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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO MÁRCIA PINTO CARRAFA INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR SUPERVISOR DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA SÃO MATEUS 2018

INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

MÁRCIA PINTO CARRAFA

INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE

BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO

CONTINUADA DO PROFESSOR SUPERVISOR DE

CIÊNCIAS E BIOLOGIA

SÃO MATEUS

2018

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I

MÁRCIA PINTO CARRAFA

INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO

PROFESSOR SUPERVISOR DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ensino na Educação Básica

(PPGEEB) do Centro Universitário Norte do Espírito

Santo da Universidade Federal do Espírito Santo,

como requisito à obtenção do Título de Mestre em

Ensino na Educação Básica.

Orientador: Profª Drª Karina Carvalho Mancini

SÃO MATEUS

2018

Page 3: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

II

Page 4: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

III

Page 5: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me deu força, sabedoria e persistência para realizar

esse sonho, mesmo em meio a tantas divergências ocorridas nesses dois anos.

Em especial a minha família, pais, irmãos, cunhadas e sobrinhos, que sempre me apoiaram

com palavras de amor, proporcionando o apoio emocional.

As minhas orientadoras Karina Mancini e Débora Lázaro Rosa, com suas palavras

carinhosas e otimistas que sempre me acalmaram, dando apoio para a conclusão de mais

essa etapa em minha vida.

A minha querida amiga que “o mestrado me deu” Andressa Oliveira, pela amizade sincera,

pelos momentos de alegria e tristeza compartilhados.

Aos meus amigos Emerson Gonçalves, Larissa Fracalossi e Paulo Sérgio Moscon que não

mediram esforços em ajudar quando precisei.

Aos membros da banca pela disponibilidade e colaboração ao meu trabalho.

A todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização dessa pesquisa, minha estima e consideração.

Page 6: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

V

RESUMO

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é uma iniciativa do

Ministério da Educação inserida na política pública educacional voltada à formação

docente. No PIBID estão envolvidas Instituições de Ensino Superior, através de seus

professores orientadores e graduandos de escolas de educação básica da rede pública de

ensino, através de seus professores supervisores. O PIBID proporciona a inserção dos

licenciandos no ambiente escolar, criando oportunidades de vivenciarem a realidade

docente em conjunto com professores supervisores e seus alunos. No presente estudo

investigou-se a contribuição do PIBID do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do

Centro Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES) da Universidade Federal do Espírito

Santo para a formação continuada do professor supervisor de Ciências e Biologia das

escolas da rede pública de São Mateus/ES atendidas pelo Programa entre os anos de 2010

e 2016. A análise dos Relatórios Anuais do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA apontou

crescimento significativo de atividades didático-pedagógicas diferenciadas nas escolas

envolvidas e uma grande produção de publicação e divulgação científica no período

2010/2015, com decréscimo das mesmas no ano de 2016. Enquanto o aumento nas

atividades é creditado à evolução e reconhecimento do PIBID junto às escolas, o

decréscimo refere-se ao momento econômico negativo e perspectivas de extinção do

programa. Foram entrevistados professores supervisores do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA

que relataram aumento da motivação dos alunos e docentes frente à inserção de

atividades, e seus resultados positivos, e à interação com a instituição de ensino superior,

resultando na formação continuada e aperfeiçoamento profissional desses professores

supervisores e, em alguns casos, ingresso desses docentes nos programas de pós-

graduação. Por fim, foram entrevistados pibidianos e ex-pibidianos do

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA que relataram que o programa permitiu a experiência de

vivenciar o ambiente escolar, participando diretamente das atividades junto ao professor

supervisor, proporcionando a esse docente um processo de reflexão sobre a sua prática

diária, influenciando no processo de identificação da profissão.

Palavras-chave: Política Educacional, Formação de Professores,

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA

Page 7: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

VI

ABSTRACT

The Institutional Scholarship Program for Initiation to Teaching (PIBID) is an initiative of the

Education Ministry inserted in public educational policy focused on teacher education. The

PIBID involves Higher Education Institutions, through their degree courses, and public basic

education schools, through their supervisor teachers and students. The PIBID provides the

insertion of the graduate in the school environment, creating opportunities to experience the

reality of teaching joining supervisors and their students. The present study investigated the

contribution of the PIBID of the Biological Sciences course of the Centro Universitário Norte

do Espírito Santo (CEUNES) of the Espírito Santo University for the continuous training of

the Sciences and Biology supervisor teachers of public schools of São Mateus/ES. The

PIBID/CEUNES/BIOLOGY Annual Reports analysis showed considerable growth in

differentiated didactic-pedagogical activities and many publications and scientific

dissemination in 2010/2015 period, with decrease in 2016. While the increasing is credited

to the evolution and recognition of PIBID in schools, the decrease refers to the negative

economic moment and prospects of extinction of the program. Supervisors of

PIBID/CEUNES/BIOLOGY were interviewed and reported an increase in students and

teacher‟s motivation due to the insertion of activities, and their positive results, and to the

interaction with the higher education institution, resulting in the continued formation and

professional improvement of these supervisors teachers and, in some cases, their entrance

in graduate programs. Finally, pibidians and ex-pibidians of PIBID/CEUNES/BIOLOGY were

interviewed and reported that the Program allowed the experience of act on school

environment, participating directly in the activities with the supervisor teacher, providing a

reflection process on their daily practice and influencing the process of their career identity.

Keywords: Educational Policy, Teacher Training, PIBID/CEUNES/BIOLOGY

Page 8: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

VII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Quantitativo de bolsistas PIBID conforme demanda por disciplina no Brasil. ...... 40

Figura 2 - Relações entre atores institucionais estabelecidas pelo Programa de Incentivo de

Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). .............................................................................. 41

Figura 3 - Características que definem a pesquisa qualitativa. ............................................ 47

Page 9: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

VIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Licenciaturas e número de licenciandos beneficiados pelo PIBID no estado do

Espírito Santo em 2016, com o curso de Ciências Biológicas do campus de São Mateus

evidenciado. ......................................................................................................................... 43

Tabela 2 - Participação das escolas, quantidade de supervisores e alunos de iniciação a

docência participantes do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA entre os anos de 2010 e 2016. ....... 45

Page 10: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

IX

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tendências no Ensino (1950-2000) segundo a Evolução da situação mundial. 34

Quadro 2 - Principais aspectos das Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). .......... 35

Quadro 3 - Descrição das produções educacionais geradas pelo PIBID, segundo Modelo de

Relatório Anual. .................................................................................................................... 50

Quadro 4 - Perfil dos professores supervisores entrevistados. ............................................ 52

Quadro 5 - Perfil dos alunos de iniciação à docência participantes do

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA. ................................................................................................. 52

Quadro 6 - Produções educacionais produzidas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA entre os

anos 2010 e 2016, segundo categorização dos Relatórios Anuais. ..................................... 55

Quadro 7 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Qual foi sua expectativa ao

se inscrever como supervisor do PIBID?”. ........................................................................... 58

Quadro 8 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Cite as experiências mais

significativas vividas no âmbito do programa”. ..................................................................... 60

Quadro 9 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Relate as dificuldades

encontradas na condução do PIBID enquanto atuava como supervisor (pibidianos, escola,

alunos, direção, coordenação, espaço físico, tempo)”. ........................................................ 63

Quadro 10 - Resposta dos professores supervisores à pergunta “Qual a influência que o

PIBID teve na escola/ nos alunos durante sua atuação?”. ................................................... 66

Quadro 11 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Qual foi o maior legado

do PIBID?”. ........................................................................................................................... 68

Quadro 12 - Respostas à pergunta “Na escola em que atua você tem desenvolvido

atividades produzidas/aprendidas pelo compartilhamento de ideias do grupo PIBID

(supervisor e/ou bolsistas id)? Se não, por quê? Se sim, conte sua experiência”................ 75

Quadro 13 - Percepção dos alunos bolsistas em relação à atuação do professor supervisor.

............................................................................................................................................. 76

Page 11: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

X

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12

OBJETIVOS ........................................................................................................................ 17

OBJETIVO GERAL............................................................................................................................... 17

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................. 17

CAMINHOS QUE NORTEARAM A PESQUISA ......................................................................... 18

CAPÍTULO I ........................................................................................................................ 20

1. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 20

1.1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES ......................................................................................... 20

1.1.1. REFLEXIVO–CRÍTICO ................................................................................................. 29

1.1.2. FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS ................................................... 31

1.2. O PIBID SINALIZANDO APROXIMAÇÕES ENTRE A UNIVERSIDADE E A

EDUCAÇÃO BÁSICA .................................................................................................................................. 38

1.2.1. PIBID NO ESPÍRITO SANTO ..................................................................................... 42

1.2.2. PIBID/CEUNES .......................................................................................... 44

CAPÍTULO II ....................................................................................................................... 46

2. PERCURSO METODOLÓGICO ..................................................................................... 46

2.1. PESQUISA QUALITATIVA ........................................................................................................ 46

2.1.2. A PESQUISA TIPO ETNOGRÁFICA ....................................................................... 47

2.2. ETAPAS DA PESQUISA ............................................................................................................ 49

2.2.1. ANÁLISE DOCUMENTAL ............................................................................................ 49

2.2.2. SUJEITOS DA PESQUISA E ENTREVISTAS ...................................................... 51

2.3. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA .................................................................................... 54

CAPÍTULO III ...................................................................................................................... 55

3. RESULTADOS E DISCURSSÕES DA PESQUISA ........................................................ 55

3.1. PRODUÇÕES DOS RELATÓRIOS DO PIBID/CEUNES/BIOLOGIA ......................... 55

3.2. ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES SUPERVISORES ..................................... 58

Page 12: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

XI

3.3. DEPOIMENTO COMO SUPERVISORA DO PIBID/CEUNES/BIOLOGIA .................. 72

3.4. ENTREVISTAS COM OS ALUNOS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA ............................. 73

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 81

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 83

APÊNDICE A ....................................................................................................................... 92

APÊNDICE B ....................................................................................................................... 93

APÊNDICE C ...................................................................................................................... 94

ANEXO A ............................................................................................................................ 97

ANEXO B .......................................................................................................................... 107

Page 13: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

12

INTRODUÇÃO

A prática docente nos dias atuais é uma discussão frequente em congressos e eventos

acadêmicos que gira em torno das transformações e indagações necessárias no ensino

para que este se adeque à nova realidade escolar e social. Esse tema envolve, dentre

outros aspectos, a dimensão profissional e a iniciação à docência (PERRENOUD et al.,

2001).

Na atualidade, para cumprir seu papel educacional e social, o profissional da educação

necessita ir além dos conteúdos de sua área de formação, devendo desenvolver meios que

otimizem o processo de ensino e aprendizagem.

[...] é importante lembrar que um repertório de conhecimentos próprios ao ensino, tal como entendemos, não engloba todo o saber dos professores, mas somente aquela porção formalizável oriunda da prática na sala de aula e necessária à profissionalização da atividade docente. Ela diz respeito aos saberes produzidos

pelos docentes no exercício de sua atividade. (GAUTHIER, 2013, p.185)

Desta forma, é de fundamental importância que esse sujeito assuma um caráter reflexivo–

crítico, como preconiza Paulo Freire ao afirmar que “a prática docente crítica, implicante do

pensar certo, envolve o movimento dinâmico e dialético entre o fazer e o pensar sobre o

fazer” (FREIRE, 2006, p. 38).

A noção de professor reflexivo definida por Alarcão (2007) baseia-se na consciência da

capacidade de pensamento e reflexão que caracteriza o homem como criativo e não

somente como mero reprodutor de ideias e práticas externas. Fica explícita a noção de

compreender o professor como um profissional que, ao lidar com situações de incerteza e

imprevisibilidade, é capaz de ser flexível e inteligente para resolver as situações

problemáticas que enfrenta no cotidiano de sua prática docente.

Vale salientar que ao ensinar, como expressa Freire (1996), o professor não pode se

restringir apenas a um referencial teórico, pois é notória a dificuldade dos discentes em

compreender o que o professor ensina quando apenas verbalizando a teoria. O método

tradicional, no qual se utiliza livro, quadro, caderno e memorização dos conteúdos, não é

prática pedagógica suficiente para despertar a atenção e o interesse dos estudantes. Para

que essa motivação aconteça, faz-se necessário que o professor dinamize cada vez mais

Page 14: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

13

suas aulas, utilizando métodos alternativos de ensino (como por exemplo, atividades

lúdicas), com o intuito de obter maior sucesso no aprendizado dos discentes.

Oliveira (1999) afirma que o professor precisa reconhecer seus alunos como construtores

de seus saberes a partir de ações que devem ser coerentes com a atividade científica. Ao

reconhecer esta realidade, deve-se reconhecer também que:

“A conscientização implica e consiste, portanto, em um contínuo e progressivo desvelamento da realidade, quanto mais se desvela a realidade, mais se penetra na essência fenomenológica do objeto que se pretende analisar” (MIZUKAMI, 1986, p. 91).

A autora deixa claro que o patamar de consciência crítica é um estágio avançado que

perpassa caminhos de elaboração e desenvolvimento do conhecimento em transformação

antes por uma reflexão crítica da realidade.

No seu cotidiano profissional, o professor depara-se com intensas indagações sobre como,

dentro de um ambiente desmotivador, implementar estratégias de ensino à realidade

educacional, pois, como afirma Libâneo (2000), péssimas condições de trabalho, baixa

remuneração e desvalorização do profissional são fatores desestimulantes na docência.

Para Nóvoa (2006, p. 33) “os professores nunca viram seu conhecimento específico

devidamente reconhecido”. Mesmo quando se insiste na importância da sua missão, existe

uma tendência a considerar apenas que lhes basta domínio do conteúdo que ensinam e

dom param se comunicarem e lidarem com os alunos. Tais posições conduzem,

inevitavelmente, ao desprestígio da profissão, resultando na desvalorização profissional.

Torna-se de especial importância que sejam disponibilizados, aos docentes da educação

básica, cursos de formação continuada, almejando minimizar essa dificuldade

(ROMANOWSKI, 2009). Carvalho (1991) destaca a necessidade de que cursos de

atualização tratem de maneira especial os conteúdos específicos, garantindo com isso

capacitação dos conhecimentos dos professores em determinadas áreas. Mais importante,

destaca a inclusão do processo histórico dos conhecimentos em pauta, mantendo

coerência ao princípio básico de que, para ensinar um conteúdo, não basta saber a teoria e

de imediato aplicá-la no ensino. É necessário um olhar formador para criar propostas

diferenciadas de ensino com o intuito de instigar o aluno ao interesse pela disciplina de

Ciências e Biologia.

Page 15: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

14

Os conteúdos de Ciências e Biologia envolvem conceitos abstratos e, na maioria das vezes,

de difícil assimilação como afirma Santos (2007, p. 23)

“a forma como o ensino de ciências tem sido realizada, limita-se em sua maior parte, a um processo de memorização de vocábulos, de sistemas classificatórios e de fórmulas, de modo que os estudantes apesar de aprenderem os termos científicos, não se tornam capazes de apreender o significado de sua linguagem”.

A formação de professores, como política pública, é entendida por Vieira (2002) como parte

da política educacional, embora envolva um amplo conjunto de agentes, e considera que o

Estado é uma referência fundamental para a sua compreensão, por meio de iniciativas

direta ou indiretamente promovidas pelo poder público. Segundo levantamento realizado

por Stanzani (2012, p. 51), as principais problemáticas vinculadas ao processo formativo

dos professores encontram-se:

“Na desarticulação entre formação específica e pedagógica, na falta de integração entre teoria e prática, na separação entre a universidade e o campo profissional e na não utilização da pesquisa como princípio formativo, resultando na formação de profissionais pouco preparados e motivados para o exercício da profissão docente”.

No entanto, para transformar essa realidade, faz-se necessária uma política de formação e

valorização do educador e das escolas “como capazes de pensar, de articular os saberes

na construção e na proposição das transformações necessárias às práticas escolares e às

formas de organização dos espaços escolares de ensinar e aprender” (PIMENTA, 2005, p.

44), com o compromisso de proporcionar um ensino de qualidade para todos os

educandos.

Numa perspectiva de melhorar o ensino, investindo na formação docente, a Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) criou em 2007 o Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Este Programa entrou no cenário

nacional como uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE). A normativa nº 38, de dezembro de 2007 cita que a

sua finalidade foi a de valorizar o profissional do magistério da educação básica e

“[...] fomentar a iniciação à docência de estudantes das instituições federais de educação superior e preparar a formação de docentes em nível superior, em curso presencial de licenciatura de graduação plena, para atuar na educação básica pública”.

Page 16: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

15

O PIBID é uma tentativa de se contribuir para a integração entre teoria e prática, para a

aproximação entre universidades e escolas públicas de ensino básico e,

consequentemente, para a melhoria de qualidade da educação brasileira.

Como personagens atuantes à frente desse Programa, estão o Coordenador Institucional,

Coordenador de Gestão, Coordenador de Área, Professor Supervisor da Educação Básica

e os Alunos dos Cursos de Licenciatura; estes últimos denominados de Pibidianos ou

alunos de Iniciação à Docência (ID). O professor supervisor tem papel de mediador do

trabalho dos alunos de ID nas escolas, favorecendo a constante interação, diálogo e troca

de experiências, objetivando contribuir para um processo de ensino e aprendizagem

significativo, ativo e contextualizado. A função desse docente é extremamente importante

para o sucesso do programa, pois o mesmo é quem direciona, estimula e desenvolve as

atividades juntamente com os alunos de ID. Proporcionando, assim, que esses alunos

vivenciem o dia-a-dia do professor em sala de aula, ao mesmo tempo, oportunizando o

processo de formação continuada desse docente através da troca de informações entre

eles e os discentes participantes do PIBID.

Observando-se as dificuldades enfrentadas na realidade escolar, como por exemplo a

desvalorização profissional, falta de espaço e materiais didáticos apropriados para aulas de

ciências, falta de motivação dos alunos e pouco tempo para planejamento das aulas,

percebe-se a importância da vivência dos alunos de ID no ambiente escolar. Ao

trabalharem junto a um supervisor, esses alunos de ID conhecem, enfrentam, tentam

minimizar, e até solucionar, as dificuldades das ações docentes durante a iniciação a

docência e quando chegarem ao mercado de trabalho (GOMES E SILVA, 2002).

O Programa garante aos alunos de ID a vivência da realidade escolar, além de fornecer ao

professor supervisor uma experiência de capacitação, uma vez que trazem os

conhecimentos e inovações didáticas de seu curso de licenciatura para a rotina daquele

professor. Essa vivência do PIBID em sala de aula proporciona ao professor supervisor

enfrentar seus problemas com menos dificuldade, mais criatividade e dinamismo e, com

isso, mais motivação para seguir em sua trajetória profissional.

No estado do Espírito Santo, o PIBID atua na Universidade Federal do Espírito Santo

(UFES) nos campi das cidades de Vitória, Alegre e São Mateus. O subprojeto escolhido

Page 17: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

16

para análise no presente estudo foi o PIBID do Curso de Licenciatura em Ciências

Biológicas do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Campus da cidade de São

Mateus). Assim, levando em consideração a importância da relação estabelecida entre os

alunos de ID e o professor supervisor da escola básica, o presente trabalho foi norteado

pela seguinte vertente/: “Investigar a contribuição do PIBID na formação continuada dos

Professores Supervisores de Ciências e Biologia participantes do subprojeto do Curso de

Licenciatura em Ciências Biológicas do CEUNES/UFES (PIBID/CEUNES/BIOLOGIA)”.

Page 18: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

17

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Investigar a contribuição do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA para a formação continuada dos

professores supervisores vinculada ao programa entre os anos de 2010 e 2016.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar um panorama das atividades desenvolvidas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA a

partir da análise dos relatórios anuais CAPES durante o período de 2010 a 2016 e suas

implicações na formação continuada;

Investigar a perspectiva dos professores supervisores em sua formação continuada acerca

de sua participação no PIBID;

Analisar a percepção dos alunos de ID quanto ao impacto do PIBID sobre a prática do

professor supervisor e sua formação continuada;

Page 19: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

18

CAMINHOS QUE NORTEARAM A PESQUISA

Iniciei meu curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Faculdade de Ciências

Aplicadas Sagrado Coração (UNILINHARES) em 2001 para trabalhar com pesquisa na área

de zoologia. Entretanto, ao entrar em contato com as disciplinas das áreas pedagógica e

filosófica, surgiu em mim o interesse em trabalhar com educação ministrando aulas de

Ciências e Biologia.

Antes de concluir a graduação em 2005, fiz uma especialização em Gestão Ambiental, mas

ainda me sentia “perdida” sobre qual caminho profissional seguir. Em 2006 iniciei uma

segunda especialização, desta vez em Educação em Ciências Biológicas.

Aprovada em concurso público como professora do Estado do Espírito Santo, comecei a

lecionar na EEEFM Pio XII, no município de São Mateus em 2009. A partir desta

experiência, minha percepção sobre Educação só piorava, pois me sentia desvalorizada,

recebendo baixo salário, trabalhando sem estrutura adequada na escola e ainda lidando

com a falta de interesse dos alunos. Estava me tornando uma professora entristecida com a

profissão e sem estímulo para elaborar aulas que pudessem despertar o interesse dos

alunos na disciplina ou mesmo o meu interesse pela docência.

