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E E D D U U C C A A Ç Ç Ã Ã O O UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO e EDEMILSON JORGE RAMOS BRANDÃO UMA DIFÍCIL ALIANÇA

Informática e Educação: uma difícil aliança

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Este trabalho pretende ser o ínicio de um rico diálogo envolvendo pessoas interessadas e, sobretudo, compromissadas com o problema da introdução de novas tecnologias em Educação.

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EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

e

EDEMILSON JORGE RAMOS BRANDÃO

UMA DIF ÍCIL ALIANÇA

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

Este trabalho pretende ser o

ínicio de um rico diálogo

envolvendo pessoas interessadas

e, sobretudo, compromissadas

com o problema da introdução de

novas tecnologias em Educação.

1995

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"O prevalecer das máquinas me preocupa e me atormenta. É um

movimento que avança como uma tempestade: que se aproxima e atingirá

a todos nós"

(Goethe, J. W. 1828)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 1

1 ............................................................................................................... 5

INFORMÁTICA E SOCIEDADE ........................... ...................................... 5

A caminho da Sociedade Informática ...................................................... 6

A informatização da sociedade: um processo irreversível? ..................... 7

A invasão dos computadores ................................................................ 10

2 .......................................................... 13 INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO ............................ ................................... 13

Questões epistemológicas .................................................................... 14

Início de uma estreita relação ............................................................... 15

O Ensino computadorizado: primeiros passos ...................................... 16

3 .......................................................... 19 O COMPUTADOR CHEGA À ESCOLA ....................... ........................... 19

E agora, que faço com o computador?.................................................. 20

Micro-computadores em sala de aula.................................................... 22

Um computador de vulto humano ......................................................... 23

Exigência de uma nova programação didática ...................................... 24

4 .......................................................... 27 ENTRE A FANTASIA E A REALIDADE .................... .............................. 27

Informática e Educação: uma visão dualística....................................... 28

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ii

Cuidado com as ilusões ........................................................................ 29

A tendência ao monopólio ..................................................................... 30

5 .......................................................... 33 O DOMÍNIO DA TECNOLOGIA ........................... .................................... 33

A preparação do docente ...................................................................... 34

Adequar-se aos novos tempos .............................................................. 34

O difícil caminho para uma alfabetização informática............................ 36

A reciclagem como fator de valorização profissional ............................. 37

CONCLUSÕES ........................................................................................ 41

BIBLIOGRAFIA ...................................... ................................................. 45

QUESTIONÁRIO ..................................................................................... 51

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Introdução

A demanda do uso de instrumentos informáticos está se

expandindo rapidamente a ponto de representar um dos maiores

acontecimentos de nossa época.

Hoje, a difusão de instrumentos informáticos a um número

sempre maior de usuários, assim como gera novas áreas de aplicação e

realimenta o parque tecnológico com produtos cada vez mais variados,

potentes e sofisticados, propicia a rápida difusão de computadores em

importantes segmentos da sociedade graças a grupos interessados em

adaptá-los às suas necessidades, características e interesses.

Em meio a um cenário promissor, que vem se configurando a

partir dos sucessos obtidos com a introdução de computadores em outras

áreas, a escola se apressa em verificar se essa nova presença pode ser

útil em suas atividades diárias, seja como instrumento de comunicação

didática, como gerador de novos conhecimentos e metodologias, como

elemento auxiliar nas atividades docentes e administrativas ou,

simplesmente, como mais uma esperança na tentativa de solucionar

velhas mazelas.

Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, a recíproca

aproximação entre Informática e Educação, que antes parecia um

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processo natural dentro de uma sociedade definida "Pós-industrial"1,

revelou-se bem mais complexa do que poderiam prever os mais

sofisticados projetos de informatização do ensino.

A introdução de computadores nas escolas, antes mesmo de

apresentar os primeiros resultados desejados, coloca em evidência a

necessidade de se refletir sobre uma série de problemas, que vão desde a

preparação dos professores até a falta de recursos para a compra de

equipamentos.

Discutir, portanto, um tema tão em voga e tão fascinante,

envolvendo a polêmica relação entre Informática e Educação, constitui um

estímulo interessante e ao mesmo tempo um evidente perigo: a presença

cada vez maior de computadores nas escolas não deixa de suscitar uma

série de questões para as quais é difícil apresentar respostas plausíveis

dentro dos limites deste trabalho.

Trata-se de agir em ambiente com fronteiras incertas, no interior

do qual estabelecer qualquer estratégia voltada à resolução de problemas

1 Entre o material bibliográfico de maior relevância ao aprofundamento do conceito de Sociedade Pós-

Industrial, além das obras de Bell (1972 e 1973) e Naisbitt (1984), listadas na Bibliografia, consultar

as seguintes obras:

GALBRAITH, J.K. La società opulenta. Milão, Comunità, 1963.

____. Il nouvo stato industriale. Turim, Einaudi, 1968.

____. L'età dell'incertezza. Milão, Mondadori, 1977.

GERSHUNY, J. - ROSENGREN, W.R. After the industrial society. Londres, McMillan, 1978.

TOURINE. A. La società post-industriale. Bolonha, Il Mulino, 1970.

____. La produzione della società. Bolonha, Il Mulino, 1975.

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(ou à apresentação da problemática em seu complexo) vem a ser uma

doce ilusão.

Neste sentido, não é nossa idéia desenvolver um ensaio sobre a

problemática em questão, mas propor uma série de temas com o intuito de

suscitar um amplo espaço de reflexão.

Em outras palavras, uma defesa incondicional do uso de

computadores em ambiente escolar está longe de ser a motivação

principal deste trabalho. Nosso propósito ao escrevê-lo foi lançar um grito

de alarme e, contemporaneamente, outro de esperança, na expectativa de

um desfecho melhor para o que hoje vem sendo considerada uma das

mais difíceis alianças no campo educacional: a relação Informática e

Educação.

Grande parte deste trabalho nasceu de estímulos e intercâmbios

de idéias no contato com amigos e profissionais sensíveis à temática aqui

apresentada. A todos, o meu muito obrigado.

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1

Informática e Sociedade

O processo de informatização da sociedade, principal elemento

propulsor da chamada Revolução Pós-industrial, assume dimensões

globais, transformando-se num fenômeno de extraordinária ressonância

tecnológica e sobretudo, cultural.

Ainda que se encontre em fase embrionária, a Sociedade

Informática oferece infinitas perspectivas de expansão, principalmente se

tiver a escola como sua aliada.

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1.1. A caminho da Sociedade Informática

As transformações que se desenvolvem diante dos nossos olhos,

que para muitos representam um dos mais formidáveis acontecimentos de

nossa história - um processo destinado a imprimir uma nova fisionomia em

vários países, inclusive o Brasil -, constitui um raro momento para se

refletir sobre a configuração da atual ordem social.

