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ciência cultura políticas workshop eventos investigação emprego desporto tecnologia AEFCUP ciência jun.2013 edição Rua do Campo Alegre, S/N 4169-007 Porto [email protected] http://aefcup.pt/ ! somos ciências INVESTIGAÇÃO NA FCUP Entrevista ao Prof. Miguel Coimbra (Pág. 04 ) FINAl DA FCUP LIGA Reportagem e resultados (Pág. 08) Jornal info

Info Junho 2013

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Jornal Info AEFCUP - Junho 2013

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Page 1: Info Junho 2013

ciênciacultura

políticasworkshop eventos

investigação emprego

desporto tecnologia

A E F C U P

ciência

jun.2013 edição

Rua do Campo Alegre, S/N 4169-007 Porto [email protected] http://aefcup.pt/

! somos ciências

INVESTIGAÇÃO NA FCUPEntrevista ao Prof. Miguel Coimbra (Pág. 04 )

FINAl DA FCUP LIGAReportagem e resultados (Pág. 08)

Jornal info

Page 2: Info Junho 2013

Num período de forte declínio económico achar-se-ia nat-ural que o apoio institucional de uma Universidade aos estudantes, principalmente àqueles que apresentam situ-ações específicas, caso dos estudantes-trabalhadores, fos-se deveras evidente. No entanto, na Universidade do Porto, apesar da recente demonstração, por parte do Conselho Geral, de compreensão pela situação sócio-económica – através do chumbo da proposta de aumento das propinas apresentada pelo próprio Reitor –, o mesmo, ao Reitor nos referimos, mostra-se irremediavelmente inflexível relati-vamente à condição social dos estudantes-trabalhadores.

Estes mesmos estudantes, que enveredam por uma du-pla jornada, de esforço e de trabalho, para suportarem o seu percurso académico (muitas vezes devido a carência do próprio agregado familiar), viram no ano transato um dos seus direitos ser-lhes retirado tendo como justificação a inexistência de enquadramento legal. As Associações de Estudantes da Universidade do Porto, em colabo-ração com a Direção da FAP, demonstraram na altura a

inverdade deste argumento, sem que isso tivesse surtido qualquer efeito. Com o culminar da Petição criada para reverter a situação e exigir o acesso à época especial de Setembro para estudantes-trabalhadores, as atenções estão agora voltadas para a próxima reunião entre o Rep-resentante das Associações de Estudantes e o Reitor, de momento, ainda sem data definida- resta-nos aguardar com expectativa, enquanto relembramos uma das mais recentes deliberações do Conselho Pedagógico da FCUP, precisamente a favor da criação da supracitada época.

02

editorial

[ Ivo Reis ] Presidente

Direção AEFCUP

[email protected]

(...)as atenções estão agora voltadas para a próxima reunião entre o Representante das Associações de Estudantes e o Reitor

O acesso à época especial de Setembro por parte dos trabalhadores-estudantes foi limitado no ano letivo corrente, o que levou as Associações de Estudantes da Universidade do Porto, juntamente com a direcção da Federação Académica do Porto (FAP) a tomar-em medidas contra esta situação, levando a cabo uma petição no universo da Universidade do Porto.

Esta petição tem como objectivo demonstrar a injustiça que a retirada desta época é para estes estudantes, visto que muitos necessitam de trabalhar para sus-tentar os seus estudos, e esta é uma oportunidade que permite que os trabalhadores-estudantes levem

a cabo o seu percurso académico. Mostrando que este assunto não só preocupa os trabalhadores- es-tudantes, mas que toda a comunidade académica se encontra solidária e compreensiva com esta situação.

A AEFCUP promoveu esta petição dentro da faculdade, divulgando a petição e recolhendo assinat-uras recorrendo a equipas móveis, na totalidade recolheu cerca de 1100 assinaturas, sendo que esta recolha continua a ocorrer por diversas unidades orgânicas e serão entregues ao reitor, Professor Dou-tor José Carlos Marques dos Santos, no dia 11 de Junho.

[ A.M.]

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03

No passado mês, a AEFCUP e mais 12 associações de es-tudantes da Universidade do Porto juntamente com a Feder-ação Académica do Porto, estiveram reunidas em prol da defe-sa dos Estudantes do Ensino Superior. Face à proposta do reitor de aumento das propinas para o ano letivo 20123/2014, foi elab-orado um comunicado em antecipação à votação da mesma por parte do Conselho Geral da Universidade do Porto, tendo sido esta proposta posteriormente rejeitada por unanimidade.

No dia 22 de Março, dia da Universidade do Porto, dois estudantes do 1º Ciclo de Matemática foram distinguidos com os “Prémios incen-tivos’ 13”. Manuel Martins, de 19 anos, terminou o primeiro ano do cur-so com média de 18.88 e João Santos, também de 19 anos, conclui o seu primeiro ano do curso com média de 19.13, a mais elevada entre todos os cursos da Universidade do Porto. Tais prémios são o recon-hecimento do trabalho exemplar desempenhado pelos docentes da nossa faculdade, bem como do esforço individual destes estudantes. Gostaríamos, de mais uma vez, dar os parabéns a ambos pelo feito!

[ Parcerias AEFCUP ]

[+-] notícias

[ Concelho Geral da UP rejei-ta proposta de aumento das propinas ] + [ Atribuição de prémios Incen-

tivos’ 13 ]+

- [ C e d ê n c i a d e E s p a ç o s n a F C U P ]

Longe vão os tempos em que se organizavam as feiras de em-prego na FCUP e ainda mais longe a época em que as mesmas tinham a sua utilidade e prestígio. Parece que a nossa facul-dade decidiu entregar aos seus estudantes e aos seus grupos e núcleos académicos aresponsabilidade pelo extra-curricular.

Não obstante, os poucos que agarram essas responsab-ilidades e as assumem para com os seus associados, lu-tam acima de tudo pela valorização do seu curso e da sua instituição. Perdem horas e dinheiro a contactar em-presários, a organizar palestras, a financiar workshops e for-mações, a maior parte gratuita ou a um preço acessível.

Começamos então a perceber que se inverteu a ordem lógi-ca de cooperação interna. Enquanto se espera que os gru-pos colaborem com a faculdade, a mesma afasta-se, lavan-do as mãos e deixa-os dependentes de entidades externas.

Como se não chegasse, a mesma instituição que lhes entrega essas responsabilidades (e que tem os meios para as promover)

coloca obstáculos, como processos burocráticos complicados e demorados, indisponibilidade de salas e/ou material electrónico.

Um exemplo do que tem acontecido foi o Pitch Bootcamp FCUP que acabou por se tornar no Pitch Bootcamp IPAM. Du-rante 4 semanas a AEFCUP trabalhou no sentido de trazer à faculdade 60 empresários, alguns a recrutar. Seria o regresso das feiras de emprego à FCUP, com uma vertente mais actual.

No entanto, um dia antes da sua realização, afinal não havia salas e não obtivemos nenhuma explicação, o que nos obrigou a mudar a localização. No final do even-to, uma reportagem tinha passado na RTP, e o reconhe-cimento foi para o IPAM, que cedeu as suas instalações.

Urge então unir esforços para contrariar esta inércia. Enquanto uns lutam pelo prestígio da sua instituição, a mesma parece confor-mar-se com as suas obrigações básicas, lutando pela facilidade e conforto. E estar entre os melhores é tudo menos fácil e confortável.

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[ c.c. ]

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Investigação na FCUP

04

[ Prof. Miguel Coimbra ] [ D e p. C i ê n c i a d os Co m p u tad o res ]

Miguel Coimbra, docente e in-vestigador do departamento de Ciências de Computadores da FCUP, encontra-se a desen-volver um conjunto de projetos relacionados com informáti-ca médica. O Info foi tentar apurar qual o seu percurso a nível académico e quais os projetos que se encontra a desenvolver neste momento.

A carreira de Miguel Coimbra teve início na Faculdade de En-genharia da Universidade do Porto onde, em 1998, concluiu a sua licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computado-res, com especialização em telecomunicações. Seguiu-se uma investigação no Instituto de Engenharia de Sistemas e Com-putadores do Porto (INESC) em colaboração com a RTP, onde trabalhou na criação dos arquivos digitais da estação pública. Após a finalização deste projeto, prosseguiu para doutoramen-to na Universidade de Queen Mary (Londres), em visão com-putacional, focando-se no processamento de imagem e vídeo. Uma vez concluído o seu doutoramento em Inglaterra, regres-

sou a Portugal, à Universidade de Aveiro, para realizar o seu pós-doutoramento. Foi aqui que se deu um primeiro contacto com a informática médica, mais precisamente em processa-mento de imagens moleculares e sinais médicos. Em 2004, a fim de desenvolver uma investigação de alto nível nesta área, Miguel Coimbra, realizou esforços no sentido de contactar com algumas das principais universidades do país, o que fez com que decidisse voltar para Portugal como aluno de pós-douto-ramento. Em 2006, iniciou a sua carreira como docente na Fac-uldade de Ciências da Universidade do Porto, após abertura de um concurso no departamento de Ciências dos Computadores.

