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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL ASSESSORIA DE ANÁLISE TÉCNICO-JURÍDICA BOLETIM INFORMATIVO Nº 47 MARÇO DE 2012

Informativo 047 - Março/12

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERALPOLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

GABINETE DO COMANDANTE-GERALASSESSORIA DE ANÁLISE TÉCNICO-JURÍDICA

BOLETIM INFORMATIVO Nº 47 MARÇO DE 2012

Sumário1 – PORTARIAS DA PMDF...................................................................................................…......32 – NOTÍCIAS E JULGADOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS...............................................................................................................….....33 – JULGADOS DE OUTROS TRIBUNAIS …..............................................................................54 – DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL..................................55 – DECISÕES, INFORMATIVOS E NOTÍCIAS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES …..............76 – PARECERES DA PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL...........................117 – PARA LEITURA, ESTUDO E REFLEXÃO JURÍDICA …...................................................128 – LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DO POLICIAL MILITA….................................................189 – CONSULTAS............................................................................................................................19

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1 – PORTARIAS DA PMDF

PORTARIA PMDF Nº 766 DE 27 DE FEVEREIRO DE 2012Dispõe sobre a instituição de critérios para indicação da condição da condição de descarga/alienação das viaturas da PMDF e dá outras providências.PORTARIA PMDF Nº 767 DE 27 DE FEVEREIRO DE 2012Aprova o manual de identidade visual da Polícia Militar do Distrito Federal e dá outras providências.PORTARIA PMDF Nº 768 DE 1º DE MARÇO DE 2012Dispões sobre a criação da Assessoria denominada Grupo Extraordinário de Monitoramento de Tarefas Especiais Intracorporativas (GEMT) para auxiliar o Subcomando-Geral da PMDF.PORTARIA PMDF Nº 769 DE 2012Estrutura a assessoria denominada Comitê Gestor CGGE.PORTARIA PMDF Nº 770 DE 07 DE MARÇO DE 2012Define a estrutura do Escritório de Gerenciamento de Grandes Eventos – EGGE – PMDF e dá outras providências.PORTARIA PMDF Nº 771 DE 19 DE MARÇO DE 2012Dispõe sobre o regime de serviço dos Oficiais do Quadro de Saúde da Polícia Militar do Distrito Federal e dá outras providências.

2 – NOTÍCIAS E JULGADOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

DISTRITO FEDERAL

EmentaCONSTITUCIONAL, ADMINISTRA- TIVO E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. CONCURSO PÚBLICO PARA ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO DE

SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. TESTE DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE QUE PODE SER AFASTADA SOMENTE COM PROVA ROBUSTA EM SENTIDO CONTRÁRIO.1. O verbete n° 20 da súmula do Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios condiciona a validade do exame psicotécnico à previsão legal, à exigência de critérios objetivos e à garantia de recurso administrativo. 2. A matéria é ainda abrangida pelo teor do enunciado nº 686 da Súmula do STF no sentido de que "só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público". 3. A Lei 7.289/84 (Estatuto dos Policiais Militares da Polícia Militar do Distrito Federal), alterada pela lei 11.134/2005, em seu art. 11 disciplina que para a matrícula nos cursos de formação dos estabelecimentos de ensino policial-militar devem ser observadas determinadas condições, dentre as quais a aptidão intelectual e psicológica. 4. O art. 14 do Decreto Federal nº 6.944 de 21 de agosto de 2009, com a redação dada pelo Decreto Federal nº 7.308/2010, prevê expressamente a utilização de exames de perfil profissiográfico nos casos por ele regulamentados. 5. Considerando a natureza especial da atividade policial, que freqüentemente lida com armas e situações de estresse, exigindo dos agentes extremo controle emocional e condições psicológicas adequadas para o exercício da função, razoável e proporcional é a exigência de um perfil adequado ao cargo, como for traçado por especialistas da área. 6. Para que o Poder Judiciário possa proceder ao controle da legalidade dos atos praticados pela Administração Pública devem existir provas robustas suficientes no sentido da desconstituição da presunção de legitimidade desses atos, inclusive,

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quando o caso, com a produção de prova pericial. 7. Não se mostra correta a sentença que declara ser ilegal a realização de exame profissiográfico para ingresso na Polícia Militar do Distrito Federal se o edital do concurso prevê claramente os requisitos objetivos necessários para a aplicação desse exame e se não existem nos autos provas consistentes que infirmem sua cientificidade. 8. Apelação e remessa de ofício providas para declarar válido o teste psicotécnico aplicado. Maioria. (Acórdão n. 575736, 20100110981118APO, Relator ALVARO CIARLINI, 5ª Turma Cível, julgado em 01/02/2012, DJ 02/04/2012 p. 172)

EmentaMANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. CONVERSÃO DE LICENÇA ESPECIAL NÃO USUFRUÍDA EM PECÚNIA. PRELIMINAR. JULGAMENTO ULTRA PETITA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PREJUDICIAL DE MÉRITO. PRESCRIÇÃO. AUSÊNCIA DO TRANSCURSO DO PRAZO PREVISTO NO ART. 1º DO DECRETO 20.910/32. REJEIÇÃO. MÉRITO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE SUPORTE LEGAL PARA A CONCESSÃO DO PEDIDO. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. Não há julgamento ultra petita, se o impetrante ao delimitar o âmbito do conhecimento do pedido pugna apenas pela determinação de conversão em pecúnia da licença especial não gozada e não convertida em tempo para ingresso na inatividade e, pelo Princípio da Persuasão Racional, Sua Excelência entendeu e motivou a sua decisão no sentido de determinar a quantidade de meses em que

é devida a conversão. 2. Somente a partir da publicação do ato administrativo retificador que determinou a data de transferência do policial militar para a reserva é deve ser contado o prazo prescricional para ajuizamento de ação em que se impugna o referido ato.3. Possível é a concessão de conversão de licença especial não usufruída em pecúnia para Policial Militar do Distrito Federal que tenha passado para a inatividade antes da publicação da Lei 12.086/2009, a qual previu a hipótese, diante da vedação de que haja enriquecimento sem causa por parte da Administração Pública.4. Recurso Voluntário e Remessa Necessária conhecidos e não providos. (Acórdão n. 574774, 20070111498975APO, Relator GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, 4ª Turma Cível, julgado em 08/03/2012, DJ 30/03/2012 p. 169)

