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O mais importante evento de defesa profissional da medicina e da saúde catarinense aconteceu nos dias 19 e 20 de junho, no Hotel Aliança, em Rio do Sul: o XVIII Fórum das Entidades Médicas de Santa Catarina (FEMESC). O tema central da edição foi a formação dos médicos, numa ampla avaliação sobre as faculdades de medicina, as diretrizes curriculares, a docência e as especializações, na busca do atendimento cada vez mais qualificado da população e na defesa da medicina em todo o estado. O Brasil é o segundo país do mundo com mais escolas médicas, em relação ao número de habitantes (249 faculdades Informativo ACM Online Edição nº 5 - 05 de Julho de 2015 Desafios na formação dos médicos em meio à crise da saúde brasileira XVIII FEMESC de medicina no país), perdendo apenas para a Índia (com 381 cursos médicos). Apesar dessa realidade, os brasileiros sofrem com incontáveis carências na assistência pública, especialmente pela falta de incentivo da atuação dos médicos fora dos grandes polos regionais. O coordenador do FEMESC e do COSEMESC (Conselho Superior das Entidades Médicas), Rafael Klee de Vasconcellos, também presidente da ACM destacou a importância do tema central do evento e dos resultados retirados dos debates. “Através das exposições apresentadas pudemos entender o programa de diretrizes curriculares, a situação das provas de progresso e o sistema de avaliação do ensino superior pelo Ministério da Educação. Já nos debates ficou claro que as escolas médicas devem ter foco na qualidade e não na oferta de mão de obra barata para suprir as necessidades de um governo que repassa recursos insuficientes para o setor, não investe nas questões estruturais, nem nas carreiras de estado. Essas ideias devem constar na Carta de Rio do Sul, com os resultados do Fórum, demonstrando claramente que vamos continuar combatendo as discrepâncias na saúde brasileira, pelo bem dos cidadãos”. Dirigentes de entidades médicas e autoridades na noite de abertura do FEMESC, em Rio do Sul REPÚDIO As entidades médicas de Santa Catarina repudiam a conduta de ingerência do Go- verno Federal em relação ao médico es- pecialista no Brasil, em mais uma tentati- va de adaptar a formação médica no país de acordo com os interesses do programa “Mais Médicos”, prejudicando não ape- nas a medicina como a saúde oferecida à população. O novo formato proposto pe- los governantes na formação de especia- listas constitui-se de mais uma ação em desrespeito aos médicos e ao cidadão, na medida em que não possibilita os cuida- dos necessários para formar profissionais capacitados e favorece a atuação de mé- dicos intercambistas, sem aplicação de exame de comprovação de capacidade. Assim, em novos atos ditatoriais, o atual governo tira a capacidade civil dos mé- dicos e ameaça a saúde pública em todo território nacional.

Informativo ACM Online nº 05

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Edição: Junho/2015

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O mais importante evento de defesa profissional da medicina e da saúde catarinense aconteceu nos dias 19 e 20 de junho, no Hotel Aliança, em Rio do Sul: o XVIII Fórum das Entidades Médicas de Santa Catarina (FEMESC). O tema central da edição foi a formação dos médicos, numa ampla avaliação sobre as faculdades de medicina, as diretrizes curriculares, a docência e as especializações, na busca do atendimento cada vez mais qualificado da população e na defesa da medicina em todo o estado. O Brasil é o segundo país do mundo com mais escolas médicas, em relação ao número de habitantes (249 faculdades

