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José de Paiva vai deixar de residir em França Luísa Semedo reeleita Presidente do CCP/Europa 04 Cônsul Honorário de Orléans demitiu-se Edition nº 361 | Série II, du 06 mars 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE Humorista José Cruz prepara nova digressão em França DR 11 03 Miguel Frasquilho diz que a França continua a ser aposta para a TAP 07 Sarah da Cunha do Grenoble fez estágio com Seleção de futebol 14 Totem do Euro’2016 deixa Lens em direção de Aljustrel 10 PUB PUB Estilista Fátima Lopes comemorou 20 anos de desfiles em Paris 05

Informação de confiança - Edition nº 361 | Série II, du 06 mars … · 2019. 3. 18. · recupero no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris. Nunca vos dei os meus para

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Page 1: Informação de confiança - Edition nº 361 | Série II, du 06 mars … · 2019. 3. 18. · recupero no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris. Nunca vos dei os meus para

José de Paiva vai deixar de residir em França

Luísa Semedo reeleitaPresidente do CCP/Europa

04Cônsul Honorário de Orléans demitiu-se

Edition nº 361 | Série II, du 06 mars 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais

GRATUITEDITION FRANCE

Humorista José Cruzprepara nova digressãoem França

DR

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Miguel Frasquilho dizque a França continuaa ser aposta para a TAP

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Sarah da Cunha doGrenoble fez estágiocom Seleção de futebol

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Totem do Euro’2016deixa Lens em direçãode Aljustrel

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Estilista Fátima Lopescomemorou 20 anos de desfiles em Paris

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LUSOJORNAL02 COMUNIDADE

PERGUNTADO LEITOR

Caro Diretor,[…] Leio sempre o LusoJornal, querecupero no Santuário de NossaSenhora de Fátima em Paris.Nunca vos dei os meus para-béns pelo vosso trabalho, masacredite que aprecio o quefazem. Convosco vou desco-brindo este mundo portuguêsaqui em França, ativo em muitosdomínios de atividade. […]Obrigado porque esta semana[ndr: na semana passada] fala-ram da Igreja católica sem sercom aquelas notícias negativasque vemos na televisão. Vocêsmostraram que há padres quevale a pena ouvir, porque têmcoisas boas para contar. Obri-gado por terem falado do PadreCarlos e de terem posto a foto-grafia dele na capa sem falaremde escândalos sexuais. […]

(E-mail)

Caro leitor,Obrigado pelo seu mail e pelaspalavras de apreço que diz anosso respeito.No LusoJornal não temos qual-quer complexo em falar de reli-gião, seja de que religião for.Respeitamos as opiniões dosnossos leitores e isso parece-nos ser o mais importante.Quando tivermos de falar de es-cândalos sexuais, também fala-remos, como aconteceu aindarecentemente. Mas tentaremosfazê-lo sempre com ética. Isto é,o LusoJornal não é nenhum tri-bunal que faz julgamentosantes dos verdadeiros tribunais!No entanto, a entrevista doPadre Carlos Caetano, ultra-passa a religião. O Padre Carlosé uma das personalidades queem França melhor pode falar derefugiados e de imigração. E porisso, considerámos que o queele disse ao LusoJornal mereciaser assunto de capa. Descom-plexadamente, como acima es-crevi.Não há nada pior do que achar-mos que os Padres são todosmaus… Tentaremos nunca fazergeneralizações desse tipo. E es-tamos certos que os nossos lei-tores apreciarão esta nossaposição.Obrigado pela sua fidelidade!

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

Envie as suas perguntas para: [email protected]

06 mars 2019

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, António Marrucho, CarlaLobão, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), JoséPaiva (Orléans), Lia Gomes, Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, PatríciaGuerreiro (Lyon), Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Vítor Santos | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Directrice commerciale: Marie Reis deBragelongne | Agence de presse:Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal.7 avenue de la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: mars 2019 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Nous, qui participons depuis quelquesannées aux cérémonies en honneurdes soldats portugais qui ont parti-cipé à la 1re Guerre Mondiale, nouspensions bien connaître le Cime-tière Militaire Portugais de Riche-bourg et le monument de LaCouture en honneur des 55 milcombattants portugais de la 1èreguerre... et bien, non !Notre ami Luís Gonçalves nous sur-prend avec les photos dont il estpropriétaire, mais qui nous fait dé-couvrir grâce à LusoJornal.En utilisant un drone, Luís Gonçalvesnous fait redécouvrir, s’il en fallait, la

beauté des deux sites, le Cimetièreétant, par ailleurs, candidat à fairepartie du patrimoine mondial del’UNESCO.Admirez la symétrie, l’alignementdes tombes du Cimetière, 1.831 stèlesqui ont besoin d’être restaurées mal-gré le fait qu’en prenant de la hau-teur elles semblent belles et fièresd’honorer depuis les années 1930 lesrestes mortels de soldats portugaisconnus et inconnus qui ont laisséleur vie en terre de Flandre. 1.831tombes réunies sur ce lieu de 1.020mètres carrés.Remarquez sur l’une des photos, unarbuste devant une tombe, arbusteplanté il y a quelques années par

l’ami Afonso Maia. Cette tombe est la19ème, du 6ème rang, partie B. Y gîtJoão Augusto Ferreira Almeida, leseul soldat portugais fusillé pendantla 1ère Guerre, le seul et derniercondamné à mort portugais du XXsiècle.Dans le monument de La Couture,beaucoup de symbolisme y est vi-sible : les soldats, la mort regardentvers le bas, alors que le monument,ces pierres bien intégrées au site,s’érigent vers le haut, symboled’une nation qui dans la difficultéregarde vers l’avant, vers les lende-mains meilleurs, les pierres repré-sentant des morceaux architectureportugaise, de gloires d’un riche

passé portugais.Luís Gonçalves, avec cette nouvellevision de Richebourg et de La Cou-ture, nous démontre qu’il y a tou-jours du nouveau à découvrir, mêmesi nous pensons avoir fait déjà toutle tour.Nous espérons vous avoir donnéenvie de venir, le samedi 13 avril, as-sister aux cérémonies de 2019, enhonneur des soldats portugais quiont participé à la 1ère Guerre mon-diale, au 101ème anniversaire de laBataille de La Lys... le barrage policiercette année étant bien plus perméa-ble qu’en 2018, lors des déplacementsur ces lieux des Présidents portu-gais et français.

Les cérémonies de cette année auront lieu le 13 avril

Morreu na terça-feira da semanapassada, em Tours, Robert Collet,Presidente da Associação France-Portugal de Tours e grande apaixo-nado por Portugal.Robert Collet tinha 75 anos e foi-lhediagnosticado recentemente umcancro que o levou em poucas se-manas, falecendo no serviço de on-cologia do Hospital Trousseau.Robert Collet foi Conselheiro Muni-cipal em Saint Avertin e foi tambémo grande impulsionador da gemina-ção entre Saint Avertin e Mondim deBasto. Realizou aliás muitos inter-câmbios entre os dois municípios.Era homem de cultura, foi professorno Liceu Grandmont de Tours edesde que se aposentou, escreveu olivro «Les Portugais en Touraine»(éditions Alan Sutton) sobre a forteComunidade portuguesa radicadana região centro da França.

Com a esposa, Françoise Collet, pro-moveu em França a obra do cantorlírico português Luís Peças e do or-ganista João Paulo Ferreira. “Me re-cordo como se fosse hoje doprimeiro dia quando me ouviu noMosteiro de Alcobaça, das lágrimas

que escorriam dos olhos azuis pelaface ao som de ‘Ombra mai fu’ e ocarinho recebido” escreve comemoção Luís Peças. “Foram tantasalegrias vividas, momentos de muitamúsica, partilhando conversas e via-gens. Tantos concertos realizados e

divulgados com entusiasmo, expe-riências que guardarei eternamenteem meu coração que nesse mo-mento encontra-se orgulhoso devocê, por tudo que proporcionoudurante a minha trajetória... Grati-dão!”Também Elsa da Fonseca Godfrin,Presidente da Associação France-Portugal de Oloron Sainte Marie la-menta a morte de Robert Collet,argumentando que “Portugal perdeum dos seus Embaixadores Cultu-rais”.Robert Collet organizou inúmerasconferências em Tours e ainda re-centemente convidou o escritor ehistoriador Manuel do Nascimentopara intervenções sobre a Históriade Portugal que queria partilharcom a população francesa.Era um leitor assíduo do LusoJornal.A cerimónia fúnebre teve lugar nasexta-feira passada, dia 1 de março,na Igreja de Saint Avertin.

Por Carlos Pereira

Morreu Robert Collet, Presidente daAssociação France-Portugal de Tours

LJ / LSG LJ / LSG

https://lusojornal.com

Par António Marrucho

Un autre regard sur le Cimetière portugais de Richebourg et sur le monument de La Couture

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 03

A Presidente do Conselho Regionalda Europa do Conselho das Comuni-dades Portuguesas (CCP) apelou aovoto dos emigrantes nas próximaseleições europeias e legislativas, para“mostrar o interesse” da emigraçãopor Portugal. “A mensagem é votar,aproveitar este direito que consegui-mos alcançar e mostrar que nos in-teressamos por Portugal e pela nossavida lá fora, pela vida dos nossos fi-lhos”, afirmou Luísa Semedo, no finalda reunião anual do Conselho Regio-nal da Europa do Conselho das Co-munidades Portuguesas, noMinistério dos Negócios Estrangeiros,em Lisboa.Luísa Semedo sublinhou ainda queos emigrantes podem expressar “osentimento de filiação à Pátria” noexercício do voto nas eleições euro-peias, em 26 de maio, e das legislati-vas, em 06 de outubro.Nas eleições para o Parlamento eu-ropeu de 2014, dos 244.986 eleitoresportugueses inscritos em todo omundo, em 71 Consulados, apenas5.129 votaram, a que correspondeu2,09% do universo de votantes. Já naregião Europa, somente 1.728 Portu-

gueses registados nos cadernos elei-torais votaram de entre os 80.932eleitores inscritos em 29 Consulados.Ressalvando a importância do Con-selho das Comunidades Portuguesas(CPP), por estar “acessível aos emi-grantes”, Luísa Semedo assinalou

que “os Portugueses não têm comochegar a quem os governa, a quempode mudar as suas vidas”.Luísa Semedo, que foi reconduzidana presidência, fez um “balanço po-sitivo” da reunião anual do ConselhoRegional da Europa, com encontros

com o Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas, José LuísCarneiro, com Deputados e com ele-mentos representativos da socie-dade civil, CGPT e Observatório daEmigração.Entre os temas abordados na reu-

nião do Conselho Regional da Europado CCP estiveram o ‘Brexit’, o atrasona atribuição de pensões a emigran-tes com carreira contributiva em Por-tugal, o ensino da língua portuguesae a nova lei eleitoral. “Uma das con-clusões foi a de que há vários proble-mas que se têm arrastado ao longodestes anos e que não têm ainda so-lução. Continuamos a batalhar nasmesmas questões de há dez ou 20anos. Não há vontade política”, frisou,destacando os problemas orçamen-tais do CCP e do ensino de português.Nesta última área, “não se tem con-seguido uma continuidade no en-sino, desde o pré-escolar ao liceu”.Na eleição realizada na semana pas-sada, Luísa Semedo foi reeleita paraum mandato de um ano, com a una-nimidade dos votos dos Conselheirosda Alemanha, Andorra, Bélgica,França, Reino Unido, Luxemburgo,Suécia e Suíça.O Conselheiro das Comunidades Por-tuguesas na Suécia, Amadeu Batel,também foi reeleito Secretário doConselho Regional da Europa doConselho das Comunidades Portu-guesas.

Conselheiros das Comunidades reuniram em Lisboa

06 mars 2019

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A Diretora-geral do FMI elogiou os“enormes progressos” de Portugal,mas frisou que é preciso intensificaresforços para estar preparado para ofuturo, antecipando que a perda deconfiança no mercado após um ‘Bre-xit’ desordenado pode prejudicar ocrescimento. “Portugal deve intensifi-car os seus esforços para estar prepa-rado para o futuro”, afirmou ChristineLagarde ao discursar no Conselho deEstado, que decorreu no Palácio deBelém, em Lisboa, onde a Diretora-geral do Fundo Monetário Internacio-nal (FMI) foi a convidada especial.A responsável máxima do FMI elo-giou os “enormes progressos” dePortugal, destacando o “progressoimpressionante no corte do déficeorçamental e na redução dos custosde financiamento”, e agradeceu o pa-gamento da dívida ao FMI cinco anos

antes do prazo. “No FMI, temos plenaconsciência da determinação que

permitiu a Portugal sair da sua criseeconómica”, referiu. “Constatámos

nas equipas portuguesas de ambosos Governos a mesma determinação

em encontrar soluções eficazes”,acrescentou.Christine Lagarde disse também que“Portugal e os Portugueses merecemum crédito enorme pelos seus esfor-ços, dos quais devem estar orgulho-sos”. A responsável citou Luís deCamões e frisou que o país deve con-tinuar a tradição de “preparar-se an-tecipadamente para tempos difíceise ser flexível o suficiente para apro-veitar as oportunidades que surgi-rem”.A diretora-geral da instituição comsede em washington frisou que“Portugal terá de continuar a inspi-rar-se na sua ilustre tradição, por-que é provável que as águas daeconomia mundial se venham atornar mais traiçoeiras”, e recordouVasco da Gama que “não tinhamedo da escuridão”.