EmentaAÇÃO ORDINÁRIA. POLICIAL MILITAR REFORMADO. REBAIXAMENTO DE POSTO. REDUÇÃO DOS PROVENTOS. DESCONSIDERAÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO. ILEGALIDADE. 1. O controle judicial constitui um dos fundamentos em que repousa o Estado de Direito, de modo que, se provocado, o Judiciário deve examinar os atos administrativos sob todos os aspectos da legalidade.2. A averbação do tempo de serviço nos registros funcionais do servidor goza de presunção de legitimidade e de veracidade ínsita aos atos da Administração.3. Satisfeitos os requisitos legais, o policial militar deve ser confirmado na inatividade no posto correspondente aos proventos que recebe.4. Remessa de ofício e recurso voluntário do Distrito Federal não providos.(Acórdão n. 574731, 20090111609280APC, Relator GETÚLIO

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DE MORAES OLIVEIRA, 4ª Turma Cível, julgado em 08/03/2012, DJ 30/03/2012 p. 166)

3 – JULGADOS DE OUTROS TRIBUNAIS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOTJSP nega pedido de reforma para policial militar incapacitado por acidenteA 12ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, nesta quarta-feira (16), sentença que julgou improcedente ação proposta por policial militar que pleiteava sua reforma.Rogério Lemos de Toledo foi vítima de acidente durante o exercício da função, que o incapacitou parcialmente para o trabalho. O problema, ocorrido em 2005, atingiu a articulação do tornozelo, fato que acarretou, segundo laudo juntado aos autos, incapacidade parcial e permanente para o trabalho. Por esse motivo, propôs ação para pleitear sua reforma e promoção à graduação imediatamente superior.O pedido foi julgado improcedente pela 3ª Vara da Fazenda Pública e Toledo foi ainda condenado a pagar as custas processuais e honorários, no valor de R$ 5 mil.Inconformado com a decisão, ele apelou para tentar a reforma da sentença e a diminuição do valor da condenação.O relator da apelação, Desembargador Burza Neto, negou provimento ao recurso e manteve a sentença.A decisão, unânime, teve ainda a participação dos desembargadores Ribeiro de Paula e Edson Ferreira.Apelação nº 0135523-44.2008.8.26.0053

EmentaREPARAÇÃO DE DANOS. Ação

regressiva do Estado contra servidor militar. Colisão de motocicleta com viatura policial. Condução em situação de emergência, que impediu a parada obrigatória da viatura, que reduziu a velocidade. Sinais de advertência ligados. Motocicleta particular em alta velocidade - Inexistência de responsabilidade do policial condutor. Sentença de procedência parcial reformada Recurso do réu provido; prejudicado o da Fazenda que reclamava pela inteira procedência. TJSP: Apelação nº 0264018- 37.2009.8.26.0000, da Comarca de Capão Bonito.

Ementa O policial militar exerce atividade de risco em benefício da coletividade. Por esse motivo, a sua obrigação de indenizar os danos causados ao Estado somente deverá ser reconhecida quando haja manifesta imprudência ou negligência, afastando tal obrigação quando o dano é conseqüência razoável da atividade de risco que se exerce. (TJSP: Apelação Cível 960.402.0/7, Rel. Fábio Henrique Prado de Toledo, j. 1º/8/06, 28ª Câmara de Direito Privado)

4 – DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

Decisão 777/2012 Relator(a) Conselheiro INÁCIO MAGALHÃES FILHO Processo: 37050/2010Jurisdicionado(s): PMDFEmenta Representação oferecida por membro do Ministério Público junto à Corte acerca de possíveis irregularidades ocorridas em promoções nos quadros da Polícia Militar do Distrito Federal. Texto O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, decidiu: I - tomar conhecimento do Ofício nº 266/12-

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ATJGCG (fls. 155/160); II - conceder a medida cautelar requerida pela Corporação, para o fim, exclusivo, de adotar as providências preliminares necessárias à promoção de oficiais que deve ocorrer em 21.04.12, esclarecendo ao requerente que ainda pende de análise o mérito da Representação nº 23/2010 - DA; III - em razão da urgência do caso, determinar à unidade técnica competente que, no prazo 15 (quinze) dias, conclua o exame do mérito da representação em exame, autorizando, desde logo, o posterior encaminhamento do feito ao douto Ministério Público.

Decisão 1000/2012Relator(a) Conselheiro INÁCIO MAGALHÃES FILHONatureza: DEFESAProcesso: 28620/2010 Jurisdicionado(s): CBMDF Ementa Representação nº 13/2010 – CF, de membro do Ministério Público junto à Corte, sobre suposta irregularidade praticada no procedimento de aquisição de viaturas por parte do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.TextoO Tribunal, por maioria, de acordo com o voto do Relator, decidiu: I. tomar conhecimento: a) da defesa de fls. 96/104 e dos documentos de fls. 105/191, considerando-a improcedente: b) do Ofício nº 193/2011-CF e seus anexos (fls. 192/212); c) da Informação nº 184/11 (fls. 213/225); d) do Parecer ministerial nº 158/12-CF (fls. 229/229-v); II. em decorrência do item “I.a”, aplicar a sanção prevista no art. 182, inciso VIII, do Regimento Interno do TCDF ao oficial militar nomeado no parágrafo 2 da Informação nº 184/11, pelo acometimento, na condução do processo de adesão à Ata de Registro de Preços nº 48/08, das

seguintes irregularidades: a) ausência de pesquisa abrangente de preços de mercado com veículos das diversas marcas com características que pudessem atender à demanda da Corporação, em desobediência ao estabelecido no item II da Decisão nº 1.806/06 e ao § 1º do art. 4º da Lei nº 938/95; b) adesão à Ata de Registro de Preços para aquisição de veículo com especificação técnica não plenamente adequada às necessidades do CBMDF; III. determinar a audiência, com vistas à aplicação da sanção prevista no art. 57, inciso III, da Lei Complementar nº 1/94, c/c o art. 182, II, do RI/TCDF, do oficial militar nomeado no parágrafo 17 da Informação nº 184/11 pela tomada de decisão de sustar o procedimento de alteração do contrato derivado da adesão à Ata de Registro de Preços nº 48/08, que amoldaria o correspondente objeto às reais necessidades do CBMDF, contrariando o princípio do interesse público; IV. aprovar, expedir e mandar publicar o acórdão apresentado pelo Relator; V. autorizar o retorno dos autos à Secretaria de Acompanhamento, para os devidos fins. Vencida a Conselheira ANILCÉIA MACHADO, que votou pela procedência da defesa.