A intensidade e abrangência com que as novas tecnologias

informáticas se "cristalizam", nos diversos segmentos sociais, induzem

numerosos pesquisadores a considerar a proliferação de computadores (e

de toda uma postura baseada na cultura informática) como pressuposto

para a identificação de um novo modelo de sociedade, definida como

Informática ou Pós-industrial.

Em 1984, Naisbitt destaca a passagem da Sociedade Industrial

para a Sociedade Pós-industrial como a primeira de uma série de dez

mega-tendências descritas em "Megatrends: Le dieci nuove tendenze che

trasformeranno la nostra vita"2. Mas é Bell, em 1973, o primeiro realmente

2 As demais mega-tendências descritas por Naisbitt em seu livro são:

1) a tecnologia de "alta sensitividade", isto é, "como resposta humana de reequilíbrio";

2) protagonismo da economia mundial em prejuízo da nacional;

3) a planificação da sociedade a longo prazo;

4) a descentralização;

5) self-help em contraposição à ajuda institucionalizada;

6) a democracia participativa em lugar da representativa;

7) network em substituição à estrutura hierárquica;

8) deslocamento de interesses Norte-Sul, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos;

9) as opiniões múltiplas, em prejuízo das dicotômicas.

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a definir Sociedade Pós-industrial, com bases em análises comparativas

entre Sociedade Pré-industrial, Industrial e Pós-industrial. (ver tabela 1)

No esquema desenvolvido por Bell, a Sociedade Pós-industrial

define seus contornos pela primazia de atividades ligadas ao setor terciário

e pela valorização da informatização como elemento propulsor de

mudanças na sociedade, assim como a força bruta e a energia tornaram-

se fundamentais na definição dos modelos de sociedade anteriores.

A Sociedade Pós-industrial assume, portanto, conotações não

apenas de um ambiente transformado pela tecnologia mas também pelo

Processing de informações, pelo papel estratégico do conhecimento

teórico na definição de novas formas de saber, pela ênfase atribuída às

atividades ligadas à Educação, à formação profissional e à pesquisa em

geral.

1.2. A informatização da sociedade: um

processo irreversível?

A forma como vem se processando a inserção de instrumentos

informáticos em nossas atividades cotidianas induz-nos a pensar que a

frase "O futuro está na Informática" não representa apenas um simples

slogan publicitário, mas a constatação objetiva de uma realidade em

contínua evolução.

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TABELA 1: Sociedade Pré-industrial, Industrial e Pós-industrial

PERÍODO PRÉ-INDUSTRIAL INDUSTRIAL PÓS-INDUSTRIAL

Modo de produção Estratificação Fabricação Elaboração e serviços

Setores econômicos Primário: agricultura,

pesca, extrativismo

vegetal, extrativismo

mineral

Secundário: produção de

bens duráveis e não

duráveis, construção

Terciário: transportes,

utilidade pública,

finanças, comércio,

agência de seguros,

gestão imobiliária, tempo

livre, educação,

atividades

governamentais

Elemento de

transformação

Energia natural (vento,

água, energia natural)

Energia produzida

(eletricidade, petróleo,

energia nuclear)

Informação (computador

e sistemas de

transmissão de dados)

Recurso estratégico Matéria-prima Capital financeiro Conhecimento

Tecnologia Trabalho humano Uso de máquinas Tecnologia intelectual

Tipos de profissionais Agricultor, artesão,

trabalhadores manuais

Engenheiro, técnico

especializado

Cientistas, profissionais

liberais, técnicos

Metodologia Senso comum,

"tentativas e erros"

Empirismo,

experimentação

Teoria abstrata, modelos,

simulação, teoria das

decisões, análise de

sistemas

Perspectiva temporal Orientação ao passado Adaptação ad hoc,

experimentação

Orientação ao futuro,

previsão, programação

Design Luta contra a natureza Luta contra a natureza já

transformada

Desafio entre pessoas

Princípio

organizacional

Tradicionalismo Desenvolvimento

econômico

Codificação do

conhecimento teórico

(Fonte: BELL, D. The coming of post-industrial society. a venture in social forecasting. New

York, Basic Book, 1993.)

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Anos atrás, poucos poderiam imaginar que este novo modo de

gerar, coletar, transmitir, elaborar e divulgar informações pudesse assumir

importância e dimensão cada vez mais crescente em vários setores da

sociedade moderna: da Economia à Política, da Saúde à Educação, etc.

Não é necessário muito para se constatar que a Informática, em

qualquer ambiente, apresenta-se como um dos mais potentes "agentes

fertilizantes" de mudanças e de modernização interna.

Os motivos pelos quais esse fenômeno torna-se nitidamente

observável, mesmo em países como o Brasil, parecem residir não somente

na elevada ênfase que atualmente se dá à aquisição de elementos

materiais e de conteúdos de base informática ou na facilidade e rapidez

com que a Informática se estende a outras áreas de aplicação, mas,

sobretudo, nas inter-relações que daí emergem, como resultado de um

acelerado processo de transformação.

Nunca antes se verificou na história da humanidade um

fenômeno com tanta ressonância e consistência tal qual a difusão de

computadores na sociedade civil.

Em cada ambiente, a sua ausência é expressão de atraso. Uma

pessoa que não possui um conhecimento básico sobre Informática é vista

como sendo subdesenvolvida, um indivíduo marginalizado quer social quer

profissionalmente. Quem o possui, por outro lado, parece predisposto a

enfrentar com tranqüilidade qualquer situação.

Isto porque nenhuma revolução apresentou um poder de impacto

social similar aquele que o desenvolvimento e a difusão maciça de

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computadores promovem. Não existe praticamente um dia sem que

setores de governo, entidades científico-culturais, órgãos de imprensa, etc.

não organizem ou promovam encontros destinados à discussão de temas

ligados à informatização da sociedade, o que cada vez mais solicita a

atenção de todos para a urgência de se assegurar uma participação ativa

em tal processo.

No entanto, encantados com o futuro promissor que a Informática

anuncia, poucos percebem que a nova sociedade que se configura reduz

sensivelmente os espaços destinados à discussão entre o sim e o não de

sua conveniência, na medida em que fomenta, predominantemente,

interesses voltados às diferentes formas por meio das quais é possível

participar de tal processo de informatização.

1.3. A invasão dos computadores

A forte penetração de elementos provenientes da pesquisa

informática em importantes segmentos da sociedade revoluciona formas

tradicionais de equilíbrio, não tanto por serem tecnologias produtivas mas

por serem tecnologias organizacionais, que uma vez implementadas

mudam as modalidades de comunicação entre pessoas, os modos de

aprendizagem, as relações no interior de organizações, a interação com o

ambiente externo, etc.

A mudança de significado da Informática de um para outro

aspecto, isto é, de inovação tecnológica para inovação social não se

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explica unicamente pela pura e simples presença física de descobertas e

equipamentos sofisticados em vários segmentos da sociedade.