Informativo ACM OnlineEdição nº 5 - 05 de Julho de 2015

Desafios na formação dos médicos em meio à crise da saúde brasileira

XVIII FEMESC

de medicina no país), perdendo apenas para a Índia (com 381 cursos médicos). Apesar dessa realidade, os brasileiros sofrem com incontáveis carências na assistência pública, especialmente pela falta de incentivo da atuação dos médicos fora dos grandes polos regionais. O coordenador do FEMESC e do COSEMESC (Conselho Superior das Entidades Médicas), Rafael Klee de Vasconcellos, também presidente da ACM destacou a importância do tema central do evento e dos resultados retirados dos debates. “Através das exposições apresentadas pudemos entender o programa de diretrizes curriculares,

a situação das provas de progresso e o sistema de avaliação do ensino superior pelo Ministério da Educação. Já nos debates ficou claro que as escolas médicas devem ter foco na qualidade e não na oferta de mão de obra barata para suprir as necessidades de um governo que repassa recursos insuficientes para o setor, não investe nas questões estruturais, nem nas carreiras de estado. Essas ideias devem constar na Carta de Rio do Sul, com os resultados do Fórum, demonstrando claramente que vamos continuar combatendo as discrepâncias na saúde brasileira, pelo bem dos cidadãos”.

Dirigentes de entidades médicas e autoridades na noite de abertura do FEMESC, em Rio do Sul

REPÚDIO

As entidades médicas de Santa Catarina repudiam a conduta de ingerência do Go-verno Federal em relação ao médico es-pecialista no Brasil, em mais uma tentati-va de adaptar a formação médica no país de acordo com os interesses do programa “Mais Médicos”, prejudicando não ape-nas a medicina como a saúde oferecida à população. O novo formato proposto pe-los governantes na formação de especia-listas constitui-se de mais uma ação em desrespeito aos médicos e ao cidadão, na medida em que não possibilita os cuida-dos necessários para formar profissionais capacitados e favorece a atuação de mé-dicos intercambistas, sem aplicação de exame de comprovação de capacidade. Assim, em novos atos ditatoriais, o atual governo tira a capacidade civil dos mé-dicos e ameaça a saúde pública em todo território nacional.

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Para abordar tema central do FEMESC foram convidados destacados palestrantes.

PALESTRA DE ABERTURA

Formação do Médico José Luiz Bonamigo Filho – Tesoureiro da Associação Médica Brasileira e coordenador do Programa de Residência Médica do Hospital Abert Einstein

PAINEL I – SITUAÇÃO ATUAL DA FORMAÇÃO DE MÉDICO NO BRASIL

Novas diretrizes curriculares nacionais Nelson Grisard – Membro da Comissão de Ensino do CFM (Conselho Federal de Medicina) e professor de Ética Médica e Bioética da Unisul

A visão docente Carlos Eduardo Andrade Pinheiro – Professor de Pediatria da UFSC (Universidade Federal de SC), mestre em Genética e em Saúde Pública

Avaliação do Ensino Médico João Ghizzo Filho – Coordenador do Curso de Medicina da Unisul

PAINEL II – SITUAÇÃO ATUAL DA FORMAÇÃO DE MÉDICO ESPECIALISTA

Visão das Comissões Estaduais de Residência Médica Maria Zélia Baldessar – Representante da Comissão Estadual de Residência Médica SC

Visão da AMB (Associação Médica Brasileira) Diogo Leite Sampaio – Diretor de Comunicação da AMB

Visão dos Médicos Residentes Douglas Muniz Barbosa – Diretor Acadêmico da Associação Catarinense de Medicina

Painel especial para debater sobre a situação atual da formação do médi-co especialista

XVIII FEMESC Temas e palestrantes especiais

A formação do médico no Brasil foi tema central do FEMESC e do painel de abertura

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XVIII FEMESC Debate enriquecedor para médicos e acadêmicos

Política e Defesa Profissional

“A Associação Médica Brasileira tem de-nunciado os abusos e buscado soluções. Entrou com ação direta de inconstitu-cionalidade contra a lei que cria o pro-grama Mais Médicos e sugere pressão parlamentar para reverter os retrocessos trazidos com a lei. Mais recentemente constituiu a sua Comissão de En-sino e Treinamento com o objeti-vo de padronizar as regras para os programas de Residência Médica junto às sociedades de especiali-dades, e desta forma defender a qualidade da formação do médico especialista no Brasil”.