Decisão 1175/2012Relator(a) Conselheiro ANTONIO RENATO ALVES RAINHAProcesso: 10038/2010 Jurisdicionado(s): PMDF Ementa Consulta acerca da possibilidade de a Corporação converter em pecúnia o período de licença especial não gozada e não computada para fins de tempo de serviço, em face da superveniência da Lei nº 12.086/2009.TextoO Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, com o qual concorda o Revisor, Conselheiro INÁCIO

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MAGALHÃES FILHO, decidiu: I - conhecer do documento de fl. 322, em caráter excepcional, como aditamento à consulta fls. 1/3; II - esclarecer à Polícia Militar do Distrito Federal que: a) para fins de correção monetária decorrente da conversão em pecúnia de licença especial que, além de não ter sido gozada, não tenha sido contada para quaisquer outros fins, conforme Decisões nºs 4.993/2010 e 2.820/2011, deve ser considerada a data da efetiva transferência do militar para a inatividade, mesmo nos casos de transferência para a reserva remunerada ou reforma ocorridos antes da edição da Lei nº 12.086/2009; b) quanto à incidência de juros de mora e correção monetária nos pagamentos de obrigações reconhecidas administrativamente, deve a Corporação observar os termos da Decisão nº 3.013/2011, proferida por este Tribunal no Processo nº 31.108/2010; c) quanto à prescrição de parcelas remuneratórias referentes à conversão em pecúnia de licença especial que, além de não ter sido gozada, não tenha sido contada para quaisquer outros fins, seu termo inicial conta-se a partir da Lei nº 12.069, publicada no DOU de 9 de novembro de 2009, visto que, antes desse marco normativo, o policial militar não tinha esse direito assegurado; III - reiterar à Corporação observância à alínea “b” do item II da Decisão nº 4.993/2010, no sentido de que, relativamente aos casos que se enquadrem no período que extrapola o prazo de prescrição quinquenal a que se refere o Decreto 20.910/1932, deve ser atendido o que vier a ser decidido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios no Mandado de Segurança nº 2010.00.2.006.725-8; IV - autorizar o arquivamento do feito. Impedido de participar do julgamento deste processo o Conselheiro RONALDO COSTA COUTO.

5 – DECISÕES, INFORMATIVOS E NOTÍCIAS DOS TRIBUNAIS

SUPERIORESSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

INFORMATIVO Nº 656Porte ilegal de arma de fogo e ausência de munição - 3

Em conclusão, a 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus no qual denunciado pela suposta prática do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido pleiteava o trancamento de ação penal — v. Informativos 601 e 612. Entendeu-se que, após a entrada em vigor da Lei 10.826/2003, a hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja caracterização não importaria o resultado concreto da ação. Aduziu-se que a referida lei, além de tipificar o simples porte de munição, não exigiria para a configuração do crime sob análise que a arma estivesse municiada, de acordo com que se extrairia da redação do art. 14 daquele diploma legal. Avaliou-se, ainda, que o trancamento de ação penal seria medida reservada a situações excepcionais, como a manifesta atipicidade da conduta, a presença de causa de extinção da punibilidade do paciente ou a ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas, inocorrentes na espécie. Para evitar supressão de instância, não se conheceu da alegação, não apreciada pelo STJ nem pelo tribunal estadual, de que o paciente fora autorizado, por presidente da Corte estadual, a portar arma, a qual só não estaria registrada em seu nome porque, à época dos fatos, ainda vigoraria o prazo legal para o devido registro. Não obstante, explicitou-se que esse prazo, espécie de vacatio legis indireta, teria sido destinado aos proprietários e possuidores de arma de fogo (Lei 10.826/2003, art. 12), e não àqueles acusados de porte ilegal (art. 14). Vencido o Min. Celso de Mello, que concedia a ordem por entender destituída de tipicidade penal a conduta imputada ao paciente.

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HC 96759/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa, 28.2.2012.(HC-96759)

INFORMATIVO Nº 659HC N. 108.977-AMRELATOR: MIN. AYRES BRITTOEMENTA: HABEAS CORPUS. DELITO MILITAR. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. TERMO INICIAL. ART. 126 DO CÓDIGO PENAL MILITAR. REGRA ESPECIAL. INAPLICABILIDADE DO INCISO I DO ART. 112 DO CÓDIGO PENAL. ORDEM DENEGADA. 1. A prescrição da pretensão executória dos crimes militares começa a correr do dia em que passa em julgado a sentença condenatória (§ 1º do art. 126 do Código Penal Militar). 2. A existência de regra especial inviabiliza o uso do inciso I do art. 112 do Código Penal para o cômputo do prazo prescricional da pretensão executória dos delitos militares. 3. Ordem denegada.*noticiado no Informativo 654

RHC N. 98.323-MSRELATOR : MIN. MARCO AURÉLIOCRIME MILITAR – SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA – REGÊNCIA ESPECIAL. O tipo previsto no artigo 290 do Código Penal Militar não requer, para configuração, o porte de substância entorpecente assim declarada por portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.*noticiado no Informativo 657

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAAté que a lei seja alterada, apenas bafômetro e exame de sangue podem comprovar embriaguez de motorista Em julgamento apertado, desempatado pelo voto de minerva da ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidenta da

Terceira Seção, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que apenas o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem atestar o grau de embriaguez do motorista para desencadear uma ação penal. A tese serve como orientação para as demais instâncias do Judiciário, onde processos que tratam do mesmo tema estavam suspensos desde novembro de 2010. De acordo com a maioria dos ministros, a Lei Seca trouxe critério objetivo para a caracterização do crime de embriaguez, tipificado pelo artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). É necessária a comprovação de que o motorista esteja dirigindo sob influência de pelo menos seis decigramas de álcool por litro de sangue. Esse valor pode ser atestado somente pelo exame de sangue ou pelo teste do bafômetro, segundo definição do Decreto 6.488/08, que disciplinou a margem de tolerância de álcool no sangue e a equivalência entre os dois testes. “Se o tipo penal é fechado e exige determinada quantidade de álcool no sangue, a menos que mude a lei, o juiz não pode firmar sua convicção infringindo o que diz a lei”, afirmou a ministra Maria Thereza ao definir a tese. O julgamento teve início em 8 de fevereiro e foi interrompido por três pedidos de vista. Dos nove integrantes da Terceira Seção, cinco ministros votaram seguindo o ponto de vista divergente (contrário ao do relator) e vencedor. O desembargador convocado Adilson Macabu foi o primeiro a se manifestar nesse sentido e, por isso, lavrará o acórdão. Também acompanharam o entendimento, além da presidenta da Seção, os ministros Laurita Vaz, Og Fernandes e Sebastião Reis Júnior. Estrita legalidade Ao expor sua posição na sessão do dia 29 de fevereiro, o desembargador Macabu ressaltou a constitucionalidade da recusa do condutor a se submeter ao teste de alcoolemia (tanto o bafômetro quanto o exame de sangue), diante do princípio da