Prof. Miguel Coimbra com a equipa (Projecto Vital Responder)Sensores utilizados no Vital Responder

Um dos aspetos importantes relacionados com os projetos supra mencionados prende-se com o elevado número de alunos e inves-tigadores envolvidos no seu desenvolvimento. No total, existem cerca de 3 alunos em pós-doutoramento, 5 em doutoramento, 7 em mestrado e ainda 4 alunos com Bolsa de Investigação Científica.

Relativamente a trabalhos futuros, o docente mencionou que

irão continuar a ser desenvolvidas as áreas acima menciona-das. No entanto, serão ainda iniciados novos projetos relacio-nados com a informática médica e visão computacional, como por exemplo, o HeartSafe, que consiste em desenvolver novas ferramentas de auscultação cardíaca ou o Future Health, que irá investigar como monitorizar contínua e p o n t u a l -mente a saúde cardíaca de populações das cidades do futuro.

Atualmente, encontra-se ligado a várias investigações na área da informática médica, sendo elas:

-Vital Responder: consiste na utilização de tecnologias de re-des de sensores, posicionamento geográf-ico e obtenção de sinais médicos como ritmo cardíaco, com o objetivo de criar um sistema que auxilie em tempo real a toma-da de decisões em cenários de emergência por parte de companhias de bombeiros.

-Computer Assisted Gastroenterol-ogy Examination (CAGE): sistema que utiliza técnicas de visão com-putacional e interação pessoa-máquina para analisar as imagens recolhidas em exames gastroenterologicos, de forma a auxiliar os clínicas na deteção de pa-tologias como o cancro do estômago.

-CellNote:tem como finalidade criar uma plata-forma que auxilie a operação de con-tagem de células nas imagens de mi-croscopia na área da biologia. É um dos projetos atualmente em utilização nos laboratórios do IBMC e encontra-se a ser testado utilizando um paradigma touch.

-Digiscope: Por último, um dos projetos mais alici-antes para o próprio docente designa-se DigiScope. Neste momento, liderado pelo próprio Professor Miguel Coimbra, o projeto consiste na criação de um siste-ma interativo centrado num estetoscó-pio eletrónico, que permite auxiliar um profissional de saúde no diagnóstico de doenças cardíacas. O modo de funciona-mento desta ferramenta passa pela recol-ha e análise em tempo útil do batimento cardíaco, que é posteriormente conver-

tido para um sinal digital. De seguida, os dados recolhidos são enviados para um computador que procede à análise do sinal. Assim, com base no som captado pelo estetoscópio é possível a um profis-sional de saúde obter informações extra para além do seu próprio diagnóstico. A utilização desta ferramenta pode ainda ajudar a eliminar algumas falhas no ras-treio de doenças cardíacas no caso dos exames serem realizados por profissio-nais não especializados em cardiologia. Hoje em dia esta nova tecnologia en-contra-se a ser testada em diversos hos-pitais como o Real Hospital Português (Recife), Hospital Universitário de Minas Gerais (Minas Gerais) e ainda nos Hospi-tais de São João e Santo António (Porto). Além deste cenário, o DigiScope será ain-da testado em ambientes não hospita-lares, nomeadamente em cerca de 6000 habitantes de uma zona rural no Brasil.

[G.F. / R.F. ]

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Investigação na FCUP

05

[ Prof. Pedro Ribeiro] [ D e p. C i ê n c i a d e Co m p u tad o res ]

Pedro Ribeiro, antigo aluno e atual professor e in-vestigador da FCUP, teve a melhor média de sem-pre na Licenciatura de Ciências dos Computadores. Atualmente a desenvolver o pós doutoramento, a sua área de investigação incide na análise de redes complexas, com ênfase na descoberta de padrões.

A investigação dá-me a oportunidade de ser confronta-do com problemas ainda não resolvidos, de seguir um camin-ho onde posso aprofundar os meus conhecimentos de uma área que realmente gosto e de traçar o meu próprio rumo.

[ J.I. ] Um dos seus interesses é a Bioinformática, um exemplo de correlação entre diferentes áreas científicas. A diversidade de cur-sos existentes na nossa faculdade é bem aproveitada no desen-volvimento de projetos? Existe cooperação entre os vários investi-gadores, de diferentes áreas?[P.R.] Existe alguma cooperação, mas ainda não é a ideal. Mais do que pensar apenas na FCUP, importaria pensar em toda a Universidade do Porto, com todas as suas valências. Por exem-plo, na área de Bioinformática, a proximidade geográfica com dois centros de investigação científica ligados à área da Biologia como o são o IBMC e o IPATIMUP, permite pensar em muitos ti-pos de colaborações. “O caminho faz-se caminhando” e cabe-nos a nós, investigadores, fomentar esta cooperação e perceber que as sinergias internas na própria UP são benéficas para todos.

[ J.I. ] Já organizou e participou em vários concursos de pro-gramação, inclusive enquanto estudante. Em que medida isso ajudou na sua carreira? Aconselha os alunos a participarem em atividades extra curriculares?[P.R.] Ajudou e muito, mas a minha história com concur-sos já vem de longe e são uma parte integrante e indisso-ciável da minha vida. Foi (também) graças a eles que tive a certeza que queria fazer carreira profissional na área.Como sou muito competitivo, sempre fui muito atraído pela adren-alina da competição e do constante desafio e superação. Logo no meu 9º ano de escolaridade, em 1995, representei Portugal nas Olimpíadas Internacionais de Informática (IOI), nesse ano na Holanda. A minha ligação com os concursos continuou e são in-úmeros os amigos que fiz e os países que visitei por causa desses mesmos concursos. Em termos universitários, representei a FCUP em inúmeros concursos nacionais e internacionais, tendo ganho as 3 primeiras edições da Maratona Inter-Universitária de Programação.Agora estou “do outro lado da barricada”, na organização de concur-sos, na criação de problemas e no treino de concorrentes, quer ao nível universitário, quer ao nível do secundário. Neste papel, quero poder passar um pouco desta minha paixão pela Ciência de Com-putadores e fomentar o gosto pela programação e pelo desenho de algoritmos. É algo que me dá muito gosto e a carreira académica permite-me manter este “cordão umbilical” com a minha formação.Aconselho todos a participarem. Os concursos são excelente oportunidade para consolidar os conhecimentos, desenvolv-er o raciocínio e encontrar outras pessoas com gostos comuns. Aconselho também a tentarem todo o tipo de atividades ex-tra-curriculares em áreas que vos agradem. Não deixem passar as oportunidades que surgem enquanto são alunos. Elas comple-mentam a vossa formação e podem ajudar a definir o vosso futuro.

[ J.I. ] Para os alunos que estejam interessados, quais os projetos que está a desenvolver no momento? Aceita integração de alunos nos mesmos?[P.R.] Estou neste momento com uma bolsa de pós-doutoramento e o meu trabalho de investigação incide na análise de redes complexas, como já tinha referido. Tenho várias linhas de investigação dentro da área mas infelizmente não tenho financiamento próprio para poder integrar neste momento qualquer outro aluno. No entanto, se a área vos interessar, a porta do meu gabinete está sempre aberta e não falta “trabalho” para fazer, por exemplo no âmbito de uma tese de mestra-do ou de doutoramento. Estejam também atentos a quaisquer opor-tunidades de investigação que surjam em área que sejam do vosso agrado, não só minhas, da de qualquer outro docente da faculdade.

[ C.C. ]

[ J.I. ] O que o influenciou a seguir esta carreira?[P.R.] Desde muito cedo que gostava de computadores. E não apenas para jogar, mas também para criar e para programar. Re-cordo-me das minhas primeiras experiências com BASIC num computador Timex 2048 com uma fantástica memória RAM de 48kB :) Sempre me seduziu saber mais, procurar inovar, sendo que a carreira académica, na sua vertente de investigação, per-mite-me precisamente isso. Por outro lado, tenho uma grande paixão por Ciência de Computadores, pela algoritmia e pela sua “beleza”, encarando um bom algoritmo como uma “peça de arte”. A vertente de ensino permite-me o contacto que tanto gosto com alunos e a possibilidade de tentar passar esta minha paixão para outras pessoas com gostos semelhantes aos meus.