José Luiz Bonamigo Filho

“A avaliação dos alunos a cada dois anos de curso é um ponto positivo das atuais diretrizes curriculares das escolas médicas brasileiras. Porém, o fato do internato médico ser fora da instituição de ensino superior, pode ensejar descontro-le da capacidade técnica e ética do médico formado”.

Nelson Grisard

“São importantes as mudanças radicais nos currículos médicos, que antes es-timulavam a formação de especialistas e agora formam generalistas. O ensino deixou de ser só hospitalar, tende a ser também focado na rede de atenção bá-sica de saúde”.

Carlos Eduardo Pinheiro

“Hoje, o Ministério da Educação tem re-gras bem definidas para a avaliação do ensino médico e critérios que as escolas devem cumprir para uma boa avaliação. O curso que tiver repetidas avaliações insatisfatórias, sem mudanças nos re-sultados, terá como primeira punição a

suspensão da oferta de vagas, e, a per-sistência do problema culminará com a desativação e descredenciamento da escola. Esta é apenas uma parte do que se espera para melhorar a formação dos médicos do país”.

João Ghizzo Filho

“É lamentável que a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) não traba-lhe mais para o estado brasileiro, para a formação de qualidade do médico na sua pós-graduação. Ela trabalha com o pro-grama de governo Mais Médicos, e para

isso foram necessárias mudanças no seu funcionamento, que desvalorizam o mé-rito e afetam o futuro da especialização do médico brasileiro”.

Diogo Leite Sampaio

“A gente vê um cenário preocu-pante na Comissão Nacional e na política de saúde do Brasil, mas em Santa Catarina vivemos um momento contrário, que é o de ressurgimento da Comis-são Estadual, com um renovado interesse das instituições no fortalecimento das residências e o revigoramento do ensino médico. As discussões são mui-to produtivas e, principalmente, fazem um chamamento da clas-se para que se pense de forma concreta sobre os caminhos do ensino médico”.

Maria Zélia Baldessar

“Temos consciência de que fazemos tudo em favor do paciente, que somos mal re-munerados e atendemos sem estrutura necessária. Não sobra tempo para aper-feiçoamento e estudo. Imagine o que isso pode representar para o profissional e também para o resultado do seu traba-lho?! Repercute na falta de qualidade do serviço oferecido à população. Precisa-mos nos unir para mudar essa situação”.

Douglas Muniz Barbosa

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XVIII FEMESCACM repassa coordenação do COSEMESC para Conselho Regional de Medicina

Política e Defesa Profissional

No encerramento do XVIII FEMESC, dia 20 de junho, em Rio do Sul, o cancerologista Rafael Klee de Vasconcellos, presiden-te da ACM (Associação Catarinense de Medicina) repassou ao cardiologista An-tonio Silveira Sbissa, presidente do CRE-MESC (Conselho Regional de Medicina) a coordenação do COSEMESC (Conselho Superior das Entidades Médicas), para o período de um ano. A função é alternada entre as representações médicas estadu-ais, com mandato anual. A ACM já esteve à frente da tarefa por oito vezes, sempre lutando pelas principais reivindicações da categoria e em defesa da saúde dos catarinenses.

Neste último ano, a coordenação esteve primeiro nas mãos do ex-presidente da Associação, Aguinel José Bastian Junior (de junho a outubro de 2014) e poste-riormente passou para Rafael Klee de Vasconcellos, presidente eleito da enti-dade associativa.