Foi então que, em 2012, surgiu a oportunidade de conhecer o PIBID/CEUNES/BIOLOGIA.

Quando o Programa chegou à escola, eu ainda não sabia ao certo seus objetivos, mas,

mesmo assim, aceitei o convite do professor supervisor na época vinculado ao programa,

para ser colaboradora voluntária por um ano.

A experiência como professora colaboradora foi excepcional, pois através do PIBID mudei o

meu olhar em relação à profissão. Os alunos de ID traziam novidades, ideias, aproximação

com o mundo acadêmico, despertando novas perspectivas docente, influenciando

diretamente para minha formação continuada e no desejo de continuar me especializando

profissionalmente.

A oportunidade de participar como professora supervisora do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA,

na mesma escola, veio no ano seguinte (2013). Finalmente, em 2016, já não mais

Page 20: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

19

supervisora, surgiu a oportunidade em trabalhar com pesquisas na área de educação

através do mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Ensino na Educação Básica

(PPGEEB) do CEUNES, instigando ainda mais meu interesse pela pesquisa em educação.

Ao ingressar no Mestrado em Ensino na Educação Básica e iniciar o projeto de dissertação,

surgiu a ideia, juntamente com minha orientadora, de integrar o meu trabalho de pesquisa

com a minha experiência como supervisora do PIBID. Iniciei então a pesquisa e a escrita de

relatar minha experiência e analisar as experiências dos demais supervisores do

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA.

A experiência vivenciada no PIBID foi muito importante para meu crescimento e

amadurecimento profissional, através da reflexão sobre as ações desenvolvidas no dia a

dia com os alunos. A partir dessas reflexões aumentou o meu interesse em trabalhar com

esse tema na minha dissertação e averiguar a experiências dos demais professores

supervisores e o quanto foi importante para eles a participação no programa para a

formação continuada.

Page 21: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

20

CAPÍTULO I

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A profissão de professor emerge em um dado contexto e momento histórico como resposta

a necessidades impostas pela sociedade, adquirindo estatuto de legalidade (PIMENTA,

1997). A questão da formação dos professores no Brasil se manifesta, segundo Saviani

(2009), de forma notória após a Independência do Brasil no ano de 1822, quando até então

eram inexistentes escolas de formação de professores. Considerando a necessidade de

instrução popular, houve a criação da Lei de 1823, que concedia a qualquer cidadão o

direito de abrir escolas elementares e nelas empregar o denominado Ensino Mútuo.

Embora já se observasse uma ligeira preocupação com a formação de professores,

percebia-se ainda um desinteresse do Estado nesse processo de formação, tendo em vista

que ficava a cargo dos docentes arcar com suas capacitações (TANURI, 2000).

Saviani (2009, p.143), ao examinar as questões pedagógicas em articulação com as

transformações que se processam na sociedade brasileira ao longo dos últimos dois

séculos, dividiu em seis períodos a história de formação de professores no Brasil:

1. Ensaios intermitentes de formação de professores (1827-1890). Esse período se iniciou com o dispositivo da Lei das Escolas de Primeiras Letras, que obrigava os professores a se instruírem no método do ensino mútuo, às próprias expensas; estendeu-se até 1890, quando prevaleceu o modelo das Escolas Normais.

2. Estabelecimento e expansão do padrão das Escolas Normais (1890- 1932), cujo marco inicial foi à reforma paulista da Escola Normal, tendo como anexo à escola-modelo.

3. Organização dos Institutos de Educação (1932-1939), cujos marcos foram as reformas de Anísio Teixeira no Distrito Federal, em 1932, e de Fernando de Azevedo em São Paulo, em 1933.

4. Organização e implantação dos Cursos de Pedagogia e de Licenciatura e consolidação do modelo das Escolas Normais (1939-1971).

5. Substituição da Escola Normal pela Habilitação Específica de Magistério (1971-1996).

Page 22: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

21

6. Advento dos Institutos Superiores de Educação, Escolas Normais Superiores e o novo perfil do Curso de Pedagogia (1996-2006).

Em momento anterior estendeu-se durante todo o período colonial, com início nos colégios

jesuítas, passando pelas aulas régias, implantadas pelas reformas pombalinas, até os

cursos superiores, criados a partir de Dom João VI, em 1808; tempo em que não se

manifestou claramente a preocupação com a formação de professores. Tal preocupação só

apareceu em 1827, quando foi promulgada a Lei das Escolas das Primeiras Letras, que

determinava que os professores fossem treinados para o uso do método, às próprias

custas, nas capitais das Províncias. Até então, não havia investimento do governo, já que a

educação ainda era privilégio de poucos e direcionada a uma pequena elite (BORGES et

al., 2011).

O segundo período foi marcado pela reforma da instrução pública do Estado de São Paulo

(1890), que definiu o modelo de organização e funcionamento das Escolas Normais. A

partir daí a escola foi reformada, priorizando o enriquecimento dos conteúdos curriculares

anteriores e, ao mesmo tempo, com ênfase nos exercícios práticos de ensino, corporificada

pela criação da escola (GATTI E BARRETTO, 2009). Assumindo os custos de sua

instalação e centralizando o preparo dos novos professores nos exercícios práticos, os

reformadores estavam assumindo que era necessária uma organização curricular da

preparação pedagógico-didática para formação de professores devidamente preparados. O

padrão da escola Normal logo se expandiu e se tornou referência para outros estados do

país (SAVIANI, 2009).

O terceiro período inicia-se na década de 1930, marcado pela criação do Instituto Nacional

de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), dando início a estudos mais sistemáticos

sobre a questão educacional, que agora era encarada não apenas como objeto de ensino,

mas também de pesquisa. Com a reforma instituída pelo decreto n. 3.810, de 19 de março

de 1932, Anísio Teixeira se propôs a erradicar aquilo que ele considerava o “vício de

constituição” das Escolas Normais, que, pretendendo ser, ao mesmo tempo, escolas de

cultura geral e de cultura profissional, falhavam lamentavelmente nos dois objetivos (VIDAL

e CARVALHO, 2001). Para esse fim, transformou a Escola Normal em Escola de

Professores, com inclusão de disciplinas mais densas e instigantes. O centro contribuiu

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22

para certa institucionalização da pesquisa, ao organizar fontes de dados e implantar grupos

voltados à pesquisa educacional em universidades (GATTI, 2001).

Ao avançar na história, chega-se ao quarto período, o qual se caracterizou pela

organização e implantação dos cursos de Pedagogia e de Licenciatura e consolidação no

padrão das Escolas Normais (1939-1971). Os Institutos de Educação do Distrito Federal e

de São Paulo foram elevados ao nível universitário, tornando-se a base dos estudos

superiores de educação: o paulista incorporado à Universidade de São Paulo, e o

brasiliense à Universidade do Distrito Federal (BORGES, 2011).

Os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores docentes exemplificam toda a evolução

no quadro educacional através de estudos e análise das pesquisas sobre o tema,

confirmando, que a pesquisa educacional no Brasil passou por visíveis convergências

temáticas e metodológicas. Por exemplo, Gouveia (1971; 1976), afirma que as pesquisas

em educação no Brasil tiveram inicialmente um enfoque predominantemente

psicopedagógico. Em meados da década de 50, esse foco se desloca para as condições

culturais e tendências de desenvolvimento da sociedade brasileira. Nesse período, o país

vinha saindo de um ciclo ditatorial e tentava integrar processos democráticos nas práticas

políticas. O objeto de atenção mais comum nas pesquisas educacionais passou a ser nesse

momento a relação entre o sistema escolar e certos aspectos da sociedade (SILVA E

GATTI, 1990).

A partir de meados da década de 60, quando se instala a ditadura militar, começaram a ganhar destaque os estudos de natureza econômica, com trabalhos sobre a educação como investimento, demanda profissional, formação de recursos humanos e técnicas programadas de ensino. Somente na década de 70, os estudos começam a se distribuir mais equitativamente entre diferentes problemáticas: currículos, caracterizações de redes e recursos educativos, avaliação de programas, relações entre educação e profissionalização, características de alunos, entre outros. Não só houve maior distribuição quanto aos temas, como também quanto aos modos de enfocá-los (GATTI, 2001, p. 68).

Com isso, as pesquisas educacionais vão se modificando em função do período político

que o país enfrentava (GATTI, 2001). A mesma autora explica que o atraso na investigação

científica se deveu, de modo geral, ao pouco apoio das instituições às universidades

brasileiras.

[...] com raras exceções, não nasceram conjugando pesquisa e ensino; voltavam-se só para o ensino, para dar um diploma profissionalizante, tanto as de natureza

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confessional, como as leigas privadas e algumas das públicas. Elas não foram estruturadas para incorporar a produção de conhecimento do modo sistemático, como parte de sua função, e, sequer, para discutir o conhecimento. (GATTI, 2001, p. 71).

A expansão da escolaridade se deu, segundo Pimenta (2012), devido ao processo de

industrialização, dada a importância em formar cidadãos aptos a atuar de forma

profissionalizante, e teve seu ápice nos anos 60, já no período do regime militar. Tal fato

teve grande impacto no processo de formação de professores, visto a necessidade de

instrução da enorme massa populacional analfabeta ou semianalfabeta no Brasil, com

poucas condições de efetiva participação na vida cidadã e no mundo do trabalho que se

sofisticava (GATTI, 2009). A mesma autora ainda enfatiza:

Com as pressões populares, com as demandas da expansão industrial e do capital, os investimentos públicos no ensino fundamental começam a crescer e a demanda por professores também aumenta. O suprimento de docentes nas escolas caminha por meio de várias adaptações: expansão das escolas normais em nível médio, cursos rápidos de suprimento formativo de docentes, complementação de formações de origens diversas, autorizações especiais para exercício do magistério a não licenciados, admissão de professores leigos etc. (GATTI, 2009, p.11).

Aqui se mostra importante comentar algumas mudanças que ocorreram no processo

educativo a partir do estabelecimento da ditadura militar (1964 – 1985). Ferreira e Bittar

(2006) ponderam que:

[...] o crescimento econômico acelerado do capitalismo brasileiro durante a ditadura militar impôs uma política educacional que se materializou, em linhas gerais, nas reformas de 1968 e de 1971, cujos efeitos engendraram uma nova categoria docente e, por conseguinte, no exercício da profissão em parâmetros distintos dos anteriores. (FERREIRA; BITTAR, 2006, p. 1.165).

A educação deveria assegurar o processo de desenvolvimento econômico do país através

da consolidação da estrutura do Capital Humano, assim, no período da Ditadura Militar

procurou-se equacionar o sistema educacional à concepção econômica de

desenvolvimento. Adota-se então a educação tecnicista, onde o elemento principal passou

a ser a organização racional dos meios, ocupando o professor e o aluno posição

secundária.

Se na pedagogia tradicional a iniciativa cabia ao professor, que era, ao mesmo tempo, o sujeito do processo, o elemento decisivo e decisório; e se na pedagogia nova a iniciativa se desloca para o aluno, situando-se o nervo da ação educativa na relação professor-aluno, portanto, relação interpessoal, intersubjetiva; na pedagogia

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tecnicista o elemento principal passa a ser a organização racional dos meios, ocupando o professor e o aluno posição secundária, relegados que são à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais. A organização do processo converte-se na garantia da eficiência, compensando e corrigindo as deficiências do professor e maximizando os efeitos de sua intervenção. (SAVIANI, 2011, p. 382)

No final dos anos 60 e, sobretudo nas décadas de 70 e 80, o INEP ganhou nova

configuração, passando a atuar mais como uma agência de fomento à pesquisa

especializada na área educacional (GATTI, 2001). A autora afirma ainda que as pesquisas

realizadas por intelectuais educadores no final da década de 1960 apontavam a

necessidade de uma nova política de formação de professores, que articulasse os

diferentes níveis de ensino.

O golpe militar de 1964 exigiu adequações no campo educacional efetivadas mediante

mudanças na legislação do ensino. No início da década de 1970 desapareceram as

Escolas Normais, sendo instituída a habilitação específica de 2º grau para magistério no

nível de ensino de 1º grau, caracterizando o quinto período. A formação de professores

para o antigo ensino primário foi reduzida a uma habilitação dispersa em meio a tantas

outras, configurando-se um quadro de precariedade preocupante (SAVIANI, 2009).

Com o final do regime militar, o movimento de mobilização dos educadores no Brasil

alimentava a esperança de que o problema da formação docente seria equacionado com a

nova LDB (9.394/96). Entretanto, a LDB não correspondeu às expectativas, uma vez que

introduziu, como alternativa aos cursos de Pedagogia e de Licenciatura, os Institutos de

nível superior de segunda categoria, provendo uma formação mais aligeirada e barata, por

meio de cursos de curta duração (SAVIANI, 2009). Ainda sobre a LDB, Gatti (2009)

salienta:

[...] Mesmo com ajustes parciais em razão das novas diretrizes, verifica-se nas licenciaturas dos professores especialistas a prevalência da histórica ideia de oferecimento de formação com foco na área disciplinar específica, com pequeno espaço para a formação pedagógica. Adentramos o século XXI em uma condição de formação de professores nas áreas disciplinares em que, mesmo com as orientações mais integradoras quanto à relação “formação disciplinar/formação para a docência”, na prática ainda se verifica a prevalência do modelo consagrado no início do século XX para essas licenciaturas [...] (GATTI, 2010, p. 1357)

Os anos 70 foram tempos da racionalização do ensino, da pedagogia por objetivos, do

esforço para prever, planificar e controlar. Já nos anos 80, vieram as grandes reformas

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educativas, centradas na estrutura dos sistemas escolares e, muito particularmente, na

engenharia do currículo. Em 1982, o Governo criou os Centros de Formação e

Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAMs), com o objetivo de revitalização da Escola

Normal. Contudo, o projeto teve abrangência e aproveitamento restritos (SAVIANI, 2009). É

importante destacar aqui a exigência de nível superior para os professores da educação

básica, da LDB (9.394/96), expressa nos artigos 62 e 63:

Art. 62 – A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Art. 63 – Os Institutos Superiores de Educação manterão: I - Cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do Ensino Fundamental; II - Programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de Educação Superior que queiram se dedicar à educação básica; III - Programas de educação continuada para profissionais de educação dos diversos níveis.

Desta forma, foi concedida às Universidades a possibilidade de organização de cursos de

formação de professores, de acordo com seus projetos institucionais, desde que fossem

feitos em licenciaturas plena, com liberdade para incorporar ou não a figura dos Institutos

Superiores de Educação (ISEs). Na análise de Gatti e Barreto (2009), os ISEs

representaram, no âmbito das Faculdades isoladas ou integradas, o novo formato de

formação docente, substituindo os cursos fragmentados existentes.

A partir dos anos 1990, as pesquisas em educação deram início à análise da importância

dos docentes em refletir suas práticas pedagógicas (PIMENTA, 2012). Ao mesmo tempo,

cursos de graduação precisavam repensar sobre a formação inicial docente, pois para

saber ensinar não basta a experiência e os conhecimentos específicos, mas se fazem

necessários os saberes pedagógicos e didáticos. Havia uma maior preocupação no

desenvolvimento de competências pessoais, sociais e profissionais dos professores. A

formação para o exercício profissional específico deve considerar, de um lado, a formação

de competências necessárias à atuação profissional, como foco à formação oferecida e à

prática esperada do futuro professor e, de outro, a pesquisa, com foco no ensino e na

aprendizagem, para compreensão do processo de construção do conhecimento (BRASIL.

MEC/CNE, 2002).

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Na concepção de Krasilchik (2000), a educação e os currículos escolares sempre foram

reflexos das mudanças sociais e políticas, das alterações na economia do país e da cultura

de um povo. A autora afirma que é possível reconhecer, nesses últimos 50 anos,

movimentos que refletem diferentes objetivos da educação modificados evolutivamente em

função de transformações no âmbito da política e economia, tanto nacional como

internacional.

De acordo com essas considerações, Carvalho e colaboradores (2017) reconhecem que a

educação no Brasil tem sofrido um período de mudanças dramáticas nesses últimos anos

com diversas alterações e reformulações nas propostas da legislação que rege a educação

causando nos professores certa insegurança sobre o que e como ensinar.

Todas essas reformulações, introduzidas nas escolas pelas novas diretrizes educacionais, estão, na verdade, sugerindo mudanças estruturais no conceito de ensino e aprendizagem de cada um dos conteúdos específicos, indicando a necessidade de oferecermos aos professores cursos de formação continuada nessas novas concepções (CARVALHO, 2017, p. 12).

No início do século XXI, os olhares a respeito do professor aparecem como promotores de

conhecimento imprescindível na construção de processos de inclusão que respondam aos

desafios da diversidade e no desenvolvimento de métodos apropriados de utilização das

novas tecnologias (NÓVOA, 2009). No entanto, o processo formativo desses profissionais é

insuficiente em vários aspectos, como por exemplo, a abordagem reducionista do ensino e

incapacidade de vislumbrar a amplitude do fenômeno educativo; ineficácia para lidar com

as diferenças; superficialidade ao inibir a mudança de mentalidade na educação; postura

antidemocrática ao perpetuar práticas elitistas e etnocêntricas surgindo então, inúmeras

pesquisas relacionadas ao processo de formação docente.

A formação de professores é um tema de grande relevância, tendo aumentado

consideravelmente, nos últimos dez anos, o número de estudos e divulgações de pesquisas

na intenção de favorecer uma melhoria na qualidade do ensino e de promover mudanças

necessárias à educação (ANDRÉ, 2009).

A formação caracteriza uma identidade profissional, onde o sujeito se esculpe

profissionalmente através do seu fazer prático e teórico, como declara Nóvoa (1992, p. 18),

“mais do que um lugar de aquisição de técnicas e de conhecimentos, a formação de

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professores é o momento chave da socialização e da configuração profissional”. Na

concepção de Imbernón (2002), é um processo contínuo de desenvolvimento profissional,

que tem início na experiência escolar e prossegue ao longo da vida, incluindo questões

relativas a salário, carreira, clima de trabalho, estruturas, níveis de participação e de

decisão.

Portanto, pode-se afirmar que a formação do professor é adquirida desde o primeiro contato

na escola, e que a estrutura formativa desse profissional não se resume apenas no contato

com os alunos, mas diversos outros fatores. Assim, pode-se destacar a constante

atualização de práticas pedagógicas dentro da perspectiva histórico-sócio-cultural, com

direcionamento do ensino segundo a realidade em que atua; a troca de experiências e

partilha de saberes; e o desenvolvimento de uma prática reflexiva eficaz, integrada ao

contexto institucional.

Como previamente exposto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº

9.394/96 declara que os profissionais da educação devem possuir formação docente.

Assim, a formação consiste em preparar o futuro profissional de maneira a oferecer

subsídios para sua atuação na docência, levando em consideração sua subjetividade e a

natureza do seu trabalho, as funções desempenhadas por este profissional.

O sistema educacional impõe que o professor empregue, em seu cotidiano escolar,

técnicas e métodos ao ensino, sem se importar com a reflexão sobre o seu saber

profissional e o saber escolar.

A finalidade da educação escolar na sociedade tecnológica, multimídia e globalizada, é

possibilitar que os alunos trabalhem os conhecimentos científicos e tecnológicos,

desenvolvendo habilidades para operar, rever e reconstruí-los (PIMENTA, 2012). Sendo

assim, faz-se necessário que os cursos de graduação lancem olhares não só aos

conteúdos curriculares, mas também que invistam em meios que forneçam aos discentes

um contato mais sólido com a realidade escolar, adquirindo assim uma formação mais

efetiva. Esse investimento faz-se necessário na atual sociedade devido à importância do

trabalho do docente enquanto mediador na constituição da cidadania (PIMENTA, 2012).

Além disso, torna-se necessário que o professor continue se atualizando após a graduação,

pois, na visão de Tardif (2002), os conhecimentos profissionais são evolutivos e

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progressivos e necessitam, por conseguinte, uma formação contínua e continuada. Conclui-

se, assim, que os profissionais, após sua graduação, busquem cursos de atualização

profissional através de diferentes meios.

Ninguém se torna professor ao concluir o curso de graduação ou ao pisar no chão da

escola. Esse processo é um conjunto do curso superior somado ao conhecimento

acumulado ao longo da vida. Sendo assim, é indispensável que o docente busque atualizar-

se sempre, remetendo a necessidade da formação continuada no processo de atuação

profissional (PIMENTA, 2012):

[...] uma política de democratização da escola pública que tenha como um de seus objetivos o ensino de qualidade, necessita, também, do professor de qualidade. Este deve ser buscado no aproveitamento dos que aí estão por meio de sua formação continua e também do investimento na formação de novos professores. Entretanto, a manutenção na escola do bom professor e a atração de novo dependem de uma política de valorização docente (PIMENTA, 2012, p.41).