Lusa / Miguel Figueiredo Lopes

Luísa Semedo foi reeleita Presidente do CCP/Europa

Christine Lagarde elogia progressos de Portugal

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LUSOJORNAL04 COMUNIDADE

José de Paiva demitiu-se da função de Cônsul Honorário de Portugal em OrléansO Cônsul Honorário de Portugal emOrléans, José de Paiva, demitiu-se dasfunções que tinha oficialmente desde17 de março de 2008, argumentando“questões pessoais”. A notícia foi con-firmada ao LusoJornal pelo CônsulGeral de Portugal em Paris, Antóniode Albuquerque Moniz, que afirmaque esta decisão “não altera em nadao funcionamento do posto consularem Orléans. Funciona nas mesmasinstalações e com a mesma equipa,sem qualquer mudança para os uten-tes”.“O Senhor Cônsul Honorário veio falarcomigo e explicou-me as razões pes-soais que o levaram a tomar esta de-cisão. Foi uma decisão rápida, com aqual eu não estava a contar, mas coma colaboração dele, não há qualquerefeito direto no atendimento ao pú-blico”, disse ao LusoJornal António deAlbuquerque Moniz.O LusoJornal soube, entretanto, queJosé de Paiva vai deixar de residir emFrança e, por conseguinte, não podiaser Cônsul Honorário de Portugal emOrléans.José de Paiva sempre foi funcionáriode organizações estatais. Licenciadoem Finanças, começou a trabalhar em1971 no então Fundo de Fomento daHabitação, em Lisboa, depois estevena Delegação do Fundo de Fomentoda Exportação na Dinamarca, antesde vir para a Delegação do ICEP emParis, onde era Diretor Adjunto, na al-tura em que se reformou, quando oICEP se tornou AICEP. Foi já na reformaque aceitou o convite para ser CônsulHonorário de Portugal em Orléans.Orléans tinha deixado de ter um Con-sulado de Portugal, na mesma alturaem que outros Consulados de Portu-gal foram encerrados em França e oGoverno considerou que um Consu-lado Honorário podia atenuar a faltade um Posto consular naquela ci-dade.O Consulado Honorário de Portugalem Orléans entrou em funciona-mento efetivo em 18 de janeiro de2008, numa primeira fase como umaPermanência consular, com compe-tências atribuídas para a prática deatos de registo civil, de notariado e derecenseamento eleitoral e a emissãode documentos de viagem.Todavia, para a emissão de Bilhetesde Identidade (hoje Cartão do Cida-dão) e de Passaportes, o posto con-sular funcionava como um mero“balcão de atendimento” onde osutentes requisitavam e preenchiamformulários que depois eram envia-dos pelo correio ou transportadospara Paris, para serem emitidos.Mas, a partir de 2015, com a moder-nização dos serviços consulares,passou a estar equipado perma-nentemente com um aparelho derecolha de dados biométricos ehoje são efetuados no ConsuladoHonorário de Orléans qualquer umdos documentos que habitualmentese fazem no Consulado Geral de Paris.Aliás, na prática, aquele ConsuladoHonorário passou a ser uma extensãodo Consulado de Paris onde tambémestão funcionárias a fazer trabalho de

“back-office”.Atualmente trabalham no ConsuladoHonorário de Portugal em Orléanstrês funcionárias.O Cônsul Honorário é uma figura pre-vista na Convenção de Viena para re-presentar o Estado português numpaís ou numa região. Mas no caso deOrléans - e de outros do mesmo tipo- tem poderes alargados e serve so-bretudo para retirar ao Estado o pesodas relações contratuais geralmenteburocráticas. José de Paiva recebiaum subsídio anual para o aluguerdas instalações onde funciona oConsulado Honorário, assim comopara pagamento das despesas defuncionamento, faturas de eletrici-dade, água e telefone, internet, lim-peza, material de escritório, etc.E é aqui que o problema podia existir.Com a demissão de José de Paiva,este podia dar baixa do aluguer doescritório e, por conseguinte, os fun-cionários teriam de vir trabalhar paraParis até ser encontrada uma outrasolução.“De maneira nenhuma” confirma oCônsul Geral António de AlbuquerqueMoniz. “Temos ótimas relações com oSenhor Cônsul Honorário, e ele man-tém o aluguer do escritório até sernomeado um novo Cônsul Honoráriopara Orléans. Nada mudará para osutentes, temos essa garantia”.António de Albuquerque Moniz tecealiás fortes elogios ao Cônsul Hono-rário que agora cessa funções. “Façoum balanço muito positivo do seutrabalho. É uma pessoa que sempreacompanhou de perto a Comunidadeportuguesa e que participou muitonos eventos que a Comunidade orga-niza” diz ao LusoJornal. “Deu umapoio grande para que uma soluçãoestável e funcional fosse encontradapara Orléans e faço, pois, um balançomuito positivo”.O processo de escolha de um novoCônsul Honorário de Portugal em Or-léans está em curso. “Confirmo quetemos uma proposta para um CônsulHonorário, mas neste momento estápara validação junto do Ministériodos Negócios Estrangeiros portugue-ses e depois vai ter de ser validadotambém pelo Ministério dos NegóciosEstrangeiros franceses. Só depois en-trará em funções”, explica AntónioMoniz. O processo pode demorar lar-gos meses, e até anos, como foi ocaso, por exemplo da nomeação daCônsul Honorária de Portugal em Pau.Até lá, José de Paiva vai continuar aceder ao Estado português, as insta-lações consulares, sem ter direito aosubsídio habitual do Consulado, porjá não estar em funções… São as fra-gilidades deste sistema.

“Saio com a sensação de dever cumprido”José de Paiva deixa as funções deCônsul Honorário de Portugal em Or-léans, 11 anos depois de ter oficial-mente tomado posse, por despacho

de 17 de março de 2008 do então Se-cretário de Estado das Comunidades,António Braga.Nesta entrevista ao LusoJornal fala dasua relação com o meio associativolocal e das razões que o levaram aaceitar esta missão da qual agora sedemite.

Porque razão aceitou o convite paraCônsul Honorário de Portugal em Or-léans?O que lhe posso dizer, é que não foipor razões políticas. Desde 1971, aindaem Lisboa, e depois no estrangeiro,ocupei sempre postos ligados a orga-nismos governamentais, mais concre-tamente nas áreas do comércio,turismo e investimentos de Portugalno estrangeiro. Em 2007, com a extin-ção do ICEP e consequente criação daAICEP, todos os técnicos “destaca-dos” no estrangeiro (era assim queéramos designados) foram chama-dos a Lisboa, na perspetiva de, maistarde, poderem ser colocados nou-tros mercados. Era o meu caso. Noentanto, e porque comecei a traba-lhar muito cedo, já tinha direito aum pedido de reforma e opteimesmo por me reformar e regres-sar a Paris. Tudo isto para lhe res-ponder que, introspetivamente,considero o convite que me foi feitopara ser Cônsul Honorário comoque um reconhecimento pelo tra-balho desenvolvido ao longo detantos anos ao serviço do país, noâmbito das minhas competências.A proposta que me foi feita sur-preendeu-me, evidentemente. Hon-rou-me. Decidi e aceitei com alma econsciência. A minha formação e per-curso profissionais facilitavam-me atarefa motivadora de defesa do nomee imagem de Portugal e apoio aos re-sidentes nacionais dos departamen-tos da jurisdição. Hoje, são mais de 45anos ligado profissionalmente a Or-ganismos do Estado, nas competên-cias da promoção do Investimento,do Comércio e do Turismo, dos quais4 anos na Dinamarca e 40 anos emFrança, 11 anos como Cônsul Honorá-rio de Portugal em Orléans.

Que balanço faz do seu mandato?Muito sinceramente e sem falsa mo-déstia, sinto, no momento em queapresento a minha demissão, quesaio com a sensação de dever cum-prido. Olhando para trás, foi um belodesafio, um percurso inesquecível,porque iniciado de zero. Com o apoionotável das senhoras funcionáriastécnicas que exercem no ConsuladoHonorário, foi ao longo destes 11 anosuma luta serena para que tudo fun-cionasse da melhor maneira, paraque os utentes dos departamentosdo Loiret e do Yonne - num total esti-mado em mais de 45.000 habitantes- mas não só, pudessem sentir que oGoverno português, não obstante oencerramento do Consulado de car-reira, tinha encontrado a melhor har-monia para a satisfação dos seusinteresses consulares, evitando-lhescansativas, aleatórias e dispendiosasdeslocações a Paris. E porque a ativi-dade consular não cessou de progre-dir ao longo dos anos, devo incluirneste balanço, o facto de o ConsuladoHonorário ter passado a estar equi-pado com um aparelho de recolha dedados biométricos a partir de 2015,que permite efetuar-se localmentetodos os documentos, incluindo Car-tão de Cidadão e Passaportes. Foi,evidentemente, também o perma-nente contacto com a Comunidadeportuguesa, com as associações, comas empresas locais, com as autorida-des, ou ainda a realização de algumasatividades no domínio cultural ou aparticipação em certas intervençõesinstitucionais em representação doConsulado Geral de Paris, ou da Em-baixada. Foi, finalmente, a contribui-ção para uma estabilidade nofuncionamento da atividade consularlocal.

O que mais o marcou durante estesanos?Sem hesitar, as associações de Portu-gueses que frequentei, pela sua ca-pacidade a existirem num espaçointegrado, gozando de parcos meiosfinanceiros, mas enormes quando

realizam as suas festas ou encontros,pela dimensão que assumem comoveículos de transmissão da cultura, damúsica, da gastronomia e das tradi-ções seculares do nosso país. Nou-tro domínio, ressalvo a importânciacrescente do tecido empresarialportuguês nesta área de jurisdição,sinónimo da capacidade de inicia-tiva de quantos lusodescendentesque contribuem para uma redefini-ção e melhoria da imagem donosso país neste mercado. Enfim,não posso ignorar e quero home-nagear o empenho e a qualidadedo trabalho polivalente desenvol-vidos pelas funcionárias que aíexercem funções desde o início, Go-retti de Carvalho e Ana Maria daCunha, na defesa dos interesses dosutentes e, mais recentemente, de Al-dina Morais, vinda de Paris.

Porque se demitiu?Uma razão fundamental: por motivosmuito pessoais, vejo-me na contin-gência de deixar a França, um paísque adoro. Como tal, não posso legal-mente manter-me em funções con-sulares e foi essa a razão pela qualapresentei a minha demissão. Mas,evidentemente, há muita pena nestatomada de decisão, ponderada, masdefinitiva, sobretudo que informei oCônsul Geral de Portugal em Paris eas autoridades portuguesas com umlapso de tempo relativamente curto,de que me penitencio. Mas quero dei-xar bem claro e tornar público todo oapoio que sempre me foi dado noexercício das minhas funções e, so-bretudo, a maneira compreensiva ehumana com que o Cônsul Geral dePortugal em Paris, António de Albu-querque Moniz, aceitou este pedido.Os meus agradecimentos vão tam-bém para o Senhor Secretário de Es-tado das Comunidades Portuguesas,José Luís Carneiro, no apreço que metransmitiu em encontro informal.

Por quanto tempo vai assumir do seupróprio bolso a renda das instalaçõesdo atual Consulado Honorário, sa-bendo que a nomeação de um novoCônsul Honorário pode demorar vá-rios meses, e até anos?Por definição, até à nomeação oficialde um novo Cônsul Honorário.

Quer deixar uma mensagem aos Por-tugueses da sua área de jurisdição?Durante 11 anos fui Cônsul Honorárioe tive tantas mensagens de simpatiada maioria das associações e dosutentes. Estou-lhes reconhecido, fizcomo pude. A mensagem que lhesdestino é de esperança e bem-estar,mensagem evidentemente exten-siva a todos os Portugueses e luso-descendentes de França. Estamos aviver um mundo que, longe de faci-litar a vida e valorizar o respeito pelapessoa humana, gera e cria cada vezmais conflitos, ódios, invejas. A Co-munidade portuguesa é respeitada,porque é respeitadora dos valoresfundamentais. A minha mensagemé também de amizade e de grandereconhecimento a todos os que meapoiaram. Tudo bem, quando ter-mina bem.

Por Carlos Pereira

Porque vai deixar a França

06 mars 2019

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 05

Tudo estava a postos para este des-file de Fátima Lopes ser único. Pri-meiro o lugar, a Embaixada dePortugal em Paris, depois a escolhamusical que era uma mistura demúsica eletrónica e de música tra-dicional portuguesa com Dulce Pon-tes e por fim o tema do desfile«Portugal».Uma coleção outono/inverno com-posta por 41 combinados, apenas 39desfilaram, que representam osseus 41 desfiles na capital francesa.De notar que os modelos que desfi-laram eram russas, brasileiras, afri-canas… sendo que a maior parteeram portuguesas.As peças desta coleção tinham ins-pirações em diversos aspetos dacultura portuguesa como a calçadaportuguesa com o preto, branco ecinza, o mar com tons de azul e efei-tos de volumes, ou ainda tons terracom o verde, o castanho e o verme-lho.Em entrevista ao LusoJornal, FátimaLopes explicou o conceito destanova coleção, mas sobretudo abor-dou o seu percurso até este 41° des-file, e ainda falou do criador quefaleceu recentemente, Karl Lager-feld.

O que podemos dizer deste desfileque marcou os 20 anos de presençaem Paris?Eu fiz 20 anos em Paris, 41 desfilesconsecutivos. Esta aventura come-çou em março de 1999, quando todaa gente dizia que era impossível, euteimosamente vim para cá e nuncamais parei, são dois desfiles por anoem Paris. Ora sendo o primeiro por-tuguês a desfilar na Fashion Weekde Paris, e o único há 20 anos, euachei que estava na altura elevar oorgulho nacional e homenagear aminha terra, portanto tinha que serPortugal. Estamos na Embaixadaporque é a casa de Portugal emParis. Tudo isto foi pensado. Trouxeum DJ de Lisboa, que fez a músicacom Dulce Pontes, ‘house’, fado,uma mistura. Foi tudo pensado aodetalhe. Os sapatos são douradosporque é o sol de Portugal. Os azuisescuros são o mar, os verdes e oscastanhos, a terra. Houve dois fatosque não desfilaram, porque troca-ram a ordem e eu não deixei entrar.O que é trocado, não entra. Fica-ram dois de fora, é pena porqueeram 41 e desfilaram 39. E falta acalçada portuguesa, aliás o desfilecomeçou com o preto e o branco dacalçada portuguesa, e depois aindahavia os azulejos… Nada é evidente.A inspiração é Portugal, mas é tudomuito moda, muito subtil. Aqui nãohá cópias de nada. E há materiaisnobres com sedas e rendas, os ca-sacos são de caxemira. Tudo isto éà séria, muito pensado. Para mim,talvez, a minha melhor coleção, foia melhor coleção de sempre possodizer isso da minha coleção dos 20anos. Eu quero vestir todas estaspeças e foram todas feitas paramim. Elas servem-me (risos). Nãopodia estar mais feliz neste mo-

mento de aniversário.

