral da amostra, haja vista que a queda encontrada na
média dessa variável após o período de interrupção não foi estatisticamente
significativa.
Todavia, o mesmo não pode ser sugerido para a melhora significativa
encontrada nos níveis de resistência de força após o período de interrupção, visto
que a atividade física mais praticada pelas idosas durante as férias foi a caminhada,
e não existem dados que comprovem a relação dessa modalidade com a força de
membros superiores.
Esses resultados fornecem evidências de que a interrupção do programa de
exercícios físicos por 12 semanas, produz efeitos negativos na agilidade e equilíbrio
dinâmico das idosas, mas não influencia em seus níveis de flexibilidade e de
coordenação. Não obstante, nos permitem ultimar que talvez, o indivíduo possa
interromper o programa durante aproximadamente doze semanas, sem, neste
período, induzir qualquer ou mínima repercussão sobre a resistência aeróbia geral,
desde que durante a interrupção, inclua em sua rotina a prática regular de atividades
físicas, na qual destaca-se a caminhada. Também a resistência de força parece não
sofrer influência do período de interrupção de 12 semanas, porém, essa variável
exige uma investigação mais aprofundada, para explanar o incremento verificado
após a interrupção do programa.
Dessa forma, torna-se necessário que estudos futuros com esta população
obtenham um controle mais detalhado das atividades realizadas durante o período
de interrupção, não só com relação à prática de exercícios físicos, mas que aborde
também as atividades básicas e instrumentais da vida diária, pois nesse período é
comum que muitas idosas mudem do apartamento para a casa de praia ou casa dos
parentes, aumentando o número de atividades, de passeios, e do incentivo à
realização de atividades físicas diversas. Além disso, a adoção e a manutenção de
um estilo de vida ativo durante o período de interrupção (férias) é uma
recomendação permanente nos programas desenvolvidos pelo GETI, uma vez que
71
este tem como meta a promoção de saúde, incentivando um envelhecimento ativo,
que independa da participação nos programas do GETI.
Igualmente, o controle de outras variáveis faz-se necessário para obtenção de
resultados mais satisfatórios, como a motivação dos idosos na realização dos testes
físicos, mensurações periódicas das aptidões funcionais durante a interrupção do
programa, bem como a comparação com um grupo controle que não altere suas
atividades diárias e que não realize atividades físicas durante o período de
interrupção.
Também o controle da freqüência/assiduidade dos idosos nas aulas, e da
proposta de aula (objetivos, intensidade de aula, periodização do treinamento) nos
diferentes programas de atividade física, é indispensável para que se consiga
quantificar e analisar com eficiência os efeitos destes programas na aptidão
funcional dos idosos, ponderando os fatores que interferem neste processo.
Por fim, incentiva-se a realização de outras pesquisas envolvendo a aptidão
funcional e o período de interrupção, com idosos de ambos os gêneros, praticantes
de diferentes modalidades de exercícios físicos, bem como em populações
diferenciadas, como idosos institucionalizados ou não participantes de grupos de
convivência, visto que a prática de atividade física além de promover melhoras e/ou
manutenção na saúde do idoso, expande seu convívio social, aumentando sua auto-
valorização e o prazer pela velhice.
72
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ZATSIORSKY, V. M. Ciência e pratica do treinamento de força. São Paulo: Phorte, 1999. 315 p.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Ficha diagnóstica aplicada em novembro de 2006.
APÊNDICE B – Ficha diagnóstica aplicada em março de 2007.
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APÊNDICE A – Ficha diagnóstica aplicada em novembro de 2006
FICHA DIAGNÓSTICA DO GETI 2º SEMESTRE 2006 ( ) Aluno Novo ( ) Aluno Antigo
1. Nome completo:......................................................................................................................... 2. Projeto e Turma (horário).......................................................................................................... 3. Ano de entrada no programa do GETI:.................................................................................... 4. Data de nascimento:..................................... 5. Idade:.............................................................. 6. Endereço completo:........................................................................................CEP: ................ 7. Telefone:........................................................ 8. Em caso de emergência (telefone de contato e nome da pessoa): ..................................... ......................................................................................................................................................... 9. Estado Civil: ( )Solteiro (a) ( )Casado (a) ( )Separado (a) /divorciado (a) ( )Viúvo (a) ( )outros
10. Escolaridade: ( )Analfabeto ( )Fundamental incompleto ( )Fundamental completo ( )Médio incompleto
( )Médio completo ( )Ensino superior ( )Pós-graduação
11. Você tem alguma doença ( ) sim ( )não - Qual (s):( ) angina ( ) Osteoartrose ( ) insuficiência cardíaca ( ) hipertensão / pressão alta ( ) derrames (Acidente Vascular Cerebral-AVC) ( ) reumatismo ( ) câncer ( )depressão ( ) pneumonia ( ) artrose ( ) enfisema ( ) problema na coluna ( ) bronquite crônica ( ) catarata ( ) infecção urinária ( ) problema intestinal ( ) diabetes ( ) labirintite ( ) osteoporose ( ) Outras. Quais ..................................... ( ) problema no sistema nervoso 12. Você toma medicamentos ( ) sim ( )não Qual(s)?........................................................................................................................................... 13. Além do programa do GETI você pratica alguma atividade física ou exercício físico regularmente? ( )Sim ( ) Não Qual (s)?................................................................................................ Quantas vezes por semana? .......................................................... Quanto tempo/duração? ..............................................................