Ainda neste contexto, mostra-se também importante a presença de políticas públicas que

contemplem o aprimoramento profissional. Gatti (2008, p.68) faz o seguinte

questionamento:

[...] não seria melhor investir mais orçamento público para a ampliação de vagas em instituições públicas para formar licenciados e investir na qualificação desses cursos, em termos de projeto, de docentes, de infraestrutura, deixando para a educação continuada realmente os aperfeiçoamentos ou especializações? Parece-nos que melhorar substantivamente, com insumos adequados e inovações, a formação básica dos professores para todos os níveis e modalidades seria uma política mais condizente para a melhor qualificação dos trabalhadores nas redes de ensino, e para propiciar aos alunos dessas redes os conhecimentos importantes para sua realização pessoal e no trabalho e sua contribuição para uma coletividade mais integrada

Ao sugerirem-se cursos de formação continuada cria-se a expectativa de que essas

mudanças impostas pelas leis que regem a educação elaborem atividades que possam ser

adaptadas e aplicadas durante o processo de ensino aprendizagem (TRIVELATO, 2016).

Novas tendências investigativas sobre formação de professores valorizam o que

denominam professor-reflexivo1, entendendo que o mesmo está em processo contínuo de

formação. As experiências obtidas no cotidiano escolar do docente são reelaboradas de

acordo com sua formação inicial e suas experiências vivenciadas na prática, ou seja,

aquele que constantemente reflete na e sobre a prática (GATTI, 2008).

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Valorizar o cotidiano pedagógico e discutir a importância que as práticas de ensino têm na

formação docente pode despertar nos professores a vontade de refletir sobre os seus

percursos profissionais, sobre a forma como percebem a articulação entre o profissional e o

pessoal, sobre a forma como foram evoluindo ao longo da sua carreira, possibilitando que,

aos poucos, possam construir sua identidade através de experiências.

1.1.1. REFLEXIVO–CRÍTICO

Inúmeras mudanças ocorreram na sociedade e no mundo e novos cenários exigem

agilidade e competência dos docentes, que devem constantemente exercer

questionamentos e reformulações para se adequar às exigências e atender às

necessidades do aluno, tornando-se a atividade educacional satisfatória não só para os

educandos, mas, sobretudo, para quem a desempenha. Nesse sentido, é essencial uma

mudança de postura dos profissionais da educação, iniciando-se com uma formação crítico-

reflexiva do docente, visando à boa qualidade educacional. Isso significa que o conceito de

professor como profissional que reflete sobre sua prática deve ser uma preocupação de

todos os profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem, porém, nunca

dissociando teoria e prática na atuação educacional (FONTANA E FÁVERO, 2013).

A expressão "professor-reflexivo", cunhada por Schön (1992), tomou conta do cenário

educacional, confundindo a reflexão como adjetivo, como atributo próprio do ser humano,

com um movimento teórico de compreensão do trabalho docente (PIMENTA E LIMA, 2005).

A formação do professor por meio da prática reflexiva tem como objetivo principal, como

afirma Pimenta (2012), buscar a consolidação da autonomia profissional, além de prover

maiores oportunidades de prática de ensino, oferecer retorno aos alunos-mestres sobre sua

atuação e possibilitar a reflexão sobre as razões que contribuíram para o seu relativo

sucesso. Nessa perspectiva, o professor reflexivo se caracteriza como um ser humano

criativo, capaz de pensar, analisar, questionar a sua prática a fim de agir sobre ela e não

como um mero reprodutor de ideias e práticas que lhes são exteriores. Por conseguinte,

espera-se que o professor reflexivo seja capaz de atuar de uma forma mais autônoma,

inteligente, flexível, buscando construir e reconstruir conhecimentos (PIMENTA E GHEDIN,

2002).

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30

A formação de professores precisa abranger as dimensões da formação inicial, da indução

e da formação contínua, devendo ser repensada e reestruturada como um todo (NÓVOA,

1999). Tal pensamento é compartilhado por Pimenta (2012), que afirma que nos cursos de

formação, os futuros professores poderão adquirir saberes sobre a educação e pedagogia,

mas não estarão aptos a falar sobre saberes pedagógicos. A autora especifica ainda que

durante a formação docente ou continuada, o professor não reflete sobre o que se vai fazer,

nem sobre o que se deve fazer, mas sobre o que se faz. Daí, a importância do triplo

movimento, sugerido por Schön (1995), da reflexão na ação, da reflexão sobre a ação e da

reflexão sobre a reflexão na ação. Percebe-se, assim, que no exercício da docência existe

uma troca de experiências e práticas pela qual os professores vão construindo seus

saberes, ou seja, aquele que constantemente reflete na e sobre a prática tornando-se um

intelectual em processo contínuo de formação (SCHÖN, 1995).

Portanto, a formação docente requer a participação dos professores em processos

reflexivos e não somente como transmissores de conhecimentos. Como afirma Tardif

(2009, p. 39), ao pesquisar a importância dessa reflexão na prática docente:

[...] o professor ideal é alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos.

As experiências também vão sendo produzidas no cotidiano docente, onde cada nova

situação é uma oportunidade para fazer uma reflexão sobre a prática, possibilitando elencar

os pontos positivos e negativos da vida do professor. Para Tardif (2007, p. 56), “o saber

docente, assim como outros saberes, é um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou

menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares,

curriculares e experienciais”. Portanto, na visão do autor, a relação entre os saberes

profissionais e a carreira comporta diferentes faceta, e essa relação está fundamentalmente

associada ao tempo, aborda também “aspectos psicológicos e psicossociológicos, uma vez

que exige certo conhecimento de si mesmo (limites, objetivos, valores e outros) e um

reconhecimento por parte dos outros” (TARDIF, 2014, p. 99).

O desafio dos cursos de formação inicial é a construção da identidade do futuro docente no

processo de transição de aluno para professor.

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31

Espera-se, pois, que mobilize os conhecimentos da teoria da educação e da didática necessários a compreensão do ensino como realidade social, e que desenvolva neles a capacidade de investigar a própria atividade para, a partir dela, constituírem e transformarem os seus saberes fazeres docentes, num processo continuo de construção de suas identidades como professores (PIMENTA, 2012, p. 75).

A formação de professores se configura como política de valorização do desenvolvimento

pessoal profissional dos professores e das instituições escolares, uma vez que supõe

condições de trabalho propiciadoras da formação continua dos professores, no local de

trabalho, em redes de autoformarão, em parceria com outras instituições de formação

(PIMENTA, 2012). O professor é um “ator social”, pois tem uma história de vida,

carregando, em seus pensamentos e ações, marcas do contexto no qual está inserido

(TARDIF, 2014). Segundo Gatti (2001), o pensamento humano mantém uma relação

dialética na construção das teorias vinculadas a prática social de seus construtores e dos

que as utilizam. Não cabe, pois, dicotomizar sujeito e objeto, nem teoria e prática.

1.1.2. FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS

Discutir sobre o ensino de ciências torna-se cada vez mais importante quando se analisa o

desenvolvimento da ciência e da tecnologia, a globalização e os processos políticos, sociais

e econômicos que afetam os países de maneira geral (KRASILSHIK, 2000).

Ciências foi uma das disciplinas que mais sofreu o impacto do processo dessas mudanças,

como constata Krasilshik (2000). A autora afirma que à medida que ciência e a tecnologia

foram reconhecidas como essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social, o

ensino de Ciências, em todos os níveis, foi também crescendo de importância, sendo objeto

de inúmeros movimentos de transformação do ensino, podendo servir de ilustração para

tentativas e efeitos das reformas educacionais.

Ao longo da história, a produção científica e tecnológica brasileira foi regida

ideologicamente por uma forma acadêmica e internacional de fazer ciência, e sofreu com a

falta de estabilidade política e o autoritarismo (NASCIMENTO et al., 2010). Na década de

1950, o Brasil passa a empreender esforços na preparação de uma elite para impulsionar o

progresso da ciência e da tecnologia que contribuísse com o processo de industrialização

pelo qual o país atravessava. Sendo assim, políticas científicas e tecnológicas passaram

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32

por um intenso processo de institucionalização, tendo em vista o crescimento e o progresso

do país (CHASSOT, 2004). Isso teve reflexos significativos no processo educativo, que

agora preconizava a ideia da existência de uma sequência fixa e básica de

comportamentos, que caracterizaria o método científico na identificação de problemas,

elaboração de hipóteses e verificação experimental dessas hipóteses, o que permitiria

chegar a uma conclusão e levantar novas questões. O trabalho em laboratório passa a ser

incentivado, sendo motivador da aprendizagem, levando ao desenvolvimento de

habilidades técnicas e principalmente, auxiliando a fixação de conhecimentos sobre

fenômenos (KRASILCHIK, 2000).

Segundo Krasilchik (2000), tomando como marco inicial a década de 50, é possível

reconhecer movimentos que refletem diferentes objetivos da educação modificados

evolutivamente em função de transformações no âmbito da política e economia, tanto

nacional como internacional., como o ocorrido nos Estados Unidos durante a Guerra Fria:

[...] para vencer a batalha espacial, os EUA fizeram investimentos de recursos humanos e financeiros sem paralelo na história da educação, para produzir os hoje chamados projetos de 1ª geração do ensino de Física, Química, Biologia e Matemática para o ensino médio. A justificativa desse empreendimento baseava-se na ideia de que a formação de uma elite que garantisse a hegemonia norte-americana na conquista do espaço dependia, em boa parte, de uma escola secundária em que os cursos das Ciências identificassem e incentivassem jovens talentos a seguir carreiras científicas. (KRASILSHIK, 2000, p.85)

Para a autora, na medida em que a Ciência e a Tecnologia foram reconhecidas como

essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social das nações, o ensino das

Ciências em todos os níveis foi igualmente crescendo em importância, e ao ser objeto de

inúmeros movimentos de transformação do ensino, pode servir de ilustração do impacto

das reformas educacionais.

Na década de 1960, reforçou-se a concepção do papel da escola, que passa a ser

responsável pela formação de todos os cidadãos e não mais apenas de um grupo

privilegiado (KRASILCHIK, 2000), processo já iniciado na década de 1930 através da

Manifestação dos Pioneiros pela Escola Nova (1932). A partir o aumento do processo de

industrialização no Brasil torna-se necessário um avanço da ciência e tecnologia, sendo

essencial que as escolas preparassem os alunos para tornarem aptos ao progresso do

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33

país. Assim, ampliou-se bastante a participação das ciências no currículo escolar, que

passaram a figurar desde o 1º ano do curso ginasial. No curso colegial, houve também

substancial aumento da carga horária de Física, Química e Biologia. Essas disciplinas

passavam a ter a função de desenvolver o espírito crítico com o exercício do método

científico. O cidadão seria preparado para pensar lógica e criticamente e assim capaz de

tomar decisões com base em informações e dados (ROMANELLI, 1983).

Os anos 1970 foram marcados por privilegiar a ciência pura, praticamente não havendo

menção às tecnologias produzidas com base em conhecimentos científicos. O silêncio

sobre a imposição de padrões tecnológicos estrangeiros ao Brasil nesse período deveu-se

à defesa de certos programas de transferência tecnológica (MACEDO, 2004). O projeto de

o governo militar defendia a modernização e o desenvolvimento do país num curto período

de tempo. Conforme estabelecido na Lei 5692/71, o ensino de ciências era considerado um

importante componente na preparação de trabalhadores qualificados. Dessa forma a

disciplina de ciências naturais passou a ter o caráter obrigatório nas oito séries do primeiro

grau. A mesma lei consagrou definitivamente a denominação ciências físicas e biológicas

ao determinar que ela também fosse adotada no segundo grau (ensino médio) abrangendo

os estudos de biologia, física e química. O final dos anos 70 foi marcado por uma severa

crise econômica e por diversos movimentos populares que passaram a exigir a

redemocratização do país. Preconizava-se uma urgente reformulação do sistema

educacional brasileiro de modo a garantir conhecimentos básicos aos cidadãos.

Durante os anos 1980 e 1990, o Estado passou a diminuir suas funções reguladoras e

produtivas e abriu a economia ao comércio e à competitividade internacional. Nesse

período, a globalização da economia e a homogeneização dos critérios de competitividade

passaram a influenciar fortemente a produção científica e tecnológica brasileira, segundo

princípios neoliberais. No início dos anos 2000, tornou-se explícita a necessidade de

analisar a articulação existente entre ciência, tecnologia e sociedade, o que possibilitou o

surgimento de um panorama muito mais complexo e de incertezas a respeito da produção

científica e tecnológica, mas deixando evidente a falta de relação dessa produção com as

necessidades da maioria da população brasileira (NASCIMENTO et al., 2010). O Quadro 1

demonstra de forma resumida as correlações entre momento histórico e o ensino de

Ciências segundo Krasilchik (2000).

Page 35: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

34

Quadro 1 - Tendências no Ensino (1950-2000) segundo a Evolução da situação mundial.

Fonte: KRASILCHIK, 2000

Atualmente, entende-se que a ciência se materializa em tecnologia e que esta última traz

consigo a ideia de desenvolvimento do país. No entanto, o conceito de desenvolvimento

que acompanhou, e vem acompanhando, o progresso da ciência e tecnologia no Brasil tem

sido pautado pela ideia de crescimento econômico associado a uma maior produtividade e

ao aumento do consumo pelos cidadãos (MACEDO, 2004). A ciência e a tecnologia

brasileiras atuais são atividades extremamente eficazes; entretanto, é necessário

questionar se seus objetivos são socialmente válidos, pois os maiores esforços em

pesquisa vêm se concentrando em campos demasiadamente desvinculados dos problemas

sociais cotidianos (DYSON, 1997).

Essas transformações políticas acarretaram em mudanças sobre o papel da escola, que

antes se preocupava em formar um grupo elitista, passando então a se responsabilizar por

formar todos os cidadãos. Dessa forma, houve mudanças no currículo do ensino de

ciências à medida que foram criadas e reformuladas as leis que direcionam a educação,

como mostra o Quadro 2.

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35

Quadro 2 - Principais aspectos das Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

1961 1971 1996

Função de desenvolver o espírito

crítico preparando o cidadão para

pensar lógica e criticamente.

Foco na formação do

trabalhador (peça importante

para o desenvolvimento

econômico do país).

Estabelece que a educação

escolar deverá ser vinculada ao

mundo do trabalho e a prática

social. Desenvolvimento de

programas de cursos a distância

e educação continuada.

Fonte: KRASILSHIK (2000), modificado pela autora.

Observa-se pela análise do Quadro 2 que na década de 1970, o ensino de Ciências é

afetado quando norteia as modificações educacionais sofridas no período da ditadura

militar que objetivou a formação do trabalhador e descaracterizou a função das disciplinas

científicas dando-as um caráter profissionalizante.

Na década de 1980, as pesquisas sobre o ensino de Ciências Naturais revelaram que a

experimentação por si só não garantia a aprendizagem, mas que ela precisava de uma

atitude investigativa mais ampla (BRASIL, 1998). Por isso, se faz necessário à relação

teoria/prática, pois uma atitude investigativa requer estudos teóricos sobre a prática, sendo

necessária uma formação inicial estruturada e de qualidade.

A partir da década de 1990, a situação mundial é caracterizada pela globalização,

passando a exigir uma diferente preparação do cidadão. Para tanto, em atendimento a essa

preparação diferenciada, a LDB aprovada em 1996 estabelece que a educação escolar

prepare os indivíduos para o mundo do trabalho e para a prática social.

Todas essas alterações curriculares advindas das mudanças sócio-político-culturais

acarretam em uma dificuldade para o professor acompanhar essa onda evolutiva no

processo ensino-aprendizagem. Conforme afirma Carvalho e Gil Perez (2011), não basta

estruturar cuidadosa e fundamentalmente um currículo se o professor não receber um

preparo adequado para aplicá-lo.

Page 37: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

36

Ao discorrer sobre o ensino, Carneiro e Trevisan (2007) relatam que a expansão das redes

de ensino em curto espaço de tempo e o crescente aumento das necessidades docentes

não foi acompanhada pela formação adequada para possibilitar um ensino de ciências de

qualidade.

Os desafios do mundo contemporâneo, particularmente os relativos às transformações pelas quais a educação escolar necessita passar, incidem diretamente sobre os cursos de formação inicial e continuada de professores, cujos saberes e práticas tradicionalmente estabelecidos e disseminados dão sinais inequívocos de esgotamento (DELIZOICOV et all 2009, p. 31).

Krasilchik (1987) e Schnetzler (2002) afirmam que os cursos de graduação não têm

preparado de forma adequada os futuros professores para atuar no ensino de Ciências.

Carvalho e Gil Perez (2011), ao realizarem uma pesquisa com professores de ciências

sobre sua prática em um sentido mais amplo de saber e saber fazer, relatam a pobreza de

conhecimentos por parte dos professores sobre as pesquisas atuais.

Ao relatar a falta de consciência dos professores em relação a suas insuficiências didáticas,

Briscoe (1991, p 185) menciona a necessidade de uma formação docente mais adequada à

realidade do ensino de ciências:

[...] concebe-se a formação do professor como uma transmissão de conhecimentos e destrezas que, contudo, tem demonstrado reiteradamente suas insuficiências na preparação dos alunos e dos próprios professores.

A partir dessa premissa torna-se fundamental a necessidade de conhecer e analisar as

práticas dos professores, seus saberes construídos no decorrer da profissão docente e

questioná-los diante do aspecto social da escola, pois, para ensinar, o professor necessita

de conhecimentos e práticas que ultrapassem sua especialidade (DELIZOICOV et al.,

2002).

Dessa maneira, o conhecimento do professor sobre o conteúdo de Ciências é

imprescindível, mas o conhecimento pedagógico torna-se igualmente importante.

Ao analisar essa premissa, Carvalho e Gil-Pérez (2011) enumeram oito vertentes

necessárias relativas à formação do professor de ciências:

Romper com visões simplistas sobre o ensino, de que o ensino é algo simples e para tanto basta ter o conhecimento da matéria;

Conhecer a matéria a ser ensinada;

Page 38: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

37

Questionar as ideias docentes de senso comum e ir além das próprias ideias de ensino e aprendizagem;

Adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem de Ciências;

Saber analisar criticamente o ensino tradicional para superar suas limitações e possibilitar propostas de renovação;

Saber preparar atividades capazes de gerar aprendizagem efetiva;

Saber avaliar de modo que esta avaliação se torne um instrumento de melhoria do ensino.

Adquirir formação necessária para associar ensino e pesquisa didática.

As propostas de formação de professores de ciências deverão considerar o papel da

educação científica em diferentes contextos e a cultura científica dos professores no quadro

da compreensão pública da ciência. Tal perspectiva considera que o conhecimento

científico no espaço público deve ser sempre entendido como social e culturalmente

adaptado segundo a perspectiva dos diferentes atores sociais. Os cursos de formação

devem apresentar, portanto, responsabilidade social na busca de reconstrução da

solidariedade, da liberdade e da dignidade humana, num estilo inquietante de construção

do conhecimento emancipatório (VEIGA, 2002). A formação de professores de ciências

deve ser entendida como uma oportunidade para reconstruir uma imagem de ciência

menos fragmentada pelas fronteiras disciplinares (TORRES, 1994) e como um desafio na

construção de um conhecimento emancipatório, essencial para a construção de uma

sociedade verdadeiramente justa e democrática.

Em seu artigo sobre Educação, Nascimento e colaboradores (2010) fazem as seguintes

observações:

Formar professores de ciências pressupõe conceber e praticar uma formação científica que possibilite aos mesmos a apropriação de conhecimentos relevantes do ponto de vista científico, social e cultural assim como a aprendizagem, o aperfeiçoamento e a construção de estratégias de ensino-aprendizagem, as possibilidades de reconstrução da tarefa de ensinar e motivação à curiosidade, à problematização, ao posicionamento crítico e à participação democrática responsável. É necessário possibilitar aos professores de ciências o desenvolvimento de atitudes reflexivas, da imaginação criadora, do desejo de investigar e agir sobre seus contextos de atuação e da compreensão do caráter aleatório e caótico colocados pela relação ciência-tecnologia-sociedade. Trata-se, portanto, de considerar a formação desse profissional sob uma perspectiva transformadora, segundo abordagens em que a incerteza não seja banida, mas gerida; em que os valores não sejam pressupostos, mas sim explicitados; em que a dimensão histórica, incluindo a reflexão sobre o passado, o presente e o futuro, torne-se parte integrante da caracterização científica da natureza; em que o local e o processual sejam relevantes para a explicação do mundo e para sua transformação.

Page 39: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

38

Em síntese, a docência é uma articulação teoria-prática que busca oferecer elementos para

o fazer do professor, a partir de uma ação refletida, sendo observada nas últimas duas

décadas como espaço privilegiado de construção de conhecimento. Essa prática reflexiva é

apresentada, portanto, entre as principais necessidades a serem consideradas no processo

formativo do professor, seja na formação inicial ou contínua.