Que balanço podemos fazer destes20 anos?Eu acho que já faço parte disto. Pri-meiro desfile há 20 anos atrás, es-tava tão nervosa que no dia anteriortive uma alergia de pele que nuncatinha tido na vida. De repente, ummonstro! Não queria acreditar. Nodia a seguir já não tinha nada. Foi sópara aquele desfile, só para perce-berem o nervoso que foi porque eunão sabia o que ia acontecer. Nuncaninguém tinha tentado e as pessoasdiziam ‘é impossível, não vais con-seguir’, à boa maneira portuguesa.Nós somos uns desenrascas mastambém há aquele culto do coitadi-nho, de que não é possível. Eu souexatamente o contrário, eu acho quetudo é possível. Claro que eu nuncasonhei isto. Quando saí da Madeiracom sonho de moda, o meu sonhode moda era Lisboa, mas quandocheguei a Lisboa comecei a perce-ber que era possível ir mais além eporque não Paris? As pessoas diziamque era impossível. Nunca ninguémtinha tentado. Estar cá, há 20 anosconsecutivos, dois desfiles por anoem Paris, aconteça o que acontecer,faz parte de mim. São dois desfilesem Paris e dois desfiles em Portugal,além de outros pelo mundo fora,mas esses não contam. Os que con-tam são os de Paris e de Portugal.Começa sempre por Paris, que érealmente a capital da moda, e éisto que me move e que me faz sen-tir ao rubro. Eu neste momento sintoque tudo é possível. Quando eu co-mecei na moda, em Paris dizia-seque uma marca faz sempre 20 anos,menos do que isso não se faz. Euconsegui!

E agora o que podemos esperar deFátima Lopes?Eu não imagino viver de outra forma.Agora que faleceu o Karl Lagerfeld,eu acho que eu me identifico nessavisão de paixão, de viver até ao úl-timo dia a moda, enquanto houver

saúde. Ele viveu até ao último dia amoda, e eu quero exatamente amesma coisa. Palavra ‘parar’ nãoexiste. Às vezes perguntam-me sevou fazer isto a vida inteira, eu res-pondo que vou, porque isto não éum trabalho, é uma paixão paramim. Eu quero viver até ao últimodos meus dias, enquanto tiversaúde e puder, a fazer isto. Já nãoserá na Embaixada, já será outrotema, mas a fazer moda.

É possível inovar sempre?Isso é sempre possível. Eu começo adesenhar uma coleção sempre dozero, e as coisas nascem. Eu pensonum tema, mas este foi muito fácil.Quando pensei 20 anos, qual é otema? Só podia ser um, Portugal.Desde o primeiro dia eu sou ‘la créa-trice portugaise’, eu sou ‘the portu-guese fashion designer’, toda a vidafui. Eu sempre fiz questão em queescrevessem o meu nome com um’s’, sempre disse que era muito por-tuguesa quando não havia nenhumorgulho nacional cá. Nessa altura aspessoas não tinham orgulho emserem portuguesas e eu sempretive. Quando vim para cá eu disseque era portuguesa e que ia me afir-mar como tal. No início os Francesesdiziam ‘Fátima Lopez’ e pensavamque eu era espanhola, e eu dissenão! não é com um ‘z’, é com um ’s’.Orgulhosamente portuguesa. Agorao gozo que tenho é que após 20anos já não é nenhuma admiraçãoser portuguesa. Já não me pergun-tam ‘Portugaise, c’est pas possible?’,eles não acreditavam que eu fosseportuguesa. Agora Portugal está namoda. Eu conheço o antes e co-nheço o agora, que são duas reali-dades diferentes. Eu vivi estamudança, esta transformação. Euqueria mostrar um Portugal mo-derno no meu desfile dos 20 anos eacho que foi o que fiz.

Quais são as previsões no que dizrespeito ao lado comercial?Eu tive muitos clientes que já me

disseram que queriam peças da co-leção. Eu acho que é uma coleçãocomercial. Apesar de ser uma cole-ção sofisticada, é uma coleção queé para usar. Foi toda pensada paraser usada. Do casual ao super sofis-ticado, é para toda a gente usar.

A morte recente de Karl Lagerfeldperturbou Fátima Lopes?Não me abalou porque ele teve avida que eu sonho ter, que é viver amoda até ao último dia. Tinha 85anos e eu acho que ele viveu feliz.Ele fez aquilo que quis. Como cria-dora, é o meu sonho de moda, tra-balhar até ao meu último dia e ter osucesso que ele teve. Se vivesse atéaos 85 anos com aquele sucesso, euera feliz. Não foi uma morte de des-graça. Claro que podia ter vividomais, mas acho que ele viveu felizaté aos últimos momentos. Nuncaninguém vai esquecer o Karl Lager-feld. É um marco, é uma figura. Nãoposso dizer que me identifico comtudo porque a forma de ele ser, não!Muitas coisas que ele dizia, eu nãome revejo, mas revejo-me na paixãopela moda e de dedicar a vida àmoda. A minha vida é a moda, aminha grande paixão é a moda. Tivemuitos casamentos, mas a minhagrande paixão é a moda. É a únicaque será eterna enquanto eu forviva.

Em 20 anos a Semana da Modamudou?Muita coisa mudou em 20 anos, aliástodos nós mudamos. Eu cresci muitoaqui. Eu não tenho medo dos ‘maio-res do mundo’. Claro que não tenhoos impérios de nenhum dos criado-res de cá, mas não tenho medo decompetir em termos de design, dequalidade… Disso não tenho medo.Não sei se devia dizer isto, mas aMadame Figaro escolheu dois vesti-dos como melhores da FashionWeek do ano passado, agora só digopara irem ver a coleção deste ano damarca Emporio Armani. Não digomais nada… (risos)!

Por Marco Martins

Fátima Lopes: «Ninguém acreditava, mas eu consegui!»

06 mars 2019

La ville deRoyat capitalede la coiffure :WorkShow organisé parPaulo do Couto

Le Président de l’Union nationaledes entreprises de coiffure, UNEC63, Paulo do Couto, a organisé la3ème édition du WorkShow au Ca-sino de Royat, le 3 février dernier.Ce jeune chef d’entreprise très in-vesti dans le monde de la coiffurea installé son salon de coiffuredans la ville de Gerzat, petite com-mune en périphérie de Clermont-Ferrand, dans le Puy-de-Dôme.Aujourd’hui, ce concours est d’en-vergure national, mais Paulo doCouto a pour ambition de le fairegrandir à l’international. C’est lechallenge qu’il se donne.Ce jour-là, en présence desgrands noms de la coiffure, lebarbier Sétois Geoffrey Kvot, lecoiffeur français Jean-BaptisteMazella aujourd’hui installé àLondres avec son concept d’indi-vidualiser la coiffure en fonctiondes clients et non pas de secontenter des coupes prêt-à-cou-per, mais aussi parmi les grandsnoms de la coiffure Lisa Derossis,symbole de la réussite locale,membre de l’equipe de France,vice Championne du monde enindividuel et Championne dumonde en équipe et ChristopheGaillet membre de la Haute Coif-fure française.Des entrepreneurs, jeunes appren-tis, des formateurs ont participé auconcours. Il faut réussir lesépreuves d’évaluation technique etde création artistique, pour se dé-marquer lors du concours, uneperformance digne de sportif dehaut niveau.Cette journée fut l’occasion de voirréunis en un même lieu les talentsde la coiffure et de faire rayonnerl’artisanat français, afin de repérerles futurs talents de demain.

Paul Création4 rue des Martyrs63360 Gerzat(33) 04.73.24.01.93www.paulcreation.com

A criadora portuguesa festejou 20anos de presença em Paris

LJ / António Borga

LJ / Céline Pires

Par Céline Pires

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LUSOJORNAL06 EMPRESAS 06 mars 2019

Le Portugal invité d’honneurdu Salon immobilier de Lille 2019

On ne peut pas rater les panneauxpublicitaires de toute taille et surdifférents supports, annonçant leSalon de l’immobilier de Lille, les8, 9 et 10 mars prochains. Portugal,y est, cette année, le pays invité.Le Salon immobilier de Lille, Im-motissimo, se tient à Lille GrandPalais et accueille 110 exposantssur 13 mille mètres carrés. C’estl’événement immobilier le plusimportant de l’année dans la ré-gion Hauts de France. C’est l’occa-sion de découvrir sur un mêmelieu toute l’offre immobilière de larégion Hauts de France.Dans le Salon 2019 un accent toutparticulier sera mis sur les nou-veaux modes d’habitats avec uneexposition qui a pour thème « Eco-Logis ».A l’intérieur du Grand Palais un es-pace sera dédié au Portugal avecdivers types d’exposants et parte-naires.Des conférences sur différentsthèmes en rapport avec l’immobi-lier auront lieu pendant les 3 jours.L’après-midi du samedi 9 sera dé-diée intégralement au Portugal, sixconférences s’y tiendront. En voicile programme :14h00 : « Le modèle portugais,atouts et challenges », conférenceanimée par Bruno Cavaco, Consulhonoraire du Portugal et par Lau-rent Marionnet, Directeur généralde la CCI Luso-française.14h45 : « S’installer ou investir auPortugal. Quels avantages ?Quelles étapes clés ? », conférenceanimée par Cécile Goncalves de laMaison au Portugal.15h30 : « L’immobilier au Portugal(situation économique, présenta-tion de l’historique et le futur dumarché immobilier, les différentesrégions et leurs prix au m2, la fis-calité…) », conférence animée parXavier Mille, Directeur Général de1000 Habitats.16h15 : « Le Portugal, premièredestination des investisseurs por-tugais », conférence animée par lecabinet d’avocat Telles, à Porto etLisboa.17h00 : « Le système fiscal et lagestion de votre projet », confé-rence animée par Rui Justino ducabinet comptable ISC Portugal.17h45 : « Bien préparer votre ins-tallation », conférence animée parAlain Muller représentant de XMCPspécialiste de l’installation au Por-tugal.Salon Immobilier de Lille 2019 :tout un programme.L’entrée est gratuite.

O Salão da Agricultura decorreu, de 23de fevereiro a 3 de março, na Porte deVersailles, em Paris, com a presençade países lusófonos: Brasil, CaboVerde e Portugal.Quatro empresas portuguesas estive-ram presentes: Queijaria Nacional, Bí-saro - Salsicharia Tradicional, Fumeirode Seia e Carola & Borralho.LusoJornal deu uma volta pelos cor-redores desta feira da agricultura, poronde passam todos os anos cerca de700.000 pessoas, e falou com duas dasquatro empresas presentes.

Carola e Borralho,o animal na peleSílvia Carola da empresa de Peles eCoiros, Carola e Borralho, analisouesta edição do Salão da Agricultura,abordando o setor de atividade ondeatua.

Esta feira acaba por ser um encontroimportante?Neste Salão fazem-se contactos e ne-gócios. É por isso que estou cá há maisde oito anos. Claro que a França e omercado francês não é o mesmo quehá oito anos. Está mais difícil, masainda vale a pena.

Sente que houve uma evolução paramelhor ou pior?Há menos poder de compra, issonota-se. Nota-se que as pessoasestão mais reticentes. É normal. EmPortugal já passamos essa fase... Toda

a Europa está numa situação algo di-fícil. Mas de qualquer maneira estafeira faz falta, é uma grande feira. Éuma das maiores feiras da Europa. Hápessoas de norte a sul de França, etambém de outros países, e claro dePortugal.

Como podemos definir a sua ativi-dade?Somos do Alentejo e temos um pro-duto que é uma reciclagem de peles.Estamos numa zona rural do Alentejoonde se vive de pastorícia e da pro-dução de animais. Somos uma reci-clagem dessas peles.

De onde são provenientes os seusclientes?São portugueses, franceses, ingleses,visto que o meu melhor cliente estána Inglaterra, ou ainda Italianos.Temos bons produtos.

São do Alentejo, pode-nos falar dadesertificação?A desertificação existe no mundorural porque as máquinas estão asubstituir as pessoas. Há partes boase más nisso. As pessoas acabam porsair para as cidades ou para o estran-geiro.

Fumeiro de Seia,gastronomia à portuguesaFrancisco Mendes, responsável daempresa Fumeiro de Seia, admitiuque a sua presença tem sido assíduaporque só assim é que se conquistamclientes.

É importante estar presente em Paris?

É a nona edição que estamos aqui. Eposso dizer que agora há mais pes-soas a visitarem-nos e a procuraremos nossos produtos. Mas isto é umtrabalho realizado ao longo dos anos.Os primeiros anos foi para dar a co-nhecer aos Franceses, e às pessoasque têm interesse por charcutaria.Hoje já são os clientes que nos pro-curam. Agora estar presente em Parisé mais interessante do que há algunsanos atrás.

Podemos dizer que Portugal está namoda?Portugal está na moda e os produtosportugueses também por conse-quência. Os produtos também aju-dam a dar nome ao país. Por isso éimportante estar presente nesteseventos onde passam tantas nacio-nalidades e tantas pessoas. Muitaspessoas nunca foram a Portugal e al-gumas até nem sabem onde é, mas jáconhecem a morcela ou o vinho tintopor causa do Salão da Agricultura. Émuito importante também os produ-tos darem nome ao país, darem a co-nhecer o país. Deve ser uma apostacada vez mais forte. As pessoasquando vieram ao nosso stand fica-ram a conhecer a charcutaria, os en-chidos, os queijos, os presuntos, etambém sandes porque assimpodem provar o produto diretamente,se por acaso não podem levar paracasa. Demos a provar, demos a possi-bilidade de consumir no local e ten-támos dar a conhecer o máximo deprodutos possíveis.

(1) Em colaboração com Vítor Matias.

Por Marco Martins (1)

Quatro empresas portuguesas no maior salão do mundo

A marca portuguesa Bordallo Pi-nheiro inaugurou no passado dia 19de fevereiro a primeira loja emParis, na boulevard Saint Germain,um investimento de 200 mil euros,e prepara a abertura de uma se-gunda loja na capital francesa, pre-vista para o início de março. “Oobjetivo é levar a Bordallo Pinheiropara um patamar de marca global.Paris não significa só o mercadofrancês. Abrir uma loja aqui é abriruma loja no mundo”, afirmou NunoBarra, Administrador do grupo VistaAlegre, em declarações à Lusa.Junto à estação de metro Solferino,em pleno boulevard Saint Germain- uma das zonas nobres de Paris -,a primeira loja da marca BordalloPinheiro na cidade das Luzeschama a atenção com cogumelos,caracóis gigantes e frutos de todosos tamanhos, que caraterizam amarca das Caldas da Rainha.“Temos algumas regras para estaslojas: estar bem no centro de Paris,em zonas de grande passagem, fa-cilmente reconhecidas, onde já es-tejam outras marcas e ter umagrande montra para dar a conhecer

os produtos”, acrescentou o Admi-nistrador.A marca Bordallo Pinheiro ultrapas-sou em 2018 os sete milhões deeuros de faturação e a expansão damarca vai continuar com a próximainauguração a acontecer já no iníciode março, também na capital fran-cesa, na zona do Marais, na margemdireita do Sena, que é consideradao centro das tendências parisien-ses.Apesar de a loja do boulevard SaintGermain já estar aberta ao público

desde dezembro, as manifestaçõesdos ‘Coletes amarelos’ - que nãodeixaram incólume este bairro -,causaram alguns estragos nas mon-tras e, por isso, a inauguração foiadiada. “Apenas apostámos nasredes sociais em certas zonas da ci-dade e a divulgação vai começaragora. A maior parte das pessoasvem pelo aspeto das peças, que émuito diferente. E os funcionáriosdepois explicam e enquadram aBordallo Pinheiro”, explicou NunoBarra.