[ J.I. ] Que vantagens/inovações as suas investigações trazem para o mercado de trabalho?[P.R.] A minha principal área de investigação atual passa pela análise de redes complexas, com ênfase na descoberta de pa-drões. As redes complexas são ubíquas e aparecem em todo o lado. Por exemplo, podemos ter redes sociais (ex.: as nossas amizades no Facebook), redes biológicas (ex.: interação entre neurónios), redes de software (ex.: dependências entre módu-los) ou redes com existências físicas (ex.: a rede elétrica). Deste modo o que faço tem aplicação multidisciplinar em várias áre-as onde uma rede possa ser usada como o modelo subjacente. Os padrões topológicos (estruturais) conseguem caracterizar uma rede. Um exemplo possível de aplicação seria tentar dis-tinguir uma rede neuronal de uma pessoa saudável da rede neuronal de uma pessoa com algum tipo de doença, como a esquizofrenia ou epilepsia. Depois poderíamos usar a carac-terização para ajudar num diagnóstico, tentando perceber se uma dada rede de um paciente está a desenvolver característi-cas associadas a uma dada patologia. Em todo o caso, na sua essência, o que faço é criar novos algoritmos para ao mesmo tempo melhorar a caracterização e acelerar esta análise, per-mitindo aumentar a escala quer dos padrões quer das redes analisadas. A partir daí posso tentar aplicar em vários domínios.

[ J.I. ] Todo o seu percurso académico foi realizado na FCUP – acha que a nossa faculdade é um exemplo no ensino da Ciência dos Computadores? [P.R.] Também passei pequenos períodos fora da UP (o maior deles de 3 meses na Universidade de Newcastle). Em todo o caso, a minha licenciatura e o meu doutoramento foram ob-tidos na FCUP e tenho um grande “amor à camisola”. Identif-ico-me com o “espírito” do departamento e acho que o DCC/FCUP é um excelente sítio para se aprender verdadeiramente “Computer Science”. Como qualquer outro departamento e faculdade, existem sempre coisas que se podem melhorar, mas no geral um aluno que faça a sua formação aqui sai mui-to bem preparado. Não apenas nas tecnologias do “presente”, mas verdadeiramente preparado para poder seguir sempre “aprendendo” neste mundo que progride muito rapidamente. O contacto com ex-alunos e ex-colegas que estão no merca-do de trabalho dá-me a ideia de que minha perceção é corre-ta e que o DCC/FCUP é um “carimbo de qualidade”. Do pon-to de vista da investigação, o DCC/FCUP é sem dúvida um polo de excelência científica, sendo um ponto de referência não só no contexto português, mas também no contexto in-ternacional, como o comprova a excelente produção científi-ca dos seus docentes e colaboradores em diversas áreas.

[ J.I. ] O que o levou a escolher o ramo da investigação?[P.R.] A minha mente sempre foi muito curiosa e sem-pre quis “saber mais”. Gosto de um bom desafio intelec-tual e de constantemente ter novos desafios. Para além disso, sempre tive atração pelos ideais da Ciência, pela descoberta, pelo estudo sistemático do que nos rodeia.

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Estudantes FCUP

[ Stéphanie Ferreira, 25 anos ]

Ingressou em 2007 na Licenciatura em Ciências e Tecnologia do Ambiente

A frequentar o Mestrado em Ciências e Tecno-logia do Ambiente

Área de Especialização Riscos: Avaliação e Gestão Ambiental

[ J.I. ] Qual é o tema da tua tese de mestrado?[S.F.] O trabalho que ando a desenvolver passa principalmente por reunir informação específica e completa sobre os recursos hídricos da Região Hidrográfica do Centro, de acordo com os Planos Direc-tores Municipais (PDMs) e os novos parâmetros de qualidade exigi-dos pela Directiva Quadro da Água (DQA), para que possa ser dis-ponibilizada a todos os interessados em consultar essa informação.Ao usar sistemas de informação geográfica, toda essa in-formação fica organizada num mapa de uma maneira mais intuitiva e de fácil compreensão pelo público em geral.Este trabalho acaba por ter implicações também ao nível da identificação de possíveis situações e zo-nas de risco para a qualidade dos recursos hídricos.Mais especificamente, e em primeiro lugar, passa especificamente

por reunir dados que já existem referentes a muitos anos, tanto da-dos analíticos, como dados em forma de gráficos ou mapas, para que seja possível perceber qual é a qualidade e em que estado está a massa de água. A segunda parte é a parte de estatística. É fazer o cruzamento de dados e analisar se existe alguma relação entre eles, ou com outras características da zona (vento, humi-dade, evapotranspiração, absorção do solo, ...), e depois, mediante isso, chegamos á conclusão sobre quais foram os factores que determinaram a qualidade da água de cada zona em específico.Na construção da minha tese, acabo por responder a lacunas de mer-cado, algo que ainda falta fazer ou melhorar alguma coisa que já existe, utilizado os conhecimentos que tenho de sistemas de informação geográfica, estatística, química, direito ambiental, entre outros.

[ J.I. ] Qual é a contribuição do teu trabalho para a sociedade?[S.F.] Para além de aumentar a disponibilidade e acesso ao conhecimento e informação sobre os recursos hídricos daquela região, pretende-se também que a DQA seja mais facilmente en-tendida através da aplicação de todos os parâmetros á região em estudo. Os mapas resultantes de todo este cruzamento de infor-mação acabam por ser de muito mais fácil consulta e compreen

são, comparados com a leitura da DQA. No caso da construção de um possível projecto nas margens de uma linha de água, con-segue-se facilmente saber qual a qualidade da água naquela zona, se cumpre ou não os objectivos e metas impostas pela DQA.Se toda a informação ficar pública, pode ser um grande passo no acesso a dados de grande valorque podem ser de consulta demorada ou difícil.

[ J.I. ] Já publicaste algum artigo, ou ainda vais publicar? Que impacto teria na tua carreira?[S.F.] Não, ainda não publiquei nenhum artigo, pois ainda não surgiu a conjuntura mais favorável para o fazer. A publicação de um artigo é sempre importante para um aluno. Acaba por

ser um reconhecimento do mérito do trabalho que fez. É cla-ro que é muito importante, e mais tarde numa situação de en-trada no mercado de trabalho, pode fazer toda a diferença e até ser um factor de desempate entre candidatos, por exemplo.

[ J.I. ] Relativamente aos conhecimentos que adquiriste durante a tua formação, até que ponto tiveste de inves-tigar e ser autodidacta para dominares certas áreas de conhecimento ou técnicas e métodos necessários para o desenvolvimento do teu trabalho?[S.F.] Sim, é obvio que tive de investigar e aprender sozinha muitas das técnicas que uso. Por exemplo, relativamente aos sistemas de informação geográfica, obtive conhecimentos básicos muito bem consolidados durante a licenciatura e a parte curricular do mestra-

do, mas programas como o arcGIS têm imensas funcionalidades, e as que uso em específico tive de aprender por mim mesma. O facto de trabalhar mapas que já construídos com o intuito de os melhorar e completar também torna a tarefa um pouco morosa e de grande detalhe. Quanto á parte de análise estatística de dados, todos os conhecimentos que obtive foram importantes como a base para essa parte do meu trabalho, mas claro que também leva muita au-to-aprendizagem e muitas horas de prática Para além disso, e como se esperava, temos sempre artigos para ler, e muita bibliografia.

[ J.I. ] Que conselhos darias aos futuros alunos de mestrado?[S.F.] Bem, em primeiro lugar, acho muito importante os Progra-mas de Estágios Extra-Curriculares (PEECs), aconselho-os a can-didatarem-se a esses estágios, bem como realizarem períodos de mobilidade ao abrigo do programa Erasmus, em países onde o ensino das ciências ambientais sigam mais ou menos os mesmos fundamentos. No fundo, é envolverem-se em actividades extra

curriculares que são importantes para enriquecerem o o currículo. As experiências desse género, até o voluntariado, seja no exteri-or, ou até a ajudar um professor num projecto como colaborador, podem ser também aspectos que distinguem dois candidatos numa situação de procura de emprego. Trata-se de acrescentar valor a nós mesmos, e isso é que é verdadeiramente importante.

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[ Ana Rita Calixto , Bioquimica, 23 anos ]

A tese de mestrado que Rita se encontra a desenvolver neste mo-mento, para obtenção do grau de mestre, enquadra-se no grupo de Química Teórica e Química Computacional da FCUP. O seu tra-balho consiste em estudar uma enzima que está diretamente en-volvida no controlo da pressão arterial, de forma a compreender o seu mecanismo catalítico através de métodos computacionais.

A sua tese pode ter uma aplicação ao nível das doenças cardi-ovasculares, uma vez que estas são a principal causa de morte em todo o mundo e, muitas vezes se encontram associadas a condições de hipertensão. Assim, torna-se fundamental o estudo da cascata Renina-Angiotensina, visto que esta se relaciona com a regulação da pressão sanguínea. Uma vez compreendido o me-canismo destas enzimas que estão envolvidas na cascata, há uma maior possibilidade de desenvolver fármacos que consigam inibir o funcionamento das mesmas, tratando a hipertensão arterial.