Entre as importantes ações realizadas durante o ano pelo COSEMESC destaca--se a intensificação das negociações para melhorias na remuneração e condições de trabalho dos médicos catarinenses, especialmente em duas frentes: junto aos planos de saúde, através da Comis-são de Saúde Suplementar, para a ado-

ção da CBHPM plena vigente pelas ope-radoras e ajustes contratuais e regulação das relações profissionais de acordo com a Lei 13.003, em vigor desde dezembro de 2014; junto ao Governo do Estado, para o cumprimento de compromisso de implantação do Piso Fenam para os médicos servidores públicos estaduais. Também foi realizada reunião histórica das entidades da categoria com os depu-

tados médicos com cadeira na ALESC (As-sembleia Legislativa de Santa Catarina), audiência com o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing e com o presidente da ALESC, Gelson Merísio, além de outras atividades. O mandato encerrou com a realização do XVIII FE-MESC, em Rio do Sul.

ACM NA COORDENAÇÃO DO COSEMESC1996 – Almir Gentil

1998 – Remaclo Fischer Junior

1999 – Carlos Gilberto Crippa

2002 – Carlos Gilberto Crippa e Viriato João Leal da Cunha (a partir de outubro/2002)

2006 – Genoir Simoni

2009 – Genoir Simoni

2011 – Márcia Regina Ghellar e Aguinel José Bastian Junior (a partir de outubro/2011)

2014 – Aguinel José Bastian Junior e Rafael Klee de Vas-concellos (a partir de outubro/2014)

COSEMESC reunido: Cyro Soncini (presidente SIMESC), Licínio Alcântara (representante SIMERSUL), Rafael Klee de Vasconcellos (presidente ACM), Antonio Silveira Sbissa (presidente CREMESC) e Rodrigo d’Eça Neves (presidente ACAMESC)

05

Formação Médica

Medalha Roldão ConsoniFormandos que se destacam recebem premiação da ACM

A ACM apresenta os novos formandos em medicina que conquistaram a Medalha Roldão Consoni, no segundo semestre de 2014, alcançando 1º lugar nas faculdades médicas das universidades no estado. A Medalha se constitui de uma homenagem ao ideali-zador e fundador do primeiro curso médico em Santa Catarina. Ao criar a destacada premiação, a entidade também visa integrar os estudantes e formandos na vida associativa, valorizando e reconhecendo o esforço daqueles que se destacam nas atividades acadêmicas.

UNIVALI – ITAJAÍ – ANA CLÁUDIA BOSO

“Ser agraciada com a Medalha Roldão Consoni foi um daqueles momentos dignos de se guar-dar nas lembranças. Para mim, não significou que eu havia sido melhor que os outros, mas que eu tinha dado o melhor de mim. Fez lembrar que esse conhecimento deveria servir para reabilitar corpos e almas. Junto a isso, e talvez o mais importante, foi ver o brilho nos olhos das pessoas que me acompanharam, especialmente da minha família. Esta iniciativa da ACM é uma forma de valorizar a dedicação ao estudo da Medicina, profissão que atualmente sofre de ma-les diversos, na qual a falta de interesse por estudo e por gente é o que mais lhe faz padecer”.

UNOESC – JOAÇABA – GUSTAVO PERONDI

“O recebimento da Medalha Roldão Consoni revelou-se uma gratificante surpresa, uma conse-quência do esforço e dedicação em todos os seis anos de faculdade, validando a minha busca pelos conhecimentos repassados e por mim absorvidos com o obstinado intento de tornar-me um profissional com a competência necessária para prestar aos pacientes uma assistência efe-tiva. A premiação demonstra nitidamente a atenção que a ACM tem com a formação dos novos profissionais médicos, instigando a constante procura pelo aprendizado e conhecimento, al-mejando profissionais capacitados que possam melhor atender a população. É uma iniciativa notável e motivo de muito orgulho para os agraciados”.

UFSC – FLORIANÓPOLIS – IRAÍ LUÍS GIACOMELLI

“Eu me senti honrado e com muita alegria quando recebi o prêmio. Acredito que a Medalha Roldão Consoni representa o reconhecimento do esforço que objetiva aprender o máximo pos-sível da arte da medicina. Entendo como uma forma muito relevante e interessante da ACM se aproximar e homenagear médicos recém-formados, assim como valorizar o passado histórico ao relembrar um grande médico, participante ativo da história catarinense, como o que em-prestou seu nome para a honraria”.