A loja conta com três funcionários,dois deles lusodescendentes, queforam a Portugal conhecer a fábricae ajudam a explicar a história daBordallo Pinheiro. “Eu conheço amarca há muito tempo e fiqueimuito interessado quando soubeque ia abrir a loja aqui em Paris. Háo lado da tradição que é muito fortee lembro-me que a minha avó tinhapeças destas em casa”, disse AndréFernandes, funcionário da loja.Entre a tradição das origens e quemacaba de conhecer, a Bordallo Pi-nheiro tem conquistado atençõesno bairro. “Cada vez mais francesesviajam para Portugal e conhecem amarca. No Natal, o passa-a-palavraentre amigos resultou muito bem.As pessoas do bairro estão muitofelizes, porque há mais animaçãocom a nossa loja aqui. Há aindatodas as pessoas que vêm porquetêm origens portuguesas ou amigosportugueses”, afirmou Isabelle De-hillotte, também funcionária loja.Para a inauguração desta primeiraloja parisiense, a marca trouxe ummodelador da sua fábrica em Por-tugal para demonstrar durante astécnicas e o detalhe de cada peçaBordallo Pinheiro.

Por Catarina Falcão, Lusa

Par António Marrucho

Bordallo Pinheiro abriu a segunda lojaem Paris em quatro meses

Salão da Agricultura com sotaque português

Vítor Matias

Lionel Balteiro

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LUSOJORNAL EMPRESAS 07

KuantoKusta investe 3 MEpara alargar plataforma devenda ‘online’

O canal de venda ‘online’ Kuanto-Kusta - criado por três irmãos luso-descendentes nascidos em França,mas entretanto instalados em Por-tugal - vai investir três milhões deeuros este ano para atingir 500lojas no seu ‘marketplace’ e dispo-nibilizar dois milhões de artigos delojas oriundas de toda a União Eu-ropeia, anunciou a empresa na se-mana passada.Em declarações à Lusa, o Presi-dente executivo adiantou que o ob-jetivo é ultrapassar este ano as1.000 encomendas diárias e au-mentar a faturação em 40%, dos 2,3milhões de 2018 para mais de trêsmilhões de euros, assente numcrescimento de 20% de visitas faceaos 34 milhões do ano passado,correspondentes a 110 milhões depáginas visualizadas.“O ‘e-commerce’ está a crescermuito e queremos aproveitar essaonda mais para ganhar quota demercado do que para gerar renta-bilidade”, afirmou Paulo Pimenta,salientando que a empresa optou“sempre pelo crescimento orgâ-nico, sem qualquer ronda de inves-timento”.No ano passado, o resultado lí-quido do KuantoKusta rondou os40/50 mil euros e “o objetivo poragora é o equilíbrio”, disse o res-ponsável, acrescentando: “Quandoatingirmos a nossa meta de cresci-mento, então sim, iremos quererrecuperar o fruto do nosso traba-lho”.Em 2018 - ano em que evoluiu decomparador de preços a canal de‘e-commerce’, reclamando o esta-tuto de “primeiro ‘marketplace’[plataforma de venda ‘online’] puroa operar em Portugal” - o Kuanto-Kusta (KK) diz ter gerado 515 mi-lhões de euros em vendas para ascerca de 115 lojas parceiras.Segundo Paulo Pimenta, “o novomodelo de negócio não só dupli-cou o número de colaboradores doKK”, para os atuais 43, como tam-bém permitiu que a empresa cres-cesse cerca de 20% face a 2017.O objetivo é terminar 2019 “com 60ou mais” trabalhadores, o que im-plicará uma mudança de instala-ções, embora mantendo a empresano concelho de Matosinhos.O KuantoKusta foi fundado em2005 pelos (três) irmãos Pimenta,emigrantes em França e que forampara Portugal com o desejo de abriruma loja de informática. Ao anali-sarem os preços praticados no país,depararam-se com a inexistênciade um ‘site’ que agregasse preços epermitisse a sua comparação, en-contrando aqui uma oportunidadede negócio que os levou a criar oprimeiro comparador de preços dePortugal.

A companhia aérea portuguesa, apósum ano de 2018 complicado, decidiureforçar os seus destinos em 2019para conquistar terreno no céu.Os mercados com maior destaquesão Portugal, Brasil e os Estados Uni-dos. No entanto no quarto lugar en-contra-se a França que conta novedestinos: Bordeaux, Lyon, Marseille,Nice, Nantes, Toulouse, Strasbourg,Mulhouse e Paris.Miguel Frasquilho, Presidente da TAP,em entrevista ao LusoJornal, abordouas oportunidades do mercado e a es-tratégia da companhia portuguesaem França.

Com está a ligação entre a França e aTAP?A ligação está boa com a França, aliásabrimos linhas novas para o territóriofrancês, numa base de voos diários.Para Paris já temos vários voos pordia. Estamos a aumentar a cadênciade voos do Porto para vários destinosem França. Ainda este ano vamosjuntar a ligação Porto-Lyon, é tam-bém uma boa novidade. A TAP está acrescer muito, quer nos voos conti-nentais, voos para a Europa, ou voospara a América do Sul, a América doNorte e África.

2019 vai ser um ano de apostas?Tivemos um ano de 2018 que foi difí-cil, como para muitas companhiasaéreas, mas acho que o segredo é

saber ultrapassar esses anos. Achoque estamos a conseguir dar a voltae vamos ter um ano de 2019 bastantepositivo. Do ponto de vista operacio-nal já temos tido desenvolvimentospositivos, muito interessantes. Hoje anossa pontualidade não tem nada aver com alguns períodos de 2018 quefoi francamente má, aliás temos depedir desculpa aos nossos passagei-ros, eu peço humildemente desculpa.Estamos a fazer tudo para inverteressa situação e já invertemos. Hoje anossa pontualidade anda nos 80%-90%, que já é francamente aceitável.Estamos no nível de outras grandescompanhias aéreas. Temos vindo afazer o nosso trabalho, é o que osnossos passageiros esperam, e é issoque nós desejamos.

A aposta continuará forte em França?A França é o quarto maior mercadopara a TAP em termos de receitas.Primeiro temos Portugal ou Brasil,depende dos anos, e depois os Esta-dos Unidos, antes da França. O mer-cado francês é o primeiro europeu, aseguir a Portugal, que é o nosso país.Então é um mercado onde a TAPaposta muito. Claro que França não éum país para onde vamos iniciar umaoperação nova, nós já temos a nossaoperação montada, mas vamos re-forçá-la como já referi. Este mercadoé muito interessante e a TAP apostabastante nele.

Como tem evoluído o mercado entrecompanhias como a TAP e as ‘Low-Cost’?Se nós fizermos o nosso trabalho

bem, de forma a que os nossos pas-sageiros se sintam em casa numavião da TAP, acho que isso é funda-mental, penso que vamos prosseguiresta trajetória positiva que temosvindo a fazer, com a presença querdo Estado português, quer de inves-tidores privados. É uma combinaçãofeliz e tem tudo para ser uma combi-nação vencedora.

Houve uma parceria com FátimaLopes no seu desfile, no qual festejou20 anos de presença em Paris?A TAP é uma companhia de bandeirade referência de Portugal, que se estáa afirmar cada vez mais na economiaglobal, então faz todo o sentido a TAP,que é uma bandeira de Portugal, seassocie a uma outra bandeira de Por-tugal que é a Fátima Lopes, que éuma bandeira da moda portuguesae mundial, e que é cada vez mais co-nhecida no mundo. Foi um gostoenorme representar a TAP numevento como o desfile da FátimaLopes em Paris.

Uma mensagem para os clientes daTAP ou possíveis futuros clientes?Qualquer português que entre numavião TAP no estrangeiro, começa asentir-se em casa. Aliás tenho rece-bido muito ‘feedback’ em relação aisso. É um gosto poder servir cada vezmelhor os nossos clientes, como temvindo a acontecer nos últimos mesespenso eu, e como vai continuar aacontecer.

Por Marco Martins

Presidente da TAP pede desculpa aos clientes pelos atrasos de 2018

Ryanair com 4 novas rotas para PortugalA Ryanair vai lançar 15 novas rotas apartir de outubro, das quais quatrono aeroporto de Lisboa, oito no Portoe três em Faro, anunciou a compa-nhia aérea irlandesa.O horário de inverno, entre o próximomês de outubro e março de 2020, vaicontar com 27 rotas da companhiaem Lisboa, sendo que das quatronovas rotas, duas são para aeropor-tos franceses: Bordeaux e Clermont-Ferrand.

No Porto, a companhia vai contarcom oito novas rotas - entre as quaisBrive e Toulouse, em França - numtotal de 50 rotas.Em faro, a transportadora aéreapassa a ter 24 rotas, das quais trêsnovas, para os aeroportos de Berlim(Alemanha), Bremen (Alemanha) eLondres Southend (Reino Unidos).Numa conferência de imprensa, emLisboa, o responsável pelas opera-ções comerciais da companhia, David

O’Brien, disse que a transportadoravai recorrer da decisão da autoridadeda concorrência italiana de a multarem três milhões de euros pela co-brança aos clientes de suplementode bagagem de mão sem o incluir natarifa base. “Vamos recorrer e os tri-bunais vão confirmar que a nossapolítica é a correta”, disse, adiandoque a companhia melhorou a pon-tualidade desde que começou a co-brar pela bagagem de mão que não

cabe debaixo do assento.David O’Brien falou ainda sobre onovo aeroporto do Montijo, paradizer que enquanto não for cons-truído a companhia não cresce“tanto quanto podia” e apelar paraque não demore mais de três anos asua operacionalização.Cerca de 60 milhões de passageirosde e para Portugal foram transporta-dos pela companhia desde 2003, se-gundo dados da empresa.

A associação de empresários portu-gueses e lusófonos - Portugal Club Eu-rope - criada em 2017 na cidade deStrasbourg, organizou e promoveu naterça-feira, dia 26 de fevereiro, ao finalda tarde, um evento sobre o tema:“Como exercer uma atividade profis-sional independente em Portugal?”.Este evento realizou-se na localidadede Eschau, nos arredores de Stras-bourg (Alsace).Nesta conferência estiveram presentesmais de três dezenas de empresáriose convidados, oriundos da região Al-sace e de diversas nacionalidades.A conferência teve início com umasbreves palavras de boas-vindas e deapresentação da associação PortugalClub Europe (PCE) por parte do Presi-

dente Rui Ribeiro Barata, que tambémé Conselheiro das Comunidades Por-tuguesas. Nesta mensagem de acolhi-mento o Presidente do PCE deixou umagradecimento ao sócio da associação

e empresário português instalado emStrasbourg, Walter Mendes, pela ce-dência do espaço para a realizaçãodeste evento.Logo de seguida a especialista e ad-

vogada instalada em Lisboa, SophieSalgueiro Freire apresentou as par-ticularidades da criação de uma ati-vidade profissional e ou comercialem Portugal.Posteriormente houve espaço paraa apresentação dos serviços dispo-nibilizados aos empreendedores eou potenciais investidores em Por-tugal, por parte do José de JesusAndré, antigo Diretor do balcão doúnico banco português em Stras-bourg, o Banque BCP.O Portugal Club Europe, uma asso-ciação sem fins lucrativos que am-biciona federar o universo de maisde 800 empresários lusófonos naregião da Alsace, possui atualmente41 associados de várias nacionalida-des e com atividades e presença emvários países europeus.

Por Elizabete Rodrigues

06 mars 2019

Miguel Frasquilho diz que a França éuma aposta forte da TAP

LJ / António Borga

PCE de Strasbourg organiza conferência

PCE / Elizabete Rodrigues

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LUSOJORNAL10 CULTURA

Cérémonie de départ du Totem UEFAEuro 2016

Portugal-Croatie, 25 juin 2016, StadeBollaert-Delelis de Lens, huitième definale du Championnat d’Europe...suspens... et au bout du suspens...presque au bout de la prolongation,23h27, Quaresma marque le but quienvoie l’équipe « das quinas » enquart de finale... la suite vous laconnaissez, le 11 juillet tout un peu-ple accueille, salue l’exploit à l’aéro-port de Lisboa... que la route futlongue jusqu’au Marquês de Pombal.Lens, 2 ans et demi plus tard, 10h00,le 26 février 2019, fin de la deuxièmeprolongation à Lens. Le football,source de rivalité, source d’union, departage, d’un départ : départ d’untotem... début d’une relation entredeux villes, entre deux régions ?Lens a été une des villes de Francequi a eu l’honneur de recevoir desmatchs de football lors du Cham-pionnat d’Europe 2016. Chaque villeavait son totem bleu blanc rouge an-nonçant d’événement et le pérenni-sant.Pour la France, pour Lens, la finale duChampionnat d’Europe de Footballperdue contre le Portugal ce n’estpeut-être déjà qu’un mauvais souve-

nir, toutefois, quel geste plus symbo-lique que celui auquel nous avons puassister : la concrétisation d’une idéeportée et finalisée par Bruno Cavaco,Consul Honoraire du Portugal à Lille.Le totem implanté à Lens a pris laroute vers le Portugal et plus préci-sément vers Aljustrel, dans la régionde l’Alentejo. C’est là qui sera désor-mais installé le totem, une occasionpour seller une relation naissanceentre deux villes avec des traditionsminières, deux villes qui regardentvers l’avenir, avec l’implantation denouvelles usines, de nouvelles tech-nologies, sans oublier le passé, le de-voir de mémoire.Une petite cérémonie s’est dérouléeà l’entrée de Lens, autour du totem,alors que derrière celui-ci un camionattendait les lettres UEFA Euro 2016.Étaient présents Sylvain Robert, avecla casquette de Maire de Lens, Prési-dent de la Communauté de Lens-Lié-ven et Président d’Euralens, le ConsulHonoraire du Portugal, Bruno Cavaco,le responsable de l’usine Simoldes àOnnaing, Yonel Pessoa, le PDG dePronal, François Despatures, BéatriceLagache, fille de mineur qui a dirigéles mines de Lousal dans le secteurd’Aljustrel, actuellement Directrice de