O novo paradigma interpretativo, que deslocou grupos de

interesse unicamente voltados à reflexão sobre a tecnologia para a

reflexão sobre a sociedade, tomou forma porque aos poucos se percebeu

que a atenção quase absoluta dispensada à dimensão tecnológica se

manifestava inadequada à compreensão do fenômeno Informática.

Enfocar apenas fatores intimamente ligados à tecnologia significa

apresentar uma visão reducionista de tudo aquilo que representa a

Informática hoje, uma vez que os reflexos mais importantes destes poucos

anos de sua história não parecem residir somente nos enormes avanços

tecnológicos, mas também nos efeitos que este take-off provocou e

continuará provocando em setores inicialmente considerados "estranhos" à

expansão da Sociedade Informática.

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Informática e Educação

A Informática se apresenta como um dos mais interessantes

parceiros em alianças que envolvem desde atividades ligadas ao setor

industrial até iniciativas de formação e ensino em geral.

A relação cada vez mais íntima entre Informática e Educação

significa, por um lado, que a difusão, em larga escala, de computadores

em setores estratégicos da sociedade impõe uma radical mudança na

formação de novas competências. Por outro lado, significa que a

Informática e, particularmente, o computador, seu maior intérprete,

possuem um indubitável valor na construção de uma nova sociedade.

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2.1. Questões epistemológicas

Falar de Informática, hoje, significa, quase exclusivamente

abordar temas ligados a computadores, redes telemáticas, sistemas de

automação, etc. Mas o significado deste termo, cuja origem provém do

francês (information automatique), é bem mais abrangente do que lhe é

normalmente atribuído.

Informática é um fenômeno que atinge vários níveis de

interpretação e portanto não se resume a um simples ato de automação.

Atualmente, o conceito de Informática se aplica a uma complexa

realidade feita de modelos físicos, tecnológicos e sociais voltados à

reformulação da sociedade, tanto a nível de suas estruturas lógicas quanto

a nível da reestruturação do conhecimento acumulado em suas diferentes

áreas de aplicação.

Isto significa que coletar, elaborar e difundir informações, por

meio de instrumentos automáticos, são procedimentos que devem ser

compreendidos em maior profundidade, uma vez que denotam processos

mais amplos, que transformam a comunicação entre os homens,

modificam as estruturas e os processos produtivos, os métodos de

trabalho, as organizações sociais e as próprias modalidades de aquisição

do saber.

Enquanto parceiro de uma estreita aliança com a Educação, a

Informática pode também ser interpretada como:

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a) Um fenômeno social, cuja presença transforma (em alguns

casos, radicalmente) a vida de indivíduos, grupos e

comunidades inteiras;

b) Um amplificador intelectual, baseado em métodos de análise

e linguagens simbólicas que promovem uma nova

representação do conhecimento e, portanto, uma nova

interpretação de problemas que envolvem atividades

cognitivas;

c) Uma fonte de recursos instrumentais, em condições de

enfrentar e equacionar questões de natureza diversas, desde

que utilizados de modo adequado e coerente com os

objetivos que se desejam alcançar.

2.2. Início de uma estreita relação

A descoberta de uma possível relação entre Informática e

Educação, que historicamente tem seu início na segunda metade dos anos

70, com o lançamento no mercado dos primeiros micro-computadores,

passa a ser rapidamente compartilhada por várias escolas em diferentes

países.

Uma vez superados obstáculos anteriores relativos, entre outros,

aos altos custos do hardware e às dificuldades de comunicação homem-

máquina (graças aos crescentes avanços na Micro-Eletrônica e ao

frenético desenvolvimento do software), e uma vez ainda, atenuadas

barreiras psicológicas e culturais (na medida em que começam a ser

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evidenciados os primeiros resultados positivos da introdução dessa

tecnologia na investigação científica e em setores ligados à produção), a

Informática consegue ultrapassar os limites dos sofisticados laboratórios

de pesquisa e dos grandes pólos industriais, conquistando novas e

diversificadas áreas de aplicação, entre elas a do ensino.

Hoje, não só através dos meios de comunicação de massa, é

possível observar uma presença cada vez mais significativa de

computadores em vários contextos educacionais, até mesmo em escolas

com currículos não especializados em áreas tecnológicas, instituições de

ensino de primeiro e segundo graus (públicas e particulares) e unidades

escolares localizadas em zonas periféricas.

Uma tendência que surge, progressivamente, para satisfazer

tanto exigências de caráter didático-pedagógico quanto condições técnico-

financeiras de diversas realidades educacionais. Um processo baseado,

sobretudo, na reestruturação de velhos valores e no reexame de inúmeras

práticas que transformam a ação educativa em atividade fortemente

interativa, e não em mera apresentação de conteúdos. Um fenômeno cujos

efeitos assumem proporções e relevo difíceis de serem imaginados.

2.3. O Ensino computadorizado: primeiros

passos

A introdução de computadores na Educação é um processo que

se encontra em fase ainda incipiente e instável, razão pela qual realizar

previsões ou delinear, em longo prazo, um possível quadro exploratório

constitui tarefa bastante delicada.

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Talvez, porém, fosse oportuno recordar que no passado algumas

inovações tecnológicas foram apresentadas como verdadeira panacéia

para os problemas da Educação.

Quem não se recorda da grande ênfase atribuída ao cinema, no

início do século, ou à TV educativa nos anos 70? - a previsão de que em

poucos anos grande parte do currículo escolar seria controlada por

intermédio destes instrumentos não se concretizou plenamente. na

realidade, hoje se observa que esses meios assumem um papel um tanto

marginal nas escolas, muito embora o filme e os programas educativos

criados para televisão sejam fundamentais em específicas situações de

ensino.

Provavelmente com o computador e toda "filosofia" que o

acompanha o futuro será diferente, seja pelo fato de que as tecnologias

informáticas promovem transformações substanciais, que vão além

daquelas propostas no âmbito das atividades didático-pedagógicas, seja

porque estamos nos movendo inevitavelmente em direção a uma

sociedade caracterizada por um elevado grau de informatização de todos

os seus segmentos.

Em Educação, o computador, especialmente na versão personal,

se apresenta, hoje, como um objeto tecnológico e cultural inteiramente

novo e em contínua evolução. Entretanto, os efeitos e as potencialidades

futuras dessa interação parecem cada vez mais condicionados não

somente ao rumo que tomará o processo tecnológico mas sobretudo ao

"domínio" que a escola terá desta tecnologia.

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3

O computador chega à Escola

À Informática, enquanto instrumento promotor de mudanças, é

delegada particular relevância na medida em que coloca à disposição da

sociedade recursos aplicáveis a diversas áreas.