1.2. O PIBID SINALIZANDO APROXIMAÇÕES ENTRE A UNIVERSIDADE E A

EDUCAÇÃO BÁSICA

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) foi criado em 2007

como uma iniciativa do governo federal em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a fim de contribuir com uma melhor

formação dos docentes nas várias áreas de atuação. A perspectiva seria de melhorar o

ensino na educação básica através de ações concentradas na formação do licenciando.

O PIBID fundamenta-se numa concepção de formação docente que preconiza a articulação

teoria-prática, reconhecendo e valorizando a escola como espaço privilegiado para a

integração entre os conhecimentos advindos da formação inicial e os saberes da

experiência, construídos no âmbito da prática pedagógica, a partir do levantamento da

realidade local de cada comunidade escolar envolvida (SILVA, 2009).

De acordo com a Portaria Nº 46, de 11 de abril de 2016, que dispõe sobre o PIBID, em seu

artigo 4, são objetivos desse programa:

I. Incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; II. Contribuir para a valorização do magistério; III. Elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica; IV. Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino e aprendizagem;

Page 40: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

39

V. Incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; VI. Contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura; VII. Contribuir para que os estudantes de licenciatura se insiram na cultura escolar do magistério, por meio da apropriação e da reflexão sobre instrumentos, saberes e peculiaridades do trabalho docente. VIII. Articular-se com os programas de formação inicial e continuada de professores da educação básica, de forma a contribuir com a criação ou com o fortalecimento de grupos de pesquisa que potencialize a produção de conhecimento sobre ensinar e aprender na Educação Básica; IX. Comprometer-se com a melhoria da aprendizagem dos estudantes nas escolas onde os projetos institucionais são desenvolvidos.

Os objetivos do programa deixam bem claros as propostas de aproximação entre as

escolas de educação básica e Instituições de Ensino Superior (IES), contribuindo para a

integração entre teoria e prática buscando promover uma melhoria na educação do país.

Portanto, o PIBID está inserido no âmbito das políticas públicas, com a finalidade principal

de valorizar o magistério, promovendo a inserção de estudantes das instituições federais no

ambiente escolar, fomentando a iniciação à docência e preparando esses discentes para

atuar como docentes na educação básica pública (CAPES, 2007).

Inicialmente, a prioridade do programa foi beneficiar somente os cursos de licenciatura em

Física, Química, Matemática e Biologia. Da mesma forma, também tinha foco apenas no

Ensino Médio, devido à escassez de professores dessas áreas. No ano de 2013, a CAPES

disponibilizou um relatório da gestão do PIBID contendo o levantamento dos participantes

do programa por região, por instituição e demais informações pertinentes ao programa.

Esse levantamento demonstra a crescente demanda de professores para atuar na

Educação Básica, especificamente nas disciplinas apresentadas na Figura 1.

Page 41: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

40

Figura 1 - Quantitativo de bolsistas PIBID conforme demanda por disciplina no Brasil.

Fonte: RELATÓRIO DE GESTÃO CAPES/PIBID/2013

O programa passou a atender toda a Educação Básica (ensino fundamental e médio) e as

escolas participantes dos subprojetos passaram a serem selecionadas de acordo com as

recomendações da Portaria Normativa nº 096/2013, como descrita no seu Art.8:

I – que tenham obtido Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) abaixo da média nacional e naquelas que tenham experiências bem sucedidas de ensino e aprendizagem, a fim de apreender as diferentes realidades e necessidades da educação básica e de contribuir para a elevação do IDEB, compreendendo-o nos seus aspectos descritivos, limites e possibilidades. (CAPES, 2013)

Ao discorrer sobre o programa, Bodião (2012, p. 135), enfatiza que,

[...] o PIBID intenta, prioritariamente, fomentar a iniciação à docência de estudantes de cursos de licenciatura presencial, densificando suas formações, ao mesmo tempo em que espera estimulá-los, como profissionais, a atuar nas escolas públicas da educação básica. Para tanto, espera proporcionar-lhes possibilidades de participações em experiências de práticas docentes metodologicamente inovadoras, vinculadas às realidades das escolas envolvidas.

Sendo assim, o PIBID se destaca por proporcionar experiências diferenciadas, a partir do

contato direto do licenciando com as universas e com a dinâmica estudantil básica e de

suas inúmeras vivências próprias. Há, ainda, a interação com profissionais que lidam com o

cotidiano da sala de aula e demais aspectos da realidade escolar, como professores,

pedagogos, coordenadores de turno e outros profissionais. Apesar do estágio

supervisionado também permitir essa vivência, existem muitas diferenças, como o tempo de

participação no PIBID, podendo ser planejadas atividades a longo prazo. Outro fator

estimulante é a bolsa que gera ajuda de custos aos alunos de ID, fatores estes que geram

Page 42: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

41

motivação e valorização profissional.

Outro fator importante é a articulação e valorização do professor da escola pública, como

parceiro dessa experiência, ocupando um importante papel de formador dos futuros

professores, beneficiando-se também na construção de novos saberes, além de ser

beneficiado pela formação continuada. Assim, ambos são atores e autores na construção

dos saberes docentes com a inserção na prática pedagógica.

De forma geral, tem-se como atores desse cenário do PIBID: os professores universitários

dos cursos de licenciatura (Coordenadores de Área e institucional), os alunos bolsistas de

iniciação à docência (Licenciandos) e os professores bolsistas das escolas públicas

(Supervisores) (FIGURA 2).

Figura 2 - Relações entre atores institucionais estabelecidas pelo Programa de Incentivo de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID).

Fonte: Autora (2018)

O papel de cada um dos personagens envolvidos é importante para que o programa

funcione corretamente, sendo que o centro de toda a dinâmica é o licenciando. O

coordenador institucional representa a IES, que, por sua vez, estabelece com a Escola

ESCOLA

PÚBLICA

SUPERVISOR

ALUNOS DE

INICIAÇÃO À

DOCÊNCIA

COORDENADORES

DE ÁREA

COORDENADOR

INSTITUCIONAL

INSTITUIÇÃO DE

ENSINO

SUPERIOR

Page 43: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

42

Pública um vínculo formal, a partir de sua relação com os coordenadores de área e alunos

de ID e estes com os supervisores e estudantes.

Essa dinâmica do trabalho docente oportuniza aos alunos de ID conhecerem seu local de

trabalho e a desenvolver habilidades que fundamentarão o fazer docente ao longo de sua

carreira acadêmica como corrobora Foerste (2005, p. 91):

Os estudantes dos cursos de formação de professores na universidade precisam participar de forma mais efetiva na vida da escola, ao longo de todas as fases do curso de graduação, buscando pensar, vivenciar e pesquisar o espaço institucional onde se realiza a prática pedagógica ou o trabalho docente.

O programa oferece bolsas a alunos dos cursos de licenciatura, professores da educação

básica, professores das IES que coordenam os subprojetos na sua área específica e aos

professores da IES responsável pelo projeto institucional (BRASIL, 2011). Ao exprimir sobre

os aspectos relevantes da interação do PIBID com as escolas de Educação Básica,

Pacheco (2009) aponta o programa como incentivo à docência, a integração entre

Universidade e Escola e o desenvolvimento de práticas educativas diferenciadas.

1.2.1. PIBID NO ESPÍRITO SANTO

O estado do Espírito Santo adere ao PIBID no ano de 2008, por iniciativa de pesquisadores

e professores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em resposta ao edital da

educação MEC/CAPES/FNDE-2008. A iniciativa mostrou-se importante visto o baixo Índice

de Avaliação da Educação Básica (IDEB) obtido pelo Estado no referido ano, tendo sido

uma nota de 3.6 em uma escala de 0-10 (BRASIL, 2007). Na avaliação do IDEB são

considerados os percentuais de abandono, aprovação, reprovação e o aproveitamento

conquistado na Prova Brasil (exame complementar, integrante do Sistema de Avaliação da

Educação Básica) (BRASIL, 2007).

Segundo Silva (2009), alguns aspectos que determinaram o interesse da UFES e da SEDU

para implementação do PIBID, incluem:

a) a constatação da necessidade de estimular e valorizar a carreira docente, num momento em que se intensificam as demandas educacionais no Estado do Espírito Santo;

Page 44: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

43

b) a possibilidade de ampliação, por meio das ações do PIBID, da interlocução entre a Universidade e a Escola Básica, proporcionando significativo intercâmbio de conhecimentos;

c) a oportunidade de formulação, junto aos professores da Escola Básica, de novas práticas a serem implantadas no âmbito das licenciaturas, visando uma maior sintonia entre formação inicial e as necessidades concretas da realidade escolar.

Silva (2009) afirma ainda que, com a participação do PIBID, notou-se uma redução

significativa da evasão nos cursos de licenciatura no Espírito Santo, vislumbrando-se a

identidade profissional docente, visando à construção de ações conjuntas que

proporcionem práticas inovadoras no ensino na escola básica a partir de uma recíproca

respeitosa com essas instituições.

Em 2016, de acordo com o Relatório Institucional de atividades, o PIBID/UFES integrava 22

cursos de licenciatura contando com 385 bolsas de iniciação à docência distribuídas entre

os campi de Vitória, São Mateus e Alegre, como é mostrado na Tabela 1.

Tabela 1 - Licenciaturas e número de licenciandos beneficiados pelo PIBID no estado do Espírito Santo em 2016, com o curso de Ciências Biológicas do campus de São Mateus evidenciado.

LICENCIATURA NÚMERO DE LICENCIANDOS

Artes Visuais 10 Biologia – Campus Alegre 20 Biologia – Campus Goiabeiras 25 Biologia – Campus São Mateus 21 Ciências Sociais 10 Educação Física 24 Filosofia 08 Física – Campus Alegre 13 Física – Campus São Mateus 21 Geografia 21 História 22 Interdisciplinar Ciências 12 Interdisciplinar Letras 14 Letras inglês 05 Matemática – Campus Alegre 15 Matemática – Campus Goiabeiras 10 Matemática – Campus São Mateus 21 Música 28 Pedagogia 20 Química – Campus Alegre 21 Química – Campus Goiabeiras 25 Química – Campus São Mateus 17

Fonte: RELATÓRIO DE ATIVIDADES PIBID/UFES 2016

Page 45: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

44

1.2.2. PIBID/CEUNES

No Centro Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES), campus da UFES localizado no

município de São Mateus, o PIBID teve seu início em 2010. O PIBID/CEUNES teve por

objetivo mudar a realidade da Educação Básica no norte capixaba, região carente de

profissionais licenciados. Durante os oito anos de trajetória do PIBID/CEUNES (2010-2018),

o programa atendeu os cursos de Licenciatura em Matemática, Física, Química e Ciências

Biológicas.

O PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, objeto de estudo do presente trabalho, teve seu início em

2010 com dez alunos de ID, um professor supervisor e um coordenador de área. Ao longo

do período de 2010 a 2016 foram atendidas seis escolas públicas do município

(RELATÓRIO CAPES, 2016), a saber:

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Américo Silvares”

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Marita Motta Santos”,

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Santo Antônio”

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Walace Castelo Dutra”

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Pio XII”

Escola Estadual de Ensino Médio “Ceciliano Abel de Almeida”

Por essas escolas, identificadas no presente trabalho como E1 a E6, passaram 10

professores supervisores e mais de 50 alunos de ID em diferentes momentos do subprojeto

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, apresentado na Tabela 2.

Page 46: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

45

Tabela 2 - Participação das escolas, quantidade de supervisores e alunos de iniciação a docência participantes do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA entre os anos de 2010 e 2016.

ANO ESCOLAS

PARTICIPANTES

QUANTIDADE DE

SUPERVISORES

QUANTIDADE DE

ALUNOS DE INICIAÇÃO

A DOCÊNCIA

2010 E1 01 10

2011 E1 01 10

2012 E2, E3 02 20

2013 E2, E3 02 20

2014 E2, E4 03 24

2015 E1, E5, E6 03 24

2016 E1, E5, E6 04 21

Fonte: RELATÓRIOS ANUAIS (CAPES 2010 a 2016)

A maioria das ações implementadas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA envolve atividades

lúdicas, melhoria, aprimoramento dos processos de ensino e aprendizagem, principalmente

jogos e material didático interativo, abordando os mais diversos temas dentro da Biologia.

Segundo Gonçalves (2014), a implementação do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA trouxe uma

série de vantagens tanto para o meio acadêmico quanto para as escolas e seus

estudantes, com destaque para a oportunidade dos alunos de ID de vivenciarem o cotidiano

da escola buscando maior valorização da licenciatura e do trabalho docente, renovação da

prática docente e da dinâmica escolar e estímulo do interesse pela pesquisa em educação.

Alguns professores supervisores após a vivência com o PIBID tiveram a oportunidade de

ingressar no mestrado, dado o desejo de aperfeiçoamento profissional.

Page 47: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

46

CAPÍTULO II

2. PERCURSO METODOLÓGICO

2.1. PESQUISA QUALITATIVA

De acordo com o problema investigado e em concordância com as informações de

interesse para este trabalho, foi utilizada abordagem qualitativa, que, em função da relação

direta da pesquisadora com o PIBID, também se configurou como pesquisa do tipo

etnográfica.

Freire (1990) considera relevante a pesquisa qualitativa por proporcionar um aprendizado

significativo para o sujeito que pesquisa e para os sujeitos que são pesquisados. De acordo

com Minayo (2010), a pesquisa qualitativa busca questões muito específicas e

pormenorizadas, preocupando-se com um nível da realidade que não pode ser mensurado

e/ou quantificado. Acrescenta ainda que ela age com base em significados, razões,

desejos, crenças, valores, atitudes e outras características subjetivas próprias do ser

humano que não podem ser limitadas a variáveis numéricas.

Segundo Triviños (1987, p. 129), a pesquisa qualitativa

“[...] intenta captar não só a aparência do fenômeno, como também sua essência. Busca, porém, as causas da existência dele, procurando explicar sua origem, suas relações, suas mudanças e se esforça por intuir as consequências que terão para a vida humana e centrada em uma realidade que não pode ser quantificada.”

Segundo Ludke e André (1986), a pesquisa qualitativa pode ser definida através de cinco

características fundamentais, apresentadas na Figura 3.

Page 48: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

47

Figura 3 - Características que definem a pesquisa qualitativa.

Fonte: LÜDKE E ANDRÉ (1986), adaptado pela autora.

Percebe-se assim, que é uma necessidade, nessa forma de pesquisa, o contato direto e

prolongado do pesquisador com o ambiente e o objeto de investigação, com acirrado

trabalho de campo, valorizando-se as pessoas, os gestos, as palavras, referências aos

contextos em que ocorrem, sendo todos os dados da realidade importantes, na transcrição

de entrevistas e de depoimentos, por exemplo, nas interações cotidianas, verificando como

o seu problema se manifesta nessas atividades.

2.1.2. A PESQUISA TIPO ETNOGRÁFICA

As técnicas etnográficas eram realizadas quase que exclusivamente por antropólogos e

sociólogos (LUDKE E ANDRÉ, 1986). Ao defender o uso dessa técnica na pesquisa em

educação, André (1995) descreve que o interesse pela mesma surgiu no final da década de

1970, mas foi somente na década de 1980 que ganhou popularidade no âmbito

educacional.

“Nos programas de pós-graduação no Brasil surgiram muitas dissertações, teses e pesquisas dos docentes que se voltaram para a descrição das atividades de sala de aula, para as relações construídas no dia a dia da experiência escolar e para o estudo das representações dos atores escolares.” (ANDRÉ, 1995, p. 102).

Page 49: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

48

Segundo Ghedin e Franco (2011), a pesquisa orientada pela prática centrada na etnografia

busca descrever, compreender e interpretar os fenômenos educativos presentes no

contexto escolar. André (1995) explica que, para os etnógrafos, o centro da atenção das

pesquisas é a descrição das culturas de um determinado grupo social; já para os

pesquisadores educacionais, o foco é o processo educativo. Assim, os pesquisadores

educacionais utilizam a etnografia de uma forma adaptada, o que permite que alguns

requisitos da técnica não necessitem obrigatoriamente serem cumpridos, tais como:

Longa permanência do pesquisador em campo;

Contato como outras culturas;

Uso de amplas categorias sociais na análise de dados.

Para uma maior compreensão da utilização da etnografia em educação, André (1995)

pontua algumas características desse tipo de trabalho, que são comuns à etnografia em

seu significado primordial:

Uso de observação participante, entrevista intensiva e análise de documentos

(técnicas tradicionalmente associadas à etnografia);

Interação constante entre o pesquisador e o objeto pesquisado (princípio

característico da pesquisa etnográfica);

O pesquisador é o instrumento principal na coleta e na análise dos dados;

Ênfase no processo, naquilo que está ocorrendo e não no produto ou nos resultados

finais;

Preocupação com o significado, com a maneira própria com que as pessoas veem a si

mesmas, suas experiências e o mundo que as cerca. O pesquisador deve tentar

apreender e retratar essa visão pessoal dos participantes;

Realização de trabalho de campo, onde o pesquisador aproxima-se de pessoas,

situações, locais, eventos, mantendo contato direto e prolongado.

Os métodos utilizados para realização deste trabalho são de grande relevância para

investigar-se a influência do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA no processo de formação

continuada dos professores supervisores das escolas estaduais de ensino fundamental e

médio do município de São Mateus/ES nos anos de 2010 a 2016.

Page 50: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

49

2.2. ETAPAS DA PESQUISA

Para a construção desse trabalho foram estabelecidas as seguidas etapas:

Análise Documental dos Relatórios Anuais, enviados para a CAPES, das atividades

do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA nos anos de 2010 a 2016, contendo todos os

trabalhos desenvolvidos pelos alunos de iniciação à docência em conjunto com seus

respectivos professores supervisores e os coordenadores institucionais por meio do

trabalho colaborativo

Entrevistas semi-estruturadas com alunos de iniciação à docência e professores

supervisores.

2.2.1. ANÁLISE DOCUMENTAL

A análise documental pode ser considerada como uma análise de todo o material escrito,

servindo de fonte valiosa de informação sobre a atividade humana. Trata-se de uma técnica

valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas

por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema (LUDKE E

ANDRÉ, 1986). Sobre as vantagens desse tipo de análise Gil (2002, p. 46) afirma que

A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens. Primeiramente há que se considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados. Como os documentos subsistem ao longo do tempo, tornam-se a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de natureza histórica.

Nesta etapa da pesquisa, foram analisadas as produções pedagógicas (QUADRO 3)

geradas através das informações contidas nos Relatórios anuais do

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA de 2010 a 2016. Os Relatórios Anuais apresentam uma

padronização de formatação, com os dados a serem inseridos por modalidade de atividade

(ANEXO A). Ao final de cada ano, cada IES envia este Relatório Anual à CAPES para

apreciação. No caso da UFES, o Relatório conta com as atividades de todos os subprojetos

dos três campi.

Page 51: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

50

Quadro 3 - Descrição das produções educacionais geradas pelo PIBID, segundo Modelo de

Relatório Anual.

TIPOS DE PRODUÇÃO

DESCRIÇÃO DA PRODUÇÃO

Didáticos pedagógicas

Banners e cartazes pedagógicos produzidos, criação de banco de imagens, criação de banco de sons, criação de Blogs, criação de kits de experimentação, estratégias e sequências didáticas, folders, mapas conceituais, mídias e materiais eletrônicos, planos de aula, Plataforma Moodle e outras, (Wikipédia), preparação de aulas e estratégias didáticas, preparação de estratégias e sequências didáticas para o Portal do Professor, preparação de minicursos, produção de cadernos didáticos, produção de objetos de aprendizagem, produção de roteiros experimentais, produção de softwares, projetos educacionais realizados, sínteses e análises didáticas; outros.

Bibliográficas

Artigo técnico-científico publicado; dissertação de mestrado em andamento ou concluída; edição, organização e/ou coordenação de livros ou coleções; publicação de jornais na escola; publicação de livro; publicação de capítulo de livro; publicação de resumo técnico-científico; publicação de trabalho completo; publicação individual de crítica e resenha científico-educacional ou prefácio de obras especializadas ou espetáculos; tese de doutorado em andamento ou concluída; trabalho de conclusão de curso em andamento ou concluída; tradução de capítulo de livro; tradução de peças teatrais, de óperas encenadas e livros; outros.

Artístico culturais

Adaptação de peças teatrais; atividades de grafitagem, atividades de leitura dramática ou e peça radiofônica; atividades de restauração de obras artísticas; autoria de peças teatrais, roteiros, óperas, concertos, composições musicais, trilha sonora, cenografia, figurino, iluminação e/ou coreografia integrais apresentadas ou gravadas nas IES e escolas participantes; criação de espetáculos de dança; criação de filmes e atividades cênicas; criação de grupos musicais; criação de rádio escolar; desenho e pintura; exposição artístico-educacional; exposição de fotos e imagens; festivais de dança na escola; festivais de música; maquetes; transcrição e/ou arranjos de obras musicais; participação de alunos em concertos, recitais ou gravações; participação de alunos em peças teatrais; sarau escolar, vernissage, dentre outros.