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Formação Médica

UNOCHAPECÓ – CHAPECÓ – KADIJA SAMPAIO

“Fiquei muito emocionada na hora em que anunciaram o meu nome. Foi uma grande surpre-sa! A Medalha talvez represente todo esforço e dedicação que tive para tentar me tornar uma pessoa e uma médica melhores. Considero muito boa a iniciativa da Associação Catarinense de Medicina, pois é uma forma eficaz de incentivar os acadêmicos a buscarem cada vez mais conhecimento”.

Medalha Roldão Consoni

UNISUL – PALHOÇA – AMANDA TERRA DE SÁ

“A sensação de ganhar este prêmio foi indescritível e muito gratificante. A Medalha represen-ta o êxito por todo o esforço e empenho pelos seis anos dedicados ao curso de medicina. Na verdade, meu objetivo sempre foi a aprendizagem e o prêmio veio como uma consequência. Penso que toda a conquista deva ser reconhecida e valorizada. É por isso que a iniciativa da ACM é tão importante, pois valoriza os que se destacam e incentiva os alunos a se esforçarem ainda mais no meio acadêmico”.

UNISUL – TUBARÃO – BEATRIZ BRÍGIDO DE SOUZA

“A sensação foi, primeiramente, de surpresa, e também de dever cumprido, de extrema sa-tisfação por ter o meu empenho agraciado. Por mais que a minha dedicação não tenha sido visando premiação ou reconhecimento público, a Medalha representa que as minhas escolhas foram acertadas e, principalmente, é a prova que Deus honra quem é fiel e faz o seu melhor. Esse reconhecimento é gratificante para quem recebe a honraria e estimulante para quem está no cansativo processo de formação. Ao outorgar a Medalha, a ACM encoraja e inspira tanto os premiados como familiares e colegas, que podem perceber que para todo esforço virá uma recompensa”.

UNESC – CRICIÚMA – ALINE MACHADO

“Receber a medalha Roldão Consoni representa um grande reconhecimento após seis anos de muito estudo e dedicação à medicina. Ela inspira a busca de realizações ainda maiores no futuro. O prêmio traduz o valor e a forma com que a Associação Catarinense de Medicina re-cebe os médicos recém-formados. É um grande privilégio ser uma das médicas contempladas com a Medalha”.

07

Escola de Governança e CidadaniaPerspectivas das Interações Interinstitucionais contra a Judicialização da Saúde

Escola de Governança e Cidadania

A Escola de Governança e Cidadania da ACM realizou mais uma aula de grande importância na noite de 26 de maio, com o debate sobre o tema “Perspectivas das Interações Interinstitucionais con-tra a Judicialização da Saúde” e palestra ministrada pelo Procurador do Estado, Daniel Cardoso, Consultor Jurídico da Secretaria de Estado da Saúde. O even-to contou com representantes do Minis-tério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Procuradoria do Estado, Conselho Regional de Medicina (CRE-MESC), da ACM e também da Associação Médica Brasileira (AMB), através do seu vice-presidente, Aguinel José Bastian Ju-nior.

A abordagem e a discussão do assunto culminaram com a conscientização ge-ral da necessidade de se tomar medidas práticas para colocar em funcionamento

a CATEME, Câmara Técnica criada pela ACM para a emissão de pareceres prévios que reduzam a necessidade das ações judiciais para obtenção de medicamen-tos ou tratamentos pela saúde pública. Somente em 2014, o Governo do Estado gastou mais de R$ 150 milhões em Ju-dicialização. A estimativa é de que nos quatro anos do último mandato do Go-verno Colombo foram gastos mais de R$ 400 milhões em compras sem licitação para atender ações judiciais no setor.

