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FIM DE ANO CHUVOSO Esperança renovada e mais atenção ao rebanho O mês de dezembro trouxe chuva para quase todo semiárido baiano. A caatinga que ficou seca durante meses, voltou a florescer. E alguns produtores até já economizam um pouco da ração comprada durante a estiagem porque algumas plantas servem de alimento para caprinos e ovinos. Mas os produtores devem ficar atentos para o surgimento de algumas espécies de plantas que podem ocasionar intoxicações nos animais. Segundo o médico veterinário e supervisor do Bioma Caatinga, Rodrigo Gonçalves, a intoxicação por plantas é uma das principais causas responsáveis pelas perdas econômicas nos rebanhos. Segundo o veterinário, as plantas tóxicas de maior ocorrência na região são: Pinhão Rasteiro (Jatropha ribifolia) Capoteira ou Batada- de-peba (Ipomoea verbascoidea) Algodão Bravo, Mata-bode ou Canudo (Ipomoea carnea), Maniçobas (Manihot spp.), Mandioca Brava (Manihot esculenta), Angico preto (Anadenanthe columbrina) Favela ou Faveleira (Cnidoscolus quercifolius) e Jurema preta (Minosa tenuiflora). De um modo geral, a intoxicação por plantas ocorre após ingestão de grandes quantidades de planta em pouco espaço de tempo e tem sido observada depois das primeiras chuvas, quando a maioria delas está rebrotando. “Os animais afetados devem ser retirados da área com a planta imediatamente após a observação dos primeiros sinais, como tremores, membros abertos e andar não coordenado”, alerta Gonçalves. Apesar das vantagens trazidas pela chuva, o trabalho na propriedade deve ser contínuo para manter o rebanho sadio. Orientações como essas estão sendo repassadas pelos ADRS - Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável para mais de mil produtores que são atendidos pelo Bioma Caatinga em Casa Nova, Remanso, Juazeiro, Curaçá e Uauá. PÁGINA 01 Boletim informativo das atividades do Bioma Caatinga Bahia - Edição 2 - Dezembro/2013 CHIQUEIROS O produtor deve limpar o chiqueiro (piso de chão batido) todos os dias, tendo o cuidado de deixar uma declividade no solo para facilitar o escoamento superficial das águas no período chuvoso, evitando assim o excesso de umidade que pode comprometer a saúde animal. O chiqueiro da foto é o da propriedade São Pedro, comunidade Frade, em Riacho Seco, Curaçá. O produtor Arnaldo Pionório é atendido pela ADRS Taiane Souza. RESERVATÓRIOS Os Agentes também fazem um alerta para a limpeza em volta das aguadas, eliminando restos mortais de animais através da queima, para evitar a contaminação dos reservatórios. Os animais devem beber água, preferencialmente, em bebedouros longe dos mananciais que podem ser contaminados com as fezes dos próprios bichos. Na foto, o reservatório do sítio Riachinho, zona rural de Casa Nova. O produtor Geraldo Passos é pai da ADRS Geane Fernandes que também leva as orientações à família. DOENÇAS Para evitar verminoses, é recomendada uma vermifugação depois dessa primeira chuva para limpar o organismo do animal que vai para o pasto aproveitando melhor todos os nutrientes da caatinga. Em Uauá, os ADRS trabalharam em conjunto na orientação sobre vermifugação na propriedade de Saturnino Cardoso (seu Dedé), comunidade Cachoeira. Em Casa Nova, o técnico da EDBA, Francelito Cunha, acompanha o ADRS, Veranildo Costa, nas visitas aos produtores. Durante dias, antes da chuva, o produtor Alberto (Tonhá) se encarregou de limpar o barreiro da propriedade que, segundo ele, “é um ponto confiável de água”. Sem recursos tecnológicos, ele mesmo, que tem 77 anos, pegou a enxadas. Para retirar o aterro, a velha e prestativa ajuda do jumento. O registro foi feito pelo ADRS Rodolfo Pereira, na Fazenda Raiz Cortada, Curaçá. Durante as visitas, os Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável estão dando orientação sobre a importância da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf). Muitos produtores não têm ou precisam renová-la. A ação tem contado com o apoio de técnicos da EBDA (Empresa Baiana de desenvolvimento Agrícola) nas cidades onde o Bioma Caatinga atua. O documento é considerado a identidade do agricultor familiar, antes apenas visto como documento que permitia o acesso ao crédito rural com juros subsidiados. Hoje a DAP permite o acesso a todas as políticas públicas do MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário) e Governo Federal, como o Programa Garantia Safra, PNHR, (Programa Nacional de Habitação Rural), PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), compra de milho subsidiado através da CONAB, aquisição de máquinas e equipamentos através do Mais Alimentos, dentre outras ações. A DAP tem validade de três anos e para acessá-la é necessário preencher alguns critérios como: morar ou residir em local próximo a propriedade, explorar o imóvel, 50% da renda da família tem que ser oriunda da propriedade e apresentação da documentação da propriedade. PRODUTORES CONHECEM IMPORTÂNCIA DA DAP SEM MEDIR ESFORÇOS Orientações do supervisor José Wilson Chaves (Chaveco)