Desportivas E Lúdicas

Criação de times de modalidades esportivas (basquete, vôlei, futebol, etc), competições esportivas, criação de materiais para recreação; criação de rodas de capoeira; desenvolvimento de novas modalidades esportivas na escola; gincanas escolares; jogos para recreação e socialização; jogos inter-classes; desenvolvimento de jogos especiais para inclusão (goalball, futebol de 7, futebol de 5, voleibol sentado, natação, bocha, outros); jogos populares; jogos dos povos indígenas (arco e flecha, cabo de força, corrida de tora, natação em águas abertas, hipip; akô, insistró, kagót, peikran, corrida de fundo, outros); atividades lúdicas para recreios e intervalos escolares; desenvolvimento de brincadeiras; brinquedos e brinquedotecas; maratonas escolares; olimpíadas esportivas; dentre outros.

Técnicas, Manutenção De Infraestrutura

Atualização de acervo da biblioteca escolar; criação de fóruns de licenciatura e formação docente; criação de laboratórios portáteis para o ensino de ciências; desenvolvimento de projetos sociais; manutenção de ateliê para atividades artísticas na escola; plano de melhoramento para laboratórios de ciências; revitalização de laboratórios de informática; modificação de projetos pedagógicos da licenciatura; criação de novas modalidades de licenciatura; criação de licenciaturas indígenas e do campo; criação de licenciaturas interculturais; outros produtos.

Fonte: Relatórios PIBID (2010-2016)

Page 52: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

51

No caso específico do subprojeto PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, ao final do ano, cada escola

atendida elabora seu Relatório Anual (seguindo a formatação proposta pela CAPES), o qual

é construído pelos alunos de ID e revisado pelo(s) professor(s) supervisor (es). Estes

Relatórios Anuais por escola são então encaminhados à Coordenação de Área,

responsável pelo agrupamento dos relatórios fornecidos por cada escola e pelo envio, de

um único relatório, à Coordenação Institucional, que enfim compila todos os subprojetos e

envia para apreciação a CAPES.

Como pode ser observado no Modelo de Relatório Anual (ANEXO A), são descritas as

atividades que potencialmente podem ser desenvolvidas pelos alunos de ID, a saber:

reuniões de planejamento; cursos, minicursos, oficinas e palestras; visitas à espaços e

eventos culturais; atividades artísticas, esportivas, experimentais, literária; clube de

Ciências e Matemática; monitorias; recursos midiáticos; desenvolvimento e aplicação de

material didático; exposições, feiras, saraus, mostras, espetáculos, gincanas e olimpíadas;

preparação de sala ambiente; criação de laboratórios; desenvolvimento de página na

internet; apresentação de trabalhos em eventos e publicações..

Os Relatórios Anuais do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA foram obtidos através da Coordenação

de Área do subprojeto, na figura da Profa. Karina Carvalho Mancini, também orientadora

proponente desta pesquisa.

2.2.2. SUJEITOS DA PESQUISA E ENTREVISTAS

Para a realização da presente pesquisa foram entrevistados no ano de 2017, oito

professores supervisores (atuais e antigos) e oito alunos de ID (atuais e antigos)

participantes do subprojeto PIBID/BIOLOGIA/CEUNES.

Visando conhecer o perfil dos professores supervisores, o Quadro 4 apresenta alguns

aspectos do desenvolvimento profissional dos docentes entrevistados.

Page 53: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

52

Quadro 4 - Perfil dos professores supervisores entrevistados.

PROFESSOR SUPERVISOR

ESCOLA TITULAÇÃO TEMPO DE DOCÊNCIA

ATUAÇÃO NO PIBID

NÍVEL EM QUE ATUOU NO PIBID

PS1 E1 Especialista 20 anos 02 anos Ensino Médio

PS2 E2 Mestre em Educação em

Ciências e Matemática 18 anos 02 anos

Ensino

Fundamental

PS3 E3 Mestre em Educação em

Ciências e Matemática 15 anos 02 anos Ensino Médio

PS4 E5 Especialista em Gestão

Escolar 11 anos 01 ano Ensino Médio

PS5 E4 Especialista em Educação

Tecnológica 19 anos 02 anos

Ensino

Fundamental

PS6 E1 Mestre em Ensino na

Educação Básica 12 anos 02 anos

Ensino

Fundamental

PS7 E6 Especialista em Educação

Ambiental 06 anos 02 anos Ensino Médio

PS8 E6 Mestre em Biodiversidade

Tropical 11 anos 04 meses Ensino Médio

Fonte: Entrevistas realizadas pela autora.

Visando conhecer o perfil dos alunos de ID, o Quadro 5 apresenta alguns aspectos do

desenvolvimento profissional dos docentes entrevistados.

Quadro 5 - Perfil dos alunos de iniciação à docência participantes do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA.

Alunos de ID Professor

Supervisor Formação atual (2017)

Atua como docente

atualmente?

ID1 PS5 GRADUANDO SIM

ID2 PS2 GRADUANDO SIM

ID3 PS7 GRADUANDO NÃO

ID4 PS1 MESTRADO EM ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA SIM

ID5 PS4 MESTRANDO EM ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA SIM

ID6 PS3 GRADUANDO NÃO

ID7 PS6 GRADUANDO NÃO

ID8 PS8 MESTRADO EM ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA SIM

Fonte: Entrevistas realizadas pela autora.

Page 54: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

53

A entrevista é a estratégia mais utilizada no trabalho de campo das pesquisas em

educação, tomada no sentido amplo de comunicação verbal e no sentido restrito de coleta

de informações sobre determinado tema científico; possibilitando a oportunidade de um

diálogo aberto e fornecendo dados para uma compreensão detalhada das crenças,

atitudes, valores e motivações em relação aos atores sociais e contextos sociais

específicos (MINAYO, 2008).

A técnica de entrevista constitui um instrumento básico para coleta de dados. Deve-se, no

entanto, observar algumas exigências, tais como a capacidade do pesquisador acerca da

interatividade que deve haver nas entrevistas e a viabilização de uma atmosfera de

colaboração recíproca entre os envolvidos. Tais características propiciam ao pesquisador

uma captação imediata e direta das informações desejadas, configurando grande vantagem

relativamente a outras técnicas de aquisição de dados (LUDKE E ANDRÉ, 2013).

As entrevistas realizadas contemplaram professores supervisores de todas as 06 escolas

do município de São Mateus atendidas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, bem como alunos

de ID que trabalharam com esses mesmos supervisores. Desta forma, os professores

supervisores foram identificados como PS1, PS2, PS3, PS4, PS5, PS6, PS7 e PS8.

Analogamente, os alunos de ID foram identificados como ID1, ID2, ID3, ID4, ID5, ID6 ID7 e

ID8.

Os alunos de ID foram selecionados através de seus perfis (tempo de participação e

dedicação ao subprojeto) e localização (residentes em São Mateus). A seleção contou com

a colaboração da coordenação do subprojeto.

Foram elaborados roteiros específicos para as entrevistas com os professores supervisores

(APÊNDICE A) e para os alunos de ID (APÊNDICE B). As entrevistas foram realizadas

entre os meses de maio e julho de 2017. Foram estabelecidas datas, horários e locais de

acordo com a disponibilidade dos participantes. Os professores supervisores foram em

geral entrevistados em seus respectivos locais de trabalho e em seu horário de

planejamento semanal. Já os alunos de ID foram entrevistados em salas de aula no

CEUNES/UFES, em uma das residências e nas escolas onde trabalham.

Page 55: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

54

Todas as entrevistas foram gravadas com o consentimento dos participantes. Após as

entrevistas com supervisores e alunos de ID, os dados foram estudados pelo método de

análise de conteúdo. Este método consiste de um tratamento dos dados coletados, visando

a interpretação do material em caráter qualitativo, assegurando uma descrição objetiva,

sistemática e com a riqueza manifesta no momento da coleta dos dados (BARDIN, 2009).

A análise de conteúdo pode ser entendida como um conjunto de técnicas de análise de

comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de

conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a interferência

de conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção destas mensagens

(BARDIN, 2009).

Esta metodologia constitui bem mais do que uma simples técnica de análise de dados,

representando uma abordagem metodológica com características e possibilidades próprias.

Como afirma Moraes (1999), tem como ponto de partida a mensagem, mas que permite de

forma prática e objetiva a interpretação do sentido das mensagens atribuídas pelo

indivíduo. “É uma ferramenta, um guia prático para a ação, sempre renovada em função

dos problemas cada vez mais diversificados que se propõe a investigar” (MORAES, 1999,

p. 9).

Para realização deste tipo de análise foram necessárias a transcrição das falas dos sujeitos

da pesquisa, posterior leitura flutuante do conteúdo e categorização

2.3. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

Primeiramente, as entrevistas com os professores supervisores foram autorizadas pela

Superintendência Regional de Educação de São Mateus/ES (ANEXO B). Em um segundo

momento, no ato da entrevista, cada professor supervisor foi apresentado à pesquisa e

assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE C). Para as entrevistas

com os alunos de ID também foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE C).

Page 56: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

55

CAPÍTULO III

3. RESULTADOS E DISCURSSÕES DA PESQUISA

3.1. PRODUÇÕES DOS RELATÓRIOS DO PIBID/CEUNES/BIOLOGIA

A partir dos relatórios do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA enviados anualmente a CAPES foi

possível determinar tipos de produções que foram mais frequentemente executadas em

detrimento de outras no período de 2010 a 2016 (QUADRO 6 e GRÁFICO 1).

Quadro 6 - Produções educacionais produzidas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA entre os anos 2010 e 2016, segundo categorização dos Relatórios Anuais.

Tipo de Produção Educacional Gerada Quantidade de Produção Educacional Gerada

Didáticos/Pedagógicos 300

Bibliográficas 42

Artísticos/Culturais 42

Desportivas 01

Técnicas, Manutenção de Infraestrutura 04

As produções educacionais mais produzidas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA entre os anos

2010 a 2016 foram às produções didático-pedagógicas (prática, jogos, experimentos, entre

outros). Essas produções são bem características da Biologia, pois essa disciplina envolve

conteúdos de conceitos abstratos e de difícil assimilação, sendo essencial recorrer a

métodos para instigar o interesse dos alunos a participar das aulas com maior entusiasmo.

De acordo com Piaget (1978) os jogos educacionais se caracterizam por ter duas funções:

melhorar a assimilação dos conteúdos em estudo e ajudar no equilíbrio emocional da

criança.

Ao utilizar metodologias alternativas de ensino que envolvam atividades lúdicas o aluno

internaliza com mais facilidade o que se pretende ensinar, como corrobora Kishimoto (2002)

ao reconhecer que por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira

possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que desordenada e exerce papel

Page 57: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

56

fundamental na construção de saber fazer. As demais produções educacionais geradas

foram as produções bibliográficas, sendo estas, reflexo das produções didático

pedagógicas, pois, uma vez que produzidos materiais alternativos, tem-se o interesse em

publicar e divulgar esses trabalhos em congressos e eventos científicos. As produções

citadas variaram de intensidade ao longo dos anos, como no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Variação no número da produção educacional do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA em função dos anos e dos tipos de atividades.

Nota-se um crescimento significativo para as atividades didático-pedagógicas e

bibliográficas até o ano de 2015. Por outro lado, as atividades artísticas, desportivas e

técnicas não apresentam um comportamento evolutivo contínuo (crescente ou

decrescente). Sugere-se que estes resultados sejam esperados devido a pouca ação

dessas práticas na área da Biologia.

Page 58: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

57

Em todos os casos, verifica-se um decréscimo nas produções educacionais no ano de

2016. Credita-se tal fato à redução no número de bolsas de ID neste ano, resultante da má

administração política brasileira em relação a educação, somado a uma queda nas

expectativas dos participantes e instituições envolvidas devido ao anúncio da possibilidade

do término do programa por parte do governo.

As atividades didático-pedagógicas e bibliográficas visam a participação dos graduandos e

professores em experiências de caráter inovador, buscando a superação de problemas

identificados no processo de ensino e aprendizagem, contribuindo assim, para uma

articulação entre teoria e prática necessárias à formação de docente, mantendo-se alinhado

com um dos objetivos do PIBID:

IV - inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino aprendizagem. (CAPES, 2013)

As produções bibliográficas realizadas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA (a maioria resumos

em eventos) são frutos das atividades pedagógicas produzidas durante a atuação do

programa, promovendo a divulgação científica e troca de experiências entre os PIBID em

eventos científicos. Além de proporcionar ao professor supervisor a aproximação com o

mundo acadêmico, pois, alguns professores supervisores nunca haviam publicado ou

participado de eventos científicos. No entanto, ao trabalhar junto ao PIBID, puderam

vivenciar essas experiências notoriamente motivacionais, contribuindo, para o seu

crescimento profissional.

As atividades artístico-culturais apresentam resultados relevantes, pois os alunos, em sua

maioria, demonstram interesse por esses tipos de atividades desenvolvidos na escola,

como danças, coreografias, teatros etc. Nota-se uma menor produtividade nas atividades

desportivas e técnicas, visto que não são atividades implícitas no perfil da Biologia,

poderiam ter maior êxito em áreas como artes ou educação física por exemplo.

Page 59: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

58

3.2. ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES SUPERVISORES

A partir da análise das entrevistas com os oito professores supervisores do

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, foi possível a categorização de seus discursos para as

diferentes perguntas realizadas.

É importante observar que diferentes perfis podem gerar diferenças nos resultados obtidos

pelo Programa, pois se espera que as diferentes experiências resultem em diferentes

perspectivas nas condutas e nas atuações de cada profissional juntamente aos alunos de

ID.

No período analisado por este trabalho (2010-2016), verifica-se uma constante renovação,

de cerca de anos, dos professores supervisores no PIBID/CEUNES/BIOLOGIA. Se por um

lado essas renovações se fazem necessárias para o aperfeiçoamento profissional e

rotatividade dos envolvidos, maximizando assim o número de participantes e,

consequentemente, popularizando o programa; por outro lado tal medida gera insegurança

e desestímulo aos professores supervisores devido à descontinuidade de seus trabalhos no

PIBID. Ao serem questionados sobre “Qual foi sua expectativa ao se inscrever como

supervisor do PIBID?” pode-se categorizar as respostas como de incentivo e motivação aos

estudantes e de colaboração e troca de experiências (QUADRO 7).

Quadro 7 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Qual foi sua expectativa ao se inscrever como supervisor do PIBID?”.

CATEGORIAS RESPOSTAS

Incentivo/Motivação aos alunos

PS1 - Desenvolver aulas práticas que tornassem os conteúdos mais interessantes aos alunos. PS3 - Contribuir com a formação docente dos pibidianos e para que os alunos do ensino médio interagissem com os mesmos, de modo a despertar o interesse pelos cursos oferecidos pelo CEUNES. PS8 - [...] contribuir para a formação dessa identidade de uma escola que tem esse apelo científico mesmo, que estimulem os alunos ter essa alfabetização cientifica.

PS2 - Conseguir desenvolver atividades que sozinho não conseguiria fazer.

Então algumas coisas que nos desenvolvemos que eram os projetos

pedagógicos, eu só poderia desenvolver se eu tivesse parceria. A questão da

Page 60: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

59

Colaboração/Troca de experiências

bolsa também era extremamente convidativa.

PS4 - Melhorar ainda mais as minhas aulas, levar a prática para sala de aula. PS5 – Melhorar minhas aulas ao trocar experiências com os alunos e a universidade. PS7 - É uma experiência nova, eu desconhecia o programa no inicio. [...] fui aprendendo, entendendo e vi que é algo que muito auxilia o professor na sala de aula. PS6 - A questão da parceria mesmo com a universidade, pela colaboração que os meninos trazem de suporte, desenvolvimento de metodologias diferentes.

Na categoria “Incentivo e Motivação dos alunos" o professor PS1 afirma que a motivação é

um fator primordial para despertar o interesse dos alunos através de metodologias

alternativas, como por exemplo, materiais didáticos produzidos pelo PIBID, como jogos,

experimentos, brincadeiras, dentre outros. O professor PS8 aponta a importância desse

estímulo na alfabetização científica do discente. Como afirma Carvalho (2014, p. 121) “nem

todas as ações docentes garantem uma aprendizagem suficientemente construtivista para

todos, mas não se deve esquecer que cada aluno tem um processo interior que pode ser

estimulado quando mediado pelo professor e seus pares”. Os professores supervisores

afirmaram que a presença do PIBID na escola de educação básica gerou motivação nos

alunos, incentivando e estimulando o discente no interesse pela disciplina, obtendo bons

resultados no processo ensino aprendizagem.

Sobre a categoria “Colaboração e Troca de Experiências” o fator apontado pelo professor

PS6 foi à parceria com a universidade. Complementar a isso, o mesmo professor relatou

que a conexão entre a universidade e as instituições de educação básica é bastante

restrita, sugerindo que o aprimoramento desta interação pode fornecer subsídios (como

troca de informações e experiências vivenciadas, participações em eventos) importantes

para o aperfeiçoamento dos docentes. Estas afirmações corroboram com o que pontua

Tardif (2014), sugerindo que educadores, pesquisadores, corpo docente e a comunidade

científica tornam-se dois grupos cada vez mais distintos, apontando que essa separação

[...] parece caracterizar a evolução atual das instituições universitárias, que caminham em direção a uma crescente separação das missões de pesquisa e ensino. Nos outros níveis de sistema escolar, essa separação já foi concretizada há muito tempo, uma vez que o saber dos professores que aí atuam parece residir

Page 61: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

60

unicamente na competência técnica e pedagógica para transmitir saberes elaborados por outros grupos. (TARDIF, 2014, p. 35)

A partir dessas observações, verifica-se um indicativo de que a presença do PIBID nas

escolas de educação básica colabora para sua aproximação com o ambiente de ensino

superior e, consequentemente, propicia troca de experiências importantes tanto para a

formação continuada dos professores supervisores quanto para a formação inicial dos

alunos de ID. Essa troca de experiências e práticas através de um processo coletivo reflete

na construção dos saberes dos professores, permitindo-os contínua reconstrução de sua

formação inicial em confronto com suas experiências práticas vivenciadas cotidianamente

(PIMENTA, 2012).

Quando perguntados sobre “Quais as experiências mais significativas vividas no âmbito do

programa?” foram citados projetos, práticas e jogos; Interação social e construção do

conhecimento do aluno (QUADRO 8), categorias estas que representam elementos

significativos no processo de ensino aprendizagem.

Quadro 8 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Cite as experiências mais

significativas vividas no âmbito do programa”.

CATEGORIAS RESPOSTAS

Projetos/Práticas/ Jogos

PS1 - As aulas práticas e a participação e envolvimento dos alunos. PS2 - Indiscutivelmente os projetos pedagógicos que nós desenvolvíamos na

escola. [...] os projetos eram temáticos de acordo com as demandas da escola, com

as demandas dos alunos, dos professores de forma em geral, fizemos uma gincana

num projeto que tínhamos de meio ambiente nós desenvolvemos feira de jogos e

nada disso em momento nenhum foi simplesmente produzir.

PS3 - Uma experiência que nos surpreendeu bastante foi a construção do jogo “Batalha Naval”, onde uma das alunas do PIBID construiu um painel de madeira e o jogo foi construído abordando os conteúdos de vírus e bactérias. Os alunos acharam extraordinária a atividade e o resultado foi muito positivo. PS4 - Realizaram várias práticas [...]. PS6 - A gincana que ocorreu no meio do ano com todas as turmas. PS7 - Teve a confecção de alguns jogos e um projeto que foi desenvolvido aqui na escola o projeto foi intitulado a horta do saber.

Interação Social PS5 - Em sala de aula, fizemos todo um trabalho voltado para as profissões e aí encerramos com essa visita lá na UFES. Então achei que foi muito exitoso muito

Page 62: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

61

importante na vida deles. PS8 - Atividades de interação social que foram muito bacanas, que levantaram várias bandeiras interessantes, inclusive geraram até algumas militâncias dentro da escola.

Construção do Conhecimento do

Aluno

PS2 - [...] tudo que foi produzido fazia parte de um processo de construção de conhecimento com o aluno. PS4 - [...] a vivência de unir a pratica a teoria eles aprendiam e fixavam melhor e deixavam a aula mais animada mais dinâmica. PS8 - Tiveram muitas atividades dentro da sala de aula voltadas para o ensino de biologia que foram muito relevantes no sentido de contribuir pra construção do conhecimento desses meninos.

Nota-se, dentre as categorias apresentadas no Quadro 8, uma predominância de citações

na categoria “Projetos, Práticas e Jogos”. Tais atividades colaboram significativamente para

a interação entre os próprios estudantes e entre estudantes e docentes, mantendo uma

tendência de diálogos com conteúdo didático e dificultando a dispersão do foco dos

estudantes para assuntos não pertencentes ao ambiente didático. Nóvoa (1999), em

concordância com o relatado, afirma que o reforço de práticas pedagógicas inovadoras

parece ser a única saída possível para despertar a motivação no processo ensino

aprendizagem”. Sendo assim, percebe-se através das falas dos docentes que, a presença

do PIBID no ambiente escolar, facilitou o planejamento e aplicação de práticas inovadoras,

proporcionando estimulo aos alunos e aprimoramento nas práticas pedagógicas do

professor supervisor.