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APÊNDICE B – Ficha diagnóstica aplicada em março de 2007
FICHA DIAGNÓSTICA DO GETI 1º SEMESTRE 2007
( ) Aluno Novo ( ) Aluno Antigo
1. Nome completo:................................................................................................................... 2. Projeto e Turma (horário).................................................................................................... 3. Ano de entrada no programa do GETI:.............................................................................. 4. Data de nascimento:..................................... 5. Idade:.............................................................. 6. Endereço completo: ......................................................................... CEP: ....................... 7. Telefone:........................................................ 8. Em caso de emergência: telefone de contato e nome da pessoa: ................................................................................................................................................... 9. Estado Civil: ( )Solteiro (a) ( )Casado (a) ( )Separado (a) /divorciado (a) ( )Viúvo (a) ( )outros
10. Escolaridade: ( )Analfabeto ( )Fundamental incompleto ( )Fundamental completo ( )Médio incompleto ( )Médio completo ( )Ensino superior ( )Pós-graduação
14. Como está o seu estado de saúde atual? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) nem ruim nem boa ( ) Ruim ( ) muito ruim 15- O seu estado de saúde atual, dificulta a prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não – Caso Afirmativo: De que modo dificulta? ( ) Cansaço ( ) Falta de ar ( ) Tontura ( ) Outro. Qual (s)?.........................................................................................
11- Com quem você mora? ( ) Sozinho (a) ( ) Cônjuge ( ) Filhos (as) ( ) Netos (as) ( ) Outro(s). Qual(s)?............................
12- Atualmente, você é: ( ) Aposentada ( ) Pensionista ( ) Aposentada e Pensionista ( ) Nenhum dos ítens
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16. Você tem alguma doença ( ) sim ( )não Qual (s) OBS: marque um X em cima do número
17. Você toma medicamentos ( ) sim ( )não Qual (s)?............................................................................................................................... .............................................................................................................................................. 18. Além do programa do GETI você pratica alguma atividade física ou exercício físico regularmente? ( )Sim ( ) Não Qual (s)?........................................................................................ Quantas vezes por semana? ....................................................... Quanto tempo/duração? ............................................................... 19. O (a) Senhor (a) realizou algum tipo de atividade física ou exercício físico regularmente durante as férias do GETI? ( )Sim ( ) Não Qual (s)?........................................................................................... Quantas vezes por semana? .......................................................... Quanto tempo/duração? ................................................................. 20. Quais os motivos que levaram a praticar atividade física ou exercício físico no GETI? 21. Caso já participa das atividades físicas do GETI, quais os motivos que levam a permanecer no programa? 22- Teve alguma queda (tombo) no último ano? ( ) Sim. Quantas?......................... ( ) Não
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ANEXOS
ANEXO A – Bateria de testes da AAHPERD
ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética
ANEXO C – Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido
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ANEXO A – Bateria de Testes da AHHPERD
Protocolo de aplicação dos testes físicos
1. Teste de flexibilidade (FLEX): Instrumentos: Fita adesiva e régua de metal maior de 63 cm. Organização do teste: Uma fita adesiva de 50,8 cm foi afixada no solo e uma fita métrica de metal também foi afixada no solo perpendicularmente, com a marca de 63,5 cm diretamente colocada sobre a fita adesiva. Foram feitas duas marcas eqüidistantes 15,2 cm do centro da fita métrica (figura 4). Posição do avaliado: O participante, descalço, senta-se no solo com as pernas estendidas, os pés afastados 30,4 cm entre si, os artelhos apontando para cima e os calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva. O zero da fita métrica aponta para o participante. Posição do avaliador: ao lado do avaliado, segurando o joelho do avaliado para não permitir que o mesmo se flexione. Procedimento: Com as mãos uma sobre a outra, o participante vagarosamente desliza as mãos sobre a fita métrica tão distante quanto pode, permanecendo na posição final no mínimo por 2 segundos. São oferecidas duas tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final é dado pela melhor das duas tentativas anotadas.
15 cm
15 cm 63,5 cm
0 cm
FIGURA 1 - Ilustração do teste de flexibilidade (adaptada de OSNESS et al., 1990).