Para o Diretor da Escola, Ademar José de Oliveira Paes Junior, a aula foi excelen-te. “Os termos discutidos começaram a tomar ordens mais práticas. A primeira delas foi a de tirar dúvidas para colocar em funcionamento a Câmara Técnica. Os diversos pontos de vista dos vários re-presentantes corroboraram com o fato de que estamos no caminho certo. Não

adianta fazer um trabalho sozinho, sem ter uma avaliação positiva do Ministério Público, dos advogados e do próprio Go-verno do Estado e do próprio Cremesc. A gente não quer que o Estado gaste menos com saúde, pelo contrário, dese-jamos que o dinheiro seja investido no lugar certo”.

Também na avaliação do presidente da Associação Catarinense de Medicina, Rafael Klee de Vasconcellos, o resultado dos debates foi muito positivo. “A ideia é trabalharmos com os profissionais en-volvidos (médicos, advogados, promoto-res, e juízes ou magistrados, e o grupo do executivo) com informações atualizadas e subsídios para que possamos atuar na sua área de forma ágil e eficiente, tendo como aliada a Escola de Governança e Cidadania”.

“O diálogo interinstitucional tem a característica de aproximar todos aqueles que fazem parte da busca pela solução de um deter-minado problema. Através do conhecimento ampliado que se entende efetivamente o cenário vivido por todos os lados. Só assim pode-se ter uma conversa franca, despida de formalidades, para avançar muito mais em termos de resolutividade. Porque sem as formalidades ficamos mais abertos para expor nossas dificuldades e também para ouvir a opinião dos demais presentes, e cada

qual leva para sua instituição o que pode melhorar. Se a iniciativa de todos os envolvidos for a mesma, a evolução será maior, com ganhos para todos”.

DANIEL CARDOSO Consultor Jurídico da Secretaria de Estado da Saúde

Coordenador da EGC, Ademar José de Oliveira Paes Junior, o pa-lestrante da noite, Daniel Cardo-so, e o presidente da ACM, Rafael Klee de Vasconcellos

08

Regionais MédicasEntidades comemoram aniversário de fundação

MÊS DE JUNHO

AMREO – Associação Médica Regional Oeste Catarinense – Chapecó

Associação Médica Regional do Oeste Catarinense – AMREO foi fundada no dia 06 de junho de 1967 e no dia 01 de julho foi eleita a primeira diretoria para a Gestão 1967/1968. A Regional enfrentou diversas lutas e também obteve muitas conquistas, como a união dos sócios para doação do terreno e construção da sede social em parceria com a ACM. Defendeu os interesses da classe médica, promoveu cursos e jornadas, jantares e eventos de confraternização, assim como eventos esportivos e homenagens a mé-dicos. A diretoria da entidade entende que é fundamental a atenta participação da classe na defesa e fortalecimento da profissão e na conquista de uma assistência à saúde de qualidade para aqueles que a recebem, bem como condições de trabalho dignas aos médicos que a executam.

MÊS DE JULHO

Regional Médica de São José

A Regional Médica de São José foi fundada em 13 de julho de 1984 e sempre atuou em consonância com os movimentos médicos estaduais, em parceria com a ACM e as demais representações da classe. Em 31 anos de atividades, a Regional promoveu ativida-des de políticas médicas e de defesa de classe, voltada para conquistar uma medicina de qualidade. Também realizou Ciclos de Palestras convidando colegas de várias especialidades. A entidade tem promovido reuniões sociais periódicas com os associados, que atuam nos vários municípios de sua área de abrangência: São José, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ra-mos, Biguaçu, Antônio Carlos, Angelina, Rancho Queimado, Paulo Lopes, São Bonifácio, Alfredo Wagner, Águas Mornas, Garopaba, Anitápolis e Bom Retiro.