Na “Interação Social”, citada por dois dos professores entrevistados, observou-se que estes

profissionais consideraram que tais experiências configuraram aspectos de grande

relevância para estudantes e docentes, pois abrem um canal para discussões sobre

diversos temas polêmicos, tais como heterogeneidade étnica e social dentro e fora da

escola, profissões e inserção no mercado de trabalho, meio ambiente, atuação da escola

juntamente à comunidade, entre outros.

Page 63: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

62

Ao analisar-se as falas dos professores observou-se que o contato com o mundo

acadêmico promoveu novas perspectivas sobre diversos temas controversos, como foi

mencionada na entrevista do professor PS8:

PS8 – “Elas (as bolsistas) representaram uma briga entre uma mãe e uma filha na hora do recreio, só que os estudantes não sabiam que ia acontecer. Estava todo mundo no refeitório lanchando, e de repente entrou a menina correndo chorando, gritando, desesperada e a mãe atrás - eu vou te matar - e aí começou a encenação, elas começaram a desenrolar a conversa, minha mãe quer me bater que eu engravidei. A partir daí os alunos começaram a participar dizendo - não, você não pode fazer isso, você tem que ouvir sua filha - e começaram a colocar a opinião deles e aí começaram a trazer problemas também que eles enfrentavam dentro de casa - isso aconteceu com minha irmã professora! A minha mãe queria colocar minha irmã para fora de casa - Aí eles começaram a trazer os relatos como eram na casa deles. [...] tem caso de aluno homossexual aqui na escola e aí foi o momento libertador para ele, para falar de como ele pretendia montar a família dele, de como ele pretendia viver a vida.”

Considera-se, de acordo com Wallon (2003) que a interação social deve ser continuamente

trabalhada e desenvolvida nos ambientes de educação básica e também superior.

Finalmente, em “Construção do Conhecimento do Aluno”, trata-se de uma categoria,

possivelmente, de maior importância, pois, quando se pensa em instituições de ensino,

inevitavelmente se pensa na qualidade e quantidade de conhecimentos adquiridos pelos

estudantes ao final de suas jornadas de estudos. De uma forma geral, foi observado que

esta categoria é diretamente influenciada pelas demais categorias citadas. Como exemplo

os trechos “[...] tudo que foi produzido fazia parte de um processo”, “[...] a vivência de unir

prática e teoria” e “[...] Tiveram muitas atividades em sala de aulas”, citados pelos

professores PS2, PS4 e PS8, respectivamente. Conclui-se, portanto, que todas as

atividades realizadas pelo programa atuam no sentido de facilitar o processo ensino-

aprendizagem, culminando na melhoria da construção do conhecimento dos estudantes.

Nota-se que a presença do PIBID na escola de educação básica influenciou positivamente,

gerando excelentes resultados para os alunos e professores supervisores, visto que, a

partir da parceria com a universidade, foram trabalhadas diferentes formas de ensinar com

o intuito de estimular a atenção e aguçar a curiosidade do discente em participar das aulas.

Esse trabalho colaborativo influencia diretamente no aprendizado do aluno e no processo

de formação continuada do docente.

Page 64: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

63

Sobre as dificuldades encontradas na condução do PIBID enquanto atuava como

supervisores foram mencionados resistência dos membros da escola, carga horária

docente e espaço/equipamentos, como observado no Quadro 9.

Quadro 9 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Relate as dificuldades encontradas na condução do PIBID enquanto atuava como supervisor (pibidianos, escola, alunos, direção, coordenação, espaço físico, tempo)”.

CATEGORIA RESPOSTAS

Resistência dos membros da Escola

PS2 - Resistência dos professores com o grupo de alunos licenciandos. Nós tínhamos um grupo grande, com doze alunos, então no dia de ação coletiva esses professores se sentiam incomodados. PS5 - Pibidianos não interagem com outros setores da escola, e não é uma resistência por parte deles [...] coordenação, direção, pedagogo, ainda não conseguem dar uma atenção aos Pibidianos. PS6 - [...] os próprios meninos reclamavam com relação à equipe da escola, que às vezes não entendiam o papel deles aqui na escola, eles reclamavam que se sentiam um pouco hostilizados, de não serem bem recebidos quando queriam pegar algum material. Com o tempo passaram a ser mais valorizados.

Carga horária docente

PS1 - As maiores dificuldades eram referentes à carga horária pequena e o grande número de turma. PS4 - [...] era corrido muitas vezes eu tinha que deixar eles até com duas semanas de planejamento e uma de execução só para eu conseguir andar a matéria. PS7 - tempo na sala de aula para disciplina de biologia que é um tempo curto. PS8 - Então aquela coisa de duas aulas por semana é inviável para você dar continuidade a qualquer projeto de longo prazo.

Espaço/Equipamentos

PS1 - [...] a falta de espaço adequado (laboratórios devidamente estruturados e equipados). PS4 - Tinha o laboratório que a gente poderia utilizar só que não era muito equipado.

Não houve dificuldade

PS5 - Não tive muita dificuldade na condução do PIBID durante minha supervisão.

Na categoria "Resistência dos membros da Escola" relataram-se fatores como rejeição,

incômodo, hostilidade, falta de interação dos alunos de ID com os diversos setores da

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64

escola e falta de entendimento, por parte dos profissionais da escola, sobre o real papel

dos alunos de ID. No entanto nota-se, no relato do professor PS6 que essa hostilidade

diminuiu com o passar do tempo. De forma geral, verificou-se nos discursos que o

desconforto gerado estava relacionado com a divisão do ambiente de trabalho com alunos

de ID. Silva (2009) aponta esta fragilidade afirmando que

[...] podemos dizer que o estabelecimento das relações foi a maior ênfase da fase inicial de implementação do projeto. Era preciso colocá-lo em andamento. Vieram os primeiros conflitos, mas também as primeiras conquistas. Aos poucos, começamos a constatar o que há muito já sabíamos: que a relação Universidade-Escola é possível, viável e muito enriquecedora. Temos visto nossos licenciandos, antes desmotivados em relação à carreira docente, explicitarem seu entusiasmo e confiança diante das manifestações de receptividade das escolas. Temos visto os professores das escolas adquirirem um novo ânimo. Temos aprendido a incorporar aos programas de curso das licenciaturas as questões advindas do cotidiano escolar e do currículo vivido. (SILVA, 2009, p. 08-09)

Pode-se concluir que a chegada do PIBID no ambiente escolar gerou desconforto aos

professores de outras disciplinas e a outros membros da escola, pois, eles não entendiam o

papel do programa, sentindo-se incomodados em dividirem o ambiente com alunos de ID,

que muitas vezes eram em grande número. Com o passar do tempo essa realidade foi

mudando, pois ao observarem os trabalhos desenvolvidos, interação e interesse dos alunos

com a disciplina, o PIBID foi ganhando credibilidade em todos os âmbitos da escola.

Na categoria “Carga horária docente”, os professores supervisores que atuam no Ensino

Médio, onde a disciplina de Biologia é contemplada com apenas duas aulas semanais,

foram mencionadas dificuldades em desenvolver as atividades (no Ensino Fundamental são

04/05 horas semanais). Esses professores relatam que tal fato resulta da necessidade de

aplicar-se conteúdos extensos em cargas horárias baixas. Esta característica tende a

acelerar as discussões, diminuindo os tempos de absorção cognitiva e, consequentemente,

prejudicando o processo ensino-aprendizagem.

Verifica-se assim que, ao trabalhar com o ensino médio, o PIBID encontrou dificuldades

para desenvolver e aplicar atividades diferenciadas (como jogos, experimentos,

brincadeiras), visto que o conteúdo de biologia é bastante extenso e, com apenas duas

aulas semanais, torna-se inviável ao professor supervisor abrir mão de suas aulas, pois o

mesmo necessita cumprir o currículo anual. Mesmo assim, foi possível que houvesse bons

Page 66: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

65

trabalhos do PIBID no ensino médio, mas não tão extensos e diversificados como no ensino

fundamental. Sendo assim, torna-se fundamental amadurecer a ideia de que as atividades

propostas pelo programa também são formas diferenciadas de abordagem dos conteúdos.

É necessário que os pares perceberem que aula não é somente o professor no quadro

explicando conteúdo ou corrigindo exercícios.

Para a categoria “Espaço e equipamentos”, os professores PS1 e PS4, relatam dificuldades

para a realização dos trabalhos associadas à falta de equipamentos e espaços físicos

apropriados. Contudo, é sempre possível minimizar estas dificuldades através da

criatividade e capacidade de adaptação dos profissionais envolvidos, como pontuou o

docente PS2:

PS2 -–“O espaço físico era só limitador de acordo com uma proposta que fosse de repente mais audacioso, porque os pibidianos não podiam simplesmente falar assim „nós queremos fazer uma aula no laboratório‟ isso era uma coisa impossível por que a escola não tem laboratório. [...] então eu não consigo visualizar que os espaços da escola limitaram a prática do PIBID. O PIBID adequou aos espaços que ele tinha, então eu não vejo muito espaço da escola como limitador.”

Leal e Mortimer (2008) citam os aspectos relatados acima – espaço físico e equipamentos

inapropriados – como parte de um processo de desvalorização profissional, acarretando em

excesso de trabalho para contornar as condições inadequadas, gerando desmotivação e,

consequentemente, deterioração no processo de ensino e aprendizagem. Nota-se, contudo,

através dos relatos supracitados, que a presença do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA pode

minimizar tais efeitos negativos comumente encontrados nas escolas públicas de ensino

básico.

Ao serem questionados sobre “Qual a influência que o PIBID teve na escola e nos alunos

durante sua atuação?” foram mencionados motivação dos alunos e reflexo na

aprendizagem, no Quadro 10.

Page 67: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

66

Quadro 10 - Resposta dos professores supervisores à pergunta “Qual a influência que o PIBID teve

na escola/ nos alunos durante sua atuação?”.

CATEGORIA RESPOSTAS

Motivação dos Alunos

PS2 - A divulgação da universidade, eles entenderem, eles vislumbrarem a possibilidade um dia serem esses pibidianos que estão ali, também essa divulgação mesmo da universidade para os alunos sabe, é o contato com o público diferenciado. PS3 - A interação entre os pibidianos e os alunos foi muito importante para motivar os

alunos.

PS5 - Os alunos tornaram mais curiosos nas aulas de ciências, mais motivados. Em termo de motivar o aluno o PIBID me ajudou muito. PS6 - Eu percebo em relação aos alunos porque eles cobram muito mais “quando e que a gente vai ter uma nova atividade, quando e que vamos para o laboratório vai ter um jogo e tal”, eles gostam muito e também pela aproximação dos alunos com a universidade. PS7 - Tem mudado o comportamento dos alunos e o rendimento, porque o PIBID além dessas aulas práticas, de reforçar o conteúdo, também trabalha com a monitoria no horário inverso, então isso gerou bons resultados com relação aos índices de recuperação da escola. Possibilitou também a realização de mais aulas práticas. PS8 - Eu acho que os estudantes passaram a ver a possibilidade de eles estarem um dia o lugar deles. Eles começaram a perceber que era possível para eles também a chegar à universidade.

Reflexo na Aprendizagem

PS1 - Houve mais entusiasmo, participação e rendimento dos alunos nas aulas com reflexo na aprendizagem dos mesmos. PS2 - Eu acredito que de alguma forma ele tem colaborado positivamente para que tivesse momentos de boas aprendizagens. PS4 - O rendimento deles nas provas. Alguma coisa que foi feito na prática do PIBID eu colocava uma ou duas questões na prova sobre aquele conteúdo e aqueles alunos que no dia da prática foram lá e participaram levaram a sério eles conseguiam responder as perguntas com facilidade PS8 - Resultados crescentes na escola, por exemplo: o ano passado, 2015 para 2016, ela ficou no primeiro lugar o Enem do Norte Capixaba. Esse ano a gente teve quinze alunos do 3º ano aprovados na UFES. Houve melhora nos resultados obtidos, inclusive no IDEB da escola.

Na categoria “Motivação dos alunos”, seis professores consideraram que este fato está

relacionado com as estratégias diferenciadas (como aulas práticas, experimentos, jogos

didáticos) proporcionadas pelo PIBID/CEUNES/BIOLOGIA em parceria com o professor

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67

supervisor. Essas metodologias alternativas acabam gerando uma maior proximidade dos

discentes com o professor e os alunos ID, influenciando diretamente no aspecto

motivacional, promovendo bons resultados no processo ensino-aprendizagem. Os docentes

também expõem a importância do contato dos alunos da educação básica com os alunos

de ID, gerando expectativas de se inserirem no ambiente acadêmico.

O aumento verificado na motivação dos alunos concorda com pensamento de Vygotsky

(1991), o qual considera que a escola deve concentrar esforços na motivação dos alunos,

ativando e estimulando os recursos cognitivos. A motivação deverá ser tida como essencial

no processo de aprendizagem.

Sobre a categoria “Refletiu na Aprendizagem”, os professores entrevistados afirmaram que,

com a presença do PIBID no ambiente escolar, os alunos mostraram-se mais

entusiasmados, visto que, aulas mais dinâmicas despertam o interesse e a participação do

discente, refletindo diretamente na aprendizagem.

A partir das entrevistas com os professores supervisores, fica clara a influência do PIBID

nas escolas de educação básica, notando-se que, a presença dos alunos de ID e suas

propostas/atividades executadas. Em parceria com o docente, culminaram em bons

resultados, pois gerou nos discentes a motivação para participar das aulas, refletindo

diretamente na aprendizagem e gerando bons resultados na aquisição do conhecimento.

Finalmente, ao serem questionados sobre “Qual foi o maior legado o Pibid?”, foram

encontradas respostas sobre aproximação com o mundo acadêmico, motivação dos alunos

e metodologias alternativas, Quadro 11.

Page 69: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

68

Quadro 11 - Respostas dos professores supervisores à pergunta “Qual foi o maior legado do

PIBID?”.

CATEGORIA RESPOSTAS

Aproximação ao Mundo Acadêmico

PS2 - A minha aproximação com o mundo acadêmico. Essa proximidade foi fantástica, gerou para mim um reconhecimento que eu não tinha antes junto a academia. [...] e no final das contas depois me abriram algumas portas e me abrem até hoje. PS5 - Eu podendo contribuir de alguma forma, mais eles podendo contribuir ainda muito mais com a minha prática. Essa aproximação é importante entre a escola básica e a universidade. PS6 - A questão da parceria com a UFES, mesmo porque hoje a gente sabe o que a UFES tem que oferecer para escola. PS8 - O maior legado foi essa aproximação da universidade. É fazer que a universidade não seja algo tão longe.

Motivação dos Alunos

PS1 - Estimular a participação crítica e a pesquisa científica nos alunos. PS7 - É uma ferramenta que muito está contribuindo para processo de aprendizado dos alunos e também a estimular os alunos da escola a continuarem seus estudos no curso superior.

Metodologias Alternativas

PS3 - A atuação dos pibidianos no âmbito escolar trouxe valiosas contribuições para nossa prática docente, trazendo novas metodologias e informações. PS4 - Eles deixaram umas praticas na escola. PS6 - As atividades diferenciadas que os alunos cobram. Os pibidianos vem com ideias muito animadas para atividades alternativas.

Nota-se unanimidade de respostas positivas relativamente à atuação do

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA nas escolas participantes.

Na categoria “aproximação ao mundo acadêmico”, alguns relataram a importância de se

estabelecer um fortalecimento entre os dois níveis de ensino, configurando fator essencial

para o crescimento profissional e gerando benefícios para as escolas de educação básica.

Essa aproximação com a universidade, às produções realizadas e posteriormente

publicadas foram fatores primordiais para despertar/ motivar nesse docente o interesse em

se aperfeiçoar para o exercício da profissão, abrindo portas para a tentativa de nova

titulação (mestrado/ doutorado).

Page 70: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

69

A categoria “Motivação dos alunos”, mencionada sobre o legado do PIBID, também está

presente em categorização de outras duas perguntas (QUADROS 7 e 10). Este fato permite

afirmar que o programa tem obtido sucesso naquilo que se considera como sua principal

meta. De modo geral, todo sistema de ensino, seja ele superior ou básico, tem como meta

final o crescimento cultural dos alunos, inserindo, na sociedade, indivíduos capazes de

colaborar positivamente com os processos econômicos, éticos e culturais.

Na categoria “Metodologia alternativa” evidencia-se que a adoção de métodos alternativos

constitui fator relevante tanto para os professores quanto para os estudantes removendo-os

das ações inertes até então praticadas. Essas metodologias (práticas, jogos, experimentos)

construídas pelo PIBID junto ao professor supervisor, deixaram um importante legado nas

escolas de educação básica contempladas pelo programa, pois geraram motivação nos

alunos e atualização do docente para ministrar aulas mais atrativas. Segundo Stenhouse

(1975), torna-se necessário que o professor experimente em cada sala de aula, assim como

em um laboratório, as melhores maneiras de atingir o processo ensino-aprendizagem.

Nota-se que, apesar da ocorrência de respostas diversas e categorizadas, há uma evidente

relação entre as categorias, ou seja, aspectos positivos em uma das categorias influenciam

positivamente nas demais. Como exemplo, o sucesso na utilização de métodos alternativos

influencia positivamente nas categorias “motivação dos alunos”, “aprendizagem” e

“crescimento profissional”.

Ao serem questionados sobre “Como o Pibid modificou sua atuação docente durante seu

período como supervisor” todos os professores supervisores responderam positivamente,

ou seja, o PIBID/CEUNES/BIOLOGIA trouxe grande colaboração para mudanças na prática

docente desses professores.

PS6 - Sim, por exemplo, quando a gente vai fazer uma atividade diferenciada muitas vezes a gente tem que buscar, aperfeiçoar, buscar a leitura mesmo e até para organizar melhor, então acho que isso também é uma grande contribuição.

PS7 - Sim, em relação ao auxílio das práticas e novidades [...] tem os congressos que elas participam trazem uma novidade para a gente ou ate mesmo novidades que são adotadas nas aulas práticas da universidade já tem novos métodos.

P8 – Sim, a necessidade que eu tinha de acompanhar, o que elas traziam me estimulava também, meio que me forçavam a estar me atualizando e estudando.

Page 71: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

70

Entende-se que as características do programa contribuíram para o exercício da reflexão

sobre a prática conforme estabelecido nos Parâmetros Curriculares Nacionais onde “a

formação não pode ser tratada como um acúmulo de cursos e técnicas, mas sim como um

processo reflexivo e crítico sobre a prática educativa” (BRASIL, 2001, p. 37).

Isso valoriza um modelo da formação de professores centrado na preparação de

professores reflexivos e críticos capazes de se assumirem como responsáveis por seu

desenvolvimento profissional.

Assim, professores supervisores do PIBID assumem o papel de prático reflexivo, pois

possuem saberes que antecedem seu início no exercício da sua profissão elaboram mais

saberes quando refletem sobre sua prática.

Ao analisar a fala do professor PS2 sobre esta questão, percebe-se que sua participação

no programa desencadeou um processo reflexivo que, por sua vez, lhe permitiu se

reconhecer como um profissional que utiliza de conhecimentos especializados e

formalizados para alcançar seus objetivos. Para Alarcão (2005) o bom professor tem de ser

também um pesquisador, desenvolvendo uma investigação em íntima relação com a sua

função de professor.

PS2 - “[...] quando o PIBID chega, eu encontro um terreno fértil para poder colocar

minhas ideias em prática, eu me via de alguma forma fazendo pesquisa, sem ter consciência do que eu estava fazendo. [...] a partir dessas reflexões, eu acho que na verdade eu consigo me enxergar como um professor pesquisador”.

Sobre essa vertente, Pimenta (2002) destaca que formar um professor implica em valorizar,

como conteúdo de sua formação, seu trabalho crítico-reflexivo sobre as práticas que realiza

e sobre suas experiências compartilhadas. Também foram notadas respostas que afirmam

que a participação no programa contribuiu para o aprimoramento de práticas docentes, na

medida em que oportunizou a possibilidade de agregar novos recursos instrucionais às

aulas, com os quais não contavam anteriormente.

PS3 - A possibilidade da troca de experiência contribui muito para melhorarmos nossa prática. Com a participação dos pibidianos, podemos melhorar nossa atuação, uma vez que eles têm outro olhar. A união da experiência com a novidade é fundamental para o aperfeiçoamento da prática docente.

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71

PS5 - Eu era uma professora muito teórica. [...] quando os pibidianos desenvolvem atividades práticas, jogos, faz a gente inclusive refletir que a teoria por si só não consegue avançar, ela precisa da prática. Os pibidianos ajudaram a inovar mais as aulas com essas atividades, eles colaboraram muito na minha prática docente.

PS6 - Com o PIBID a gente tem mais recurso, tanto com apoio, quanto com material. [...] aumentou o uso de atividades que eu gostava de fazer, mas que sozinha às vezes tinha dificuldade.