Disponíveis ao processo ensino-aprendizagem, existem

atualmente muitos instrumentos que podem tornar o trabalho do professor

mais fácil, mais eficiente e mais produtivo em relação aos objetivos que se

espera alcançar. O computador, sobretudo na versão portátil, é

seguramente um desses.

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3.1. E agora, que faço com o computador?

O computador, enquanto "máquina universal", se apresenta como

um instrumento com finalidades variadas. Uma máquina predisposta a

resolver qualquer tipo de problema, desde que susceptível de solução

algorítmica e traduzível sob forma de software.

E graças ao promissor desenvolvimento da pesquisa de software,

os serviços e as vantagens que a Informática pode oferecer à Educação

não apenas estão fora de discussão como também vão muito além do que

uma visão mais otimista possa imaginar.

Com efeito, a particular flexibilidade ou universalidade do

computador é uma característica que amplia quase ilimitadamente as suas

possibilidades aplicativas, em se tratando de elaboração de dados e

informações.

Atualmente, as funções principais atribuídas aos computadores

não se limitam à simples execução de cálculos aritméticos, mas abrangem

funções bastante heterogêneas: memorização e catalogação de

informações não numéricas, extração e ordenação de grandes

quantidades de dados, transmissão de informações, completa automação

de processos, etc.

Diante de tantas possibilidades de respostas que o computador

oferece, o drama que aflige grande parte dos novos usuários desse

instrumento é saber que tipo de questões lhe endereçar e através de quais

procedimentos é possível equacionar tais questões.

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21

E é exatamente esta a fonte principal das desilusões de alguns

professores que, na ocasião de seu primeiro contato com o computador -

após seguirem atentamente as instruções presentes do manual de

instalação - tomam consciência imediata de que é necessário algo mais do

que tudo funcione "às mil maravilhas", conforme os anúncios publicitários.

Eis então que surge, inevitavelmente, uma grande interrogação: E agora,

que faço com o computador?

Percebe-se, então, que talvez teria sido mais oportuno, antes da

aquisição do computador, obter maiores informações sobre as suas

possibilidades aplicativas e, sobretudo, no que concerne às necessidades

reais de seu uso.

Muito difundida entre professores é a crença de que a introdução

da Informática na Escola começa a partir da aquisição do hardware.

Porém, a realidade nos ensina que mesmo equipamentos

potentes como o computador, se colocados em uma situação de ensino-

aprendizagem sem a devida preparação dos recursos humanos

envolvidos, sem que sejam estabelecidos objetivos educacionais bem

definidos e sem que sejam elaborados materiais didáticos adequados a

uma integração natural ao currículo escolar, correm o risco de se

transformarem em sofisticadas peças de decoração, entre tantas que a

escola atualmente possui.

Em muitos casos, a introdução desses equipamentos, sem uma

prévia reflexão sobre por que, como e para que utilizá-los provoca o

abandono do computador (o micro, que a publicidade evidenciava

exatamente por suas aplicações ilimitadas), a sua utilização como simples

máquina de escrever ou, o que é mais grave, como video-games, uma vez

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que word-processor e jogos são categorias de programas de fácil acesso e

intuitiva manipulação através do teclado (e, no caso específico dos jogos,

através de joystick e mouse).

A presença de computadores nas escolas, mesmo constituindo-

se em uma iniciativa importante, não representa a principal estratégia que

condiciona a participação da Informática na Educação.

Portanto, a preocupação maior de profissionais envolvidos em

programas de informatização do ensino é a sua gestão interna: como

projetar a sua introdução, programar o seu desenvolvimento e,

principalmente, controlar os seus resultados de modo congruente com as

características e os objetivos fundamentais da Educação.

3.2. Micro-computadores em sala de aula

Quando se discute a introdução de computadores na Educação

emergem, freqüentemente, perguntas sobre qual seria a utilidade de tais

instrumentos nas atividades escolares.

Cada resposta unívoca a este propósito parece livre de

fundamento, uma vez que as aplicações deste tipo de instrumento no

campo educativo são várias: dependem, entre outras coisas, do contexto

no qual se opera, da capacidade criativa do professor, do software

disponível e, sobretudo, dos objetivos que se desejam alcançar.

Em outras palavras, decidir em quais atividades utilizar

instrumentos informáticos é uma tarefa que se situa entre projetar o

computador na escola e repensar as finalidades, objetivos e os conteúdos

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propostos pela escola através de uma nova ótica, definida a partir da

presença maciça de computadores em sala de aula e seus reflexos em

relação à programação didático-pedagógica.

3.3. Um computador de vulto humano

O debate sobre o emprego de instrumentos informáticos nas

diversas áreas disciplinares vem, inevitavelmente, ao encontro de

problemáticas mais amplas, ligadas a questões epistemológicas que

norteiam a Informática Aplicada, seu papel social e sua articulação

didática.

Como recurso instrumental, as experiências didáticas

demonstram que o computador pode ser introduzido em praticamente

todas as áreas do currículo escolar e em qualquer momento do processo

ensino-aprendizagem desde que adequadamente programado.

É interessante salientar, porém, que alguns assuntos se prestam

muito bem ao ensino informatizado. Outros, ao contrário, não. Matérias

que envolvem muitos detalhes ou fatos de rotinas, temas com

procedimentos lógicos padronizados, etc, são naturais objetos de interesse

daqueles que produzem software para a escola. Seria muito difícil, por

exemplo, ensinar Filosofia por meio do computador, embora neste caso tal

instrumento possa ser de grande ajuda ao professor.

Contudo, o maior potencial das inovações metodológicas e de

conteúdo oferecido pela Informática provavelmente possa ser melhor

observada no futuro, no âmbito das disciplinas humanísticas, uma vez que

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nesse ambiente ainda não existe uma grande tradição Informática.

Naturalmente, muita criatividade, projetos ambiciosos e análises

experimentais constantes serão necessárias para desenvolvê-la.

Embora o emprego de instrumentos informáticos, na prática, seja

observado predominantemente em atividades voltadas à área científico-

tecnológica, isto não significa que a Informática deva ser objeto exclusivo

de disciplinas para especialistas, mesmo porque, neste caso se correria o

risco de condená-la à esterilidade.

3.4. Exigência de uma nova programação didática

A descoberta das potencialidades do computador no campo

escolar deve sempre ser considerada em relação à sua aplicação a um

campo específico de atividade.

À primeira vista, as vantagens e limitações originárias da

utilização do computador em Educação estão vinculadas apenas à forma

como o mesmo é utilizado.

Verificar onde é possível utilizar o computador e como usá-lo,

elaborar programas buscando soluções, criar jogos didáticos, divertir-se

em atividades criativas, explorar a composição da máquina ou utilizar o

computador para fins diversos certamente não são indicadores de falta de

criatividade.