Lille 3000, Paulo da Encarnação, Maî-tre artisan ferronnier et le groupeSolde du Portugal.Yonel Pessoa de Simoldes a mis à ladisposition un camion pour trans-porter le totem, François Despaturesde l’entreprise Pronal qui est instal-lée à Leers dirige également une deces filiales à Aljustrel, Paulo da En-carnação de Fer et Bois est originairede la ville portugaise, les membresdu groupe « Sol du Portugal » sontmajoritairement originaires de laville Alentejana. Ces derniers ont in-terprété avant que le totem com-mence à être démonté, le chant desmineurs... très émouvant.À Syvain Robert, Maire de Lens, nousavons demandé pourquoi ce geste,ce partage, l’envoi du totem vers Al-justrel. Il nous a répondu que « c’estun geste symbolique, un geste derapprochement entre deux villesdont l’histoire est en rapport avec lamine ». Syvian Robert conclue au Lu-soJornal: « j’espère qu’il y aura unesuite par des échanges entre nosdeux territoires ».Les convives, après le démantèle-ment des premières lettres du totemsont partis pour se retrouver dans leCentre de Lens, plus précisément

dans le restaurant Le Pain Doré deSamuel da Silva, également origi-naire d’Aljustrel. On peut vous direque les « Bolos de Nata » ne sont pasqu’une imitation. Accueil parfait. Legroupe Sol de Portugal nous honoreà nouveaux de ses chants, commeque pour remercier le bon soleil, « osol », qui a accompagné cette mati-née sur Lens tant au niveau clima-tique que celle d’une idée quiaboutit.Bruno Cavaco, remercie les présentset souligne le rôle du football dans lerapprochement entre Lens et Aljus-trel avec le départ du totem. C’estune manière de contribuer au devoirde mémoire, au rapprochemententre deux territoires liés qu’ils sontdéjà par l’activité minière, le textile etles nouvelles technologies. Une ma-nière aussi de développer le tou-risme entre une région du sud duPortugal et une du nord de la France.Aljustrel est une ville que Bruno Ca-vaco a visité et dont il ne garde quedes bons souvenirs. Ville en mouve-ment et ouverte à des échanges decoopération... la suite étant un pro-chain déplacement d’une délégationdes Hauts de France à la région alen-tejana.

Par António Marrucho

Le football vecteur de rapprochement entre les villes de Lens et Aljustrel

Entrega de Certificados de Língua PortuguesaA Coordenação das ColetividadesPortuguesas de França (CCPF), emparceria com a Coordenação do En-sino Português em França, organizano dia 10 de março, uma cerimóniaoficial de entrega de Certificados deLíngua Portuguesa a 167 alunos daregião parisiense.A certificação de competências emLíngua Portuguesa é da responsabi-lidade conjunta do Ministério daEducação e do Ministério dos Negó-cios Estrangeiros, através do Camões,I.P..Em maio de 2018, em França, 837 jo-vens de idades compreendidas entreos 10 e os 18 anos realizaram estesexames de certificação de Português,para a obtenção dos níveis A1, A2, B1,B2 e C1.A cerimónia de entrega dos certifica-dos a 167 jovens da região parisiensecontará com a presença do Embaixa-dor de Portugal, Jorge Torres Pereira.O evento será organizado no grande

teatro da cidade de Yerres (91) econta com cerca de 950 participantes:alunos, pais e professores de portu-guês.Vinte outras autoridades oficiais con-firmaram também a sua participaçãoentre eles o Embaixador de Moçam-bique, Alberto Augusto, e ainda Ins-petores do ensino de Português emFrança, Diretores de escolas e váriosAutarcas locais e regionais.Antes da cerimónia haverá uma visitaprivada à propriedade do pintor im-pressionista Caillebotte, na cidade deYerres, seguida de um almoço de in-tercâmbio entre os representantesoficiais convidados para este evento.Para além da entrega dos Certifica-dos pela Coordenadora do EnsinoPortuguês em França, Adelaide Cris-tóvão, acompanhada pelas autori-dades oficiais presentes, haverátambém a intervenção de artistascomo Vento Sudeste de Pontault-Combault, apresentando temas do

cancioneiro tradicional português ede Mariana Ramos, cantora cabover-diana.A cerimónia terminará com a proje-ção do vídeo da semana de imersãolinguística em Portugal, realizada noano passado com alunos dos 7 aos 12anos, que frequentam cursos de por-tuguês em França.Os participantes terão também apossibilidade de visitar a exposiçãosobre o Património Português valori-zado pela UNESCO, presente numadas salas do teatro e de contemplaras pinturas sobre Portugal de Natha-lie Afonso, artista local de origemportuguesa.Em França, o ensino da língua portu-guesa a cargo do Camões, I.P. é fre-quentado por cerca de 14.000 alunosnas Escolas do ensino básico, em 25Secções internacionais e em 28 Asso-ciações. Estes cursos são cada vezmais frequentados por alunos de di-ferentes origens. Cada ano cerca de

900 alunos a partir de CM2, passamvoluntariamente este exame de cer-tificação organizado pelo InstitutoCamões. Esta cerimónia oficial é umaforma de valorizar o nível de profi-ciência alcançado por estes alunos ede dar visibilidade ao prestígio dalíngua e cultura portuguesas.A importância deste evento é signifi-cativa num momento em que o Go-verno francês, na reforma previstapara o “lycée” e o “baccalauréat” pa-rece pôr em causa o ensino do Por-tuguês. Considerada como línguarara não fará parte das áreas de es-pecialidade do lycée criadas pelanova reforma, como salienta o Presi-dente da Association pour le Déve-loppement des Études Portugaises,Brésiliennes, d’Afrique et d’Asie lu-sophones (ADEPBA), numa carta diri-gida ao atual Ministro da EducaçãoNacional francesa, pedindo a integra-ção da língua portuguesa nas áreasde especialidade.

06 mars 2019

UN LIVRE PARSEMAINE

« Les lumièresde Niterói », de Marcello Quintanilha

À moinsd’une se-maine del’ouverturede la 6èmeédition duPrintempsLittéraireBrésilien,qui auralieu à Paris

du 11 au 21 mars, ce roman gra-phique nous emmène à Niterói,ville moyenne située en face deRio de Janeiro, de l’autre côté dela Baie de Guanabara. Son auteur,Marcello Quintanilha, y est né en1971. Autodidacte, il commence sacarrière de dessinateur en 1988dans la bande dessinée, puis tra-vaille dans le dessin animé pen-dant une dizaine d’années etdevient ensuite illustrateur.Son premier roman graphique, «Tungstène », publié en 2015 enFrance, a remporté le Prix du Polarau Festival d’Angoulême 2016,avant d’être adapté au cinéma parle réalisateur Heitor Dahlia. De-puis 2002, il réside et travaille àBarcelone. Il est considéré commel’une des figures de proue de labande dessinée brésilienne.La plupart des récits de MarcelloQuintanilha se situent dans saville natale, comme cette histoireracontée dans « Les lumières deNiterói » (éd. Ça et là, 2018, traduc-tion de Dominique Nédellec - titreoriginal « Luzes de Niterói »).Nous sommes dans les années1950. Sur la plage d’Icaraí, Hélcio,un jeune joueur de football deCanto do Rio (équipe locale my-thique - rappelons au passageque le père de Marcello Quitanilhaétait joueur de football profes-sionnel), et Noël, l’un de ses plusfidèles amis, vendeur dans uneéchoppe de boissons et atteintd’une malformation physique,pour se faire un peu d’argent, par-tent en barque pour une pècheimprobable. L’expédition a faillivirer au drame et les deux larronsse retrouveront embarqués dansune aventure qui va mettre leuramitié à rude épreuve. Mais Hélciorêve d’être une star du football.Alors le récit nous entraîne dansun suspense haletant au coursd’un match entre Canto do Rio etVasco da Gama, à l’époque desVava, Didi, Garrincha, etc. Se glis-sant dans les coulisses du foot,Marcello Quintanilha nous montreici, dans un style hybride entrefeuilleton et récit, une autre fa-cette de la réalité où le football re-présentait pour les uns une âprelutte de pouvoir et, pour les au-tres, un ascenseur social.

Par Dominique Stoenesco

LJ / LSG

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LUSOJORNAL CULTURA 11

Le football vecteur de rapprochement entre les villes de Lens et Aljustrel

06 mars 2019

“Isabelle de Portugal, l’Impératrice”de ManuelaGonzaga

A editora Le Poisson Volant anun-ciou uma nova edição da obra deManuela Gonzaga, uma biografiasobre a vida de Isabel de Portugal,que foi publicada pela Bertrandem 2012.Isabel de Portugal (Lisboa, 1503 /Toledo, 1539), filha do rei Manuel Ie neta dos Reis Católicos, além deter sido considerada “a mulhermais bela do seu tempo”, uma opi-nião sempre muito subjetiva,casou com Carlos V, que, nestecaso sem qualquer subjetividade,foi o homem mais poderoso daCristandade, não fosse ele rei deEspanha e do seu Império ameri-cano, além de Imperador do SacroImpério Romano Germânico.Manuela Gonzaga, que se temvindo a especializar no génerobiográfico (de salientar a sua re-cente obra dedicada a António Va-riações), nasceu no Porto e passouuma boa parte da sua juventudeem Angola e Moçambique. Estu-dou História da Expansão Euro-peia e é uma ativista políticaligada ao Partido PAN.Este “Isabelle de Portugal, l’Impé-ratrice” relata o amor à primeiravista entre Isabel e Carlos V e de-volve esta importante mulher por-tuguesa ao palco da Históriaeuropeia quinhentista, tempos deabsoluta transformação que, de-vido à construção dos Impériosportuguês e espanhol, arranca-ram, para grande infelicidade dospovos ameríndios, africanos easiáticos, a Europa à letargia me-dieval, dando assim começo aodomínio europeu do mundo, do-mínio esse que só terminaria já noséculo XX.

O ator lusodescendente José Cruzvai levar um novo espetáculo dehumor em digressão por França, eestá a trabalhar na versão portu-guesa que vai apresentar primeiroem Paris, em abril, e em Portugal, nomês de agosto.Depois de oito anos com o espetá-culo “Olá!”, o ator José Cruz tem umanova criação “En constuction” queestreou no final do ano passado, emParis, e que vai ser levado, em marçoe abril, a várias cidades francesascomo Bègles, junto a Bordeaux, Sim-ple, Saint Quentin e Perpignan.“O ‘Olá!’ demorou oito anos a seraperfeiçoado e sabia que o próximoseria uma construção. Eu própriotambém ainda não acabei de meconstruir e é disso que trata este es-petáculo. Faz também ressonânciacom as pessoas que trabalham nasobras, essa ocupação tão ligada aosPortugueses aqui em França, e éuma homenagem ao meu pai”, disseo ator lusodescendente, em entre-vista à Lusa.Nascido em França e filho de paisportugueses, José Cruz estudou tea-tro na École Claude Mathieu, emParis. Começou a sua carreira noteatro clássico, mas a vontade decriar os seus textos rapidamente olevou para as produções próprias.Quando a comédia passou a domi-nar o que escrevia, partiu para o seuprimeiro espetáculo a solo, “Olá!”.José Cruz rejeita o rótulo de ‘stan-dup’ e define o seu estilo de espe-táculo como “One Man Show”, emque, com humor, oscilando entre as

suas experiências pessoais de quemvive entre duas culturas e uma per-sonagem criada para o palco, vaipartilhando episódios da vida quo-tidiana, assim como os seus sonhose aspirações. Mas não deixa de ladoos preconceitos que existem em re-lação às suas origens. “As pessoasfazem piadas sobre os Portugueses,os Portugueses não fazem muitaspiadas sobre os outros porque nãoqueremos fazer barulho aqui emFrança, não queremos ser o centrodas atenções. Mas eu queria, e amelhor maneira de se lutar contraos preconceitos é de se apropriardas piadas”, afirmou o ator, que dizque a sua plateia é composta 60%por Franceses e 40% por Portugue-ses e lusodescendentes.

Para o artista, a associação óbviaque de que os Portugueses traba-lham nas obras e limpam as casasem França tem uma razão de ser,“porque eram os primeiros traba-lhos que os Portugueses podiamfazer quando chegavam a Françasem saber falar a língua”, algo que,na sua opinião, a Comunidade nãodeve esquecer. “Esta é uma reali-dade que temos de aceitar e, se nãofalarmos disso, as próximas gera-ções vão esquecer de onde vêm epodemos acabar como os descen-dentes de Polacos ou Italianos aquiem França, que ainda têm o nomeda sua origem, mas já não têm ne-nhuma ligação a esses países. E, in-felizmente, são essas pessoas quehoje fazem parte de Partidos como

o Rassemblement National”, insistiuo ator, mostrando-se preocupadocom a dominância da extrema-di-reita nas Comunidades de imigran-tes em França.Assumindo-se como “fratuguês”,José Cruz tinha deixado a língua por-tuguesa de lado no início da sua car-reira, mas foi o seu primeiroespetáculo “Olá!” que o levou a re-cuperar contacto com a língua deCamões, depois de um convite parauma digressão em Portugal. “Em2010, recebo um telefonema de Lis-boa a perguntar se quero ir fazer omeu espetáculo a Portugal, mas emportuguês. Aceitei o desafio e tivetrês meses para me preparar”, con-tou.José Cruz já está a trabalhar na ver-são em português de “En construc-tion” e vai apresentá-la pelaprimeira vez já nos dias 12, 13, 19 e20 de abril, em Paris.Em agosto, o ator partirá para umanova digressão em Portugal, com 11apresentações de norte a sul do país,utilizando a sala de estar das famíliasque o vão receber, para mostrar o seuespetáculo. “Fiz o apelo nas redes so-ciais e recebi logo quase 100 propos-tas, escolhi 11 e vou visitar essaspessoas”, indicou o ator, que pre-tende realizar um documentáriosobre a experiência.Para 2020, José Cruz lança o seu ob-jetivo mais ambicioso: uma apresen-tação no reputado teatro Olympia,ainda sem data definitiva. “Já fiz a pri-meira parte da Dulce Pontes noOlympia e correu muito bem, agoralanço-me a mim próprio este desa-fio”, concluiu.