Atualmente já existem alguns fármacos para controlar a hi-pertensão, mas na sua grande maioria são direcionados para

outras enzimas que não a renina. A vantagem de direcionar os fár-macos para a renina prende-se com o facto de esta ser a primeira enzima do sistema renina-angiotensina, sendo que a sua inibição permite um melhor controlo de toda a cascata. O único inibidor de renina que existe no mercado é o alisquireno, existindo a necessi-dade de produzir outros fármacos, que sejam até mais eficazes. Todo o trabalho desta mestranda é realizado recorren-do a cálculos teóricos, uma vez que todo o trabalho é realizada ao nível da bioquímica computacional, de forma a que se pos-sa obter as estruturas tridimensionais dos estados de transição, principais intermediários e produtos da reação que são catali-sados por esta enzima. O trabalho envolve ainda conceitos de mecânica molecular e mecânica quântica. Todos estes cálculos são realizados recorrendo a softwares específicos que permitem descrever com detalhe atomístico o mecanismo da enzima. Rita Calixto, encontra-se satisfeita com os resulta-dos que tem obtido no âmbito da sua tese, sendo que esta área é muito proeminente na área de produção de fárma-cos, pois a partir de estudos teóricos, permite a idealização dos fármacos mais eficazes a ser produzidos em laboratório.

Encontra-se neste momento a realizar a sua tese de mestra-do num projeto da FCT, intitulada “Novos Fármacos para a Hipertensão”. Após ter concluído a sua licenciatura em Bio-química na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, tendo feito o seu estágio curricular em Angiogénese na diabe-tes (Laboratório de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), tendo percebido que esta não era a sua área de grande interesse, decidiu enveredar por outra área na sua tese de mestrado.

[ J.I. ] Qual é a tua opinião face ás remodelações e al-terações que estão a ser implementadas nos planos de estudo da licenciatura e mestrado em Ciências e Tecno-logia do Ambiente? Achas que serão benéficas para os alunos relativamente aos planos de estudo actuais?[S.F.] Eu penso que as modificações que estão a ser implemen-tadas são óptimas. As unidades curriculares opcionais propostas no plano de estudos são muito mais úteis e interessantes. Até na licenciatura se nota um grande empenho em tornar o plano de es-tudos mais completo e rico, e a conjugação com o mestrado está mais bem feita, o que evita que haja repetição de conteúdos. Mes-mo a introdução ou remodelação de algumas unidades curriculares parece-me ser vantajosa. Penso que é uma mais-valia para todos os futuros alunos, ou aqueles que ainda serão abrangidos pelos no-vos planos de estudo. Um aspecto bastante positivo da licenciatura, e que na minha opinião se devia manter, são as saídas de campo,

que acabam por ser uma amostra daquilo que muitos diplomados vão exercer numa carreira nesta área. Um ponto menos positivo do plano de estudos actual do mestrado é, como já referi anterior-mente, haver repetição de conteúdos relativamente á licenciatura.Outro dos pontos negativos é o facto das aulas do mestrado serem bastante teóricas e termos um horário com grandes blo-cos de aulas durante um dia inteiro. Como trabalhadora-es-tudante falo, e é de facto um aspecto que me parece um pou-co esquecido. Para além de ser um ciclo de estudos muito mais trabalhoso e onde todas as horas de estudo fazem falta.Quanto a pontos positivos, considero que seja a multi-disciplinaridade que se mantém no mestrado, o que aca-ba por formar diplomados muito mais versáteis e transver-sais. A nossa formação dá-nos toda essa formação de base, e se de facto nos interessar alguma área mais específi-ca, podemos facilmente aprofundar mais esse tema.

[ J.I. ] Achas que os alunos beneficiariam de um maior contacto com as empresas e o mercado de trabalho?[S.F.] Sim, e não apenas no nosso curso. Penso que é uma coisa que faz imensa falta na FCUP, e isso resente-se na empregabilidade dos diplomados. Temos como exemplo de boas práticas a esse nív-el a FEUP, que tem muitas parcerias com empresas que são muito benéficas para os alunos. É pena não haver esse tipo de relações

entre as empresas e a nossa faculdade. No nosso caso, somos nós que temos de procurar, fazer o contacto como alunos individuais. A dificuldade é que um aluno individual a tentar contactar uma empresa não tem o mesmo impacto do que um contacto de uma faculdade, já para não falar que o segundo caso facilitava muito o acesso a essa empresa por parte de outros alunos interessados.

[ J.I. ] No teu caso em específico, o que se segue na tua carreira? Qual pensas ser o teu futuro próximo?[S.F.] Sinceramente, não sei. Ainda não sei se vou contin-uar a viver em Portugal sequer. Está tudo muito imprevisív-el para já. Existe bastante procura de profissionais de ambi-ente, mas nem sempre temos o perfil que a empresa procura, há um grande desencontro entre o que nos temos para ofere-cer como profissionais e o que as empresas procuram.

Quanto a cenários desejáveis, seria por exemplo conseguir tra-balhar em projectos semelhantes aquele em que estou a tra-balhar, por exemplo. Ou então trabalhar numa Câmara Municipal, ou numa empresa privada. O cenário de ter a oportunidade de fazer investigação, apesar de ser uma possibilidade mais rem-ota, e até conferir uma certa imprevisibilidade á carreira, acaba por ser um cenário interessante, mas que provávelmente pou-ca gente trocaria por 8 horas de trabalho diário e horários fixos. 07

[ M.C. ]

[ A.M. ]

Page 8: Info Junho 2013

Desporto na FCUP

08

[ FCU P L i ga 2 0 1 3 e Taça d o Ca m p o Aleg re ]Iniciou-se a 4 de Março a FCUP Liga – Futsal 2013. Este ano com 18 equipas divididas em 2 grupos de 9, que lutaram pelos primeiros 4 lugares do grupo, garantindo assim o acesso aos quartos-de-final.

As equipas que passaram à fase final foram, por ordem classificativa, “ PIN 8” , “Luso Team”, “Não sei, vamos ver” e “Borussia Doutrumundo 09” (Grupo 1) e ainda , “É Desta Que Quase Perdemos”, “Putos com fé”, “Roubados na Final” e “Os Bagaceiros” (Grupo 2). Desta feita, decorreu o sistema de

eliminatórias e foram várias equipas ficando pelo caminho.

A final colocou frente a frente “ É Desta Que Quase Per-demos” e “Putos com fé” e foi realizada no dia 5 de Jun-ho de 2013, pelas 15h, tendo a equipa “É Desta Que Quase Perdemos” vencido por 7-3 no jogo decisivo.

A AEFCUP agradece a todos a participação e felici-ta todas as equipas pelo seu empenho na competição.

Em paralelo e, numa organização conjunta a AEFLUP, decorreu também a Taça do Campo Alegre onde os jogos se disputaram num sistema de eliminatórias.

Esta competição contou com a presença de todas as eq-uipas inscritas na FCUP Liga – Futsal e na Liga de Letras. Sagrou-se campeã a equipa “Tortilla Team” da Faculdade de Letras, ficando em segundo e em terceiro lugar, a equi-pa “Luso Team” e a equipa “ É Desta Que Quase Perdem-os” (ambas da Faculdade de Ciências), respectivamente.

Na grande final, a equipa da FLUP levou a melhor frente à “Luso Team” vencendo o jogo por 2-1.

Além do futsal, este ano o nosso objetivo foi propor-cionar aos alunos outros torneios de outras modal-idades. Neste sentido, está a realizar-se o torneio FCUP Liga – Andebol 2013 que conta com a par-ticipação de duas equipas: Trutas e Babidi Bupi.

No início do segundo semestre realizaram-se as fases finais dos Campeonatos Académicos do Porto (CAP) e a disputa do 5º ao 8º lugar.

As seleções de Basquetebol Masculino e Basquetebol Feminino conseguiram passar a fase de grupos, sendo apuradas para os quartos-de-final onde infelizmente fo-ram eliminadas: a equipa feminina apenas por uma dif-erença de 5 pontos relativamente à adversária AEFEP e a masculina por 12 pontos frente à mesma faculdade.

O Basquetebol Feminino conquistou o 5º lugar e o Basquete-bol Masculino o 8º Lugar. Apesar do Futebol de 11 não ter sido apurado para as meias-de-final dos CAP conquistaram o 6º lugar, num renhido jogo contra a equipa da AEISMAI, decidido através de grandes penalidades e onde infeliz-mente um dos nossos atletas se lesionou com gravidade.

A 13 de Março decorreram as finais concentradas dos Campeonatos Académicos do Porto. A Faculdade de Ciên-cias marcou presença com a equipa de Futsal Feminino que, depois de vencer a equipa da AEICBAS nos quartos-de-fi-nal por 5-1 e a equipa da AEFLUP nas meias-finais por 3-2, garantiu um merecido lugar na disputa do 1º lugar desta competição. É de salientar que é a 2ª vez em 3 anos que as nossas meninas conseguem assegurar um lugar na final.