Informativo 23 12_2013 ii edição

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FIM DE ANO CHUVOSO Esperança renovada emais atenção ao rebanho

O mês de dezembro trouxe chuva para quase todo semiárido baiano. A caatinga que ficou seca durante meses, voltou a florescer. E alguns produtores até já economizam um pouco da ração comprada durante a estiagem porque algumas plantas servem de alimento para caprinos e ovinos.

Mas os produtores devem ficar atentos para o surgimento de algumas espécies de plantas que podem ocasionar intoxicações nos animais. Segundo o médico veterinário e supervisor do Bioma Caatinga, Rodrigo Gonçalves, a intoxicação por plantas é uma das principais causas responsáveis pelas perdas econômicas nos rebanhos.

Segundo o veterinário, as plantas tóxicas de maior ocorrência na região são: Pinhão Rasteiro (Jatropha ribifolia) Capoteira ou Batada-de-peba (Ipomoea verbascoidea) Algodão Bravo, Mata-bode ou Canudo (Ipomoea carnea), Maniçobas (Manihot spp.), Mandioca Brava (Manihot esculenta), Angico preto (Anadenanthe columbrina) Favela ou Faveleira (Cnidoscolus quercifolius) e Jurema preta (Minosa tenuiflora).

De um modo geral, a intoxicação por plantas ocorre após ingestão de grandes quantidades de planta em pouco espaço de tempo e tem sido observada depois das primeiras chuvas, quando a maioria delas está rebrotando. “Os animais afetados devem ser retirados da área com a planta imediatamente após a observação dos primeiros sinais, como tremores, membros abertos e andar não coordenado”, alerta Gonçalves.

Apesar das vantagens trazidas pela chuva, o trabalho na propriedade deve ser contínuo para manter o rebanho sadio. Orientações como essas estão sendo repassadas pelos ADRS - Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável para mais de mil produtores que são atendidos pelo Bioma Caatinga em Casa Nova, Remanso, Juazeiro, Curaçá e Uauá.

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Boletim informativo das atividades do Bioma Caatinga Bahia - Edição 2 - Dezembro/2013

CHIQUEIROS O produtor deve limpar o chiqueiro (piso de chão batido) todos os dias, tendo o cuidado de deixar uma declividade no solo para faci l i tar o escoamento superficial das águas no período chuvoso, evitando assim o excesso de umidade que pode comprometer a saúde animal.O chiqueiro da foto é o da propriedade São Pedro, comunidade Frade, em Riacho Seco, Curaçá. O produtor Arnaldo Pionório é atendido pela ADRS Taiane Souza.

RESERVATÓRIOS Os Agentes também fazem um alerta para a limpeza em volta das aguadas, eliminando restos mortais de animais através da queima, para evi tar a contaminação dos reservatórios. Os animais devem beber água, preferencialmente, em bebedouros longe dos mananciais que podem ser contaminados com as fezes dos próprios bichos.Na foto, o reservatório do sítio Riachinho, zona rural de Casa Nova. O produtor Geraldo Passos é pai da ADRS Geane Fernandes que também leva as orientações à família.

DOENÇAS Para evitar verminoses, é recomendada uma vermifugação depois dessa primeira chuva para l impar o organismo do animal que vai para o pasto aproveitando melhor todos os nutrientes da caatinga.Em Uauá, os ADRS trabalharam em conjunto na orientação sobre vermifugação na propriedade de Saturnino Cardoso (seu Dedé), comunidade Cachoeira.

Em Casa Nova, o técnico da EDBA, Francelito Cunha, acompanha o ADRS,Veranildo Costa, nas visitas aos produtores.

Durante dias, antes da chuva, o produtor Alberto (Tonhá) se encarregou de limpar o barreiro da propriedade que, segundo ele, “é um ponto confiável de água”. Sem recursos tecnológicos, ele mesmo, que tem 77 anos, pegou a enxadas. Para retirar o aterro, a velha e prestativa ajuda do jumento. O registro foi feito pelo ADRS Rodolfo Pereira, na Fazenda Raiz Cortada, Curaçá.

Durante as visitas, os Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável estão dando orientação sobre a importância da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf). Muitos produtores não têm ou precisam renová-la. A ação tem contado com o apoio de técnicos da EBDA (Empresa Baiana de desenvolvimento Agrícola) nas cidades onde o Bioma Caatinga atua.