Por Catarina Falcão, Lusa

Humorista lusodescendente

A coletânea de poesia da autoria deAntónio Barbosa Topa - “Devagar, nasasas do vento” (ou “Partir sur les ailesdu vent” na sua versão francesa) -acaba de ser lançada em edição bi-lingue pela Oxalá, uma editora comsede na Alemanha e orientada paraa promoção dos autores da Diáspora.Traduzida por Dominique Stoenescoe com ilustrações de Margarida No-gueira, a obra evoca a nostalgia doseu autor (nascido na freguesia por-tuense de Cedofeita em 1948) pela ci-dade do Porto, o Douro e o Atlântico,mas relembra igualmente a desco-berta daquela admirável terra novaparisiense vista através dos olhos deum jovem português fugido ao fas-cismo e à Guerra Colonial.Num estilo coloquial, despido dequalquer “intelectualismo” formal oulinguístico e solto de lirismos senti-mentalões, António Barbosa Topa es-creve na primeira pessoa e quasesempre em verso livre e curto. O pri-meiro poema leva-nos para a foz doDouro, o Cabedelo, a Arrábida e oAtlântico. Elementos adornadospelas gaivotas no ar, os peixes naágua e os pescadores nas margens. Amelancolia positiva do poeta, o oti-mismo de viver e a alegria de con-

templar a mais simples das belezasdeixa o leitor desarmado, sonhandoele também com a doce vida por-tuense debaixo de um pôr do soldourado.António Barbosa Topa foi tambémum resistente. Em Portugal, na juven-tude, conheceu a vida das “ilhas”(bairros operários depauperados epobres) portuenses - Changai, Bairroda Avenida, Chaimite, Quatro Olhos…) - e experimentou a pobreza sem es-perança que passava de pais para fi-lhos, o ciclo de perpétua miséria tãoacarinhado pelos ideólogos fascistasdo Estado Novo.

Em Portugal, durante os anos 60, An-tónio Barbosa Topa resistiu contra aopressão e o obscurantismo. Partici-pou em ações de desobediência civilcontra a Guerra Colonial e fez parteda Comissão da Juventude do 1º Con-gresso da Oposição Democrática deAveiro. Em 1969, fugiu para Paris, es-capando clandestinamente a umaguerra que talvez o matasse ou, pior,o obrigasse a matar outros homensque, tal como ele, apenas almejavama liberdade.Os poemas que dedica à capital fran-cesa refletem essa descoberta da li-berdade desconhecida. O Sena que

se mistura com o Douro num imagi-nário que transporta a ponte Mira-beau para a Afurada, Orly paraCampanhã e faz correr o boulevardSaint Michel pela Ribeira abaixo. An-tónio Barbosa Topa tornou-se entãonum ser ubíquo que, como muitoshomens e mulheres da sua geração,são simultaneamente daqui e de lá.E isso é uma das mais marcantes ca-racterísticas da sua poesia. Ele, con-tudo, “Mesmo se também” ame “olonge, não” quer “morrer aqui longedo Porto”.Em França, António Barbosa Topa foianimador cultural, responsável dosetor de apoio ao movimento asso-ciativo português na Delegação deParis da Secretaria de Estado da Emi-gração, professor numa prisão e éagora intérprete.O que António Barbosa Topa deixarácomo legado, além da resistência aochumbo decadente do fascismo, é asua poesia meio portuense, meio pa-risiense e toda, inteira, do mundo.Versos belíssimos na sua simplici-dade que refletem a duplicidade tí-pica das gentes da Diáspora: homense mulheres que atingiram um estadotão elevado que se tornaram muitomais do que meros portugueses ousimples franceses. Homens e mulhe-res que são, afinal, o tudo e o todo.

Por Nuno Gomes Garcia

José Cruz, novo espetáculo em digressãopor França “En Construction”

A Poesia de António Barbosa Topa

LJ / Mario Cantarinha

251.059Números que falam

O Consulado Geral de Portu-gal em Paris é o maior domundo. Tem 251.059 eleito-res. Depois vem o Consu-lado de S. Paulo, no Brasil,com 123.833 e o de Londres,com 87.823 eleitores.

Por Nuno Gomes Garcia

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LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

O grupo associativo Sporting Club deChalette, criado em 1972, celebrou nosábado dia 2 de março, os seus 47anos de atividade, com a presença decerca de 300 pessoas reunidas numjantar de confraternização que tevelugar na Maison des Associations deChalette-sur-Loing, moderno espaçomultiusos cedido pelo Maire local.O Sporting Club de Chalette encontra-se atualmente na terceira divisão re-gional francesa de futebol. O seuPresidente, Filipe Rodrigues, com An-gélica Cosson no Secretariado, estáhá vários anos muito investido nobom funcionamento do grupo des-portivo e tem como principal objetivocontinuar a dinamizá-lo, apesar dasdificuldades financeiras e estruturaiscrescentes. “Dantes tínhamos umcampo de futebol, onde podíamostreinar regularmente, agora temos deir treinar à localidade vizinha de Mon-

targis, o que evidentemente noscausa problemas, pois não é fácilpara os jogadores deslocarem-se de-pois do trabalho. Além disso, as des-pesas são maiores, é por isso queestou muito contente que tantas pes-soas tenham vindo a esta reuniãoque nos permite recuperar algum di-nheiro para apoiar o clube”, salientaFilipe Rodrigues.O jantar teve a animação musical deJoaquim Rainho, que atuou de formaamical. No mesmo espírito de ami-zade, um pequeno grupo autointitu-lado os Amigos de Montalegrecontribuiu para a boa disposição rei-nante, em que Leonel Barroso e An-tónio Gonçalves tocaram váriasmodas de concertina e Dário Gonçal-ves cantou e se acompanhou à viola.Estruturalmente, o Sporting Club deChalette faz parte, como secção des-portiva da Associação Portuguesa do

Gâtinais, oficializada em 1974. Namesma Associação Portuguesa doGâtinais, Presidida por Armindo daSilva, encontra-se igualmente inte-grado, na sua vertente cultural, o ran-

cho Ronda Típica, gozando ambos deum estatuto de “sub-associações”com autonomia administrativo-finan-ceira. Armindo Silva, por sua vez, levapor diante uma luta para garantir a

perenidade das instalações da Asso-ciação que facilitem os ensaios dorancho, e de terrenos para melhor re-ceber membros e convivas.De registar a presença do Maire deChalette-sur-Loing, Franck Demau-mont, sempre próximo da Comuni-dade portuguesa, que veio acom-panhado pela esposa, e do recémdemissionário Cônsul Honorário dePortugal em Orléans, José de Paiva,respeitando um compromisso an-terior, por respeito para com a As-sociação Portuguesa do Gâtinais eo Sporting Clube de Chalette, e “emreconhecimento dos esforços e docontributo que dão para a imagemdo nosso país”.A comuna de Chalete-sur-Loing,conta cerca de 14.000 habitantes, dosquais mais de 20% de imigrantes devárias origens e uma forte maioria delusodescendentes.

Chalette-sur-Loing (Loiret)

06 mars 2019

Bagneux: Mulheres em debate na AssociaçãoLuso-BalnéolaiseA Associação Luso-Balnéolaise orga-niza neste sábado, dia 9 de março,no quadro das “Jornadas Internacio-nais dos Direitos das Mulheres”, nasala Léo Ferré, em Bagneux, na Re-gião parisiense, um dia de debate ede reflexão em torno da condição damulher no mundo lusófono e tam-bém em território francês.Um encontro onde França e Portugalvão estar representados bem comooutros países lusófonos: Moçambi-que, Cabo Verde, Angola e São Tomée Príncipe.Em entrevista ao LusoJornal, a Pre-sidente da associação, Sónia Ri-beiro, explicou-nos os objetivosdesta segunda edição.

O que motivou esta segunda edi-ção?Visto o êxito da primeira edição, ę,sobretudo, a partir das conclusõesdos testemunhos e incitações detodos os intervenientes, e com a

nossa perseverança, devemos estarpresentes no quotidiano, sempre.

Em relação à primeira edição, o quemudou?Sob o ponto de vista inicial, nãomudou grande coisa, pois estamosaqui para agitar (no bom sentido) econtinua a ser o nosso lema. Para aevolução do evento lutámos por ins-talações maiores e apropriadas parao evento, o que conseguimos deforma a tornar maior a exposição doevento, prevendo assim uma maiorparticipação de todo o mundo emgeral, sobretudo ao nível da lusofo-nia.

O que se pode esperar desta se-gunda edição?Um dos maiores problemas da con-dição feminina está associado àquestão da mentalidade. Nós espe-ramos que, com a nossa segundaedição “Jornada de Reflexão dos Di-reitos das Mulheres ao Nível Lusó-fono e da França”, possamos atingir

com todas as nossas ações os nos-sos objetivos, sensibilizar na maiormedida do possível a imprensa e ocidadão comum para que a reflexãosobre os direitos das mulheres sejaum facto quotidiano.

Foi complicado encontrar interve-nientes para a segunda edição? Hápaíses mais complicados a conven-cer ou a encontrar intervenientes doque outros?Podemos constatar a presença damaior parte dos intervenientes daprimeira edição, que nos ajudarame incentivaram a encontrar muitosoutros. Entretanto a lista evoluiuconsideravelmente com os novosrepresentantes, assim como comuma maior colaboração das repre-sentações diplomáticas. Em geral, aComunidade lusófona é acessível eagradável ao contacto. As dificulda-des que por vezes encontramos sãorelativas ao encontro, isto é, ou nãotêm representação diplomática ou aidentidade diplomática é de difícil

acesso. Mas está tudo bem, com umpouco de boa vontade todos se jun-taram a nós.

Neste ano que passou, acha quehouve uma evolução em relação àcondição das mulheres?De facto é complicado dizer que háuma evolução na condição da mu-lher quando em França, um paísconsiderado da era moderna, ondetudo está escrito na Constituição,onde proliferam antenas de apoioàs mulheres maltratadas, constatá-mos que desde o princípio do ano,o número de mortos, de mulheres, adiversos níveis já atingiu 29. Quasedá para comparar com as guerras oudoenças fatais em todo o mundo.Num só país, 29 mulheres mortaspor violências em dois meses. Nãotemos mais palavras!

Sente que há uma tomada de cons-ciência maior por parte de certasmulheres ou homens também inte-ressam-se cada vez mais?

Infelizmente a resposta é pouco fa-vorável e por esse motivo, nós esta-mos aqui para continuar a fazerbarulho «para ver se as pessoasacordam».

Uma mensagem para os Portugue-ses ou Portuguesas?A relação homem/mulher é um fe-nómeno cultural que está com umcerto atraso. Todos nós podemos edevemos contribuir para uma revo-lução cultural há muito esperada.Temos de começar por educar oureeducar os nossos filhos com boasmaneiras de convivência, as mulhe-res a serem independentes finan-ceiramente para procurarem umcompanheiro e não um patrão, os fi-lhos a serem independentes nas ta-refas domésticas para encontraremuma companheira e não uma criada.Já agora haverá diferenças entreuma mulher de calções ou umhomem de calções? Um homemtronco nu e uma mulher com umacamisola curta?

Por Marco Martins

Saint Herblain : « Des ailes pour le Portugal »soutien l’institution ASAS de Santo TirsoLes 27 et 28 février, l’association « Desailes pour le Portugal » a accueilli laDirectrice et la Directrice adjointe del’institution que l’association aide de-puis 4 ans : l’institution ASAS, basée àSanto Tirso, au nord du Portugal.Leur travail social consiste à recueillirau sein de son orphelinat des enfantsabandonnés ou bien placés dans lecadre de mauvais traitements. 58 en-fants de 5 jours à 21 ans y vivent enpermanence. ASAS suit également 25enfants qui ne sont pas en risque,mais dont les familles sont extrême-ment défavorisées. Et ils s’occupentde 30 personnes âgées isolées et ensituation très précaire qui vivent cha-cun à leur « domicile », généralementune chambre délabrée avec un wc

commun.« Leur première visite à Saint Her-blain leur a permis de découvrirnotre ville mais aussi notre façon detravailler pour les aider » dit au Lu-soJornal Elisabeth Barbosa, Prési-dente « Des ailes pour le Portugal ».« Nos bénévoles sont motivés etmalgré le peu de moyens que nousavons, notre engagement solidairefait ses preuves. Avec la volonté etl’amour des autres on peut fairebeaucoup ».Gilda et Telma ont pu visiter le Carrédes services, « le lieu que nous fré-quentons le plus souvent, notam-ment pour y donner nos cours deportugais dont les bénéfices sont in-tégralement utilisés pour améliorer

la vie des ‘protégés’ de l’ASAS » ex-plique Elisabeth Barbosa.Lors de cette rencontre, les deux par-ties ont pu définir les besoins pour2019 et leurs projets communs pour2020 - notamment un voyage dans la

région pour les 6/12 ans. « Nous re-cherchons d’ores et déjà des parte-naires qui pourraient nous aider àconcrétiser ce rêve de premières va-cances pour ces enfants ».Quant aux besoins pour 2019, qui

sont nombreux, l’association liste enparticulier: sous-vêtements, chaus-settes, pyjamas / chemises de nuit,chaussons, robes de chambre, pourbébé, enfants, ados et personnesâgées. Ces dons doivent être neufs,pour des raisons d’hygiène. Une listed’autres besoins est disponible surles réseaux sociaux.Les dons sont à déposer les mardi oujeudi à partir de 17h30 au Carré desservices (pendant nos heures decours de portugais). « Pour les per-sonnes qui souhaiteraient nous aidermais qui n’ont pas le temps de faireles magasins, vous pouvez nous faireun don financier (contre reçu) et nousnous chargerons de faire les achats »explique Elisabeth Barbosa.