Desta feita, a equipa de Futsal Feminino de Ciências foi vice-campeã dos CAP após defrontar a final frente ao IPP. Foi um jogo de muita emoção, mas, infelizmente, ainda não foi desta que a nossa equipa alcançou o primeiro lugar. Espere-mos que à terceira seja de vez!

Ainda, felicitamos todas as atletas e o treinador, Igor Encar-nação, pelo empenho e trabalho desenvolvido e pelos ex-celentes resultados conseguidos.

[Ca m p eo n atos Acad é m i cos d o Po r to ]

E q u i pa ve n ced o ra d a FCU P L i ga 2 0 1 3

[ A.S. / T.S. ]

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Desporto na FCUP

09

[ Taça d os CA P ’s ]Realizou-se durante Abril e Maio a Taça dos Campeona-tos Académicos do Porto. Este ano num formato difer-ente, onde inicialmente houve uma fase de grupos, à se-melhança dos Campeonatos Académicos, e com novos regulamentos, que procuraram incentivar a captação de novos atletas para o Desporto Universitário. Esta com-petição permitiu o regresso à competição de todas as

seleções da AEFCUP. Apesar de todas as equipas ter-em conseguido bons resultados, apenas as equipas de futsal feminino e basquetebol masculino se apuraram para as meias-finais, onde a equipa de futsal feminino perdeu em penáltis contra a equipa da AEFMUP e a eq-uipa de basquetebol masculino perdeu contra o AEISEP.

[ Ca m p eo n atos N ac i o n a i s U n i ve rs i tá r i os ]A equipa de futsal feminino da AEFCUP participou nos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s 13), realizados na Covilhã, graças ao 2º lugar al-cançado nos Campeonatos Académicos do Porto.

Nos CNU’s, o sorteio ditou confrontos contra a equi-pa da casa, UBI e frente à AAUAv. No jogo de abertu-ra a equipa da AEFCUP demonstrou os predicados que lhe permitiram a qualificação, qualidade de jogo, segu-rança defensiva, contra-ataque mortífero e um enorme coração na disputa de todos os lances, o que levou a uma vitória por 3-1 frente à UBI, a 1ª de sempre consegui-da em campeonatos nacionais por esta equipa feminina.

No 2º jogo, o resultado traduziu-se numa derrota por 5-2 frente à AAUAv. Deste encontro resultou um amargo na boca, uma vez que a qualidade de jogo apresentada, a quantidade de oportunidades e a própria valia individual das jogadoras de uma e outra equipa nada faria prever o resultado final.

Contudo a eficácia foi factor determinante neste jogo, bem como a maior frescura apresentada pela equi-pa adversária que fazia apenas o 1º jogo, enquanto que a AEFCUP realizava o 2º encontro em menos de 14h.

A conjugação destes dois resultados levou ao 2º lugar do grupo e a consequente passagem aos quartos-de-final da prova para enfrentar a AAC, vice-campeã europeia no ano anterior!

O favoritismo encontrava-se todo do lado da equipa ad-versária, mas mesmo assim as futsalistas da AEFCUP comportaram-se à altura dos acontecimentos e apenas cederam nos minutos finais para um resultado final desfa-vorável de 4-1. Mais uma vez, a performance defensiva da

nossa equipa foi fantástica, dificultando ao máximo a tarefa das jogadoras adversárias (algumas delas integrantes da Se-lecção Nacional de futsal feminino), conseguiram também causar alguns calafrios através de contra-ataques e aca-baram o jogo da forma que lhes era pedido, com a sensação que tudo deram e fizeram pelo melhor resultado possível.

A presença em prova terminava assim, mas para trás ficaram exibições e resultados que eram mo-tivo de orgulho e que eram o fruto de trabalho e dedicação de meses e nalguns casos até anos.

A equipa não pode deixar de agradecer o apoio demon-strado pela comunidade de Ciências, não só através das redes sociais, mas também pela presença de al-guns adeptos na Covilhã, com claro destaque para o Presidente e Tesoureiro da AEFCUP que demonstr-aram apoio incondicional e particularmente efusivo.

À parte da participação nos CNU’s 13, é preciso destacar esta equipa de futsal feminino como um exemplo para as restantes equipas da AEFCUP, não só pelos resultados, mas principalmente pelo espírito de grupo que apresentam e pela base de trabalho em treino estabelecida nos últimos anos, o que permite a regular entrada de novas jogado-ras que, imediatamente, se sentem integradas no grupo.

Como treinador da equipa nos últimos 4 anos, sinto-me grato por toda a entrega que sempre demonstraram, pela vonta-de de aprender e crescer, e pelo grupo espectacular que são.

Que o bom trabalho continue e que continuem a dignificar a nossa faculdade.

Orgulhosamente, o treinador[ A rq u i vo FA DU / Cata r i n a D i n i z ]

[ A rq u i vo FA DU / Cata r i n a D i n i z ]

[ A.S. ]

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Casos de sucesso

[ Sérgio Costa ] [ D i reto r Execu t i vo d a S i m b i e n te ]Po r M a r i a n a Tr i go, a lu n a d e B i o lo g i a n a FCU P

Nasceu em Lisboa em 1977 e em 1995 ingressou na Licenciatura em Engenharia do Ambiente na Univer-sidade Nova de Lisboa. O seu percurso não foi planeado mas tomou decisões que o levaram ao sucesso. Hoje é Diretor Executivo da Simbiente em Portugal e no Chile e continua a considerar-se um empreendedor. Numa conversa informal deixou-nos algumas dicas importantes.

[M.T.] Empreendedorismo vs. Empresarialismo[S.C.] Hoje em dia as pessoas confundem Empreendedoris-mo com Empresarialismo, um empresário é um empreendedor mas um empreendedor não tem que tornar-se num empresário, e muitas vezes é melhor para si mesmo e para os outros que não o faça. Empreender é criar coisas novas e de valor acrescenta-do, melhorando sempre o conseguido anteriormente e podemos fazê-lo no emprego, no nosso bairro, na nossa cidade, trabalhan-do por conta própria ou por conta de outrém. Na minha empre-sa, seria difícil sobreviver se os colaboradores não fossem todos empreendedores. Lidamos com novos problema em que temos de ser capazes de arranjar novas soluções com recursos, tem-po e dinheiro limitados e de trabalhar em nicho de inovação. Uma empresa para sobreviver a longo prazo precisa que todos os

que dela fazem parte sejam empreendedores nas suas funções. O Empreendedorismo tornou-se um chavão, parece que se não criares a tua própria empresa tens menos valor do que os que o fazem. Mas não é assim, se considerarmos que podemos ser melhores a trabalhar para outrém é isso que devemos fazer. Cri-ar uma empresa é uma opção de grande responsabilidade, para contigo mesmo, para com o Estado, para com os colaboradores e para com os fornecedores. É preciso ter vocação. A experiência na área é também muito importante. É importante ver alguém a fazê-lo, mas a fazê-lo bem. Eu não tive essa oportunidade porque as oportunidades para seguir o rumo que assumi surgiram an-tes de ter essa experiência, mas acredito que poderia ser hoje uma melhor pessoa e um melhor profissional se o tivesse feito.

[M.T.] Um pouco do seu percurso Académico/Profission-al[S.C.] Em 1995 entrei em Engenharia do Ambiente, 5 anos de licen-ciatura feitos de uma forma “ligeira”, mas se fosse hoje poderia ter aproveitado melhor essa experiência, que na maior parte das vezes ocorre só uma vez na vida. Houve 3 momentos chave em que decidi sair da minha área de conforto. O primeiro foi a minha primeira ofer-ta de trabalho com uma Professora, quando estava no 3º ano da licenciatura. Era algo simples mas que acarretava responsabilidade. Era fora do meio académico, pago e ia ter visibilidade pública. O que eu fizesse, se estivesse mal feito iria ter lá o meu nome, e isso sig-nificava muito para mim. Percebi que havia responsabilidades aci-ma daquilo a que estava habituado. O segundo momento foi no 5º

ano da faculdade, quando me convidaram para ir 3 meses para os Açores trabalhar num plano de gestão de recursos hídricos. Tive de responder na hora, e fi-lo afirmativamente. Confesso que só mais tarde me apercebi da responsabilidade do trabalho, mas penso que ainda bem pois se me tivesse apercebido não sei se teria maturidade suficiente para não “paralisar”. O importante é fazermos sempre o melhor, seja algo grande ou pequeno. Sair da nossa zona de conforto é muito importante. Depois regressei, acabei a licenciatura e passa-dos uns dois meses em que fiz alguns trabalhos de menor dimensão para empresas, ligaram-me para ir concluir as tarefas finais do pro-cesso, agora já integrado como consultor da entidade promotora do plano. Aceitei e voltei para os Açores por 9 meses. Foram momen-tos que mudaram a minha vida, pelas entidades, pelas pessoas e pela paixão que ganhei e manterei por toda a vida por aquelas ilhas.