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não autoincriminação, segundo o qual ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo. Dada a objetividade do tipo penal (artigo 306 do CTB), o magistrado considerou inadmissível a possibilidade de utilização de outros meios de prova ante a recusa do motorista em colaborar com a realização de exame de sangue ou bafômetro. Ele destacou que o limite de seis decigramas por litro de sangue é um elemento objetivo do tipo penal que não pode ser relativizado. “A lei não contém palavras inúteis e, em nome de adequá-la a outros fins, não se pode ferir os direitos do cidadão, transformando-o em réu por conduta não prevista em lei. Juiz julga, e não legisla. Não se pode inovar no alcance de aplicação de uma norma penal. Essa não é a função do Judiciário”, afirmou. Qualidade das leis O desembargador acredita que, na prática, há uma queda significativa na qualidade das leis. Mas isso não dá ao juiz o poder de legislar. “O trânsito sempre matou, mata e matará, mas cabe ao Legislativo estabelecer as regras para punir, e não ao Judiciário ampliar as normas jurídicas”, advertiu o desembargador. “Não se pode fragilizar o escudo protetor do indivíduo em face do poder punitivo do estado. Se a norma é deficiente, a culpa não é do Judiciário”, defendeu. O ministro Og Fernandes também lamentou que a alteração trazida pela Lei Seca tenha passado a exigir quantidade mínima de álcool no sangue, atestável apenas por dois tipos de exames, tornando a regra mais benéfica ao motorista infrator. “É extremamente tormentoso para o juiz deparar-se com essa falha”, declarou. Mas ele conclui: “Matéria penal se rege pela tipicidade, e o juiz deve se sujeitar à lei.” A ministra Maria Thereza de Assis Moura, da mesma forma, lembrou que alterações na lei só podem ser feitas pelo legislador. Caso concreto

No recurso interposto no STJ, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) se opõe a uma decisão do Tribunal de Justiça local (TJDF), que acabou beneficiando um motorista que não se submeteu ao teste do bafômetro, porque à época o exame não foi oferecido por policiais. O motorista se envolveu em acidente de trânsito em março de 2008, quando a Lei Seca ainda não estava em vigor, e à época foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, onde um teste clínico atestou o estado de embriaguez. Denunciado pelo MP com base no artigo 306 do CTB, o motorista conseguiu o trancamento da ação penal, por meio de um habeas corpus, sob a alegação de que não ficou comprovada a concentração de álcool exigida pela nova redação da norma trazida pela Lei Seca. O tribunal local entendeu que a lei nova seria mais benéfica para o réu, por impor critério mais rígido para a verificação da embriaguez, devendo por isso ser aplicada a fatos anteriores à sua vigência. A decisão da Terceira Seção negou provimento ao recurso do MPDF.(Disponível em: <http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=105218>, acesso em: 10/04/2012)

INFORMATIVO Nº 492MILITAR. REFORMA. INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE.A Turma reafirmou que o militar considerado incapaz total e permanentemente para qualquer trabalho faz jus à reforma na mesma graduação, mas com remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir na ativa (art. 110 da Lei n. 6.880/1980). Ressaltou-se que a doutrina, a legislação e a jurisprudência distinguem a promoção de militar por ocasião de sua reforma, que é efetivamente vedada, da hipótese dos autos, em que a

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reforma dá-se na mesma graduação, conquanto a remuneração seja calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao da ativa, sem qualquer promoção. Precedentes citados: REsp 1.291.905-RS, DJe 9/12/2011; AgRg no REsp 1.168.919-RS, DJe 16/8/2011; AgRg no AgRg no REsp 942.795-RS, DJe 1º/6/2011, e AgRg no REsp 1.212.668-RS, DJe 1º/3/2011. RMS 28.470-AM, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 1°/3/2012.

INFORMATIVO Nº 493COMPETÊNCIA. MILITAR. FURTO. LOCAL.Trata-se de conflito negativo de competência no qual se busca definir se a conduta imputada a militar – furto de diversos objetos no interior de uma caminhonete apreendida que se encontrava no pátio da delegacia de polícia local (art. 303, § 2º, do CPM) – constitui crime militar para tornar a justiça castrense competente para o julgamento do respectivo processo. Inicialmente, observou o Min. Relator que, para verificar a competência da Justiça Militar, é preciso que o fato delituoso se enquadre em uma das hipóteses previstas no art. 9º do Código Penal Militar (CPM). Em seguida, ressaltou que, na espécie, o fato delituoso ocorreu em local que não é instituição sujeita à administração militar. Além disso, o acusado estava de folga no momento do cometimento do crime, a afastar as hipóteses elencadas no inciso II do art. 9º do referido codex. Asseverou igualmente não incidir o inciso III do mesmo diploma legal, na medida em que o acusado não estava na reserva ou reformado, tampouco o delito fora praticado contra as instituições militares. Por fim, salientou não se verificar, na espécie, o peculato-furto, capitulado no CPM dentro dos crimes contra a administração militar, visto que o objeto jurídico violado foi a administração pública civil. Assim, ainda que a conduta

delitiva tenha sido facilitada em razão da particular condição de policial militar, uma vez que ele conseguiu ter acesso ao pátio da delegacia de polícia sem ser vigiado, a ação delituosa não se subsumiu a nenhuma das referidas hipóteses legais para atrair a competência do juízo militar. Diante disso, a Seção conheceu do conflito e declarou competente para o julgamento do feito a Justiça estadual. CC 115.597-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 14/3/2012.

ARMA DE FOGO DESMUNICIADA. TIPICIDADE.A Turma, acompanhando recente assentada, quando do julgamento, por maioria, do REsp 1.193.805-SP, manteve o entendimento de que o porte ilegal de arma de fogo é crime de perigo abstrato, cuja consumação se caracteriza pelo simples ato de alguém levar consigo arma de fogo sem autorização ou em desacordo com determinação legal – sendo irrelevante a demonstração de efetivo caráter ofensivo. Isso porque, nos termos do disposto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei n. 10.826/2003, o legislador teve como objetivo proteger a incolumidade pública, transcendendo a mera proteção à incolumidade pessoal, bastando, assim, para a configuração do delito em discussão a probabilidade de dano, e não sua ocorrência. Segundo se observou, a lei antecipa a punição para o ato de portar arma de fogo; é, portanto, um tipo penal preventivo, que busca minimizar o risco de comportamentos que vêm produzindo efeitos danosos à sociedade, na tentativa de garantir aos cidadãos o exercício do direito à segurança e à própria vida. Conclui-se, assim, ser irrelevante aferir a eficácia da arma para a configuração do tipo penal, que é misto-alternativo, em que se consubstanciam, justamente, as condutas que o legislador entendeu por bem prevenir, seja ela o simples porte de munição ou mesmo o porte de arma desmuniciada. Relativamente ao regime inicial de

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cumprimento da pena, reputou-se mais adequada ao caso a fixação do semiaberto; pois, apesar da reincidência do paciente, a pena-base foi fixada no mínimo legal – três anos – aplicação direta da Súm. n. 269/STJ. HC 211.823-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/3/2012.