Dentre as constatações alcançadas por meio das entrevistas analisadas, foi possível

identificar que o PIBID possibilitou a integração e cooperação entre universidade e escola,

oportunizando o entendimento e a reflexão sobre a profissão docente. Para Schön (1992),

Nóvoa (1992) e Tardif (2014) o desenvolvimento profissional requer do professor um

processo reflexivo e crítico sobre suas ações.

Os discursos dos professores indicam fortemente que sua participação no programa

desencadeou um processo reflexivo que, por sua vez, lhe permitiu se reconhecer como um

profissional que utiliza de conhecimentos especializados e formalizados para alcançar seus

objetivos. As atividades didáticas desenvolvidas de fato foram capazes de proporcionar

aprimoramento de práticas educacionais e consequentemente evolução dos profissionais,

pilares da formação continuada.

Pode-se afirmar que a participação dos professores supervisores no

PIBID/CEUNES/BIOLOGIA representou uma significativa experiência formativa. A

oportunidade de aperfeiçoamento profissional, o intercâmbio de experiências entre os

sujeitos participantes do programa e o retorno ao ambiente/atividades acadêmicas foram

elementos enriquecedores para a formação e o desenvolvimento profissional destes

docentes, que, por atuarem na área de Ciências da natureza, necessitam de constante

reciclagem diante de tantas descobertas e inovações.

Onofre (2000) demonstrou que o desenvolvimento de programas de formação destinados a

professores atuantes pode apresentar um avanço para o campo da formação continuada,

uma vez que, privilegiando a troca de experiências e a reflexão sobre a prática tende a

tornar a proposta atualizada e pertinente às dificuldades dos docentes. Assim, sabe-se que

qualquer programa de formação continuada se encontra em constante construção,

Page 73: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

72

decorrente do próprio princípio articulador entre teoria e prática. Nesse sentido, é que a

formação

continuada tem se caracterizado como tendência enriquecedora ao desenvolvimento

profissional docente (MEDEIROS e BEZERRA, 2016).

Concordando com MARQUES (2016), mostra-se importante na formação do professor o

estímulo à renovação e adaptação à atividades experimentais previamente aprendidas. O

professor deve refletir devidamente em como aplicar, no âmbito da escola em que atua, o

que aprendeu no curso de graduação ou de pós-graduação. É fundamental que o professor

analise de modo crítico como utilizar, aprimorar e/ou desenvolver materiais didáticos

adaptados á sua própria realidade, para que as inovações possam ser incorporadas de

forma efetiva à rotina de ensino.

3.3. DEPOIMENTO COMO SUPERVISORA DO PIBID/CEUNES/BIOLOGIA

No ano de 2012, a escola na qual lecionava foi contemplada com o

PIBID/CEUNS/BIOLOGIA e fui convidada pelo professor supervisor a participar como

professora colaboradora. A partir desta experiência pude entender como o programa

funcionava e fiquei maravilhada com o trabalho que realizaram na escola. Em 2013 e 2014

finalmente atuei como professora supervisora.

Como já conhecia o programa, criei muitas expectativas em torno do trabalho coletivo,

expectativas essas, que foram superadas além do que eu imaginava, pois o grupo de

alunos de ID era muito criativo e dedicado e traziam ideias fantásticas para serem

discutidas e realizadas. Era um grupo relativamente grande (doze pibidianos) e nos

organizávamos uma vez por semana, juntamente com os outros professores de ciências

para planejarmos as atividades que seriam desenvolvidas durante a semana seguinte. Eu e

demais professores orientávamos e direcionávamos o grupo para as atividades propostas,

e eles desenvolviam e aplicavam o que era produzido.

Essas produções geralmente eram experimentos, práticas e jogos didáticos, visto que a

escola era desprovida de laboratório e material necessários para aulas de ciências mais

dinâmicas e estimulantes para os discentes. Ao longo de meu período como supervisora,

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73

foram desenvolvidos vários projetos, gincanas, mostra de jogos didáticos, todos envolvendo

diretamente professores alunos de ID e os discentes. Os trabalhos colaborativos

desenvolvidos pelo PIBID na escola foram bastante exitosos, pois, as metodologias

alternativas desenvolvidas, estimulavam e motivavam os alunos a participar das aulas,

refletindo diretamente no processo ensino-aprendizagem.

O PIBID além de proporcionar entusiasmo nos alunos e melhoria nos resultados da

aprendizagem, foi fundamental para meu amadurecimento profissional, pois a troca de

experiências com os alunos de ID e a aproximação com o universo acadêmico foram

fundamentais para minha formação continuada aguçando o desejo para o aperfeiçoamento

profissional. Foi a partir do PIBID, que surgiu em mim o desejo de ingressar no Mestrado

em Ensino na Educação Básica.

O maior legado que o PIBID deixou em mim foi a mudança no meu olhar docente, pois

mudei totalmente minha concepção como educadora, melhorando didaticamente como

professora. O PIBID foi como um “combustível” que eu necessitava para acreditar que a

educação pode ser melhorada.

3.4. ENTREVISTAS COM OS ALUNOS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA

A partir da análise das entrevistas dos oito alunos de ID do PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, foi

possível a categorização de seus discursos para as diferentes perguntas realizadas.

Verifica-se que quatro alunos ID cursavam graduação em Ciências Biológicas enquanto os

demais cursavam ou concluíram mestrado em Ensino na Educação Básica quando

entrevistados em 2017. Adicionalmente, no período de participação da entrevista, cinco

alunos já haviam experimentado atuações como docentes, tendo, portanto, noções sobre

as “dificuldades” enfrentadas no ensino em nível básico. Todos afirmaram que pretendem

seguir carreira docente.

Todos os alunos de ID, quando perguntados “Como enxergam a docência antes e depois

de sua experiência no PIBID?”, relataram que as experiências em ambientes similares aos

que encontrarão em suas futuras profissões colaboraram significativamente para diminuir o

Page 75: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

74

receio acerca de suas escolhas profissionais, pois desenvolveram uma visão geral sobre

suas ações, ambientes de atuação e também sobre suas responsabilidades profissionais.

ID1 - Antes eu não tinha vontade de ir para a sala de aula, achava a sala de aula era como se fosse um buraco negro onde eu ia ter medo. Hoje, depois do PIBID eu vejo que todo mundo é capaz de chegar lá.

ID2 - [...] o PIBID te dá uma visão geral do que você vai encarar lá na frente, então, antes do PIBID a gente não tem praticamente contato maior com escola, Com o PIBID você pode participar das experiências dentro da sala de aula, aprende a lidar com os alunos a ver como o professor age em certos momentos [...] então assim eu acho que ajuda bastante antes e depois sem duvida nenhuma.

ID4 - Fui para o curso sem saber se era aquilo que eu queria mesmo, então assim no primeiro seminário que tive na faculdade, eu chorei porque eu tinha muita dificuldade de falar em público, então eu fui para casa chorando pensando o que eu estou fazendo na licenciatura. Logo que eu entrei no PIBID comecei a ter um contato maior a fazer prática dentro da sala de aula, então isso foi me ajudando [...] consegui falar na frente do pessoal, comecei a gostar de estar envolvida com os alunos, de desenvolver práticas novas então me fez ter uma nova visão e querer estar na sala de aula.

ID5 - A gente pode ter a experiência de atuar na sala de aula, antes era só uma coisa teórica, e através do PIBID você consegue ter noção de como é realmente a profissão.

ID6 - Acreditava que as coisas eram mais fáceis na escola, acreditava em outra organização, só que também, ao mesmo tempo, o PIBID trouxe o contato com os alunos, foi o que me empolgou.

ID8 – [...] consegui ver a prática, o que é inserido no ambiente escolar, antes não tinha essa noção, como era o ambiente, as dificuldades, as problemáticas do ambiente escolar. O PIBID permitiu essa prática, essa vivência.

Os alunos de ID relatam assim que suas participações no programa permitiram vivenciar a

realidade escolar, acompanhar a rotina do professor, ter um contato direto com os alunos,

elaborar métodos e práticas, buscando e criando alternativas para os problemas e

deficiências observadas. Neste sentido, nota-se que o PIBID estabelece estreita interação

entre o ambiente de formação acadêmica (universidade) e o espaço da prática educativa

(escola) como afirma Tardif (2014, p. 57) que:

[...] raramente a formação teórica não tenha de ser completada com a formação prática, isto é, com uma experiência direta do trabalho, experiência essa de duração variável e graças a qual o trabalhador se familiariza com seu ambiente e assimila progressivamente os saberes necessários à realização de sua tarefa.

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75

Sobre esta temática, Gatti (2014) comenta que promover a autonomia dos licenciados em

sua formação, conduz ao amadurecimento acadêmico e humano tornando-os responsáveis

pelas mudanças exigidas para melhorar a qualidade da educação oferecida nas escolas

públicas.

Para os ex-alunos de ID que atuam na docência, foi perguntado se “Na escola em que atua

você tem desenvolvido atividades produzidas/aprendidas pelo compartilhamento de ideias

do grupo PIBID?”, como no Quadro 12.

Quadro 12 - Respostas à pergunta “Na escola em que atua você tem desenvolvido atividades

produzidas/aprendidas pelo compartilhamento de ideias do grupo PIBID (supervisor e/ou bolsistas

id)? Se não, por quê? Se sim, conte sua experiência”.

CATEGORIAS RESPOSTAS

SIM

ID1 - Sim, por exemplo, fui ensinar os estados físicos da água e utilizei métodos alternativos

que aprendi no PIBID.

ID4 - Eu usei jogos, foi até de reprodução humana, que foi realizado no PIBID eu usei depois também, foi mais prático mesmo. Eu acho que alguma coisa de prática de laboratório também, na substituição. ID6 - Eu apliquei nas substituições, algumas atividades eu utilizava mais ou menos algumas ideias do PIBID como jogos ou modelo didático, para estimular os meninos. ID8 - Tenho sim, desenvolvi com eles agora recentemente os modelos de célula animal e

vegetal. Tenho jogos que eu desenvolvi durante a graduação que eu também utilizo nas

minhas aulas.

NÃO

ID2 - Então para dizer a verdade não, porque eu já comecei com um mês de atraso e assim

a modalidade EJA lá vai do inicio do ano ate a metade do ano. É tudo muito rápido a gente

já esta com um conteúdo atrasado então não tem como a gente planejar algo diferente por

causa do conteúdo.

ID5 - Não consigo ter essa liberdade porque é um cursinho, então preciso focar em

conteúdos, mas geralmente eu utilizo ideias: De vídeos, de reportagens, sempre levo para

sala de aula.

Dos entrevistados que já exercem a função docente, quatro afirmaram que empregam as

ideias e as práticas assimiladas durante sua vivência no PIBID. De forma geral, verifica-se,

a partir dos discursos apresentados no QUADRO 12, que a interação com os demais

participantes do programa gerou conhecimentos teóricos e práticos, incluindo o

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76

desenvolvimento de materiais didáticos, que são utilizados em suas práticas docentes. Vale

frisar que as duas respostas negativas se justificam pelas impossibilidades inerentes às

particularidades de seus ambientes de atuação; ID2 que atua há pouco tempo na Educação

para Jovens e Adultos (EJA) e ID5 que atua em cursinho, cujo foco é puramente teórico e

de grande conteúdo.

Fica claro a importância da interação universidade/escola e teoria/prática, pois, pode-se

constatar através das entrevistas que a vivência dos alunos de ID nas escolas de educação

básica foram experiências exitosas para o seu crescimento e amadurecimento profissional,

como corrobora Tardif (2012) ao enfatizar a importância de as escolas se tornarem lugares

de formação, de inovação, de experimentação e de desenvolvimento profissional. De

acordo com Pinto e colaboradores (2014, p. 77), o PIBID:

[...] vem se tornando uma das mais importantes políticas públicas na valorização e aperfeiçoamento da formação inicial de professores, possibilitando aos licenciandos experiências significativas no contexto escolar desde o início de sua formação.

Constata-se que a correlação entre os participantes do programa possibilitou a troca de

conhecimentos, novidades teóricas e metodológicas para seus respectivos ambientes de

atuação profissional.

Quando questionados sobre sua percepção em relação à atuação do professor supervisor

(ativo/passivo) durante seu tempo de PIBID/CEUNES/BIOLOGIA, relataram tanto atuações

ativas quando passivas como é apresentado no Quadro 13.

Quadro 13 - Percepção dos alunos bolsistas em relação à atuação do professor supervisor.

CATEGORIAS RESPOSTAS

ID1 - “Ela coordenava e era ativa, trabalhava junto, mas assim o que eu vejo de bom, era

uma pessoa compreensiva, conseguia dar jeito em tudo para que o grupo, mesmo com

alguns problemas, não dispersasse e não gerasse intriga”.

ID2 - “Ele era bem participativo a gente sempre tinha reuniões. Sempre sentava junto

também planejava, sempre estava querendo saber como estava o PIBID como estava a

ação dentro da sala de aula sempre procurando saber se estava tudo bem.”

ID3 - Ela sempre chega com algumas ideias e passa para a gente, daí a gente faz o que ela

pede, mas às vezes modificamos um pouco e às vezes ela deixa para gente criar, então é

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77

ATIVO

balanceado. [...] tudo que a gente propõe para ela está bom.

ID7 - Ela era assim muito articulada, bem presente, muito responsável, maravilhosa. Ela

vinha com a ideia, no início, que meio que pronta para a gente executar. Só que isso foi

melhorando ao longo da nossa relação, então a gente começou a ter um pouco mais de voz

na elaboração das práticas. A gente aprendeu muito.”

ID8 - “A supervisora era bastante participativa, sempre procurava conversar com o grupo

para ver a melhor forma de desenvolver as atividades. Procurava trazer coisas também para

ajudar o grupo, no desenvolvimento de alguma atividade específica que ela queria

desenvolver com os alunos, em determinada matéria. Ela era muito criativa, sempre

procurava nos ajudar”.

PASSIVO

ID4 - “Ele era passivo e ele não ordenava muito não. Não sei se era pelo contato assim

recente da universidade no ano de 2010, porque isso foi em 2010 não sei porque esse foi o

primeiro contato da universidade com o ensino básico, então ele ainda estava meio receoso,

eu acho que faltava um planejamento dele com a pedagoga com os pibidianos para estar

desenvolvendo atividades. Então, de vez em quando os pibidianos tomavam uma iniciativa

de ter uma aula prática, mas não tinha muito estímulo por parte dele para estar

desenvolvendo atividades. Poderia ter usado mais a gente, ficávamos mais no laboratório

esperando dar a hora, mais para cumprir horário mesmo.

ID5 - “Ele deixava a gente muito livre assim, ele queria que a gente falasse o que a gente

estava propondo para as atividades né, ter essa comunicação, mas ele deixava livre ao

nosso critério. Aí depois a gente comunicava o que seria atividade e aí ou ele dava outra

sugestão ou ele aceitava e ficava por isso. Então ele era bem passivo”.

ID6 - Ela tentava participar, acho que a gente foi primeira turma naquela escola do PIBID,

para ela era uma novidade, então ela não sabia muito bem como funcionava, ela não tinha

consciência estruturada do que era o PIBID. Eu a via um pouco perdida, apesar de participar

das reuniões, ela não era criativa e também nem articulava tanto”

Nota-se que os relatos de passividade citam situações, tais como: (i) aparente desinteresse

e falta de planejamento por parte do docente e (ii) inexperiência devido a ser o primeiro

contato com o programa. Por outro lado, os relatos categorizados como “ativo” citaram

diversas características positivas, destes supervisores, dentre as quais: (i) organização das

atividades; (ii) desenvolvimento de ideias; (iii) implementação das ideias e (iv) avaliação dos

resultados obtidos tanto para os alunos de ID quanto para os estudantes de ensino básico.

Page 79: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

78

Com a participação mais efetiva do professor supervisor a produtividade do PIBID se torna

mais significativa, pois é o docente quem direciona, norteia, elabora e aplica essas

produções juntamente com os alunos de ID. Sem a orientação do professor supervisor o

programa não avança. Além de realizar ações importantes para escola contemplada, essa

interação ativa do professor supervisor com o PIBID, promove o crescimento profissional

desse docente, influenciando diretamente para sua formação continuada, como assinalam

Gatti (1996), Nóvoa (1995) e Pimenta (1999) ao concluir que a formação continuada deve

ser permanente e envolver o professor de modo integral, constituindo importante elemento

no processo indenitário.

Em relação à percepção dos alunos de ID a pergunta “Você considera o PIBID um fator

importante para as mudanças nas práticas pedagógicas do professor supervisor?”, a

maioria afirmou que sim. Eles relataram que, depois da inserção no PIBID, perceberam

mudanças significativas relacionadas aos saberes construídos e vivenciados neste percurso

formativo, influenciando no processo de identificação da profissão do professor supervisor:

ID1 - Sim porque ela era mais teórica, hoje é mais prática, hoje sente a deficiência a falta da pratica. Hoje ela tem uma visão diferente.

ID2 - Sim, o PIBID entra com um gás na escola, o professor acaba não tendo muito tempo, acho que isso ai é recorrente de toda escola [...] claro ajuda bastante porque assim querendo ou não quando o professor acaba entrando na sala de aula, ele meio que se acomoda um pouco, então com o PIBID no ambiente escolar traz uma inovação uma transformação, então, o professor acaba vendo aquela ação, aquele movimento, aquele jogo de ideias, então eu acho que sim sem dúvida nenhuma tem sim.

ID3 - Sim, a gente anima mais o professor a criar aulas mais interessantes, eu acho que animou os alunos. ID5 - Sim, acho que é um projeto que mostra a prática e tem a questão de está trazendo a universidade para a sala de aula, junto com os professores da escola pública, acho que da uma união, isso muda um pouco da educação.

ID7 - Com certeza, porque ele tem que lidar com outras pessoas intermediar, saber ouvir também, não trazer aquela coisa pronta. Então eu acredito com certeza, complementa muito.

ID8 - É possível perceber sim, o crescimento não só do supervisor mas também dos próprios alunos que trabalhavam com o professor, acho que foi um crescimento coletivo né.

Os entrevistados relataram que a inclusão do PIBID na escola proporcionou aos docentes

mais motivação na prática pedagógica, situação que permitiu experienciar novas

Page 80: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

79

possibilidades e novas perspectivas educacionais, proporcionando aproximações com as

questões referentes à necessidade da formação continuada, bem como construir uma

reflexão mais sistematizada da prática docente.

A troca de experiências entre os sujeitos envolvidos é reportada por Gatti (2014, p. 29),

concordando com os relatos apresentados acima:

“ganhos dinâmicos nas relações estabelecidas para todos os envolvidos, pois as idas e vindas, as trocas, os resultados esperados ou não alimentam as reflexões de todos sobre a escola, a sala de aula, as questões didáticas importantes para o dia a dia da educação escolar”.

Também em concordância, Freire (2011) afirma que o processo de reflexão sobre as ações

realizadas leva os sujeitos a construírem-se, a reinventarem-se num exercício completo de

reflexão-ação e ação-reflexão. As respostas afirmativas dos entrevistados em relação às

mudanças nas práticas pedagógicas do professor supervisor são unânimes. Os discursos

sugeriram, ainda, que as estratégias das atividades do PIBID não deixam de ser um fomento

à formação continuada dos professores. Tais aportes são relacionados às trocas de

experiências, a interação de saberes, os estudos de formação, a aproximação das áreas do

conhecimento e ao trabalho em equipe.

Quando questionados se “O PIBID em que atuou se preocupou com a promoção de novas

práticas pedagógicas na escola?” a maioria afirmou que sim.

ID2 - Sim, até fomos citados como fazendo um diferencial principalmente na disciplina de ciências [...] quiseram saber como era o projeto e tal, perguntando se poderia estender para as outras disciplinas.

ID3 - Sim eu acho que animou mais o professor a dar aula, a gente anima mais a criar aulas mais interessantes para os alunos. O laboratório está sendo bem mais usado depois do PIBID.

ID8 – Bastante, primordial para a transformação e elevação dos demais PIBID. A gente trabalhava demais, a gente se entregou para fazer aquilo, a gente gostava, procurava sempre o melhor para os alunos.

Os alunos de ID afirmaram que a aplicabilidade de novas práticas pedagógicas

proporcionou a interação social entre os alunos e os demais profissionais da instituição,

tornando a escola um lugar prazeroso de permanecer. Franco (2012, p. 154) considera que

ações pedagógicas são “práticas que se organizam intencionalmente para atender a

determinadas expectativas educacionais solicitadas e requeridas por dada comunidade

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80

social”. Assim, a prática pedagógica surge de uma intencionalidade para atender

perspectivas e necessidades de um determinado grupo, como relatam os entrevistados ao

afirmarem que o programa teve a preocupação em promover novas práticas pedagógicas

na escola.

Como citado por alguns alunos de ID, o uso de novas metodologias na abordagem dos

conteúdos tornou as aulas mais dinâmicas, acarretando em um bom envolvimento dos

estudantes na participação das aulas. Desse modo, destaca-se a importância da presença

do programa nas escolas de educação básica fortificando os laços com a universidade,

trazendo inovações pedagógicas e estimulando os professores no aprimoramento da

profissão, além de proporcionar aos alunos ID a oportunidade de vivenciar o ambiente

escolar.