Celebração dos 47 anos do Sporting Club de Chalette

Filipe Rodrigues, Franck Demaumont, José de Paiva e Armindo da Silva

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LUSOJORNAL DESPORTO 13

Pour ce 16ème de finale de Coupe Na-tionale de Futsal, le Sporting Clubde Paris accueillait samedi dernierle club alsacien de Pfastatt, pen-sionnaire de Ligue 2.Les Parisiens ont passé aisémentcet obstacle sans pour autant faireun grand match. A leur décharge, ilsse présentaient amoindris puisque4 joueurs majeurs étaient absentspour cause de blessure (Tchapchet),suspension (Segura et Cavalheiro)ou non qualifié pour cette épreuve(Teixeira). Cette situation a permis à3 joueurs de l’équipe 2 de faire leurapparition sur la feuille de match(Rojo, Mathis et Correia).Les Alsaciens bien regroupés en dé-fense ont bien contenu les Parisiens

durant les 8 premières minutes dejeu se procurant même les meil-leures occasions en contre-attaquepar El Allouli et Fellah, mais Teffaf, legardien Vert et blanc, s’interposaavec brio. A la 9ème minute, De SáAndrade reprend brillamment uncentre de Fabricio pour ouvrir lescore (1-0). A partir de ce moment-là, la partie est maîtrisée par leshommes de Rodolphe Lopes quidoublent la mise par Fabricio à laconclusion d’un jeu en triangle im-pliquant Camara et Saadaoui (2-0,10 min).Après que Ndukuta ait tiré sur le po-teau, c’est Correia qui enflamme legymnase Carpentier car, pour sapremière apparition avec l’équipe 1,il marque un joli but sur son pre-mier ballon (3-0, 14 min). La fin de lapremière mi-temps n’est pas en-thousiasmante car les Alsaciens semontrent trop peu dangereux pourdes Parisiens qui gèrent leuravance.

A la reprise, sur l’engagement, lesParisiens se procurent une belle oc-casion par De Sá Andrade dont le tirà bout portant est détourné par lapoitrine du gardien alsacien et à la24ème minute c’est Camara qui, enreprenant de près un corner, ajoute

un quatrième but (4-0).Pfastatt essaie bien de presser lesParisiens dans le camp pour les em-pêcher de sortir, mais la maîtrisetechnique des Verts et blanc leurpermet de conserver le ballon et defaire courir les visiteurs. Néanmoins,

les Alsaciens se procurent deuxbelles occasions par Belzung et Fel-lah mais ceux-ci trop maladroits nepeuvent pas conclure.Le Sporting Club de Paris ajoute uncinquième et dernier but, encoreune fois sur corner, par Saadaoui (5-0, 30 min). Pfastatt sauvera l’hon-neur par Abarki qui trompera Teffafd’une frappe soudaine (5-1, 32 min).La fin de la rencontre sera parfaite-ment gérée par des Parisiens, qui,sans réaliser un grand match, sesont qualifiés pour les 8ème de fi-nale de la Coupe Nationale (tirageau sort ce mercredi).Dimanche prochain, retour auChampionnat avec un déplacementà Bastia, d’où il n’est jamais facile derapporter des points. Pour resterdans la course aux play-off, les Pa-risiens savent qu’ils doivent absolu-ment réaliser un bon résultat enCorse. Avec une équipe au completet la motivation, cela devrait êtrepossible!

Par RDAN

Coupe de France de Futsal

06 mars 2019

Um pouco de história…“No Entrudo come-se tudo”.Mas é preciso cuidado com afirma-ções definitivas: no Entrudo, não temlugar o peixe, que, segundo a sabe-doria popular, não puxa carroças, enesta quadra festiva há sempre car-roças a puxar, algumas bem pesadaspor sinal.O Carnaval é festejado nos três diasque antecedem a Quaresma, que co-meça na Quarta-Feira de Cinzas e seprolonga até à Páscoa.Mas em rigor, logo a seguir à quadranatalícia, mais concretamente notermo do período dos doze dias quevão do Natal aos Reis, começa a pre-parar-se o ambiente para o Carnaval.E pode dizer-se que noutros temposa época carnavalesca começavamesmo no Dia dos Reis, 6 de janeiro.A partir de então, os domingos eramassinalados por festas já carnavales-cas e grandes comezainas, o quelevou a apor-lhes o designativo deDomingos Gordos.Assim nasceram as Feijoadas de Car-naval, e diga-se desde já que as me-lhores são as do Norte, comdestaque para as Transmontanas,enriquecidas com o fumeiro da re-gião.Na Beira Litoral, faz-se uma Feijoadacom orelheira, a que se juntam mui-tos nabos (4 para 1 orelha) e a respe-tiva rama, tenrinha.Nas Minas da Panasqueira, há umaFeijoada temperada com massa depimentão, e na qual, do porco, só seusam os pezinhos.No Porto, toda a gente sabe, fazem-se grandes Feijoadas e diga-se enfimque as tripas não seriam o que sãose lhes faltasse a saborosa legumi-nosa. Falta acrescentar que os Aço-rianos juntam à Feijoada ramos defuncho, prevenindo assim eventuais

flatulências.Manda a tradição que a feijoada sejasempre acompanhada por arroz, e háuma explicação para o facto: o cerealmelhora a qualidade das respetivasproteínas. No Norte, em princípio, oarroz é de forno, devendo ser servidono recipiente em que foi cozinhado.

Ingredientes(para seis pessoas ou 4 como eu…)• 1 orelheira fumada• 1 chouriço de carne• 1 salpicão• 700 g de feijão branco cozido• 1 lata pequena de tomate pelado• 2 cenouras• 2 cebolas• 3 dentes de alho• 1 dl de azeite• 1 colher (sobremesa) de colorau• 1 colher (chá) de cominhos• 1 folha de louro• Salsa picada q.b.• Sal e pimenta q.b.

PreparaçãoPonha a orelheira a demolhar em

água fria de um dia para o outro. Nodia, limpe-a, lave-a e coza-a em água,juntamente com o chouriço e o sal-picão. Descasque as cenouras, junte-as também ao tacho e deixe cozermais 15 minutos. Vá retirando os in-gredientes consoante forem ficandocozidos, deixe arrefecer as carnes, re-jeite os ossos à orelheira e corte-aem pedaços pequenos. Reserve aágua da cozedura.Descasque e pique as cebolas e osalhos, deite para um tacho, junte oazeite e a folha de louro, leve ao lumee deixe cozinhar até a cebola ficardouradinha. Adicione o tomate pe-lado picado com o molho e o colorau,mexa e deixe cozinhar, em lumebrando, durante 10 minutos. Junte aorelheira, mexa, acrescente 5 dl daágua de cozer as carnes e as cenou-ras cortadas em rodela, mexa e deixeferver.Adicione depois o feijão branco co-zido, misture e deixe cozinhar atéficar bem apuradinho. Retifique o sal,tempere com um pouco de pimenta,polvilhe com os cominhos e sirva

com o chouriço e o salpicão cortadosem rodelas. Decore com salsa picadae acompanhe com arroz branco.

Nota: Se verificar que o feijão cozidotem pouco caldo, junte mais umpouco da água de cozer as carnes.Toque especial: Um pouquinho de pi-cante não faz mal nenhum. Será ne-cessário dizer ainda que as feijoadassão melhores se forem reaquecidas?Acho que não... a única questão é sesobram para o dia seguinte.Vinho: Poderia falar de um vinho re-sultante de uma mistura das castasAragonês, Touriga Nacional, bla-bla-bla-bla….. mas acho que os nossosleitores já conhecem bem qual é ovinho com o qual vão acompanharesta Feijoada.

Sobremesa (em bónus) Filhoses de CarnavalEm dia de Carnaval elas não podemfaltar. São super deliciosas e estão àsua espera! Experimente já esta re-ceita e surpreenda os mais pequenoscom esta receita simples e econó-mica, eles vão adorar.

Ingredientes(para 8 crianças)• 500 g de farinha• 50 g de manteiga• 4 ovos• 2 dl de leite morno• 2 colheres (sopa) de açúcar• Raspa da casca de 1 limão• 1 saqueta de fermento seco de pa-deiro (11 g)• Farinha para polvilhar• Açúcar para polvilhar• Canela em pó para polvilhar• Óleo para fritar

PreparaçãoPara preparar estas Filhoses de Car-

naval, dissolva o fermento no leitemorno. Deite a farinha em cima damesa, junte o açúcar, a raspa dolimão, os ovos, a manteiga derretidae o leite com o fermento e misturebem. Depois trabalhe bem a massaaté se descolar da mesa e das mãos,deite-a numa tigela polvilhada comfarinha, cubra com um pano e deixelevedar até triplicar o volume.Leve um tacho ao lume com óleoabundante e deixe aquecer. Retireum pouco da massa do tamanho deum ovo e abra com os dedos a partirdo interior para os bordos de modoa ficar tipo uma argola. Deite no óleoquente, deixe fritar até ficar douradi-nha de ambos os lados, retire e deixeescorrer. Repita até terminar a massa.Depois polvilhe com açúcar e canelaem pó e sirva.

Dica: Diga às crianças que não há so-bremesa… afinal sempre é Carnavale ninguém leva a mal…

Reza a Lenda que…Quando Catarina de Médicis viajoupara Marseille para casar com oDuque de Orléans, futuro Henrique II,o Frade Valeriano explicou-lhe que oshomens também se conquistam peloestômago e meteu-lhe na bagagemum saco com feijões.Parece que o frade tinha toda a razão.O feijão chegou à Europa Ocidentalem 1528 e os historiadores atribuemo feito ao Papa Clemente VII que,tendo recebido das Índias Ocidentaisumas estranhas sementes em formade rim, ordenou a um Frade, PieroValeriano, que as semeasse.Os resultados finais foram excelen-tes: além do mais, os frutos produzi-dos (batizados com o nome defagioli, por fazerem lembrar as favas)eram agradáveis ao paladar.

Sporting Club de Paris 5-1 PfastattButeurs: Sporting Club Paris : De SáAndrade, Fabricio, Correia, Camara,Saadaoui. Pfastatt : Abarki.

Na cozinha do VítorFeijoada de orelheira

L’aventure en Coupe de France de Futsal continuepour le Sporting Club de Paris

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LUSOJORNAL14 DESPORTO

Futebol: DiogoDalot em Parispara defrontaro PSG

Nesta quarta-feira, dia 6 de março,os Britânicos do Manchester Uni-ted, onde atua o Português DiogoDalot, vão defrontar os Francesesdo Paris Saint Germain no Parc desPrinces na capital gaulesa, numjogo a contar para a segunda mãodos oitavos de final da Liga dosCampeões europeus de futebol.O defesa português Diogo Dalot,vai tentar com o seu clube dar areviravolta ao resultado da pri-meira mão visto que o PSG venceuna Inglaterra por 0-2. Nesse jogo oatleta luso não participou, bemcomo o avançado brasileiro doParis, Neymar.Neste segundo encontro DiogoDalot poderá certamente dar o seucontributo enquanto Neymar con-tinua de fora.O defesa português de 19 anos,que chegou ao Manchester Unitedproveniente do FC Porto no verãode 2018, tem sido uma opção querpara o antigo Treinador portuguêsJosé Mourinho, quer para o atualTécnico norueguês Ole GunnarSolskjær.Diogo Dalot realizou 13 jogos coma equipa principal do ManchesterUnited, tendo apenas participadonum encontro na Liga dos Cam-peões com a camisola dos ‘RedDevils’, foi frente aos Suíços doYoung Boys, um jogo que os Britâ-nicos venceram por 0-3 na deslo-cação à Suíça.Recorde-se que o jovem portu-guês tem sido uma opção para aSeleção portuguesa Sub-21, eleque foi Campeão da Europa Sub-17 com Portugal em 2016. Nessafinal Diogo Dalot marcou o únicogolo para os Portugueses que em-pataram a uma bola frente à Espa-nha, num encontro que terminoucom o triunfo de Portugal por 5-4na marcação das grandes penali-dades onde Diogo Dalot tambémconseguiu apontar a sua grandepenalidade.O jovem internacional portuguêstem agora uma tarefa completa-mente diferente, em relação aosjogos da Seleção, nesta quarta-feira onde terá, com o ManchesterUnited, de vencer com pelo menosdois golos de diferença para al-cançar o apuramento frente aoParis Saint Germain na Liga dosCampeões europeus.

Défenseure du côté de Grenoble de-puis trois saisons, Sarah da Cunha aeu l’occasion d’être appelée enstage du 18 au 20 février dernieravec la Sélection portugaise. Avantd’affronter Lyon ce week-end enCoupe de France, LusoJornal a pus’entretenir avec elle et aborder lePortugal, sa saison en club maisaussi ses objectifs pour la suite desa carrière.

Pour commencer, quelle a été votreréaction à cette convocation austage avec la Sélection mi-février ?Pour ne rien vous cacher, j’ai été trèsétonnée. Je ne m’y attendais pas.J’avais été appelée une fois avantmais cela remontait à un an et demi.Je n’avais pas perdu cet objectif devue mais je n’y pensais pas à ce mo-ment-là. Après mon premier stageavec l’équipe A, j’avais enchaîné desblessures qui avaient un peu tué masaison passée. C’était difficile d’êtrerappelée dans ces conditions. Au-jourd’hui, ça va mieux, je me sensmieux dans mon corps et je meblesse beaucoup moins. J’avais re-pris un peu de temps de jeu depuisquelques matchs donc ça fait plaisirde voir que même à distance, ils ontpu constater ce progrès rapide. J’ensuis vraiment très heureuse et fière.

Comment s’est déroulé le stage et ceretour en Sélection ?C’était un stage de trois jours, doncassez rapide. On était dans ungroupe avec que des jeunesjoueuses et sans les cadres. Pour laplupart, on avait moins de 22 ans.L’idée était vraiment de voir lesjeunes, étoffer son groupe qu’il avaitdéjà en tête et rajouter quelquesfilles. Cela s’est bien passé, ça m’afait du bien de revenir en Sélection,d’être dans « mon pays ». Il y a desinfrastructures juste incroyables. Lesfilles sont quand même relative-ment accueillantes, donc ça s’estvraiment bien déroulé.

Comment s’est passée l’intégrationau groupe durant ces trois jours ? Y-a-t-il eu des difficultés au niveau dela langue par moment ?Ça allait au niveau de l’intégration.On nous a mis ensemble avec lesdeux autres françaises, donc c’esttoujours plus facile. Mais pour mapart, il y avait pas mal de joueusesque j’avais déjà vu lors de mon an-cienne Sélection ou avec qui j’avaisjoué en Sélection des moins de 19ans. Au niveau de la langue, je suiscelle qui maitrise le moins le portu-gais. J’ai un père portugais, mais unemère tunisienne, donc il y a des mé-langes de culture. Forcément, c’estcompliqué d’aller parler la langue.J’avais un peu plus de mal, maisheureusement que Rafaela et Mé-lissa [ndlr : Rafaela Lopes et MélissaGomes] étaient là pour m’aider. Maisje continue à progresser et j’essayed’apprendre la langue au maximum.