6 – PARECERES DA PROCURADORIA DO DISTRITO

FEDERAL

PARECER Nº 4571-2012-PROPESPROCESSO nº 054.000.122/2012Ementa:POLICIAL MILITAR. LICENÇA-ESPECIAL NÃO USUFRUÍDA E NÃO CONTABILIZADA PARA REFORMA. AJUIZAMENTO DE DEMANDA JUDICIAL. DEFESA DO DISTRITO FEDERAL PUGNANDO PELA OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO. PEDIDO ADMINISTRATIVO PARA O SEU PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.I - Havendo o policial militar, reformado em 2004, ingressado com ação judicial, em 2011, objetivando a condenação do Distrito Federal ao pagamento, em pecúnia, de licença-especial não usufruída e não contabilizada para sua passagem para a inatividade, não pode a Corporação, ausente prévia manifestação autorizadora da Procuradoria Geral, efetuar o seu pagamento, em sede administrativa.II - Tendo em vista a plausibilidade da alegação de prescrição, a adoção dessa postura representaria ilegítima usurpação da competência da Procuradoria Geral, acarretando o reconhecimento jurídico do pedido, podendo caracterizar injusto prejuízo ao patrimônio público.III - Optando o administrado por discutir a questão na órbita judicial, há de, coerentemente, aguardar o veredicto final do Poder Judiciário.

PARECER Nº 1.066/2011- PROCAD/PGDFPROCESSO N: 054,001.184/2011.EMENTAADMINISTRATIVO.CONTRATAÇÃO DIRETA. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONSULTORIA EM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PROSPECÇÃO DE CENÁRIOS PARA O ESTADO MAIOR DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. FALTA COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL NA SUA INTEGRALIDADE DA EMPRESA. PARECER COM RECOMENDAÇÕES PARA A DEVIDA INSTRUÇÃO DOS AUTOS. Não há elementos nos autos, até o momento, que autorizem a contratação direta da empresa BRAINSTORMING ASSESSORIA DE PLANEJAMENTO E INFORMÁTICA LTDA, sem licitação, por inexigibilidade, com base no art. 25, caput e inciso II, c/c art. 13, incisos III e VI, c/c art. 26, caput, inciso II e III, da Lei nº 8.666/93, para prestação de serviços especificados de ·CONSULTORIA EM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PROSPECÇÃO DE CENÁRIOS PARA O ESTADO MAIOR DA PMDF treinamento de pessoal e com licença de uso de software. Observa-se que o órgão consulente não optou por seguir a orientação desta especializada para o devido fracionamento do objeto do Projeto Básico que abrange serviços de consultoria com os relacionados a treinamento de pessoal. Necessidade de juntar prova de Regularidade Fiscal da empresa nos aspectos pendentes.

PARECER Nº 8641-2011– PROCAD/PGDFPROCESSO Nº 054.001.648/2011Ementa: ADMINISTRATIVO. MINUTA

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DE TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. PMDF E NOVACAP. 1. A celebração de termo de cooperação técnica deve ter por objeto a intenção de contratar com a NOVACAP. 2. Não se vislumbra a possibilidade de a NOVACAP executar o serviço pretendido sem remuneração por se tratar de empresa pública que visa ao lucro. 3. Recomendasse a contratação direta, dispensada a licitação, com fundamento no artigo 24, inciso VIII, da Lei n° 8.666/93, cujo procedimento deverá ser submetido à prévia análise da Procuradoria Geral do Distrito Federal. 4. Parecer pela viabilidade jurídica, da celebração do termo de cooperação técnica, entendido como carta de intenções de futuras contratações, desde que reformulada a minuta e o plano de trabalho de acordo com as observações feitas nesse opinativo.

7 – PARA LEITURA, ESTUDO E REFLEXÃO JURÍDICA

O desertor sem estabilidade pode recusar-se a ser submetido à inspeção de saúde?Luciano Moreira GorrilhasEm nome da razoabilidade, o desertor sem estabilidade deveria, antes de ser encarcerado, ser submetido a um exame de inspeção de saúde preliminar. Caso fosse, previamente, considerado incapaz, ficaria isento da prisão, até que se procedesse o exame médico definitivo.Sumário: 1 - Introdução. 2 - Peculiaridades inerentes ao crime de deserção. 3 - Algumas notas referentes à inspeção de saúde. 4 - O princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si. 5 - Considerações finais.1- IntroduçãoÉ importante salientar, de início, que o desertor sem estabilidade, ao consumar o

delito de deserção (art. 187 do CPM), é excluído do serviço ativo (passando à condição de civil) e, em decorrência da dita ausência, sem autorização, de sua Organização Militar (OM), por mais de oito dias, é instaurado, no âmbito da administração militar, um procedimento administrativo denominado Instrução Provisória de Deserção (IPD). A aludida IPD, constituída de uma parte de ausência, um inventário do desertor, uma parte de acusação e um termo de deserção, é distribuída a uma das Auditorias Militares e posteriormente é encaminhada ao Ministério Público Militar que, usualmente, se manifesta no sentido de acautelamento dos autos em cartório do juízo, caso estes estejam devidamente instruídos, até que ocorra o retorno do desertor (por captura ou apresentação voluntária à sua OM).O Código de Processo Penal Militar (CPPM), relativamente ao crime de deserção envolvendo praças sem estabilidade, preceitua que, tão logo o infrator em questão seja capturado ou se apresente voluntariamente à sua OM, deverá ser submetido imediatamente a uma inspeção de saúde. Na hipótese de ser considerado, pelo referido exame médico, apto para o serviço militar, será reincorporado ao serviço ativo e responderá ao processo pela pratica do crime de deserção. Do contrário, se for declarado incapaz definitivamente para o serviço militar, ficará isento da reincorporação e do processo (art. 457, § 1ºe 2º do CPPM).Mister se faz ressaltar que nas deserções cometidas por oficiais ou praças com estabilidade (10 anos ou mais de serviço), a legislação processual em comento não determina a realização de inspeção de saúde para o desertor readquirir a condição de militar e, portanto, responder ao processo. Nesses já mencionados anteriormente casos, o oficial da ativa, mesmo ausente, é denunciado quando consumada a deserção (art. 454, § 3º, CPPM) e a praça estável após ser revertida ao serviço ativo (art. 457, § 3º, CPPM).