Page 82: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

81

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar características importantes do professor-reflexivo, como criatividade,

desenvolvimento de um indivíduo pensante, questionador de sua prática, capaz de atuar de

forma autônoma, inteligente e flexível na transmissão do conhecimento. Verificaram-se

também aspectos negativos, dentre os quais espaço físico, equipamentos e resistência por

parte dos membros das escolas.

Das entrevistas realizadas com os alunos de ID, detectaram-se, similarmente ao que

ocorreu através das entrevistas com os professores, aspectos positivos e aspectos

negativos durante a realização dos projetos. Vale pontuar, que estas características

possivelmente dependem fortemente das características de personalidade tanto do

professor quanto dos alunos de ID, afinal é uma relação de troca de experiências e práticas

pela qual os professores vão construindo seus saberes. Não é possível, portanto, afirmar-se

que a passividade seja característica de um ou outro indivíduo, podendo a mesma resultar

da interação mútua. Como constantemente abordado neste trabalho, a formação docente

requer a participação dos professores em processos reflexivos e não somente

transmissores de conhecimentos, onde cada nova experiência é uma oportunidade para

fazer uma reflexão sobre a prática, possibilitando determinar os pontos positivos e

negativos da vida do professor.

Notou-se que as entrevistas, tanto dos professores supervisores quanto dos alunos de ID,

mostraram que os aspectos qualificados pelas categorias supracitadas influenciam-se

mutuamente, ou seja, o sucesso do programa depende dos sucessos individuais das várias

categorias. Esta conclusão baseia-se em comentários cruzados, que sugerem, por

exemplo, que a motivação dos alunos não resultaria de apenas uma das categorias e sim

do conjunto, corroborando com a fala de Tardif já previamente mencionada: “o saber

docente, assim como outros saberes, é um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou

menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares,

curriculares e experienciais”.

Page 83: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

82

Em particular cita-se a influência do programa sobre os professores supervisores – principal

alvo deste estudo – os quais demonstraram grande evolução em aspectos tais como

motivação; melhoria na interação com os estudantes; melhoria do processo de ensino e

aprendizagem; e, principalmente, a conexão dos docentes com o mundo acadêmico,

motivando-os a investirem no aperfeiçoamento profissional, como foi o caso da autora deste

trabalho, características fundamentais dentro do contexto do professor-reflexivo. De modo

geral, podemos afirmar que a presença do projeto PIBID/CEUNES/BIOLOGIA promoveu

ganhos significativos para todos os sujeitos envolvidos; alunos de ID, professores

supervisores e, principalmente, para a comunidade através da melhora na qualidade de

ensino dos estudantes. Neste contexto, entende-se que o professor que quer trabalhar

construtivamente com seus alunos avalia suas características e suas necessidades

concretas. Preocupa-se em escutar o que os alunos oferecem: seu pensamento, suas

ideias prévias e suas hipóteses.

Verificou-se, no entanto, através dos pontos negativos mencionados, que há espaço para

muita evolução acerca da atuação do programa. Existem fatores que limitam o profissional

a ser um professor-reflexivo. A carga de trabalho a que está submetido o professor

inviabiliza qualquer outra atividade além da mera docência. As definições das políticas de

ensino e de capacitação profissional são feitas por especialistas e administradores e não

pelos próprios professores, não levando em conta suas experiências. Por fim, a atividade

docente é majoritariamente caracterizada pela individualidade e a reflexão fica afetada

porque não se consegue incorporar dados prévios de outros profissionais. Visando

melhorias na condução do programa, algumas ações foram sugeridas através deste

trabalho, com destaque para abordagem de uma ação reflexiva envolvendo intuição,

emoção e não somente um conjunto de técnicas que podem ser ensinadas aos

professores, partindo-se do pressuposto de que os formadores de professores devem

propor situações de experimentação que permitem a reflexão, assim como os professores

precisam refletir sobre o papel de ensinar.

Page 84: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

83

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91

APÊNDICES

Page 93: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

92

APÊNDICE A ROTEIRO DAS ENTREVISTAS DOS PROFESSORES SUPERVISORES

1. Qual foi a sua graduação?

2. Iniciou/Concluiu a Pós-graduação?

3. Há quanto tempo atua como professor?

4. Em qual escola atuou/atua como supervisor do PIBID?

5. Como conheceu o PIBID?

6. Por quantos anos atuou como supervisor do PIBID? Quantos alunos orientou no período?

7. Ao se inscrever para ser supervisor do PIBID, qual era sua expectativa?

8. Como era sua rotina semanal no PIBID?

9. Como as atividades do PIBID eram desenvolvidas (quem organizava/ coordenava/

planejava/ elaborava/ executava)?

10. Cite as experiências mais significativas vividas no âmbito do programa.

11. Durante seu período como supervisor, o PIBID modificou sua atuação docente? Como?

12. Hoje, passado seu período como supervisor, o PIBID continua modificando sua atuação

docente? Como?

13. Relate as dificuldades que encontrou na condução do PIBID enquanto atuava como

supervisor (pibidianos, escola, alunos, direção, coordenação, espaço físico, tempo).

14. Como a escola no âmbito da administração (direção/equipe pedagógica/coordenação)

abraçou o projeto durante o tempo de atuação do mesmo na escola (ajudava/ atrapalhava/

estimulava/ dificultava/ era indiferente/ achava importante)?

15. Qual a influência que o PIBID teve durante sua atuação na escola? O que mudou na escola

durante o tempo de PIBID?

16. O que mudou na escola após a atuação do PIBID? (as mudanças se mantiveram ou tudo

voltou “ao normal”?

17. Qual a influência que o PIBID tem/teve em relação aos alunos da escola durante sua

supervisão?

18. Para você, qual foi o maior legado do PIBID?

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93

APÊNDICE B ROTEIRO DAS ENTREVISTAS DOS ALUNOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

1. O ENTREVISTADO:

a. Você atua como professor em alguma escola?

b. Se não, por quê? Pretende seguir a carreira docente?

c. O que faz atualmente?

d. Como você „vê‟ a docência antes e depois de sua experiência no PIBID? Ou seja, o PIBID

mudou a forma como você „vê‟ o professor na escola? Como?

2. O ENTREVISTADO DOCENTE:

a. Na escola em que atua, você tem desenvolvido atividades produzidas/aprendidas pelo

compartilhamento de ideias do grupo PIBID (supervisor e/ou bolsistas ID)?

b. Se não, por quê?

c. Se sim, conte sua experiência.

3. SOBRE O SUPERVISOR:

a. Como foi a atuação do seu supervisor? (Ativo/Passivo, Criativo, Participativo, Propunha

atividades, Somente ordenava...)

b. Você considera o PIBID como um fator importante para as mudanças nas praticas

pedagógicas do professor supervisor?

c. Você acha que o PIBID mudou a concepção de docência do seu supervisor? Como?

4. O PIBID

a. O PIBID em que você atuou se preocupou com a promoção de novas práticas pedagógicas na

escola?

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94

APÊNDICE C TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS PROFESSORES

SUPERVISORES E ALUNOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1 – Identificação do Responsável pela execução da pesquisa:

Título: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA:

FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR SUPERVISOR

Pesquisador Responsável: MÁRCIA PINTO CARRAFA

Nome do aluno(a) Participante: NÃO SE APLICA

Contato com pesquisador responsável

Endereço: Rodovia BR 101 Norte, Km 60 - Bairro Litorâneo

Telefone(s): (27) 3312-1542

2 – Informações ao participante ou responsável:

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa intitulada: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA

INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: FORMAÇÃO CONTINUADA DO

PROFESSOR SUPERVISOR

A pesquisa terá como objetivo geral “Investigar a influência do PIBID/BIOLOGIA/CEUNES no

processo de formação continuada dos professores supervisores das escolas estaduais de ensino

fundamental e médio do município de São Mateus/ ES entre os anos de 2012 a 2016”.

Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações que informam

sobre o procedimento:

Nesta pesquisa, serão aplicadas entrevistas semi-estruturadas para os professores supervisores e

alunos bolsistas que participam ou participaram do PIBID entre os anos de 2012 a 2016. Durante

sua participação, você poderá recusar responder a qualquer pergunta ou submeter-se a

Page 96: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

95

procedimento que por ventura lhe cause algum constrangimento. Você poderá se recusar a

participar da pesquisa em qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo.

A sua participação na pesquisa será como voluntário, não recebendo nenhum privilégio, seja ele

de caráter financeiro ou de qualquer natureza. Entretanto, lhe serão garantidos todos os cuidados

necessários a sua participação de acordo com seus direitos individuais e respeito ao seu bem-

estar físico e psicológico;

Não se tem em vista que a sua participação poderá envolver riscos ou desconfortos.

Como benefícios da realização dessa pesquisa, espera-se a inclusão de novos recursos para as

aulas de citologia, estreitamento na parceria universidade-escola e motivação dos alunos e

professores envolvidos.

Serão garantidos o sigilo e privacidade aos participantes, assegurando-lhes o direito de omissão de

sua identificação ou de dados que possam comprometê-lo. Na apresentação dos resultados não

serão citados os nomes dos participantes;

Os resultados obtidos com a pesquisa poderão ser apresentados em eventos ou publicações

científicas.

Confirmo ter sido informado e esclarecido sobre o conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo

indica que concordo em participar desta pesquisa e por isso dou meu livre consentimento.

São Mateus, _____de _____de____________.

Nome do participante:

Assinatura do participante: _________________________________

Assinatura do pesquisador responsável: _________________________________

Telefone do pesquisador responsável: _______________________________

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96

ANEXOS

Page 98: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

97

ANEXO A

MODELO DO RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES PIBID

Modelo de Relatório Anual das Atividades do PIBID

Ministério da Educação

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Setor Bancário Norte, Quadra 2, Bloco L, Lote 6.

CEP: 70.040-020 Brasília/DF

Brasil

RELATÓRIO DE ATIVIDADES ANO BASE

PARCIAL/FINAL

IES COORDENADOR

PROGRAMA DEB

LOCAL E DATA

Page 99: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

98

1. DADOS DA INSTITUIÇÃO

Nome e Sigla:

Endereço:

Telefones:

CNPJ:

Responsável legal da IES:

2. DADOS DA EQUIPE

2.1) Coordenador Institucional

Coordenador institucional:

CPF:

Endereço:

Endereço eletrônico:

Telefones de contato:

Unidade Acadêmica:

Link para Curriculum Lattes:

2.2) Professores Participantes

Nome Instituição Função

2.3) Professores da Educação Básica Participantes do Projeto

Nome Instituição Função

3. DADOS DO PROJETO

3.1) Dados Gerais

Título:

Page 100: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

99

Convênio ou AUXPE n.º: (quando couber)

Duração do projeto

Data de Início: Data de Término:

Número de meses de vigência do projeto:

Apresentação – Resumo executivo do projeto (até 500 palavras) Inserir neste campo um descritivo geral e sucinto do projeto, seus objetivos, as ações desenvolvidas para seu

cumprimento e alguns resultados alcançados e impactos produzidos, bem como produções geradas.

Palavras chave (até seis)

3.2) Licenciaturas/subprojetos/Programas de Pós-Graduação envolvidos

3.3) Escolas Participantes

3.4) Outros colaboradores do projeto (além dos bolsistas)

Licenciatura (nome) Número de alunos participantes

Nome da escola IDEB Número de alunos na

escola

Número de alunos

envolvidos no

projeto

Nome Função no projeto

Page 101: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

100

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E RESULTADOS

ALCANÇADOS

Indicador da

atividade prevista no

Plano de Trabalho

Descrição sucinta da

atividade (inserir início e

período de realização)

Objetivo da atividade

realizada

Resultados alcançados

1.Atividade

artística

2.Atividade

esportiva

3.Atividade

experimental

4.Atividade

literária

5.Clube de Ciências

e Matemática

6.Monitoria

7.Criação e

desenvolvimento de

recursos midiáticos

8.Desenvolvimento,

testagem e

aplicação de

material didático

9.Exposições,

feiras, saraus,

mostras espetáculos

10.Organização de

momentos

filosóficos e

sociológicos

11.Preparação de

sala ambiente

12.Criação de

laboratórios

13.Gincanas e

olimpíadas do

conhecimento

Page 102: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

101

14.Vivências

formativas dos

pibidianos

15.Realização de

Seminário

Institucional

16.Desenvolvimento

de página na

internet

17.Apresentação de

trabalho em evento

no país

18.Publicação de

livros, revistas,

jornais

Orientações Gerais

1. Descrever sucintamente os objetivos, atividades e resultados alcançados.

2. Demonstrar a relação entre as atividades desenvolvidas e os resultados alcançados. É

importante explicitar, com clareza, a articulação entre atividades e resultados, de modo a

explicitar o cumprimento do objeto a que se destina o programa.

3. Os resultados devem apontar para a formação do professor, o trabalho coletivo desenvolvido, as

aprendizagens possíveis, a apresentação de trabalho em eventos, a manipulação de instrumentos

para a docência e a investigação educacional, a produção de conhecimentos e saberes sobre a

docência e a escola, dentre outros. As produções, a serem apresentadas abaixo, materizalizam-se

em artigos publicados, portfólios e diários de bordo, material didático produzido (mídias, jogos,

dinâmicas, etc), estratégias didáticas, relatórios de avaliação dos resultados, dentre outras).

5. DESCRIÇÃO DA PRODUÇÃO EDUCACIONAL GERADA Obs. 1: As produções deverão ser apresentadas individualmente em cada tabela e em ordem alfabética.

Insira novas linhas para o mesmo tipo de produto. Ao final, a tabela deverá apresentar a quantidade total

da produção.

Obs. 2: Os produtos devem ser apresentados em ANEXOS numerados, em formato digital (CD ou DVD)

e, quando possível, disponibilizado na website da IES. O link deve ser informado no campo apropriado.

Obs. 3: O anexo, presente na mídia digital, deverá trazer com maiores detalhes a produção gerada.

Obs.4: Os produtos estão relacionados às atividades desenvolvidas. Portanto, para cada tipo de produto,

deverá ser apresentado o indicador da atividade correspondente (ver quadro 4).

5.1) PRODUÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS

Neste grupo enquadram-se produtos do tipo: banners e cartazes pedagógicos

produzidos, criação de banco de imagens, criação de banco de sons, criação de Blogs,

criação de kits de experimentação, estratégias e sequências didáticas, folders, mapas

conceituais, mídias e materiais eletrônicos, planos de aula, Plataforma Moodle e

outras, (Wikipédia), preparação de aulas e estratégias didáticas, preparação de

estratégias e sequências didáticas para o Portal do Professor, preparação de

minicursos, produção de cadernos didáticos, produção de objetos de aprendizagem,

produção de roteiros experimentais, produção de softwares, projetos educacionais

realizados, sínteses e análises didáticas; outros.

Page 103: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

102

1) Tipo do produto: Monitoria Indicador atividade: 6

a) Monitoria (1):

(Anexo 1a)

Quantidade total

2) Tipo do produto: Desenvolvimento, testagem e aplicação de material didático

Indicador atividade: 8

3) Tipo do produto: Organização de momentos filosóficos e sociológicos Indicador

atividade: 10

a) (Anexo 3a)

Quantidade total

4) Tipo do produto: Atividade Experimental Indicador atividade: 3

a) (Anexo 4a)

Quantidade total

5.2. PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Na produção bibliográfica destacam-se: artigo técnico-científico publicado;

dissertação de mestrado em andamento ou concluída; edição, organização e/ou

coordenação de livros ou coleções; publicação de jornais na escola; publicação de

livro; publicação de capítulo de livro; publicação de resumo técnico-científico;

publicação de trabalho completo; publicação individual de crítica e resenha científico-

educacional ou prefácio de obras especializadas ou espetáculos; tese de doutorado em

andamento ou concluída; trabalho de conclusão de curso em andamento ou concluída;

tradução de capítulo de livro; tradução de peças teatrais, de óperas encenadas e livros;

outros.

1) Tipo do produto:__________________________________________Indicador

atividade: ______

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras):

(Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

Page 104: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

103

2) Tipo do produto:__________________________________________Indicador

atividade: ______

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras):

(Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras):

(Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

n) Tipo do produto:________________________________________Indicador

atividade: _____

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

5.3) PRODUÇÕES ARTÍSTICO-CULTURAIS

Este grupo engloba todos os resultados artístico-culturais desenvolvidos no programa,

tais como: adaptação de peças teatrais; atividades de grafitagem, atividades de leitura

dramática ou e peça radiofônica; atividades de restauração de obras artísticas; autoria

de peças teatrais, roteiros, óperas, concertos, composições musicais, trilha sonora,

cenografia, figurino, iluminação e/ou coreografia integrais apresentadas ou gravadas

nas IES e escolas participantes; criação de espetáculos de dança; criação de filmes e

atividades cênicas; criação de grupos musicais; criação de rádio escolar; desenho e

pintura; exposição artístico-educacional; exposição de fotos e imagens; festivais de

dança na escola; festivais de música; maquetes; transcrição e/ou arranjos de obras

musicais; participação de alunos em concertos, recitais ou gravações; participação de

alunos em peças teatrais; sarau escolar, vernissage, dentre outros.

1) Tipo do produto: Atividade Artística Indicador

atividade: 1

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo 1a)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

2) Tipo do produto:__________________________________________Indicador

atividade: ______

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Page 105: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

104

Quantidade total

n) Tipo do produto:________________________________________Indicador

atividade: _________

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

5.4) PRODUÇÕES DESPORTIVAS E LÚDICAS

As atividades de caráter lúdico e esportivo, como: criação de times de modalidades

esportivas (basquete, vôlei, futebol, etc), competições esportivas, criação de materiais

para recreação; criação de rodas de capoeira; desenvolvimento de novas modalidades

esportivas na escola; gincanas escolares; jogos para recreação e socialização; jogos

inter-classes; desenvolvimento de jogos especiais para inclusão (goalball, futebol de 7,

futebol de 5, voleibol sentado, natação, bocha, outros); jogos populares; jogos dos

povos indígenas (arco e flecha, cabo de força, corrida de tora, natação em águas

abertas, hipip; akô, insistró, kagót, peikran, corrida de fundo, outros); atividades

lúdicas para recreios e intervalos escolares; desenvolvimento de brincadeiras;

brinquedos e brinquedotecas; maratonas escolares; olimpíadas esportivas; dentre

outros.

1) Tipo do produto: Indicador

atividade:

a) (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

2) Tipo do produto:__________________________________________Indicador

atividade: ______

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

n) Tipo do produto:________________________________________Indicador

atividade: _________

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Page 106: INFLUÊNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE

105

Quantidade total

5.5) PRODUÇÕES TÉCNICAS, MANUTENÇÃO DE INFRAESTRUTURA E

OUTRAS

Neste campo destacam-se: atualização de acervo da biblioteca escolar; criação de

fóruns de licenciatura e formação docente; criação de laboratórios portáteis para o

ensino de ciências; desenvolvimento de projetos sociais; manutenção de ateliê para

atividades artísticas na escola; plano de melhoramento para laboratórios de ciências;

revitalização de laboratórios de informática; modificação de projetos pedagógicos da

licenciatura; criação de novas modalidades de licenciatura; criação de licenciaturas

indígenas e do campo; criação de licenciaturas interculturais; outros produtos.

1) Tipo do produto:__________________________________________Indicador

atividade: ______

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

2) Tipo do produto:__________________________________________Indicador

atividade: ______

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

n) Tipo do produto:________________________________________Indicador

atividade: _________

a) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

b) Descrição do produto gerado (Max. 100 palavras): (Anexo XXXX em mídia digital e ou hiperlink)

Quantidade total

6. DESCRIÇÃO DE IMPACTOS DAS AÇÕES/ATIVIDADES DO

PROJETO NA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES;

LICENCIATURAS ENVOLVIDAS; EDUCAÇÃO BÁSICA; PÓS-

GRADUAÇÃO e ESCOLAS PARTICIPANTES

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106

7. CONTRIBUIÇÕES PARA AS LICENCIATURAS DA IES

Descrever as contribuições do projeto para o aprimoramento dos cursos de licenciatura

não participantes do programa

(Até 500 palavras)

8. BENS PATRIMONIÁVEIS ADQUIRIDOS

Caso o edital tenha previsto recurso de capital, liste todos os equipamentos

patrimoniáveis adquiridos no projeto, com descrição de marca, modelo, série, acessórios,

outros.

Tipo:

Modelo: Marca:

Quantidade Modelo

9. DIFICULDADES ENCONTRADAS E JUSTIFICATIVAS DE

ATIVIDADES PREVISTAS E NÃO REALIZADAS

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS

Local e data

(Nome e assinatura) Responsável pelo projeto (coordenador

institucional)

Pró-Reitor de Graduação (PIBID, Novos Talentos, PRODOCÊNCIA)

ou de Pós-Graduação e Pesquisa (Observatório da Educação)

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107

ANEXO B

AUTORIZAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO

MATEUS/ES