Le fait de retrouver deux autres por-tugaises évoluant en France durant

ce stage, est-il un plus ?Comme l’a déjà dit Mélissa, c’est vraiqu’on ne se connaissait pas avant.Rafaela et Mélissa jouent dans lemême groupe en D2 Féminine. Moije suis dans la poule sud avec Gre-noble. Mais forcément c’est plussimple quand on parle la mêmelangue, c’est plus fluide, plus rapide.En plus, c’étaient deux personnesavec qui je me suis vraiment enten-due. D’ailleurs je félicite Rafaela quia été prise pour l’Algarve Cup et j’es-père que ça continuera plus tardpour Mélissa et moi.

Vous avez connu la Sélection enjeunes avec les moins de 19 ans, il ya eu deux convocations en stageavec la A. Intégrer la Sélection restedonc un objectif à court terme ?Bien sûr. C’est vrai que cela faisait unmoment que je n’avais plus été ap-pelée. Personnellement, je n’aimepas exposer à tout va ce que je re-cherche. Mais évidemment, c’estquelque chose qui est dans un coinde ma tête. C’est une fierté pour moide représenter le pays de mon père,c’est un pays que j’adore. Et même,pouvoir côtoyer le niveau internatio-nal reste un objectif et en ayant faitces stages, on se rend compte quece n’est pas impossible. Mais celademande énormément de travail etde patience. Donc même si ça doitse faire plus tard, et je n’en doutepas que ça se fera si on continue àtravailler, ça reste un objectif et ontravaille très dur tous les jours pourcela.

Que pensez-vous justement du faitque le Sélectionneur est décidé deré-ouvrir la porte aux lusodescen-dantes évoluant en France ?C’est flatteur de se dire que, aprèsavoir oublié, on recommence avecdes Françaises et on nous prend enSélection. Maintenant, sur le niveaudu Championnat français par rap-port à l’Europe, il n’y a pas photo.C’est un Championnat très compéti-tif qui n’a pas fini de s’améliorer.Donc forcément, quand on a desFrançaises qui ont la double natio-nalité, ils veulent en profiter car lebut reste d’avoir la meilleure équipepossible. De notre côté aussi, on es-saye de se faire voir au maximum,

que ce soit par exemple avec monéquipe de Grenoble en Coupe deFrance ou alors Mélissa avec leStade de Reims en Championnat.

Parlez-nous un peu de vos origineset rapports avec le Portugal…Mon père vient du nord du Portugal,d’un petit village que j’adore, quis’appelle Barrosas et qui se situe àcôté de Guimarães. Au-delà de celien familial, j’ai un lien sentimentalextrêmement fort avec ce pays quej’aime énormément. J’ai même untatouage du Portugal avec unephrase de l’hymne national. Je suisvraiment fière de jouer en Sélectionportugaise. Je suis aussi très fièred’être tunisienne, mais le Portugal,c’est vraiment en moi. J’aime ce pays,ses traditions, les gens qui y sont dema famille, mon village…

En club, quel bilan faites-vous de lasaison de Grenoble jusqu’à présent ?C’est une saison assez particulière.On commence bien en gagnant nostrois premiers matchs en étant trèsefficaces dans le jeu. Puis, il y a euun match déclencheur face à Mon-tauban, où l’ont fait match nul enayant été très mauvaises. Et derrière,on enchaîne huit matchs sans vic-toire. C’était très compliqué pournous, on a essayé de chercher ce quin’allait pas, on a changé de systèmede jeu. On a enchaîné les mauvaisesperformances jusqu’à mi-novembreoù l’on a trouvé la bonne solutioncontre Toulouse. Et depuis le 11 no-vembre, on est invaincues, on se re-trouve en demi-finale de Coupe deFrance. On est parvenues à battre leséquipes du haut comme Marseille etYzeure. On est vraiment sur debonnes bases désormais.

En parlant de la Coupe de France,vous allez recevoir Lyon en demi-fi-nale ce week-end. Comment onaborde un match comme celui-làface à l’une des meilleures équipeseuropéennes ?Sans mentir, c’est assez compliqué.Autant un match comme Dijon enquarts, ça a été vu comme un exploitmais ça restait des joueuses qu’onpouvait parfois égaler. Autant là, onjoue pour moi face à la meilleureéquipe du monde qui a gagné je ne

sais combien de fois la Ligue desChampions féminine. C’est difficilemais parfois on se surprend à rêver,à se dire « imagine si on arrive àfaire un exploit », après tout on nesait jamais ! On va avoir la chance dejouer au Stade des Alpes, avec dumonde, de l’ambiance. Pour nous, cen’est que du plus et on va y aller lecouteau entre les dents et ne rien lâ-cher. Il y aura peut-être 1-0 ou 8-0 onn’en sait rien, mais ce que je saisc’est qu’on va s’arracher comme ja-mais et pas juste préparer cette ren-contre comme un match de gala. Onva rentrer sur le terrain pour gagner.

Quels sont les objectifs désormaissur cette fin de saison pour le club ?Pour Grenoble, on sait que la mon-tée est impossible, on a perdu tropde points en première partie de sai-son pour la viser. Donc là, l’objectifest simple, c’est une revanche surnous-même. On veut gagner tousnos matchs et se rattraper de laphase aller. Après, la différence parrapport à d’autres équipes, c’estqu’on a enchaîné beaucoup dematchs de Coupe de France. Mine derien, on se rajoute six matchs sa-chant que par exemple le derniercontre Dijon en quart, nous a prisénormément d’énergie, aussi bienmentale que physique. Celui de Lyonrisque d’être encore plus usant. Maiscomme le Championnat apparaitmoins intéressant vu que l’on nevise plus la montée, on met plus decœur dans la Coupe de France. Onreste aussi des compétitrices. Cen’est parce que l’on n’a plus rien àjouer que l’on va commencer à neplus rien faire. Au contraire, on veutmontrer que notre place était dansle haut de tableau.

Et à titre plus personnel ?Pendant un an et demi j’ai enchaînépas mal de blessures et de temps dejeu relativement faibles. Cela faittrois mois que je joue beaucoup, j’ensuis très contente. Donc mon objec-tif reste le même, prendre un maxi-mum de temps de jeu, prendreconfiance en moi et servir un maxi-mum à l’équipe. Pour la suite, onverra de quoi est fait l’année pro-chaine.

Que peut-on vous souhaiter pour lafin de votre saison et la suite devotre carrière ?À court terme, on peut me souhaiterdéjà du temps de jeu et des bonnesperformances pour que je reprenneconfiance. Et sur le long terme, sou-haitez-moi beaucoup de matchs enpremière division et pourquoi pasdes Sélections avec le Portugal voiremême une vraie place en tant qu’in-ternationale portugaise. Ce seraitquelque chose d’énorme. Et si onveut vraiment aller loin, souhaitez-moi éventuellement une Couped’Europe dans quelques années, ceserait génial (rires). Je veux m’épa-nouir dans le football. J’ai envie dejouer beaucoup d’années au plushaut niveau, jouer des années en D1.Ça va être hyper complique, mais ceserait génial.

Por Daniel Marques

Football féminin

06 mars 2019

Sarah da Cunha : « C’est une fiertépour moi de représenter le Portugal »

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LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

Ter. Comandar.Ostentar.O Evangelho do próximo do-mingo, dia 10, é uma catequeseconstruída com inteligência emtorno de três tentações, sugeri-das pelo Diabo, durante os 40dias em que Jesus jejua e reza nodeserto.Na primeira tentação, o demó-nio instiga-o a utilizar a sua di-vindade para resolver qualquernecessidade material e obter ri-quezas e luxos. A resposta deJesus - «nem só de pão vive ohomem» - sugere-nos que o seu“alimento” (a sua prioridade) éa Palavra de Deus e que o cami-nho da salvação não passa pelaacumulação egoísta de bens.A segunda tentação correspondea um messianismo de poder, dedomínio, de tirania. A resposta deJesus - «ao Senhor teu Deus ado-rarás, só a Ele prestarás culto» -recorda-nos que o poder cor-rompe, escraviza e torna-se facil-mente um ídolo a adorar.A terceira tentação sugere-nosque Jesus poderia ter construídoum caminho de êxito fácil, detriunfalismo, mostrando o seupoder através de gestos espeta-culares e sendo admirado e acla-mado pelas multidões. Jesusresponde: «Não tentarás o Se-nhor teu Deus»! Neste contexto,“tentar” significa manipular osdons de Deus com um fim egoístae interesseiro.Ter. Comandar. Ostentar. Estas (eoutras) tentações fazem parte danossa vida quotidiana. No iníciodesta Quaresma, somos convida-dos a repensar as nossas opçõesde vida e a tomar consciência dosvários “demónios” que nos impe-dem de renascer para a vidanova, para a vida de Deus. A sal-vação não passa pelo egoísmo,mas pela partilha; não passa peloautoritarismo, mas pelo serviço;não passa por manifestações es-petaculares que impressionam asmassas, mas sim, por uma pro-posta de vida plena, apresentadacom simplicidade e amor.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Eglise Notre Dame du Réveil Matin1 bis rue de Buzenval78420 Carrieres-sur-SeineDomingo às 9h30

O franco-português de 30 anos, Da-mien da Silva, tem estado em desta-que na equipa do Rennes nestaépoca 2018/2019. O defesa-central,que chegou livre durante o verão de2018 proveniente do Caen, era umaopção para a defesa, no entantotransformou-se num elemento in-dispensável e num titular indiscutí-vel do Stade Rennais.No Campeonato francês da pri-meira divisão, a Ligue 1, o Rennestem andado no meio da tabelaclassificativa, no entanto noutrascompetições, a equipa da Bretagnetem tido sucesso. Na Taça deFrança, o clube do central Damienda Silva está nas meias-finais e de-fronta o Lyon no início de marçopara um lugar na final, e na Liga Eu-ropa, o Stade Rennais, pela primeiravez na sua história, apurou-se paraos oitavos de final, aliás nestaquinta-feira, dia 7 de março, decorrea primeira mão com a equipa daBretagne a receber os Britânicos doArsenal.Damien da Silva, que já realizou 37jogos nesta época com o Stade Ren-nais e apontou 3 golos, admitiu emdeclarações ao LusoJornal que gos-taria de ter uma oportunidade de re-presentar a Seleção Nacional, eleque se impõe em todos os clubes

onde chega quase ‘subestimado’.

Cada vez que chega num clube épara ser ‘mais’ uma opção, e acabasempre por ser um titular indiscutí-vel, o Damien é sempre subesti-mado?Sinto-me bem nesse papel. Cada vezque chego a um clube, é para ser‘mais’ uma solução, e não para serum titular indiscutível. Eu gosto deestar nessa situação porque consigosubir etapa por etapa e chegar a clu-bes cada vez melhores. Gosto dessesdesafios, isso motiva-me. Gosto de

mostrar que, cada vez que chego aum clube, consigo elevar o meu nívelde jogo. Pouco importa para mim sersubestimado, o mais importantepara mim é no fim provar que tenhoo nível para estar no clube.

No Rennes é um elemento indispen-sável e ganhou mais visibilidade…Com as competições europeias, aequipa tem mais visibilidade e eutambém tenho mais visibilidade, éuma realidade. É o que eu queria.Caen é um clube que respeito muito,e tenho orgulho em ter representado

esse clube, mas não tem a mesmavisibilidade que um clube como oRennes. Queria essa visibilidade, eespero atingir objetivos ainda maisaltos.

Ser convocado para representar aSeleção portuguesa, seria esse osonho ‘mais alto’?Se a oportunidade aparecer, euquero agarrá-la, nunca escondi essavontade, esse sonho. Penso de vezem quando nisso, e acho que nuncaé tarde. José Fonte chegou tarde àSeleção, é um exemplo para mim, eacredito que posso chegar lá. Ele éum grande defesa e muitas pessoasnão entendem porque não foi con-vocado antes. Eu acredito que podeser igual para mim, há muitos joga-dores que chegam ‘tarde’ às Sele-ções. Eu estou a chegar tarde aomais alto nível, mas acredito, epenso, que posso representar a Se-leção portuguesa. Portugal temgrandes jogadores, mas gostaria deter pelo menos uma oportunidadepara mostrar o meu valor, nem queseja uma vez. Posso não conseguirafirmar-me, mas talvez consiga. É umverdadeiro desafio. Eu darei tudo sefor convocado, para estar ao nível daSeleção. Espero merecer um dia essaoportunidade, trabalho para issotodos os dias. Seria um sonho vestira camisola da Seleção nacional.

Por Marco Martins

Lusodescendente quer chegar à Seleção Portuguesa de futebol

A luso-francesa Vanina Guerrilot,com um 38º lugar na prova de sla-lom, e Manuel Ramos, no 55º posto,fecharam a participação de Portu-gal nos mundiais de juniores deesqui alpino, em Val di Fassa, naItália.O Diretor técnico nacional, SérgioFigueiredo, acreditava ser possívelobter melhores resultados, massublinha que ambos os atletaslusos têm apenas 16 anos, muitamargem de progressão, e competi-ram com muitos esquiadores commais quatro anos, que disputaramuma semana antes o Mundial ab-soluto, em Are, Suécia.“Os resultados são os possíveis.Temos de ter em consideração queo nível estava bem elevado e sur-preendeu-me o número elevadode participantes”, disse à Lusa Sér-gio Figueiredo.Vanina Guerillot de Oliveira estavainscrita em quatro disciplinas, masapenas terminou a prova de sla-lom, no 38º lugar, entre 49 atletasque cortaram a meta.No slalom gigante, a portuguesa, aresidir em França, caiu na primeiramanga e também não terminou acompetição de super gigante e decombinado alpino, pelo mesmomotivo.Por seu lado, Manuel Ramos tam-bém caiu no slalom gigante e nãoconcluiu a primeira ronda de qua-lificação.

Na tarde do último dia, no slalom,o covilhanense foi 55º entre 148participantes, depois de ser o an-tepenúltimo a partir, o que o pena-lizou, sublinhou o Diretor técniconacional, explicando que “as con-dições da pista já não são as mes-mas”.Apesar de entender que os resul-tados podiam ter sido melhores,Sérgio Figueiredo destaca a impor-tância de estar presente numaprova na qual é possível ganhar ex-periência e acumular pontos da Fe-deração Internacional de Esqui(FIS) para o apuramento para osJogos Olímpicos de Inverno da Ju-ventude Lausanne2020.

06 mars 2019

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Vanina Guerrilot foi a melhor portuguesano mundial de juniores de esqui alpino

Damien da Silva: « Seria um sonho vestir a camisola da Seleção Nacional »

Fabrizio Malisan

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