[M.T.] Como surgiu a ideia de fundar a Simbiente?[S.C.] Depois de acabar o curso trabalhei com a Universidade do Minho para um projecto e criei a empresa com a perspectiva de criar soluções para problemas específicos. O objectivo era fazer a inter-face entre as actividades de investigação e o mercado. Juntei-me com uma colega de Engenharia Biológica e criámos a empresa. As atividades de investigação, o processo de aplicar dinheiro para gerar

conhecimento, estão, e muito bem, alocadas às universidades, mas depois têm de se cruzar com o mundo lá fora, ter uma aplicação real através de atividades de inovação, o processo de aplicar conheci-mento para gerar dinheiro, de forma a permitir o reinvestimento em investigação para geração de novo conhecimento, “retroalimentan-do” o ciclo. São mundos que estão habituados a estar separados mas que ganhavam muito mais se colaborassem em conjunto.

[M.T.] Porquê o Chile?[S.C.] Foi um conjunto de acaso e oportunidades que é preci-so saber aproveitar. É um país que está a crescer muito, baseado na exploração de minérios, tendo criado há relativamente pouco tempo o Ministério do Ambiente e portanto está muito activo nes-

tas áreas. Eu tinha um colega que era Chileno e ao mesmo tempo foi lançado o 1º Concurso de Empreendedorismo para o primeiro Parque Tecnológico do país. Nós identificamo-nos com os req-uisitos, concorremos e fomos um dos 10 projectos aprovados.

[M.T.] O que valoriza num profissional? Que razões o levam a contratar alguém?[S.C.] Há coisas que nos chamam à atenção. As entrevistas são feitas em função de uma necessidade para uma posição es-pecífica. Tentando responder objetivamente, a atitude é mui-to importante, é preciso ter um equilíbrio entre a humildade e a confiança, tens de ter disponibilidade para aprender e isso vê-

se na forma como respondes às questões. Quando sais da uni-versidade és um “livro em branco” mas deves saber lidar com pessoas e onde ir buscar as ferramentas que necessitas em cada caso. Interessa muito a diversidade, uma pessoa que só ti-rou o curso chama menos à atenção. Graus académicos não ligo muito, um licenciado pode responder melhor a uma pergunta

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específica que um doutorado e é importante adequarmo-nos à lin-guagem da empresa. Eu sempre procurei ter diversidade na Sim-biente porque cada um tem a sua forma de olhar para as coisas. A visão de um não é necessariamente melhor que a do outro, por vezes a melhor é a conjugação de diferentes visões sobre o mesmo objeto.

A questão da nota nunca valorizei muito mas entre duas pessoas com backgrounds parecidos, se uma tem 10 e a outra 16 é algo que pode explicar alguma coisa. Mas não é o número por si só que in-teressa, tem que ser sempre analisado em conjugação com o perfil.

[M.T.] Características de um CEO?[S.C.] Ética, acima de tudo. Para criares credibilidade levas anos, para a perder basta um telefonema mais infeliz. A capacidade de comunicação é muito importante, e não é o que eu digo que é importante, é a forma como percebes aquilo que eu digo. É preci-so transparência, coragem, porque é fácil falar quando tudo está

bem mas admitir que cometemos um erro, e cometemos sem-pre, faz parte do processo, é mais difícil. É preciso saber quan-do parar e quando avançar. A consistência de carácter também é importante, ser coerente e sólido naquilo que se diz. Chefiar e liderar também é diferente. E depois a questão da equidade, é preciso tratar todos da mesma maneira dentro da empresa.

[M.T.] Gerir vida pessoal e profissional: será preciso ser-se Work-aholic?[S.C.] Para ser empresário temos que adaptar a forma de obtermos as coisas. Podes ter tudo, só não da m aneira mais “convencional”. Não tens horários, podes não ter fins-de-semana, tens de estar sempre a responder a e-mails ou a não almoçar convenientemente.

Não tens controlo na tua vida nesses aspectos. Mas conciliar com a vida pessoal advém de saberes criar à tua volta pessoas que saibam lidar com isso. No início de vida da empresa passava tudo por mim, depois fui confiando nos colaboradores e fui delegando tarefas até por uma questão de motivar as pessoas trabalhando por objectivos.

[M.T.] Se pudesse falar com o Sérgio Costa recém-licen-ciado o que lhe diria hoje?[S.C.] Aproveita as pessoas, não te aproveites das pessoas. Faz com que todos os dias valham a pena. Sê curioso, não te preocupes se fazes perguntas “estúpidas” porque é daí que por vezes saem as melhores ideias. Não descures a tua saúde, os teus amigos, as tuas

relações pessoais. As relações não têm preço. Lida com tudo o que fazes como se fosse o teu último dia mas pensa que há um futuro e que isso pode tornar-se algo muito importante para ti. Pensa que para amanhã chegares onde queres tens de fazer coisas hoje, tanto pes-soal como profissionalmente. Não te tornes obcecada pelo trabalho, a diversidade de experiências cria mais-valias e abre horizontes.

[ Provedor do Estudante ]

Já ouviste falar de Comissões de Acompanhamento de Cur-

so? Sabes o que são?

As comissões de Acompanhamento de Curso são con-stituídas por um grupo de dois estudantes, o Diretor de Curso e um outro professor. Estes estudantes são eleitos pelos seus colegas, tendo que se candidatar ao cargo em listas compostas por dois efetivos e dois suplentes.

O objetivo destas comissões é promover uma boa co-municação entre estudantes e professores, permitindo uma relação direta para reportar problemas, procuran-do soluções que sejam adequadas, bem como explorar melhorias que possam ser feitas ao nível do curso.

Cada curso, seja licenciatura, mestrado ou dou-toramento, pode ter a sua comissão de Acom-panhamento de Curso, desde que, para isso se candidatem estudantes para esse fim. Atualmente, quase nenhum curso tem a sua comissão em funcionamento, o que não benefi-cia os estudantes, dificultando até a resolução de problemas internos que possam existir ao nível do curso. Assim, reforçamos a necessidade de estas comissões entrarem em funcionamento. As eleições para estas comissões não tardam, fica atento!

Saudações Académicas!

Todos nós já ouvimos falar do Provedor de Justiça ou até do Provedor do Telespectador e do Ouvinte, mas sabias que também existe um para o Es-tudante?

Enquanto estudante tens sempre entidades ou pessoas que te podem aux-iliar na resolução de problemas que surjam durante a tua passagem pelo ensino superior. Algumas dessas entidades/pessoas são os docentes, o di-retor de curso, o diretor de departamento, a comissão de acompanhamento de curso, o gabinetes de apoio ao estudante e a associação de estudantes. No caso dos problemas não serem solucionados por estes meios, podes e deves procurar recorrer ao Provedor do Estudante.

O Provedor do Estudante deve assegurar um desempenho de cariz indepen-dente, imparcial e confidencial. As abordagens informais são frequentes, com o objetivo de não criar divergências que, por norma, uma atuação mais formal implicaria, dando também uma maior flexibilidade à resolução.

Ora agora perguntas tu: Mas o que faz o Provedor do Estudante? O Provedor do Estudante tem como propósito defender e promover os dire-itos e interesses dos estudantes da UP em questões de âmbito:

-administrativo (candidaturas, matrículas, equivalências, propinas, pre-scrições);

- pedagógico (situações relativos ao ensino que envolvam o estudante e docentes, funcionários não-docentes e até outros estudantes);- social (relativas a bolsas de estudo, cantinas, alojamento).

Este cargo é atualmente exercido pelo Professor Doutor Fernando Nunes Ferreira, que se rege pelo Regulamento do Provedor do Estudante da Uni-versidade do Porto, aprovado pelo Conselho Geral. De salientar que no dia 12 de Abril do presente ano, o Professor Doutor Fernando Nunes Ferreira foi reeleito, em reunião mensal do Conselho Geral da Universidade do Porto.

[ Comissões de Acompanhamento de Curso ]

tens dúvidas?aefcup responde!

[email protected] [ M.S. ]

[ A.M.]

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FCIÊNCIAS

O plasma a azul entra dentro do injetor a elevada velocidade e faz com que os anéis de lí-tio (vermelho) rodem a elevada velocidade comprimindo o plasma e aproximando-o as-sim das condições de fusão. A energia que é libertada repentinamente vaporiza e ioniza o Lítio. Há então uma ejeção que faz com que o foguete seja movido a grande velocidade.

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Um dos objetivos atuais da ciência é con-seguir fazer viagens para Marte num curto perío-do de tempo. O que parece é que essa meta está prestes a ser alcançada através de um rocket ali-mentado por fusão nuclear que consegue descrever a viagem Terra – Marte em cerca de 30 a 90 dias.