Associação Médica Dr. Osvaldo de Oliveira – Canoinhas

A Regional foi fundada em 1º de julho de 1978 e teve várias participações em ações envolvendo interesses dos médicos e da comunidade local, em prol de objetivos que contribuem para uma sociedade melhor e pela valorização da classe médica. Tem como área de abrangência os municípios de Canoinhas, Três Barras, Major Vieira e Irineópolis. Atualmente, participa no Conselho Municipal de Saúde e tem as seguintes metas: criar e fortalecer os vínculos com a classe médica e com a administração pública; trabalhar em prol de melhorias e valorização da classe médica local e regional; aumentar a participação e a representatividade dos médicos nas esferas social e política, destacando a importância desses profissionais, abrindo espaço para diálogos e negociações. Visa também promover ações que melhorem o relacionamento entre médicos, poder público e população, onde todos possam ter seus objetivos e anseios alcançados.

Sociocultural

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Representantes do Conselho Superior das Entidades Médicas (COSEMESC) vêm realizando uma série de reuniões com os corpos clínicos dos hospitais da rede es-tadual para conversar sobre os rumos das ações da categoria na luta por melhorias na remuneração do médico servidor pú-blico. A primeira reunião foi realizada no Hospital Celso Ramos (dia 09/06), seguida por encontros na Maternidade Carmela Dutra (dia 16/06), no Hospital Homero de Miranda Gomes – Regional de São José (dia 17/06) e no Hospital

Cosemesc mobiliza médicos dos hospitais do Estado Nereu Ramos (dia 24/06). Durante os debates foi destacada a necessidade de cumprimento do compromisso do Go-verno do Estado de instituir, a partir de 2015, um sistema de remuneração com referência no Piso Fenam. O compromis-so foi firmado no ano passado, em docu-mento assinado pelos secretários Antô-nio Gavazzoni (Fazenda), Derly Massaud da Anunciação (Administração) e Tânia Eberhardt (Saúde). O Governo se com-prometeu em atender sete itens que be-neficiariam os 1.700 médicos ativos no

Estado e cinco deles já foram honrados. No entanto, o principal deles, que é a im-plantação do Piso Fenam, ainda não teve avanços. O COSEMESC está mobilizado para fazer cumprir o acordo firmado com os governantes, na busca pelas justas e necessárias melhorias na remuneração dos médicos. Embora reconheçam as di-ficuldades encontradas, com anúncio de contenção de despesas diante da crise fi-nanceira nos cofres públicos, os médicos defendem honorários condizentes com as atividades desempenhadas.

Comissão de Saúde Suplementar realiza novos contatos com planos de saúdeA Comissão de Saúde Suplementar do COSEMESC vem atuando intensamen-te nas negociações junto aos planos de

saúde com atividade em Santa Catarina, reafirmando o pleito maior da categoria na luta por melhorias na remuneração:

Em dezembro de 2014 entrou em vigor a Lei 13003, que altera a Lei 9.656, de 3 de junho de 1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, com a redação dada pela Medida Provisória 2.177-44, de 24 de agosto de 2001, para tornar obrigatória a existên-

Entenda a nova Lei dos Planos de Saúdecia de contratos escritos entre as opera-doras e seus prestadores de serviços.

Artigo 17A – As condições de prestação de serviços de atenção à saúde no âm-bito dos planos privados de assistência à saúde por pessoas físicas ou jurídicas,

independentemente de sua qualificação como contratadas, referenciadas ou cre-denciadas, serão reguladas por contrato escrito, estipulado entre a operadora do plano e o prestador de serviço.

Fique atento!

Defesa Profissional

DIFICULDADES DO SC SAÚDE NO CUMPRIMENTO DO ACORDO

O plano SC Saúde não está cumprindo o acordo firmado em 2012 entre a Secretaria de Estado da Administração e o COSEMESC, para o reajuste dos valores de pagamento dos médicos, alegando dificuldades financeiras. O COSEMESC exige a adoção da CBHPM plena e vigente como condição para recomendação de contratualização com a classe médica.

ADOÇÃO DA CBHPM PLENA VIGENTE.

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