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Constata-se assim, pela sistemática adotada pelo legislador, que o exame de inspeção de saúde, exigido somente para as deserções de militares sem estabilidade, constitui-se numa condicio sine qua non para essa modalidade de desertor responder criminalmente pelo delito cometido, vale dizer: o trânsfuga em tela só figurará como réu na Justiça Militar da União, caso venha a ser submetido e considerado apto em inspeção médica realizada pela Força na qual estava exercendo suas atividades na condição de militar da ativa.Desse modo, o trabalho em enfoque tem a pretensão de analisar as consequências jurídicas resultantes da conduta do desertor sem estabilidade que venha a se recusar a ser submetido à inspeção de saúde preconizada pela norma processual penal em referência.2 - Peculiaridades inerentes ao crime de deserçãoO art. 187 do CPM estabelece, em seu preceito secundário, uma pena que varia de seis meses (mínima) a dois anos (máxima) de detenção. À guisa de comparação, vale pontuar que, se o aludido dispositivo penal estivesse inserido na legislação penal comum, seria classificado como crime de menor potencial ofensivo, o qual, via de regra, inviabiliza até mesmo a prisão em flagrante se o infrator comprometer-se a comparecer em juízo (art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95 ).Em sentido diametralmente oposto, o art. 452 do CPPM normatiza que o desertor fica sujeito à prisão tão logo se apresente voluntariamente à sua OM ou seja capturado. No caso de vir a responder processo em que seja condenado, não faz jus à Suspensão Condicional da Pena (art. 617, II, a, CPPM), permanecendo preso durante o prazo que lhe for imposto na sentença transitada em julgado. Assim sendo, verifica-se que a norma em questão é extremamente rígida ao infligir uma prisão processual de 60 dias (no ato da

captura ou apresentação voluntária do desertor, sem que este sequer seja ouvido acerca dos motivos de sua ausência) e uma prisão pena (em caso de condenação), que é cumprida integralmente sem nenhum benefício.No que diz respeito à ação penal militar, além da exigência de suas condições gerais, impõe-se uma específica que deve preexistir ao tempo do oferecimento da denúncia e perdurar durante todo o processo (de conhecimento e execução), qual seja, a qualidade de militar da ativa, que, no caso sub examine, só é possível de ser alcançada, após o desertor ter sido considerado apto em inspeção de saúde. Veja, a respeito, a súmula n. 12 do Superior Tribunal Militar (STM), in verbis:A praça sem estabilidade não pode ser denunciada por deserção sem ter readquirido o status de militar, condição de procedibilidade para a persecutio criminis através da reinclusão. Para praça estável, a condição de procedibilidade é a reversão ao serviço ativo.Destarte, trata-se de o único crime propriamente militar (art. 187 do CPM) cujo infrator só responde ao processo na condição de militar da ativa e que também, de forma ímpar, impõe um rigor que, além de não se coadunar, ao nosso aviso, com os critérios da proporcionalidade, estabelece um inexplicável paradoxo quando, sem constituir-se em uma norma penal em branco, condiciona o jus puniendi a um ato administrativo (resultado de uma inspeção de saúde). Com efeito, foge à lógica e ao bom senso o fato de a mencionada lei ser demasiadamente inflexível ao determinar uma prisão processual ao desertor não estável (principalmente aquele que se apresenta voluntariamente) sem a realização prévia de inspeção de saúde (a qual poderá isentá-lo da reincorporação e do processo, caso ele venha a ser considerado incapaz).Dessa feita, torna-se factível o encarceramento de um desertor incapaz para o serviço militar, por um período de

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vinte dias ou mais, tempo em que algumas organizações militares levam para concluir exames de inspeção de saúde. Assim, somente ao término da mencionada perícia médica, o desertor incapacitado é posto em liberdade. É de se perguntar: qual foi o propósito da aludida prisão?Logo, é inafastável a conclusão de que o fator determinante para o desertor sem estabilidade responder ao processo pela prática do crime de deserção está relacionado, de modo direto, à sua aptidão física e mental, constatada em exame de inspeção de saúde, cujas regras são fixadas pelos regulamentos internos de cada uma das Forças Armadas.3 - Algumas notas referentes à inspeção de saúde do desertor sem estabilidadeAs inspeções de saúde nas Forças Armadas possuem variadas finalidades e têm por objetivo verificar, em determinada ocasião, o estado de sanidade psicofísica do inspecionado. Assim, são realizadas, em casos de engajamento e reengajamento do militar, rotinas para o controle periódico de saúde, cursos de carreira, missões e, no caso específico de nosso estudo, para verificar se o desertor sem estabilidade encontra-se apto ou incapaz para o serviço militar.As inspeções de saúde nos desertores sem estabilidade, em regra, são aferidas por uma Junta de Saúde, composta por três oficiais médicos que integram as Forças Armadas em que serviu o desertor. Ao final da aludida verificação médica, os peritos elaboram um laudo no qual devem constar a finalidade da inspeção, a identificação do inspecionado e os exames médicos realizados.É relevante destacar que as causas que incapacitam os desertores sem estabilidade para o serviço ativo não recebem tratamentos uniformes entre as Forças Armadas. Cada Administração Militar utiliza critérios baseados em seus regulamentos internos: Marinha- DGPM 406, Exército-IGPMEX (IG 30-11) e

Aeronáutica- ICA 160-6.Vale, nesse contexto, registrar que as Normas Reguladoras para Inspeção de Saúde na Marinha (DGPM-406), por exemplo, considera como inapto para o serviço militar desertores sem estabilidade que, por ocasião da inspeção de saúde, exponham tatuagens aparentes com o uso dos uniformes de serviços. O regulamento da Aeronáutica contém dispositivo semelhante.Assim, a nosso aviso, o citado critério de inaptidão para reingresso na vida militar necessita ser reavaliado, uma vez que oportuniza ao desertor de má fé a se apresentar voluntariamente à sua OM ostentando uma tatuagem, por exemplo, em um de seus braços.O que se nos afigura mais preocupante nesse cenário é que o referido fator incapacitante para o desertor sem estabilidade pode servir de estímulo para outros desertores gravarem tatuagens visíveis em partes de seus corpos, logo após consumarem o delito de deserção, visando isenção da reincorporação e do processo.A propósito, embora não relacionado com o tema: inspeção de saúde do desertor sem estabilidade, vale, por sua relevância, registrar que a 6ª turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, assegurou o direito de uma candidata, que fora reprovada por possuir uma tatuagem na nuca, em processo seletivo realizado pela Aeronáutica, a prosseguir no Estágio de Adaptação de Oficiais Temporários da Aeronáutica (Processo: Nº 006116-38.2009.4.02.5101-TRF2 – 2009.51.01. 006 116-3).Em seu voto, o relator do processo descreveu que o dispositivo em menção, contido nas Instruções Técnicas das Inspeções de Saúde da Aeronáutica, fere o princípio da razoabilidade por ser preconceituoso e discriminatório.No que concerne aos exames médicos exigidos em inspeção de saúde pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,