[ Já há autocarro para Marte ]

Investigadores da Universidade de Washington e cien-tistas de uma empresa de Redmond estão a desen-volver um foguete alimentado pela energia libertada pela fusão nuclear que possibilite que a viagem seja possível com baixos custos, em pequenos períodos de tempo e que seja relativamente económica. Isto porque o combustível que temos atualmente na Ter-ra não nos permite viajar muito para além da Terra.Este projeto é financiado pela NASA e foi um dos 15 selecionados de entre os mais de 700 colo-cados a concurso. O dinheiro para iniciar a con-strução do foguete foi facultado no ano passado.

A NASA prevê que uma viagem deste tipo, usado tecnologia atual, levaria cerca de 4 anos e consumiria combustível num valor superior a 10 mil milhões de euros. Slough e a sua eq-uipa têm publicado trabalhos, onde calculam que o tempo de viagem com este tipo de tecnologia demoraria apenas entre 30 a 90 dias e seria significativamente mais barato.

Os testes que têm sido feitos evidenciam que isto é possível e que o plasma é controlável dentro do campo magnético que é aplicado, de modo a que se possa dar a fusão nuclear no ambiente plasmático criado. Para termos uma ideia da eficiência da produção de energia nuclear, um simples grão de areia de material é suficiente para produzir a mesma en-ergia que a combusta de cerca de 4 litros de combustível.Depois de o plasma estar comprimido é feita a in-flamação do mesmo que liberta energia suficiente para ionizar e vaporizar o Lítio que é ejetado a alta veloci-dade e assim empurra a nave. Este processo é repeti-do a cada 60 segundos, sendo que a reação propri-amente dita dura apenas alguns nanossegundos.

Um dos fatores preocupantes é o facto de pessoas via-jarem em algo onde ocorrem reações de fusão nucle-ares que poderia desencadear uma expulsão, con-tudo a equipa adianta que o plasma é altamente controlado por campos magnéticos fortes e que em caso de explosão, esta libertaria menos do que uma bom-ba de Hidrogénio em cerca de 1 bilião de vezes abaixo.

visita a página webdo FCIÊNCIAS em:

http://www.fciencias.com/

Fonte: http://phys.org/news/2013-04-rocket-powered-nuclear-fusion-humans.html

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Voluntariado

A Associação de Voluntariado Universitário – VO.U. nas-ceu em 2008 e tem por objetivo ações de carácter social, científico, educativo, desportivo, cultural, ambiental e de defesa dos Direitos do Homem e dos Direitos dos Animais. Teve na sua origem o reconhecimento do múltiplo po-tencial existente nos jovens universitários que, com todo o entusiasmo, formação, diversidade de aptidões e flexibilidade horária, seria de extrema importância no combate de muitas das carências da nossa sociedade. Sediado na cidade do Porto, a VO.U. conquistou recente-mente um espaço próprio, cedido pelo Conselho Executi-vo do ICBAS e localizado no novo edifício do ICBAS-FFUP.

A VO.U. é constituída por várias compo-nentes de ação, na qual se destacam duas. A primeira componente abarca o Banco de Voluntar-iado Universitário que serve de base aos projetos da VO.U., como também projetos de instituições parceiras. O Banco permite maximizar o intercâmbio e formação dos recursos humanos, constituindo também um ex-celente veículo de informação entre necessidades das associações, projetos e voluntários. Neste momento, o Banco conta com mais de 900 voluntários inscritos.A segunda componente visa a criação de equipas, em que os elementos possuam diferentes experiências e aptidões, e que pela sua complementaridade permitam a criação de projetos capazes de suprimir algumas necessidades da população. Com esse objetivo em mente, a VO.U. organ-izou os seus projetos em 3 planos fundamentais de acção. O Plano VIDA pretende promover a Educação para a Saúde tendo por base o desenvolvimento de dois projectos.

• VO.U. Socorrer - pretende auxiliar jovens a par-tir dos 12 anos, através da divulgação de infor-mações sobre o sistema integrado de emergência médica, conceitos e técnicas básicas de socorrismo.

• VO.U. Pelos Ani+ - tem como objetivo a realização de um levantamento das necessidades das Associações de Animais, formação nas escolas sobre vários te-mas relacionados com os animais de estimação e pro-moção de contato dos beneficiários com os animais.

O Plano Vida abrange também os projetos que visam a mo-bilização de voluntários, da qual fazem parte os projetos Uni-versitários Contra o Cancro – Departamento de Educação para a Saúde, APDES/GIRU Gaia, Associação para o Plan-eamento da Família, Médicos do Mundo e Fundação Portu-guesa «A Comunidade Contra a Sida» - Delegação do Norte.

O Plano PONTE tem em vista o acompanhamen-to social e conta com os seguintes projetos no terreno:

• VO.U. Acompanhar - está dividido na Vertente So-cial, onde realiza acompanhamento social a idosos e pessoas que vivem em contexto de solidão / isola-mento, e na Vertente Saúde, para um controlo con-stante da condição de saúde do idoso acompanhado.

• Karate Kids – visa estimular a prática correta e orientada de Karaté com crianças cujo agregado familiar é disfuncional.

• Pirueta – tem como principal intensão promov-er conceitos de respeito, disciplina, atenção e au-toestima das crianças institucionalizadas, através da prática orientada de Ballet e dança contemporânea.

• VO.U. Ser Melhor que um Prozac - consiste no acom-panhamento de um conjunto de doentes do foro psiquiátrico em regime de internamento e ambulatório.

• VO.U. Crescer - pretende beneficiar crianças e jovens, através da promoção de hábitos de leitura, jogos ped-agógicos e apoio informático, promovendo uma uti-lização dos computadores. Este projecto inclui também aulas de música e a iniciação a instrumentos de sopro.

• Albergues ON - destina-se a ajudar os sem-abrigo, com o intuito de proporcionar atividades coletivas e poten-ciar dessa forma, relações interpessoais para melhorar a autoestima dos utentes. Em parceria com os Alber-gues Nocturnos do Porto e o CPSNV (Casa Amizade).

Quanto aos projetos de Mobilização de Voluntários inte-grados no Plano Ponte, destacam-se o FAS Rondas, Asso-ciação Coração Amarelo, Associação dos Amigos do Au-tismo – AMA e Centro de Apoio aos Sem-Abrigo – CASA.

O Plano MUNDO, responsável por prestar auxílio inter-nacional, realiza algumas atividades pontuais, com vis-ta à angariação de fundos e constituição de uma plata-forma de reaproveitamento de recursos excedentários.

Em relação à Mobilização de Voluntários, este plano tem parceria com a Associação de Tutores e Ami-gos da Criança Africana – ATACA, que visa o desen-volvimento humano nas regiões do mundo mais des-favorecidas, nomeadamente em África. Atualmente trabalha com voluntários em várias regiões de Moçambique.

No site da VO.U. (vou.pt) e na página do facebook é possível aceder à ficha de inscrição do Banco de Voluntariado, bem como acompanhar as diversas ações desenvolvidas pela Associação.

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Cultura

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[ Margarida Linhares ]Licenciada em Química pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e aluna de Mestrado em Química também na Faculdade de Ciências, Mar-garida Linhares, muito para além da área Química, destaca-se na área musical. É atualmente mem-bro integrante de três bandas musicais, desde o rock até ao fado, passando pela bossa nova.

O Info foi tentar saber qual o percurso da Margari-da, e como é que a música se pode enquadrar na vida de um cientista.

[ J.I. ] Olá Margarida, como se deu o início da tua carreira musical?[M.L.] Desde cedo que os meus pais me incentivaram a gostar de música. Com 9 anos deram me um piano e colocaram me em aulas para aprender a tocar. Mas eu sempre gostei mais de cantar. Então, com 15 anos comecei a ter aulas de canto no colégio, complementadas com aulas de guitarra clássica. Com 17 anos entrei no Conservatório de Música do Porto no curso de canto lírico, que continuo a frequentar atualmente.Além do canto clássico, sempre gostei de cantar out-ros géneros de música e, por isso, foram surgindo pro-jetos como bandas de rock, fado e até bossa nova.

[ J.I. ] As três bandas que integras são das mais variadas áreas musicais. Como surgiram projetos tão diversos?[M.L.] A verdade é que a iniciativa nunca foi minha, todos os projetos em que estou inserida surgiram por convite. O primeiro grupo que integrei foi numa banda de rock de uns amigos, que inicialmente era apenas instrumental e que depois, na necessi-dade de uma voz, convidaram-me para cantar. Relativamente ao fado, surgiu através de colegas do Conservatório, a quem sempre expressei o meu prazer em cantar neste registo. A bossa nova é um projeto mais pontual, que nasceu da vontade de juntar a voz de uma cientista com a guitarra de um arquiteto, em concertos que acontecem habitualmente na Faculdade de Arquitetura.