A experiência didática nos ensina que o computador pode

revelar-se instrumento precioso, se não insubstituível, somente onde for

aplicado como solução de problemas concretos: somente o conhecimento

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dos problemas reais poderá consentir aplicações mais adequadas do

computador no âmbito das atividades escolares. Somente a aplicação do

computador ao exato problema consentirá a sua plena explicitação e o

funcionamento das suas específicas potencialidades. E se o uso da

máquina pode ser proposto de tantos modos, é somente do conhecimento

do tipo de problema a ser enfrentado que depende a decisão de como

utilizá-la corretamente.

É fora de discussão o grande interesse que os instrumentos

informáticos podem ter no aprofundamento de diversas disciplinas, quando

se utiliza o computador na pesquisa envolvendo volumosos bancos de

dados, em atividades de tipo word-processing, em elaborações de

planilhas e gráficos ou na resolução de específicos problemas diretamente

relacionados ao processo de ensino.

Mesmo com muitos limites, aprender ou simplesmente trabalhar

com computador pode ser uma experiência muito agradável, tanto para

professores quanto para alunos, em virtude dos particulares serviços que

tais instrumentos oferecem: tornar viável a execução de uma certa rotina

humanamente impossível de ser realizada ou simplesmente tornar

interessante um argumento e permitir o seu desenvolvimento em um

intervalo de tempo bastante reduzido (algo dificilmente realizável através

de meios tradicionais).

O problema que se apresenta para a maioria dos professores,

que durante o curso de formação não teve nenhuma experiência com

computador e tampouco o utiliza nas atividades que desenvolve, é,

portanto, entender como o computador pode ser útil na sua vida e saber

orientar-se na escolha responsável de seu uso.

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4

Entre a fantasia e a realidade

Em torno da Informática criou-se uma interseção polêmica entre

mito e realidade, ciência e especulação, desejos e temores que reflete não

apenas o difícil equilíbrio entre o real e o imaginário ou formas de opiniões

antagônicas, mas o dualismo sempre existente quando se analisa a

introdução de novas tecnologias em Educação: de um lado, a renúncia, a

desconfiança, o pessimismo, ou a atitude de servir-se do meio unicamente

como instrumento acessório e subutilizado; de outro lado, a paixão, o

entusiasmo, a esperança, a tendência de reinterpretar repentinamente os

problemas estruturais da escola com base em correlações, onde a

tecnologia assume o papel de variável independente.

Page 36: Informática e Educação: uma difícil aliança

28

4.1. Informática e Educação: uma visão dualística

A relação Informática e Educação vem provocando uma série de

discussões e debates que contrapõem grupos simpatizantes do ingresso

de computadores em atividades educativas, de um lado, e grupos de

opositores do outro.

Um conflito de idéias que, se analisado em detalhes, evidenciaria

provavelmente comportamentos, formas de representação e opiniões

dispostos em um intervalo que vai de uma visão tragicamente negativa (ou

apocalíptica) a uma visão radicalmente positiva (ou interativa) do meio

informático.

Mas, se a presença de grupos que tendem a negar ou a sub-

utilizar instrumentos informáticos pode comportar alguns desperdícios de

recursos, tendências contrárias de louvor e paixão não são menos perigos:

não tomar nenhuma decisão sem antes ter consultado o computador pode

ser tão nocivo quanto prosseguir com obstinação ao longo da tradição que

sustenta o primado absoluto e incontestável do homem em qualquer tipo

de atividade.

As percepções e a postura de quem se confronta com o

computador traduzem, muitas vezes, as esperanças e o medo íntimo dos

professores ante um novo cenário tecnológico, assim como colocam em

evidência a presença de fortes mitos que de certa forma podem

comprometer qualquer tentativa de interpretação séria sobre as

verdadeiras contribuições da Informática no processo educativo.

Page 37: Informática e Educação: uma difícil aliança

29

O conhecimento das posturas e das percepções reinantes no

confronto com o computador é, portanto, um conhecimento estratégico na

medida em que somente a partir de um estudo desta natureza, é possível,

por exemplo, estabelecer programas educativos capazes de preencher

lacunas cognitivas, resolver equívocos, desmistificar o meio, corrigir e

endereçar a própria tecnologia.

4.2. Cuidado com as ilusões

A existência de inúmeros pontos interrogativos quanto à presença

de computadores nas escolas vem dando margem a especulações e a

conclusões precipitadas que produzem apenas imaginário tecnológico, ao

invés de conhecimento científico sobre a verdadeira contribuição da

Informática à Educação.

Enfrentar o problema com menos emotividade e mais realismo

significa, acima de tudo, reconhecer que o verdadeiro papel da Informática

não está nas respostas que instrumentos como o computador nos pode

oferecer, mas na forma como configuramos uma situação de problem

solving. Significa também aceitar o fato de que o computador, embora

sendo um instrumento extremamente versátil e potente, mesmo que seja

inserido maciçamente em todos os níveis de ensino, sua presença por si

só não garante que os problemas cruciais do sistema escolar,

automaticamente, desaparecerão.

Os efeitos de uma ação didática, por exemplo, dependem de uma

série de fatores e do equilíbrio de um sofisticado sistema, onde qualquer

Page 38: Informática e Educação: uma difícil aliança

30

novo elemento inserido, mesmo o computador, é considerado apenas

como um elo.

Sozinho, o computador não pode resolver todos os problemas

antigos e complexos que norteiam o processo ensino-aprendizagem, mas

pode ser um elemento importante na reestruturação da Educação escolar,

para a qual é oportuno que sejam canalizados os resultados da pesquisa

didática, as experiências de professores e os recursos oferecidos pelo

computador.

4.3. A tendência ao monopólio

O abandono de formas e instrumentos tradicionais ainda válidos

para a ação didática é uma prática muito observável quando se analisa a

introdução de novas tecnologias em Educação.

No caso específico do computador, este fato assume dimensões

mais alarmantes, se considerarmos que o notável fascínio e a

potencialidade desse instrumento pode esconder os limites que o mesmo

apresenta em relação ao processo educativo.

A nova missão que é solicitada aos professores não é saber

utilizar única e exclusivamente meios informáticos em suas atividades,

mas reconhecer que a presença de computadores em Educação só é

válida enquanto elemento instrumental à consecução dos verdadeiros

objetivos educacionais que (neste caso) dependem da participação de

estratégias integradas.

Page 39: Informática e Educação: uma difícil aliança

31

Falsas esperanças na inserção de equipamentos cada vez mais

potentes e sofisticados em Educação faz-nos sentir quase no dever de

exigir do computador resultados precisos, visíveis e imediatos. Mas, uma

vez analisada a maior parte das experiências estrangeiras, não devemos

criar grandes ilusões: em geral, os resultados, que a pedagogia

"tradicional" não consegue obter, parecem não ser melhores através de

tecnologias sofisticadas.