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vale assinalar que alguns deles, por sua natureza, são considerados invasivos ou necessitam da participação ativa dos inspecionados para sua realização. Apresentam, assim, as referidas características os seguintes procedimentos médicos: retirada de sangue, exame de imagem, urina, fezes, odontológico e oftalmológico, por exemplo.4 - O princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si (Nemo tenetur se detegere)Atualmente, a legislação processual penal militar é a única no Brasil que, textualmente, explicita o princípio de que ninguém está obrigado a fazer prova contra si, seu cônjuge, descendente, ascendente, ou irmão.Art. 296,.§2º Ninguém está obrigado a produzir prova que o incrimine, ou ao seu cônjuge, descendente, ascendente ou irmão.Pela leitura da citada norma processual penal constata-se, desde logo, que o princípio Nemo tenetur se detegere (ninguém é obrigado a se descobrir), só repercute favoravelmente para o cidadão na esfera criminal, não o beneficiando nas searas do Direito Civil e Administrativo. Aliás, o Código Civil é enfático ao assinalar:Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com exame.A jurisprudência é mansa e pacífica nesse sentido:"A recusa do réu em investigação de paternidade de se submeter a exame hematológico leva à presunção de veracidade dos fatos alegados, aplicando-se a regra do artigo 359 do CPC."(RT. 633/70; RJTJSP 99/35; RTJ 134/202, Jurisprudência Mineira 118/214 e 124/91).Dessarte, a recusa ao exame de DNA, embora constitua um direito do cidadão, poderá valer como prova da maternidade ou paternidade.

Acerca do princípio de que ninguém está obrigado a produzir prova contra si com repercussão favorável ao cidadão no âmbito penal e desfavorável no plano administrativo, vale consignar abaixo o entendimento, hoje prevalente, na doutrina e jurisprudência, em relação à interpretação dos art. 165 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro.Está pacificado na doutrina e jurisprudência pátrias que a dosagem igual ou superior a 6 (seis) decigramas de álcool, constante no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, o qual se encontra em vias de reformulação, restringiu o campo probatório do tipo penal em enfoque a somente duas modalidades de provas: exame de sangue (reconhecidamente invasivo) e “bafômetro” (o qual depende da participação ativa do investigado). De fato, está consolidado pela jurisprudência que não se tem como demonstrar a referida dosagem alcoólica por intermédio de prova testemunhal, exame clínico e até mesmo a confissão do motorista.Dessa maneira, atualmente, consoante torrenciais entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, o motorista de veículo automotor, embora tenha ingerido bebida alcoólica, não está obrigado a fazer prova contra si, cedendo seu sangue para exame ou mesmo soprando o “bafômetro”. De consequência, o condutor de veículo automotor, ao negar-se a ser submetido aos referidos procedimentos investigativos, não comete o delito tipificado no art. 306 e nem mesmo o de desobediência.Por outro lado, saliente-se, por oportuno, que o citado motorista infrator fica sujeito às penalidades administrativas descritas no art. 165 do CTB, abaixo em destaque, respectivamente, multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses.Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)Infração – gravíssima (Redação dada pela

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Lei nº 11.705, de 2008);Penalidade – multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008).Assim sendo, mutatis mutandis, o mesmo raciocínio jurídico acima utilizado deve ser empregado em relação à inspeção de saúde realizada no desertor sem estabilidade. Com efeito, conforme já demonstrado, a punibilidade criminal do citado desertor está condicionada à sua aptidão física e mental, a qual só pode ser aferida mediante inspeção de saúde por ele realizada. Em outras palavras, o desertor sem estabilidade não está obrigado a submeter-se a exames médicos, notadamente os invasivos e os que dependam de sua participação direta, quando estes implicarem na produção de prova criminal contra si.Nessa toada, a recusa do desertor em não produzir prova contra si (realização de inspeção de saúde), não pode configurar, de igual forma, a prática de outros delitos que, porventura, estejam na mesma linha de desdobramento da aludida recusa como, por exemplo, o crime de desobediência.Torna-se imperioso salientar que tal regra (princípio de que ninguém é obrigado a fazer prova contra si) não isenta de possíveis punições disciplinares os militares que, porventura, venham a se negar a realizar inspeção de saúde para outras finalidades (cursos, promoção, licenciamento e outros), ou seja, em situações que não envolvam o delito de deserção. Nesses casos, os militares recalcitrantes em realizar inspeção de saúde podem, por exemplo, ser vetados para cursos e listas de acesso à promoção na carreira, desde que tais sanções estejam previstas em lei. De fato, conforme já assentado, o princípio em questão, em termos de isenção de pena para o recusante, está atrelado apenas à órbita penal.

A respeito da recusa do militar em realizar inspeção de saúde, é interessante trazer à colação a seguinte orientação contida no regulamento do Exército (IGPMEX-30-11).Art. 37. Nos casos em que o inspecionado se negar a realizar tratamento específico, como meio mais indicado para remover sua incapacidade física, ou a se submeter a exames complementares necessários ao esclarecimento pericial, compete ao secretário da junta de inspeção de saúde ou ao médico perito:I - tomar a termo declaração do inspecionado, em duas vias, assinadas pelo mesmo e pelo secretário da junta de inspeção de saúde ou pelo médico perito e, ainda, pelos demais integrantes da JIS (Fl. 11 das Instruções Reguladoras das Perícias Médicas no Exército – IRPMEx) ou por duas testemunhas, constando a negação, ao tratamento ou à realização dos exames recomendados, e a desistência a qualquer amparo do Estado;II - arquivar a primeira via e anexar a segunda via à cópia da Ata de Inspeção de Saúde;III - registrar, no campo "Observações" da Ata de inspeção de Saúde, a existência dessa declaração; eIV - prolatar o diagnóstico baseado apenas nos dados colhidos por ocasião do exame físico do inspecionado.Resulta evidente que, por razões óbvias ,o item IV da referida instrução não tem como ser aplicado ao desertor, notadamente para considerá-lo apto para o serviço militar.5 - Considerações FinaisEm face de tudo o que foi exposto, pode-se concluir:1 – O desertor sem estabilidade não está obrigado a produzir prova contra si e, consequentemente, pode recusar-se a realizar inspeção de saúde, a qual, em tese, o incrimina quando o torna apto para o serviço militar (nesses casos, o desertor, depois de reincorporado, responde necessariamente ao processo, sujeitando-se