[ J.I. ] Qual é o teu papel em cada uma das bandas?[M.L.] Em todas as bandas sou a vocalista, mas por vez-es também toco outros instrumentos, quando necessário.

[ J.I. ] Qual é o teu maior desafio?[M.L.] Para já, a gestão do tempo é um desafio muito grande. Até porque me encontro a fazer tese de Mestrado e a prepa-rar-me para o meu recital final de canto, e portanto não me sobra muito tempo para me dedicar a estes projetos.Outro desafio é a apresentação ao público. Ser vocalista é in-grato na medida em que sou o membro do grupo que mais se expõe, e como sou uma pessoa tímida, fico bastante envergon-hada e nunca sei muito bem como reagir em frente ao público.

[ J.I. ] E num futuro imaginas-te no mundo da música ou no mundo científico?[M.L.] Espero que consiga sempre conciliar as duas áreas. Gostava que a minha profissão tivesse algo a ver com investi-gação, sem que isso impeça a minha dedicação à música.Por outro lado, pode acontecer que não haja oportunidades no mundo científico, e o facto de ter formação na música dá-me a possibilidade de trabalhar seriamente nessa área. Portanto, é sempre uma hipótese seguir uma carreira profissional na música.

[ J.I. ] Por último, quando é que te poderemos ouvir?[M.L.] Neste momento não tenho nenhum concerto agendado, mas fico à espera de um convite da vossa parte!

[ Empreendedorismo ]

‘Da necessidade surge o engenho.’Muito se tem ouvido falar ultimamente de empreendedorismo e todos os dias nos surge como sendo ‘A’ solução. E todos os dias continuamos na mesma, ou porque simplesmente não é para nós cientistas, ou porque não sabemos o que é, nem queremos.

Esta palavra sempre existiu, mas foi só em 1945 que Joseph Schumpeter1 decidiu explorar melhor o conceito e aplicá-lo, de forma a ser um fator promotor do desenvolvimento económi-co e social de um país. Diz-se que o papel do empreendedor é identificar oportunidades e agarrá-las; é, com todos os recursos disponíveis, tornar essas oportunidades num negócio lucrativo.

E, mais uma vez, ficamos na mesma. Isso é o que todos fazemos, melhor ou pior agarramos oportunidades quando nos aparecem à frente. Mas será que as procuramos? E se o fazemos, onde está o fator que nos distingue de todos os outros?

Costumo dizer que esta onda do empreendedorismo corre o ri-sco de se tornar um mito, em grande parte porque se ouve falar muito mas parece que são poucos os exemplos. Ou será que são mal divulgados? Foi com esta questão na mesa que para este mandato a AEF

CUP reestruturou o Depto. Científico, acrescentando-lhe as componentes de Empreendedorismo e Formação, tendo em vista uma maior aproximação destas duas vertentes aos nossos estudantes.

É extremamente gratificante sentir o feedback positivo de cer-ca de 320 pessoas aquando da visita do Miguel Gonçalves; foi ainda melhor, apesar do imprevisto da localização, quando or-ganizámos o So Pitch Bootcamp Porto em colaboração com a SparkAgency que juntou mais de 150 pessoas e 60 empresas, sendo 30 de software. E ainda tivemos os workshops para o de-senvolvimento de soft-skills.

Contudo, não devemos nem pretendemos divulgar este concei-to como ‘A’ solução, mas sim como mais uma. Além disso não é fácil, tanto para quem o aplica como para quem o promove. É por isso que a cada obstáculo não se pode desistir. É por isso que todos os dias o nosso departamento se desafia a novas ma-neiras de aplicar o empreendedorismo à realidade da FCUP e aos seus estudantes, fornecendo-lhes cada vez mais ferramen-tas para a aproximação ao mercado de trabalho.

Tem sido uma viagem extraordinária, e tem sido excelente fazê-la juntamente com os nossos estudantes. Esperemos que continue neste trajeto e que seja cada vez melhor e mais grat-ificante!

[ C.C. ]

[ V.G. ]

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Relax

Acabaste os exames e queres ir festejar com os teus amigos?

Então não podes perder a 2ª edição do Survival, a re-alizar na Póvoa Dão, nos dias 18 e 19 de Julho. Desde a orientação ao paintball, passando pela btt e pela moto 4, e não esquecendo o já habitual slide, as cordas, as paralelas e muito mais! A animação está garantida!

As atividades têm um custo de 30€, mas se te inscre-veres até ao dia 20 de Junho, oferecemos-te o transporte, e se te inscreveres com mais 4 amigos, também vosoferecemos um churrasco!

Se te inscreveres depois desta data, o transporte, se o desejares, terá um custo de 7.5€, e, se não con-seguires arranjar 5 amigos, tens na mesma direito a um churrasco, por 5€, ou então poderás optar por uma refeição completa por 10€. O alojamento fica à tua escolha: as tendas têm um custo de 5€ e as casas, onde poderás cozinhar, 15€, ambas por pessoa e noite.

De que é que estás à espera? Faz a tua inscrição o quanto antes!

[ A.S. ]

[ Pa ra d esco n t ra i res n esta fase d e exa m es ]

[ Su d o ku ]

[ So pa d e Let ras ]

Page 16: Info Junho 2013

Tão distantes geograficamente mas sem barreiras de fertilidade, Portu-gal e Rússia são providos de igual fenómeno geológico - as ‘pedras parid-eiras’. A nível nacional, tal singulari-dade ocorre no concelho de Arouca, mais precisamente na Serra da Freita.

Estas “pedras parideiras” consistem na desagregação de pequenos nódulos revestidos por biotite (mica preta) da sua rocha-mãe, um afloramento graníti-co. Estes nódulos são expelidos devido a caraterísticas particulares de tem-peratura, aliadas à percolação da água da chuva entre “mãe” e “filhos”. Dada a sua clivagem e a desprovida resistência mecânica inerente à biotite, em Invernos menos tímidos, o processo de solidifi-cação da água infiltrada ocorre e con-sequentemente, o seu volume aumenta – crioclastia. Assim sendo, a insolente ocupação da água e a precipitada inde-pendência dos nódulos traduzem a des-ignação popular de “pedras parideiras”.

O mito da região afirma que as “pe-dras parideiras” simbolizam fertili-dade, acreditando-se que se a mul-her dormir colocando um nódulo debaixo da almofada, será mais fértil.

Cantou o poeta Fernando Ramos:

“Na serra da Freita, vive a pedra mãe,que anda a parir pedras como filhosElas são de granito e redondinhas,que se apanham nos seus trilhos”

[ AE_FAQ ]

[ 2 ]

Em que circunstâncias as minhas faltas são justificadas?

[ 3 ]

Sou aluno(a) internacional e estou a ter dificuldades em perceber a organização e o funcionamento dentro

da faculdade. Onde posso tirar as minhas dúvidas?

aefcup

Pedras Parideiras...etcetera

O Conselho Geral da Universidade do Porto faz parte dos Órgãos de Governo, juntamente com o Reitor, o Conselho de Gestão e o Conselho de Curadores. Cabe a este Conselho ultimar sobre os Estatutos, eleger o seu Presidente e o

Reitor da Universidade, entre outros.Este conselho reúne mensalmente e um dos assuntos tratados na última

reunião (15 de Março de 2013) foi o valor das propinas a praticar na U.P. no próximo ano letivo, que se manterá o mesmo.

É possível justificares as tuas faltas desde que devidamente comprovada, por motivo de doenças infeto-contagiosas, internamento hospitalar, falec-imento de familiar, participação em competições desportivas (atletas de

alta competição), presença no Dia da Defesa Nacional, ou em representação da Faculdade (ou Universidade) em competições aprovadas pelos órgãos

responsáveis. A justificação de falta, quando esta ocorreu em dia de exame ou teste

de avaliação, permite ao estudante a possibilidade de fazer exame ou fre-quência numa outra data.

Para mais informações consulta: Regulamento de Avaliação do Aproveita-mento do Estudante: Cap. III - Art. 15º

Rua do Campo Alegre, S/N 4169-007 Porto [email protected]

http://aefcup.pt

A AEFCUP tem uma Divisão de Apoio ao Estudante Internacional , cujo ob-jetivo é apoiar e integrar os estudantes de mobilidade na vida académica da Faculdade, e auxiliando em todas as dúvidas que os estudantes possam ter.Podem entrar em contato connosco na sede da AEFCUP, ou por email para

[email protected].

edição_ gráfica gil ferro e ricardo ferreira

coordenação_redação gil ferro e cristiana cardoso

ricardo ferreira cristiana cardoso

ivo reisana martins

angela santos

gil ferro

carlos coelho

ciência

equipa_redação

[ 1 ]

O que é o Conselho Geral da U.P.? Para que serve?

[ F.D.]

QUANDO TERMINARES DE LER O TEU INFO ! COLOCA-O NO I N F Ã O junto aos bares e entradas dos departamentos

ciênciadesporto

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