A Informática, de modo geral, e o computador, em particular, só

serão instrumentos válidos de inovação se quem os utiliza consegue

inseri-los em um processo educativo no qual sejam claros os objetivos, a

metodologia e as modalidades de avaliação utilizada.

É necessário, portanto, melhorar a capacidade de agir dos

professores e adequando-a à evolução dos métodos e processos que

elaboram dados e informações, utilizando como recurso as possibilidades

e os instrumentos oferecidos pela tecnologia informática.

Somente através de uma reflexão sistemática sobre o real papel

do computador na dinâmica do processo educativo e sobre as medidas a

adotar para assegurar uma participação ativa neste processo é possível

minimizar as enormes confusões criadas por incertezas que não fazem

senão aumentar os riscos de insucessos e de frustrações, uma vez que a

velocidade das mudanças em curso impõe uma notável clareza de idéias.

Page 40: Informática e Educação: uma difícil aliança
Page 41: Informática e Educação: uma difícil aliança

5

O domínio da tecnologia

Nos últimos anos, os professores sentem cada vez mais forte a

necessidade de se aproximarem da Informática, não apenas com o

objetivo específico de assegurar uma refinada atualização profissional mas

também na tentativa de "dominar" o computador enquanto instrumento

propulsor de métodos e ações didáticas, fonte de novos e sofisticados

conhecimentos, símbolo de maior status na Sociedade Pós-industrial.

Page 42: Informática e Educação: uma difícil aliança

34

5.1. A preparação do docente

A preparação do docente é uma questão crucial, à qual deve ser

dedicada atenção particular e sobre a qual é necessário investir muito,

antes mesmo de investir na compra de equipamentos.

Todavia, dizer que a formação informática dos professores é

privilegiada não basta: é importante que se resguardem também aspectos

ligados à dimensão pedagógica e não apenas os tecnológica daquilo que

se poderia culminar com a redefinição de um novo perfil do professor.

Formar antes de fornecer tecnologia e não formar somente sobre

a tecnologia, mas sobre a gestão do processo ensino-aprendizagem, sobre

as diversas modalidades de comunicação didática, sobre a organização

das atividades do docente, sobre o papel do meio ainda é uma boa

estratégia para uma plena inserção no mundo dos computadores.

5.2. Adequar-se aos novos tempos

Como fenômeno de caráter revolucionário, a Informática incide

sobre formas "tradicionais" de expressão e de organização do trabalho,

porque representa um conjunto de inovações suficientes para mudar as

modalidades de comunicação entre as pessoas, o modo de aprendizagem,

as relações no interior de organizações e a interação com o ambiente

externo.

Page 43: Informática e Educação: uma difícil aliança

35

Com base nessa premissa, o professor que, através de cursos de

introdução à Informática, entra em contato pela primeira vez com o

computador será tentado a introduzi-lo em suas atividades diárias, seja

como instrumento de apoio didático, como fonte de novos conhecimentos,

seja como "ferramenta" para realização de trabalhos de rotina (redação de

material didático, correção de provas, elaboração estatística de dados,

etc).

Por outro lado, o professor que decide (ou é levado) a utilizar o

computador dentro ou fora da sala de aula, certamente sentirá a

necessidade de uma maior formação ou reciclagem na área de

Informática, quer seja através de cursos promovidos pela instituição a qual

pertence, quer seja por iniciativa própria.

Trata-se de uma relação estreita entre reciclagem e inovação

didática, onde a ausência do primeiro elemento provoca um aumento

simplesmente quantitativo na produção docente, do mesmo modo que a

ausência do segundo elemento termina por transformar cursos de

aperfeiçoamento em instrumentos de legitimação e perpetuação de uma

política de reciclagem profissional meramente burocrática, em função da

qual são destinados grandes recursos no planejamento e na realização de

cursos "relâmpagos", que na maioria das vezes não trazem resultados

relevantes, mesmo porque não são previstas (ou não se desejava obter)

mudanças na práxis didática e no modo de pensar a Educação.

Page 44: Informática e Educação: uma difícil aliança

36

5.3. O difícil caminho para uma alfabetização infor tica

A maior parte dos cursos de Introdução à Informática foi

estruturados inicialmente no sentido de oferecer alguns conhecimentos

básicos sobre a estrutura de um computador, sobre comandos e

linguagem de programação, bem como uma breve exercitação em um

determinado programa aplicativo nas categorias de maior difusão

comercial (word-processor, data-base, planilha eletrônica, etc). Isto tudo,

geralmente, desvinculado de uma realidade didaticamente significativa.

Hoje, com a disponibilidade de instrumentos mais potentes e com

os crescentes investimentos na produção de software, o interesse se

orienta sobretudo em direção a outros aspectos do tratamento de dados.

Evidentemente, conhecimentos básicos da máquina e o

adestramento em específicos comandos e linguagens de programação,

dentro de um esquema de formação integrada, são necessários (e em

alguns casos, são fundamentais para o êxito de qualquer programa de

informatização do ensino), mas não suficientes para fazer com que o

professor possa realmente usufruir todas as potencialidades deste

instrumento em suas atividades.

A preocupação exagerada com aspectos ligados, por exemplo, ao

ensino de linguagens de programação rígidas começa a ser questionado

na medida em que os novos usuários descobrem que a grande vantagem

da Micro-informática é exatamente a disponibilidade de poder contar com

programas didáticos e aplicativos já prontos.

Page 45: Informática e Educação: uma difícil aliança

37

Mas o aspecto crucial, que parece não vem sendo levado em

consideração na elaboração de cursos de Introdução à Informática

atualmente oferecidos aos professores é que utilizar tecnologias

informáticas em Educação não significa unicamente adquirir novos

conhecimentos ou habilidades, mas sobretudo modificar esquemas

mentais e métodos de trabalho que em um adulto são fortemente

consolidados.

Assim sendo, talvez o recurso à reciclagem pudesse assumir um

maior significado em termos de melhoria das atividades didático-

pedagógicas se os cursos de Iniciação Informática fossem articulados de

modo a elevar a postura dos professores diante do computador,

adequando-se às expectativas de desenvolvimento profissional,

promovendo inúmeras oportunidades para uma maior valorização e

satisfação no trabalho.

Em outras palavras, não basta introduzir o professor nos

conceitos básicos de Informática, já que a verdadeira assimilação da

tecnologia depende da continuidade de sua aplicação e requer reciclagem

permanente.

5.4. A reciclagem como fator de valorização

O acesso a centros de formação e reciclagem na área de

Informática pode representar um fator importante na valorização

profissional somente quando a reciclagem é entendida como um momento

no qual o professor procura obter todos os elementos necessários para lhe

Page 46: Informática e Educação: uma difícil aliança

38

assegurar uma participação ativa no processo de informatização de suas

atividades.