2. Teste de coordenação (COO): Instrumentos: Fita adesiva, mesa, cadeira e 3 latas de refrigerante cheias. Organização do teste: Um pedaço de fita adesiva com 76,2 cm de comprimento foi fixado sobre uma mesa. Sobre a fita, foram feitas 6 marcas com 12,7 cm eqüidistantes entre si, com a primeira e última marca a 6,35 cm de distância das extremidades da fita. Sobre cada uma das 6 marcas foi afixado, perpendicularmente à fita, um outro pedaço de fita adesiva com 7,6 cm de comprimento (Figura 3). Se a mão dominante for a direita, uma lata de refrigerante é colocada na posição 1, a lata
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dois na posição 3 e a lata três na posição 5. A mão direita é colocada na lata 1, com o polegar para cima, estando o cotovelo flexionado num ângulo de 100 a 120 graus. Posição do avaliado: O participante senta-se de frente para a mesa e usa sua mão dominante para realizar o teste. Posição do avaliador: Próximo ao avaliado com cronômetro na mão. Procedimento: Quando o avaliador sinalizar, o cronômetro é acionado e o participante vira a lata invertendo a sua base de apoio, de forma que a lata 1 será colocada na posição 2; a lata 2 na posição 4 e; a lata 3 na posição 6. Sem perda de tempo, o avaliado, estando agora com o polegar apontado para baixo, apanha a lata 1 e inverte novamente sua base, recolocando-a na posição 1 e, da mesma forma como procedeu colocando a lata 2 na posição 3 e a lata 3 na posição 5, completando assim um circuito. Uma tentativa equivale a realização do circuito duas vezes, sem interrupções. No caso do participante ser canhoto, o mesmo procedimento é adotado, exceto que as latas são colocadas a partir da esquerda, invertendo-se as posições. Para cada participante, são concedidas duas tentativas de prática, seguidas por outras duas válidas para avaliação, sendo estas últimas anotadas até décimos de segundo, e considerado como resultado final o menor dos tempos obtidos. Observação: Inverter a posição das latas no caso de ser canhoto.
FIGURA 2 - Ilustração do teste de coordenação (adaptada de OSNESS et al., 1990).
3. Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL): Instrumentos: Cadeira com braços, fita métrica, 2 cones e cronômetro. Organização do teste: cadeira em local demarcado e local para os pés tocarem o solo. Dois cones posicionados a 1,50m para trás e 1,80m para cada lado (Figura 2). Posição do avaliado: sentado na cadeira com os pés (calcanhares) tocando o solo Posição do avaliador: próximo ao avaliado Procedimento: Ao sinal de “pronto, já”, move-se para a direita e circunda o cone que está posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e senta-se, levantando levemente os pés. Em seguida (imediatamente), o participante se levanta e move-se para a esquerda e circunda o segundo cone posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e sentando-se novamente. Isto completou um circuito. O avaliado deverá concluir dois circuitos completos. Observação: demonstrar o teste e o idoso deverá repetir sem contar o tempo (caminhando o mais rápido possível). São realizadas duas tentativas, conta-se o melhor tempo (o menor). Anota-se em segundos como o resultado final.
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3,60 m
Início / Fim
1,50 m 1,50m
1,80m 1,80m FIGURA 3 - Ilustração do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (adaptada de OSNESS et al.,
1990).
4. Teste de força e endurance de membros superiores (RESISFOR): Instrumentos: Halteres de 1,814 Kg (mulheres) e para homens de 3,6 Kg, cadeira sem braços. Organização do teste: cadeira num local confortável e halteres próximos à cadeira. Posição do avaliado: sentado em uma cadeira sem braços, apoiando as costas no encosto da cadeira, com o tronco ereto, olhando diretamente para frente e com a planta dos pés completamente apoiadas no solo. O braço dominante deve permanecer relaxado e estendido ao longo do corpo (mão voltado para o corpo), enquanto a mão não dominante apoiada sobre a coxa. O halter deve estar paralelamente ao solo, com uma de suas extremidades voltadas para frente. Posição do avaliador: Dois avaliadores. O primeiro avaliador se posiciona ao lado do avaliado, colocando uma mão sobre o bíceps e outra tríceps do mesmo e a outro avaliador segura o halter que foi colocado na mão dominante do participante, com o cronômetro na mão. Procedimento: o segundo avaliador, responsável pelo cronômetro, sinaliza o comando “vai”, o participante contrai o bíceps, realizando uma flexão do cotovelo até que o antebraço toque na mão do primeiro avaliador, que está posicionada no bíceps do avaliado. Quando esta prática de tentativa for completada, o halter deve ser colocado no chão e 1 minuto de descanso é permitido ao avaliado. Após este tempo, o teste é iniciado, repetindo-se o mesmo procedimento, mas desta vez o avaliado realiza o maior número de repetições no tempo de 30 segundos, que é anotado como resultado final do teste.
5. Teste de resistência aeróbia geral e habilidade de andar (RAG): Instrumentos: pista demarcada e cronômetro. Organização do teste: em uma pista de atletismo. Posição do avaliado: em pé, no local de saída. Posição do avaliador: próximo ao avaliado, com cronômetro em mãos. Procedimento: ao sinal de “já”, o participante começa a caminhar (sem correr) 804,67 metros na pista de atletismo de 400 m, o mais rápido possível. É anotado o tempo gasto para realizar tal tarefa em minutos e segundos, e posteriormente transformado para segundos.
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ANEXO B – Aprovação do comitê de ética
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ANEXO C – Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE - CEFID
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto: DESENVOLVIMENTO DE VALORES NORMATIVOS PARA A BATERIA DE TESTES DA AAHPERD PARA IDOSOS
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento. Nome por extenso ______________________________________________________ . Assinatura _____________________________________________ Florianópolis,____/____/____ .