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a uma condenação).2 – Ao recusar-se a realizar inspeção de saúde, o desertor sem estabilidade não deve ser incriminado por desobediência ou outro delito que esteja na mesma linha de desdobramento da aludida recusa.3 – O desertor em questão, por razões óbvias, deverá ser posto em liberdade pelo Juiz-Auditor que primeiro tomar conhecimento da recusa do infrator em realizar inspeção de saúde (não pode ser mantido preso na condição de civil).4 – A mencionada recusa do desertor sem estabilidade em realizar exames médicos faculta à Administração Militar aplicar possíveis sanções civis e administrativas, caso haja previsão legal nesse sentido. Assim, a Administração Militar pode, por exemplo, negar a concessão de certificado de reservista ao desertor que se recuse a ser submetido à inspeção de saúde. O mesmo raciocínio pode ser aplicado em relação aos militares que se neguem a realizar exames médicos para outros fins administrativos (cursos, engajamento, licenciamento e outros), ou seja, exames médicos que não estejam condicionados à punibilidade criminal do inspecionado.5 – Em nome do princípio da razoabilidade o desertor sem estabilidade deveria, antes de ser encarcerado, ser submetido a um exame de inspeção de saúde preliminar. Desse modo, caso fosse, previamente, considerado incapaz, ficaria isento da prisão, até que se procedesse o exame médico definitivo (não se justifica a prisão do desertor não estável sem a demonstração de sua aptidão física e mental). Recorde-se que para as demais classes de deserções (de oficiais e praças estabilizadas) não são exigidas inspeções de saúde para os infratores serem processados.6 – Salvo melhor interpretação, o desertor sem estabilidade que for preso (via captura ou apresentação voluntária), ao negar-se a realizar inspeção de saúde, não poderá ficar preso na condição de civil, enquanto

não for considerado apto em inspeção de saúde e reincorporado às fileiras militares. Nesses casos, os autos de IPD devem ficar arquivados em cartório até que ocorra a anuência do desertor em realizar o referido exame médico. Ressalte-se que o acautelamento dos autos de IPD em cartório não interrompe ou suspende o curso da prescrição. Vale dizer, só ocorrerá a extinção de punibilidade pela prescrição quando o desertor atingir a idade de 60 anos (art. 132 do CPM).Por fim, para que haja coerência jurídica e adequação ao princípio da proporcionalidade nos procedimentos que envolvam desertores sem estabilidade, urge que se proceda uma reformulação legislativa, ainda que parcial, no Título II, Capítulos I e III e art. 617, II, “a” do CPPM, nos seguintes termos:1 – O desertor sem estabilidade que for capturado só poderá ser encarcerado caso seja considerado, em inspeção de saúde preliminar, apto para o serviço ativo nas Forças Armadas. O desertor que se apresentar voluntariamente ficará sob o regime de menagem, portanto fora do cárcere (tendo em vista que, nesses casos, em tese, não estão previstos os requisitos para prisão preventiva).2 – Em caso de condenação, o desertor que se apresentar voluntariamente, dentro do prazo de sessenta dias após a consumação do crime, fará jus a Suspensão Condicional da Pena. É preciso diferenciar o tratamento do desertor que se apresenta voluntariamente e o que é capturado (recorde-se que a apresentação voluntária de desertor dentro do referido prazo é causa de atenuação de pena, art. 189 do CPM).Referências:BRASIL. Decreto-Lei 1.001, de 21 de outubro de 1969. Código Penal Militar. Brasília, Diário Oficial da União de 21 de outubro de 1969. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/decreto-lei/De11001.htm>. Acesso em: 14 set. 2001.

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BRASIL. Decreto-Lei 1.002, de 21 de outubro de 1969. Código de Processo Penal Militar. Brasília, Diário Oficial da União de 21 de outubro de 1969. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/decreto-lei/Dell 002.htm>. Acesso em: 14 set. 2001.BRASIL. Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Aceso em: 14 set. 2001BRASIL. Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm>. Acesso em 14 set. 2001BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 14 set. 2001BRASIL. Superior Tribunal Militar. Súmula nº 12. DJ1 Nº 18, de 27.01.97. Disponível em:<http://www.dji.com.br/normas_inferiores/sumulas_stm/stm_0012.htm>. Acesso em: 14 set. 2001COMANDO DA AERONÁUTICA DO BRASIL. Instruções Técnicas das Inspeções de Saúde da Aeronáutica, ICA 160-6, 2009COMANDO DO EXÉRCITO DO BRASIL. Instruções Gerais para Perícias Médicas no Exército, IGPMEX-30-11, 2009DE LIMA, R. B. Manual de Processo Penal. Vol. 1. Niterói: Impetus, 2011.DE OLIVEIRA, E. P. e FISCHER, D. Comentários do Código de Processo Penal. 3ª ed. Rio de Janeiro: Luminon Juris, 2011.

MARINHA DO BRASIL. Normas Reguladoras para Inspeção de Saúde na Marinha, DGPM-406, Rio de Janeiro, 2009 Autor Luciano Moreira GorrilhasPromotor de Justiça militar, pós-graduado em Ciência Criminal pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), Pós-Graduado Inteligência de Estado e Inteligência de Segurança Pública com Direitos Humanos pelo Centro Universitário Newton Paiva, em convênio com a Fundação Escolar Superior do Ministério Público.Informações sobre o textoGORRILHAS, Luciano Moreira. O desertor sem estabilidade pode recusar-se a ser submetido à inspeção de saúde?. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3180, 16 mar. 2012. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/21303>. Acesso em: 2 abr. 2012.

8 – LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DO POLICIAL MILITAR

LEI Nº 7.289, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1984.Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais-Militares da Polícia Militar do Distrito Federal e dá outras providências.Do Excedente Art 82 - Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, passa o policial-militar que: I - tendo cessado o motivo que determinou sua agregação, reverte ao respectivo Quadro, estando este com o efetivo completo;Il - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver sido transferido do Quadro, estando o mesmo com seu efetivo completo;III - é promovido por bravura, sem haver vaga;IV - é promovido indevidamente, mesmo havendo vaga;

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V - sendo o mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu Quadro, em virtude de promoção de outro policial-militar em ressarcimento de preterição; eVI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorne ao respectivo Quadro, estando este com seu efetivo completo.§ 1º - O policial-militar, cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa a mesma posição relativa, em antiguidade, que lhe cabe na escala hierárquica, com a abreviatura "EXCD" e receberá o número que lhe competir em conseqüência da primeira vaga que se verificar.§ 2º - O policial-militar cuja situação é de excedente é considerado como em efetivo serviço, para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo poIicial-miIitar, bem como à promoção.§ 3º - O policial- militar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a primeira vaga aberta, deslocando o critério da promoção a ser seguido para a vaga seguinte.§ 4º - O policial-militar, promovido indevidamente, só contará antigüidade e receberá o número que lhe competir, na escala hierárquica, quando a vaga que deverá preencher corresponder ao critério pelo qual deveria ter sido promovido, desde que satisfaça os requisitos para a promoção.

9 – CONSULTASConsultas à legislação federal e distrital de interesse da PMDF, acesse www.pmdf.df.gov.br

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