Mas, se a reciclagem é realizada apenas para dar uma resposta

às pressões externas que praticamente obrigam o professor a freqüentar

cursos de Introdução à Informática (sob pena de ser considerado um

profissional de segunda categoria), não levando em consideração os

objetivos e conteúdos que tais cursos deveriam promover, pode se revelar

um grande fracasso, dado que uma participação ativa no mundo

informático significa adquirir competências e habilidades complementares,

mas significa, acima de tudo, vencer barreiras psicológicas de resistências

e preconceito em relação à inovação, representada, neste caso, pela

inserção do computador no dia-a-dia de sala de aula.

Além dos conhecimentos necessários a uma utilização operativa

das diversas estratégias de emprego do computador em atividades

didático-pedagógicas, os cursos de iniciação à Informática no âmbito

escolar poderiam representar um válido momento para a utilização crítica

do instrumento se promovessem mecanismos para que os professores

desenvolvessem capacidades ligadas:

a) à análise dos próprios métodos de ensino a partir, também,

das potencialidades oferecidas pela Informática e pelo uso

do computador;

b) à avaliação das vantagens e limites existentes quando se

trata um argumento no computador;

c) ao exame dos efeitos da nova postura e das novas

tecnologias no ensino e na motivação dos estudantes;

Page 47: Informática e Educação: uma difícil aliança

39

d) à utilização crítica de programas de manipulação de

informação (data-base, word-processor, etc.) para facilitar

suas atividades diárias e desenvolver, nos estudantes,

habilidade específicas de pesquisa, de classificação e de

comunicação de dados.

Page 48: Informática e Educação: uma difícil aliança
Page 49: Informática e Educação: uma difícil aliança

Conclusões

Das reflexões apresentadas nos capítulos anteriores, podemos

extrair algumas considerações conclusivas, que acreditamos seja oportuno

destacar nesta fase do nosso trabalho.

a) A presença maciça de instrumentos informáticos na sociedade

civil representa uma realidade facilmente observável também no Brasil,

onde a demanda do uso de computadores, em muitos casos, parece se

justificar nas enormes promessas de mudanças que tais instrumentos

propõem à sociedade brasileira.

Todavia, não devemos esquecer que a Informática não é senão

um recurso instrumental à nossa disposição e, como tal, para podermos

usufruir plenamente de suas capacidades inovadoras devemos conhecer

suas potencialidades, assim como seus limites, além de sermos

conscientes das conseqüências de seus usos e eventuais abusos.

b) Como base da introdução de computadores na escola existe,

provavelmente, a ilusão de restituir uma eficiência a um sistema de ensino

já bastante abalado nestes últimos anos.

O acesso a instrumentos informáticos, que a cada dia se torna

mais necessário (e menos oneroso), não é suficiente para resolver todos

Page 50: Informática e Educação: uma difícil aliança

42

os problemas da Educação, que para serem equacionados necessitam de

diversas "contribuições", inclusive informáticas.

c) O binômio Informática e Educação implica uma rara ocasião

para se refletir, não somente sobre as metodologias didático-pedagógicas,

mas também sobre o novo papel do professor diante das atuais exigências

de programação impostas pela presença maciça de computadores em

salas de aula.

É necessário dar prioridade absoluta à formação docente, não

tanto no sentido de fornecer aos professores um conhecimento mínimo

sobre Informática, e mais precisamente sobre Computação. É necessário,

também, e sobretudo, fornecer bases para o seu uso crítico, de modo a

garantir que a inserção de instrumentos informáticos no processo

educativo ocorra com plena consciência da sua viabilidade, validade e

oportunidade no processo ensino-aprendizagem.

d) É talvez supérfluo salientar que para obter um maior

aproveitamento de instrumentos informáticos no âmbito educativo não é

suficiente apenas prever a utilização dos recursos hardware e software e

se manter atualizado com as últimas novidades do mercado. Na melhor

das hipóteses, tal procedimento pode apenas garantir a aquisição de

algumas habilidades técnicas e modelos conceituais novos.

O verdadeiro enriquecimento das atividades didáticas se obtém

através da utilização de recursos informáticos em uma lógica aceitável e

em uma precisa direção correspondente à escala de valores, de fins e de

objetivos os quais devem ser perseguidos pela Educação.

Page 51: Informática e Educação: uma difícil aliança

43

e) A Informática, na figura de seu maior expoente, o computador,

não é absolutamente um elemento neutro em relação às formas de

organização didática, uma vez que postula uma escolha precisa de

conteúdos e métodos.

A escolha crítica do momento e do modo como deve ser utilizado

um instrumento potente como o computador pode propiciar grandes

benefícios ao ensino, da mesma forma que o seu uso abusivo pode gerar

verdadeiras distorções.

É oportuno, portanto, não se sentir na obrigação de usar de

qualquer maneira o computador, mas tomar consciência de que o

verdadeiro domínio da tecnologia está no fato de reconhecer que uma boa

quantidade de atividades pode também ser realizada sem que seja

necessário, obrigatoriamente, recorrer a tal instrumento.

f) Aquilo que parece mais urgente hoje, sem falar do futuro não

muito distante, é formar uma cultura informática entre o corpo docente, e

não somente convencê-lo a usar o computador em suas atividades,

mesmo porque a formação ou reciclagem que os capacitará a utilizar uma

máquina de modo inteligente significa vencer barreiras não

obrigatoriamente de tipo intelectual.

Urge, antes de tudo, desmistificar a Informática e principalmente

o computador que não pode ser concebido como panacéia para todos os

males da Educação. Ele é um instrumento e, como tal, ajuda a encontrar

um modo de ensinar, não o modo de ensinar.

Page 52: Informática e Educação: uma difícil aliança
Page 53: Informática e Educação: uma difícil aliança

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Page 58: Informática e Educação: uma difícil aliança
Page 59: Informática e Educação: uma difícil aliança

QUESTIONÁRIO

Modelo de questionário a ser aplicado para se coletar informações que possam

subsidiar projetos de informatização do ensino.

I PARTE: Experiência na área de Informática

1. Você já participou de algum curso de Introdução à Informática?

� Sim, para...

� utilizar o computador a nível pessoal

� utilizar o computador em atividades didáticas

� utilizar o computador em atividades de pesquisa

� adquirir mais infirmações sobre computador/Informática

� outros motivos (especifique).......................................

� Não, por....

� falta de informação sobre que curso freqüentar

� escassa disponibilidade de tempo

� desinteresse sobre computador/Informática

� motivos econômicos

� outras razões (especifique)........................................

2. Com que freqüência utiliza computadores em suas atividades didáticas?

� Sempre, na...

� Às vezes, na...

� Raramente, na...

� produção e utilização de programas didáticos

� confecção e/ou correção de provas e testes

� criação de bancos de dados

� elaboração e análise de dados estatísticos

� simulação de fatos e fenômenos

� resolução de problemas

� realização de trabalhos administrativos

� (especifique outras atividades se necessário) .................