O documento é considerado a identidade do agricultor familiar, antes apenas visto como documento que permitia o acesso ao crédito rural com juros subsidiados. Hoje a DAP permite o acesso a todas as políticas públicas do MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário) e Governo Federal, como o Programa Garantia Safra, PNHR, (Programa Nacional de Habitação Rural), PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), compra de milho subsidiado através da CONAB, aquisição de máquinas e equipamentos através do Mais Alimentos, dentre outras ações.

A DAP tem validade de três anos e para acessá-la é necessário preencher alguns critérios como: morar ou residir em local próximo a propriedade, explorar o imóvel, 50% da renda da família tem que ser oriunda da propriedade e apresentação da documentação da propriedade.

PRODUTORES CONHECEM IMPORTÂNCIA DA DAP

SEMMEDIRESFORÇOS

Orientações do supervisor José Wilson Chaves (Chaveco)

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TREINAMENTO COM FOCONA QUALIDADE

Funcionários do supermercado Oliveira, em Juazeiro, participaram de um treinamento com base nas premissas do Projeto D-OLHO - Descarte, Organização, Limpeza, Higiene e Ordem mantida, que busca a adoção de novos hábitos na rotina de trabalho, otimizando os recursos, melhorando o bem-estar físico, mental e social, e respeitando a relação com o meio ambiente.

As aulas teóricas aconteceram no auditório do Sebrae, e a parte prática aconteceu no próprio ambiente de trabalho dos funcionários, no supermercado, sob a orientação do consultor Lázaro Ferreira.

Os 40 funcionários foram orientados com a aplicação D-OLHO com o intuito de firmar uma aliança estratégica entre o supermercado e a cadeia de caprinos e ovinos estabelecida na região. A empresa, que vende carnes caprina e ovina, é atendida pelo Bioma Caatinga, através da Agente de Desenvolvimento Rural Sustentável, Juliana Oliveira.

Com informações da Agência Sebrae de Notícias/BA

NA MÍDIAA TV São Francisco (Rede Bahia de Televisão) passou a divulgar informações sobre o mercado de caprinos e ovinos na região norte da Bahia. Para isso, está usando como fonte de informação, o Serviço de Utilidade Mercadológica do Bioma Caatinga, atualizado pelos ADRS das sedes das cidades.A “cotação” é exibida uma vez por semana no Jornal da Manhã, que começa às 6h30.

O programa Geraldo José (Rádio Transamérica FM - Juazeiro) recebeu o secretário do Bioma Caatinga, Robério Araújo; o gestor do Frigorífico Lamm, Marcos Malta e o diretor da Apris-SP, distribuidora de carne caprina, Gustavo Domingues. Durante entrevista, eles comentaram a suspensão das atividades do abatedouro por causa da dificuldade em encontrar animais com peso ideal para o abate.

O empresário paulista tinha uma demanda de 30 toneladas de carne para este fim de ano. Devido ao longo período de estiagem, a maior parte do rebanho da região não atendia às necessidades do mercado consumidor no Sudeste.

1ª AGROFAMO Bioma Caatinga, através de ADRS e produtores, participou da 1ª AGROFAM – Feira da Agropecuária Familiar e Arranjos Produtivos, em Curaçá, realizada mês passado. Exposições, competições, palestras, além de apresentações culturais marcaram a programação do evento.

Quase 200 animais foram expostos, entre eles, as cabras leiteiras de produtores atendidos pelo Bioma Caatinga que tiveram destaque na competição. A do produtor Charles Martins, atendido pelo ADRS Rodolfo Pereira na comunidade São Bento, venceu entre animais jovens (12 meses) com produção de 4,550Kg de leite/dia.

O Bioma Caatinga nos trouxe uma grata satisfação neste ano de 2013. Apesar da estiagem, os Agentes de Desenvolv imento Rura l Sustentável realizaram um trabalho de sucesso, perto de quem realmente precisa de assistência no semiárido. Em 2014, com a já percebida m u d a n ç a c l i m á t i c a , colheremos mais frutos ainda, estabelecendo mais parcerias e propiciando o acesso a linhas de crédito e novas tecnologias para

Romeu Schiavon Teles Junior - coordenador doBioma Caatinga e Gerente de DesenvolvimentoSustentável / BB-BA.

melhorar a qualidade de vida e de renda dos produtores do norte baiano. Graças ao empenho e dedicação de cada integrante, estamos em negociação junto à Fundação Banco do Brasil, para a renovação do convênio no biênio 2014-2015, quando poderemos avançar em nossas ações com melhores resultados, sempre com nosso foco e comprometimento em Desenvolvimento e Negócios Sustentávéis!

Jornalista responsável: Juliana Souza (Mtb 2913 PE)

Pesquisa encomendada pelo Sebrae, realizada entre 04 e 29/11, com entrevistas a 170 produtores de Uauá, Curaçá, Juazeiro, Casa Nova e Remanso.

SOBRE O BIOMA