� Nunca, por...

� falta de experiência no uso de computadores

� dificuldade de acesso a instrumentos informáticos

� falta de tempo e dinheiro

� inadequação à natureza das atividades que desenvolve

� (especifique outros motivos se necessário)......................

Page 60: Informática e Educação: uma difícil aliança

52

3. Com que freqüência utiliza computadores fora de seu ambiente didático?

� Sempre, na...

� Às vezes, na...

� Raramente, na...

� Nunca

� gestão de atividades ligadas ao contexto familiar

� realização de atividades ligadas a cursos de aperfeiçoamento

� realização de outras atividades profissionais que exerce

� participação em jogos e passatempos

� realização de outras atividades (especifique)....................

4. Considera útil o uso de computadores em suas atividades didáticas?

� Sim, porque...

� reduz tempo de trabalho

� cria maior motivação

� exige maior desempenho profissional

� aumenta o tempo disponível para o planejamento didático

� cria maior interação entre docentes

� reduz sensivelmente os custos operativos

� (especifique outros motivos se necessário)......................

� Não, porque...

� exige maior tempo na preparação das unidades didáticas

� cria maior dispersão

� acarreta altos investimentos com manutenção

� não altera os resultados finais

� reduz o papel do professor

� gera individualismos

� trata-se de mais um novo "modismo"

� (especifique outros motivos se necessário).......................

5. Entre seus colegas, o tema Informática e Educação é alvo de discussão?

� Sempre, sobre...

� Às vezes, sobre...

� Raramente,sobre...

� a modernização do ensino

� a escassez de recursos

� a necessidade de reciclagem dos professores

� a reforma dos currículos

� o computador em substituição ao professor

� a nova forma de motivação através do computador

� outros temas (especifique)...........................

Page 61: Informática e Educação: uma difícil aliança

53

6. Você acredita que a Informática vai entrar "sistematicamente" no seu trabalho?

� Sim, em todas as disciplinas

� Sim, só nas disciplinas técnico-científicas

� Sim, sobretudo por iniciativa pessoal de alguns professores

� Não, porque a escola não dispõe de tantos recursos

� Não, porque é contrária à "filosofia " da escola

� Sem opinião formada

7. Se a sua escola iniciasse um processo de informatização das atividades didáticas,

qual seria a probabilidade de obstáculos:

� Muita...

� Pouca...

� Nenhuma...

� Sem opinião...

� nos aspectos econômicos (falta de recursos para compra de equipamentos)

� nos aspectos organizacionais (falta de laboratório, professores especializados)

� nos aspectos didático (falta de programas adequados)

� nos aspectos metodológicos (como usá-la nas várias atividades da escola)

� nos aspectos psicológicos (resistência às mudanças)

� nos aspectos institucionais (pouca experiência da escola)

� outros (especifique).......................................

8. Tem interesse em participar de cursos de introdução à Informática?

� Sim, mas só a nível de conhecimento geral

� Sim, sobretudo a nível de aplicações didático-pedagógicas

� Não

9. Tem interesse em utilizar computadores nas atividades que desenvolve

diariamente?

� Sim, mas com o apoio de especialistas na área

� Sim, com a participação de outros colegas professores

� Sim, mesmo trabalhando sozinho

� Não

Page 62: Informática e Educação: uma difícil aliança

54

10. Dispondo de um computador como instrumento auxiliar no processo de ensino,

com que freqüência você o utilizaria em suas atividades didáticas?

� Freqüentemente, como

� Algumas vezes, como

� Poucas vezes, como

� Nunca

� fonte de informações/exemplos durante as aulas

� instrumento de avaliação dos resultados

� elemento de apoio e de reforço individual ou de grupo

� instrumento para elaboração de provas e testes

� banco de dados sobre a classe

� sistemas de apresentação

� (especifique outras formas se necessário)................

11. Em um software para uso didático, que característica você considera mais

importante?

� facilidade de uso

� integração de texto, gráfica, som e cor

� flexibilidade

� apresentação unidades didáticas autônomas

� adaptação às características psicológica e cognitiva do usuário

� possibilitar maior interatividade

� avaliação constante dos resultados

� outras (especifique)....................................

II PARTE: Experiência específica no uso de computad ores:

1. Com que freqüência você utiliza os seguintes programas:

� Freqüentemente

� Poucas vezes

� Processadores de textos

� Banco de dados

� Planilhas eletrônicas

� "Pacotes" estatísticos

� Programas de gráfica

� Programas didáticos

� Linguagens de programação

� Jogos

� outros (especifique).............................

Page 63: Informática e Educação: uma difícil aliança

55

2. Os trabalhos nos quais você utiliza computador como instrumento de apoio são

realizados:

� em grupo de professores da área

� em grupo de profissionais de várias áreas

� sozinho, sem a presença de outros docentes

3. O tipo de preparação que obteve para utilizar o computador, nas atividades que

desenvolve, é fruto de:

� participação em curso específico de Computação/Informática

� experiências adquiridas durante o curso de pós-graduação

� iniciativa pessoal através de leituras de livros e revistas

� contatos com especialistas da área

� participação em grupos interdisciplinares

� outros (especifique)...............................................

4. Os programas didáticos que você utiliza com mais freqüência são:

� preparados inteiramente por especialistas

� adaptações pessoais a partir de programas preparados por especialistas

� programas construídos em colaboração com outros colegas docentes

� programas inteiramente de sua autoria

5. Como avalia sua experiência com o uso do computador nas atividades didáticas

que desenvolve ou desenvolveu?

� forte

� média

� fraca

6. Evidencie os principais aspectos que considera positivos em sua experiência:

...........................................................................................................................................

...........................................................................................................................................

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56

7. Evidencie os principais aspectos que considera negativos em sua experiência:

...........................................................................................................................................

...........................................................................................................................................

III PARTE: Dados pessoais sobre o respondente

(os itens abaixo são necessários para uma leitura articulada dos dados presentes no

questionário)

1. Sexo e idade

� Masculino

� Feminino

� abaixo dos 29 anos

� 30 - 34 anos

� 35 - 39 anos

� 40 - 44 anos

� 45 - 49 anos

� 50 - 54 anos

� 55 - 60 anos

� acima dos 60 anos

2. Curso Superior: ......................................................................................................

3. Formação a nível de pós-graduação:

� Especialização (área de estudos)..............................................................................

� Mestrado (área de estudos) .....................................................................................

� Doutorado (área de estudos) .................................................................................... 4. Local onde realizou curso de pós-graduação: ...........................................................

5. Que atividade absorve maior parte do seu tempo na escola?

� ensino

� pesquisa

� administração

� outras (especifique) ...................................................................................................

6. Tempo de trabalho como docente: ...........................................................................

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7. Área em que atua:......................................................................................

8. Disciplinas que leciona: .............................................................................................

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